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Cascavel, 1952 - Dona Auri Vieira repete, resignada, o papel secularmen- te designado à mulher: lavar roupas às margens do riozinho. O semblante sofrido da mãe de sete filhos reflete nas águas ainda límpidas da nascente que serve águas para o local hoje conhecido como Fonte dos Mosaicos - à época acessada por uma estreita estrada carroçável que mais tarde se chamaria Rua Pio XII. Era comum lavar roupa ali. Voltaremos aqui mais adiante. Cascavel, 2012 - 60 anos depois não há mais mulheres lavando roupas nos rios (até porque os córregos definharam e alguns foram tragados pelo tal “pro- gresso”). Sumiram também as lavadeiras modernas, as empregadas domésticas. O fenômeno da ascensão em massa para a tal “classe c”, a nova classe média, fez Masmorras Myriam Festugatto, aos 76 anos, in- terditada, reclusa em Porto Alegre, não veio ao sepultamento do filho João Arthur. Talvez nem saiba que ele tenha falecido. Dos quatro filhos que ela citava na famosa frase da lavadei- ra, três partiram precocemente. Fraldas no grid Edgar Bueno fez constar em seu perfil no Facebook, o nascimento de seu quarto neto: Carlos Eduardo Sotille Bueno, mesmo nome do pai. O me- nino também é neto da candidata a vice-prefeita de Nova Prata do Iguaçu e nasceu exatamente no horário da largada da Truck. Apagão de domésticas fortalece setor; a milionária que queria ser lavadeira... Herdeira de uma fortuna esti- mada em 100 milhões de dólares, culta, domínio fluente de seis idiomas, Myriam Marcondes Fes- tugatto dizia e repetia para quem quisesse ouvir: “Eu queria ser a lavadeira de roupa com meus qua- tro filhos à beira do rio. Queria ser só isso, mais nada. Assim, talvez, eu seria feliz...”. Desconsolo de madame? Flerte com a insanida- de? Ou a dona Auri, minha querida avó, era mais feliz que a multimi- lionária? Vai saber... escassear as secretárias do lar, - como as designava o Juarez Story na Rádio Independência (hoje, Globo). Outrora contratadas a salários vis e direitos pue- ris, as empregadas hoje são “espécie em extinção”. Chique, como no primeiro mundo. O fenômeno aqueceu o mercado de lavanderias da cidade. Em uma busca preliminar, entre as formais e informais, o Pitoco encontrou na internet 28 lavande- rias em Cascavel, incluindo franquias na- cionais. Sim, lavar roupas virou business. Dona Auri, a lavadeira de roupas do riozinho da Pio XII, que viveu no milênio passado, jamais poderia imaginar que um dia seria possível jogar roupas sujas dentro de uma engenhoca, apertar alguns botões coloridos e receber tudo lavado, torcido e enxuto. Foge, minhoca! Um momento de estresse antecedeu a lar- gada da Truck, domingo. Um “entrevero” entre o jornalista Luiz Silvério e um policial rodoviário terminou em voz de prisão para o primeiro. Silvério entraria dali a pouco ao vivo na Band. Só não algemaram porque minhoca não tem braço. Roupa suja se lava na lavanderia “O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza” (Carlos Drummond de Andrade, em frase replicada na revista “Aldeia” de agosto) CASCAVEL, TERÇA-FEIRA , 07 DE AGOSTO DE 2012 - ANO XV - Nº 1633 Maria Eduarda brinca na Fonte dos Mosaicos Jairo Eduardo

Apagão de domésticas fortalece setor; a milionária que ...pitoco.com.br/arquivos/20121211_094045_78.pdfciais e sabe-se lá quantos pela TV. Porém, alguns ajustes precisam ser providenciados

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Cascavel, 1952 - Dona Auri Vieira repete, resignada, o papel secularmen-te designado à mulher: lavar roupas às margens do riozinho. O semblante sofrido da mãe de sete filhos reflete nas águas ainda límpidas da nascente que serve águas para o local hoje conhecido como Fonte dos Mosaicos - à época acessada por uma estreita estrada carroçável que mais tarde se chamaria Rua Pio XII. Era comum lavar roupa ali. Voltaremos aqui mais adiante.

Cascavel, 2012 - 60 anos depois não há mais mulheres lavando roupas nos rios (até porque os córregos definharam e alguns foram tragados pelo tal “pro-gresso”). Sumiram também as lavadeiras modernas, as empregadas domésticas. O fenômeno da ascensão em massa para a tal “classe c”, a nova classe média, fez

MasmorrasMyriam Festugatto, aos 76 anos, in-terditada, reclusa em Porto Alegre, não veio ao sepultamento do filho João Arthur. Talvez nem saiba que ele tenha falecido. Dos quatro filhos que ela citava na famosa frase da lavadei-ra, três partiram precocemente.

Fraldas no gridEdgar Bueno fez constar em seu perfil no Facebook, o nascimento de seu quarto neto: Carlos Eduardo Sotille Bueno, mesmo nome do pai. O me-nino também é neto da candidata a vice-prefeita de Nova Prata do Iguaçu e nasceu exatamente no horário da largada da Truck.

Apagão de domésticas fortalece setor; a milionária que queria ser lavadeira...

Herdeira de uma fortuna esti-mada em 100 milhões de dólares,

culta, domínio fluente de seis idiomas, Myriam Marcondes Fes-tugatto dizia e repetia para quem quisesse ouvir: “Eu queria ser a

lavadeira de roupa com meus qua-tro filhos à beira do rio. Queria ser só isso, mais nada. Assim, talvez, eu seria feliz...”. Desconsolo de madame? Flerte com a insanida-

de? Ou a dona Auri, minha querida avó, era mais feliz que a multimi-

lionária? Vai saber...

escassear as secretárias do lar, - como as designava o Juarez Story na Rádio Independência (hoje, Globo). Outrora contratadas a salários vis e direitos pue-ris, as empregadas hoje são “espécie em extinção”. Chique, como no primeiro mundo.

O fenômeno aqueceu o mercado de lavanderias da cidade. Em uma busca preliminar, entre as formais e informais, o Pitoco encontrou na internet 28 lavande-rias em Cascavel, incluindo franquias na-cionais. Sim, lavar roupas virou business.

Dona Auri, a lavadeira de roupas do riozinho da Pio XII, que viveu no milênio passado, jamais poderia imaginar que um dia seria possível jogar roupas sujas dentro de uma engenhoca, apertar alguns botões coloridos e receber tudo lavado, torcido e enxuto.

Foge, minhoca!Um momento de estresse antecedeu a lar-gada da Truck, domingo. Um “entrevero” entre o jornalista Luiz Silvério e um policial rodoviário terminou em voz de prisão para o primeiro. Silvério entraria dali a pouco ao vivo na Band. Só não algemaram porque minhoca não tem braço.

Roupa suja se lava na lavanderia

“O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar

que nele encontrará riqueza”

(Carlos Drummond de Andrade, em frase replicada na revista “Aldeia” de agosto)

CASCAVEL, TERÇA-FEIRA , 07 DE AGOSTO DE 2012 - ANO XV - Nº 1633

Maria Eduarda brinca na Fonte dos Mosaicos

Jairo

Edu

ardo

O empresário Alex Silva vendeu a Sinal Outdoor para a Rede. Com a fusão, a praça passa a dispor de três empresas no setor: Rede, Visa e Digi7.

O Cascavel Futsal, tetracampeão paranaense em 2012, será o re-presentante do Paraná na tradicional Taça Brasil Correios de Futsal, a ser disputado em Joinville. A convocação oficial já está nas mãos do presidente da Fundeavel, Martim Lara.

O fotógrafo cascavelense Eron Zeni foi admitido na seletíssima equipe de colaboradores do Getty Im-ages, o maior banco de imagens do mundo. Para quem está assistindo à Rede Globo em tempos de con-cessão olímpica à Record, observa que as fotos veiculadas no “Jornal Nacional” são da Getty Images.

O logotipo do Pitoco de hoje ce-lebra o primeiro ouro da ginástica brasileira na história das Olimpíadas. E torce pelo nosso futebol...

The end

Ritual do leitorIdalina, ontem, na Tarobá

Em entrevista ao meu programa, ontem, na Tarobá Cabo (canal 18), essa senhora de 77 anos, 25 deles dedicados ao magistério - em que le-cionou biologia e anatomia - , deixou uma lição de vida perene e irrefutável. Foi quando lhe formulei uma questão cuidadosa, porém espinhenta:

- Quando a senhora foi indicada candidata a prefeita, houve quem dissesse: “Não façam isso com essa idosa; estão expondo essa senhora; lançaram uma pessoa frágil e vul-nerável no mundo cão da política...”.

Aula da “profe” IdalinaJairo Eduardo

Eleições 2012

A Truck, no domingo, foi um grande espetáculo para algo em tor-no de 55 mil espectadores presen-ciais e sabe-se lá quantos pela TV.

Porém, alguns ajustes precisam ser providenciados. Aquela pedra no meio do caminho que explodiu o parabrisas do vencedor da prova, não poderia estar lá.

E o socorro ao caminhão que in-cendiou foi lento. Outro ponto frágil está nas áreas de vazão ao público, com longas filas e congestionamen-tos.

Porém, o balanço geral é extre-mamente positivo e a turma tem até 16 de setembro, quando sediamos a Stock Car, para reparar os pro-blemas.

Acontece

“Qualquer idiota consegue ser jo-vem. Porém, é preciso muito talento pra envelhecer.”

(Millôr Fernandes)

AbraçosEdna Brum Bebber, Maria Gabriela Cardoso, Leonardo Rigon, Renata

Peres Krum, Marcelo Pajolla, Carlos Razzini, Jair Nunes de Morais,

Renato Pompeu e João Quirino Lopes.

Com uma serenidade que somente o tempo é capaz de lapidar, Idalina respondeu, em outras palavras, com o seguinte argumento: “Nos Estados Unidos, estão superando o racismo. Elegeram um negro para a presidên-cia da República. No Brasil, estamos superando o machismo, ao por uma mulher no mais elevado cargo da nação. Incrível que aqui em Cascavel não conseguimos superar o precon-ceito contra os idosos...”.

Gentil com as palavras, navegando fora do script marqueteiro, a vovó

parece confirmar os versos inspira-dos de quem refletiu sobre a idade e soube traduzi-la com maestria, o poeta maior, Carlos Drummond de Andrade: “Pouco importa a velhice. Que é velhice? Teus ombros supor-tam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança...”.

Pitocas

“A funcionária está orientada a entregar primeiro para mim. Quan-do chega o Pitoco, vou para um cantinho. Leio primeiro a reporta-gem da frente. Se chega um clien-te eu digo: espera só um minuto. E leio de cima a baixo, inclusive os anúncios. Até terminar tudo eu não largo o jornalzinho”.

(Cirlei Reisdorfer - Pac Lanches)*O Pitoco, relata a partir de hoje o

ritual dos assinantes para ler o jornalzinho)

Jornais O “Paraná”, “Hoje” e rádio CBN divulgam a primeira pesquisa eleitoral pós-convenções de Cascavel.

Aos números: Edgar 35%; Menin 8,5%; Idalina 8%; Lange 7,1%; Le-mos 5,6%, Lisias 5,1%, Rosana 1%, indecisos 18,4%.

Sacudindo os números e baten-do no liquidificador, o resumo é o seguinte: se a eleição fosse hoje, e a pesquisa estiver certa, o Bruto 12 está a menos de um ponto percen-tual de liquidar a fatura já no primeiro turno.

A pesquisa é do Instituto SDS e está registrada no TRE com o número 32/2012.