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APOSENTADORIA ESPECIAL Lincoln Nolasco 1 RESUMO O presente trabalho possui o intuito de analisar o benefício previdenciário de aposentadoria especial, sendo que, no ordenamento jurídico brasileiro foi permitida sua criação no § 1º do artigo 201 da Constituição Federal e se materializou no artigo 57 e seguintes da Lei nº 8.213/91. É instituto que visa a concessão de aposentadoria precoce aos exercentes de atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Para tanto, o artigo discorrerá sobre conceito e origens do benefício suso, analisando suas questões controversas e sucessões legislativas acerca do tema. Palavras-chave: Aposentadoria especial. Sucessões legislativas. Questões controversas. 1 INTRODUÇÃO O § 1º do artigo 201 da Constituição Federal prevê que somente poderão ser adotados requisitos e critérios diferenciados para concessão de aposentadorias em razão de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A partir daí, vêm sendo promulgadas uma série de leis no sentido de atender tal preceito constitucional, para diminuir os efeitos degradantes dessas atividades ao ser humano. Devido à grande sucessão legislativa acerca do assunto, dúvidas surgem sobre o instrumento legal a ser aplicado em caso concreto, que é objeto de discussão discorrer do presente trabalho, passando pela análise de todos os instrumentos legislativos aplicáveis à espécie. 2 Conceito e características A Emenda Constitucional nº 20/98, ao dar nova redação ao § 1º do artigo 201 da Constituição Federal, estabeleceu que é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados aos casos de atividades exercidas sob condições especiais que 1 Procurador Federal na Procuradoria Secional Federal em Uberlândia/MG; Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia/MG; Pós graduado em Direito Público pela Universidade Federal de Uberlândia/MG. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

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APOSENTADORIA ESPECIAL Lincoln Nolasco1 RESUMO Opresentetrabalhopossuiointuitodeanalisarobenefcioprevidenciriodeaposentadoria especial, sendo que, noordenamento jurdico brasileirofoi permitida sua criao no 1 do artigo201daConstituioFederalesematerializounoartigo57eseguintesdaLein 8.213/91.institutoquevisaaconcessodeaposentadoriaprecoceaosexercentesde atividadessobcondiesespeciaisqueprejudiquemasadeouaintegridadefsica.Para tanto, o artigo discorrer sobre conceito e origens do benefcio suso, analisando suas questes controversas e sucesses legislativas acerca do tema. Palavras-chave: Aposentadoria especial. Sucesses legislativas. Questes controversas. 1 INTRODUO O 1 do artigo 201 da Constituio Federal prev que somente podero ser adotadosrequisitosecritriosdiferenciadosparaconcessodeaposentadoriasemrazode atividades exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica. Apartirda,vmsendopromulgadasumasriedeleisnosentidode atender tal preceito constitucional, para diminuiros efeitosdegradantes dessas atividadesao ser humano. Devidograndesucessolegislativaacercadoassunto,dvidassurgem sobre o instrumento legal a ser aplicado em caso concreto, que objeto de discusso discorrer do presente trabalho, passando pela anlise de todos os instrumentos legislativos aplicveis espcie. 2 Conceito e caractersticas AEmendaConstitucionaln20/98,aodarnovaredaoao1doartigo 201daConstituioFederal,estabeleceuquevedadaaadooderequisitosecritrios diferenciadosparaaconcessodeaposentadoriaaosbeneficiriosdoregimegeralde previdncia social, ressalvados aos casos de atividades exercidas sob condies especiais que

1 Procurador Federal na Procuradoria Secional Federal em Uberlndia/MG; Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlndia/MG; Ps graduado em Direito Pblico pela Universidade Federal de Uberlndia/MG. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRprejudiquemasadeouaintegridadefsica.Salienta-seque,mesmoanteriormenteesta EmendaConstitucional,jhaviaprevisonoordenamentojurdicodeatividades consideradasinsalubresecomreduoemtempodeservio,oqueserposteriormente abordado. Obenefcioprevidenciriodeaposentadoriaespecialumaespciede aposentadoria por tempo de contribuio, com reduo do tempo de contribuio em razo do exercciodeatividadesconsideradasprejudiciaisintegridadefsicaousadedo trabalhador,atravsdeagentesperigososounocivos,podendoserqumicos,fsicosou biolgicos. Afinalidadedestebenefciodeampararotrabalhadorquelaborouem condies nocivas e perigosas sua sade. Deve-seobservarque,paraaobtenodobenefcio,nonecessriaa comprovaodequalquerprejuzofsicooumentaldoseguradoodireitoaobenefciode aposentadoriaespecialdecorredotempodeexposio,independentedaexistnciade sequela, sendo que esta presumida. Otempomnimodelaboremcondiesespeciaisvariadeacordocoma atividade exercida, coexistindo o tempo mnimo de 15anos, 20 anose 25 anos,conforme o caso,independentementedosexo,enquantonaaposentadoriaportempodecontribuioo perodomnimodecontribuiode30anosse homeme35anosse mulher.Emnenhuma hiptese exigido idade mnima. Otrabalhoemcondiesespeciais,paraqueoseguradofaajusao benefcio de aposentadoria especial deve ser em exposiohabitual e permanente, ou seja, aquele exercido de forma no ocasional nem intermitente, no qual a exposio do trabalhador seja indissocivel da produo do bem ou da prestao do servio. Habitual aquele trabalho realizadodurantetodososdiasdajornadadetrabalhodosegurado.Destaforma,notem direitoaposentadoriaespecialoseguradoquetrabalhaocasionalmenteoudemaneira intermitente em condies prejudiciais sade. Vale ressaltar que consideram-se como tempo detrabalhosobcondiesespeciaisosperodosdefriasfrudasportrabalhadorsujeitoa condiesnocivas,osdebenefciosconcedidosporincapacidadeeoperododesalrio-maternidade,desdequenadatadoafastamentooseguradoouseguradaestivesseexercendo atividadeconsideradacomoespecial,perodoslegaispararepouso,atendimentode necessidadesfisiolgicas,descansosemanalremuneradoeferiados.Nocasodeauxlio-doena,aocontrriodoqueeraexigidopeloartigo57doDecreton60.501/67,no necessrio que a doena incapacitante tenha relao com o exerccio da atividade especial. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRTmdireitoaposentadoriaespecialsomenteosseguintestiposde trabalhadores:seguradoempregado,trabalhadoravulsoecontribuinteindividualcooperado, estesendoaquelefiliadocooperativadetrabalhooudeproduo.Estaltimacategoria somente passou a ter direito aposentadoria especial a partir da Medida Provisria n 83/02, convertida na Lei n 10.666/03. 3 Carncia O perodo de carncia para a concesso da aposentadoria especial de 180 contribuies mensais. Para o segurado inscrito na Previdncia Social Urbana at 24 de julho de1991,bemcomoparaotrabalhadoreoempregadorruraiscobertospelaPrevidncia SocialRural,acarnciadasaposentadoriasporidade,portempodecontribuioeespecial obedece tabela prevista no art. 142 da Lei de Benefcios, a qual leva em conta o ano em que o segurado implementou as condies necessrias obteno do benefcio. Almdacarncia,deverhaveracomprovaodotempodeservio exigido em atividades prejudiciais sade ou integridade fsica, nos termos do anexo IV do Decreto n 3.048/99, que o Regulamento da Previdncia Social. A manuteno da qualidade de segurado, que um requisito genrico para a concesso de benefcios previdencirios que tradicionalmente era exigido para a concesso de aposentadorias, foi expressamente dispensada pelo art. 3 da Lei n 10.666/03. 4 Insalubridade, periculosidade e penosidade Asdefiniesdeinsalubridade,periculosidadeepenosidadesempre estiveramausentesdalegislaoprevidenciria,quetomadeemprstimoosconceitosda Consolidao das Leis Trabalhistas CLT, ampliados por outros diplomas esparsos. Adefiniodainsalubridadeprovmdoartigo189daCLT:Sero consideradas atividades ou operaes insalubres aquelas que, por sua natureza,condies ou mtodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos sade, acima dos limites detolernciafixadosemrazodanaturezaedaintensidadedoagenteedotempode exposio aos seus efeitos. Asatividadespericulosassoestabelecidascomfulcronoartigo193da CLT:Soconsideradasatividadesouoperaesperigosas,naformadaregulamentao aprovada pelo Ministrio do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou mtodos de trabalho, WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRimpliquemocontatopermanentecominflamveisouexplosivosemcondiesderisco acentuado.Outroagentegeradordepericulosidadeocontatocomenergiaeltrica, contemplado pela Lei n 7.369/85. H precedente reconhecendo como periculosa a atividade demonitordaextintaFundaoEstadualdoBem-EstardoMenorFEBEM,pelocontato continuado com adolescentes infratores sujeitos a medidas de privao da liberdade. Atividadepenosa,porsuavez,umconceitovago,semdefiniolegal, quepodeserconsideradaaquelaqueproduzdesgastenoorganismo,deordemfsicaou psquica,emrazodarepetiodosmovimentos,condiesagravantes,pensesetenses prximas do indivduo. Nooconceitotrabalhistaquedefineaconcessodobenefciode aposentadoria especial, como ser visto adiante. 5 Classificao dos agentes Osagentesnocivossoaquelesquepossamocasionardanossadeou integridadefsicadotrabalhadornoambientelaboral.Soclassificadosemagentesfsicos, agentes qumicos e agentes biolgicos, abaixo exemplificados: a. Fsicos: rudos, vibraes, calor, presses anormais, radiaes ionizantes etc.; b.Qumicos:manifestadospornvoas,neblinas,poeiras,fumos,gases,vaporesde substncias nocivas presentes no local de trabalho etc.; c. Biolgicos: microrganismos como bactrias, fungos, parasitas, bacilos, vrus etc. Aclassificaodosagentesnocivosqumicos,fsicos,biolgicosou associaodeagentesprejudiciaissade,ouintegridadefsicaeotempodeexposio consideradosparafinsdeconcessodeaposentadoriaespecialconstamdoAnexoIVdo Regulamento da Previdncia Social. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRAnexo IV CLASSIFICAO DOS AGENTES NOCIVOS CDIGOAGENTE NOCIVO TEMPO DE EXPOSIO 1.0.0

AGENTES QUMICOS Oquedeterminaodireitoaobenefcioaexposiodo trabalhador aoagente nocivo presente no ambiente de trabalho e no processo produtivo, em nvel de concentrao superior aos limites de tolerncia estabelecidos. Oroldeagentesnocivosexaustivo,enquantoqueas atividadeslistadas,nasquaispodehaveraexposio, exemplificativa. 1.0.1

ARSNIO E SEUS COMPOSTOS a) extrao de arsnio e seus compostos txicos; b) metalurgia de minrios arsenicais; c) utilizaodehidrognioarseniado(arsina)emsnteses orgnicas e no processamento decomponentes eletrnicos; d) fabricao e preparao de tintas e lacas; e) fabricao, preparao e aplicao de inseticidas, herbicidas, parasiticidaseraticidascomautilizaodecompostosde arsnio; f) produo de vidros, ligas de chumbo e medicamentos com a utilizao de compostos de arsnio; g) conservao e curtume de peles, tratamento e preservao da madeira com a utilizao de compostos de arsnio. 25 ANOS

1.0.2

ASBESTOS a) extrao,processamentoemanipulaoderochas amiantferas; b) fabricao de guarnies para freios, embreagens e materiais isolantes contendo asbestos; c) fabricao de produtos de fibrocimento; d) mistura, cardagem, fiao e tecelagem de fibras de asbestos. 20 ANOS

1.0.3

BENZENO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) produo e processamento de benzeno; b)utilizaodebenzenocomomatria-primaemsnteses orgnicas e na produo de derivados; c)utilizaodebenzenocomoinsumonaextraodeleos vegetais e lcoois; d) utilizao de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, vernizes, produtos grficos e solventes; e) produo e utilizao de clorobenzenos e derivados; f) fabricao e vulcanizao de artefatos de borracha; g) fabricao e recauchutagem de pneumticos. 25 ANOS

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR1.0.4

BERLIO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) extrao, triturao e tratamento de berlio; b) fabricao de compostos e ligas de berlio; c) fabricao de tubos fluorescentes e de ampolas de raio X; d) fabricao de queim; f) utilizao do berlio na indstria aeroespacial. 25 ANOS

1.0.5

BROMO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) fabricao e emprego do bromo e do cido brmico. 25 ANOS

1.0.6

CDMIO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) extrao, tratamento e preparao de ligas de cdmio; b) fabricao de compostos de cdmio; c) utilizao de eletrodos de cdmio em soldas; d) utilizao de cdmio no revestimento eletroltico de metais; e)utilizaodecdmiocomopigmentoeestabilizadorna indstria do plstico; f)fabricaodeeletrodosdebateriasalcalinasdenquel-cdmio. 25 ANOS

1.0.7

CARVO MINERAL E SEUS DERIVADOS a) extrao,fabricao,beneficiamentoeutilizaodecarvo mineral, piche, alcatro, betume e breu; b)extrao,produoeutilizaodeleosmineraise parafinas; c) extrao e utilizao de antraceno e negro de fumo; d) produo de coque. 25 ANOS

1.0.8

CHUMBO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) extrao e processamento de minrio de chumbo; b) metalurgia e fabricao de ligas e compostos de chumbo; c) fabricao e reformas de acumuladores eltricos; d)fabricaoeempregodechumbo-tetraetilaechumbo-tetrametila; e) fabricao de tintas, esmaltes e vernizes base de compostos de chumbo; f) pinturacompistolaempregandotintascompigmentosde chumbo; g) fabricao de objetos e artefatos de chumbo e suas ligas; h) vulcanizao da borracha pelo litargrio ou outros compostos de chumbo; i) utilizao de chumbo em processos de soldagem; j) fabricao de vidro, cristal e esmalte vitrificado; l) fabricao de prolas artificiais; m) fabricao e utilizao de aditivos base de chumbo para a indstria de plsticos. 25 ANOS

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR1.0.9

CLORO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) fabricao e emprego de defensivos organoclorados; b) fabricaoeempregodecloroetilaminas(mostardas nitrogenadas); c) fabricao e manuseio de bifenis policlorados (PCB); d) fabricao e emprego de cloreto de vinil como monmero na fabricaodepolicloretodevinil(PVC)eoutrasresinase comointermedirioemproduesqumicasoucomosolvente orgnico; e) fabricao de policloroprene; f)fabricaoeempregodeclorofrmio(triclorometano)ede tetracloreto de carbono. 25 ANOS

1.0.10

CROMO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) fabricao, emprego industrial, manipulao de cromo, cido crmico, cromatos e bicromatos; b) fabricao de ligas de ferro-cromo; c) revestimento eletroltico de metais e polimento de superfcies cromadas; d)pinturacompistolautilizandotintascompigmentosde cromo; e) soldagem de ao inoxidvel. 25 ANOS

1.0.11

DISSULFETO DE CARBONO a) fabricao e utilizao de dissulfeto de carbono; b) fabricao de viscose e seda artificial (raiom) ; c) fabricaoeempregodesolventes,inseticidaseherbicidas contendo dissulfeto de carbono; d)fabricaodevernizes,resinas,saisdeamonaco,de tetracloreto de carbono, de vidros ticose produtos txteis com uso de dissulfeto de carbono. 25 ANOS

1.0.12

FSFORO E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) extrao e preparao de fsforo branco e seus compostos; b) fabricaoeaplicaodeprodutosfosforadose organofosforados(sntesesorgnicas,fertilizantese praguicidas); c) fabricao de munies e armamentos explosivos. 25 ANOS

1.0.13 IODO a) fabricao e emprego industrial do iodo. 25 ANOS 1.0.14

MANGANS E SEUS COMPOSTOS a) extrao e beneficiamento de minrios de mangans; b) fabricao de ligas e compostos de mangans; c) fabricao de pilhas secas e acumuladores; d) preparao de permanganato de potssio e de corantes; e) fabricao de vidros especiais e cermicas; f) utilizao de eletrodos contendo mangans; g) fabricao de tintas e fertilizantes. 25 ANOS

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR1.0.15

MERCRIO E SEUS COMPOSTOS a)extraoeutilizaodemercrioefabricaodeseus compostos; b) fabricao de espoletas com fulminato de mercrio; c) fabricao de tintas com pigmento contendo mercrio; d)fabricaoemanutenodeaparelhosdemedioede laboratrio; e)fabricaodelmpadas,vlvulaseletrnicaseampolasde raio X; f) fabricaodeminuterias,acumuladoreseretificadoresde corrente; g) utilizao como agente cataltico e de eletrlise; h)dourao,prateamento,bronzeamentoeestanhagemde espelhos e metais; i) curtimento e feltragem do couro e conservao da madeira; j) recuperao do mercrio; l) amalgamao do zinco. m) tratamento a quente de amlgamas de metais; n) fabricao e aplicao de fungicidas. 25 ANOS

1.0.16 NQUEL E SEUS COMPOSTOS TXICOS a) extrao e beneficiamento do nquel; b) niquelagem de metais; c) fabricao de acumuladores de nquel-cdmio. 25 ANOS

1.0.17

PETRLEO,XISTOBETUMINOSO,GSNATURALE SEUS DERIVADOS a) extrao,processamento,beneficiamentoeatividadesde manutenorealizadasemunidades deextrao,plantas petrolferas e petroqumicas; b) beneficiamentoeaplicaodemisturasasflticascontendo hidrocarbonetos policclicos. 25 ANOS

1.0.18

SLICA LIVRE a) extrao de minrios a cu aberto; b) beneficiamento e tratamento de produtos minerais geradores de poeiras contendo slica livre cristalizada; c) tratamento,decapagemelimpezademetaisefosqueamento de vidros com jatos de areia; d) fabricao,processamento,aplicaoerecuperaode materiais refratrios; e) fabricao de ms, rebolos e de ps e pastas para polimento; f)fabricao de vidros e cermicas; g) construo de tneis; h) desbaste e corte a seco de materiais contendo slica. 25 ANOS

WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR1.0.19

OUTRAS SUBSTNCIAS QUMICAS GRUPO I - ESTIRENO;BUTADIENO-ESTIRENO; ACRILONITRILA;1-3 BUTADIENO;CLOROPRENO; MERCAPTANOS,n-HEXANO,DIISOCIANATODE TOLUENO (TDI); AMINAS AROMTICAS a) fabricao e vulcanizao de artefatos de borracha; b) fabricao e recauchutagem de pneus. GRUPO II - AMINASAROMTICAS,AMINOBIFENILA, AURAMINA, AZATIOPRINA, BIS (CLORO METIL) TER, 1-4BUTANODIOL,DIMETANOSULFONATO (MILERAN),CICLOFOSFAMIDA,CLOROAMBUCIL, DIETILESTIL-BESTROL,ACRONITRILA, NITRONAFTILAMINA4-DIMETIL-AMINOAZOBENZENO,BENZOPIRENO,BETA-PROPIOLACTONA,BISCLOROETILETER, BISCLOROMETIL,CLOROMETILETER,DIANIZIDINA, DICLOROBENZIDINA,DIETILSULFATO, DIMETILSULFATO,ETILENOAMINA, ETILENOTIUREIA,FENACETINA,IODETODEMETILA, ETILNITROSURIAS, METILENO-ORTOCLOROANILINA (MOCA),NITROSAMINA,ORTOTOLUIDINA,OXIME-TALONA,PROCARBAZINA,PROPANOSULTONA,1-3-BUTADIENO,XIDODEETILENO,ESTILBENZENO, DIISOCIANATODETOLUENO(TDI),CREOSOTO,4-AMINODIFENIL,BENZIDINA,BETANAFTILAMINA, ESTIRENO,1-CLORO-2,4 - NITRODIFENIL,3-POXIPRO-PANO a) manufatura de magenta (anilina e ortotoluidina); b) fabricao de fibras sintticas; c) snteses qumicas; d) fabricao da borracha e espumas; e) fabricao de plsticos; f ) produo de medicamentos; g) operaes de preservao da madeira com creosoto; h) esterilizao de materiais cirrgicos. 25 ANOS

2.0.0

AGENTES FSICOS Exposioacimadoslimitesdetolernciaespecificadosous atividades descritas. 2.0.1 RUDO a) exposioaNveisdeExposioNormalizados(NEN) superiores a 85 dB(A). 25 ANOS 2.0.2 VIBRAES a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumticos. 25 ANOS WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR2.0.3

RADIAES IONIZANTES a) extrao e beneficiamento de minerais radioativos; b) atividades em mineraes com exposio ao radnio; c) realizaodemanutenoesupervisoemunidadesde extrao,tratamentoebeneficiamentodemineraisradioativos com exposio s radiaes ionizantes; d) operaes com reatores nucleares ou com fontes radioativas; e) trabalhosrealizadoscomexposioaosraiosAlfa,Beta, GamaeX,aosnutronses substnciasradioativasparafins industriais, teraputicos e diagnsticos; f)fabricao e manipulao de produtos radioativos; g) pesquisaseestudoscomradiaesionizantesem laboratrios. 25 ANOS

2.0.4

TEMPERATURAS ANORMAIS a)trabalhoscomexposioaocaloracimadoslimitesde tolerncia estabelecidos na NR-15, da Portaria no 3.214/78. 25 ANOS 2.0.5

PRESSO ATMOSFRICA ANORMAL a) trabalhos em caixes ou cmaras hiperbricas; b) trabalhos em tubules ou tneis sob ar comprimido; c) operaesdemergulhocomousodeescafandrosououtros equipamentos . 25 ANOS

3.0.0

BIOLGICOS Exposioaosagentescitadosunicamentenasatividades relacionadas. 3.0.1

MICROORGANISMOSEPARASITASINFECTO-CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS a) trabalhosemestabelecimentosdesadeemcontatocom pacientesportadoresdedoenasinfecto-contagiosasoucom manuseio de materiais contaminados; b)trabalhoscomanimaisinfectadosparatratamentoouparao preparo de soro, vacinas e outros produtos; c)trabalhosemlaboratriosdeautpsia,deanatomiae antomo-histologia; d)trabalhodeexumaodecorposemanipulaoderesduos de animais deteriorados; e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto; f) esvaziamento de biodigestores; g) coleta e industrializao do lixo. 25 ANOS

4.0.0

ASSOCIAO DE AGENTES Nasassociaesdeagentesqueestejamacimadonvelde tolerncia,serconsideradooenquadramentorelativoaoque exigir menor tempo de exposio.

4.0.1

FSICOS, QUMICOS E BIOLGICOS a) mineraosubterrneacujasatividadessejamexercidas afastadas das frentes de produo. 20 ANOS

4.0.2 FSICOS, QUMICOS E BIOLGICOS 15 ANOS WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

a)trabalhosematividadespermanentesnosubsolode mineraes subterrneas em frente de produo.

6 Enquadramento legal da caracterizao do exerccio do labor em atividade especial Primeiramente, de crucial relevncia a aplicao da legislao vigente na poca de prestao da atividade, sob pena de ser violado o princpio tempus regit actum. Deacordocomalegislaoprevidenciria,haviaaprevisode enquadramento como atividade especial a partir da categoria profissional. Comadenominaoatual,obenefciofoicriadopeloart.31daLei OrgnicadaPrevidnciaSocial-LOPSeregulamentadonosartigos65e66doDecreton 48.956-A/60. Dizia: A aposentadoria especial ser concedida ao segurado que, contando no mnimo(cinquenta)anosdeidadee15(quinze)anosdecontribuies,tenhatrabalhado durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos pelo menos, conforme a atividade profissional,emserviosque,paraesseefeito,foremconsideradospenosos,insalubresou perigosos, por decreto do Poder Executivo. AregulamentaoseguintedessasistemticafoifeitapeloAnexoIIdo Decreton53.831,de25demarode1964,criandoumapresunodequeasatividades constantesdaqueleroleramconsideradasinsalubres,desdequeoseuexerccioseja devidamente comprovado pelo segurado. Em linhas gerais, a Lei n 5.440-A/68 ps fim ao limite de idade referido na LOPS. A Lei n 5.527/68 restabeleceu o direito de certas categorias. A carncia de 180 para 60contribuiesmensaisdiminuiucomaLein5.890/73,masos15anosforam restabelecidospeloPlanodeBenefciosdaPrevidnciaSocial-PBPS.ALein6.643/79 determinouquefossecomputadootempodedirigentesindical,critriodesaparecidocoma atual reforma da prestao (1995). ALei n. 9.032, de 28 de abril de 1995, alterou a legislao previdenciria, mais especificamente o artigo 57 da Lei de Benefcios, estabelecendo que o segurado deveria comprovaraefetivaexposioaosagentesnocivos,revogandoasistemticadapresuno legal anteriormente citada. A partir da mencionada lei, a comprovao da exposio a agentes nocivos deveserfeitapormeiodeformulrioSB-40(ServiodeBenefcios40)ouDSS-8030 (Diretoria de Seguro Social 8030). WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRAssim,senopertencenteagrupoprofissionalprevistopelalegislao ento em vigor, no h que se falar em caracterizao de atividade especial. Haveria, ainda, a alternativa de se comprovar que a atividade desenvolvida seriaespecialemvirtudedahabitualepermanenteexposioaagentesagressivosfsicos, qumicos ou biolgicos. 6.1 Enquadramento por exposio a agentes nocivos Almdoenquadramentodaatividadepelacategoriaprofissional,existea possibilidade de ser considerada especial a prestao de servios sujeita exposio habitual e permanente a agentes fsicos, qumicos ou biolgicos, todos nocivos sade do segurado. Cumpredestacarqueoagentenocivorudoteveumtratamentodiferente dos demais agentes, pois a legislao previdenciria sempre exigiu a efetiva comprovao de exposio a este agente, por parte do segurado, quanto ao nvel de rudo constatado no local detrabalho,oquesomentepoderiaserfeitomedianteapresentaodeformulrioelaudo pericial. Nesse aspecto, a previso pelo artigo 3 do Decreto n 53.831/64, artigo 64, pargrafonico,dosDecretosn357/91en611/92,artigo62,pargrafo1,doDecreton 2.172/97 e artigo 64, pargrafo 1, do Decreto n 3.048/99. Ainda com relao ao agente rudo, a intensidade mnima considerada para oenquadramentocomoatividadeespecialsofreuasseguintesalteraes,comobem esclarecido e devidamente reconhecido pelo Colendo Superior Tribunal de Justia:Naconcessodeaposentadoriaespecialporexercciodeatividadeinsalubre,em face de excesso de rudo, inicialmente foi fixado o nvel mnimo de rudo em 80 dB, no AnexodoDecreton53.831,de25demarode1964,revogadopeloQuadroIdo AnexodoDecreton72.771,de6desetembrode1973,queelevouonvelpara90 dB, ndice mantido pelo Anexo I do Decreto n 83.080, de 24 de janeiro de 1979. Na vigncia dos Decretos n 357, de 7 de dezembro de 1991 e n 611, de 21 de julho de1992,estabeleceu-secaractersticaantinomia,eisqueincorporaram,aums tempo,oAnexoIdoDecreton83.080,de24dejaneirode1979,quefixouonvel mnimo de rudo em 90 dB, e o Anexo do Decreto n 53.831, de 25 de maro de 1964, queestipulouonvelmnimoderudoem80dB,oqueimpeoafastamento,nesse particular,daincidnciadeumdosDecretosluzdanaturezaprevidenciriada norma, adotando-se soluo pro misero para fixar o nvel mnimo de rudo em 80 dB. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRPrecedentes (REsp n 502.697/SC,Relatora Ministra Laurita Vaz, in DJ 10/11/2003 e AgRgAg n 624.730/MG, Relator Ministro Paulo Medina, in DJ 18/4/2005). Com a edio do Decreto n 2.172, de 5 de maro de 1997 e quando entrou em vigor o Decreto n 3.048, de 6 de maio de 1999, voltou o nvel mnimo de rudo a 90 dB, at que,editadooDecreton4.882,de18denovembrode2003,passoufinalmenteo ndiceaonvelde85dB.(STJ,AGRESP727497,6Turma,Rel.Min.Hamilton Carvalhido, DJ 01/08/2005 pg. 603) Comrelaoaosdemaisagentesnocivos,acontarde29.04.1995,datade inciodevignciadaLein.9.032,deveoseguradocomprovaraefetivaexposioaos agentes agressivos nos nveis estabelecidos pela legislao previdenciria. Areferidaleiteveaplicabilidadeimediataquantonecessidadedese comprovaraexposioaosagentesmencionados.Restavaapenas,noqueserefereforma decomprovaodessaexposio,aintegraoregulamentar,oquecontinuouaserfeito atravs do formulrio DSS-8030. Embora antes da edio do Decreto n 2.172, de 05.03.1997 no se pudesse exigir a comprovao da atividade especial atravs de laudo tcnico, com exceo do agente rudo,delogosetornouexigvelacomprovaodequeotrabalhoestavasubmetidos condies desfavorveis previstas em lei. Ento,deveserapresentado,paracomprovaodaatividadeespecial,o formulrio DSS-8030 (ou ainda o SB-40), onde se demonstre, com clareza, que o trabalho foi realizado,demodopermanente,noocasionalnemintermitente,comefetivaexposioaos agentesfsicos,qumicos,biolgicos,ouassociaodeagentes,prejudiciaissadeou integridade fsica. Assim,aindaqueaparteapresenteosformulriosreferidos,sedas informaesconstantesnoforemcaracterizveisassituaesacimaexpostas, cumulativamente,hdeseconcluirpelaimpossibilidadedecontagemdotempodeservio como especial. Demaisdisso,acontardaregulamentaodaLein.9.032/95,tornou-se imprescindvel,almdoformulrio,aapresentaodeLaudoTcnicodeCondies AmbientaisdoTrabalhoLTCAT,expedidopormdicodotrabalhoouengenheiro especializado em segurana do trabalho. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BREssa,inclusive,aposiosedimentadanajurisprudnciadosTribunais Superiores,especialmentedoColendoSuperiorTribunaldeJustia,aquem,noatual panorama constitucional, cabe dar a palavra final quanto aplicao das leis federais. 6.2 Relao de contribuio e benefcio Havendooenquadramentodaatividadecomogeradoradobenefcioem comento,havercontribuiopatronaldiferenciada.Porm,osimplesrecolhimentoda contribuioadicionalporpartedoempregadornogarantiadaconcessodobenefcio, resultando que o INSS examinar caso por caso. Nohmaisdelongassobredefinioecaractersticasdacontribuioa mais, por no ser objeto deste trabalho. 7 Uso de equipamentos de proteo importante considerar na anlise da prova do tempo de atividade especial aeficciadosequipamentosdeproteo,quepodemsercoletivosouindividuais.Pelo conceitolegal,somentepoderiaserconsideradotempocomputvelparaessefimo despendidopeloseguradoematividadenocivasuasade.Assim,sedeacordocomas normastcnicasdeseguranaemedicinadotrabalho,oseguradoestiverutilizando equipamento de proteo que neutraliza ou reduz os agentes nocivos aos nveis de tolerncia aceitveis,nolhecausandomalalgum,esseperodonocomputvelparafinsde aposentadoria especial. Noentanto,noquetangeaoagentenocivorudo,segundoaposio doutrinriamajoritria,ousodeequipamentosdeproteoindividualnoafastao reconhecimentodaespecialidadedasatividades,poisosdanoscausadosaoorganismo humanovoalmdaquelesrelacionadosperdadaaudio,taiscomofadiga,depresso, stress,impotncia,dentreoutros.Concluindo,noexisteequipamentodeproteocoletivo ou individual que seja totalmente eficaz em relao ao rudo. Neste aspecto, a Turma Nacional de Uniformizao dos Juizados Especiais FederaiseditouaSmulan9:AposentadoriaEspecialEquipamentodeProteo Individual:Ousodeequipamentodeproteoindividual(EPI),aindaqueeliminea insalubridade,nocasodeexposioarudo,nodescaracterizaotempodeservioespecial prestado. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRAindanotocanteaoassuntodeequipamentosdeproteoindividual, importantedestacaroEnunciadon21doConselhodeRecursosdaPrevidnciaSocial CRPS:Osimplesfornecimentodeequipamentodeproteoindividualdotrabalhopelo empregadornoexcluiahiptesedeexposiodotrabalhadoraosagentesnocivossade, devendoserconsideradotodooambientedetrabalho.estetambmoentendimentodos tribunais trabalhistas brasileiros. Observa-sequeaLein11.291/06obrigaosfabricantesdeprotetor auricular a avisarem os usurios dos risco que correm quando expostos a nveis superiores a 85 dB. 8 Ambiente de trabalho Ascondiesdetrabalhoquegeramdireitoaposentadoriaespecialso comprovadaspelasdemonstraesambientaisquecaracterizemaefetivaexposiodo seguradoaosagentesnocivos,quefazempartedasobrigaesacessriasdispostasna legislao previdenciria e trabalhista, que se constituem nos seguintes documentos: I Programa de Preveno de Riscos Ambientais PPRA; II Programa de Gerenciamento de Riscos PGR; IIIProgramadeCondieseMeioAmbientedeTrabalhonaIndstriaeConstruo PCMAT; IV Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional PCMSO; V Laudo Tcnico de Condies Ambientais do Trabalho LTCAT; VI Perfil Profissiogrfico Previdencirio PPP; VII Comunicao de Acidente do Trabalho CAT. Quanto ao laudo tcnico pericial, nos termos do Enunciado n 20, salvo em relaoaoagenteagressivorudo,noserobrigatriaaapresentaodelaudotcnico pericial para perodos de atividades anteriores edio da Medida Provisria n 1.523-10, de 11dedezembrode1996,facultando-seaoseguradoacomprovaodeefetivaexposioa agentes agressivos suasade ou integridade fsica mencionados nos formulrios SB-40 ou DSS-8030, mediante o emprego de qualquer meio de prova em direito admitido. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR8.1 Perfil Profissiogrfico Previdencirio PPP o documento histrico-laboral do trabalhador, segundo modelo institudo pelaprpriaautarquiaprevidenciriaque,dentreoutrasinformaes,deveconterregistros ambientais, resultados de monitorao biolgica e dados administrativos. OPPPdeverserelaboradopelaempresadeformaindividualizadapara cadaempregado,trabalhadoresavulsosecooperados,quelaboremexpostosaagentes nocivosqumicos,fsicos,biolgicosouassociaodessesagentes,sendoqueotrabalhador tem direito a uma cpia autenticada do documento em caso de demisso. HavendodiscordnciadotrabalhadorquantoaoteordoPPP,poder,por meiodeseusindicatooudiretamente,solicitaraconfecodenovolaudotcnico, confrontando-o com o elaborado pela empresa. O INSS, na dvida, dever utilizar-se de seus tcnicosparaconferirambososdocumentos.ConvmobservarqueoINSSnoadmitea utilizao de laudo tcnico solicitado pelo prprio segurado. Destaca-seque,apuradaamaterialidadeeaconsumaoedefinidaa autoria do crime de falsidade ideolgica, o autor poder ser responsabilizado penalmente. OintuitodoPPPproporcionarperciamdicadoINSSinformaes pormenorizadassobreoambienteecondieslaborais,controledoexercciodotrabalho, trocadeinformaessobreasdoenasocupacionais,supervisodaaplicaodasnormas legais regulamentadoras da sade, medicina e segurana do trabalho. 8.2 Laudo Tcnico de Condies Ambientais do Trabalho - LCAT umdocumentocomcarterpericial,deiniciativadaempresa,coma finalidadedepropiciarelementosparaqueaautarquiaprevidenciriacaracterizeounoa presenadosagentesnocivossadeouintegridadefsicarelacionadosaoAnexoIVdo Decreto n 3.048/99. AapresentaoaoINSSdispensadadeimediato,masaempresadever t-lo disposio para caso seja requisitado pela Previdncia Social. CasoexistamdvidasquantosinformaescontidasnoLCAT,podero INSS efetuar diligncias na empresa para conferncia dos dados. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR9 Data de incio do benefcio Aaposentadoriaespecialserdevidaaoseguradoempregadoapartirda datadodesligamentodoemprego,quandorequeridaat90diasdepoisdestadata.Se passadosmaisde90diasdodesligamentodoempregoounohouverdesligamentodo emprego,serapartirdorequerimento.Salienta-sequenocasodenodesligamentodo emprego, imposto o afastamento da rea ambiental de risco. Para os demais segurados, ser a partir do requerimento. 9.1 Fim do contrato de trabalho Cabeaoempregadorretiraroempregadoaposentadodosetordetrabalho emqueeleestsujeitoaagentenocivoecoloc-loemoutrosetoremquenoesteja submetidoaigualagente.Senohouvervagadisponvelouotrabalhadornotiver capacidade funcional para exercer outro tipo de trabalho, o patro no tem outra alternativa se no por fim ao eloempregatcio, pagando os direitos previstos para as despedidas sem justa causa,umavezqueodeferimentodobenefcionoobstaacontinuidadedarelao empregatcia. 10 Renda mensal inicial Arendamensalinicialdobenefciodeaposentadoriaespecial,apartirdo advento da Lei n 9.032/95, ou seja, 29 de abril de 1995, de 100% do salrio de benefcio, observado,paraosseguradosqueimplementaramosrequisitosanteriormentevignciada Lei n 9.876/99, o clculo sobre a mdia dos ltimos 36 salrios de contribuio. Para os que passarama ter direitoao benefcioaps tal data, oclculoo estabelecido para os segurados em geral, previsto no artigo 29 da Lei de Benefcios, ou seja, mdiados80%maioressalriosdecontribuioapartirdejulhode1994,pormsem incidncia do fator previdencirio. 11 Retorno atividade pelo beneficirio de aposentadoria especial Obeneficiriodeaposentadoriaespecialpodernovamenteexercer atividadeslaborativas,desdequenosejanovamenteematividadequegereaposentadoria WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRespecial.Assim,oseguradoaposentadodeformaespecialquecontinuarouretornarao exerccio de atividades ou operaes que sujeitem aos agentes nocivos ter sua aposentadoria automaticamente cancelada, nos termos do 8 do art. 57 da Lei de Benefcios, alterada pela Lei n 9.732/98. Se o trabalhador voltarao exerccio de atividadeinsalubre, porm que fica eliminada ou neutralizada pelo uso de EPI, no ter sua aposentadoria cancelada. A cessao do benefcio dar-se-: a. A partir de 14 de dezembro de 1998, para aqueles aposentados antes da publicao da Lei n 9.732/98; b.Apartirdoefetivoretornououdapermanncia,quandoocorreraps14dedezembrode 1998, independentemente da data da concesso do benefcio. Importante destacar que a Instruo Normativa n 57/2001/INSS indica que, seoseguradovoltaraexerceratividadeprejudicialsuasade,suaaposentadoriaespecial no ser cancelada, mas suspensa. 12 Converso de tempo de contribuio Aconversodetempodecontribuioespecialparatempodeatividade comumatransformaodaqueleperodocomdeterminadoacrscimocompensatrioem favor do segurado. A Lei n 6.887/82 estendeu as regras de converso atividade comum. ALein9.032/95proibiuaconversodetempodeserviocomumem especial.Anteserapossvelaconversodeespecialparacomumedesteparaespecial, restrio que no se deve aplicar ao tempo anterior edio da lei. Paraoseguradoquehouverexercidosucessivamenteduasoumais atividadesconsideradascomoespeciais,semcompletaremqualquerdelasoprazomnimo exigidoparaobenefciodeaposentadoriaespecial,osrespectivosperodosserosomados aps a converso, considerando para esse fim, a atividade preponderante. Acontarde28.05.1998,quandodapromulgaodaMedidaProvisria 1.663-10/98,convertidanaLei9.711/98,restoulegalmentevedadaaconversoemcomum de tempo de servio especial prestado aps essa data. PorforadedecisoliminarproferidanaAoCivilPblican 2000.71.00.030435-2, com validade para todo oBrasil, novamente foi obrigada a converso WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRdo tempo, mesmo aps 28 de maio de 1998. Posteriormente, a ao foi julgada improcedente por ilegitimidade de parte. Foi editado o Decreto n 4.827, de 03 de setembro de 2003, que autorizou, mesmo depois de 28 de maio de 1998, a converso do tempo de servio especial em comum, nostermosdaredaooriginaldoart.57,5,daLein8.213/91.Hdoutrinadoresque defendemqueessedecretofoifeitojustamentepararegularizarasituaodosbenefcios concedidosduranteavignciadaliminarobtidanacitadaAoCivilPblica,que posteriormente foi revogada. OSupremoTribunalFederaljfirmouposicionamentoquanto necessidade de observncia da lei vigente poca da prestao de servios. DeacordocomosdecretosqueregulamentamaLein8.213/91,a conversodetempodeatividadeexercidosobcondiesespeciaisemtempodeatividade comum,observa,paraohomem,ofator1,4(de25para35anos).Nesteponto,importante salientar que apesar de que o tempo de trabalho e exposio para a concesso do benefcio de aposentadoria especial o mesmo para homens e mulheres, j quando da converso, o fator j diferente,poisnobenefciodeaposentadoriaportempodecontribuioamulher beneficiada com o perodo de 05 anos. Noentanto,paraoperodolaboradoduranteavignciadoDecreton 83.080/79, o Superior Tribunal de Justia tem decidido que deve ser aplicado como fator de converso o coeficientede 1,2 (de 25anos para35 anos)e para o perodo posteriora 21 de julho de 1992, quando entrou em vigor o Decreto n 611/92, deve ser utilizado o coeficiente de1,4(REsp.601.489/RS,QuintaTurma,RelatorMinistroArnaldoEstevesLima.DJ 23.4.2007). Assimcomoobeneficiriodeaposentadoriaespecial,oaposentadopor tempodecontribuiofavorecidopelaconverso,podernovamenteexerceratividades laborativas,desdequenosejanovamenteematividadequegereaposentadoriaespecial. Comooseguradoaposentadodeformaespecialquecontinuarouretornaraoexercciode atividadesouoperaesquesujeitemaosagentesnocivostersuaaposentadoria automaticamentecancelada,tambmnostermosdo8doart.57daLeideBenefcios, alterada pela Lei n 9.732/98. Oartigo70doRegulamentodaPrevidnciaSocialtrazatabelade converso: WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRTEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES MULHER (PARA 30)HOMEM (PARA 35) DE 15 ANOS2,002,33 DE 20 ANOS1,501,75 DE 25 ANOS1,201,40 12.1 Converso do tempo especial de professor em tempo comum Odireitoconversodotempoespecialdemagistrioemtempocomum temensejadodivergnciajurisprudencial,surgindodoisentendimentossobreoassunto,a seguir discorridos. AatividadedemagistriofoienquadradacomoespecialpeloDecreton 53.831/64,comdireitoaaposentadoriaaos25anosdetrabalho.Comaediodonovo regulamento,Decreton83.080/79nofoimantidonoroldasatividadesespeciais, igualmentenoqueafetaaosposterioresregulamentos.Aexclusodacategoriaprofissional dosprofessoresdoroldasatividadesprofissionaisditasespeciaistemamparonaexistncia deregrasespecficasrelativasaposentadoriaespecialdoprofessorcomacriaodo benefcio especial pela Emenda Constitucional n 18/1981. Deacordocomaprimeiracorrente,somentenoperododevignciado Decreton53.831/64eataEmendaConstitucionaln18/81queseafiguravivela conversodotempoespecialdeprofessoremtempocomum.oprocedimentoadotadono mbito administrativo da autarquia previdenciria. Jasegundacorrenteadmiteaconversodotempoespecialdemagistrio emtempocomumatoadventodaLein9.032,aqualvedouoreconhecimentoda especialidade por atividade profissional. o entendimento do Superior Tribunal de Justia. Por esclarecimento, so consideradas funes de magistrio, para os efeitos dodispostono5doartigo40e8doart.201daCF,deacordocomaLein 11.301/2006,asatividadesexercidasporprofessoreseespecialistasemeducaono desempenhodeatividadeseducativas,quandoexercidasemestabelecimentodeeducao bsica em seus diversos nveis e modalidades, includas, alm do exerccio da docncia, as de direo de unidade escolar e as de coordenao e assessoramento pedaggico. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR12.2 Converso de tempo especial para especial possvel, conforme a tabela do artigo 66 do Regulamento da Previdncia Social, embora raramente mencionada, ocorrendo entre os trs diferentes tempos de servios especiais: TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES PARA 15PARA 20PARA 25 DE 15 ANOS-1,331,67 DE 20 ANOS0,75-1,25 DE 25 ANOS0,600,80- 13 CONCLUSO Obenefcioprevidenciriodeaposentadoriaespecialinstrumentode grandevaliaaotrabalhadorsujeitoaoexercciodeatividadessobcondiesespeciaisque prejudiquemasadeouaintegridadefsica,umavezque,peladegradaopromovidapor taisatividadesaoorganismo,odesgastefsico,mentalebiolgiconecessitamumdescanso precoce do ser humano, o que amparado pela Previdncia Social. A grande sucesso legislativa que ocorreu na espcie foi sempre no sentido deadaptaralegislaoasnovasrealidadesmateriaisdostrabalhadoresesemprefoi respeitado o direito adquirido e o princpio basilar de segurana jurdica, que o tempus regit actum. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRSPECIAL RETIREMENT ABSTRACT This work aims to analyze the specialretirement pension benefit, and, inthe Brazilian legal systemhasalloweditscreationin1ofArticle201oftheFederalConstitutionand materialized in Article 57 and following ofLawNo. 8.213/91.Is institute that aims to grant earlyretirementtoexercentesactivitiesunderspecialconditionsthatimpairthehealthor integrity.Forthisarticlewilldiscusstheoriginsoftheconceptandbenefitcited,analyzing their controversial issues and probate laws on the subject. Keywords: Special retirement. Probate laws. Controversial issues. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BRREFERNCIAS ALENCAR, Hermes Arrais. Benefcios Previdencirios. 4. ed. So Paulo: Leud, 2009. AMADO,FredericoAugustoDiTrindade.DireitoPrevidencirioSistematizado.2ed. Salvador: Juspodivm, 2011. ASSAD,LucianaMaria;COELHO,FbioAlexandre;COLEHO,VinciusAlexandre.Manualde Direito Previdencirio: Benefcios. 1 ed. So Paulo: Juarez de Oliveira, 2006. BALERA, Wagner. 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