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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 2 | 2º trimestre de 2019 | http://insepe.org.br/revistainsepe ....................................................................................................................................................... CAIXA ESCOLAR E SUAS OBRIGAÇÕES COM A RECEITA FEDERAL: UM ESTUDO DE CASO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE RIBEIRÃO DAS NEVES-MG AUTORES (AS): Patrícia de Castro; Salete de Matos Reis; Alan da Silva Melo; Marlúcio Cândido; Kátia Glê S. Ribeiro; Flávia Nunes Reis; Silvana Antônia S. Lopes; Vander Lúcio Sanches; Alessandra Correia de Lourenza; Vera Lúcia Barbosa de Souza RESUMO As pessoas jurídicas e equiparadas, perante a Legislação Comercial, Fisco Federal, Ministério do Trabalho e Previdência Social, independentemente do seu enquadramento jurídico ou da forma de tributação perante o Imposto de Renda, estão obrigadas a cumprir com várias obrigações ou normas legais. Durante o estudo de caso que norteou este trabalho, observou-se que a falta de informação por parte de alguns gestores escolares e por consequência o não cumprimento de obrigações fiscais junto à Receita Federal, desencadeou o que se denominou um caos nas unidades executoras, ou simplesmente caixas escolares. Para que esse caos não se repita nos próximos anos, vai ser preciso capacitar os gestores das caixas escolares e normatizar padrões contábeis para auxiliar nas obrigações pertinentes à pessoa jurídica. O presente artigo tem o objetivo principal identificar como as caixas escolares estão organizadas para com as obrigações contábeis. Para a análise dos dados utilizou - se as abordagens qualitativa e quantitativa. Quanto aos fins a pesquisa foi descritiva e quanto aos meios foi realizado um estudo de caso. E como instrumentos de coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com dois gestores que estão há mais tempo como presidente da caixas escolares e, também, as Leis Federais e Municipais que rege sobre a competência da pessoa jurídica e normatiza as obrigações e prazo e as consequências do não cumprimento. A Certidão Nacional da Pessoa Jurídica Ativa é fundamental para a vida escolar do aluno, pois, é ela a gestora dos recursos que são transferidos para o bom funcionamento da Escola. Palavras-chave: Caixa Escolares, Receita Federal, Transparência

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REVISTA INSEPE | Belo Horizonte | Volume 4 - Número 2 | 2º trimestre de 2019 |

http://insepe.org.br/revistainsepe

.......................................................................................................................................................

CAIXA ESCOLAR E SUAS OBRIGAÇÕES COM A RECEITA FEDERAL: UM

ESTUDO DE CASO NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE RIBEIRÃO DAS NEVES-MG

AUTORES (AS): Patrícia de Castro; Salete de Matos Reis; Alan da Silva Melo; Marlúcio

Cândido; Kátia Glê S. Ribeiro; Flávia Nunes Reis; Silvana Antônia S. Lopes; Vander Lúcio

Sanches; Alessandra Correia de Lourenza; Vera Lúcia Barbosa de Souza

RESUMO

As pessoas jurídicas e equiparadas, perante a Legislação Comercial, Fisco Federal, Ministério

do Trabalho e Previdência Social, independentemente do seu enquadramento jurídico ou da

forma de tributação perante o Imposto de Renda, estão obrigadas a cumprir com várias

obrigações ou normas legais. Durante o estudo de caso que norteou este trabalho, observou-se

que a falta de informação por parte de alguns gestores escolares e por consequência o não

cumprimento de obrigações fiscais junto à Receita Federal, desencadeou o que se denominou

um caos nas unidades executoras, ou simplesmente caixas escolares. Para que esse caos não

se repita nos próximos anos, vai ser preciso capacitar os gestores das caixas escolares e

normatizar padrões contábeis para auxiliar nas obrigações pertinentes à pessoa jurídica. O

presente artigo tem o objetivo principal identificar como as caixas escolares estão organizadas

para com as obrigações contábeis. Para a análise dos dados utilizou - se as abordagens

qualitativa e quantitativa. Quanto aos fins a pesquisa foi descritiva e quanto aos meios foi

realizado um estudo de caso. E como instrumentos de coleta de dados, foram utilizadas

entrevistas semiestruturadas com dois gestores que estão há mais tempo como presidente da

caixas escolares e, também, as Leis Federais e Municipais que rege sobre a competência da

pessoa jurídica e normatiza as obrigações e prazo e as consequências do não cumprimento. A

Certidão Nacional da Pessoa Jurídica Ativa é fundamental para a vida escolar do aluno, pois,

é ela a gestora dos recursos que são transferidos para o bom funcionamento da Escola.

Palavras-chave: Caixa Escolares, Receita Federal, Transparência

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“A perda mais escandalosa é a que sofremos devido à nossa negligência."

(Sêneca)

1 INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é analisar as Caixas Escolares Municipais de Ribeirão das

Neves, estado de Minas Gerais, identificar a sua funcionalidade e suas obrigações enquanto

Pessoa Jurídica de Direitos e Obrigações, com a finalidade de auxiliar aos Gestores com

orientações e instrumentalizações para a efetiva administração e prestações legais que requer

da Pessoa Jurídica. Dentro do cenário estudado foi analisada 55 (cinquenta e cinco) Caixas

Escolares Municipais das quais 35 (trinta e cinco) tiveram seu CNPJ (Certificado Nacional de

Pessoa Jurídica) baixado na Receita Federal, por motivo de omissão contumaz: a que, estando

obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos por 5 (cinco) ou mais exercícios,

se, intimada por edital, não regularizar sua situação no prazo de 60 (sessenta) dias contado da

data da publicação da intimação. (Instrução Normativa RFB Nº 1470 DE 30/05/2014 (DOU

03/06/2014).

As Caixas Escolares Municipais caracterizam-se por ser uma unidade executora da

sociedade civil com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos que pode ser

instituída por iniciativa da escola, da comunidade ou de ambas, com o objetivo gerir as verbas

transferidas para, a priori, fazer a manutenção dos serviços que ofertam, no caso, a Educação

Básica. Várias são as nomenclaturas utilizadas para denominar Unidade Executora (UEx); eis

alguns exemplos:

• Caixa Escolar;

• Associação de Pais e Professores;

• Associação de Pais e Mestres;

• Círculo de Pais e Mestre;

• Unidade Executora.

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As unidades executora do município em estudo receberam a nomenclatura de Caixa

Escolar, conforme Lei Municipal de nº 2278 de 13 de dezembro de 1999, no seu art. 2º,

parágrafo segundo:

“...as escolas a que se refere o parágrafo anterior, somente serão beneficiadas se

dispuserem de unidades executoras próprias – entidade de direito privado, sem fins

lucrativos, representativa da comunidade escolar (caixa escolar), responsável pelo

recebimento e execução dos recursos financeiros, transferidos...”

Pretende-se, neste estudo, por meio de análise documental, conhecer as normativas

que norteiam as unidades executoras do município de Ribeirão das Neves, as suas atribuições,

a sua constituição, sua organização e a sua administração, para compreender melhor o seu

funcionamento e verificar como elas se organizam para prestar a Declaração de Isenção do

Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Relação anual de Informações Sociais- RAIS e quem é o

responsável de fazê-la. Pretende também através de análise documental, analisar as

competências de cada membro do Conselho Escolar e até onde a Prefeitura Municipal através

da Secretaria Municipal de Educação tem a obrigação direta ou indireta, por se tratar de

unidades de serviços no âmbito municipal.

As unidades executoras tem como atribuições administrar os recursos transferidos por

órgãos federais, estaduais, distritais e municipais; gerir recursos advindos de doações da

comunidade e de entidades privadas; controlar recursos provenientes da promoção de

campanhas escolares e de outras fontes; fomentar as atividades pedagógicas, a manutenção e

conservação física de equipamentos e a aquisição de materiais necessários ao funcionamento

da escola; e prestar contas dos recursos repassados, arrecadados e doados.

Os movimentos contábeis das unidades executoras (caixa escolar), desde a sua

prestação de contas até as Declarações de Imposto de Renda e a Declaração da RAIS (Relação

Anual de Informações Sociais) mesmo que negativa, é da competência do Presidente da

Unidade Executora (Caixa Escolar) conforme o Manual de Orientação para constituição de

Unidade Executora:

“Presidente: convocar e presidir reuniões e assembleias; administrar, juntamente

com o tesoureiro, os recursos financeiros da entidade; e promover o entrosamento

entre os membros da Unidade Executora, acompanhando o desempenho de suas

funções”.

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Diante deste contexto, esta pesquisa busca responder à seguinte pergunta: Como as

unidades executoras, Caixa Escolar Municipal de Ribeirão das Neves, estão organizadas

para apresentar a Declaração de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e

Relação Anual de Informações Sociais- RAIS?

Para tanto, pretende-se analisar as Caixa Escolares, apoiada em dados coletados sobre

as obrigações das unidades executoras mediante as Leis, Decretos, Resoluções e Manual de

Orientações Nacional e Municipais além dos documentos internos da Secretaria Municipal de

Educação de Ribeirão das Neves, para identificar os elementos estudados na teoria, para a

partir daí, entender as obrigações de cada órgão e o comportamento das unidades executoras

com essa obrigação e propor um Manual de Orientações no âmbito Municipal e um mini

curso de capacitação para a Gestão das mesmas.

Desta forma, o presente trabalho utiliza, quanto à abordagem, a pesquisa qualitativa. A

pesquisa qualitativa oferece descrições ricas, bem fundamentadas, além de oferecer um maior

grau de flexibilidade ao pesquisador para adequação da estrutura teórica ao estudo do

fenômeno administrativo e organizacional que deseja.

Sendo assim, esta pesquisa tem por objetivo geral analisar como as unidades

executoras – Caixa Escolar - administra as obrigações legais com a Receita Federal. Além

deste, tem como objetivos específicos apresentar as normativas legais que determina as

obrigatoriedades e as datas limites de cada obrigação; verificar como são acompanhadas essas

obrigações pela Secretaria Municipal de Educação e, por fim, identificar onde houve a falha

que causou a baixa dos CNPJ das unidades executoras municipais de Ribeirão das Neves-

MG.

O presente trabalho utiliza, quanto à abordagem, a pesquisa qualitativa. Conforme

Vieira e Zouain (2006), este tipo de pesquisa é fundamentada principalmente em análises

qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não-utilização de instrumental estatístico na

análise dos dados. Marconi; Lakatos (2004, p. 272) ressaltam que “na pesquisa qualitativa,

primeiramente faz-se a coleta de dados a fim de elaborar a teoria de base, ou seja, o conjunto

de conceitos, princípios e significados. ” E a segunda fase, uma pesquisa quantitativa,

coletando e analisando os dados numéricos. Collis; Hussey (2005, p.26) afirmam que “a

pesquisa quantitativa envolve coletar e analisar dados numéricos e aplicar testes estatísticos.”

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Para analisar como é organizada e administrada as caixas escolares municipais de

Ribeirão das Neves, foi realizada uma pesquisa descritiva, buscando informações e

descrevendo sobre o problema em questão. Na pesquisa descritiva, o objeto é estudado em sua

totalidade; descreve-se o tempo de permanência da Diretoria das Caixas Escolares e o tempo

de Omissão das Declarações de Inserção de Imposto de Renda e da RAIS. Quanto aos meios,

utilizou-se pesquisas documental e dois estudos de caso, levantando conceitos teóricos, Leis

Federais e Municipais, Instrumentalizações Nacionais e Manuais de Orientações no âmbito

Federal e atualizados por meio de livros, artigos científicos e, assim, enriquecendo e

direcionando o desenvolvimento deste trabalho.

Quanto aos meios, adota-se nesta pesquisa a análise documental que tem como

objetivo principal a geração de informações sobre as normativas, obrigações, deveres,

organização, direitos, e documentos internos e externos, que possam ser atualizados sempre

que necessário e que permitam inclusive sua informatização a qualquer momento.

Neste tipo de pesquisa, de acordo com Almeida, Guindani e Sá-Silva (2009), o

documento como fonte de pesquisa pode ser escrito e não escrito, tais como filmes, vídeos,

slides, fotografias ou pôsteres. Esses documentos são utilizados como fontes de informações,

indicações e esclarecimentos que trazem seu conteúdo para elucidar determinadas questões e

servir de prova para outras, de acordo com o interesse do pesquisador (apud FIGUEIREDO,

2007). Portanto, a pesquisa documental se apresenta como a pesquisa principal deste projeto,

enriquecendo e possibilitando a geração de informações mais detalhadas sobre o tema

proposto.

2 CAIXA ESCOLAR E A RECEITA FEDERAL

2.1 Conceitos e o contexto da unidade executora (caixa escolar) como personalidade

jurídica

Em Minas Gerais surgiu como Taxa Escolar em 1870, pelo deputado alagoano

Tavares Bastos, como um mecanismo de financiamento da instrução e, em 1872, o ministro

João Alfredo, inspirado neste instrumento criou a Caixa Escolar. Esse dispositivo tinha como

objetivo auxiliar a inserção da população pobre na escola. Já em 1879, o ministro Leôncio de

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Carvalho, criou um mecanismo baseado na Caixa e na referência política das Caixas

Escolares francesas.

Contudo, apenas em 1911, a Caixa Escolar foi regulamentada em Minas Gerais, com a

promulgação do decreto nº 3.191, assinado por Delfim Moreira, cinco anos após a criação dos

grupos escolares no estado, com o intuito de garantir vestuário, material didático e merenda às

crianças pobres. Posteriormente a sua regulamentação, o trajeto trilhado por este instrumento,

mostrou a participação da sociedade em ação conjunta com o município que, juntos,

financiaram esta associação para oferecer a população pobre, em idade escolar, a

oportunidade de frequentar a escola.

Para San Tiago Dantas1 instrui que personalidade jurídica é “uma ossatura destinada a

ser revestida de direitos”. Sem dúvida, a personalidade é parte integrante da pessoa

permitindo que o titular venha adquirir, exercitar, modificar, substituir, extinguir ou defender

interesses.

Já para Francisco Amaral2 consagra a personalidade jurídica como valor jurídico que

se reconhece nos indivíduos e em grupos legalmente constituídos materializando-se na

capacidade jurídica.

Para Ulhoa3, sujeito de direito é gêneros e pessoa é espécie, ou seja, nem todo sujeito

de direito é pessoa, embora toda pessoa seja sujeita de direito, titular dos interesses em sua

forma jurídica; é o centro de imputação de direitos e obrigações, se referindo as normas

jurídicas com a finalidade de orientar a superação de conflitos de interesses que envolvem,

direta ou indiretamente, homens e mulheres.

As escolas não possuem natureza jurídica próprias. As unidades executoras (caixa

escolar) possuem natureza jurídica própria, conforme previsto no Manual de Orientações para

constituição de Unidades Executoras. A Constituição Federal do Brasil, no seu art. 70,

1 Francisco Clementino de San Tiago Dantas, (30/08/11 a 06/09/64), foi um jornalista, advogado, professor e

político brasileiro. Suas aulas entre 1942 e 1945 foram taquigrafadas pelo estudante Victor Bourhis Jürgens e

tornam-se referência no estudo do direito civil brasileiro. Sua aula inaugural na Faculdade Nacional de Direito,

em 1955, é até hoje referência nos debates sobre a educação jurídica no Brasil. 2 Francisco Amaral: Doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra e Católica Portuguesa. Professor Titular

de Direito Civil e Romano na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Da Academia

Brasileira de Letras Jurídicas e Da Accademia dei Giusprivatisti Euripei. 3 Prof. Dr. Fábio Ulhoa Coelho é advogado formado em 1981 pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(PUC-SP), instituição pela qual obteve os títulos de Mestre, com a dissertação "Desconsideração da

Personalidade Jurídica" (1985), Doutor, com a tese "Direito e Poder" (1991), e Livre-docente, com a tese "O

Empresário e os direitos do consumidor" (1993).

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parágrafo único, rege que: prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, que utilize e arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores

públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de

natureza pecuniária. (CF, BRASIL/88).

2.1.1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica

O imposto sobre a renda ou imposto sobre o rendimento é um imposto existente em

vários países, em que cada contribuinte, seja ele pessoa física ou pessoa jurídica, é obrigado a

deduzir uma certa porcentagem de sua renda média anual para o governo federal. A dedução é

realizada com base nas informações financeiras de cada contribuinte, obedecendo a tabela do

organismo fiscalizador de cada país. (SILVA, 2008).

2.1.2 Declaração de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir imposto

sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das

entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem

fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei. (CF/88, art. 150,VI, ‘c’).

2.1.3 Relação Anual de Informações Sociais- RAIS

De acordo com o Decreto 76.900/75 todos os empregadores são obrigados a entregar,

no prazo estipulado por cronograma de entrega do Ministério do Trabalho e Emprego, a RAIS

(Relação Anual de Informações Sociais) devidamente preenchida, com as informações

referentes a cada um de seus empregados, o seu objetivo é o suprimento às necessidades de

controle da atividade trabalhista no País; o provimento de dados para a elaboração de

estatísticas do trabalho e a disponibilização de informações do mercado de trabalho à entidade

governamentais.

2.1.3.1 RAIS negativa

A RAIS negativa é de obrigação aos estabelecimentos inscritos no Cadastro Nacional

de Pessoa Jurídica – CNPJ – do Ministério da Fazenda que não mantiveram empregados ou

que permaneceram inativos no ano-base, preenchendo apenas os dados necessários.

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Deverão ser fornecidas e enviadas por meio da Internet, isenta de qualquer tarifa -

mediante utilização do programa gerador de arquivos da RAIS (GDRAIS), utilizando dos

endereços eletrônicos do Ministério do Trabalho.

2.2 Constituição do Caixa escolar – unidade executora

Independentemente da denominação que a escola e sua comunidade escolham, a ideia

é a participação de todos na sua constituição e gestão pedagógica, administrativa e

financeira.

O importante é que ao constituir sua Unidade Executora, a escola congregue pais,

alunos, funcionários, professores e membros da comunidade, de modo que esses segmentos

sejam representados em sua composição. As suas atribuições dentre outros, é administrar

recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, distritais e municipais além de prestar

contas dos recursos repassados, arrecadados e doados.

A Constituição Federal define que os recursos públicos dever ser gerenciados por meio

dos princípios democráticos e participativos, para isso, as pessoas envolvidas na constituição

da UEx deverão convocar a Assembleia Geral de professores, pais, alunos, funcionários e

demais membros da comunidade interessados no desenvolvimento das atividades

pedagógicas, administrativas e financeiras da escola.

Para que a Unidade Executora possa ter conta bancária e ser contemplada com

benefícios, tais como: subvenções, assinatura de convênios com órgãos governamentais, entre

outros, é necessário que esteja inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), do

Ministério da Fazenda. O Presidente da Unidade Executora, de posse do registro, deve

apresentar-se à Delegacia, Agência ou Inspetoria da Receita Federal, em data previamente

agendada no sítio da Receita Federal, munido dos documentais tais como: a Ficha de inscrição

do estabelecimento com o formulário próprio da Receita Federal; a Ata da Assembleia Geral

de constituição da Unidade Executora; Registro da Unidade Executora no Cartório e o CPF do

Presidente.

2.3 A composição e a organização das Unidades Executoras (Caixa Escolar)

As unidades executoras é constituída por todos os associados e administrada pela

Assembleia Geral, pela Diretoria e pelos Conselhos Deliberativo Fiscal.

2.3. 1 Assembleia Geral

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É a reunião de todos os sócios para deliberar acerca dos assuntos que dizem respeito

ao funcionamento da Unidade da Executora. É convocada e instalada na forma da lei (Código

Civil - Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002) e do estatuto.

Cabe à Assembleia Geral: fundar a Unidade Executora; eleger e dar posse à Diretoria e

aos Conselhos Deliberativo e Fiscal; nomear e destituir os membros da Diretoria, dos

Conselhos Deliberativo e Fiscal; analisar anualmente as contas da Diretoria e deliberar sobre

o balanço por ela apresentado; alterar ou reformular o estatuto; e examinar outros assuntos

de interesse da Unidade Executora e da escola.

A Assembleia Geral tem dois tipos: a Ordinária e a Extraordinária. É na Assembleia

Geral Ordinária que se aprecie as contas e os relatórios contábeis entre outras atividades. A

Assembleia Geral Extraordinária convocada pelo presidente para casos especiais e necessário,

desde que estejam presentes a maioria simples dos sócios.

2.3.2. Conselho Deliberativo

Deverá ser constituído por no mínimo sete membros, escolhidos, democraticamente,

por meio de processo eletivo, contendo obrigatoriamente: presidente; secretário; e

conselheiros (no mínimo cinco, podendo variar esse número quando a unidade executora não

dispor de membros suficientes para tal formação).

Dentre outras funções, é do Conselho Deliberativo: apreciar a programação anual, o

plano de aplicação de recursos e os balancetes; promover sindicâncias, quando necessário;

emitir pareceres de mérito em assuntos de sua apreciação e convocar assembleias.

2.3.3. Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal deverá ser constituído de acordo com o estatuto da entidade.

Normalmente, sua constituição possui os seguintes membros efetivos: um presidente, dois

titulares e seus respectivos suplentes, todos escolhidos por meio processo eletivo.

A função do Conselho Fiscal: é fiscalizar a movimentação financeira da Unidade

Executora: entrada, saída e aplicação de recursos; examinar e julgar a Programação Anual,

sugerindo alterações, se necessário e analisar e julgar a prestação de contas da Unidade

Executora.

2.3.4. Diretoria

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A Diretoria, de acordo com o estatuto da entidade e com o tamanho da escola,

normalmente é assim constituída: um presidente, um vice-presidente, um secretário e um

tesoureiro, escolhidos por meio de processo eletivo, com as suas funções explicitadas a seguir:

2.3.4.1. Presidente

Convocar e presidir reuniões e assembleias; administrar, juntamente com o tesoureiro,

os recursos financeiros da entidade; e promover o entrosamento entre os membros da

Unidade Executora, acompanhando o desempenho de suas funções.

2.3.4.2. Vice- Presidente

Auxiliar o presidente nas atribuições pertinentes ao cargo e, quando necessário,

responder pela caixa escolar.

2.3.4.3. Secretário

Elaborar toda a correspondência e documentação: atas, carta, ofícios, convocações,

estatuto etc.; ler as atas em reuniões e assembleias; manter a organização e a atualização de

arquivos e livros de atas; e elaborar, em conjunto com a Diretoria, o relatório anual.

2.3.4.4. Tesoureiro

Assumir a responsabilidade de toda a movimentação financeira (entrada e saída de

valores); assinar, junto com o presidente, todos os cheques, recibos e balancetes; prestar

contas (no prazo estabelecido pelo estatuto) à Diretoria e ao Conselho Fiscal e, anualmente,

em assembleia geral, aos associados e manter os livros contábeis (caixa e tombo) em dia e

sem rasuras.

2.3.4.5. Sócios

As caixas escolares (UExs) será constituída com número ilimitados de sócios

pertencentes às categorias: Efetivos – serão sócios efetivos os pais de alunos, o diretor e o

vice - diretor do estabelecimento de ensino, os professores e os alunos; Colaboradores –

serão sócios colaboradores o pessoal técnico administrativo, os pais de ex-alunos, os ex-

diretores do estabelecimento de ensino, os ex- professores, os ex-alunos e os demais membros

da comunidade, desde que interessados em prestar serviços à unidade escolar ou acompanhar

o desenvolvimento e suas atividades pedagógicas, administrativas e financeiras.

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Os sócios terão direitos de: votar e ser votado; participar de atividades sociais e

culturais promovidas pela escola; apresentar sugestões e oferecer colaboração à Caixa

Escolar; e solicitar, em assembleia geral, esclarecimentos sobre as atividades da Caixa

Escolar e sobre os atos da Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal.

2.3.5 A organização das unidades executoras – caixa escolar

Para que as atividades da Unidade Executora sejam realizadas de forma organizada

são necessários os livros abaixo indicados:

2.3.5.1. Livro Ata

É o livro em que se registram as reuniões ordinárias e as Assembleias Gerais da

Unidade Executora; compete ao Secretário a lavratura das atas. Sua redação deve ser clara,

sem rasuras, sem espaços em branco e os números escritos por extenso. Cada ata lavrada

deverá ser assinada pelos participantes da reunião.

2.3.5.2. Livro Caixa

É o livro em que se registram todas as entradas (receitas) e saídas (despesas) dos

recursos financeiros que estão sob a responsabilidade e gestão da Unidade Executora, não

devendo conter rasuras.

2.3.5.3. Livro Tombo

É o livro utilizado para registrar o patrimônio sob responsabilidade da Unidade

Executora, como equipamentos e móveis, e para registrar baixas, devidamente comprovadas,

se houver trocas, inutilizações ou perda de bens. Esses registros devem ser feitos pelo

Tesoureiro.

2. 4 Das obrigações legais

Para os públicos, as autarquias e fundações públicas a dispensa da apresentação da

declaração não desobriga os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas de efetuarem

o recolhimento dos impostos e contribuições que constariam da DIPJ, nem do cumprimento

das demais obrigações tributárias, assim também as unidades executoras das escolas públicas

das redes municipal, estadual e do Distrito Federal deverão apresentar, anualmente,

Declaração de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Relação anual de Informações

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Sociais- RAIS ainda que negativa na forma e nos prazos estabelecidos, respectivamente pela

Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda e pela Secretaria de Políticas de

Emprego e Salário do Ministério do Trabalho.

As que não possuem unidades executoras próprias, deverão ser feitas pelas Prefeituras

Municipais e Secretarias de Educação dos Estados e do Distrito Federal. (Resolução FNDE

08/2000).

2.5 Criação da caixa escolar

Em 1995 com o objetivo principal de agilizar a assistência financeira aos sistema de

ensino foi criando o Programa Nacional Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).

(Brasil, 1995, p. 1). A partir de 1997 o PDDE passou a exigir como condição para o repasse

dos recursos financeiros às escolas a constituição de Unidade Executora, “uma sociedade civil

com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que pode ser instituída por

iniciativa da escola, da comunidade ou de ambas”(Brasil, 2009, p. 3), organizada como

associação e composta pelos membros do colegiado, do conselho escolar, da associação de

pais e mestres, da caixa escolar, ou de agremiações similares que representassem a

comunidade escolar.

As unidades executora do município em estudo, foi implantada após a criação do

Programa de Manutenção da Escola – PME (Lei Municipal de n.2273 de 31/12/99), com as

mesma condições do programa PDDE, a obrigatoriedade de se constituir uma sociedade civil

com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos.

Com a Ata da Assembleia Geral da Fundação assinada e com os demais documentos

constitutivos da entidade, o presidente da entidade deve registra-la devidamente no Cartório

de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da comarca da sede da entidade, para obter

personalidade jurídica e passar a ser reconhecida como sujeito de direitos e de deveres. O

registro deverá ser pedido em requerimento preparado de acordo com o padrão do cartório e

assinado pelo representante legal da entidade, na forma do estatuto e apresentar as

documentações que são pertinentes de cada Cartório.

2.5.1 A definição do Presidente e as obrigações contábeis

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Com as novas orientações do Programa PDDE, o diretor da escola passa se constituir

membro nato, presidente do conselho e representante legal da Unidade Executora (caixa

escolar), tornando -se, neste sentido, responsável pela declaração de informações à Receita

Federal, ao INSS, além do recolhimento e do pagamento de tributos que incidiram sobre as

movimentações financeiras do Conselho, que passou a atuar na gestão como entidade de

direito privado sem fins lucrativos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Como vimos no decorrer da pesquisa as caixas escolares, assim denominadas no

Município de Ribeirão das Neves para as escolas municipais, tem personalidade jurídica e

como tal tem as obrigações fiscais a serem cumpridas. A Lei de Introdução às normas do

Direito Brasileiro deixa claro em seu art. 3º que ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando

que não a conhece. Partindo desse princípio fundamentando com a Lei Municipal de 1999 que

cria o Programa de Manutenção da Escola que normatiza a criação das caixas escolares e da

sua obrigação, principalmente a de apresentar anualmente nos documentos e prazos

estabelecidos, a Declaração de Isenção de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e Relação

Anual de Informações Sociais.

As razões da baixa do CNPJ das caixas escolares foi por Oficio de Omissão

Contumaz, ou seja, ficar sem fazer o que é de dever fazer por cinco ou mais exercícios. Esse

não cumprimento ocasionou o bloqueio dos recursos do qual as Escola depende para fazer a

manutenção necessária do dia a dia escolar. Além desse transtorno alguns programas não

puderam ser iniciado, como o Mais Educação, programa de Educação em Tempo Integral,

pois depende dos recursos federais, e com a baixa do CNPJ, as caixas escolares ficaram

impossibilitadas de fazerem qualquer movimentação financeira. Foi argumentado que a

Secretaria Municipal também foi omissa em não avisar, orientar ou não apresentar as

declarações devidas, ou seja, fazer que é de obrigação dos caixas escolares. Em Oficio a

Secretaria Municipal de Educação pronunciou que, por se tratar de pessoa jurídica e

autônoma, os caixas escolares não se submete a administração direta da Secretaria Municipal

de Educação, mesmo assim, se colocaria como parceira para resolver a situação colocando à

disposição veículos para conduzir o presidente a Receita Federal e recursos financeiros para

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que as mesma pudessem quitar todas as taxas e multas oriundas do descumprimento das

obrigações.

As entrevista realizadas com três diretoras com mais tempo como presidente da caixa

escolar, sendo treze, dez e três anos respectivamente, podemos averiguar que todas

desconhece das leis, normas e instrumentação que dita obrigações e direitos das unidades

executoras, no caso, as caixas escolares. A entrevista também possibilitou averiguar que as

mesmas desconhece o que é Livro Caixa e Livro Tombo, conhecendo somente o Livro Ata,

pois registram as reuniões. Verificou também que são desconstituída do Conselhos

Deliberativo e Conselho Fiscal, ficando o presidente sobrecarregado com as atividades

características da pessoa jurídica, tais como: entrada e saída dos recursos, atualizar o Livro

Caixa, relacionar todo o patrimônio no Livro Tombo, organizar as notas fiscais e prestar

contas dos gastos além de anualmente fazer o balanço e apresentar as declarações de Isenção

de Imposto de Renda e a RAIS dentro do prazo estabelecido pela Receita Federal. Essas

atribuições, conforme colocadas pela gestão escolar, não são a priori, preocupação delas

sendo que, a vida escolar requer delas a maior atenção. Há uma cultura, diagnosticada

mediante as entrevista, de deixar tudo para última hora e deixar para o Setor Financeiro da

Secretaria Municipal de Educação fazê-lo, contudo, conforme o Manual Federal de

Orientação das UExs do MEC, as Secretarias Municipais de Educação deverá monitorar as

prestações de contas do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) e de outros recursos de

transferências, para outras atividades de características contábeis, poderá ser consultada assim

como o Setor de contabilidade da Prefeitura Municipal, para tanto, esses Setores prestará

assistência se provocados.

Diante deste contexto, este trabalho respondeu a pergunta tema do trabalho: como as

unidades executoras, Caixa Escolar Municipal de Ribeirão das Neves, estão organizadas para

apresentar a Declaração de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Relação Anual de

Informações Sociais- RAIS. Saber o papel do presidente da caixa escolar e saber das normas

federais e municipais que a rege e a regulamenta, é de suma importância para o bom

andamento das mesmas, principalmente das obrigações perante aos órgãos federais, estaduais

e municipais no que tange as obrigações tributárias, uma vez que a sua existência se dar para

receber os recursos públicos e movimentá-los nas atividades fins da educação. E se tratando

de recursos públicos nenhuma instituição federal, estadual e municipal deverá deixar de

cumprir as normativas pertinentes a pessoa jurídica, nem tão pouco alegar que não a conhece.

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Diante das análises dos dados e o conhecimento sobre o tema em questão, verificou-se

que a gestão escolar, logo presidente das unidades executoras, estão despreparadas e

desorganizadas com suas atividades contábeis. Verificou-se também que a Secretaria

Municipal de Educação não tem um setor especifico com um profissional contábil, para

orientações e auxilio nas atividades contábeis, uma vez que a formação dos gestores são da

área pedagógica e não administrativas, e o setor de contabilidade do município não conta com

contadores suficientes para atendimento exclusivo às caixas escolares, e não conta com um

sistema contábil que possa vir facilitar as informações e as prestações contábeis.

Sugere-se que a Secretaria Municipal de Educação oferta um mini curso contábil a

todas caixas escolares e crie um sistema contábil que facilita o recolhimento das informações

auxiliando as nas prestações e nas obrigações perante a Receita Federal, além de criar um

setor com profissionais da área contábil que monitora as prestações de conta de todas as

caixas escolares, evitando assim que as mesmas perdem os prazos e tenha uma vida útil

financeira sem nenhum contra tempo, permitindo assim a continuação das atividades

escolares.

REFERÊNCIAS

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interno. Acesso: 31 de maio de 2015;

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Acesso: 31 de maio de 2015;

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________. CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO NACIONAL DE

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_________. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto Lei n. 76.900, de 23 de

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ASSUNÇÃO. Noe. PDDE - Prestando conta. Curso de PDDE 2013. Trabalho não

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CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR EM SOCIAIS E

HUMANIDADES. I,2012, Niterói RJ. Novos desafios para os diretores escolares:

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PPGSD-UFF, 21.p;