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APOSTILA 01 AMOR CORTÊS (O LUGAR DO HOMEM E DA MULHER NA SOCIEDADE MEDIEVAL) Ao tratar da sociedade medieval, é comum tratar suas representações artísticas. Elas dizem muito da sociedade daquela época. Desse modo, quando se trata do amor cortês, o tratamento não é diferente. Há muitas representações artísticas que tratam dele. Por volta do século XII surgiu o amor cortês. Um comportamento amoroso diferente, em que a pessoa amada era elevada a um plano quase que divino. Nessa situação, havia o ‗‘jogo amoroso‘‘ que acontecia quando o cavalheiro cortejava a dama casada. Além disso, o amor cortês expressava não só o desejo sexual. mas também o ideal de elevação do amor sua expressão máxima fosse na literatura, nas atitudes das pessoas ou nas artes. Na literatura isso é visto no gênero literário do romance como uma das reminiscências do amor cortês na literatura. Um exemplo da literatura do amor cortês é o conto O Romance da Rosa que é um poema como um sonho alegórico sobre o amor. Outro exemplo é o conto se Tristão e Isolda Já no caso das artes e atitudes, a imagem a seguir explica bem: Figura 1 - Homem e mulher da época medieval

APOSTILA 01 AMOR CORTÊS (O LUGAR DO HOMEM E DA … · Outro exemplo é o conto se Tristão e Isolda Já no caso das artes e atitudes, a imagem a seguir explica bem: Figura 1 - Homem

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APOSTILA 01

AMOR CORTÊS (O LUGAR DO HOMEM E DA MULHER NA SOCIEDADE

MEDIEVAL)

Ao tratar da sociedade medieval, é comum tratar suas representações artísticas.

Elas dizem muito da sociedade daquela época. Desse modo, quando se trata do amor

cortês, o tratamento não é diferente. Há muitas representações artísticas que tratam dele.

Por volta do século XII surgiu o amor cortês. Um comportamento amoroso

diferente, em que a pessoa amada era elevada a um plano quase que divino. Nessa

situação, havia o ‗‘jogo amoroso‘‘ que acontecia quando o cavalheiro cortejava a dama

casada.

Além disso, o amor cortês expressava não só o desejo sexual. mas também o

ideal de elevação do amor – sua expressão máxima – fosse na literatura, nas atitudes das

pessoas ou nas artes. Na literatura isso é visto no gênero literário do romance como uma

das reminiscências do amor cortês na literatura. Um exemplo da literatura do amor

cortês é o conto O Romance da Rosa que é um poema como um sonho alegórico sobre o

amor. Outro exemplo é o conto se Tristão e Isolda

Já no caso das artes e atitudes, a imagem a seguir explica bem:

Figura 1 - Homem e mulher da época medieval

Na imagem, percebe-se claramente a atitude da mulher em pôr seu braço

esquerdo sob o homem que se encontra sob um divã. Isto é algo interessante, pois

mostra uma posição de elevação da mulher na Idade Média. Algo que, em Roma, era

representado de maneira invertida: o homem que tinha a atitude sob a mulher que, por

sua vez, é quem estava deitada no divã. Em suma, é a mulher que envolve o homem, o

que, sem dúvida, representa a elevação da condição feminina.

Com isso, percebe-se uma das atitudes do ideal do amor cortês e o lugar da

mulher na sociedade medieval. Já no caso dos homens, estes não estavam nem em

posição inferior, nem superior, eles simplesmente completavam a mulher. Em suma,

homens e mulheres se complementavam. Isto é percebido nesta mesma imagem, em que

as flores e o falcão dão um equilíbrio e harmonia à imagem.

O homem, por sua vez, inserido nesse contexto de cavalaria medieval, prestava

honras de cavalaria à dama cortejada. Os senhores feudais, inclusive, permitiam que os

jovens cavalheiros cortejassem suas esposas, mas sem permitir a relação carnal. Isto

demonstra outra característica do amor cortês, a SEXUALIDADE. Totalmente imersa,

mas que, como foi dito, o ideal de elevação do amor era o maior princípio. De acordo

com a Igreja, esse amor, era na verdade um desvio do verdadeiro amor, o de Deus.

Por fim, esse imaginário medieval do amor cortês foi presente nas poesias e

poemas através da literatura; na iconografia e nas atitudes das pessoas.

APOSTILA 02

IGREJA MEDIEVAL

A Igreja Medieval passou por um longo período de reformas Do século IV ao

século VI A Igreja lutava pela autonomia do poder eclesiástico (que antes podia ser

outorgado por senhores e pelo Sacro Império Germânico), e no século X a Igreja se

tornou a única instituição capaz de trazer a ordem pública e conclamar a paz de Deus.

Figura 2 - Representação do Sacro Império Germânico. De um lado os religiosos

da Igreja, e do outros membros do Império.

CLERO REGULAR E CLERO SECULAR:

Para entender de maneira simples a diferença entre a ordem regular e secular,

basta atentarmos para a palavra. Regular vem de regra, sendo assim, as ordens regulares

obedecem a uma regra, que é o caso das ordens religiosas. Cada qual obedece a um

conjunto de regras, sejam os franciscanos, os beneditinos, as carmelitas e outras ordens

que obedecem a determinadas regras de acordo com a sua ordem.

Já o clero secular, não obedece a uma regra que não seja as da própria Igreja

através de sua doutrina. O clero secular é composto por diáconos: a mais baixa

hierarquia do clero. Eram responsáveis pelo contato direto com o povo, vigiavam

aqueles que frequentavam regularmente as missas aos domingos e denunciavam as

famílias que não seguiam o ensinamento religioso. Nos períodos de guerra, convenciam

as camadas mais baixas a lutarem a favor da religião, seguindo os interesses dos

imperadores; Presbíteros: celebravam as missas e eram responsáveis pelo ensinamento

religioso de determinada comunidade. Eram celibatários, ou seja, podiam realizar

casamentos entre seu povo e escolher os membros diáconos de sua paróquia e os

Epíscopes: constituídos pelos bispos, arcebispos, patriarcas e o papa, eles têm papel

fundamental nas decisões da Igreja Católica. O papa é como se fosse a representação do

apóstolo Pedro na Terra e representa a supremacia da religião cristã.

Figura 3 - À esquerda, um exemplo do clero regular, e à direita, um representante

do clero secular.

MONGES E MENDICANTES

Entre os séculos a Igreja passou por mudanças na sua estrutura arquitetônica e

também em sua organização institucional. A criação das ordens mendicantes é a

principal característica dessa reforma institucional, que tem como personagem principal

a figura de São Francisco de Assis.

O exemplo de São Francisco estava na pregação do evangelho e também da

penitência. Esse modo de vida será aceito no século XIII pelo Papa. Com sua prática

Francisco fundou a ordem dos franciscanos, que era uma ordem MENDICANTE por

não viver enclausurado em um convento obrigatoriamente, e praticarem a caridade e

evangelização.

A ordem dominicana, formada por São Domingos, também foi uma das

primeiras ordens mendicantes junto com os franciscanos. Além disso, as ordens

mendicantes, também permitiam mulheres, é o caso das ordens femininas, como é o

caso da clarissas e carmelitas.

Já as ordens MONÁSTICAS ficam enclausuradas, também vivem da caridade,

mas na clausura. Um grande exemplo de ordem monástica são os beneditinos.

Figura 4 São Francisco e São Domingos

Figura 5 Ordens femininas

APOSTILA 03

CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA IDADE MÉDIA

De forma geral, pensamos que durante a Idade Média não houve progresso ligado à ciência e

tecnologia; achamos somente que esse período era imerso em ―trevas‖ e que a população vivia

somente baseada em suas superstições. No entanto, ao estudarmos esse período de forma mais

aprofundada, vemos que existem teorias bastante equivocadas acerca do mesmo, e que

contrariando o senso comum, constata-se que durante o medievo houve a presença de invenções

ligadas à tecnologia e ciência.

Para se entender melhor essa problemática, é necessário que atentemos para o contexto que

possibilitou o surgimento do pensamento de caráter cientifico. Sabemos na Idade Moderna –

período posterior ao medievo, existiram grandes invenções como a Imprensa de tipos móveis,

que facilitou a disseminação dos livros e da leitura; as grandes navegações, que partiram para o

mundo inteiro dentre outras muitas invenções. Mas obviamente, tudo isso não surgiu do nada,

para que essas tecnologias tomassem tanto espaço, houve um contexto que as antecederam,

contexto este que encontramos na Idade Média.

Com o ruir das sociedades gregas e romanas (sociedades que vieram antes da Idade Média), boa

parte do que foi produzido intelectualmente, seus costumes e modo de ver o mundo foi perdido,

dando lugar a um cenário que já não prezava pelo o que ali foi instituído. Na Europa, no lugar

do paganismo romano e grego, havia o Cristianismo como religião oficial e sua crença em um

único deus. A cosmovisão cristã alterou profundamente os costumes e influenciou em todos os

âmbitos da sociedade medieval. Para se compreender a pensamento científico desse período, se

faz necessário que se atente para o Cristianismo como premissa principal. Devido às invasões

bárbaras e de outros muitos povos, o Império do Ocidente foi permeado por diversas culturas

provenientes desses povos, e tendo em vista isso, a Igreja Católica serviu de agente

aglutinador/unificador desses povos que agora teriam que adorar um deus em comum e partilhar

dos mesmos costumes. Como forma de unificar ainda mais o Império, Carlos Magno decidiu

executar uma reforma na educação, e dessa forma surgiram escolas que possuíam o ensino em

comum, e que mais tarde se tornaram universidades que produziam conhecimento científico.

A chamada escolástica medieval e o pensamento que se deriva da mesma é de grande

relevância para entender o delinear do campo científico que facilitou as grandes invenções

tecnológicas e descobertas posteriores. Mas no que consistia a escolástica? De forma resumida,

a escolástica possui grande relação com o pensamento cristão predominante na época, pois

partia do pressuposto de que não havia separação entre o pensamento religioso e as demais

coisas. Visava dessa forma compreender o mundo e as indagações que surgiam. Era também

uma linha dentro da filosofia medieval que deve o seu nome às artes ensinadas na altura pelos

escolásticos nas Escolas medievais. Estas artes podiam ser divididas em Trivium (gramática,

retórica e dialética) e Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música).

A escolástica resulta essencialmente no aprofundar da filosofia, que naquela época abrangia a

quase totalidade dos conhecimentos (em alguns casos, incluía até a teologia).

O método escolástico consistia em leitura crítica de obras selecionadas, aprendendo a apreciar

as teorias do autor, por meio do estudo minucioso de seu pensamento. Neste processo, como

complemento, eram explorados outros documentos ou obras relacionadas com a obra em

questão. A partir da comparação entre o texto da obra e os documentos a ela relacionados,

especialmente documentos da igreja e análises de estudiosos anteriores, se produzia

as sententiae, curtas sentenças nas quais eram listadas as discordâncias entre fontes diversas,

acerca dos temas tratados na obra em estudo.

O pensamento escolástico foi influenciado por Platão e seu neoplatonismo, pelo pensamento

Grego e também pelo pensamento de Santo Agostinho. No entanto, o pensador mais relevante

da escolástica é Tomás de Aquino. Entender a Escolástica é tentar responder a pergunta: Como

conciliar a fé e a razão? Essa é a questão principal que vai atravessar todo o período do

pensamento escolástico na busca de harmonizar as duas esferas (razão e fé).

O pensamento de Agostinho defenderá uma subordinação maior da razão em relação à fé, por

acreditar que esta (a fé) venha com mais sucesso restaurar a condição decaída da razão humana

no seu retorno às origens divinas. Por outro lado, Tomás de Aquino defenderá a autonomia da

razão na busca e obtenção de respostas (por influência do aristotelismo). Entretanto, em nenhum

momento Aquino negará a premissa da subordinação da razão à fé.

As fontes de conhecimento fundamentais no aprofundamento da reflexão na Escolástica serão

os filósofos antigos, as Sagradas Escrituras e os Pais da Igreja (autores dos primeiros séculos

cristãos) que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.

Outros pensadores medievais darão importantes contribuições à Escolástica: Anselmo de

Cantuária, Alberto Magno, Roger Bacon, Boaventura de Bagnoreggio, Pedro Abelardo,

Bernardo de Claraval, João Escoto Erígena, João Duns Scot, Jean Buridan, Nicole Oresme. Vale

salientar que o pensamento escolástico permeou a Idade Média até o seu fim.

O homem dos primeiros séculos da Idade Média observava a natureza não com um olhar

metódico e científico, mas sim de forma prática, com vista a entender de forma simples questões

do dia a dia, não se refletindo sobre os fenômenos da natureza. Contudo, no período da Idade

Média Clássica, vê-se alterações significativas com o chamado RENASCIMENTO DO

SÉCULO XII. Evoluções técnicas possibilitam ocultivo de novas terras e o aumento da

diversidade dos produtos agrícolas, que sustentam uma população que passa a crescer

rapidamente. O comércio está em franca expansão, ocorre o desenvolvimento de rotas entre os

diversos povos que reduzem as distâncias, facilitando não só o comércio de bens físicos, mas

também a troca de ideias entre os países. As cidades também vão abandonando a sua

dependência agrária, crescendo em torno dos castelos e mosteiros. Nesse ambiente receptivo,

começam a ser abertas novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas

menores.

No campo intelectual, as mudanças são também fruto do contato com o

mundo oriental e árabe através das Cruzadas e do movimento de Reconquista da península

Ibérica. Nessa altura, o mundo islâmico encontrava-se bastante avançado em termos intelectuais

e científicos. Os autores árabes tinham mantido durante muito tempo um contato regular com as

obras clássicas gregas (Aristóteles, por exemplo), tendo feito um trabalho de tradução que se

tornaria valioso para os povos ocidentais, já que por este meio voltaram a entrar em contato com

as suas raízes eruditas entretanto "esquecidas".

Por volta de 1150 são fundadas as primeiras universidades medievais –

Bolonha (1088), Paris (1150) e Oxford (1167) — em 1500 já seriam mais de setenta. Esse foi

efetivamente o ponto de partida para o modelo atual de universidade. Algumas dessas

instituições recebiam da Igreja ou de Reis o título de StudiumGenerale; e eram consideradas os

locais de ensino mais prestigiados da Europa, seus acadêmicos eram encorajados a partilhar

documentos e dar cursos em outros institutos por todo o continente.

Tratando-se não apenas de instituições de ensino, as universidades medievais eram também

locais de pesquisa e produção do saber, além de focos de vigorosos debates e muitas polêmicas.

Isso também ficou claro nas crises em que estas instituições estiveram envolvidas e pelas

intervenções que sofreram do poder real e eclesiástico. A filosofia natural estudada

nas faculdades de Arte dessas instituições tratava do estudo objetivo da natureza e

do universo físico.

Outro fator importante para o florescimento intelectual do período foi a atividade cultural das

novas ordens mendicantes: especialmente os Dominicanos e os Franciscanos. Ao contrário de

ordens monásticas, voltadas para a vida contemplativa nos mosteiros, essas novas ordens eram

dedicadas à convivência no mundo leigo e procuravam defender a fé cristã pela pregação e pelo

uso da razão. A integração dessas ordens nas universidades medievais proporcionava a

infraestrutura necessária para a existência de comunidades científicas e iria gerar muitos frutos

para o estudo da natureza, especialmente com a renomada escola Franciscana de Oxford.

O influxo de textos gregos, as ordens mendicantes e a multiplicação das universidades iriam

agir conjuntamente nesse novo mundo que se alimentava do turbilhão das cidades em

crescimento. Em 1200 já havia traduções latinas razoavelmente precisas dos principais trabalhos

dos autores antigos mais cruciais para a filosofia : Aristóteles, Platão, Euclides, Ptolomeu,

Arquimedes e Galeno. Nessa altura a filosofia natural contida nesses textos começou a ser

trabalhada e desenvolvida por escolásticosnotáveis como: Robert Grosseteste, Roger

Bacon, Alberto Magno e Duns Scot, que trariam novas tendências para uma abordagem mais

concreta e empírica, representando um prelúdio do pensamento moderno.

Roger Bacon, aluno de Grosseteste dá atenção especial à importância da experimentação para

aumentar o número de fatos conhecidos a respeito do mundo. Ele descreve o método científico

como um ciclo repetido de observação, hipótese, experimentação e necessidade de verificação

independente. Bacon registrava a forma em que conduzia seus experimentos em detalhes

precisos, a fim de que outros pudessem reproduzir seus experimentos e tes;tar os resultados -

essa possibilidade de verificação independente é parte fundamental do método científico

contemporâneo.

Com o advento da PESTE NEGRA e os horrores que foram causados pela mesma, muito dessa

produção científica ficou estagnado, sendo que quase todo perdido devido a destruição e

milhares de mortes ocorridas. Entretanto, com o Renascimento que compreende o fim da Idade

Média e o início da Idade Moderna, vemos o ressurgimento do pensamento científico e das

produções iniciadas durante o medievo; assim como a presença de outros elementos relevantes

como o humanismo, antropocentrismo e valorização do pensamento grego – estes já não

possuíam comprometimento com uma cosmovisão cristã.

GRANDES NOMES DO PENSAMENTO CIENTÍFICO MEDIEVAL:

Robert Grosseteste (1168-1253) foi considerado o fundador do pensamento científico de

Oxford. Escreveu sobre temas variados como som, astronomia, óptica e geometria. Afirmava

que os experimentos deveriam ser usados para verificar uma teoria, testando suas

consequências/ Alberto Magno (1193-1280) virou um dos Santos da Igreja Católica, obtendo o

título de Doutor da Igreja. Ficou famoso por ter um conhecimento vasto e por defender a

interação da ciência com religião. Em uma de suas frases famosas afirmou: ―a ciência não

consiste em ratificar o que outros disseram, mas em buscar as causas dos fenômenos‖. Roger

Bacon (1214-1294) propagou o conceito de leis da natureza e atribuiu seus conhecimentos nas

áreas de mecânica e geografia/ Tomás de Aquino (1227-1274) foi um frade dominicano e

teólogo. Sua contribuição para a ciência do período foi ter sido responsável pela integração

aristotelismo e escolástica/Duns Scot (1266-1308), membro da Ordem Franciscana formou no

ambiente acadêmico da Universidade de Oxford um grande enfoque da relação Razão e Fé.

William de Occam (1285- 1350) defendia o princípio da parcimônia. ―Se há várias explicações

igualmente válidas para um fato, então devemos escolher a mais simples‖. Esta frase se tornou

base para os conhecimentos metodológicos científico/ Jean Buridan (1300-1358) foi um filósofo

e religioso francês famoso e influente na Idade Média tardia. Sua contribuição para o período foi

o desenvolvimento da teoria do Ímpeto, que explicava o desenvolvimento dos projéteis e

objetos em queda livre/ Nicole d‘Oresme (c.1323-1382) foi um dos principais propagadores das

ciências modernas/ Oresme combateu fortemente a astrologia e especulou a possibilidade de

haver outros mundos no espaço.

Quanto à tecnologia, o desenvolvimento estava ligado aos estudos científicos, em que neste

período o predomínio era do Cristianismo em toda parte da Europa. Por volta de 1100 d. C.

ocorre uma revolução que ajustou o renascimento das cidades e o crescimento comercial, em

que as culturas foram ampliadas, bem como as fronteiras agrícolas, o crescimento econômico, o

desenvolvimento intelectual e grandes evoluções tecnológicas. No século XI, os europeus

começaram a usar ferraduras nos animais, isto lhes aumentava a vida útil e, com a utilização da

carreta de quatro rodas, possibilita um distanciamento maior entre a aldeia e os campos. A

adoção da coelheira possibilitou o atrelamento dos bois, uma mudança que ocorreu por volta de

1200. Os bois passaram a ser utilizados com maior eficiência através da invenção da carga

frontal, pois esta deu-lhe mais força que a anterior, presa nos chifres. Por conseguinte, a

agricultura ganhou mais força com o arado de laminas e relha para fender o solo e uma aiveca

para voltar os torrões para os lados e abrir um sulco, substituindo aquela de madeira. A partir do

século XII, o vento era a maior fonte de energia.

O moinho surgiu nesse período também, assim como arreios e estribos que facilitaram o

trabalho agrícola. Outra invenção foi a máquina cardadora, que era movimentado pela força

hidráulica. Deixando o estilo clássico, a Idade Média traz fortemente o estilo gótico, na

arquitetura, a partir daí o vitral alargam-se dando espaço para as janelas, e assim as igrejas

tornaram-se mais iluminadas. Portanto, foi na era medieval que surgiram várias técnicas como

por exemplo: a fabricação e o manuseio de vidros e noção de pinturas, a colheitadeira movida

por um animal (burro), os guindastes, as engrenagens diferenciais, esgotos, aquedutos, ligas de

ferro fundido, rotação de culturas, navios mercantes de grande capacidade e o concreto

acabaram abandonadas e precisaram ser redescobertas mais tarde. Percebe-se que o período

medieval foi importante para a sociedade contemporânea, deixando para a atual sociedade nova

formas de facilitar a vida e de entender os acontecimentos naturais.

Principais invenções da idade Média:

- Moinho de vento / Moinho d‘água

- Óculos

- Relógio mecânico

- Guindaste para uso em porto/ Guindaste portuário flutuante

- Ferradura para cavalos

- Técnicas arquitetônicas para construção de castelos e igrejas

- Técnica de pintura a óleo.

- Arado pesado (puxado por bois)

- Relógio de areia

- Alto forno (usado em metalurgia)

- Poço artesiano

- Sistema de aquecimento central

- Compasso astronômico

- Compasso seco (usado como sistema de orientação em navegação)

- Marca d‘água em papel (para evitar falsificações)

- Universidade

- Tear horizontal

- Botão de camisa

- Jogo de xadrez

- Espelho

- Colher e garfo

- Imã

- Ratoeira

- Sabonete pastoso (semilíquido)

- Armas e instrumentos de guerra: armadura metálica, canhão, balista e arbalesta

- Carrinho de mão

- Jogo de cartas

- Vitrais usados em igrejas

- Sistema agrícola de rotação de culturas

- Banco e sistema bancário

- Caravela (embarcação de fundamental importância na época dos Grandes Descobrimentos

Marítimos).

IMAGENS:

PENSAMENTO MEDIEVAL/ESCOLÁTICA

SÃO TOMÁS DE AQUINO

ESTRIBOS MEDIEVAIS

ARREIOS

ESTUDO DIRIGIDO

Fontes de pesquisa: livros didáticos, outras fontes bibliográficas e Internet.

PARTE I – OS BÁRBAROS / CONCEPÇÃO DE IDADE MÉDIA

1) Elabore um pequeno texto, definindo: o conceito de “bárbaro” para os romanos;

quem eram os germanos e os eslavos; o elemento de maior prestígio social entre os

germânicos; as bases da vida social e da economia dos germânicos.

2) O que teria atraído as tribos germânicas para o território romano e como o avanço

do povo huno interferiu nesse processo migratório?

3) Reinos bárbaros surgiram nos territórios que antes eram submetidos ao Império

Romano. Pesquise e elabore um mapa com a localização dos reinos formados pelos

germânicos: anglos e saxões, vândalos, francos, suevos, visigodos, lombardos,

ostrogodos, etc.

4) A Idade Média foi subdividida em duas partes. Atribua a cada parte o contexto

histórico correspondente.

5) Entre os séculos XVII e XVIII, a Idade Média passou a ser chamada de “Idade das

Trevas”. Por que este título foi-lhe atribuído? Seria correto definir assim o período

medieval diante do que sabemos sobre o mesmo? Justifique.

PARTE II – OS FRANCOS E O IMPÉRIO CAROLÍNGIO

1) Explique como o reino dos francos teve sua origem, da chegada do povo à Gália até

o surgimento de seu primeiro rei.

2) A dinastia merovíngia foi a primeira das dinastias dos reis francos. Qual a razão de

seu nome e como veio a declinar?

3) O majordomus Carlos Martel tornou-se um herói em 732, batalhando contra os

árabes. Por que essa vitória foi fundamental não só para os francos, mas para toda

a Europa? Qual a relação desse fato com o aparecimento da segunda dinastia

franca?

4) Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve e neto de Carlos Martel, tornou-se o

soberano mais poderoso da cristandade ocidental. Como ele chegou a tanto?

5) Explique a seguinte relação: rivalidade entre o Ocidente e o poder de

Constantinopla → coroação de Carlos como imperador em 800.

6) Descreva o modelo administrativo do Império Carolíngio.

7) O que foi o Renascimento Carolíngio?

8) Quais fatores enfraqueceram o império e levaram à sua divisão após a morte de

Carlos Magno?

9) Qual foi o resultado do enfraquecimento da autoridade central ante as invasões

dos vikings a partir do século IX?

PARTE III – O FEUDALISMO

1) Explique:

a) Feudo – beneficium.

b) Vassalo, suserano, e a relação entre estas duas figuras feudais.

c) Homenagem (no contexto do feudalismo) e contrato vassálico.

d) A afirmação: “O feudalismo resultou da combinação de instituições romanas e

tradições germânicas” (Braick; Mota, p.125)

e) O direito feudal consuetudinário.

f) A composição da sociedade feudal e a função de cada ordem ou estamento.

2) Defina o significado de senhorio (no feudalismo) e destaque sua principal

característica, bem como sua organização.

3) Qual a relação entre o feudalismo e o decréscimo do comércio?

4) Destaque o papel de cada um destes trabalhadores do campo no período feudal:

servo, vilão e escravo.

5) Elabore uma lista com pelo menos cinco das obrigações que um servo devia ao seu

senhor, definindo cada uma.

6) Qual a diferença entre aristocracia e nobreza? Quais títulos nobiliárquicos eram

conferidos aos grandes aristocratas e quais títulos recebiam os pequenos?

7) Fale sobre o papel do cavaleiro medieval e aponte a sua mais forte característica.

8) Qual a importância da Igreja Católica no período feudal?