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MATERIAL DE ESTUDOS 15º CONCURSO DE PRENDAS E PEÕES CATEGORIA MIRIM 2013

Apostila CBTG 2013 Mirim

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Apostila de estudo para concursos de prendas e peões - CBTG 2013 - Categoria Mirim

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  • MATERIAL DE ESTUDOS 15 CONCURSO DE PRENDAS E PEES

    CATEGORIA MIRIM

    2013

  • FICHA TCNICA

    Superviso: Antnio Amaro da Silveira Neto

    Elaborao e Pesquisa

    Roberta Fontana

    Material Aprovado pelo Departamento Cultural da CBTG

    Agosto de 2013

  • APRESENTAO

    A convite do Presidente da Confederao Brasileira da Tradio Gacha, Senhor

    Manoelito Savaris, a quem agradecemos a confiana demonstrada, fomos designados a elaborar um material abrangendo os contedos referente avaliao escrita do Concurso Nacional de Prendas e Pees.

    Nosso primeiro cuidado foi o de analisar e se basear nos materiais que vinham sendo utilizados nos concursos anteriores; depois disso, trabalhamos com dois focos principais, quais sejam: o de se produzir um material mais malevel categoria mirim, que vinha utilizando o mesmo polgrafo das demais categorias e, ainda, disponibilizar um contedo que abrangesse mais a realidade da CBTG. Nesse sentido, os concorrentes de quase todas as categorias tero nos materiais explicaes sobre a atuao da Confederao, seus eventos, alguns dos problemas enfrentados atualmente (como a posio da entidade quanto ao projeto de lei que trata da proibio de rodeios) e ainda um contedo tratando da expanso dos gachos e do Movimento pelo Brasil afora, claro, - cerne da existncia da Confederao.

    O contedo no abrange material sobre atualidades (exigido para categorias juvenil, adulto e veterano), pois consideramos que um contedo que no deve ser limitado; para tanto, orientamos que os concorrentes se atentem s notcias amplamente divulgadas pela mdia, conforme indica o art. 7, inciso IV do Regulamento do Concurso.

    Ao final do material, consta um anexo com contedo para auxiliar na preparao da prova de artesanato ou culinria (para o concurso de prendas) - mas que no ter seu teor cobrado na avaliao escrita.

    Desejamos um timo estudo a todos e colocamo-nos disposio para quaisquer dvidas referentes ao material.

    Antnio Amaro da Silveira Neto

  • GEOGRAFIA DO RIO GRANDE DO SUL 1. Posio e situao geogrfica.1

    O Rio Grande do Sul o estado mais meridional do Brasil, localiza-se no extremo sul do pas. Tem um territrio de 282.062 km2, ou seja, 3,30% da rea do pas. o maior estado da regio sul.

    1.1 Limites Ao Norte e Nordeste: Estado de Santa Catarina Ao Sul e Sudoeste: Uruguai A Leste: Oceano Atlntico A Oeste e Noroeste: Argentina 2. O Relevo e os Solos 2

    O relevo do Rio Grande do Sul assemelha-se ao do resto do Brasil, pois possui um substrato rochoso muito antigo, que h milhes de anos no sofre manifestaes tectnicas expressivas. Por isso mesmo, o relevo relativamente suave.

    O relevo do Rio Grande do Sul possui diferentes unidades, cada qual com suas altitudes, tipos de rochas e formas predominantes: o planalto Sul-Rio-Grandense, o planalto Norte-Rio-Grandense, a depresso central, a plancie litornea e a campanha.

    1 MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007, p.6. 2 MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007, p. 10

  • 3. O Clima 3

    O clima do Rio Grande do Sul classificado como subtropical. No Rio Grande do Sul o ar atmosfrico varia muito no decorrer do ano. Isso acontece

    devido posio geogrfica do estado, que o torna ora dominado por massas de ar tropicais, ora por massas de ar polares. 4. Os Rios 4

    Graas a uma pluviosidade intensa e bem distribuda por todo o ano, o Rio Grande do Sul tem uma farta rede hidrogrfica. um dos estados brasileiros mais bem servidos de guas internas, j que, alm dos rios, possui um nmero considervel de lagoas e lagunas costeiras, algumas de grande extenso.

    Os rios mais importantes do estado so: Jacu, Taquari, rio Pardo, Iju, Ibicu, Passo Fundo, Gravata, rio Ca, rio dos Sinos, Camaqu, e Jaguaro, entre outros.

    3 MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007, p.16. 4 MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007, p.19.

  • MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007. P. 19

    5. As Paisagens Vegetais 5

    No Rio Grande do Sul as condies de clima e solo favoreceram tanto a formao de matas quanto a de campos. No litoral, porm, a vegetao escassa e pobre devido presena de solos arenosos e com muito sal. A vegetao litornea formada por plantas baixas e arbustos, adaptados ao ambiente em que vivem.

    5.1 Os campos

    5 MOREIRA, Igor O Espao Rio-Grandense, Editora tica, 2007, p.21.

  • H dois tipos de campos no Rio Grande do Sul: as campinas e os campos do planalto.

    As campinas so campos limpos, que cobriam quase toda a metade sul e o oeste do estado. Nas reas remanescentes dessa vegetao no Rio Grande do Sul forma-se um verdadeiro tapete de gramneas, que se estende pelas terras onduladas das coxilhas.

    Os campos do planalto , ou de cima da serra, aparecem em solos relativamente pobres, em comparao aos solos ricos de origem vulcnica do planalto Norte-Rio-Grandense. No nordeste do estado, nos campos de Bom Jesus e de vacaria, os solos so arenosos. Alm disso, o frio rigoroso do inverno contribui para a ocorrncia e vegetao campestre.

    5.2 As matas A mata subtropical ocupava a encosta do planalto e o alto vale do rio Uruguai, onde a pluviosidade farta e o inverno no muito frio. Ela parecida com as florestas tropicais: possui grande variedade de rvores, de folhas largas e perenes, que esto entrelaadas por cips. No entanto, as rvores so de menor porte que as das florestas tropicais, e algumas delas perdem as folhas durante o inverno. Por isso do tipo subtropical. (...) A mata dos Pinhais formada pelo pinheiro-do-paran, tambm chamada de floresta ou mata de Araucria. Os pinheiros so rvores que preferem as baixas temperaturas.

    Antigamente os pinhais cobriam boa parte do territrio rio-grandense. No entanto, devido ao intenso desmatamento para a explorao de madeira, restam hoje poucos lugares onde as araucrias podem ser encontradas.

  • GEOGRAFIA DO BRASIL Obs. Ao estudar essa disciplina, importante que o concorrente esteja atento a interpretao dos mapas. 1. Localizao Geogrfica do Brasil 6

    O Brasil est situado na Amrica do Sul. Banhado a leste pelo Oceano Atlntico, possui

    vrias ilhas ocenicas, destacando-se as de Fernando de Noronha, Abrolhos e Trindade. Ao norte, a oeste e ao sul limita-se com todos os pases do continente sul-americano, excetuando-se o Chile e o Equador. (...)

    O Brasil uma repblica federativa, composta por 26 estados e o Distrito Federal. Quinto maior pas do mundo dono de grandes diferenas geogrficas, econmicas e sociais. Ainda assim possui uma notvel unidade nacional sedimentada pela lngua portuguesa, falada com sotaques variados, em todo o pas. Seu povoamento, feito no sentido da costa para o interior, produziu srias distores na distribuio da populao, agravadas mais tarde pela industrializao. A reduo drstica dos ndices inflacionrios contribuiu para uma pequena melhora na distribuio de renda. H tambm uma redefinio do papel do Estado na economia. A agricultura, apesar da baixa produtividade mdia, ainda responsvel por grande parte das exportaes. No campo, a permanncia de latifndios improdutivos soma-se s reivindicaes crescentes dos trabalhadores rurais sem-terra e fazem da reforma agrria uma das questes mais discutidas do pas. (...)

    1.1 Estados brasileiros, suas capitais e suas superfcies.

    Estado Capital

    Acre Rio Branco

    Alagoas Macei

    Amap Macap

    Amazonas Manaus

    Bahia Salvador

    Cear Fortaleza

    Distrito Federal Braslia

    Esprito Santo Vitria

    Gois Goinia

    Maranho So Lus

    Mato Grosso Cuiab

    6 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p.46.

  • Mato Grosso do Sul Campo Grande

    Minas Gerais Belo Horizonte

    Par Belm

    Paraba Joo Pessoa

    Paran Curitiba

    Pernambuco Recife

    Piau Teresina

    Rio de Janeiro Rio de Janeiro

    Rio Grande do Norte Natal

    Rio Grande do Sul Porto Alegre

    Rondnia Porto Velho

    Roraima Boa Vista

    Santa Catarina Florianpolis

    So Paulo So Paulo

    Sergipe Aracaju

    Tocantins Palmas

    2. O Clima 7

    7 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p.49.

  • A localizao da maior parte do pas em zona intertropical e o predomnio de baixas altitudes so responsveis pelas variedades climticas quentes (mdias superiores a 20 C), controladas por algumas massas de ar e frentes.

    2.1. Clima Equatorial

    Domina os cerca de 5 milhes de km da Amaznia Legal. Que corresponde a

    Amaznia: Acre, Amazonas, Amap, Rondnia, quase todo o estado do Par (menos a poro sudeste), o noroeste do Maranho e do Mato Grosso e parte de Roraima. Caracteriza-se por temperaturas mdias entre 24C e 26C e sendo no ms mais frio superior a 18C, com amplitude trmica anual de at 3 graus, chuvas abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribudas.(...). No inverno, ocasionalmente, a regio recebe frentes frias originrias da massa polar atlntica (mPa), ocasionando as friagens. A umidade atmosfrica elevada, geralmente superior a 80%.

    2.2. Clima Tropical

    O clima tropical abrange quase a totalidade da rea correspondente ao planalto

    Brasileiro, domina extensas reas do planalto Central e das regies Nordeste e Sudeste. Suas temperaturas so tambm elevadas, mas este tipo de clima se diferencia do equatorial por apresentar duas estaes bem delimitadas pelas chuvas: Apresenta inverno quente e seco e vero quente e chuvoso. (...) 2.3. Clima Tropical de Altitude

    Corresponde s reas mais altas do relevo brasileiro, representado elevaes das serras do Mar e da Mantiqueira, assim como pelo planalto que se estende ao norte de So Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. As mdias mensais de temperatura que caracterizam este clima esto entre 18 e 22 C, com amplitudes trmicas anuais de 7 a 9 graus e precipitaes entre 1.000 e 1.500 mm/ano, no existindo maiores diferenas entre o clima tropical de altitude e o tropical, pois os meses mais chuvosos, nas reas de ocorrncia deste tipo de clima, coincidem com a primavera e o vero (setembro a maro) e os de estiagem, com o outono e inverno (abril a setembro). O vero tem chuvas mais intensas, devido ao mida da massa tropical atlntica (mTa). No inverno, as massas frias originrias da massa polar atlntica (mPa) podem provocar geadas com temperaturas abaixo de 0C. 2.4. Clima Tropical Atlntico

    Atua na fachada atlntica desde o sul do Rio Grande do Norte at o sul do Rio Grande

    do Sul. Temperaturas mdias entre 18 e 26 C, com amplitudes trmicas crescentes medida que aumenta a latitude. As chuvas abundantes superam 1.200 mm/ano, mas tm distribuio desigual. No litoral do Nordeste, concentram-se no outono e inverno e mais ao sul no vero. 2.5. Clima Semi-rido

  • O clima semi-rido caracteriza-se, predominantemente, pela escassez de chuva. Este tipo de clima domina o serto nordestino.

    Quando ocorrem anos normais as chuvas cadas no perodo prprio atendem s necessidades dos habitantes. A situao torna-se calamitosa apenas quando elas deixam de cair na poca devida, prolongando-se assim a estao seca. (...)

    2.6. Clima Subtropical

    Ocorre na maior parte do planalto Meridional. (...) Caracteriza-se por temperaturas

    mdias inferiores a 18C, com amplitude trmica anual entre 9 e 13 graus. Nas reas mais elevadas, o vero suave e o inverno rigoroso, com geadas constantes e nevascas ocasionais. Muitas chuvas (entre 1.500 e 2.000 mm/ano), e bem distribudas.

    3. Bacias Hidrogrficas Brasileiras8

    As principais bacias hidrogrficas brasileiras so: Bacia Amaznica, Bacia do

    Araguaia/Tocantins, Bacia Platina, Bacia do So Francisco e Bacia do Atlntico Sul.

    Bacia do Atlntico Sul trecho leste

    Bacia do Atlntico Sul trecho norte e nordeste

    Bacia do Atlntico Sul trecho sudeste

    Bacia Platina

    Bacia do Rio Amazonas

    Bacia do Rio So Francisco

    Bacia do Rio Tocantins

    Fonte: Anurio Estatstico do Brasil - 1992 - FIBGE 3.1. Bacia Amaznica

    (...) a maior bacia hidrogrfica do planeta, com cerca de 7.000.000 km2, dos quais

    aproximadamente 4.000.000 km2 esto situados em territrio brasileiro, e o restante distribudo por oito pases sul-americanos: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colmbia,

    8 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 51.

  • Peru, Equador, Bolvia. Tem a sua vertente delimitada pelos divisores de gua da cordilheira dos Andes, pelo Planalto das Guianas e pelo Planalto Central.

    Seu principal rio nasce no Peru, com o nome de Vilcanota, (...). Ao entrar no Brasil, passa a se chamar Solimes, at o encontro com o Rio Negro, passando a ser chamado a partir da de Rio Amazonas. (...)

    Localizada numa regio de plancie, a Bacia Amaznica possui cerca de 23 mil km de rios navegveis, possibilitando o desenvolvimento do transporte hidrovirio. O Rio Amazonas totalmente navegvel.

    A Bacia Amaznica abrange os estados do Amazonas, Par, Amap, Acre, Roraima, Rondnia e Mato Grosso. (...)

    3.2. Bacia do Tocantins-Araguaia

    Seus principais rios so: 1. Rio Araguaia 2. Rio Tocantins (...) Seu rio principal, o Tocantins, nasce na confluncia dos rios Maranho e Paran, em

    Gois, percorrendo 2.640 km at desembocar na foz do Amazonas. Durante o perodo de cheias, seu trecho navegvel de 1.900 km, entre as cidades de Belm (PA) e Peixe (GO). Em seu curso inferior situa-se a Hidreltrica de Tucuru, a segunda maior do pas, que abastece os projetos de minerao da Serra do Carajs e da Albrs.

    O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no Mato Grosso, na fronteira com Gois. Tem cerca de 2.600 km de extenso. Desemboca no rio Tocantins em So Joo do Araguaia, logo antes de Marab. No extremo Nordeste de Mato Grosso, o rio divide-se em dois braos, pela margem esquerda o rio Araguaia e pela margem direita o rio Javas, por aproximadamente 320 km, formando a ilha de Bananal, maior ilha fluvial do mundo. O rio navegvel por cerca de 1.100 km, entre So Joo do Araguaia e Beleza, porm, no possui nenhum centro urbano de destaque ao longo desse trecho. (...)

    3.3. Bacia do So Francisco

    (...) Possui rea de aproximadamente 645.000 km2 e responsvel pela drenagem de

    7,5% do territrio nacional. a terceira bacia hidrogrfica do Brasil, ocupando 8% do territrio nacional. a segunda maior bacia localizada inteiramente em territrio nacional. A bacia encontra-se nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Gois e no Distrito Federal. Situa-se quase inteiramente em reas de planalto.

    O rio So Francisco nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra e atravessa o serto semi-rido mineiro e baiano, o que possibilita a sobrevivncia da populao ribeirinha de baixa renda, a irrigao de pequenas propriedades e a criao de gado. Possui grande aproveitamento hidreltrico, abastecendo no s a regio Nordeste, como tambm parte da regio Sudeste (...) Embora atravesse um longo trecho em clima semi-rido, um rio perene e navegvel por cerca de 1.800 km, desde Pirapora (MG) at a cachoeira de Paulo Afonso. (...)

    3.4. Bacia Platina

    constituda pelas sub-bacias dos rios Paran, Paraguai e Uruguai. (...)

  • a segunda maior bacia hidrogrfica do planeta, com 1.397.905 km2. Estende-se por

    Brasil, Uruguai, Bolvia, Paraguai e Argentina. Possui cerca de 60,9% das hidreltricas em operao ou construo do Brasil.

    (...)

    3.5. Bacia do Atlntico Sul O Brasil possui ao longo de seu litoral trs conjuntos de bacias secundrias

    denominadas bacias do Atlntico Sul, divididas em trs trechos: Norte-Nordeste, Leste e Sudeste. Estes trechos no possuem ligao entre si, foram agrupados por possurem rios que correm prximo ao litoral e desguam no Oceano Atlntico. (...)

    O trecho Norte-Nordeste formado por rios perenes que correm ao norte da bacia Amaznica e entre as fozes dos rios Tocantins e So Francisco. (...)

    O trecho Leste formado pelas bacias dos rios que correm entre a foz do So Francisco e a divisa entre os estados do Rio de Janeiro e So Paulo. (...) Possui, ao longo de seu curso, grande aproveitamento hidreltrico, bem como indstrias importantes como a Companhia Siderrgica Nacional.

    O trecho Sudeste formado pelas bacias dos rios que esto ao sul da divisa dos estados do Rio de Janeiro e de So Paulo. (...) Eles possuem importncia regional pela participao em atividades como transporte hidrovirio, abastecimento de gua e gerao de energia eltrica.

    4. Relevo Brasileiro9 (...) O relevo do Brasil tem formao muito antiga e resulta principalmente de

    atividades internas do planeta Terra e de vrios ciclos climticos. A eroso, por exemplo, foi provocada pela mudana constante de climas mido, quente, semi-rido e rido.

    9 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p.62.

  • O relevo brasileiro apresenta-se em: Planaltos superfcies com elevao e aplainadas, marcadas por escarpas onde o processo

    de desgaste superior ao de acmulo de sedimentos. Plancies superfcies relativamente planas, onde o processo de deposio de sedimentos

    superior ao de desgaste. Depresso Absoluta - regio que fica abaixo do nvel do mar. . Depresso Relativa fica acima do nvel do mar. A perifrica paulista, por exemplo, uma

    depresso relativa.

  • HISTRIA DO RIO GRANDE DO SUL 1. Os Primeiros Tempos 10 1.1 Primeiros Habitantes Os primeiros habitantes foram ndios. Viviam em grupos ou naes. Cada nao era composta de vrias tribos. Os grupos indgenas principais, que habitavam as terras gachas, eram: o grupo Guarani (carij, tape, arachone); o grupo J (guaian, ibiraja, coroado); e o grupo Pampeano (charrua e minuano). Moravam em casa de palha, chamadas ocas. Vrias ocas formavam uma taba. Danavam ao som de tambores e flautas feitas de bambu e ossos. Fabricavam armas com ponta de osso e madeira, como o arco e flecha, o tacape e a machadinha. Os ndios pampeanos j usavam a boleadeira e eram exmios cavaleiros. Como alimento, usavam o milho, a batata doce, mandioca, frutas, aves, peixes, razes e animais. A bebida era o cauim. Acreditavam em vrios deuses, sendo Tup o mais importante, criador dos troves e relmpagos. No inverno usavam poncho de pele. Hoje em dia existem parques e reservas indgenas, criados pelo governo, onde eles vivem segundo os seus prprios costumes e tradies. No Rio Grande do Sul, o governo criou reas especiais para os ndios, em Nonoai, Cacique Doble, Ligeiro, Guarita, Carreteiro e gua Santa. A FUNAI (Fundao Nacional do ndio) um rgo do governo que ajuda a proteger os ndios do Brasil. 1.2 Misses Jesutas Por volta de 1625, o padre Roque Gonzales, vindo do Paraguai, depois de organizar as Redues da Argentina, tentou firmar p na margem esquerda do rio Uruguai, no atual territrio do Rio Grande do Sul. Conseguiu reduzir algumas tribos e, em maio de 1626, fundou a primeira reduo, ou seja, o primeiro dos Sete Povos Missioneiros, encravado entre terras espanholas e portuguesas, que foi So Nicolau. Seguiram-se, depois, So Miguel (1632); So Luiz Gonzaga (1673); So Borja (1690); So Loureno (1691); So Joo Batista (1697); e, Santo ngelo (1707). Em 1634, o padre jesuta Cristvo de Mendoza trouxe o primeiro rebanho de gado para o Rio Grande do Sul, sendo portanto considerado o primeiro tropeiro rio-grandense. De 1634 a 1641, foi um perodo grave de invases, com muitas atrocidades, quando inmeros ndios foram aprisionados e escravizados pelos bandeirantes paulistas, escapando somente aqueles que se refugiaram na floresta e os que foram levados pelos jesutas para o outro lado do rio Uruguai. O gado que no foi levado ficou no campo, multiplicando-se abundantemente, criado chimarro (ou seja, solto, selvagem). Em 1687, os missionrios voltaram, reuniram os ndios novamente, construram novas aldeias e reconstruram as que haviam sido destrudas.

    10 FAGUNDES, Taylor Polgrafo utilizado no Concurso de Prendas e Pees da CBTG em 2010 e 2011. Santa Maria, 1984, p.2.

  • Os ndios que viviam nas misses criavam gado, trabalhavam na lavoura, e tambm aprendiam ofcios para ajudarem nos outros trabalhos. Nas misses foi impresso o primeiro livro e aconteceu a primeira fundio de ferro (So Joo Batista), na Amrica Latina. O povo de So Luiz Gonzaga foi o que se conservou por mais tempo. E o povo de So Miguel foi o que mais prosperou, sendo chamado a capital das Misses. As misses rio-grandenses, ora sob o domnio espanhol, ora sob o domnio portugus, perduraram at 1801, quando passaram definitivamente para os portugueses pelo Tratado de Badajoz. 1.3 Conquista e Ocupao do Sul O territrio que constitui o atual Estado do Rio Grande do Sul estaria totalmente situado fora da rea que o Tratado de Tordesilhas que o estipulava como pertencente a Portugal. Sua definitiva conquista e posse para a Coroa Lusitana constitui-se num foco de grandes lutas entre os dois reinos ibricos durante mais de um sculo, evidenciado o enorme interesse por essa rea magnfica. Em resumo, foram esses os fatores que acabaram por consolidar a posse portuguesa dessa importante unidade brasileira: No sculo XVII:

    Estabelecimento de Misses Jesuticas Espanholas nas regies de Tape e Uruguai, ou a Primeira Etapa Missioneira.

    Introduo da criao de gado na regio Missioneira, que logo se tornou a principal riqueza da regio.

    Destruio das Misses pelos bandeirantes paulistas, chefiados por Manoel Pretto e Raposo Tavares, que visava a escravizao dos ndios j catequizados pelos Jesutas.

    Sada dos Jesutas da regio, aps a destruio das Misses, deixando, entretanto, o gado que comeou a se espalhar por grande parte do atual Rio Grande do Sul, principalmente no oeste. Enquanto se registravam esses acontecimentos nas Misses, Portugal iniciava sua penetrao na regio do Prata, com a fundao da Colnia do Sacramento (1680), frente a Buenos Aires. A Espanha no concordava com a fixao desse ncleo portugus no Prata e iniciou uma srie de lutas com Portugal.

    Formao de uma Segunda Etapa Missioneira Jesutica no oeste do Rio Grande do Sul, que foram chamadas de Sete Povos, a partir de 1687, com a restaurao de So Nicolau.

    Os Sete Povos foram estimulados pela Espanha, com o objetivo de isolar a Colnia do Sacramento, situada margem do rio da Prata.

    Portugal decidiu fundar um novo ncleo portugus no sul, que se deu com a fundao de Laguna (1684). Laguna (no atual Estado de Santa Catarina, visava garantir a posse da Colnia do Sacramento). No Sculo XVIII:

    At meados desse sculo, prosseguiam as lutas entre Portugal e Espanha. O gado continuava a expandir-se admiravelmente, despertando enorme interesse dos luso-

    brasileiros pela necessidade de um meio de transporte para o ouro que saa das Minas Gerais para os portos litorneos e tambm da carne do couro e do sebo.

    Portugal decidiu reforar o povoamento no sul e intensificar a defesa da Colnia do Sacramento, cada vez mais contestada pelos espanhis. Dessa deciso, resultou a fundao da Comandncia do Presdio fundao do Presdio do Rio Grande do Continente de So

  • Pedro (que deu origem cidade de Rio Grande). Foi fundada em 19 de fevereiro de 1737, pelo brigadeiro Jos da Silva Paes.

    Paralelamente, iniciou a imigrao aoriana para as regies meridionais, com a clara inteno de fixar razes de um povoamento portugus nas reas lacustres do territrio rio-grandense. Os aorianos queriam criar ncleos de povoamento prximos ao mar e nas reas das lagoas, e iniciar a pequena agricultura. Entre os ncleos que resultaram da Imigrao Aoriana na segunda metade do sculo XVIII destaca-se Porto Alegre (o antigo Porto dos Casais). Os Grandes Tratados de Limites:

    Em 1750, reuniram-se as diplomacias espanhola e portuguesa em Madri, para decidir sobre os limites das reas pertencentes s duas Coroas na Amrica Latina.

    O brasileiro Alexandre de Gusmo, defendendo o direito de Uti Possidetis (pas que ocupou definitivamente uma regio deve ser o dono legal da mesma), garantiu a Portugal a posse das imensas reas situadas a oeste e ao norte do Brasil, dando a grosso modo o delineamento territorial do nosso Pas.

    O Tratado de Madrid fez uma exceo do Uti Possidetis, exatamente do sul: os sete Povos das Misses (que eram espanhis passariam ao domnio portugus, e, a Colnia do Sacramento (portuguesa), pertenceria Espanha.

    A troca desses territrios no foi aceita pelos jesutas e ndios missioneiros, que no concordaram em ceder suas terras aos portugueses. Esse fato gerou a Guerra Guarantica (de 1753 1756), se unindo Espanha e Portugal para obrigar jesutas e ndios a aceitarem os termos do Tratado de Madrid. Na Guerra Guarantica, destacou-se o cacique ndio Sep Tiaraj, que se celebrizou por sua coragem e amor terra, sendo considerado por isso, o primeiro caudilho rio-grandense. Morreu no combate de Caiboate, em 1756.

    Em 1761, foi assinado o Tratado de El Pardo, que determinou a volta das Misses Espanha e a Colnia do Sacramento a Portugal.

    Mais tarde, porm, e aps novas lutas entre as duas Coroas, a Espanha conseguiu uma grande vitria diplomtica sobre Portugal: o Tratado de Santo Ildefonso (1777) que deu grandes benefcios territoriais aos castelhanos. Esse Tratado estipulava que, tanto as Misses como Sacramento ficariam no domnio espanhol. Caso vigorasse ainda hoje esse Tratado, a maior parte do oeste do Rio Grande do Sul no seria uma rea brasileira.

    Ao iniciar o sculo XIX, os problemas ocorridos na Europa entre Portugal e Espanha, culminaram com o Tratado de Badajoz (1801), e, paralelamente, ocorre a invaso da parte espanhola do Rio Grande do Sul por Borges do Canto. Foi esse Tratado que, a grosso modo, deu ao nosso Estado o seu atual formato e a sua integrao definitiva ao Brasil. 1.4 As Estncias Pelo Tratado de Tordesilhas, como j vimos, as terras do nosso Estado pertenciam totalmente Espanha. Apesar disso, os portugueses tambm visitaram as terras gachas logo aps a descoberta do Brasil. O primeiro portugus a chegar a estas terras foi Pero Lopes de Souza, por volta de 1532. Ele veio procura de ouro e chegou at o rio da Prata, nada encontrando. Anos mais tarde os portugueses voltaram a se interessar por esta regio, agora pelo gado que existia em grande quantidade pelos campos. Os tropeiros que viviam em Laguna comearam a levar os animais que aqui estavam soltos. Eles vinham pelo litoral e chegavam regio chamada Vacaria do Mar. Nessa poca surgiu a figura singular de Cristvo Pereira de Abreu, que convenceu o Sargento - Mor Francisco de Souza Faria a

  • construir uma estrada atravs da serra, alcanando Vacaria dos Pinhais e Lages, passando por Curitiba e indo at Sorocaba. Essa estrada foi iniciada em 1727 e teve incio no Morro dos Conventos. Concluda, Cristvo Pereira de Abreu foi o primeiro a utiliz-la, conduzindo 2000 animais para as feiras de Sorocaba. Para Reunir o gado, tropeiros organizaram as primeiras estncias, isto , grandes locais de criao de gado. Ao redor das estncias, com o tempo, surgiram povoaes que mais tarde se tornaram cidades gachas, como: Cruz Alta, Vacaria, So Jos do Norte e outras. Cristvo Pereira de Abreu, por ter sido o principal tropeiro da poca, considerado o Tropeiro Smbolo do Rio Grande do Sul. 1.5 A Colnia Do Sacramento As terras que compreendem hoje o nosso Estado eram muito cobiadas tanto por portugueses como por espanhis, por causa da grande quantidade de gado que existia pelos campos. Os portugueses, principalmente, queriam defender as estncias que tinham sido criadas e resolveram construir fortes para proteg-las. Em 1680, o portugus Manoel Lobo fundou um forte s margens do Rio Prata, que recebeu o nome de Fortaleza do Sacramento. Essa fortaleza deveria defender a regio contra os ataques espanhis, que vinham da cidade Argentina de Buenos Aires. O tempo foi passando e, em volta da Fortaleza surgiu uma povoao que recebeu o nome de Colnia do Sacramento. Durante muitos anos portugueses e espanhis se empenharam em lutas por causa dessa regio. S em 1750, como j vimos, entraram em acordo, com o Tratado de Madrid. Mas esse Tratado, como todos, estava, destinados a no serem cumprido. E os desentendimentos continuaram. Com o Tratado de Santo Ildefonso, altamente desvantajoso, os portugueses no conformados, passaram a exigir as terras, de volta (Colnia do Sacramento e, tambm, as Misses). Mas, s em 1801, conseguiram as Misses, ficando a Colnia do Sacramento em definitivo para, os espanhis. Hoje Colnia uma importante cidade uruguaia os Sete Povos das Misses uma regio do nosso Estado, histrica e turstica. Muitos gachos se salientaram nas lutas pela conquista da terra e fixao dos limites, dentre eles Manoel dos Santos Pedroso e Jos Borges do Canto, que saram da regio de Santa Maria da Boca do Monte, para combater os espanhis na zona missioneira, comeando por expuls-los em So Martinho. Os trs ncleos portugueses, desde o sculo XVII, para a conquista do Brasil meridional, foram: a Colnia do Sacramento (1680); Laguna (1686); e, o Forte Jesus - Maria - Jos (Comandncia do Presdio do Rio Grande do Continente de So Pedro), fundado em 1737, junto ao canal do Rio Grande. Ao redor desse forte, surgiu a primeira vila gacha, que deu origem atual cidade de Rio Grande. 1.6 As Sesmarias No incio do sculo XVIII, o governo portugus concedia sesmarias, nessa regio que pertencia Espanha, estabelecendo o processo expansionista. A primeira sesmaria foi a de Campos de Dentro de Viamo, em 1733. Depois da instalao da guarnio militar na barra de Rio Grande, em 1750 foram doados sesmarias ao longo dos rios Jacu e Pardo. Em 1777,

  • as sesmarias iam do Jacu ao Camaqu. As sesmarias, reas de terras que mediam uma lgua (6.600 m) de frente por trs lguas (19.800 m) de fundo, eram doadas, geralmente, a oficiais do Exrcito, porque eles aceitavam vir para o sul, e, sendo homens de bens, para adquirirem gado e escravos, ocupavam e defendiam o territrio que somente mais tarde se tornaria portugus. 1.7 Os Aorianos Os portugueses s fundavam fortes e estncias, continuando as terras despovoadas. Nesses ncleos havia pouca gente, e se as terras, constantemente invadidas, ficavam sem defesa. Ento o governo resolveu povo-las mais rapidamente, mas o problema era difcil de resolver porque no havia populao suficiente no Brasil para povoar as terras do sul. Foi, ento, preciso trazer gente de outros lugares. Assim, em 1751, chegaram casais vindos da Ilha dos Aores, para trabalhar na lavoura e povoar as terras. Dedicaram-se ao plantio de trigo, arroz, cebola e fumo, cuidando tambm do gado. A princpio ficaram instalados prximo ao litoral e na zona da Depresso Central. Depois se espalharam por todo o Estado, principalmente pela campanha. Alguns casais se estabeleceram nas terras onde hoje fica a nossa Capital, que poca era chamada Porto dos Casais, por causa dos casais de aorianos que ali se estabeleceram. 1.8 Imigrao Alem e Italiana Para aumentar o povoamento das terras gachas, vieram os imigrantes alemes e italianos. O primeiro grupo de imigrantes alemes chegou no ano de 1824, fundando a Colnia de So Leopoldo. Depois foram se estabelecendo nos vales dos rios dos Sinos, Jacu, Ca e Taquari. Fundaram novas Colnias, que mais tarde se tornaram importantes cidades, como: Santa Cruz do Sul, Agudo, Nova Petrpolis, Taquari, Sapiranga, So Sebastio do Ca, Lajeado, Estrela, Venncio Aires e outras. Os imigrantes italianos chegaram em 1875, estabelecendo-se na regio montanhosa do Planalto, fundando as seguintes colnias: Conde DEu, atual Garibaldi; Dona Isabel, hoje Bento Gonalves; e Nova Milano, atual Farroupilha. A Imigrao italiana continuou e novas colnias importantes foram fundadas: Veranpolis, Caxias do Sul, Antnio Prado, Flores da Cunha e tantas outras. Os imigrantes trouxeram muito progresso para o nosso Estado, desenvolvendo a agricultura e iniciando indstrias, alm de trazerem sua cultura (suas tradies, culinrias, msicas, cantos, danas, etc.), para formar a cultura rio-grandense de hoje. Outros povos tambm se estabeleceram aqui, sendo o polons o mais importante, fixando-se em Guarani das Misses, Porto Alegre, Iju e So Marcos. 1.9 - Nomes Que Teve o Rio Grande do Sul

    1500/1737 - Capitania DEu Rei 1737/1763 - Continente de So Pedro 1763/1776 - Continente de Viamo 1776/1807 - Capitania do Rio Grande do Sul 1807/1822 - Capitania de So Pedro do Rio Grande do Sul 1822/1889 - Provncia de So Pedro do Rio Grande do Sul 1889/.... - Estado do Rio Grande do Sul

  • 2. Episdios Importantes11 2.1 Revoluo Farroupilha

    2.1.a - A provncia em 1835 O territrio, na poca, era dividido em 14 municpios, com uma populao de 280.000 habitantes, cujas sedes eram: Porto Alegre, Rio Pardo, Pelotas, Rio Grande, Triunfo, Santo Antnio, So Jos do Norte, Jaguaro, Piratini, Caapava, Cachoeira, So Borja, Cruz Alta e Alegrete. Sua economia era basicamente constituda da primria industrializao de carne: o charque. O trigo, antes muito cultivado e um dos produtos de exportao, agora as lavouras estavam abandonadas por causa da ferrugem. A economia era, pois, fundamentalmente proveniente de duas fontes: as estncias e as charqueadas. S quem possua grandes reas de terras (sesmarias) e os detentores do poder (militares) que tinham expresso social. Os demais s encontravam sada nos empregos pblicos.

    2.1.b -Insatisfao Poltica, Econmica e Social As idias republicanas emanadas dos pases vizinhos vieram dar um clima propcio a movimentos sediciosos. O descaso da Regncia para com a Provncia, e o estado de abandono a ela dada (nada aqui se construa de utilidade pblica), os pesados impostos na economia gacha, cada vez mais sacrificada, e a falta de habilidade das autoridades que a governavam, levaram essa Provncia mais cruenta e longa luta: a Revoluo Farroupilha (1835-1845). As constantes rivalidades existentes entre os dois partidos polticos existentes, os Liberais e os Conservadores e a fundao de uma sociedade militar acabaram por desencadear o Decnio Herico.

    2.1.c - A Tomada de Porto Alegre As acusaes feitas pelo presidente da Provncia, Fernandes Braga a Bento Gonalves e a seus amigos liberais, como comprometidos com um caudilho do Prata em prejuzo do Imprio, levaram os liberais invaso armada da Capital para depor o presidente e promover a paz e a concrdia na Provncia. A 19 de setembro de 1835, por volta da meia noite, nas proximidades da antiga ponte da Azenha, uma fora revolucionria com aproximadamente 200 cavaleiros, comandada por Jos Vasconcellos Gomes Jardim e Onofre Pires da Silva Canto, vindo de Pedras Brancas (atual cidade de Guaba), iniciou marcha em direo ao centro da Capital. Ao seu encontro, o presidente Braga mandou uma pequena fora, sob o comando do Visconde de Camamu, que nos primeiros choques com a vanguarda revolucionria entrou em pnico, levando o resto das tropas a aderirem aos sediciosos. No dia seguinte, dia 20 de setembro, Bento Gonalves, vindo de Pedras Brancas, entra triunfalmente em Porto Alegre. O presidente Fernandes Braga foge para a cidade de Rio Grande e Bento Gonalves estabelece novo governo na Provncia.

    2.1.d - A Revoluo em Marcha 11 FAGUNDES, Taylor Polgrafo utilizado no Concurso de Prendas e Pees da CBTG em 2010 e 2011. Santa Maria, 1984, p.8.

  • A Regncia nomeou novo presidente para a Provncia, o Dr. Jos de Arajo Ribeiro, que tomou posse em Rio Grande e ali estabeleceu o governo. Muitos revolucionrios abandonaram o movimento orientao separatista de alguns, indo juntar-se ao presidente Arajo Ribeiro, entre eles o coronel Bento Manuel Ribeiro. A luta reiniciou em todos os pontos do territrio da Provncia, agora com dois presidentes: o Dr. Mariano Pereira Ribeiro, em Porto Alegre, empossado pelos revolucionrios, e o Dr. Arajo Ribeiro, nomeado pelo Imprio, em Rio Grande. Violentas batalhas so travadas por toda a Provncia, e o major imperial Marques de Souza, aps fugir da priso farroupilha, em Porto Alegre, forma um pequeno contingente armado e, com adeso de foras revolucionrias, retoma a Capital para o governo de Arajo Ribeiro.

    2.1.e - Proclamao da Repblica Rio-Grandense Apesar de haverem reconquistado Porto Alegre, os imperiais continuavam a sofrer sucessivas derrotas frente s foras revolucionrias. O coronel Antnio de Souza Neto, entusiasmado pelas vitrias alcanadas e estimulado pelos companheiros de armas, proclama no dia 11 de setembro de 1836 a Repblica Rio-Grandense com suas foras concentradas no campo de Joaquim Menezes, beira do Passos das Pedras, margem direita do rio Jaguaro, onde na vspera, infringira fragorosa derrota s foras legalistas de Silva Tavares. Bento Gonalves, que sitiava Porto Alegre, no intuito de reconquist-la, ao ter conhecimento da proclamao de Souza Neto, resolveu rumar para o sul, para juntar-se aos companheiros; porm, ao atravessar o rio Jacu, na Ilha do Fanfa, foi surpreendido e preso pelas foras comandadas por Bento Manuel Ribeiro, auxiliado por uma esquadra naval imperial. O chefe farroupilha, juntamente com seu primo Onofre Pires e o italiano Tito Lvio Zambecari, foram remetidos presos para a Fortaleza de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

    2.1.f - A Primeira Capital Farroupilha Souza Neto, ao proclamar a Repblica Rio-Grandense, tratou de tomar as primeiras providncias para o funcionamento do novo Estado independente. A Vila de Piratini foi escolhida para ser a Capital. A presidncia da Repblica Rio-Grandense coube, provisoriamente, ao valoroso chefe farroupilha Jos Gomes de Vasconcellos Jardim , enquanto Bento Gonalves permanecesse preso. Foram eleitos vices - presidentes: Antnio Paulo da Fontoura, Jos Mariano de Mattos, Domingos Jos de Almeida e Incio Jos Gomes de Oliveira Guimares. Entre os ministros da nova Repblica, muito se destacou o comerciante e proprietrio de Charqueadas, Domingos Jos de Almeida, que na chefia do Ministrio do Interior e da Fazenda assegurou o xito da economia farroupilha.

    2.1.g - Os Generais Farroupilhas Foram os primeiros generais: Joo Manoel de Lima e Silva, Bento Gonalves da Silva, Antnio de Souza Neto, Joo Antnio Silveira, Bento Manoel Ribeiro e mais tarde, Davi Canabarro. O italiano Giusepe Garibaldi era o comandante da pequena Marinha Farroupilha.

    2.1.h - A Bandeira

  • Foi planejada por Jos Mariano de Mattos e desenhada por Bernardo Pires. Apareceu em Piratini, em 06 de novembro de 1836, conduzida pelo coronel Teixeira Neto e adotada oficialmente por decreto-lei de 12 de novembro daquele ano.

    2.1.i - O Hino Rio-Grandense Teve a letra de Francisco Pinto da Fontoura, msica de Joaquim Jos de Mendanha e arranjo de Antnio Crte Real. Foi cantado pela primeira vez em 30 de agosto de 1838, em Caapava.

    2.1.j - Expedio a Laguna Bento Gonalves, com o auxlio da Maonaria, conseguiu fugir da priso, na Bahia, para onde tinha sido transferido. Ao voltar para o sul, foi empossado como presidente da Repblica Rio-Grandense, assumindo tambm o comando das foras revolucionrias, em fins do ano de 1837. Por necessidade de um porto martimo, os farroupilhas esquematizaram uma expedio para Santa Catarina a fim de ocuparem Laguna. Para essa extraordinria faanha, comandada por Davi Canabarro, foi brilhante a atuao do Heri dos Dois Mundos, Giusepe Garibaldi, que estava integrado no movimento farroupilha, comandando os barcos Seival e Farroupilha, este naufragando antes de chegar ao destino. Laguna ocupada pelas foras de Davi Canabarro e Garibaldi, e, em 24 de julho de 1839 proclamada a efmera Repblica Juliana. Nessa poca entra em cena a herica Anita Garibaldi.

    2.1.k - As Capitais Farroupilhas 10/11/1836 14/02/1839 - Piratini 14/02/1839 22/03/1842 - Caapava 22/03/1842 28/02/1845 - Alegrete

    2.1.l - As Principais Batalhas

    Do Seival (10/09/1836); do Fanfa (04/10/1836); da Fazenda Porongos (31/07/1837); do Rio Pardo (30/04/1838); do Ponche Verde (26/05/1843) e de Porongos (14/11/1844).

    2.1.m - A Constituio da Repblica

    A Assemblia Geral Constituinte foi instalada em 1 de dezembro de 1842, sendo a Constituio promulgada em 03 de fevereiro de 1843, aps tumultuadas sesses, pelas adversidades que reinavam entre os chefes revolucionrios.

    2.1.n - A Imprensa Farroupilha Foram editados os jornais O Povo, O Mensageiro, O Americano e o Estrela do Sul.

    2.1.o - A Paz na Provncia Os revezes sofridos pelas foras imperiais, faziam com que a Regncia substitusse seguidamente o presidente da Provncia. Em boa hora e para e felicidade das duas faces, apela para um homem de invulgares qualidades moral, militar e poltica, a ele entregando o

  • comando, o Baro de Caxias (Luiz Alves de Lima e Silva), que investido no Governo da Provncia em 09/11/1942. Os chefes rebeldes, da em diante passaram a sofrer pesadas e contnuas derrotas, destacando-se a de Ponche Verde. Cansados de tanto lutar e com seu exerccio reduzido, desarmado e esfarrapado, os farroupilhas resolveram entrar em negociaes com Caxias, para o estabelecimento de uma paz honrada para ambos os contendores. Para o Baro de Caxias, homem de extraordinria inteligncia e carter mpar, no foi difcil estabelecer a paz nos pampas gachos, que aps dez anos de sangrenta luta entre irmos brasileiros, encontra o seu fim no dia 26 de fevereiro de 1845, com a assinatura do acordo do Ponche Verde, onde ningum saiu vencido ou vencedor.

    2.1.p - A Morte do Heri Em 1847, dois anos depois de firmada a paz, depois de longa enfermidade, morria Bento Gonalves, no mesmo lugar de onde sara para o incio da Revoluo, em Pedras Brancas (hoje cidade de Guaba).

  • HISTRIA DO BRASIL

    1. Tratado de Tordesilhas (06/07/1494)12

    Em 1494, os representantes dos reis da Espanha (Fernando e Isabel) e de Portugal (Joo

    II) reuniram-se na cidade espanhola de Tordesilhas e assinaram o famoso tratado que dividia o mundo em dois hemisfrios, um espanhol e outro portugus.

    O Tratado de Tordesilhas, tambm chamado de Capitulao da Partio do Mar Oceano, de 7/6/1494, partilhando as terras descobertas pelos navegadores, traava uma linha imaginria 370 graus a leste das ilhas de Cabo Verde, dividindo assim o ento oficialmente desconhecido continente americano: as terras descobertas a Leste ficariam para Portugal e as encontradas a Oeste dessa linha imaginria, para a Espanha. Esse tratado foi ratificado pela Espanha em Arvalo (em 2/7/1494) e por Portugal em Setbal (em 5/9/1494). Mas, na poca, tratados entre naes s eram reconhecidos como vlidos depois de submetidos ratificao pela Igreja, atravs de bulas.

    O Tratado de Tordesilhas resultou da competio entre Portugal e Espanha que, com os seus descobrimentos, disputavam a posse e o domnio das terras situadas no ocidente.

    O desentendimento entre as duas potncias martimas, que obtinham dos Papas bulas de reconhecimento de direitos que se transformavam em pontos de litgio, quase as levou as portas da guerra. A linha imaginria seguia, no Brasil, o meridiano que passa por Belm do Par, ao Norte, e por Laguna, no Estado de Santa Catarina ao Sul.

    12 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 10

  • 2 . As Capitanias Hereditrias 13

    Entre os anos de 1534 e 1536, o rei de Portugal D. Joo III resolveu dividir a terra brasileira em faixas, que partiam do litoral at a linha imaginria do Tratado de Tordesilhas. Estas enormes faixas de terras, conhecidas como Capitanias Hereditrias ou lotes, eram ao todo 15 e foram doadas para 12 donatrios (nobres e pessoas de confiana do rei). Estes territrios seriam transmitidos de forma hereditria, ou seja, passariam de pai para filho. Fato que explica o nome deste sistema administrativo.

    As dificuldades de administrao das capitanias eram inmeras. A distncia de Portugal, os ataques indgenas, a falta de recursos e a extenso territorial dificultaram muito a implantao do sistema. Com exceo das capitanias de Pernambuco e So Vicente, todas acabaram fracassando. Desta forma, em 1549, o rei de Portugal criou um novo sistema administrativo para o Brasil: o Governo-Geral. Este seria mais centralizador, cabendo ao governador geral as funes antes atribudas aos donatrios.

    Embora tenha vigorado por pouco tempo, o sistema das Capitanias Hereditrias deixou marcas profundas na diviso de terra do Brasil. A distribuio desigual das terras gerou posteriormente os latifndios, causando uma desigualdade no campo. Atualmente, muitos no possuem terras, enquanto poucos possuem grandes propriedades rurais. Principais Capitanias Hereditrias e seus donatrios: So Vicente (Martim Afonso de Sousa), Santana, Santo Amaro e Itamarac (Pro Lopes de Sousa); Paraba do Sul (Pro Gis da Silveira), Esprito Santo (Vasco Fernandes Coutinho), Porto Seguro (Pro de Campos Tourinho), Ilhus (Jorge Figueiredo Correia), Bahia (Francisco Pereira Coutinho). Pernambuco (Duarte Coelho), Cear (Antnio Cardoso de Barros), Baa da Traio at o Amazonas (Joo de Barros, Aires da Cunha e Fernando lvares de Andrade).

    O vnculo entre o rei de Portugal e o donatrio era estabelecido em dois documentos bsicos: CARTA DE DOAO - Conferia ao donatrio a posse hereditria da capitania. Posse, aqui no significa o domnio exercido pelo proprietrio. Ou seja, os donatrios no eram proprietrios das capitanias, mas apenas seus administradores. CARTA FORAL - Estabelecia os direitos e deveres dos donatrios, relativos explorao das terras. (...) 3. Crise no Sistema Colonial14

    Ao longo do tempo, o funcionamento do sistema colonial acabou gerando uma contradio inevitvel entre a metrpole (Portugal) e a colnia (Brasil), que se expressava no antagonismo: desenvolver a colnia versus explorar a colnia. Em outras palavras: no era possvel continuar explorando a colnia sem desenvolv-la. Em contrapartida, ao se desenvolver, a colnia poderia criar condies para lutar pelo fim da explorao da metrpole. Assim, ao mesmo tempo em que incentivava o desenvolvimento da colnia, a metrpole tomava medidas para cont-lo, procurando para isso, controlar a elite colonial.

    13 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 11. 14 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 20.

  • O conflito de interesses entre a metrpole e a colnia agravou-se com o tempo, gerando tenses que acabaram eclodindo em rebelies. As rebelies coloniais podem ser classificadas em dois grupos: * Rebelies sem objetivos de separao poltica, ou seja, de separar o Brasil de Portugal: Revolta de Beckman (1684), Guerra dos Emboabas (1708), Guerra dos Mascates (1710) e Revolta de Vila Rica (1720). * Rebelies com objetivos de separao poltica, ou seja, os que queriam proclamar a independncia poltica do Brasil: Conjurao Mineira (1789) e a Conjurao Baiana (1798).

    3.1. Conjurao Mineira 1789 a revolta da elite colonial

    O movimento poltico conhecido como Inconfidncia Mineira (1789) teve origem em Vila Rica, atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Tratava-se de uma conspirao contra o domnio da Coroa portuguesa e se inspirava nas ideias libertrias que prevaleciam poca, fruto da Revoluo Francesa e da independncia dos Estados Unidos. No movimento, envolveram-se personalidades como juzes, padres, militares e poetas. Joaquim Jos da Silva Xavier, o Tiradentes, um dos lderes do movimento, ao ser preso e julgado assumiu a responsabilidade pela conjura. Condenado forca, foi executado no dia 21 de abril de 1792, tendo sua cabea exposta em praa pblica em Vila Rica e as demais partes de seu corpo penduradas em diversos locais da estrada que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro. A crueldade do castigo, ao invs de amedrontar, exacerbou o esprito pela autonomia da Colnia e transformou Tiradentes no mrtir da independncia nacional.

    3.2. Conjurao Baiana 1798 A rebelio dos Pobres

    Revolta de carter popular que ocorre em Salvador em 1798 relacionada com a crise do

    sistema colonial e com os movimentos pela independncia brasileira. Tambm conhecida como Revolta dos Alfaiates. o levante do fim do perodo colonial mais incisivo na defesa dos ideais de liberdade e igualdade propagados pela Revoluo Francesa. A manifestao conta com representantes das camadas populares, com grande nmero de negros e mulatos, de escravos e libertos. Desde 1794, intelectuais, estudantes, proprietrios e comerciantes participam de reunies secretas, ao lado de artesos, funcionrios e soldados, para ouvir notcias da Revoluo Francesa chegadas da Europa e discutir a aplicao dos princpios liberais no Brasil. Desejam a independncia da colnia e uma sociedade baseada nos ideais de liberdade e igualdade dos cidados. Em meados de 1798 surgem folhetos clandestinos anunciando a "Repblica Baiense" e conclamando a populao de Salvador a defend-la. Seguem-se as primeiras prises e fracassam os preparativos da luta armada. As autoridades do incio a devassas, julgam dezenas de implicados e, no comeo de 1799, definem as sentenas. Seis so condenados morte. Destes um tem a pena comutada e outro consegue fugir. Os outros quatro so enforcados na praa da Piedade. Dois so soldados, Lucas Dantas e Lus Gonzaga das Virgens, e dois alfaiates, Joo de Deus Nascimento e Manuel Faustino todos mulatos.

  • 4. A Vinda da Famlia Real para o Brasil15

    No princpio do sculo XIX, a Europa foi sacudida por uma guerra longa e violenta.

    Napoleo, imperador da Frana, organizou um exrcito poderoso e invadiu vrios pases somando vitrias. Para derrotar os ingleses, imaginou um estratagema: obrigar as outras naes a fecharem os portos Inglaterra, que sendo uma ilha, ficaria isolada e muito enfraquecida sem poder comerciar. Acontece que Portugal e Inglaterra eram velhos aliados e faziam muitos negcios entre si, por isso os portugueses decidiram no obedecer. Napoleo preparou um exrcito de 30.000 homens comandados pelo General Junot e ordenou-lhe que conquistasse Portugal. Quando em Lisboa soube que viria uma invaso francesa, tomou-se a deciso: a famlia real devia partir imediatamente para o Brasil, que nessa poca era uma colnia portuguesa.

    Dom Joo s tomou a deciso de embarcar para o Brasil quando as tropas Napolenicas fossem apoiadas pela Espanha, que j se aproximavam de Lisboa.

    Em 15.000 mil pessoas e com navios emprestados da Inglaterra (que se comprometera a proteg-los), a Corte Portuguesa chega a Salvador onde foi recebida com grande festa em Janeiro de 1808 de onde aps trs anos de permanncia, mudaram-se para o Rio de Janeiro.

    (...) A Corte Batiza a colnia de Reino Unido. Cumpriu-se o acordo com a Inglaterra e os portos brasileiros foram abertos s naes

    amigas, incluindo Espanha e Frana.

    5. O Governo de D. Joo VI no Brasil 16 Joo Maria Jos Francisco Xavier de Paula Lus Antnio Domingos Rafael - o futuro D.

    Joo VI - nasceu em 13 de maio de 1767, no Palcio Real da Ajuda, nas cercanias de Lisboa, e morreu em 10 de maro de 1826, no Pao da Bemposta, na mesma cidade, com quase 59 anos de idade.

    Como prncipe ou rei, nos 34 anos de seu governo (1792-1826), D. Joo foi personagem da histria luso-brasileira em diversos momentos significativos. Ele participou de vrios acontecimentos, freqentemente analisados pela historiografia como: a transferncia da Corte portuguesa para o Brasil e a abertura dos portos brasileiros s naes amigas (1808); a assinatura dos tratados de comrcio com a Inglaterra (1810); a elevao do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves (1815); a represso militar Revolta Pernambucana (1817); o retorno da famlia real a Portugal (1821); o reconhecimento da independncia poltica do Brasil (1825), proclamada em 1822, por seu filho, D. Pedro I.

    H muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependncia acentua-se com a vinda de D. Joo VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colnia de Portugal, para entrar na esfera do domnio britnico. Para Inglaterra industrializada, a independncia da Amrica Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores.

    15 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 21. 16 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 21.

  • Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comrcio e Navegao e Aliana e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monoplio do comrcio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependncia do capitalismo ingls. 6. Sobre a Independncia no Brasil 17

    6.1. Introduo

    A Independncia do Brasil um dos fatos histricos mais importantes de nosso pas, pois marca o fim do domnio portugus e a conquista da autonomia poltica. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes. Foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso pas, durante o processo da Inconfidncia Mineira.

    6.2. Dia do Fico

    Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. H tempos os portugueses insistiam nesta ideia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presena de D. Pedro impedia este ideal. Porm, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: "Se para o bem de todos e felicidade geral da nao, diga ao povo que fico.

    6.3. O processo de independncia

    Aps o Dia do Fico, D. Pedro tomou uma srie de medidas que desagradaram a metrpole (Portugal), pois preparavam caminho para a independncia do Brasil. D. Pedro convocou uma Assembleia Constituinte, organizou a Marinha de Guerra, obrigou as tropas de Portugal a voltarem para o reino. Determinou tambm que nenhuma lei de Portugal seria colocada em vigor sem o cumpra-se, ou seja, sem a sua aprovao. Alm disso, o futuro imperador do Brasil conclamava o povo a lutar pela independncia.

    O prncipe fez uma rpida viagem a Minas Gerais e a So Paulo para acalmar setores da sociedade que estavam preocupados com os ltimos acontecimentos, pois acreditavam que tudo isto poderia ocasionar uma desestabilizao social. Durante a viagem, D. Pedro recebeu uma nova carta de Portugal que anulava a Assembleia Constituinte e exigia a volta imediata dele para a metrpole.

    Estas notcias chegaram s mos de D. Pedro quando este estava em viagem de Santos para So Paulo. Prximo ao riacho do Ipiranga, levantou a espada e gritou: Independncia ou Morte!". Este fato ocorreu no dia 7 de setembro de 1822 e marcou a Independncia do Brasil. No ms de dezembro de 1822, D. Pedro foi declarado imperador do Brasil.

    6.4. Ps Independncia

    17 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 24.

  • Os primeiros pases que reconheceram a independncia do Brasil foram os Estados Unidos e o Mxico. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de dois milhes de libras esterlinas para reconhecer a independncia de sua ex-colnia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um emprstimo da Inglaterra.

    Embora tenha sido de grande valor, este fato histrico no provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre sequer acompanhou ou entendeu o significado da independncia. A estrutura agrria continuou a mesma, a escravido se manteve e a distribuio de renda continuou desigual. A elite agrria, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

    7. Um Prncipe Brasileiro 18

    D.Pedro I Ao retornar de uma audincia com o regente de Portugal D.Joo VI, o embaixador da

    Frana em Lisboa, Andoche Junot, anotou no dirio: "Meu Deus! Como feio! Como feia a princesa! Meu Deus! Como so todos feios! No h um s rosto gracioso entre eles, exceto o do prncipe herdeiro". Junto, que dali a trs anos invadiria o pas, estava se referindo ao garoto Pedro de Alcntara Francisco Antnio Joo Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim Jos Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragana e Bourbon. O segundo filho varo de D.Joo e Carlota Joaquina nascera no dia 12 de outubro de 1789, na sala D.Quixote do palcio de Queluz. Antnio, primognito de D.Joo, morreu aos seis anos, em 1801, tornando D.Pedro o segundo na linha sucessria. Apesar disso, nem o regente nem Dona Carlota se preocuparam com a educao do filho. Em 1808, depois que D.Pedro se mudou com os pais para o Brasil, esse desleixo assumiu propores quase criminosas. Criado solto, na Quinta da Boa Vista ou na fazenda Santa Cruz (propriedade tomada dos jesutas, a 80 km do Rio), Pedro andava sozinho na mata, brigava a pau e soco com outras crianas, bolinava as escravas. Ali, tornou-se um exmio, mas imprudente cavaleiro: caiu do cavalo 36 vezes.

    A rudeza desses primeiros anos pode ter agravado a epilepsia congnita: aos 18 anos, D.Pedro j sofrera seis ataques da doena. Alguns, durante cerimnias oficiais - que o prncipe no tolerava (no beija-mo, ele a estendia a adultos, mas, se uma criana se aproximava, ele a socava no queixo). Mas, desde a infncia, Pedro revelou-se ser um sujeito despojado e de bom corao. Andava com roupas de algodo e chapu de palha, tomava banho nu na praia do Flamengo, ria, debochava e zombava com quer que fosse.

    Era mau poeta e mau latinista, mas bom escultor e excelente msico: tocava clarinete, flauta, violino, fagote, trombone e cravo. Tambm tocava um instrumento e um ritmo: o violo e o lundu, que aprendera em lugares mal-afamados do Rio, como a taverna da Corneta, na Rua das Violas, onde o prncipe conheceu aquele que viria a ser seu melhor amigo, Francisco Gomes da Silva, o Chalaa. (...). E, depois que comeou, no parou mais: por toda a vida, D.Pedro foi um amante latino, dndi liberal que tomava o que gostava - cavalos, mulheres ou roupas. Mas quem convivera com ele concordava com algumas de suas ltimas palavras: "Orgulho-me de ser verdadeiro, humano e generoso e de ser capaz de esquecer as ofensas que me so feitas".

    (...) 18 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 25.

  • 8. Perodo Regencial (1831 a 1840) 19

    Nos dicionrios encontra-se a palavra regncia com a seguinte explicao: governo provisrio enquanto o poder no pode ser exercido pelo prncipe que tem direito de exerc-lo.

    Depois da abdicao de D.Pedro I, o governo passou a ser exercido por regentes, uma vez que D.Pedro II tinha apenas cinco anos.

    8.1. A Regncia Trina Provisria

    No dia 7 de abril de 1831, quando D.Pedro I abdicou, a Assembleia Geral do Imprio (Senado e Cmara dos Deputados) estava de frias e apenas alguns deputados e senadores encontravam-se no Rio de Janeiro. Estes, por causa de seu pequeno nmero, s puderam eleger uma regncia provisria (...).

    Passaram-se alguns meses, deputados e senadores voltaram ao Rio de Janeiro e, depois de reunies e acordos polticos, foi estabelecido um novo governo.

    8.2. A Regncia Trina Permanente

    Em junho de 1831, o novo governo ficava organizado com trs regentes: Jos da Costa

    Carvalho, representante das provncias do Sul do pas, Joo Brulio Muniz que representava o Norte-nordeste, e o Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, apelidado pelo povo do Rio de Janeiro de Chico Regncia, representando o Centro.

    O povo, especialmente o do Rio de Janeiro, ficou insatisfeito com o novo governo que s inclua polticos conservadores e inmeras revoltas explodiram na capital.

    As revoltas das camadas populares foram fomentadas pela srie de problemas com que se debatia o pas: a crise econmica, a dvida externa, o aumento do custo de vida e dos impostos. Tais problemas haviam levado a abdicao de Pedro I e continuavam a se agravar.

    8.3. A Criao dos Primeiros Partidos

    Os debates polticos na poca eram encabeados por trs agrupamentos polticos:

    Liberais Moderados, Liberais Exaltados e Restauradores ou Caramurus. Os Liberais Moderados que ocupavam o poder regencial, representavam os grandes

    fazendeiros e desejavam manter o Imprio sem grandes mudanas e com um governo fortemente centralizado no Rio de Janeiro.

    Os Liberais Exaltados, chamados de Farroupilhas por suas ligaes com o povo, desejavam reformas como o aumento de poder das provncias (descentralizao), chegando alguns a defender a repblica. Entre eles existiam tambm alguns fazendeiros do Nordeste e do Rio Grande do Sul, interessados em aumentar a autonomia das suas provncias.

    Os chamados Caramurus ou Restauradores agrupavam brasileiros ricos e portugueses, eram liderados por Jos Bonifcio e defendiam a volta de D.Pedro I ao trono.

    19 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 26.

  • 8.4. O ato adicional de 1834

    Em agosto de 1834 foi aprovado pela Assembleia Geral o Ato Adicional que, entre outras, estabelecia as seguintes mudanas: a regncia passaria a ser una e escolhida por eleitores de todo o pas e no pela Assembleia Geral; o mandato do regente seria de 4 anos; as Assembleias Provinciais seriam eleitas e passavam a ter capacidade de fazer leis; cada provncia poderia tambm eleger os seus juzes e ter uma polcia prpria.

    No entanto os governadores de cada provncia continuavam a ser nomeados pelo governo central.

    8.5. Morte e Mudana

    Em setembro de 1834 ocorreu um outro fato poltico importante: D.Pedro I morreu em Portugal.

    Com a morte do ex-imperador o partido dos restauradores perdia a razo de existir e os seus membros passaram a aderir ao grupo dos moderados.

    8.6. A Regncia Una

    Em 1835, pela primeira vez, os brasileiros votavam numa eleio para o poder executivo. Escolhiam um regime nico que teria poderes equivalentes aos de um presidente da repblica.

    claro que os eleitores eram minoria, pois a Constituio de 1824 estabelecia que s podiam votar pessoas com altas rendas.

    Foi eleito o padre Diogo Antnio Feij, que tomou posse em 1836. 9. As Rebelies Provinciais/ Movimentos Revolucionrios (1831 a 1840) 20

    20 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 27.

  • 10. Antecipao da Maioridade de D. Pedro de Alcntara 21 (...) No dia 21 de julho de 1840, os representantes do Partido Progressista, ou Liberal,

    liderados por Antnio Carlos, apresentaram Assembleia Geral um projeto de declarao da maioridade, antecipando o incio do Governo pessoal de D. Pedro II.

    O Governo regencial, procurando ganhar tempo, tentou evitar a votao, adiando a abertura das sesses para novembro.

    Inconformados, os deputados, com o apoio do Senado, formaram uma comisso que foi ao palcio de So Cristvo pedir ao jovem Prncipe herdeiro que concordasse em assumir o Governo. Ele aceitou e, em 23 de julho de 1840, prestou juramento na Assembleia Geral.(...)

    A antecipao da maioridade restabeleceu a paz no Imprio. A Regncia foi extinta, e o Governo foi entregue a seu segundo Imperador, D. Pedro II, que completaria 15 anos no dia 2 de dezembro.

    A sagrao e coroao de D. Pedro II foi marcada para 18 de julho (...). 11. Escravido no Brasil 22

    (...) No Brasil, a escravido teve incio com a produo de acar na primeira metade do

    sculo XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colnias na frica para utilizar como mo-de-obra escrava nos engenhos de acar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos.

    O transporte era feito da frica para o Brasil nos pores dos navios negreiros. Amontoados, em condies desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lanados ao mar.

    Nas fazendas de acar ou nas minas de ouro (a partir do sculo XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possvel. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentao de pssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpes escuros, midos e com pouca higiene) acorrentadas para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o aoite era a punio mais comum no Brasil Colnia.

    Eram proibidos de praticar sua religio de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religio catlica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a lngua portuguesa na comunicao. Mesmo com todas as imposies e restries, no deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representaes artsticas e at desenvolveram uma forma de luta: a capoeira.

    As mulheres negras tambm sofreram muito com a escravido, embora os senhores de engenho utilizassem esta mo-de-obra, principalmente, para trabalhos domsticos. Cozinheiras, arrumadeiras e at mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colnia.

    No Sculo do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade aps adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam

    21 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 36. 22 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 40.

  • tornar-se livres. Porm, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedade acabavam fechando as portas para estas pessoas.

    O negro tambm reagiu escravido, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, atravs de uma organizao comunitria aos moldes do que existia na frica. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua lngua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.

    11.1. Campanha Abolicionista e a Abolio da Escravatura

    (...) Em 1850, o Brasil cedeu s presses inglesas e aprovou a Lei Eusbio de Queirz

    que acabou com o trfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenrios que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

    Somente no final do sculo XIX que a escravido foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolio se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgao da Lei urea, feita pela Princesa Isabel.

    11.2. Abolio da Escravatura - Lei urea

    Na poca em que os portugueses comearam a colonizao do Brasil, no existia mo-de-obra para a realizao de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos ndios nas lavouras; entretanto, esta escravido no pde ser levada adiante, pois os religiosos se colocaram em defesa dos ndios condenando sua escravido. Assim, os portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela poca. Eles foram busca de negros na frica para submet-los ao trabalho escravo em sua colnia. Deu-se, assim, a entrada dos escravos no Brasil.

    Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos pores dos navios negreiros. Devido s pssimas condies deste meio de transporte, muitos deles morriam durante a viagem. Aps o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana.

    Apesar desta prtica ser considerada normal do ponto de vista da maioria, havia aqueles que eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos, religiosos, polticos e pessoas do povo); contudo, esta prtica permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve a escravido por um longo perodo foi o econmico. A economia do pas contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roa e outras to pesados quanto estas. As providncias para a libertao dos escravos deveriam ser tomadas lentamente. A partir de 1870, a regio Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas substituram os primitivos engenhos, fato que permitiu a utilizao de um nmero menor de escravos. J nas principais cidades, era grande o desejo do surgimento de indstrias. Visando no causar prejuzo aos proprietrios, o

  • governo, pressionado pela Inglaterra, foi alcanando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, com a extino do trfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre, os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgao.

    Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenrios que beneficiava os negros de mais de 60 anos. Foi em 13 de maio de 1888, atravs da Lei urea, que liberdade total finalmente foi alcanada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia de vez a escravido no Brasil.

    11.3. Quilombos

    No perodo de escravido no Brasil (sculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir se refugiavam com outros em igual situao em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas. Estes locais eram conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, eles viviam de acordo com sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade. Na poca colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Gois, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas.

    Na ocasio em que Pernambuco foi invadida pelos holandeses (1630), muitos dos senhores de engenho acabaram por abandonar suas terras. Este fato beneficiou a fuga de um grande nmero de escravos. Estes, aps fugirem, buscaram abrigo no Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas.

    (...) A luta contra os negros de Palmares durou por volta de cinco anos; contudo, apesar de

    todo o empenho e determinao dos negros chefiados por Zumbi, eles, por fim, foram derrotados.

    Os quilombos representaram uma das formas de resistncia e combate escravido. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na frica.

    12. Proclamao da Repblica no Brasil 23

    No final da dcada de 1880, a monarquia brasileira estava numa situao de crise, pois

    representava uma forma de governo que no correspondia mais s mudanas sociais em processo. Fazia-se necessrio a implantao de uma nova forma de governo que fosse capaz de fazer o pas progredir e avanar nas questes polticas, econmicas e sociais.

    12.1. Crise da Monarquia

    A crise do sistema monrquico brasileiro pode ser explicada atravs de algumas questes: Interferncia de D. Pedro II nos assuntos religiosos, provocando um descontentamento na Igreja Catlica;

    23 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 43.

  • Crticas feitas por integrantes do Exrcito Brasileiro, que no aprovavam a corrupo existente na corte. Alm disso, os militares estavam descontentes com a proibio, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exrcito no podiam se manifestar na imprensa sem uma prvia autorizao do Ministro da Guerra; A classe mdia (funcionrio pblicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) estava crescendo nos grandes centros urbanos e desejava mais liberdade e maior participao nos assuntos polticos do pas. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar o fim do imprio; Falta de apoio dos proprietrios rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder poltico, j que tinham grande poder econmico; Diante das presses citadas, da falta de apoio popular e das constantes crticas que partiam de vrios setores sociais, o imperador e seu governo encontravam-se enfraquecidos e frgeis. Doente, D.Pedro II estava cada vez mais afastado das decises polticas do pas. Enquanto isso, o movimento republicano ganhava fora no Brasil.

    12.2. A Proclamao da Repblica

    No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, demitiu o Conselho de Ministros e seu presidente. Na noite deste mesmo dia, o marechal assinou o manifesto proclamando a Repblica no Brasil e instalando um governo provisrio. Aps 67 anos, a monarquia chegava ao fim. No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a famlia imperial partiam rumo Europa. Tinha incio a Repblica Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo provisoriamente o posto de presidente do Brasil. A partir de ento, o pas seria governado por um presidente escolhido pelo povo atravs das eleies. Foi um grande avano rumo consolidao da democracia no Brasil.

    13. Presidentes do Brasil 24

    Com a Proclamao da Repblica em 15 de novembro de 1889, o Brasil deixou de ser governado por um monarca para ser governado por um presidente da Repblica, pois nosso pas passou a ser uma Repblica Federativa. Conhea abaixo a relao de todos os presidentes, desde o advento da Repblica at os dias de hoje. Nesta lista segue o perodo em que o presidente governou o Brasil, seguido de seu nome completo e, entre parnteses, o nome ou apelido pelo qual ficou conhecido. 1889 - 1891 - Marechal Manuel Deodoro da Fonseca (Marechal Deodoro da Fonseca) 1891 - 1894 - Marechal Floriano Vieira Peixoto (Marechal Floriano Peixoto) 1894 - 1898 - Prudente Jos de Morais Barros (Prudente de Morais) 1898 - 1902 - Manuel Ferraz de Campos Sales (Campos Sales) 1902 - 1906 - Francisco de Paula Rodrigues Alves (Francisco Alves) 1906 - 1909 - Afonso Augusto Moreira Penna (Afonso Penna) 1909 - 1910 - Nilo Peanha (Nilo Peanha)

    24 MOA, Roxelana Graziele Guia de Estudos para Prendas e Pees, Extrato. Santa Catarina, 2005 (material utilizado pela CBTG nos concursos de 2010 e 2011), p. 44.

  • 1910 - 1914 - Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (Marechal Hermes da Fonseca) 1914 - 1918 - Wenceslau Brs Pereira Gomes (Wenceslau Brs) 1918 - 1919 - Delfim Moreira da Costa Ribeiro (Delfim Moreira) 1919 - 1922 - Epitcio da Silva Pessoa (Epitcio Pessoa) 1922 - 1926 - Authur da Silva Bernardes (Arthur Bernardes) 1926 - 1930 - Washington Lus Pereira de Sousa (Washington Lus) 1930 - Junta governativa: General Tasso Fragoso, General Joo de Deus Mena Barreto e Almirante Isaas de Noronha 1930 - 1945 - Getlio Dorneles Vargas (Getlio Vargas). () 1946 - 1951 - General Eurico Gaspar Dutra (Dutra) 1951 - 1954 - Getlio Dorneles Vargas (Getlio Vargas) 1954 - 1955 - Joo Caf Filho (Caf Filho) 1956 - 1961 - Juscelino Kubitschek de Oliveira (Juscelino Kubitschek - JK) 1961 - Jnio da Silva Quadros (Jnio Quadros) 1961 - 1964 - Joo Belchior Marques Goulart (Joo Goulart - Jango) 1964 - 1967 - Marechal Humberto de Alencar Castello Branco (Marechal Castello Branco) 1967 - 1969 - Marechal Arthur da Costa e Silva (marechal Costa e Silva) 1969 - 1974 - General Emlio Garrastazu Mdici (General Mdici) 1974 - 1979 - General Ernesto Geisel (General Ernesto Geisel) 1979 - 1985 - General Joo Baptista de Oliveira Figueiredo (General Figueiredo) 1985 - 1990 - Jos Sarney (Sarney) 1990 - 1992 - Fernando Afonso Collor de Melo (Fernando Collor) 1992 - 1995 - Itamar Augusto Cautiero Franco (Itamar Franco) 1995 - 2002 - Fernando Henrique Cardoso (Fernando Henrique Cardoso - FHC) 2003 - - Luiz Incio Lula da Silva. (Lula). (...)

  • Histria da CBTG (Apenas para o Concurso de Prendas)

    1. Histrico 25

    Para fundao da Confederao Brasileira da Tradio Gacha foi realizada a reunio

    na cidade de Ponta Grossa, no dia 23 de maio de 1987, tendo como participantes representantes do MTG-RS, do MTG-PR, da Federao Paulista de Tradies Gachas do Estado de So Paulo; do Estado de Santa Catarina, do vizinho Pas, Uruguai e autoridades locais.

    A reunio teve como objetivo um primeiro encontro para estudos da criao de uma Federao Nacional de Tradicionalistas, que reunisse o Movimento Tradicionalista em mbito nacional.

    Na oportunidade, foi evidenciada a importncia da criao da Federao, para conquistar a credibilidade pblica, razo do interesse dos tradicionalistas em participar do desenvolvimento do pas e, para tanto, havia a necessidade de organizao e unio. Ressaltou-se ainda, a importncia das pesquisas das razes tradicionalistas para um intercmbio oficial, e o mrito maior da Federao, nascer por intermdio da amizade.

    Era importante conscientizar a todos sobre o objetivo de se criar essa Federao, que a unio, pois sem a mesma deixa de existir a tradio.

    Decidiram cham-la de Confederao Brasileira da Tradio Gacha. Foi tratada ainda de uma comisso para elaborao do Estatuto e da organizao do 1 Congresso Brasileiro da Tradio Gacha.

    Assim, em 24 de maio de 1987, na Reunio de Ponta Grossa PR, foi fundada a CONFEDERAO BRASILEIRA DA TRADIO GACHA CBTG. [g.n]

    Estiveram presentes os Presidentes, Roberto Cesar Mendes de Araujo- MTG-PR; Zeno

    Dias Chaves MTG-RS; Dcio Albino de Oliveira FPTG (Federao Paulista da Tradio Gacha)

    O documento de criao da CBTG conhecido como conhecido como Manifesto de Ponta Grossa.

    Os tradicionalistas gachos do Brasil reunidos na histrica cidade de Ponta Grossa,

    Estado do Paran, conscientes da gravidade do momento por que atravessa a humanidade e em especial o laborioso e sacrificado povo brasileiro, que alm da espoliao cultural da nossa gente por interesses aliengena que no nos dizem respeito e ferem danosamente os nossos princpios, nossos usos e costumes e a prpria filosofia da vida de novo povo, principalmente, expem:

    1 Considerando que os gachos, no s no Rio Grande do Sul, mas em diversos Estados de nossa Ptria, fundaram Centros de Tradies Gachas com os objetivos bvios da Carta de Princpios do Tradicionalismo;

    2 Considerando o crescimento global dos Centros de Tradies Gachas de todo o Brasil preocupados com a realidade brasileira, e sentindo a necessidade de pr em prtica os objetivos da Carta de Seival;

    25 CALDERAN, Loiva Lopes Anais do 15 Congresso Brasileiro da Tradio Gacha, Confederao Brasileira da Tradio Gacha. Braslia. 2010. P.70.

  • 3 Considerando que, a exemplo do Rio Grande do Sul, com o MTG, as entidades tradicionalistas de Santa Catarina, Paran e So Paulo organizaram-se em Federaes;

    4 Considerando a j existncia do Conselho Internacional da Tradio Gacha que rene Brasil, Argentina e Uruguai com os objetivos propostos na Proclamao de Montevidu, e a realizao j de dois Congressos;

    5 Considerando que os tradicionalistas gachos do Brasil no podem continuar com as suas Federaes individualizadas, tendo a necessidade de reunirem-se a formar um bloco unssono, respeitadas as peculiaridades de cada Estado.

    Resolvem: a) Institucionalizar a CONFEDERAO BRASILEIRA DA TRADIO

    GACHA, que reunir as Federaes existentes, a critrio destas; b) Dar oficialidade mesma, com as Federaes signatrias do Rio Grande do

    Sul, Paran e So Paulo ad referendum das mesmas, segundo seus Estatutos; c) Na impossibilidade legal de revestir essa Confederao de personalidade

    jurdica, funcione esta provisoriamente, de direito, como Associao das Federaes; d) Seja oficiado Federao do Estado de Santa Catarina, informando da

    deciso e formulando convite para integrar a Confederao; e) Auxiliar os Centros de Tradies Gachas existentes em grande nmero em

    Federaes, e posteriormente integrem esta Confederao; f) Fica criada uma Comisso Provisria que ter a incumbncia de elaborar os

    Estatutos da CONFEDERAO BRASILEIRA DA TRADIO GACHA, constituda conforme e ata lavrada na reunio da qual emergiu esta manifesto.

    Para honrar a glria das Tradies Gachas e pela certeza de um futuro digno para a nossa Ptria e para legado aos nossos descendentes, lavrou-se este manifesto aos vinte e quatro (24) do ms de maio de 1987, na histrica cidade de Ponta Grossa, Estado do Paran, Brasil.

    O manifesto possui as seguintes assinaturas: Zeno Dias Chaves, Presidente do MTG-RS; Roberto Csar Mendes de Arajo, Presidente do MTG-PR; Dcio Albino de Oliveira, Presidente da FPTG; Onsimo Carneiro Duarte, 1. Vice-Presidente do MTG-RS; Nei Antonio Zardo, 2. Vice-Presidente do MTG-RS; Jos Theodoro Bellaguarda de Menezes, Conselheiro do MTG-RS; Omair Ribeiro Trindade, Conselheiro do MTG-RS; Vilson Silva Freitas, Conselheiro do MTG-RS; Sidney Mendes de Arruda, Coordenador do MTG-PR; Jos Moraes Gonalves, Coordenador do MTG-PR; Antonio Frana de Arajo Coordenador do MTG-PR; Cesar Setti, Coordenador do MTG-PR; Dionisio Uliane Neto, Coordenador do MTG-PR; Luiz Antonio Machado de vila, Coordenador do MTG-PR; Joaquim Ado Hupp de Lima, Coordenador do MTG-PR, e Suzana Maria, Coordenadora do MTG-PR.

  • O professor Manoelito Savaris 26 leciona sobre a criao da CBTG: Em termos de organizao do tradicionalismo, criou-se a necessidade de uma estrutura organizadora nacional. Os CTGs se espalharam pelo Brasil e os estados se organizaram em federaes (a exemplo do Rio Grande do Sul). Em 1987, no dia 24 de maio, depois de muito debate e muitas reunies, foi criada a Confederao Brasileira da Tradio Gacha CBTG. Atualmente a Confederao composta pelos MTGs do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, So Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amaznia Ocidental, Federao Tradicionalista Gacha do Planalto Central FTG/PC, Unio Tradicionalista do Nordeste UTGN e Unio Tradicionalista Gacha do Rio de Janeiro.

    2. Ex-Presidentes da CBTG 27:

    Jacob Momm Filho MTG-SC (1988) Nei Antonio Zardo MTG-RS (1989/91) Jos Theodoro Bellaguarda de Menezes MTG-RS (1991/93)

    Rubens Luis Sartori MTG-PR (1993/95) Joo Francisco Rodrigues de Andrade MTG-RS (1995/97) Joo Joarez Ribeiro Esmrio MTG-SC (1997/99)

    Edson Otto - MTG-RS (1999/01) Celso Souza Soares MTG-RS (2001/03) e (2003/05) Celvio Holz MTG-SC (2005/07) Dcio Albino de Oliveira MTG-SP (2007/09)

    Dorvlio Calderan FTG-PC (2009/11) 28

    3. Smbolos 3.1 Braso da CBTG 29: 26 SAVARIS, Manoelito Carlos - Manual de Tradicionalismo Gacho, Publicao MTG-RS, 2012. P.103. 27 CALDERAN, Loiva Lopes Anais do 15 Congresso Brasileiro da Tradio Gacha, Confederao Brasileira da Tradio Gacha. Braslia. 2010. P.74. 28 Inserido por este material conforme www.cbtg.com.br 29 www.cbtg.com.br

  • 3.2 Bandeira da CBTG 30:

    As cores utilizadas na bandeira da CBTG so as cores da bandeira do Brasil.

    4. Lema da CBTG:

    Um povo sem tradio um povo que morre a cada gerao

    5. Conveno de Florianpolis 31 A ser realizada em outubro de 1988, para aprovao do Estatuto e Regulamentos, Eleio e

    Posse da 1. diretoria.

    30 www.cbtg.com.br 31 CALDERAN, Loiva Lopes Anais do 15 Congresso Brasileiro da Tradio Gacha, Loiva Lopes Calderan, Braslia. 2010; p.75.

  • Em 07/10/1988, reunio prvia dos delegados dos MTGs dos Estados de SC, RS, PR e SP, relativa a programao do 1. Congresso Federal da Tradio Gacha, de 07 a 09 de outubro de 1988, em Florianpolis, SC, acerca da institucionalizao da Federao Brasileira da Tradio Gacha e estabelecida a Diretoria Executiva.

    6. Dados Histricos 32

    Primeira Diretoria Executiva da CBTG Presidente: Jacob Momm Filho MTG-SC 1 Vice-Presidente: Murad Mussi Sobrinho MTG-SC 2 Vice-Presidente: Eduardo Andriani MTG-SC 3 Vice-Presidente: Luis Carlos Regis MTG-SC Presidente de Honra: Jos Theodoro Bellaguarda MTG-RS

    O 1 Congresso Federal da Tradio Gacha ocorreu ente 7 e 10 de outubro de 1988, na cidade de Florianpolis-SC;

    O 1 Rodeio Crioulo de Campees ocorreu entre 13 e 15 de janeiro de 1990 no Fogo de Cho de Guarapuava,PR;

    O 1 FENART (Festival Nacional de Arte e Tradio Gacha) ocorreu no dia 13 de janeiro de 1994 no CTG Sentinela do Pantanal, cidade de Coxim, MS.

    O 1 Encontro de Jovens da CBTG foi realizado paralelo ao 2. Congresso Brasileiro da Tradio Gacha, em 14/10/1989, na Prefeitura Municipal de Tramanda-RS

    Os 1 Jogos Tradicionalistas foram realizados entre os dias 24 e 27/07/2003 no Parque de Exposies de Sorriso-MT (o que havia ocorrido em Braslia, em 2001 foram competies esportivas, mas no foram os Jogos Tradicionalistas)

    O 1 Concurso de Prendas da CBTG foi realizado no dia 14 de janeiro de 1994 no CTG Sentinela do Pantanal, cidade de Coxim, MS. O atual Presidente da CBTG o senhor Manoelito Carlos Savaris33.

    32 CALDERAN, Loiva Lopes Anais do 15 Congresso Brasileiro da Tradio Gacha, Loiva Lopes Calderan, Braslia. 2010; 33 www.cbtg.com.br

  • FOLCLORE TRADIO E TRADICIONALISMO 1. Conceitos importantes 34 TRADIO: a transmisso de fatos culturais de um povo, quer de natureza espiritual ou material, ou ainda a transmisso dos costumes feita de pais para filhos no decorrer dos tempos, ao sucederem-se as geraes. a memria cultural de um povo. um conjunto de ideias, usos, memrias, recordaes e smbolos conservados pelos tempos, pelas geraes, sendo assim a eterna vigilncia cultural. Faz-se necessrio ressaltar, que a tradio no um exclusividade de ns os gachos, uma vez que todos os povos tm sua tradio. Mas ns temos a nossa tradio, a nossa escala de valores, que nos peculiar. TRADICIONALISMO: o movimento, a tradio em marcha. O tradicionalismo um estado de conscincia, que busca preservar as boas coisas do passado, sem conflitar com o progresso, atravs do cultuar, vivenciar e preservar o patrimnio scio-cultural do povo gacho. a sociedade que defende, preserva, cultua e divulga a tradio gacha, que congrega defensores dos costumes, dos hbitos, da cultura, dos valores do gacho. FOLCLORE: Folclore a cincia que estuda a cultura espontnea do grupo social, que estuda todas as manifestaes espontneas do povo que tem escrita (povo grfico), tanto do ponto de vista material, quanto espiritual. Como o prprio nome sintetiza, a cincia do povo, so as tradies, os costumes, as crenas populares, o conjunto de canes, as manifestaes artsticas, enfim, tudo o que nasceu do povo e foi transmitido atravs das geraes. NATIVISMO: Nativismo no um culto como a tradio, mas sim um dos valores desse culto. Pode ser definido como o sentimento de amor pelo cho onde se nasce, de onde se nato. Por sermos gachos, acreditamos que no exista povo mais nativista que ns, mas somos sabedores de que esse sentimento de amor pela nossa terra natal, a exemplo da tradio, tambm no patrimnio exclusivo e peculiar nosso. 2. A Tradio Gacha 35 Foi h menos de 200 anos que a palavra gacho (gacho das duas bandas de Prata), apareceu citada em anotaes ou documentos e de forma pejorativa. Por isso, at meados do sculo passado, ainda nos chamavam de continentinos ou rio-grandenses, porque g