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Anotações Michels- Sociologia dos partidos. Perguntas: O que é Estado para Michels? Capítulo I A base conservadora da organização P. 219- Os partidos democráticos são oligárquicos. Em certo sentidos estreitos um partido democrático poderá agir sobre o estado no sentido democrático. A casta política e o “Estado” se sentem obrigados a revisar alguns valores e dar maior valor as massas. Os órgãos da legislação e da administração se habituam a ceder também as exigências vindas de baixo. Teoricamente: progresso do direito público que se torna mais concorde com os princípios de justiça social. Interrupção: Classes dirigentes lançam na orbita governamental os inimigos de extrema esquerda. P.220- A política interna das organizações de partido são absolutamente conservadoras. O partido não é de uma concepção exagerada do blanquismo, pois procura ao contrário organizar-se em vasta escala, e a medida que cresce a luta pelos grandes princípios se torna impossível. Partido Político Moderno: caráter parlamentar, organização metódica das massas eleitorais. Democráticos: Conflitos menos sobre ideias e mais diatribes e ataques pessoais. Qualquer luta por ideias é obstáculo para arregimentar mais membros. A perda de membros, sufrágios, e até mandatos, enfraquece seu prestigio político. Pg.221- Evita-se praticar uma política de princípios para não assustar os simpatizantes, sem se perguntar se o aumento quantitativo da organização não vai prejudicar a qualidade. Nascido para derrubar o poder centralizador governamental, o próprio partido operário se tornou fortemente centralizado. Tornou-se um partido de governo. Os partidos se intitulam revolucionário sendo em realidade conservador.

Anotações Michels

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Anotações do livro de Michels para a disciplina de Teoria política Contemporânea.

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Anotaes Michels- Sociologia dos partidos.Perguntas: O que Estado para Michels?Captulo IA base conservadora da organizaoP. 219- Os partidos democrticos so oligrquicos. Em certo sentidos estreitos um partido democrtico poder agir sobre o estado no sentido democrtico. A casta poltica e o Estado se sentem obrigados a revisar alguns valores e dar maior valor as massas. Os rgos da legislao e da administrao se habituam a ceder tambm as exigncias vindas de baixo. Teoricamente: progresso do direito pblico que se torna mais concorde com os princpios de justia social.Interrupo: Classes dirigentes lanam na orbita governamental os inimigos de extrema esquerda.P.220- A poltica interna das organizaes de partido so absolutamente conservadoras.O partido no de uma concepo exagerada do blanquismo, pois procura ao contrrio organizar-se em vasta escala, e a medida que cresce a luta pelos grandes princpios se torna impossvel.Partido Poltico Moderno: carter parlamentar, organizao metdica das massas eleitorais. Democrticos: Conflitos menos sobre ideias e mais diatribes e ataques pessoais. Qualquer luta por ideias obstculo para arregimentar mais membros. A perda de membros, sufrgios, e at mandatos, enfraquece seu prestigio poltico.Pg.221- Evita-se praticar uma poltica de princpios para no assustar os simpatizantes, sem se perguntar se o aumento quantitativo da organizao no vai prejudicar a qualidade. Nascido para derrubar o poder centralizador governamental, o prprio partido operrio se tornou fortemente centralizado. Tornou-se um partido de governo.Os partidos se intitulam revolucionrio sendo em realidade conservador. PPR (partido poltico revolucionrio): Estado dentro do Estado. Quer arruinar o estado para tomar seu lugar. Utiliza em teoria da organizao socialista.O partido subversivo organiza nos seus quadros a revoluo social. Mas os diretores desse corpo revolucionrio sabem que sua organizao no passar nunca de um fraca e minscula cpia da organizao oficial do Estado.P.222- Na medida que aumentam suas foras e a solides da sua estrutura, esse partido ao invs de ganhar energia revolucionria ele se enche de timidez e prudncia cada vez maiores. Ameaado continuamente pelo Estado, evita o que possa irrit-lo, deformando e atenuando a teoria e cincia do partido se o interesse da organizao externa o exigir.O sentimento de responsabilidade comea a despertar subitamente no partido socialista, e ele usa sua autoridade contra as correntes revolucionrias e renega todas as ousadias lgicas do seu passado.P.223- As tendncias conservadoras inerentes a todas as formas de posse se manifestam igualmente no socialismo. OS homens do partido trabalharam muito a custa do suor do front para criar uma organizao modelo, que hoje cresceu, mas se dotou de uma burocracia que rivaliza com a do prprio Estado. Uma ttica energtica, empreendedora comprometeria tudo, o partido inteiro. A organizao deixa de ser um meio para tornar-se um fim. Burocratizao excessiva. P. 224- Acaba o lado revolucinrio, e ele se torna conservador, que continua se servindo de sua terminologia revolucionria, mas na prtica no exercer outra funo seno a de oposio constitucional. Isso no tem mais nada de marxismo. O perodo atual, o carter do partido (auisio de novos membros), e sua inferioridade em relao ao Estado= Objetivo principal antes era a supresso do Estado, agora a penetrao no Estado pelos homens e ideias do partido.A luta entre partidos (socialistas X classes dominantes) no de princpios, mas de concorrncia, pela conquista do poder. Para obter poder ele abre seu quadro a todos os indivduos que possam lhe ser uteis nesse aspecto, ele perde sua virgindade poltica e corre o risco de perder seu carter de partdo e ser reduzido a organizao pura e simples.Capitulo 2- A democracia e a lei de bronze da oligarquiaP.225- Escolas socialistas- possvel realizar uma verdadeira democracia. Poltiicos de ideias aristocrticas-A democracia realizvel. Porm existe uma corrente conservadora que nega qualquer possibilidade do gnero. Expoente: Gaetano Mosca. Sempre haver uma elite, minoria no poder, um grupo social dominante. As lutas entre aristocratas e dmocraticos no consistiam seno numa sucesso pura e simples de minorias no poder.P.226- A democracia vida em esplendor e poder, e se satisfaz em dar as questes importantes em soluo autoritria. P.227- Escola de Saint-Simon- Sonhava com uma nova hierarquia fundada em privilgios adquiridos, ao invs de de nascena, os homens generosos. A necessidade do comando de um lado e a obediencia do outro so justificadas por razes metafsicas. O sistema dos seguidores de Saint-Simon de um extremo a outro autoritrio e hierrquico. Escola de Fourier- mincia que chegava ao pedantismo.P.228- Os socialistas revolucionrios sem negar a possibilidade de um governo democrtico da maioria contestavam sua possibilidade no presente.A democracia at mesmo reputada como o pior de todos os regimes burgueses. A nica doutrina cientfica que pode louvar de ter uma resposta sria para todas as teorias que afirmam a necessecidae imanente de uma classe poltica a doutrina marxista, que v o Estado como defensor do poder existente. Mosca considera entretanto esse fato no s inevitvel como at mesmo vantajoso para a sociedade.P.229- No marxismo, o proletrio anula o Estado naquilo que o caracteriza como estado. O fim do Estado siginifica o fim da existncia da classe dominante. Mas a nova sociedae coletica, a sem classes, precis tambm de representantes eleitos. A riqueza social s poder ser administrada de forma satisfatria por intermdio de uma burocracia ampla.Aqui surgem objees que levam a negar pura e simplismente a possibilidade de um Estado sem classes.P.230- A administrao da riqueza no levar ao administrador dos bens pblicos do Estado socialista a se beneficiarem de seu poder?Durante a ditadura do proletariado, ou, a ditadura dos chefes que tiveram a astucia e fora para arrancar das mos da burguesia o espectro da dominao, acontecer entre o capitalismo e o comunismo.P.231- muito provvel que um grupo social de posse dos instrumentos do poder coletivo far todo o possvel para conserv-los. Espera-se que a revoluo social no substitua a classe dominante visvel e tagivel que existe e que age abertamente por uma oligarquia demaggica clandestina operando sob a falsa mascara da igualdade. Marxismo: Doutrina econmica e filosofia da histria dotadas de grande atrao, mas essas se tornam insuficientes quando se engajam no domnio do direito publico e administrativo, sem falar do domnio psicolgico.O problema do socialismo um problema no s econmico, mas tambm de administrao, de democracia no sentido tcnico e administrativo e tambm psicolgico. Na questo individualista jaz o ncleo mais resistente do conjunto de questes do socialismo.P.232- O socialismo naufragar por no perceber a importncia que representa para a nossa espcie o problema da liberdade.Partido poltico: No unidade social ou econmica. Sua base seu programa, que pode ser a expresso terica do interesses de determinada classe. Na prtica cada um pode aderir a um partido sem se sentir ligado com os princpios do programa.Partido socialista: Representante ideolgico do proletariado, mas no um organismo de classe, mas uma mistura das mesmas. O programa entretanto exige uma aparente unidade social. Todos os socialistas, independente de suas situaes econmicas privadas, admitem em teoria a absoluta preeminncia da classe proletariada.P.233- Na pratica, a aceitao do programa no faz desaparecer o profundo conflito de interesses que existe entre o capital e o trabalho.O antagonismo econmico abafa a superestrutura ideolgica. No seio do partido se desenrola verdadeira luta de classes e o programa torna-se letra morta.Outro perigo- A direo do partido socialista pode cair nas mos de homens cujas tendncias prticas esto em oposio com o programa operrio, e o movimento operrio ser colocado a servio de interesses opostos aos do proletrio. Perigo grande nos pases em que os partidos no podem dispensar ajuda de capitalistas que no dependem dele economicamente. P.234- Num partido, os interesses das massas organizadas que o compe esto longe de coincidirem com os da burocracia que o personifica.Qualquer rgo da coletividade, nascido da diviso do trabalho, cria para si, logo que consolidado, um interesse especial, que existe dentro de si para si.Tudo isso leva a cocluso que a sociedade no pode subsistir sem uma clsse dominante, o Estado no saberia ser outra coisa a no ser a organizao de uma minoria, que impe a sociedade a ordem jurdica. As massas se encontrariam sempre na impossibilidade e talvez at na incapacidade de goverrnar a si prpria. P.235- O principio de que uma classe dominante se substitue fatalmente por outra e a lei que deduzismos dele a saber que a oligarquia a forma preestabelecida da vida em comum dos grandes agregados sociais completam e reforam a concepo materialista da histria. A histria continua liuta de classes que resultariam sempre na criao de novas oligarquias unidas as antigas.A evoluo histrica no passaria de uma sucesso de invejosos e avarentos. A revoluo social no acarretar mudanas na estrutura interna da massa. A vitria dos socialistas no ser a do socialismo, que perecer no momento em que triunfarem seus partidrios. Substituies de patres. Corrupo do poder.

P.236-Os homens que dirigem os movimentos, historicamente, se afastam das massas e soatraidos pela orbita da classe poltica, que tem capacidade de absoro poderosa.Captulo III- Consideraes finaisP. 237- A existncia de chefes um fenmeno inerente a todas as formas da vida social. Empiricamente existe a lei da necessidade histrica da oligarquia. A principal causa dos fenmenos oligrquicos que se manifestam no seio dos partidos oligrquicos a indispensabilidade dos chefes.Os chefes que surgem espontaneamente no inicio e exercem funes de chefe a titulo acessrio e gratuito tornam-se chefes profissionais, e em seguida chefes estveis e inamovveis.P.238- O fenomeno oligrquico encotra explicao psicolgica das personalidades, mas tambm da psicologia da prpria organizao, pelas necessidades de ordem ttica e tcnica para a consolidao de qualquer agregado politcio disciplinado. Quem diz organizao diz oligarquia. Toda organizao de partido representa uma potencia oligrquica repousada sobre uma base democrtica, e nessa constituio oligrquica uma tendncia a qual sucumbe toda organizao, seja socialista ou mesmo anarquista.P.239- A massa nunca ser soberana, a no ser de uma forma abstrata. A pergnta que se faz at que ponto e em que medida a democracia desejvel, possvel e realizvel num momento determinado.Qualquer regime e qualquer civilizao trazem uma marca aristocrtica.Os representantes cientficos dessas organizaes buscam explicar a tendncia oligrquica da democracia como uma espcie de hereditariedade da qualas massas no teriam consequido se livrar.P.240- A imaturidade objetiva ds massas da prpria natureza da mesma enquanto massa, que mesmo organizada incompetente em resolver todos os problemas que se apresentam, e por isso em si amorfa, e precisa de diviso de trabalho, de especializao e de direo. Porm um erro constatar que preciso renunciar a toda investigao sobre os limites das potencias oligrquicas, e que preciso renunciar ao empreendimetno de se encotra uma ordem scoial que torne possvel a soberania popular.P.241- A democracia inalcansvel, mas as investigaes e pesquisas para a encontrla so trabalho til e fundo por ela.A histria nos mostra que os meios para prevenir a oligarquia so impotentes e ineficazes.P.242- Ao se tornarem mais seguras as condies econmicas das massas, desfrutando numa maior medida os benefcios da civilizao, essa instuo mais ampla implicar em uma maior capacidade de controle.Cabe a pedagogia social a grande misso de elevar os nveis das massas para se oporem as tendncias oligrquicas. P.243- Democracia contem defeitos inerentes, mas dos males o menor. A democracia mesmo imperfeita apresenta vantagens asobre uma aristocracia. Podemos dizer que a democracia sofre precisamente pela impotncia em se desfazer de suas escrias aistocrticas.O jogo entre aristocraci e aristocracia provavelmente nunca ter fim.