Apostila CIV237 - 09

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE MINAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

APOSTILA MATERIAIS DE CONSTRUO I CIV237 (Edio 2009) PROF. DR. ESPEDITO FELIPE TEIXEIRA DE CARVALHO Fevereiro / 2009 2 SUMRIO MATERIAIS DE CONSTRUO I CIV237.............................................................................................................................1 SUMRIO .....................................................................................................................................................................................2 INTRODUO .............................................................................................................................................................................3 PEDRAS NATURAIS ................................................................................................................................................................. 15 AGLOMERANTES EM GERAL................................................................................................................................................ 18 GESSO......................................................................................................................................................................................... 22 MAGNSIA SOREL (OU SAREE) ............................................................................................................................................ 31 CAL AREA ............................................................................................................................................................................... 32 CIMENTO PORTLAND ............................................................................................................................................................. 40 ENSAIOS DE RECEPO DO CIMENTO............................................................................................................................... 61 AGREGADOS PARA CONCRETO........................................................................................................................................... 67 DOSAGEM EMPRICA.............................................................................................................................................................. 92 EXERCCIOSSOBREDOSAGENSDECONCRETO........................................................................................................118 RESUMO...................................................................................................................................................................................122 PROPPRIEDADES DO CONCRETO.......................................................................................................................................124 PROPRIEDADES DO CONCRETO ENDURECIDO..............................................................................................................131 PERMEABILIDADE DO CONCRETO....................................................................................................................................148 DEFORMAES DO CONCRETO.........................................................................................................................................153 DURABILIDADE DO CONCRETO.........................................................................................................................................163 PRODUO DOS CONCRETOS CONCRETAGEM..........................................................................................................172 CONTROLE TECNOLGICO DO CONCRETO....................................................................................................................178 R E C O N S T I T U I OD ET R A O S .....................................................................................................................188 ARGAMASSAS ........................................................................................................................................................................191 9 - PATOLOGIA DAS ARGAMASSAS DE REVESTIMENTO.............................................................................................194 PRINCIPAIS ADITIVOS QUMICOS......................................................................................................................................197 ADITIVOS PARA CONCRETO (continuao) ........................................................................................................................202 CONCRETOS ESPECIAIS .......................................................................................................................................................204 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................................................213 3 DISCIPLINA : MATERIAIS DE CONSTRUO I INTRODUO 1) Objetivo e Importncia da Disciplina / Ementa. 2) Condies a que devem satisfazer os Materiais3) Ensaios de Materiais 4) Normalizao5) Especificaes Tcnicas 1 - OBJETIVO / EMENTA: O objetivo fundamental da Disciplina Materiais de Construo : estudar os materiais para conhec-los e saber aplic-los, incluindo: Extrao materiais naturais a) OBTENOFabricao materiais artificiais b) PROPRIEDADES CARACTERSTICAS - Ensaios de Laboratrio c) UTILIZAO - Condies de Seu Emprego EMENTA DE MATERIAIS DE CONSTRUO I OBS.: Esta uma disciplina informativa de carter prtico 4 COLOCAO DE UM PROBLEMA No cumprimento das suas funes, ao engenheiro civil, cabe:Arquitetar, Dimensionar, Construir,ProtegereConservar, So, portanto, funes do Engenheiro Civil: ArquitetarDimensionar ConstruirProtegerConservar Conceber uma obra para atender s finalidades visadas: conforto, funcionalidade, higiene,esttica e outras. Conhecendoos esforos internos, fixar as dimenses dos elementos estruturais p/ que conservem suas posies e formas,isto p/ esforos externos determinveis.materializar a obra concebida, confeccionando e montando seus elementos, usando os materiais previamente escolhidos Recorrendo a outros materiais, o engenheiro procurar aumentar a durabilidade de uma obra construda com um determinado tipo de material, quando este for passvel de sofrer ataques por agentes externos. retocar ou reformar partes da construo cuja durabilidade tenha se expirado(acidentalmente ou por envelhecimento),usando materiais da mesma natureza ou no Vemos, assim, que nas vrias funes que ao engenheiro cabe desempenhar os materiais de construo desempenhampapelimportantssimo,sejanotocantesegurana,economiaoudurabilidadeda mesma. pr-requisitos profissionais: segurana,economiaedurabilidade. propriedadesmenor custo, propriedades fsicasmecnicastrabalhabilidadee qumicas Deummodogeral,dopontodevistadasegurana,interessaraoengenheiroconheceras propriedadesmecnicasdosmateriais;dopontodevistadadurabilidade,interessaraspropriedades fsicas e qumicas; do ponto de vista econmico interessar seu preo, trabalhabilidade, etc. PROBLEMA Emfacedasnecessidadesdoengenheiro,relativamenteaosmateriaisusadosem construo, o problema que nos propusemos colocar consistir em: 1) Escolher o material mais adequado para a materializao de um dado tipo de construo levando em conta: segurana, economia e durabilidade; 2) Como pr-requisito escolha, conhecer suas propriedades, isoladamente ou associados, o que exigir pacientes ensaios em laboratrio. A resoluo do problema proposto , precisamente, o objetivo do presente curso;e ressalta a importncia dos materiais de construo na vida profissional do engenheiro. 5 2) CONDIES A QUE DEVEM SATISFAZER OS MATERIAIS PARA UMA DETERMINADA CONSTRUO: CONDIES TCNICAS (QUALIDADE)RESISTNCIA TRABALHABILIDADE DURABILIDADE HIGIENE (PROTEO SADE) CONDIES ECONMICAS (CUSTOS) FABRICAO TRANSPORTE APLICAO CONSERVAO CONDIES ESTTICAS (APARNCIA GERAL) COR ASPECTO PLSTICA Observao:Nopossuindoqualidade,omaterialserbaratooudebaixo custo, mas no ser vivel economicamente. Um material s poder ser considerado satisfatoriamente econmico se for de boa qualidade. Exercciodeaplicao:Faamosumcomentriosobrecadaumadas11condiesa serematendidaspeloconcretoparaqueumaestruturacomeleexecutadapossaser considerada de boa qualificao. PONTOFUNDAMENTAL:Ascondiesaquedevemsatisfazercadamaterialparauma obradeengenhariadeboaqualificaoprecisamtraduzirumequilbrioentretodosos requisitos.Almdisso,emcadarequisito,qualqueralterao,paramaisouparamenos, trar reflexos negativos,sejanaqualidade,nas condies econmicas ou nas condies estticaseesseequilbriodeveatingirtodooconjuntodemateriaisempregadonaobra. Assim sendo, para o concreto, tem-se: Resistncia: Deve ser a adequada para cada caso. Se for insuficiente, isto , com falta de cimento, prejudicar a esttica em primeiro lugar (aparncia porosa, fissurao, etc) depois a durabilidade e a prpria segurana das estruturas com ele executadas. Se for em excesso paraaquelaaplicao,iraumentarocusto.Numcasodesuperexcesso,empeasde dimenses grandes, por exemplo, a estrutura sofrer tenses de origem trmica exatamente pelo calor de hidratao do cimento e tender fissurao generalizada, o queir reduzir, outravez,asegurana.Empeasquedeverocontergua,arelaoA/Cdeverser pequenaparaquetalfatonoocorra(aretraolevara>fissurao,quelevara> permeabilidade,aarmadurasofrer>taxadecorroso;comisso,haverdeterioraoe possvel runa). Trabalhabilidade:Cadamaterialtemumacaractersticaprpria.Deve-seprocuraro mximodetrabalhabilidadesemprejudicarasoutrascondiestcnicasouestticas.No casodoconcreto,trabalhabilidadeemexcesso(muitagua)prejudicararesistnciaea durabilidadeporexcessodeporosidadefutura,aopassoquetrabalhabilidadedemenos (muitoseco)irprejudicartodasasoutrascondies,tantotcnicaseestticasquanto econmicas, tambm por excesso de porosidade pela falta de adensamento. 6 Durabilidade: o quesito que mais depende da boa execuo. Concretos potencialmente durveis (com dosagem adequada) podem ter sua vida til bastante reduzida se forem mal aplicados(apresentandoaltaporosidade,malpreenchimentodasformas,fissurao generalizada, etc). Projeto ruim e m execuo fazem crescer os custos de conservao. Higiene:aquartacondiotcnicaaseratendida.Oconcreto,osoutrosmaterais, assimcomoasedificaes, devemdar conforto(isolamentotrmicoeacstico)alm de proteger a sade dos usurios. Um bom concreto no pode ter agregados radioativos, por exemplo. Fabricao: A qualidade est ligada tanto tecnologia de fabricao dos materiais quanto aoesmero noprojetoena execuo das obras.A estticatambm depende dafabricao dosmateriaisouexecuodasedificaes.Noconcreto,importaaqualidadedecada componente, a dosagem correta e o mnimo de falhas nas operaes de produo e de cura. Transporte:Tambmumacondioeconmicaaquedevemsatisfazerosmateriais empregados.Oscustosdetransporte(internoeexterno)devemsercompatveiscomas condies gerais de execuo dos projetos; e gerando mnimo custo. Aplicao: Os custos de aplicao dos diversos materiais ou sistemas construtivos devem tambmsercompatveiscomonvelesperadonoprojeto.(qualidadegeraldos componentes, trao adequado, equipe de execuo bem treinada, cura adequada, etc.) Conservao: Os custos de conservao ou manuteno das estruturas de concreto, alm de uma caracterstica intrnseca dos materiais componentes dependemmuitodaboaexecuo.Asfalhasde projeto e de execuo conduzem a custos mais altos de conservao. Cor:a cor realmente importante nos materiais visveis numa construo; assim, ela ser maisimportantenosconcretosaparentes,ondequalquerfaltadehomogeneidadeseria prontamente denunciada. (Ainda, a deteriorao do colorido quase sempre denota perda de durabilidade). Aspecto:pelatexturadapeadeconcreto(aspectovisual),dparasentironvelde qualidadedomesmo(sepossuibaixaporosidade,teoradequadodeargamassa, homogeneidade, no oxidao, etc.). Aqui, maiores cuidados sero exigidos nas estruturas em que o concreto for aparente, sem revestimento. Plstica:Umaestruturaprojetadacomharmoniadedimensescausaimpactovisual agradvelaoobservador.Nessecaso,oconcretodependermaisdahabilidadedo engenheiro que projetou e calculou a estrutura. 7 3) ENSAIOS DE MATERIAIS: DIRETAMENTE POR OBRAS J REALIZADAS A QUALIDADE PODE SER ESTIMADA INDIRETAMENTE ATRAVS DE ENSAIOS * *MAIOREFICCIA:ascondiesaqueomaterialdevesatisfazerpodemser reguladasoumodificadasintencionalmente,oqueiraumentaravelocidadedas observaes trazendo respostas mais rpidas. - Propriedades fsicas, qumicas e mecnicas OS ENSAIOS FORNECEM- Coeficiente de Segurana - Processos de Recepo dos Materiais. CoeficientedeSegurana:necessrioqueoesforoimpostoaummaterialseja inferioraoesforolimitequeomesmopodesuportarafimdequehajamargempara absorveraumentosdetensooudefadigaprovenientesdecarregamentosimprevistos,choques intempestivos, uso contnuo, oxidao, microfissurao, falta de homogeneidade, etc.

RecepodosMateriais:Soosprocessosrpidoseeconmicosadotadosparase conferir as qualidades previstas para cada material (srie de ensaios de fcil execuo). 3.1 - Classificao de ensaios de materiais Natureza do ensaio; Gerais. Especiais. Finalidade do ensaio: Fabricao manter e aperfeioar a qualidade do produto. Recebimento verificar se o produto atende s especificaes. Tipo de ensaio: Destrutivo; ou No destrutivo. Marcas deconformidade 8 3.2 - Natureza dos ensaios Gerais: Densidade Porosidade Permeabilidade Aderncia Dilatao trmica Condutibilidade trmica Condutibilidade acstica Fsicos Dureza, etc. Trao Compresso Flexo Toro Cisalhamento Estticos Desgaste Trao CompressoDinmicos Flexo Mecnicos De fadiga Trao Compresso Flexo Combinados Qualitativa Composio qumica Quantitativa Qumicos Resistncia ao ataque de agentes agressivos Especiais: Composio mineralgica Classificao petrogrfica Estado de conservao Estrutura, granulao, textura, ndices de enfraquecimento da estrutura, vazios, poros, fendas, Petrogrficos Elementos mineralgicos prejudiciais para a aplicao visada. Macroscpicos Metalogrficos Microscpicos Dobramento Maleabilidade Forjabilidade Fusibilidade Tecnolgicos Soldabilidade 3.3 - Marca de conformidade o reconhecimento pblico da qualidade de um produto. Caracteriza-se por um smbolo estampado na embalagem do produto que garante que o mesmo atende sua especificao. 9 4) MTODOS ESPECIFICAES E NORMAS - NORMALIZAO: Osnmerosfornecidospelosensaiossovaloresrelativos.grandeonmerode parmetros que influenciam. Da a necessidade da fixao de mtodos que, reduzindo ao mnimoosfatoresdevariao,permitemumacomparaomaisperfeitadas caractersticas. A interpretao dos resultados exige a associao de diferentes ensaios.Num ensaio de resistncia mecnica, por exemplo, os seguintes fatores exercem considervel influncia: - forma geomtrica e dimenses dos corpos de prova; - durao e marcha do ensaio; - mquina de ensaio; - condies outras do ensaio (temperatura, estado de umidade, etc) Para cada material, realizam-se sries completas de ensaios estipulados e, vista da documentao assimobtida, a fixao numrica de limites e demais condies para essas caractersticas constituir uma especificao para a recepo do material. NORMALIZAO: Objetivo da normalizao Normalizarpadronizaratividadesespecficas erepetitivas. umamaneira deorganizar as atividades por meio da criao e utilizao de regras ou normas. A normalizao tcnica tem como objetivo contribuir nos seguintes aspectos: a) Qualidade; / b) Produtividade; / c) Tecnologia; / d) Marketing;e) Eliminao de barreiras tcnicas e comerciais. Conceitos NormasTcnicas:documentosaprovadosporumainstituioreconhecida,queprev, para umusocomumerepetitivo,regras,diretrizesoucaractersticas paraosprodutosou processosemtodosdeproduoconexos,cujaobservncianoobrigatria,anoser quandoexplicitadasemuminstrumentodoPoderPblico(lei,decreto,portaria, normativa, etc.) ou quando citadas em contratos. Normas Regulamentadoras (NR): documentos aprovados por rgos governamentais em queseestabelecemascaractersticasdeumprodutooudosprocessosemtodosde produo com eles relacionados, com incluso das disposies administrativas aplicveis e cuja observncia obrigatria. Osnveisdenormalizaosoestabelecidospelaabrangnciadasnormasem relao s reas geogrficas. A abrangncia aumenta da base para o topo da pirmide. 10 Nveis de normalizao Normas nacionais, do Mercosul e internacionais Normas Empresariais so as normas elaboradas e aprovadas visando padronizao de servios em uma empresa ou em um grupo de empresas; NormasdeAssociaosoasnormaselaboradasepublicadasporumaassociao representante de um determinado setor, a fim de estabelecer parmetros a serem seguidos portodasasempresasaelaassociadas.Soasnormaseditadasporumaorganizao nacional de normas. Normas nacionais NoBrasil,asnormasbrasileirassoosdocumentoselaboradossegundoprocedimentos definidos pela ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas).OCNN(ComitNacionaldeNormalizao)defineaABNTcomoForoNacionalde Normalizao, entidade privada, sem fins lucrativos, qual compete coordenar , orientar e supervisionar o processo de elaborao de normas brasileiras, bem como elaborar, editar e registrarasreferidasnormas(NBR).AsnormasbrasileirassoidentificadaspelaABNT com a sigla NBR nmero/ano e so reconhecidas em todo o territrio nacional. Normas regionais Soestabelecidasporumorganismoregionaldenormalizao,paraaplicaoemum conjunto de pases. So normas regionais: Normas do Mercosul desenvolvidas pela AMN (Associao Mercosul de Normalizao), elaboradas atravs dos CSM (Comits Setoriais Mercosul). Normas COPANT (Comisso Pan-Americana de Normas Tcnicas) elaboradas nos seus comits tcnicos, por meio dos ABNT/CB. Normas internacionais Sonormastcnicasestabelecidasporumorganismointernacionaldenormalizao, resultantes da cooperao e de acordos entre grande nmero de naes independentes, com interesses comuns. 11 Normas ISO SoaquelaselaboradaseeditadaspelaOrganizaoInternacionaldePadronizao (Internacional Organization for Standardization). Fazem parte da ISO institutos de normalizao nacionais de mais de cem pases do mundo, entre eles o Brasil, representado pela ABNT. Srie de normas ISO 9000 A srie ISO 9000 formada pelas seguintes normas: NBR ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gesto da qualidade e estabelece a terminologia para esses sistemas; NBR ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gesto da qualidade; NBR ISO 9004 fornece diretrizes que consideram tanto a eficcia, como a eficincia de sistemas de gesto da qualidade. Srie de normas ISO 14000 Alm da ISO 9000, existe a srie ISO 14000, voltada para o meio ambiente. Essanormadegrandeimportncianomomentoemqueahumanidadepassapor alteraes climticas devido ao descaso para com os aspectos ambientais. A srie 14000 formada por trs normas: NBR ISO 14000 descreve os fundamentos de sistemas de gesto ambiental e estabelece a terminologia para esses sistemas; NBR ISO 14001 especifica requisitos para um sistema de gesto ambiental; NBR ISO 14004 fornece diretrizes que consideram tanto a eficcia, como a eficincia de sistemas de gesto ambiental. NORMALIZAO BRASILEIRA NA CONSTRUO CIVIL CB-02 - elaborao das normas tcnicas de componentes, elementos, produtos ou servios utilizadosnaconstruocivil(planejamento,projeto,execuo,mtodosdeensaio, armazenamento,transporte,operao,usoemanutenoenecessidadesdousurio, subdivididas setorialmente); CB-18-normalizaonosetordecimento,concretoeagregados,compreendendo dosagem de concreto, pastas e argamassas; aditivos, adesivos, guas e elastmeros(terminologia, requisitos, mtodos de ensaio e generalidades). Responsabilidade profissional do engenheiro em relao s normas Asnormastmumafunoorientadoraepurificadoranomercado.So recomendaes,combasenamelhortcnicadisponvelecertificadanumdeterminado momento, para se atingir um resultado satisfatrio. As normas valem como padres mnimos de referncia.

12 MATERIAL: ENTIDADES NORMALIZADORAS (A.B.N.T.) PROPRIEDADESMTODOSSRIE ESPECIFICAO P/CARACTERSTICAS DE ENSAIO ENSAIOSRECEP. DO MAT.

PRODUTORESE CONSUMIDORES a) Finalidades da Normalizao: AsNormasTcnicassoelaboradaspararegulamentaraQUALIDADE,a CLASSIFICAO, a PRODUO e o EMPREGO dos diversos materiais. b) Entidades Normalizadoras: PAS ENTIDADECOORDENADORA MUNDIAL OUTRAS BRASIL ABNT USAASTMCOPANT USA ASAABCP ALEMANHADINISOACI FRANA AFNOR RILEM JAPOJIS CEB INGLATERRA BSIPCA c) Vigncia: AsCOMISSESTCNICASdaABNTpromovemrevisonoelencodenormas sob sua responsabilidade a cada perodo de 5 (cinco) anos, podendo ou no alterar o textoda mesma em vigor. d) Tipos de Normas: A ABNT prepara os seguintes tipos de Normas. (qualquer delas uma NT) NB - (Norma Brasileira) - Condies e exigncias para execuo de obrasEB - (Especificao Brasileira) - Estabelecem prescries para os materiais. MB - (Mtodo Brasileiro) - Ensaios. Processos para formao e exame de amostras. PB - (Padronizao Brasileira) - Estabelecem dimenses para os materiais.TB - (Terminologia Brasileira) - Reularizam a nomenclatura tcnica.SB - (Simbologia Brasileira - Estabelecem convenes para desenhos. CB - (Classificao Brasileira) - Dividem e ordenam materiais por propriedades caractersticas. Ex.: Concreto por grupos de resistncia 13 Observaes: i) Para pesquisa no site da ABNT, deve-se usar as registradas com prefixo NBRExemplos: a NB-1 registrada sob o n NBR 6118 o MB-1 registrado sob o n NBR 7215 a EB-1 registrada sob o n NBR 5732 ii) O nome Norma Tcnica (NT) pode ser aplicado a qualquer dos tipos acima. e) Encaminhamento de uma Norma: ESTRUTURA DA ABNT: ABNT CB-01+ CB-02+CB-03 + ....+CB-18+....+CB-57 COMITS ex.: CB-18=Comit Brasileiro de Cimento, Concreto e AgregadosBRASILEIROS SUB COMITSex.: Cimentos e AdiesAgregadosConcretoAditivosArgama. 18.01 18.0218.0318.04 18.05 COMISSES TCNICAS Especificaes/Mtodos de ensaio/Propriedades COMISSES DE ESTUDO Preparam os textos de Norma TEXTO DE NORMA Projeto de Norma NORMA TCNICA NBR passando pelo CMN NBR NM COMITS BRASILEIROS em 08/2008 ABNT/CB-01 MINERAO E METALURGIA * ABNT/CB-02 CONSTRUO CIVIL ABNT/CB-03 ELETRICIDADE ABNT/CB-04 MQUINAS E EQUIP. MECNICOS ABNT/CB-05 AUTOMOTIVO ABNT/CB-06 METROFERROVIRIO ABNT/CB-07 NAVIOS E TECNOLOGIA MARTIMA * ABNT/CB-08 AERONUTICA E ESPAO ABNT/CB-09 GASES COMBUSTVEIS ABNT/CB-10 QUMICA ABNT/CB-11 COURO E CALADOS ABNT/CB-12 AGRICULTURA E PECURIA * ABNT/CB-13 BEBIDAS ABNT/CB-14 INFORMAO E DOCUMENTAO ABNT/CB-15 MOBILIRIO ABNT/CB-16 TRANSPORTES E TRFEGO ABNT/CB-17 TXTEIS E DO VESTURIO ABNT/CB-18 CIMENTO, CONCRETO E AGREGADO ABNT/CB-19 REFRATRIOS * 14 ABNT/CB-20 ENERGIA NUCLEARABNT/CB-21 COMPUTADORES E PROC. DE DADOS ABNT/CB-22 IMPERMEABILIZAO ABNT/CB-23 EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO ABNT/CB-24 SEGURANA CONTRA INCNDIO ABNT/CB-25 QUALIDADE ABNT/CB-26 ODONTO-MDICO-HOSPITALAR ABNT/CB-28 SIDERURGIA ABNT/CB-29 CELULOSE E PAPEL ABNT/CB-30 TECNOLOGIA ALIMENTAR * ABNT/CB-31 MADEIRAABNT/CB-32 EQUIP. DE PROTEO INDIVIDUAL ABNT/CB-33 JOALHERIA, GEMAS, MET. PREC. E BIJOU. ABNT/CB-35 ALUMNIO ABNT/CB-36 ANLISES CLNICASABNT/CB-37 VIDROS PLANOS ABNT/CB-38 GESTO AMBIENTAL ABNT/CB-39 IMPLEMENTOS RODOVIRIOS ABNT/CB-40 ACESSIBILIDADE ABNT/CB-41 MINRIOS DE FERRO ABNT/CB-42 SOLDAGEM ABNT/CB-43 CORROSO ABNT/CB-44 COBRE ABNT/CB-45 PNEUS E AROS ABNT/CB-46 REAS LIMPAS E CONTROLADAS ABNT/CB-47 AMIANTO CRISOTILA * ABNT/CB-48 MQUINAS RODOVIRIAS ABNT/CB-49 PTICA E INSTRUMENTOS PTICOS ABNT/CB-50 MAT, EQUIP. E ESTRUT. OFFSHORE PARA IND.DO PETRLEO E GS NAT. ABNT/CB-52 CAF ABNT/CB-53 NORMALIZAO EM METROLOGIA ABNT/CB-54 TURISMOABNT/CB-55 REFRIGERAO, AR-CONDICIONADO, VENTILAO E AQUECIMENTO ABNT/CB-56 CARNE E DO LEITE ABNT/CB-57 HIGIENE PESSOAL, PERFUMARIA E COSMTICOS ABNT/CB-59 FUNDIO ABNT/CB-60 FERRAMENTAS MANUAIS E DE USINAGEM * Comits em Recesso ORGANISMOS DE NORMALIZAO SETORIAL (ONS) ABNT/ONS-27 TECNOLOGIA GRFICA ABNT/ONS-34 PETRLEO ABNT/ONS-51 EMBALAGEM E ACONDICIONAMENTO PLSTICOS ABNT/ONS-58 ENSAIOS NO-DESTRUTIVOS

5) ESPECIFICAES TCNICAS Almdeplantas,desenhoseclculos,umProjetodeEngenhariatempartesde redao sob a forma de memorial descritivo e de especificaes tcnicas. Memorial Descritivo: d a descrio e indicao dos materiais a serem empregados. Dirigido a elementos no tcnicos para melhor compreenso do projeto, inclusive de toda a obra, quando concluda.

Especificaestcnicas:indicaominuciosadaspropriedadesmnimasqueos materiaisdevemapresentareatcnicaaserempregadanaconstruo.Destinam-seao construtorvisandoassegurarqueaobrasejarealizadacomoscuidadosapontadosno projeto. 15 PEDRAS NATURAIS 1 - Terminologia das Rochas e Solos: (TB-3) Rochas so materiais constituintes essenciais da crosta terrestre, provenientes da solidificao do magmaoudelavasvulcnicas,oudaconsolidaodedepsitossedimentares,tendoounosofrido transformaesmetamrficas.Essesmateriaisapresentamelevadaresistnciamecnica,somente modificvel por contatos com ar e gua em casos muito especiais. 2 - Propriedades das Pedras - Ensaios Tecnolgicos: As propriedades fundamentais das pedras so referidas aos seguintes requisitos bsicos: a) Resistncia mecnica: Capacidade de suportar a ao das cargas aplicadas sem entrar em colapso b) Durabilidade: Capacidade de manter as suas propriedades fsicas e mecnicas com o decorrer do tempo e sob a ao de agentes agressivos, fsicos, qumicos ou mecnicos. c) Trabalhabilidade: Capacidade da pedra em ser afeioada com o mnimo esforo. d) Esttica: Aparncia da pedra para fins de revestimentos ou acabamentos. Ensaios Tecnolgicos dessas Propriedades: a) Resistncia mecnica Pela ABNT: somente o ensaio de abraso Los Angeles (MB-170) Pelas DIN e ASTM: restante dos ensaios b) Durabilidade ABNT: nenhuma Normas Estrangeiras c) Trabalhabilidade NB-47 e NB-48 - ABNT NB-47 - apreciao petrogrfica feita nas jazidas, pedreiras ou depsitos, visando a caracterizao sumria do material. A partir desse estudo, podem ser fixados os ensaios tecnolgicos a serem executados para melhor aferio da aplicabilidade do material. Fornece elementos para as determinaes abaixo: - fratura para extrao- corte - polimento e aderncia a aglomerantes - homogeneidade - formatos adequados - dureza para indicar qual o meio de corte mais adequado, desde a serra de dentes para pedras duras. NB-48 - refere-se anlise petrogrfica, visando uma caracterizao completa. Dela tambm podem ser deduzidos os ensaios tecnolgicos aconselhveis. PRINCIPAIS PROPRIEDADES a) Cor: Apresenta grande importncia na esttica (decorao). b) Fratura: relacionada maior ou menor facilidade de extrao, corte, polimento eaderncia.Tipos de fratura: plana - blocos de faces planas conchoidal - corte difcil lisa - fcil polimento 16 spera - boa aderncia angulosa - superfcie de separao mais resistente c) Homogeneidade: Mantm as propriedades (qualidade). Pedra sem defeitos d som claroe a defeituosa d som surdo. Ao choque do martelo a rocha homognease parte em pedaos, e no em gros. d) Massa especfica aparente: a massa da unidade de volume da rocha seca, incluindo-se os vazios internos. e) Porosidade:Vv / Vt. o complemento da compacidade (p + c = 1) Uma pedra porosa : pouco resistente, permevel e gelvel. A porosidade est ligada durabilidade. f) Permeabilidade: Refere-se existncia de poros, nos quais a gua pode infiltrar-se, porcapilaridade ou presso. Importante quando h tendncia grande umidade. g) Higroscopicidade: absoro por capilaridade h) Gelividade: presso vencida pelo gelo: 146 kgf/cm; depende da porosidade e friabilidade do material. i) Condutibilidade trmica e eltrica: Condutibilidade pequena. As porosas so maisisolantes. Ateno para a dilatao trmica, asuperfcie sofre mais que o interior. j)Dureza: Maior ou menor facilidade de se deixar serrar. k)Aderncia: devida ao qumica pedra-aglomerante e ao mecnica. Fratura e porosidade influem na aderncia. avaliada pelo ensaio de trao. Propriedades Mecnicas: 1 - Compresso, trao, flexo e cisalhamento: Aspedrasresistembemcompressoemaltrao.Nasestratificadas,aresistnciamecnica varia com a orientao. A umidade tem influncia na resistncia, que varia na razo inversa da umidade. No seguem a lei de Hooke (As deformaes crescem menos rapidamente que as tenses). A resistncia a compresso d idia das outras propriedades mecnicas. A resistncia ao cisalhamento -1/10 a 1/15 da resistncia compresso. A resistncia trao 1/20 a 1/40 da resistncia compresso. A resistncia flexo de 1/10 a 1/15da resistncia compresso. O formato do corpo de prova influencia a resistncia compresso. 2 - Desgaste: H dois tipos de ensaios de desgaste: - resistncia abraso - disco horizontal que gira com abrasivo (areia ou crindon). - desgaste recproco por atrito em aparelhos especiais. Ex.: Los Angeles. 3 - Choque: Seu estudo no oferece maior influncia. H normas DIN ou ASTM. 3 - Escolha da Pedra: Para segurana e economia exige-se o conhecimento das caractersticas tcnicas e econmicas das pedras disponveis. A qualificao do material obtida por meio de um estudo petrogrfico de amostras representativas, seguido do exame tecnolgico em corpos de prova normalizados. (depende de utilizao prevista). 17 Paraagregadosdeconcreto,necessrioverificartambmopotencialreativodomineralcom os lcalis ( Na O e K O2 2) do cimento. 4 - Aplicaes: 1 - Alvenarias e Cantarias 2 - Pavimentao (de estradas, ruas, ptios, etc) 3 - Revestimentos (de piso, paredes, etc) 4 - Acabamentos (banheiros, cozinhas, pias, etc) 5 - Informaes Complementares: Descrioresumidadosmineraismaisimportantes,porseremosmaiscomunsnacomposio mineralgica das principais pedras de construo: 1-Quartzo:Slica( SiO2)livreouconstituindosilicatoscomxidosbsicos.Oquartzoslica cristalina.Massaespecfica2,65edureza7.Possuialtaresistnciacompressoegranderesistncia abraso.Aquecidoa870Ctransforma-seemtridimitacomconsidervelaumentodevolume.Na temperaturade1.710Cfunde;resfriadorapidamentedorigemaoquartzovtreo(slicaamorfa)de massaespecfica2,3.Aslicaamorfaocorrenanaturezasobaformadeslicahidratada,SiO H O2 22 .(opalina), que muito reativa com os lcalis do cimento, por exemplo. 2-Alumino-Silicatos:Depoisdaslica,aaluminaouxidodealumnio( Al O2 3)omaisabundante constituintedacrostaterrestre.Nanaturezaaaluminaocorresobaformadecrindon,mineralduro, dureza 9 na escala de Mohs, de grande emprego como abrasivo. a) Feldspato: silicato de alumnio que forma 50% em peso da litosfera. Tipos de feldspato: ortoclsio:K O Al O SiO2 2 3 26 . .ou feldspato comum de potssio plagioclsio:Na O Al O SiO2 2 3 26 . . -albitaouCaO Al O SiO . .2 3 26 -anortita.Coloraovarivel,massa especfica2,55a2,76,dureza6.Pontodefuso:1.170a1.550Csendousadocomofundentena produo de loua cermica. b)Micas:Sosilicatosdealumniodevariadaecomplexacomposioqumica.Principal caracterstica: fcil clivagem em lminas finas, flexveis e elsticas. Micas que ocorrem frequentemente: Muscovitamica de potssio, leve, transparente, infusvel e quimicamente estvel. Biotita:mica de ferro de Mg; composio variada, escura, cinza ou preta, menos durvelque a anterior. Caulinita:silicato de alumnio hidratado ( Al O Sio H O2 3 2 22 2 . . ). Ocorre como terra frouxa branca ou colorida, ou sob a forma de lminas, o principalcomponente das argilas. 3 - Silicatos de Magnsio e Ferro: So minerais preto-escuros. Massa especfica bastante maior do que dos demais silicato. Quando emgrandequantidade,essesmineraisconferemspedrasumacoloraoescuraegranderesistnciaao impacto. Anfiblios : incluem a hornblenda de massa especfica 3,1 a 3,5 que encontrada nasrochas vulcnicas. Piroxnios: tm a augita como mineral mais encontrado, com massa especfica 3,2 a 3,6. 18 Olivinas: minerais esverdeados, caracterizados pela baixa estabilidade:so alterados pelos mais diversos reagentes (gua, gs oxignio, gs carbnico). Quandoalterados pela gua aumentam de volume e transformam-se na serpentina em queuma dasvariedades apresenta estrutura fibrosa, utilizada na produo demateriais isolantes trmicos (amianto). 4 - Carbonatos e Sulfatos: Encontrados principalmente em rochas sedimentares. a) Calcita: carbonato de clcio cristalino ( CaCO3), mineral muito abundante. Massa especfica 2,7 e dureza 3. Quando tratado por uma soluo de HCl a 10%,apresenta violento desprendimento deCO2. b) Magnesita: caractersticas semelhantes calcita, emprega-se como material refratrio para revestimento de fornos. c) Dolomita: ( CaCO MgCO3 3. ). Propriedades idnticas s da calcita. porm mais dura,mais resistente e menos solvel na gua. d) Gipsita: mineral sedimentar ( CaSO42H2O), tem estrutura cristalina, algumas vezes, finamente granulada. Apresenta-se com cor branca quando puro. Massa especfica 2,3 e dureza 1,5. O gesso, comparativamente,dissolve-se bem na gua, 75 vezes mais do que a calcita (0,03g/l). e) Anidrita: ( CaSO4) Massa especfica 2,8 a 3,0 e dureza 3 a 3,5. Transforma-se porhidratao em gesso. AGLOMERANTES EM GERAL Definies: Aglomerantessoprodutosempregadosnaconstruocivilparafixarouaglomerarmateriais entre si. Constituem o elemento ativo que entra na composio das pastas, argamassas e concretos. So geralmente materiais pulverulentos que, misturados intimamente com gua, formam uma pasta capaz de endurecer por simples secagem, ou ento, o que mais geral, em virtude de reaes qumicas. Quadro Geral de Aglomerantes : 19 Quadro Geral de Aglomerantes: compostos Tipo PRODUTOS Principais SECUNDRIOS Processo de Endurecimento Elastici- dade Ao da gua Ao de cidos Ao de lcalis Uso Cimento Asfltico Hidrocarb pesados ResfriamentoPlstico--- concretos Asflticos Asfaltos Lquidos Hidrocarb pesados LEOS LEVES GASOLINA Evaporao do solvente Plstico--- Emulses Asflticas Evaporao do solvente Plstico--- Termoplsticos EnxofresS-ResfriamentoRgido--Ataca Cimentos resistentes a cidos Gorda CaO MgO - Ao do CO2 do ar Rgido Dissolve lentamente AtacaAtaca Revest.e Alvenarias Cal hidrat. Magra CaO MgO IMPUREZAS Ao do CO2 do ar Rgido Resiste a ao das chuvas Ataca- Revest.e Alvenarias Gesso 4CaSO-HidrataoRgido Dissolve, inclusive na chuva -Ataca Revesti- mentos Keene 4CaSO-HidrataoRgido Dissolve, inclusive na chuva -Ataca Revesti- mentos A r e o s SareeMgO 2MgClAo qumicaRgido Dissolve, inclusive na chuva -- Pisos e pr-fabri- cao Cal Pozolnica 2) (OH CaPOZOLANA Ao qumicaRgido-Ataca-- CalMe- talrgica 2) (OH CaESCRIA METALRGICA Ao qumicaRgido-Ataca-Alvenarias Cal Hidrulica CaOARGILAS Hidratao + CO2 Rgido-Ataca-Alvenarias H i d r u l i c o s Cimentos Portland CaOARGILASHidrataoRgido-Ataca- Estruturas Revesti- mentos FuranFuran-Ao qumicaPlstica-Ataca- Revesti- mentos FenlicoFenol-Ao qumicaPlstica-Ataca- Revesti- mentos R e a t i v o s Qumicos Epxico Polisteres Fenlicos -Ao qumicaPlstica-Ataca- Revesti- mentos (Bauer) Materiais de Construo Vol. I (Bauer) Materiais de Construo Vol. I20 AGLOMERANTES MINERAIS Como foi visto no quadro geral, muitos so os materiais que tem propriedades aglomerantes, pormparausonaconstruocivilessencialqueasmatriasprimasparasuaobtenosejam abundantes na natureza e se encontrem em condies de aproveitamento econmico. Como medida de economia e tambm para atenuar a influncia nociva da retrao, geralmente necessrio adicionar-se pasta um elemento inerte chamado agregado. Oagregadoummaterialgranulosoeinerte,convenientementegraduado,queentrana composio das argamassas e concretos. Conforme veremos posteriormente, o agregado classifica-se em: Agregado mido: de dimetro mximo igual ou inferior a 4,8mm. (areia natural e areia artificial). Agregado grado - de dimetro mximo superior a 4,8mm (pedra britada, seixo, etc). Adicionando-se pasta um agregado mido ter-se- uma argamassa. Se se adicionar, entretanto, pasta uma mistura de agregado mido e agregado grado ter-se- um concreto. Assim sendo podemos definir: Pasta:mistura ntima de um aglomerante e gua Argamassa:mistura ntima de um aglomerante, um agregado mido e gua. Concreto:mistura ntima de um aglomerante, um agregado mido, um agregado grado egua. (eventualmente acompanhados de algum aditivo). O endurecimento das argamassas e dos concretos decorre do endurecimento da pasta, visto que, a pasta endurecida adere tambm aos materiais com os quais tenha sido posta em contato; permitindo assim a execuo das alvenarias, revestimentos, concreto armado, estabilizao de solos, etc. Os aglomerantes so classificados em quimicamente inertes e quimicamente ativos. Aglomerantes quimicamente inertes: endurecem por simples secagem, como a argila. Aglomerantes quimicamente ativos: endurecem por reaes qumicas. Osaglomerantesquimicamenteativos,comoascales,gessosecimentos,cujoendurecimentonas condiesnormaisdetemperaturaepressodecorrentedeumareaoqumica,apresentammaior interesse e tm grande campo de aplicao, pois so capazes de atingir altas resistncias fsico-mecnicas e de se manterem estveis nessa condio por longo tempo. quimicamente inertes simples Aglomerantesquimicamente ativosareos compostos hidrulicos mistos com adies Osaglomerantesareosdevemserempregadossomenteaoar,poisnoresistemsatisfatoriamente quandoimersosngua,mesmodepoisdeendurecidos.Almdisso,oseuendurecimentodependeda secagem para ganho e manuteno da resistncia. Neste grupo tem-se: cales areas, gessos, magnsia sorel. Osaglomeranteshidrulicosresistemsatisfatoriamentequandoempregadosdentrodgua,e alem disso, o seu endurecimento processa-se sob influncia exclusiva da gua. (o endurecimento pode se efetivar independentemente da exposio ao ar, ou seja, no dependem da secagem). Exemplos: cimentos naturais ou artificiais e cales hidrulicas. Aglomerantes simples - constitudos de um nico produto sem mistura posterior ao cozimento, a no ser de pequenas %s admitidas em suas especificaes de substncias destinadas a regularizar a pega, facilitar a moagem ou ativar a progresso do endurecimento.21 Soconsideradosaglomerantessimplesosareosacimareferidoseoshidrulicos(cal hidrulica, cimento natural, cimento portland ou artificial e o cimento aluminoso). AglomerantesCompostos-soconstitudospelamisturadesub-produtosindustriais,ou produtosnaturaisdebaixocusto(escriadealto-fornooupozolana)comumaglomerantesimples, geralmente cal ou portland. comum adotar-se o termo Hidraulite para englobar as pozolanas e a escria de alto-forno. So aglomerantes compostos: cimentos pozolnicos e cimentos metalrgicos. Aglomerantes Mistos - so constitudos pela mistura de dois aglomerantes simples. (no empregados no Brasil). Aglomerantescomadio-oaglomerantesimples aoqual foramfeitas adiesque excedem oslimitesestabelecidosemsuasespecificaesparadar-lhespropriedadesespeciaiscomodiminuira permeabilidade,reduzirocalordehidratao,diminuiraretrao,aumentararesistnciaaagentes agressivos, dar colorao especial, etc. FASE DE PEGA DOS AGLOMERANTES Denomina-se pega ao perodo inicial de solidificao da pasta, designando-se por incio de pega o momento em que a pasta comea a endurecer perdendo a sua plasticidade. Porfimdepegaentende-seomomentoemqueapastasesolidificacompletamente,perdendo portanto toda a sua plasticidade. (a agulha de Vicat no penetra mais na pasta j enrijecida) Ofimdapeganosignificaqueapastatenhaadquiridotodaasuaresistncia,poisterminadaa fasedepegainicia-seafasedeendurecimentoquepodeduraranos,seascondiesdeconservao forem favorveis. Para o cimento portland o fim de pega ocorre de 4 a 6 horas aps o contato com a gua (pasta de consistncia normal). O endurecimento prossegue da seguinte forma: (valores mdios): FASE DE PEGA Incio de pega

Fim de pega FASE DE ENDURECIMENTO FC DE 365D (%) 100 90 81 58 38 FASE FASE DE DE PEGAENDURECIMENTO 0 10h3d7d28d90d365d Resistncia x idade para Cimento Portland Comum Os aglomerantes classificam-se segundo o tempo de incio de pega em: Pega rpida.............. 5 (II) + Mg(OH)2 expansivo. Lavagenssucessivasvoeliminandopaulatinamenteocloreto,dandohidrxidoedestruindoa argamassa;logo,noconvenientequefiqueexpostasintempries,porqueentoapresentama tendncia de inchar e fender. Aplicaes Ocimentosorelmuitoempregadoparapisos,paredeseplacasderevestimento.Omaterialde enchimento ser escolhido de acordo com o tipo de produto que se queira obter. Empregam-se madeiras, cortia, amianto, p de pedra, talco, etc. A principal desvantagem do cimento sorel sua instabilidade em presena de gua. Podem ocorrer tambm fissurao, produo de p e aumento de volume sem causas bem definidas. Resistncia mecnica do concreto com cimento sorel: - resistncia compresso: 22,5 MPa. - resistncia flexo: 3 a 6 Mpa. 32 CAL AREA 1 GENERALIDADES: Utilizao ampla da cal : Utilizao da cal na construo civil: Argamassa: Assentamento de alvenarias, revestimentos, etc. Tinta: Pinturas base de cal. Blocos construtivos: slico-calcrio, cal-escria, concreto celular, solo-cal.Estabilizador de Solos: base e sub-base de pavimentos rodovirios. Aditivo: melhorando misturas asflticas para pavimentao. Naantiguidadeoaglomeranteclssicodoselementosdeconstruoeraacal.Pode-seat imaginarquetenhasidodescobertaacidentalmentenumacampamentoondeseacendeuumafogueira sobrearochacalcria;tendocadoumachuvainesperadaocorreadesagregaodospedaosderocha, comaproduodevapordguaedeumapastabranca.Estapastaaotranscorrerdosdiasrecuperaa dureza e resistncia da rocha original.Destemodooudeumamaneiramuitosemelhantefoidescobertooaglomeranteeaargamassadecal, sculos antes que se conhecesse a explicao do processo. AtualmentenoBrasil,segundoaABPC(AssociaoBrasileiradosProdutoresdeCal), consomem-se, nas pequenas construes 1,1 sacos de cal por m de construo, ou seja, 22 kg/m de rea construda.Istodbemumadimensodaimportnciadomaterialquetambmempregadona estabilizao dos solos, em especial os slticos e argilosos formando o solo-cal, nos processos de obteno deao(fundentes)nafabricaodeacardecana,naobtenodovidro,notratamentodegua,na obteno de papel e em concretos especiais para aumentar a trabalhabilidade. Quanto forma de oferecimento do produto no mercado, podemos classificar as cales, e, esta a classificao da ABNT, em cales hidratadas ou cales virgens, conforme tenham sido, ou no, extintas na prpria fbrica. Parasuafabricao,utiliza-seumanicamatriaprimaqueocalcrio(carbonatodeclcio)comteor desprezvel de argila. O cozimento feito a uma temperatura inferior fuso, cerca de 900C, suficiente para a dissociao do calcrio, produzindo-se cal virgem e desprendendo-se gs carbnico. 33 2 - CICLO DA CAL AREA COMO AGLOMERANTE: 2.1 - Reaes Qumicas Envolvidas e sua importncia: I - CaCOoCCaO CO3 2900 + (calcinao) ou calcinao(obteno da cal virgem) 10056+ 44 O calcrio perde 44% de seu peso quando calcinado, sofrendo reduo de volume de 12 a 20%.Ao ser calcinado, o calcrio mantm sua forma (fragmentos), tornando-se, porm, mais poroso. Obs.:Oscalcriosdolomticossofremperdadepesomaiorpodendochegarat52%,casofossem carbonatos de magnsio puros. No ensaio de perda ao fogo para a cal virgem (MB-342) pode-se verificar desprendimento de mais CO2(indicandomcalcinao)oupresenadevapordgua[decomposiodoCa(OH)2]indicativode hidrataoprecocedacalvirgemouviva.Portanto,quantomenoraperdaaofogosinaldemelhor industrializao e correto armazenamento doproduto.Outro significado do ensaio que a % de (CaO + MgO) representa o total de xidos livres para a reao. II -CaO H O Ca OH calor + + 2 2( )(extino) ou (obteno da cal hidratada) 34 A cal extinta ou hidratada, que o aglomerante usado em construes, obtida na reao acima com o aumento de volume de 100% e grande desprendimento de calor (aproximadamente 280 cal/g), o que pode acarretar em certos casos a elevao da temperatura em mais de100C, com risco de incndios. Aspartculasdehidrxidodeclcioemagnsioresultantesdessadesagregaosoextremamente pequenas com dimenses na ordem de 2 micra (0,002mm). Somente as impurezas no se transformam em p,existindoinclusiveumensaiochamadoresduodeextinoparaverificaroteordeimpurezasno calcrio. Qualidade atravs da Velocidade de Extino: Ahidrataoouextinodacalvirgemumaoperaoimportantssimaquedeveser cuidadosamentecontrolada,poisdelaquevaidependerodesempenhodacalcomoaglomerante.As calesvirgensapresentamdiferentescomportamentosquandoempresenadegua,segundotenham predominncia ou no de magnsio. O MgCO3 dissocia-se ou decompe-se a cerca de 402C e o CaCO3 somente com cerca de 898C, pressoatmosfrica.Assim,quandoseiniciaadecomposiodoCaCO3,oMgOjformadoesth algumtempoexpostoatemperaturasmaiselevadaseistoacarretaasinterizao(semifuso)doMgO, denominada coalescncia do cristal, que diminui sua afinidade com a gua dificultando posteriormente a hidratao. Esse comportamento distinto exige uma classificao prvia, quanto rapidez de extino de uma cal virgem. Seaguanoforacionadaconvenientementecal,naextinodacalrpida,normalmentecal clcicaoualtoclcio,adificuldadedeirradiaodocalorgeradopodeelevarexcessivamentea temperaturademodoaprejudicaracal;diz-seentoqueacalfoiqueimada.Nacaldeextinolenta, geralmentemagnesiana,quetemmenorafinidadecomagua,ocalorseirradiacomfacilidade,dando, como conseqncia a no extino completa, diz-se que a cal est afogada. Para evitar estes dois fenmenos prejudiciais, recomendam-se os seguintes cuidados na extino: - cal de extino rpida (incio das reaes em menos de 5 min.): cal adicionada gua que deve cobri-la toda. No permitir o desprendimento de vapor, adicionando sempre mais gua; - cal de extino mdia (incio das reaes entre 5 e 30 min.): gua adicionada cal at cobri-la, mexer sempre que necessrio; -caldeextinolenta(inciodasreaesaps30min.):guaadicionadacalatumedec-la completamente, esperando que a reao se inicie; posteriormente, se necessrio, adicionar cautelosamente mais gua. TambmpeloMB-342podeserverificadaaexistnciadepartculasdeCaOeMgOnacalj extinta.Seistoacontece,ahidrataofatalmenteocorrernorevestimentoourejuntamento,fenmeno que se dar com expanso de volume e conseqentes prejuzos estticos. Afinuradeumacal,semdvida,ofatordemaiorimportncianassuaspropriedadescomo material de construo civil. desejvel, portanto que a cal tenha uma boa finura, pois quanto maior for a porcentagem de material fino, maior a sua plasticidade ereteno de gua, duas propriedades das pastas e argamassas que mais contribuem para a perfeita unio dos elementos construtivos. Alm disso, partculas com dimetros de 0,5 mm ou mais so normalmente as responsveis pela falta de estabilizao das cales. A finura pode ser verificada pelo ensaio de peneiramento (mx. de 0,5% retido na peneira 0,6mm e15%napeneira0,075mm,peneira200,pelomtodoASTMC-110)oupelapermeabilidadeaoarno aparelhodeblaine(reaespecficade10.000a15.000m/kg),verificou-seexperimentalmentequetais cales so constitudas predominantemente de partculas de 0,5 a 10,0 micrmetros. Algunspesquisadoresafirmamqueaformaeafinuradaspartculasdecalhidratadasofrem influnciadatemperaturadecalcinaodocalcriobemcomodomtododehidrataodacal.Em particular,temperaturaselevadasduranteahidrataotendemaaumentarotamanhodasmesmas. Justificam-secondiesdetemperaturaepressoaltasnosprocessosmodernosdeextinoque conseguemumprodutocompletamentehidratado.Aplasticidadenessecasopodeseraumentada utilizando-se da moagem em moinhos de bolas. 35 Especificaes pela NBR 6453/03 Quadro 11 Cal hidratada para construo. Exigncias qumicas (NBR 6453/03) 36 Quadro 12 Cal hidratada para construo. Requisitos fsicos (NBR 6453/03) Ensaios normalizados Finura (NBR 9289/00) Estabilidade (NBR 9205/01) Reteno de gua (NBR 9290/96) Plasticidade (NBR 9206/03) Consistncia normal (NBR 14399/99) Capacidade de incorporao de areia (9207/00) Plasticidade:(plasticmetro de Emley) Importncia:plasticidadealtasignificamaiortrabalhabilidade,sotambmmaiseconmicasno uso uma vez que permitem maior proporo de areia no preparo das argamassas. Geralmente,aplasticidadeda argamassa afetadapelo tempo emqueapastaesteveem contato com a gua. Quanto maior o tempo de embebio, maior a plasticidade. Obs.: o plasticmetro de Emley mede a plasticidade das pastas de cal. Reteno de gua: Umaboaretenodeguamelhoraaadernciaentreoselementosdaconstruo.Istosignifica dizerqueaargamassaircederguaparaoselementosdaalvenariadeumamaneiragradativa,no rapidamente, o que causaria m aderncia, e nem excessivamente lenta, pois poderia acarretar a perda de prumo da alvenaria. A grande capacidade de fixao de gua da cal hidratada devida unio fsica e qumica da gua sobre o cristal de Ca(OH)2 e isto a base principal do endurecimento da argamassa de cal area, j que deste modo h sempre presente suficiente quantidade de gua para dissolver a cal e o CO2 propiciando a reaodecarbonatao.Obs.:afinuramaiortambmbeneficianacapacidadederetenodeguado conjunto. O valor mnimo para a reteno de gua da cal do tipo E de 85% pela Norma e 75% para o tipo C Capacidade de incorporao de areia: Oobjetivodesteensaiodeterminaraquantidademximadeareiaquepodesermisturadacom umacalsemprejudicarascaractersticasdetrabalhodamisturaresultante.Noensaio,umasriede misturasareia-calcontendoproporescrescentesdeareiaforadaatravsdeumtubocomponta tronco-cnica,comforaevelocidadeconstantes.Atinge-seumestgioondeumpequenoaumentono contedo de areia resulta num aumento desproporcionalmente grande na quantidade de energia necessria paraextrudaramisturatoda,sobrandonotuboumaporodeargamassanoextrudida.Aalturadessa poroquesobranotubonopodeexceder3,7cm.Destaformapodemosencontrarqualotraomais 37 econmicoparaumadeterminadacal,garantindocomissoamesmatrabalhabilidadedamistura resultante. Obs.: Verificou-se que cales com plasticidade e reteno de gua elevadas (maior finura), tambm tmcapacidadedeincorporaodeareiaelevada;conseqentemente,taiscalessoasmaiseconmicas na prtica. III-Ca OH CO CaCO H O ( )2 2 3 2+ + (recarbonatao ou endurecimento) Aproveita-seofechamentodocicloparasefazeremasargamassasmisturando-seacalextinta com areia e gua. Finalmente, o bom desempenho de argamassas de cal, que so durveis e capazes de acomodarem-seapequenasdeformaes,restabelecendofendasminsculasepreenchendovaziosnasargamassas, explicado pela recarbonatao da cal, devida a ciclos de umedecimento e secagem. Este restabelecimento autgeno de grande valia na impermeabilidade de juntas de assentamento de alvenaria. Insistindo num produto em conformidade com uma determinada especificao, ou seja, fazendo os ensaios de recebimento e aceitao, o construtor estar seguro de obter um produto com as caractersticas queotornamaisadequadoaosseuspropsitos,eque,certamente,irapresentarmaiorestabilidade.O aglomerante,tendopropriedadesfsicasadequadas,invariavelmentetrarmelhorianodesempenhoda construo, especialmente no que concerne resistncia e durabilidade, e em economia considervel de material. 2.2 - Comentrios: A cal varia de propriedades de acordo com a composio da matria prima e dos tratamentos a que forsubmetidaaps acalcinao.Acal considerada area,quando arelao(Ih)entreos componentes argilosos e a cal inferior a 0,1 : 1 , 0%% % %3 2 3 2 2 0,50Ih > 0,50 Endurecimento CO2 do ar CO2 + hidratao HidrataoHidratao Possuem cal livre Pode conter cal livre porheterogeneidade da rocha.O processo visa combinar toda a cal. Sua composio mais regular Fabricao Pulverizam durante extino necessitam moagem 40 CIMENTO PORTLAND Definio: O Cimento Portland Comum pode ser definido como um aglomerante hidrulico produzido pela moagem do clnquer, que consiste essencialmente de silicatos de clcio hidrulicos, usualmente com uma ou mais formas de sulfato de clcio como um produto de adio. Osclnqueressondulosde5a25mmdedimetrodeummaterialsinterizado,produzidopelo cozimentoatfusoincipiente(30%defaselquida)deumamisturadecalcrioeargila, convenientementedosadaehomogeneizada,detalformaquetodaacalsecombinecomoscompostos argilosos, sem que, aps o cozimento resulte cal livre em quantidade prejudicial. Processo de Fabricao: Origem do Cimento A norma brasileira prev adies que do 8 tipos de Portland, conforme o teor e a composio adotada: Clnquer Escria de AF +Pozolana MOAGEM Cimento Portland XYZ CaSO4Filler 75 m 41 - A presena deAl O Fe O MgO2 3 2 3, ,e lcalis na mistura de matrias primas tem um efeito de reduzir as temperaturas de formao dos silicatos de clcio, baixando os custos de produo do cimento. -Ahomogeneizaodamisturadematrias-primas,eamoagem,tambmajudamnaformaodos compostos desejados no clnquer. - Devido maior eficincia em termos de consumo de energia, as fbricas modernas priorizam o processo de produo por via seca (800 kcal por quilograma de clnquer contra 1400 kcal/kg na via mida). - As reaes qumicas que ocorrem no sistema de fornos de cimento podem aproximadamente ser representadas como as seguintes: Matrias-Primas Clnquer Notao Simplificada 3CaO.SiO2C3S Pedra calcria CaO + CO22CaO.SiO2C2S Argila 3 2 3 2 2Fe + Al + SiO O O3CaO. Al O2 3C3A 4CaO.Al O2 3. Fe O2 3C4AF A operao final no processo de produo consiste na moagem do clnquer com gesso (retardador dapegainicial)easadiesemteoresvariadosquedaroosvriostiposdecimentoportland especificados pelas normas tcnicas do CB-18 da ABNT. Seqncia de formao dos compostos do clnquer: Natemperaturadeclinquerizao,emtornode1450oC,aformaodoscompostosocorreda seguinte maneira:Inicialmenteacalsecombinacomoxidodeferroeaaluminaparadaroferroaluminato tetraclcico (C4AF), at esgotar-se o xido de ferro. A alumina restante vai formar com a cal o aluminato triclcico ( C A3). A slica combina-se com a cal, dando o silicato diclcico ( C S2). O restante da cal age sobre oC S2, dando o silicato triclcico ( C S3). Se houver cal em excesso, haver cal livre. Composio Qumica: A composio em xidos dos cimentos nacional varia, comumente, entre os seguintes valores: CaO .............. 61 a 67% MgO ............ 0,8 a 6 % SiO2 ............. 20 a 23% lcalis ....... 0,3 a 1,5% Al O2 3 ......... 4,5 a 7% SO3 ..............1 a 2,3% Fe O2 3 ............ 2 a 3,5%TiO2 ; Mn3O4 e P2O5 - Aparecem em pequenas quantidades

Perda ao fogo:4,5 %eInsolveis no HCl: 1,0 % Notao prpria da qumica dos cimentos abreviaes xido Abreviao CompostosAbreviao CaOC3CaO.SiO2C3S SiO2S 2CaO.SiO2C2S Al O2 3 A3CaO. Al O2 3C3A Fe O2 3F 4CaO. Al O2 3. Fe O2 3C4AF SO3SCaSO H O4 22 . CSH2 H2O H 3CaO.2 SiO2.3H2OC3 2 3S H 42 prticacomumnaindstriadocimento,calcularem-seosteoresdoscompostosapartirda anlisedosxidosusandoumasriedeequaesoriginalmentedesenvolvidasporR.H.Bogue.A determinao direta desses compostos, que requer habilidade e equipamentos especiais, no necessria para o controle rotineiro da qualidade do cimento. Obs.:adeterminaodiretaacimacitadapodeserfeitapordoismtodos,asaber:microscopiaem seespolidasedifratogramasderaiosXdeamostraspulverizadas(baseia-seemcurvasdecalibrao que comparam picos de difrao). Clculo da composio potencial do cimento pelas equaes de Bogue: %% C =4,071C-7,600S-6,718A-1,430F-2,805S% C =2,867S-0,754C C =2,650A-1,692F% C =3,043F32 334S SSA AF Observaes: 1) As equaes de Bogue admitem que as reaes qumicas de formao dos compostos do clnquer estejam completas, e que a presena de impurezas tais como o MgO e os lcalis possa ser ignorada. Esta a razo pela qual a composio calculada tambm referida como composio potencial do cimento. 2) As equaes so aplicveis aos cimentos com uma relao A/F0,64 Como ambas as hipteses no so vlidas, em alguns casos, surgem desvios considerveis entre a composiocalculadaeareal,determinadadiretamente,principalmenteemrelaoaosaluminatos C A e C AF3 4. Nos cimentos brasileiros, so os seguintes os teores mdios dos compostos:

C SC SAC AF324 42a 60% 14 a 35%C6 a 13% 5 a 10%3

Caractersticas dos compostos: Propriedade C S3C S2C A3C AF4 Resistnciaboa (incio) boa (fim) pequenapequena Intensidade da reaomdiaLentarpidarpida Calor desenvolvidomdiopequenograndepequeno Os aluminatos so os responsveis pelas primeiras reaes com a gua (enrijecimento e pega), mas atingem valores muito baixos de resistncia aos esforos mecnicos. Velocidade de hidratao dos componentesResistncia dos componentes do cimento 43 Estruturas cristalinas: EstforadoescopodaDisciplinadiscutiremdetalhesaestruturacristalinaaltamentecomplexa dos compostos do cimento, porm, os aspectos essenciais que conduzem a diferenas na reatividade so descritos abaixo. (inclui exame microscpico do clnquer): Silicatotriclcico:ocorreemcristaismelhordefinidos,relativamentegrandes,comcontornos hexagonais.conhecidocomoalita.Assimcomoosoutros,possuiimpurezasempequenaquantidade, onsdemagnsio,alumnio, ferro,potssio,sdioeenxofrequetrazem distoresemsua frmula.Seu arranjoestruturalpossuigrandesvazios,responsveispelaaltaenergiaereatividade.Dimenses:10a 50m. Silicato diclcico: ocorre em cristais relativamente grandes, exibindo forma arredondada ou com bordos dentados,massemevidnciadeformaregular.conhecidocomobelita(C2S).Possuivazios intersticiaismuitomenoresdoquenoC3Seistotornaabelitamuito menosreativaquea alita.A outra formacristalogrficadoC2S,denominado(C2S),temestruturaregularqueotornanoreativo. Dimenso: 30m, aproximadamente. 44 Aluminatoeferroaluminatodeclcio:formamomaterialintersticialsituadoentreoscristaisdos silicatosdeclcio.Sofasesqueseachavamnoestadolquidotemperaturadeclinquerizao.Afase claraseriaaquelacontendoferro,C AF4ouumasoluoslidaprximadessacomposio.Suaforma cristalina s vezes de difcil distino. J o material intersticial escuro apresenta dois tipos: o cristalino e oamorfo.Oprimeiro oC A3eosegundo chamadovidro,porquesolidificousemtertidotempo de cristalizar-se.Avitrificaomaiorparamaioresvelocidadesderesfriamento.Analogamenteaos silicatosclcicos,ambososaluminatospossuemimpurezas.Asestruturascristalinassobastante complexas, mas caracterizadas por grandes vazios intersticiais que os tornam altamente reativos. xidodemagnsio:umapartedoxidodemagnsiototalno clnquerdocimentoportland(isto , at 2%) pode entrar em soluo slida com os vrios compostos acima descritos; porm, o resto, se houver, ocorrecomoMgOcristalino,tambmchamadopericlsio;cujahidratao(transformao emhidrxido de magnsio) uma reao lenta e expansiva que pode causar deteriorao ou imperfeies no concreto endurecido. xido de clcio livre: raramente est presente em quantidades significativas nos cimentos modernos (s atravs de falhas nas operaes de produo). Na estrutura do MgO os ons de oxignio esto em contato ntimocomoonMg2+numarranjocompactonosinterstcios.Porm,nocasodoCaO,devidoao tamanhobemmaiordoonCa2+,ooxignioficabemmaisafastadoeoarranjonotocompacto. Conseqentemente, o MgO cristalino muito menos reativo com a gua do que o CaO cristalino e muito menos prejudicial, sob temperaturas comuns de cura. CompostosAlcalinoseSulfatos:oslcalis,osdioeopotssio,noclnquerdocimento,so principalmente provenientes da argila ou do carvo combustvel; sua quantidade total expressa, em Na2O equivalente ( Na2O + 0,648K O2), pode variar de 0,3 a 1,5 %. Quando o cimento possui teor de lcalis superior a 0,6 %, se o agregado contiver slica amorfa ou dolomita em condies de reao, poder haver expanses anormais em argamassas e concretos. Os lcalis desenvolvem papel de fundentes na produo doclnquer,baixandoatemperaturaereduzindocustos,edepoisagemcomoaceleradoresdapega. Quantoaossulfatos,suapresenanoclnquertemorigemgeralmentenocombustvel.Nocimento portland comum, a origem da maioria dos sulfatos (expressos emSO3) a gipsita, ouCaSO4 numa das suas vrias formas possveis, adicionada ao clnquer. HIDRATAO DO CIMENTO PORTLAND

hidratao = reao qumicacimento x gua

transformaes de matria pontos de interesse variaes de energia velocidade de reao PEGA: perodo de solidificao da pasta A HIDRATAO GERA ENDURECIMENTO: resistncia x tempo 1 - dissoluo /precipitao Mecanismos de hidratao do cimento 2 - topoqumico 45 1 - dissoluo / precipitao: Envolveadissoluodecompostosanidrosemseusconstituintesinicos,formaodehidratos nasoluoe,devidosuabaixasolubilidade(menorquedoscompostosanidros),precipitao provenientedesupersaturao.Humacompletareorganizaodosconstituintesdoscompostos originais.Outraabordagemdomesmomecanismopodeservistaconformefigura1:(Dissoluo/ precipitao) 2 - topoqumico ou hidratao no estado slido: Asreaesocorremdiretamentenasuperfciedoscomponentesdo cimentoanidrosementrarem em soluo.A partir de estudos sobre pasta de cimento em microscpio eletrnico notou-se que o mecanismo dissoluo/precipitaodominantenosestgiosiniciaisdehidrataodocimento.Emestgios posteriores,quandoamobilidadeinicanasoluosetornarestrita,ahidrataodapartcularesidual pode ocorrer por reaes no estado slido. O enrijecimento e a pega so devidos aos aluminatos. O endurecimento devido, quase que exclusivamente, aos silicatos. 46 Figura 1 GEL DE CIMENTO SOLUO SUPERSATURADA EM RELAO AOS COMPOSTOS HIDRATADOS PRECIPITAOCa OH ( )2

cristal primriode VARIAES DE cimento anidro CONCENTRAO PRESSO OSMTICA QUE ROMPE O GEL Velocidade de Avano 0,5 m no 1 diaAVANO DA GUA SOBRE2 m em 7 dias O COMPOSTO ANIDRO 4 m no 1 ms REINCIO DO CICLODE HIDRATAO Veja-se o que ocorre com os compostos na hidratao do cimento: C S3 - A hidratao comea dentro de poucas horas, desprendendo-se calor; o composto anidro vai passandoparaasoluo,aparecendocristaisdeCa OH ( )2,enquantoumamassagelatinosadesilicato hidratado se forma em torno dos gros originais. C S2-atacadolentamentepelagua;depoisdesemanasoscristaisserecobremdesilicato hidratado. Forma-se tambm Ca(OH)2 , porm em menor quantidade que na hidratao doC S3. C A3 - Reage rapidamente com a gua e cristaliza em poucos minutos. No se produz hidrxido, mas aluminatohidratado.O calordehidratao tantoquequaseseca a massa.Ainclusodagipsita paraqueocorraasuareaocomoC A3formandoumacapadeetringita(trissulfoaluminatodeclcio hidratado)envolvendoosgrosdealuminatoeimpedindoacontinuidadedasuahidratao.Aps21 horas essa capa rompida e a hidratao prossegue. C AF4-ReagemenosrapidamentequeoC A3.Noliberacaleformatambmumaluminato hidratado.Obs.:Estasreaesprocessam-sesimultaneamente,havendoaindaumareao,dapartedoscompostos com o gesso. O aluminato de clcio hidratado reage com o sulfato de clcio e forma umsulfoaluminato conhecido pelo nome de sal de Candlot: C A aq O O3 3 4 23 31 . . . . + 3CaSO3CaO.AlCaSOH4 2 A cristalizao desse sal se d com fixao de muita gua. O sal de Candlot expansivo, exigindo que a quantidade de gesso adicionada seja limitada. 47 Hidratao do Cimento Portland por C. Venet (1995): Ospormenoresdasreaesqumicasquetmlugarduranteahidrataosomuito complexos e costuma-se dizer que O concreto fruto de uma tecnologia muito simples, mas de umacinciamuitocomplexa.Detalhesdoendurecimentodapastadecimentonosoainda completamente compreendidos. Estgios iniciais da Hidratao Estgio 1 Perodo da mistura Rpida dissoluo dos diferentes ons liberados pelas diversas fases. Natureza exotrmica, gerando dois hidratos que cobrem parcialmente a superfcie dos gros de cimento: a) pelo C-S-H formado com ons Ca++, H2SiO4- - e OH- vindos dos silicatos do clnquer b)pelaetringita(saldetrissulfoaluminatodeclciohidratado)formadaporCa++,AlO2-,SO4--eOH- originados dos aluminatos e do sulfato de clcio (gesso) Estgio 2 O Perodo dormente Orpidoaumentotanto dopHcomonoteordeonsCa++da guademisturatornamaislentaa dissoluo da fase do clnquer. 48 O fluxo trmico fica consideravelmente mais lento, mas nunca pra. Uma pequena quantidade de C-S-H formada durante esse perodo e, se existe o equilbrio certo entre os ons de alumnio e de sulfato, quantidades reduzidas de etringita e de aluminato de clcio hidratado so tambm formadas. Durante esse perodo,afaseaquosatorna-sesaturadaemCa++,masnoexisteprecipitaodeCa(OH)2,mais provavelmenteporcausadesuabaixavelocidadedeformaoemcomparaocomaquelado concorrente C-S-H. Alguma floculao dos gros de cimento tambm ocorre durante este perodo. Estgio 3 - Incio da Pega 49 A reao de hidratao subitamente ativada quando o hidrxido de clcio comea a precipitar-se. Isso ocorre quando no existe praticamente mais silicato na fase aquosa. Este sbito consumo de ons Ca++eOH-aceleraadissoluodetodosos componentesdocimentoportland.O fluxotrmicocresce vagarosamente no princpio (porque a precipitao do CH endotrmica e absorve algum calor) e torna-se mais rpida nos estgios finais. Usualmente,oinciodapegacaidentrodesteperodo,excetoquandoalgumendurecimentoda argamassaocorredevidoaodesenvolvimentodeagulhasdeetringitaedealgumC-S-H.Asfasesdos silicatosedosaluminatoshidratadoscomeamacriaralgumasligaesinterpartculas,resultandoem endurecimento progressivo da pasta. Estgio 4 Endurecimento Na maioria dos cimentos Portland, existe menos sulfato de clcio do que o necessrio para reagir com a fase aluminato, de tal forma que durante a pega, ons SO4- - so totalmente consumidos inicialmente pela formao da etringita. Isso ocorre usualmente entre 9 e 15 horas depois do incio da mistura. Nesse momento,aetringitatorna-seumafontedesulfatoparaformaromonossulfoaluminatocomafase aluminato remanescente. Essa reao gera calor e leva acelerao da hidratao das fases silicato. 50 Nota: os produtos de hidratao formados durante os primeiros estgios so freqentemente chamados de produtosexternosporqueelescrescemforadosgrosdecimento,nafaseintersticialaquosa.Eles aparecem como uma rede porosa e frouxa de C-S-H, de agulhas de etringita, de monossulfafoaluminato e de cristais hexagonais amontoados de portlandita. Estgio 5 Reduo da velocidade Nesteestgiodahidratao,osgrosdecimentoestocobertosporumacamadadehidratos,a qual vai se tornando cada vez mais espessa. cada vez mais difcil para as molculas de gua chegarem s partes no hidratadas das partculas de cimento, atravessando essa espessa camada.A hidratao vai se reduzindoporquecontroladapredominantementepeladifusodasmolculasdeguaatravsdas camadasdehidratos,eapastadecimentohidratadaseparececomumacompactapastaamorfa conhecida como produto interno. AhidrataodocimentoPortlandpraquandonoexistemaisfaseanidra(concretodealta relaogua/aglomerantebemcurado)ouquandoaguanopodemaischegarsfasesnohidratadas (sistemasmuitodensosedefloculados),ouaindaquandonoexistemaisguadisponvel,casoisso acontea (relao gua/aglomerante muito baixa). 51 Macro-diferenas entre Concretos Produtos da hidratao do cimento: Silicato de clcio hidratado: a fase silicato de clcio hidratado, abreviada para C-S-H, constitui de50a60%dovolumedeslidosdeumapastadecimentoportlandcompletamentehidratadoe, conseqentemente, a mais importante na determinao das propriedades da mesma. O fato do termo C-S-H ser hifenizado significa que ele no um composto bem definido; a relao C/S varia entre 1,5 e 2,0 e o teor de gua estrutural varia ainda mais. A morfologia do C-S-H varia de fibras pouco cristalinas a um reticulado cristalino. Devido s suas dimenses coloidais e tendncia a aglomerar, os cristais de C-S-H puderam ser observados somente com o advento do microscpio eletrnico. A estrutura cristalina interna doC-S-Htambmpermanecenototalmentedistinguvel.Elafoianteriormenteassumidacomo semelhante do mineral natural tobermorita; por isto, foi s vezes denominada gel de tobermorita. 52 No caso da hidratao completa, a composio aproximada do material corresponde aoC S H3 2 3 ; esta composio ento utilizada para clculos estequiomtricos. AsreaesestequiomtricasparapastascompletamentehidratadasdeC S3eC S2podemser expressas como: 23 2 3C SS H + 6H C + 3 CH3 22 2 3C SS H + 4H C + CH3

Almdofatodequeprodutosdereaosimilaressoformadosnahidrataodeambosos silicatos de clcio presentes no cimento portland, h diversos pontos que precisam ser destacados. Primeiro,clculosestequiomtricosmostramqueahidrataodoC S3produziria61%de C S H3 2 3 e 39% deCa OH ( )2, enquanto a hidratao doC S2 produziria 82% e 18%, respectivamente. Os dados sugerem que a resistncia final de um cimento portland de alto teor deC S3 seja menor do que a de um cimento com alto teor deC S2. Segundo, com relao durabilidade a ataques qumicos, muitas especificaes objetivam limitar o teor mximo permissvel de C S3 nos cimentos; algumas recomendam o uso de pozolanas para remover o excesso de hidrxido de clcio da pasta de cimento hidratado. Terceiro, pelas equaes acima, pode-se calcular que os silicatos consomem 24% e 21% de gua, respectivamente, para a hidratao completa. Obs.:1)Asreaesdehidrataodaalitaedabelitasoaceleradasnapresenadeonssulfatoem soluo.Elessoprovenientesdagipsita,oquemostraque,emboraoobjetivobsicodagipsitano cimento seja o de retardar o incio de pega, um efeito colateral a acelerao da hidratao da alita, sem a qual os cimentos industriais endureceriam a uma taxa mais lenta. 2)AaltaresistnciadocimentoseobtmpelamelhormoagemoupeloaumentodeC S3, obtidopeloaumentodoCaOnamatriaprima,masissoocasionaumaumentodohidrxidodeclcio, isto , a melhoria na resistncia acompanhada de menor estabilidade qumica. De acordo com o modelo de Powers-Brunauer, o C-S-H tem uma estrutura em camadas com uma rea especifica elevada, podendo chegar a 700m/g. A resistncia do material principalmente atribuda a foras de Van der Waals, sendo o tamanho dos poros do gel ou a distncia slido-slido ao redor de 18. O modelo Feldman-Sereda representa a estrutura do C-S-H como sendo composta de um arranjo irregular e dobrado de camadas ao acaso, de modo a formar espaos interlamelares de forma e tamanhos diferentes (5 a 25). Hidrxido declcio: Cristaisde hidrxido de clcio (tambm chamado de portlandita) constituem 20 a 25%dovolumedeslidosnapastahidratada.EmcontrastecomoC-S-H,ohidrxidodeclcioum compostocomumaestequiometriadefinidadeCa(OH)2.ComparadoaoC-S-H,opotencialde contribuiodohidrxidodeclcioparaaresistnciadevidoaforasdeVanderWaalslimitado, conseqnciadeumareaespecficaconsideravelmentemenor.Almdisso,apresenadeuma quantidadeconsiderveldeCa(OH)2nocimentoportlandhidratadotemumefeitodesfavorvelpela solubilidade do hidrxido de clcio, muito maior do que a do C-S-H.O Ca(OH)2 dissolve-se at na gua absorvida da umidade do ar e, vindo superfcie, em contato com oCO2 do ar forma oCaCO3 . Este carbonato insolvel d eflorescncias brancas. Sulfoaluminatos de clcio: Os sulfoaluminatos de clcio ocupam de 15 a 20% do volume de slidos na pastaendurecidae,conseqentemente,desempenhamumpapelmenornasrelaesestrutura-propriedades.Jfoiestabelecidoqueduranteosprimeirosestgiosdahidrataoarelaoinica sulfato/aluminadasoluofavoreceaformaodeetringita,quesetransformaeventualmenteem monossulfatohidratado.Apresenadomonossulfatonoconcretodecimentoportlandtornaoconcreto vulnervel ao ataque por sulfato (gua do mar, guas selenitosas, etc.).As reaes qumicas relevantes podem ser expressas como: 53 [ ] ] AlO AS H423 32 + 3 [SO + 6 [Ca] +aq.C4+26(etringita) [ ] ] AlO ASH4218 + [SO + 4 [Ca] +aq.C4+24 (monossulfato) Obs.:Na gua do mar, o sulfato de magnsio nela contido reage com o Ca(OH)2 e resultaCaSO4 , com conseqente depsito de hidrxido de magnsio. Este sulfato de clcio ocasiona expanso na massa docimentoe,juntamentecomoexistentenaguadomar,combina-secomaaluminaedosalde Candlot(sulfoaluminatodeclcioinsolvel),oqueagravacomotempoafragmentaodocimento portland comum. Grosdeclnquernohidratado.Dependendodadistribuiodotamanhodaspartculasdecimento anidroedograudehidratao,algunsgrosdeclnquernohidratadospodemserencontradosna microestrutura de pastas j hidratadas. (Considera-se geralmente que as partculas de cimento maiores do que45msodifceisdehidratareaquelasmaioresdoque75mnuncasehidratamcompletamente). Comaevoluodahidratao,primeirosodissolvidasaspartculasmenores(i.e.,desaparecemdo sistema) e as partculas maiores tornam-se menores. Dados obtidos na hidratao do cimento portland: experincia: 100g de cimento e 42g de gua Massa do cimento seco .............................................100g Volume absoluto do cimento seco.............................31,8cm Massa de gua combinada.........................................23% em peso Volume de gua do gel..............................................19cm gua total na mistura.................................................42cm Relao gua/cimento em massa................................0,42 Volume do cimento hidratado....................................67,9cm Volume inicial do cimento e gua..............................73,8cm Poros capilares e vazios.............................................5,9cm Obs.: Hidratao realizada em tubo de ensaio lacrado. PEGA E ENDURECIMENTO Mecanismo de retardoda pega pela gipsita: A reao do C3A com a gua imediata e tornaria o cimento portland sem utilidade para a maioria dos propsitosde construo, caso no fosse utilizada a gipsita. A solubilidade do C3A diminuda na presena de ons sulfato, hidroxila e lcalis. Dependendo da concentrao do aluminato e dos ons sulfato nasoluo,oprodutocristalinodeprecipitaootrissulfoaluminatodeclciohidratadoque, posteriormente se transforma em monossulfoaluminato de clcio hidratado por reao com mais C3A . O trissulfoaluminato cristaliza-se como pequenas agulhas prismticas e tambm denominado alto sulfato oupeladesignaomineralgicaetringita.Aetringitacristaliza-sedevidoelevadarelao sulfato/aluminato na fase aquosa durante a primeira hora de hidratao. Mais tarde, depois do sulfato da soluo ter sido consumido quando a concentrao de aluminatos se eleva novamente devido renovao dahidrataodoC A e do C AF3 4,aetringitatorna-seinstvelegradativamenteconvertidaem monossulfato,queoprodutofinaldahidrataodoscimentosportlandquecontmmaisde5%de C A3: C AS H C A C ASH6 3 32 3 4 182 + + ... 54 Essemonossulfatotornaoconcretovulnervelaoataqueporsulfato,formaodosaldeCandlot que expansivo. Fatores que influenciam a durao da pega: a) Cimentos ricos emC A3 do pega mais rapidamente. Corrige-se esse tempo de incio de pega pela adio de gesso, retardando-o. b) A durao da pega varia na razo direta do grau de moagem, cimentos finos do incio de pega mais rpidos e fim de pega mais demorados. c) A quantidade de gua sendo maior provocar menores tempos de incio de pega. d) O aumento da temperatura diminui o tempo da pega. e) Temperaturas prximas de 0 C retardam as reaes, e pouco abaixo desse valor as paralisam. A -1 C a pega no se d (a pasta congela) f)Osprodutosqueaumentamavelocidadededissoluo(aumentamasolubilidadedos constituintes do cimento) so aceleradores. J os que dificultam a dissoluo so retardadores. Aceleram a pega:retardam-na: Cloreto de Clcio (>0,5%)Gesso, Carbonato de Sdio, Cloreto de Sdio xido de Zinco, acar Potassa e Soda. brax, cido Fosfrico. Obs.:Naprtica,aosenecessitaralterarapegadocimento,ououtrapropriedadequalquer, aconselhvelutilizarprodutosespecficos(aditivos)jexistentesnomercadoporteremsidoalvode estudos prvios de dosagem pelos prprios fabricantes. FINURA DO CIMENTO : (GRAU DE MOAGEM) Alm da composio, a finurado cimento influenciaa sua reaocom a gua. Haver umataxa de reatividade maior e, portanto, maior velocidade no ganho de resistncia. Ahidrataosefazdasuperfcieparaointeriordosgros,assimsendo,ograudemoagem influirsobrearapidezdahidrataoe,conseqentemente,sobreodesenvolvimentodecalor, retrao e aumento da resistncia com a idade. Comoordemdegrandeza,pode-secitarqueaguaagea0,5mdeprofundidadenas primeiras 24 horas, 2m na primeira semana e 4m no primeiro ms.(o gro de cimento tem 30 m de dimetro mdio).

Um cimento mais fino possui maior nmero de gros por unidade de massa, com isso, para uma mesma dosagemdecimentoporunidadedevolumedeconcreto,havermaiornmerodepartculasreagindo com a gua ao mesmo tempo, e tudo acontecer com maior intensidade. Porm, o custo da moagem e o calorliberadonahidrataoestabelecemalgunslimitesparaafinura.Paraafinalidadedecontroleda qualidadenaindstriadecimento,afinurafacilmentedeterminadacomoresduoempeneiraspadro comoasmalhas#200(75m)e#375(44m).Considera-segeralmentequeaspartculasdecimento maioresdoque45msodifceisdehidratareaquelasmaioresdoque75mnuncasehidratam completamente.Entretanto,umaestimativadastaxasrelativasdereatividadedoscimentoscom composiosimilarnopodeserfeitasemoconhecimentodadistribuiogranulomtricacompleta atravs de mtodos de sedimentao.Umavezqueadeterminaodadistribuiogranulomtricaporsedimentaotambmtrabalhosae requer equipamentos caros, uma prtica comum na indstria obter uma medida relativa da distribuio 55 granulomtrica pela determinao da rea especfica do cimento pelo mtodo Blaine de permeabilidade ao ar (MB-348 ou NBR 7224). DadostpicosdadistribuiogranulomtricaedareaespecficaBlaineparaduasamostrasde cimento portland so mostrados na figura abaixo: Obs.:Dependendodacomposioespecficadocimento,modificando-seareaespecficade320para 450 m/Kg Blaine, possvel aumentar a resistncia compresso da argamassa de cimento com 1, 3 e 7 dias de aproximadamente 50 a 100, 30 a 60 e 15 a 40 por cento, respectivamente. ESTABILIDADE DE VOLUME Num cimento estvel, nenhum de seus compostos sofre, aps endurecimento, expanso prejudicial e destrutiva.Acaleamagnsia,livresecristalizadas,sesehidratamsemdissoluoprvia,passamaum estado pulverulento com marcada expanso. OstrabalhosdeLercheTaylorpuseramemevidnciaseropericlsio,magnsiacristalizada,o responsvel pela expanso excessiva, no tendo qualquer contribuio a magnsia dissolvida.Aceita-se,hoje,serde2%oteormximopermissveldeMgOemcristaisdepericlsio,para prevenir a instabilidade de volume. AexpansibilidadepodesermedidapelasagulhasdeLeChatelier,impreciso,masdefcil execuo; ou em autoclaves (215C e 2,07 MPa).

56 CALOR DE HIDRATAO Os compostos do cimento portland so produtos de reaes a altas temperaturas que no esto em equilbrioeporissoestoemumestadodeenergiaelevado.Quandoumcimentohidratado,os compostos reagem com a gua para atingir estados estveis de baixa energia, e o processo acompanhado pela liberao de energia na forma de calor. Em outras palavras, as reaes de pega e endurecimento dos cimentos so exotrmicas com elevao datemperaturadamassa.Osignificadodocalordehidrataodocimentoemtecnologiadoconcreto mltiplo, pode muitas vezes ser um problema (por exemplo em estruturas de concreto massa, de grandes volumes), e outras vezes ser um auxlio (concretagem em temperaturas muito baixas). Aquantidadedecalorliberadafunodacomposiodoclnquereexpressoemcaloriaspor grama. Os processos usados para medir o calor de hidratao so: a) Pela medida da diferena entre os dois valores do calor de dissoluo de duas amostras decimento, uma anidra e outra hidratada, numa mistura de cidos fluordrico e ntrico. b) Processo da garrafa thermos( tem como vantagem permitir leituras contnuas com a mesmaamostra) c) Mtodo da garrafa trmica de Lagavant. Ordem de grandeza do calor de hidratao para portland comum: at 3 dias 41 a 90 cal/g 50% do total 7 dias 46 a 97 cal/g 28 dias 61a 109 cal/g 90% do total 90 dias 72 a 114 cal/g 180 dias 74 a 116 cal/g100% do total A reduo do calor de hidratao do cimento pode ser conseguida por: - reduo do teor deC A3 eC AF4 - reduo do teor deC S3

- adio de escrias ou pozolanas - uso de um retardador de pega. CALORES DE HIDRATAO DOS COMPOSTOS DO CIMENTO CompostosCalores de hidratao a uma dada idade (cal/g) 3 dias90 dias 13 anos C S3 58 104 122 C S2 12 42 59 C A3 212 311 324 C AF469 98102 Umavezqueocalordehidrataodocimentoumapropriedadeaditivaequedependeda composiodoclnquerpode-seprediz-loporexpressodotipoH=a.A+bB+cC+dD,ondeH representaocalordehidrataoaumadadaidade;a,b,cedsocoeficientesquerepresentama contribuiode1%doscompostosdoclnquer.A,B,C,eDsoasporcentagensdosrespectivos compostos no clnquer. Os valores dos coeficientes sero diferentes para as vrias idades de hidratao. 57 RESISTNCIA AOS ESFOROS MECNICOS: Oensaiomaisutilizadoparaaverificaodaresistnciamecnicaodecompressouniaxial(o concreto um material frgil). A necessidade de qualificao do cimento obedece a duas razes: a) Seleo pela qualidade(H vrios tipos e vrios fabricantes) b) Conhecimento prvio do comportamento do cimento em argamassas econcretos.Para o caso b, o ensaio da pasta pura no representativo porque a quantidade de gua de amassamento muitodiferentedanecessriaparaargamassaseconcretoseapastatemleisdevariaodaresistncia com o tempo diversas da do cimento adicionado a um agregado. O ensaio diretamente em concreto seria muitodispendioso,almdeintroduzirmaisumavarivel,queoagregadogrado,complicandoa uniformidade do ensaio. Oensaio sob a forma de argamassa o escolhido porque maisrepresentativo do que a forma em pasta e mais econmico do que a forma em concreto.

Tipos de Cimento Obs.: Existem ainda os seguintes tipos de cimento portland:Resistente a Sulfatos (RS), Baixo Calor de Hidratao (BC), Branco Estrutural (CPB). 58 OUTRAS CARACTERSTICAS DOS CIMENTOS: a)O cimento ARI (alta resistnciainicial) deve apresentar finuramaior que os demais (mx. de6% retido na peneira 200# e rea especfica >300m/Kg). b)O portland composto apresentado nas verses CP II-E com at 34% de escria,CP II- Z com at 14% de pozolana e CP II-F que simples, mas todos possuem ainda at 10% de Filler. c)O cimento ARS (alta resistncia aos sulfatos) s apresentado na classe 20 (20MPa de resistncia compresso no ensaio normal). d)OcimentoCPIII(altoforno)deveapresentarteordeescriaentre35e70%damassatotaldo aglomerante, com a escria de AF obedecendo relao: CaO MgO Al OSiO 2 32+ +> 1 e) O portland pozolnico deve conter teores de materiais pozolnicos compreendidos entre 15 e 50% da massa total do cimento. Somateriaispozolnicos:cinzasvulcnicas,argilascalcinadas,cinzasvolantes,microsslica(slica micro pulverizada expelida pelos fornos de produo de ferro-silcio) e outros como escrias siderrgicas cidas,rejeitoslico-aluminosodocraqueamentodopetrleo,cinzasderesduosvegetaiserejeitode carvo mineral. A atividade pozolnica deve ser testada pela NBR 5753 e se caracteriza pela reatividade do material com o Ca OH ( )2 em presena da gua. f) Moderada Resistncia aos sulfatos teor deC A3 < 8% Alta Resistncia aos sulfatos teor deC A3 < 5% 59 A REAO POZOLNICA E O SEU SIGNIFICADO: ComrelaoreaoprincipaldeformaodeC-S-H,tilumacomparaoentrecimento portlandcomumecimentopozolnicocomafinalidadedecompreenderem-seasrazesparaas diferenas entre os seus comportamentos: Cimento Portland Cimento Portland Pozolnico RPIDA LENTA C SH C S HCH3+ + Pozolana+ CH+ H C-S- H Areaoentre apozolana eohidrxidode clciochamadareaopozolnica.Aimportncia tcnica dos cimentos pozolnicos (e dos cimentos de alto-forno) deriva principalmente de trs aspectos da reaopozolnica.Primeiro,areaolenta,eportanto,ataxadeliberaodecalorede desenvolvimento da resistncia sero conseqentemente lentas. Segundo, a reao consome hidrxido de clcio,aoinvsdeproduzi-looquerepresentaumacontribuioimportanteparaadurabilidadedo concreto frente a meios cidos. Terceiro, estudos sobre a distribuio do tamanho dos poros dos cimentos pozolnicoeAFhidratadosmostraramqueosprodutosdareaosobastanteeficientesno preenchimentodosespaoscapilaresgrandes,melhorandoassimaresistnciaediminuindoa permeabilidade do sistema. APLICAES DOS TIPOS DE CIMENTO Cimento Portland comum CPI e CPI-S (NBR 5732) Ambosostiposdocimentoportlandcomumsousadosemserviosdeconstruoemgeral, quandonosoexigidaspropriedadesespeciaisdocimento.Nodevemserutilizadosquandoh exposio a sulfatos do solo ou de guas subterrneas. (O cimento CPI-S difere do anterior porque possui adiesde5%emmassa.Essasadiespodemserdematerialpozolnico,oudeescriagranuladade alto-forno, ou de fler calcrio). Cimento Portland Composto CP II-Z (com material pozolnico - NBR11578) Ocimentoportlandcompostogeracalornumavelocidademenordoqueaquelageradapelo cimentoportlandcomum.Seuuso,portanto,recomendadoemlanamentosmaciosdeconcreto,em queograndevolumedaconcretagemeasuperfcierelativamentepequenareduzemacapacidadede resfriamento da massa, Esse cimento tambm apresenta melhor resistncia ao ataque dos sulfatos contidos no solo (essa caracterstica se aplica tambm aos compostos CP II-E e CPII-F). empregado no s em obrasemgeral,subterrneas,martimaseindustriais,comotambmparaproduodeargamassas, concreto simples, armado e protendido, elementos pr-moldados e artefatos de cimento. O concreto feito com esse produto menos permevel e, por isso, mais durvel. Cimento Portland Composto CP II-E (com escria granulada de alto forno - NBR11578) OcimentoPortlandCompostoCPII-Eacomposiointermediriaentreocimentoportland comumeocimentoportlanddealto-forno.recomendadoparaestruturasqueexigemum desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser atacadas por sulfatos. Cimento Portland Composto CP II-F (com adio de filer calcrio - NBR 11578) Almdeservirparaaplicaesgerais,ocimentoportlandcompostoCPII-Fpodeserusadono preparodeargamassasdeassentamento,revestimento,argamassaarmada,concretosimples,armado, protendido,projetado,rolado,magro,concreto-massa,elementospr-moldadoseartefatosdeconcreto, pisos e pavimentos de concreto e solo-cimento, dentre outros. Cimento Portland de Alto Forno CP III (com 35% a 70% de escria - NBR 5735) 60 OcimentoPortlanddeAltoFornoCPIIIapresentamaiorimpermeabilidadeedurabilidade,almde baixocalordehidrataoealtaresistnciaexpansodevidoreaolcali-agregado,almdeser resistenteasulfatos.umcimentoquepodeteraplicaogeralemargamassasdeassentamento, revestimento,argamassaarmada,deconcretosimples,armado,protendido,projetado,rolado,magroe outras.tambmrecomendadoparausoemobrasdeconcreto-massa,taiscomobarragens,peasde grandesdimenses,fundaesdemquinas,pilares,obrasemambientesagressivos,tubosecanaletas para conduo de lquidos agressivos, esgotos eefluentes industriais,concretos com agregados reativos, pilares de pontes ou obras submersas, pavimentao de estradas e pistas de aeroportos. Cimento Portland Pozolnico CP IV (com pozolana NBR 5736) Pode ser utilizado em obras correntes, mas especialmente indicado em obras expostas ao de gua corrente e ambientes agressivos. O concreto feito com esse produto se torna mais impermevel, mais durvel, apresentando resistncias mecnicas compresso superiores s de concretos feitos com cimento portlandcomumaidadesavanadas.Apresentacaractersticasparticularesquefavorecemsuaaplicao em casos de grande volume de concreto, devido ao baixo calor de hidratao desprendido. Cimento Portland CP V ARI (Alta Resistncia Inicial - NBR 5737) Com valores aproximados de resistncia compresso de 26 MPa a um dia de idade e de 53 MPa aos28dias,quesuperamemmuitoosvaloresnormativosde14MPa,24MPae34MPapara1,3e7 dias, respectivamente, o CP V ARI recomendado no preparo de concreto e argamassa para produo de artefatosdecimentoemindstriasdemdioepequenoporte,comofbricasdeblocosdealvenaria, blocos para pavimentao, tubos, lajes, meio-fio, moures, postes, elementos arquitetnicos pr-moldados epr-fabricados.Podeserutilizadonopreparodeconcretoeargamassaemobrasdesdeaspequenas construesatasedificaesdemaiorporteeemtodasasaplicaesquenecessitemderesistncia inicial elevada e desforma rpida. O desenvolvimento dessa propriedade conseguido pela utilizao de umadosagemdiferentedecalcrioeargilanaproduodoclnquer(queresultaemelevaodos contedosdealitaeC3A),epelamoagemmaisfinadocimento.Assim,aoreagircomagua,oCPV ARI adquire elevadas resistncias, com maior velocidade. Cimento Portland CP (RS) (Resistente a sulfatos NBR 5733) OcimentoCP-RSofereceresistnciaaosmeios agressivossulfatados,comoredesde esgotosde guas servidas ou industriais, gua de mar, e a alguns tipos de solos. Pode ser usado em concreto dosado emcentral,concretodealtodesempenho,obrasindustriaisederecuperaoestrutural,concretos projetados,concretoarmadoeprotendido,elementospr-moldados,pisosindustriais,pavimentos, argamassa armada, argamassas e concretos submetidos ao ataque de meios agressivos, como estaes de tratamentosdeguaeesgotos,obrasemregieslitorneas,subterrneasemartimas.Deacordocoma norma NBR5737 (ABNT, 1992), os cinco tipos bsicos de cimento CP I, CP II, CP III, CP IV, e CP V-ARI podem ser resistentes aos sulfatos, desde que atendam a pelo menos uma das seguintes condies: teor de aluminato triclcico (C3 A) do clnquer e teor de adies carbonticas de no mximo 8% e 5% em nassa, respectivamente; cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e 70% de escria, em massa; cimentos pozolnicos que contiverem entre 25% e 40% de material pozolnico, em massa; cimentosquetiveremantecedentesderesultadosdeensaiosdelongaduraooudeobrasque comprovem resistncia aos sulfatos. Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratao (BC) NBR 13116 OcimentoportlanddeBaixoCalordeHidratao(BC)designadoporsiglaseclassesdeseutipo acrescidas deBC. Por exemplo: CPIII-32(BC) o Cimento Portland de Alto-Forno com baixo calor de hidratao,determinadopelasuacomposio.Essetipodecimentotemapropriedadederetardaro desprendimento de calor em peasde grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem trmica, devido ao calor desenvolvido durante a hidratao do cimento. 61 Cimento Portland Branco CPB - (NBR 12989) Ocimentoportlandbrancosediferenciaporcoloraoeestclassificadoemdoissubtipos: estruturalenoestrutural.Oestruturalaplicadoemconcretosbrancosparafinsarquitetnicos,com classes de resistncia 25, 32 e 40, similares s dos demais tipos de cimento. J o no estrutural notem indicaesdeclasseeaplicado,porexemplo,emrejuntamentodeazulejoseemaplicaesno estruturais. Pode ser utilizado nas mesmas aplicaes do cimento cinza. A cor branca obtida a partir de matrias-primascombaixosteoresdexidodeferro,emcondiesespeciaisduranteafabricao,tais comoresfriamentoemoagemdoprodutoe,principalmente,utilizandoocaulimnolugardeargila.O ndicedebrancuradevesermaiorque78%.Adequadoaosprojetosarquitetnicosmaisousados,o cimento branco oferece a possibilidade de escolha de cores, uma vez que pode ser associado a pigmentos coloridos. ENSAIOS DE RECEPO DO CIMENTO A - Finura (peneiras #200, #325 e rea especfica Blaine); B - Incio e Fim de Pega C - Expansibilidade ( estabilidade de volume) D - Resistncia CompressoCujosvaloresmnimosemximossoprescritospelasnormasqueespecificamcadatipodecimento. Comoexemplo,seguemabaixoosvaloresdaEB-1(NBR5732)queespecificaocimentoportland comum: A - Finura:1-peneira200#(0,075mm)NBR11579:CimentoPortland-Determinaodafinurapormeioda peneira 75 micrmetros (nmero 200) classes: 25 e 32 ....... mx 12% classe :40 ........ mx 10% 2-reaespecficaBlaine-NBRNM76:CimentoPortland-Determinaodafinurapelomtodode permeabilidade ao ar (Mtodo de Blaine) tipo 25 240m/Kg tipos 32 e 40 260m/Kg Obs.: O princpio desse mtodo consiste em passar o ar atravs de uma camada de cimento de porosidade conhecida.Considera-sequeonmeroeotamanhodosporosdacamadasofunodotamanhodas partculasedesuadistribuiogranulomtrica,edeterminamavelocidadecomqueacamadaser atravessadapeloar.Oensaiofeitoporcomparaousando-seumaamostrapadrodereaespecfica conhecida, fornecida pela ABNT. (ou pela ABCP-Associao Brasileira de Cimento Portland). B - Pega (NBRNM65: Cimento portland - Determinao dos