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Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande nº 465 nov/dez de 2016 - ISSN 2178-3403 PÁGINAS 4 E 5. Docentes discutirão a luta contra a PEC 55 e a Reforma do Ensino Médio PÁGINA 2 EDITORIAL Reitores afirmam impossibilidade de corte de ponto de docentes em greve PÁGINA 7 GREVE Resistir para Avançar: Nenhum Direito a Menos PÁGINA 3 ARTIGO Após violenta repressão a manifestantes, Senado aprova PEC 55 em primeiro turno

Após violenta repressão a manifestantes, Senado aprova ... · 03 - NELSON MONTEIRO RANGEL 04 ... 55/2016 e o Projeto de Lei de Conversão (PLV) ... 18. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ

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Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande nº 465 nov/dez de 2016 - ISSN 2178-3403

PÁGINAS 4 E 5.

Docentes discutirão a luta contra a PEC 55 e a Reforma do Ensino MédioPÁGINA 2

EDITORIALReitores afirmam impossibilidade de corte de ponto de docentes em grevePÁGINA 7

GREVEResistir para Avançar: Nenhum Direito a Menos PÁGINA 3

ARTIGO

Após violenta repressão a manifestantes, Senado aprova PEC 55 em primeiro

turno

APROFURG2 pódegiz

Diretoria biênio 2016/2018Presidente: Rodnei Valentin Pereira NovoVice-presidente: Elmo Swoboda1ª Secretária: Marlene Teda Pelzer2ª Secretária: Maria Mirta Calhava de Oliveira1º Tesoureiro: Humberto Calloni2ª Tesoureira: Carla Teresinha do Amaral Rodrigues1º Suplente: Antônio Libório Philomena2º Suplente: Milton Luiz Paiva de Lima3º Suplente: Cassius Rocha de Oliveira4º Suplente: Adriana Ladeira Pereira

Assessoria de ImprensaJornalista Juliana Rodrigues – MTB/RS 15.625([email protected])

Revisão de Texto: Eliza Braga

Redação: Av. Itália s/nº. sede da APROFURGCampus Carreiros FURGContato: (53) 3230 1939

Projeto gráfico, diagramação e impressão: Editora Casaletras – [email protected]

Tiragem: 1500 exemplares

Impresso em papel imune conforme inciso VIArtigos assinados são de responsabilidade dos autoresDistribuição gratuita

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Docentes discutirão a luta contra a PEC 55 e a Reforma do Ensino Médio

NOVEMBRO01 - SONIA MAGALHAES DOS SANTOS01 - RAIMUNDO MODESTO DE QUEIROZ01 - JARA LOURENCO DA FONTOURA02 - MARIA DE FATIMA PRADO GAUTERIO02 - VERA REGINA MENDONCA SIGNORINI03 - NELSON MONTEIRO RANGEL04 - SUSANA JULIANO KALIL04 - ELEINE SOUTO PEREZ04 - ABEL CARLOS AVANCINI05 - LEDA MARIA BOEIRA CAMPELO07 - CARMEN BARBOSA DORVIL08 - JUCELI MARCIA HENDGES SPARVOLI09 - WILSON FRANCISCO BRITTO W. JUNIOR10 - FABIANE AGUIAR DOS ANJOS GATTI11 - CARLOS SIDNEY DOS S. SCOTT HOOD12 - ALEXANDRA M. SOUZA DE FREITAS12 - GUILHERME LERCH LUNARDI13 - VERA MARIA HANSMANN MEDEIROS13 - LUIZ CARLOS SCHMITZ13 - BLASCO IBANEZ DA CUNHA TORRES14 - CAROLUS MARIA VOOREN15 - JOSELMA MARIA NOAL15 - LUIZ HENRIQUE TORRES

17 - ELI SINNOTT SILVA17 - ANDRE TAVARES DA CUNHA GUIMARAES18 - MARCO AURELIO DE M. FONSECA18 - ROSILENE MARIA CLEMENTIN18 - FRANCISCO QUINTANILHA VERAS NETO19 - ROSANGELA BRAGA KNAK19 - CELIANE COSTA MACHADO19 - CARLOS ALBERTO MEDEIROS CASANOVA20 - MARIA LUIZA CESTARI21 - FRANCINE SILVA ANTELO22 - CLAUDIO AMORIM VIEIRA22 - HUMBERTO CALLONI23 - ALICE TERESINHA PACHECO24 - CLAUDIO MOSS DA SILVA25 - PEDRO RICARDO DEL SANTORO25 - ELIANA DA SILVA TAVARES25 - IARA SWOBODA CALVO26 - LUCIANA PAIVA CORONEL26 - HORACIO AUGUSTO DE MIRANDA BRUM26 - UBIRATA SOARES JACOBI26 - MARIA FANI SCHEIBEL26 - MAURICIO DE MELLO GARIM27 - BEATRIZ VALLADAO THIESEN27 - LAURO A. SAINT PASTOUS MADUREIRA

28 - ALTAIR DA SILVA SOUZA28 - ALESSANDRO MENEZES DE OLIVEIRA29 - BILLY GRAEFF BASTOS29 - CLAUDIA TEIXEIRA PAIM30 - KARINA DOS SANTOS MACHADO30 - NEWTON AUGUSTO DOS SANTOS30 - HUGO CATAUD PACHECO PEREIRA30 - IVO GOMES DE MATTOS

DEZEMBRO01 - SONIA MARISA HEFLER01 - CLAUDIO MASUMI MAEKAWA01 - CLAUDIA DA SILVA COUSIN02 - MANUEL HAIMOVICI03 - JELMER ALEXANDRE VARGAS03 - JANAINA SENA CASTANHEIRA03 - CLAUDIO GABIATTI03 - AYRTON SANCHES GARCIA04 - SILVANA SIDNEY COSTA SANTOS04 - JOSE HENRIQUE MUELBERT04 - HELIO MIRAPALHETA GOMES05 - RONI DE AZEVEDO E SOUZA06 - VIRGINIA MARIA MACHADO

06 - SUZI SAMA PINTO06 - ELIANE DA SILVEIRA MEIRELLES LEITE07 - CLAUDIO RENATO MORAES DA SILVA08 - FELIPE KERN MOREIRA08 - NANCI MAYUMI ITO08 - BERENICE DE MATTOS MEDINA08 - FABIANE BINSFELD F. DOS SANTOS09 - MARIA DA GRACA ZEPKA BAUMGARTEN09 - CESAR FRANCISCO SILVA DA COSTA09 - MILENE PINTO COSTA10 - SOLANGE G. DE CARVALHO LEITAO11 - SHEYLA COSTA RODRIGUES11 - JOSE VICENTE DE FREITAS12 - JOSE LENI KRUSSER12 - JOAO SARKIS YUNES13 - FABIO FERREIRA GONCALVES13 - LINO MARCOS ZANATTA14 - TANISE PAULA NOVELLO14 - JOSE NESTOR CARDOSO14 - LUIS DIAS ALMEIDA14 - NELMA MARIA DUARTE PEDONE15 - PAULO RENATO LESSA PINTO15 - FRANCISCO ANTONIO BRANCO JUNIOR15 - ZULMA GUIMARAES NETTO

16 - CARLOS ADEMIR GONCALVES DE LIMA16 - JORGE ALBERTO CASTRO BENITEZ16 - MARTA RIEGERT BORBA18 - NEUSA RIBEIRO COSTA18 - ALFREDO DA SILVA SCHLORKE20 - MARILICE MAGROSKI GOMES DA COSTA20 - ELISABETH BRANDAO SCHMIDT20 - FRANCISCO DAS NEVES ALVES20 - IRAJA LEONARDO DA FONSECA21 - DILMA TORRES CAETANO21 - GUSTAVO ADOLPHO PRIMO PENNA22 - MARIA RENATA ALONSO MOTA23 - ANGELICA CONCEICAO DIAS MIRANDA23 - WALTER ANDRADE JUNIOR24 - CARLOS JAMES SCAINI26 - EDER DION DE PAULA COSTA26 - OBIRAJARA RODRIGUES26 - RONALDO GOMES ALMEIDA27 - LEANDRO BRESOLIN27 - ANA MARIA WURDIG FONSECA29 - IVALDIR SABINO DALBOSCO30 - VANESSA CARRATU GERVINI

aniversariantes de novembro e dezembro

O Comando Nacional de Gre-ve (CNG) docente indicou à ca-tegoria, por meio do comunica-do número 4, divulgado sábado (3), a realização de assembleias entre os dias 5 e 8 de dezembro, para avaliar as ações nacionais e locais contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2016 e o Projeto de Lei de Conversão (PLV) 34/2016, da Reforma do Ensino Médio (an-tiga MP 746). O CNG também realizará reuniões com a Fasubra e o Sinasefe para debater as for-mas de enfrentamento conjun-to a esses projetos que retiram direitos e são a pauta da greve dos docentes.

O comunicado do CNG afirma que há 44 instituições em greve e avalia positivamente a mar-cha “Ocupa Brasília”, que ocor-reu em 29 de novembro. Para o CNG, “tal amplitude e força só foram possíveis em razão da capacidade de diálogo, organi-zação e mobilização de todos que, coletivamente, se envolve-ram e trabalharam em sua cons-trução”. O documento critica a dura repressão policial à mani-festação, classificando-a como uma violação ao direito consti-tucional à livre manifestação.

Na avaliação de conjuntura, o CNG afirma que, com a aprova-ção, em primeiro turno, da PEC 55 no Senado Federal, “torna-

-se fundamental a unidade da classe trabalhadora, o fortaleci-mento da greve do setor da Edu-cação e o apoio às ocupações es-tudantis”. Assim, o CNG propõe uma rodada de assembleias para debater a mobilização, conside-rando a realização de ativida-des preparatórias para o dia 13, quando a PEC deve ser votada em segundo turno.

O CNG também indicará às entidades que organizaram o ato “Ocupa Brasília” e à Asses-soria Jurídica Nacional (AJN) do ANDES-SN que estudem a possibilidade de ação conjunta contra o governo do Distrito Fe-deral, por violação dos Direitos Humanos, devido à repressão excessiva contra os manifestan-tes. O comando ainda acompa-nhará, na terça (6), a votação do PLV 34/2016 no Congresso Na-cional.

Cláudio Ribeiro, 2º vice-presi-dente da regional Rio de Janei-ro do ANDES-SN, afirma que o CNG enviou aos Comandos Lo-cais de Greve (CLG) esse comu-nicado ressaltando a necessida-de de realização de assembleias para que a categoria debata as ações para combater a aprova-ção da PEC, cujo segundo turno de votação está previsto para dia 13. “É muito importante que os CLGs debatam e enviem para o CNG propostas de atos e ações,

para que a gente consiga cons-truir, junto com os comandos de outros setores da educação, ações mais articuladas”, disse o docente.

“É fundamental denunciar-mos o papel do Senado, que aprovou com grande margem a PEC no primeiro turno. Ao mesmo tempo, estamos indi-cando ações contra a Reforma do Ensino Médio, que tem vo-tação prevista para terça (6). O CNG está preparando materiais sobre quem são os deputados e senadores que apoiam esses pro-jetos, para estimular ações dos CLGs. Estamos propondo chu-va de emails para amanhã, mas também sugerimos que os CLGs realizem também outras ações”, completou Cláudio Ribeiro.

Lista das instituições em greve

ATUALIZADA EM 02/12/2016 | 18:23H | EM ORDEM ALFABÉTICA

1. CENTRO FEDERAL TECNOLÓGICO DE MINAS GE-RAIS (CEFET MG)

2. INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO (IFMT)3. INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ (IFPI)4. INSTITUTO FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

(IFRS) RIO GRANDE5. INSTITUTO FEDERAL DO SUDESTE DE MINAS GE-

RAIS (IF SUDESTE MG)6. INSTITUTO FEDERAL SUL (IFSUL)7. UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL

DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA (UNILAB)8. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PERNAMBUCO

(UEP)9. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA

BAHIA (UESB)10. UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATI-

NO AMERICANA (UNILA)11. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) CA-

JAZEIRAS12. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)13. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS (UNIFAL)14. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) REGIO-

NAL CATALÃO15. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) REGIO-

NAL GOIÁS16. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) REGIO-

NAL GOIÁS17. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) REGIO-

NAL JATAÍ18. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF)19. UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA)20. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

(UFMG)21. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP)22. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL)23. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

(UFPE)24. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM)25. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

(UFSJ)26. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU)27. UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ (UNIFAP)28. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

(UFES)29. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO (UNIRIO)30. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO (UFMA)31. UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

(UFOB)32. UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

(UFOPA)33. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA)34. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG)35. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

(UFRGS)36. UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSB)37. UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDOESTE

DO PARÁ (UNIFESSPA)38. UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEI-

RO (UFTM)39. UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRAN-

CISCO (UNIVAST)40. UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITI-

NHONHA E MUCURI (UFVJM)41. UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL (UFFS)

CHAPECÓ42. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

(UFRA)43. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBU-

CO (UFRPE)44. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JA-

NEIRO (UFRRJ)

Resistir para Avançar: Nenhum Direito a Menos

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A greve nacional de do-centes das instituições de ensino federal e das universidades estadu-

ais brasileiras, impulsionada pelas ocupações estudantis e deflagra-da no dia 24 de novembro, se-gue crescendo e se fortalecendo. Conta hoje com a adesão de 44 instituições de ensino, cuja pauta é contra: a Proposta de Emenda Constitucional 55 (antiga 241) e o Projeto de Lei 34 (antiga MP 746). A luta contra essas medidas do go-verno federal se justifica pelo fato de que ambas materializam retro-cessos históricos brutais frente às conquistas sociais das últimas dé-cadas.

Como expressão da força das mobilizações, no dia 29 de no-vembro, a Esplanada dos Minis-térios foi palco do ato nacional “Ocupa Brasília”, contra a PEC 55 e a PL 34, construído em conjunto pelo ANDES e demais sindicatos, o movimento estudantil e outros movimentos sociais. Neste Ato, protagonizado pelo setor da edu-cação, cerca de 40 mil manifes-tantes marcharam até o gramado do Congresso Nacional. O CNG avalia que a marcha foi positiva na medida em que reuniu diver-sos setores na maior manifestação ocorrida em Brasília nos últimos anos. Tal amplitude e força só foram possíveis em razão da ca-pacidade de diálogo, organização e mobilização de todos que cole-tivamente se envolveram e traba-lharam em sua construção.

Ao chegarem no espelho d’água, em frente à Esplanada, os mani-festantes sofreram truculenta re-pressão policial. Utilizando-se de forte aparato militar – composto por bombas de gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, spray de pimenta, cavalaria, helicópteros e policiais armados com fuzis – foi desferida uma ofensiva brutal contra estudantes e trabalhadores. Apesar de pedidos insistentes dos manifestantes para que os ataques

cessassem, não houve negociação. Ao contrário disso, o avanço vio-lento da força policial dificultou a reestruturação da marcha e resul-tou no que consideramos uma vi-olação ao direito constitucional à livre manifestação.

Tal atitude deve ser veemente-mente combatida pelo conjunto dos movimentos sociais, sindicais e estudantil, na perspectiva de se garantir os direitos constitucionais relativos à liberdade de expressão e manifestação.

A forte repressão sofrida em Brasília no dia 29 de novembro sinaliza que é preciso intensifi-car a mobilização. Devemos, para tanto, continuar desenvolvendo ações contundentes em prol do fortalecimento da greve em anda-mento, tanto no que diz respeito à pauta nacional quanto às agen-das locais. Convocamos todos os movimentos e entidades a traba-lharem para a construção de no-vos enfrentamentos contra a PEC 55 e o PL 34.

Propomos a construção de novos atos em Brasília e nos estados da federação, considerando a capaci-dade organizativa das bases. Indi-camos, para isso, a realização de assembleias nas sessões sindicais e reunião para discutir a viabilidade das manifestações.

Diante desta conjuntura, em que a PEC 55 já foi aprovada em pri-meiro turno por ampla maioria no Senado, torna-se fundamental a unidade da classe trabalhadora, o fortalecimento da greve do se-tor da Educação e o apoio às ocu-pações estudantis. A greve tem se mostrado importante instrumen-to político de defesa da universi-dade pública, gratuita, laica e soci-almente referenciada. Ademais se constitui espaço de defesa do futu-ro dos serviços públicos, dos dire-itos da juventude, das conquistas dos movimentos feminista, negro, LGBT, indígena e popular. Saímos do ato “Ocupa Brasília” fortale-cidos, mas precisamos avançar e,

para isso, devemos reagir às ações do Governo Temer, às instituições e setores reacionários.

O processo de criminalização dos movimentos de resistência é cres-cente. Nesse sentido, há ameaça iminente de corte de ponto dos trabalhadores da educação com o objetivo de desmobilizar e invi-abilizar a greve. A greve é um di-reito da classe trabalhadora sendo legítima a mesma em sua defesa. Adicionalmente, há muitos aspec-tos jurídicos e técnicos a serem considerados sobre esse assunto e, buscando garantir tal direito, o ANDES-SN está analisando todas as medidas cabíveis, de modo que, as administrações superiores não ajam no sentido de prejudicar os (as) grevistas.

Com o objetivo de articularmos ações contra a PEC 55 e o PL 34, nossa organização e avaliação in-dicam rodadas de Assembleias Gerais entre os dias 05 a 07 de de-zembro.

Por fim, sinalizamos que a luta não se encerra na batalha contra a PEC 55 e o PL 34. Dentre os ata-ques à classe trabalhadora, temos, em um horizonte muito próximo, a reforma trabalhista e a reforma da previdência que incidirão, ain-da mais, sobre os nossos direitos e jogam na conta dos (as) trabal-hadores (as) uma crise que não é nossa. Devemos, portanto, acu-mular forças e nos organizar para enfrentar os atuais e futuros em-bates.

Ousar lutar! Ousar vencer!

Comando Nacional de Greve

Brasília, 03 de Dezembro de 2016.

Após violenta repressão a manifestantes, Senado aprova PEC 55 em primeiro

turno

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Ignorando a enorme mani-festação que ocorria do lado de fora do Congresso Nacional, re-primida com extrema violência pela polícia militar do Distrito Federal, e ainda sem se importar com o luto oficial após a trágica queda do avião da Chapecoense na Colômbia, o plenário do Se-nado aprovou na terça (29), em primeiro turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Consti-tuição (PEC) 55/16, que congela os investimentos em educação e saúde por vinte anos. A propos-ta foi aprovada por 61 votos fa-voráveis e 14 contrários.

Os senadores rejeitaram todas as emendas ao texto da PEC. Com isso, foi mantido o con-teúdo aprovado na Câmara no primeiro turno de votação no Senado. Foram apresentados três destaques para votação em separado. Um deles propunha retirar a saúde e a educação do teto de gastos. Assim, o limite de gastos para os próximos 20 anos valeria para todas as outras áre-as, exceto para essas duas.

O segundo destaque previa que, após aprovada, a PEC de-veria passar por referendo. Os senadores de oposição queriam que a população pudesse opinar se concorda com a proposta de impor o limite de gastos públi-cos equivalente ao valor do ano anterior corrigido pela inflação. O último destaque propunha

que os juros da dívida pública também estivessem incluídos no teto, de modo que o gasto do governo com isso também ti-vesse que obedecer ao limite. Os três destaques foram rejeitados.

Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, critica a decisão da maioria dos senadores que igno-rou as milhares de pessoas que protestavam, do lado de fora do Congresso Nacional, contra a PEC 55 e foram duramente re-primidas, e aprovou a proposta que congela os gastos públicos por 20 anos. “Em meio a mani-festações contrárias do lado de fora do Congresso, a aprovação da PEC 55 só demonstra que os senadores, e antes os deputados, em sua maioria não quer ter nenhum tipo de diálogo com a sociedade, entidades e movi-mentos sociais organizados. Há um desprezo dos parlamentares com relação a demanda da po-pulação e isso precisa ser reper-cutido nos estados”, disse.

O texto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e deve-rá passar ainda por votação em segundo turno no Senado. O cronograma previsto estabele-ce que os senadores farão, nos próximos dias, as três sessões de discussão obrigatórias antes da decisão em segundo turno, sen-do que a primeira está prevista para quarta-feira (7). A segunda votação está marcada para ocor-

rer no dia 13 de dezembro e, se a PEC for aprovada sem altera-ções, ela será promulgada no dia 15 de dezembro.

“Apesar da derrota no 1° tur-no, a luta não acabou. Ainda tem o segundo turno da votação e a pressão sobre os senadores nos estados precisa se ampliar”, reforçou a presidente do Sindi-cato Nacional.

Câmara aprova controversas medidas

contra corrupçãoA Câmara dos Deputados apro-

vou em plenário, na madrugada de quarta-feira (30), o Projeto de Lei (PL) 4850/16, que prevê um

pacote de medidas contra a cor-rupção, entre elas a tipificação do caixa dois como crime elei-toral, a criminalização do eleitor pela venda do voto e a transfor-mação em crime hediondo do ato de corrupção que envolva valores superiores a 10 mil salá-rios mínimos.

A proposta surgiu a partir de uma campanha feita pelo Mi-nistério Público Federal (MPF) intitulada Dez Medidas Contra a Corrupção. Na votação, no entanto, foram retiradas seis das dez medidas sugeridas pelo MPF. Com as alterações, a ideia original do texto foi totalmen-te danificada, na avaliação do

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procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “As 10 Medidas contra a corrupção não existem mais. O Ministério Público bra-sileiro não apoia o texto que res-tou, uma pálida sombra das pro-postas que nos aproximariam de boas práticas mundiais”, cri-ticou. Membros e órgãos do Ju-

diciário também manifestaram--se contra o texto aprovado na Câmara.

Os deputados rejeitaram o ponto que tornava crime o en-riquecimento ilícito de funcio-nários públicos, a proposta que previa acordos de leniência en-tre empresas envolvidas em cri-

mes, as mudanças em relação ao tempo de prescrição de penas e a criação do confisco alargado, que permitiria o recolhimento de patrimônio da pessoa con-denada pela prática de crimes graves. Também foram suprimi-das as medidas que previam es-tímulo à denúncia de crimes de

corrupção, além da proposta de acordos entre defesa e acusação para simplificar processos e o ponto que previa a responsabili-zação dos partidos e a suspensão do registro da legenda em caso de crimes graves.

Com informações da Agência BrasilFonte: ANDES-SN

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Costumo dizer em aula que o historiador é um chato, pois ele sempre vai atrás do que está es-

condido ou daquilo que ninguém quer lembrar. Nós historiadores somos sempre aqueles que estão “furungando” ou questionando algo. Como diria Marc Bloch “o passado nos diverte”. Analisar a re-alidade que nos cerca é o que mais nos deixa felizes. Por isso sempre vamos buscar as origens de um fe-nômeno quando todos acham que é algo inédito. Quando isso aconte-ce, “puxamos da cartola” como se fossemos mágicos e com um sorri-so no rosto afirmamos: “mas isso já acontecia em tal local e época”.

Uma das realidades que cercam a sociedade brasileira é o surgimento da primeira greve geral em muitos anos. Para muitos, principalmente aqueles que estão enfrentando a sua primeira, é uma novidade, para outros que analisam a história da humanidade é um fenômeno rela-tivamente novo, advindo do mun-do contemporâneo e vinculado à Revolução Industrial.

A palavra “greve” é relativamente nova. Sua origem é um termo de-preciativo, como sempre cunhado pelos opressores (em uma clássica “história dos vencedores”). A pa-lavra “greve” vem do francês “gra-vè”, como eram denominados os resíduos que se acumulavam nas margens dos rios e que tinham mau cheiro, ou seja, lixo. Nas mar-gens do Rio Sena em Paris havia um local chamado “Place de la Gravè”, onde os trabalhadores se reuniam para reivindicar emprego e/ou me-lhores condições de trabalho. Com o passar do tempo, o local e estes trabalhadores passaram a ser cha-mados de “grevè”, em outras pala-vras: lixo. Posteriormente, o termo começou a denominar a condição dos trabalhadores conscientemen-te paralisados por melhores condi-ções de vida e trabalho em todas as regiões do mundo.

Contudo, não é apenas no mun-do contemporâneo que a luta dos trabalhadores existiu e não é um fenômeno restrito ao sistema ca-pitalista. E da minha cartola retiro alguns coelhos...

Praticamente onde ocorre uma relação onde alguém trabalha e ou-tro explora o fruto deste trabalho há algum tipo de distúrbio. Até por que sempre quem explora algo (ga-nha fácil) acha que sempre pode ganhar mais um pouco (ou muito),

até o momento que o explorado não suporta mais e se rebela.

Quando olhamos a história da humanidade percebemos que sem-pre há um latente conflito e que em alguns momentos ele eclode de fato.

Ao olharmos o livro sagrado dos hebreus e cristãos (Velho Testa-mento), logo no início (segundo livro do Pentateuco, Êxodo) mos-tra a fuga dos hebreus diante dos egípcios. O êxodo hebreu teria ocorrido exatamente pela violenta exploração destes trabalhadores na construção da pirâmide de Ramsés III. A saída do Egito nada mais era do que a busca de melhores condi-ções de vida pelo povo hebreu que preferiu enfrentar a morte certa a continuar sendo dominados pelos seus opressores.

Quando olhamos a história da Grécia (berço do mundo ocidental) percebemos uma grande relação de exploração, até por que os gregos foram os primeiros a utilizar de for-ma maciça a mão de obra escrava. Não é ao acaso que o sistema eco-nômico criado por eles e adotado pelos romanos posteriormente re-cebeu o nome de “sistema econô-mico escravista”. Constantemente havia entre as cidades estado gre-gas levantes de escravos.

Em Roma, a exploração do traba-lho escravo chegou a colocar em risco a própria sobrevivência da República, quando uma revolta de escravos liderados por Espártaco quase destruiu o poder constituí-do. A “terceira guerra servil” durou dois anos e se tornou um símbolo contra a tirania. Como escreveu Howard Fast na frase final de seu esplêndido romance “Espártaco”, de 1951:

Este foi o tipo de vida em que viveu o filho de Espártaco e morreu como seu pai. Morreu lutando em meio à violên-cia que havia levado a morte de seu pai. Os relatos que transmitiu aos seus filhos eram menos claros, menos precisos. As histórias se transformaram em lendas e as lendas se converteram em símbolos, porém a guerra dos oprimidos contra os opressores continuou. Foi uma chama que se propagou às alturas e às vezes diminuiu, mas nunca se extinguiu e o nome de Espártaco sobreviveu. Não era uma questão de descendência através do sangue, mas de descendência através de uma luta comum. Chegaria o dia em que a poderosa Roma seria destruída, não apenas pelos escravos, mas pelos servos, camponeses e bárbaros livres que a eles iriam se unir. E enquanto um ho-

mem trabalhasse e outro homem explo-rasse esse fruto deste trabalho o nome de Espártaco seria lembrado, num sus-surro às vezes e proclamado em voz alta e clara outras tantas.

Após a queda do Império Ro-mano e o surgimento do sistema econômico funcional (ou feudal) os camponeses passaram a ser os responsáveis pela própria subsis-tência, onde produziam para seu senhor, mas detinham os meios de produção e um pedaço de chão para a plantarem para o consumo próprio, as revoltas diminuíram. Logicamente, este mundo medievo era mais selvagem e muitas vezes as carestias de alimentos matavam milhares de pessoas (independente de estamento social).

Na transição para a modernida-de e com o surgimento das cidades uma outra relação de trabalho pas-sou a coexistir com a servil: a mão de obra assalariada. Ou seja, indiví-duos que recebiam em capital pelo trabalho desenvolvido, mas que eram livres para procurar emprego onde pudessem encontrar. Despro-vidos de qualquer meio de produ-ção a não ser sua força para traba-lhar, estes indivíduos tinham que sobreviver sem qualquer garantia de que teriam trabalho e, por con-seguinte, condições de sustentar a si e a sua família.

Quando apareceu a Revolução Industrial, o trabalho assalariado se tornou preponderante diante das demais formas (escrava, servil, etc.). Os camponeses, que antes tinham sua sobrevivência garanti-da pelas relações feudais (trabalho em troca do seu sustento e da sua família), foram expulsos dos cam-pos e obrigados a rumar para as ci-dades, sem nenhuma garantia ou possibilidade de sobrevivência. Lá passaram a fazer parte de um novo grupo social, conhecido como “proletariado”. As origens históri-cas do termo vêm da antiga monar-quia romana (séc. V a.C.), onde o rei (de origens humildes) Sérvio Tú-lio usava o termo “proletarii” para afirmar que os pobres só tinham uma única função: gerar “proles” para servirem no exército romano. Posteriormente passou a ser utili-zado por intelectuais de esquerda para definir os grupos oprimidos e que serviam apenas para engrossar o exército de trabalhadores para as elites burguesas.

Estes proletários passaram a ser violentamente oprimidos nos pri-

meiros anos do capitalismo. Ti-nham longas jornadas (de 12 a 16 horas diárias), não tinham direi-tos, os empregadores impunham péssimas condições de trabalho. Não apenas os trabalhadores eram explorados, mas seus filhos e fi-lhas (às vezes com quatro anos de idade) eram obrigados a trabalhar, caso contrário as famílias não te-riam condições de ter o mínimo para se alimentar.

Como havia uma grande massa de desempregados, os empresários e industriais podiam regular os sa-lários como queriam. Além disso, tinham ao seu lado todo o poder repressivo do Estado, pois nessa época “pré-Estado de Bem Estar Social”, os trabalhadores não eram considerados realmente como ci-dadãos. Por essa razão, os “bem nascidos” (burgueses) tinham à sua disposição não apenas as forças po-liciais, mas os exércitos nacionais para reprimir os “criminosos” que ousavam querer o suficiente para ter duas refeições diárias.

Assim, ao longo do séc. XIX acon-teceu uma verdadeira guerra civil entre burgueses e proletários. Mui-to sangue foi derramado (principal-mente dos trabalhadores). Mesmo diante de violenta opressão e re-pressão jamais desistiram e foram conquistando direitos. O primor-dial destes é o de Greve, que nada mais é do que poder paralisar suas atividades para reivindicar melho-res condições de vida e trabalho.

Quando o fantasma da histórica opressão dos donos do poder sobre os trabalhadores ressurge de tem-pos em tempos (trazendo muitas vezes de volta a necessidade de rei-vindicar) eles podem se organizar e paralisar suas atividades para lutar pelo o que acreditam, ao invés de serem simplesmente massacrados pela polícia e exército.

É dessa consciência que podemos julgar se um movimento é justo de ter nossa participação. Não pos-so me omitir de transmitir o que aprendi sobre o passado à socieda-de que me cerca, pois tendo este direito de greve e a clareza sobre o que significa, os trabalhadores po-dem se proteger da opressão, po-dem garantir o sustento dos seus filhos e acima de tudo, sonhar com um futuro digno para si e para as futuras gerações.

Viva a Greve Geral! Viva a luta dos trabalhadores! Nenhum direito a menos!

Greve: as raízes históricas de um direito dos trabalhadores

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Professor dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em História ICHI/FURG. Doutor em História. Escreve mensalmente no Pó de Giz.

Rodrigo Santos de Oliveira

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PL quer mudar regras para concursos de docentes

A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara aprovou um substitutivo ao Projeto de Lei (PL) 1563/15, que modifica na Lei de Diretrizes de Base as regras de con-cursos públicos para docentes. O substitutivo, apresentado pelo de-putado Daniel Vilela (PMDB-GO), será analisado pelas comissões de

Educação e de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania, e não precisa ser aprovado em plenário a não ser que haja decisão divergente entre as comissões, ou se houver recurso assinado por 51 deputados para a apreciação da matéria.

A proposta determina que as ins-crições aos concursos devam ser feitas exclusivamente pela admi-nistração central da instituição. As provas serão elaboradas e avaliadas por banca composta por professo-res de outras instituição de ensino. E, nas provas teóricas, a banca só terá acesso ao número de identifi-cação do candidato, para manter a identidade em sigilo.

O substitutivo retirou a obriga-ção de haver um representante do Ministério da Educação (MEC) em

cada banca para seleção de profes-sores. Além disso, incluiu no pro-jeto alguns dispositivos que atual-mente se encontram regulados por decreto. Entre eles estão a possibi-lidade de o concurso ter prova de títulos e a realização de avaliação psicológica antes da admissão.

Cláudio Ribeiro, 2º vice-presiden-te da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, critica duramente o PL. Para o docente, o projeto ataca di-retamente a autonomia universitá-ria, e culpabiliza os professores pe-los problemas da educação. “É um ataque à autonomia universitária, querendo tutelar a organização de concursos, ignorando as especifici-dades de cada instituição de ensino e de cada área de conhecimento. É uma legislação feita por alguém

que não conhece a educação e que cria restrições à realização de con-cursos”, afirma Cláudio.

“O PL é baseado na falsa ideia de anonimato, quando os concursos exigem aulas públicas, às quais to-dos podem assistir. O concurso não pode ser dissociado da formação pedagógica. A ideia do PL parece querer colocar a culpa dos proble-mas da educação nos docentes, por eles não saberem propriamente escolher novos membros do cor-po docente. Na verdade, o proble-ma da educação pública é a falta de condições de funcionamento”, completa o diretor do ANDES-SN.

Com informações e imagem de Agência Câmara.Fonte: ANDES--SN

Reitores afirmam impossibilidade de corte de ponto de docentes em greve

A Associação Nacional Dos Di-rigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) en-viou um ofício nesta segunda-feira (5) ao Ministro da Educação, José Mendonça Filho, no qual afirma a impossibilidade de corte de ponto dos docentes e servidores técnico--administrativos em educação em greve.

O ofício da entidade que repre-senta os reitores das universidades federais é uma resposta à Mensa-gem 557862, do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), de 30 de novembro, que ordena os dirigentes da adminis-tração pública federal direta, autár-quica e fundacional a observar a re-cente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autoriza o corte de ponto dos servidores em greve.

Segundo a Andifes, entretanto, “a decisão do STF admite e reconhece como legítima a possibilidade de acordo com os grevistas, que certa-mente é de interesse público, pois viabiliza a reposição de atividades não realizadas, mas necessárias, es-pecialmente as aulas que comple-tarão os calendários acadêmicos. Dessa forma, um eventual acordo concretizado impediria o desconto, se ainda não realizado, ou o inutili-zaria, se já feito”.

A entidade ressalta ainda, em seu ofício ao MEC, as dificuldades operacionais para realizar o corte de ponto dos servidores em gre-ve. A Andifes cita ainda a portaria 02/2012 do MPOG a qual não in-clui a possibilidade de pagamento, no mês de janeiro do ano seguinte ao exercício financeiro, dos salários

não pagos em razão de greve, o que pode gerar problemas em caso de equívocos no corte de ponto ou de acordo para a compensação dos dias parados.

“Ainda quanto a isso, cabe des-tacar que o desconto salarial pode ser realizado a qualquer tempo na folha de pessoal. O pagamento dos valores dos dias de greve, diante de eventual acordo, por outro lado, não segue a mesma regra, como já dito, adotando-se a sistemática do exercício anterior. Trata-se, por-tanto, de duas medidas igualmente adequadas a atender ao interesse público de proteção do erário – o desconto imediato e o desconto ul-terior –, sendo que a primeira de-las é extremamente mais gravosa aos servidores e aos gestores que a última e, portanto, desnecessária e desproporcional”, afirma a Asso-

ciação Nacional dos Dirigentes das Ifes, que ressalta não ter tempo há-bil de acatar as ordens do governo federal.

Eblin Farage, presidente do AN-DES-SN, afirma que o corte de ponto fere o direito de greve dos servidores públicos e que não é a primeira vez que governos tentam criminalizar a luta dos trabalhado-res. “De forma imediata, o posicio-namento da Andifes contra o corte de ponto é importante, apesar de ser estritamente técnico e burocrá-tico. Esperávamos um posiciona-mento político dos reitores, em de-fesa da autonomia universitária e do direito de greve dos professores e técnicos. Em anos anteriores, as mesmas ameaças ao nosso direito de greve foram feitas e sempre re-sistimos mantendo a mobilização e a luta por uma universidade públi-

ca, gratuita, de qualidade e social-mente referenciada”, disse.

MPOG orienta corte de pontoNa última quarta-feira (30), a

Secretaria de Gestão de Pessoas e Relações do Trabalho no Serviço Público do MPOG encaminhou orientação, via Siapenet, aos Di-rigentes de Gestão de Pessoas dos Órgãos e das Entidades de Admi-nistração Pública Federal direta, autárquica e fundacional acerca do corte de ponto dos servidores em greve.

A notificação, cópia da qual a im-prensa do ANDES-SN teve acesso, menciona a decisão do Pleno do STF sobre desconto dos dias não trabalhados e aponta que cabe aos dirigentes observar a decisão do STF na condução dos processos ad-ministrativos.

Em resposta à solicitação de en-trevista encaminhada pela impren-sa do ANDES-SN na sexta-feira (2), a assessoria de comunicação do MPOG confirmou o envio da mensagem, e afirmou que a mes-ma “está fundamentada no julga-mento do Recurso Extraordinário 693456, pelo Supremo Tribunal Fe-deral (STF)” e que por conta dessa decisão do STF, “a administração pública deve fazer o corte do ponto dos grevistas”. O MPOG ainda res-saltou que, em caso de descumpri-mento da orientação, o ministério adotará as sanções cabíveis, inclusi-ve de ordem disciplinar.

Fonte: ANDES--SN

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DE

Profa. Dra. Enfa. Marlene Teda Pelzer Escola de Enfermagem

Publicado em edições espe-ciais sobre obesidade no “The Lancet” e no “Lancet Global He-alth”, estudo detalhou a piora dos hábitos de consumo de ali-mentos pelo mundo. A pesqui-sa mostrou o quanto disparou a publicidade de “junk food” e de como apenas alguns países agi-ram para proteger suas crianças desses anúncios.

Alguns países muito pobres, curiosamente, se saíram muito bem em um estudo que com-parou o consumo de 13 alimen-tos saudáveis (como frutas e grãos integrais) e sete insalubres (como refrigerantes e gorduras trans) em 187 países. Chade e Mali tiveram as notas mais altas, logo atrás vieram o Laos, Mian-mar e Guiana, ao lado de Grécia e Turquia, onde a dieta mediter-rânea é comum.

Entre os países com as pio-res dietas estão o Cazaquistão, Mongólia e Argentina. Os Esta-dos Unidos tiveram uma nota

abaixo da média, se saindo pior do que Canadá ou México, fi-cando ao lado do Brasil e de paí-ses da Europa Oriental.

Um padrão alarmante está sur-gindo no Brasil, Vietnã, África do Sul, Índia, México e outros países anteriormente pobres que estão ficando mais ricos: muitas crianças têm altura atrofiada por causa da má nutrição, mas são obesas. Segundo um estudo, no Egito a atrofia em crianças pequenas aumentou depois de 2003 porque criações de aves fo-ram abatidas para deter a gripe aviária H5N1.

Ao mesmo tempo, a publicida-de de refrigerantes, salgadinhos

e cereais açucarados para crian-ças cresceu na televisão, em apli-cativos e jogos na internet. Os gastos publicitários da Coca-Co-la e da Pepsi somente nos países árabes passaram de U$$40 mi-lhões em 2006 para U$$400 mi-lhões em 2012. O consumo per capita de Coca-Cola triplicou no Egito nos últimos 20 anos, e o número de lanchonetes do McDonald’s passou de quatro, em 1994, para 56 em 2013. Le-vantamento de 2001 constatou que um terço dos adolescentes egípcios tinha sobrepeso.

A publicidade veiculada na te-levisão também exerce má influ-ência sobre as crianças, induzin-

do a comer alimentos clóricos e pobres em nutrientes. É muito fácil fazer uma criança comer besteira. Esta foi a conclusão de Bradley Johnston, pediatra e professor da universidade de To-ronto (Canadá) depois de revisar vários estudos sobre a influência da publicidade no consumo de alimentos.

Para isso, ele colheu e analisou dados de 5.814 crianças da Amé-rica do Norte e da Europa, com 8 anos, em média. Um grupo ficou exposto a anúncios por 3 minutos e 48 segundos. O pou-co tempo bastou para que, nos 15 minutos seguintes, elas con-sumissem 30 calorias a mais do que aquelas que não receberam o estímulo publicitário.

Bradley percebeu também que, no Canadá, 80% das propagan-das promovem o consumo de comida calórica e pobre em nu-trientes.

O trabalho foi publicado no jornal científico Obesity Re-views e pelo seu teor, está dando o que falar.

HÁBITOS ALIMENTARES PIORAM NO MUNDO INTEIRO

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA (PSS) SOBE TERÇO DE FÉRIAS DOS SERVIDORES DA FURG

Em novembro de 2006, a APROFURG ingressou com Ação Judicial em que pos-tula a não incidência de contribuição previdenciária sobre terço de férias do professor, representando toda a catego-ria dos docentes da Universidade Federal do Rio Grande.

Em decisão de primeira instância, a de-manda foi julgada favoravelmente a tese dos servidores, declarando não ser devi-do o desconto de contribuição previden-ciária sobre o terço.

A FURG recorreu da decisão.Quando do julgamento do recurso in-

terposto pela FURG, a 2ª Turma do Tribu-nal Regional Federal da 4ª Região man-teve a sentença favorável aos servidores, confirmando a tese de não incidência de contribuição sobre a parcela.

A Universidade recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo

Tribunal Federal (STF). O processo aguar-da julgamento nos referidos Tribunais.

Importante destacar que a manutenção do julgamento favorável importará para o servidor em um cálculo que abran-ge parcelas atrasadas desde dezembro de 2001 até o momento em que a FURG cessar os descontos no con-tracheque dos servidores.

E mais, juros e correção monetária so-bre esses valores descontados, também contados de 2001.

Estamos dizendo isso para alertar os professores de que NÃO é recomendável que ingressem na justiça de forma indi-vidual, pois com isso, o servidor auto-maticamente abre mão de partici-par do processo coletivo que está na justiça desde o ano de 2006, e mesmo que ganhe o seu processo individual, o valor a ser cobrado

será bem menor, pois as diferenças não serão calculadas desde 2001, mas apenas desde os últimos cinco anos contados do ingresso da nova ação individual.

A título exemplificativo, caso o servi-dor ingresse com ação individual em 2016, somente poderá buscar diferenças a partir de 2011, diminuindo em, no mí-nimo, 10 anos o tempo de cálculo em relação à ação já ajuizada pela Aprofurg.

Nossa recomendação, portanto, é aguardar o desfecho do processo coletivo da entidade, para receber os valores pelo processo coletivo que é de 2006.

A assessoria jurídica da APROFURG está à disposição na sede do sindicato para es-clarecer eventuais dúvidas.

Lindenmeyer Advocacia & AssociadosOAB/RS 819

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