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Disciplina: Administração Financeira e Orçamentária II (elaborada conforme bibliografia citada) APOSTILA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II 1

Apostila Administração Financeira e Orçamentáia II ED (2)

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Disciplina: Administração Financeira e Orçamentária II

(elaborada conforme bibliografia citada)

APOSTILA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA II

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1. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

1.1. A EMPRESA

Para poderem funcionar as empresas precisam de DINHEIRO. (imóvel, máquinas, equipamentos, pessoas, matérias-primas, alugar, comprar, pagar tributos, salários, etc.)Nenhuma empresa pode ser aberta com o mínimo de capital inicial nem pode funcionar sem algum capital de giro para garantir suas operações. O DINHEIRO é o motor dos negócios.

AS EMPRESAS SÃO ORGANIZAÇÕES SOCIAIS QUE UTILIZAM RECURSOS PARA ATINGIR OBJETIVOS. OBJETIVOS ESSES QUE PODEM

SER O LUCRO OU NÃO.

O LUCRO É O EXCEDENTE ENTRE A RECEITA OBTIDA E A DESPESA EFETUADA EM UMA DETERMINADA OPERAÇÃO.

O LUCRO É A REMUNERAÇÃO DO EMPREENDEDOR QUE ASSUME RISCOS DO NEGÓCIO.

As empresas podem assumir diferentes formas e tamanhos. Do ponto de vista JURÍDICO:

Firma individual: único empresário ou proprietário que responde pelos seus negócios. Essa pessoa opera em próprio benefício;

Sociedade de pessoas: empresas constituídas de dois ou mais sócios com o objetivo de obter lucro;

Sociedade anônima: sociedade comercial constituído por ações de um mesmo valor nominal.

Toda empresa existe para produzir bens (produtos ou mercadorias) ou serviços (atividades especializadas). São as EMPRESAS INDUSTRIAIS e as EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS.Para colocarem seus bens ou serviços no mercado e assim iniciar a comercialização, as empresas precisam de recursos. A ADMINISTRAÇÃO procura a aplicação rentável dos recursos necessários à obtenção dos objetivos.Os principais recursos empresariais, ou fatores de produção (chamados pelos economistas) são:

Recursos Materiais: são os recursos físicos (edifícios, prédios, equipamentos, máquinas, ferramentas, materiais, matérias-primas, etc.);

Recursos Financeiros: são os recursos monetários (capital, dinheiro em caixa ou em bancos, contas a receber, créditos, investimentos, etc.);

Recursos Humanos: são os recursos vivos (diretores, gerentes, operários, administrativos, etc.);

Recursos Mercadológicos: são os recursos comerciais para colocar os produtos/serviços no mercado (promoção, propaganda, vendas, pesquisa de mercado, pesquisa de consumidor, etc.);

Recursos Administrativos: são os recursos gerenciais (planejamento, organização, direção, controle, etc.).

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DIRETOR PRESIDENTE

DIRETOR INDUSTRIAL

RECURSOS MATERIAS

DIRETOR FINANCEIRO

RECURSOS FINANCEIROS

RECUROS HUMANOS

RECURSOS COMERCIAIS

DIRETOR DE PESSOAL

DIRETOR COMERCIAL

Fator de Produção → NATUREZA, CAPITAL e TRABALHO

Para administrar os recursos empresariais/fatores de produção faz-se necessário que a empresa siga uma ordem, representada a seguir pelo organograma:

PRODUÇÃO FINANÇAS PESSOAL COMERCIALIZAÇÃO

Assim, a administração dos recursos empresariais é garantida pelas quatro áreas básicas da empresa: Produção, Finanças, Pessoas e Marketing, ou seja, temos quatro especializações da administração: Administração da Produção, Administração Financeira; Administração de Recursos Humanos e Administração de Marketing, respectivamente.

1.2. CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A Administração Financeira (AF) é a área que cuida dos recursos financeiros da empresa, importando-se com dois principais aspectos: a RENTABILIDADE e a LIQUIDEZ, ou seja, o melhor retorno possível do investimento (Rentabilidade ou Lucratividade) e a sua rápida conversão em dinheiro (Liquidez).Não é possível conseguir a máxima rentabilidade e a máxima liquidez: existe um conflito em conseguir atingir os dois objetivos ao mesmo tempo. Deve-se aplicar boa parte dos fundos disponíveis e manter inativa outra parte contra defesa ao risco. Porém, inativos não produzem rentabilidade, por isso não se consegue a maximização dos dois principais objetivos da AF juntas.

1.2.1. CONCEITOS DE LUCRO E RISCO

Lucro Bruto: constitui a diferença entre a receita obtida pela venda de mercadorias e o custo de sua produção;

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DIRETOR PRESIDENTE

DIRETOR FINANCEIRO

TESOURARIACONTROLADORIA

AUDITORIACONTROLE ORÇAMENTÁRIO

CONTABILIDADE GERAL

RELAÇÕES BANCÁRIAS

CAIXACONTAS A PAGAR

Lucro Líquido: é o resultado da subtração do lucro bruto da quantia correspondente à depreciação do capital fixo e das despesas financeiras. Esse lucro pode ser destinado para uma retirada em dinheiro pelos sócios, dividendos (sociedades anônimas) ou fundo de reserva.

Risco: significa a possibilidade de perigo, incerto, mas previsível, que ameaça a pessoa ou empresa.

1.2.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

As principais atribuições da AF podem ser desdobradas em três aspectos:a) Obter recursos financeiros;b) Utilizar recursos financeiros;c) Aplicar recursos financeiros excedentes.

A estrutura organizacional da AF, costuma apresentar-se da seguinte forma:

Suas funções vão desde o planejamento e controle financeiro até a obtenção, utilização de recursos financeiros.

Em resumo, a ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA tem por finalidade obter, utilizar e aplicar os recursos financeiros da empresa, alcançando índices elevados de rentabilidade e de liquidez, para tal, ela utiliza relatórios com informações financeiras, assunto que será estudado a seguir.

A função financeira e o papel do administrador financeiro (Administração Financeira

/ ProfaRuth F. Roque Rossi)

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A administração financeira centraliza-se na captação, aplicação dos recursos necessários e na distribuição eficiente dos mesmos para que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas a que se propõe a sua direção.

A função financeira está ligada às áreas que exigem a tomada de decisões.

O objetivo básico da administração financeira é, fundamentalmente, o mais alto nível de rentabilidade sem comprometer a liquidez. Assim, a meta do administrador financeiro resume-se no dilema básico: liquidez versus rentabilidade.

Dessa forma, citam-se como funções do administrador financeiro:

a) manter a empresa em permanente situação de liquidez;b) maximizar o retorno sobre o investimento realizado;c) administrar o capital de giro da empresa;d) avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente;e) estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados;f) analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a empresa;g) informar a alta administração sobre as condições econômico-sociais atuais e futuras da empresa;h) interpretar as demonstrações financeiras da empresa;i) manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito oferecidas pelas instituições financeiras.

Principais áreas de decisão em administração financeira

Basicamente definem-se as seguintes áreas de tomada de decisão na Administração Financeira:

1. Investimento (Onde investir os recursos financeiros): Diz respeito à distribuição dos fundos eficientemente entre os diversos ativos, como por exemplo:- aquisição de máquinas novas;- substituição de um equipamento por outro;- campanha publicitária;- instalação de sistema de controle de produção e estoques para computadores;- compra de patente sobre processo de produção ou direitos de uso de marcas comerciais;- construção de nova fábrica;- abertura de nova linha de produtos e serviços;- lançamento de novos produtos;- decisões entre alugar ou comprar; etc.2. Financiamento (Onde captar os recursos financeiros): O que se refere ao volume de fundos que deverá utilizar a empresa, buscando sempre captar recursos ao mais baixo custo, considerando: prazos, datas de pagamento, garantias exigidas, etc.

3. Distribuição dos lucros (O que fazer do lucro): No que diz respeito à política de dividendos e a destinação dada aos recursos financeiros gerados pela própria empresa.

Noções básicas de planejamento financeiro

Para atender aos objetivos da administração financeira, são necessários:

- a formulação de uma estratégia empresarial para determinar a utilização mais eficiente dos recursos disponíveis a qualquer momento em investimento, financiamento e utilização do lucro líquido;

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- a seleção das fontes mais adequadas para obtençào de recursos financeiros e análise da utilização destes recursos.

Assim, o planejamento financeiro determina as diretrizes de mudanças numa empresa. É necessário porque:

estabelece as metas a serem atingidas;

avalia as interações entre decisões de investimento e financiamento;

prepara a empresa para eventuais modificações no meio ambiente

O planejamento financeiro global compreende a programação avançada de todos os planos da administração financeira e a integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa e compreende os seguintes passos:

- estimar os recursos que serão necessários para executar os planos operacionais da empresa;

- determinar o montante de tais recursos que poderão ser obtidos no âmbito da própria empresa e quanto deverá provir de fontes externas;

- identificar os melhores meios e fontes para obtenção de recursos adicionais, quando se fizerem necessários;

- estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos, obtidos interna ou externamente, para executar os planos operacionais.

A análise do planejamento financeiro deve permitir : - a transformação dos dados financeiros de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da empresa; - a avaliação da necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva; - a determinação de aumentos (reduções) dos financiamentos requeridos.

O processo de planejamento financeiro inicia com planos financeiros a longo prazo ou estratégicos que, por sua vez, direcionam a formulação de planos e orçamentos a curto prazo que só implementam os objetivos estratégicos a longo prazo.

Desta forma, pode-se falar em duas dimensões temporais de planejamento:

I. Planejamento Financeiro a Longo Prazo que envolve decisões relacionadas a:

A. Orçamento de capital (investimentos);

B. Estrutura de capital (financiamentos);

C. Política de dividendos.

II. Planejamento Financeiro a Curto Prazo que envolve decisões relacionadas a:

A. Magnitude do investimento da empresa em ativos circulantes

B. Como financiar ativos de curto prazo

Os principais demonstrativos resultantes do processo de planejamento financeiro de curto prazo são: Orçamento de Caixa, Demonstrativo de Resultado e o Balanço Patrimonial.

No que se refere ao planejamento financeiro à curto prazo, existem algumas questões básicas de finanças de curto prazo que necessitam ser respondidas:

Qual o nível razoável de caixa que deve ser mantido para pagar as contas?

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Ativo Circulante(AC)DisponibilidadesValores a receberEstoques

Ativo Permanente(AP)InvestimentosImobilizadoDiferido

Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP)

Passivo Circulante(PC)FornecedoresDespesas ProvisionadasEmpréstimos

Passivo Exigível a Longo Prazo (PELP)Empréstimos e financiamentos

Patrimônio LíquidoCapital SocialReservasLucros Acumulados

Resultados de Exercícios Futuros

Quanto deve ser encomendado de matéria-prima?

Quanto crédito deve ser concedido aos clientes?

Alguns conceitos em administração do capital de giro

O capital de giro tem participação relevante no desempenho operacional das empresas. Sua administração trata dos ativos e passivos circulantes. O termo giro refere-se aos recursos correntes (de curto prazo) da empresa, geralmente identificados como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano.

A figura 1, ao resumir o balanço patrimonial de uma empresa apresentando seus principais itens, permite que se identifiquem algumas definições de capital de giro.

Figura 1 - Estrutura resumida de um balanço patrimonial

Os elementos de giro são identificados no ativo circulante e passivo circulante, ou seja, no curto prazo.

O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro representa os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias) até o recebimento pela venda do produto acabado.

Os elementos que compõem o ativo circulante não costumam apresentar sincronização temporal equilibrada em seus níveis de atividade. Evidentemente, se as atividades de seus vários elementos ocorressem de forma perfeitamente sincronizada, não haveria necessidade de se manterem recursos aplicados em capital de giro.

A administração do capital de giro diz respeito à administração das contas dos elementos de giro, ou seja, dos ativos e passivos correntes (circulantes) e às inter-relações existentes entre eles.

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O capital de giro (circulante) líquido (CCL), mais diretamente obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, reflete a folga financeira da empresa. Dentro de um conceito mais rigoroso, o CCL representa o volume de recursos de longo prazo (exigibilidade e patrimônio líquido) que se encontra financiando os ativos correntes (de curto prazo).

Assim, tem-se:

CCL = ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE

ou

CCL = (PATRIMÔNIO LÍQUIDO + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - ( ATIVO PERMANENTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)

Uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações. Este incremento de atividade no capital de giro proporciona, de forma favorável à empresa, menor necessidade de imobilização de capital no ativo circulante e conseqüente aumento da rentabilidade.

2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As quatro demonstrações financeiras básicas contidas no relatório anual são o BALANÇO PATRIMONIAL, a DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS, a DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS RETIDOS e a DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA.

2.1. BALANÇO PATRIMONIAL: mostra ativos do lado esquerdo e passivos e patrimônio líquido ou reivindicações contra os ativos do lado direito. O balanço pode ser entendido como uma fotografia da posição financeira da empresa em um determinado ponto no tempo.2.2. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS (DREs): apresenta os resultados das operações durante um período de tempo e mostra os lucros por ação como o “detalhe mais importante”.2.3. DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS RETIDOS: mostra a mudança nos lucros retidos entre as datas de balanço. Os lucros retidos representam uma reivindicação contra ativos, e não ativos em si.2.4. DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA: apresenta o impacto das atividade operacionais, de investimentos e de financiamento sobre os fluxos de caixa durante um período contábil.

3. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Esta análise ajuda a comparar o desempenho da empresa com outras do mesmo setor e avaliar tendências nas operações ao longo do tempo. Esses estudos auxiliam o gestor a identificar deficiências e empreender medidas para melhorar o desempenho. A Contabilidade preocupa-se em como as demonstrações são feitas a Administração em como elas são utilizadas.

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3.1. Análise Vertical: Calculando-se a porcentagem dos itens do Ativo sobre o Ativo Total realiza-se a Análise Vertical. Esta análise busca evidenciar os itens mais relevantes do Ativo Total bem como do Capital Total da empresa. Este tipo de análise propicia a comparação da percentagem dos itens do Ativo em relação a outras empresas, basicamente as concorrentes. De modo geral, sua maior utilidade é comparar a evolução das participações dos itens do ativo sobre o ativo total. No exemplo dado verifica-se que as disponibilidades correspondiam a 6% em 19X1 e a 2,69% em 19X2, evidenciando um decréscimo do investimento total em disponibilidades.

3.2. Análise Horizontal: A análise horizontal, também conhecida como análise de tendências, evidencia a evolução dos itens das demonstrações financeiras.

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BALANÇO PATRIMONIAL

É uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada data, representando, portanto, uma posição estática da mesma. O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (exigibilidades e obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é resultante da diferença entre o total de ativos e passivos.O balanço patrimonial é uma das peças extraídas dos livros contábeis, que faz parte do conjunto das demonstrações financeiras, representa de forma sintética o patrimônio da empresa em determinado momento, elaborado segundo os princípios contábeis geralmente aceitos.

Segundo Matarazzo (1998, p.43), o balanço patrimonial: É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo -, assim como as obrigações - Passivo Exigível – em determinada data. As diferenças entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados por esta em suas operações e retidos internamente.

Assaf Neto (2002, p.58) menciona que: O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em dado momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo após seu encerramento.

3.2.1.1 Estrutura do Balanço Patrimonial

As contas que serão classificadas no Balanço Patrimonial, representando os elementos do patrimônio que estão registrados na escrituração mercantil da companhia, estão agrupadas de maneira que irá facilitar o conhecimento e análise da situação financeira da mesma. É demonstrado em forma equacional, sendo o lado positivo representado pelo Ativo, que são os direitos e os bens e o lado negativo representado pelo Passivo representando as obrigações, e a diferença entre Ativo e Passivo, é o Patrimônio Líquido que representa o investimento dos proprietários na constituição da empresa.

3.2.1.1.1 Ativo

No ativo, as contas devem ser dispostas em ordem decrescente de liquidez, os elementos registrados estão estruturados nos seguintes subgrupos:

1) Ativo Circulante; 2) Ativo Realizável a Longo Prazo 3) Ativo Permanente.

O critério de classificação das contas do Ativo está definido no § 1º do artigo 178 da Lei 6.404/76, que define: No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registradas no seguinte grupo:

a) Ativo circulante; b) Ativo realizável a longo prazo; c) Ativo permanente, dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo diferido.

3.2.1.1.1.1 Ativo Circulante

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O ativo circulante subdivide-se em:

a) Disponível; b) Direitos Realizáveis no Exercício Seguinte; c) Estoques; d) Despesas Apropriáveis no Exercício Seguinte e Pagas Antecipadamente.

Ativo Circulante: é composto pelas contas de liquidez imediata, e sua classificação está estabelecida no artigo 179, item I da Lei 6.404/76, do seguinte modo: I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.

3.2.1.1.1.1.1 Disponível

Deve-se entender como disponível, as contas onde são registrados os valores que representam o dinheiro em caixa, os saldos disponíveis em contas de movimento bancário, os saldos de contas relativas aos ativos imediatamente liquidáveis.

3.2.1.1.1.1.2 Direitos Realizáveis no Exercício Seguinte

Classificam-se neste subgrupo:

a) saldos relativos a aplicações em valores mobiliários, operações no mercado aberto e saldos de recursos para os quais não haja uma necessária aplicação no momento; b) contas a receber, com vencimentos para o exercício seguinte, tais como: A) contas ou duplicatas a receber por vendas mercantis (inclusive cheques pré-datados); B) adiantamentos a empregados, e outros; c) a parcela do imposto, relativa a opções por incentivos fiscais, até o momento do recebimento do Certificado de Investimento (CI);

3.2.1.1.1.1.3 Estoques

Classificam-se as seguintes contas nesse subgrupo: a) estoque de mercadorias, matérias primas, embalagens e materiais secundários empregados em processo de produção, materiais de consumo e produtos em trânsito, subprodutos e resíduos; b) estoque de imóveis pronto para a venda ou em construção com prazo de entrega até 12 meses; c) estoque de materiais em poder de terceiros para beneficiamento.

3.2.1.1.1.1.4 Despesas Apropriáveis no Exercício Seguinte

Registra-se neste subgrupo os valores das despesas antecipadas, devem ser apropriado como os prêmios de seguros e despesas financeiras diferidas, referentes a financiamentos apropriáveis no exercício seguinte.

3.2.1.1.1.2 Ativo Realizável a Longo Prazo

I - Direitos Realizáveis após o encerramento do Exercício Seguinte: Neste subgrupo serão registradas, dentre outras contas, as que representam os seguintes direitos, realizáveis após o encerramento do exercício seguinte: Duplicatas a Receber, Adiantamentos ou Empréstimos a Fornecedores ou a Sociedade Coligada ou Controlada, Adiantamentos ou Empréstimos a Diretores. II- Despesas Apropriáveis após o encerramento do Exercício Seguinte: São registradas neste subgrupo, as despesas antecipadas, referentes a encargos financeiros exigíveis após o exercício

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seguinte ao do encerramento do Balanço. O item II do Art. 179 da Lei 6.404/76 estabelece que: II – no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (art. 243), diretores, acionistas ou participantes do lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração objeto da companhia.

3.2.1.1.1.3 Ativo Permanente

Divide-se em três subgrupos: a) Investimentos; b) Imobilizado; c) Diferido.

3.2.1.1.1.3.1 Investimentos

Este subgrupo divide – se em: a) as participações permanentes em outras sociedades; b) os empreendimentos relativos ao plantio de florestas destinados à proteção do solo ou à preservação do meio ambiente, sem que se destinem à manutenção da atividade da empresa; c) as aplicações em Incentivos Fiscais, após o recebimento do Certificado de Investimento (CI), quando houver a intenção de manter estes valores como investimentos; d) as importâncias aplicadas na aquisição de imóveis, desde que não sejam para revenda ou destinadas à manutenção das atividades da empresa (ex: imóveis para aluguel); e) as aplicações em ouro, quando não constarem do objeto social da pessoa jurídica.

3.2.1.1.1.3.2 Imobilizado

Escritura – se nesse subgrupo os bens e os direitos que tenham por objeto bens destinados para a manutenção das atividades da empresa ou exercidos com essa finalidade, abrange até as atividades de propriedade industrial ou comercial. Subdivide – em: máquinas, equipamentos, construções, direito de exploração de minas e jazidas, reservas florestais, patentes de invenções e marcas, fórmulas e processo de fabricação, ponto comercial e outros direitos de idêntica natureza, deverão ser classificados neste subgrupo, classifica-se também, as benfeitorias realizadas em imóveis de terceiros.

3.2.1.1.1. 3.3 Ativo Diferido

Registra-se neste subgrupo, as seguintes aplicações: a) os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder ao início das operações sociais; b) as despesas pré-operacionais ou pré-industriais, quando não se identificarem com elementos específicos do Ativo Permanente Imobilizado ou de Investimentos; c) as despesas com pesquisas científicas ou tecnológicas, quando não exercida opção para apropriação direta em conta de resultado; d) as despesas com o desenvolvimento de jazidas ou minas; e) as despesas com a reestruturação, reorganização ou modernização das empresas; f) as benfeitorias ou construções em imóveis locados, sem direito a indenização, cujo contrato tenha prazo determinado; g) as despesas com prospecção e cubagem de jazidas e depósitos, realizadas por concessionárias de pesquisas ou lavra mineral, sob orientação técnica de engenheiro de minas; h) a parte dos custos, encargos e despesas operacionais, registrados durante o período em que a empresa, em fase inicial de operação, utilizou apenas parcialmente os seus equipamentos ou as suas instalações.

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3.2.1.1.2 Passivo

Em ordem decrescente de exigibilidade, as contas do passivo são estruturadas nos seguintes grupos: a) Passivo Circulante b) Passivo Exigível a Longo Prazo c) Resultados de Exercícios Futuros d) Patrimônio Líquido Segundo o § 2º do Art. 178 da Lei 6.404/76 estabelece que: No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: a) Passivo circulante; b) Passivo exigível a longo prazo; c) Resultados de exercícios futuros; d) Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.

3.2.1.1.2.1 Passivo Circulante

São escrituradas as obrigações da empresa, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do Ativo Permanente, vencíveis no exercício seguinte. Neste grupo classificam – se os seguintes subgrupos:

a) Fornecedores; b) Empréstimos Bancários; c) Obrigações Tributárias; d) Obrigações Sociais; e) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social.

O Art. 180 da Lei 6.404/76 determina que: As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, no passivo exigível a longo prazo, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179. Parágrafo único do art.179. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. As principais contas do passivo circulante são: Fornecedores: origina-se das operações de compra a prazo, no mercado nacional ou exterior, de matérias-primas destinadas ao processo produtivo, mercadorias com a finalidade de revenda ou outros materiais ou insumos. Duplicatas a Pagar Coligada ou Controlada: refere-se às obrigações da sociedade originárias de transações normais a prazo, de coligadas ou controladas, como se fossem qualquer outro fornecedor. Tributos a Pagar/Recolher: compreende as obrigações relativas a impostos, taxas e contribuições. Salários e Encargos Sociais: compõem-se das obrigações da empresa para com seus empregados e aos agentes arrecadadores de contribuições sociais, bem como as obrigações conhecidas como previsíveis e calculáveis na data do balanço. Empréstimos e Financiamentos de Instituições Financeiras: compreendem os recursos obtidos pela empresa junto a instituições financeiras do país com a finalidade de financiar imobilizações ou o próprio giro do negócio. Além das contas descritas acima, podemos encontrar muitas outras contas no passivo circulante, tais como: adiantamentos, contas a pagar, dividendos, gratificações e participações, empréstimos em moeda estrangeira etc.

3.2.1.1.2.2 Passivo Exigível a Longo Prazo

Escritura-se neste grupo as contas que representam as obrigações vencíveis após o encerramento do exercício seguinte, incluindo financiamentos para aquisição de direitos do Ativo Permanente. Classificam-se neste grupo as seguintes contas:

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a) Financiamentos; b) Hipotecas; c) Parcelamentos de Débitos Fiscais e Sociais; d) Créditos de Empresas Coligadas e Controladas; e) Provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre lucros cuja tributação seja diferida.

3.2.1.1.2.2 Resultados de Exercícios Futuros

As receitas diferidas e antecipadas, conforme exige a legislação vigente, as contas que devem integrar os resultados de exercícios futuros devem ser as receitas de exercícios futuros e os seus custos e suas despesas correspondentes. As contas que se classificam neste subgrupo são as seguintes:

a) o valor contratado das vendas a prazo ou a prestação, para recebimento em período-base subseqüente, pelas empresas imobiliárias, e, por diminuição, os custos respectivos; b) as receitas diferidas de contribuintes contratantes de construção de estradas e semelhantes, de empreitadas iniciadas antes de 31.12.77, por diminuição os custos correspondentes; c) o valor recebido antecipadamente na venda de bens, serviços ou mercadorias, ainda não produzidos, ou para entrega futura, nos casos de produção a curto prazo; d) os juros e receitas financeiras recebidas antecipadamente, em operações financeiras; e) os alugueis recebidos antecipadamente; f) os adiantamentos recebidos pela venda de bens importados e por diminuição os custos correspondentes.

Perez Junior e Begalli (2002, p.169) citam: Nos resultados de exercícios futuros, serão classificadas as receitas já recebidas referentes a bens ou serviços ainda não concluídos, deduzidos dos custos incorridos para sua produção até a data do balanço.

3.2.1.1.2.4 Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido é a diferença entre o Ativo e o Passivo Exigível, que representa a primeira origem de recursos da empresa. As contas que constituem esse grupo são as seguintes: a) Capital Social b) Reservas de Capital c) Reservas de Reavaliação d) Reservas de Lucros e) Lucros ou Prejuízos Acumulados Assaf Neto (2002, p.70) diz que: Representa a identidade contábil medida pela diferença entre o total do ativo e os grupos do passivo exigível e resultados de exercícios futuros. Indica em outras palavras, o volume de recursos próprios da empresa, pertencente a seus acionistas ou sócios.

I - Capital Social

Serão discriminados nesta conta o montante subscrito e, como dedução, a parcela do mesmo, ainda não realizada. Assaf Neto (2002, p.70) afirma que: O capital social inclui os valores investidos pelos acionistas ou sócios da sociedade (integralização de capital), ou aqueles gerados pela própria empresa (lucros), e que não foram distribuídos, por deliberação de seus proprietários, sob forma de dividendos.

II - Reservas de Capital

Nesta subdivisão serão agrupadas contas que registram: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal; b) as doações ou subvenções para

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investimento; c) as reservas de Incentivos Fiscais; d) o resultado da Correção Monetária do Capital Integralizado, enquanto não capitalizado.

III-Reservas de Reavaliação

Serão classificadas como Reservas de Reavaliação, as contrapartidas de aumentos de valores atribuídos a componentes do Ativo, em virtude de nova avaliação com base em laudo firmado por peritos ou empresas especializadas que tenham sido nomeados pela Assembléia Geral das companhias.

Segundo Assaf Neto (2002, p.71) as reservas de reavaliação: Representam as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos de ativos em virtude de novas avaliações. Quando o custo corrigido de diversos ativos permanentes for inferior ao valor de mercado, a sociedade poderá promover, desde que a assembléia de acionistas aprove e a avaliação seja feita com base em laudos técnicos de peritos ou firma especializada, a correção de seus valores até atingir o de reposição. O § 3º do artigo 182 da Lei 6.404/76 estabelece que: Serão classificados como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudos nos termos do art.8º, aprovado pela assembléia geral. Art. 8º - A avaliação dos bens será feita por três peritos ou por empresa especializada nomeados em assembléia geral dos subscritores, (...).

IV-Reservas de Lucros

São reservas constituídas pela apropriação de lucros da companhia, podendo assumir as seguintes características:

a) Reserva Legal que é aquela destinada a assegurar a integridade do Capital Social da companhia, podendo ser utilizada para compensar prejuízos ou para aumentar o capital. Será constituída, anualmente, mediante a retenção de 5% (cinco por cento) do Lucro Líquido do Exercício, até o limite de 20% (vinte por cento) do Capital Social Realizado. Entretanto, a companhia poderá deixar de constituí-la no exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido dos montantes das reservas de capital, exceder a 30% (trinta por cento) do capital social. b) Reservas Estatutárias são aquelas que o estatuto pode prever ou criar, desde que para uma: • identifique, de modo preciso e correto, a sua finalidade; • fixe os critérios de determinação da parcela anual do lucro líquido que será destinada à sua constituição; e • estabeleça o limite máximo da reserva. Existem várias modalidades de Reservas Estatutárias. Entre elas podemos citar as constituídas para: Aumento de Capital Social, Reembolso de Ações a Acionistas Dissidentes, Resgate ou Amortização de Ações. c) Reserva para Contingências, que poderá ser estabelecida pela Assembléia Geral, como destinação de parte do Lucro Líquido do Exercício, para compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro proveniente de perda que pareça provável e cujo valor possa ser estimado. Quando não mais existirem as razões da sua constituição, o seu saldo será revertido para Lucros ou Prejuízos Acumulados, no exercício no qual os motivos acima mencionados não mais existirem. d) Reserva para Plano de Investimentos, constituída da parcela do Lucro Líquido do Exercício, para suportar os investimentos discriminados no orçamento de capital da companhia. e)Reserva de Lucros a Realizar, que poderá ser aprovada pela Assembléia Geral, no exercício em que os lucros a realizar ultrapassarem o total deduzido para Reserva Legal, Reservas Estatutárias, Reserva para Contingências e

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Reserva para Planos de Investimentos. São considerados como Lucros a Realizar: A) o saldo credor da conta de registro das contrapartidas dos ajustes da correção monetária; B) o aumento do valor de investimento em Coligadas e Controladas; e C) o lucro em vendas a prazo realizável após o término do exercício seguinte. Assaf Neto (2002, p.72) afirma que: Essas reservas indicam os lucros retidos da empresa com finalidades específicas. O montante das reservas de lucros, com exceção das reservas para contingências e de lucros a realizar, não poderá ser superior ao do capital social. Se isso ocorrer, a assembléia da empresa deverá deliberar a destinação desse excesso, podendo ser aplicado no aumento de capital, ou na distribuição de dividendos aos acionistas ou na absorção de prejuízos. V - Lucros ou Prejuízos Acumulados. Nesta subdivisão está incluída a parte dos Lucros ou Prejuízos Acumulados de exercícios anteriores, do Lucro Líquido do Exercício sem nenhuma destinação específica e, também, como valor retificadores dos elementos do Patrimônio Líquido, do Prejuízo do Exercício, se for o caso.

Obtido em "http://pt.wikibooks.org/wiki/An%C3%A1lise_de_balan%C3%A7os/Introdu%C3%A7%C3%A3o/Referencial_te%C3%B3rico_b%C3%A1sico/Demonstra%C3%A7%C3%B5es_cont%C3%A1beis/Balan%C3%A7o_Patrimonial"

3.3. INTERPRETAÇÃO ANÁLISE HORIZONTAL – corresponde à evolução real de todos os grupos de contas do Balanço Patrimonial, escolhendo um ano qualquer do BP como data base.

Restrições da Análise Horizontal: Se o valor na data-base for nulo, não podemos aplicar o sistema de números –

índices; Se o valor na data-base for negativo e nas demais positivos. Se o valor for

positivo na data-base e nos demais negativos, não haverá problema.

3.4. INTERPRETAÇÃO ANÁLISE VERTICAL – corresponde ao estudo das alterações das combinações dos principais conjuntos de contas ao longo do tempo.

PLANEJAMENTO FINANCEIROAutor: Carlos Eduardo Rosa Lucion

1- INTRODUÇÃOEm tempos de economia global, onde cada vez mais o amadorismo e o improviso estão desaparecendo é indispensável a presença de um planejamento. No mundo de negócios atual onde inovações no processo de gestão empresarial são necessárias, informações são transmitidas a velocidade da luz, oportunidades de negócios surgem nos mais diferentes locais do globo, para tanto a empresa que deseja permanecer e ampliar seu mercado tem que estar preparada para estes desafios entre outros. Nesse contexto de uma economia global surge um dos fatores responsáveis para a obtenção do sucesso

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empresarial, o processo de planejamento financeiro. Por definição, o homem de negócios é objetivo e prático. Partindo desse principio vem-se de encontro ao planejamento financeiro das empresas, que visa dar a sustentação necessária para execução de planos estratégicos a curto e a longo prazo, direcionando toda a ação empresarial com vistas a atingir as metas orçamentárias previstas. Por meio do planejamento financeiro as metas estabelecidas para o crescimento de uma empresa atingem resultados satisfatórios. O planejamento financeiro preocupa-se com a parte financeira, na qual se pode destacar, os elementos da política de investimento e financiamento da empresa, sem examinar detalhadamente os componentes individuais dessas políticas.A presente análise tem por objetivo descrever pontos relevantes ao processo de planejamento financeiro que contribuem significativamente para que a empresa possa atingir seus objetivos de forma sistêmica e gradativa, sendo este um dos responsáveis pelo sucesso do plano estratégico da empresa. Para tanto, foi feita uma pesquisa bibliográfica abrangendo os principais autores da área de administração financeira, expondo os principais conceitos e etapas do Planejamento Financeiro para um efetivo controle financeiro empresarial. É essencial ter um bom conhecimento do negócio para uma análise das políticas de investimento e financiamento. O planejamento financeiro torna-se um instrumento indispensável para a estratégia empresarial fornecendo um referencial técnico para os executivos tomarem decisões que acarretam no crescimento em uma empresa.

2- PLANEJAMENTO FINANCEIROA expressão planejamento tem em seu significado literal o ato ou efeito de planejar; trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados; planificação, processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações (pelo governo, pela direção de uma empresa, etc.) visando à consecução de determinados objetivos; elaboração de planos ou programas governamentais, especialmente na área econômica e social. Já financeiro significa, relativo às finanças, à circulação e gestão do dinheiro e de outros recursos líquidos. Contudo, o conceito de planejamento financeiro tem-se a junção desses dois conceitos levados para um plano empresarial. Atualmente onde a economia sofre variações e encontra-se vulnerável a fatores globais, o plano financeiro empresarial tende a ser mais valorizado e apreciado em primeiro plano no momento de se tomar uma decisão. Segundo Gitman (1997, p.588), “as empresas utilizam-se de planos financeiros para direcionar suas ações com vistas a atingir seus objetivos imediatos e em longo prazo onde um grande montante de recursos está envolvido”.Um plano financeiro eficaz deve dar à luz no momento de expor as ligações das diferentes propostas de investimento ligadas às várias atividades operacionais da empresa e as opções de financiamento disponíveis a ela no mercado. De modo paralelo, um plano financeiro atribui a empresa à chance de desenvolver, analisar e comparar muitos cenários de diferentes ângulos, permitindo assim, que questões relativas às linhas futuras de negócios da empresa e os melhores esquemas de financiamento se necessários, sejam analisados.Segundo Ross (1998, p.82), “Planejamento Financeiro formaliza a maneira pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados. Em visão mais sintetizada, um plano financeiro significa uma declaração do que a empresa deve realizar no futuro”. O planejamento dá a empresa subsídios, para que não seja surpreendida e possa ter uma alternativa já prevista, caso tenha que tomar uma decisão. Gitman (1997, p.588)

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menciona “O planejamento financeiro é um dos aspectos importantes para funcionamento e sustentação de uma empresa, pois fornece roteiros para dirigir, coordenar e controlar suas ações na consecução de seus objetivos. Dois aspectos-chave do planejamento financeiro são o planejamento de caixa e de lucros. O primeiro envolve o planejamento do orçamento de caixa da empresa; por sua vez, o planejamento de lucros é normalmente realizado por meio de demonstrativos financeiros projetados, os quais são úteis para fins de planejamento financeiro interno, como também comumente exigidos pelos credores atuais e futuros.” Um bom planejamento financeiro deve prever o que acontecerá caso o planejado não ocorra, frustrando as expectativas dos executivos e do mercado ou se o mercado não estiver aquecido o suficiente para dar o retorno esperado. Deste modo, o objetivo do planejamento financeiro é evitar surpresas e desenvolver planos alternativos. Segundo Weston (2000, p.342), “O planejamento financeiro envolve a realização de projeções de vendas, renda e ativos baseados em estratégias alternativas de produção e de marketing, seguidas pela decisão de como atendes às necessidades financeiras previstas”. De acordo com Lemes (2002, p.243) “O planejamento financeiro direciona a empresa e estabelece o modo pelo qual os objetivos financeiros podem ser alcançados. Um plano financeiro é, portanto, uma declaração do que deve ser feito no futuro. Em sua maioria, as decisões numa empresa demoram bastante para serem implantadas. Numa situação de incerteza, isso exige que as decisões sejam analisadas com grande antecedência.”Uma empresa tem como principal objetivo à criação e obtenção de valor, entretanto outros objetivos também estão implícitos dos quais se destaca, uma maior taxa de retorno do capital, participação do mercado, obtenção de recursos financeiros. Um bom planejamento financeiro é a forma de garantir que os objetivos e planos traçados em relação às áreas particulares de operação da empresa sejam viáveis e internamente coerentes. O planejamento financeiro ajuda a estipular metas, deixando os gestores motivados, oferecendo os mecanismos para avaliação dos resultados.Para Weston (2000, p.343), “O processo de planejamento financeiro começa com a especificação dos objetivos da empresa, após o que a administração divulga uma série de previsões e orçamentos para cada área significativa da empresa”.Planejamento e controle estão diretamente ligados. Planejamento é necessário para a fixação de padrões e metas, já o controle permite obter informações e comparar os planos com os desempenhos reais e fornecermeios para a realização de um processo de feedback no qual o sistema pode se transformado para que atinja uma situação esperada.Com base nesses dados é traçada uma estratégia de mercado, que levam aos planos de curto prazo, os quais se operacionalizam com base na participação do mercado e pela receptividade dos produtos.Já com uma previsão de vendas estimadas podem-se planejar os orçamentos. O orçamento de produção está subdivido em orçamentos de matéria-prima, mão-de-obra e equipamentos, necessários para sustentar o nível de vendas previsto. Assim, as demais áreas abrangidas terão seu próprio orçamento, por exemplo, o setor de marketing elabora orçamentos de venda e publicidade.O controle financeiro é onde os planos financeiros passam por uma análise mais criteriosa. Este controle se dá através de troca de informações visando o cumprimento dos planos, como a inclusão de modificações necessárias devido a mudanças imprevistas.Durante o processo de planejamento, os orçamentos são combinados e, em conseqüência, os fluxos de caixa da empresa são consolidados no orçamento de caixa.

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Se houver; pois um aumento nas vendas e levar a uma escassez na projeção de caixa, a administração pode antecipar quais os medidas que irá adotar para obter os recursos necessário com maior economia. Weston (2000, p.343).O plano financeiro deve explicitar as ligações entre as propostas de investimento das várias atividades operacionais da empresa e as opções de financiamento a ela disponível. Em outras palavras, se a empresa estiver pensando em se expandir e realizar novos investimentos e projetos onde será obtido o financiamento para custeá-los, à incapacidade de perceber a ligação, por exemplo, entre o crescimento das vendas e as necessidades de produção poderá levar a um desastre financeiro.Para Braga (1992, p.230), o planejamento financeiro compreende a programação avançada de todos os planos da administração financeira e a integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas as áreas da empresa.Desta forma, o planejamento financeiro é realizado e desenvolvido em duas etapas, em curto prazo e em longo prazo, acompanhando a execução do planejamento financeiro global, mediante as investigações das variações orçamentárias, onde as principais correspondem à previsão de vendas e orçamento de caixa.Com relação ao planejamento financeiro, Gitman (1997, p.588) discorre, “o processo de planejamento financeiro se inicia com a projeção de planos financeiros em longo prazo, ou estratégicos, que por sua vez direcionam a formulação de planos e orçamentos operacionais em curto prazo”.

2.1 – PLANEJAMENTO FINANCEIRO A LONGO PRAZOPara Gitman (1997, p.588) “Os planos financeiros a longo prazo são ações projetadas para um futuro distante, acompanhado da previsão de seus reflexos financeiros. Tais planos tendem a cobrir um período de dois a dez anos, sendo comumente encontrados em planos qüinqüenais que são revistos periodicamente à luz de novas informações significativas”.Os planos de produção, marketing e outros utilizam uma série de recursos administrativos para orientar a empresa a alcançar seus objetivos, estes são traçados através o plano estratégico da empresa paralelo a ele, encontra-se os planos financeiros a longo prazo. Planos a longo prazo segundo Gitman (1997, p.588) “focalizam os dispêndio de capital, atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e de desenvolvimentos de produtos, estrutura de capital e importantes fonte de financiamentos”.Os planos financeiros de longo prazo são um modo organizado e sistemático, pelo qual se vê as necessidades de capital ou financiamento para transformar as aspirações da empresa em realidade. O planejamento financeiro a longo prazo auxilia a ordenar as alternativas, priorizar objetivos e dar umadireção a empresa. O resultado das decisões de investimento em novos produtos é transformado em objetivos de vendas e lucro. Um investimento pesado em propaganda não deveria apenas refletir-se em despesa de propaganda, mas também prever a elevação de vendas associada àquele esforço de propaganda. As instalações deveriam ser revistas à luz da projeção de vendas e das providências tomadas para maximizar a contribuição da produção. O planejamento a longo prazo também pode ser utilizado para estabelecerpadrões e objetivos de desempenho.A maioria das empresas tem como componente básico de seu planejamento financeiro a longo prazo uma taxa de crescimento global e explícita. Portanto, há uma interação direta entre a taxa de crescimento e suapolítica financeira, Ross (1998, p.589).

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As taxas de crescimento planejadas devem resultar de um processo completo de planejamento. Com o uso de um modelo de planejamento o levantamento das variáveis de crescimento torna-se mais preciso. A determinação da taxa de crescimento torna-se um processo padrão permitindo a simulação de hipóteses otimistas e pessimistas, permitindo testar a viabilidade da taxa de crescimento planejada. Em planos de longo prazo não se deve esquecer a conclusão de projetos existentes, linhas de mercadorias, ramo de negócios, reembolso de dívidas e quaisquer aquisições planejadas. Estes por sua vez, tendem a ser subsidiados pelos orçamentos e planos de lucro anuais, dando o aval para a continuidade de tais planos sem desequilíbrio financeiro da empresa. A falta de um planejamento financeiro a longo prazo é o principal motivo de ocorrência de dificuldades e falências de empresas. Planos financeiros a longo prazo possuem a tendência a serem custeados por planos financeiros a curto prazo e estão ligados a planejamento estratégico da organização.

2.2 - PLANEJAMENTO FINANCEIRO A CURTO PRAZOSegundo Gitman (1997, p.588) “os planos financeiros a curto prazo são ações planejadas para um período curto (de um a dois anos) acompanhado da previsão de seus reflexos financeiros”.Não há uma definição globalmente aceita para finanças a curto prazo. A diferença mais significante entre finanças de curto prazo e finanças de longo prazo é a duração da série de fluxo de caixas.Segundo Ross (1998, p.609), “As finanças a curto prazo consistem em uma análise das decisões que afetam os ativos e passivos circulantes, com efeitos sobre a empresa dentro do prazo de um ano”. As finanças a curto prazo fazem a empresa ter uma abordagem mais técnica sobre aspectos no que dizem respeito ao nível de caixa a ser mantido num banco para pagamento de contas, quanto de matéria prima deve-se encomendar e quanto de crédito deve ser concedido aos clientes.Para Brealey (1992, p.839) “O planejamento financeiro a curto prazo preocupa-se com gestão do ativo a curto prazo, ou circulante, e do passivo de curto prazo da empresa. Os elementos mais importantes do ativo circulante são as disponibilidades, os títulos negociáveis, as exigências e as contas a receber. Os elementos mais importantes do passivo de curto prazo são empréstimos bancários e as contas a pagar. A diferença entre o ativo circulante e o passivo de curto prazo e chamado de fundo de maneio.” As decisões financeiras de curto prazo implicam em geral, a passivos e ativos de curta duração e, são normalmente fáceis de anular. Um gestor financeiro de curto prazo não precisa prever o futuro remoto, as decisões financeiras a curto prazo são mais fáceis, mas não menos importantes do que as decisões a longo prazo.Um dos pontos chave para o sucesso do planejamento financeiro de uma empresa concentra-se na previsão de vendas, pois partindo dessa previsão são criados planos de produção alternativos que levam em conta o tempo que será necessário para converter a matéria-prima em produto acabado, como os tipos e quantidades de matérias-primas necessárias. Acabado os planos de produção, a empresa tem dados suficientes para estimar as necessidades de mão-de-obra, despesas de fábricas e operacionais. Sendo apuradas todas essas estimativas, pode-se preparar a demonstração do resultado e o orçamento de caixa projetado. “As principais metas do planejamento a curto prazo é a previsão de vendas juntamente com os dados operacionais e financeiros. Como resultado da análise do planejamento a curto prazo tem-se como mais importantes os orçamentos operacionais, orçamento de caixa e demonstrações financeiras projetadas”, Gitman (1997, p.588).

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2.3 - PLANEJAMENTO DE CAIXA: ORÇAMENTOS DE CAIXAO orçamento de caixa é uma ferramenta básica do planejamento financeiro de curto prazo. Para preparar um orçamento de caixa tem-se que levar em conta diversos pontos da atividade financeira da empresa como, recebimentos de caixa, que são todos os itens que a empresa recebe de entrada de caixa durante um determinado período do planejamento financeiro. Segundo Gitman (1997, p.590), “O orçamento de caixa, ou projeção de caixa, é um demonstrativo dos fluxos das entradas e saídas projetadas de caixa da empresa, usado para estimar suas necessidades de caixa a curto prazo”.Um fator importante na preparação do orçamento são os pagamentos efetuados pela empresa no período do planejamento financeiro. Os pagamentos mais importantes são as compras à vista, salários, pagamentos de impostos, pagamento de empréstimos, aquisição de equipamentos, entre outros.Através do planejamento de excedentes e faltas de caixas, a empresa poderá planejar investimentos a curto prazo e se projetar sobras de recursos, ao mesmo tempo, poderá preparar-se para obter financiamento em caso de falta de caixa. Através do orçamento de caixa o administrador financeiro temuma visão dos fluxos de entrada e saída de recursos ao longo de um período.Para Gitman (1997, p.590), “Orçamento de caixa permite a empresa prever as necessidades de caixa da empresa a curto prazo, geralmente no período de um ano, subdividido em intervalos mensais”.Uma das alternativas de reduzir o risco de uma previsão errônea do orçamento, além de uma correta estimativa das vendas, é a elaboração de vários orçamentos de caixa. Com isso, o administrador financeiro terá instrumentos para uma ação diante da detecção de risco, de modo que possa tomar uma decisão a curto prazo mais cabível e com maior segurança. As saídas de caixa se encaixam em quatro categorias básicas. A primeira delas é o pagamento de contas a pagar que representam pagamentos correspondentes à compra de bens ou serviços, tais como matérias primas. Esses pagamentos quase sempre ocorrem após as compras. As compras dependem da previsão de vendas. A segunda categoria é pagamento de salários, impostos e outras despesas, onde se inclui todos os demais custos normais desembolsados de operação. A terceira categoria de gastos de capital corresponde a pagamentos por ativos de longa duração. A última categoria é o financiamento a longo prazo que engloba pagamentos de juros e amortização de dívidas a logo prazo e pagamentos de dividendos aos acionistas, Ross (1998, p. 425).A concepção de um orçamento de caixa é bastante simples, basta registrar as estimativas de entradas e saídas de caixa, prevendo o montante de recursos para que a empresa possa dar continuidade no seu trabalho ou o montante necessário para cobrir os déficits previstos.

2.4 - PREVISÃO DE VENDASSegundo Ross (1998, p.85), “a previsão de vendas é o principal predicado em um planejamento financeiro a curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas vendas projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para sustentar tais vendas”.Um aspecto importante na previsão de vendas é o levantamento de dados coerentes e confiáveis para uma previsão, sendo que tal previsão quando automatizada seja obtida de forma direta e confiável. A previsão de vendas esta diretamente ligada a uma analise detalhada dos dados do mercado.

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A projeção de vendas geralmente começa com uma revisão das vendas dos últimos 5 a 10 anos, mas na maioria das empresas utiliza-se como parâmetro um passado mais recente para uma previsão mais realista, pois o crescimento futuro está ligado com o passado mais recente do que o passado distante.Projeção de vendas constitui uma estimativa de vendas em unidades e valores de uma empresa para algum período futuro, geralmente se baseia nas tendências recentes de vendas e, ainda nas projeções das perspectivas econômicas do país, da região, do setor e assim por diante.Se a projeção de vendas se revelarem errada, as conseqüências podem ser sérias. A primeira é o fato de a empresa querer uma abrangência na qual não está preparada ocasionando um despreparo para atender a demanda, causando assim, desconforto aos seus clientes, que passarão a comprar na concorrência. Por outro lado, se a previsão for além do que o mercado possa absorver poderá haver uma retenção de ativos na forma de matéria-prima, máquinas, entre outros não dando a liquidez necessária tendo ainda embutidoo custo da oportunidade. Evidentemente que uma previsão exata não é possível, isso porque as vendas dependem diretamente do futuro incerto de aspectos da economia. Em determinados casos à previsão não é vital, mas sim, o planejamento de investimento e financiamento se caso determinados índices de vendas venham a incidir. Mas a correta previsão e estruturação dos planos de vendas dá a empresa condições de uma maior abrangência do mercado com um menor desvio de vendas previsto e uma maior lucratividade.

2.5 - PLANEJAMENTO DO LUCROPara Gitman (1997, p.599) “O processo de planejamento de lucros está centrado na elaboração de demonstrações projetadas; a demonstração do resultado e o balanço patrimonial. A elaboração dessas demonstrações exige uma fusão cuidadosa de inúmeros procedimentos que levem em conta as receitas, custos e despesas, obrigações, ativos e participação acionárias, resultantes do nível de operações antecipadas.”Os dados necessários para a preparação de demonstrações projetadas utilizando-se a técnica simplificada são: as demonstrações financeiras do ano passado e uma previsão de vendas para o ano seguinte. Um ponto importante a ser considerado na técnica simplificada envolve diretamente a linha de produção, pois cada modelo fabricado pelo mesmo processo exige quantidades de matérias-primas e mão-de-obra diferentes. O administrador da área financeira tem por base o uso de aproximações simplificadas para apreciar demonstrações projetadas. As técnicas mais populares baseiam-se na confiança de que as relações financeiras verificadas nas demonstrações financeiras passadas não sofram modificações significativas para o período seguinte.

2.6 - DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO PROJETADOUm modelo simples de desenvolver demonstração do resultado é usar o método em que os custos dos produtos vendidos, as despesas operacionais e as despesas de juros são expressos em termos de percentagens, em relação às vendas previstas. As percentagens apresentadas possivelmente serão asmesmas do ano passado. A metodologia utilizada para a estimativa do resultado projetado sugere que as relações entre vários custos e vendas no próximo ano repetirão aquelas havidas no ano anterior.

2.7 - BALANÇO PATRIMONIALPROJETADO

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O balanço patrimonial projetado utiliza-se de uma técnica criteriosa, para estimar certas contas e calcular o valor de outras. Quando essa técnica é utilizada, o financiamento externo necessário é utilizado para fazer o balanço fechar, Gitman (1997, p.605). Esse balanço tem com saída o financiamento externo necessário para o fechamento das contas. Se o valor der positivo para o financiamento externo necessário significa que a empresa terá que levantar fundos externos, para financiar o nível de operação previsto para o período. Se o valor for negativo, tem-se a indicação de excessos de recursos, e tais recursos poderiam ser destinados para saldar dívidas e ou em compras de ações. Freqüentemente essa técnica é utilizada para medir as necessidades de financiamento da empresa.

2.8 - DEMONSTRATIVOS PROJETADOSA preparação de demonstrativos financeiros é formada por várias variáveis sendo que muitos analistas, investidores, credores e administradores utiliza-se de técnicas simplificadas para a elaboração dos demonstrativos projetados, apesar do auxílio de planilhas eletrônicas terem agilizado o processo, estas são bastantes usadas. Um dos fins das demonstrações projetadas é a estimativa de valor externo exigido para financiar um dado nível de vendas, outra finalidade é a base para analisar antecipadamente o nível de lucratividade e o desempenho financeiro global da empresa para o ano seguinte. Aspectos como liquidez,atividade, endividamento e lucratividade também podem ser auferidos com isso, pode-se preparar o demonstrativo de fluxo de caixa projetado. Em virtude das demonstrações financeiras projetadas, tanto o administrador quanto o credor terão subsídios para analisar as origens e aplicações de recursos da empresa. Com isso, poderão ser tomadas medidas para adequar as operações planejadas do ano seguinte, a fim de atingir metas financeiras.Uma demonstração do resultado projetado é sendo o lucro projetado pequeno é possível tomar decisões que provoquem aumento de preço, corte nos custos ou ambos. De maneira análoga se o nível projetado de contas a receber for elevado, é possível instituir mudanças na política de crédito. Em virtude disso, as demonstrações financeiras projetadas são de vital importância na construção dos planos financeiros do ano seguinte. Gitman (1997, p.608).Para se tornar eficiente e ter uma maior credibilidade por parte da área administrativa da empresa o processo de planejamento financeiro deve atentar para pontos cruciais, como o planejamento de caixa, planejamento de lucros e a previsão de vendas, entre outros.Os planos financeiros estratégicos ou de longo prazo servem como guia na preparação de planos operacionais a curto prazo. Planos de longo prazo dão uma antevisão de um período de dois a dez anos e estão ligados ao plano estratégico da empresa, enquanto planos de curto prazo geralmente dão antevisão de um período de um a dois anos e dizem respeito aos ativos e passivos de curto prazo, por exemplo, à previsão de vendas. O processo de planejamento financeiro é um recurso administrativo da área contábil da empresa tornando-se bastante trabalhoso ao administrador financeiro, no entanto há uma metodologia aplicável em conjunto com o conhecimento das atividades da empresa.

3- CONCLUSÃOO planejamento financeiro é uma condição necessária para alavancar o sucesso empresarial. Não existe mais lugar para a improvisação na empresa. É preciso ser profissional e estar atento a variações da economia e política, local e global, sabendo enxergar oportunidades de expansão de mercado não só no meio local, mas também em mercados externos, prever dificuldades inerentes a estes questionamentos e formular

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uma política empresarial que atenda a todos estes fatores levando a empresa a ter um crescimento homogêneo e constante.O planejamento financeiro é um subsidiário do planejamento estratégico, responsável por prever as necessidades monetárias da empresa a fim de atender certa expectativa de produção, prever as possíveis incertezas do mercado, traçar planos alternativos se algo planejado der errado ou se os resultados forem além das expectativas ter planos para conduzir a produção sem que ocorra prejuízo da imagem da empresa por falta de oferta de produto, ou por má qualidade causada pela produção indiscriminada juntamente com a aplicação dos recursos provindos das vendas.O processo de planejamento financeiro contém uma série de pontos relevantes sensíveis à administração financeira e gerencial, os quais são de extrema importância para a elaboração do mesmo e necessários para dar mais segurança para sua aplicação, entre os quais estão o planejamento financeiro a longo prazo, planejamento financeiro a curto prazo, planejamento de caixa, e um dos mais importantes, a previsão de vendas e o planejamento do lucro, entre outros.O planejamento financeiro deve ser profundamente analisado e discutido entre os executivos até que se chegue a um consenso. O processo de planejamento financeiro não deve ser uma atividade mecanizada, apesar dos avanços da tecnologia que trouxeram muita agilidade ao processo com o uso de planilhas e gráficos. Tem-se como um dos objetivos do planejamento financeiro desenvolver uma relação harmoniosa entre o crescimento da empresa com a necessidade de produção necessária para dar sustentação à mesma, necessidade de investimentos externos, previsão de pagamentos de dívidas e impostos, salários, estimativa de custos da produção entre outras, com o intuito de prover a empresa de recursos financeiros. Assim podemos concluir que a realização do planejamento financeiro empresarial em conseqüência dos principais passos descritos pelos autores da administração financeira faz-se um requisito de suma importância para que os planos financeiros da empresa obtenham êxito e desempenhem um papel relevante para a operação e continuidade da organização, tornando assim a empresa mais segura e estável dando maior liquidez em suas operações financeiras. Diante disto, vê-se a grandiosidade de um processo de planejamento financeiro o qual leva a detalhes de alta complexidade unindo diferentes áreas de conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira.São Paulo: Atlas, 1992.BREALEY, Richard A. Princípios de finanças empresariais. Myers, StewartC. Tradução H. Caldeira Menezes, J.C.Rodrigues da Costa. 3º, Portugal:McGraw-Hill, 1992.BRIGHAM, Eugene F. et al. Fundamentos da moderna administraçãoFinanceira. Tradução de Mª Imilda da Costa e Silva. Rio de Janeiro: Campus.1999.GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira. São Paulo:Habra, 1997.LEMES JUNIOR, Antonio Barbosa, CHEROBIM, Ana Paula, RIGO, CláudioMiessa. Administração financeira: princípios, fundamentos e práticasbrasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002.ROSS, Stephen A., WERTERFIELD, Randolph W., JORDAM, Bradford D.,Princípios de administração financeira; tradução Antonio Zoratto Sanvicente.– São Paulo: Atlas, 1998.TUNG, Nguyen H. Controladoria financeira das empresas: uma abordagem

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prática. 5º ed. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1976.WESTON, J. Fred; Brigham, Eugene F. Fundamentos da administraçãofinanceira. São Paulo: Makron Books, 2000.ZADNOWCZ, Jose Eduardo. Planejamento financeiro e orçamento. 3ºed.Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.

OrçamentoOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Orçamento é o plano financeiro estratégico de uma administração para determinado exercício. Apllca-se tanto ao setor governamental quanto ao privado.

Orçamento Empresarial tem como objetivo identificar os componentes do planejamento financeiro com a utilização de um sistema orçamentário, entendido como um plano abragendo todo o conjunto das operação anuais de uma empresa atravês da formalização do desempenho dessas funções administrativas gerais.

Um orçamento, em contabilidade e finanças, é a expressão das receitas e despesas de um indivíduo, organização ou governo relativamente a um período de execução (ou exercício) determinado, geralmente anual, mas que também pode ser mensal, trimestral, plurianual, etc. O orçamento deriva do processo de planejamento da gestão. A administração de qualquer entidade pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, deve estabelecer objetivos e metas para um período determinado, materializados em um plano financeiro, isto é, contendo valores em moeda, para o devido acompanhamento e avaliação da gestão.

O estudo do orçamento, segundo alguns autores, remonta à década de 1920. Na verdade, a gestão organizacional vem tendo saltos de qualidade desde a Revolução Industrial no Século XIX. Esta evolução na gestão proporcionou diversas técnicas na elaboração dos orçamentos, partindo do orçamento tradicional. Surgiram então o Orçamento de Desempenho, o Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento (PPBS), o Orçamento Base Zero, o Orçamento-Programa, o Beyond Budgeting, o Rationalization des Choix Budgetaires, dentre outras.

Entende-se por despesa todos os gastos da pessoa ou organização que podem, inclusive, ser classificados de acordo com os fins a que se destinam. Receita é sinônimo dos provimentos recebidos, que também podem ser classificados – basicamente em receitas patrimoniais (relativas a rendas geradas por propriedades), rendas extraordinárias (essencialmente oriundas de operações financeiras, como empréstimos a juros) e rendas tributárias, exclusivas de governos.

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Os orçamentos estatais ou públicos são representações dos diversos gastos de um governo; gastos que envolvem saúde, educação, transportes, segurança e defesa, essencialmente; uma das principais funções do poder político é definir o orçamento a partir das receitas geradas pelos impostos e outras formas de arrecadação. Essa atribuição recai tanto sobre o poder executivo quanto sobre o poder legislativo, nas democracias: o executivo propõe e fiscaliza a execução do orçamento, e o legislativo analisa e aprova-o. No Brasil, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, o Chefe do Poder Executivo possui a competência de iniciar as leis que estabelecerão o Plano Plurianual (PPA), as Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o orçamento (LOA). No Brasil, o órgão responsável pela elaboração e acompanhamento do orçamento público federal é a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Em Portugal, esse órgão é a Secretaria de Estado do Orçamento, do Ministério das Finanças.

A maioria dos estados também prevê mecanismos de fiscalização do orçamento público por parte do poder judiciário. O Brasil adotou o processo misto, onde o Executivo elabora o projeto de lei do orçamento, para posterior encaminhamento ao Legislativo, que o emenda e aprova-o. A própria Constituição Federal estabelece que cada Poder deve acompanhar e avaliar sua execução financeira, contábil, dentre outras, tendo o Legislativo a competência de exercer o Controle Externo das coisas públicas.

A parte do Direito que estuda as leis sobre orçamentos públicos é o Direito Fiscal ou Orçamentário, ramificação do Direito Financeiro.

Apesar de ser planejado com mais ou menos cuidado, um orçamento pode ser cumprido à risca, ou com sobras ou com falta de recursos planejados.

[editar] Orçamento participativo

Em algumas cidades do Brasil, foi implementada uma política inovadora na criação dos orçamentos públicos com a participação dos cidadãos na escolha das prioridades de investimentos: o Orçamento Participativo. Trata-se de uma consulta popular a respeito do destino dos recursos a serem investidos durante o ano pelas prefeituras. No entanto, geralmente a influência popular é bastante pequena nas decisões. Na VERDADE...

Orçamento empresarial

A maioria das empresas de grande porte e multinacionais têm entre suas responsabilidades desenvolver orçamentos para seus períodos de operação. Um orçamento empresarial deve detalhar quais serão as receitas e despesas da companhia dentro de períodos futuros. A elaboração de um orçamento deve sempre ser feita com base nas previsões, nunca limitando a sua elaboração ao histórico, aos resultados e pressupostos passados. A adopção de uma estratégia deste tipo, de elaboração de

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orçamentos exclusivamente com base nos pressupostos passados constitui um erro estratégico, cujo resultado é invariavelmente o desperdício. Recorrendo a uma imagem simples, elaborar um orçamento desta forma é como conduzir um carro com os olhos exclusivamente postos no retrovisor. Um bom exemplo disto mesmo é o orçamento geral do Estado português, em que se verifica que os gastos dos últimos dois meses do exercício são cerca de dez vezes superiores ao do restante tempo do mesmo, no sentido de cada departamento minimizar o risco de ser alvo de cortes orçamentais no futuro. As empresas que elaborem os seus orçamentos com base unicamente no seu histórico revelam uma tremenda falta de objectivos. Em suma, quem não conhece o seu rumo, não tem ventos favoráveis. Uma vez delineados os objectivos estratégicos, que têm necessariamente que ser quantificados e pressupõem um consciência plena da situação em que a organização se encontra, ficarão a cargo da diversas áreas operacionais as iniciativas, regidas pelos planos de actividade. O orçamento, resultará precisamente do somatório destes planos de actividade, sendo que este período é vulgarmente designado por período de consolidação orçamental. Entende-se assim a necessidade de haver envolvimento pleno e coordenado de toda a organização na elaboração do Orçamento. Em síntese, um orçamento é um processo multi cíclico que culmina no equilíbrio entre os objectivos estratégicos, as iniciativas e os meios financeiros adequados à execução do mesmo. Um orçamento equilibrado pressupõe realismo, no sentido de não ser demasiadamente modesto, promovendo a desmobilização, nem demasiadamente irreal e inatingível, o que implica enorme sensibilidade de quem o elabora. De notar que a sensibilidade, enquanto virtude, não consta nos manuais, antes deriva da curva da experiência e da intuição, será também decisiva na resolução de problemas resultantes do orçamento, nomeadamente no combate aos vícios orçamentais e na interpretação de desvios ao mesmo. Embora não haja nenhum valor percentual previamente fixado para limitar os desvios orçamentais, eles carecem necessariamente de justificação. Desta forma, um orçamento é um instrumento de de gestão. É um instrumento de implementação da estratégia da empresa. É um instrumento de motivação, de comunicação e de avaliação.

Períodos orçamentários

Os períodos mais comuns para o levantamento orçamentário são : Próximos 12 meses (Orçamento Anual), orçando totais para cada mês, totalizações por trimestre quarter americano e Business Plan ou Orçamento Plurianual ou de Capital, que corresponde ao orçamento dos próximos 5 anos.

No Brasil (ver Administração pública), o ano subsequente ao da aprovação regular do Orçamento Anual (chamado de Orçamento - Programa) é denominado de exercício ou exercício financeiro. Assim, pode-se definir o exercício como o ano em que há a "execução orçamentária". Já o ano de preparação ou de aprovação orçamentária pode ser chamado de ano-calendário (como faz a legislação tributária) ou ano civil (se coincidir com 365 dias).

Conteúdo orçado

Os orçamentos anuais podem ser divididos em : Despesas, Receitas e Caixa, este último também conhecido pelo nome de Fluxo de Caixa Projetado. Essa formatação permite que haja uma integração com as contas contábeis, facilitando o acompanhamento da

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"execução orçamentária". Já o Orçamento Plurianual, é mais comum de se dividir em Programas, Projetos e Atividades, como se utiliza na Contabilidade pública Brasileira.

Como informações adicionais do orçamento de Despesas, pode-se ter as informações de Ativo Fixo e Posições - o primeiro indicará a previsão de despesas com depreciação de bens no período, e o segundo uma projeção da quantidade de funcionários/cargos alocados por departamento para o próximo período, destacando admissões ou demissões.

Cenários orçamentários

Um orçamento também é dividido ou classificado por cenários, um cenário significa uma versão de conteúdo orçamentário, portanto cenários diferentes demonstram valores diferentes para a mesma informação a ser orçada. Os cenários mais comuns são: Exibição de Dados Históricos, Cenário Inicial, Revisões, e Cenário Final, este último é a versão aprovada, que será utilizada para acompanhamento orçamentário..

Fases orçamentárias

0 - Tempo Zero. Um orçamento empresarial é elaborado em fases, o que permite que ao longo do tempo gasto para desenvolver um orçamento, todos os níveis da empresa sejam envolvidos neste trabalho. Portanto a fase orçamentária tem relação direta com o momento no tempo em que o orçamento está sendo desenvolvido. As fases mais comuns do são Inicial, Revisões e Final.

1 - Dados. Levantamento dos dados e informações principais: Balanço Séries Históricas Informações Físico-contábeis Outras informações estatísticas

2 - Análise do Orçamento. Análise dos Planos Estratégicos, Tático e Operacional e das informações coletadas, visando alcançar as metas da empresa.

3 - Composição do Orçamento.

Processo de elaboração do Fluxo Orçamentário:

1. Histórico das realizações;2. Premissas;3. Previsões - estimativas p/ próximo exercício;4. Planilhas Eletrônicas (cálculos, tabelas etc);5. Relatório preliminar.

4 - Análise da Proposta Orçamentária. A proposta orçamentária (relatório preliminar) é encaminhada aos órgãos de decisão : (sim) - se aprovada segue p/ implantação ; (não) - não aprovada retorna para tempo anterior.

5 - Implantação. Implantação da Proposta Orçamentária para o próximo exercício; preparação do relatório final.

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Orçamento informatizado

Empresas de grande porte e multinacionais dispõem de sistemas informatizados que auxiliam o processo de orçamentação. Alguns dos sistemas informatizados existentes no mercado para essa função são: Tagetik CPM, Prophix Adaytum , Hyperion, Peoplesoft Budgeting EPM, SAPBW-SEM, S2B-ForBudget M/Legate. Esses softwares são destinados à orçamentação de empresas de grande porte e são classificados como softwares de BI - Business Inteligence.

No acompanhamento da "execução orçamentária" há o auxílio do ramo da Controladoria, embora esse segmento da atividade contábil necessite trabalhar com os chamados "itens controláveis", deixando de lado os chamados "itens 'não controláveis", que podem corresponder a diversos elementos patrimoniais relacionados na Contabilidade.

Empresas sem orçamento

Uma corrente de financistas mais recente, criaram a teoria da "Empresa sem Orçamento", "Budgetless", essas empresas seguem a premissa de não efetuarem um orçamento prévio para suas despesas e receitas em um determinado período, sendo assim, estarão susceptíveis a surpresas em seus controles orçamentários.

ORÇAMENTO MATRICIAL E ORÇAMENTO BASE ZERO

Para que uma empresa tenha uma estrutura forte ao longo do tempo, ela necessita possuir ao menos um plano orçamentário, caso contrário fica sem visão de quanto gastar no curto e no longo prazo, seu fluxo de caixa fica instável gerando insegurança pela parte administrativa-financeira.

O plano de Orçamento Matricial e Orçamento na Base Zero tem como intuito de, com mapeamento dos custos, visualizar uma possível redução dos mesmos. A organização será beneficiada com a implantação de um plano de orçamento para que sejam verificadas as variações no mercado e o comportamento de cada setor, relacionando aos gastos durante um determinado período.

Tudo armazenado num banco de dados, quando bem alimentado facilita o processo decisório organizacional, integrando vários setores da empresa, como o financeiro, o comercial, o de produção, e o de recursos humanos, propiciando a todos um maior acesso às informações e nivelando o conhecimento de todos os membros corporativos. Enfim, adequando a participação de todos no plano orçamentário da corporação.

A cultura orçamentária em uma organização é fundamental para que todos possam entrar no contexto de responsabilidades e saber como utilizar as ferramentas disponíveis para a viabilidade de redução dos custos e despesas. O comprometimento de todos os participantes nessa etapa de elaboração é imprescindível e, como as pessoas têm modelos mentais diferenciados no ambiente organizacional vindo de culturas diferentes, nivelá-los no ambiente empresarial através do conhecimento torna-se um fator de relevância significante.

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Para que uma organização tenha maior agilidade, precisão e qualidade em vários processos, é essencial possuir um bom planejamento orçamentário para o melhor gerenciamento dos processos internos e externos.

O orçamento a ser utilizado para implantação, é o Orçamento Base Zero (OBZ) e Orçamento Matricial (OM), ele já foi aplicado anteriormente em empresas como a Ambev, a Dígitro, o grupo Pão de Açúcar e o grupo RBS. O Orçamento Base Zero avalia excessos de custos e tem como característica analisar, revisar e avaliar todas as despesas não focando em anos anteriores. Seu objetivo principal é reduzir custos e despesas. Com ele projeta-se um crescimento sustentável econômico e financeiro da empresa. Inicia-se o Orçamento Base Zero com a criação de pacotes de gastos a serem minimizados por parte dos setores selecionados a participarem do processo.

O Orçamento Matricial que será sugerido conjuntamente ao Orçamento Base Zero, ajuda a ter um controle orçamentário eficaz e eficiente na organização. O que diferencia de outros orçamentos é que ele é efetuado sob uma análise minuciosa dos gastos e sua redução nos custos. Com isso todas as áreas da empresa terão como desafios as metas a serem colocadas e realizadas, contando dessa forma com o controle dos setores.

O controle orçamentário é executado de forma cruzada, tendo duas pessoas a controlar os gastos. Ele possui duas fases de implantação: primeiramente o planejamento orçamentário que define metas e formas para redução dos gastos e, a posteriori o controle orçamentário que executa o planejamento realizado, averigua o cumprimento dos padrões estabelecidos e corrige, caso haja desvio, entre o planejado e o realizado. Todos os níveis da empresa ajudarão no controle, através das responsabilidades de cada meta estabelecida. Sua fase de acompanhamento Orçamento Matricial faz com que o orçamento seja mais efetivo. Sabe-se que nenhum orçamento alcançará os resultados desejados, se não houver um bom acompanhamento. O Orçamento Matricial vem sendo utilizado nas empresas como uma técnica que visa as organizações a gerenciarem diariamente seus custos. Ele ajudará na competitividade mais acirrada que as empresas encontram no atual mercado globalizado. Através dele será efetuado uma análise dupla de gestores de custos e despesas.

Os gerentes por área terão uma visão ampla dos custos fixos e poderão estudar maneiras de redução através de indicadores de desempenho que permitirão identificar os problemas. Com o Orçamento Matricial far-se-á uma avaliação na qual se poderá analisar se as despesas estão relacionadas aos ramos de atividades ou não. Suas características é a apresentação de regras claras e controlar as tarefas estabelecidas a serem cumpridas por parte da diretoria, gerência, departamentos e setores.

Cada setor da empresa acaba servindo de modelo para outros departamentos. Deve-se fazer uma descrição detalhada das atividades nas quais serão desenvolvidas. O orçamento Matricial é um modelo que vai ajudar na melhor elaboração e acompanhamento do orçamento através do ciclo PDCA de Deming, que é o ciclo de desenvolvimento com foco na melhoria contínua que começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi feito estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução.

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Tanto o Orçamento Base Zero como o Orçamento Matricial tem como objetivos controlar e reduzir despesas em um determinado tempo. No orçamento Matricial usa-se GMD- Gerenciamento Matricial de Despesas o qual traz a empresa melhorias qualitativas para a organização, através de conhecimento de forma sucinta dos gastos, com cada área sendo avaliada conforme seu desempenho em metas a serem aplicadas de forma a envolverem os participantes. O Gerenciamento Matricial de Despesas está baseado em três princípios de controle cruzado:

Duas pessoas da organização analisam todas as despesas;

Desdobramento dos gastos: tudo tem de estar detalhado para então analisarem e definirem as metas a serem alcançadas.

Acompanhamento sistêmico: Após a aplicação do ciclo PDCA verificar-se-á as ações corretivas. A mudança das tomadas decisórias que serão efetuadas sobre a melhoria de qualidade desejada, mudando dessa forma a gestão e recursos a serem implantados. Usa-se o método do ciclo PDCA por efetuar um acompanhamento diário. Dessa forma busca-se o aumento da produtividade, com mais qualidade e com redução de recursos. Nessa fase é fundamental analisar o processo e ativar plano de ação verificando resultados através de padrões e aplicar as devidas correções.

Em resumo, através desse modelo de orçamento base zero e matricial tem-se a implantação do PDCA em dois tópicos, planejamento e acompanhamento. Quando bem inspecionados asseguram bons resultados. Para isso o agrupamento de contas contábeis/ pacotes, deve ser lançado de modo que os gestores possam controlar os pacotes com coerência e dando suporte necessário aos representantes das atividades.

BIBLIOGRAFIA

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