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Ano XXXIII | ed. 371 | Fev | 2016 Prestadores de serviços devem estar atentos ao processo negocial para garantir a sustentabilidade do setor Páginas centrais Serviço de emissão de certificação digital é novidade no SINDHOSP Página 3 IEPAS amplia programação de eventos durante Feira Hospitalar Páginas 9 DE OLHOS ABERTOS

Ano XXXIII ed. 371 Fev 2016 - sindhosp.com.br · foto: divulgaÇÃo sindicato torna-se posto para emissÃo de certificaÇÃo digital projeto que reduz taxa de resÍduos de saÚde

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Ano XXXIII | ed. 371 | Fev | 2016Ano XXXIII | ed. 371 | Fev | 2016

Prestadores de serviços devem estar atentos ao processo negocial para

garantir a sustentabilidade do setorPáginas centrais

Serviço de emissão de certificação digital é

novidade no SINDHOSPPágina 3

IEPAS amplia programação de eventos durante Feira Hospitalar

Páginas 9

DE OLHOSABERTOSDE OLHOS

Prestadores de serviços devem estar atentos ao processo negocial para

garantir a sustentabilidade do setor

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Prestadores de serviços devem estar atentos ao processo negocial para

garantir a sustentabilidade do setor

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Editorial

| Jornal do SINDHOSP | Fev 20162

SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Ben (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected]

RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529, [email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected]

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030, [email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected]

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Editora interina: Aline Moura (MTB 42946) | Reportagens – Aline Moura • Ana Paula Barbulho • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado

Produção gráfica – Ergon Art (11) 2676-3211 | Periodicidade Mensal | Tiragem 15.300 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa

e autoridades. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 9o andar, São Paulo, SP, CEP 01041-000

Fone (11) 3224-7171, ramais 255 e 214 • www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um lastimável cenário: em 2016 o Brasil terá o segundo pior desempenho do mundo em termos de crescimento de sua economia. A projeção é que irá retrair 3,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB), ficando à frente apenas da Venezuela, que decrescerá 6%.

É mais um amargor no noticiário. Pior que nem governo e nem oposição conseguem apresentar proposições. E as escolhas do governo, tão díspares do discurso, vão em direção contrária a tudo que precisamos fazer para sair da estagnação. Tomemos como exemplo as necessárias refor-mas trabalhista e da previdência: temos, hoje, o unificado ministério (Trabalho e Previdência) sob o comando de Miguel Rossetto, uma figura que re-presenta a antítese da modernidade em termos de reforma. Embora o governo tenha anunciado no fim do ano passado que iria priorizar a revisão das regras trabalhistas e previdenciárias, o ministro deixou claro que o assunto não pode ser discutido com “pressa nem urgência”. Miguel Rossetto, aliás, é da mesma linha partidária e ideológica do ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, que foi o artífice – junto a Guido Mantega – da “nova” matriz econômica cujos resultados hoje nos levam para um velho e conhecido Brasil de inflação, recessão, desindustrialização e desemprego.

A mesma mise-en-scène acontece na saúde. Quando se dirige ao eleitor, em cadeia nacional de televisão, a presidente diz que somará todos os esforços para combater a tríplice epidemia de dengue, zika e chikungunya. Convoca exército e seus séquitos a desfilar pelas ruas, para um muti-rão retardatário. Por trás das cortinas, o Ministério da Saúde não distribui kits para exames de sorologia para identificar a dengue há cinco meses.

Como desprezar a ideia de impeachment com um governo desse? E como acreditar que não haverá contaminação deste péssimo ambiente para 2017 e 2018?

Os que são contra o impeachment dizem que não há provas de crime de responsabilidade. Por outro lado, pedidos de impeachment, mais do que técnicos, já foram entregues por pessoas de renomado saber jurídico como Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. Para o juiz Sério Moro, há provas de repasse de propinas das empresas investigadas pela Opera-ção Lava Jato para as campanhas eleitorais. Recentemente, ele enviou ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as sentenças de ação penal que levaram às condenações do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari, e do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque. Não à toa, Dilma tenta a todo custo que o TSE não admita os dados da Lava Jato como provas. Não bastassem os fatos, o jurista Ives Gandra Martins já afirmou que há bases jurídicas concretas para cassar um governante que tenha cometido improbidade administrativa. Muitos prefeitos já foram cassados por isso, segundo ele. A diferença agora é que o impeachment de um presidente da República tem muito mais peso político, e é o que vai contar nas decisões do legislativo.

Enquanto o embate corre solto, nós, leigos, sofremos na carne as irresponsabilidades do governo. Por isso temos a responsabilidade de nos posicionar.

presidente

Yussif Ali Mere Jr

A ENCENAÇÃO DA PRESIDENTE

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Em dia

Fev 2016 | Jornal do SINDHOSP |

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ULG

AÇÃO

SINDICATO TORNA-SE POSTO PARA EMISSÃO DE CERTIFICAÇÃO DIGITAL

PROJETO QUE REDUZ TAXA DE RESÍDUOS DE SAÚDE É APROVADO

O SINDHOSP conta agora com uma nova vantagem para seus associados e contribuintes: em parceria com a Associação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (AESCON--SP) e com a Serasa Experian, oferece valores exclusivos para aquisição do Certificado Digital. Os descontos variam entre 5% a 25%, conforme a condição do filiado: se é associado ou contribuinte, se está com as parcelas em dia etc.

Além deste benefício, a sede do Sindicato, no centro da capital paulista, tornou-se um posto de atendimento para emissão da certificação digital. O atendimento é realizado todas as terças e quintas-feiras, das 8h30 às 17h30, à Rua 24 de Maio, 208 - 9o andar.

O certificado é um documento eletrônico onde ficam armazenados dados da pessoa física ou jurídica que comprova sua identidade perante ter-ceiros. Funciona como uma carteira de identidade eletrônica, que permite ao usuário se comunicar e efetuar transa-ções na internet de forma mais rápida, sigilosa e com validade jurídica. Este ar-quivo pode estar armazenado em um computador ou em uma mídia, como um token ou smart card.

“Este é mais um serviço que in-corporamos em nossas entidades com o objetivo de auxiliar à popula-

Foi aprovado na Câmara Municipal de São Paulo o projeto de lei no 605/15, de autoria do Exe-cutivo, que propõe novas faixas de cobrança da Taxa de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde. O projeto segue agora para a sanção do prefeito Fernando Haddad (PT). Se sancionada, a lei passará a valer a partir do ano que vem.

A taxa é cobrada pela prefeitura de estabelecimentos que geram lixo de saúde, como consul-tórios odontológicos e médicos, laboratórios, hospitais e clínicas veterinárias. Todo resíduo gerado por esses estabelecimentos precisa ser recolhido de maneira diferenciada, processado em separa-do do lixo doméstico e levado para aterros especiais.

O projeto aprovado na Câmara Municipal cria novas faixas de cobrança para pequenos e gran-des geradores de resíduos sólidos de serviços de saúde. A alteração é uma reivindicação antiga dos dentistas, que não chegam a atingir o valor mínimo de coleta por dia.

Pela lei atual, a primeira faixa de cobrança é para estabelecimentos com quantidade de geração potencial de até 20 kg por dia. Pelo projeto de lei aprovado, a primeira faixa será de até 5 kg diários. A segunda será de 5 kg a 10 kg, e a terceira de 10 kg a 20 kg. Com a aprovação, segundo estimativa do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), 25 mil cirurgiões-dentistas do município serão beneficiados. O valor mínimo da taxa, que é de R$ 97,58, passará a ser de R$ 48,06 se a lei for sancionada pelo Executivo municipal.

Segundo o secretário do Crosp, Marco Antonio Manfredini, a medida vai beneficiar quase 100% dos cirurgiões-dentistas. “A média diária de produção de lixo dos consultórios odontológicos é de 2 kg. A mudança da lei vai representar uma economia de R$ 594 por ano”, afirma.

Manfredini diz que a alteração nas faixas de cobrança será benéfica também para a Prefeitura

ção”, explica Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP. “Neste caso, acabamos beneficiando não somente nosso associado e contribuinte, mas também o público em geral, uma vez que o SINDHOSP está locali-zado no centro da cidade, com facilidade de acesso pelos meios de transporte.”

São exemplos de serviços que podem ser feitos por meio da certificação digital: assinatura de contratos, entrega de declarações (IRPF, Dirf, Speed fiscal e contábil etc.); con-sulta de situação fiscal de pessoas física e jurídica; conectivi-dade social (e-Social); Rais; e emissão de Nota Fiscal Eletrôni-ca (NF-e), entre outros.

OBTENDO DESCONTO NO CERTIFICADO DIGITAL Se você é associado ou contribuinte do SINDHOSP

e está com os pagamentos em dia, acesse o link www.sindhosp.com.br/certificadodigital. Você será di-recionado para uma página que pedirá o CNPJ da em-presa. O sistema irá calcular, automaticamente, dentro das condições de filiação da sua empresa ao SINDHOSP, qual será o seu desconto para a obtenção de produtos como eCPF, eCNPJ, Nota Fiscal Eletrônica ou Certifica-do ProtectWeb.

de São Paulo, já que o descarte será feito de maneira mais correta pelos profissionais. Segundo o secretário, o conselho fará uma campanha entre os cirurgiões-dentistas para cons-cientizá-los a não pôr fora resíduos que não necessitam ser descartados como resíduos de saúde.

Com isso, de acordo com Manfredini, haverá uma redu-ção no gasto da prefeitura com o descarte desse lixo, já que a quantidade de descarte a ser levado para o tratamento de resíduos de saúde será menor.

Yussif fez a validação de seu certificado digital no SINDHOSP

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4 | Jornal do SINDHOSP | Fev 2016

Em dia

SINDHOSP COMPLETA 78 ANOS COM AVANÇOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Com 78 anos, completados em fevereiro, o SINDHOSP vem se solidificando como líder na saúde, justificando porque é o maior sindicato patronal da área na América Latina. No fim de 2015, bateu o recorde no número de empresas de saúde em seu cadastro, chegando a 40.351 estabelecimentos representados. Há seis anos, em janeiro de 2010, eram 22.492 empresas de saúde representadas, o que demonstra um crescimento de 79,41%.

O SINDHOSP representa, no Estado de São Paulo, todos os estabelecimen-tos de saúde privados de caráter lucrativo. Além de hospitais, há no quadro de representação 30.551 clínicas médicas, 5.258 clínicas e empresas de odontologia, 1.676 laboratórios clínicos e 820 empresas de serviços de apoio à saúde, como re-moção e assistência domiciliar. Para atender a esta demanda, possui sete escritó-rios regionais, localizados no ABC, em Bauru, Campinas, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba, com infraestrutura para a realização de cursos, eventos, reuniões setoriais e assembleias.

Yussif Ali Mere Jr, presidente do SINDHOSP e também da FEHOESP, exalta o trabalho que vem sendo feito em prol do setor da saúde. “Sempre acreditei que os nossos interesses devem ser defendidos por nós, gestores e empresários, que estamos na lida diária da administração hospitalar. É por meio de entidades representativas que os setores conseguem reivindicar e obter conquistas, mudar realidades. Esse caminho é longo, difícil, mas é o único. É a sociedade civil organizada fazen-do suas reivindicações. E o SINDHOSP, como integrante do sistema confederativo, é uma dessas forças que abre portas e traz conquistas para o setor”.

HISTÓRICO

Em 12 de fevereiro de 1938, representantes de sete instituições de saúde da capital paulista (Casa de Saúde Santa Rita, Hospital de Caridade do Brás, Hospital Samaritano, Instituto Godói Moreira, Instituto Paulista, Maternidade São Paulo e Sanatório Jabaquara), motivados pelo cresci-mento da atividade hospitalar e a necessidade de terem representação efetiva, já que o sindicato dos empregados do setor já existia, fundaram o Sindicato Patronal dos

Estabelecimentos Hospitalares de São Paulo.Em 1939, em função do decreto-lei no 1.402, que

deu início à ordenação da organização corporativa da economia nacional, o Sindicato adaptou-se às exigências e incorporou à sua representação as clí-nicas e casas de saúde, passando a ser denominado Sindicato dos Hospitais Clínicas e Casas de Saúde do Estado de São Paulo, com sede à Rua Barão de Itapetininga, no Centro da capital. Ali, dividia o espaço com mais 13 sindicatos, onde permaneceu por quase 40 anos.

A primeira associada ao SINDHOSP foi a Casa de Saúde Santa Rita, conforme consta no livro de registro de sócios. Em 1940, instituições impor-

tantes tornaram-se associadas, como a Associação Santa Catarina, os Hospitais Oswaldo Cruz e Samaritano, Instituto Paulista e a Maternidade São Paulo. A união dos hospitais e clínicas fez com que a Carta Sindical, documento que legitimava a atuação do sindicato, fosse oficializada.

O crescimento dos hospitais, a in-trodução do computador e de novas tecnologias na medicina, o nascimento da medicina de grupo, o primeiro trans-

plante cardíaco da América Latina, a descoberta da vacina contra a poliomielite são alguns dos fatos que ocorreram, até a década de 1960, paralelamente à história do Sindica-to, que também evoluía.

Na década seguinte, os laboratórios de pesquisa e aná-lises clínicas foram incorporados ao SINDHOSP, que passou a ser denominado Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisa e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo, e adquiriu sua sede própria, localizada à Rua 24 de Maio, no Centro da capital paulista.

A partir dos anos 1980, os desafios impostos à iniciativa privada da saúde fizeram o Sindicato intensificar sua repre-sentatividade política e criar departamentos, como o Jurídi-co, e serviços, como a promoção de cursos e eventos para profissionais da saúde. Juntamente com outras entidades representativas, contribuiu para a inclusão da iniciativa priva-da na Constituição de 1988. Também foi nessa década, no ano de 1982, que o Jornal do SINDHOSP, antes chamado de Sindicato Hospitalar, foi lançado.

Em 1994, patrocinou institucionalmente a primeira Feira Hospitalar, atualmente o maior evento especializado do con-tinente americano, e no ano seguinte criou a Comenda Grã Cruz de Ouro – que em 2015 teve seu nome alterado para Comenda Grã Cruz de Ouro Dante Ancona Montagnana – em reconhecimento ao trabalho de personalidades e ins-tituições que contribuem com o setor. Em 1999, o Sindicato lançou o seu próprio site, um veículo hoje considerado indis-pensável para consultas sobre notícias do setor, legislações, acordos coletivos da categoria, agenda de cursos e eventos,

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Jair Ribeiro da Silva, fundador do Sindicato

Carta sindical obtida em 1941

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Em dia

Fev 2016 | Jornal do SINDHOSP |

SINDHOSP COMPLETA 78 ANOS COM AVANÇOS NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

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entre outros. No mesmo ano também nasceu o “Notícias SINDHOSP”, com o objetivo de levar aos profissionais do setor mais informações sobre saúde, as últimas leis, normas e portarias que regulamen-tam a área, pareceres e consultas jurídicas.

Ao longo dos anos, outros serviços foram sendo incorporados ao SINDHOSP, como a Biblioteca, além de iniciativas im-portantes como a Comissão de Recursos Humanos, a Comissão de Segurança e Saúde Ocupacional e os Congressos de Gestão em Clínicas e Laboratórios de Saúde, realizados anualmente durante a Hospitalar Feira+Fórum.

MODERNIZAÇÕES E NOVOS SERVIÇOS

Nos últimos três anos, com o desenvolvimento de um planejamento estratégico unificado, SINDHOSP, FEHOESP e IEPAS (Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde), investiu-se muito mais na modernização dos escritórios na cidade de São Paulo, na aquisição de novas tecnologias e no aprimoramento dos serviços prestados ao setor. As três en-tidades ganharam novas instalações, seguindo as mais inova-

Yussif Ali Mere, à frente da instituição há três anos

IEPAS DIVULGA CALENDÁRIO DE CURSOS PARA OS PRÓXIMOS MESES

O Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS) já preparou o calendário de cursos e eventos para os próximos meses por todo o Estado de São Paulo. Entre março e junho todas as regionais do SINDHOSP e sindicatos filiados à FEHOESP receberão, ao todo, 62 treinamentos, workshops e seminários instrutivos com o objetivo de aprimorar os profis-sionais do setor saúde.

O workshop “Aprendendo sobre o cliente para atendê-lo cada vez melhor”, ministrado pela coaching Márcia Fonseca, do Instituto Para Evoluir, é um dos destaques do mês de março e será realizado em três localidades diferentes: em São Paulo (16), Santos (19) e São José dos Campos (23). A docente leciona também o curso “Atendimento humanizado, uma proposta de valor”, no SindSuzano, no dia 30.

Em abril, a médica e administradora hospitalar Pina Pellegrini abordará o tema “Sucesso nas negociações de contratos com as operadoras de planos de saúde”, voltado para gestores e profissionais da área de negociação, e com enfoque na lei 13.003, em duas oportunidades: dia 14 na cidade de Presidente Prudente e dia 19 em Marília. Pellegrini estará ainda em Ribeirão Preto (6 e 7), Piracicaba (12), Santos (16) e Suzano (25), falando sobre gestão de glosas e cobran-ças de procedimentos médicos.

Novidade para este ano, o “Projeto Liderança” percorrerá o Estado de São Paulo durante os meses de maio e junho para um treinamento diferenciado aos líderes do setor. A respon-sável será a psicóloga Claudiane Reis da Paixão, que, por meio de seus seminários falará sobre a análise das relações de trabalho – por que a atração e a retenção de talentos tornou-se um dos maiores desafios; aspectos técnicos e comportamentais nos processos de transferências e promoções desvinculados do perfil profissional; desafios na identificação de interesses indi-viduais e organizacionais; desenvolvimento da gestão de carreira profissional – sucessão, ma-peamento e retenção de talentos; entre outros.

O calendário completo, informações sobre inscrições e programação estão no site do IEPAS, www.iepas.org.br

doras tendências do conceito “open office”, com espaços integrados que incluem salas de reuniões e de interlocução, central de impressão e copas confortáveis e arejadas.

As obras contemplaram também novos espaços para colaboradores e locais para a im-plantação de novos serviços, tais como os plantões do Projeto IN$truir, que visa sanar dúvidas fiscais e contábeis; o posto de atendimento para a emissão da Certificação Digital, disponível a partir deste mês para o público em geral; e o futuro plantão exclusivo, que se iniciará em junho deste ano para clínicas participantes do Projeto Bússola, que auxilia na acreditação junto à Organização Nacional de Acreditação (ONA). Além disso, o 13o andar, pertencente à tríade das entidades, está em fase final de conclusão de suas obras para abrigar um novo auditório, equipado com tecnologia para transmissões simultâneas; espaço para um call center e uma

galeria digital dos ex-presidentes. Segundo Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do SINDHOSP

e diretor da FEHOESP, além da reforma física, os avanços no planejamento estratégico e a busca por novas tecnologias mostram como as entidades se integram e se complementam. “Trabalhamos na união dos departamentos e na unificação dos processos para chegar aos melhores níveis de atendimento ao nosso setor.” Ele explica também o novo projeto de Governança Corpora-tiva, que começa a ser implementado em 2016. “Queremos garantir a segu-rança dos processos diários e alinhar interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum.”

Uma das primeiras edições do jornal do Sindicato

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6 | Jornal do SINDHOSP | Fev 2016

Manchete

Para Eriete, “o importante é manter a livre negociação”

2015 foi um ano de retração econômica e dificuldades para o país, e tam-bém para setor de saúde. Para este ano, as perspectivas econômicas perma-necem desfavoráveis. Em um cenário marcado por incertezas, qual o melhor caminho para continuar no mercado e encontrar saídas otimistas?

Na saúde suplementar, o primeiro passo precisa ser dado nos primeiros 90 dias do ano. É neste período que os prestadores de serviços devem sentar para negociar com as operadoras de planos de saúde e discutir o reajuste de seus contratos, conforme determina a lei 13.003, de 25 de junho de 2014, que a altera a lei no 9.656, de 3 de junho de 1998. Entre outras coisas, a medida, que entrou em vigor em 22 de dezembro de 2014 e foi regulamentada pelas resoluções normativas (RNs) 363, 364 e 365 e pela instrução normativa (IN) 56, estabelece a existência de um contrato formal assinado entre as partes dis-criminando todos os serviços contratados, bem como seus valores, a forma e a periodicidade do reajuste e os prazos e procedimentos para faturamento e pagamento de serviços. O não cumprimento das obrigações prevê penalidades para o prestador de serviços e para a operadora de planos de saúdes.

“A lei é um avanço do que tínhamos até então, pois ela vai nortear pontos obscuros como reajustes e prazos de negociação. Estamos informando nossos associados e contribuintes a im-portância das regras determinadas pela lei e suas resoluções e instruções normativas”, explica o gerente do departamento de Assistência à Saúde da FEHEOSP, Danilo Bernik.

Desde fevereiro, os afiliados ao SINDHOSP e aos demais sindicatos da Federação estão rece- bendo informativos e circulares com orientações para auxiliar os estabelecimentos de saúde sobre a nova legislação. “Estamos recomendando que estejam atentos às cláusulas contratuais que estabelecem a livre negociação; que sen- tem para negociar com as operadoras den- tro dos primeiros 90 dias corridos do ano (iniciado em 1o de janeiro); que ao negociar seja

DE OLHOS ABERTOSPRESTADORES DE SERVIÇOS DEVEM ESTAR ATENTOS AO PROCESSO NEGOCIAL PARA GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DO SETOR

evitado o fracionamento de qualquer ín-dice de reajuste; e que seja adotado nas negociações, quando for o caso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am-plo (IPCA) pleno, sem limitações – índice estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por meio da resolução normativa (RN) no 391, de 4 de dezembro de 2015. Chamamos a atenção para certos detalhes nesta nova fase, como uma negociação profissional, com custos reais e atenção máxima aos

contratos que vierem prontos e com os serviços anexos, inclusive, valores. Deverão constar também itens como pe-riodicidade de reajuste, atos que necessitam de prévia auto-rização, bem como penalidade para ambos por descumpri-mentos das obrigações estabelecidas”, recomenda Bernik.

A relação entre operadoras de planos de saúde e pres-tadores de serviços é permeada por uma série de confli-tos que interferem diretamente na garantia da assistência prestada ao usuário, assim como na manutenção de custos compatíveis com a sustentabilidade e o desenvolvimento do mercado de saúde suplementar. Nesse contexto, o es-tabelecimento de um contrato formal entre operadoras e prestadores possui um papel determinante nessa relação, por ser um instrumento que confere mais transparência e segurança por meio do estabelecimento claro dos direitos e deveres das partes envolvidas.

Ao longo dos anos, a ANS tentou implementar no mercado várias regulamentações para estabelecer requi-sitos necessários para a formalização e cumprimento de

contratos, devido alto grau de informalidade nessas relações. “A lei 13.003 reforçou a obrigatoriedade dos

contratos por escrito e detalhados entre planos e em-presas de saúde, com obrigações específicas. Até então,

cada operadora tinha as suas características de operaciona-lização, cujo índice de reclamações era alto, pois o que era

contratado nem sempre era cumprido”, lembra a superintendente do departamento Jurídico

do SINDHOSP, Eriete Ramos Teixeira. Para ela, o estabelecimento de um

contrato formal entre as partes possui um papel determinante, por ser um instru-

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Manchete

Fev 2016 | Jornal do SINDHOSP |

mento que confere mais transparência, equilíbrio, seguran-ça e clareza sobre os direitos e deveres das partes envolvidas.

O SINDHOSP e a FEHOESP estão recomendando aos seus associados que encaminhem o pleito de negociação às operadoras com base na legislação vigente, nos termos re-gulamentados pela ANS. A advogada comenta que é impor-tante que o pedido seja feito agora, de maneira formal, por escrito, para demonstrar o interesse em negociar o reajuste, que mesmo sendo negociado nesses primeiros 90 dias do ano, somente valerá a partir da data de aniversário do con-trato, conforme estabelece a RN 364. “O importante é ten-tar negociar durante este período que se encerra no fim de março. Manter a livre negociação até que se esgotem todas as possibilidades, para não serem aplicadas as regras deter-minadas pela lei 13.003, que valem somente na falha na ne-gociação entre as empresas nesses primeiros três meses do ano ou não havendo um índice de negociação de reajuste.”

Para Danilo Bernik, existe a preocupação quanto à apli-cação deste índice de reajuste, já que há contratos antigos que não possuem aplicação do IPCA, em função da IN no 49. “São índices absurdos de entender, como 20% de IPCA, 10% de INPC. A tentativa de negociação deve haver por in-sistência do prestador.”

O gerente da Federação lembra que é vedado na con-tratualização entre os planos de saúde e prestadores esta-belecer formas de reajuste condicionadas à sinistralidade da operadora, bem como estabelecer reajustes que mante-nham ou reduzam o valor nominal do serviço contratado.

Também alerta para o fato das operadoras estarem enviando contratos novos, ao invés de aditivos, para serem assinados, alterando o instrumento jurídico vigente por in-teiro, “muitas vezes desnecessariamente, e que altera muitas das condições contratuais já negociadas entre as partes”. “Temos conhecimento de negociações ruins, baseadas em frações de um índice. E operadoras oferecendo, por exem-plo, 10% de IPCA ou de outro índice baseado na inflação. É preciso evitar acordos assim.”

Bernik comenta que o prestador tem direito de negociar ou renegociar. “A relação de itens dessas novas normativas é extensa. Conforme a lei 13.003/14, a maioria dos prestadores que não possuem contratos conforme a nova medida deverá assinar adendos, e não assinar um contrato novo, que muitas vezes altera ou exclui, sem acordo ou conheci-mento do prestador, cláusulas do contrato vigente que lhe são favoráveis. Neste mo-mento, pedir a revisão de todo o contrato, inclusive da cláusula de reajuste, é uma pos-sibilidade que a operadora não é obrigada a aceitar. Se o índice oferecido pela operado-ra não for adequado, solicite a cláusula da livre negociação como forma de reajuste.”

MAIS MUDANÇAS

Além do imbróglio do reajuste, a lei 13.003 versa sobre outros assuntos importantes para a saúde suplementar, como os critérios de substituição de um prestador não hospitalar, desde que por outro equivalente, e mediante comunicação aos beneficiários com 30 dias de antecedência, conforme determina a RN 365. “Isso traz mais equilíbrio na negociação, pois a ameaça de des-credenciamento em massa de todas as clínicas quando não aceitam uma negociação imposta não será mais viável para a operadora. Se ela descredenciar um prestador, deverá justificar a decisão junto à ANS por meio de um adendo de contrato com um novo prestador ou com um já credenciado - neste último caso, mostrando que haverá aumento de capacidade”, diz o gerente da FEHOESP.

E o Fator de Qualidade, que passa a ser aplicado sobre o índice de reajuste em prazos dis-tintos para cada tipo de prestador. Conforme estabelecido pela RN no 391, de 4 de dezembro de 2015, deve ser aplicado em um ano para as entidades hospitalares e em dois anos para os laboratórios, clínicas, profissionais de saúde e outros estabelecimentos.

O Fator de Qualidade será aplicado ao reajuste dos contratos firmados pelas operadoras com seus prestadores nas situações em que couber a utilização do índice de reajuste definido pela ANS, de acordo com a IN no 61, de 4 de dezembro de 2015, sendo 105% do IPCA para os hospitais acreditados; 100% do IPCA para os hospitais não acreditados e que participem e cum-pram os critérios estabelecidos nos projetos da diretoria de Desenvolvimento Setorial (Dides) da ANS, como o Projeto Parto Adequado e outros indicadores de qualidade na saúde suplementar; e 85% do IPCA para hospitais eu não atendam a nenhum desses critérios.

“Em um universo de mais de sete mil hospitais no país, temos pouquíssimos que conse-guiram se acreditar. Infelizmente, o critério adotado pela ANS ao invés de premiar quem tem qualificação, está punindo quem não tem. O IPCA virou o teto da negociação, o que é uma distorção completa, principalmente se considerarmos que a inflação médica está sempre acima dos índices gerais”, diz Yussif Ali Mere Jr, presidente do SINDHOSP e da FEHOESP.

A ANS considera como acreditado o hospital que possui certificado de acreditação emiti-do por instituições certificadoras relacionadas no Programa de Divulgação da Qualificação dos Prestadores de Serviços na Saúde Suplementar (Qualiss) da Dides, da própria agência, além de certificados emitidos por instituições acreditadoras reconhecidas pelo Inmetro ou emitidos pela The International Society for Quality in Health Care (Isqua).

Para obter o reajuste de 100% do IPCA, a ANS ficou de divulgar em seu site, nos primeiros 90 dias do ano, os projetos da Dides de indução de qualidade, os referidos critérios e a lista de hospitais que participaram e cumpriram os critérios estabelecidos em projetos da agência de indução da qualidade para a aplicação no ano seguinte.

No dia 19 de janeiro deste ano, a ANS disponibilizou em seu endereço eletrônico o for-mulário (FormSUS) para informes sobre reinternação de pacientes, que deve ser preenchido por hospitais credenciados à rede de atendimento de operadoras de planos de saúde. Esse é um dos indicadores de qualidade que serão levados em consideração na avaliação e cálculo de reajustes aplicados a contratos firmados entre operadoras de planos de saúde e prestadores de

serviço. Esse indicador valerá quando não houver acordo entre as partes na livre negociação e o contrato não prever um índice ou quando não houver nenhuma negociação.

O indicador de Readmissão Hospitalar mede a taxa de pessoas que retor-naram ao hospital em até 30 dias desde a última vez que deixaram a unidade hospitalar após a primeira admissão. Este indicador avalia a capacidade pro-gressiva do prestador de serviço em ajudar na recuperação de forma tão eficaz quanto possível. Internações por câncer e obstetrícia são excluídas, pois podem integrar o plano de cuidado do paciente. “Esse é um indicador internacional clássico para avaliação da qualidade de atendimento e cuidado prestados ao paciente nos hospitais. Quanto menor for a reincidência de internação, ou seja, quanto menor for a readmissão potencialmente evitável, melhor é considera-

Danilo Bernik, gerente de Assistência à Saúde da FEHOESP

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Manchete

do o atendimento prestado pela unidade hospitalar”, afirma a diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS, Michelle Mello.

A data para enviar os dados de Readmissão Hospitalar pelo FormSUS era 10 de março. Após a análise da ANS, será divulgada a lista dos hospitais que terão direito a reajuste de 100% do IPCA. Os detalhes sobre os critérios dos indicadores de aplicação do Fator de Qualidade estão discriminados na nota técnica 34 no portal da ANS (www.ans.gov.br)

DIFICULDADES NA NEGOCIAÇÃO

Atuar na prestação em saúde tem suas particularidades e desafios. Um deles é negociar contratos com as operadoras de planos de saúde, que só não é mais custoso do que acordar um índice de reajuste justo para os estabeleci-mentos. “Não à toa, o setor enfrenta cada vez mais dificuldades para cumprir seu papel, que é prestar uma assistência à saúde de qualidade. E agravam isso as dificuldades de relacionamento com as operadoras de planos de saúde”, confirma Yussif.

Esse cenário foi comprovado pela pesquisa FEHOESP e seus sindicatos filiados com seus associados, entre junho e julho de 2015, período em que a lei 13.003 já estava em vigor. As conclu-sões comprovaram que os planos, em sua grande parte, ignoraram as tentativas de negociação de novos contratos e reajustes, assim como não respeitaram os prazos estabelecidos pela nova regra para que isso fosse feito.

As perguntas compreenderam, no período de janeiro a março do ano passado, a relação com as operadoras em referência a contratos, índices de reajuste e relacionamento, além da confiança em relação à atuação da ANS.

O estudo constatou que mesmo sabendo das dificuldades, os estabelecimentos procura-ram as operadoras para tentar negociar seus contratos.

Nos primeiros três meses de 2015, 73% dos prestadores solicitaram as operadoras propos-tas para negociação contratual de qualquer natureza. Da mesma forma, 63% não receberam contato espontâneo dos planos de saúde para negociação.

Entre os serviços que precisaram adequar contratos, conforme a RN 363, 41% não recebe-ram qualquer contato por parte das empresas, seja para tratar de contratos novos ou de aditivos para atualização de cláusulas já existentes.

Ao abordar o relacionamento com as operadoras, a pesquisa indicou que 64% dos presta-dores estão insatisfeitos com os canais de atendimento oferecidos, considerando o acesso difícil ou muito difícil. Avaliaram este acesso regular 32% dos entrevistados e apenas 4% dos serviços mostram-se satisfeitos com o atendimento recebido

O estudo também determinou qual canal de atendimento era oferecido

pelas operadoras para solucionar pro-blemas relativos a contratos de presta-ção de serviços, cujos principais foram e-mail (45%) e telefone (42%). Por orientação da ANS, em caso de recusa da operadora em cumprir o estabele-cido na lei 13.003/2014, os prestadores de serviços devem formalizar denún-cia junto à agência. Questionados pela pesquisa sobre qual atitude é tomada nos casos em que não há sucesso nes-tas negociações, a maioria dos serviços

prefere se omitir, já que 75% sequer informaram à ANS a respeito das dificuldades. A justificativa para isso pode estar em outros 20% dos entrevistados, que declararam claramente que não denunciaram os planos por medo de serem descredenciados.

Portanto, 95% dos prestadores de serviços em saúde não comunicaram as irregularidades. “O único meio formal e o caminho natural para quem não consegue negociar seus contratos com as operadoras é oferecer denúncia ao órgão que deveria regular o setor, que é a ANS. Mas a maio-ria ainda abre mão deste direito”, destaca Danilo Bernik.

Para saber como está o processo negocial este ano, novamente o departamento de Assistência à Saúde da Federação vai realizar a pesquisa junto aos associados de seus sindicatos, incluindo o SINDHOSP. “O estudo tem a finalidade de entender como está acontecendo a nego-ciação e a contratualização, porque sentimos que alguns prestadores estão muito preocupados com a evolução dos contratos que estão em vigor. Os prestadores preci-sam estar muito atentos aquilo que vão assinar, para que o relacionamento comercial entre as partes não seja prejudi-

cado”, explicou Bernik.A pesquisa será feita durante março e

leva apenas dois minutos para ser respondida. A intenção é apresentar seu resultado à ANS

para que ela saiba o que a categoria passou no pe-ríodo de contratualização. “O cenário e suas variáveis

já estão apresentados. Tudo indica que o momento chegou. O posicionamento, a ser definido no relacio-

namento atual entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, é se vamos construir pontes ou muros. Este novo relacionamento, no entanto, não nascerá pronto. Será necessário construí-lo com objetivos, na ca-pacidade de perceber as oportunidades em um mercado com indicativos consistentes de transformações radicais. Progressivamente, algumas parcerias e negociações irão se mostrar mais frutíferas e abrirão caminhos para outras, reproduzindo e aprimorando os métodos e os avanços in-dispensáveis”, conclui Yussif.

“O setor enfrenta cada vez mais dificuldades”, afirma Yussif

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HOSPITALAR ESPERA 96 MIL PESSOAS

IEPAS AMPLIA PROGRAMAÇÃO DE EVENTOS

Evento anual, voltado à apresentação de produtos e desenvolvimento de negócios na área médico-hospitalar, a 23a edição da Hospitalar (Feira Internacional de Produtos, Equipamentos, Serviços e Tecnologia para Hospitais, Labo-ratórios, Farmácias, Clínicas e Consultórios), será realizada entre os dias 17 e 20 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. O credenciamento eletrônico já está aberto para visi-tantes e jornalistas interessados. Quem se credenciar no site do evento (www.hospitalar.com.br/pt) até o dia 13 de março receberá sua credencial no endereço indicado. A direção da Hospitalar tem a expectativa de receber um público estimado em 96 mil pessoas, incluindo pesquisadores, pensadores do setor da saúde e milhares de dirigentes hospi-talares, médicos, enfermeiros e profis-sionais que influenciam e decidem as compras de hospitais, clínicas, consul-tórios e laboratórios, durante os quatro dias da feira.

Além de lançar as mais importan-tes novidades da área, a Hospitalar tam-bém se consolida como um importante fórum da saúde, reunindo dirigentes hospitalares, profissio-nais da área e pensadores de saúde. Em 2015, foram realizados 50 eventos simultâneos entre congressos, jornadas e reuniões setoriais, onde foram discutidos rumos e tendências na área de gestão de negócios para estabelecimentos de saúde.

O SINDHOSP, Confederação Nacional de Saúde (CNS) e Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços em Saúde (Fenaess) estão nos preparativos para a realização de mais uma edição dos já tradicionais Congressos de Gestão,

A feira é o maior evento especializado nessa área, em todo o continente americano, e contará com mais de 1.250 expositores de mais de 30 países.

FÓRUNS HOSPITALARCom o propósito de analisar e discutir como se interconectam os elementos fundamentais:

economia e saúde em meio à sociedade moderna, o Congresso Internacional de Serviços de Saúde (CISS) acontecerá nos dias 18 e 19 de maio e reunirá tomadores de decisão e influenciadores da cadeia da saúde. Nos dois dias de evento serão apresentados não apenas elementos macroeconô-micos, mas também seus desdobramentos.

Outro tema que será amplamen-te durante o evento é o E-Health, área em implantação e em operação nos grandes hospitais brasileiros que atin-giu, em 2015, a casa dos US$ 4,5 bilhões em investimentos no mundo. Grandes nomes mundiais estarão presentes.

No total serão mais de 50 pales-tras que ocorrerão durante os dias de evento, apoiadas por entidades do setor da saúde, como o Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (SINDHOSP); Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS);

a Confederação Nacional de Saúde (CNS); Federação Nacional de Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess); Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica (Abimo) e Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).

A feira faz parte do portfólio do grupo britânico UBM, líder global em mídia de negócios e segunda maior organizadora de eventos no mundo.

organizados há três anos pelo Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde (IEPAS). Este ano, serão dois congressos: o 11o Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços

de Saúde e 10o Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos, realizados em 18 e 19 de maio. Para o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, a realização dos eventos em paralelo à segunda maior feira de saúde do mundo e a maior das Américas alia conhecimento e negócio, o que é muito benéfico aos participantes.

O IEPAS investe ainda, pelo segundo ano consecutivo, na realização do Fórum de Empreende-dorismo e Startups, que terá como tema “A internet das coisas” e será realizado em 20 de maio. A iniciativa é uma parceria com Instituto de Tecnologia de Software (ITS).

Os workshops no estande do IEPAS também terão continuidade. “O êxito de 2015 nos impul-sionou a repetira a iniciativa. Ano passado fizemos dez workshops ao longo de quatro dias de feira. Este ano ampliaremos este número, levando aos convidados assuntos importantes para a atualiza-ção do conhecimento”, destaca o presidente do IEPAS, José Carlos Barbério.

O conteúdo programático de todas as iniciativas está em fase final de elaboração. As entidades também confirmam que o Projeto VIP será repetido na edição 2016 da feira,

em parceria com a Hospitalar Feira e Fórum. Em 2015, associados da FEHOESP e seus sindicatos filiados tiveram acesso exclusivo e antecipado ao pavilhão do Expo Center Norte, a fim de visitar fornecedores de interesse.

Mais informações, em breve, no site do IEPAS: www.iepas.org.br

Hospitalar chega a sua 23a edição este ano

Congressos de Gestão em 2015 lotaram os auditórios

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GOVERNO GASTA MENOS DE R$ 4 AO DIA COM A SAÚDE DE CADA BRASILEIRO

REGIONAIS E SINDICATOS REÚNEM-SE PARA O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Os governos federal, estaduais e municipais aplicaram, em 2014, por dia R$ 3,89 per capita para cobrir as despesas públicas com saúde dos mais de 204 milhões de brasileiros. Ao todo, o gasto por pessoa em saúde naquele ano foi de R$ 1.419,84. É o que aponta o mais recente estudo do Con-selho Federal de Medicina (CFM), feito em parceria com a ONG Contas Abertas, a partir de informações sobre as des-pesas apresentadas pelos gestores à Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, por meio de relatórios resumidos de execução orçamentária. A atuação do Brasil, segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), está abaixo da média das Américas, cujo investimento per capita do setor público em saúde, em 2013, foi de US$ 1.816. Enquanto no Brasil, naquele ano, foi de US$ 523 (cerca de 70% menor).

Em ritmo regressivo, as aplicações em saúde por parte da esfera pública, já corrigidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caíram 0,93% entre 2013 e 2014, atingindo a cifra de R$ 290,3 bilhões – cerca de R$ 3 bi-lhões a menos que em 2012r. Esse montante agrega todas as despesas na chamada “função saúde”, destinada à cobertura das ações de aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e outras com impacto direto na área. Boa parte desse dinheiro é usada também para o pagamento de funcioná-rios, dentre outras despesas de custeio da máquina pública.

O decréscimo de R$ 10,3 bilhões nas despesas mu-nicipais (déficit de 8,83% em relação ao ano anterior) im-pulsionou negativamente o desempenho nacional, com-prometendo o tímido aumento de dispêndios por parte dos Estados e da União – da ordem de 3,82% e de 4,84%, respectivamente. Para o economista e secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, há nexo entre al-gumas decisões do governo federal e inúmeras implicações nos Estados e municípios. “Em 2013 e 2014, com a preocu-pação predominante da reeleição, o governo aprofundou o

Nos dias 1o e 2 de fevereiro, foram promovidas, pelo de-partamento de Operações Regionais (Geopre), da FEHOESP, reuniões com os representantes das regionais do SINDHOSP do ABC, Bauru, Campinas, Santos, Sorocaba, São José do Rio Preto e São José dos Campos; e também dos demais sin-dicatos da Federação: SindJundiaí, SindMogi, SindhosPru, SindRibeirão e SindSuzano, com o objetivo de discutirem o Planejamento Estratégico de 2016. Os encontros ocorreram na sede do SINDHOSP e da FEHOESP, em São Paulo.

uso da política fiscal para tentar reativar a economia a qualquer custo. As receitas que já vinham diminuindo em decorrência da retração econômica, foram também afetadas pelos benefícios fis-cais e isenções, o que fez murchar também as arrecadações dos estados e dos municípios”, explica.

Ele acredita que os Estados e os municípios têm parcelas de culpa na retração de seus inves-timentos em decorrência, sobretudo, da falta de planejamento, já que “vários, nas épocas de ‘va-cas gordas’, concederam reajustes generosos de salários e aumentaram o número de servidores. Quando as dificuldades surgiram, os cortes em investimentos foram utilizados para minimizar o déficit”.

O presidente do CFM, Carlos Vital, avalia que a ca-rência financeira pode ainda ampliar os problemas enfren-tados pela rede de hospitais federais, conveniados, filantró-picos e santas casas, que no ano passado sofreram com sucessivos atrasos e falta de pagamentos. “Por conta do subfinanciamento histórico e da má gestão, todo o sistema está comprometido. As auto-ridades precisam reconhecer a saúde pública como priori-dade. Os problemas do setor começam com a definição destas prioridades e se estendem para a transposição de metas e para o orçamento e sua execução.”

No cenário mundial, o desempenho do Brasil é baixo - Dados do Global Health Observatory Data Repository, mantido pela OMS, revelam que do grupo de países com modelos públicos de atendimento de acesso universal o Brasil era, em 2013, o que tinha a menor participação do gover-no no financiamento da saúde. Esta é analise mais recente com relação ao tema.

Considerando a fatia pública do total das despesas em saúde, no Brasil, esse percentual é de 48,2%. A proporção é baixa se comparada ao verificado em países como o Reino Unido (83,5%), França (77,5%), Alemanha (76,8%), Espanha (70,4%), Canadá (69,8%), Argentina (67,7%) e Austrália (66,6%). Em se tratando de despesas em saúde per capita, em dólares, o Brasil, que gasta US$ 1.085, incluindo os gastos feitos pelos setores público e privado. Seu desempenho só não está pior do que a Argentina (US$ 1.074).

“Cada departamento do Sindicato e da Federação explanou as novidades, as novas diretrizes em relação aos seus respectivos departamentos. O objetivo destes dois dias foi fechar o Planeja-mento Estratégico”, afirmou Erik von Eye, gerente de Operações Regionais.

As reuniões estabeleceram os roteiros para preparação de visitas; programação das agendas; projetos em estudo, entre outros.

Também durante o encontro, os coordenadores das diversas áreas reuniram-se com os repre-sentantes para conhecer melhor as necessidades de cada região. Segundo von Eye, essas reuniões periódicas das regionais e sindicatos com a sede aproximam as iniciativas, e trazem para quem tra-balha na capital paulista a real ideia dos problemas enfrentados pelos associados no interior.

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O SISTEMA ESTÁ EM CRISE?Pelo nono ano consecutivo, o SINDHOSP e o Grupo Fleury reúnem-se para debater os desa-

fios de um setor em constante busca pelo equilíbrio. Sob o tema “Saúde suplementar: o sistema está em crise?”, líderes da saúde abordarão, em 14 de abril, as resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a lei 13.003 e as tributações. O evento será realizado das 8h às 13h no auditório do Grupo Fleury, localizado na zona sul de São Paulo, e tem presença confirmada do presidente da ANS, José Carlos Abrahão.

Para finalizar os debates, um talk show será realizado com os palestrantes para apontar medi-das que podem ser tomadas a curto, médio e longo prazos, além de sugestões de melhorias na saú-de suplementar. Participam também Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, e Martha Regina de Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. Sob a moderação de Wilson Shcolnik, gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury, o momento permitirá intera-ção com a plateia.

A iniciativa tem o apoio institucional da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (Abiis); da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed); da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp); da Confederação Nacional da Saúde (CNS); da Federação dos Hospi-tais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimen-tos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (FEHOESP); da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (Sbac); e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML).

SINDHOSP FECHA PESQUISAS COM IBPT

Durante o seminário com o Grupo Fleury, o SINDHOSP irá apresentar, em primeira mão ao mercado, uma das pes-quisas encomendadas ao Instituto Brasileiro de Planejamen-to e Tributação (IBPT). O documento fará um estudo sobre o impacto das mudanças propostas pelo governo na cobrança de Programas de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade (Cofins) no setor da saúde.

Os impostos, relativos à Cofins e ao PIS, atualmente so-mam alíquotas que variam de 3,65% a 9,25%. Uma proposta do governo federal quer que setores como construção civil e serviços migrem para a alíquota maior, de 9,25%, sob um sistema de compensação. Mas os empresários dizem que nesses setores, em que a mão de obra é a principal despesa, não haveria compensação, como a que existe na indústria. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) calcula que a mudança aumentaria a carga tributária de 1,5 milhão de empresas

“Essa penalidade, se for aprovada, vai gerar no setor de prestação de serviço uma calamidade pública”, afirmou José Maria Alcazar, vice-presidente da Associação Comercial de SP, em ocasião de ato público contra a mudança.

De olho neste impacto, o SINDHOSP encomendou uma pesquisa ao IBPT para demonstrar, de maneira detalha-da, os impactos das mudanças para o setor de saúde – um dos que seriam mais afetados entre os que atuam na área de serviços.

Segundo o vice-presidente do SINDHOSP, Luiz Fer-nando Ferrari Neto, a pesquisa servirá como instrumento de persuasão das entidades em Brasília. “Este projeto está em tramitação. O legislativo precisa tomar conhecimento detalhado do trágico impacto que essas mudanças terão na área da saúde. Nossa sustentabilidade está em jogo. E, conse-quentemente, a qualidade da assistência à saúde.”

Uma segunda pesquisa, encomendada ao IBPT, traçará uma radiografia da saúde no Estado de São Paulo. Os resul-tados devem sair em maio. Acompanhe as novidades nas próximas edições do Jornal do SINDHOSP e em nosso site, www.sindhosp.org.br .

8h Credenciamento e Welcome coffee

9h Abertura Carlos Alberto Iwata Marinelli - presidente do Grupo Fleury/SP Yussif Ali Mere Junior - presidente FEHOESP/SINDHOSP José Carlos Abrahão – diretor-presidente da ANS

Lei 13003 e resoluções da ANS - já são realidade?Marcelo Gratão – gestor do IEPAS Martha Regina de Oliveira - diretora de Desenvolvimento Setorial da ANSRepresentante da FenaSaúde

Tributação da área de saúde - tendências e impactosYussif Ali Mere Junior – presidente FEHOESP/SINDHOSP

TISS - o que falta para dar certo?Claudia Cohn – presidente da AbramedRepresentante das operadorasRepresentante da ANSJosé Carlos Abrahão – diretor-presidente da ANS

Talk showConvidados:Yussif Ali Mere Junior – presidente FEHEOSP/SINDHOSPJosé Carlos Abrahão – diretor-presidente da ANSMartha Regina de Oliveira – diretora da ANSClaudia Cohn – presidente da AbramedRepresentante das operadoras

13h Encerramento e brunch

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO 9O SEMINÁRIO SINDHOSP E GRUPO FLEURY*:

Data: 14/4/2016, as 8h às 13hLocal: Av. Gen. Valdomiro de Lima, 508, Jabaquara – São Paulo-SPMais informações pelo telefone (11) 3121-1333, ramais 409, 411 e 412. As inscrições são limitadas e devem ser feitas acessando o link: http://goo.gl/forms/KATM841twF .* Programação sujeita a alterações

Diretores após a assinatura do contrato

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Página 12 – Uma matériaEm busca de alternativas

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CRISES POLÍTICA E ECONÔMICA DEIXAM RH DAS EMPRESAS DE SAÚDE EM ALERTA

O ano de 2016 começou com uma crise político-eco-nômica grave no Brasil, o que acaba afetando diretamente os departamentos de Recursos Humanos (RHs) nas empre-sas. Em meio a tudo isso, novas contratações estão restritas e o clima dentro das instituições está mais tenso, pois os colaboradores estão convivendo com o “bicho papão” do desemprego. Este cenário de incertezas também chegou ao setor da saúde e é neste momento que os RHs das empresas devem buscar alternativas e fazer a diferença. “Começamos o ano com muitas dúvidas e indecisões. 2015 foi um ano de muita preocupação devido as crises que afetam o país, além da questão do eSocial e contratação de pessoas com deficiência, que vem tirando o sono de muita gente. Mas não podemos deixar que os obstáculos restrinjam a nossa visão apenas aos contratempos que nos cercam. As preocu-pações sobre como reduzir custos e manter colaboradores, reter talentos e focar na qualidade são desafios que estão latentes para o RH, que precisa se organizar para isso”, alerta o consultor em gestão empresarial e coordenador da Co-missão de RH do SINDHOSP (GRHosp), Nelson Alvarez.

Para ele, as situações adversas e tudo pelo qual o Bra-sil passa reduzem a intenção de investimento devido a in-segurança jurídica gerada, além de inibir o crescimento. “A crise econômica faz com que todos os atores da economia tenham que sentar, conversar e serem mais criativos nas negociações, afinal o controle de custos atinge a todos. Traz preocupação para os colaboradores que percebem a remu-neração sendo corroída pela inflação de forma mais direta; e para as instituições da área da saúde, que não conseguem cuidar desta questão, uma vez que os custos já estão altos.”

O sinal amarelo já havia sido dado em 2014 pelos es-pecialistas, que previam, naquela época, aumento da dívida pública, quase nada de crescimento (menos de 1%) devido à desaceleração de investimentos, e a volta da inflação. No ano passado, o alerta passou para o vermelho, com a eco-nomia patinando, a falta de perspectivas de recuperação ro-busta a curto prazo e a queda no mercado do trabalho. Com tantas dificuldades, as empresas de saúde ainda enfrentaram outros obstáculos. De acordo com Alvarez, a falta de mão de obra qualificada, o absenteísmo, o turnover (rotatividade de pessoal em uma organização), o despreparo e falta de comprometimento das lideranças foram as maiores dificul-dades. “Nos negócios, como no resto da vida, habilidades de liderança são essenciais. As lideranças precisam ser pessoas dirigentes, líderes de gestão, criativos e técnicos. Precisamos preencher a lacuna de liderança, e rápido.“

Mas como conseguir tal feito, diante de um cenário des-favorável? A resposta é aproveitar o momento de dificulda-des para enxergar oportunidades. “Transformar a redução de custos em otimização de processos, a manutenção dos colaboradores em gestão do capital humano. O objetivo é estabelecer uma parceria que possibilite encontrar as evi-

dências necessárias para gerir de maneira planejada e estratégica, e também se cercar de ferramentas e soluções que possam ajudar esse líder a construir equipes qualificadas e comprometi-das”, sugere o consultor.

Para conseguir tal feito, Alvarez garante ser fundamental o envolvi-mento da área de Recursos Humanos na gestão do negócio. Faz anos que o profissional de RH vem ocupando um papel mais estratégico dentro das companhias, sendo responsável por fomentar a inspiração dos cola-boradores e promover um trabalho de conscientização das lideranças, a fim de dar espaço para que novas ideias sejam ouvidas e discutidas. “Já se foi o tempo em que o papel dos profissionais de RH era apenas a de um mero chefe de Pessoal., e que ainda ocupavam posições intermediárias nas estruturas das organizações sem opção de opinarem sobre as tendências emer-gentes de gestão de pessoas e sobre as políticas e diretrizes.”

Atualmente, a área de RH vem passando por transformações sig-nificativas no contexto de assumir novos desafios importantes voltados a atrair, reter e desenvolver talentos. “Hoje, o profissional de Recursos Humanos possui novas competências que convergem para o desenvolvimento e reciclagem das pessoas nas or-ganizações, visando à plena capacitação profissional num mundo mais competitivo e qualificado, devendo instruir os gestores em como administrar seus colaboradores diretos de um forma trans-parente e objetiva”, garante o consultor, lembrando que o RH deve buscar estar alinhado à estraté-gia do negócio e não ficar preocupado somente com a folha de pagamento. “É preciso conhecer a estrutura de custos da empresa e buscar alternativas para reduzi-la; ser mais proativo e buscar parcerias, afinal a gestão da mão de obra é de responsabilidade de todas as chefias/lideranças. O profissional de RH precisa sair da sua área de conforto, trocar informações e verificar oportuni-dades. Os percalços são muitos e será preciso coragem porque o ano está só começando e as expectativas para o setor da saúde seguem o mesmo caminho dos demais setores da economia nacional”. Alvarez acredita que a situação possa se complicar um pouco para a área da saúde, pelo fato dos financiadores necessitarem reduzir ou congelar suas tabelas e alongar prazos. “Com isso, as entidades ficam pressionadas e sem espaço para negociar.”

Ele também chama a atenção para a consolidação do setor que pode ocorrer com a entrada de alguns investidores que procuram agrupar toda a cadeia de prestação de serviço. “As empresas estão modernizando seus processos para necessitar cada vez menos de pessoas. O trabalhador da saúde precisa atentar para o fato que há investimentos estrangeiros fortes no segmento e isto exigi-rá outras competências para todos os atores da cadeia de atendimento ao cliente, seja na operação, administração ou na parte técnica”, alerta.

Alvarez ainda chama a atenção para as dificuldades que serão enfrentadas no processo nego-cial com as categorias de profissionais da saúde. Para ele, haverá de um lado uma forte pressão dos sindicatos para a reposição da inflação (que praticamente dobrou se comparada com a de 2014), e do outro os investidores precisando reduzir custos e o RH tendo que administrar o clima interno com todos estes fatores em volta dos colaboradores. “O RH que atua na área da saúde deve sair da caixa e buscar exemplos em outros segmentos. Há inúmeros exemplos no mercado em que as empresas conseguiram superar estes momentos e, logo que o cenário melhorou, saíram mais rapidamente da inércia e conquistaram mais espaço. “