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Ano XXXII | ed. 369 | Dez | 2015 José Carlos Barbério, presidente do IEPAS, recebe Comenda Grã Cruz de Ouro Dante Ancona Montagnana Páginas centrais Jornal do SINDHOSP ganha selo Neutro de Carbono Página 3 População avalia mal planos de saúde, segundo CFM Páginas 11 UMA VIDA DE HOMENAGENS

Ano XXXII ed. 369 Dez 2015 UMA VIDA DE HOMENAGENS · Foto: DIVULGAÇÃO ENTIDADES NEUTRALIZAM CARBONO PRODUZIDO POR SUAS ATIVIDADES Em 27 de novembro, colaboradores do SINDHOSP, da

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Ano XXXII | ed. 369 | Dez | 2015

José Carlos Barbério, presidente do IEPAS, recebe Comenda Grã Cruz de Ouro Dante Ancona MontagnanaPáginas centrais

Jornal do SINDHOSP ganha selo Neutro de Carbono

Página 3

População avalia mal planos de saúde, segundo CFMPáginas 11

UMA VIDA DEHOMENAGENS

Editorial

| Jornal do SINDHOSP | Dez 20152

SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Ben (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected]

RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529, [email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected]

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030, [email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected]

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Editora interina: Aline Moura (MTB 42946) | Reportagens – Aline Moura • Ana Paula Barbulho • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado

Produção gráfica – Ergon Art (11) 2676-3211 | Periodicidade Mensal | Tiragem 15.300 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa

e autoridades. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 9o andar, São Paulo, SP, CEP 01041-000

Fone (11) 3224-7171, ramais 255 e 214 • www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

Depois de tudo, e de tantos sobressaltos, o ano de 2015 poderia terminar com um gosto amargo. Perspectivas de mais recessão à vista, anúncios de cortes dos gastos públicos, um ambiente político esfa-celado pelos escândalos de corrupção, uma tragédia ambiental histórica, greve de professores e depois de estudantes, surto de microcefalia causado por um mosquito que insiste em zumbir... são tantas as notícias ruins que pode parecer difícil prever um ano novo melhor, e mais próspero.

Parece até que todo mundo torceu contra. Quem lê os jornais diários chega a pensar que a culpa é da imprensa, esses jornalistas “jihadistas” que alardeiam um golpe na presidente da República. Ou da oposição, esse bando de maniqueístas de direita capazes de qualquer coisa para retomar o poder da nação. A vida, no entanto, não é tão simplista. Se fosse, seria fácil resolver a crise. Censurava-se a imprensa e acabava-se com a oposição que insiste em torcer contra este governo tão bom e justo que só quer o bem da população. E pronto. Estaria tudo resolvido, como num passe de mágica.

Mas está difícil reconhecer os erros. Ou é burrice ou é cinismo puro. Porque qualquer um vê que o go-verno gastou demais, de maneira irresponsável, enterrando a economia do país, em troca de uma política social fajuta que serviu para coletar milhares de votos. Os governos Lula e Dilma promoveram o aumento do consumo sem pensar no amanhã. Aumentaram o acesso à educação universitária nivelando por baixo o ensino. Fizeram crescer o contingente de classe média ao reclassificarem a faixa de renda e contrataram médicos cubanos para fazer de conta que temos medicina de qua-lidade nos rincões do país. Baixaram o IPI e promoveram a festa dos eletrodomésticos e dos carros. É o Brasil das maravilhas!

O que nos tira da letargia de Alice é a realidade. O desempre-go bate à porta e acabou o frisson do consumo. O real desvalori-zou, não tem mais dinheiro para o Bolsa Família e a desoneração ficou a ver navios. Mas ainda temos a Justiça. Nosso Poder Judiciá-rio, nossa Polícia Federal. E essas operações que lavam a jato a nos-sa alma. Esses Sérgio Moro, Gilmar Mendes e Carmem Lúcia. Esse Hélio Bicudo! Gente que tem propagado a esperança. E que tem dito, e escrito: “o crime não vencerá a Justiça”. Viveremos para ver.

presidente

Yussif Ali Mere Jr

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

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Dez 2015 | Jornal do SINDHOSP |

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AÇÃO

ENTIDADES NEUTRALIZAM CARBONO PRODUZIDO POR SUAS ATIVIDADES

Em 27 de novembro, colaboradores do SINDHOSP, da FEHOESP e do IEPAS passaram uma manhã diferente. Estiveram no Parque Ecológico do Tietê para plantar árvores. Isso mesmo: a mis-são era plantar cem mudas de espécies nativas da região, num ato simbólico que marcava a neu-tralização do dióxido carbônico emitido ao longo de 2015 pelas três instituições – tanto pelas suas publicações impressas como pelas atividades do dia a dia, como lixo produzido e combustível gasto no deslocamento de cada funcionário.

A ideia de neutralizar o carbono nasceu em 2011, com o Anuário SINDHOSP, numa iniciativa pioneira no setor de saúde que envolveu uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Defesa da Natu-reza (IBDN) e a Public Projetos Editoriais – editora do Anuário à época. O Anuário foi a primeira publi-cação do segmento a conseguir o selo “Carbono Neutro”. A ideia era calcular as emissões de dióxido de carbono lançadas na atmosfera para sua produção, incluindo transporte, impressão, papel, eletri-cidade, resíduos gerados, entre outros itens, e neutralizar o carbono através do plantio de árvores.

A mesma conta foi feita este ano, só que considerando não apenas o dióxido produzido pelo Anuário, mas pelas outras publicações (Jornal do SINDHOSP, Jornal da FEHOESP, Saúde Mental em Foco, Notícias), bem como pelas atividades dos escritórios que ficam em São Paulo. No total, foram mitigados 64.560 litros de lixos e resíduos produzidos de janeiro a outubro, 74.899 KWH de energia e 483.720 quilômetros rodados.

Segundo Rogério Iório, consultor ambiental e presidente do IBDN, “o importante é educar as pessoas e fazer com que elas se envolvam em ações de recuperação da natureza. O Parque Ecológico do Tietê é o maior parque linear da América Latina, começa em Salesópolis e permeia o Rio Tietê, que, apesar de poluído, é o rio mais importante do Estado. O núcleo Engenheiro Goulart, que é onde nós estamos realizando este plantio, é 11 vezes maior do que o parque do Ibirapuera. Recuperar este parque é fundamental para a população de São Paulo”, explicou.

“Este é o quinto ano consecutivo que neutralizamos a emissão de gás carbônico, mas desta vez decidimos ampliar a iniciativa. Pensando por um lado, pode parecer que estamos fazendo pouco, mas nosso pensamento tem de estar focado no futuro de nossas gerações. O que deixamos aqui plantando hoje permanecerá nesta terra muitos anos a mais do que nós mesmos”, afirmou o vice--presidente do SINDHOSP, Luiz Fernando Ferrari Neto.

A partir de agora, as publicações das três entidades terão o selo “Carbono Neutro”, concedido pelo IBDN. O mesmo selo estará visível nos sites e em toda a comunicação visual das instituições.

E COMO ANDA O CLIMA?Após duas semanas de intensas

negociações, a COP-21 (conferência do clima da ONU) terminou em 12 de dezembro, em Paris, com um acordo histórico, que pela primeira vez envolve quase todos os países do mundo em um esforço para re-duzir as emissões de carbono e con-ter os efeitos do aquecimento global.

O ponto central do chamado Acordo de Paris, que valerá a partir de 2020, é a obrigação de participa-ção de todas as nações - e não apenas

países ricos - no combate às mudanças climáticas. Ao todo, 195 países membros da Convenção do Clima da ONU e a União Europeia ratificaram o documento.

O objetivo de longo prazo é manter o aquecimento global “muito abaixo de 2OC”. Esse é o ponto a partir do qual cientistas afirmam que o planeta estaria condenado a um futuro sem volta de efeitos devastadores, como elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos (secas, tempesta-des e enchentes) e falta de água e alimentos.

Em referência ambiciosa, comemorada por ambienta-listas e países menos desenvolvidos, o texto define que os pontos do acordo serão revisados a cada cinco anos, para direcionar o cumprimento da meta de temperatura e dar transparência às ações de cada país.

Desde a Eco 92 - conferência que foi um marco histó-rico da agenda ambiental ao reunir delegações de 178 paí-ses no Rio de Janeiro – o mundo busca um caminho não apenas para mitigar os danos já causados na natureza, bem como para diminuir os impactos das atividades humanas. A pesquisa “Estágio da Sustentabilidade das Empresas Brasilei-ras”, realizada pelo Núcleo Petrobras de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral. revela no entanto que há uma clara discrepância entre o discurso e a ação de sustentabilidade nas organizações. O estudo classificou as empresas em cinco graus de evolução da sustentabilidade, que vão do nível mais elementar, quando a sustentabilidade é esporádica e os pro-gramas não são elaborados, até o nível mais avançado, trans-formador, quando a sustentabilidade se torna o negócio da empresa e provoca mudanças no mercado.

As empresas brasileiras encontram-se, em média, no ní-vel engajado, segundo estágio de desenvolvimento corpora-tivo, no qual se preocupam com o tema não só pela obriga-ção legal e social, mas pela redução do impacto negativo de suas atividades e por uma futura melhora na sua reputação.

ENQUANTO ISSO, EM MARIANA Às vésperas da conferência do clima, a maior tragédia

ambiental do país explodia em Mariana, em 5 de novembro, quando a Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, se rompeu. Morreu gente, casas foram destruídas e, em pou-cos dias, o estrago percorreu 500 quilômetros, entre Maria-na (MG) e Regência (ES), na foz do rio. As causas e os impac-tos do derramamento de pelo menos 34 milhões de metros cúbicos de lama no meio ambiente, segundo o Ibama, ainda estão sendo levantadas.

Equipe do SINDHOSP, da FEHOESP e do IEPAS após o plantio, com os instrutores do IBDN

JORNAL DO SINDHOSP AGORA TAMBÉM É ZERO CARBONO

| Jornal do SINDHOSP | Dez 2015

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COQUETEL CELEBRA COMITÊS E COMISSÕES

CONFRATERNIZAÇÃO NO INTERIOR

A FEHOESP e o SINDHOSP reuniram em um coquetel entre amigos os membros de seus comitês e comissões. A ideia do encontro, realizado em 8 de dezembro no restau-rante Praça São Lourenço, foi celebrar o encerramento de 2015. Entre os convidados, estiveram os membros das Co-missões de Recursos Humanos e Segurança e Saúde Ocupa-cional do SINDHOSP e dos Comitês de Saúde Mental e de Terapia Renal Substitutiva da FEHOESP. Também marcaram presença o presidente da Federação e do Sindicato, Yussif Ali Mere Jr; o diretor das duas entidades, Luiz Fernando Ferrari Neto; o presidente e o gestor do IEPAS, José Carlos Barbério e Marcelo Gratão, respectivamente.

Os comitês e as comissões são formados por represen-tantes dos estabelecimentos de saúde associados aos SIN-DHOSP e aos demais sindicatos da FEHOESP.

A Comissão de Recurso Humanos do Sindicato tem 21 anos completados em outubro passado e foi criada com o objetivo de esclarecer os profissionais da saúde so-bre legislações e negociações, mostrando a importância do departamento de RH para o bom desenvolvimento dos colaboradores. A coordenação, desde sua criação, está car-go do consultor de Gestão Empresarial Nelson Alvarez e as reuniões são mensais.

O Comitê de Segurança e Saúde Ocupacional do Sin-dicato foi criado em 2004 e é composto por médicos do

Seguindo a tradição, a diretoria do SINDHOSP, da FEHOESP e do IEPAS percorreram, entre novembro e dezembro, os cinco Sindicatos e as sete regionais, para participar de almo-ços de confraternização com os associados.

Em clima descontraído, os diretores agradeceram o empenho de todos os colabora-dores ao longo de 2015, especialmente com a intensificação do trabalho realizado junto à Gerência de Operações Regionais (GEOP), coordenada por Erik Von Eye. Novos represen-tantes regionais foram contratados, intensificando as atividades junto ao quadro associativo e a realização de eventos in loco.

Em 14 de dezembro, na confraternização realizada na regional de São José do Rio Preto, o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, e o vice-presidente Luiz Fer-nando Ferrari, entregaram uma placa da ONA ao diretor do Hospital de Olhos Redentora, João Aparecido Faloppa. Na placa, o reconhecimento por ser o único hospital oftalmológico da região a obter a acreditação ONA Excelência.

Em 19 de novembro, a cidade de Araçatuba recebeu a diretoria das entidades; em 7 de dezembro foi a vez de Piracicaba, seguida de Santos, no dia 8, e de Sorocaba, no dia 9. Bauru teve seu almoço de confraternização em 11 de dezembro, seguida de São José do Rio Preto (14), São José dos Campos (15), Campinas (17) e ABC (18).

Trabalho e engenheiros de Segurança. Coorde-nado pela advogada do SINDHOSP, Lucinéia Nucci, o grupo reúne-se mensalmente para troca de informações, análises de decisões que estão sendo tomadas nas Comissões Triparti-tes Permanentes Regio-nal (CTPR) e Nacional (CTPN), de legislações pertinentes à área de Se-gurança e Saúde Ocupacional, dentre outras atribuições.

O Comitê de Saúde Mental da FEHEOSP foi instalado oficialmente em janeiro de 2015. Até então, era um departamento do SINDHOSP, que seguiu para a Federação para o desenvolvimen-to de novos projetos O grupo, que congrega representantes dos hospitais psiquiátricos privados e filantrópicos do Estado de SP, reúne-se a cada dois meses e é coordenado pelo diretor do SINDHOSP, Ricardo Mendes.

Para debater e deliberar sobre temas de interesse das empresas que prestam serviços na área de terapia renal, a FEHOESP criou, em junho de 2014, o Comitê de Terapia Renal Substitutiva (CTRS). O grupo, que tem o apoio da Sociedade de Nefrologia do Estado de São Paulo (Sonesp), é formado por representantes de estabelecimentos associados aos seis sindicatos filiados à Federa-ção, que prestam serviços de diálise dentro e fora dos hospitais.

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Da esq. p/ a dir.: Mendes, Ferrari, Yussif, Gratão e Barbério, durante coquetel

Presidente do SINDHOSP entrega certficação de qualidade a Faloppa

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MINISTRO DA SAÚDE ENCERRA PROGRAMAÇÃO DO LIDE EM 2015

LOTTENBERG LANÇA LIVRO EM SP

“Houve uma certa contemporização com o Aedes aegypt”, reconheceu o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em palestra realizada em 9 de dezembro, no Hotel Pullman, em São Paulo, durante o último Almoço-Debate de 2015 do LIDE – Grupo de Líderes Empresariais. “Não é para ninguém entrar em pânico, mas a precaução é fundamental”, enfatizou, referindo-se ao zika vírus.

Projeção inédita feita pelo ministério estima que o zika vírus infectou ao menos 500 pessoas neste ano – na previsão mais pessimista, a doença teria contaminado 1,4 milhão de pessoas. Para Castro, a situação é “gravíssi-ma” e não faltarão recursos para combater o Aedes aegypti. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu alerta mundial no dia 1O de dezembro para que seus mais de 140 países-membros reforcem a vigilância para o eventual crescimento de infecções provocadas pelo zika vírus. Também sugeriu o iso-lamento dos pacientes.

O evento no LIDE reuniu 412 CEOs, presidentes e outros líderes empresariais, além de autoridades e dirigentes como o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr; o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip; a secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella; o secretário municipal da Saúde da capital paulista, Alexandre Padilha; a presidente da Hospitalar Feira e Fórum, Waleska Santos, o presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin; o pre-sidente executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antonio Britto; e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), Fabrício Campolina.

Questionado sobre a vasta atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula desde medicamentos até cosméticos e remédios veterinários, Castro respondeu que a in-tenção é simplificar, desburocratizar, agilizar e tornar o mais transparente possível os processos que transitam no órgão regulador. “Nunca pensamos em dividir a Anvisa, mas fortalecê-la e mo-dernizá-la. Nosso compromisso é pela abertura democrática e participativa da agência”, enfatizou.

Castro reclamou da excessiva judicialização da saúde, que onera o orçamento do ministé-

O presidente do Hospital Albert Einstein, Claudio Lottenberg, lançou o livro “Saúde e Cidadania – Tecno-logia a Serviço do Paciente e não ao Contrário”, em 8 de dezembro, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

O presidente e o vice-presidente do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr e Luiz Fernando Ferrari Neto, respecti-vamente, foram prestigiar o colega médico.

No livro, Lottenberg aborda diversos assuntos, como o envelhecimento da população e a maneira como estamos tratando os idosos. Em sua visão, os hospitais acabam se tornando casas de longa permanência, fruto do despreparo do sistema de saúde para lidar com a mudança epidemiológica.

A tecnologia, neste sentido, pode ser uma aliada. E deve ser. O livro ressalta a importância da incorpora-ção tecnológica como instrumento de melhoria de qualidade de vida para o paciente, sem levar em conta as necessidades do mercado.

Yussif e Ferrari também representaram, na ocasião, a FEHOESP e o IEPAS.

rio e impacta a sustentabilidade do SUS, citando dados que evidenciam a sua evolução: em 2010, foram gastos R$ 139 milhões com ações judiciais; em 2015, a previsão é de R$ 1,2 bilhão. “Não vemos com bons olhos a judicialização para obtenção de tratamentos sem registro no Brasil e medicamentos não aprova-dos pela Anvisa, por exemplo, que tiram recursos para a construção de novos postos de saúde”, enfatizou.

Ao final do Almoço-Debate, foi apresentada a 111a edição da Pesquisa Clima Empresarial LIDE-FGV, realizada com os líderes empresariais presentes ao evento. “O levantamento atestou o pessimismo que se manteve constante ao longo de 2015”, avaliou Fernando Meirelles, responsável pela pesquisa e presidente do LIDE Conteúdo. O índice, calculado pela Fundação Getúlio Var-gas (FGV), é uma nota de 0 a 10, resultante de três compo-nentes com o mesmo peso: governo, negócios e empregos.

A eficiência gerencial e o desempenho dos governos obtiveram notas: 0,3 para a esfera federal (a mais baixa de toda a série neste ano); 5,1 para estadual; e 1,4 para a mu-nicipal. Para 45% dos empresários, a situação atual dos ne-gócios piorou ou permaneceu igual (36%) e 19% disseram que haverá melhoras. Apenas 14% dos empresários presen-tes pretendem empregar em 2015; 42%, manter o quadro atual de empregos; e 44%, demitir.

Marcelo Castro fala sobre perspectivas na saúde

Lottenberg assina o exemplar de Luiz Fernando Ferrari

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A noite foi de gala. De emoção. E de muitos aplausos. No dia 2 de dezembro, o setor da Saú-

de se reuniu para homenagear um dos ícones da área, o farmacêutico José Carlos Barbério. Ele

recebeu a Comenda Grã Cruz de Ouro Dante Ancona Montagnana, das mãos do presidente do

SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, em reconhecimento a sua trajetória, marcada pelo

pioneirismo. A cerimônia realizou-se na Mansão Cidade Jardim, região Oeste da capital paulista, e

reuniu empresários e autoridades governamentais de todo o país, além de amigos e familiares de

José Carlos Barbério.

O homenageado ingressou nos quadros do SINDHOSP em 1998 e permanece até hoje, como

diretor tesoureiro e mais recentemente como presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área

da Saúde (IEPAS).

Aos 84 anos, Barbério coleciona condecorações. E é reconhecido nacionalmente, entre outros

feitos, pelo pioneirismo na produção de radiofármacos, matéria-prima que revolucionou a medi-

cina nuclear nacional. “Foi um grande salto. Antes do nosso experimento, o Brasil importava esses

materiais e as pesquisas de medicina nuclear nacional. Quando conseguimos produzir o necessário

aqui, barateamos o custo e ainda ajudamos a desenvolver mais não só a Farmácia, mas a Medicina

como um todo, alcançando a América do Sul, inclusive”, conta ele.

Para o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, o pioneirismo de Barbério

fez e faz a diferença para as instituições. “Ele traz toda a bagagem da vida acadêmica e põe em

prática no laboratório. O que torna essa atividade dele completamente pioneira. E ainda trouxe

para o IEPAS a bagagem de uma vida inteira. Hoje os números do IEPAS falam por si”, destacou,

referindo-se à sua atuação como presidente do Instituto criado sob o guarda-chuva do Sindicato

e da Federação.

Em seu discurso, durante a cerimônia de entrega da Comenda, Barbério contou um pouco de

sua história profissional, lembrou do amigo saudoso Dante Montagnana, agradeceu à família e aos

amigos, e à diretoria do SINDHOSP e da FEHOESP: “Neste percurso de vida, agora com suavidade,

insisto em continuar um pouco mais, com meus amigos que me prestigiam, com meus familiares,

com Maria do Rosário, minha esposa, que me devotam seu amor e respeito. Mas, absolutamente

importante também com os nossos diretores, funcionários e companheiros que, no dia a dia de

nossa convivência, no Sindicato, na Federação e no IEPAS, me distinguem e aos quais meu coração

responde sempre por esse carinho e amor manifestados.”

Para Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP e diretor da FEHOESP, o

reconhecimento pela trajetória do amigo é feita todos os dias, por onde ele passa. “A gente está

fazendo essa homenagem para ele agora, mas essa homenagem é diária. Por onde ele vai, está

sendo reverenciado.”

Marcelo Gratão, que trabalha lado a lado com Barbério no IEPAS, destacou seu lado afável.

“Também como pai de família que é, ele nos dá puxão de orelha quando precisa, mas sempre reco-

nhecendo os talentos e a dedicação de todos.”

HISTÓRIA

Aos 84 anos, José Carlos Barbério coleciona prêmios. A Grã Cruz foi o oitavo reconheci-

mento profissional. “Graças a Deus, o que fiz foi em prol de uma saúde melhor, desenvolvendo

metodologias que facilitassem algumas etapas. Sou muito grato por cada uma das homena-

gens”, comenta.

JOSÉ CARLOS BARBÉRIO É HOMENAGEADO PELO SETORA carreira na área da saúde

veio do sonho com a Faculdade

de Medicina. “Na fase pré-ves-

tibular, eu já trabalhava na USP

como assistente dos laboratórios

e achava que teria certa facilidade

em ser aprovado. Mas meu chefe,

na época, disse que era pratica-

mente impossível continuar traba-

lhando e ser classificado no curso,

já que a própria faculdade barraria a

classificação. Minha saída foi entrar

em Farmácia e Bioquímica, onde

realmente encontrei minha paixão

profissional.”

Em 1963, ao lado do químico

Emílio Engelstein e do farmacêu-

tico bioquímico Bruno Struffaldi,

Barbério realizou a primeira

produção de radiofármacos.

Poucos foram os anos de experimento, e já

em 1965 a equipe fornecia os artigos produzidos para todo

o país. Um caminho natural foi a criação, em 1973, do Centro

de Radioimunoensaio de São Paulo (CRIESP), que incorpo-

rava a utilização de hormônios para resultados mais ágeis

em exames laboratoriais.

A pesquisa e o carinho pela USP são latentes na vida do

farmacêutico. Em 1978, ele se candidatou ao cargo de pro-

fessor titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, onde,

após concurso, integrou o quadro do departamento de Ali-

mentos e Nutrição Experimental, lecionando Metodologia

e Aplicações de Radioisótopos. Já em 1982, por indicação

do reitor da Universidade, tornou-se diretor, onde perma-

neceu até 1986, data de sua aposentadoria após 35 anos de

vida pública.

A chegada ao SINDHOSP aconteceu de um convite

inusitado. “Conhecia o Dante (Ancona Montagnana, ex-pre-

sidente do Sindicato e falecido em 2011) de nome, por coisas

que eu via vez ou outra na imprensa ou então em conversas

de corredor com pessoas da área da saúde. Numa conversa

por telefone, ele me surpreendeu com o quanto sabia sobre

mim e minha história. Veio me visitar no CRIESP uma vez e já

me convidou para alguns debates do Sindicato. Pouco tempo

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COMENDA GRÃ CRUZ DE OURO DANTE ANCONA MONTAGNANA É O OITAVO PRÊMIO RECEBIDO AO LONGO DE SUA TRAJETÓRIA

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depois, em 2003, me tornei coordenador da Comissão de

Laboratórios do SINDHOSP e, dez anos depois, presidente

do IEPAS.”

Fora dos balcões de pesquisa, das salas de aula da Uni-

versidade e dos escritórios sindicais, José Carlos Barbério

nutre duas paixões particulares, que também o alimentam:

o jazz e a poesia. “Tenho em casa uma coleção com cerca de

600 cd’s e vinis de jazz. Na poesia, destaco Fernando Pessoa,

Jorge Amado, Vinícius de Moraes e Carlos Drummond

de Andrade.” Outros hobbies são os passeios aos domingos

no Clube Pinheiros, do qual é sócio há anos, e os jogos do

Palmeiras na televisão.

O farmacêutico também é romântico. O casamento,

que completa 56 anos, é motivo de emoção. “Casei-me em

1959, precisamente em 29 de maio na Igreja do Convento do

Carmo. E a gente namora até hoje, tá? Meus filhos e netos

sempre nos falam sobre o quanto somos unidos e parcei-

ros neste matrimônio”. O primeiro encontro com a esposa,

a pedagoga Maria do Rosário, teria sido arranjado por um

amigo dos tempos de faculdade. “Foi engraçado, fomos

ao Club Homs durante uma tarde de matinê para dançar.

JOSÉ CARLOS BARBÉRIO É HOMENAGEADO PELO SETOR

Meu amigo namorava a irmã dela e arrumou o nosso encontro. Gostei dela assim

que a vi, mas não deu certo de começarmos a namorar. Passou um tempo até termos o segundo

encontro, mais uma vez arranjado por amigos. Foi um almoço de domingo. Lembro-me que ela

estava mais bonita do que a primeira vez que a vi”. Da união com Maria, a família Barbério cresceu e

conta atualmente com quatro filhos (dois homens e duas mulheres, gêmeas) e sete netos, aos quais

ele descreve como “o maior sonho de vida”.

SOBRE A GRÃ CRUZ

A Grã Cruz de Ouro da Saúde (nome dado inicialmente à comenda e

que se manteve até 2011) foi criada durante a gestão de Dante Ancona

Montagnana, em 1995, com o objetivo de homenagear per-

sonalidades e instituições que se destacam no setor de saúde,

pelo trabalho que desenvolvem e/ou liderança que desem-

penham.

Em 2013, quando seu idealizador já havia falecido,

uma cerimônia entregou a comenda à sua família. Na oca-

sião, a diretoria decidiu que a Grã Cruz de Ouro da Saúde ganharia um

sobrenome especial: passaria a se chamar Grã Cruz de Ouro Dante

Ancona Montagnana.

COMENDA GRÃ CRUZ DE OURO DANTE ANCONA MONTAGNANA É O OITAVO PRÊMIO RECEBIDO AO LONGO DE SUA TRAJETÓRIA

A Grã Cruz de Ouro da Saúde (nome dado inicialmente à comenda e

que se manteve até 2011) foi criada durante a gestão de Dante Ancona

sião, a diretoria decidiu que a Grã Cruz de Ouro da Saúde ganharia um

sobrenome especial: passaria a se chamar Grã Cruz de Ouro Dante

1 - Com o colega de trabalho e amigo, Ricardo Mendes / 2 - Barbério com José Maria e Francisco Santos, do grupo Couro Modas / 3 - Claudio Colucci, Barbério, Yussif e Marcelo Gratão /

4 - Luiza Dal Ben, Yussif Ali Mere, Barbério, Wilson e Débora Shcolnik / 5 - Sob os olhos vigilantes de Luiz Ferrari Neto e Yussif Ali Mere Jr / 6 - Em seu discurso, Barbério se emocionou ao relembrar história / 7 - Com sua querida esposa, Maria do Rosário: 56 anos de união /

8 - Ao lado dos diretores das entidades, logo após receber a Comenda / 9 - Flâmulas levavam os nomes de todos os que já receberam a Comenda / 10 - Ao lado de Paula Fernandes e Jerolino Aquino /

11 - Lendo a mensagem da Comenda, com Yussif

8 | Jornal do SINDHOSP | Dez 2015

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EM BUSCA DA CERTIFICAÇÃOPROJETO BÚSSOLA 2015 ENCERRA FASE DE CAPACITAÇÃO PARA 17 INSTITUIÇÕES

A acreditação é fundamental para o bom funcionamento do estabelecimento e para a quali-dade no atendimento aos pacientes. Com esta visão, foi concluída, no fim de novembro, a última etapa da fase de capacitação das clínicas de diagnóstico por imagem e do laboratório de análises clínicas que participaram do Projeto Bússola 2015. Promovido pela FEHOESP e pelos seus demais sindicatos (SINDHOSP, SindJundiaí, SindhosPru, SindMogi das Cruzes, SindRibeirão e SindSuzano) e organizado pelo IEPAS, o Bússola é um projeto em parceria com a Organização Nacional de Acre-ditação (ONA), que este ano contou com a participação de 17 estabelecimentos de prestação de serviços de saúde no processo de acreditação da qualidade.

“O Bússola viabiliza para estas instituições a possibilidade de desenvolver a segurança do pa-ciente, estabelecer estratégias, medir desempenho e identificar oportunidades de melhoria. É com muita satisfação que completamos mais um ciclo deste projeto tão bem-sucedido. Esperamos que tudo o que foi aprendido seja dividido com os demais profissionais de suas instituições, e todas possam ser certificadas”, disse o gestor do IEPAS, Marcelo Gratão.

Esta fase foi constituída por cinco módulos, realizados desde agosto, que discutiram gestão e liderança, atenção ao paciente/cliente, diagnóstico e terapêutica, apoio técnico e, por último, abas-tecimento e apoio logístico.

Os temas foram definidos a partir de pré-avaliações (Diagnósticos Organizacionais) dos estabe-lecimentos participantes, realizadas pela Fundação Vanzolini, instituição acreditadora credenciada (IAC), parceira da edição 2015 do Bússola. E as aulas foram ministradas pelas enfermeiras Audrey Rippel e Thaiana Santiago, avaliadoras da ONA.

Após esta etapa, as 16 clínicas e o laboratório participantes do Bússola 2015 passam para a quar-ta fase, que é a visita de acreditação. Eles têm o prazo de um ano após o término da capacitação para solicitar esta visita. Isto é, até novembro de 2016. Na ocasião do término da terceira fase, o pre-sidente do IEPAS, José Carlos Barbério, entregou uma bússola aos participantes. “Como presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde, tenho a honra e a felicidade de encontrar pes-soas que pensam melhor do que muitos, como quem participa do Bússola, um projeto educativo, fundamental em nossas vidas, porque, no mundo de hoje, é imprescindível superar barreiras, como as que vocês superaram até aqui. Esta foi mais uma etapa de um processo que não para nunca, em busca da certificação para a oferta de serviços com qualidade na saúde.”

A superintendente da ONA, Maria Carolina Moreno, destacou que o trabalho das clínicas conti-nua. “Estamos encerrando o terceiro módulo, mas o caminho ainda é longo. Não é nem de longe o encerramento do trabalho. Vamos continuar supervisionando o processo. Também acordamos com a FEOHESP que vamos ter um plantão de dúvidas, presencial e por e-mail, pelo contato da ONA. A equipe técnica vai responder todas as dúvidas. Nosso objetivo é facilitar a implantação da acre-ditação, sempre pensando na gestão da qualidade e na segurança do paciente. Tudo isso foi muito discutido desde o início do projeto, e agora é preciso trabalhar para implantar esses procedimentos.”

CONSOLIDAÇÃO

Lançado no fim de 2013, o Projeto Bússola nasceu de uma necessidade do mercado em relação às clínicas de serviços de saúde. Inúmeras delas tinham o desejo de obter uma certificação de qua-lidade, mas encontravam dificuldades para alcança-la. Foi aí que SINDHOSP e FEHOESP uniram-se para lançar este projeto, em parceria com a ONA. Até então não existia no mercado nenhum pro-grama semelhante de acreditação para clínicas.

A primeira edição ocorreu ao longo de 2014 e contou com oito clinicas participantes. Dividido em três etapas, o programa incluiu uma fase de diagnóstico, depois vieram os módulos de capacitação mi-nistrados pela ONA por meio do IEPAS e, por último, as visitas para acreditação realizadas, já em 2015.

Das oitos clínicas em serviços de saúde que partici-param do primeiro ano do Bússola, cinco já foram acre-ditadas: Bozelli Medicina e Saúde, Alergoclíncia Centro de Alergia e Dermatologia, Clínica Lund de Nefrologia de São José do Rio Pardo, Clínica Ortopédica Paulista e Vida Bem Vinda Serviços Médicos. As demais, Instituto de Imunolo-gia e Oncologia, Clínica de Oftalmologia Dr. Roberto Perei-

ra Lima Junior e Centro de Oncologia do ABC estão em processo de acreditação.

Levando em conta a experiência do primeiro ano de funcionamento, o Bússola trouxe algumas novidades em 2015, como a inclusão das clínicas de diagnóstico como elegíveis a participarem do programa. Para 2016, há mais surpresas. De olho em um nicho bastante peculiar e com crescimento promissor tendo em vista o envelhecimen-to populacional, o projeto será estendido às empresas de home care. “Durante as reuniões do Comitê de Clínicas da FEHOESP, os associados diagnosticaram a necessidade de estender o projeto para os estabelecimentos de assistência domiciliar, uma vez que o mercado mostra-se cada vez mais exigente, e sempre foi um desejo nosso oferecer um proje-to de qualificação para home care. É uma atividade muito exposta e precisa ter um esquema de gestão muito mais afinado até mesmo do que de um hospital”, comentou Marcelo Gratão.

Assim como nos dois primeiros anos, em 2016 serão promovidos seminários de sensibilização, a partir de mar-ço, com o intuito de difundir os conceitos e os benefícios da gestão da qualidade para os interessados em participar do Projeto Bússola. Serão formadas duas turmas: uma de clínicas de especialidade e de diagnóstico por imagem e outra de home care.

Barbério entrega bússola a Helen Silva, do FTHOMAZ

9Dez 2015 | Jornal do SINDHOSP |

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CRISE ECONÔMICA E POLÍTICA PREOCUPA CADEIA PRODUTIVA

“Os desdobramentos da economia e da política brasilei-ra este ano superaram as expectativas.” A afirmação foi feita pelo economista Eduardo Gianetti da Fonseca, um dia após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter deferido o pedido de impeachment contra a presidente da República Dilma Rousseff, no evento Pró-Saú-de 2016/Fechando 2015, realizado em 3 de dezembro, na sede do Grupo Fleury, em São Paulo. O encontro, que reuniu lideranças do setor, foi promovido pela FEHOESP, em parce-ria com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi), Câma-ra Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (Sbac) e a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

O quadro atual da economia, segundo a análise de Gia-netti, combina três fatores que não podem caminhar juntos: baixo crescimento crônico, inflação (que após 12 anos voltou a registrar dois dígitos - 10,48% - no acumulado de 12 me-ses) e, contas externas deficitárias. “Até 2005, o Brasil tinha superávit nas contas externas. Hoje, os investimentos no Brasil também vêm caindo e os juros crescendo. Isso tudo complica muito o quadro fiscal que é onde, talvez, esteja alo-jado o principal problema da economia brasileira. A situação é preocupante”, alertou

Entre os índices comentados pelo especialista, destaque para a queda de 3,8% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), que Gianetti apontou como a mais profunda recessão eco-

nômica do Brasil nos últimos 50 anos, além do déficit nominal de 9% e uma dívida pública que deve ficar na casa dos 70% do PIB para 2016. Para ele, imaginar que uma CPMF dará conta do problema fiscal brasileiro é um equívoco grave. “O governo cometeu o pecado de aumentar os juros numa recessão. E ainda quis ressuscitar a CPMF que jamais pagaria esta conta. Seria preciso sete CPMFs para dar conta do rombo.” Segundo o economista, é preciso mudar fatores domésticos, como as finanças públicas, que pioraram desde 1988. Conjunturalmente, avaliou que houve uma piora na política econômica depois do segundo mandato de Lula e o primeiro de Dilma, pois “hoje não sabemos se o câmbio é ou não flutuante”.

A crise econômica também se projeta no quadro social. O desemprego no país, segundo Gia-netti, vem acrescentando 100 mil cargos formais perdidos a cada mês desde o começo do ano, o que contabiliza cerca 9 milhões de desempregados até agora. “Acoplado a tudo isso está a crise po-lítica, que não dá para abstrair-se ao falar de economia, porque todas as dificuldades e os problemas políticos levam a uma paralisia e a falta de governabilidade, a qual seria muito importante, junto a com a capacidade de liderança e de coesão, para dar resposta a gravidade da crise econômica. Uma crise alimenta a outra”, constatou.

Do ponto de vista político, o economista apontou o Presidencialismo de Coalizão como a prin-cipal causa da derrocada brasileira. Segundo ele, o país não tem estrutura partidária e os políticos fa-zem concessões com o que há de pior para aprovar medidas no Congresso Nacional. “Dilma loteou 39 ministérios entre dez partidos. O PMDB adota o modelo da relação entre parasita e hospedeiro. Os partidos viraram agremiações. Esse sistema de Presidencialismo de Coalizão faliu.”

Para 2016, Gianetti indicou dois prováveis caminhos no cenário nacional. O primeiro indica que o governo federal saia deste processo de crise e de impeachment e aprove medidas e propostas para reanimar a economia. Já o segundo é que a presidente Dilma seja “renunciada” pelas forças políticas e que haja um governo de coalizão e de transição com contundentes reformas políticas e econômicas.

A jornalista da GloboNews, Cristiana Lôbo, falou sobre o pedido de impeachment de Dilma Rousseff e as perspectivas para o futuro político do país. Ela informou que 68 pessoas estão sendo investigadas pela Operação Lava Jato e que dessas, 14 são senadores. O presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL), tem seis inquéritos, e o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) tem três.

Também disse que o PT precisa de 171 votos na Câmara dos Deputados para barrar o processo de impeachment. “Agora, tirar um presidente da República eleito, sem nenhuma acusa-ção formal, é um desastre. A pergunta é: qual país vai nascer disso?”, inquiriu a jornalista.

No quadro de restrições orçamentárias, que já afetou a saúde, e com o desemprego impactando o mercado de saúde suplementar, o setor demonstra-se preocupado não somente com o segmento, mas com o país. Para o presidente do SIN-DHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Júnior, “não dá para se pensar somente no setor da saúde. A corrupção sempre existiu, como exceção, agora é regra. Nesse ponto não dá para imaginar que todos roubaram e que a presidente não sabia. Ela tem responsabilidade sim. Há condições para o impeachment. Não importa se ela pôs o dinheiro no bolso ou não. A improbi-dade aconteceu. Ela tem demostrado claramente de que é cul-pada por tudo que está acontecendo desde 2003, quando era presidente do Conselho Administrativo da Petrobrás”, afirmou durante o debate realizado com os representantes das entida-des promotoras do evento. E aclamou: “Temos de ir para a rua e encampar a questão do impeachment. Vamos mostrar que a sociedade descorda de tudo o que está aí.”

Debate reuniu líderes do setor e especialistas de economia e política

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ANS PUBLICA NOVAS NORMAS PARA REAJUSTES DE CONTRATOS

A Agencia Nacional de Saúde Su-

plementar (ANS) publicou no Diário

Oficial da União, em 7 de dezembro,

a resolução normativa (RN) nO 391 e a

instrução normativa (IN) nO 61 que tra-

tam dos reajustes a serem aplicados aos

contratos firmados entre operadoras

de planos de saúde e hospitais. A base

de cálculo definida é o Índice Nacio-

nal de Preços ao Consumidor Amplo

(IPCA), ao qual será aplicado um Fator

de Qualidade, estabelecido pela ANS para se chegar ao

percentual de reajuste. Definidas pela lei 13.003, em de-

zembro de 2014, as regras valem somente para a falha na

negociação entre as empresas (pessoas jurídicas) nos três

primeiros meses do ano. E apenas quando não houver

um índice previsto no contrato ou acordo entre as partes

na livre negociação de reajustes.

“A lei 13.003 trouxe para a ANS a obrigação de es-

tabelecer um índice de reajuste para prestadores, caso

a negociação não seja efetiva. O que queremos agora é

incluir a questão da qualidade dos serviços na formação

da rede de atendimento ao consumidor e estimular o

debate sobre sua importância”, afirma a diretora de De-

senvolvimento Setorial, Martha Oliveira.

Quanto ao início da aplicação do Fator de Qualidade,

ficaram estabelecidas as seguintes regras: contado a par-

tir de 7/12/15, um ano para entidades hospitalares e dois

anos para os profissionais de saúde, laboratórios, clínicas

e outros estabelecimentos de saúde.

O Fator de Qualidade será aplicado ao reajuste dos

contratos firmados pelas operadoras com seus pres-

tadores, nas situações em que couber a utilização do

índice de reajuste definido pela ANS, com os seguintes

percentuais: 105% do IPCA para os hospitais acredita-

dos; 100% do IPCA para hospitais não acreditados que

participares e cumprirem os critérios estabelecidos nos

projetos da Diretoria de Desenvolvimento Setorial (Di-

des), como o Projeto Parto Adequado, em prol do parto

normal na saúde suplementar e outros indicadores de

qualidade; e 85% do IPCA para hospitais que não aten-

derem nenhum desses critérios.

“Destacamos que o percentual de 85% não era o que estava sendo

esperado. A proposta apresentada pela ANS era de 95% do IPCA e a

solicitada pela Confederação Nacional de Saúde (CNS) para o setor

foi de 105% do IPCA para hospitais acreditados e 100% para os não

acreditados”, informou o departamento Jurídico do SINDHOSP, em

comunicado.

A ANS considerará como acreditado o hospital que possuir certifi-

cado de acreditação emitido por instituições acreditadoras relacionadas

no Programa de Divulgação da Qualificação dos Prestadores de Serviços

na Saúde Suplementar da Dides, da própria agência, além de certificados

emitidos por instituições acreditadoras dos serviços de saúde reconheci-

das pelo Inmetro ou dos emitidos pela Isqua.

Para fins de aplicação de 100% do IPCA, a ANS divulgará em seu endereço eletrônico,

nos primeiros 90 dias do ano, os projetos da Dides de indução de qualidade e os referidos

critérios e a lista de hospitais que participaram e cumpriram os critérios estabelecidos em

projetos da Diretoria de Desenvolvimento Setorial de indução de qualidade, para aplicação

no ano seguinte.

Para obter o reajuste de 100% do IPCA, considerando o período de 22 de dezembro de

2015 a 31 de dezembro de 2016, os critérios de qualidade incluirão a efetiva participação no

Projeto Parto Adequado, com melhoria no indicador de partos vaginais, conforme critérios

estabelecidos pela Dides. A lista de hospitais que cumpram esse requisito será divulgada até 25

de março de 2016, no espaço destinado às informações dirigidas aos prestadores de serviços

de saúde, conforme prevê o parágrafo único do artigo 6O, da IN nO61/2015.

Para o presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, o fomento à quali-

ficação dos estabelecimentos de saúde deve acontecer, mas não atrelado à punição. “Num

universo de mais de sete mil hospitais no país, temos pouquíssimos que conseguiram se

acreditar. Infelizmente o critério adotado pela ANS, ao invés de premiar quem tem qua-

lificação, está punindo quem não tem. O IPCA virou o teto da negociação, o que é uma

distorção completa, principalmente se considerarmos que a inflação médica está sempre

acima dos índices gerais”, pondera.

LEI 13.003

A regulamentação da lei 13.003, de dezembro de 2014, reforçou a obrigatoriedade de

contratos por escrito e detalhados entre as operadoras e os prestadores, com as obrigações e

responsabilidades específicas. O objetivo é estimular maior transparência e equilíbrio na rela-

ção entre empresas que comercializam planos de saúde e os prestadores de serviços. Outro

item importante foi a definição da periodicidade dos reajustes aos prestadores de serviços,

que deverão ser anuais, entre outros.

Conforme a lei, a ANS passou a ter a atribuição de estabelecer um índice de reajuste em

casos específicos, quando a forma de reajuste prevista no contrato for a livre negociação e

não houver consenso entre as operadoras e prestadores sobre os índices de correção aos

serviços contratados.

Para Yussif, IPCA não pode ser o teto dos reajustes

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CFM FAZ PESQUISA NACIONAL SOBRE SATISFAÇÃO COM PLANOS DE SAÚDE

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) mostra que é grande a insatisfação dos usuários dos planos de saúde: 42% dos entrevistados classificaram os serviços oferecidos pelas operadoras como péssimos, ruins ou regulares. “Isso mostra que a diferença entre os setores pú-blico e privado está cada vez menor e não por uma melhora do primeiro, mas de-vido a uma piora da saúde suplementar”, avalia o presidente do CFM, Carlos Vital.

No geral, 17% dos entrevistados usuários do sistema suplementar respon-deram estar aguardando do plano de saúde autorização para a realização de um atendimento. Desses, 52% esperam por uma consulta; 24%, cirurgias, 23%, exames e 1% por outros procedimentos. O tempo de espera é, para a maioria dos casos (63%), de até um mês. 25% esperam de um a seis meses, 4% até um ano e 8%, mais de 12 meses. “O pior é que, muitas vezes, as demoras e dificul-dades são planejadas para que o paciente seja obrigado a procurar o SUS”, conta Carlos Vital.

Para o coordenador da Comissão de Saúde Suplementar (Comsu) do CFM, Salomão Rodri-gues Filho, a aproximação entre as avaliações dos setores público e privado decorre de regras do setor suplementar, que, por um lado desvalorizam o trabalho dos prestadores de serviço, e, por outro, permitem a recusa de procedimentos e exames, prejudicando o paciente. “Isso vem gerando uma insatisfação crescente, tanto entre os médicos, que deixam de atender pelos planos de saúde porque a remuneração teve uma perda significativa nos últimos doze anos, quanto entre os pacien-tes, que ficam sem o atendimento”, resume.

Rodrigues lembra que, apesar de a regulamentação da Agência Nacional de Saúde (ANS) esta-belecer um prazo mínimo para a realização de consultas, o paciente hoje tem de esperar de 15 dias a um mês para ser atendido. “Deveria ser imediato”, defende.

A pesquisa Datafolha pediu para os entrevistados darem uma nota de zero a dez para os ser-viços oferecidos, com as notas de oito a dez significando bom ou excelente, de cinco a sete, regular e de zero a quatro, ruim ou péssimo. Os serviços que geram mais insatisfação são os valores da mensalidade, a demora no reembolso, a recusa no atendimento de procedimentos solicitados pelo médico e a falta de acesso a medicamentos.

A falta de acesso a medicamentos foi o ponto mais criticado pelos entrevistados: 30% deram nota de zero a quatro para este item. Já 27% dos usuários criticaram os valores das mensalidades. O reembolso de gastos com consultas, procedimentos e exames foi criticado por 19% dos entrevista-dos. A recusa do plano para liberar procedimentos recebeu nota negativa de 15%.

Salomão Rodrigues sugere que haja uma melhor relação entre médicos e operadoras de saúde para que a avaliação da saúde suplementar melhore. “Hoje a forma de relacionamento é de confli-to. As duas partes atuam como adversárias. É preciso que haja uma relação contratual clara, segura e com remuneração adequada para o médico”, aconselha.

Os itens melhor avaliados foram a qualidade das instalações dos locais de atendimento, quan-tidade de médicos, qualidade no atendimento de emergência, quantidade de hospitais, clínicas e la-boratórios e quantidade de profissionais de saúde. Os piores foram o acesso a medicamentos, reem-bolso de despesas, valor das mensalidades e recusa dos procedimentos solicitados pelos médicos.

A qualidade das instalações foi considerada boa ou excelente para 60% dos entrevistados. Já a quantidade de médicos recebeu nota acima de oito de 54% dos entrevistados; a qualidade dos serviços de emergência foi considerada positiva por 54%; e 53% avaliaram como boa ou excelente a quantidade de profissionais de saúde e de hospitais, clínicas e laboratórios credenciados.

Receberam notas medianas o tempo de espera para exames, consultas e cirurgias (49% dos entre-

vistados consideraram o atendimento bom ou excelente); tempo para liberação de guia; a quantidade de leitos para UTI e interna-ção; e respeito ao direito do consumidor.

A pesquisa foi realizada em agosto de 2015, quando também foram entrevista-dos usuários do SUS. Foram ouvidas 2.069 pessoas maiores de 16 anos de todas as classes sociais e de todas as regiões. Entre os entrevistados, 578 (27%) afirmaram possuir planos de saúde e este é o uni-verso da pesquisa sobre o setor. Entre as

regiões do país, o Nordeste é a que tem menor número de pessoas cobertas pela assistência suplementar: apenas 18% da população, contra uma média nacional de 27%.

A percepção negativa em relação aos planos de saúde captada pela pesquisa do Instituto Datafolha/CFM também foi detectada por outras instituições. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os planos de saú-de lideraram as reclamações no órgão em 2014, superando os serviços telefônicos e bancários. Anualmente, o Idec pu-blica o ranking de reclamações do ano anterior e, pela tercei-ra vez consecutiva, as operadoras de saúde ficaram no topo da lista. Reajustes abusivos e negativas de coberturas são as reclamações mais frequentes.

A Associação Paulista de Medicina (APM) também divul-gou em outubro deste ano uma pesquisa sobre a qualidade dos planos de saúde. De acordo com a sondagem, também realizada pelo Instituto Datafolha, 84% dos usuários da saúde suplementar no estado de São Paulo relataram ter enfrentado algum tipo de problema nos últimos dois anos. No ranking de reclamações, aparecem em primeiro lugar as queixas relacio-nadas ao pronto-atendimento/pronto-socorro, que corres-pondem a 80%. Em segundo, estão as reclamações de consul-tas médicas (69%), seguida de exames e diagnósticos (58%).

A principal reclamação em relação aos prontos-socor-ros é a lotação do local de espera (73%). Em segundo lugar nas queixas, os pacientes relatam a demora no atendimento. Outro aspecto destacado é a demora ou negativa para a rea-lização dos procedimentos necessários (34%) e negativa de atendimento (11%). As internações hospitalares também es-tão entre as principais reclamações dos usuários, sendo que 51% relataram ter enfrentado dificuldades. Os principais pro-blemas são as poucas opções de hospitais (43%) e a demora para conseguir autorização para internação (23%).

Paciente é obrigado a procurar o SUS, diz Carlos Vital

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| Jornal do SINDHOSP | Dez 201512

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LANÇADO OFICIALMENTE O INSTITUTO NÃO ACEITO CORRUPÇÃO

EX-PRESIDENTE FHC FALA SOBRE SEU NOVO LIVRO EM SÃO PAULO

Analisar as políticas públicas já existentes e sugerir apri-moramentos e novos caminhos, desenvolvendo pesquisas e ações educativas na luta contra a corrupção no Brasil.

Esta é a premissa do Instituto Não Aceito Corrupção (INAC), lançado oficialmente no último dia 9 de dezembro, no Lounge Bienal do Parque do Ibirapuera, capital paulista. A data foi escolhida porque neste dia é comemorado o Dia Internacional de Combate à Corrupção, segundo a Transpa-rência Nacional.

“O instituto é um organismo construído com preten-sões ousadas, de trabalhar muito em direção à busca do controle melhor da corrupção”, explicou seu presidente, o promotor de Justiça Roberto Livianu.

Criado por um grupo de 40 profissionais que atuam em diversos setores da sociedade, tem ainda em sua dire-toria a jornalista Laura Diniz (vice-presidente) e a advogada Monica Rosenberg Braizat (diretora-executiva). “Somos pessoas com formações diferentes, mas com a mesma indignação. A busca de um caminho para o controle da corrupção, que não pode ser extinta mas pode ser contro-lada”, concluiu Livianu.

O auditório do Sesc Consolação, no centro da capital paulista, recebeu o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, para uma tarde de debates sobre seu novo livro “Diários da Presidência – 1995/1996”, série de qua-tro publicações com os registros do coti-diano de FHC como presidente do Brasil.

A publicação, segundo o próprio autor, é muito fiel às gravações registra-das à época. Possui confissões de um homem que liderava um país de dimen-sões continentais, expõe os dilemas e as hesitações do dia a dia, os julgamentos duros de amigos próximos, os pontos de vista que mudam com os fatos, as afinidades.

A entidade não tem fins lucrativos e se declara como apartidária. Entre seus objetivos de longo prazo, está a promo-ção de uma mudança a partir da discussão e conscientização da população em favor de uma sociedade mais ética e cidadã. Para isso, já está preparando a primeira de suas pesquisas: um mapa nacional de corrupção e improbidade, que está em fase de captação de recursos.

Participam também do instituto nomes como Dalmo Dallari, Eugenio Bucci, Marco Petrelluzzi e José Álvaro Moyses.

O filósofo e professor Roberto Romano, um dos fun-dadores do grupo, destacou o caráter apartidário e multi-disciplinar da iniciativa. “Este é um espaço que pode acolher todas as perspectivas políticas e partidárias. Esperamos que seja um lugar de diálogo, porque um dos elementos importantes que ocorrem hoje no Brasil é essa divisão absolutamente de-lirante entre esquerda e direita, esse partidarismo que fecha os ouvidos e tenta fechar a boca do outro”, disse.

Romano também destacou a tolerância como um dos pilares do trabalho que será realizado. “Esse bem que está se dissipando na vida pública brasileira e que é um alimento essencial para a vida democrática”.

No dia 9 de dezembro também foi lançado o site do INAC, que pode ser acessado em www.naoaceitocorrupcao.org.br

O debate foi realizado com as participações de Eduardo Gianetti e Cel-so Barros. E, obviamente, não passou ao largo do momento político atual. Para Gianetti, o país precisa rever o tamanho do Estado. “Temos uma carga tributária de 36%. Só que o governo gasta mais do que arrecada. O déficit nominal hoje é de 8% do PIB. Então 44% da renda nacional brasileira passa pelo setor público. E a distribuição de renda é o que é. A conclusão é incon-tornável: o estado brasileiro concentra renda”, afirmou o economista. FHC concordou: “A concentração de renda que vai acontecer agora é brutal. Só a transferência em termos de subsídios para pagar juros acumulados em 10 anos das grandes empresas é de R$ 500 bi. É brutal, e uma concentração de renda feita pelo PT”, alfinetou o ex-presidente. Para ele, o momento políti-co em que estamos é muito mais dramático do que parece, assim como o

econômico. “Não dá mais, já acabou. Não funciona. E, infelizmente, os elementos chave do sistema político brasileiro estão em questionamento”, afirmou, referindo-se às prisões de par-lamentares e às ações da Polícia Federal.

Roberto Livianu, promotor de Justiça e presidente do Instituto

Para FHC, o modelo político atual acabou