Aorigem Da Dv

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  • 8/10/2019 Aorigem Da Dv

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    2011

    Simone Martinelli

    A polmica que envolve a dana do veno est presente somente nos

    movimentos, mas tambm em sua ori

    Afinal quem foram s primeiras mulhe

    pratic-la? E por qu?

    Baseado em pesquisas, cheguei a

    teoria que responde estas perguntas.

    Dissertao sobre a origem da dana do ventre

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    Dissertao sobre a origem da dana do ventre, Simone Martinelli.

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    Conta-se que no Antigo Egito, Clepatra a Rainha do Nilo, depois de esgotar todas suas

    artimanhas de conquista, danou para seduzir Marco Antnio, sendo ento a primeira a

    desvirtuar a dana de seu carter estritamente religioso. Ator desconhecido- Ser?

    1-Pr-Histria

    O homem pr-histrico vivia para sobreviver, em sua mente dominava a busca pela comida,

    abrigo e proteo.

    Sua rotina apesar de parecer simples, a luta pela sobrevivncia era intensa e nem sempre

    vencedora.

    Nessa poca, as tribos se comunicavam atravs de sons, desenhos em paredes e gestos

    corporais, Lucy1 (a primata) quando se movimentava pulava e gritava, esses podem ser os

    primeiros passos de dana.

    Foram milhares de anos sobrevivendo da caa e buscando abrigos, teramos continuado a

    sobreviver assim, porm a natureza desejou mudana.

    Com a chegada da era glacial, nossa sobrevivncia foi totalmente ameaava, o homem pr-

    histrico foi forado a adaptar. nesse momento, em que o homem no consegue mais caar

    que a raa humana comear a usar o crebro como arma de sobrevivncia.

    Dois fatores contriburam e muito para a sobrevivncia do homem: A postura ereta que deixou

    as mos do homem livre e a linguagem que permitiu a troca e a difuso do conhecimento e

    aprendizado.

    A era glacial, como veremos no captulo 4 modificou a vida na terra seus sobreviventes deram

    incio civilizao humana.

    1Lucy um fssil de 3,2 milhes de anos descoberto em 1974 pelo professor Donald Johanson e pelo estudante Tom

    Gray emHadar,nodeserto deAfar (Etipia)quando uma equipe dearquelogos fazia escavaes. Chama-se Lucy por

    causa da cano "Lucy in the Sky with Diamonds"da banda britnica 'The Beatles', e por terem definido-a como uma

    fmea.

    http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hadar_%28Eti%C3%B3pia%29&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Desertohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_de_Afarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3piahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arque%C3%B3logohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamondshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamondshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamondshttp://pt.wikipedia.org/wiki/The_Beatleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/The_Beatleshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Lucy_in_the_Sky_with_Diamondshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arque%C3%B3logohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Eti%C3%B3piahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulo_de_Afarhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Desertohttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hadar_%28Eti%C3%B3pia%29&action=edit&redlink=1
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    2-A Deusa paleoltica

    O homem pr-histrico, caador (coletor nmade) se viu obrigado a desenvolver objetos que

    garantiriam a sobrevivncia. Espalhados pela terra em grupos, ou melhor, em tribos, cada

    membro tinha uma tarefa, uma obrigao que deveria ser executada diariamente, caso

    contrrio todos correriam risco de extino.

    O homem solitrio no conseguiria sobreviver, o surgimento de tribos exigiu a comunicao.

    Sem a troca de palavras, dificilmente o homo Sapiens viveria em comunidade.

    A vida em comunidade contribuiu para a expanso da conscincia gerando no homem a

    sementinha da reflexo e uns poucos param pensar na nossa existncia. Questionando nossa

    origem, a nica resposta que estes poucos homens obtiveram foi maternidade. A mulher

    detinha o segredo da vida, sem ter a noo da sua participao na concepo, o homem

    paleoltico atribuiu mulher a magia da vida.

    A observao do ciclo menstrual, sua pausa na gravidez e a relao dos dois com os ciclos da

    lua, criaram a primeira teoria da origem de deus. Deus era a mulher, ela no s gerava vida a

    partir do nada comotambm era capaz de aliment-lo.

    O culto ao feminino tem seu incio, as mulheres se tornam representantes terrenas das Deusas,

    o homem passa a venerar sua imagem.

    A arqueologia registra que no Paleoltico houve uma religio primitiva baseada no culto

    mulher, ao feminino, e a associao desta ao poder de dar a vida. Foram descobertas, no abrigode rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma

    criana vem ao mundo"; Eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava

    o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adorao s estatuetas femininas.

    Escavaes atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posio

    central, em oposio aos smbolos masculinos, localizados em posies perifricas ou ladeando

    as estatuetas femininas.Wikipdia

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    3- Os primeiros rituais

    A mulher-deusa j no mais uma simples mulher, ela, ou melhor, elas passaram de meras

    ajudantes grandes sacerdotisas, a partir desse momento, nossas necessidades e nossa

    sade se tornaram vitais para sociedade.

    Com a observao e o cuidado antes ignorado, as mulheres comeam a desenvolver

    tcnicas que ajudariam no momento mais importante da rotina de uma Deusa, gerao de

    uma nova vida.

    Ao observar a natureza, as mulheres foram aos poucos descobrindo a movimentao

    plvica e sua preciosa ajuda na hora do parto. Comeam nesse momento os rituais

    baseados na movimentao plvica (milhares e milhares de anos mais tarde, essa

    movimentao passa por enormes transformaes e chamada de dana do ventre).

    A imagem da Mulher-Deusa esculpida em pedras e cavernas se tornam santurios, o somda batida do corao, misturada ao som de fortes troves e o barulho das chuvas, so as

    bases sonoras dos rituais. A mulher entra em conexo com a natureza.

    Figura 3 Goddess of Laussel; 22,000 -18,000 BC Dordogne, Frana

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    4- Antiguidade

    A mudana climtica contribui para o desaparecimento dos animais de grande porte, modificou

    a vegetao e fez surgir novos rios, o homem se v obrigado a passar de caador a agricultor,

    nem alternativas saem de suas cavernas rumo a melhores condies para o plantio e a que

    comeam a formar as primeiras civilizaes.

    O homem comea a busca por lugares mais habitveis, afinal a terra j no era um lugar

    totalmente habitvel, a paisagem havia mudado. Essa busca separou os homens em dois

    grandes grupos: enquanto uma tribo criou ferramentas para a caa e continuou a sobreviver

    dessa prtica, outra desenvolveu ferramentas para agricultura e evolui.

    10.000 anos depois com o fim da revoluo agrcola e o surgimento da escrita, o homem

    neoltico e a pr-histria deixam de existir e as necessidades dos homens mudam de fi gura.

    As duas primeiras regies onde houveram assentamentos humanos, (supe-se que esseprocesso pode ter ocorrido h cerca de dez mil anos atrs), foram no oriente mdio chamado

    Crescente Frtil. Esses assentamentos mais tarde se tornaram civilizaes urbanas. Os

    primeiro registros escritos foram encontrados na Sumeriana, ao sul da regio da mesopotmia

    e a no Egito.

    Mapa Crescente Frtil - Antiguidade / Mapa Crescente Frtil Atual

    Figura 1 Referncia Figura 2 -Referncia

    http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/http://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/http://professorjbosco.blogspot.com/2010/07/o-que-e-crescente-fertil.htmlhttp://professorjbosco.blogspot.com/2010/07/o-que-e-crescente-fertil.htmlhttp://professorjbosco.blogspot.com/2010/07/o-que-e-crescente-fertil.htmlhttp://professorjbosco.blogspot.com/2010/07/o-que-e-crescente-fertil.htmlhttp://www.sohistoria.com.br/ef2/egito/
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    Essas duas civilizaes no tinham l muitas escolhas a no ser buscar caminhos para uma

    produo agrcola, j que sua geografia era basicamente rida, o que salvava eram os rios Nilo

    no Egito e o Tigre e Eufrates na Mesopotmia. Este pas, admito, no l bem essas coisas.

    Mas h gua, h peixes e tmaras vontade, e haja visita a experincia do trigo(algum, que

    no se sabe porque inspirao, lanou uma mancheia de cevada ou trigo na areia e para

    surpresa de todos a semente deu frutos) , se todos ns nos aplicssemos a regular, com grande

    terraplenos e barragens o curso dos rios, se cavamos canais para trazer gua aos campos,

    secar os pntanos e adubar o deserto, esta terra poderia torna-se um dia habitvel, quem sabe

    at mesmo rica.2

    A partir desse perodo, o homem deixa de ser nmade e passar a viver em comunidade

    organizada, tendo em seu incio um sistema cooperativo dividido em duas classes: Homens e

    mulheres.

    2Techo do livro: Dos Sumrios a babel, Federico A. Arborio Mella Citao de um autoritrio chefe da tribo

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    5 - A Religio da antiguidade

    A busca por respostas aos acontecimentos do cotidiano que influenciavam e regiam as vidas de

    nossos ancestrais, como as chuvas intensas que causavam inundaes, os ventos fortes que

    destruam plantaes, o calor que secava rios, o nascer do sol, a presena lua, a morte,

    levaram o homem e ainda levavam, ao encontro da religiosidade.

    O homem precisava descobrir o que dominava todas essas coisas para quem sabe conseguir

    domin-las tambm. Obviamente nada de concreto foi decifrado, a nica explicao estaria nos

    cus, ou melhor, alm dele.

    Um homem qualquer, quem sabe depois de um sonho, ou quem sabe depois de observar a

    grandeza do sol, a fora magnfica dos ventos, a luz da lua, as chuvas que surgiam do nada,

    chegou a concluso que nada daquilo poderia ter sido feito por um homem e teve um insight:

    Quem comanda a terra so os Deuses. Assim nasce a religio, a partir daquele momento, a vida

    cotidiana e seus acontecimentos, deixaram de simplesmente acontecer, para tudo existia uma

    explicao, um Deus, e para que conseguissem viver em paz, era preciso cultu-los.

    Os Sumerianos foram os primeiros a acreditar em algo sobrenatural e como no de se

    estranhar, os espritos malignos dominavam sua crena. Para tudo de ruim existia um esprito

    por de trs, os mais temidos eram os torvelinhos de areia que acometiam os campos e

    devastavam tudo, depois os das febres e doenas, Pusasu, o Aferrador raptava as crianas,

    fora esses, ainda existiam os espritos isolados e sem residncia fixa, como por exemplo, um

    afogado, uma mulher que morresse virgem ou de parto, um homem solteiro, ou qualquer maldefunto.

    incrvel como a mentalidade humana funciona, muito provvel que os primeiros rituais

    tenham surgido a partir do medo. O medo de espritos malignos, o medo da ira dos cus, o

    medo de uma praga destruir plantaes, o medo de no chover, o medo de morrer de parto, o

    medo de cair doente. Todos esses medos geraram rituais e oferendas aos Deuses e como suas

    vidas dependiam do afastamento de tais medos, ningum sequer duvidou da necessidade de

    agrad-los.

    A partir da grandes templos foram construdos, o sacerdote virou a figura mais importante da

    tribo e o homem abriu dilogo com os Deuses.

    A religio da mulher-deusa e seus rituais tambm passam por transformaes, o homem

    entende sua participao na concepo, o poder no mais s da mulher, o Deus- pai chega

    sociedade e trs junto um ramo de outros Deuses, um para cada manifestao da natureza;

    Deus- sol, Deus-raio, Deusa- lua, Deus- ventos, Deuses- animais, Deusa- estrelas.

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    Os Egpcios foram os primeiros a acreditar em algo sobrenatural e relacionar o homem como

    seu filho-representante.

    Seus deuses mais famosos so:

    R Deus Sol

    sis- Deusa da magia e cura

    Anubis- Deus das almas

    Bastet Deusa da fertilidade

    Nut Deusa me

    Sekhmet- Deusa da Guerra

    Set Deus do caos

    Geb- Deus da terra

    Os rituais egpcios baseavam-se em prticas e encantamentos mgicos, canto e recitao de

    oraes, poes especiais e preparao do corpo aps a morte.

    Sacerdote e sacerdotisa eram os tradutores e o canal de comunicao com os deuses. O

    homem, filho de Deus surgiu nessa poca; Os animais e a natureza eram os deuses.

    Muitos garantem que a dana do ventre nasceu nessa poca, nos rituais de sis, Bastet, Nut. O

    que vou dizer pode chocar, mas essa a minha teoria: a dana do ventre no tem razes noantigo Egito.

    Explico o porqu, os rituais egpcios danantes eram baseados na movimentao do tronco e

    dos ps, em nenhum hierglifo observamos a movimentao plvica, raro so os casos em que o

    ritual composto por uma dana em que os joelhos estariam flexionados e no existe qualquer

    indcio da dana ritualstica egpcia ter movimentos plvicos.

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    O culto as Deusas, sis, Nut, Hathor, Nut era extremamente importante, prticas mgicas,

    rezas, oferendas, eram realizadas nos templos, a deusa era cultuada, porm no podemos

    concluir que em seus rituais, a dana com movimentao plvica fazia parte do contexto, a

    dana fazia parte e como fazia, mas no como achvamos.

    Ento qual a raiz da dana?

    Sumeriana.

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    6-Graas aos Sumerianos

    Os sumerianos estabeleceram-se ao norte do golfo Prsico, na embocadura do Tigre e do

    Eufrates 4000 anos A.C. Acredita-se que pertencessem a uma etnia vizinha da dos egpcios.

    Suas crenas eram totalmente diferentes das crenas egpcias, enquanto os egpcios

    acreditavam em Deus-Homem, Deusas da cura, Deus pai, os sumerianos baseavam suas

    crenas em espritos malignos.

    E no era de se estranhar que os espritos malignos dominavam sua crena, sua viso do mundo

    no era to gloriosa quanto dos egpcios.

    Para tudo de ruim existia um esprito por de trs, os mais temidos eram os torvelinhos de areia

    que acometiam os campos e devastavam tudo, depois os das febres e doenas, Pusasu, o

    Aferrador raptava as crianas, fora esses, ainda existiam os espritos isolados e sem

    residncia fixa, como por exemplo, um afogado, uma mulher que morresse virgem ou de parto,

    um homem solteiro, ou qualquer mal defunto.

    muito provvel que os primeiros rituais sumerianos, tenham surgido a partir do medo. O

    medo de espritos malignos, o medo da ira dos cus, o medo de uma praga destruir plantaes,

    o medo de no chover, o medo de morrer de parto, o medo de cair doente. Todos esses medos

    geraram rituais e oferendas aos Deuses, como suas vidas dependiam do afastamento de tais

    medos, ningum sequer duvidou da necessidade de agrad-los.

    A partir da, grandes templos foram construdos, o sacerdote virou a figura mais importante da

    tribo, da comunidade e o homem abriu dilogo com os Deuses.

    Como j citei, a mentalidade do povo sumeriano era diferente da mentalidade dos egpcios,

    enquanto um criou o calendrio com 365 dias, desenvolveu contas matemticas para calcular

    as vazantes e colheitas, mapeou o cu, o outro apesar de desenvolver tcnicas para armazenar

    e transportar gua, formas de escrita cuneiforme, e fundar grandes cidades, seu foco principal

    era a fuga das pragas enviadas pelos maus espritos.

    Podemos dividi-lo, baseado nos estudos msticos indiano, em dois grupos, um, o egpcio

    podemos relacionar com o stimo chakra (Sahasrara), o outro, o sumrio com o bsico

    (Muladhara).

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    Alguns Deuses Sumerianos:

    Anu Deus do cu

    Babbar deus do sol

    Quettu- Justia

    Mecharu - Direito

    Enlil senhor do vento impetuoso

    Enqui senhor do territrio

    Apsu- deus da cincia

    Me Bau gua primordial

    Ninaghacuddu grande esposa da morada das guas

    Nanche e Nisaba- deusas dos canais, rios e da colheita.

    Amar Dugga o bom filho, que serve de intermedirio entre seu pai e os mseros mortais.

    Inanna tem dois aspectos distintos: matutino e vespertino. Matutino: deusa dos heris, da

    guerra; Vespertino: deusa da fecundidade, do amor, do prazer.

    no ritual de Inanna que est chave desse mistrio.

    A deusa da vida era considerada a Grande Me sumeriana e exercia poder sobre o amor, a

    guerra, a fertilidade e outros inmeros atributos. Tambm era considerada a deusa da

    reproduo, da fecundidade, portadora das leis sagradas, doando-as ao povo. Sempre foi muito

    reverenciada por sua extrema fora, mas talvez sua verdadeira origem esteja relacionada ao

    crescimento dos gros e aos ciclos de plantio e colheita. Sua unio com Dumuzi fez com que a

    terra fosse fertilizada. Inanna tambm a senhora das prostitutas sagradas. No tempo em que

    eram cultuadas, as prostitutas sagradas eram suas sacerdotisas, j que havia uma conotao

    mstica e mgica no papel delas. As sacerdotisas de Inanna eram mulheres devidamentepreparadas para representar a unio do sagrado feminino com o masculino para que a

    fertilidade da terra continuasse. Trecho do livro de Claudiney Prieto, Todas as deusas do

    mundo.

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    Como voc pode ver, Inanna era uma deusa extremamente feminina, como deusa da

    fertilidade, seus cultos e rituais baseavam-se na movimentao plvica, na sexualidade e no

    ventre, por tanto chego concluso que a dana sagrada ritualstica de Inanna era torneada

    pela movimentao da plvis.

    Ento resumindo: as razes, a origem da dana do ventre, est no perodo paleoltico, e teve seu

    pice na antiguidade com o culto a deusa Inanna, cujo nome acdico assrio-babilnico)

    tar

    Pois minha gente, os egpcios no tiveram nada a ver com a origem da dana do ventre, a

    voc me pergunta, ento por que agora l a capital mundial da dana? Como a dana foi

    parar no domnio dos rabes?

    Tudo comeou com a fora energtica de um povo conectado com do tal chakra bsico, a

    necessidade de somar matrias, de conquistar terras.

    As primeiras guerras e consequentemente os primeiros imprios foram os fatores que

    difundiram o culto a deusa e dana plvica ritualstica.

    Destaco cinco grandes imprios que participaram ativamente na divulgao e expanso dos

    rituais da dana plvica imprio sumeriano, Assrio, Persa, o imprio de Alexandre o grande e o

    Otomano.

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    7- Os Imprios e a expanso do culto e ritos a Deusa

    Sumeriano-Entre os sumrios h registro de um rei da idade de Bronze chamadoSargo da Acdia, cujo o reinado teria ocorrido entre 2200 e 2300 A.C. Esse rei teria travado

    nada menos que 34 batalhas para criar o imprio sumrio, que mais tarde, controlaria a

    mesopotmia. Almanaque das guerras, Srgio Pereira Couto

    Como podemos ver no mapa acima, o vasto imprio de Sargo teria se estendido de Elam ao

    mar Mediterrneo, incluindo toda a Mesopotmia, partes dos atuais Ir e Sria, e

    possivelmente partes da Anatlia e da pennsula Arbica.

    As antigas instituies religiosas da Sumria, j bem conhecidas e emuladas pelos semitas,

    foram respeitadas. O sumrio continuou a ser majoritariamente a lngua da religio, e Sargo e

    seus sucessores foram patronos dos cultos sumrios. Enheduana, autora de diversos hinos

    acadianos, identificada como filha de Sargo, tornou-se sacerdotisa de Nanna, a deusa da lua

    de Ur. O prprio Sargo se intitulou "sacerdote ungido de Anu" e "grande ensi de Enlil" Ver,

    e.g.,Van der Mieroop, History6768.

    Para vocs terem a noo do quo Sargo seguia a religio e o culto as deusas, um texto neo-assrio do sculo VII A.C., que alega ser de sua prpria autoria, afirma que o grande rei seria o

    filho ilegtimo de uma sacerdotisa. No relato neo-assrio o nascimento e a infncia de Sargo

    so descritos:

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    Minha me foi uma alta sacerdotisa, meu pai eu no conheci. Os irmos de meus pais

    amavam as montanhas. Minha cidade Azupiranu, que se situa s margens do Eufrates.

    Minha me, alta sacerdotisa, me concebeu, em segredo me pariu. Colocou-me numa cesta

    de juncos, e selou-o com betmen. Colocou-me no rio, que se elevou sobre mim, e me

    carregou a Akki, o carregador de gua. Akki, o carregador de gua, me aceitou como seu

    filho e me criou. Akki, o carregador de gua, me nomeou como seu jardineiro. Enquanto eu

    era um jardineiro, Ishtar me concedeu seu amor, e por quatro e [...] anos eu exerci oreinado. King 1907: 8796

    Pouco tempo aps dominar a Sumria, Sargo embarcou numa srie de campanhas militares

    que visavam subjugar todo o Crescente Frtil, porm a fome e as exaustivas guerras

    ameaaram o imprio, com o povo cansado eclodiram diversas revoltas por toda a regio

    durante os ltimos anos de seu reinado.

    A maioria das rebelies teria sido atribuda a atos de sacrilgios cometidos pelo rei. Apesar da

    no confirmao da veracidade de tais fatos, podemos afirm-los, (j que os desastres eram

    virtualmente sempre atribudos a sacrilgios), inspirados na ira divina frequentemente

    mencionada na literatura mesopotmica antiga.

    Sargo reinou por 56 anos, de 2270 a 2215 A.C, a cultura de seu povo foi difundida entre as

    colnias, com isso a dana plvica ganhou mais adeptas.

    Sargo morreu, por volta de 2215 A.C, ele foi visto como um modelo para os reis da

    Mesopotmia por cerca de dois milnios depois de sua morte; Os reis assrios e babilnios se

    viam como herdeiros do seu imprio.

    Curiosidade-Os sumrios apresentaram uma das mais ricas e variadas tradies artsticas do

    mundo antigo, a base sobre a qual se desenvolveu a arte dos assrios e babilnios. Grande parte

    do que conhecemos da arte sumria procede das escavaes das cidades de Ur e Erech.

    Assrio-A raa dos assrios resulta da mestiagem entre as tribos de semitas (O termosemita tem como principal designao o conjunto lingustico composto por uma famlia de vrios povos,

    entre os quais se destacam os rabes e hebreus, que compartilham as mesmas origens culturais.)

    chegadas da Samaria (regio da Palestina) e os povos do norte do rio Tigre, por volta de 1000

    A.C. O grande Imprio Assrio vem logo aps o enfraquecimento do antigo imprio da Babilnia.

    Vindos do Norte, conquistaram toda a regio da Mesopotmia por volta do sculo XII A.C.

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    O Novo Imprio Assrio, de 1000 A.C. a 600 A.C., representou o auge das suas conquistas. O

    imprio ia da ponta do Golfo Prsico, passando ao redor do Crescente Frtil por Damasco,Fencia, Palestina, e entrava no Egito at Tebas. Sua fronteira ao norte eram os montes Tauro

    da atual Turquia. Assim, como na maioria dos estados que se desenvolveram no Crescente

    Frtil, os reis assrios exerciam um poder autocrtico, sendo considerados inclusive

    intermedirios entre os deuses e o povo.

    A religio seguia as bases dos cultos realizados pelos sumrios. Cada cidade era devota de um

    deus especfico (ao qual se associava a sua criao e proteo), os deuses mais importantes do

    panteo assrio dependiam do grau de influncia de suas cidades na poltica interna. Assur era

    o principal deus assrio. Os zigurates (Zigurate uma forma de templo, construda na forma depirmides terraplanadas desenvolvidas pelos sumrios) permaneceram como o centro cultural,

    religioso e poltico das cidades assrias.

    Os Assrios deram continuidade aos rituais e cultos a deusas, as sacerdotisas de Inanna

    continuam a realizar a dana ritualstica plvicas, a diversidade cultural dos povos

    conquistados talvez j tenha contribudo com algumas modificaes ou alteraes nos

    movimentos da dana.

    Nesse momento o Egito entra na histria, seus rituais so misturados, ou melhor, so

    assimilados aos rituais sumerianos, porm a dana ritualstica no Egito ainda no sofre

    modificaes, os egpcios no somam ao seu panteo as deusas sumerianas. Enquanto outros

    povos identificavam-se com a religio sumeriana, os egpcios permanecem fieis a seus deuses.

    O imprio Assrio, apesar de seu forte exrcito, no resistiram presso de um levante em

    Elam, juntamente com um na Babilnia, dando a oportunidade para os egpcios recuperarem

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    sua liberdade. independncia do Egito, seguiram-se de rebelies na Fencia, na Babilnia e no

    Elam.

    Curiosidade - As primeiras inscries de soberanos assrios surgem depois de 2000 a.C.. A

    Assria consistia ento de diversas cidades-Estado e pequenos reinos semticos. A fundao da

    monarquia assria creditada tradicionalmente a Zulilu, que teria vivido depois de Bel-kap-

    kapu (Bel-kapkapi ou Belkabi, c. 1900 a.C.), ancestral de Shalmaneser I.

    Prsia-Em 626 A.C. o controle dos assrios, que parecia que iria durar uma eternidade,foi derrubado pelas revoltas. Os babilnios comearam a rebelio e logo obtiveram o apoio dos

    medos3 e dos citas. Em 612 A.C. Nnive4 foi capturada e destruda. Apesar de toda essa

    revoluo, os babilnicos, medos e citas no foram preo para os persas, que logo aps a queda

    do imprio assrio dominou a regio, e comeou um novo imprio.

    Com Ciro I, os persas conquistaram o Egito e a sia menor e em seguida a Trcia e a

    Macednia.

    No reinado de Ciro II da Prsia, mais conhecido como Ciro o Grande foram anexados ao

    imprio os territrios que hoje equivalem Turquia, Israel, e Armnia, a oeste de Cazaquisto,

    Quirguisto, e para o rio Indo, a leste. Prsia se tornou o maior imprio do mundo.

    3 Os medos foram uma das tribos de origem ariana que migraram da sia Central para o planalto Iraniano,

    posteriormente conhecida como Mdia, e, no final do sculo VII a.C., fundaram um reino centrado na cidade de

    Ecbtana, que corresponde atual cidade de Hamad, situada a 400 km a sudoeste de Teer, no Ir.4Cidade excessivamente grande", como chamada no Livro de Jonas, jazia na margem oriental do rio Tigres na antiga

    Assria, atravs do rio da importante cidade moderna de Mosul, no estado de Ninawa do Iraque.

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    Durante o reinado de Dario, o imprio persa ganhou e perdeu foras, sendo derrotado pelos

    gregos. Apesar de Xerxes ter continuado a lutar e defender os persas, seu fim estava prximo.

    Os persas adotaram o zoroastrismo5como religio oficial do imprio, mas foram tolerantes em

    relao s religies dos povos que nele viviam, assim o culto as deusas no desapareceu.

    Importante Os persas foram os primeiros a desvirtuar a dana de seu carter estritamente

    religioso.

    Curiosidade -O principal historiador que deixou registros sobre os persas foi ningum menos

    que Herdoto (485-420 A.C) o pai da histria. Srgio Pereira Couto

    Alexandre, o Grande o grande imprio Grego-Macednio no teria tidosucesso sem as ideias e estratgias de guerra de Filipe II, pai de Alexandre.

    Alexandre e sua genialidade militar conquistaram do Egito at o rio Indo, com sua morte

    precipitada, seu imprio foi dividido em trs reinos independentes. O crescente poder blico da

    cidade fundada por Rmulo e Remo, ameaava a soberania de Alexandre.

    5 As doutrinas do zoroastrismo so encontradas em um livro sagrado conhecido como Zend Avesta. Entre outros

    pontos, essa obra ensina a negao de qualquer tipo de prtica mgica, refutava a adorao de vrias divindades e arealizao de sacrifcios envolvendo o uso de sangue. Alm disso, pregava que cada indivduo poderia seguir um dos

    dois caminhos oferecidos por Mazda e Arim. O compromisso com a verdade e o amor ao prximo garantiriam uma vida

    eterna no Paraso. De acordo com os historiadores da religio, algumas das suas concepes religiosas, como a crena

    no paraso, na ressurreio, no juzo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judasmo, o cristianismo e o

    islamismo.

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    Alexandre conquistou grande parte das civilizaes que cultuavam as deusas. Mente aberta,

    cultuava os deuses e deusas gregas, no impediu, nem tentou converter seus sditos. Nesse

    perodo, apesar de alguns povos continuarem os cultos e rituais da deusa, a dana do ventre

    no ritualstica ganhou espao espalhando-se pelo imprio. Reza a lenda que Alexandre teria se

    apaixonado por Roxana, sua primeira esposa, aps v-la danar.

    Curiosidade - A cultura do Antigo Egito impressionou Alexandre desde os primeiros dias de sua

    estadia naquele pas. Os grandes vestgios que ele via por toda parte lhe cativaram at o ponto

    que ele quis "faraonizar-se" como aqueles reis quase mticos. A Histria da Arte nos tem

    deixado testemunhos destes feitos e apetncias. Em Karnak existe um relevo onde se v

    Alexandre fazendo as oferendas ao deus Amon.

    Alexandre pode ter sido o primeiro imperador a sugerir integrao racial entre gregos e persas.

    O prximo imprio contribuiu para a divulgao da dana do ventre como vimos hoje, sem a

    conotao religiosa. Que imprio foi este?O Romano.

    Na verdade, foi graas a sua queda que o imprio Otomano pode emergir e perpetuar a dana

    do ventre no ritualstica nas mos dos rabes. Vou resumir como chegamos a esse momento.

    Por volta do sec. III, o imprio Romano passava por uma crise econmica e poltica, a

    corrupo dentro do governo e os gastos com o as batalhas, enfraqueceram os cofres romanos.

    Os militares insatisfeitos, abandonaram seus postos deixando as defesas desprotegidas. Os

    brbaros, que h tempos tentavam invadir o norte, obtiveram sucesso. Ao do sul do imprio, os

    bizantinos tomaram posse.

    Com elementos que combinaram influncias de diversos cultos ao longo de sua histria, osantigos romanos eram politestas. Desse modo, em sua origem, crenas etruscas, gregas e

    orientais foram sendo incorporadas aos costumes tradicionais adaptando-os s necessidades

    da populao. Diferente de Alexandre, o imprio proibia e condenada qual outra religio, os

    cristos, por exemplo, foram perseguidos e assassinados em vrias provncias do imprio

    romano.

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    O ritual da Deusa voltou a ser praticando com intensidade, os romanos adaptaram e deram

    continuidade a dana plvica sacerdotal.

    No entanto, durante o reinado de Constantino I, o cristianismo foi implantado em toda Roma,

    mudando completamente o cenrio religioso dessa regio.

    Com a queda do imprio Romano, chega ao fim antiguidade e inicia-se a idade das trevas, a

    idade mdia. A Europa vira sucursal do inferno, o conhecimento no ocidente fica resguardado

    nos mosteiros at mais ou menos 800 anos.

    Durante o imprio bizantino, as antigas religies foram brutamente perseguidas e

    intensamente marginalizadas. A inquisio instalou o medo, a dana plvica, o culto deusas

    eram associados a orgias e a cultos satnicos, milhares de mulheres foram queimadas como

    bruxas nas fogueiras, a deusa pouco a pouco foi sendo escondida. Os povos que faziam parte

    do imprio excluram a dana ritualstica e intensificaram a dana profana, a dana comercial.

    Figura 3 Figura 4 As quatro bruxas de Albrecht Drer (1497)

    Ano a ano, dcada a dcada enquanto o imprio bizantino (capital Constantinopla atual

    Istambul) cai na degradao e a Europa vira terra de ningum, o isl florescia e os Otomanos

    ganhavam foras. O imprio bizantino sobreviveu durante oito sculos at a sua queda em

    1453 frente aos rabes.

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    Imprio Otomano -Em 1300, as foras de Otomanas obtiveram sucessivasvitrias contra os bizantinos. As tropas do Imprio Otomano conquistaram os centros urbanos

    de Bursa, Nicia e Nicomdia. Em sua jornada, empreendeu uma sequencia de vitrias militares

    que fizeram o Imprio Otomano prximo dos domnios da Europa Ocidental.

    Fundado por Osman I (em rabe Uthmn, de onde deriva o nome "otomano"), nos sculos XVIe XVII o imprio constava entre as principais potncias polticas da Europa e vrios pases

    europeus temiam os avanos otomanos nos Balcs. No seu auge, no sculo XVII, o territrio

    otomano compreendia uma rea de 5.000.000 km e estendia-se desde o estreito de Gibraltar,

    a oeste, at o mar Cspio e o golfo Prsico, a leste, e desde a fronteira com as atuais ustria e

    Eslovnia, no norte, at os atuais Sudo e Imen, no sul.

    O Imprio Otomano foi uma grande potncia muulmana, uma das nicas a desafiar o

    crescente poderio da Europa Ocidental entre os sculos XV e XIX. Seu declinou comeou sculo

    XIX e terminou por ser dissolvido aps sua derrota na Primeira Guerra Mundial.

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    Isso explica e concluiu a trajetria da dana ritualstica plvica e sua transformao para a

    dana do ventre como vimos atualmente sem nenhum contexto religioso.

    Mas antes da concluso, vamos ver como o isl surgiu.

    No sculo VII certo condutor de camelos analfabeto recebe a visita de um anjo e tem o

    vislumbre do poder de Deus.

    A histria de Ahmed, filho de Abdala e Amina, geralmente conhecido como Maom (PBUH),

    dizem ter sofrido de epilepsia, sonhou e ouviu a voz do anjo Gabriel, cujas palavras foram

    descritas num livro chamado Alcoro. O trabalho de caravaneiro fez com que Maom viajasse

    por toda Arbia e se encontrasse constantemente com mercadores judeus e comerciantes

    cristos; percebeu assim que a adorao de um nico Deus era uma coisa muito boa. Seu povo,

    o povo rabe, ainda venerava estranhas pedras e pedaos de pau, como seus ancestrais haviam

    feito milhares de anos antes. Meca, cidade sagrada dos rabes, havia um pequeno edifcio

    quadrado, a Caaba, cheio de dolos e estranhos objetos de culto e adorao. Maom (PBUH)

    decidiu ser o Moiss do povo rabe. Hendrik Willem, a histria da humanidade.

    Curiosidades -Os rabes resgataram muito da sabedoria e cultura dos antigos povos, o Califa

    Abu ordenou que seus emissrios fossem aos quatros cantos do mundo e trouxessem o maior

    tesouro da humanidade: Livros.

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    8 - A concluso:

    Maom(PBHU) fechou o ciclo, a dana ritualstica chegou ao fim. A grande Deusa sumeriana, as

    suas associaes assrias, a sua primeira queda com o imprio persa e o zoastrismo, a

    curiosidade de Alexandre e seu breve retorno, o seu grande retorno no imprio Romano, sua

    drstica queda durante o imprio bizantino e seu fim com o imprio otomano. Essa trajetriadefiniu o destino do culto as Deusas e consequentemente o destino da dana ritualstica.

    O grande imprio Otomano, eliminou as deusas e modificou os olhos do homem em relao s

    mulheres. A dana passou a ser explorada como objeto sexual masculino.

    Alguns pases que componham o imprio, como o Egito6, a Sria, a Turquia e at mesmo a Grcia

    e Espanha, tomaram posse e usaram a dana como ferramenta poltica e sinnimo de poder

    atravs dos hrens, apesar da origem dos hrens ainda ser obscura, foi durante o imprio

    Otomano que os hrens ganharam fama e poder e o mundo conheceu seus mistrios.

    Pais vendiam filhas, mulheres danavam para consquitar xeiques, xeiques mediam seu poder

    pelo tamanho e quantidade de mulheres em seus hrens, mulheres danavam em tabernas, a

    origem ritualstica da dana completamente esuqecida.

    Da proibio a dana ritualstica nasce dana do ventre e a explorao do que anos mais tarde

    chamaremos de arte.

    Uma ressalva, os pases rabes do golfo prsico (Om, Emirados rabes Unidos, Arbia

    Saudita, Qatar), tambm receberam influncia da dana ritualstica, podemos observar vriasassimilaes de movimentos plvicos em nas suas danas folclricas7, porm a dana do ventre

    no teve a mesma importncia e a mesma divulgao quanto nos pases colnias otomanas.

    6 esse momento da histria que inicia o processo do Egito ser hoje a capital da dana.

    7A dana folclrica rabe no tem sua origem na dana ritualstica, ela a representao artstica de um povo, dana

    folclrica uma coisa dana do ventre outra. No entendeu? Em outra dissertao explico!

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    Bibliografia

    The myth of the goddess evolution of an image, Anne Baring e Jules Cashford editora

    Penguim

    As religies que o mundo esqueceu, editora Contexto

    A histria da humanidade, Hendrik Willem Van Loon, editora Martins Fontes

    Dos Sumrios a Babel, Federico A. Arborio Mella, editora Hemus

    A Bblia da Humanidade, Michelet, editora Prestgio

    Caminho das civilizaes, Jos Geraldo V. de Morais, editora Atual

    O livro de ouro dos Deuses e Deusa, Elizabeth Hallam, editora Ediouro

    Fogo Persa, Tom Holland, Editora Record

    Todas as Deusas do Mundo, Claudiney Prieto, editora Gaia

    Almanaque das Guerras, Srgio Pereira Couto, editora Ideia&AoDivindades Femininas, Shahrukh Husain, editora Evergreen

    Dance e Recrie o Mundo, Lucy Penna, Summus editorial

    O livro de ouro da Histria do Mundo, J.M. Roberts, editora Ediouro

    A Criao, Core Vidal, editora Nova Fronteira

    Caminho para a iniciao Feminina, Sylvia B. Perera, editora Paulus