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JULIANA LUCAS DE REZENDE Aplicando Técnicas de Conversação para a Facilitação de Debates no Ambiente AulaNet DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Março de 2003

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JULIANA LUCAS DE REZENDE

Aplicando Técnicas de Conversação para a Facilitação de Debates

no Ambiente AulaNet

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Março de 2003

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Juliana Lucas de Rezende

Aplicando Técnicas de Conversação para a Facilitação de Debates no Ambiente AulaNet

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Informática do Departamento de Informática da PUC-Rio.

Orientador: Prof. Hugo Fuks

Rio de Janeiro

Março de 2003

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Resumo

A coordenação de vários participantes interagindo simultaneamente em uma sessão

de bate-papo é difícil, devido ao grande volume de idéias geradas e à variedade de

assuntos, que podem ser paralelos ou até não relacionados. Durante várias edições do

curso TIAE - Tecnologias da Informação Aplicadas à Educação - as seguintes

dificuldades foram percebidas repetidamente pelos mediadores no debate: estimular a

participação de todos, manter o foco da conversação e manter o ritmo do debate. Esta

pesquisa investiga o uso de técnicas para facilitar a dinâmica dos debates. Uma

ferramenta de bate-papo (Mediated Chat 2.0) implementando técnicas de conversação foi

desenvolvida e disponibilizada para ajudar o mediador na condução da conversação entre

os aprendizes de um curso do ambiente AulaNet. Atualmente, a aplicação usada no

ambiente AulaNet é o Mediated Chat 1.0, uma instanciação do Framework Canais de

Comunicação que foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software da PUC-

Rio em 2000. O Mediated Chat 2.0 é uma instanciação deste mesmo framework. Para

avaliar a aplicação desenvolvida foram realizados debates no curso TIAE 2002.2 onde

pôde-se experimentar e comparar as duas ferramentas: Mediated Chat 1.0 e 2.0. As

sessões de debate foram analisadas buscando avaliar se os mediadores conseguiram

aplicar de forma satisfatória a dinâmica elaborada para os debates com a ferramenta

Mediated Chat 2.0. O Mediated Chat 2.0 será incorporado ao software AulaNet.

Palavras-chave

Aprendizagem colaborativa, protocolo social, ferramentas de bate-papo, políticas

de comunicação, técnicas de trabalho em grupo, framework, técnicas de conversação.

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Abstract

It is difficult to coordinate participants simultaneously interacting and generating

ideas in a textual chat session. During several editions of ITAE course - Information

Technologies Applied to Education - the following difficulties were perceived by the

mediators: ensure participation from all users, keep the focus of the conversation and the

flow of the chat. This research investigates the use of conversation techniques to facilitate

the dynamics of textual chats. A tool (Mediated Chat 2.0) implementing those techniques

was developed and made available to help mediators conduct chat sessions in a course

using the AulaNet environment. Currently, the standard application used in the AulaNet

environment is the Mediated Chat 1.0, an instance of the Communication Channels

Framework developed in the Software Engineering Laboratory at PUC-Rio in 2000. The

Mediated Chat 2.0 is an instance of the same framework. To evaluate the developed

application, chats had been carried out in ITAE 2002.2 where both Mediated Chat 1.0 and

2.0 were used and compared. The chat sessions had been analyzed to evaluate whether

the mediators managed to successfully apply the dynamics supported by the Mediated

Chat 2.0. The Mediated Chat 2.0 will be incorporated into the AulaNet software.

Keywords

Collaborative learning, social protocol, chat tools, communication policies, group

work techniques, framework, conversation techniques.

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Sumário

1 Introdução 13

1.1 Visão Geral da Pesquisa 13

1.2 Organização do Texto 16

2 Trabalho e Aprendizado em Grupo 18

2.1 Considerações sobre Grupos 19

2.2 Groupware 19

2.3 Colaboração 20

2.3.1 Comunicação 22

2.3.2 Coordenação 23

2.3.3 Cooperação 25

2.3.4 Percepção 26

2.4 Aprendizagem Colaborativa 27

3 Ferramentas de Bate-Papo 29

3.1 IRC e outras Ferramentas Prototípicas de Bate-papo 31

3.2 ICQ e outras Ferramentas Messengers 34

3.3 Ferramentas de Bate-papo com Transmissão de Vídeo 37

3.4 Ferramentas de Bate-papo para Atividades Específicas 38

3.4.1 Entreviste 38

3.4.2 Eletronic Brainstorming 40

3.4.3 Bate-papo (TelEduc) 41

3.5 Ferramentas de Bate-papo para Educação 45

4 Políticas de Comunicação 48

4.1 Escalonamento FIFO (FIFOPolicy) 49

4.2 Escalonamento FILO (FILOPolicy) 51

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4.3 Escalonamento Round Robin (RoundRobinPolicy) 51

4.4 Escalonamento por Prioridades (PriorityPolicy) 53

4.5 Escalonamento Aleatório (RandomPolicy) 54

5 Técnicas de Trabalho em Grupo e Técnicas de Conversação 56

5.1 Técnicas Implementadas 58

5.1.1 Brainstorming e Contribuição Livre 60

5.1.2 Discussão Circular e Contribuição Circular 60

5.1.3 Votação e Contribuição Única 62

5.1.4 Assembléia e Contribuição Mediada 62

6 Especificação 65

6.1 Framework Canais de Comunicação 65

6.1.1 Framelet Distribuição 66

6.1.2 Framelet Canais de Comunicação 68

6.1.3 Framelet Notificação 70

6.2 Especificação do Mediated Chat 2.0 73

6.2.1 Descrição do Problema (MC2) 75

6.2.2 Dicionário de Dados do MC2 76

6.2.3 Diagramas de Caso de Uso do MC2 78

6.2.4 Diagrama de Classes do MC2 82

7 Interface do Mediated Chat 2.0 87

7.1 Interface do Aprendiz 89

7.2 Interface do Mediador 92

7.3 Funcionamento do MC2 94

8 Cenários de Uso 96

8.1 - Aprendiz entra no debate fora do horário 97

8.2 - Aprendiz entra no debate na hora certa 99

8.3 - Mediador inicia o debate 101

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8.4- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Circular

103

8.5- Funcionamento da Discussão Circular 105

8.6- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib. Única

108

8.7- Funcionamento da Votação 110

8.8- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Livre

113

8.9- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Única

114

8.10- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Circular

116

8.11- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib. Livre

118

8.12- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Livre

120

8.13- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib.

Circular 122

8.14- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Única

124

8.15- Mediador quer encerrar a discussão 126

9 Análise do Experimento 130

9.1 Primeira Etapa do Experimento 133

9.2 Segunda Etapa do Experimento 137

9.3 Comparação entre as Etapas do Experimento 140

9.4 Análise do MC2 em relação à Perda de Co-texto 157

10- Conclusão 160

Referências Bibliográficas 164

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Lista de Figuras

Figura 1 - Modelo de Colaboração ................................................................................... 21

Figura 2 - Interface das ferramentas prototípicas de bate-papo ........................................ 30

Figura 3 - Ferramenta de bate-papo mIRC [Mirc, 2003].................................................. 31

Figura 4 - Ferramentas de bate-papo dos principais portais brasileiros na Web [UOL,

2003] [IG, 2003] [PSIU, 2003] [Terra, 2003] [Yahoo, 2003][MSN, 2003] ............. 33

Figura 5 - Audiência das ferramentas de bate-papo dos principais portais brasileiros na

Web [Audiência, 2003]............................................................................................. 34

Figura 6 - Ferramenta de bate-papo ICQ [ICQ, 2003a].................................................... 35

Figura 7 - Crescimento da quantidade de usuários da ferramenta ICQ [ICQ, 2003b]...... 35

Figura 8 - Ferramentas messengers [Yahoo, 2003a] [MSN, 2003a] [UOL, 2003a]......... 36

Figura 9 - Ferramentas de bate-papo com transmissão de vídeo [NetMeeting, 2003]

[ICUII, 2003] ............................................................................................................ 37

Figura 10 - Ferramenta de bate-papo Entreviste: interface dos entrevistadores ............... 39

Figura 11 - Ferramentas de bate-papo prototípicas usadas para realizar entrevistas ........ 39

Figura 12 - Ferramenta de bate-papo Eletronic Brainstorming ........................................ 40

Figura 13 - Ferramenta de Bate-papo do .......................................................................... 42

Figura 14 - Ferramenta Bate-papo: modelo Seminário..................................................... 43

Figura 15 - Ferramenta Bate-papo: modelo Painel ........................................................... 44

Figura 16 - Ferramentas de bate-papo dos atuais ambientes de Educação a Distância

[AulaNet, 2003] [WebCT, 2003] [LearningSpace, 2003] ....................................... 46

Figura 17 - Escalonamento FIFO...................................................................................... 50

Figura 18 - Escalonamento Round Robin......................................................................... 52

Figura 19 - Diagrama de Classes do Framelet Distribuição ............................................. 66

Figura 20 - Diagrama de Classes do Framelet Canais de Comunicação .......................... 69

Figura 21 - Diagrama de Classes do Framelet Notificação .............................................. 71

Figura 22 - Diagrama de classes do Framework Canais de Comunicação ....................... 72

Figura 23 - Atores do AulaNet no MC2 ........................................................................... 78

Figura 24 - Diagrama de Caso de Uso do MC2................................................................ 79

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Figura 25 - Expansão do Caso de Uso setConversationTechnique .................................. 81

Figura 26 - Pacotes do MC2 ............................................................................................. 83

Figura 27 - Diagrama de Classes do MC2 ........................................................................ 84

Figura 28- Como chegar ao MC2 ..................................................................................... 87

Figura 29 - Interface do Debate ........................................................................................ 88

Figura 30 - Interface do Aprendiz no MC2 ...................................................................... 89

Figura 31 - Interface do aprendiz na técnica Contribuição Mediada................................ 91

Figura 32 - Interface do Mediador no MC2...................................................................... 92

Figura 33 - Interface do mediador na técnica Contribuição Mediada .............................. 93

Figura 34 - Máquina de Estados ....................................................................................... 97

Figura 35 - Visão do aprendiz no MC1 ............................................................................ 98

Figura 36 - Visão do aprendiz no MC2 ............................................................................ 99

Figura 37 - Momentos antes de iniciar a aula no MC1................................................... 100

Figura 38 - Momentos antes de iniciar a aula no MC2................................................... 101

Figura 39 - Início do debate no MC1.............................................................................. 102

Figura 40 - Inicio do debate no MC2.............................................................................. 103

Figura 41 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Circular ................... 104

Figura 42 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Circular ................... 105

Figura 43 - Funcionamento da discussão circular no MC1 ............................................ 106

Figura 44 - Funcionamento da discussão circular no MC1 ............................................ 107

Figura 45 - Funcionamento da discussão circular no MC2 ............................................ 108

Figura 46 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Única .................. 109

Figura 47 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Única .................. 110

Figura 48 - Funcionamento da votação no MC1 ............................................................ 111

Figura 49 - Funcionamento da votação no MC1 ............................................................ 111

Figura 50 - Funcionamento da votação no MC2 ............................................................ 112

Figura 51 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Livre....................... 113

Figura 52 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Livre....................... 114

Figura 53 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Única....................... 115

Figura 54 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Única....................... 116

Figura 55 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Circular .................. 117

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Figura 56 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Circular .................. 118

Figura 57 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Livre ................... 119

Figura 58 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Livre ................... 120

Figura 59 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Livre........................ 121

Figura 60 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Livre........................ 122

Figura 61 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Circular............... 123

Figura 62 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Circular............... 124

Figura 63 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Única...................... 125

Figura 64 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Única...................... 126

Figura 65 - Encerramento de uma discussão no MC1 .................................................... 127

Figura 66 - Encerramento de uma discussão no MC2 .................................................... 128

Figura 67 - Interrupções na Contribuição Circular ......................................................... 141

Figura 68 - Interrupção do aprendiz na Contribuição Circular (MC1)........................... 141

Figura 69 - Interrupção do moderador na Contribuição Circular (MC1) ....................... 142

Figura 70 - Comportamento das Contribuições enviadas durante a Contrib. Circular ... 142

Figura 71 - Interrupções na Contribuição Única............................................................. 143

Figura 72 - Interrupção do aprendiz na Contribuição Única (MC1) .............................. 144

Figura 73 - Comportamento das Contribuições enviadas durante a Contrib. Única ...... 145

Figura 74 - Contribuições enviadas após o término da Contribuição Livre ................... 146

Figura 75 - Contribuições enviadas após o término da Contrib. Livre no MC1............. 147

Figura 76 - Término da Contribuição Livre no MC2 ..................................................... 147

Figura 77 - Contribuições enviadas após o témino teórico do brainstorming ................ 148

Figura 78 - Contribuições enviadas pelos aprendizes manifestando necessidade de

coordenação ............................................................................................................ 149

Figura 79 - Contrib. enviadas que expressam a necessidade de coordenação ................ 149

Figura 80 - Acesso exclusivo ao canal de comunicação ao mediador ............................ 150

Figura 81 - Contrib. enviadas desnecessariamente pelos aprendizes no MC1 ............... 151

Figura 82 - Contrib. enviadas desnecessariamente pelos aprendizes no MC2 ............... 152

Figura 83 - Comportamento das Contribuições que interromperam o mediador ........... 152

Figura 84 - Acesso exclusivo ao canal de comunicação a alguns aprendizes ................ 153

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Figura 85 - Insuficiência do protocolo social para dar acesso exclusivo ao canal de

comunicação a um aprendiz.................................................................................... 154

Figura 86 - Insuficiência do protocolo social para dar acesso exclusivo ao canal de

comunicação a alguns aprendizes ........................................................................... 155

Figura 87 - Comportamento das Contribuições que interromperam o acesso exclusivo ao

canal de comunicação dado a alguns aprendizes .................................................... 156

Figura 88 - Ocorrências de Perda de Co-texto................................................................ 158

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Comunicação síncrona e assíncrona........................................................... 68

Tabela 2 – Dados relativos ao primeiro debate .......................................................... 134

Tabela 3 – Dados relativos ao segundo debate ........................................................... 135

Tabela 4 – Dados relativos ao terceiro debate............................................................ 136

Tabela 5 – Dados relativos ao quarto debate.............................................................. 137

Tabela 6 – Dados relativos ao quinto debate .............................................................. 138

Tabela 7 – Dados relativos ao sexto debate ................................................................ 139

Tabela 8 – Dados relativos ao sétimo debate .............................................................. 139

Tabela 9 – Dados relativos ao oitavo debate............................................................... 140

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13

1 Introdução

O desenvolvimento de uma ferramenta de bate-papo cujo objetivo é a facilitação de

debates aplicando técnicas de conversação para ajudar o mediador na condução da

conversação entre os aprendizes de um curso é o principal objetivo dessa dissertação.

Esta aplicação foi batizada de Mediated Chat 2.0 (MC2) e será incorporada ao ambiente

AulaNet [Lucena et al., 1999], substituindo a atual aplicação que é o Mediated Chat 1.0

(MC1).

Dessa forma, o MC2 pretende subsidiar a coordenação, que é um dos três conceitos

básicos no qual o groupware AulaNet está estruturado, que são a comunicação, a

coordenação e a cooperação [Fuks, Raposo & Gerosa, 2002].

Um docente de cursos do AulaNet pode assumir basicamente três papéis, que são:

coordenador do curso, docente co-autor do curso e mediador do curso. Nesta dissertação

o mediador será o papel considerado, por ser ele o ator que utiliza a ferramenta de Debate

do AulaNet. O mediador é o ator responsável pela coordenação do debate, e facilitar tal

coordenação é o objetivo desta pesquisa.

A ferramenta de bate-papo desenvolvida poderá ser utilizada em qualquer tipo de

reunião, como reuniões de negócio (conduzidas ou não), consultas remotas, painel de

discussões, suporte remoto em manutenções técnicas, diagnóstico médico, etc.

1.1 Visão Geral da Pesquisa

O curso TIAE – Tecnologias da Informação Aplicadas à Educação [Fuks, Gerosa &

Lucena, 2002] tem como objetivo que seus alunos aprendam a trabalhar com o grupo as

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tecnologias da informação, tornando-se educadores baseados na Web. O curso é oferecido

desde 1998 como uma disciplina do Departamento de Informática da PUC-Rio e é

ministrado totalmente via Internet pelo ambiente AulaNet [Lucena & Fuks, 2002].

O serviço Debate possibilita uma conversa em tempo real entre os participantes de

um curso através de um chat textual que é o MC1. No TIAE, os temas são divididos em

aulas e o serviço Debate é utilizado para discuti-los semanalmente. Por ser uma

ferramenta de comunicação síncrona, todos devem estar conectados ao mesmo tempo no

momento do debate. Por esta razão o horário do debate semanal é fixo e os aprendizes

devem se organizar para estarem presentes. Fora deste horário, os aprendizes têm

liberdade de utilizar o serviço Debate para discutir assuntos que sejam do seu interesse.

No TIAE, o que se deseja com o debate é o alinhamento de idéias e não o consenso.

Não é objetivo que todos pensem da mesma forma ou que falem a mesma coisa, mas sim

que todos possam expor seus pontos de vista e idéias, e através dessa exposição um

aprenda com o outro, discutindo e entendendo as diferenças.

As grandes dificuldades dos mediadores do debate são: estimular a participação de

todos, manter o foco da conversa evitando que a discussão caminhe para tópicos

irrelevantes, e manter o ritmo do debate evitando que seja muito monótono ou tão rápido

que não seja possível acompanhá-lo.

Num chat é muito fácil “se perder”: vários participantes teclando, várias idéias

diferentes surgindo, assuntos paralelos e não relacionados, podem dificultar o

entendimento da conversa. Então, como manter o foco? No MC1 a única forma de

coordenação é o protocolo social. O mediador deve estar extremamente atento para

perceber quando a discussão começa a tomar um rumo inadequado ou a se dispersar.

Quando isto ocorrer, ele deve lembrar a todos do “FOCO”. Se não der certo, deve chamar

atenção dos participantes individualmente, ou até “GRITAR” de vez em quando. Se o

mediador não tiver pulso firme o debate vira um bate-papo improdutivo.

Durante as edições do curso TIAE, percebeu-se que ao longo do curso os

aprendizes evoluíam e conseguiam se organizar melhor durante o debate. Pelo fato dessa

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evolução nem sempre ser satisfatória, surgiu a questão: “Seria possível oferecer suporte

tecnológico para ajudar no processo de evolução do aprendiz?”

Para facilitar a dinâmica dos debates e tentar ajudar no processo de evolução do

aprendiz, esta pesquisa investiga o uso de técnicas de conversação. Para isso,

desenvolveu-se uma ferramenta de bate-papo chamada de MC2 que foi disponibilizada

para ajudar o mediador na condução da conversação entre os aprendizes de um curso do

ambiente AulaNet. O MC2 é uma instanciação do framework Canais de Comunicação

[Ferraz 2000] que foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software da PUC-

Rio em 2000. Da mesma forma, o MC1, que é a ferramenta de bate-papo que atualmente

oferece o serviço de Debate no ambiente AulaNet, é uma instanciação do framework

citado.

O MC2 é uma evolução do MC1, pois além de possuir as funcionalidades já

existentes no MC1, adicionou técnicas de conversação para embutir alguns aspectos do

protocolo social nos elementos de coordenação presentes. A própria interface do MC2

também é uma evolução da interface do MC1. Além de possuir os elementos de interface

que fazem parte do MC1, o MC2 acrescentou rótulos que indicam a funcionalidade de

cada elemento, faz uso de dicas (hints) para melhor explicar cada elemento, inseriu o

horário de registro (timestamp) de cada contribuição enviada, acrescentou o elemento

“Título”, aumentou a área para digitação, não permite que o cursor pare em local onde a

escrita não é permitida e diferenciou os mediadores dos aprendizes na “Lista de

Participantes”.

Nesta pesquisa foi realizado um experimento para verificar se o fato de embutir

técnicas de conversação - alguns aspectos do protocolo social - em uma ferramenta de

bate-papo textual, ajuda o mediador na coordenação de uma sessão de bate-papo. Para

realizar o experimento foi definida uma dinâmica, baseada nas técnicas de conversação

implementadas, que foi aplicada a todos os debates que fazem parte do cronograma do

curso TIAE 2002.2 (2º semestre de 2002). Para analisar o experimento, metade dos

debates foram realizados com a aplicação MC1, que é uma ferramenta prototípica de

bate-papo que não oferece suporte tecnológico à coordenação, e a outra metade foi

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realizada com a aplicação MC2, que oferece suporte tecnológico à coordenação

implementando as técnicas de conversação.

1.2 Organização do Texto

No capítulo 2 são feitas algumas considerações sobre grupos. Também são

apresentados conceitos sobre groupware, colaboração – focando nos principais elementos

e suas inter-relações - e aprendizagem colaborativa.

No capítulo 3, é fornecida uma visão geral sobre as ferramentas de bate-papo

disponíveis no mercado. As ferramentas serão analisadas em relação às trocas textuais,

por ser esta a característica do MC1 e do MC2. O objetivo é constatar que as ferramentas

existentes, que possuem as mesmas características de MC2, não apresentam o suporte

tecnológico pretendido em MC2.

No capítulo 4 são enfocados os conceitos das políticas de comunicação estudadas.

Foi feita uma analogia entre as técnicas de trabalho em grupo e as políticas de

comunicação para tentar oferecer o suporte tecnológico ao MC2 usando conceitos básicos

da computação.

Devido ao fato dos algoritmos de escalonamento não propiciarem coordenação de

forma satisfatória, o trabalho evoluiu para o uso de dinâmicas de pequeno grupo e

técnicas de trabalho em grupo. Essas técnicas são apresentadas no capítulo 5.

No capítulo 6 é fornecida a especificação da aplicação desenvolvida, e no capítulo 7

é apresentada a interface da mesma.

No capítulo 8 serão apresentados cenários que procuram mostrar o funcionamento

adotado para as técnicas de conversação tanto no MC1 como no MC2. As telas e os

fragmentos de bate-papo foram retirados de debates realizados em TIAE 2002.2.

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Os dados obtidos através das sessões de bate-papo de TIAE 2002.2 foram

analisados com o principal objetivo de avaliar se os mediadores conseguiram aplicar de

forma satisfatória a dinâmica elaborada para os debates usando a aplicação MC2. Os

resultados serão apresentados no capítulo 9.

No capítulo 10 serão apresentadas as conclusões finais e as contribuições desta

pesquisa.

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2 Trabalho e Aprendizado em Grupo

Uma crescente parte do trabalho das empresas e instituições não é mais realizada

individualmente, com uma pessoa trabalhando sozinha até completar as tarefas. O

trabalho é cada vez mais realizado colaborativamente. Esta tendência se deve

parcialmente ao aumento de complexidade das tarefas, e aos novos paradigmas de

trabalho, que envolvem diversas pessoas trabalhando em conjunto nas diversas fases de

elaboração de um produto ou desenvolvimento de um projeto. [Fuks, Raposo & Gerosa,

2002]

Desenvolver e melhorar habilidades individuais para o uso do conhecimento,

aceitar responsabilidades pelo aprendizado individual e do grupo, e desenvolver a

capacidade de refletir são algumas das vantagens que podem ser auferidas pelo trabalho

em grupo. Algumas desvantagens do trabalho em grupo são o aumento do nível de ruído

na comunicação e a resistência de alguns participantes em assumir um papel mais ativo.

[Cunha 2002]

O serviço Debate é um serviço síncrono de comunicação em grupo. Em geral a

qualidade e o aprofundamento das mensagens neste serviço são menores que nos serviços

assíncronos pois o tempo de resposta é curto o que faz com que as mensagens enviadas

sejam em geral curtas e pouco elaboradas. O resultado da discussão do Debate não

provém de mensagens individuais e sim da união das pequenas mensagens, muitas vezes

sem sentido fora do contexto, que os participantes vão trocando à medida que constróem

o conhecimento colaborativamente. [Lucena & Fuks, 2002]

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19

2.1 Considerações sobre Grupos

A cada semana é formado um grupo no debate do TIAE, que pode ser diferente pois

nem sempre os mesmos participantes estão presentes. Segundo as análises estatísticas

realizadas em turmas anteriores, não é possível tirar conclusões quanto à participação dos

aprendizes nos debates. A ausência nestes é aleatória, ou seja, não se verificou nenhum

debate com maior ou menor participação do que os demais.

O tamanho ideal de um grupo é difícil de ser determinado. No caso do TIAE, após

anos de experiência chegou-se ao número ideal de 12 a 18 participantes para evitar a

monotonia e o excesso de participação. Segundo [Kay, 2001] os pares têm um papel

importante no aprendizado, criando oportunidades naturais para o aprendiz articular o seu

entendimento, refletir e justificar ações. O tamanho de um grupo pode influenciar em

outras características de um grupo como por exemplo na necessidade de estruturação ou

organização, na liderança, na diferenciação de papéis, no surgimento de subgrupos, entre

outras [Jaques, 2000]

A estratégia de avaliação de um grupo deve ser escolhida com cautela para que não

haja desmotivação. Conforme apresentado em [Lipman-Blumen & Leavitt, 2001] o

melhor seria apoiar, incentivar e avaliar o grupo como um todo e permitir que o grupo

avalie os seus membros. No TIAE o mediador é o responsável por avaliar a participação

dos aprendizes no debate.

2.2 Groupware

O advento das organizações virtuais, das empresas geograficamente dispersas e das

parcerias entre empresas aumenta a demanda de trabalho colaborativo distribuído. A área

de pesquisa Computer Supported Cooperative Work (CSCW) visa estudar o trabalho

colaborativo através de sistemas de computação, denominados groupware, que apoiem a

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comunicação, coordenação e cooperação entre os membros da equipe envolvida no

trabalho, mesmo que estes estejam distribuídos no tempo e no espaço.

Existem várias definições para groupware. A definição que será adotada nesta

pesquisa é uma definição geral que diz que um groupware é um tipo de software que

apoia a interação entre indivíduos, ou seja, a interação entre os membros de um grupo de

trabalho para a realização de um objetivo comum.

No MC1 a cooperação é dada pelo próprio espaço compartilhado onde todos podem

enviar mensagens e ler as mensagens enviadas pelos outros participantes do curso. A

comunicação é dada pelo compartilhamento de idéias e opiniões que há entre os

participantes e a coordenação deve ser realizada pelo mediador. O MC1 é uma ferramenta

de comunicação que possui alguns elementos de cooperação. No MC2 a cooperação e a

comunicação ocorrem da mesma forma que no MC1, no entanto o mediador possui apoio

tecnológico para realizar a coordenação.

2.3 Colaboração

Trabalhando colaborativamente, pelo menos potencialmente, pode-se produzir

melhores resultados do que se os membros do grupo atuassem individualmente.[Fuks,

Gerosa & Lucena, 2002]. Colaborando, os membros do grupo têm retorno para identificar

precocemente inconsistências e falhas em seu raciocínio e, juntos, podem buscar idéias,

informações e referências para auxiliar na resolução dos problemas. O grupo também tem

mais capacidade de gerar alternativas, levantar as vantagens e desvantagens de cada uma,

selecionar as viáveis e tomar decisões [Turoff & Hiltz, 1982]

Apesar de suas vantagens, trabalhar colaborativamente demanda um esforço

adicional para a coordenação dos membros de um grupo. Sem coordenação, boa parte dos

esforços de comunicação não será aproveitada na cooperação, isto é, para que o grupo

possa operar em conjunto de forma satisfatória, é necessário que os compromissos

assumidos nas conversações entre os participantes sejam realizados durante a cooperação.

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21

A coordenação deve evitar conflitos inter-pessoais que possam prejudicar o grupo. Foi

devido a esta dificuldade de coordenação do debate, manifestada pelos mediadores do

TIAE, que surgiu a idéia de acrescentar ao serviço Debate alguns elementos de

coordenação.

Para possibilitar a colaboração, são necessárias informações sobre o que está

acontecendo. Estas informações são fornecidas através de elementos de percepção que

capturam e condensam as informações coletadas durante a interação entre os

participantes. A percepção em si é relativa ao ser humano, enquanto os elementos de

percepção estão relacionados à interface do ambiente.

Figura 1 - Modelo de Colaboração

O diagrama da Figura 1 sumariza os principais conceitos abordados. Este diagrama

é um refinamento do modelo apresentado em [Fuks & Assis, 2001] que é baseado em

[Ellis, Gibbs & Rein, 1991]. A seguir serão vistos os principais elementos do diagrama e

suas inter-relações. Vale lembrar que apesar destes conceitos estarem sendo separados

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para efeito de análise, não é possível considerá-los monoliticamente, uma vez que são

intimamente dependentes e inter-relacionados.

2.3.1 Comunicação

Durante a comunicação as pessoas almejam construir um entendimento comum e

compartilhar idéias, discutir, negociar e tomar decisões. Os participantes de uma equipe

de trabalho devem se comunicar para conseguir realizar tarefas interdependentes,

parcialmente descritas ou que necessitem de negociação [Fussell et al., 1998] .

As informações são transmitidas através de um canal de percepção criado no espaço

compartilhado onde ocorre a conversação. Este canal de percepção fica implícito no canal

de comunicação. Por exemplo, em uma conversa face-a-face, as informações são

transmitidas através do som, dos gestos e das expressões dos indivíduos, entre outros.

Para haver entendimento e a comunicação cumprir seu objetivo, é necessário o

conhecimento de todos sobre a utilização das mídias de transmissão e de recebimento dos

dados, bem como a participação ativa do receptor, que deve estar atento às informações

transmitidas e aos elementos utilizados, para que seja viabilizado o canal de percepção.

Todos os envolvidos na comunicação devem estar cientes das estruturas de linguagem e

expressões utilizadas.

Ao contrário de algumas situações onde o importante é saber apenas se o receptor

recebeu uma mensagem, na colaboração é importante assegurar-se do entendimento da

mesma. Sem um entendimento compartilhado, os participantes terão dificuldade em se

coordenar de modo a somar seus esforços para a conclusão das tarefas. Porém, não há

como inspecionar se o conteúdo recebido é equivalente ao enviado e se ele foi assimilado

pelo receptor. A única forma de se obter indícios do entendimento é através das ações (e

reações) do receptor, pois as mesmas são guiadas por seus conhecimentos. Uma falha na

comunicação seria então uma discordância entre as expectativas do emissor e as ações do

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receptor. Algumas vezes estas falhas são identificadas no discurso do receptor, e outras,

em suas atitudes.

Os membros de uma equipe de trabalho têm necessidade de se comunicar de

diversas maneiras. O coordenador da equipe deve escolher uma ferramenta de

comunicação apropriada para cada situação e objetivo. O groupware utilizado deve

fornecer uma gama de ferramentas, pois algumas vezes uma ferramenta de comunicação

assíncrona é mais apropriada, enquanto em outras, uma síncrona atende melhor.

Ferramentas de comunicação assíncrona são utilizadas quando se deseja valorizar a

reflexão dos participantes, pois estes terão mais tempo antes de agir. Em uma ferramenta

de comunicação síncrona, valoriza-se a interação, visto que o tempo de resposta entre a

ação de um participante e a reação de seus companheiros é curto.

Alguns exemplos de ferramentas de comunicação atualmente utilizadas são: e-mail,

lista de discussão, fórum, ferramentas de CSCA (Computer Supported Collaborative

Argumentation), ferramentas de votação, mensagem instantânea, chat, eletronic

brainstorming, videoconferência, tele-conferência, telefone, etc. [Long & Baecker, 1997]

2.3.2 Coordenação

Trabalho colaborativo foi definido por Karl Marx como “múltiplos indivíduos

trabalhando juntos de maneira planejada no mesmo processo de produção ou em

processos de produção diferentes, mas conectados” (citado em [Bannon & Schmidt,

1991]). No âmago desta definição está a noção de planejamento, garantindo que o

trabalho coletivo seja resultante do conjunto de tarefas individuais.

A noção de planejamento presente na definição de Marx é realizada em CSCW pelo

chamado trabalho de articulação, que é o esforço adicional necessário para a colaboração

ser obtida a partir da soma dos trabalhos individuais. Fazem parte do trabalho de

articulação a identificação dos objetivos, o mapeamento destes objetivos em tarefas, a

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seleção dos participantes, a distribuição das tarefas entre eles e a coordenação da

realização das atividades.

A coordenação envolve tanto a pré-articulação das atividades, que corresponde às

ações necessárias para preparar a colaboração, normalmente concluídas antes do trabalho

colaborativo se iniciar, e o gerenciamento do aspecto dinâmico da colaboração,

renegociada de maneira quase contínua ao longo de todo o tempo [Malone & Crowston,

1990]. Apesar da interdependência normalmente positiva entre as tarefas na colaboração

(um participante desejando que o trabalho do outro seja bem sucedido), ela nem sempre é

harmoniosa. Sem coordenação, há o risco de os participantes se envolverem em tarefas

conflitantes ou repetitivas.

Segundo Winograd, “Conversação para ação gera compromissos”. [Winograd &

Flores, 1987] [Winograd, 1988]. Para garantir o cumprimento destes compromissos e a

realização do trabalho colaborativo através da soma dos trabalhos individuais, é

necessária a coordenação das atividades. Esta coordenação organiza o grupo para evitar

que esforços de comunicação e cooperação sejam perdidos e que as tarefas sejam

realizadas na ordem correta, no tempo correto e cumprindo as restrições e objetivos

[Raposo et al., 2001].

No TIAE a coordenação do debate é responsabilidade dos mediadores do curso.

Com o MC1 esta coordenação é realizada com o uso do protocolo social sem o apoio de

qualquer mecanismo de coordenação explícito. No MC2 foram acrescentados elementos

de coordenação.

Algumas atividades envolvendo múltiplos indivíduos não exigem um planejamento

formal. Atividades ligadas às relações sociais são bem controladas pelo chamado

protocolo social, caracterizado pela ausência de qualquer mecanismo de coordenação

explícito entre as atividades e pela confiança nas habilidades dos participantes de mediar

as interações. O MC1 é uma aplicação que terá êxito se for usada para este tipo de

atividade.

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Por outro lado, atividades mais diretamente voltadas para o trabalho colaborativo (e

não para as relações sociais) exigem sofisticados mecanismos de coordenação para

garantir o sucesso da colaboração. Exemplos de ferramentas que dão suporte a este tipo

de atividade são gerenciamento de fluxo de trabalho (workflow), learningware, jogos

multi-usuários e ferramentas de autoria e de desenvolvimento de software colaborativo. É

neste perfil que o AulaNet se encaixa, e foi com o objetivo de dar suporte tecnológico

para oferecer mecanismos de coordenação que o MC2 foi desenvolvido para substituir o

MC1.

Na prática, entretanto, nem sempre é claro o que deve ficar a cargo do protocolo

social e o que deve ter um mecanismo de coordenação associado. É tarefa do

desenvolvedor de groupware a decisão sobre como será feita a coordenação de cada uma

das atividades a serem realizadas. O ideal é que sistemas colaborativos não imponham

padrões rígidos de trabalho ou de comunicação. Deve-se prover facilidades que permitam

aos usuários interpretar e explorar estes padrões, decidir usá-los, modificá-los ou rejeitá-

los [Schmidt, 1991]. O grande desafio ao se propor mecanismos de coordenação para o

trabalho colaborativo consiste em torná-los suficientemente flexíveis para se adequar ao

dinamismo da interação entre os participantes. No MC2 a proposta é oferecer subsídios

para que o mediador coloque em prática qualquer dinâmica podendo decidir quem

participa em determinado momento sem depender apenas do protocolo social.

Conflitos podem ocorrer devido a problemas de comunicação ou de percepção, ou

por diferenças na interpretação da situação ou de interesse [Putnam & Poole, 1987]. A

coordenação deve tratar os conflitos que prejudiquem o grupo, como competição,

desorientação, problemas de hierarquia, difusão de responsabilidade, etc. [Salomon &

Globerson, 1989].

2.3.3 Cooperação

Em um espaço virtual de informação, os indivíduos cooperam produzindo,

manipulando e organizando informações, bem como construindo e refinando artefatos

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26

digitais, como documentos, planilhas, gráficos, etc. No debate do TIAE a cooperação se

dá pela troca de mensagens entre os participantes.

O registro da informação visa aumentar o entendimento entre as pessoas, reduzindo

a incerteza (relacionada com a ausência de informação) e a equivocalidade (relacionada

com a ambigüidade e com a existência de informações conflitantes) [Daft & Lengel,

1986]. Os indivíduos trabalham as informações e se comunicam na tentativa de

solucionar os desentendimentos.

Uma forma de garantir a “memória” do grupo nos projetos colaborativos é

armazenar, preservar, catalogar, categorizar e estruturar a documentação produzida pelos

participantes. No serviço Debate todos os participantes presentes podem salvar a qualquer

momento o registro do debate do qual estão participando.

2.3.4 Percepção

Perceber é adquirir informação, por meio dos sentidos, do que está acontecendo e

do que as outras pessoas estão fazendo, mesmo sem se comunicar diretamente com elas

[Brinck & McDaniel, 1997]. A percepção, que é inerente ao ser humano, torna-se central

para a comunicação, coordenação e cooperação de um grupo de trabalho, pois os

indivíduos tomam ciência das mudanças causadas no ambiente pelas ações dos

participantes, e redirecionam as suas atitudes.

Na interação entre pessoas e ambiente dentro de uma situação face-a-face, a

obtenção de informações é rica e natural. Em ambientes virtuais, o suporte à percepção

fica menos claro, pois os meios de transmitir as informações aos órgãos sensoriais dos

seres humanos são restritos. Estações de trabalho típicas são limitadas a fornecer

informações em uma tela com apenas duas dimensões e, em alguns casos, através de

caixas de som.

Elementos de percepção são os elementos do espaço compartilhado por onde são

transmitidas as informações destinadas a prover percepção. Estas informações auxiliam

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os indivíduos a dirigir suas ações, interpretar eventos e prever possíveis necessidades.

Uma quantidade não gerenciável de informações dificulta a organização dos membros do

grupo, ocasionando desentendimentos [Fussell et al., 1998] Vale ressaltar, que a

existência da sobrecarga de informação está extremamente ligada ao indivíduo. Uns

conseguem lidar com mais informações simultâneas do que outros, dependendo, entre

outros fatores, da maturidade, da capacidade e da habilidade de cada um, bem como das

características e do nível de conhecimento sobre o assunto em questão.

2.4 Aprendizagem Colaborativa

Segundo [Dillenbourg, 1999] não existe uma definição comum de aprendizado

colaborativo que seja aceita por todos os campos de pesquisa. Porém o próprio

Dillenbourg apresenta a seguinte definição geral, ainda que insatisfatória segundo o

mesmo: “Aprendizado colaborativo é uma situação em que duas ou mais pessoas

aprendem ou tentam aprender algo juntas.”

O número de aprendizes pode variar de pares, passando por pequenos grupos até

sociedades com milhares de pessoas. Já o termo aprender pode significar desde o

acompanhamento de um curso até o aprendizado a partir da prática contínua. A forma de

interação descrita pelo termo juntas pode significar interação face-a-face ou mediada por

computador, assíncrona ou síncrona, que ocorre ou não com freqüência, que é realizada

através de um esforço conjunto ou onde o trabalho é dividido. É estranho falar de

colaboração com si próprio, porém as idéias de Piaget e de Vygotsky em [Vygotsky,

1987] de que o pensamento resulta de diálogos internalizados tornam essa visão menos

caótica e plausível.

Para Dillenbourg, a variedade de usos da palavra aprendizagem leva a dois

entendimentos distintos de aprendizado colaborativo. Um é o método pedagógico em que

se diz que dois ou mais indivíduos devem colaborar e é esperado que eles aprendam. O

outro é o processo psicológico onde se observam indivíduos e a colaboração é vista como

o mecanismo que causou o aprendizado.

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Assim, conforme Dillenbourg, as palavras “aprendizado colaborativo” descrevem

uma situação em que formas particulares de interação entre duas pessoas são esperadas e

que desencadeariam mecanismos de aprendizagem, mas não há garantias que elas

ocorram. Portanto é necessário aumentar a probabilidade de alguns tipos de interação

ocorrerem, o que pode ser alcançado apoiando interações mais produtivas pela inclusão

de regras de interação no ambiente de aprendizagem (auxiliado por computador), como

definir um tema para discussão ou estruturar e categorizar mensagens [Fuks, Gerosa &

Lucena., 2002a] Algumas das vantagens da utilização destas estratégias são um maior

aprofundamento na discussão e a redução da sobrecarga de informação.

Segundo Dillenbourg, colaboração está relacionada a quatro diferentes aspectos de

aprendizagem: situação, interações, mecanismos e os efeitos da aprendizagem

colaborativa. Uma situação pode ser mais ou menos colaborativa, por exemplo, é mais

fácil ocorrer colaboração entre colegas do que entre um subordinado e seu chefe. Já as

interações também possuem níveis diferentes de colaboração, por exemplo, negociação

parece ser mais colaborativa do que dar ordens. Alguns mecanismos de aprendizagem são

intrinsecamente mais colaborativos.

Os conceitos de grupos, groupware, colaboração e aprendizagem colaborativa

fornecem embasamento teórico ao desenvolvimento do MC2 pois este é um serviço de

comunicação que será disponibilizado no groupware AulaNet e que pretende subsidiar a

coordenação para viabilizar a aprendizagem colaborativa.

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3 Ferramentas de Bate-Papo

Aqui, considera-se “ferramenta de bate-papo” todo programa computacional

utilizado para trocar pequenas mensagens entre participantes conectados ao mesmo

tempo (comunicação síncrona) de tal maneira que eles tenham a sensação de estar

conversando [Pimentel 2002]

Neste capítulo as ferramentas serão analisadas em relação às trocas textuais, sem

considerar os recursos de vídeo e áudio para a comunicação, por ser esta a característica

do MC1 e do MC2. O objetivo é constatar que as ferramentas existentes, que possuem as

mesmas características do MC1 e do MC2, não apresentam o suporte tecnológico

pretendido em MC2.

O termo “mensagem” é definido de forma geral como sendo uma comunicação

verbal ou escrita, uma notícia ou recado. Porém, existe uma outra definição, voltada para

a informática, que define mensagem como sendo uma comunicação enviada ou recebida

por meio de um serviço digital [Dic, 2003]. Na comunidade acadêmica, o termo

“contribuição” também é utilizado para nomear mensagens enviadas em uma sessão de

bate-papo. Nesta dissertação, o termo contribuição será usado quando estivermos falando

do serviço Debate do AulaNet, e nos outros casos será usado o termo mensagem, por ser

uma definição mais abrangente.

A Figura 2 apresenta a interface de uma categoria de ferramenta de bate-papo aqui

denominada “Prototípica” - por ser a mais conhecida, a mais típica. Nesta categoria, a

interface é geralmente composta pela lista dos participantes da sessão de bate-papo, pela

lista das mensagens já enviadas - a conversação propriamente dita, e uma área para a

digitação de novas mensagens.

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Figura 2 - Interface das ferramentas prototípicas de bate-papo

Para conversar nestas ferramentas, em geral, o participante identifica-se fornecendo

um nome, apelido ou pseudônimo. Ao entrar na sala de bate-papo (ou canal de

comunicação), a identificação do participante é adicionada à lista de participantes e uma

mensagem é automaticamente enviada para avisar a entrada deste novo participante.

Quando um participante envia uma nova mensagem, todos a recebem, sendo que esta é

adicionada ao final da lista de mensagens de todos os participantes na mesma sala.

Qualquer participante pode enviar uma mensagem a qualquer momento. A conversação é

estabelecida com esta troca síncrona de mensagens na sala de bate-papo.

A conversação textual, a organização cronológica das mensagens, vários

participantes ao mesmo tempo e a listagem de seus nomes, são algumas das

características das ferramentas prototípicas de bate-papo.

A seguir serão analisadas algumas ferramentas de bate-papo atualmente

disponíveis. As ferramentas foram agrupadas em categorias para caracterizar as

semelhanças entre ferramentas diferentes, e para enfatizar as diferenças entre as

categorias identificadas.

Men

sage

ns

já E

nvia

das

Área para Digitação de Novas Mensagens

Usuários em

C

omunicação

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3.1 IRC e outras Ferramentas Prototípicas de Bate-papo

IRC (Internet Relay Chat), desenvolvido por Jarkko Oikarnnen em 1988, foi o

primeiro sistema de bate-papo a se tornar amplamente conhecido. Para utilizar o IRC, é

necessário instalar um programa-cliente como o mIRC (Figura 3). No IRC, os usuários se

encontram num espaço virtual denominado “canal”. Cada canal possui um nome e um

tópico que fornecem indicações do tipo de assunto conversado: Brasil, 25a35anos,

cinema, dentre vários outros. Em geral, não há limite na quantidade de participantes de

um canal.

Figura 3 - Ferramenta de bate-papo mIRC [Mirc, 2003]

As ferramentas de IRC disponibilizam vários recursos: conversação pública em

vários canais ao mesmo tempo; conversação particular em janelas à parte; uso de cores e

efeitos sonoros na mensagem; troca de arquivos (imagem, som, etc.); scripts; entre outros

recursos [Borba 1997]

Dentre os principais problemas das ferramentas de IRC, identifica-se a necessidade

de instalar e configurar um software específico e a necessidade de conhecer alguns

comandos para interagir num canal. Estas dificuldades não estão presentes nas

Mensagens já Enviadas

Nova Mensagem

Usuários no Canal

Conversa Particular

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32

ferramentas prototípicas de bate-papo disponíveis na Web, as denominadas web-chats

(Figura 4). No Brasil, o “Bate-papo UOL” tornou-se uma das mais conhecidas

ferramentas de bate-papo na Web.

Algumas destas ferramentas, como “Yahoo! Bate-papo” ou “MSN Chat”,

apresentam interface bem semelhante à das ferramentas de IRC, sendo adicionados

alguns recursos para formatar a mensagem e inserir pequenas imagens. Outras

ferramentas, como as demais ilustradas na Figura 4, apresentam a lista de participantes

colapsada e geralmente esta lista é usada para designar o destinatário da mensagem a ser

enviada.

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Figura 4 - Ferramentas de bate-papo dos principais portais brasileiros na Web

[UOL, 2003] [IG, 2003] [PSIU, 2003] [Terra, 2003] [Yahoo, 2003][MSN, 2003]

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34

Índice de Audiência

368,273

1,220,022

1,325,864

1,514,476

1,899,104

2,175,668

2,489,280

2,557,892

3,515,954

3,956,689

0 500,000 1,000,000

1,500,000

2,000,000

2,500,000

3,000,000

3,500,000

4,000,000

4,500,000

UOL

iG

Globo

Terra

BOL

Cade

Starmedia

Yahoo

MSN

AOL

Usuários Únicos: relativos ao universo de acessos domiciliares

Fonte: Ibope eRatings Nielsen//NetRatings - Dezembro de 2001

Figura 5 - Audiência das ferramentas de bate-papo dos principais portais

brasileiros na Web [Audiência, 2003]

A Figura 5 apresenta o resultado de uma pesquisa realizada pelo Ibope eRatings

Nielsen//NetRatings em dezembro de 2001 sobre o índice de audiência das ferramentas

de bate-papo dos principais portais brasileiro na Web.

3.2 ICQ e outras Ferramentas Messengers

Devido a grande popularidade atingida pelas ferramentas de IRC, outra ferramenta

de bate-papo que se tornou mundialmente conhecida foi o ICQ (I seek you) – Figura 6. O

ICQ foi criado em 1996 por Yair Goldfinger, Arik Vardi, Sefi Vigiser, e Amnon Amir.

[ICQ, 2003]

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35

Figura 6 - Ferramenta de bate-papo ICQ [ICQ, 2003a]

A popularidade do ICQ cresceu rapidamente e no final de 1998 existiam 22 milhões

de usuários registrados. Em maio de 2002, já existiam cerca de 200 milhões de usuários

registrados, como mostra a Figura 7.

0

50

100

150

200

250

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002

Usu

ário

s R

egis

trad

os (e

m m

ilhõe

s)

Figura 7 - Crescimento da quantidade de usuários da ferramenta ICQ [ICQ, 2003b]

Bat

e-pa

po c

om

um a

mig

o D

igita

ção

da

men

sage

m

Am

igos C

onectados

Am

igos não C

onectados

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36

Dentre as principais diferenças do ICQ, em relação às ferramentas prototípicas de

bate-papo, é que o usuário não conversa numa sala cheia de pessoas desconhecidas. No

ICQ existe uma “lista de contatos” onde o usuário registra amigos e conhecidos que

também usam esta ferramenta. O usuário pode conversar com qualquer pessoa de sua

lista que esteja conectada à Internet naquele instante.

A conversação no ICQ é predominantemente entre duas pessoas (peer-to-peer)

embora a ferramenta também possibilite a conversação simultânea entre vários usuários

ao mesmo tempo. Dentre outros recursos, a ferramenta possibilita transferir arquivos e

enviar mensagens de correio eletrônico. [ICQ, 2003c]

Atualmente, existem diversas ferramentas de bate-papo com este mesmo propósito:

facilitar a troca de mensagens entre pessoas mutuamente cadastradas e conectadas –

Figura 8. Esta categoria é usualmente denominada “messenger”.

Figura 8 - Ferramentas messengers [Yahoo, 2003a] [MSN, 2003a] [UOL,

2003a]

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37

A comunicação nas ferramentas apresentadas até agora é predominantemente

textual, embora algumas ferramentas possibilitem formatar o texto e incluir pequenas

imagens e efeitos sonoros.

3.3 Ferramentas de Bate-papo com Transmissão de Vídeo

Existem algumas ferramentas, como o NetMeeting e ICUII (Figura 9), que

transmitem o vídeo do usuário em tempo real (geralmente capturado por uma web-cam).

Estas ferramentas também possibilitam a conversação falada (transmissão de voz)

embora o bate-papo textual ainda predomine. O vídeo, aliado ao bate-papo, possibilita

perceber melhor as reações, sorrisos e gestos durante a conversação.

Figura 9 - Ferramentas de bate-papo com transmissão de vídeo

[NetMeeting, 2003] [ICUII, 2003]

Dentre os principais fatores de limitação destas ferramentas de bate-papo está a

atual Internet, onde os vídeos são transmitidos com baixa qualidade (baixa resolução e

poucos quadros por segundo), e a necessidade de um equipamento específico. Mesmo

que estes problemas sejam resolvidos (a Internet está aumentando sua capacidade de

transmissão e a web-cam está se tornado um equipamento cada vez mais popular), não é

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esperado que toda ferramenta de bate-papo faça uso de transmissão de vídeo. Também

não é esperado que as ferramentas gráficas, nem mesmo as textuais (prototípica ou

messenger), caiam em desuso. Cada categoria possibilita um conjunto de características

desejáveis para diferentes situações. A transmissão de vídeo, por exemplo, restringe o

anonimato. Uma maior interoperabilidade tornaria possível, por exemplo, a troca de

mensagens instantâneas independentemente da ferramenta messenger usada; ou então,

participar de um bate-papo independentemente da interface escolhida.

3.4 Ferramentas de Bate-papo para Atividades Específicas

Todas as ferramentas apresentadas até o momento são de uso genérico, ou seja, não

foram construídas para a realização de uma atividade específica. Nesta seção serão

discutidas três ferramentas de uso específico – “Entreviste” [Pessoa, 2002] , construída

especificamente para a realização de entrevistas; “Eletronic BrainStorming” [EB, 2003],

desenvolvida para a realização de brainwriting; e “Bate-papo” [Oeiras et al., 2002] , em

desenvolvimento no ambiente TelEduc da UNICAMP.

3.4.1 Entreviste

A ferramenta Entreviste (Figura 10) desenvolvida por Enrique Pessoa em 2002,

exemplifica como poderia ser uma ferramenta de bate-papo mais específica para a

realização de entrevistas.

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Figura 10 - Ferramenta de bate-papo Entreviste: interface dos entrevistadores

Esta ferramenta seria útil, por exemplo, em alguns portais da Web que fazem uso de

suas ferramentas prototípicas de bate-papo, com poucas adaptações, para realizar

entrevistas, como mostra a Figura 11.

Figura 11 - Ferramentas de bate-papo prototípicas usadas para realizar entrevistas

Uma entrevista realiza-se principalmente através de perguntas e respostas num

diálogo assimétrico [Fávero, 2000] Estas duas principais características são enfatizadas

na ferramenta Entreviste. Cada resposta do entrevistado é precedida pela pergunta do

Perguntas dos Entrevistadores

Respostas do Entrevistado

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entrevistador, o que facilita a identificação do par dialógico pergunta-resposta. As

mensagens são organizadas em duas áreas distintas: perguntas dos entrevistadores

(geralmente vários), e respostas do entrevistado (geralmente único) – o que enfatiza a

assimetria do diálogo. Em comparação com as ferramentas de bate-papo prototípicas,

como as apresentadas na Figura 11, a ferramenta Entreviste é mais adequada para a

realização de entrevistas.

3.4.2 Eletronic Brainstorming

Brainstorming é uma técnica desenvolvida para maximizar a geração de idéias

numa reunião. Dentre as principais regras estabelecidas, deve-se eliminar os bloqueios

mentais, coibir o senso crítico, fomentar a participação de todos, e evitar discussões que

não estejam focadas na tarefa a ser desempenhada. Na técnica brainwriting, uma

adaptação da técnica brainstorming, cada membro do grupo escreve suas idéias numa

folha de papel ao invés de expressá-las oralmente, e estas folhas ficam sendo revezadas

entre os participantes [King & Schlicksupp, 1999].

Figura 12 - Ferramenta de bate-papo Eletronic Brainstorming

Folh

as e

m U

so

Nova m

ensagem que

o participante incluirá

nestafolha

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A ferramenta Eletronic Brainstorming (Figura 12) foi desenvolvida pela empresa

GroupSystems.com e implementa a técnica de brainwriting. Nesta ferramenta a

conversação é realizada através da troca de “folhas-virtuais”. Quando o participante

recebe uma das folhas, pode incluir uma nova mensagem. A folha é devolvida e o

participante imediatamente recebe uma das outras folhas. As folhas são revezadas até que

o coordenador encerre a sessão.

O Eletronic Brainstorming possui a funcionalidade mais típica das ferramentas de

bate-papo: troca síncrona de pequenas mensagens textuais. Por outro lado, possui

funcionalidades atípicas, implementadas especificamente para a realização do

brainwriting: o autor da mensagem não é identificado e as mensagens são organizadas em

páginas distintas sendo cada página usada por um único participante por vez.

3.4.3 Bate-papo (TelEduc)

O Bate-papo do TelEduc [TelEduc, 2003] pode ser executado diretamente pelo

navegador e sua interface atual é semelhante a de outras ferramentas de bate-papo

comumente encontradas na Web, como pode ser visto na Figura 13.

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42

Figura 13 - Ferramenta de Bate-papo do

As mensagens trocadas são vistas por todos os participantes e isto decorre da

concepção de projeto adotada, onde a sala de bate-papo seria um ambiente similar ao da

sala de aula presencial: todos "ouvem" o que se fala, não existindo salas reservadas e

evitando cochichos.

A utilização do Bate-papo em cursos a distância revelou algumas dificuldades para

a realização de muitas atividades, o que ocasionou o aparecimento de diversos problemas

relacionados à coordenação do discurso. O reprojeto desta ferramenta foi realizado

utilizando a tecnologia de agentes.

A partir de sugestões de usuários e de uma análise da literatura [Harasim, 1996]

foram escolhidos três formatos iniciais: Seminário, Assembléia e Painel. Uma

característica comum aos formatos é que cada atividade coordenada é previamente

agendada (hora, data, duração e tipo de sessão) segundo um assunto pré-definido do qual

todos os participantes devem estar a par.

fala para pergunta para responde para concorda com discorda de desculpa-se Área para Digitação

de Novas Mensagens

(15:17:04) Sérgio fala para Todos: Olaaaá

(15:17:14) Janne fala para Sérgio: Oi Sérgio! Tudo bem?

(15:18:23) Janne fala para Sérgio: Como está o andamento dos trabalhos?

(15:18:53) Adalbas entra na sala.

(15:19:14) Adalbas fala para Todos: Olá a todos!

(15:19:26) Janne fala para Adalbas: Boa tarde Adalbas! Tudo bem? Usuários em Comunicação

Men

sage

ns

já E

nvia

das

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43

No modelo Seminário (Figura 14), como em seminários reais, apenas os

seminaristas podem enviar mensagens para todos participantes. As perguntas feitas pelo

público geral para os seminaristas são submetidas a critérios definidos pela moderação

como: Tempo (aquele que está há mais tempo sem falar tem maior prioridade);

Quantidade de frases (quem falou menos até o momento tem maior prioridade); e Réplica

(aquele que estiver respondendo para alguém recentemente terá maior prioridade).

Esses critérios - usados em todos os modelos - definem as diretrizes que o agente

seguirá para gerenciar a fila de espera e publicar as mensagens enviadas. O agente

reconhece as mensagens submetidas pelos seminaristas e as publica imediatamente

(privilégio deste tipo de participante).

Figura 14 - Ferramenta Bate-papo: modelo Seminário

No modelo Assembléia, o número de participantes normalmente é maior que no

seminário e a pauta mais abrangente, envolvendo a tomada de alguma decisão. Em uma

assembléia, todos os participantes têm os mesmos privilégios e, a princípio, todos os

participantes sempre falam para todos, não havendo a possibilidade da troca de entonação

e destinatário através da interface.

Área para Digitação de Novas Mensagens

Fila de espera: - Janne - Zelia - João - Maria Cândida - Leonel - Cintia

Filade

Espera

Material Auxiliar Seminaristas: - Janice - Célio

Aguarde um instante…

(15:40:15) Janne Entra na sala.

(15:41:44) Janne fala para Todos: Ola a todos!!

(15:42:05) Zelia fala para Todos: Ola Janne!

(15:42:49) Janne fala para Zelia: O que estávamos discutindo me

levou a analisar o artigo referente as técnicas 3D em EAD… Seminaristas

Seminaristas

Men

sage

ns

já E

nvia

das

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É usada uma metáfora de “levantar a mão”, que eqüivale a clicar no botão

“Levantar Mão” (Figura 15). Nesse momento o nome do usuário é inserido na fila de

espera de acordo com os critérios definidos para o Agente. Quando estiver na primeira

posição da fila este participante terá um tempo pré-definido para escrever sua mensagem

ou enviar sua mensagem previamente elaborada. Há também a possibilidade de clicar no

botão “Sair da Fila” para desistir de falar.

O modelo Painel (Figura 15) é semelhante ao modelo de assembléia referido

anteriormente, porém com número menor de participantes e vários painelistas. As

mensagens são enviadas pelo público para os painelistas, sendo possível a escolha de um

em específico ou “Todos”. Também é usada a metáfora de levantar a mão para pedir a

palavra, porém, os painelistas possuem privilégios de prioridade e suas mensagens são

avaliadas de forma diferenciada e publicadas imediatamente.

Figura 15 - Ferramenta Bate-papo: modelo Painel

É importante ressaltar que apesar de terem sido criados novos modelos, o modelo

de bate-papo atual (Figura 13) não foi eliminado do TelEduc.

Área para Digitação de Novas Mensagens Solicitar

entrada na fila

Material Auxiliar

Painelistas: - Armando - Cláudia - Wagner - Katsumi

Solicitar saída da fila

Fila de espera: - Catarina - Jorge - Adriano - Maria - Carlos

Filade

Espera

(15:42:48) Catarina fala para Jorge: O que estávamos discutindo por mail me levou a analisar o artigo referente as técnicas 3D em EAD…

(15:43:29) Jorge fala para Todos: Ok, mas temos que confirmar se o custo computacional compensa o benefício proporcionado!

(15:44:50) Catarina fala para Jorge: Quando falamos nisso não podemos deixar de observar que www.ic.unicamp.br/~papers/ead.htm nem sempre é uma boa referência…

(15:45:47) Jorge fala para Catarina: Com certeza. Obrigado pela dica.Painelistas

PainelistasM

ensa

gens

Env

iada

s

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Os modelos foram definidos previamente e foram usados agentes de software para

que esses modelos pudessem ser (re)inventados dando a ferramenta a flexibilidade

desejada em um ambiente educacional. O usuário pode personalizar cada um desses

modelos a fim de escolher quais critérios o agente aplicará às mensagens e qual peso será

atribuído. O peso é utilizado como uma forma de desempate. Por exemplo, dois

participantes enviam suas mensagens ao mesmo tempo. O participante A falou mais

vezes e está há mais tempo sem falar que o participante B. Então se o agente estiver

configurado para que o peso da quantidade de frases seja superior ao peso do tempo sem

falar, o participante B terá prioridade pois falou menos vezes.

As dificuldades apontadas pela utilização do Bate-papo do TelEduc são

semelhantes às citadas pela utilização do MC1 do AulaNet, porém, as soluções propostas

são diferentes. No TelEduc a solução proposta é gerar variações do Bate-papo, ou seja,

várias instâncias diferentes. Na prática, o mediador deve escolher o modelo a ser utilizado

antes de iniciar a sessão de bate-papo, e tal modelo não poderá ser alterado durante a

mesma sessão. Já no AulaNet a solução proposta é oferecer a possibilidade de variar os

modelos usando a mesma instância da aplicação. O mediador poderá alternar entre os

modelos disponíveis durante a mesma sessão de bate-papo.

Com a análise destas três ferramentas (Entreviste, Eletronic BrainStorming e Bate-

papo) de comunicação textual síncrona, percebe-se que a ferramenta de bate-papo pode

ser adaptada para um objetivo específico apresentando um projeto mais adequado para a

atividade a ser realizada. O problema é que a ferramenta pode se tornar específica

demais, não permitindo que o mediador use a imaginação e crie dinâmicas de grupo

diversificadas.

3.5 Ferramentas de Bate-papo para Educação

Existem, hoje, diversas ferramentas de bate-papo com diferentes objetivos e níveis

de sofisticação tecnológica. Os principais ambientes de educação a distância mediada por

computador, quando disponibilizam alguma ferramenta de bate-papo (Figura 16), a

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ferramenta é reduzida às funcionalidades mínimas, ao projeto mais simples. Por exemplo,

a ferramenta só contém os elementos mínimos para a conversação textual – não

possibilita a conversação em particular, não há formatação de texto, não há diferenciação

entre as mensagens, não faz uso de outras mídias, etc. As ferramentas de bate-papo dos

atuais ambientes de educação a distância, não utilizam adequadamente as inúmeras

possibilidades deste meio de comunicação.

(MC1)

http://www.ccead.puc-rio.br/aulanet2/

Figura 16 - Ferramentas de bate-papo dos atuais ambientes de Educação a

Distância [AulaNet, 2003] [WebCT, 2003] [LearningSpace, 2003]

Para o contexto educacional, perante as ferramentas de bate-papo analisadas nas

seções anteriores, é possível vislumbrar diversas propostas pedagógicas. Por exemplo, se

o objetivo fosse entrevistar um especialista numa área ou um “tira dúvidas on-line”, então

talvez fosse mais adequada uma ferramenta semelhante ao Entreviste (Figura 10); ou

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então, se o objetivo fosse a geração de idéias e pensamento criativo, então alguma

ferramenta semelhante ao Eletronic BrainStorming (Figura 12); enfim, as possibilidades

são amplas. É necessário construir novas ferramentas de bate-papo que sejam mais

adequadas a uma proposta pedagógica específica, bem como desenvolver novas

atividades pedagógicas que sejam mais adequadas às ferramentas de bate-papo.

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4 Políticas de Comunicação

Uma analogia entre as técnicas de trabalho em grupo [Minicucci, 1992] e as

políticas de comunicação foi realizada para tentar oferecer o suporte tecnológico

pretendido no MC2 usando conceitos da computação.

Uma das características mais importantes de um sistema de comunicação é o

conjunto de políticas de comunicação disponibilizadas por ele. De maneira geral,

políticas de comunicação são responsáveis por coordenar a interação dos atores

envolvidos. Normalmente a política determina quem pode escrever para os canais de

comunicação, quando isto deverá acontecer e quem tem permissão para lê-los.

Em qualquer sistema o controle de acesso ao ambiente (comumente denominado

“floor control”), que gerencia quais participantes têm direito à fala e à manipulação de

documentos em um dado instante, bem como o controle do período máximo de tempo

que cada participante tem, quando detém um controle específico do ambiente, é um

mecanismo chave e, em geral, de difícil implementação. Um sistema ideal deve permitir a

configuração completa do acesso às suas facilidades, e se encarregar de gerenciar as

regras estabelecidas. [Oliveira & Soares, 1996]

É importante definir e implementar as políticas que regulamentam o acesso à

palavra para garantir que o discurso de um usuário não será interrompido [Controle de

Palco, 2003] Há quatro formas básicas de realizar o controle da palavra:

• Nenhum Controle: O sistema permite o acesso livre à superfície compartilhada para

evitar conflitos. O resultado deste controle é satisfatório quando apenas duas pessoas

estão utilizando o chat, mas obviamente não é pratico quando o número de pessoas

aumenta.

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• Locking Implícito: O participante que começa a enviar informação tem controle sobre

o espaço compartilhado, liberando-o quando acabar.

• Locking Explícito: O participante deve solicitar a palavra.

• Controle da Palavra: Um dos participantes é designado como mediador para a sessão

colaborativa e pode escolher quem terá o controle sobre o espaço compartilhado.

A escolha das políticas de comunicação iniciou-se com a percepção da semelhança

entre as políticas e as técnicas de escalonamento [Tanenbaum & Woodhull, 1997]

utilizadas em Sistemas Operacionais. Normalmente, vários processos precisam utilizar o

processador ao mesmo tempo. Este conflito é solucionado com o uso de técnicas de

escalonamento. Fazendo uma analogia entre os processos e as mensagens enviadas pelos

participantes de uma sessão de bate-papo, pode-se dizer que da mesma forma que o

processo quer usar o processador, a mensagem quer usar o canal de comunicação. Outra

maneira é considerar os participantes como se fossem processos que no lugar de estarem

disputando o uso do processador, estão disputando o uso do canal de comunicação.

Quando um ou mais participantes requisitam a palavra na sessão de bate-papo, é preciso

decidir a ordem em que os pedidos serão atendidos.

A seguir serão apresentados os algoritmos de escalonamento estudados.

4.1 Escalonamento FIFO (FIFOPolicy)

No escalonamento FIFO [Tanenbaum & Woodhull, 1997] , como mostra a Figura

17, os processos prontos são colocados numa fila organizada por ordem de chegada. Na

sua vez, cada processo recebe o uso da CPU até que seja completado, ou seja, o processo

permanece em execução até que seja finalizado, de forma que os demais processos na fila

fiquem esperando por sua oportunidade de processamento, assim sendo, o escalonamento

FIFO é um algoritmo não preemptivo.

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50

Processos Prontos

finalização

Figura 17 - Escalonamento FIFO

Devido ao fato de dar igual tratamento a todos os processos, processos de pequena

duração não são favorecidos pois têm seu tempo de resposta fortemente influenciado

pelos processos a serem processados primeiramente, ou seja, o tempo de resposta

aumenta consideravelmente em função da quantidade de processos posicionados à frente

e também pela duração destes.

Outro ponto é que processos importantes podem ficar a espera devido à execução

de outros processos menos importantes dado que o escalonamento FIFO não concebe

qualquer mecanismo de distinção entre processos (por exemplo, processos com diferentes

níveis de prioridade).

De acordo com as considerações relativas ao escalonamento FIFO uma forma de

enxergar o compartilhamento do canal de comunicação entre os participantes de uma

sessão de bate-papo é organizar as mensagens enviadas por eles colocando-as numa fila

ordenada por ordem de chegada. Quando chegar a sua vez, a mensagem recebe o uso do

canal e é enviada para todos os participantes, de forma que as demais mensagens na fila

fiquem esperando por sua oportunidade de utilizar o canal.

O fato do tratamento a todas as mensagens e a todos os participantes ser igual faz

com que participantes cujas mensagens deveriam ter maior importância, não sejam

favorecidos, pois eles não têm acesso imediato ao canal de comunicação e precisam

esperar a sua vez na fila. Como foi dito anteriormente, o escalonamento FIFO não

concebe qualquer mecanismo de distinção entre participantes, como por exemplo,

participantes com diferentes níveis de prioridade.

CPU

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4.2 Escalonamento FILO (FILOPolicy)

No escalonamento FILO [Tanenbaum & Woodhull, 1997] , os processos prontos

são colocados numa pilha. A partir daí, o funcionamento é o mesmo do escalonamento

FIFO pois cada processo recebe o uso da CPU até que seja completado, ou seja, o

processo permanece em execução até que seja finalizado, de forma que os demais

processos na pilha fiquem esperando por sua oportunidade de processamento. Os

problemas também são os mesmos.

Do mesmo modo que os processos, as mensagens podem ser colocadas em um pilha

e a partir daí a utilização do canal de comunicação poderá ser realizada da mesma forma

que no escalonamento FIFO.

4.3 Escalonamento Round Robin (RoundRobinPolicy)

No escalonamento Round Robin ou circular [Tanenbaum & Woodhull, 1997] ,

como pode ser visto na Figura 18, os processos são organizados numa fila segundo sua

ordem de chegada e então são despachados para execução. No entanto, ao invés de serem

executados até o fim, a cada processo é concedido apenas um intervalo de tempo (time-

slice ou quantum). Caso o processo não seja finalizado neste intervalo de tempo ocorre

sua substituição pelo próximo processo na fila de processos ativos, sendo o processo

interrompido colocado no fim da fila. Isto significa que ao final de seu intervalo de tempo

ocorre a preempção do processador, ou seja, o processador é designado a outro processo,

sendo salvo o contexto do processo interrompido para permitir a continuidade da

execução quando sua vez chegar novamente.

O escalonamento Round Robin se baseia na utilização de temporizadores, sendo um

algoritmo preemptivo e bastante adequado para ambientes interativos, ou seja, em

sistemas de tempo repartido onde coexistem múltiplos usuários simultâneos sendo,

portanto, necessário garantir-se tempos de resposta razoáveis. A sobrecarga imposta pela

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troca de contexto representa um investimento para atingir-se um bom nível de eficiência,

pois com diversos processos em execução simultânea (pseudoparalelismo) é possível

manter ocupados todos os recursos do sistema.

Processos Prontos

finalização

Preempção

Figura 18 - Escalonamento Round Robin

A determinação do tamanho do intervalo de tempo (quantum) é extremamente

importante pois relaciona-se com a sobrecarga imposta ao sistema pelas trocas de

contexto dos processos ativos. Para cada processo existe uma janela de tempo onde

ocorrem:

1. a recuperação do contexto do processo (trc),

2. a execução do processo pela duração do quantum (q) e

3. a preservação do processo após o término de seu quantum (tpc).

Como o tempo tomado para a troca de contexto (tc) não é útil do ponto de vista de

processamento de processos dos usuários, temos que, para cada janela de tempo

concedida aos processos, a troca de contexto representa uma sobrecarga, pois somente o

quantum de processamento é útil.

Analogamente ao tratamento do escalonamento round robin com processos, a

forma de compartilhar o canal de comunicação entre os participantes de uma sessão de

bate-papo é organizá-los numa fila segundo a ordem de solicitação do espaço

compartilhado e então conceder o uso do canal a cada participante durante um intervalo

de tempo pré-definido. Caso o participante não libere o canal neste intervalo de tempo,

ocorre a sua substituição pelo próximo participante na fila, sendo que o participante

CPU

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interrompido é colocado no fim da fila. Não faz sentido compartilhar o canal dessa forma

para as mensagens enviadas pelos participantes, pois não faz sentido subdividi-las em

mensagens menores.

4.4 Escalonamento por Prioridades (PriorityPolicy)

O escalonamento round robin faz a suposição implícita de que todo processo é

igualmente importante. Com freqüência, as pessoas que possuem e operam computadores

multiusuários têm idéias diferentes sobre tal assunto. Em uma universidade, a ordem de

prioridade pode ser diretores primeiro, depois professores, secretários, monitores e, por

fim, os alunos. A necessidade de levar em conta fatores externos conduz ao

escalonamento por prioridade. A idéia básica é simples e direta: a cada processo é

atribuída uma prioridade, e o processo executável com a maior prioridade recebe

permissão para executar. [Tanenbaum & Woodhull, 1997]

Mesmo em um PC com um único proprietário, pode haver múltiplos processos,

alguns mais importantes que outros. Por exemplo, a um processo de servidor que envia

uma mensagem de correio eletrônico em segundo plano deve ser atribuído uma

prioridade mais baixa que a um processo que exibe um vídeo na tela em tempo real.

Para evitar que processos de alta prioridade executem indefinidamente, o

escalonador pode diminuir a prioridade do processo atualmente em execução a cada

clock. Se esta ação fizer com que sua prioridade caia para baixo do próximo processo

com maior prioridade, ocorre uma comutação de processos. Alternativamente, a cada

processo pode ser atribuído um quantum máximo em que lhe é permitido usar a CPU

continuamente. Quando esse quantum acaba, é dada uma chance de executar ao próximo

processo com maior prioridade. As prioridades podem ser atribuídas aos processos

estática ou dinamicamente.

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O sistema UNIX tem um comando, nice, que permite que um usuário

voluntariamente reduza a prioridade do seu processo, para ser gentil (nice) com os outros

usuários. Ninguém o utiliza. [Tanenbaum & Woodhull, 1997]

Muitas vezes é conveniente agrupar processos em classes de prioridade e utilizar

escalonamento por prioridade entre as classes e escalonamento round robin dentro de

cada classe.

Considerando que cada participante pode ser considerado como um processo pelo

escalonamento por prioridades, a cada participante é atribuída uma prioridade, e o

participante com maior prioridade recebe permissão para utilizar o espaço compartilhado.

O mesmo raciocínio pode ser usado com as mensagens. A mensagem cujo participante

tem maior prioridade recebe o uso do canal e é enviada para todos os participantes.

4.5 Escalonamento Aleatório (RandomPolicy)

Também chamado de escalonamento por sorteio, tem como idéia básica dar bilhetes

de loteria para cada processo. Sempre que uma decisão de escalonamento tiver de ser

feita, um bilhete de loteria é escolhido aleatoriamente, e o processo que armazena este

bilhete recebe o recurso. [Tanenbaum & Woodhull, 1997]

Parafraseando George Orwell em [Orwell, 1945], “Todos os processos são iguais,

mas alguns processos são mais iguais”. Os processos mais importantes podem receber

bilhetes extras, para aumentar suas chances de ganhar.

O escalonamento por sorteio tem várias propriedades interessantes. Por exemplo,

se um novo processo aparece e recebe alguns bilhetes, no próximo sorteio, ele terá uma

chance de ganhar em proporção ao número de bilhetes que possui. Em outras palavras, o

escalonamento por sorteio é altamente responsivo.

O principal objetivo dos algoritmos de escalonamento é designar o processador

para um certo processo dentre vários processos existentes, otimizando um ou mais

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55

aspectos do comportamento geral do sistema. Stallings em [Stallings, 1995] categoriza os

escalonadores como:

1. Orientados ao Usuário: quando procuram otimizar os tempos de resposta e

permanência além da previsibilidade e,

2. Orientados ao Sistema: quando enfatizam a produtividade, a taxa de utilização do

processador, o tratamento justo e o balanceamento do uso de recursos.

De acordo com o conceito do escalonamento aleatório, a forma de compartilhar o

canal de comunicação entre os participantes de uma sessão de bate-papo é dar bilhetes de

loteria para cada participante. Sempre que uma decisão de escalonamento tiver de ser

tomada, um bilhete de loteria é escolhido aleatoriamente, e ao participante que armazena

este bilhete é concedido o uso do canal.

Após o estudo dos algoritmos de escalonamento, verificou-se que estes não

propiciam coordenação de forma satisfatória, pois os seus objetivos são muito distintos

dos objetivos da coordenação. Os algoritmos de escalonamento têm como objetivo a

utilização do canal com o menor desperdício possível, e dando oportunidade a todos os

processos. Já no caso da mediação da conversação, o objetivo é ter uma utilização

criativa, ou seja, fornecer subsídios ao mediador para que ele conduza a conversação

entre os aprendizes de um debate da forma que desejar.

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56

5 Técnicas de Trabalho em Grupo e Técnicas de Conversação

O objetivo é trabalhar com dinâmicas de pequenos grupos e técnicas de trabalho em

grupo [Minicucci, 1992] para tentar oferecer um suporte tecnológico que ajude no

processo de aprendizagem do aprendiz durante a utilização da ferramenta de bate-papo.

As técnicas de conversação disponíveis no MC2 foram adaptadas das técnicas de

trabalho em grupo que serão apresentadas neste capítulo. O termo “técnica de

conversação” foi escolhido para definir as técnicas disponíveis no MC2 pois o objetivo

dessas técnicas é ajudar o mediador na condução da conversação entre os aprendizes de

um curso do ambiente AulaNet.

Desde que Kurt Lewin [Lewin, 1935] lançou a expressão dinâmica de grupo,

muito se tem escrito e pesquisado sobre o assunto, especialmente nas áreas de

comunicação, liderança, coesão de grupo, propriedades estruturais dos grupos e padrões

do grupo. O certo é que dinâmica de grupo é, antes de mais nada, a reformulação de

comportamento, isto é, a democratização de atitudes tão necessárias ao trabalho produtivo

[Minicucci, 1992] Apenas as técnicas de trabalho em grupo não são suficientes para as

atividades grupais. Elas são complementares ao tratamento de reformulação de

comportamento.

O grupo é entendido como um conjunto conhecido de pessoas que são

interdependentes na tentativa de realização de objetivos comuns, e visam a um

relacionamento interpessoal satisfatório. A tentativa da realização desses objetivos cria,

no grupo, um processo de interação entre pessoas que se influenciam reciprocamente.

Num grupo, cada uma das pessoas ajuda as outras e é apoiada por elas, mas também

surgem dificuldades causadas pelos outros, quer diretamente, quer por projeção sobre

seus problemas. Em todos os momentos encontramos pessoas que trabalham em grupo

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para resolver seus problemas ou tomar decisões. Os grupos podem ser democráticos,

formais ou informais. [Minicucci, 1992]

Todos fazem parte de grupos, mas normalmente o indivíduo não se conduz da

mesma forma quando está só ou quando participa de uma reunião de grupo. Ao participar

de um grupo o indivíduo pode adotar determinada atitude face a outros membros do

grupo, dissimulando certos aspectos pessoais, ou pode sentir-se protegido no anonimato.

Ele deve perceber que, mesmo fazendo parte de um grupo, cada pessoa é particular quer

seja pelo seu modo de pensar, por suas percepções ou por sua envergadura pessoal.

Dentro de um grupo, o indivíduo pode desempenhar dois tipos de relações sociais:

verticais ou horizontais. As relações verticais ocorrem quando existe uma superioridade

de posição, status, liderança ou chefia, enquanto as relações horizontais implicam em

igualdade de condições entre os membros do grupo.

O grupo deve trabalhar evitando a formalidade, tanto para obter fluidez na

comunicação como para conseguir uma boa resolução de problemas. Naturalmente, o

excesso de informalidade poderá levar a desviar a atenção dos membros do grupo. A

manutenção de um grau adequado de informalidade é uma habilidade que se adquire com

treinamento e tem de ser desenvolvida por todo bom membro de grupo.

O tamanho do grupo é um fator que contribui à intimidação e ao caráter

cerimonioso do mesmo. É difícil conseguir um bom debate ou discussão com muitos

indivíduos, por isso, é aconselhável, tratando-se de grupos grandes, recorrer a técnicas

para formar subgrupos e canalizar o problema para grupos pequenos. O tamanho do

grupo e o dos subgrupos depende dos objetivos daquele e da experiência de seus

membros.

Há várias normas de condução de reuniões presenciais, sendo que algumas delas

acabaram de serem citadas. São elas: o uso de técnicas de trabalho em grupo não é

suficiente para as atividades em grupo, os conceitos relativos ao grupo, os conceitos

relativos ao indivíduo que faz parte de um grupo, as relações sociais desempenhadas em

um grupo, a formalidade do trabalho em grupo e o tamanho do grupo. A questão é como

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adaptá-las ao mundo textual, pois neste caso ocorre a perda da riqueza do áudio e do

vídeo.

As normas para reuniões presenciais citadas até o momento serviram também para

reuniões textuais, porém, em relação à situação física do ambiente isso não ocorre. Uma

das formas de começar a melhorar a atividade de um grupo em reuniões presenciais

consiste em melhorar a situação física na qual ele se reúne. Em geral, isto exerce um

efeito imediato sobre a atividade do grupo. Com grupos textuais este recurso não pode ser

usado pois o ambiente físico não existe.

As técnicas apresentadas neste capítulo não são técnicas rígidas que devem ser

seguidas à risca, com performances pré-estabelecidas. Muito vale a iniciativa de quem as

utiliza, adaptando-as às características do grupo e às exigências da situação.

5.1 Técnicas Implementadas

A seguir serão descritas as técnicas de trabalho em grupo nas quais as técnicas de

conversação que estão disponíveis no MC2 se basearam. Até o TIAE 2002.1 o objetivo

do debate no curso era sincronizar as idéias dos aprendizes e no final de cada sessão de

debate tentava-se uma convergência sobre a discussão. Em TIAE 2002.2, para facilitar a

coordenação, a dinâmica evoluiu e passou a apresentar passos bem definidos a serem

seguidos por todos os participantes do debate. As técnicas de trabalho em grupo que serão

descritas a seguir foram escolhidas pois com elas foi possível aplicar a dinâmica desejada

no debate realizado semanalmente em TIAE 2002.2, onde a nova ferramenta de bate-

papo foi utilizada.

A dinâmica apresentada a seguir foi definida no início do curso e foi utilizada em

todos os debates. A mesma dinâmica foi utilizada em todos os debates para que as duas

aplicações (MC1 e MC2) pudessem ser comparadas.

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Dinâmica do debate do TIAE 2002.2:

1. Mediador inicia o debate. Antes disto a conversação é livre.

2. Moderador, papel criado no TIAE para o aprendiz responsável pela moderação do

debate da semana, sintetiza a primeira questão da Conferência realizada na semana.

3. Cada aprendiz deve enviar uma contribuição indicando o que gostaria de discutir em

relação àquela questão. (Observações: A contribuição só deverá ser enviada quando o

mediador ou o sistema indicar de quem é a vez de falar. Os aprendizes deverão

formular a sua contribuição antes de iniciar o debate.)

4. Após a etapa 3, é feita uma votação e cada aprendiz indica qual contribuição gostaria

de discutir com o grupo (indica o nome do aprendiz que enviou a contribuição, mas

não pode se auto-indicar).

5. Moderador inicia a discussão sobre a contribuição mais votada (os aprendizes estão

livres para discutir aquela contribuição). Caso a discussão se esgote, o moderador

inicia a discussão sobre a segunda contribuição mais votada. Este processo se repete

até esgotar o tempo (que foi estabelecido pelos mediadores como sendo de

aproximadamente 15 minutos para cada questão).

6. Caso haja tempo, o moderador pode abrir espaço para quem quiser fazer uma

conclusão ou comentário adicional. Repetem-se os passos 2, 3, 4, 5 e 6 para todas as

questões da Conferência.

7. Mediador finaliza o debate após uma hora de duração.

É possível para o mediador aplicar a dinâmica proposta fazendo uso apenas do

protocolo social. Isto foi constatado nos quatro debates realizados utilizando o MC1. No

MC2 existe um suporte tecnológico à coordenação da conversação, porém isso não exclui

a necessidade do uso do protocolo social. Um exemplo do uso do protocolo social no

MC2 pode ser visto no quinto passo da dinâmica. Neste caso o mediador continua

lançando mão do protocolo social para definir o tempo que será gasto na discussão de

uma determinada questão.

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As técnicas de trabalho em grupo que compõem a dinâmica do debate em TIAE são

o “Brainstorming”, a “Discussão Circular”, a “Votação” e a “Assembléia”. Elas deram

origem, respectivamente, às técnicas de conversação “Contribuição Livre”, “Contribuição

Circular”, “Contribuição Única” e “Contribuição Mediada”.

5.1.1 Brainstorming e Contribuição Livre

O brainstorming é um tipo de interação em grupo, concebido para incentivar a livre

promoção de idéias sem restrições nem limitações quanto à exiquibilidade das mesmas.

No MC2 esta técnica de trabalho em grupo deu origem à técnica de conversação

“Contribuição Livre”, que permite que os aprendizes estejam livres para enviar suas

contribuições a qualquer momento. Eles não precisam preocupar com o número de

contribuições enviadas e nem com algum tipo de estruturação ou organização da

conversação, por exemplo, seguir uma ordem pré-estabelecida. O objetivo principal é ter

um momento onde todos participem livremente, sem qualquer limitação ou restrição.

Devido ao modo de funcionamento do MC1 é razoável considerar que nele a

Contribuição Livre é a técnica que sempre estará em vigor na aplicação. Já no MC2 a

Contribuição Livre é a técnica padrão, ou seja, enquanto o mediador não alterar a técnica

esta será a técnica que estará em vigor na aplicação.

5.1.2 Discussão Circular e Contribuição Circular

Em uma reunião presencial a discussão circular começa com o estabelecimento do

limite de tempo relativo a cada pessoa e a apresentação de uma questão que deverá ser

respondida ou discutida pelo grupo. Quando se torna aparente que todos entenderam a

questão, uma pessoa se apresenta para iniciar a discussão. Terminado o tempo que lhe

cabe, seu vizinho continua em seu lugar e, assim por diante, até que todos tenham falado

sobre o assunto. Cada participante deve contribuir com uma nova idéia, adicionar algo

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novo à idéia já apresentada ou unir numa só duas idéias anteriormente apresentadas. Ele

pode simplesmente tecer apreciações em torno das idéias dos outros, pode pedir dispensa

e pode sugerir que o minuto que lhe pertence seja dedicado ao silêncio. Silêncio, quando

considerado como pausa para reflexão, também pode ser uma contribuição valiosa.

Ninguém deve interromper ou responder a uma crítica enquanto não chegar a sua

vez. Até lá sua resposta já não será tão acalorada e, quem sabe, alguma pessoa, com toda

a calma, já terá dado a resposta adequada. A discussão circular continua até que todos

achem que nada mais há a comentar, até esgotar o tempo previsto, ou até que os

participantes indiquem que não têm com o que contribuir. Tudo o que foi dito deve ser

registrado e serve como base para a discussão que é a verdadeira finalidade da reunião. O

resumo das contribuições deverá ser organizado por uma equipe de síntese que, ao final

da reunião, apresentará as conclusões.

No MC2, a técnica de trabalho em grupo “Discussão Circular” deu origem à técnica

de conversação “Contribuição Circular”. O MC2 faz uso do suporte tecnológico para

ajudar na organização da conversação. O aprendiz apenas poderá enviar a sua

contribuição no momento em que o botão “Enviar” da sua interface estiver habilitado.

Neste momento os outros aprendizes, que não podem enviar nada, estarão bloqueados.

Para adaptar a técnica de discussão circular ao mundo textual, o MC2 fez algumas

alterações no funcionamento da técnica, que foram:

• O mediador decide quando será o início da conversa;

• Em vez de usar o tempo como limite foi usado o número de contribuições que podem

ser enviadas pelo aprendiz, que no caso é apenas uma por rodada;

• O número de rodadas é definido pelo mediador;

• A ordem seguida é a ordem de entrada na aplicação; e

• O mediador decide quando será o fim da conversa.

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As alterações realizadas embutiram alguns aspectos do protocolo social nos

elementos de coordenação da aplicação desenvolvida. É possível para o mediador, como

foi feito usando o MC1, aplicar a discussão circular fazendo uso apenas do protocolo

social, porém, com o suporte tecnológico dado pelo MC2 esta tarefa é facilitada.

5.1.3 Votação e Contribuição Única

Uma votação é realizada com o intuito de permitir que os seus participantes

manifestem sua vontade ou opinião sobre um determinado assunto para que decisões

sejam tomadas. Em um processo de votação cada membro tem direito a um voto, porém

tais votos podem ter pesos diferentes.

O processo de votação pode ser realizado de várias formas, como por exemplo,

concordando ou discordando sobre alguma questão, ou escolhendo uma dentre várias

opções. Normalmente é dado ao participante o direito de abstenção. Existem também as

votações secretas.

No MC2 a técnica de conversação “Contribuição Única” originou-se da

necessidade criada na dinâmica do debate de realizar uma “Votação”. Nesta técnica cada

aprendiz só pode enviar uma contribuição (que representa seu voto) e a contribuição pode

ser enviada a qualquer instante (não há ordenação). É importante ressaltar que a técnica

Contribuição Única pode ser utilizada pelo mediador com outros objetivos que não sejam

uma votação propriamente dita.

5.1.4 Assembléia e Contribuição Mediada

Assembléia é uma atividade que normalmente é realizada por grupos grandes, com

pautas abrangentes e envolvendo a tomada de alguma decisão. O termo assembléia veio

ao idioma português através do francês e origina-se do verbo assembler e assimilare, no

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sentido de reunir. As pessoas se dirigem a uma assembléia com a finalidade de reunir-se

para assimilar conhecimento e ter intercâmbio com seus semelhantes.

Em uma assembléia todos os participantes têm os mesmos privilégios. Para facilitar

a manutenção da organização da assembléia os participantes só podem expor seus pontos

de vista após autorização da mesa diretora. Caso dois ou mais participantes solicitem a

palavra em um mesmo instante, cabe à mesa diretora a responsabilidade pela definição

dos critérios de desempate, ou seja, é ela que decide quem será o próximo a ter a palavra.

No MC2 a técnica de trabalho em grupo “Assembléia” deu origem à técnica de

conversação “Contribuição Mediada”, onde os aprendizes solicitam a palavra

selecionando o botão “Solicitar Palavra”. Nesse momento o aprendiz é inserido na fila de

espera e aguarda até que o mediador decida sobre tal solicitação, de acordo com os seus

critérios.

Enquanto estiver esperando por sua vez de falar, o aprendiz pode escrever a

contribuição que deseja enviar. Quando a sua vez de falar chegar, o botão “Enviar” da sua

interface será habilitado e ele poderá escrever sua contribuição ou enviar a contribuição

previamente elaborada. Há também a possibilidade de selecionar o botão “Devolver a

Palavra” para desistir de falar.

Chamam-se técnicas grupais ou de trabalho de grupo os meios, métodos ou

processos utilizados para alcançar os objetivos propostos pelo grupo. Convém lembrar

que a palavra técnica se origina do grego téchne que significa arte, no sentido de

adequação da habilidade pessoal num desempenho eficaz. Qualquer técnica é eficaz, se a

pessoa que a utiliza tiver “arte e engenho”, como disse o poeta Camões. [Minicucci,

1992]

As melhores técnicas não fazem um bom profissional ou um eficaz dirigente de

grupo. Empregadas na forma e no ambiente adequado, as técnicas têm o poder de ativar o

potencial e as motivações individuais, de estimular os elementos dinâmicos internos e

externos e de mover o grupo a atingir as suas metas.

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A habilidade de ler a situação, a flexibilidade para adaptar-se a situações novas e a

capacidade de gestão situacional fazem a arte de conduzir grupos. Deve-se perceber que

as técnicas não são formais e organizadas rigidamente. Deve-se, sempre que possível,

adaptá-las às exigências da situação. Uma condução criadora de grupos seleciona as

técnicas apropriadas, combina-as, inventa outras para ajustá-las às situações emergentes e

inesperadas.

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6 Especificação

Este capítulo apresenta a especificação do MC2, além da especificação do

framework Canais de Comunicação. A especificação do framework Canais de

Comunicação é importante porque o MC2 é uma instanciação deste framework.

Um framework agiliza o processo de desenvolvimento de software que lida com

determinado tipo de problema, provendo recursos que fornecem flexibilidade para os

desenvolvedores adequarem-no às suas necessidades, reutilizando a solução da parte

comum dos problemas. De acordo com [Johnson, 1997] , um framework pode ser

definido como um projeto reutilizável de todo ou de parte de um sistema, fornecendo um

conjunto de classes abstratas e a forma com que suas subclasses interagem. Deste modo,

um framework pode ser encarado como um esqueleto de uma aplicação que pode ser

adaptado por um desenvolvedor. Um framework é adaptável a uma situação específica

em pontos denominados hot-spots, apresentando implementações prototípicas para

domínios de conhecimento. [Fuks, Raposo & Gerosa, 2002]

As classes desenvolvidas foram nomeadas em inglês para seguirem as normas de

nomenclatura especificadas para o projeto AulaNet.

6.1 Framework Canais de Comunicação

O framework Canais de Comunicação [Ferraz 2000] que foi desenvolvido no

Laboratório de Engenharia de Software da PUC-Rio em 2000, tem por objetivo prover

uma estrutura flexível de sessão e aplicação para sistemas de objetos distribuídos,

organizados em espaços (comunidades) virtuais, que se comuniquem através de canais de

comunicação.

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O framework foi dividido em três framelets independentes, que podem ser usados

sozinhos ou em conjunto para prover uma estrutura de complexidade variável para

aplicações que utilizem comunicação de uma maneira geral.

6.1.1 Framelet Distribuição

O framelet Distribuição tem por objetivo implementar uma interface mais simples

do que a encontrada em transporte para o estabelecimento de circuitos virtuais entre

objetos. Este framelet abstrai os aspectos relativos à comunicação entre cliente e servidor,

que podem ser implementadas usando qualquer protocolo de comunicação de transporte.

A Figura 19 mostra o diagrama de classes produzido na fase de projeto do framelet

Distribuição.

LocalObjectReference

VirtualSpaceCoordinator

Directory

RemoteObjectReference

TCPObjectReference

ObjectReference0..*0..*

Call

Idle Connected Disconnected

ObjectConnection

0..*0..*

+Receiver

0..*0..*

+Caller

ConnectionState11

<<Composition>>

Figura 19 - Diagrama de Classes do Framelet Distribuição

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No projeto deste framelet foram identificadas as entidades e os papéis a seguir:

Virtual Space Coordinator (Coordenador do Espaço Virtual): Coordena o espaço

virtual de objetos, servindo referências virtuais a objetos registrados e provendo serviços

de admissão e registro.

Call (Ligação): Implementa com uma interface simples, uma ligação em circuito

virtual entre dois objetos, fim a fim e sem erros. A ligação implementa o conceito de

sessão de comunicação, permitindo que marcadores sejam inseridos ao longo da

conversação.

Object Connection (Conexão de Objeto): Garante que a comunicação entre as

partes de uma ligação aconteça corretamente, cuidando para que não existam conflitos

como os provenientes de concorrência (implementando exclusão mútua) e mantendo o

estado da conexão.

Connection State (Estado de Conexão): Implementa o comportamento da conexão

de objetos dependendo do estado que esta conexão se encontra – desocupado, conectado

ou desconectado.

Directory (Diretório): Implementa as operações de diretório de referências virtuais.

Caller (Chamador): É o papel do objeto que inicia uma conexão (cliente).

Receiver (Receptor): É o papel do objeto que atende um pedido de conexão

(servidor).

Object Reference (Referência de Objeto): Implementa a interface entre a camada

de sessão e a de transporte, lidando com os aspectos específicos de cada protocolo.

Referências de objeto podem ser locais ou remotas. Referências locais são para objetos

que residem no espaço local do servidor (i.e. coordenador do espaço virtual). Esta classe

é disponibilizada para que a comunicação entre objetos da mesma máquina seja possível

sem a passagem pela camada de transporte, o que tornaria a comunicação menos

eficiente. Referências remotas são para objetos que residem em outros espaços de

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memória que não são o servidor. Uma implementação padrão é oferecida para o

transporte TCP.

6.1.2 Framelet Canais de Comunicação

O objetivo deste framelet é abstrair os aspectos essenciais da comunicação entre

publicadores e assinantes através de canais de comunicação, e de prover meios para que

um terceiro ator, chamado mediador, possa controlar esta interação. O domínio modelado

por este framelet é a comunicação. Os conceitos fundamentais envolvidos serão descritos

a seguir.

Comunicação pode ser, de maneira geral, dividida em dois grupos, síncrona e

assíncrona como mostra a Tabela 1.

Síncrona Assíncrona Quadro de Tempo Tempo real (segundos) Indefinido (minutos, horas) Transferência de Conteúdo Quando disponível Quando requisitado Analogia com Meios Tradicionais Telefonia (bidirecional) e

televisão (unidirecional) Quadro de avisos, secretária eletrônica

Nova Tecnologia Videoconferência, shared whiteboard, chat

Correio eletrônico, Real Video

Tabela 1 – Comunicação síncrona e assíncrona

A Figura 20 mostra o diagrama de classes produzido na fase de projeto do framelet

Canais de Comunicação.

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DefaultFIFOPolicy

MediatedFIFOPolicy

ActiveContent PassiveContent

Mediator

DefaultMediatedPolicy

0..*

11

0..*

CommunicationPolicy

Subscriber

CommunicationChannel

0..*

0..*0..*

0..*

+subscribes to

ExchangeFloor0..*1

+is restricted by0..*1

0..*0..*

<<Composition>>

Content

Publisher0..*0..* 0..*0..*

+publishes

Figura 20 - Diagrama de Classes do Framelet Canais de Comunicação

Existem três atores envolvidos em uma sessão de bate-papo, que são: o publicador,

o assinante e o mediador [Ferraz 2000].

O Publicador (Publisher) é aquele que publica conteúdo em um canal de

comunicação. Ele compartilha conteúdo de sua autoria com os demais assinantes de um

determinado canal. O publicador depende de autorização do contexto de comunicação

para poder publicar para os canais de comunicação deste.

O Assinante (Subscriber) é quem subscreve para um canal de comunicação, sendo

notificado de todo conteúdo publicado neste pelos publicadores. Ele depende de

autorização do canal de comunicação para poder subscrever para este.

O Mediador (Mediator) é o criador de um contexto de comunicação. É ele quem

define a política de comunicação do contexto criado por ele. O mediador é capaz de

interromper a publicação de conteúdo em um contexto de comunicação, retomando seu

controle.

Neste framelet, as políticas de comunicação determinam três fatores: quem pode

publicar conteúdo nos canais de comunicação, quando isto deve acontecer e quem tem

permissão para subscrevê-los. As políticas propostas em [Ferraz 2000] são

DefaultFIFOPolicy, DefaultMediatedPolicy e MediatedFIFOPolicy, porém apenas a

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primeira foi implementada no MC1. As outras duas políticas tiveram suas características

implementadas no MC2 através da técnica “Contribuição Mediada”.

Na política DefaultFIFOPolicy qualquer pessoa pode se tornar assinante ou

publicador dos canais de comunicação e uma fila de publicadores é criada de forma a dar

a palavra sempre ao próximo da fila, automaticamente.

Já na DefaultMediatedPolicy, a participação do mediador é fundamental. Ele

determina quem pode publicar conteúdo nos canais de comunicação, quando isto deverá

acontecer e quem terá permissão para lê-los.

A política MediatedFIFOPolicy funciona de maneira similar à DefaultFIFOPolicy.

Entretanto, o mediador pode, a qualquer momento, alterar a ordem de participação

padrão. Esta política, embora ainda mediada, exige menos intervenção por parte do

mediador.

6.1.3 Framelet Notificação

Este framelet provê uma estrutura de suporte à notificação e observação de eventos,

seguindo em linhas gerais o padrão de projeto Observador.

Eventos são, em última análise, notificações da alteração do estado de algum

objeto. A este objeto dá-se o nome de notificador. De outro lado está o observador, nome

dado ao interessado em ser notificado da ocorrência de um determinado tipo de evento

com algum objeto notificador em particular.

A Figura 21 mostra o diagrama de classes produzido na fase de projeto do framelet

Notificação.

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ObservationAssistant

Observer

(f rom util)

NotificationAssistant AcknowledgeableNotifier

DefaultNotificationStrategy AcknoledgeNotificationStrategy

Event(f rom awt)

NotificationStrategy

Notifier

0..*0..* 0..*0..*

0..*0..*

Figura 21 - Diagrama de Classes do Framelet Notificação

Uma das situações mais comuns na comunicação entre notificadores e observadores

é a necessidade de se obter a confirmação de que uma determinada notificação (ou

mensagem) foi recebida corretamente. Para contemplar este requisito, notificadores

podem notificar eventos esperando que seu recebimento seja confirmado. Se for o caso,

esta confirmação é enviada para o notificador com a data da entrega com sucesso. Se o

aviso de recebimento não for entregue em tempo hábil, especificado previamente pelo

notificador como expiração do evento, este deverá ser avisado do fato de forma que possa

tomar as providências necessárias. Eventos expirados podem ser ignorados pelos

observadores.

A implementação deste mecanismo esbarra em um problema notório que é o da

sincronização de relógios. Para que faça sentido se falar em eventos expirados após uma

certa marca no tempo, tanto notificador quanto observador devem possuir relógios

sincronizados.

Para que não seja necessário que notificadores e observadores lidem com a

complexidade descrita acima, são introduzidos os assistentes de observação e notificação.

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Caso os observadores e notificadores concretos não precisem especializar o

comportamento implementado pelos assistentes, podem reutilizá-los, via agregação,

diretamente.

O primeiro framelet descrito implementa a camada de sessão descrita no modelo de

referência OSI. Os dois seguintes implementam a camada de aplicação, definindo o

protocolo sob o qual se dá a comunicação entre objetos.

O framework Canais de Comunicação é a junção dos três framelets Distribuição,

Canais de Comunicação e Notificação que acabaram de ser descritos. Eles podem ser

usados em conjunto ou em separado, conforme a necessidade da aplicação.

A Figura 22 apresenta o diagrama de classes do Framework Canais de

Comunicação que foi desenvolvido por [Ferraz 2000].

Figura 22 - Diagrama de classes do Framework Canais de Comunicação

Sumário do Diagrama de Classes do Framework Canais de Comunicação:

Publisher (Publicador): As classes que implementam esta interface são capazes de

publicar conteúdo (Content) nos canais de comunicação (CommunicationChannel). Elas

serão notificadas sempre que estiverem capacitadas a publicar para os canais de um

contexto de comunicação (CommunicationContext). As classes devem notificar ao

contexto quando tiverem terminado. Elas serão notificadas quando tiverem que parar de

publicar ao contexto.

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Subscriber (Assinante): As classes que implementam esta interface são capazes de

subscrever para os canais de comunicação. Elas serão notificadas sempre que algum

conteúdo for publicado no canal por um publicador (Publisher).

ActiveContent (Conteúdo Ativo): Conteúdos deste tipo são executáveis.

CommunicationChannel (Canal de Comunicação): É a mídia atual por onde todo

conteúdo passa. Notifica os assinantes (Subscribers) do conteúdo publicado.

CommunicationContext (Contexto de Comunicação): Agrupa os canais de

comunicação, fazendo com que o grupo mantenha a mesma política e obrigando que a

concessão dos canais de comunicação seja dada a um único publicador por vez.

CommunicationPolicy (Políticas de Comunicação): Controla a política de

comunicação do contexto de comunicação. Decide se alguém pode ser um publicador ou

um assinante do contexto e como o próximo publicador é selecionado.

Content (Conteúdo): O que é publicado para os canais. Conteúdos podem ser ativos

ou passivos.

PassiveContent: Conteúdo passivo.

Esta foi a especificação do Framework Canais de Comunicação. É importante frisar

que tanto o MC1 como o MC2 são instanciações deste framework.

6.2 Especificação do Mediated Chat 2.0

Assim como o MC1, o MC2 foi implementado para a plataforma Web. Utilizou-se

as linguagens Java, HTML e algumas funções em Java Script.

A linguagem Java foi escolhida, principalmente devido à sua característica de

portabilidade e adequação para o desenvolvimento de aplicações para a Internet. A

simplicidade da linguagem aliada a uma série de recursos disponíveis através de

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74

bibliotecas e os mecanismos de segurança principalmente para os programas do tipo

applet também contribuíram para esta escolha [Rezende & Drummond, 2000]

A combinação da linguagem Java com recursos para a programação para a Internet

oferece as seguintes vantagens:

• Distribuir aplicações e não apenas informações;

• Eliminar a necessidade de portar aplicações;

• Eliminar a necessidade de instalação por parte do usuário final;

• Cortar gastos com a distribuição de software;

• Possibilitar a execução de programas localmente;

• Utilizar a rede como veículo de distribuição de aplicações; e

• Facilitar a contínua atualização de aplicações.

Applets são pequenas aplicações que são executadas por um servidor de Internet,

podem ser transportadas através da rede, instaladas automaticamente e executar in situ,

como parte de um documento Web. Quando um applet é instalado em uma máquina

cliente, ele possui acesso limitado aos recursos dessa máquina, podendo implementar

uma interface multimídia arbitrária ou efetuar computações complexas, sem entretanto

introduzir risco de contaminação por vírus ou de corrupção da integridade dos dados.

O applet é um programa que pode reagir à entrada do usuário e mudar

dinamicamente – não apenas executar a mesma animação ou som repetidamente. Como o

applet é executado no ambiente de um navegador da Web, ele não é iniciado diretamente

através de um comando. Deve ser criado um arquivo que informe ao navegador o que ele

deve carregar e como executar e em seguida, deve-se apontar o navegador no URL que

especifica esse arquivo HTML.

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Como os applets são fragmentos de código carregados na Web, eles representariam

um perigo inerente. A maneira encontrada por Java para evitar que um arquivo seja

violado foi através de um modelo de segurança que controla o acesso a praticamente

todas as chamadas em nível de sistema na Máquina Virtual Java (MVJ). O nível de

segurança a ser controlado é implementado no navegador e impede qualquer I/O

(entrada/saída) de arquivo, chamadas de qualquer método nativo, e tentativas de abrir um

soquete para qualquer sistema, com exceção do host que forneceu o applet.

Devido as características apresentadas, assim como o MC1, decidiu-se que o MC2

também seria um applet. Como foi dito anteriormente, foi preciso criar uma página

HTML para carregar e executar o applet. É através desta página que são passados alguns

parâmetros importantes ao applet, que são: nome do participante, identificador do

participante, tipo de participante (mediador ou aprendiz), e-mail do participante, nome e

localização do servidor de bate-papo, tamanho da janela, entre outros. As funções

implementadas em Java Script são aquelas que estão na barra funcional do Debate:

Salvar, Armazena Participantes e Registra Debate.

A seguir serão apresentados os documentos gerados durante as fases de requisitos,

análise, projeto e implementação que fazem parte da modelagem do MC2.

6.2.1 Descrição do Problema (MC2)

A descrição a seguir serve apenas para apresentar alguns conceitos presentes na

aplicação proposta, não sendo, portanto, completa.

O coordenador de um curso do AulaNet atua como projetista do curso, definindo

como será o ambiente virtual onde as atividades do curso se desenrolarão. Ele é o

responsável por adicionar e remover uma sala de bate-papo de um curso do ambiente, o

que é feito com a inserção ou retirada do serviço Debate, na área de atualização dos

Mecanismos de Comunicação, do curso.

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Uma sala de bate-papo é um contexto de comunicação onde existem canais de

comunicação e membros que usam estes canais. Somente os membros de uma

determinada sala podem usar os canais de comunicação desta sala. Este uso é controlado

pela política de uso do contexto de comunicação, determinada pelo mediador do grupo.

Canais de comunicação servem para o envio e recebimento de conteúdo

(informação). Sobre a ordem das ações dos membros sobre os canais é preciso destacar

que apenas um membro pode publicar conteúdo para canais de um determinado contexto

de comunicação por vez. Existe, portanto, uma ordem para que os membros tenham

direito de enviar conteúdo pelo canal, determinada pela política de uso de contexto de

comunicação ao qual o canal pertence. Os membros de uma sala podem ter dois tipos de

ações sobre os canais que são enviar e receber conteúdo. É preciso definir quais membros

podem enviar e quais podem receber conteúdo pelo canal.

6.2.2 Dicionário de Dados do MC2

A seguir será apresentado o Dicionário de Dados do MC2, que relata a descrição

das entidades externas.

Técnica de Conversação Contribuição Livre

• Noção: Determina uma regra que rege a conversação em salas de bate-papo.

• Impacto: Determina que todos os aprendizes podem subscrever para a sala de bate-

papo e que têm o direito de publicar conteúdo nos canais de comunicação da sala de

bate-papo.

Técnica de Conversação Contribuição Circular

• Noção: Determina uma regra que rege a conversação em salas de bate-papo.

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• Impacto: Determina que todos os aprendizes podem subscrever para a sala de bate-

papo e que cada um na sua vez deve publicar conteúdo nos canais de comunicação da

sala de bate-papo. A ordem de participação é determinada pela aplicação.

Técnica de Conversação Contribuição Única

• Noção: Determina uma regra que rege a conversação em salas de bate-papo.

• Impacto: Determina que todos os aprendizes podem subscrever para a sala de bate-

papo e que cada um deve publicar conteúdo uma única vez nos canais de

comunicação da sala de bate-papo.

Técnica de Conversação Contribuição Mediada

• Noção: Determina uma regra que rege a conversação em salas de bate-papo.

• Impacto: Determina que todos os aprendizes podem subscrever para a sala de bate-

papo e que o direito de publicar conteúdo nos canais de comunicação da sala de bate-

papo depende da decisão do mediador.

Sala de Bate-Papo

• Noção: É um tipo de contexto de comunicação.

• Impacto: Permite que os participantes cooperem e troquem conteúdo (informação).

Uma sala de bate-papo é criada pelo coordenador. Ela só pode ser uma sala simples,

ou seja, não possui salas de bate-papo subordinadas.

Participante

• Noção: Membro de uma sala de bate-papo, podendo tanto publicar conteúdo como

subscrever para os canais de comunicação destas. Eventualmente pode assumir o

papel de mediador da sala de bate-papo.

• Impacto: Publica conteúdo nos canais de comunicação das salas de bate-papo ou

recebe conteúdo dos canais de comunicação dos quais é assinante.

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Sala Simples

• Noção: É um tipo de sala de bate-papo que não pode ter subsalas.

• Impacto: Participantes não podem criar outras salas de bate-papo dentro desta.

6.2.3 Diagramas de Caso de Uso do MC2

Na Figura 23 estão representados os atores do ambiente AulaNet que utlizam o

MC2. O coordenador (Coordinator) é quem irá adicionar ou remover uma sala de bate-

papo de um curso do ambiente. O participante (Attendee) que irá usar o MC2 poderá ser

um mediador (Mediator) ou um aprendiz (Learner).

LearnerMediator

Attendee Coordenator

Subscriber

(f rom Framework)

Publisher

(f rom Framework)

Figura 23 - Atores do AulaNet no MC2

O mediador e o aprendiz possuem interfaces distintas, por serem distintos os seus

objetivos. O aprendiz utiliza o MC2 para se comunicar com os outros participantes que

também estejam usando o MC2. O mediador é o participante que possui como

responsabilidade coordenar a conversação, ou seja, organizar a interação, além de ter que

manter um nível de organização da mesma.

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A seguir na Figura 24 é apresentado o caso de uso que especifica a utilização do

MC2 por seus atores, com o intuito de mostrar a utilização da aplicação.

add chatroom

remove chatroom

Coordenator

add publisher to context

remove publisher from context subscribe to context

unsubscribe to context

Subscriber

(f rom Framework)

broadcast published contentpublish content to channel

notify next publisher

Publisher

(f rom Framework)

done publishing to channel

set conversation technique

Mediator

mediate

Figura 24 - Diagrama de Caso de Uso do MC2

Como já foi dito anteriormente, o coordenador poderá inserir ou retirar o serviço

Debate do curso.

No MC2 o mediador – ator do AulaNet – assume 3 papéis: mediator, publisher e

subscriber. Já o aprendiz assume os papéis de publisher e subscriber. Ao iniciar o uso da

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aplicação, tanto o mediador quanto o aprendiz adicionam-se como publisher e subscriber

do contexto de comunicação. Eles se removem do mesmo contexto quando saem da

aplicação.

O mediator tem como função a mediação da conversação entre os aprendizes. Para

isso ele pode fazer uso das técnicas de conversação que estão disponíveis na aplicação.

Ele também pode mediar a conversação decidindo quem será o próximo aprendiz a

publicar no canal de comunicação e quando esta publicação deve ser encerrada.

O publisher é quem pode publicar no canal de comunicação. Quando o uso do canal

está liberado ele pode publicar quando e se desejar, porém, quando o uso do canal é

limitado, ele deve aguardar a sua vez de publicar.

O subscriber é aquele que subscreve para o canal de comunicação. No MC2 ele é

notificado de todo conteúdo publicado pelos publicadores, ou seja, ele recebe todas as

contribuições enviadas pelos participantes.

Na Figura 25 é apresentada uma expansão do caso de uso

setConversationTechnique que especifica a alteração das técnicas de conversação por

parte do mediador.

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Mediator

set to Free Contribution all learner (publisher) can publish

set to Circular Contribution one learner (publisher) can publish one contribution (content) each time

to generate participation order

set to single Contribution each learner (publisher) need to publish only one contribution (content)

set conversation technique

all learner (publisher) can request to publish

set to Mediated Contribution

mediator decide who is the next publisher

Figura 25 - Expansão do Caso de Uso setConversationTechnique

No MC2 o mediador possui 4 técnicas de conversação a sua disposição. Ao

selecionar a Contribuição Livre o mediador deixa o canal de comunicação liberado para

que qualquer aprendiz (publisher) publique quando e se desejar. Quando o mediador

seleciona a Contribuição Circular é gerada, pela aplicação, a ordem de participação, que é

a ordem em que o aprendiz deve publicar. Cada aprendiz deve enviar (publicar) uma

contribuição (conteúdo) por vez. Isto será controlado pela aplicação pois o MC2 apenas

habilita o botão de Enviar de um aprendiz após a publicação de um conteúdo pelo

aprendiz que está imediatamente à sua frente na fila da ordem de participação. Após a

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publicação do conteúdo o aprendiz terá seu botão de Enviar desabilitado, pela aplicação,

até que sua vez de publicar chegue novamente. Quando o mediador seleciona a

Contribuição Única, a aplicação limitará em um o número de conteúdos que devem ser

publicados por cada aprendiz. Quando o mediador seleciona a Contribuição Mediada,

qualquer aprendiz pode solicitar ao mediador o uso do canal de comunicação. Cabe ao

mediador decidir quem será o próximo a publicar no canal.

6.2.4 Diagrama de Classes do MC2

Como pode ser visto na Figura 26, o MC2 possui três pacotes que são o model, o

net e o view. O pacote model compreende as classes do modelo de negócios do MC2, que

são Attendee, ChatRoom, SimpleRoom, FreeContribution, CircularContribution,

SingleContribution, MediatedContribution. O pacote net compreende as classes do

modelo de negócios do MC2 responsável pela interface entre o modelo no servidor e no

cliente, que são: ChatRoomServer, Server, Connection, Command,

PublishContentCommand, AddAttendeeCommand, RemoveAttendeeCommand,

BlockAttendeeCommand,UnblockAttendeeCommand,

SetConversationTechniqueCommand. O pacote view compreende as classes da interface

entre o MC2 e o participante (mediador ou aprendiz). AttendeeView é o applet que

constitui a própria interface do participante.

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Figura 26 - Pacotes do MC2

A Figura 27 apresenta o diagrama de classes do Mediated Chat 2.0 que foi a

aplicação desenvolvida para ajudar o mediador na condução da conversação entre os

aprendizes de um curso do ambiente AulaNet.

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FreeContribution

CircularContribution

SingleContribution

MediatedContribution

AttendeeView

SimpleRoom

CommandPublishContentCommand

AddAttendeeCommand BlockAttendeeCommand

UnblockAttendeeCommandRemoveAttendeeCommand

SetConversationTechniqueCommand

Attendee1 11 1

ChatRoom

Server

ChatRoomServer

11..* 11..*

Connection(from sql)

Subscriber

(f rom Framework)

Publisher

(f rom Framework)

CommunicationContext(from Framework)

CommunicationChannel(from Framework)

0..*

0..*

0..*+subscribes to

0..*

0..*

0..*

0..*+publishes to

0..*

CommunicationPolicy(from Framework)

Figura 27 - Diagrama de Classes do MC2

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Sumário do Diagrama de Classes do MC2:

Attendee (Participante): Representa um participante da sala de bate-papo. Pode ser

um mediador ou um aprendiz.

AttendeeView (Visão do Participante): É a visão (interface) do participante na sala

de bate-papo. O mediador e o aprendiz possuem interfaces distintas.

ChatRoom (Sala de Bate-papo): Extende a classe CommunicationContext

implementando o design pattern Composite.

SimpleRoom (Sala de Bate-papo Simples): É uma sala de bate-papo que não pode

ter subsalas.

ChatRoomServer (Servidor de Bate-papo): Extende a classe

CommunicationChannel.

Server (Servidor): Serviço do Mediated Chat 2.0.

Connection (Conexão): Responsável pela conexão de cada participante.

FreeContribution (Contribuição Livre): Determina que qualquer aprendiz pode

publicar para o contexto a qualquer momento.

CircularContribution (Contribuição Circular): Determina que cada aprendiz deverá

publicar para o contexto no momento determinado pela aplicação. A participação seguirá

a ordem de entrada do participante e se dará de forma circular.

SingleContribution (Contribuição Única): Determina que cada aprendiz deverá

publicar para o contexto uma única vez.

MediatedContribution (Contribuição Mediada): Determina que o mediador

decidirá sobre a participação ou não de cada aprendiz.

Command (Comando): Comando abstrato que pode ser executado.

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PublishContentCommand (Comando Publica Conteúdo): Publica o conteúdo no

canal de bate-papo.

AddAttendeeCommand (Comando Adiciona Participante): Pede ao

ChatRoomServer que adicione o participante à sala de bate-papo.

RemoveAttendeeCommand (Comando Remove Participante): Pede ao

ChatRoomServer que remova o participante da sala de bate-papo.

BlockAttendeeCommand (Comando Bloqueia Participante): Bloqueia o aprendiz,

impedindo-o de publicar. Pode ser extendido a todos os aprendizes, ou seja, bloqueia

todos os aprendizes. Este comando só pode ser acionado pelo mediador.

UnblockAttendeeCommand (Comando Desbloqueia Participante): Desbloqueia o

aprendiz, permitindo que volte a publicar. Pode ser extendido a todos os aprendizes, ou

seja, desbloqueia todos os aprendizes. Este comando só pode ser acionado pelo mediador.

SetConversationTechniqueCommand (Comando Seleciona Técnica de

Conversação): Realiza a troca de técnica de conversação. Este comando só pode ser

acionado pelo mediador.

É importante ressaltar que o MC2 foi um projeto desenvolvido totalmente

independente do ambiente AulaNet, ou seja, com simples modificações ele pode ser

usado em qualquer ambiente fora do AulaNet.

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7 Interface do Mediated Chat 2.0

A única forma de utilizar o MC2 é participando de um curso, que esteja no

ambiente AulaNet, cuho serviço Debate tenha sido selecionado pelo coordenador. O

participante (mediador ou aprendiz) deverá selecionar a opção “Debate” no “Controle

Remoto” do AulaNet como mostra a seta na Figura 28.

Figura 28- Como chegar ao MC2

Na Figura 28 o participante confere o “Plano de Aulas” para depois usar o serviço

Debate, no entanto esta sequência não precisa ser seguida. O participante pode selecionar

Serviço Debate

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o serviço Debate no Controle Remoto a qualquer momento e enquanto estiver utilizando

qualquer outro serviço do ambiente AulaNet.

Após selecionar o serviço Debate, o MC2 poderá ser visualizado em uma nova

página, como mostra a Figura 29.

Figura 29 - Interface do Debate

O fato de abrir uma nova página permite que o participante possa continuar, sem ter

que interromper, suas atividades no ambiente AulaNet.

O participante que irá usar o MC2 poderá ser um mediador ou um aprendiz. Eles

possuem interfaces distintas, por serem distintos os seus objetivos. O aprendiz utiliza o

serviço Debate para se comunicar com os outros participantes que também estejam

usando o Debate. Ele expõe seu ponto de vista e lê o dos outros, o que possibilita a troca

de experiência e informação com todos os membros do debate. O mediador é o

participante que possui como responsabilidade coordenar a conversação, ou seja,

organizar a interação, além de ter que manter um nível de organização da mesma.

Título

Timestamp

Rótulo Hint

Mediadores

Aprendizes

Área de Digitação

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A interface do MC2 é uma evolução da interface do MC1. Além de possuir os

elementos que fazem parte do MC1, o MC2 acrescentou rótulos que indicam a

funcionalidade de cada elemento, faz uso de dicas (hints) para melhor explicar cada

elemento, inseriu o horário de registro (timestamp) de cada contribuição enviada,

acrescentou o elemento “Título”, aumentou a área para digitação, não permite que o

cursor pare em local onde a escrita não é permitida e diferenciou os mediadores dos

aprendizes na Lista de Participantes. (Figura 29)

7.1 Interface do Aprendiz

A Figura 30 apresenta a interface do aprendiz destacando seus elementos.

Figura 30 - Interface do Aprendiz no MC2

A interface do aprendiz possui os seguintes elementos:

1. Título: é o próprio título do debate, escolhido pelo mediador

Título Ordem de

Participação

Lista de Participantes

Técnicas de C

onversação

His

tóric

o de

C

ontri

buiç

ões

Contribuição Pessoal Botão

Enviar Botão Salvar

Botão Fechar

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2. Histórico de Contribuições: contém as contribuições que já foram enviadas para o

Debate em ordem cronológica

3. Contribuição Pessoal: área para digitação onde o participante entra com a

contribuição a ser enviada

4. Participantes: lista dos participantes presentes no Debate

5. Ordem de Participação: mostra a ordem em que os aprendizes deverão enviar suas

contribuições durante a técnica de conversação “Contribuição Circular”

6. Técnica de Conversação: é a técnica que está em vigor no momento (Contribuição

Livre, Contribuição Circular, Contribuição Única ou Contribuição Mediada)

7. Botão “Enviar”: utilizado para que a “Contribuição Pessoal” do aprendiz seja

enviada para o “Histórico de Contribuições”; este botão pode estar desabilitado se for

da vontade do mediador [Alt - E]

8. Botão “Fechar”: fecha a janela do Debate

9. Botão “Salvar”: salva e envia a transcrição do Debate ao participante

Quando o mediador altera a técnica de conversação para Contribuição Mediada, a

interface do aprendiz sofre uma pequena alteração que será mostrada na Figura 31.

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Figura 31 - Interface do aprendiz na técnica Contribuição Mediada

Os dois novos elementos na interface do aprendiz quando a técnica de conversação

em vigor é a Contribuição Mediada são:

1. Botão “Solicitar Palavra”: utilizado para solicitar a palavra ao mediador

2. Botão “Devolver Palavra”: utilizado para devolver a palavra, ou seja, quando o

aprendiz desiste da solicitação

O botão “Enviar” da interface do aprendiz fica desabilitado enquanto o mediador

não lhe der a palavra. Quando a sua vez de falar chegar, o seu botão “Enviar” será

habilitado e ele poderá enviar a sua contribuição. Caso o aprendiz desista do seu pedido,

basta selecionar o botão “Devolver a Palavra” para que a solicitação seja cancelada. A

Ordem de Participação continua com a mesma função porém a ordem mostrada pode ser

alterada pelo mediador, diferente do que acontece na Contribuição Circular onde a ordem

é fixa.

A seguir será apresentada a interface do mediador.

Solicitar Pala

Devolver Pal

Botão

Solicitar Palavra

Botão Devolver Palavra

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7.2 Interface do Mediador

A interface do mediador pode ser vista na Figura 32. Os elementos Histórico de

Contribuições, Contribuição Pessoal, Participantes, Ordem de Participação, botão Fechar

e botão Salvar são os mesmos elementos da interface do aprendiz – possuem as mesmas

funções e características.

Figura 32 - Interface do Mediador no MC2

A interface do mediador se diferencia da do aprendiz nos elementos a seguir:

1. Botão Título: selecionar este botão abre a caixa de entrada (Figura 33) para que o

mediador possa alterar o título do debate

2. Técnicas de Conversação: são as técnicas disponíveis na aplicação para dar suporte

tecnológico ao mediador no seu trabalho de coordenação (Contribuição Livre,

Contribuição Circular, Contribuição Única e Contribuição Mediada)

Botão

Bloquear/

Desbloquear

Técnicas de C

onversação

Botão Título

Botão Armazena

Participantes

Botão Registra

Debate…

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3. Botão “Enviar”: utilizado para que a “Contribuição Pessoal” seja enviada para o

“Histórico de Contribuições”; este botão sempre está habilitado e o mediador pode

enviar suas contribuições a qualquer momento [Alt - E]

4. Botão “Bloquear/Desbloquear”: bloqueia/desbloqueia qualquer envio de

contribuição pelos aprendizes [Alt-B]

5. Botão “Armazena Participantes”: armazena os participantes que estão presentes no

Debate

6. Botão “Registra Debate…”: é onde o mediador registra o Debate e avalia a

participação dos aprendizes

Os botões “Bloquear/Desbloquear”, “Armazena Participantes” e “Registra

Debate…” são de uso exclusivo do mediador. Como pode sr visto na Figura 33, o

mediador também possui um menu flutuante com as opções “Bloquear” e “Desbloquear”

para atuar individualmente sobre cada aprendiz. Ele é disponibilizado na lista da Ordem

de Participação.

Figura 33 - Interface do mediador na técnica Contribuição Mediada

Bloquear Desbloquear Aceitar SolicitaçãoNegar Solicitação Fechar

Menu Flutuante

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Ao alterar a técnica de conversação para Contribuição Mediada, o menu flutuante

do mediador passa a ter as opções “Aceitar Solicitação” e “Negar Solicitação” para

responder às solicitações dos aprendizes. (Figura 33)

7.3 Funcionamento do MC2

Após a apresentação dos elementos que compõem a interface do MC2 será

apresentada a forma de usá-los e a relação entre os mesmos.

O MC2 é uma ferramenta de bate-papo utilizada para trocar contribuições entre

participantes conectados ao mesmo tempo (comunicação síncrona) de tal maneira que

eles tenham a sensação de estar conversando. Quando um participante envia uma nova

contribuição, todos a recebem; a contribuição é adicionada ao final da lista de

contribuições do Histórico de Contribuições de todos os participantes que estão utilizando

o mesmo canal de comunicação. A conversação é estabelecida com esta troca síncrona de

contribuições na sessão de bate-papo.

Ao entrar no Debate, que é uma sala de bate-papo, a identificação do participante é

adicionada a Participantes e a mensagem de aviso de entrada é enviada pelo ambiente.

A interface do mediador possui funcionalidades que visam apoiar tecnologicamente

a coordenação de um debate, permitindo que o mediador bloqueie ou desbloqueie todos

os aprendizes individulamente ou em grupo, além de fornecer as técnicas de conversação.

O botão “Bloquear/Desbloquear” pode ser usado pelo mediador em qualquer momento do

debate. Ele irá bloquear qualquer envio de contribuição pelos aprendizes, mas os

mediadores poderão continuar enviando suas contribuições normalmente.

As Técnicas de Conversação devem ser aplicadas pelo mediador da forma que lhe

convier. Elas são técnicas de trabalho em grupo utilizadas em reuniões presenciais que

foram adaptadas ao mundo textual, ou seja, perderam a riqueza do áudio e do vídeo. As

técnicas que fazem parte do MC2 são a Contribuição Livre, que é uma adaptação do

Brainstorming, a Contribuição Circular, que é uma adaptação da Discussão Circular, a

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Contribuição Única que surgiu da intenção de realizar uma Votação e a Contribuição

Mediada que é uma adaptação da Assembléia.

No MC2 a Contribuição Livre permite que os aprendizes estejam livres para enviar

suas contribuições. Eles não precisam preocupar com o número de contribuições enviadas

e nem com algum tipo de organização da conversa, por exemplo, seguir uma ordem pré-

estabelecida. Na Contribuição Circular o aprendiz deverá enviar a sua contribuição no

momento em que o seu botão de Enviar estiver habilitado. A ordem seguida é a ordem de

entrada na aplicação. Já na Contribuição Única, cada aprendiz poderá enviar apenas uma

contribuição. Após enviá-la, seu botão Enviar ficará desabilitado, e só estará habilitado

novamente quando o mediador mudar a técnica. Quando todos os aprendizes tiverem

enviado suas contribuições, a aplicação irá encerrar a Contribuição Única. Na

Contribuição Mediada o aprendiz solicita a palavra, é inserido na fila de espera e aguarda

até que o mediador decida sobre tal solicitação, de acordo com os seus critérios.

É importante ressaltar que independente da técnica em vigor o mediador nunca é

bloqueado.

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96

8 Cenários de Uso

Um cenário é uma narrativa, textual ou pictórica, de uma situação (de uso de uma

aplicação), envolvendo usuários, processos e dados reais ou potenciais [Carroll, 1995]. A

grosso modo, pode-se dizer que cenários são instâncias de casos de uso, ricas em detalhes

contextuais. Por serem de fácil compreensão, um dos principais objetivos de se construir

cenários é ratificar ou retificar, junto aos usuários, o entendimento dos projetistas sobre as

tarefas a serem apoiadas pelo sistema, bem como explorar decisões alternativas de

projeto.

Cenários iniciais ajudam o projetista a clarificar as metas de projeto. Desenvolver e

explorar o espaço de projeto com um mínimo de comprometimento ajuda o projetista a

entender o que é necessário fazer e conhecer as percepções individuais do usuário para

com o sistema, atitudes em direção à colaboração, etc. Cenários podem captar

consequências e compromissos de projeto a serem analisadas.

A proposta do projeto baseado em cenários pressupõe a visão de sistemas

computacionais como transformadores das tarefas dos usuários e de suas práticas sociais.

Estórias são elementos coesivos importantes em qualquer sistem social. Representam,

ainda, uma busca pelo equilíbrio entre intuição criativa e análise, entre a flexibilidade e a

informalidade, necessários para a evolução sistemática em direção a um sistema usável

[Rocha & Baranauskas, 2000].

Neste capítulo serão apresentados cenários que procuram mostrar o funcionamento

adotado para as técnicas de conversação tanto no MC1 como no MC2. Eles também

procuram mostrar alguns problemas que surgem usando o MC1 e que podem ser

solucionados com o uso do MC2. As telas e a maioria dos fragmentos de bate-papo

mostrados nas figuras foram retirados de debates realizados em TIAE 2002.2, porém

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97

alguns dos fragmentos são fictícios. Várias telas estão incompletas para valorizar os

fragmentos dos debates e para facilitar a utilização dos comentários.

Os cenários apresentados neste capítulo cobrem todas as possibilidades de mudança

de técnica de conversação que podem ser realizadas por um mediador no MC2. Isto pode

ser visto na máquina de estados apresentada na Figura 34.

1 2

15 5 13

17 9 18 21 22

8 10 25 26 12 6

14 23 11 24 16 16

19 20

4 7 3

Figura 34 - Máquina de Estados

Alguns cenários mostram o funcionamento das técnicas de conversação utilizadas

para a aplicação das técnicas de trabalho em grupo desejadas. As possiblidades de

mudanças estão numeradas para facilitar a organização dos cenários criados.

8.1 - Aprendiz entra no debate fora do horário

Comentário: Cenário fictício; Técnica de Conversação = Contribuição Livre; Caso

1 da máquina de estados

Contrib. Única

Contrib. Livre

Contrib. Circular

Contrib. Mediada

Bloquear

Desbloquear

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Os aprendizes Décio Martins e Flávio Souza formaram um grupo para fazer um

trabalho. Eles combinaram de usar o Debate, fora do horário reservado por Humberto

Filho, coordenador do curso, para conversarem. Eles entraram no Debate na hora que

marcaram e usaram a aplicação normalmente.

MC1

A Figura 35 mostra a visão de Décio Martins, que é um dos aprendizes, usando a

aplicação MC1 no início da conversa com Flávio Souza.

Figura 35 - Visão do aprendiz no MC1

MC2

A Figura 36 mostra a visão de Décio Martins usando a aplicação MC2 durante

outra conversa com Flávio Souza.

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99

Figura 36 - Visão do aprendiz no MC2

O resultado da utilização de ambas as aplicações foi semelhante porque apesar de

no MC1 não existir suporte tecnológico para a aplicação de técnicas de conversação, no

MC2 quando não há um mediador para alterar a técnica, a técnica padrão é a

Contribuição Livre.

8.2 - Aprendiz entra no debate na hora certa

Comentário: Técnica de Conversação = Contribuição Livre; Caso 1 da máquina de

estados

MC1

Benedito Lessa de Melo entra no MC1 para participar da aula. Alguns de seus

colegas e o mediador já estavam a sua espera para começar. Como ainda não era hora de

começar o debate, Luciana Lima de Barros deixou os participantes conversarem mais um

pouco, como mostra a Figura 37.

Técnica em vigor

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100

Figura 37 - Momentos antes de iniciar a aula no MC1

MC2

A Figura 38 mostra o momento em que Flávio Green entra no debate usando o

MC2. A técnica de conversação que está em vigor é a Contribuição Livre. Alguns de seus

colegas e a mediadora Luciana Lima de Barros já estão presentes. Como o Marcelo

Galvão Pimenta, que também é mediador, ainda não chegou, Luciana resolve não iniciar

o debate. Ela deixa em vigor a técnica Contribuição Livre e os participantes, assim como

Flávio, podem enviar suas contribuições sem qualquer restrição.

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101

Figura 38 - Momentos antes de iniciar a aula no MC2

O resultado da utilização de ambas as aplicações foi semelhante porque apesar de

no MC2 existir o suporte tecnológico para aplicação de técnicas de conversação, o

mediador não fez uso destas técnicas, deixando em vigor a Contribuição Livre.

8.3 - Mediador inicia o debate

Comentário: Caso 21 da máquina de estados

MC1

Luciana Lima de Barros percebe que está na hora de começar o debate. Mesmo

com a ausência de alguns aprendizes ela resolve começar. Para marcar o início do debate

e chamar a atenção dos aprendizes, Luciana envia uma contribuição avisando que o

debate irá começar. Apenas com o uso do protocolo social, Luciana não conseguiu

impedir que Benedito Lessa de Melo interrompesse seu discurso enviando uma

contribuição desnecessária (Figura 39).

Entra

da d

o pa

rtici

pant

e Técnica de

conversação em

vi gor

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102

Figura 39 - Início do debate no MC1

MC2

Apesar de ter passado da hora de iniciar o debate, os mediadores resolveram

aguardar a chegada de Décio Martins, que é o aprendiz responsável pela moderação do

debate da semana. Quando Décio entra no debate, Marcelo confirma a dinâmica a ser

aplicada por Décio. Pode-se notar na Figura 40 que neste momento a técnica de

conversação em vigor é a Contribuição Livre, e os aprendizes estão enviando suas

contribuições desordenadamente. Luciana resolve dar início ao debate. Ela usa a opção de

“Bloquear” para que todos percebam isso e envia suas contribuições avisando que o

debate irá começar e dizendo quem será o responsável pela aula. Depois que Luciana deu

as instruções, Marcelo desbloqueia os aprendizes para que Décio comece o debate.

Mediador tenta iniciar

o debate Aprendiz

interrompe o mediador

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103

Figura 40 - Inicio do debate no MC2

Como pode ser visto, usando o MC2 o mediador conseguiu dar início ao debate

sem ter o seu discurso interrompido. Outra observação que deve ser feita é em relação à

utilização da aplicação por parte dos mediadores e o reflexo que a ação de um tem na

interface dos outros. É possível ver na Figura 40 que um mediador (Luciana) bloqueou os

aprendizes, mas quem os desbloqueou foi o outro mediador (Marcelo). Isso quer dizer

que quando Luciana usou o botão “Bloquear”, automaticamente o botão “Bloquear” da

interface do Marcelo também sofreu alteração – passou a ser o botão “Desbloquear”.

8.4- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Circular

Comentário: Caso 10 da máquina de estados

MC1

Seguindo a dinâmica pré-definida, Luciana tenta iniciar uma nova discussão

circular (Figura 41). Ela envia uma contribuição avisando a Alessandro Mendes Garcia

que ele deve iniciar a discussão enviando sua contribuição. Antes que isto aconteça,

Botão do mediador

para bloquear e

desbloquear

Sistema informa o

bloqueio e o desbloqueio

dos aprendizes

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104

outros participantes enviam contribuições e atrapalham a dinâmica. Luciana precisa

mandar mais 2 contribuições até que Alessandro envie a sua.

Figura 41 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Circular

MC2

Para iniciar uma nova discussão circular no MC2 (Figura 42) Luciana apenas

seleciona a técnica de conversação Contribuição Circular. Ela ainda avisa a João

Henrique Leonel da Costa Neto que ele deve enviar a sua contribuição e ele o faz.

Mediador tenta dar início à

discussão circular

Tentativa de fazer

com que o protocolo social seja respeitado

Início real da discussão circular

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Figura 42 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Circular

Como pode ser visto na Figura 42, Alessandro só enviou sua contribuição depois de

7 contribuições que não deveriam ter sido enviadas. Já utilizando o MC2, quando o

mediador seleciona a técnica, automaticamente ela entra em vigor, o que evita

interrupções na dinâmica.

8.5- Funcionamento da Discussão Circular

Comentário: Para aplicar a discussão circular o mediador usa a técnica de

conversação Contribuição Circular

MC1

Devido às limitações do MC1, para conseguir aplicar a discussão circular, Luciana

opta por enviar contribuições indicando quem deve ser o próximo a se manifestar. Ela

também define que será usada a ordenação alfabética para que o controle seja mais fácil.

Iníc

io d

a di

scus

são

circ

ula r

Seleção da

técnica Contrib. Circular

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106

Figura 43 - Funcionamento da discussão circular no MC1

Como pode ser visto na Figura 43, Cláudio Oliveira Maldini enviou sua

contribuição no momento errado, o que pode ter atrapalhado a dinâmica caso a ordem

fosse importante.

Con

tribu

içõe

s env

iada

s pel

o m

edia

dor p

ara

orga

niza

r a d

iscu

ssão

circ

ular

Contri-buição enviada

em momento inapro-priado

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107

Figura 44 - Funcionamento da discussão circular no MC1

Na Figura 44 é possível ver que João Henrique, responsável pela moderação da

discussão circular, se confundiu após Décio ter enviando sua contribuição na hora errada.

MC2

Usando o MC2, Luciana não precisa se preocupar com o andamento da discussão

circular. Após ter selecionado a técnica Contribuição Circular, a aplicação

automaticamente libera o botão de “Enviar” de cada aprendiz um a um, para que eles

enviem suas contribuições. Como pode ser visto na Figura 45, a ordem seguida pelo MC2

está disponível na paleta “Ordem de Participação”.

Contribuições enviadas pelo

moderador que mostram a sua

confusão

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Figura 45 - Funcionamento da discussão circular no MC2

A utilização do MC1 mostrou que o mediador pode ter dificuldades em aplicar a

discussão circular, pois ele depende do protocolo social e da sua atenção. O MC2 auxilia

o mediador pois nesta aplicação ele não precisa se preocupar com a ordem na qual os

aprendizes deverão participar e também não precisa conferir se todos participaram. O

MC2 libera o mediador para que ele possa prestar mais atenção no conteúdo das

contribuições além de fazer com que a aplicação da técnica de trabalho em grupo não

dependa do protocolo social.

8.6- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib. Única

Comentário: Caso 13, 22 e 23 da máquina de estados

Seguindo a dinâmica pré-definida, após enviarem suas contribuições sobre uma

determinada questão, os aprendizes devem escolher qual contribuição será discutida. Para

isto é realizada uma votação.

MC1

Ordem em que o

botão de “Enviar”

dos aprendizes

será habilitado

pelo sistema

Seleção da

técnica Contrib. Circular

Iníc

io d

a di

scus

são

circ

ular

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109

Como mostra a Figura 46, Luciana envia uma contribuição dando início à votação.

Entretanto, Alessandro envia uma contribuição que não está relacionada à votação, o que

interrompe o andamento da dinâmica e pode dispersar os aprendizes.

Figura 46 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Única

MC2

No MC2, para trocar a técnica de conversação de Contribuição Circular para

Contribuição Única, Marcelo bloqueia os aprendizes, avisa que a votação irá começar,

seleciona a técnica Contribuição Única e só depois desbloqueia os aprendizes (Figura 47).

Iníc

io d

a vo

taçã

o

Contri-buição

enviada em momento inapro-priado

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110

Figura 47 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Única

No MC2 as mudanças de técnicas de conversação são bem definidas, pois a

aplicação envia contribuições de formato diferente para sinalizar tais mudanças. Já no

MC1, isso não pode ser dito pois como o mediador apenas faz uso do protocolo social

para aplicar as técnicas, corre-se o risco de que este não seja respeitado.

8.7- Funcionamento da Votação

Comentário: Para aplicar a votação o mediador usa a técnica de conversação

Contribuição Única

MC1

Usando o MC1, Luciana não tem como impedir que um aprendiz interrompa

durante o processo de votação, como pode ser visto na Figura 48.

Seleção da

técnica Contrib. Única

Inicio da votação

Fim da discussão circular

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Figura 48 - Funcionamento da votação no MC1

Um outro problema que pode ocorrer durante uma votação está exemplificado na

Figura 49. Alessandro, que é o responsável pela moderação do debate da semana, se

confunde e não sabe se falta alguém votar. Luciana o ajuda e ele contabiliza os votos.

Figura 49 - Funcionamento da votação no MC1

Inte

rrup

ção

da

vota

ção

Contribuições enviadas pelo

moderador que mostram a sua

confusão

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112

MC2

Para realizar uma votação no MC2 (Figura 50), Marcelo usa a técnica de

conversação Contribuição Única, ou seja, cada aprendiz deve declarar o seu voto

enviando a única contribuição a que tem direito. Após enviar a sua contribuição, o

aprendiz fica bloqueado até que o mediador mude a técnica. Depois que todos os

aprendizes enviam suas contribuições, a aplicação informa o fim da Contribuição Única.

Neste momento Marcelo contabiliza os votos.

Figura 50 - Funcionamento da votação no MC2

Como pode ser observado, no MC1 o mediador precisa verificar se todos enviaram

suas contribuições e ainda corre o risco de ter o processo interrompido por contribuições

enviadas em momentos inoportunos. Já no MC2, a própria aplicação informa quando

todos tiverem enviado suas contribuições e impossibilita os aprendizes de enviarem

contribuições, mantendo seus botões de “Enviar” bloqueados, até que o mediador troque

a técnica de conversação.

Iníc

io d

a vo

taçã

o Fi

m d

a vo

taçã

o

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113

8.8- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Livre

Comentário: Caso 9 da máquina de estados

MC1

Após contabilizar os votos, Marcelo libera os aprendizes para que enviem suas

contribuições sem qualquer restrição (Figura 51).

Figura 51 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Livre

MC2

Depois que o MC2 informa o fim da técnica Contribuição Única, Marcelo faz seus

comentários aproveitando que os aprendizes estão bloqueados e não podem interrompê-

lo. Quando termina ele altera a técnica de conversação para Contribuição Livre (Figura

52), e deixa os aprendizes livres para enviarem suas contribuições.

Fim da votação

Início do brainstorming

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Figura 52 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Livre

Com os exemplos analisados é possível notar que quando a técnica em questão é a

Contribuição Livre, não há diferença entre o MC2 e o MC1, pois é razoável considerar

que o MC1 possui a Contribuição Livre como técnica padrão.

8.9- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Única

Comentário: Casos 5, 21 e 22 da máquina de estados

MC1

Após a discussão de uma determinada questão Marcelo resolve realizar uma

votação que não fazia parte da dinâmica pré-definida. Talvez por saberem que podem

enviar quantas contribuições quiserem, vários aprendizes enviaram comentários

desnecessários que só poluem a conversa (Figura 53).

Fim

da

vota

ção

Iníc

io d

o br

ains

torm

ing Seleção

da técnica Contrib.

Livre

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Figura 53 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Única

MC2

Assim como na mudança da técnica de conversação de Contribuição Circular para

Contribuição Única, no MC2 a mudança de técnica de Contribuição Livre para

Contribuição Única é bem definida: Marcelo bloqueia os aprendizes, avisa que a votação

irá começar, seleciona a técnica Contribuição Única e só depois desbloqueia os

aprendizes (Figura 54).

Mediador tenta dar início à votação C

ontribuições enviadas em

mom

ento inapropriado

Início real da votação

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Figura 54 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Única

No exemplo de utilização do MC1 pode ser visto que somente depois de 4

contribuições inúteis que a votação foi realmente iniciada. Já no MC2 o processo não é

interrompido pois os aprendizes ficam bloqueados.

8.10- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Circular

Comentário: Cenário fictício; Caso 14 da máquina de estados

MC1

Após Marcelo contabilizar os votos dos aprendizes e indicar a contribuição

escolhida, Luciana dá início a uma discussão circular para que os aprendizes manifestem

sua opinião sobre a questão levantada. (Figura 55).

Seleção da

técnica Contrib. Única

Início da votação

Fim do brainstor-

ming

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Figura 55 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Circular

Várias interrupções ocorreram até que o aprendiz Alessandro iniciasse a discussão

circular. Mesmo após o início real, Benedito ainda interrompeu mais uma vez, o que

forçou o mediador Marcelo a se manifestar, atrapalhando o andamento da técnica de

trabalho em grupo.

MC2

Depois que o MC2 informa o fim da técnica Contribuição Única, Marcelo

contabiliza os votos e indica a contribuição escolhida, enquanto os aprendizes estão

bloqueados e não podem interrompê-lo. Quando termina ele altera a técnica de

conversação para Contribuição Circular (Figura 56) para que a discussão circular seja

realizada.

Fim da votação

Inte

rrup

ções

à

disc

ussã

o ci

rcul

ar

Início real da discussão circular

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118

Figura 56 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Circular

A transição entre a técnica de Contribuição Única e a de Contribuição Circular é

clara e bem definida no MC2. Com o fim da Contribuição Única o mediador tem tempo

para decidir o que fazer, pois os aprendizes estão com seus botões de Enviar

desabilitados. Já no MC1, este processo de troca de técnica pode ser interrompido por

algum participante.

8.11- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib. Livre

Comentário: Caso 8 da máquina de estados

MC1

Após o témino da discussão circular, Luciana resolve ver se o moderador Décio

deseja fazer algum comentário antes de iniciar a votação. Neste momento ela considera

que implicitamente a conversação está livre (Figura 57).

Fim

da

vota

ção

Iníc

io d

a

disc

ussã

oci

rcul

ar

Seleção da

técnica Contrib. Circular

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119

Figura 57 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Livre

MC2

Da mesma forma que Luciana agiu no MC1, Marcelo age no MC2. Quando termina

a discussão circular, ele pergunta ao moderador Décio se ele deseja fazer algum

comentário antes de iniciar a votação. Como mostra a Figura 58, no momento em que

Marcelo resolve permitir que Décio fale ele troca a técnica para Contribuição Livre.

Fim da discussão circular e início do

brainstorming

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120

Figura 58 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Livre

Como já havia sido dito, quando a técnica em questão é a Contribuição Livre, não

há diferença entre usar o MC2 ou o MC1, pois é razoável considerar que o MC1 possui a

Contribuição Livre como técnica padrão. Uma vantagem do MC2 é que a mudança de

técnica fica registrada explicitamente, o que pode ser usado futuramente para análise dos

registros gerados pelas sessões de bate-papo.

8.12- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Livre -> Contrib. Livre

Comentário: Caso 17 da máquina de estados

MC1

No MC1 não faz sentido pensar nesta troca de técnica pois a técnica Contribuição

Livre é a técnica padrão. É possível considerar que após qualquer envio de contribuição

esta troca poderia estar acontecendo (Figura 59).

Fim

da

disc

ussã

o ci

rcul

ar e

iníc

io d

o br

ains

torm

ing

Seleção da

técnica Contrib.

Livre

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121

Figura 59 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Livre -> Contrib. Livre

MC2

Como pode ser visto na Figura 60, o mediador mudou a técnica de conversação

para Contribuição Livre sendo que esta já era a técnica em vigor no momento. Esta troca

de técnica não afetou o andamento da discussão, que continuou normalmente.

Sele

cion

a a

técn

ica

Con

tribu

ição

Liv

re

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Figura 60 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Livre -> Contrib. Livre

No MC1 esta troca de técnica não faz sentido e no MC2 ela pode ocorrer, porém

sem um objetivo específico, como por exemplo por distração do mediador. É importante

ressaltar que em ambas as aplicações tal troca não afeta o discurso.

8.13- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Circular -> Contrib. Circular

Comentário: Cenário Fictício; Casos 19 e 23 da máquina de estados

MC1

Como mostra a Figura 61, o aprendiz Alessandro se confunde e envia uma

contribuição incorreta. Ele interrompe a discussão circular para pedir ao mediador que

permita que ele envie sua contribuição correta. Luciana resolve permitir mas, para que o

discurso não seja quebrado, ela resolve iniciar a discussão circular novamente. O

problema é que Cláudio, que seria o próximo da fila, não prestou atenção na contribuição

da Luciana e enviou a sua contribuição da mesma forma. Isso interrompeu novamente a

discussão circular.

Seleção da

técnica Contrib.

Livre

Iníc

io d

o br

ains

torm

ing

Iníc

io d

o br

ains

torm

ing

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123

Figura 61 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Circular -> Contrib. Circular

MC2

Já na Figura 62, Luciana percebe que o aprendiz João não enviou sua contribuição

correta, e resolve reiniciar a discussão circular. Ela bloqueia todos os aprendizes, informa

sua decisão de reiniciar a discussão circular e dá início a ela. Agora João participa

corretamente.

Início da discussão circular

Início da discussão circular

Solicitação do

aprendiz

Interrupção

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124

Figura 62 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Circular -> Contrib. Circular

Em ambas as aplicações, quando é iniciada uma discussão circular antes que a

anterior termine, a segunda entra em vigor e a primeira é desconsiderada. O mediador

toma esta decisão quando o andamento da primeira discussão circular não segue de

acordo com o que foi previsto por ele. No MC1 esta decisão tomada pelo mediador nem

sempre é entendida por todos, o que pode causar interrupções por parte dos participantes.

Já no MC2, este processo é simples pois o mediador apenas precisa selecionar novamente

a técnica Contribuição Circular para dar início a uma nova discussão circular antes de

finalizar a que está em vigor.

8.14- Mediador troca técnica de conversação: Contrib. Única -> Contrib. Única

Comentário: Cenário Fictício; Casos 18 e 22 da máquina de estados

MC1

Usando o MC1, Marcelo dá início a uma votação. Os aprendizes, que já estão

acostumados ao funcionamento do processo de votação, participam de forma correta, mas

Seleção da

técnica Contrib. Circular

Início da discussão circular

Início da discussão circular

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Marcelo percebe que os aprendizes não entenderam corretamente a questão a ser votada,

e resolve iniciar uma nova votação.

Figura

Figura 63 - Troca de técnica no MC1: Contrib. Única -> Contrib. Única

Apenas com o protocolo social a seu favor, os mediadores Luciana e Marcelo só

conseguem reiniciar uma nova votação depois que Luciana envia uma contribuição

lançando mão do seu status de mediadora.

MC2

Em um debate realizado com o MC2 é iniciada uma votação para selecionar uma

dentre as contribuições enviadas pelos aprendizes. Os aprendizes participam de forma

correta da votação, porém, alguns selecionam uma contribuição que não estava em

votação. Ao perceber este engano dos aprendizes, a mediadora Luciana interrompe a

votação, explica qual era o problema, e logo em seguida dá início à nova votação. A

primeria votação é ignorada pela aplicação.

Início da votação

Tentativa de iniciar a votação

Tentativa de iniciar a votação

Interrupção da votação

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Figura 64 - Troca de técnica no MC2: Contrib. Única -> Contrib. Única

As situações que ocorreram tanto no MC1 como no MC2 foram semelhantes. Para

contornar a situação no MC2 os mediadores não tiveram qualquer problema, pois a

aplicação oferece o suporte tecnológico necessário. No entanto, para contornar a situação

no MC1 foi difícil, pois como pode ser visto no exemplo os mediadores só conseguiram

reestabelecer a ordem na conversação após o envio de 12 contribuições.

8.15- Mediador quer encerrar a discussão

Comentário: O mediador quer que todos os aprendizes parem de enviar

contribuições; Casos 21, 22, 23 e 24 da máquina de estados; Independente da técnica de

conversação em vigor, caso o mediador deseje parar a conversação, basta bloquear todos

os aprendizes.

MC1

Devido ao limite de tempo, a mediadora Luciana decide encerrar a discussão que

está sendo realizada sobre um determinado assunto. Ela envia uma contribuição avisando

Seleção da

técnica Contrib. Única

Início da votação

Interrupção da votação

Início da votação

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o encerramento da questão, mas alguns aprendizes continuam a debater, como mostra a

Figura 65. Ela ainda precisa enviar outra contribuição para conseguir a atenção de todos.

Figura 65 - Encerramento de uma discussão no MC1

MC2

Quando o moderador Breno indica que o tempo está esgotado, Marcelo apenas

seleciona a opção “Bloquear” para acabar com a discussão. Logo em seguida ele já inicia

um novo ciclo.

Mediador tenta

encerrar a discussão

Contribuições enviadas em

m

omento ina propriado

Ence

rram

ento

real

da

dis

cuss

ão

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Figura 66 - Encerramento de uma discussão no MC2

Como pode ser visto na Figura 65, no MC1 o moderador só conseguiu dar início a

um novo ciclo após o envio de 13 contrinuições. Já utilizando o MC2 (Figura 66), quando

o mediador bloqueia os aprendizes eles ficam automaticamente impossibilitados de

enviar qualquer contribuição por estarem com o botão “Enviar” desabilitado, o que evita

interrupções no discurso do mediador.

A seguir serão descritos os casos presentes na máquina de estados para os quais não

foram criados cenários.

Os cenários relacionados às trocas de técnicas de conversação entre a Contribuição

Mediada e qualquer outra técnica (casos 6, 7, 11, 12, 15, 16) não foram construídos pelo

fato desta técnica ter sido incorporada ao MC2 depois que os debates do curso TIAE

2002.2 haviam sido encerrados. Da mesma forma que ocorre com a Contribuição Livre,

caso o mediador selecione a técnica Contribuição Mediada enquanto esta é a técnica em

vigor (caso 20), esta “troca” de técnica não afeta o andamento do discurso.

Se o mediador selecionar a opção Bloquear (caso 25) o MC2 passa imediatamente

para o estado de bloqueado, ou seja, se o MC2 já está bloqueado o mediador não tem

Moderador indica o fim do

brainstor-ming

Fim do brainstor-

ming

Botão usado pelo m

ediador para term

inar o brainstorming

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como selecionar a opção Bloquear novamente. Ele terá que usar a opção Desbloquear. O

mesmo raciocínio é usado no caso 26. Já nos casos 21, 22, 23 e 24, o comportamento é o

mesmo. Enquanto alguma técnica de conversação estiver em vigor e o mediador

selecionar a opção Bloquear, eles (mediadores) podem alterar a técnica em vigor e podem

enviar contribuições normalmente. Somente quando for selecionada a opção Desbloquear

é que os aprendizes poderão participar de acordo com a técnica em vigor. Este recurso é

muito usado pelos mediadores quando estes desejam enviar alguma contribuição

relacionada ou enfatizar a troca da técnica em vigor.

Se um aprendiz entrar no MC2 e a técnica em vigor for a Contribuição Livre (caso

1), ele poderá participar do debate normalmente. Se um aprendiz entrar no MC2 e a

técnica em vigor for a Contribuição Mediada (caso 3), ele participará da conversação da

mesma forma que os demais aprendizes presentes. Mas se o aprendiz entrar no MC2 e a

técnica em vigor for a Contribuição Única (caso 2) ou a Contribuição Circular (caso 4),

este ficará com o seu botão de Enviar desabilitado até que a técnica seja alterada. Estes

casos não são considerados para os mediadores pois eles não possuem qualquer restrição

em relação ao envio de contribuições.

Neste capítulo foram apresentadas inúmeras situações (aplicação das técnicas e

troca entre técnicas) onde surgiram problemas enquanto o debate era realizado com a

utilização do MC1 que seriam evitados com o uso do MC2.

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130

9 Análise do Experimento

Para avaliar a aplicação desenvolvida foi realizado um experimento onde foram

realizados 8 debates, que fazem parte do cronograma do curso TIAE ministrado em

2002.2. Para ser possível experimentar e comparar o MC1, que é a aplicação atualmente

disponível no AulaNet, e o MC2 que é a aplicação desenvolvida, foram realizados 4

debates usando o MC1 e 4 usando o MC2.

No TIAE, os temas são divididos em aulas e o Debate é utilizado para discuti-los

semanalmente. O que se deseja com o debate é o alinhamento de idéias e não o consenso.

O moderador além de conduzir o debate deve propor os tópicos a serem discutidos, que

devem estar relacionados à Conferência da semana. O resultado da discussão do Debate

não provém de mensagens individuais e sim da união das pequenas mensagens, muitas

vezes sem sentido fora do contexto, que os participantes vão trocando à medida que

constroem o conhecimento colaborativamente. Como um participante escreve uma

contribuição enquanto outras contribuições são escritas e enviadas, os assuntos são

intercalados e trocados com facilidade, tornando difícil discutir um tópico em

profundidade. Desta forma o tema do debate é discutido amplamente, mas

superficialmente, detendo-se nos tópicos mais polêmicos, e as discussões são

complementadas nas Conferências. [Lucena & Fuks, 2002]

Até a edição de 2002.1, a dinâmica do debate no TIAE tinha como objetivo a

sincronização das idéias dos aprendizes e no final de cada sessão de debate tentava-se

uma convergência sobre a discussão. O mediador tentava alcançar o objetivo do debate

de forma subjetiva e isso dificultava o seu trabalho. Para tentar melhorar o debate, a

dinâmica evoluiu e passou a apresentar passos bem definidos a serem seguidos pelos

participantes.

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As sessões de debate foram analisadas buscando avaliar se os mediadores

conseguiram aplicar de forma satisfatória a dinâmica elaborada para os debates do curso

TIAE 2002.2 usando a aplicação MC2. A dinâmica foi definida no início do curso e foi

aplicada em todos os debates. A seguir será apresentado um resumo da dinâmica dos

debates descrita no capítulo 5.

De acordo com o cronograma do curso, no debate são discutidas as questões

postadas na Conferência – serviço do AulaNet – da semana. A dinâmica do debate

consiste em repetir para cada uma das três questões que serão discutidas os passos a

seguir. Primeiro o moderador, que é o aprendiz responsável pela moderação do debate da

semana, sintetiza a questão e em seguida é realizada uma discussão circular onde cada

aprendiz envia uma contribuição indicando o que gostaria de discutir em relação à

questão. Neste momento é realizada uma votação para escolher qual contribuição será

discutida, de forma livre, pelo grupo. O mediador é responsável por finalizar o debate

quando este tiver cerca de uma hora de duração. Para que as duas aplicações (MC1 e

MC2) pudessem ser comparadas, a dinâmica aplicada nos debates foi mantida durante os

oito debates realizados no curso. É bom ressaltar que o moderador é um aprendiz e a sua

interface não possui suporte tecnológico para a coordenação.

As tabelas apresentadas a seguir contém informações sobre a frequência de

acontecimentos relevantes relacionados à aplicação da dinâmica nos debates. Cada tabela

contém os dados relativos a um debate.

Cada debate é composto de três partes, onde cada uma consiste basicamente da

aplicação de uma contribuição circular, uma contribuição única e uma contribuição livre.

O envio da síntese de uma questão marca o início de cada parte. NC é o número de

contribuições enviadas. A seguir será apresentada uma legenda para explicar a tabela

utilizada.

Legenda:

a) Número de vezes em que o mediador deseja ter acesso exclusivo ao canal de

comunicação. NC: número de contribuições que o mediador envia.

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b) Número de vezes em que o mediador é interrompido no momento em que deseja ter

acesso exclusivo ao canal de comunicação. NC: número de contribuições que o

aprendiz envia interrompendo o mediador.

c) Número de vezes em que o mediador deseja dar acesso exclusivo ao canal de

comunicação apenas a alguns aprendizes. NC: número de contribuições que estes

aprendizes enviam.

d) Número de vezes em que os aprendizes que deveriam ter acesso exclusivo ao canal de

comunicação são interrompidos. NC: número de contribuições que os aprendizes

enviam interrompendo os escolhidos pelo mediador.

e) Número de vezes em que o mediador inicia a Contribuição Circular. NC: número de

contribuições que são enviadas para conseguir dar início à técnica.

f) Número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição Circular é interrompida.

NC: número de contribuições que interromperam a técnica.

g) Número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição Circular é concluida

com êxito. NC: número de contribuições enviadas para concluir a técnica.

h) Número de vezes em que o mediador inicia a Contribuição Única. NC: número de

contribuições que são enviadas para conseguir dar início à técnica.

i) Número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição Única é interrompida.

NC: número de contribuições que interromperam a técnica.

j) Número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição Única é concluida com

êxito. NC: número de contribuições enviadas para concluir a técnica.

k) Número de vezes em que o mediador inicia a Contribuição Livre. NC: número de

contribuições que são enviadas para conseguir dar início à técnica.

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l) Número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição Livre é concluida com

êxito. NC: número de contribuições enviadas após a primeira tentativa de concluir a

técnica.

m) Número de vezes em que os aprendizes enviam contribuições expressando a

necessidade de coordenação. NC: número de contribuições que os aprendizes enviam

expressando necessidade de coordenação.

São consideradas interrupções tanto as contribuições dos aprendizes enviadas em

momento impróprio, como as contribuições dos mediadores que interferirem no

andamento da técnica. O número de vezes em que a aplicação da técnica Contribuição

Livre é interrompida foi desconsiderado por não fazer sentido neste contexto.

A análise do experimento consiste de três fases. Na primeira fase foram coletadas

as informações relativas aos debates realizados com a aplicação MC1. Já na segunda

fase, foram coletadas as informações relativas aos debates realizados com a aplicação

MC2. Na terceira e última fase foram comparados os resultados obtidos nas segunda e

terceira fases.

9.1 Primeira Etapa do Experimento

A seguir serão apresentadas as informações relativas aos 4 primeiros debates

realizados no TIAE 2002.2. Nestes debates a aplicação utilizada foi o MC1, aplicação

atualmente disponível no AulaNet, que não oferece qualquer suporte tecnológico de

apoio à coordenação.

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A Tabela 2 contém informações relativas ao primeiro debate, que foi realizado

usando o MC1.

Debate 1 (MC1) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

1 4 0 0 0 0

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

2 6 3 7 2 5

(d) Interrompe (c) 1 1 3 6 1 2 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 2 7 2 8 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 2 1 1 1 1 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 1 2 1 4 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 1 1 (l) Fim da Contribuição Livre 1 14 1 10 1 12 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

9 9 3 3 11 11

Tabela 2 – Dados relativos ao primeiro debate

Neste primeiro debate é possível perceber pela quantidade de contribuições

enviadas (36 contribuições), que o mediador teve dificuldade em finalizar a aplicação da

técnica Contribuição Livre. Além de não estarem acostumados com a dinâmica, neste

momento do debate os aprendizes estão no embalo da discussão e o protocolo social não

foi suficiente para cessar a conversação. Neste debate houveram muitas manifestações

dos aprendizes sobre a necessidade de coordenação durante uma sessão de debate. Ao

todo foram 23 contribuições enviadas por eles dando sugestões ou apenas expondo a

necessidade de coordenação.

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A Tabela 3 contém os dados coletados do registro do segundo debate realizado no

curso.

Debate 2 (MC1) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

1 1 1 1 1 6

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

2 6 3 9 3 6

(d) Interrompe (c) 0 0 1 7 3 22 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 2 4 0 0 1 1 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 2 1 1 4 6 (i) Interrompe a Contribuição Única 1 5 0 0 5 26 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 3 3 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 1 1 (l) Fim da Contribuição Livre 1 6 1 12 1 4 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

7 7 0 0 14 14

Tabela 3 – Dados relativos ao segundo debate

Apesar da aplicação não oferecer suporte tecnológico à coordenação, neste debate o

protocolo social foi suficiente para evitar interrupções por parte dos aprendizes no

momento em que os mediadores queriam ter acesso exclusivo ao canal de comunicação.

Neste debate as manifestações dos aprendizes sobre a necessidade de coordenação

durante uma sessão de debate continuaram, sendo que foram enviadas 21 contribuições.

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A Tabela 4 contém os dados coletados do registro do terceiro debate realizado no

curso.

Debate 3 (MC1) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

1 5 0 0 1 5

(b) Interrompe (a) 1 1 0 0 1 4 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

3 7 2 4 2 6

(d) Interrompe (c) 0 0 0 0 1 7 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 1 1 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 1 (h) Inicia a Contribuição Única 1 2 1 1 1 1 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 2 2 (l) Fim da Contribuição Livre 1 13 1 2 1 9 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

0 0 0 0 0 0

Tabela 4 – Dados relativos ao terceiro debate

Já neste debate, o protocolo social não foi suficiente para evitar interrupções por

parte dos aprendizes no momento em que os mediadores queriam ter acesso exclusivo ao

canal de comunicação. Nas duas vezes em que os mediadores quiseram o acesso

exclusivos eles foram interrompidos. Quando os mediadores tentaram dar acesso

exclusivo ao canal de comunicação apenas a alguns aprendizes, o que aconteceu 7 vezes,

foram interrompidos apenas uma vez. Na Contribuição Circular também só houve uma

interrupção. Este número de interrupções é pequeno mas não há como garantir, sem um

suporte tecnológico, que sempre será assim. Durante a votação (Contribuição Única), não

houve nenhuma interrupção e os aprendizes seguiram adequadamente a dinâmica. O

pequeno número de interrupções se justifica pela evolução do grupo que aprendeu a

dinâmica aplicada. No momento em que os aprendizes se mostraram mais familiarizados

com a dinâmica tendo uma queda significativa de interrupções, não foi registrada

qualquer manifestação por parte dos aprendizes sobre a necessidade de coordenação

durante uma sessão de debate.

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A Tabela 5 contém os dados coletados do registro do quarto debate realizado no

curso. Este foi o último debate realizado usando a aplicação MC1.

Debate 4 (MC1) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

1 4 4 5 3 7

(b) Interrompe (a) 0 0 3 16 1 1 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

3 7 3 7 4 14

(d) Interrompe (c) 1 9 1 3 3 10 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 2 2 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 0 0 2 9 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 2 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 1 1 1 2 2 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 1 0 (l) Fim da Contribuição Livre 1 1 1 1 1 0 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

16 16 1 1 0 0

Tabela 5 – Dados relativos ao quarto debate

Mesmo depois de um debate com poucas interrupções, no Debate 4 ocorreu um

número alto de interrupções, o que reforça o fato de não ser possível garantir que após

aprender a dinâmica o grupo irá se comportar de forma adequada sem ter um suporte

tecnológico à coordenação. Com a alta nas interrupções, os aprendizes voltaram a sentir a

necessidade de coordenação e enviaram contribuições demonstrando isso.

9.2 Segunda Etapa do Experimento

A seguir serão apresentadas as informações relativas aos 4 últimos debates

realizados no TIAE 2002.2. Nestes debates a aplicação utilizada foi o MC2, aplicação

desenvolvida nesta pesquisa, que oferece suporte tecnológico de apoio à coordenação por

meio das técnicas de conversação.

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A Tabela 6 contém os dados coletados do registro do quinto debate realizado no

curso. Este foi o primeiro debate realizado usando a aplicação MC2.

Debate 5 (MC2) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

4 15 2 7 1 7

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

1 3 1 4 1 4

(d) Interrompe (c) 0 0 0 0 0 0 (e) Inicia a Contribuição Circular 2 2 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 0 0 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 1 1 1 0 0 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 0 0 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 1 1 (l) Fim da Contribuição Livre 1 1 1 2 1 0 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

0 0 0 0 0 0

Tabela 6 – Dados relativos ao quinto debate

Quando a aplicação utilizada passou a ser o MC2 o número de interrupções foi

nulo, pois a automatização do processo impede que algum aprendiz envie contribuições

quando não é a sua vez e retira do mediador a responsabilidade de controlar a aplicação

da técnica. O fato da linha (d) ter sido nula não tem a mesma justificativa, pois no

momento em que foram realizados os debates o MC2 ainda não tinha suporte tecnológico

para evitar este tipo de interrupção. A justificativa é a união do protocolo social ao

amadurecimento da dinâmica pelos aprendizes. Pelo número de contribuições enviadas é

possível perceber que o mediador não teve dificuldade em finalizar a aplicação da técnica

Contribuição Livre, pois ele poderia bloquear todos os aprendizes ou já dar início a outra

técnica. Neste debate não houve qualquer manifestação dos aprendizes sobre a

necessidade de coordenação durante uma sessão de debate.

A Tabela 7 contém os dados coletados do registro do sexto debate realizado no

curso.

3

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139

Debate 6 (MC2) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

3 9 0 0 0 0

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

2 3 3 4 3 7

(d) Interrompe (c) 1 1 0 0 1 5 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 0 0 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 2 2 1 1 1 1 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 2 2 1 1 1 0 (l) Fim da Contribuição Livre 1 0 1 2 1 0 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

0 1 0 0 0 0

Tabela 7 – Dados relativos ao sexto debate

Sem o suporte tecnológico necessário, o mediador não teve como impedir a

ocorrrência de interrupções quando tentaram dar acesso exclusivo ao canal de

comunicação apenas a alguns aprendizes. Enquanto isso os outros tipos de interrupções

continuaram sendo nulos.

A Tabela 8 contém os dados coletados do registro do sétimo debate realizado no

curso.

Debate 7 (MC2) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

3 12 0 0 0 0

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

1 5 1 3 1 5

(d) Interrompe (c) 1 2 2 7 0 0 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 0 0 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 1 1 1 2 2 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 1 1 1 1 1 1 (l) Fim da Contribuição Livre 1 0 1 1 1 0 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

0 0 0 0 0 0

Tabela 8 – Dados relativos ao sétimo debate

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140

O Debate 7, assim como o Debate 8 tiveram um comportamento semelhante ao do

debate anterior (Debate6).

A Tabela 9 contém os dados coletados do registro do oitavo debate realizado no

curso. Este foi o último debate realizado no curso e usou a aplicação MC2.

Debate 8 (MC2) Parte 1 NC Parte 2 NC Parte 3 NC (a) Mediador quer a palavra (bloquear todo mundo)

2 8 1 3 2 4

(b) Interrompe (a) 0 0 0 0 0 0 (c) Mediador quer dar a palavra a alguns aprendizes (desbloquear)

2 7 2 6 2 7

(d) Interrompe (c) 2 2 0 0 1 4 (e) Inicia a Contribuição Circular 1 1 1 1 1 1 (f) Interrompe a Contribuição Circular 0 0 0 0 0 0 (g) Fim da Contribuição Circular 1 0 1 0 1 0 (h) Inicia a Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (i) Interrompe a Contribuição Única 0 0 0 0 0 0 (j) Fim da Contribuição Única 1 1 1 1 1 1 (k) Inicia a Contribuição Livre 2 2 1 1 1 1 (l) Fim da Contribuição Livre 2 0 1 0 1 0 (m) Necessidade de coordenação (expressada pelos aprendizes)

0 0 0 0 0 0

Tabela 9 – Dados relativos ao oitavo debate

Os dados coletados dos registros dos debates possibilitam visualizar alguns

fenômenos interessantes que poderão ser vistos nos gráficos apresentados a seguir.

9.3 Comparação entre as Etapas do Experimento

Nesta seção serão apresentadas as comparações realizadas entre as informações

obtidas nas duas etapas do experimento realizado.

O gráfico em colunas apresentado na Figura 67 mostra a frequência com que a

técnica Contribuição Circular é interrompida. São consideradas interrupções tanto as

contribuições dos aprendizes enviadas em momento impróprio, como as contribuições

dos mediadores que interferirem no andamento da técnica. A primeira coluna representa o

número de vezes que a técnica foi aplicada. A segunda coluna representa o número de

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141

vezes em que a técnica foi interrompida e na terceira coluna estão o número de

contribuições enviadas que interromperam a técnica.

3 3 34 4

3 3 34

3

12

0 0 0 0

5

1

9

0 0 0 0

15

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Ocorrências da TécnicaInterrupções da TécnicaNC

Figura 67 - Interrupções na Contribuição Circular

O fragmento apresentado na Figura 68 mostra que o mediador Marcelo indicou

Alessandro como sendo o próximo da fila, mas Cláudio enviou sua contribuição

interrompendo a Contribuição Circular.

Figura 68 - Interrupção do aprendiz na Contribuição Circular (MC1)

MC1

MC2

<Marcelo Galvão Pimenta> Alessandro, sua contribuição: <Cláudio Oliveira Maldini> Vai depender do interesse do tecnófobo pelo assunto. Se for algo completamente desinteressante ele dificilmente se sentirá imbuído a participar de uma experiência on-line. <Alessandro Mendes Garcia> O tecnófobo é, por definição, aquela pessoa que tem medo de novas tecnologias. O fato de um aprendiz tecnófobo ter que tomar uma atitude ativa numa sala de aula …

Interrupção da

discussão circular

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142

O fragmento apresentado na Figura 69 mostra que o moderador Alessandro se

confundiu e indicou o aprendiz Breno, que não estava presente no debate, para ser o

próximo a enviar a sua contribuição. Ao perceber o seu erro, o mediador se justificou e

indicou outro aprendiz. Depois disso a Contribuição Circular prosseguiu normalmente.

Figura 69 - Interrupção do moderador na Contribuição Circular (MC1)

O gráfico em linhas apresentado na Figura 70 mostra a semelhança de

comportamento entre o número de vezes em que a técnica foi interrompida e o número de

contribuições enviadas que interromperam a técnica.

43

12

0 0 0 0

15

5

1

9

0 0 0 00

2

4

6

8

10

12

14

16

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Interrupções da TécnicaNúmero de Contribuições

Figura 70 - Comportamento das Contribuições enviadas durante a Contrib.

Circular

<Alessandro Mendes Garcia> Breno... <Alessandro Mendes Garcia> o bren onao esta <Alessandro Mendes Garcia> Cláudio....

<Cláudio Oliveira Maldini> Não existe método mais adequado, tem que haver vários fatores, como coordenação, moderação, críticas...

Interrupção do

moderador

MC1

MC2

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143

Como pode ser visto nas Figuras 67 e 70, a frequência de interrupções foi

diminuindo mesmo enquanto a aplicação utilizada ainda era o MC1, o que mostra um

amadurecimento dos aprendizes e mediadores em relação à dinâmica usada. Quando a

aplicação utilizada passou a ser o MC2 o número de interrupções foi nulo, pois o

protocolo social foi embutido nos elementos de coordenação do MC2 impedindo que

algum aprendiz envie contribuições for a da sua vez. O fato do número de ocorrências ter

sido grande no primeiro debate não deve ser considerado como grave pois foi neste

momento que houve o primeiro contato dos aprendizes e dos mediadores com a aplicação

e com a dinâmica.

O gráfico em colunas apresentado na Figura 71 mostra a frequência com que a

técnica Contribuição Única é interrompida. São consideradas interrupções tanto as

contribuições dos aprendizes enviadas em momento impróprio, como as contribuições

dos mediadores que interferirem no andamento da técnica. A primeira coluna representa o

número de vezes que a técnica foi aplicada. A segunda coluna representa o número de

vezes em que a técnica foi interrompida e na terceira coluna estão o número de

contribuições enviadas que interromperam a técnica.

36

3 4 3 4 4 32

9

0 0 0 0 0 0

6

36

0 0 0 0 0 00

5

10

15

20

25

30

35

40

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Ocorrências da TécnicaInterrupções da TécnicaNC

Figura 71 - Interrupções na Contribuição Única

MC1

MC2

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144

O fragmento apresentado na Figura 72 mostra a dificuldade do mediador Marcelo

conseguir iniciar uma votação. Ele envia uma contribuição informando o início da

votação e apenas após 6 contribuições enviadas desnecessariamente é que o aprendiz

Breno dá início real à votação.

Figura 72 - Interrupção do aprendiz na Contribuição Única (MC1)

O gráfico em linhas apresentado na Figura 73 mostra a semelhança de

comportamento entre o número de vezes em que a técnica foi interrompida e o número de

contribuições enviadas que interromperam a técnica.

<Marcelo Galvão Pimenta> Votem. <Benedito Lessa de Melo> votação? <Benedito Lessa de Melo> doh! <João Henrique Leonel da Costa Neto> hoje eh democracia total ! <Alessandro Mendes Garcia> comigo nao teve votacao marcelo! <Cláudio Oliveira Maldini> João: Exceto o lampejo do Alessandro. :) <Marcelo Galvão Pimenta> (ps: só não pode ser o alessandro) <Breno Amaro de Silveira> Eu votaria sempre na Luciana pra moderadora... Ela tem o dom.. <Flávio Green> João

Mediador tenta iniciar

votação

Início real da votação

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145

2

9

0 0 0 0 0 0

6

36

0 0 0 0 0 00

5

10

15

20

25

30

35

40

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Interrupções da TécnicaNúmero de Contribuições

Figura 73 - Comportamento das Contribuições enviadas durante a Contrib. Única

Como pode ser visto nas Figuras 71 e 73, a frequência de interrupções foi

diminuindo mesmo enquanto a aplicação utilizada ainda era o MC1, o que mostra um

amadurecimento dos aprendizes e mediadores em relação à dinâmica usada. Quando a

aplicação utilizada passou a ser o MC2 o número de interrupções foi nulo, pois como foi

dito anteriormente, o protocolo social foi embutido nos elementos de coordenação do

MC2 impedindo que algum aprendiz envie contribuições quando não é a sua vez.

O gráfico em colunas apresentado na Figura 74 mostra a frequência com que a

técnica Contribuição Livre é aplicada em cada debate e o número de contribuições

enviadas após informado o término da conversação livre.

MC1

MC2

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146

3 3 4 3 3 3 3 4

36

2224

2 3 2 1 00

5

10

15

20

25

30

35

40

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Ocorrências da TécnicaNúmero de Contribuições

Figura 74 - Contribuições enviadas após o término da Contribuição Livre

Neste estudo considerou-se que no MC1 as contribuições enviadas após informado

o término da conversação livre são todas aquelas que foram enviadas tanto pelos

aprendizes como pelos mediadores após a primeira contribuição enviada pelo mediador

manifestando o término da conversação livre. Já no MC2, considera-se as contribuições

enviadas após informado o término da conversação livre, todas aquelas enviadas pelos

aprendizes e mediadores entre a primeira contribuição que manifeste o término da

conversação livre e o bloqueio ou troca de técnica.

O fragmento apresentado na Figura 75 mostra a dificuldade do mediador Marcelo

de encerrar uma conversação livre. Ele envia a contribuição “TEMPO ESGOTADO”

informando o término mas apenas após 7 contribuições ele consegue realmente finalizar

esta conversação livre.

MC1

MC2

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147

Figura 75 - Contribuições enviadas após o término da Contrib. Livre no MC1

Na Figura 76 o moderador Breno avisa que está na hora de encerrar a conversação

livre. O mediador, que é quem tem o suporte tecnológico, quase que imediatamente

atende ao pedido do moderador e encerra a conversação livre.

Figura 76 - Término da Contribuição Livre no MC2

O gráfico em linhas apresentado na Figura 77 mostra o comportamento da curva do

número de contribuições enviadas após o témino teórico da conversação.

<Marcelo Galvão Pimenta> Ok... galera. <Marcelo Galvão Pimenta> TEMPO ESGOTADO. <João Henrique Leonel da Costa Neto> o medo deve ser tratado por psicologos. <Benedito Lessa de Melo> a interface com certeza tem grande influencia mas não é a causa principal do problema de tecnofobia! <Ricardo de Carvalho Ramminger> Claudio: Exatamente! Imagine sua faxineira usando um computador...e lembre que ela não é minoria! <Marcelo Galvão Pimenta> TEMPO ESGOTADO. <Marcelo Galvão Pimenta> TEMPO ESGOTADO! <Décio Martins> Acho que sim, Flavio. Acho que a fobia é causada em grande parte porque as pessoas nao sabem como funciona

Tentativa de término do

Brainstorming

Término real do

Brainstorming

(12:37:04) Breno Amaro de Silveira --

Tempo acabado..

(12:37:06) @Marcelo Galvão Pimenta -- IBW não se realiza através de uma dinâmica única !!!

(12:37:11) *** O mediador @Marcelo Galvão

Pimenta bloqueou todos os aprendizes!

Moderador informa fim do brainstorming

Fim do brainstorming

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148

36

2224

2 3 2 1 00

5

10

15

20

25

30

35

40

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Número de Contribuições

Figura 77 - Contribuições enviadas após o témino teórico do brainstorming

Como pode ser visto nas Figuras 74 e 77, nos primeiros debates que usaram o MC1

notou-se uma grande dificuldade de interromper um conversação livre quando os

aprendizes estão no auge da participação. Muitas vezes eles nem percebem as

contribuições enviadas pelos mediadores, e acabam desrespeitando o protocolo social.

Mesmo assim, o número de contribuições foi diminuindo mesmo enquanto a aplicação

utilizada ainda era o MC1, o que mostra um amadurecimento dos aprendizes e

mediadores em relação à dinâmica usada. Quando a aplicação utilizada passou a ser o

MC2 o número de contribuições despencou, mas não foi nulo, pois pode existir um certo

atraso entre a manifestação de fim de conversação e a ação que deve ser tomada pelo

mediador.

O gráfico em linhas apresentado na Figura 78 mostra o número de contribuições

enviadas pelos aprendizes manifestando necessidade de coordenação do debate.

MC1

MC2

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149

2321

0

17

01

0 00

5

10

15

20

25

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Número de Contribuições

Figura 78 - Contribuições enviadas pelos aprendizes manifestando necessidade de

coordenação

São consideradas contribuições manifestando necessidade de coordenação aquelas

cujo conteúdo expressa tal sentimento. O fragmento apresentado na Figura 79 mostra

algumas contribuições deste tipo que foram enviadas pelos aprendizes. Os trechos que

mais explicitam tais manifestações estão em negrito.

Figura 79 - Contrib. enviadas que expressam a necessidade de coordenação

<Alessandro Mendes Garcia> fica muito confuso discutir por chat, como está sendo agora. Uma discussao presencial é muito, muito mais eficiente <...> <Luciana Lima de Barros> Alessandro, não seria por falta de hábito? <...> <Alessandro Mendes Garcia> luciana: acho que nao, é falta de coordenacao

<Décio Martins> Eu acho que cada um deveria pedir a palavra e so a teria quem recebesse do moderador. <...> <Alessandro Mendes Garcia> concordo com o decio <...> <Ricardo de Carvalho Ramminger> GOsto da idéia do Décio, d i í!

MC1

MC2

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150

Como pode ser visto na Figura 79, o início do uso do MC2 coincidiu com a

diminuição do número de contribuições relativas à coordenação. Mesmo assim, não é

possível afirmar que os aprendizes param de se manifestar por estarem satisfeitos pois

outros fatores podem ter afetado esta diminuição, como o assunto discutido no debate em

questão, ou o fato de já ter se manifestado várias vezes.

O gráfico em colunas apresentado na Figura 80 mostra a frequência com que o

mediador deseja ter acesso exclusivo ao canal de comunicação e o número de

contribuições que ele envia neste momento. Aqui também é apresentado o número de

vezes que o mediador é interrompido no momento em que deseja ter acesso exclusivo ao

canal de comunicação e quantas contribuições são enviadas pelos aprendizes

interrompendo o mediador.

13 2

8 7

3 354

810

16

29

912

15

0 0 14

0 0 0 00 0 1

17

0 0 0 00

5

10

15

20

25

30

35

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Mediador quer a palavra

Contribuições doMediadorNúmero de Interrupções

Contribuições queInterromperam

Figura 80 - Acesso exclusivo ao canal de comunicação ao mediador

O mediador deseja ter acesso exclusivo ao canal de comunicação quando quer parar

uma discussão ou quando quer chamar a atenção sobre o conteúdo da sua contribuição.

Neste caso serão consideradas interrupções ao mediador as contribuições enviadas pelos

aprendizes que não estão relacionadas com a contribuição importante enviada pelo

mediador, ou quando o mediador quiser dar um recado, por exemplo, e for interrompido.

MC1 MC2

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151

O fragmento apresentado na Figura 81 mostra um exemplo onde o moderador João

envia uma questão e apenas três aprendizes se manifestam. As outras contribuições

enviadas não tinham qualquer relação com a do moderador. As reticências foram usadas

para diminuir o fragmento do debate e facilitar o entendimento. Elas representam as

contribuições enviadas que não têm relação com o que o mediador pediu.

Figura 81 - Contrib. enviadas desnecessariamente pelos aprendizes no MC1

O fragmento apresentado na Figura 82 mostra um exemplo onde a mediadora

Luciana deseja ter acesso exclusivo ao canal de comunicação. Com o apoio tecnológico

oferecido pelo MC2, o mediador bloqueia o botão ‘Enviar’ dos aprendizes impedindo o

envio de contribuições por eles. Com isso o mediador nunca é interrompido, e ainda

consegue chamar a atenção de todos.

<João Henrique Leonel da Costa Neto> Alguem acha importante o contato com o professor , como vivencia acadêmica ? <Alessandro Mendes Garcia> ... <Flávio Green> ... <Ricardo de Carvalho Ramminger> ... <Cláudio Oliveira Maldini> João: só para esclarecer dúvidas. <Benedito Lessa de Melo> ... <Marcelo Galvão Pimenta> ... <Flávio Green> ... <Cláudio Oliveira Maldini> ... <Décio Martins> ... <Marcelo Galvão Pimenta> ... <Alessandro Mendes Garcia> ... <Décio Martins> Joao: depende, alguns contatos com professor não renderam boas recordações. <Danilo Soares Arcanjo> João:É importante saber que o professor esta lá para tirar as suas dúvidas,mas esse contato não precisa ser presencial

Con

tribu

içõe

s Rel

evan

tes

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Figura 82 - Contrib. enviadas desnecessariamente pelos aprendizes no MC2

O gráfico em linhas apresentado na Figura 83 mostra que enquanto o MC1 estava

sendo utilizado, a curva das contribuições que interromperam o mediador seguia um

curso, mas quando o MC2 passou a ser usado este curso alterou-se bruscamente.

4

810

16

29

912

15

0 0 1

17

0 0 0 00

5

10

15

20

25

30

35

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Contribuições doMediadorContribuições queinterromperam

Figura 83 - Comportamento das Contribuições que interromperam o mediador

MC1

(12:09:36) *** O mediador @Luciana Lima de Barros bloqueou todos os aprendizes! (12:09:47) @Luciana Lima de Barros -- Bom, então vamos começar! (12:10:11) @Luciana Lima de Barros -- CAda um vai colocar a sua contribuiçao e vamos discutir sem o moderador! (12:10:13) *** O mediador @Luciana Lima de Barros desbloqueou todos os aprendizes!

MC2

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153

Como pode ser visto nas Figuras 80 e 83, enquanto a plicação MC1 estava sendo

utilizada, o aumento no número de contribuições que interromperam o mediador é

proporcional ao aumento no número de contribuições enviadas pelo mediador. Quando o

MC2 passou a ser utilizado esta proporcionalidade acabou e o número de interrupções se

tornou nulo. Com o suporte tecnológico oferecido pela aplicação MC2, o mediador nunca

é interrompido quando requisita o canal de comunicação só para ele, e ainda consegue

chamar a atenção de todos.

Outra observação que pode ser feita é que depois que o protocolo social foi

embutido nos elementos de coordenação do MC2 impedindo que algum aprendiz envie

contribuições em momento indesejado pelo mediador, o número de contribuições

enviadas pelo mediador nestes casos passou de 38 (no MC1) para 65 (no MC2).

O gráfico em colunas apresentado na Figura 84 mostra a frequência com que o

mediador deseja dar a alguns aprendizes o acesso exclusivo ao canal de comunicação e o

número de contribuições que tais aprendizes enviam neste momento. Aqui também é

apresentado o número de vezes que ocorre uma interrupção e quantas contribuições são

enviadas pelos aprendizes interrompendo o acesso exclusivo fornecido pelo mediador.

7 8 710

3

8

36

1816 17

28

1114 13

20

5 41

5

02 3 3

9

29

7

22

0

69

6

0

5

10

15

20

25

30

35

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Mediador quer dar a palavra

Contribuições dos Aprendizes

Número de Interrupções

Contribuições queInterromperam

Figura 84 - Acesso exclusivo ao canal de comunicação a alguns aprendizes

MC2

MC1

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O mediador deseja dar acesso exclusivo ao canal de comunicação a alguns

aprendizes quando quer que apenas um ou alguns deles se manifestem, ou quando quer

enfatizar a discussão de alguns fazendo com que os outros apenas leiam e não enviem

contribuições. Neste caso serão consideradas interrupções as contribuições enviadas pelos

aprendizes que não deveriam ter acesso ao canal de comunicação.

O fragmento apresentado na Figura 85 mostra um exemplo onde a mediadora

Luciana deseja dar acesso exclusivo ao canal de comunicação ao aprendiz Ricardo, mas

não conseguiu fazê-lo apenas com o protocolo social.

Figura 85 - Insuficiência do protocolo social para dar acesso exclusivo ao canal

de comunicação a um aprendiz

No exemplo da Figura 85, apenas após o envio de 5 contribuições é que o aprendiz

Ricardo enviou a contribuição solicitada pela mediadora. O fato de terem várias

contribuições entre a primeira contribuição enviada por Ricardo e a última pode tornar

obsoleta a última contribuição.

Na Figura 86 é apresentado um exemplo onde a mediadora Luciana deseja dar

acesso exclusivo ao canal de comunicação aos aprendizes Cláudio, Flávio Souza e Décio

<Ricardo de Carvalho Ramminger> Ele vão ter trauma de internet...

<Felipe Soares> ...

<Cláudio Oliveira Maldini> ...

<Luciana Lima de Barros> Desenvolva Ricardo!

<Décio Martins> ...

<Flávio Green> ...

<Cláudio Oliveira Maldini> ...

<Alessandro Mendes Garcia> ...

<Benedito Lessa de Melo> ...

<Ricardo de Carvalho Ramminger> Luciana: Acho difícil usar Groupware em ensino básico...por tudo o que comentamos

Tent

ativ

a de

dar

ac

esso

exc

lusi

vo

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155

para que eles pudessem discutir enquanto os outros deveriam apenas ler suas

contribuições. Isto não foi possível pois no momento quando este debate foi realizado o

MC2 ainda não dava suporte tecnológico a este tipo de dinâmica. As reticências foram

usadas para diminuir o fragmento do debate e facilitar o entendimento. Elas representam

as contribuições enviadas que não têm relação com a conversa de Cláudio, Flávio Souza e

Décio.

Figura 86 - Insuficiência do protocolo social para dar acesso exclusivo ao canal

de comunicação a alguns aprendizes

No exemplo da Figura 86 foram enviadas 16 contribuições que não estão

relacionadas à discussão que deveria ter prioridade de acordo com o desejo do mediador.

Este fato dificulta o encadeamento da conversação.

<Cláudio Oliveira Maldini> Décio: Sim, certamente. Tem que ter alguém para supervisionar o grupo, assim como aqui, senão vira bagunça. <Benedito Lessa de Melo> ... <Alessandro Mendes Garcia> ... <Breno Amaro de Silveira> ... <Breno Amaro de Silveira> ... <João Henrique Leonel da Costa Neto> ... <Ricardo de Carvalho Ramminger> ... <Alessandro Mendes Garcia> ... <Flávio Souza> Décio - Acho que depende da hierarquia estipulada, mas provavelmente o gerente de projeto e talvez o lider do projeto. <Flávio Green> ... <Décio Martins> Cláudio: entao concordamos. Antes do começo do projeto, determina-se a hierarquia, por menor que seja. <Benedito Lessa de Melo> ... <Ricardo de Carvalho Ramminger> ... <Benedito Lessa de Melo> ... <João Henrique Leonel da Costa Neto> ... <Flávio Green> ... <Ricardo de Carvalho Ramminger> ... <Breno Amaro de Silveira> ... <Flávio Green> ... <Cláudio Oliveira Maldini> Décio: exatamente, a coordenação de uma equipe à distância tem que ser hierarquizada, na minha

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156

O gráfico em linhas apresentado na Figura 87 mostra que ambas as curvas se

comportam de forma semelhante independente da aplicação utilizada.

1816 17

28

1114 13

20

9

29

7

22

0

69

6

0

5

10

15

20

25

30

35

Debate 1 Debate 2 Debate 3 Debate 4 Debate 5 Debate 6 Debate 7 Debate 8

Contribuições dosAprendizesContribuições queInterromperam

Figura 87 - Comportamento das Contribuições que interromperam o acesso

exclusivo ao canal de comunicação dado a alguns aprendizes

Como pode ser visto nas Figuras 84 e 87, a única coisa que pode ser observada é

que o número de contribuições enviadas foi menor com o uso do MC2, mas isto não nos

leva a nenhuma conclusão. Esta ausência de impacto na mudança de aplicação pode ser

explicado devido ao fato de o MC2, no período em que foi testado, não possuir o suporte

tecnológico para dar apoio ao mediador.

Durante a realização dos debates percebeu-se a necessidade dos mediadores de

poderem atuar individualmente sobre cada aprendiz. Com o poder de bloquear e

desbloquear cada aprendiz individualmente, o mediador pode realizar qualquer dinâmica,

considerando as limitações de tempo. Por exemplo, o mediador pode bloquear todos e

desbloquear apenas um para dar uma palestra, ou ainda, dividir a turma em subgrupos,

por exemplo, dividir a turma em dois grupos (imaginários) e apenas liberar (deixar

desbloqueado) os integrantes do grupo “dono” do tempo, e assim por diante. Este suporte

tecnológico foi desenvolvido mas não foi testado em um curso real. Mesmo assim, supõe-

se que com este apoio tecnológico o número de interrupções seria nulo.

MC2

MC1

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157

9.4 Análise do MC2 em relação à Perda de Co-texto

O Mediated Chat 2.0 também foi analisado em [Pimentel 2003]. Nesta pesquisa

foram investigados alguns mecanismos para organizar melhor a conversação nas

ferramentas de bate-papo buscando diminuir a perda de co-texto.

“Perda de co-texto1” foi o termo elaborado para designar o fenômeno que ocorre

numa sessão de bate-papo quando um participante não consegue estabelecer o

encadeamento da conversação. Ocorre perda de co-texto toda vez que o leitor não

consegue identificar para qual mensagem anterior uma determinada mensagem está se

referenciando, não consegue identificar qual das mensagens anteriores fornece os

elementos necessários para compreender a mensagem que está sendo lida.

A perda de co-texto pode ser constatada através de declarações do tipo “do que

você está falando?” ou “não entendi”. Tais declarações, são aqui caracterizadas como

manifestações textuais da perda de co-texto. É preciso enfatizar que uma declaração do

tipo “não entendi” nem sempre poderá ser considerada como uma manifestação da perda

de co-texto. Ao declarar “não entendi”, o participante pode ter identificado o co-texto da

mensagem mas não tê-la compreendido por outro motivo – o participante pode estar

manifestando, por exemplo, a inconsistência ou impertinência do argumento apresentado

na mensagem. Para identificar uma situação de perda de co-texto é preciso analisar a

manifestação de incompreensão, as mensagens anteriores e as mensagens seguintes

procurando investigar se a incompreensão é decorrente da não identificação do

encadeamento conversacional estabelecido entre as mensagens.

É preciso enfatizar que a perda de co-texto é um fenômeno cognitivo e que nem

toda perda de co-texto é manifestada textualmente. A manifestação textual é apenas uma

das conseqüências da perda de co-texto, e não o fenômeno em si. Embora a manifestação

1 “Co-texto” designa texto ao redor, o que está escrito antes ou após um enunciado e que fornece elementos para compreendê-lo. É um termo usado na Lingüística para indicar partes específicas de um texto perto ou adjacente à unidade que tem o foco de atenção do leitor. Este termo é usado numa tentativa de solucionar a ambigüidade da palavra contexto, que possui sentido mais amplo, que pode fazer referência a ambientes tanto lingüísticos quanto situacionais [Crystal, 1985] .

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textual da perda de co-texto seja uma medida indireta do fenômeno, esta medida já

possibilita operacionalizar esta pesquisa, pois, de alguma forma, torna perceptível a

ocorrência da perda de co-texto nas sessões de bate-papo. Com a análise das sessões de

bate-papo direcionada pelas manifestações textuais da perda de co-texto, foi possível

conceituar “perda de co-texto”, levantar possíveis causas, delimitar as principais

conseqüências e investigar a freqüência com que este fenômeno ocorre nas sessões de

bate-papo.

A perda do ritmo da conversação, a incompreensão de partes da conversação e a

disfluência da conversação são conseqüências potenciais da perda de co-texto e

caracterizam o fenômeno como um problema para a conversação.

A hipótese é que as técnicas de conversação implementadas na aplicação Mediated

Chat 2.0, usadas para efetivar uma dinâmica mais organizada do debate, diminuiria a

perda de co-texto – não pela organização local das mensagens como possibilitado com o

mecanismo de linhas de diálogo, mas sim em função da organização global da

conversação em etapas bem definidas.

Para avaliar se o uso das técnicas de conversação diminuiria a perda de co-texto,

foram usados os debates realizados no curso TIAE 2002.2. Nestes debates deste curso

ainda ocorreram situações de perda de co-texto conforme os dados apresentados na

Figura 88.

Figura 88 - Ocorrências de Perda de Co-texto

Debates ocorridos na aplicação Mediated Chat 2.0

Debates

ocorridos na

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Ao investigar as perdas de co-texto ocorridas nos debates constatou-se que elas

ocorreram somente na fase de conversação livre (não ocorreram manifestações de perda

de co-texto durante as fases de apresentação da questão, envio de contribuições e

votação). É justamente na fase de conversação livre que a conversação se ramifica

surgindo os tópicos que vão sendo discutidos em paralelo – característica que

potencializa a perda de co-texto. Nas outras fases, a conversação é bem definida, focada,

e o encadeamento da conversação é conhecido – o que potencialmente diminui a

ocorrência da perda de co-texto.

Embora ainda tenham ocorrido perdas de co-texto, em média ocorreu apenas

metade das situações de perda de co-texto nos debates realizados em outras turmas. Este

fato indica que a dinâmica usada nos debates do curso TIAE 2002.2, efetivadas através

das técnicas de conversação, ajudam a diminuir a perda de co-texto.

Outro fato observado foi que o protocolo social foi suficiente, nesta turma, para a

aplicação das técnicas de conversação. Logo no terceiro ciclo do primeiro debate, quando

o moderador apresentou a terceira questão, todos já seguiram corretamente a dinâmica

elaborada para o debate. A menor freqüência da perda de co-texto nos 4 últimos debates,

justificam-se mais pela evolução do grupo (que aprendeu a conversar melhor e a tolerar

mais a perda de co-texto) do que pelo uso da ferramenta MC2.

O que se concluiu da avaliação realizada com o MC2 é que a dinâmica elaborada

para usar as técnicas de conversação ajudou a diminuir a perda de co-texto. Também se

conclui que embora a aplicação não tenha sido imprescindível para a aplicação das

técnicas de conversação, foi a existência deste artefato que estimulou a definição de uma

dinâmica mais organizada para o debate - dinâmica que ainda não havia sido proposta

antes de existir um artefato que possibilitasse impor um técnica de conversação.

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10- Conclusão

Conforme [Pimentel 2002] as ferramentas de bate-papo textual disponíveis nos

atuais ambientes de educação a distância mediada por computador são reduzidas ao

projeto mais simples com funcionalidades mínimas. Elas não utilizam adequadamente as

inúmeras possibilidades deste meio de comunicação, pois contém apenas os elementos

mínimos para a conversação textual.

A motivação inicial desta pesquisa foi a necessidade de apoio tecnológico,

demostrada pelos mediadores, para ajudar na coordenação dos Debates realizados no

curso TIAE 2002.2.

Nesta pesquisa foi desenvolvida uma nova ferramenta de bate-papo, chamada de

Mediated Chat 2.0, e foi investigado o uso desta aplicação de chat na realização de

debates síncronos entre participantes de curso a distância. Nestes debates, os participantes

(aprendizes e mediadores) freqüentemente reclamam da confusão na conversação do

chat. Esta pesquisa se propôs a investigar mecanismos que possam tornar a conversação

num chat mais organizada e compreensível. O Mediated Chat 2.0 é uma evolução do

Mediated Chat 1.0 – atual ferramenta de bate-papo disponível no AulaNet, pois possui as

funcionalidades já existentes no Mediated Chat 1.0 e incorporou técnicas de conversação

para embutir alguns aspectos do protocolo social nos elementos de coordenação presentes

na aplicação desenvolvida.

O Mediated Chat 2.0, implementa várias técnicas de conversação em grupo:

Contribuição Livre, onde qualquer aprendiz pode enviar uma contribuição a qualquer

momento; Contribuição Circular, onde os aprendizes são organizados em fila e cada

aprendiz só pode enviar uma contribuição quando chegar a sua vez de ser atendido na

fila; Contribuição Única, onde cada aprendiz só pode enviar uma contribuição, mas esta

pode ser enviada a qualquer instante (não há ordenação); e Contribuição Mediada, onde o

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aprendiz solicita a palavra, é inserido na fila de espera e aguarda até que o mediador

decida sobre tal solicitação, de acordo com os seus critérios.

A hipótese verificada nesta dissertação é que o uso das técnicas de conversação,

implementadas na aplicação MC2 e usadas para realizar uma dinâmica mais organizada

no debate, aumenta a organização global da conversação em etapas bem definidas

subsidiando a coordenação da conversação pelo mediador.

Para avaliar se a automatização do processo de aplicação das técnicas de

conversação realmente facilita a coordenação da conversação, foi realizado um

experimento com 8 debates no curso TIAE 2002.2, com duração de aproximadamente 50

minutos cada sessão, onde, em média, estavam presentes 10 participantes e foram

emitidas 364 mensagens por debate. Os 4 primeiros debates foram realizados com a

aplicação MC1, que é uma ferramenta prototípica de bate-papo, e os 4 últimos foram

realizados com a aplicação MC2, que oferece suporte tecnológico à coordenação

implementando as técnicas de conversação.

Ao investigar as ocorrências de interrupções - contribuições dos aprendizes

enviadas em momento impróprio e contribuições dos mediadores que interferem no

andamento da técnica – na aplicação das técnicas de conversação durante os debates do

curso TIAE 2002.2, constatou-se que elas ocorreram apenas durante a primeira etapa do

experimento. Nesta etapa foi usado o MC1, aplicação que não oferece apoio tecnológico

à coordenação. Na segunda etapa do experimento não houve a ocorrência de interrupções

deste tipo porque a própria aplicação impede, usando a “força bruta”, que isto aconteça.

No MC2, no momento em que o aprendiz não puder enviar uma contribuição, ele terá o

seu botão de “Enviar” desabilitado pela aplicação. Isto acontece quando o mediador

bloqueia todo mundo, ou quando umas das técnicas que bloqueiam determinados

aprendizes em determinados momentos está em vigor. Ocorreram algumas interrupções

nos debates que utilizaram o MC2 mas elas foram desconsideradas pois ocorreram em

uma situação para a qual não existe suporte tecnológico no MC2 - momento em que o

mediador tenta dar acesso exclusivo ao canal de comunicação apenas a alguns aprendizes.

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Um fato observado foi que ao longo do curso a frequência de interrupções foi

diminuindo, mesmo durante a primeira etapa do experimento que é aquela onde se utiliza

o MC1. Isto mostra a evolução do grupo, tanto aprendizes como mediadores, em relação

à dinâmica usada. O problema é que não há como garantir que esta evolução de dará de

forma satisfatória, pois ela depende de alguns fatores subjetivos.

Um destes fatores é o número de debates que serão realizados utilizando a mesma

dinâmica. Caso sejam vários debates, os participantes terão tempo para incorporar a

dinâmica, mas se forem poucos debates ou pensando no caso extremo de apenas um

debate usando uma determinada dinâmica, fica difícil ou até impossível de haver uma

evolução do grupo. Outro fator é a quantidade de participação dos aprendizes e dos

mediadores em debates com a mesma dinâmica. Não há a obrigatoriedade do grupo ser

sempre o mesmo, ou seja, se a cada debate for um mediador ou se os aprendizes presentes

variarem muito, não é possível garantir que haverá uma evolução satisfatória do grupo.

Outro fator importante é a capacidade dos aprendizes e mediadores de assimilarem a

dinâmica aplicada. Este fator é o mais subjetivo de todos, pois não há como o

coordenador do curso interferir na capacidade de cada participante. Nos outros casos, o

coordenador pode interferir decidindo o número de debates que acontecerão usando a

mesma dinâmica e como deverá ser a participação dos aprendizes e mediadores.

No TIAE, são realizados 8 debates utilizando a mesma dinâmica, os mesmos

mediadores participaram de todos eles e os aprendizes presentes são mais ou menos os

mesmos. Neste curso foi possível observar a evolução do grupo em relação à dinâmica

porém este foi um caso específico, o que não pode ser considerado como regra para todos

os cursos que podem utilizar o MC2.

O que se concluiu da avaliação realizada com a aplicação Mediated Chat 2.0 é que

o uso de uma dinâmica bem definida usando técnicas de conversação ajudou o mediador

na coordenação do debate, pois diminuiu o ritmo acelerado do debate e aumentou a

compreensão da conversação. O excesso de contribuições obriga os participantes a

selecionarem as que serão lidas e muitos dos problemas parecem decorrer do fato de os

participantes simplesmente não terem lido a contribuição de coordenação enviada pelo

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mediador. Outra conclusão importante é que o fato das técnicas de conversação estarem

disponíveis ao mediador estimulou a definição de uma dinâmica mais organizada para o

debate - dinâmica que em outras edições do curso TIAE ainda não havia sido proposta.

Com os resultados obtidos nesta pesquisa, é possível perceber que a dificuldade de

coordenar uma sessão de bate-papo é muito grande. O uso de técnicas de conversação

ajuda mas não resolve todos os problemas que podem ser encontrados pelo mediador de

uma sessão de bate-papo. A evolução desta pesquisa parece indicar que a solução é ter

uma aplicação que faça uso de vários mecanismos que apóiem a coordenação. Espera-se

que esta pesquisa possa ajudar no futuro desenvolvimento das ferramentas de bate-papo

textuais que objetivem a realização de uma conversação mais organizada e

compreensível.

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