Apostila 1Notícia Como Conhecimento Público - Parcialidade-1

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  • 8/16/2019 Apostila 1Notícia Como Conhecimento Público - Parcialidade-1

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     Apostila 1

    CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - Jornalismo

    DISCIPLINA: Fundamenos de JornalismoPROFESSOR: Jos! Romildo de Oli"eira LimaSEMES#RE DO CURSO: PrimeiroSEMES#RE LE#I$O: %e"ereiro a &ul'o de ())*

     Adaptação de Texto de Michael Schudson, publicado em Power of News

    Notícia como conhecimento público

    Imagine um mundo em que governos, homens de negócios, lobistas, candidatos, igrejas e

    movimentos sociais repassam informações diretamente para os cidadãos em seuscomputadores domésticos. O jornalismo est abolido. Os cidadãos, que acessam qualquerfonte de informação pela rede de computadores, também enviam suas próprias informaçõese comentrios! eles são tanto disseminadores quanto receptores de not"cias. #ernandinho$eira%&ar, 'u 'lu( 'lan )sociedade secreta formada só por brancos americanos*, gangs,crianças, pessoas idosas em asilos, religiosos, membros dos +em%erra! todos mandam erecebem mensagens. -ada um de nós é um jornalista.

    ue aconteceria/ 0rimeiro, os cidadãos tenderiam a confiar nas not"cias divulgadas pelosfuncionrios de governo! dariam atenção especialmente ao que sa"sse da -asa $ranca)1stados 2nidos* ou 0alcio do 0lanalto )$rasil*. O presidente, como s"mbolo maior de

    leg"tima autoridade, ampliaria mais ainda o poder que possui de estabelecer a agenda deassuntos a serem encaminhados 3 discussão p4blica. +e e(cluirmos outras fontes de poder,como o presidente do +upremo ribunal #ederal, ou o ministro da 5ustiça, por e(emplo, as pessoas tenderiam a acreditar em fontes locais 3s quais possuem acesso pessoal!freq6entadores de Igreja buscariam os padres e pastores, os atletas se voltariam para seustécnicos, os maridos para suas mulheres e vice%versa.

    7s pessoas com certe8a se desesperariam para selecionar algo em uma infinidade deinformações. ual é a informação mais importante/ ual a mais interessante/ -om certe8a,implorariam por uma ajuda para interpretação e e(plicação dos fatos. O9, eu posso acessaro 4ltimo te(to divulgado pelo +upremo. &as que, entre nós, é capa8 de identificar os

     pargrafos%chave e coloc%los em conte(to apropriado/-om certe8a haveria uma demanda por repórteres, editores e comentaristas. : verdade quealgumas pessoas buscam defensores de causa ou militantes, mas outras desconfiam deanalistas partidrios. 0referem observadores independentes! estes possuem muitas ve8esuma visão inteligente da pol"tica, sem comprometimento partidrio. -om certe8a, o jornalismo seria reinventado.

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    ;. 7 not"cia é produ8ida por uma troca entre uma fonte, que na maioria dasve8es est situada na estrutura representativa do governo, e o jornalista,também ligado na maior parte das ve8es a uma empresa privada decomunicação. 1ssa troca constitui um balé estratégico, uma forma de ação pol"tica.

    D. &as a not"cia é de fato um produto cultural, não uma ação pol"tica. 0or isso,raramente e(iste uma cone(ão clara da not"cia com a ação pol"tica deleitores e espectadores ou com atos pol"ticos de funcionrios de governo eelites.

    E. 7 not"cia F como forma de cultura F constitui o que chamados aqui deGconhecimento p4blicoH.

    0arcialidade

    7 m"dia é ou não politicamente parcial/ 7s opiniões sobre o tema variam. 7lguns cr"ticosdi8em que sim, outros que não. outros que consideram que a m"dia não é politicamente,

    mas profissionalmente parcial. 0rofissionalismo, de fato, é a marca do jornalismo de hoje. =o século JIJ, a m"dia era partidria. =os séculos JJ e JJI, a m"dia deu um salto para o profissionalismo, graças em grande parte 3 comerciali8ação de seus espaços. &as o quesignifica ser profissional/ +ignifica produ8ir not"cias obedecendo aos constrangimentos dasrotinas da organi8ação e 3s pressões próprias da empresa. Kentro dessa visão, muitos pesquisadores acham que as rotinas das not"cias e da organi8ação constituem as reais causasda parcialidade. 7 questão da propriedade da m"dia ou o modo de ver do jornalista não pesam portanto na formação da parcialidade.

    uatro formas de not"cias parciais são constantemente citadas! a negativa, a distanciada, atécnica e a oficial.

    0arcialidade negativa

     =ot"cia tende a ser not"cia ruim. 1m toda eleição, seja para munic"pios, estados ou para presidente do $rasil, as not"cias demonstram ser mais negativas do que positivas em relaçãoa qualquer candidato. Isso não acontece porque os jornalistas são do contra, mas porque são profissionais. 7 not"cia tende a realçar conflitos, batalhas e mal%entendidos. +empre h doislados em qualquer história! a not"cia sempre ressalta o aparecimento do conflito até mesmoquando h consenso entre as partes.

    0arcialidade distanciada

    -ada ve8 mais o jornalista toma dist@ncia da vida pol"tica, incentivado pelo profissionalismo e pela cultura da redação. Isso não se aplica obviamente 3s not"cias deesporte nem 3s de interesse humano. =o esporte, o repórter toma partido por um ladoL nointeresse humano, elabora um te(to com pai(ão para conquistar o coração do leitorL e no jornalismo investigativo, a história presume a capacidade de criar indignação moral noleitor.

    E

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    &as, no noticirio de campanha eleitoral, o distanciamento funciona como uma visão fria e profissional dos fatos! o jornalista observa os apelos retóricos e os pronunciamentos pol"ticos com o intuito de estudar as estratégias e as tticas deste campo. O Gleitorimpl"citoH do noticirio eleitoral trabalha como se estivesse em um supermercado pol"tico! possui tempo, interesse e atenção para verificar as vantagens comparativas, para ler a lista

    de ingredientes em cada pacote de idéias pol"ticas. O consumidor ideal é o que desenvolvede racionali8ar a prefer?ncia por um ou por outro candidato.

    0arcialidade técnica

    O jornalista focali8a estratégias e tticas, em detrimento da produção pol"tica. 0refere omec@nico ao ideológico. 7o agir assim, o jornalista aplica o profissionalismo porque sedistancia do conflito de interesse, perspectiva e valor.

    0arcialidade oficial

    0arcialidade oficial é o nome que se d 3 tend?ncia do jornalismo profissional de valori8aras fontes p4blicas, ou seja, os funcionrios do governo do alto escalão e os técnicosespeciali8ados. 1stes 4ltimos são relativamente poucos, mas confiveis. 7 not"cia tanto éum produto de fontes quanto de jornalistas. 1sse princ"pio contradi8 a parcialidadenegativa/ =ão. 0odemos distinguir a rotina de not"cias das fontes oficiais que aparecem nos jornais das not"cias que de ve8 em quando aparecem com questionamentos em relação a pronunciamentos de altos funcionrios do governo sobre esc@ndalos ou va8amentos. 7sfontes oficiais sempre são o sujeitos da not"cia como também sua origem. 1m alguns casos,essas fontes também são colocadas em conte(to de noticirio negativo.

    $ibliografia!

    +-2K+O=, &. The Power of News.-ambridge )&7*! arvard, ;MMA.

    arefa!

    O aluno deve responder, de forma suscita, 3s perguntas abai(o. 7s respostas devem serarquivadas no portifólio.

    ;. Ke que fala o te(to/D. -omo est problemati8ado/E. ual o fio condutor da e(planação/N. ue tipo de racioc"nio ele segue na argumentação/

    N