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APOIO NO LUTO
17 Outubro de 2008Susana Moutinho
Serviço de Psico – OncologiaIPO PORTO FG, EPE
Quatro áreas fundamentais em Cuidados Paliativos:
Controlo dos Sintomas- Comunicação adequada
- Apoio à família p- Trabalho em equipa
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Critérios de qualidade para as Unidades deCuidados Paliativos da APCP (Julho de 2006):
Os Cuidados Paliativos devem ser prestadosem qualquer estadio da doença, desde odiagnóstico até à fase terminal, incluindo oapoio no luto, tendo em atenção o grau desofrimento associadosofrimento associado.
Guidelines relativas a um projecto nacional (Americano) para a qualidade dos Cuidados p qPaliativos:Domínio 1- Estruturas e processos do CuidarDomínio 2- Aspectos Físicos do CuidarDomínio 3- Aspectos Psicológicos e Psiquiátricos do CuidarDomínio 4- Aspectos Sociais do CuidarDomínio 5- Aspectos Religiosos, Espirituais e Existenciais do p g , pCuidarDomínio 6- Aspectos Culturais do CuidarDomínio 7- Cuidados ao doente em fase agónicaDomínio 8- Aspectos Legais e éticos do Cuidar
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No domínio 3 dos aspectos psicológicos e á d d d l f dpsiquiátrico dos cuidados relativos ao fim de
vida, as Guidelines da NCP referem:
◦ A necessidade de programas de apoio no luto aos familiares dos doentes em fim de vida ( Cuidados Paliativos)vida ( Cuidados Paliativos).
O Luto é uma experiênciaO Luto é uma experiência emocional, física, intelectual, social e espiritual.
O’Toole, 1987
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Grief(sofrimento): reacções psicológicas, sociais e somáticas à perda.Mourning (luto): reacção cultural à perda; processos intrapsiquicos, conscientes ou inconscientes, desencadeados pela perda.Bereavement (perda): o estado de ter sofrido uma perda.
Rando, T.(1984). Grief, Dying, and Death. Clinical Interventions for Caregivers. Research Press Company.
1.Fases do Luto (Parkes, 1986) Fase deEntorpecimentop
2.Fase de Anseio e Protesto
3.Fase de Desespero
4.Fase de Recuperação e Restituição:
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1. Aceitar a realidade da perda.
2. Trabalhar a dor do luto.
3. Adaptar-se a uma vida sem a pessoa significativa.
4. Reinvestir num novo projecto de vida.
Experiência da vida diária
Orientação para a PERDA
• trabalho de luto• intrusão do luto
Orientação para a
RECUPERAÇÂO
• atender às mudanças da vida• fazer coisas novas
• quebrar de laços/relocação• negação/evitamento
de mudanças restauradoras
• distracção do luto• negação/evitamento do luto• novos papéis/identidades/
relacionamentos
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Estabelecer contacto e avaliar: estabeleceruma relação e avaliar a situação parauma relação e avaliar a situação paraplanear a intervenção.
Estar presente física e emocionalmente, porforma a dar segurança a suporte,especialmente na fase inicial de shock.
Focalizar a família na resolução de tarefasconcretas, antes de progredir para o níveldos sentimentos.
“Autorizar” o sobrevivente a sofrer: demonstrarverbalmente, e através de comportamentos eatitudes não avaliativas que a expressão doatitudes não avaliativas, que a expressão dosofrimento é essencial para a resolução da perda.
Não permitir que o sobrevivente se isole: o suportesocial é fundamental para a boa resolução do luto.
Lidar com o luto numa perspectiva familiar: o sujeitoLidar com o luto numa perspectiva familiar: o sujeitonão está apenas a lidar com a perda de uma relaçãoespecial, mas também, com a perda da família comoera concebida, até aqui.
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Avalie o processo de luto: antes deplanear a intervenção é fundamental situarp ço sobrevivente no seu luto e determinarquais os factores que o influenciam.
1. Pode falar-me um pouco acerca da morte?O que aconteceu nesse dia?
2. Pode falar-me acerca da pessoa? Comocomeçou a vossa relação?
3. Como estão as coisas desde a morte?
Outros aspectos a avaliar:◦ A presença de pensamento mágico.A presença de pensamento mágico.◦ A presença de sentimentos de culpa.◦ Descrição do significado da perda.◦ Análise de todos os factores
psicológicos, sociais e fisiológicos quepodem influenciar a resposta de luto.p p
◦ Fazer a história de perdas anteriores.
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Garantir que o sobrevivente tenha apoiomédico, sempre que os sintomas assim od t ideterminem.Encorajar a verbalização de sentimentos e
a recordação da pessoa que morreu.Ajudar o sobrevivente a reconhecer,actualizar e aceitar a perda.S b i t i t fSe o sobrevivente resiste a fazer o processode luto, devemos entender quais as razõesdeste comportamento.
Encorajar o sobrevivente a rever de formarealista a pessoa que morreu,e a seup q ,relacionamento.Ajudar o sobrevivente a resolver tarefas nãoresolvidas e lutos prévios.Planear intervenções que reforcem asestratégias de coping do sobrevivente.Ajudar o sobrevivente a descobrir uma novaidentidade e os novos papeis que deveassumir como consequência da perda.
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Ajudar o sobrevivente a reinvestir numnovo projecto de vida:p j
1. Encorajar a descoberta de actividadesgratificantes.
2. Ajudar a identificar aquilo que pode tirarde positivo desta experiência.
1. Dimensão emocional: as emoções intensasçsão comuns.
2. Dimensão Social: a perda é sentida noquadro de uma rede social e podeprovocar mudanças de estatuto e papel.
3. Dimensão Física: os sintomas físicos sãocomuns.
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4. Dimensão Estilo de Vida: a perda podeprovocar mudanças no estilo de vida.p ç
5. Dimensão Espiritual: a perda pode levar aoquestionar das crenças.
6. Dimensão Identidade: a perda pode6. Dimensão Identidade: a perda podeafectar a identidade, a auto-estima.
1. Quem era a pessoa que morreu.Q p q2. Qual a natureza da relação com o
sobrevivente.3. Como ocorreu a morte.4. Antecedentes históricos.5. Personalidade do sobrevivente.5. Personalidade do sobrevivente.6. Variáveis sociais.7. Situações stressantes concorrentes.
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1. Não conseguir falar do objecto perdido semse emocionar;
2. Tristeza não justificada em determinadascircunstâncias (datas, locais);
3. Apresentar sintomas físicos semelhantes aoobjecto perdido;
4. Compulsão para imitar traços do objectoperdido, ou sensação de contínuasobrigações para com ele;
5. Mudanças radicais e/ou prematuras no estilode vida;
6. História prolongada de depressão com culpapersistente e diminuição da auto-estima, porvezes com impulsos auto-destrutivos;
7. Não querer mexer nos objectos da pessoaque morreu;
8. Comportamento “seco”, como se nada tivesseacontecido, evitando referências ao objectoperdido.
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1. Reacções Crónicas de Luto.
2. Reacções de Luto Retardadas.
3. Reacções de Luto Exageradas.
1 Reacções de Luto Mascarado1. Reacções de Luto Mascarado
1. Não esperar reacções idênticas em pessoasdiferentes;
2. Evitar frases triviais como: “Todos temos demorrer um dia”, “As coisas vão melhorar”, etc;
3. Não comparar tragédias;4. Validar, “normalizar” as emoções;5. Facilitar a identificação de sentimentos de
l iculpa, raiva;6. Esclarecer que provavelmente se sentirá pior
antes de começar a melhorar;
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7. Ajudar a actualizar a perda permitindo arepetição da história;
8. Identificar a forma como lidou com outrasperdas;
9. Ajudar a restaurar a confiança em si,tomando decisões, aprendendo coisasnovas;
10 Lembrar tarefas de auto-cuidado;10. Lembrar tarefas de auto cuidado;11. Ajudar a explorar o lado positivo de criar
novos laços sem se sentir culpado.
Ao não falar da morte, o adulto crê estar a protegera criança, como se essa protecção aliviasse a dor emudasse magicamente a realidade. O que ocorre é
i t f d dque a criança se sente confusa e desamparada semter com quem conversar”. (Kóvacs in Vendruscolo,2005).
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É preciso que os pais compreendam que ascrianças conseguem lidar com situaçõesç g çmuito negativas como a doença e a morte e,que muitos gostariam de poder ver o pai oua mãe depois da morte.É importante que a criança possa fazerperguntas e demonstrar os seussentimentos.Deixar a criança ser um elemento activo nafamília.
A maioria das crianças que sofre a morte de um serquerido consegue superar o luto sem grandes
l ( ll dcomplicações (Lazareno in Die- Trill e Imedio,2000).
Luto na criança: duplo enfoque:
Aliviar e ajudar a criança na vivência actual daperda
Prevenir as possíveis sequelas nos anosposteriores ou na idade adulta
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Oportunidade para abordar o tema da morte:
Livros infantis que abordam o tema
socorrem-se muitas vezes de mortes de
animais, plantas/árvores...forma mais
confortável (para o adulto e para a criança)?
Não me lembro meme teremteremDadoDado qualquer explicação.Ninguém me disse que depoisNinguém me disse que depoisdo funeral levariam o meuirmão Danny, pois neste casoter-lhe-ia dito adeus antes deir para casa dos meusvizinhos.Queria ir ao funeral mas nãoQme deixaram porque lhesparecia que era demasiadoPequena.
(Kubler-Ross in Los ninos y laMuerte)
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Organizações de sessões PSICOTERAPÊUTICASindividuais com o objectivo de:
Facilitar o processo de luto, através de técnicasque permitam a expressão emocional da criança
Normalização do processo com vista a promoveruma reacção adaptativa à perda que a criançaestá a vivênciar.
Tentativa constante de manter a memória vivada pessoa que morreu.
CASO S. :Criança 7 anosMãe Ca. Gástrico (Faleceu em 2005)Mãe Ca. Gástrico (Faleceu em 2005)
Acompanhamento no processo de Luto (2005-2006) 12 SESSÕES psicoterapêuticas individuais. (9meses e 1 consulta follow- up 1 ano após ofalecimento).8 Sessões Programa de Intervenção no Luto “Quando alguém especial morre” Escrito por MargeQuando alguém especial morre Escrito por MargeHeegaard , (1988) versão adaptada do original porBárbara Gomes e Renata Botelho (2001).”3 Sessões para Elaboração de um Livro deRecordações da Mãe + 1 Sessão de Follow-up.
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