Eergonomia Na Auditoria Fiscal - Apostila 2

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  • 8/14/2019 Eergonomia Na Auditoria Fiscal - Apostila 2

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    SS UU MM RR II OO

    NOES SOBRE DORT, LOMBALGIA, FADIGA, ANTROPOMETRIA,BIOMECNICAE CONCEPO DO POSTO DE TRABALHO

    5.DORT - DISTRBIOS OSTEOMUSCULARES RELACIONADOS AOTRABALHO . 03

    5.1.Diagnstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 045.2.Fatores de Risco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 045.3.Os Fatores Biomecnicos Ligados ao Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . 07

    5.4.Patologias Associadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115.5.Os Fatores Psicossociais Relacionados com a Empresa . . . . . . . . . . . . 115.6.Anlise/Quantificao do Conjunto de Fatores de Risco de Dort . . . . . . . 15

    I.NIOSH- National Institute for Occupational Safety and Health . . . . . . . 15II.RULA (Rapid Upper Limb Assessment) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16III.INRCT- Institut National de Recherche sur des Conditions de Travail, J.Malchaire, B. Indesteege . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20Checklists . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    5.7.Aes Preventivas dos DORT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    6.LOMBALGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .246.1.O Transporte de Cargas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266.2.Fatores de Risco de Lombalgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 266.3.Preveno das Lombalgias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    7.FADIGA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30

    8.ANTROPOMETRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

    9.BIOMECNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .399.1.Trabalho Muscular Esttico e Dinmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 439.2.A Postura de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 469.3.Escolha da Postura de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

    10.CONCEPO DO POSTO DE TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

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    10.1.A Concepo do Posto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5210.2.As Exigncias Visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5310.3.Escolha da Postura de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5310.4.A Altura do Plano de Trabalho em P . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5410.5.Espao de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5510.6.O Espao Para os Ps . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5610.7.A Altura do Plano de Trabalho Sentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5610.8.Adaptao s Dimenses Individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5710.9.Suporte Para o Ps . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5810.10.Caractersticas das Cadeiras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5910.11.As Informaes Visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    10.12.O Arranjo Fsico dos Diversos Elementos que Compem o Posto . . . . . 6011.CONCEPO DE MOSTRADORES, COMANDOS E FERRAMENTAS . . . .. 61

    11.1.Mostradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6111.2.Comandos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6211.3.Ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

    12.TRABALHO COM MONITORES DE VDEO . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

    12.1.Monitor de Vdeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6812.2.O Teclado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7012.3.O Desenho Fsico do Posto de Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7112.4.Iluminao de Terminais de Vdeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7412.5.Nvel Sonoro nos Terminais de Vdeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7512.6.Condies Termohigromtricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7612.7.Organizao das Tarefas com Terminais de Vdeo e Entrada de Dados . . . 7712.8.NBR 13965-77 - Mveis para Informtica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    13.CONDIES AMBIENTAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8013.1.Iluminamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8013.2.Condio Trmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8513.3.Condio Acstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8513.4.Vibraes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

    14.A SNDROME DO EDIFCIO ENFERMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 90

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    15.ERGONOMIA E SEGURANA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . .92

    16.BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 93

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    NNOOEESS SSOOBBRREE DDOORRTT,, LLOOMMBBAALLGGIIAA,, FFAADDIIGGAA,,AANNTTRROOPPOOMMEETTRRIIAA,, BBIIOOMMEECCNNIICCAA EE CCOONNCCEEPPOO DDOO

    PPOOSSTTOO DDEE TTRRAABBAALLHHOO

    Rosemary Dutra Leo DRTE/SC

    Claudio Cezar Peres DRTE/RS

    55.. DD OO RR TT -- DD ii ss tt rr bb ii oo ss OO ss tt ee oo mm uu ss cc uu ll aa rr ee ssRR ee ll aa cc ii oo nn aa dd oo ss aa oo TT rr aa bb aa ll hh oo

    As Leses por Esforos Repetitivos (LER), denominadasatualmente como Distrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT),se constituem num dos mais srios problemas de sade pblica da economiamundial. Sua ocorrncia hoje, tanto no Brasil como em diversos pases preocupante. As LER/DORTs acometem uma quantidade crescente de

    trabalhadores. H empresas no Brasil com ndices de afastamento do trabalhoacima de 10% da sua populao, provocando profundo sofrimento, perda dacapacidade produtiva e comprometimento da vida social e familiar.

    Os custos sociais e financeiros destas doenas ligadas ao trabalho soenormes. Calcula-se prejuzos da ordem de bilhes de dlares somente na Amricado Norte. No Brasil esta cifra chega a atingir mais de R$ 1.000,00 por funcionrioao ano. E naturalmente este clculo no considera custos de oportunidade como asperdas das centrais de atendimento que deixariam de atender, das linhas deproduo que produzem aqum da capacidade instalada, das empresas detelemarketing que acumulariam lucros cessantes. (extrado do boletim de agosto1998 da ABERGO-Associao Brasileira de Ergonomia ).

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    Na literatura internacional so utilizados termos tais como: USACTD - Cumulative Trauma Disorders, (Distrbios por trauma cumulativo), Franae Blgica TMS - Troubles Musculosquelettiques (Problemas Musculo-

    esquelticos), entre outros. Estes termos so utilizados para indicar uma alteraopatolgica do sistema musculo-esqueltico resultante de uma degradaoprogressiva, proveniente da acumulao de micro traumatismos e tambm dasobrecarga muscular esttica. Como a apario dos sintomas progressiva, osmesmos so inicialmente ignorados podendo evoluir para uma fase mais crnicacom leses irreversveis(Malchaire e col.,1997).

    Para o INSS a terminologia DORT que substituiu a LER, descreve asafeces que podem atingir tendes, sinvias, msculos, nervos, fscias ouligamentos, de forma isolada ou associada, com ou sem degenerao dos tecidos,afetando principalmente, mas no somente, os membros superiores, regioescapular e pescoo, de origem ocupacional, decorrentes do:

    -uso repetitivo de grupos musculares;

    -uso forado de grupos musculares;-manuteno de postura inadequada.

    5.1.Diagnstico

    Histria clnico-ocupacionalExames fsicos

    Testes de sinais

    5.2.Fatores de Risco

    BBBB Os fatores ligados s condies de trabalho: foras, posturas,ngulos, repetitividade, ...;

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    BBBB Os fatores organizacionais: organizao da empresa, clima social,relaes, ...;

    BBBB Os fatores individuais: capacidade funcional, habilidade,enfermidades, ... .

    Estas trs categorias de fatores, no podem ser vistas separadamente,pois suas interaes so freqentemente as responsveis do desenvolvimento dosproblemas osteomusculares. Na figura abaixo, apresentamos dois modelos que

    permitem relacionar estes fatores de risco, tais modelos esto descritos no livroTroubles Musculosqulettiques Analyse du Risque- Malchaire e Col. INRCT,1997.

    Num dos modelos, proposto por Cnockaert e Claudon (1994) Figura2, os autores definem risco como o resultado de um desequilbrio entre o que seexige que a pessoa faa e a sua capacidade funcional. A solicitao ao indivduo

    expressa em trs fatores biomecnicos fundamentais que representam os esforos, arepetitividade dos movimentos e as posturas extremas. Estes trs fatores sedescrevem segundo a sua durao. A capacidade funcional do indivduo dependede sua condio fsica, do envelhecimento de seu aparato locomotor, do grau deestresse e dos parmetros da equao pessoal, ou seja, de seu estado geral desade, em parte geneticamente determinado, e de seus antecedentes patolgicos.

    DURAO

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    ESFORO REPETITIVIDADE POSTURAS

    RISCO = SOLICITAO CAPACIDADE FUNCIONAL

    CONDIO ENVELHECIMENTO ESTRESSEEQUAO

    FSICA PESSOAL

    Figura 2 : Equao ligando os diferentes fatores de risco Cnockaert & Claudon, 1994

    O outro modelo elaborado por Aptel (1993), Figura 3: mostra deum lado os fatores prprios do indivduo e de outro os fatores encontrados naempresa. Ou seja, os fatores de risco diretos e os fatores de risco indiretos (co-fatores). Os fatores de risco diretos so de um lado, os do indivduo, que se

    incluem dentro da chamada equao pessoal(estado de sade e antecedentespatolgicos) e de outro, os fatores biomecnicos e outros fatores, que estorelacionados com as condies de trabalho. E os fatores de risco indiretos estocompreendidos tambm de um lado, pelo que tem o indivduo (essencialmente ograu de estresse) e de outro, pela organizao do trabalho, que depende daempresa.

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    tel 199Ape3)

    Figura 3: Aptel, 1993

    Estes modelos mostram claramente que no existe DORT sem umagrande demanda biomecnica, mas que os fatores de risco de DORT no se limitamsomente a estes fatores (Malchaire e Col.,1997).

    5.3. Os Fatores Biomecnicos Ligados ao Trabalho

    I. A fora

    A fora um conceito fcil de definir, mas um parmetro difcil deestimar. Resumindo, pode-se dizer que existem dois enfoques de estimao

    importantes:

    INDIVDU EMPRESA

    ESTRESSEORGANIZAO

    DO

    COFATORESDE RISCO

    EQUAO PESSOAL(sexo, idade,antecedentes

    mdicos)

    FATORESBIOMECNICOS

    OUTROS FATORESDE RISCO

    (repetitividade, esforos,postura, frio, luvas evibraes)

    FATORES

    DERISCO

    PROBLEMAS OSTEOMUSCULARES

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    a) a fora vista como fator de risco: a carga externa, os pesosmanipulados;

    b) a fora vista como uma conseqncia: seu impacto nas

    estruturas corporais.

    importante fazer a distino entre o peso do objeto a sermanipulado e a fora necessria para manipul-lo (Kuorinka e Forcier, 1995). Oefeito do peso absoluto do objeto ou da ferramenta manipulada depende muito daposio do objeto ou da ferramenta em relao ao eixo do corpo. Em funo dasposies do brao em alavanca, a manipulao de objetos ou ferramentas de pouco

    peso pode exigir esforos importantes e aumentar o risco para as articulaes doombro e do cotovelo (Keiserling e col., 1991).

    A avaliao do grau de nocividade do fator fora depende:- da posio do objeto em relao ao corpo;- do tempo de manuteno;- da freqncia;- da forma da ferramenta ou objeto manipulado;- do uso de luvas ou de ferramentas vibrantes;- das posturas de pega ou agarre.

    II. A repetitividade

    A repetitividade nem sempre definida da mesma forma, abaixotemos algumas das definies obtidas na literatura:

    Tanaka e col. (1993): o n. de produtos similares fabricados porunidade de tempo.

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    Luoparvi e col. (1979): o n. de ciclos de trabalho efetuadosdurante uma jornada de trabalho.

    Silverstein e col. (1987): consideram repetitividade elevadaquando o tempo de ciclo inferior 30 segundos ou quando mais de 50% dotempo de ciclo composto pela mesma seqncia de gestos.

    Malchaire e Cock (1995) definem repetitividade como sendo o n.de passagens, por unidade de tempo de uma situao neutra uma situao extremaem termos de movimentos angulares, de fora ou ainda de movimentos e fora.

    Kilbom, 1994: separa a repetitividade por partes do corpo, deacordo com o quadro abaixo:

    Parte do corpo Repeties por minuto

    Ombros Acima de 2

    Brao/cotovelo Acima de 10Antebrao/punho Acima de 10

    Dedos Acima de 200

    III. As posturas

    As posturas desfavorveis podem conduzir ao desenvolvimento deDORT, quer se trate de posturas estticas ou de variaes posturais de grandeamplitude ou com grande velocidade durante a execuo da tarefa.

    As posturas desfavorveis mais citadas so: elevao dos ombros(associados ao trabalho dos braos acima dos ombros), flexo com toro ou

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    inclinao lateral da cabea, posturas extremas dos cotovelos como a flexo,extenso, a pronao e/ou a supinao (as epicondilites so associadas aosmovimentos extremos de rotao do antebrao eventualmente combinadas aos

    movimentos de flexo e extenso do punho), os desvios dos punhos como aflexo, extenso, os desvios radiais e cubitais extremos (as tenossinovites ao nvelda mo e punhos so principalmente associadas repetio dos movimentos emflexo e extenso e agravadas pelos desvios cubitais e radiais extremos) -Malchaire e col.1997.

    De maneira geral as posturas aparecem combinadas e no isoladase tal fato aumenta a probabilidade de DORT.

    Algumas pegas, tais como a pina e a pega larga, (Armstrong ecol. 1982) contribuem no desenvolvimento da Sndrome do Tnel do Carpo.

    IV. Os fatores de risco mecnicos e outros fatores

    Um problema mecnico localizado pode resultar de um contatofsico entre o corpo e um objeto ou ferramenta com bordas cortantes, por exemploo antebrao em repouso sobre a quina viva de um plano de trabalho. Os problemasde postura e de fora podem ser agravados pela m concepo das ferramentas:formas, dimenses, peso e por vibraes. A exposio a vibraes mano-braquiaisfoi relacionada com o aumento da fora de preenso necessria na manuteno de

    equipamentos vibrantes, aumentando desta forma a probabilidade de desenvolverDORT, principalmente ao nvel do punho e mos.

    Outros fatores so a utilizao de luvas de proteo por quereduzem a sensibilidade tctil, o que acarreta um aumento da fora de preenso.

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    A exposio ao frio (generalizado ou local) reduzem asensibilidade tctil e a destreza manual, o que requer esforos de preenso

    compensatrios (Malchaire e col.,1997).

    5.4.Patologias Associadas

    Certas doenas podem contribuir para o desenvolvimento deDORT. As mais citadas so: hipertenso, hipertiroidismo, gota, poliartritereumtica e diabetes.

    5.5.Os Fatores Psicossociais Relacionados com a Empresa

    A tenso psicolgica elevada no trabalho (estresse), a monotonia, afalta de autonomia e de controle e as ms relaes com colegas e/ou superioresaparecem em alguns estudos como fatores de risco (Bongers e Winters,1992;

    Bongers e Houtman, 1995; Houtman e col., 1994; ANACT, 1996).

    Outros estudos apresentam uma relao entre uma tensopsicolgica elevada no trabalho e o aparecimento da Sindrome da Tenso doPescoo (Kilbm, 1990). O trabalho com monitores de vdeo podem induzir aodesenvolvimento de um tenso muscular que dariam origem s doresosteomusculares ao nvel da nuca e ombros( Waersted 1991).

    Estresse

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    A maioria dos estudos concordam que o aparecimento do estresse resultante da interao entre o trabalhador e as condies de trabalho e que

    determinadas condies de trabalho so estressantes para a maioria das pessoas.

    So citadas as seguintes condies de trabalho que podem levar aoestresse no trabalho:

    I. Concepo da tarefa: sobrecarga de trabalho sem pausas,

    tarefas montonas, isolamento, falta de oportunidade de desenvolvimentodas capacidades e habilidades dos trabalhadores;

    II. A organizao do trabalho: falta de participao dostrabalhadores nas decises, tarefas fragmentadas, falta de autonomia e controlepara escolher o ritmo de trabalho e tomar decises (Swinnen,1997 ; Karasek eTheorel, 1990 - demostram associao, outros estudos: Hales e col. 1994;

    Ingelgard e col. 1996, no confirmaram o mesmo), durao das tarefas, trabalhosobre presso(associados aos DORT da nuca e ombros - Ohlsson e col. 1989;Ekeberg e col. 1995);

    III. Relaes interpessoais: conflitos com superiores e colegas,falta de apoio da empresa, superiores, colegas, famlia (Karasek e Theorell, 1990;Swinnnen, 1997 estresse);

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    IV. Insatisfao no trabalho: salrio, insegurana no emprego(estresse: Cooper e Marshal, 1976), oportunidade de promoo, mudanas naadministrao;

    V. Condies ambientais: rudo, calor, etc.

    Os efeitos deste fatores de risco sobre a sade se explicam daseguinte maneira: em situaes de estresse nosso organismo reage fisicamentepreparando-se para o perigo, um mecanismo de alarme se instala e o crebroprepara o corpo para um possvel ataque, temos ento a tenso muscular, o

    aumento da freqncia cardaca, etc.

    Desta forma, perodos curtos de estresse no propiciam risco paraa sade, mas um constante estado de estresse pode aumentar o risco de doenas taiscomo DORT, problemas cardiovasculares, problemas psicolgicos.

    Preveno

    Segundo NIOSH duas formas de abordagem podem ser utilizadaspara prevenir e/ou evitar o estresse no trabalho:

    I. Administrao do estresse: atravs de informao e treinamentodos trabalhadores sobre a natureza e fontes do estresse e os efeitos sobre a sade,

    estratgias para reduzir o estresse, como por exemplo os exerccios de relaxamento.Desta forma teramos uma reduo nos sintomas do estresse, tais como diminuiode angstias e de problemas de sono.

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    A desvantagem desta abordagem que ela atua sobre oefeitoeno sobre as causas do estresse, logo poder em pouco tempo ser ineficiente.

    II. Mudanas organizacionais: atravs da identificao das causas

    do estresse, dos aspectos do trabalho que levam ao estresse. Em seguida soimplementadas medidas e estratgias para reduo ou eliminao dos fatoresestressantes, atravs da reorganizao do trabalho, das tarefas, etc.

    Esta abordagem tem a vantagem de atuar diretamente sobre as

    causas.

    O ideal implementar as duas abordagens para melhor prevenir oestresse no trabalho(NIOSH, 1997).

    Requisitos gerais para preveno do estresse no trabalho:

    - evitar situaes de sobrecarga ou subcarga de trabalho;

    - evitar acumulao de tarefas repetitivas;- evitar presso indevida de tempo;- evitar as limitaes de contato humano;- possibilitar variao e alternncia de tarefas;- evitar conflitos de papis e responsabilidades no trabalho;- melhorar a comunicao, propiciar adequada informao e

    retorno sobre o resultado do trabalho;

    - propiciar oportunidades de interao entre trabalhadores;- organizar o trabalho de maneira a propiciar estmulo e

    oportunidades para os trabalhadores desenvolverem suashabilidades e potencialidades;

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    - propiciar aos trabalhadores oportunidades de participar nasdecises das aes que afetam suas tarefas;

    5.6.Anlise/Quantificao do Conjunto de Fatores de Risco de DORT

    A maioria das anlises de fatores de risco de DORT utilizam vriasetapas comuns. Citaremos a seguir algumas delas:

    I. NIOSH- National Institute for Occupational Safety andHealth

    a) A determinao das tarefas que possuam fatores de risco deDORT obtida da seguinte maneira:

    BBBB anlise e observao dos ambientes de trabalho para detectar osriscos mais evidentes;

    BBBB entrevistas com trabalhadores e supervisores para obterinformaes ou outros dados no aparentes tais como o tempogasto nas tarefas ou pausas para descanso;

    BBBB utilizao de checklists para determinao dos fatores de risco.

    Obs.: O procedimento atravs de checklists ajuda a diagnosticarde maneira simples e ordenada os diferentes fatores de risco existentes. Existeminmeras verses de checklists nos manuais de ergonomia. Os checklists devem ser

    utilizados em conjunto com uma anlise mais completa dos locais de trabalho, taiscomo a seguinte:

    b) Anlise da tarefa

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    As tarefas so descritas em termos de (1) ferramentas,equipamentos e materiais utilizados para realizar o trabalho; (2) o lay-out do localde trabalho e as condies ambientais, e (3) a demanda das tarefas e o clima

    organizacional nos quais o trabalho realizado.

    As informaes so obtidas atravs de:

    BBBB observao dos trabalhadores a fim de determinar o tempo gastonas atividades, os ciclos de trabalho; utilizando-se cmaras devdeo;

    BBBB fotos das posturas de trabalho, do local de trabalho,equipamentos, etc;

    BBBB medidas antropomtricas (alturas, planos de trabalho, distnciasde alcance, etc.);

    BBBB medidas dos punhos das ferramentas, pesos, vibrao;

    BBBB determinao das caractersticas das superfcies de trabalho taiscomo resistncia ao deslizamento, quinas vivas..;

    BBBB medies ambientais (calor, frio, rudo, vibrao corpo-total);

    BBBB clculos biomecnicos (ex.: esforo muscular);

    BBBB medies fisiolgicas (ex.: consumao de oxignio, FC);

    BBBB questionrios especiais, entrevistas e procedimentos subjetivospara determinar a percepo psicolgica dos trabalhadores.

    II. RULA (Rapid Upper Limb Assessment)

    Esta metodologia faz parte de uma avaliao ergonmica maiscompleta de investigao e identificao dos fatores de risco profissionais.

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    O objetivo a determinao da prevalncia de DORT numadeterminada empresa, num setor ou linha de produo, a localizao e natureza dosDORT, as tarefas que possuam mais riscos e medidas que possam reduzi-los. A

    investigao mais completa inclui:BBBB os fatores antropomtricos e pessoais;

    BBBB os fatores devidos tarefa e aos equipamentos;

    BBBB a organizao do trabalho;

    BBBB as condies ambientais.

    Alm disso feita uma investigao minuciosa do posto detrabalho atravs de:

    BBBB da descrio do posto de trabalho;

    BBBB identificao das tarefas efetuadas;

    BBBB diagnstico das posturas impostas ou no pela tarefa;

    BBBB descrio dos equipamentos;

    BBBB identificao do nvel de ateno necessria;

    BBBB com a ajuda de um formulrio, obter informaes sobre asqueixas dos trabalhadores para as diferentes zonas do corpo.

    A metodologia feita atravs do registro das diferentes posturas detrabalho observadas que so classificadas atravs de um sistema de escores.

    O mtodo usa diagramas de posturas do corpo e tabelas queavaliam o risco de exposio a fatores de carga externos. A finalidade oferecerum mtodo rpido para mostrar aos trabalhadores o real risco de adquirir LER eidentificar o esforo muscular que est associado postura de trabalho, foraexercida, atividade esttica ou repetitiva. Para tanto , grava-se a postura de trabalho

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    nos planos sagital, frontal e, se possvel, no transversal. A partir da gravao, faz-

    se a anlise da postura dividindo o corpo em dois gruposA e B. Cada parte docorpo dividida em sees e recebe escore numrico a partir de1, que o escore

    da postura com o menor risco de leso possvel. O escore aumenta conformeaumenta o risco.

    GRUPO A: Braos, Antebraos e Punhos

    Escores para o brao:.1 para 15 de extenso at 15 de flexo,.2 para extenso maior que 15 ou entre 15 e 45 de flexo;.3 entre 45 a 90 de flexo;.Ombro elevado - adicionar 1 ao escore da postura;.Antebrao em abduo - adicionar 1;.Reduzir 1 do escore da postura se o operador ou seus braos esto

    apoiados.

    Escores para os antebraos:.1 para 0 a 90 de flexo;.2 para mais de 90 de flexo;.+1 para rotao externa;.+1 se os antebraos trabalham cruzando a linha sagital do corpo.

    Escores para o punho:

    .1 para postura neutra;

    .+2 para 0 a 15 de flexo dorsal ou palmar;

    .+3 para mais de 15 de flexo dorsal ou palmar;

    .+1 se o punho est em desvio radial ou ulnar;

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    .+2 se o punho est em pronao ou em supinao ou +1 se estna linha neutra.

    GRUPO B : Pescoo, tronco e pernas

    Escores para o pescoo:.1 para 0 a 10 de flexo;.2 para 10 a 20 de flexo;.3 para mais de 20 de flexo;.4 para hipertenso;.+1 se o pescoo estiver em rotao lateral;.+1 se o pescoo estiver inclinado lateralmente.

    Escores para o tronco:.1 em p ereto ou sentado bem apoiado;.+2 se estiver sentado e mal apoiado;.+2 se o tronco est fletido at 20;.+3 se o tronco estiver fletido de 20 a 60;.+4 se o tronco estiver com mais de 60 deflexo;.+1 se o tronco estiver em rotao e +1 se estiver inclinado para o

    lado.

    Escores para as pernas:.+1 se as pernas e ps esto bem apoiados e o peso est bem

    distribudo;

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    .+2 se as pernas e ps no esto apoiadas ou se o peso est maldistribudo.

    Uma combinao destes escores obtida atravs de Tabelas A e B.

    Ao resultado dos grupos A e B so acrescentados escores relativosao tipo de trabalho muscular e repetitividade e em relao ao nvel de esforo.

    O escore final obtido atravs de uma tabela: C. Este escore finalvai determinar as condies de prioridades de ao atravs de uma gradao quevai de 1(aceitvel) a 7 (posturas prximas dos extremos, onde medidas imediatas eurgentes devem ser tomadas).

    III. INRCT- Institut National de Recherche sur des Conditionsde Travail, J. Malchaire, B. Indesteege

    Esta metodologia tem como objetivo quantificar os fatores de riscosusceptveis de provocar os DORT. Ela considera que a abordagem no deve seinteressar unicamente na quantificao dos fatores de risco biomecnicos mastambm:

    BBBB nas caractersticas individuais dos trabalhadores (idade, peso,dimenses,...);

    BBBB no estado geral de sade, hbitos, prticas esportivas,caractersticas psicossociais;

    BBBB na atitude dos trabalhadores com relao ao seu trabalho (graude satisfao, monotonia, relaes, ...).

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    Esta metodologia realizada em trs etapas com complexidadecrescente:

    a) Primeira etapa: identificao dos postos de trabalho onde

    existem riscos, atravs de um checklist, um questionrio e um exame clnico, assimcomo do levantamento da prevalncia de DORT. O objetivo desta etapa deorientar a etapa seguinte quanto as zonas dos membros superiores mais afetadas.

    b) A segunda etapa realizada atravs de observaes equantificao dos problemas biomecnicos (posturas, nvel de esforo,repetitividade). Sendo que a quantificao nesta etapa realizada atravs da:

    BBBB identificao de um perodo representativo de trabalho;

    BBBB registro em vdeo em tempo real durante o perodorepresentativo;

    BBBB decomposio do trabalho em uma lista de operaeselementares (no se trata aqui de uma decomposio detalhadade micro elementos, tais como o sistema MTM - (Methods-

    Time Measurement system, Gilbreth);BBBB avaliar para cada uma destas operaes os nveis de fora;

    BBBB realizar observaes instantneas com codificao da operaoefetuada assim como das categorias de posturas das zonas docorpo concernentes;

    BBBB interpretao dos resultados identificando as operaes de

    trabalho mais perigosas e a importncia dos fatores de risco.

    c) Terceira etapa: esta etapa realizada para quantificar demaneira mais profunda os riscos de DORT apenas nos punhos. Os fatores deexposio profissional considerados foram:

    BBBB a fora manual;

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    BBBB os ngulos do punho;

    BBBB a repetitividade;

    BBBB a velocidade dos movimentos.Que so avaliados atravs de gonimetros eletrnicos e de

    eletrodos de superfcie (EMG) colocados no antebrao.

    Esta metodologia utiliza a seguinte cronologia:

    BBBB identificao de um perodo representativo e estabelecimento deum plano de medies;

    BBBB realizao das medies de acordo com o plano estabelecido;BBBB anlise dos registros em laboratrio;

    BBBB interpretao dos resultados: quantificao da exposio aosfatores de risco para punhos e mos.

    Obs.: ChecklistsConforme descrito anteriormente, o procedimento atravs de

    checklists ajuda a diagnosticar de maneira simples e ordenada os diferentes fatoresde risco existentes. Existem inmeras verses de checklists nos manuais deergonomia. Devem ser utilizados em conjunto com uma anlise mais completa doslocais de trabalho.

    Os checklists so uma alternativa ou um suplemento na conduo

    de uma anlise de trabalho. Eles so normalmente direcionados para determinadassituaes. Se, por exemplo, o objetivo de identificar os fatores de risco deDORT, ento o checklist pode ser usado com uma lista de fatores de riscosbiomecnicos, ou ainda para trabalhos em monitores de vdeo e assim por diante.Quando atravs do checklist os dados so obtidos por pessoas familiarizadas com o

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    trabalho, a tarefa e os processos envolvidos, a qualidade dos dados geralmentemelhor (NIOSHI,1997; Putz-Anderson, 1988).

    Os questionrios ou check-lists tm como grande vantagem o fatode exigirem que o observador pesquise todos os itens, o que equivale a dizer que achance de que algum item especfico seja esquecido fica minimizada(COUTO,1996).

    A anlise qualitativa apresenta a vantagem de observar o local detrabalho sem uma limitao de qualquer instrumento.

    5.7.Aes Preventivas dos DORT

    -Vigilncia epidemiolgica:Deteco precoce dos casos de DORT;

    -Estudo ergonmico da atividade de trabalho:Identificao dos principais fatores de risco.

    Intervenes Preventivas dos DORT

    BBBB Ergonmicas: adequao do mobilirio, favorecimento daalternncia postural, alvio da fora muscular, etc;

    BBBB Organizacionais: reconcepo do trabalho, introduo depausas, reduo da jornada, enriquecimento de tarefas,adequao de metas, etc;

    BBBB Psicossociais: criao de planos de carreira, integrao degerentes, supervisores e operadores, estmulo participao noprocesso de decises, etc;

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    BBBB Individuais: formao e informao de trabalhadores, gerentes esupervisores, orientao postural, exerccios de alongamento erelaxamento muscular, etc.

    66.. LL OO MM BB AA LL GG II AA

    Consta que Arquimedes, o criador dos fundamentos dabiomecnica, teria sido questionado por seus discpulos sobre quanto peso umhomem poderia levantar, ao que teria respondido: depende, dem-me uma boa

    alavanca e um bom ponto de apoio que eu levanto o mundo!

    Na rotina de trabalho, muitas das atividades so de levantamentode cargas. Para quem administra o trabalho fica a dvida se o trabalhador est ouno realizando esta atividade dentro dos limites aceitveis ou est sesobrecarregando com risco de lombalgias.

    A Consolidao das Leis do Trabalho, no seu Captulo V, SeoXIV, artigo 198, estabelece como sendo de 60 kg o peso mximo que umempregado pode remover individualmente. Sobre este limite, a primeira crtica quepodemos apresentar a incompatibilidade da unidade de massa kg utilizada paraexpressar unidade de peso. Argumentamos ainda sobre a incompatibilidade destelimite com o organismo do ser humano, porque:

    BBBB O disco intervertebral um dos pontos fracos do organismo.Aps os 20 anos, a artria que o nutre se oblitera e a nutrio dodisco passa a ser por embebio a partir dos tecidos vizinhos. Odisco passa a se comportar como uma esponja, que sob presso,tem seu contedo lquido esvaziado e sem presso, aspiralquidos a partir dos tecidos vizinhos. O disco intervertebral

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    uma estrutura propensa a uma degenerao precoce e todoaumento de presso sobre o disco tende a tornar suadegenerao ainda mais precoce(COUTO,1995);

    BBBB Os testes realizados por Evans, 1959 e Sonoda, em 1962,mostraram que valores de fora de compresso no disco L5-S1menores do que 3400 Newtons raramente so capazes deprovocar ruptura do disco e, valores de fora de compressosuperiores a 6600 Newtons so capazes de provocar microtraumas ou mesmo ruptura no disco na maioria das vezes;

    BBBB Segundo o trabalho de Nachemson e Elfstrm (GRANDJEAN),a carga por superfcie de disco intervertebral para levantar pesode 20 kgf com as costas retas e os joelhos dobrados alcana2100 N e, com os joelhos retos, 3270 N;

    BBBB O National Institute for Occupational Safety and Health NIOSH (USA) - apresenta um estudo concluindo que emcondies ideais o peso mximo recomendado de 23

    kgf(COUTO,1995).

    Como referncia de limites de peso para levantamento individual,propomos o quadro abaixo (Manual de Utilizao da NR 17, MTb, DINIZ, 1994).

    CARGAS PARA LEVANTAMENTO(EM Kg)

    ADULTOSJOVENS

    ADOLESCENTESAPRENDIZES

    Homem Mulher Homem Mulher

    Raramente 50 20 20 15

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    Freqentemente 18 12 11-16 7-11Fonte: Grandjean, 1980

    6.1.O Transporte de Cargas

    BBBB O transporte de uma carga coloca em jogo simultaneamente umesforo dinmico geral (andar) e um esforo esttico ao nveldos msculos flexores do cotovelo. De acordo com estudos deEvans e col. (1983), a carga crtica, ou seja, a carga que podeser transportada a uma distncia teoricamente sem limites de10 a12 kg para uma pessoa do sexo masculino e jovem;

    BBBB A Norma francesa AFNOR X35-109 (1989) baseada emcritrios fisiolgicos: a elevao da freqncia cardacaobservada durante o transporte de cargas limitada 35 b/min(homens) e 30 b/min (para mulheres) em relao FC de

    repouso. Esta norma prope limitar a carga unitria transportada 25kg e a capacidade mxima de transporte 50 kg/min, nasseguintes condies: trabalhador do sexo masculino, idade entre18 e 45 anos, carga compacta transportada a uma distncia de10 m com a pega e colocao boa altura, piso liso e semobstculos. Para as mulheres nas mesmas condies 25 kg/min.

    6.2.Fatores de Risco de Lombalgia

    - Manejo de cargas;- Posturas;- Superfcie de deslocamento;

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    - Vibraes.

    Fatores de Risco no Manejo de Cargas

    Fatores ligados tarefa:BBBB O peso do objeto;

    BBBB A natureza do objeto (formas, dimenses, volume, pegas, ...);

    BBBB A posio da carga: a localizao da carga em relao com acoluna lombar determina o comprimento da alavanca e logo aimportncia do momento em flexo ao qual a coluna deveresistir;

    BBBB A inclinao do tronco: o momento de fora aplicado ao nvelda juno L4/L5 funo da carga manipulada e tambm dopeso das massas corporais (tronco, cabea e braos) situadasacima do disco L4/L5. Estas massas corporais representamaproximadamente 2/3 do peso do corpo;

    BBBB A fora desenvolvida: a fora depende no s da massa, mas da

    acelerao colocada em movimento. Deve-se considerar aindaque a localizao da carga ser levantada tem um papelimportante, pois quanto maior for o trajeto vertical para levantara carga, maior ser a acelerao espontnea imprimida aomovimento;

    BBBB Associao flexo-extenso do tronco: estudos experimentaisrealizados em cadveres, sublinham a nocividade para o discointervertebral de esforos combinando flexo e toro do tronco(Farfan,1973).

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    Fatores ligados tarefa

    Fatores ligados carga

    Fatores ligados ao espao/ambiente de trabalho

    Fatores de Risco: Posturas tais como toro do tronco levantandoum peso, hiperextenso do tronco ao deslocar peso por cima dos ombros (aocolocar objetos em uma prateleira elevada), transporte de um peso com um sbrao (segurar uma pasta de trabalho), etc.

    Esforo FsicoDurao da TarefaFreqnciaPosturas de ManejoPausas

    PesoForma e VolumePegas

    Espao insuficienteDesnveis

    Superfcies de Trnsito

    Condies Termo-higromtricas

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    6.3.Preveno das Lombalgias

    I. Ao nvel individual, o trabalhador deve manter seus msculosem boas condies, evitar os fatores de risco e levantar as cargas de modo seguro;

    FATOR DE RISCO SOLUO

    Postura

    ExerccioCondio Fsica DeficienteControle de Peso

    Troca de Postura

    RelaxamentoPosturas Foradas

    Adaptar Alturas

    Manejo de Cargas Boa Tcnica

    Exposio a vibraes

    II. Ao nvel coletivo a preveno se baseia em um bom desenhodo posto de trabalho, uma organizao adequada e um correto treinamento dostrabalhadores.

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    77.. FF AA DD II GG AA

    A fadiga expressa pela diminuio da capacidade funcional deum rgo, de um sistema ou de todo o organismo, provocado por uma sobrecargana utilizao daquele rgo, sistema ou organismo (Grandjean).

    A fadiga aumenta a possibilidade de erros, aumenta o tempo dereao do indivduo e aumenta o risco de acidentes.

    A fadiga em geral classificada em trs categorias bsicas: fadigafsica, fadiga mental e fadiga psquica.

    Os trabalhos manuais e principalmente os trabalhos pesados sosusceptveis de provocar a fadiga fsica. A fadiga muscular tem uma basebioqumica local caracterizada por um esgotamento das reservas energticas do

    msculo (glicognio, principalmente) e por uma acumulao progressiva de sub-produtos da contrao como cido lctico.

    Na fadiga mental, ocorre sobrecarga dos mecanismos mentaisrelacionados ao trabalho e na psquica ocorre basicamente um desajustamentopsquico do indivduo a uma determinada realidade. Podemos ter no trabalhosituaes capazes de resultar numa fadiga fsica, mental e psquicasimultaneamente.

    O estado de fadiga se torna perigoso para a sade se:

    BBBB no instante em que se manifestar a fadiga, o indivduo forar oorganismo podendo precipitar o aparecimento da exausto,

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    acontecimento agudo, doloroso, no qual o indivduo sente emsua musculatura sobrecarga de forma localizada;

    BBBB se a fadiga for cumulativa, semana aps semana, ms aps ms,

    temos a fadiga crnica, sensao difusa, que acompanhada deuma indolncia e falta de motivao para qualquer atividade.

    A fadiga crnica no aliviada por pausas ou pelo sono e temefeito cumulativo. Se caracteriza por fastio, aborrecimento, falta de iniciativa eaumento progressivo da ansiedade. Pode causar doenas como lceras, doenasmentais e cardacas. Nessa situao, o descanso j no suficiente para serecuperar e recomenda-se tratamento mdico.

    A fadiga tem formas de expresso variadas e possui igualmentemltiplas causas, sendo difcil apreciar estas interaes:

    BBBB tempo e intensidade do trabalho fsico e/ou mental;

    BBBB durao e espaamento das pausas;

    BBBB fatores fsicos do ambiente: rudo, calor, ...;BBBB ritmos circadianos;

    BBBB motivao do trabalhador, funo do interesse e do contedo dotrabalho, do tipo de tarefa, ...

    Por no se dispor de nenhum mtodo direto de avaliao

    quantitativa do estado de fadiga, utilizam-se mtodos que medem determinadasmanifestaes da fadiga, que s podem ser avaliadas como indicadores da fadiga.Estas medies so feitas freqentemente antes, durante e aps o exerccio dotrabalho. Os resultados da medio tem na prtica um valor relativo, j que socomparados com os valores determinados inicialmente com as pessoasdescansadas, ou que um grupo controle seja medido sem a exigncia de um

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    trabalho. Na prtica so utilizados, como recursos para estudar/avaliar a fadiga osseguintes mtodos:

    BBBB sensao subjetiva de fadiga;

    BBBB medida da freqncia cardaca;

    BBBB eletromiografia;

    BBBB eletroencefalografia;

    BBBB testes psicomotores;

    BBBB testes mentais.

    A avaliao das sensaes subjetivas pode ser feita atravs dequestionrios. Destacamos os questionrios bipolares pela simplicidade deaplicao e interpretao. Os mesmos foram desenvolvidos inicialmente pelo Prof.Nigel Corlett, de Nottingham, Inglaterra, utilizando os mesmos princpiosqualitativos conhecidos como escalas de Likert. Um questionrio bipolar tpicocontm uma seqncia de pares de adjetivos, sendo que em cada par, num extremoest uma situao, e no outro extremo a situao oposta, sempre referentes situao do indivduo naquele instante do trabalho. Entre os extremos utiliza-seuma gradao numrica ou uma linha em que o entrevistado assinala a suasensao, conforme modelo abaixo:

    Exemplo de Questionrio Bipolar

    Descansado ................................. 1 2 3 4 5 ......................................... Cansado

    Boa Concentrao ....................... 1 2 3 4 5 .............. Dificuldade de ConcentrarCalmo .......................................... 1 2 3 4 5 ......................................... NervosoProdutividade Normal .................. 1 2 3 4 5 ....... Produtividade ComprometidaDescansado Visualmente .............. 1 2 3 4 5 .............................. Cansao Visual

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    Ausncia de dores nos ombros.... 1 2 3 4 5 ..... Dor nos msculos do pescoo eombros

    Ausncia de dor nas costas ......... 1 2 3 4 5 ................................ Dor nas costas

    Ausncia de dor na regio lombar ... 1 2 3 4 5 ............................... Dor LombarAusncia de dor nas coxas .......... 1 2 3 4 5 ..................................Dor nas coxasAusncia de dor nas pernas ........ 1 2 3 4 5 ............................... Dor nas pernasAusncia de dor nos ps ............. 1 2 3 4 5 .................................... Dor nos psAusncia de dor na cabea........... 1 2 3 4 5 .................................Dor na cabeaAusncia de dor nos braos ......... 1 2 3 4 5 ...............................Dor nos braos

    Deve-se salientar que a pessoa fatigada tende a aceitar menorespadres de preciso e segurana. Ela comea a fazer uma simplificao de suatarefa, eliminando tudo o que no for essencial. O ndices de erro comeam acrescer. Um motorista fatigado, por exemplo, olha menos para os instrumentos decontrole e reduz a freqncia das mudanas de marcha (IIDA, 1997).

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    88.. AA NN TT RR OO PP OO MM EE TT RR II AA

    A Antropometria a disciplina que descreve as diferenasquantitativas das medidas do corpo humano, estuda as dimenses tomando comoreferncia distintas estruturas anatmicas e serve como ferramenta para aErgonomia com o objetivo de adaptar o entorno s pessoas.

    A Antropometria o estudo das dimenses do corpo humano e

    fundamental para a ergonomia, no desenvolvimento de mquinas, equipamentos eferramentas que sero manuseadas pelo homem (GERTZ, 1998).

    A Antropometria Esttica mede as diferenas estruturais do corpohumano, em diferentes posies, sem movimento (IIDA). Ela deve ser aplicada aoprojeto de objetos sem partes mveis ou com pouca mobilidade, como no caso domobilirio em geral (HERTZBERG).

    A Antropometria Dinmica mede os alcances dos movimentos. Osmovimentos de cada parte do corpo so medidos mantendo-se o resto do corpoesttico (HERTZBERG).

    O Brasil um pas de grandes dimenses que possui umapopulao com caractersticas fsicas muito variveis, o que dificulta ainda maisum levantamento antropomtrico. Porm, os maiores erros no esto relacionados afalta de dados antropomtricos da populao brasileira, mas sim a aplicao erradados dados disponveis (GERTZ, 1998).

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    O erro mais comum pensar que existe um homem mdio.Segundo Hertzberg, no existe na realidade um homem mdio. Existem homensque apresentam o valor mdio em peso ou em estatura, ou em altura sentado, mas

    os indivduos que apresentam valores mdios em duas medidas antropomtricasconstituem cerca de 7% da populao; aqueles que os apresentam em trs medidasconstituem aproximadamente 3% e aqueles com quatro medidas representammenos de 2%. Por isso, o conceito de homem mdio fundamentalmenteincorreto, pois tal criatura no existe (Panero- Manual de Aplicao dos dadosantropomtricos ERGOKIT- INT- Instituto Nacional de Tecnologia).

    Em ergonomia trabalha-se com a parcela de 95% da coletividade ea esta parcela denominamos limite de confiana de 95%. Isto significa que umaparcela de 2,5% dos menores e 2,5% dos maiores so excludos. Os valorespercentuais individualmente so chamados de percentil (GRANDJEAN,1998).

    Assim os postos de trabalho devem ser projetados para atender a

    populao que apresenta percentil dimensional entre 5% e 95%. Citamos comoexemplo a Norma ABNT NB-650/80 - Determinao do Alcance de ControlesManuais em Veculos Rodovirios Automotores estabelece que as reasenvoltrias limites do alcance manual descrevem os contornos da rea onde podemser localizados os controles, de maneira que possam ser alcanados no mnimo por95% de determinadas populaes de condutores que possuem percentagens de(50/50, 75/75 e 90/10) homens/mulheres.

    As medidas antropomtricas geralmente seguem uma distribuionormal ou de Gauss. Esta distribuio representada por dois parmetros: a mdiae o desvio padro. Tendo-se o desvio padro da distribuio pode-se calcular o

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    intervalo de confiana para os percents desejados, multiplicando-se pelosseguintes coeficientes:

    Percents Coeficiente

    10,0-90,0...............................1,2825,0-95,0.................................1,6452,5-97,5.................................1,9601,0-99,0.................................2,3260,5-99,5.................................2,576

    Exemplo (IIDA): Numa amostra em que a estatura mdia de

    169,7 cm e o desvio padro de 7,5 cm, para os percents 5% e 95%(coeficiente=1,645), temos os seguintes intervalos:

    para 5%: 169,7 - 7,5 x 1,645 = 157,4 cmpara 95%: 169,7 + 7,5 x 1,645 = 182,0 cm

    Isso significa que, no universo do qual a amostra foi retirada, huma possibilidade de 5% da populao ter estatura abaixo de 157,4 cm e 5% acima

    de 182,0 cm. Portanto os restantes 90% estaro entre 157,4 cm e 182,0 cm.

    Se quisermos aumentar esse intervalo de confiana para 1% e99%, o coeficiente a ser usado seria 2,326 e o respectivo intervalo calculado, de152,3 cm a 187,1 cm, ou seja, a faixa de variao, que era de 24,6 cm no casoanterior, ser ampliada para 34,8 cm.

    Exemplo (MONDELO): Que altura dever ter a porta doscamarotes de um submarino para que 95% da populao no tenha problemas deacesso, sabendo que a estatura mdia dos marinheiros 170 cm e o desvio padro 5 cm?

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    Na tabela acima se observa que para o percentil 95 (P95) ocoeficiente 1,645 e calcula-se: P95 = 170 + 1,645 x 5 = 178,2 . Ou seja, a portadever ter 178,2 cm para que 95% dos marinheiros possam utilizar o acesso sem

    dificuldade.

    Sempre que for possvel e economicamente justificvel, asmedidas antropomtricas devem ser realizadas diretamente, tomando-se umaamostra significativa de sujeitos que sero usurios ou consumidores do objeto aser projetado. Por exemplo, para se dimensionar cabinas de nibus, deve-se mediros motoristas de nibus que sero usurios (IIDA).

    No Brasil no existem medidas abrangentes e confiveis dapopulao brasileira. Apresentamos, entretanto, levantamentos ilustrativos noquadro abaixo:

    Medidas de Antropometria esttica de trabalhadoresbrasileiros, baseado numa amostra de 257 homens e 320 mulheres de umaempresa em S. Paulo (Iida e Wartzcicid,1973)

    Medidas de antropometriaEsttica (cm) Mulheres Homens

    5% 50% 95% 5% 50% 95%Estatura ereto com sapato 147,8 157,3 166,8 157,4 169,7 182,0Comprimento do brao nahorizontal at a ponta dos dedos

    68,8 79,5 90,2 77,7 86,6 95,5

    Altura da cabea sentado 74,8 83,0 91,2 72,0 87,3 102,6Altura dos joelhos, sentado 43,5 50,1 58,7 50,2 55,0 59,8Comprimento do antebrao nahorizontal at a ponta dos dedos

    31,5 41,9 52,3 41,3 45,8 56,1

    Comprimento ndegas joelho 49,9 58,1 66,3 54,3 60,2 66,1Comprimento ndega - p perna87,2 100,4 113,6 97,0 107,4 117,8

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    estendida na horizontalComparaes realizadas com medidas de povos estrangeiros

    demonstraram que os brasileiros apresentam muita semelhana com os europeus

    mediterrneos (portugueses, espanhis, franceses, italianos, gregos), so menoresque os nrdicos (suecos, noruegueses, dinamarqueses) e maiores que os povosasiticos em geral. Dessas comparaes pode-se concluir que, em geral, as medidasantropomtricas disponveis de brasileiros no apresentam grandes discrepnciasem relao a tabelas estrangeiras. Como em geral os projetos de antropometriaaplicada consideram tolerveis os erros de at 5%, pode-se concluir que as tabelasestrangeiras geralmente so aplicveis no caso brasileiro, pelo menos em primeira

    abordagem do problema (IIDA).

    Em antropometria dinmica o registro de movimentos importanteporque delimita os espaos onde devero ser colocados os objetos, os controles dasmquinas ou peas para montagem, etc. O vdeo-tape de grande auxlio. Grava-sea pessoa trabalhando no plano sagital, frontal e, se possvel, no transversal.Posteriormente pode-se congelar as imagens e medir os ngulos de trabalho dosdiversos seguimentos corporais no terminal de vdeo.

    A Figura 15 apresenta as principais variveis usadas em medidasantropomtricas estticas do corpo humano e a Figura 16 apresenta os valoresmdios de rotaes voluntrias do corpo usadas na antropometria dinmica.

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    99.. BB II OO MM EE CC NN II CC AA

    A Biomecnica a disciplina dedicada ao estudo do corpo humanoconsiderando este como uma estrutura que funciona segundo as leis da mecnica.A mecnica a cincia encarregada do estudo das foras e de suas aes sobre asmassas (REBOLLAR,1998).

    Hammil, 1994, define a Biomecnica como a cincia que aplica

    os conhecimentos da Mecnica em sistemas vivos. Nigg, 1994, diz que a cinciaque examina as foras que atuam externa e internamente numa estrutura biolgica eo efeito produzido por essas foras, onde as foras internas so resultado da aomuscular (GERTZ,1998).

    O corpo humano um equipamento maravilhoso, que produzmovimentos rpidos e precisos, transforma alimentos variados em energia, possui

    uma capacidade de adaptao fantstica, e alm de tudo se regenera quandoavariado. Porm, para efeito de estudo, pode ser visto como uma mquina, formadopor uma estrutura rgida, com articulaes e com sistemas tracionadores. Paraestudar uma mquina usa-se a Mecnica, para estudar mquinas vivas usa-se aBiomecnica (GERTZ,1998).

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    Figura 15 Principais variveis usadas em medidas antropomtricas estticas do corpo (IIDA)

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    Figura 16 Fonte: IIDA,1997.

    Pode-se correlacionar as funes do sistema osteomuscular do serhumano com os componentes de uma alavanca, como a seguir:

    - o osso o segmento rgido;- a articulao o ponto de apoio;- a fora atuante exercida pelos msculos;- a fora resistente exercida pelo peso do segmento corpreoacrescido, se houver, do peso de um objeto que esteja sendolevantado.

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    Os ossos e os msculos do corpo humano so responsveis pelomovimento. Quando um msculo se contrai ou relaxa, ele exerce uma fora sobreum osso, que tende a girar em torno de uma articulao.

    O ser humano possui alavancas interfixas principalmente nas reasrelacionadas ao equilbrio do corpo: pescoo, lombossacras, joelhos e tornozelos.As alavancas interpotentes so as predominantes em nosso sistema osteomuscular.Sua caracterstica bsica que o brao de potncia sempre menor que o brao deresistncia, ou seja, para vencer uma determinada resistncia, h semprenecessidade de se desenvolver um esforo esforo fsico bem maior do que o valornominal da resistncia a ser vencida. Se por um lado este tipo de alavancaapresenta grande desvantagem mecnica quando se trata de vencer resistncia, eleapresenta uma vantagem acentuada no que se refere a velocidade e amplitude dosmovimentos, por exemplo, uma contrao de 1 cm do msculo do bceps equivale aum deslocamento de aproximadamente 15 cm da ponta dos dedos.

    O corpo humano prejudicado por no apresentar uma estruturapara desenvolver trabalhos que necessitem de aplicao de carga, entretanto, capaz de desenvolver movimentos com grande velocidade e preciso, como colocara linha no buraco da agulha, digitar, escrever com uma caneta, etc (GERTZ,1998).

    Em biomecnica as foras aplicadas ao corpo podem ser divididasem dois tipos, as foras externas e as foras internas. As foras externas so

    aquelas exercidas na superfcie do corpo. As foras internas so geradas pelosmsculos e tendes e so reao s externas. Se o corpo est parado, o somatriodas foras internas e externas deve ser zero (GERTZ,1998).

    9.1.Trabalho Muscular Esttico e Dinmico

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    Em fisiologia do trabalho se distingue duas formas de esforomuscular:

    BBBB no trabalho muscular esttico (postural) o msculo exercecontrao isomtrica;

    BBBB no trabalho muscular dinmico (rtmico) o msculo exercecontrao isotnica.

    O trabalho dinmico caracteriza-se por uma seqncia rtmica decontrao e extenso da musculatura. O trabalho esttico caracteriza-se por um

    estado de contrao prolongado da musculatura, mantendo uma postura(GRANDJEAN).

    O msculo humano se nutre principalmente no perodo derelaxamento. Isto devido ao fato de que, com o esforo muscular, a pressointerna do msculo ultrapassa o valor da presso arterial do sangue, ocorrendo umfechamento dos vasos sangneos que nutrem os msculos.

    No trabalho esttico os vasos sangneos so pressionados pelamusculatura contrada em prejuzo do afluxo de sangue. O msculo no recebesuficiente acar e oxignio do sangue, devendo usar suas prprias reservas. Osresduos no so retirados e causam a aguda dor da fadiga (GRANDJEAN).

    Na contrao esttica o msculo se contrai e permanece contrado,

    deixando de receber seu aporte sangneo. Os processos metablicos que deveriamse passar por via aerbica, passam a ocorrer por via anaerbica, com a produo eacmulo de cido lctico, que irrita as terminaes nervosas do msculoocasionando dor.

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    Este fenmeno tem as seguintes repercusses ao nvel local(msculo) e ao nvel geral:

    BBBB ao nvel do msculo: durante a contrao esttica, a fadiga

    muscular se desenvolve rapidamente e obriga ao relaxamento dacontrao. O tempo durante o qual podemos manter a contrao proporcional tenso exercida, ou seja, quanto maior a tenso,menor o tempo de manuteno (Figura 20), assim: 4 minutospara uma tenso igual a 30% da FMV-fora mxima voluntria,(a FMV de um msculo ou grupo muscular a fora mximadesenvolvida por este msculo quando de uma contraoisomtrica mantida 4 5 segundos) e 1 min para uma tensoigual 50% da FMV. Somente os esforos que no ultrapassem10% a 25% (segundo o msculo considerado) da FMV podemser sustentados por muito tempo;

    Figura 17 Fonte: Monod,1956.

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    BBBB ao nvel do sistema cardiovascular, um mecanismo reflexo seinicia para lutar contra a diminuio do afluxo sanguneomuscular: a FC e a presso arterial aumentam. Esta resposta

    cardiovascular proporcional intensidade da contrao (em %de FMV) e ela aumenta linearmente com o tempo de contrao.No entanto esta resposta independente da massa muscular quese contrai, o que explica que para uma mesma tenso relativa(% FMV) o efeito cardiovascular idntico com um pequeno(mo) ou com um grande grupo muscular(coxas).

    Esta caracterstica do trabalho muscular esttico permitecompreender porque uma m postura de trabalho, mesmo se ela concerne que umapequena massa muscular, um brao por exemplo, por ser nociva. Os efeitosestticos podem ser resumidos da seguinte maneira:

    BBBB Fadiga muscular local, cuja velocidade de aparecimento

    funo da intensidade da contrao (em % de FMV);BBBB A elevao desproporcional da FC (frequncia cardaca) e da

    presso arterial, em relao energia consumida para efetuar atarefa.

    Atividade Dinmica e Esforos Estticos Associados

    Um grande n. de atividades manuais nos locais de trabalho,comportam, em proporo varivel, um componente dinmico e um componenteesttico. O custo fisiolgico global resultante da associao dos dois tipos deatividade no pode ser decomposto em dois componentes pois sua interao no uniforme (Polgrafo Curso ergonomia Mairiaux, Blgica, 1992).

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    9.2.A Postura de Trabalho

    I. Recomendaes Para Uma Postura de TrabalhoFisiolgica.

    Uma boa postura aquela em que o trabalhador pode modific-lacomo quiser, o ideal que ele possa adotar uma postura livre, ou seja uma posturaque possa lhe convir em determinado instante. A concepo do posto de trabalhoe/ou a concepo da tarefa deve favorecer a mudana de postura, por exemplo aalternncia entre ficar em p e sentado.

    As ligaes necessrias com a mquina devem ser reduzidas aomnimo. Por ligaes entende-se o conjunto de atividades tanto perceptivas(controle de comandos, verificar dados em monitores, por ex.) que motoras (apoiar

    sobre uma alavanca de comando, entrada de dados ,etc.) que ligam o homem mquina. Em geral a postura no posto de trabalho mais nociva quanto maior o n.de ligaes simultneas com a mquina. Desta forma, em um posto de trabalho apostura pode ser determinada pelas exigncias visuais da tarefa, a altura da cadeira,a localizao dos pedais, a localizao dos comandos manuais.

    O tempo de manuteno de uma postura deve ser o mais breve

    possvel. A nocividade da postura funo do tempo de manuteno da postura. Aapreciao do tempo de manuteno de uma postura deve levar em conta de umlado o tempo unitrio de manuteno (sem possibilidades de modificaesposturais) e de outro o tempo total de manuteno registrado durante a jornada detrabalho.

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    As exigncias visuais so em geral as mais nocivas das ligaeshomem-mquina: o olho s v com um mximo de acuidade dentro de um ngulo

    muito pequeno (2) do campo visual central. Assim, o olho tenta colocar o objeto ser visto dentro da sua zona de acuidade mxima provocando uma rotao do eixovisual no sentido desejado. O movimento dos olhos determinam tambm osreajustamentos da posio da cabea: a cabea gira na direo requerida ou seinclina para a frente.

    A manuteno prolongada, ou a repetio a intervalos curtos, de

    atitudes da cabea incorretas explica em grande parte a relao freqentementeobservada entre o aparecimento de dores cervicais e da fadiga visual no posto detrabalho. Na prtica deve-se dar ateno localizao no campo de trabalho dossinais que exijam controle visual e ao tempo de manuteno do controle visual.

    Os esforos estticos devem ser reduzidos ao mximo. Todoesforo de manuteno postural implica em uma contrao muscular esttica e o

    esforo esttico nocivo sade (aumento da tenso arterial e da freqnciacardaca) (Polgrafo Curso ergonomia Mairiaux, 1992).

    Caractersticas das Principais Posturas:

    Postura em p:A adoo da postura em p nem sempre justificada pelas

    caractersticas do trabalho a ser efetuado; em um grande nmero de casos observa-se que o trabalhador est de p simplesmente porque o construtor da mquina nopreviu que ele pudesse se sentar.

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    A manuteno prolongada de posturas em p imvel tem osseguintes inconvenientes:

    - tendncia a acumulao do sangue nos vasos das pernas, o que

    predispe o aparecimento de insuficincia venosa nos membrosinferiores. Provocando sensao de pernas pesadas e de varizes;

    - sensaes dolorosas ao nvel das superfcies de contatoarticulares que suportam o peso do corpo;

    - a tenso muscular desenvolvida em permanncia paramanuteno do equilbrio traz mais dificuldades para execuode trabalhos de preciso.

    A penosidade natural da postura em p reforada por tudo queaumente o esforo esttico ligado a esta postura: trabalho com os braos acima dosombros, inclinao do corpo para frente ou toro lateral, que aumentam a tensomuscular necessria para manter o equilbrio (Mairiaux, polgrafo curso ergonomiaUCL 1992).

    Ao caminhar, a musculatura da perna funciona como umamotobomba, atravs da qual a presso hidrosttica do sistema venoso compensada e o sangue retorna de modo ativo para o corao.

    O ser humano est relativamente bem aparelhado para ficar napostura de p, desde que haja alguma movimentao.

    A coluna vertebral funciona como uma estrutura que permite aoser humano ter ao mesmo tempo uma estrutura fixa para sustentao do corpo euma estrutura mvel que o possibilita mover a parte superior do corpo.

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    As curvaturas da coluna vertebral garantem um equilbriorelativamente fcil do ser humano na posio de p, parado, isto porque o esqueletoe os msculos descansam nas curvaturas da coluna e nos ligamentos.

    Para equilibrar-se, a coluna vertebral utiliza as seguintescurvaturas, de baixo para cima; a lordose lombar, a cifose torcica e a lordosecervical. interessante notar que, nestas curvaturas, a coluna firmada peloligamento longitudinal anterior (nas lordoses) e pelo ligamento longitudinalposterior (na cifose). Este apoio permite que os msculos lombares, na posioereta, tenham apenas um grau de contrao esttica muito pequena, com poucatendncia fadiga.

    A posio parada, em p, altamente fatigante porque exige muitotrabalho esttico da musculatura envolvida para manter essa posio. O coraoencontra maiores resistncias para bombear o sangue para os extremos do corpo.As pessoas que executam trabalhos dinmicos em p, geralmente apresentammenos fadiga que aquelas que permanecem estticas ou com pouca movimentao

    (IIDA).

    Postura SentadaA postura sentada, bem concebida em si a postura de trabalho

    mais favorvel, pois o esforo postural (esttico) e as solicitaes sobre asarticulaes so limitadas. Ela permite um melhor controle dos movimentos porque o esforo de equilbrio postural reduzido; a melhor postura para trabalhos

    de preciso. A postura sentada est associada uma presso intra-discal maiselevada que a da posio em p.

    A manuteno prolongada da postura sentada pode ter os seguintesinconvenientes:

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    - atividade fsica insuficiente;- acumulao sangunea nos membros inferiores, situao

    agravada quando existe compresso da face posterior das coxas;

    - adoo de posturas desfavorveis (lordose ou cifose excessivas)levando ao aparecimento de dores dorso lombares.

    "A posio sentada exige atividade muscular do dorso e do ventrepara manter esta posio. Praticamente todo o peso do corpo suportado pela peleque cobre o osso squio, nas ndegas. O consumo de energia de 3% a 10% maiorem relao posio horizontal.

    A posio sentada, em relao posio de p, apresenta avantagem de liberar os braos e ps para tarefas produtivas, permitindo grandemobilidade desses membros e, alm disso, tem um ponto de refernciarelativamente fixo no assento. Na posio em p, alm da dificuldade de usar osprprios ps para o trabalho, freqentemente necessita-se tambm do apoio das

    mos e braos para manter a postura e fica mais difcil manter um ponto dereferncia.

    Projetos inadequados de mquinas, assentos ou bancadas detrabalho obrigam o trabalhador a manter-se em posturas inadequadas. Se estasposturas forem mantidas por longo tempo, podem provocar fortes dores localizadasnaquele conjunto de msculos solicitados na conservao dessas posturas:

    POSTURA RISCO DE DORESBBBB em p..........................................................................ps e pernas (varizes)

    BBBB sentado sem encosto....................................msculos extensores do dorso

    BBBB assento muito alto..........................parte inferior das pernas, joelhos e ps

    BBBB assento muito baixo............................................................dorso e pescoo

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    BBBB braos esticados..................................................................ombros e braos

    BBBB pegas inadequadas em ferramentas................................antebraos (IIDA)

    No se recomenda a postura sentada quando necessrio sustentarpeso de mais de 4,0 kg com os membros superiores.

    9.3.Escolha da Postura de Trabalho

    A rvore de decises abaixo pode ser utilizada para indicar a

    postura de trabalho a adotar. uma primeira aproximao. O trabalhador deve serconsultado sobre a deciso adotada ( Figura 18).

    ESCOLHA DA POSTURA DE TRABALHO

    POSTO DE TRABALHO

    POSTO FIXO POSTO NO FIXO(VARIVEL)CARGAS LEVES CARGAS PESADAS-4KG +4KG

    ESPAO P/ S/ ESPAO P/ DE P C/

    OS MEMBROS MEMBROS APOIOINFERIORES INFERIORES

    SE LEVANTA SE LEVANTA MAIS SENTADO/ MENOS QUE QUE 10 X / HORA DE P10 VEZES/HORA

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    SENTADONORMAL DE P1100.. CC OO NN CC EE PP OO DD OO PP OO SS TT OO DD EE TT RR AA BB AA LL HH OO

    10.1. A Concepo do PostoObjetivos:

    BBBB Estabelecer diferenas entre as caractersticas estticas(dimenses estruturais) e as caractersticas dinmicas(dimenses funcionais);

    BBBB Relacionar certas dimenses do corpo humano com asdimenses do posto de trabalho;

    BBBB Assinalar as dimenses essenciais na concepo do posto detrabalho;

    BBBB Manejar tabelas antropomtricas adequadamente em umaaplicao prtica.

    A primeira etapa no projeto de um posto de trabalho fazer umaanlise detalhada da tarefa. Esta sendo definida como sendo um conjunto de aeshumanas que torna possvel um sistema atingir o seu objetivo. A anlise da tarefadever anteceder outros parmetros, como por exemplo a compra de mobilirio, oque restringiria o projeto ao arranjo do mesmo. A anlise de tarefas implicaprimeiramente na descrio das tarefas e, num segundo momento, na descrio

    detalhada das aes.

    A descrio da tarefa abrange o objetivo da mesma, definio dotipo de pessoa que trabalhar no posto, equipamento utilizado, posio do posto nolay-out, condies ambientais e organizacionais.

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    A descrio das aes se concentra mais na interface homem-mquina abrangendo informaes e controles. As informaes dizem respeitoao canal sensorial envolvido, tipos de sinais (luz, som, displays visuais,

    mostradores, etc). Os controles dizem respeito ao tipo de movimento corporalenvolvido, membros envolvidos, alcances manuais, tipos de instrumentos decontrole envolvidos (botes, pedais, volantes, alavancas).

    10.2.As Exigncias Visuais

    As exigncias visuais da tarefa podem influenciar de maneiradeterminante o conforto postural. Quanto mais a acuidade visual importante,menor ser a distncia olho tarefa, ainda mais se as condies de iluminamentoe/ou contraste so insuficientes.

    10.3.Escolha da Postura de Trabalho

    A rvore de decises da Figura 18 pode ajudar na escolha da

    postura de trabalho a adotar.

    O conforto da estao de trabalho em p funo:

    BBBB do tempo de manuteno: os deslocamentos e/ou a alternnciacom a posio sentada devem ser favorecidos para a concepodo posto e da tarefa;

    BBBB da altura do plano de trabalho;

    BBBB do espao para os ps do trabalhador;

    BBBB da adaptao s caractersticas visuais da tarefa.

    O conforto postural de um posto de trabalho sentado funoprincipalmente de:

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    BBBB do tempo de manuteno da postura;

    BBBB da altura do plano de trabalho;

    BBBB das caractersticas da cadeira;

    BBBB da adaptao s exigncias visuais da tarefa.

    10.4.A Altura do Plano de Trabalho em P

    A altura do plano de trabalho um elemento importante para oconforto da postura. Se o plano de trabalho muito alto, o trabalhador dever

    elevar os ombros e os braos o tempo todo; se muito baixo, ele trabalhar com ascostas inclinadas para a frente, postura que favorece a apario de dores nas costas.Esta observao vlida tanto para a postura sentada ou em p.

    Figura 19 Fonte: GRANDJEAN

    O ponto de referncia utilizado para determinar a altura

    confortvel de trabalho na posio em p a altura dos cotovelos, em outrostermos a distncia cotovelo-piso. Com relao esta referncia, a alturarecomendada do plano de trabalho funo do tipo de tarefa (Figura 19, Fonte:GRANDJEAN)

    Figura 19 - Alturas demesas recomendadaspara trabalhos em p.A medida base aaltura do cotovelo, quecorresponde altura, eque em mdia 105cm para os homens e98 cm para as mulheresacima do cho.

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    A distncia cotovelo-piso varia naturalmente de um indivduo outro e de um sexo para outro a Figura 19 apresenta as alturas recomendadas paraum homem mdio e uma mulher mdia.

    As diferenas entre os indivduos podem ser importantes e aescolha de um plano de trabalho adaptada ao homem mdio no uma soluo,pois corre o risco de ser inadequada para aproximadamente 2/3 dos trabalhadores:o plano de trabalho ser muito alto para os pequenos e muito baixo para osgrandes.

    A adaptao individual do plano de trabalho s poder serrealizada de duas maneiras:

    BBBB plano de trabalho regulvel em altura. Esta soluo a melhor,mas tem os seguintes inconvenientes: custo mais elevado deinvestimento e a rotao de pessoas de tamanhos diferentes nomesmo posto;

    BBBB plano de trabalho ajustado para os grandes, evitando assim a

    adoo de postura inclinado para a frente; para os pequenos, acompensao da altura do plano de trabalho feita atravs decolocao de estrados ou de apoio para os ps.

    A altura do plano de trabalho deve ser distinta da altura da mesa detrabalho, pois aquela considera a altura das peas e equipamentos utilizados sobre amesa de trabalho.

    10.5.Espao de Trabalho

    Os instrumentos de trabalho devem ser colocados em um espaono qual seja possvel o seu uso com conforto, e que movimentos secundrios do

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    tronco no sejam necessrios para alcan-los, evitando assim o risco de problemasnas costas e ombros (GRANDJEAN).

    reas de Alcance timo e Mximo na Mesa para o Trabalho Sentado.Figura 20 Fonte: Grandjean,1983.

    10.6.O Espao Para os Ps

    A existncia de um espao para os ps na base do plano detrabalho permite ao trabalhador de aproximar ao mximo o tronco da tarefa e evitara inclinao do mesmo para a frente.

    10.7.A Altura do Plano de Trabalho Sentado

    Como no trabalho em p, o ponto anatmico que serve dereferncia para determinar a altura confortvel de trabalho sentado a altura dos

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    cotovelos. A altura do plano sentado est correta quando a pessoa sentada tem ascoxas na horizontal e as pernas na vertical com os ps apoiados totalmente no piso.

    A concepo do posto de trabalho sentado deve considerar duasalturas: a altura da cadeira e a altura do plano de trabalho. Como existem variaesdas dimenses corporais das pessoas, evidente que uma postura confortvel paraa maioria s ser obtida com a regulagem ao menos de uma destas duas alturas.

    A altura do plano de trabalho deve ser determinada segundo o tipode tarefa ser realizada no posto de trabalho.

    10.8.Adaptao s Dimenses Individuais

    A regulagem inadequada de uma altura da cadeira temconseqncias negativas para o conforto postural. Quando a cadeira muito alta, oapoio dos membros inferiores sobre o piso diminudo e uma parte do corpo sustentada pelas coxas trazendo uma compresso da face posterior, o que desfavorvel do ponto de vista vascular. Para diminuir a presso sobre as coxas, apessoa tenta se sentar sobre a parte anterior da cadeira, o que pode induzir umaatitude instvel exigindo uma contrao muscular esttica dos membros inferiores edas costas.

    Quando ao contrrio o indivduo se senta em uma cadeira muitobaixa, o ngulo coxas-tronco se fecha induzindo uma cifose lombar e uma pressosobre os rgos abdominais. Nesta posio, os grandes e os obesos devero efetuarum esforo muito grande para se levantar.

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    Para uma adaptao da mesa e da cadeira s dimenses dosindivduos. Duas situaes devem ser consideradas:

    - quando a mesa e a cadeira so regulveis em altura, todas as

    combinaes so possveis e susceptveis de oferecer uma boaadequao da pessoa ao posto de trabalho. O nico conflito quepoder subsistir entre a altura da mesa e a espessura da coxa;

    - quando a mesa fixa e a cadeira regulvel em altura, aregulagem da cadeira dever satisfazer a trs critrios:

    BBBB conforto dos membros inferiores (ps bem apoiados sobreo solo e ausncia de compresso das coxas);

    BBBB o conforto dos membros superiores (ngulo de confortobrao/antebrao);

    BBBB o conforto visual (ligado distncia olho/plano detrabalho, s caractersticas dos documentos e acuidadevisual da pessoa).

    10.9. Suporte Para o Ps

    Dimenses: 35 X 45 cm (profundidade X largura);Inclinao ajustvel entre 5 e 15 sobre o plano horizontal.

    As barras horizontais dispostas sob o plano de trabalho ou sobcadeiras no podem constituir um apoio-ps exclusivo, pois exigem uma contraomuscular contnua para manter os ps apoiados.

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    10.10.Caractersticas das Cadeiras

    Cadeiras estofadas: necessrio porque sobre uma superfcie durao peso do tronco repousa sobre a superfcie de apoio restrita das tuberosidadesisquiticas.

    Isto provoca uma compresso local importante e pode favorecer aapario de dores. Ao contrrio, o estofamento no dever ser muito mole, para

    evitar um afundamento muito grande das ndegas e das coxas. O ideal umestofamento que pode ser comprimido de +/- 2,5 cm (densidade mximarecomendada: 50 kg/m3). A natureza do material usado no estofamento eprincipalmente no revestimento deve ser considerado para evitar a transpirao.Um revestimento com material plstico deve ser evitado.

    Mobilidade da cadeira

    Uma cadeira mvel sobre rodas interessante nos casos dedeslocamentos freqentes em pequenas distncias, evitando que a pessoa precise selevantar para deslocar a cadeira. Dentro do mesmo ponto de vista est o uso decadeiras que giram. Nestes casos o espao para as pernas deve ser suficiente paraevitar choques.

    10.11.As Informaes Visuais

    A localizao da fonte de informao dentro do campo de viso dooperador um fator crtico do conforto postural, pois os movimentos dos olhosdeterminam diretamente os da cabea que por sua vez influenciam a postura do

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    tronco. A localizao dentro do campo visual do trabalhador da fonte deinformao deve ser escolhida levando-se em considerao a freqncia de recorrer esta informao e sua importncia do ponto de vista de segurana e da qualidade

    da produo.

    Para limitar a inclinao da cabea em relao ao tronco ummximo de 25, o eixo do olhar na horizontal dever estar entre 0 e 30 (zonaconsiderada boa) quando o controle visual necessrio durante uma fraoimportante do tempo de ciclo.

    A zona tima de viso situa-se em um ngulo de 30 abaixo doplano dos olhos no plano sagital e 30 no plano transversal, como na Figura 21.

    Figura 21 Fonte: Grandjean,1983.

    10.12. O Arranjo Fsico dos Diversos Elementos Que Compem o Posto

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    Os elementos que compem o posto sero distribudosespacialmente conforme sua importncia, sua freqncia de uso, o agrupamentofuncional envolvido, seqncia de uso, etc.

    1111.. CC OO NN CC EE PP OO DD EE MM OO SS TT RR AA DD OO RR EE SS ,, CC OO MM AANN DD OO SS EE FF EE RR RR AA MM EE NN TT AA SS

    11.1. Mostradores

    Os displays de controle e comandos de segurana devem localizar-se na zona de alcance timo e na rea de alcance mximo das duas mos.

    Os mostradores ou displays so os dispositivos encarregados deapresentar a informao ao trabalhador e seu desenho e colocao sofundamentais para o perfeito desenvolvimento da tarefa.

    So os seguintes os passos para selecionar o display:

    BBBB Definir a natureza da informao;

    BBBB Escolher o tipo de display ou sinal;

    BBBB Definir os detalhes do desenho;

    BBBB Situar e dispor o display dentro do posto.

    A natureza da informao determina praticamente o tipo de display

    a ser utilizado. As caractersticas que definem a natureza da informao so:BBBB Urgncia;

    BBBB Modo visual, sonoro, tctil;

    BBBB Complexidade da informao;

    BBBB Quantidade de informao;

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    BBBB Previsibilidade (informao esperada ou no);

    BBBB Preciso (at que grau de preciso temos que apreciar);

    BBBB Forma de apresentao ativa ou passiva.

    11.2.ComandosOs comandos (palancas, manivelas, volantes, botes, pedais,

    interruptores, etc) so os dispositivos que o trabalhador tem para controlar ofuncionamento de mquinas atravs da informao que recebeu dos mostradores oudisplays.

    O processo de desenho dos comandos semelhante ao dosdisplays:

    BBBB Definir a natureza da varivel a controlar (velocidade, fora);

    BBBB Escolher o tipo de comando;

    BBBB Situao e disposio dentro do posto;

    BBBB Definio de detalhes do desenho.

    Conforme as caractersticas da varivel que se quer controlar, seescolhe o comando.

    Para detalhamento de projeto recomendamos consulta s normasda ABNT (NBR 5467 - Controles Eltricos; NBR 6606 - Determinao do alcance

    de controles manuais em veculos automotores, etc.)

    11.3.Ferramentas

    A seleo de ferramentas deve estar de acordo com asnecessidades da tarefa.

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    A concepo das empunhaduras das ferramentas importanteporque pode influenciar na produtividade e, eventualmente, causar danos sade

    do trabalhador se menosprezarem a biomecnica do trabalho manual.

    A fora mxima de preenso multiplicada quando se passa daposio da ponta dos dedos posio de garra, variando de 140 a 540 N (segundoTaylor).

    As foras dos dedos so mximas quando a mo est flexionadalevemente para cima (flexo dorsal). Ao contrrio, reduzida, quando a mo estflexionada para baixo. As angulaes da mo para fora ou para dentro (ulnar ouradial) diminuem os movimentos de rotao da mo em 50%. Quando estasposturas de mo tornam-se dirias e freqentes podem aparecer inflamaes dasbainhas dos tendes.

    Para evitar problemas biomecnicos, o trabalho manual deveacompanhar, sempre que possvel, o eixo longitudinal do brao.

    Devido ao mal uso de ferramentas pode-se produzir problemascom conseqente desenvolvimento de leses e perda de sensibilidade e fora dasmos tais como a sndrome do tnel do carpo. Tal sndrome decorrente dacompresso do nervo mediano ao nvel do carpo, que ocorre pelo estreitamento do

    mesmo pelo espessamento do ligamento anular do carpo, provocando atrito entretendes e ligamentos.

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    Deve-se ainda evitar movimentos que requeiram ao mesmo tempoapertar e girar a mo no manuseio de ferramentas para prevenir epicondilite(cotovelo do tenista).

    11.3.1.Princpios de Desenho de Ferramentas

    a) Torna-se muito mais prtico e rentvel, tanto do ponto de vistaeconmico da empresa como da comodidade do trabalhador, o uso de ferramentasespeciais, ou seja, desenvolvidas especificamente para a funo especfica que vorealizar.

    O custo da ferramenta manual muito baixo comparado com ocusto da mo de obra, portanto o investimento em ferramentas especiais muitorentvel j que ao estarem melhor desenhadas para a funo a realizar, permitemuma reduo do tempo de operao e, portanto, dos custos de produo para aempresa.

    Um sinal evidente de que no se est utilizando a ferramentaadequada a adaptao da ferramenta de forma pouco profissional por parte dotrabalhador. Podemos citar o aumento da grossura do punho com fitas, soldagem deelementos novos, etc.

    b) Possibilidade de uso com qualquer das mos

    As ferramentas que podem ser utilizadas tanto com a moesquerda como com a mo direita tem como vantagens:

    BBBB permitir utilizar a ferramenta com a mo preferida o quesignifica uns 5% de economia de tempo. Beneficia os canhotos,

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    que constituem uns 10% da populao e que geralmente somarginalizados no mundo dos destros;

    BBBB permitir utilizar a mo preferida naquelas ocasies em que a dita

    mo est sendo utilizada em outra atividade;BBBB permitir alternar a utilizao da mo no manejo de ferramentas

    que se utilizem de forma repetitiva e que possam causar fadiga eleses se usadas somente com uma mo.

    c) Acionamento mecanizado

    O uso de ferramentas de trao mecnica, eltricas, pneumticas melhor que o uso de ferramentas manuais. mais vantajoso impulsionar commotores do que com os msculos porque:

    BBBB a energia mecnica de 10 a 1000 vezes mais barata que ahumana;

    BBBB evita esforos repetitivos;

    BBBB se pode imprimir maior velocidade e fora ainda que sejanecessrio ter muito cuidado com os movimentos.

    d) Pegas de fora e de preciso

    Siga-se o seguinte princpio simples: Utilizar pegas de fora para

    fazer fora e pegas de preciso para dar preciso.

    Uma das principais causas de microtraumatismos repetitivos arealizao de tarefas que requerem a aplicao de fora com pegas de preciso.

    H trs tipos diferentes de pegas de fora:

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    BBBB Fora paralela ao antebrao, como no caso de serras e serrotestradicionais;

    BBBB Fora que forma um ngulo com o antebrao, como no caso domartelo, faca e machado;

    BBBB Toro ao redor do antebrao, como no caso do saca rolhas;

    Podemos classificar as pegas de preciso em dois tipos:- Preciso interna, como por exemplo a faca;- Preciso externa, como por exemplo a caneta.

    e) Grossura, Forma e Comprimento adequados

    GrossuraPegas de Fora

    BBBB A fora aumenta com a grossura;

    BBBB Usar dimetro de mais ou menos 40 mm;

    BBBB A fora diminui 20% com uso de luvas.

    Pegas de preciso

    BBBB O tempo de operao aumenta com a grossura;

    BBBB Evitar dimetros menores do que 6 mm.

    Forma

    A forma ovide pode impedir o giro da pega em relao mo.

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    No caso de pega de fora se deve buscar maior superfcie depega.

    Utilizar guardas de proteo nos punhos.

    Os ressaltos entre os dedos da pega em geral no so bons,produzindo presso excessiva nos dedos, j que ao projet-los no seleva em conta as diferenas antropomtricas das mos.

    Comprimento

    BBBB Pegas de fora: mnimo de 100 mm ou 125 mm com luvas;

    BBBB Pegas de preciso externa: mnimo de 100 mm;

    BBBB Pegas de preciso interna: tem que sobrepassar a mo semtocar o punho.

    f) Superfcie lisa, compressvel e no condutora

    BBBB Lisa sem bordas agudas ou quinas;

    BBBB Compressvel para evitar deslizamento e amortecervibraes;

    BBBB No condutora tanto do calor como da eletricidade.

    g) ngulos formados pelo antebrao e a ferramenta.

    O princpio mais importante no desenho das ferramentas: Sedobram as ferramentas e no as mos.

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    Polaridade positiva Polaridade negativaReflexos menos perceptveis O ofuscamento menos perceptvel

    Os caracteres so mais ntidosLegibilidade melhor para pessoas commenor acuidade visual

    Obtm-se mais facilmente o equilbriodas luminncias

    Os caracteres so percebidos comomaiores do que realmente so.

    b) Contraste dos Caracteres

    O contraste dos caracteres, ou seja, a relao de iluminamentoentre caracteres e o fundo do vdeo so de grande importncia para o conforto dousurio, que deve poder ajust-lo segundo suas necessidades.

    c) Representao da informao no vdeo

    A dimenso dos caracteres que possibilita leitura sem dificuldades funo da distncia olho-vdeo. O ngulo visual sobre o qual o esforo fornecidopelos olhos subjetivamente sentido com menos esforo se situa em torno de 25(20 a 30) minutos de ngulo. A dimenso de um caractere no se refere apenas aolimite exterior, mas ao meio do trao. Obtm-se assim para uma distncia mdia de50 cm, uma altura de caracteres de 2,5 mm no mnimo. Entretanto como se preferecom freqncia distncias de viso de 60-80 cm, a altura mnima dos caracteresdeve ser de 3-4 mm (LIPS, WECKHARDT, BUCHBERGER, KRUEGER, Sua,1983).

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    d) Estabilidade da imagem

    A imagem dos monitores deve estar livre de oscilaes para pelo

    menos 90% dos usurios.e) Reflexos no vdeo

    A grande maioria dos monitores utilizados atualmente utilizamvidro em sua superfcie. Desta forma esto sujeitas a reflexes parasitas oriundasdas luminrias, janelas ou de superfcies claras. Afim de reduzir tais reflexos pode-se inclinar ou girar o monitor e/ou reposicionar as luminrias. Pode-se tambm

    utilizar filtros anti-reflexo diretamente sobre o vdeo, entretanto estes podem causarescurecimento do fundo do vdeo. A limpeza regular dos filtros e da tela de vdeo importante para manter uma boa legibilidade.

    12.2 O Teclado

    ( FONTE: INSHT, Pantallas de Visualizacion,1985)

    Para pessoas que necessitem utilizar freqentemente monitores devdeo, certas caractersticas como inclinao e altura, podem influir na adoo dasposturas de trabalho.

    A altura da terceira fila de teclas (fila central) no deve ser

    superior a 30 mm do plano de trabalho e a inclinao deve estar compreendidaentre 0 e 25, sendo que quando a altura da fila central for de 30 mm a inclinaono deve exceder a 15.

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    Para evitar que o teclado brilhe ou provoque reflexos assim comopara se ter uma melhor legibilidade das teclas, a superfcie dos mesmos deve serem tom neutro, nem muito claras nem muito escuras.

    Os caracteres das teclas no devem ser muito pequenos erepresentao positiva (escuro sobre o claro) so mais adequadas.

    Se o desenho do teclado inclui um suporte para m