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publica Informativo da Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais -APEMINAS -Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013 res Leia também Seminário da PEC 82/2007 Belo Horizonte sediou, no último dia 6 de dezembro, Seminário Regional promovido pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 82 de 2007 que defende a au- tonomia administrativa e financeira da advocacia pública brasileira. O evento fez parte da programação desencadeada pelo Legislativo que rea- lizou os debates nas principais capitais brasileiras e o deputado federal Diego Andrade representou a Câmara durante o evento. Página 12 Presidente da ALMG, Dinis Pinheiro O Res Publica entrevistou o deputado estadual e presidente da As- sembleia Legislativa de Minas Gerais Dinis Pinheiro. Em suas respos- tas, o parlamentar destaca a importância dos advogados públicos na defesa dos interesses da sociedade, a necessidade de valorização constante da classe e fala ainda sobre a PEC, já em trâmite na As- sembleia, para tornar obrigatória a nomeação do advogado-geral entre os integrantes da carreira. Páginas 6 e 7 O porquê da autonomia Falta de infraestrutura da AGE dificulta o trabalho e reforça necessidade de gestão autônoma das Procuradorias www.apeminas.org.br É uma triste realidade nacional: o quadro de au- mento das atribuições, volume de demandas e res- ponsabilidades dos advogados públicos se contrasta com a precariedade das condições de trabalho. Entre as funções essenciais ao funcionamento da justiça, a Advocacia Pública continua em larga inferioridade quando comparada a sua infraestrutura às do Judiciá- rio, Ministério Público e Defensoria Pública. Em Minas Gerais, isso não é diferente. Na capital mineira, o imóvel cedido ao estado por uma instituição financeira, localizado no hipercentro da cidade, e que há pouco mais de um ano sedia a Advo- cacia-Geral do Estado (AGE), apresenta deficiências gra- ves que comprometem uma adequada condição de trabalho para os procuradores. A ausência de autonomia administrativa e finan- ceira dificulta investimentos maiores e determinados no órgão oficial de defesa do estado em juízo. Nesse sentido, o Movimento Nacional pela Advocacia Pública, organi- zado por nove entidades representativas das esferas na- cional, estadual e municipal, luta pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº82/2007 e que concede autonomia administrativa e funcional às Pro- curadorias brasileiras. (Leia mais nas páginas 3 e 4) APEMINAS NOV13:Alfenas 17/12/2013 11:35 Página 1

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publicaInformativo da Associação dos Procuradores do Estado deMinas Gerais -APEMINAS -Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

res

Leia também

Seminário da PEC 82/2007Belo Horizonte sediou, no último dia 6 de dezembro, Seminário RegionalpromovidopelaComissãoEspecialdaCâmaradosDeputadosparadebateraPropostadeEmendaàConstituição (PEC)82de2007quedefendeaau-tonomia administrativa e financeira da advocacia pública brasileira. Oevento fez parte da programação desencadeada pelo Legislativo que rea-lizou os debates nas principais capitais brasileiras e o deputado federalDiego Andrade representou a Câmara durante o evento. Página 12

Presidente da ALMG, Dinis PinheiroO Res Publica entrevistou o deputado estadual e presidente da As-sembleia Legislativa de Minas Gerais Dinis Pinheiro. Em suas respos-tas, o parlamentar destaca a importância dos advogados públicos nadefesa dos interesses da sociedade, a necessidade de valorizaçãoconstante da classe e fala ainda sobre a PEC, já em trâmite na As-sembleia, para tornar obrigatória a nomeação do advogado-geral entreos integrantes da carreira. Páginas 6 e 7

O porquê da autonomiaFalta de infraestrutura da AGE dificulta o trabalho e reforça

necessidade de gestão autônoma das Procuradorias

www.apeminas.org.br

É uma triste realidade nacional: o quadro de au-mento das atribuições, volume de demandas e res-ponsabilidades dos advogados públicos se contrastacom a precariedade das condições de trabalho. Entreas funções essenciais ao funcionamento da justiça, aAdvocacia Pública continua em larga inferioridadequando comparadaa sua infraestrutura às do Judiciá-rio, Ministério Público e Defensoria Pública. EmMinasGerais, isso não é diferente.

Na capital mineira, o imóvel cedido ao estado poruma instituição financeira, localizado no hipercentro dacidade, e que há pouco mais de um ano sedia a Advo-cacia-GeraldoEstado(AGE),apresentadeficiênciasgra-ves que comprometem uma adequada condição detrabalho para os procuradores.

A ausência de autonomia administrativa e finan-ceiradificulta investimentosmaioresedeterminadosnoórgãooficialdedefesadoestadoemjuízo.Nessesentido,o Movimento Nacional pela Advocacia Pública, organi-zadopornoveentidadesrepresentativasdasesferasna-cional, estadual e municipal, luta pela aprovação daProposta de Emenda à Constituição nº82/2007 e queconcede autonomia administrativa e funcional às Pro-curadorias brasileiras. (Leia mais nas páginas 3 e 4)

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2 Informativo da APEMINAS -Associação dos Procuradores do Estado deMinas Gerais -Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Expediente

PresidenteJaime Nápoles VillelaVice-presidenteLeonardo Bruno Marinho VidigalDiretor FinanceiroGeraldo Ildebrando de Andrade

Diretora de SecretáriaMaria Cecília Almeida CastroDiretor SocialNilber AndradeDiretor de RelaçõesInstitucionaisAlessandro Henrique Soares Castelo BrancoDiretor de Comunicação,André Sales Moreira

Diretora representantedos AposentadosIlma Maria Corrêa da SilvaDiretor de ConvêniosGustavo Luiz Freitas de Oliveria EnoqueDiretor JurídicoGianmarco Loures FerreiraJornalista responsávelJúlio Anunciação - Mtb 10.341 JP

Projeto Gráfico e DiagramaçãoMarcelo Ramos

Impressão: Bigráfica EditoraTiragem: 3 mil exemplares

Palavra da Diretoria

A edição passada do RES PUBLICA con-tém uma interessante reflexão sobre o períodode transição que vivemos hoje depois de fecharum ciclo de dez anos contados da fundação daAPEMINAS e criação da AGE, período esse deconquistas graças ao esforço e a mobilizaçãodos colegas Procuradores.

Realmente, é hora de olharmos parafrente e pensarmos em um modelo de Advoca-cia Pública que possa ser aprimorado, a fim deque essa Função Essencial a Justiça atendacada vez melhor a sociedade. Hoje tramitam noCongresso Nacional propostas para dotar osórgãos da Advocacia Pública de autonomia ad-ministrativa e financeira, mas independentedessas importantes iniciativas temos que estarmobilizados para fazer o nosso “dever decasa”, o que não é pouca coisa...

A mudança para a “nova” (que de novanada tem) sede na rua Espírito Santo gerouum descontentamento geral na carreira pelosmais diversos motivos: como é possível man-ter uma Consultoria Jurídica em um prédioque não possui condições estruturais de pos-suir uma biblioteca? Como é possível mantersetores de contencioso separados dos locais emque são arquivadas as pastas administrativasrelativas aos processos judiciais? Como é pos-sível trabalhar no verão em um prédio que nãodispõe de sistema de ar condicionado e situadoem uma região extremamente barulhenta? AAGE está preparada para a implantação doprocesso judicial eletrônico? Os problemas deestrutura não estão restritos à capital e tam-bém são vividos por algumas Regionais, comoem Divinópolis, em que por falta de espaçotodos os Procuradores trabalham literalmenteespremidos em uma mesma sala junto com osestagiários e alguns funcionários administra-tivos.

Mas os problemas não são apenas de es-trutura física... Falar em carreira de apoiochega a ser uma grande utopia quando se ob-serva a situação vivida pelos servidores admi-nistrativos que, não obstante o grande esforçoe dedicação, não conseguem prestar aos Pro-curadores do Estado o suporte necessário paraque a sua atenção esteja voltada para o exercí-cio das suas “funções-fim”. Quanto tempo dodia os Procuradores do Estado desperdiçam noexercício de “funções-meio”, de natureza ab-solutamente burocrática, pois não há ninguémpara exercê-las em seu lugar? É preocupanteassistir profissionais, aprovados em difícil con-curso público de provas e títulos, no exercício

de “funções-meio”, num verdadeiro “desvio defunção às avessas” a ponto de prejudicar oexercício das funções inerentes ao cargo!

Problemas antigos, que mais parecemeternos, ainda prosseguem sem solução àvista: os estagiários, mão de obra barata e mui-tas vezes muito bem qualificada, não se inte-ressam muito pela AGE, já que o valor dabolsa-estágio não é e nunca foi atrativo. As in-formações técnicas, necessárias à defesa doEstado, embora solicitadas com a antecedênciadevida, muitas vezes não chegam.

Outra questão fundamental a ser debatidano cenário de “judicialização excessiva” emque vivemos diz respeito à necessidade de sereconhecer aos advogados públicos o direito deserem tratados como advogados, ou seja, com

um mínimo de independência técnica neces-sária para o bom exercício das suas atribuiçõese aqui eu me refiro ao atual modelo centrali-zador e burocrático de dispensa de recurso,que em um cenário de quase 54 mil novos pro-cessos judiciais em 2012 (sem contar as exe-cuções fiscais) continua exigindo dispensafundamentada caso a caso para não se recorrer.Será que os Procuradores do Estado não pos-suem o necessário discernimento ou respon-sabilidade para, ainda que nos casos maissimples e corriqueiros (como, por exemplo, ju-risprudência pacificada dos Tribunais Supe-riores ou processos que tramitam nos JuizadosEspeciais), tomar a decisão de não interpor umdeterminado recurso? Por qual motivo essasdecisões não podem ser compartilhadas?

Precisamos também avançar em busca deuma cultura de conciliação, assim como jáestão fazendo diversas outras instituições, eremover a mentalidade ultrapassada de que aúnica solução para os problemas do Estado éuma condenação contida em sentença judicialtransitada em julgado. Qual o sentido de sealongar com recursos e mais recursos um pro-cesso judicial em que, por exemplo, há provasconcretas de violência policial? Isso é defendero Estado? Isso é resolver o problema? Isso épacificação social? Postergar ao máximo o mo-mento em que será proposta a necessária açãode regresso? Não seria o caso de fazer umacordo com a vítima e, imediatamente, buscaro regresso em face do ofensor? Em qual hipó-tese o patrimônio público estaria melhor de-fendido?

Enfim, fechamos em 2013 um ciclo real-mente virtuoso e, tanto é verdade, que agora anossa atenção está voltada para outros proble-mas. Obtivemos com a Lei 20.748/2013 umavanço remuneratório e é chegada a hora deretribuirmos ao Estado. Não tenho dúvidas deque é possível fazer muito mais em termos dedefesa da sociedade mineira. Fazer mais e me-lhor, mas para isso é preciso que estejamosunidos nesse propósito e, se preciso for, que-brar ultrapassados paradigmas redefinindo aforma pela qual se faz, efetivamente (e nãoapenas formalmente), a defesa dos interessespatrimoniais do Estado.

www.anunciatto.com

GUSTAVO ENOQUE,diretor de Convêniosda APEMINAS

Não tenho dúvidas de que épossível fazer muito mais emtermos de defesa da sociedademineira. Fazer mais e melhor,

mas para isso é precisoque estejamos unidos nessepropósito e, se preciso for,quebrar ultrapassados

paradigmas

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3Informativo da APEMINAS -Associação dos Procuradores do Estado deMinas Gerais -Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Éuma triste realidade nacional:o quadro de aumento das atribui-ções, volume de demandas e res-ponsabilidades dos advogadospúblicos se contrasta com a preca-riedade das condições de trabalho.Entre as funções essenciais ao fun-cionamento da justiça, a AdvocaciaPública continua em larga inferiori-dade quando comparada a sua in-fraestrutura às do Judiciário,Ministério Público eDefensoria Pú-blica. Em Minas Gerais, isso não édiferente.

Na capital mineira, o imóvel ce-dido ao estado por uma instituiçãofinanceira, localizado no hipercen-tro da cidade, e que há pouco maisde um ano sedia a Advocacia-Geraldo Estado (AGE), apresenta defi-ciências graves que comprometemumaadequada condição de trabalhopara os procuradores. O prédio nãooferece condições de suportar se-quer a acomodação de processos edocumentos, tampouco uma biblio-teca, não dispondo também de con-dições de climatização adequada,entre outros aspectos.

A procuradora do Estado deMinas Gerais Célia Cunha Melloafirma que a precariedade da estru-tura do prédio da AGE, emBeloHo-

rizonte, é incompatível com o obje-tivo operacional e comas competên-cias do órgão. Segundo ela, o imóvelnão comporta o peso do setor de ar-quivo de pastas administrativas eacervo de biblioteca, obrigando atransferência para outro prédio, lo-calizado em outro endereço, tam-bém no centro da capital. “Essasdificuldades de acesso imediato àspastas administrativas e aos livros eperiódicos, tornaram os setores dearquivo e biblioteca praticamenteinócuos e ineficazes”, relata.

Célia ainda aponta outras defi-ciências significativas de estrutura.“O sistema elétrico é tão antigo queimpede a instalação de qualquer cli-matização de ambiente, mormenteem tempos emque a capitalmineiratem apontado um aumento médiode temperaturas, alémdenão contarcomestacionamentopróprio, provo-cando o deslocamento de servidorese procuradores, mesmo em diaschuvosos, pelas ruas abarrotadas detranseuntes e de veículos, na regiãocentral de Belo Horizonte. Essediagnóstico dispensa a opinião téc-nica de um especialista, sendo evi-dente que a AGE/MG, órgãocompetente para defender o inte-resse público deumdosmaiores es-

tados da federação brasileira, me-rece um ambiente de trabalho maisadequado e digno”, lamenta.

O presidente da APEMINASJaime Villela reforça as queixas fei-tas pelos colegas tanto emBelo Ho-rizonte como em algumasRegionais, as quais já foram alvo dematérias no Res Publica, exemplosdeDivinópolis e Ipatinga. “A luta pormelhores condições de trabalho e abusca de uma infraestrutura dignaao exercício de nossas atribuiçõesfazem parte da plataforma de atua-ção prioritária da APEMINAS. Co-nhecemos in loco a situaçãode todasas Unidades da Advocacia Geral doEstado e podemos afiançar a proce-dência das críticas feitas pelos cole-gas,muitas das vezes até demaneiratímida, ao se considerar o tamanhodas adversidades cotidianamenteenfrentadas pelos procuradores doEstado de Minas Gerais, notada-mente no exercício da defesa doEs-tado em juízo. Buscamosinsistentemente ser umcanal de in-terlocução com a Administração daAGE, visando ao equacionamentodas deficiências encontradas.”

O presidente mostra preocupa-ção com um possível agravamentodo quadro, considerando a perspec-

tiva de redução do orçamento doórgão, e os constantes contingencia-mentos. Ele aponta que um cruza-mento do relatório de mandadosdisponível no site da AGE frente aoda execução orçamentária de MinasGerais, conclui que, enquanto a de-manda de novas ações ajuizadascontra o Estado (sem contar aque-las emque oEstado é o Autor, comoas execuções fiscais) cresceu de35.825 em 2010 para 53.997 em2012 (com previsão de chegar a70.000 ao fim de 2013), o orça-mento de custeio da AGE, que foi de15,57milhões em 2010, tem previ-são de 14,17milhão para 2014. “Aopasso que a demanda dobrou nosúltimos quatro anos, o orçamento,ao contrário, foi reduzido em10%. Esta disparidade entre o cres-cimento exponencial da demandadaAGEea reduçãodo orçamentodesteórgão não se explica”, consideraJaime Villela.

Ele ainda destaca a necessidadedeparidadede condições comasde-mais funções essências a justiça. “Aautonomia administrativa e finan-ceira que defendemos para os ór-gãos daAdvocaciaPública temcomonorte uma atuação em equilíbrio deforças entre os agentes envolvidos

Escritório da AGE em Divinópolis demonstra falta de espaço adequado para os procuradores do Estado

Hora de arrumar a casaSituação precária de sedes da AGE em BH e interior se compara às piores do Brasil

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nas demandas naturais do sistemade Justiça, além de hipotecar ummínimo de dignidade, segurança econtinuidade aos serviços dos pro-curadores do Estado de Minas Ge-rais”, declara.

De acordo com o presidente daANAPE Marcello Terto, a sede daAGE/MG é o retrato mais óbvio doquadro que o improviso e a falta depolíticas permanentes para a Advo-cacia Pública podem evidenciar.“Não pregamos a instalação em pa-lácios suntuosos, mas é claro queem Minas Gerais, a infraestruturaestá bem aquém se comparada comaquelas garantidas às demais fun-ções essenciais à Justiça, a exemplodo Ministério Público, com quemcostuma silenciosamente, mas efi-cientemente, contender, na defesadas políticas públicas definidas epriorizadas pelos agentes legitima-mente escolhidos pelo povo mi-neiro”, frisa. Ainda segundo Terto,apesar de legítima, a disputa é desi-gual à medida que não se garantecondições iguais entre quemataca equem defende. “Afora isso, é inegá-vel a falta de quadrode apoio de áreameio e fim como, em ordem diame-tralmente oposta ao Ministério Pú-blico e ao próprio Judiciário”.

Movimento Nacionalpela Advocacia Pública

Em nível nacional, Minas Ge-rais não é o único estado que pos-sui este significativo problema.Recentemente, fatos importantesenvolveram as sedes da Paraíba,Rondônia e do Mato Grosso, que

chegaram a serem interditadaspelo Poder Público, algumas porapresentar perigo de acidentes eincêndios.

Em Rondônia, a sede da Pro-curadoria-Geral do Estado encon-tra-se em situação que necessitade imediatas melhorias. Segundoo presidente da Associação dosProcuradores do Estado, LucianoAlves, o imóvel sede não atende aoseu mister, tendo, inclusive, ocor-rido um recente princípio de in-cêndio em suas instalações, o queocasionou sua interdição pelocorpo de bombeiros. “Não há dú-vidas que sofremos todas as se-quelas pela falta de autonomiaadministrativa e financeira. So-mente essa conquista solucionariaos problemas de infraestrutura,mas também de condições de tra-balho não só de procuradorescomo dos servidores de apoio.Precisamos de condições similaresde estrutura e prerrogativas paracumprir nossas funções constitu-cionais”, diz.

No Mato Grosso, a condição éparecida. De acordo com a presi-dente da Associação de Procura-dores do Estado, Gláucia Amaral arepresentação e a defesa judicialdo patrimônio público não podemdepender das decisões de políticoseleitos e seus assessores. “EmMato Grosso há legislação queprevê recursos específicos para in-vestimento na Procuradoria-Geraldo Estado. Mesmo assim, por faltade autonomia para gerir esses re-cursos que foram diretamente ar-recadados pelos procuradores,estes foram destinados a outras fi-

nalidades, mesmo com previsão deleis infraconstitucionais que proi-biriam. Isso, por conta da ausênciada possibilidade de autonomia degestão”, conta.

Para Amaral, infelizmente,essa questão depende de boa von-tade política. “A discussão sobre ouso dos recursos na PGE/MT che-gou às raias do Poder Judiciário,com decisão favorável à Associaçãode Procuradores. Não se confundea autonomia prevista na PEC82/2007 com independência.Como advogados do Estado, con-tinuaremos leais às causas que in-teressam ao ente federado e seusrepresentantes eleitos. Simples-mente haverá capacidade de ges-tão administrativa, dandomelhores condições para a atuaçãotécnica”, explica.

Na Paraíba, desde o último dia6 de novembro o prédio onde fun-ciona a sede da Procuradoria Geraldo Estado está interditado. A in-terdição foi ordenada pela Justiçado Trabalho, para atender pedidode cautelar formulado pelo Minis-tério Público, com um agravante.A Administração Pública já tinhasido advertida administrativa-mente pelo Ministério do Trabalhoe Emprego, que lavrou termo deinterdição do imóvel, com base emperícias técnicas realizadas. “Naentrada do prédio, apesar das pla-cas sugerindo a realização deobras no local, não há nenhumareforma sendo realizada no imó-vel. A PGE continua funcionandoem uma pequena sala emprestadano Fórum Cível de João Pessoa.Fato vergonhoso e dramático para

a carreira. Os procuradores nãotêm as mínimas condições de tra-balho”, lamenta a presidente daAssociação dos Procuradores doEstado da Paraíba, Sanny Ja-piassu.

A falta de autonomia adminis-trativa e financeira dos órgãos daAdvocacia Pública tem sido apon-tada pelas suas respectivas entida-des representativas como oprincipal fator de tamanha dispa-ridade em relação ao MinistérioPúblico e à Magistratura no que serefere às condições de trabalho.

Nesse sentido, o MovimentoNacional pela Advocacia Pública,organizado por nove entidades re-presentativas das esferas nacional,estadual e municipal, luta pelaaprovação da Proposta de Emendaà Constituição nº82/2007, queconcede autonomia administrativae funcional às Procuradorias bra-sileiras, o que é realidade entre aAdvocacia Pública estadual em al-guns estados, onde, consequente-mente, a situação de trabalho dosadvogados públicos é boa. A PEC82 já se encontra em análise porComissão Especial na Câmara dosDeputados.

Para Marcello Terto, “é tristeque Minas Gerais se compare aunidades como as da Paraíba, emque a sede foi interditada por maisde 90 dias, por falta de segurançaà integridade dos ocupantes dassuas instalações, ou de Rondôniaou Mato Grosso, onde as sedesforam fechadas em razão de in-cêndio e curtos circuitos provoca-dos pela falta de manutenção”,lamenta.

4 Informativo da APEMINAS -Associação dos Procuradores do Estado deMinas Gerais -Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Em outras edições, o ResPublica trouxe à tona a precáriasituação de algumas sedes daAdvocacia-Geral do Estado no in-terior de Minas. Contrastandocom a maioria das unidades re-gionais da Advocacia-Geral doEstado, que já oferecem condi-ções bem mais satisfatórias doque aquelas oferecidas na capi-tal, o problema de infraestruturaainda se mostra presente princi-palmente em Divinópolis e Ipa-

tinga. Falta de espaço mínimopara realização de um trabalhointelectual, para acomodação deprocessos e arquivos, computa-dores, entre outros fatores,fazem parte da rotina dos procu-radores do Estado destas Regio-nais.Segundo o procurador do

Estado Gustavo Enoque a sedeem Divinópolis não possui es-paço. “A Regional funciona numlocal emprestado pela Secretaria

da Fazenda, que há muito tempodeixou de atender as necessida-des do serviço”, conta.Após o último concurso rea-

lizado pela AGE, o volume de tra-balho cresceu, segundo Enoque,de forma assustadora. Os novosprocuradores trabalham, em suatotalidade, em uma mesma sala,espremidos em estações de tra-balho, o que causa desconforto edificulta em muito a concentra-ção. “Há arquivos até nos corre-

dores e muito material tem queficar empilhado por falta de es-paço. Esse local fica em uma salaembaixo de uma laje sem cober-tura e com intensa insolação, oque provoca calor muito intenso.O ar condicionado não consegueresolver completamente o pro-blema do calor e eu não sei a úl-tima vez que foi limpo. Aventilação deixa muito a desejar,pois, não há janelas, mas apenasestreitos basculantes”, descreve.

Regionais da AGE também apresentam problemas

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Em foco

Aconteceu entre os dias 15 e 18 de outubro, o XXXIV Congresso Nacionalde Procuradores de Estado, em Porto de Galinhas (PE), com o tema “O Ad-vogado Público e as funções da cidadania e os 25 anos da Constituição de1988”. Destaque para as aprovações das sete teses apresentadas pelosprocuradores do Estado deMinas Gerais, duas com votos de louvor. Os ad-vogados públicos Bruno Matias Lopes, Geraldo Júnio de Sá Ferreira, Lean-droMoreira Barra, LeonardoOliveira Soares, Lucas Oliveira AndradeCoelho,Nilza Aparecida Ramos Nogueira e Thiago Avancini Alves representaramMinas Gerais frente ás bancas examinadoras do Congresso. Segundo o pre-sidente da APEMINAS Jaime Villela, “o balanço foi mais que positivo entreos mineiros, não somente pela qualidade dos trabalhos, mas também pelaparticipação de toda a delegação que foi a Porto de Galinhas”. As setebancas do Congresso Nacional de Procuradores de Estado analisaram 75teses, sendo 22 de Direito Administrativo, 17 na área Tributarista, 17 de Di-reito Constitucional, sete na esfera Ambiental, cinco de Processo Civil e ou-tros cinco de Direito Civil.

A APEMINAS em parceria com a Advocacia-Geral do Estadopromoveu o Concurso Artístico ASSPROM. Segundo o pro-curador do Estado Fábio Diniz, o concurso teve total inte-resse e envolvimento dos adolescentes. Foram várias etapasdesde a apresentação de palestras até a exibição de filmesvoltados para os valores humanos na adolescência, com di-nâmicas de grupo com o objetivo de reforçar o conheci-mento adquirido e provocar novas discussões sobre váriostemas. O projeto teve como modelo os concursos realiza-dos no Tribunal de Justiça deMinas Gerais e abrangeu as ca-tegorias desenho, prosa e música com enfoque nos valoreshumanos na adolescência.Uma das dinâmicas realizadascontou com a participação de um grupo de escoteiros quefalaram sobre os fundamentos do escotismo. Além disso, foiexibido o filme A Corrente do Bem, que prega a solidarie-dade entre as pessoas.

Aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto o IV Congresso dosProcuradores do Estado de Minas Gerais, promovido pelaAPEMINAS, em parceria com a Advocacia-Geral do Estado(AGE-MG). Nessa edição – que comemorou dez anos deexistência da entidade – o evento se propos a debater osdesafios e perspectivas no exercício de servir ao interessepúblico, função desempenhada pelos procuradores do Es-tado. Segundo o presidente da Associação Jaime NápolesVillela, os trabalhos do Congresso tiveram o objetivo prin-cipal de discutir a necessidade de suprir deficiências aindaexistentes, estruturais, de recursos humanos, equaciona-mento do serviço, adaptação ao fato da informatização dosprocessos e procedimentos, internos e externos. Com otema “APEMINAS 10 anos: desafios e perspectivas da Ad-vocacia Pública”, o Congresso foi dividido em três painéisdedicados aos temas “Direitos, prerrogativas e responsa-bilidades dos Advogados Públicos”; “O advogado Públicoem juízo” e “Eficiência na Gestão da Advocacia Pública”.Destaque para as palestras de Maria Sylvia Zanella Di Pie-tro e Kiyoshi Harada (imagem).

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Entrevista: O presidente da ALMG, Dinis Pinheiro

"A advocacia pública deve estar presenteem todas as etapas das políticas públicas"

O deputado estadual Dinis Pi-nheiro é o parlamentar mais votadodessa Legislatura e presidente da As-sembleia de Minas. Em entrevista aoRes Publica, ele afirma “que garan-tir a nomeação do advogado-geralentre integrantes da carreira de pro-curador do Estado é a certeza de terum servidor testado e comprometidono cargo”. Pinheiro ainda falousobre a importância da advocaciapública como garantia dos interes-ses coletivos e em relação aos pro-

jetos de seu mandato.Bacharel em Direito, Dinis Pi-

nheiro exerceu por alguns anos afunção de tabelião de notas no Car-tório do 2º Ofício da Comarca de Ibi-rité e ocupou o cargo de chefe degabinete da Prefeitura no período de1989/1990. Exerce o 5º mandato dedeputado estadual, tendo sido o par-lamentar mais votado de Minas Ge-rais nos dois últimos pleitos. Em suaprimeira eleição, em 1994, foi o de-putado mais jovem de Minas Gerais.

Ocupou por duas vezes (2007/2011)a Primeira Secretaria da Mesa Dire-tora da ALMG e está ocupando pelasegunda vez consecutiva a Presi-dência da Assembleia.

RReess PPuubblliiccaa -- CCoommoo ssee ddeeuuaa ttrraajjeettóórriiaa ddoo sseennhhoorr aattéé cchhee--ggaarr aaoo ppoossttoo ddee pprreessiiddeennttee ddaaAALLMMGG??Dinis Pinheiro - Iniciei

minha carreira pública se-guindo o exemplo e os ensina-

mentos de meu pai, em Ibi-rité, e me espelhando em mo-delos da política mineira,como Juscelino Kubistchek,Milton Campos, TancredoNeves e Itamar Franco, paracitar alguns que admiro. De-pois de concluir meu curso deDireito e de uma rápida pas-sagem como assessor na pre-feitura de Ibirité, disputeimeu primeiro mandato de de-putado estadual em 1994 e

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desde então tenho sido ree-leito, sendo que nas duas úl-timas eleições fui o maisvotado de Minas Gerais.

RRPP -- PPaarraa sseennhhoorr,, qquuaall aaiimmppoorrttâânncciiaa ddaa AAddvvooccaacciiaa PPúú--bblliiccaa ppaarraa aa vviiaabbiilliizzaaççããoo ddeebbooaass ppoollííttiiccaass ppúúbblliiccaass??DP - Posso resumir minha

opinião em uma palavra: es-sencial. A advocacia públicadeve estar presente em todasas etapas da deliberação e daimplementação de políticaspúblicas, para garantir que osinteresses maiores da socie-dade sejam preservados.

RRPP-- CCoommoo oo sseennhhoorr eenn--xxeerrggaa aa ppoossssiibbiilliiddaaddee ddaa ccrriiaa--ççããoo ddaa FFrreennttee PPaarrllaammeennttaarr eemmDDeeffeessaa ddaa AAddvvooccaacciiaa PPúúbblliiccaaMMiinneeiirraa?? PPoorr qquuee??DP - Vejo com bons olhos.

A criação de frentes temáti-cas no Parlamento tem cum-prido um papel relevante, namedida em que, por nãoserem meramente formais,mas motivacionais, ideológi-cas, podem estender suaatuação para além dos regi-mentos internos e, com isto,

muitas vezes alcançarem re-sultados de mobilização econvencimento muito bons.

RRPP -- CCoommoo oo sseennhhoorr aavvaalliiaaaa PPEECC 5599//22001133,, qquuee pprreevvêê aaoobbrriiggaattoorriieeddaaddee ddee qquuee oo aadd--vvooggaaddoo--ggeerraall ddoo EEssttaaddoo sseejjaaiinntteeggrraannttee ddaa ccaarrrreeiirraa?? DP - A iniciativa do gover-

nador Antonio Anastasia derestringir aos procuradoresda advocacia pública a escolhado advogado-geral do Estadoé positiva, pois garante queele será, sempre, um servidorjá testado e comprometidocom o serviço público, já queegresso da carreira. Aliás, aAssembleia Legislativa deMinas Gerais já adota essecritério há anos, de formamuito bem sucedida.

RRPP-- QQuuaaiiss ooss pprriinncciippaaiisspprroojjeettooss ddoo mmaannddaattoo aattuuaall--mmeennttee??DP - Há uma linha de con-

tinuidade na atuação do Le-gislativo mineiro, que tem sepautado nesses últimos anospor direcionar sua ação embusca da redução da pobrezae das desigualdades sociais

em Minas. Realizamos em2011 um grande SeminárioLegislativo sobre esse tema,que culminou na aprovaçãode uma Emenda Cosntitucio-nal que transformou o com-bate à pobreza como umaprioridade de Estado e não degovernos. Da mesma forma,foi aprovado um Fundo deCombate à Pobreza, para cus-tear tais ações. Na mesmalinha, fizemos grande campa-nha por mais verbas para aSaúde, recolhendo mais de700 mil assinaturas em pro-jeto de lei de iniciativa popu-lar, que pretende garantirinvestimento mínimo de 10%da Receita da União emSaúde. Temos promovido,ainda, campanhas permanen-tes de combate ao uso docrack e de outras drogas eadotado iniciativas em favorde segmentos da populaçãomais carentes, sendo a maisrecente delas a criação do Ob-servatório Mineiro da PessoaIdosa, em parceria com a PUCMinas. São alguns exemplosque cito, mas o fundamentalé que temos preservado umalinha coerente de ação.

RRPP -- CCoommoo aa AAsssseemmbblleeiiaatteemm ssee aapprrooxxiimmaaddoo ddoo cciiddaa--ddããoo?? OO qquuee tteemm ssiiddoo ffeeiittoo eemmbbuussccaa ddaa ttrraannssppaarrêênncciiaa nnaassaattiivviiddaaddeess ppaarrllaammeennttaarreess??DP - A Assembleia de

Minas foi qualificada recente-mente pelo jornal 'ZeroHora', de Porto Alegre, comoa mais transparente do país,em um levantamento que in-cluiu todos os parlamentosestaduais. Isso é resultado denossa política constante deaprimoramento dos canais deinterlocução com a sociedade,seja por intermédio de nos-sos veículos de comunicação(Portal, TV Assembleia,Rádio, camanhas publicitá-rias, boletins), seja pelo con-tato direto dos parlamentarescom a população, através dasaudiências públicas, seminá-rios e reuniões abertas, nacapital e no interior. Esteano, inovamos com as reu-niões regionais de prestaçãode contas, que nos levou avinte cidades-pólo de Minas,nas quais entramos em con-tato direto com nada menosde 400 municípios.

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8 Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Mosaico Festa de Final de Ano da APEMINAS reuniu mais de 300 convidados no Hotel Ouro Minas,em Belo Horizonte

Os novos procuradores do Estado de Minas Gerais marcaram presença no Ouro Minas

Antônio Roberto, Lafayette Andrada e Jaime Villela

Mestre Linguinha e a Bateria Show animaram a festa

Durante a festa, a Diretoria da APEMINAS prestou homenagem à família da procuradora Jane Marotta

André Robalinho, Geane Vieira, Leandro Barra e Jaime Villela

Ana Celina de Barros, Jaime Villela, Ricardo de Barros e Leonardo Vidigal

Convidados se divertem ao som da Bateria Show Danilo de Castro, Cornélia Lanna, Maria Clara Terzis, Ângela Leite, Soraia Gonçalves e Sérgio Gomes

Patrícia Muzzi, Carlos Victor Muzzi Filho, Juarez Raposo e Patrícia Pinheiro

Danielle Matosinhos, Maria Teresa Hara, Rachel Rosa eAna Carolina Cuba

Jaime Villela, Paulo Roberto Fonseca, Marco Túlio Gannam,Jader Dias, Vanessa Cruz e Ludmila Dias

Lyssandro Siqueira e Luciana Wagner

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9Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Luís Gustavo Linhares já participou de várias provas pelo Brasil

Procurador triatletaUma rotina de 16 horas de

treinos semanais com acompa-nhamento médico, esportivo enutricional, inclusive nos finaisde semana aliada às atribuiçõesna Advocacia-Geral do Estado deMinas Gerais. “O foco e a deter-minação herdei dos tempos deconcurso e concilio perfeita-mente com trabalho, família,amigos, descanso e outras ativi-dades do dia-a-dia”, conta o pro-curador Luís Gustavo Linhares.Em sete anos de dedicação àmodalidade, ele participa emmédia de seis provas por ano,em vários lugares do país. Em 2013, o procurador do

Estado já participou de cincocompetições na modalidadeolímpica (1500m de natação, 40km de ciclismo e 10 km de cor-rida), e ficou na 12ª colocação noCampeonato Brasileiro deTriathlon Olímpico, categoria30/34 anos, após as duas etapas,disputadas em João Pessoa e emBrasília. “Com este resultadoclassifiquei-me para o Mundialde Londres que ocorreu em se-

tembro, mas o sonho foi adiadopara o ano que vem, pois troqueia viagem do Mundial para parti-cipar do Interclubes”, explica. O principal desafio de Luís

Gustavo acontece em maio de2014, no Ironman Brasil. “Será o

meu maior desafio no esporte atéagora. É uma prova que exigemuito preparo e dedicação. Estoutreinando para terminá-la em 11horas. Entre os atletas amadoresé a única classificatória da Amé-rica Latina para o Ironman do

Havaí e no próximo ano contarácom 2.200 atletas de várias na-cionalidades, sendo que as ins-crições para ela se encerraramem apenas 17 minutos após aabertura. Completá-la bem seráuma grande satisfação”, diz.

Luís Gustavo Linhares durante uma das provas disputadas

Homenagem à procuradora do Estado Jane MarottaQuis o destino que tivéssemos a oportu-

nidade de desfrutar de ameno convívio egrande amizade por Jane Maria Gomes Ma-rotta, que se estendeu da data de sua posseno cargo de Procuradora do Estado até o finalde sua existência. Essa convivência conti-nuada fortaleceu, em todos nós a admiração eo respeito que a sua própria personalidade im-punham.

Sua trajetória de vida foi marcada peloseu forte sentimento de amor ao próximo, nasua solidariedade, na sua competência e zeloprofissionais, na ponderação de suas atitudes,no seu irreprochável caráter e brilhante inte-ligência.

Mãe zelosa e carinhosa não disfarçava oorgulho, a admiração e a alegria por seus fi-lhos Matheus Gomes Marotta e Clarice GomesMarotta.

Brilhante advogada e figura humana, sua

palavra era ouvida com atenção e respeito nosencontros de trabalho e no convívio social.

Sua aparência discreta, mas sempre mar-cante deixava transparecer seu bondoso co-ração, profunda sensibilidade, e compreensãohumana. Viveu como uma semeadora, com apreocupação de semear em solo fértil o amore assim manter viva as amizades e o respeitopelo ser humano.

Foram estes raros atributos que contri-buíram, sem dúvida para solidificar o seu pres-tígio na Advocacia Geral do Estado, por ondepassou e fez uma legião de verdadeiros ami-gos.

Este foi o legado que nos deixou JaneMaria Gomes Marotta: inteligência, honorabi-lidade, solidariedade e grandeza humana.

Da amiga de sempre,JJuulliiaannaa CCaammppooss HHoorrttaa ddee AAnnddrraaddee

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10 Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Mural da APEMINASMOVIMENTO NACIONAL PELA ADVOCACIA PÚBLICA I

Inesquecível. Assim foi definido por muito dos presenteso Ato Público de lançamento do Movimento Nacional pelaAdvocacia Pública, em Brasília, realizado no AuditórioPetrônio Portela, no Senado Federal. O evento reuniucerca 800 advogados públicos de todo o Brasil. MinasGerais participou com mais de 20 representantes, entrecolegas lotados na capital mineira, no interior e no es-critório da AGE em Brasília. O resultado: durante a sole-nidade foi instalada pelo presidente Câmara dosDeputados, Henrique Alves, a Comissão Especial paraanálise da PEC 82, que trata da autonomia administra-tiva e financeira da Advocacia Pública. Referida Comis-são tem como presidente o deputado Alessandro Molon(PT/RJ) e relator o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). DaBancada de Minas Gerais, destacam-se as presenças dosdeputados Diego Andrade (PSD) e Antônio Roberto (PV),como membros titulares, além de Bernardo Santana (PR)e Humberto Souto (PPS), como suplentes.

MOVIMENTO NACIONAL DA ADVOCACIA PÚBLICA II

A articulação e competência demonstradas pelas enti-dades da Advocacia Pública que culminou no sucessodo Ato Público de 3 de setembro, em Brasília, foi repe-tida na condução dos trabalhos da Comissão Especialda PEC 82/2007, notadamente na realização dos semi-nários técnicos regionais. Foram oito em menos de 20

dias, nas cinco regiões do país, todos brilhantementerealizados em tempo recorde, graças a capilaridade earticulação entre a ANAPE e as Associações Estaduaisque a compõem.

DELEGAÇÃO MINEIRA EM PERNAMBUCO

Mais uma vez a delegação mineira foi destaque no Con-gresso Nacional de Procuradores do Estado, este ano rea-lizado em Porto de Galinhas, em sua 39ª edição. Além daalegria e descontração com que os cerca de 30 colegascompareceram ao evento, chamou a atenção o alto níveldas sete teses por eles apresentadas, todas aprovadas,sendo duas com louvor. Ano que vem tem mais: a 40ª edi-ção será em João Pessoa. Promete.

NOVA SEDE

De vento em popa a reforma nas instalações para a ins-talação da sede própria da APEMINAS, no edifício Hér-cules, na Rua Espírito Santo, em frente a atual sede daAdvocacia-Geral do Estado. Pautada pela intenção deaproximar-se o máximo possível de seus associados, anova sede da Associação será dotada de toda infraes-trutura necessária à digna representação dos procura-dores do Estado de Minas Gerais. Além dos setoresadministrativos, a sede terá ainda espaço multiuso, ade-quado a realização de eventos de toda a natureza, ofe-recendo aos associados um espaço adequado a

realização de cursos e convivência com colegas. Exem-plo a ser seguido.

SUSPENSÃO DE PRAZOS

A APEMINAS não pode deixar de lamentar a decisão daCorte Superior do Tribunal de Justiça que indeferiu pedidoda OAB/MG visando à suspensão de prazos, audiências ejulgamentos no âmbito da Justiça do Estado de 1ª e 2ª ins-tâncias, de 7 a 20 de janeiro de 2014, bem como que sejavedada a publicação de notas de expediente neste período,a fim de viabilizar o descanso para os advogados mineiros.Esperava-se da mais alta corte mineira a compreensão jámanifestada no Pleno do Tribunal Regional do Trabalho(TRT) da 3ª Região que acolheu pedido da OAB/MG, e sus-pendeu os prazos processuais e audiências, após o recessode fim de ano. Parabéns e obrigado ao TRT 3ª Região!

PEC DO AGE DE CARREIRA

Digno de registro a receptvidade da Assembleia Legisla-tiva de Minas Gerais à Proposta de Emenda Constitucio-nal 59/2013, que restringe aos quadros da carreira aescolha do advogado-geral de Minas Gerais. A proposta játramitou na Comissão Especial e encontra-se em condi-ções de ser aprovada em plenário. Demonstração que anatureza republicana da proposição da PEC é facilmentepercebida pelos nossos parlamentares, tanto da situa-ção, quanto da oposição.

Antonio Anastasia recebeu Medalha do Mérito da Advocacia Geral do Estado

Justo reconhecimentoO governador do Estado de

Minas Gerais Antonio Anastasiarecebeu, durante o IV Con-gresso dos Procuradores doEstado de Minas Gerais, nasede da OAB/MG, em Belo Ho-rizonte, das mãos do advogado-geral do Estado, Marco AntônioRomanelli, a “Medalha do Mé-rito da Advocacia Geral do Es-tado de Minas Gerais”,destinada a pessoas físicas oujurídicas que se destacarampelos relevantes serviços pres-tados à Advocacia Pública e àAGE, ou que contribuíram parao seu engrandecimento. Na oportunidade, o gover-

nador fez o anúncio do envio demensagem à Assembleia Legis-

lativa de Minas Gerais para atramitação de uma Proposta deEmenda à Constituição quetorne obrigatória a nomeaçãodo advogado-geral entre inte-grantes da carreira. Este obje-tivo é considerado fundamentalpela Associação dos Procurado-res do Estado de Minas Gerais(APEMINAS). Até o fechamentodesta edição, a PEC ainda nãohavia sido votada em Plenário.Anastasia afirmou ser justa areivindicação da classe e ressal-tou que dorme sempre com aconsciência tranquila, pois, emsua administração, nunca foiemanada voz para macular ouprejudicar a classe dos procura-dores de Minas Gerais. Governador foi o primeiro a receber a Medalha da AGE

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11Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

Apenas quem nunca sofreu uma desilusãoamorosa terá dificuldade de entender o valordo tempo para as relações interpessoais. Hajavista, porém, o que, de ordinário, ocorre emnossas experiências cotidianas (será?), supo-nho que não se faz necessário maior esforçopara enfatizar um primeiro ponto, qual seja, oinstituto da prescrição não representa em simesmo um mal. Relembra-se, aqui, de judi-ciosa lição de Laurent, segundo a qual “se nãoexiste o instituto da coisa julgada, o mundo nãoseria mais que um imenso processo”2. Diz-seisso, porque a passagem comporta pequenoacréscimo para ser assim formulada: “se nãoexistissem os institutos da coisa julgada e daprescrição, o mundo não seria mais que umimenso processo”. Ou seja, do mesmo modoque a coisa julgada, o instituto da prescriçãoserve, ao fim das contas, à estabilização das re-lações sociais. Afastado, assim, possível pre-conceito relacionado ao termo prescrição e,desse modo, os equívocos daí oriundos, veja-se, de modo breve, sua conceituação. Nos ter-mos do quanto estabeleceu o legisladorinfraconstitucional, no art. 189 do CC/2002, aprescrição fulmina (rectius: ostenta aptidãopara fulminar) a pretensão. Esta, por sua vez,relaciona-se às ações, ou melhor, aos pedidosde natureza condenatória, como outrora pre-cisou o Professor Agnelo Amorim, em clássicoestudo intitulado “Critério científico para dis-tinguir prescrição e decadência e para identi-ficar as ações imprescritíveis”. Delimitado, emapertada síntese, o conceito do instituto e en-fatizado o seu alcance, chama-se a atenção parao princípio da dignidade da pessoa humana epara o direito à reparação material e moral, eisque consagrados pelo legislador constituinte.Isso porque o legislador infraconstitucional, aoreduzir de 20 para 3 anos o prazo de prescri-ção referente às demandas indenizatórias (art.206, § 3º, V do CC/2002), poderia, em pri-meira leitura, estar a ir contra os desígnios doconstituinte originário. Realmente, pois a di-

minuição acaba, ao menos potencialmente, poratingir mais cedo as pretensões reparatóriasasseguradas no plano da Lei Maior. Ora, domesmo modo que a dignidade da pessoa hu-mana, o princípio da segurança jurídica en-contra respaldo na Carta Magna pátria. Atéporque, se o tempo é capaz de curar feridas detoda ordem, não há motivo para estranhar quepretensões (direta ou indiretamente) de cunhopecuniário sejam afetadas pelo transcorrer decerto lapso temporal. De fato, a grande dificul-dade para compreender-se o papel que o insti-tuto da prescrição desempenha emdeterminado sistema jurídico resulta, antes eacima de tudo, de artificial distinção que se fazentre o mundo do direito e o mundo da vida.Como se o direito, enquanto construção hu-mana, não trouxesse em seu bojo, em seu in-terior, as mesmas contradições e limitaçõescom as quais todos nós convivemos diuturna-mente. Dito isso, passa-se ao ponto central doescrito, sintetizado na seguinte indagação:após a entrada em vigor do CC/2002, perma-nece sendo de cinco anos o prazo para o exer-cício de pretensões indenizatórias contra aFazenda Pública, conforme estatui o art. 1º doDecreto-Lei 20.910/32)? A partir de diálogodas fontes, mais precisamente de fontes infra-constitucionais, é possível concluir que a pres-crição trienal de pretensões indenizatóriasdisciplinada no CC/2002 alcança o Poder Pú-blico. Sim, pois o art. 10 de aludido Decreto-Lei autoriza a aplicação de prazo prescricionalmenor previsto em lei ou regulamento. Paraaceitar-se essa conclusão, duas objeçõesdevem, contudo, ser vencidas. A primeira, ma-terializada no entendimento de que a aberturaoferecida pelo artigo em destaque somentepode ser preenchida por normas do direito pú-blico, sob pena de desrespeitar-se a autonomiacientífica do direito administrativo. A segundarefere-se a uma das regras de interpretação deleis no tempo, segundo a qual norma específicaprevalece sobre a geral. Como há regra própriaque disciplina o exercício de pretensões con-tra o Poder Público, resta afastada a disposi-ção normativa comum, no caso, o disposto noart. 206, § 3º, V do CC/2002. Pois bem. Pro-põe-se, aqui, reflexão, por assim dizer, princi-

piológica. Para tanto, coloca-se em evidência oprincípio vetor do Estado Democrático de Di-reito brasileiro vigente, qual seja, o da isono-mia. Daí sustenta-se que não há justificativaracional para conferir-se tratamento privile-giado ao particular. Ou seja, viola o princípioconstitucional da isonomia a regência de prazode prescrição diferente em benefício do parti-cular, tão só em virtude desta sua condição.Dito de outro modo, em nome do mandamentomaior da igualdade, não deve o Poder público(rectius: a sociedade) ser penalizado, a partirda fixação de prazo prescricional maior que oconcedido aos particulares, na espécie. Por in-termédio dessa interpretação - que não cor-responde, fique claro, à defesa de obrigatóriaequiparação de prazos no tema de que se cuida- consegue-se, salvo melhor juízo, vencerambas objeções apresentadas acima. Comefeito, pois a autonomia do direito administra-tivo, como, de resto, de quaisquer outrosramos do direito, assim como as técnicas de in-terpretação de leis no tempo não podem, emabsoluto, representar obstáculo à incidênciaprincípio constitucional em destaque. Emsuma, a concretização da diretriz primeira daisonomia independe de abertura sistêmica, nocaso, do disposto no art. 10 do Decreto-Lei20.910/32. Dessa maneira, à luz de interpre-tação conforme a CF/88, afirma-se que a regraprevista no art. 206, § 3º, V do CC/2002 regea prescrição de pretensões indenizatórias exer-citáveis contra o Poder Público no Estado De-mocrático de Direito Brasileiro atual.Conclusão, salienta-se, aplicável às autarquiase fundações de direito público, dada a naturezadas funções desempenhadas por umas e ou-tras. Aí, pois, a particularizada leitura do prin-cípio constitucional da isonomia ora sugerida.

(*) Mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Ca-tólica de Minas Gerais. Membro da Academia Brasileira de DireitoProcessual Civil. Professor de Teoria Geral do Processo e Pro-cesso Civil na Faculdade de Direito de Ipatinga (MG) FADIPA. Pro-curador do Estado de Minas Gerais.

1 Resumo de exposição oral proferida no XXXVII Congresso Nacio-nal de Procuradores de Estado, que ocorreu entre os dias 27 a 30de setembro de 2011 na capital mineira. O trabalho então apre-sentado no Congresso e que restou aprovado de modo unânime,na forma de tese, foi divulgado originalmente na RePro, vol. 195,São Paulo: Ed. RT, mai. 2011.

2 Apud, PORTO, Sérgio Gilberto. Coisa Julgada Civil. 3. ed, rev.,atual. e ampl. São Paulo: Ed. RT, 2006. p. 13.

Artigo

LEONARDO OLIVEIRA SOARESProcurador do Estado de Minas Gerais

Aplicação particularizada do princípio constitucional da isonomia no Estado Democrático de Direito brasileiro1

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12 Informativo da APEMINAS - Associação dos Procuradores do Estado de Minas Gerais - Ano 6 - nº 19 - outubro/novembro/dezembro de 2013

No caminho da autonomiaBelo Horizonte sediou, no dia 6

de dezembro, Seminário Regionalpromovido pela Comissão Especialda Câmara dos Deputados para de-bater a Proposta de Emenda à Cons-tituição (PEC) 82 de 2007 quedefende a autonomia administrativae financeira da Advocacia Públicabrasileira. O evento fez parte da pro-gramação desencadeada pelo Legis-lativo federal, que realizou osdebates em oito capitais brasileiras,além do Distrito Federal. O depu-tado federal Diego Andrade (PSD-MG), membro efetivo da ComissãoEspecial da PEC 82/007 represen-tou a Câmara dos Deputados du-rante o seminário.

Na abertura das atividades, opresidente da APEMINAS JaimeVillela, destacou a necessidade deque a Advocacia Pública brasileiraseja forte e estruturada em todas assuas esferas para que se concretizeintegralmente o tratamento consti-tucional adequado também em re-lação à instituição Advocacia Pública.“A luta pela autonomia administra-tiva das procuradorias não é umaluta de classe, ou pretensão mera-mente corporativa. Acima de tudo éuma luta institucional, visando amunir a Advocacia Pública das mes-mas garantias institucionais confe-ridas às demais funções essenciais àjustiça. Precisamos cuidar de formaautônoma de nossa própria casapara que possamos fazer ainda me-lhor nosso exercício de defesa do pa-trimônio que é do povo brasileiro. Énecessário termos mais controle eagilidade sobre os nossos processospara responder com mais celeridadeàs demandas que se nos apresen-tam”, destacou.

O presidente da Associação Na-cional dos Procuradores do Estadoe do Distrito Federal (ANAPE) Mar-cello Terto participou do Seminá-rio. Segundo ele, a AdvocaciaPública está ligada ao futuro dopaís por estar à frente de deman-

das judiciais em que os entes pú-blicos são autores ou réus; comoquando cobra impostos de sonega-dores, recupera verbas desviadasou evita pagamentos indevidos.Para Terto, é o dinheiro da nação econsequentemente do povo queestá em jogo. “Criamos o Movi-mento Nacional pela Advocacia Pú-blica para alertar aos nossosgovernantes e à sociedade da im-portância do nosso papel na condu-ção das políticas públicas”, frisou.Ele avaliou a série de semináriospelo Brasil como positiva e agrade-ceu o apoio do deputado federalDiego Andrade à causa.

Durante ao seminário, o procu-rador do Estado do Mato Grosso doSul Ulisses Schwarz palestrou sobrea autonomia da Advocacia Púbica.Ele afirmou que para o fortaleci-mento da instituição é necessária aautonomia administrativa, técnica efinanceira da Advocacia da União,Procuradoria da Fazenda, Procura-doria-Geral Federal, Procuradoriasdos Estados, Distrito Federal e dosMunicípios. “É preciso deixar afronteira entre o direito e a política.

Com a aprovação da PEC vamos for-talecer a instituição. Justiça se fazem um sistema equilibrado e se emoutras esferas a autonomia já existe,também precisamos dela para tra-balhar e defender o estado, além dapopulação”, disse o procurador.

Diego Andrade fechou o eventoafirmando ser muito importante aatualização do texto da PEC82/2007 para que a opinião públicao entenda com clareza. “É necessá-rio saber que toda empresa, além deum bom contador, tem que ter umbom advogado e não há otimizaçãodo funcionamento se eles não tive-rem liberdade para trabalhar. A meuver, no setor público não é diferente.É um exemplo de como a autonomiapedida pelos advogados públicospode melhorar o funcionamento dainstituição”.

O diretor institucional daOAB/MINAS e vereador de Belo Ho-rizonte Joel Moreira Filho (PTC) re-presentou a entidade durante oseminário. Ele citou a maciça pre-sença de advogados públicos no Con-selho Seccional da Ordem em MinasGerais como prova da importância da

classe e de seu fortalecimento. “A Ad-vocacia Pública exerce papel funda-mental e deve ser estruturada eequipada para exercer a defesa dopatrimônio público e o controle delegalidade necessário para a boa apli-cação dos recursos”, disse.

PPrreesseennççaass – Compuseram amesa dos trabalhos, além dos men-cionados nesta matéria, o diretor deRelações Institucionais da APEMI-NAS e presidente da Comissão deAdvocacia Pública da OAB/MG Ales-sandro Castelo Branco; o procura-dor do Estado de Minas GeraisWendell Tonidandell, represen-tando o advogado-geral do EstadoMarco Antônio Romanelli; o presi-dente da Associação Nacional dosProcuradores Municipais (ANPM)Guilherme Rodrigues; o procura-dor-geral do município de Belo Ho-rizonte, Rúsvel Beltrame; opresidente da Associação dos Pro-curadores do Município de BeloHorizonte Cristiano Giuliani; o ad-vogado da União e representante daANAUNI, Cil Farne Guimarães e oprocurador federal Rodrigo Mi-randa, representante da UNAFE.

Ulisses Scharws, Cil Farne Guimarães, Diego Andrade, Jaime Villela, Marcello Terto e Guilherme Rodrigues

Seminário da PEC 82/2007 foi realizado em Belo Horizonte. Matéria tramita na Câmara

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