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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI APOSTILA ANATOMIA, FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA DA PELE E ANEXOS CUTÂNEOS ESPÍRITO SANTO

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO – FAVENI

APOSTILA

ANATOMIA, FISIOLOGIA E BIOQUÍMICA

DA PELE E ANEXOS CUTÂNEOS

ESPÍRITO SANTO

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SISTEMA TEGUMENTAR

http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-tegumentar/

Dá-se o nome de tegumento ou sistema tegumentar a tudo aquilo que

reveste externamente o corpo dos animais, conferindo proteção ao organismo

contra desidratação, hidratação excessiva, ação dos raios ultravioletas emitidos

pelo sol, microrganismos patogênicos, choques mecânicos, entre outros. Pode

apresentar apenas pelos, como nos mamíferos; penas, como nas aves e

escamas nos peixes. Nos vertebrados, a pele, que é constituída

de epiderme (externa) e derme (interna).

A epiderme é a camada superficial, formada por tecido

epitelial pluriestratificado pavimentoso (achatado), avascular (por ela não

passam vasos sanguíneos) e apresenta células responsáveis pela produção

de melanina, o pigmento da pele.

A camada celular mais profunda desse epitélio é denominada

germinativa, cujas células passam por contínuas divisões mitóticas, produzindo

novas células para substituição das superficiais, que morrem constantemente.

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Peixes e anfíbios aquáticos apresentam glândulas mucosas na epiderme.

Nos vertebrados, especialmente os terrestres, as células mais superficiais são

mortas, graças à total impregnação da proteína queratina, substância

impermeável que, formando a camada córnea, confere proteção ao animal,

principalmente contra desidratação. Nos invertebrados, a epiderme é

uniestratificada, ou seja, possui uma única camada de células, ao contrário dos

vertebrados.

A derme, por sua vez, situa-se logo abaixo da epiderme, sendo mais

espessa. Tem origem mesodérmica e é constituída por tecido conjuntivo,

contendo terminações nervosas, vasos linfáticos e sanguíneos e porções basais

de glândulas. Tem a função de apoiar a epiderme, dando à pele resistência e

elasticidade.

Outra estrutura componente do sistema tegumentar de vertebrados é

a hipoderme, esta, porém, apenas aves e mamíferos possuem. A hipoderme é

uma camada localizada imediatamente abaixo da derme, constituída de tecido

conjuntivo e extremamente rica em tecido adiposo. Além de ser uma reserva

nutritiva (gordura), desempenha um importante papel auxiliar na regulação da

temperatura corporal pois, devido à propriedade isolante da gordura, reduz a

perda de calor do corpo para o meio. Por isso, aves e mamíferos são

homeotérmicos (ou endotérmicos), ou seja, não têm a temperatura do corpo

alterada com as variações térmicas do ambiente.

Além de conferir proteção, a pele também é responsável pela recepção

de estímulos do meio externo (sensibilidade), devido à presença de corpúsculos

sensoriais; excreção de catabólitos nos peixes e nos mamíferos; respiração

cutânea nos anfíbios; regulação da temperatura do corpo em homeotermos

(como dito anteriormente); manutenção da concentração de sais nos líquidos

corpóreos (homeostase); nutrição de filhotes mamíferos; locomoção de peixes e

alguns anfíbios devido às glândulas mucosas da epiderme, e das aves, devido

às penas; ataque e defesa (presença de cornos e unhas) e identificação sexual.

O tegumento comum constitui o manto contínuo que envolve todo o

organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro

somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos,

orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga pela respectiva mucosa.

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Sob o ponto de vista anatômico o tegumento comum é formado por dois

planos, o mais superficial denominado cútis ou pele e o mais profundo tela

subcutânea.

Dependentes da cútis encontra-se uma série de estruturas

chamadas anexos cutâneos, que são os pelos, as unhas e as glândulas

(sebáceas, sudoríferas, ceruminosas, vestibulares nasais, axilares, circumanais

e mamas).

O sistema tegumentar é composto pela pele e anexos (glândulas, unhas,

cabelos, pelos e receptores sensoriais) e tem importantes funções, sendo a

principal agir como barreira, protegendo o corpo da invasão de microrganismos

e evitando o ressecamento e perda de água para o meio externo.

Entre os vertebrados, o tegumento é composto por camadas: a mais

externa, a epiderme é formada por tecido epitelial, a camada subjacente de

tecido conjuntivo é a derme, seguida por um tecido subcutâneo, também

conhecido como hipoderme. Há também uma cobertura impermeável, a cutícula.

Há uma variedade de anexos, tais como pelos, escamas, chifres, garras e penas.

A pele é o maior órgão do corpo humano, recobrindo cerca de 7500

cm2 de um indivíduo adulto. Esse órgão protege nosso corpo contra atrito,

patógenos, perda excessiva de água e atua em sua termorregulação. Além disso,

contém receptores que permitem a percepção de dor, tato, temperatura e

pressão.

A pele e seus anexos (unhas, pelos e glândulas) fazem parte do sistema

tegumentar. Ela é composta por três camadas: epiderme, derme e tela

subcutânea.

Funções da pele

1. Regulação da temperatura corporal, pelo fluxo sanguíneo e pelo

suor.

2. Proteção, barreira física, infecções, desidratação e radiação UV.

3. Sensibilidade, através de terminações nervosas receptoras de tato,

pressão, calor e dor.

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4. Excreção, de água e sais minerais, componentes da transpiração.

5. Imunidade, células epidérmicas são importantes para a imunidade.

http://slideplayer.com.br/slide/5730178/

6. Síntese de vitamina D, em função à exposição aos raios UV.

7. Absorção de substâncias, principalmente gordurosa, como

hormônios, vitaminas e medicamentos.

Cútis ou pele é constituída por duas membranas que se justapõem e

aderem intimamente e que são a epiderme (por fora) e a derme ou cório (por

dentro).

As camadas da pele

A epiderme é a parte mais externa e a única que está em contato com o

meio ambiente, por esta razão, ela possui também a importante função de

proteger o organismo contra os danos causados por agentes externos.

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https://www.emaze.com/@AOQWWTFL/FETEC-(1).pptx

Ela é composta por tecido epitelial (carente de vascularização) e possui

cinco camadas: camada basal, espinhosa, granulosa, lúcida e camada córnea.

Sua formação se dá através das células epidérmicas (queratinócitos,

melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel). Contudo; excetuando-

se a camada basal (única camada que faz contato com a derme), a epiderme é

quase que completamente formada por queratinócitos.

A derme é formada por tecido conjuntivo, que ao contrário do tecido

epitelial é ricamente vascularizado. Nela encontram-se as fibras colágenas,

elásticas e reticulares, além das células formadoras de sua composição

(fibroblastos, linfócitos, mastócitos...).

Ainda na derme, estão presentes algumas glândulas (sudoríparas,

sebáceas), terminações nervosas e folículos pilosos.

Por último, vem a tela subcutânea, também conhecida como hipoderme,

esta é composta por células gordurosas. Ela é responsável pela reserva de

nutrientes, proteção dos vasos e nervos localizados nos níveis mais profundos.

É importante saber que quando se pensa em epiderme, derme e

hipoderme, deve-se ter em mente que uma depende da outra para o equilíbrio

deste importante órgão que é a pele humana, e também para o “perfeito”

funcionamento de nosso organismo.

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Epiderme, delgada túnica superficial derivada do ectoderma embrionário,

formada por várias camadas de células achatadas (epitélio pavimentoso

estratificado). A camada mais periférica da epiderme é constituída por células

mais resistentes, queratinizadas, as quais se acham em constante descamação,

sendo substituídas pelas subjacentes, do que decorre constante renovação.

A epiderme é mais espessa ao nível da palma e da planta e mais delgada

nas pálpebras, prepúcio, pequenos lábios vaginais e escroto.

A melanina é o principal pigmento epidérmico, controlado pelo hormônio

melanócito-estimulante (MSH) da adenohipófise (lobo anterior).

Derme ou cório, do latim corium = couro, significando a membrana

espessa que resulta após ter sido curtida a pele de certos animais e que se

subpõe à epiderme. Constituída de tecido conjuntivo (mesodérmico) denso. Na

palma e planta a derme é percorrida por cristas e sulcos, utilizáveis para

identificação individual (papiloscopia ou dactiloscopia). É na derme que

encontramos a raiz dos pelos e a maioria das glândulas anexas a ainda é aqui

que termina pelo menos uma das extremidades das fibras musculares dos

músculos cutâneos da cabeça, pescoço, palma, dartos escrotal e grandes lábios,

músculo aureolo-papilar da mama e eretores dos pelos.

Tela subcutânea ou tecido celular subcutâneo (TCSC), encontrada

profundamente à derme, formado por tecido conjuntivo frouxo (areolar) e gordura

(panículo adiposo). Permite o deslizamento da pele sobre os planos subjacentes,

oferece proteção (amortecedor) e constitui-se em verdadeiro sistema de

armazenamento de gordura (energia). Em alguns locais o TCSC é exíguo ou

inexistente, como nas pálpebras, pavilhão da orelha, prepúcio, escroto, e

pequenos lábios vaginais.

Couro cabeludo é um tipo especial de cútis que recobre a calvária

caracterizada por duas lâminas densas (cório externamente e pericrânio

internamente, aderido ao periósteo). Entre essas duas lâminas ocorre um tecido

frouxo, não gorduroso que é o tecido subaponevrótico. Pêlos, filamentos flexíveis

formados por células queratinizadas que se implantam na derme. Dividido numa

parte externa (haste) e numa raiz.

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A raiz está contida no folículo piloso, no fundo do qual encontramos uma

dilatação chamada bulbo do pelo. Como anexos do pelo temos as glândulas

sebáceas e os músculos eretores dos pelos.

Distribuição dos pêlos, chamados lanugem ao nascimento, são

substituídos pelos vilos. Denominações especiais por região:

1. Cabelos, couro cabeludo.

2. Supercílios, órbitas.

3. Cílios, nas pálpebras.

4. Vibrissas, vestíbulo nasal.

5. Tragos, meato acústico externo.

6. Bigode, lábio superior.

7. Barba, face.

8. Hircos, axilas.

9. Pubes, região pubiana, monte púbico.

Não há pelos na palma, na planta e no dorso das falanges distais. Os

cabelos crescem meio mm por dia.

Unhas, lâminas queratinizadas que recobrem parcialmente o dorso das

falanges distais de mãos e pés, com a função precípua de protegê-las. Duas

faces (superficial e profunda) e quatro bordas (laterais, proximal e distal).

A face profunda assenta sobre o cório que a esse nível se chama leito

ungueal. A face superficial é convexa. A borda proximal constitui a raiz da unha.

Glândulas sebáceas, vistas com o pelo, situadas junto ao folículo piloso

aonde se abre por curto e largo ducto. A contração do músculo eretor ajuda a

expelir o conteúdo gorduroso. Não existem em pele glabra. Nas pálpebras

encontramos dois tipos de glândulas sebáceas modificadas: as glândulas

társicas e as glândulas ciliares sebáceas. Na aréola mamária também

encontramos outra modificação dessas estruturas que são as glândulas

areolares.

Glândulas sudoríferas, constituídas por um fino e longo tubo que no início

se enovela, chamado corpo da glândula, profundamente situado no cório,

chegando mesmo a ultrapassa-lo atingindo o TCSC. Secretam o suor através do

poro sudorífero.

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Glândulas ceruminosas, situadas no meato acústico externo, secretam o

cerúmen.

Glândulas vestibulares nasais, localizadas no vestíbulo nasal.

Glândulas axilares, região axilar, cujo produto sofre decomposição

exalando cheiro próprio e individual, o qual é mais acentuado em certas raças ou

por ocasião da puberdade.

Glândulas circumanais, localizadas na cútis que circunda o ânus.

Glândulas mamárias ou mamas, foram tratadas em sistema genital

feminino.

Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano. Reveste o organismo

preservando a homeostasia do meio interno. As funções da pele são as

seguintes:

•Proteção contra agentes externos (físicos, químicos, mecânicos e

biológicos)

•Termorregulação

•Resposta imunológica

•Controle hemodinâmico

•Sensorial

•Produção e excreção de metabólitos

•Endócrino

A pele é dividida em 3 camadas: Epiderme, Derme, Hipoderme. A pele

se divide em Fina e Espessa.

EPIDERME

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A epiderme constitui-se em um epitélio escamoso estratificado

queratinizado composto por queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans

e células de Merkel.

https://www.todamateria.com.br/pele-humana/

Queratinócitos

Os queratinócitos, também conhecidos como ceratinócitos, são células

diferenciadas que compõem o tecido epitelial e invaginações da epiderme para

a derme, como é o caso das unhas e cabelos, responsáveis pela produção

de queratina.

Estas são as células mais comumente encontradas na epiderme,

representando 80% das células epidérmicas. Os queratinócitos compõem o

epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que é formado por cinco regiões

ou estratos discretos.

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A primeira região, localizada mais internamente, recebe o nome de

camada basal ou estrato basal, que sintetiza constantemente novas células para

a epiderme, bem como conecta a epiderme na derme por meio da lâmina basal

que ela origina e dos hemidesmossomas fixados a ela.

A camada basal é formada por uma única camada de células-tronco, que

pode apresentar formato colunar ou cuboide, e passa por mitose certas vezes

com uma das células resultantes contribuindo para o estrato remanescente da

epiderme. Estas células estão envolvidas numa produção inicial de

tonofilamentos, e alguns dos tonofilamentos estão ligados aos

hemidesmossomas que fixam a base da epiderme na derme.

Os tonofilamentos formados não estão apenas ligados aos diversos

dermossomas que compõem a estrutura de fixação primária de uma célula na

outra na epiderme, eles também originam corpos de pré-queratina ou placas que

amadurecem na queratina das células de outros estratos.

Os queratinócitos provenientes da camada basal ou germinativa formam

a camada espinhosa, que apresenta de uma a três camadas de células espessas

na pele pilosa e, certos casos, de quatro a cinco camadas de células espessas

em peles desprovidas de pelo (pele glabra), mas podem ser proeminentes nas

áreas onde a pele torna-se mais grossa.

A principal característica morfológica dessa região é conferida pelos

processos celulares espinhosos que estendem para todas as células adjacentes.

Cada processo igualmente a um desmossomo deixa esta região da pele

altamente resistente a efeitos mecânicos de estiramento e pressão. Os espaços

presentes entre estes processos podem conferir conduto para substâncias que

são secretadas ocasionalmente por queratinócitos ao passo que eles se

aproximam do seu desenvolvimento total.

Os corpos de Odlando, também conhecidos como pequenos grânulos e

trata-se de estruturas encontradas fixadas à membrana lamelar e tornam-se mais

evidentes nas camadas mais velhas e externas deste estrato. Com o aumento

da quantidade de grânulos lamelares, os queratinócitos espinhosos

transformam-se em células granulares e, deste modo, originam a terceira

epiderme, denominada camada granulosa. Esta, por sua vez, caracteriza-se pela

presença de grânulos ligados aos queratinócitos.

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Os grânulos preenchem o citoplasma, na maioria das vezes, por

completo. Estas estruturas consistem em pró-filagrina, que é um precursor da

filagrina. Esta última, é a proteína responsável pela associação de filamento de

ceratina no processo de cornificação (formação da unha). Além disso, a formação

no citoplasma do grânulo lamelar continua.

Histologicamente, o núcleo não é claramente diferenciado devido à

grande quantidade de grânulos, que contêm, em seu interior, componentes

lipídicos, bem como enzimas hidrolíticas e outras proteínas. Certas quantidades

de lipídios e enzimas são liberadas no espaço intercelular, passando a ficar

preenchidos com ceramidas, colesterol e ácidos graxos. Como consequência, a

mistura intercelular lipídica gera uma proteção à prova d’água.

As células mais antigas da camada granulosa passam por um processo

necrobiótico que abrange a degeneração nuclear e de todo o aparelho

metabólico relacionado, havendo liberação e posterior digestão por enzimas

lisossômicas. A conciliação entre este evento com o empacotamento de grânulos

e a liberação de lipídios, resulta no processo final da ceratinização.

Cada queratinócito, que adota a forma escamosa, neste ponto encontra-

se isento de organelas, sendo preenchido com queratina e sua forma agregada,

a queratoialina. Estas células ainda se encontram recobertas pela membrana

celular rica em lipídios. As células que estão passando por este processo final,

recebem o nome de camada lúcida e, histologicamente, pode ser observada

somente na pele espessa.

Quando o processo de queratinização encontra-se completo, as células

se juntam com outras células que já passara, pelo processo anteriormente para

dar origem à camada córnea, a mais externa da epiderme. Nesta, os filamentos

de queratina de cada célula estão rearranjados paralelamente à superfície

epitelial. No interior de suas camadas mais profundas, as células opostas

adjacentes apresentam-se firmemente comprimidas umas às outras, juntamente

com vários desmossomas e depósitos intercelulares, o que confere uma forte

proteção à camada.

Entre as células mais externas, a vedação não é tão forte, pois nesta estão

presentes desmossomas e depósito intercelulares em menor quantidade. Com a

ocorrência do processo de abrasão natural (descamação), estas células podem

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ser removidas. Esta camada superficial de células que está sendo

constantemente removida é denominada camada disjunta.

Melanócito

https://belezanoar.net/2016/03/05/fisiopatologia-metabolizacao-da-melanina/

O melanócito é uma célula dendrítica, especializada na produção

de melanina, um pigmento de coloração marrom-escura. Estas células

encontram-se na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos da

camada basal da epiderme, além de estarem presentes também na retina.

Originam-se da crista neural embrionária, apresentando um citoplasma globoso,

de onde partem prolongamentos que penetram em reentrâncias das células das

camadas basal e espinhosa, transferindo, deste modo, melanina para as células

presentes nestas camadas.

A melanina é uma proteína produzida com o auxílio da enzima tirosinase,

pois através dela o aminoácido tirosina é transformado primeiro em 3,4-

diidroxifenilalanina, agindo também sobre este composto, convertendo-a em

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melanina. Esta enzima é produzida nos polirribossomos, introduzidas nas

cisternas do retículo endoplasmático rugoso e acumulada em vesículas

produzidas pelo sistema de Golgi, que recebem o nome de melanossomos, onde

é iniciada a produção da melanina.

Quando o melanossomo está cheio de melanina, passa a receber o nome

de grânulo de melanina. Este último migra pelos prolongamentos dos

melanócitos e são depositados no citoplasma dos queratinócitos, que por sua

vez, servem como depósito de melanina.

Os grânulos de melanina irão se fundir com os lisossomos dos

queratinócitos, sendo assim, as células mais superficiais da epiderme não

possuem melanina. Nas células epiteliais os grânulos de melanina ficam em

localização supernuclear, protegendo, deste modo o DNA contra os danos

causados pelos raios solares.

Existem alguns distúrbios que podem afetar os melanócitos, gerando

doenças, como: vitiligo, melasma ou cloasma, hipercromias, nervos

melanocíticos e melanoma.

CÉLULAS DE LANGERHANS

Também chamadas de células dendríticas (apresentadoras de antígeno),

originam-se da medula óssea e estão localizadas no estrato espinhoso, onde seu

número pode chegar a 800 por milímetro quadrado. Mostram um núcleo denso,

citoplasma claro e prolongamentos citoplasmáticos longos que se irradiam do

corpo celular para o espaço intercelular entre os queratinócitos.

Localizadas na epiderme, têm forma de estrela e são responsáveis pela

defesa imunológica.

São capazes de se locomover através do tecido e funcionam como uma

espécie de "sentinela" imunológica, alertando as outras células do sistema

imunológico quanto à presença de um organismo invasor. A célula de

Langerhans é capaz de fagocitar (englobar) partículas estranhas como vírus e

bactérias. A exposição à radiação UV pode induzir a uma queda em sua função,

diminuindo a atividade imunológica da pele.

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http://pt.slideshare.net/Danielly27/pele-e-anexos2012

Células de Merkel

A célula de Merkel consiste em um não-queratinócito que faz parte da

camada basal do epitélio bucal e epiderme e que é especializada na transdução

sensorial. Contrariamente às outras células do mesmo tipo (não-queratinócitos),

que são os melanócitos e as células de Langerhans, esta não constitui uma

célula dendritica, apresentando, por sua vez, tonofilamentos de ceratina e

desmossomos que as conectam a células adjacentes.

Morfologicamente, esta célula apresenta formato oval a elíptico, com

comprimento paralelo à superfície da epiderme.

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http://pt.slideshare.net/hernandopinzonc/exp-sistema-tegumentario?smtNoRedir=1

Habitualmente possui citoplasma claro quando observado

histologicamente. O núcleo pode ser polimorfo ou profundamente recorta,

encontra-se envolto por densos grânulos, que também são observados nos

prolongamentos celulares que se estendem em direção à camada espinhosa. A

função desses grânulos ainda não foi elucidada.

É possível que cada célula de Merkel possua uma comunicação com uma

terminação nervosa aferente desmielinizada, sendo eu esta última origina um

complexo, conhecido como célula de Merkel-axônio, referido também como um

disco tátil capilar. Existem hipóteses que sugerem que este complexo ou disco

de junção atue como um receptor para o toque, pois trata-se de um

mecanorreceptor de baixo ajuste.

Pele espessa é aquela encontrada nas regiões de pele glabra

Divisão da epiderme

Extrato córneo (superfície da pele)

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A camada mais externa da pele, denominada estrato córneo ou camada

de queratina, contém muitas camadas de células achatadas mortas e atua como

uma barreira para proteger os tecidos subjacentes contra lesões e infecções. Ao

retardar a evaporação, os óleos presentes nessa camada da pele ajudam a

manter a umidade das camadas mais profundas, mantendo a textura da pele

suave e flexível.

O estrato córneo é apenas uma parte da epiderme, a qual é uma fina

camada de pele que recobre a maior parte do corpo. Em alguns locais, como as

palmas das mãos e as plantas dos pés, a epiderme é naturalmente espessa e o

estrato córneo provê uma proteção extra contra impactos e abrasões. A epiderme

também pode ser espessa e dura em áreas excessivamente secas. Os distúrbios

das camadas superficiais da pele envolvem o estrato córneo e as camadas mais

profundas da epiderme e vão desde os que causam um desconforto temporário

até aqueles que causam incapacidades crônicas.

Extrato Lúcido

Uma camada da epiderme, localizado imediatamente abaixo

do córneo. Alguns autores também chamam essa camada brilhante ou camada

de revestimento transparente. Ela representa a zona de transição entre o stratum

granulosum e stratum corneum.

- Definição

Camada formada por muitas camadas de queratinócitos mortos com

contornos mal definidos. Ela representa a zona de transição entre o stratum

granulosum e stratum corneum. Alguns autores também chamam essa camada

brilhante ou camada de revestimento transparente. Os queratinócitos do estrato

lúcido são diáfano e agrupados. Suas células contêm filamentos

de queratina e eleidina.

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É constituída por uma única camada de células homogéneas e

transparentes, e sem núcleo completamente infiltrado queratina, que pilhas secas

e por este processo de envelhecimento para reduzir o estrato córneo.

É uma camada de transição entre a camada granular e a córnea. A

transição entre as células ainda vivas da camada granular e as células mortas

do córneo ocorre muito rapidamente, sem núcleo degradado ou organelas

dissolvidas deixar qualquer vestígio.

A perda de núcleos e organelas envolvidos mecanismos apoptóticos.

Ela está presente apenas na espessura da pele das palmas das mãos e

nas solas dos pés; e tem muito pouco histológica e significado

histopatológico. Esta camada só existe em áreas de pele grossa, não fina da

pele.

- Doenças e alterações histopatológicas

Espongiose (Edema intercelular): Designa um status da rede esponjosa

causada por edema intersticial, quando o edema aumenta, coleções de

fluidos pode formar vesículas.

Acantólise: é a perda de coesão entre as células, devido à

dissolução de pontes intercelulares Malpigi a rede inferior.

Cavitaria Leloir alteração (edema intracelular): Formação do fluido

intracelular, visível através dos espaços claros nas células.

Balonismo degeneração: bola Deformação células em forma com

espaços claros dentro e esmagado e rejeitou núcleo.

Microabscessos: vai apontar o Munro observada na psoríase e é

composto por neutrófilos e células mononucleares contendo Pautrier e aparece

em MF.

Pústula das encefalopatias kojog: é um microabscesso multicelular

contendo neutrófilos nas células epidérmicas inchados com um típico da

encefalopatia aspecto psoríase pustulosa.

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19

Extrato Granuloso

http://es.slideshare.net/luisepacheco/piel-8496857

Abaixo do estrato córneo, composto de queratinócitos não se multiplicam,

idade e perdem o seu núcleo.

- Definição

O estrato granuloso, também chamada camada de querato-

hialina compreende uma ou mais camadas de células, granular grosseira

achatada, não nas membranas mucosas, exceto em algumas condições, tais

como leucoplasia que não queratinização. O cornifica�o gradual começa na

camada granular. Dependendo na espessura que tem o estrato córneo, o estrato

granuloso pode estender-se a três camadas de células planas, que podem ser

observados grânulos densos (granulado) de hialina. Os grânulos contêm, entre

outras substâncias, a proteína precursora, o que é presumivelmente participar na

formação de fibras de queratina no espaço intercelular.

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Nesta camada de células provenientes da camada de matriz basal: o

citoplasma destas células é alterado e o seu núcleo atrofia desaparecer na

camada mais externa do próprio estrato granuloso. No citoplasma destas células

de grânulos de uma substância chamada queratina que aparecem.

O citosol contém grânulos basofílicos chamados grânulos de querato-

hialina. O querato-hialina é uma substância precursora de queratina. Quando

queratinócitos chegar à última camada dessa camada células epidérmicas

morrer e morrem derramar seu conteúdo para o espaço intercelular.

Doenças e alterações histopatológicas

Leucoplasia: Esta é uma boca lesão relativamente comum em uma

pequena proporção de casos, mas significativa, torna-se cancro. É uma condição

na qual manchas brancas espessas e formar sobre as gengivas, faces internas,

e, por vezes, a língua.

Granulose: Aumento do número de linhas de células na camada

granular.

Alteração das cavidades Leloir (edema intracelular): Formação do

fluido intracelular, visível por espaços claros nas células.

Balonismo degeneração: bola Deformação células em forma com

espaços claros dentro e esmagado e rejeitou núcleo.

Microabcessos: Munro irá apontar o observado na psoríase e é

composta por neutrófilos e células mononucleares contendo Pautrier e aparece

em micose fungóide.

Pústula espongiforme de Kojog: Um microabscesso

multicelular contendo neutrófilos nas células epidérmicas inchados com um

aspecto espongiforme típico de psoríase pustulosa.

- Algumas reações histopatológicas

As alterações patológicas na derme são infinitas, mas dividir, a fim de

facilitar o estudo de acordo com a natureza da infiltração celular em:

Inflamações simples ou crônica.

Granulomas.

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Neoplasias.

Extrato Espinhoso

http://es.slideshare.net/g3n3xiitap/piel-y-anexos-histologa

Apresenta células ligadas através de desmossomos, conferindo assim

resistência ao tecido e um aspecto espinhoso.

Extrato Germinativo

Também chamado de camada basal, contém as células-tronco da

epiderme e é a sua camada mais profunda. Esse estrato forma as células que

darão origem a todas as camadas mais superiores. As células formadas nesse

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estrato vão sendo “empurradas” para as camadas mais superiores, sofrendo

modificações morfológicas e nucleares.

http://slideplayer.com.br/slide/3677294/

É nesse estrato que estão contidos os melanócitos, células responsáveis

pela produção da melanina. A melanina é responsável pela diferença de cor entre

as pessoas. Uma pessoa de pele negra possui mais melanócitos ativos que uma

pessoa de pele branca.

Pele Fina: Possui 4 extratos celulares na epiderme:

A epiderme da pele fina é dividida em:

Extrato córneo (superfície da pele)

Composto por vários planos de queratinócitos mortos (corneócitos)

achatadas, anucleados e com o citoplasma repleto de queratina. Protege o

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organismo do meio externo e tem capacidade de retenção hídrica através da

ação das ceramidas, principais componentes lipídicos intercelulares.

http://pt.slideshare.net/hernandopinzonc/exp-sistema-tegumentario?smtNoRedir=1

As células superficiais como resultado da abrasão perdem os

desmossomas e descamam, estando este estrato em constante renovação.

Espessura varia entre 0,075 e 0,15mm.

Extrato Granuloso

o citoplasma das células contem grânulos de queratina-hialina,

responsáveis pela síntese de queratina e consequente desintegração nuclear e

degeneração dos filamentos que uniam estas células ao estrato espinhoso.

Extrato Espinhoso

Constituído por 4 a 6 camadas de queratinócitos com muita quantidade de

desmossomas (estruturas que garantem a coesão celular entre as células)

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proporcionando elevada resistência mecânica. Unida à camada basal por

tenofilamentos que lhe dão um aspecto espinhoso.

Extrato Germinativo

O citoplasma das células contem grânulos de queratina-hialina,

responsáveis pela síntese de queratina e consequente desintegração nuclear e

degeneração dos filamentos que uniam estas células ao estrato espinhoso.

Camada mais profunda da epiderme, constituída por uma única camada

de células cuboides a colunares baixas, mitoticamente ativas, contendo um

citoplasma basófilo e um grande núcleo. Apoia-se sobre uma membrana basal e

assenta-se sobre a derme, formando uma interface irregular. As mitoses ocorrem

principalmente durante a noite quando novas células são formadas, a camada

anterior é empurrada para a superfície e une-se à próxima camada, o estrato

espinhoso.

A epiderme começa com o extrato germinativo, tendo formatos diferentes,

pois se tivessem formatos iguais, elas se juntariam fazendo com que a mesmas

não se renovassem.

Com a renovação do extrato germinativo, as células irão subir

transformando-se no extrato espinhoso, seguindo o mesmo processo, as células

irão subir transformando-se no extrato granuloso, seguindo a seqüência

transforma-se no extrato córneo (sem núcleo). Por isso que a pele escama

(renovação da pele), pois a célula não vive muito tempo sem núcleo.

As células da pele são labeis (tempo de vida curto, se reproduzem

rapidamente).

DERME SUBJACENTE

A derme é o tecido conjuntivo onde a epiderme se apoia e se une ao tecido

celular cutâneo ou hipoderme. Apresenta espessura variável de acordo com a

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região onde se encontra e tem no máximo 3 mm na planta dos pés. A superfície

externa é irregular, observando-se saliências chamadas de papilas dérmicas.

Essas papilas são mais frequentes nas zonas sujeitas à pressão e atrito. A derme

tem origem mesodérmica, e é constituída pela camada papilar superficialmente

e pela camada reticular, mais densa e mais profunda. Camada Papilar: é a

camada mais superficial, delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que

forma as papilas dérmicas.

Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno, que se

inserem por um lado na membrana basal e pelo outro penetram profundamente

na derme. Essas fibrilas contribuem para prender a derme na epiderme. O

entrelaçamento entre a epiderme e a derme é chamado de rete apparatus.

Camada reticular: é a camada mais espessa, constituída por tecido

conjuntivo denso e contem estruturas derivadas da epiderme incluindo glândulas,

folículos pilosos e glândulas sebáceas. Ambas as camadas contêm muitas fibras

do sistema elástico responsável em parte, pela elasticidade da pele. Possuí

vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.

A Derme é dividida em:

Vasos Sanguíneos

A pele é composta por uma A vasta rede de vasos sanguíneos, que lhe

proporcionam os elementos nutritivos, recolhem as substâncias residuais e

contribuem, igualmente, para o controlo da temperatura do corpo, e por inúmeras

artérias, que lhe transportam o sangue rico em oxigénio e nutrientes, que

penetram pela hipoderme e permanecem adjacentes à superfície cutânea no

limite com a derme.

A partir daí surgem, verticalmente, pequenas arteríolas que, ao unir-se às

papilas dérmicas, se transformam em finos capilares, que se encarregam das

trocas entre o sangue e a pele. Estes capilares vão posteriormente unir-se e

transformar-se em vénulas que se alastram a um plexo de veias dispostas em

paralelo com a rede arterial. É importante referir que como os vasos sanguíneos

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apenas chegam até à derme, as células da epiderme apenas podem manter as

suas trocas com o sangue através da membrana basal que a separa da camada

subjacente.

https://massoterapiataichi.wordpress.com/sistema-tegumentar/

Glândulas Sudoríparas

Também conhecidas como glândulas de suor, são células epiteliais

presentes na pele dos mamíferos, inclusive dos seres humanos.

- Função das glândulas sudoríparas

Estas glândulas possuem a importante função de secretar o suor,

possibilitando a regulação da temperatura corporal e a eliminação de substâncias

tóxicas ao organismo.

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- Tipos de glândulas sudoríparas dos seres humanos:

Glândulas Écrinas

Em maior quantidade no corpo humano do que as glândulas apócrinas,

as écrinas estão presentes em quase todas as partes da pele. Atuam,

principalmente, no processo de regulação da temperatura do corpo através da

evaporação. Isto acontece, pois com a evaporação do suor o corpo perde energia

térmica.

https://www.infopedia.pt/$glandulas-sudoriparas

Elas são encontradas em maior quantidade na pele das palmas das

mãos, plantas dos pés e fronte. Começam a funcionar logo após o nascimento

da criança.

A parte que excreta suor das glândulas écrinas encontra-se,

principalmente, na derme profunda. O ducto excretor do suor passa pela derme,

epiderme e termina nos poros da superfície da pele.

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O suor que é produzido por este tipo de glândula possui em sua

composição, principalmente, água, ureia, íons, aminoácidos, amônia, ácido

láctico e glicose.

Glândulas Apócrinas

Estão presentes, principalmente, nas axilas, aréolas das mamas e nas

áreas do rosto onde nasce barba (nos homens).

O ducto que conduz o suor deste tipo de glândula está presente na tela

subcutânea, terminando nos folículos pilosos.

O suor produzido por estas glândulas é composto por água, ions, amônia,

aminoácidos, proteínas, lipídios, ureia, ácido láctico e glicose. Porém, este suor

tem a consistência um pouco viscosa.

Estas glândulas começam a produzir suor somente na fase da

puberdade. Entram em ação, principalmente, nas relações sexuais e em

momentos de estresse.

Glândulas Sebáceas

As glândulas são estruturas formadas a partir de tecido epitelial que se

caracterizam por sua capacidade de secretar substâncias. Essas estruturas

podem ser divididas em dois grandes grupos: as exócrinas e as endócrinas.

As glândulas endócrinas lançam sua secreção — nesse caso, também

denominada de hormônio — diretamente na corrente sanguínea. Já as glândulas

exócrinas liberam sua secreção na superfície do corpo ou na luz dos órgãos.

Como exemplo desse último tipo, podemos citar as glândulas sebáceas.

As glândulas sebáceas estão localizadas na derme e são anexas aos

pelos, formando unidades pilossebáceas. São glândulas do tipo acinosas, ou

seja, apresentam porção secretora com formato arredondado, e holócrinas, uma

vez que a secreção é eliminada levando juntamente toda a célula, ou seja, a

própria célula constitui a secreção.

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29

As glândulas sebáceas produzem uma secreção, denominada de sebo,

que é rica em lipídios, tais como os triglicerídeos, ácidos graxos e colesterol. É

essa substância que garante a lubrificação da pele, evita o ressecamento de

pelos e impede a perda de água de maneira excessiva. Além disso, essa

substância garante uma leve ação bactericida. O sebo não apresenta nenhum

cheiro, entretanto, o desenvolvimento de bactérias nesse local pode levar à

produção de odores.

As glândulas sebáceas estão presentes em todo o corpo humano, não

sendo encontradas apenas nas palmas das mãos e dos pés e no dorso dos pés.

Os locais onde ocorrem com maior frequência são o rosto, as costas e o tórax.

Até a puberdade as glândulas sebáceas produzem pouco

sebo, entretanto, a partir dessa fase, os hormônios, principalmente a

testosterona, começam a agir e inicia-se uma grande produção de secreção. Os

hormônios atuam apenas na produção de sebo, não influenciando o número de

glândulas, que permanece praticamente constante durante toda a vida. A síntese

de sebo tende a diminuir em mulheres após a menopausa; em homens, no

entanto, não ocorre nenhuma alteração significativa até os 80 anos de idade.

A acne é um dos principais problemas que afetam a unidade pilossebácea

e geralmente ocorre na puberdade, quando a glândula sebácea inicia sua maior

produção. Esse problema caracteriza-se pelo acúmulo de queratinócitos,

hiperprodução de secreção pelas glândulas sebáceas, colonização por bactérias

e inflamação, que provoca o surgimento de uma lesão característica. A acne,

além de provocar uma aparência ruim na pele, pode desencadear problemas

emocionais nos acometidos, que se sentem envergonhados em razão das

lesões.

Entretanto, é importante destacar que não é somente a produção

exagerada de sebo que pode desencadear aspecto ruim na pele. A pouca

produção dessa secreção pode deixá-la opaca, desidratada e com pouca

elasticidade, o que pode desencadear até mesmo o envelhecimento precoce.

Além disso, os cabelos também se tornam mais opacos e quebradiços.

Folículo Espinhoso

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O folículo piloso é a estrutura que dará origem ao pelo, possui componente

epitelial (matriz, bainha externa, bainha interna e haste) e componentes dérmicos

(papila dérmica e bainha dérmica). Podemos dividi-lo em segmento superior e

segmento inferior que são constituídos pelo:

O istmo, que vai desde a desembocadura do músculo eretor até a glândula

sebácea.

O infundíbulo que se estende da abertura da glândula sebácea até a

superfície da pele, a saída o infundíbulo na superfície da pele é chamado de óstio

folicular.

Acrotríquio é a porção intraepidérmica do folículo.

A glândula sebácea.

Bulbo piloso, que é a porção mais espessa e profunda do folículo e contém

a matriz germinativa do pelo.

http://slideplayer.com.br/slide/365869/

Vasos Linfáticos

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Circulação da linfa, resto de liquido intersticial. Os vasos pequenos são

muito pequenos e com parede muito fina, só são enxergados na histologia.

Possuem válvulas, assim como as veias.

O que leva a linfa das extremidades para o centro do corpo é a

musculatura estriada esquelética (movimentação) e pela expansão do tórax. As

válvulas não deixam a linfa voltar para as extremidades. Não está presente em

todas as regiões: sistema nervoso central, parênquima do fígado, parênquima do

vaso, cartilagem hialina. Só nas meninges tem os vasos linfáticos, a massa

mesmo encefálica não tem. Cordão umbilical, membranas embrionárias.

Grandes vasos linfáticos: cisterna do quilo e ducto torácico. Quilo: após a

digestão onde é absorvido muita gordura, dando uma coloração esbranquiçada

a linfa.

Ao lado da A. Aorta, direita, fica no abdome, quando entra no tórax ela vira

ducto torácico. Todos os vasos linfáticos desembocam nesses dois, e vão

desembocar na veia cava cranial.

São pequenos vasos, com diâmetro inferior a 3 mm, encarregados de

conduzir a linfa, líquido incolor composto de água e outros elementos, como

proteínas e às vezes bactérias. Os vasos linfáticos fazem parte do sistema

circulatório. As artérias distribuem o sangue que nutre as células e tecidos - nos

capilares há a troca de nutrientes e o sangue que sai pobre em oxigênio, retorna

pelas veias. Líquidos e substâncias que as veias não retiram dos tecidos formam

a linfa. Esta é levada pelos linfáticos aos gânglios e, daí a linfáticos maiores que

a devolvem a circulação na veia subclávia, localizada no tórax.

Os linfáticos intestinais transportam uma linfa de cor leitosa, chamada

quilo, que contém gorduras.

- Doenças envolvendo os vasos linfáticos

Os linfáticos podem apresentar alterações em consequência de

agressões físicas, químicas, infecciosas ou por radiações. Estas doenças se

caracterizam principalmente pela inchação, ou edema.

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Pode também ocorrer febre, calafrios e aumento de volume dos gânglios,

conhecidos popularmente como "ínguas". Os edemas (inchaço), mais frequentes

nas pernas, às vezes nos braços, são denominados linfedemas - micro-

organismos podem causar uma infecção chamada linfangite. Existem ainda

distúrbios de condução da linfa ou do quilo chamados de refluxos linfáticos ou

quilosos.

- Doença mais frequente dos vasos linfáticos

É a linfangite aguda, habitualmente dos membros inferiores. Arranhões,

frieiras, calos, rachaduras no calcanhar são as 'portas de entrada" para os

germes causarem uma infecção caracterizada por febre elevada (39º C),

náuseas, vômitos, mal-estar geral, inchação, dor e vermelhidão na parte atingida.

Os pacientes cuja safena foi retirada para cirurgia no coração (revascularização

do miocárdio) também estão mais sujeitos a linfangites agudas.

- Linfangite aguda e erisipela são sinônimos?

Linfangite designa inflamação dos vasos linfáticos, sem qualquer

preocupação com a causa. A erisipela é uma linfangite determinada por um tipo

especifico de estreptococo. No momento do diagnóstico é difícil especificar o

agente agressor, sendo melhor chamar de linfangite o processo inflamatório dos

vasos linfáticos.

- No tratamento das linfangites pode haver complicações

Habitualmente o tratamento é realizado em casa. Entretanto, pode estar

indicada a internação hospitalar, pela intensidade do quadro clinico ou quando

se observa a presença de vesículas, bolhas ou pequenas lesões de pele capazes

de evoluir para danos teciduais extensos e graves. A forma mais grave é a

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linfangite gangrenante, em cujo tratamento é fundamental a assistência do

cirurgião vascular.

- Quais os cuidados a serem tomados depois de uma linfangite aguda?

Sem exame especifico não se sabe a real situação dos vasos linfáticos do

paciente. Às vezes, um único episódio de linfangite pode determinar uma

sequela, o linfedema. Além disso, cada novo surto favorece a instalação do

linfedema pós- inflamatório.

É importante que o paciente que teve linfangite, ou seja, portador de

linfedema evite a ocorrência de novos surtos. Manter a higiene rigorosa dos pés

e mãos, evitar traumatismos e cortes, evitar a ocorrência de edema, manter os

pés da cama elevados e evitar a permanência prolongada em pé, são cuidados

importantes para a prevenção da doença.

- É preciso usar meia elástica após um quadro de linfangite de membro

inferior?

Após a fase aguda esta contenção é recomendável. Na forma

gangrenante é imprescindível, pois sempre ocorre linfedema como sequela.

- As linfangites podem ser evitadas?

Sim, na maioria dos casos, pois a penetração dos micro-organismos

geralmente ocorre através de ferimentos, calos, frieiras ou fissuras nos pés.

Manter os pés secos, limpos, livres de micoses e bem cuidados são medidas

essenciais para se evitar infecções.

Melanócitos

Para além das células epiteliais, a epiderme é constituída por outras

células muito específicas com a missão de sintetizarem melanina, um pigmento

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escuro cuja concentração proporciona o fenómeno do bronzeado. Os

melanócitos encontram-se localizados na profundidade da epiderme,

intercalados entre as células da camada basal, e têm uma forma arredondada

com inúmeros prolongamentos que se estendem até às células vizinhas, dando-

lhe o aspecto de uma estrela.

Os melanócitos são constituídos por pequenos corpúsculos denominados

melanossomas, que sob a influência de determinados fatores hormonais e dos

raios ultravioleta do sol começam a fabricar melanina.

A principal função da melanina consiste em absorver as radiações solares

e em impedir a passagem destas para o interior do organismo, onde teriam

efeitos nocivos, sendo por isso que a elaboração de melanina aumenta com a

exposição ao sol. Todavia, tanto a quantidade de melanócitos como o seu grau

de atividade dependem de fatores genéticos, o que explica a diferente coloração

cutânea das pessoas de diferentes etnias e também a variabilidade entre os

próprios indivíduos de uma mesma etnia.

A derme possui muito colágeno e elastina que suporta a epiderme

A pele tem várias funções como:

Permeabilidade seletiva H2O

https://djalmasantos.wordpress.com/2010/11/30/testes-de-membrana-e-permeabilidade-celular-15/

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A permeabilidade seletiva é um processo fisiológico que ocorre através

da membrana plasmática de todas as células e da parede celular de células

vegetais que consiste na passagem seletiva de substâncias para o meio intra ou

extracelular.

Para compreendermos melhor o processo de permeabilidade seletiva é

preciso relembrar a estrutura da membrana plasmática. A membrana plasmática

é formada por uma bicamada lipídica, tendo como principal componente

moléculas de fosfolipídios, essa composição faz com que a membrana sirva de

barreira para a entrada e saída de substâncias, facilitando a passagem de

produtos lipossolúveis ao mesmo tempo que dificulta a passagem de elementos

não solúveis em lipídios, ou seja grande parte dos lipídios ou moléculas

lipofílicas, assim como gases tais como o oxigênio e o gás carbônico atravessam

a membrana facilmente enquanto que moléculas hidrossolúveis não.

Íons como o sódio, cloro, potássio e cálcio conseguem atravessar a

membrana através de canais iônicos enquanto que moléculas maiores como

a glicose e pequenas proteínas passam e um lado ao outro da membrana através

de proteínas chamadas de proteínas carreadoras.

A passagem seletiva de substâncias através da membrana ocorre de duas

maneiras diferentes: o transporte ativo, quando envolve o uso de energia, e

o transporte passivo quando não envolve a utilização de ATP.

O transporte ativo é realizado por proteínas carreadoras e envolve o

transporte de moléculas grandes através da membrana plasmática ou de íons

contra um gradiente de concentração envolvendo gasto de energia sob a forma

de ATP, ele pode ser classificado em transporte ativo primário, ou secundário.

O transporte passivo, por sua vez, envolve a passagem de moléculas

através da membrana celular sem o uso de energia e pode ser classificado

em difusão simples, difusão facilitada e osmose.

A pele e o rins são responsável pela regulação do líquido corporal. A

queratina que se encontra no extrato córneo impede parcialmente que a água

penetre na pele (absorvendo normalmente poucas quantidades de água, ou

através de produtos químicos).

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A pele realiza seleção de substâncias que são absorvidas por ela, ou

podemos induzir a pele a absorção de produtos através da Eletroterapia.

Proteção dos raios UVB e UVA

https://portaldaesteticista.com/tag/filtro-solar/

UV é a sigla para ultravioleta, que é um tipo de radiação eletromagnética.

Assim, UVA, UVB e UVC são diferentes tipos de raios ultravioleta e que são

transmitidos a partir do Sol.

A exposição prolongada aos raios ultravioletas é bastante prejudicial ao

ser humano, podendo ser responsáveis por diversos males, entre eles o câncer

de pele, por exemplo.

Esses raios são invisíveis, mas estão presentes em todas as épocas do

ano, seja no verão ou inverno (com maior incidência nas estações mais quentes).

Temos em nosso corpo células chamadas de Melanócitos que produz

melanina. A pele ao receber raios solares UVB e UVA estimulam os Melanócitos

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que produzem a melanina que é um protetor natural ( filtro ) da pele,

possibilitando a forma seletiva e gradativa da radiação solar.

Impacto mecânico

Ajuda a amortecer os impactos externos do corpo.

Sensorial

Parte sensorial da pele recebe os sinais externos através dos sensores

corporal que transformam este estímulo em P.A que irá pela medula espinhal até

o SNC, que processa e retorna com uma resposta, podendo assim nos moldar

conforme o estímulo; Adaptando-se. Os sinais podem ser: Tato, Pressão,

Vibração, Sensações Sexuais, Cócegas, Prurido (coceira), Dor, Frio, Calor,

Cinestesia.

Sistema imunológico

http://slideplayer.com.br/slide/1874328/

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A pele conforme as demais partes do corpo também possuem seu sistema

de defesa, tendo a função de combater os agentes patogênicos (micoses,

alergias e etc.). Para combater seus agentes patogênicos a pele recebe do

sistema circulatório oxigênio e nutrientes para as células de defesa; podendo no

local haver vasodilatação e rubor.

Órgão excretor

Glândulas Sudoríparas

Suor

Termorregulação

Excreção de produtos químicos e de dietas

Glândulas Sebáceas

Sebo

Protege contra agentes patogênicos

Sofre menos agressão

Protege de alterações climáticas

Hipermeabilidade (água)

A temperatura do corpo humano é geralmente de 36 a 37 graus. Quando

a temperatura do ambiente é de 40 graus ou superior, e como sempre o processo

é sempre do mais concentrado para o menos concentrado a pele serve como

sensor, que ao aumento da temperatura envia um P.A para o SNC, que por sua

vez envia um P.A que estimula as glândulas sudoríparas a secretar suor que irá

resfriar a pele (sensorial setorial) conforme a temperatura normal do corpo.

Além da termorregulação pelo suor, podemos controlar a temperatura

através do centro vasomotor localizado no hipotálamo (núcleo de controle de

temperatura).

Ao estímulo do aumento da temperatura a pele manda um P.A para o

hipotálamo que envia um sinal para o córtex parietal, que reenvia um outro sinal

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para o hipotálamo que envia um P.A para as veias que fazem uma vasodilatação

nos vasos periféricos da pele, resfriando o sangue, sem aumento do fluxo

sanguíneo.

O hipotálamo possui um núcleo composto por neurônios que possuem

seus axônios que servem como sensor regulador da temperatura (fazendo

vasodilatação ou vasoconstrição).

Excreção de produtos químicos: Dependendo de alguns produtos

químicos e da necessidade corporal de absorver as substâncias, pode haver

quantidade excessiva destes produtos no organismo que é secretado pelas

glândulas sebáceas dependendo da afinidade com a substância, que vem pelo

sistema venoso capilar; quando estas glândulas fazem a troca de CO2 e

resíduos metabólicos para O2 e nutrientes, estes nutrientes além de sais

minerais, proteínas trazem junto os produtos químicos em excesso que irá entrar

em contato com os sebos e o suor, que serão eliminados conforme a secreção

das glândulas.

Sistema Endócrino

https://www.todamateria.com.br/sistema-tegumentar/

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Ao receber os raios solares a pele forma hormônios (vitamina D3) que irá

atuar no intestino grosso através da corrente sanguínea, que ajuda o intestino na

absorção de cálcio e fósforo dos alimentos que irão alimentar as células do corpo

e depositar-se nos ossos.

Outra função do sistema endócrino é o estrogênio na pele.

ANEXOS

PÊLOS

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/revestimento2.php

Os pêlos são estruturas delgadas e filamentosas queratinizadas, que se

projetam da superfície da epiderme da pele e crescem na maior parte do corpo.

No corpo humano, há dois tipos de pêlos, os pêlos macios, delicados curtos e

claros, denominados pêlos velos, os pêlos duros, grandes, grosseiros, longos e

escuros, denominados pêlos terminais. Os pêlos humanos não dão um

isolamento térmico como os pêlos dos animais, em vez disso, os pêlos funcionam

recebendo sensações táteis.

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Estrutura do pêlo

O corpo do ser humano encontra-se revestido por uma grande diversidade

de formações pilosas: cabelos, pêlo do corpo, sobrancelhas, pestanas, cílios,

pêlo púbico, pêlo axilar, etc. Os pêlos são excrescências filamentosas e flexíveis

que sobressaem da epiderme, que embora tenham uma estrutura básica comum,

podem apresentar espessura e consistência variáveis e um diferente

comprimento de acordo com o seu tipo.

Os pêlos são compostos por dois tipos de elementos: a haste, a parte que

sobressai da pele, e a raiz, a porção interna.

Cada pêlo encontra-se numa depressão da pele correspondente a uma

invaginação de tecido epidérmico na derme, denominado folículo piloso, onde

são produzidos. De fato, a raiz do pêlo evidencia-se a partir de uma expansão

arredondada do folículo denominada bulbo piloso, tendo na sua base uma

concavidade, denominada papila folicular, à qual chegam os vasos sanguíneos

que nutrem o folículo e também as fibras nervosas.

A parte mais profunda do folículo piloso corresponde à matriz germinativa,

constituída por células epidérmicas cuja multiplicação origina as células que

formam o próprio folículo e também as que formam o pêlo. Esta matriz

germinativa é igualmente composta por vários melanócitos encarregues da

produção dos pigmentos, cujo número e grau de atividade, geneticamente

condicionados, determinam a cor dos cabelos de cada pessoa.

A formação do pêlo, propriamente dita, realiza-se no centro das várias

camadas celulares concêntricas do folículo piloso.

O pêlo em si é formado por três camadas diferentes, do exterior para o

interior: a cutícula, a parte mais dura; o córtex, a mais espessa; e a medula, a

estrutura do pêlo.

Crescimento do pêlo

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O pêlo cresce no folículo piloso a partir de células da matriz germinativa

que vão, progressivamente, enchendo-se de queratina (a proteína fibrosa que

constitui a camada córnea da epiderme e que é também a principal componente

do pêlo) até morrerem, passando a constituir a haste do filamento que se desloca

para o exterior e acaba por sobressair da pele. Este crescimento ocorre de forma

cíclica, o que proporciona a alternação de períodos de crescimento com outros

de repouso ao longo da vida.

A fase de crescimento, ou anagênese, caracteriza-se por uma proliferação

ativa das células da matriz generativa, durando aproximadamente cerca de três

anos, embora com variações tanto individuais como relativas à localização do

pêlo. Nessa época é possível constatar um crescimento contínuo do pêlo,

embora a uma velocidade diferente consoante as várias pessoas e também as

várias zonas do corpo. Por exemplo, o cabelo cresce a uma velocidade que oscila

entre os 0,1 e 0,5 mm por dia, enquanto que o pêlo da barba dos homens cresce,

em média, cerca de 0,3 mm por dia, sempre com evidentes diferenças

individuais.

A fase de regressão, ou catagênese, sucessiva à anterior, caracteriza-se

por uma paragem da atividade folicular durante aproximadamente três semanas.

Nesta fase, as células da papila folicular atrofiam-se, o que provoca separação

não imediata, já que ainda mantém a sua união com as bainhas do folículo piloso,

da base do pêlo com a papila, embora continue a deslocar-se até à superfície.

A fase de repouso, ou telogênese, que acontece de seguida, tem a

duração de cerca de três ou quatro meses. Nesta fase, a inatividade do folículo

piloso é total.

Após o referido período, o ciclo recomeça, através da formação de uma

nova matriz generativa, que proporciona o crescimento do pêlo, o que à medida

que o faz "empurra" para o exterior o pêlo que ocupa a parte mais superficial do

folículo, até provocar a sua desunião e a emersão, pouco tempo depois, do novo

pêlo para a superfície.

A renovação pilosa não ocorre uniformemente em todo o corpo, já que o

ritmo de atividade de cada folículo é diferente. Por exemplo, é possível, a

qualquer momento, constatar que entre os folículos do couro cabeludo existem

cerca de 85% em plena fase de atividade, enquanto que 1% se encontra em fase

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de regressão e cerca de 14% em repouso, sendo por isso que é absolutamente

normal que caiam entre 100 a 150 cabelos por dia.

Elementos do pêlo

O pêlo é composto por dois elementos muito particulares: uma glândula

sebácea e um músculo eretor. A glândula sebácea desagua diretamente no

folículo piloso e arrasta para o seu interior matéria gorda de modo a lubrificar a

superfície do pêlo. O músculo eretor é formado por um conjunto de reduzidas

fibras musculares que se encontram unidas à zona média do folículo através de

uma extremidade, estando ancoradas a um ponto próximo da derme através da

outra extremidade.

A contração destas fibras, desencadeada, entre outros fatores, pelo frio e

também por estímulos psicológicos como o medo, origina um fenómeno

denominado "horripilação" caracterizado por um arrepiar dos pêlos e uma

depressão localizada da pele, que adopta o típico aspecto da "pele de galinha".

Os cabelos brancos

Embora existam vários fatores que interferem na cor do cabelo e dos

pêlos, esta depende, sobretudo do seu conteúdo em melanina e dos pigmentos

elaborados pelos melanócitos presentes na matriz germinativa. No entanto, a cor

do cabelo depende também, da disposição das próprias células que compõem o

cabelo, já que consoante a sua obliquidade irá refletir mais ou menos luz, o que,

consequentemente, dá ao cabelo um aspecto mais ou menos brilhante e também

conforme o conteúdo de ar existente entre as células, que lhe dá um tom mais

claro.

Com o passar do tempo, os melanócitos das matrizes germinativas de

alguns folículos pilosos estagnam e deixam de fabricar pigmentos, o que provoca

os típicos cabelos brancos, embora estes possam surgir em qualquer idade e

com diferentes graus consoante as pessoas.

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FOLÍCULOS PILOSOS

http://www.sabelotodo.org/anatomia/foliculopiloso.html

O ser humano tem em torno de 5 milhões de folículos por todo o corpo,

120.000 deles no couro cabeludo. O folículo piloso ou unidade folicular é uma

estrutura complexa composta por 1 fio de pêlo ou cabelo, com seu respectivo

bulbo, glândula sebácea e sudorípara, músculo piro-eretor e outros órgãos não

menos importantes.

O folículo pode se apresentar em número de um, minoria ou em conjuntos

de 2 a 5 folículos, as famílias foliculares. Para ver estes folículos e as famílias

foliculares basta olhar para os pêlos do seu braço e notar que de alguns saem 1

pêlo, de outros 2 ou 3 e, mais raramente, 4 ou 5 pêlos. Estes folículos são a

fábrica de cabelo, são deles que nascem o fio de cabelo ou pêlo, estruturas sem

vida e que perduram durante séculos.

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Os folículos pilosos, os órgãos nos quais os pêlos se formam, também se

originam da epiderme que invade a derme, a hipoderme ou ambas, estão

envolvidos por acúmulos densos de tecido conjuntivo fibroso. O conjunto das

células que compõem a raiz do pêlo é denominado matriz, as camadas externas

do epitélio do folículo formam a bainha externa da raiz, ela envolve várias

camadas de células derivadas da epiderme, a bainha interna da raiz, constituída

por três componentes, a camada de Henle, a camada de Huxley, e a cutícula

interna da raiz.

UNHAS

http://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-tegumentar/

As unhas são placas de células queretinizadas localizadas na superfície

dorsal das falanges distal dos dedos e dos artelhos. As unhas originam-se de

células da matriz da unha.

A lúnula, um crescente branco, é observada na extremidade proximal da

unha. A extremidade distal da placa ungueal não está presa ao leito ungueal,

perto desta junção fica um acúmulo do estrato córneo denominado hiponíquio. A

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translucidez das unhas constitui uma indicação rápida da saúde de uma pessoa;

o rosa indica um suprimento sanguíneo bem oxigenado.

Funções

Apesar de atualmente lhes ser atribuído um papel basicamente estético,

já que têm sido desde a Antiguidade, muito cuidadas e enfeitadas, as unhas

desempenham um papel essencial enquanto elementos funcionais da nossa vida

quotidiana. De facto, para além de protegerem as pontas dos dedos de todo o

tipo de golpes e agressões, as unhas servem para esfregar e arranhar, como

meio instintivo de defesa perante uma situação de perigo e para apertar, separar,

dobrar e muitas outras ações que necessitem de alguma precisão. De facto,

embora as funções das unhas sejam muito importantes, costumam passar

despercebidas, já que apenas quando, por algum motivo, as perdemos, é que

ficamos, a saber, toda a sua importância, já que os dedos, sem as unhas, perdem

grande parte da sua funcionalidade.

Por outro lado, as unhas participam, igualmente, no sentido do tacto,

constituindo uma espécie de amplificadores sensoriais, pois aumentam as

percepções desse tipo na ponta dos dedos, já que o mínimo contato sobre a

superfície do corpo da unha ou na sua extremidade livre proporciona a perfeita

percepção do estímulo.

Estrutura e formação

As unhas têm uma estrutura muito semelhante à dos pêlos, pois são

essencialmente constituídas por queratina, a proteína fibrosa elaborada pelas

células cutâneas, embora também sejam compostas por mucopolissacarídeos e

determinados minerais. De fato, as unhas são, à semelhança dos pêlos,

produzidas pelas células da epiderme encarregues da produção de queratina.

Ao longo da face dorsal da falange distal de cada dedo, a epiderme dobra-

se sobre si própria, penetrando na derme, através de uma zona, denominada

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sulco ungueal, onde as duas camadas da epiderme se encontram face a face,

uma virada para cima, denominada eponíquio, e outra para baixo, o hiponíquio

ou leito ungueal, de modo a proporcionarem a formação da unha.

A partir do exterior, não é possível observar toda a extensão do leito

ungueal, já que existe uma parte, precisamente a que fabrica a unha,

denominada matriz ungueal, que fica oculta por detrás do sulco ungueal. Embora

a epiderme pertencente ao eponíquio se desenvolva normalmente e forme todas

as camadas que lhe são próprias, a epiderme do leito ungueal, não costuma

formar uma camada córnea normal, já que as suas células elaboram uma

queratina muito mais dura que, posteriormente, sai do sulco ungueal e desliza

sobre o leito ungueal, de modo a constituir a lâmina resistente que corresponde

à unha propriamente dita.

A unha é constituída por várias partes. A porção da unha que não é

observável a olho nu, por se encontrar oculta pela dobra da epiderme, denomina-

se raiz ungueal. A porção visível denomina-se corpo ou lâmina ungueal, sendo

da sua extremidade livre que sobressai da ponta do dedo. A zona do corpo da

unha próxima à raiz apresenta um sector, denominado lúnula, especialmente

visível no dedo polegar e no primeiro dedo do pé, com a forma de meia-lua e com

uma cor mais clara, correspondente a uma parte da matriz ungueal, sendo

igualmente a parte onde a lâmina tem uma maior espessura e não deixa

transluzir a cor rosada da derme subjacente.

Em condições normais, o resto da unha é translúcida, deixando

transparecer a cor do tecido subjacente, que lhe proporciona a cor rosada, já que

apenas a lúnula e a extremidade livre que sobressai da ponta do dedo são

brancas. Quando se pressiona a unha, constata-se que esta fica mais clara,

devido ao facto de a pressão dificultar a irrigação da derme, mas ao libertar-se

imediatamente a pressão, a unha volta a ganhar a sua cor, sendo esta uma das

técnicas utilizadas para avaliar o funcionamento da circulação.

Relativamente às dobras existentes nas extremidades da unha, à exceção

da extremidade livre, é possível distinguir as dobras ou valas laterais e a cutícula,

que reveste parte da lúnula.

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Roer as unhas: onicofagia

Embora seja muito comum que as crianças roam as unhas, caso se

mantenha este hábito, menos frequente entre os adolescentes e os adultos, ao

longo dos anos, pode evoluir para uma doença denominada "onicofagia", que

normalmente constitui uma forma de evidenciar um certo conflito psicológico e

emocional. De facto, como nestes casos não se trata apenas de um "mau hábito",

deve-se encontrar a causa do problema, pois pode corresponder uma via de

escape perante qualquer situação de angústia, uma forma de expressar um

sentimento de insegurança, de saudade e abandono ou de cólera reprimida, ou

ser sinal de um estado de ansiedade.

Embora existam inúmeros recursos e remédios caseiros para se proceder

à eliminação deste "hábito" nas crianças, como por exemplo, pintar as unhas com

um verniz de sabor desagradável ou ligar os dedos, aplicar uma série de castigos

caso se efetue o gesto ou, por outro lado, promessas caso se deixe o hábito, os

resultados positivos costumam ser fracos, já que não se procede à eliminação

da principal causa, pois o tratamento deve passar pelos recursos externos, como

a análise e correção das causas que levam a criança a roer as unhas. Por isso,

o mais conveniente é analisar a situação específica de cada caso e proceder-se

ao seu tratamento adequado, que muitas vezes necessita de psicoterapia

individual ou familiar.

Unhas deformadas ou descoloridas

Existem inúmeros traumatismos e afecções que podem provocar

deformações ou alterações na cor das unhas. Qualquer tipo de lesão ou irritação

na matriz ungueal e o contato com produtos químicos agressivos podem originar

um espessamento da unha ou a formação de estrias e fissuras. Para, além disso,

existem algumas doenças, como a psoríase e as infecções provocadas por

fungos, que também podem provocar o mesmo tipo de efeito.

A anemia por carência de ferro e várias doenças cardiopulmonares que

provoquem um défice de oxigenação podem favorecer a produção de unhas em

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forma de colher. Existem igualmente inúmeras afecções que podem perturbar

pontualmente o crescimento da unha e originar o aparecimento de uma estria

transversal persistente que se irá deslocar à medida que a unha cresce até

alcançar a extremidade livre da mesma.

Existem várias causas que podem alterar a coloração das unhas. Um

traumatismo pode provocar o aparecimento de uma ou mais zonas

esbranquiçadas que se irão deslocar com a própria unha à medida que esta

cresce, uma infecção bacteriana pode fazer com que a unha adopte uma cor

esverdeada, uma infecção por fungos pode proporcionar uma descoloração, uma

afecção hepática pode conferir uma coloração amarelada às unhas.

Em suma, como existem inúmeras possíveis causas para as deformações

e alterações da cor das unhas, umas banais e outras mais sérias convêm que

seja o médico a detectar a sua origem e a determinar, caso seja necessário, o

tratamento mais adequado para cada caso.

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