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Ação Junho2007 1 - ANABB · 2007. 6. 14. · Ação Junho2007 | 3 CARTA DO PRESIDENTE Eu tenho uma cunhada que sempre surpreendia as visitas com mudanças na ordem dos móveis e

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CARTAS

SUPERÁVIT DA PREVIFiquei muito tocada ao ler a entrevista com o presidente Valmir Camilo na ma-téria “É preciso corrigir as injustiças”, do jornal Ação 190, pois o meu marido aposentou-se em março de 1998 e até hoje não me conformo com o valor da sua aposentadoria. Não vejo a hora de essa injustiça ser corrigida. Aguardo an-siosamente esta realização, pois, se ao longo do tempo não se tivesse feito um pequeno “pé-de-meia”, hoje estaríamos em uma situação dificílima.Waldecy CruzSão José do Rio Preto – SP

Parabenizo todos os colegas que foca-ram a matéria sobre as sobras bilioná-rias da Previ, trazendo para todos os aposentados e pensionistas um alento para os nossos benefícios. Gostaria que fosse informado se a elevação do teto dos benefícios para 90% será igual para todos ou haverá diferenças para alguns aposentados e pensionistas.Por que a Previ não eleva para 100% os valores dos benefícios daqueles co-legas que hoje estão aposentados por invalidez, com doenças terminais como câncer, AIDS, doenças cardiovascula-res/cardiopatia graves? Estes compa-nheiros têm um gasto maior em seus proventos, com a compra de remédios, que estão caríssimos, e acabam corro-endo os benefícios dos mesmos. Não seria uma boa solução dar esses 100% para todos os aposentados por invali-dez?

Fica aí esta idéia para nossos represen-tantes da Previ pensarem e analisarem.Carlos Moura de SouzaRio de Janeiro - RJ

NR: A proposta de utilização do supe-rávit prevê o aumento do teto de be-nefícios dos atuais 75% para 90% da renda do associado. O novo teto de 90% representa um aumento imediato de até 20% do valor do complemento PREVI para atuais e futuros aposenta-dos com benefícios concedidos após 24/12/1997.

SATISFAÇÃOA presteza, eficiência e boa vontade de-monstradas em todos os assuntos para com os associados fazem essa entidade ser digna de todos os elogios. Obrigado e parabéns.Moacir Gomes de AzevedoFlorianópolis - SC

FGTSMeus agradecimentos a toda essa equipe maravilhosa que, durante todo tempo em que minha ação do FGTS esteve em an-damento, me manteve informada sempre que solicitei. Finalmente ganhamos e o valor está creditado na Caixa Econômica Federal. Tenho orgulho de ser associada dessa instituição que luta por nós e que só me dá orgulho e alegria.Ana RibeiroRio de Janeiro – RJ

Ação

ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha, Mariana Jungmann e Priscila Mendes E-mail: [email protected]ção e Editoração: Optare Comunicação Editor e jornalista resp.: Rodrigo Bittar Revisão: Moema Muniz Perio dicidade: mensal Tiragem:105 mil Capa: Ablestock Impressão: Gráfica Positiva Fotolito: Colorpress

DIRETORIA-EXECUTIVA

CONSELHO DELIBERATIVO

VALMIR CAMILOPresidente

WILLIAM JOSÉ ALVES BENTODiretor Administrativo e Financeiro

DENISE LOPES VIANNADiretora de Comunicação e Desenvolvimento

GRAÇA MACHADODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO GONÇALVES (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelNilton Brunelli de AzevedoRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSELHO FISCAL

Humberto Eudes Vieira Diniz (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

DIRETORES ESTADUAIS

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Joel Duarte de Oliveira (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi(PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejam selecionadas pelo Conselho Edi-torial da ANABB. As cartas que se referem a outras entidades, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer enviar comentários, sugestões e reclamações envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF ou fax (61) 3442.9633.

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jornal

O pacote de reestruturação apresentado no início de maio pelo Banco do Brasil não foi apro-vado pela maioria (52%) dos associados que participaram da enquete sobre o assunto. Para 19% dos associados, as medidas vão beneficiar os funcionários e 21% ainda tem dúvidas sobre alguns pontos abordados pelo pacote. A enquete ficou no site da ANABB entre os dias 09 e 28 de maio e contou com a participação de 1672.

ENQUETE

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CARTA DO PRESIDENTE

Eu tenho uma cunhada que sempre surpreendia as visitas com mudanças na ordem dos móveis e utensílios da casa. Passava para todos nós a impressão de que a casa tinha mudado tornan-do-se mais arejada e mais confortável a cada mudança. Para as visitas, apenas a surpresa de ver o velho parecendo novo; para os de casa, imagino o desconforto da adaptação ao novo posicio-namento dos objetos e das coisas. Confesso que, como alguém de fora, nada tinha a reclamar e sobrava ainda a admiração pela criatividade.

Estou colocando o tempo do verbo no passado porque nas últimas visitas tenho encontrado o mobiliário da casa no mes-mo lugar. Acabou a criatividade? Tenho certeza de que não. Acho que está faltando tempo para a criatividade doméstica. Esta minha cunhada, que até então só se ocupava das tarefas de casa, está trabalhando fora.

Nestes mais de trinta anos de banco, tenho assistido à criatividade dos colegas do nosso Banco do Brasil. Um funciona-lismo que criou a primeira e maior Caixa de Previdência da Amé-rica Latina. A Caixa de Assistência que é talvez o maior e melhor plano de auto-gestão de saúde do Brasil. O primeiro consórcio. A maior rede de clubes de lazer, a maior cooperativa de crédito mútuo, a maior rede de serviços de hotelaria e a maior associação de uma única categoria de trabalhadores, quem sabe, do mundo. Gente que faz, buscando a segurança, o prazer, o conforto e a qua-lidade de vida de mais de uma centena de milhares de colegas que passaram ou passam por esta empresa, que já foi um dos pilares da chamada reserva moral brasileira. Mais uma vez, uso o tem-po do verbo no passado, pois, neste passado recente, a empresa comprometeu sua história com o envolvimento de dirigentes em atitudes, no mínimo, reprováveis.

Vocês devem estar perguntando: o que a cunhada tem a ver com a historia? Simples. Estou convencido de que, no banco, tem muita gente como a minha cunhada, precisando de trabalho, para parar com tantas mudanças inúteis. Com uma ressalva bem grande de que as mudanças da minha cunhada não tornam a vida de ninguém um inferno. Diferente das mudanças a que tenho as-sistido na empresa, que transformam a vida de milhares de famí-lias de colegas antecipando decisões com prejuízos financeiros irrecuperáveis. Aqui está o grande problema.

Confesso que não tenho paciência para ficar analisando as mudanças físicas, ou seja, se é melhor abrir ou fechar Nucacs. Já vi tantas mudanças definitivas com a perenidade reduzida por uma nova obra do criador, que eterno mesmo acaba sendo a nossa indignação. Quem está pensando nas pessoas? É só isto que me interessa. E olha que este governo foi eleito e reeleito com pro-messas de melhores dias para as pessoas. Quem sabe faltou, na campanha, a ressalva de que os tais dias melhores não incluiriam as pessoas do Banco do Brasil.

Triste é ver que as partes envolvidas neste debate não percebem que o que poderia justificar a nossa luta em defesa das nossas pessoas é ter um banco que pense naquelas pessoas que estão fora do banco, a tal da sociedade. Será que o nosso desti-no é ficar discutindo se fecha ou abre departamentos, setores, órgãos regionais e nunca mais discutir o caráter do crédito? Será que a nossa meta é ser o maior do Brasil e não o melhor do Brasil? Gente criativa do banco, as pessoas de fora estão esperando que as pessoas de dentro cumpram a promessa de fazer do Banco do Brasil o melhor. O maior lucro tem que ser o social. Vamos traba-lhar para fazer as pessoas mais felizes, as dentro e as de fora.

Valmir CamiloPresidente da ANABB

AS MUDANÇAS QUE QUEREMOS

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CAPA

Há quem diga que a melhor idade é a atual. Mas o termo “melhor idade” tem sido utilizado para classificar as pessoas com mais de 50 anos. Nessa fase, os fi-lhos estão crescidos, a aposentadoria já chegou ou está próxima e é hora de apro-veitar com mais tranqüilidade os prazeres que a vida oferece. Um grande aliado para proporcionar novas descobertas é o setor do turismo que tem se especializado, cada vez mais, em oferecer lazer, conforto e qualidade de vida.

Melhor qualidade de vida é o que busca o aposentado do Banco do Brasil Walter Cus-tódio Soares, de 69 anos, morador de Belo

Horizonte (MG). Ele é adepto do ecoturismo e costuma viajar com a família e com os amigos pelo menos duas vezes ao ano. O último des-tino visitado por Soares foi a Patagônia, tanto no lado argentino quanto no chileno. “Para quem ama a natureza, essa viagem é mara-vilhosa”, disse. A viagem de 12 dias permitiu a contemplação de paisagens consideradas exuberantes por Soares, como as grandes ge-leiras argentinas do Glaciar Perito Moreno.

Já a opção turística adotada pelo apo-sentado Sílvio Sérgio de Melo, de 54 anos, está aliada à prática de atividades físicas. Depois dos 50, Melo tornou-se praticante do turismo esportivo. Atleta do time de futebol da AABB Brasília, ele participa de diversas competições pelo clube. Há três anos, parti-cipa do Campeonato de Integração dos Fun-cionários Aposentados do BB (Cinfaabb), que chegou à sua 13ª edição este ano e foi

realizado na AABB de Belo Horizonte. Satisfeito com o resultado do campeonato, pois seu time foi vencedor na série principal, Sérgio

Maior longevidade da população provoca aumento na procura por opções turísticas vol-tadas a aposentados e pessoas maduras. Empresas oferecem pacotes variados a destinos ecológicos, culturais e religiosos.

por Priscila Mendes

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por Priscila Mendes

OS PRAZERES DO TURISMO NA MELHOR IDADE

Empresas do setor já perceberam o potencial existente no segmento acima de 50 anos

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o Campeonato será na AABB de Maceió (AL). Além das viagens por conta dos jogos, os competidores também apreciam passeios tu-rísticos com a família e com os amigos.

O jornal Ação entre-vistou 20 participantes do campeonato e a média de viagens rea-lizadas por esse grupo está entre três e quatro vezes ao ano, sendo a maior parte para o lito-ral brasileiro.

MERCADO PROMISSORAs empresas do setor de turismo já

perceberam o grande potencial consumidor existente no segmento acima de 50 anos e para atender a demanda crescente, têm oferecido serviços modelados especialmen-te para esse público. O aumento da expec-

tativa média de vida do brasi-leiro, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE) era de 71,9 anos em 2005, é um dos fatores que influenciam o mercado a inves-tir em produtos e ser-viços voltados para a “melhor idade”.

Estudos mostram que 14% da popula-ção adulta são forma-dos por pessoas com mais de 50 anos (mais de 15 milhões de consumidores). Uma pes-quisa divulgada recentemente pela Fundação Perseu Abramo mostrou que 92% dos brasilei-ros com mais de 60 anos têm renda própria. Para esse estudo, foram feitas 3.759 entrevistas, com idosos e não idosos (que revelaram suas expectativa em relação ao envelhecimento), de 204 municípios de todas as re-giões do país.

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confirma presença nos próximos eventos. “Este é o terceiro Cinfaabb que eu participo e garanto que estarei lá nos próximos.”

Para o aposentado do BB Francisco José Carnevale, 56 anos, do Rio de Janeiro, a “feliz idade” – como ele gosta de classifi-car essa fase da vida – tem que ser apro-veitada com intensidade. As viagens com a família são freqüentes e os destinos, va-riados: duas viagens para a Europa (quando conheceu Itália, Alemanha, França, Portugal e Suíça) e duas para a América do Sul (Ar-gentina e Chile).

Quanto às viagens pelo Brasil, Carnevale já perdeu as contas: Paraty (RJ), Angra dos Reis (RJ), Tiradentes (MG), São João del Rey (MG), Campos do Jordão (SP), Ouro Preto (MG), além de diversas outras cidades. Pelo Cinfaabb, ele já foi para Goiânia, Natal, Florianópolis, Recife e Belo Horizonte.

O Cinfaabb já virou tradição entre apo-sentados do BB. Neste ano, participaram da competição cerca de 650 atletas, que repre-sentaram 16 estados e 22 AABBs. Em 2008,

Para fortalecer o atendimento às pes-soas com mais de 60 anos, a Bancorbrás Turismo lançou o Movimento Maior Idade, um pacote turístico formatado a partir dos desejos e das necessidades desse público que busca lazer, cultura e diversão, além de conhecer novos lugares e fazer novas amizades. A terceira edição do “Movimen-to” foi realizada entre os dias 10 e 14 de maio, em Porto de Galinhas (PE). “O dife-rencial do Movimento Maior Idade é que ele é feito sob medida para as pessoas acima de 60 anos”, explica o superintendente de Turismo da Bancorbrás, Jorge Alexandre Machado. Apesar de toda a programação

ser voltada para um público específico, pessoas de qualquer idade podem partici-par do encontro. “As atrações e atividades abrangem todas as faixas etárias, pois são voltadas para gerar integração. Além disso, para participar, não precisa ser sócio do Clube de Turismo da Bancorbrás”, afirma o superintendente.

As viagens proporcionadas pelo encon-tro são para lugares que os consumidores, de uma forma geral, têm o sonho de co-nhecer. O primeiro encontro foi no Costão do Santinho (SC) e o segundo, na Costa do Sauípe (BA).

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Paulo Carnevale em sua primeira viagem à Europa depois de aposentado

Aposentados poderão obter cré-dito consignado para viajarem pelo Brasil

Walter Custódio Soares, de 69 anos, viajou com amigos para a Patagônia

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Além das viagens do Movimento Maior Idade, a Bancorbrás oferece outras opções para os turistas idosos e de outras faixas etárias. “No Clube de Turismo, são mais de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no exterior. Então, as pessoas podem montar o pacote de acordo com o passeio que de-sejar: praia, cidades históricas e culturais, passeios religiosos. Procuramos atender diversos segmentos do mercado e com es-pecial atenção para o público acima de 60 anos”, ressalta Jorge Machado.

Não é só o setor privado que tem de-dicado especial atenção a esse nicho de mercado. De acordo com o Ministério do Turismo, há previsão de que a partir do segundo semestre deste ano os aposenta-dos poderão utilizar o crédito consignado a juros baixos e pacotes promocionais para viajarem pelo Brasil. Além dessa iniciativa, o ministério promove outras práticas para viabilizar a participação da terceira idade no turismo, como a realização de palestra sobre turismo e acessibilidade, enfocando a necessidade de eliminação de barreiras ar-quitetônicas e ambientais para promover o acesso do idoso aos benefícios da atividade turística; apoio técnico e financeiro a orga-nizações da sociedade civil para realização de eventos que tratem da questão deles no turismo; apoio e participação em eventos técnicos de temática voltada para questões relativas ao idoso, entre outras.

PARA VIVER MAIS E MELHORO turismo é um grande parceiro na

melhoria da qualidade de vida. Aliado a outras atividades que proporcionam bem-estar, fazer passeios turísticos é um dos principais desejos daqueles que se encontram na chamada melhor idade. Foi o que confirmou a pesquisa da Fundação Perseu Abramo, em que 35% dos entrevistados afirmaram que viajar/passear é a atividade que mais gostariam de fazer no tempo livre.

“As práticas que envolvem o turismo devem fazer parte da ‘vida saudável’ das pessoas em todas as faixas etárias, principalmente daquelas acima dos 50 anos, pois ajudam a integrá-las socialmente”, explica o geriatra da Sociedade Brasileira

de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Marco Pólo Dias Freitas.

Quanto a utilização da terminologia habitualmente utilizada para classificar esse segmento, o médico considera aceitável dizer que as pessoas com 50 anos ou mais se encontram na “melhor idade”, mas com uma ressalva: desde que tenham se preparado para isso.

Além das práticas turísticas, há outras atividades que fazem bem para qualquer faixa etária. Para quem não gosta ou não tem condições de visitar outros lugares, Freitas dá a receita: “Se cuidar, além da prevenção da doença, requer a promoção da saúde, ou seja, um conjunto de medidas capazes de diminuir e até mesmo evitar que haja algum agravo à saúde.” Dentre as medidas mais conhecidas, estão: caminhada de pelo menos 30 minutos, no mínimo cinco vezes por semana; fim do tabagismo; diminuição ou interrupção do consumo do álcool; ingestão diária de pelo menos cinco porções de frutas ou verduras frescas e de quantidade adequada de líquidos; controle de doenças, se existentes, como hipertensão e diabetes; além do convívio social.

Segundo Freitas, a falta do convívio social está relacionada a um dos maiores males que a humanidade está enfrentando: a depressão. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a previsão é que, em 2010, a depressão ocupe o 1° lugar entre as doenças que causam a incapacidade humana. “A ausência de convívio social não é a principal causa de depressão, mas relacionar-se com outras pessoas pode ajudar bastante na recuperação da depressão”, conclui o geriatra.

OPÇÕES NÃO FALTAMHá viagens que, mesmo não reservadas

apenas às pessoas na “melhor idade”, são bastante procuradas por esse público. Novas alternativas de viagens como os cruzeiros marítimos ou os tradicionais destinos dos litorais, das serras e dos centros históricos estão entre os preferidos daqueles que buscam diversão, integração e tranqüilidade.CRUZEIROS – modalidade em expansão, os cruzeiros marítimos sempre foram ligados

III Encontro da Maior Idade da Bancorbrás

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VIAJAR FICOU MAIS FÁCIL

O baixo custo das passagens

aéreas para viagens interestaduais

tem facilitado o deslocamento de

todas as pessoas que desejam

viajar. Mais um grande reforço que

tem viabilizado o passeio da terceira

idade está previsto no Estatuto do

Idoso (artigo 40), que determina a

reserva de duas vagas gratuitas por

ônibus para as pessoas acima de 60

anos com renda igual ou inferior a

dois salários mínimos, ou desconto

de 50%, caso as poltronas estejam

ocupadas. Os interessados que não

conseguirem o benefício devem

procurar os postos de fiscalização

da Agência Nacional de Transportes

Terrestres (ANTT) nas estações

rodoviárias ou telefonar para a

Ouvidoria da Agência. O número é

0800 610300, e a ligação é gratuita.

DICAS PARA UMA BOA VIAGEM

•Viajar na baixa temporada, é um

período mais tranqüilo.

•Aproveite para praticar atividades

físicas.

•Verifique se a hospedagem es-

co lhida possui infra-estrutura ade-

quada.

a um estilo de vida luxuoso, reservado a poucos. Atualmente, tornaram-se a atração do momento. Com a popularização dos cruzeiros na costa brasileira, a classe média passou a ter acesso a uma opção de turismo até então muito restrita. A economia estável e o real valorizado facilitaram o acesso às viagens de navio, pois há cruzeiros que os preços são equivalentes aos de um pacote com viagem aérea e hotel.NATUREZA – em paz com o meio ambiente, o ecoturismo é uma atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem estar das populações envolvidas. Pela riqueza de ecossistemas e de biodiversidade, o Brasil é um lugar privilegiado para a exploração dessa atividade. Segundo a Embratur, o país oferece, aproximadamente, 100 pólos de ecoturismo, divididos nas cinco regiões brasileiras. Além de apreciar a natureza o turista também pode praticar os eco-esportes que cada localidade permite praticar.RELIGIÃO – o turismo religioso é caracterizado pelas atividades turísticas decorrentes da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às religiões institucionalizadas. Neste ano, com a visita do papa Bento XVI ao Brasil,

cidades do interior de São Paulo – a exemplo de Aparecida do Norte (onde se localiza o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida) e Guaratinguetá

(cidade natal de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro) – alavancaram a economia do turismo local e aumentaram as receitas das agências de viagens e de outras empresas do setor. A estimativa em torno turismo por conta da visita do papa era a movimentação de R$ 60 milhões na capital paulista, incluindo a viagem a São Paulo de fiéis católicos de todos os estados do Brasil e também de países latino-americanos. Com pouco mais de 36 mil habitantes, a cidade de Aparecida do Norte é o maior pólo de turismo religioso do país e atrai cerca de 8 milhões de romeiros todos os anos.REGIONALISMOS – o turismo cultural é motivado pela busca de informações; de novos conhecimentos; de interação com outras pessoas, comunidades e lugares; da curiosidade cultural relativa aos costumes, tradição e identidade cultural. Esta atividade turística tem como fundamento o elo entre o passado e o presente, o contato e a convivência com o legado cultural, com tradições que foram influenciadas pela dinâmica do tempo, mas que permaneceram com as formas expressivas reveladoras do ser e fazer de cada comunidade. O turismo cultural abre perspectivas para a valorização e revitalização do patrimônio, do revigoramento das tradições, da redescoberta de bens culturais materiais

Sílvio de Melo (camisa 13), 54 anos, participa de competições no time da AABB Brasília

Geriatra aponta turismo como atividade que deixa vida mais saudável

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e imateriais, muitas vezes abafadas pela concepção moderna. Essa prática passa necessariamente pela questão da cultura local e regional e reforça a necessidade em compreender as suas peculiaridades, admirar a complexidade e estimular a participação da comunidade.

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Agora é só fazer

as malas!

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por Nava Soares

UMA DROGA QUE

Enaltecida nos anos 60 durante o mo-vimento da contracultura, a maconha, nome popular da Cannabis Sativa, entrou no cotidiano de pessoas libertárias, os ditos hippies, que adotavam um estilo de vida nômade e reprovavam diversos valores sociais tradicionais como parte de um estado opressor e sem le-gitimidade. O desacordo com os valores da classe média da época gerou músicas, confrontos, mo-das, rebeldia e disseminou o uso da droga como forma de protesto e fuga da realidade repressora.

A substância ativa da maconha, o te-trahidrocanabinol (THC), pode variar em quantidade de acordo com a qualidade do solo, o clima local, a estação do ano e até

mesmo com base nas formas de cultivo e colheita da planta, o que significa que há folhas com maior concentração do princí-pio ativo do que outras. Isso não significa que a percepção do efeito sobre o usuário será diretamente proporcional a essa con-centração.

O senso comum tende a classificar a maconha como uma droga branda, de poucos e suaves efeitos colaterais. Essa impressão, causada em boa parte por conta do uso “festivo” da droga em

décadas passadas, vem sendo des-construída por algumas cons-

tatações científicas. Uma pesquisa divulgada em

abril nos Esta-dos Uni-

SAÚDE

dos concluiu que a erva está mais potente do que anos atrás. Na droga comer-cializada naquele país, o nível de THC subiu de uma média de 3% em 1996 para 8,5% atualmente. A informação é parte de um acompanha-mento que vem sendo realizado pela Universida-de do Mississipi desde 1975, e que já analisou mais de 60 mil amostras da planta. Em 2004, a União Européia também consta-tou evolução semelhante na erva cultivada na região.

Os resultados da observação do com-portamento dos usuários apontam para uma nova dinâmica no mercado de venda da droga, isso porque o consumidor tem procurado um produto que possua um ní-vel de potência que permita efeitos mais intensos.

Além disso, outras formas de pro-cessamento da erva fazem a droga mais forte, como é o caso do haxixe, no qual a preparação utiliza apenas os brotos fê-meos, que concentram até 15% de THC, que podem se aproximar dos 30% com sua destilação. Existem ainda apresenta-

NÃO SAI DE CENA

EUA e União Européia constata-ram aumento na concentração do princípio ativo da droga

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trar em crise de pânico, perde o equilíbrio psíquico e o eixo de sua percepção tátil, auditiva, gustativa”, explica Andréa Maga-lhães, médica coordenadora do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Brasília.

Já a abstinência é caracterizada por sintomas como irritabilidade, nervosismo, inquietação, fissura (vontade moderada a incontrolável de consumir a droga), sinto-mas depressivos, insônia, falta de apetite e dores de cabeça.

A alta aceitação, o baixo custo e a to-lerância social da maconha fazem com que esta seja a porta de entrada para outras drogas. A classificação nacional aponta a cannabis sucedida pela cocaína, o LSD e a heroína na escala de consumo. “Não exis-tem regras [para impedir o consumo], o importante é que os pais se aproximem de seus filhos e entendam como funciona seu comportamento social em casa e na esco-la. Drogas de abuso são ofuscadas mesmo no atendimento clínico. A experiência do

A maconha dos hippies libertários ganha ver-sões que potencializam seu efeito e tiram a fal-sa impressão de droga leve. Pesquisa feita nos maiores municípios bra-sileiros demonstra que 8,8% dos entrevistados já usaram a droga, mas quase ninguém admite ser dependente.

ções híbridas, resultantes de processos de engenharia genética e cultivo

em estufa com cuidados es-peciais, que também

potencializam os te-ores do princípio. Desses tipos, o mais conhecido

é o skunk (pronun-cia-se skank).

Segundo es-tudo promovi-do pelo Centro Brasileiro de In fo rmações sobre Drogas Psicotrópicas

(CEBRID), da U n i v e r s i d a d e

Federal de São Paulo (Unifesp), que,

em 2005, fez um levantamento sobre uso de drogas psicotrópicas nos 108 maio-res municípios do Brasil, a maconha é a droga ilícita mais usada e mais acessível. Dos entrevistados, 8,8% já haviam usado a cannabis alguma vez na vida, porém apenas 1,2% desse percentual se consi-derava dependente. A maior incidência está concentrada no Sul e Sudeste, as regiões brasileiras de maior concentração de renda.

Uso pode afetar coordenação motora, memória, concentração, capacidade visual e pensamento abstrato

EFEITOSO uso da maconha ocasiona efeitos

neurológicos, reprodutivos, psiquiátricos. A substância química presente nessa droga pode provocar diminuição da coor-denação motora, alteração da memória e da concentração, da capacidade visual do usuário e de seu pen-samento abstrato. As mudanças rápidas de humor que parecem atrativas no início podem evoluir para atingir estágios de depres-são e ansiedade, ataques de pânico e mudanças de persona-lidade, delírios ou alucinações e, em al-guns casos, podem culminar em suicídio.

Diferente das drogas estimulantes, a maconha provoca queda no apetite sexu-al e decréscimo nos níveis de satisfação. Nas mulheres, altera o ciclo menstrual e pode causar infertilidade. O nível de tes-tosterona no corpo masculino pode so-frer uma baixa de até 60% em relação aos níveis normais, e uma diminuição considerável no número de espermato-zóides.

A variação dos efeitos depende do grau de torpor causado no cérebro. “O quadro de intoxicação aguda causada por maconha pode provocar fuga de idéias. O usuário nesse estágio confunde presente, passado e futuro, fica paranóico, pode en-

trtrtrtrtrtrtrtrrtrararararararararaaa e ee m mm crissse e e dededeeee p pp p pppânâââââ ico, pererrrdededede o eeeeeeeququququququuququququililiilililíbíbíbíbíbíbriririr o o o psssssíqíqíqíqíquiuiuiuiuiuuu cccocc e ooooo eixo de sua percepçãoãã tttátátátáá ililililililll, ,,, ,, ,,auditiva, gustativa”, explica Andréa Magagagagaa-aaa-a-aalhães, médica coordenadora do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Brasília.

sileiros demmonstra que 8,8% dos enntrevistados já usaram a droga, mas quase ninguuém admite ssseeeer depennnnddddddeeeeeeeeeennttte.

ções híbbbb iiidd s, result tes dddddde ee prococccesesesessosoooos s s s sssções híbbrriridas, resultaantnnn es ica e cultivode engenharia genétcuidados es-em estufa com

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Uso pode afetar coordenação

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Helena Barros, coordenadora do programa.Desde o ano passado, está em funcio-

namento uma outra iniciativa de atendi-mento aos usuários da droga: o Disque-In-toxicação, operado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir do contato, a ligação é encaminhada para um dos 36 centros de atendimento toxico-

lógico espalhados por 19 estados. Após o contato, feito por meio de ligação gratuita, a chamada é transferida para o Centro de Informação e Atendimento Toxicológico (Ciat) mais próximo da região onde o usu-ário está. No caso do Amapá, Acre, Mara-nhão e Tocantins, a rede ainda não foi con-solidada. O serviço funciona todos os dias

da semana, em regime de plantão, presta auxílio de primeiros socorros e, em alguns casos, oferece atendimento presencial.

Baixo custo e tolerância social fazem com que maconha seja a porta de en-trada para outras drogas

Helena Barros, coordenadora do proDesde o ano passado, está em

namento uma outra iniciativa demento aos usuários da droga: o Dtoxicação, operado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). do contato, a ligação é encaminhaum dos 36 centros de atendimento

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por uma das 36 unidades da Rede Na-cional de Centros de Informação e As-sistência Toxicológica (Renaciat).

OUTROS ATENDIMENTOS PÚBLICOS:

Centro de Informação e Atendimento Toxicológico de Brasília: (61) 3225-6512

Centro Psicológico do Hospital Uni-versitário de Brasília(61) 3225-6512

Grupo de Dependentes Químicos(61) 3448-5434

SERVIÇOS:SenadA Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) oferece atendimento para a população por meio do telefone 0800-5100015. Profissionais de recursos hu-manos, saúde ocupacional e segurança do trabalho tiram dúvidas sobre o uso de drogas. O usuário não precisa se identificar, e o serviço é oferecido em dias úteis das 8 às 20 horas

Disque-Intoxicação: Serviço oferecido pela Agência de Vigilância Sanitária (An-visa). Pelo número 0800 – 7226001, o usuário é atendido

médico é que ajuda no diagnóstico: nin-guém diz no pronto socorro que está se sentindo mal porque se entorpeceu de ma-conha”, acrescenta Andréa.

TRATAMENTOA política de atendimento do Ministério

da Saúde para os usuários é realizada por meio dos Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Outras Drogas (CapsAD). Atualmente, estão em funcionamento 138 unidades em todo o País. Recentemente, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, manifestou o interesse em ampliar o atendi-mento para a rede de hospitais.

No caso da Secretaria Nacional Anti-drogas, o auxílio à população é realizado por meio de uma central telefônica. O Viva Voz é um projeto de cunho preventivo, realizado pela secretaria, que presta atendimento para o uso de maconha e outras substâncias psi-cotrópicas. “Para as chamadas que recebe-mos da população, oferecemos informações sobre drogas, orientamos quanto aos efeitos no organismo e oferecemos uma intervenção no modelo cognitivo-comportamental para os que são usuários. Temos atendido cerca de 2 mil usuários por mês, sendo que 25% desse número se dizem usuários de maconha, mui-tas vezes associada a outras drogas”, afirma

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Ação Junho2007 | 11

BANCO DO BRASIL

O Banco do Brasil (BB) está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho por práticas de terceirização que contrariam a legislação trabalhista. A investigação está sendo conduzida pela Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) da 10ª. Região (Distrito Federal e Tocantins).

“Abrimos uma nova investigação para

apurar denúncia de que o BB estaria en-tregando atividades, no processo de re-estruturação que se inicia agora, que não poderiam ser terceirizadas”, informou Rodrigo Carelli, procurador do trabalho e coordenador nacional de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho.

Esta não é a primeira vez que o BB é alvo de investigação no Ministério Públi-

TERCEIRIZAÇÃO no setor bancário

por Paulino Motter

Banco do Brasil na mira do Ministério Público do Trabalho por desrespeitar legislação trabalhista

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12 | Ação Junho2007

co do Trabalho por terceirização ilícita e desvio de função. Ao todo, existem 17 procedimentos envolvendo o Banco em andamento na PRT da 10ª. Região, entre representações, inquéritos civis, ações civis públicas e acompanhamento de termos de ajustamento de conduta.

A mais antiga é uma ação civil pú-blica ajuizada em 2000 e a mais recente é uma representação encaminhada pela PRT da 15ª Região (Campinas – SP), que originou um procedimento investigató-rio aberto no dia 16 de março de 2007, em Brasília, que está sendo conduzido pelo Procurador Fábio Leal Cardoso, da Coordenadoria Nacional de Combate a Fraudes Trabalhistas na Administração Pública.

Com a apuração de prática de ter-ceirização ilícita, que poderá resultar no ajuizamento de uma nova ação civil

pública, o BB se junta a uma ex-tensa lista de instituições finan-ceiras que enfrentam problemas com a Justiça do Trabalho por terceirizar atividades próprias do segmento bancário, o que se constitui fraude à relação de tra-

balho. Já foram con-denados em primeira instância os bancos Bradesco, Unibanco, Sudameris, Boston (comprado pelo Itaú), Real/ABN-AMRO e Panamericano.

“Os bancos estão recorrendo às instâncias superiores da Justi-ça do Trabalho, mas é importante destacar que, como não há efei-to suspensivo, estamos pedindo o cumprimento imediato das decisões”, informou Carelli. Entre os bancos esta-tais, a Caixa Econômica Federal (CEF) já foi alvo de uma ação proposta pelo Mi-nistério Público do Trabalho. A institui-ção preferiu, no entanto, antecipar-se à decisão e fez um acordo judicial. Desde então, passou a respeitar a legislação que regulamenta a terceirização.

OFENSIVA SINDICALCoincidindo com a inves-

tigação aberta pelo Ministério Público do Trabalho, a Confede-ração Nacional dos Trabalhado-res em Empresas do Ramo Fi-nanceiro (Contraf) iniciou uma campanha de denúncia contra o processo de terceirização de serviços no BB. No último dia 10 de maio, representantes da entidade e de sindicatos de bancários entregaram um do-cumento sobre a terceirização no Banco do Brasil ao minis-tro do Trabalho, Carlos Lupi, que se dispôs a intermediar as negociações entre as organiza-ções sindicais e a Diretoria do Banco.

“O BB está terceirizando

atividades-fins, como o manuseio de valores e o processamento de docu-mentos. É uma terceirização ilegal, que está documentada pela Contraf”, acusa Marcel Barros, presidente do Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista e coordenador da Comissão de Empresa.

Bancários entregaram docu-mento sobre a terceirização no Banco do Brasil ao ministro do Trabalho

Marcel Barros acusa BB de terceirizar atividades-fins, como manuseio de valores e o processamento de documentos

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O procurador Rodrigo Carelli acredita que a precariza-ção do trabalho se dá tanto pela redução dos direitos quanto pela quebra do coletivo da categoria

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Ação Junho2007 | 13

Para procurador, terceirização deve se restringir a atividades periféricas

Para sustentar a denúncia, ele cita um contrato de prestação de serviços, no valor de R$ 26 milhões mensais, cele-brado entre o Banco do Brasil e a Cobra Tecnologias S.A, com vigência até no-vembro, podendo ser prorrogado por até 60 meses. Seu objeto é a prestação de serviços de processamento eletrônico de envelopes (PEE). Entre outras atividades terceirizadas por meio deste contrato estão o processamento de numerários e documentos e a digitalização de cartões de autógrafos.

A outra face da terceirização é a pre-carização do trabalho. De acordo com o representante da Confraf, o salário-base pago pela Cobra aos empregados tercei-rizados é de R$ 470,00 – pouco mais de um salário mínimo e menos da metade do salário inicial no Banco do Brasil, de R$ 1.100,00, ao qual são acrescidos

BB NEGA AUMENTO DE TERCEIRIZAÇÃO

benefícios. Mas o impacto negativo da terceirização não se restringe ao acha-tamento do salário. “A precarização do trabalho se dá tanto pela redução de di-reitos quanto pela quebra do coletivo da categoria. A terceirização divide os tra-balhadores em várias categorias e, com isso, a luta pelos seus direitos perde for-ça”, explicou Rodrigo Carelli.

Terceirizações lesivas aos direitos dos trabalhadores se tornaram tão dis-seminadas no País que o Ministério Pú-blico do Trabalho criou uma força-tarefa

para combater esse tipo de fraude nas relações de trabalho. À frente dessa iniciativa, Carelli aponta o setor bancá-rio como campeão de

práticas fraudulentas na terceirização de serviços. “Esse tipo de desvio ocorre em todos os ramos da economia, mas vem acontecendo com maior freqüência na área financeira”, acusou.

LIMITES LEGAIS À TERCEIRIZAÇÃOA legislação brasileira permite a

terceirização. Em que circunstâncias, portanto, essa prática pode constituir fraude? Para o Ministério Público do Tra-balho, a terceirização deixa de ser lícita quando constitui uma fraude ao próprio instituto da terceirização. O procurador Rodrigo Carelli explica: “Terceirização é a entrega de atividades periféricas e especializadas para a sua realização de forma autônoma por empresa com reco-nhecido conhecimento na área. Se não se encaixa nisso, causa fraude à relação de trabalho. Torna-se algo camuflado, com o objetivo escuso de fornecimento de mão-de-obra, geralmente em detri-mento dos direitos dos trabalhadores.”

A distinção entre “atividades perifé-ricas” e “atividades-fins” é fundamental para determinar se a terceirização é lí-cita ou fraudulenta. Serviços de manu-tenção, limpeza, segurança e transporte são exemplos de atividades periféricas no setor bancário. Podem, portanto, ser terceirizadas. Por exclusão, as ativida-des-fim incluem tudo o que se relacio-na diretamente com o serviço bancário, propriamente.

O gerente-geral da Unidade de Suporte

Operacional do Banco, Pedro Vieira, conside-

ra que as recentes medidas “estruturantes”

apresentadas pelo BB não têm como objetivo

central a terceirização, mas “a centralização

dos processos em busca de maior eficiência

operacional”.

Ele reconhece, no entanto, que existem fa-

tores motivadores para a terceirização. “Um

deles é o econômico, mas é preciso que haja

a combinação de outras variáveis, como a

qualidade dos serviços, a confiabilidade do

fornecedor ou do parceiro e a abrangência.

A terceirização não é, portanto, um objetivo

em si mesmo, mas uma ferramenta, e, por

isso, precisa de cuidados e critérios”. Vieira

argumentou que há atividades estratégicas,

como gestão de caixa, tesouraria e análise

de crédito - que não podem e não devem ser

terceirizadas.

Em relação às denúncias da Contraf – de

que o BB estaria praticando terceirizações

fraudulentas –, Pedro Vieira afirmou que “o

Banco utiliza-se da prática de terceirização

com a estrita observância dos preceitos le-

gais que regem a matéria, preservando o inte-

resse estratégico do conglomerado, no senti-

do de privilegiar a realização das atividades

relacionadas à sua missão institucional por

funcionários do seu quadro próprio”.

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14 | Ação Junho2007

PAN

Além do Vôlei e do Futebolpor Mariana Jungmann

Os jogos Panamericanos começam em julho. Neles o Brasil vai participar de competições em esportes pouco conhecidos. Quais são nossas chances e quem são os atletas que vão defender a bandeira verde e amarela?

que participamos, mas não acredito em chance de medalha”, diz Nelson Siqueira, presidente da Confederação Brasileira de Hóquei. Até começarem as obras para o Pan, não existia sequer um campo oficial desse esporte para que a seleção brasileira pudesse treinar. “Agora é que está sendo criada essa estrutura. Geralmente o hóquei sobre grama é jogado em campo sintético de futebol”, completa Siqueira.

Os dois esportes aliás, têm muito em comum. As marcações no campo são parecidas e a pontuação também é marcada por gols. Além disso, no hóquei, o adversário mais forte que o Brasil vai en-contrar também é a Argentina. A diferença fica por conta dos tacos de carbono ou de madeira e do disco, que chega a atingir a velocidade de 110 quilômetros por hora. O jogador mais experiente e provável capitão da equipe masculina, Oliver Höck, explica

que o esporte é também muito seguro. “É menos perigoso jogar hóquei que futebol. Não acontecem carrinhos ou faltas

graves, preza-se sempre a segurança do atleta.”

Outro desconhecido dos brasileiros que vai aparecer neste Pan é o badminton, uma espécie de tênis jogado com peteca. “É um esporte muito ágil. A ‘bola’ mais rápida chega a 330 km/h numa quadra pequena. Isso exige muito reflexo e agilidade”, explica Lucas Araújo, um dos integrantes da equipe brasileira. O atleta, que faz faculdade de Economia na Universidade de Campinas (Uni-camp), abriu mão de trabalhar para treinar seis vezes por semana, três horas por dia. “Para quem vai ver o esporte pela primeira vez, é legal observar as jogadas de ataque, que lembram as cortadas do vôlei”, ensina.

Como o badminton pode ser jogado individualmente, em dupla ou dupla mista, a equipe

Grande parte das modalidades não é praticada profissionalmente no Brasil

Lucas Araújo divide os treinos de badminton com a faculdade de Economia

Se você gosta de esportes, certamente irá acompanhar os Jogos Panamericanos no Rio, que começam em julho. As moda-lidades mais conhecidas provavelmente são vôlei, futebol, iatismo, mas, como país sede, o Brasil participa de muitas outras competições das quais tem pouca ou nenhuma experiência, como hóquei sobre grama, badminton, ginástica de trampolim. Mesmo que não conheça e não se importe com esses esportes ao longo da vida, pro-vavelmente você vai torcer pelos atletas brasileiros quando eles estiverem dispu-

tando medalhas no Pan.

A maio-r i a desses

esportes não é jogada profis-

sionalmente no Brasil. Por isso, a chance

de conquistarmos medalhas é baixa.

“Essa é a competição mais importante de

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14 | Ação Junho2007

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brasileiros quando eles estiverem disptando medalh

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Arquivo pessoal

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Ação Junho2007 | 15

deverá ser composta por oito esportistas, que sofrem com a falta de contato durante os treinamentos, uma vez que as equipes feminina e masculina trabalham separa-damente, em dois centros: Porto Alegre e Campinas, respectivamente. Apenas a jogadora Mariana Arimori treina com o time masculino, por falta de apoio financeiro para ir morar no Rio Grande do Sul. Mas a expectativa é que a distância não atrapalhe o entro-samento dos atletas. “Eu e o Luiz de França [treinador da equipe masculina] estamos sempre em contato e nos encontramos sempre em competições”, conta Vera Mastrascusa, técnica da equipe feminina. Para ela, “quem treina pra jogar em dupla, sabe jogar em

dupla com qualquer parceiro”.

PATROCÍNIOA falta de financiamento

é um dos complicadores que os atletas desses

esportes en-frentam. Ape-sar de conta-rem com ajuda da Lei Agnelo/

Piva, que destina 2% da arrecadação das

loterias federais para os co-

mitês olímpico e paraolímpico brasileiros, o esporte ainda enfrenta grandes dificul-dades para obter recursos. As exceções ficam por conta dos tradicionais futebol, vôlei, ginástica e alguns esportes quando estão em alta – como já foi o caso do tênis com Gustavo Kuerten e agora é o do iatismo com Robert Scheidt. Por causa dessa falta

de recursos, os atletas do badminton e do hóquei sobre grama, por exemplo, não podem se dedicar exclusivamente aos treinos. “Na seleção, ninguém vive do hóquei e todos têm outras profissões”, lamenta Nelson Siqueira.

Dos esportes que não contam ainda com nomes famosos, a ginástica de tram-polim é um dos poucos que pode contar com um bom patrocínio. Há pouco tempo, a modalidade conseguiu o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal e, assim, a representante do Brasil nessa modalidade no Pan, Giovana Bastos, de 17 anos, pode apenas treinar e estudar. Até o ano pas-sado, os recursos eram concentrados na ginástica artística de Daiane dos Santos e Daniele Hipolyto.

Para acompanhar os jogos de

badminton com alguma compre-

ensão, saiba que o esporte nasceu

na Inglaterra no século XIX. A qua-

dra de jogo é fechada e dividida

por uma rede que fica a 1,55 metro

do chão. A peteca pesa apenas 5

gramas e é rebatida por raquetes,

mais ou menos como as do tênis.

A diferença é que no badminton,

se a “bola” cair no chão, é ponto

contra quem a deixou cair. A par-

tida é disputada em três sets de

21 pontos.

Já o hóquei sobre grama se

parece mais com o futebol. O

campo é de grama sintética sem-

pre úmida para facilitar o deslize

da bola e para diminuir o atrito

entre o jogador e a grama. São 11

jogadores em cada time e os gols

são feitos arremessando o disco na

rede com tacos de carbono ou de

madeira. O jogo tem dois tempos

de 35 minutos.

A ginástica de trampolim é

desenvolvida sobre uma cama

elástica, e os saltos são inspirados

na performance de trapezistas e

acrobatas. Apesar da proximidade

com os movimentos circenses, os

saltos obedecem a critérios muito

rigorosos e são avaliados segundo

o grau de dificuldade de execução

(posição de cabeça, pernas, braços,

postura). São três séries, sendo que,

na primeira, os ginastas devem

obedecer a dois requerimentos

obrigatórios e, nas duas últimas, a

escolha é livre. As duas primeiras

séries são classificatórias para a

última - final.

Atletas da ginástica de trampolim, como Giovana Bastos, ganharam patrocínio da Caixa

Falta de financiamento é uma das maiores dificuldades en-frentadas pelos atletas

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O Banco do Brasil parece continuar

esquecendo sua função social de

patrocinador. Agora, no Pan, só dois es-

portes brasileiros poderão contar com o

dinheiro do BB: o campeão mundial por

oito vezes no iatismo, Robert Scheidt,

e as consagradas seleções feminina

e masculina de vôlei. E, para piorar a

situação, em seu site, o Banco apre-

senta como únicos critérios de escolha

de seus patrocinados agregar valor e

rejuvenescer a marca. Em nenhum mo-

mento a função de recuperador social

do esporte é lembrada. Nem tampouco

a obrigação de um banco público de

ajudar a erguer e revelar novos talentos

e esportistas iniciantes.

PARABÓLICA

ZERO E DEZ

O

É PRECISO REVER SEUS CONCEITOS

INCENTIVO AO ESPORTE

O Campeonato de Integração dos Fun-

cionários Aposentados do Banco do

Brasil (Cinfabb), promovido pela Fenabb,

teve mais um ano de sucesso. A 13ª

edição do evento foi realizada em Belo

Horizonte (MG), entre os dias 21 e 28

de abril. O Cinfabb reuniu 650 atletas de

todo o Brasil que, junto com o público

que foi prestigiar o evento, somou cerca

de 2000 pessoas por dia.

CONTRAF/CUT

INGENUIDADE OU VISTA GROSSA?

A Contraf/CUT tem defendido incondicionalmente o governo do presidente ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva. Na nota paga

que publicou no Correio Braziliense de 7 de maio, a Confederação critica violentamente o novo pacote de medidas anunciado pelo

BB, mas parece esquecer que o presidente do Banco do Brasil é subordinado ao Governo Federal e insinua que a direção do BB

agiu por conta própria. E diz: “a redução de postos de trabalho, demissões e terceirização de serviços não tem sido o discurso do

atual governo – e não é o que outras empresas públicas estão fazendo, inclusive a Caixa Econômica Federal, que estão acabando

com a terceirização”. Será que é tudo verdade?

BB E BESC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva

confirmou ontem que o governo desistiu

de privatizar o Banco do Estado de Santa

Catarina (Besc). ‘O Banco do Brasil vai

comprar o Besc e ele vai fazer parte da

rede do BB’, disse Lula. O processo de

incorporação do Besc, segundo uma fonte

do governo, será concluído até o fim do

primeiro semestre de 2007.

O Estado de S. Paulo - 09/05

CONTINUAÇÃO DA ERA FHC?

Na audiência pública da Câmara que

debateu o pacote do banco, no dia 23 de

maio, o Diretor Juracy Masiero causou

um certo constrangimento no plenário ao

admitir que o programa de reestruturação

nada mais é do que a continuação de um

processo que teve início em 1994, ou seja,

no governo FHC.

FALA MAIS, VAI!

Ainda na audiência, os deputados ficaram

surpresos com tamanha economia de

Masiero. Dos 10 minutos que lhe foram

concedidos para explicar a reestruturação,

foram utilizados escassos dois minutos.

Será que os deputados conseguiram en-

tender tudo?

16 | Ação Junho2007

MAIS COMPRAS

Corre pelos corredores da Direção Geral do

Banco do Brasil a informação de que o BB

tem intenção de comprar outros bancos

estatais. Depois do Besc, a Nossa Caixa do

governo paulista deve ser o próximo alvo.

E as aquisições não devem parar por aí.

Dizem que a intenção é comprar todas as

instituições que estiverem à venda

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a nota paga

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reção do BB

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BANCO DO BRASIL

NOVO PACOTE DO BB

No Encontro Nacional dos Funcionários do

Banco do Brasil, que tratou unicamente do

último pacote do Banco, no dia 26, em Bra-

sília, o presidente da ANABB, Valmir Camilo,

lembrou a alguns membros da comissão de

empresa, uma parábola bastante conhecida.

“Dois homens pescavam e de repente se

surpreenderam com um bebê descendo a

correnteza do rio. Saltaram na água para

salvá-lo. No momento seguinte, uma outra

criança descia o rio e também foi salva. Para

a surpresa dos dois, uma terceira criança

começou a descer a correnteza, foi quando

um dos homens tomou a seguinte decisão:

enquanto eu salvo a criança, você vai lá em

cima cuidar de quem está jogando as crian-

ças no rio.“ Os dirigentes sindicais petistas

precisam cuidar de quem está jogando o

funcionalismo na rua. Ou eles não elegeram

o presidente da República?

Page 17: Ação Junho2007 1 - ANABB · 2007. 6. 14. · Ação Junho2007 | 3 CARTA DO PRESIDENTE Eu tenho uma cunhada que sempre surpreendia as visitas com mudanças na ordem dos móveis e

Ação Junho2007 | 17

NO MUNDO DAS AÇÕES

A oferta secundária de ações de emissão da Usiminas feita pela

Vale do Rio Doce e pela Previ movimentou R$ 2,069 bilhões.

Foram emitidas 18.809.159 ações ordinárias a R$ 110,00 cada, o

que representa 38,3% do capital da companhia. A venda faz parte

do processo de reestruturação societária da siderúrgica.

Gazeta Mercantil - 08/05

MEMÓRIA

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DO BB

Em 2000, o governo encomendou relatório

sobre as instituições financeiras públicas

federais à consultoria Booz-Allen & Hamil-

ton para mostrar que essas instituições

não são competitivas e devem mudar

estrategicamente. Entre as propostas es-

tava a privatização. Diante disso, a ANABB

encomendou trabalho ao professor Alberto

Matias, economista da USP, que fez análise

MARAVILHA

Mais perto da linha de chegada, os cariocas

estão intensificando a mobilização para eleger

o Cristo Redentor como uma das Novas Ma-

ravilhas do Mundo. Segundo os promotores

da campanha “Vote Cristo. Ele é uma Ma-

ravilha” a inclusão do monumento na lista

poderá gerar um incremento de 20% nos

5,4 milhões de turistas estrangeiros que

visitaram o Brasil em 2006. Pelos dados

da Embratur, 33% dos visitantes

estrangeiros – ou seja, 1,7 milhão

– foram ao Rio.

Informe Econômico

– Zero Hora -

11/05

PROBLEMAS COM O SISTEMA

Tanto alarde foi feito a respeito do superávit da Previ e a pro-

posta demorou a ser colocada para votação. A justificativa

é que a Caixa de Previdência não tinha sistemas capazes de

fazer alterações do plano. Realmente, a Previ está precisando

da ajuda dos associados em como administrar seu dinheiro.

Investimento em tecnologia também é importante. Ou não?

técnica sobre o parecer e encontrou erros de

conceitos e fórmulas, além de imprecisões

técnicas. As informações levaram Matias a

classificar o relatório como cientificamente

inválido. O tema foi apresentado à socieda-

de durante o I Fórum Nacional de Debates

ANABB. Cópia do documento também foi

encaminhada para o Ministério da Fazenda

e à Presidência do Banco. O relatório Booz-

Allen foi parar na gaveta.

VIOLÊNCIA FINANCIADA

A facção criminosa Comando Vermelho

gastou R$ 135.580 para executar o ataque

que parou o Rio de Janeiro em 28 de dezem-

bro. A informação está nas oito folhas da

contabilidade da quadrilha apreendida pela

polícia, ontem, na Vila Cruzeiro. O dinheiro

foi retirado de um fundo que recolhe, men-

salmente, de R$ 11 mil a R$ 18 mil mensais

em cada uma das 52 favelas dominadas

pela organização.

Jornal do Brasil - 09/05

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NO CRAVO E NA FERRADURA

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PREVI

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No fim das contas, quem contri-buiu mais vai receber menos

PREVI

por Ana Cristina Padilha

A Previ continua apresenta-do consecutivos superávits e, com eles, várias modificações em seus planos de benefícios. Podem ser citadas como exemplos as últimas propostas apresentadas por seus dirigentes, como a suspensão das contribuições por um ano, a aposentadoria antecipada para as mulheres, entre outras. No entanto, algumas coisas não mudam: a Parcela Previ (PP), por exemplo, continua lá, irredutível. É claro que a PP tem perdido força. Antes era

Fundo reduz cobrança

para quem se aposentou

antecipadamente, mas

cria distorção entre

participantes

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por Ana Cristina Padilha

presenta-

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assunto são direcionadas àqueles que optarem pela aposentadoria antecipada. Estipulou-se que, caso o funcionário faça esta opção, terá a Parcela Previ reduzida proporcionalmente ao período de tempo que contribuiu para a Previ, se este tempo for inferior a 30 anos.

Na teoria, essa seria uma medida para beneficiar o associado, uma vez que, tendo uma PP menor, haverá uma comple-mentação da Previ maior, pois o valor da complementação do benefício é calculado pelo valor total ao qual o aposentado teria direito menos o valor da PP.

Mas, na prática, com-parando os números, a proporcionalidade é difícil de compreender, pois gera incoerência nas contas. O cálculo é feito da se-guinte forma: divide-se o valor da PP (atualmente em R$ 1.468,21) por 30 anos (tempo de contri-buição necessário para aposentadoria integral). Multiplica-se o resultado pelos anos de contribui-

ção. Aí está a diferença: o cálculo não é feito com base nos anos trabalhados e sim nos anos contribuídos para a Previ, o que leva a uma conta inversa:

quem contribui mais, terá uma PP maior do que quem contribuiu menos.

Exemplificando, uma pessoa que contribuiu para a Previ por 25 anos e opta pela aposentadoria antecipada, terá a PP reduzida para R$ 1.223,50. Caso outro funcionário que tenha contribuído por 28 anos opte em se aposentar, terá a PP reduzida para R$1370,32. No fim das contas, quem contribuiu mais vai receber menos.

Para o presidente da ANABB, “com

Parcela foi criada em 1997 para substituir o teto do INSS no cálculo das aposentadorias

motivo de achatamento dos benefícios dos as-sociados, mas passou a não incomodar mais quando foi reduzida em 2005.

A ANABB, após analisar os prós e contras da PP, até sugeriu que ela fosse extinta, o que não ocorreu. “A Parcela Previ acabou virando um ‘monstrengo’ sem utilidade. O que deve ser questionado é o porquê da existência de um valor de referência que já não funciona mais para o fim a que foi criado”, afirma o presidente da ANABB, Valmir Camilo, também conse-lheiro deliberativo eleito da Previ.

A Parcela Previ foi criada como valor de referência para cálculo da complementa-ção da aposentadoria de seus associados em substituição ao teto do INSS. Isso foi necessário porque havia, na época, inseguranças em relação à reforma da previdência oficial. No entanto, as dúvidas de redução brusca do teto do INSS não se consumaram. Para Camilo, já se passou da hora de rever esta regra.

Camilo, em julho de 2005, publicou carta no jornal Ação defendendo o fim da parcela. Para ele, “é preciso recuperar a lógica e sair da armadilha. Um fundo de previdência complementar existe para garantir complemento da aposentadoria. Os parâmetros serão sempre fixados pelo

fundo, e as premissas não podem ser de-finitivas: devem ser alteradas sempre que forem necessárias mudanças, para que ele continue complementando integralmente os benefícios”.

PROPORCIONALIDADE DA PPNo entanto, a Previ não só manteve

a PP como propôs, agora em 2007, uma nova regra para ela. Trata-se da Proporcionalidade da Parcela Previ. As novas mudanças estabelecidas sobre o

Valor de referência não funciona mais para o fim a que foi criado, diz presidente da ANABB

a instituição da proporcionalidade da PP, será criada uma nova forma de desigual-dade”. Ele acrescenta que “parece que não quiseram acatar a idéia da ANABB e estão inventando soluções para a PP que não levam a lugar nenhum. Pelo contrário, provocam contas absurdas”.

O QUE A ANABB SUGEREPara a ANABB, a melhor maneira de

se livrar da Parcela Previ é realmente acabar com ela, substituindo-a por uma nova regra.

A Previ paga, juntamente com os complementos de benefícios dos apo-sentados, a parcela de responsabilidade da previdência oficial. Logo, ela sabe quanto cada um recebe da previdência oficial. Então, defende Camilo, “basta

achar a média dos benefícios pagos pela previdência oficial e fixar este valor, em 1º de junho de cada ano, como ‘valor de referência para contribuição’. Assim, no momento da aposentadoria, o que vai definir o complemento integral (ou não) é o tempo de contribuição para o próprio fundo e não as regras da previdência oficial”, sugere. Camilo explica que, se o aposentado for receber da previdência um valor maior que o “valor de referência para contribuição”, ele receberá um com-plemento menor da Previ. Se for receber da previdência um valor menor que o “valor de referência para contribuição”, ele receberá um complemento maior da Previ.

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Valmir Camilo questiona a existência da Parcela Previ

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A Parcela Previ (PP) é uma espécie de valor de referência, criado em 1997 pela Previ, para substituir o teto da previdência oficial (INSS) no cálculo das aposentadorias de quem se desligou do Banco após essa data. Sua criação representou o marco do achatamento das complementações de aposentadorias dos funcionários do Banco do Brasil. Isso porque a PP passou a representar um valor fixo em substitui-ção ao valor variável pago pelo INSS aos aposentados. No início, o valor da PP era equivalente ao teto do INSS (R$ 1.030), ou seja, quem cumprisse todos os requisitos do regime geral de previdência não sofria com a mu-dança. Os problemas apareceram a partir dos reajustes. Enquanto o teto do INSS era reajustado pelo INPC, a Parcela Previ era reajustada anualmente, em junho, pelo IGP-DI. Os associados da Previ viram, então,

seus benefícios serem achatados.A partir de junho de 2004, o indexador atu-arial que reajusta a PP passa a ser o INPC, acompanhando a mudança no reajuste dos benefícios dos aposentados.

COMO ERA ANTESAntes da criação da Parcela Previ, o cálculo da complementação era atrelado ao INSS. O valor do benefício era estabelecido da seguinte forma: calculava-se o valor total ao qual o aposentado teria direito (média das 36 últimas contribuições, multiplicada por 1,25, aplicando a proporção de 1/30 para cada ano de participação do empregado no fundo) e subtraía-se o valor pago pelo INSS. Assim, a Previ arcava, integralmente, com o complemento.

APÓS A CRIAÇÃO DA PPCom a criação da PP, os benefícios pagos à Previ passaram a ser estabelecidos da

seguinte forma: calculava-se o valor total ao qual o aposentado teria direito (média das 36 últimas contribuições multiplicada por 1,25, aplicando a proporção de 1/30 para cada ano de participação do empregado no fundo) e subtraía-se o valor da PP – e não mais do benefício pago pelo INSS.

Como o valor da Parcela Previ foi au-mentando muito mais do que o valor do benefício do INSS, que teve, ainda, uma redução maior, fruto da aplicação do Fator Previdenciário, os aposentados da Previ ficaram prejudicados pela mudança.

REDUÇÃO DA PPEm maio de 2006, os associados da Previ votaram pela redução da PP de R$ 2.200,02 para R$ 1.468,21. A implantação da nova Parcela Previ proporcionou também a revisão dos benefícios concedidos a partir de 24 de dezembro de 1997.

ENTENDA A PP

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Os bancos estão em primeiro lugar no ranking de registros de LER/Dort (lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) no País, se-gundo o Ministério da Previdência Social. De 2000 a 2005, R$ 981,4 milhões foram pa-gos em auxílio-doença a 25,08 mil bancários afastados do trabalho por doenças dessa natureza. Entre os bancários, em média, cada trabalhador permaneceu um ano e meio afastado. Somados, são 14,9 milhões de dias sem trabalhar. Incluem-se nas LER/Dort doenças de coluna, tendinite, bursite e síndrome do túnel do carpo, entre outras. Os distúrbios já são a segunda maior causa de doenças entre os trabalhadores do País.

A Previ concedeu o primeiro complemento de pensão por morte para companheiro homoafetivo. No caso, foi para uma mulher residente em São Paulo (SP). Desde a vigência do novo Regulamento do Plano de Benefícios 1, em 4 de maio de 2006, a Previ segue as decisões do INSS para concessão de benefícios a companheiros e companhei-ras do mesmo sexo, dentre outras situações. Para estender a medida aos participantes do Previ Futuro, a Previ aguarda a aprovação

PENSÃO PARA COMPANHEIRA

PROBLEMAS DE SAÚDE

A Federação dos Bancários do Paraná promoveu, no dia 4 de maio, um encon-tro com o presidente da Contec, Louren-ço Ferreira, presidentes de sindicatos e delegados sindicais da Contec do RS, PR e SC, além de representantes da própria federação nesses estados. O objetivo foi iniciar as discussões sobre a campanha salarial 2007/2008, começando, inclusi-ve, a elaborar a Minuta Nacional a esse respeito. O 5° Encontro Interestadual, que aconteceu em Curitiba, tomou, como base para as discussões, o índice de reajuste do salário mínimo, que foi de 8,57%.

CAMPANHA SALARIAL 2007/08

de mudanças no regulamento do plano pelo Banco do Brasil e pela Secretaria de Previdência Complementar. Diferentemente do que ocorre na Previ, no INSS não existe mais o registro prévio de dependentes, que deve ser solicitado após a morte do segurado. É imprescindível a comprovação do vínculo declarado pelo segurado para a concessão de pensão por morte. Como nos demais benefícios, a concessão do benefício pela Previ está condicionada ao do INSS.

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO

O Banco do Brasil concluiu a fase piloto do acordo operacional firmado com a Poupex para oferecer linhas de financia-mento imobiliário. A parceria permitiu ao BB antecipar a oferta do crédito imo-biliário para imóveis no Distrito Federal, enquanto se prepara para operar com linha própria. No início de abril, o BB passou a atuar também nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além dos demais estados da região Centro-Oeste. Durante a fase do projeto-piloto, foram liberados R$ 6,3 milhões do financiamento imobiliário. A expectativa de desembolsos para 2007 pode chegar a R$ 650 milhões, o que representa, aproximadamente, 10 mil contratos. As taxas das linhas da Poupex disponíveis nas agências do BB vão variar de 10,49% a 12,00% ao ano, de acordo com o valor a ser financiado. O valor do empréstimo pode chegar a 80% do valor do imóvel, e a prestação não pode passar de 25% da renda bruta. O prazo de pagamento é de 180 meses. Os financiamentos têm correção pela TR e vão contar com tarifas e taxas operacionais bastante competitivas. Os recursos destinados aos financiamentos são captados pelo próprio BB, por meio da Caderneta de Poupança Poupex.

NOTAS

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FUNCIONALISMO

O Banco do Brasil lançou, no início de maio, um projeto de reestruturação que inclui, entre outras medidas, o fechamento de unidades operacionais, redesenho do Plano de Comissões, mudança dos critérios de classificação das agências e “ajuste do quadro”.

O detalhamento dessa última iniciativa prevê novo corte de pessoal, por meio do Plano de Afastamento Antecipado (PAA) e do acionamento do Plano de Adequação do Quadro (PAQ). O Banco não fixou meta nem apresentou números de funcionários que serão realocados.

O pacote recebeu o nome de “Excelência em Gestão – Ações Estruturantes”. Trata-se

de um novo choque gerencial, semelhante ao aplicado há dez anos, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. As medidas surpreenderam os dirigentes sindicais e, sobretudo, os funcionários do Banco. Ao anunciá-las, a direção do BB tentou minimi-zar os impactos, mas a reação do movimento sindical foi bastante negativa.

No dia 4 de maio, o plano de reestrutura-ção foi apresentado para 400 executivos do Banco. No dia 7 de maio, o diretor de Gestão de Pessoas, Juraci Masiero, apresentou o pacote aos dirigentes sindicais. No dia seguinte, foi a vez da Diretoria Executiva da ANABB conhecer as medidas. Os cerca de 86 mil funcionários do BB tiveram acesso

ao projeto por meio da internet. DISPUTA

A principal justificativa para o choque gerencial é a ameaça dos maiores bancos privados (especialmente Bradesco, Itaú e Santander) à posição de liderança do BB. “Quem é líder dá as cartas no mercado. Consegue garantir que a sua posição seja a mais importante”, disse Masiero aos di-rigentes da ANABB. Ele observou que o BB já perdeu a liderança em alguns segmentos importantes, como empréstimo pessoal, crédito consignado, crédito imobiliário e financiamento da compra de veículos. “O BB ainda é o maior banco do País, mas precisa se preparar para as mudanças no cenário inter-

por Paulino Motter

BB lança pacote para não perder competitividade frente às maiores instituições privadas. Dirigentes sindicais protestam e dizem que não foram ouvidos na elaboração das novas determinações.

Choque Gerencial no BANCO DO BRASILChoque Gerencial no BANCO DO BRASIL

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nacional e nacional que acirram a con-corrência e afetam a rentabilidade do setor”, acrescentou Masiero.

O rigor do ajus-te contrasta com o bom momento vivido pelo setor bancário e pelo BB, em especial. Em 2006, por exemplo, a instituição regis-trou lucro recorde superior a R$ 6 bilhões. Por que fazer uma reestru-turação diante de um desempenho tão positivo? Uma resposta possível está nos documen-tos que compõem o pacote: “Os resulta-dos alcançados no passado não são uma garantia de que uma organização se manterá com-

petitiva no futuro. O lucro operacional do BB, nos últimos anos, foi favorecido pelos spreads, que já iniciaram trajetória declinan-te. Outras receitas precisam substituí-los, principalmente por meio do aumento da concessão de crédito e do incremento de novos negócios.”

RESISTÊNCIA SINDICALO anúncio das medidas foi recebido

com críticas pelos dirigentes das duas confederações de trabalhadores do ramo financeiro – a Contec e a Contraf. “Com todos os problemas que tivemos durante o governo FHC, nunca foi rompida a negociação com o movimento sindical. Agora, no governo Lula, o BB, de forma autoritária, quer impor

uma reestruturação sem negociação com o movimento sindical. O pacote é o rompi-mento definitivo”, declarou o coordenador da Comissão de Empresa do Banco do Brasil da Contraf, Marcel Barros.

O secretário-geral da Contec, Gilberto Antonio Vieira, considerou o comportamento da direção do BB “surpreendente”. Segundo ele, o descontentamento da entidade não se restringe à falta de diálogo e negociação com o movimento sindical. “Temos queixas tanto em relação ao processo de elaboração do pacote quanto ao seu conteúdo. Os re-presentantes sindicais não foram chamados para discutir mudanças que afetam o corpo funcional. Poderíamos ter contribuído para minimizar o impacto negativo”.

O fim das substituições e as mudanças no plano de comissões também foram alvo de críticas da Contec e Contraf. De acordo

com Gilberto, a medida que acaba com a substituição vai gerar muita economia para o Banco, mas o serviço vai continuar sendo feito, porém, sem remuneração. O BB justificou que os recursos economizados com a substituição serão direcionados para corrigir valores das comissões de gerência média. No entanto, as confederações alegam que as comissões estavam defasadas e a extinção de substituições acaba criando um novo desajuste.Quanto ao plano de comissões, a principal crítica é que não foram corrigidas as distorções, só houve mudança de nomenclatura.

OPINIÃO DA ANABBO presidente da ANABB, Valmir Camilo,

também se pronunciou sobre o pacote. “En-tendo que o Banco muitas vezes tenha que fazer mudanças e reestruturações, próprias de qualquer empresa, mas por que procu-rar copiar modelos dos bancos privados?

“Camilo é à favor do crescimen-to do Banco e até fazer fusões, se possível, mas para ser um banco diferenciado, importante para o setor produtivo do país. No entanto, afirma que a sua razão de existir “ é exatamente ser diferente e praticar políticas que não são praticadas pela rede

privada. Atender às necessidades sociais, ocupar o espaço como um Banco Público e não correr apenas buscando resultados”. E complementa: “Na verdade, não precisamos de mais um Banco Privado neste País”. O Diretor da ANABB Emílio Rodrigues con-corda e acrescenta que, “no momento em que o Banco vem acumulando resultados crescentes de produtividade e superando metas estabelecidas, não há justificativa para reeditar medidas contraproducentes, típicas do governo passado, que trouxeram a ameaça da privatização. Quando essa Direção repete os erros do passado, acaba sinalizando para o funcionalismo que eles estão suscetíveis de serem os próximos funcionários a serem descartados. São medidas desagregadoras, que desenham um cenário de insegurança para todos os demais que permanecem na Empresa”.

BB perdeu liderança em segmen-tos como empréstimo pessoal, crédito consignado, crédito imobi-liário e financiamento da compra de veículos

Banco busca outras alternativas de lucro na concessão de crédito e em novos negócios

Gilberto: os representantes sindicais não foram chamados para discutir mudanças que afetam o funcionalismo

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Tive acesso, agora em maio, à revista de bordo da TAM, onde li um artigo mui-to interessante sobre as dificuldades das empresas em dar continuidade às coisas começadas e valorizar as pessoas que executam tarefas rotineiras, em vez de ficar apenas criando projetos sem nunca terminar aquilo que já foi iniciado.

O nome do artigo é bem divertido: “Muita iniciativa e pouca acabativa”, de Luiz Marins.

Rapidamente, consegui identificar no meu mundo o que estava descrito no texto. Pensei nas grandes transforma-ções que presenciei no Banco do Brasil desde que tomei posse, há 20 anos.

Todos os grupos novos que entra-ram no Banco, normalmente lotados na DG, resolveram planejar, ter grandes ini-ciativas, lançar projetos mirabolantes, prospectar, olhar para o futuro. O fruto dessas cabeças foram os planos de re-estruturação, criação de CEDIP, CESEC, extinção de CEDIP e CESEC, criação de Nucacs e Gerel, extinção de Gerel e Nu-cacs, centralização, descentralização, enxugamento, adequação, realização de programas de qualidade, demissões e excelências de gestão e tantos outros...

Seria pessimismo demais não reco-nhecer que algumas mudanças foram realmente necessárias e efetivas, mas, olhando para as numerosas iniciativas aplicadas no Banco, é difícil não enxer-

gar que elas têm sido demasiadas. Mui-tas delas são interrompidas antes mes-mo de serem totalmente implementadas. São substituídas por novas idéias, com novas estruturas, dotações e lotações, sem levar em consideração ações e ser-viços importantes, que são simplesmen-te deixados pelo caminho.

No meio dessa chuva de mirabolan-tes projetos, estamos nós, funcionários que acreditamos nas idéias lançadas, que vestimos a camisa daqueles grandes

projetos. Colocamos o nosso tempo e o nosso esforço para implementar o que foi apresentado como uma idéia impor-tante, indispensável para a continuidade da nossa empresa.

Para a sociedade, tirando alguns produtos ou as inovações tecnológicas próprias do nosso tempo, o Banco é constituído por pouquíssimas coisas no-vas. O público em geral está interessado na abertura pontual das agências, nos

pagamentos das contas, na aplicação, no atendimento por telefone – de prefe-rência rápido e eficiente –, no deferimen-to de empréstimos e operações e coisas cotidianas feitas exatamente por aque-les funcionários que executam o tempo todo, não criam nem inventam.

O nosso Banco é feito de algumas coisas novas, sim, mas, na sua grande maioria, é composto pelo serviço sim-ples, maçante e rotineiro, no entanto, indispensável para o bom atendimento

ao cliente.Essas pessoas

que criam planos, prospectam, pode-riam, uma única vez na vida, pensar em como valorizar as pessoas que execu-tam o dia-a-dia ou,

simplesmente, em dar continuidade ao que já foi iniciado por outros pensantes. Mas, se isso for impossível, elas pode-riam, pelo menos, dar uma trégua para que essas pessoas “acabativas” pos-sam continuar atendendo o cliente em paz, prestando informações, resolvendo pro blemas maçantes e repetitivos, libe-rando operações e fazendo aplicações e contratos, que, no final do semestre, ga-rantem o lucro do Banco do Brasil.

DENISE LOPES VIANNA é diretora de Comunicação e Desenvolvimento da ANABB

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OPINIÃO

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Está chovendo novos projetos

Essas pessoas que criam planos poderiam pensar em valorizar os funcionários que executam o dia-a-dia ou, simplesmente, dar continuidade ao que já foi iniciado

Está chovendo novos projetos