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ESCOLA ESTADUAL DE MONTE AZUL CURSO TÉCNICO EM INFORMÁTICA / PRONATEC 2 CONCEITOS E ORGANIZAÇÃO DA AUDITORIA Auditoria: - exame comprobatório relativo às atividades contábeis e financeiras de uma empresa ou instituição; auditagem. Auditor: - que ou aquele que ouve; ouvinte; - técnico ou pessoa com conhecimento suficiente para emitir parecer sobre assunto de sua especialidade; - perito de contabilidade a quem se dá a incumbência de examinar minuciosamente e dar parecer sobre as operações contábeis de uma empresa ou instituição, atestando a correção ou incorreção das mesmas e a veracidade do balanço geral; - magistrado, juiz togado com jurisdição privativa ou cumulativa na Justiça Militar. Conceitos de básicos A auditoria é uma atividade que engloba o exame das operações, processos, sistemas e responsabilidades gerenciais de uma determinada entidade, com intuito de verificar sua conformidade com certos objetivos e políticas institucionais, orçamentos, regras, normas ou padrões. A atividade de auditoria pode ser divida em três fases: planejamento, execução e relatório. Campo, âmbito e área. O campo da auditoria compõe-se de aspectos como: objeto a ser fiscalizado, período e natureza da auditoria. Objeto: entidade a ser auditada (completa ou parcialmente, órgão ou função). Período: espaço de tempo sobre o qual a auditoria irá atuar. Natureza: o tipo de auditoria executada numa entidade. O âmbito da auditoria constitui-se da amplitude e exaustão dos processos de auditoria, incluindo uma limitação racional dos trabalhos a serem executados, nível de aprofundamento e grau de abrangência. A área de verificação é o conjunto formado por campo e âmbito de auditoria. A área delimita de modo preciso os temas da auditoria, em função da entidade a ser fiscalizada e da natureza da auditoria. Sub 1 Sub 3 Sub 2 Âmbit o Camp o Objeto Período Natureza Área de Verificação

Apostila auditoria e segurança de sistemas

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CONCEITOS E ORGANIZAÇÃO DA AUDITORIA Auditoria:

- exame comprobatório relativo às atividades contábeis e financeiras de uma empresa ou instituição; auditagem.

Auditor:

- que ou aquele que ouve; ouvinte; - técnico ou pessoa com conhecimento suficiente para emitir parecer sobre assunto de sua especialidade; - perito de contabilidade a quem se dá a incumbência de examinar minuciosamente e dar parecer sobre as operações contábeis de uma empresa ou instituição, atestando a correção ou incorreção das mesmas e a veracidade do balanço geral; - magistrado, juiz togado com jurisdição privativa ou cumulativa na Justiça Militar.

Conceitos de básicos A auditoria é uma atividade que engloba o exame das operações, processos, sistemas e responsabilidades gerenciais de uma determinada entidade, com intuito de verificar sua conformidade com certos objetivos e políticas institucionais, orçamentos, regras, normas ou padrões. A atividade de auditoria pode ser divida em três fases: planejamento, execução e relatório. Campo, âmbito e área. O campo da auditoria compõe-se de aspectos como: objeto a ser fiscalizado, período e natureza da auditoria. Objeto: entidade a ser auditada (completa ou parcialmente, órgão ou função). Período: espaço de tempo sobre o qual a auditoria irá atuar. Natureza: o tipo de auditoria executada numa entidade. O âmbito da auditoria constitui-se da amplitude e exaustão dos processos de auditoria, incluindo uma limitação racional dos trabalhos a serem executados, nível de aprofundamento e grau de abrangência. A área de verificação é o conjunto formado por campo e âmbito de auditoria. A área delimita de modo preciso os temas da auditoria, em função da entidade a ser fiscalizada e da natureza da auditoria.

Sub 1 Sub 3 Sub 2

Âmbit

o

Camp

o

Objeto

Período

Natureza Área de

Verificação

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CONCEITOS DE AUDITORIA DE SEGURANÇA

Auditoria é um exame cuidadoso e sistemático das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou

setor, cujo objetivo é averiguar se elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas

previamente, se foram implementadas com eficácia e se estão adequadas (em conformidade)

à consecução dos objetivos.

As auditorias podem ser classificadas em: auditoria externa e auditoria interna. Enquanto a primeira é

realizada por um profissional sem vínculos empregatícios com a empresa, a segunda é feito por um

profissional da própria empresa com o propósito de monitorar e avaliar os controles internos.

A Segurança da Informação se refere à proteção existente sobre as informações de uma determinada empresa

ou pessoa, isto é, aplica-se tanto as informações corporativas quanto às pessoais. Entende-se por informação

todo e qualquer conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organização ou pessoa. Ela pode estar

guardada para uso restrito ou exposta ao público para consulta ou aquisição.

Portanto os atributos básicos, segundo os padrões internacionais são os seguintes:

Confidencialidade - propriedade que limita o acesso a informação tão somente às entidades legítimas,

ou seja, àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.

Integridade - propriedade que garante que a informação manipulada mantenha todas as

características originais estabelecidas pelo proprietário da informação, incluindo controle de mudanças e

garantia do seu ciclo de vida (nascimento, manutenção e destruição).

Disponibilidade - propriedade que garante que a informação esteja sempre disponível para o uso

legítimo, ou seja, por aqueles usuários autorizados pelo proprietário da informação.

Autenticidade - propriedade que garante que a informação é proveniente da fonte anunciada e que

não foi alvo de mutações ao longo de um processo.

Irretratabilidade ou não repúdio - propriedade que garante a impossibilidade de negar a autoria em

relação a uma transação anteriormente feita

Para a montagem desta política, deve-se levar em conta:

Riscos associados à falta de segurança;

Benefícios;

Custos de implementação dos mecanismos.

MECANISMOS DE SEGURANÇA

O suporte para as recomendações de segurança pode ser encontrado em:

Controles físicos: são barreiras que limitam o contato ou acesso direto a informação ou a

infraestrutura (que garante a existência da informação) que a suporta.

Existem mecanismos de segurança que apoiam os controles físicos:

Portas / trancas / paredes / blindagem / guardas / etc. ..

Controles lógicos: são barreiras que impedem ou limitam o acesso a informação, que está em

ambiente controlado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria exposta a alteração não autorizada

por elemento mal intencionado.

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Existem mecanismos de segurança que apoiam os controles lógicos:

Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a transformação reversível da informação de

forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para tal, algoritmos determinados e uma chave secreta

para, a partir de um conjunto de dados não criptografados, produzir uma sequência de dados criptografados.

A operação inversa é a decifração.

Assinatura digital: Um conjunto de dados criptografados, associados a um documento do qual são

função, garantindo a integridade e autenticidade do documento associado, mas não a sua confidencialidade.

Mecanismos de garantia da integridade da informação: Usando funções de "Hashing" ou de

checagem, é garantida a integridade através de comparação do resultado do teste local com o divulgado pelo

autor.

Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, sistemas biométricos, firewalls, cartões

inteligentes.

Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um documento.

Integridade: Medida em que um serviço/informação é genuíno, isto é, está protegido contra a

personificação por intrusos.

Honeypot: É uma ferramenta que tem a função de propositalmente simular falhas de segurança de

um sistema e colher informações sobre o invasor enganando-o, fazendo-o pensar que esteja de fato

explorando uma vulnerabilidade daquele sistema. É uma espécie de armadilha para invasores. O HoneyPot

não oferece nenhum tipo de proteção.

Protocolos seguros: Uso de protocolos que garantem um grau de segurança e usam alguns dos

mecanismos citados aqui.

Existe hoje em dia um elevado número de ferramentas e sistemas que pretendem fornecer segurança. Alguns

exemplos são os detectores de intrusões, os anti-vírus, firewalls, firewalls locais, filtros anti-spam, fuzzers,

analisadores de código etc.

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Questão não é apenas um problema tecnológico; é fator de desenvolvimento

A informação é o combustível do progresso nesta era do conhecimento. Neste sentido a sua segurança deve

ser tratada com maior zelo e responsabilidade, pois um mero descuido é capaz de quebrar empresas, afetar a

economia de países, exporem pessoas e empresas, interromper negócios, entre outros riscos que estamos

sujeitos.

Sob o ponto de vista pessoal, e sem querer fazer terrorismo, estamos à mercê de uma série de

vulnerabilidades em nosso dia-a-dia e que a maioria não entende a dimensão das ameaças.

Usamos diariamente a Internet para recebimento e envio de mensagens eletrônicas, usamos aplicativos de

conversação on-line, realizamos compras e transações bancárias e realizamos downloads de arquivos, e com

isso estamos vulneráveis a situações como o vazamento de informações e exposição de uso indevido de

nossos dados pessoais.

Numa visão empresarial, a segurança da informação é um fator essencial para o funcionamento de uma

empresa. Todas precisam trabalhar a cada dia mais com informações em formato digital, especialmente as

informações fiscais.

A correspondência está sendo substituída por correio eletrônico. Poucas empresas poderiam funcionar hoje

em dia sem computadores ou comunicação.

Socialmente falando, a administração pública e empresas privadas estão transferindo seus serviços para a

Internet com o objetivo de ampliar a disponibilidade e capilaridade de seus serviços e naturalmente reduzindo

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custos. Entretanto, os serviços da Internet só beneficiam aos cidadãos que sabem utilizar as tecnologias da

informação e têm a oportunidade de acessá-las.

Os países mais desenvolvidos do ponto de vista técnico desfrutam de uma vantagem competitiva com respeito

a outros. As guerras futuras serão travadas por armas da informação. Protestos e manifestações serão feitos

por meio eletrônico, como estamos presenciando atualmente. É um dos mais eficazes veículos de

comunicação, bem mais veloz, com repercussão maior, de fácil acesso e mais barato.

Naturalmente, uma sociedade cujo funcionamento se apóie nas tecnologias da informação e comunicação é

mais vulnerável a ataques técnicos. Por isso todos devem tomar as medidas necessárias para que o risco possa

ser amenizado. E digo amenizado pelo fato da segurança da informação tratar dos riscos que precisam ser bem

administrados.

Ou você minimiza esses riscos, ou deve aceitá-los com suas conseqüências. Embora você ainda pode até

transferi-los. Mas a que custo?

A segurança da informação não é uma tecnologia e sim um processo que precisa ser trabalhado de forma

constante. Infelizmente, neste ambiente de Internet não se trata de "se" e sim de "quando" você ou sua

empresa será atacada.

A segurança da informação está relacionada aos pilares da confidencialidade, integridade e disponibilidade. O

que estamos presenciando atualmente com esta onda de ataques a vários sítios digitais é uma falha à

segurança da informação, pois, mesmo que as informações confidenciais não tenham sido capturadas ou

modificadas, eles tornam-se indisponíveis às pessoas que precisam acessar aquela fonte.

De fato é verdadeira a célebre frase: "Não existe segurança 100%". O elo mais fraco da corrente de

vulnerabilidade por estar numa tecnologia mal implementada, numa pessoa mal intencionada, desmotivada e

sem o devido preparo e treinamento. E até mesmo num processo mal definido, mal estruturado e mal

disseminado.

Existem muitos mitos e realidades sobre este aspecto, mas o pior é ter aquela falsa sensação de segurança ao

pensar que plugado na internet, que é tão vasta e complexa, nada lhe acontecerá e também achar que o

computador é o mais importante, pois a tecnologia é apenas uma ferramenta que se mal utilizada poderá

acarretar em danos piores.

Não podemos ficar reféns da miopia do iceberg, onde conseguimos ver somente o que está a nossa frente de

fácil percepção. Existem muito mais aspectos a serem considerados no que se refere à segurança da

informação.

À primeira vista, o que é mais difícil no entendimento por parte dos administradores é que segurança não dá

diretamente retorno de lucros para a empresa, porém, investir em segurança evita futuros transtornos, como

ataques e invasões, o que acarretaria em publicidade negativa da imagem da empresa e até indisponibilidade

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da informação.

Todos devem estar atentos ao que está acontecendo neste momento, pois a responsabilidade por prejuízos a

terceiros e à sociedade, por culpa no desempenho de suas funções, também recai sobre os ombros do

administrador que seja gestor de um determinado processo com falhas, segundo nosso novo código civil. A

ação deste gestor não deve ser somente preventiva, mas também reparatória. A negligência, imprudência e

imperícia serão punidas com o rigor da lei.

Estejamos preparados para este novo desafio relativo à segurança das informações, pois não é só um

problema tecnológico, mas também comportamental, humano, econômico e social.

Controles, objetivos de controle, procedimentos, achados de auditoria, papéis de trabalho e recomendações de auditoria. O controle é a monitoração, fiscalização ou exame minucioso, que obedece a determinadas expectativas, normas, convenções sobre as atividades de pessoas, órgãos, ou sobre produtos a fim de não haver se desviarem das normas preestabelecidas. Podemos classificar os controles em três tipos:

Controles preventivos: prevenção de erros, omissões ou fraudes (previne, evita, antes da ocorrência).

Controles detectivos: detecção de erros, omissões ou fraudes e ainda relatar sua ocorrência (por exemplo, software de controle de acesso e relatórios de tentativas de acesso não autorizado a um determinado sistema).

Controles corretivos: usado para reduzir impacto ou corrigir erros, uma vez detectados (por exemplo, planos de contingência).

Os objetivos de controle são metas de controle a serem alcançadas, ou efeitos negativos a serem evitados, para atingirmos esses objetivos, são traduzidos em procedimentos de auditoria. Os procedimentos de auditoria formam um conjunto de ações (verificações e averiguações) que permitem obter e analisar as informações necessárias à formulação do parecer do auditor. É recomendado, que, antes de iniciar a auditoria, seja definida a lista de procedimento, ou seja, a relação dos pontos a serem verificados. Entidades fiscalizadoras (RF, TCU) costumam ter manuais de auditoria contendo objetivos de controle e procedimentos de auditoria preestabelecidos para cada área de verificação ou natureza de auditoria. Os achados de auditoria são fatos significativos observados pelo auditor durante a execução da auditoria. Esses fatos, não necessariamente, erros, falhas ou fraudes, podem ser pontos fortes da instituição, órgão, função ou produto devem ser relevantes e baseados em dados e evidências incontestáveis. Os papéis de trabalho são registros que evidenciam atos e fatos observados pelo auditor (documentos, tabelas, planilhas, listas de verificações, arquivos informatizados, etc.). Esses papéis dão suporte ao relatório de auditoria, neles estão o registro da metodologia adotada, procedimentos, verificações, fontes de informações, testes e outras informações relacionadas ao trabalho executado pelo auditor.

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As recomendações de auditoria são feitas na fase de relatório, são medidas corretivas possíveis, a fim de corrigir deficiências detectadas durante a auditoria. Dependendo da competência ou posição hierárquica do órgão de controle em relação à entidade auditada, as recomendações podem se transformar em determinações a serem cumpridas.

Natureza da auditoria Não existe padrão classificatório (tipologia) dos diversos tipos de auditoria existentes, a seguir apresentamos alguns tipos mais comuns, classificados de acordo com os seguintes aspectos:

Órgão fiscalizador o Auditoria interna

Realizada por órgão interno da entidade, tem como objetivo reduzir as probabilidades de fraudes, erros, práticas ineficientes ou ineficazes. Deve ser independente e prestar contas diretamente à direção da instituição.

o Auditoria externa Realizada por instituição externa e independente da entidade fiscalizada, com

objetivo de emitir parecer sobre gestão de recursos, situação financeira, a legalidade de suas operações.

o Auditoria articulada Trabalho conjunto de auditorias internas e externas caracteriza-se pelo uso de

recursos e comunicações recíprocas dos resultados.

Forma de abordagem do tema o Auditoria horizontal

Aborda tema específico, realizada em várias entidades ou serviços paralelamente. o Auditoria orientada

Focada em uma atividade específica qualquer ou em atividade com fortes indícios de erros ou fraudes.

Tipo ou área envolvida

o Auditoria de programas do governo Acompanhamento, exame e avaliação da execução de programas e projetos

governamentais específicos (efetividade das medidas governamentais). o Auditoria do planejamento estratégico

Verifica se os principais objetivos da entidade são atingidos e se as políticas e estratégias de aquisição, utilização e alienação de recursos são respeitadas.

o Auditoria administrativa Engloba o plano da organização, seus procedimentos e documentos de suporte à

tomada de decisão. o Auditoria contábil

Auditoria tem objetivo de garantir a correção das contas da instituição, conforme as devidas autorizações.

o Auditoria financeira Ou auditoria das contas, análise das contas, da situação financeira, da legalidade e

regularidade das operações e aspectos contábeis financeiros, orçamentários e patrimoniais, verificando se todas as operações foram corretamente autorizadas, liquidadas, ordenadas, pagas e registradas.

o Auditoria de legalidade Analise da legalidade ou regularidade das atividades, funções, operações ou

gestão de recursos, verificando se estão em conformidade com a legislação em vigor.

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o Auditoria operacional Analisa todos os níveis de gestão, nas fases de programação, execução e

supervisão, sob o ponto de vista da economia, eficiência e eficácia. Também conhecida como auditoria de eficiência, de gestão, de resultados ou de práticas de gestão. São auditados todos os sistemas e métodos utilizados pelo gestor pata a tomada de decisão, analisa a execução das decisões a aprecia até que ponto os resultados pretendidos foram atingidos.

o Auditoria integrada Inclui auditoria financeira e a operacional.

o Auditoria da tecnologia da informação Analisa os sistemas de informação, o ambiente computacional, a segurança de

informações, e o controle interno da entidade, identificando deficiências e pontos fortes. É essencialmente operacional, conhecida como auditoria informática, computacional ou de sistemas.

AUDITORIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A Auditoria da TI é uma auditoria operacional, isto é, que analisa a gestão de recursos, com o foco nos aspectos de eficiência, eficácia, economia e efetividade. A abrangência desse tipo de auditoria pode ser o ambiente de informática como um todo ou a organização do departamento de informática:

Ambiente de informática: o Segurança dos outros controles; o Segurança física; o Segurança lógica; o Planejamento de contingências; o Operação do centro de processamento de dados.

Organização do departamento de informática: o Aspectos administrativos da organização; o Políticas, padrões, procedimentos, responsabilidades organizacionais, gerência

pessoal e planejamento de capacidade; o Banco de dados; o Redes de comunicação e computadores; o Controle sobre aplicativos:

Desenvolvimento, Entradas, processamento e saídas.

Embora não exista tipologia das sub-áreas da Auditoria da TI, apresentamos: Auditoria da tecnologia da informação É abrangente, engloba todos os controles que podem influenciar a segurança de informação e o correto funcionamento dos sistemas de toda a organização:

Controles organizacionais; De mudança; De operação de sistemas; Sobre Banco de Dados; Sobre microcomputadores; Sobre ambiente cliente-servidor.

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Auditoria da segurança de informações Determina a postura da organização com relação à segurança. Avalia a política de segurança e controles relacionados com aspectos de segurança institucional mais globais, faz parte da auditoria da TI. Seu escopo envolve:

Avaliação da política de segurança; Controles de acesso lógico; Controles de acesso físicos; Controles ambientais; Planos de contingência e continuidade de serviços.

Auditoria de aplicativos Segurança e controle de aplicativos específicos, incluindo aspectos intrínsecos à área a que o aplicativo atende:

Controles sobre o desenvolvimento de sistemas aplicativos; Controles de entradas, processamento e saída de dados; Controle sobre conteúdo e funcionamento do aplicativo, com relação à área por ele

atendida.

EQUIPE DE AUDITORIA E CONHECIMENTOS

Gerente da equipe: Habilidade para recrutar ou formar profissionais com nível adequado de capacitação técnica em auditoria e TI; determinar forma de atingir a capacitação e os métodos de treinamento mais eficazes. Conhecimento necessários Conhecimento na área (se possível experiência anterior) Cpd, desenvolvimento de sistemas, pesquisa aplicada, fornecedor de hardware, software ou serviços de consultoria técnica de informática. Conhecimentos computacionais para planejar, dirigir, supervisionar e revisar o trabalho executado. Avaliação da necessidade de um nível de conhecimento mais especializado e aprofundado pra a realização da auditoria. Dependendo do âmbito (abrangência, profundidade) diferentes níveis de conhecimento podem ser exigidos, supridos pela equipe básica (interna) com treinamentos ou contratação de mão-de-obra especializada. Conhecimentos técnicos:

Sistemas operacionais, Software básico, Banco de dados, Processamento distribuído, Software de controle de acesso, Segurança de informações, Plano de contingência, e de recuperação e Metodologias de desenvolvimento de sistemas.

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Conhecimentos em auditoria: Técnicas de auditoria, Software de auditoria e extração de dados,

Outras capacidades relevantes:

Princípios Éticos, Bom relacionamento, Comunicação oral e escrita, Senso crítico, Conhecimento específico na área (finanças, pessoal, estoque...)

Composição da equipe Na composição da equipe de auditoria, a chefia tem três opções. Opções para a formação da equipe:

Consultoria externa Desenvolver a capacidade técnica de TI nos auditores Desenvolver técnicas de auditagem no pessoal de TI

Dependendo do tamanho da organização, capacidade dos profissionais, prazos, objetivos e relação custo - beneficio uma das alternativas será eleita. Consultoria externa Analise (custo, alta capacidade, independência, duração, investimento pessoal, extensão do trabalho) Consultores externos somente para tarefas específicas (conhecimento especializado).

Pontos críticos: custos, contrato e controle sobre atividades. Definição de objetivos precisos e pontos de controle.

Recomendável: bom relacionamento, transferência de conhecimentos.

Ao término da auditoria: avaliação dos serviços (opiniões dos consultores, dos membros da equipe e da gerencia da organização), com o objetivo de evitar as mesmas falhas no futuro.

A possibilidade de contratação de serviços externos de auditoria deve ser considerada desde as primeiras fases do planejamento da auditoria. A partir do momento em que são definidos o campo da auditoria, seu âmbito e as sub-áreas a serem auditadas. Decidir contratar consultoria externa depois de ter iniciado a auditoria dificilmente trará bons resultados. A consultoria externa, antes de ser contratada, deve saber exatamente o que se espera de seu trabalho, os objetivos a serem atingidos e o grau de profundidade dos conhecimentos requeridos, podendo assim verificar se estão aptos.

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Categorias de consultoria externa:

Firma ou organização especializada em auditoria (mais recursos, mais serviços)

Profissional ou grupo de profissionais envolvidos em pesquisas ou atividades acadêmicas na área a ser auditada, especializados em determinadas técnicas e ferramentas de auditoria, ou com especialização no objeto da auditoria. (Atuam tanto no planejamento estratégico como nas verificações específicas em campo.)

Tanto as firmas de consultoria como os especialistas autônomos podem ser de grande utilidade no planejamento da auditoria, na condução de entrevistas com o auditado, na avaliação de controles, na captação de dados dos sistemas, na revisão dos resultados e nas recomendações finais do relatório de auditoria. Analisando os Candidatos ao Serviço de Consultoria Externa Uma das maneiras de se contratar o serviços de consultoria externa é promover um estudo de propostas onde sejam detalhados os custos do serviço, os recursos humanos oferecidos pela consultoria, suas habilidades técnicas, seu plano de trabalho. Antes de confrontar as propostas, é aconselhável fazer uma seleção inicial dos possíveis candidatos, é importante também decidir, antecipadamente, os critérios que serão utilizados na análise das propostas dos consultores. Relacionamento com os Consultores Externos Para a realização de qualquer trabalho de qualidade, é essencial o bom entrosamento na equipe, ainda mais se alguns de seus componentes não fizerem parte do quadro de funcionários da organização. Em auditorias com a participação de consultoria externa é imprescindível que todos os aspectos relevantes estejam sob o controle do auditor coordenador da equipe, que deverá ser sempre funcionário da organização. Avaliando o trabalho realizado Ao final do trabalho, é importante avaliar seus resultados, em uma discussão franca entre os consultores externos, membros da equipe de auditoria, coordenador e gerência da organização contratante. O objetivo dessa discussão é destacar seus pontos fortes e fracos e relatar as dificuldades encontradas ao longo do trabalho para que, no futuro, sejam realizadas auditorias mais produtivas, eficientes e eficazes. Comparar os objetivos esperados e os resultados alcançados, o orçamento previsto e custo real, os prazos estimado e real, e os níveis de qualidade esperado e alcançado. Verificar se houve cooperação entre a consultoria externa e o resto da equipe, se há sugestões para o aprimoramento das futuras auditorias. Capacitando Auditores para atuarem como Auditores de Sistemas Para muitos, a informática pode ser difícil de compreender. É uma área recheada de jargões técnicos e que enfrenta transformações constantes de produtos e tecnologias. O auditor com formação básica em contabilidade e auditoria geral se depara com uma dificuldade adicional: muitos profissionais de informática, ao serem auditados, não se propõem a explicar os assuntos técnicos ao auditor que não tenha os conhecimentos básicos necessários para realizar auditoria naquele departamento. Muitas vezes o auditor nem sequer entende o que é respondido pelo auditado, pois este utiliza vocabulário técnico e siglas, dificilmente compreendidos por quem não é da área.

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Capacitando Profissionais de Informática em Auditorias Pode-se obter resultados mais efetivos e com maior rapidez se, nos quadros da organização, existirem profissionais de informática para serem treinados na área de auditoria. Treinamento O treinamento constante dos auditores de sistema é imprescindível para que estejam preparados para realizar auditorias de qualidade com grau de profundidade técnica adequada. Todos os auditores especialistas ou não em sistemas deveriam receber treinamento básico de auditoria da tecnologia da informação, já que dificilmente auditarão entidades que não utilizam informática em seus processos e controles. As técnicas e métodos básicos de auditoria de sistemas computadorizados devem ser disseminados a todos os auditores da organização. Participação em Seminários e Cursos de Especialização Faz-se necessário estimular a participação dos auditores em seminários, cursos de especialização, workshops e congressos. Qualificação Profissional Os auditores devem ser encorajados a obter qualificações profissionais que testem se seus conhecimentos estão atualizados e compatíveis com os padrões profissionais. Alguns exemplos de organizações certificadoras: Information System Audit and Control Association (ISACA) – Certificado de Auditor de Sistemas de Informação Bristish Computer Society - Exame da Sociedade Britânica de Informática Institute of Internal Auditors (IIA) – Qualificação em Auditoria Computacional (IIA Qualition in Computer Auditing) A IIA e ISACA desempenham um papel ativo no desenvolvimento de padrões de auditoria e controle de sistemas de informação. Como a tecnologia da informação está em constante evolução, é essencial que o treinamento do auditor de sistemas acompanhe essa evolução, incluindo em seu currículo novas técnicas de auditoria e aspectos de informática de tecnologias mais avançadas. O desenvolvimento profissional contínuo não é apenas desejável, mas essencial.

Manuais de Auditoria da Tecnologia da Informação

A equipe de especialistas em auditoria da TI, para orientar o trabalho dos auditores e difundir o conhecimento nessa área, deve ser responsável pela elaboração de uma ou mais manuais contendo instruções para a condução de auditorias de sistemas, exemplos de objetivos de controle e procedimentos de auditoria, explanações técnicas sobre alguns tópicos considerados importantes na área de informática, técnicas e metodologias de auditoria, instruções sobre o uso de ferramentas de informática de apoio à auditoria. Biblioteca Técnica Os auditores devem ter, à sua disposição, uma biblioteca técnica para consulta. Dessa forma poderão orientar seus trabalhos de acordo com os padrões conhecidos na área, se manter atualizados com relação às novas tecnologias e utilizar publicações técnicas como fonte de consulta durante a auditoria e na elaboração do relatório.

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Organização da Equipe Especializada Dada a complexidade e a extensão dos conhecimentos necessários em auditoria da tecnologia da informação, dificilmente uma única pessoa deterá todos esses conhecimentos. É comum encontrar, em equipes de auditoria da TI de várias organizações, auditores com formação e especialização em diferente áreas. Cabe à gerência desenvolver as especializações que faltam e administrar o grupo como um time coeso que se complementa tecnicamente. Através de treinamento adequado, a equipe deve tentar cobrir todas as áreas de auditoria da tecnologia da informação utilizadas pela instituição. Administrando Recursos Humanos Escassos Na maioria das organizações dedicadas a auditoria, controle e segurança, os auditores de sistemas são considerados recursos escassos e seu tempo é administrado criteriosamente. Suas atividades são definidas apenas nos casos em que sua atuação é realmente necessária. Além do grupo de especialistas em auditoria da TI, uma boa alternativa para difundir esse conhecimento é treinar alguns auditores para atuarem como suporte básico de informática nas equipes de auditoria de caráter genérico, sendo este denominado auditor generalista. Ele executará análise preliminar de ambientes de informática ou sistemas considerados pouco complexos para determinar a estratégia de auditoria mais adequada e avalia os controles genéricos do ambiente computacional que não exijam experiência técnica mais apurada. É recomendável que a chefia estabeleça claramente as responsabilidades de cada tipo de auditor, o suporte técnico a ser dado pelos auditores especialistas, os limites de atuação e o relacionamento entre auditores de sistemas e especialistas e generalistas, para evitar omissão ou duplicidade de trabalho. A gerência deve estabelecer um plano de auditorias de sistemas, de preferência anual, relacionando os recursos disponível (generalistas e especialistas) e as prioridades dos trabalhos. Planejamento de Atividades Em organizações de auditoria, geralmente as atividades são planejadas em três níveis, baseados em períodos de tempo diferentes. Cada nível de planejamento gera um documento, denominado plano, com atividade e detalhes para o período de tempo. Plano Estratégico de Longo Prazo O plano estratégico de longo prazo é estabelecido, normalmente, para um período de 3 a 5 anos. Seus objetivos são mais amplos, atingem toda a instituição e são aprovados pela gerência superior. Seus conteúdo define as metas da gerência de auditoria da TI, seu modo de atuação, os recursos necessários (pessoal, equipamentos e recursos financeiros) e as necessidades de treinamento. É aconselhável revisar e atualizar o plano anualmente. Plano Estratégico de Médio Prazo Este traduz o plano de longo prazo em um programa de atividades para o ano que se inicia. Em geral procura atender à demanda das equipes de auditoria genérica por especialistas na área de informática para realizarem, no ano seguinte, em conjunto ou não, auditorias da TI em entidades previamente escolhidas. Esse plano, normalmente aprovado pela gerência intermediária, define os objetivos macro das principais auditorias do próximo ano e é suficientemente flexível para aceitar as alterações que se façam necessárias.

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Plano Operacional Baseia-se em auditorias individualizadas e contém detalhes exatos dos objetivos a serem atingidos, as áreas a serem auditadas, os recursos necessários e em que prazo, os objetivos de controle e os procedimentos de auditoria a serem seguidos. O plano operacional nada mais é do que o plano específico de uma determinada auditoria. Envolvimento com Outros Auditores Ao estabelecer uma equipe mista para realização de uma auditoria genérica, isto é, sem o enfoque de auditoria da TI, é conveniente dividir o trabalho em várias fases para que os auditores atuem, conforme sua especialização, apenas nas fases em que seus conhecimentos sejam necessários. Em uma auditoria genérica, normalmente os auditores de sistemas participam das seguintes fases:

Levantamento de auditoria - o auditor de sistemas pode ser requisitados para analisar um sistema da entidade auditada, explicando, em seu relatório, seu funcionamento e fornecendo informações básicas para auditoria principal.

Coleta de dados – o auditor de sistemas pode auxiliar na coleta e transferência de dados do computador do órgão auditado para o computador da equipe de auditoria.

Análise de dados – após a coleta de dados, o auditor de sistemas pode ser solicitado a analisar os dados coletados e entrevistar o auditado em relação a seu conteúdo.

Opinião técnica – o auditor de sistemas pode ser requisitado a dar sua opinião técnica sobre o desempenho e a utilidade de determinado sistema ou conjunto de dados.

Já o envolvimento entre auditores de sistemas generalistas e especialista é bem mais próximo. No caso de auditorias da TI feitas por auditores generalista, a equipe de especialistas em TI deve dar todo o suporte necessário, seja elaborando manuais de orientação, repassado os conhecimentos técnicos básicos, esclarecendo suas dúvidas ou atendendo às solicitações de consultoria, quando for preciso. A troca de experiências deve ser estimulada pela gerência.

PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO

PLANEJAMENTO A fase de planejamento de uma auditoria identifica os instrumentos indispensáveis à sua realização. Além de estabelecer os recursos necessários à execução dos trabalhos de auditoria, a área de verificação, as metodologias, os objetivos de controle e os procedimentos a serem adotados, o auditor realiza um trabalho de pesquisa de fontes de informação sobre o objeto a ser auditado e negocia todos esses aspectos com sua gerência. Pesquisa de Fontes de Informações Na fase de planejamento da auditoria, a equipe deve reunir a maior quantidade possível de informações sobre a entidade auditada e seu ambiente de informática (plataforma de hardware, sistemas operacionais, tipo de processamento, metodologia de desenvolvimento, principais sistemas, etc.). Com essas informações poderá esboçar seu plano de auditoria e partir para a fase de delimitação dos trabalhos. Esse conhecimento prévio do ambiente de informática da entidade auditado permite ao auditor ter uma noção do grau de complexidade de seus sistemas e, então, estabelecer os recursos e os conhecimentos técnicos necessários à equipe da auditoria. Saber com antecedência o tipo de ambiente computacional com o qual o auditor vai se deparar é, sem dúvida, bastante vantajoso, já que haverá mais tempo para se preparar tecnicamente ou para incluir um especialista na equipe. A equipe precisará manter contato e entrevistar pessoas-chaves da entidade.

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As principais fontes de informações sobre a entidade auditada são relatórios de auditorias anteriores, base de dados, documentos ou páginas da entidade na Internet, notícias veiculadas na imprensa, visitas anteriores à entidade e relatórios da auditoria interna. Definindo Campo, Âmbito e Sub-áreas A partir do momento em que foi decidida a realização de uma auditoria e já existem informações suficientes sobre a entidade e seu ambiente computacional, a equipe delimita sua atuação, definindo o campo, o âmbito e as sub-áreas a serem auditadas. O campo da auditoria é composto por objeto, período de fiscalização e natureza. No caso de auditorias de informática, a natureza é auditoria da tecnologia da informação, quase sempre com enfoque operacional (exame dos aspectos econômicos, de eficiência e eficácia). O objeto auditado pode englobar um sistema computacional específico; uma, várias ou todas as seções do departamento de informática; ou até mesmo toda a organização (em termos de políticas de informática e segurança de informações ou nos casos em que o negócio da organização resume-se à prestação de serviços computacionais). O período de uma auditoria da TI depende diretamente do âmbito (grau de profundidade das verificações) e das sub-áreas de sistemas escolhidas pela equipe. Além da definição do campo, são determinadas a amplitude e a exaustão dos processos de auditoria, incluindo uma limitação racional dos trabalhos a serem executados. Tendo sido definido o conjunto campo e âmbito da auditoria, é fixada, então, a área de verificação. Essa área delimita de modo muito preciso os temas da auditoria e, em função do objeto a ser fiscalizado e da natureza da auditoria, pode ser subdividida em sub-áreas.

É aconselhável coordenar o número de sub-áreas a serem auditadas com a magnitude ou complexidade do objeto da auditoria, isto é, para ambientes extensos ou de grande complexidade, convém limitar a quantidade de controles a serem verificados para que a equipe realize um trabalho de qualidade.

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Após a definição das áreas e sub-áreas a serem auditadas, o auditor retorna à fase de pesquisa para relacionar as fontes de consulta especializadas necessárias durante a auditoria, tais como livros técnicos, manuais de auditoria, artigos especializados, sites na Internet especializados em segurança ou outras áreas específicas de informática. NEGOCIANDO COM A GERÊNCIA A definição dos aspectos citados no item anterior facilita o trabalho da equipe de auditoria e evita as falsas expectativas, tanto nos membros da equipe como de sua gerência.

Evitando Falsas Expectativas

Quando a gerência da equipe de auditoria espera um trabalho de verificação breve, sucinto e preliminar de um sistema de informática e a equipe executa uma auditoria extremamente detalhada e aprofundada, ninguém fica satisfeito. A gerência tende a cobrar insistentemente a conclusão do trabalho, por considerá-lo apenas uma análise superficial, enquanto a equipe de auditoria se exaspera para completar todas as suas tarefas dentro do prazo exíguo. Esse problema de falsas expectativas pode acontecer em qualquer tipo de auditoria, não necessariamente em auditorias da TI. Antes de iniciar a execução propriamente dita da auditoria, é recomendável que a equipe sempre discuta e defina claramente, com sua gerência, o campo da auditoria, o grau de profundidade de sua verificações e o nível de capacitação técnica e profissional necessário para auditar as sub-áreas escolhidas. Dando assim uma noção próxima da realidade dos resultado da auditoria e permite à equipe definir as metodologias a serem utilizadas, os objetivos de controle a serem atingidos e os procedimentos de auditoria mais adequados para garantir a realização de um trabalho de auditoria compatível com as expectativas da gerência. Definindo os Recursos Necessários

● Recursos humanos

● Recursos econômicos

● Recursos técnicos

METODOLOGIAS

Entrevistas o Entrevistas de apresentação

- Apresentação da equipe, cronograma das atividades, objetivos, áreas, período, metodologias. Estrutura do relatório (resultado da auditoria).

o Entrevistas de coleta de dados - Coleta de dados sobre os sistemas ou ambiente de informática. Nessa entrevista podem ser identificados os pontos fortes e fracos de controle, falhas e possíveis irregularidades. O entrevistado deve saber de antemão como serão usados esses dados e conhecer o relatórios a cerca da entrevista.

o Entrevistas de discussão de deficiências encontradas - Ao término das investigações são apresentadas as deficiências encontradas. Ao discuti-las podem ser apresentadas justificativas para essas deficiências, podendo ser desconsiderada as falhas ou relatadas as justificativas.

o Entrevista de encerramento

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É apresentado o resumo dos resultados (pontos fortes, falhas mais relevantes, comentários, recomendações).

Uso de Técnica ou Ferramentas de Apoio (Catas)

Técnicas Para Análise de Dados o dados coletados e auditados com auxílio de softwares de extração de dados, de amostragem,

de análise de logs e módulos ou trilhas de auditoria embutidas nos próprios sistemas aplicativos da entidade.

Técnicas Para Verificação de Controles de Sistemas o testar a efetividade dos controles dos sistemas do auditados. Analisar sua confiabilidade,

determinar se estão operando corretamente a ponto de garantir a fidedignidade dos dados. o Massa de dados de teste, simulações, software de comparação de programas e rastreamento

de processamento. Outras Ferramentas

o planinhas eletrônicas, editores de texto, bancos de dados e softwares para apresentações.

OBJETIVOS DE CONTROLE E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Os objetivos de controle são metas de controle a serem alcançadas, ou efeitos negativos a serem evitados, para atingirmos esses objetivos, são traduzidos em procedimentos de auditoria.

Os objetivos de controle norteiam a auditoria, para realizar uma avaliação, é necessário um modelo normativo, um conjunto de padrões, de como a atividade deveria estar sendo feita.

Este modelo normativo é traduzido em objetivos de controle a serem avaliados pelo auditor em cada área específica.

Os objetivos de controle podem ter vários enfoques e podem ser motivados por diversas razões:

Segurança – dados e sistemas importantes para a organização, onde a confidencialidade, integridade e a disponibilidade são essenciais.

Atendimento a solicitações externas – verificação de indícios de irregularidade motivados por denúncia ou solicitação de órgão superior.

Materialidade – alto valor econômico-financeiro dos sistemas computacionais.

Altos custos de desenvolvimento – sistemas de alto custos envolvem altos riscos.

Grau de envolvimento dos usuários – o não envolvimento dos usuários no desenvolvimento de sistemas, acarreta sistemas que em geral não atendem satisfatoriamente às suas necessidades.

Outsourcing/Terceirização – efeitos da terceirização no ambiente de informática.

Os procedimentos de auditoria formam um conjunto de ações (verificações e averiguações) que permitem obter e analisar as informações necessárias à formulação do parecer do auditor.

Enquanto os objetivos de controle abrangem uma área mais ampla, os procedimentos de auditoria descrevem padrões individualizados, mais detalhados, dentro de cada objetivo de controle.

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A partir do momento em que foram definidas a área de verificação e as sub-áreas a serem auditadas, a equipe seleciona os objetivos de controle mais apropriados e, por fim, utiliza procedimentos de auditoria para testar se os respectivos objetivos de controles estão sendo seguidos pela entidade. EXECUÇÃO

No transcurso da auditoria, a equipe deve reunir evidências confiáveis, relevantes e úteis para a consecução dos objetivos da auditoria. Os resultados da auditoria (achados e conclusões) devem ser suportados pela correta interpretação e análise dessas evidências.

Evidência física – observações de atividades desenvolvidas pelos funcionários e gerentes, sistemas em funcionamento, local equipamentos, etc.

Evidência documentária – resultado da extração de dados, registro de transações, listagens, etc.

Evidência fornecida pelo auditado - transcrições de entrevistas, cópias de documentos cedidos, fluxogramas, políticas internas, e-mails trocados com a gerência, justificativas, relatórios, etc.

Evidência analítica - comparações, cálculos e interpretações de documentos.

Toda essa documentação, geralmente organizada em papéis de trabalho, deve estar disponível para auxiliar a equipe na elaboração do relatório. Nem todas as evidências podem ser investigadas detalhadamente e descritas no relatório final, o auditor deve analisar cada caso segundo a sua importância para a consecução dos objetivos, tempo e esforço necessários para esclarecer todos seus pontos nebulosos.

Uma evidência considerada incompatível com a auditoria em execução, pode servir como indicativo para outra auditoria. A manutenção dos papéis de trabalho é essencial tanto para a elaboração do relatório da auditoria em questão, como para o planejamento de futuras auditorias.

RELATÓRIO Nos relatórios da auditoria, a equipe, apresenta seus achados e conclusões, bem como os fatos sobre a entidade auditada, comprovações recomendações e determinações. A linguagem utilizada nos relatórios deve ser compatível com quem irá recebê-los.

A quem se Dirige o Relatório?

Dependendo do motivo que levou à realização da auditoria, o relatório pode se encaminhado à diretoria da organização, ao organismo que financia a entidade auditada ou ao organismo responsável pelo controle de auditoria geral da entidade. Faz-se necessário identificar os pontos mais relevantes e adaptar o relatórios de acordo com o público alvo.

Relatórios preliminares

Antes mesmo de iniciar os trabalhos de campo, na fase do planejamento da auditoria, são coletadas informações preliminares sobre a entidade, seus sistemas, os recursos necessários, a composição da equipe, metodologias, objetivos de controle e procedimentos a serem adotados. Uma estrutura de relatório deve ser definida e todas essas informações devem ser transcritas para o relatório.

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Durante os trabalhos de campo, é importante documentar tudo que foi feito, observado e dito pelos entrevistados. Os textos referentes a cada entrevista podem ser utilizados no relatório. A equipe deve confirmar os fatos relatados e apresentar ao entrevistado, antes da revisão final do relatório os assuntos tratados durante a entrevista, evitando mal-entendidos ou desvios de interpretação.

Ao término das investigações de cada área, um relatório parcial deve ser apresentado contendo as deficiências encontradas (entrevista para discussão de deficiências encontradas). As justificativas apresentadas podem ser anexadas ao parecer.

Relatório final

O relatório final deve se revisado por toda a equipe de auditores, a fim de evitar inconsistências, erros ou lacunas em relação aos padrões e práticas da organização auditada. Uma crítica externa, também e conveniente nesse ponto.

Estrutura

Dados da entidade auditada - nome, endereço, natureza jurídica, relação de responsáveis, etc.

Síntese - um breve resumo do conteúdo. É útil para a alta direção obter uma visão geral e rápida dos principais pontos da auditoria.

Dados da auditoria - objetivos, período de fiscalização, composição da equipe, metodologia adotada, natureza da auditoria, e objeto (controles gerais, desenvolvimento de sistemas, aplicativo específico, etc.).

Introdução - histórico da entidade, conclusões de auditorias anteriores, estrutura hierárquica do departamento de informática, sua relação com outros departamentos, descrição do ambiente computacional, evolução tecnológica, principais sistemas e projetos.

Falhas detectadas - apresenta em detalhes, as falhas e irregularidades detectadas durante a auditoria. Além das descrições, são apresentados comentários iniciais, justificativa do auditado e o parecer final da equipe para cada falha (preferências e recomendações). É aconselhável dividi-la por sub-áreas fiscalizadas, para haver um encadeamento lógico de idéias.

Conclusão - síntese dos pontos principais do relatório e as recomendações ou determinações finais da equipe para a correção das falhas ou irregularidades encontradas.

Pareceres da gerência superior - as gerências superiores podem dar seu parecer a respeito dos achados e recomendações da equipe de auditores, concordando integralmente ou em partes com os pontos de vista da auditoria, ou ainda discordando inteiramente.

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AUDITORIA – PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO

Organização do trabalho da auditoria Planejamento

1. Passo - conhecer o ambiente: levantamento de dados do ambiente, fluxos de processamento, recursos humanos, materiais, arquivos, relatórios, telas, etc.

2. Passo - determinar pontos de controle (processos críticos) 3. Passo - definir objetivos da auditoria: técnicas, prazos, custos, nível de tecnologia a ser

utilizada. 4. Passo - estabelecer critérios para a análise de risco. 5. Passo - análise de risco. 6. Passo - hierarquização dos pontos de controle.

Definição da equipe

1. Passo - escolher equipe: perfil e histórico profissional, experiência na atividade, conhecimentos específicos, formação acadêmica, línguas estrangeiras, disponibilidade para viagem, etc.

2. Passo - programar a equipe: gerar programas de trabalho, selecionar procedimentos apropriados, incluir novos procedimentos, classificar trabalho por visita, orçar tempo e registrar o realizado.

3. Passo - executar trabalho - dividir as tarefas de acordo com a formação, experiência e treinamento dos auditores, efetuar supervisão para garantir a qualidade do trabalho e certificar que as tarefas foram feitas corretamente.

4. Passo - revisar papéis: verificar pendências e rever o papel de cada auditor para suprir as falhas encontradas.

5. Passo - avaliação da equipe: avaliar o desempenho, elogiando os pontos fortes e auxiliando no reconhecimento e superação de fraquezas do auditor, ter um sistema de avaliação de desempenho automatizado.

Documentação do trabalho

1. Relatório de fraquezas de controle interno Objetivo do projeto de auditoria, pontos de controle auditados, conclusão alcançada a cada ponto de controle, alternativas de solução propostas.

2. Certificado de controle interno Indica se o ambiente está em boa, razoável ou má condição em relação aos parâmetros de controle interno. Apresenta a opinião da auditoria em termos globais e sintéticos.

3. Relatório de redução de custos Explicita as economias financeiras a serem feitas coma a aplicação das recomendações efetuadas. Base para a realização das análises de retorno de investimento e do custo/benefício da auditoria de sistemas.

4. Manual da auditoria do ambiente auditado Armazena o planejamento da auditoria, os pontos de controle testados e serve como referência para futuras auditorias. Compõe-se de toda a documentação anterior já citada.

5. Pastas contendo a documentação da auditoria de sistemas

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Contem toda a documentação do ambiente e dos trabalhos realizados como: relação de programas, relação de arquivos do sistema, relação de relatórios e telas, fluxos, atas de reuniões, etc.

Apresentação dos resultados

Objetividade na transmissão dos resultados

Esclarecimento das discussões realizadas entre a auditoria e os auditados

Clareza nas recomendações das alternativas de solução

Coerência da atuação da auditoria

Apresentação da documentação gerada

Explicação do conteúdo de cada documento Técnicas de auditoria em programas de computador

Correlação de arquivos e análise dos dados

1. Análise do fluxo do sistema 2. Identificação do arquivo a ser auditado 3. Entrevista com o analista / usuário 4. Identificação do código / layout do arquivo 5. Elaboração do programa para auditoria 6. Cópia do arquivo a ser auditado 7. Aplicação do programa de auditoria 8. Análise dos resultados 9. Emissão de relatórios 10. Documentação

Simulação de dados Elaboração de massa de teste a ser submetida ao programa ou rotina, deve prever as seguintes situações:

1. Transações com campos inválidos, 2. Transações com valores no limite, 3. Transações incompletas, 4. Transações incompatíveis, 5. Transações em duplicidade.

Passos:

1. Compreensão da lógica do programa 2. Simulação dos dados (pertinentes ao teste a ser realizado) 3. Elaboração dos formulários de controle 4. Transcrição dos dados para o computador 5. Preparação do ambiente de teste 6. Processamento do teste 7. Avaliação dos resultados 8. Emissão de opinião sobre o teste

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AUDITORIA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

CONTROLES ORGANIZACIONAIS Os controles organizacionais são políticas, procedimentos e estrutura organizacional estabelecidos para definir as responsabilidades de todos os envolvidos nas atividades relacionadas à área da informática. Abrangem todos os controles adotados pela gerência em termos administrativos e institucionais. Os controles organizacionais são os pontos de partida da maioria das auditorias de sistemas, é a partir deles que se pode ter uma idéia das políticas adotadas pela instituição e como os aspectos de segurança são considerados pela alta administração. É necessário que durante o planejamento da auditoria, o auditor, analise a estrutura adotada pela entidade auditada, seus diversos componentes e o relacionamento do departamento com outros setores da organização. De acordo com a estrutura, o auditor deve adaptar os objetivos de controle e os procedimentos a serem adotados e, posteriormente, verificar se os controles organizacionais são adequados. É importante que o auditor determine se as medidas administrativas estabelecidas pelo auditado são suficientes para garantir o controle adequado das atividades do departamento de informática e se essas atividades satisfazem os objetivos de negócio da organização. Responsabilidades Organizacionais O departamento de informática deve ter uma estrutura organizacional bem definida, com as responsabilidades de suas unidades claramente estabelecidas, documentadas e divulgadas. É aconselhável que o departamento de informática seja suficientemente importante na estrutura hierárquica para que possa estabelecer seus objetivos estratégicos e ter certa independência dos demais departamentos.

Dependendo do tamanho da organização, pode existir uma gerência para controle de qualidade e uma gerência, ou departamento, responsável por segurança da informações, geralmente com estreitas ligações com o setor de informática.

As unidades internas do departamento devem ser bem definidas, com níveis de autoridade e responsabilidades. As descrições dos cargos no departamento e as habilidades técnicas necessárias para exerce-las devem ser estabelecidas e documentadas, podendo ser utilizadas, posteriormente, na avaliação de desempenho dos funcionários.

É necessário que o auditor verifique, primeiramente, se existe uma gerência superior de informática, com influência junto ao comitê executivo da organização. A inexistência dessa gerência, por si só, já pode sinalizar uma falta de prestígio ou de reconhecimento dos serviços prestados pelo departamento de informática. Nesse caso, há maior probabilidade de o departamento não receber os recursos e atenção necessários para atingir seus objetivos. A falta de recursos pode causar maiores riscos de segurança e baixa qualidade de sistemas.

A equipe de auditoria deve também verificar se os funcionários do departamento têm conhecimento de suas responsabilidades e seu papel na organização. È aconselhável que essas definições sejam documentadas formalmente.

Políticas, Padrões e Procedimentos

Políticas, padrões e procedimentos são a base para o planejamento gerencial, o controle e a avaliação das atividades do departamento de informática. A experiência tem demonstrado que pelo menos as políticas e os padrões devem ser estabelecidos pela alta gerência para que sejam considerados na prática pelas gerências intermediarias. É importante ter em mente que as políticas definem as diretrizes institucionais e o relacionamento entre os diversos departamentos.

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Portanto, é essencial que as políticas, para merecerem a atenção das gerências intermediárias e de todos os funcionários, sejam estabelecidas pelo nível hierárquico superior da organização e divulgada a todos. A partir das políticas, são estabelecidos os padrões que, no caso do departamento de informática, podem ser padrões para aquisição de recursos; projetos, desenvolvimentos, alteração e documentação de sistemas; operação do centro de informática e prestação de serviços de informática.

O passo seguinte é a definição de procedimentos mais detalhados que atendam às políticas e aos padrões preestabelecidos. Os procedimentos descrevem a forma como as atividades deverão ser executadas e, muitas vezes, são definidos pelo departamento de informática e aprovadas pela alta gerência.

Para o auditor, as políticas delineiam os controles gerenciais da organização. A partir delas, surgem padrões, procedimentos e controles mais específicos, relacionados a uma determinado assunto. Quando mais efetivo o cumprimento às políticas da organização, maior a probabilidade de os controles organizacionais serem também eficazes.

Entretanto, é importante que o auditor leve em consideração que cada entidade tem objetivos gerenciais e organizacionais diferentes e, consequentemente, as políticas, os padrões e procedimentos também serão diferentes. O auditor deve ser flexível e considerar as particularidades de cada entidade para que suas recomendações sejam realmente aplicáveis em cada caso. Recomendações absurdas depõem contra a qualidade da auditoria e o bom nome do auditor.

Estratégia de Informática

O comitê de informática ou a alta gerência, após inúmeras discussões, formaliza a estratégia de informática à organização em um documento conhecido como plano diretor de informática ou estratégia de informática. Esse documento serve como base para qualquer investimento na área de informática, já que traça os objetivos e projetos futuros da organização.

O maior risco associado à falta ou ineficiência de uma estratégia de informática é o desenvolvimento de sistemas que não satisfaçam os objetivos de negócio da organização, acarretando perdas econômicas e investimentos sem resultado.

É interessante que a equipe de auditoria tenha conhecimento do plano estratégico da entidade para reunir informações importantes ao planejamento de futuras auditorias. A equipe poderá saber o direcionamento que será dado ao ambiente computacional da entidade nos próximos anos.

Em sua análise, é necessário que o auditor considere o tamanho da organização e a importância da informática para a continuidade de seus negócios e sua sobrevivência no mercado. Com relação ao plano estratégico, o auditor deve analisar o relacionamento entre a estratégia de informática e a estratégia de negócios da organização e as previsões de mudanças a curto e médio prazos. É importante também verificar a forma de divulgação do plano e seu nível de aprovação. Por se tratar de um plano estratégico, normalmente deve ser aprovado pela alta gerência.

Política Sobre Documentação

É recomendável que a organização defina uma política sobre documentação, estabelecendo padrões de qualidade e classificação quanto à confidencialidade (documentos secretos, confidenciais, de uso interno, de uso restrito). A documentação de todos os sistemas computacionais deve ser completa, atualizada e pelo menos uma cópia deve ser mantida em local seguro. A classificação dos documentos pretende restringir o acesso não autorizado a informações cruciais para a organização.

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A política de documentação estabelece padrões para edição, formatação, apresentação visual e estrutura básica de documentação e ainda regras para classificação, aprovação e alterações na documentação já existentes.

Sem uma documentação adequada e atualizada, identificar as causa de erros nos aplicativos pode se tornar uma tarefa complexa e demorada. Com uma política de documentação correta, pode-se ainda evitar a repetição de erros e práticas não autorizadas pela equipe de desenvolvimento de sistemas.

Para a equipe de segurança e auditoria, a documentação também é muito importante, pois é por meio dela que consegue muitas informações sobre os sistemas auditados ou ambiente computacional, relevantes para as investigações de segurança. A falta de documentação adequada pode dificultar os trabalhos da equipe.

Gerência de Recursos Humanos

As causas mais frequentes de acesso não autorizado, perda de dados ou pane nos sistemas informatizados são erros, omissões, sabotagem, extorsão ou invasões criminosas provocados por pessoas contratadas pela própria organização. Os acidentes ambientais, as falhas de hardware e software e os invasores externos aparecem em segundo plano.

Os funcionários mal intencionados têm tempo disponível e liberdade de vasculhar as mesas de outros funcionários, ler e copiar documentos e informações internas ou confidenciais. Sabem como a organização funciona e que tipo de informações seriam valiosa para a concorrência. A espionagem industrial, por exemplo, costuma utilizar funcionários insatisfeitos como mão-de-obra.

Os ex-funcionários são igualmente interessantes para a concorrência. Muitas vezes essas pessoas prejudicam sua antiga instituição de maneira não intencional, simplesmente pelo fato de saberem o que sabem. Apesar de não terem mais acesso direto às informações internas, eles conhecem os procedimentos de segurança, a forma de atuação da empresa, seus hábitos e vulnerabilidades.

Para reduzir os riscos de erros humanos ou atos criminosos por parte dos usuários internos, é aconselhável que a organização estabeleça políticas, controles e procedimentos enfocando a área de pessoal. As atividades dos funcionários devem ser controladas por meio de procedimentos de operação e supervisão documentados, e políticas adequadas de seleção, treinamento, avaliação de desempenho, segregação de funções e interrupção de contratos de trabalho.

Plano de Contratação e Desenvolvimento de Pessoal

A gerência de informática deve traçar um plano de contratação e desenvolvimento de pessoal, visando manter uma equipe tecnicamente preparada para atender aos objetivos do departamento, com capacidade para operar o ambiente computacional atual e acompanhar os avanços tecnológicos na área de informática. É essencial que a gerência anteveja as futuras necessidades do departamento em termos técnicos e quantitativos.

Seleção de Pessoal

As políticas de seleção de pessoal devem ser definidas de tal maneira que a equipe seja composta de pessoas confiáveis, com nível técnico compatível com sua atividades, de preferência, satisfeitas profissionalmente. Essa atitude gerencial tem como objetivo garantir a qualidade do trabalho desenvolvido, reduzindo os riscos de erros. As políticas podem se aplicadas tanto na contratação temporária de prestadores de serviços ou consultores. Em alguns casos, a contratação de pessoal deve ainda atender a requerimentos legai, tais com exigência de concursos públicos para quadros do governo e apresentação de certificados técnicos emitidos por associações profissionais.

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Nas contratações de novos funcionários, normalmente são analisadas suas referências, incluindo empregos anteriores, formação profissional, experiência técnica e ficha criminal. É recomendável instituir um acordo de confidencialidade e códigos de conduta. Os novos contratados devem ter conhecimento de suas responsabilidade e de seu papel na organização. O mesmo cuidado deve ser tomado na contratação de consultores ou prestadores de serviços.

Treinamento

A gerência deve manter seu quadro de profissionais tecnicamente atualizado e apto a desempenhar suas funções atuais e futuras, de acordo com o plano estratégico de informática. É importante estimular a toca de experiências e o repasse de conhecimentos adquiridos a outros membros da equipe, dessa forma, a capacitação profissional se multiplica internamente na organização e o conhecimento não fica restrito a uma única pessoa ou grupo.

Avaliação de Desempenho

Deve ser regularmente avaliado de acordo com as responsabilidade do cargo ocupado e padrões preestabelecidos. Toda avaliação é intrinsecamente subjetiva, pois, envolve aspectos emotivos e de relacionamento entre avaliador e avaliado. Para vencer essa subjetividade, é aconselhável que o processo avaliativo se baseie em critérios mais objetivos, levando em consideração formação profissional, nível de responsabilidade, experiência, treinamento, conduta e consecução de metas.

Rodízio de Cargos e Férias

O rodízio de cargos e a instituição de férias regulares podem atuar como controles preventivos contra fraudes ou atividades não autorizadas. O funcionário, sabendo que outra pessoa pode, de uma hora para outra, exercer suas funções e detectar irregularidades por ele cometidas, ficará menos inclinado a praticar atos não autorizados ou fraudulentos. Essas medidas não são infalíveis, é claro, mas podem reduzir os riscos de atos não autorizados por um longo período de tempo.

Segregação de Funções

A segregação de funções tem como objetivo evitar que um indivíduo detenha o controle de todas as fases de um processo qualquer e caia na tentação de praticar algum ato ilícito, fraudulento ou não autorizado. Segregação significa basicamente que os estágio de uma transação ou processo são distribuídos a pessoas diferentes, de forma que uma única pessoa não seja capaz de ter controle do início ao fim. A divisão de responsabilidades, entre grupos ou funcionários distintos dentro do departamento, de certa forma promove o controle mútuo das atividades desempenhadas por cada grupo ou funcionário. Com isso, aumenta a probabilidade de serem detectados erros, omissões e fraudes.

Dependendo do risco associado, do tamanho da organização e de sua estrutura hierárquica, a segregação de funções pode ser mais, ou menos, rígida, específica ou detalhada. Quanto menor a organização, mais difícil é separar suas funções. Normalmente as atividades que envolvem recursos financeiros são as mais críticas para a organização e, conseqüentemente, as mais controladas. Em geral, essas atividades são distribuídas a vários indivíduos e sujeitas a um controle mais rígido. A supervisão gerencial é imprescindível para que a política de segregação de funções tenha resultados satisfatórios.

Na época em que começaram a ser feitas auditorias de sistemas, os auditores costumavam verificar apenas se os operadores dos computadores não tinham acesso aos programas e se os programadores não operavam os equipamentos. Isso fazia sentido e era suficiente naquele tempo. Hoje, com a complexidade dos sistemas operacionais modernos e as diferentes plataformas de hardware e software, o auditor deve avaliar a segregação de funções sob outro prisma, já que novas funções foram introduzidas no modelo organizacional do departamento de informática.

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O acesso aos recursos computacionais e às informações sobre bases de dados, programas, controles internos das aplicações, etc. só deve ser dado a quem realmente necessita desses recursos e informações para desempenhar suas funções. Se todos tiverem o conhecimento e os meios para alteração de dados, por exemplo, basta haver um motivo para que ocorram fraudes contra a organização.

A segregação de funções pretende assegurar que as transações e os processos são autorizados e registrados adequadamente e os recursos (equipamentos, software e informação) estão protegidos.

Pode também ser uma forma de controle de qualidade e detecção de erros por inabilidade ou incompetência técnica.

Na prática, no entanto, com os constantes cortes de investimentos nas organizações, o quadro de pessoal do departamento de informática tem sido cada vez mais reduzido. Em algumas organizações, devido à diminuição do quadro, pode ser difícil implementar a segregação de funções. Se o auditor se deparar com um caso semelhante, é aconselhável adaptar sua análise e suas recomendações de acordo com a problemática da organização e buscar outros controles que possam compensar os riscos da falta de segregação de funções.

Interrupção do Contrato de Trabalho

Assim como as políticas de contratação de pessoal, são igualmente importantes as políticas e os procedimentos para lidar com o afastamento, voluntários ou não, de funcionários. Essas políticas devem definir as medidas a serem adotadas no caso do término de um contrato de trabalho, principalmente no que diz respeito ao acesso aos sistemas, dados e recursos patrimoniais da organização. Seu objetivo é a proteção dos recursos computacionais e das informações da organização contra ex-funcionários insatisfeitos. Normalmente, ao interromper o contrato de trabalho, os ex-funcionários são solicitados a devolver crachás de identificação, chaves e quaisquer equipamentos ou material da organização (bips, laptops, calculadoras, microcomputadores, impressoras, livros). Além disso são desativadas as rotinas de pagamento de pessoal, senhas e privilégios de acesso lógico aos recursos computacionais e informações.

Gerência de Recursos

Os recursos computacionais devem ser gerenciados de tal forma que atendam às necessidades e objetivos da organização com relação à informática, levando em consideração os aspectos de economicidade, eficiência e eficácia.

Aquisição de Equipamentos e Softwares

É recomendável que o departamento estabeleça um plano de equipamentos e softwares, baseado na análise de desempenho do ambiente atual, na demanda reprimida de serviços de informática, no planejamento de capacidade e no plano estratégico de informática. Deve seguir os padrões de contratação adotados na organização, as regras estabelecidas em leis, se for o caso (obrigatoriedade de processo licitatório, por exemplo), e comparar preços e requisitos técnicos de produtos de fornecedores diferentes. É importante ter em mente que nem sempre o mais barato é o melhor ou o mais adequado para atender às suas necessidades. Os critérios de seleção devem aliar aspectos econômicos, de eficiência, de eficácia, efetividade e qualidade.

Manutenção e Hardware e Software

Para reduzir a possibilidade de ocorrência de falhas e interrupções inesperadas que possam causar impacto no funcionamento normal dos sistemas computacionais, é aconselhável que a manutenção preventiva de hardware ocorra de acordo com os padrões de cada equipamento (normalmente sugeridos pelo próprio fabricante).

Também os pacotes de software devem sofrer manutenções, tais como aplicação de correções (distribuídas pelo fornecedor) e atualizações de releases ou versões mais seguras e confiáveis).

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Outsourcing, Terceirização e Contratação de Consultoria Externa

A terceirização ou prestação de serviços de informática ocorre quando uma empresa independente presta qualquer tipo de serviço relacionado à informática para outra organização. Essa prestação de serviços pode envolver alguns ou todos os estágios de processamento e desenvolvimento dos sistemas, e utilização de mão-de-obra especializada, em ambiente computacional de propriedade da empresa contratada ou da organização contratante. Normalmente, os motivos que levam uma organização a optar pela contratação de serviços externos de informática são custos, problemas de espaço físico para instalação dos equipamentos e quadro reduzido de especialistas em informática.

O termo outsourcing é usado quando o cliente contrata uma empresa especializada para prover por completo todos os serviços de informática necessários para a organização. Local, equipamentos, software e pessoal são da empresa contratada. Com o outsourcing, a organização pode concentrar esforços em sua área de negócios e apenas gerenciar os serviços de informática providos pela empresa contratada.

A organização pode restringir a prestação de serviços de informática em algumas áreas específicas, contratando a melhor opção no mercado para desempenhar as atividades especializadas. As áreas do departamento de informática geralmente terceirizadas são manutenção de hardware e software, desenvolvimento de sistemas, operação do centro de processamento de dados (CPD) e suporte técnico a microcomputadores.

Mesmo quando a organização decide manter um ambiente computacional próprio, pode necessitar de serviços externos providos por consultores especializados para desempenhar atividades bem definidas. Isso ocorre quando o quadro de funcionários do departamento de informática não está suficientemente capacitado ou treinado para desempenhar tais atividades e a gerência considerou a contratação de consultoria externa uma opção melhor do que o investimento em treinamento de pessoal.

Os trabalhos de auditoria em uma organização que optou pela terceirazação de alguns serviços, outsourcing ou contratação de consultoria externa devem enfocar as cláusulas contratuais, as políticas e os procedimentos de segurança de informações de organização. Eventualmente, dependendo do tipo de terceirização, pode ser necessário auditar a própria instalação do prestador de serviços, para verificar os controles aplicados.

Principais Motivos

Os principais motivos que levam uma organização a decidir pela terceirização, outsourcing ou contratação de consultoria técnica externa são:

● Custos (pode ser mais barato contratar outsourcing do que comprar equipamentos, software e manter um quadro técnico de profissionais de informática).

● Restrições de fluxo de caixa (a compra de equipamentos pode envolver quantias muito altas, acima das possibilidades da organização, por outro lado o pagamento pela prestação de serviços terceirizados pode ser bem inferior).

● Mão-de-obra especializada (a organização pode necessitar de serviços de um especialista apenas por um determinado período de tempo. Manter esse especialista em sua folha de pagamento pode ser mais oneroso, considerando que seus serviços sejam utilizados ocasionalmente).

● Resolução de problemas (quando um prestador de serviços é contatado, assume todas as responsabilidades de entregar o serviço dentro do prazo e de acordo com os padrões e preços predefinidos. Caso ocorram problemas, a responsabilidade de solucioná-los é inteiramente do prestador de serviços. A organização apenas cobra o cumprimento do contrato sem se envolver na resolução dos problemas).

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● Rapidez no desenvolvimento de sistemas (geralmente os sistemas desenvolvidos por prestadores de serviços são entregues em prazos menores, devido às exigências contatuais e à sua maior experiência prática na área).

Riscos Envolvidos

A contratação de serviços externos sempre envolve alguns riscos. É importante que a equipe de auditoria revise o contrato e certifique-se de que a gerência detém controle adequado sobre o serviço propriamente dito e sobre informação institucional manipulada por pessoas externas à organização. Independentemente de o processamento ser efetuado nas instalações da organização ou da firma prestadora de serviços, o auditor deve ter acesso a todas as informações de controle. Em alguns casos, para que o auditor possa atuar na firma prestadora de serviços, é necessária a inclusão de cláusula específica no contrato de prestação de serviços.

Entre outros aspectos, a organização deve se assegurar de que os controles de segurança praticados pelo prestador de serviços são compatíveis com os padrões e os procedimentos adotados internamente. Para reduzir esse risco, são recomendadas cláusulas contratuais que responsabilizem o contratado a garantir a segurança dos dados de seu cliente.

Outro risco que vale a pena ser lembrado é a possibilidade de a organização, com o passar dos anos, tornar-se dependente do prestador de serviços, a tal ponto de comprometer seus negócios caso o prestador de serviços interrompa suas atividades ou faça exigências descabidas pra dar continuidade a seu trabalho. Além disso, a experiência adquirida pelo prestador de serviços nos sistemas da organização dificulta a troca de prestador de serviços ao término do contrato. Podem se passar meses até que um novo contratado assuma as mesmas atividades com qualidade equivalente. Para reduzir esse risco, devem ser incluídas cláusulas contratuais que definam o repasse de informações e documentação do prestador de serviços para o cliente ou para um novo contratado.

É essencial que a organização ainda tome o cuidado de incluir cláusulas contratuais que permitam alterações nos sistemas ou outros serviços, de acordo com as novas diretrizes traçadas pela organização. Essas cláusulas são especialmente importantes no caso de entidades do setor público, onde as mudanças das chefias de Governo implicam em mudanças de metas e estratégias das instituições governamentais.

Com a contratação de serviços técnicos externos corre-se o risco de perder ou diminuir a experiência e a habilidade técnicas de seus próprios profissionais. Isso acaba reduzindo também a capacidade de o cliente lidar com problemas técnicos futuros ou negociar os aspectos especializados com o prestador de serviços, por desconhecimento dos termos técnicos e de novas tecnologias.

Além disso, a contratação de técnicos fora do quadro do departamento de informática pode originar ressentimentos na equipe interna, por ter sido considerada incapaz para executar as mesmas atividades. Pode surgir um clima de descontentamento, queda de produtividade ou boicote dos profissionais do quadro com relação aos prestadores de serviços, dando origem a um ambiente propício para atos não autorizados, fraudes, erros, omissões e sabotagem.

Por experiência prática, pode-se dizer que uma vez terceirizados os serviços de informática, dificilmente a organização retornará essa atividade. A probabilidade de continuarem sendo terceirizados é muito maior. Portanto, é uma decisão relativamente definitiva a ser tomada com todo o cuidado, face à quantidade de riscos envolvidos.

Contratos

Toda prestação de serviços deve ser formalizada por um contrato. É imprescindível que esse contrato seja revisado pelo departamento jurídico da organização e apresentado ao auditor, quando solicitado. A organização, na definição do contrato, deve atentar para os seguintes detalhes:

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● Custos básicos e taxas adicionais – o contrato deve apresentar claramente todos os custos envolvidos.

● Direitos de ambas as partes ao término do contrato – especialmente importante quando a organização não detém conhecimento suficiente para executar os mesmos serviços sem contar com o prestador de serviços.

● Possíveis indenizações, no caso de perdas provocadas por uma das partes – quebra de segurança de acesso a informações confidenciais, violação de direitos de copyright ou de propriedade intelectual, etc.

● Direitos de propriedade sobre os dados – é essencial que fique bem claro no contrato que os dados pertencem à organização e não ao prestador de serviços.

● Direitos de propriedade intelectual – deve ser estabelecido quem terá direitos sobre o software desenvolvido ou mantido pelo prestador de serviços.

● Repasse de informações técnicas e documentação – cláusula particularmente importante quando há troca de prestador de serviços ou extinção do contrato.

● Possibilidade de alterações – quanto mais longo o contrato, maior a probabilidade de os sistemas precisarem de alterações. É necessário que o contrato estabeleça quando, como e que tipo de alterações serão aceitas.

● Padrões de segurança – deve ser especificado que o prestador de serviços é obrigado a se adequar aos padrões de segurança definidos pela organização.

● Padrões de qualidade – o contrato deve descrever os padrões de qualidade esperados pela organização (tempo de resposta, disponibilidade dos serviços, documentação padronizada, tempo de processamento, prazo de entrega de sistemas desenvolvidos, suporte técnico, etc.).

Riscos Inerentes ao Controle

Organizacional Inadequado

A alta gerência tem a responsabilidade de salvaguardar os recursos que compõem o patrimônio da organização. Para tanto, é necessário estabelecer políticas que assegurem o controle organizacional adequado, compatível com os riscos envolvidos.

Os riscos mais comuns são a violação da segurança de aceso a recursos computacionais e dados, implicando em fraudes, erros, perda de dados e roubo de equipamentos; e o planejamento inadequado do crescimento computacional, podendo acarretar desperdício de investimento ao subutilizar os recursos de informática ou, por outro lado, sobrecarregar o sistema atual, degradando ou tornando indisponíveis os serviços computacionais oferecidos aos usuários. Uma equipe insatisfeita ou ressentida com a gerência, capaz de sabotar o sistema computacional, ou uma equipe ineficiente que não cumpre com suas responsabilidades (falha causada por políticas de seleção de pessoal e treinamento inadequado), podem aumentar o risco de ocorrência de erros e fraudes. A perda de dados e informações sobre os dados e aplicativos manipulados por prestadores de serviços, são outros riscos freqüentes.

Lista de Verificações

Os aspectos apresentados a seguir podem ser utilizados como uma lista de verificações, tanto pela gerência de sistemas, quanto pela equipe de auditoria. Para essa gerência, a lista pode servir como um conjunto de tarefas a serem realizadas para implementar os controles organizacionais. Para a equipe de auditoria, essas mesmas verificações podem ser traduzidas em procedimentos de auditoria a serem adotados.

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A lista proposta a seguir não tem a pretensão de cobrir todos os pontos a serem verificados. Seu objetivo é dar uma noção ao leitor dos conceitos básicos e tipos de itens que podem fazer parte dessa lista. Cabe ao gerente de sistemas e ao auditor utilizá-la como um ponto de partida na elaboração de suas próprias listas de verificações.

Lista de Verificações

Controles organizacionais:

✔ Estabelecer e divulgar um plano estratégico de informática compatível com as estratégias de negócios da instituição, o qual deve ser periodicamente traduzido em planos operacionais que estabeleçam metas claras de curto prazo.

✔ Estabelecer, documentar e divulgar, a todos os funcionários, as políticas de informática e os padrões a serem adotados na instituição.

✔ Atender às obrigações legais e contratuais, em relação a aspectos administrativos e de segurança.

✔ Definir as responsabilidades de cada unidade organizacional e seus cargos hierárquicos para que os serviços de informática possam ser prestados adequadamente.

✔ Instituir política de contratação e treinamento de pessoal.

✔ Monitorar e avaliar o desempenho dos funcionários.

✔ Evitar a centralização excessiva de poderes e atividades.

✔ Instituir segregação de funções.

✔ Estabelecer procedimentos de controle de trabalho de funcionários.

✔ Na constatação de serviços terceirizados, estabelecer critérios rígidos para seleção, treinamento, controle de acesso a informações corporativas, controle de atividades e aceitação de produtos.

✔ Estabelecer claramente em contrato os direitos e os deveres do prestador de serviços, os padrões de qualidade e de segurança a serem seguidos.

✔ Definir uma política sobre documentação, estabelecendo padrões de qualidade e classificação quanto à confidencialidade.

✔ Manter documentação atualizada dos sistemas, aplicativos e equipamentos utilizados.

✔ Elaborar manuais de instrução para o desempenho das atividades no departamento de informática.

✔ Elaborar plano de aquisição de equipamentos baseado na análise de desempenho dos sistemas atuais, na demanda reprimida dos usuários e nos avanços tecnológicos imprescindíveis para a continuidade dos negócios da instituição.

✔ Obedecer aos prazos recomendados de manutenção preventiva dos equipamentos e aplicar as correções necessárias nos pacotes de software.

✔ Estabelecer acordos de nível de serviço quanto à disponibilidade dos recursos computacionais e seu desempenho em condições normais e emergenciais.

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✔ Revisar e incorporar as listas de verificações propostas nos outros tópicos de caráter genérico, tais como segurança de informações, controles de acesso, planejamento de contingências e continuidade de serviços.

Controles de Mudanças

Uma vez instalado um ambiente computacional e desenvolvido um aplicativo, é quase certo que será necessário, de tempos em tempos, atualizar a plataforma de hardware, a versão do sistema operacional ou incorporar melhorias no código das aplicações desenvolvidas internamente. Para minimizar os riscos de erros nessas mudanças ou detectar fraudes durante a fase de transição, é importante controlar o processo de mudanças. Todas as alterações devem ser autorizadas, documentadas, testadas e implementadas de forma controlada. Para tanto, as organizações devem definir um procedimento padrão de mudanças, o qual norteará todo o processo. É imprescindível garantir que a mudança não comprometa a funcionalidade do sistema além dos limites previamente definidos.

O que Pode Provocar uma Mudança?

Raramente um ambiente computacional se mantém inalterado por um longo período de tempo. As mudanças tecnológicas, muitas vezes, são as responsáveis por mudanças mais radicais, como troca de equipamentos, metodologia de trabalho ou sistema operacional. A seguir serão apresentados alguns fatores que levam a uma mudança no ambiente de informática.

Atualização tecnológica do parque computacional.

Maior demanda por capacidade de processamento ou de armazenamento (troca ou atualização de hardware – computador, discos, memória) identificada pela gerência de planejamento de capacidade e desempenho.

Manutenção periódicas (troca de componentes de hardware, troca de versão de software, aplicação de correções).

Identificação de problemas com o sistema a partir dos constantes registros feitos pelo help-desk.

Insatisfação dos usuários com aspectos do sistema, tais como: telas de interface pouco amigáveis, navegação confusa entre as diversas telas, baixo tempo de resposta, constante indisponibilidade, dados incorretos nos relatórios gerados, etc.

Identificação de vulnerabilidades do sistema em termos de segurança.

Operação ineficiente ou complicada – uma mudança poderá facilitar o trabalho dos operadores, administradores de bancos de dados, gerente de rede, atendentes do help-desk, etc.

Mudança dos objetivos do sistema, incluindo alterações na legislação ou norma a que o sistema atende.

Procedimentos de Controle de Mudanças

Os procedimentos de controle de mudanças podem variar de uma organização a outra e dependem do tipo de mudança envolvida. Abaixo será apresentado um exemplo de possíveis procedimentos relacionados com mudanças em aplicativos.

1. Uma solicitação de mudança é feita por um ou mais usuários.

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2. É feito um registro da solicitação, análise de sua factibilidade e dos possíveis impactos que a mudança pode acarretar no sistema e em outros sistemas relacionados.

3. Uma especificação da alteração de programa é feita e submetida à aprovação gerencial.

4. Em um ambiente de teste, o programador efetua alterações ou desenvolve um novo sistema.

5. São definidos procedimentos de retorno.

6. As modificações são testadas em um ambiente controlado de desenvolvimento.

7. Durante o teste, é verificado se as modificações seguem os padrões de programação e documentação da organização.

8. É feita uma simulação no ambiente de produção, fora do horário normal de funcionamento.

9. São feitos acertos em função dos resultados dos testes.

10. Depois de todos esses passos e de sua documentação, o programa está pronto para ser colocado em produção.

Os controles sobre a modificação de programas aplicativos ajudam a garantir que somente modificações autorizadas sejam implementadas.

Sem um controle apropriado, existe o risco de que características de segurança sejam omitidas ou contornadas, intencionalmente ou não, e que processamentos errôneos ou ameaças programadas sejam introduzidos. Por exemplo, um programador pode modificar o código de um programa para burlar os controles e obter acesso a dados confidenciais; a versão errada de um programa pode ser implantada, ocasionando processamentos errados ou desatualizados; ou ainda um vírus pode ser introduzido, prejudicando o processamento.

Mudanças de Emergência

De tempos em tempos ocorrem problemas com os sistemas em produção, ou com os equipamentos de informática, que precisam ser somados o mais rápido possível. Nesses casos, é necessário executar mudanças de emergência. Essas mudanças não podem aguardar o procedimento normal de controle de mudanças e devem ser implementadas o quanto antes.

Mesmo sendo uma emergência, é recomendável que a organização se planeje para esse tipo de situação e seja capaz de controlá-la. Provavelmente muitos passos do procedimento normal não serão seguidos de imediato, como documentação, por exemplo. Porém, assim que a situação emergencial estiver resolvida, deve ser retomado o processo normal de controle, complementando o que já foi feito durante a emergência.

Controle de Versão

Os procedimentos de controle de versão são importantes porque garantem que todos os usuários utilizam a versão correta do pacote de software ou aplicativo. A utilização indiscriminada de versões diferentes de software pode acarretar problemas sérios, já que as transações são processadas de forma diferente, a partir de dados diferentes e gerando resultados diversos. Os dados resultantes perdem, assim, sua compatibilidade e confiabilidade.

A versão atual de software ou aplicativo pode ser colocada em uma biblioteca de programas, distribuída ou acessada por todos da organização. Essa biblioteca deterá informações sobre as alterações feitas e um histórico de versões.

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Riscos Associados a Controles de Mudanças Inadequados

Os principais riscos associados a controles de mudanças inadequados são:

Uso de software ou hardware não autorizado, gerando incompatibilidade no sistemas e dados.

Processamento e relatórios incorretos, levando, por exemplo, a decisões gerenciais de negócios totalmente equivocadas, pagamentos errôneos ou registro incorreto de transações.

Insatisfação do usuário, acarretando perda de produtividade, entrada de dados incorretos, etc.

Dificuldades de manutenção por falta de documentação adequada.

Mudanças acidentais ou deliberadas, sem devida autorização, causando, por exemplo, erros de processamento e liberação de informações confidenciais a usuários não autorizados.

Mudanças de emergência não controladas, acarretando perda de dados e corrupção de arquivos.

Controles de Operação dos Sistemas

A operação dos sistemas está relacionada com aspectos de infra-estrutura de hardware e software. Seu objetivo é liberar os usuários de atividades repetitivas e das responsabilidades de garantir a disponibilidade dos sistemas e seu funcionamento adequado.

A equipe de operação requer certos procedimentos ou instruções específicas para processar cada aplicativo, além de procedimentos gerais relacionados com o ambiente operacional em que esses aplicativos são executados. É aconselhável que o auditor reveja tanto os procedimentos gerais quanto os específicos de cada aplicação.

Mudanças na Operação de Sistemas em Função das Novas Tecnologias

A maioria das organizações está sofrendo transformações tecnológicas que acarretam mudanças significativas na operação dos sistemas, inclusive redução de pessoal. Além disso, muitas delas, com vários centros de processamento, estão optando pelo processamento e controle remoto das operações a partir de uma única localidade, já que a tecnologia de rede de comunicação já possibilita essa facilidade.

Os softwares de automação já substituem algumas atividades dos operadores, como a colocação de cartuchos de fita nas unidades ou ativação de rotinas a partir de certas condições de processamento ou de tempo. Esses softwares eliminaram, em grande parte, os riscos de erros e fraudes na operação. No entanto, os operadores ainda são necessários para checar a correta ativação dessas rotinas automáticas.

A impressão de relatórios, antes feita somente na sala do computador, hoje, com o processamento distribuído, é efetuada nos departamentos dos usuários. Não há a necessidade de distribuição de relatórios aos usuários solicitantes. Mesmo em organizações que optaram pela impressão centralizada, a intervenção dos operadores é menor, graças a inovações tecnológicas no hardware e no software de controle de impressão.

Na antiga organização de processamento de dados, a área de operações era a principal preocupação da auditoria. O operador tinha controle quase que total do processamento de dados e aplicações, podendo burlar controles de acesso, adulterar seqüências de processamento de programas ou inserir dados incorretos. Apesar de algumas dessas atividades não autorizadas ainda serem possíveis, o controle sobre a atuação dos

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operadores é maior, já que várias de suas atividades hoje são automatizadas e, conseqüentemente, mais fáceis de serem controladas pela gerência.

Em função dessas mudanças, alguns procedimentos de auditoria tradicionais parecem arcaicos nos dias de hoje. É importante que o auditor adapte seus objetivos de auditoria e procedimentos de acordo com o ambiente computacional a ser auditado.

Funções Tradicionais de Operação de Sistemas

Operação na Sala do Computador

Os operadores são responsáveis pela operação dos equipamentos, computadores e periféricos, monitorando seu funcionamento e respondendo a mensagens por eles geradas. Em centros de processamento de pequeno porte, são responsáveis ainda pela operação da rede de telecomunicações. Os operadores, por princípio, não podem introduzir dados no sistema ou alterar programas e arquivos. Sua função limita-se ao processamento dos sistemas em produção, devidamente desenvolvidos pelos programadores e aprovados pela gerência.

É recomendável que todas as atividades dos operadores sejam registradas em logs para que posteriormente possam ser auditadas. Com esses logs são muito extensos e pouco amigáveis, já existem pacotes de software que analisam os logs e geram relatórios mais sintéticos para auxiliar na identificação de atividades de processamento inadequadas ou não autorizadas, tais como: alteração de parâmetros de segurança durante a carga inicial do programa (IPL – initial program load ou boot dos sistemas); violações de segurança registradas pelo software de controle de acesso; uso não autorizado de programas utilitários; abends (abnormal ends) de programa; instalação não autorizada de novos softwares ou processamento fora do horário normal de expediente.

Escalonamento do Serviço

Os serviços em produção são introduzidos no computador pelo escalonamento de serviços. Esses serviços podem ser um processo ou seqüência de processos batch e arquivos preparados para serem rodados durante a noite ou em segundo plano (background). Em ambientes de grande porte, a linguagem JCL (job control language) contém os parâmetros necessários para o processamento de jobs (serviços), os quais são introduzidos pelos operadores. Hoje em dia já existem pacotes de software mais sofisticados que, a partir de parâmetros preestabelecidos, despacham automaticamente os serviços, sem a intervenção do operador. O escalonamento de serviços, automático ou não, é o método padrão de entrada de serviços na fila de processamento do computador. Esse método deve ser previamente aprovado pela gerência.

É importante que o auditor confirme se existe um método de escalonamento previamente estabelecido e aprovado, se esse método é controlado por senha para prevenir acesso ou alterações não autorizadas e se há um método emergencial para submissão de jobs, devidamente autorizado e aprovado pela gerência.

Gerência de Desempenho e Planejamento de Capacidade

É comum, em departamento de informática maiores, haver uma seção de controle sobre os arquivos e jobs processados, responsável pela supervisão do desempenho e tempo de resposta, por exemplo. Seu objetivo é monitorar o desempenho atual e realizar tuning (sintonia) do sistema, isto é, realizar pequenas modificações capazes de melhorar o desempenho atual.

Em geral, essa mesma gerência executa o planejamento de capacidade. Esse planejamento leva em conta o desempenho atual e a demanda reprimida para elaborar estimativas de uso futuro de capacidade de CPU – Central Processing Unit -, armazenamento em disco e carga da rede. Seu objetivo é garantir que os sistemas computacionais continuem a apresentar um nível satisfatório de desempenho e atendam às novas demandas dos usuários.

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Atendimento ao Usuário e Gerência de Problemas

O serviço de atendimento ao usuário é a interface entre usuários e departamento de informática. Todos os departamentos de informática normalmente têm uma seção como essa, pois é, o ponto de contato com seus clientes. Todos os problemas e dúvidas dos usuários são encaminhados a esse serviço, o qual é responsável por registrar todos os problemas, resolver os mais simples e encaminhar os mais complicados para o especialista mais capacitado dentro do departamento de informática. Esse serviço é chamado pelos usuários quando existe um problema com uma impressora, erros nos relatórios, terminais ou microcomputadores fora do ar ou quando alguém esquece a senha.

Do ponto de vista de controle, a gerência de atendimento ao usuário é uma seção importante, pois é o ponto de partida para a verificação de problemas ocorridos com os sistemas informatizados e com o ambiente de informática como um todo. Devem existir procedimentos padronizados de registro de problemas, desde a reclamação do usuário até a sua solução. Os registros de problemas geralmente contêm data da ocorrência, nome ou identificação do usuário reclamante, descrição da falha e da resolução, as possíveis causas e o responsável por sua resolução. O registro das soluções visa facilitar a resolução de problemas futuros, similares aos já ocorridos.

É recomendável que o auditor verifique se o serviço de atendimento ao usuário funciona adequadamente e analise os relatórios de problemas em busca de indícios de irregularidades ou erros freqüentes de processamento.

Gerência de Meios Magnéticos ou Fitoteca

Embora a maior parte dos dados esteja armazenada, nos dias de hoje, em discos de alta capacidade diretamente conectados ao computador ou em disquetes e CD-ROMs gerenciados pelos usuários, ainda existem fitas, em rolo ou cartucho, a serem armazenadas em local centralizado e seguro. A fitoteca pode armazenar fitas de uso frequente ou fitas backup da instalação, sendo aconselhável haver um registro de todas as fitas armazenadas e procedimentos para sua gerência. Os departamentos de informática de grandes corporações, por manipularem grandes quantidades de fitas, utilizam normalmente um pacote de software gerenciador de meios magnéticos, o qual mantém um registro de todos os meios removíveis, os arquivos neles contidos e o local físico em que estão armazenados. Em algumas organizações são utilizados robôs para manipulação de meios magnéticos, eliminando, assim, qualquer intervenção de operador.

Independentemente do método utilizado, o auditor deve verificar se os registros são confiáveis e se os arquivos estão fisicamente seguros, sendo acessados apenas por pessoal autorizado. Devem ainda existir procedimentos adequados para transporte dos meios magnéticos , backup e inutilização de seu conteúdo ao serem descartados.

Gerência de Controle de Acesso

Mesmo com as mudanças tecnológicas, ainda existem operadores com acessos privilegiados para executar tarefas de manutenção de sistemas, por exemplo. O controle de acesso como um todo é um ponto importantíssimo a ser verificado pelo auditor. Muitas vezes merece até uma auditoria especial. É necessário que o auditor identifique, no caso dos operadores, quem tem acesso privilegiado e considere se esse acesso é justificado e limitado apenas àqueles que realmente necessitam dele. As atividades executadas pelos operadores devem ser registradas em logs para que posteriormente possam ser auditadas.

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Gerência de Backup e Recuperação

Em geral existe, no departamento de informática, uma gerência de backup periódico de dados, arquivos e sistemas. Em conjunto com a gerência de fitoteca, é responsável pelos procedimentos de backup e restauração dos sistemas após uma eventualidade.

Manutenção de Hardware

A maioria dos equipamentos de informática e de controle ambiental, como ar condicionado e sistemas de combate a incêndios, necessitam de manutenção preventiva periódica para reduzir o risco de falhas inesperadas em seu funcionamento. Normalmente esse serviço é provido pelo próprio fornecedor do equipamento ou por firmas especializadas contratadas para esse fim. No caso de microcomputadores e estações de trabalho, não é comum realizar-se manutenção preventiva.

O auditor, se achar conveniente, pode examinar os contratos de manutenção, seus cronogramas e os relatórios de problemas registrados pelo help-desk com relação a falhas de hardware. Dessa forma, pode estimar se o serviço de manutenção está sendo adequado.

Manutenção Remota de Software

Algumas organizações permitem que sua equipe técnica acesse os softwares de suas inúmeras instalações via linha discada para efetuar manutenções necessárias, geralmente fora do horário normal de expediente. Essa manutenção, algumas vezes, estende-se até os fornecedores de hardware e software , os quais mantêm uma central de atendimento aos seus clientes e realizam, remotamente, atualizações em seus produtos.

O acesso remoto, apesar de ter como objetivo a manutenção de hardware e software, não deixa de ser uma porta aberta para acesso indesejados, uma fragilidade da segurança dos sistemas. É essencial que todas as atividades realizadas remotamente sejam registradas e revisadas pela equipe de segurança da organização. Por outro lado, se devidamente controlado, por meio de senhas, perfis de acesso e outros artifícios de segurança, o acesso via linha discada para manutenções pode melhorar significativamente a continuidade dos serviços , já que os problemas de produção podem ser resolvidos mais rapidamente.

Gerência de Rede

Essa gerência tem a responsabilidade de garantir que a rede de comunicação opere normalmente e de fornecer aos usuários acesso à rede de acordo com o nível de serviço previamente estabelecido. Em geral, há uma equipe de operadores especialmente treinada para realizar as operações de rede, dada a complexidade dessa atividade.

Acordos de Nível de Serviço

As organizações com uma boa administração dos serviços de informática geralmente fazem acordos de nível de serviço entre o departamento de informática e os departamentos de usuários. Usuários e departamento de informática estabelecem níveis de serviço em termos de quantidade, qualidade e disponibilidade de sistemas. Cabe ao auditor verificar se o acordo de nível de serviço é cumprido e se os usuários estão satisfeitos com os serviços prestados pelo departamento de informática.

Os acordos nada mais são do que contratos de prestação de serviços internos que descrevem os serviços a serem prestados, o horário de funcionamento e a disponibilidade do serviço (percentual de disponibilidade, tempo de recuperação após a ocorrência de uma falha e tempo entre falhas), as medidas de desempenho e de segurança, incluindo plano de contingências. Os acordos podem ainda conter detalhes sobre o serviço de atendimento ao usuário.

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Documentação dos Procedimentos de Operação

Para garantir a operação correta e segura de todos os sistemas computacionais, a organização deve possuir procedimentos de operação documentados de forma clara e simples. É importante que essa documentação contenha informações, como procedimentos de inicialização, manipulação dos arquivos de dados, escalonamento de serviços, tratamento de erros, backup e recuperação dos sistemas. Normalmente contém procedimentos de segurança, de limpeza e conservação do ambiente onde se encontram os equipamentos e números de telefone dos técnicos de suporte aos sistemas (equipe interna ou dos fornecedores de hardware e software).

Tradicionalmente a documentação não é feita de forma adequada ou não é atualizada como deveria ser. Em geral as pessoas não gostam de documentar, por considerarem essa atividade repetitiva, desgastante e sem importância. O auditor deve recomendar que se faça uma documentação adequada, tanto dos procedimentos de operação quanto de todos os aspectos envolvendo os sistemas da organização. Por meio da documentação pode-se auditar com maior facilidade. Além disso, a documentação pode ser uma ótima fonte de informações para recém-contratados e para a manutenção dos sistemas.

Política de Contratação e Treinamento de Operadores

A contratação de operadores deve seguir os critérios apresentados anteriormente, no que diz respeito à política de pessoal. A equipe de operações deve ter habilidades, experiência e treinamento suficientes para executar seu trabalho adequadamente.

Riscos Inerentes a Controles de Operação Inadequados

A falta ou ineficiência dos controles de operação pode acarretar problemas, como perda ou corrupção de aplicativos e dados, resultante de uso incorreto ou não autorizado de utilitários de sistema; funcionamento incorreto de aplicativos, gerando informações errôneas; sobrecarga do sistema ou falta de espaço de armazenamento, impossibilitando a execução de novas transações ou serviços; insatisfação dos usuários com o departamento de informática por não serem auxiliados adequadamente pelo serviço de atendimento ao usuário; falta de backup e planejamento de contingência, aumentando os riscos de indisponibilidade dos sistemas por um longo período de tempo.

Lista de Verificações

Os aspectos de segurança apresentados a seguir podem ser utilizados como uma lista de verificações, tanto pela gerência de sistemas, quanto pela equipe de auditoria. Para essa gerência, a lista pode servir como um conjunto de tarefas a serem realizadas para implementar os controles de operação de sistemas, e para a equipe de auditoria, essas mesmas verificações podem ser traduzidas em procedimentos de auditoria a serem adotados.

A lista proposta a seguir não tem a pretensão de cobrir todos os pontos a serem verificados. Seu objetivo é dar uma noção ao leitor dos conceitos básicos e tipos de itens que podem compor essa lista. Cabe ao gerente de sistemas e ao auditor utilizá-la como um ponto de partida na elaboração de suas próprias listas de verificações.

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Lista de Verificações Controles de operação de sistemas:

Distribuir adequadamente a carga de trabalho entre os operadores, levando em consideração os períodos de pico e a natureza de cada atividade de operação.

Supervisionar as atividades de operação dos sistemas. Analisar o desempenho dos sistemas, visando o planejamento de capacidade mais

adequado às necessidades dos usuários. Implementar uma gerência de problemas, de forma que os problemas reportados

pelos usuários e identificados pela equipe de informática possam ser registrados, analisados e corrigidos adequadamente.

Instituir uma equipe de help-desk para auxiliar os usuários na utilização dos recursos computacionais e registrar os problemas por eles identificados.

Manter um histórico dos problemas ocorridos e suas respectivas soluções, com objetivo de facilitar a resolução de problemas futuros.

Estabelecer procedimentos de controle de acesso a arquivos e programas em dispositivos de armazenamento de dados (discos, fitas e cartuchos), terminais e estações de trabalho.

Estabelecer uma rotina de backup e recuperação dos sistemas, aplicativos e dados.

Produzir e manter atualizados manuais de operação de sistemas, aplicativos e equipamentos.

Estabelecer mecanismos para minimizar os impactos provocados por falhas de hardware ou software.

Revisar e incorporar as listas de verificações propostas nos outros tópicos de caráter genérico, tais como controles organizacionais, segurança de informações, controles de acesso, planejamento de contingências e continuidade de serviços, etc.

Controles sobre microcomputadores

Geralmente em um ambiente com microcomputadores há um menor controle físico e ambiental sobre os equipamentos. Normalmente o ambiente de microcomputadores não é controlado., já que os equipamentos são instalados em salas comuns, na maioria das vezes com livre acesso a qualquer pessoa. Dependendo do grau de confidencialidade e criticidade dos dados e aplicativos processados nesse ambiente, a falta de controle físico e ambiental pode ser um problema significativo ou não. Com isso, é essencial que a equipe de segurança e auditoria tenha em mente outros tipos de riscos, vulnerabilidades e controles a serem avaliados.

Riscos e Controles Específicos

A maioria dos problemas e riscos associados à computação em microcomputadores surge da falta de controle desse ambiente. Geralmente os usuários agem da forma como acham melhor.

Há certa dificuldade de conscientizar os usuários quanto à importância da segurança das informações e das políticas, padrões e práticas de trabalho a serem adotadas.

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Controles Organizacionais

Quando não houver um departamento de informática formalmente estabelecido, é importante que o auditor determine quem tem acesso aos sistemas em microcomputador e como essas pessoas os utilizam. A documentação é um item importante, devendo incluir os procedimentos operacionais para processamento dos sistemas, backup e recuperação. A documentação deve ser suficiente para permitir que alguém, com poucos conhecimentos a respeito das aplicações especificas, possa processá-las sem problemas e efetuar operações básicas de backup e recuperação.

Conformidade com a Legislação

A organização deve estabelecer políticas para garantir que seus usuários estejam conscientes da legislação, obedeçam as normas e não pratiquem a pirataria de software.

Pirataria

A pirataria deve ser uma prática condenada na instituição, não só por ser ilegal e anti-ética, mas também porque pode ser arriscado utilizar um software sem ter certeza de sua fonte.

É recomendável que o auditor verifique se todos os softwares utilizados foram realmente contratados pela organização. A equipe de segurança e auditoria pode utilizar ferramentas de software para auxiliar na tarefa de verificação das licenças de software contidas nos discos rígidos.

Controles de Acesso Físico e Lógico

O acesso físico a computadores de mesa é normalmente menos controlado do que nos ambientes de computadores de grande porte, onde tradicionalmente o acesso é restrito por portas trancadas, fechaduras com segredo, vigilância constante ou circuitos internos de TV. É recomendável que os usuário de micro sejam encorajados a utilizar senhas, criptografia, proteção automática de tela, pacotes de segurança e, se possível, armazenem os dados confidenciais em um servidor de arquivos.

Continuidade de Serviços

A gerência de segurança e auditoria pode recomendar o uso de um servidor de arquivos para armazenamento de dados ao invés do disco rígido local. Normalmente o servidor de arquivos é administrado pelo departamento de informática e possui procedimentos de backup periódico de seu conteúdo. Recomendar o uso de estabilizadores e fontes de energia ininterrupta. Verificar os logs para monitorar mensagens de erro e falhas do sistema.

Proteção Contra Vírus de Computador

Existem diversos controles que a organização pode usar para reduzir o risco de infecção por vírus. Alguns são de natureza técnica; outros, administrativos.

Uso de Disquetes e Arquivos via Internet

Todos os disquetes externos e arquivos da Internet de vem ser submetidos ao anti-vírus possa antes de serem carregados. Disquetes contendo arquivos compactados devem ser descompactados para que o anti-vírus possa cumprir sua finalidade.

Uso de Software Aprovado pela Gerência

A organização deve estabelecer uma política que controle o conteúdo de seus microcomputadores, permitindo apenas softwares aprovados pela gerência. Com isso, pode-se reduzir o risco de difusão de vírus

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anexados a aplicativos de fontes desconhecidas. Para garantir o cumprimento da política, a gerência deve realizar auditorias regulares nos computadores dos usuários, utilizando, se for o caso, sistemas de gerência de rede que permitam acesso e supervisão remota dos microcomputadores conectados à rede.

É aconselhável manter uma certa padronização de produtos, com o objetivo de facilitar o treinamento dos usuários e as manutenções de software que se fizerem necessárias.

Procedimentos de Emergência

No caso de todas as medidas preventivas falharem, a organização deve ter um plano de emergência preparado para lidar com situações de ataque de vírus.Lista de Verificações

Os aspectos de segurança apresentados a seguir podem ser utilizados como uma lista de verificações, tanto pela gerência de sistemas, quanto pela equipe de auditoria. A lista proposta a seguir não tem a pretensão de cobrir todos os pontos a serem verificados. Seu objetivo é dar uma noção ao leitor dos conceitos básicos e tipos de itens que podem compor essa lista. Cabe ao gerente de sistemas e ao auditor utilizá-la como um ponto de partida na elaboração de suas próprias listas de verificações.

Cuidados para manter controle sobre microcomputadores:

Manter um inventário dos equipamentos de microinformática. Instituir controles de entrada e saída de peças e equipamentos, com o objetivo de

evitar ou minimizar a perda ou roubo de equipamentos. Instruir os usuários de laptops para não armazenarem nesses equipamentos senhas

que possibilitem acesso a sistemas internos ou informações confidenciais não criptografadas.

Manter, se possível, padronização de produtos de hardware e software. Utilizar apenas softwares contratados. Utilizar estabilizadores de energia ou equipamentos similares de proteção aos

microcomputadores. Manter registro das licenças de software, identificando em que máquinas estão

sendo processadas. Cadastrar os pacotes de software em demonstração em registros separados no

inventário, para que possam ser tomadas as providencias necessárias para sua contratação ou sua eliminação da máquina ao término do período de demonstração.

Cadastrar os pacotes de software adquiridos sem ônus (freeware) em registros separados no inventário.

Permitir a carga de novos softwares apenas ao administrador do sistemas ou pessoas por ele autorizadas.

Verificar periodicamente o conteúdo dos discos rígidos dos microcomputadores e eliminar os softwares que não corresponderem aos registros do inventário.

Estabelecer uma política contra pirataria de software, prevendo inclusive punições aos infratores.

Utilizar sempre senhas ou outros mecanismos de identificação e autenticação dos usuários.

Manter atualizados os anti-vírus em todos os micros da instituição. Carregar no computador apenas software e dados a partir de fontes confiáveis,

submetendo todos os arquivos externos ao anti-vírus, antes de serem carregados. Promover programa de treinamento e conscientização dos usuários quanto à

segurança de informações.

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Utilizar proteção automática de tela, com senha. Utilizar criptografia. Realizar backup regularmente. Revisar e incorporar as listas de verificações propostas nos outros tópicos de caráter

genérico, tais como controles organizacionais, segurança de informações, controles de acesso, planejamento de contingências e continuidade de serviços, etc.

Controles Sobre Ambiente Cliente-Servidor

O controle e segurança em ambiente cliente-servidor é um desafio à equipe de auditoria e segurança, já que sua arquitetura se baseia em tecnologias de microinformática e de redes, as quais não foram originalmente projetas para serem seguras. Quase todos os dispositivos de segurança nesse ambiente forma projetados posteriormente, em função da necessidade.

É um ambiente bastante heterogêneo, tanto em relação a hardware e software, quanto ao perfil de usuários. A forma como o sistema operacional e os aplicativos cliente-servidor são distribuídos logicamente constitui-se um desafio a mais à equipe de segurança. Em uma auditoria, a equipe pode considerar os componentes separadamente ou como sistemas integrados. Dependendo do tipo de auditoria e da forma como os componentes foram distribuídos, a auditoria pode se concentrar no computador central ou em múltiplos servidores, clientes e rede de comunicações.

Quando comparado ao ambiente de microcomputadores stand-alone (desconectados), entretanto, o ambiente cliente-servidor apresentar certas vantagens de segurança, já que permite que a organização mantenha um controle central de seus dados, no que diz respeito a direitos de acesso, manutenção e backup, e tome medidas preventivas e corretivas de segurança mais eficazes.

Configuração do Sistema Operacional

A configuração inicial dos sistemas operacionais, distribuída pelos fornecedores, normalmente não tem como objetivo a segurança. Muito pelo contrário, a configuração default do sistema é feita na sua forma mais permissiva, facilitando sua instalação e uso, e habilitando seus componentes e serviços mais populares. As brechas de segurança nas configurações default dos sistemas operacionais são tantas que tornam sua customização uma tarefa mais trabalhosa do que deveria ser.

Contas de Usuário

Todo usuário, para acessar algum recurso do ambiente cliente-servidor, precisa ter uma conta. A conta tem as informações necessárias para que cada usuário seja reconhecido na rede, tais como nome e senha. Em alguns sistemas operacionais, a conta também tem outras informações importantes, tais como direitos, permissões de acesso e grupos aos quais o usuário está associado. É bom esclarecer a diferença entre direito e permissão. Um direito é uma autorização para o usuário executar certas operações no sistema como um todo. A permissão, por sua vez, é uma regra, associada a um determinado objeto, que define quais usuários podem acessar aquele objeto e de que maneira. Os direitos, por serem válidos para todo o sistema, têm prioridade sobre as permissões. Por exemplo, o usuário Paulo tem o direito de fazer backup de arquivos e diretórios. Mesmo que o proprietário de um determinado arquivo não tenha dado a permissão de backup ao Paulo, ele poderá faze-lo, já que o seu direito prevalece sobre a permissão específica associada àquele arquivo.

Existem alguns tipos de contas de usuário especialmente importantes no que se refere a segurança:

As contas sem senha ou guest normalmente são usadas em casos excepcionais de usuários ocacionais ou, como o próprio nome diz, convidados. As contas com senha padronizada ou default, por sua vez, geralmente são associadas a produtos de software em demonstração ou teste. Esses dois tipos de contas são enormes

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brechas de segurança, já que um invasor, sem muito esforço, pode utilizá-las para acesso inicial ao sistema e, uma vez conectado, pode tentar acessar, mais facilmente, contas privilegiadas. Seu uso, portanto não é recomendado.

A conta de administrador, também chamada de root ou super-usuário em ambientes Unix, é uma conta em se tratando de segurança, pois tem controle completo da operação e segurança do SO e sobre qualquer arquivo ou diretório. É recomendável que essa conta seja utilizada apenas pelo responsável pela configuração e segurança da rede, quando as atividades a serem executadas assim o exigirem. Em outras palavras, sempre utilize uma conta cujos privilégios são os menores possíveis, isto é, suficientes apenas para executar a tarefa desejada.

Utilizar contas privilegiadas para realizar tarefas corriqueiras torna o sistemas mais suscetível à atuação de cavalos de tróia, por exemplo. Se, acidentalmente, um usuário processar um cavalo de tróia, é melhor que ele tenha pouquíssimos privilégios para que os danos provados por esse programa sejam limitados aos dados e arquivos particulares do usuário, sem atingir arquivos confidenciais da instituição ou de configuração do SO.

Grupos

Um grupo é um conjunto de permissões e direitos de acesso que pode ser associado a vários usuários, sendo um artifício utilizado pelo administrador do sistema para facilitar a gerência de acesso aos recursos da rede. As contas de usuário que normalmente executam tarefas semelhantes são reunidas em um grupo e seus direitos de acesso são definidos para o grupo, evitando definições repetidas para cada usuário individualmente. Os grupos podem ser usados tanto para ceder como para limitar o acesso a recursos críticos. Por exemplo, apenas os usuários do grupo Presidência poderão ter acesso à base de dados confidenciais da empresa. Com grupos, o administrador trata um grande número de usuários como se fosse uma única conta. Se for necessário alterar qualquer direito de acesso, isso pode ser feito no grupo, afetando, assim, os direitos de todos os usuários a ele associados. Dependendo de suas funções na empresa, um usuário pode ser definido em mais de um grupo.

Permissões de Arquivo e de Diretório

As permissões de arquivo e de diretório determinam se um usuário ou grupo pode acessar um arquivo ou diretório e como se dará esse aceso. Normalmente o usuário proprietário é aquele que cria o arquivo ou diretório e cabe a ele definir e alterar as permissões de acesso.

O ambiente Windows NT

O ambiente Windows NT apresenta, como uma de suas características de projeto, uma arquitetura de segurança, baseada no conceito de domínios, grupos de usuários, permissões e direitos de acesso, a qual facilita a implementação de uma estrutura computacional mais controlada. Seus componentes básicos são LSA (Local Security Authority), SAM (Security Account Manager) e SRM (Security Reference Monitor).

Colocar figura

Subsistema de Segurança – Local Security Authority (LSA)

O subsistema de Segurança (LSA) é o principal componente de arquitetura de segurança do NT e, por isso, muitas vezes é considerado como o próprio subsistema de segurança. Dentre suas funções, destacam-se:

● Criação de tokens de acesso durante o processo de logon do usuário;

● Validação do usuário de acordo como seu tipo de permissão de acesso;

● Controle e gerência da política de segurança e auditoria no ambiente NT;

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● Manutenção de log de mensagens de auditoria geradas pelo monitor de segurança (SRM).

O LSA, para realizar seus objetivos de segurança, utiliza os serviços providos pelos outros componentes do subsistema.

Gerenciador de Informações de Segurança Security Account Manager (SAM)

Esse componente mantém uma base de dados de segurança com informações de todas as contas de grupo e usuários. Apesar de ser transparente ao usuário, o SAM presta, ao LSA, os serviços de validação de usuários, comprando as informações digitadas no processo de logon com as informações anteriormente armazenadas na base de dados. Dependendo da arquiterura da rede, pode haver mais de uma base de dados SAM, como por exemplo, uma base SAM para cada estação de trabalho ou domínio. A validação, nesse caso, pode ocorrer de forma centralizada (na base SAM da máquina controladora do domínio) ou descentralizada (na base SAM da estação de trabalho).

Monitor de Segurança – Security Reference Monitor (SRM)

O monitor de segurança tem como função garantir o cumprimento das políticas de validação de acesso e de geração de logs de auditoria estabelecidas pelo subsistema LSA, protegendo recursos e objetos contra acesso ou alterações não autorizadas. Para tanto, o monitor valida o acesso a arquivos e diretórios, testa os privilégios de aceso dos usuários e gera mensagens de auditoria. Dessa forma, o Windows NT previne o acesso direto a objetos. Para poder acessar qualquer objeto, o usuário é submetido, de forma transparente, à validação do SRM. O SRM compara as informações do descritor de segurança do objeto pretendido com as informações de segurança da token de acesso do usuário e toma a decisão se o acesso deve ser permitido ou não.

Processo de Logon

A intenção do NT com o usuário inicia-se com uma medida de segurança preventiva. Antes de fornecer seus dados, o usuário é orientado a pressionar simultaneamente as teclas CTRL+ALT+DEL, a fim de detectar aplicativos rodando em segundo plano (background). O processamento em background é um artifício bastante utilizado por cavalos de Tróia, na tentativa de capturar as informações de logon do usuário. Em seguida, é apresentada a tela de autorização, na qual o usuário preenche sua identificação, senha e domínio ou servidor que pretende acessar. Essa fase do logon só será realizada com sucesso se a identificação e a senha do usuário estiverem corretas. Se apenas uma delas estiver certa, o NT envia mensagem de falha de autorização do usuário, sem indicar o campo incorreto. Esse procedimento também é uma medida preventiva, no caso de pessoas não autorizadas estarem tentado adivinhar os dados de um usuário.

A fase seguinte é a da autenticação do usuário. As informações digitadas pelo usuário são repassadas pelo subsistema de segurança (LSA) ao gerenciador de informações de segurança (SAM), o qual as compara com as informações da base de contas de usuários do domínio pretendido. Se a identificação e a senha do usuário corresponderem aos dados de alguma conta da base de dados, o servidor avisa à estação de trabalho que a autenticação daquele usuário foi satisfatória.

O subsistema de segurança (LSA) constrói, então, uma token de acesso para aquele usuário, contendo seu nome, identificação de segurança, grupos de usuários a que pertence e privilégios de acesso. Essa token será associada a todo e qualquer processo executado por aquele usuário. O subsistema Win32 cria um processo para o usuário, associando-o à token e, ao final do procedimento de logon, é apresentada a tela do gerenciador de programas.

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Controle de Acesso Discricionário

Os controles de acesso discricionário permitem, aos proprietários de recursos, aos usuários com acesso à conta de administrador e aos usuários com autorização para controlar os recursos do sistema, especificar quem pode acessar seus recursos e que tipo de ações podem realizar com eles. Esses controles podem ser associados a usuário específicos, a grupos de usuários, a ninguém ou a todos os usuários conectados à rede. No NT as definições de acesso podem ser feitas pelas seguintes ferramentes:

● Gerenciador de usuários em domínios (definições das políticas de segurança e administração de contas de usuários e grupos);

● Gerenciador de arquivos (compartilhamento de arquivos e diretórios);

● Gerenciador de impressão (compartilhamento de impressora na rede);

● Painel de controle (definição de limites de compartilhamento de recursos na rede, ativação e desativação de serviços de rede).

Tokens de Acesso

Com foi descrito anteriormente no processo de logon, o subsistema de segurança (LSA) constrói uma token de acesso para cada usuário, contendo seu nome, identificação de segurança, grupos de usuários a que pertence e privilégios de acesso. Essa token é associada a todo e qualquer processo executado por aquele usuário. Sempre que o usuário ou um processo a ele associado tentar acessar um objeto, os dados de sua token (identificação, grupos a que pertence e privilégios) são comparados aos dados da lista de controle de acesso do objeto, mais especificamente, às entradas de controle de acesso. O acesso só será permitido se as informações compradas forem compatíveis.

Listas de Controle de Acesso

As listas de controle de acesso são uma forma adicional de controle de acesso a recursos. Todo e qualquer recurso, seja um arquivo, diretório ou impressora, tem um proprietário, o qual decide quem pode ter acesso ao recurso e o que pode fazer com ele. O usuário pode especificar e controlar o impedimento de acesso ou o compartilhamento de objetos por ele criados ou controlados. As permissões de acesso a um determinado objeto são definidas nas chamadas entradas de controle de acesso (ACE – Acces Control Entry), as quais são associadas a uma lista de controle de acesso no momento em que o usuário define os controles de acesso discricionário para o objeto em questão. Se o usuário não definir esses controles de acesso, é criada uma lista de controle de acesso padrão (default) para o objeto. Os dados dessa entradas são checados com a token de acesso do usuário, quando é solicitado acesso ao objeto.

Ferramentas de Segurança e Auditoria

Gerenciador de Usuários em Domínios – User Manager for Domains

Essa ferramenta é usada para administrar a segurança nos domínios e computadores associados ao Windows NT. Com ela, pode-se criar novos usuários e grupos, estabelecer as políticas de definição de contas de usuários, direitos de acesso e relacionamentos de confiança, e especificar atributos de segurança para cada usuário. Apenas o administrador do sistema tem o privilégio de gerencia e alterar a configuração estabelecida pelas ferramentas de segurança.

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Contas de Usuários

O acesso aos recursos computacionais só é permitido após a entrada de um nome de conta e uma senha válidos. Para controlar as contas de usuário, o gerenciador de usuários do NT utiliza as seguintes facilidades:

● Política de contas – controla as definições e alterações de senhas, como por exemplo, tamanho da senha, prazos máximo e mínimo para alteração, bloqueio da conta ou da estação de trabalho após um certo limite de tentativas de logon frustradas, etc.

● Política de direitos do usuário – controla os direitos explícitos que podem ser designados a contas de usuários e grupos, tais como os direitos a acessar um computador localmente ou pela rede, restaurar e fazer backup de arquivos e diretórios, acessar e manipular o log de segurança, etc.

● Perfil de usuário - contém informações sobre a forma de interação do usuário com qualquer estação de trabalho da rede. Os perfis podem ser criados pelo administrador para estabelecer ambientes seguros, onde o usuário só consegue interagir com o sistema por meio de formas preestabelecidas. Independentemente da estação de trabalho acessada, será apresentado ao usuário o mesmo ambiente interativo, já que este está associado ao seu perfil e não à estação de trabalho. Com essa ferramenta, o administrador pode criar, por exemplo, um perfil para cada tipo de função na empresa, o qual poderá ser associado a vários usuários que exerçam aquela função. Dessa forma, várias contas de usuário podem utilizar um ambiente comum de interação com a rede, facilitando a gerência de controle.

Grupos

No NT, o administrador, na definição e manutenção de direitos e permissões de acesso, pode estabelecer três níveis de contas:

● Contas de usuário – cada usuário tem uma conta protegida por senha, associada a direitos e permissões de acesso individualizados. As contas podem ser definidas localmente ou em nível de domínio;

● Grupos locais – conjunto de contas de usuários, definido em cada estação de trabalho, com direitos e permissões de acesso comuns àquele domínio local;

● Grupos globais – conjunto de contas de usuários, definido em nível de domínio, com direitos e permissões de acesso comuns a múltiplos domínios.

Assim como no caso das contas de usuários, também há grupos que merecem uma atenção especial do auditor e da equipe de segurança, tais como os grupos de administrador e de operadores do servidor, por terem acesso privilegiado ao sistema, na execução de várias tarefas administrativas e de segurança, e usuários guest, pro serem capazes de acessar a rede sem necessidade de senha.

Domínios e Relacionamento de Confiança

Um domínio é um conjunto de computadores, agrupados por motivos administrativos, que compartilham uma base de dados de usuários e uma política de segurança, facilitando a gerência e o controle de segurança da rede. Em um domínio, cada usuário tem uma única conta para acessar a rede a partir de qualquer computador do domínio. O administrador, por sua vez, precisa manter apenas uma conta para cada usuário e estabelecer uma única política de segurança para todo o conjunto.

A máquina controladora do domínio mantém uma base de dados contendo os nomes de contas e senhas de todos os usuários registrados no domínio. Uma vez que o usuários tenha sua conta nessa bases de dados, o controlador permitirá seu logon em qualquer máquina associada àquele domínio.

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Em redes mais complexas, com inúmeros domínios, a segurança normalmente é estabelecida a partir de relacionamentos de confiança. Esses relacionamentos nada mais são que ligações entre domínios que possibilitam a um usuário com conta em um domínio acessar recursos de outros domínios da rede. Esses relacionamentos simplificam a gerência da rede ao combinar dois ou mais domínios em uma unidade administrativa. Resumindo, existem duas vantagens na abordagem de relacionamentos de confiança. Do ponto de vista do usuário, é necessária uma única conta e senha para cada usuário acessar recursos de vários domínios e, do ponto de vista gerencial, o administrador pode gerenciar vários domínios de forma centralizada. Em termos de segurança, o estabelecimento de relações de confiança requer, entretanto, planejamento adequado e conhecimento detalhado da rede.

Gerenciador de Arquivos e Diretórios

O Windows NT suporta mais de um tipo de sistema de arquivos, vale a pena mostrar as diferenças entre eles, quanto aos aspectos de segurança e auditoria.

NT File System (NTFS)

Esse sistema de arquivos é exclusivo do NT. Não provê criptografia e não pode ser usado em disquetes. No caso de falha do sistema ou do disco, o NTFS provê recuperação de dados. Por ser o único a utilizar o sistema de segurança de arquivos e diretórios do NT (menu de segurança do gerenciador de arquivos). Através do menu de segurança do gerenciador de arquivos, pode-se definir as permissões de arquivos e diretórios, em volumes NTFS, para usuários e grupos de usuários. O proprietário pode definir uma combinação dos seguintes tipos de acesso: nenhum acesso, ler (R), gravar (W), executar (X), apagar (D), alterar permissão (P), tomar propriedade (O) e acesso total.

File Allocation Table (FAT)

Esse sistema de arquivos é o mais usuado em computadores pessoais já que os arquivos por ele gerados podem ser lidos pelos sistemas operacionais MS-DOS, Windows NT e OS/2.

High Performance File System (HPFS)

O HPFS foi criado para o sistema operacional OS/2. Os arquivos por ele gerados podem ser lidos pelos sistemas operacionais OS/2 e NT (versões anteriores a 4.0).

Em volumes FAT e HPFS, não é possível definir permissões individualmente a arquivos e diretórios, a não ser nos casos de compartilhamento, quando as permissões são definidas para o compartilhamento e não para os arquivos e diretórios individuais. Apenas o NTFS possibilita a definição de listas de controle de acesso.

Segurança de Dados

O servidor Windows NT suporta as seguintes facilidades de segurança de dados:

● RAID 0 a 5 - a tecnologia RAID (Redundant Array of Inexpensive Disk) é uma estratégia de tolerância a falhas padronizada pela indústria e categorizada nos níveis de 0 a 5. O NT possibilita que, com o hardware adequado, seja implementado RAID até o nível 5. Esse nível permite o particionamento dos discos físicos, com código de correção de erro armazenado como paridade, de forma que tanto o arquivo gravado como a paridade são seccionados e distribuídos por vários drives de disco, melhorando também o desempenho das operações de I/O nos discos;

● Hot fixing – recuperação de setores de disco durante a operação de I/O. Ao identificar um setor defeituoso, o NT move os dados para um setor sem defeito e isola o setor defeituoso;

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● Backup – operação de cópia de arquivos e diretórios para salvaguardar seu conteúdo. O programa de backup é uma das ferramentas administrativas do gerenciador de programas do NT.

● Last Known Good Configuration – permite ao usuário restaurar a última configuração de sistema que estava operando corretamente;

● Disco de reparo emergencial - permite ao usuário restaurar o sistema a seu estado inicial de configuração (configuração original da máquina), quando não for mais possível restaurar a última configuração do sistema em operação correta.

● Fonte de força ininterrupta (UPS – Uninterruptible Power Supply) – permite a conexão de uma bateria ao computador para que o sistema continue processando normalmente, mesmo na ocorrência de uma falha de fornecimento de energia.

Logs

O servidor NT registra em logs (arquivos históricos) uma série de eventos importantes para a gerência, segurança e auditoria da rede. Existem três tipos de log:

● Log de sistema – grava erros, mensagens de alerta ou informações geradas pelo sistema;

● Log de aplicativo – grava erros, mensagens de alertar ou informações geradas pelo software aplicativo.

● Log de segurança – grava tentativas de logon válidas e inválidas, e eventos relacionados com o uso de recursos.

Na configuração padrão, apenas o administrador do sistema tem acesso ao log de segurança, enquanto que os logs de sistema e de aplicativos podem ser acessados por qualquer usuário. No caso de domínios, o log de segurança é mantido no servidor controlador do domínio e contém informações sobre eventos ocorridos no controlador e em todos os outros servidores do domínio. No caso de estações de trabalho stand-alone, os eventos são gravados no log de segurança da própria estação.

Os eventos gravados no log de segurança podem ser divididos nas seguintes categorias:

● Eventos de sistema – tentativas de logon e logoff, alterações de política de segurança, criação, alteração e eliminação de contas de usuários e grupos;

● Eventos relacionados com arquivos, diretórios, configuração dos arquivos de log, nível de acesso a impressoras e acesso remoto a servidores.

Pela natureza dos eventos gravados no log de segurança, esse log é uma ótima fonte de informações para a gerência de segurança e auditoria na rede NT.

O ambiente Unix

A segurança do sistema Unix é basicamente implementada por direitos de acesso de usuários e grupos. Todo programa Unix é processado com a permissão de algum usuário ou grupo. Um servidor Unix, por exemplo, pode rodar vários serviços, como controle de impressão, login remoto ou e-mail, e cada um desses serviços está associado a uma conta de usuário. Portanto, as contas de usuários e as permissões de acesso são a chave da segurança no ambiente Unix.

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Contas de Usuários

Todo usuários de um computador Unix precisa ter uma conta. A conta é dividida em duas partes: o nome da conta, também chamada username, e a senha. O nome da conta é um identificador que define para o computador quem é o usuário e a senha é um autenticador, isto é, ela prova ao computador que o usuário é realmente quem diz ser.

Nos sistemas Unix uma pessoa ter mais de uma conta. Porém cada conta terá um username diferente, composto de 1 a 8 caracteres.

Para controlar seus usuários, o Unix utiliza um arquivo de senhas, chamado /etc/passwd. Cada linha desse arquivo contém um registro de banco de dados cujos campos informam, por exemplo, o nome da conta, a senha criptografada, números de identificação de usuário e de grupo, e outros dados relacionados com a conta daquele usuário específico. Para dificultar o acesso de invasores às senhas dos usuários, o Unix utiliza um sistema de senhas criptografadas para que não seja necessário armazenamento de senhas reais.

Para entrar no sistema, o usuário se identifica, ao digitar o nome da sua conta, e se autentica, ao digitar sua senha. O Unix checa se a conta existe e se a senha digitada corresponde àquela conta. SE uma das informações não estiver correta, o processo de logon é interrompido.

Usuários Especiais

Além das contas de usuários pessoais, existem ainda contas Unix especiais, sem associação com uma pessoa, que executam funções de sistema. A mais importante delas é o chamado superusuário ou root. A conta root é utilizada pelo próprio sistema para realização de funções básicas, como o processo de logon de usuários, gravação de informações de contabilização de uso de recursos, gerência de recursos de entrada/saída, etc. O acesso do root aos recursos e arqivos do sistema é praticamente irrestrito. O uso dessa conta, portanto, só deve ser feito em casos especiais, pelo administrador do sistema, quando for imprescindível ter os direitos de acesso do root para realizar as tarefas.

Por ter todos esses poderes, o superusuário é a principal brecha de segurança do Unix. Uma vez obtidos os privilégios do superusuário (descobrindo sua senha e logando como root), o invasor pode fazer praticamente qualquer coisa no sistema. Por isso, o principal objetivo dos invasores do Unix é descobrir sua senha e tornar-se o superusuário.

Grupos

Todo usuário, além de ter uma conta, também pertence a um ou mais grupos. No processo de criação de conta, o administrador do sistema designa pelo menos um grupo para aquele usuário. Para identificar todos os grupos existentes no sistema, pode-se listar o arquivos /etc/group. Cada linha desse arquivo corresponde a um grupo e contém informações como nome, identificador e lista de usuários participantes do grupo.

Do ponto de vista de segurança, os arquivos etc/passwd e /etc/group são altamente importantes. Um invasor, ao ter acesso ao arquivo de grupos, por exemplo, pode altera-lo, incluindo a si próprio em um grupo com acesso privilegiado ao arquivo de senhas. No arquivo de senhas pode tornar-se o superusuário, alterando a identificação de usuário para 0 e, a partir daí, usufruir de todos os seus privilégios.

Técnicas de Administração da Segurança de Contas de Usuários

Programas para quebrar a segurança de suas próprias senhas.

Geradores de senhas

Arquivos de senhas shadow

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Controle de data de expiração de senhas

Bloqueio de contas que não serão usadas por um período de tempo

Nomes de contas não óbvios ou uso de alias

Ferramentas de Segurança e Auditoria

Além de instalar todos os patches (correções) distribuídos pelo fornecedor do sistema Unix, existem outras precauções de segurança a serem tomas, como backup do sistema, desabilitação dos serviços de rede desnecessários e definição criteriosa das contas, grupos e permissões de acessos a arquivos e diretórios. Essas precauções estão associadas a atividades administrativas que podem, e devem, ser planejadas com antecedência. O objetivo dessas medidas é limitar a quantidade de pontos possivelmente vulneráveis a acessos não autorizados e indisponibilidade do sistema. Para auxiliar nas tarefas de identificação de falhas de segurança do Unix, existem programas, chamados security scanner, que testam o sistema em busca de brechas de segurança e fragilidade de configuração já conhecidas. Como exemplo desses softwares destacam-se COPS – Computer Oracle and Password System, que roda localmente e detecta senhas fáceis de serem descobertas e problemas de segurança na configuração do sistema operacional; SATAN – Security Analysis Tool for Auditing Network; e ISS – Intenet Security Scanner. Estes dois últimos testam a máquina na rede em busca de falhas no software do servidor, identificando brechas de segurança e serviços de rede que tornam as máquinas vulneráveis. Essas ferramentas podem ser baixadas da Internet gratuitamente.

Logs

O Unix mantém diversos tipos de log que podem auxiliar na tarefa de auditoria do sistema, já que, por meio de sua análise, pode-se identificar se o sistema está operando normalmente ou não, e se foi utilizado por pessoas não autorizadas, por exemplo. O sistema Unix pode ser customizado de maneira a registrar apenas as atividades que o administrador do sistema julgar necessárias. A recomendação é que registre tudo e se utilize filtros, a partir de situações previamente definidas como autorizadas e corretas, para limitar o número de registros a serem verificados manualmente pelo administrador. Se ainda assim a massa de dados for muito grande, recomenda-se refinar os filtros.

A codificação desses filtros pode ser uma tarefa bastante complexa e enfadonha. Para minimizar os esforços de codificação, existem programas de análise de logs, disponíveis na Internet, que monitoram o sistema Unix e tomam algumas ações de acordo com padrões predeterminados. Convém lembrar que de nada valerão os registros do log se estes não forem revisados periodicamente pela gerência de segurança.

Modems e Dispositivos de Comunicação

Por serem um elo entre a organização e o ambiente externo, os modems são uma preocupação a mais à equipe de segurança e auditoria. Os modems podem ser usados por usuário interno, devidamente autorizado, para divulgação, ao ambiente externo, de informações confidenciais ou para acesso não autorizado de pessoas externar à organização aos recursos computacionais internos.

Como existem vários tipos de modems no mercado, a primeira recomendação é seguir as orientações de conexão e configuração contidas no manual do fornecedor. Uma medida de segurança aconselhável é manter o número de telefone do modem sob certo sigilo, divulgando-o apenas às pessoas que precisam utiliza-lo. A divulgação ampla e sem critérios do número do modem aumenta as chances de alguém tentar usa-lo para invadir seus sistemas.

Com relação às linhas telefônicas, é recomendável que sejam ainda analisadas outras medidas de proteção, tais como: proteção de acesso físico às linha, evitando a possibilidade de um invasor conseguir conectar fisicamente um outro modem à sua linha, interceptar as ligações, descobrir identificações e senhas de usuários

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e redirecionar o fluxo de informações; e proteção ao acesso físico a outros dispositivos de comunicação, como conectores e repetidores. É aconselhável avaliar a possibilidade de uso de fibras óticas, por serem mais difíceis de serem grampeadas, e de criptografia, para dificultar a compreensão das mensagens transmitidas na comunicação. Outra boa opção é utilizar linhas privadas, mais seguras e mais rápidas, caso as ligações via modem sejam feitas para poucas localidade específicas e a confidencialidade de dados ou a necessidade de melhor desempenho justifique os custos mais latos de uma linha privada.

Firewall

Seguindo a mesma filosofia das paredes contra incêndio, os firewalls são dispositivos utilizados na proteção de redes de computadores contra ataques externos, dificultando o trânsito de invasores entre as redes.

Os sistemas tradicionais de rede, sem firewall, normalmente permitem acesso direto ao mundo externo a partir de qualquer máquina conectada na rede interna e vice-versa. Sua segurança, portanto, é extramente frágil, pois a existência de um único computador sem proteção pode comprometer todo o aparato de segurança de rede, permitindo acesso a invasores a partir daquele computador inseguro. Com acesso a um dos computadores da rede, o invasor pode capturar senhas de usuários e alterar a configuração de software até mesmo de outros computadores conectados. Portanto, esse tipo de implementação não só é difícil de administrar em termos de segurança como também é quase impossível detectar uma invasão.

A gerência de segurança, portanto, lançando mão dessa barreira entre a rede interna e o mundo externo, pode concentrar seus esforços de proteção da rede institucional na configuração do firewall, ao invés de proteger, contra invasões externas, cada uma das máquinas ligadas à rede interna. Os firewalls são normalmente configurados para permitir certas operações e limitar ou impedir outras. Acredita-se que a instalação de um firewall, corretamente configurado, é capaz de reduzir os riscos de invasão em pelo menos 20%. Porém, é importante ressaltar que, antes de se conectar ao mundo externo e implantar essa barreia, a organização deve considerar outras medidas de segurança.

O firewall é constituído de duas partes. A primeira delas é normalmente implementada na prática por roteadores com filtros. O roteador atua como uma ligação entre as redes interna e externa, sendo responsável pelo bloqueio de todos os pacotes de dados entre as duas redes, a não se que tenham sido gerados ou destinados para o gateway ou outras máquinas posicionadas entre o gateway e o roteador (máquinas sacrificadas). Pode ser configurado para limitar o tráfego de pacotes segundo seus protocolos.

A outra parte do firewall é denominada gateway. Todo o tráfego de pacotes entre a rede interna e externa passa primeiro pelo gateway, cujo software decide se o tráfego será permitido ou rejeitado. Sua configuração reforça os cuidados do roteador por meio de medidas de segurança, como por exemplo, a autenticação de usuários. Por ser o responsável pelo tráfego de dados entre as duas redes, sua configuração deve ser feita com cautela, levando em consideração alguns aspectos de segurança, por exemplo:

Na manter no gateway contas de usuários, programas utilitários, arquivos de senhas e serviços de nomes, pois podem facilitar o trabalho de possíveis invasores à rede interna;

Configurar o gateway de tal forma que todas as suas atividades sejam gravadas no log para posterior análise pela equipe de segurança e auditoria;

Monitorar as atividades do gateway;

Desabilitar todos os serviços de rede considerados desnecessários.

Numa implementação de firewall com um roteador e um computador como gateway, o roteador restringe a comunicação entre as redes interna e externa, repassando o tráfego entre elas obrigatoriamente pelo computador definido como gateway, o qual permite ou não o tráfego, após submeter os pacotes às regras de

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filtragem previamente estabelecidas. O software do gateway atua como intermediário, recebendo os pacotes, analisando-os, armazenando informações em logs e repassando-os se satisfizerem as condições dos filtros. Toda atenção da política de segurança de firewalls deve se voltar para configuração dos filtros que permitem ou rejeitam o tráfego de rede.

É importante que a equipe de segurança tenha em mente que todo programa, protocolo ou serviço de rede liberado pelo gateway pode representar uma ameaça à segurança de toda a rede. Seu objetivo é, portanto, dificultar o acesso à rede e não o contrário. Independentemente do tipo de firewall utilizado, a segurança da rede interna depende da segurança do servido de firewall, pois qualquer um que tiver acesso a esse servidor ou for capaz de reconfigurar seus filtros, provavelmente será capaz de acessar, com facilidade, outros computadores da rede interna. Entretanto, vale ressaltar que o fato de ter um firewall não quer dizer que os outros controles e verificações de segurança possam ser abandonados. Um firewall bem configurado consegue minimizar alguns riscos, mas não todos.

Riscos Associados ao Ambiente Cliente-Servidor

Os principais riscos associados a esse ambiente são acesso não autorizado provocado por contas com senhas frágeis ou sem senhas, erros de configuração e má definição de domínios, relacionamentos de confiança, grupos, permissões, privilégios de acesso, filtros de firewall, etc. Acesso não autorizado a arquivos de senhas, uso não autorizado de privilégios, monitoramento não autorizado de tráfego da rede, alteração ou eliminação de eventos e atividades do arquivo de log, bugs de software e interceptação da comunicação entre computadores também são riscos comuns nesse ambiente.

Lista de Verificações

Controles sobre microcomputadores:

Participar dos fóruns de segurança disponíveis na internet. Utilizar as versões mais atualizadas dos patches (correções) divulgados e distribuídos

pelos fornecedores de software. Utilizar softwares de auditoria de segurança, tais como COPS, SATAN, etc. Utilizar criptografia. Na configuração do sistema operacional, desabilitar as features desnecessárias. Utilizar o menor número possível de contas de usuário Verificar as definições de domínio e relacionamentos de confiança. Verificar a definição dos grupos de usuários (usuário que fazem parte dos grupos e seus

direitos de acesso). Verificar as permissões de acesso, principalmente a arquivos de configuração do sistema

operacional e a arquivos considerados confidenciais, de forma a restringir acessos desnecessários.

Utilizar mecanismos ou pacotes de verificação de senhas, como Crack, para testar senhas frágeis escolhidas pelos usuários.

Eliminar contas inativas, dormentes ou sem senhas. Auditar com certa freqüência os arquivos de senha (inclusive shadow) com o objetivo de

identificar inconsistência, adições não autorizadas, criação de novas contas, contas sem senha ou alterações de identificação de usuário.

Evitar utilizar contas guest ou default. Se forem necessárias, utilizá-las apenas em ambiente controlado.

A senha do administrador ou root deve ser de conhecimento altamente restrito, sendo recomendado utilizar o acesso como root o menor tempo possível.

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Evitar entrar no sistema a partir de contas com privilégios acima dos estritamente necessários.

Eliminar os serviços de rede desnecessários, especialmente aqueles considerados como mais suscetíveis à ação de invasores.

Monitorar o sistema e analisar os logs regularmente. Realizar backup regularmente e manter pelo menos uma cópia em outra localidade (off-

side). Se possível, implementar redundância (espelhamento, RAID, ect.). Implementar mecanismos de controle de acesso via modem, de tal forma que a conexão

seja desfeita sempre que a ligação ou processo de login for interrompido ou terminado. Utilizar modems com senha. Bloquear a reprogramação do modem por usuários não autorizados. Prover acesso via linha discada apenas a usuários formalmente autorizados. Desabilitar ou manter fisicamente seguros conectores ou repetidores de rede que não

estiverem sendo utilizados. Limitar o acesso físico aos dispositivos de rede, tais como cabos, roteadores, repetidores,

e terminadores. Monitorar o uso da rede de telecomunicações, com o objetivo de avaliar seu

desempenho, detectar e eliminar falhas de comunicação. Manter os equipamentos de monitoramento da rede de telecomunicações em local de

acesso controlado. Estabelecer políticas ou procedimentos para download de arquivos da Internet. Configurar o firewall de maneira que sejam filtrados ou inibidos todos os serviços ou

protocolos de rede desnecessários para a instituição. Configura o servidor de firewall de tal forma que este não seja também servidor de

arquivos ou de nomes. Eliminar do servidor de firewall arquivos de senhas, contas de usuários, compiladores e

utilitários de desenvolvimento de software. Não estabelecer relacionamento de confiança com máquinas externas. Registrar em logs e monitorar todas as operações efetuadas no servidor de firewall. Revisar e incorporar as listas de verificações propostas nos outros tópicos de caráter

genérico, tais como controles organizacionais, segurança de informações, controles de acesso, planejamento de contingências e continuidade de serviços, etc.

Referências Bibliográficas Segurança e Auditoria da Tecnologia da Informação – Cláudia Dias – 2000 Auditoria de Sistemas de Informação – Joshua Onome Imoniana – 2004 Segurança em Informática e de Informações – Carlos Caruso e Flávio Steffen - 1999