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Cascavel, 22 de setembro de 2017 - Ano XXI - Nº 2104 - R$ 12,00 ELES ACREDITAM Sem medo da cara feia da economia, Havan, Irani e C.Vale expandem negócios na região com investimentos de mais de R$ 200 milhões Luciano Hang (Havan) Ivo Pegoraro (Irani) Alfredo Lang (C.Vale) Cascavel, 22 de setembro de 2017 - Ano XXI - Nº 2104 - R$ 12,00 ENTREVISTA REITOR VINCULA COLA À CORRUPÇÃO AGRONEGÓCIO HOMENS DE TRATORES AZUL, VERMELHO E VERDE PÁGINA 13 O TINDER É A SUA CARA! MEMÓRIA A PRIMEIRA FERROVIA

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Cascavel, 22 de setembro de 2017 - Ano XXI - Nº 2104 - R$ 12,00

ELES ACREDITAM

Sem medo da cara feia da economia, Havan, Irani e C.Vale expandem negócios na região com investimentos de mais de R$ 200 milhões

Luciano Hang

(Havan)

Ivo Pegoraro

(Irani)

Alfredo Lang

(C.Vale)

Cascavel, 22 de setembro de 2017 - Ano XXI - Nº 2104 - R$ 12,00

ENTREVISTA

REITOR VINCULA COLA À CORRUPÇÃO

AGRONEGÓCIO

HOMENS DE TRATORES AZUL, VERMELHO E VERDE

PÁGINA 13

O TINDER É A SUA CARA!

MEMÓRIA

A PRIMEIRA FERROVIA

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INVESTIMENTO

ELES ACREDITAMInaugurações multimilionárias em outubro e novembro: Irani, C.Vale e Havan

Há mil razões para esconder o dinheiro embaixo do colchão. Ou naquele apartamento da Bahia. Mas isso não distribui riquezas, oportunidades, empregos e desafi os.

Entre outubro e novembro, três grandes empreendimentos serão inaugurados na região. Dois em Cascavel, o Irani do Parque Verde e a Havan na Tancredo Neves. E um em Palotina, o frigorífi co de peixes da C.Vale.

Conheça aqui um breve perfi l dos homens à frente destes investimentos que vão gerar, somados, mil empregos diretos e movimentar mais de R$ 200 milhões. Apesar da maior recessão da história do Brasil, eles acreditam.

Irani inaugura ampliação da loja do Parque Verde neste mês de outubro.”

A casa humilde, construída para famílias de baixa renda com recursos do fi nado Banco Nacional de Ha-bitação, o BNH, foi local de sua morada por 16 anos. E denuncia a origem humilde do “embaixador” da família Pegoraro no Parque Verde e imediações.

Ivo Pegoraro foi agricultor, depois açougueiro. Saiu da roça no interior de Santa Catarina, mas a roça não saiu dele em Cascavel, mesmo depois que a rede se consolidou e transformou-se em um negócio mul-timilionário.

Ivo e a irmã Preta (embaixadora do Floresta), visitavam a obra gigante da loja no Parque Verde quan-do, acompanhados do engenheiro Ricardo Antonio Walker, receberam a reportagem do Pitoco.

Cuidadosos com as palavras, avessos a ostentação, os Pegoraro estão investindo algo entre R$ 40 e R$ 50 milhões com recursos próprios no empreendimento.

A área de venda salta de 1,5 mil para mais de 4 mil metros quadrados. A área construída total, de 14 mil metros, absorveu o trabalho de 12 empreiteiras e mais de 120 operários.

Preencher todos os requisitos de segurança não é brinquedo. Somente no quesito incêndio, são 1.600 bicos sprinter, pontos de água que estabelecem um

chuveiro gigante por todo o prédio, capazes de aspergir 277 metros cúbicos de água. A propósito: água da chuva, armazenada para reaproveitamento.

O número de postos de trabalho também se amplia: 120 novos funcionários serão agregados a equipe. E tem os segredinhos, que a Preta pediu para não revelar. Mas jornalista, sabe como é...

Uma réplica perfeita em miniatura da capela que foi desmanchada para ampliação do supermercado, estará no estacionamento subterrâneo para 120 veículos.

E no caixa, outro segredinho bem guardado. Tecno-logia inédita em Cascavel, o self service de supermer-cado. É simples: em uma área onde estão quatro caixas automatizados, você passa o produto em um leitor de código de barras, passa as compras, vê o total em uma tela, e paga com o cartão.

Registrado o pagamento, abre-se a “roleta” e você vai embora, em tese sem fi la, sem pacoteiro e sem a moça do caixa.

Realidade bem diferente daquele pequeno armazém que o “seo” Ivo comandava em frente à casa de BNH dele, quando nem o dinheiro de plástico existia.

Ivo e os quatro irmãos sócios, apesar da recessão medonha, são empreendedores que acreditam.

IVO DO BNH

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22 de setembro de 2017 | 05

INVESTIMENTO

Alfredo Lang e seu bilionário time da C.Vale colocaram um olho no frango e

outro no peixe. Quase um ano após o primeiro trator “roncar” na área industrial da coopera-tiva, em Palotina, o frigorífi co de peixes será inaugurado em outubro próximo. Ao lado do frigorífi co de aves.

E o mercado da proteína animal do bicho de penas e bico e do escamoso das nadadeiras anda assim mesmo, em paralelo, lado a lado, com uma cabeça de vantagem para o peixe na rentabilidade para o agricultor.

De saída, a C.Vale vai integrar 300 produto-res ao sistema. Cabe aos pescadores associados prover tilápias para um abate de 75 mil cabe-ças/dia. Uma enormidade, cardume oceânico. E a meta é ousada. Já fi ca tudo pronto para a ampliação, quando uma segunda linha de produção permitirá abater 150 mil tilapias a cada 24 horas.

Além de rentabilizar pequenas proprie-dades rurais a partir da diversifi cação, o em-preendimento gera outros 400 novos postos de trabalho. Aqui as cifras estão mais para baleia que para sardinha: são R$ 110 milhões de investimento.

“O Oeste do Paraná é o maior polo de produção de peixes do estado, então estamos potencializando uma vocação natural da re-

o mega-frigorífi co em Nova Aurora não vence abater tanta tilapia.

Segundo reportagem da “Folha de São Paulo” veiculada no último dia 9 de setembro, o pescado vem sendo a commodity alimentícia mais negociada do mundo, um mercado que irá movimentar 150 bilhões de dólares em 2017.

Alfredo Lang assinou com gosto o cheque de R$ 110 milhões. Ele e a turma da tilápia são gente que passam ao largo da tal maior recessão econômica da história. A C.Vale acredita!.

As cifras estão mais para baleia que para sardinha:

são R$ 110 milhões de investimento.”

A força que vem da várzea

Entusiasmado com a pujança da pisci-cultura, o prefeito de Nova Aurora, Pedro Leandro Neto, encaminhou via deputado Evandro Roman a designação de Capi-tal Paranaense do Peixe. Aqui ele relata a “revolução da tilápia” no município, fenô-meno que deve se repetir em Palotina com a C.Vale apostando no peixe.

Pitoco - Relate o antes e o depois da tilápia...

Pedro Leandro Neto – Antes da pis-cicultura, as pessoas procuravam emprego. Hoje, a cooperativa procura gente para trabalhar. Só não trabalha quem não quer. Temos empregos e moradia para todos.

É a glória da várzea?A terra molhada, terra baixa, não tinha

valor nenhum. Quem tentou produzir peixes teve prejuízo, não havia comercia-lização. Com o frigorífi co da Copacol as

áreas de várzea passaram a ser as mais valorizadas do município.

Mais que a terra da soja?Temos 200 piscicultores que provam

isso todos os meses. 1 alqueire de lâmina de água no tanque de peixe, é mais rentável que 15 alqueires cultivados com soja. O fi lé da tilápia vale muito, esperamos que a Copacol construa uma nova planta aqui.

gião”, diz Alfredo Lang, presidente da C.Vale.

O vizinho e cordial amigo de Lang, Valter Pitol, da Copacol, concorda em gênero e grau. Cafelândia precisou represar a produção, pois

VALE DA TILÁPIA

Obras do frigorífi co de peixes da C.Vale em Palotina

Prefeito Pedro Leandro Neto

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O empresário Luciano Hang, o dono da Havan, sempre diz: “Cascavel é uma das me-

lhores lojas da rede”. Vale lembrar, ele inaugurou a centésima em Rio Branco, no estado do Acre, mês passado. Base larga de comparação, portanto.

Hang é aquele cara que não passa indiferente. Há quem o ame, e há quem o odeie. Em Cascavel ele rompeu larga tradição de comércio fechado. Aqui tinha até restaurante que fechava para o almoço.

A Havan chegou chegando. Abrindo todo dia, faça chuva faça sol, das 9 às 21 horas. Alterou até o relógio biológico dos supermercados da cidade, que passaram a abrir nos domingo, sob protestos irados do bispo. “O dinheiro que vocês ganham no domingo será usado para comprar remédios para suas enfermidades”, chegou a dizer Dom Mauro, o arcebispo que digita torpedos com a mão esquerda.

Hang não se abalou. Manteve a escrita. Está aqui faz nove anos. E quando novembro chegar, inaugura a megaloja na Tancredo Neves com BR 277 - com direito a icônica Estátua da Liberdade, imagem que dá calafrios na mãozinha canhota do torpedo.

INVESTIMENTO

DOMINGÃO DO HANG

Investimento de R$ 40 milhões

Havan está investindo R$ 40 mi-lhões na nova loja. Os 300 novos postos de trabalho – cujo recrutamento já teve início na Agência do Trabalhador – vão injetar uma massa salarial de R$ 400 mil mensais (com alguns caraminguás destes revertidos em dízimos, possivelmente), irrigando toda a economia, inclusive a eclesiástica.

As ambições do grupo são de tirar

o fôlego. 200 lojas em cinco anos. Em paralelo à obra de Cascavel, outras seis megalojas estão sendo edifi cadas simul-taneamente.

“Para chegarmos na loja 200, vamos crescer principalmente no Paraná e San-ta Catarina”, avisa Hang. Possivelmente, os próximos passos aqui no entorno fi cam no Shopping Catuaí em Cascavel e em um ponto intermediário entre a capital do Oeste e Foz do Iguaçu. Luciano Hang, homem que riscou a palavra crise do dicionário, é gente que acredita.

Perspectiva arquitetônica da face para Avenida Tancredo Neves da megaloja Havan Cascavel: 300 postos de trabalho

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ENTREVISTA / WILSON DE MATOS SILVA

Certo dia dos anos 50 o “seo” Laudelino deixou a Estrada Pinguim com a esposa e os nove fi lhos em uma charrete. A grande família percorreu 10 quilômetros até o centro da poeirenta Maringá recém emancipada de Mandaguari.

Laudelino queria mostrar para a farta prole a principal atração da cidade que se tornaria canção: a fonte luminosa. Para frustração geral da criançada, o local estava no escuro. O vigia disse: “Neste horário fi ca tudo desligado. Ordens do prefeito”.

O agricultor de pronto perguntou: “Onde está o prefeito?” E foi até o local indicado, onde o alcaide desfrutava frugal jantar. E obteve do chefe do Executivo a autorização para que, excepcionalmente naquele horário, ligassem a fonte.

Entre os meninos encantados com a “vari-nha mágica” do pai, que fazia acender a fonte a luz, estava Wilson de Matos Silva, funda-dor e reitor da única universidade paranaense

“Tem funcionário meu na porta de saída da palestra de apresentação da instituição. Se o calouro não se enquadra

no sistema que expus, dá seu nome ao funcionário

que devolvo o dinheiro, e o aluno pode procurar uma

universidade em que possa fazer o que quiser.”

Ele catava garrafas ali, na infância, para vender ao reciclador e levar alguns trocados para ajudar a família. “A educação me levou do nada para o tudo”, costuma dizer.

Se de uma das garrafas que ele catou no lixão emergisse um gênio, como na fi cção, e Wilson lhe pedisse a reitoria de uma grande universidade, possivelmente o gênio da gar-rafa diria: “Pediu demais, pobre e ambicioso menino, não está no meu alcance”.

Mas Wilson arrematou a área. O terre-ninho do lixão cresceu. “Os últimos terrenos que comprei aqui, paguei R$ 25 o metro. Hoje o metro quadrado no entorno vale R$ 1 mil”, relata o reitor. E ele “devorou” todo o entorno. Já são mais de 100 mil metros quadrados, alguns deles ocupados pela bela morada do próprio fundador da Unicesumar.

Sim, ele mora dentro do campus. E olha no olho de cada aluno. “Aqui não é lugar de namorar”, avisa nas palestras com que recepciona os calouros. O menino que catava

A cola corrompeO menino que catava garrafas no lixão arregimentou 1 milhão de discípulos

entre as 10 maiores do Brasil, a Unicesumar. Certamente, quando Wilson olhou para o terreno que abrigava o lixão de Maringá nos anos 1990 e disse: “aqui será minha universi-dade”, poucos o levaram a sério. Menos o fi lho do seu Laudelino, que aprendeu com o pai a não ter medo do escuro.

A propósito, Wilson conhecia bem o lixão.

Professor Wilson: “Como educador, luto contra a cola todos os dias. E garanto: aqui na Unicesumar, ninguém cola”

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“Colar é falsidade ideológica, mentira, apropriação indébita.

O aluno pega o produto da mesa do vizinho, põe em sua mesa e diz ao professor: isso

aqui é meu. Espera. Aquilo não é dele, não lhe pertence.”

22 de setembro de 2017 | 09

“Não vou entrar na disputa de preço de mensalidade. Qualidade tem custo, não

vou competir no preço. Não sou concorrente de

nenhuma instituição, mas sou competitivo. Competitividade

é oferecer qualidade pelo preço justo. Aí o cliente vem.”

InvestimentoAcabamos de investir R$ 100 milhões em

novos campus presenciais de Curitiba, Londri-na e Ponta Grossa. Há outros R$ 45 milhões para o plano de expansão. Me encorajei a investir depois que trocou o governo federal. Teremos 500 polos de ensino a distância até 2020.

Cenário econômicoAcredito no Brasil. Sou empresário desde 9

de fevereiro de 1976. Enfrentei congelamento de preço, confisco de poupança, conversão por tablita, três zeros a menos na moeda, dois impecheaments e sobrevivemos. O Brasil será mais forte que a incompetência dos gestores públicos e vencerá.

MudançaSim, a crise política atual gera instabili-

dade, mas ideologicamente o país já mudou de rumo, isso é um grande ganho. Agora precisamos concluir as reformas. A básica já foi feita, a trabalhista. Precisa fazer a reforma previdenciária. É preciso que o pessoal de Brasília atrapalhe menos, mas a população brasileira também precisa fazer a sua parte na transformação.

IdeologiaHistoricamente a educação brasileira é do-

minada pelo governo, por ideologias exóticas, normatizada, engessada. Tudo é difícil, lento, oneroso. Ao governo corrupto não interessa a

ENTREVISTA / WILSON DE MATOS SILVA

garrafas é extremamente exigente com a qualidade do ensino.

Ele “infi ltra” fi scais como se alunos fossem, para impedir a cola. Já comandou pessoal-mente o envio de calouro do vestibular para a delegacia de polícia ao fl agrar cola eletrônica.

Pôs a Unicesumar em um ponto de exce-lência só alcançado por 4% das instituições de ensino superior do Brasil. Começou com 180 alunos e uma dúzia de colaboradores. Hoje tem mais de 3 mil funcionários e 100 mil acadêmicos. Pretender fechar o ano com 170 mil matrículas.

Doou milhões para o Conselho de De-senvolvimento de Maringá para bancar a construção de uma “cidade dentro da cidade”, baseada na arquitetura do entorno do rio Tâmisa, em Londres.

Doutor em matemática, estudioso, “inter-nou-se” inúmeras vezes nas mais reputadas universidades norte-americanas para um “copiar e colar” devidamente autorizado.

Nesta entrevista, o reitor explica como a permissividade na educação rega a raiz da corrupção endêmica no Brasil. E dá um recado para os gigantes da fusão no ensino superior privado brasileiro: “Não insistam. Não venham me visitar, não irei recebê-los”.

Com a palavra, a fonte da luz, o fi lho do “seo” Laudelino e dona Etelvina.

expansão da educação. No mesmo raciocínio, é preciso enfrentar o processo arraigado de ideologização da educação.

HíbridoAgora estamos investindo no sistema hí-

brido, que traz o melhor do ensino presencial mesclado com o melhor do EAD. Importamos laboratórios e softwares da India e da China. O híbrido permite atendimento remoto on line com professores mediadores, dá mobilidade ao aluno e acesso à fronteira do conhecimento em novas tecnologias. O liberta de 30 horas enfadonhas dentro do quadrilátero da antiga sala de aula. É 50% presencial, 50% na rede.

Olho no olho IFaço palestras para grupos de 500 pessoas

na recepção aos novos estudantes. Na turma do ensino a distância transmito minha men-sagem por vídeo na rede. No presencial falo tudo olho no olho. Digo claramente como vai ser: que o pai vai ter senha para monitorar a presença do aluno, que tem fi scal na sala, que aluno não vai colar.

Olho no olho IIDigo ao calouro na palestra que o sistema

educacional que o trouxe até a faculdade o en-ganou. E que talvez ele estivesse adorando ser enganado. Basta ele ver a nota no Enem para perceber que foi enganado. O Enem mostra que ele aprendeu muito pouco. Digo para ele: aqui não vai ser assim.

Homo x heteroDigo na palestra de recepção que vivemos

em um país democrático, de livre mercado, e que o aluno pode optar por outra instituição, caso não se enquadre nas regras. Aqui não tem manifestação homoafetiva nem heteroafetiva. Aqui é zero, não é lugar para namorar. Aqui não terá banheiro misto, mas você pode fazer a escolha - se fi ca na instituição, ou se sai.

Porta para foraTem um funcionário meu na porta de saída

da palestra de apresentação da instituição. Se o calouro não se enquadra no sistema que expus, dá seu nome ao funcionário que devol-vo o dinheiro no dia seguinte, e o aluno pode procurar uma universidade em que possa fazer o que quiser.

Corrupção e cola INão posso abrir mão de meus valores, da-

quilo que acredito, muito menos nesta etapa de minha vida. Estou convicto que esses valores podem construir uma sociedade melhor. A escola tradicional é permissiva. A corrupção endêmica no Brasil surge da permissividade com atos como a cola na escola.

Corrupção e cola IIColar é falsidade ideológica, mentira,

apropriação indébita. O aluno pega o produto da mesa do vizinho, põe em sua mesa e diz ao professor: isso aqui é meu. Espera. Aquilo não é dele, não lhe pertence. Nos EUA ninguém admite cola, um aluno entrega o outro, porque nota vale vaga no mercado.

Corrupção e cola IIIAqui nota boa não vale nada, não é referen-

cial no currículo de ninguém, não tem valor. Ninguém contrata no mercado pela nota, pois é conhecida de todos a péssima cultura da cola. Tem que mudar isso. Eu, como educador, luto contra a cola todos os dias. E garanto: aqui na Unicesumar, ninguém cola.

O professor IVejo que muitos funcionários públicos,

principalmente na educação, se mostram de-sesperançosos. Não há grandes motivos para isso. O problema não é monetário, só salarial. Debatemos em Harvard (EUA) a questão da remuneração dos professores. Conclui-se que nos EUA, na Europa ou Brasil a equação é a mesma.

O professor IIEm todo o planeta, o professor está as-

sentado na classe média, indiferente em que país ele lecione. Ensino básica, séries iniciais, média salarial menor. Séries secundaristas, média-média. Séries universitárias, média alta. Os brasileiros, em média, estão remunerados neste mesmo patamar. Qual é o salário da classe média brasileira? Confi ra, é o salário do professor, na média.

O professor IIIÉ preciso melhorar o salário do professor?

Sim. Mas o que é necessário também precisa ser possível. Precisa educar melhor as pessoas, prepará-las para que sejam profi ssionalmente mais produtivas. Isso irá gerar riquezas para a nação, o que permitirá melhorar a renda de todos. E o desenvolvimento das pessoas está nas mãos dos professores.

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ENTREVISTA / WILSON DE MATOS SILVA

O professor IVO dinheiro vai resolver o pro-

blema da educação? Não vai. Claro que o dinheiro é importante, mas não é o principal. O comprometi-mento do educador é o principal. Você pode encher essa praça aqui do campus de dólares. Isso não vai resolver o problema da educa-ção sem o comprometimento do educador com a juventude e com o futuro da nação.

MeritocraciaNossos alunos, professores

e funcionários são avaliados in-dividualmente com rigor. A cada 60 dias, acontece o almoço com o reitor. Recebo no almoço em ótimo restaurante e ambiente aconchegante os melhores alunos de cada série. Há uma disputa por este evento. Acreditamos no esforço pessoal e na meritocracia.

Vai vender? IHá muito investidor querendo nos visitar.

Eu não os recebo. A instituição não está à venda. Temos quase 100 mil alunos. Se colocar aqui os pais e um irmão da família do aluno, são 400 mil pessoas que podemos infl uenciar positiva-mente. É 1 milhão de pessoas a cada cinco anos gravitando no entorno de uma mensagem de construção, de ética e cidadania.

Vai vender? IIA instituição é um ideal, não é meramente

business. Existe o business porque tem que dar conta, porque tem que investir e a instituição precisa sobreviver. Mas o fundamento é o ideal, é o legado que queremos deixar para gerações futuras. Não vou vender, ninguém me garante que este ideal prossiga em outro grupo.

A promoçãoNão vou entrar na disputa de preço de men-

salidades. Qualidade tem custo, não vou compe-tir no preço. Não sou concorrente de nenhuma instituição, mas sou competitivo. Competitivi-dade é oferecer qualidade pelo preço justo. Aí o cliente vem. O cliente, em regra, não mede pelo preço. Está enganado quem faz negócio de massa sem qualidade e nível baixo. Ganhará dinheiro a curto prazo, mas não estabelece um projeto de futuro.

Porta abertaSe Cascavel está no mapa para um cam-

pus presencial da Unicesumar? Estamos discutindo isso com possibilidades...

Nossos alunos, professores e funcionários são avaliados individualmente com rigor.

A cada 60 dias, acontece o almoço com o reitor.

Recebo no almoço em ótimo restaurante e ambiente

aconchegante os melhores alunos de cada série.”

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46 3055-9900 Rua Campo Largo, 1250Francisco Beltrão, PR

45 3218-8181 Av. Brasil, 2255

Cascavel, PR

45 3025-9000 Av. Costa e Silva, 1555

Foz do Iguaçu, PR

45 3025-9000 Av. Parigot de Souza, 3653

Toledo, PR

PELA VIDA. ESCOLHA O TRÂNSITO SEGURO. Ofertas válidas para veículos faturados no período de 01 a 30/09/2017 ou até durarem os estoques, às pessoas físicas que adquirirem veículos Toyota por meio de financiamento contratado junto à instituição financeira e em toda a rede de Distribuidores Toyota Zeni Motors, com garantia de

recompra do veiculo adquirido, pelo Distribuidor Toyota Zeni Motors, por 85% (oitenta e cinco por cento) do valor na Tabela FIPE vigente, na forma e condições estabelecidas nas Condições Gerais do Certificado de Recompra do Veiculo e no Manual de Recompra (vide condições no site www.toyota.com.br/ciclotoyota). PRIUS HYBRID 1.8 16V AUT. 2017 à vista R$126.600,00* ou financiado com o Banco Toyota no programa Ciclo Toyota nas seguintes condições: CDC, pessoa física, com entrada de R$65.950,00 (52,09%) e 36 prestações fixas de R$998,69 mais 01 prestação residual de R$50.640,00 com vencimento na mesma data da última prestação fixa do financiamento. 1ª prestação fixa com vencimento para 30 dias do fechamento do financiamento. Taxa de juros pré-fixada de 0,99% ao mês, equivalente a 12,54% ao ano+IOF de R$2.048,64+Registro de contrato base Estado do Paraná de R$120,29+Seguro Proteção Financeira de R$1.792,79+Cesta de Serviços sugerida base Estado do Paraná de R$500,00+Tarifa de Confecção de Cadastro para Início de Relacionamento de R$550,00. Total financiado correspondente a R$65.661,72. Valor Total a prazo de R$152.542,84. Custo Efetivo Total (CET) de 15,05% ao ano. Estoque: 02 unidades. *Frete incluso, pintura sólida. Crédito sujeito à análise e aprovação. O CET apresentado é aplicável ao exemplo acima. Campanha vinculada à validade do Programa Ciclo Toyota. A alteração do modelo do veículo ou de qualquer das condições do financiamento acarretará novo cálculo do CET. SAC Banco Toyota 0800 016 4155 ou envie um e-mail para [email protected]. Ouvidoria Banco Toyota (somente após atendimento pelo SAC): 0800-772-5877. Prius Hybrid apresentou o seguinte consumo – gasolina/cidade: 18,9km/l; gasolina/estrada: 17km/l. Valores de referência medidos em laboratório, dependem das condições de trânsito, combustível e hábitos do motorista. Veículo participante do PBEV - Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular do INMETRO 2016. Consulte: www.inmetro.com.br. A Toyota oferece 3 anos de garantia, sem limite de quilometragem para uso particular e, para uso comercial, 3 anos de garantia ou 100.000 km, prevalecendo o que ocorrer primeiro. Consulte o manual do proprietário ou www.toyota.com.br para mais informações. Além do período de cobertura básica, a Toyota do Brasil oferece a garantia estendida de 60 (sessenta) meses para veículos Toyota ou 48 (quarenta e oito) meses para montagem do Sistema Hibrido (Bateria híbrida, ECU da Bateria Híbrida, ECU de gerenciamento de energia, Inversor com conversor), totalizando 08 anos de garantia, desde que realizadas todas as manutenções periódicas na Rede de Concessionárias Autorizadas Toyota. O período de garantia contra defeitos de fabricação ou montagem do Sistema Híbrido é de 8 anos sem limite de quilometragem para veículos cuja nota fiscal tenha sido emitida em nome de pessoa física. O período de garantia contra defeitos de fabricação ou montagem do Sistema Híbrido é de 8 anos com limite de 200.000 quilômetros, o que primeiro ocorrer, para veículos cuja nota fiscal tenha sido emitida em nome de pessoa jurídica. As ofertas deste anúncio não abrangem os veículos adquiridos em Vendas Diretas com isenção de impostos. Essa promoção não é cumulativa com outras promoções vigentes.

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22 de setembro de 2017 | 13

Julgamento no aplicativo é sumário e discricionário

O Tinder é a sua cara!Se você acha que um “papo-cabeça”, na linha inte-

lectual charmoso, irá torná-lo um sujeito bem su-cedido no universo feminino, lamento informá-lo: você está se achando. O aplicativo Tinder, frequentando por mais de 10 milhões de brasileiros e gente de 190 países, desmente conceitos todos os dias e eleva as aparências, nada mais, para o cume no mundo da paquera.

Para fugir da defi nição clássica, vamos apresentar o Tinder de outra forma: você baixa o aplicativo no celular, estabelece um território para o radar procurar gente a fi m de namorar e pode selecionar a faixa etária em que pretende “prospectar”. Dali a pouco dezenas de carinhas vão surgindo na sua tela. Se você pôr o dedo na tela e levar para um lado, você “degolou” a suposta pretendente. Se levar para o outro ou apertar um cora-çãozinho, a janela fi cou aberta para o namoro de site. Bem diferente daquele do sítio.

Você pode ainda apertar uma estrelinha em deter-minada pessoa, e então ela irá saber que houve ali quase uma “paixão à primeira vista”. Divertido, certo?

O Tinder, mais que qualquer outra ferramenta disponível, classifi ca as pessoas pela aparência. O julgamento é sumário e discricionário: foto na tela, poucas letrinhas de apresentação do indivíduo – o advogado diria que o

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

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sujeito teve sua defesa cerceada -, e match ou facão.Ali você vale por critérios unicamente estéticos: cor de seus olhos, marca de expressão, cor da pele, entradas no cabelo, “recheio” dos lábios, tamanho do nariz e nada mais.

Ensinamentos a partir do cruzamento de milhões de match e “foiçadas” do Tinder que podem ser apli-cados também fora do mundo da paquera: o sorrisão na foto aumenta em 20% suas possibilidades. O uso de óculos (inclusive os escuros) e/ou chapéu diminui suas chances.

Invocamos aqui o testemunho de dois pensadores para o julgamento defi nitivo do aplicativo: sustentação oral da defesa, Vinicius de Moraes: “Que me perdo-em as feias, mas beleza é fundamental”, disse o poeta. Assistente de acusação Nelson Rodrigues: “Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu”, sentencia o dramaturgo.

Sentença do articulista: somos livres para julgar e ser julgados. Para usar um lugar comum, digo: “a bele-za está nos olhos de quem vê”. Para usar um bordão popular, “para cada panela há uma tampa”. Quem sabe a sua está ao alcance de um clique no Tinder, mas leve em conta que – even-tualmente – as aparências enganam.

Ali você é avaliado por critérios

unicamente estéticos: cor dos olhos,

dimensões do nariz e nada mais.”

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Puro marketingEMPREENDEDORISMO

É como tentar matar uma barata usando um míssil, enquanto o que você realmente precisava era apenas de um chinelo

MATHEUS B. SOBOCINSKI

Empresário e empreendedor

Em nossa última coluna, discorremos acerca de “criação de valor”, uma estratégia empresarial

voltada a persuadir seu cliente a trocar o dinheiro dele pelo seu produto. Para tanto, o comprador precisa estar certo de realizar um bom negócio, ou seja, algo que ele realmente precise, por um valor que ele esteja disposto a pagar e que satisfaça suas necessidades – a famosa “lei de ferro do mercado”.

Mas, para que um negócio realmente se concretize, é necessário muito mais do que um bom produto a um preço competitivo. Não basta apenas oferecer valor. As pessoas precisam saber o que você tem a oferecer. Isso chama-se marketing.

Muita gente acaba confundindo marketing e vendas, e apesar das estratégias de marketing direto, é importante salientar que para um negócio de sucesso, tais atividades devem ser tratadas separadamente. Enquanto o marketing trata de colocar sua empresa no mapa, o objetivo das vendas é fechar o negócio.

Marketing é conseguir atrair a atenção de potenciais clientes ao seu produto ou serviço para então fechar vendas lucrativas. Mas você pode imaginar que isso é fácil. Chamar a atenção de compradores depende apenas de investimento em mídia. E é aí que as empresas mais tropeçam.

Uma boa estratégia de marketing não precisa, necessariamente, de um grande investimento. É bom estar em evidência e colocar sua marca no horário nobre da TV, mas você já parou para pensar na porcentagem da audiência que realmente estaria disposta a comprar seu produto ou serviço? Se você não atua como um gigante do varejo, sua estratégia pode

estar errada. É como tentar matar uma barata usando um míssil, enquanto o que você realmente precisava era apenas de um chinelo.

Por isso, concentre-se em seu público alvo e con-quiste a atenção das pessoas que realmente têm chance de comprar de você – o seu “comprador provável”.

Falamos também, na coluna anterior, sobre os impulsos humanos essenciais. Fazendo uma conexão com o assunto tratado aqui, percebemos que qualquer estratégia de marketing de sucesso está conectada ao resultado fi nal desejado pelo cliente. Normalmente visto como uma experiência ou emoção relacionada diretamente a um impulso humano essencial. Explico:

auando um senhor de 50 anos compra uma Harley-Davidson, ele compra também o sentimento de aventura, liberdade e destemor, entre outros.

O marketing, portanto, deve sem-pre ter em mente o resultado fi nal que interessa ao cliente. O que ele realmente procura em seus produtos ou serviços? O que sua oferta é capaz de proporcionar a ele? Agora você en-tendeu porque os vendedores de carro sempre insistem no test-drive. Para dar ao cliente a verdadeira sensação de estar dirigindo um veículo zero quilômetro, com todos os recursos tecnológicos e cheirinho de novo. Difícil resistir.

Depois que desenvolver um exce-lente produto, por um ótimo preço, encontrar seus clientes potenciais e apresentar seu trabalho, você irá per-ceber que agora já está no mercado. A próxima tarefa é se manter nele. Para isso é muito valioso que você construa uma ótima reputação. A maioria dos clientes está disposta a pagar muito mais por uma boa reputação.

O marketing deve sempre ter em mente o resultado fi nal que interessa ao cliente. O que ele realmente

procura em seus produtos ou serviços?”

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O sonho de ser o maiorLaboratório investiu R$ 22 milhões em Cascavel e tem

capacidade para realizar até 1,2 milhão de exames/mês

TECNOLOGIA

A Dasa, maior empresa de medicina diag-nóstica do Brasil e da América Latina,

segue à risca os passos de um projeto am-bicioso, arquitetado por seus diretores, que têm o sonho de vê-la no topo do mundo. Por isso, investe, planeja e trabalha para deixar a quarta colocação e se transformar na maior do setor em uma área na qual conhecimento de ponta, equipamentos caros e sofi sticados, profi ssionais bem preparados e logística são fundamentais. A Dasa possui atualmente mais de 500 unidades de atendimento em todo o Brasil e 13 laboratórios centrais - Núcleos Técnicos Operacionais.

O Laboratório Alvaro, de Cascavel, foi incorporado à Dasa em 2005. E a estrutura adquirida há 12 anos tem papel central na meta de posicionar a empresa no cume de um ranking frequentado por gigantes europeus e norte-americanos. Atento às exigências desse mercado, o laboratório investe somas expres-sivas para colocar seu projeto de expansão em prática. Um dos principais investimentos na região Sul do Brasil foi construir, no bairro Alto Alegre, em Cascavel, um Núcleo Técnico Operacional com o que há de mais avançado em estrutura física, equipamentos e profi ssionais.

Texto e fotos de Jean Paterno

Equipamentos de ponta, principal-mente japoneses, norte-americanos e suecos, ajudam a conferir excelên-cia em 400 tipos de exames

Estrutura de 1,6 mil metros quadrados, com todos os equipamentos, consumiu investimento de R$ 22 milhões

Alta tecnologiaCom 1,6 mil metros quadrados e in-

vestimento superior a R$ 22 milhões, o Núcleo é dotado com o que há de melhor em termos de tecnologia. Idealizado para funcionar mesmo com eventuais panes nas distribuições ofi ciais de água e energia, o espaço segue à risca as mais rigorosas nor-mas ambientais e conta, entre outros, até com uma estação própria para o tratamen-to de efl uentes.

Tem geradores, poços artesianos e es-trutura de onde extrai água, além de fi bras de cabos ópticos. Toda essa estrutura, além dos recursos aplicados em Tecnolo-gia da Informação visa oferecer mais rapi-dez, precisão e sigilo aos resultados.

O Núcleo Técnico Operacional de Cascavel está equipado para realizar cerca de 400 diferentes exames, mas a grande maioria gira em uma lista com cerca de 60. A unidade do Alto Alegre tem capacidade para realizar cerca de 1,2 milhão de exames por mês. Os principais exames são os de tireoide, hemograma, vitamina D, testes associados à anemia, controle do diabetes, próstata e hepatites.

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Por que investirem Cascavel?

A tecnologia ajudou a medicina diagnóstica a tornar os exames mais rápidos e precisos. E com a escala que empresas como a Dasa alcançam, os custos também caíram e hoje são muito mais acessíveis.

Os exames feitos em Cascavel têm como clientes cerca de cinco mil laboratórios de cidades de todo o Sul. Uma das estratégias da Dasa, que detém 35% do mercado brasileiro de diagnósticos, foi criar núcleos técnicos operacionais em regiões distintas, segundo a vocação de cada fração territorial.

A decisão de investir em Cascavel para atender o NTO do Sul foi lógica, segundo o gestor de atendimento ao cliente, Jaime Ta-dim. “A marca Alvaro sempre foi muito forte e está consolidada. Cascavel é um centro de excelência em Medicina e está na rota do Mercosul, quase na fronteira com Paraguai e Argentina”.

Há ainda outro aspecto fundamental, se-gundo Tadim: a mão de obra disponível em Cascavel está entre as mais conceituadas do Brasil. Tanto que um signifi cativo número de profi ssionais que começaram no Laboratório Alvaro hoje ocupam posições de destaque na matriz e em outras unidades do grupo em grandes centros.

Tecnologia proporciona rapidez, segurança e precisão nos resultados

Luciano mostra uma das centrais de controle dos poços artesianos

Equipe de 127 profi ssionais, entre farmacêuticos, bioquímicos, biomédicos e técnicos, atua no Laboratório Alvaro, no bairro Alto Alegre

TECNOLOGIA

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Homem do trator azulAGRONEGÓCIO

Os tocos de araucária que produziram fortunas

Padovani no trator azul em caricatura de Jair: rosas e espinhos

Boi sem chifrese sem coração

O trator era o boi sem chifres e sem coração. Virou também um meio de trans-porte, substituindo o cavalo. A máquina dos anos 70 só guarda semelhança com os produzidos hoje nos quatro pneus, câmbio e diferencial. O resto é tudo diferente.

“Hoje o trator é turbinado, guiado por GPS, integrado ao implemento. A colheita-deira então, se transformou muito mais”, explica Padovani.

Além da onda da mecanização, o setor sempre se benefi ciou dos juros governa-mentais camaradas para os agricultores. Programas como “Panela Cheia” e “Mais Alimentos” encheram a despensa dos ven-dedores de tratores.

amarelos do “seo” Carelli.

Padovani, em verdade, ostentava várias co-res na paleta. Ele tinha com Valdir Kucinski, da loja Gaúcha, uma sociedade na revenda “multimarcas” da Avenida Brasil, em frente à antiga Slaviero.

Era uma casa de madeira que oferecia os vermelhos (Massey), os azuis (Ford) e os amarelos da Valtra. “Não havia ainda uma territorialização por concessionária, isso veio depois. Trazíamos tratores até do nordeste”, explica Padovani.

Eram bons tempos aqueles. Carelli chegou a vender mil CBTs por ano. O trator era pro-duzido em São Carlos, interior de São Paulo, e tinha uma fama de durão. Felisberto Bran-co, por exemplo, zagueirão de várzea no bairro Alto Alegre, ganhou o apelido de CBT.

O trator chegou na cedo na vida do empre-sário Nelson Padovani. Em 1954, seu

pai, Antonio, já importava tratores da marca Zetor para uso em propriedades da família no interior de São Paulo.

Mas tarde, início dos anos 70, o trator vol-tou a cruzar a trajetória de Padovani. Ao seu casar, na década anterior, com a amada Dirlei Carelli, ingressou na família do trator amarelo, o CBT. Arlindo Carelli, o sogro, olhando para um horizonte de destoca, aconselhava o genro: “invista na mecaniza-ção da agricultura”.

Foi então que Nelson Padovani as-sinou contrato com a Ford e se tornou o “homem do trator azul”. Por uma década inteira, segundo ele, a Metropolitana foi a maior vendedor da marca no Brasil. O chão ajudava. A promissora região de Cascavel encerrava o ciclo da madeira.

Milhões de “tocos” de araucária aguardavam para ser removidos e dar lugar à coqueluche dos anos 70: a soja. Aí entravam os trato-res azuis de Padovani e os

Juros negativos de 7,5%, com oito anos para pagar, e 100% fi nanciado estão vigentes até hoje, subsidiando fortemente o setor de máquinas agrícolas e consolidando fortunas do dia para a noite.

Mas nem tudo são fl ores, segundo argu-menta o “homem do trator azul”: “Vender máquina não é como engordar suíno. O animal você pesa, entrega para o frigo-rífi co e acabou seu vínculo. A máquina é diferente. Requer assistência, garantia, mecânica especializada...”

E quando a coisa vai mal no campo, o setor sente. Padovani recorda do meio dos anos 1980, conhecida como década per-dida. No auge da crise do governo Sarney, ele passou a vender um trator por mês em Cascavel, quando precisava vender pelo menos 30 para cobrir os custos.

“Não há roseira sem espinho”, fi losofa o cara do trator azul, que, a propósito, mudou a grife: era Ford, virou New Holland, mas o tratorzinho mantém a cor e a conta do Padovani no azul.

Vender máquina não é como engordar suíno. O animal

você pesa, entrega para o frigorífi co e

acabou seu vínculo. A máquina é diferente. Requer assistência, garantia, mecânica

especializada...”

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22 de setembro de 2017 | 19

Jacy Scanagatta a bordo da charge de Jair: do jovem envergonhado de São Salvador a milionário do trator vermelho

A Massey chegou a Cascavel rebocada pelo Fuscão

Olhos claros perdidos no horizonte, Jacy Miguel Scanagatta recuou meio século

no tempo para lembrar daquele inverno de 1967, quando foi comprar uma “jamanta” em Joaçaba, interior de Santa Catarina.

Ele exercia o ofício de caminhoneiro, e jamanta era como se chamava aquele Scania alaranjado também conhecido como “Jacaré”, produzido pela secular indústria sueca.

Foi naquela empreitada que estabeleceu contatos para instalar uma concessionária de automóveis, a Datta Volkswagen. Quando pe-diu a concessão, guardava poucas esperanças de ser atendido.

“Eu morava no distrito de São Salvador, em uma casinha de madeira de 49 metros qua-drados, quando apareceu um representante da Volks num dia frio. Fiquei envergonhado, não tinha onde receber essa pessoa tão importante.”

Passado o constrangimento, o jovem de 30 e poucos anos, como ele diz, recebeu autorização para vender os primeiros Fuscas e Kombis zero quilômetro em Cascavel.

Aqui uma dimensão dos tem-pos: para se comunicar com a multinacional alemã em São Pau-lo, era preciso ir a Guarapuava. Então Scanagatta adquiriu um aparelho de radioamador. “Todo dia, às 7 horas, eu me comunicava com a Volks”, relata.

Neste recorte entra a turma do trator vermelho. O pessoal da Massey Fergunson também precisava se comunicar com aquele grotão pro-fundo onde estava enfi ado o Oeste do Paraná. E usava o rádio do rapaz de São Salvador.

Ali a indústria percebeu o dinamismo do ambicioso Scanagatta e lhe ofereceu a conces-são do trator vermelho. “Aceitei. Eu não tinha nada, mas tinha esperança”, relata.

No primeiro ano, agosto de 1967, o empre-sário vendeu três tratores. No segundo, seis. “O problema estava no medo. O agricultor temia perder a terra para o Banco do Brasil no fi nanciamento do trator”, explica Scanagatta.

Mas o boi sem coração e sem chifres veio para fi car. Em pouco tempo, a Camagril passou a vender dois tratores e uma colheitadeira por dia, transformando-se no principal negócio da família Scanagatta. Hoje, a empresa reú-ne nada menos que 14 pontos de venda com abrangência em mais de 100 municípios.

O dia em queo Fusca capotou

A primogênita Datta, revendedora Volkswagen, cerrou as portas em um dia triste dos anos 1990.

“Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Reuni a família e disse: - Vamos fechar a Volks. Imagine só chegar até a fi rma e comunicar isso para os nossos 86 funcionários, mais de 50 deles com 15 anos de casa ou mais. Foi a medida mais difícil que tomei”, relatou Scanagatta em entrevista à CBN.

O Fuscão foi, a Kombi também. Mas o trator vermelho fi cou. Está ali na Avenida

Brasil, defronte da Igreja Santo Antonio, faz meio século.

Ocasionalmente, o patriarca e funda-dor repete o gesto de cinco décadas atrás, quando vasculhava as gavetas para ver se encontrava serviço parado, demanda repre-sada. “Há 50 anos, eu observava gaveta por gaveta. Chegava na empresa às 4 da manhã. Era sempre eu quem fechava as portas, na boca da noite.”

Foi neste ritmo que o Homem do Trator Vermelho deixou o casebre de 7 x 7 no inte-rior para habitar a bela mansão projetada pelo nosso Niemayer, Nilson Gomes Vieira, na rua Souza Naves, e constituir uma das maiores fortunas de Cascavel.

Homem do trator vermelhoAGRONEGÓCIO

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A saga cinquentenária dos Giombelli

Marcos Giombelli retratado pelo cartunista Jair a bordo do trator verde: inversão geracional e de cores

Visitando amigose antigos clientes

Albino Giombelli é hoje um octogenário. Não perdeu o hábito de visitar amigos e an-tigos clientes, gente que conheceu ao longo de meio século de atuação no agronegócio.

A cinematográfi ca mansão dele no alto do bairro Neva, região conhecida como “Incra”,

Na natureza, em regra, observa-se uma transição do fruto verde para o ama-

relo. É o amadurecimento do mamão, da manga, da laranja. Verdes em tenra idade, amarelos quando prontos para o consumo.

Na família Giombelli foi o inverso. A transição ocorreu do amarelo para o verde. Inicialmente o fundador do grupo, Albino Giombelli “passeava” a bordo de um trator amarelinho, o Valmet.

Chegou a ser o maior vendedor do Brasil da Valtra/SLC. Era um estouro. Tanto assim que Palotina fi cou pequena para os Giombelli, nos anos 1980, e eles montaram uma loja gigante para os padrões de Cascavel à época, na Avenida Tancredo Neves, onde hoje está o Fórum da Comarca.

“Em 1986 a Giombelli chegou a

AGRONEGÓCIO

vender mil tratores”, recorda-se Marco, um dos cinco fi lhos de “seo” Albino, a quem coube, a partir de 1996, conduzir a transição do amarelo para o verde.

Comendo a SLC pe-las beiradas, a John Deere, gigante norte--americana, maior do planeta no ramo, chegou ao novo Oeste do Paraná com fôlego. Os Giombelli não podiam vender o ver-dinho no mesmo prédio dos amarelos da concorrente.

Então Albino fi cou na Valtra e Marco fundou a MA Máquinas, para revender o trator verde. O ramo amarelo foi tratorado por duras provações financeiras, e o verde prosperou.

A MA Máquinas tornou-se a maior vende-dora John Deere do Brasil. Ano passado, as 11 lojas da empresa venderam 420 tratores e 220 colheitadeiras, entre outros implementos. É o melhor desempenho da marca no país em volume de vendas, embora uma concessionária do Mato Grosso lidere em faturamento.

uma espécie de ícone dos anos dourados do setor, dará lugar a um edifício de 40 andares da construtora JL.

Giombelli viu de tudo em sua caminha-da. Desde o “Plante que o João garante”, slogan dos anos 1970, quando o último general a governar o Brasil abria novas fronteiras agrícolas, até a inversão do ama-relo para o verde no mundo dos tratores.

Homem do trator verde

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REFORMA POLÍTICA

poderes. Os pontos principais defendidos pela legenda são: voto distrital misto, segundo turno em municípios com mais de 50 mil eleitores, proibição de manter o mandato ao assumir cargos no Executivo, candidatura avulsa, parlamentarismo, fi m da reeleição, fi m das co-ligações na eleição proporcional e mudança no sistema de suplência de senador.

Uma reforma pressupõe medidas amplas. De nada adianta a costura de uma colcha de retalhos. A sociedade exige medidas que possam varrer os vícios políticos que impedem o país de se livrar da corrupção na gestão pública, da troca de interesses em prejuízo do bem comum e do cacoete da velha política de resultados nada republicanos.

O cerne da questão hoje é a limitação de gastos nas campanhas. São os milhões dessa roda política que impulsionam as turbinas da corrupção. A proposta do PPS vai justamente no sentido de fortalecer o peso das ideias e reduzir o abuso do poder econômico na política.

De todos os graves problemas do Brasil, o caduco sistema político-eleitoral talvez seja um dos mais

urgentes a serem resolvidos. É dele que nasceu grande parte dos escândalos de corrupção que hoje infestam o país. Recentemente, mais uma vez a Câmara dos Deputados tentou aprovar uma reforma política. Tudo corria bem até que os grandes partidos resolveram al-terar a proposta em plenário por meio de uma “emenda monstro” que estabelecia o voto pelo sistema distritão e criava um fundo público sem limite de gastos para fi nanciar as campanhas eleitorais. O PPS, em conjunto com outros partidos, conseguiu barrar a manobra. No entanto, diante da polêmica, a votação em torno da reforma foi adiada mais uma vez.

E por que uma reforma completa não anda? Jus-tamente devido a divergências entre os partidos em relação ao sistema eleitoral e ao fi nanciamento das campanhas. Para o PPS, o voto distrital misto resolveria em grande parte os problemas. Nele, o cidadão teria di-reito a votar duas vezes para a escolha de um deputado. Votaria no candidato de sua preferência e depois no partido cujas propostas lhe pareçam melhores.

Dessa maneira, os Estados seriam divididos em pe-quenos distritos e eleitos os candidatos mais votados em cada uma dessas regiões. Outros políticos disputariam pelo partido. Assim, o partido que fi zesse mais votos elegeria o maior número de deputados.

É um sistema que também acabaria com as coliga-ções, evitando o que acontece hoje, quando o cidadão vota em um candidato de uma determinada sigla e acaba elegendo um político de outro partido que não lhe agrada. Além disso, o sistema distrital misto reduziria signifi cativamente os gastos, já que limitaria o espaço geográfi co de campanha e concentraria a maior parte da propaganda no partido e não em uma infi nidade de candidatos.

No Congresso Nacional, o PPS foi o primeiro a expor suas sugestões de reforma. Ainda em 2011, apresenta-mos um projeto completo*. Levamos nossa sugestão para todos os partidos e para os presidentes dos três

O sistema mais baratoO distrital misto e o fi m das campanhas milionárias

RUBENS BUENO

Deputado federal pelo PPS do Paraná

*Confira a proposta do PPS em http://www.fundacaoas-trojildo.org.br/include/publicacoes/arquivo_publicacoes/pdf/O_resgate_da_pol%C3%ADtica.pdf)

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Heinz Schmidt

Há um século, a primeira ferroviaA história da Estrada de Ferro Mate Laranjeira, que ligava Guaíra a Porto Mendes

MEMÓRIA

“Gua

hyrá

- Gu

aíra

No momento em que se discute o destino da Ferroeste, uma ferrovia “entalada” em

Guarapuava, sem saída própria para o mar e dependente de favores que o desmonte “liberal” da infraestrutura estratégica brasileira conces-sionou a mãos privadas, vale evocar o centená-rio da primeira ferrovia do Oeste paranaense, inaugurada em meados de 1917, em pleno sertão, pela Companhia Mate Laranjeira*.

Com extensão de 60 quilômetros, a linha férrea ligava Guaíra a Porto Mendes (no atual município de Marechal Cândido Rondon). Foi concebida para contornar um trecho inavegável do Rio Paraná e constituiu um elo importante no sistema rodo-ferroviário-fl uvial da empresa em suas operações de produção e exportação de erva-mate para a Argentina.

Defi nida pelo historiador Ruy Christo-wam Wachowicz como provável “primeira multinacional platina”, pois tinha interesses e estava instalada no Brasil, Paraguai e Ar-gentina, a Mate Laranjeira surgiu no fi nal do século XIX, quando o comerciante Thomaz Larangeira obteve uma concessão do gover-no imperial para explorar erva-mate no sul de Mato Grosso. A primeira sede da empresa foi em Concepción, no vizinho país, onde Laran-geira também possuía concessões. Depois, a administração transferiu-se para Campanário, em Mato Grosso, onde o ervateiro se aliou aos Murtinho - uma família política e econo-micamente muito infl uente - e mais tarde fez sociedade com Francisco Mendes Gonçalves e seu fi lho Ricardo, que deram notável impulso aos negócios da empresa, abrindo novos nichos no mercado consumidor de Buenos Aires.

Ao se estabelecer em Campanário, a Mate Laranjeira continuou a se valer de Concepción

e do Rio Paraguai para exportar seus fardos de “ilex paraguariensis”. Depois, inaugurou um porto em território brasileiro, que seria denominado Murtinho, localizado na margem esquerda do Rio Paraguai, cerca de 50 quilô-metros ao norte da foz do Rio Apa.

A distância entre os ervais e o porto de embarque alcançava mais de 300 quilômetros, e o sistema de transporte era lento e oneroso. “Contam que as carroças levavam até um mês para chegar ao destino, muitas vezes quebravam e tinham de viajar sob fortes chuvas. O trabalho passou a exigir centenas de carroças, animais e também vários postos de troca, oficinas de reparos, armazéns e outras instalações”, relata a professora Hor-tência Zeballos Muntoreanu em seu livro “Guahyrá - Guaíra”. Em determinada época, a frota da Mate Laranjeira chegou a somar 800 carretas.

As difi culdades levaram a empresa a buscar um trajeto alternativo. Um estudo técnico con-cluiu que seria mais mais prático e econômico

escoar a erva-mate atrás do Rio Paraná. Os únicos entraves nessa rota eram as Sete Quedas, na altura de Guaíra, e as corredeiras a jusante dos saltos.

Em 1902, segundo a professo-ra Hortência (ou 1909, segundo outras fontes), a Mate Laranjeira adquiriu de Francisco Monjoli os direitos de exploração de um porto acima das Sete Quedas. No mesmo ano, requereu terras ao governo do Paraná para implan-tar uma cidade e autorização para abrir estradas até Porto São João

e Portón, atual Porto Mendes. Oito anos depois, já com um porto readequado, armazéns e ou-tras instalações construídas na nascente cidade de Guaíra, a Mate Laranjeira passou a operar a nova rota de exportação. Chatas rebocadas por vapores navegavam pelos afluentes do Rio Paraná (Amambai, Iguatemi, Dourados e Ivinhema) trazendo a erva de Mato Grosso até Guaíra, de onde o produto seguia por terra até Porto São João, situado aproximadamente 45 quilômetros ao sul, onde era reembarcado em chatas com destino ao Baixo Paraná.

Inicialmente, o transporte até Porto São João era feito por estrada de terra. Com base em experiência anterior desenvolvida em Porto Murtinho, a empresa construiu uma via férrea no sistema Decauville (bitola estreita), de Guaíra até o porto, sobre a qual passaram a trafegar carroções especialmente adaptados, puxados por muares. Em 1913, a Mate Laran-jeira adquiriu da fi rma Isnardi, Alves & Cia. os direitos de uma concessão feita pelo governo do Estado para a implantação de um segmento ferroviário ligando o Alto ao Baixo Paraná. A

*alguns autores utilizam a grafia Matte Larangeira ou Mate Larangeira

O trem pronto para partir: uma das cinco locomotivas da Mate Laranjeira

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posse dessa concessão permitiu à empresa melhorar e ampliar e linha férrea, estendendo--a até Porto Mendes, e substituir os carroções por trens a vapor. Dessa forma, escreveu em 1977 o comerciante e historiador autodidata Ernst Mann - um austríaco, ex-combatente da II Guerra, radicado em Guaíra -, “chegaram ao Oeste paranaense locomotivas inglesas e alemãs; nenhuma delas nova, porém todas recondicionadas, de maneira que puderam ser utilizadas durante muitos anos”.

O trem apitou pela primeira vez em Guaíra no dia 1o de junho de 1917. Há dúvida se nessa época a ferrovia já estava completa, alcançando Porto Mendes, num percurso de 60 quilôme-tros (como relatam alguns autores), ou se os trilhos ainda se achavam na altura de Porto São João. A obra ferroviária teve como responsável um certo mister Froley. A professora Helena Muntoreanu sustenta que o trecho fi nal, de 15 quilômetros, foi feito depois. Surgiu da neces-sidade de contornar o Salto Carapã, um ponto extremamento perigoso do Rio Paraná, onde violentos redemoinhos engoliam embarcações e tripulantes sem devolvê-los à superfície. Hou-ve pelo menos dois acidentes graves, com um saldo de mais de 30 desaparecidos.

O fato é que em 1923 “a ferrovia estava pronta e em pleno funcionamento”, e Guaíra era o principal núcleo urbano da região, “com porto, administração, depósito para estoca-gem de erva-mate, usina, serraria, locomo-tivas, hotel, hospital, água encanada, luz, esgoto e o grande Armazém Central, em que se vendia de tudo”. Em Porto Mendes, na outra ponta da linha, foram construídas instalações portuárias com duas zorras, sede administra-

tiva e estação ferroviária. Quatro locomotivas a vapor movimentavam as cargas de Guaíra a Porto Mendes em que viagens que duravam quatro horas. Eram composições com três a cinco vagões. “O primeiro trem que chegou, o Piquiri, era o menor de todos. Os outros eram designados por números: trem no 6; no 4; no 8, comprado no ano de 1928”, relata a professora Helena Muntoreanu. Havia ainda um quinto trem, o no 9, “o maior deles, que funcionava a gasolina - por ser mais rápido e consumir combustível mais caro, era mais utilizado para manobras”.

Como se tratava de uma via férrea privada, durante anos a Mate Laranjeira difi cultou seu uso por terceiros, resistindo inclusive a pres-sões do governo para que a linha fosse aberta ao público. Só depois de 1.930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, a empresa mu-dou de opinião. “O vagão de passageiros só corria nos dias de chegada dos navios, uma vez por semana, para buscar os passageiros que vinham da Argentina e para levar a Porto Mendes os procedentes de São Paulo.”

Até o início da II Guerra, a Mate Laranjeira

foi bem sucedida em seus negócios. Nos anos 1940, a Argentina passou a contar com a pro-dução de seus ervais em Misiones e a impor restrições - para economizar divisas - às impor-tações de erva brasileira. Em 1944, Vargas criou o Serviço de Navegação da Bacia do Prata e en-campou parte da estrutura física e operacional da Mate Laranjeira. O SNBP passou a operar os serviços de transporte fl uvial, rodoviário e ferroviário anteriormente explorados pela multinacional platina. Os trens continuaram apitando no trecho Guaíra-Porto Mendes.

A primeira ferrovia do Oeste paranaense foi desativada em 1959, depois de 42 anos de funcionamento ininterrupto. Estava operando no vermelho. Segundo Ernst Mann, os trilhos e o material rodante foram arrematados em leilão pela Fundição Guaíra, de Curitiba, ao preço de 20 centavos o quilo.

Das cinco locomotivas condenadas à fundi-ção, apenas uma pôde ser salva - por iniciativa do próprio Mann, que exercia a função não remunerada de diretor do Departamento de Turismo do município. É o trem no 4, que hoje enfeita a Praça Eurico Gaspar Dutra em Guaíra.

MEMÓRIA

O austríaco Ernst Mann em foto datada de 1953, quando chegou ao Brasil, e a locomotiva no 4, que ele preservou para a posteridade. A máquina foi fabricada na Alemanha em 1870

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CONCURSO

Escolha da soberana da Expovel marca o lançamento ofi cial da feira

Quem é a rainha?A sucessora de Ane Caroline Woichekoski, vencedora do concurso em 2016, será conhecida no evento de 23 de setembro no Círculo Italiano,

ocasião em que também acontece o lançamento ofi cial da 38ª edição da Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Cascavel (Expovel). Neste ano, dez candidatas estão concorrendo ao título.

Aline Leal Damario (17) Bárbara Kopp (20) Bruna Emanuele (19) Daffi ni Artunk (17) Dévelyn Pauletti (21)

Gabriela Spillere (17) Fabiola Macedo (16) Kauanne Matana (19) Nathalia da Cruz (19)Roberta Schiticoski (16)

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Tem maçã na Brasil!Japa e suas trágicas histórias de iphones para contar

Em cada 10 celulares que o especialista em iphones, Giovane Claro dos

Santos, o “Japa”, recebe para consertar, sete foram vítimas de uma associação entre a distração e a lei da gravidade.

Enquanto os pudorados vereadores de Cascavel que enviaram a moção de repúdio ao Santander não revogarem a lei da gravi-dade, Japa vai ter muito trabalho.

Reconhecido como técnico referência em produtos da Apple, embora faça um atendimento multimarcas, Japa precisou ampliar o negócio e abriu uma nova loja na Avenida Brasil, ao lado do Sicredi, perto da rua Pio XII.

Há muito se fala em telas mais resis-tentes para celulares, capazes de suportar quedas e outros acidentes incríveis que acontecem com esses aparelhos onipresen-tes e oniscientes.

Mas para dar conta de alguns incidentes, nem que fossem indestrutíveis. “Atendi um iphone que caiu do 8º andar de um prédio de Cascavel, e um outro que o carro do dono passou em cima”, relata Japa.

Outra demanda comum para Japa diz respeito à bate-ria dos aparelhos. “Depois de 500 ou 600 ciclos (cargas), a bateria dos celulares começa a decair. Então a segunda maior demanda de con-sertos é mesmo a troca de baterias”, explica o japonês do Iphone.

Em tempo: o maior dilema do nosso Japonês - que é melhor do que o deles - é a pressa do cliente. O dono do aparelho chega a tremer longe do celular, em uma espécie de síndrome de abs-tinência. “É muito comum consertar com o cliente ali na loja, esperando. Não me importo com isso”, afirma Japa, bafejado pela sabedo-ria (e paciência) orientais.

TECNOLOGIA

SERVIÇO - Japacell, Avenida Brasil 7317 - (45) 3035 2700.

Japa: “Atendi um iphone que caiu do 8o andar”

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COLUNA DO ASSINANTE

Cascavel (PR), sexta-feira, 22 de agosto de 2017Ano XXI - Nº 2096

Clipping News Agência de Notícias | (45) 3037-5020 | www.pitoco.com.br I e-mail: [email protected] |

Editor: Jairo Eduardo I Editoração: HDS

Sabiá em ParisO óleo sobre tela “O Sabiá”, da artista plás-

tica cascavelense Marinês Dal Pozzo Pi-lonetto, está selecionado para a Expo Paris 2017. “O Sabiá” fi gura entre as obras de arte de cinco continentes abertos à visitação no Louvre, entre os dias 22 e 23 de outubro.

Fidel, 80A acadêmica de Medicina Rubia celebra os 80 anos do ídolo da família, Fidelcino Tolentino.

Pitoco no CaribeApós vencer o “Furacão Dirma” e driblar o Irma, o empresário Jorge Tasaki curte merecidas férias em Cancún, entre o Golfo do México e o Mar do Caribe, e se informa dos fatos da cidade através do aplicativo do Pitoco.

GOD SAVE THE QUEEN - Leila e Roberlei Pires Cardoso, assinantes do Pitoco em Londres, acompanham de longe o latido do cãozinho irreverente

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O engenheiro Michael D’Amico usou o fi no da high tech para aplacar a ansiedade

Monitoramento noestilo Big Brother

A portaria também é monitorada por câmeras 24 horas, com imagens e áudio em tempo real nos celulares ou congêne-res da comissão de moradores que admi-nistra o condomínio. O sistema também fotografa quem entra e sai.

Se os mais inseguros quiserem um pas-so a frente e tenham disposição para por a mão no bolso, a obra permite incorpo-rar uma segunda cancela e outro totem, de forma a produzir a tal “eclusa”.

Pelo sistema, o portão aberto via TAG se fecha em seguida, e o carro fi ca fe-chado na eclusa até acionar a abertura da segunda cancela por biometria. “Se o morador estiver rendido sob ameaça, na eclusa ele pode acionar o botão de pâni-co e o porteiro estará avisado para agir conforme treinamento ministrado”.

Portão da ansiedadeTecnologia inédita reduz 80% do tempo de abertura do portão eletrônico

A ansiedade de nossos tempos impulsiona a tecnologia. O portão do residencial São

Carlos, na região do Parque Verde, consumia longos – para os impacientes – 45 segundos até se abrir completamente e permitir a passagem do afobado.

A tecnologia implementada sob supervi-são do engenheiro Michael D´Amico, da Planwork Engenharia, dá vazão ao apressadi-nho em oito segundos. E ainda livra o porteiro da bronca.

A abertura é acionada por um TAG instala-do no carro do morador, a mesma tecnologia usada na praça de pedágio. O TAG aciona uma antena de um totem, que por sua vez abre-se como por mágica, sem que o porteiro precise acionar o controle remoto.

“Aqui há um ganho, pois é comum em con-domínios movimentados a necessidade de dois porteiros, um para os moradores e outro para atender visitantes e prestadores de serviço”, diz o engenheiro.

A obra também incorporou o segundo portão de entrada, um para os portadores do TAG, e outro, mais próximo da guarita, para visitantes. O portão de saída também agrega tecnologia.

VIDA MODERNA

SERVIÇO - Michael José D´Amico – Planwork Engenharia - (45) 3038-9828.

Um sensor embutido no asfalto detecta a massa de aço do carro ou moto e abre automaticamente. De novo, para o porteiro, só sobra aquele “tchauzinho”, quando há tempo para isso na vida do apressadinho.

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Antonio Mariano e José Hary Sulzbach

Lucas Velasco e Elton Aluísio Stein

Jair Chargista e o advogado Nilberto Vanzo

Mauricio Pereira Barbosa e Velci Kaefer Nilton Stefani e Vinicius Ferrarezi

Dário Duarte Vieira e Carlos Razzini Odejalmas e Gisele Cordeiro

Diretora Lucimara Neves e a bibliotecária Márcia Zancan

Dia gratifi canteAs carinhas da nova geração de leitores

estão aqui. No café de agosto, a equipe que coordena o projeto #PitocoFuturo na Escola Mario Quintana, levou três alunas para conhecer a trajetória do jornal e imergir no mundo das letrinhas. Presente também, o advogado Nilberto Vanzo, assinante amigo da educação que patrocinou o projeto na Mario Quintana, não escondeu a emoção de ver os resultados práticos da ação. “Ganhei o dia, foi muito gratifi cante”, resumiu.

Quintana, poeta memorável, certamente aplaudiria o poema de Castro Alves, quando este enalteceu o milagre da leitura na mente humana:

Oh! Bendito o que semeia/ Livros à mão cheia/ E manda o povo pensar!

O livro, caindo n’alma/ É germe – que faz a palma/ É chuva – que faz o mar!

A próxima edição do Café com Pitoco será no próximo dia 27 de setembro, sempre com apoio institucional do Sicoob Credicapital, Nutricard e Bourbon Hotel.

Nilberto Vanzo. assinante amigo da educação, com Ana Carla, Vitoria, Gabriella e Jenifer, alunas da Escola Mario Quintana

CAFÉ COM PITOCO

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