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APLICAÇÃO DA LÓGICA DO PROBLEMA INVERSO EM TOMADAS DE DECISÃO COM A LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA: UMA INVERSÃO DO MÉTODO PARACONSISTENTE DE DECISÃO (MPD) Felipe Expósito Ferreira Projeto de Graduação Submetido ao Corpo Docente do Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte integrante dos requisitos necessários para a obtenção do título de Engenheiro de Produção. Orientador: Prof. Renato Flórido Cameira, D.Sc. Rio de Janeiro, RJ Brasil Dezembro, 2017

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APLICAÇÃO DA LÓGICA DO PROBLEMA INVERSO EM

TOMADAS DE DECISÃO COM A LÓGICA PARACONSISTENTE

ANOTADA: UMA INVERSÃO DO MÉTODO PARACONSISTENTE

DE DECISÃO (MPD)

Felipe Expósito Ferreira

Projeto de Graduação Submetido ao Corpo

Docente do Curso de Engenharia de Produção

da Escola Politécnica da Universidade Federal

do Rio de Janeiro como parte integrante dos

requisitos necessários para a obtenção do título

de Engenheiro de Produção.

Orientador: Prof. Renato Flórido Cameira, D.Sc.

Rio de Janeiro, RJ – Brasil

Dezembro, 2017

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iii

Expósito, Felipe Ferreira

Aplicação da Lógica do Problema Inverso em Tomadas

de Decisão com a Lógica Paraconsistente Anotada: Uma

Inversão do Método Paraconsistente de Decisão (MPD)/

Felipe Expósito Ferreira – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2017.

XVIII, 54 p.: il.; 29,7cm.

Orientador: Renato Flórido Cameira

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 51-52.

1.Inversão do Método Paraconsistente de Decisão.

2.Método Paraconsistente de Decisão. 3.Problema Inverso.

4.Lógica Paraconsistente Anotada. I. Flórido Cameira, Renato

& Alberto Cosenza, Carlos. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia de

Produção. III. Aplicação da Lógica do Problema Inverso em

Tomadas de Decisão com a Lógica Paraconsistente Anotada:

Uma Inversão do Método Paraconsistente de Decisão (MPD).

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iv

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha Mãe por me ensinar e educar ao longo de toda minha vida,

conseguindo fazer em 25 anos o que uns levam toda vida. Dedico ao meu Irmão (André)

por me ensinar através do exemplo o que é Paciencia. Por fim, dedico ao falecido Prof.

Meirelles que com suas palavras de apoio se tornou um turning point em minha vida.

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v

Agradecimentos

Agradeço a minha família e aos meus professores pelo apoio dado para que esta

etapa da minha vida fosse concluída.

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vi

“As a lightning clears the air of unpalatable vapors, so

an incisive paradox frees the human intelligence from

the lethargic influence of talento and unsuspected

assumptions. Paradox is the slayer of Prejudice.”

J. J. Sylvester.

“I predict a time when there will be mathematical

investigations of calculi containing contradictions,

and people will actually be proud of having

emancipated themselves from contradictions.”

L. Wittgenstein.

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vii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

APLICAÇÃO DA LÓGICA DO PROBLEMA INVERSO EM TOMADAS DE DECISÃO

COM A LÓGICA PARACONSISTENTE ANOTADA: UMA INVERSÃO DO MÉTODO

PARACONSISTENTE DE DECISÃO (MPD)

Felipe Expósito Ferreira

Dezembro/ 2017

Orientador: Prof. Renato Flórido Cameira, D.Sc.

Curso: Engenharia de Produção

O estudo tem como objetivo elaborar uma nova ferramenta, através da

combinação de alguns algoritmos já estabelecidos. Inicialmnte será apresentado a

lógica paraconsistente, uma vez tendo sido apresentada será, então, explicada a sua

ferramenta de tomada de decisão advinda da lógica paraconsistente anotada (MPD –

Método Paraconsistente de Decisão). Também será introduzido o conceito de Problema

Inverso e suas aplicações, como não foi encontrado aplicações diretas na Engenharia

de Produção serão apontadas possíveis aplicações para tal. Ao combinar MPD com

Problema Inverso se tem uma nova forma de se tomar decisão, e do ponto de vista

matemático esse novo algoritmo é resolvido através de conceitos básicos de Pesquisa

Operacional. Tendo essa nova ferramenta será explicado os seus resultados.

Palavras-chave: Lógica Paraconsistente, Problema Inverso, Lógica Paraconsistente

Anotada, Quadrado Unitário do Plano Cartesiano.

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viii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Industrial Engineer.

APPLICATION OF INVERSE PROBLEM LOGIC ON DECISION MAKING BASED

UPON ANNOTED PARACONSISTENT LOGIC: AN INVERSION OF THE

PARACONSISTENT DECISION METHOD

Felipe Expósito Ferreira

December/ 2017

Advisor: Renato Flórido Cameira, D.Sc.

Course: Industrial Engineering

The objective of this study is to elaborate a new decision making tool, through the

combination of two well estabilished algorithms. Firstly it will be presented paraconsistent

logic, once this is done, it will be explained a decision making tool based on annoted

paraconsistent logic (MPD - Paraconsistent Decision Making Method). Additionally, it will

be introduced the concept of Inverse Problem and how its commonly used. Since it was

not found a direct application on Industrial Engineering, suggestions were appointed.

With the combination of Paraconsistent Decision Making Method and Inverse Problem a

new tool of decision making is created and by a mathematical perspective this new

algorithm is solved by concepts learned from Operational Research.

Keywords: Paraconsistent Logic, Inverse Problem, Annoted Paraconsistent Logic,

Square Unit of the Cartesian Plane.

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ix

Sumário

Sumário ........................................................................................................................ ix

Lista de Figuras ............................................................................................................ xi

Lista de Quadros ......................................................................................................... xii

Lista de Siglas ............................................................................................................ xiii

Capítulo 1 ..................................................................................................................... 1

1.1. Introdução....................................................................................................... 1

1.2. Descrição dos Capítulos ................................................................................. 2

1.3. Motivação e Objetivos .................................................................................... 3

1.3.1. Motivação para estudar a Lógica Paraconsistente ................................... 3

1.3.2. Motivação para estudar o Problema Inverso............................................. 5

1.3.3. O porquê de se estudar a Lógica Paraconsistente na Engenharia de

Produção ............................................................................................................ 6

1.3.4. O porquê de se estudar o Problema Inverso na Engenharia de Produção 7

Capítulo 2 ................................................................................................................... 10

Fundamentos da Lógica ............................................................................................. 10

2.1. Conceitos ...................................................................................................... 10

2.2. Lógicas Ortodoxas ........................................................................................ 14

2.3. Lógicas Heterodoxas .................................................................................... 15

2.3. Lógicas Paraconsistentes ............................................................................. 16

Capítulo 3 ................................................................................................................... 18

Lógica Paraconsistente Anotada Evidencial 𝐄𝝉 ........................................................... 18

3.1. Lógica Paraconsistente Anotada (LPA) ......................................................... 18

3.2. Lógica Paraconsistente Anotada Evidencial 𝐄𝝉 ............................................. 19

3.3 Quadrado Unitário do Plano Cartesiano (QUPC) ........................................ 20

3.4 Nível de Exigência ...................................................................................... 24

3.5 Operadores da Lógica 𝐄𝝉 (Mín e Máx) ....................................................... 26

3.5 Operadores da Lógica 𝐄𝝉 (NOT, OR e AND) .............................................. 27

Capítulo 4 ................................................................................................................... 30

Método Paraconsistente de Decisão ........................................................................... 30

4.1. Aspectos Gerais ............................................................................................... 30

4.2 Etapas do MPD ................................................................................................. 30

4.2.1. Fixação do nível de exigência .................................................................... 30

4.2.2. Escolha dos fatores ................................................................................... 31

4.2.3. Determinação das seções .......................................................................... 32

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x

4.2.4. Construção a base de dados ..................................................................... 33

4.2.5. Pesquisa de campo ................................................................................... 34

4.2.6. Cálculo das anotações resultantes............................................................. 35

4.2.7. Determinação do Baricentro e a Tomada de decisão ................................. 36

Capítulo 5 ................................................................................................................... 38

Problema Inverso ........................................................................................................ 38

5.1. Aspectos Gerais ............................................................................................... 38

5.2. Formalização .................................................................................................... 39

5.2.1. Classificação dos Problemas Inversos ....................................................... 40

5.2.3. Problema Bem–Posto ................................................................................ 41

5.2.3. Classificação do Problema Inverso obtido pelo MPD ................................. 42

Capítulo 6 ................................................................................................................... 44

Aplicando o Problema Inverso no MPD....................................................................... 44

6.1. Restrições ........................................................................................................ 44

6.2. Modelando o problema para aplicação do Simplex .......................................... 46

6.3. Solução do Simplex .......................................................................................... 47

Capítulo 7 ................................................................................................................... 49

Conclusão ................................................................................................................... 49

7.1. Observações .................................................................................................... 49

7.2. Estudos Futuros ............................................................................................... 50

Referências Bibliográficas........................................................................................... 51

Apêndice I ................................................................................................................... 53

Cadeia de Suprimento aplicado ao Fluxo de conhecimento .................................... 53

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xi

Lista de Figuras

Figura 1 - Conceito de supply chain aplicado ao conhecimento. ................................... 3

Figura 2 – Reticulado com as possíveis classificações das proposições. ................... 18

Figura 3 – Quadrado unitário do plano cartesiano (QUPC). . ...................................... 19

Figura 4 – QUPC com as classificações das proposições. . ........................................ 20

Figura 5 – Linha perfeitamente definida (LPD).. .......................................................... 21

Figura 6 – Representação gráfica do grau de incerteza (G). . ..................................... 22

Figura 7 – Linha perfeitamente indefinida (LPI).. ......................................................... 22

Figura 8 – Representação gráfica do grau de certeza (H). . ........................................ 24

Figura 9 – Retas paralelas traçadas com NE = H = G, uma vez NE sendo definido.... 25

Figura 10 – Regiões das classificações das proposições com a defnição do NE. ....... 25

Figura 11 – Representação gráfica dos operadores Máx e Mín. ................................. 27

Figura 12 - Representação gráfica do operador Not. .................................................. 28

Figura 13 - Representação gráfica do operador OR.. .................................................. 28

Figura 14 - Representação gráfica do operador AND.. ............................................... 29

Figura 15 – Fluxo da primeira metade do processo do MPD. ..................................... 30

Figura 16 - Fluxo da segunda metade do processo do MPD. ...................................... 30

Figura 17 - Exemplo de aplicação dos operadores no MPD. . ..................................... 36

Figura 18 - Representação gráfica do baricentro.. ...................................................... 37

Figura 19 - Representação do problema direto.. ......................................................... 40

Figura 20 - Exemplo de fluxo de materias no estudo da logística de cadeia de

suprimentos.. .............................................................................................................. 53

Figura 21 - Fluxo de conhecimento aplicado nas áreas de interesse da Engenharia de

Produção .................................................................................................................... 54

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xii

Lista de Quadros

Quadro 1 – Disciplinas cursadas e suas respectivas notas. .......................................... 8

Quadro 2 - Tabela dos pesos associados aos seus respectivos fatores. .................... 32

Quadro 3 - Seções associadas aos respectivos fatores com seus pesos. .................. 33

Quadro 4 - Anotações m associada às Seções S e dadas por cada especialista E. .. 34

Quadro 5 - Situação real tendo definido as Seções. ................................................... 34

Quadro 6 - Anotações que serão dados de entrada para aplicação dos operadores. . 35

Quadro 7 - Resultado final tendo aplicado os operadores. .......................................... 36

Quadro 8 - Classificações do problema inverso. ......................................................... 41

Quadro 9 - Dados de entrada do MPD. ....................................................................... 42

Quadro 10 - Definição dos graus de liberdade. ........................................................... 44

Quadro 11 - Definição dos graus de liberdade para um caso geral. ............................ 46

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Lista de Siglas

FMEA: Failure Mode Effects Analysis

MPD: Método Paraconsistente de Decisão

LPA: Lógica Paraconsistente Anotada

LPD: Linha Perfeitamente Definida

LPI: Linha Perfeitamente Indefinida

SLP: Systematic Layout Planning

VSMFD: Versão Simplificada do Método Fuzzy de Decisão

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1

Capítulo 1

1.1. Introdução

Ao longo da formação de Engenharia de Produção a maioria dos algoritmos e

ferramentas de gestão seguem uma lógica direta (dados de entrada geram dados de

saída). Por conta disso, sofrem com as limitações de tal abordagem que é usar o

passado para inferir sobre o futuro. Tal abordagem é limitada quando há uma

necessidade de alterar o cenário onde se está aplicando a ferramenta de gestão.

O que acarreta no questionamento se tal limitação pode ser remediada com a

utilização de alguma outra ferramenta ou combinação com alguma outra. Esse é o

escopo geral desse trabalho, tentar resolver tal problema. Para tal foi pesquisado sobre

o Problema Inverso e suas aplicações. Para que nesse trabalho seja feita uma inversão

do Método Paraconsistente de Decisão.

O Método Paraconsistente de Decisão é uma ferramenta oriunda da Lógica

Paraconsistente Anotada. Ao aplicar o Problema Inverso neste método será analisado

o resultado, e o que se pode concluir.

Este estudo é feito tendo três hipóteses como embasamento para elaboração de

tal estudo:

i. É possível inverter o Método Paraconsistente de Decisão.

ii. A lógica do Problema Inverso pode trazer uma abordagem nova e benéfica

para ferramentas de gestão, já estabelecidas.

iii. Essa nova abordagem permitirá que se faça planejamento de forma

disruptiva do passado.

Na elaboração deste estudo foi realizado uma pesquisa bibliográfica já que os

conceitos utilizados neste estudo não fazem parte da formação de um Engenheiro de

Produção e tendo como principais assuntos: Lógica Paraconsistente e Problema

Inverso.

É apresentada uma pesquisa experimental em que consiste manipular

matematicamente o Método Paraconsistente de Decisão para invertê-la utilizando o

material estudado na pesquisa bibliográfica acerca do Problema Inverso como base.

Caso as hipóteses sejam comprovadas o estudo do Problema Inverso permitirá

que as lógicas por trás das ferramentas de gestão sejam revistas. Além disso, o fato do

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2

estudo ser sobre a Lógica Paraconsistente permitirá que novos problemas sejam

modelados sob essa ótica. Por fim, devido a natureza da lógica paraconsistente garantir

a consistência mesmo tendo contradição, sua aplicação em análises já existentes

permitirá ferramentas de gestão mais sensíveis.

É preciso salientar que por ser um trabalho de conclusão de curso algumas

restrições foram necessárias para que seja viável tanto em tempo quanto em escopo. E

tal limitação foi feita no Método Paraconsistente de Decisão, tal método é uma

ferramenta Qualitativo – Quantitativo. A primeira etapa é qualitativa e consiste na

(enumeração, quantificação, classificação, restrição). Uma vez passado por esta etapa

é feita uma analisa quantitativa dos seus dados, onde é calculado o baricentro.

Este estudo aplicará o Problema Inverso sob o ponto de vista matemático, ou seja,

assumindo que a etapa qualitativa já foi obtida. Em seguida serão analisados os

benefícios que tal abordagem pode trazer. Novamente, será salientado que por conta

de ser um trabalho de conclusão de curso haverá uma redução de escopo onde esse

algoritmo invertido não será aplicado em situações reais.

1.2. Descrição dos Capítulos

Este trabalho foi estruturado com o intuito de estabelecer uma sequência evolutiva

lógica e concisa:

• Capítulo 2 – Fundamentos da Lógica: contém os fundamentos básicos

referentes à Lógica. Com o objetivo de prepara o leitor para entender com

foi originada a lógica paraconsistente.

• Capítulo 3 – Lógica Paraconsistente Anotada Evidencial: conceitos

referentes à um desdobramento da lógica paraconsistente que culminará

na explicação do Método Paraconsistente de Decisão.

• Capítulo 4 – Método Paraconsistente de Decisão (MPD): explica o

processo de aplicação do MPD.

• Capítulo 5 – Problema Inverso: Apresentação dos conceitos referentes ao

Problema Inverso com o objetivo de preparar para sua aplicação no objeto

de estudo.

• Capítulo 6 – Aplicação do Problema Inverso no Método Paraconsistente de

Decisão. Com sua modelagem e resolução.

• Capítulo 7 – Apresentação das conclusões deste estudo e recomendações

para estudo futuros, tanto no sentido de expandir o que foi feito neste

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3

estudo quanto para disseminar os assuntos aqui abordados (Lógica

Paraconsistente e Problema Inverso)

• Apêndice I – Contém explicação de como foi criada a figura, que foi

elaborada pelo autor, utilizada no tópico motivação e objetivos

1.3. Motivação e Objetivos

Nesta seção serão estudados as razões que explicam a necessidade de se estudar

tais temas, ao invés de outros.

1.3.1. Motivação para estudar a Lógica Paraconsistente

O que se quer nesse estudo é estudar um assunto que esteja no estado da arte

para tanto foi necessário encontrar um assunto de interesse na área de Gerência da

Produção.

Para encontrar o assunto, foi utilizado um conceito de supply chain para facilitar

na procura do mesmo. Assim como no supply chain há um delay entre o início da cadeia

e a ponta da mesma. O mesmo se espera no que tange ao fluxo de informação entre as

áreas do conhecimento. Como fica evidenciado na Figura 1 que é explicada no apêndice

I.

Figura 1 - Conceito de supply chain aplicado ao conhecimento.

Em posse dessa informação foi elaborada no Aris Express um sequenciamento

lógico do conhecimento de áreas relevantes para a Engenharia de Produção. Tal

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4

elaboração foi feita usando como base o fluxograma de matérias do curso de graduação

da Engenharia de Produção e foram excluídas as áreas referentes a Economia e de

desinteresse do autor.

Tendo esse fluxo sido elaborado, ele foi dividido em 5 instâncias determinada pela

interação com outras áreas e foi traçada uma reta (função tempo). Essa reta serve para

poder relacionar os estados da arte de cada área.

Dado um tempo t0 em que todas as áreas estarão estudando a fronteira dos seus

conhecimentos, mas não necessariamente uma área estará utilizando o estado da arte

de outra área para produzir seu conhecimento.

Com isso, tal qual o supply chain quanto mais afastado da origem mais tempo se

levará para o conhecimento do estado da arte da primeira instancia começar a ser

estudada por outra.

Tendo feito isso, foi constatado que a Lógica é a área mais afastada da Engenharia

de Produção, logo as discussões mais recentes dela são mais prováveis de não terem

sido estudadas na Engenharia de Produção.

Analisando a Figura 1 percebe-se que tanto a Lógica Paraconsistente quanto o

Problema Inverso são temas de áreas anteriores a Engenharia. Isso poderia explicar

não serem tão abordadas na Engenharia de Produção.

No Instituto de Matemática não há um especialista em lógica e no Departamento

de Engenharia Industrial há o Labfuzzy que faz estudos e aplicações da lógica fuzzy.

Evidenciando a aplicabilidade de lógicas não-clássicas na Engenharia de Produção.

Com isso foi pesquisado sobre lógicas não clássicas e em especial a Lógica

Paraconsistente que foi elaborada pelo matemático e filósofo Newton da Costa.

Uma vez tendo sido definido o escopo geral, (EXPOSITO, CAMEIRA, 2014)

realizaram uma revisão bibliográfica. Nesse estudo foi pesquisado no periódico CAPES

o termo “paraconsistente logic” e percorrido os 801 resultados. Um ano depois a mesma

pesquisa foi feita e novos artigos levantados para serem analisados.

Com essas pesquisas feitas alguns pólos de estudo da lógica paraconsistente

foram descobertas na UFRGS, USP e UNICAMP. Por conta disso foram pesquisadas

em seu banco de dados aplicações da lógica paraconsistente na Engenharia de

Produção em especial as dissertações de mestrado e teses de doutorado.

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5

1.3.2. Motivação para estudar o Problema Inverso

Uma vez que foi decidido estudar o tema tomada de decisão utilizando a lógica

paraconsistente, foi necessário tentar descobrir como levar essa discussão para um

outro caminho.

É sabido que a maioria dos algoritmos de decisão e ferramentas estudadas no

curso de graduação são da ordem direta. Além disso, muitos usam variáveis aleatórias

para sua aplicação utilizando conceitos da Estatística para suas inferências.

Ao utilizar os conceitos da Estatística, o que se faz é utilizar o passado para

conseguir inferir sobre o futuro. Isso é fácil de se ver quando se estuda sobre gestão da

manutenção ou quando se estuda gestão de risco operacional.

Entretanto, isso traz problema quando se estuda Planejamento Estratégico, ao se

utilizar o passado o futuro é projetado e por conta disso haverá limitações quanto a

alterações em relação ao passado.

Sua principal aplicação é na Engenharia Mecanica, Física e Medicina como

apontado nos estudos (BAUMEISTER, LEITÃO,2005, CAMPOS VELHO, 2001, NETO,

NETO, 2005).

Pouco se estuda na Engenharia de Produção esse tipo de abordagem do

problema, mesmo parecendo possuir uma aplicação ampla. Sua aplicação permite que

o futuro seja prospectado ao invés de projetado. Possuindo uma maior gama de

cenários.

O Problema Inverso permite que a estratégia corporativa esteja alinhada com a

ação estratégica evitando a dissonância estratégica. Ao mesmo tempo permite que seja

estudado de forma mais coerente o ponto de inflexão estratégico (Burgelman,

Christensen, Wheelwright, 2009).

Isso ocorre porque o estudo do problema inverso tenta responder: “O que preciso

fazer/ alterar para se ter tal resultado?

Analisando a Figura 1, é visto que enquanto a Lógica Paraconsistente vem da área

lógica que está mais afastado da Engenharia de Produção, o Problema Inverso advém

da Matemática e isso explicaria não ser tão estudada na Engenharia de Produção.

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6

1.3.3. O porquê de se estudar a Lógica Paraconsistente

na Engenharia de Produção

A primeira vista uma boa resposta seria compará-la com a lógica fuzzy que é

amplamente estudada na UFRJ. Entretanto, essa não seria uma forma digna de abordar

nem a lógica paraconsistente e nem a lógica fuzzy.

Ao invés disso, será avaliado de maneira geral como as ferramentas de tomadas

de decisão são ensinadas no curso de graduação. Todas as ferramentas passam por

um estágio de avaliação das variáveis, depois disso elas são classificadas.

Tendo feito isso é possível determinar as ferramentas matemáticas que podem ser

aplicadas a cada situação. Determinando se a variável é determinística ou probabilística,

a análise será qualitativa ou quantitativa ou se será quantitativa, porém subjetiva.

Entretanto, isso não é suficiente uma vez que é importante analisar o contexto em

que se encontram. Pois isso pode afetar na lógica que deva ser utilizada.

E é nesse ponto que as peculiaridades começam a aparecer ao longo de todo

curso de graduação da UFRJ a lógica estudada é a clássica. Logo será apontado de

maneira genérica a diferença da fuzzy para a paraconsistente no que tange as suas

variáveis:

• Lógica Clássica: cada variável é classificada de forma booleana,

classificada como ou 1 (true) ou 0 (false).

• Lógica Fuzzy: cada variável possui um grau de pertencimento a uma da

característica que compreende de [0,1].

• Lógica Paraconsistente: cada variável será associado a dois valores: “a”

sendo o grau de evidencias favoráveis e “b” sendo o grau de evidencias

contrárias.

Tendo noção disto se faz necessário saber em qual situação que tipo de lógica

deva ser empregada. Quebrando com isso a idéia de que uma é melhor que a outra

como se fosse tão direto e fácil compará-las.

Como é dito por (Carvalho, Abe, 2011) ao comparar os dois métodos MPD (Método

Paraconsistente de Decisão) e VSMFD (Solução pela Versão Simplificada do Método

Fuzzy) ambas análises estão cercadas de subjetividades na hora de determinar os

valores para cada característica.

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7

É preciso salientar que há uma região de fronteira entre as lógicas e com isso

situações onde mais de uma lógica possa ser aplicada. Por isso, que é importante que

o engenheiro em questão domine mais de uma lógica para que não tente enquadrar a

realidade no modelo teórico que ele domina, e sim, que ele aplique o melhor modelo a

realidade que ele estuda.

A principal característica da lógica é justamente possuir dois tipos de grau para

cada variável. E isso faz com que se aproxime da realidade do dia-a-dia na gestão. Uma

vez que não há uma forma determinística para se chegar a uma proposta. E toda a etapa

é carregada de evidências que são contrárias ou favoráveis.

E isso torna a ferramenta de decisão mais sensível quando comparada por

exemplo com a lógica clássica. Isto foi apresentado por (ALBUQUERQUE, KLIEWER,

CAMPOS, et al, 2009) onde a ferramenta FMEA (Failure Mode Effects Analysis) _lógica

clássica_ foi adaptada para a lógica paraconsistente. A conclusão do artigo foi que para

uma mesma situação a FMEA paraconsistente não aceitou o que a FMEA clássica

aceitou justamente por ser mais sensível.

Além disso no instante que a lógica paraconsistente suporta evidências favoráveis

e contrárias, ela permite que o objeto de estudo seja mais próximo do real. A lógica

paraconsistente foi aplicada por (BISPO, CAZIRINI, 2006, CARVALHO, 2006,

CARVALHO, BRUNSTEIN, ABE, 2003, DA SILVA FILHO, ABE, TORRES, 2006,

KRAUSE, 2004) seja na robótica, computação ou como ferramenta de gestão. Enquanto

nos estudos (CARVALHO, D’OTTAVIANO, 2011, COSTA, BUENO, KRAUSE, 2004).

1.3.4. O porquê de se estudar o Problema Inverso na

Engenharia de Produção

A importância do Problema Inverso aparece pois permite novos tipos de análise.

E a melhor forma é apresentar alguns exemplos.

Suponha que um aluno precise ter média aritmética das médias das 8 disciplinas

que ele estuda no ensino médio para manter a bolsa. Além disso, as médias em cada

disciplina não podem ser menor que 1,0.

Imagina que esse aluno de tecnológica quer fazer o menor esforço possível para

manter essa bolsa. As disciplinas são: Geografia, História, Portugues, Biologia,

Educação Física, Matemática, Física e Química. O cálculo das médias com mínimo de

esforço seria o equivalente a ter média global 7,0. Acima disso não altera a bolsa.

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8

(∑ 𝑛𝑖81 ) : 8 = 7

∑ 𝑛𝑖81 = 56

O aluno sabe que se comparecer a todas as aulas de física ele tem média 10, com

a idéia de que tem que fazer o mínimo de esforço possível suas médias ficam da

seguinte forma:

Quadro 1 – Disciplinas cursadas e suas respectivas notas.

Matérias Nota

Geografia 6,0

História 6,0

Biologia 6,0

Portugues 6,0

Matemática 𝑥1

Física 𝑥2

Química 𝑥3

Ed. Física 10

Analisando a Quadro 1 para que o aluno mantenha a bolsa com o mínimo de

esforço possível, nas matérias que não gosta, ele deverá ter a seguinte média:

(∑ 𝑥𝑖31 ) + (6 + 6 + 6 + 6 +10) = 56

∑ 𝑥𝑖31 = 22

A partir desta última equação ele consegue perceber que basta ter média 7,5 nas

tecnológicas e não faltar as aulas de Educação Física que ele cumprirá os requisitos.

Ao longo das disciplinas da graduação em Engenharia de Produção o aluno se

depara com uma série de ferramentas de gestão que são divididas em etapas

sequenciais para dar um sequenciamento lógico.

Entretanto ao estudar a aplicação de tais ferramentas, é percebido que há

superposição entre as etapas e não apenas isso mas ao longo de ambas as etapas é

necessário um fluxo constante de informação tanto no sentido direto quanto indireto.

Tal fato é percebido no estudo de Planejamento das Instalações ao estudar o

Sistema SLP (Systematic Layout Planning):

No capítulo 1 há a seguinte passagem:

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“Em muitos casos, o trabalho da Fase I envolverá um

estudo de localização ou análise de um novo local. Nesses

casos o responsável pelo planejamento das fases II e III poderá

ou não estar envolvido diretamente na Fase I” (MUTHER, 1978,

p. 4).

Já no capítulo 7 há a seguinte passagem:

“Obviamente este procedimento não é rígido, já que,

mesmo na fase I localização precisaremos ter a área total

necessária. […]

Na prática, durante a Fase I, será necessário entrar

constantemente nos domínios da Fase II: muitas vezes teremos

que nos aprofundar em considerações detalhadas sobre

máquinas, equipamentos, serviços etc. a fim de determinar os

requisitos gerais de espaços necessários para a resolução do

arranjo físico geral.” (MUTHER, 1978, p. 53).

Esses dois trechos evidenciam que é comum na Engenharia de Produção a

resolução de problemas na forma direta e inversa mesmo que o último não seja

devidamente abordado.

Caso o Problema Inverso fosse estudado/ avaliado no sistema SLP essas regiões

de sobreposições poderiam ser melhor explicitadas e organizadas de forma a tornar

mais fácil lidar com quais características devem ser antecipadas.

Apesar de ser feito nesse estudo um estudo do problema inverso voltado para a

Gerencia da Produção é preciso salientar que foram encontrados aplicações para

aplicações em finanças.

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10

Capítulo 2

Fundamentos da Lógica

2.1. Conceitos

A principal fonte bibliográfica no estudo da lógica foi o matemático Newton da

Costa que é o principal nome da literatura no que tange a Paraconsistência. Devido a

complexidade e a sensibilidade nas definições dos conceitos da lógica, tais conceitos

serão apresentados através de citações.

Através da revisão bibliográfica foram levantadas algumas definições sobre a

lógica. De tal forma que será utilizado os conceitos da lógica segundo (COSTA, 1994).

Existem duas formas distintas de se abordar a lógica: a posição dogmática que é

uma posição mais rígida e bem definida, em contraponto com a posição dialética que é

mais maleável estruturalmente.

A definição da posição dogmática segundo da Costa é:

“1. O lógico e o racional, em certo sentido, coincidem. Os

princípios formais basilares da razão (ou do contexto racional)

constituem, na realidade, as leis da lógica (matemática)

tradicional. Não se pode derrogar os princípios fundamentais da

lógica sem se destruir o discurso ou, pelo menos, sem o

complicar desnecessariamente; 2. As leis da lógica (e da

matemática) praticamente independem da experiência. Esta

pode auxiliar na descoberta ou estruturação das leis lógicas,

mas não contribui para as legitimar; 3. Embora os argumentos

que são evocados pelos dogmáticos variem, indo desde

posições metafísicas (certas formas de platonismo) até posições

positivistas (Carnap) ou pragmáticas (Quine, cuja concepção se

denomina logicismo pragmático), o certo é que há uma

determinada univocidade nas suas interpretações da lógica:

existe essencialmente uma única lógica, que pode variar em

suas sistematizações possíveis apenas em questões de

detalhe. (COSTA, 1994, p.17)”.

A definição da posição dialética segundo da Costa é:

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“A concepção dialética, por sua vez, contrasta com a

dogmática especialmente porque: 1. Para ela, o lógico e o

racional nunca se identificam. O exercício da razão pode se dar

através de sistemas lógico-matemáticos distintos, sistemas

esses suscetíveis de diferir entre si pela incorporação ou não de

alguns princípios centrais da cltamada lógica tradicional; 2. A

razão não é auto-suficiente: o sistema lógico que espelha seu

exercício depende da experiência, variando de conformidade

com os tipos de objetos aos quais se aplica. Mais precisamente,

parte da lógica é alicerçada nas interconexões entre a razão e a

experiência. Isto significa, noutras palavras, que a experiência

contribui para legitimar as normas racionais; 3. Não há uma

única lógica. Em princípio, existem várias, todas lícitas do ponto

de vista racional. A escolha dentre elas, no contexto da ciência

ou de um corpo de doutrina patticular, faz-se mais ou menos

como o físico escolhe a geometria que melhor se adapta às suas

pesquisas, dentre as diversas geometrias matematicamente

possíveis. (COSTA, 1994, p.17-18)”.

A principal diferença entre as duas posturas é que enquanto a dogmática trata a

lógica como se possuísse regras imutáveis, onde o experimento não é imprescindível

para a prova, como se existisse uma única lógica e tudo que advém da lógica devesse

cumprir certos requisitos. Já a posição dialética permite que diferentes sistemas sejam

formulados contendo todas as regras ou excluindo algumas, além disso, a razão não é

suficiente para legitimar, a experiência é igualmente importante.

A partir da revisão bibliográfica se chegou a seguinte conclusão: “A lógica é

definida como a ciência que estuda as interferências válidas ao mesmo tempo em que

a separa da matemática uma vez que há métodos aplicadas nesta que não se aplica

àquela. Dando como exemplo a geometria e a lógica onde apesar daquela se valer desta

possuem finalidades distintas (COSTA, 1994)” (EXPOSITO, CAMEIRA, 2014).

Já se definiu as formas de se abordar a lógica e uma definição da lógica em

contraponto da Matemática. Onde o objetivo é separar uma da outra, e constatar que a

matemática como se conhece hoje foi originada da lógica.

O processo em que a Matemática se aproximou na sua forma de se expressar da

lógica foi o processo de axiomatização: “O método fundamental de codificação e de

sistematização das disciplinas dedutivas (isto é, lógico-matemáticas) é o método

axiomático.” (COSTA, 1994, p. 21).

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E existe duas formas de axiomatização a primária e a secundária, a primeira ocorre

quando não se pressupõe nenhuma outra disciplina no processo, enquanto a secundária

se faz necessário pressupor outra disciplina. Definindo da seguinte forma:

“Existem dois níveis de axiomatização: o primário e o

secundário. A sistematização de uma disciplina A faz-se, em

nível secundário, que é o mais comum, assim: escolhem-se

determinadas noções de A, aceitas sem definição, as noções

(ou símbolos) primitivos, e certas proposições que relacionam

essas noções primitivas de A (e, em alguns casos, também

noções de outras ciências imprescindíveis para a

fundamentação axiomática de A), aceitas sem demonstração. A

reduz-se, então, ao conjunto das conseqüências que, através

das leis da lógica, podem ser derivadas das proposições

primitivas aceitas (permite-se a introdução de novos símbolos

em A, por definição, com a finalidade principal de dar ênfase a

idéias importantes ou par. 1 simplificar a exposição).

Evidentemente, se a axiomatização de A depender de outras

disciplinas, por exemplo de A1, A2, ..., An nada impede que se

sistematize simultaneamente A1, A2, ..., An, de modo que o

essencial, na axiomatização secundária, reside na circunstância

de se pressupor uma única ciência de base: a lógica subjacente”

(COSTA, 1994, p.18).

Uma vez que a lógica não pressupõe outra disciplina conclui-se que ela é primária

enquanto a matemática é secundária.

Após a axiomatização de uma disciplina se faz necessário a sua sitematização,

que é definida da seguinte forma:

“[...]escolhem-se símbolos convenientes, e as regras de

formação, que explicitam as combinações simbólicas de S

dotadas de sentido, bem como as regras de inferência, que nos

permitem obter novos arranjos simbólicos a partir de

outrosdados, são enunciadas de modo preciso. Então S

converte-se numa espécie de jogo grafomecânico, realizado

com símbolos fixos e mediante regras bem definidas…”

(COSTA, 1994, p.18).

Com a axiomatização e a sistematização da disciplina, ela se torna mais coesa e

concisa e com isso facilita o seu estudo tanto na sua fronteira quanto na sua revisão. No

instante em que passa a ser estudada a disciplina não só progredirá, mas como também

ela será revista/ alterada. E o mesmo ocorre com a lógica, por consequência a ciência

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também, uma vez que ela não é a mesma em relação ao tempo. Tal característica da

lógica é apresentada por da Costa:

“A razão vai evoluindo à medida que a ciência progride. Em grande parte, isto

decorre de sua própria autocrítica e das dificuldades com que se defrontam as teorias

cientificas para descrever e explocar a realidade.” (COSTA, 1994, p.18).

Se a razão vai evoluindo à medida que a ciência progride pode-se dizer que a

razão se altera ao longo do tempo. E isso possibilita e estimula que conceitos balizados

sejam revistos ou confrontados.

Outro fator crucial para a alteração da razão ao longo do tempo é sua correlação

com o contexto de exposição científica definida por da Costa como: conjunto das

produções científicas de diferentes disciplinas na forma que elas se comunicam. Tais

contextos estão em conformidade com os conhecimentos da mesma época. Isso

garante uma relação de uma com outra de tal forma que com o passar do tempo a

ciência progride o conhecimento avança, alterando os contextos de exposição científica

e, por fim, altera as leis razão. (COSTA, 1994).

Da Costa evidencia a relação da lógica com o tempo da seguinte forma:

“O sistema total das ciências, em determinado momento

histórico t, 𝐶𝑡, não é sempre o mesmo, dependendo de t. […] Já

assinalamos um dos traços marcantes de 𝐶𝑡, que é o de 𝐶𝑡 ser

função do tempo.” (COSTA, 1994).

Tendo demonstrado a relação da ciência com o tempo e evidenciando fatores que

a alteram. Surge então a possibilidade de regras ou conceitos balizados serem revistos

e alterados. Isso é uma aplicação do conceito que foi apresentado anteriormente que foi

a postura dialética em relação à lógica.

Esse processo que a ciência passa de forma natural ao longo do tempo é a

dialetização sendo definida de modo formal por da Costa da seguinte forma:

“[...] dialetizar determinada concepção significa apenas

questioná-la, reformulá-la, negá-Ia mesmo, demonstrando que

os pressupostos a ele subjacentes são por demais ingênuos,

devendo ser, ou já tendo sido substituídos por outros novos,

mais finos e melhor adaptados aos fatos[...]” (COSTA, 1994,

p.18).

Com isso neste estudo os conceitos necessários para começar a discutir a lógica

como aplicação para a Engenharia foi apresentado. Sendo necessário definir uma das

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consequências do processo de dialetização na lógica, que foi a criação de lógicas não-

clássicas ou ortodoxa, à qual a lógica paraconsistente pertence.

2.2. Lógicas Ortodoxas

A lógicas clássica possui 6 conceitos importantes segundo (Carvalho, Abe, 2011):

• Regra de Modus Ponens

• Demonstração ou Prova

• Teorema

• Dedução

• Consequência Sintática

• Tautologia

• Teorema da Dedução

Para explicar os conceitos citados acima se faz necessário apresentar os símbolos

da lógica:

• ¬: Negação

• ∧: Conjunção

• ∨: Disjunção

• →: Implicação

• ↔: Bi-Implicação

Os 6 conceitos importantes da lógica serão apresentados utilizando como base

(CARVALHO, ABE, 2011):

• Regra de Modus Ponens: se refere a inferência, 𝐴,𝐴 → 𝐵

𝐵, que quer dizer:

se A for verdadeiro e A implicar B, então B também será verdadeira

• Demonstração: sequencia finita de fórmulas tal que ou é um axioma ou foi

obtido pela regra modus ponens

• Teorema: A será chamada de teorema se A = 𝐴𝑛. Onde a sequencia de

fórmulas (𝐴1, 𝐴2, … , 𝐴𝑛) chama-se demonstração

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• Dedução: seja T um conjunto de fórmulas _T = (𝐴1, 𝐴2, … , 𝐴𝑛)_. Uma

dedução a partir de T é qualquer sequencia finita de fórmulas sendo: ou

um axioma, ou pertencente a T, ou foi obtido pela regra de modus ponens

• Consequencia Sintática: ocorre quando existir uma dedução a partir de

um conjunto de fórmulas T. Tal que essa dedução seja igual a uma fórmula.

• Tautologia: é quando numa fórmula para quaisquer valores da sua tabela

verdade esta fórmula será sempre verdade. Sendo sempre falsa se

denomina contradição

• Teorema da Dedução: sendo T um conjunto de fórmulas, A e B duas

fórmulas. Se de T e A se deduz B, então de T se deduz A implica B

2.3. Lógicas Heterodoxas

As lógicas heterodoxas são uma consequência da postura dialética, e sua criação

passa pelo processo de dialetização. De uma forma geral uma lógica não-clássica (ou

heterodoxa) surge quando se dialetiza alguma regra da lógica clássica (ortodoxa).

Historicamente falando o que inspirou o surgimento de lógica não-clássicas foi o

surgimento de geometrias não-euclidianas. Existia a geometria euclidiana, mas com a

necessidade dos artistas em fazer obras cada vez mais realistas (proporcionais com a

realidade) foi desenvolvido geometrias não-euclidianas. Exemplo prático disso é

encontrado quando se estuda paralelismo na geometria euclidiana em que se afirma:

duas retas paralelas nunca se cruzam. Entretanto, ao estudar geometria não-euclidiana

(um exemplo é quando se estuda proporcionalidade de uma figura em perspectiva) se

constata que duas retas paralelas se cruzam no infinito e tal ponto é chamado de ponto

de fuga.

E com a dialetização do paralelismo foi permitido a abordagem e desenvolvimento

das fronteiras do conhecimento. Tal fato serviu como base para a dialetização de regras

clássicas e suas aplicações variadas.

Segundo (Carvalho, Fábio; Abe, Jair; 2011) há dois grupos de lógicas

heterodoxas:

• Complementa a Revista Clássica

• Rivaliza a Lógica Clássica

Exemplos de Lógicas Heterodoxas que complementam a clássica:

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• Lógicas Imperativas: são lógicas que tratam de sentenças definidas em

modo imperativo, afetando, com isso, nas regras de inferência.

• Lógicas Infinitárias: são lógicas que tratam de argumentos infinitamente

longas, tal fato, força uma abrangência nas classificações da lógica como,

compacto e completo.

• Lógica Temporais: são lógicas que tratam de sentenças expressas em

função do tempo.

Exemplos de Lógicas Heterodoxas que rivalizam com a clássica:

• Lógicas Não-Reflexivas: lógicas que dialetizam o princípio da identidade,

restringindo-a. Tal princípio afirma que se A = B e B = C logo A = C.

• Lógicas Paracompletas: lógicas que dialetizam o princípio do terceiro

excluído. Tal princípio afirma que da uma sentença B ou B é verdadeira

ou ¬B (não B) é verdadeira.

• Lógica Fuzzy: lógica que rejeita a o princípio do terceiro excluído citado

acima. Isso ocorre no instante em que a lógica fuzzy lida com suas

verdades não como se fosse uma característica mas sim pertencimento.

Dessa forma ao invés de dizer A = B se diz que A = C, onde C denota um

valor entre [0,1] e representa o grau de pertencimento a característica C.

2.3. Lógicas Paraconsistentes

A lógica paraconsistente é uma lógica que dialetiza o princípio da não-

contradição que afirma que ambas afirmações C e sua negação ¬C não podem ser

verdadeiras simultaneamente, ou seja, ou C ou ¬C será verdadeira.

Antes de continuar será analisado esse princípio e seu papel na definição do

conceito de trivial (será definido mais adiante). Uma consequência lógica do princípio da

não-contradição é que se C e ¬C fossem verdadeiros qualquer afirmação (B) será

verdadeira. Isso será apresentado da seguinte forma:

I. C e ¬C são verdadeiros

II. C ou B é verdadeiro

III. Como ¬C é verdadeiro para que “II” seja,verdadeiro, B tem que ser

verdadeiro.

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Uma teoria T é inconsistente se tanto o teorema A quanto ¬A forem teoremas de

T. Caso contrário ela é chamada de consistente. Sendo T um subconjunto de F se todas

as fórmulas de F são teoremas de T, T é trivial se, e somente se, T = F. Caso contrário,

T é não-trivial (Carvalho, Fábio; Abe, Jair; 2011).

Para que uma teoria seja paraconsistente é necessário que seja inconsistente e

não trivial. Isso se opõe a lógica clássica justamente por sua consequência no princípio

da contradição uma vez que dada duas afirmações C e ¬C, nem toda afirmação B será

verdadeira.

Antes de começar a adentrar no principal tema desse estudo (Lógica

Paraconsistente Anotada Evidencial). Uma lógica C chama-se paracompleta quando ela

contradiz o princípio do terceiro excluído no instante em que tanto A e ¬A são falsas.

Por fim, uma lógica C não alética tem que ser paraconsistente e paracompleta (Carvalho,

Abe, Jair; 2011).

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Capítulo 3

Lógica Paraconsistente Anotada

Evidencial 𝐄𝝉

3.1. Lógica Paraconsistente Anotada (LPA)

Os principais nomes que estudam a lógica paraconsistente anotada são Da

Casto, Vago, Subrahmanian, Abe e Akama (Carvalho, Abe, 2011). No estudo da lógica

paraconsistente anotada foi expandido por sua aplicação em linguagem de programação

(Paralog), circuitos elétricos e robótica, com o robô Emmy (DA SILVA FILHO, ABE,

TORRES, 2006).

No estudo da LPA foi criado um reticulado que é uma forma de classificar cada

proposição feita:

Figura 2 – Reticulado com as possíveis classificações das proposições.

A lógica paraconsistente tem como objetivo definir bem suas proposições. A

partir da Figura 2 são definidas as seguintes classificações :

• V: é verdade

• F: é falsidade

• T: é inconsistência

• ⊥: é paracompleteza

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Toda afirmação na LPA é do tipo 𝑝𝜇, onde 𝑝 é a afirmação e 𝜇 é uma constante

de anotação (Carvalho, Abe, 2011).

3.2. Lógica Paraconsistente Anotada Evidencial 𝐄𝝉

Na LPA Evidencial E𝜏 toda proposição estará associada a uma constante de

anotação só que ao invés de ser da forma apresentada anteriormente (𝑝𝜇) será da forma

(𝑝(𝑎,𝑏)). A primeira diferença é que a constante de anotação deixou de ser 𝜇 e passou a

ser (a,b).

Tanto o valor de (a) quanto o valor de (b) podem assumit valores entre [0,1]. Seus

valores associados a uma proposição 𝑝 formam a constante de anotação. O significado

é:

• a = grau de evidencia favorável

• b = grau de evidencia contrária

Com isso se tem a representação geométrica para o que foi apresentado:

Figura 3 – Quadrado unitário do plano cartesiano (QUPC). Adaptado de CARVALHO (2006).

A partir da Figura 3 é possível constatar o paralelo com o plano cartesiano on o

grau de evidencia contrária (b) assumirá os valores do eixo das ordenadas (y), enquanto

o grau de evidencia favorável (a) assumirá os valores do eixo das absissas (x). Como a

e b pertencem ao intervalo fechado [0,1], se conclui que o par (a,b) serão pontos

contidos no quadrado ABCD.

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A partir da análise geométrica é de se esperar que os vértices possuam

propriedades diferentes dos outros ou que representem algo mais características, uma

vez que são formados apenas por valores de fronteira. Segue a definição para os pares

(a,b):

• (1,0): representa a verdade

• (0,1): representa a falsidade

• (1,1): representa a inconsistência

• (0,0): representa a paracompleteza

Com isso se tem a seguinte representação:

Figura 4 – QUPC com as classificações das proposições. Adaptado de CARVALHO (2006).

A partir da Figura 4 é possível concluir que 𝑝(𝑎,𝑏) significa que uma proposição p

possui um grau de evidencia favorável a e um grau de evidencia contrária b. Por fim,

vale definir que o par (0,5) define para uma proposição, a indefinição.

3.3 Quadrado Unitário do Plano Cartesiano (QUPC)

Uma vez tendo delimitado as fronteiras dos possíveis valores de a e b, se analisará

as regiões internas desse quadrado unitário quanto a propriedades e determinação de

alguns parâmetros de avaliação.

Primeiro será observado a linha originida do pontos C e D observada na Figura 5.

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Figura 5 – Linha perfeitamente definida (LPD). Adaptado de CARVALHO (2006).

O segmento CD é chamado de linha perfeitamente definida (LPD). Isso porque

são pontos que estão equidistantes do ponto de inconsistência (B) e de ponto de

paracompleteza (A). Imagine agora que fossem traçadas retas paralelas à linha CD.

Seria visualizado que quanto mais próximo ou de A ou de B estas retas forem, as

incertezas estarão aumentando.

Com isso foi definido o seguinte parâmetro Grau de incerteza da constante de

anotação (a;b) como:

G = a + b - 1

Perceba que LPD, algebricamente falando, é definida quando G = 0. Por saber de

antemão que a e b variam entre [0,1], conclue-se que o valor máximo de G é 1 (a = 1; b

= 1) e o valor mínimo de G é -1 (a = 0; b = 0). Já foi feito o paralelo entre “a e b” no

quadrado unitário com o “x e y” no plano cartesiano. Dito isso a equação de G será

reescrita para facilitar o entendimento tanto conceitual quanto matemático.

G = a + b – 1

0 = a + b – (1 + G)

b = -(a) + (1 + G)

Sabe-se que a equação b = -(a) + (1 + G), possui a mesma forma que a equação:

y = -(x) + (1 + G)

(1 + G) é definido como coeficiente linear da reta, e que alterar apenas o valor do

coeficiente linear geometricamente falando o que ocorre é simplesmente na

determinação de retas pararelas a reta original. Assumindo que o valor de referencia é

G = 0 (LPD). Alterar o valor de G entre [-1,1] significa, portanto, em traçar retas paralelas

a reta CD na região interna do quadrado unitário.

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E quanto maior for o valor G mais próximo esta reta estará de B e quanto menor

for o valor de G mais próximo de A esta reta será. Tal afirmativa é observada

graficamente na Figura 6.

Figura 6 – Representação gráfica do grau de incerteza (G). Adaptado de CARVALHO (2006).

Analogamente, será observado a linha entre os pontos A e B na figura Figura 7.

Figura 7 – Linha perfeitamente indefinida (LPI). Adaptado de CARVALHO (2006).

O segmento AB é chamado de linha perfeitamente indefinida (LPI). Isso porque

são pontos que estão equidistantes do ponto de falsidade (D) e de ponto de verdade

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(C). Novamente, imagine que fossem traçados retas paralelas a linha AB seria

visualizado, então, retas que quanto mais próximo ou de D ou de C estas retas forem,

as incertezas estarão diminuindo.

Com isso foi definido o seguinte parâmetro Grau de certeza da constante de

anotação (a;b) como:

H = a - b

Novamente, perceba que LPI, algebricamente falando, é definida quando H = 0.

Por saber de antemão que a e b variam entre [0,1], conclue-se que o valor máximo de

H é 1 (a = 1; b = 0) e o valor mínimo de H é -1 (a = 0; b = 1). A equação de H será

reescrita para facilitar o entendimento tanto conceitual quanto matemático.

H = a - b

0 = a - b - H

b = a - H

Sabe-se que a equação b = a - H, possui a mesma forma que a equação:

y = x - H

(- H) é definido como coeficiente linear da reta, e que alterar apenas o valor do

coeficiente linear, geometricamente falando, gerará retas pararelas a reta original.

Assumindo que o valor de referencia é H = 0 (LPI), ao alterar o valor de H entre [-1,1]

significa, portanto, em traçar retas paralelas a reta AB na região interna do quadrado

unitário.

E quanto maior for o valor H mais próximo esta reta estará de C e quanto menor

for o valor de H mais próximo de D esta reta estará. A interpretação gráfica de H é

observada na Figura 8.

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24

Figura 8 – Representação gráfica do grau de certeza (H). Adaptado de CARVALHO (2006).

3.4 Nível de Exigência

Nível de exigência é o parâmetro da regra de decisão da ferramenta lógica

paraconsistente anotada, será estudada mais a frente quando for analisado o método

paraconsistente de decisão (MPD).

O que será definido são as regiões formadas quando se define o nível de

exigência. Os parâmetros usados são H e G, portanto sabe-se a priori que as regiões

formadas serão limitadas por retas paralelas a LPI e LPD e que quanto maior o valor do

módulo de seus valores mais próximas, do vértice, as retas estarão.

Ou seja, quanto maior o nível de exigência for fixada, maior é a necessidade de

precisão do resultado. O quadrado unitário passa a ter a configuração da Figura 9

quando se traça as retas paralelas.

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Figura 9 – Retas paralelas traçadas com NE = H = G, uma vez NE sendo definido. Adaptado de CARVALHO (2006).

É observado que o nível de exigência (NE) é definido da seguinte forma:

NE = | H | = | G |

Sendo necessário, agora, a definição das regiões triangulares formadas pelas

retas paralelas e os vértices do quadrado, destacadas na figura Figura 10.

Figura 10 – Regiões das classificações das proposições com a defnição do NE. Adaptado de CARVALHO (2006).

A partir da figura as regiões são definidas como:

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• DTU = Região de Falsidade

• CPQ = Região de Verdade

• AMN = Região de Paracompleteza

• BRS = Região de Inconsistencia

• MNTUSRQP = Região de Baixa Definição

Além disso as retas (PQ, RS, TU, MN) que separam as regiões bem definidas das

regiões de baixa definição, também recebem uma classificação:

• PQ = linha limite de verdade

• RS = linha limite de inconsistência

• TU = linha limite de falsidade

• MN = linha limite de paracompleteza

3.5 Operadores da Lógica 𝐄𝝉 (Mín e Máx)

Na lógica E𝜏 cada proposição p é associada a uma constante de anotação (a,b).

Na aplicação do método paraconsistente de decisão uma mesma categoria possuirá

diversas n anotações 𝑝(𝑎,𝑏).

Como o cálculo para tomada de decisão é através do baricentro e que é preciso

escolher para uma mesma categoria e das n anotações qual será a anotação 𝑝(𝑎,𝑏)

utilizada no cálculo do baricentro.

Para resolver esse problema foram elaborados dois operadores: Máximo e o

Mínimo. A forma como se aplica e o porquê de serem empregados no Método

Paraconsistente de Decisão serão explicados no próximo capítulo.

O operador MÁX tem como objetivo maximizar o grau de certeza, escolhendo o

melhor valor para o grau de evidência favorável (a) e o menor valor para o grau de

evidência contrária (b).

Ou seja, dada uma proposição p e associada a ela se tenha várias anotações

formando um conjunto:

A = {(𝑎1; 𝑏1); (𝑎2; 𝑏2); (𝑎3; 𝑏3)}

Ao aplicar o operador MÁX em A, tem como resultado:

MÁX (A) = (𝑎𝑚á𝑥; 𝑏𝑚í𝑛)

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Já o operador MÍN tem como objetivo minimizar o grau de certeza, escolhendo o

menor valor para o grau de evidência favorável (a) e o menor valor para o grau de

evidência contrária (b).

Ou seja, dada uma proposição p e associada a ela se tenha várias anotações

formando um conjunto:

B = {(𝑎1, 𝑏1); (𝑎2, 𝑏2); (𝑎3, 𝑏3)}

Ao aplicar o operador MÍN em B, tem como resultado:

MÍN (B) = (𝑎𝑚í𝑛, 𝑏𝑚á𝑥)

Dado duas anotações 𝜇1 e 𝜇1 ao aplicar os operadores MÍN e MÁX se tem a

representação gráfica da Figura 11.

Figura 11 – Representação gráfica dos operadores Máx e Mín. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

3.5 Operadores da Lógica 𝐄𝝉 (NOT, OR e AND)

O operador NOT, aplicado na constante de anotação, é definido na lógica E𝜏 da

seguinte forma:

NOT (a;b) = (b;a)

Tendo como interpretação geométrica representada na Figura 12:

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Figura 12 - Representação gráfica do operador Not. Adaptado de CARVALHO (2006).

O operador OR aplicado a um conjunto de anotações de uma proposição é definido

da seguinte forma:

Dado um conjunto de anotações

C = {(𝑎1; 𝑏1); (𝑎2; 𝑏2); (𝑎3; 𝑏3)}

Ao aplicar o operador OR em C, tem como resultado:

OR (A) = (𝑎𝑚á𝑥; 𝑏𝑚á𝑥)

O operador OR é também chamado de regra de maximização. Tendo como

interpretação geométrica representada na Figura 13:

Figura 13 - Representação gráfica do operador OR. Adaptado de CARVALHO (2006).

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O operador AND aplicado a um conjunto de anotações de uma proposição é

definido da seguinte forma:

Dado um conjunto de anotações

D = {(𝑎1; 𝑏1); (𝑎2; 𝑏2); (𝑎3; 𝑏3)}

Ao aplicar o operador AND em D, tem como resultado:

AND (D) = (𝑎𝑚í𝑛; 𝑏𝑚í𝑛)

O operador AND é também chamado de regra de minimização. Tendo como

interpretação geométrica representada na Figura 14:

Figura 14 - Representação gráfica do operador AND. Adaptado de CARVALHO (2006).

É preciso entender que no MPD diferentes especialistas serão consultados, onde

cada um deles dará uma anotação. No instante que se for fazer os cálculos será

necessário tratar tais anotações. Os operadores são que uma forma lógica de se tratar

as anotações, com o objetivo de se ter como resultado uma única anotação.

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Capítulo 4

Método Paraconsistente de Decisão

4.1. Aspectos Gerais

Uma vez apresentado o ferramentário da lógica paraconsistente anotada

evidencial, cumpre-se o requisito necessário para se entender o processo de decisão

baseada na lógica paraconsistente.

Basicamente, o processo é composto de 8 etapas (Carvalho, Fábio; Abe, Jair;

2011) sendo elas representadas na Figura 15 e Figura 16.

Figura 15 – Fluxo da primeira metade do processo do MPD.

Figura 16 - Fluxo da segunda metade do processo do MPD.

4.2 Etapas do MPD

Nesta seção cada etapa será abordada com o intuito de permitir que o leitor

entenda o MPD como um todo.

4.2.1. Fixação do nível de exigência

O método começa com a fixação do nível de exigência (NE), no instante que isso

feita as regiões do quadrado unitário são definidos da seguinte forma:

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NE = 0,6

Com isso se define as regras de decisão do método:

i. H ≥ 0,6: decisão favorável

ii. - 0,6 < H < 0,6: análise não conclusiva

iii. H ≤ - 0,6

E ao definir a decisão favorável através do nível de exigência, fica definido a região

de verdade a partir de (i). Com isso, as linhas limites das regiões bem definidas do

quadrado unitário são determinadas da seguinte forma:

| H | = | G | = 0,6

Concluindo essa etapa com a elaboração do quadrado unitário com suas regiões

determinadas.

4.2.2. Escolha dos fatores

A escolha dos fatores nada mais são que a determinação das proposições que

serão classificadas por uma constante de anotação em outras palavras, sendo 𝑝(𝑎,𝑏):

• 𝑝 : fator

• (𝑎, 𝑏) : classificação do fator

Como a regra de decisão é feita através da análise do baricentro dos pontos, é

preciso se atentar para o fato de que os n-fatores não terão a mesma influência. Com

isso, é bastante razoável que se tenha pesos associados a cada um dos fatores.

Tais pesos são determinados com auxílio de especialistas, alguns exemplos:

• Não há uma relevância relativa entre os fatores, logo P = 1

• Há diferença de importância entre os fatores, para cada fator os

especialistas atribuirão um valor para o peso. O peso adotado será a

média aritmética dos valores atribuídos a um mesmo peso.

• Há diferença de importância tanto entre fatores quanto na opinião dos

especialistas. Nesse caso a priori são definidos pesos para a opinião de

cada especialista. Depois os especialistas atribuem os valores dos pesos

para cada um dos fatores. E o peso de cada fator será determinado

através da média ponderada através dos valores atribuídos pelos

especialistas e o peso de suas opiniões.

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Com isso os dados são organizados, conforme a Quadro 2:

Quadro 2 - Quadro dos pesos associados aos seus respectivos fatores. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos

𝐹1 𝑃1

𝐹2 𝑃2

𝐹3 𝑃3

𝐹4 𝑃4

4.2.3. Determinação das seções

Uma vez tendo definido os fatores e seus respectivos pesos se faz necessário

dividir cada fator em subespaços para que fique mais fácil a análise por parte dos

especialistas na hora de determinar as constantes associadas para cada fator.

As seções são geralmente subdivididas em 3 regiões, mas as vezes são feitas

divisões em 5 regiões, será dado um exemplo de subdivisão em 3 regiões:

Sendo 𝐹𝑖 dividido em 3 regiões 𝑆𝑖,𝑗, (𝑆𝑖,1; 𝑆𝑖,2; 𝑆𝑖,3), onde i significa o fator a qual a

qual aquela seção se refere, e sendo 𝐿𝑘 os valores assumidos pelos fatores e que

servem como limitantes às regiões (𝑆𝑖,1; 𝑆𝑖,2; 𝑆𝑖,3). Onde 𝐿1 separa as regiões 𝑆𝑖,1 e 𝑆𝑖,2,

e 𝐿2 que separa as regiões 𝑆𝑖,2 e 𝑆𝑖,3. As regiões são determinadas matematicamente

da seguinte forma para os 𝐹𝑖 fatores:

• 𝑆𝑖,1 : para valores 𝐹𝑖 < 𝐿1

• 𝑆𝑖,2 : para valores 𝐿1 < 𝐹𝑖 < 𝐿3

• 𝑆𝑖,3 : para valores 𝐹𝑖 > 𝐿3

Tais divisões de cada fator devem ser realizadas com auxílio de um grupo de

especialistas. Não é necessário que todos os fatores tenham um mesmo número de

seções uma vez que isso não alterará a matriz final que expressará a realidade e com

isso não afetará no cálculo do baricentro.

Além disso, as seções devem ser divididas com o pensamento de classifica-las,

exemplo para três seções:

• Uma seção será classificada como favorável

• Uma seção será classificada como indiferente

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• Uma seção será classificada como desfavorável

No caso de 5 seções seriam adicionadas mais 2 seções e suas classificações

seriam muito favorável e muito desfavorável.

Com isso os dados são organizados como apresentado na Quadro 3:

Quadro 3 - Seções associadas aos respectivos fatores com seus pesos. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções

𝐹1 𝑃1

𝑆1,1

𝑆1,2

𝑆1,3

𝐹2 𝑃2

𝑆2,1

𝑆2,2

𝑆2,3

𝐹3 𝑃3

𝑆3,1

𝑆3,2

𝑆3,3

𝐹4 𝑃4

𝑆4,1

𝑆4,2

𝑆4,3

4.2.4. Construção a base de dados

Tendo definido o (peso) para o cálculo do baricentro e (fatores, seções) para a

definição do 𝑝 de 𝑝(𝑎,𝑏), resta agora definir (𝑎, 𝑏) que é a constante de anotação. Para

tal, a fim de facilitar na interpretação e finalização da tabela de dado será feita a seguinte

igualdade:

Cada constante de anotação (𝑎, 𝑏) associado a uma seção de um fator, será

representada na tabela da seguinte forma 𝑚𝑖,𝑗,𝑒. Representando o par (𝑎, 𝑏) do fator i,

da seção j, classificada pelo especialista e.

Tal classifição das seções de cada fator será dada por cada especialista, através

de entrevista. Tendo feito isso a Quadro 3 será completada e assumirá a forma da

Quadro 4.

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Quadro 4 - Anotações m associada às Seções S e dadas por cada especialista E. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções 𝑬𝟏 𝑬𝟐 𝑬𝟑 𝑬𝟒

𝐹1 𝑃1

𝑆1,1 𝑚1,1,1 𝑚1,1,2 𝑚1,1,3 𝑚1,1,4

𝑆1,2 𝑚1,2,1 𝑚1,2,2 𝑚1,2,3 𝑚1,2,4

𝑆1,3 𝑚1,3,1 𝑚1,3,2 𝑚1,3,3 𝑚1,3,4

𝐹2 𝑃2

𝑆2,1 𝑚2,1,1 𝑚2,1,2 𝑚2,1,3 𝑚2,1,4

𝑆2,2 𝑚2,2,1 𝑚2,2,2 𝑚2,2,3 𝑚2,2,4

𝑆2,3 𝑚2,3,1 𝑚2,3,2 𝑚2,3,3 𝑚2,3,4

𝐹3 𝑃3

𝑆3,1 𝑚3,1,1 𝑚3,1,2 𝑚3,1,3 𝑚3,1,4

𝑆3,2 𝑚3,2,1 𝑚3,2,2 𝑚3,2,3 𝑚3,2,4

𝑆3,3 𝑚3,3,1 𝑚3,3,2 𝑚3,3,3 𝑚3,3,4

𝐹4 𝑃4

𝑆4,1 𝑚4,1,1 𝑚4,1,2 𝑚4,1,3 𝑚4,1,4

𝑆4,2 𝑚4,2,1 𝑚4,2,2 𝑚4,2,3 𝑚4,2,4

𝑆4,3 𝑚4,3,1 𝑚4,3,2 𝑚4,3,3 𝑚4,3,4

4.2.5. Pesquisa de campo

Uma vez tendo determinado todos valores dos fatores e seções com suas

respectivas constantes de anotação. Deve ser feita uma análise real do que se está

estudando, seguindo os passos:

i. Para cada fator será determinado em que seção se encontra

ii. Utilizando a tabela anterior como base são anotados os valores 𝑚𝑖,𝑗,𝑒

associada a seção na qual o fator se encontra

Com isso a tabela situação real terá a forma da Quadro 5:

Quadro 5 - Situação real tendo definido as Seções. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções 𝑬𝟏 𝑬𝟐 𝑬𝟑 𝑬𝟒

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 𝑚1,𝑗,1 𝑚1,𝑗,2 𝑚1,𝑗,3 𝑚1,𝑗,4

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 𝑚2,𝑗,1 𝑚2,𝑗,2 𝑚2,𝑗,3 𝑚2,𝑗,4

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 𝑚3,𝑗,1 𝑚3,𝑗,2 𝑚3,𝑗,3 𝑚3,𝑗,4

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 𝑚4,𝑗,1 𝑚4,𝑗,2 𝑚4,𝑗,3 𝑚4,𝑗,4

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4.2.6. Cálculo das anotações resultantes

Uma vez tendo definido as situações reais do contexto de estudo, deve ser

determinado qual será o valor final associado aos (Fatores e Seções). Uma vez que será

utilizado para o cálculo do baricentro apenas 1 valor associado aos (Fatores e Seções).

Com isso será necessário trabalhar em cima dos valores destacados da Quadro

6.

Quadro 6 - Anotações que serão dados de entrada para aplicação dos operadores. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções 𝑬𝟏 𝑬𝟐 𝑬𝟑 𝑬𝟒

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 𝑚1,𝑗,1 𝑚1,𝑗,2 𝑚1,𝑗,3 𝑚1,𝑗,4

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 𝑚2,𝑗,1 𝑚2,𝑗,2 𝑚2,𝑗,3 𝑚2,𝑗,4

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 𝑚3,𝑗,1 𝑚3,𝑗,2 𝑚3,𝑗,3 𝑚3,𝑗,4

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 𝑚4,𝑗,1 𝑚4,𝑗,2 𝑚4,𝑗,3 𝑚4,𝑗,4

Para se determinar os valores é necessário fazer algumas observações. As

opiniões dos especialistas não são igualmente relevantes, uns terão uma relevância

maior que outros e igual a uns outros especialistas. Com isso pode vir a ser necessário

dividir os especialistas quanto a relevância de sua opinião.

Para trabalhar os valores serão utilizados os operadores lógicos (NOT, MÍN, MÁX,

OR, AND) só que neste capítulo será apontado em que situações utilizar cada um dos

operadores para resolver o presente problema. No final desta seção serão apresentados

alguns exemplos de fluxograma na aplicação dos operadores.

Apesar de serem diferentes os aplicadores (MÍN, AND) são aplicados quando dois

ou mais itens são todos determinantes sendo indispensável que todos apresentem

condições favoráveis para que se possa considerar o resultado da análise satisfatório.

Enquanto os aplicadores (MÁX, OR) são aplicados quando dois ou mais itens não

são todos determinantes todos determinantes bastando apenas que apenas um deles

tenha condição favorável para se considerar satisfatório.

Na Figura 17 se tem um exemplo de como as opiniões dos especialistas são

organizadas. Para que sejam definidos quais operadores aplicar, ao fim do roteiro o

resultado será uma única anotação para cada fator. Permitindo que seja calculado o

baricentro e tomado a decisão.

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Figura 17 - Exemplo de aplicação dos operadores no MPD. Adaptado de CARVALHO (2006).

4.2.7. Determinação do Baricentro e a Tomada de decisão

Uma vez determinado todos os parâmetros necessários para o cálculo do

baricentro, será obtido a Quadro 7, onde (𝑎𝑖,𝑅; 𝑏𝑖,𝑅) significa o resultado da aplicação

dos operadores em relação ao fator i:

Quadro 7 - Resultado final tendo aplicado os operadores. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções Anotação

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 (𝑎1,𝑅; 𝑏1,𝑅)

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 (𝑎2,𝑅; 𝑏2,𝑅)

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 (𝑎3,𝑅; 𝑏3,𝑅)

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 (𝑎4,𝑅; 𝑏4,𝑅)

Utilizando a coluna dos Pesos e das Anotações é possível calcular o Baricentro

(𝑎𝑤; 𝑏𝑤) da seguinte forma:

𝑎𝑤 = ∑ (𝑃𝑖)4

1 .(𝑎𝑖,𝑅)

∑ 𝑃𝑖41

𝑏𝑤 = ∑ (𝑃𝑖)4

1 .(𝑏𝑖,𝑅)

∑ 𝑃𝑖41

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Tal resultado é observado na Figura 18, onde o baricentro está sendo

representado com seu valor H = a – b, o seguinte resultado:

Figura 18 - Representação gráfica do baricentro. Adaptado de CARVALHO (2006).

Uma vez tendo os valores de (𝑎𝑤; 𝑏𝑤), resta apenas calcular:

𝐻𝑤 = 𝑎𝑤 - 𝑏𝑤

Onde 𝐻𝑤 é o grau de certeza do baricentro calculado. Restando, agora, apenas a

comparação com o nível de exigência (NE) seguindo as regras já citadas:

i. 𝐻𝑤 ≥ NE: decisão favorável

ii. - NE < 𝐻𝑤 < NE: análise não conclusiva

iii. H ≤ - NE

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Capítulo 5

Problema Inverso

5.1. Aspectos Gerais

Para falar sobre problema inverso será feita uma analogia: a média do rendimento

de um aluno é calculado a partir da média aritmética, ou seja, (A + B) / 2 = M. A partir

daqui, há duas formas de abordar essa modelagem:

• Direta: tendo A e B como informações de entrada e o M como saída. Qual

a minha média?

• Inversa: tendo M como informações de entrada e A e B como saída. Quais

tem que ser minhas notas para ser ter a média M?

É preciso salientar que essa separação entre direto e inverso não é algo trivial e

nem essencial.

“[...] não há razão matemática que justifique a distinção

entre problemas inversos e diretos. De fato, como observou J.

Keller [24], o conceito adequado é dizer que dois problemas são

inversos entre si se a formulação de cada um deles envolve

parte ou toda a solução do outro. Normalmente, o que surgiu

primeiro é chamado de problema direto, enquanto o outro é

chamado de problema inverso.” (Neto, Neto, 2005).

O que pode gerar uma dúvida em relação a relevância neste tipo de abordagem,

e uma ótima forma de exemplificar a aplicação dessa abordagem foi na descoberta do

planeta Netuno como explicado por Neil Degrasse Tyson no podcast Joe Rogan

Experience:

“[…] na Caltech, eles encontraram esses objetos no

Kuiper Belt de corpos geladosem que Plutão era um membro,

foi feita um controle do movimento e você diz: Ok, se eu

adicionar toda a gravidade que afeta eles, deveria fazer com que

eles se movessem dessa forma. Mas eles não fazem isso, eles

se movem em outra direção, de outra forma. Então ou as Leis

Newton aplicadas à gravidade estão falando nos confins do

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Sistema Solar ou existe um objeto que sua gravidade de estar

de acordo com o movimento destes objetos. Então eles dizem:

Vamos assumir que Newton está certo, que objeto deve ser

colocado lá?, a que distância? E qual tamanho? para influenciar

no movimento desses objetos no Kuiper Belt para a forma que

observamos. […] Então, agora nós temos programas avançados

com modelagem de alta precisão, e eles dizem que deve haver

um planeta em algum lugar neste arco do céu, vamos procurar

por isto. Porque nós achamos que está afetando a órbita desses

outros objetos. E essa é uma forma completamente nobre de se

descobrir um planeta, foi assim que Netuno foi descoberto […]”

(ROGAN, 2017, 33:44).

Nesse trecho se percebe a aplicação da lógica do problema inverso onde o

objetivo foi encontrar qual o dado de entrada (distância e tamanho) para que se tenha o

resultado esperado.

Mas qual o benefício de se estudar/ aplicar a lógica do problema reverso na

Engenharia de Produção? As principais ferramentas matemáticas ensinadas são fruto

da Otimização ou Estatística. E essas ferramentas são ótimas para se utilizar do

passado para decidir o futuro.

Inclusive, o fato de usar dados estatísticos como base para tomada de decisão

acaba se tornando um entrave quando se estuda em Planejamento Estratégico ponto

de inflexão.

Isso permite que ao utilizar as ferramentas de gestão a pergunta: “O que precisa

ser feito para que o resultado seja melhorado?”. Posso ser feito, e não apenas isso, uma

vez algoritmizado permite que essa resposta possa ser otimizada.

Oferecendo aos Engenheiros de Produção, não apenas ferramentas relacionadas

ao passado mas, também, ferramentas que permitem planejamento e mudanças

relacionadas ao futuro.

5.2. Formalização

Problema inverso será abordado de uma forma mais formal, matematicamente

falando. Uma representação gráfica é vista na Figura 19:

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Figura 19 - Representação do problema direto. Adaptado de BAUMEISTER, LEITÃO (2005).

Há os dados de entrada, os parâmetros da transformação que os dados de entrada

passarão, resultando nos dados de saída. Com isso se tem a primeira formalização

(artigo do impa – simpósio):

A(p).x = y

Sendo,

X = espaço dos dados de entrada

Y = espaço dos dados de saída

P = espaço do sistema de parâmetros

5.2.1. Classificação dos Problemas Inversos

A partir disso é possível formular 3 tipos de problemas:

i. Tendo (x ∈ X) e (p ∈ P), calcule y. Através da equação A(p).x = y

ii. Tendo (y ∈ Y) e (p ∈ P), calcule x ∈ X, para que exista a relação A(p).x = y

iii. Tendo (y ∈ Y) e (x ∈ X), calcule p ∈ P, para que exista a relação A(p).x = y

O problema (i) é chamado de problema direto em que dado os dados de entrada

e o sistema de parâmetros os dados de saída são calculados. Já os problemas (ii) e (iii)

são chamados de Problema Inverso. O problema Inverso se classifica em dois tipos:

• Problemas de reconstrução: dado o sistema de parâmetros e os dados de

saída, são encontrados os dados de entrada que produziriam os dados de

saída

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• Problemas de identificação: dado os dados entradas e os dados de saída,

deve ser encontrado o sistema de parâmetro que relaciona um com o outro

Além disso há outras formas de se classificar um problema inverso quanto:

• Natureza matemática do método: Explícito, Implícito

• Natureza estatística do método: Determinista, Estocástico

• Natureza da propriedade estimada: condição inicial, condição de contorno,

termo de fonte, propriedades do sistema

• Natureza da Solução: estimação de parâmetros, estimação de função

Há também a classificação dada por (Neto, Neto, 2005) onde um problema inverso

pode ser classificado em três tipos:

I. Estimação de um número finito de parâmetros em um modelo de dimensão

finita

II. Estimação de um número finito de parâmetros em um modelo de dimensão

infinita

III. Estimação de um número infinito de parâmetros ou de uma função em um

modelo de dimensão infinita

Tais classificações podem ser resumidas na forma da Quadro 8.

Quadro 8 - Classificações do problema inverso. Adaptado de NETO, NETO, (2005).

Estimação de Quantidade

Finita Infinita

Dimensão do Modelo

Finita Tipo I Não se aplica

Infinita Tipo II Tipo III

5.2.3. Problema Bem–Posto

O conceito de problema bem-posto foi definido por Jacques Hadamard onde para

que seja bem posto, deve cumprir três condições:

I. Existência: o problema possui solução

II. Unicidade: o problema possui uma única solução

III. Estabilidade: a solução depende suavemente dos dados

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É preciso reparar que Hadamard fez essa definição não para a resolução de

problemas inversos, mas sim para o estudo de equações diferenciais. Entretanto, devido

a sua utilidade foi expandido para outros tipos de problemas.

Em sua maioria os problemas inversos são mal postos:

Se há problemas diretos que não possuem solução é de se esperar que existam

problemas inversos que não tenham solução (não cumpre I).

Para discutir os problemas que não cumprem o quesito da unicidade (não cumpre

II), será utilizado um exemplo:

Dado o problema direto 2x + 4 = 0, x = 2, é possível obter o seguinte problema

inverso: ax + b = 0, sendo x = 2. Conclui-se que há infinitas soluções, uma vez que há

uma equação (a.2 + b = 0) para duas variáveis.

Por fim, quanto a estabilidade um ótimo exemplo de um problema que não cumpra

é a equação do segundo grau:

𝑎𝑥2 − 2𝑥 + 1 = 0

Onde para a = 1, 𝑥1 = 𝑥2 = 1. Adicionando um valor de 1% em a, se conclue que

as raízes serão complexas. O que faz com que não cumpra o quesito de estabilidade.

5.2.3. Classificação do Problema Inverso obtido pelo MPD

A partir do que foi apresentado se constata que, matematicamente falando, o MPD

é aplicado utilizando como dados de entrada a Quadro 9.

Quadro 9 - Dados de entrada do MPD.

Fatores Pesos Seções Anotação

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 (𝑎1,𝑅; 𝑏1,𝑅)

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 (𝑎2,𝑅; 𝑏2,𝑅)

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 (𝑎3,𝑅; 𝑏3,𝑅)

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 (𝑎4,𝑅; 𝑏4,𝑅)

Dado um conjunto de dados é calculado o baricentro utilizando as colunas (Pesos)

e (Anotação). Tentar inverter o MPD é procurar Anotações que gerem o baricentro

desejado.

Com isso, se constata que o problema inverso [A(p).x = y] é do tipo de

reconstrução, porque:

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y é o baricentro; A(p) é o sistema de parâmetros (coluna pesos e parte

determinada da coluna anotação). O que se quer determinar são algumas anotações da

coluna anotação.

O problema inverso é explícito, uma vez que as fórmulas para o cálculo do

baricentro são invertíveis (utilizando matemática elementar – tal fato será provado no

próximo capítulo). E não há restrição em relação ao domínio uma vez que não é possível

ter somatório dos pesos serem iguais a zero, já que se 𝑃𝑖 = 0 o fator 𝐹𝑖 será

desconsiderado.

Além disso, o problema é determinístico uma vez que tanto x e y são restritos as

são anotações do tipo (a;b) onde a e b pertencem ao intervalo [0,1]. E esse problema

inverso possue condições de contorno uma vez que não se quer determinar toda a

coluna anotação que gera o baricentro conhecido. Mas, sim, determinar parte da coluna

anotação, a outra parte se comportorá como condição de contorno.

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Capítulo 6

Aplicando o Problema Inverso no MPD

6.1. Restrições

É preciso notar que o Problema Inverso aplicado ao MPD será acompanhado de

algumas restrições. Primeiro, que o Problema Inverso será aplicado ao MPD no instante

em que já foi obtido a tabela com os dados necessários para se calcular o baricentro.

Ou seja, depois de terem sido aplicados os operadores (MÍN, MÁX, OR, AND).

Com isso os dados estarão no formato da Quadro 10:

Quadro 10 - Definição dos graus de liberdade. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções Anotação

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 (𝑎1,𝑅; 𝑏1,𝑅)

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 (𝑎2,𝑅; 𝑏2,𝑅)

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 (𝑎3,𝑅; 𝑏3,𝑅)

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 (𝑎4,𝑅; 𝑏4,𝑅)

𝐹5 𝑃5 𝑆5,𝑗 (𝑎5,𝑅; 𝑏5,𝑅)

𝐹6 𝑃6 𝑆6,𝑗 (𝑎6,𝑅; 𝑏6,𝑅)

𝐹7 𝑃7 𝑆7,𝑗 (𝑎7,𝑅; 𝑏7,𝑅)

𝐹8 𝑃8 𝑆8,𝑗 (𝑎8,𝑅; 𝑏8,𝑅)

𝐹9 𝑃9 𝑆9,𝑗 (𝑎9,𝑅; 𝑏9,𝑅)

𝐹10 𝑃10 𝑆10,𝑗 (𝑎10,𝑅; 𝑏10,𝑅)

𝐹11 𝑃11 𝑆11,𝑗 (𝑎11,𝑅; 𝑏11,𝑅)

𝐹12 𝑃12 𝑆12,𝑗 (𝑎12,𝑅; 𝑏12,𝑅)

Os dados destacados em vermelho são os dados que se quer obter ao final da

resolução. Já os dados azuis são as condições de contorno, são condições conhecidas

e medidas. Os dados em vermelho representam os dados que se deseja otimizar a fim

de que regra de decisão venha a aceitar a hipótese.

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A fim de que não fique muito complexo a análise foi adicionada a restrição de que

os dados que serão otimizados tem que ser menor que 40% do total de dados no cálculo

do baricentro:

I. 4

12 = 0,3 = 30%; como, 30% < 40%

II. 4

(4) + (8) = 0,3 = 30%; como, 30% < 40%

No (I) foi calculado utilizando o total de dados que se deseja obter, dividido pelo

total de dados. Enquanto no (II) substituiu o total de dados pela soma de dados que se

obter com o total de dados de contorno.

Como o problema inverso é aplicado depois da aplicação dos operadores lógicos,

as informações referentes à F (Fatores), P (Pesos) e S (Seções) são conhecidos. Dito

isso, as equações serão preparadas para a inversão.

𝑎𝑤 = ∑ (𝑃𝑖)𝑛

1 .(𝑎𝑖,𝑅)

∑ 𝑃𝑖𝑛1

𝑏𝑤 = ∑ (𝑃𝑖)𝑛

1 .(𝑏𝑖,𝑅)

∑ 𝑃𝑖𝑛1

Sabe-se que as equações acima são para o cálculo das coordenadas do

baricentro, reescrevendo-as com os valores da tabela:

(𝑎𝑤).( ∑ 𝑃𝑖121 ) = [∑ (𝑃𝑖)

81 . (𝑎𝑖,𝑅) + ∑ (𝑃𝑖)

129 . (𝑎𝑖,𝑅)]

∑ (𝑃𝑖)129 . (𝑎𝑖,𝑅) = (𝑎𝑤).( ∑ 𝑃𝑖

121 ) - ∑ (𝑃𝑖)8

1 . (𝑎𝑖,𝑅)

Fazendo o mesmo 𝑏𝑤:

(𝑏𝑤).( ∑ 𝑃𝑖121 ) = [∑ (𝑃𝑖)

81 . (𝑏𝑖,𝑅) + ∑ (𝑃𝑖)

129 . (𝑏𝑖,𝑅)]

∑ (𝑃𝑖)129 . (𝑏𝑖,𝑅) = (𝑏𝑤).( ∑ 𝑃𝑖

121 ) - ∑ (𝑃𝑖)8

1 . (𝑏𝑖,𝑅)

Uma vez tendo feito isso é necessário generalizar essa inversão sob a forma da

tabela Quadro 11.

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Quadro 11 - Definição dos graus de liberdade para um caso geral. Adaptado de CARVALHO,ABE (2011).

Fatores Pesos Seções Anotação

𝐹1 𝑃1 𝑆1,𝑗 (𝑎1,𝑅; 𝑏1,𝑅)

𝐹2 𝑃2 𝑆2,𝑗 (𝑎2,𝑅; 𝑏2,𝑅)

𝐹3 𝑃3 𝑆3,𝑗 (𝑎3,𝑅; 𝑏3,𝑅)

𝐹4 𝑃4 𝑆4,𝑗 (𝑎4,𝑅; 𝑏4,𝑅)

𝐹5 𝑃5 𝑆5,𝑗 (𝑎5,𝑅; 𝑏5,𝑅)

𝐹6 𝑃6 𝑆6,𝑗 (𝑎6,𝑅; 𝑏6,𝑅)

… … … …

𝐹𝑁 𝑃𝑁 𝑆𝑁,𝑗 (𝑎𝑁,𝑅; 𝑏𝑁,𝑅)

𝐹𝑁+1 𝑃𝑁+1 𝑆𝑁+1,𝑗 (𝑎𝑁+1,𝑅; 𝑏𝑁+1,𝑅)

𝐹𝑁+2 𝑃𝑁+2 𝑆𝑁+2,𝑗 (𝑎𝑁+2,𝑅; 𝑏𝑁+2,𝑅)

… … … …

𝐹𝑛 𝑃𝑛 𝑆𝑛,𝑗 (𝑎𝑛,𝑅; 𝑏𝑛,𝑅)

Com isso as fórmulas da inversão de 𝑎𝑤 e 𝑏𝑤:

∑ (𝑃𝑖)𝑛𝑁+1 . (𝑎𝑖,𝑅) = (𝑎𝑤).( ∑ 𝑃𝑖

𝑛1 ) - ∑ (𝑃𝑖)

𝑁1 . (𝑎𝑖,𝑅)

∑ (𝑃𝑖)𝑛𝑁+1 . (𝑏𝑖,𝑅) = (𝑏𝑤).( ∑ 𝑃𝑖

𝑛1 ) - ∑ (𝑃𝑖)

𝑁1 . (𝑏𝑖,𝑅)

Uma vez tendo generalizado o cálculo do baricentro isso responde a pergunta

dado um baricentro conhecido e algumas anotações conhecidas qual deve ser o valor

das anotações desconhecidas. Entretanto, o MPD tem como regra de decisão H ≥ NE

(onde Nível de Exigência é um valor conhecido).

Por consequência, a inversão do MPD passa por responder qual deve ser o valor

das anotações desconhecidas para que o valor de H = (𝑎𝑤 - 𝑏𝑤) ≥ NE. E resolver tais

problemas significa resolver um problema de Pesquisa Operacional utilizando o Simplex.

6.2. Modelando o problema para aplicação do Simplex

Função que se quer maximizar é:

H = 𝑎𝑤 - 𝑏𝑤

Para que MPD tome uma decisão favorável é necessário que H ≥ NE (constante

determinada a priori), logo se obtém a primeira restrição:

I. 𝑎𝑤 - 𝑏𝑤 ≥ NE

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Agora serão definidas as constantes do problema:

𝑃𝑖, para qualquer i ∈ [1, n] é uma constante.

𝑎𝑖, 𝑏𝑖, para qualquer i ∈ [1, N] é uma constante.

NE é uma constante.

A segunda restrição e terceira se baseiam no fato de toda anotação está restrita

ao quadrado unitário.

A segunda restrição (na verdade é uma família de restrições por conta do índice i)

é:

II. 0 ≤ 𝑎𝑖 ≤ 1, para qualquer i ∈ [N + 1, n]

A terceira restrição (na verdade é uma família de restrições por conta do índice i)

é:

III. 0 ≤ 𝑏𝑖 ≤ 1, para qualquer i ∈ [N +1, n]

Com isso o problema simplex está formulado. No apêndice II estará explicado

melhor a solução simplex. Uma vez que quando há variável negativa na função objetivo

(H = 𝑎𝑤 - 𝑏𝑤), é necessária uma alteração nas restrições trocando ≤ por = e adicionar

uma variável de folga 𝑥𝑖, e quando for ≥ substituir por = e subtrair uma variável de folga

𝑥𝑖+1.

6.3. Solução do Simplex

No caso geral o Simplex possui 3 tipos de soluções:

• Uma única solução

• Infinitas soluções

• Não há soluçõa

Pelo fato do problema inverso aplicado no MPD ser mal-posto, critério da

unicidade não ser satisfeito, não há uma única solução. Restando, apenas, os dois

últimos casos.

Afirmar que “não há solução” é uma solução logicamente forte, e mais fácil de

trabalhar. Isso quer dizer que para aquelas condições de contorno não há valor que suas

variáveis possam assumir e que cumpra as restrições impostas. Do ponto de vista de

gestão tal solução força o gestor a analisar as condições de contorno o que pode

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estimular a uma mudança de realidade. Uma vez que as condições de contorno foram

definidas como constantes justamente por serem mais difíceis de serem alteradas.

Já a afirmação de que “há infinitas soluções” encontra uma dessas soluções. Não

é o método mais refinado pois não entrega o melhor desses resultados. Entretanto,

funciona como parâmetro de norteamento para saber o quanto se precisa alterar em

relação ao seu valor inicial para que a decisão do MPD seja favorável.

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49

Capítulo 7

Conclusão

7.1. Observações

A solução obtida permite que se expanda a análise do método paraconsistente de

decisão. Uma vez que a análise não irá parar na decisão de ser, ou não, favorável, mas

sim, que medidas poderão ser tomadas para que a decisão seja favorável.

Fazendo com que o MPD não seja, apenas, uma ferramenta pontual/ discreta mas

sim contínua. Já que há um fluxo fechado no instante que se há uma análise inversa do

MPD.

Além disso, na aplicação do MPD há um conhecimento prévio dos fatores, seções

dos fatores, especialistas, suas anotações, natureza do empreendimento e contexto em

que se aplica. Tal fato, permite que novas restrições sejam adicionadas ao simplex, onde

dão uma relação de proporcionalidade entre as anotações.

A análise do resultado da inversão do MPD permite que alguns raciocínios sejam

aplicadas. O fato de a inversão poder não ter um resultado é facilmente verificado, uma

vez que se quer H = a – b > NE. Basta assumir que as variáveis possuem anotação

(1;0), ou seja, H de cada anotação é máximo.

Se mesmo assim H < NE então quer dizer que é impossível daqueles sistema ser

resolvido. O que leva a um tipo de atitude: uma vez que a idéia da inversão, é ser

aplicada a uma análise que não tenha dado certo.

A primeira atitude a se tomar é aumentar o número de graus de liberdade (fazendo

com que o sistema tenha mais incógnitas), com isso há a possibilidade da contribuição

máxima das novas variáveis fazerem com H > NE. Garantindo que o sistema tenha ao

menos uma solução. É preciso salientar que em casos reais pode não ser possível

aumentar graus liberdade pois não são todas as variáveis ou parâmetros que afetam o

resultado são controlados pelo engenheiro.

Caso mesmo aumentando o número de graus liberdade para o limite máximo

(permitido pela realidade do contexto) a proposta seja recusada (H < NE) pode ser

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afirmada que aquele contexto está fadado ao fracasso. Isso só pode ser dito pois a

rejeição da proposta é um resultado mais forte, logicamente falando.

Fazendo uma análise do resultado onde as anotações máximas são soluções,

busca-se agora qual os valores mínimos das variáveis que façam H > NE. É preciso

saber que como o problema é mal posto há (menos equações que variáveis) infinitas

soluções. Logo, o resultado servirá como um guia sobre possíveis mudanças para que

se cumpra o requisito H > NE. Entretanto, há a possibilidade de se ter uma solução

matemática e na esfera real aquele resultado não poder ser atingido. Um exemplo é não

ter como fazer alterações para que o empreendimento assuma os valores calculados.

Por fim, o estudo conclue que as três hipóteses apresentadas são verdadeiras.

i. É possível inverter o Método Paraconsistente de Decisão.

ii. A lógica do Problema Inverso traz uma abordagem nova e benéfica para

ferramentas de gestão, já estabelecidas.

iii. Esse novo algoritmo permitirá que se faça planejamento de forma

disruptiva do passado.

A hipótese i foi demonstradas e teve seus resultados analisados. Quanto a

hipótese ii: o Problema Inverso, aplicado ao MPD, permite que se analise um

empreendimento e consiga separar os empreendimentos, entre os que podem vir a ser

aceitos e os que em hipótese alguma conseguirão ser aceitos.

No instante que se faz uma análise de qual valor o meu contexto atual precisa

assumir para que a proposta seja aceita (H > NE). Esse contexto calculado e novo pode,

ao ser confrontado com o contexto atual, tão diferente que exiga mudanças disruptivas

para que o empreendimento (um exemplo) seja bem sucedido.

7.2. Estudos Futuros

Para estudos futuros é sugerido uma análise da literatura com o intuito de avaliar

se há um algoritmo melhor ou mais refinado para resolver o problema invertido. Além

disso, há também a possibilidade de se melhorar o algoritmo empregado adicionando

restrições obtidas de uma abordagem diferente do problema.

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53

Apêndice I

Cadeia de Suprimento aplicado ao Fluxo de

conhecimento

No estudo de logística há o conceito de cadeia de suprimento onde são avaliados

o fluxo de materiais e fluxo de informação como na Figura 20.

Figura 20 - Exemplo de fluxo de materias no estudo da logística de cadeia de suprimentos. Adaptado de FERNANDES, DUARTE, GONCALVES (2017).

A idéia consiste em fazer um paralelo do fluxo de matéria prima com o fluxo de

conhecimento (no estado da arte) das diferentes ciências. Organizando de uma maneira

lógica qual ciência afeta majoritariamente a outra, nos conhecimentos relacionados à

Engenharia de Produção em especial (Gerência da Produção).

Além disso, a última coluna são as áreas de conhecimento que mais interessam o

autor, na hora de decidir tema desta monografia. Então, a lógica de tal figura é: Um

conhecimento (do estado da arte) produzido em uma área irá afetar uma outra área do

conhecimento. E as interligações mais prováveis até chegarem na Engenharia de

Produção é esquematizadada de acordo com a figura Figura 21.

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54

Figura 21 - Fluxo de conhecimento aplicado nas áreas de interesse da Engenharia de Produção

Por fim, é adicionado um eixo do tempo para evidenciar que um conhecimento

produzido por uma área levará um intervalo de tempo até começar a ser estudado por

uma área adiante. E essas interações fazem com que quanto mais distante uma área

do conhecimento for afastada da outra, mais tempo esta área levará para começar a

estudar o conhecimento (do estado da arte) da outra.

Uma vez com essa representação, uma forma de se conseguir abordar temas que

estariam no estado da arte para Engenharia de Produção, seria estudar temas recentes/

inéditos de áreas afastadas da Engenharia de Produção que esteja no sentido contrário

do eixo do tempo. Ou seja, uma forma de abordar temas inéditos para a Engenharia de

Produção é estudar/ abordar temas recentes da lógica.

Isso porque há uma grande chance de não ter passado tempo suficiente desde o

estudo na Lógica, para alcançar a área da Engenharia de Produção. Logo, fazendo

comunicação direta com as diferentes áreas do conhecimento, facilita na descoberta e

abordagem de temas que estejam na fronteira da Engenharia de Produção.