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07/01/13 Anvisa altera forma de uso de informações nutricionais em alimentos oglobo.globo.com/defesa-do-consumidor/anvisa-altera-forma-de-uso-de-informacoes-nutricionais-em-alimentos-6768711?service=print 1/2 Anvisa altera forma de uso de informações nutricionais em alimentos Uso da alegação light, por exemplo, só será permitido para os alimentos que forem reduzidos em algum nutriente. Mudanças valem a partir de 1° de janeiro O GLOBO RIO — As alegações nutricionais, presentes nos rótulos de alimentos, deverão seguir novos critérios para serem utilizadas. É que a Resolução RDC 54/2012 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União do último dia 12, alterou a forma de uso de termos como: light, baixo, rico, fonte, não contém, entre outros. O uso da alegação light, por exemplo, só será permitido para os alimentos que forem reduzidos em algum nutriente. Isso quer dizer que o termo só poderá ser empregado se o produto apresentar redução de algum nutriente em comparação com um alimento de referência (versão convencional do mesmo alimento). Anteriormente, a alegação light podia ser utilizada em duas situações: nos alimentos com redução e nos alimentos com baixo teor de algum nutriente. — Tal situação dificultava o entendimento e a identificação pelos consumidores e profissionais de saúde das diferenças entre produtos com a alegação light — explica o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano. Já os critérios para o uso das alegações de fonte e alto teor de proteínas receberam a exigência adicional de que as proteínas do alimento devem atender a um critério mínimo de qualidade. — Essa alteração visa proteger o consumidor de informações e práticas enganosas como, por exemplo, o uso de alegações de fonte de proteína em alimentos que contenham proteínas incompletas e de baixa qualidade — afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares. Base de cálculo também muda Outra novidade apresentada pela Resolução RDC 54/2012 da Anvisa é a alteração na base para o cálculo das alegações nutricionais. O cálculo antigo previa que os critérios para uso das alegações nutricionais fosse feito com base em 100g ou ml do alimento. Por exemplo, para veicular uma alegação de sem açúcar, um alimento sólido não podia conter mais de 0,5 g de açúcares por 100 g. A nova regra alterou essa base e passou a exigir que os critérios para uso das alegações nutricionais, na maioria dos alimentos, fossem calculados com base na porção do alimento. Neste caso, para veicular a alegação de sem açúcar, o alimento não pode conter mais de 0,5 g de açúcares por porção. Oito novas alegações foram criadas Oito novas alegações nutricionais foram criadas pela nova regulamentação. Para isso, foram desenvolvidos critérios para: não contém gorduras trans; fonte de ácidos graxos ômega 3; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 3; fonte de ácidos graxos ômega 6; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 6; fonte de ácidos graxos ômega 9; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 9; e sem adição de sal. De acordo com Álvares, essas alegações foram estabelecidas com o intuito de estimular a reformulação e desenvolvimento de produtos industrializados mais adequados nutricionalmente. — Além disso, permite que os consumidores sejam informados dessas características nutricionais específicas — afirma o diretor da Anvisa. Resolução determina tipo e tamanho de fonte A Resolução RDC 54/12 da Anvisa estabeleceu, ainda, que todos os esclarecimentos ou advertências exigidos em função do uso de uma alegação nutricional devem ser declarados junto à esta alegação. Devem também seguir o mesmo tipo de letra da alegação, com pelo menos 50% do seu tamanho, de cor contrastante ao fundo do rótulo, de forma que garanta a visibilidade e legibilidade da informação.

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07/01/13 Anvisa altera forma de uso de informações nutricionais em alimentos

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Anvisa altera forma de uso deinformações nutricionais emalimentosUso da alegação light, por exemplo, só será permitido para os alimentos que forem reduzidos em algumnutriente. Mudanças valem a partir de 1° de janeiro

O GLOBO

RIO — As alegações nutricionais, presentes nos rótulos de alimentos, deverão seguir novos critérios paraserem utilizadas. É que a Resolução RDC 54/2012 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),publicada no Diário Oficial da União do último dia 12, alterou a forma de uso de termos como: light, baixo, rico,fonte, não contém, entre outros.

O uso da alegação light, por exemplo, só será permitido para os alimentos que forem reduzidos em algumnutriente. Isso quer dizer que o termo só poderá ser empregado se o produto apresentar redução de algumnutriente em comparação com um alimento de referência (versão convencional do mesmo alimento).

Anteriormente, a alegação light podia ser utilizada em duas situações: nos alimentos com redução e nosalimentos com baixo teor de algum nutriente.

— Tal situação dificultava o entendimento e a identificação pelos consumidores e profissionais de saúde dasdiferenças entre produtos com a alegação light — explica o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

Já os critérios para o uso das alegações de fonte e alto teor de proteínas receberam a exigência adicional deque as proteínas do alimento devem atender a um critério mínimo de qualidade.

— Essa alteração visa proteger o consumidor de informações e práticas enganosas como, por exemplo, o usode alegações de fonte de proteína em alimentos que contenham proteínas incompletas e de baixa qualidade —afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares.

Base de cálculo também muda

Outra novidade apresentada pela Resolução RDC 54/2012 da Anvisa é a alteração na base para o cálculo dasalegações nutricionais. O cálculo antigo previa que os critérios para uso das alegações nutricionais fosse feitocom base em 100g ou ml do alimento. Por exemplo, para veicular uma alegação de sem açúcar, um alimentosólido não podia conter mais de 0,5 g de açúcares por 100 g.

A nova regra alterou essa base e passou a exigir que os critérios para uso das alegações nutricionais, namaioria dos alimentos, fossem calculados com base na porção do alimento. Neste caso, para veicular aalegação de sem açúcar, o alimento não pode conter mais de 0,5 g de açúcares por porção.

Oito novas alegações foram criadas

Oito novas alegações nutricionais foram criadas pela nova regulamentação. Para isso, foram desenvolvidoscritérios para: não contém gorduras trans; fonte de ácidos graxos ômega 3; alto conteúdo de ácidos graxosômega 3; fonte de ácidos graxos ômega 6; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 6; fonte de ácidos graxosômega 9; alto conteúdo de ácidos graxos ômega 9; e sem adição de sal.

De acordo com Álvares, essas alegações foram estabelecidas com o intuito de estimular a reformulação edesenvolvimento de produtos industrializados mais adequados nutricionalmente.

— Além disso, permite que os consumidores sejam informados dessas características nutricionais específicas— afirma o diretor da Anvisa.

Resolução determina tipo e tamanho de fonte

A Resolução RDC 54/12 da Anvisa estabeleceu, ainda, que todos os esclarecimentos ou advertências exigidosem função do uso de uma alegação nutricional devem ser declarados junto à esta alegação. Devem tambémseguir o mesmo tipo de letra da alegação, com pelo menos 50% do seu tamanho, de cor contrastante ao fundodo rótulo, de forma que garanta a visibilidade e legibilidade da informação.

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07/01/13 Anvisa altera forma de uso de informações nutricionais em alimentos

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Notícia publicada em 19/11/12 - 10h41 Atualizada em 19/11/12 - 10h52 Impressa em 16/01/13 - 00h10

Segundo o diretor da Anvisa, muitas vezes, o uso de uma alegação demanda a declaração de umesclarecimento ou advertência na rotulagem a fim de proteger o consumidor da veiculação de informaçõesincompletas e potencialmente enganosas.

— Um exemplo típico é o caso dos óleos vegetais com a alegação sem colesterol. Nesses casos, osfabricantes são obrigados a informar ao consumidor que todo óleo vegetal não contém colesterol, ou seja, queessa é uma característica inerente do alimento, que não depende de sua marca — argumenta o diretor daAgência.

Brasil está alinhado com Mercosul

Com a publicação da Resolução RDC 54/2012, o Brasil harmoniza os regulamentos técnicos relacionados àrotulagem nutricional no âmbito do Mercosul.

— Essa harmonização tem como objetivos facilitar a livre circulação dos alimentos, evitar obstáculos técnicos aocomércio e melhorar a informação para o consumidor — afirma Álvares.

As discussões técnicas sobre a harmonização de alegações nutricionais ocorreram na Comissão de Alimentosdo Subgrupo de Trabalho 3. Durante quatro anos, além de compor a delegação brasileira nas reuniões do SGT-3, a Anvisa coordenou as reuniões internas com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento, Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça e de diferentessetores da sociedade a fim de garantir uma ampla participação e discussão dos aspectos mais relevantes paradefinição da posição brasileira.

A Anvisa realizou também todo o processo de consulta pública interna da proposta de regulamento técnico, quefoi publicada por meio da consulta pública 21/2011.

Medias valem a partir de 1° de janeiro

Os alimentos produzidos a partir de 1º de janeiro de 2014 já devem seguir o novo regulamento. Já os produtosfabricados antes do prazo fornecido podem ser comercializados até o fim do seu prazo de validade. A norma daAgência é valida para as alegações presentes em anúncios veiculados por meios de comunicação. Aplica-se,ainda, para toda mensagem transmitida de forma oral ou escrita.

A norma não engloba alimentos para fins especiais, águas envasadas destinadas ao consumo humano, sal demesa, bebidas alcoólicas, aditivos alimentares, coadjuvantes de tecnologia, especiarias, vinagres, café e erva-mate e espécies vegetais para preparo de chás e outras ervas, sem adição de outros ingredientes que forneçamvalor nutricional.

Confira aqui a íntegra da Resolução.

O que é alegação nutricional

A alegação nutricional é a informação utilizada para descrever o nível absoluto ou relativo de determinadosnutrientes ou valor energético presentes em alimentos. A alegação é utilizada pelos fabricantes de formaopcional. As alegações podem ser classificadas em dois tipos: INC de conteúdo absoluto e INC de conteúdocomparativo.

A INC de conteúdo absoluto é aquela que descreve a ausência ou a presença (baixa ou elevada quantidade) dedeterminados nutrientes ou valor energético presentes no alimento. Exemplos desse tipo de INC incluem asalegações: não contém açúcares, sem gorduras trans, baixo em calorias, fonte de cálcio, alto teor de fibras e ricoem ferro.

As alegações de sem adição de açúcares e de sal também são consideradas alegações nutricionais deconteúdo absoluto. Essas alegações, embora relacionadas a ingredientes, indicam aos consumidores que oalimento possui propriedades nutricionais particulares em relação ao seu conteúdo de açúcares e sódio.

A INC relativa ou de conteúdo comparativo é aquela que compara o nível de um ou mais nutrientes ou valorenergético presentes no alimento em relação ao nível encontrado no alimento de referência, tais como: reduzidoem calorias, reduzido em açúcares, aumentado em ferro.

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