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APARELHOS ELÉTRICOS E O CONSUMO DE ENERGIA … · diagnosticar o conhecimento do aluno sobre eletricidade, elaboração de um caderno temático, palestras proferidas por profissional

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JOSÉ FLÁVIO BERNAL GOMES

APARELHOS ELÉTRICOS E O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

LONDRINA

2012

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JOSÉ FLÁVIO BERNAL GOMES

APARELHOS ELÉTRICOS E O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

Artigo apresentado para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria Estadual de Educação do Paraná – SEED. Orientador: Professor: Carlos Eduardo Laburú

LONDRINA

2012

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 04

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 05

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 12

4 CONSIDERAÇÕES FINAS ............................................................................... 13

5 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 14

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APARELHOS ELÉTRICOS E O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

José Flávio Bernal Gomes1

Carlos Eduardo Laburú2

RESUMO

O presente artigo trata-se de um relato das atividades propostas no que diz respeito à potência e o consumo de energia elétrica pelos aparelhos elétricos resistivos e não resistivos. Atendendo uma das exigências do Programa de Desenvolvimento Educacional este foi aplicado para alunos (Terceiro ano do Ensino Médio, período matutino) do Colégio Estadual Érico Veríssimo, Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional, Faxinal-PR. O mesmo promoveu o conhecimento sobre eletricidade de forma socializada colocando este conteúdo de destaque na formação da educação básica, de modo a valorizar as compras de seus aparelhos elétricos conseqüentemente custos da energia elétrica consumida mensalmente. O desenvolvimento deste teve além da pesquisa bibliográfica, questionário para diagnosticar o conhecimento do aluno sobre eletricidade, elaboração de um caderno temático, palestras proferidas por profissional da área de eletricidade no caso da distribuidora de energia elétrica COPEL Agência de Faxinal-PR. Todas essas atividades foram realizadas com o intuído de auxiliar o ensino de eletricidade e assim desmistificar a FÍSICA como sendo disciplina difícil de ser entendida aproximando mais o aluno desta ciência, o que ocorre no dia a dia de seus afazeres, produzindo conhecimento científico sobre questões pertinentes ao consumo de energia elétrica. Palavras-chave: Aparelhos Elétricos; Consumo de Energia; Eletricidade; Circuito Aberto ou Fechado.

ABSTRACT

The present article it is an account of the activities proposed in regard to power and electricity consumption by appliances resistive and non-resistive. Given the requirements of an Educational Development Program that was administered to students (third year of high school, the morning) Erico Verissimo State School, Elementary School, Middle, Normal and Professional Faxinal-PR. The same has promoted awareness of socialized electricity by placing the emphasis on training content of basic education in order to enhance the purchase of your electrical appliances therefore cost of electricity consumed each month. The development of this was in addition to the literature search, questionnaire to diagnose the student's knowledge about electricity, development of a thematic dossier, lectures by

1 Professor de Física e Química da Rede Estadual de Ensino, Graduado em Física e com Pós-

Graduação em Didática e Metodologia do Ensino e participante do PDE. 2 Professor Associado C. do Departamento de Física da Universidade Estadual de Londrina e

pertence ao Programa de Doutorado e Mestrado em Ensino de Ciências da UEL e orientador do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional.

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professional in the field of electricity in the case of electricity distribution Copel Faxinal-PR Agency. All these activities were carried out with the intuited assist the teaching of electricity and thus demystify physical discipline as difficult to get closer to the student of this science, which occurs on a daily basis about their business, producing scientific knowledge on relevant issues consumption of electricity. Key- words: Electrical Appliances, Energy Consumption, Electricity, Open Circuit or Closed

1 INTRODUÇÃO

Em virtude das dificuldades que venho sentindo de que o aluno entenda

os fenômenos que observamos em nosso cotidiano pretende-se procurar uma forma

mais adequada para que possamos atingir o objetivo de fazê-lo entender por meio

da experimentação, pois é parte essencial do método científico, sendo assim,

podemos repetir uma experiência várias vezes para termos certeza dos resultados

obtidos, e com esses em mãos saberemos se os mesmos são verdadeiros ou

simplesmente não condizem com a realidade.

Este é um ideal embora difícil de realizá-lo, muitas vezes até em

laboratórios muito bem equipados e muito menos em sala de aula. Durante as aulas

discutimos fenômenos que não podemos experimentá-los, nem pelos alunos e não

temos como repeti-los. Sabemos também que entre as Ciências a Física é a que se

tem mais facilidade à experimentação simples e que pode ser repetida até com certa

simplicidade, pois fenômenos físicos são muitas vezes reversíveis, isto é, usa-se o

mesmo material, inclusive sendo confeccionado pelo próprio aluno. O fato da

experimentação nos leva ao lado da brincadeira, chamando assim a atenção em

especial do aluno despertando o interesse pela Física. O correto é que em cada

conteúdo ministrado deve-se introduzir algumas atividades experimentais para que

os alunos possam assim aprender fazendo.

Pode-se apontar como uma das causas dessa situação a artificialidade

dos problemas tratados pela Física escolar. Assim, podemos propor que o ensino de

Física seja pensado a partir do processo: situação, problema, modelo, entendendo-

se “situação” nesse caso como a referência de uma ideia física. Essa é uma

característica da Física: fazer modelos da realidade para entendê-la; obter meios

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para encarar um problema. A compreensão dessa dinâmica constitui importante.

aptidão, dentro da capacidade maior de investigação, e está estreitamente

relacionada com a contextualização e a disciplinaridade. A situação em estudo não

está de antemão idealizada. Para investigá-la é preciso simplificá-la e prepará-la.

Assim, a utilização do conhecimento físico na interpretação, no tratamento e na

compreensão de fenômenos mais complexos deverá ser entendida também como

“conteúdo” indispensável, pois ao mesmo tempo em que possibilita a aquisição de

aptidão, demonstra a potencialidade e a necessidade de trabalhar conteúdos mais

abstratos da Física, de modo que o conhecimento dos fenômenos da realidade

passa necessariamente pela abstração.

Assim, o que a Física deve buscar no Ensino Médio é assegurar que a

capacidade investigativa resgate o espírito questionador, o desejo de conhecer o

mundo em que se habita. Não apenas de forma pragmática, como aplicação

imediata, mas expandindo a compreensão do mundo, a fim de propor novas

questões e, talvez, encontrar soluções. Ao ensinar Física devemos estimular as

perguntas e não somente dar respostas a situações idealizadas.

Portanto, o presente artigo resultou da aplicação de um projeto que

objetivava Investigar como ocorre o consumo de energia elétrica nos aparelhos

elétricos e para isso buscou-se realizar uma pesquisa bibliográfica e experiências

para se obter conhecimento sobre o assunto em questão; reconhecendo circuito

aberto de fechado; identificando aparelho resistivo e não resistivo; Relacionando o

consumo de energia em um aparelho resistivo e não-resistivo; analisando os

aparelhos que consomem mais ou menos energia elétrica; interpretando os dados

nominais impressos (Etiquetas ou plaquetas) nos aparelhos elétricos e deduzindo

como se processa o consumo de energia em uma conta de energia elétrica (conta

de luz).

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O eletromagnetismo deu-se a partir do estudo dos fenômenos elétricos e

magnéticos. Sua elaboração deveu-se a estudos de diversos cientistas, entre eles

Ampère (1775-1836), Faraday (1791-1867) e Lenz (1804-1865). Os resultados

desses estudos permitiram a Maxwell (1831-1879) sistematizar as leis do

eletromagnetismo. (Claudio XAVIER & BENIGNO Barreto).

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Nesse contexto científico trabalharam Faraday (1791-1867) e Maxwell

(1831-1879), ambos contrários à ideia da ação à distância. Faraday (1791-1867), ao

formular a hipótese de linhas de força, instituiu a idéia de ação contínua. Maxwell

(1831-1879), por meio de uma analogia entre as linhas de força e o fluído

incompressível (o éter), estabeleceu conexão entre os fenômenos descobertos por

Faraday (1791-1867), em busca de uma teoria para o campo eletromagnético.

Para Maxwell (1831-1879), a energia é fundamental em substituição à

descrição mecânica newtoniana, em termos de impulsos e força. O campo

eletromagnético não é meramente disposicional, possui energia, ou seja, é uma

entidade física com existência real (Bezerra, 2006). Mas, apesar de dotado de

energia própria, o campo de Maxwell (1831-1879) está associado ao éter, isto é, a

um meio mecânico.

De acordo com Bezerra (2006), Maxwell (1831-1879) se apresenta como

um personagem de transição entre a visão mecanicista e a desmecanização do

mudo, pois, sua teoria se divide entre a visão mecanicista e o rompimento com ela.

No plano ontológico “a teoria de Maxwell é uma teoria do campo eletromagnético,

mas, ao mesmo tempo uma teoria de éter eletromagnético” (BEZERRA, 2006, p.

207).

Tanto Faraday quanto Maxwell consideravam que a ação intermediada por um meio ou por um campo era um tipo de ação por contato. Neste caso contato entre o corpo B que sente o campo C o seu redor, campo este produzido por outro corpo A (a carga elétrica, ou a corrente elétrica). Neste modelo considera-se que o campo C foi propagado ao longo do espaço de A até B (ASSIS. In: SILVA, 2006 p. 95).

Na teoria de campo eletromagnético elaborada por Maxwell (1831-1879),

cargas, correntes e campos, considerados, hoje, conceitos fundamentais do

eletromagnetismo, apresentam-se como estados mecânicos do éter (Chalmers. In:

Bezerra, 2006, p. 195). Ao prever que os campos eletromagnéticos poderiam se

propagar como ondas e que essas ondas se propagam à velocidade da luz, Maxwell

(1831-1879) eleva a luz ao status de conceito fundamental do eletromagnetismo.

Assim, a Física chegou ao final do século XIX com um quadro conceitual

de referência constituído nestes três campos: Movimento (mecânica e gravitação),

Termodinâmica e Eletromagnetismo. Esse conjunto teórico e a visão de mundo

deles decorrentes ficaram conhecidos como Física Clássica. Muitos pesquisadores

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desta época acreditavam que todos os problemas relacionados a questões físicas

seriam resolvidas com essa teoria clássica.

Contudo, apresentou alguns problemas de abrangência, especialmente

certos aspectos do Eletromagnetismo, que não se harmonizavam com a mecânica

newtoniana. Um exemplo é a radiação emitida por estrelas e corpos aquecidos,

fenômenos não compreendidos pela Termodinâmica nem pelo Eletromagnetismo.

Outras questões, que permaneceram em aberto (e algumas ainda permanecem),

nos mostram quão longe se estava da compreensão do Universo. Entre elas:

Qual a origem da matéria?

Que forças agem sobre os componentes da matéria?

Como explicar as propriedades térmicas e químicas da

matéria?

Qual a natureza da força de gravitação?

A visão mecanicista começou a ser abalada com a experiência de Albert

Mechelson (1852 – 1931) e Edward Morley (1838 – 1923), em 1887, que revelou ser

o valor da velocidade da luz independente do referencial adotado para a medida e

pôs em dúvida a existência do éter. Este fato pode ter contribuído para que os

físicos aceitassem uma visão relativística da natureza, a qual independe do éter.

Isso já se observava no trabalho de Maxwell (1831-1879), embora ele aceitasse o

éter.

Para Bezerra (2006), a eletrodinâmica de Maxwell (1831-1879) estava

adiante do seu tempo, pois tal teoria se apresenta independente em relação ao éter,

compatível com a imagem relativística da natureza. Isso se justifica, pois o campo

eletromagnético, união dos campos elétricos e magnéticos, impõe uma união entre o

espaço e o tempo, uma vez que a variação de um campo no espaço está ligada à

variação do outro campo no tempo.

Até a década de 1870, os físicos ainda acreditavam ser possível medir a

velocidade da terra em relação ao éter, mas o impacto proporcionado por

experimentos como o de Mechelson (1852 – 1931) e Morley (1838 – 1923), fez

surgir a ideia do princípio da relatividade para os fenômenos ópticos e

eletromagnéticos, embora não fosse unânime a sua aceitação.

Einstein, em 1905, escreveu o artigo “Sobre a eletrodinâmica dos corpos

em movimento” no qual preservava as equações de Maxwell (1831-1879) e

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postulava a invariância da velocidade da luz. O éter foi, então, desconsiderado e o

espaço e o tempo, redefinidos.

Os resultados apresentados por Einstein (1879-1955) nesse artigo foram

obtidos antes por Lorentz (1853-1928) e Poincaré (1854-1912), que aceitavam a

existência do éter. Einstein (1879-1955), ao contrário, desconsiderou-a uma vez que

o éter não era observável experimentalmente e a Física deveria se preocupar com

grandezas observáveis e mensuráveis. A impossibilidade de comprovação

experimental do éter é base fundamental da teoria da relatividade. Essa base não

existia antes de 1885. Einstein (1879-1955) utilizou essa idéia em 1905 e,

certamente, não teria feito da mesma forma se seus estudos fossem realizados vinte

anos antes (Martins, 2005).

Neste sentido vale lembrar que indutância é a característica de um circuito

elétrico que se faz presente pela oposição na partida, na parada, ou na variação do

fluxo de corrente. A afirmação acima é de tal importância para o estudo da

indutância que deve ser repetida de uma forma mais simplificada. Indutância é a

característica apresentada por um condutor elétrico em se opor as variações no fluxo

de corrente. Não é necessário grande procura em busca de uma analogia física para

a indutância. Qualquer pessoa que tenha tido a oportunidade de empurrar uma

carga pesada (uma roda de automóvel, por exemplo) verificou que foi exigido um

maior esforço para iniciar o movimento do que para mantê-lo. Isso ocorre porque a

carga possui a propriedade de inércia. Inércia é a característica da massa em se

opor a variação na velocidade. Dessa forma, a inércia pode, em alguns casos,

dificultar, e em outros casos facilitar uma dada operação. A indutância exibe o

mesmo efeito sobre a corrente no circuito elétrico que a inércia apresenta sobre a

velocidade de objetos mecânicos. Os efeitos da indutância são em alguns casos

desejáveis e em outros, indesejáveis. (BEHAR, 1980).

Assim, a descrição dos fenômenos eletromagnéticos passa pelos

conceitos básicos de carga e campo. Designados, nestas diretrizes, entidades

fundamentais do Eletromagnetismo.

A revisão dos conceitos de espaço e tempo nos leva ao golpe final desferido na visão mecanicista. Para o surgimento da teoria da relatividade, era necessário que os últimos bastiões de uma visão mecanicista de mundo – a saber, o espaço e o tempo – fossem postos abaixo […]. A teoria da relatividade restrita incorpora princípios aos quais tem que se sujeitar tanto a mecânica quanto o eletromagnetismo. Esse é mais um golpe na visão mecanicista. A teoria da relatividade geral completa a demolição, na medida em que o próprio espaço-tempo, a própria geometria do universo; se

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identifica com o campo gravitacional. O último resquício da imagem mecanicista da natureza e de ciência se foi. Neste novo quadro conceitual […] finalmente, após uma longa e acidentada travessia histórica, agora investido de um estatuto ontológico comparável ao da matéria, resta, enfim, o campo (BEZERRA, 2006, p. 216-217).

Os modelos científicos buscam representar o real, sob a forma de

conceitos e definições. Para descrever e explicar os objetos de estudo a

comunidade científica formula leis universais, amparadas em teorias aceitas,

mediante rigoroso processo de validação em que se estabelece “uma verdade”

sobre o objeto.

A ciência não revela a verdade, mas propõe modelos explicativos

construídos a partir da aplicabilidade de método(s) científico(s). Assim, os modelos

científicos são construções humanas que permitem interpretações a respeito de

fenômenos resultantes das relações entre os elementos fundamentais que compõem

a Natureza.

O fazer ciência está, em geral, associado a dois tipos de trabalhos: um

teórico e um experimental. Em ambos, o objetivo é estabelecer um modelo de

representação da natureza ou de um fenômeno. No teórico, é formulado um conjunto

de hipóteses, acompanhadas de um formalismo matemático, cujo conjunto de

equações deve permitir que se façam previsões, podendo, às vezes, receber o apoio

de experimentos em que se confrontam os dados coletados com os previstos pela

teoria.

O princípio da ciência, quase por sua definição, é: O teste de todo conhecimento é a experiência. A experiência é o único juiz da “verdade” científica. Mas qual é a fonte do conhecimento? De onde provêm as leis a serem testadas? A própria experiência ajuda a produzir essas leis, no sentido em que nos fornece pistas. Mas também é preciso imaginação para criar, a partir dessas pistas, as grandes generalizações – para descobrir os padrões maravilhosos, simples, mas muito estranho por baixo delas e, depois, experimentar para verificar de novo se fizemos a descoberta certa. Esse processo de imaginar é tão difícil que há uma divisão de trabalho na física: existem físicos teóricos que imaginam, deduzem e descobrem as novas leis, mas não experimentam; e físicos experimentais que experimentam, imaginam e deduzem (FEYNMAN, 2004, p. 36).

Existem modelos que se sustentam teoricamente pela impossibilidade de

serem testados, pois dependem de recursos e tecnologias que ainda não foram

desenvolvidas. Alguns trabalhos desenvolvem-se experimentalmente antes de uma

estrutura teórica. Nessas circunstâncias, os dados coletados podem servir para

aproximação de modelos teóricos.

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Na escola, o conhecimento científico pode e deve ser tratado por meio de

modelos, visto que o conhecimento científico também é expresso por meio deles.

Mas, ao abordá-los, além de conhecer os modelos, o professor precisa entender as

ideias e argumentos que levaram a sua construção.

Para que o estudante tenha uma compreensão do conhecimento físico

trabalhado na escola, é preciso indicar-lhe que as fórmulas matemáticas

representam modelos simplificados da equação produzida pela ciência. Esses

modelos são elaborações humanas, criadas para entender determinado fenômeno

ou evento físico, válidos para determinados contextos históricos. Portanto, é

reducionista e insuficiente ensinar Física, tão somente, por meio de questões como:

considere, suponha, resolva e calcule.

Mesmo em tecnologias sofisticadas para cálculos, como, por exemplo, da

órbita da Lua, não se pode afirmar, na Física, que elas suscitem resultados exatos.

Fazem-se necessárias aproximações, pois na construção do modelo, divide-se o

problema em duas partes: pequena e simples. A pequena pode ser desconsiderada

ou seu efeito minimizado e a simples, apesar de complexa, pode ser resolvida.

Outra questão a ser considerada é que muitas vezes, os modelos

científicos são provisórios. Por exemplo, o modelo de átomo, considerado

inicialmente como a menor partícula da matéria, foi surpreendido, em 1897, com um

fato novo: o átomo é composto por partículas ainda menores, ou seja, deixou de ser

visto como a partícula elementar da matéria. Fatos novos continuariam surgindo de

modo que, hoje, já existe outro modelo, porque se sabe que as partículas

formadoras do átomo são compostas por outras partículas.

Mas é preciso cuidado, pois nem sempre um modelo descarta o outro. Por

exemplo, quando estamos no âmbito da Física Clássica, o modelo do átomo de Bohr

é suficiente. Por outro lado, no âmbito da Física de Partículas, esse modelo não é

aconselhável, por estar impregnado de ideias clássicas, mas sim o de Sommerfeld

(1868-1951). Ou seja, um modelo simplificado pode permitir a resolução de

problemas mais simples.

Um químico que possua uma sólida cultura quântica não precisa abandonar totalmente a sua visão daltoniana do átomo, enquanto indestrutível e indivisível. Afinal os átomos assim permanecem nos processos químicos e para lidar com a estequiometria das equações químicas não é necessário mais do que essa visão simplificada do átomo daltoniano (MORTIMER, 1996, p. 06).

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Da mesma forma, não é preciso utilizar o modelo da relatividade para

analisar movimentos simples como a trajetória de uma bicicleta ou de uma bola de

futebol. Entretanto, os conceitos pertinentes a esse modelo são necessários para

acompanhar a trajetória de um avião de grande porte ou estudar o movimento de

uma partícula em alta velocidade.

Às vezes, um determinado conceito pode ser formulado de diferentes

maneiras, dependendo do quadro conceitual do qual ele faz parte ou do fenômeno

apresentado pelo conceito que se quer estudá-lo.

A luz, por exemplo, pode ser definida como aquilo que é emitido por uma fonte material e pode explicar eventos de reflexão e refração do ponto de vista da Óptica Geométrica. Já para a Óptica Física, ela passa a ser definida como constituída de radiações eletromagnéticas e, nesse caso, pode explicar efeitos como a sua decomposição em um espectro, a difração e a polarização (PINHEIRO; PIETROCOLA; ALVES. In: PIETROCOLA, 2005, p. 35).

Ainda que os modelos matemáticos possibilitem a expressão das ideias

científicas numa linguagem universal, é preciso considerar que a Matemática

[...] está presente na atividade científica tanto no seu processo quanto no seu produto, seja na definição de um conceito, seja na articulação entre os elementos de uma teoria científica. Entretanto, a aparente simplicidade da estruturação do conhecimento científico pode transmitir a impressão de que os modelos matemáticos são meros mecanismos de quantificação de grandezas físicas (PINHEIRO; PIETROCOLA; ALVES. In: PIETROCOLA, 2005, p. 36).

Ao estudar gravitação sob o modelo de Newton (1642 - 1727), o aluno

deve perceber não apenas uma equação matemática, mas a síntese de uma

concepção de espaço, matéria e movimento, resultado de um processo que iniciou

nos primeiros estudos dos movimentos, movido pela necessidade ou pela

curiosidade e chegou à sistematização realizada por Newton (1642 - 1727).

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais (2008) os conteúdos

estruturantes de Física são: “movimento, termodinâmica, eletromagnetismo”. Estes

conteúdos formam os principais eixos para todo o estudo curricular da disciplina de

Física, sendo o tema: Aparelhos Elétricos e o Consumo de Energia Elétrica se

enquadra como conteúdo específico do eletromagnetismo, definido como o ramo da

Física que estuda as interações elétricas e magnéticas em conjunto.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e discussões constatados com a aplicação do projeto: tinha

como foco o consumo de energia elétrica dos aparelhos utilizados em nossas

residências. Fez-se um acordo entre os alunos participantes para ver quem

conseguiria economizar energia durante e após a aplicação do projeto e para nossa

surpresa somente dois alunos não conseguiram atingir o objetivo proposto isto é

consumo praticamente o mesmo dos meses anteriores.

Tivemos alguns problemas com a atenção dos participantes, embora

conscientes da importância do projeto, isto incluindo os pais, pois também foi

apresentado a praticamente todos, houve alguns pais que não compareceram na

reunião de apresentação do projeto.

Alguns dos alunos deixavam de participar tendo faltas e isto acarretava

dúvidas quando voltavam a participar, pois sua presença era simplesmente por

vontade própria, ou seja, não era obrigado a participar do projeto.

Nas palestras sempre estavam presentes a maioria dos alunos nunca

100%, os que estavam participando se interessavam no assunto, pois era pertinente

ao cotidiano de cada um e aprendiam como economizar energia ou como usá-la de

modo racional.

Quando tivemos a última palestra que foi da empresa distribuidora de

energia, e foram mostradas as fotos da substação (instalação elétrica de alta

potencia, contendo equipamentos de transmissão e distribuição de energia elétrica,

além de equipamentos de proteção e controle), de distribuição para a cidade ficaram

bastante surpresos com a tecnologia aplicada e a segurança para os funcionários e

conseqüentemente para os usuários. Não foi possível fazer a visita no local por não

ter sido permitido a entrada dos alunos na mesma, porque teria que ter uma pessoa

vinda da regional para acompanhá-los ao local.

Com relação aos aparelhos que tivemos acesso para as experiências

como, secador de cabelos, ferro elétrico, chuveiro elétrico, lâmpadas incandescentes

e fluorescentes, também ficaram muito surpresos com o uso do multímetro para

medida de resistências, tensão e corrente elétrica que passavam por estes

aparelhos e calculavam a potência dissipada nos mesmos, percebendo assim quem

é o vilão da história.

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Mesmo com algumas dificuldades o objetivo foi alcançado pois quando

estavam na aula diziam que tínhamos fazer as janelas das salas onde estavam

estudando serem maiores para entrada de luz natural não precisando ficar com as

mesmas acesas durante o dia o que é de costume.

Houve conscientização com relação ao consumo exagerado de energia

elétrica, considerando que durante os encontros sempre surgiu discussões tais

como: de onde vem a energia elétrica? Como é possível economizar? Que melhorias

podem ser feitas nas instalações das residências não tanto pelo fator economia, mas

também segurança? Como funciona o projeto? As instituições públicas pagam

energia elétrica? Como ler a conta de luz e como calcular a potência em quilowatts,

ou seja, quantidade consumida de energia. Em suma, acredita-se que os

participantes estendam esses aprendizados aos demais, principalmente, no âmbito

familiar e consequentemente atingimos à comunidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do tema: Aparelhos Elétricos e o Consumo de Energia Elétrica,

sabe-se que o mesmo está associado à disciplina curricular de Física, a qual faz

parte do conteúdo estruturante: Eletromagnetismo, cuja síntese manifesta a junção

dos fenômenos elétricos e magnéticos e fazem parte da Física, porque constitui uma

das teorias unificadoras desta ciência.

Dentro do contexto da Eletricidade, foi possível trabalhar o conceito

básico, focando nas atividades e pesquisas curriculares o que deu origem ao

entendimento do conceito de carga elétrica e eletrização, campo elétrico, materiais

isolantes e condutores, força elétrica e circuito elétrico e assim chegar ao proposto,

ou seja, os aparelhos elétricos e o consumo de energia elétrica.

Foi possível constatar partindo dos conteúdos acima relacionados que

todos nós consumimos energia elétrica e temos aparelhos elétricos com certa

diversidade em nossa casa, no entanto, não prestamos atenção no seu

funcionamento, na maneira correta de usar, bem como fazemos o mesmo com a

energia elétrica, apenas usufruímos sem prestar atenção em mais nada.

Em suma, o ensino da Física, pretende repassar conhecimentos teóricos e

práticos aos estudantes e relacionar os mesmo com o cotidiano. No entanto, nem

todos os usuários de energia elétrica e de aparelhos eletro eletrônicos sabem como

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a energia elétrica chega a sua casa, como ocorre o consumo da mesma e como

funcionam os aparelhos elétricos disponíveis nas residências. Projetos desta

natureza desenvolvidos no âmbito escolar têm como objetivo atingir a comunidade

por meio dos participantes, considerando que, mesmo com algumas dificuldades o

projeto proposto foi de grande valia e atingiu em parte os objetivos pretendidos.

REFERÊNCIAS

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