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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 3 | 3º trimestre de 2019 | http://insepe.org.br/revistainsepe ....................................................................................................................................................... APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PÚBLICO POR MEIO DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DA GESTÃO AUTORES (AS): ALAN DA SILVA MELO; FERNANDA CANAZART BATISTA, FERNANDO JOSÉ SANDIM, KARINE ALVES DE LIMA, MARIANA DOS SANTOS BOTELHO, MARLÚCIO CÂNDIDO, MATEUS RODRIGUES DE SOUSA, SARA RODIANNY DA ROCHA SILVA, SALETE DE MATOS REIS; UALTER GONÇALVES DE SOUZA SANTOS, VANDER LÚCIO SANCHES 1 INTRODUÇÃO Orçamento público regido pela regulamentação das leis que compõem o orçamento público, que está no artigo 165 da constituição federal é uma ferramenta que o poder público utiliza para organizar os recursos financeiros, geralmente esse plano é de curto e longo prazo, em que o curto prazo pode se projetar para o futuro. O orçamento fixa as despesas e arrecada as receitas, é dele que se inicia o desenvolvimento ou o retrocesso de um país. Certamente para obter êxito nesse orçamento, alguns aspectos são de grande importância, como os instrumentos públicos pois nele que se inicia o ciclo da elaboração. Nele deverá ser respeitado os princípios pelos quais não deverão ser aferidos, os órgãos de controle que supervisionam e dão suporte ao orçamento e as leis que são primordiais para seu funcionamento. Além desses aspectos, uma boa gestão é de suma importância para que o orçamento seja eficiente e eficaz, priorizando assim o bem estar social, nela deverá ser apontados erros ou falhas, para que possam ser corrigidas. Um bom gestor deverá utilizar modelos, leis e processos que serão abordados no decorrer do texto.

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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 3 | 3º trimestre de 2019 |

http://insepe.org.br/revistainsepe

.......................................................................................................................................................

APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO PÚBLICO POR

MEIO DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DA GESTÃO

AUTORES (AS): ALAN DA SILVA MELO; FERNANDA CANAZART BATISTA,

FERNANDO JOSÉ SANDIM, KARINE ALVES DE LIMA, MARIANA DOS SANTOS

BOTELHO, MARLÚCIO CÂNDIDO, MATEUS RODRIGUES DE SOUSA, SARA

RODIANNY DA ROCHA SILVA, SALETE DE MATOS REIS; UALTER GONÇALVES

DE SOUZA SANTOS, VANDER LÚCIO SANCHES

1 INTRODUÇÃO

Orçamento público regido pela regulamentação das leis que compõem o orçamento

público, que está no artigo 165 da constituição federal é uma ferramenta que o poder público

utiliza para organizar os recursos financeiros, geralmente esse plano é de curto e longo prazo,

em que o curto prazo pode se projetar para o futuro. O orçamento fixa as despesas e arrecada

as receitas, é dele que se inicia o desenvolvimento ou o retrocesso de um país.

Certamente para obter êxito nesse orçamento, alguns aspectos são de grande

importância, como os instrumentos públicos pois nele que se inicia o ciclo da elaboração.

Nele deverá ser respeitado os princípios pelos quais não deverão ser aferidos, os órgãos de

controle que supervisionam e dão suporte ao orçamento e as leis que são primordiais para seu

funcionamento.

Além desses aspectos, uma boa gestão é de suma importância para que o orçamento

seja eficiente e eficaz, priorizando assim o bem estar social, nela deverá ser apontados erros

ou falhas, para que possam ser corrigidas. Um bom gestor deverá utilizar modelos, leis e

processos que serão abordados no decorrer do texto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O orçamento público é o planejamento de execução dos gastos públicos de cada

exercício financeiro. São elaborados pelo poder executivo e aprovado pelo poder legislativo,

no âmbito Municipal, Estadual e Federal, obtendo um ciclo composto pela elaboração de

projeto de lei orçamentária, logo assim o mesmo é conferido, votado, sancionado e publicado

(KOHAMA, 2014, p.42).

2.1 Instrumentos Públicos

O orçamento público passa por um ciclo composto pela elaboração do projeto de Lei

Orçamentária, sendo conferido, votado, sancionado e publicado. Eles são elaborados em três

etapas, que são: o Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei

Orçamentária Anual (LOA) (KOHAMA, 2014).

2.1.1 Plano Plurianual (PPA)

O Plano Plurianual está previsto no artigo 165 da Constituição Federal, regulamentado

pelo decreto 2.829/98. O seu principal intuito é organizar as ações do governo que levem a

aquisição dos objetivos e metas fixadas para um lapso de quatro anos, ao nível do Governo

Federal, Estadual e Municipal, que define metas, diretrizes, estratégias e grandes

investimentos. São caracterizados conforme o ato de descrever e traçar as finalidades de um

programa de trabalho com clareza, que deverá conter um conjunto de ações que contribuam

para execução destes planejamentos, sendo bem detalhados as suas realizações sempre em

benefício da sociedade, nenhum investimento cuja a execução ultrapasse o exercício

financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual ou sem lei que autorize

a inclusão sob pena de crime de responsabilidade (SANTOS, 2015, p.42).

2.1.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é um instrumento de planejamento

operacional de curto prazo, com a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais

de forma a adequar as diretrizes priorizando os objetivos e as metas estabelecidas, incluindo

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as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente orientada pela Lei

Orçamentária Anual que dita as regras para o equilíbrio entre receitas e despesas possuindo

data de aprovação (PISCITELLI, 2015, p.24).

2.1.3 Lei Orçamentária Anual (LOA)

A Lei Orçamentária Anual (LOA) tem por finalidade prever todas as receitas e fixar as

despesas, havendo equilíbrio, sendo que uma não pode sobrepor a outra. É essencial estar

claramente posicionadas na LOA as despesas da administração pública direta e indireta, os

valores a serem investidos em empresas públicas e sociedades de economia mista. Deve estar

bem estabelecida a arrecadação de receitas, sobre quais ferramentas o governo utilizará para

obter a receita que provém de imposto, contribuições e taxas. Ela deve ser planejada para que

não ocorra imprevistos e que haja harmonia entre os três (PPA, LDO e LOA). Eles devem

concluir as metas declaradas em Leis que iram abranger vários beneficiados, a sociedade

brasileira (PALUDO, 2013, p. 58).

2.2 Princípios Orçamentários

Segundo Sanches (2004, p.244), princípios orçamentários são regras que norteiam a

prática orçamentária. Esses princípios foram criados com a finalidade de aumentar a

consistência no comprimento do auxílio do controle parlamentar sobre os executivos. Os

princípios orçamentários são ideias iniciais a serem analisadas na concepção da proposta

orçamentaria.

2.2.1 Princípio da Anualidade

De acordo com Giacomoni (2010, p.73), o princípio da anualidade diz que deve ter

vigência limitada a um exercício financeiro, a legislação brasileira entende que o exercício

financeiro precisa coincidir com ano civil (1º de janeiro à 31 de dezembro), conforme o ART.

34 da Lei 4.320/64.

2.2.2 Princípio da Legalidade

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Para o princípio da legalidade para ser legal, tanto as receitas quanto as despesas

precisam estar previstas na Lei Orçamentária Anual, ou seja, a aprovação do orçamento deve

acompanhar o processo legislativo pois trata - se de um grande interesse da sociedade

(SANCHES, 2004, p. 274 - 275).

2.2.3 Princípio da Uniformidade

Segundo Haddad (2010, p.21), os dados e metas devem ser homogêneos durante os

anos para que haja uma comparação ao longo do tempo.

2.2.4 Princípio da Clareza

O orçamento deve ser claro e de fácil compreensão a qualquer indivíduo, deve ter

linguagem objetiva e clara para que todas as pessoas que, por força do oficio ou interesse

precisam consulta - ló (SANCHES, 2004, p.62).

2.2.5 Princípio da Não Afetação da Receita

Para o princípio da não afetação da receita, nenhuma parcela da receita geral poderá

ser comprometida (vinculada) para atender a certos casos ou a determinado gasto, ou seja, a

receita não pode ter vínculo. Esse princípio reduz o grau de liberdade do gestor e engessa o

planejamento de curto, médio e longo prazo (SANCHES, 2004, p. 393).

2.2.6 Princípio da Universalidade

De acordo com Manara, Nespolo, Adami, Domênico, Ramos (2017, p.3), este

princípio deve reunir todas as receitas e despesas em uma só lei orçamentária, não podendo

haver qualquer omissão.

2.2.7 Princípio do Equilíbrio

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Segundo Roberto (2015, p.12), este princípio diz que as despesas fixadas não poderão

ter valor maior do que a arrecadação das receitas previstas. Deverá haver equilíbrio entre as

duas para melhor serem administradas. No acontecimento da execução das despesas sem a

mesma equivalência da arrecadação das receitas, resultará em efeitos negativos que afetarão

as metas. Este princípio é regulamentado pela LDO.

2.2.8 Princípio da Publicidade

O orçamento deve ser divulgado nos veículos oficiais de comunicação para

conhecimento do público e ter eficácia de sua validade está alocado no ART. 37 da CF de 88

(SANCHES, 2004, p.393).

2.2.9 Princípio do Orçamento Bruto

Ele determina que todas as receitas devem contar na peça orçamentária com seus

valores brutos e não líquidos. É proibido qualquer dedução dos valores de receitas e despesas

que constem nos orçamentos, a intenção e impedir a inclusão de valores líquidos ou de saldos

resultados do confronto entre receitas e despesas de determinado serviço público (LEITE,

2016, p.102).

2.2.10 Princípio da Exclusividade

A Lei Orçamentaria deverá conter apenas matéria orçamentária ou financeira, ou seja,

dela deve ser excluído qualquer dispositivo estranho a estimativa da receita e fixação de

despesa (SANCHES, 2004, p.149).

2.2.11 Princípio da Unidade Orçamentária

Para Slomski (2013, p. 17), o orçamento deve ser único devendo apenas existir um

único orçamento para dado do exercício financeiro sendo que todas as receitas e despesas

devem estar contida em uma só lei orçamentaria, permitindo ao poder legislativo o controle

racional e direto das operações financeiras de responsabilidade do executivo.

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2.3 Órgãos de Controle

Segundo Avon (2012, p. 51), órgãos de controle é um departamento que fiscaliza os

atos da gerência pública que foram prescritos e forma legal. A fiscalização dos órgãos podem

conter a examinação, verificação dos setores das entidades que prestam serviços público,

visando acompanhar a administração e gestão do mesmo. O controle dá ênfase em corrigir a

gerência, caso a mesma não esteja saindo como os atos que são prescritos de forma geral.

2.3.1 Órgãos de Controle Interno

Unidades administrativas integrantes dos sistemas de controle interno da

administração pública federal, incumbidos, dentre outras funções, da verificação da

consistência e qualidade dos controles internos, bem como, do apoio às atividades de controle

externo exercidas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) (ALBUQUERQUE, MEDEIROS

e FEIJÓ 2013, p. 393).

2.3.1.1 Conselho de Ética

O conselho de ética são princípios que norteiam a atuação do servidor

público municipal. No setor público todas as atividades do governo afetam a vida do país, e

por isso é necessário que os servidores apliquem valores éticos para que os cidadãos

possam ter confiança na eficiência dos serviços. Verifica -se que apenas a aplicação das leis

não é aceitável para que a ética no serviço público seja desempenhada. O código de ética

sendo federais ou municipais, são considerados um conjunto de normas que dizem a

respeito sobre a conduta dos servidores dentro do seu ambiente de serviço. O não

comprometimento dessa norma acarretará julgamento pela parte da comissão de ética. Os

códigos apresentam princípios e deveres, tais como, zelo, dignidade, eficácia, honra entre

outros, visando o bem-estar da população (SILVA, SILVA, 2014, p.2).

2.3.1.2 Auditoria Interna

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O Conselho Federal de Contabilidade(CFC), através da NBCT 12, define a auditoria

interna como a atividade que compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e

comprovações, metodologicamente estruturados para avaliação da integridade, adequação,

eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de

controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de falhas, com vistas a assistir a

administração da entidade no cumprimento de seus objetivos (MARÇOLA, 2011, p.78).

A auditoria interna está ligada diretamente a gerência sênior, executando, gerenciando

e averiguando a efetivação dos controles internos e de todos os setores da organização

pública, autenticando ou não a sua efetividade, juridicidade e segurança. Juntamente com o

gestor, ajuda-o a entender os relatórios e pareceres a fim de descobrir possíveis falhas,

irregularidades e defraudações para uma futura tomada de decisão baseados em dados

concretos. Além disso, torna evidente as brechas existentes e resultantes das perdas e de ações

que ajam de maneira imprevisíveis visando o bem comum. Preocupando-se dessa forma com

a clareza do início, meio e fim de um processo com a intenção de deixar tudo de forma

explícita aos gestores (MARÇOLA,2011, p.78).

2.3.1.3 Ouvidoria Interna

Segundo Santos (2013, p.19), a ouvidoria Interna foi implementada ao setor público,

com a utilidade para a administração pública de prestar serviços públicos dando ênfase na

qualidade e efetividade do serviço público, tendo como finalidade oferecer os cidadãos e os

usuários dos serviços públicos de expor suas críticas, sugestões, elogios e dúvidas, diálogo

entre o cidadão e os órgãos de serviço público. É um direito do cidadão que auxilia a exercer

seus direitos, por ser um canal de comunicação direto entre o órgão e seu público sendo

assim, é um órgão que a principal finalidade é avaliar a execução dos serviços públicos,

visando executar os princípios da constituição que ditam os padrões da gestão do serviço

público. A ouvidoria é um órgão estratégico com o poder da instituição pública, ele registra os

dados das informações que os cidadãos manifestaram dos serviços públicos prezando pelo a

resolução do problema do cidadão de forma eficiente e eficaz.

2.3.2 Órgãos de Controle Externo

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O controle externo é um órgão que não compõe a estrutura da entidade que será

controlada, ou seja, esse controle exercido será advindo de fora da organização. Esse controle

tem como objetivo validar se houve regularidade ou irregularidade na administração das

riquezas públicas. Esse controle está previsto nos artigos 70 e 71 da CF/1988, em que o

Congresso Nacional juntamente com o Tribunal de Contas, irão exercer o controle e à

fiscalização da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, contábil e operacional da União

(LIMA, 2011, p.8).

2.3.2.1 Tribunal de Contas da União

De acordo com Gomes (2006, p.624), o tribunal de contas da união é um órgão que

fiscaliza as pessoas físicas e jurídicas que recebam, guardem ou administrem dinheiro ou bens

públicos advindos do estado. Ele fiscaliza de forma contábil, financeira, orçamentária,

operacional e patrimonial, através de auditorias. Dessa forma eles cuidam para que o dinheiro

público seja utilizado dentro da legalidade.

De fato Gomes (2006), ainda relata que o tribunal de contas da união é composto por

nove ministros. Seis deles são indicados pelo Congresso Nacional, um, pelo presidente da

República e dois, escolhidos entre auditores e membros do Ministério Público que funciona

junto ao Tribunal e que as funções do tribunal de contas da união são:

a) Fiscalizadora: nessa função são feitas auditorias e inspeções, em que pode ser de

iniciativa própria ou por uma solicitação do congresso nacional ou para apuração

de denúncias.

b) Consultiva: essa função vai avaliar profissionalmente as contas prestadas

anualmente pelos chefes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e pelo

chefe do Ministério Público da União.

c) Informativa: após a prestação de contas, é solicitado ao Congresso Nacional,

informações sobre a fiscalização exercida. Essa função também vai expor ao poder

competentes as irregularidades ou abusos que forem apurados e assim encaminhar

para o Congresso Nacional o ocorrido.

d) Função Judicante: essa função acontece quando o tribunal de contas da união julga

as contas dos administradores públicos e os outros demais responsáveis por

administrar dinheiro, bens e valores públicos.

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e) Função sancionadora: essa função será responsável em aplicar as punições

previstas na lei orgânica do tribunal (lei n° 8.443/92) no caso de ilegalidade de

despesa ou irregularidade de contas.

f) Função Normativa: nessa função será permitido o envio de instruções e atos

normativos, em que devem ser cumpridas obrigatoriamente, em caso de não

cumprimento das normas o infrator será penalizado.

g) Função ouvidoria: através dessa função, o tribunal de contas tem a possibilidade de

receber denúncias da sociedade sobre irregularidades, fazendo com que sejam

apuradas as irregularidades apontadas.

2.3.2.2 Auditoria Externa

A auditora externa dispõe de um conjunto de técnicas que tende a analisar a gestão

pública, comparando o que foi proposto com o que deveria ser. A auditoria externa é realizada

por um pessoa e ou entidade privada independente da entidade auditada, demonstrando um

parecer sobre as demonstrações contábeis. No âmbito do setor público a auditoria externa é

realizada pelo Congresso Nacional e tem como auxílio o Tribunal de Contas da União (TCU),

no qual são realizadas auditorias, feitas para que haja a verificação dos atos dos

administradores estão em conformidade com a lei e os regulamentos. São feitas auditorias

também para analisar o comportamento e os resultados da gestão pública. O TCU fiscaliza

como estão sendo empregados os recursos públicos, acompanhado se as arrecadações e a

execução de despesas estão alinhadas com o que foi disposto nas leis orçamentarias, PPA,

LDO e LOA (PETER, MACHADO, 2014, p. 53).

2.3.2.3 Controladoria Geral da União (CGU)

De acordo com Catunda, Costa (2015, p.04) Controladoria Geral da União (CGU) é

um órgão de controle interno do Governo Federal que tem por responsabilidade realizar

atividades a defesa do patrimônio público. Seu trabalho e promover o aperfeiçoamento e

manter a transparência da gestão pública, combater a corrupção com participação social

através da avaliação e das políticas públicas e da qualidade do gasto além de fiscalizar se as

verbas públicas destinadas as finalidades previstas por lei.

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Para Catunda, Costa (2015) a CGU funciona com a atuação dos servidores federais

para que adotem uma conduta ética no desempenho de suas obrigações. Auxilia os programas

do governo medindo a igualdade e a eficácia de ações da administração fiscal. Mantem

comunicação com a população recebendo sugestões, reclamações e denúncias contra a

administração federal, avaliando o conteúdo e aciona órgãos competentes.

2.3.2.4 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI)

Agra (2018, p.516) afirma que essas comissões foram criadas com a finalidade de

investigação, apreciação, sendo de natureza é de caráter investigatório,

Administrativo e inquisitorial. O autor continua dizendo que comissões e investigatório

porque procuram evidencias sobre fatos originados, e administrativo porque os atos Exercidos

se caracterizam sem caráter jurisdicional e por fim autor relata que e

Inquisitorial porque os parlamentares têm vasta autonomia para avaliar o objeto

Focalizado, respeitando os direitos fundamentais.

Agra (2018, p.516) afirma que essas comissões foram criadas com a finalidade de

investigação, apreciação, sendo de com caráter administrativo e inquisitorial, pois obtém uma

vasta autonomia para avaliar o objeto focalizado, respeitando os direitos fundamentais. As

comissões são de natureza investigatória ao tratarem da busca de evidências sobre fatos

originados e administrativos, pois os atos exercidos se caracterizam de forma jurisdicional.

Agra (2018) pontua ainda que os poderes investigatórios das comissões parlamentares

de inquérito incluem a quebra de sigilos bancários, fiscais, realização de perícias, requisição

de documentos, determinação de buscas e apreensões. O requisito temporal exige que o seu

funcionamento seja por um período determinado, podendo ser prorrogado posteriormente,

em suas atribuições, determinar as diligências que forem necessárias e demandar a

convocação de Ministros de Estado para tomar o depoimento de autoridades federais,

estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, investigar testemunhas comprometendo,

requisitar de distribuições públicas e autônomas.

2.4 Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)

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A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), nº 101, publicada no dia 04 de maio no ano

2000 é um grande avanço na gestão pública no Brasil, conduzindo as ações impostas aos

gestores públicos, requerendo deles um maior comprometimento e uma melhor elaboração no

que se diz a respeito das despesas e as receitas públicas, tendo em vista manter a transparência

das ações que o governo realiza em relação à sociedade. A LRF desenvolveu consideráveis

mecanismos, que proporciona, a preservação do patrimônio público, prevenção de déficits,

domínio sobre a dívida pública, inspecionamento do gasto público, análise de alternativas

para diminuição de fraudes e desvios. A LRF também determina condutas para a elaboração,

execução e avaliação do orçamento público. Sem dúvidas, sempre prezando por manter o

equilíbrio entre despesas e receitas públicas. Em dias atuais a sociedade brasileira tem acesso

a todas as informações que se dizem a respeito ao orçamento, este foi um dos grandes feito

que LRF estabeleceu em prol da mesma, contando com uma administração transparente

(FONSECA, 2015, p. 5).

3 GESTÃO PÚBLICA

Administrar é resolver com eficácia os serviços públicos prevendo a realização de seus

serviços, visando a satisfação das necessidades sociais, e assim, gerir de forma eficiente e

eficaz a alocação de seus recursos arrecadados a fim de contribuir para o atendimento integral

das demandas sociais chegando aos objetivos previstos para a obtenção do resultado esperado

no planejamento inicial (KOHAMA, 2014, p.09).

3.1 Processo Administrativo

De acordo com Chiavenato (2011), o ato de administrar consiste em um conjunto de

atividades de alocação de metas por meio da organização. Para que isso seja alcançada,

devemos empenhar algumas funções básicas são elas:

1. Planejar envolve a definição dos objetivos ou metas para o desempenho

organizacional que não se restringe ao presente, mas projeta-se para o futuro.

Assim, são estabelecidas as estratégias e também o que deve e como ser feito.

No planejamento, o foco volta-se para a eficiência e eficácia para o alcance dos

objetivos e colocá-los em ordem.

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2. Dirigir é a capacidade de alguém para entender as necessidades humanas e da

organização para obter o envolvimento e a participação dos colaboradores e

assim guiá-los e orientá-los sobre o comportamento para o alcance dos

objetivos da organização fazendo com que todas as atividades entrem em

harmonia e estejam sincronizadas. É uma atividade gerencial que envolve

liderança, comunicação e motivação.

3. Controlar é conferir, comparar o planejamento que foi executado medindo e

dimensionando os atos para verificação se tudo está ocorrendo de acordo com

o plano traçado. Sendo assim, localizar as possíveis falhas, tendo como

finalidade corrigi-las, para que não haja o insucesso de todo o processo

administrativo.

4. Organizar é designar tarefas, preparar tudo que seja útil ao funcionamento da

organização desde a parte material até aquilo que se refere ao pessoal e ao

social. A divisão do trabalho em pequenas tarefas é importante para manter a

coerência e o bom funcionamento da organização de modo que tudo funcione

com base em um ciclo pré-definido.

3.2 Modelos de Administração Pública

Conforme Paludo (2016, p.66 – 87) a administração pública como um todo, pode ser

dividida em três modelos de acordo com sua finalidade de aplicação, sendo elas:

a) A administração patrimonial é o primeiro modelo da administração do estado.

Nesse modelo não havia distinção entre administração de bens públicos e bens

particulares, também não existiam carreiras organizadas e nem divisão do

trabalho. Os cargos denominavam-se sinecuras e prebendas, e quem os

exerciam gozavam de status da nobreza. Os cargos eram livres, de nomeação

do soberano, os detentores do cargo consideravam como um bem de caráter

hereditário. Nesse período histórico, o estado-administração não tinha

pensamento coletivo e não visavam o bem da população, eles consistiam

basicamente na segurança (proteção e defesa contra invasores).

b) A administração burocrática tem o foco em processos e tarefas em que há uma

centralização no poder, além de visionar o processo como o meio. Existe uma

formalização (escrita) nas normas e regulamentos, há uma estrutura hierárquica

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rígida em que o critério de seleção é voltada para suas aptidões e habilidades

individuais. Havia uma separação dos interesses coletivos frente aos interesses

individuais da organização.

c) A administração gerencial por sua vez tem o seu foco voltado para a delegação

de tarefas e com o foco voltado para os fins que são os majoritariamente

denominados de resultados. Além disso, tem o olhar voltado aos funcionários

existindo uma democracia entre a gerência e eles. Há a remuneração por

desempenho de acordo com cada funcionário produz dentro da entidade.

Combatendo a burocracia, torna-se uma administração mais flexível, mas com

a separação dos interesses coletivos perante aos interesses individuais.

Atualmente, é a mais utilizada nas organizações por ser mais flexível e com um

olhar mais humanizado para o funcionário, já que ocorre uma estimulação com

incentivos salariais (premiação, bonificação) de acordo com o que a empresa

estabelece com as diretrizes empresariais.

Seguindo o que foi dito por Paludo (2016), a essência da administração pública sofreu

uma evolução histórica a partir dos anos, ainda é possível afirmar que a administração

gerencial é o modelo mais utilizado atualmente, logo depois é o burocrático que ainda é

aplicado em algumas organizações. Portanto, o gestor deverá ter capacidade o suficiente para

selecionar o melhor modelo, para determinada situação.

3.3 Sistemas de Gestão Pública

De acordo Slomski (2013, p.07- 09) a gestão pública possui diversos sistemas bastante

conflitantes, uma vez que para promover a interação harmoniosa entre eles é necessário que

ocorra uma inclusão de todos os subsistemas para uma administração mais adequada e a

erradicação de duplos esforços. Os subsistemas são ordenados por um sistema contábil, de

gestão pública e analíticos, sendo eles definidos em:

1. Subsistema de planejamento governamental: é composto pelos instrumentos de

orçamento público. O Plano Plurianual Estratégico (PPE) tem o objetivo de

examinar quais impactos sendo benéficos ou maléficos acarretarão em um

futuro de pelo menos vinte anos. O Plano Plurianual (PPA) tem finalidade de

traçar metas, objetivos e as diretrizes orientadas pelo governo. A Lei de

Diretrizes Orçamentárias (LDO), por sua vez, define as regras com foco na

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criação da proposta orçamentária. A Lei de Orçamento Anual (LOA) prevê a

fixação de receitas e despesas.

2. Subsistema de gestão financeira: é administrado pela área financeira, tendo

como função a liberação de crédito para a efetuação das despesas públicas,

autorizar os pagamentos e verificar a liquidação do processo de compra. Dessa

forma, quando as despesas forem empenhadas, elas passam a ter caráter

financeiro e caso sejam anuladas ao final do exercício sem houver o total gasto

dos valores a eles afirmados, assumem o caráter superavitário e assim,

obedecem o regime de competência para as despesas empenhadas.

3. Subsistema de informação de custos: tem como função estimar e mencionar os

custos dos serviços públicos. Há também a necessidade de integração de outros

subsistemas, tais como: contabilidade de gestão de pessoas, estoques,

patrimônio e do cadastro geral de cidadãos, que condensará a quantidade de

serviços que forem prestados à população.

4. Subsistema de controle de ativos e passivos contingentes: tem como finalidade

o apoio à elaboração de metas e riscos fiscais que compõem a Lei de Diretrizes

Orçamentárias (LDO). Esse subsistema funciona como forma de cautela para

as receitas que provavelmente serão registradas após serem reconhecidas como

ativo. Além do controle de créditos que são relacionados às dívidas em

processo judicial, referentes a precatórios que são reconhecidos como passivos.

5. Subsistema de controle de créditos tributários e não tributários: tem como

propósito controlar os créditos tributários que são concessões de uma valor a

um passivo seja ele direto ou indireto e também observação do cumprimento

das suas obrigações.

6. Subsistema de controle da dívida fundada: tem como desígnio inspecionar as

dívidas embasadas em contratos de financiamentos ou de emissão de títulos de

longo prazo.

7. Subsistema de controle de patrimônio: tem como propósito fiscalizar todos os

bens públicos, os de uso comum, especiais e dominicais, com a finalidade de

descobrir se há possíveis depreciações e contabilizá-las.

8. Subsistema de gestão de contas: sua aplicação é regular as compras e licitações

emitidas.

9. Subsistema de gestão de estoques: preocupa em supervisionar as entradas e

saídas de materiais nos estoques da entidade, sendo para consumo próprio ou

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distribuição para terceiros desde que atentem aos critérios do registro contábil.

Atua juntamente com o subsistema de informação de custos sendo um suporte

para a demonstração dos custos dos insumos utilizados na prestação de

serviços ou na própria produção de mercadorias.

10. Subsistema de gestão de pessoas: tem como objetivo efetuar a folha de

pagamento que será registrada nos subsistemas orçamentários e financeiros,

definir os valores das despesas pelos serviços prestados e realizar uma boa

gestão de pessoas.

11. Subsistema de gestão do cadastro geral de cidadãos: tem como meta efetuar os

cadastros da população de modo geográfico (por regiões), para que as metas

públicas sejam embasadas nas informações que foram informadas pela

sociedade.

3.4 Qualidade na Administração Pública

A qualidade da administração pública está relacionada com a satisfação ou a

insatisfação do cidadão em relação ao serviço prestado pelo gestor (Vereador, Prefeito,

Governador e etc.), ou seja, a qualidade não será apenas definir prioridades ou apontar

defeitos, mas sim prestar um atendimento de forma satisfatória ao usuário dos serviços

públicos. Além de prestar um serviço satisfatório, o administrador público se preocupa com a

redução dos custos, buscando fazer o melhor para a população com os gastos reduzidos, ao

captar recursos do contribuinte, o administrador procura utilizar esses recursos de forma

responsável e inteligente, e por fim também com uma necessidade de sempre estar

melhorando seus serviços prestados à população (PALUDO, 2016, p.244).

4 AS FALHAS NO CENÁRIO BRASILEIRO

As falhas relacionados a utilização dos instrumentos de orçamento público estão

diretamente ligadas a crise orçamentária econômica provida pelo Estado. Alguns

acontecimentos podem ser uns dos principais motivos que o Estado abre mão da utilização

dos instrumentos de planejamento público, dos quais são fundamentais na gestão e na

eficiência da realização das propostas feitas pelo governo. Para que todos os instrumentos

entrem em harmonia, há uma necessidade de separá-los por importância, colocando os mais

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relevantes com uma maior prioridade no processo de realização. Além da ineficiência da

correta aplicação dos instrumentos públicos, o país passa por uma crise inflacionária provida

de acontecimentos passados vividos pela nação. Embasado neste cenário, o Brasil tem uma

certa dificuldade em promover um bom financiamento aos Estados e por último e não menos

importante, a inexistência de projetos que são criados em um período de médio e longo prazo

onde são aplicados verbas nesses projetos em que não há uma finalidade específica além de

nunca serem concluídos (LACHER, 1995, p. 219 – 220).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No cotidiano, há uma grande percepção de como as pessoas estão perplexas e /ou

horrorizadas com a má funcionalidade dos instrumentos e da gestão em geral. Por um instante

chegam a pensar na inexistência desses fatores. Tendo como objetivo específico do nosso

trabalho, levantar algumas falhas cometidas pelo governo e levantar algumas teses para

resolução de possíveis falhas que estão presentes no orçamento público tendo como em vista a

gestão e os instrumentos públicos, possibilitando possíveis resoluções.

Percebe-se na decorrência dos dias durante a utilização dos serviços públicos a

desigualdade na distribuição de verbas por causa da ineficiência nas áreas de saúde, educação,

segurança, infraestrutura e saneamento básico.

Na saúde existe a precariedade, sobretudo, no que se diz respeito à falta de

medicamento, profissionais e estrutura para a promoção de atendimento efetivo da

população em geral;

Na educação, as faltas de investimentos impactam diretamente na distribuição dos

livros didáticos, na estrutura, alimentação e remuneração dos colaboradores;

Na segurança a escassez de recursos atingem diretamente na falta de viaturas,

profissionais e equipamentos de utilização para a promoção da segurança para o bem-

estar coletivo;

Na infraestrutura, a insuficiência dos repasses ocasionam a falta de manutenção nas

estradas, na pavimentação de rodovias, na melhoria de hospitais e escolas e outros

serviços públicos indispensáveis para a sociedade;

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No saneamento básico, devido à carência de valores a serem aplicados nessa área,

existem problemas ligados à falta de limpeza urbana, a coleta de lixo, ao tratamento de

água e de esgoto.

Dessa forma, para que haja uma boa gestão pública, faz-se necessário que o

administrador siga alguns processos citados anteriormente e já denominados, como

planejamento que trata de definir objetivos ou metas (como, onde, porque, quanto gastar e

onde chegar), a organizar referente a seleção de tudo que seja útil na entidade (selecionar

o que é importante, definir quem irá realizar, montar um esquema e ordenar),

dirigir é a capacidade de liderar os colaboradores para que se sintam motivados o suficientes

para realizar com êxito suas tarefas, controlar preocupar em conferir se o planejamento que

foi feito está sendo executado corretamente (supervisionar o processo a fim de corrigir

supostas falhas).

Além dos processos, deverá ser seguido os modelos de administração pública que

dizem a respeito da gestão financeira, gastos, controle do passivo e ativo, tributos, controle do

patrimônio, estoques, custos, gestão de pessoas e estoques que referem ao PPA, LDO e LOA.

Por outro lado temos o princípio do equilíbrio que é constantemente burlado gerando as

famosas “pedaladas fiscais” em que o governo tenta maquiar suas despesas para tentar igualar

aos recursos arrecadados, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal que preza pela correta

administração do patrimônio público e a transparência na prestação de contas.

Então, para que seja realizado uma boa gestão pública, o administrador deve

utilizar processos, modelos, princípios e a Lei de Responsabilidade Fiscal de forma que sua

administração não envolva somente a aplicabilidade do que foi anteriormente, mas sim a

utilização da capacidade de análise crítica, essa que refere-se à capacidade de verificação,

condensação e sistematização de áreas públicas que carecem de maior atenção e cautela, e

também da análise social, no intuito de promover o bem-estar social e coletivo a fim de

atender às expectativas dos cidadãos perante aos serviços que lhes são oferecidos. Além disso,

o gestor público deve dispor de uma equipe altamente competente e compromissada com o

manuseio de instrumentos públicos, métodos e recursos que forem passíveis de utilização para

o exercício da boa gerência das receitas arrecadas e das despesas legalmente empenhadas de

forma que todo o seu planejamento inicial seja concluído integralmente ou parcialmente com

êxito.

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