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As Bênçãos do Templo, pp. 7 a 21 Ministrar Como Nosso Profeta, pp. 26, 30, A2 Não Existem Patinhos Feios, p. 36 O Milagre da Tortilla e o Templo, p. A6 As Bênçãos do Templo, pp. 7 a 21 Ministrar Como Nosso Profeta, pp. 26, 30, A2 Não Existem Patinhos Feios, p. 36 O Milagre da Tortilla e o Templo, p. A6 A IgrejA de jesus CrIsto dos sAntos dos ÚltImos dIAs • outuBro de 2009

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Liahona

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As Bênçãos do Templo, pp. 7 a 21Ministrar Como Nosso Profeta, pp. 26, 30, A2Não Existem Patinhos Feios, p. 36O Milagre da Tortilla e o Templo, p. A6

As Bênçãos do Templo, pp. 7 a 21Ministrar Como Nosso Profeta, pp. 26, 30, A2Não Existem Patinhos Feios, p. 36O Milagre da Tortilla e o Templo, p. A6

A I g r e j A d e j e s u s C r I s t o d o s s A n t o s d o s Ú l t I m o s d I A s • o u t u B r o d e 2 0 0 9

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Jovens

A LiAhonA, outubro de 2009

AdultosArtigos

7 Vale a Pena esperar Valeria SalernoFiquei impaciente por ter de esperar para fazer batismos pelos mortos. Então, dei-me conta de que as pessoas pelas quais fazíamos aquele trabalho tinham esperado séculos.

8 Lugar de Paz Richard M. RomneyUm belo edifício ou um lembrete sagrado de suas esperanças e seus sonhos? Para alguns jovens, o templo é as duas coisas.

36 Patinho Feio ou Cisne Majestoso? depende de Você! Élder Errol S. PhippenVocê é um filho ou uma filha muito especial de Deus. Decida viver à altura do potencial divino que há dentro de você.

40 Começar com uma oração Janet Thomas“A oração é um ótimo hábito para se adquirir”, dizem os adolescentes da Estaca Ottawa Ontário, ao contarem como a oração lhes proporcionou cura, consolo e um testemunho mais forte.

seções 24 Pôster: Virtude — o Padrão dourado 34 Perguntas e respostas

Sou o mais novo da família. Todos são muitos anos mais velhos do que eu. Sempre me sinto excluído das atividades e conversas dos meus irmãos. O que posso fazer para melhorar nosso relacionamento?

MensAgeM dA PriMeirA PresidênCiA 2 Adquirir Força pela obediência 

Presidente Thomas S. Monson

MensAgeM dAs ProFessorAs VisitAntes 25 nutrir a nova geração

Artigos 12 As bênçãos do templo  Élder Robert D. Hales

A oportunidade de entrar no templo e tomar sobre nós os sagrados convênios que nele realizamos é uma das maiores bênçãos que temos a nosso alcance na mortalidade.

16 Meu Privilégio de servir Michael R. MorrisA irmã Maria José de Araújo, que serve todos os dias no Templo de Recife Brasil, diz que aqueles que ado-ram regularmente no templo passam a compreender seu verdadeiro significado e poder.

18 um Povo Que Frequenta o templo Ryan CarrA integração, o trabalho de história da família e o batismo pelos mortos inspiram os membros de uma ala a receber as próprias investiduras.

22 o novo Livro de Gravuras do Evangelho  Michael G. MadsenMais de 100 imagens neste novo livro podem aju-dar-nos a ensinar e a aprender o evangelho.

26 As bênçãos de MinistrarQuatro histórias de santos dos últimos dias muda-ram a vida de membros das respectivas alas.

30 eu? um Pastor em israel? Élder Daniel L. JohnsonA ovelha que “iremos [buscar] (…) para trazê-la ao redil” é amada pelo Pastor. O Senhor vai guiar-nos e inspirar-nos para sabermos o que fazer a fim de resgatar nossos irmãos e irmãs.

seções 44 Vozes da igreja

Uma ateia ora na floresta; curiosidade a respeito do templo; esperava sentir algo especial; um jantar internacional de Ação de Graças.

48 Como utilizar esta ediçãoSugestões para a noite familiar e tópicos desta edição.Na capaPrimeira Capa: Ilustração fotográfica: Matthew Reier. Última Capa: Mural no Templo de Los Angeles Califórnia; Fotografia das portas do Templo da Cidade do Panamá, Panamá: Matthew Reier; é proibida a reprodução das fotografias.

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Respostas para Minhas Dúvidas Sinto-me grata por esta maravilhosa

revista e pelos testemunhos, pelas novas informações, explicações das escrituras e pelo material didático para aulas nela contidos. Inúmeras vezes, quando fiz perguntas ao Pai Celestial, fui guiada pelo Espírito Santo para A Liahona, onde encontrei as respos-tas para minhas dúvidas. Recebo cada exemplar com muita alegria. Evgenija Samarskaja, Rússia

Feliz por Encontrar A Liahona Amo A Liahona, e meu marido e

eu chegamos a ter cinco assinaturas ao mesmo tempo, em certa época.

Crianças

ComentáriosDávamos as revistas extras de presente para nossos vizinhos. Uma vizinha me disse que, ao voltar do trabalho para casa, cansada e deprimida, ela sen-tia-se feliz ao encontrar a revista em sua caixa de correio. Sei que tudo na revista é inspirado — desde as men-sagens das Autoridades Gerais até as histórias dos membros — e sua leitura me traz conhecimento e bênçãos, além de me ajudar a ter amor e compreen-são por meu semelhante. Bertha Viola Rétiz Espino, México

Envie seus comentários e sugestões para [email protected]. As cartas selecionadas para publi-cação podem ser editadas por motivo de espaço ou clareza.

Vinde Ao ProFetA esCutAr A2 o Amor de um Profeta Presidente Dieter F. Uchtdorf

Artigos A6 o Milagre da tortilla Jane McBride Choate A13 Limpar o terreno do templo Joshua J. Perkey

seções A4 tempo de Compartilhar: Cremos que a Família Foi

ordenada por deus Cheryl Esplin A8 da Vida do Profeta Joseph smith: um homem

generoso A10 tentar ser Como Jesus A12 Música: o sacerdócio do

senhor John Craven A14 de um Amigo para outro:

os templos são uma dádiva do Pai Celestial  Élder Yoshihiko Kikuchi

A16 Página para Colorir

Veja se consegue encontrar o anel do CTR fijiano oculto nesta edição. Escolha a página certa!

capa de O amigOIlustração: Craig Stapley

Outubro de 2009 Vol. 62 Nº 10a LiaHONa 04290 059Revista Oficial em Português de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

a primeira presidência: Thomas S. Monson, Henry B. Eyring e Dieter F. Uchtdorf

Quórum dos doze apóstolos: Boyd K. Packer, L. Tom Perry, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, Richard G. Scott, Robert D. Hales, Jeffrey R. Holland, David A. Bednar, Quentin L. Cook, D. Todd Christofferson e Neil L. Andersen

editor: Spencer J. Condieconsultores: Keith K. Hilbig, Yoshihiko Kikuchi, Paul B. Pieperdiretor gerente: David L. Frischknechtdiretor editorial: Victor D. Caveeditor Sênior: Larry Hillerdiretor gráfico: Allan R. Loyborg

gerente editorial: R. Val Johnsongerentes editoriais assistentes: Jenifer L. Greenwood, Adam C. Olsoneditor associado: Ryan Carreditora adjunta: Susan Barrettequipe editorial: David A. Edwards, Matthew D. Flitton, LaRene Porter Gaunt, Annie Jones, Carrie Kasten, Jennifer Maddy, Melissa Merrill, Michael R. Morris, Sally J. Odekirk, Joshua J. Perkey, Chad E. Phares, Jan Pinborough, Richard M. Romney, Don L. Searle, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie WardellSecretária Sênior: Laurel Teuscher

diretor de arte: Scott Van Kampengerente de produção: Jane Ann Petersequipe de diagramação e produção: Cali R. Arroyo, Collette Nebeker Aune, Howard G. Brown, Julie Burdett, Thomas S. Child, Reginald J. Christensen, Kim Fenstermaker, Kathleen Howard, Eric P. Johnsen, Denise Kirby, Scott M. Mooy, Ginny J. Nilsonpré-impressão: Jeff L. Martin

diretor de impressão: Craig K. Sedgwickdiretor de distribuição: Randy J. Benson

Para assinaturas e preços para fora dos Estados Unidos e do Canadá, consulte o centro de distribuição local em seu país ou o líder da ala ou ramo.

envie manuscritos e perguntas para A Liahona, Room 2420, 50 e. North Temple St., Salt Lake city, UT 84150-0024, USa; ou mande e-mail para: [email protected] Liahona, termo do Livro de Mórmon que significa “bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês, alemão, armênio, bislama, búlgaro, cambojano, cebuano, chinês, cingalês, coreano, croata, dinamarquês, esloveno, espanhol, estoniano, fijiano, finlandês, francês, grego, haitiano, hindi, húngaro, holandês, indonésio, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, malgaxe, marshalês, mongol, norueguês, polonês, português, quiribati, romeno, russo, samoano, sueco, tagalo, tailandês, taitiano, tâmil, tcheco, télugo, tonganês, ucraniano, urdu e vietnamita. (A periodicidade varia de um idioma para outro.)© 2009 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso nos Estados Unidos da América.

O texto e o material visual encontrados na revista A Liahona podem ser copiados para uso eventual, na Igreja ou no lar, não para uso comercial. O material visual não poderá ser copiado se houver qualquer restrição indicada nos créditos constantes da obra. As dúvidas sobre direitos autorais devem ser encaminhadas para Intellectual Property Office, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150, USA; e-mail: [email protected].

A Liahona pode ser encontrada na Internet, em vários idiomas, no site www.liahona.lds.org.

For Readers in the United States and canada: October 2009 Vol. 62 No. 10. LIAHONA (USPS 311-480) Portuguese (ISSN 1044-3347) is published monthly by The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 E. North Temple St., Salt Lake City, UT 84150. USA subscription price is $10.00 per year; Canada, $12.00 plus applicable taxes. Periodicals Postage Paid at Salt Lake City, Utah. Sixty days’ notice required for change of address. Include address label from a recent issue; old and new address must be included. Send USA and Canadian subscriptions to Salt Lake Distribution Center at address below. Subscription help line: 1-800-537-5971. Credit card orders (Visa, MasterCard, American Express) may be taken by phone. (Canada Poste Information: Publication Agreement #40017431)

POSTMASTER: Send address changes to Salt Lake Distribution Center, Church Magazines, PO Box 26368, Salt Lake City, UT 84126-0368.

O Amigo

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A LiAhonA OutubrO de 2009 3

P r e s i d e n t e t h o m a s s . m o n s o n

No mundo atual, grande ênfase se dá à juventude. Todos querem parecer jovens, sentir-se jovens e ser jovens.

Realmente, grandes somas em dinheiro são gastas anualmente em produtos que as pessoas esperam lhes restaurem a aparência jovem. Bem que poderíamos nos perguntar: “Essa busca pela juventude é algo novo para nossos dias, para nossa geração?” Basta que folheemos as páginas da história para encon-trar a resposta.

Séculos atrás, na grande era da explo-ração, expedições muito bem equipadas e embarcações, contendo uma tripulação confiante e aventureira, singravam mares desconhecidos em busca de uma literal fonte da juventude. Uma conhecida lenda prometia que em algum lugar, na “vastidão longínqua”, havia uma fonte mágica de onde vertia a mais pura das águas, e tudo o que alguém tinha de fazer para recupe-rar o vigor da juventude e perpetuar essa energia era beber o líquido vertente dessa fonte.

Ponce de León, que velejou ao lado de Colombo, fez seguidamente diversas viagens exploratórias, procurando nas Bahamas e em outras áreas do Caribe, confiando seguramente na lenda de que esse elixir da juventude pudesse ser encontrado. Seus esforços, assim como os de muitos outros, não alcançaram o

M E n S A g E M D A P R i M E i R A P R E S i D ê n C i A

Adquirir Força pela Obediência

êxito da descoberta, pois no plano divino de nosso Deus, adentramos a existência mortal para experimentar a juventude uma vez somente.

A Fonte da VerdadeEmbora não exista uma fonte da juventude

que possamos buscar usando de sabedoria, existe outra fonte que contém uma água mais preciosa, sim, as águas da vida eterna. Trata-se da fonte da verdade.

O poeta capturou o real significado da busca pela verdade ao escrever essas linhas imortais:

A verdade, o que é? É o supremo domQue é dado ao mortal desejar.Procurai no abismo, na treva e na luz,Nas montanhas e vales o seu claro somE grandeza ireis contemplar! (…)

A verdade, o que é? É o começo e fimPara ela limites não há;Pois que tudo se acabe, a terra e o céu,Sempre resta a verdade que é luz para mim,Dom supremo da vida será! 1

Em uma revelação dada por intermédio do Profeta Joseph Smith em Kirtland, Ohio, em maio de 1833, o Senhor declarou:

“E a verdade é o conhecimento das coisas como são, como foram e como serão; (…)

Não precisamos navegar por mares desconhecidos para encontrar a fonte da verdade, porque um Pai Celestial amoroso traçou o curso e deu-nos um mapa infalí-vel: a obediência!

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E o Espírito da verdade é de Deus. (…) Ele [ Jesus] rece-beu a plenitude da verdade (…);

E homem algum recebe a plenitude a não ser que guarde seus mandamentos.

Aquele que guarda seus mandamentos recebe verdade e luz, até ser glorificado na verdade e conhecer todas as coisas.” 2

Nesta era iluminada, na qual a plenitude do evangelho foi restaurada, não há necessidade nem para vocês nem para mim, de singrar mares desconhecidos ou rodar por estradas não mapeadas em busca da fonte da verdade. Pois um Pai Celestial amoroso traçou para nós um curso e providenciou um mapa infalível: a obediência!

Sua palavra revelada descreve em cores vivas as bênçãos que a obediência traz e a dor e o desespero inevitáveis que acom-panham o viajante que se desvia pelos caminhos proibidos do pecado e do erro. Para uma geração criada sob a tradição do sacrifício animal, Samuel declarou deste-midamente: “Obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros”. 3

Os profetas, antigos e modernos, conhe-ciam a força que advém da obediência. Pensem em Néfi: “Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor”. 4 Ou na bela descrição de Mórmon acerca da força que tinham os filhos de Mosias:

“Haviam-se fortalecido no conhecimento da verdade; porque eram homens de grande entendimento e haviam examinado diligentemente as escrituras para conhecerem a palavra de Deus.

Isto, porém, não é tudo; haviam-se devotado a muita oração e jejum; por isso tinham o espírito de profecia e o espírito de revelação; e quando ensinavam, faziam-no com poder e autoridade de Deus.”

Cumprir os MandamentosO Presidente David O. McKay (1873–1970), em uma

de suas mensagens de abertura aos membros da Igreja,

durante uma conferência geral, deu-nos uma orientação para os nossos dias que é simples e, contudo, vigorosa: “Cumpram os mandamentos de Deus”. 6

Essa era a essência da mensagem do Salvador, ao decla-rar: “Pois todos os que receberem uma bênção de minhas mãos obedecerão à lei que foi designada para essa bênção e suas condições, como instituídas desde antes da funda-ção do mundo”. 7

As próprias ações do Mestre confirmam Suas palavras. Ele demonstrou o genuíno amor de Deus ao levar uma vida perfeita e honrar a sagrada missão que tinha de cum-prir. Jamais foi arrogante. Nunca Se encheu de orgulho. Nunca foi desleal. Sempre foi humilde. Sempre foi sincero. Sempre foi verdadeiro.

Embora fosse tentado pelo mestre das mentiras, sim, o diabo, embora estivesse fisicamente enfraquecido por ter jejuado por 40 dias e 40 noites e “depois [ter] fome”, ainda assim, quando o maligno fez a Ele a mais tentadora e sedutora proposta, Jesus deixou-nos um exemplo divino de obe-diência, recusando-Se a desviar-Se do que sabia ser o certo. 8

Quando enfrentou a agonia do Getsê-mani, quando suportou tanta dor que Seu suor se trans-formou em grandes gotas de sangue que caíram ao chão, Ele deu o exemplo de obediência filial ao dizer: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua”. 9

A Pedro, na Galileia, Jesus disse: “Segue-me”. Para Filipe, Ele deu a mesma instrução: “Segue-me”. Ao publi-cano Levi, que estava sentado na alfândega, foi feito o convite: “Segue-me”. Até ao que foi correndo procurá-Lo, aquele que tinha muitas posses, foram proferidas estas palavras: “Segue-me”. 10 E para cada um nós essa mesma voz, esse mesmo Jesus, diz: “Segue-me”. Estamos dispostos a obedecer?

A obediência é a característica marcante dos profetas, mas devemos reconhecer que essa fonte de forças está ao nosso alcance hoje em dia.

A Pedro, na Galileia, Jesus disse: “Segue-me”.

Para Filipe, Ele deu a mesma instrução: “Segue-me”. E para

cada um de nós, essa mesma voz, esse mesmo Jesus diz: “Segue-me”. Estamos dispostos a

obedecer?

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Um Exemplo ModernoUma pessoa que apren-

deu muito bem a lição da obediência e encontrou a fonte da verdade foi um homem bondoso e sincero que vivia em situação muito humilde. Ele se filiou à Igreja na Europa e, economizando e sacrificando-se diligentemente, imigrou para a América do Norte — uma terra nova, uma língua estranha, costumes diferentes, mas a mesma Igreja, sob a lide-rança do mesmo Senhor, em Quem Ele confiava e a Quem obedecia. Tornou-se presidente de ramo de um pequeno rebanho de santos labutadores, em uma comunidade um tanto hostil. Seguiu o programa da Igreja, embora os membros fossem poucos em número, e muitas fossem as tarefas. Ele foi um exemplo para os membros de seu ramo, um verdadeiro cristão, e os membros retribuíram com um amor poucas vezes visto.

Ele ganhava seu sustento como tra-balhador braçal. Tinha poucas posses, mas sempre pagava um dízimo integral e fazia outras doações. Criou um fundo de

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missionário em seu pequeno ramo e, por vários meses, ele foi o único a fazer contribuições. Quando chegaram missionários na cidade, ele os alimentou, e eles nunca saíam de sua casa sem levar consigo uma doação tangível para seu trabalho e bem-estar. Os membros de localida-des distantes, que passavam pela cidade e visitavam seu ramo, sempre recebiam sua hospitalidade e o calor de seu espírito, e retomavam seu trajeto sabendo que tinham conhecido um homem incomum, um dos servos obedien-tes do Senhor.

Aqueles que o presidiram receberam seu profundo res-peito e sua atenção especial. Ele os considerava emissários do Senhor, ministrava em prol do conforto físico deles e era especialmente solícito nas orações — que eram fre-quentes — pelo bem-estar desses líderes. Certo domingo, alguns líderes que visitavam seu ramo fizeram com ele mais de uma dezena de orações nas diversas reuniões e visitas feitas aos membros. No final do dia, os líderes deixaram-no; desfrutavam de uma sensação de alegria e leveza espiritual que ainda os alegrou durante todo o trajeto de quatro horas de viagem sob o rigor do inverno e que, ainda agora, depois de tantos anos, aquece o espírito e agita o coração quando aquele dia é mencionado.

Homens instruídos e experientes procuravam aquele humilde e iletrado homem de Deus e se consideravam afortunados por poderem passar uma hora com ele. Sua aparência era comum, falava o inglês com dificuldade e, às vezes, era difícil compreender o que dizia. Sua casa era simples e modesta. Não tinha carro nem televisão. Nunca escreveu um livro ou fez discursos políticos ou nenhuma das coisas que chamam a atenção do mundo. E, contudo, os fiéis eram constantes no caminho que conduzia até sua porta. Por quê? Porque queriam beber de sua fonte da verdade. Não era tanto o que ele dizia que lhes agradava, mas muito mais o que ele fazia; não era a substância dos sermões que ele pregava, mas a força da vida que vivia.

Saber que um homem pobre, com alegria e constân-cia, doava ao Senhor pelo menos o dobro de um décimo de sua renda dá-nos uma ideia mais clara do verdadeiro significado do dízimo. Vê-lo ministrar ao faminto e acolher o estrangeiro leva-nos a crer que fez essas coisas como as faria ao próprio Mestre. Orar com ele e partilhar de sua

confiança na intercessão divina era testemunhar um novo meio de comunicação.

Bem se poderia dizer que ele cumpria o primeiro e grande mandamento e o segundo, semelhante a este; 11 que suas entranhas eram cheias de caridade para com todos os homens; que a virtude adornava seus pensa-mentos incessantemente; e que, consequentemente, sua confiança se fortalecia na presença de Deus. 12

Esse homem tinha o brilho da bondade e o fulgor da retidão. Sua força era proveniente de sua obediência.

A força que buscamos ansiosamente hoje para ven-cer os desafios de um mundo complexo e em constante mudança pode ser nossa se, com coragem forte e resoluta, nos erguermos e declararmos com Josué: “Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor”. 13 ◼

NOTAs 1. John Jaques, “A Verdade o Que É?” Hinos, nº 171. 2. D&C 93:24, 26–28. 3. I Samuel 15:22. 4. 1 Néfi 3:7. 5. Alma 17:2–3 6. David O. McKay, Conference Report, abril de 1957, p. 8; ou

Improvement Era, junho de 1957, p. 391. 7. D&C 132:5. 8. Ver Mateus 4:1–11. 9. Lucas 22:42 10. Mateus 4:19; 9:9; João 1:43; ver também Mateus 19:16–22; Marcos

2:14; Lucas 18:18–22. 11. Ver Mateus 22:37–40. 12. Ver D&C 121:45. 13. Josué 24:15.

i d E i A S P A r A o S M E S t r E S F A M i L i A r E S

Depois de estudá-la em espírito de oração, dê esta mensagem utilizando um método que incentive a

participação daqueles a quem for ensinar. Seguem-se alguns exemplos:

1. Você pode usar um recipiente de água como auxílio visual. Conte a história de Ponce de León e explique: “há outra fonte que contém uma água mais preciosa, sim, as águas da vida eterna. É a fonte da verdade”. Discuta com a família onde e como encontrar a verdade e o que o Presi-dente Monson disse que precisamos fazer para encontrar a “fonte da verdade”. Preste seu testemunho de como ser obediente abençoou sua vida.

2. Leia a seção “Guardar os Mandamentos” e discuta a pergunta do Presidente Monson: “Estamos dispostos a obedecer?” Conte a história do final do artigo a respeito do homem humilde. Como sua obediência e disposição de seguir o Salvador abençoou as pessoas? Peça aos membros da família que ponderem e façam coisas que mostrem que estão dispostos a servir ao Senhor.

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A LiAhonA OutubrO de 2009 7

Q uando entrei no Templo de Buenos Aires Argen-tina com os jovens de minha ala, para fazer batis-mos pelos mortos, esperamos alguns minutos na

recepção. Então, os oficiantes do templo nos pediram que descêssemos até um saguão, onde havia várias cadeiras, e esperamos de novo.

Como era sábado, muitas pessoas de todas as partes da Argentina tinham ido ao templo. Esperamos ali por duas horas e meia, sentados, em silêncio. Alguns pensamen-tos não muito agradáveis começaram a surgir em minha mente: “Como é que nos fazem esperar todo esse tempo? Estou cansada. Acho que seria melhor não ter vindo, por-que é uma perda de tempo”.

Levantei-me e comecei a andar pelo saguão. Pouco depois, um oficiante apareceu e disse: “Jovens, por favor, não fiquem impacientes. Sei que vocês esperaram muito tempo, mas sabem de uma coisa? No mundo espiritual, milhões de pessoas esperam esse momento há séculos, e posso assegurar-lhes que estão muito ansiosos para que chegue a vez deles. Os irmãos estão batizando e confir-mando, e não podem fazer mais do que estão fazendo”.

Quando ele disse aquelas palavras, senti-me envergo-nhada. Dei-me conta de que estava sendo egoísta, por não querer doar algumas horas para aquelas pessoas que esperavam há tantos anos e não tiveram a oportunidade de ouvir falar da Igreja verda-deira e ser batizadas aqui na Terra.

O oficiante apareceu nova-mente e começou a chamar o nome de pessoas de nossa ala. Uma irmã nos deu roupas brancas, e fomos nos trocar.

Depois de nos vestirmos, ela prendeu nosso cabelo com uma fita branca.

Depois, descalços, fomos até os bancos do batistério. O tapete era tão macio e fofo que nem parecia estarmos pisando no chão.

Quando chegou minha vez, eu estava tão nervosa quanto no dia do meu próprio batismo. Mas os oficiantes foram muito gentis e tiveram tanta paciência com cada um de nós, que foi incrível.

Quando saí da pia batismal, uma irmã me esperava com uma grande toalha branca e um enorme sorriso. Troquei de roupa e fui para uma sala, onde fui confirmada. A mesma irmã que me levara a toalha foi comigo e me agra-deceu por estar disposta a fazer o trabalho do Senhor.

Quando saí do templo, percebi que tinha sido uma das melhores experiências da minha vida. O templo é um lugar sagrado, e o Espírito do Senhor está ali, diri-gindo Sua grande obra. Toda aquela espera valeu a pena. ◼

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Lugar de Pazr i c h a r d m . r o m n e yRevistas da Igreja

dilcia Soto, de 16 anos, ainda se lembra do dia em que o templo foi dedicado em sua cidade, Santo Domingo, na República Dominicana: “Eu tinha

só nove anos, mas disse, ‘Nossa! Um templo aqui!’ Eu estava acostumada a ver as pes-soas viajarem para outros países para serem seladas e fazerem

Para essas duas jovens da República Dominicana, o templo é muito mais do que um prédio bonito. Também é um lembrete vívido de seus mais sinceros anseios e esperanças.

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convênios. Pensei: ‘Agora minha família e eu não teremos de viajar para outro país, porque temos nosso próprio templo aqui perto’”.

Hoje, esse templo se ergue majestoso e imponente na capital do país, tão vistoso com sua torre e seus jardins bem cuidados que muitas pessoas que passam por ele imaginam que seja uma catedral. Dilcia fica contente em explicar que para nós ele é mais do que uma catedral, ele é sagrado. Nos jardins do templo há uma serena digni-dade, que contrasta de modo marcante com a fervilhante agitação das ruas e mercados do centro da cidade.

Foi nesse lugar de paz que Dilcia e sua amiga Kelsia St. Gardien, de 14 anos, estiveram há pouco tempo. As duas são membros da Ala Mirador,

Estaca Santo Domingo República Domi-nicana Independencia. As duas já esti-veram no templo para realizar batismos pelos mortos. Mas hoje, elas foram até lá simplesmente para passear

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pelos jardins, conversar

e sentir do lado de fora do templo o

Espírito que existe em seu interior.

Os Anseios de Dilcia“Sinto imenso amor pelo

Senhor e tenho muita gratidão pelo que Ele fez em minha

vida”, afirma Dilcia. “Minha família é da Igreja, mas minhas tias,

tios e primos não são. Quando eles vêm-nos visitar, sempre tenho um Livro

de Mórmon à mão, porque pode haver uma oportunidade de compartilhar o evan-gelho com eles.” Ela também compartilha o evangelho com os amigos e “com qualquer pessoa que conheço que esteja realmente interessada”. E toda vez que faz isso, ela conta: “Sinto o Espírito muito forte. Toda vez que presto testemunho, sinto novamente a veracidade da Igreja”.

Ela se lembra de uma aula do seminá-rio sobre o plano de salvação. “Antes de o

mundo existir, houve um grande Conselho no Céu, e decidimos seguir o Pai Celestial e aceitar o sacrifício que Jesus Cristo faria por nós”, explica ela. “Nosso professor explicou que poderíamos saber que obedecemos ao Pai Celestial lá, porque estamos aqui na Terra hoje, com um corpo de carne e ossos. Quando ele disse isso, soube que era verdade. Naquela noite, em minhas orações, chorei e agradeci ao Senhor por esse conhecimento.”

Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” “Se também sou um templo”, diz ela, “preciso ser tão pura e bela como o templo. Que bênção maravilhosa é estar nesta Igreja e ser uma jovem virtuosa!”

Ela conta que seu maior desejo é voltar a viver na presença do Pai Celestial um dia.

“Sinto-me imensamente grata por Ele ter-nos dado o templo para que possa-

mos fazer tudo o que pudermos para voltar à presença Dele”, diz ela. “A melhor maneira de agrade-cer a Ele é viver da maneira que

Ele pede que vivamos.”Dilcia declara: “O Senhor quer

que entremos em Sua casa, aprendamos a respeito Dele e nos esforcemos para alcançar a eternidade na presença Dele”. Ela diz que gosta muito de participar dos batismos pelos mortos porque “é um modo de ajudar os que esperam do outro lado do véu e fazer algo por eles que eles não podem fazer por si mesmos”.

O Comprometimento de KelsiaKelsia concorda. “Nossos antepassados

precisam de que façamos o trabalho, e sei

Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”

O TEMPlO EM Nós“Se formos ao templo tão frequentemente quanto a distância e as circunstân-cias individuais permiti-rem, o templo estará em nós. Então, sejam quais

forem os problemas que enfrentarmos na vida, sempre estaremos em um lugar sagrado.”Élder lance B. Wickman, dos setenta, “In a Holy Place”, New Era, abril de 2005, p. 45.

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que vão nos agradecer”, explica ela. “Anseio particular-mente ver minha avó, que não cheguei a conhecer em vida. Vamos ao templo para certificar-nos de que todo o trabalho do templo seja feito em favor dela.”

Kelsia fica muito emocionada ao falar sobre o templo. “Assumi o compromisso de tomar decisões que vão me ajudar a ser selada a minha família”, diz ela. “Temos de respeitar o evangelho e observar os mandamentos al pie de la letra [literalmente]”, afirma ela. “Fazemos isso porque amamos nosso Pai Celestial, e é por meio da obediência que mostramos nossa gratidão a Ele.”

Sua família filiou-se à Igreja em dezembro de 2006, seis anos depois de seus pais mudarem-se do Haiti para a República Dominicana. “Sinto-me extremamente grata pelos missionários que bateram em nossa porta. Foi ótimo sentir o Espírito e aprender o plano que o Pai Celestial criou para nós. Desde que o evangelho entrou em nossa vida, nossa família é muito mais unida. Sinto-me grata por Ele ter-me dado uma família tão unida, mesmo nos momentos difíceis. Pensar que temos o privilégio de ser selados para a eternidade é para mim uma das maio-res bênçãos que existem.”

Seus pais fazem agora o curso de preparação para o templo, e isso a faz-se lembrar de preparar-se para o dia em que ela própria se casará no templo. “Essa é minha principal meta, que meu futuro marido e eu sejamos dig-nos um do outro e de formarmos uma família eterna.”

Compartilhar SerenidadeAs duas amigas passam pelo mastro onde a bandeira

de seu país se agita ao vento. “Até a bandeira do país, no mastro do templo, nos lembra de sermos fiéis”, comenta Dilcia. “É mais do que apenas as cores. Ela exibe o lema Dios, Patria, Libertad [Deus, Pátria, Liberdade] juntamente com uma cruz cristã e os Dez Mandamentos. Faz-nos lem-brar que nosso país foi fundado por pessoas que acredita-vam em Deus, e que Deus ainda é importante aqui.”

Também passeiam pela entrada do templo, onde as palavras Santidad al Señor, la Casa del Señor [Santidade ao Senhor, A Casa do Senhor] estão gravadas acima da

porta de entrada, como em todos os templos.

“Sempre que leio essas palavras, sinto um vigoroso testemunho de que são verdadeiras”, comenta Dilcia. “Lembro-me de quando viemos aqui com nosso grupo da Mutual, certa noite, apenas para passear pelos jardins. Depois do passeio, o bispo perguntou o que sentimos aqui. Conversamos a respeito disso e concluímos que a resposta era: Paz.”

Kelsia e Dilcia se afastam pen-sando nessa palavra-resposta per-feita — perfeita porque o templo é o lugar de paz. ◼

Para saber mais sobre os jovens da Igreja na República Dominicana, ver “Busca e Resgate” na edição de março de 2009.

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É l d e r r o B e r t d . H A l e sDo Quórum dos Doze Apóstolos

As bênçãos da investidura do templo são tão essen-ciais para nós quanto

nosso batismo. Por esse motivo, devemos preparar-nos a fim de que estejamos limpos para entrar no templo de Deus.

A oportunidade de entrar no templo e ali fazer convênios sagrados é uma das maiores bênçãos ao nosso alcance na mortalidade. Então, depois de fazer esses convênios, nossa obediência ao cumpri-los todos os dias será uma demonstração de nossa fé, devoção e comprometimento espiritual de honrar nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo. Nossa obediência também nos pre-para para viver com Eles nas eternidades. As ordenanças de salvação realizadas no templo são essenciais para o plano eterno de felicidade — sim, o foco central desse plano.

A Doutrina do TemploO templo é realmente o lugar no qual

estamos “no mundo sem ser do mundo”. Quando enfrentamos problemas e preci-samos tomar uma decisão crucial, que nos aflige a mente e a alma, podemos levar nossas preocupações ao templo e receber orientação espiritual.

Precisamos adquirir um reverente testemunho de que o templo é a casa do Senhor. Para preservar a santidade do templo e convidar o Espírito a abençoar os que entram no templo sagrado para receber suas ordenanças

e convênios, somos ensinados que nada impuro deve entrar nele. A reverência no templo é um elemento primordial para con-vidar o Espírito a nele habitar em todos os momentos de todos os dias.

Quando eu era menino, meu pai levou-me de Long Island, Nova York, até o terreno do Templo de Salt Lake para tocar no edifício do templo e falar da importância dele em minha vida. Foi nessa ocasião que decidi que voltaria um dia para receber as ordenanças do templo.

Ao longo da história, em todas as dispen-sações, o Senhor ordenou aos profetas que templos deveriam ser construídos para que Seu povo pudesse receber as ordenanças sagradas. Moisés e os israelitas foram aben-çoados com um templo portátil, o taberná-culo, onde era realizado o trabalho sagrado de ordenanças segundo a lei de Moisés e onde, ocasionalmente, o Senhor aparecia para conversar com Moisés. O rei Salomão construiu um belo templo em Jerusalém, que posteriormente foi destruído. Então, durante o ministério de Cristo, outro templo foi cons-truído em Jerusalém.

O templo é um edi-fício sagrado, um lugar santo onde as cerimônias e orde-nanças essenciais para a salvação são realizadas com o pro-pósito de preparar-nos para a exaltação.

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As Bênçãos do

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Aprendemos no Livro de Mórmon que Néfi construiu um templo “conforme o modelo do templo de Salomão” (2 Néfi 5:16). Outros profetas nefitas, inclusive Jacó e o rei Benjamim, ensinaram o povo no templo (ver Jacó 1:17; Mosias 1:18).

É significativo que quando o Senhor Jesus Cristo ressuscitado apareceu aos nefitas, em 34 a.D, Ele o tenha feito no templo (ver 3 Néfi 11:1–11).

O Profeta Joseph Smith ensinou: “A Igreja não está completamente organizada em sua devida ordem nem poderá estar até que o Templo esteja construído, no qual haverá lugares para a administração das ordenanças do Sacerdócio”. 1

O Templo de Kirtland foi o primeiro templo nestes últimos dias e teve um papel importante na restauração das chaves do sacerdócio. Joseph Smith, como resposta a sua oração, foi visitado por Jesus no Templo de Kirtland, no dia 3 de abril de 1836 (ver D&C 110). O Salvador apareceu em glória e aceitou o Templo de Kirtland como Sua casa. Na mesma ocasião, Moisés, Elias e Elias, o profeta, também apareceram para conceder as chaves do evangelho que possuíam. Elias, o profeta, restaurou as chaves do poder sela-dor, conforme prometido por Malaquias, a fim de que pudéssemos desfrutar a plenitude das bênçãos do templo em nossa vida.

Nossos antepassados pioneiros construí-ram o Templo de Nauvoo e nele realizaram ordenanças sagradas. O Templo de Nauvoo foi o primeiro no qual se realizaram inves-tiduras e selamentos, que muito fortalece-ram os pioneiros que enfrentaram grande dificuldade ao cruzar as planícies para chegar a Sião, no Vale do Lago Salgado. Eles foram investidos de poder no templo sagrado. Marido e mulher foram selados um ao outro. Filhos foram selados aos pais. Muitos deles

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perderam membros da família ao longo do caminho, mas sabiam que não era o fim para eles. Tinham sido selados no templo para toda a eternidade. Mais tarde, por meio de uma revelação recebida pelo Presidente Brigham Young, os santos construíram outros templos no Oeste dos Estados Unidos.

Hoje, há 130 templos em funcionamento, o que permite que os membros fiéis da Igreja do mundo inteiro entrem na casa do Senhor para receber suas ordenanças do templo e fazer convênios com Ele.

As Ordenanças do TemploO principal propósito do templo é pro-

ver as ordenanças necessárias para nossa exaltação no reino celestial. As ordenanças do templo nos conduzem a nosso Salvador e nos concedem as bênçãos decorrentes da Expiação de Jesus Cristo. Os templos são a maior universidade de aprendizado conhe-cida pelo homem, que nos proporciona conhecimento e sabedoria sobre a Criação do mundo. As instruções da investidura nos ensinam como devemos conduzir nossa vida aqui na mortalidade. O significado da

palavra investidura é “dádiva”. A ordenança consiste de uma série de instruções sobre como devemos viver e os convênios que devemos fazer para viver em retidão e seguir nosso Salvador.

Outra ordenança importante é ser selado para a eternidade no casamento celestial. Esse convênio do casamento permite que os filhos sejam selados aos pais e que os filhos nascidos sob convênio se tornem parte de uma família eterna.

Doutrina e Convênios nos ensina: “Tudo o que selares na Terra será selado no céu; e tudo o que ligares na Terra, em meu nome e pela minha palavra, diz o Senhor, será ligado eternamente nos céus” (D&C 132:46).

Quando um casal está ajoelhado no altar, estou ciente, como selador, de meu papel como representante do Senhor. Sei que o que for selado na Terra será literalmente selado no céu, para nunca ser desfeito, se as pessoas que são seladas permanecerem fiéis e perseverarem até o fim.

Moisés e os israelitas foram

abençoados com um templo portá-til, o tabernáculo, onde era realizado o trabalho sagrado de ordenanças segundo a lei de Moisés e onde, ocasionalmente, o Senhor aparecia para conversar com Moisés.

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Tenho observado ao longo dos anos muitos casais que conseguiram manter um casamento estável e forte por permanecerem fiéis aos convênios que assumiram no tem-plo. Esses casais bem-sucedidos têm várias coisas em comum.

Primeiro, eles sabem individualmente quem são: filhos e filhas de Deus. Estabele-cem a meta eterna de viver novamente com nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo. Esforçam-se por abandonar os caminhos do homem natural (ver Mosias 3:19).

Segundo, conhecem a doutrina e a importância das ordenanças de salvação do templo e dos convênios do templo, além da necessidade que têm de atingir metas eternas.

Terceiro, decidem obter as bênçãos eternas do reino de Deus em vez das posses temporárias do mundo.

Quarto, esses casais se dão conta de que, quando são selados para esta vida e para toda a eternidade, eles escolheram um companheiro eterno: seus dias de despertar a atenção de outras pessoas terminaram — não há mais necessidade de procurar!

Quinto, esses casais pensam um no outro antes de pensar em si mesmos. O egoísmo sufoca os sentidos espirituais. Ao comunicar-se com o Senhor em oração, eles se tornam cada vez mais unidos, em vez de se afastar um do outro. Conversam entre si, portanto nunca permitem que as coisas pequenas se tornem grandes. Con-versam logo sobre as “pequenas mágoas” com medo de causar ofensa. Desse modo, quando as pressões aumentam e sinalizam perigo, não há uma explosão de sentimen-tos amargos. É muito melhor deixar escapar um pouco de vapor, antes que a panela de pressão venha a explodir. Estão dispos-tos a pedir perdão e a perdoar se tiverem

ofendido a pessoa amada. Expressam amor um pelo outro e se tornam mais íntimos. Elevam e fortalecem um ao outro.

As Bênçãos do TemploO templo é um edifício sagrado, um lugar

santo, onde cerimônias e ordenanças de salvação essenciais são realizadas para prepa-rar-nos para a exaltação. É importante que adquiramos um conhecimento seguro de que nossa preparação para entrar na casa sagrada e que nossa participação nessas cerimônias e convênios sejam as coisas mais significativas que vivenciaremos em nossa vida mortal.

Viemos voluntariamente da presença de Deus, o Pai, para esta provação mortal com livre-arbítrio, sabendo que enfrentaríamos “oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11). Nosso objetivo é vestir toda a armadura de Deus e resistir aos “dardos inflamados do maligno” com o escudo da fé e a espada do Espírito (ver D&C 27:15–18), perseverar até o fim e ser dignos de estar e viver na presença de Deus, o Pai, e de Seu Filho Jesus Cristo por toda a eternidade: alcançar o que é cha-mado de vida eterna. ◼Extraído de um discurso devocional proferido na Universidade Brigham Young, em 15 de novembro de 2005. Para o texto integral do discurso em inglês, ver http://speeches.byu.edu.

NOTA 1. History of the Church, vol. 4, p. 603.

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Maria José de Araújo, que trabalha diariamente como voluntária no Templo de Recife Brasil, “é um bom exemplo de serviço ao pró-ximo”, diz o registrador do templo Cleto P. Oliveira, que aparece aqui ao lado dela.

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m i c h a e l r . m o r r i sRevistas da Igreja

Antes de as portas do Templo de Recife Brasil se abrirem para outro dia de ministração de ordenan-ças de salvação, Maria José de Araújo, de 70 anos,

acorda para se preparar para outro dia de serviço abnegado.

Para chegar ao templo, a irmã Maria precisa viajar uma hora e meia e tomar quatro ônibus diferentes desde sua casa, em Cabo de Santo Agostinho, que fica ao sul de Recife, na costa nordeste do Brasil. Mas antes de sair, ela prepara a comida e deixa tudo em ordem para uma prima cega, de quem ela cuida em casa.

“A irmã Maria é um bom exemplo de serviço ao próximo”, diz Cleto P. Oliveira, registrador do templo. “Desde que o templo foi dedicado, em dezembro de 2000, ela se apresentou como voluntá-ria para servir aqui em todos os dias em que o templo esteja aberto. Ela vem até nos feriados.”

Das 7h da manhã até as 3h da tarde, de terça a sábado, ela trabalha no refeitório do templo, lavando pratos e fazendo saladas. Ela diz que gostaria de trabalhar mais, mas como tem de percorrer uma longa distância de ôni-bus na volta para casa, precisa sair cedo para chegar antes do anoitecer.

O irmão Oliveira diz à irmã Maria que ela não precisa ir todos os dias ao templo, mas admite que precisaria de duas pessoas para substituí-la. “Ela apenas sorri e diz que dedicou a vida ao Senhor”, diz ele.

Para ela, servir diariamente no templo é um grande privilégio.

Meu Privilégio de Servir

“Meu Pai Celestial me abençoou com boa saúde, e minha meta é continuar a vir todos os dias enquanto minha saúde permitir”, diz ela. “Fiz convênio de dedicar

todos os meus talentos e minhas habilida-des para servir ao Senhor. Quando chego em casa, depois de servir no templo, não me sinto cansada. O Senhor me abençoou assim.”

Anteriormente, nos seis anos em que serviu no centro de história da família de sua ala, a irmã Maria pesquisou sua linha-gem familiar. Então, em muitas manhãs de sábado antes de ir trabalhar no refeitório do templo, ela fez o trabalho vicário do templo para quatro gerações de antepassadas do sexo feminino. Também cuidou para que o trabalho fosse feito para quatro gerações de antepassados do sexo masculino.

Quando começou a pesquisar sua histó-ria da família, ela achava que a tarefa seria impossível, especialmente por não conseguir saber o nome de dois bisavôs. Mas certa noite, os nomes completos deles lhe foram revelados num sonho. A princípio, ela teve dúvidas se os nomes estariam corretos, mas ao pesquisar nos registros de sua mãe, encontrou os nomes e pôde esclarecer os vínculos familiares que a haviam confundido

antes. Ela acredita que o sonho veio como uma bênção por seu empenho de servir ao Senhor e a Seus filhos.

“O templo é minha vida”, diz a irmã Maria. “As pessoas que não vão ao templo estão perdendo uma grande opor-tunidade e bênção. Ao servir no templo, compreendemos o verdadeiro significado e poder do templo.” ◼

“As pessoas que não vão ao templo

estão perdendo uma grande oportuni-

dade e bênção”, diz a irmã Maria José

de Araújo.

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r ya n c a r rRevistas da Igreja

Gary e Jennifer Tucker tinham um sonho. Ambos queriam uma famí-lia eterna. Mas Jennifer quase havia

perdido as esperanças. Os passos necessários para realizar esse sonho passavam pelo tem-plo, algo para o qual Gary não estava pronto.

Então, o bispo deles foi inspirado com uma ideia que ajudaria o casal Tucker e muitas outras pessoas da Ala Forks III, Estaca Bozeman Montana, a realizarem o sonho de uma família eterna. Há poucos anos, o bispo Aaron Baczuk estava em uma reunião para bispos e recém-conversos na estaca. O Setenta de Área que presidia perguntou a um membro novo: “Você já esteve no templo para realizar batismos pelos mortos?” Ele já havia estado.

O bispo Baczuk nunca havia pensado em levar adul-tos sem investidura ao templo. Na semana seguinte, ele marcou um horário no Templo de Billings Montana para que os adultos de sua ala fossem realizar batismos pelos mortos. A visita ao templo foi um sucesso, e nos meses seguintes os élderes e sumos sacerdotes da ala acompa-nharam mais adultos sem investidura ao templo. “Foi uma experiência muito espiritual para eles, aumentando seu desejo e compromisso de receber a investidura”, diz o bispo Baczuk.

Um Povo que Frequenta o Templo

PreparaçãoA fim de se prepararem, os membros

adultos trabalham com o bispo para tor-narem-se dignos de ir ao templo. Depois, fazem o curso de preparação para o templo. Seu interesse pelo curso realmente aumenta muito depois que realizam batismos pelos mortos. Eles descobrem que falar sobre o templo na sala de aula é uma coisa, mas real-mente sentir o Espírito do Senhor no templo é outra.

“Ter a opção de levar ao templo alguém que não esteja preparado para receber outros convênios, mas que possa ter a

experiência de participar de ordenanças é algo imen-samente bom”, diz o bispo Baczuk. “Acho que isso condiz com o sentimento que a Igreja procura transmi-tir no livreto de preparação para o templo: ‘Venha ao templo!’” 1

David Boyd, presidente do quórum de élderes da Ala Forks III, diz que ir ao templo para realizar batismos torna a meta tangível: “Eles começam a ver a possibilidade de receber a própria investidura. Muitos deles nem sequer haviam pisado no terreno do templo antes; portanto, essas caravanas de batismos de adultos dão aos membros essa oportunidade”.

História da família, integração e

batismos pelos mortos inspiram membros adultos a receberem sua investidura do

templo.

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Muitos membros reativados recentemente na ala realizam batismos pelos mortos antes de receber a própria investidura. “Nunca foi uma questão de dignidade”, diz o bispo Baczuk. “Era uma questão de preparação. Alguns estavam dignos e preparados para fazer batismos, mas não estavam mental e espiritualmente preparados para receber os convênios da investidura.” Para os homens, também é um momento de preparação para receber o Sacerdócio de Melquisedeque.

A história da família também promove o trabalho do templo. Os membros da ala, como Larry e Carolyn Isom, trabalham no centro de história da família da ala para conseguir centenas de nomes de famílias. Esses três empenhos — o curso de prepa-ração para o templo, a história da família e a adoração no templo — funcionam juntos. As pessoas que fazem a história da família

ficam entusiasmadas em fornecer nomes para os que vão ao templo. Os membros que vão ao templo ficam entusiasmados por fazer o trabalho do templo para os próprios antepas-sados e para os dos demais membros da ala. E estar no templo motiva os membros a se prepararem para lá voltar.

Nos últimos anos, 22 membros da Ala Forks III fizeram o curso de preparação para o templo, e 14 deles começaram a frequentar regularmente o templo para realizar batismos pelos mortos. E, depois de terminar o curso, 13 dos 14 receberam a própria investidura. Alguns deles são solteiros ou viúvos, mas outros, como Gary e Jennifer Tucker, foram selados como família.

IntegraçãoGary filiou-se à Igreja em 1992, alguns

meses antes de ele e Jennifer terem-se

Felizes por estarem no Templo de Billings Montana no dia de seu selamento: Gary, Jennifer, Cody e Garrett Tucker.

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casado. Ela já era membro. Mas as longas horas de trabalho e a companhia de amigos errados fizeram com que fosse difícil para Gary permanecer ativo na Igreja, mesmo com o apoio da esposa. Ele disse que passou muitos anos mascando fumo e usando lin-guagem vulgar.

Quando nasceu sua filha, Cody, a irmã Tucker tentou criá-la no evangelho levan-do-a à Igreja, visto que o irmão Tucker não queria nenhuma publicação da Igreja em sua casa. Embora incentivasse a própria família a frequentar a Igreja, ele mesmo não o fazia. Quando Cody fez oito anos, ela foi batizada por um missionário, e não pelo pai. O irmão Tucker diz: “Fico feliz por ter estado ali, mas senti grande remorso por estar só vendo e não participando”.

Nos anos que se seguiram, a integração ajudou Gary a retornar à atividade. Jennifer convidava os membros da ala ou os mis-sionários para jantar, sabendo que isso lhes daria uma chance de conversar com Gary. Ele se sente grato pelos membros e missionários que exerceram boa influência em sua vida.

Dale Price, por exemplo, era mestre fami-liar da mãe de Jennifer e conheceu Gary e Jennifer dessa forma. Quando o irmão Price conversava com o irmão Tucker, a princípio não falavam do evangelho. Falavam de um interesse que tinham em comum: a caça. A família Price também fazia companhia para a família Tucker nas atividades da ala, leva-vam-lhes produtos de seu armazenamento de alimentos enquanto o irmão Tucker ficou sem emprego e deram-lhes mel produzido no próprio apiário. A família Tucker adora comer torrada com mel. Esse pequeno pre-sente, como o irmão Price costumava dizer, era para “adoçar a amizade”.

Fazer Coisas Pequenas e simples Os conselhos de seu presidente de estaca

também ajudaram a família Tucker. O pre-sidente David Heap pediu aos membros da estaca que fizessem “sete coisas pequenas e simples”: (1) Ler as escrituras individual-mente todos os dias; (2) ler as escrituras pelo menos cinco dias por semana em família; (3) orar individualmente todas as manhãs e

Os membros da Ala Forks III fazem regu-larmente o percurso de duas horas e meia de carro para servir no Templo de Billings Montana. Várias pes-soas que frequentam são adultos que rea-lizam batismos pelos mortos, enquanto elas próprias e os respec-tivos cônjuges se pre-param para receber as investiduras e ser selados. À

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noites; (4) orar em família todas as manhãs e noites; (5) ir à Igreja todos os domingos em família; (6) realizar a reunião de noite familiar todas as segundas-feiras e (7) ir ao templo todos os meses.

Gary viu que essas coisas ajuda-riam sua família a ser mais unida, algo que ele muito desejava. Por isso, a família Tucker começou a orar em família, estudar as escrituras e fazer a reunião familiar. Essas coisas ajuda-ram a preparar Gary a fim de aceitar o convite do bispo para que se pre-parasse para entrar no templo.

Em janeiro de 2006, a família Tucker estava participando de um serão na casa do bispo. O bispo Baczuk chamou Gary para o lado e conversou com ele sobre o templo. Naquele exato momento, Gary entre-gou ao bispo sua lata de fumo para que deixasse de ser uma tentação para ele. Fez muitas perguntas ao bispo naquele dia e em entrevistas posteriores. O bispo enfatizou a importância de que Gary cumprisse os convênios que fizera no batismo para ser digno da companhia do Espírito.

A família Tucker iniciou o curso de preparação para o templo, e Jennifer começou a ir ao templo com sua ala todos os meses para realizar batismos pelos mortos. Gary estava se empenhando para tornar-se digno de entrar no templo. Sua filha, Cody, que tinha 11 anos na época, estava entusiasmada com a possibilidade que logo teria de ir ao templo para realizar batismos. Quando ela fez 12 anos, Gary pôde ir ao templo com ela. Foi a primeira vez que os dois entraram no templo.

Cody diz: “Foi maravilhoso. Havia muita paz ali. Meu pai também foi, por isso foi muito mais importante”. Gary diz que sentiu “uma paz e alegria incríveis pela primeira vez na vida”.

No domingo seguinte, no curso de preparação para o templo, Gary era uma pessoa diferente. “Uma luz se acendeu”, diz a irmã Elna Scoffield, que fora professora do curso por vários anos. Gary ficou depois da aula para

fazer perguntas. Ele havia sentido o Espírito no templo e queria voltar ali — não só para realizar batismos, mas também para receber sua investidura e selar sua família a ele.

No mês seguinte, a família Tucker voltou ao templo com o bispo e outros membros da ala.

Vencer Provações Nas semanas que antecederam o

dia em que o irmão e a irmã Tucker receberiam sua investidura e seriam selados, eles sentiram a oposição do adversário. Gary estava fazendo progressos, mas ainda tinha dúvidas sobre sua dignidade de entrar no templo. Seu sonho de uma família eterna estava próximo, mas parecia fora de alcance. A família Tucker sabia que teriam de orar juntos com mais frequência, pedindo forças. “Sempre recebemos essa força por

meio de uma paz tranquilizadora e uma confirmação de que todas as coisas estavam nas mãos do Senhor”, diz a irmã Tucker. “Até o momento em que entramos no templo, Seu Espírito consolador estava com toda a nossa família.”

Depois que Gary e Jennifer receberam a investidura, ajoelharam-se na sala de selamento com seus filhos, Cody e Garrett, todos vestidos de branco. Quando Garrett, de seis anos, viu sua mãe chorar, ergueu a mão para enxu-gar as lágrimas que lhe corriam pelo rosto. Gary e Cody também estavam chorando de alegria. Até o selador estava emocionado.

A família Tucker diz que agora tem um relacionamento mais forte e melhor comunicação em sua casa. Gary diz: “Somos mais felizes. Minha mulher e eu somos mais uni-dos, e nossos filhos percebem isso”. Gary sente que é um exemplo melhor para seus familiares que não são mem-bros da Igreja e espera que outras famílias da ala desejem as mesmas bênçãos que o Senhor concedeu a sua família por intermédio do templo. ◼

NOTA 1. Ver Preparação para Entrar no Templo Sagrado (livreto, 2002), p. 1.

sEREMOs PEssOAs MElHOREs

“Espero que todos comecem a ir regu-larmente ao templo. Espero que seus filhos com mais de 12 anos tenham a oportunidade de ir ao templo fazer batismos pelos mortos. Se formos um povo que vai ao templo, seremos pes-soas melhores, seremos pais e maridos melhores, seremos mães e esposas melhores. Sei que sua vida é atare-fada. Sei que vocês têm muitas coisas para fazer. Mas prometo que, se forem à casa do Senhor, serão abençoados, e sua vida será melhor para vocês.”Presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008), “Excerpts from Recent Addresses of President Gordon B. Hinckley”, Ensign, julho de 1997, p. 73.

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m i c h a e l G . m a d s e nDesenvolvimento de Currículo da Igreja

No escritório do Presi-dente Thomas S. Monson há um qua-

dro do Salvador, pintado por Heinrich Hofmann. O profeta diz que aquela pintura o faz lembrar o que o Salvador espera que ele faça. As gravu-ras podem ter uma vigorosa influência em nossa vida, assim como acontece com aquele

quadro na vida do Presidente Monson.

No intuito de prover gravu-ras acessíveis aos membros da Igreja para ser usadas em suas aulas e no lar, a Igreja colocou à disposição deles o Livro de

O Novo Livro de Gravuras do Evangelho

Gravuras do Evangelho, com 137 pinturas e fotografias. Essas gravuras podem com-plementar aulas dadas em qualquer lugar, seja no curso de Doutrina do Evangelho ou no tempo de compartilhar da Pri-mária. Elas também podem ser usadas nas reuniões familiares, no estudo pessoal das escritu-ras, no trabalho missionário e nas visitas de mestres familiares e professoras visitantes.

Cada ilustração do livro nos convida a um momento de ensino: a oportunidade de contar uma história das escrituras e ensinar um princípio. Para nos ajudar, o Livro de Gravuras do Evangelho inclui uma lista que relaciona cada gravura a seu relato nas escrituras. O estudo dessas escrituras vai aprofundar nossa compreensão dos aconte-cimentos e princípios do evange-lho ilustrados em cada gravura.

Seguem-se três maneiras pelas quais o Livro de Gravuras do Evangelho pode ser usado para dar uma aula:

1 Você pode convidar as pes-soas a examinar as escrituras

relacionadas a uma determinada

Um livro acessível com encadernação em espiral agora permite que os santos dos últimos dias tenham à disposição 137 gravuras coloridas para usar no ensino e aprendizado do evangelho.

gravura. Pode pedir que leiam a escritura em voz alta ou que a resumam quando trocarem ideias sobre a gravura.

2 Você pode pedir às pessoas que

descrevam o que veem na gravura. Que princípios do

evangelho a gravura ensina? Como podemos aplicar esses princípios a nossa vida?

3 Depois de ensinar um determinado princípio do

evangelho, convide as pessoas a examinar o Livro de Gravu-ras do Evangelho à procura de gravuras que ilustrem esse princípio. Pergunte como elas se sentem quando olham para a gravura depois de terem conver-sado sobre seu significado.

Toda vez que estivermos ensinando ou aprendendo o evangelho, busquemos fervo-rosamente inspiração (ver D&C 42:14–17). Fazendo isso, o Espí-rito Santo fará com que outras ideias nos venham à mente para atender às necessidades das pes-soas a quem estamos ensinando. O novo Livro de Gravuras do Evangelho é uma importante ferramenta que pode ajudar-nos no empenho de auxiliar-nos mutuamente a achegar-nos a Cristo e a receber as bênçãos da vida eterna. ◼ a

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COMO POssO TER ACEssO AO LIVRO dE GRAVuRAs dO EVANGELhO?

1. Você pode encontrar uma versão on-line na Internet, no ende-reço www.gospelart.lds.org.

2. Você pode comprar o Livro de Gravuras do Evangelho (código nº 06048 059) em seu centro de distribuição.

3. Nos Estados Unidos e Canadá, você pode encomendar o livro pela Internet, no endereço www.ldscatalog.com ou ligando para 1-800-537-5971.

A FORçA DOs AUxílIOs VIsUAIs“Os professores que desejarem aumentar a capacidade de compreensão e aprendizagem dos alunos devem utilizar tam-bém auxílios visuais. A maioria das pessoas aprende melhor e lembra-se das aulas por mais tempo quando as ideias são apresentadas com o uso de gravuras, mapas, cartazes ou outros auxílios visuais, em vez da mera narração oral.”Ensino, Não há Maior Chamado, 1999, p. 182.

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VirtudE o PAdrão dourAdo

ENCHE TEUS PENSAMENTOS DE VIRTUDE, E A CONFIANçA SERá PLENA EM TUA VIDA (VER D&C 121:45).

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A LiAhonA OutubrO de 2009 25

M E n S A g E M D A S P R o F E S S o R A S V i S i T A n T E S

Nutrir a Nova GeraçãoEnsine estas escrituras e citações ou, se neces-sário, outro princípio que abençoe as irmãs

que você visita. Preste testemunho da doutrina. Peça à pessoa a quem você ensina que compartilhe o que sentiu e aprendeu.

d&C 123:11: “E é também uma obrigação imperiosa que temos para com toda a geração que está surgindo”.

Qual É Minha Responsabilidade quanto à Nova Geração?

Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos doze Após-tolos: “Após ter sido reservada pelo Senhor para esta época, [a nova geração] precisa agora ser preservada (…) e preparada para este momento especial da história da humanidade! Foram reservados para vir nesta época, mas agora precisam ser incen-tivados a cumprir a tarefa que lhes foi determinada. (…)

Os jovens não diferem dos con-versos em perspectiva. Estão num

momento crítico em que sua alma começa a inclinar-se para o Senhor ou para longe Dele. Esse momento de decisão não pode ser criado, mas quando acontece, não deve ser desperdiçado. Frequentemente, esse momento ocorre numa conversa serena e reverente com os pais, os avós, o bispo, um líder adulto ou um amigo íntegro” (“Unto the Rising Generation,” Ensign, abril de 1985, pp. 8, 10).

Élder Ronald A. Rasband, da Presidência dos setenta: “Nossa nova geração merece todo o nosso empe-nho em apoiá-los e fortalecê-los em sua jornada para a vida adulta. (…) Em todas as medidas que tomarmos, em todos os lugares que formos, com todos os jovens santos dos últimos dias que conhecemos, precisamos aumentar nossa percepção da neces-sidade de fortalecê-los, de nutri-los e de ser uma influência positiva na vida de cada um deles” (“Nossa Nova Geração”, A Liahona, maio de 2006, p. 47).

Como Podemos Nutrir a Nova Geração?

Presidente Gordon B. hinckley (1910–2008): “Nunca esqueçam que esses pequeninos são filhos e filhas de Deus e que vocês têm a responsa-bilidade de cuidar deles; que Ele foi Pai antes de vocês e não abdicou de Seus direitos e interesses paternos em relação a Seus amados pequeninos. (…) Criem seus filhos com amor, na doutrina e na admoestação do

Senhor. Cuidem de seus pequeninos. Recebem-nos de braços abertos em seu lar, instruam-nos e amem-nos de todo o coração. Eles podem vir a fazer, nos anos vindouros, algumas coisas contrárias ao que vocês espe-ram deles, mas sejam pacientes. Não terão falhado, desde que se tenham esforçado” (“Palavras do Profeta Vivo”, A Liahona, maio de 1998, pp. 26–27).

Julie B. Beck, presidente geral da sociedade de socorro: “Nutrir signi-fica cultivar, cuidar e fazer crescer. (…) A nutrição exige organização, paciência, amor e trabalho. Ajudar no crescimento por meio da nutrição é um papel realmente poderoso e importante concedido às mulheres” (“Mães Que Sabem”, A Liahona, novembro de 2007, pp. 76–77).

Barbara Thompson, segunda conselheira na presidência geral da sociedade de socorro: “Como irmãs, na Sociedade de Socorro, podemos ajudar-nos mutuamente a fortalecer as famílias. Temos a oportunidade de servir em muitos cargos. Estamos sempre em contato com crianças e jovens que podem estar carentes justamente daquilo que temos a ofe-recer. Vocês, irmãs mais experientes, têm experiência e bons conselhos para dar às mães mais novas. Às vezes, uma líder das Moças ou pro-fessora da Primária diz ou faz exa-tamente o que era necessário para reforçar o que o pai ou a mãe está tentando ensinar. E, evidentemente, não precisamos de nenhum chamado específico para estender a mão para uma amiga ou vizinha” (“Eu Te Forta-leço, e Te Ajudo”, A Liahona, novem-bro de 2007, p. 117). ◼

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O ministério exemplar do Presidente Thomas S. Monson é bem conhecido entre os

membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Por mais de seis décadas ele estendeu a mão para os necessitados, dando consolo e paz a inúmeras pessoas e minis-trando pessoalmente aos enfermos e aflitos. 1

“Atualmente existem corações que anseiam por ser alegrados, há boas obras a serem feitas e até mesmo preciosas almas que precisam ser sal-vas. Os enfermos, aflitos, famintos, os que sentem frio, os feridos, solitários, idosos ou viajores cansados, todos suplicam que os ajudemos” 2

Em seu ministério pessoal, o Pre-sidente Monson mostrou a diferença entre administrar e ministrar. Os membros da Igreja administram programas e ordenanças, mas minis-tram às pessoas, dando-lhes amor e auxílio. Ao estender a mão para as pessoas, o Presidente Monson imi-tou o Salvador, que “não veio para ser servido, mas para servir” (Marcos 10:45).

As Bênçãos de MinistrarOs membros da Igreja abençoam vidas e fortalecem testemunhos quando seguem o exemplo do Salvador e ministram às pessoas.

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A LiAhonA OutubrO de 2009 27

Como ilustram os quatro rela-tos abaixo, os santos dos últimos dias que “[vão] e [fazem] da mesma maneira” (Lucas 10:37) abençoam outras pessoas, a Igreja e eles próprios.

serviço ao Próximo e PanquecasMinha recuperação após uma

pequena cirurgia não foi tão fácil quanto me fizeram acreditar. Mas como presidente da Sociedade de Socorro da ala, senti que devia ajudar outras pessoas, e não pedir a ajuda delas. Numa manhã de segun-da-feira, três dias após minha cirur-gia, eu tinha de aprontar sete filhos para irem à escola. Fiquei me per-guntando se teria de pedir a minha filha mais velha que ficasse em casa para ajudar-me com o bebê.

Quando esses pensamentos me

passavam pela cabeça, a campai-nha tocou. Vickie Woodard, minha primeira conselheira e grande amiga, tinha vindo me ajudar. Disse que tinha vindo fazer panquecas. Trazia uma tigela de massa de panqueca e perguntou onde estava a frigideira. As crianças ficaram muito felizes.

Depois do desjejum, Vickie apron-tou as crianças para irem à escola, fez a faxina e levou o bebê para a casa dela até a hora de ele tirar um cochilo, à tarde. Depois, quando perguntei quem estava cuidando dos filhos dela, ela disse que seu marido tinha tirado umas horas de licença do trabalho para que ela pudesse me ajudar.

O serviço prestado por Vickie e o marido naquele dia ajudou-me a recuperar as forças e contribuiu para minha rápida convalescência.Beverly Ashcroft, Arizona, EUAIlu

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A Um Destes Meus PequeninosCerto dia, quando estava em

casa sozinha com meu filho caçula, escorreguei na escada e caí. Fiquei sentindo dores abdominais por vários dias e, por isso, procurei um médico.

Eu estava grávida na época, e os exames indicaram que eu havia sofrido um descolamento de placenta. Essa complicação na gravidez exige repouso absoluto, caso contrário eu poderia perder o bebê.

Fiquei preocupada porque tinha três filhos pequenos e não podia con-tratar uma pessoa para ajudar-me. As irmãs de meu ramo, porém, souberam do meu estado e, sem que lhes fosse pedido, foram me ajudar. Organiza-ram-se em três grupos que me ajuda-vam pela manhã, à tarde e à noite.

Vinham a minha casa para lavar, passar, cozinhar, limpar e ajudar

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meus filhos com as lições de casa. Uma irmã chamada Rute, que havia sido batizada na Igreja enquanto eu estava de cama, tornou-se assídua em minha casa. Como Rute era enfermeira, ela me ajudava à noite e aplicava as injeções necessárias.

Não precisei pedir nada. As irmãs previam minhas neces-sidades e cuidavam de tudo. Quando havia mais pessoas para ajudar do que era preciso, uma irmã se sentava a meu lado e ficava conversando comigo. Fizeram isso por três meses.

Aquelas irmãs me deram forças, amor e dedicação. Doaram seu tempo e talentos. Fizeram sacrifícios para estar ali. Nunca pediram nada em troca. Elas amaram e serviram, seguindo o exemplo do Senhor, que ensinou: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeni-nos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40).Enilze do Rocio Ferreira da Silva, Paraná, Brasil

Apenas Traga as RoupasQuando meu marido, Brandon, estava em Orlando,

Flórida, a negócios, acordou certa noite com febre alta e dificuldade para respirar. Chamou uma ambulância para levá-lo ao hospital, onde ficou sabendo que estava com uma grave pneumonia.

Como tínhamos filhos pequenos, eu não podia viajar imediatamente de nossa casa, na Pensilvânia, para a Flórida. Ligava para Brandon todos os dias, esperando que melho-rasse e pudesse voltar para casa.

Mas o estado dele foi ficando pior. Quando uma enfer-meira do hospital me ligou pedindo que eu fosse para lá o mais rápido possível, comecei a pensar em quem poderia cuidar de nossos filhos.

Minha mãe concordou em tirar licença do trabalho e disse que viria assim que pudesse, mas meu voo partiria antes que ela conseguisse chegar. Liguei para algumas ami-gas para ver se poderiam cuidar de meus filhos até minha mãe chegar. Uma amiga da Sociedade de Socorro, Jackie Olds, disse que ficaria feliz em cuidar deles.

“Apenas traga as roupas deles e as fraldas”, disse ela, “e vou cuidar deles durante todo o tempo em que você estiver fora de casa”.

Comecei a dizer para aquela irmã que não seria preciso, pois ela tinha seus próprios filhos e uma vida atarefada, mas ela insistiu. Quando deixei meus filhos na casa dela, mais

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A LiAhonA OutubrO de 2009 29

sacerdotes ativos e menos ativos de seu quórum.

“Vamos ao hospital ver o irmão Anderson. Precisamos de todos. Você vai?” repetia ele, a cada ligação.

“Não sei se vou poder”, disse um sacerdote. “Acho que vou ter de trabalhar.”

“Vamos então esperar até você sair do trabalho”, respondeu Ryan. “Isso é algo que precisamos fazer juntos.”

“Está bem”, respondeu o membro do quórum. “Vou ver se consigo tro-car de turno com outra pessoa.”

Todos os 11 sacerdotes foram ao hospital. Tanto os menos ativos quanto os que nunca faltavam a uma reunião de domingo estavam ali. Riram, choraram e oraram juntos e fizeram planos para o futuro. Nos meses que se seguiram, revezaram-se na tarefa de massagear os pés do irmão Anderson, quando sua circula-ção ficou prejudicada, e nas longas sessões de doação de plaquetas

sanguíneas, para que ele só rece-besse sangue deles. Chegaram até a viajar 32 km, na noite do baile da escola, com as respectivas namoradas (inclusive duas jovens que não eram membros da Igreja), até o leito de hospital dele para compartilharem suas experiências da escola.

Em seus últimos dias, o irmão Anderson pediu a eles que servis-sem em uma missão, casassem no templo e mantivessem contato uns com os outros. Muitos anos depois, após terem retornado da missão, de terem-se casado no templo e for-mado sua própria família, eles ainda se recordam daquelas experiências espirituais decisivas de serviço em conjunto para seu amado líder. ◼Norman Hill, Texas, EUA

NOTAs 1. Ver Quentin L. Cook, “Dar Ouvidos às

Palavras do Profeta”, A Liahona, maio de 2008, pp. 49–50.

2. Thomas S. Monson, “O Vosso Caminho de Jericó”, A Liahona, setembro de 1989, p. 6.

tarde, ela me consolou, dizendo: “Não se preocupe com eles. Preo-cupe-se em fazer com que Brandon melhore e volte para casa. Já cuidei de crianças pequenas”.

Eu sabia que meus filhos estariam seguros e felizes e seriam bem cui-dados, e realmente foram. Pude ficar ao lado de meu marido, que estava gravemente enfermo quando cheguei ao hospital. Mas poucos dias depois, estava suficientemente bem para voltar para casa.

Sinto-me grata por uma boa amiga que se dispôs a fazer muito mais do que eu teria lhe pedido e que nos ajudou naquele momento de necessidade.Kelly Parks, Pensilvânia, EUA

Prestar serviço Junto ao leitoO irmão Anderson, dinâmico pre-

sidente dos Rapazes de nossa ala, aos 35 anos, era o tipo de líder dos jovens que todos admiravam: ex-missioná-rio, pai de cinco filhos, empresário e homem de espírito jovem. Mas ele estava com leucemia. Depois de ser informado pelo bispo, o irmão Ryan Hill, primeiro assistente do quórum de sacerdotes, entrou em ação, convocando todos os

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É L D E R D A N I E L L . J O H N S O N Dos Setenta

Uma das práticas características de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a de termos pastores leigos. Não temos clero

remunerado nas alas, ramos, estacas e distritos da Igreja, mas são os próprios membros que ministram uns aos outros.

Todo membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem o chamado de ser um pastor em Israel. Os membros servem como pasto-res em bispados e presidências de ramo, como líderes do sacerdócio e auxiliares, como secretários e todo tipo de professores, inclusive mestres familiares e professoras visitantes, e em inúmeros outros cargos.

Os pastores leigos têm várias coisas em comum. Cada um deles tem ovelhas para nutrir, incentivar e servir. Cada um deles foi chamado pelo Senhor por meio de Seus servos autorizados. Cada um deles é res-ponsável perante o Senhor por sua mordomia como pastor.

Buscar a Ovelha Perdida Em 1980, aos 19 anos, Joseph Serge Merilus partiu

do Haiti, onde nasceu, e mudou-se para a República Dominicana à procura de trabalho. Dezoito meses depois, retornou ao Haiti, apaixonou-se por Marie Reymonde Esterlin e voltou para a República Domini-cana recém-casado com ela.

Eu? Um Pastor em Israel?

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A LIAHONA OUTUBRO DE 2009 31

Ao começarem a vida de casados em seu novo país, Joseph e a esposa ansiavam por coisas espirituais. Ele e Marie visita-ram várias igrejas, procurando satisfazer esse anseio, mas sendo falantes de crioulo haitiano num país de língua espanhola, tiveram difi culdade para compreender as pessoas e ser compreendidos por elas. Acabaram conhecendo dois missionários santos dos últimos dias que os convida-ram para a Igreja. Depois de Joseph e Marie terem assistido a várias reuniões, os missionários pacientemente lhes ensina-ram as palestras em espanhol, e eles foram batizados em setembro de 1997.

Joseph foi chamado para servir na presidência da Escola Dominical, depois como conselheiro na presidência do ramo e mais tarde como presidente do ramo. Mas devido a uma série de mal-entendidos e

Fui testemunha e participei de milha-res de visitas como pastor do rebanho. Presto testemunho da maravilhosa mani-festação do Espírito que as acompanha.

mágoas, em grande parte devido a proble-mas de comunicação, Joseph, Marie e seus cinco fi lhos deixaram de ser ativos, e os membros locais da Igreja praticamente os esqueceram.

Nos sete anos seguintes, o casal teve mais fi lhos e acolheu em sua casa um sobri-nho e uma sobrinha vindos do Haiti. Com muito esforço, Joseph se tornou fl uente em espanhol e inglês e começou a dar aulas de inglês e crioulo haitiano em uma empresa local.

Em agosto de 2007, dois líderes do sacerdócio, como parte do processo de buscar as ovelhas perdidas do Senhor, bateram à porta da casa da família. Desco-briram que Joseph e Marie ainda tinham um testemunho do evangelho, embora não tivessem frequentado as reuniões por sete anos. Os líderes convidaram a família a voltar à Igreja, e eles fi zeram isso já no dia seguinte: todos os 13 membros da família. A partir daquela época, tornaram-se ativos na Igreja.

Hoje, Joseph é líder da missão do ramo em Barahona, que fi ca ao sul da República Dominicana. Seus dois fi lhos mais velhos também servem na liderança do ramo, e seu sobrinho, recém-ordenado élder, é o presi-dente dos Rapazes. Recentemente, a família viajou até o templo, onde foram selados para a eternidade.

Pensem nisso, 13 ovelhas perdidas foram encontradas porque dois membros pasto-res estavam dispostos a procurar, nutrir e levar aquela família de volta ao rebanho do Senhor. Eles foram conduzidos a esse lar assim como todos nós seremos conduzidos, se buscarmos as ovelhas perdidas que são de nossa responsabilidade.

Fui testemunha e participei de milhares

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de visitas como pastor. Testifi co-lhes que o Espírito Se manifesta maravilhosamente nessas visitas. Vi muitas ovelhas perdidas retornarem e senti a alegria que acompa-nha sua volta ao redil. Vi corações serem tocados, bênçãos serem proferidas, lágrimas serem derramadas, testemunhos serem pres-tados, orações serem feitas e atendidas e amor ser expresso. Testemunhei vidas serem transformadas.

Alimentar o Rebanho Entre 592 e 570 a.C. , Deus falou a

Seu profeta Ezequiel a respeito dos pastores negligentes. Devido à negli-gência deles, o rebanho havia sido disperso. A respeito desses pastores, o Senhor disse:

“Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profe-tiza, e dize aos pastores: Assim diz o Senhor Deus: (…) Não devem os pastores apascentar as ovelhas? (…)

As fracas não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; (…).

(…) As minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem perguntasse por elas, nem quem as buscasse.

Assim diz o Senhor Deus: (…) das suas mãos demandarei as minhas ovelhas” ( Ezequiel 34:2, 4, 6, 10 ).

Em muitos aspectos, tornamo-nos uma Igreja centralizada na capela. Fazemos muitas coisas para prover alimento espiritual e emocional aos que são constantes, mas e quanto aos que deixaram de frequentar a capela?

Se recebo um chamado de servir na Igreja, tenho ovelhas a quem tenho a obrigação divina de ministrar e servir. Por exemplo: como professor, sou pastor não apenas dos que assistem a minhas aulas, mas também daqueles que não as frequen-tam. Tenho a responsabilidade de encontrá-las, conhecê-las melhor, fazer amizade com elas, ministrar suas necessidades e levá-las de volta ao redil. N

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A LIAHONA OUTUBRO DE 2009 33

Como Levá-las de Volta Como membros pastores, bem faríamos em lembrar e

ponderar os ensinamentos contidos em Lucas 15 . Nesse capítulo, o Senhor ensinou a parábola da ovelha perdida, da dracma perdida e do fi lho pródigo. Todas as três se referem ao “que estava perdido” e foi achado de novo. Na parábola da ovelha perdida, o Senhor pergunta:

“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la?

E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos,

dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.

Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” ( Lucas 15:4–7 ).

Na parábola, somente uma ovelha se desviou do caminho e se perdeu, mas raramente é assim em nossas alas e ramos. A aplicação da parábola é a mesma, seja qual for o número de ovelhas que se desgarraram do rebanho.

A parábola não diz quanto tempo levou o processo de resgate. Em nosso trabalho de pastor, algumas ovelhas vão retornar com uma única visita, ao passo que outras vão precisar de anos de contato e gentil incentivo.

Nesse processo de resgate de nossos irmãos e irmãs, não esqueçamos que “o Pastor [ama] as ove-lhas” que “[trazemos de volta] ao redil”.  1 Ele conhece cada uma individualmente. Ama cada uma delas com perfeito amor. Como elas são Suas, Ele vai guiar-nos, orientar-nos e inspirar-nos em relação ao que dizer, se pedirmos e ouvirmos a voz do Espírito. Por meio do poder do Espírito Santo, muitas atenderão ao chamado quando lhes estendermos a mão sincera e humildemente.

Lembremos nossas responsabilidades como pastores, a fi m de que possamos prestar contas ao Senhor da nossa mordomia para com as ovelhas que Ele nos encar-regou de cuidar. ◼ NOTA 1. “Ama o Pastor Seu Rebanho”, Hinos , nº 140.

ZELAR PELAS OVELHAS “Somos pastores que cuidam de Israel. As ovelhas famintas erguem a cabeça, prontas para serem nutridas com o pão da vida. (…) Nossa tarefa é estender a mão para ajudar todos aqueles que, por qualquer motivo, estejam precisando

de nosso auxílio.” Presidente Thomas S. Monson, “Sejamos Leais às Nossas Respon-sabilidades no Sacerdócio”, A Liahona, novembro de 2006, pp. 57–58.

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Perguntas e Respostas

“Sou o mais novo da família. Todos são

muitos anos mais velhos do que eu. Sempre

me sinto excluído das atividades e conversas

dos meus irmãos. O que posso fazer para

melhorar nosso relacionamento?”

E sse desafio pode ser uma oportunidade para que você faça com que seus irmãos e irmãs saibam que você quer se sentir mais envolvido

na vida deles. Pode ser que eles não percebam que você se sente excluído. Você também pode conver-sar com seus pais a esse respeito. Eles terão boas ideias para você.

Sugira a seus irmãos algumas atividades que você possa realizar com eles e pense em assuntos sobre os quais gostaria de conversar com eles. Tenha em mente a programação e os interesses deles ao planejar maneiras de passarem um tempo juntos. Ouvi-los e mostrar interesse pelas atividades deles são coisas que não apenas melhoram seu rela-cionamento com eles, como também o ajudam a aprender. Eles estão passando por experiências pelas quais você vai passar daqui a alguns anos.

Lembre-se de como a família é importante no plano do Pai Celestial. Se você orar pedindo a ajuda Dele, o Pai Celestial pode inspirá-lo com ideias para melhorar seu relacionamento com seus irmãos. Tenha coragem de colocar em prá-tica a inspiração que receber.

Converse com ElesEm minha família, eu também sou a mais nova, com uma diferença de muitos anos, mas descobri que meus irmãos querem conhecer-me tanto quanto eu quero conhecê-los. Seus irmãos provavelmente vão ficar muito entusiasmados se você os

chamar simplesmente para conversar ou se os convidar para almoçar fora algum dia. Conte-lhes o que está acontecendo em sua vida. Vai significar muito para eles saber que você se sente suficientemente à vontade para compartilhar com eles seus sentimentos e pensamentos. Converse com eles também sobre assuntos espirituais. Isso vai ajudá-lo a aproximar-se não apenas deles, mas também de seu Pai Celestial. Kelsey H., 16 anos, Alberta, Canadá

seja um Bom ExemploTambém vivi essa situação difícil. Acho que o melhor que podemos fazer é ser um exemplo para nossos irmãos e irmãs mais velhos. Desse modo, teremos muito amor e paz entre nós. Devemos dizer-lhes o quanto nós os amamos e tentar ser unidos como família. Cedo ou tarde,

eles se darão conta do quanto os amamos. Sei que essas coisas funcionam passo a passo.Ádám B., 16 anos, Gyor-Moson-sopron, Hungria

As respostas são auxílios e pontos de vista, não pronunciamentos de doutrina da Igreja.

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A LiAhonA OutubrO de 2009 35

Passem um Tempo JuntosÀs vezes é difícil passar um tempo com os irmãos e irmãs mais velhos por causa da escola e de outras atividades diárias. Mas quando puder, simplesmente vá conversar com eles, conte-lhes como foi o seu dia e pro-cure saber como eles estão. Se tiver problemas com alguma coisa, você pode pedir a opinião deles, para que saibam que você valoriza as ideias deles. Trate-os da maneira como quer que eles tratem você. Convide-os para jogar ou para passar um tempo juntos — isso ajuda muito. Também deve dizer-lhes o quanto você os ama. Mas o mais importante é orar. O Pai Celestial sempre vai ajudá-lo.Katherine M., 14 anos, Idaho, EUA

Trate-os com BondadeComo caçula da família, às vezes me sinto deixado de lado nas atividades e conversas de meus irmãos, e isso me deixa triste. Mas

quando penso em Jesus Cristo, dou-me conta de que, por comparti-lharmos valores comuns com minha família, podemos fortalecer e incenti-var uns aos outros. Trate todos com bondade e dignidade. Mostre inte-resse por eles e faça com que saibam que você se importa com eles. Joseph M., 16 anos, leyte, Filipinas

Desfrute Todos os Momentos Que Passarem Juntos

Às vezes, sinto-me esquecido porque minhas irmãs têm suas próprias atividades e meus pais também. Com o passar do

tempo, compreendi que todos eles me amam e que não é que eles não queiram passar um tempo comigo, mas sim que há um tempo para todas

as coisas. É importante desfrutar todos os momentos que você puder estar com eles, rindo, sendo gentil, sendo amoroso e acima de tudo expressando-lhes seu amor. É importante que você ore e peça a ajuda do Pai para sentir-se mais próximo de seus irmãos e irmãs. Ele vai ouvir sua oração e ajudá-lo.Roberto s., 18 anos, santiago, Chile

Reserve um Tempo para ConversarSou a caçula de sete filhos. Quando eu era mais jovem, sentia-me excluída, mas também me dei conta de que eles me amavam, mais

até do que eu imaginava. Talvez você não consiga se relacionar bem com eles agora, mas os melhores momen-tos que tive com meus irmãos foram durante nossas conversas. Dei-me conta de que eles confiavam muito em mim, e ainda confiam. Para conversar com eles, eu procurava ajudá-los em suas tarefas, era gentil com eles, evitava ficar com raiva deles e sempre os ajudava em algo, para que também me ajudassem. Isso fazia com que me sentisse amada e aceita. Maria H., 19 anos, Cidade do México, México

P r ó x i M A P E r g u n t A“O que significa ‘ser testemunha de deus em todos os momentos’?” (Mosias 18:9.)

Envie sua resposta até 15 de novembro de 2009 para:

liahona, Questions & Answers, 11/0950 E. North Temple st., Rm. 2420salt Lake City, uT 84150-0024, usAOu envie um e-mail para: [email protected]

As respostas podem ser editadas por motivo de espaço ou clareza.

Inclua os seguintes dados e a per-missão a seguir em sua carta ou seu e-mail:

NOMe COMPLetO

dAtA de NASCIMeNtO

ALA (Ou rAMO)

eStACA (Ou dIStrItO)

dou permissão para a publicação da resposta e da fotografia:

ASSINAturA

ASSINAturA dOS PAIS (PArA MeNOreS de 18 ANOS)

PROCURE AMÁ-lOs MAIs“É bem provável que alguns de vocês nem sempre consigam se dar bem com seus irmãos e irmãs. Lembrem-se de que até quando vocês brigam e discutem, eles são muito importantes para vocês. Um dia, espero, eles vão-se tornar seus melhores amigos.

Devemos tratar nossos familiares com amor, não apenas por causa do mandamento de amarmos uns aos outros,

mas porque assim podemos ser felizes. Se tiver problemas com alguém, a melhor maneira de resolvê-los não é tentar fazer com que a outra pessoa mude, mas pro-curar amá-la mais.”Élder Cecil O. samuelson Jr., dos setenta, “De um Amigo para Outro”, Friend, junho de 1996, p. 6.

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É l d e r e r r o l s . P h i P P e nServiu como Setenta de área de 2004 a 2009

Q uando eu era criança, lembro que minha mãe lia para mim a história do “Patinho Feio”, de Hans Christian

Andersen. Talvez porque eu fosse tímido e me sentisse deslocado, a lembrança e a moral daquela história ficaram gravadas para sempre em minha mente.

Patinho Feio ou Cisne Majestoso? Depende de Você!

esconder. Toda vez que encontrava alguém, a experiência era negativa e desanima-dora. Muitas vezes, ele pensava: “Todos me odeiam porque sou feio”.

Então, um milagre aconteceu em sua vida. Ele encontrou outros que eram exata-mente iguais a ele, tanto na aparência quanto

Na versão que lembro, a mamãe pata esperava pacien-temente seus ovos chocarem para nasce-rem vários patinhos. Pouco depois, vários patinhos amarelos e fofinhos saíram dos ovos, para deleite da mãe pata. No entanto, havia um ovo ligeiramente maior que não se abriu. A mãe e os patinhos esperaram aten-tamente. Quando o ovo finalmente se rompeu, os patinhos perceberam que aquele novo membro da família era um pouco dife-rente. Reuniram-se em volta dele e disseram para o pai e a mãe: “Ele não se parece conosco. É muito feio”. Dei-xaram-no sozinho no ninho e nadaram para longe. O patinho feio fugiu do ninho e tentou se

Você é um filho ou uma filha muito espe-

cial de Deus. Decida viver à altura do potencial divino que há dentro de você.

dESAniMAdo ConSigo MESMo?

PEnSE niSTo: VoCê É uM FiLHo DE DEuS.

CoM A AJuDA DELE, VoCê PoDE ATingiR SEu

gRAnDE PoTEnCiAL (VER RoMAnoS 8:16–17).

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no modo de agir. Tornaram-se amigos, levaram-no para conhecer a mãe deles e disseram: “Mãe, mãe, encontramos um irmão-zinho! Ele pode ficar morando conosco?” A bela e graciosa mamãe cisne acolheu o patinho feio em sua asa branca e disse para ele, de modo bem gentil: “Você não é um patinho! É um pequeno cisne, e um dia será o rei do lago”.

Eu adorava ouvir essa história quando era criança. Não me dava conta de que as lições que aprendi com ela me ajudariam durante os difíceis anos da adolescência. Fui bati-zado na Igreja quanto tinha oito anos, mas aos poucos minha família foi-se tornando menos ativa.

Na pequena cidade de Idaho, onde fui criado, havia um cinema com uma sessão da tarde todos os sábados. Eu sempre ia lá com dois ou três amigos. O cinema sempre exibia um curta-metragem sobre esportes e outro com notícias recentes. O filme principal geralmente era de caubói, com muita ação.

Num sábado, durante o intervalo, os fun-cionários do cinema mostraram uma bicicleta de 10 marchas. Era vermelha e muito bonita e seria dada para a pessoa da plateia que tivesse o bilhete premiado! Oh, como eu queria ganhar aquela bicicleta!

O apresentador foi até a urna e tirou dali um bilhete. Quando leu o número do bilhete, vi que eu tinha o bilhete premiado. Mas

os funcio-nários do cinema

mostraram uma bicicleta de 10 mar-chas. Era vermelha e muito bonita e seria dada para uma pessoa da plateia. Oh, como eu que-ria ganhar aquela bicicleta!

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não me mexi nem disse nada. Eu era muito tímido e fiquei com vergonha. Não tinha sufi-ciente confiança em mim mesmo para levan-tar-me e dizer a todos que eu tinha o bilhete premiado. O número vencedor foi anunciado mais duas vezes, e a cada vez eu abaixava o meu bilhete para que ninguém o visse. Por fim, o apresentador leu outro número. Um de meus amigos, que fora comigo ao cinema, tinha o novo número. Ele deu um pulo, gritou e correu até o palco para pegar sua bicicleta. Aquela bicicleta poderia ter sido minha!

Quando estávamos voltando a pé para casa, naquele sábado, pensei na história do patinho feio. Eu me sentia muito parecido com aquele pequeno cisne. Tive vontade

de correr para o bosque para me esconder, achando que ninguém gostava de mim. Não percebia quem eu era e no que me tornaria. Quando cheguei em casa, senti que algo tinha de mudar. Lembro-me de ter pensado: “Está na hora de eu crescer. Isso nunca mais vai acontecer comigo de novo”.

Comecei a descobrir que havia outros ao meu redor que me amavam e se importavam comigo. O bispado de minha ala mostrou interesse por mim, bem como meu presi-dente de estaca, que morava perto de casa, na mesma rua. Eles me ensinaram o evange-lho. Prestaram-me testemunho da realidade do Salvador e de Sua preciosa Expiação e do que ela podia fazer por mim. Ensinaram-me muitas vezes a história de Joseph Smith e sua

Descobri que eu tinha o bilhete

premiado. Mas não me mexi nem disse nada. Eu era muito tímido e estava com vergonha.

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visão no Bosque Sagrado. A partir daquela experiência, desenvolvi o maravilhoso hábito de ler Joseph Smith—História todas as semanas. Ao fazer isso, eu sabia que teria forças para vencer qualquer coisa que viesse a enfrentar durante a semana.

Naquela época de minha vida, quando eu precisava desesperadamente de alguém, o Pai Celestial me aben-çoou. Ele sabia quem eu era e enviou Seus servos para ajudar-me a descobrir isso por mim mesmo. Eles me envolveram em seus braços e me mostraram com suas ações que eu não era um patinho feio e que, se fosse digno e guardasse os mandamentos de Deus, eu me torna-ria “o rei do lago”. A bênção e a compreensão da Expiação começaram a dar-me mais forças e confiança.

Quando fiz 16 anos, aqueles bons homens me incenti-varam a receber uma bênção patriarcal. Depois de receber minha recomendação, peguei minha velha bicicleta e pedalei vários quilômetros até a casa do patriarca. Ele me explicou novamente o que era uma bênção patriarcal e como ela abençoaria minha vida. Impôs as mãos sobre minha cabeça. Depois daquela experiência, minha vida nunca mais foi a mesma.

Aceitei um chamado para servir como missionário na Escócia e tive uma experiência maravilhosa. Poucas semanas depois de voltar para casa, conheci minha futura esposa numa reunião da Igreja. Namoramos e eu a pedi em casamento. Casamo-nos no Templo de Salt Lake.

Uma frase da minha bênção patriarcal dizia que eu teria o privilégio de viver na mortalidade com um anjo. Na época em que o patriarca me deu a bênção, eu não sabia quem seria esse anjo, muito menos o significado dessa frase. Quando saí do templo no dia em que minha mulher e eu fomos selados, eu soube o que isso significava. Ela tem sido a luz da minha vida. Graças a ela, tive o privilé-gio de viver num ambiente cheio de luz. Ela proporcio-nou alegria e felicidade para nossos 8 filhos, 25 netos e 2 bisnetos. Meus filhos chamam-na bem-aventurada. Dou graças a Deus pelas bênçãos do evangelho e as bênçãos eternas dos convênios e ordenanças do templo sagrado.

Satanás quer que acreditemos que somos patinhos feios, sem chance alguma de nos tornarmos semelhantes ao Pai Celestial e Seu Filho santo. Presto testemunho de que Deus ama cada um de nós de modo muito especial.

Como o Élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, disse muitas vezes: “A influência pessoal e modeladora de Deus é sentida nos detalhes de nossa vida”. 1 Somos filhos Dele. Aprendi que podemos erguer-nos acima de nosso ambiente atual e tornar-nos “reis e rainhas do lago” se seguirmos os mandamentos do evangelho.

Sei também outra coisa. Sei quem você é e de onde você veio. As revelações nos lembram de nossa fidelidade na vida pré-mortal (ver Apocalipse 12:7–11; D&C 138:56; Abraão 3:22–23). Se vincularmos nosso testemunho a essa grande verdade, todos os dias serão uma bênção maravi-lhosa para cada um de nós.

Permaneça ao lado do Senhor. Se Ele foi capaz de cui-dar de um menino envergonhado e tímido como eu era, Ele vai cuidar de você hoje e no futuro. Você é um filho muito especial de Deus. Decida viver à altura do potencial divino que há dentro de você. ◼

NOTA 1. Neal A. Maxwell, “Becoming a Disciple”, Ensign, junho de 1996, p. 17.

A bênção e a compreensão da Expia-

ção começaram a dar-me mais forças e confiança.

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começar com uma

oraçãoVocê procura respostas? Estes adolescentes de Ottawa, Canadá, dizem que devemos

começar com uma oração.

Acima: Bridgitte Leger, Jenni holt, dawson Lybbert, dayna Conway, Rebekah Wagoner e Alexander Richer-Brule, bem como outros jovens da Estaca Ottawa Ontá-rio (à esquerda), sabem que, para receberem a ajuda do Pai Celestial, basta uma oração.

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J a n e t t h o m a sRevistas da Igreja

Quando Jenni, de 15 anos, fala de res-postas a orações, começa com um pedido de desculpas. Ela lamenta ter

de admitir que não orou regularmente por quase um ano. As coisas não iam bem em sua vida, na escola, com as amigas e nem na Igreja.

Certa noite, explica Jenni, ela quis assistir a um filme. Agachou-se para escolher um dos filmes que estavam na prateleira mais baixa da estante, quando deparou com uma foto do tio, que havia morrido tragicamente pouco tempo antes. De repente, o peso de todas as coisas que a preocupavam deixou-a com vontade de chorar. “Soube naquele instante que precisava orar”, diz Jenni. Ajoe-lhou-se onde estava e orou.

Jenni conta como recebeu sua resposta: “Assim que fiz isso, tive a resposta para minhas dúvidas. Senti que tudo estava bem de novo. Tudo ia dar certo. Tudo estava bem com meu tio. Dei-me conta de que gostava muito da escola e de meus amigos. Assim que terminei de orar, soube que tinha de ir para a Igreja porque era o lugar certo para mim. Isso me tocou muito forte e tive uma sensação de consolo e calor. Sei que meu Pai Celestial me ama e que vai me ajudar a enfrentar todas as coisas”.

Jenni queria proferir aquela oração, mas, por algum motivo, não conseguia fazê-lo. Agora, ao relembrar, ela tem novamente o mesmo sentimento de consolo e a mesma certeza de que a resposta veio do Senhor.

Jenni Holt é de Ottawa, Canadá, uma bela cidade construída às margens arborizadas do

rio Ottawa. Ela e os amigos da Estaca Ottawa Ontário conversaram com a equipe das revis-tas da Igreja sobre como a oração influencia sua vida.

De Onde Vêm as Respostas?Uma das coisas mais interessantes que

os adolescentes de Ottawa comentaram foi como recebiam respostas a suas orações. Primeiro, Susan Brook disse: “Se quisermos uma resposta, precisamos ouvi-la”.

Susan disse que suas respostas às vezes vêm por meio da leitura das escrituras. Ela tem um bom exemplo disso: “Certo dia, eu estava muito cansada e fui rude com todo mundo. Não queria conversar. Lembro-me de ter lido nas escrituras, não lembro em que parte, o seguinte: ‘Sê humilde’. Isso me tocou. Foi a minha resposta” (ver D&C 112:10).

Ariana Keith ouve atentamente quando está na Igreja. “Acho que a resposta de muitas de nossas orações vem por intermédio dos oradores, na Igreja”, disse ela. “Havia uma época em que eu queria receber minha bênção patriarcal. Então, uma semana antes da data marcada, meu patriarca da estaca foi o orador na minha ala. Eu tinha orado muito por isso e foi ótimo poder ouvi-lo falar.”

Mackenzie Loftus disse que frequente-mente recebe respostas a suas orações por intermédio de sua família. Ela orou sobre uma decisão familiar e conta: “Senti o Espírito imediatamente e soube que a decisão que tomáramos era a certa”.

Às vezes, a resposta literalmente cami-nha até nós. Quando a família de Thomas

Acima, no alto: Fred King e Ronan Filamont concor-dam que a oração sacra-mental é sagrada e deve ser feita com reverência. Kyffin de souza sente muita gratidão pelas orações familiares.

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Francis mudou-se para Ottawa, ele teve de fazer novos amigos numa nova escola. Ele orou para encontrar bons amigos. “Certo dia”, disse Thomas, “uma pessoa da minha turma veio falar comigo e disse: ‘Quer vir conhe-cer meus amigos?’ Desde aquele dia, somos amigos. Isso me ajudou muito”.

Dawson Lybbert tinha algo muito impor-tante para dizer a respeito da resposta às orações. “Às vezes, não recebemos a res-posta que esperamos, mas sim a resposta que precisamos receber.” Ele disse que às vezes não percebemos isso de imediato, mas sempre o fazemos quando recordamos os acontecimentos.

Alguém com Quem ConversarVários adolescentes disseram que é muito

bom ter uma família que ora junta. Kyffin de Souza gosta especialmente de saber que sua família ora em conjunto todas as noites. “Temos uma espécie de revezamento. Sinto o Espírito e sei que, quando estou longe de casa, eles estão orando para que eu esteja em segurança.”

Bénédicte Bélizaire gosta imensamente de orar com os pais todas as manhãs. “Vou para o quarto deles e oramos juntos”, diz ela.

“Tenho um testemunho de que o Espírito Santo está comigo e, toda vez que eu preciso da ajuda Dele, peço-a ao Pai Celestial.”

Sua amiga Ruth Decady acrescenta: “É realmente importante que, ao fazer nossas orações, saibamos que o Pai Celestial está ouvindo. Há alguém que está sempre pronto a ajudar-nos”.

Katie Cameron gosta muito do sentimento que tem quando ora. “Quando converso com o Senhor, sinto que alguém está realmente conversando comigo. Sei que posso contar tudo a Ele.”

Orar em Favor de OutrosOs rapazes, especialmente na idade de

sacerdote, como Ronan Filamont, Fred King, Dawson e Davin Lybbert, falaram da impor-tância e do dever sagrado de fazer a oração do sacramento para os membros de suas respectivas alas e ramos.

Dawson explicou: “Fazer a oração do sacramento faz-nos pensar mais claramente sobre seu significado. Tenho essa autoridade do sacerdócio e sinto que não posso fazer mau uso dela”.

Fred lembra-se de quando fez a oração do sacramento pela primeira vez, ao ser

Os jovens de Ottawa oram por consolo nos momentos difíceis, por ajuda com as lições de casa e com os amigos e pelas bênçãos que desejam receber. Eles sabem que o Pai Celestial atende a nossas orações. “Às vezes, não recebemos a resposta que espera-mos, mas a resposta que precisamos receber”, diz dawson Lybbert.

Acima: Matt Larson lê uma escritura que está pregada na parede antes de orar, e Nick Moolen-beck diz que a oração exige empenho.

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O QUE O sAlVADOR ENsINOU sOBRE A ORAçãO

“Deveis sempre orar ao Pai em meu nome.

E tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, que seja justo, acreditando que recebereis, eis que vos será dado” (3 Néfi 18:19–20).

ordenado sacerdote: “No começo foi difícil e eu errava sempre. Em certa ocasião, tive que repetir a oração várias vezes. Mas o Espírito me sussurrou que não importava quantas vezes eu tivesse que tentar, no fim acabaria acer-tando. Foi um sentimento muito bom”.

A Oração Exige PreparaçãoVários adolescentes falaram das coisas importantes que

tiveram de fazer em preparação para orar. Matt Larson tem uma escritura pregada na parede do quarto, Doutrina e Convênios 78:19: “E aquele que receber todas as coisas com gratidão será glorificado; e as coisas desta Terra ser-lhe-ão acrescentadas, mesmo centuplicadas, sim, mais”. É um lembrete para que seja grato pelas coisas que o Senhor lhe deu. Ele sabe que a gratidão precisa fazer parte de suas orações.

Nick Moolenbeck declarou: “A oração não funciona se só pedirmos e não pensarmos seriamente nela e nem nos empenharmos de todo o coração e alma”.

O Milagroso Poder da OraçãoSierra Lybbert contou uma excelente história sobre a

oração. Quando ela tinha dois anos de idade, um cavalo pisou-lhe na mão, cortou-lhe fora o polegar e esmagou vários dedos. Os pais a levaram às pressas de um hospital para outro, para encontrar um cirurgião disposto a fazer uma reconstrução aparentemente impossível. Ela disse: “Um médico disse a meus pais que o cirurgião não sabia uma oração que o fizesse ser bem-sucedido. Minha mãe lhe disse que o cirurgião não tinha somente uma oração com ele, tinha muitas. Minha mãe ligou para o templo e colocou meu nome na lista de orações”.

Hoje, aos 13 anos, a mão de Sierra funciona muito bem. Seu polegar se mexe muito bem, e ela o ergueu para que as outras moças da ala vissem. Elas nunca tinham ouvido aquela história. Tudo que haviam percebido era que a mão de Sierra era um pouco fina, com uma cicatriz quase imperceptível na base do polegar. O resultado era real-mente impressionante.

Sierra disse: “Sinto-me muito feliz ao ver o que a oração pôde fazer por mim. É uma coisa maravilhosa em minha vida”.

Todos pareceram concordar com Kale Loftus quando ele disse: “É muito bom ter o costume de orar”. ◼

Acima, a partir da esquerda: Ruth decady, Katya Gallant e Bénédicte Bélizaire concordam que é muito bom pedir ao Pai Celestial que nos envie o Espírito santo. Abaixo: Katie Cameron, Carolyn Albers e sierra Lybbert gostam muito do sentimento que têm ao orar.

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Quando eu estava na escola, na Rússia, li uma história assustadora sobre dois

meninos que encontraram um urso na floresta. Anos mais tarde, depois de tornar-me professora, alguns amigos me convidaram para ir colher cogumelos com eles. A floresta ainda me amedrontava, mas concordei em acompanhá-los.

Ao entrar na floresta, agarrei um pedaço de pau para poder defen-der-me, caso encontrasse um urso. Meus amigos logo encontraram os cogumelos marrons que procuravam. Mas eu procurava cogumelos verme-lhos, por isso segui em outra direção. Antes que me desse conta, vi-me sozinha.

Enquanto procurava o caminho, escorreguei e caí. Minha cesta de cogumelos voou para o alto, mas agarrei firmemente o pedaço de pau. Quando tentei me erguer, percebi que o solo era lamacento e pegajoso. Para meu horror, vi que havia entrado num pântano! Minhas botas de borracha logo se enche-ram de água, e comecei a afundar. Tentei mover as pernas, mas em vez de me soltar, afundei cada vez mais. Quando estava com lama pela cintura, fui tomada de grande pavor.

Gritei para meus amigos, mas a única resposta que ouvi foi o zumbir das libélulas e o coaxar dos sapos. Comecei a chorar e, de repente, me lembrei de minha mãe. Sempre que

estava em má situação, ela orava. Frequentemente me convidava a orar, mas eu sempre recusava, dizendo: “Deus não existe”.

Mas ali, no que poderia vir a ser minha sepultura lamacenta, nada mais podia fazer além de orar e supli-car a ajuda de Deus. “Se Você existe, por favor, me ajude!” gritei.

Quase instantaneamente, ouvi uma voz bondosa dizer-me: “Acredite e não tenha medo. Agarre as raízes fortes da árvore”.

Ao olhar em volta, vi uma grande raiz de árvore atrás de mim. Usando meu pedaço de pau,

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consegui alcançá-la. Algo me deu forças para impulsionar-me para fora do pântano.

Coberta de lama, caí ao chão e agradeci a Deus por responder a minha oração. Passei a acreditar que Ele existia. Tinha sentido Sua pre-sença e ouvido Sua voz, e Ele me dera forças para libertar-me.

Pouco tempo depois, quando os missionários me ensinaram que o Profeta Joseph Smith havia recebido resposta a sua oração no Bosque Sagrado, acreditei. Afinal, Deus havia respondido a minha oração na flo-resta. Agarrei-me às fortes raízes do

agarrar-se às raízes Mais fortes

Quando estava com lama

pela cintura, fui tomada de grande pavor. Gritei para meus amigos, mas a única resposta que ouvi foi o zumbir das libélulas e o coaxar dos sapos.

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evangelho, fui batizada pouco depois e sirvo hoje no Ramo Gyumri, na Armênia.

Sei que o Pai Celestial ama todos os Seus filhos e sinto-me grata por ser membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Tam-bém sou grata pelas muitas outras bênçãos que recebi do Pai Celestial, especialmente por Sua resposta à oração de uma ateia na floresta, há muitos anos. ◼Melsida Hakobyan, Armênia

Viemos Ver o templo

Num dia de outono, em meu turno como oficiante no Templo de Salt Lake, vi che-

gar um rapaz e seus amigos que não estavam vestidos de modo adequado para adorar no templo.

“Viemos ver o templo”, disse o rapaz.

“Você tem uma recomendação?” perguntei.

O rapaz pensou um pouco. Depois, disse: “Tenho. Minha mãe tem uma amiga mórmon que mora em Minnesota. Ela nos recomendou que viéssemos ver o templo”.

Tive o sentimento de que devia chamar os jovens de lado e conversar com eles. O nome do rapaz era Lars. Expliquei-lhe que ele não apenas podia vir ao templo mas que o Pai Celestial queria que ele viesse. Disse a Lars que ele teria primeiro que se preparar para isso, e expliquei-lhe como.

Na época, fazia pouco tempo que eu estava ativo na Igreja. Tinha servido como missionário, mas depois me afastei da Igreja ao me envolver com a indústria do entre-tenimento, chegando a usar drogas e a beber. Achei que minha família ficaria impressionada com minha carreira profissional e fortuna, mas minha mãe não se importava nem um pouco com aquilo. Em vez disso, ela sempre colocava meu nome na lista de orações do templo, o que me deixava com raiva.

A mulher com quem me casei tam-bém se afastara da Igreja. Na época em que nossa filha de oito anos, Tori, começou a fazer perguntas sobre Jesus Cristo, tínhamos chegado ao ponto mais baixo de nossa espi-ritualidade. Apesar de ter servido como missionário, não conseguia me

lembrar de coisa alguma a respeito do Salvador.

“Há pessoas qualificadas para ensi-nar-lhe a respeito de Jesus”, expliquei para Tori. “Por que você não con-versa com eles?”

Poucos dias depois, duas missio-nárias bateram à porta de nossa casa. Tori as convidou a entrar e come-çou a ouvir as palestras. Da outra sala, ouvi as missionárias ensinarem doutrinas que reconheci serem verdadeiras.

“Você quer ser batizada?” uma das missionárias perguntou a Tori, depois da terceira palestra.

“Quero”, respondeu ela.“Seu pai vai batizá-la?”Eu não ia à igreja há 20 anos, mas

senti que minha vida estava prestes a mudar. Participei das últimas pales-tras, começamos a frequentar a Igreja

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e minha esposa e eu fomos falar com o bispo. Ao me arrepender, decidi que precisava fazer tudo o que fosse possível para compensar os anos que havia perdido. Mudei de emprego, magnifiquei meus chamados na Igreja, fui selado a minha esposa e filha e tornei-me oficiante do templo. Foi por isso que eu sabia que um grupo de jovens curiosos podia tor-nar-se digno de entrar no templo.

Uns seis meses depois, Lars me escreveu uma carta, agradecendo-me por eu ter-lhe explicado o verda-deiro significado de uma recomen-dação para o templo. “Realmente aprendi mais a respeito da recomen-dação para o templo”, escreveu ele. “Na verdade, fui batizado e recebi minha própria recomendação em janeiro!” Meus olhos se encheram de lágrimas ao olhar para a fotogra-fia dele, vestindo a roupa batismal branca ao lado dos missionários que o ensinaram.

Minha jornada de volta ao templo foi extraordinária, e a notícia de que Lars estava fazendo aquela jor-nada foi uma bênção maravilhosa que me fez lembrar que podemos influenciar positivamente a vida das pessoas. ◼Rees Bandley, Utah, EUA

o Batismo da Vovó

Em 30 de junho de 2001, eu preparava um bolo de aniversário para minha

filha, quando o telefone tocou.

Era minha irmã, que me ligara do Brasil para dizer que nossa avó havia falecido.

Foi uma notícia triste, mas não me entristeci. Afinal, minha querida avó tinha vivido quase 102 anos. Fiquei feliz por ela ter-se libertado de seu idoso corpo mortal e ido para o mundo espiritual.

Então, comecei a pensar na coin-cidência de a morte dela ter ocorrido no aniversário de minha filha e me perguntei se haveria algum signifi-cado nisso. Com o passar dos dias, descobri qual era: seria fácil lembrar de batizar minha avó depois de pas-sar um ano. Assumi essa responsabi-lidade, sabendo que teria apenas de

esperar até o próximo aniversário da minha filha.

O ano passou rapidamente. No entanto, não tive a oportunidade de ir ao templo no dia exato do aniver-sário da morte de minha avó, porque eu morava em Portugal e frequentava o Templo de Madri Espanha. Mas não se passou um dia sem que eu pensasse em minha responsabilidade de ser batizada em benefício da vovó Josefina.

Foi só em outubro de 2002 que pudemos ir ao templo. Meu marido e eu fomos com nosso filho, Mathew, que iria receber sua investidura em preparação para a sua missão. Fiquei feliz por termos ido ao templo e achei que sentiria algo especial ao ser batizada por minha avó.

Meu marido realizou o batismo, mas não senti nada. Meu filho reali-zou a confirmação, mas novamente, nada. Minha ansiedade por não sentir nada passou, e apenas fiquei feliz por ter realizado as ordenanças por minha avó.

Depois da investidura, fomos à sala de selamento para selar a vovó aos pais dela. Quando nos ajoe-

lhamos no altar para realizar a ordenança e o selador começou a falar, senti como se fosse um choque, que começou do alto da cabeça e percorreu todo o meu corpo. É difícil descrever,

mas no momento em que senti aquele ardor, tive certeza de que vovó Josefina estava muito feliz por ser selada a seus pais. ◼

Marilena Kretly Pretel Busto, São Paulo, Brasil

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Era o Dia de Ação de Graças de 1990. Eu havia passado por um divórcio difícil, cursava o

primeiro ano de Direito e morava em uma nova cidade. Meus filhos passa-riam o feriado na casa do pai e, pela primeira vez na vida, eu iria passar o Dia de Ação de Graças sozinha.

A princípio, quis sentir pena de mim mesma e chorar muito. Mas então, comecei a contar minhas bênçãos. Tinha dois belos filhos, uma boa casa, uma oportunidade de adquirir conhecimento e o evangelho de Jesus Cristo para guiar minha vida. Tinha realmente sido abençoada com muitas coisas.

À medida que o Dia de Ação de Graças foi se aproximando, desco-bri que um grupo de estudantes de Direito tinha planejado ir até a missão local para ajudar a servir um jantar de ação de graças para os desabrigados. Decidi que ajudar na missão seria

melhor do que ficar em casa, sozinha e angustiada; por isso, acompanhei meus colegas.

Poucos dias depois, eu estava pondo purê de batatas no prato de pessoas famintas, agradecidas e sofridas. As lágrimas que me enche-ram os olhos não foram de tristeza por minha própria vida, mas foram lágrimas de amor por todos os filhos de Deus, fosse qual fosse a situação em que se encontravam.

O Dia de Ação de Graças não esta-ria completo sem um peru assado. Mas um peru de 6 quilos seria demais para mim, por isso convidei vários estudantes de outros países e de estados distantes para jantar comigo. Queria compartilhar um tradicional jantar de ação de graças americano, mas convidei-os a dar sua contribuição. Pedi que cada um deles trouxesse o seu prato favo-rito. Nosso jantar de ação de graças

acabou sendo uma refeição memorá-vel e maravilhosa, até com rolinhos primavera.

O rei Benjamim declarou: “E eis que vos digo estas coisas para que aprendais sabedoria; para que saibais que, quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de vosso Deus” (Mosias 2:17).

Aprendi sabedoria naquele Dia de Ação de Graças. Ao prestar serviço quando seria mais fácil me isolar e ficar triste, encontrei alegria. O serviço é a chave da felicidade, não apenas nos dias especiais, quando é fácil deixar-nos abater pelas coisas que estão faltando em nossa vida, mas em qualquer outra época do ano. Não importa a situação em que nos encontremos, sempre haverá alguém precisando de ajuda. Ao aju-dar nossos irmãos e irmãs, ajudamos a nós mesmos. ◼Cathy Whitaker Marshall, Washington, EUA

ajudar as pessoas e a Mim Mesma

Decidi que ajudar na missão seria

melhor do que ficar em casa, sozinha e angustiada. Poucos dias depois, eu estava servindo purê de batatas para pessoas famintas.

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iDEiAS PARA A noiTE FAMiLiAR

Estas ideias de ensino são dadas como sugestão. Você pode adaptá-las a sua família.

“As Bênçãos do Templo”, p. 12: Mostre a gravura de um templo. Coloque uma fotografia da família do lado oposto da sala em relação à gravura do templo. Ao resumir o artigo, movi-mente a fotografia da família para mais perto da gravura do templo.

T ó P i C o S D E S T A E D i ç ã o

Pergunte aos membros da família como se sentem quando a família chega ao templo. Leia Doutrina e Convênios 109:7–23, procurando

outras maneiras de preparar-nos para o templo e as bênçãos que recebemos por frequen-tar o templo. (Ver também

o discurso de Silvia H. Allred, “Templos Santos,

Convênios Sagrados”, da conferên-cia geral de outubro de 2008.)

“Eu? um Pastor em Israel?” p. 30: Leia a seção “Como Levá-las de Volta” e peça ideias sobre como podemos ser pastores de pessoas. Como atividade para as crianças pequenas, revezem-se na brincadeira de esconde-esconde, como se fossem um pastor procurando sua ovelha perdida. Pensem nas pessoas que vocês poderiam ajudar a trazer “de volta ao redil”. Termine com uma ora-ção, pedindo orientação sobre como ajudá-las. (Ver também o discurso do Élder Eduardo Gavarret, “Voltar para Casa”, da conferência geral de outu-bro de 2008.)

“Começar com uma Oração”, p. 40: Resuma os pontos principais do artigo. Releia o primeiro parágrafo da seção “Alguém com Quem Con-versar”. Peça aos membros da família que compartilhem momentos em que foram fortalecidos pela oração familiar. Para salientar a importância

Os números representam a primeira página de cada artigo.

A = O AmigoAmizade, 8, A10Amor, 25, 26, 34, A2Batismo, 7, 18, 44, 46,

A14 Bênção patriarcal, 36Bênçãos, 12, 16, 47Caridade, 26, 44, A2Casamento, A4Chamados, 30Confiança, 24, 36Ensino, 22, 25Exemplo, 34, A10Família, 34, A4, A6, A14Generosidade, A8História da Família, 16, 18Integração, 18, 30, 36Joseph Smith, A8Mandamentos, 2Ministrar, 26, 30

Mordomia, 30Nutrir, 25Obediência, 2, A10Oração, 40, 44, A10Ordenanças, 12, 46Palavra de Sabedoria, A10Perspectiva, 36Preparação para o templo,

8, 12, 18, 45, A6Revelação, 12, 40, A4Selamento, 12, 18, A6,

A14Serviço, 7, 16, 26, 30, 34,

47, A2, A13Templo, 7, 8, 12, 16, 18,

45, A6, A13, A14Testemunho, A11Trabalho, A6, A8Vida eterna, 8Virtude, 24

C o M o u T i L i z A R E S T A E D i ç ã o

APlICAR O EVANGElHO “Não é difícil apli-car os princípios do evangelho eterno a nossas necessidades específicas. A ver-dade abstrata deve assumir contornos

reais na vida das pessoas, a fim de produzir frutos.”Élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, em Ensino, Não há Maior Chamado (1999), p. 10.

s o l I c I ta ç ã o d e a r t I g o sQue experiências o ajudaram a conhecer melhor o Salvador? De que maneira você

aprendeu a ter mais gratidão pelo arrependimento, pelo perdão, pela Expiação, pelo sacra-mento ou por outros aspectos do ministério e da missão do Salvador? De que modo adquiriu

maior compreensão dessas coisas? Envie a descrição de suas experiências e do que aprendeu com elas para [email protected].

de orar, leia os três últimos parágra-fos do discurso do Élder David A. Bednar, “Orar Sempre”, da conferên-cia geral de outubro de 2008.

“O Milagre da Tortilla”, p. A6: Leiam a história e discutam os desafios que a família de Raoul enfrentou ao preparar-se para ir ao templo. Vocês podem fazer tortillas em família ou representar os passos utilizados para prepará-las, desde plantar o milho até vender tortillas para os turistas. Encerrem com a leitura da citação do Élder Dennis B. Neuenschwander.

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P A r A A s C r I A n ç A s • A I g r e j A d e j e s u s C r I s t o d o s s A n t o s d o s Ú l t I m o s d I A s • o u t u B r o d e 2 0 0 9

O Amigo

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A2

vê-lo. Mas o Presidente Monson insistiu.

Então, fomos fazer a visita.Lembro-me de como foi difícil

para o Presidente Monson subir aquelas escadas. Ele só conseguia subir alguns degraus por vez, antes de ter de parar para des-cansar. Não reclamou nem uma vez sequer, e não desistiu. Como o prédio tinha um pé direito alto, a escada parecia não ter fim, mas o Presidente Monson perseverou com bom ânimo até chegarmos ao apartamento do irmão Panitsch, no quinto andar.

Ao chegarmos ali, tivemos uma conversa maravi-lhosa. O Presi-dente Monson agradeceu a ele por sua vida de serviço

V i n D E A o P R o F E T A E S C u T A R

O Amor de um Profeta

S u b i r A S E S C A d A S

O Presidente Monson teve que subir muitos degraus para ajudar o irmão Panitsch. Pense em três coisas

diferentes que você pode fazer para ajudar alguém, espe-cialmente em sua casa. Faça um desenho ou escreva algo em cada degrau para ajudá-lo a lembrar-se de suas ideias.

Há alguns anos, o Presidente Thomas S. Monson esteve em uma conferência regio-

nal em Hamburgo, Alemanha, e tive a honra de acompanhá-lo.

O Presidente Monson pergun-tou sobre o irmão Michael Pani-tsch, antigo presidente de estaca que tinha sido um dos valorosos pioneiros da Igreja na Alemanha. Eu lhe disse que o irmão Pani-tsch estava gravemente enfermo e que estava confinado ao leito e impossibilitado de assistir a nossas reuniões.

O Presidente Monson perguntou se poderíamos fazer-lhe uma visita. Eu sabia que pouco antes de sua viagem a Hamburgo, o Presidente Monson tinha sido submetido a uma cirurgia no pé e que sentia muita dor ao caminhar. Expliquei-lhe que o irmão Panitsch morava no quinto andar de um prédio sem elevador. Teríamos de subir as escadas para

dedicado e o alegrou com um sor-riso. Antes de sairmos, deu-lhe uma maravilhosa bênção do sacerdócio.

O Presidente Monson poderia ter decidido descansar no intervalo de nossas longas reuniões. Pode-ria ter pedido para ver algumas das belas paisagens da Cidade de Hamburgo. Frequentemente penso em como foi impressionante observar que, de todas as vistas da cidade, a que ele quis ver mais do que qualquer outra foi a de um membro da Igreja debilitado e enfermo.

O Presidente Monson foi a Ham-burgo para ensinar e abençoar as pessoas do país. Mas ao mesmo tempo, seu enfoque estava no indivíduo.

Ao falar de Jesus, o Após-tolo Pedro fez esta

P r e s i d e n t e d i e t e r F. U c h t d o r FSegundo Conselheiro na Primeira Presidência

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O Presidente Uchtdorf é a primeira pessoa da Alemanha a servir na Primeira Presi-dência. Quando criança, ele falava alemão. Agora, quando discursa na conferência geral, ele fala inglês. Veja as frases à direita, extraídas de um discurso feito pelo Presi-

dente Uchtdorf na conferência geral de abril de 2008. Veja se consegue traduzir as palavras em alemão para o seu idioma.

simples descrição: “[Ele] andou fazendo bem” (Atos 10:38). O mesmo pode ser dito do homem que apoiamos como profeta de Deus. ●Extraído de um discurso da conferên-cia geral de abril de 2008.

“Regozijo-me pelo grande privilégio de ser membro de die Kirche Jesu Christi der Heiligen der Letzten Tage.”_________________________________________________________________

“Oro para que o Senhor me dê Kraft _____________e um Herz ____________ entendido para magnificar este chamado sagrado.”

“Sinto-me muito privilegiado por trabalhar tão perto do Präsident ______________ Monson.(…) Ele é o Prophet Gottes.” ________________

Er SPriCht dEutSCh (“ELE FALA ALEMão”)

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Esta proclamação foi lida pelo Presidente Gordon B. Hinckley como parte de sua mensagem na Reunião Geral da Sociedade de Socorro, realizada em 23 de setembro de 1995 em Salt Lake City, Estado de Utah, EUA.

A P������� P���������� � � C������� ��� D��� A�������� �� A I����� �� J���� C����� ��� S����� ��� Ú������ D���  NÓS, A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA e o Conselho dos Doze Após-

tolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, solenemente proclamamos que o casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e que a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus � lhos.

TODOS OS SERES HUMANOS —homem e mulher—foram criados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um � lho (ou � lha) gerado em espírito por pais celestiais que o amam e, como tal, possui natureza e destino divinos. O sexo (masculino ou feminino) é uma característica essencial da identidade e do propósito pré-mortal, mortal e eterno de cada um.

NA ESFERA PRÉ-MORTAL, os � lhos e � lhas que foram gerados em espírito conheciam e adoravam a Deus como seu Pai Eterno e aceitaram Seu plano, segundo o qual Seus � lhos poderiam obter um corpo físico e adquirir experiência terrena a � m de pro-gredirem rumo à perfeição, terminando por alcançar seu des-tino divino como herdeiros da vida eterna. O plano divino de felicidade permite que os relacionamentos familiares sejam per-petuados além da morte. As ordenanças e os convênios sagra-dos dos templos santos permitem que as pessoas retornem à presença de Deus e que as famílias sejam unidas para sempre.

O PRIMEIRO MANDAMENTO dado a Adão e Eva por Deus referia-se ao potencial de tornarem-se pais, na condição de marido e mulher. Declaramos que o mandamento dado por Deus a Seus � lhos, de multiplicarem-se e encherem a Terra, continua em vigor. Declaramos também que Deus ordenou que os poderes sagrados de procriação sejam empregados somente entre homem e mulher, legalmente casados.

DECLARAMOS que o meio pelo qual a vida mortal é criada foi estabelecido por Deus. A� rmamos a santidade da vida e sua importância no plano eterno de Deus.

O MARIDO E A MULHER têm a solene responsabilidade de amar-se mutuamente e amar os � lhos, e de cuidar um do outro e dos � lhos. “Os � lhos são herança do Senhor” ( Salmos 127:3 ).

Os pais têm o sagrado dever de criar os � lhos com amor e reti-dão, atender a suas necessidades físicas e espirituais, ensiná-los a amar e servir uns aos outros, guardar os mandamentos de Deus e ser cidadãos cumpridores da lei, onde quer que morem. O marido e a mulher—o pai e a mãe—serão considerados res-ponsáveis perante Deus pelo cumprimento dessas obrigações.

A FAMÍLIA foi ordenada por Deus. O casamento entre o homem e a mulher é essencial para Seu plano eterno. Os � lhos têm o direito de nascer dentro dos laços do matrimônio e de ser criados por pai e mãe que honrem os votos matrimoniais com total � delidade. A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. O casamento e a família bem-sucedidos são estabelecidos e mantidos sob os princípios da fé, da ora-ção, do arrependimento, do perdão, do respeito, do amor, da compaixão, do trabalho e de atividades recreativas salutares. Segundo o modelo divino, o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às neces-sidades de seus familiares e de protegê-los. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos � lhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutua-mente, como parceiros iguais. Enfermidades, falecimentos ou outras circunstâncias podem exigir adaptações especí� cas. Outros parentes devem oferecer ajuda quando necessário.

ADVERTIMOS que as pessoas que violam os convênios de castidade, que maltratam o cônjuge ou os � lhos, ou que dei-xam de cumprir suas responsabilidades familiares, deverão um dia responder perante Deus pelo cumprimento dessas obrigações. Advertimos também que a desintegração da família fará recair sobre pessoas, comunidades e nações as calamidades preditas pelos profetas antigos e modernos.

CONCLAMAMOS os cidadãos e governantes responsáveis de todo o mundo a promoverem as medidas designadas para manter e fortalecer a família como a unidade fundamental da sociedade.

A FAMÍLIA PROCLAMAÇÃO

AO MUNDO

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o AMigo OutubrO de 2009 A5

T E M P o D E C o M P A R T i L H A R

Amaliquias era um homem iníquo. Ele prometeu mui-tas coisas aos nefitas, se eles

fizessem dele o rei. Muitas pessoas acre-ditaram nele e se afastaram da retidão.

Morôni era o capitão dos exércitos nefitas. Era justo e acreditava em Jesus Cristo. Quando Morôni ficou sabendo que muitas pessoas estavam sendo desencaminhadas por Amaliquias, ficou irado com ele. Ele sabia que as pessoas estavam sob risco de perder a liberdade.

Morôni rasgou um pedaço da sua túnica e escreveu nele: “Em lembrança de nosso Deus, nossa religião e nossa liberdade e nossa paz, nossas esposas e nossos filhos” (Alma 46:12). Amarrou o pano a um mastro e deu-lhe o nome de estandarte da liberdade. Depois, orou pelas pessoas e as visitou, agitando o estandarte da liberdade e convocando os nefitas a unir-se a ele para proteger sua liberdade (ver Alma 46:1–21).

Você vive em uma época na qual há pessoas como Amaliquias, que desejam afastar-nos do plano do Pai Celestial. Uma das partes mais importantes desse plano é a família.

O Pai Celestial quer que os membros da Igreja com-preendam Seu plano para a família. A Primeira Presi-dência e o Quórum dos Doze escreveram “A Família: Proclamação ao Mundo” para declarar as coisas em que acreditamos a respeito da família. Como o estandarte da liberdade, a proclamação pode incentivar-nos a lembrar e explicar as coisas em que acreditamos.

AtividadeRemova a página A4 e cole-a em cartolina. Pendure

a proclamação em um lugar em que sua família possa vê-la e lembrar-se da importância de fortalecerem uns aos outros.

Ideias para o Tempo de Compartilhar1. “A Família: Proclamação ao Mundo” é uma revelação moderna. Peça às crianças que pro-

curem ouvir quantas vezes aparece a palavra “revelar” ou “revelado” ao recitarem a nona Regra de Fé juntas. Ensine que Deus conti-nua a revelar Sua vontade a Seus filhos. Essa comunicação vinda de Deus se chama reve-lação. Entregue uma cópia de “A Família:

Proclamação ao Mundo” para cada criança e explique-lhes que a proclamação é uma reve-

lação dada em nossos dias por intermédio de servos escolhi-dos por Deus. Prepare para cada classe uma frase diferente extraída da proclamação, com algumas palavras faltando. Peça que trabalhem em conjunto para preencher os espaços em branco com as palavras corretas. Por exemplo: “A _______ é _______ ao _______ do Criador para o destino eterno de Seus filhos”. Peça a cada classe que fique de pé e recite a frase completa. Cante a primeira estrofe de “A Família é do Senhor” (A Liahona, outubro de 2008, pp. A12–A13). Saliente que a proclamação sobre a família é uma revelação de Deus e que precisamos compreender e viver seus ensinamentos. Recolha as cópias da Proclamação; você vai usá-las novamente na terceira semana.

2. “A Família: Proclamação ao Mundo” ensina a impor-tância do casamento. Convide alguns membros da ala ou do ramo, com a aprovação do bispo ou presidente do ramo, para participarem de um painel de debates sobre a importância do casamento (ver “Painel de Debates”, Ensino, Não Há Maior Chamado, 1999, pp. 175–176). Com antecedência, entregue-lhes as perguntas que fará. Exemplos: Como o Pai Celestial abençoou você e seu cônjuge? Poderia contar uma história sobre um ensinamento do evangelho que a ajudou a ser uma boa esposa (ou o ajudou a ser um bom marido)? O que as crianças podem fazer agora a fim de se prepararem para o casamento? Você pode sugerir que os participantes estudem “A Família: Proclamação ao Mundo”. Deixe que as crianças se revezem na leitura das perguntas. Peça aos integrantes do painel de discussões que se ofereçam para respondê-las. Preste testemunho sobre a importância do casamento no plano do Pai Celestial. ●

c h e r y l e s P l i n

“A família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de seus filhos” (“A Família: Proclamação ao Mundo”).

Cremos que a Família Foi Ordenada por Deus

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J a n e m c B r I d e C H o A t eInspirado numa história verídica

Dois rapazes de camisa branca e gravata vieram até nossa casa, em Honduras. “Somos da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias”,

disseram eles. Mama os deixou entrar. Os missionários ensinaram

o evangelho de Jesus Cristo para nossa família. Embora eu tivesse apenas nove anos, senti a veracidade de suas palavras em meu coração.

“O que precisamos fazer para tornar-nos membros da Igreja de Cristo?” perguntou Papa.

“Ser batizados”, disse um dos élderes.Mama, Papa e eu fomos batizados um mês depois.

Meu irmão, Tomas, que tinha seis anos, seria batizado dois anos mais tarde.

Enquanto nos ensinavam mais a respeito do evan-gelho, os élderes expli-caram como as famílias podiam ser seladas no templo.

O templo mais pró-ximo ficava na Guatemala, a muitos quilômetros de distância. Teríamos de pagar uma viagem de dois dias de ônibus e duas diárias de hotel na cidade. Não tínha-mos dinheiro para uma viagem dessas, mas Mama e Papa se recusaram a permitir que isso nos impedisse de ir ao templo.

Todos os anos, nossa família plantava milho. Costu-mávamos fazer tortillas para vender aos viajantes que passavam por nossa vila.

Mama pegou papel e lápis. Fez algumas contas e disse: “Teremos que vender 2.500 tortillas para pagar nossa viagem”.

O Milagre da TortillaArregalei os olhos. Tantas tortillas assim! “Nunca ven-

demos tantas”, disse eu.Mama não pareceu preocupada. “O Senhor vai pro-

ver”, disse ela. “Raoul, você e Tomas precisam ajudar Papa a colher o milho”, disse-me Mama.

Tomas e eu ajudamos Papa a colher o milho. Todos os dias, Mama ralava o milho, fazia a massa e fritava. Tomas e eu levávamos as tortillas para a vila.

“Chegou um ônibus de turistas hoje”, eu disse para Mama quando voltei para casa no primeiro dia. “Vende-mos muitas tortillas.”

“É um milagre”, exclamou Mama.Todos os dias, vendíamos cada vez mais tortillas.

Em poucos meses, tínhamos economizado o dinheiro necessário para fazer a viagem até a

Guatemala. Mas eu ainda estava preocupado. Tinha ouvido his-tórias de ladrões que paravam os ônibus que passavam pela

floresta. Eles levavam tudo de valor que os passageiros possuíssem.

“E os ladrões?” perguntei.“O Senhor vai prote-

ger-nos”, disse Mama. Então, ela perguntou: “Raoul, você acredita no evangelho?”

“Acredito.”“Então, você sabe que precisamos fazer tudo que

estiver ao nosso alcance para seguir o Senhor e Seus profetas.”

Um ano depois de termos sido batizados, minha família estava pronta para fazer a viagem ao templo. Fomos de ônibus até a Cidade da Guatemala. Nunca me esquecerei do Espírito que senti quando minha família foi selada para esta vida e por toda a eternidade.

Naquela noite, ao ajoelhar-me para orar, agradeci ao Pai Celestial pelas bênçãos do templo. ●

“Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa [de] Deus” (2 Néfi 12:3).

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“Nos lugares santos e em espaços sagrados encontramos refúgio espi-ritual, renovação, esperança e paz. Não são essas coisas merecedoras de todo sacrifício pessoal que for necessário?”Élder Dennis B. Neuenschwander, dos

setenta, “lugar santo, Espaço sagrado”, A Liahona, maio de 2003, p. 72.

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d A V I d A d O P r O f e t A J O S e P h S M I t h

Um Homem Generoso

Depois de mudar-se para Nauvoo, Illinois, Joseph e Emma Smith construíram a Red Brick Store. Ela servia de escritório para Joseph e negócio para sustentar a família.

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Vou levar 10 quilos de farinha,

Emma.Precisa de mais alguma coisa?

James tinha-se mudado recentemente da Inglaterra para Nauvoo com a irmã e o marido dela, Henry. James não era membro da Igreja.

Procuramos trabalho o dia inteiro, Henry. Não acho que

vamos encontrar nada.

Vamos pedir ajuda ao Profeta.

James nunca tinha falado com Joseph Smith nem se encon-trado com ele. Sentiu um espírito muito forte só de olhar para ele.

Ele é realmente um profeta do Deus Altíssimo.

Irmãos, como posso ajudá-los hoje?

Sr. Smith, tem algum emprego?

Sabem cavar uma vala?

Faremos o melhor possível.

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o AMigo OutubrO de 2009 A9

Joseph levou os dois para um lugar próximo da loja e esticou uma fita métrica.

Conseguem cavar uma vala de um metro de largura por oitenta

centímetros de profundidade ao longo desta linha?

Quando terminaram a vala, chamaram Joseph para inspecionar o trabalho.

Eu mesmo não teria feito melhor.

Venham comigo.

Joseph entregou aos dois as maiores e melhores peças de carne e dois sacos de farinha.

É muito, Joseph.Faremos mais algum trabalho por

isso. Se vocês estiverem satisfeitos, rapazes, eu também

estou.

Devido à bondade demonstrada pelo Profeta nesse encontro e por outras experiências em que sentiu o poder de Deus por meio de Joseph, James aprendeu o evangelho e foi batizado e confirmado mais tarde naquele ano.

Adaptado de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith (curso de estudos do Sacerdócio de Melquisedeque e da Sociedade de Socorro, 2007), pp. 445–448.

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Tentar Ser Como Jesus

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“Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” ( João 8:12).

UM OlÁ BONDOsO Há uma menina em meu ôni-

bus que age de modo um pouco diferente. Não tem nenhuma amiga e todos a tratam mal. Não me senti bem com isso. Fui falar com ela e disse olá. Ela quis que eu me sentasse com ela, e eu me sentei. Agora, frequentemente me sento com ela no caminho para a escola. Ela parece estar mais contente e isso me faz sentir feliz. Tenho uma irmãzinha com necessidades espe-ciais e espero que alguém faça o mesmo por ela quando ela crescer.Brittany H., 9 anos, Ohio, EUA

ENs INAR A ORARMinha irmãzinha, Lily, não gosta

de fazer oração. Chora e reclama quando é hora de orar. Certa noite, Lily viu-me ajoelhar para fazer a oração antes de dormir. Ela quis fazer a oração comigo. Eu lhe disse que era importante fazer nossas próprias orações para agradecer ao Pai Celestial por todas as nossas bênçãos. Naquela noite, Lily ficou entusiasmada em fazer suas próprias orações.Connor M., 7 anos, Califórnia, EUA, com a ajuda de sua mãe

PROMET I AO PA I CE lEsT IAl

Quando Yukari tinha três anos, serviam café com leite em sua pré-escola. Como a mãe tinha-lhe ensinado a respeito da Palavra de Sabedoria, Yukari não tomava o café com leite. Em vez disso, ela bebia a água com que enchia sua xícara.

Certo dia, Yukari disse para a mãe: “Quero tomar café com leite, que nem todo mundo”. A mãe sentou-se com ela e a ajudou a compreender que o Pai Celestial a amava, que Ele não queria que ela tomasse café e que isso era um mandamento. Daquele dia em diante, Yukari teve certeza de que não queria tomar café. Mais de um ano se passou.

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o AMigo OutubrO de 2009 A11

dentre os oito membros que vão à Igreja regularmente em seu ramo, na Bulgária.

Antes de levantar-se, Irinka geralmente espera para ver se mais alguém quer ser o primeiro a pres-tar testemunho. Todos lhe dão uma olhada furtiva e esperam que ela vá primeiro. Por fim, com um grande sorriso, ela caminha até o púlpito. O presidente do ramo pega um banquinho para ela, de modo que consiga ver os membros. Irinka, a única criança da Primária, olha para a pequena congregação e começa a falar.

Não parece nervosa por todos estarem olhando para ela. Os membros ouvem sua doce voz. Ao falar de Cristo, das escritu-ras e da veracidade da Igreja, ela influencia o testemunho de todos os outros.

Quando ela se senta, todos estão em silêncio e parece que

o Espírito tocou-lhes o coração. Então, um membro se levanta para prestar testemunho, e depois outro, e mais outro …Maria Kaneva, Blagoevgrad, Bulgária

Certo dia, quando a professora de Yukari teve de faltar, outra pro-fessora foi dar aula. Como de cos-tume, Yukari estava bebendo água. A professora a viu e perguntou: “Por que você está bebendo água?” Yukari explicou que frequentava a Igreja e que havia prometido ao Pai Celestial que não tomaria café. A professora ficou impressionada. Daquele dia em diante, a pré-escola parou de servir café com leite e passou a servir outras coisas que ela podia beber.Hiroko Fukuda, Tochigi, Japão

PREsTAR TEsTEMUNHO

“Vou primeiro”, diz Irinka todo primeiro domingo do mês. Segu-rando-se firme no banco e com grande emoção no olhar, ela junta coragem. Irinka tem só nove anos, mas parece ser a mais corajosa

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O Sacerdócio do Senhor

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J o s h U a J . P e r k e yRevistas da Igreja

No Kentucky, no sul dos Estados Unidos, o tempo fica muito quente e úmido no verão. Certo dia, as pessoas notaram que a cerca em volta do

Templo Louisville Kentucky estava embolorando. Não em uns poucos lugares, mas em muitos!

Por isso, as crianças da Ala Crestwood II, Estaca Louisville Kentucky decidiram fazer alguma coisa para resolver esse problema. Num dia quente de verão, elas participaram de uma atividade. “Pega-mos panos e baldes com água e sabão para limpar a cerca e ajudar a manter a casa de nosso Pai Celes-tial limpa”, disse Sara M., de 10 anos. Ela ficou toda molhada, mas “foi divertido por que todos os nossos amigos estavam lá”.

Josh H., de 9 anos, disse que ficou um pouco cansado de limpar as partes mais

altas da cerca. Mas muitas pessoas ajudaram. Na verdade, quase todas as crianças da Primária par-

ticiparam, umas 75 no total.

Muitos levaram seus irmãos e suas irmãs, o pai e a mãe para ajudar.

As crianças sabiam que estavam no terreno do templo, por isso procuraram ser reverentes. Ninguém reclamou do trabalho pesado. “Tivemos de esfregar com muita força, porque as manchas já estavam ali há muito tempo”, disse Megan H., de 6 anos. Mas valeu a pena. Eu sabia que estávamos cuidando da casa de nosso Pai Celestial.”

Sara sentiu o mesmo. “Eu realmente senti o Espírito, porque sabia que o Pai Celestial estava feliz por estar-mos fazendo aquilo”, disse ela.

Depois do trabalho terminado, o grupo se reuniu num prédio da Igreja ao lado para comer cachorros-quentes e conversar sobre o que tinham aprendido.

As crianças da Primária mal podem esperar para poderem ir ao templo por si mesmas e fazer batismos

pelos mortos. Mas por enquanto, elas se sentem felizes sabendo que ajudaram o terreno do templo a ficar bonito, tal como deve ser a

casa do Pai Celestial. ●

Limpar o Terreno do Templo

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Rough sketch. Final art to come.

A14

É l d e r y o s h i h i k o k i k U c h iDos Setenta

Há alguns anos, fiquei encarregado de assis-tir a uma conferência de estaca na Califórnia. Quando voltava para Utah de avião, uma bela

senhora de mais de 70 anos sentou-se a meu lado. Seu nome era Patti, e ela adorava conversar.

Patti contou-me sobre sua família, isto é, o marido e o filho que tinham falecido. Continuamos a conversar até quase na hora de aterrissarmos. Eu disse: “Patti, você falou durante a maior parte do voo. Antes de aterrisarmos em Salt Lake City, gostaria de fazer-lhe algumas perguntas”.

Perguntei-lhe sinceramente: “Patti, sabia que você vai ver novamente seu marido falecido?”

Ela perguntou: “Oh, isso é possível?”Então perguntei: “Sabia que você também vai ver

novamente seu filho Matt, que morreu quando era bebê?”Seus olhos se encheram de lágrimas e sua voz ficou

trêmula. O Espírito do Senhor tocara seu coração. Ela sentia tanta saudade deles!

Então, perguntei-lhe fervorosamente: “Patti, sabia que você tem um Pai Celestial bondoso e amoroso que a ama muitíssimo?”

Ela disse: “É mesmo?”Perguntei: “Patti, sabia que seu Pai Celestial tem um

plano especial para você e que sua família pode ser eterna?”

D E u M A M i g o P A R A o u T R o

Os Templos São uma Dádiva do Pai Celestial

“Todas as crianças que morrem antes de chegar à idade da responsabilidade são salvas no reino celestial” (D&C 137:10).

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o AMigo OutubrO de 2009 A15

“Pode?” disse ela.“Já ouviu falar nesse plano?” indaguei.Ela disse: “Não.”Com muita sinceridade, perguntei: “Gostaria de

conhecer esse plano?”“Sim”, disse ela, “gostaria”.O Espírito do Senhor tocara profundamente seu

coração. Os missionários ensinaram a Patti. Três semanas

depois, quando estava em Utah, Patti me ligou: “Irmão Kikuchi, aqui é a Patti. Vou ser batizada. Você poderia vir assistir ao meu batismo?”

Minha mulher e eu fomos ao batismo dela. Muitos membros estavam ali para integrá-la com carinho. Oh, nunca me esquecerei do semblante feliz com que ela saiu da água!

Nunca esquecerei suas lágrimas de alegria no altar sagrado do Templo de Salt Lake, um ano depois. Lem-bro-me do brilho sereno e celestial que ela irradiava quando foi selada ao marido e ao filho, falecidos, e à filha viva, que já era membro da Igreja.

Minha amiga Patti encontrou o Senhor Jesus Cristo. Graças a seu selamento no templo, ela hoje sabe que sua família está unida para sempre no Senhor. ●Extraído de um discurso da conferência geral de abril de 2000.

u M M E n i n o M u i t o b o M

O Élder Kikuchi nasceu no Japão e foi criado ali. Todas as manhãs, quando

era pequeno, ele acordava e se vestia. Então, curvava-se perante o pai e dizia: “Bom dia, pai. Serei um bom menino”. Então, o pai o abraçava e dizia: “Amo você”. Ele sentia a aspereza da barba do pai em seu rosto, mas sempre soube que o pai o amava.

O pai do Élder Kikuchi morreu na Segunda Guerra Mundial. Sua mãe plantou uma grande horta para ajudar a sustentar a família. Plantou batatas, abóboras, berinje-las, feijão, cenouras e repolhos.

Quando o Élder Kikuchi tinha 14 anos, trabalhava numa fábrica de tofu durante o dia e ia para a escola à noite. Certo dia, dois rapazes de chapéu, botas de borracha e sobretudo bateram na porta da sua casa. Eram missionários. O Élder Kikuchi sentiu o Espírito quando os missionários lhe ensinaram o evangelho. Após apenas 14 dias, ele foi batizado.

Poucos anos depois, ele foi para a faculdade e se formou.

Em 1977 o Élder Kikuchi se tornou a primeira Autoridade Geral do Japão.

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O Élder Kikuchi vestiu um qui-mono para tirar esta foto em seu aniversário de dois anos. dá para ver o brinquedo que ele está segurando?

O Élder Kikuchi (à esquerda na frente) aos 13 anos, com amigos e professores da oitava série.

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“A FAMílIA: PROClAMAçãO AO MUNDO” ME ENsINA A REsPEITO DAs FAMílIAs.“A família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos”

(“A Família: Proclamação ao Mundo”).

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Contaremos um Segredo Se Você Prometer Espalhar

Em 2010, Você Vai Receber uma nova A LiahonaA partir de janeiro de 2010, a sua revista A Liahona ficará diferente — e muito melhor.

Algumas mudanças incluem:

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• Sumário e títulos de seções novos e atrativos, que facilitarão a busca do que você precisa encontrar.

• Uma seção especialmente para os jovens — e outra para os jovens adultos.

• Foco na interação e no ensino que pode ocorrer na família, com artigos especialmente criados para atrair leitores de todas as idades.

• Materiais para membros novos da Igreja.

Muitas seções favoritas — Mensagem da Primeira Presidência, Mensagem das Professoras Visitantes, Vozes da Igreja, Perguntas e Respostas — ficarão mais fáceis de achar e terão novo formato.

Poderíamos surpreender você, quando recebesse sua primeira nova edição, mas sabíamos que, provavelmente, você gostaria de se assegurar, bem como seus amigos e conhecidos, de ter feito sua assinatura para não perder nenhum número.

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“A oportunidade de entrar no templo e tomar sobre nós os sagrados convênios que nele

realizamos é uma das maiores bênçãos que temos a nosso alcance na mortalidade”, diz o Élder Robert D. Hales. “Então, depois de tomarmos sobre nós esses convênios, nossa obediência em vivê-los diariamente é uma

demonstração de nossa fé, nosso amor, devoção e comprometimento espiritual de

honrar nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo.” Ver “As Bênçãos do Templo”, p. 12.