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Jornal do NEDF/AAC 3ª Edição “Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”

Anti-Matéria: 3.ª Edição

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Jornal do NEDF/AAC 3ª Edição

“Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”

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2 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

EditorialO número de colocados em Eng. Física este ano excedeu até as minhas enormes especta-tivas.

A pouca fé de muitos dá agora lugar à euforia geral.

Tendo coordenado muitos dos esforços que le-varam a este resultado, antes de ver qualquer estatisticas, posso dizer-vos qual o segredo: crowdsourcing, the act of taking a task tra-ditionally performed by an employee or con-tractor, and outsourcing it to an undefined, generally large group of people, in the form of an open call. Foi assim que o NEDF/AAC conseguiu invadir fóruns com alunos e pro-fessores, apresentado a verdadeira natureza do curso. Foi assim que uma júnior empresa ainda em estado embrionário conseguiu fazer chegar panfletos a 30 escolas. É assim que o site do curso é mantido com conteúdos regu-lares e diversos acessíveis a todos.

Existem sempre individuos na comunidade envolvente capazes de contribuir de forma substancial nos nossos projectos. Assim, numa das melhores modas da internet, am-bas as associações lançaram o repto não só aos seus associados, mas também amigos e professores. Isto aplica-se também ao Anti-Matéria.

Queremos cada vez mais que o Anti-Maté-ria seja não feito para a comunidade, mas por uma comunidade, sem fronteiras. Nesta primeira aproximação convidámos novos, actuais, ex-alunos, professores, colegas de toda a UC a escrever no jornal.

Podemos agora pensar neste boletim informa-tivo como uma verdadeira amostra das coisas que se passam, do que se escuta, do que se vê. Aproveitando o momentum adquirido, gostaríamos de poder contar na próxima edição, nas próximas acções de divulgação com a vossa colaboração. Porque agora que saltámos bem acima da fasquia, novos de-safios se levantam. Todos os leitores estão mobilizados.

Ficha Técnica

Redactores: Rafael Jegundo, Margarida Matos, Dora Pires, Rui Oliveira, Angela Dinis, Maria Pires, Sergio Domingos, Bruno Galhardo, Nuno Martins, João Borba, José António Paixão, JP Neto, Silvia Franklim, Alexandre Sousa Grafismo e Paginação: Bruno GalhardoProdução: Pelouro da Divulgação do NEDF/AAC - Rafael Jegundo, Ângela Dinis, Marco Gilles, Patrícia Silva, Pedro Melo, Bruno GalhardoRevisão: Inês Cardoso, Margarida MatosPropriedade: NEDF/AACEmail: [email protected]: Rua Larga, Departamento de Física, Sala B13, 3004-516 Coimbra

Rafael Jegundo

Aluno de Eng. Física

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315 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Recepção aos Novos Alunos, pelouro do Apoio ao Estudante.

Esta nova semana que se avizinha é para muitos, assustadora: uma nova escola, novos colegas, para alguns uma mudança de casa e de ambi-ente…

Existe assim um pelouro do NEDF: o ‘Pelouro do Apoio ao Estudante’, que irá orientar todas estas actividades de modo a Apoiar o Estudante, essencialmente o Novo Aluno que ingressará este ano.

Recepção ao novo aluno é muitas vezes sinón-imo de Praxe, mas não se trata efectivamente disso. Para receber os novos alunos, o pelouro do Apoio ao Estudante vai organizar inúmeras actividades, passando pelo desporto, cultura, lazer ou pelo próprio estudo em si, o NEDF / AAC pretende que os novos alunos se integrem e acima de tudo, se divirtam.

Apoiando o estudo dos alunos e inovando no departamento de Física, temos a CENA, o Cen-tro de Estudos do Novo Aluno. Esta CENA

funciona como uma ‘biblioteca de aponta-mentos’; na sala do NEDF poderão encontrar conjunto de materiais de todas as cadeiras. O objectivo desta iniciativa é ‘facilitar’ o estudo do novo aluno, fornecendo um conjunto de re-sumos, exames e exercícios resolvidos. Numa primeira fase, este projecto estará dirigido aos novos alunos, uma vez que são eles que neces-sitam de mais ajuda neste desconhecido a que chamam primeiro ano de faculdade, mas, com tempo, organização e mais alunos envolvidos no projecto, pretende-se alargar esta CENA de modo a constituir um ‘repositório’ oficial de documentos e sebentas para todos os alunos de departamento de Física da FCTUC.

O pelouro do Apoio ao Estudante, tem todo o prazer em receber tanto novos alunos do depar-tamento de Física da FCTUC como antigos alu-nos na nossa sala, e tem todo o gosto em ajudar em tudo o que possam precisar!

Apoio ao estudante

Margarida Matos

Aluna de Eng. Biomédica

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4 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

BolsasA Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) lançou um concurso, integrado no programa Ciência 2008, para a atribuição de 5000 bolsas de integração na Investigação (BIIs) para estu-dantes do ensino superior, público ou privado, com bom desempenho escolar. Estas bolsas, com valor mensal de 140 euros, são destinadas a estudantes do 1º ciclo, incluindo alunos do 1º ano. Os estudantes dos 1º, 2º e 3º anos que cursam mestrados integrados também podem candidatar-se. As BIIs têm como objectivo a iniciação dos estudantes na prática da inves-tigação científica, inseridos num projecto em curso numa unidade de investigação acredita-da pela FCT. O número de bolsas financiadas pela FCT corresponde a 30% do número de doutorados de cada centro de investigação. Os

concursos para as BIIs são lançados por cada Centro de Investigação, estando nesta altura a decorrer vários destes concursos, cujos editais podem ser consultados em http://www.eraca-reers.pt/. A bolsa tem a duração anual e deverá iniciar-se até 1 de Dezembro. Cada estudante será orientado por um supervisor (elemento doutorado). No final do período da bolsa, o bolseiro deverá elaborar um relatório do tra-balho desenvolvido, validado pelo supervisor, e a apresentar em sessão pública organizada pelo Centro que concede a bolsa. O prazo para a candidatura aos concursos está definido nos editais, sendo tipicamente 30 de Setembro para as BIIs dos centros de investigação do DF. Não percas esta oportunidade!

O primeiro laboratório de investigação do De-partamento de Física a abrir um concurso para estas bolsas foi o LIP (Laboratório de Instru-mentação e Física Experimental de Partícu-las, que colabora com o CERN), lançando um concurso para quatro bolsas para projectos ligados a temas como Matéria Negra e Física de Partículas. Seguiu-se o CEMDRX (Cen-tro de Estudos de Materiais por Difracção de Raios-X) com a abertura de seis bolsas de in-vestigação cobrindo temas como moléculas florescentes, rotores moleculares e transições de fase e estudo da estrutura de moléculas bioactivas.

Recentemente o Centro de Física Computacio-nal abriu concurso a dez bolsas de integração na investigação, cujos temas estão relaciona-dos com Teoria Quântica de Campos, Matéria Condensada e Geofísica.

José António Paixão

Professor do Dep. Física

Pedro Melo

Aluno de Física

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Estágios de Verão(Margarida Martins, ISA), “ Tive a verdadeira sensação do que é estar numa empresa!” (Mar-cos Cordeiro, Revigres), “Agora sei o que uma empresa procura num colaborador: já fui um” (Rafael Jegundo, Critical Software). No en-tanto, também surgiram algumas criticas e/ou sugestões como por exemplo “Apesar de achar que a ideia do estágio é muito boa, penso que deveria ser aplicado ao 3º ano e não ao 4º, pois quem trabalha nos estágios fica cansado para o ano que se segue.” (Miguel Lourenço).

Deste modo, aqueles que abdicaram das suas férias para ter o seu primeiro contacto com aq-uilo que nos espera depois da Universidade, para aprender aquilo que a teoria não nos dá (quer a nível de conhecimentos quer a nível de postura), resta-nos agradecer ao Professor Miguel Morgado por esta oportunidade e dizer aos nossos colegas que no futuro não hesitem em embarcar nesta experiência.

“O mundo fora da universidade ainda dentro dela”

O Gabinete das Saídas Profissionais da Univer-sidade de Coimbra, à semelhança dos anos an-teriores promoveu o Programa de Estágios de Verão destinado a todos os alunos da Universi-dade de Coimbra.

Esta iniciativa tem como objectivo promover o contacto directo com uma organização, fazendo uma abordagem ao mercado de trabalho através de estágios não remunerados em entidades do interesse do candidato.

Este ano o Departamento de Física não quis ficar de fora e envolveu-se pela primeira vez neste projecto, beneficiando do apoio protocolar do Gabinete das Saídas Profissionais e criando os seus próprios estágios. Todo este processo foi desenvolvido pelo Professor Miguel Morgado que com os seus próprios meios e contactos conseguiu atingir um número considerável de estágios nas mais variadas áreas de interesse para os cursos de Engenharia Biomédica e En-genharia Física.

O 4º Ano de Engenharia Biomédica beneficiou de estágios em entidades como IBILI, IPO, Hospitais da Universidade de Coimbra, ISA, IPN, e outras. Os alunos do curso de Engen-haria Física distribuíram-se pela ISA, Critical Software, Revigres, Laboratório de Robótica Industrial, entre outras.

Estes estágios permitiram aos alunos desen-volver competências em áreas como a rádio-protecção, instrumentação médica, software, optimização de serviços, além de criar hábitos e atitudes inerentes a uma competência profis-sional.

Nesta altura, a maior parte dos estágios já ter-minou e o balanço parece ser bastante positivo pois segundo alguns alunos: “Adorei o meu estágio, aprendi muita coisa útil para o meu projecto deste ano, conheci muita gente influ-ente na área e sem dúvida voltaria a repetir a experiência. Iniciativas destas são de louvar.”

Dora Pires

Aluna de Eng. Biomédica

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E durante o estágio tiveste contacto apenas com pessoas da empresa?«Não só. Também rive de entrar em contacto com algumas empresas do sector que, na maio-ria, eram estrangeiras. Nomeadamente da Fin-lândia, Alemanha, França e Estados Unidos.»

Quanto tempo demorou o estágio?«O meu estágio durou um pouco mais de um mês, porque também não tive tempo para mais. Mas, normalmente, os estágios têm uma dura-ção de mês e meio a dois meses, no mínimo. As empresas têm preferência por estágios com esta duração para que os estudantes possam ambi-entar-se e conhecer melhor a rotina da empresa, de modo a serem mais produtivos.»

Depois do estágio, as perspectivas iniciais de trabalho confirmaram-se?«Não posso dizer que tinha muitas perspectiv-as iniciais. Estava muito expectante quanto ao trabalho a realizar e estava, isso sim, bastante interessado em saber como funciona uma em-presa por dentro e em conhecer todo o procedi-mento envolvido na concepção de um produto. Apesar de estar à espera de uma actividade mais prática, como já referi, não estou de todo desiludido, pois pude, contudo, adquirir outros conhecimentos muito valiosos.»

Recomendas estes estágios aos restantes estudantes?«Sim, claro. Sobretudo àqueles que estão en-volvidos em áreas como as engenharias, tecno-logia e outras ciências ligadas ao tecido empre-sarial, mas também a todos os outros estudantes das mais diversas áreas, pois estes estágios es-tendem-se a todos eles. São muito importantes na formação pessoal e profissional de cada um, para aprendermos a pensar como os profission-ais do nosso ramo e também são fundamentais para se adquirir sensibilidade para aquilo que se faz lá fora, no mundo real.»

Estágios de Verão

Ruben Guimarães

Aluno de Eng. Física

Ruben Guimarães, aluno do terceiro ano de Engenharia Física da Universidade de Coim-bra, foi mais um exemplo de um estudante que, durante o verão, aproveitou para enriquecer a sua experiência profissional, associando-se aos estágios de verão propostos pela UNIVA.

Como tomaste conhecimento dos estágios de verão?«Tinha ouvido falar que iriam haver uns está-gios durante o verão e, então, comecei a inter-essar-me pelo assunto. Os estágios são articu-lados entre o aluno e as empresas através da UNIVA. O aluno elabora uma lista de empresas nas quais pretendia realizar o estágio, por ordem de preferência. Posteriormente, a UNIVA entra em contacto com as empresas para saber se es-tão interessadas em receber os estudantes.»

Que perspectivas tinhas antes do estágio?«Antes de começar, tinha algumas expectativas quanto ao eventual trabalho que poderia re-alizar no estágio. Estava bastante interessado pelo facto de poder adquirir novas competên-cias e desenvolver a minha experiência profis-sional, uma vez que é fundamental termos uma noção do que se faz de concreto no mercado de trabalho.»

Em que consistiu o teu estágio?«Na verdade, pensei de início que iria trabalhar mais numa vertente prática, desenvolvendo as-sim os meus conhecimentos técnicos. No en-tanto, o meu trabalho foi mais focado na pes-quisa.Estava integrado num projecto de aplicação da tecnologia RFID. Esta tecnologia consiste em conseguir obter informação contida num chip através de ondas electromagnéticas. Um leitor envia ondas para a antena de uma tag que converte essa onda em energia eléctrica, a in-formação do chip é lida e enviada de volta ao leitor através da mesma antena. Um exemplo desta tecnologia são os passes dos SMTUC. O projecto no qual estive envolvido estudava a hipótese de aplicar esta tecnologia às garrafas de gás das estações de serviço, fornecendo aos vendedores vários dados, como por exemplo a localização das garrafas e se estas estão cheias ou vazias.»

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CulturaO pelouro da Cultura do NEDF é o pelouro re-sponsável, como devem adivinhar, pelo desen-volvimento de um leque de actividades que vão desde exposições até concertos, passando pelos convívios, aulas de música e outras.

Algumas destas actividades vão acontecer pois são acontecimentos já rotineiros e de muito suc-esso na vida académica dos estudantes, nomea-damente os convívios que já são uma tradição muito grande da nossa universidade. Ocorrem normalmente às terças ou quintas e decorrem em diversos locais da nossa grande instituição.

Mas o nosso Núcleo aposto também numa componente muito importante: a inovação! Porquê restringir-nos ao que já se faz e ao que é “habitual”? Dentro desta filosofia em que acre-ditamos que a tradição também tem a sua quota parte de evolução, temos uma série de activi-dades nunca antes realizadas no nosso Departa-mento. São estas:

* O Som da Física: uma actividade que tem como objectivo promover o que de bom se faz dentro do Departamento de Física a nível musi-cal. É importante divulgar as bandas que ex-istem cá dentro e dar-lhes uma oportunidade de passar cá para fora o que tocam na garagem!

* Exposição de Fotografia: dentro de um con-texto que alastra a toda a universidade que é

a Semana Cultural da UC, o NEDF não deixa de participar e vai realizar uma exposição de fotografia com o tema “Velocidade e Movi-mento” em que os participantes poderão não só ser do Departamento de Física, mas também de qualquer outro Departamento ou Faculdade da UC.

* Aulas de Música: esta é uma actividade que nunca se realizou antes e que visa motivar qualquer pessoa que tenha interesse por música a participar em aulas conjuntas de guitarra. Es-tas aulas terão uma componente teórica e uma prática, sendo que esta última, inevitavelmente será predominante. Mas como sabemos, não há prática sem um bocado de teoria, não fossemos nós alunos do departamento de que somos!Por fim, este pelouro gostaria de convidar todos os interessados em participar nestas actividades ou a simplesmente a contribuir com ideias. Queremos a opinião de todos e queremos feed-back das actividades que se vão realizando na esperança que sejam do agrado de todos!

Nuno Ferreira

Aluno de Física

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8 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Encheu!Marketing do NEDF e jeKnowledge resultou em Engenharia Fisica Um trabalho intensivo e competente resultou numa grande noticia para o Departamento de Física. Neste ano de 2008 todas as vinte vagas do curso de Engenharia Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra foram preenchidas. Esta é uma noticia que acaba por confirmar todo o bom trabalho desenvolvido por todas as partes envolvidas neste projecto, trabalho esse que leva já alguns meses de intensa preparação. Este projecto resultou na colaboração entre o Departamento de Física, com um impor-tante apoio do seu Núcleo de Estudantes, e da mais recente empresa júnior da FCTUC, a je-Knowledge. Efectivamente este foi o primeiro projecto da jeKnowledge, que tem uma forte ligação a este Departamento, não só por ter lá sediado o seu “quartel general”, como pela participação dos seus alunos, em projectos, e mesmo no Conselho de Administração desta empresa.

A jeKnowledge foi oficialmente constituída no presente mês de Julho, mas a sua prepa-ração já é datada de vários meses anteriores à sua constituição. Constituida por mais de duas dezenas de alunos da FCTUC, esta em-presa visa oferecer aos alunos desta Facul-dade experiência profissional, através destes projectos que lhes darão maiores competên-cias a todos os niveis, preparando-os de uma forma complementar para o seu futuro, depois de concluido o percurso académico. Esta nova júnior empresa teve então a sua primeira pro-va de fogo com este projecto, uma acção de

marketing para promover o curso de Engen-haria Física.Todo este processo englobou vários elemen-tos que visavam mostrar o curso no exterior, mais concretamente nas escolas já estavam colocados alguns panfletos com informação referente ao curso de Engenharia Física, e um dos objectivos deste projecto seria reforçar essa vertente, entregando-os nas escolas já próximo do final do ano lectivo. Nesta parte do processo foi essencial o papel dos elemen-tos do Núcleo de Estudantes de Física que colaboraram na entraga às escolas. Parale-lamente aos panfletos foi elaborado pela je-Knowledge um website informal (www.ef.jeknowledge.com) que visa mostrar uma vertente mais humana deste curso, de forma a completar o site institucional com elementos mais leves. Neste site existem várias secções de grande interesse para os futuros alunos de Engenharia Física. Podem estar infomados na secção de noticias, saber com maior por-menor o que é o curso de Engenharia Fisica e o plano de estudos, informações sobre o Departamento de Física, e claro, as tão dese-jadas Saídas Profissionais. Descolando dos conteúdos do site institucional, os novos alu-nos podem encontrar testemunhos de antigos alunos, que falam do seu percurso académico em Engenharia Física, outros temas interes-santes como oportunidades, seja de emprego ou outras possibilidades pertinentes para os estudantes, projectos disponiveis para quem quer participar, temas do mundo da fisica e de outros mundos, para alimentar e fomentar o interesse nesta e outras áreas, estão presentes para compor um site mais vocacionado para a curiosidade presente nos alunos acerca do curso e da sua funcionalidade. Este site ficou completo e pronto a ser utilizado no mês de Julho, a tempo de estar à disposição dos fu-turos alunos do Departamento bem antes das férias de Verão. Esta acção de marketing pre-vê também a produção quinzenal durante seis meses de conteúdos para o site.

Esta iniciativa contou desde muito cedo, até

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Para complementar o processo de divulgação dos cursos do nosso departamento, o NEDF fez questão de marcar presença no “fórum do conhecimento” do exames.org. Com a colab-oração da Professora Manuela Ramos Silva e do Professor Norberto Pires, aos quais desde já agradecemos, empenhámo-nos em perceber o que afastava os alunos do ensino secundário da Física em geral, bem como clarificar alguns mitos que envolvem a geekness do típico estu-dante de Física. Foi assim que, durante meses, conhecemos virtualmente possíveis candida-tos a Engenharia Física. Trocámos mensagens pessoais, elaborámos votações e recorremos a testemunhos de Engenheiros Físicos e Profes-sores, levando a todos um pouco do ambiente do nosso Departamento, e uma luz do que poderão vir a fazer cinco anos mais tarde.

antes da sua formalização, com um apoio muito importante, na pessoa do coordenador do curso de Engenharia Física, o Prof. Francis-co Fraga, que desde logo se mostrou extrema-mente interessado em apoiar este projecto da melhor forma possivel, na forma de trabalho. Um forte apoio que significou uma maior mo-tivação para que os objectivos fossem alcan-çados, um maior número de alunos a entrar no curso de Engenharia Física em Coimbra. Ao longo dos últimos anos, o número de alu-nos colocados no curso atingiu valores mais baixos, sendo necessário tomar algumas ati-tudes para inverter este ciclo. Assim a con-jugação de esforços NEDF, jeKnowledge, e Departamento de Física resultou em pleno, com todas as vinte vagas ocupadas, vinte no-vos alunos que entram para este curso e mui-tas candidaturas a revelar que esta acção de marketing foi de uma grande eficácia.

Angela Dinis

Aluna de Eng. BiomédicaRui Oliveira

Aluno de Eng. Informática

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Sensações de chegar a Coimbra Ao percorrer o espaço em declive acentuado é impossível negar a entrada ao fascínio perante tal anfiteatro de ruas e casas, os gigantes de pe-dra erguem-se em posição imponente: a univer-sidade já está perto. Coimbra das canções, tão meiga que põe os corações dos caloiros a nu, já consumidos por tamanha admiração. Qualquer tentativa de reconhecer nos rostos que vão pas-sando alguma expressão familiar cai por terra - tudo é estranho nesta nova cidade. O edifí-cio a que passará a associar a palavra “ensino” distende-se por uma área muito superior àquela que estava habituado a percorrer; a palavra “praxe” tem um significado que vai muito além de um modesto pintar de caras e o caloiro re-ceia que o ritual da tradição tenha sido substi-tuído por exercícios mais arrojados. Fazendo a digestão do que observa, um dos muitos novos rostos da universidade é assaltado por dúvidas que lhe preenchem por momentos o pensamen-to: O curso que colocou como primeira opção terá sido a escolha certa?, Que dirá, impotente perante tanta gente de capa negra a bracejar e a ordenar? Estas são as arritmias de quem toma contacto com o universo do ensino superior pela primeira vez.

De um ponto de vista mais objectivo, os receios de um caloiro estão essencialmente relaciona-dos com o elevado grau de exigência deste nível de ensino e com a inevitável realidade de ter de se tornar completamente autónomo. Combater a nostalgia de fim de dia será uma constante e a presença quotidiana dos familiares e amigos de longa data como uma necessidade primária dissolver-se-á com o passar do tempo – a uni-versidade é também loco de introspecções; ver-balizar e partilhar inquietações, tomar conheci-mento das experiências de quem por Coimbra já criou raízes torna-se essencial. Mudanças de carácter mais burocrático também fazem a in-segurança destas novas caras – os três períodos escolares deram lugar a dois semestres (e que tão longos soam), os testes sumativos são sub-stituídos por frequências, as turmas são agora multidões de gente desconhecida. No que con-cerne a pontos mais positivos, o caloiro sonha a universidade como fonte de grandes amizades e como oportunidade de atribuir um significado

à palavra “companheirismo” devidamente fun-damentado; os dias que faltam preencher até vestir pela primeira vez o traje académico são devidamente contados (isto, naturalmente, para quem deseja ser também um “capa negra”).

Com alguns anos de vida académica pela frente, espero também eu construir Coimbra como uma lição de sonho e tradição, onde só passa quem souber, e se aprende a dizer saudade.

Maria Daniela S. Pires

Nova aluna de Eng. Física

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Se pudesse ter conhecido o Lorentz e compan-heiros de profissão, teria sem dúvida alguma implorado solenemente para exagerarem um pouco mais no factor de dilatação do tempo na teoria da relatividade.. Tudo para que estes anos de estudante não tivessem um fim tão breve..

.. De seguida vos mostro, aos olhos de um hu-milde ex-estudante de Engenharia Física, que aqui! no Departamento de Física e nesta ci-dade ( que mudou a minha vida ) acontecem fenómenos que nunca ninguem se atreveu a tentar equacionar.

Mochila as costas - Autocarro - 400Km de casa - Paraquedismo Individual - Desenrasca-te com puderes - Há muitos como tu - Agarra-te aos Amigos - Procura o que queres sem perderes o que és - Copos - Aulas - Exames - Copos - Música - Festas - Festas - Copos - .. - Mudar de casa - Copos porque mudaste de casa - Aulas - Exames - Mudar de casa outra vez - Copos porque mudaste de casa outra vez - Estudar - Copos porque tiveste a estudar - Exames - Co-pos porque fizeste exame - Festa - Copos porque passaste no exame - Descansar - Um corridinha no Choupal pra descongestionar - E Dormir ás vezes também ajuda - Aulas - Exames - Mais

Exames - E mais Exames - Ups! Queima! - Co-pos - Copos - Copos - Ai que vêm ai os exames - Último COPO - Estudar - .. - Exames - Copos porque acabaram os exames - .. Bem acho que já ficaram com uma ideia.. Mas como vos digo.. Não dá bem pra equacionar uma coisa destas.. Sintam-se à vontade pra tentar =)

Ok. Chega a altura que fazes umas directas e umas noitadas no Departamento e lá escreves a tua tese.. e depois tens que ir embora.. =/ Infel-izmente ou não, estes dias não esquecerei..

É com bastante nostalgia e tristeza que aban-dono o lugar onde fui feliz um dia.. Esperando um dia cá voltar, aliás, vou deixar cá um bocado de mim, que me irá sempre fazer falta, e inco-scientemente me vai mover até Coimbra =).

Aos que agora chegam.. Tomem bem conta dis-to porque agora é vosso!

Benvindos!

Mensagem de um finalista

Sergio Domingos

Mestre em Eng. Física

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Partícula de Higgs

Apelidada por muitos de partícula de Deus, esta é a partícula que serve de base ao modelo padrão, mas que nunca foi encontrada. A massa prevista para a partícula está ao alcance das energias conseguidas no recente LHC e ao ser encontrada dará mais uma vitoria a um modelo que tem tido um crescente sucesso a explicar o mundo subatómico. Mas que partícula é esta que pode ser responsável por conferir massa às várias partículas incluindo ela própria? Read on...

12 partículas 4 forças

Segundo sabemos actualmente a matéria do universo é constituída por 12 partículas (6 quarks e 6 leptoes) que interagem entre si se-gundo 4 forças - gravítica, electromagnética, fraca e forte . Ora estas interacções resultam de trocas de bosões (partículas associadas às for-ças) entre as diferentes partículas de matéria. Cada força tem o seu bosão de troca, fotão para a força electromagnética, gluões para a força forte e os bosões Z e W para a força fraca. (sim, falta aqui um bosão que, em princípio, seria re-sponsável pela força gravítica - o gravitão - mas que nunca foi observado experimentalmente).

Modelo Padrão

Nas ultimas décadas consegui-se desenvolver uma teoria - modelo padrão - que tem vindo a explicar com bastante sucesso, as 12 partícu-las e 3 das 4 interacções que se verificam entre

elas. Apesar de não se ter conseguido incluir a força gravítica no mesmo saco das outras for-ças (devido ao facto não se conseguir tornar compatível as leis quânticas usadas para de-screver o mundo subatómico e a teoria da rela-tividade geral) como esta possui uma intensi-dade bastante baixa quando comparada com as outras forças, pode ser então desprezada.Na base do modelo padrão está a aparente relação entre a força electromagnética e a for-ça fraca. Por volta da década de 70 os físicos aperceberam-se que estas 2 interacções eram bastante parecidas, à parte de terem alcances e intensidades bastante diferentes, mas que po-diam ser unificadas, o que significava que o fotão e os bosões Z e W (ou por outro lado os fenómenos eléctricos, magnéticos, a luz e al-guns fenómenos radioactivos) eram diferentes manifestações duma mesma força electrofraca. Esta teoria tinha um pequeno problema. Para que a unificação resultasse matematicamente os bosões de troca tinham de ter massa zero (Z e W são cerca de 100 vezes mais pesados que o átomo de hidrogénio, o que explica o curto alcance da força fraca comparada com a força electromagnética que tem como bosão de tro-ca o fotão de massa zero). Ora este problema foi resolvido com o chamado mecanismo de higgs.

Mecanismo de Higgs

Na teoria há uma simetria entre os bosões Z, W e o fotão, no entanto esta simetria pode ser que-brada dando massa aos bosões Z e W. A quebra espontânea de simetria dá-se quando determi-nado sistema que é simétrico em relação a um dado grupo, vai para um estado de energia mais baixa (vácuo) no qual não é simétrico. Imag-inem um lápis na vertical equilibrado numa ponta. Ele é completamente simétrico no que diz respeito a rotações (parece o mesmo visto de qualquer lado), no entanto este não é um estado estável. A certa altura ele cai numa qualquer di-recção quebrando a simetria que tinha.Imaginando agora que existe um campo de “lá-pis” acoplados a cobrir todo o espaço (campo de Higgs ao qual está associado o bosão de Higgs), a mera presença do campo influência as ondas

LHC Stuff

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1315 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

(partículas) que se propagam nele. Ao interagir com este campo as partículas (quarks, leptoes, W, Z) ganham massa. Quanto mais interagem mais “pesadas” ficam. Partículas que nao inter-agem com o campo não ganham massa.

Ora segundo o modelo padrão, nos instantes após o Big Bang, quando as temperaturas eram suficientemente altas para a simetria não se quebrar, todas as partículas elementares não tinham massa. No entanto à medida que a tem-peratura foi descendo passando determinado valor crítico o campo de higgs “moveu-se” do estado de energia máxima numa direcção aleatória, a simetria quebrou-se e quarks, lep-toes, Z, W ganharam massa.

Para além do Higgs

Ao ouvir falar no LHC a maioria das pessoas pensa imediatamente no bosão de higgs, no en-tanto há muitas outras questões em aberto que ele pode vir a ajudar a responder.

Materia Negra/ Energia Negra - Podemos pensar que já conhecemos bastante do uni-verso; sabemos das estrelas, planetas, galáx-ias, etc que conseguimos detectar com os nos-sos telescópios e outros intrumentos, mas isto corresponde apenas a substâncias que emitem radiação electromagnética, à qual os nossos in-trumentos são sensíveis. Segundo os cientistas isto corresponde a apenas 4% da matéria do universo. Observações indicam que a maioria do universo é constituido por substância “invi-sível” que apenas se consegue detectar através de efeitos gravitacionais. No LHC vão-se pro-curar partículas denominadas de supersimé-

tricas para testar uma hipótese da composição da matéria negra.

Anti-matéria - Desde 1928 com Dirac que sabemos que cada partícula possui uma anti-partícula de igual massa e de carga contrária. Quando uma partícula e antipartícula se encon-tram aniquilam-se. Já se tem produzido várias antipartículas em laboratório e até anti-átomos mas nunca se produziu antipartículas sem criar as correspondentes partículas. Ora no início do universo o cenário deve ter sido o mesmo, ig-uais quantidades de particulas e antipartículas a serem criadas no Big Bang. No entanto tudo o que conhecemos hoje é feito de matéria. Põe-se então a pergunta: o que aconteceu a toda a an-timatéria do universo? O LHC vai procurar por diferenças entre a matéria e a antimatéria que possam ajudar a responder esta questão.

Big Bang - Hoje em dia a matéria é composta por átomos cujo núcleo é composto por protões e neutrões, que por sua vez são compostos por quarks que se mantêm juntos devido a gluões. Estes gluões são o bosão mediador da força forte, que como o próprio nome indica é uma força de elevada intensidade. No entanto, nos instantes iniciais após o Big Bang, o Universo teria uma temperatura muito elevada. Nestas condições de elevada energia os gluões não conseguiriam manter os quarks juntos forman-do assim um plasma composto por uma mistura de quarks e gluões. As energias conseguidas no LHC vão permitir recrear condições similares aos momentos após o Big Bang e em particular analisar as propriedades desse plasma.

Extra Dimensões - Para além das 3 dimensões do espaço e uma do tempo poderão existir mais dimensões, previstas pela teoria de cordas, que por serem demasiado pequenas nós não as con-seguimos observar. A energias altas elas podem vir a ser detectadas.

Bruno Galhardo

Aluno de Física

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Cinescópio

O que dizer do novo Bat-man? Parece difícil since-ramente. Após a expecta-tiva criada na ante-estreia em Cannes e a elvada nota com que entrou no IMDB logo na primeira semana, vi-me com a obrigação de

não perder a estreia nacional deste filme. É verdade que a fasquia estava muito alta, mas Christopher Nolan fez com que o seu filme superasse esta barreira com distinção. Es-quecendo a tendência animada dos filmes de super heróis, Nolan cravou o seu filme de um realismo extremo e de um universo di-gno do estilo Noir. O filme é de um extremo equilíbrio, com um argumento convincente cheio de voltas e reviravoltas, tecnicamente muito bem filmado, fazendo a cidade de Chi-cago parecer-nos completamente Gotham City. Quanto ao elenco, aqui sim reside a mais valia do filme. Christian Bale que nos tem habituado a performances consistentes nos últimos tempos, bem como o desempen-ho bastante interessante de Aaron Eckhart (Thank you for smoking). A “velha guarda”, Freeman, Oldman e Michael Cane não pre-cisam de apresentações, mas... Sim, mas, a verdadeira surpresa é ver a consagração do que era um dos mais promissores actores de Hollywood, Heath Ledger. Sim este senhor, sem querer ser pretensioso, arrisca-se a ser a segunda pessoa a ganhar um Oscar póstumo. O seu desempenho é absolutamente brilhante no papel de um mais, muito mais, tenebro-so Joker fazendo esquecer Jack Nicholson. Ledger demonstrou-nos um Joker, hipnótico, sombrio, caótico, anarca, no fundo um vilão que irá marcar a história do cinema. Em suma, foi criado um novo padrão de cinema no que toca a superheróis. O Padrinho do gé-nero. (Nota: 9/10)

Wall E: que agradável surpresa

Tendo presente a “moda” de protecção ambiental e de pre-visões catastróficas para o nosso planeta azul (ainda para mais o LHC foi ligado!!!! mais histeria :) ), surge pela mão da Pixar um robô simpático que desenvolveu capacidades afectuosas características dos humanos. Pro-gramado para limpar um planeta Terra inunda-do de lixo, obviamente uma herança da raça hu-mana, Wall E conhece um dia Eve, por quem, digamos, se apaixona à primeira vista. Wall E é apanhado numa verdadeira aventura espacial à procura de Eve, que um dia abandona a Terra. No meio desta trapalhada espacial depara-se com uma raça humana brilhantemente carica-turada (espero). A maior surpresa deste filme foi sem dúvida a maneira como está construído e o seu fortíssimo argumento que é de uma tre-menda actualidade. Um rasgo de genialidade saído dos estúdios da Pixar (Nota: 8/10)

Recomendamos: Para finalizar deixo duas re-comendações, uma para vos arrastar para a sala de cinema e outra para ver no sofá. A primeira é uma escolha nacional, O Meu Querido Mês de Agosto. Filme do novo talento da realização portuguesa, Miguel Gomes, filmado na na Ben-feita, Arganil que ilustra o vivência de um mês de Agosto no Portugal profundo. Para ver no sofá sugiro [REC]. Lançado a 3 de Setembro, o último vencedor do Fantasporto, promete deixar-vos colados ao sofá, bem como, dar-vos uma carga de nervos e uma respiração ofegante. Um filme vindo de Espanha muito bem sacado fazendo lembrar os velhos filmes do género.

Cinescópio, o comentário do anti-matéria sobre cinema. Este primeiro volume da série do Cinescópio pretende ser o primeiro passo da coluna de crítica cinematográfica do jornal do nosso Departamento. Batman, The Dark Knight e Wall E recebem o destaque desta edição.

Nuno Martins

Mestre em Eng. Física

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1515 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

MusicaFlashback : Mazzy Star – So Tonight That I Might See *****

Embora relativamente desconhecida, sempre disse que Mazzy Star é uma daquelas bandas que toda a gente devia ouvir antes de irem embora deste mundo. Quem duvida, ouçam

qualquer canção deles e confirmo que terão arrepios quando ouvirem a primeira palavra, frase, a angelical voz de Hope Sandoval. Isto acompanhado por instrumentos minimalistas como a pandeireita e pelo outro elemento do grupo David Roback, com a guitarra acústica…apenas. Parece pouco para tamanha grandi-osidade. Com a auspiciosa “Fade Into You” a abrir, apenas se pode esperar um grande álbum. E de braço sempre dado com a melancolia e a intimidade, So Tonight That I Might See é o auge da banda e se não é perfeito, anda lá per-to. “Unreflected” e “Into Dust” são facilmente das músicas mais emotivas que já ouvi. “Five String Serenade” é uma cover de Arthur Lee com uma excelente composição musical de Roback acompanhada de tamborins e violino, criam um momento inesquecível. E estranha-mente tão simples. “Mary Of Silence” e “Wast-ed” são momentos mais complexos, com gui-tarras em registo de blues e “So Tonight That I Might See” acaba o álbum num registo épi-co, como se quer num grande álbum. Isto não descurando as faixas que restam “Bells Ring”, “Blue Light” e “She’s My Baby”, bastante bem conseguidas. Após uma audição, e quer vocês ouçam pop, rock ou metal, poucos serão aque-les que ficarão indiferentes a este álbum. É como se algo ficasse gravado para sempre em nós. Alguém quer uma Hope Sandoval a cantar ao seu lado para adormecer?

Bloc Party – Intimacy ****

Se em A Weekend In The City os Bloc Par-ty já davam sinais de experimentação com elementos electróni-cos, mas nunca em demasia, esse excesso acontece em Intimacy.

Este novo álbum dos reis da nova vaga Indie Rock vinda de Inglaterra é um autêntico choque à partida. Os ritmos caóticos e desorganizados de “Ares” e “Mercury” logo a abrir poderão mesmo assustar os fãs e afastar os curiosos. Mas o resto do álbum surpreende, mostrando uma banda que consegue oscilar entre momen-tos violentos e calmos com bastante facilidade, e acima de tudo, com qualidade. “Halo” e “Tro-jan Horse” são rápidas e repletas de guitarras alarmantes, ao bom estilo da banda. Por outro lado também há momentos mais calmos e emo-tivos como “Signs” (séria candidata a música do ano) e “Biko”. E se não estavam a espera de tudo isto, mais surpreendidos irão ficar quando notarem as semelhanças entre “Zephyrus” e a Idioteque dos Radiohead (embora seja dos mo-mentos mais fracos do álbum) e meterem os ou-vidos no épico monstruoso que é “Ion Square”. Factor surpresa? Presente. Por fim, falta desta-car “One Month Off”, viciante mas estranha-mente mediana e “Better Than Heaven” um crescendo emocional bem conseguido.

Intimacy é o derradeiro sinal de que vão longe os tempos do indie rock visceral e directo de Si-lent Alarm. As experimentações com os meios electrónicos e dançáveis são cada vez mais fre-quentes de álbum para álbum, e tanto podem resultar em algo mágico (“Ion Square”) como em tiros ao lados (“Mercury”, “Zephyrus”). Por isso é que mesmo que os Bloc Party sejam dos maiores talentos do panorama musical actual, a margem de erro começa a ser cada vez menor. E a imprensa musical não costuma perdoar. A ter em conta.

A Ouvir: Halo, Trojan Horse, Signs, Ion Square

João Borba

Aluno de Eng. Biomédica

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16 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Musica

KIND OF BLUE é o disco de jazz de maior sucesso de sempre. Com 3 milhões de discos vendidos, tripla platina, nº 12 do top “Roll-ing Stone” em competição com a pop, é una-nimemente considerado como um dos mel-hores, se não o melhor e mais influente disco de jazz. Gravado em 1959 pelo então quinteto do trompetista Miles Davis que incluía John Coltrane (saxofone tenor), Julian ‘Cannonball Adderley’ (saxofone alto), Jimmy Cob (bat-eria) e Winton Kelly (piano), a que se veio a juntar ainda o pianista Bill Evans, o disco con-tinua fresco e influente e a agradar ao público e aos críticos. De audição fácil, costuma ser o primeiro disco recomendado a todos aque-les que pretendem iniciar-se no jazz. “Kind of Blue” não envelhece.

Na altura em que foi gravado, no ano de 1959, foi um álbum que marcou uma nova era. O estilo de jazz que predominava na altura, o bebop, apresentava-se já algo desgastado e os músicos procuravam novas alternativas à im-provisação que não passassem pelas sequên-cias harmónicas complexas e frenéticas do bebop . “Kind of Blue” é um disco em que um novo conceito é proposto por Miles – a im-provisação modal, ou seja, baseada num modo ou escala. Dito de outra forma mais simples, “Kind of Blue” representa um retorno à melo-dia e sobre as melodias simples de “Kind of

Blue” os improvisos dos mestres Miles, Ev-ans, Coltrane e Cannonball, adquirem um bril-ho especial.Todas as faixas de “Kind of Blue” são excep-cionais, com destaque para as famosas com-posições “So What” e “Blue in Green”. Paira no ar uma certa melancolia doce, onde se nota a influência marcante do pianista Bill Evans, que viria, mais tarde, a tornar-se famoso. É um disco muito cool.

O baterista do quinteto, Jimmy Cobb, comen-tou um dia que (Kind of Blue) “must have been made in heaven”. A frase ficou famosa e não podia assentar melhor a este disco.

Se não gostou de “Kind of Blue”, pode dar-se como um caso perdido para o Jazz! Mas o mais certo é que depois de o ouvir queira conhecer mais de Miles Davis. Mas Miles não dormiu sobre o êxito deste disco, e não repe-tiu a “fórmula”. Sempre inovador, avançou para uma nova sonoridade com uma outra for-mação – o 2º quinteto de Miles Davis. Se ficou fã de Miles com “Kind of Blue”, recomendo, desta nova fase, o igualmente excelente “Miles Smiles”. Não se arrependerá.

José António Paixão

Professor do Dep. Física

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1715 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

JogosCIVILIZATION IV + Expansões “Warlords” e “Beyond the Sword”Análise

Desde 1991 que a saga Civilization, nascida do génio de Sid Meier, tem feito as delícias dos fans de jogos de estratégia em geral e por turnos em particular. Um pouco de contextual-ização: este é um jogo onde assumimos o pa-pel de um líder histórico ao comando de uma civilização (vulgo país ou nação) ao longo da história humana: desde a idade da pedra até ao futuro. Actualmente, com as duas expansões do jogo, estão disponíveis dezenas de civili-zações e cerca do dobro de líderes históricos, todos jogáveis: desde Napoleão ou Louis XIV de França até D. João II de Portugal, passando por Péricles ou Alexandre da Grécia. O jogo apresenta-se numa perspectiva isométrica em 3D e no início contamos apenas com duas uni-dades: um colono e um guerreiro. É com este colono que fundamos a nossa primeira cidade. A partir daqui a cidade vai crescer, aumentando a sua população e erguendo edifícios. Atingir-se-á o ponto em que poderemos recrutar um trabalhador para construir melhorias no terreno (estradas, minas, quintas...) e, posteriormente, um novo colono. Com este novo colono funda-remos uma nova cidade e o ciclo repete-se.Parece simples, mas há muitas variáveis a considerar neste que é o jogo-rei da estratégia por turnos. Há que optar entre construção de edifícios e recruta de unidades militares para protecção das nossas metrópoles. Além disso é necessário assegurar o progresso científico con-stante: a nossa civilização começa apenas com duas tecnologias rudimentares (por exemplo Caça e Pesca) e evolui numa intrincada árvore tecnológica que nos leva até à Robótica e Nan-otecnologia. Existem várias formas de ganhar o jogo: obter domínio cultural, domínio reli-gioso, domínio geográfico, ganhar a corrida ao espaço, obter a pontuação mais elevada até ao ano de 2050 ou, simplesmente, assumir o papel de um líder imperialista e conquistar os nossos inimigos através da força das armas - algo, fe-lizmente, muito mais difícil de concretizar que as opções anteriores.Como não estamos sozinhos no mundo há que

estabelecer relações diplomáticas com as res-tantes civilizações; trocar tecnologias, selar pactos de protecção mútua, conspirar contra um inimigo comum, ou, simplesmente, intimida-los psicologicamente a ceder às nossas exigências imperialistas. Claro que na realidade esta é toda uma luta paralela, a luta social para manter as relações diplomáticas estáveis; as relações entre os jogadores virtuais são oscilantes e intrinca-das. O nosso melhor amigo pode não gostar da ideia de nós negociarmos com um inimigo seu e, consequentemente, pode mudar a sua atitude em relação a nós. Não se pode agradar a todos e portanto cabe ao estratega ponderar bem os amigos que conserva.As expansões “Warlords” e “Beyond the Sword” vêm acrescentar conteúdo precioso ao jogo, por exemplo toda uma nova dimensão de espionagem e capacidade de instalação de em-presas. São incontornáveis se queremos desfru-tar de todas as potencialidades deste jogo. Há mais, muito mais para falar deste jogo que não pode ser inserido num espaço tão pequeno, no entanto é com firmeza que atribuo umas sólidas cinco estrelas a este colosso, pela sua complex-idade, elevado teor didáctico e longevidade.

JP Neto

João Neto

Aluno de Eng. Física

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18 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Quem de nós não acompanha regularmente uma ou mais séries televisiva? É facto evidente que este meio tem apresentado uma popularidade crescente nas nossas vidas, registando hoje em dia lucros astronómicos e sendo vistas por milhões de pessoas em todo o mundo, semana após semana. Existem neste mundo séries que apresentam uma longevidade perfeitamente incrível, arrastando ao longo dos anos legiões de fãs e enraizando padrões dentro do seu género. Séries como “Seinfeld”, “Friends”, “The X-Files”, “Star Trek”, “Star-gate” ou “The Sopranos” são exemplos claros de fenómenos desta natureza. No entanto, existem hoje em dia séries com potencial para ombrearem com estes gigantes. “House” , “Lost” ou “Prison Break” são exemplos de séries com elencos de luxo, produções de alto nível e guiões absoluta-mente estonteantes, que as colocam no topo tele-visivo mundial, sendo actualmente seguidas em dezenas de países. O presente mês de Setembro receberá a fall sea-son das séries televisivas, o período que marca o final de uma paragem para férias por parte das editoras, produtores, guionistas e actores.Ficam aqui as apresentações do que podem espe-rar:

House - Gregory House é um irascível médico dotado de um talento incrível para o diagnóstico. A sua relação com os colegas e pacientes é muito especial, conseguindo ser o mais desagradável, irónico e egocêntrico possível. Apesar da peculiar personalidade, House salva imensas vidas com o seu instinto, sendo toda a acção incrivelmente po-tenciada pela interpretação de Hugh Laurie.

Prison Break - Possuidor de uma inteligência fora do normal, Michael Scofield projecta um pla-no para libertar o irmão Lincoln Burrows injusta-mente preso na prisão de Fox River. De Chicago ao Panamá, ao longo de 3 temporadas os irmãos e companhia deparam-se com enormes dificuldades impostas por uma organização denominada “The Company” que controla os destinos dos EUA. Para a quarta temporada, o objectivo é derrubar a companhia de uma vez por todas. Destaque para as interpretações de Wentworth Miller (M. Scofield), Dominic Purcell (L. Burrows), Robert Knepper (T-Bag) e William Fichtner (Alexander Mahone).

Lost - Lost é sem dúvida uma das mais arroja-das séries televisivas da actualidade. Contando com uma produção excelente e com uma história bastante peculiar, Lost transporta-nos para uma ilha no pacifico, onde se encontram os sobrevi-ventes de um acidente de avião e os habitantes originais da mesma. Veremos o que nos trará esta quinta temporada e se esta tão especial ilha não ficará comprometida.

Dexter - Uma série que atingiu um sucesso es-magador com um tema que, à primeira vista, sus-cita alguma polémica. Dexter é um personagem perturbado pelo seu passado sombrio, possuidor dum peculiar instinto assassino. O seu pai adop-tivo molda este instinto por forma a que Dexter se torne numa eficiente máquina de matar. Dex-ter usa então as suas capacidades para castigar os criminosos que a lei não consegue apanhar. Caso ímpar de sucesso uma vez que nunca antes um Serial Killer fora idolatrado desta maneira.

How I Met Your Mother - Sem dúvida uma das melhores comédias da actualidade. A acção desenrola-se à medida que Ted Mosby (Josh Rad-nor) conta aos seus dois filhos a história da sua vida até conhecer a mãe dos mesmos. As situa-ções recriadas provocam o riso duma forma com-pulsiva e tudo é potenciado pela participação de actores cómicos de excelência como Jason Segel e Neil Patrick Harris.

The Office - Apresentando um estilo muito próprio a que muitos chamam comédia de emba-raço, The Office presenteia-nos com situações per-feitamente hilariantes, protagonizadas por Steve Carrel e companhia. Toda a série gira ao redor do dia a dia dum escritório duma produtora de pa-pel e este simples cenário é suficiente para que as mais incríveis peripécias tomem lugar. Os papeis de Jim (John Krasinski) e Dwight (Rainn Wilson) estão também muitíssimo bem conseguidos. Uma série obrigatória para os amantes do género.

Series Televisivas

Rui Magalhães

Aluno de Eng. Informática

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1915 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Agenda Académica de Coimbra

A Agenda Académica de Coimbra é uma agenda online, alojada no endereço http://nei.dei.uc.pt/agenda/, e que foi criada em Janeiro de 2007 pelo Núcleo de Estudantes de Informática da Associação Académica de Coimbra (NEI/AAC). É gerida pelo NEI/AAC e tem como objectivo divulgar todos os eventos que aconteçam no distrito de Coim-bra. Esses eventos podem ser de qualquer tipo, desde concertos musicais a exposições, passando por peças de teatro, exibições de cinema e espectáculos de dança, convívios, eventos desportivos, etc..

Qualquer pessoa pode contribuir para tornar a agenda mais completa e actualizada, bastando para isso entrar em contacto com o NEI/AAC (preferencialmente por e-mail e com alguma antecedência) e fornecer a informação que faltar. Todos os contributos são naturalmente bem-vindos, até porque apesar de se virar mais para o público universitário, a agenda pode (e deve) ser utilizada por qualquer pes-soa que se interesse pela vida cultural do dis-trito.

Um dos problemas com que nos deparamos neste momento é a falta de pessoas a inserir informação na agenda. Neste momento são só duas e, como é nosso desejo, a informa-ção que nos chega não pára de aumentar. No entanto, estamos a chegar a um ponto onde começa a ser incomportável a quantidade de informação recebida para um número tão pequeno de colaboradores. Daí a nossa von-tade de angariar mais colaboradores, de for-ma a tornar a agenda cada vez mais completa e abrangente. Foi a pensar nisto que foi im-plementada a funcionalidade de criar novas

contas para outras pessoas poderem inserir eventos, embora esses eventos tenham que ser sempre aprovados pelos colaboradores actuais (pelo menos numa fase mais inicial).Apesar de já conseguirmos chegar a algumas pessoas (a agenda teve cerca de 21 000 visi-tas só no primeiro ano de funcionamento) te-mos a perfeita noção que há muita gente que desconhece a existência da agenda e que, por outro lado, grande parte das pessoas que já a conhecem não a visitam com assiduidade. Obviamente que o nosso objectivo é o de in-verter ambas as situações, promovendo cada vez mais a agenda e tornando-a numa refer-ência em termos de divulgação da oferta cul-tural do distrito de Coimbra.

Um dos esforços que temos feito ao lon-go do tempo é o de tornar esta aplicação o mais completa possível, inserindo, progres-sivamente, cada vez mais eventos na mesma. Contudo, sabemos que é uma utopia pensar que eventualmente vamos conseguir ter to-dos os acontecimentos do distrito de Coimbra inseridos na agenda; há sempre muita coisa a acontecer na região e portanto há sempre coisas que acabam por ficar de fora, normal-mente por nós nem sequer sabermos que se estão a passar.

Desde a sua entrada em funcionamento que o software da agenda foi sofrendo melho-ramentos, apesar de essas alterações não se terem reflectido no seu aspecto gráfico. Mais actualizações estão previstas num futuro próximo.

Nuno FernandesJoão FernandesPelo NEI/AAC

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20 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

I.C.P.S. , 4 letras que vibram na memória de estudantes de Física espalhados por esse mun-do fora. De Portugal à Croácia, do México ao Vietname .. humildes e aventureiros estudantes reunem-se todos os anos numa localização móvel, para participar na Conferência Interna-cional de Estudantes de Física.

Ao longo de uma semana, há tempo para pal-estras de estudantes, sessões de posters cientí-ficos, festa todos os dias pela noite fora, e muito muito tempo para fazer amigos e trocar impressões, tanto culturais como de qualquer outro tipo..

Em 2005 realizou-se aqui em Coimbra, pela 2ª vez, e foi sucesso sem precedentes, e ainda hoje, Físicos por esse mundo fora se recordam desse ano como um dos melhores de sempre..

ICPS 2008

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2115 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

É de notar que o encontro não é restrito a estu-dantes de física. Toda e qualquer pessoa que partilhe um gosto especial pela Física e seja sócio da Physis, tem livre passe. Não queiram imaginar os cursos de algumas pessoas que foram este ano ao ICPS..

Este ano o ICPS teve lugar em Cracóvia na Polónia, e juntou aproximadamente 350 pes-soas de 20 países diferentes. Eu estive lá e pos-so-vos dizer que valeu cada nanosegundo!

Próximo ano: Split ( Croácia ) Vê-mo-nos lá!

Sergio Domingos

Mestre em Eng. Física

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22 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Olá colegas!

Mais um ano lectivo começa, novos desafios se avizinham, especialmente para quem entra no mundo universitário pela primeira vez. Aqui ficam algumas das novidades que a PHYSIS tem o prazer de partilhar convosco.

Estudantes portugueses fazem um brilhar-ete em Cracóvia!

Para começar o novo ano com o pé direito, nada melhor que falar dos três estudantes por-tugueses que brilhantemente nos representaram no encontro internacional de estudantes de físi-ca (ICPS – International Conference Physics Students), realizado no passado mês de Agosto na cidade de Cracóvia, na Polónia. Foram eles: Nuno Martins e Sérgio Domingos, ambos da Universidade de Coimbra, e Mariana Proença, da Universidade do Porto. Estes estudantes apresentaram os seus projectos no ENEF 2008, realizado em Lisboa e dois deles venceram o concurso que lhes permitiu participar no ICPS. É com estes três excelentes exemplos que te convido a participar no próximo ENEF (En-contro Nacional de Estudantes de Fìsica), a realizar em Março de 2009 na cidade do Porto, e a apresentar os teus projectos. É uma oportunidade única para dar a conhecer os tra-balhos que estás a desenvolver, bem como para aperfeiçoar técnicas de apresentação científica, para não falar no facto de poderes vir a ser um dos premiados no concurso e teres entrada di-recta no próximo ICPS que decorrerá no mês de Agosto de 2009 em Split, na Croácia! É este tipo de encontros que liga os estudantes de física de todo o mundo, e é com eles que nos tornamos verdadeiros investigadores e cientis-tas, porque nos põem em contacto com a inves-tigação que se faz nas outras universidades do mundo. É também com eles que conhecemos pessoas, que passamos verões inesquecíveis… Do ponto de vista de quem participa, são opor-tunidades a não perder.

Projecto “Aprender a Brincar” - Voluntari-ado no Hospital Pediátrico

Mas como a física não se faz só lá fora, por cá a PHYSIS tem trabalhado nos seus projectos. Está agora empenhada em reunir uma nova eq-uipa de voluntários para o projecto “Aprender a Brincar”, um projecto de divulgação científica e de terapia da dor desenvolvida em parceria com o Hospital Pediátrico de Coimbra. Tem também como objectivo alargar o projecto a outras uni-dades hospitalares, no Porto e em Aveiro, para principiar. Este é um projecto em que qualquer estudante do Departamento de Física pode par-ticipar. Se quiseres saber como funciona o projecto e quiseres participar, fica atento aos cartazes que entretanto vão aparecer para convocar uma reunião dentro de duas sema-nas, que contará com a presença do enfermeiro chefe do Hospital Pediátrico e com um psicól-ogo. Um projecto com interesse científico – há uma infinidade de pequenas experiências que aprendemos a fazer e que nos ajudam a relem-brar o porquê de termos vindo para um curso na área da física – e com interesse a nível humano, escusado será explicar porquê..!

A PHYSIS continuará a laborar com sede em Coimbra pelo menos até Março do próximo ano civil, altura em que decorrerão as próximas eleições para os corpos gerentes da associação. Por isso, até lá, estaremos ao teu dispor para o que for preciso. Contacta-nos por mail: [email protected].

Crónica da Physis

Silvia Franklim

Aluna de Física

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2315 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Furo JornalísticoEstreando-me nestas andanças do jornalismo de rigor aproveito para abordar um tema que está de mãos dadas com a ciência que dá nome ao nosso conceituado departamento. Penso que todos os leitores estarão a par da his-teria gerada pela notícia que fez correr muita tinta por esse mundo fora: ”Vamos ser engoli-dos por buracos negros criados pelo acelerador de partículas”.

Houve até na Índia (caso verídico) uma ado-lescente que se precaveu deste infortúnio, to-mando uma generosa dose de pesticidas, evi-tando assim uma morte indolor causada por um buraco negro. Ao que parece, para os lados da Baixa da Ban-heira, na quinta do “Ti-Alcides”, uns quantos gafanhotos foram sulfatados com a mesma sorte e escaparam também ao buraco negro.

Apesar de amplamente publicitado confesso que este cenário apocalíptico nunca me chegou a tirar o sono. Primeiro porque, se repararmos, de todas as vezes que disseram que o mundo ia acabar era mentira. Depois porque se uma obra desta envergadura fosse dar para o torto certa-mente seria em Portugal, não num país onde se leva uma multa por cuspir no chão. Juro que estou a imaginar “Oh! Deixa lá isso li-gado e vamos comer qualquer coisa. Não é por isso que o mundo vai acabar!”, ou então “ouve lá, para que serve este botão?”

No entanto nada disto me parece por acaso; acredito que o buraco negro a existir seria pre-meditado, e nada me convence que estes ter-roristas não eram emigrantes Portugueses na

Suíça. Se pensarmos já em 1385, em Aljubar-rota, se usou a “técnica do quadrado” que era nada mais nada menos que - Um Buraco. Emigraram, ganharam uns trocos, e quando se vêem com mais orçamento fazem logo um bu-raco negro. A diferença é que na altura a pa-deira dizia “Quem manda em Portugal são os Portugueses!”, e agora os emigrantes queriam dizer “Se o mundo não é nosso não é de mais ninguém!”.

A vingança é francamente reprovável, no en-tanto se a quiserem fazer pelas próprias mãos caçar estes terroristas é fácil. Eles costumam vir cá em Agosto passar as férias, quando está mais calor. São sempre parolos, e com dinheiro. Os parolos sem dinheiro normalmente somos nós.

Uma equipa do Anti-matéria foi procurar den-tro da Academia algumas reacções à possibili-dade da existência de um buraco negro:

“ ‘Tou farto de dizer que não há dinheiro para tapar buracos!” – Reitor “Sempre soube que ia ser Dux até à morte!” – Dux Veteranorum “Buraco Negro? A nossa Mancha Negra dá conta deles todos!” – Adepto da Académica (OAF) “Eu digo-te em que buraco [CENSURADO]” – Presidente do NEDF/AAC

Alexandre Sousa

Aluno de Eng. Biomédica

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24 15 Setembro 2008 :: Anti-Matéria

Passatempos

Curiosidades

Por vezes os grandes avanços científicos são descritos como fruto de grande genialidade. No enanto, as mentes mais brilhantes nem sempre são aquelas associadas a esta ou aquela desco-berta. Eis alguns exemplos:

SABIAS QUE…

…Einstein concebeu praticamente sozinho a teoria da relatividade? Mas na verdade, inves-tigadores como Henri Poincaré já tinham adi-

antado muitos dos conceitos da teoria, embora sem o mesmo rigor matemático.

…Samuel Morse transmitiu pela primeira vez uma mensagem através do telégrafo, most-rando a eficácia do aparelho? Mas na verdade, Morse era pintor e pouco sabia de física, no en-tanto era muito amigo de Joseph Henry, que o ajudou e orientou.

…Graham Bell desensolveu o telefone, mas Bell concorreu com a ideia de Elish Grey? Ao que consta, um funcionário foi subornado para revelar a Bell o conteúdo da invenção de Grey, o que levou a uma mudança na patente.

…Alexander Fleming percebeu que um fungo podia destruir bactérias em cultura, criando o primeiro antibiótico da História (penicilina)? Mas dois médicos, Howard Florey e Ernst Chain foram os verdadeiros responsáveis pela descoberta. No entanto Fleming tinha melhor relacionamento com os jornalistas, ficando como descobridor da penicilina.

…Henry Becquerel decobriu que os cristais de urânio conseguiam “imprimir” imagens numa chapa fotográfica com uma espécie de luz invi-sível (a radioactividade)? No entanto, também Abel Niepce de Saint-Victor fez experiências muito parecidas, só que Becquerel levou anos a citá-lo nos seus trabalhos.

…Guglielmo Marconi inaugurou o seu revolu-cionário Rádio com uma transmissão entre In-glaterra e o canadá em 1901? Mas na verdade, já se tinha mostrado a viabilidade deste meio de comunicação, desde o fim do século XIX. Só que Marconi foi mais rápido a depositar e a obter as patentes da Rádio.

Soluções