Upload
gabriel-iuris
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
1/7
* Por Caroline A. Zanella
Por Caroline A. Zanella
APLICAÇÃO DA PENA
PLICAÇÃO DA PENA
→ O Código Penal Brasileiro adota o sistema trifásico (três fases) de aplicação da pena.
ARTIGO 68,
pu t
, CP. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do artigo 59 deste Código; em seguida serãoconsideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
→ Não é a pena que determina o regime de cumprimento das penas privativas de liberdade, mas, sim, o seu quantum,
sempre observando os critérios previstos no artigo 59 do CP.
ARTIGO. 33, CP. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção em
regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§1º. Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§2º. As Penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado,
observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a oito anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio,
cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a quatro anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime
aberto.§3º. A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no artigo
59 deste código.
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
2/7
FASE OBJETO OBSERVAÇÕES
PRIMEIRA
FIXAÇÃO DA PENA-BASE COM BASE NAS
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, QUAIS SEJAM ARTIGO 59,
CP):
→ O rol descrito no artigo 59 do CP é TAXATIVO.
→ A pena deve ser fixada dentro dos limites previstos para o tipo penal (artigo 59, II, CP).
→ O CP não estabelece a quantidade de aumento ou diminuição da pena que em face das
circunstâncias judiciais.
SÚMULA 269, STJ. É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.→ Também se refletem na concessão do sursis e na suspensão condicional do processo
quando forem favoráveis ao acusado.
CULPABILIDADE (grau de reprovabilidade e censura da conduta
do réu)
→ Se avalia a frieza e crueldade na execução do crime e não se o fato é típico, ilícito e
culpável.
ANTECEDENTES
→ Devem ser comprovados por certidão cartorária judicial que tenha registrado a
condenação com trânsito em julgado.
→ Quando aplicados para aumentar a pena, exige fundamentação concreta pelo juiz para
evidenciar o desfavorecimento. HC 225531/RJ, julgado em 10/03/2016. A NÃO
FUNDAMENTAÇÃO CARACTERIZA CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
SÚMULA 241, STJ. A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância
agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.Assim, em se tratando de condenações definitivas distintas, nada impede o uso de maus
antecedentes para justificar o aumento da pena-base, na primeira fase, e da reincidência,
como agravante, na segunda fase. HC 345391/SP, julgado em 01/03/2016 (STJ) e HC
107456/RS, julgado em 03/06/2014 (STF).
SÓ CONFIGURA BIS IN IDEM QUANDO A CONDENAÇÃO DEFINITIVA ANTERIOR FOR A MESMA.
OBS.: O STF reconheceu a existência da repercussão geral acerca da não caracterização de
maus antecedentes os processos em curso. RE 591054 RG/SC, julgado em 23/10/2008.
CONDUTA SOCIAL (comportamento do réu em seu meio
familiar, social, e profissional, perante a sociedade)
PERSONALIDADE (características pessoais do agente; perfilpsicológico e moral)
→ Quando aplicada para aumentar a pena, exige fundamentação concreta pelo juiz para
evidenciar o desfavorecimento. HC 225531/RJ, julgado em 10/03/2016 (STJ). A NÃO
FUNDAMENTAÇÃO CARACTERIZA CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
MOTIVOS DO CRIME (fatores que levaram o agente a praticar o
delito)
→ Se o motivo constituir, SIMULTANEAMENTE, agravante ou atenuante, qualificadora, causa
de aumento ou diminuição não será analisado nesta fase, sob pena de configuração do bis
in idem . HC 337903/RO, julgado em 01/03/2016 (STJ).
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME (modus operandi /forma da → Se a circunstância constituir, SIMULTANEAMENTE, qualificadora ou causa de diminuição
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
3/7
PRIMEIRA
execução do crime, como, por exemplo, os instrumentos do
crime, tempo de duração, objeto material, local da infração)
ou aumento de pena, não será analisado nesta fase, sob pena de configuração do bis in
idem . HC 341483/SP, julgado em 01/03/2016 (STJ).
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME (efeitos da ação ou omissão)
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA (vitimologia)
SEGUNDA
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES
ARTIGO 67, CP. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do
limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as queresultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da
reincidência.
Assim, havendo concurso entre as circunstâncias agravantes e atenuantes, o magistrado
não deverá compensar uma pela outra, mas, sim, ponderar pelas circunstâncias
preponderantes que, segundo o legislador, são aquelas que resultam dos motivos
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. Neste sentido: HC
178148/MS (STJ), julgado em 14/02/2012, e RHC 111454/MS (STF), julgado em
03/04/2012.
ATENUANTES ARTIGO 65, CP)
São circunstâncias que sempre atenuam a pena.
→ O rol descrito no artigo 65 do CP não é taxativo, mas, sim, EXEMPLIFICATIVO.
ARTIGO 66, CP. A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
INFORMATIVO Nº 0569, STJ: DIREITO PENAL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ATENUANTE
INOMINADA. Não caracteriza circunstância relevante anterior ao crime (art. 66 do CP) o fato
de o condenado possuir bons antecedentes criminais. A atenuante inominada é entendida
como uma circunstância relevante, anterior ou posterior ao delito, não disposta em lei, mas
que influência no juízo de reprovação do autor. Excluem-se, portanto, os antecedentes
criminais, que já são avaliados na fixação da pena-base e expressamente previstos como
circunstância judicial do art. 59 do CP. REsp 1.405.989-SP, Rel. para o acórdão Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 18/8/2015, DJe 23/9/2015.
SÚMULA 231, STJ. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da
pena abaixo do mínimo legal.
SER O AGENTE MENOR DE 21 (VINTE E UM), NA DATA DOFATO, OU MAIOR DE 70 (SETENTA) ANOS, NA DATA DA
SENTENÇA
DESCONHECIMENTO DA LEI → Não é causa de isenção da pena.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME POR MOTIVO DE
RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL
→ Valor moral: se refere aos sentimentos relevantes do próprio agente.
→ Valor social: é o que interessa ao grupo social, à coletividade.
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
4/7
SEGUNDA
TER O AGENTE PROCURADO, POR SUA ESPONTÂNEA VONTADE
E COM EFICIÊNCIA, LOGO APÓS O CRIME, EVITAR-LHE OU
MINORAR-LHE AS CONSEQUÊNCIAS, OU TER, ANTES DO
JULGAMENTO, REPARADO O DANO
→ Não se confunde com o instituto do arrependimento eficaz descrito no artigo 15 do CP;
neste caso, já houve consumação.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME SOB COAÇÃO A QUE
PODIA RESISTIR, OU EM CUMPRIMENTO DE ORDEM DE
AUTORIDADE SUPERIOR, OU SOB A INFLUÊNCIA DE VIOLENTA
EMOÇÃO, PROVOCADA POR ATO INJUSTO DA VÍTIMA
→ Devem ser observadas as regras do artigo 22 do CP (coação irresistível e ordem
hierárquica).
Artigo 22. Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem,não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da
ordem.
TER O AGENTE CONFESSADO ESPONTANEAMENTE, PERANTE A
AUTORIDADE, A AUTORIA DO CRIME
SÚMULA 545, STJ. Quando a confissão for utilizada para o convencimento do julgador, o réu
fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
→ Quando o agente confessa perante a autoridade policial, mas, se retrata em juízo, a
confissão em sede IP não importa em atenuante.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME SOB A INFLUÊNCIA DE
MULTIDÃO EM TUMULTO, SE NÃO O PROVOCOU
→ ATENÇÃO para o requisito “SE NÃO O PROVOCOU”.
AGRAVANTES ARTIGO 61, CP)
São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o
crime.
→ A circunstância agravante pode ser reconhecida pelo juiz, ainda que não alegada pelo
Ministério Público.
ARTIGO 385, CPP. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória,
ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer
agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
REINCIDÊNCIA
→ ARTIGO 63, CP. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por
crime anterior.
→ ARTIGO 64, CP. Para efeito de reincidência:
I - não prevalece a condenação anterior, se entre à data do cumprimento ou extinção da
pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a cinco anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrerrevogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
SÚMULA 444, STJ. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena-base.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME POR MOTIVO FÚTIL OU
TORPE
→ Motivo fútil: aquele de pouca importância.
→ Motivo torpe: aquele vil, repugnante.
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
5/7
SEGUNDA
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME PARA FACILITAR OU
ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU
VANTAGEM DE OUTRO CRIME
→ É exigível a existência de conexão entre os dois crimes.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME À TRAIÇÃO, DE
EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO
RECURSO QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA
DO OFENDIDO (quando a vítima for pega de surpresa)
→ Traição: ocorre quando o agente usa de confiança nele depositada pela vítima para
praticar o delito.
→ Emboscada: é a tocaia; ocorre quando o agente aguarda escondido para praticar o delito.
→ Dissimulação: ocorre quando o agente utiliza-se de artifícios para aproximar-se davítima.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME À TRAIÇÃO, DE
EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO, OU OUTRO
RECURSO QUE DIFICULTOU OU TORNOU IMPOSSÍVEL A DEFESA
DO OFENDIDO (quando a vítima for pega de surpresa)
→ Tortura ou meio cruel: é aquele que causa imenso sofrimento físico e moral à vítima.
→ Meio insidioso: é aquele que usa de fraude ou armadilha.
→ Perigo comum: ocorre quando se coloca em risco um número indeterminado de pessoas.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME CONTRA ASCENDENTE,
DESCENDENTE, IRMÃO OU CÔNJUGE
→ Tal circunstância abrange qualquer forma de parentesco, independentemente do
parentesco de ser legítimo, ilegítimo, consanguíneo ou civil.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME COM ABUSO DE
AUTORIDADE OU PREVALECENDO-SE DE RELAÇÕES
DOMÉSTICAS, DE COABITAÇÃO OU DE HOSPITALIDADE
→ Abuso de autoridade refere-se a relações privadas.
→ Relações domésticas: são aquelas existentes entre os membros de uma família.
→ Coabitação: significa que tanto autor quanto vítima residem sob o mesmo teto.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME COM ABUSO DE PODER OU
VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE A CARGO, OFÍCIO, MINISTÉRIO
OU PROFISSÃO
→ Abuso de poder: se dá quando o crime é praticado por agente público, não se aplicando
se o delito constituir em crime de abuso de autoridade.
→ Demais hipóteses: quando o agente se utiliza de sua profissão para praticar o crime.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME CONTRA CRIANÇA, VELHO
OU ENFERMO (pessoas mais vulneráveis)
→ Criança: com idade inferior a doze anos da idade.
→ Velho: idoso, com mais de sessenta anos de idade.
→ Enfermo: aquele que se encontra doente, achacado.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME QUANDO O OFENDIDO
ESTAVA SOB A IMEDIATA PROTEÇÃO DA AUTORIDADE
→ O aumento de pena se dá pela audácia do agente em não respeitar a autoridade.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME EM OCASIÃO DEINCÊNDIO, NAUFRÁGIO, INUNDAÇÃO OU QUALQUER
CALAMIDADE PÚBLICA, OU DE DESGRAÇA PARTICULAR DO
OFENDIDO
→ O aumento se dá pela insensibilidade do agente, que se aproveita de uma situação dedesgraça, pública ou particular, para praticar o delito.
TER O AGENTE COMETIDO O CRIME EM ESTADO DE
EMBRIAGUEZ PREORDENADA
Embriaguez preordenada: quando o agente se embriaga para ter coragem para praticar o
delito.
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
6/7
SEGUNDA
AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS ARTIGO
62, CP)
Igualmente às agravantes anteriormente descritas, são circunstâncias que sempre agravam
a pena, quando não constituem ou qualificam o crime.
QUANDO O AGENTE PROMOVE, OU ORGANIZA A COOPERAÇÃO
NO CRIME OU DIRIGE A ATIVIDADE DOS DEMAIS AGENTES
→ Pune-se aquele que promove ou comanda a prática delituosa, o mentor intelectual do
crime.
QUANDO O AGENTE COAGE OU INDUZ OUTREM À EXECUÇÃO
MATERIAL DO CRIMEQUANDO O AGENTE INSTIGA OU DETERMINA A COMETER O
CRIME ALGUÉM SUJEITO À SUA AUTORIDADE OU NÃO-PUNÍVEL
EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO OU QUALIDADE PESSOAL
→ Instigar: reforçar uma ideia já existente.
→ Determinar: corresponde a uma ordem.
→ A autoridade referida nesta circunstância pode ser pública ou particular, enquanto as
condições ou qualidades pessoais que tornam a pessoa não-punível pode ser a menoridade
e a doença mental, por exemplo.
QUANDO O AGENTE EXECUTA O CRIME, OU NELE PARTICIPA,
MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA
→ Paga: corresponde ao pagamento anterior à execução do delito.
→ Recompensa: corresponde ao pagamento após a execução.
TERCEIRA
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA
MAJORANTES E MINORANTES)
Estão dispostas tanto na parte geral quanto na parte especial do Código Penal, sendo todas
aquelas possibilidades que permitem ao magistrado diminuir a pena aquém do mínimo
legal, bem como aumentar acima do limite legal estabelecido.
→ A pena pode ser fixada abaixo do mínimo previsto para o tipo penal.
ARTIGO 68. A pena base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste código;
seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as
causas de diminuição e de aumento.
PARÁGRAFO ÚNICO. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na
PARTE ESPECIAL, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição,
prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
MINORANTES
São exemplos:
1) PARTE GERAL: a tentativa, prevista no artigo 14, inciso II, do CP, que permite o juiz
diminuir a pena de um a dois terços.
MAJORANTES
São exemplos:
2) PARTE ESPECIAL: no crime de aborto a pena será aplicada em dobro se ocorrer a morte da
gestante (artigo 127, CP).
→ É possível que o juiz reconheça duas ou mais qualificadoras em um mesmo crime; a
primeira deverá servir como qualificadora e as demais como agravantes genéricas.
Exemplo: Um indivíduo pratica homicídio qualificado, mediante promessa de recompensa,
com o emprego de veneno → o juiz considerará a promessa de recompensa como
qualificadora (artigo 121, parágrafo 2°, inciso I, do CP) e o emprego de veneno como
8/16/2019 Aplicação Da Pena - Cp
7/7
TERCEIRA
agravante genérica (artigo 61, inciso II, alínea d, do CP) ou vice-versa.
→ Entretanto, pode acontecer que, em determinados casos, a outra qualificadora não seja
considerada como circunstância agravante, devendo então o magistrado aplicá-la como
circunstância do crime (circunstâncias judiciais do artigo 59 do CP).
Exemplo: Furto qualificado praticado mediante escalada e rompimento de obstáculo → o
juiz poderá qualificar o crime pela escalada (artigo 155, parágrafo 4°, inciso II, do CP) e,
como o rompimento de obstáculo não é considerado agravante, deverá considerá-lo na 1ª
fase, como circunstância do cr ime.
SÚMULA 442, STJ. É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a
majorante do roubo.