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ANO XXX - Nl} 096 CAPITAL FEDERAL SEÇÃO I QUINTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 1975 CÂMARA DOS DEPUTA.DOS SUMÁRIO I- ATA DA 95. a SESSÃO DA I.a SESSÃO LEGISLATIVA DA s.a LEGISLATURA, EM 3 DE SETEMBRO DE 1975 I- Abertura da Sessão 11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior 111 - Leitura do Expediente PROPOSTAS DE EMENDA CONSTITUCIONAL - Do Sr. Carlos Alberto Oliveira e outros. - Do Sr. Epitácio Cafeteira e outros. OFíCIO - Ofício n.o 156, de 1975, do Sr. Luiz Braz, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça. PROJETOS A IMPRIMIR Projeto de Lei ri.? 756-A, de 1975 (Do Poder Executivo) - Mensagem n,v 172/75 - Dispõe sobre o Magistério da Aeronáu- tica, e outras providências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridicidade. Pendente de pareceres das Comissões de Segurança Nacional e de Finanças. Projeto de Lei n.? 757-A, de 1975 (Do Poder Executivo) - Mensagem n.O 173/75 - Dispõe sobre os vencimentos ou salários básicos do pessoal docente e coadjuvante do Magistério da Aeronáutica; tendo parecer, da Comissão de oonstituícão e Jus- tiça, pela constitucionalidade e juridicidade. Pendente de pa- receres das Comissões de Educacão e Cultura (audiência), de segurança Nacional e de Finanças. PROJETOS APRESENTADOS Projeto de Decreto Legislativo n.o 26, de 1975 (Do Sr. Alvaro Valle) - Atribui competência aos Líderes da Maioria e (ia :Mlnoria, de ambas as Casas do Congresso Nacional, para tomar conhecimento de matérias e providências de caráter confi- dencial e secreto, Projeto de Lei n.? 1.018, de 1975 (Do Sr. José Maria de Car- 'Valho) - Estabelece crítério especial de recolhimento de Imposto de Renda para as pessoas que especíríca, e outras provi- dências. Projeto de Lei n.O 1. 019, de 1975 (Do Sr. Alvaro Dias) - Acrescenta dispositivo ao Decreto-lei n,o 43, de 18 de novembro de 1966, que cria o Instituto Nacional do Cinema, e outras providências. Projeto de Lei n.v 1.020, de 1975 (Do Sr. Humberto Lucena) - Dispõe sobre a participação dos empregados nos lucros das empresas. Projeto de Lei n.? 1.022, de 1975 (Do Sr. Inocêncio Oliveira) - Concede aos motoristas de caminhão licença para porte de arma de defesa pessoal, no porta-luvas do veiculo. Projeto de Lei n.? 1.023, de 1975 (Do Sr. Theodoro Mendes) - Altera disposições da Lei n.v 1.493, de 13 de dezembro de 1951, que "dispõe sobre o pagamento de auxilias e subvenções". Projeto de Lei n.> 1 025, de 1975 (Do Sr. Antônio Bresolln) Concede aos motoríatas profissionais licença federal para porte de arma de defesa pessoal, no interior do respectivo veículo. Projeto de Lei n.O 1.027, de 1975 (Do Sr. Marcelo Gato) - Acrescenta disposí tívo à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei n.? 5.452, de 1.0 de maio de 1943. Projeto de Lei ri.? 1 028, de 1975 (Do Sr. Adhemar Ghisi) - Isenta as entidades sindicais de trabalhadores da cuntrlbuieâo como empregadoras ao INPS. . Projeto de Lei n.> 1.029, de 1975 (Do Sr. Siqueira Campos) - Dispõe sobre financiamentos de matrizes bovinas em condi- ções de reprodução, proíbe o abate de tais animais para con- sumo, até a Idade de nove anos, e outras providências. Proieto de Lei n.O 1.030, de 1975 (Do Sr. Rubem Medina) - Dispõe sobre a anulação do casamento. Projeto de Lei n.v 1.031, de 1975 (Do Sr. A.H. Cunha Bueno) - Determina que o Ministério dos Transportes faça consignar, nas publicações e placas indicativas respectivas, o nome legal das rodovias sob sua responsabilidade. Projeto de Lei n.O 1.032, de 1975 (Do Sr. Otávio Ceccatc) - Estabeleee a obrigatoriedade de exames médicos periódicos nos empregados de minas no subsolo. IV - Pequeno Expediente ROBERTO CARVALHO - Asfaltamento do trecho da antiga rodovia São Paulo-Cuiabá, na Iigacão da atual BR-153 com Campina Verde, Minas Gerais, ULISSES' POTIGUAR - Regulamento do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural. FABIO FONSEOA - Implantação do Plano Nacional de Saúde. Denúncia do New York Times sobre acâo das multína- cíonaís farmacêuticas. . FRANCISCO ROCHA - Palestra proferida pelo Cel. Danton Eiser Nogueira, no Itamarati, sobre o papel do Exército na vida do País. NORTON MAC:EDO- Projeto de lei sobre processo e julga- mento dos crimes contra a administração pública. MARIO MOREIRA - VIII Convencão Nacional dos Contabi- listas, a realizar-se em Guarapari - Éspirito Santo. JUAREZ BATISTA - Uberaba no contexto desenvolvímen- tista de Minas Gerais. Necessídade de construção de novo prédio na cidade para o Banco Comércio e Indústria de São Paulo. LYGIA LESSA BASTOS - Homenagem da Escola de Co- mando e Estado-Maior do Exército Americano ao Marechal Floriano de Lima Brayner. Trabalho do excepcional nas Oficinas Protegidas e em trabalho competitivo. JOSÉ SALLY - Segunda Junta de Conciliação e Julgamen- to para Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro. JOSÉ HADDAD - Funcionamento da Estrada de Ferro Central do Brasil.

ANO XXX - Nl} 096 CAPITAL FEDERAL QUINTA-FEIRA, 4 DE ...imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD04SET1975.pdf · Epitácio Cafeteira-MDB; José Riba

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ANO XXX - Nl} 096 CAPITAL FEDERAL

SEÇÃO I

QUINTA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 1975

CÂMARA DOS DEPUTA.DOSSUMÁRIO

I - ATA DA 95.a SESSÃO DA I.a SESSÃO LEGISLATIVADA s.a LEGISLATURA, EM 3 DE SETEMBRO DE 1975

I - Abertura da Sessão11 - Leitura e assinatura da ata da sessão anterior

111 - Leitura do Expediente

PROPOSTAS DE EMENDA CONSTITUCIONAL

- Do Sr. Carlos Alberto Oliveira e outros.

- Do Sr. Epitácio Cafeteira e outros.

OFíCIO- Ofício n.o 156, de 1975, do Sr. Luiz Braz, Presidente da

Comissão de Constituição e Justiça.

PROJETOS A IMPRIMIR

Projeto de Lei ri.? 756-A, de 1975 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n,v 172/75 - Dispõe sobre o Magistério da Aeronáu­tica, e dá outras providências; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça, pela constitucionalidade e juridicidade.Pendente de pareceres das Comissões de Segurança Nacional ede Finanças.

Projeto de Lei n.? 757-A, de 1975 (Do Poder Executivo) ­Mensagem n.O 173/75 - Dispõe sobre os vencimentos ou saláriosbásicos do pessoal docente e coadjuvante do Magistério daAeronáutica; tendo parecer, da Comissão de oonstituícão e Jus­tiça, pela constitucionalidade e juridicidade. Pendente de pa­receres das Comissões de Educacão e Cultura (audiência), desegurança Nacional e de Finanças.

PROJETOS APRESENTADOS

Projeto de Decreto Legislativo n.o 26, de 1975 (Do Sr. AlvaroValle) - Atribui competência aos Líderes da Maioria e (ia:Mlnoria, de ambas as Casas do Congresso Nacional, para tomarconhecimento de matérias e providências de caráter confi­dencial e secreto,

Projeto de Lei n.? 1.018, de 1975 (Do Sr. José Maria de Car­'Valho) - Estabelece crítério especial de recolhimento de Impostode Renda para as pessoas que especíríca, e dá outras provi­dências.

Projeto de Lei n.O 1. 019, de 1975 (Do Sr. Alvaro Dias) ­Acrescenta dispositivo ao Decreto-lei n,o 43, de 18 de novembrode 1966, que cria o Instituto Nacional do Cinema, e dá outrasprovidências.

Projeto de Lei n.v 1.020, de 1975 (Do Sr. Humberto Lucena)- Dispõe sobre a participação dos empregados nos lucros dasempresas.

Projeto de Lei n.? 1.022, de 1975 (Do Sr. Inocêncio Oliveira)- Concede aos motoristas de caminhão licença para porte dearma de defesa pessoal, no porta-luvas do veiculo.

Projeto de Lei n.? 1.023, de 1975 (Do Sr. Theodoro Mendes)- Altera disposições da Lei n.v 1.493, de 13 de dezembro de 1951,que "dispõe sobre o pagamento de auxilias e subvenções".

Projeto de Lei n.> 1 025, de 1975 (Do Sr. Antônio Bresolln)Concede aos motoríatas profissionais licença federal para

porte de arma de defesa pessoal, no interior do respectivoveículo.

Projeto de Lei n.O 1.027, de 1975 (Do Sr. Marcelo Gato) ­Acrescenta disposí tívo à Consolidação das Leis do Trabalho,aprovada pelo Decreto-lei n.? 5.452, de 1.0 de maio de 1943.

Projeto de Lei ri.? 1 028, de 1975 (Do Sr. Adhemar Ghisi) ­Isenta as entidades sindicais de trabalhadores da cuntrlbuieâocomo empregadoras ao INPS. .

Projeto de Lei n.> 1.029, de 1975 (Do Sr. Siqueira Campos)- Dispõe sobre financiamentos de matrizes bovinas em condi­ções de reprodução, proíbe o abate de tais animais para con­sumo, até a Idade de nove anos, e dá outras providências.

Proieto de Lei n.O 1.030, de 1975 (Do Sr. Rubem Medina) ­Dispõe sobre a anulação do casamento.

Projeto de Lei n.v 1.031, de 1975 (Do Sr. A.H. Cunha Bueno)- Determina que o Ministério dos Transportes faça consignar,nas publicações e placas indicativas respectivas, o nome legaldas rodovias sob sua responsabilidade.

Projeto de Lei n.O 1.032, de 1975 (Do Sr. Otávio Ceccatc) ­Estabeleee a obrigatoriedade de exames médicos periódicos nosempregados de minas no subsolo.IV - Pequeno Expediente

ROBERTO CARVALHO - Asfaltamento do trecho da antigarodovia São Paulo-Cuiabá, na Iigacão da atual BR-153 comCampina Verde, Minas Gerais,

ULISSES' POTIGUAR - Regulamento do Programa deAssistência ao Trabalhador Rural.

FABIO FONSEOA - Implantação do Plano Nacional deSaúde. Denúncia do New York Times sobre acâo das multína-cíonaís farmacêuticas. .

FRANCISCO ROCHA - Palestra proferida pelo Cel. DantonEiser Nogueira, no Itamarati, sobre o papel do Exército na vidado País.

NORTON MAC:EDO - Projeto de lei sobre processo e julga­mento dos crimes contra a administração pública.

MARIO MOREIRA - VIII Convencão Nacional dos Contabi­listas, a realizar-se em Guarapari - Éspirito Santo.

JUAREZ BATISTA - Uberaba no contexto desenvolvímen­tista de Minas Gerais. Necessídade de construção de novo prédiona cidade para o Banco Comércio e Indústria de São Paulo.

LYGIA LESSA BASTOS - Homenagem da Escola de Co­mando e Estado-Maior do Exército Americano ao MarechalFloriano de Lima Brayner. Trabalho do excepcional nas OficinasProtegidas e em trabalho competitivo.

JOSÉ SALLY - Segunda Junta de Conciliação e Julgamen­to para Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro.

JOSÉ HADDAD - Funcionamento da Estrada de FerroCentral do Brasil.

6778 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'5

GASTA0 MüLLER - Emenda Constitucional, de sua auto­ria, que altera o atual período de Iuncíonamento do CongressoNacional.

GUAÇU PITERI - Solidariedade da Ordem dos Advogadosdo Brasil, Seção do Rio de Janeiro, ao projeto, de sua autoria,que dispõe sobre a integração do descanso semanal remune­rado, das férias remuneradas e das horas extras trabalhadaspelos assalariados.

MAURO SAMPAIO - Doação de meclicamentos da CEME aoSindicato dos Trabalhadores Rurais de Assaré, Ceará.

ABDON GONÇALVES - Restabelecimento do transportede passageiros no ramal Costa Barros-Japeri, Estado do Rio deJaneiro.

JOEL LIMA - Situação salarial dos servidores do Estadodo Rio de Janeiro.

JAISON BARRETO - Quadro médico-sanitário do País.

DASO COIMBRA - Conveniência de extensão aos odonto­logistas dos privilégios da exceção contida no inciso IV do art. 99da Constituição Federal, que dispõe sobre acumulação remune­rada de dois cargos privativos de médico.

JúLIO VIVEIROS - O problema do menor desassistido.

RUY CôDO - Revogação do decreto que permitia o fun­cionamento de supermercados e hipermercados aos domingos,pelo Prefeito de São Paulo.

FREITAS NOBRE - Censura aos meios de informação e aosetor artístico.

AROLDO CARVALHO - Atuação do Ministro da Agricultu­ra em relação aos excedentes da produção agrícola.

FRANCISCO LIBARDONI - Funcionamento do setor decomunicações no interior do País.

FLORIM COUTINHO - Eleições no MDB do Estado do Riode Janeiro. Exposição de Motivos do Governador Faria Lima aoencaminhar o Orçamento à Assembléia Legislativa do Estado.

DIAS MENEZES - Necessidade de investigação no funcio­namento da rede hospitalar da Capital de São Paulo.

ERNESTO VALENTE - V Convenção Nacional dos Técnicosde Administração, a realizar-se em Salvador, Bahia,

JOAO LINHARES - Carta do padre Narciso Zannota aoPresidente Geisel, propondo a doação de terras na Amazôniapara constituição do Estado Palestino.

OSWALDO LIMA - Seguros obrigatórios de veículos.

ALCIR PIMENTA - Artigo "DAU: massificação também porpós-graduação", publicado em O Globo.

HILDÉRICO OLIVEIRA - Projeto do Ministérío da Agri­cultura e da PETROBRÁS para instalação de usina de produçãode álcool de mandioca na região do cerrado, próxima ao DistritoFederal.

CÉLIO MARQUES FERNANDES - Eomenagem a Caxias.

JOSÉ DE ASSIS - Necessidade de construção do trechoMineiros-Coxim, na BR-359, Mato Grosso.

ANTONIO BRESOLIN - Obras rodoviárias reclamadas peloMunicípio de Nova Palma, Rio Grande do Sul.

A.H. CUNHA BUENO - Ampliação de espaço na BibliotecaMunicipal "Mário de Andrade" e conveniência da sua recon­versão em centro cultural de São Paulo.

PACHECO CHAVES - Municipalismo. Oficio do PrefeitoCarlos Nélson Bueno, de Mogi-Guaçu, São Paulo, ao Governadordo Estado, sobre oportunidade de inclusão de reivindicações doMunicípio no Plano Plurianual a ser elaborado para o biênio76/78.

V - Grande Expediente

DANIEL SILVA - Conveniência de campanha nacional deprevenção contra o fumo.

MURILO REZENDE - Sistema viário brasileiro.

VI - Ordem do Dia

JOSÉ CAMARGO, LINCOLN GRILLO, LYGIA LESSA BAS­TOS, FERNANDO CUNHA, JG DE ARAúJO JORGE, DIASMENEZES, AMAURY MÜLLER, RUBEM DOURADO, AIRTONSANDOVAL, PEDRO LAURO, OTÁVIO CECCATO, CÉLIO MAR­QUES FERNANDES, SIQUEIRA CAMPOS, JOSÉ DE ASSIS,BR)lE,,\TO VALENTE, NORTON MAClilDO, GASTA0 MÜLLER,FRANQISCO AMARAL, FLORIM COUTINHO, ANTONIO MO­RAIS ...:..- Apresentação de proposições'.

CÉLIO MARQUES FERNANDES, HUMBERTO LUCENA,CARDOSO DE ALMEIDA, ISRAEL DIAS-NOVAES, ANTÔNIOBRESOLIN, BLOTTA JUNIOR - Encaminhamento de votaçãodo Requerimento n.o 29, de 1975.

CÉLIO MARQUES FERNANDES, PEIXOTO FILHO, FLORIMCOUTINHO, IVAHIR GARCIA - Discussão do Projeto n.o 277-A,de 1975.

Requerimento n.O 29, de 1975 - Rejeitado.

Projeto n.? 277-A, de 1975 - Emendado.

VII - Comunicações de Lideranças

HENRIQUE EDUARDO ALVES - índices de crescimento doProduto Interno Bruto do Nordeste. Necessidade de extensão doincentivo concedido às indústrias de base e às pequenas e médiasindústrias do Pais a todas as indústrias instaladas no Nordeste.

VIII - Designação da Ordem do Dia

IX - Encerramento

2 - ATA DA MESA3 - MESA (Relação dos membros)

4 - LíDERES E VICE-LíDERES DE PARTIDOS (Relaçãodos membros)

5 - COMISSõES (Relacão dos membros das ComissõesPermanentes, Especiais, Mistas e de Inquérito)

ATA DA 95.a SESSÃOEM 3 DE SETEMBRO DE 1975

PRESIDÊNCIA DOS SRS.:HERBERT LEVY, 1.o-Vice-Presidente;ODUlFO DOMINGUES, 1.o-Secretário;

e UBAlDO BARÉM, Suplente de Secretário.I - Às 13 :30 horas comparecem os Se-

nhores:Herbert LevyAlencar FurtadoOdulfo DominguesHenrique Eduardo AlvesLéo SimõesJúlio ViveirosUbaldo Barém

AcreNabor Júnior - MDB; Nosser Almeida­

ARENA; Ruy Líno - MDB.

AmazonasAntunes de Oliveira - MDB; Joel Fer­

reira - MDB; Mário Frota - MDB.Pará

Alacid Nunes - ARENA; Edison Bonna- ARENA; Newton Barreira - ARENA.

Maranhão

Epitácio Cafeteira- MDB; José Riba­mar Machado - ARENA; Luiz RochaARENA; Marão Filho - ARENA; Vieira daSilva - ARENA.

Piauí

Celso Barros - MDB; Hugo NapoleãoARENA; João Clímaco - ARENA; MuriloRezende - ARENA.

Ceará

Ernesto Valente - ARENA; FigueiredoCorreia - MDB; Gomes da Silva - ARE­NA; Manoel Rodrigues - ARENA; MauroSampaio - ARENA; Ossían AraripeARENA; Parsifal Barroso - ARENA.

Rio Grande do Norte

Ney Lopes - ARENA; Ulisses Potiguar- ARENA; Vingt Rosado - ARENA.

Paraíba

Adernar Pereira - ARENA; Álvaro Gau­dêncio - ARENA; Mauricio Leite - ARE­NA; Octacílío Queiroz - MDB; TeotônioNeto - ARENA; Wilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Aderbal Jurema - ARENA; Carlos Wilson- ARENA; Fernando Coelho - MDB; Gon­zaga Vasconcelos - ARENA; Jo.~ias Leite- ARENA; Lins e Silva - ARENA; MarcoMaciel - ARENA; Ricardo Fiuza - ARE­NA.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Alves- ARENA; Vinicius Cansanção - MDB.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; FranciscoRollemberg - ARENA; José Carlos 'l'cíxeira- MDB; Passos Pôrto - ARENA; Raimun­do Díníz - ARENA.

Bahia

Djalma Bessa - ARENA; Fernando Ma­galhães - ARENA; Henrique Cardoso _MDB; Hildéríco Oliveira - MDB; Joiío Al­ves - ARENA; João Durval- ARENA: Ma­noel Novaes - ARENA; Menandro Mma­him - ARENA; Noide Cerqueira - MDB;Ruy Bacelar - ARENA; Theódulo Albu­querque - ARENA; Vasco Neto - ARENA;Wilson Falcão - ARENA.

Setembro de 1975

ESlúito SantoArgílano Dario - MOB; Gerson Camata

- ARENA; Henrique Pretti - ARENA;Moacyr Dalla - ARENA; Parente Frota-ARENA.

Rio de JaneiroAbdon Gonçalves - MDB; Arío Theodoro

- MOB; Darcílio Ayres - ARENA; DasoOoimbra - ARENA; Eduardo Galíl - ARE­NA; Emanuel Walssmann - MDB; ErasmoMartins Pedro - MOB; Flexa Ribeiro ­ARENA; Florim Coutinho - MDB; JG deAraújo Jorge - MOB; José Haddad ­ARENA; José Maurício - MDB; José Sally- ARENA; Lygia Lessa Bastos - ARENA;Lysâneas Maciel - MDB; Mac Dowell Leitede Castro - MDB; Milton Steinbruch ­MDB; Miro Teixeira - MDB; Oswaldo Lima- MDB; Rubem Dourado - MDB; WalterSilva - MDB.

Minas Gerais

Carlos Cotta - MOB; Cotta Barbosa ­MDB; Fábio Fonseca - MOB; FranciscoBilac Pinto - ARENA; Homero Santos ­ARENA; Humberto Souto - ARENA; Ibra­hírn Abí-Aekel - ARENA; José Bonifá­cio - ARENA; José Machado - ARENA;Juarez Batista - MDB; Luiz Fernando ­ARENA; Marcos Tito - MDB; Melo Frei­re - ARENA; Nogueira de Rezende - ARE­NA; Padre Nobre - MDB; Renato Azeredo- MDB; Sílvio Abreu Júnior - MDB.

São Paulo

Adalberto Camargo - MOB; AlcidesFranciscato - ARENA; Antonio Morimoto- ARENA; Athiê Coury - MDB; AurelioCampos - MDB; Dias Menezes - MDB;Edgar Martins -- MDB; Francisco Amaral_ MDB; Frederico Brandão - MDB; Frei­tas Nobre - MDB; Guaçu Piteri - MDB;Israel Dlas-Novaes - MDB; Joaquim Bevi­Iacqua - MDB; Jorge Paulo - MDB; Lin­eoln Grillo - MDB; Marcelo Gato - MDB;Octacílio Almeida - MOB; Odemir Furlan- MDB; Roberto Carvalho - MDB; Theo­doro Mendes MDB; Ulysses Guimarães-MDB.

Goiás

Adhemar Santílo - MDB; Helio Levy ­ARENA; Lturíval Nascimento - MDB; Jar­mund Nasser - ARENA; Jose de Assis ­ARENA; Siqueira Campos - ARENA.

Mato Grosso

Antonio Carlos - MDB; Gastão Müller- ARENA; Nunes Rocha - ARENA; ViceIl­te Vuolo - ARENA.

ParanáAgostinho Rodrigues - ARENA; Alvaro

Dias - MDB; Antônio Ueno - ARENA;Ari Kffuri - ARENA; Expedido Zanotti ­MDB; Gamaliel Galvâo - MDB; Gomes doAmaral - MDB; Hermes Macêdo - ARE­NA; João Vargas - ARENA; Nelson Ma­culan - MDB; Olivir Gabardo - MDB;Osvaldo Buskei -- MDB; Paulo Marques ­MDB; Pedro Lauro - MDB; Sebastião Ro­drigues Júnior - MDB; Walber Guimarães-1mB.

Santa Catarina

Abel Avila - ARENA; Adhemar GhisiARENA; Francisco Líbardoril - MDB; Hen­rique Córdova - ARENA; João Linhares ­ARENA; Laerte Vieira - MDB; Pedro Co­Iin - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alceu Collares - MDB; Aldo Fagundes ­MDB; Aluizio Paraguassu - MDB; AmauryMüller - MDB; Antônio Bresolín - MDB;Célio Marques Fernandes - ARENA; HarrySauer - MDB; Jairo Brum - MDB; Lido­víno Fanton - MDB; Nelson Marchezan -

DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL. (Seção I)

ARENA; Nunes Leal - ARENA; OdacirKlein - MDB; Vasco Amaro - ARENA.

Amapá

Antônia Pontes - MDB.

Rondônia

Jerônimo Santana - MDB.

RoraimaHélio Campos - ARENA.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)- A lista de presença acusa o compareci­mento de 182 Senhores Deputados,

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus iniciamos nossostrabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura daata da sessão anterior.

II - O SR. JÚLIO VIVEIROS, Suplente deSecretário, servindo como 2.0 -Secr etá rio ,procede à leitura da ata da sessão antece­dente, a qual é, sem observações, assinada.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domíngues)- Passa-se à leitura do expediente.

O SR. UBAI,DO BAREM, Suplente de Se­cretário, servindo como l.°-Secretário, pro­cede à leitura do seguinte

In - EXPEDIENTEPROPOSTAS DE EMENDAS

CONSTITUCIONAIS

EMENDA CONSTITUCIONALN.o 5, DE 19'15

Altera o § 4.° do artigo 144 da Cons­tituição Federal.

Artigo único. O § 4,0 do artigo 144 daConstituição Federal passa a ter a seguin­te redação:

"§ 4.° Os vencimentos dos juizes vi­talícios serão .tíxados com diferenca nãoexcedente a dez por cento de uma paraoutra entrância, atribuindo-se aos deentrância mais elevada não menos denoventa por cento dos vencimentos dosdesembargadores, a estes asseguradaremuneração míníma equivalente a doisterços do que percebem, a qualquer tí­tulo, os Ministros do Supremo TribunalFederal."

Justificação

O § 4.0 do artigo 144 da Constituição Fe­deral, que disciplina a organização da jus­tiça aos Estados, prevê que a diferença devencimentos entre os juizes vitalícios, deuma para outra entrância, não exceda devinte por cento, atribuindo-se aos de en­trância mais elevada não menos de doisterços dos vencimentos dos desembargado­res e vedando a qualquer membro da justi­ça estadual perceber importância mensalsuperior ao limite máximo estabelecido emlei federal.

A presente emenda, estabelecendo comolimite máximo dos vencimentos, na JustiçaEstadual, importância equivalente a doisterços da remuneração dos Ministros doSupremo Tribunal Federal, procura, ainda,reduzir a diferenca salarial entre os Jui­zes vitalícios, conforme as entrâncias.

O sábio jurista, eminente professor Al­fredo Buzaid, numa época em que os Ma­gistrados não estavam submetidos a pagarImposto de Renda, prelecionava na sua Ex­posição de Motivos, com que apresentou oseu Anteprojeto do Código de PiOcessoCivil:

"O segundo fator de deficiência da or­ganização judiciária resulta da insu­ficiente remuneração dos magistrados.

Quinta-feira 4 67'79

Provavelmente não há no Pais classetão mal paga como a dos Juizes. Apesardisso, vem a magistratura brasileira, emtodos os graus, exercendo nobrementeas suas funções, denotando real espírí­to de sacrifício, de renúncia e até, porque não dizer, de heroismo. No entanto,a circunstância de ser mal remuneradaa magistratura gera um motivo de de­salento no espírito daqueles que preten­dem ingressar e fazer carreira no Po­der Judiciário."

Cumpre acentuar que a Declaração Uni­versal dos Direitos do Homem "afirma serindispensável a existência, em todo pais, deuma justiça imparcial, independente e ces­peltávcl."

Têm proclamado os Congressos Interna­cíonaís de Juristas que o pressuposto detoda sociedade livre e regida pelo Impérioda lei, repousa na independência do PoderJudieiário, enraüzando que o conceito deíndependêncía "ímplíca la adopcíón de me­didas que hagam posible remunerar de ma­neira adecuada a los miernbros deI poderjudicial." (Congresso Internacional de No­va Delhi.)

COm efeito, nada significará a indepen­dência funcional dos Juizes, se não os cer­carem efetivas garantias de que resulte suaindependência política, bem como se lhesnão forem atribuídos vencimentos compa­tíveis com a dignidade do cargo e o pres­tígio social que desfruta na comunidade.

11: sabido que a independência do PoderJudiciário é tradição do regime constitucio­nal brasileiro, a que o Governo Federal res­peita e cuida de preservar, pois a preo­cupação de majorar e atualizar os venci­mentos da Magistratura Federal mostra oacatamento que devota ao Poder Judiciárioo Chefe da Nação brasileira.

Ocorre, todavia, que o mesmo não temacontecido com as Justiças Estaduais.

Deve-se ressaltar, por oportuno, que osjuizes federais e os estaduais não se dis­tinguem pela importância dos respectivoscargos, mas, apenas, pela competência,atento a que a jurisdição de uns e de ou­tros, promaná da mesma fonte, que é a so­berania nacional; tendo, por isso, estes ­como aqueles - direito às mesmas garan­tias e, igualmente, a uma remuneração quelhes assegure viver condignamente.

A indiferença pela sorte do Poder Ju­diciário, com o baixo nível dc remuneração,particularmente à Magistratura do Norte eNordeste tem desestimulado as voeacões dosjovens brasileiros pela carreira j udícante.

Os próprios Magistrados desestimulam osfilhos de abraçar a carreira, circunstânciaque impossibilita a formação de uma elite.

Destaque-se o elogio do Ministro EIoyJosé da Rocha, presidente emérito, que foi,do Supremo Tribunal Federal, à proposta devinculação constitucional dos vencimentosda Magistratura estadual, em niveis con­dignos, ao Pretório Excelso.

Tal solução, fora, pelo Tribunal de Jus­tiça do Rio Grande do Sul, aprovada emsessão plenária de 19-8-1974, sob a consi­deração de que a perda da vinculação a Se­cretário de Estado trouxe para os Magistra­dos uma situação de incerteza e inseguran­ça. A idéia fora concretizada mediante ini­ciativa governamental, na terra gaúcha, eos seus efeitos, embora exíguo e curto o pra­ZD, altamente proveitosos.

Assim é que "o número de cargos vagosficou percentualmente reduzido a menosde quarenta por cento c, provavelmente. nãohouvesse sido decretada a inconstituciona­lidade, o problema da falta de Juízes no

"'SG Quinta-feira 4 DIAIUO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

Estado do Rio Grande do Sul já estaria so­lucionado (AJURIS - Revista da Associa­ção dos Juízes do Rio Grande do Sul, págs.5, 12, 13 e 15, vol. 2)."

A atualidade desta observação é tão vá­lida que, recentemente, no concurso paraJuiz federal em todo território nacional, so­mente foram aprovados trinta e sete can­didatos.

Também em Pernambuco, em concursorecente, o primeiro depois de dez anos, no­venta por cento dos candidatos aprovadossomente alcançaram nota cinco, assim mes­mo por benevolência utilitária, em númerode vinte, quando há cerca de quarenta va­gas a preencher.

Prenuncia-se, assim, baixo nível íntelee­tual a médio prazo para a Justiça pernam­bucana, quando em outros setores da vidapública a administração excele e se agi ..ganta ,

No que tange ao primeiro aspecto - o dotexto de vencimentos da magistratura es··tadual - acreditamos que será de melhoralvitre tomar como parâmetro a totalidadedo que percebem, mensalmente, os Ministrosdo Supremo Tribunal Federal, dispensan­do-se, assim, apelo à lei estadual corrigiráos vencimentos dos desembargadores,quando alterada a remuneração total dostitulares da Suprema Corte.

Quanto à hierarquia salarial dos Juízesvitalícios, parece-nos exagerada a díferen­ça de vinte por cento, entre os veneímen­tos de uma para outra entrãncía, quando,na verdade, se ascensão implica geralmen­te, em maior tempo de serviço e, excepcio­nalmente, em comprovados méritos no exer­cício da função quantitativa do trabalhodemonstrará analogia de esforço na difícilmissão judicante.

Nossa recente experiência, como Secretá­rio do Interior e Justiça de um Estado {iaNordeste, onde ouvimos insistentes recla­mos da Magistratura estadual, no que tan­ge àquela disciplina constitucional, é que

.nos leva a apresentar a presente Propostade Emenda Constitucional, atendo a um.pleito que se inspira em lidíma aspiração damagistratura estadual, em todo País.

Ou pagamos suficientemente os nossosJuizes - para que se aperfeiçoem no estu­do, atualizando-se no progresso das letrasjurídicas, principalmente quando, no in­terior, não dispõem de bibliotecas especia­lizadas, mas têm que atualizar as próprias,com os modestos vencimentos a exigiratualização econômica - ou não teremosaquela justiça presta, eficiente, imparcial eimpoluta, que é a pedra angular do regimedemocrático, também estamentando na ex­celência do seu Poder Judiciário.

Inspira-se esta emenda no salutar crité­rio de vinculação dos subsídios dos Gover­nadores aos do Presidente da República; dosdeputados estaduais aos dos federais e dosvereadores aos daqueles.

Objetiva, antes de tudo, pôr um ponto fi­nal em semelhante discriminação e salvar acrise nacional que avilta e marginaliza oPoder Judiciário no contexto da indepen­dência dos poderes da soberania nacional

Não se pode admitir esse desprezo à Ma­gístratura dos Estados, que vive, anos a fio,a mercê da boa vontade e da sensibilidadede um ou outro chefe de Executivo.

O Governo só poderá obter êxito e alcan­çar suas metas com um Poder Judiciáriofortalecido e sem a preocupação de melho­ria de vencimentos e tranqüilo quanto àcorreção automática de sua remuneração,integrado à consciência nacional, capaz eeficiente.

A segurança nacional tem estreitas eprofundas implicações com o Poder Judi­ciário, que dá sua parcela de contribuiçãoao aperfeiçoamento do regime.

Concluindo, transcrevo a seguinte notíciade O Jornal do Comércio, de Recife, edi­ção de 17-8-75:

"VAGAS

Este ano, em janeiro, foi aposentadoo Ministro Esdras Gueiros, dando-se as­sim, no Tribunal Federal de Recursos,uma vaga destinada a advogado. Emabril ou maio, deu-se uma vaga, tam­bém no Tribunal, no Ministério Públi­co. Em junho próximo passado, já to­mava posse o novo ministro saido dacarreira do Ministério Público, e atéhoje, continua a vaga destinada aosadvogados, sem ser preenchida. Deveser exatamente porque os advogados derenome não estão aceitando os convi­tes, em face da remuneração."

Sala das Sessões, em de1975. - Carlos Alberto de Oliveira - Mar­celo Linhares - Theódulo Albuquerque ­Ney Lopes - Wilmar Dallanhol - Henri­que Córdova - Furtado Leite - JonasCarlos - Amaral Netto - Prisco Viana ­Hugo Napoleão - Gerson Camata - JotioClimaco - Humberto Lucena - AurélioCampos - Ario Theodoro - Homero San­tos - Alceu Collares - Jarbas Vasconcelos- Manoel Rodrigues - Josias Leite ­Aluizio Paraauassu. - Athiê Coury ­A(iriano Valente - Ruy Lino - JoaquimCoutinho - Mauricio Leite - RicardoPiuea - Jorge Arbaae - Norton Macedo ­Antônio José - Iturival Nascimento - An­tônio Carlos - Odemir Furlan - JoãoArruda - Parsiteü Barrosa - Nereú Guidi- Nunes Leal - Parente Frota (apoia­mento) - Antônio rtorêncio - Israel Dias­Novaes - Wilson Falcão:""'" Santos Filho ­Amaral Furlan - Marcondes Gadelha ­Nadyr Rossetti - Joaquim Bevilacqua ­Moreira Franco - Bento Gonçalves - Na­varro Vieira - Genervino Fonseca - Mil­ton Steinbruch - Inocêncio Oliveira ­Freitas Nobre - Fernando Cunha - Noiâecerqueira - Renato Azeredo - AntônioGomes - Eduardo Galil - Hutiekei Freitas- Pedro Carola (apoiamento) - FredericoBrandão - Roberto Carvalho (apoiamento)- Epitácio Cafeteira - José Ribamar Ma­chado - Jorge Uequed - Pacheco Chaves- José Carlos Teixeira - Henrique Car­doso - Ademar Pereira - Fernando Ma­galhães - João Durval - Eurico Ribeiro- octacílio Queiroz - Airton Soares ­Rubem Medina - Tarcisio Delgado - An­tônio Ferreira - Sebastião Rodrigues Jr. ­Rasa Flores - Humberto SOldo - PadreNobre - Hildérico Oliveira - Rubem Doura­do (apoiamento) -José Maria de Carvalho- Oswaldo Lima - Cunha Bueno - Alci­des Franciscato - Dias Menezes - AirtonSandoval - Jorge Ferras - Santilli Sobri­nho - Nelson Marchezan - Ruy Bacelar- Fábio Fonseca - Paulino Cícero - Car­los Wilson - Braga Ramas - Paulo Mar­ques - Otávio Ceccato - Jarmurui Nas­ser - Rezende Monteiro - Lidovino Fan­ton - Gomes do Amaral - TheodoroMendes - OdaC:1Jr Klein - JG de AraújoJorge - Edgar Martins - Nosser Almeida- João Pedra - Amaury Müller - JuarezBatista - Ruy Côdo - Alvaro Dias - Ho­rácio Matos - Alípio Carvalho - DasoCoimbm - Léo Simôe» - Jaisoti Barreto- Argilano Dario - Pedro Colin - JorgeMoura - Menandro Minahim - FernandoLira - Mário Frota - Abel Avila - JoãoCunha - Júlio Viveiros - Alcir Pimenta- Franeisco Libardoni - Ernesto de Mar­co - Salvador JuZianelli - Antônio Anni­belli - Mário Moreira - Nabor Júnior -

Luiz Henrique - Januário Feitosa - HélioLevy - João Alves - José Bonifácio Neto- Ferraz Egreja - Mário Mondino ­Adhemar Ghisi - Oswaldo Zanello - Mar­co Maciel.

EMENDA CONSTITUCIONALN.O 1975

Acrescenta dispositivo ao Título V dasDisposições Gerais e Transitórias.

As mesas da Câmara dos Deputados e doSenado Federal promulgam a seguinteEmenda à Constituição:

Art. único. Inclua-se, no Titulo V, dasDísposições Gerais e Transitórias, ondecouber, o seguinte artigo:

"Art. As uniões de fato com duraçãomínima de cinco anos, das quaís parti­cipe pessoa desquitada, poderão ser re­gularizadas pelo casamento, se reque­rido no prazo de um ano a partir dadata da promulgação desta Emenda.Parágrafo único. Os desquitados quese utilizarem dos favores deste artigonão poderão requerer a anulação dodesquite anterior, sob pena de delito debigamia."

JustificaçãoO ainda recente episódio da rejeição pelo

Congresso, da Emenda Constitucional n.o5175 do ilustre combativo Senador NelsonCarneiro, deixou evidenciado que, emboraa maioria do Congresso tenha se manifes­tado favoravelmente à solução divorcista,mais de um terço recusa referida solução.

Pelo encaminhamento dos debates che­gamos à conclusão de que grande n1ímerode parlamentares se manifestava favora­velmente àquela Emenda, não por um prin­cípio filosófico doutrinário, mas tão-so­mente por representar a única solução atéentão apresentada à consideração ccngres­sual, para as situações de fato existentes.

Por outro lado, sentíamos que aqueles queno campo filosófico doutrinário, combatiamreferida Emenda, desejavam encontrar umasotueão para os problemas que estão a afli­gir a família brasileira, sem contudo abrirmão do princípio da Indíssolubllídade do

. matrimônio.

A presente Emenda Constitucional foielaborada na pretensão de encontrar umponto de identificação entre as correntesconflitantes.

Os antídívorcístas não negam o respeitoque lhes merecem as famílias organizadassem o cumprimento dos dispositivos legaismesmo porque tais famílias se comportamde forma a merecê-lo, e, sendo o casamentoa decorrência de um valor ético com suavaloração na dependência do grupo social,nenhum choque causará à sociedade a lega­lização de situações já por todos aceita.

Digno de consideração é, também, o fatode haver abundante legislação amparandono campo material, as uniões com mais dêcinco anos, valendo ressaltar que, no campomoral, recentemente legislamos no sentidada companheíra usar o sobrenome daquelecom quem vive.

Somente os filhos dessas uniões conti­nuam esquecidos, sendo obrigados a levarconsigo o trauma de nascerem de pais nãocasados, e é isto o que pretendemos repararatravés da presente Emenda Constitucional.

Essas situações familiares de fato, gerameonsequêncías que alcançam muito mais daque as pessoas diretamente envolvidas e osseus filhos, espargindo-se pela sociedade in­teira e debilitando os seus mais sólidos ali­cerces, razão pela qual urge solucioná-las.

Setembro de 19'75 nrsnro DO CONGRESSO NACIONAL (Seçilo I) Quinta-feira 4 6781

E, se há uma coisa que a nossa tradiçãoconstitucional jamais arrostou, essa é apreservação das situações de rato., do quesão exemplos, na atual Carta, os arts. 188,194 e 195.

No caso específico dos funcionários públi­cos (art. 194, parte final), que melhor ilus­tra a presente justificação, a Constituiçãotem estabelecido, em o art. 97, § 1.0, que aúnica rorms de investidura em Cargo públi­co é a do concurso. Entretanto, para salva­guardar a situação preexistente - irregulare inconstitucional ante a norma geral, masjamais imoral - dos que ocupavam cargospúblicos, permitiu a sua estabilidade, naforma e, prazo consignados no próprio tex­to do referido art. 194.

Esta solução, que 'também consubstancíaum principio, adequa-se perfeitamente assituações por nós retratadas, eis que, tendoa transitoriedade que o interesse social re­clama, não desrespeita a índíssolubílídadedo vinculo matrimonial, que permanece co­mo regra.

Sala. das Sessões, em 2 de setembro de1975. - Epitrício Cafeteira - OctacitioQueiroz - Jorge Uequed - Antônio Car­los - Freitas Nobre - Frederico Braruião- Aldo traçunâee - Getúlio Dias - IsraelDias-Notaes - José Tlurmé - Gerson Ca­mata - Rosa Flores - Odacir/Klein - Li­âoutno tranton - João Alves - Ruy Bace­lar - Yasumori Kunigo - João Climaco ­Alvaro Dias - Gamatiet Galváo - LauroLeitão (apoiamento) - Guaçts Piteri ­Moacyr Dulla - Amaury Müller - Adhe­mar Pereira - José MandelZi - HélioCampos - Lincoln Grillo - HenriqueCórdova - Ário Theodoro - Léo Simões ­Nabor Júnior - Sylvio Abr~u Júnior - Ino­cêncio Oliveira - Antônio Ferreira - An­tônio Gomes - octaciuo Almeida - ttu- "­rival Nascimento - Fábio Fonseca ­Odemir Furlam. - Daso Coimbra - AlcidesFranciscato - Celso Barros - Ruy Côdo- Edgar Martins - Joaquim Bevilacqua­Aâalberto Camargo - Darcilio Aires - JoãoCunha - João Arruda - Vieira da Silva- José Ribamar Machado - Leõnuio»Sampaio - Airton Sandoval - Eurico Ri­beiro - Mauricio Leite - Marcelo Liniiare«(apoiamento) - João Gilberto (apoia­mento) - Alcir Pimenta - Milton Steui­brucii - Gomes do Amaral - HumbertoLucena - Hélio de Almeida - Aluizio Pa­raguassu - Jaison Barreto - Pedro Lauro- Ruy tsno - üastão Müller - Cotta Bar­bosa - Carlos Wilson - Adhemar Santíllo- Amaral Furlan - Antônio Belinati ­OUvir Gabarão - Carlos Alberto Oliveira- Hiiâérico Oliveira - Elcival Caiado ­Osru,aldo Lima' - Noiâe cerqueira - Fur­tado Leite - Luiz Rocha - Flávio Marci­lio - Aderbal Jurema - Marcelo Gato ­Paulo Marques -Henrique Cardoso - Flo­rim Coutinho - Th:eódulo Albuquerque ­Mário Moreira - Pacheco Chaves - AirtonSoares - Jonas Carlos"," Hugo Napoleão- Júlio Viveiros - Jerônimo Santana ­Nadyr Rossetti - Sebastião Rodrigues rr.- José Mauricio - Francisco Amaral ­Antônio Morimoto - Aloisio Santos - JorgeMoura - SantilZi Sobrinho - Alberto La­vinas - Alencar Furtado - Sérgio Murilo- santo» Filho - Henrique Eduardo AL­ves - ArgiZano Dario - Antônio José ­Emanuel Waissmann - Antônio Pontes- José Maria de Carvalho - Nunes Leal ­Eduardo Galil - Manoel RodrigueS - Hum­berto Souto (para apoiamento) - RômuloGalvão - Bxpeâito Zanotti - Irurno Pires- Magno Bacelar - Joel Ferreira - VingtRosado - Raimundo Parente - JosiasLeite - Hydelcel Freitas - Antunes deOliveira - Alaeiâ Nunes - Joel Lima ­Nunes Rocha - Eloy Lenei - JoaquimGuerra - Brígido Tinoco - Geraldo Bu-

thões - Wazter Silva - Jaâer Barbalho ­JG de Araújo Jorge - João Durval - Ubal-:do Barém. - Jarbas Vasconcelos - RubemDOurado.

OFíCIODo Presidente da Comissão de Constituição

e Justiça, nos seguintes termos:Brasília, 1.° de agosto de 1975

or, n,v 156175

A Sua Excelência o SenhorDeputado Célio BorjaDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,Atendendo à deliberação unânime desta

Comissão, em reunião de sua Turma "A",realizada em 12-8-75, solicito a V. Ex." queo Projeto n.> 857/75, do Sr. Aurélio Campos,que "exclui o Município de Castilho, no Es­tado de São Paulo, da relação dos municí­pios declarados área de interesse da segu­rança nacional, seja anexado ao Projeton. O 90/75, do Sr. Jorge Uequed, que "excluio Municipio de Canoas da relação dos mu­nicipios declarados áreas de interesse de se­gurança nacional", por tratarem de maté­rias análogas.

Na oportunidade, renovo a V. Ex.lI- os meusprotestos de estima e elevado apreço. ­Luiz Braz, Presidente.

PROJETO DE LEIN.o 75G-A, de 1975

(DO PODER E:z;ECUTIVO)MENSAGEM N.o '172/75

Dispõe sobre o Magistério da Aero­náutica e dá outras providências; ten­do parecer, da Comissão de Constituiçãoe Justiça, pela constitucionalidade e j u­ridieidade. Pendente de pareceres dasComíssões de Segurança Nacional e deFinanças.

(Projeto de Lei n.> 756, de 1975, a quese refere o parecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Esta Lei organiza o Magistério da

Aeronáutica e estabelece o regime jurídicode seu pessoal.

TíTULO IDas Disposições Gerais

CAPíTULO IDa Organização

Art. 2.0 O Magistério da Aeronáuticatem como integrantes os professores civisdas Organizações de Ensino da Aeronáu­tica, os quais serão regidos pela legislaçãotrabalhista.

Parágrafo único. Para os efeitos destalei, entendem-se como atividade de magis­tério as pertinentes ao ensino e à pesquisa,quando exercida nas Organizações de Ensi­no da Aeronáutica por integrantes do cor­po docente _ pelo pessoal coadjuvante, riarorma da presente lei. .

Art. 3.° Os professores pertencem a duascategorias: permanentes e temporários.

§ 1.0 Professores permanentes são os ad­mitidos em virtude de habilitação em con­curso público de títulos e provas, para oexercício efetivo de atividades de magis­tério.

§ 2.0 Professores temporários são os ad­mitidos por tempo determinado, na formado art. 13 desta lei, para o exercício tem­porárío de atividades de magistério.

§ 3.0 Os professores temporários contra­tados, para o 'exercício de atividades do­centes auxiliares no ensino superior, cons­tituirão a classe especial de Auxiliar deEnsino. '

Art. 4.0 No ensino superior, os professo­res distribuem-se pelas seguintes classes:'I'íf.ular, Adjunto e Assistente.

Art. 5.0 A lotação do efetivo de professo­res de cada Organização de Ensino é fixadana forma da legislação pertinente, conside­rados os fatores: índice "turma-hora" pordisciplina -ou grupo de disciplinas, progra­mas de pesquisa, regime de trabalho e fun­ções peculiares ao magistério da Organiza­ção de Ensino.

Parágrafo único. Nas Organizações deEnsino de 1.0 e 2.° graus, 70% (setenta porcento) do efetivo de professores destinam­se a professores permanentes e 30% (trintapor cento) a professores temporários.

Art. 6.0 Além dos professores especifi­cados no art. 3.0 desta lei, cujo efetivo éfixado na forma do art. 5.°, as organiza­ções de Ensino podem utilizar professoresde outras organizações oficiais ou privadas,mediante convênio, e Conferencistas pararealização de cursos, programas de pesqui­sa, ciclos de conferências, palestras, seminá­rios e outras atividades correlatas.

CAPíTULO II

Das Atribuições. Art. 7.° São atribuições de magistério as

pertinentes à preservação, elaboração etransmissão de conhecimentos de naturezanão essencialmente militar, à administra­ção do ensino, e à colaboração na formaçãoética e cívica do aluno.

Art. 8.0 Os professores só podem exercerfunção ou encargo na administração da Or­ganização de Ensino, desde ç.ue diretamenterelacionados com as atribuições do magis­tério.

CAPiTULO .111Do Provimento

Art. 9.° O pessoal do Magistério da Ae­. ronáutíca é admitido de acordo com esta

lei..llrt. 10. Além das condições especificas

para cada categoria, o candidato ao Ma­gistério da Aeronáutica deve satisfazer aosrequisitos de idade, idoneidade moral, ca­pacidade física e aptidão psicológica com­patíveis com a atividade docente.

Art. 11. OS candidatos às vagas existen­tes nas organizações de Ensino da Aeronáu­tica devem preencher todos os requisitosprevistos na legislação fec'.eral referente aoexercício do magistério no nível de ensinoa que se candídatarem,

Art. 12. Os empregos de professor per­manente são providos mediante concursopúblico de títulos e provas, ao qual podemconcorrer civis e militares da Reserva.

Art. 13. A função de professor temporá­rio contratado é provida mediante exame desuficiência e confronto de títulos, ao qualpodem concorrer civis e militares da Re-serva. '

§ 1.0 Para as organizações de ensino de1.0 ou 2.° grau os candidatos devem possuir,se civis, registro no Ministério da Educa­ção e Cultura de professor da disciplinaou grupo de disciplinas a que se apresentem;se militares, curso de Estabelecimento deEnsino Superior das Forças Armadas narespectiva especialidade.

§ 2.0 Para as organizações de ensino su­perior, os candidatos civis devem satisfazeras condições de aptidão profissional exigi­das pela legislação federal referente ao ma­gistério superior.

Art. 14. Para preenchimento de vagasde professor permanente ou temporário,o Ministro da Aeronáutica mandará abrir,na Organização de Ensino interessada; ins­crições para o concurso ou exame de sutí-

6782 Quinta~feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Se~io J) Setembro de 1975

ciência e confronto de titulas, 'destinados,respectivamente, ao provimento.

§ 1.° o prazo de inscrição é de 90 (no­venta) dias, devendo o concurso reaíísar-sedentro de 60 (sessenta) dias, contados dadata de encerramento das inscrições.

§ 2.0 O concurso de títulos e provas e oexame'de suficiência e confronto de titulasserão organizados, realizados e [ulgados poruma comissão designada pelo Comandanteda Organização de Ensino, e de cuja com­(posição devem participar, no mínímo, 3(três) professores.

§ '3.° O candidato ao emprego de pro­fessor permanente, julgada e indicado pelaeomíssão de que trata o parágrafo anterior,será contratado por ato do Ministro daAeronáutíea para emprego de caráter per..manente e íncluido, nesta condição, na 'I'a­bela Permanente do Ministério da Aero-'náutica.

§ 4.° O candidato à função de professortemporário contratado, aprovado e indicadopela comissão de que trata o parágrafo 2.0,firmará contrato com a organização de En..síno por período de 2 (dois) anos, prorrogá­vel a critério do Comandante da Organí..zação ,

Art. 15. O professor, quer permanentequer temporário, deve apresentar, no prazomáximo de cada 4 (quatro) anos:

I - se do ensino de nível superior, tra"balhos que comprovem aperfeiçoamentoprofis.sional, tais eemo publicações de livrose artigos, orientação de tese de mestrado oudoutorado ou direção de projetos, obtençãode patentes, participação ativa .em congres­aos e seminários ou, ainda, certificado dehaver ministrado ou freqüentado com apro­veitamento cursos de aperfeiçoamento, pós-­graduação, extensão ou especialização, des­de que tais trabalhos sejam consideradosde interesse da Organização de Ensino; e

II - se do ensino de 1.0 ou 2.° grau,no mínimo, certificado de aprovação oufreqüência de cursos, simpósios, semináriosou encontros, onde se especialize e, príncí­palmente, se atualize no seu ramo de atí­vidade de magistério.

§ 1.° O Comandante da Organização deEnsino nomeará uma comissão da qual fa~çam parte, no mínimo, 3 (três) professo­res, para exame e avaliação das realizaçõesprevistas neste artigo.

§ 2.Q O· não cumprímento da exigênciafeita neste artigo acarretará para o prores­ser permanente a perda da gratificação. deque trata o artigo 31, inciso TI, e para oprofessor temporário a não renovação deseu' contrato.

CAPíTULO IVDos Deveres e Responsabili~ades

r Art. 16. J!l dever dos integrantes do Ma­gistério da Aeronáutica contribuir para queo processo educacional se desenvolva nosentido da formação integral do educando,dentro das modernas técnicas pedâgógicas,e de acordo com os obj etívos estabelecídoapelo órgão normativo do ensino da Aero­náutica.

§ 1.° Competem aos professores, além dese dedicarem ao ensino e pesquisa, M se­gúíntes atividades:

a) colaborar eom.a Direção de Ensino, ouó:cgãos eqüívalentes, na preparação de ma­teria1 didático;

h) pa:rticipar da elaboração de livros di­dáticos e textos escolares; ,

c) colaborar na orientação do estudo di­rigido, quando determinado pela Direçãode Ensino ou órgãos eqütvalentes;

d) participar de atividades extra-classeé de solenidades cívico-militares; e

e) realizar outros trabalhos relacionadoscom a disciplina que lecionem, conforme de­termine a Direção de Ensino ou órgãos eqül­valentes.

§ 2.0 Além das atividades de ensino, osprofessores participam 006 atos que com­plementam a educação do corpo discente.

Art. 17. Os professores ,estão suí eit.os,além dos Regulamentos das Organizaçoesde Ensino onde desempenham suas ativida­des e às disposições desta Lei, às da le­gislação trabalhista e,

I - quando permanentes, subsidiariamen­te, à legislação referente ao Magistério Fe­deral; eII - quando temporários, ao que estabe­

lecerem os contratos firmados.:::APíTULO V

Do Regime de TrabalhoArt. 18. O professor fica sujeito, na Or­

ganização de Ensino em que lecione, ao se~

guínte regime de trabalho:I - 40 (quarenta) horas semanais de a~i~

vidade de magistério, em dois turnos diá­rios completos, se do ensíno superior;

II - M (vinte e quatro) horas semenaísde efetiva atividade de magistério, se doensino de 1.0 ou 2.° grau;

!II - dedicação exclusiva, quando Auxí­liar de Ensino.

§ 1.0 O professor temporário, do ensinosuperior ou do ensino de 1.0 ou 2.° grau,poderá ser submetido a regime de trabalhode 24 (vinte quatro) ou de 12 (doze) horassemanais de atividades de magistério deacordo com o contrato assinado.

§ 2.0 No :nteresse' do ensino e da pes­quisa, o proressor permanente ou temporá­rio no-regime de 40 (quarenta) horas sema­nais, ressalvado o direito à opção do perma­nente, pode ficar sujeito ao regime de de­dicação exclusiva, com o compromisso denão exercer qualquer outra atividade .'emu­nerada em órgão público ou privado.

§ 3.0 Os professores terão sempre, índí­vidualmente, obrigações didáticas mínimas,em número de horas de aula, fixadas peloComandante da Organização de Ensino aque pertencerem.

§ 4.0 No cômputo do número de horasde aula, não se incluem as referentes à pes­quisa, preparação didática, orientação deestudo dirigido em classe, organização efiscalização de provas, participação em co~

missões de exame ou concurso e reuniões re­lativas às atividades educacionais de ensi­no atribuídas ao professor.

§ 5.0 O professor de uma díscíplína po­de ser aproveitado no ensino de outra, des­de que sejam afins, e a critério da Direçãode Ensino ou órgão eqülvalente da Orga­nização.

CAPíTULO VIDa Aposentadoria e Exoneração

Art. 19. A aposentadoria do professorpermanente obedecerá às normas estabele­cidas na legislação trabalhista e previden­ciária.

Art. 20. No caso de o professor perma­nente haver realizado, no estrangeiro, qual­quer curso ou estágio de duração superior a6 (seis) meses, por conta do Ministério daAeronáutica, sem haver decorridos 3 (três)anos de seu término, a aposentadoria só se­rá concedida mediante a indenização de to~das as j despesas correspondentes à realiza­ção do referido curso ou estágio, inclusiveas diferenças de vencimentos eventualmen­te recebidas.

Parágrafo único. Para a concessão dedispensa, a pedido, do emprego permanente,em circunstância semelhante, apücar-se-âoas 7Uesmas exigências.

CAPíTULO VIIDa Beseísão de Contrato

Art. 21. O professor, permanente outemporário, terá seu contrato rescindido deacordo com a legislação trabalhista.

§ 1.0 Constituem "justa causa", paraefeito de rescisão do contrato, dentre ou­tros, os seguintes motivos:

a) quando o professor for julgado inca­paz moralmente;

b) por conveniência da disciplina;c) por não ter o professor revelado a ap­

tidão necessária ao exercício da função do­cente.

§ 2.° O professor de que trata este arti­go terá, ainda, seu contrato rescindido, pe­los seguintes motivos:

a) por interesse da Administração;

b) por extinção da disciplina paPa a qualtenha sido contratado, se não pude. seraproveitado.

CAPíTULO VIIIDo Pessoal Coadjuvante

Art. 22. O Dorpo Docente de cada Orga­nização de En.s.ino pode ter como coadjuvan­tes: teenologístas, preparadores e inspeto­res-monitores, contratados.

Art. 23. Os teonolcgístas auxiliam osprofessores dt ensino superior, quer no cam­po didático, quer no da pesquisa.

Parágrafo único. A função de tecnolo­glsta podem concorrer civis e militares dareserva, e os candidatos devem satisfazer àsseguintes exigências:

a) possuir idoneidade moral;b) ter aptidão para o exercício da fun­

ção;c) possuir aptidão fisica, julgada por

Junta de Sat.de da Aeronáutica;d) apresentar certificado de conclusão de

curso de 2.° grau; ee) ser aprovado em exame de suficiência,

constante de prova escrita e prática, refe­rente à disciplina a que se candidatarem.

Art. 24. Os preparadores auxiliam osprofessores nas disciplinas de ensino' expe­rimental.

Parágrafo único. A função de prepara­dor podem concorrer civis e militares da re­serva, e os candidatos devem satisfazer àsseguintes exigências:

a) possuir idoneidade moral;h) ter aptidão para o exercício da função;c) possuir aptidão rísíea, ju1gada por

Junta de Saúde da Aeronáutica;d) apresentar certificado de conclusão de

curso de 2.0 grau; ec) ser aprovado em exame de suficiência,

constante de prova escrita e prática, refe­rente à disciplina a que se candidatarem.

Art. 25. Os Inspetores-monitores auxí->liam os professores e instrutores na prepa­ração de material e na realização de aulase sessões de instrução do ensino de 1.0 e2.0 graus.

Parágrafo único. A função de Inspetor­monitor podem concorrer civis e militaresda reserva, e os candidatos devem satisfa­zer às seguintes exigências:

a) possuir idoneidade moral;

Setembro de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seçio I) Quinta-feira '" 6783

b) ter aptidão para o exercício da função;

c) possuir aptidão física, julgada porJunta de Saúde da Aeronáutica;

d) apresentar certificado de conclusão decurso de 1.0 grau; e

e) ser aprovado em exame de suficiência.

Art. 26. O candidato à função de tecno­Ioglsta, de preparador ou de inspetor-moni­tor, satisfeitas as exígêneíaa, será contrata­do pelo Comandante da Organização porperíodo de ;3 (doís) anos, prorrogável desdeque atendidos os requisitos de aproveita­mento e rendimento do trabalho e adapta­ção às atividades Inerentes à função.

Art. 27. Os tecnologistas, preparadores eínspetores-monítores estão sujeitos:

I - à legislação trabalhista;

II - aos termos do contrato firmado; e

lI! - às prescrições regulamentares daOrganização de Ensino onde trabalhem.

Art. 23. JS tecnologistas, preparadores eínspetores-monítores podem ser contratadosno regime de 40 (quarenta), 24 (vinte e qua­tro) ou 12 (doze) horas de trabalho se­manais ou no de dedicação exclusiva como compromisso de, neste. caso, não exerce­rem qualquer outra atívídade remuneradaem órgão público ou privado.

Art. 29. O teenologista, o preparador eo inspetor-monitor terão seu contrato res­cindido de acordo com a legislação traba­lhista, observando-se o disposto no artigo21 desta lei.

CAPí,+ULO IXDa Remuneração

Art. 30. Os salários básicos dos profes­sores e coadjuvantes das Organizações deEnsino da Aeronáutica são os fixados emlei.

Art. 31. O professor, quando no exercí­cio efetivo de suas atribuições no magisté­rio, fará jus às gratífícaçôes:

I - adicional por tempo de serviço, quan­do sujeito ao regime estatutário;

H - de auxílio ao aperfeiçoamento téc­nico-profissional;

IH - de comissão no Magistério da Aero­náutica;

IV - de Dedicação Exclusiva.

§ 1.0 O Auxiliar de Ensino e o Coadju­vante só farão jus às gratificações II e IVdeste artigo.

§ 2.0 O pagamento dàs gratificações H,II! e IV deste artigo cessa quando do afas­tamento do professor das atribuições queexercia no magistério por:

a) licença por período superior a 6(seis) meses para tratamento de saúde dedependente;

b) licença para aperfeiçoar seus conhe­cimentos técnicos ou realizar estudos, porinteresse particular;

c) ausência não justificada;d) afastamento do serviço além dos pra­

zos legais.§ 3.0 Todas as gratificações previstas

neste artigo são calculadas sobre o saláriobásico do pessoal docente.

Art. 32. A gratificação adicional portempo de serviço é devida, definitivamente,inclusive na aposentadoria, ao professorpermanente sujeito ao regime estatutárioque completar cada qümqüêníó de efetivoserviço, no valor de tantas cotas de 5%(cinco por cento) de seu salário básicoquantos forem os qüinqüênios de efetivoserviço.

Parágrafo único. O direito à gratíríca­ção começa no dia seguinte àquele em queo professor completa cada qüinqüênio.

Art. 33. A gratificação de Auxílio aoAperfeiçoamento Técnico-Profissional, cal­culada sobre o .salárío básico, é atrtbuidaac professor, ao auxiliar de ensino e aocoadjuvante, como estimulo ao aperfeiçoa­mento técnico-profissional, na razão de:

I - 35% (trinta e cínco por cento) aosprofessores permanentes e temporários con­tratados do ensino superior;

II - 25% (vinte e cinco por cento) aosprofessores permanentes e temporáríoscontratados do ensino de 2.° grau;

UI - 20% (vinte por cento) aos profes­sores permanentes e temporários contrata­dos do ensino de 1.0 grau, aos auxiliares deensino e aos coadjuvantes do ensino supe­rior:

IV - 15% (quinze por cento) aos demaiscoadjuvantes do ensino.

Art. 34. A gratificação pelo exercício decomissão no Magistério da Aeronáutica éatribuida ao professor em razão dos seguin-tes casos: - ,

! - 25% (vinte e cinco por cento) paraa de Coordenador de Ensino Científico oufunção equivalente;

II - 20% (vinte por cento) para a deChefe da Seção de Ensino ou órgão equi­valente;

UI - 15% (quinze por cento) para a deadjunto da Seção de Ensino ou órgão equi­valente.

Art. 35. A gratíflcação de DedicaçãoExclusiva é devida ao professor, ao auxiltarde ensino e ao coadjuvante na razão de20% (vinte por cento) sobre o salário bá­sico.

Art. 36. O professor, o auxiliar de ensi­no e o coadjuvante que, na data da apo­sentadoria possua pelo menos cinco anosno regime de 24 (vinte e quatro) ou node 40 (quarenta) horas semanais, além dosalário básico, tem direito, para efeito decálculo de proventos, às correspondentesgratificações que estiver percebendo.

§ 1.0 O valor da gratificação será pro­porcional ao tempo de serviço prestado,Isoladamente, em cada um dos regimes eletrabalho de que trata esta lei, na hipótesede ser inferior a 5 (cinco) anos o exercícioem cada um deles.

§ 2.° Para OS efeitos do disposto noeaput deste artigo, somente será compu­tado o tempo de serviço prestado nos re­gimes de trabalho atribuidos a partir davigência desta Lei.

§ 3.° O professor, o auxiliar de ensino eo coadjuvante que se aposentar antes decompletar os 5 (cinco) anos previstos nocaput deste artigo terá incorporados aosseus proventos as correspondentes gratifi­cações, calculadas da seguinte forma:

a) 1/25 (um vinte e cinco avos) por anode serviços prestados, para as gratifica­ções que recebia na data da publicaçãodesta Lei;

b) 1/5 (um quinto) por ano de serviçosprestados, a partir da data da publicaçãodesta Lei, para as gratificações que estiverrecebendo.

Art. 37. O professor temporário con­tratado, militar da reserva, além dos pro­ventos de inatividade regulados pela Leide Remuneração dos Militares, faz jus àremuneração prevista para o professor tem­porário contratado civil.

Art. 38. A retribuição dos Conferencis­tas poderá ser fixada em termos de salá­rio/hora, à vista das conveniências da Or­ganização de Ensino, consideradas as res­pectivas qualificações.

TiTULO nDas Disposições Especiais

CAPiTULO ÚNICOArt. 39. Ao professor é vedado:I - a qualquer titulo, ensinar individual­

mente ou coletivamente, em caráter parti­cular, mediante remuneração, a alunos da.Organização onde leciona;

II - lecionar em cursos ou organizaçõessemelhantes, de preparação para concursode admissão ou para exames de segundaépoca na Organização onde leciona.

Art. 40. O professor permanente podeser movimentado por conveniência do en­sino, por motivo de saúde ou, se não hou­ver inconveniente para o Ensino da Aero­náutica, por interesse próprio.

parágrafo único. Na hipótese da extin­ção da Organização de Ensino ou por con­veniência do ensino, sua movimentação éfeita por necessidade do serviço.

Art. 41. Além dos casos previstos na le­gislação vigente, pode ocorrer, no interessedo ensino e da pesquisa, o afastamento dopessoal docente, para aperfeiçoar-se eminstituições nacionais ou estrangeiras, oupara comparecer a congressos e reuniõesrelacionados com a atividade de magisté­rio que exerce.

Parágrafo único. O afastamento previs­to neste artigo é concedido por Indicacâodo Comandante da Organização de Ensinoou, a requerimento do interessado, pela au­toridade competente.

Art. 42. Para efeito desta Lei, entende­se por Comandante da Organização de En­sino O título benéfico correspondente ao de.Díretor, Reitor, Chefe ou outra denomina­ção que tenha ou venha ter aquele que,de acordo com o regulamento da Organi­zação de Ensino, for responsável pela ad­ministração, emprego, instrução e discipli­na de uma Organização de Ensino. ou quea tenha sob sua subordinação direta.

TíTULO mDas Disposições Transitórias

CAPiTULO ÚNICOArt. 43. Aos atuais professores efetivas

das Organizações de Ensino da AeronáuticaSUjeitos ao regime estatutário será assegu­rada, no que couber, a aplicação das dis­posições desta lei, mantido seu regime ju­ridíco ,

Art. 44. A aposentadoria dos professo­res de que trata o artigo 43 desta Lei, seráconcedida, mediante requerimento, àqueleque contar o número mínimo de anos deserviço para esse fim, exigido pela legisla­ção relativa aos funcionários públicos fe­derais o II legislação específlca do magisté­rio federal.

§ 1,0 Nas hipóteses de aposentadoria ouexoneração, a pedido, será observado o dis­posto no artigo 20 e seu parágrafo únicodesta Lei.

§ 2.0 O professor que solicitar aposenta­doria aguardará, no exercicio de suas fun­ções normais, a publicação, no Diário Ofi­cial, da solução de seu requerímento .

Art. 45. A aposentadoria ex officio dosprofessores permanentes abrangidos peloartigo 43 desta Lei, verificar-se-á quandoo docente: -

I - atingir a idade limite de permanên­cia na atividade, de acordo com a legisla­ção para o magistério civil federal;

Ir - for julgado inválido ou incapaz fi­sicamente, em deIlnitivo, por Junta de Saú­de da Aeronáutica, para atividade docente;

Ir! - for afastado das funções de docen­te por 2 (dois) anos, consecutivos ou não,

6'784 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'75

CJ:$ 2,49'7,00Cr$ 2.227,0001"$ 1. 923,00

para tratamento de saúde, no período má­ximo de 4 (quatro) anos, a contar da datada primeira licença.

Art. 46. Oontar-se-ão, como anos deservíço público, os anteriores à vigênciadesta Lei, dedicados ao serviço público, noexercício de atividade de magistério, qual­quer que tenha sido a relação de emprego,em regime de trabalho, no mínimo, eqüí­valente ao exigido para o professor perma­nente de mesmo nível de ensino.

Art. 47. Aos atuais professores contra­tados, ficam assegurados os contratos atéo término de sua vigência.

Parágrafo único. Poderão ter renovadosseus contratos os atuais professores contra­tados, obedecidas, porém, as normas esti­puladas no Capitulo lU do Título I destaLei.

Art. 48. Para ereíto de compatibiliza­ção dos cargos existentes antes da vigênciada presente Lei com as classes ora prevís­tas no artigo 4.°, adotar-se-á a seguintecorrespondência:Professor Pleno - Professor TitularProfessor Associado '- Professor AdjuntoProfessor Assistente - Professor Assistente

§: 1.0 O atual Auxiliar de E11Bino terácorrespondência ao Auxiliar de Ensino pre­visto no §: 3.° do art. 3.0 desta Lei.

§ 2.0 O aproveitamento dos atuais pro­fessores efetivos nas classes previstas nes­te artigo dependerá de comprovação doatendimento da exigência contida no itemVI do § 3.0 do art. 176 da Oonstítuíção,

§ 3.0 O aproveitamento dos atuais pro­fessores, a que se refere o parágrafo an­terior, será imediato e sucessivo ao cumpri­mento daquela exigência constitucional, e,simultâneo com o cumprimento da mesma,pelos demais professores.

§ 4.0 O aproveitamento dos atuais pro­fessores efetivos, suj eítos ao regime esta­tutário, far-se-á mediante transrormaeãodos cargos respectivos em cargos integran­tes da classe em que forem aproveitados, osquais integrarão o Quadro Permanente doMinistério da Aeronáutica.

§ 5.0 A soma dos 'cargos ocupados pelosprofessores efetívos de que trata o parágra­fo anterior com os empregos dos professo­res permanentes regidos pela legislaçãotrabalhista não poderá ser superior ao li­mite de lotação estabelecido para Cada.classe.

§ 6.0 Não haverá novos provimentos noregime estatutário, nas vagas resultantesdo afastamento definitivo dos titulares doscargos a quP se refere o § 4.°, devendo osclaros de lotação decorrentes ser preenchi­dos por professores sujeitos à legislaçãotrabalhista, na conformidade do estabeleci­do nesta Lei.

TíTULO IVDas Disposições Finais

CAPíTULO úNICOArt. 49. Esta Leí será regulamentada

pelo Poder Executivo, no prazo de 120 (cen­to e vinte) dias, contado a partir da datade sua publicação.

Art. 50. Esta Lei entra em vigor nadata. de sua publteação, revogadas as dís­posíções em contrário.

Brasília, em - de de 1975.LEGISLAÇÃO CITADA

CONBTITUIÇAO DA REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

TITULO IVDa Família, da Educação e da Cultura

Art. 176. .. .§ 1.° ., ••...•......•....•.•......••..••

§ 2.° ' .§ 3.0 A legislação do ensino adotará os

seguintes princípios e normas:I - , .n - ..III - ..IV - ..V - ..

VI - o provírnento dos cargos iniciais efinais das carreiras do magistério de graumédio e superior dependerá, sempre, deprova de habilitação, que consistirá emconcurso público de provas e títulos, quan­do se tratar de ensino oficial;

MENSAGEMN.O 172, de 1975

(DO PODER EXEOUTIVO>

Excelentissimos Senhores Membros doCongresso Nacional:

Nos termos do artigo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada deli­beração de Vossas Excelências, acompa­nhado de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estado da Aeronáutica, o anexopro~eto de lei que "dispõe sobre o Magisté­rio da Aeronáutica, e dá outras providên­cias" .

Brasília, DF, 23 de junho de 1975. ­Ernesto Geisel.

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N.o 43/GM3,DE 18 DE JUNHO DE 1975, DO MINIS­TÉRIO DA AERONAUTICA'Excelentissimo Senhor Presidente da Re-

pública:O Ministério da Aeronáutica tem a hon­

ra de submeter à elevada consideração deVossa Excelência, o projeto de lei que or-\ganíza o Magistério da Aeronáutica e es­tabelece o regime jurídico do seu corpodocente e pessoal coadjuvante.

2. Justificando a presente proposta,este Mmíatérío passa a expor a Vossa Ex­celência as seguintes eonsíderações:

- o Ministério da Aeronáutica vem so­frendo, nos últimos anos, um processo con­tínuo e indesejável de esvaziamento qua­litativo no seu quadro de professores;

- o recrutamento de novos professoresvem, progressívamente, tornando-se maisdifícil, pela carência de atrativos que o Mi­nistério da Aeronáutica tem a oferecer;

- os salários muito inferiores aos domercado de trabalho, os modestos benefí­cios de previdência na inatividade e, a au­sência de regulamentação que assegure aoPessoal do Magistério a oportunidade de fa­zer carreira no Ministério da Aeronáutica,são as causas básicas do citado processo deesvazíamento .

s. Assim. Senhor Presidente, no enten­der deste Ministério, o projeto de lei orasubmetido à elevada consideração de Vos­sa Excelência, uma vez aprovado, virápreencher uma lacuna, há muito existentena Iegíslaçâc que regula o ensino na Aero­táutíea, bem como, virá corrigir as distor­ções apontadas.

Aproveito o ensejo para renovar a VossaExcelência os protestos do meu mais pro­fundo respeito.' - Joelmir Campos de Ara­I'Ípe Macedo, Ministro da Aeronáutica.

PARECER DA COMISSAO DECONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

I e 11 - Relatório e voto do RelatorOriginário do Poder Executivo, vem a eS­

ta Comissão, para exame e parecer, acom­panhado da Mensagem n,v 172/75, o pre-

sente Projeto de Lei, que dispõe sobre oMagistério da Aeronáutica e dá outras pro':'vldêneías..

O Sr. Ministro da Aeronáutica, em Ex­posição de Motivos que instrui o processo,esclarece que o Ministério da Aeronáuticavem sofrendo, nos últimos anos, um con­tínuo e indesejável esvaziamento qualita­tivo no seu quadro de professores, pela ca-rência de atrativos salariais. .

Daí a iniciativa governamental, visandoa sanar a lacuna.

O Projeto sob exame deverá ser exami­nado, ainda, pelas doutas Comissões de Se­gurança Nacional e de Finanças.

Assim, não apresentando a proposição,em tela, qualquer vício de ordem constitu­cional e jurídica, somos pela sua aprova­ção.

Sala da Comissão de agosto de 1975.- Lauro Leitão, Relator.

III _ Parecer da Oomíseâo

A Comissão de Constituição e Justiça, emreunião de sua Turma "B", realizada em13-8-75, opinou, unanimemente, pela cons­titucionalidade e [urídícídade do Projeto n,o756/75, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu-etados:

Luiz Braz - Presidente, Lauro Leitão ­Relator, Antônio Morimoto, oantídío Sam­paio, Erasmo Martins Pedro Gomes da Sil­va, Jairo Magalhães, João Gilberto, JoãoLinhares, José Sally, Noide Oerqueíra e Se­bastião Rodrigues.

Sala da oomíssão, 13 de agosto de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Lauro Leitão,Relator.

Senhor Presidente,Na forma regimental, requeiro urgência

para a tramitação do Projeto de Lei n,o756175.

Sala das Sessões, em 3 de setembro de1975.-BIotta .Jllnior- Israel Días-Novaes,

PROJETO DE LEIN.o 757-A, de 1975

COO PODER EXEOUTIVO)

MENSAGEM N.o 173175Dispõe sobre os vencimentos ou salá­

rios básicos do pessoal docente e coad­juvante do Magistério da Aeronáutica;tendo parecer, da ComisslW de Const:L­tuíção e .Justiça, pela constitucionalida.­de e juridicidade. Pendente de parece­res das Comíssões de Educação e Cul­tura (audiêncía) , de Segurança Nacio­nal e de Finanças.

(Projeto de Lei n.v 757, de 1975, a quese refere o parecer.)

O Congresso Nacionál decreta:Art. 1.° Os vencimentos ou salários bá­

sicos dos professores do Ensino Superio;J:'do Magistério da Aeronáutica, são:

1 - No regime de trabalho de 40 (qua­renta) horas' semanais:- Professor Titular Cr$ 8.324,00-" Professor Adjunto Cr$ 7 ,424,00- Professor Assistente Or$ 6 .412,0~

2 - NO regímq di) trabalho de 24 (vintee quatro) horas semanais:..:.. Professor Titular Cr$ 4.994,00- Professor Adjunto Or$ 4,4M,00- Professor Assistente Or$ 3.847,00

3 - No regime de' trabalho de 12 (doze)horas semanais:- Professor Titular- Professor Adjunto- Professor Assistente

Sdent'!Jl'O de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção J) Quinta-feira 4, 6785

2. Acompanha o projeto a Exposição deMotivos n.O 44, de 18 de junho de 1975, doExmo. Sr. Ministro da Aeronáutíea, na qualS. Ex. a assevera que os vencimentos básicosvigorantes para o' Magistério da Aeronáu­tica encontram-se abaixo daqueles atribui­dos aos do magistério federal ligados aoMinistério da Educação e Cultura, tornan­do-se necessária a equiparação devida, paraque não haja um processo de esvaziamentodo corpo docente do Ministério da Aeronáu­tíca, hoje atraído pelas condições de tra·balho mais convidativas de instituições edu­cacionais mantidas pelo Estado de SãoPaulo.

3. O projeto em estudo é constitucional.A iniciativa do processo legislativo com­pete, in easu, ao Presidente da República,nos termos do inciso II, do art. 57 da Cons­tituição Federal.

4. Também não vislumbramos injurídí­cidade na proposição sub examen, O GrupoMagistério está previsto na Lei n.? 5.645,de 10 de dezembro de 1975, que estabelecediretrizes para a classificação de cargos doServiço Civil da União. O projeto propõe-se,como bem salienta a Exposição de Motivosdo ~xmo. Sr. Ministro da Aeronáutica, aigualar os vencimentos do pessoal da Aero­náutica aos do Magistério Federal. De outraparte, foi atendida a recomendação contidana Circular n.O 1, de 7 de maio de 1974, daPresidência da República no sentido daaudiência do Departamento Admínístratívodo Pessoal Cívfl,

Aquele órgão Central do Sistema de Pes­soal manifestou-se favoravelmente ao pro­jeto:

5. Não há reparos a fazer no que con­cerne à técnica legislativa.

II - Voto do RelatorNosso voto é pela conveniência da apro­

vação do projeto.Sala da Comissão, em 20 de agosto de

1975. - Ney Lopes, Relator.III _ Parecer da Oomíssãe

A Comissão de oonstítuíção e Justiça, emreuníâo de sua Turma "AI>, realizada em20-8-75, opinou, unanimemente, pela cons­titucionalidade e juridicidade do Projeto n.o757/75, nos termos do parecer do Relator.

Estiveram presentes os Senhores Depu­tados: Luiz Braz - Presidente, Ney Lopes- Relator, Antônio Morimoto, BJotta Ju.níor, Claudíno Sales, Gomes da Silva, JairoMagalhães, Joaquim Bevilacqua, JorgeUequed, Lauro Leitão, Lídovíno Fanton,Nereu Ouldí, Norton Macedo, Tarcisio Del­gado e Walter Silva.

Sala da Comissão, 20 de agosto de 1975.- Luiz Braz, Presidente - Ney Lopes, Re­lator.

Senhor Presidente,Na forma regimental, requeíremos urgên­

cia para a tramitação do Projeto de Lei n.o757/75. _

Sala das Sessões, em 3 de setembro de1975. - Blotta .Junior - Israel Dias-Novae!!.

)'ROJETO DE DEORETO LEGISLATIVON.o 26, de 1975

(Do Sr. Alvaro Valle)Atribui competência aos Lideres da

Maioria. e da Minoria, de ambas as Ca­sas do Congresso Nacional, para tomarconhecimento de matérias e providên­cias de caráter confidencial e secreto.

(A Oomissão de Constituição e Justiçae à Mesa.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.° lii atríbuída competência aos Li·

deres da Maioria e Minoria, na Câmara doa

sa Excelência, projeto de lei, que dispõesobre os vencimentos básicos do pessoaldocente e coadjuvante do Magistério daAemnáutica.

2. Ao apresentar a Vossa Excelência opresente projeto, permita-nos Informar queo mesmo é complemento necessárío e obri­gatório do projeto de lei, já enviado aVossa Excelência, que. dispõe sobre o Ma­gistério da Aeronáutica, ímpondo-se quesejam ambos examinados em conjunto.

3. Este Ministério, dando cumprimentoà Oíreular da Presidência da Repúblican.O 1, de 7 de maio de 1974, remeteu o an­teprojeto à análise do Departamento Ad­ministrativo do Pessoal Civil (DASP), tendomerecido parecer favorável.

4. Acresce notar, Senhor Presidente, queos vencimentos básicos, ora em vigor, parao pessoal docente e coadjuvante do Magis­tério da Aeronáutica, por estarem bemabaixo dos vencimentos em vigor para os doMagistério Federal, ligados ao Ministério daEducação e Cultura, vem ocasionando umsevero processo de esvaziamento do corpodocente do Ministério da Aeronáutica, eem particular o do Instituto Tecnológicoda Aeronáutica, que atua nos setores daciência e da tecnologia e sofre forte con­corrência de instituições congêneres man­tidas pelo Estado de São Paulo - Univer­sidade de São Paulo, Universidade Estadualde Campinas, Faculdade de Engenharia deGuara.tírrguetá - que oferecem a seus ser­vidores condições de trabalho mais convi­dativas que as oferecidas pelo ITA.

5. Assim, Sel'lhor Presidente, no enten­der desta Secretaria de Estado, somenteum novo diploma legal, que permita sejamos vencimentos do pessoal da Aeronáuticaigualados aos do pessoal do MagistérioFederal, impedirá a queda do padrão deensino de reputados órgãos deste Ministério,assegurando a continuidade tranqüila deum trabalho profícuo.

6. Nestas condições, tenho a honra desubmeter à apreciação de Vossa ExcelênClao incluso projeto de lei que, se aprovado,ensejará a assinatura da anexa 1[ensagelnao Oongresso Nacional.

Aproveito a oportunidade para renovar aVossa Excelência 00 protestos do meu maisprofundo respeito. - Joelmir Campos deAraripe Macedo, Ministro, da Aeronáutica.

COMISSAO DE CONSTITUrçAOE JUSTIÇA

Of. n.? 148/75Braaílla, 27 de agosto de 1975

Senhor Presidente,Atendendo à deliberação unânime desta

Comissão, em reunião de sua Turma "A",realizada em 20-8-75, solicito que a Comis­são de Educação se pronuncie sobre o Pro­jeto n.> 757175, do Poder Executivo, que"dispõe sobre os vencimentos ou saláríosbáaícos do pessoal docente e coadjuvante doMagistério da Aeronáutica".

Na oportunídade, renovo a V. Ex.a os pro­testos de minha estima e distinta conside­ração. - Luiz Braz, Presidente.

PARECER DA COMISSÃODE CONSTITUIÇAO E JUST:):ÇA

I - RelatórioO Excelentissimo Senhor Presidente da

República, através da Mensagem n,o 173, de23 de junho de 1975, vem de submeter àdeliberação do Congresso Nacional, nos ter­mos do art. 51 da oonstttuíção Federal opresente projeto de lei, que dispõe sobre osvencimentos ou salários básicos dos profes­sores do Ensino Superior do Magistério daAeronáutica.

de 1975.

crs 2.400,00de trabalho de 12 (doze)

MENSAGEMN.O 173, de 1975

(DO PODER EXECUTIVO)

Excelentíssimos Senhores Membros doCongresso Nacional;

Nos termos do arttgo 51 da Constituição,tenho a honra de submeter à elevada de­liberação de Vossas Excelências, aeompa­nhado de Exposição de Motivos do SenhorMinistro de Estad'O da Aeronáutica, o anexoprojeto de lei que "dispõe sobre os venci­mentos ou salários básicos dó pessoal do­cente e coadjuvante do Magistério da Ae­ronáutica".'Brasília, DF, em 23 de junho de 1975. ­

Ernesto Geisel.~XPOSIÇAODE MOTIVOS N,o 44/GM3, DE

18 DE JUNHO DE 1975, DO MINISTJl:RIODA AEIWNÁUTICAExcelentíssimo Senhor Presidente da Re­

públíca:.O Ministério da Aeronáutica tem a honra

4e submeter à elevada consideração de Vos-

Art. 2.0 Os vencimentos ou salários bá­sicos dos professcres do Ensino do 2.° Grau,do Magistério da Aeronáutica, são:

1 - No regime de trabalho de 24 (vintee quatro) horas semanais:~ Professor 01'$ 3.450,00

2 - No regime de trabalho de 12 (doze)horas semanais: .

- Professor Or$ 1.725,00

Art. 3.0 Os vencimentos ou salários bá­síeos dos professores do Ensino do 1.° Grau,do Magistério da Aeronáutica, são:

1 - No regime de trabalho de 24 (vintee quatro) horas semanais:

- Professor2 - No regime

horas -semanais:- Professor 01'$ 1.200,00

Art. 4.° O vencimento ou salário básicodo Auxiliar de Ensino a que se refere aLei do Magistério da Aeronáutica é de ....Q1'$ 5.750,00.

Art. 5.0 Os vencimentos ou salários bá­sícos dos coadjuvantes do Magistério daAeronáutica são:

1 - No regime de trabalho de 40 (qua­renta) horas semanais:- 'I'eenologísta Cr$ 2.875,00- Preuarador 01'$ 2.500,00- Inspetor-Monitor . Cr$ 1. 750,00

2 - No regime de trabalho de 24 (vintee quatro) horas semanais:- Tecnologista Cr$ 1.715,00- Preparador Cr$ 1. 500,00- Inspetor-Monitor Cr$ 1.050,00

3 - No regime de trabaãbo de 12 (doze)horas semanais:_ Tecnologista Cr$ 857,00- Preparador 01'$ 750,00- Inspetor-Mcnitor 01'$ 525,00

Art. 6.0 Os vencimentos ou salários bá­sicos prevístos nesta Lei serão reajustadosna mesma proporção em que o forem osdos servidores civis da União.

Art. 7.° As despesas decorrentes da aplí­cação desta Lei serão atendidas pelos re­cursos orçamentários próprios do Ministérioda Aeronáutica, bem assim por outros re­CUrSOS a esse fim destinados, na forma dalegislação pertinente.

Art. 8.° Esta Lei entra em vigor na datade sua publícaçêo, revogadas as disposiçõesem contrário., Brasília, em

6786 Quinta-feira 0;1 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

Deputados e no Senado Federal, para, emnome do Congresso Nacional, tomarem co­nhecimento de matérias e providências dosuperior interesse do país, de caráter con­fidencial e secreto.

Art. 2.° O presente decreto legislativonão revoga qualquer outra norma que con­fira direito ou prerrogativa ao CongressoNaeíonat ou a qualquer de suas Casas oude seus membros, referindo-se .apenas a ma­térias de competência exclusiva do PoderExecutivo, sobre as quais o governo julgueconveniente-consultar ou informar o Con­gresso Nacional.

Art. 3.0 I'ste decreto legislativo entraráem vigor à data de sua publicação.

Justifieação

Uma das principais razões do enfraqueci­mento dos Legislativos nas sociedades mo­dernas está na freqüente necessidade de semanter o sigilo em torno das decisões quemaís diretamente afetam o interesse na­cional.

As matérias de política externa, ou nasáreas econômicas e de segurança, quasesempre dependem da surpresa para sua efi­cácia.

O Legislativo toma conhecimento delasquando já estão produzindo seus efeitos, comevidentes prejuizos para o bom funciona­mento do sistema democrático.

Há uma praxe, adotada em vários países,pela qual o Poder Executivo, em tais situa­ções. consulta as lideranças partidárias oupresidentes de comissões técnicas, que re­presentam então o Poder Legislativo. Esteé o costume que pretendemos trazer para oBrasil, com o projeto de decreto legislativoque submetemos ao Congresso.

O próprio Governo será beneficiado como maior respaldo político e popular que en­contrará, no momento em que sua ação es­tiver maís seguramente lastreada pela opi­nião pública representada pelas liderançasdo Congresso.

Sala das Sessões, 28-8-75. - Álvaro Valle.

PROJETO DE LEIN.o 1.018, de 1975

("')0 Sr. José Maria de Carvalho)Estabelece critério especial de reco­

lhimento de Imposto de Renda para aspessoas que especifica, c dá outras pro­vidências.

(As Comissões de Oonatibuícâo e Jus-tiça e de Finanças.) ,

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 As pessoas rísícas com mais de

setenta anos de idade, quando assalariadas,militares inativos e civis aposentados oupensíontstas, ficam dispensadas de apreaen­tal' declaração anual de rendimentos, ope­

.randc-se o desconto respectivo unicamentenas fontes pagadoras.

Art. 2.° As pessoas a que se refere o ar­tigo não poderão usutruír os benerícios fis­cais previstos no Decreto-lei n.o 157, de 10de fevereiro de 1967.

Art. 3 ° Esta lei entrará em vigor na da­ta de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Justificação

Este projeto de lei não trata de conferirqualquer espécie de isenção trrbutárra, nem,tampouco, de aumentar a despesa pública,senão que, apenas, de estabelecer a díspen­sabilidade legal de as pessoas fisicas maio­res de setenta anos e que sejam assalarta­das, militares da inatividade e civis apo­sentados ou pensionistas, apresentarem de­clarações anuais de rendimentos.

o imposto de renda por elas devido será,única e exclusivamente, descontado nas fon­tes pagadoras, do que resulta, também, anecessidade de privá-las do direito de apli­carem parte de seu tributo nos estímulosfi.seais do Decreto-lei n.? 157/67. É que taisfavores somente podem ser apurados, emseu "quantum", por ocasião da declaraçãoanual do LR.

Os motivos de proposição relacionam-se,justamente, com as dificuldades que taispessoas, sendo idosas, têm para cuidar dasdeclarações anuais de rendimentos. Cuidar,obviamente, não se refere tão-somente apreencher os respectivos formulários, nãoque a entendê-los e a preparar durante oano todo a documentação instrutória ne­cessária, assim como outras formalidadespróprias do ainda intrincado sistema de de­claração vigente no Brasil.

Tais declarações de rendimentos e os cha­mados favores do Decreto-lei n.O 157, aca­bam transformando-se, para tais pessoas,em verdadeiro suplício, eis que a idadeavançada e, nao raro, as doenças própriasda velhice, as levam a confundir coisas, anão alcançar os objetivos das leis e" tsm­bém, a amaranharem-se todas nos comple­xos formulários que mudam a cada ano.

O desconto do Imposto de Renda exclusi­vamente na fonte, por outro lado, é umaforma segura para o fisco e tranqüila paraos contríbuíntes anciãos, particularmentepara aqueles que têm fonte certa de paga­mento (assalariados,. militares inativos,aposentados e pensíonlstas) ,

Sala das Sessões, em 28 de agosto de 1975.- Jllsé Maria de Carvalho.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

DECRETO-LEI N.° 157DE 10 DE FEVEREIRO DE 1967

Concede estímulos fiscais à capítafí­zaçâo das empresas, reforça os incenti­vos à compra de ações; facilita o paga­mento de débitos fiscais.

Art. 1° De acordo com os termos destedecreto-lei, os contríbuíntes do imposto derenda, nos limites das redações previstasnos arts. 3.° c 4.°, terão a faculdade de ofe­recer recursos às instituições línanceiras,enumeradas no art. 2.°, que os aplicarão nacompra de ações e debêntures, emitidas porempresas cuja atuação corresponda aos finsestabelecidos n • art. 7.°

Art. 3.0 Será facultado à pessoa físicapagar o imposto devido em cada exercíciocom redução de dez por cento (10%), desdeque aplique, em data que preceder à do ven­cimento da notificação do imposto de ren­da, soma equivalonte na efetivacâo do de­pósito ou na aquisição dos certtrtcados men-cionados no artigo anterior. .

Art. 7.° A compra de ações e de debên­tures realizada pelas Instituições financei­ras, enumeradas no art. 2.°, somente serãoválidas em relação às empresas que se com­prometam, perante o Banco Central, a acei­tar, alternativamente, uma das condiçõesdos incisos seguintes, a, b ou c, e atendam,cumulativamente, ao indicado no inciso d:

a) colocar no mercado mediante ofertaà subscrição pública, direta ou indiretamen­te, ações de aumento de capital, devendo osatuais acionistas subscrever, no mínímo,vinte por cento (20%) do valor da emissão;

b) colocar na mercado debêntures con­versíveis em ações de prazo mínímo de três(3) anos, devendo os atuais acionistas subs­crever vinte por cento (20%) do valor daemissão;

c) alienar imóveis em valor que, no mí­nimo, seja equivalente a quinze por cento(15 %) do capital social;

d) aplicar os recursos provenientes doaumento do capital, com a opção de umadas providências acima enumeradas, em ca­pital circulante, assegurando a proporçãoentre o passivo exigível e não exigível, deacordo com os recebimentos desses recursos,sendo, para os efeitos desta lei, consideradocomo capital próprio as debêntures conver­síveís em ações, de prazo mínimo de trêsanos............................................ .ç

LEGISLAÇÃO PERTINENTE, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 5.172DE 25 DE OUTUBRO DE 1966

Dispõe sobre o Sistema TributárioNacional e institui normas gerais deDireito. TJ:ibutário aplicáveis à União,Estados e Municípios.

LIVRO PRIMEIROSistema Tributário Nacional. ' ..

TíTULO TIl

Impostos.......................................... I ••. .

CAPíTULO mImpostos sobre o Patrimônio e a Renda

SEÇãO IVImposto sobre a Renda e Proventos

de qualquer natureza

Art. 43. O imposto, de competência daUrriâo, sobre a renda e proventos de qual­quer natureza tem como fato gerador aaquisição da disponibilidade econômica ou[urídíca:

I - de renda, assim entendido o produtodo capital, do trabalho ou da combinaçãode ambos;

II - de proventos de qualquer natureza,assim entendidos os acréscimos patrimoniaisnão compreendidos no inciso anterior.

Art. 45. Contribuinte do imposto é o ti­tular da disponibilldade a que se refere oart. 43, sem prejuízo de atribuir a lei essacondição ao possuidor a qualquer título, dosbens produtores de renda ou dos proventostributáveis.

LIVRO SEGUNDONormas Gerais de Direito Tributário

TíTULO II

Obrigação Tributária

CAPíTULO IVSujeito -Passive

SEÇãO IDíspostções Geraís

Art. 121. . Sujeito passivo da obrigaçãoprincipal é a pessoa obrigada ao pagamen­to de tríbut- ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da.obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relaçãopessoal e díret., com a situação que consti­tua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir aeondíção de contribuinte, sua obrigação de­corra de disposíção expressa de lei.

Sete:mhro de 1975 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 678'1

........................................................................................

.............................................

Presidente;Conselho Deliberativo;Conselho Consultivo;Secretaria-Executiva.

empresa, sob dependência dessa e median­te salário;

III - lucro - o lucro operacional, assimconsiderado nos termos da legislação doImposto Sobre a Renda.

§ 2.° O disposto nesta lei não se aplicaaos empregados de ínstítuícões de benefi­cência, de associações recreativas ou de ou­tras instituições sem fins lucrativos.

Art. 2.° Do lucro operacional, a empre­sa destinará 6% (seis por cento) para dis­tribuição entre seus empregados.

§ 1.° Na participação dos empregadosa que se refere este artigo serão conside­rados a produtividade, o tempo de serviçoe o valor do salário, segundo crítéríos a se­rem fixados no Regulamento desta lei.

§ 2.° A participação nos lucros não seincorpora ao salário, nem a este se equi­para para qualquer efeito, tampouco po­dendo ser objeto de incidência das contri­buições para a Previdência Social.

§ 3.0 A distribuição de lucros, nos ter­mos deste artigo, libera a empresa da con­tríbuíção prevista na alínea b, do art. 3.°,da Lei Complementar n.o 7,_de 7 de setem­bro de 1970, relativamente ao respectivoexereícto,

Art. 3.0 A inexistência de lucros ou ocor­rência de prejuízo em determinado exerci­ClO, devidamente apurado no encerramentodo balanço e comprovado perante o Im­posto sobre a 'Renda, não gerará direito aosempregados de pleitearem compensação pe­la não' distribuição de lucros em outrosexercicios .

Art. 4.° A distribuição de lucros a quese refere esta lei será feita impreterivel­mente até 30 (trinta) dias após o encer­ramento do balanço da empresa.

§ 1.0 Fica a empresa obrigada a afixarem local apropriado cópia do balanço, daconta de Lucros e Perdas e de demonstra­tivos dos lucros que distribuir entre seusempregados.

§ 2.0 Cabe aos sindicatos a fiscal'izaçãodos crttérícs adotados para a participaçãonos Iucros, bem como do valor dístríbuido .

Art. 5.0 As disposições desta lei não seaplicam a quaisquer entidades integrantesda administração púbüca federal direta ouindireta, conforme definição dos Decretos­leis -n. o 200, de 25 de fevereiro üe 196'1, e900, de 29 de setembro de 1969.

Art. 6.° Fica assegurado ao empregado,em caso de término ou interrupção do con­trato de trabalho, com ou sem justa causa,a participação nos lucros relativamente aoperíodo em que trabalhou no respectivoexercicio rínanceíro,

§ 1.0 O cálculo do valor dos lucros a quese refere este artigo será feito dividindo­se o valor -a que teria direito em todo oexerciero financeiro pelo número de diasque efetivamente trabalhou.

§ 2.° Ocorrendo a hipótese prevista nesteartigo, o empregado somente receberá asua quota quando da distribuição geral aosdemais empregados.

§ 3.0 O ex-empregado que não procurara empresa até 180 (cento e oitenta) diasapós o encerramento do balanço desta per­derá o direito à quota a que fizer jus.

Art. '1.0 A concessão de qualquer gratí­fíeacão ou de comissão voluntariamentepor parte da empresa não a isenta do eum­prímento do que dispõe esta lei.

Art. 8.0 O não cumprimento desta leiimportará em multa de 10% (dez por cen­to) sobre o total do lucro a ser distribuí­do, mais juros de 1% (um por cento) aomês e correção monetária.

CAPíTULO IIDa Organização

O mc terá a seguínte organiza-Art. 5.0

ção:a)

b)

c)

d)

PROJETO DE LEIN.o 1.020, de 1975

(Do Sr. Humberto Lucena)Dispõe sobre a participaçãu dos em-

pregados nos lucros das empresas.(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de 'I'rabalho e Legislação So­cial e de Economia, Indústria e Co­mércío.)

O Oorigresso Naelorial decreta:Art. 1.0 Constitui direito do empregado

a partícípação nos lucros da empresa emque trabalhar, na forma prevista nesta lei.

§ 1.0 Considera-se, para os erettos destalei:

I - empresa - toda entidade individualou coletiva que, assumíndo os riscos da atí­vidade econômica, admite, assalaria e diri­ge a prestação pessoal de serviços;

II - empregado - toda pessoa rísíca quepresta serviço de natureza não eventual à

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISS{)ES

PERMANENTESDECRETO-LEI N.o ~3

DE 18 DE' NOVEMBRO DE 1966

Cria Q Instituto Nacional do Cinema,torna da exclusiva competência daunião a censura de filmes, estendeaos pagamentos do exterior de filmesadquiridos a preços fixos o dispostono artigo 45 da Lei n. o 4.131, de 3-9-m~,

prorroga por 6 meses ,'Uspositivos delegislação sobre a exíbíção, e dá outrasprovidências .

Art. 1.0 Ê criado o Instituto Nacional doCinema (INC) , com o objetivo de formulare executar a politica governamental rela­tiva à produção, importação, distribuiçãoe exibição de fíhnes, ao desenvolvimentoda' indústria cinematográfica brasileira, aoseu fomento cultural e à sua promoção noexterior.

Art. 8.° O Conselho Consultivo, do qualo Secretário-Executivo é membro nato eseu Presidente, é constituído dos seguintesmembros: '

"a) Representante dos produtores de ci-nema;

b) Representante de distribuidores defilmes;

c) Representante de exíbidores de fil­mes;

d) Representante da crítãca cinemato­gráfica;

e) ,Representante de dlretores de ci­nema.

§ 1.0 Os membros do Conselho Consul­tivo serão nomeados pelo Ministro da Edu­cação e Cultura, dentre os indicados emlista trípüce, para cada vaga, pelas res­pectivas entidades nacionais de classe, commandato de 2 (dois) anos renovável, desdeque novamente incluído na lista tríplíceorganizada pela classe representada.

SEÇãO VDo Processo Legislativo

CAPíTULO VIDo Poder Legislativo

CONSTI'l'UIÇAO DA REPúBLICAFEDERATIVA DO BRASILEmenda Constitucional n.? 1

de 17 de outubro de 1969TíTULO I

Da Organização Nacional

Art. 57. E da competência exclusiva doPresidente da República a iniciativa das leisque: .

I - disponham sobre mãtéría financeira;

PROJETO DE LEIN.o 1.019, de 1975

(Do Sr. Alvaro Dias)Aerescenta dJ.spositivo ao Decreto-lei

n,v 43, de 18 de novembro de 1966, quecria o Instituto Nacional do Cinema, edá. outras providências.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Comunicações e de Educaçãoe Cultura.)

Ó oongressc Nacional decreta:Art. 1.0 Acrescente-ss, ao art. 8.°, do De­

creto-lei n.v 43, de 18 de novembro de 1966a seguinte alínea f:' ,

"f) Representante dos Produtores deFilmes de Curta Metragem."

Art. 2.0 Esta'lei entrará em Vigor na da­ta de sua publicação.

.rustU'icaçãoO objetivo é acrescentar ao elenco de

membr-os que constituem o Conselbo Con­sultivo do Instituto Nacional do Cinema umrepresentante dos produtores de filmes decurta metragem, representante esse que,pela sístemátíea prevista na lei (§ 1.0, doart. 8.0), seria indicado ao Ministro daEducação por sua entãdade nacional declasse, a ABCM (Assoeíacão Brasileira deProdutores de Fl'1mes de Curta Metragemf ,

Em verdade, o referido art. 8.0 já reservaum' lugar, deritre os membros do ConselhoConsultívo do INC, para ser ocupado porrepresentante dos produtores de cinema,o que poderia dar a entender que um pro­dutor de filme de curta metragem tem di­reito ao peste. Infelizmente, não é isto oque acontece na prática, sendo igualmenteverdadeiro que um representante da ABCMfaz muita falta, ao dito Conselho, seja pelaimportância que este setor tem na moderna1:lJ..t'Iústria cinematográfica, seja, ainda, pelacolaboração imprescindível que ele poderiaprestar à classe produtora, incentivando oInstituto a encontrar para a Indústria Oi­nematcgrâfíca Brasileira o lugar que me­rece na economia nacional. ,

Sala das Sessões, em 21-8-75. - AlvaroDias.

SEÇAO IIICapacidade Tributária

Art. 126. A capacidade tributária passí­va independe:

I - da capacidade civil das pessoas na­turais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita. a medidas que importem privação ou limi­tação 40 exercício de atividades civis, co­merciais ou profiEsionais, ou da adminis­tração direta de seus bens ou negócios;

67B8 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção J) SeteEnbro dé 1975

Art. 9.0 É competente a Justiça do Tra­balho para dirimir qualquer questão sus­citada pelo disposto nesta lei.

Art. 10. Prescreve em fi (cinco) anos odireito de o empregado pleitear a repara­ção de qualquer ato infringente desta lei,ou o pagamento de qualquer importância aque faça jus relativamente à participaçãonos lucros da empresa em que tra~alhar.

Art. 11. Dentro do prazo de 90 (noventa)dias, o Poder Executivo regulamentará es­ta lei.

Art. 12. Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições emcontrário.

JustificaçãoMalgrado a existência de dispositivo cons­

titucional - inciso V do art. 165 - estabe­lecendo a participação dos empregados nosIucros das empresas, dispositivo este quese vem repetindo em nossas sucessivasconstituições, até hoje não se consubstan­meu em realidade através de efetiva parti­cipação dos empregados nos lucros das em­presas em que trabalhem.

O próprio Poder Executivo, em 1967, porintermédio da Mensagem n.o 295/67 envioua esta Casa projeto de lei nesse sentido.oontudo, por motivos até hoje não explíea­dos, pela. Mensagem n.o 769 daquele mes­mo ano, retirou o projeto já em exame nooongresso, para, em 1970, com a Lei Com­plementar n.O 7, instituir o PIS, que de for­ma alguma significa a efetiva participaçãodo empregado no lucro da empresa à qualse dedique, eis que, segundo o próprio Mi­nistro Júlio Barata, o PIS significa tão-so­mente uma forma indireta de o assalaria­do participar do produto nacional.

No curso de vários anos, diversos projetosforam apresentados na tentativa de aten­der a essa justa reivindicação da classe tra­balhadora.

A propósito, vale lembrar o Projeto de Lein.o 1.039/47, que tratava de forma exausti­va do problema, originário de substitutivoapresentado pela Comissão de Trabalho, en­globando várias proposições que versavamsobre o mesmo assunto.

Em seu exame, o nobre Deputado PauloSarasate, relator da matéria, assim se pro­nunciou:

"Não é de hoje que se discute a parti­cipação do trabalhador nos lucros daempresa, nem de hoje que a idéia si­tua em campos diversos os que se pro­põem examiná-la. Há, por exemplo, osque a reputam inviável, desaconselha­da, contraproducente, como há os quenela pretendem enxergar a soluçãoideal para o problema trabalhista. Mashá também, a par desses elementos ex­tremados, os que encaram o institutoda participação nos- seus justos ter­mos, como um dos muitos instrumen­tos a que tem de apegar-se a socieda­de capitalista, no tumulto da hora pre­sente, para corresponder, dentro darealidade contemporânea, aos insisten­tes e ponderáveis reclamos da justiçasocial."

Em outro trecho de seu parecer, comen­tando a evolução da idéia no Brasil, desta­cou aquele ilustre parlamentar:

"A primeira tentativa de que temos no­tícia para a implantação do sistema departicipação nos lucros na legislaçãobrasileira remonta ao ano de 1919,quando foi apresentado à Câmara umprojeto de lei nesse sentido pelo Depu­tado Deodato Maia. A essa mesma épo-

ca, o grande Rui, apesar de seu libe­ralismo ou talvez mesmo por isso, alu­dia ao assunto na conferência que pro­feriu no Teatro Lírico sobre a questãosocial. Anos depois, em mensagem aoCongresso, o Presidente Arthur Bernar­des focalizou a idéia, que foi apoiadamais tarde pelo venerando Sr. Borgesde Medeiros, em seu anteprojeto deConstituição. Merecendo, destarte, oplacet e o estimulo de eminentes ho­mens públicos do país, entre os quaisnão deve ser esquecido o nome de An­tônio Carlos, foi a participação nos lu­cros objeto de outro projeto de lei em1936, este de autoria do Deputado per­nambucano Oswaldo Lima. A iniciati­va, entretanto, também não chegou abom termo, entre outros motivos devi­do à dissolução do Congresso no anoseguinte.Adormecida por algum tempo a idéia,conquanto referida aqui e ali pelos es­tudiosos da questão trabalhista, mere­ceu a mesma, em 1945, um lugar dedestaque na Pastoral do Epil;lcopadoBrasileiro que formou a respeito a se­guinte indagação acorde com a doutri­na social da Igreja: "As empresas in­dustriais não deveriam esquecer quenão é apenas o capital empregado quelhes permite prosperar, mas também otrabalho de seus operários. Não seria,pois, razoável que estes tivessem, alémdos justos salários, qualquer distribui­ção equitativa ou participação nos lu­cros das mesmas?"

Com o restabelecimento da vida parti­dária em nosso país, após o colapso doEstado Novo, figurou a participação co­mo uma das bases do programa daUnião Democrática Nacional, que, naparte referente à Politica Social, enten­dia necessário: estudar, com a audiên­cia dos interessados, uma fórmula departicipação nos lucros que excederemda justa remuneração fixada para o ca­pita!".Outros partidos consignaram postula­do semelhante em seus programas.No' anteprojeto de Constituição de au­toria do Instituto da Ordem dos Advo­gados Brasileiros, pretendeu-se insti­tuir a participação indireta nos pro­ventos da indústria e comércio. No an­teprojeto Sampaio Dóría, também secuidou da mesma forma de participa­ção. com a "destinação de 10% dos lu­cros líquídcs para a organização em ca­da Estado, Distrite Federal ou Territó­rio de fundações com o fim de manterserviços em benefício dos empregados esuas familías."

Na Assembléia Constituinte, a idéia ga­nhou corpo tendo sido expressamenteapoiada na Comissão de Constituição,pelos Deputados Hermes Lima, PradoKe1ly Arthur Bernardes, Arruda Câma­ra, Agamenon Magalhães, AdroaldoMesquita, Atilío Vivacqua, Ataliba No­gueira e Milton Campos.

Submetida a matéria ao plenário, for­mou-se ali poderosa corrente, que setornou vitoriosa, no sentido de eonsíg­nar-ae no texto constitucional o cará­ter direto da participação."

Verificamos, assim, que a idéia não é no­va. A Carta de 46 consagrava esse prin­cípio, e embora não se tenha tornado efe­tivo foi mantido respectivamente na de 67e na Emenda n.O 1, de 1969.

A própria Mensagem do Executivo queencaminhou, em 67, projeto de lei regulan-

do a matéria, a que já nos referimos, sali­entava:

"A reiteração do comando constitucio­nal indica )!.IDa persistência do princí­pio, apesar das controvérsias que emtorno dele s.e instauram, especialmenteante as dificuldades práticas de sua re­gulamentação, que deverá preocupar-seem instituir sistema de participaçãoque integre o trabalhador no esforço doaumento de produtívídade, fazendo-oparticipar de seus resultados, mas quenão desestimule o empresariado, nemse constitua em fator de diferenças sa­Iaríaís consideráveis.

Trata-se, entretanto, de principio novo.que se inscreve entre os mais decididosesforços para o estabelecimento de me­lhores relações entre empresários e em­pregados, se adequadamente aplicado,diminuindo as tensões, ao mesmo tem­po em que se constitui em Iator de au­mento de produtividade. Por isso, mes­mo nos países em que sua implantaçãonão decorre de disposição compulsória,como nos Estados Unidos, a participa­ção em lucros tem sido crescentementeadotada pelos próprios empresários, oque levou o Senado Americano, em 1939,a estudá-la, chegando, através do re­latório da Subcomissão, conhecido co­mo Relatório Vandenburg, à seguinteconclusão: "A Oomissão conclui que aparticipação nos lucros, de uma formaou de outra, tem sido e pode ser de êxi­to considerável, desde que convenien­temente estipulada, para criar nasrelações empregado-empregador paz,eqüidade, eficiência e satisfação: Acre­ditamos ser ela essencial na defínttívamanutenção do sistema capitalista." (Ogrifo é nosso.)

E em outro trecho salientava a Exposiçãode Motivos:

"Ela não se confunde com os aumentossalariais, que incidem sobre o custo ope­racional diretamente, gerando aumen­to do preço dos bens e utilidades, en­quanto que a participação só recai sobreo resultado industrial. Seu fato geradoré, pois, a existência do lucro operacio­nal."

Acresce lembrar que a legislação de vá­rios países já consagra o principio da par­ticipação do empregado nos lucros da em­presa, dos quais destacamos a França, aInglaterra, a Alemanha, a Austria, a Ar­gentina, a Bolivia, o Chile, o México, o Pe­ru, Salvador, a Suécia, o Uruguai e a Ve­nezuela.

No Brasil, a Lei n.o 2.004, de i953, queinstituiu a PETROBRAS, em seu art. 35,fixou esse principio, que figura no textodos Estatutos dessa Sociedade e vem sen-

_do cumprido rigorosamente.Aliás, já existe tramitando nesta Casa

projeto determinando a aplicação aos em­pregados de todas as sociedades de econo­mia mista desse princípio.

Quando o próprio Governo, após a adoçãodurante anos de uma política salarial quevem reduzindo sistematicamente o salárioreal da massa trabalhadora, começa a re­conhecer o seu empobrecimento, atravésde medidas paliatívas como o anunciado14.0 salário, imperioso se torna que o pre­ceito constitucional que estabelece a par­ticipação do empregado nos lucros da em­presa seja definitivamente regulado, o quevirá favorecer, não só ao trabalhador, co­mo também à. própria empresa, consideran­do a relação direta que existe entre a par­ticipação e o aumento da produtividade.

SeteD1bro de 1975 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6789

0,15%

0,25%0,40%

o projeto que submetemos ao exame dosnobres pares do Congresso Nacional, aopretender regular velha aspiração de nossaclasse trabalhadora não pode ser estuda­do isoladamente, mas em função do pró­prio processo de desenvolvimento por queatravessa nosso Pais. Nação rica e povopobre são definitivamente antagônicos, e aHistória está a nos acenar com numerososexemplos de conflitos sociais em todo omundo, justamente por faltar pão à mesadaqueles que se constituem no esteio dequalquer sistema econômico - a classetrabalhadora.

Capital e trabalho são fatores insepará­veis num processo de produção.

O alcance de nosso projeto, estamos cer­tos, será profundo na produtividade. Aliás,na moderna Administração, a corrente hu­manista, já em fins do século passado, aler­tava para o perigo que representava, pelaautomatização dos processos de produção,o distanciamento do homem do objeto queproduz.

A participação direta do trabalhador, nãona produção, mas no resultado obtido, ouseja, no lucro, que tem sido sempre do em­presário apenas, virá a motivá-lo, pois mal­grado o desenvolvimento tecnológico alcan­çado neste fim de século, capital e traba­lho "não atuam simplesmente justapostos,mas conjugados e integrados. Não há co­mo cogitar, assim, de dividir fisicamente oproduto em duas partes, uma devida à açãodo capital e outra do trabalho", segundopalavras do Deputado Daniel Faraco.

Portanto, impõe-se como medida de justi­ça social a participação do empregado noslucros da empresa, uma vez que essa des­vinculação entre o trabalhador e a empre­sa prejudica a ambos, àquele, cuja parti­cipação no desenvolvimento da empresa éincerta e retardada, e a esta, que não temno empregado um colaborador interessado.

Entre nós, a PETROBRáS está a demons­trar o acerto da medida, pois é indiscutí­vel seu progresso, o que indica claramenteque a participação nos lucros é fator deestímulo ao trabalho profícuo e ao desen­volvimento do empreendimento econômico,a par de constituir-se em fator dc justi­ça social.

Com relação à proposição, temos algunspontos a destacar.

Primeiramente, fixamos em 6% sobre olucro operacional a participação dos em­pregados, tomando por base o que dispõea Lei das Sociedades Anônimas com refe­rência aos dividendos a serem distribuídosentre os acionistas e também com o intui­to de não onerar em demasia a classe em­presarial.

Outrossim, prevemos, em outro dispositi­vo, que a empresa ficará liberada de suacontribuição ao PIS - ressalte-se que sóparcialmente, pois não se trata da partededutível do Imposto Sobre a Renda ~ re­lativamente ao exereíeío em que distribuirlucros.

Na hipótese, porém, de não haver distri­buição de lucro. ficará a empresa obrigadaao cumprimento do que dispõe a Lei Com­plementar n.O 7170.

A inexistência desse dispositivo levaria aempresa a contribuir duas vezes para finsassemelhados.

De outra parte, atribuímos aos sindicatosa fiscalização da distribuição dos lucros,uma vez que entendemos que essas entida­des se encontram melhor aparelhadas paraessa tarefa, na defesa dos interesses de seusfiliados.

Esperamos contar com o apoio dos nobrescolegas para o aprimoramento do projetoque temos a honra de apresentar, na cer­teza de que, se transformado em lei, seráum grande passo em direção ao Estado deBem-Estar Social, a qUI: todos nós aspira­mos para nosso País.

Sala das Sessões, em 27 de agosto de 1975.- Humberto Lucena.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELO AUTOR

LEI COMPLEMENTAR N.o 7DE 7 DE SETEMBRO DE 1970

Institui o Plano de Integração So­cial, e dá outras providências.

Art. 3.0 O Fundo de participação seráconstituído por duas parcelas:

a) a primeira, mediante dedução do im­posto de renda devido, na forma estabele­cida no § 1.0 deste artigo, processando-se oseu recolhimento ao Fundo juntamente como pagamento do imposto de renda;

b) a segunda, com recursos próprios daempresa, calculados com base no fatura­mento, como segue:

I} no exercício de 1971 .

2} no exercício de 1972 .3} no exercício de 1973 ..4} no exercício de 1974 e subse-·

qüentes 0,50%

§ 1.0 A dedução a que se refere a alinea"a" deste artigo será feita sem prejuízo dodireito de utilização dos incentivos fiscaisprevistos na legislação em vigor e calculadacom base no valor do imposto de renda de­vido, nas seguintes proporções;

a) no exercício de 1971 2%

b) no exercício de 1972 3%

c} no exercício de 1973 e subse-qüentes 5%

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

CONSTITUIÇAO DA REPúBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

Emenda Constitucional n," 1de 17 de outubro dc 1969

TíTULO IHDa OrdcD1 Eeonômíea e Social

Art. 165. A Constituição assegura aostrabalhadores os seguintes direitos. além deoutros que, nos termos da lei, visem à me­lhoria de sua condição social:

V - integração na vida e no desenvol­vimento da empresa, com participação noslucros e, excepcionalmente, na gestão, se­gundo for estabelecido em lei;

DECRETO-LEI N.o 200 .DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967Dispõe sobre a organização da admi­

nistração federal, estabelece diretrizespara a reforma admtnístratíva, e dãoutras providências.

TíTULO IDa Administração Federal

Art. 4.° A Administração Federal com­preende:

I - A Administração Direta, que se cons­titui dos serviços integrados na estrutura

administrativa da Presidência da Repúbli­ca e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que com­preende as seguintes categorias de entida­des, dotadas de personalidade jurídica pró­pria:

a) Autarquias;b) Empresas Públicas;c) Sociedades de Economia Mista.

PROJETO DE LEIN.o 1.022, de 1975

(Do Sr. Inocêncio Oliveira)Concede aos moterístas de camtnhão

licença para porte de arma de defesapessoal, no porta-luvas do veículo.

(À Comissão de Constituição e Jus­tíça.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Aos motoristas profissionais,

classe "C", é concedida licença feedral para.porte de arma de defesa pessoal, no porta­luvas do respectivo veículo, observados osrequisitos estabelecidos pelo Departamentode Polícia Federal.

Art. 2.0 Esta Lei entra em vigor na da­ta da sua publicação.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

O presente projeto de lei é produto denossa sensibilidade aos justos reclamos dosprofissionais do volante que, pelas estradasdistantes deste Brasil sem fim, são, cons­tantemente, vítimas de toda sorte de assal­tos e de atentados.

E preciso aparelhar legalmente os moto­ristas proflss.onaís, que rasgam o Brasil defora a fora, nos seus pesados caminhões, afim de que, armados, possam defender aprópria vida e as mercadorias e riquezasque transportam. Eles executam uma verda­deira obra de integração nacional, fazendocircular, de um canto a outro, as riquezasdo País.

Nos termos do Regulamento do CódigoNacional de Trânsito (Decreto número62.127/68), art. 131, inciso IV, os motoristasprofissionais "C" são os que dirigem qual­quer veículo automotor, de passageiros oucarga, ônibus elétrico e caminhão-trator.

Defendemos o direito desses abnegadosprofissionais de obterem licença federal pa­ra porte de arma de defesa pessoal. mas aomesmo tempo, limitamos esse direito, quan­do estabelecemos no projeto que a armadeve ficar "no porta-luvas" do veículo, is­so porque animou-nos a preocupação de evi­tar a exíbíçâo de armas a qualquer instan­te e em qualquer lugar.

Ao Departamento de Policia Federal, nostermos do Decreto n.? 55.649/65 competeautorizar o porte de armas aos civis idô­neos, com validade em todo o território na­cional. A mesma competência têm as Supe­rintendências Regionais e Divisões, nos Es­tados, do Departamento de Polícia Federal.

A Portaria n.? 1.040, de 9 de agosto de1972, do Diretor-Geral :le Policia Federal,estabelece as condições para a licença fe­deral para porte ou condução de armas dedefesa pessoal, entre as quais está o requi­sito dos bons antecedentes.

Ninguém desconhece a ação policial, nassuas constantes bJitzen, prendendo motoris­tas de táxi e de caminhão, ou de qualquer ou­tro veículo, que estejam portando arma den­tro de seus veículos, sem autorização. Ocor­re que as autoridades não autorizam esse

8790 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'75

porte de arma, daí por que a necessidade deuma autorização legal, nos termos do pre­sente instrumento legislativo, que submete­mos à consideração de nossos pares, espe­rando que se transforme em lei para a de­fesa da laboriosa classe dos motoristas pro­fissionais, condutores de caminhões.

Sala das Sessões, 28 de agosto de 1975. ­Inocêncio Oliveira.

LEGISLAÇAO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇAO DAS COMISSõES

PERMANENTES

REGULAMENTO DO CóDIGO NACIONALDE TRANSITO, aprovado pelo Decreton,v 62.127, de 16 de janeiro de 1968.••••••..•.......... r···· .. ·· .. · •••; ••••••.•

CAPíTULO VI

Dos CondutoresSEÇãO I

Da ClaSSificação

Art. 131. Segundo sua categoria e clas­se, é permitido ao condutor dirigir:

IV - Motorista profissional "C": qualquerveiculo automotor, de passageiros ou carga,ônibus elétrico e caminhão-trator;

DECRETO N.o 55.649DE 28 DE JANEIRO DE 1965

Dá nova redação ao Regulamentoaprovado pelo Dccreto n.o 1.246, de 11de dezembro de 1936.

REGULAMENTO PARA O <'SERVIÇO DEFISCALIZAÇãO DA IMPORTAÇãO, DE­PóSITO E TRAFEGO DE PRODUTOSCONTROLADOS PELO MINISTÉRIO DAGUERRA" (SFIDT).

TÍTULO II

Estrutura da Físcalização

CAPíTULO VAtribuições Orgânicas

Dos órgãos dos Departamentos deSegurança Pública

Art. 31. São atribuições das polícias ci­vis:

n) autorizar o porte de armas, de usopermitido, a civis idôneos e registrá-las;

PROJETO DE LEIN.o 1.023, de 1975

(Do Sr. Theodoro Mendes)

Altera disposições da Lei n.o 1.493, de13 de dezembro de 1951, que "dispõe so­bre o pagamento de auxílios e subven­ções".

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Fiscalização Financeira eTomada de Contas.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O art. 6.0, íncíso I, letra c da Lei

n.o 1. 493, de 13 de dezembro de 1951, passater a seguinte redação:

"Art.6.0 ..............•........•..•.•

1-- .

c) Tenha finalidades comerciais ou re­creativas e esportivas salvo, quanto a

estas duas últimas, se a subvenção ouauxílío se destinar a atividades educa­cionais por elas mantidas, inclusive pa­ra bolsas de estudo."

Art. 2.° O art. 7.° da mesma Lei n.o ...1. 493 passa a ter um inciso IV nos termosseguintes:

"IV - prova da situação ressalvada naletra a do inciso I do art. 6.°, vedada aalteração do regimento ou dos estatu­tos das entidades mantida e mantene­dora, salvo prévia audiência da autori­dade competente em matéria de edu­cação que os tenha aprovado."

Art. 3.0 A presente lei entrará em vigorna data de sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

;JustificaçãoIdêntico projeto havia sido apresentado

pelo eminente Deputado Ildélio Martins.Todavia, com término da legislatura, foi

ele arquivado.Como, porém, a sua necessidade e con­

veniência sejam inquestionáveis, houvemospor bem reapresentar o projeto, que o ex­deputado assim justificava:

A Lei n.O 1.493, de 13 de dezembro de1951, disciplina o registro de entidades einstituições no Conselho Nacional de Servi­ço Social do Ministério da Educação e Cul­tura.

A prova desse registro é indispensável aorecebimento de auxilio e subvenções fe­derais.

O citado diploma, no seu art. 6.°, recusasubvenção "à instituição que tenha finali­dades precipuamente recreativas, esporti­vas ou comerciais".

Ocorre, porém, que o desenvolvimento doensino da educação Iísíca tem estimulado acriação de estabeleeímentos para esta es­pecialidade, reconhecendo, as· autoridadescompetentes em matéria de educação, nassociedades esportivas e recreativas, méritospara manterem tais estabelecimentos.

Desponta, assim, para os clubes uma ati­vidade não prevista, que é a educacional,sobre a qual passam inevitavelmente, a in­cidir as benesses do art. 176, § 2.° da Cons­tituição da República verbís:

"Respeitadas as disposições legais, oensino é livre à iniciativa particular, aqual merecerá o amparo técnico e fi­nanceiro dos Poderes Públicos, inclusivemediante bolsas de estudo."

Entender-se-á que a disposição constitu­cional sufoca toda e qualquer discriminaçãoque atente contra os seus ditames. Tal se­ria, a exemplo, recusar-se subvenção parabolsa de estudo a uma entidade que se dedi­que, ainda que subsidiariamente, a ativida­de educacional, pelo fato de ter atividadesprecipuamente esportivas ou recreativas.

O certo, porém, é que mais dedicados àlei imediata, o organismo estatal, senhordos registros indispensáveis ao recebimentode subvenções e auxílios, pode aferrar-se àsua letra fria, toldando a magnitude dotexto constitucional.

Ademais, urge harmonizar a norma con­substanciada na lei ordinária com o co­mando constitucional, com vistas à dinâ­mica social de agora.

Assim se definem os propósitos de Proje­to de Lei que tenho a honra de submeter àconsideração dos meus pares.

Sala das Sessões, em 18 de junho de 1975.- Theodoro Mendes.

LEGISLAÇíiO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSõES

PERMANENTES

LEI N.o 1.493DE 13 DE DEZEMBRO DE 1951Dispõe sobre o pagamento de auxílios

e subvenções.

...........................................,

CAPíTULO UIDas Entidades que Podem Ser

Benefíeíadas...........................................;

Art. 8.° Não se concederá subvenções:I - A instituição que:

c) tenha finalidades precipuamente re­creativas, esportivas ou comerciais;...........................................,

CAPíTULO IVDo Registro das Instituições

Art. 7.° O registro das instituições, noConselho Nacional de Serviço Social, seráfeito mediante requerimento, instituido comos seguintes elementos:

I - Certidão do inteiro teor dos estatu­tos, regulamentos ou compromissos da ins­tituição, fornecida pelo Registro Público dasPessoas Jurídicas;

U - Prova do mandato da diretoria emexercícío;

III - Preenchimento do questionárioadotado pelo CNSS.

PROJETO DE LEIN.o 1.025, de 1975

(Do Sr. Antônio Bresolin)

Concede aos motoristas profissionaislicença federal para porte de arma dedefesa pessoal, no interior do respectivoveículo.

(Anexe-se ao Projeto de Lei n. o 1.022,de 1975, nos termos do art. 71 do Re­gimento Interno.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Aos portadores de Carteira Na­cional de Habilitação, na categoria profis­sional, será concedida lícença para porte dearma de defesa pessoal, no interior do res­pectivo veiculo, mediante prova;

a) da inexistência de antecedentes crimi­nais que desaeonselhem sua concessão;

b) do exercícío da profissão.

Art. 2.0 Esta lei entra em vigor na datada sua publicação.

Art. 3.0 Revogam-se as disposições emcontrário.

JustificaçãoVárias tentativas foram feitas nesta Casa,

ao longo do tempo, com o objetivo de pos­sibilitar maior segurança ao motorista noexercício das suas atividades profissionais.Lamentavelmente, às vezes, em face de ra­zões respeitável, todas as proposições apre­sentadas não chegaram à tramitação final.

Os motoristas profissionais, a despeito dedevidamente habilitados, continuam ope­rando sem segurança e, por isto, muitasvezes, juntando o sacrifício da própria vida,quando trabalham para ganhar o pão decada dia para seus familiares.

Setembro de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção [) Quinta-feira 4 6791

Ultimamente, a onda de assaltos e de as­sassinatos de motoristas vem aumentandoespantosamente. A imprensa registra fatosdesta ordem diariamente. E Brasília vemsendo palco destas tragédias que se repetemcom assíduídade. Aí está a crônica policialdiária para confirmar esta assertiva.

Os atentados ao dinheiro e à vida dosmotoristas ocorrem sobretudo por duas ra­zões fundamentais; os carros usados pelosmotoristas, ao contrária do que acontece naInglaterra e outros países, não oferecem amenor segurança; e os motoristas estãoprivados de usar armas.

Daí a razão deste projeto, que não ferea Constituição da República e nem a legis­lação vigente que trata da matéria, porqueos motoristas só recebem porte de armaapós preenchidas as formalidades legais.Naturalmente, o profissional que não tiverbons antecedentes ficará privado dos bene­fícios da lei. A concessão do porte de armaaos motoristas profissionais, como se esta­belece no projeto de lei, está sujeita aopreenchimento de dois requisitos: a) inexis­tência de antecedentes criminais que desa­conselhem sua concessão; b) prova do exer­cício da profissão.

Explica-se a redação dada à letra a, por­quanto, mesmo com algum antecedente cri­minal, às vezes, não se pode negar ao mo­torista profissional o porte de arma. Não étodo antecedente criminal que recomenda anão concessão do porte de arma, como porexemplo, quem estiver respondendo por ho­micídio culposo (art. 121, § 3.°, do C. Penal)ou lesão corporal culposa (art. 129, § 6.°,do mesmo Código), que são delitos típicosdos centros urbanos e ocasionados pela cir­culação de veículos. Na ocorrência dessesilícitos não se verifica o dolo, ou seja, avontade consciente do indivíduo, mas ape­nas a negligência, a imperícia ou a impru­dência.

Quando tantos motoristas são friamenteassaltados e outros barbaramente assassi­nados, deixando muitas famílias no luto ena miséria, esta iniciativa vai inclusive co­laborar com as autoridades da segurançapara, pelo menos reduzir a onda de crimesque a imprensa vem registrando.

Confio no alto espírito de justiça dos co­lendos órgãos técnicos da Casa e na altacompreensão e colaboração dos eminentescolegas.

Sala das Sessões, 27 de agosto de 1975. ­Antônio Bresolín.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇliO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

DEORETO-LEI N.o 1.004DE 21 DE OUTUBRO DE 1969

CóDIGO PENAL

(Com as modificações introduzidas pela Lein. a 6.016, de 31 de dezembro de 1973.)

PARTE ESPECIAL

TíTULO I

CAPíTULO I

Dos Crimes Contra a Vida

Art. 120. Matar alguém;

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

§ 3.° Se o homicídio é culposo:Pena - detenção, de um a quatro anos.

..... . . .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. " "

PROJETO DE LEIN.o 1.027, de 1975

(Do Sr. Marcelo Gato)Acrescenta dispositivo à Consolidação

das Leis do Trabalho, aprovada peleDecreto-lei n,? 5.452, de 1.° de maio dede 1943.

(Às Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Finanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 Ao art. 483, da Consolidação das

Leis do Trabalho, é acrescentada a seguintealínea:

"h) deixar o empregador de efetuar,nos prazos e condições previstos em lei,o depósito do FGTS na conta vinculadaem nome do empregado."

Art. 2.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

JustificaçãoQuando o legislador cogitou de estabele­

cer o elenco de motivos que podem darcausa à. rescisão do contrato de trabalho,por íníeíatíva do empregado, é óbvio quenão havia a lei do Fundo de Garantia doTempo de Serviço e que, portanto, não po­deria ter previsto, como um dos ditos moti­vos, o descumprimento de obrigação a elapertinente, por parte do empregador.

Hoje em dia, entretanto, quando o Fundode Garantia já integra definitivamente orelacionamento entre empregador e empre­gado, havendo se transformado mesmo emregra (e ficando a exceção para o institutoda estabilidade previsto no art. 942, CLT),não é mais possível continuar permitindoque trabalhadores sejam frustrados emseus direitos pela contumácia de emprega­dores inescrupulosos.

Assim, se motivos de conseqüências muitomenores para o empregado (alínea b, doart. 483, CLT, por exemplo) autorizam-no apleitear a rescisão de seu contrato de tra­balho e a devida indenização, creio que anão realização dos depósitos do FGTS, nosprazos e condições previstos na lei, deve serencarada como comportamento grave, su­ficiente para conduzir aos mesmos resul­tados.

Sala das Sessões, em- Marcelo Gato.

LEGISLAÇÃO CITADA, iNEXADA PELACOORDENACÃO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

CONSOLIDAÇAO DAS LEIS DO TRABA­LHO. aprovada pelo Decreto-lei n,v 5.452,de 1.° de maio de 1943.

TíTULO IVDo Contrato Individual do Trabalho

CAPíTULO VDa Rescisão

Art. 483. O empregado poderá considerarrescindido o contrato e pleitear a devidaindenização quando;

h) for tratado pelo empregador ou porseus superiores hierárquicos com rigor ex­cessivo;

g) o empregador reduzir o seu trabalho,sendo este por peça ou tarefa, d- forma aafetar sensivelmente a importância dos sa­lários.

CAPíTULO VIIDa Estabilidade

Art. 492. O empregado que contar maisde dez anos de serviço na mesma empresa.não poderá ser despedido senão por mo­tivo de falta grave ou circunstância de for­ça maior, devidamente comprovadas.

.......... I I "_"_".

PRomTO DE LEIN.o 1.028, de 1975

(Do Sr. Adhemar Ghisí j

Isenta as entidades sindicais de tra­balhadores da contribuição como em­pregadoras ao INPS.

(Às Comissões de Constituicão e Jus­tiça, de Trabalho e Legíslaeâo Sociale de Finanças.) o

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 Aplicamos as normas da Lei n.o:1.577, de 4 de julho de 1959, às entidadessindicais de categorias proríssronals.

Art. 2.° Entrará esta lei em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dispo­sições em contrário.

Justificação

Só por evidente inadvertência do legis­lador poder-se-á explicar que a Lei n.o3.577, de '1: de julho de 1959, que isenta associedades de fins filantrópicos da contri­buição, como emnregadoras, para o INPSnão seja aplicável às en.Iídades sindicaisprincipalmente de trabalhadores. •

Cumpre, pois, sanar a omissão, como ofaz o presente projeto, notadamente quan­do o Governo Federal vem preconízundoparticipação mais efetiva dos Sindicatos deTrabalhadores em termos de assistênciamédica, odontológica e ambulatorial.

Entretanto, para realização dessa política,as contratações de profissionais pelos Sin­dicatos constituem ônus que desestímula aprópria política de caráter sócio-assisten­cial idealizada pelo Governo.

Sala das Sessões, 28 de agosto de 1975. ­Adhemar Ghisi.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADA PELACOORDENAÇÃO DAS COMISSÕES

PERMANENTES

LEI N,o 3.577DE 4 DE JULHO DE 1959

Iserrta da taxa de contrlbuicão deprevidência aos Institutos c Caixas deAposentadi)ria e Pensões as entidadesde fins filantrópicos, reconhecidas deutilidade pública, cujos membros desuas diretorias não percebem remune­ração.

Art. 1.° Ficam isentas da taxa de contri­buição de previdência aos Institutos e Cai­xas' de Aposentadoria e Pensões as entida­des de fins filantrópicos, reconhecidas comode utilidade pública, cujos membros de suasdiretorias não percebem remuneração.

Art. 2.° As entidades beneficiadas pelaisenção instituída pela presente lei ficamobrigadas a recolher aos Institutos, apenas,a parte devida pelos seus empregados, semprejuízo dos direitos aos mesmos conferidospela legislação previdenciária.

Art. 3.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

li, !.. ••

6792 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

. PROJETO DE LEIn» 1.029, de 1975

(Do Sr. Siqueira Campos)Dispõe sobre financiamentos de ma­

trizes bovinas em condições de repro­dução, proíbe o abate de tais animaispara consumo, até a idade de nove anos,e dá outras providências.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça, de Agricultura e Política Rurale de Fínanças.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 O Banco do Brasil S.A., o Banco

do Nordeste do Brasil S.A. e o Baneo daAmazônia S.A. realizarão financiamentosdestinados a preservar matrizes bovinas, emidade de reprodução, podendo alcançar atéoitenta por cento (80%) do seu valor, comprazo de oito anos e mediante garantiapignoratícia exclusiva dos próprios animais.

§ 1.0 Matrizes, para os efeitos desta lei,são as fêmeas bovinas de até nove (9) anose que, comprovadamente, não seja~ esté­reis ou inutilizadas para a reprodução,

§ 2.° Aos financiamentos de que trataesta lei aplícar-se-âo taxas de juros nuncasuperiores a seis por cento (6%) anuais,vedados quaisquer acréscimos a titulo detaxas ou comissões.

Art. 2,° Os demais bancos, quando ope­rarem com os financiamentos previstos nes­tp lei, poderão descontar da quota de depó­sito compulsório determinado pelo BancoCentral. o valor dos recursos neles aplica­dos, sendo-lhes permitido, ainda, ultrapas­sar os limites dos descontos compulsóriosatualmente em vigor, para operações destanatureza,

Parágrafo único. Fica o Banco do BrasilS.A. autorizado a repassar aos bancos queoperarem nesta faixa de crédito, os recur­sos necessários.

Art. 3.° As matrizes aceitas como garan­tia das operações de financiamento serãomarcadas em conformidade com requisitosque serão especificados pelo Ministério daAgricultura.

Art. 4.° A recusa de atender a financia­mentos ou refinanciamentos de matrizes re­produtoras, por parte de qualquer agênciados bancos citados no art. 1.0 , implica naresponsabilidade do funcionário recusante,salvo se houver justificação.

Art. 5.° A partir da vigêneia desta lei,fica proibido o abate, para consumo, dematrizes nas condições previstas no li 1.°,do art. 1.0

Parágrafo único. As autoridades do Mí­nístérío da Agricultura competirá fazercumprir esta proibição, através de fiscali­zaeão dos frigorificos e demais abatedou­ros.

Art. 6.° O descumprimento à proibiçãoprevista no artigo anterior suj eitará os res....ponsáveís à multa que variará entre Cr$1. 000,00 a Cr$ 5.000,00 para cada rês aba­tida ou suspensão de funcionamento do fri­gorifico ou abatedouro pelo prazo de dois(2) dias a dois (2) anos, a critério da auto­ridade encarregada da fiscalização.

§ 1.0 A multa é aplicável tanto ao aba­fedor quanto ao que tenha vendido a rêspara ser abatida.

§ 2.° Na reincidência, a multa será apli­cada em dobro.

Art. 7.° Esta lei entrará em vigor nadata de sua publicação.

JustificaçãoO projeto de lei que apresento à conside­

ração da Casa, pela segunda vez, tendo

embora dispositivos de variada aplicaçãoe natureza destina-se a um único objetivoimportante': possibilitar o crescir,ncnto r~­pido e racional do rebanho bovino brasi­leiro.

Devo lembrar que da primeira vez a pro­posição (n.o 721)/72) ficou retida na Comis­são de Constituição e Justiça, sem sequ~r

haver recebido parecer, por mais de tresanos, acabando por ser arquivada com baseno art. 117. do Regimento Interno (decursode legislatura).

Em que pese a afirmação, sempre patrio­ticamente divulgada, de que temos o quarto(ou o terceiro, conforme a época) reb!lnh'Jbovino do mundo, o fato preocupante e queo crescimento desse rebanho se processa emíndices puramente vegetatãvos; desacomp~­nhando o crescimento populacíonal e, POlS,a demanda interna e externa de carne bo­vina do que resultam perspectívas nãomuito alvissareiras para a pecuária nacío­naL

A causa mais importante dessa situação- todos sabemos - é o abate indiscrimi­nado de fêmeas estimulado até mesmo pe­las autoridades competentes, eis que a Por­taria n.O 965-71 permite o abate de fêmeas,sem Iímte de idade, respeitado apenas operíodo, de gestação superior a 2/3 (seismeses):

Não se pode desconhecer que esse.es~adode coisas tem enraízamentos economicos,sem cujo equacíonamento será impossívelalcançar solução satisfatória.

O produtor, em geral, se vende as suasfêmeas não é porque goste de fazê-lo ouporque' essa represente fó!!!1ula rentável ?eexercer a atividade pecuarta. Ao contrárío,toda gente sabe que o boi gordo alcançamuito maior neso e consenül'''+'',.,,''nte me­lhor preço do que uma vaca. Assim. se 9produtor chega a vender suas matrizes, esimplesmente para livrar-se de apert~r~

econômicas que os outros setores da atIVI­dade agrícola não conseguem compensar eque os poderes públicos ainda não .conse­guíram enxergar e atenuar com medidas deefetiva eficácia.

Por isto que o projeto, simultaneamentecom a proibição do abate de fêmeas emidade de reprodução, cogita, com maiorênfase. de medidas econômicas (financia­mentos) tendentes a proporcionar ao pro­dutor os meios de que ele necessita paraconservar e fazer reproduzir os seus reba­nhos.

Sala das Sessões. em 27 de agosto de 1975,- Siqueira Campos.

PROJETO DE LEIN.o 1.030, de 1975

(Do Sr. Rubem Medina)

Dispõe sobre a anulação do casa­mento.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 A Lei n.O3.071, de 1.0 de janeirode 1916, Código Civil, passa a vigorar comas seguintes alterações:

1. O item I, do § 7.°, do art. 178 passaa ter a seguinte redação:

"Art. 178. . .§ 7.° ...........................•.•.•

I - a ação do cônjuge para anular ocasamento nos casos do art. 219, itensI a III e V a XIV, contado o prazo dadata do conhecimento do fato."

2 - O art. 218 passa a vigor com a se-guinte redação:

"Art. 218. É também anulável o casa­mento se:I _ houve por parte de um dos nu­bentes, ao consentir, erro essencialquanto à pessoa do outro;

II - não se consumou o ato conjugal;III - posterior ao consentimento, umdos cônjuges verificar a existência deerro essencial quanto à pessoa do ou­tro."

3. O art. 219 passa a vigorar com a se-guinte redação;

"Art. 219. Considera-se erro essencialquanto à pessoa do outro cônjuge:I - o que diz respeito à identidade dooutro cônjuge, sua honra e boa fam~,

sendo esse erro tal, que o seu, conhec:­mente ulterior torne insuportavel a VI­da em comum ao cônjuge enganado;II - a ignorância de crime inafiançá­vel definitivamente julgado por sen­tença condenatória;III - a ignorância de defeito físico ir­remediável ou de moléstia grave etransmissível, por contágio 0;U herança,capaz de por em risco a saúde ~o ~u­

tro cônjuge ou de sua descendência;

IV - o defloramento da mulher, igno­rado pelo marido;V - a ignorância de impotência, abso­luta ou relativa, de qualquer dos côn­juges para a conjunção carnal;VI- a esterilidade de qualquer dos côn­juges, conhecida pelo portador e ig­norada pelo outro;

VII - a prática de atos de homossexua­lismo, por parte de qualquer dos côn­juges;VIII - a constatação de doença men­tal acentuada, que, por sua natureza,torne insuportável a vida em comum;IX - a habitualidade no jogo ou naembriaguez, de que resulte prejuízo pa­ra a faroilia;X - o crime doloso, consumado ou ten­tado praticado por um dos cônjugescontra a vida de filho do casal.XI - o illdu~imento da mulher ou defilha do casal, ainda que tentado, àprática da prostítuíção;

XII - o induzimento à corrupção, ain­da que tentado, de qualquer dos filhosdo casal;XIII - a prática de perversão sexual;

XIV - a existência de doença vené­rea cróníca:

XV - a condenação por crime infa­mante;XVI - a' conduta desonrosa, de qual­quer dos cô'nj uges:

XVII - o fato de qualquer dos cônju­ges ser Viciado em tóxicos."

4. O art. 223 passa a ter a seguinte re-dação:

"Art. 223. Antes de mover a ação denulidade ou a de anulação do casa­mento requererá o autor, com do­cumen'tos que a autorizem, a separa­ção de corpos, que será cc;mcedida pelojuiz com a possível brevidade."

5. O item lU do art. 315, passa a vígercom a seguinte redação:

"Art. 315. . .....................•••.•fi - pelo desquite amigável."

Quinta-feIra 4 67911Setembro de 1915 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção J)

6. O art. 316 passa a vigorar com a se-guinte redação:

"Art. 316. A anulação do casamentoprocessar-se-á por ação ordinária, naqual será nomeado curador que o de­fenda.§ 1.0 A ação anulatória somente com­petirá aos cônjuges.

§ 2.0 Se, porém, o cônjuge for inca­paz de exercê-la, poderá ser represen­tado por qualquer ascendente, ou ir­mão."

7. O art 317 passa a ter a seguinte re-dação:

"Art. 317. A ação de anulação do ca­samento só se pode fundar em algumdos seguintes motivos:I - adultério;II - tentativa de morte;IH - sevícia ou injúria grave;IV - abandono voluntário do lar con­jugal, durante dois anos continuos;

V - não consumação do ato conjugal:

VI - erro essencial quanto à pessoado outro cônjuge."

8. O caput do art. 319 passa a viger coma seguinte redação:

"Art. 319. O adultério deixará de sermotivo para a anulação do casarnen­to ;'

9. O art. 320 passa a vigorar com aseguinte redação:

"Art. 320. Na anulação do casamento,sendo a mulher inocente e pobre, nxa­rá o juiz a pensão alimentícia que lheserá devida, enquanto permanecer sol­teira.Parágrafo único. Não caberão ali­mentos enquanto a mulher viver emconcubinato ou tiver procedimento in­digno."

10. O art. 323 passa a víger com a se-gumte redação:

"Art. 323. No desquite por mútuoconsentimento, é lícito aos cônjugesrestabelecer a todo o tempo a socieda­de conjugal, nos termos em que foraconstituída, contanto que o façam, porato regular, no juízo competente."

11. O art. 324 passa a vigorar com aseguinte redação:

"Art. 324. A reconciliação, de que tra­ta o artigo anterior, em nada prejudí­cará os direitos de terceiros, adquiridosantes e durante o desquite, seja qualfor o regime dos bens."

12. O caput do art. 326 passa a ter asegUInte redação:

"Art. 326. Ocorrendo anulação do ca­samento, ficarão os filhos menores como cônjuge inocente."

Art. 2.° As disposições constantes do ar­tigo 1.° desta lei aplicam-se aos casamentosanteriormente celebrados, iniciando-se acontagem dos prazos prescricionais, a elesreferentes, a partir da data da publicaçãoda presente lei.

Art. 3.° Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

SustificaçãoO presente projeto de lei tem por esco­

po dar nova estruturação à disciplina legaldo casamento.

Com efeito, a nossa lei civil data de 1916,quando as circunstâncias eram nitidamen­te diferenciadas das atuais.

Hoje, o divórcio assume proporções deuma irrecusável aspiração de nossa socie­dade. Ainda recentemente este CongressoNacional deu um passo, firme e decidido,no sentido de acelerar a sua implantaçãoentre nós.

Tenho como certa - sendo apenas umamera questão de tempo - a adoção do di­vórcio em nosso País, como exigência mar­redável de nosso ...tual estágio de civiliza­ção. Mas, enquanto tal ainda não ocorre,nada mais justo e humano que se procureadequar a Lei à etapa atual.

Fundamentalmente, cuida a presente pro­posição de ampliar as causas de anulaçãodo casamento. Como prímeiro passo, per­mite a verrrrcação do erro essencial quantoà pessoa do outro cônjuge, mesmo após oconsentimento. A seguir, baseado em cau­dalosa junsprudência de nossos tribunais,o projeto torna mais claro o que seja o re­ferido erro essencial, contemplando diver­sas hipóteses.

Outrossim, incluiu-se, como causa anu­latória, a não consumação do ato conju­gal.

O prazo de prescrição foi mantido emdois anos, iniciando-se sua contagem, to­davia, a partir do conhecimento do fato enão mais sendo contado a partir da cele­bração do casamento.

Respeitando a vontade pessoal dos ca­sados, e visando a preservar as famíliasbem constituídas, a proposição aeentua ocaráter personalíssimo da ação anulatoría,somente facultado o seu ajuizamento aocônjuge.

Em conseqüência das alterações já men­cionadas, suprimiu-se o instituto do des­quite litigioso, permanecendo porém o ami­gável, por mútuo consentimento.

O projeto preocupa-se também com oscasamentos j á celebrados, declarando queas presentes disposições a eles se aplicarão,iniciando-se a contagem do prazo prescri­cional a partir da vigência desta nova lei.

As demais alterações são apenas destina­das a preservar a estrutura do Código vi­gente.

A matéria versada, estamos certos, já édo pleno conhecimento de todos e, em suatramitação pela Casa, será enriquecida pe­los doutos suprimentos dos senhores par­lamentares.

Sala das Sessões, emRubem Medina.

LEGISLAÇÃO CITADA. ANEXADAPELO AUTOR

cóDIGO CIVILLei n.? 3 071, de 1,° de janeiro de 1916,

'corrigida pela Lei n.O 3.725, de 15 de ja­neiro de 1919.

Art. 178. Presereve:

§ 7.° Em dois anos:I - a ação do cônjuge para anular o

casamento nos casos do art. 219, 11.05 I, Ue lII; contado o prazo da data da cele­bração do casamento; e da data da exe­cução deste Oódigo para os casamentos an­terionnente celebrados.

Art. 218. 11: também anulável o casa­mento, se houve por parte de um dos nu­bentes, ao consentir, erro essencial quantoà pessoa do outro,

Art. 219. Considera-se erro essencial so­bre a pessoa do outro cônjuge:

I - o que diz respeito à identidade dooutro cônjuge. sua honra e boa fama, sen­do esse erro tal, que o seu conhecimentoulterior torne insuportável a vida em co­mum ao cônjuge enganado;

II - a ignorância de crime tnaüançável,anterior ao casamento e definitivamentejulgado por sentença condenatóría;

lU - a ignorância, anterior ao casamen­to, de defeito fisico Irremediável ou demoléstia grave e transmissível, por contá­gio o uherança, capaz de pôr em risco asaúde do outro cônjuge ou dc sua descen­dência;

IV - o defloramento da mulher, 'igno­rado pelo marido.

Art. 220. A anulação do casamento, noscasos do artigo antecedente, só a poderádemandar o cônjuge enganado.

Art. 221. Embora anulável, ou mesmoriulo, se contraído de boa-fé por ambos oscônjuges, o casamento, em relação a estescomo aos filhos, produz todos os efeitoscivis até ao dia da sentença anulatória.

parágrafo único. Se um dos cônjugesestava de boa-fé, ao celebrar o casamento,os seus efeitos civis só a esse e aos filhosaproveitarão.

Art. 222. A nulidade do casamento pro­cessar-se-á por ação ordinária, na qual se­rá nomeado curador que o defenda.

Art. 223 Antes de mover acão de nu­lidade do casamento, a de anulação ou a dedesquite, requererá o autor, com documen­tos que a autorizem, a separação de cor­pos, que será conced'ida pelo juiz com a pos­sível brevidade.

Art. 315. A sociedade conjugal termina:I - pela morte de um dos cônjuges;II - pela nulidade ou anulação do ca­

samento;UI - pelo desquite, amigável ou judicial.Parágrafo único. O casamento válido só

se dissolve pela morte de um dos cônju­ges, não se lhe aplicando a presunção esta­belecida neste Código, art. 10, segundaparte.

Art. 316. A ação de desquite será ordi­nária e somente competirá aos cônjuges,

Parágrafo único. Se, porém, o cônjugefor incapaz de exercé-la, poderá ser repre­sentado por qualquer ascendente, ou ir­mão.

Art 317. A ação de desquite só se podefundar em algum dos seguintes motivos:

I - adultério;II - tentativa de morte;IH - sevícia, ou injúria grave.IV - abandono voluntário do lar conju­

gal, durante dois anos contínuos.. Art. 318. Dar-se-á também o desquitepor mútuo consentimento dos cônjuges, seforem casados por mais de dois anos, ma­mfestado perante o juiz e devidamente ho­mologado.

Art. 319. O adultério deixará de ser mo­tivo para o desquite:

.l - se o autor houver ecncorrtdo paraque o réu o cometa;

II - se o côn] uge inocente lhe houverperdoado.

Parágrafo único. Presume-se perdoadoo adultério, quando o cônj uge inocente,conhecendo-o, coabitar Com o culpado,

6794 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAl, (Seção I> Setembro de 1975

Art. 32D. No desquite judicial, sendo amulher inocente e pobre, prestar-Ihe-á omarido a pensão alimentícia, que o juizfixar.

Art. 321. O juiz fixará também a quotacom que, para criação, e educação dos fi­lhos, deve COncorrer o cônjuge culpado,ou ambos, se um e outro o forem.

Art. 322. A sentença do desquite auto­riza a separação dos cônjuges, e põe ter­mo ao regime matrimonial dos bens, comose o casamento fosse dissolvido (art. 267).

Art. 323. Sej a qual for a causa do des­quite, e o modo como este se faça, licitoaos cônjuges restabelecer a todo o tempoa sociedade conj ugal, nos termos em quefora constituída, contanto que o façam, porato regular, no juizo competente.

Parágrafo único. A reconciliação emnada prejudicará os dire'itos de terceiros,adquiridos antes e durante o desquite, se­ja qual for o regime dos bens.

Art. 324. A mulher condenada na açãode desquite perde o direito a usar o nomedo marido (art. 240).

PROJETO DE LEIN.O 1.031, de 1975

(Do Sr. A.H. Cunha Bueno)

Determina que o Ministério dosTransportes faça consignar, nas publi­cações e placas indicativas respectivas,o nome legal das redovías sob sua res­ponsabilidade.

(As Comissões de Constituição e Jus­tiça e de Transportes.)

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1.0 O Ministério dos Transportes, emtodas as publicações e placas indicativasreferentes a rodovias sob sua responsabili­dade, quando essas tenham denominaçãolegal, além do número respectivo, fará cons­tar o seu nome.

Art. 2.° Esta Lei entrará em vigor na. data de sua publicação.

JustificaçãoNão constam das publicações do DNER,

bem como das do próprio Ministério dosTransportes e também das placas indica­tivas fixadas ao longo das rodovias, a deno­minação dada às mesmas por leis em plenavigência, o que se pode observar, por exem­plo, na rodovia "Prestes Maia".

Aliás, é o caso específico dessa rodoviaque nos conduz à apresentação deste pro­jeto de lei, uma vez que, pelo que tem sidoconstatado por quantos a utilizam (a rodo­via em questão tem o seu traçado a partirde Natal, no Rio Grande do Norte, de­mandando a fronteira do Brasil com o Uru­guaí) , não constam das placas que a lndí­cam como sendo a BR-101, a denominaçãoque lhe foi dada pela Lei n.O 5.335, de 12de outubro de 1967, ou seja: rodovia "Pres~

tes Maia".

Tal orníssâo, que não é peculiar à rodovia"Prestes Maia". sobre constituir flagrantedesrespeito a determinação legal, enseíatambém indesculpável desmerecimento emrelação a um d9S homens públicos e admí­nistradores de maior projeção e eompetên­cía que São Paulo e o Brasil já tiveram ahonra de perfilhar.

Sala das Sessões, em 27 de agosto de 1975.- A.H. Cunha Bueno.

PROJETO DE LEIN.O 1.032, de 1975

(Do Sr. Otávio Ceccato)

Estabelece a obrigatoriedade de exa­mes médicos periódicos nos empregadosde minas no subsolo.

(Ãs Comissões de Constituiçáo e Jus­tiça, de Trabalho e Legislação Sociale de Saúde.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1.0 li: obrigatório o exame médico

para a admissão de candidato a trabalhoem mina no subsolo.

§ 1.0 O exame médico de que trata esteartigo será renovado a cada período de 6(seis) meses.

§ 2.° O exame médico incluirá radiogra­fia dos pulmões e do coração.

Art. 2.0 Não será admitido ao trabalho,nem poderá nele permanecer, o portador delesão do aparelho respiratório ou circula­tório ou de moléstia infecto-contagiosa.

Art. 3.° O atestado médico em que fordeclarada a aptidão para o trabalho indi­cará também a capacidade ou não do mi­neiro para prorrogar sua jornada normalde trabalho.

Art. 4.° O Poder Executivo regulamen­tará esta lei no prazo de 60 (sessenta) dias.

Art. 5.0 Esta Lei entra em vigor na datade sua publícacào,

Art. 6.° Revogam-se as disposições emcontrário.

JustificaçãoÉ Irrecusâvel o fato de o trabalho exe­

cutado pelos mineiros, no subsolo, ser esta­fante e extremamente nocivo à saúde, pro­vocando, com freqüência alarmante. o en­velhecimento precoce desses trabalhadores.

Por essa razão, todas as legislações pro­curam oferecer um tratamento especial aotrabalho realizado em minas subterrâneas,devido ao seu aspecto penoso e altamenteinsalubre.

Muito embora existam dispositivos, emnossa legislação social, particularmente naConsolidação das Leis do Trabalho, quedizem respeito especificamente ao trabalhodos mínerros, temos para nós ser ímprescín­divel que se estabeleça a obrigatoriedade deque esses trabalhadores sejam submetidos,a cada período de seis meses, a exames mé­dicos que incluam, inclusive, radiografiasdos pulmões e do coração.

Como se sabe, é bastante grande a inci­dência de moléstias respiratórias e cardía­cas nos trabalhadores que exercem ativi­dades no subsolo de minas. em face dainsalubridade verificada nesses locais.

Assim, atendendo aos reais objetivos damedicina e higiene do trabalho, deverão elesser submetidos a exames de saúde periódi­cos, os quais estabelecerão, inclusive, se osmineiros poderão continuar trabalhando e,ainda, se poderão ter sua jornada diária detrabalho prorrogada.

Com a adoção dessas medidas, temos con­vicção, serão evitadas muitas moléstias pro­fissionais que freqüentemente atacam 0Smineiros, aumentando-se, inclusive, suaprodutividade.

Sala das Sessões. em 27 de agosto de 1975.- Otávio Ceccato.

O SR. PRESIDENTE (Odulfo Domingues)

- Está finda a leitura do expediente.

IV - Passa-se ao Pequeno Expediente.Tem a palavra o Sr. Roberto Carvalho.

O SR. ROBERTO CARVALHO (MDB ­sr. Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, estou recebendoa incumbência - que é para mim honrosa,sob todos os aspectos - de reivindicar dasautoridades federais competentes, parti­cularmente do Ministério dos Transportes,o urgente asfaltamento de um trecho rodo­viário que interessa fundamentalmente aduas ímportantíssírnas regiões brasileiras.

.Trata-se do trecho da antiga rodovia SãoPaulo-Cuiabá, ligando a atual BR-153 e acidade mineira de Campina Verde, numaextensão de 70 quilômetros.

Sendo embora um trecho rodoviário bas­tante antigo, através do qual se comunicamobrigatoriamente inúmeras cidades do Tri­ângulo Mineiro e suas economias com vastaregião do Estado de São Paulo, na qual sesobressai a cidade de Barretos, nem poristo oferece tráfego regular permanente, eisque se apresenta quase sempre em preca­ríssímo estado de conservação. Tal situação,como é fácil imaginar, dificulta sobremanei­ra a ligação e, conseqüentemente, o tradi­cional intercâmbio comercial entrc a vastae rica região à volta de Campina Verde e oMunicipio de Barretos.

Há muitas décadas esse intercâmbio co­mercial realiza-se com Barretos, através desua estrutura econômica particularmentevoltada para a comercialização e industria­lização da carne bovina, funcionando comoprincipal comprador e consumidor dos re­banhos de Campina Verde e toda a regiãodo Pontal do Triângulo Mineiro, e esta, desua parte, adquirindo em Barretos todos osprodutos de seu interesse.

O precário estado de conservação do tre­cho rodoviário referido ultimamente temprejudicado o bom desempenho da econo­mia das mencionadas cidades e de outrassob a sua área de influência, com efetivocomprometimento do progresso regional, oqual, sem sombra de dúvida, tem suas ori­gens e incremento no dito intercâmbio.

Tais são, Sr. Presidente e 81's. Deputados,os motivos pelos quais, encampando umainiciativa da Câmara Municipal de Barre­tos, apelo ao Ministro dos Transportes paraque determine as providências para o pron­to asfaltamento do trecho da antiga rodo­via São Paulo-Cuiabá, na ligação da atualBR-153 com a cidade mineira de CampinaVerde.

O SR. ULISSES POTIGUAR (ARENA _RN. Pronuncia o seguinte diseursn.) - Sr.Presidente, ars, Deputados, com o adventodo Decreto n.o 73.617, de 12 de fevereiro de1974, que aprovou o Regulamento do "ro­grama de Assistência ao Trabalhador Ru­ral, abriram-Se perspectivas para uma le­gião de brasileiros marginalizados à pró­pria sorte nos mais longínquos rincões denossa Pátria.

O alto sentido social desse diploma legalfoi cantado e decantado nas duas Casas doCongresso Nacional. Todos foram unânimesem reconhecer a alta significação do seuconteúdo humano e social.

A imprensa, os políticos, o homem do povonão regatearam aplausos à clarividência doentão Presidente da República, pela adoçãode tão salutar medida, que tinha por obje­tivo precípuo amparar o trabalhador desva­lido, em sua velhice.

Contagiado pela euforia que se derramavaem todos os quadrantes do nosso território,fizemos coro à natural alegria de quantospassaram a ter nesse Decreto o arrimo in­dispensável para prover a sua velhice hon­rada, depois de longa e penosa vida de sa­crifícios.

Após o transcurso do seu primeiro ano devigência, eis que começa r se esboçar uma

Setembro de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira '" 6'795

natural insatisfação, entre velhos e sofri­dos agricultores, no que tange ao problemado início da pensão deixada em virtude dofalecimento do trabalhador.

Em que pese os elevados propósitos do Go­verno, relativamente a essa norma juridica,forçoso é reconhecer a necessidade de suaalteração, levando-se em conta determina­dos fatores de natureza sócio-econômica quemilitam em favor de nossa tese, conforme aseguir demonstraremos.

O art. art. 19, encartado na Seção IU -DA PENSA0 - estabelece:

"A pensão por morte será devida aosdependentes do trabalhador rural econsistirá numa prestação mensalequivalente a 50% (cinqúenta por cen­to) do salário mínimo do maior valor noPaís, a contar da data do óbito."

E o seu § 1.0 esclarece:"Somente farão jus à pensão os depen­dentes do trabalhador rural, chefe ouarrimo da unidade familiar, falecidodepois de 31 de dezembro de 1971, ou,no caso de pescador, depois de 31 dedezembro de 1972:

Por desconhecermos as razões de ordemlógica que determinaram a fixação desseprazo inicial para concessão das pensões aque alude o referido parágrafo é que nosmanifestamos contrariamente ao decreto.

Ê sabido que o exercício financeiro de1964 se constitui, por razões óbvias, no mar­co divisórío de nossa economia.

A partir da eclosão do movimento revolu­cionário de 1964, fixaram-se critérios de rí­gida contenção, com vistas a evitar a cons­tante erosão de nossa moeda.

Com propriedade, afirmou certa feita oPresidente Médici que o País prosperava,enquanto o povo empobrecia.

Na verdade, esse é o quadro real em quenos encontramos.

O brasileiro paga, hoje, elevado tributopelo saneamento da moeda, sendo forçado,na maiorIa das vezes, a apertar o cinto, pa­ra equilibrar o seu orçamento doméstico.

Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, queperspectivas poderão ter, no limitado horí­zonte de suas vidas, os dependentes dostrabalhadores rurais falecidos antes de 31de dezembro de 1971?

Pretendiamos alterar a redação desse pa­rágrafo, fazendo retroagir os seus efeitos apartir de 1964, o que seria mais justo emais consentâneo com os nossos princípiossociais.

Impossibilitados, constitucionalmente, defazê-lo, deixamos aqui o nosso apelo, à gui­sa de sugestão, ao Ex.m o Sr. Ministro da.Previdência e Assistência Social para quemande reexaminar a matéria e encontre afórmula de amparar esses outros nossos ir­mãos, para quem a lei se transrormcu eminstrumento de discriminação, não lhes per­mitindo sequer uma promessa de aurora noocaso de sua existência.

O SR. FABIO FONSECA (MDB - MG.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, a Comissão deSaúde da Câmara dos Deputados, por ini­ciativa de seu Presidente, unanimementeaprovada pelos Deputados que a integram,resolveu constituir cinco subcomissões,correspondentes às macrorregíões do País,para o estudo dos problemas de saúde emcada uma delas, com vistas à implantaçãodo Plano Nacional de Saúde, já aprovado.

A iniciativa da Comissão de Saúde daCâmara dos Deputados constitui a compro­vação do seu interesse de, numa ação coor­denada, de ajudar no estudo dos problemas

sanitáríos e assistenciais de todos os rincõesdo País. A coordenação e integração do Pla­no Nacional de Saúde implantada pelo Con­selho de Desenvolvimento Social, presididopelo ínclito Gen. Ernesto Geisel, e compostodos Srs. Ministros Paulo de Almeida Ma­chado, da Saúde, Luiz Gonzaga do Nasci­mento e Silva, da Previdência e AssistênciaSocial, Maurício Rangel Reis, do Interior,Arnaldo Prieto, do 'I'rabalho e Ney Amín­thas Braga, da Educacão e Cultura, estãoem perfeita e completá consonância com apolítica executada pelo Ministro Paulo deAlmeida Machado, da Saúde.

Tivemos oportunidade de participar daV Conferência Nacional de Saúde comocoordenador e relator. E de lá saímos con­víctos de que há perfeita sintonia entre to­dos os Ministros e até mesmo alguns mem­bros recalcitrantes do chamado segundo es­calão entenderam que não poderiam maisconstituir pontos de bloqueio para o de­senvolvimento do Plano Nacional de Saúdee acabaram também se enquadrando.

Têm essas subcomissões um papel de su­porte político às ações do Executivo, pois aComissão de Saúde da Câmara dos Depu­tados trabalha em perfeito entendimentocom todos os Ministros da sua área de com­petência. Há mesmo, ao se transpor os um­brais da sala de reunião da Comissão deSaúde, identificação absoluta no tocante àdefesa dos interesses comunitários, sem le­varmos em consideração as pseudofidelida­des partidárias, mas apenas as necessida­des do povo que para cá nos enviou na es­perança de, da nossa criatividade, lhe adví­rem melhores dias.

:tl: importante enfatizar que o PresidenteErnesto Geisel destinou nm suporte econô­mico, no qüinqüênio 75/79, no valor de 110bil.hões de cruzeiros para a execução do Pla­no Nacional de Saúde e enfatizou especial­mente o saneamento básico, para evitar o"plng-pong" médico-assistencial existente,e atenção específica aos problemas da ges­tante e da infância. Foi feliz o Presidenteda República ao ressaltar esses dois aspec­tos, pois o saneamento básico evitará asdoenças transmissíveis e epidemiológicaspara as quais ainda não foi inventado ne­nhum fármaco pelas multinacionais.

Quanto à maternidade _ à ínfâneía, dan­do-se-lhes assistência e alimentação ade­quada, dentro em breve os nossos irmãosórfãos de pais vivos, produtos de uma fomeenergética no período de gestação e pós­vida, poderão ter desenvolvidas as célulasIocaltzr.das no hemisfério cerebral direito,responsáveis pela criatividade, e não maisteremos um índice de 70% de repetentes naescola primária, tornando-se essa grandemassa de irmãos apenas mão-de-obra físicae fator de distorções sociais as mais graves,do roubo à prostituição, do vicio ao tráfiCOde drogas.

Não poderíamos olvidar, e se o fizéssemosseríamos injustos, a ação do Ministério daSaúde. Até a administração de Paulo deAlmeida Machado aquela era uma Pastaobsoleta, inoperante, cujo orçamento atin­gia cifras "astronômicas" de 0,8 ou 0,9%do Orçamento da União. E aquele mineirodo Triângulo Mineiro, com sua simplicida­de, com sua humildade, acabou tornando oMinistério da Saúde um dos mais eficien­tes do País, graças à sua criatividade, à suapersistência, à sua formação moral e pro­fissional. Homem objetivo, sem planos mi­rabolantes, empreende um programa emi­nentemente para o nosso povo.

Quero, nesta hora, hipotecar solidarieda­de a S. Ex.a e emprestar-lhe total apoiopolítico para o pleno e efetivo desenvolvi­mento do grande programa que é o PlanoNacional de Saúde.

"Remédios para remédios" - O jornalNew York Times, órgão fora de qualquersuspeição, fez denúncias muito graves apropósito de multinacionais farmacêuticas.Elas exportam para a América Latina, so­bretudo para o Brasil, medicamentos con­siderados prejudiciais à saúde e que, mesmoquando tolerados nos Estados Unidos, sópodem ser vendidos ali com rigorosas recei­tas médicas. Embora as multínacíonaís te­nham desmentido o assunto, continua oNew York Times afirmando que as denún­cias feitas no I Simpósio Nacional de Medi­camentos e Indústria Farmacêutica sãoverdadeiras.

Era o que tinha a dizer.O SR. FRANCISCO ROCHA (MDB - RN.

Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Pre­sidente Srs. Deputados, tive o ensejo delJ.ssistir' recentemente a uma significativa eoportuna palestra proferida pelo CeL Dan­ton Eiser Nogueira, no auditório do Itama­rati, sob o patrocínlo do Instituto Superiorda Cultura Feminina, na qual o ilustre con­ferencista discorreu durante largo tempo,sobre o papel do Exército na vida do País.

Foi, Sr. :?residente, uma palestra alta­mente didática, principalmente para aque­les que desconhecem inteiramente o verda­deiro significado da presença das nossasforcas de terra na imensidão territoriai doBrasíl. Infelizmente, grande parcela do povobrasileiro - sobretudo, os jovens - aindacontinuam ignorando a verdadeira e realmissão do nosso Exército, que não está ads­trita a uma tarefa meramente militar. Alémde exercer funcão integradora num País dedimensões continentais, através de seus ba­talhões de engenharia, abrindo estradas derodagem e de ferro, desempenha igualmentemissão social de grande importância, aoacorrer prontamente à população civilquando acontece qualquer tipo de calami­dade.

A conferência proferida no dia 25 deagosto próximo passado pelo inteligente ebrilhante militar ofereceu aos ouvintes umaverdadeira dimensão das tarefas patrióti­cas desempenhadas pelo glorioso Exércitobrasileiro. Pelo seu extraordinário conteúdo,seu texto deveria chegar a todos os cida­dãos das mais diversas categorias sociais enão ficar restrita ao grupo seleto que lotouas dependências do auditório do Itamarati.Deveria chegar, sobretudo, à nossa [uven­tudc, para que ela ficasse sabendo o quantode patriotismo e de amor o Exército devotaa esta Pátria. Deveria atingir também ostrabalhadores, para que estes tomassem co­nhecimento do pioneirismo de uma troparecrutada em todas as camadas da socie­dade - e por isso mesmo democrática ­que não mede sacrifícios para o bom de­sempenho de sua missão, seja na paz, sejana guerra, como já tem dado demonstraçõesinequívocas.

Gostaria, Sr. Presidente de, nesta opor­tunidade, sugerir ao Sr. Ministro da Guer­ra que designasse esse ilustre Oficial Supe­rior, assim como outros, para que fossemos divulgadores itinerantes, junto às Uni­versidades brastleíras, do quanto tem feitoe do quanto ainda fará o Exército pelo Bra­sil. Tenho certeza de que, assim, surgiria,junto à mocidade, a verdadeira imagem, semdistorções provocadas propositalmente pelosinimigos da Ordem, do que é, de fato, esseglorioso contingente humano em que seconstitui nosso Exército.

Era esta, Sr. Presidente, a sugestão quegostaria de fazer desta Tribuna, exatamen­te na semana em que se comemora a data.máxima da nossa independência política.

Era o que tinha a dizer.O SR. NORTON MAC:I1:DO (ARENA - PRo

Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. PIe-

6'796 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

sídente, 8r8. Deputados, poucos comporta­mentos provocam com tanta intensidade odesencanto do povo quanto a prática decorrupção por parte de autoridades públi­cas.

Nem por isso, entretanto, a corrupção dei­xou ou deixa de ser uma das grandes má­culas dos nossos tempos, como o foi em to­das as épocas e sob todos os regimes que acivilização conheceu ao longo dos séculos.

Nada mais justo do que a reação do povo.Mas essa condenação não basta. Em taiscasos, a lei penal há que ser rígida, a jus­tiça deve ser ágil, a punição haverá que serrigorosa.

Nossa história recente, embora se busquesempre o aprimoramento das instituições,tem sido pródiga em exemplos de impunida­de escandalosa. Isto leva ao desencanto e,maís do que isso, ao desrespeito pela auto­ridade, ao descrédito da representação po­pular, ao alheamento de grandes parcelasdo povo ante as convocações da vida pública.

A proclamada morosidade da Justiça, aínsuücíêncía de meios legais, a elasticidadedos prazos, as medidas judiciais e burocrá­ticas protelatórias, tudo isso pode levar àineficácia da lei e ao apelo indesejado ainstrumentos excepcionais.

Essa realidade nos tem preocupado e écom base nela que estamos apresentando àconsideração do Congresso Nacional projetode lei que, suprido pela colaboração dos no­bres Deputados e Senadores, haverá de con­tribuir para sanar as falhas da legislação,instituindo processo sumário para o julga­mento dos crimes contra a administraçãopública, agravando-lhes as penas e esten­dendo-as, pelo mesmo processo e com o mes­mo rigor, aos que, por quaisquer motivos,sejam autores de denúncias falsas ou ir­responsáveis.

O projeto em referência inova essencial­mente quando estabelece:

1 - Causa de especial aumento de penaquanto ao ocupante de cargo em comissãoou de função de direção ou assessoramentode órgão da administração direta, socieda­de de economia mista, empresa pública oufundação instituída pelo Poder Público, pe­la evidente maior censura que recai sobrea sua ação.

2 - Prisao preventiva e seqüestro obri­gatórios. A prisão preventiva já foi obriga­tória. Deve, no caso, voltar à cornpulsoríe­dade, tendo em vista a necessidade de seprecatar a instrução criminal. Por outrolado, o sequestro é norma legal mas de apli­cação raríssima. Deve, também, ser com­pulsório, como forma de fixar a sua utiliza­ção.

3 - A punição do juiz e do órgão do Mi­nistério Público desldíosos, que deixam es­coar os prazos sem pronunciamento.

4 - Elaboração de um tipo especial dedenunciação caluniosa, para coibir as in­formações falsas e com fins políticos, utili­záveis para satisfação de interesses pes­soais e não coletivos.

5 - Dispensa do inquérito policial comoregra, permitindo desde logo o ajuizamentoda ação penal com as informações. É a uti­lização definitiva do que dispõe o art. 28 doCódigo de Processo Penal. A policia, po­rém, poderá ser utilizada diretamente peloMinistério Público, depois de proposta aação, conforme determina o art. 47 do Có­digo de Processo Penal.

6 - Faculdade a qualquer pessoa para ainiciativa de provocar a ação do MinistérioPúblico contra os crimes em causa.

7 - As mesmas penas e o mesmo proce­dimento judicial para os que, usando o trá­fico de influência, buscarem proveito para si

ou para outrem junto aos ocupantes doscargos enumerados no projeto.

Era o que eu tinha a dizer.O SR. MÁRIO MOREIRA (MDB - ES.

Pronuncia o segulute díscurso.) Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, desejo, neste horá­rio destinado às comunicações, registraracontecimento auspicioso para o EspiritoSanto. Instala-se hoje e se prolongará atéo próximo sábado dia 6 de setembro, no Mu­nicipio de Guaraparl, a IrI Convenção Na­cional dos Contabilistas.

Representantes de vários Estados da Fe­deração já se encontram na "Cidade Saúde",calculando-se que para lá acorrerão maisde mil contabilistas.

A Convenção, além do caráter da con­fraternização, natural, ensejará a todos adiscussão de problemas da laboriosa classe.E não poderá deixar de ser ressaltado otrabalho profícuo do contabilista, que nojogo dos números contribui decisivamentepara o maior progresso do País.

O eonclave projetará o Espírito Santo,principalmente o balneário de Guarapa.rí,onde se situam as famosas praias das areiasnegras, mundialmente conhecidas.

Fazendo este registro, Sr. Presidente, Srs.Deputados, queremos homenagear todos oscontabilistas do Brasil, que decidiram rea­lizar o conclave no Estado que com muitahonra representamos nesta Casa.

Enviamos, na oportunidade, ao Presidentedo Sindicato dos Contabilistas do EspiritoSanto, Sr. Victório Monteiro Gasparini,também Presidente da Comissão Organiza­dora da Convenção, nossos cumprimentos,extensivos a todos os contabilistas que com­parecerem ao Centro de Convenções deGuarapari, formulando os mais ardentesvotos no sentido de que do Conclave surjamresultados promissores, em prol do maioraprimoramento do Contabilista e do ele­vado conceito de que .desfruta a Classe.

Era o que tínhamos a dizer.O SR. JUAREZ BATISTA (MDB - MO.

Prommeía o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, o crescimento deuma cidade se mede pela sua apresentação,pela suntuosidade dos seus edifícios, pelasua beleza parsagísttca, enfim, pelo espíritode realização de seu povo.

Uberaba, no triâng-tDo Mineiro, atravessa,no momento, um surto de progresso bastan­te acentuado que a caracteriza como a Ca­pital do Zebu, cidade universitária, novopólo índust.taí do Brasil Central e celeirodo abastecimento de Minas Gerais.

Não temos dúvida, Sr. Presidente, de queos planos de ação do POLOCENTRO irãoencontrar o Triângulo Mineiro em francodesenvolvimento, o que é para nós, da re­gião, bastante significativo. Com uma eco­nomia baseada antigamente na agriculturae na pecuária, Uberaba se destaca nos diasatuais, entre os demais munleípíos minei­ros, por sua pujança nos mais diferentessetores de atividades.

Com seu parque industrial em adiantadoestágio de implantação, é hoje centro abas­tecedor de vasta região brasileira, nos di­versos produtos de sua fabricação.

Não é sem razão, Sr. Presidente, que osuberabenses se orgulham de sua cidade.De lá, mandamos para Brasília, além decereais, produtos frigorificados e derivadosde leite, em larga escala. E, em contrapar­tida, rseebemon os fluidos benéficos da ar­rojada iniciativa que culminou com a trans­ferência da Capital da República para oPlanalto Central do Brasíl.

Ao tecermos estas considerações em queprocuramos situar Uberaba no contexto de-

senvclvímentísta de Minas Gerais, gostaría­mos de formular um apelo à alta direção doBanco Comércio e Indústria de São Paulono sentido de que se faça construir ali ummoderno edificio, a exemplo dos demais es­tabelecimentos congêneres locais, em lugarde reformar o acanhado prédio em que vemfuncionando atualmente.

O COMIND precisa acompanhar o pro­gresso de Uberaba, pela afetiva participa­ção que tem nas suas atividades econômico­financeiras.

Ê o registro que fazemos, Sr. Presidente,identificados com os anseios da laboriosagente de Uberaba e do Triângulo Mineiro.

A SR.a LYGIA LESSA BASTOS (ARENA- RJ. Scm revisão da oradora.) - Sr.·Pre­sidente, dois assuntos me trazem à tribu­na. Quanto ao primeiro, desejo fique regis­trada em nossos Anais a justa homenagempromovida pela Escola de Comando e Esta­do-Maior do Exército Americano ao emi­nente Marechal Floriano de Lima Brayner,que foi Chefe do Estado-Maior da FEB, eque conheci muito de perto, quando fezparte, ainda como Major, do gabinete doentão Ministro da Guerra, General JoãoGomes Ribeiro Filho, meu inesquecível avô.

Passo a ler o documento do seguinte teor:"Rio de Janeiro, 25 de junho de 1975Ex.m o Sr. MarechalFloriano de Lima BraynerRua Paula Freitas, 61, ap, 202CopacabanaRio de Janeiro, RJPrezado Marechal Lima Brayner:A Delegação Americana da ComissãoMilitar Mista Brasil-Estados Unidos re­cebeu certificados agraciados pela Esco­la de Comando e Estado-Maior do Exér­cito Americano (U.S. Army Commaridand General Staff Oollege) em FortLeavenworth, Kansas, aos Oficiais Alia­dos Diplomados que alcançaram posi­ções da maior relevância em suas car­reiras militares, a serviço de seus res­pectivos países.A Escola de Comando e Estado-Maiordo Exército Americano criou uma "Ga­leria de Oficiais Aliados Célebres" como objetivo de homenagear as realiza­ções de seus diplomados no campo mi­litar. O certificado que a Escola gos­taria de oferecer a Vossa Excelência embreve, representa este reconhecimentoque além disso atesta a brilhante car­reira militar desempenhada como sol­dado e chefe militar.A Delegação Americana da ComissãoMilitar Mista Brasil-Estados Unidossente-se honrada e tem a grata satis­fação de participar da entrega destecertificado a Vossa Excelência portan­to neste ensejo, gostarfamos de formu­lar um convite a Vossa Excelência pa­ra cOUlparecer, juntaUlente COUl mem­bros de sua família e amigos, à ceri­mônia de entrega que será realizada às16,30 horas no dia 3 de julho de 1975,no 15.0 andar do Palácio Duque de Ca­xias (ex-Ministério do Exército.)Agradeceríamos muitíssimo a amabili­dade de um contato com este gabinete(Telefone; 243-7672 ou 252-8055 ramal207) a fim de informar se Vossa Exce­lência aceita este Certificado e poderános honrar com a sua presença.Aguardamos esta ocasião com entusias­mo pois teremos a oportunidade de ma­nifestar nossas melhores congratula­ções a Vossa Excelência pela justa ho­menagem devida a seu brilhante de­sempenho profissional.

Quinta-feira 4, 6'191Seten1bro de 19~5 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

Enquanto aguardamos o pronunciamen­to de Vossa Excelência, em futuro pró­xímo, solicitamos que aceite as afirma­cões 'da mais elevada estima a consi­deração.Cordialmente, - Mauricc W. Kendall,Generul-de-Divisâo, Exército dos EUA,Chefe da Delegação Americana e Re­presentante do Chefe do Estado-Maiordo Exército dos EUA na CMMBEU,"

O segundo assunto, Sr. Presidente, é re­ferente a Projeto que apresentarei na tar­de de hoje, o qual disporá sobre o traba­lho do excepcional nas Oficinas Protegidase em trabalho competitivo. A sua justifi­cação é a seguinte:

"Os legisladores brasileiros têm sepreocupado com o excepcional, mas oamparo tem sido quase sempre comvistas ao menor excepcional.Precisamos, em primeiro lugar, enten­der o que sej a um excepcional. Paramuitos ele se iguala aos loucos, inca­pazes de exercer qualquer atividade.Na realidade, ao çlassificarmos alguémde excepcional, estamos referindo-nos a ­uma pessoa cujo desenvolvimento men­tal é deficiente, ou seja, com capacida­de intelectual diminuída. Essa defici­ência se apresenta em diversos graus,e muitas vezes é, apenas, um poucoInferior ao normal.A partir desse raciocínio podemos afir­mar que o excepcional, como pessoa hu­mana, deve ter os mesmos direitos dosnormais. Deve ter, acima de tudo, o di­reito de viver, de ser produtivo, de nãoser considerado sempre como um casti­go ou uma cruz muito pesada para suafamília. Pelb fato de alguns não conse­guirem nunca aprender uma profissãoou habilidade, não quer dizer que ne­nhum expecíonat é capaz de produzire de prestar serviços. Nos Estados Uni­dos foram realizadas pesquisas que pro­varam que 89% dos retardados men­tais possuem deficiências moderadas,isto é, são passíveis de serem educa­

-dos, habilitados e capazes de trabalhar.O atendimento ao excepcional se ini­cia no momento em que ele nasce, con­tinua durante a primeira infância edeve acompanhá-lo na adolescência ena vida de adulto.Após a fase educacional, em escolas es­peeíaís, deve ser conduzido às OficinasProtegidas para que se realize o pro­cesso de habilitação. Este implica dar~aJ.go ao indivíduo para fazê-lo crescer,'em termos de sua potencialidade. NessasOficinas lhe será dada oportunidadepara uma. preparação pré-vocaetonal.Sua capacidade será avaliada e serãooferecidos, também, os primeiros con­tatos com a vida de trabalho. Na Ofi­cina o excepcional, através de proces­sos de avaliação, assessoramento e trei­namento, poderá adquirir atitudes vo­cacíonaís e profissionais que poderãopermitir a sua definitiva integração nasociedade.As perspectivas dos retardados mentaisno emprego competitivo estão-se am­pliando gradualmente, e, no caso dosmenos atrasados, a experiência nos úl­timos anos em alguns países demons­trou que são aptos para executar tare­fas de -aIguma complexidade - não sóna indústria, no comércio e na agri­cultura, mas também no serviço públi­ca, podem desempenhar qualquer papelpara o qual tenham sido preparados.O maior obstáculo para a colocação sa­tisfatória dos deficientes mentais no

emprego competitivo é a falta ou insu­ficiência de uma preparação pré-voca­cíonal. Esta preparação deve compreen­der não somente uma introdução aomundo dó trabalho, mas também devedar atenção especial ao ajuste social eà competência nas atividades da vidadiária.

A nossa proposição, ao dispor sobre otrabalho do excepcional nas OficinasProtegidas e em trabalho competitivo,visa atender às necessidades de muitosbrasileiros que estão até hoje em com­pleto esquecimento, no que diz respei­to à legislação.

Muitos estudos, conferências e simpó­sios têm sido reítos sem que até ago­ra se tenha conseguido concretizar suasopiniões e recomendações.

Alertamos para o fato de que procura­mos dar ao excepcional em trabalhocompetitivo tratamento o mais igualpossível aos trabalhadores normais, se­guindo orientações dadas por especia­listas. O principio que está regendo to­da a filosofia do trabalho do excepcio­nal é o da normalização, não no sen­tido de ele se tornar normal, mas nosentido de ele Usar os recursos da co­munidade que são comuns a todo mun­do."

O SR. JOSE SALLY (ARENA - RJ. Pro­nuncía o seguinte díscurso.) - Sr. Presi­dente, 8r'L Deputados, o crescimento in­dustrial e comercial do próspero Municípiode Petrópolis, no Estado do Rio de Janei­ro, está a reclamar, como necessidade im­periosa e inadiável, a -críaçâo de uma se­gunda Junta de Conciliação e Julgamentona Justiça do Trabalho, a fim de atendercom maior brevidade as questões traba­lhistas lá registradas.

Neste sentido, Sr. Presidente, tenho emmãos orícío dirigido ao Ex.m o Sr. Presiden­te da República, General Ernesto Geisel,através do qual a totalidade das categoriasprofissionais e empresariais, além dos clu­bes de serviço, da Subsecçâo local da Ordemdos Advogados e também da Egrégia Câma­ra dos Vereadores, apelam para o eminen­tr- Chefe no Governo no sentido de concre­tizar, com urgência, essa sentida reivindi­cação, atendendo, assim,' de plano, todos osrequisitos da Lei n. D 5.ô30, de 2 de dezem­bro de 1970.

Estou convencido de que o ilustre Presi­dente da República, tão sensível aos pro­blemas coletivos, não tardará em determi­nar imediatas provídêneías para o atendi­nente Ministro da Justiça convencer-se-áta de medida salutar e de inteira justiçasocial.

Claras e ínsorísmáveís são as alegaçõesformuladas no citado documento subscritopelo povo e pleas autoridades do progres­sista e tradicional Município fluminense,berço imperial do Pais.

Tenho certeza, Sr. Presidente, que ° emi­nente Ministro da Justiça convencer-se-áda imediata e oportuna criação de mais es­ta Junta de' Conciliação e Julgamento, taissão as razões contidas no ofício de que souportador.

Para que esta Casa tenha conhecimentodos termos exatos da solicitação inseridano citado documento, passo a lê-lo na ínte­gra:

As classes trabalhadoras e empresariaisde Petrópolis, à unanimidade, como sedignará V. Ex. a de verificar pelas assi­naturas abaixo, clubes de serviços, a

Subsecão local da Ordem dos Advo­gados -dO Brasil, e a própria egrégia câ­mara local, ao ensejo em que se cogi­ta da críacão de novas Juntas de Con­ciliação e - JUlgamento na Justiça doTrabalho, já estando em preparo ante­projeto no Ministério da Justiça, pe­dem vênia a V. Ex. a para mandar in­cluir também uma segunda (2.a ) f Juntaem Petrópolis, eis que, já agora, satís­feitos e até ultrapassados todos os re­quisitos da Lei n.? 5.630, de 2-12-70, queestabelece normas para a criação de ór­gãos de l.a Instância naquela benemé­rita Justiça.O nosso veemente apelo mais se justi­fica frente à recente extensão, por lei,da jurisdição da E. Junta de Petrópolisao município de Teresópolis e diante donotório aceleramento do desenvolvi­mento industrial e comercial desses doisgrandes munícípíos, em compasso comos magníficos frutos da Revolução de1964, de que V. Ex.a , para orgulho nos­00, é um dos maiores responsáveis. Alémdisso, é mister prever o aceleramentodos fatores de produção na área, ten­do em vista a íntegracão de Petrópolisna Zona Metropolitana e o desdobra­mento das vias de acesso rodoviário jáiniciado, o que faz prever para diaspróximos um invejável avanço de pro­gresso, sob todos os aspectos.

Reconhecemos e proclamamos o louvá­vel esforço e notória dedicação da atualJunta, na pessoa de seu ilustrado e ín­tegro Juiz Presidente e prestimosos au­Xiliares, mas devemos lembrar que talórgão de jurisdição já conta com maisde trinta anos e só com aquele esforçoe aquela dedicação tem sido possívelatender a um mínimo de necessidadeda prestação jurisdicional pedida àque­le órgão judicante.

Pedimos vênia para juntar prova deque estão satisfeitos os requisitos mí­nimos da lei que rege a matéria:

Certos do atendimento, confessamo-nosantecipadamente gratos a V, EX,a (Se­guem-se as assínaturas.) "

o SR..JOSÉ HADDAD (ARENA - RJ.Pronuncía o seguinte díscurso.) - 81'. Pre­sidente, Srs. Deputados, a Estrada de Fer­ro Central do Brasil, integrada à Rede Fer­roviária Federal SIA, tem sido ao longode muitos anos presença constante na im­prensa do Pais, mercê dos serviços precá­rios que vem prestando ao povo, com refle­xos negativos em toda sua área de atuação,caracterizada pelos constantes atrasos dostrens _suburbanos e acidentes incontáveis,sempre com vítimas e prejuízos materiais degrande monta.

Recentemente, um grava acidente ocorri­do na estação suburbana de Magno, próxi­ma ao centro de Madurerra, levantou a opi­nião pública contra o serviço de trens su­burbanos e a segurança, praticamente ine­xistente, o que motivou, inclusive, o deslo­camento do Presidente Ernesto Geisel parao Rio de Janeiro, quando já estava no Aero­porto de Brasília com destino à Capital doEstado de Alagoas, onde cumpriria um pro­grama oficial.

E, no Rio de Janeiro, o Presidente ErnestoGeisel, pessoalmente comparecendo à sededa Rede Ferroviária Federal SIA, tomou co­nhecimento dos lamentáveis fatos ocorridosquando do acidente, determinando as pro­vidências imediatas, inclusive de assistên­cia às vítimas e suas famílias, indicandopessoa de sua confiança pessoal para pro­ceder ao levantamento da situação e deci­dir, administrativamente, sobre a matéria.

6798 Quinta-feira-4

Sem dúvida este procedimento do Presi­dente de todos os brasileiros calou fundo naopinião pública e cada um pôde serrtir maisde perto o interesse do General ErnestoGeisel para com os problemas do povo, fatomarcante na atual administração governa­mental onde os programas qe bem-estar eassistência médica social e previdenciáriaencontram lugar de destaque.

Disto é prova a rerormulação do atendi­mento previdenciário dentro de um Minis­tério próprio ampliando-se sobremaneira oscuidados do Governo para com os assistidosda Previdência Social agora em muito maiornúmero em face das condições de admissãoa este atendimento cada dia feito em escalamaior.

O homem do campo e o trabalhador dacidade meercem a mesma assistência, go­zam dos mesmos direitos e percebem van­tagens Idênticas sem aquelas restrícões deuns em favor dos outros como ocorria numpassado bem próximo.

E mais longe vai a atuação do Governoneste setor promovendo a distrtbuiçâo deremédios gratuítos, oferecendo pensão vita­lícia aos maiores de setenta anos, subsidian­do a alimentação de menores de seis anos emulheres gestantes, criando programas delazer e conduzindo a política educacional doPais à mmístração de, ensino eficiente amaior número de alunos, em todos os níveis.

Sem dúvida, o Presidente Ernesto Geiselsitua sua meta de Governo no homem bra­sileiro, imprimindo em seu favor um pro­grama eficiente, que cumprindo em todoeste mandato presidencial determinará con­dições melhores de vida e bem-estar paratoda a população.

Neste sentido S. Ex.a ao determinar-se air ao Rio de Janeiro, desviando-se do pro­grama festivo que o aguardava em Alagoas,houve-se muito bem e demonstrou profun­damente o sentido e a filosofia do Gover­no que encama, e logo as medidas indica­das surtiram o efeito desejado.

As vitimas do desastre de Magno foramatendidas dentro do menor tempo possívele. como decisão maior de saneamento, foiafastado o então Presidente da Rede Fer­roviária Federal SIA, de há muito no posto,sem corresponder.

ASsume o encargo de devolver ao povo aconfiança perdida pelos serviços da RedeFerroviária Federal o ilustre engenheiro eadministrador Stanley Fortes Baptista.

SinceL·amente desejamos ao novo Presi­dente da Rede Ferroviária Federal SIA ple­no sucesso em sua gestão, apelando ao dig­no patricia para que desenvolva uma ati­vidade-profícua, voltada para os brasileirosusuários dos trens suburbanos - conduçãoque merece a preferência da maioria ,da po­pulação dos grandes núcleos habítacíonaís,em face da rapidez do transporte e seubaixo custo por passagem.

Apelamos ainda a Sua Excelência no sen­tido de voltar atenção especial para o pro­blema da segurança dos usuários, vítimasde verdadeiras catástrofes, mais pela desí­dia dos antigos administradores que mesmopelo comportamento anti-social de numero­sa parcela da população - que sofre a in­fluência de elementos extremados, mas quetambém sente na própria pele a deficiênciado serviço que lhe é oferecido.

E mais por revolta que por influência po­Iítlca, doutrinária ou :ideológica, o povo selevanta, depredando, como a dizer ser me­lhor nenhum trem à incerteza de se pos­suir sem realmente ter. Pois ninguém res­ponde quando falta a condução e o traba­lhador perde horas do dia de trabalho e odescanso remunerado.

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Sel,lão J)

A reação popular tem explicações psico­sociológicas, mais valendo a adcçâo de me­didas práticas que corrijam a deficiência doserviço do que a presença de aparatos po­liciais e demonstração de força.

Neste sentido louvamos o senso prático doCoronel Weber, responsável pela Rede Fer­roviária Federal SIA na Regiáo Metropoli­tana do Grande Rio, no setor de transpor­te coletivo.

Numa simples determinação administra­tiva, fazendo com que alguns trens de pas­sageiros "durmam" nos terminais ferroviá­rios de ,Japeri, Duque de Caxias e SantaCruz e liberando estas unidades na hora dorush, de acordo com a demanda de usuários,aumentou sensivelmente o número de via­gens - com a mesma quantidade de com­posiçôes, evitando a superlotação e o espaçodemasiadamente grande de uma para outraviagem.

O mesmo expediente se observa na horado retorno. Não há atropelos. As reclama­ções atingiram um índice mínimo, há mui­to não observado, e as populações de NovaIguaçu, Paraeambí, Nilópolis, Duque de Ca­xias, São Joâo de Meriti e do ramal deCamP<J Grande e Santa Cruz sentem estarmelhor servidas.

Registramos este fato para consignar nosAnats desta Casa. as providências que oPresidente Ernesto Geisel tomou em favordos usuários das linhas suburbanas da Re­de Ferroviária Federal SIA, no Grande Rio,onde os serviços estão melhorando sensi­velmente, embora ainda haja muito paraser feito em favor do povo, que merece me­lhor assistência por parte dos governantes.

Era o que tinha a dizer.

O SR. GASTA0 MflLLER (ARENA - MT.Pronuncia o seguinte diseurso.) - 81'. Pre­.sidente, Srs. Deputados, hoje, no horário re­gimental, com o apoiamento de 130 Depu­tados, apresentarei proposta de reformaconstitucional objetivando uma medida sa­neadora,' quanto ao funcionamento do Con­gresso Nacional.

Acho, Sr. Presidente, Srs. Deputados, quea COnstituição deve ser um instrumento di­nâmico e não estático, deve ser um espelhoem que se reflitam as aspirações da nacio­nalidade e do comportamento social de umpovo.

A vida política, não há dúvida, tem bemnítída a coloração da sociedade em queatua. Portanto, a iniciativa que tomei e queconta com a solidariedade de 130 colegas,visa, acima de tudo, a moldar o funciona­mento do congresso Nacional à realidadebrasileira, para que não se prossiga usandoum método artificial. que não se coadunacom a vida política do Brasil.

Sr. presidente, 81'S. Deputados, leio o teordo documento, para que conste dos Anaisdesta Casa: .

"PROPOSTA DE EMENDACONSTITUCIONAL N.o DE

Dê-se ao art. 29 com o seu parágrafo1.0 da COnstituição Federal vigente aseguinte redação:"Art. 29. O Congresso Nacional reunir­se-á, anualmente, na Capital da trníão,de 1.° de março a 30 de junho e de 1.0de agosto a 5 de dezembro.§ 1.0 No último ano de cada Legísla­tura, o Congresso Nacional reunir-se-á,na Capital da União, de 1.0 de fevereiroa 30 de agosto e de 20 de novembro a 20de dezembro."

JustificaçãoNão há negar que no último ano de ca­da Legislatura, P<Jr força da campanha

Setembro de 1975

eleitoral destinada à renovação do Oori­gresso Nacional e das Assembléias Esta.­duais, a partir de agosto não se podecontar com o funcionamento regular esatisfatório do Poder Legislativo, pormais engenhosa que seja a forma do es­torço concentrado, uma vez por mês.A prática vem demonstrando à sacie­dade que, normalmente, o artifício esta­belecido de modo a garantir o númeroregimental exigido no período da Or­dem tio Dia, para as votações e delf­berações, não garante a existência doquorum exigido.Ante a evidência de uma rotina inade­quada, que, salvo engano, de há muitojá deveria ter sido modificada, está jus­tificada a necessidade da presenteemenda, que visa a substituir um for­malismo artificial e eivado de írrealís-,mo por uma nova disposição dos pe­ríodos de funcionamento do CongressoNacional, no ano da última Sessão Le­gislativa de cada Legislatura.A oonstàtuíção é um instrumento di­nâmico que, ante o imperativo de me­lhorar o funcionamento do Poder Legis­lativo, enseja as revisões que se impuse­rem como necessárias, a exemplo daque ora é apresentada ao esclarecidojuizo dos srs. Deputados Federais eSenadores.Com a presente emenda, além de senormalizar o funcionamento do Con­gresso Nacional no período das chama­das eleições gerais, a cada quatro anosde uma Legislatura, é oferecida ao po­vo a vérdadeíra imagem de um recessodesttnado ao mais árduo trabalho dohomem público.A última Sessão Legislativa de cada Le­gislatura, ao invés do recesso de julho,terá um maior, de primeiro de setembroa dezenove de novembro, compensadocom o segundo período, de vinte de no­vembro a vinte de dezembro.Os srs. oongressístas terão dois meses emeio para o exercício obrigatório dosseus deveres nos embates políticos elei­torais, sem prejuízo do andamento dosprojetos em tramitação. O Poder Eze­cutívo, por sua vez, tomará as providên­cias caniveís, a fim de enviar, no perío­do de 1.° de fevereiro a 30, de agosto, asmensagens que lhe competem.

Tudo correrá, sem maior alteração, fi­cando o mês compreendido entre 20 denovembro a 20 de dezembro para o an­damento final da. Legislatura. Somar­se-ão 8 meses de funcionamento. Per­der-se-á, nesse último ano, somente lidias frcnte ao atual preceito constitu­cional. Achamos, assim, ter encontradouma forma realista para um problemaque perdura, faz tempo, prejudicando oprocesso legislativo e, pior ainda, repito,dando uma imagem pouca lisonjeira doPoder Legíslatívo perante a grandemassa do povo brasileiro.

Brasília, 30 de agosto de 1975. - Gas­tão Müller."

O SR. GUAÇU PlTERI (MDB - SP. Semrevisão 110 orador.) - Sr. Presidente, nobresSrs. Deputados, tenho em mãos expedienteremetido pela Ordem dos Advogados doBrasil, Seção do Estado do Rio de ,Janeiro,em que o ilustre Presidente transmite aeste Deputado que, em sessão realizada poraquele Conselho no dia 14 do corrente, foiaprovada a indicação apresentada pelosilustres Conselheiros Eugênio Roberto Had­dock Lobo e Franciscp Costa Netto no sen­tido de dar total apoio e solidariedade a.projeto de lei de minha iniciativa que buscaintegrar ao 13.° salário o descanso semanal

Setembro de 19'15 DIáRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quinta-feira 4 6799

remunerado, as férias remuneradas e ashoras extras trabalhadas pelos assalaria-dos. '

O teor da indicação {o seguinj;e;"INDICAÇãO:É fora de dúvida que, no Direito doTrabalho, prorundamente sensível àsmutações impostas pela dinâmica darealidade sócio-econômica, a Jurispru­dência' dos Tribunais Trabalhistas éfonte geradora e permanente de modi­ficações dos textos legais que se torna­ram inadequadas aos fins a que se des­tinaram.Assim é que, nos dias que correm, cons­titui Jurisprudência predominante a daincorporação na remuneração, para to­dos os efeitos legais, das horas suple­mentares habituais e bem assim dasgorjetas.Por conseguinte, não foi por acaso quesobreveio o projeto de lei do DeputadoGuaçu Piteri, objetivando aquele de­siderato ,já sufragado pela Jurispru­dência, projeto esse que mereceu o en­dosso da Comissão de Constituição eJustiça da Câmara.Por isso e em caráter de urgência, pro­pomos:a) que se oficie aos líderes da maioriae da minoria das duas Casas do Con­gresso, encarecendo a aprovação doProjeto de Lei focado, encaminhando­se-lhes xerocópias. do inteiro teor desta·Indicação;b) que, também, se encaminhe xero­cópias desta Indicação à diligente Co­missão Revisora da CLT, na pessoado mui douto Ministro Arnaldo LopesSussekind, o mesmo se fazendo em re-lação à ACAT e à Al!'AT; /'c) que se publique o transunto da ma­téria no "órgão de Divulgação".

Em 14 de agosto de 1975. - EugênioR. Badd(lcl~ Lobo - Francisco CostaNetto."

Era o que tinha a dizer.O SR. MAURO SAMPAIO (ARENA - CR

Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Brs, Deputados, como sabe V. Ex.",inverter recursos em saúde é investir nodesenvolvimento.

Nesse sentido, não se conhece mais aplau­dida e tranqüila inversão de capital, de vezque traduz preservação do ínsubstítutvelea­pital humano.

.Por isso, Sr. presidente, jamais será sufi­ciente e exaustivamente louvada a criaçãogovernamental da Central de Medicamentos- CEME. '

Médico antes de legislador, inúmerasvezes assistimos ao eontrístador quadro:entrando com nossa contribuição pessoalpara a solução do problema de saúde dotrabalhador, gratuitamente, depois do meti­culoso e demorado exame, fornecíamos-lhea receita, acompanhada das explicações erecomendações usuais. Mas sem dinheirop.ara comprar os remédios ou aviar a recei­ta, esta acabava sendo espetada numa pa­rede do barraco, e as preces continuavam,num apelo a Deus para que se condoesse doenfermo.

Acabamos de receber, Sr. Presidente, deDjalma Alves Pereira, Presidente do Sindi­cato dos Trabalhadores Rurais 'de Assaré,em nosso Estado, instante solicitação, a fimde que intercedamos segundo suas pró­prias palavras:

"Junto a quem de direito, para queaquele Sindicato seja contemplado, o

mais breve possível, com medicamentosda OEME, satisfazendo, assim, ao maisjusto anseio de uma classe humilde, queprecisa de saúde para trabalhar pelagrandeza do Brasil."

Conta aquele Sindicato cearense, nestadata, com 4.141 associados, cujo númerode dependentes já atinge 24.846 pessoas.

Compete-lhe dar assistência a quantosintegram aquela categoria profissional nabase territorial do Município.

A maioria, quase a totalidade, dos mem­bros da classe, em Assare, constitui-se deparceiros agrícolas, ••aeíeiros, rendeiros etrabalhadores eventuais, que não dispõemde condições financeiras bastantes paraadquirir remédios.

Afortunadamente, prosseguindo na posi­tívaeâo da humanitária política assisten­cial da Revolução, o FUNRURAL assinou emantem convênio com a CEME, objetivandoa distribuição gratuita de medicamentos nomeio rural.

Essa festejada oríentação, sobre significara presença do Governo Federal ao lado dorurícola - até então desprotegido e entre­gue à própria sorte - garante-lhe a perma­nência no campo. As conseqüências imedia­tas que advêm dessa louvável atitude gover­namental são a multiplicação de braçospara a lavoura, e o fim do êxodo de milhõesde agricultores, os quais, demandando asmegalópolís, maxlmalízavam-Ihes os .Jlro­blemas de ordem econômica e social.

De ampílar-se, pois, providências comotais, em face do caráter recundo que assingularizam.

A distribuição gratuita 'de medicamentoshaverá de processar-se em escala crescente,até atingir os mais remotos rincões pátrios.

Encarecemos, nesta oportunidade, dos di­rigentes da OEME e do FUNRURAL, queatendam ao pertinente apelo do Sindicatodos Trabalhadores 'Rurais de Assaré, doan­do-lhe os medicamentos de que tanto pre­cisa para seus milhares de associados, deparcos recursos pecuniários.

A produtividade no campo registrar-se-ásempre avolumante, enquanto os executoresda produção contarem com a regularidadedo fornecimento de remédios, os quais res­ponderão pela saúde de seu organismo, epela tranqüilidade de seu espírito.

Era, Sr. Presidente, o que hoj e tínhamospara dizer.

O SR. ABDON GONÇALVES (MDB - RJ.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente, 81'S. Deputados, os reflexos de umamedida administrativa' bem intencionadanem sempre correspondem à expectativa,mormente quando envolvem prejuízos parao povo e para a economia do País.

É exatamente o que vem ocorrendo coma decisão da Rede Ferroviária Federal S.A.de suprimir o trânsito de trens de passa­geiros no ramal Gosta Barros a Japeri, noEstado do Rio de Janeiro. Destinando aque­la via exclusivamente a trens de minério,apenas dois comboios passaram a se servirdo trecho diariamente, prosseguindo paraseu destino por vias congestionadas.

Estranhamos também o completo aban­dono do leito ferroviário de Pavuna a SãoMateus.

Trecho dos mais importantes para a Bai­xada Fluminense, eis que corta os Muni­cípios de São João de Meriti e Nova Iguaçu,o ramal suprimido deixou desprovidos decondução mais rápida, dil'eta e menos one­rosa, grande massa de povo, obrigada adeslocar-se de ônibus para Nilópolis ou

. ,

Pavuna, a fim de conseguir alcançar o cen­tro do Rio de Janeiro, onde a maioria tra­balha.

Desse deslocamento resultam díversos fa­tores negativos para o povo e para a econo­mia do País, principalmente em decorrênciado aumento do consumo de combustível,tendo em vista o acréscimo do número deônibus em face a demanda, sem falar dosconstantes eongestíonamentos no trânsitoda Avenida Brasil e no trecho inicial daRodovia Presidente Dutra. Este sério pro­blema, Sr. Presidente somente será resol­vido quando for restabelecido o transportede passageiros no ramal de Japeri a CostaBarros.

Considerando que somente em quatroMunicípios da Baixada Fluminense - NovaIguaçu, São João de Meriti, Nílópolís e Du­que de oaxías ~ reúnem 2.200.000 habi­tantes, o que representa 1/50 avos da po­pulação brasileira, julgo que nenhum dosreclamos de tão importantes comunidadesdeve ficar esquecido das autoridades doPaís.

E o povo reclama o restabelecimento dotransporte de passageiros no ramal inter­ditado, sem que isto venha prejudicar otransporte de minérios, feito apenas emduas viagens diárias, ficando no restantedo dia ocioso aquele trecho, suprlmído sobalegações várias por parte da Rede Ferro­viária Federal S.A., que não levou em con­ta, entretanto, a situação do povo e suasnecessidades.

Quero, desta tribuna, falando em nomedo povo da Baixada Fluminense - sempreesperançoso que suas reclamações e pedidossejam atendidos - encarecer do ilustreMinistro dos Transportes, o Gen. DirceuNogueira, a adoção de medidas que promo­vam o restabelecimento da circulação detrens de passageiros entre Japeri e Costa.

o Barros, no Estado do Rio de Janeiro, mino­rando o sofrimento de tanta gente, vitimade uma política financeira e econômica quenão atende às necessidades locais e de cadaum em particular.

Era o que tinha a dizer.O SE. JOEL LIMA (MDB - RJ. Pronun­

cia o seguinte díseurso.) - Sr. presidente,81'S. Deputados, milhares de servidores doEstado do Rio de Janeiro, com salários mui­to abaixo do que o bom senso recomenda,estão praticamente sem condições mínimasde dar aos seus familiares o indispensável àsua sobrevivência. O salário que ora perce­bem é insuficiente mesmo para manuten­ção alimentar.

Indiferente a tudo isso permanece o Sr•Governador do Estado, com o propósito vi­sível de ganhar tempo, levando os referidosservidores a uma situação de desespero.Antes da concessão de qualquer aumentoque possa minorar a dor de cada um, deter­mina i realização de um plano de classifi­cação de cargos, bem como de um censo dofuncionalismo fluminense, para depois, en­tão, oferecer alguns cruzeiros a mais.

Com a fusão dos antigos Estados do Riode Janeiro e Guanabara, os grandes preju­dicados foram os servidores de ambas asunidades extintas. Primeiro, pela tentativa-desenvolvida pelo Governador Faria Limade instituir três quadros, com distinção desalários, padrões, vantagens e garantias. AAssembléia Constituinte em boa hora veiocorrigir tal discriminação, criando a igual­dade justa e conscienciosa, mas que aindanão resultou em nada prático, dada a for­ma encontrada pela Secretaria de Admí­nístração e demais órgãos implicados no as­sunto, que teimam em, primeiro, satisfaze­rem a certas curiosidades de quem admi­nistra sem saber o que dirige, para, depois,

.8011 Quinta-feira 4, DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <St4}ão I) Setemb~o de 1975

atentarem para as necessidades e exigên­cias dos servidores - se o fizerem.

Naturalmente, essa crítica visa a cha­mar a atenção das autoridades do Estadodo Rio de Janeiro para seu próprio compor­tamento e para as conseqüências que talsituação pode acarretar para o Estado, naiminência de se ver esvaziado dos melho­res funcionários - isto, a qualquer mo­mento.

Ninguém pode suportar o atual custo devida recebendo os vencímentos pagos peloEstado do Rio de Janeiro. O exemplo maisgritante foi dado pela classe médica e pelosparamédieos, Alguns aceitaram os cargosdistribuidos através de concurso público pe­lo INPS e estão hoje empregados naquelaautarquia que paga vencimentos bem me­lhores qu~ os pagos pelo Estado do Rio deJaneiro. E os hospítaís do Estado somentenão entráram em colapso porque se utiliza­ram dos serviços de acadêmicos de Medici­na.

Creio Sr. Presidente, que o Governo doEstado 'do Rio de Janeiro precisa revestir­se de um pouco de sensibilidade, pois o com­portamento insensível da classe dirigente doEstado da Fusão chega a ser irritante e pre­judicial ao povo e ao próprio Governo Fe­deral. Não nos parece que o calor do pe­tróleo foi suficiente para aquecer o ânimodos dirigentes da PETROBRA8~ feitos Go­verno no novo Estado Mais parece tervindo de geleiras. É isto que todos sentem.É isto que sofrem os servidores do Estado.

Mas assim mesmo, cumprindo um deverde co~sciência, falando em nome dos sofri­dos funcionários do Estado do Rio de Ja­neiro e pensando em poder despertar a sen­sibilidade adormecida do Governante esta­dual apelo a 8. Ex." no sentido de conce­der ~m reajuste nos vencimentos dos servi­dores de todos os escalões. deixando a defi­nícão final sobre a situação de cada umpal-a depois, quando for concluído o censodos funcionários e elaborado o Plano deClassificação.

Era o que tinha a dizer.

O SR. JAISON BARRETO (MDB - se.Prununcía o seguinte diseurso.) - 81'. Presi­dente 81'S. Deputados, o quadro médico-sa­nitário do Pais, ao se constituir num libelocontra o "milagre brasileiro", vem provo­cando medidas governamentais, numa ten­tativa desesperada de amenizar seus enfo­ques mais negativos. Agora mesmo, quandoda implantação do Sistema Nacional deSaúde ficou claro o posicionamento do Go­verno 'em relação ao setor saúde do Pais.Aos desínrormaoos poderia parecer válidaa solucâo para as nossas dificuldades. In­fellzmênte, Srs. Presidente, Srs. Deputados,mais cedo do que o próprio Governo imagi­na, reformuiações haverão de ser feitas. Aofugir a definições claras sobre a política aser seguida ou, pior ainda, ao se definir poruma atuação quase contemplativa, cabendo­lhe o "papel de fiscalizador da atividade pri­vada, quando ela exorbita de ~Uli atuaç~o

normal, ou em casos de corrupçao e de açaopenal" o Governo, em deseompasso com oprocesso histórico, decreta a falência inevi­tável dos seus propósitos em resolver a ver­gonha da saúde no Brasil.

O Sistema Brasileiro de Saúde, ao conci­liar interesses conflitantes, ao continuarpraticando os mesmos erros do passado, aofavorecer a mercantííízacão crescente damedicina, resume-se numa modernízaçâo devíeíos e distorções.

Em verdade, não há como fugir ao que omundo moderno definiu como melhor cami­nho para o atendimento das massas despro­tegidas: a socialização da Medicina. Ao Es­tado deve caber precipuamente a obriga-

çâo de garantir a saúde a todos. Que a ini­ciativa privada sobreviva no atendimentoelitista e sofisticado aos que têm posse.

Usufruir dos recursos públicos visandopuro lucro, com enfoque desumano, mer­cantilista, é medida ínadmlssível e compro­mete qualquer governo bem intencionado.Ai estão as estatísticas vergonhosas: 50%de cesarianas milhões de brasileiros semcobertura médica em pleno centro de SãoPaulo conforme reconhece o próprio INPS.Él um' discorrer de barbaridades que - pa­rece-me - ainda não conseguiram sensibili­zar o Governo. Eis o que a respeito do as­sunto diz a imprensa:

"CESARIANAS 8AO 50% DOS PARTOS

No Brasil se faz uma cesariana em ca­da três ou quatro partos e em algumascidades como o Rio o indice se eleva a50% enquanto as taxas internacionaisindicam o máximo de 15%. Pesquisaefetuada pelo médico Carlos Gentile deMelo aponta como principal responsá­vel pela situação o fato de a cesarianaconstituir para os médicos uma formade conseguir melhor remuneração. Es­se trabalho comprovou que quando osistema de honorários médicos baseia­se em unidades de serviço a taxa de ce­sarianas situa-se em torno de 50 a60% e cai para a faixa entre 15 e 5'%quando a remuneração leva em contaapenas fatores técnicos.

'neunidos no XI Congresso Brasileirode Ginecologia e Obstetricia, especialis­tas nacionais e estrangeiros condenamo número elevado de cesarianas prati­cadas no Brasil e apontam algumascausas e soluções, mas observam que éimpossível se exercer um rígido contro­le porque a fiscalização nas clínicas ehospitais particulares é impraticáveLEm alguns casos uma cesariana podeser considerada problema de ética pro­fissional, mas os médicos afirmam quea questão não está afeta aos conselhosregionais de Medicina. O problema tor­na-se mais grave porque os própriosmédicos se recusam a comentar em pro­fundidade a questão para não ferir sus­eetibiJidades.

O professor Victor :"?uiz Velasco, daUniversidade do México, que esaá parti­cipando do Congresso, disse ontem queo excesso de cesarianas OCOITC em todoo mundo, "mas o Brasil é o campeãodas cesarianas, principalmente a cida­

-de do Rio". Enquanto no Brasil ­observa o professor mexicano - se fazuma cesariana em cada quatro partos,no México a média { de uma interven­ção para cada oito partos.

RemuneraçãoContrariando a maioria dos participan­tes do XI Congresso Brasileiro de Gine­cologia e Obstetrícia, os quais achamque o número elevado de cesarianas noBrasil se deve a questões de deficiên­cias técnico-profissionais ou de moti­vação psicológica da parturiente, o mé­dico Carlos Gentile de Melo, da Asso­clacâo Médica do Rio de Janeiro dissequê a taxa de cesarianas sofre influên­cia decisiva de acordo com a remune­ração médica.Em pesquisa realizada em todos Os hos­pitais, clinicas e maternidades do anti­go Estado da Guanabara, Carlos Genti­le de Melo disse que ficou constatadoque, quando o sistema de remuneraçãomédica é feito por unidades de serviço,a taxa de cesarianas fica entre 50 e60%, enquanto quando são levados emconsideração apenas fatores técnicos, oíndice diminui para fi a 15%.

Com esses resultados - observou Genti­le de Melo - a única maneira de corri­gir a distorção é estabelecer um siste­ma de remuneração pelo qual O médicoganhe um salário pelo seu trabalhoprofissional e não pelo número de ope­racões que ele realiza. "O médico deveser remunerado como o magistrado, porexemplo, que recebe um salário inde­pendente do número de absolvições oucondenações que sentencia" .

Na realidade, no Brasil ainda não seencontrou uma maneira adequada decontrolar o número exeessívo de cesa­rianas, nem mesmo nas instituições doGoverno. O próprio INPS, diante de umelevado índice de cesarianas, entre ou­tras irregularidades, criou um serviçode revisão e supervisão de contas quefiscaliza rigorosamente todas as cesa­rianas realizadas. No caso de ser ve­rificado qualquer excesso a conta é glo­sada. Esse sistema, no entanto, deixauma certa abertura, pois dificilmentese pode provar, depois de realizada acirurgia, que a eesartana não deveriater sido feita."

Continuamos afirmando: a iniciativa pri­vada pode participar, mas como elementosuplementar; o Estado há de ter uma redeprópria de hospitais, um quadro próprio demédicos como funcionários públicos. Istonão diminui nem envergonha ninguém. Sóassim, através de um quadro institucionalpróprro, as soluções no campo da saúde c.0­macarão a ser bem ordenadas neste País,

E'ra o que tinha a dizer.

O SR. DASO COIMBRA (ARENA - RJ.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente Srs. Deputados, ao vedar a acumu­lação remunerada de cargos e funções pú­blicas, otexto constitucional cria várias ex­ceções que somente podem ser ampliadasatravés de Lei Complementar, de írriciata­va exclusiva do Presidente da República,consoante o previsto no § 3.0 do art. 99 daLei Maior '

Uma das exceções previstas é aquela con­tida no inciso IV do citado art. 99, per­mitindo a acumulação remunerada de doiscargos privativos de médico.

A atividade médica, conforme os maísmodernos conceitos, não se limita à atua­cão particular e pessoal do médico, comotal entendido o profissional diplomado PO'l'uma "Escola de Medicina. A Medicina se di­ver.sifica em vários campos, sendo mais cor­reta a interpretação desta atividade dentrode uma área, já denominada de biomédica,na qual se congregam todos os cursos eciências que cuidam da saúde humana ~a

sua mais moderna interpretação, dada pe­la Organização Mundial de Saúde.

&Sim, Sr. Presidente, o médico está dís-,trtbuído em várias especializações, inclusi­ve no cuidado da saúde animal. A Vete­rinária é um ramo da Medicina, pois tam­bém envolve estudos de ciência. Dentro da.similitude de funções os odontologistas são,sem dúvida alguma, integrantes das ciên­cias médicas, pois não se pode negar àOdontologia um lugar de destaque na áreablornédíca . Mas os dentistas estão impedi­dos de acumular, com remuneração, cargosde seu ofício no serviço público, da admi­nistração direta e da administração indi­reta, na União, nos EstadIas e nos Muni­cípios .

Sem chegar à forte expressão de julgaresta situação uma injustiça, preferimos di­zer que existe uma lacuna no texto consti­tucional - ou em sua melhor interpreta­ção - pois os órgãos da administração pú­blica só entendem por médicos os que tra­dicionalmente eram assim -deeígnados ,

Setembro de 19'15 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quinta-feira 4 6861

o Ministério da Educacão e Cultura nãodistingue, para fins de admissão nas esco­las biomédicas, a escolha dos candidatosquanto à carreira especial que buscam, sub­metendo todos a um mesmo exame vesti­bular.

A distribuição de deveres, responsabilida­des e prlvilegíos, no Serviço Público, é amesma para os tradicionalmente chama­dos médicos e os atuais dentistas. confun­dindo as duas profissões em uma ·SÓ, como,de fato, o são, apesar de possuírem Escolas,Conselhos e Síndicatos Prorísísonaís dife­rentes.

Mas, se os cursos se confundem desde oVestibular e em muitas matérias comuns,se no Serviço Público todas as responsabi­lidades se distribuem igualmente, não sepode entender que o benefício da acumu­lação remunerada de dois cargos seja pri­vativa apenas dos médicos, conforme a de­signação antiga e tradicional.

E se o texto constítucíonal não recebe aexegese dentro da realidade existente, va­le a aplicação do remédio previsto no § 3.°do art. 99 da Constituição, que, entretanto,somente pode ser adotado quando a ini­ciativa for tomada pelo Sr. Presidente daRepública.

Não se pode negar à Odontologia sua con­dícâo de ramo autônomo da Medicina. Eispai- que, neste pronunciamento, queremosapelar ao Ilustre Presidente Ernesto Geiselpara que tome a iniciativa de remeter aoCongresso Nacional, o mais breve possível,projeto de lei complementar estendendo aosodontologistas os privilégios da exceçãocontida no inciso IV do art. 99 da Cons­tituição Federal,

Era o que tinha a dizer.O SR. JúLIO VIVEIROS (MDB - PA.

Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, está novamenteem pauta o grave problema do menor aban­donado, tema a que já nos reportamosfnúmeras vezes, inclusive com um discursono Grande Expediente, onde abordamos es­se assunto com grandes detalhes e algumassoluções.

Nunca é demais voltar a assunto de ta­manha complexidade e interesse de todaa Nação, pois num Pais como o nosso, on­de a população da faixa etária abaixo dosdezoito anos atinge quase 50% do total,com disparidades regíonaís gravíssimas ­como, por exemplo, no Pará, Estado querepresentamos nesta casa -, o assunto há,portanto, de ser tratado não só como metaprioritária do Governo, mas, inclusive, comvistas à segurança e estabilidade social.

Cada família que se desloca de áreas em­pobrecidas, em busca de algo melhor, pelafalta de condições básicas de sobrevivên­cia, vem engrossar o já enorme contingentede pessoas desempregadas. Seus filhos se­rão "guardadcres de automóveis, ou seportarão à porta dos cinemas e lancho­netes mendigando, ou, se incluirão, ainda,entre agueles que não temem a prática depequenos furtos.

Daí, Sr. Presidente e Srs. Deputados, che­gamos à conclusão, já tantas vezes procla­madas, de que, para se resolver o problemado menor abandonado, o único caminho se­ria o de levar às famílias um mínimo deassistência capaz de dar-lhes condições demanterem-se unidas e com possibilidadesde sobreviverem condígnamente.

Certamente no atual estágio brasileiro,não poderíamos atingir aquele universo deprovidências ideais nesse campo. No entan­to, o que não podemos também é ficar debraços cruzados, vendo o sério problemado menor desassistido agravar-se mais emais.

Esperamos, assim, que finalmente as au­toridades eonstítuídas do Pais e do Estado'do Pará encontrem urgentemente solu­ções que pelo menos evitem o agravamen­to agudo do problema, conscientizando-seda responsabilidade que lhes cabe. Aliás,essa conscientização se faz sentir na pro­liferação de instituições privadas, que sededicam ao assunto e no número semprecrescente de pessoas de "boa vontade" quepor ele se interessam.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. RUY CôDO (MDB - SP. Pronun­cia o seguinte diseurso.) - Sr. Presidente,81'S. Deputados, merece especial destaque,dado o seu alto conteúdo humano e suaintegral justiça, a corajosa iniciativa doilustre Prefeito paulistano, Olavo EgydioSetubal, que revogou o malsinado decretoque permitia funcionarem aos domingos ossupermercados e oc hipermercados, comreal e evidente prejuízo para o comércioque, tendo atividades semelhantes, não sebeneficiava das vantagens daquele decreto.

Realmente, aqueles dois tipos de esta­belecimentos comerciais, a pretexto de abs­tecerem a população com generosos alímen­tíclos, vinham se dedicando à venda deeletrodomésticos, de veículos de toda aespécie, de roupas, sapatos, jóias, fazendoséria e desleal concorrência ao mercadopaulistano.

Afora esse aspecto, há ainda o desrespei­to frontal ao que determina a Constituiçãoda República em seu art. 157, item V ­que fixa em oito horas a duração diáriado trabalho - e item VI - que estabeleceo descanso semanal remunerado preferen­temente aos domingos. Tais princípios sãorepetidos nos artigos 58 e 67 do Decreto­lei n.o 5.452, de L° de maio de 1943 ­Consolidação das Leis do Trabalho. Valesalientar também que o decreto municipalrevogado se enquadraria na proibição con­tida no item In do art. 9.0 da Constituição,que veda à União, aos Estados e aos Mu­nicípios "recusar fé aos documentos pú­blicos". E não há documento público demaior relevância e transcendência que aprópria Constituição. Condenei essa ínomí­nável violação da Constituição e dos sagra­dos díreitos dos trabalhadores, com ve­emência, da tribuna da Assembléia Legis­lativa, há tempos, com prejuízo da amiza­de pessoal que me ligava ao então Pre­feito.

Por essa razão não me senti constran­gido ao drrígír ao Prefeito paulistano o se­gumte telegrama:

"Cumprimento vossêncía pela humanaet sábia medida determinando descan­so obrigatório semanal funcionários etempregados estabelecimentos comer­ciais que funcionam domingos com pre­juízo descanso rísíco universalmentereconhecido et proclamado necessida­de vital orgânica et de unificação dafamília pt lembro vossêncía abasteci­mento capital não será prejudicado emvirtude existência mais de 500 feiras­livres sustentáculos alimentação popu­lação paulistana.

Sr. Presidente, não há necessidade delongos estudos para nos convencermos deque as feiras-livres são o arcabouço doabastecimento paulistano dos produtos hor­tifrutígranjeiros, cujo consumo correspon­de a milhares de toneladas diariamente,produtos altamente perecíveis, comereíalí­zados agressivamente, e oferecidos semprefrescos e em condições de total aproveita­mento, a preços razoáveis.

O rápido escoamento desses produtos éa única garantia para o consumidor deestar adquirindo mercadoria qualificada e

da melhor qualidade. Sua estocagem écontra-indicada, mesmo quando submetidosao frio, pois amarelam e perdem as prin­cipais qualidades como alimento. Daí porque somente as feiras-livres são capazes dedar escoamento à enorme produção horti.frutigranjeira, destinada a alimentar 10milhões de paulistanos.

Esse tipo de comércio agressivo principiana Capital paulista a partir das 24:00 ho-"ras, quando começam a abarrotar as áreasde estacionamento do CEAGESP caminhõesprocedentes do interior do Estado, carre­gados de hortaliças, frutas e produtos gran­jeiros, e os caminhões dos feirantes, quese vão abastecer, faça bom ou mau tempo.Nem os mais violentos temporais conse­guem afastar aquela gente de seus afaze­res, que se processam ao desabrigo.

Sobre seus ombros repousa a segurançado abastecimento da Capital de produtoshortifrutigranjeiros, alimentação básica,quando não única, de grande parte da po­pulação paulistana, sobretudo das famíliasdos trabalhadores cujos salários são insu­ficientes.

Por todos esses motivos o ilustre Prefeitopaulistano está de parabéns. Os comerciá­rios estão beneficiados com a medida e apopulação resguardada em suas necessida­des vitais.

O SR. FREITAS NOBRE (l\IDB - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, o Presidente da Comissãode Comunicações, Deputado Humberto Lu­cena, informou-nos que três subcomissõesserão constituídas naquele órgão, uma delaspara examinar o problema da censura epropor o encaminhamento jurídíco indis­pensável, pelo menos para que a questão se­ja colocada em termos de justiça, com refe­rência dos que trabalham em rádio, jornale televisão ou àqueles que exercem .atívída­de artística.

Vivemos um curioso período de liberdade.Há liberdade formal, no texto, mas negadana prátíca. No entanto, ainda vivemos a faseda censura prévia que é exercida pelo Gover­no, inclusive através de uma original auto­censura, exercitada em várias publicações.Se a primeira fase da liberdade de informa­ção era aquela que correspondía ao privi­légio de o Governo possuir a tipografia e asegunda era a de permitir que o particulara possuísse, embora a divulgação dos ím­pressos dependesse da autorização do Go­verno, a terceira fase da liberdade de infor­mação seria aquela em que o jornalistadeveria responder pelo abuso que houvessecometido, após uma apuração a postertorída responsabilidade pela divulgação. quealguns classifica mcomo censura a poste­riori.

Na realidade, hoje há uma completa sub­versão até do texto constitucional, de talordem que o jornalista, sendo processadopela legislação especial, acaba preferindo aJustiça Militar, em geral mais liberal emais sensível que a Justiça Civil.

A· recente decisão do Supremo, quanto àcensura, surpreendeu a todos e criou paraos que trabalham em rádio, jornal, televisãoe agências noticiosas uma perspectiva mui­to dificil para o exercício da atividade. Se­ria o caso de repetir a exclamação de umconhecido jornalista francês, diante de umcolega adepto de uma determinada filoso­fia política ao dizer que se considerava livreporque tínha pelo menos liberdade paradizer que não tinha liberdade.

O SR. AROLDO DE CARVALHO (ARENA- SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, em meio a críticas tantas vezes for­muladas ao Ministério da Agricultura, aquiestou, na tarde de hoje, para louvar a atua­ção do Sr. Ministro da Agricultura, Alysson

6802 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

Paulinelli, e dos dirigentes da COBAL pelasprovidências adotadas no norte catarinense,no planalto de Canoinhas, região produtorade sementes de batatas selecionadas e debatatas.

Havia um excedente da ordem de 500 to­neladas e, sendo o produto altamente pe­recível, parecia iminente que todos os pro­dutores sofreriam grave prejuízo. Entretan­to, por determinação do Sr. Mínistro daAgricultura, a COBAL providenciou a aqui­sição daquele excedente, industrializou-o,transformou-o em fécula, e está procedendoà comercialização do produto.

Entendo que o Ministério da Agricultura,se agir sempre assim em relação aos exce­dentes da produção agrícola, estará salva­guardando os interesses nacionais, fomen­tando o desenvolvimento agrícola, defen­dendo, enfim, o legítimo interesse dalaboriosa classe ruricola do interior doBrasil.

O SR. FRANCISCO LIBARDONI (MDB ­SC. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, quando o Mi­nistro Quandt de Oliveira, das Comunica­ções, em entrevistas ao rádio, televisão ejornais, afirma que o Brasil evoluiu extraor­dinariamente no setor, nos últimos onzeanos, somos obrigados a aceitar, em parte,suas considerações, porque, efetivamente,houve algum progresso, em continuação aostraçados pelos Governos anteriores.

Mas, Sr. Presidente, talvez S. Ex." nãosaiba que o problema das comunicações nogrande interior do País ainda se arrastapelas trilhas estabelecidas pelo MarechalRondon; que a Empresa Brasileira de Cor­reios e Telégrafos não vem cumprindo suasfinalidades naquilo que era de se esperar;enfim, que o interior ainda permanece iso­lado, a despeito do advento do rádio a pilhae do aperfeiçoamento de outros veículos decomunicação de massas.

No interior de Santa Catarina, a pressa,como sempre, continua prejudicando a per­feição.

Ao criar o sistema de "Código e Endere­çamento Postal", comumente conhecido pe­la sigla CEP, imaginou a ECT um meio fá­cil e rápido rle fazer chegar a correspondên­cia ao seu destinatário, o que não deixa deser válido, pelo menos em relação às gran­des cidades, onde os endereços são perma­nentes e os setores residenciais definidos.

Mas, Sr. Presidente, lá nas cidades dointerior, com a mesma velocidade com quechega a correspondência volta ao remeten­te, como se vivêssemos num País em quetudo é organizado. O destinatário do inte­rior, o homem simples que muitas vezesacaba de chegar à região, sendo, ali, por­tanto, desconhecido, quando em atividadeno campo dificilmente vai à cidade ou,quando o faz, é às vezes, de 15 em 15 dias.A carta chega à agência postal, ele é es­tranho e logo o envelope recebe o famosocarimbo de "Destinatário não localizado- Devolva-se ao remetente",

Isto não é certo e queremos aproveitar aoportunidade para fazer um apelo ao Mi­nistro das Comunicações, no sentido de queas Agências Postais e Postos da EmpresaBrasileira de Correios e Telégrafos do inte­rior do País não devolvam a correspondên­cia à origem antes, pelo menos, de 60 dias,para que o interessado possa procurá-la. Ésabido que quem vive na roça só vai à cida­de nos fins de semana. E é nessa oportuní­dade que procura o Correio, para comuni­car-se com seus familiares distantes.

Aqui ficam o apelo e o registro, 81'. Pre­sidente.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - nr,Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, desnecessário mer­gulhar nas profundezas do tempo para ar­rancar as manchas do passado.

As lombrosíanas manchetes de O Dia e ANotícia pintavam, com as cores rutilantes desangue, sadismo e o escândalo, e suas rota­tivas focalizavam o abalo císmico: assassi­natos, assaltos, estupros, roubos, violências,crimes.

Plantou-se um vendaval e a velha Gua­nabara transrormou-sa num "vale de lá­grimas".

Deseja.sse, desta tribuna, relacionar omartírio de uma população acovardada evergastada pelo medo, terror e inseguran­ça, abalaria a nobreza de sentimentos des­sa Casa, pela extensão do relato.

Reconhecemos que esse foi ° dolorosoacervo transmitido ao governo atual domeu Estado: o Rio de Janeiro.

Da leitura atenta das "Diretrizes para oPlanejamento do Estado do Rio de Janeiro",verificamos que a semente do mal medrounum terreno sazonado pela inépcia e in­cúria ..

E é profundo o enraízamento , Sementericamente nitrificada pelo adubo orgânicoem decomposição, onde ainda pululam Osconhecidos mlasmas de saprorrtísmo. Pu­lulam e insistem em sobreviver nesse paiolsem fundo.

A luta interna do partido pela hegemoniapolítica, muitas vezes dolorosa, é decorrên­cia da própria democracia. Salutar é quan­do se processa dentro da ética e compostu­ra peculiares aos seus integrantes, pois aprópria ;"ei Orgânica dos Partidos estabele­ce a proporcionalidade, objetivando inte­grar as facções dissidentes, dentro da uni­dade partidária.

No passado, a chamada chapa única ­roupagem cínica de uma falsa harmonia ­era estruturada nas fofas poltronas do Edi­fício Paoli.

Hoje, duas chapas concorreram às eleiçõesinternas do MDB do Estado do Rio de Ja­neiro. Uma chapa, a denominada "Chaguis­ta", traz a marca do fracasso de um go­verno desastroso, cujos integrantes são so­lidários com aquele fracasso e desejosos desua continuidade, querendo o poder políti­co simplesmente para usá-lo como massa demanobra dos seus objetivos.

A chapa contrária, a que tenho a honrade pertencer, deseja corrigir o erro de havercontribuíào para eleger um mau governo.

E o tumulto alegado, quem tinha inte­resse em fazê-lo? Os perdedores, a chapado Sr. Chagas Freitas, cuja charanga or­gariízada era o reflexo da preparação psi­cológica de sua imprensa.

E, na televisão, teve a palavra o Sr. Eras­mo Martins Pedro, Vice-Governador da­quela administração calamitosa, numa pro­paganda eleitoral franca, extemporânea e,conseqüentemente, ilegal, justificando otumulto reíto pela corrente de S. Ex."

Ontem, sonegava aos colegas de partidoos meios de comunicação; hoje, rica ecustosamente televisionado, para fins polí­ticos, sem a cobertura legal ou autorizaçãoda Justiça Eleitoral.

Apelamos, desta tribuna, ao povo do mu­nícípío do Rio de Janeiro e ao Legislativodo novo Estado, na ampla cobertura ao Go­vernador Faria Lima para que a Polícia, de­vidamente e urgentemente aparelhada, pos­sa levar a tranqüilidade e segurança à po­pulação, que está vivendo sob o signo domedo e do pavor.

Srs. Deputados, as pesquisas, fruto das crí­ticas assínaladas, estão consubstancíadas naexposição de motivos do Governador do meuEstado, ao encaminhar o Orçamento ao Le­gislativo. Verificamos que a Secretaria dePlanej amento, na análise de cada setor daadministração, nesses 5 meses da fusão,destaca a ênfase dada ao setor da seguran­ça pública e afirma que esta concentraçãode gastos em áreas tipicamente sociais é umimperativo da política, que tem por base ar~alidade sócio-econômica existente, "ondenao se pode deixar de contemplar, priorita­riamente, as óbvias carências que caracteri­zam tais setores, sobretudo na região Metro­politana do Rio de Janeiro, onde se con­centram 80 por cento dos habitantes".

Assim, ratifico o apelo à Assembléia Le­gislativa do Estado do Rio de Janeiro, paraampla cobertura, aprovando o Orçamentoproposto.

Esperamos que o Governador Faria Lima,com os recursos obtidos, possa desvincular­se do lixo que entulhá o Município do Riode Janeiro.

Nós, do MDB, tudo faremos para cumpriro nosso dever, retificando o erro de haverno passado próximo, elegido um mau go­verno.

O SE. DIAS MENEZES (MDB - SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Preai­dente, 8rs. Deputados, mais um revolta.ntedescaso em atendimento hospitalar vemde ser registrado em São Paulo, resultandoda incapacidade profissional a morte deuma criança em circunstâncias que depõemcontra o Hospital Vila Matilde, na Capitaldo meu Estado.

O deplorável fato, á denunciado na As­sembléia Legislativa pelo ilustre DeputadoJorge Fernandes, foi levado ao conhecimen­to do INPS em São Paulo pelo Sr. AntônioMartins Costa, avô da menor Kelly SimoneSilva Costa, que veio a falecer no Hospitaldas Clinicas de são Paula atacada de bron­copneumonia dupla, quando na Casa deSaúde Vila Matílde o diagnóstico era o desarampo, confinando-se a menor no isola­mento.

Retirada mais tarde por seus responsá­veis, o verdadeiro diagnóstico exarado peloHospital das Clínicas já a desenganava, vi­tima da íneúría profissional verificada na­quela Casa de Saúde.

Denuncio o lamentável fato aos Ministrosda Saúde e da Previdência e Assistência So­cial, ao mesmo passo que solicito do Supe­rintendente do INPS em São Paulo as pro­vidências cabíveis para o pleno esclareci­mento da ocorrência e severa investigaçãona rede hospitalar, especialmente em cer­tos Prontos-Socorros e Casas de Saúde dís­semínadas pelos bairros de São Paulo, ondecasos dessa natureza assumem proporçõesque estão a exigir a imediata intervencâo doPoder Público. .'

O SR. ERNESTO VALENTE (ARENA _CE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, tenho a satisfa­ção de dar conhecimento à Câmara da pró­xima realização, na cidade de Salvador, daV Convenção Nacional dos Técnicos de Ad­ministração, promovida pela prestigiosaentidade representativa da classe, a Asso­ciação Brasileira de Técnicos de Adminis­tração, sob a Presidência do eminente Pro­fessor e autor de várias obras especializadasem administração, Albino Nogueir.a de Fa­ria.

O importante encontro de administrado­res brasileiros será realizado de 8 a 13 desetembro corrente, patrocinado pelo Gover­no do Estado da Bahia e pela UniversidadeCatólica da Bahia. Contará ainda com ahonrosa presença de Ministros de Estado,

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Governadores e das mais destacadas figurasadministrativas do País, tanto do setor pú­blico como do privado.

Na Bahia serão debatidas as teses demaior interesse para o aprimoramento daatividade proríssíonal ligada ao setor daAdministração, de que tanto necessita oPaís, nesta fase de intensificação de sua po­lítica desenvolvímentísta.

A ABTA, desde a sua fundação, em 1960,tem promovido convenções, encontros regio­nais e, sobretudo, inúmeros cursos, com aparticipação de mestres nacionais e inter­nacionais, mantendo, ainda, noticioso bole­tim mensal - o Abtapress - que divulgatodos os fatos de maior interesse para alaboriosa classe dos técnicos de adminis­tração.

Inúmeras campanhas vitoriosas - valeacentuar - foram Iançadas pela ABTIi.Dentre outras, destacamos aquela que re­sultou na criação do Curso Superior de Ad­ministração, na Universidade do Estado daGuanabara. Mas sobretudo sua decisivaatuação se fez sentir quando foi reconhe­cida oficialmente a carreira de Técnico deAdministração, ao tempo do benemérito Go­verno do Presidente Humberto de AlencarCastello Branco, que promulgou a Lei n.o4,769, de 9 de setembro de 1965, posterior­mente regulamentada pelo Decreto n,o61.934, de 22 de dezembro de 1967.

Ficou, assim, consagrada a data de 9 desetembro ao "Dia do Técnico de Adminis­tração". Coube-me a iniciativa de apresen­tar projeto de lei nesse sentido. mas, infe­lizmente, não logrou ele a indispensávelacolhida por parte do egrégio Senado Fe­deral, embora tivesse sido aprovado una­nimemente em todas as Comissões Técni­cas desta Casa Legislativa.

Estaremos, pois, Sr. Presidente, no dia 9de setembro próximo, em plena V Conven­ção dos Técnicos de Administração, na belae acolhedora cidade de Salvador, come­morando o primeiro decênio da Lei n.?4.769, tão justamente denominada "LeiCastello Branco" pelos administradores pú­blicos e privados de todo o País.

Congratulando-me com a prestigiosa clas­se dos administradores pelo transcurso doprimeiro decênio de sua lei institutiva,transmito felicitações aos dirigentes daABTA pela oportuna realização do magnoconclave da classe, em Salvador, e votos domelhor êxito nos trabalhos.

Nesta oportunidade, desejo comunicar aosTécnicos de Administração que, na sessãode hoje, apresentarei novo Projeto de lei nosentido de instituir o "Dia do Técnico deAdministração", como justo preito aos mi­lhares de profissionais que, em todos os re­cantos do País, nos escritórios, nas rábrícas,nos bancos, nas empresas comerciais e deserviços, enfim, em todos os ramos de ativi­dade, prestam indispensável coiaboraeâopara o desenvolvimento harmônico e equí­librado da Nação.

O SR. JOÃO UNHARES (ARENA - se.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, recebi, assinaladapelo Ilustre sacerdote, Padre Narciso Za­natta importante documento-cópia de. cor­respondência sua ao ilustre Presidente daRepública, General Ernesto Geisel.

Nesta missiva o sacerdote faz transpare­cer toda sua alma de pastor, que se sublimanas constantes preocupações com as doresdo mundo conturbado, avassalado pelasguerras e pela incompreensão.

Desta forma, dirigindo-se ao Presidenteda República, pretende a participação tioBrasil nos problemas do mundo, neste AnoSanto decretado pelo Sumo Pontífice, o Pa-

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pa Paulo VI, ano da fraternidade, do esten­der de mãos, do repartlr do pão.

Preocupa-se o Padre Narciso Zanatta coma situação dos palestinos oprimidos pelosconflitos que assolam o Oriente Médio, ondenão encontram terra para morar. terrttoríopara se estabelecerem como nação, comopovo.

De fato, Sr. Presidente, deve preocupar atodos nós, mesmo aqueles que não têm almade pastor, a situação do mundo atual. Ale­gra-nos a paz interna de que gozamos noBr'asfl, É de absoluta tranqüilidade nosso re­lacionamento com os países vizinhos, mes­mo aqueles que fazem fronteira conoscopelo mar. Nossas mãos se estendem em to­das as direções e sempre somos bem rece­bidos, aceitos como aceitamos aos outros.

Não nos apercebemos então da angustian­te situação dos povos que vivem sob o im­pacto das guerras permanentes e delas to­mamos conhecimentos, já a esta altura, co­mo informação normal e comum em todosos veiculas de comunicação.

Não deve ser assim. Assim não ocorre coma boa alma e a formação pastoral do Pa­dre Zanatta, que lá em Vila Augusta, Muni­cípío de Abelardo Luz, no meu EstadO deSanta Catarina, vive em constante interces­séria, rezando em favor dos palestinos e dosdemaís povos oprimidos pela guerra, gentesofrida, de velhos desanimados, de jovensq~e não conhecem a paz, de crianças quenao sonham com o futuro.

É dos jornais a constante notícia: "o lí­der palestino Faruk Kaddumi, Chefe doDepartamento Político da Organização paraa Libertação da Palestina (OLP), pedíu umanova conferência de cúpula árabe para exa­minar a situação na região com o malogroda missão de Kissinger. Solicitou também apreparação de planos para enfrentar Israelem uma nova guerra".

Outra notícia, vinda de Beirute, di? que"o novo Rei da Arábia Saudita Khaled BenAbdel Azíz, prometeu ao lideI' palestinoYasser Ararat, chefe da Organização paraa Libertação da Palestina (OLP) , maiorapoio ao movimento guerrilheiro informouo jornal An Nahar, de Beirute". '

E estas noticias - guerras, guerrilhas,doenças - doem na alma do bom padre,que se volta, cheio de esperanças. para onosso ilustre Presidente da República Ge­neral Ernesto Geisel, como que a perguntara S. Ex.a o que podemos fazer em favor dospalestinos para que vivam sem guerra esem guerrilhas.

Somente um bom pastor podia pensar esugerir o que pensou e sugeriu Narciso Za­natta. Somos donos de um imenso terri­tório. Nossas terras são sem fim. Espaçosenormes nos sobram, segundo sua opinião.É só "repar'tir o pão" com os palestinos. Ésó estender-lhe as mãos. Nunca mais terãoguerra, Jamais farão guerrilha. Os velhosterão esperanças, Os jovens conhecerão apaz e as crianças poderão sonhar com ofuturo.

É a alma do pastor simples e humilde dointerior que ousa sugerir ao nosso Presi­dente medida tão altruística: nenhum denós teria coragem de fazê-la.

Alegra-me saber que, em meu Estado. ho­mens mais santos que os outros pensamdesta forma e sonham com esta medida fra­terna, de alto sentido moral e religioso.

Para conhecimento de todos nesta Casa,passo a ler a carta que o Padre Narciso Za­natta enviou ao Presidente Ernesto Geisel:

Senhor Presidente:Sou padre, Sou alguém que entendeu dededicar a sua vida à função de zelar,

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defender e orientar a criação maior docriador: os homens. Eis aí o por quedesta carta, Senhor Presidente. Antesde iniciar a redação, em muito peseisua altruísta e singular condição dehomem e de chefe de Estado, zelosodas coisas inalienáveis de seus seme­lhantes. Provas, provadas e comprova­das, o longo de sua vida exemplar nosoferece. Também tivemos em conta suavisível e palpável sensibilidade e preo­cupação pelas origens, existências e im­previsíveis desfechos de tudo o que vaipelo mundo.

Estamos a viver neste 1975, o "AnoSanto". O pensamento maiúsculo queestá a norte.ar as nossas ações, os nos­sos pensamentos; os pensamentos eações de todos os cristãos é o "repar­tir o pão" campanha que o Divino Es­pírito Santo inspirou aos homens, peloshomens. E assim, repartamos com (1 ir­mão aquilo que temos e falta não fará.Senhor Presidente.CO~fesso ignorar se irnplícaçôes Iegis­latívas estou a cometer com sugestõesque pretendo oferecer à sua alta cons­ciência. Eí-Ia.: Vivemos dias, de hámuitos dias, difíceis para a paz mun­dial. A televisão, o rádio, o jornal nosjogam diariamente imagens e notíciasque se constifusm os fatos que vêmacontecendo no Oriente Médio ligadosespecialmente à causa palestina. Soude pensamento neutro, no concernenteaos ângulos político e econónuco daquestão. Levo em conta tão-somente oaspecto humano da causa. Que faltapara alcançarmos a paz para os nossosirmãos em litígio e a tranqüilidade pa­r.a nós outros? Não, certamente, con­ferências de altas cúpulas governa­mentais, assembléias e congressos di­plomáticos internacionais, ou ainda, degrandes e nobilisticos emissários. POISSe disso fosse, de há muito. teríamospaz em todo o mundo. Há alguns anosvi "in loco" o que se passa no contur~bado Oriente Médio; estive lá, exata­mente no palco onde se desenrola esseverdadeiro drama da humanidade. ondedireta ou indiretamente todos nos pro­tagorüzamos. Por isso, endereço, SenhorPresidente. apelo para que os altos es­calões de seu Governo, que é o mel! onosso, o da pátria e do povo brasileiro,estudem com atenção e carinho, o quesempre notabilizaram os estudos dequestões inspiradas por S. Ex. a , a pos­.sibilidade de repartirmos o pão neste"ano Santo" em favor da paz no mun­do. Somos um pais de dimensões con­tinentais; somos ricos pela terr.a pelaraça, pelo víslumbrável grande futuro,E asstm, repartamos com quem nadatem, aquilo que de sobra dispomos,Graças a Deus, a terra. Escolha-se. Se­nhor Presidente, uma diminuta glebade nosso território e demo-la aos pa­lestinos; que eles encontrem aqui, nes­te abençoado solo que se chama Brasil,a segunda terra mãe. Qye aqui vivam,se governem, se autodeterrnínem e fi­nalmente encontrem a paz, combustívelnecessário ao desenvolvimento de todasas nações. De quanto quilômetros qua­drados se forma a Libia? O Líbano? EIsrael? Pequenos Estados independen­tes, mas grandes em sua força comoPátria, como nação, como povo. A Ama­zônia ai está, Senhor Presidente. Comuma minúscula fração dela, oferecemosPátria aos palestinos, tranqüilidadepara os povos e paz- em todo o mundo.Sem minúcias maiores, eis minha hu-

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mílde sugestão neste "Ano Santo", ondenosso pensamento, deve ser o de "re­partir o pão".

Pela Pátria,Atenciosamente,Padre Narciso Zanátta,Vila Augusta-Abelardo Luz - SC."

Era o que tinha.a dizer, Sr. Presidente.

O SR. OSWALDO LIMA (MDB - RJ.Pronuncia o seguinte díseurso.) - Sr, Pre­sidente, Srs. Deputados, existe uma área davida brasileira que está a merecer uma in­tervenção cada vez mais profunda das auto­ridades para que se cumpram as leis que jáexistem, regulamentando o assunto. Refiro­me aos seguros obrigatórios dos veículos,para segurança de terceiros.

Como em outras áreas de atividade emnossa sociedade, Sr. Presidente, precisa-se,aí, não de novas leis ou de leis mais aper­feiçoadas, mas sim de cumprimento das leisjá existentes.

Com relação aos tais seguros, Srs. Depu­tados, o quadro é desolador. Como sempre,na hora de pagar o seguro não há protela­ção. O pagamento é exigido no prazo certo,e o veículo que for apanhado sem a devidaapólice de seguro devidamente em dia éproibido de trafegar. Nada mais justo. Osconstantes acidentes de tráfego estão aípara provar que toda precaução nesse sen­tido ainda é pouca, e as vidas de terceirosdevem mesmo estar a coberto de qualquersurpresa. Acontece, entretanto, que as com­panhias de seguro não são tão solícttas empagar as indenizações como as autoridadesdo trânsito em exigir a atualização da apó­lice do seguro obrigatório. É tal a despro­porção que dá até para se suspeitar quehaja entrosamento entre certas autoridadese as companhias de seguro, no sentido dese exigir o pagamento imediato do novaseguro, assim que vence o anterior, e seprotelar ao máximo possível o pagamentodas indenizações, quando há sinistro.

Estatísticas recentes dizem que há, noBrasil, perto de 50.000 inválidos, desampa­rados e congêneres, esperando, por si mes­mos ou pelos dependentes, no caso dos fa­lecidos o pagamento de indenizações, emsituações que se arra.stam às vezes por anosa fio, revoltantemente. E a exigência con­tinua sendo a mesma: vencido o seguro deum ano, as autoridades do trânsito queremsua renovacão imediata, através de outroseguro. As companhias seguradoras embol­sam com segurança os prêmios na horacerta, sem atraso algum. Desde o instanteem que a apólice é transferida para o segu­rado, ela está integralmente paga. Se olha­da indívídualmente, ela é barata, não hádúvida alguma: cerca de Cr$ 50,00, ou pou­co mais. Quando se sabe, entretanto, que sóna cidade do Rio há perto de um milhão deveículos rodando, outro tanto ou um poucomais em São Paulo, é que se vê o montantecom que se embolsam as companhias deseguros especializadas no ramo. Mas todaselas, invariavelmente - quer seja no Rio. emSão Paulo, Porto Alegre, Manaus ou Bra­sília -, todas sofrem do mesmo mal: sãoerírnmosamente morosas demais no cumpri­mento de suas obrigações para com as apó­lices que venderam.

Urge uma mudança de atitude das auto­ridades nesse setor. Se elas são tão drásticasna hora da exigência da apólice garanti­dora dos interesses de terceiros, tambémdevem sê-lo contra as companhias segura­doras na hora do pagamento das indeni­zacões. Ou então devem se confessar impo­tentes para o completo cumprimento dassuas obrigações e mudar de orientação.

Volto a afirmar: não é preciso criar novasleis, mas sim pôr em execução e cumprir à

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I)

risca as leís já existentes, bem como exigirque as companhias seguradoras cumpram oseu dever.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ALOJR PIMENTA (MOR - RJ.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, deíxo, desta tribuna, umapelo ao Sr. Ministro da Educação no sen­tido de que dê atenção ao conteúdo dacorrespondência que recebi do Sr. Presiden­te do Conselho Regional de Economia da1." Região, Prof. Mário Castro Alves, na qualse inclui artigo publicado no jornal O Globo,de 27 de julho do corrente ano, sob o título"DAU: massificação também por pós-gra­duação", que passo a ler, para transcriçãoem nossos Anais:

"Maceió (O Globo) O diretor do Depar­tamento de Assuntos Universitários doMEC, Edson Machado, disse durante oencontro de reitores que não há comorestringir o processo de crescimento doensino superior, entrando o Brasil naera da massificação também para osníveis posteriores ao 3.° grau pós-gra­duação.

Importante, segundo ele, é evitar queessa tendência à massificação do ensinopós-graduação se antecipe demais notempo, sem condições para isso, comoaconteceu com o ensino superior. Aidéia do MEC é que a universidade pre­cisa ser preservada, como um "arquipé­lago de excelência" e a pós-graduação éa última esperança de conservar a .ex­celência do ensino superior dentro dauniversidade.O planejamento da expansão da pós­graduação, uma das diretrizes mais im­portantes do Plano Nacional de Pós­Graduação, pretende justamente, se­gundo Edson Machado, evitar a repeti­ção do crescimento expontâneo e desor­denado do passado.- Há atualmente uma defasagem entreo Centro-Sul e o Nordeste do Brasil.Dos 478 cursos de mestrado existentesno País, cerca de 75,48 por cento con­centram-se geograficamente no eixoRio-São Paulo; a região Norte-Nor­deste possui apenas 6,52 por cento des­ses cursos e a região Centro-Oeste cercade 8,54 por cento. Entre os cursos dedoutorado, a concentração ainda émaior: cerca de 91,62 por cento dessescursos localizam-se no eixo Rio-SãoPaulo, enquanto que a região Norte­Nordeste não tem nenhum.- A distribuição do número de cursosde mestrado e doutorado por áreas deconhecimento - disse Edson Machado- mostra acentuadas discrepâncias,pois 68 por cento dos cursos pertencemàs áreas das ciências biológicas e dasciências exatas e tecnológicas, 16 porcento às ciências humanas e 10 por cen­to às letras. Ainda não existe na áreadas artes nenhum curso de mestrado noPaís.

Para evitar então a expansão desorde­nada, o diretor do DAU considera im­prescindível orientar a criação e a ex­1Jansão dos cursos de pós-graduaçãoatravés da análise das necessidades re­gionais e setoriais (de localização e deárea de conhecimento).

- A pós-graduação, que objetiva subs­tituir a livre-docência no Brasil, estásofrendo de elefantíase, massificando­se, quando o certo seria a criação demais cursos de especialização e de ex­tensão. Esse nível de ensino vem-seinstituindo sem que haja condições es­truturais. Através de uma translação deeixo a universidade passa a suprir a

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deficiência da escola de 2.° grau e oensino pós-graduado a deficiência docurso superior - disse o sub-reitor dePlanejamento da Universidade do Esta­do do Rio de Janeiro, Wilson Choeri,durante a XXI Reunião de Reítores dasUniversidades Brasileiras, em Maceió,que tratou ontem da pós-graduação naUniversidade Brasileira.

Ele observou que, no Brasil, as reformassão apenas semânticas, elaboradas paraatingir objetivos estatísticos e não re­formas de profundidade e lembrou quequando não existe ainda um quadro de­finido da demanda de profissionais nosdlferentes setores, a pós-graduação nãopode definir seu campo de trabalho.

ModismoSegundo o Professor Wilson Choeri, após-graduação virou um modismo, umaforma de a universidade adquirir status,como antes se pensava conseguir pelaaquisição de um microscópio eletrônicoe maís tarde de um computador. A con­seqüência é que estão se formando "as­tronautas sem foguetes", especialistasque não têm como aplicar seus conhe­cimentos.A seu ver, torna-se necessário pesquisaruma estratégia pedagógica brasileira,ao invés de se continuar copiando mo­delos estrangeiros.- Não se pode cair no erro dos EstadosUnidos, onde há 1 200 Phd na área deCiências Sociais. dos quais apenas 60estão empregados (mais 40 mil se for­mam este ano). Aqui no Brasil, porexemplo, na área biomédica há umagrande carência de professores para aárea das cadeiras básicas e o que sevê, no entanto, é a proliferação decursos de pós-graduação para a parteprofissionalizante ou clínica.

- Na verdade, a pós-graduação estáescondendo subemprego em alguns se­tores profissionais. Os jovens ingressamna pós-graduação logo que saem da fa­culdade, apenas para receber uma bolsade dois ou três anos, porque não conse­guem emprego, e não porque desejemfazer um curso de mestrado ou douto­rado.Wilson Choeri lembrou que ao se de­senvolver, de forma acentuada, a pós­graduação sem um planejamento cui­dadoso, corre-se o risco de subtrairrecursos da graduação, aviltando estaúltima em vez de beneficiá-la com aformação de quadros docentes de bomnível.- A crise que se instalou no ensino de2.° grau - explicou - tem reflexos noensino superior que. por sua vez. difi­culta também a adoção dos cursos depós-graduação. Os alunos que entramatualmente na universidade têm QIsuperior até aos de antigamente, masmuito menos conhecimento. A massi­ficação não pode implicar o avilta­mento da qualidade didático-acadêmicae pedagógica.O problema ocorre, segundo ele, porque"o MEC não ministra, nem admírus­tra a educação brasileira, como já afir­mou o ex-Ministro e Senador JarbasPassarinho, mas apenas recebe normasempacotadas do Conselho Federal deEducação".O sub-reitor da UERJ disse que só en­tende educação a serviço de uma geo­política do desenvolvimento e do estadoindustrial moderno que se está insta­lando. No entanto, disse ele: "o MECpermite a instalação de faculdades emlocais onde não existem escolas de 2."

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grau, não intervindo, inclusive, em mui­tas faculdades espúrias que proliferamem todo o País. Isso dá margem a quese avilte o sistema educacional brasi-leiro". .

"Terceiro mundo"Já o reitor da Uníversídade Católicade Goiás, Padre Lima Vaz, observou,durante o encontro, que quando se falaem pós-graduação, só se pensa na ins­talação dos centros e nos recursos paraos programas, quando, na verdade, após-graduação existe para qualificar'pessoal docente para regiões onde essescentros não são encontrados:

- As universidades pequenas, aquelasque constituem o "terceiro mundo dasuniversidades" mandam, com grandesacrifício, alguns professores se espe­cializarem nos grandes centros. Ao re­tornarem, no entanto, esses professoresnão se adaptam mais às condições lo­cais e emigram. Há, assim, um dispên­dio de recursos sem proveito paraessas universidades.Ele sugeriu que, ao invés de mandarprofessores para São Paulo ou Rio, asuniversidades pequenas convidassemprofessores dos grandes centros paraministrar cursos de espeCialização nosseus campi."

Era o que tinha a dizer.

O SR. HILDÉRICO OLIVEIRA (MDB ­BA. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, fomos informa­dos, há dias, de que o Ministério da Agri­cultura e a PETROBRAS estão a elaborarprojeto referente à instalação de uma usi­na que se destina à produção de álcool naregião do cerrado, próxima ao Distrito Fe­deral. Informados fomos, ainda, de que talusina tem por objetivo a verificação da pos­sibilidade de instalação de usinas indus­triais para a produção de álcool de mandio­ca. Diz-se que foi escolhida a região docerrado pelo fato de a mandioca não exigirqualidade de terra para seu plantio.

Acreditamos que o álcool produzido damandioca tem um custo inferior ao obtidopor outros produtos. Destarte. é mister queo Governo incremente a cultura mandío­queira, a fim de estimular uma lavouraeminentemente de pessoas pobres. Acredi­tamos, também - permita-nos, Sr. Presi­dente, uma sugestão - que a cultura damandioca deve ser melhor desenvolvida noNordeste brasileiro, em particular. naBahia, Estado que possui esse tipo de ia­voura em grande quantidade. Conseqüen­temente, usinas de processamento da man­dioca podem lá ser instaladas.

Dizem os técnicos no assunto que o ál­cool produzido da mandioca é tão eficientequanto o produzido da cana. Infere-se, pois,que seu custo, repetimos, é menor. Sugeri­mos também a particípação efetiva do Ins­tituto do Açúcar c do Aleool, para que tíxeo preço do álcool independentemente damatéria-prima de que ele é produzido.Achamos Igua.lrnerrte conveniente e neces­sarío a estipulação de um preço que sirvade incentivo para os produtores.

Para finalizar, Sr. Presidente, queremoscrer que o álcool, a partir de então, nãoseja tão-somente utilizado como combus­tivel, pois que poderá também ser usadocomo matéria-prima para a indústria quí­mica.

Para corroborar nosso ponto de vista, nãonos esquecemos de que o Governo Ccntraljá autorizou a instalação de uma fábricade eteno em Alagoas, que utilizará o álcoolcomo matéria-prima. Lá mesmo, na Bahia,

Sr. Presidente, o álcool poderá ser mistura­do com sal-gema, produzindo-se, assim, odiocloretano, para a produção de PVC, elá mesmo consumido.

Era o que tínhamos a dizer.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES(ARENA - RS. Pronuncia o seguinte dís­eurso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, apresença de Caxias no quadro histórico bra­sileiro basta para sintetizar a figura dogrande homem que ele foi em toda a suagloriosa vida militar.

Nascido na freguesia de Estrela, no Muni­cipío de Nova Iguaçu, a 25 de agosto de1803, a existência de Luiz Alves de Lima eSilva revelou-se fecunda em todos os seuslances.

Desde muito moço já se incorporava às fi­leiras do Exército, deixando os seus com­patriotas impressionados com a vivacidadeímpar de sua inteligência.

O seu caráter sereno, o seu coração hu­mano e suas atitudes coerentes bem de­monstram o quanto pode um soldado e umcidadão fazer em beneficio da Pátria.

O observador da História define por jus­tiça Duque de Caxias como o PacificadorNacional. As suas intervenções prudentesem convulsões internas ocorridas no Ma­ranhão, em Minas Gerais, São Paulo e RioGrande do Sul trazem a lume o perfil domilitar que soube ser habilíssimo políticona condução e solução de graves problemasde Estado.

Participando ativamente da Guerra doParaguai, Luiz Alves de Lima e Silva foi oresponsável pelo nosso Exército naquelesangrento conflito. Logrando a vitória, nãorevelou qualquer ódio contra as forças ven­cidas. Ao contrário, soube condescendercom o adversário, evitando maior extensãono ataque promovido pelas forças sob seucomando.

Ministro da Guerra, Senador e Presiden­te do Conselho do Império todas as deci­sões que marcaram a sua vida pública cons­tituem o próprio catecismo da dignidadenacional.

Demonstrou o mais nobre desapreço pe­la fortuna Ocupando posições de alto pres­tigio, não usufruiu da área de privilégiospessoais em que se situava, para benefíciopróprio.

A esta altura, quando a Nação reveren­cia o grande brasileiro, o Congresso Nacio­nal inclina-se diante da memória do emi­nente patrício, rendendo-lhe a lúcida ho­menagem devida a um cidadão dotado deexcepcionais atributos humanos.

Creio que o Duque de Caxias, pelas suasvirtudes modelares, atinge o plano de umeloqüente exemplo para militares e civis.Porque como homem de farda, foi um civi­lista, evidenciando extremado respeito pe­las franquias inalienáveis do individuo.

Trazendo a filosofia de um fatalismo his­tórico, não torceu o seu gênio a troco dequalquer vantagem, nem hipotecou a suaespada a interesse subalterno. Morrendo em1880, os setenta e sete anos de vida que teverepresentam um largo ciclo de dignidade enobreza, e de estoicismo. E a Nação nãoconhece qualquer atitude adotada por Ca­xias que venha entrar em discordância comos brios nacionais.

Ele compareceu a um século em queemergiam Intensas agitações dificilmentecontornáveis. E se houve triunfos que exal­taram e imortalizaram a sua carreira deChefe Mllltar e de Civilista, é porque nãolhe faltava sabedoria na interpretação decomplexas questões de âmbito nacional.

Um dos principais artífices da unidadesócio-política brasileira, vemos hoje Duquede Caxias perpetuado no bronze nas Pra­ças públicas e nos centros cívicos culturaisem todo o Pais. A pujança da sua figurahumana enearna um capitulo de corageme coerência.

Herói na guerra e apóstolo na paz, Ca­xias soube conjugar os estados psicológi­cos vividos no campo de batalha ou naárea do Parlamento polítíco, onde sempreafloraram as suas qualidades de delicadoservidor da Nação.

O brocado popular preceitua que ninguémé ínsubstítuível, Mas se analisarmos a gra­vidade dos momentos por que passou o Bra­si; não saberíamos formular um quadroexato, uma vez admitida a sua ausência.Evidentemente, o seu comportamento aolongo de um século impõe ao tempo e àhistória a postura serena do herói cava­lheiro que honrou o seu passado, conver­tendo-se numa valiosa referência históricapara o futuro.

Dispondo de poderes excepcionais, dadasas circunstâncias em que atuara, o Duquede Caxias jamais deixou de dialogar comas forças opostas. Democrata, ele estendeuesse conceito de vida em todos os camposem que estivesse presente.

Já ancião, recolhido à sua casa de cam­po na Tijuca, viveu os últimos anos de suaexistência usurruíndo o ambiente próprioda solidão, porque só assim pôde realizarum exame de introspecção sobre as gran­des façanhas que realizou. não em seu pro­veito, mas todas elas em favor de seu po­vo e de sua Pátria.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, no mo­mento em que festejamos a Semana da Pá­tria é justo que homenageemos com desta­que e realce os grandes vultos do Brasil.

o SR. JOSÉ DE ASSIS (ARENA - GO.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, a BR-359, ligan­do Corumbá-Coxim-Mineiros, consta doPlano Nacional de Viação desde 1964, sem,no entanto, ter pejo menos os seus projetosiniciais de viabilidade e de engenharia.

São 628 km iniciados nas águas do rioParaguai, na divisa com a Bolívia. cortan­do a rica região do pantanal mato-grossen­se, atingindo a Iegendáría Coxim, prosse­guindo pelo vale riquissimo do rio Taquaryaté alcançar os grandes planaltos de cha­padões, na nascente do rio Araguaia, ondese desenvolve o plantio de milhares de hec­tares de arroz e soja, até atingir a cidadede Mineiros, um dos maiores centros médí­co-nospítalares do interior brasileiro.

Nesta bela cidade sntronca-se a BR-359com o asfatlo da BR-364, a importante ro­dovia que líga São Paulo ao Acre.

O Programa de Desenvolvimento do Pan­tanal- PRODEPAN incluiu recursos para aligação rodoviária de Cormnbá a Coxim. co­mo apoio ao sistema de regularização eaproveitamento do maior rebanho bovino doPaís.

No trecho Coxim-nascente do Araguaia­Mineiros, os produtores rurais e os muntcí­pios já rasgaram, com muito sacrifício, asaberturas pioneiras de apoio à agropecuá­ria.

A BR-359, depois de sua abertura, com­pletará a ligação de Brasllia à Capital da.Bolívia. O trecho Brasília-Goiânia-RioVerde-Jatai, da BR-ü60, e Jataí-Minei­ros, da BR-364, já está asfaltado, faltandoapen as a abertura de Mineiros-Coxim­Corumbá.

6806 Quinta~feira <I DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'75

Com o meu Projeto de Lei n.O 866/75, emtramitação nesta casa, proponho a exten­são da BR-359 de Mineiros a Oeres, para fa­zer uma outra ligação rodoviária Interna­cional írnportantíssíma: Belém-Ceres (BR­153)-Mineiros-OoxIm-Oorumbá (BR-359)-Santa Cruz de La Sierra-La Paz (Bolí­via) e Arica (Chile).

A falta de projetos de viabilidade e fi­nal de engenharia da BR-359, no trechoMineiros-Coxim-Corumbá, tem acarreta­de prejuízos sertíssímos aos planejamentosregionais, tanto no setor rodoviário comono agropecuário. Algumas pontes acham-sepraticamente abandonadas, sendo as estra­das para transportar arroz, soja e boi, aber­tas e conservadas pelos poucos recursos dePrefeituras como Mineiro e Coxim.

O Estado não intervém porque não sãorodovias estaduais, e se fossem já seriamótimas, dado o seu interesse para Goiás eMato Grosso.

Com essas considerações, Sr. Presidente eSrs. Deputados, deixamos, através destepronunciamento, o nosso apelo aos Ex.mo•Sr. Ministro dos Transportes - ilustre Gen.Dirceu Nogueira, e ao Diretor-Geral doDNER - ilustre Dr. Adhemar Ribeiro daSilva, em nome de goianos e mato-grossen­ses, para que seja colocada, ainda este ano,a concorrência conjunta dos projetos deviabilidade e engenharia, do trecho daBR-359, Mineiros-Coxim, por ser uma ne­cessidade palpável, como, ainda, uma defi­nição, em tão importante região, do tra­çado na mencionada rodovia e uma ajudaao planejamento regional cfé dois dos maisdinâmicos Governadores do Brasil.

Dentre as seis rodovias federais que o"IlI Encontro do Oeste Brasileiro" definiucomo prioritárias ao desenvolvimento regio­nal, está a BR-359.

Definido o seu projeto final, a aberturae asfaltamento da mesma será um ato delegalização do trabalho de bandeirantes quelá estão, contribuindo para o progresso eintegração da Pátria.

O SR. ANTôNIO BRESOLIN (MDB - RS.Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, há meses reivindi­quei desta tribuna a encampação, peloDAER, da estrada Júlio de Castilhos-NovaPalma-Fachinal do Soturno etc. Na opor­tunidade detalhei as tremendas dificuldadesdos granjeiros e agricultores para fal'ier oescoamento da produção.

Sobre o assunto, agora acabo de receberde Nova Palma amplo memorial, assinadopelos Srs. Enero Victor Faccin, ValdêmioGordin, Eliot Píovesan, Ivanei Alves, Eucli­des Bertoldo, Êlio P. Rossato e BenjamimRessato.

O documento é o seguinte:"Nova Palma, 25 de maio de 1975,Exmo. Sr. Deputado

Após sua honrosa visita a Nova Pal­ma, esta Câmara vem mui respeitosa­mente solicitar a V. Ex.a , uma vcz quedemonstrou grande interesse no pro­blema cie nossas estradas, que Interfirajunto às autoridades competentes, a filnde que seja construída uma estrada deasfalto de Júlio de Castilhos a Rincãodo Mosquito. Esta estrada, de menosde 90 (noventa) km., ligaria Júlio deCastílhos, Nova Palma, Faxinal do So­turno, Dona Francisca e Agudo. Ouentão de Júlio de Castilhos a Faxinaldo Soturno, passando por Nova Palma.Seriam neste caso mais ou menos 40(quarenta) km. Queremos frisar quequalquer uma das obras não necessitade pontes de muita importância e que

existem meios fáceis para desviar ocerro de Nova Palma. Enviamos ummapa para que possam ser considera­das as dístâncías. O trecho em línhadupla será feito pela CEEE,Solicitamos, outrossim, que qualquerautorídade que queira tomar melhoresconhecimentos não se dirija somente aoPrefeito. Se possível entre em contatocom os vereadores.Certos de que V. Ex." fará o máximo es­forço para dar mais vida a este muni­cípio, agradecemos mui respeitosamen­te,"

Além deste registro e deste apelo queestou fazendo da tribuna, encaminhei hojeao Exmo. Sr. Secretário dos Transportesdo Rio Grande do Sul o seguinte oficio:

"Brasília, 3 de setembro de 1975,

Senhor Secretário:Com este passo às mãos de V. Ex.a me­morial que recebi de Nova Palma, tra­tando de justa reivindicação, conformeespecificam os documentos inclusos.Desejo informar ao eminente conter­râneo que andei pelas estradas referi­das no memorial, ouvi muitos elemen­tos e senti de perto a imperiosa ne­cessidade do DAER encampar essas es­tradas, pois o desenvolvimento de NovaPalma e da regíâo dependem destasobras rodoviárias.Trata-se de uma região rica em pecuá­ria e, sobretudo, como produtora de so­ja, trigo e batatinhas. E os produtores,muitas vezes, para fazer o escoamentodo fruto do seu trabalho, têm que car­regar às costas sacas e mais sacas decereais, até distância de mais de qui­nhentos metros. Houve caso de umadoente que foi transportada dois quilô­metros de padiola porque a estrada nãopermitiu acesso a qualquer veículo. Ealguns trechos de rodovia foram exe­cutados com recursos dos agricultores ecomerciantes da região.R~pero, Senhor Secretário, que V. Ex."mande proceder os estudos e determineas providências necessárias.

Valho-me da oportunidade para apre­sentar a V. Ex." os protest-os de minhaestima e admiração.

a) Antõnio Bresolín,"

Tratando-se de velha e justa reivindica­ção, espero que o Deputado Fermino Gi­rardelo, ilustre Secretário dos Transportes,se faça presente objetivamente, determi­nando as providências cabíveis.

O SR. À.H. CUNHA BUENO (ARENA ­SP. Pronuncla o seguinte discurso) - Sr.Presidente, srs. Deputados, está em reestu­do a BiblíGteca Municipal "Mário de An­drade", a biblioteca de São Paulo, para aconstrução de mais espaço. Seria de todoconveniente, entretanto, que esse reestudodeterminado pelo novo Prefeito Paulistaabrangesse a finalidade da críacão e daexistência desse famoso centro cuítural deSão Paulo.

Não há dúvida, Sr. Presidente, de que hánecessidade de mais espaço para a Biblio­teca "Mário de Andrade". Construída paraabrigar 450 mil livros, já conta com maisde um milhão e nela não há espaço maispara qualquer expansão quantitativa emseu acervo. Quando se sabe que a bibliotecaprincipal de Washíngton, capital dos Esta­dos Unidos, possui 29 milhões de livros e sóem Nova Iorque há pelo menos 80 biblio­tecas maiores do que a de São Paulo, nãohá dúvida alguma de que a maior cidadedo hemisfério sul e uma das maiores domundo necessita de uma biblioteca bem

mais representativa de sua importância hu­mana e cultural. Sendo assim, só temos deaplaudir esta determinação do novo Prefei­to Olavo Setúbal em construir mais espaçopara mais livros. Era o mínimo que se podiafazer ali.

Mais urgente do que isso, entretanto, 81'S.Deputados, seria o reexame das finalidadesda biblioteca municipal de São Paulo. Aospoucos, no correr dos anos, e em virtude dafalta de bibliotecas especializadas nas es­colas e nos centros de ensino de todo tipo,ela foi perdendo sua caracteristica prin­cipal de biblioteca cultural, para se trans­formar numa biblioteca pedagógica. É porisso que sua vida normal passou a ser ca­racterizada por um fenômeno que denunciafacilmente, a qualquer oxpectador, sua ten­dência atual: a presença diária e constantede extensas filas de estudantes de todos osgraus e de todos os matizes, que para lá sedirigem à busca de livros didáticos que, viade regra, também não são encontrados namedida que seria necessária.

Uma das conseqüências mais naturaisdisso é a impossibilidade total de C011ser­vação dos livros como seria necessário e exí­gído. ";-enhuma biblioteca que atenda a 2.600consulentes por dia, como é o caso, temcondições de conservar bem seus livros. Ou­tra conseqüência: em virtude da própriaestrutura da biblioteca e da burocracia des­necessária nela reinante, qualquer ecnsu­lente gasta muito mais tempo do que seriade se esperar para a consulta necessária.

É preciso, Sr. Presidente, que a Biblioteca"Mário de Andrade" readquira seu carátereminente cultural. Se possível, sem perder aa ajuda que agora dá aos estudantes, pro­piciando-lhes o manuseio de livros que nor­malmente não podem comprar. Mas seriabem melhor, Srs. Deputados, se a Prefeitu­ra de São Paulo pudesse ter a certeza deque, sem prejudicar os estudantes, pudessefazer voltar o império do aspecto cultural,que caracterizou sempre a instituição, tor­nando-a famosa pelas conferências, simpó­sios, encontros e jornadas de cunho nitida­mente cultural, quando nomes expressivosda cultura brasileira, como o próprio Máriode Andrade, ali sempre estavam, transmi­tindo cultura para o povo. O aspecto peda­gógico poderia muito bem ser deixado paraoutras bibliotecas, públicas ou nâo, nos re­cintos das escolas ou fora delas, mas quesuprissem essa falta que os estudantes, deum modo geral, sentem - a impossibilida­de de comprarem os livros didáticos de queprecisam.

Fica, desta tribuna, o apelo ao PrefeitoOiavo Setúbal - ele mesmo pertencentea uma família que produziu um dos lumi­nares da literatura brasileira, Paulo Setú­bal. Aproveite a oportunidade, e dote SâoPaulo de uma biblioteca cultural à alturadas tradições de São Paulo e da importân­cia que a Biblioteca "Mário de Andrade" játeve para a cultura brasileira.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PACHECO CHAVES (MDB - SP.Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, poucos temas têmsido objeto de tanta promessa quanto omunicipalismo. No entanto, nunca estive­ram nossos municípios tão desamparadosquanto nos dias atuais, em que a autonomiapolítica lhes foi totalmente suprimida. Éque o municipalismo, constituindo verda­deiro sentimento nacional, é por todos abra­çado com o propósito de conquistar a opi­nião pública. Na realidade, o Poder Centralse opõe à autonomia municipal, como hojecombate a dos Estados. E, em poucos anos,chegamos a uma Federação de direito, masa Estado unitário, de fato,

Setembro de 19'75 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Quinta-feira 4 6807

A despeito de um ingente esforço paraapresentar as autoridades municipais como

- desprovidas de preparo, interessadas ape­nas na construção de coretos, praças e coi­sas semelhantes - como se estas não fos­sem importantes para qualquer cornunída­ce, ou devessem ser privilégio das grandesmetrópoles - na verdade tivemos uma no­tavel evolução, graças à qual nossos muni­cípios dispõem hoje de homens de pensa­mento atualizado e dispostos a todos osesforcos para o progresso de suas comunas.Não fora isso, e não sei o que seriam dosmunicípios brasileiros.

Demonstração eloqüente do espírito pro­gressista da maioria de nossos Prefeitosestá em ofício dirigido ao Governador Pau­lo Egídio pelo Prefeito de Mogi-Guaçu, Dr.Carlos Nélson Bueno, acompanhado de umafundamentada exposição em que apontaproblemas que devem ser incluídos no Pla­no Plurianual a ser elaborado pelo Gover­no do Estadú para o biênio 76/78. Com dis­cernimento e desejo de conjugar esforços,acima de interesses menores, o Prefeito Car­los Nelson Bueno mostra ao Governador anecessidade de se corrigir erro que vemperdurando até agora. Consiste ele em sever Mogi-Guaçu e Mogi-Mirim como uni­

'dades diversas, autônomas, nada uma ten­do com a outra. Isso quando, na verdade,constituem uma única e influente região,onde já se desenvolve poderoso pólo eco­nômico. Indispensável, assim, que os assun­tos e problemas da área sejam vistos apartir dessa premissa. Impõe-se ao Estadover os dois prósperos municípios como cons­tantes de um só polo de desenvolvimento,cujos problemas devem ser vistos dessa for­ma, a fim de que venham a ter real soluçãoe em conformidade com interesses maioreselo Estado de São Paulo.

E foi a partir dessa visão ampla, verda­deira e real, que o Prefeito Carlos NélsonBueno apresentou ao Governador PauloEgídio as principais reívindicações de Mogi­Guaçu, que não são exclusivas daquela ci­dade, mas de uma importante região, emritmo veloz de crescímento populacional eeconômico. E foi com essa preocupaçãomaior que estabeleceu prioridades para osassuntos apontados como do máximo inte­resse local, para os quais espera a colabo­ração e a ajuda do Governo paulista.

A criação de uma Universidade Regional;programa de gradativa eliminação da polui­ção atmosférica e do rio Mogi-Guaçu; apoiopara implantação de um Distrito Industrial;conclusão rápida da construção do trechoferroviário Guedes-Mato SecQ; duplicaçãoda Rodovia Jaguariúna-Mogi-Guaçu; ime­diato aumento do número de leitos hospita­lares na região - eis alguns dos pontos fi­xados pelo prefeito de Mogi-Guaçu, preo­cupado nao so com a cidade sob seu co­mando, mas com uma região destinada atornar-se novo pólo econômico do Estado.

Saúde e saneamento; promoção social;educação; segurança; desenvolvimento ur­bano; energia e comunícações: transportes;recursos humanos; cultura, ciência e tecno­logia; agricultura e abastecimento e, final­mente, recursos naturais e poluição são osdiversos itens em que se dividem as su­gestões enviadas' pelo prefeito Carlos NélsonBueno ao Governador Paulo Egidio, para oatendimento de Mogi-Guaçu e, simultanea­mente, da ampla e promissora região a quepertence.

Não tenho dúvidas, Sr. Presidente, de queserá com satisfação e mesmo orgulho queo Governador tomará conhecimento da ex­planação do ilustre Prefeito, autêntica epositiva colaboração com o Governo para aconfecção do Plano Plurianual 76178, emtermos que revelam uma visão certa e atua­lizada. juntamente com a preocupação dever mais radioso o futuro do Estado.

Felicito, Sr. Presidente, a municipalidadede Mogi-Guaçu por tão alta iniciativa e ex­presso minhas esperanças de que encontra­rá ela contrapartida por parte do Gover­nador, incorporando os itens enumeradosno Plano Plurianual em elaboração pelo seuGoverno, para o próximo biênio. Ê, ainda, aenfática demonstração de quanto podemosconfiar nas administrações municipais, ede quanto nos seria benéfico o real muni­cipalismo.

V - O SR. PRESIDENTE (Odulfo Do­mingues) - Passa-se ao Grande Expe­diente.

Tem a palavra o Sr. Daniel Silva.

O SR. DANIEL SILVA (MDB - RJ. Pro­nuncia o seguinte díscurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, quero iniciar estepronunciamento citando um artigo intitu­lado: "Gerson e Pelé: A Grande Diferença",publicado na revista Atalaia e transcritodo Jornal do Brasil de 19 de agosto de 1974,em crônica do jornalista Inácio Werneck.

Parece que vamos falar de futebol, masnão é esse o assunto, Sr. Presidente. Vouler, em segutda, o referido artigo:

"Armando Nogueira, eterno cultor dahtgídez, interessou-se em ver os resul­tados dos diversos exames dos jogado­res convocados para a Seleção de 1970.Inspecionou vários e, a um certo mo­mento, o médico mostrou-lhe duas cha­pas: uma de Gérson, que sempre fu­mou maços de cigarros por dia, e outrade Pelé, isento deste mau hábito.

Ao ver a diferença entre as duas, Ar­mando empalideceu. Meteu a mão nobolso e atirou à primeira cesta de pa­pelos cigarros americanos, sem filtro,de boa marca, que sempre o acompa­nhavam. Nunca mais fumou.

Eu acho que o Ministério da Saúde de­veria reclamar aquela chapa, para umacampanha nacional. Em seis meses er­radicava-se o fumo no Pais."

O hábito de fumar vem sendo objeto deestudos os mais contraditórios, envolven­do interesses relativos à saúde pública e àeconomia, tanto do Estado quanto parti­cular.

Fácil é perceber-se a prosperidade emque vivem as empresas que industrializamo fumo oferecendo-o ao consumo de ummercad~ próspero e crescente em áreas no­vas, como a das adolescentes e mulheres.Hoje o número de mulheres fmnantes igua­la ou supera o número de fumantes mas­culinos ocasionando este fenômeno cons­tante preocupação para a ciência médicade todo o mundo.

Há dias, li em um dos jornais um artigoanalisando a disseminação do vício de fu­mar entre as mulheres, numa reportagemcom título curioso: "A Doença do Homemque está Matando a Mulher". Na ânsia deigualar-se ao sexo masculino em díreítose comportamento social, a mulher caminhaao encontro dos vicias nitidamente mas­culinos.

Destaca o articulista do formal O Flu-minense, de Niterói:

"Vai daí, um número crescente de mu­lheres deu de fumar, e, tanto quantoo homem, elas se candidatam a morrerde câncer dos pulmões, a padecer deenfizema, a ganhar rugas precoses, aestragar a vida. Isto, para não contaro dinheiro gasto inutilmente, a pontode as autorídades alemãs estimaremque, em apenas 5 anos, uma pessoa quefuma terá gasto o equivalente ao valorde um aparelho de TV; em dez, o valor

de um "fusca" e, em vinte, o valor deuma viagem de volta ao mundo, paraduas pessoas."

Ouço o nobre Deputado Célio MarquesFernandes.

O Sr. Célio Marques Fernandes - NobreDeputado, V. Ex.a traz à Ó;iscus~ã? da Casa,nesta tarde, assunto muito seno , Pareceque ninguém leva em conta o problemado tabagismo, altamente prejudicial às po­pulações. A organização Mundial de Saú­de acaba de lancar um fascículo de 100 pá­ginas, do qual possuo cópia: numa campa­nha mundial contra o tabaglsrno, onde mos­tra, em detalhe, o prejuízo que ele causa..'\. fina flor da mocidade esta morrendo,principalmente as mulheres. pois as esta­tísticas mostram que estas hoje, estão fu­mando mais que os homens. E não é sóa nicotina que está matando o fumante,mas também a combustão do papel. OsGovernos têm interesse em que cada vezse fume mais, tendo em vista os impostosque incidem sobre o cigarro. Faz V. Ex.amuito bem em trazer esse problema aoGrande Expediente. Há poucos dias, tra­tei do assunto num pequeno discurso. Te­mos de formar uma mentalidade sadia nes­ta Casa, para que vários peputados venhamà tribuna mostrar o perigo que ameaça osque estão viciados em fumar _ O Regimentoda Casa proíbe que elementos da Mesa fu­mem mas no plenário já é permitido fu­mar.' Os que não fumam, como é o casodo Deputado que aparteia V. Ex.", sãomuitas vezes contaminados pelos __que fu:,mamo Se V. Ex." viaja num aVIa0, estasendo contaminado, porque fumam lá den­tro _ Estão rindo, mas amanhã ou depois,quando faltar o ar e alguém morrer decâncer no pulmão, ficarão assustados. TemV. Ex.a minha solidariedade nesse seu tra­balho na luta que é de nós todos, para queacabe~os de vez com as condições dadasàqueles que fumam. Vamos aumentar cadavez mais o custo do cigarro. Tornando-secaro, poucos irão fumar. Parabéns a V. Ex."

O SR. DANIEL SILVA - Agradeço o apar­te do nobre Deputado Célio Marques Fer­nandes, que veio enriquecer n.osso pronun­ciamento. Nas pesquisas que flZ nesta Casa,pude observar que o Deputado Célio ML~r­ques Fernandes é também um .dos b~talha­

dores nesta luta. Fez S. Ex.a íncluslve, re­centemente, brilhante pronunciamento so­bre o assunto.

O Sr, Florim Coutinho - Permita-me. no­bre Deputado Daniel Silva. Na Legisla­tura passada, logo no inicio dos trabalhoslegislativos - se não me engano em abrfl- apresentei à Casa projeto que combatiaa propaganda de fumo na televisão e rá­dio, e que também fosse colocado nos ma­ços de cigarros a seguinte frase: "É pre­judicial à saúde". Ora, Sr. Deputado, meuprojeto vai de seca à meca n,:sta Casa.O Ministro da Fazenda, de entao - Del­fim Netto, o mágico das finanças - requi­sitou o projeto, sobre propaganda do fumo,que lá rícou, em sua gaveta, no meio detracas e outras coisas, apodrecendo - bemna 'terceira gaveta, à esquerda de sua es­crivaninha. Até isso eu sei, Excelência.Com muito custo consegui trazer novamen­te meu projeto a esta Casa. Não sei porquê - parece haver máfia importada so­bre o fumo aqui no Brasil - meu projetoquase não anda. Está ameaçado, pelas Co­missões Técnicas, de não passar. É lamen­tável. O cigarro importado vem sem a fra­se ",11: prejudicial à saúde", Na mesma mar­ca de cigarros vendida na América do Nor­te. na Alemanha Ocidental, consta tal ex­pressão Quando vêm para o Brasil. entre­tanto, não consta, é uma remessa especial.Nosso povo pode ser desgraçado, pode mor­rer de câncer. Lá, não. Solidarizo-me comV. Ex." pelo seu brilhante pronunciamento

68118 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção n Setembro de 1975

contra o malfadado fumo, que tanto des­graça a saúde do povo brasileiro.

O SE. DANIEL SILVA - Sr. DeputadoFlorim Coutinho, no decorrer de meu dis­curso, pretendo abordar este assunto, quetem sido temas de constantes pronuncia­mentos dos Srs. Parlamentares. Fiz umapesquisa e gostaria que os colegas me per­mitissem chegar pelo menos à metade domeu trabalho. Portanto, gostaria de contar[lom a colaboração da ~esa.

Prossigo, Sr. Presidente.Também outros jornais de ctrculaçâo na­

cional acabam de publicar noticia segundoa qual "reatívarido sua campanha contrao fum~, a Organização Mundial de Saúdesolicitou a todos os países que adotem no­vas leis que desestimulem este ~ício e re­comendou sejam adotadas medidas espe­ciais para proteger também aqueles quenão fumam, mas que, "contra sua vonta­de", rícam expostos aos males do fumo.(Jornal O Globo.)

Os técnicos da organização Mundial de8aúde em relatório de mais de 100 folhas,chega~ a afirmar que o controle do víciode fumar "é a mais importante medida nocampo da medicina preventiva" e pediramtambém atenção especial para a proteçãodas crianças no contato com os fumantes.

E referindo-se ao aumento da mortalida­de 'provocada pelo câncer nos países e~que se intensifica o vicio do fumo, o relato­rio da OMS salienta os riscos do fumo paraas gestantes, pois provoca, inclusiv~, a ~o~­te do feto e finalmente, pede maior Iímí­tação de :·tódas as formas de publicidadee promoção de venda de cigarros".

A Organizacão Mundial da Saúde pre­tende que todos os países criem normas ca­pazes de desestimular o vicio de fumar, re­comendando, inclusive, a adoção de umsistema de imposto "relativamente alto, pa­ra desencorajar o consumo de cigarros".

Sr. Presidente, ao fazer tais c~nsidera­ções que julgo importantes, e considerandoesta~ o vicio de fumar acrescendo a cadadia novas vitimas ao número exagerado dosque se deixam dominar por ele, quero aJ?e­lar a todos os Srs. Deputados no serrtidode observarem com o máximo interesse ea­te assunto.

Ouço o nobre Deputado Igo Losso.O Sr. Igo Losso - Nobre Deput.ad.o, que­

ro cumprimentar V. Ex a pela. objetiva ex­planação a respeito desse terrível ~al, quehoje cada vez mais se alas~ra.no SClO de to.­das as comunidades, príncípahnente naAmérica Latina. Há alguns dias,_o ProfessorBarbosa Alves, em sua publícacâo, all:ahsa­va o decréscimo violento do uso do CIgarronos Estados Unidos e em grande parte ~aEuropa. Dizia que os comerc~antes de ~l­garros, tendo em vista a redução proporcio­nada pelas grandes campanhas leva;das aefeito por aqueles governos e ~traves d~s

advertências contidas nas carteiras de CI­garros, estão transferindo suas fábricas pa­ra a América Latina. Ain~a ago~a, ~ob~'eDeputado, em Curitiba, a pl'lme!ra lll.dustr!aa funcional' na Cidade Industríal fOI a Fa­brica de Cigarros Philp Morrís . E é o Pro­fessor Barbosa Alves quem diz que, no anode 1970, houve, no Brasil, aumento de 6,2%no consumo de cigarros. Outro dado esta­tistico: de 1970 a 1975, tivemos um aumentode mais de 20% no consumo de cigarros, en­quanto que nos Estados Unidos e na Euro­pa houve decréscimo de cerca de 5%, 6,5%em cada ano. Os dados que V. Ex.a nos traze o que disse o nobre Deputado Florim Cou­tinho em seu aparte retratam a realidade.Nossas autoridades ainda não despertarampara o emprego de uma fórmula que coíbao fabrico, a venda e também a propaganda

do cigarro. E, lamentavelmente, os [ovens eas mulheres brasileiras cada vez mais se en­tregam ao vício do fumo. Nobre Deputado,como não ignora V. Ex. a , o cigarro não pos­sui apenas um veneno. Foram catalogadasno fumo cerca de 20 substâncias tóxicas,prejudiciais, ao organismo humano que pro­porcionam aquela série de doenças que V.Ex.a acaba de alinhar. Gostaria ainda deinformar a V. Ex.a que o jornal Correio doPlanalto, de ontem, publicou nota sobre oIV Congresso Mineiro de Odontologia que serealiza em Minas Gerais, em que o Profes­sor Vicente de Paula Almeida, Vice-Presi­dente daquele conclave, diz que. dentre asdiversas causas do câncer na boca, podem­se destacar o uso do cigarro e a fumaça porele provocada. Portanto, congratulo-mecom V. Ex.a pelo seu oportuno pronuncia­menta. Se dispuséssemos de mais tempo,poderíamos citar outros dados estatísticose elementos de que dispomos, que eviden­ciam a necessidade de os Poderes da Re­pública se dedicarem com empenho a essecampo para que a saúde do povo seja pre­servada, a fim de que não tenhamos dentrode alguns anos incidência incalculável depessoas levadas'à morte pelo câncer, provo­cado pelo uso do cigarro.

O SR. DANIEL SILVA - Deputado IgoLosso agradeço o aparte a V. Ex a , que vemenriq~ecer com dados numéricos e estatísti­cos este nosso pronunciamento.

O assunto é empolgante e, por isso, gos­taria de pedir aos colegas que tivessem umpouco de paciência, a fim de que eu pud~s­

se ir até o final de meu trabalho, pOIS am­da tenho muita coisa a dizer.

O Sr. Pedro Lucena - Serei breve, nobreDeputado. Quero apenas aplaudir V. Ex. a

pela sua feliz iniciativa, porquanto batalharcontra um vício como este é lutar contratudo. E nós sabemos a força do dinheiroque promove campanhas tão nocivas ao serhumano.

O SR. DANIEL SILVA - Vou citar istomais adiante.

O Sr. Pedro Lucena - Também tenhoocupado essa tribuna várias vezes para lu­tar contra o tabagismo. Quero apenas lem­brar - e V. Ex.a deve saber muito bem ­as advertências feitas por grandes homens:Robert Kennedy disse que fumo mata cincovezes mais do que os acidentes automobilís­ticos - mais até que a Guerra da Coréia; oProf , Díogo Furtado, de Po rtugal. diz quemata mais que a bomba atômica. e um pro­fessor de Medicina, no Rio de Janeiro, afir­ma que o fumo mata mais que as grandesendemias que assolam nosso Pais. Portanto,receba V. Ex.a • através dese pequeno apar­te, meus mais calorosos parabéns.

O SR. DANIEL SILVA - Agradecido a V.Ex.a

O Sr. Daso Coimbra - Permita-me, no­bre Deputado Daniel Silva. Sabíamos,quando da sua eleição, que teríamos em V.Ex.a um grande combatente na luta contrao vicio do fumo, porque sempre pautou suavida dentro dessa conduta. Ficamos satis­feitos, ainda, porque o Deputado que nosantecedeu, Pedro Lucena, é um dos cam­peões no combate ao tabagismo, vício con­tra o qual temos batido. Quero apenas,para terminar, ilustrar o meu aparte comnota publicada pelo. jornal O Fluminense:

"O Prefeito Joaquim Lavoura, de SãoGoncalo, conseguiu vencer o segundoenfarte. Mas ontem os médicos o consi­deravam já fora de perigo, "embora n~o

completamente". li grande preocupaçaodos especialistas que o liberaram hojepara as primeiras visitas, é quanto à"rebeldia do paciente", que fumava até80 ciganos por dia. E, como "o fumo éfatal em casos como o dele", os médicos

não acreditam que ele tenha "tanta sor­te" se reincidir no hábito dos cigarros."

O SR. DANIEL SILVA - Muito obrigadoa V. Ex.a

prossigo, Sr. Presidente.Do meu conhecimento, existem vários

projetos nesta Casa tratando da referidamatéria. O do Deputado José Maria Carva­llÍo nobre colega da bancada do Rio de Ja­neiro, determina, 110 seu art -. 1.0, que "aosprodutores. de c!garros e demnís artígoa parafumantes e proibído, na respect~v~ divulga­ção publicitária, relacionar o hábíto de fu­mar C0111 a virilidade, o encanto, "relax, va­lentia e outros sírmlares". Na sua feliz jus­tificativa cita o novo código apresentadoaos prodlitores de cigarros pelo governo bri­tânico. Nele se impede que o cigarro sejacolocado nas mensagens publicitárias em SI­tuações românticas ou de conteúdo sexual.Proíbe-se também a utilização de personali­dades de destaque, para evitar que os jo­vens sejam influenciados pela falsa impres­são de que fumar é forma de conseguir su­cesso na vida.

Ao falar em personalidades, lembro-me,mais uma vez, do jogador Pelé, que recent~­

mente deu um testemunho de repercussaointernacional, condicionando sua assinaturade contrato com o Clube Kosmos de NovaIorque a não realizar publicidade de cigar­ros.

O outro projeto exige que constem dasembalagens dizeres alusivos aos efeitos m!'-­léficos à saúde do produto consumrdo , Alias,isto já acontece em alguns países, como voucitar posteriormente neste pronunciamento.

Já é tampo de adotarmos medidas legaisque protejam Os brasileiros contra a sanhadesenfreada dos que, em busca de lucros fa­ceís, não se acanham em envenenar ho­mens mulheres jovens e crianças com adesgraça do fmno, que, no mundo inteiro,diariamente, prejudica um sem-número dedesavisados.

Vários oradores vêm ocupando esta tribu­na para falar do assunto. Fala-se muitonesta Casa, em tese. Já estamos cansadosde teses, 81's. Deputados. Queremos v~r

acão das autoridades competentes. Naocompreendo a inércia das nossas autorida­des em problema de tanta relevância parao nosso País. Muitos poderão dizer que oassunto é complexo. O fumo é produto na­cional etc... Ou damos crédito às autori­dades' médicas do mundo todo, ou não. ODr , Adyr Eiras de Aragão, presidente doInstituto Nacional do Câncer, ao retornardos Estados Unidos, onde participou da 3."Conferência Mundial sobre o Fumo, quereuniu 500 médicos de vários países do mun­do, afirmou que a questão de se prevenir ocâncer pulmonar é um problema de educa­ção e que o Governo deve estabelecer umacampanha arrojada, principalmente nas es­colas, mostrando às crianças e aos jovensa nocividade do fumo e o perigo a que estãoexpostos os viciados.

O Sr. Antunes de Oliveira - Permite-meV. Ex.a um aparte?

O SR. DANIEL SILVA - Pois não, des­de que seja rápido.

O Sr. Antunes de Oliveira - DeputadoDaniel Silva, por coincidência, eu pensavana questão de educação, quando V. Ex."se referiu ao assunto. Não discuto se se de­ve fumar ou não. Mas de alguém fumar.. iul­zando ter o direito de jogar fumaça para~u respirar, acho isso um crime. O alguémopta fumar isso é com ele. Trata-se deuma onção.' Mas não é só: e a sujeira dofumo seu mau cheiro, a depressão que cau­sa n~ mente humana? E a frigidez sexualda mulher, a queda da potência sexual do

setembro de 19'15 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6809

homem? Esses e outros males obrigam oGoverno a tomar uma providência urgente.Entendo, porém, que o assunto é de ins­trução e educação. Gostaria que o movi­mento feminista encampasse essa tese eensinasse, ao mundo e ao Brasil, agir demaneira que o fumo não prejudicasse asaúde do povo. Não estou discutindo - po­deria até fazê-lo - do ponto de vista deser o fumar um vicio. Não estou discutin­do do ponto de vista réügíoso, que é tam­bém relevante e oportuno. Gostaria deapoiar V. Ex.''' de tal forma que pudésse­mos, no fim de tudo, ter alguma coisa' deprático que levasse" o Executivo a adotar asmedidas cabíveis. porque, realmente, suatese é inteiramente procedente. COmo sepode viajar num avião, como se pode tra­balhar em qualquer recíntó em que não serespeita o' direito dos que não fumam? Eisso acontece nesta Casa! Segundo o Reg'i­mente, só a Mesa é 'Proibida de fumar, Quediscriminação é esta? A Casa, em hora detrabalho, deve respeitar os que não fumam.A Mesa, Senhores, nos representa, mas estarepresentação deve ser autêntica. Se osmembros da Mesa não fumam, segundo oRegimento, os membros do Plenário devemseguir o mesmo caminho. A Câmara todadeve dar o exemplo. Quem quiser fumar queo faça, mas lá fora, não aqui, já. que a fu­maça e o fumar fazem mal a saúde do fu­mante e dos circunstantes. Os males rísí­eos e psicológicos que decorrem do taba­gismo, e de fumaça de cigarro são de en­tristecer e de estarreeer , 08 prej uízoseconômicos financeiros trazidos pelo fumosão de impressionar. Os incêndios em con­seqüência do fogo dos cigarros, dos charu­tos e dos cachimbos causam prejuízos quese elevam a somas astronômicas em todosos países. O fumar é, ainda, um derivativopsicológico. Esta é uma das razões por queo fumante merece nossa simpatia. É hu­mano ajudá-lo. O derivativo pslcológlco queé o fumar pode ser substituído por outrosque não prejudicam.

O SR. DANIEL SILVA - Aceito o apartede V. Ex.", que é psicólogo clinico. É bemsubstancial..

-;;!) Sr:Lauro Leitão - Concede-me V. Ex."um aparte?·

O SR. DANIEL SILVA - Com muito pra­zer, nobre Deputado, rogando-lhe que sejabreve, porque meu tempo está se esgotando'e preciso concluir meu discurso.

O Sr. Lauro Leitão - Quero cumprimen­tá-lo pela oportunidade do tema que V.Ex." aborda e dizer-lhe, desde logo, que soususpeito para falar sobre o assunto, umavez que não fumo e não gosto de cigarro.Queria 'lembra - talvez V. Ex." já o tenhadito - que nos Estados Unidos está com­provada que a incidência do câncer é mui­to maior nas pessoas que fumam do queentre as que não o fazem. O, fumo, alémdos males apontados pelo colega que oaparteou anteriormente, pode causar tam­bém esse mal. Quero, repito, felicitá-lo pelo

',seu pronunciamento, com ressalvas a res­peito do comportamento das autoridadesbrasileiras. É, de fato, um problema quemerece ser debatido, estudado e, se não re­solvido, pelo menos amenizado.

O SR. DANIEL SILVA - Agradecido aV. Ex."

Concluo, Sr. Presidente.Vários países desenvolvidos como a Amé­

rica do Norte, Inglaterra e outros já estãoadotando medidas neste sentido - aliás,pasmem os Srs. Deputados, são justamenteOs países onde já é obrigatória a indicaçãodos malefícios do fumo nos seus rótulos devenda. É o problema da multínacíonal. Sáo

firmas estrangeiras que vêm estimulandoe financiando algumas das principais em­presas de cigarros no nosso País. Recente­mente, no meu Estado, o Rio de Janeiro,uma poderosa companhia de cigarros com­prou uma rede de 'supermercados - O Peg­Pag - assunto pouco divulgado pelos ór­gàos de comunicação. J!; o dinheiro que estájorrando.

Estou preocupado, Brs. Deputados, comos atraentes anúncios da nossa televisão,artística e tecnicamente bem preparados,mostrando, aos nossos filhos o contrário da­quilo que é comprovado e afirmado pelasautoridades médicas. Como j á disse, sei queo assunto é complexo, porém penso nas nos­sas futuras gerações. Vários países vêm ado­tando severas providências. Tel1l10 três fi­lhos menores e tenho certeza de que milha­res de país estão também preocupados comeste problema. O tema não é uma bandei­ra política deste ou daquele partido, nemdeste que ocupa a tribuna neste momento.Vários oradores, como afirmei no início, jáo abordaram. Faço um apelo às autoridadesdo nosso Pais para que tomem as providên­cias cabíveis no caso. Vou defender e acom­panhar o projeto do meu ilustre colega debancada José Maria de Carvalho. Pretendoapresentar algumas emendas oportunamen­te Peço aos meus ilustres pares que oapóiem também, sem cor partidária e semcompromissos com grupos econômicos. Que'esta Casa, que representa o povo brasileirona sua mais alta concepção, 'Sr. Presiden­te e Srs. Deputados, possa aliar-se a estemovimento, tão-somente preocupada com apreservação dos costumes do nosso povo e,acima de tudo, com a saúde da nossa ju­ventude - .urna realidade presente e umaesperança para o futuro do nosso Brasil.

Era o que tinha a dizer.Durante o discurso do Sr Daniel SiZ~

na, o Sr. Odulto Domingucs, tv-Serre­târio, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Ubalâo Barém,Suplente de Secretário.

SR. PRESIDENTE - (Ubaldo Barém)- Tem a palavra o Sr. Murilo Rezende.

O SR. MURILO REZENDE (ARENA - PIoPronuncia o seguinte diseurso.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, é sempre oportunoesposar idéias sobre o problema dos trans­portes no Brasil, tal a sua ímportãnota pa­ra o contexto do desenvolvimento nacional.

Pretendemos considerar alguns aspectos,ainda que convencidos de não apreciá-loscom a profundidade necessária e desejada,em razão de nossas limitações.

Acompanhando, há anos, o esforço em­preendido em prol do aperfeiçoamento emelhoramento de nosso sistema de trans­portes, desejo assinalar, entretanto, que tu­do quanto já se fez representa muito poucopara atender às necessidades mínimas nosetor.

A História dos transportes no Brasil, Sr.Presidente, Srs, Deputados, realça um pon­to comum a todos os Governos e Adminis­trações - nunca lhes foi dada a importân­cia que merecem, com vistas ao desenvol­vimento do Pais. Na verdade, nâo temos acontento nenhuma das modalidades detransportes. Todas são deficientes, tantoem qualidade quanto em quantidade. Bas­ta que se compare a extensão da Rede Ro­doviária Nacional pavimentada à de ou­tros países, para se constatar nossa biso­nha realidade. O Brasil, Sr. Presidente, no-:bres Deputados, com 8.500.000 km2, contaapenas com 0,01 km de estradas pavimen­tadas por km2, quando nos EE.UU. a re­lação é de 0,33 km/kmã; na França, 1,4

km/km2, e no México, 0,02 km/km2. E quedizer da Rede Ferroviária? l Construidaquase em toda a sua totalidade há 50 anosencontra-se obsoleta e em condições opera­cionais que deixam muito a desejar. A na­vegação marítima de cabotagem, desastro­samente abandonada durante anos, vemcrescendo timidamente sem atender à de-~manda existente, e desestimulando, como aferrovia, o desejado aumento de maior par­ticipação, sobretudo no que se refere aomovimento de cargas. As hídrovias estãocomo a natureza nos as legou, tendo desa­parecido até o aproveitamento da incipien­te navegação, que antes estimulava a eco­nomia de tantas regiões brasileiras.

Se o período do Governo Imperial deixaraapenas oito mil quilômetros de ferrovias,e o País praticamente sem estradas de ro­dagem, nos Governos Republicanos, até1945, tivemos um aumento apenas, para3'1.203 km de ferrovias, que atendiam à fai­xa litorânea de ligação com os portos, sen­do insignificantes, contudo, as extensõesde penetração para o sertão. Nesse longoperíodo, as atividades rodoviárias no Brasilestavam restritas ao Nordeste, graças, evi­dentemente, à ação da IFOCS, InspetoriaF'ederal de Obras Contra as Secas, segundoasseverava o Presidente da República, ArturBerriardes, em Mensagem ao Congresso, em1924.

Conforme consta, em 1925 uma "bandei­ra" automobilística saída de São Paulo,precisamente a 5 de setembro, chegava aoRio seis dias depois, para demonstrar quea estrada servia para o transporte de mer­cadorias e não somente para o turismo e oesporte.

Na verdade, coube ao Presidente Washin­gton Luiz Pereira de Sousa, em Mensagemenviada ao Congresso Nacional, em 1927,lançar a semente de nosso progresso rodo­viário. Imediatamente foram atacadas emseu Governo as obras de implantação dasrodovias Rio-Petrópolis e Rio-Sáo Paulo,inauguradas em 1928, por uma ComissãoEspecial cujos recursos provieram do "Fun­do Especial para Construção e Conservaçãode Estradas de Rodagem" criado pela Lein.O 5.141, de 5 de janeiro de' 1927, e verbaspróprias foram consignadas no Orçamentoda União.

Mas, de 1927 a 1946, poucos eventos podemser considerados:

- inauguram-se, em 1928. as rodoviasRio-São Paulo e Rio-Petrópolis;

- liga-se, em 1930, o Rio a Belo Hori­zonte;

,- promove-se a Iígação Rio-Bahia,arrastando-se esta eonstrucão até 1943,quando finalmente foi possível o tráfegoentre o Centro-Sul e o Nordeste, antes apro­ximados apenas pelos navios do ITA e pelas"gaiolas" do rio São Francisco;

- estabelece-se, em 1946, o Primeiro Pla­no Qüinqüenal do DNER, depois da reorga­nização daquele órgão, fundado em 1937.

O Sr. Hugo Napoleão - Nobre DeputadoMurilo Rezende, pennita-me interromper obrilhante discurso em que faz V. EX,a Ohistórico dos transportes no Brasil, commuita autoridade, com uma preliminar quepretendo colocar perante esta Casa. FoiV. Ex." talvez o grande ponta de lança noexcepcional Governo Alberto Silva, no Píauí,porque V. Ex.a, com sua. autoridade noassunto, fez multiplicar muitas vezes onúmero de quilômetros pavimentados emnosso Estado. Há pouco, conversava comV. Ex.a e com outro representante píauíen­se, o Deputado Corrêa Lima, que tambémfoi um grande Secretário de Obras e quepreparou toda uma infra-estrutura rodo-

alO Quinta-feha 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção n Setembro de 1975

Observando-se que Porto Rico é menorvinte e sete vezes que o nosso Estado doPiaui, compreende-se então a vergonhosa.situação do Brasil no setor rodoviário,sabido que o grau de civilização atingidopor um povo se mede pelo índice de re··Iaçâo quilômetros de rodovias pavimenta..das por quilômetro quadrado de área, oupor mil habitantes.

A Pavimentação da rodovia de maior trá­fego do Pais - a Rio-São Paulo - só foifeita no ano de 1949, depois de quase ha­ver uma cruzada da Engenharia Nacional.

Apesar de tudo, em decorrência da apli­caçao de novas diretrizes para os investi­mentos rodoviários, depois da Lel..·Joppert,implanta-se a todo vapor "uma rede rodo­viária compatível com os estágios de desen­volvimento das diversas regiões brasileiras"política com reflexo também nos órgãos es:taduais. Foi a rodovia, de então a esta par­te, a responsável pelo progresso de regiõesarrancadas do suodesenyolvímento, pouco apouco, pela ação do caminhão com sua efi­ciente mobilidade.

Estima-se a extensão total pavimentadadas rodovias brasileiras, entre federais e es­taduais, no momento, em cerca de 85.000quilômetros, o que demonstra uma extraor­dinária reação às condições de vinte anosatrás, ist~ é, 1953.

viária J;l0 Estado. Pois bem, nobre Deputado,o Presldenta /Washmgton Luiz costumavadizer que governar é abrir estradas. E o quefez V. Ex. a à frente da Secretaria de ObrasPúblrcas do Estado do Piauí foi governarahríndo estradas. Recordo-me perfeitamen­te de que, quando V. Ex.a assumiu aquelaSecretaria, o Piauí tinha apenas 9 km deum};: rodovia mal traçada, de Teresina aUriião, e nada mais em termos de asfalto.Quando V. Ex.'" deixou o Governo o Piauícontava com 920 quilômetros de' estradasasfaltadas, Talvez V,' Ex,", com a modéstiaque lhe é peculiar, não apresente esses da­dos à Casa. Mas eu, seu colega de Bancadae seu admirador, posso trazê-los, para dizerque na complementação daquele grande Yimaginado no. último Governo do Piauí li­gando as capitais dos Estados do Nordestea Brasíüa, passando por Floriano oanto doBuriti e Gilbués, V. Ex." foi um grande ex­poente. Por favor, continue seu trabalhonobre Deputado Murilo Rezende. '

O SR. lVIURILO REZENDE - Muito obri­gado a V. Ex.", nobre Deputado Hugo Na­pcleão. Esperava de V. E;s:.a palavras deamigo, que somos de longa data, mas nãoos elogios que recebi. Agradeço a V. Ex.a oaparte, que incorporo com muita satisfa­ção ao meu pronunciamento.

Prossigo, Sr. Presidente.Infelizmente, por motivos vários o que

se fez foi muito pouco. 'Para se ter idéia do atraso em que nos

encontrávamos, basta transcrever o quadroa seguir, relativo à quilometragem de estra­das pavímentadas existentes em alguns paí­ses do mundo, em 195~.

RedePavimentada

(km)País

México , , .União Sul-Africana .Argentina , .Ve.t;e~uela , .Etiopla , .Porto Rico .. ', ' ..Cuba : .Chile .Peru ',., , .BrasU .

25.95419.36711.0154.1424.0753,8603.7353.4133.2781.955

Ao surgir, em 1957, a indústria automobi­lística do Brasil, cresceram ainda mais como evidente aumento da frota de veículos au­tomotores, as necessidades do setor rcdovíá­ri~, t~nto no aspecto quantitativo, quanto eprrncípalmenta no qualitativo de nossas ro­dovías,, :m sab~do que a ,localização geográfica da

população e da atívídade econômica depen­d~rao sempre da teenolcgla do transportedísporrível para servir as funções de acessoe mobilidade, isto é, de acesso aos lugaresde pro.d:ução e de moradia, e proporcionara mobílidade entre a origem e o destino.

De um lado, o sistema de transportes de­ve atender de maneira adequada à região aque serve do ponto de vista de acesso' deoutro lado, promover a mobilidade, a baixocusto, com conforto e rapidez,

l1: evidente que, para atingir esses doisaspectos, a infra-estrutura de transportesse ocupará de determinada modalidade detransporte ou de combinação de várias de­las, para assegurar a facilidade do acessoa baixo custo, no menor tempo, com segu:rança. e conforto. Assim, notam-se em nos­so PaIS características diversificadas da in­fluênci~ da, modalidade de transportes emc~r~as are~, .como ~a grande Região Ama­zonica, atíngída até hoje unicamente pelanavegação fluvial, que condicionou a lo­calização da população e da 'atividade eco­n.õJPica às marge~s dos rios. A falta de pre­visao ~a construção de rodovias que permi­ta mazor penetração, não só tem sacrifica­do como levado à estagnação comunidadesinteiras. Noutras regiões, observa-se acen­tuada infl:uência da ferrovia, que no mun­ela de 110Je serve mais ao transporte de"grandes massas a grandes dtstãncías".

O surgimento do transporte motorizadonas estradas de rodagem deu indubitávelimpacto à evolução tecnológica dos trans­P~Jl-tes, por sua função de assegurar maisfacil acesso a novas áreas e competir como ferroviário nas regiões que exijam pe­quena densidade de tráfego, com inúmerasvantagens., Assim, a operação de cada modalidade detransporte deve ser adaptada ao nivel dedsenvolvimenl:.? de cada região, observada acomplerncntaridado para a melhor distri­buição e composição do tráfego das dife­rentes modalídades. A natureza das in­terrelações Irrtermcdaís é essencialmentedinâmica e mutável, através do tempo. Poristo, é evidente que as regiões onde se si­tuam a maior parte da rede de ferroviasdo Brasíl, que passassem a ser servidas pelotransporte roríovíárío sofressem de ime­diato, a competição, ~ndo as rod~vias cap­tado grande parte do tráfego ferroviário.

Em boa hora, ao lançar em 1973 o PlanoNacional da Viação, em prosseguimento aosiniciados, respectivamente em junho de 1934e dezembro de 1964, o então Presidente daRepública, General Emílio Garrastazu Mé­d~c!, .frisou textualmente, na Mensagem quedIrIgIU ao Congresso Nacional:

"A política de transportes concentrou­se em contribuir para assegurar o cres­cimento da economia do País. Empe­nhou-se na execução de uma infra-es­trutura viária capaz de garantir aoeup~ç.ão d'c. todo ° território pátrio,permitindo circular a produção e, con­seqüentemente, exportá-la além de in­tegrar efetIvamente novas 'áreas e aten­der às necessidades de Seguranca Na-cional." >

O. Sr. Nunes Leal - Nobre DeputadoMunlo Rezende, nosso aparte será curtopois. não desejamos tomar muito do temp~destãnado ao seu brilhante pronunciamen­t~, que ouvimos com toda atenção. Veri­rícamos que, além das qualidades de téc-

níco, no magnífico retrospecto que estáfazendo dos transportes do Brasil, V. Ex."se mostra também um estudioso dos as­pectos histéricos desse importante setorQuando Diretor do Departamento de ES:tradas de Rodagem do seu Estado, o ilus­tre colega conseguiu - como disse o Depu­tado Hugo Napoleão - mais do que dupli­car a. rede asfaltadl). de estradas do Piauí.Por ISSO tem autoridade bastante paratrazer a esta Casa as suas palavras e osseus ensinamentos. Estamos seguindo osS~U5 pensamentos; e desde já, emboraainda desconheçamos a conclusão do seudiscurso, concordamos plenamente com oposíetonamento de V, Ex.a relativamentea. estradas de rodagem. Realmente, é pre­CISO terminar no Brasll o mito de que te­mos estradas de rodagem demais. É neces­sário saber que carecemos de todos os meiosde transporte, inclusive de estradas de ro­dagem. Se assim não fosse, representantesde todos os Estados aqui não reclamariamtanto mais rodovias. .

O SR. MURILO REZENDE - Muito obri­gado a V. Ex.", Deputado Nunes Leal téc­nico de renome neste Pais no seto~ dostransportes e que ocupou, nos últimos 4anos, na admtnlstracão do Rio Grande doSul, a Secretaria dos Transportes. V. Ex."diz muito bem - e é este o ponto a quedesejo referir-me: devemos continuar dan­do ênfase à construção rodoviária no País,à pavimentação das rodovias, para queessa modalidade de transportes comple­mente, indiscutivelmente, todas as outrasconhecidas e utilizadas atualmente pelohomem. .

Convém observar, Sr. Presidente, 81'S.Deputados, que o primeiro esforco brasilei­ro de planejamento concentrou-se no setorde Viação, embora inicialmente situado na­quela fase a que se convencionou chamarde "planejamento ocasional", que perdurouaté a década de 30, e que se caracterizapela ocasionalidade e descontinuidade comque as administrações encaravam proble­mas que exigiam ação constante e previa­mente elaborados. Assim, embora não OÜ':'dais, foram elaborados o Piano Morais ­1869; o Plano QueIroz - 1874; o Plano Re­bouças - 187;1'; o Plano Bicalrio - 1881;o Plano Bulhões - 1882; o Plano da Co­missão de 1890, além de estudos dos Enge­nheiros Paulo de Frontin, José Baptista ­1926 - e Pandíá Oalógeras - 1926.

No entanto, vale lembrar que todas asConstituições da República, desde a. de 1891,previam, direta ou indiretamente, a com~petêncía da União para legislar sobre osetor de Viação. .

Oom o Plano Geral de Viação Nacíonal;de 1934, se pode afirmar ter-se inaugurado,no setor transporte, a fase do "planeja­mento empírieo", ou seja, aquela em queos planos começam a surgir como resultadode intenção governamental de vincular suaatividade a algum objetivo previamenteformulado, ou, ao menos, a recursos prefi­xados e especialmente alocados a determi­nadas realizações públicas. São tambémdessa fase o Plano do Departamento Na­cional de Estradas de Rodagem, de 1937'05 Planos Rodoviârios de 1944 e 1956 e démodo mais aprimorado, o Plano Na:ci~na1de Viação, de 1964.

Não será demais destacar alguns trechosda Exposição de Motivos em que, em de­zembro de 1972, os Mínistros da Aeronáu­tica e dos 'Pransportes submeteram ao Pre­sidente da República o Projeto do novoPlano Nacional de Viação, assinalando: :

"Em síntese, há que :onsiderar que,no processo de elaboração do Plano ora

Setembro de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6811

em exeeução,' conquanto tenha sidomantida, em seu aspecto geral, a estru­tura física básica das diretrizes e ins­talações viárias, inovou-se, contudo, noque diz respeito à introdução, no pró­prio texto do instrumento legal, depríncípíos e normas fundamentais quese pretende sejam disciplinadoras eorientadoras de todo o Sistema Nacio­nal de Viação, abrangidos os níveís fe­derais, estaduais e municipais e inclu­sive a' navegação marítima, hídrovíá­ria e aérea, com o objetivo de obter-seo máximo aproveitamento de recursos,a mínímízação dos custos e, enfim, aotimização de soluções com a desejadauniformidade dos planejamentos go­vernamentais:'

Em síntese, o Plano Nacional de Viaçãoprevê:

- Integração e coordenação das diversasmodalidades de transporte;

- Coordenação do planejamento nos di­ferentes níveis da...J:xecução -Federal, Es­tadual e Municipal;

- Preconízação de estabelecimento deescritórios de prioridades relativos à ela­boração e aplicação de Planos Diretores,Estudos de Viabilidade Técnico-Econômi­cas e Projetos Finais de Engenharia;

- Enfatização não somente das priori­dades de investimentos, como também dosproblemas operacionais dos Serviços de'I'ransporte, visando, sobretudo, à sua efi­ciência e modernização tecnológica.

Muito válidas, Sr. Presidente, são as di­retrizes estabelecidas pelo Governo do emi­nente Presidente Geisel para a recuperaçãodo Sistema Viário Nacional, dando ênfaseao reaparelhamento ferroviário do Pais eabrindo novas perspectivas de circulaçãode riquezas, com vistas ao programa dosCorredores de Exportação. A prioridadedada ao setor ferroviário do Centro-Sul doPais, com investimentos maciços na eons­truçâo de novos ramais e melhoramentodos já existentes, com prevísão de sua ele­trificação progressiva, trará, não temosdúvida, beneficios incalculáveis à economianacional, atualmente às voltas com a crisedo petróleo' do Oriente Médio, que abaloua estrutura mundíal.

É evidente que ao Brasil interessam to­dos os tipos de transportes, dada a sua con­dição de Pais de dimensões continentais.Não se pode prescindir, por exemplo, naAmazônia, dos transportes aeroviário e flu­vial; no Centro-Sul, do transporte ferro­'viário; em toda a faixa litorânea, do marí­timo. Mas, fundamentalmente, em qual­quer parte do território nacional, o emba­samento do sistema de transportes repou­sa no esquema rodoviário. Ê o caminhãoque dá maior mobilidade e que eomplemen­ta todas as outras modalidades viárias.

Ê de toda conveniência, portanto, que asautoridades de planejamento do 'País en­carem o problema dos transportes com aobjetividade que o desenvolvimento nacio­nal está a exigir.

Ao mesmo tempo em que se deve promo­ver o reapareíhamento dos nossos portos eaeroportos; reaparelhar e eletrífícar o sís­tema ferroviário, deve estimular-se cadavez mais no Pais mentalidade rodoviáriaque nos permita alcançar, a curto prazo, osíndíces de desenvolvimento atingidos pelasgrandes nações industrializadas, uma vezque esta é a modalidade de transporte maiseficiente e prática na circulação de rique-

'1Ilas de um pais.Sr. Presidente, Srs. Deputados, os Inves­

tímentos federais não têm sido satisfatórios

para permitir uma política de atendimentocapa)! de acompanhar a demanda dostransportes no Brasil. Quase diariamentechegarA reclamações de todos os recantosdeste Pais, através de pronunciamentos eapelos feitos nesta Casa. Na verdade, ve­rifica-se que é menor, a cada ano, perceri-

. tualrnente, a participação do Ministério dosTransportes no Orçamento da União. Noano de 1970, foi de 21,21%; em 1971,13,92%;em 1972, 13,50%; em 1973, 12,54%; em 1974,11,46%, e em 1975, de apenas 6,4%.

O Sr. Célio Marques Fernandes - NobreDeputado, aborda V. Ex. a problema de gran­de valia, de grande importância para nossaPátria, porquanto o Brasil, pelo seu tama­nho, pelas suas proporções, exige, cada vezmais, estradas para que mais se desenvolva.Entretanto, o Governo do Presidente Mé­dici dedicou-se quase que exclusivamenteao setor rodoviário - e o fez 'bem, porqueabriu estradas em locais onde ninguémantes podia imaginar pudessem ser abertas- deixando para segundo plano os setoreshidrovíárlo e ferroviário. Mas acho que otransporte de massa está. a exigir, nas cida­des, de cidades para cidades e- entre Esta­dos e Municípios sejam considerados tam­bém ó transporte ferroviário e o hidroviário.Felizmente o atual Governo tomou provi­dências enérgicas, positivas e objetivasneste particular. Quero felicitar V. Ex.a,que trouxe um trabalho sério, muito deli­cado. Todos estaremos ao seu inteiro disporpara ocupar a tribuna no sentido de mos­trar ao Governo que tudo que se fizer emfavor do transporte no Brasil ainda serápouco para o desenvolvimento da nossa Pá­tria.

O SR. MURILO RÉZENDE - Obrigado aV. Ex.a pelo aparte. Gostaria que a Casalevasse tal sentimento de meu discurso. omesmo que V. Ex.a acaba de expressar, 'nosentido de que devemos investir mais nosetor transportes, seja ele rodoviário, fer­roviário ou de cabotagem, este tão desas­tradamente abandonado há muitos anos,Agradeço a V. Ex. a , que tão bem síntettzou .o meu pronunciamento em seu aparte, queincorporo com satisfação ao meu discurso.

Concluo, Sr. Presidente.

Salvo melhor juizo, achamos de todo ne­cessário que os investimentos no setor dostransportes continuem crescentes e priori­tários, a fim de que o Brasil passe a ocupar,em futuro não muito distante, a posição dedestaque que lhe está reservada entre asgrandes nações.

Era o que tínhamos, Sr. Presidente, paraa oportunidade.

Durante o discurso do Sr. MU1'ilo Re­zende, o Sr. Ubulâo Barem, suotente deSecretário, deixa a cadeira da presidên­cia, que é ocupada. pelo Sr. Herberi:Levy, 10 - Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Herbert, f,evy) ­Está findo o tempo destinado ao Expedi­ente.

Vai-se passar à Ordem do Dia.

Comparecem mais os Srs.:Lauro RodriguesAntônío Florênclo

AmazonasRafael Faraco - ARENA; Raimundo Pa­

rente - ARENA., Pará

Gabriel Hermes - ARENA; Jader Bar­balho -- MDB; Jorge Arbage - ARENA;Juvêncio Dias - ARENA; Ubaldo Corrêa ­ARENA.

MaranhãoEurico Ribeiro - ARENA; João Castelo

- ARENA; Magno Bacelar - ARENA; Te­místocles Teixeira - ARENA.

PiauíCorreia Lima - ARENA; Dyrno Pires ­

ARENA; Paulo Ferraz - ARENA.Ceará

Antônio Morais - MDB; Claudíno Sales- ARENA; Flávio Marcilio - ARENA; Ja­nuárío Feitosa - ARENA; Jonas Carlos ­ARENA; Paulo Studart - ARENA.

Rio Grande do NorteFrancisco Rocha - MDB; Pedro Lucena

.- MDB; Wanderley Mariz - ARENA.Paraíba

Antônio Gomes - ARENA; Humberto Lu­cena - MDR

PernambucoCarlos Alberto Oliveira - ARENA; Ino­

cêncio Oliveira - ARENA; Jarbas Vascon­celos - MDB; Joaquim Coutinho - ARE­NA; Joaquim Guerra - ARENA; SérgioMurillo - MDB; Thales Ramalho - MDB.

Alagoas

Antonio Ferreira - ARENA; José Costa-- MDB; Theobaldo Barbosa - ARENA.

BahiaAntonio José - MDB; Henrique Brito ­

ARENA; Horácio Matos - ARENA; Loman­to Júnior - ARENA; Ney Ferreira - MDB;Prisco Viana - ARENA; Rogérlo Rêgo ­ARENA; Rômu10 Galvão - ARENA; VianaNeto - ARENA; Vieira Lima - ARENA.

Espírito Santo

Aloisio Santos - MDB; Mário Moreira ­MDB; Oswaldo Zanello - ARENA.

Rio de JaneiroAlair Ferreira - ARENA; Alberto Laví­

nas - MDB; Alcir Pimenta - MDB; Al­varo Valle - ARENA; Amaral Netto ­ARENA; Brígldo Tinoco - MDB; DanielSilva - MDB; Francisco Studart - MDB;Hélio de Almeida - MDB; Hydekel Freitas- ARENA; Joe1 Lima - MDB; Jorge Mou­ra - MDB; José Bonifácio Neto - MDB;José Maria de Carvalho - MDB; LeônídasSampaio ~ MDB; Luiz Braz - ARENA;Marcelo Medeiros _. MDB; Moreira Franco- MDB; Osmar Leitão - ARENA; PedroFaria - MDB; Peixoto Filho - MDB; Ru­bem Medina - MDR

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Altair Chagas ­

ARENA; Bento Gonçalves - ARENA; Fran­celino Pereira - ARENA; Genlval Touri­nho - MDB; Geraldo Freire - ARENA;Jairo Magalhães - ARENA; Jorge Ferraz- MDB; Manoel d'" Almeida - ARENA;Navarro Vieira - ARENA; Nelson Thibau- l'JIDB; Raul Bernardo - ARENA; SinvalBoaventura ARENA; Tarcísío Delgado- MDB.

São PauloA.H. Cunha Bueno - ARENA; Airton

Sandoval - MDB; Airton Soares - MDB;Amaral Furlan - ARENA; Blotta Junior ­ARENA; Cantidio Sampaio - ARENA; Car­doso de Almeida - ARENA; Diogo Nomura- ARENA; Faria Lima - ARENA; FerrazEgrcja - ARENA; Gioia Junior - ARENA;Ivahir Garcia - ARENA; Pedro Carola ­ARENA; João Arruda - MDB; João Cunha- MDB; João Pedro - ARENA; José Ca­margo - MDB; Otavio Ceccato - MDB;Pacheco Chaves - MDB; Ruy Côdo ­MDB; Salvador Julianelli - ARENA; aan­tilli Sobrinho - MDB; Sylvio Venturolli ­ARENA; Yasunorí KmlÍgo - MDS.

6812 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) SeteUibro de 1975

Goiás

Ary Valadão - ARENA; Elcival Caiado_ ARENA; Fernando Cunha - MDB; Ge­nervino Fonseca - MDB; Hélio MauroARENA; Rezende Monteiro - ARENA.

Mato Grosso

Benedito CanelIas - ARENA; ValdomiroGonçalves - ARENA; Walter de Castro ­MDB.

Paraná

Adriano Valente - ARENA; Alipio Car­valho _ ARENA; Antônio Anrnbelíí ­MDB' Antonio Beliriati - MDB; Braga Ra­mos:- ARENA; Cleverson Teixeira - ARE­NA' Flávio Giovini - ARENA; Igo Losso_ ÁRENA; italo Conti - ARENA; MinoroMiyamoto - ARENA; NÇlrton MacêdoARENA; Santos Filho - ARENA.

Santa Catarina

Angelino Rosa - ARENA; Aroldo Carva­lho - ARENA; Ernesto de Marco - MDB;Jaison Barreto - MDB: José Thomé ­MDB; Luiz Henrique - MoB; Nereu Gu~di_ ARENA:; Valmor de Luca - MDB; WIl­mar Dallanhol - ARENA.

Rio Grande do Sul

Alberto Hoffmann - ARENA; AlexandreMachado - ARENA; Arlindo Kunzler _.ARENA; Augusto Trein - ARENA; CarlosSantos - MDB; Cid Furtado - ARENA;Eloy Lenzí - MoB; Fernando Gonçalves_ ARENA' Getúlio Dias - MDB; João Gil­berto - MIJB; Jorge Uequed - MDB: JoséMandelli _ MDB; Lauro Leitão - ARENA;Magnus Guimarães - MDB; Mário Mondi..no - ARENA; Nadyr RossettI - MDB; Nor­berto Schmidt - ARENA; Rosa FloresMDB.

. VI - ORDEM DO DIA

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) - Alista de presença acusa o comparecimentode 341 Deputados.

08 Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo,

O SR. JOSÉ CAMARGO - projeto delei que revoga dispositivo da Consoli­dação das Leis do Trabalho

O SR. LINcoN GRlLLO - Projetode lei que isenta entidades sindicais decontríbuírem, como empregadoras, parao INPS.

A SRA. LYGIA LESSA BASTOS ~Projeto de rei que dispõe sobre fl tra­balho do excepcional nas oficinas pro­tegidas e em trabalho competitivo,

O SR. FERNANDO CUNHA - projetode lei que acrescenta dispositivo a Lein,> 5.108, de 21 de setembro de 1966(Código Nacional de Trânsito).

O SR. JG DE ARAÚJO JORGEprojeto de lei que regulamenta a propa­ganda de produtos de fumo e bebidasalcoólícas, através da imprensa, rádioe televisão.

O SR. DIAS MENEZES - Projeto delei que assegura direitos a' ex-funcio­nários civis da União, nos casos e con­dições que especifica.

O SR. AMAURY MfJLLER - Projetode lei que dá denominação ao aeroportode Santo Angelo, no Estado do RioGrande do Sul.

O SR. RUBEM DOURADO - Propos­ta de emenda constítucíonal que modi­fica a redação do § 1.0, do art. 175, daConstituição da República Federativado Brasil, que dispõe sobre a índíssolu­bilídade do casamento.

O SR. AIRTON SANDOVAL - Pro­jeto de lei que responsabiliza o Ohefe

do Executivo Egtadual ou Municipal que,no último trimestre de seu mandato,avança nas dotações do orçamento doano financeiro, com prejuízo da exe­cução orçamentária do sucessor, acres­centando disposições à Lei n,v 4.320, de17 de março de 1964, que estatui normasgerais de Direito Financeiro para ela­boração e controle dos orçamentos ebalanços da União, dos Egtados,. dosMunicípIos e do Distrito Federal.

- Projeto de lei que altera e acres­centa dispositivos na Lei n,v 5.107, de13 de setembro de 1966, que criou oFGTS.

O SR. PEDRO LAURO - Projeto delei que acrescenta dispositivos à Lein.O 4.117, de 27 de agosto de 1962 (Có­digo Brasileiro de Telecomunicações).

O SR. OTAVIO CEOCATO - projetode lei que introduz modificações naConsolidação das Leis do Trabalho,art. 279 - § 1.0

O SR. CÉLIO MARQUES FERNAN­DES - Requerimento de consignaçãonos Anais da Casa de voto de congratu­lações com o povo do Murríeipto deNão-Me-Toque, Rio Grande do Sul, peloresultado do plebiscito que lhe permitiuvoltasse a usar a sua antiga denomina­ção.

O SR. SIQUEIRA CAMPOS - Pro­jeto de lei que autoriza á Caixa Econô­mica Federal a destinar verbas dosprêmios não procurados pelos ganhado­res sorteados na Loteria Federal e jáprescritos à concessão de Bolsas de Es­tudos para alunos das universidadesoficiais ~ particulares.

O SR. JOSÉ DE ASSIS - Projeto delei que acrescenta parágrafos ao art. 31do Código Nacional de Trânsito.

O SR. ERNESTO VALENTE - Pro­jeto de lei que institui o "Dia do Técni­co de Administração".

O SR. NORTON MACEDO - projetode lei que dispõe sobre causa de especialaumento de pena quanto aos crimes'COntra a Administração Pública prati­cados por ocupantes de cargos em co­missão ou de funções de direção ou as­sessoramento de órgão da Administra­ção Direta, sociedade de economia mis­ta, empresa pública ou função institui­da pelo Poder Público e regula ~a formade seu procedimento.

O SR. GASTA0 MtJLLER -Propostade emenda constitucional que altera aredação do art. 29 e seu parágrafo 1.°da oonstítuição Federal.

O SR. FRANCISCO AMARAL - Pro­jeto de lei que altera e acrescenta dis­posrtívo à Lei n.v 6.091, de 15 de agostode 1974, que dispõe sobre o fornecimen­to gratuito de transporte, em dias deeleição, a eleitores residentes nas zonasrurais..

O SR. FLORIM COUTINHO - Re­querimento de informações ao Sr. Mi­nistro da Indústria e do Comércio so­bre a Administração da ComissãoExecutiva do Sal e a política salíneírado País.

O SR. ANTôNIO MORAIS - Projetode lei que dispõe sobre a concessão deauxilias federais aos sistemas estaduaisde ensino,

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) _Vai-se passar à matéria constante da Or­dem do Dia.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Há sobre a mesa e vou submeter a' votos oseguinte

REQUERIMENTOSenhor Presidente,Na forma regimental, requeiro urgência

para a tramitação do Projeto de Lei n.o756/75.

Sala das Sessões, em 3 de setembro de1975. - Blotta Junior - Israel Dfas-Novaes,

O SR. PRESIDENTE (Herberf Levy) ­Os Srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­

Há sobre a mesa e vou submeter a votos oseguinte

REQUERIMENTOSenhor presidente,Na forma regimental, requeiro urgência.

para a tramítação do Projeto de Lei n.o757/75.

Sala das Sessões, em 3 de setembro de1975. - B1utta Juniur - Israel Dias-Novaes.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Os srs. que o aprovam queiram ficar comoestão. (Pausa.)

Aprovado.O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy)

Nos termos do artigo 86, § 3.0 , do RegimentoInterno, convoco a Câmara dos Deputadospara uma Sessão Extraordiná.ri~Matutina,amanhã, às 10 horas, destinada a trabalhodas Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) -Votação do Requerimento n.? 29, de

1975, que requer a convocação do Sr. Mi­nistro da Fazenda, para prestar infor­mações sobre as providências que estãosendo tomadas pelo governo [lontra asmultínacíonaís, que estão causandoprejuízos aos produtores de soja. (Do Sr.Antônio Bresulín.) Relator: Sr.Herbert Levy.

O SR. PRESIDENTE CHerbcl't Levy) ­Tem a palavra o Sr. Célio Marques Fernan­des, para encaminhar a votação.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES(ARENA - RS. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, nobres Deputados, o atuantee dínâmíeo Deputado Antônio Bresoltn re­quereu a convocação de S. Ex." o Sr. Minis­tro da Fazenda para prestar informações aesta Casa sobre as providências que estãosendo tomadas pelo Governo contra as mul­tínactonaís, que estão causando prejuízosaos produtores de soja.

Acho, Sr. Presidente, que o ilustre Depu­tado, ao assim se dirigir nesse requerimento,previa a vinda _do Sr. Ministro para falarsobre a soja. Depois, o problema evolulu. Foicriada nesta Casa uma Comissão Parlamen­tar de Inquérito que, com amplitude, estáestudando o problema das multínacicnaís.Então, raciocino da seguinte forma: se for­mos favoráveis à vinda do Ministro, S. Ex.'"viria apenas para falar sobre o prejuízo queas multínacíonaís têm causado aos produ­tores de soja. Como o Sr. Ministro f!\larána CP!, não resta dúvida de que esta Casa'não deve aprovar o requerimento. Nós, quedesejamos interrogar S. Ex." a respeito dosproblemas das rnultmacíonaís, estamos in­teressados em vê-lo na Oomíssâo Parlamen­tar de Inquérito, e não neste plenário, por­que poucos Deputados poderão fazer perr­

guntas a S. Ex.", dada a exlqüidade detempo. Por isso felicito o ilustre Deputado,autor do requerimento, que mais uma vez,mostra como é dinâmico e interessado pelosproblemas nacionais.

'Não temos possibilidade de votar o re­querimento, porque S. Ex.", o Sr. Ministroda Fazenda, obrigatoriamente virá depor na

Setembro de 1975

Comissão Parlamentar de Inquérito, queestá fazendo um trabalho sério, esclarecen­do todas as dúvidas sobre as multtnaoíonaís.

Eis, então o meu ponto de vista: esta Casanão terá outra alternativa a não ser nãoaprovar o requerimento, porque S. Ex."não poderá vir aqui duas vezes, uma paratratar do problema da soja e outra para de­por perante a CPI.

Era o que tinha a dizer.O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­

Tem a palavra o Sr. Humberto Lucena, paraencaminhar a votação.

O SR. HUMBERTO LUCENA (MDB - PB.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, vem-se tornando práticaintolerável a posição que a Aliança Reno­vadora Nacional vem assumindo contra asconvocações dos Srs. Ministros de Estadopara virem ao plenário desta Casa ou àspróprias Comissões técnicas.

Há pouco tempo foi derrotado o requeri­mento do Movimento Democrático Brasílei­1'0 convocando o Sr. Ministro da JustIça paraque S. Ex." esclarecesse alguns episódios re­lacionados com violações de direitos huma­nos. Há alguns dias, na qualidade de Presi­dente da Comissão de Comunicações - ten­do em vista um programa de debates apro­vado por aquele órgão técnico, a fim de re­colher o máximo de dados para a discussãoe votação do novo Código de Telecomunica­ções, a ser encaminhado ao Congresso Na­cional neste semestre pelo Sr. Presidente daRepública - procurei, em companhia dosVice-Presidentes da Comissão, o Sr. Arman­do Falcão, Ministro da Justiça, para convi­dá-lo a vir ao nosso pequeno plenário, afim de dialogar sobre assuntos pertinentesà sua Pasta, na área das comunicações,como programação de TV e problema.'I rela­cionados com a censura de diversões e es­petáculos públicos, de acordo com o esta­belecido na Constituição Federal. Qualnão foi minha surpresa, Sr. Presidente e 81'S.Deputados, quando, apesar da maneira cor­tes com que S. EX." nos recebeu, a Lideran­ça da ARENA nesta Casa desaconselhou asua presença na Comissão de Comunicações.

O diálogo, que é tão necessário e indis­pensável mesmo à boa prática democrática,sobretudo quando se procura, por todos osmeios, lutar pelo aperfeiçoamento das insti­tuições políticas, está sendo evitado pelaslideranças mais influentes da ARENA, pelomenos nesta Casa do Congresso Nacional.

Agora o Deputado Antômo Bresolin apre­senta um oportuno requerimento, solicitan­do a convocacão do Sr. Ministro da Fazen­da, o Economista Mário Henrique Simonsen,técníeo de talento e vasta cultura, para que,desta tribuna, prestasse os necessários es­clarecimentos à Naçâe sobre os problemasrelacionados com a produção do soj a no RioGrande do Sul e sobre os prejuízos que es­tariam causando à sua comercialização aschamadas empresas multlnactonuís, cujaperniciosa influência em nossa economiaestá sendo pautada por uma Comissão Par­lamentar de Inquérito, que se encontra comseus trabalhos em andamento nesta Câ­mara.

Então, Sr. Presidente, que pelo menos nes­ta hora a Aliança Renovadora Nacional ve­nha ao nosso encontro e dê o seu apoio aorequerimento de convocação do Sr. Minis­tro da Fazenda, para que 8. Ex. a , com o seuvalor, possa, desta tribuna, não só trazeresclarecimentos quanto ao nroblema do sojano Rio Grande do Sul, mas também prestaro seu depoimento histórico sobre o papelque as multinacionais vêm desempenhandona economia nacional. Realmente, se o re­querimento do nobre Deputado AntônioBresoltn procura levantar um problema decaráter regional, que dIz respeito mais aoRio Grande do Sul e Estados vizinhos, por

DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I>

outro lado, não cria qualquer obstáculo aque os Deputados procurem colocar peran­te o Sr. Ministro outros aspectos relaciona­dos com a atuação das multínacíonaãs noBrasil.

Sr. Presidente, aqui fica meu veementeapelo à Aliança Renovadora Nacional paraque, revendo a sua posição no tocante àeonvccaeáo de Ministros de Estado, venhaao nosso encontro, admitindo nesta tribunaum representante do Poder Executivo, paraque possamos, em nome do povo brasileíro,restabelecer o diálogo com as autoridadesgovernamentais mais responsáveis pela con­dução da política econômica. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Tem a palavra o Sr. Cardoso de Almeida,para encaminhar a votação.

O SR. CARDOSO DE ALMEIDA (ARENA- SP Sem revisão do orador.) - Sr. Pre­sidente, Srs. Deputados, o requerimento doDeputado Antônio Bresolin, Iíder da agri­cultura do Rio Grande do Sul, merece seraceito. Seria uma oportunidade para o MI­nistro da Fazenda esclarecer a todos nósa respeito da injustiça que se tem praticadócontra os comerciantes do soja.

Na realidade, o Deputado Antônio Breso­lín, atirando no que viu, vai acertar no quenão viu, porque a acusação de que os co­merciantes são sempre os culpados pela os­cilação de preços e pelos prejuízos dos pro­dutores não é procedente. E S. Ex.a o Sr.Ministro da Fazenda poderá atestá-lo, poisbem conhece o problema. Desta tribunamuitas vezes critiquei a orientação estatí­zante da CACEX, com seu sistema de con­tingencíamento de exportação.

Várias vezes o soja poderia ter sido ven­dido a preços superiores, e no entanto talnão aconteceu. Por exemplo: em outubrodo ano passado havia comprador de outropaís para todo o excedente de soja, até 340dólares a tonelada. A CACEX impediu essavenda para o futuro.

O Brasil, hoje, é um dos maiores produ­tores mundiais de soja, como também égrande produtor de algodão, de milho e deoutros produtos agrícolas. E, como não sepode comercializar a mercadoria de lima sóvez, as futuras vendas garantem a coloca­ção do produto. Quando se colhe soja ouquando há uma grande safra de milho oude algodão, a maior parte já deverá tersido vendida. O dinheiro, assim, já terá en­trado. Não será necessário armazenar. Osnavios vão carregando e, portanto, vai-seexportando esses excedentes que deprimemos mercados na época da safra.

Os comerciantes são acusados erradamen­te. Na verdade, boas vendas do nosso sojae de outros produtos agrícolas têm sido sís­tematicamente impedidas pelo órgão con­trolador. Dai, toda esse celeuma na épocada safra.

Nos Estados Unidos, a liberdade de ex­portação foi restaurada não apenas para osoja, mas também para o milho e o algodão.

O representante da Embaixada america­na, para assuntos da agricultura, demons­trou, no órgão especializado desta Casa, quequando houve eontíngencíamento, em 73,prejudicou-se em muito até a produção doano seguinte. Essa proibição de exportarimpossibilitou o produtor de conseguir pre­ço real de eoncorrêncía entre o consumo in­terno e a exportação.

Na verdade, culpada por isso é a políticaseguida pela CAOEX, que tem dado margema que se acusem os comerciantes. O soja évendido no mercado internacional. Não háculpado por isso. Quando um órgão do Go­verno impede a exportação e quando pro­duzimos muito mais do que consumimos, élógico que o mercado seja levado a essassoluções.

Quinta-feira ~ 6813

Por incrível que pareça, o que sempre te­nho visto, como produtor rural há mais detrinta anos, como líder da agricultura nomeu Estado, Deputado Federal, Presidentede órgãos de classe, Diretor de Federaçõese de Confederação de Agricultura, é a in­j ustíça que se comete ao querer-se imporao comprador a culpa por problemas domercado.

A confusão é tanta que, outro dia, multi­nacionais que atuam dentro do País estavamreclamando porque as multinacionais lá defora estavam comprando todo o produto dascooperativas e das cotas. Assim, impediamàs multinacionais que atuam no Brasil, oacesso à mercadoria. Então, até multínacío­naís lá de fora estavam sendo acusadas pormultmacíonaís internas, que dizem que têmfábrica, capital, executivos, operários, e queficam prejudicadas, às vezes, até para po­der comercializar mercadoria, quando estaé toda desviada para outros setores que, emúltima análise, vendem para multinacionaisque nem aqui estão. Na realidade, nessassafras brasileiras, é preciso permitir liber­dade de exportação, em caráter definitivo,sem cota de privilégio. E o Sr. Ministro,que é um homem de grande inteligência,de grande capacidade, formidável constru­tor da nossa politica econômica e rínanoeí­ra, se vier aqui, só poderá nos esclarecer e,inclusive, receber sugestões da nossa Casapara que dirima essas dúvidas, simplifiquea questão das exportações e tire à CACEXo direito de atrapalhar sistematicamenteuma boa comercialização de nossas safras.

O 8R. PRESIDENTE (Herbert Levy) _Tem a palavra o Sr. Israel Dias-Novaes,para encaminhar a votação.

O SR. ISRl'\EL DIAS-NOVAES (J\'lDB _SP. Sem revisão do urador.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, não vejo por que ra­zão manifeste assim a Aliança RenovadoraNacional tanto temor pela presença de umMinistro de Estado neste plenário. Recor­dam os Deputados antigos, sobretudo osanteriores a 1969, o que eram as presençasde Ministros de Estado nesta Casa. Corrvo­cavam-se numerosos Ministros, estadistasda maior responsabilidade na vida da Re­pública, e acorriam eles prontamente a esteplenário.

Recorda V. Ex. a , Sr. Deputado HerbertLevy, de jornadas importantes na vida doLegislativo brasileiro, quando aqui vieram,por exemplo, o Ministro das Relações Exte­rlores, Magalhães Pinto, depor sobre a po­lítica externa do nosso Pais; o então Minis­tro da Indústria e do Comércio, GeneralMacedo Soares, depor sobre a política ca­feeira do Brasil. Eram verdadeiras festasdemocráticas, eram oportunidades que ti­nham OEl Deputados de entestar com os re­presentantes qualificados do Executivo. Esempre, neste plenário, se tinha a impres­são nítida de que os Ministros de Estadoestavam, na verdade, interessados em com­parecer ao Poder Leglslatívo para aqui de­monstrar o acerto de suas decisões ou re­ceber críticas à sua conduta.

Agora, não, Sr. Presidente. Não sei queforcas atuaram sobre este País c este Go­verno que qualquer convocação de Ministrode Estado recebe a pronta rejeição da ban­cada da Maioria. Somos levados a cometera injustiça de considerar que a ARENA nãoconfia na gestão dos seus estadtstas. Elateme que eles aqui venham e respondamclara e frontalmente às indagações dos Srs.Deputados.

Temos em debate, nesta tarde, o requeri­mento de convocação do Sr. Ministro daFazenda, Dr, Mário Henrique Simonsen, pa­r-a aqui vir depor sobre a política desem­penhada pelo Executivo na comercializa­ção do soja. O Deputado Antônio Bresoliné conhecido em todo o Pais pela sua se-

6814 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (~eção I) Setembro de 19'75

ríedade, pela maneira honrada com queexerce seu mandato, seria o antídemagogopor excelência. Pois S. Ex." apresenta re­querimento judicioso e fundamentado. Quala alegação da Maioria? Não poderia sermais insubsistente: o Sr. Ministro de Es­tado dos Negócios da Fazenda já está con­vocado para depor sobre o mesmo assuntona CPI que examina as atividades das mul­tinacionais.

Ora, Sr. Presidente, é amesquinhar o pa­pel do Plenário da Câmara dos Deputadosconfundi-lo com o recinto restrito das Co­missões. Se já vai depor lá sobre o mesmoazsunto, por que depor aqui? É uma con­fusão deliberada e, a meu ver, maliciosa.Não podemos absolutamente comprimir atotalidade dos Deputados nas escassas di­mensões de uma comissão para ouvir depoi­mento que interessa não apenas a ela, ór­gão muito digno, mas à generalidade doPoder Legislativo.

Ao mesmo tempo, V. Ex.", Sr. Presidente,em boa hora, anuiu às ponderações doDeputado Bresolín, e está aqui no avulsoo parecer da Mesa. A Mesa aceitou o pe­dido. Examinou com seriedade, aprofun­dou-se na análise do requerimento elabo­rado pelo nobre Deputado Antônio Breso­Iín. Achou que tudo estava em ordem, queera oportuna e necessária a vinda do Sr.Ministro a esta Casa. Depois de tudo istovem a Liderança da Maioria e consideraque, apesar dessa aquíeseêneía, dessa anu­ência, dessa acolhida e desse apoio, não~~ve o Ministro vir a este plenário, eis queJa vai à CPI das Multinacionais. Não sepode estabelecer confusão desta ordem.

Pergunto a V. Ex.", Sr. Presidente, e àCasa: será que a Maioria, antes de propora rejeição do requerimento sob este lamen­tável argumento, cuidou de indagar do Sr.Ministro da Fazenda se deseja ou não vir;a este plenário? Chego a admitir, Sr. Pre­sidente e Brs, Deputados, que essa consultanão deve ter sido feita. Essa consulta nãopode ter sido feita, porque o Sr. Ministroda Fazenda não teria motivo algum parafugir ao debate livre no plenário da Câ.­mara, Não tem S. Ex." o que esconder: aocontrário, tem o que mostrar e deve mos­trar, urgentemente. Seria uma injustiça, se­rí-. uma injúria para com a efígie, paracom o perfil conhecido do atual Ministroda Fazenda, permitir que S. Ex." se escon­da atrás da Liderança da Maioria, para fu­gi- ao debate livre no plenário desta Casa.Não cometo essa injúria para com a ausên­cia do Sr. Ministro da Fazenda. Está S.Ex," desejoso de vir; está S. Ex." empenha­do em vir. Quem o sonega é a ARENA.Então precisamos dizer à ARENA que nãosangre tanto em saúde e permita que o Sr.Ministro da Fazenda se deixa levar peloseu próprio desejo e venha ao Poder Legis­lativo. Não escondam o Ministro; não es­condam a verdade que S. Ex." deve trazer aoplenário e sobretudo não menosprezem. nãoamesquinhem o trabalho de um parlamen­tar da estirpe e da grandeza do DeputadoAntônio Bresolin.

Sr. Presidente. temos de formular umapelo - quem sabe patético e exagerado ­à Liderança da ARENA para que, de umavez por todas, não confunda Comissão comPlenário. A Comissão pode perfeitamentenos acolher lá. mas deve-se levar em contaque a sua pauta de trabalho é sempre ex­tensa.

Este capitulo que ilustra e instrui o re­querimento do nobre Deputado Antônio Bre­solín constituirá apenas pequeníssima par­cela do depoimento a ser prestado pelo Mi­nistro na CPI das Multinacionais. Lá, quemsabe até por falta de tempo, não poderásequer S Ex.a abordar esse ponto importan­te da política da comercialização do soja.

Por outro lado, Sr. Presidente, o Depu­tado Antônio Bresolín, considerando a im­portância fundamental do assunto, inscre­veu-o como item único da convocação. Querdizer, o Ministro vem aqui para isto e in­clusive para expor de que maneira está obe­decendo à palavra do Presidente da Repú­blica ou dos órgãos responsaveis pelo setorno Pais, que pregam a necessidade de fu­girmos ao monopólio do café, à monocul­tura, partindo para o trigo e para o soja.(Muito bem.) Mas como partir para tal seplantamos o soja e depois não o vendemos,entregamo-lo miseravelmente às garrasaduncas das muitinacionais? Esta a ques­tão que precisa ser formulada.

Disse o Sr. Presidente Geisel - e não odisse o Ministro Simonsen porque não teveoportunidade, eis que essa oportunidade lheé negada pela ARENA - que somos bonspara plantar, mas péssimos para comercia­lizar. E somos péssimos para comercializarpor quê, Sr. Presidente? Porque só temoselementos e possibilidades de produzir. Occméreío foge das nossas mãos. Produtoscomo o soja, o café, o trigo, o algodão, oaçúcar são brnsileiros apenas até a chega­da ao porto. Deixando o porto, deixam deser brasileiros para Serem multínactonats,

Daí o zelo do Deputado Bresolin. S. Ex.aquer saber, depois de deixado o porto, saí­do das nossas mãos, abandonadas as nos­sas fronteiras, deixadas para trás as nos­sas terras, o que acontece com o fruto, oque acontece com o suor do trabalho dosnossos agricultores? Mas não quer saber dequem não pode informar, quer saber exa­tamente de quem detém os Instrumentosde fntormação, no caso, o Ministro da Fa­zenda. Foi a exasperação, foi o desespero,foi o tormento, foi a aflição dos plantado­res de soja do Sul que armaram o braçodo Deputado Bresolin ao elaborar essa con­vocação. S. Ex." não pode mais dar as ex­plicações que desejavam aqueles homensque plantavam, sofriam e enfrentavam asintempéries, para receber 60 cruzeiros pelasaca de soja, quando ela é negociada depoisnos Estados Unidos a 220 dólares a tonela­da.

Então, Sr. Presidente, quem sabe V. Ex.a,como pró-homem da ARENA, como um doshomens de bem deste País. responsável nãopela circunstância. mas pela perenidade doBrasil, quem sabe V. Ex." - e repito as suaspróprias palavras contidas neste avulso ­fará caridade aos produtores de soja doRio Grande do Sul influindo a ARENA nosentido de não sonegar a informação queo Ministro da Fazenda, per sua vez, nãopode sonegar à opinião pública do nossoPais. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levv) --<

Tem a palavra o Sr. Antônio Bresolin: paraencaminhar a votacão.

O SR. ANTõNIO BRESOLIN (MDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados. não é esta a primeira vezque tenho a honra de requerer a convocaçãode um Ministro de Estado para prestar in­formações a esta Casa. Esteve aqui, atravésde um pedido de convocação de minha au­toria, o ex-Ministro da Fazenda, DelfimNetto. S Ex.", embora não se tenha portadomuito bem com os Deputados, foi um ho­mem que ao menos nos prestou amplos es­clarecimentos.

E este requerimento de mínha autoriaestá rigorosamente de acordo com o Regi­mento Interno. Recebeu ele a chancela deum dos maiores Parlamentares do Brasil ­e posso dizê-lo porque foi membro da Co­missão que presidi durante dois anos - oDeputado Herbert Levy, seu Relator.

Diz S. Ex." o seguinte:"Convocação do Minist.ro da Fazenda.

Em requerimento encaminhado à Mesa,o nobre Deputado Antônio Bresolin(MDB - RS) solicita a convocação doSr. Ministro Henrique Simonsen, daPasta da Fazenda, a fim de esclareceraspectos sobre "providêncías que estãosendo tomadas pelo Governo contra asmultínaeínnaís, que mais uma vez estãocausando enormes prejuízos aos pro­dutores de soja."Em nove itens, o autor justifica as ra­zões da convocação, com base no art.278 do Regimento Interno.

ParecerO tema a que se refere o Deputado An­tônio Bresolin, enquadra-se no que dis­põe o art. 278 do Regimento Interno:convocação de Minl3tro de Estado "pararespostas sumárias sobre assuntos deinteresse nacional de suas respectivaspastas, os quais ficam sujeitos a apro­vação prévia da Mesa.Obedecendo a convocação a um rito su­mário, disporá o convocado de tríritaminutos - das 14,30 às 15,00 horas ­para esclarecer as questões que lhe fo­rem formuladas, nos termos do Reque­rimento.Tratando-se de assunto de relevante in­teresse nacional. e tendo em vista que odisposto no art. 278 do Regimento In­terno atende à. dinâmica do processolegislativo, opinamos pelo deferimentoda proposição.Este o nosso parecer.Brasilia, em 11 de junho de 1975.

Herbert Levy, 1.0 Vice-PresidenteRelator."

Sr. Presidente, 81'S. Deputados, é precisoque se esclareça aqui que a simples obsta­culízação da tramitação do meu requeri­mento - o Ministro da Fazenda deveriater sido convocado ainda no mês de junho- acarreta prej uízos enormes para a eco­nomia nacional e para milhões de pequenosplantadores de soja do ír.tertor de SãoPaulo, Santa Catarina, Paraná e, sobretudo,Rio Grande do Sul, o maior produtor desoja no Brasil. Só não sabem disso os Depu­tados que, recebendo os votos dos produto­res de soja, quando se trata de defender­lhes os interesses aqui, na Câmara, tergi­versam e não votam de acordo com o queprometeram durante as suas campanhaspolíticas.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Deputados, es­tranhamos que seja obstaeulízada a apro­vação do nosso requerimento. Quando o Sr.Ministro Severo Gomes, da Indústria e doComércio, viaja por diversos países, desen­volvendo uma política nacionalista, aqui, noBrasil não se permite sequer que o Ministroda Fazenda compareça a esta Casa paraesclarecer até onde houve interferéncia doGoverno contra a ação das multínacíonaísqne estão espoliando não apenas os nossosprodutores de soja, mas toda a Nação.

Quando viajo pela minha região, sobre­tudo no Vale do Uruguai, onde estão milha­res de produtores de soja, observo que, de­vido às manobras criminosas das multína­cíonaís, venderam eles milhares e milharesde sacas ao preço unitário de 60 cruzeiros,isto é, 10 cruzeiros inferíor, porque a sacade soja, de acordo com os meus cálculos eos depoimentos feitos na Comissão de Agri­cultura e Politica Rural desta Casa pelosPresidentes da Federação das Cooperativasde Santa Catarina, do Paraná, e de SãoPaulo, vale 70 cruzeiros.

Queremos, assim, pedir esclarecimentosao Sr.Ministro da Fazenda sobre o paradeirodesse dinheIro roubado dos nossos colonos,tirado da economia brasileira e que está

Setembro de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6815

servindo apenas para atulhar as arcas dasmultinacionais que operam dentro do nossoPais.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, a despeitodo que se fala nesta Casa, de maneira al­guma posso acreditar que a ARENA venhaa obstaculizar esse requerimento de convo­cação do Sr. Ministro da Fazenda, que, senão é um grande Ministro no sentido latoda expressão, é um grande Ministro porquesabe falar com espantosa agilidade. S. Ex. a

daria um show nesta Casa; S. Ex.a , homeminteligente, culto, que considero grande pa­triota, traria para aqui os esclarecimentosdesejados e diria à Nação até que ponto vaia influência do Governo junto às multína­cionais.

Por que, então, Sr. Presidente e Srs. Depu­tados, privar o Sr. Ministro da Fazenda decomparecer a esta Casa para prestar asinformações de que necessitamos? Todossabem que no Brasil, de modo especial pelaOposição, o Sr. Delfim Netto era tido comouma espécie de ditador. Mas S. Ex. a , aten­dendo a requerimento de minha autoría,compareceu a esta Casa e prestou todas asinformações que foram solicitadas, durantemais de três horas, pelos Deputados Fe­derais. Espero que a ARENA reexamine esteassunto.

Quanto a mim, teria imenso prazer emve: S. Ex.a aqui e poder voltar ao Rio Gran­de do Sul, amanhã ou depois, e, percorrendotoda aquela região, onde agricultores foramsacrificados, dizer que o Governo não foiculpado, que o Sr. Ministro da Fazenda veioli esta Casa e deu as explicações necessárias.Mas, se isto não acontecer, naturalmentevoltarei àquela região e direi justamente <Jcontrário: que <J Governo é o maior respon­sável pelo saque praticado contra milharesde produtores e contra a economia do País.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­

Tem a palavra o Sr. Blotta Júnior, paraencaminhar a votação.

O SR. BLOTTA .JÚNIOR (ARENA - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,antecipou a liderança da Oposição nestaCasa a posição que a Maioria iria assumir.Ouvimos com a maior atenção todas as ra­zões expendidas pelos nobres Deputados doMovimento Democrático Brasileiro, tentan­do convencer o Plenário da necessidadeinadiável do comparecimento do Sr. Minis­tro da Fazu1da à Câmara dos DeIJ,Utados.

Ora, está previsto que o Sr. Ministro daFazenda vai comparecer à Câmara dosDeputados. E, por mais que <J DeputadoIsrael Dias-Novaes queira mínímízar, de­saprecíar, ínteríorízar a importância deComissão Parlamentar de Inquértto quetrata das multínacíonaís, a ARENA enten­de que uma CPI desta envergadura é o ce­nário apropriado para que <J titular da Fa­zenda preste o seu depoimento não apenassobre a soja, mas sobre todos os assuntosafetos à sua pasta.

Quem se demorar nos detalhes do reque­rimento do Sr. Deputado..Antônio Bresolinverá que toda a veemência da argumenta­ção de S. Ex.a se esboroa pelo simples fatode que não malogram seus esforços e nãose frustra sua iniciativa se o Ministro nãovier a Plenário e for interrogado, indaga­do, verrumado por S. Ex.a na ComissãoParlamentar de Inquérito das multínacío­nais.

O art. 278 do Regimento Interno preco­niza que o Sr. Ministro dará respostas su­márias sobre assuntos da sua Pasta, das14,30 às 15,00 horas. Agora, ficar S. Ex.a 10horas na Comissão Parlamentar de Inqué­rito é menos importante para os nobresLíderes e Deputados da Oposíçâo.. (Palmas.)

Talvez por isso o Deputado Bresolin, emquem reconheço publicamente assistiremtodas as magníficas qualidades que lheatribuiu o Líder da Oposição - Deputadosério, honesto, bem intencionado - deixoude estar na Comissão de Saúde na manhãde 14 de maio de 75, quando o Ministroaqui compareceu, sem M galas, os ouropéis,os refletores do plenário, para responderàs matérias que lhe foram perguntadas. Eno mesmo dia, às 15,30 horas, o DeputadoBresolin apresentava seu requerimento.

S. Ex.a também não desejou comparecerà Comissão de Finanças na manhã do dia5 de junho de 75, quando o Sr. Ministro d~

Fazenda ali esteve e, durante cinco horase meia, das 10 às 15,30 horas, infatigavel­mente, incansavelmente, respondeu a to­das as perguntas que lhe foram formula­das pelos representantes da Oposição nes­ta CMa. (Palmas.) Do dia do seu reque­rimento de constituição a esta data, a Co­missão Parlamentar de Inquérito teve trêsmeses e tanto de atividades, e só não veioaté agora o M'inistro da Fazenda porque,tendo concordado, S. Ex.a o Presidente daComissão ainda não designou o dia do seucomparecimento. Portanto, a eventual pro­crastinação se deve ao zelo, à acuidade, aocuidado com que a Comissão Parlamentarde Inquérito cuida das multínacíonaís. Ain­da não desejou ouvir o Ministro da Fa:zen­da. Se desejasse ouvi-lo S. Ex." já teríavindo aqui J:J.á muito tempo, possivelmentepara apresentar dados que de certa manei­ra tiram um pouco das cores tão negras esombrias, os funestos presságios oferecidosda tribuna, lembrando que no ano passadoo maior produtor de soja deste Pais, o RioGrande do Sul, através das suas coopera­tívas agrícolas, inclusive multinacionais,exportou 52% da soja.

Não se pode pinçar de forma impune eardilosa uma frase do Presidente da Re­pública, situando-a como item isolado doseu contexto e, com base nisso, dar apoioao Deputado Bresolin no seu requerimento,quando a inteireza do texto é que devc serentendida, para ver-se que S. Ex. a quis di­zer exatamente o contrário. Mesmo um ver­sículo da Bíblia, dissociado da parábola oude qualquer um de seus textos, estará dan­do sempre razão a quem quiser utilizá-loa seu critério. O próprio Presidente Geisel,cita o autor, ciente da situação declarou:"Sabemos produzir, mas não sabemos co­mercializar." Parecendo que isso seria umato de penitência do Governo, quando oque S. Ex.a deseja é que a coruercíalizacãoda soja seja feita de forma racional e efe­tiva, e não aos ímpérlcs emocionais, taiscomo os que ditam a pretensão da vindado Minist.ro da Fazenda a este plenário.

O nobre Líder da Oposição fez um dra­mático apelo para que a Liderança da Maio­ria consultasse o Sr. Ministro da Fazenda,pois possivelmente S. Ex. a desejaria vir.Acreditamos nisso, mas não está no Regi­mento que o convocado deva ser consulta­do.

Repito, ainda, parafraseando o que disseo Deputado José Bonifácio, por ocasião dorequerimento de convocação do Sr. Minis­tro da Justiça: é a Maioria que decide seo Ministro dcve vir a esta Casa e não o re­querimento da Minoria, ou a aquiescênciado Ministro. Pelo menos por enquanto, en­tendemos totalmente desnecessária e su­pérflua a vinda do Sr. Ministro da Fazendaa esta Casa para, durante 30 minutos, res­ponder sumariamente a índagações de tãoalta importância, qual seja '0 problema dasoj a. Preferimos' ver S. Ex." na ComissãoParlamentar de Inquérito, atendendo aomomento mais alto da efetiva presença dolegislador no princípio da isonomia, quan­do é sua a oportunidade de convocar ummembro do Poder Executivo, [ungl-Io à ne-

eessídade de declarar somente a verdade ede responder a todas as perguntas que lheforem reítas. Conseqüentemente, não seráaqui, em 30 minutos, respondendo o quequiser e o que desejar, que o Ministro daFnzenda atingirá os objetivos do requeri­mento do Deputado Bresolín.

Exatamente porque entendemos a inten­ção de S. Ex.a e queremos vê-la alcançada,votaremos contrariamente à vinda do Mi­nistro da Fazenda ao plenário. Enquantoprevalecerem os termos do art. 278 do Re­gimento Interno, qualquer pessoa que forconvocada a este plenário falará menos doque deve, menos do que desejamos e pormuito menos tempo do que queríamos.

Nosso voto é contrário ao requerimento.(Pa.lmas.)

O SR. PRESIDENTE (Herberr Levy) _Vou submeter a votos o segulnte

REQUERIMENTON.o 29, de 1975

O Deputado que este subscreve, nos ter­mos regimentais, vem dizer e requerer o se­guinte:

1.0) que conforme noticiou a imprensa,o custo da soja, por tonelada, nos EUA, noano pp. foi de 220 dólares e neste ano de270 dólares.

2.°) que a comercialização, naturalmen­te, está se processando acima do preço docusto, pois o governo daquele pais não vempoupando esforços para fomentar a pro­dução.

3.°) que no Brasil tudo indica que nesteano os produtores de soja terão o mesmodestino dos anos anteriores: serão massa­crados pelas manobras das multtnacíonaís,que manobram internamente e até no mer­cado internacional.

4.°) que no início da colheita a soja foicomercializada (salvo em casos isolados, on­de as produtores foram miseravelmente ex­plorados) ao preço de Cr$ 75.00 a saca, etudo indicava que o preço reagiria.

5.°) que isto não vem acontecendo, noentanto, pois em muitas cidades dos trêsEstados do Sul - Paraná, Santa Catarinae Rio Grande do Sul - a soja está sendovendida atualmente a Cr$ 60,00 a saca,abaixo do custo da produção se forem dedu­zidos triagem, transporte, expurgo. rCM eFUNRURAL.

6°\ que as multinacionais estão mano­brando na compra do produto: uma horaalegam falta de colocação do óleo vegetal,depois vem o farelo e a torta, mais tardeo mercado internacional etc.

7.°) que além de tremendas apreensões,reina verdadeiro desespero entre os pro­dutores.

8.°) que o próprio Presidente Geisel,ciente da situação, declarou que "sabemosproduzir mas não sabemos comercializar",conforme informou a imprensa.

9.°) que face ao exposto o suplicante re­quer que, após ouvido o Plenário, seja con­vocado o Sr. Mário Simonsen, Ministro daFazenda, para prestar informações sobre asprovidências que estão sendo tomadas peloGoverno contra as multtnacíonaís, que maisuma vez estão causando enormes prejuízosaos produtores de soja e à economia doPaís.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy)Os Srs. que aprovam o requerimento quei­ram ficar como estão. (Pausa.)

Rejeitado.O SR. ISRAEL DIAS-NOVAES (Pela Or­

dem.) - Sr. Presidente, requeiro verifícaçãode votação.

6816 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Seterlbro de 1975

José Costa- MDB.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Está concedida.

Vai-se proceder à verificação.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Vai-se proceder à chamada e conseqüentevotação nominal.

Os 81's. Deputados que votarem a favor,responderão Sim e os que votarem contraresponderão Não.

O SR. ODULFO DOMINGUES, l.°-Secre­tárto, procede à chamada nominal.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­A mesa vai proclamar o resultado da vo­tação.

Votaram Sim, 123 81's. Deputados;

Votaram Não, 125; e houve 1 abstenção.Total: 249 votos.

O requerimento é rejeitado.

Votaram Sim os Srs. Deputados:

Guaçu Piteri, Líder do MDR

Aere

Nabor Júnícr - MDB; Ruy Lino - MDR

Amazonas

Antunes de Oliveíra - MDR

Pará

João Menezes - MDB; Júlio Viveiros ­MOB.

Maranhão

Epitãcio Cafeteira - MDB.

Piauí

Celso Barros - MDB.

Ceará

Antonio Morais - MDB; Figueiredo Cor­reia - MDB.

Rio Grande do Norte

Henrique Eduardo Alves - MDB; PedroLucena - MDB.

Paraíba

Humberto Lucena - MDB; OctacílioQueiroz - MDB.

Pernambuco

Carlos Wilson - ARENA; Fernando Coe­lho - MDB; Jarbas Vasconcelos - MDB;Joaquim Coutinho - ARENA; JoaquimGuerra - ARENA.

Alagoas

MDB; Vinicius Cansanção

Bahia

Antonio José _ MDB; Henrique Cardoso- MDB; Hildérico Oliveira - MDB; NeyFerreira. - MDB; Theódulo Albuquerque ­ARENA.

Espírito Santo

Aloisio Santos - MDB; Argilano Dario- MDB; Mário Moreira - MDB.

Rio de Janeiro

Abdon Gonçalves - MDB; Alcir Pimenta- MDB; Arto Theodoro - MDB; BrígidoTinoco - MDB; Daniel Silva - MDB; Ema­nuel waíssmann - MDB; Erasmo MartinsPedro - MDB; Florim Coutinho - MDB:JG de Araújo Jorge - MDB; Joel Lima ­MDB; J'Jrge Moura - MDB; José Maurício- MDB; Léo Simões - MDB; LeônídasSampaio - MDB; Lysâneas Maciel- MDB;Marcelo Medeiros - MDB; Milton Stein­bruch - MDB; Miro Teixeira - MDB; Mo­reira Franco - MDB; Oswaldo Lima ­MDB; Pedro Faria - MDB; Peixoto Filho- MDB; Rubem Dourado - MDB; Wal­ter Silva - MDB.

Minas Gerais

Cotta Barbosa - MDB; Fábio Fonseca ­MDB; Genival Tourinho - MDB; JorgeFerraz - MDB; Juarez Batista - MDB;Padre Nobre - MDB; Renato Azeredo ­MDB; Sílvio Abreu Júnior - MDB; 'I'ar­císlo Delgado - MDB.

São Paulo

Airton Sandoval - MDB; Airton Soares- MDB; Athiê Coury - IVIDB; AurelioCampos - MDB; Dias Menezes - MDB;Edgar Martins - MDB; Frederico Brandão- MDB; Israel Días-Novaes - MDB; JoãoArruda - MDB; Joaquim Bevilacqua ­MDB; José Camargo - MDB; Lincoln Grillo- MDB; Octacílío Almeida - MDB; OtavioCeccato - MDB; Pacheco Chaves - MDB;Roberto Carvalho - MDB; Ruy Côdo ­MDB; Santilli Sobrinho - MDB; TheodoroMendes MDB; Ulysses Guimarães ­MDB.

Goiás

Adhemar Santilo - MDB; Fernand'JCunha - MDB; Genervino FonsecaMDB; Iturival Nascimento - MDB.

Mato Grosso

Antonio Carlos - MDB; Walter de Cas­tro - MDR

Paraná

Alencar Furtado - MDB; Alvaro Dias ­MDB; António Anníbellí - MDB; AntonioBelinati - MDB; Expedit<J Zanotti - MDB;Gamaliel Galvão - MDB; Gomes do Ama­ral - MDB; Nelson Maculan - MDB; Olt­vir Gabardo - MDB; Osvaldo Buskei ­MDB: Paulo Marques - MDB; Pedro Lauro- MDB; Sebastião Rodrigues JúniorMDB; Walber Guimarães - MDB.

Santa Catarina

Ernesto de Marco - MDB; Francisco Li­bardoni - MDB; Jaison Barreto - MDB;Laerte Vieira - MDB; Luiz HenriqueMDB; Valmor de Luca - MDB.

Rio Grande do Sul

Aldo Fagundes - MDB; Aluizio Para­guassu - MDB; Amaury MuDeI' - MDB;Antônio Bresolin - MDB; Eloy Lenzi ­MDB; Getúlio Dias - MDB; Harry Sauer- MDB; Jorge Uequed - MDB; José Man­dellí - MDB; Lidovino Fanton - MDB;Magnus Guimarães - MDB; Nadyr Ros­setti - MDB; Odacir Klein - MDB; RosaFlores - MDB; Vasco Amaro - ARENA.

AmapáAntônio Pontes - MDR

RondôniaJerônimo Santana - MDR

Votaram NÃO os Srs. Deputados:Blotta Junior, Líder da ARENA.

AmazonasRaimundo Parente - ARENA.

Pará

Alacid Nunes - ARENA; Gabriel Hermes- ARENA; Jorge Arbage - ARENA; New­ton Barreira - ARENA.

MaranhãoEurico Ribeiro - ARENA; Luiz Rocha ­

ARENA; Magno Bacelar - ARENA; MarãoFilho - ARENA.

PiauíCorreia Lima - ARENA; Hugo Napoleão

- ARENA; João Clímaco - ARENA; Muri­10 Rezende ARENA; Paulo Ferraz ­ARENA.

Ceará

Claudino Sales - ARENA; Ernesto Va­lente - ARENA; Flávio Marcílio - ARE­NA; Gomes da Silva - ARENA; Januário

Feitosa - ARENA; Jonas Carlos - ARE­NA; Manoel Rodrigues - ARENA; MauroSampaío - ARENA; Ossian ArarípaARENA; Parsifal Barroso - ARENA.

Rio Grande do NorteNey Lopes - ARENA; Ulisses Potíguar

- ARENA; Vingt Rosado - ARENA; Wan­derley Mariz - ARENA.

Paraíba

Mauricio Leite - ARENA; Teotônio Ne­to - ARENA; Wilson Braga - ARENA.

Pernambuco

Gonzaga Vasconcelos - ARENA; JosiasLeite - ARENA.

Alagoas

Geraldo Bulhões - ARENA; José Alves _ARENA; Theobaldo Barbosa - ARENA.

Sergipe

Celso Carvalho - ARENA; Francisco Rol­lemberg ~ ARENA; Passos Porto - ARENA.

BahiaDjaIma Bessa - ARENA; Fernando Ma­

galhães ~ ARENA; Henrique Brito - ARE­NA; João Alves - ARENA; João Durval ­ARENA; Lomanto Júnior - ARENA; Me­nandro Minahim - ARENA; Odulfo Do­mingues - ARENA; Prisco Viana - ARE­NA; RômuIo Galvão - ARENA; Ruy Ba­celar - ARENA; Vasco Neto - ARE~A;Viana Neto - ARENA; Vieira Lima - ARE­NA.

Espírito Santo

Gerson Camata - ARENA; HenriquePretti - ARENA; Moacyr Dalla - ARENA;Oswaldo Zanello - ARENA.

Rio de Janeiro

Daso Coimbra - ARENA; Eduardo Gaill- ARENA; Hydekel Freitas - ARENA;José Haddad - ARENA; José Sally - ARE­NA; Luiz Braz - ARENA; Lygia Lessa Bas­tos - ARENA

Minas GeraisAécio Cunha - ARENA; Altair Chagas

- ARENA; Bento Gonçalves - ARENA;Francisco Bilac Pinto - ARENA; GeraldoFreire - ARENA; Homero Santos - ARE­NA; Humberto Souto - ARENA; IbrahímAbi-Ackel - ARENA; José Machado ­ARENA; Luiz Fernando - ARENA; Manoelde Almeida - ARENA; Melo Freire - ARE­NA; Navarro Vieira - ARENA; Nogueirade Rezende - ARENA; Raul BernardoARENA; Sinval Boaventura - ARENA.

São PauloAlcides Franciscato - ARENA; Cantídio

Sampaio - ARENA; Cardoso de Almeida ­ARENA; Faria Lima - ARENA; Ivahir Gar­cia - ARENA; João Pedro - ARENA; Sal­vador Julianelli - ARENA.

GoiásElcival Caiado - ARENA; Hélio Levy ­

ARENA; Hélio Mauro - ARENA; JarmundNasser - ARENA; José de Assis - ARENA;Rezende Monteiro - ARENA; SiqueiraCampos - ARENA.

Mato GrossoGastão Müller - ARENA; Nunes Rocha

- ARENA; Ubaldo Barém - ARENA; Vat­domiro Gonçalves - ARENA; Vicente Vuo­lo - ARENA.

ParanáAgostinho Rodrigues - ARENA; Alípio

Carvalho -ARENA; Antônio Ueno - ARE­NA; Cleverson Teixeira - ARENA; HermesMacêdo - ARENA; rso Losso - ARENA;Italo Conti - ARENA: João Vargas - ARE­NA; Minoro Miyamoto - ARENA; NortonMacedo - ARENA.

Setembro de 19'75 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6811

Santa Catarina

Abel Ávila - ARENA; Adhemar GhiBi ­ARENA; Angelina Rosa - ARENA; Hen­rique Córdova - ARENA; João Linhares ­ARENA; Nereu Cruidi - ARENA; WilmarDallanhol- ARENA.

Rio Grande do Sul

Arlindo Kunzler - ARENA; Célio Mar­ques Fernandes - ARENA; Cid Furtado ­ARENA; Fernando Gonçalves - ARENA;Lauro Leitão - ARENA; Mário Mondino ­ARENA; Nelson Marchezan - ARENA; Nu­nes Leal - ARENA.

RoraimaHélio Campos - ARENA.

O 81'. Herbert Levy, l o- Vi ce- Pr esiden ­te, no exercício da Presidência, abste­ve-se de votar.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) -Primeira discussão do Projeto de Lei

n.? 277-A, de 1975, que acrescenta pa­rágrafo ao artigo 40 da Lei n,> 4.878,de 3 de dezembro de 1965, que "dispõesobre o regime jurídico peculiar aosfuncionários Policiais CIvis da União edo Distrito Federal"; tendo parecer, daComissão de Constituição e Justiça, pe­la constitucionalidade e jurídícídade,contra os votos dos srs. Lidovino Fan­ton, João Gilberto,' Tarcís10 Delgado,Luiz Henrique, José Maurício, RubemDourado e Celso Barros e, no mérito,pela aprovação, com Substitutivo, con­tra os votos dos 81'S. Lidovino Fanton,João Gilberto, José Maurício, Luiz Hen­rique, Tarcisio Delgado, Rubem Doura­do, Celso Barros e Antônio Mariz. (DoSr. Ivahir Garcia.) - Relator: Sr. JoséSally.

O SR. PRESIDENTE (Herbert Levy) ­Tem a palavra o Sr. Célio Marques Fer­nandes, para díscutãr o projeto.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES(ARENA - RS. Sem revisão do oraãor.) ­Sr. Presidente, o nobre Deputado IvahirGarcia, com inestimáveis serviços presta­dos às Polícias paulista e brasileira, houvepor bem apresentar o projeto de lei n.?277-A, de 1975, que visa a submeter a re­gime jurídico peculiar os funcionários po­Iícíaís civis da União e do Distrito Federal.Lembra S. Ex. a , em sua justificação, a si­tuação criada para um funcionário policialque for condenado a mais de 2 anos e cum­prir a pena em cárcere comum. Como todossabem, principalmente aqueles que já exer­ceram essa função, o funcionário policialé sempre uma pessoa marcada, seja noexercício de suas atribuições, ao efetuarprisões, seja quando contraria interesses.Realmente. uma das piores funções a serexercida por um cidadão é a de Delegadode Policia, principalmente na época em quevivemos, em que todos se crêem cheios derazão, julgando o policial sempre um ini­migo.

Só mesmo quem exerceu essa função po­de dizer quão difícil ela é. Muitas vezes opolicial é condenado e, por questões outrasque não influem no comportamento dopróprio funcionário da Polícia, vai para ocárcere privado e fica junto com crimino­sos que para lá ele conduziu. Conhecemosinúmeros casos de policiais que foramassassinados por presos penitenciários.

O nobre Deputado Ivahir Garcia acre­centa ao § 4.° do art. 40 da Lei 4.878, de3 de dezembro de 1965, a permissão parao funcionário polícíal cumprir pena em de­pendência isolada da dos demais presos.Mas a nobre Comissão de COnstituição eJustiça andou acertada ao apresentar umsubstitutivo modificando o art. 295 do De­creto-Lei 3.689, de 3 de outubro de 1941,

que particulariza as pnsoes especiais, En­tão. o art. 295, XII, passa a ter a seguinteredação:

"Os funcionários policiais CIVIS daUnião, dos Estados, do Distrito Federale Terr'itórios, ainda que condenados àspenas acessórias dos itens I e II do art.68 do Código Penal, cumprirão penaem estabelecimento penal e em depen­dência isolada dos demais presos."

É o que especifica o Código de ProcessoPenal.

Eis a diferença entre o substitutivo daComissão e o projeto de lei de autoria doilustre Deputado e Delegado de Policia.Acho que o subst'itutivo da Comissão deJustiça está mais aperfeiçoado, porque evi­tará a publicação de mais uma lei. Ele ape­nas acrescenta ao art. 295 do Código deProcesso Penal o item XII, que manda in­cluir os funcionários policiais civis da União,dos Estados, do Distr'ito Federal e dos Ter­ritórios.

Sr. Presidente, nobres Deputados, preci­samos, quanto antes, proteger o policial,que presta inestimáveis serviços à nossasociedade. Muitas vezes, pode ocorrer, porironia do destino, que seja condenado ecolocado entre os presos comuns, acaban­do quase sempre na ponta de um punhalou de uma raea.

O Sr. Ivahir Garcia - Nobre DeputadoCélio Marques Fernandes, ouço com atençãoo brilhante pronunciamento de V. Ex. a

apoiando a minha modesta propositura, oque muito me desvanece. Com o fulgor dasua inteligência e o brilhantismo que lheé peculiar, embasado numa cultura de es­col, V. Ex.a foi, no Rio Grande do Sul, umadas autoridades policiais que dignificarame honraram toda a nossa 'instituição noâmbito nacional. Portanto, ouvir o apoioque V. Ex.a empresta ao meu projeto delei é motivo de grande orgulho para mim.Mas, nobre Deputado Célio Marques Fer­nandes, desejo justificar a V. Ex. a e aos de­mais pares desta Casa que na proposiçãode minha autoria procurava pura e sim­plesmente alterar a legislação sobre prisãoespecial. Contudo, houveram por bem, noseu amplo entendimento, os integrantes dadouta Comissão de Constituição e Justiçadesta Casa, ampliar este benefício, que éhumano e justo e não um privilégio, abran­gendo os policiais, inserindo no texto doart. 295 do Código de Processo Penal o In­ciso XII, com o que se ampliam, como erao meu objetivo, os casos previstos de pri­são especial, com o respectivo direito de opolicia.l cumprir a pena em departamentoespecial do próprio estabelecimento penal,mas com as mesmas regalias dos demaisdetentos, com direito a sol, a trabalho, alazer, a divertimento, a poder efetivamen­te viver dentro do presídio e não perma­necer enctausurados como estão atualmen­te os policiais presos, já com sentençatransitada em julgado ou apenas com aprisão preventiva decretada, isolados du­rante 24 horas em um. cubículo de dois me­tros por quatro, sem direlto sequer a ba­nho de sol. Então, vejo que realmente nes­ta Casa se fa·z justiça, que começa nadouta Comissão de Constituiçáo e Justiça,porque lá, examinando atentamente o meupróprio projeto de lei, os ilustres membroso aprimoraram. Por essa razão dou inteiroapoio ao substitutivo. Aqui estamos paracada vez mais servir melhor ao povo bra­sileiro. E os policiais integram uma parce­la ponderável desse povo, que necessita doseu trabalho no sentido da manutenção daordem e da segurança públicas.

O SR. CÉLIO MARQUES FERNANDES ­'Muito obrigado. V. Ex.a, com muita pro­priedade, focou o problema como ele é. Nãose trata, em hipótese nenhuma, de conces-

são de privilégios. O que se deseja é ape­nas evitar que crimes sejam praticados porpresos comuns contra ex-policiais. Eu mes­mo, quando autoridade poücíal, delegadoem Porto Alegre, ppr muitas vezes tive queir à penitenciária para fazer inquérito porassassinato, por homícídío de ex-policiais.

Em boa hora o ilustre colega Ivahir Gar­cia houve por bem apresentar o projeto, emelhor agiu a Comissão de Constituição eJustiça, transformando a propositura emsubstitutivo, que estamos apoiando e quedesejamos seja convertido em lei. No pró.prio Código de Processe Penal está a so­lução. É a melhor, mesmo. Creio que, assim,esse caso ficará definitivamente soluciona­do. E os ex-pclíelais que tiverem de ir paraas penitenciárias terão a lei a apoiá-los.Estão, pois, de parabéns o Deputado IvahirGarcia, esta Casa e, acima de tudo, as Li­deranças que irão apoiar o projeto.

Durante o discurso do Sr. Célio Mar­ques Fernandes, o Sr. Herbcri Levy. 19­Vice-Presidente, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo 81'.Ubaldo Barém., suplente de Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barém) ­Tem a palavra o Sr. Peíxoto Filho, para dis­cutir o projeto.

O SR. PEIXOTO FILHO (MDB - RT.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, este projeto, que visa aacrescentar parágrafo ao artigo 40 da Lein.O 4.878, de 3 de dezembro de 1965, que"dispõe sobre o regime [urídieo peculiar aosfuncionários Policiais Civis da União e doDistrito Federal", obteve parecer favorávelda Comissão de Constituição e Justiça, con­tra quinze votos de seus ilustres integrantes.Ressalto esse aspecto, que não constitui in­criminação nem contestação à proposição,e observo que apresentei projeto na Legis­latura passada com os mesmos fundamen­tos, embora com relação aos comerciantese industriais. A Comissão de Constituição eJustiça opinou favoravelmente. Em Plená­rio, meu projeto recebeu emenda incluindomais um inciso ao art. 295 do Código deProcesso Penal: além de comerciantes e in­dustriais, oficiais da Polícia Militar e doCorpo de Bombeiros. Voltou a plenário efoi aprovado em primeira discussão. Quan­do da segunda discussão, foi arquivado sobo seguinte fundamento da ARENA: "Ne­nhum projeto que trate de alteração doCódigo dc Processo Penal, ou que com eletenha vinculação, deve prosperar. Paraazar meu, na véspera, havia sido anunciadopelo Ministro da Justiça que seria enviadoa esta Casa o Projeto 633, que trata do novocódigo. Ent~o, a Liderança da ARENA, quehavia votado favoravelmente na primeiradiscussão, pediu-me desculpas, daquela tri­buna, dizendo que iria retificar sua posição,porque já estava a caminho desta Casa oanteprojeto, formalizado pelo Governo Fe­deral. alterando o Código de Processo Penale, conseqüentemente, o artigo que trata dasprisões especiais. No código atual é o art.295 e no anteprojeto do Governo está inte­grando o art. 199, que diz:

"Serão recolhidos a quartel ou outrolugar destinado a prisão especial, à dis­posição da autoridade competente,quando sujeitos a prisão antes da con­denação definitiva:I - os Ministros de Estado;II - os governadores ...lU - os membros do Congresso Nacio­nal. ..IV - os cidadãos ...V - os oficiais da Forças Armadas edas Polícias Militares e dos Corpos deBombeiros ... "

Isso consta do meu projeto. O Ministro daJustiça aproveitou, porque fazia parte in-

6818 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Setembro de 1975

tegrante do meu projeto aprovado em pri­meira discussão pela Liderança da ARENA.Não foi incluído apenas o inciso correspon­dente aos comerciantes e Industrtaís, querecebeu parece:' favorável da Comissão deJustiça e aprovação em primeira discussãopela Liderança da ARENA.

Sr. Presidente, prevê ainda o Projeto deLei n. o 633, que gozam também de prisãoespecial os funcionários da policia e os ser­ventuários da Justiça - inciso XI!.

Foi felicissimo o autor dessa proposiçãoao apresentá-la em abril. Aquela época ti­nha inteira procedência, porque numa dasprimeiras reuniões de nossa Comissão, napresença de S. Ex.",·o Presidente da Co­missão ficou de oficiar à Comissão de Jus­tiça, avocando todos os projetos que se rela­cionassem ou tivessem por finalidade alte­rações de qualquer dispositivo do Código deProcesso Penal. De modo que, data venta,não será possível esta Casa votar este pro­jeto, quando está em pleno funcionamentouma Comissão Especial para tratar do as­sunto. Defenderei esta proposição comoemenda ao art. 199 da proposta de novoCódigo de Processo Penal.

Sr. Presídente; o art. 295 do Código deProcesso Penal vigente passará a ser o199 do projeto de Lei n.v 633 do Go­verno. Esse projeto, na fase de recebi­mento de emendas - que a Casa prorrogouaté o dia 15 - é transformado automati­camente em emenda ao art. 199 do Projetode Lei n.o 633 do Governo, obedecendo àmesma orientação da Liderança da ARENA,que não rejeitou o meu projeto, mas mepediu desculpas, dizendo que já estavaa caminho da Casa o Projeto de Lei n.° 633alterando o Código de Processo Penal; queeu tomasse providências para emendá-lo,quando aqui chegasse, a fim de atender aosobjetivos de minha proposição. De maneiraque, com a devida vênia do ilustre autor,que também faz parte da nossa Comissão- da qual tenho a honra de ser Vice-Pre­sidente - esse projeto será aproveitado atéo dia 15 como emenda. Ora, há na Casamais de 60 projetos alterando dispositivosdo Código de Processo Penal. O objetivo doautor, não está bem, situado, apesar de eleconcordar com o sUbstitutivo da Comissãode Justiça. Data venia de S. Ex.a , eu souinteressado, porque testemunha dos fatosalegados como razões da justificação. Soutestemunha como advogado militante numaregião perigosíssima, onde o policial estásujeito a uma série de acidentes. Para qua­tro bandidos mortos, morre um policial. Es­tou de pleno acordo com S. Ex. a na suafundamentação. Agora, esse substitutivo daComissão de Oonstítuícâo e Justiça - acres­centando um inciso - não vai atender,porque a redação diz:

"Visando a evitar que ocorram terríveiscrimes contra a pessoa do ex-pclícíalcondenado a prisão por tempo superiora dois anos ou por crime cometido comabuso do poder ou violação do deverinerente à função pública." (Art. 68.)

Chamo a atenção do ilustre autor queconcordou com esse Substitutivo, que o mes­mo não atende à finalidade do projeto. Oart. 199, depois da sentença, diz textual­mente:

"Será recolhido a quartel ou outro lugardestinado a prisão especial, à disposi­ção da autoridade competente, quandosujeito a prisão antes da condenaçãodefinitiva."

O substitutivo acrescenta um inciso aoart. 295 e não modifica a redação, de formaalguma, dos itens 1 e 2 do art. 68 do CódigoPenal.

O Sr. Ivahir Garcia - É sempre umahonra poder apartear o nobre DeputadoPeixoto Filho a quem, desde o primeiro dia

em que ingressei nesta Casa, como repre­sentante de uma parcela do povo paulista,aprendi a admirar pela sua combatividadee pelo seu talento. Para felicidade minha,tenho o prazer e a honra de conviver comS. Ex.a , além deste Plenário em duas Co­missões, uma Parlamentar de Inquérito so­bre o sistema Penitenciário e outra, a Co­missão Especial do Projeto n.o 633, .quecontém o novo Código de Processo Penal.Ao longo deste período, tenho observado,através da acuidade com que se dedica aoseu trabalho de representante legítimo queé do povo do Estado do Rio de Ja­neiro, e advogado dos mais brilhantes emilitante nos foros daquele Estado, queS. Ex." dá o melhor de si a todas as ma­térias que examina Razão por que ve­nho, de público, agradecer as palavras en­comiásticas que dirigiu à justificação eao texto da minha propositura. Militante,como advogado, tenho acompanhado essaverdadeira via erucís dos policiais que, noestrito cumprimento do dever legal, encon­tram-se em erimfnaltdade, ou não, vez poroutra, por dever de oficio ou não, na con­tingência de serem presos e também conde­nados. O que a lei especial garantia a essespoliciais era o direito de ficarem separadosdurante a tramitação do processo. Tantoassim que, ao ser exarado a sentença con­denatória e essa ter transitado em julgado,os policiais eram transferidos para as peni­tenciárias do Estado, ficando em inteirapromiscuidade com os demais deünquentes,muitos dos quais foram por eles presos eprocessados em razão do próprio exercício daprofissão, sujeitos à lei drástica da peni­tenciária. V. Ex.a inúmeras vezes, tem de­fendido, na Comissão Parlamentar de In­quérito, a melhoria do sistema penitenciário,com o entusiasmo e a vibração que caracte­rizam sua marcante personalidade de de­fensor dos direitos humanos. Pela experíên­cía de 27 anos como Delegado de Polícia edesde que se pretende proteger a pessoa dopolicial, sou de opinião de que se deveriaestender o direito de prisão especial, com asua segregação mais humana ao depois dasentença condenatória transitada em jul­gado. Apresentei o meu projeto e houve porbem o nosso ilustre companheiro e membroda Comissão .Especial que estuda o novoCódigo de Processo Penal, o nobre DeputadoJosé Sally, na sua acuidade de grande advo­gado militante também, de encontrar umafórmula que pudesse levar para o texto doDireito Penal adjetivo exatamente o obje­tivo da minha propositura, apenas modifi­cando os artigos que dizem respeito à penaacessória, porque, desde que o policial écondenado a mais de dois anos de reclusão,perde o seu cargo de policial. Passa, então,a ser um criminoso comum e vai para avala comum. Por isso é que entendi, com ahumildade de sempre, de acolher o substi­tutivo apresentado ao iaeu projeto pelosdoutos membros da Comissão de Constitui­ção e Justiça. Eram estas as explicações quequeria dar ao meu nobre e dileto compa­nheiro de Comissão Parlamentar de Inqué­rito do Sistema Penitenciário e agora tam­bém do Código de Processo Penal. Eraminha homenagem a V. Ex."

O SR. PEIXOTO FILHO - Agradeço aV. Ex." o aparte. No entanto, devo esclare­cer que maior problema é o de datas. Járeapresentei, nesta Legislatura, proposíçãoque acrescenta um inciso ao art. 295 doatual Código de Processo Penal, incluindocomo beneficiários também os comerciantese industriais. Este projeto tem parecer fa­vorável das Comissões Técnicas da Casa efoi aprovado por este Plenário em primeiradiscussão. O Governo estendeu a medidaaos membros das Polícias Militares e dascorporações de bombeiros, que, na verdade,já integravam o corpo do meu projeto.

O nobre Deputado José Sally, no entanto,como eu também Vice-Presidente da Co­missão Especial, apresentou este parecer nodia 26 de junho. Se o projeto lhe tivesse sidodistribuído no início de agosto, ou mesmohoje, estou certo de que o parecer não seriao mesmo. E não o seria porque S. Ex.a sabeque o Projeto de Lei n.? 633/75 já dispõeque terão direito à prisão especial, entreoutros:

"Art. 199. Inciso XII - os tuncíoná­rios de polícia e runcíonártoa ou serven­tuários da justiça."

O problema, no entanto, reside no fatode que, condenado a mais de dois anos, opolicial perde a condição de funcionário e,conseqüentemente, deixa de ser beneficiadopelo inciso XI! do art. 199 do Projeto deLei n.? 633/75, que será fatalmente trans­formado em lei porque foi mandado peloGoverno e a ele a ARENA dará integralapoio. Nestas condições, pergunto ao ilus­tres autor e ao nobre Relator, aqui presen­tes, se o objetivo é a alteração dos itens Ie I! do art. 68 do Código Penal, que diz:

"Art. 68. Incorre na perda de funçãopública:I - o condenado à pena privativa deliberdade por crime cometido com abusode poder ou violação de dever inerenteà função pública;II - o condenado por outro crime àpena de reclusão por mais de dois anosou de detenção por mais de 4."

O substitutivo oferecido resolve o proble­ma? É a pergunta que faço ao ilustre autor,que já concordou com o substitutivo, e aonobre Relator. Respondo eu mesmo: não,não resolverá, pois mesmo que o substitutivooferecido tivesse por escopo salvar li pro­posição, estabeleceria um privilégio de quenão gozariam Ministros de Estado, membrosdo Congresso Nacional e todos os demaisbeneficiários do art. 199 do novo Código deProcesso Penal. O privilégio só seria esta­belecido para os policiais. No entanto, estoude pleno acordo com a fundamentação. Opolicial, da mesma forma que o comercian­te, o industrial e todas as categoriasenumeradas no art. 199 do Projeto de Lein.> 633/75 e no art. 295 do atual Códigode Processo Penal, tem o mesmo direito.

O Projeto de Lei n." 633/75, no entanto,está tramitando na Comissão Especial e oprazo para a apresentação de emendas vaiaté o próximo dia 15. Nestas condições, vo­tarei contrariamente à proposição, por en­tender que ela deve ser apresentada àComissão Especial na forma de emenda. Senão houvesse mais prazo para isso, eu pró­prio pediria o adiamento da votação, o quenão é o caso. Assim, estarei lá na ComissãoEspecial para apreciar com o maior carinhoe respeito os argumentos do nobre Depu­tado Ivahir Garcia. Na verdade o substitu­tivo apresentado não se ajusta ao objetivoda proposição, que, por sua vez, não podemerecer acolhida nesta oportunidade. (Mui­to bem!)

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) ­Tem a palavra o Sr. Florim Coutinho, paradiscutir o projeto.

O SR. FLORIM COUTINHO (MDB - RJ.Sem revisão do orador.) Sr. Presidente, ve­nho à tribuna dizer a V. Ex.a e aos ilustrescolegas que, em 1971, apresentei o Projetode lei n.> 163, dispondo sobre regalias aospoliciais civis, proposição que andou deCeca a Meca, de uma outra Comissão Téc­nica desta Casa, até que, na atual Legisla­tura, foi arquivada por força regimental.Hoje, com surpresa, tomo conhecimento doProjeto de Lei nv 277-A/75, do nobre Depu­tado Ivahír Garcia.

Setembro de 19'75 DIARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6819

, Sr. Presidente, estou de pleno acordo coma proposição, prrncípalmente com o substi­tutivo a ela apresentado. Não se pode admí­,tir que um policial cumpridor do dever,lamentavelmente cometendo uma falta esendo condenado a mais de dois anos ­tornando-se, assim, criminoso comum .- vápara o cárcere. Diz o nobre autor do pro­jeto:

"11: que, segundo entendemos, a lei querproteger a pessoa do policial (ou ex-pu­Iícíal) , não a sua condição de funcio­nário. O policial, mesmo perdendo afunção pública, continua sendo aquelapessoa que merece atenção especial, emrazão das prisões que efetuou. Seu pas­sado não mudou; é a mesma pessoa quetem direito à prisão especial."

Ora, recolhido ao cárcere, no meio debandidos para cuja condenação cooperou,ele próprio estará condenado à morte. Ehoje em dia não é preciso estar entre qua­tro paredes para ser morto, basta um se­qüestro, que está muito em moda.

, Ouço o nobre colega José SaIly.O Sr. José Sally - Nobre Deputado Flo­

rim Coutinho, interfiro no pronunciamentode V. Ex." quando, na verdade, deveria fa­zê-lo no do colega Peixoto Filho, que mechamou ao debate com várias indagações.Aproveito a oportunidade para esclareceros motivos que me levaram, na Comissão deConstituição e Justiça, a aprovar a proposi­ção do nobre parlamentar Ivahir Garcia.S. Ex." desejava alterar a lei que concediaprivilégio à classe policial, da mesma formaque outras leis apresentadas em derivaçãoà lei especial, ou seja, o Código de ProcessoPenal. Entendia eu ser mais convenientecom a hermenêutica não acolher proposi­ções que poderiam ser acrescentadas aoCódigo de Processo Penal na forma deemendas. No entanto, não desejando tolhera iniciativa do ilustre Deputado, apresenteio substitutivo. Por uma questão de técnicalegislativa, alterava-se o Código de ProcessoPenal para incluir o que desejava S. Ex.asem criar uma nova lei, como tantas outrasexparsas existem, constituindo-se em ver­dadeira colcha de retalhos. Daí a razãopela qual apresentei o substitutivo. Comreferência à Comissão que aprecia o Códigode Processo Penal, a Comissão de Consti­tuição e Justiça havia decidido, por maioria,que qualquer proposição submetida à suaapreciação seria votada a que se enviariacópia àquele órgão. A orientação, agora, éoutra. Hoje recebemos da Comissão deConstituição e Justiça uma determinação,partida do Presidente da Casa, por solici­tação das Presidências das Comissões doCódigo Civil e do Código de Processo Penal,no sentido de se encaminhar o projeto àComissão. Mas este projeto já está aqui,no plenário. Assim, não sei por que deixarde apreciá-lo. Inclusive a cópia já está naComissão do Código de Processo Penal. No­bre Deputado, não dei privilégios; apenasconsiderei que o funcionário condenado amais de dois anos, tendo sido Delegado, te­ria apenas o direito a uma prisão fora docontato e do convívio com outros presos.Não criei modalidade de privilégio para aclasse. Para maior segurança, para a defe­sa da pessoa, para dar tranqüilidade à so­ciedade, entendi aceitar o projeto do nobreDeputado Ivahír Garcia. Com este esclare­'Cimento creio haver respondido ao Sr.Deputado Peixoto Filho, em cujo discurso,por estar no final, não pude interferir.

O SR. FLORIM: COUTINHO - Como dis­se, nobre Deputado, estou de pleno acordocom o projeto ora apresentado e principal­mente com o substitutivo do Sr. DeputadoJosé SaIly, que declara que os funcionários

policiais "cumprirão pena em estabeleci­mento penal e em dependência isolada dosdemais presos".

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barem) ­

Tem a palavra o Sr. Ivahir Garcia, paradiscutir o projeto.

O SR. IVAHIR GARCIA (ARENA - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, são as minhas primeiraspalavras de agradecimento - e acreditopoder falar em nome de todos os policiaiscivis brasileiros - ao nobre Deputado Flo­rim Coutinho pelas referências. Tive a hon­ra de pessoalmente conhecer S. Ex." nestaCasa, mas conhecia a sua bravura, comodefensor do povo brasileiro, e seu imensocivismo de longa data. Na sétima Legisla­tura, quando eu integrava a Assembléia Le­gislativa do Estado de São Paulo, por defen­der os mesmos princípios de honorabilídadede todos os administradores e homens pú­blicos, que, mais que Ulll dever, uma impo­sição da própríe. consciência, porque lidameles com dinheiro alheio, tive oportunidadede, embora pertencendo a partido diferentedo de V. Ex.a , eis que integro a ARENA eV. Ex.'" o MDB, ler uma das páginas maisextraordinárias, colhida nos Anais destaCasa, de um excepcional e corajoso discursode V. Ex. a , quando erítícava a orientaçãoeconômica e financeira do ex-Ministro Del­fim Netto.

Li na Assembléia aquele pronunciamento,porque nele me espelhei, Ex." - permita­me que o revele de público. E o faço comgrande orgulho, porque, politico novo, nãovejo, quando se milita no Parlamento nacondição de real representante do povo,para defender as suas necessidades reais,nenhuma diferenca entre arenista e orne­debista, pois visa-se ao bem comum, que éa própria finalidade do Estado e de seusgovernantes.

Por isso, hoje, fico comovido e profunda­mente sensibilizado quando tenho a honrade, nesta Casa, apresentar este projeto, quenão cria privilégios, mas, pelo contrário,faz justiça, dá tratamento equânime àque­les encarcerados. V. Ex.", desde 1971, pelosmesmos motivos humanitários, tem defen­dido esta causa, que hoje, tenho a certeza,será aprovada nesta Casa. Esta, a homena­gem que desejava prestar a V. Ex."

O Sr. Florim Coutinho - Muito obrigadoa V. Ex.a.

O SR. IVAHIR GARCIA - Eu me espelheinos seus magníficos pronunciamentos, alti­vos e independentes, em defesa do Eráriopúblico do nosso País. Como V. Ex. a , tam­bém discordei inúmeras vezes da orientaçãoeconômico-financeira ditada pelo ex-Mi­nistro da Fazenda, Prof. Delfim Netto, pornão traduzir a realidade da vida brasileira,provocando uma inflação sob o pretexto decontê-Ia ao nível dos 12%, o que não era,em hipótese alguma, a realidade dos fatos enão se constituía, na época, a verdade pro­pugnada e defendida pelo Governo revolu­cionário.

O Sr. Florim Coutinho - Nobre Deputado,as palavras proferidas por V. Ex." me dei­xaram sensibilizado.

O SR. IVAHIR GARCIA - Sensibilizadoestou eu, Ex."

O Sr. Florim Coutinho - Agradeço de co­ração a V. Ex.a pelas palavras que pronun­ciou a meti respeito. Terei muito mais esti­mulo e lutarei muito mais nesta Casa ou­vindo o eco das palavras de V. Ex." Muitoobrigado Sr. Deputado.

O SR. IVAHIR GARCIA - Quem agrade­ce sou eu, Ex."', e quem me deu estimulopara vir a esta Casa, entre muitos, foi V.Ex.'"

O Sr. Florim Coutinho - Muito obrigado,Ex."

O SR. IVAHIR GARCIA - Quero tam­bém, por um dever de justiça, agradeceruma vez mais, o apoio e as palavras judi­ciosas dos que me antecederam na tribunaentre eles o nobre Deputado Célio MarquesFernandes, meu dileto companheiro de lu­tas em favor da polícia civil no i.entído dedemonstrar a necessidade urgente de ter­mos em todos os Estados da Federação oprimado do Bacharel em Direito dirigindoa polícia judiciária, para aprimorar nossostrabalhos, dando maior segurança ao povoda nossa Pátria.

O Sr. Lauro Leitão - Permita-me, nobreDeputado. Em primeiro lugar, desejo mani­festar minha solidariedade pessoal ao pro­jeto de V. Ex."

O 8R. IVAHIR GARCIA - Muito obri­gado.

O Sr. Lauro Leitão - Realmente, trata­se de medida de cautela e de justiça. Aliás,tive oportunidade, há alguns anos, de re­latar favoravelmente. na Comissão de Cons­tituição e Justiça, projeto semelhante aode V. Ex. a• de autoria do então DeputadoFederal pelo Rio Grande do Sul, RaimundoLins de Vasconcelos Chaves. Não sei o des­tino daquela proposição. Mas, na oportuni­dade, dei parecer favorável ao mesmo. Nãovingou, se não V. Ex." não estaria a aure­sentar este projeto. Meus parabéns a V. Ex.a

O SR. IVAHIR GARCIA - Tenho certe­za, nobre Deputado, de que o parecer favo­rável de V. Ex. a foi ditado - como aliás,ocorre com todas suas atitudes nesta Ca~a

- pelo mais aIto critério de justiça. Em to­dos os seus pronunciamentos V. Ex. a traza marca incontestável e írretutável do ho­mem público que vem para o Congresso Na­cional a fim de servir, dentro das normasdo Direito, dando a cada um o que é seu,aplicando, efetivamente, a Justiça na suaconcepcão maior, segundo Justiniano, quea definia como sendo "a vontade perene econstante de dar a cada um o seu direito",Muito obrigado a V. Ex."

O Sr. Eduardo GalH - Permlta-rne. no­bre Deputado Ivahir Garcia. Tenho não 3Óa honra e a satisfação nesta tarde, deapartear (J ilustre colega ...

O SR. IVAHIR GARCIA - A honra éSempre minha, nobre Deputado.

O Sr. Eduardo Galil - ... mas de trazer­lhe também minha solidariedade nela ini­ciativa da apresentação do ProjE'tõ n v •.•277-A/75, um dos mais justos. qu I fixa bemo direito de o policial desfrutar urna prisãoespecial, mesmo quando condenado às pe­nas acessórias prcvlstas nos incisos I e IIdo art. 68 do Código Penal.

V. Ex.'" acertou e acho que acertou maisdo que o substitutivo do tluati e Relator,que quis fixar no Código de Processo Penal,evitando, por conseguinte, a prisão espe­cial. Mas o projeto apresentado por V. Ex."não só protege o polícial, não (J acobertá,nem o estimula ao erro. mas dá o castigo,.a pena. faz [ustíea sem ser a sooíedade in­justa para com .aquele que sempre a de­fendeu. Por isso, acho que V. Ex. a não sóacertou juridicamente. ao determinar a pri­são especial, como acertou também em ter­mos de justiça, fazendo com que aquele quesempre fez justiça em favor da sccíedade,buscando a tranqüilidade. a seg rrança so­cial, não mereça, nos eventuais aeontccí­mentos anttjurídícos, criminosos, de que pos­sa participar, a injustiça d.a SOCiedade ematirá-los àqueles que por certo teriam ra­zões de sobra para se vingar daquele queprocurou proteger a sociedade da sanha dosseus inimigos, que são os margínals, que. 1JOrproblemas socíaís, econômicos e de ordemgenética, agridem a ordem social. Parabe-

6820 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (S~ão .1) Setenibro de 1975

nízo V. Ex. B e o cumprimento pela sua atua­ção parlamentar.

O SR. IVAHffi GARCIA - Ouvir de V.Ex.B referências encomiásticas ao meu mo­desto e despretensioso trabalho, mas sin­cero, leal e franco, em defesa de um direitodos policiais civis, é motivo de grande jú­bilo, nobre Deputado Eduardo Galil, por­que V. Ex. B figura nesta Casa como umaesperança de que o Parlamento brasileiropossui, na sua nova geração de homens pú­blicos, pessoas voltadas ao deseja sincero dedefender as melhores causas, servindo mui­to antes de se servir, e que não aceitamaquela filosofia que por longo tempo impe­rou na política brasileira, infelizmente, emque a politicagem confundia-se com a po­lítica e deixava de ser a arte de esgrimir,no sentido de, em primeiro lugar, legislarem beneficio do povo brasileiro e, em se­gundo lugar. fiscalizar as ações dos demaisPoderes da República.

Quando, srs. Deputados, apresentei o Pro­jeto de Lei n.O 277-A, de 1975, fi-lo imbuidode- firme propósito de que estava procuran­do garantir um direito aos policiais civis,de, como seres humanos, quando por qual­quer circunstância vierem a ser condena­dos terem tratamento idêntico ao dos de­mais reclusos, a fim de que o espetáculodantesco, que assisti na começo do ano,antes de vir para esta Casa. em visita ainúmeras penitenciárias de vários Estados,não mais se repíta ,

Srs. Deputados, vi ex-policiais segregadosem cubículos ínfectos de penitenciárias 'doEstado, lá permanecendo durante 24 ho­ras, pois não pode~iam ser postos em con­tato com os demais detentos, porque, pelalei do presídio, aqueles que por eles forampresos evidentemente os elímtnarían.. Emais do que isso, em eondíçôes subumanas,não tinham sequer o direito de receber aalimentacão destinada a08 demais presi­diários riem a água, nem os talheres for­necído~ igualmente aos demais presos, por­que havia a risco de a comida e a águavirem envenenadas e os talheres conteremsubstâncias que os eliminariam.

Sr. Presidente e Srs. Deputados, não épossível que o Parlamento brasileiro man­tenha esse estado de coisas dentro do nos­so território. numa desigualdade flagrante,chocante e desumana de tratamento aossentenciados. Então, aqueles homens queprestaram relevantes serviços à causa damanutenção da ordem e da segurança públi­ca são, hoje, párías até dentro dos presidias.Eles têm o direito de viver como criaturashumanas que são. Por isso procurei introdu­zir - e a douta Comissão de Constituicão eJustiça, através do seu Relator, DeputadoJosé Sally as ampliou, ao levar para o atualCódigo de Processo Penal - essas inovaçõesno novo Código em tramitação na Comis­são Especial.

Sr. Presidente, finalizando, dada a pre­mência de tempo, estou absolutamente con­vencido, tendo em vista as manífestacõesde arenístas e emedebístas, de que o pro­jeto será aprovado na oportunidade.

O SR. PRESIDENTE <Ubaldo Barém) ­Não havendo mais oradores inscritos, decla­ro encerrada a discussão.

O SR. PRESIDENTE (Ubalde Barém) ­Tendo sido oferecida uma emenda ao Pro­jeto n.v 277-A, de 1975, em 1.0 discussão,volta o mesmo à Comissão de Constituicão eJustiça. -

Acrescente-se, onde convier, no Projetode Lei n,o 277-A, de 1975:

"a mesma situação será concedida aosservidores da fiscalização, nos diferentessetores da administração pública".

Sala das Sessões, em 3 de setembro de1975. - Israel Dias-Novaes ,

O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barém) ­Esgotado o tempo dístmado à Ordem doDia, passa-se ao periodo destinado às Co­municações das Lideranças.

O SR PRESIDENTE (Ubaldo Harém) ­Tem a palavra o Sr. Henrique EduardoAlves.

O SR. lIENRIQUE EDUARDO ALVES(MDB - RN. Pronuncia o seguinte dis­curso.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados,a SUDENE acaba de divulgar informaçãosegundo a qual o crescimento do ProdutoInterno Bruto do Nordeste, em termos deprevisão, com base nos dados do primeirosemestre do corrente ano, apresenta Indí­cios de crescimento na ordem de 3 por cento.

O relatório da SUDENE indica pouco di­namismo da economia nordestina no perío­do, e afirma que a autarquia está em alertaquanto à gravidade do fato.

Estas informações, insuspeitas pela suaorigem, nos fazem voltar a esta tribunapara algumas considerações acerca da pre­mente necessidade de novas diretrizes parao incremento do desenvolvimento do Nor­deste.

Para que se possam projetar reais possi­bilidades de desenvolver a região, em har­monia com o restante do País, o crescimen­to do produto bruto nordestino há de sesituar em níveis bem mais elevados queaqueles agora divulgados pela SUDENE.Em conseqüêneía, não é difícil observar queo processo precisa de um aeeleramentomaior, para que se coloque em posição devantagem em relação às outras regiões.Caso contrário, sempre estará andando paratrás, e o Nordeste cada vez mais distanteda riqueza que ele próprio ajuda o Brasil aconstruir.

Segundo a SUDENE, no primeiro semes­tre deste ano, a produção agrícola regionaldecresceu em 1 por cento em relação ao anopassado, sendo que só um produto, básicopor ser de primeira necessidade, o feijão,teve sua produção reduzida em não menosque 25 por cento.

O setor industrial teve um lento cresci­mento, o que provocou, também. uma redu­zida expansão no setor de serviços. A in­dústria manuratureíra não registrou cresci­mento além de 1,5 por cento.

É fácil constatar que maior atenção pre­cisa ser dada ao processo de desenvolvimen­to do Nordeste. Como se sabe, a espinhadorsal da industrialização nordestina é osistema de incentivos fiscais. Estes incen­tivos têm sido usados historicamente paracorrigir desníveis regionais e setoriais, esua aplicação no Nordeste foi e continuasendo essencial.

Isto porque a ausência de algumas condi­ções objetivas para o desenvolvimento é detal forma dominadora que mesmo a influ­ência dos incentivos atualmente disponíveisfica neutralizada. É o caso da pequenezdos mercados, derícíencía de conhecimen­tos tecnológicos, ausência de mão-de-obraespecializada e, especialmente, a escassez jecapitais. O problema do tamanho do mer­cado serve de particular exemplo: as defi­ciências e alto custo do sistema de trans­portes fazem com que as indústriasnordestinas tenham um mercado extrema­mente limitado, o que é fatal para suaconsolidação e ampliação.

Daí a necessidade de uma complementa­ção aos incentivos dísponiveis, que são ape­nas urna das peças do programa de desen­volvimento do Nordeste. Devem estesincentivos ser complementados por inves­timentos de grande magnitude e profundi­dade.

A escassez de capitais próprios, em regiãoque tem na descapitalízação do setor priva-

do sua maior característica, força o empre­sário a buscar maciços financiamentospara o seu programa de trabalho. Aqui, Sr.Presidente, a atuação do Poder Público ain­da não se fez sentir com a indispensávelagressívídade.

Os encargos financeiros normais paratodo o País não são suportáveis pelo nas­cente parque industrial nordestino. Porqueele deve concorrer com o parque industrialda região Centro-Sul, tradicional e estável,competindo pela conquista do mesmo mer­cado consumidor, ora, na colocação de seusprodutos no próprio Nordeste, onde tam­bém são colocados os produtos das outrasregiões, ora, buscando acesso aos maiorescentros consumidores, distantes e dificeiSpela deficiência dos meios de transporte.

O resultado desta luta perdida é o queacaba de revelar a SUDENE: o fraco de­sempenho da economia nordestina no pri­meiro semestre deste ano admite umaprevisão bem pouco otimista a respeito daspossibilidades de industrialização racionalda região.

E quando se sabe que a agropecuária doNordeste cada vez mais se torna estagnada,vitima mesmo do processo de industrializa­ção, opção prioritária nos programas de de­senvolvimento regional, as perspectivas queo recente relatório da SUDENE indicam seapresentam como das mais sombrias para odesenvolvimento regional.

Há poucos dias, Sr. Presidente, Srs. Depu­tados, ocupamos esta tribuna para reclamardo Governo um tratamento especifico paraos encargos financeiros que o empresaria­do nordestino é obrigado a suportar. Comoum estímulo indispensável à economia, nacerteza de que os atuais incentivos, emboraresponsáveis pela implantação do parqueindustrial, não impedem que ele nasça paramorrer, inerte e anêmico por absoluta faltade recursos para sobrevivência. Daí a re­tração industrial que a SUDENE agora di­vulga.

Jl: a necessidade dos maciços financia­mentos a que antes nos referimos, que com­pensem a ausência crônica de recursospróprios. Deste mal não padecem tanto asdemais regíões industrializadas do país, comempresariado forte e abrangente, e empre­sas de grande capitais.

Caso não venham incentivos para os en­cargos financeiros que as indústrias nordes­tinas pagam, não haverá maiores opções:ou ocorre a desnacionalizacão total do es­f~rço até agora desenvolvido. ou a estagna­cao sera completa, com as conseqüências queesta Casa pode prever.

_Estes incentivos, como já fizemos notar,sao usados para corrigir distorções setoriaisou regionais. Ainda recentemente o Gover­no lançou mão de incentivo para corrigirum perigoso desnível constatado nas indús­trias do Pais.

Segundo o Decreto-Lei n.? 1 AIO, de 31 dejulho de 1975, foi concedida autorização pa­ra dedução do Imposto de Renda da parce­la de correção monetária que exceda a 20%dos financiamento. Já constatara o Gover­no a impossibilidade de certos setoressuportarem o ônus da correção monetáriasem um especifico estimulo. Já havia umsistema em uso. Consistia em um segundofinanciamento, igualmente sujeito à cor­reção, tomado exatamente para fazer faceaos c-ustos da correção do primeiro.

Usado constantemente, não é difícil veri­ficar que o circulo vicioso só teve um efei­to real: a descapitalízaçâo precipitada dosetor.

Em conseqüência, novo sistema teve deser posto em prática. Desta vez, um in­centivo fiscal direto, transferindo para o

Setembro de 19'15 D~JO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção 1) Quinta-feira 4 6821

VIII - O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Ba­rém) - Levanto a sessão, designando paraamanhã a seguinte

ORDEM DO DIASessão em 4 de setembro de 1975

(QUINTA-FEIRA)EM URGtNCIA

Discussão1

PROJETO N,o 756-A, DE 1975Discussão única do Projeto de Lei n.?

756-A, de 1975, que dispõe sobre o Magisté­rio da Aeronáutica, e dá outras providên­cias; tendo parecer, da Comissão de Cons­tituição e Justíça, pela constitucionalidadee jurídíctdade. Pendente de pareceres dasoomíssões de Segurança Nacional e de Fi­nanças. (Do Poder Executivo - Meus. n.?172/75.) - Relator: Sr. Lauro Leitão.

2PROJETO N.o 757-A, DE 1975

Discussão única do Projcto de J',ei n.?757-A. de 1975, que dispõe sobre os venci­mentos ou salários básicos do pessoal do­cente e coadjuvante do Magistério da Aero­náutica; tendo parecer, da oomíssão deConstituição e Justiça, pela constitucionali­dade e juríríícídade. Pendente de parece­res das Comissões de Educação e Cultura(audiência), de Segurança Nacional e deF'Ina.rrças, (Do Poder Executivo - Mens, n.?173/75.) - Relator: Sr. Ney Lopes.

El\i TRAMITAÇãO ORDINARIADiscussão

3PROJETO N.o 276-B, DE 1971

Primeira discussão do Projeto de Lei n.?276'-B, de 1971, que dispõe sobre as Bolsasde Valores, e dá outras providências; tendopareceres: da Comissão de Oonstltuícâo eJustiça, pela constatucíonalíadde, - [urídtcí­da de e, contra os votos dos Srs. José Boni­fácio e Túlio Vargas, em separado, pelaaprovação; e, da Comissão de Economía.,Indústria e Comércio, pela aprovação, comemenda, contra o voto, em separado, do Sr.Chaves Amarante; e, da Comissão de Cons­tituição e Justiça emitido em audiência, pe­la constitucionalidade e [uridícidade daemenda da Comissão de Economia, Indús­tria e Comércio. (Do Sr. Lysâneas Maclel.)-- Relatores: Srs. João Linhares, WilmarDallanhol e Gomes da Silva.

CâMARA DOS DEPUTADOSAVISOS

TRAMITAÇAo DOS PROJETOS DECóDIGOS CIVIL E PROCESSO PENALApresentação de emendas em 'plenário ­

(15 Sessões ordinárias)Junho: 23 (inicio do prazo) -- 24 -- 25

- 26 -- 27.Ag~sto: 4 - 5 - 6 -- 7 -- 8 - 11

12 - 13 - 14 - 15 -- 18 - 19 - 2021 - 22 - 25 -- 26 - 27 -- 28 e 29.

Setembro: 1 - 2 -- 3 - 4 -- 5 - 8 ­9 - 10 - 11 - 12 -- 15 - 16 - 17 -­18 -- 19 -- 22 -- 23 -- 24 - 25 e 26 (tér­mino - prazo prorrogado.)

CóDIGO CIVILComissão Especial

MembrosEfetivlIs

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

SuplentesMDB

Joel FerreiraRubem DouradoAirton SoaresRosa FloresJosé Costa

MIJBJosé Bonifácio NetoSf::rgio MurilloFreitas NobrePeixoto FilhoLidovino Fanton

MDBEra~moMartins PedroTarcisio DelgadoFernando CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

ARENASantos FilhoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo GalilIgo LossoGastão Müller

Presidente: Deputado Sérgio MurilloVice-President,e: Deputado Peixoto FilhoVice-Presidente: Deputado José Sally _Relator-Geral: Deputado Geraldo FreireRelatores-Parciais:Deputado José Sally:Livro I - Disposições IntrodutóriasLivro X -- Disposições Financiais e Tran­sitóriasDeputado Peixoto Filho:Livro II -- Da Justiça PenalDeputado Lidovino Fanton:Livro II! - Dos Atos ProcessuaisLivro VIII - Das Relações Jurisdicionaiscom Autoridades EstrangeirasDeputado Ivahir Garcia:Livro IV - Do Processo de Conhecimen­to até o Titulo II - Do ProcedimentoOrdinário - Capítulo III - Da Repre­sentação do OfendidoDeputado Antonio Mariz:Livro IV - Do Processo de Oonhecimento- Título II - Do Procedimento Ordi­nário - Capitulo IV - Da Denúncia ouQueixa até Capítulo XII - Da CoisaJulgadaDeputado José Bonifácio Neto:Livro IV - Do Processo de Conhecimen­to - Titulo III - Dos ProcedimentosIncidentes até o final do Livro IVDeputado Claudino Sales:Livro V - Do Procedimento Sumário -- eLivro VI - Dos Procedimentos EspeciaisDeputado Freitas Nobre:Livro VII - Da Reparação do Dano Cau­sado pelo Crime

ARENAGeraldo FreireJosé Sal1yIbrahím Abí-AckelClaudino BalesIvahír GarciaAntônio Mariz

Comissão EspecialMembrosEfetivos

SuplentesARENA

Marcelo LínharesNey LopesHenrique CórdovaAntônio MorimotoTheobaldo BarbosaCid Furtado

Presidente: Deputado ';fancredo NevesRelator-Geral: Deputado João LinbaresRelatores-Parciais:Deputado Brigido Tinoco:Parte-GeralDeputado Railnundo Diníz:Livro I - ObrigaçõesDeputado Geraldo Guedes:Livro II ~ Atividade NegocialDeputado Lauro Leitão:Livro UI -- Das CoisasDeputado Cleverson Teixeira:Lívro IV - Da FamíliaDeputado Celso Barros:Livro V - Sucessões e Livro Complementar

MDB

Tancredo NevesBrígida TinocoCelso BarrosMac Dowell Leite de

CastroIsrael Dias-Novaes

ARENACleverson TeixeiraJoáo LinharesFlávio MarcílioLauro LeítãoGeraldo GuedesRaImundo Diniz

Paraná

Fernando Gama - MDB.O SR. PRESIDENTE (Ubaldo Barêm) ­

Nada mais havendo a tratar, vou levantar'a Sessão.

Governo uma boa parte do ônus da corre­ção monetária,

Trata-se de um desnível setorial, oportu­,namente corrigido. Oportunamente eorrí­. gido também deve ser o desnível regionalde que o Nordeste é o grande exemplo.Quando se decidiu transformar a economiaagrícola nordestina em um modelo tambémindustrial, foi idealizado o sistema de in­centivos fiscais administrado pela SUDENEe pelo Banco do Nordeste do Brasil. Agoraque estes incentivos, pela voz da própria8UDENE, mesmo depois da implantação doFINOR, se têm tornado insuficientes, énecessária a utilização de novos fatores,para que não se agrave ainda mais a si­tuação diagnosticada.

Por isso, voltamos' a insistir: o incentivoque acaba de ser concedido às indústriasde base, bem como M pequenas e médias in­dústrias de todo o Pais, deve ser estendido

-a todas as indústrias instaladas no Nor­deste.

O incentivo será a fórmula ideal e únicapara que as empresas nordestinas possam

.buscar os financiamentos indispensáveis asua consolidação, sem arcar com todo oencargo da correção monetária evidente-mente além de suas forças. '

O mesmo critério deve ser usado: noscontratos de financiamento de longo prazo,

'dentro de programas de instituições finan­ceiras sob controle de capital do GovernoJfederal, a -empresa industrial nordestinapoderá abater do Imposto de Renda devido

.em cada exercício. o valor da correção mo­netária anual que exceder a 20%.

Esta medida contribuirá para evitar oserros que já conhecemos e aproximará odia em que o Nordeste deixará de ser oBrasil que se reduz, e se incorporará defini­tivamente ao desenvolvimento da Pátriacomum. (Palmas.)

Deixam de comparecer os Senhores:Pará

João Menezes -- MDB.

PiauíPinheiro Machado - ARENA.

CearáFurtado Leite - ARENA; Marcelo Linha­

res -- ARENA; Paes de Andrade - MDB.

ParaíbaAntônio Mariz - ARENA; Marcondes Ga­

delha - MDB; Petrônío Figueiredo - MDB.

Pernamnueo

Aíron Rios - Al'tENA; Fernando Lyra ­MDB; Geraldo Guedes - ARENA. -

BahiaJutahy Magalhães - ARENA; Leur Lo­

manto - ARENA.

Rio de Janeiro

Célio Borja - ARENA; Nina Ribeiro ­ARENA.

Minas GeraisBatista Miranda - ARENA; Jorge Var­

gas - ARENA; Murilq Badaró - ARENA;Nogueira da Gama - MDB; Paulino Cice­1'0 - ARENA; Tancredo Neves - MDB.

GoiásJuarez Bernardes - MDB.

6822 Quinta~feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

Oomissfies Temporárias

Deputado Ibra.him Abi-Ackel:Livro IX - Do Processo Executório Penal.

-xx-Comi~ões Permanentes

1COMISSAO DE AGRICULTURA

E POLÍTICA RURALReuniáo: dia 24-9-75Hora.: 10; 00 horasPauta: Comparecimento do Dr , José Val­

dir Pessoa - Secretário de Agricultura doEstado do Ceara.

2COMISSAO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Reuniã.o: dia 10-9-'75Hora: 9:30 horasPauta: Comparecimento do Prof. J. AlIen

I1Ynek - DiretO! do Departamento de As­tronomia e Astrotíaica, da Universidade deNorthwestern - EUA.

Local: Auditório Nereu Ramos.

3

COMISSAO DE CONSTlTUICAOE JUSTIÇA -

Reuniões: terças, quartas e quintasHora: 10:00 noras

4CONUBSAO DE MINAS E ENERGIA

Reunião: dia 4-9-'75Hora: 10:00 horasPauta: comparecimento do Dr, Romeu

Diniz de Carvalho - Secretário Execu tívodo Grupo de Assessoria de Gás Combustívelda Financiadora de Estudos e Projetos ­FlNEP.

--xx--Reunião: dia 9-9-75Pauta: Oompareeímento do Prof. Hervá­

sío Guimarães de Carvalho - Presidenteda Oomíssâo Nacional de Ene~gia Nuclear- CNEN, e do Mimstro Paulo NogueiraBatista - Presídente da Empresa Brasilei­ra de Energia Nuclear - NUCLEBRÁS.

5OOMISSãO DE SERVIÇO PÜ13LICO

Reunião: :J.ia 25-ií-75Hora: 1O:0C horasPauta: Oomparecímsnto do Sr. Walter

Borges Graciosa - Presidente do IPASE.-xx­

Reunião: llia 9-10-75Hora: 10:00 harasPauta: Oomparecímento do Coronel Ad­

waldo Bottó de Barros ~ Presidente daEmpresa. Brastleira de Oorreios e Telégra­

,fos.

Especial:1

OOMISSAO DA AMAZôNIAReunião: dia 16-9-75Hora: 9:00 horasPauta: .Oornpareeímento do coronel otto­

mar de Souza Pinto ~ Chefe .'" • -nissãode Aeroportos da Região Amazônica.

1De Inquérito:

"CPI - POLíTIOA SALARIAL'·Reunião: dia 4-9-'75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Flávio da

Costa Britto, Presidente da ConfederaçãoNacional da Agricultura.

:6:ora: 11:00 horasPauta: comparecimento do Professor Flá­

vío Rabel~ Veraianí"Ohefe do Departamen-

to de Economia, da Universidade de :Brasflia..Local: Sala das CPIs.

-xx­Reunião: dia 9-9-75Hora: 10:00 horasPau.ta: oomparecímento do Professor Jo­

sé Francisco de Camargo, Diretor do Insti­tuto de Pesquisas Econômicas, da trníverst­dade de São Paulo.

Local: Sala 'las OErs.-xx­

Reunião: dia 10-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Dr, Isaac

Kerstenetzky, Presidente da FundaçãoIl3GE.

Local: Sala das OPIs.

-xx­Reunião: dia 11-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Wilson

Gomes de Moura, Presídente da Oonredera­cão Nacional dos 'Trabalhadores nas Empre­sas de Crédito - OONTEC.

Local: Sala das CPIs.

-xx­Reunião: dia 16-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Dr. Paulo Ro­

berto Campos Lemos, Secretário Executivodo Conselllo Irrterrninisbería! de Preços.

Local: Sala das CPIa.

-xx­Reunião: dia 17-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Dr, Luiz Si­

mões Lopes, Presidente da Fundação Ge­túlio Vargas.

Local: Sala das CPIs.-xx­

Reunião: dia 18-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Oomparecímento do Dr. Edmo Li­

ma de Marca, Coordenador-Geral do Fundode Garantia do Tempo de Serviço.

Local: Sala das OPIs.-xx-

Reunião: dia 24-9-75Hora: 10:00 horasPauta: Comparecimento do Senhor Mi­

nistro João Paulo dos Reis Vel1oso. Minis­trc-Ohere da Secretaria de Planejamento eCoordenação-Geral.

Local: Auditório Nereu Ramos.

2"CPI PROTERRA"

Reunião: dia 5-9-75Hora: 9: 00 horasPauta: Comparecimento do Sr. Nilson

Craveiro Holanda - Presidente do Bancodo Nordeste e do Sr. Francisco de Jesus Pe­nna - Presidente do Banco da Amazônia.

Local: Sala das OPIs.

3"CPI - MULTINACIONAIS"

Reuníâc: dia 4-9-75Hora: 9:00 horasPauta: Análise de documentos.

CONGRESSO NACIONAL

1

PROPOSTAS DE EMENDAA CONSTITUIÇãO

N.os 11 E 12, DE 1975-CN

"Dá redação ao artigo 36 da Constitui­ção." (Mandato Parlamentar - Convoca­ÇáD de Suplente.) -~ (Autores: Srs. JorgeArbage e Petrônío Portella.)

Comissão MistaPresidente: Deputado Jairo BrumVice-Presidente: Senador Ruy SanwsRelator: Deputado Parente Frota

PrazoAté dia 5-9-75 - no Oongreaso Nacional.

2

PROPOSTAS DE EMENDAA OONSTITUIÇãO

N.Ol! 13 E 17. DE 1976-CN"Dá nova redação ao artigo 104 da Emen­

da Constdtucionai n,o 1, de 17 de outubrode 1959." (Funcionário Público investido demandato eletivo.) - (Dos Srs. Gome.s da.Silva e Nelson Marchezan.L.

Comissão MistaPresidente: Deputado Jarbas VasconcelosVice-Presidente: 8e..'1ador Saldanha DerziRelator: Deputado Paulo StudartPrazo no Congresso Nacional: até dia

18-9-'75.3

PROPOSTAS DE EMENDAA CONSTITUIÇAO

N.05 14 E 23, DE 1975-CN

"Dá nova redação ao item I !ia al'tigo 57da Constituição." (projetos de matéria fi­nanceíra.) - (Dos ers. Epitácio Cafeteira eAirton Bandoval.)

Oomíssão MistaPresidente: Senador Arnon de MelloVíce-Presídsnte: Senador Ruy CarneiroRelator: Deputado Ivahír GarciaPrazo no Congresso Nacional: até dia

22-9-75.4

PROPOSTA DE EMENDAÃ CONST::TUIÇAON,o 15, DE 1975-CN

"Altera a redação do artigo 55 da oons­ti,tuição, dispondo sobre a expedição deDecreto-lei pelo Presidente da República."CAutor: Sr. Jader :Barbalho.)

Oomíssâo MistaPresidente: Deputado Nadyr RossettiVice-Presidente: Deputado Santos FilhoRelator: Senador Eurico Re:z;endePrazo no Oongresso Nacional: até dia.

26-9-75.5

PROPOSTAS DE EME...""IDAA OONSTITUIÇãO

N.os 16 E 22, DE 1975-0N

"Imprime nova redação ao eaput do arti­go 14 di COnstituição." (Criação de Mu­nicípios'> - (Autores: Srs. Italivio CDelhoe Nunes Rochl1..)

Oomíssâe Mista

Presidente: Senador Dirceu CardosoVice-Presidente: Senador Ruy SantosRelator: Deputado José MachadoPrazo no Congresso Nacional: até dia.

27-9-'75.6

PROPOSTA DE EMENDAA CONSTITUlÇlW

N.O 19/75-CN"Dispõe sobre a aposentadoria dos Pro­

fessores sob os regimes estatutário e daConsolidação das Leís do Trabalho aos vin­te e cinco anos de serviço, acrescentandoparágrafo ao artigo 101 e alínea ao arti­go 165 do texto constitucional." (DeputadoAlvaro Dias.)

Comissão MistaPresidente: Deputado oetacíno AlmeidaVice-Presidente: Senador Renato FrancoRelator: Deputado Sinval Boaventura

Setembro de 1975 mARIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6823

Prazo

Até dia 17-9-75 - na Comissão Mista;Até dia 17:'10-75 - no Congresso Nacio­

nal.7

PROPOSTAS DE EMENDAA CONSTITUIÇAON."" 20 E_29/75-CN

Que "dá nova redação ao § 1.0 do art. 168c acrescenta parágrafo único ao art. 169ela Constituição da R.epública Federativa doBrasil" (sobre exploração e aproveitamentodas jazidas, minas e demais recursos mine-oraís; potenciais de energia hídráulíca.) (Au­tores: 8rs. Oswaldo Lima e Jorge Arbage.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Deputado Eduardo GalilRelator: Senador Arnon de Mello

PrazoAté dia 19-9-75 - na Comissão Mista;Até dia 19-10-75 - no Congresso Nacio­

nal.8

PROPOSTA DE EMENDAA CONsTITUIÇAO

N.o 21175-CN

Que "altera a redação do art. 48 da Cons­tituição Federal (Emenda Constitucional)l.o 1, de 17 de outubro de 1969)" (sobrediscussão e votação de Emenda à Consti­tutção.) (Autor: 81'. Jorge Arbage.)

Oomíssão Mista

Presidente: Deputado Renato AzeredoVice-Presidente: Senador Lourival Bap­

tistaRelator: Deputado Joáo Vargas

CALENDáRIO

Dias 27, 28, 29-8, 1, 2, 3, 4 e 5-9-75Apresentação das emendas, perante a Co­missão.

PrazoAté dia 20-9-75 - na Comissão Mista;Até dia 20-10-75 - no Congresso Nacío­

nà1.9

PROJETO DE LEI N.o 8, ~E 1975 ceN)

"Regula a situação do aposentado pelaPrevldência Social que volta ao trabalho ea do segurado que se vincula a seu regimea';Jós completar sessenta anos de idade. edá outras providências." (Autor: PoderExecutivo - Mensagens D.OS 229/75-PE e61/75-CN) .

Comissão Mista

Presidente: Deputado Athiê CouryVice-Presidente: Senador Lourival Bap­

tistaRelator: Deputado Prisco Viana

Prazo

Até dia 21-9-75 - no Congresso Nacíonal,

10PROJETO DE LEI N° 9, DE 1975-CN

"Institui normas gerais sobre desportos,e dá outras providências." (Do Poder Exe­cutivo - Mensagens D.OS 239175-PE e65/75-CN.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Itamar ·FrancoVice-Presidente: Senador Mendes CanaleRelator: Deputado Hélio Campos

Prazo no Congresso Nacional: até 21-9-75.

11MENSAGEM N.o 62, DE 1975-CN

Submete à deliberação do Congresso Na­cional texto do Decreto-lei n.o 1.410, de 31de julho de 1975, que "concede incentivofiscal a projetos prioritários para a eco­nomia nacional, e dá outras providências".(Autor: Poder Executivo - Mensagem n.o233/75.)

Comissão Mista

Presidente: Senador Altevir LealVice-Presidente: Deputado ,Harry SauerRelator: Senador Saldanha Derzi

PrazoAté dia 29-lJ-75 - no Congresso Nacional.

1~

VETC PARCIAL(Mensagens n. os 192/75-CN e 51/75-CN)Projeto de Lei n,v 3, de 1975 (CN), que

"altera dispositivos da Lei n.o 6.015, de 31de dezembro de 1973, que dispõe sobre osregistros públicos".

Comissão MistaPresidente: Senador Paulo BrossardVice-Presidente; Deputado José Sal1yRelator: Senador Italívio Coelho

PrazoAté dia 19-9-75 - no Congresso Nacional.

13VETO TOTAL

(Mensagens n.OI' 194/75-PE e 48175-CN)

Projeto de Lei ri.? 168, de 1975-CD, que"reduz os prazos de prescrição para os cri­minosos primários e de bons anteceden­tes".

Comissão Mista

Presidente: Senador Leite ChavesVice-Presidente: Deputado Cantídio Sam­

paioRelator: Senador Heitor Dias

PrazoAté dia 19-9-75 - no Congresso Nacional.

14

VETO PARCIAL

(Mensagens n. 0 8 207/75-PE e 54175-CN)

Projeto de Lei nO 578, de 1972, que "re­gula o exercício da profissão de propagan­dista e vendedor de produtos farmacêuti­cos, e dá outras providências" ..

Comissão Mista

Presidente: Deputado Aleír PimentaVice-Presidente: Deputado Raimundo Pa­

rente

Relator: Senador Renato FrancoPra:z:o

Até dia 25-9-75 - no Congresso Nacional.

15VETO PARCIAL

(Mensagens nps 208/75-PE e 55/75-CN)

Projeto de Lei n.o 1.360, de 1973, que"dispõe sobre díscrímínação, pelo Ministé­rio da Agricultura, de regiões para exe­cuçào obrigatória de planos de proteção aosolo e de combate à erosão, e dá outrasprovidências" .

Comíssâo Mista

Presidente: Senador Otaír BeckerVice-Presidente: Ser.ador Agenor MadaRelat.or: Deputado Athiê Coury

Prazo

Até dia 30-9-75 - no Congresso. Nacional.

16VETO PARCIAL

(Mensagens n.OS 209175-PE e 56/75-CN)

PROJETO DE LEI N.o 98175-CD

"Dispõe sobre a contagem recíproca detempo de serviço público federal e de ativi­dade privada para efeito de aposentadoria."

Comissão Mista

Presidente: Senador Franco MontamVice-Presidente: Senador Heitor DiasRelator: Deputado Joáo Linhares

PrazoAté dia 4-9-75 - na Comissão Mista;Até dia 29-9-75 - no Congresso Nacional.

17VETO PARCIAL

(Mensagens n. OS 212/75-PE e 57/75-CN)

PROJETO DE LEI N.o 1.1l4/73-CD

"Altera a denomínacão de Técnico deAdrninfstraçâo, e dá outras providências."

Comissão MistaPresidente: Senador Evelásio VieiraVice-Presidente: Senador Domicio GondimRelator:' Deputado Braga Ramos

Prazo

Até dia 4-9-75 - na Comissão Mista;Até dia 29-9-75 - no Congresso Nacional.

IX - Levanta-se a Sessão às 18 horase 10 minutos.

MESA

1." Sessão Legislativa da s.a Legislatura

Ata da 16.a Reunião da Mesa,realizada em 27-8-1975

/los vinte e sete dias do mês de agostode mil novecentos e setenta e cinco, àsS horas., reune-se a Mesa da Câmara dosDeputados, sob a presidência do SenhorDeputado Célio Borja, presentes os Se­nhores Herbert Levy, Odulfo Domíngues eLéo Simões, respectivamente, 1.0 Vice-Pre­sidente, lO-Secretário e 4.o-Secretário. Au­sentes, por motivo justificado, os DeputadosAlencar Furtado, Henrique Eduardo Alvese Pinheiro Machado, respectivamente, 2.0­Vice-Presidente, 2.o-Secretário e 3.o-Secre­tárío. Havendo número legal, o sennorPresidente declara abertos os trabalhos. l!:lida e aprovada a ata da reunião anterior.I ~ Pauta fu:> Senhor Presidente. A Mesaresolve: a) aprovar a proposta de rerormu­lação do atual Orcamentq Analítíco da Câ­mara e do Plano de Aplicação n.o 001/75; b)aprovar a requísícâo, por esta Casa, dofuncionário do Banco 'do Brasil SIA, OscarAzevedo Seraphico de Souza, Escriturárioletra "H", para prestar serviço junto à 2."'Secretaria, sem prejuízo dos seus vencí­mentes e vantagens; e) aprovar os balan­cetes de abril, maio e junho de 1975, apre­sentados pelo Instituto de Previdência dosCongressistas, através do Processo número4.936175 e a liberação da terceira parcela

, da dotação de 1975; d) aprovar a prestaçãode Contas referente aos 1.° e 2.0 trimestresde 19'75, apresentada pela Cooperativa doCongresso Ltda., através do Processo n.o4.810/75, e a liberação dos 3.° e 4.0 trimes­tres de 197.5; e) aprovar o preenchimentode 53 cargos de Assistente Legislativo porcandidatos aprovados em concurso público,obedecida a ordem de elasstrícação, sendo9 (nove) nomeados para a Classe B e 14(quatorze) para a Classe A, da Area deTaquigrafia Legislativa e os demais paraa Classe A, da Area de Pesquisa Legislativa.Em seguida, ° Senhor Presidente comunica.à Mesa que autorizou o Ser:ilior Diretor-

fl8M Quinta-feira 4 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 19'75

Geral, Dr, Luciano Brandão Alves de Souza,li participar, na qualidade de Assessor, daDelegação Brasileira à 62.a Conferência 111­terparíamentar, a realizar-se em Londres,devendo ausentar-se 110 período de 28/8 a19-9-75. II - Pauta do Senhor 1.0-Vice-Pre­

sidente. A Mesa aprova o parecer de SuaE:xcelência proferido 110 seguinte Requeri­mento de mrormações: Deputade FranciscoAmaral: "Porque até agora não foi regu­lamentada a Lei 11.0 5.971/73, que "dispõesobre a atividade turfística no País e dáoutras providências", o nobre DeputadoFrancisco Amaral encaminhou à Mesa Ee­querímento de tnrormações, para que sejaouvido o Senhor Ministro da Agriculturasobre problemas vinculados à atuação dasentidades que exploram apostas sobre com­petições hípicas e sociedades beneficentesde jóqueis e treinadores. Parecer. Encon­tra-se a proposição devidamente amparadaregimental e eonstítucíonalmente, tendoem vista a tramitação de Projeto de Leín.o 908/75, que altera dispositivos da legis­lação vigente. Indaga o autor das razõespor que a Lei n. O 5.971173 ainda não foiregulamentada. NOl.\tras questões pergun­ta-se sobre as contribuições arrecadadaspelas entidades turrístícas: as respectivasdestinações em termos percentuais; recur­sos destinados às sociedades beneficentesde jóqueis e treinadores; providências ado­tadas para a exata apuração do movimentode apostas; e, finalmente, o montante mé­dio mensal das apostas arrecadadas "pelasmaiores soeíedades hípicas brasileiras, ouseja, as que têm sede nas Capitais dosEstados". Em face do exposto, .opinamospelo encaminhamento da proposição. Esteo nosso parecer". III - Pauta do Senhor1.0-Secretálin. Sua Excelência relata 0Il se­guintes expedíentes: a) Aquisiçij,o de Mo­biliário, Tapetes e Cortinas. "Refere-se opresente processo à Tomada de Preços n.o12175, realizada com o objetivo de adquirirmobiliário especial, tapetes e cortinas, des­tinados a vários órgãos da Casa. 2 - Editalfi, fls. 39/51. Ata de abertura a fls. 70/1. ­Mapa, a fls. 146, dos preços oferecidos pelas15 empresas licitantes. Parecer técnico afls. 14819. Parecer da Comissão Permanentede Lícítacões a fls. 151/3. 3 - Pronunciou­se devidamente o Departamento de Finan­ças, a fls. 153, quanto à exístêneía de re­cursos na dotação orçamentária por ondecorrerá a despesa. 4 - Havendo sido obser­vadas as formalidades legais no proces­samento da tomada de preços sob exame,manifesto-me I. pelo acolhimento do pare­cer da Comissão permanente de Licitações,com adjudicação como segue: - MóveisGerman Ind. e Com. Ltda. - itens 01, 02, OS,20.b e 20.a, num total de Cr$ 255.568,00; ­Mainline Móveis S.A. - Indústria e Co­mércio - itens 04, 08, 09, 10, 11, 16, 19, 20.a22, 23, 24, 25 e 30, num total de .Cr# 769.864,00; - Ambiente-Indústria e Co­mércio de Móveis S.A. - itens 05, 06, 07 e21, num total de Cr$ 81.734,40 - MovmaqLtda. - Móveis e Máquinas - itens 12, 13,14, 15 e 17, num total de Cr$ 154.888,00; ­Móveis Teperman S.A. - item 18, num to­tal de Cr$ 18.163,38; - Loyola & PaulaLtda. (Decorama Cortinas e Tapetes) ­-ítens 26 e 27, num total de Cr$ 5.552,00; e_ Isparta - COmércio de Tapetes Ltda. ­itens 28.a, 28.b, 28.c e 29, num total deCr$ 83.155,00; II. e, conseqüentemente,pela aprovação da despesa geral, apontadanaquele parecer, de Cr$ 1.368.924,78 (ummilhão, trezentos e -sessenta- e oito mil, no­vecentos e vinte e quatro cruzeiros e se­tenta e oíto centavos)." A Mesa aprova oparecer; b) Contrato de Serviços - Tomadade Preços n.o 25/73. "De momento, duasquestões a resolver nestes autos, encami­nhados a esta Secretaria pela Diretoria­Geral: 1.") Inclusão das dependências dagaragem, cujos serviços de limpeza vêm

sendo feitos por servidores da Casa, nocontrato existente com a empresa Confe­deral e mandado prorrogar pela Mesa (fls.191), para a limpeza das demais dependên­cias da Câmara - área essa, de 225 m2(fls. 200 v.), que deixou de figurar no Edí-'tal (fls. 13) por um lapso (ct. fls. 199/205).

-2.a) Situação dos serviços de copeiro emensageiro a partir de 1.° de julho tran­sato, face ao deliberado pela Mesa em 25de junho (processamento da contratação decopeiros e mensageiros diretamente sob oregime da Consolidação das Leis do Tra­balho, em substttuíção ao contrato de pres­tação de serviços através da ConfederalS.A." - fls. 191) e à existência de umainafastável fase de transição entre a situa­ção instalada e em funcionamento regulare o início da prestação de serviços pelos quevenham a ser diretamente contratados pelaCâmara. 2. Dão-nos conta os autos de queos mensageiros e copeiros continuam aprestar os serviços como antes, através daConfederal, pois a dispensa brusca dos ser­viÇOS dessa firma no particular teria "sé­rias implicações" e "somente poderia sertomada com base em autorização superior"(fls. 195) - procedimento de resguardo quefoi, dadas as circunstâncias, ratificado peloSenhor Diretor-Geral até que o assunto seaclare (fls. 196). 3.' Observe-se também quejá há cálculo das despesas nos autos, eon­síderados o último reajuste concedido ­de 28,32% e os meses de julho e agosto,para a parte do contrato que diz com alimpeza como para aquela que se relacionaaos servíços de copeiro e mensageíro, numtotal de Cr$ 271. 680,24 (fls. 208), a exem­plo, discriminadamente, do quer se contémna Nota de Empenho, referente aos mesesde maio e junho, de fls. 197. 4. Quanto àprimeira das questões: - Considerando queo Edital de Tomada de Preços (fls. 43), as­sim como o Contrato com a firma conre­deral S.A. (fls. 128/36), não cuidam da pos­sibilidade de ampliação da área a ser objetode limpeza, conforme observação de fls. 206,ao contrário definido e delimitando a áreacomo sendo a do edíríeío principal e ane­xos I, II e, III da Câmara, estando a gara­gem fora desses limites; - considerando,ademais, já estar autorizado pela Mesa,desde 25-6, "o processamento de nova lici­tação, com vistas a assrnetura de contratode locação de serviços de limpeza" {fls. 191),licitação em que poderá ser incluída talárea para limpeza, com perspectivas melho­res para a Câmara e procedimento maisconsentãneo com os princípios que regem acontratação, pela administração pública,de serviços com terceiros, - propondo àMesa o não acolhimento da sugestão. Quan­to à segunda das questões: - considerandoque a interpretação cabivel da "autoriza­ção para o processamento da contrataçãode copeiros e mensageiros diretamente"(grifei; fls. 191, item I), dada pela Mesa em25-6, há de ser de molde a não se chegara admitir que a Mesa teria resolvido semconsiderar um período de transição ínar­redável, sob risco de conceber postos emcolapso pela própria administração superioros serviços de copeiro e mensageiro, comgraves e incontornáveis prejuízos ao desen­volver diário dos trabalhos da Oasa; ­considerando que os serviços de copeiro emensageiro continuaram, como continuam,sendo prestados e recebidos, numa pror­rogação tácita do contrato, face às neces­sidades, e já em bases por extensão rea­justadas (fls. 190,).tem 4); - considerandoo cálculo de despesas, já nos autos, dosmeses de julho e agosto, compreendendonão só os serviços de limpeza já autoriza­dos como 08 de copeiro e mensageiro, jáprestados por força das circunstâncias, de­vidamente reajustados; - considerando,afinal, por outro lado, que urge se encetemprovidências para o cumprimento do dís-

posto no item I (fls. 191) da decisão daMesa de 25-6, - Proponho à Mesa a au;'­torízação da despesa de Cr$ 1.271.680,21(um milhão, duzentos e setenta e um mil,seiscentos e oitenta cruzeiros e vinte e qua­tro centavos), bem como declarar pror-,rogado o contrato com a empresa oonre­d~ral S.A., devidamente reajustado, tam­bem na parte que se refere a servíeos decopeiro e mensageiro, até que se concretãse,em volume hábil, 'o início das atívídadeade contratados diretamente, em substãtuí­çâo aos atuais, com recomendação expressaà Diretoria-Geral para que determine pro.,.vidências com vistas ao início imediato do"processamento da contratação de copeirose mensageiros diretamente sob o regime daConsolidação das Lei.s do Trabalho, emsubstituição ao contrato de prestação deserviços através da Confederal S.A.", con..soante deliberação da Mesa (fls. 191), nostermos da Resolução n.o 9, de 27 de junhode 1975 (DCN-I, 1.°-7-75, pâgs. 5083/5)". AMesa aprova o parecer; c) Credenciamento.Conselho Federal de Odontologia. "O Con­selho Federal de Odontologia dirigiu-se àPrimeira Secretaria solicitando eredencia­mento do Dr. Gustavo Dermeval da Fon"seca como representante daquela entidadejunto à Câmara dos Deputados. o Regi­mento Interno, desta Casa, prevê no seuartigo 60 que "poderão'as entidades de cla.\l"se de grau superior, de empregados e em­pregadores, e órgãos de protíasíonaís lib~­

raís, credenciar oficialmente à Mesa rte'i'presentantes que 'possam, eventualmente,prestar esclarecimentos especírícos à Câ­mara, através de seus órgãos técníeos". OAto da Mesa n.? 26, de 1973, regulamentandoa concessão do credenciamento de entída..des, dispõe, em seu artigo 1.0: "As Confe­derações, as Federações nacionais, estas 1).9,forma do § 2.0, in fine, do artigo 534, daCLT e os órgãos representantãvos de pro­fissionais liberais, também de âmbito na­cional, poderão credenciar representantesjunto à Câmara dos Deputados". Dispõe,ainda, o referido Ato, em seu art. 4.0: "Ar~,

4.0. A Primeira Secretaria compete: I -.,.examinar se as indicações para credencía­menta preenchem as formalidades previstasno artigo 2.0; li - expedir ato de creden­ciamento, que será encaminjiarío à entidadeinteressada 'ou diretamente ao credericía-,do; ... " Examinado o pedido e a documen­tação anexada, verifica-se: 1. a entidadeenquadra-se entre aquelas referidas no pr~'Tcerto regimental e na regulamentação; .2.quanto ao representante indicado, estácomprovada a nacionalidade brasileira, fO,.ram fornecidos dados sobre o documento deidentidade e apresentado o eurrteulumvítae: 3. foí também anexada a ata d!l­reunião em que foi eleita a diretoria ~J1!.exercício, da qual consta o período de seumandato (1975-1976). Face ao exposto, Plj.,roce-me que a Mesa poderá aceitar a indi­cação, autorizando o credenciamento, umavez que o pedido se fez em perfeita conso­nância com os preceitos regimentaís e res-.pectíva regulamentação". A Mesa aprova oparecer; (i) Gratificação: "Submeto à de;"liberação da Mesa o projeto de ato anexo,referente à fixação de valores da Qratifi­cação por Encargo de Direção e Assistên­cia Intermediárias e de Gratificação deRepresentação de Gabinete. Trata-se dematéria decorrente do disposto no pará­grafo único do art. 11: "os valores da g,ra­tificação a que se refere este artigo serãofixado por Ato da' Mesa, observados os ní­veis vigorantes no Poder Executivo". E noart. 15 da Resolução n.O 7, de 1975 "Os va­lores da Gratificação de Representação deGabinete de Assessor Técnico, SecretárioParticular, Oficial, Auxiliar e Ajudantesnão poderão ser superiores aos fixados paraas funções integrantes do Grupo-DAI cor­relacionados com categorias funcionais de

~etembro de 1975 DIA:RIO DO'CONGRESSO NACIONAL <Seção I) Quinta-feira 4 6825

AD. CONV'/SJ/GS/SHIS/N.o 006/75Terceiro termo aditivo ao convênio

celebrado aos 30 (trinta) dias do mêsde agosto de 1972 entre a Sociedade deHabitaeêes de Interesse Social Ltda. ­SHIS é a Câmara dos Deputados, naforma abaixo:

Aos dias do mês de de 1975,no Gabinete do Presidente da Câmara dosDeputados, presentes de um lado, a Câma­ra dos Deputados, doravante denominadaapenas Câmara, neste ato representada pe_lo seu Presidente, Deputado Célio de Oli­veira Borja, e de outro lado, a SOCIedadede Habitações de Interesse Social Ltda.,doravante denominada apenas SHIS, nesteato representada pelo seu Diretor Superin­tendente, Engenheiro Dflson Carlos Rehem,brasileiro, casado, e pelo Diretor Financeiro,Economista Semião Sobral de Faro, brasi­leiro, solteiro, ambos residentes e domici­liados nesta Capital, resolvem firmar o pre-...sente Aditamento, mediante as cláusulase condições seguintes:

Cláusula Primeira. O valor do Convê­nio ora aditado, objeto de sua Cláusula Se­gunda, fica por este instrumento fixado em01'$ 46.500.000,00 (quarenta e seis milhõese quinhentos mil cruzeiros).

Parágrafo Primeiro. O valor global es­tipulado na Cláusula Primeira, poderá so­frer reajustamento de conformidade comos custos obtidos no final das obras.

Cláusula Segunda. Ficam mantidas asdemais cláusulas e condições do Convêniooriginal e dos demais Termos Aditivos,

E, por estarem ]ustos e contratados, fir­mam o presente em 5 (cinco) vias de igualteor e forma, na presença das testemunhasabaixo, para que produza seus legítímosefeitos,

Brasília, de de 1975.P/Câmara , .................•P/SHIS .. , ..P/SHIS ;

'I'estemunhaa:1. , , .2. . .....................•.............•.

Termo aditivo ao convênio eelehi-adoentre a Caixa Econômica Federal ­CEF e a Câmara dos Deputados em 11de dezembro de 1974.

PaI' este instrumento particular de oon­vênío.: a Caixa Econômica Federal, EmpresaPública, dotada de personalidade jurídicade direito privado constituída nos termosdo Decreto-lei n.a 759/69 e do Decreton.O 66.303/70, com Estatuto arquivado naJunta Comercial de Brasilia, sob o n.O 1,inscrita no CGC do Ministério da Fazendasob o n.O 00.360.305, com sede em Brasília,DF, neste ato representada por, daqui pordiante designada 'CEF, e a Câmara dosDeputados, aqui representada por, doravan­te denominada Câmara, tendo em vista oConvênio celebrado em 11-12-74, resolvemformalizar o presente termo aditivo àqueleConvênio, mediante as cláusulas e eondíeõesseguintes:

1. A CEF se compromete a financiar aconstrução e/ou aquisição de unidades re­sidencíaís, em Brasília - DF, para servido­res indicados pela oãmara até o limite deCr$ 35.000.000,00.

2. A CEF firmará contratos individuaisde financiamentos com os servidores referi­dos na cláusula anterior, observadas asnormas fixadas no presente Oonvênío.

3. Para acompanhar a execução das obrasde construção isoladas, a CEF designaráfiscal a quem caberá vistoriar e proceder â.

Valor---------

1.125,001.125,001.000,00

875.00650;00

ATO DA MESAN.o 13, de 1975

A Mesa da Câmara dos Deputados, nouso de suas atribuições regimentais, e ten­do em vista o que dispõe o parágrafo úm­co do art. 11 e art. 15 da Resoluç&o n. a 7/75,e art. 3.° dfj. RellOlu,ção n.o 25172, resolve

Art. La Fixar, na forma do Anexo, osvalores da Gratificação por Encargo de Di­reção e Assistência Intermediárias e daGl'atificação de Representação de Gabine­te, do Quadro Permanente da Câmara dosDeputados.

Art. 2.° Nos resultados dos cálculos de­correntes da aplicação deste Ato serão des­prezadas as frações de cruzeiro, inclusiveem relação aos descontos que incidirem so­bre as gratificações.

Art. 3.0 Este Ato entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4.° Revogam-se as disposições emcontrário.

Câmara dos Deputados, 27 de agosto de1975. - Célio Borja, Presidente.

cumento 'poderia acarretar problemas' fu­turos. Parecer. com estas considerações, elevando-se em conta que esta Casa não estáaparelhada para atender a,mais esse ser­viço, opinamos contrariamente a aprova­ção da proposta." A Mes.a aprova o pare­cer. VI - Pauta do Senhor (tO-Secretário.A Mesa resolve: a) aprovar o Terceiro Ter­mo Aditivo ao Convênio Celebrado aos ao(trinta) dias do mês de agosto de 1972 en­tre a Sociedade de Habitações de InteresseSocial Ltda. - SRIS - e a Oârnara dosDeputados, para a construção de 4 blocosde apartamentos na SQN 202, com 96 uni­dades, cuja minuta vai publicada ao finalda ata; b) aprovar o Termo Aditivo ao Con­vênio celebrado entre a Caixa EconômicaFederal - CEF - e a Câmara dos Depu­tados, em 11 de dezembro de 1974, sendo aminuta publicada ao final da ata. Em se­guida, tendo em vista a exposição do Senhor4.o-Secretário no sentído de que as obraspúblicas sofreram o reajustamento da Uni­dade Padrão de Capitai (UPC), a Mesa au­toriza Sua Excelência a promover os, rea­justamentos ,Que se fizerem necessários,levando-se em conta o mesmo índíce nosimóveis em construção e pertencentes àCâmara dos Deputados". Nada mais ha­vendo a tratar, às 10:30 horas, o SenhorPresidente suspende os trabalhos por 10minutos, a fim de ser redigida a ata. Rea­bertos os trabalhos é a ata lida e aprovada.Eu, Paulo Affonso Martins de Oliveira, Se­cretário-Geral da Mesa, lavrei a presenteAta que vai à publicação. a) Célio Borja,Presidente.

Correlação com AtividadesNível Superior Outros Níveis

ANEXOCAMARA DOS DEPUTADOS - QUADRO PERMANENTEGRATIFICAÇãO POR ENCARGO DE DIREÇÃO E

ABSIS'nNCIA INTERMEDIARIAS

Níveis

DAI-3DAI-2DAI-1

DenoDÜnação------~ -------

a) Assessores Técnicos '(não' Incluídos no Grupo-DAS) ..•.••b) Secretários Particulares .........•..•....•...•..•... , .....e) orícíaís de Gabinete ...••......•........•.....•.........d) Auxüíares •......••.•••••• ; ••••••••.•••••••••.••••••.•••.•e) Ajudantes A e B ........•...•..•.......•. , .........••..••

1.125,00 1.000,001.000,00 875,00

875,00 750,00----------------- ------------------

GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇãO DE GAJJINETE

nível superior, observado o disposto no § 2.°dó art. 3.° da Resolução n.O 25, de 1972, e,nos § § 1.0, 2.0 e 3.° do art. 7.0 desta aeso­fução". O § 2.0 do art. 3.° da Resolução n.O25, de 1972, acima citado, dispõe: "A de­terminação dos valores da tabela de grati­ficação será feita em-ordem crescente tendoem vista a responsabilidade e a complexí­~ade dos encargos". Com a mação de va­lares, ora proposta, tem-se como regula­mentada e em condições de aplicabilidade aResolução n. a 7, de 1975, que dispôs sobre oGrupo-Direção e Assistência Intermediáriae deu outras provídêncías, inclusive fixandoo teto da Gratificação de Representacãode Gabinete". A Mesa aprova o parecer: e,em conseqüência, baixa o Ato da Mesa n.v1'$, de 1975, que vai publicado ao final daata: Em seguida, a Mesa resolve autorizaro' Senhor l.a-Seeretário a promover os en­tendimentos necessários no sentido da'transfe!'êneia das atuais Tesourarias dosPartidos Polítteos do prédío principal paraoutro local e o aproveitamento da área de­soeupada para a ínstalaeâo de outros ser­Viços, devendo a matéria voltar à Mesapara decisão final. IV - Pauta do Senhor2."-Secretário. Em virtude da ausência doSenhor 2.0-Secretário, o Senhor 4.o-Secre­

tário lê os pareceres fa.voráveis proferidospor SUa Excelência nos seguintes pedidosde licença para tratamento de saúde: 1)Deputado Petrônío Fig-ueiredo: num pe­ríodo de 90 (noventa) dias; 2) DeputadoMál'io Mondino: nos dias 1, 6, 8 e 11-8-75;3) Deputado Batista Miranda: no dia10-6-75. V - Pauta do Senh(}r IIo-Secretã­tio. Em virtude da ausência de Sua Exce­lência, o S.enhor 1.°-Secretário lê o seguinteparecer proferido .pelo Senhor 3.a-Secretá­rio: "Trata o presente proeesso de propostado Deputado Siqueira Oampos no sentidofie que a Câmara expeça carteira de iden­tidade para os familiares dependentes dosSenliorell Deputados. Como argumento fa­vorável à pretensão, o Deputado SiquíOiraCampos cita e fato de os Ministérios Mili­tares fornecerem carteiras de identificaçãoàs esposas e filhos dos integrantes das For­ças Armadall. Em que pese a opinião donobre Deputado, achamos que não se podecomparar a situação dos militares, com ados membros do Poder Legislativo, uma vezque a função" daqueles tem caráter perma­nente enquanto que a dos. parlamentares étransitória. O mandato legislativo poderáou não se renovar enquanto que a carreiramíütar perdura até a morte do seu titular.Achamos, pois, que se justifica que o filhodo militar ou sua esposa tenham um do­cumento de identidade em que conste acondição ae seu familiar, ao mesmo tempoem que consideramos impraticável a mes­ma medida com relação aos dependentesdos Deputados, em virtude da precariedadedb seu mandato. A concessão de tal do-

6826 Quinta-feira '" DJARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1915

gação imobiliária, ficando a cargo da CEFa sua efetivação, até a data da assinaturado contrato, assim como as renovaçõessubseqüentes, em Companhia de sua eleição.

7. A avaliação dos imóveis, será sempreobjeto de manifestação de órgão técnico daCEF.

7.1. No caso de aquisição, o desembolsoda CEF será feito de uma só vez.

7.2. No caso de construção de unidadeisolada, o financiamento será parcelado, deacordo com o cronograma de obras e as for­malidades exigidas.

7.3. Durante o período de construção se­rão devidos e pagos, mensalmente, os jurosde 6% a.a., contados sobre o valor devi­damente corrigido das parcelas efetivamen­te entregues.

8. A aquisição compreenderá:8.1. O valor do imóvel.8.2. As despesas de Cartório (Cartório de

Notas e de Registro de Imóveis).9. Os servidores referidos no presente

Convênio, uma vez satisfeitas as exigênciasdo levantamento sócio-econômico no tocan- ,te à renda familiar, ficarão dispensados daefetivação da poupança e das comissões deexpediente e de custeio previstas na legisla­ção e Normas da CEF, para obtenção do fi­nanciamento.

10. Em substituição à exigência da pou­pança, assim como para assegurar às ope­rações a rentabilidade mínima prevista paraos seus custos, a Câmara obriga-se a manterna CEF, sem juros e sem correção monetá­ria,.:um depósito mínimo de Cr$ 13.125.000,00(treze milhões, cento e vinte e cinco milcruzeiros) equivalente a 37,5% (trinta e seteinteiros e cinco décimos por cento) do totaldeste Convênio, pelo prazo de 300 (trezen­tos) meses a partir da sua integralização.

10.1. .A liberação do valor do Convênioserá feita na medida em que for efetivadoo depósito, respeitado sempre o percentualacima referido.

10.2. A devolução de cada depósito seráfeita em 5 (cinco) parcelas qüíqüenaís, li­mitadas aos percentuais abaixo índícados eobedecidos os prazos, contados a partir daintegralização do depósito, do esquema se­guinte:

Prazo % sobre o depósito

medição das obras efetivamente executadaspara ·0 fim de líberaçãc das parcelas dot.inanciamento.

4. AE unidades residenciais serão 100%financiadas e o teto da operação individualcorresponderá ao valor equivalente a 1.000vezes o maior salário mínimo, ou 3.500 UPCse adotadas as normas do Sistema Finaceirode Habitação. .

4.1. As condíções previstas para os rman­élamentos que forem vinculados ao SistemaFinanceiro de Habitação (SFH) poderãoser revistas se ocorrerem quaisquer altera­ções determinadas pelo BNH.

5. O prazo do financiamento, somado àidade do proponente mais idoso do casal,nos casos de contratos individuais, não po­derá ultrapassar o limite de 70 anos.

5.1. Desde que tais contratos venham aser expressamente amparados pela Apólice"Única, pelo Fundo de Compensação de Va­riações Salariais do Sistema Financeiro deHabitação, nos termos consignados no subi­tem 6.1., ou por Apólice alheia ao SFR, olimite de idade mencionado acima poderáser alterado, elevando-se até o estipuladonas referidas apólices.

6. A amortização dos financiamentos in­dividuais será feita em até 300 prestaçõesmensais de capital e juros, calculada emseu valor inicial pelo Sistema Francês deAmortísacão (Tabela Price) , à taxa de 6%a.a. e correção monetária trimestral.

6.1. O Plano de Equivalência Salarial eo Sistema de Amortizacões Constantes, doBanco Nacional da Habitação, poderão vira ser adotados em todos os financiamentosindividuais, desde que ocorra manifestaçãoexpressa, favorável, dos órgãos do SistemaFinanceiro de Habitação, no tocante à-con­sulta formulada sobre a aceitação das con­dições deste Convênio, inclusive para osefeitos de cobertura securitária, Fundo deCompensação de Variações Salariais_c derefinanciamento.

6.2. A primeira: prestação para amortã­saeão do financiamento será devida 30 diasapós a SUa integralização c, as demais, nomesmo dia dos meses subseqüentes.

li.:I. As prestações de amortização dosfinanciamentos serão descontadas em folhade pagamento dos servidores da Câmara,para o que será obtida prévia autorizaçãodestes e recolhidas à CEF no mesmo mês deseu vencimento, não sendo feito o que. se­rão os contratos considerados em inadim­plência para os efeitos de penalizações pre­Vistas.

6 .4. As operações não enquadradas nosubitem 6.1. serão obrígatoríamente cober­tas por seguro contra incêndio e de obrí-

Parcela

1."2."3....4."5.a

60 meses120 meses180 meses240 meses300 meses

10,3013,8018,4024,6032,90

10.2.1. Ocorrendo a retirada do depósitoantes dos prazos indicados ou em percen­tuaís superiores aos previstos no subitemanterior, fica a CEF desde logo expressa­mente autorizada a aumentar a taxa de 6%a. a. dos financiamentos concedidos aosservidores da Câmara até a taxa de equílí­brio dos custos operacionais da CEF, consi­derada esta até o lirn.ite de 11% a.a., por­menor esse que deverá constar de todos oscontratos de financiamentos individuais a.serem assinados.

11. No caso de o adquirente de unidaderesidencial resolver transferir os seus direi­tos e obrigações durante a vigência do con­trato, estará obrigado a dar preferência aoutros servidores do órgão que forem poreste indicados, na forma 'das Normas emvigor, sendo que tal obrigação deverá cons­tar de todos os contratos individuais.

11.1. A proposta de transferência de imó­vel a candidato não servidor, assim como aquebra do vínculo com o Serviço PúblicoFederal, retirará o contrato das caracterís­ticas estipuladas no Convênio, levando-o àégide das cóndíções vigentes para os eon­tratos em geral, em função de cujas .taxase saldos de prazos máximos serão reajusta­dos imediatamente, se não houver opçãopelo resgate íntegral do i:ébito.

11.2. Os imóveis adquiridos através desteConvênio não poderão ser alugados antes dedecorrido o prazo de 3 (três) anos da datada aquisição nem vendidos antes de 5 (cin­co) anos, sem prévia autorização da Câ­mara.

11.3. A liquidação antecipada da divida,em qualquer caso, importará na dispensade pagamento dos juros convencionados,salvo os vencidos até a data da liquidação.

12. O presente Termo de Convêrtio passaa viger a partir da data de sua publicaçãono Diário Oficial.

13. Qualquer modificação na essência doora convencionado, ressalvadas as epistola­res cabíveís, será feita mediante mútuoacordo através de novo Convênio.

14. Fica eleito o Foro de Brasília-DF paradecisão de questões judiciais que possamdecorrer da aplicação das condições con­vencionadas.

15. No que forem omíssaa as Normas fixa­das no presente Convênio, fica desde Ioga aCEF autorizada a adotar as vigentes paraas suas operações normais.

E por assim terem convencionado, decla­ram as partes aceitar todas as cláusulas econdições constantes deste instrumento que "depois de lido e achado conforme vai assi­nado em 4 (quatro) vias de igual teor eforma, na presença das testemunhas qUllo subscrevem.

Setenlbro de 19'15 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6W7

MESA LIDERANÇAS

:Presidente:Célio Borja - ARENA

1.0-víee-Presidente:Herbert Levy - ARENA

2!'-Vice-Presidente:Alencar Furtado - MDB

l.o-Secretário:Odulfo Domingues - ARENA

2.o-Secretári{) :Henrique Eduardo Alves - MDB

3.o-Secretári{):Pinheiro Machado - ARENA

4.o-Secretá:ri{):Léo Simões - MDB

SUPLENTES

Júlio Viveiros - MDBLauro Roítt'iglJes - MDBUbaldo Barérn - ARENAAntônio Florêncio - ARENA

ARENA - MAIORIA

. Lider:José Bonifácio

Vice-Lideres:

J não LinharesAlípio CarvalhoJorge VargasJosé AlvesJairo MagalhãesParente FrotaAiron RiosBlotta JúniorMareeIos LínharesVasco NetoLuiz RochaParsifal BarrósoAdhemllX GhisiCantídio SampaioLauro Leitão

MDB - MlNORIA

Líder:

Laerte Vieira

Vice-Lideres:

Alceu Collares

Fernando Lyra

Figueiredo Correia

Freitas Nobre

GetúliQ Dias

Gua!.'u Piteri

Israel Días-NovaesJoão MenCJ!:CSJoel Ferreira

Marcondes Gadelha

Padre Nobre

Peixoto Filho

DEPARTAMENTO DE COMISSÕES MDB 3) C(IMISSAQ DE COMUNICAÇõES

COMiSSÕES PERMANENTES1) COMISSAO DE AGRICULTURA E POU'TICA

RURALPresidente: Pacheco Chaves - :MDB

Paulo RochaLocal: Anexo II - Ramal 661

Coordenação de Comissões p«:rmanentesGeny Xavier Marques

Local: Anexo II - Telefones: 24-5179 e24-4805 - Ramfl,is: 601 e 619

TunDa f tA"Vice-Presidente Antônio Anníbell! - :MDB

Turma "13"Vice-Presidente: Manoel Rodrigues - ARENA

Titll1ll.rCs

ARENA

Suplentes

ARENAAlcides Franciscato Jorge VargasAntônio Ueno José da AssisBatista Miranda MlÍ.udcio LeiteFlâvio Gíovrne Menandro MinahimFrancisco Bilac Pinto Prisco Vifl,na;Horácio Matos Ruy BacelarInocêncio oliveira. Sinval BoaventuraJoaquim Coutinho

Mauricio LeiteNorberto SchmidtVieira da SilvaWaldomiro Gonçalves

José CamargoJúlio ViveirosMário Frota

Freitas NobreJorge Pa1Üo

MDB

:MDB

ARENA

Jorge ArbageMagno BacelarMmoro M~yamoto

Oswaldo ZaneIloPassos Porto

ARENA

Suplentes

Dias MenezesGetúlio DiasJoão GilbertoJoel Ferreira

Abel AvilaAntõnio FerreiraAugusto TreinBlotta JúniorEdison Bonna

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 6 - Ramais 653 e (IM

Aluizio ParaguassuAurélio CamposEloy Lenzi

Titulares

REUNIõES

Presidente: Humberto Lucena - MDB

Vice-P1'esldente: JG de Araújo Jorge - MDB

Vice-Presidente: Gioia Júnior - ARENA

Aderbal JuremaAlair FerreiraAroldo CarvalhoCorreia LimaGerson Camata

Secretária: 10113 Lazzarini

Moreira FrancoOsvaldo BuskeíPedro LauroRoberto CarvalhoSebastião RodriguesYasunori Kunigo

MDB

octacüío QueirozSilvio Abreu Júnior

Flávio GiovineNina RibeíroParsifal Barroso

MDB

Jalson BarretoMilton SteinbruchNelson Thibau

Suplentes

ARENA

Gabl'iel HermesJoaquim GuerraMurilo Rt:zenfeUbaldo Barém

Antônio PlorêncioAry ValadãoBatista MirandaEdison Bonna

Alberto LavínasExpedito ZanottiJorge Uequed

2) COMISSAO DE C1ENCIA E TECNOLOGIA

Présidente: Brfgído Tinoco - MDBVice-Pres~dente;Fernando Cunha - MDBVic!J-Presidente: Jarmund Nasser - ARENA

Titulares

ARENA

Ary KffuriCélio Marques

FernandesCorreia LimaDiogo Nomura

Abdon GonçalvesDias MenezesFrancisco AmaralHélio Almeida

Eloy LenziErnesto de MarooIturival NascimentoJosé MaurícioJuarez BatistaMilton Steinbruch

REUNIõES

Quartas e quintas-feiras, às 10:00 hosasLocal: Anexo II - Sala 11.- Ramal 621Sec~'etária: Eni Machado Coelho

'REUNIõES

Quartas e quíntas-tefras, às 10:00 horasLocal: Anexo II ~ Ramal 766Secretária: Maria Geralda Orrteo

Turma i.-CelSO CarvalhoElcival Caiado

Geraldo B1Üh6esHenrique BritoMelo FreireVasco Amaro

:MDBJosé MandelliJUJ;iJ'BZ BernardesNelson MaculanRénato AzeredoVinicius Cansanção

TlU'ma AAlexandre MachadoAntõmo GomesBenedito Canellasoarüoso de AlmeidaHumberto SoutoJoão. DurvalJuvêncio Dias

Alvaro DiasAntõnio BresohnFrancisco LibardoníGuaçu PiteriHem:ique Ca~'doso

6828 Quinta-feira 4 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) . Setembro de 1975.

5) COMISSÃO DE ECONOMIA, INDOSTRIA ECOMSRClO

Presidente: Aldo Fagundes - MDBTurma.,~'A"

Vice-Presidente: Santilli Sobrinho - MDB

Turma. '''B''

4) COMISSAO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇAPresidente: Luiz Braz - ARENA

TUrlna "A!~

Vice-Presidente: Djalma Bessa - ARENATurma "B"

Vice-Presidente:, Nogueira da Gama - MDB

Titular-esARENA

MDBVagoVagoVagoVagoVago

Suplentes

ARENAMarão FilhoMelo FreireNelson MarchezanPedro CarolaPedro CoJinRaimUl'ldo .DínizWilson Braga

S.uplentes

ARENAJoão CasteloLauro 4!itãoMarcelo LInhllll'e8Mário MondinoWanderley MarizWilson FalcãoVago

MDBVagoVagoVagoVagoVago

Alberto Hoffmann - ARENAGastão Müller - ARENA

Walter Silva - MDB

Titulares

ARENA

Manoel NovaesMinoro MiyamotoNosser AlmeidaOswaldo ZanelloRicardo FiúzaTheódulo Albuquerque

MDBJúlio ViveirosMagnus GuimarãesMarcelo MedeirosPeixoto FilhoWalber Guimarães

Alair FerreiraAngelíno RosaAntônio FlorêncioArlmdo KunzJerCarlos WílsonCelso CarvalhoJoão ClímacoJosias Leite

AluízIo ParwguassuAntônio CarlosDias MenezesFlorim CoutinhoJosé Bonifácio NetoMarcelo MedeirosOdemír Furlan

Presidente:Vice-Presidente:Vice-Presidente:

Arlindo KunzlerEUrICO RibeiroFurtado LeiteGabriel HermesJorge ArbageJosias Leite

Presidente: Lysâneas Maciel - MDBVice-Presidente: José camargo - MDBVice-Presidente: G0112aga.Vasconcelos-ARENA

Titulares

ARENA

Marco MacielNewton BarreiraPaulino CíceroPrisco VianaRafael FaracoUbaldo Corrêa

9) COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Aécio CunhaAlvaro ValleDarcílio AyresFernando GonçalvesGeraldo FreireIvahír Garcia

8) COMISSÃO DE FiSCALIZAÇÃO FINANCEIRAE TOMADA DE CONTAS

REUNIõES

Quartàs e Quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo TI - Sala 16 - Ramais 643 e 642

Secretário: Paulo José Maestralli

Dias MenezesErnesto de MarcoJader BarbelhoJosé Bonifácio Neto

Epitácio CafeteIraJoaquim BevilacquaJosé Carlos Tei'&eiraOctaeílto QueirozVagoVago

REUNIõES

Quartas 'e Quintas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo TI - Sala 2 - Ramal 666

Secretário: Wilson Ricardo Barbosa Vianna

Aécio CunhaAlacid NunesAntônio FerreiraHélio LevyHorácio MatosJoão PedroJutahy Magalhãeli

MDBGenival TourinhoHildérico OliveiraJoão GilbertoJosé Maria de CarvalhoNadyr Rossetti

MDBMilton SteinbruchOdacir KleinRoberto CarvalhoRuy CôdoTheodoro Mendes

Pedro Faria - MDB

Titulares

ARENA'I'urma. BJorge VargasMáriO MondinoMoacyr DalJaNunes RochaRibamar MachadoTemistocles Teixeira'

Presidente: Flexa Ribeiro - ARENAVice-Presidente: Salvador Julianelli - ARENAVice-Presidente: Olivir Gabardo - MDB

Titulares

ARENALeur LomantoLygia Lessa BastosMagno BacelarManoel de AlmeidaMenandro MinahimRômulo Galvão

MDBJuarez BatistaNelson MaculanOtávio CeccatoRuy CôdoVinicius CansançãoVago

REUNIõES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal Anexo II - Sala 4, - Ramal 631Secretária: Delsulte Macedo de Avelar Villas

Boas

Amaury MüllerAntônio PontesFernando GamaJader BarbalhoJorge Uequed

Aivaro ValleBraga RamosDarcílio AyresDaso CoimbraGeraldo FreireHého MauroJosé Alves

Airton SoaresAleir PimentaAntônio MoraisDaniel SilvaEdgar MartinsFigueiredo Correia

Suplentes

ARENA·Norton MacedoNasser AlmeJdaOssian AraripePaulo FerrazRafael FaracoSylvio VenturolliTemistocles Teixeira,

VIce-Presidente:

Aderbal JuremaAntônio MarizGomes da SilvaHydekel FreitasJairo Magalhães.1utahy MagalhãesLuiz BrazNey Lopes

Presidente: Homero Santos - ARENA

7) COMISSÃO DE FINANÇAS

6) COMISSAO DE EDUCAÇÃO E CULTURA

Turma "B"

Turma II'"A"Vice-Presidente: João Castelo - ARENA

Antônio JoséAthiê COUl'yEmanuel WaissmannEpitácio CafeteiraGomes do AmaralJoão Menezes

MDBAlvaro Dias Lauro RodriguesAntunes de Oliveira Lincoln GrilJoÁrgilano Dado Magnus GuimarãesExpedito Zanotti Octacílio AlmeidaFrancisco Amaral Paulo MarquesJG de Araújo Jorge Theodoro Mendes

REUNIõES

Quartas-feIras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 9 - Ramal 639

Secretária: Marta Clélia ornco

Turma AAdriano ValenteAntônio MorimotoDyrno PIresFernando Magalhães

·Fl'ancisco Bilae PintoHélio CamposJoão Vatrgas

Blotta JúniorErnesto ValenteJosé SallyLauro LeitãoNey LopesNorton MacedoTheobaldo Barbosa

MDBJarbas VasconcelosJOaquim BevflacquaLuiz HenriqueLidovmo FantonMiro 'I'eíxeiraRubem Dourado

SuplentesARENA

Moacy DanaNereu GuidiNogueira de RezendeOsmar LeitãoParente FrotaRaimundo ParenteRaul BernardoViana Neto

SuplentesARENA

Hugo NapoleãoHumberto SoutoJanuário FeitosaPaulíno CíceroRicardo FiúzaRogério RêgoUlisses Potiguar

Turma AAltair ChagasAntônio MarizCantidio SampaioClaudino SalesCleverson TeixeiraGomes da SilvaJl>iro MagalJaãesJoão Linhares

Alceu coneresCelso BarrosErasmo Martins PedroNoide CerqueiraPetrônio FigueiredoBebastrão RoddguesTarcisio Delgado

Antônio MorimotoDaso COImbraEduardo GalilGonzaga VasconcelosHenrique CórdovaHenrique PrettiHomero SantosIgo LossoJarmund Nasser

Fernando CoelhoFigueiredo CorreiaFrancisco Studll,rtHumiJerto LucenaJadex BarbalhoJoão GilbertoJorge Uequed

MDBJosé Bomfácío NetoJosé MaurícioNadyr RossettiSérgio MurilloSilvio Abreu JúniorWalber GuimarãesWalter Silva

REUNIõESTerças, Quartas e Quintas-feiras às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 17 - Ramal 626

Secretária: Sílvia Barroso Martins

Vice-Presidente: José Haddad - ARENATitularesARENA

Turma BAmaral FurlanAugusto T'rei'nCarlos WilsonHenrique CórdovaJoão ClímacoViana NetoVieira Lima

MDBGenervíno FonsecaJoão ArrudaMarcondes Gadelha.Rubem Medina

Antônio CarlosHarry SanerJosé ThoméMoreira Franco

Ail'on RiosAlexandre MachadoAltair ChagasCardoso de AlmeidaCleverson TeixeiraDvrno PiresFal'la Lima.

Turma AA. H, Cunha BuenoAmaral NettoAngeliJ10 RosaFernando Gonç~ves

!go LossoMarão Filho

SeteD1bro de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4 6829

Titulares

REUNIôES

10) COMISSÃO DE REDAÇÃO

11) COMISSÃO DE RELAÇõES EXTERIORES

Jonas CarlosNewton BarreiraRibamar MachadoTeotônio NetoVieira Lima0

Manoel de AlmeidaMa.lIro SampaioRômulo GalvãoTheobaldo Barbosa

Odemir FurlanVagoVago

José CostaPedro LucenaThales RamallJoVago

José CostaJosé MaurícioRosru 1"loresMarcelo GatoOtávio Ceccato

Nelson MarchezanNereu GuidiOsmar LeitãoRaimundo ParenteSiqueira CamposVicente VuoloWIlmar DallanhoI

MDB

MDB

ARENA

ARENA

Ossían AI'aripePaulo FerrazUbaldo Ba.rémVasco NetoWanderley Mal"iz

MDB

Titulares

Gamaliel GalvâoJoel FerreiraLauro Rodrigues

Suplentes

ARENA

Aloísio SantosCarlos oottaFrancisco AmaralFrederico BrandãoGetúlio DiasJoel Lima

Suplentes

ARENA

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:00 horasLocaoi: Anexo II - Sala 12 - Ramal 694eeerotano: Hélio Alves Reíbeiro

MDB

Adhemar SantiloAntônio PontesFernando Coelho

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Salla 13 - Ramais 688 e 689Secretário: Walter Gouvêa Costa

Titulares

Alacid NunesAroldo CarvallloBento GonçalvesFlávio MarcílioFrancisco Rollemberg

Agostinh0 RodriguesAmaral FurlanCid :F'urt,adoClaudino SalesErnesta ValenteEurico Ribeiro

14) COMISSÃO DE SERViÇO P(iBLlCO

Antônio AnnibelliDias MenezesErasmo Martins PedroFreitas Nobre

15) COMISSÃO DE TRABALHO E LEGISLAÇÃOSOCIAL

Presidente: Paes de Andrade - MDBVice-Presidente: Sérgio Murillo - MDBVice-PreSidente: Raul Bernardo - ARENA

Aldo FagundesAluízio ParaguassuDias MenezesJG de Araújo Jorge

REUNIõES

Presídente: WIlson Braga - ARENAVice-Presidente: Vingt Rosado - ARENAVICe-Presidente: Argüano Dario - MDB

Ary KffUl"iFrancelino PereiraGeraldo GuedesIvahir GarciaJonas Carlos

Adhemar GhisiAlvaro GauctêncioCid FurtadoEduardo GalilTbrarm Abi AckelJacob CarolaLuiz Rocha.

José Carlos TeixeiraLincoln GrílloNey Ferreira

Parente FrotaPaulo StudartSylvio VenturolliSinval Boeventura

MDB

Marcondes GadelhaWalmor de LucaVagoVago

MDB

MDB

José CamargoMagnus GuimarãesPaes de AndradePedro FariaRoberto CarvalhoSérgio Murrllo

Titulares

ARENA

Inocêncio OliveiraJoão AlvesMauro SampaioUlisses PotíguarWilson Fll'lcão

Suplentes

ARENA

Hermes MacedoJoão VargasJuvêncio DiasLeur LomantoMarco MacielNorberto SchmidtPaulo StudartWaldomiro Gonçalves

MDB

Osvaldo BuskeiPedro LucenaWalter de Castro

Suplentes

ARENA

Parsíf'al BarrosoSaolvador JulianelliTheódulo AlbuquerqueVagoVago

Athiê CouryCarlos CottaJoaqUIm BevílacquaLincoln Grlllo

12) COMISSÃO DE SAÚDE

- REUNIõES

Quartas-feiras, às 10:30 horasLocal: Anexo II - Sala 1 - Ramal 677

Secretária: Maria de Lourdes dos Sll'lltos

Titulares

Adriano ValenteBraga RamosHenrique BritoJoão Durval.rosé AlvesManoel Kovaes

REtJNlôES

Quartas e Quintas-feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 10 - Rama-I 682Secretária: Iná Fernandes Costa

13) COMISSÃO DE SEGURANÇA NACIONAL

Presidente: ítalo Conti - ARENAVice-Presidente: Célio Marques Fernandes -

ARENA

Vice-PI"esidente: Ruy Lino - MDB

Antônio BelinattiAntunes de onveíraPlczlm Coutinho

Agostinho RodriguesAlipio CarvalhoJanuário FeitosaNunes Leal

Abdon GonçalvesLeônidas SampaioOdemir FurJan

Adernar PereiraAiroll RiosCarlos Alberto de

OltveíraDiogo NomuraFrancisco Rollemberg

Presidente: Fábio Fonseca - MDBVice-Presidente: Jaison Barreto - MDBVice-Presidente: Navarro Vieira - ARENA

Adhemar GhisiAlvaro GaudêncioAry vatadãoCunha BuenoFernando MagalhãesFlexa RibeiroGeraãdo GuedesGerson Camata

Aldo FaundesAntunes de OliveiraAntônio MoraisDaniel SilvaDias Menezes

',João Menezes

Francelino PereiraGastão MüllerJosé MachadoLins e SilvaLuiz RochaSrqueIra CamposWl1mar Dallanhol

Murilo BadaróNogueira de RezendePassos PôrtoPedro ColinRaimundo DinÍZRogério RêgoTeotônio Neto

MDB

José Carlos TeIxeiraLauro RodriguesRubem DouradoSílvio de Abreu JúniorVago

MDB

Vago

MDB

Antônio Bresolin

MDB

Nelson ThíbauPedro LauroWalmor de LucaYasunori Kunigo

Theobaldo Barbosa

MDB

João CunhaMac Dowel Leite

de CastroPadre NobrePaulo MarquesThales Ramalho

ARENA

Suplentes

ARE:"lA

Suplentes

ARENA

Prisco VianaRibamar Machado

Alcir Pimenta

Altair Chagas

Henrique Cardoso

Israel DialS-NovaesJerônimo SantanaJorge FerrazMarcos TitoMário Moreira

Adhemar SantilloAIrton SoaresDias MenezesFrederico Bramdij,oJoão ArrudaJorge Moura

Presidente: Diogo Nomura - ARENAVice-Presidente: Furtado Leite - ARENA

Titulares

ARENA

Alberto HoffmannAmaral NettoBenedito CanellasCarlos Alberto de

OliveiraDjalmss BessaFerraz Egreja

REUNiõES

Quartas e Quintas-Feiras, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 7 - Ramal 660

Secretário: Luiz de Oliveira Pinto

Presidente: Flávio Marcflio - ARENAVice-Presidente: Joaquim Coutmho - ARENAVice-Presidente: Jairo Brum - MDB

QuaI'tas-feirOlS, às 10:00 horasLocal: Anexo II - Sala 14 - Ramal 673Secretário: José Lyra Barroso de Ortegal

Antônio UenoFaria LimaHugo NapoleãoJosé MachadoLins e SílvaoLuiz FernandoMarcelo Linhares

Adalberto CamargoArio TheodoroCarlos SantosCotta BarbosaFel"nando GamaFrancisco studllll't

63S0 Quinta-feira 4 DlARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Setembro de 1975

Titulares

16) COMISSÃO DE TRANSPORTES

Gilda Amora de Assis Republicana

Local: Anexo II - Ramais:

Presidente: Lomanto Júmor - ARENAVícc-Preaídente: Hermes Macêdo - ARENAVice-Presidente: Amaury Müller - MDB

Octacílío QueirozVaogo

Januário FeitosaJosé AlvesJutahy Magalhães

MDB

ARENA

Lauro LeitãoPedro Colín

MDB

ARENA

Manoel de AlmeidaRuy Bacelar

MDB

MDB

Juarez Bernardes

Suplentes

ARENA

Siqueira CamposUbaldo Bsn-érnVicente vuoto

MDB

VagoVago

Eloy LenziJaison Barreto

Suplentes

ARENA

Hermes MacédóVasco AmaroWihnar Dallanhol

MDB

VaogoV<>go

Genival TourinhoVinicius Cansanção

Suplentes

ARENA

Adhemar SantilloGenervino FonsecaVago

Hélio LevyJosé de AssisNunes Rocha

4) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO SUL

REUNIõES

Quintas-feiras, às 11:00 horas

Local: Anexo LI - Sala 8-B - Ramal 685

Secretário: Romualdo Fernaondo Arnoldo

Antônio CarlosFernando Cunha

Presidente: Abel Avila - ARENA

VICe-Presidente: Norberto Schmidt - ARENA

Vice-Presidente: Dias Menezes - MDB

Titulares

Antônio UenoJoão Vargas

Odacir KleinV",goVa.go

Aluízio Par-aguassuAntônio Anníbelli

Adriano ValenteArlindo KunzlerHenrique Córdova

REUNIõES

Quartas-feiras, às 10 :00 horas

Local: Anexo II - Sala 8-B - R.amal 685

Secretária: Allia Felicio Tobias

Presidente: Geraldo Guedes - ARENA

Vice-Presidente: Dyrno Pires - ARENA

VICe-Presidente: Celso Barros - MDB

Titulares

5) COMISSÃO DO POLfGONO DAS SECAS

Ernesto ValenteP'rancelmo Pereira

Quil1tas-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala S-A - Ramal 695

Secretário: José Salomão Jacobina Aires

José Cost~

Fernando Lyra

Fernando MagalhãesHumberto SoutoInocêncio Oliveira

Fernando CoelhoJarbas VasconcelosJosé Carlos 'I'erxeira

REUNIõES

Rezende MonteiroValdomiro Gonçalves

Passos PôrtoPantlrno CíceroPrisco VIana

MDB

Vmicius Cansanção

MDB

VagoVago

ARENA

Juvêncio DiasRannundo Parente

MDB

Jerômmo SantanaNabor Júnior

ARENA

Ricardo FiúzaRogé1'1o Rego

ARENA

Titulares

Suplentes

MDB

SiqueÍl'1lI Campos'I'ernistocles 'I'eixeíraUbaldo Corrêa

.MDB

Ruy LinoVago

Suplent.es

ARENA

Gabriel HermesHélio Campos

Presidente: Alaocíd Nunes - ARENA

Vice-Presidente: Nosser de Almeida - ARENA

Vice-Presidente: Antônio Pontes - MDB

Titulares

Antunes de OliveiraEpltácio Cafeteira

Suplentes

Terças-feiras, às 10:00 horas

Local: Anexo II - Sala 8-A - Ramais 605,606 e 616

COMISSÕES ESPECIAIS

1) COMISSÃO DA AMAZôNIA

J oel Ferreira.Júlio VíverrosMário Frota

Edison BonnaElcival CaiadoRafael Faraco

Jairo MagalhãesJosias LeiteMarco Maciel

Bento GonçalvesGeraldo BulhõcsManoel Novaes

Epitácio CafeteiraJosé Costa

Titulares

HJldérico OliveiraThales RamalhoVago

3) COMISSÃO DE DESENVOLVIMENTO DAREGIÃO CENTRO-OESTE

Presidente: Ney Fcrreira - MDB

Vice-Presidente: José Carlos Teixeira. - MDB

Vice-Presidente: Franoísoc Rollemberg -

Secretário: Jacy da Nova Amarante

Presidente: Iturival Nascimento - MDB

Vice-Presidente: Walter de Castro - MDB

Vice-Presidente: Ary Valadão - ARENA

REUNiõES

Qumtas-feiras, às 10,00 horasLocal: Anexo II - Sala 3 - Ramal 611Secretária: Mana de Nazareth Raupp Machadc

Benedito CanellasGastão MíiilerJarmulld Nasser

.2) COMISSÃO DA BACIA DO SÃO FRANCISCO

José de AssisMunlo RezendeRezende MorrterroRuy BacelarSantos Fl11l0

Nunes RochaRaul BernardoUbaldo CorreaVasco AmaroVasco NetoVIcente vuoio

MDB

Mário FrotaNabor JúnlorOctacilio AlmeidaOswaldo Lima.

MDB

José MandelliMáno MoreiraOdacir KleinPedro LauroRuy Côdo

ARENA

Suplente!:

ARENA

José HaddadJosé SaliyLygia Lessa BastosManoel RodriguesMurilo BadaróNina RibeiroRezende MonteiroSantos Filho

MDB

SilVIO de Abreu JúniorTarcisio DelgadoTheodoro MendesVagoVagoVago

Suplentes

ARENA

Ademar PereiraAntônio GomesElclval CaiadoFurtado LeiteGeraldo BulhõesGiÓliJ, JúmorHého Mauroítalo Conti

Aurého CamposFernando CunhaGamaliel GalvãoGeníval TourinhoLuiz HenriquePeixoto FilhoRuy Côdo

Fernando LyraFrancisco RochaHélio de AlmeidaLturrval NascimentoJuarez Batista

Abel AvilaAlcides FranciscatoBento GonçalvesHenrrque PrettiHydekel FrertasJoaquIm Guerra

REUNIõES

Quartas e QUintas-feiras, às 10:30 horas

Local: Anexo II - Sala 5 - Ramal 696Secretário: Carlos Brasil dc AraÚJO

Antônio CarlosDias MenezesErnesto de MarcoFrancrsco LibardoníJaIro Brum

Alípio CarvalhoHélio CamposHélio LevyJoão LtnharesJoão PedroNavarro vren-aNunes Leal

COORDENAÇÃO DE (OMISSÕ,STEMPORÁRIAS

REUNIõES

Quartas e Qumtas-feiras, às 10:00 hores

Local: Anexo II - Sala 15 - Ramal 647

Secretário: Nelson Oliveira de Souza

Seção de Comissões de Inquérito

Chefe: JaIro Terezmho Leal Vlanna

Local: Anexo TI - Ramal 612- 23-3239 (Direto)

Seção de Comissões Especiais

Chefe: SteHa Prta da Sllva Lopes

Local: Anexo Ir - Sala 8-B - Ramal 604

Setembro de 1975 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quinta-feira 4, 6831

Local: Anexo II - Sala 8-A ­Ramais 603 e 604

Secretário: Antônio Fernando Borges Manzan

Presidente: Sérgio Murilo - MDBVice-PreSidente: Peixoto Fl1ho - MDBVice-Presldente: José Sally - ARENA

Relatar-Geral: Geraldo Freire - ARENA

Presidente: Tancredo Neves - MDBVice-Presidente: Brigido Tinoco --- MDBVice-Presidente: Flávio Marcílío - ARENA

Relator-Geral: João Linharea - ARENA

REUNIõES

Local: Anexo II - Sala 8-ARamais 603 e 60'1

Secretária: Maria Teresa de Barros Pereira

MDB

Juarez BatistaGenervíno Fonseca

ARF"'A

Fernando LyraJosé Carlos Teixeira

MDB

Jerônimo Santana

Suplentes

ARENA

Rllfimundo ParenteJosias Leite

(REQUERIMENTO N.o 28/75 - CPI)

Prazo 26-6-75 a 23-11-75Presidente Figueiredo Correia.

Vice-Presidente Fernando coelhoRelator Ernesto Valente

VIcc-Relator Ricardo Fiúza

Titulares

ArENANewton Barreira

Titulares

5) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUfRITODESTINADA A INVESTIGAR E AVALIAR APOLiTlCA DE -REMUNEaAçAO DO TRA­BALHO, EM TODOS OS ANGULOS

(REQUERIMENTO N.o 19/75 - CP!)Prazo: 4-6-75 a 1Q- ll 75

Presidente: Alceu Collares -- MDBVree-Presidente: Pedro Faria - MDB

Rela.tor: Nelson Marchezan - ARENA

REUNiõES

REUNIõES

Sextas-feiras, às 9:00 horasLocal: Anexo III - Ramal 509Secretária; Márcia de Andrade Pereira

Joel FerreiraGuaçu Plteri

Terças-feiras, às '16:30 horasQuintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo II - Plenário da Comissão

de Educação e CulturaTelefones: Ramais 509 (Anexo UI) e

612 (Anexo mSecretário: Raimundo de Menezes Vieira

Correia LimaEurico RezendeVingt Rosado

4) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESTINADA A INVESTIGAR E AVALIAR AEXECUÇÃO DO PROGRAMA DE REDISTRI­BUIÇÃO DE TERRAS NO NORTE E NOR·DESTE DO PAíS

Walter Silva

Antônio MarizPrisco Viana

Nabor JúntorVinicius Cansanção

MDBLuiz Henl'lqueOdacir Klein

MDBJoaquim BevílaequaSebastião RodriguesJader Barhalho

ARENAFernando GonçalvesNogueira de RezendeDjalma Bessa

Suplentes

ARENAHugo NrupoleãoPaulo StudartIgo Losso

Suplentes

AR",NAIvahir GarciaRaymundo DlllizVianna Neto

Francelino PereiraAugusto 'I'reínJosé MachadoHugo Napoleão

MDBMário Frota Neide CerquerraTarcislO Delgado José MauricioIturival Nascrmento Walber GUllnarães

REUNIõES

Terças-feiras, às 16:30 horasQuartas-feiralS, às 16;30 horasQUintas-feiras, às 16:30 horasLocal: Anexo UI - Ramal 509Secretário: Manoel Augusto Campelo Neto

Alencar FurtadoNadyr RossettiMoreira Franco

Adhemar GhisiBlotta Júl1lorC,"1'1os Alberto de Oli­veira

2) COMISSÁO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESTINADA A PROCEDER AO LEVANTA·MENTO DA SITUAÇÃO PENITENCIARIA DOPAíS

Titulares

(REQUERIMENTO 1'1.0 16/75 - CFIlPrazo : 20-5-75 a 17-10-75

Presidente: José Bonífúcío NetoVice-Presidente: Theodoro Mendes

Relator: Ibrahim Abi-Ackel

Tancredo NevesMarcondes GadelhaJoão Menezes

MDBPacheco ~haves

Jaison BarretoGeníval Tourinho

REP-:~ S

Terças-feiras, às 18:00 horasQuintas-feiras, às 8:00 horasLocal: Anexo III - Ramal 497Secretário: Panilo Ernani Fonseca Aires

Peixoto FllhoTheodoro MendesJosé Costa

João LínhareeCardoso de AlmeidaRaymundo ParenteJoão castéío

MDBTheobaldo BarbosaCld FurtadoFern:l'lldo CoelhoMário MoreiraOswaldo Lima

ARENAJosé Bonifácio NetoFreitas NobreLidovino Fanton

Titulares

Titulares

SuplentesMDB

J oel FerreiraRubem DouradoAirton SoaresROSa! FloresJosé Costa

MDBCelso BarrosMac Dowel Leite de

castroIsrael Dias-Novaes

Suplentes

Santos FilhoHugo NapoleãoFernando GonçalvesEduardo GalHIgo LossoGastâo Mü1!er

Ibmhim Abi-AckelClaudino SalesIvahll' GarciaAutônio Mariz

7) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 633, DE 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPõE So..BRE O CóDIGO DE PROCESSO PENAL

6) COMISSÃO ESPECIAL DESTINADA A DARPARECER AO PROJETO N.o 634, de 1975,DO PODER EXECUTIVO, QUE DISPÕE $0..BRE O CóDIGO CIVIL

ARENAMarcelo LínnaresNey LopesErasmo Martins Pedro'I'arcísío DelgadoHenrique CórdovaAntônio MOl'imoto

REUNIõES

ARENACleverson TeixeiraLauro LeitãoGeratldo GuedesRaymundo Díníz

Herbert LevyGeraldo Fl'ei1'eArlindo KunzlerTeotônio Neto

MDB

ARENA

Marcelo Gato Gemval Toul'inhoAlvaro Dias

MDBAntônio JoséFredel'Íco Brandão

Suplentes

ARENA

Eduardo GalilRibamar MachadoLeur Lomanto

Altair ChagasMário MondinoJoão Climaco

ROSlll FloresJosé MaurícioGamalie1 Galvâo

Ney Lopes Antônio GomesJosé Machado Magno BacelarHumberto Souto

REUNIõES

Quartas e QUintas-feiras, às 16:00 horasLocal: Anexo m - Ramal 5{}9Secretário: Zorando Moreira de Oliveira

Titulares

3) COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITODESlINADA A iNVJ:STIGAR O PROBLEMADO MENOR

ARENAAlcides Franeíscato Inocêncio OliveiraCleverson Teixeira Nelson Marchezan

MDBJG de Araújo Jorge Antônio Morais

Suplentes

ARENADaso Coimbra Braga RamosBento Gonçalves

(REQUERIMENTO 1'1," 22/75 - CP!)

Prazo: 19-6-75 a 16-11-75Presidente: Carlos Santos

Vlce-Pl"esidente: Ruy CôdoRelator: Manoel de Almeida

Relator-Substituto: Lygia Lessa BU1St~s

(REQUERIMENTO 1'1," 4/75)(CP!)

Presidente: Alencal' Furtado - MDBVice-Pl'esidente: Moreire Franco - MDB

Relator: Herbel't Levy - ARENA

TitularesARENA

Gabriel HermesGonzaga VasconcelosPassos Pôrto

COMISSÕES PARLAMENTARESDE INQU~RITO

1) COMISSÁO PARLAMENTAR DE INQUfRITOPARA INVESTIGAR O COMPORTAMENTC f. ASINFLU~NCIAS DAS EMPRESAS MUlTINACIO·NAIS E DO CAPITAL ESTRANGEIRO NOBRASIL

PREÇO DESTE EXEMPLAR: Cr$ 0,50

centro Gráfico do Senado FederalCaixa Postal 1. 203

Brasília - DF

EDIÇÃO DE HOJE, 56 PÁGINAS