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Anotações Angell- Racionalista. Defesa da guerra sob o aspecto econômico A rivalidade europeia em matéria de armamentos não pode se prolongar indefinidamente na sua forma atual, e nenhum dos países cede, pois isso significaria colocar-se a mercê do outro. Duas soluções são propostas: 1- Desarmamento geral, ou ao menos sua limitação recíproca. (sonhadores e doutrinários) 2- A situação atual levará ao conflito armado que reduza um dos contentores a clara inferioridade, resolvendo o problema. (pessoas consideradas mais práticas) A 2° é tida como lei da vida. Os que acreditam na 1° são acusados de não compreenderem o mundo em que vivem. Não há garantias. Contra essa suposição, o campeão da virilidade não tarda em invocar a lei do conflito, o da luta pela vida e sobrevivência dos mais capazes. O sacrifício imposto pelos armamentos é o preço pago pelas nações por sua segurança e poder político. O crescimento e desenvolvimento de uma nação dependem dos seus triunfos militares e da ascendência política. Diante disso, a motivação do pacifista perde força, e ele é o primeiro a aceitar que o vencedor da luta pela supremacia política adquire uma vantagem material sobre o vencido. O pacifista então defende sua cause de outra maneira, defendo o “altruísmo” das relações internacionais, e admite que o êxito da guerra favorecesse o interesse do vencedor, mesmo quando imorais. O mundo da política imediata considera o ideal de paz como um conselho de perfeição, suscetível a ser realizado em futuro remoto, mas não enquanto houver ambição humana, vontade de se apoderar de bens, que tem que ser defendidos. Não se pode dizer, entretanto que essa filosofia da força é tão brutal como se sugere. O troféu da vitória sempre cabe ao mais forte, e o regime industrial e comercial abunda em crueldades tão bárbaras quanto à guerra. No mundo o conflito de interesses é inevitável. Para o homem viril, o argumento da “desumanidade” da

Anotações Angell

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Anotações do Livro A grande Ilusão do autor Angell, tratando sobre a ilusão da guerra e o axioma da mesma. Para a disciplina de TRI I do curso de Relações Internacionais.

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Anotaes Angell- Racionalista.Defesa da guerra sob o aspecto econmicoA rivalidade europeia em matria de armamentos no pode se prolongar indefinidamente na sua forma atual, e nenhum dos pases cede, pois isso significaria colocar-se a merc do outro.Duas solues so propostas:1- Desarmamento geral, ou ao menos sua limitao recproca. (sonhadores e doutrinrios)2- A situao atual levar ao conflito armado que reduza um dos contentores a clara inferioridade, resolvendo o problema. (pessoas consideradas mais prticas)A 2 tida como lei da vida. Os que acreditam na 1 so acusados de no compreenderem o mundo em que vivem. No h garantias.Contra essa suposio, o campeo da virilidade no tarda em invocar a lei do conflito, o da luta pela vida e sobrevivncia dos mais capazes. O sacrifcio imposto pelos armamentos o preo pago pelas naes por sua segurana e poder poltico.O crescimento e desenvolvimento de uma nao dependem dos seus triunfos militares e da ascendncia poltica. Diante disso, a motivao do pacifista perde fora, e ele o primeiro a aceitar que o vencedor da luta pela supremacia poltica adquire uma vantagem material sobre o vencido.O pacifista ento defende sua cause de outra maneira, defendo o altrusmo das relaes internacionais, e admite que o xito da guerra favorecesse o interesse do vencedor, mesmo quando imorais. O mundo da poltica imediata considera o ideal de paz como um conselho de perfeio, suscetvel a ser realizado em futuro remoto, mas no enquanto houver ambio humana, vontade de se apoderar de bens, que tem que ser defendidos.No se pode dizer, entretanto que essa filosofia da fora to brutal como se sugere. O trofu da vitria sempre cabe ao mais forte, e o regime industrial e comercial abunda em crueldades to brbaras quanto guerra. No mundo o conflito de interesses inevitvel. Para o homem viril, o argumento da desumanidade da guerra bastante duvidoso. Atividades pacificas registram episdios to brutais e impiedosos como a guerra. Administrao pacfica dos pases tropicais????? P.8.Comparada aos sacrifcios dirios o preo da guerra trivial, e os interesses nacionais no podem hesitar quando a proteo exige seu pagamento.O pacifista se apoia no preceito moral de que no se tem direito de tomar nada pela fora, porm o senso comum da humanidade discorda do advogado da paz.Exemplo meio falho do fabricante de um produto... P.9.Se fosse possvel alegar que a competio industrial sempre clemente e a competio entre as naes sempre impiedosa, o argumento do pacifista talvez fosse incontestvel. Mas na esfera industrial o maior se aproveita das fraquezas do menor. O homem comum percebe que tem que aceitar o mundo como ele com as lutas e guerras que ele no responsvel. Mas ele aceita, pois sabe dos benefcios que isso trar. O caminho mais humilde est inseto de riscos? Talvez o ousado seja tambm o menos perigoso? Por isso a propaganda da paz fracassa, e a opinio pblica induz e incita a tendncia armamentista.O poder nacional significa riqueza e prosperidade. Expanso territorial abre caminhos para a industria e uma nao forte brinda seus cidados de boas oportunidades. preciso devorar para no ser devorado. A riqueza, a prosperidade e o bem-estar correm em paralelo com a fora, o poder e a grandeza nacionais, e por mais que se fale em altrusmo, o cidado ingls aspira manter na medida do possvel essa fora enquanto for materialmente possvel.

A grande ilusoAxiomas da poltica europeia: A estabilidade financeira e industrial de cada nao, sua segurana no campo comercial -prosperidade e bem-estar- dependem da aptido para defender-se dos ataques de outros pases, que esto prontos a tentar uma agresso para aumentar seu poder custa dos vencidos.Proposies elementares (desfazer a iluso: QUE ILUSO?):1- Em nossos dias, nenhuma nao pode destruir ou prejudicar de forma permanente o comrcio de outra nao usando meios militares. S haveria essa possibilidade, aniquilando sua populao, o que impraticvel, e se fosse possvel, o exterminador estaria destruindo seu prprio mercado, real ou potencial.2- Se a Alemanha invadisse e arruinasse a Inglaterra o capital alemo tambm desapareceria, devido internacionalizao atual da indstria e das finanas e aos laos que ligam os interesses de diversos pases. O sucesso da Alemanha demonstraria a esterilidade econmica da conquista.3- A imposio de tributos torna-se uma impossibilidade econmica, e a cobrana de indenizaes prejudicial. 4- Prejuzos como os previstos por Harrison o invasor s aceitaria a titulo de castigo, tendo grande prejuzo, ou com a inteno de provocar um desastre pelo prazer de faz-lo. 5- fsica e economicamente impossvel a um pas apossar-se do comercio exterior de outro empregando meios militares. Um conquistador no pode destruir a competio exercida pela nao vencida mediante sua anexao.6- A riqueza, o bem estar e a prosperidade das naes no dependem de modo algum do seu poder poltico. No se trata apenas do fato de que a segurana dos pequenos Estados repousa em tratados de neutralidade; a questo fundamental saber se o poder poltico pode se converter em vantagem econmica.7- Nenhuma nao poderia derivar uma vantagem prtica da conquista das colnias britnicas, e a Gr- Bretanha no sofreria qualquer prejuzo material se as perdesse, por mais LAMENTVEL QUE FOSSE ESSA PERDA NO SENTIDO SENTIMENTAL. A palavra perda enganosa, porque a Gr-Bretanha NO POSSUI AS SUAS COLNIAS. Gente que cnico!!!!! P. 25 A Inglaterra no recebe nenhuma vantagem especial de suas colnias. A situao das colnias da coroa, sob o aspecto considerado, no muito diferente da dos pases independentes.Essas proposies abarcam o campo das afirmativas caractersticas da poltica adotada na Inglaterra e Alemanha. Essas sete proposies se resumem na que em nossos dias, a nica conduta possvel para o conquistador deixar a riqueza de um territrio nas mos dos seus habitantes. Iluso de tica, falcia: uma nao aumenta sua riqueza ao expandir seu territrio. Anexa-se uma provncia, anexa-se seus habitantes. Essa anexao no traz vantagens, mas desvantagens, pois qualquer problema no territrio conquistado repercute negativamente nos interesses do conquistador.Os exrcitos e esquadras no podem destruir o comrcio dos pases rivais, nem apoderar-se dele.Quanto mais se protege militarmente a riqueza de uma nao, menos segura ela parece. Os valores das naes indefesas so mais seguros do que os dos pases que possuem armamentos colossais, e sendo assim, so preferveis pelo capitalista. A riqueza no precisa ser defendida, porque no pode ser confiscada. Ao contrrio do que diz Harrison, a existncia industrial Inglesa no desaparecer caso as naes vizinhas superem o seu armamento. Se assim fosse, os pases pequenos e indefesos no cresceriam tanto economicamente. A segurana da riqueza dispensa armamentos como mostra a prosperidade dos pequenos Estados.A segurana das riquezas depende de outros fatores que no os armamentos, a falta de poder poltico no obstculo ou garantia a prosperidade. A simples extenso do territrio no tem relao com a riqueza desses habitantes.Os tratados tambm assumem importncia para se garantir a riqueza dos estados. O argumento militarista eliminado. A segurana nacional pode precaver-se por outros meios que no a fora militar. Porm necessria uma distino: A estabilidade poltica das pequenas naes no est garantida. A sua segurana econmica est garantida. Se houvesse conquista seus bens no poderiam ser confiscados. Desaparece a nao soberana, mas a riqueza permanece intocada. No h gastos com armamentos e no h ameaa de confisco. A riqueza coletiva no pode ser arrebatada. Para o conquistador no h vantagens. Mas, na poltica europeia a conquista apresentada como o objetivo por excelncia.

Armamentos, mas no s armamentos.Politicamente, enquanto a Europa estiver for dominada por antigas crenas, elas influenciaram a poltica como se fossem verdade. A mudana na poltica europeia s acontecer quando pararem de privilegiar exclusivamento o aprimoramento dos instrumentos blicos. O processo pelo quala fora tende a extinguir a razo progressivo e cumulativo, um circulo vicioso que s se interrompe com a introduo em algum ponto do fator racional. Apesar de o armamento militar ser irracional e gerar gastos ao invs de ganhos, o autor defende que se gaste at o ultimo centavoe o ultimo cidado para defender-se de um ataque. No se deve seguir a premissa do armamento, do homem prtico cegamente, nem do pacifista que no busca se defender de um ataque.O que necessrio uma forma de atividade que abranja as formas do problema, para no se encontrar radicalmente do lado do militarista ou do pacifista: Medidas de educao e reforma poltica e meios de defesa suficientes. As teses tambm devem levar em conta o direito da Alemanha de defender-se.Para que no se chegue a guerra, levada a cabo pelo mximo armamento de ambos os pases, necessria a reforma poltica na Europa. Ao pedir que a Alemanha desista de seus avanos, pede-se que ela cometa suicdio nacional, pois ela busca a satisfao desses objetivos por necessidae, pelo bem estar futuro da sua populao. O empenho em acumular armamentos, desprezando qualquer ideia de aprimoramento doutrinrio e poltico levaria a guerra, porque na busca pelos seus interesses, nenhuma nao recuar.Ser possvel a reforma poltica? P. 279- resumo.O racionalismo essencial para a mudana do pensamento e comportamento desses Estados. O conflito fsico marca o ponto em que a razo deixou de surtir efeito. O progresso dos homens depende do grau de exatido das ideias; esse progresso se faz merc das vitorias da mente e do carter. A guerra improdutiva para os dois beligerantes.O autor busca enunciar no a impossibilidade da guerra, mas sua futilidade. Nossa ignorncia do assunto torna a guerra no s possvel, como altamente provvel. Porm necessrio apontar essa futilidade. As verdades que so para ele claras e obvias no tardaram a ser obvias para os seus semelhantes, ao contrrio do que diz a crtica. Se os escritos no pudesse mudar a mente dos homens, qual seria o sentido de produzi-lo?A opinio dos homens passvel de ser formada e mudada.Assim como a religio mudou, o patriotismo no necessita permanecer intacto. A intolerncia religiosa oferecia maiores dificuldades que as do problema atual, e conseguiu ser mudado.O que ento se chamava de fervor religioso, hoje chamado de patriotismo. Chegar um dia em que os patriotas se convencero de que o reconhecimento sincero de que a conquista e o domnio no atendem a nenhuma necessidade moral ou material.A rpida disseminao da informao um dos fatores que ajudar as ideias a percorrerem caminhos cada vez mais abrangentes e distantes. Os homens no esto mais dispostos a mudar suas opinies polticas que as religiosas.A poltica no incapaz de racionalidade, o que faltam so esforos, tentativas, de se modificar as ideias reinantes.

Aula:Liberalismo: Liberdade vinculada a ideia de razo. Natureza humana pode ser modificada. Muito mais complexa para ser cristalizada. (Angell)Tradicionalmente as escolas liberais no se dedicaram muito as questes internacionais.Contrape o que justificava a corrida armamentista.Recorte histrico enviesado: Recorte dos fatos usados.Ver: Unificao alem.