APOSTILA CNMP PARTE I.pdf

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  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    1

    Professora Andria Ribas [email protected]

    CONTEDO PROGRAMTICO TCNICO DO CNMP

    MOTIVAO

    Motivao (do Latim movere, mover) designa em psicologia, em etologia e em outras cincias

    humanas a condio do organismo que influencia a direo (orientao para um objetivo) do

    comportamento. Em outras palavras o impulso interno (intrnseco) que leva ao. Assim a

    principal questo da psicologia da motivao "por que o indivduo se comporta da maneira como

    ele o faz?". "O estudo da motivao comporta a busca de princpios (gerais) que nos auxiliem a

    compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situaes especficas escolhem,

    iniciam e mantm determinadas aes".

    Motivo tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que d

    origem a uma propenso a um comportamento especfico. Esse impulso ao pode ser provocado

    por um estmulo externo (ambiente) e pode tambm ser gerado internamente nos processos mentais

    do indivduo. A motivao funciona em termos de foras ativas e impulsionadoras.

    A motivao geralmente descrita como um estado interior (intrnseco) que induz uma pessoa a

    assumir determinados tipos de comportamento. Vista desta perspectiva, ela tem a ver com a direo,

    intensidade e persistncia de um comportamento ao longo do tempo.

    Ativao o estado inicial do indivduo onde esta a estimulao

    que pode ser intrnseca (trao caracterstico da pessoa

    de no gostar de deixar nada para fazer no dia seguinte)

    ou extrnseca (obter avaliao positiva do chefe com

    chances de resultar numa promoo).

    Direo Escolha de comportamentos especficos dentro de uma

    srie de comportamentos possveis.

    Intensidade Variabilidade da fora da ao e que pode diferir ao se

    Aula Contedo do Edital Livro de Gesto de Pessoas

    para Concursos Andria Ribas e Cassiano Salim

    Editora Alumnus

    AULA 1 Motivao Captulo 12 pginas 309 a 330

    AULA 2 Liderana, desempenho Captulo 10 pginas 241 a 266

    AULA 3 Clima e Cultura organizacional. Captulo 14 pginas 359 a 379

    AULA 4 Gesto de pessoas: caractersticas. Conceitos e prticas de gesto de pessoas na Administrao Pblica.

    Captulo 1 pgina 41 a 58 e Captulo 15 pginas 383 a 390

    AULA 4 Gesto por competncias Captulo 2 pginas 69 a 89

    AULA 4 Gesto do conhecimento (material complementar)

    Captulo 7 pginas 195 a 197

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    admitir que a fora depende de um estado de carncia

    anterior (necessidade ou afeto) ou de um estado

    posterior a ser alcanado. (alvo). Quanto esforo a

    pessoa despende?

    Persistncia Contnuo engajamento em um determinado tipo de

    comportamento ao longo do tempo. Quanto tempo uma

    pessoa consegue manter seu esforo?

    Motivao intrnseca e motivao extrnseca

    Outro conceito que influenciou o estudo da motivao foi a diferenciao entre motivao intrnseca

    e extrnseca. Enquanto a primeira refere-se motivao gerada por necessidade e motivos da pessoa,

    a motivao extrnseca refere-se motivao gerada por processos de reforo e punio No entanto

    falho dizer, que a motivao extrnseca fruto da ao do ambiente e a intrnseca da pessoa,

    porque, como se ver, a motivao sempre fruto de uma interao entre a pessoa e o ambiente.

    Importante tambm observar que os dois tipos de motivao podem aparecer mesclados, como, por

    exemplo, quando a pessoa estuda um tema que a interessa (motivao intrnseca) e consegue com

    isso uma boa nota (reforo: motivao extrnseca)

    As diferenas individuais

    As pessoas so diferentes no que tange a motivao: as necessidades variam de indivduo para

    indivduo, produzindo diferentes padres de comportamento.

    H trs princpios importantes que explicam o comportamento humano:

    - O comportamento causado por estmulos internos ou externos.

    - O comportamento motivado, ou seja, h uma finalidade em todo comportamento humano.

    - O comportamento orientado para objetivos. Existe sempre um impulso, desejo, necessidade que

    servem para designar os motivos do comportamento.

    Ciclo Motivacional

    A motivao cclica e comea com uma necessidade. A necessidade uma fora dinmica e

    persistente que provoca o comportamento. A necessidade interrompe o estado de equilbrio do

    organismo, causando um estado de tenso, desconforto e desequilbrio. A tenso leva o indivduo a

    ao, que o movimento caracterstico da motivao. A ao pode levar a satisfao, ou seja,

    equilbrio interno.

    No ciclo motivacional, contudo, a necessidade nem sempre pode ser satisfeita. Ela pode ser frustrada,

    ou ainda pode ser compensada (transferida para outro objeto, pessoa ou situao).

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    Motivao e Desempenho

    O potencial para o desempenho humano e a apresentao de resultados favorveis depende no

    somente da motivao, mais tambm, da capacidade do indivduo.

    Sendo assim, motivao e capacidade juntas determinam o potencial de desempenho de uma pessoa

    em qualquer atividade:

    QUESTO DE CONCURSO

    (CESPE/STM/ANALISTA JUDICIRIO/2011) possvel afirmar que, quanto maior for a

    motivao de um funcionrio para o trabalho, tanto melhor ser o seu desempenho em determinado

    contexto laboral.

    Gabarito: Errado. O desempenho humano tambm depende do apoio organizacional e das

    competncias do indivduo.

    Ateno!

    O desempenho humano, resultado da motivao e das competncias para a realizao do

    trabalho, est relacionado inexistncia ou pouca incidncia de obstculos contextuais.

    Marras (2000) prope ainda que o gestor, atravs de algumas atitudes, estimule o processo

    motivacional de um empregado, agregando valor ao trabalho. Dessa forma, v-se a importncia do

    relacionamento entre subordinados e gestores para a realizao dos objetivos organizacionais. As

    atitudes sugeridas so:

    Delegar tarefas que permitam ao empregado atingir tambm seus objetivos pessoais; Auxilia-lo a identificar recompensas intrnsecas, como o senso de realizao ou de aumento de auto-estima;

    Reforar constantemente os resultados favorveis com recompensas exgenas por parte da organizao, financeiras (aumento, benefcios) ou no (elogios, reconhecimento, prmios).

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    Classificao das teorias

    Existem duas linhas tericas bsicas sobre motivao:

    Teorias de CONTEDO (dentro do indivduo ou do ambiente que o envolve), sendo estticas e

    descritivas. O QUE MOTIVA O HOMEM. (FOCO NAS NECESSIDADES)

    - Teoria da hierarquia das necessidades Maslow - Teoria X e Y - McGregor

    - Teoria dos dois fatores - Herzberg

    - Teoria ERC - Cleyton Alderfer

    - Teoria da Motivao pelo xito e/ou Medo Mcclelland

    Teorias de PROCESSO (compreenso dos processos cognitivos ou de pensamento das pessoas,

    que influencia seu comportamento), sendo mais dinmicas. COMO ACONTECE A

    MOTIVAO. (FOCO NAS CRENAS, EXPECTATIVAS, VALORES, METAS, PERCEPES, INTENES)

    - Teoria da Expectativa - Victor Vroom

    - Teoria do Reforo/behaviorismo Skinner - Teoria de Campo Kurt Lewin - Teoria da equidade - Adms

    - Teoria da fixao de metas Edwin Locke - Teoria autoeficcia - Bandura

    As teorias de motivao tambm j foram subdivididas com base na poca em que surgiram:

    Antigas: Teoria X e Y; a Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas e a Teoria dos Dois

    Fatores (bifatorial).

    Modernas: Teoria das Necessidades de Mcclelland; a Teoria da Fixao de Metas; a Teoria do

    Reforo; a Teoria da Equidade; a Teoria da Expectativa; Teoria da Autoeficcia etc.

    Status das Teorias Motivacionais

    Spector (2005) mostra o status de algumas teorias motivacionais por meio de um classificao

    que indica o quanto cada uma tem encontrado sustentao em descobertas de pesquisas no

    campo organizacional. De acordo com a escala a seguir, 1 representa pouca ou nenhuma

    sustentao emprica para a teoria; e 5 indica sustentao emprica forte e coerente.

    _

    5 Fixao de metas e Autoeficcia

    4 Expectativa e Reforo

    3 Equidade

    2 ERC

    1 Hierarquia das Necessidades

    Teoria dos dois fatores

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    Principais teorias motivacionais

    Principais

    tericos Teorias Principais enfoques

    baixas

    Abraham

    Maslow

    (1930)

    A hierarquia das

    necessidades,

    segundo Maslow

    A teoria de Maslow conhecida como uma das mais importantes

    teorias de motivao. Para ele, as necessidades dos seres humanos

    obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a

    serem transpostos. Isto significa que no momento em que o

    indivduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar,

    exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfaz-la.

    Poucas pessoas procuraram reconhecimento pessoal e status se

    suas necessidades bsicas estiverem insatisfeitas.

    O comportamento humano, neste contexto, foi objeto de anlise

    pelo prprio Taylor, quando enunciava os princpios da

    Administrao Cientfica. A diferena entre Taylor e Maslow

    que o primeiro somente enxergou as necessidades bsicas como

    elemento motivacional, enquanto o segundo percebeu que o

    indivduo no sente nica e exclusivamente necessidade

    financeira.

    Maslow apresentou uma teoria da motivao, segundo a qual as

    necessidades humanas esto organizadas e dispostas em nveis,

    numa hierarquia de importncia e de influncia, numa pirmide,

    em cuja base est s necessidades mais (necessidades fisiolgicas)

    e no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de

    autorealizao)

    De acordo com Maslow, as necessidades fisiolgicas constituem a

    sobrevivncia do indivduo e a preservao da espcie:

    alimentao, sono, repouso, abrigo, etc. As necessidades de

    segurana constituem a busca de proteo contra a ameaa ou

    privao, preservao do emprego, moradia. As necessidades

    sociais incluem a necessidade de associao, de participao, de

    aceitao por parte dos companheiros, de troca de amizade, amor.

    A necessidade de estima envolvem a auto apreciao, a

    autoconfiana, a necessidade de aprovao social e de respeito, de

    status, prestgio e considerao, alm de desejo de fora e de

    adequao, de confiana perante o mundo. As necessidades de

    autorrealizao so as mais elevadas, de cada pessoa realizar o seu

    prprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente,

    autonomia, liberdade.

    OBS: Marras considera abrigo e moradia com necessidades de

    SEGURANA

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    Douglas

    McGregor

    (1.962)

    A teoria X e a

    teoria Y, de

    McGregor

    A teoria de McGregor na verdade um conjunto de dois extremos

    opostos de suposies. Estes conjuntos foram denominados "X" e

    "Y". Por esse motivo, tambm conhecida pelo nome de "Teoria

    X e Teoria Y". Para McGregor, se aceitarmos a teoria "X", e nos

    comportarmos de acordo com ela, as pessoas se mostraro

    preguiosas e desmotivadas. J se aceitarmos a teoria "Y", as

    pessoas com quem interagimos se mostraro motivadas.

    TEORIA X Concepo negativa da natureza humana. o homem mdio no gosta do trabalho e o evita;

    ele precisa ser forado, controlado e dirigido; (elogios e

    punies)

    o homem prefere ser dirigido e tem pouca ambio;

    ele busca apenas a segurana.

    TEORIA Y Concepo positiva da natureza humana. o dispndio de esforo no trabalho algo natural;

    o controle externo e a ameaa no so meios adequados de

    se obter trabalho;

    o homem exercer autocontrole e auto-direo, se as

    necessidades prprias forem satisfeitas;

    a pessoa mdia busca a responsabilidade;

    o empregado exercer e usar sua engenhosidade, quando

    lhe permitirem auto-direo e autocontrole.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    Frederick

    Herzberg

    (1974)

    Teoria dos dois

    fatores de

    Herzberg

    Ao contrrio de outros pensadores, como Abraham Maslow, que

    tentavam explicar as necessidades humanas em diversos campos, a

    Teoria de Frederick Herzberg foi, desde o incio, baseada no

    estudo das atitudes e motivaes dos funcionrios dentro de uma

    empresa.

    Herzberg desenvolveu um estudo para tentar entender os fatores

    que causariam insatisfao e aqueles que seriam os responsveis

    pela satisfao no ambiente de trabalho. Os estudos incluram

    pesquisas, onde os trabalhadores de diversas empresas eram

    estimulados a explicitar quais seriam os fatores que os

    desagradavam, assim como os que os agradavam na empresa. Os

    fatores que agradavam ao funcionrio foram chamados de

    Motivadores. Aqueles que desagradavam levaram o nome de

    higinicos. Por isso, a teoria mais conhecida como "a Teoria dos

    dois fatores de Herzberg: Motivao - Higiene".

    Os fatores de Higiene so aqueles que so necessrios para evitar a

    insatisfao no ambiente de trabalho, mas por outro lado no so

    suficientes para provocar satisfao.

    Para motivar um funcionrio, no basta, para Herzberg, que os

    fatores de insatisfao estejam ausentes. Pelo contrrio, os fatores

    de satisfao devem estar bem presentes.

    Fatores que levam insatisfao

    (higinicos - insatisfacientes)

    Fatores que levam

    satisfao

    (motivacionais -

    satisfacientes)

    Poltica da Empresa Crescimento (promoo)

    Condies do ambiente de trabalho Autonomia

    Relacionamento interpessoal Desenvolvimento

    Segurana Responsabilidade

    Benefcios Reconhecimento (status)

    Salrio Realizao

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    Ateno!

    Status (necessidade de estima) e Promoo (autorrealizao) so

    considerados fatores motivacionais.

    Clayton

    Alderfer

    (1.969)

    Teoria ERC

    Pode ser chamada

    tambm de Teoria

    ERG, em ingls:

    Existence,

    Relaterdness and

    Growth.

    Desenvolvida pelo psiclogo Clayton Alderfer, a partir da teoria

    de Maslow e de novas pesquisas, a Teoria ERC concorda que a

    motivao do trabalhador pode ser medida seguindo uma

    hierarquia de necessidades, porm diverge da Teoria de Maslow

    em alguns pontos bsicos. Maslow via as pessoas subindo

    progressivamente dentro da hierarquia das necessidades. J

    Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da

    hierarquia das necessidades e que existiam apenas trs fatores

    essenciais para motivao:

    - Necessidade existencial: necessidades bsicas de Maslow, ou

    seja, necessidades de sobrevivncia;

    - Necessidades de relacionamento: o ser humano tem

    necessidade de relacionamentos interpessoais, ou seja,

    sociabilidade e relacionamento social;

    - Necessidades de crescimento: necessidade que o ser humano

    tem de criar, dar sugestes, participar, desenvolvimento do

    potencial humano.

    Essa teoria adota o princpio de frustrao-regresso, ou seja, uma

    necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade

    mais elevada no pode ser satisfeita e tambm salienta que mais de

    uma necessidade poder ser focalizada de uma nica vez.

    David

    McClellan

    d

    (1.962)

    Teoria da

    Motivao pelo

    xito e /ou medo

    Pode tambm ser

    chamada de Teoria

    das necessidades

    aprendidas.

    David McClelland, atravs da Teoria da Motivao pelo xito

    e/ou Medo, uma das teorias que focam necessidades mais

    importante, destaca trs motivos necessidades, que orientam a dinmica do comportamento humano, como est demonstrado na

    tabela a seguir.

    Teoria da Motivao pelo xito e/ou pelo Medo (McClelland)

    Necessidade Meio de Satisfao

    Realizao - busca da excelncia, de se realizar em

    relao a determinados padres, de lutar pelo

    sucesso. Competir como forma de auto-

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    avaliao.

    Afiliao - relacionar-se cordial e afetuosamente.

    Desejo de relacionamentos interpessoais

    prximos e amigveis.

    Poder - exercer influncia. Necessidade de fazer

    com que os outros se comportem de um modo

    que no fariam naturalmente.

    Esta teoria sustenta que diferentes indivduos tm diferentes

    nveis de cada motivo, mas nunca a inexistncia de qualquer deles,

    em especial o da realizao (motivao pelo xito), aprendido

    inicialmente na infncia.

    Esses motivos tm relao ntima resoluo de problemas. Sendo

    assim, quando o indivduo obtm sucesso, utilizando-se de

    determinado meio (motivo), tender a repeti-lo para a soluo de

    outros problemas, o que caracterizar o estilo da pessoa.

    Victor

    Vroom

    (1.964)

    Teoria da

    expectativa ou

    expectncia

    O comportamento humano sempre orientado para resultados. As

    pessoas fazem coisas esperando sempre outras em troca.

    Os trs principais fatores nessa teoria so: Valncia,

    Instrumentalidade e Expectativa.

    Valncia

    o valor atribudo ao resultado

    (recompensa). uma medida de atrao

    que um resultado (recompensa) exerce

    sobre um indivduo.

    Instrumentalidad

    e

    Relao desempenho-resultado

    (recompensa). o grau em que o

    indivduo acredita que um determinado

    nvel de desempenho levar ao resultado

    desejado.

    Expectativa

    Relao esforo-desempenho. a

    probabilidade, percebida pelo

    indivduo, de que certa quantidade de

    esforo levar ao desempenho.

    Assim, para que uma pessoa esteja "motivada" a fazer alguma

    coisa preciso que ela, simultaneamente:

    - atribua valor ao resultado advindo de fazer essa coisa,

    - acredite que fazendo essa coisa ela receber a compensao

    esperada,

    - acredite na probabilidade que tem condies de fazer aquela

    coisa.

    Em termos de uma equao, essa definio poderia ser escrita da

    seguinte forma:

    motivao = [expectativa] X [instrumentalidade] X [valncia]

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    Dentro dessa viso terica, os indivduos fazem escolhas baseados

    em seus ideais de recompensa no obtidos ainda; as recompensas

    devem estar inseridas em um perodo de tempo mdio para que

    haja uma relao desempenho-recompensa e esta deve ser justa; e

    por fim, o indivduo sabe o que se espera dele e passa a se

    comportar de maneira esperada.

    Fora motivacional: V x I x E

    Motivao = Expectativa (Esforo Desempenho - Resultado) x Valor atribudo ao resultado.

    Vroom enfatiza a importncia de se analisar com cuidado a

    dimenso dos valores atribudos a uma compensao. Por ex., um

    jovem profissional pode atribuir enorme valor a uma promoo

    no pelas perspectivas de carreira que isso oferea ou pelo

    aumento de salrio em si, mas pelo fato de que esse aumento vai

    permitir a ele casar-se.

    Isso mostra que motivao um processo e varia de indivduo a

    indivduo, em funo de seus objetivos pessoais.

    Lawler III

    Teoria da

    expectao

    Lawler III concluiu que existem duas bases slidas para sua teoria

    de que o dinheiro pode motivar o desempenho e outros tipos de

    comportamentos:

    As pessoas desejam dinheiro porque este lhes permite no somente

    a satisfao de necessidades fisiolgicas e de segurana, mas

    tambm lhes d condies para a satisfao das necessidades

    sociais, estima e de autorealizao.

    Se as pessoas percebem e crem que seu desempenho possvel e

    necessrio para obter mais dinheiro, elas, certamente

    desempenharo suas tarefas da melhor maneira possvel.

    Assim a equao que melhor expressa a teoria de Lawler III :

    Crena que o dinheiro satisfar as necessidades

    Necessidades no

    satisfeitas

    + crena que a

    obteno do

    dinheiro requer

    desempenho

    = motivao para

    desempenhar

    Skinner

    (1.950)

    Teoria do

    Reforo/Behavior

    Comportamental

    A idia principal dessa teoria de que o reforo condiciona o

    comportamento sendo que este determinado por experincias

    negativas ou positivas, devendo o gerente estimular

    comportamentos desejveis e desencorajar comportamentos no

    agradveis.

    O reforo positivo se d de vrias formas tais como: premiaes,

    promoes e at um simples elogio a um trabalho bem feito. So

    motivadores vistos que incentivam o alto desempenho. O reforo

    negativo capaz de fortalecer uma reao quando remove algum

    tipo de estmulo aversivo. Para uma pessoa sonolenta que aperta o

    boto que desliga o barulho do despertador, o cessar do barulho

    irritante um reforo negativo. interessante observar que, ao

    contrrio do uso popular, o reforo negativo no tem um carter

    punitivo. Ele justamente remoo de um evento punitivo. J a

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    11

    punio a apresentao de um castigo e conseqente diminuio

    do comportamento. A extino a retirada de um benefcio e

    conseqente diminuio do comportamento.

    QUESTO DE CONCURSO

    (CESPE - UFBA/UFBA/ADMINISTRADOR/2009) Nos estudos

    motivacionais, a teoria do reforo uma abordagem

    comportamental que condiciona a atitude do indivduo a estmulos

    externos, tais como um aumento salarial ou um elogio.

    Gabarito: Correto. Para esta teoria, o comportamento humano

    est relacionado com a punio ou com o reforo recebido.

    Lewin Kurt

    (1.935)

    Teoria de campo Para melhor explicar a motivao do comportamento, Lewin

    elaborou a teoria de campo, que se baseia em duas suposies

    fundamentais.

    a) o comportamento humano derivado da totalidade de fatos

    coexistentes;

    b) esses fatos coexistentes tm o carter de um campo dinmico,

    no qual cada parte do campo depende de uma inter-relao com as

    outras partes.

    O comportamento humano no depende somente do

    passado, ou do futuro, mas do campo dinmico atual e presente.

    Esse campo dinmico "o espao de vida que contm a

    pessoa e o seu ambiente psicolgico. Lewin prope a seguinte equao, para explicar o

    comportamento humano: C = f (P,M)

    Onde o comportamento (C) funo (f) ou resultado da interao

    entre a pessoa (P) e o meio ambiente (M) que a rodeia.

    O ambiente psicolgico (ou ambiente comportamental) o

    ambiente tal como percebido e interpretado pela pessoa.

    Mais do que isso, o ambiente relacionado com as atuais

    necessidades do indivduo.

    Alguns objetos, pessoas ou situaes podem adquirir

    valncia no ambiente psicolgico, determinando um campo

    dinmico de foras psicolgicas.

    Outras

    teorias

    - A Teoria da Equidade: (Adams) Afirma que as pessoas so

    motivadas a alcanar uma condio de igualdade ou justia nas

    suas relaes com outras pessoas e com as organizaes. De

    acordo com o mesmo, os funcionrios que se encontram em

    situao de desigualdade experimentam uma insatisfao e tenso

    emocional que eles procuraro reduzir. A teoria especifica

    condies sob as quais a desigualdade ocorrer, condies essas

    que os funcionrios devero reduzir. Acredita-se que quando uma

    pessoa avalia o resultado do seu trabalho, qualquer diferena

    percebida em relao ao dos outros um estado de conscincia

    motivador.

    - Teoria da Fixao de Metas/objetivos: (Edwin Locke e Gary

    Latham). a teoria de motivao que provavelmente tem sido

    mais til para os psiclogos organizacionais, uma forma popular

    de aumentar o desempenho no trabalho. O princpio bsico dessa

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    12

    teoria diz que o comportamento das pessoas motivado por suas

    intenes e seus objetivos, que podem estar intimamente

    relacionados a comportamentos especficos. As metas de uma

    pessoa so o principal determinante da motivao relacionada

    tarefa, visto que as metas dirigem os pensamentos e as aes.

    - A Teoria da Auto-Eficcia: (Bandura) preocupa-se em estudar

    como a crena das pessoas em suas prprias habilidades pode

    afetar o seu comportamento. Pessoas com grande auto-eficcia

    acreditam ser capazes de realizar tarefas e sero motivadas a

    aplicar o esforo necessrio para isso. De acordo com essa teoria,

    a motivao para uma tarefa est relacionada ao fato de a pessoa

    acreditar ou no que capaz de concluir a tarefa com sucesso.

    Uma das formas em que a grande auto-eficcia se desenvolve

    pelo sucesso. Indivduos com altos nveis de habilidade

    provavelmente tero obtido sucesso no passado, e assim, tendem a

    ter uma elevada auto-eficcia.

    QUESTES DE CONCURSOS

    (CESPE - Assemblia Legislativa/CE / 2011) Entendendo-se liderana como a capacidade de algum exercer

    influncia sobre outras pessoas, correto afirmar que a motivao extrnseca ao indivduo.

    GABARITO: Correta. Se partir do pressuposto que "ningum motiva ningum" a motivao intrnseca,

    porm, veja que a afirmativa parte do entendimento que a liderana a capacidade de algum exercer

    influncia sobre outras pessoas, ou seja, parte do pressuposto que o lder ( algum do

    ambiente/fora/extrnseco) que influencia/motiva pessoas - trata-se da motivao extrnseca.

    (FCC/TST/2012) Sobre motivao, considere:

    I. Hierarquia de necessidades criadas por Maslow uma das teorias de motivao de contedo.

    II. Motivados por realizao, poder e afiliao, a teoria da expectativa foi criada por Vroom.

    III. Na teoria da necessidade adquirida, MClelland afirma que as pessoas so motivadas quando acreditam que

    podem realizar as tarefas e que as recompensas advindas valem o esforo em realiz-las.

    IV. Objetivos atingveis, porm difceis, motivam os funcionrios, essa uma afirmao possvel, dentro do

    escopo da teoria motivacional.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    (A) II e III.

    (B) II e IV.

    (C) I e IV.

    (D) I, II e III.

    (E) I, III e IV.

    GABARITO: LETRA C

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    13

    I CORRETA. As teorias de contedo definem O QUE MOTIVA e entre elas temos a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow.

    II ERRADA. As necessidades de Realizao, Afiliao e Poder (RAP!) de David MCLELLAND Teoria das Necessidades Adquiridas.

    III ERRADA. A teoria da Expectativa de V. Vroom que afirma que as pessoas so motivadas quando acreditam que podem realizar as tarefas e que as recompensas advindas valem o esforo em realiz-las.

    IV CORRETA. Felippe (2001) apresenta algumas dicas para manter o funcionrio motivado so elas: estabelecer metas claras e atingveis - Pouco adianta uma meta inatingvel, ou facilmente atingvel, no lugar

    de incentivar, gera frustrao, elas devero ser desafiadoras. Assim importante estabelecer metas e objetivos

    claros, atingveis e tambm desafiadores dentro do escopo da teoria motivacional.

    (FCC/TST/2012) Sobre motivao, correto afirmar que

    (A) necessidades humanas so o foco central da teoria dos dois fatores.

    (B) motivao algo intrnseco, embora alguns estudiosos acreditem ser discutvel essa posio.

    (C) motivao depende da necessidade financeira, considerada na teoria como necessidade bsica.

    (D) auto-realizao uma necessidade que se liga estima e considerao para ser atenuada.

    (E) pagamento de salrio considerado fator motivacional.

    Gabarito: Letra B

    LETRA A: ERRADA. O foco central da teoria dos dois fatores de Herzberg so os fatores intrnsecos

    (motivacionais) e os extrnsecos (higinicos) que interferem no desempenho dos funcionrios numa

    organizao. As necessidades humanas so o foco central da teoria de Maslow.

    LETRA B: CORRETA. Motivao um processo psicolgico (intrnseco) que causa um despertar para a

    ao. Entretanto, alguns estudiosos questionam a ideia de que a motivao intrnseca. Entre esses estudos

    temos a teoria do reforo que afirma que a motivao extrnseca. Enquanto a primeira (motivao intrnseca)

    refere-se motivao gerada por necessidade e motivos da pessoa, a motivao extrnseca refere-se

    motivao gerada por processos de reforo e punio.

    LETRA C: ERRADA. Necessidade financeira no considerada na teoria como necessidade bsica. (as

    necessidades bsicas so as fisiolgicas que constituem a sobrevivncia do indivduo e a preservao da

    espcie: alimentao, sono, repouso, abrigo, como tambm as necessidades de segurana constituem a busca

    de proteo contra a ameaa ou privao, preservao do emprego, moradia).

    LETRA D: ERRADA. A estima que uma necessidade que se liga estima e considerao para ser

    atenuada e no a auto-realizao. As necessidades de auto-realizao so as mais elevadas, de cada pessoa

    realizar o seu prprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente, autonomia, liberdade.

    LETRA E: ERRADA. A alternativa est errada, No podemos afirmar que o pagamento de salrio fator

    motivacional segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg pagamento de salrio fator higinico.

    LIDERANA

    Conceitos de Liderana

    Processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direo da realizao de um objetivo. (Rouch & Behling, 1984).

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    a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando a atingir aos objetivos identificados como sendo para bem comum. (O monge e o Executivo: James C. Hunter)

    o processo de exercer influncia sobre um indivduo ou um grupo, nos esforos para realizao de um objetivo, em determinada situao. (Hersey e Blanchard).

    como uma influncia interpessoal exercida em uma dada situao e dirigida pelo processo de comunicao humana para a consecuo de um ou mais objetivos especficos (Chiavenato).

    a capacidade de influenciar um grupo em direo ao alcance de objetivos (Robbins).

    Liderana a realizao de metas por meio da direo de colaboradores (Maximiano).

    Liderana x Administrao

    Bennis (1996), in Calvacanti et al., esquematiza algumas dessas diferenas no seguinte quadro:

    Gerente Lder

    Administra Inova

    Prioriza sistemas e estruturas Prioriza as pessoas

    Tem uma viso de curto prazo Tem perspectiva de futuro

    Pergunta como e quando Pergunta o qu e por qu

    Atributo singular Mltiplos atributos

    Exerce o controle Inspira confiana

    Aceita e mantm o status quo Desafia o status quo

    o clssico bom soldado a prpria pessoa

    Faz certo as coisas ( eficiente) Faz coisa certa ( eficaz)

    Pode-se verificar, no quadro apresentado, a dicotomia existente entre o lder e o chefe.

    Enquanto o chefe apenas administra os recursos e os resultados alcanados buscando a eficincia, o

    lder busca inovar, tentando ser eficaz. O lder se interessa com a forma que um trabalho realizado,

    questionando o porqu de determinada ao, enquanto o chefe, em busca de resultados, questiona

    quando e como uma ao ser realizada, enfatizando o controle. O lder tem viso de futuro e inspira

    confiana, enquanto o chefe necessita exercer o controle, pensando em curto prazo.

    A chefia (ou gerncia) e a liderana no se anulam, podendo conviver em harmonia. Na

    verdade, o adequado que o chefe seja escolhido como chefe, por possuir caractersticas de lder, ou

    seja, o ideal que o chefe seja tambm um lder, pois as duas caractersticas se complementam.

    ATENO!

    Na prova, a nomenclatura lder pode ser substituda por chefe, gestor ou gerente. Neste caso, a

    questo deve ser respondida na perspectiva de liderana e chefia como funes complementares. A

    dicotomia Chefe x Lder s ser abordada quando a questo cobrar explicitamente essa diferena.

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    Abordagens sobre Liderana

    Os conceitos de liderana e a forma de trabalh-los vm se desenvolvendo ao longo dos anos,

    sofrendo grandes alteraes na forma de conceber a figura do lder. As principais fontes literrias

    dividem os conceitos sobre liderana em trs abordagens: traos de personalidade, estilos de

    liderana e situacional.

    As diversas abordagens sobre liderana (adaptado)

    Chiavenato Administrao geral e pblica.

    Teorias sobre Liderana

    Teoria dos Traos de Liderana

    Essa teoria descreve o lder como sendo aquele que possui caractersticas ou traos que o diferencia

    dos no lderes. Um trao uma qualidade, uma caracterstica que a pessoa possui. Os traos mais comumente apontados pelas pesquisas foram:

    - Traos fsicos

    - Traos intelectuais

    - Traos sociais

    - Traos relacionados com a tarefa.

    Ela predominou at a dcada de 1940, mas no obteve sucesso. Alm de restringir a liderana

    quem nascesse com os tais traos, ela apresentava quatro limitaes (Robbins):

    - No h um trao universal de liderana.

    - Os traos provem melhor o comportamento em situaes fracas que em situaes fortes, ou seja, em situaes que exigem mais habilidade de liderar.

    - As evidncias so poucas claras quanto separao de causa e efeito. Um exemplo disso seria o

    questionamento se o lder mais autoconfiante, ou o sucesso da liderana que o torna mais

    autoconfiante.

    - Os traos funcionam melhor para prever o surgimento da liderana do que para distinguir entre

    lderes eficazes e ineficazes.

    Por conta dessas limitaes, surgiram as teorias comportamentais.

    Teorias Comportamentais

    Os tericos comportamentais afirmavam que a liderana pode ser aprendida e descreveram vrios

    comportamentos de liderana.

    TEORIA DOS TRAOS

    Foco nas caracteristicas da personalidad do lider.

    TEORIAS COMPORTAMENTAIS Foco nos estilos de liderana, no

    comportamento do lider

    TEORIAS CONTINGENCIAIS Foco na adequadao do comportamento do

    lider diante das situaes.

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    Estudos de Kurt Lewin - Estilos clssicos de liderana

    Kurt Lewin orientou, na dcada de 1930, uma pesquisa que envolvia trs grupos clssicos de

    crianas submetidas a lideranas diferentes: autocrtica, democrtica e liberal (laissez-faire). A partir

    dessa pesquisa, eles desenvolveram uma teoria que viria a se chamar Os Trs de White e Lippitt ou

    Estilos Clssicos de Liderana.

    Aspectos AUTOCRTICA DEMOCRTICA LIBERAL

    Tomada de

    decises

    Apenas o lder decide e

    fixa as diretrizes, sem

    nenhuma participao

    do grupo.

    As diretrizes so

    debatidas e decididas

    pelo grupo, que

    estimulado e orientado

    pelo lder.

    Total liberdade ao

    grupo para tomar

    decises, com mnima

    interveno do lder.

    Programao dos

    trabalhos

    O lder dar as ordens e

    determina providncias

    para a execuo de

    tarefas, sem explic-las

    ao grupo.

    O lder aconselha e d

    orientao para que o

    grupo esboce objetivos

    e aes. As tarefas

    ganham perspectivas

    com os debates.

    Participao limitada do

    lder. Informaes e

    orientao so dadas

    desde que solicitadas

    em grupo.

    Diviso de

    trabalho

    O lder determina a

    tarefa a cada um e qual

    o seu companheiro de

    trabalho.

    O grupo decide sobre a

    diviso das tarefas e

    cada membro tem

    liberdade para escolher

    os colegas.

    A diviso das tarefas e a

    escolha dos colegas so

    do grupo. Nenhuma

    participao do lder.

    Comportamento

    do lder

    O lder dominador e

    pessoal nos elogios e

    nas crticas ao grupo.

    O lder objetivo e

    limita-se aos fatos nos

    elogios ou crticas.

    O lder atua somente

    quando solicitado.

    Os trs estilos de liderana (adaptado) Chiavenato - Administrao geral e pblica.

    Estudos da Universidade de Ohio Stogdill e Coons Nos anos 1940, esses estudiosos buscaram identificar dimenses independentes do

    comportamento do lder. Seus estudiosos descreveram duas categorias de liderana: estrutura de

    iniciao e considerao.

    A estrutura de iniciao: o ponto de capacidade em que o lder consegue definir e

    estruturar seu prprio papel e dos liderados em busca dos objetivos. Isso inclui organizar o trabalho,

    as relaes de trabalho e as metas. Um lder com alta estrutura de iniciao delega tarefas especificas

    aos membros do grupo, espera que os trabalhadores mantenham padres definidos de desempenho e

    enfatiza o cumprimento dos prazos.

    A considerao pode ser definida como o ponto no qual o lder tem relacionamentos de

    trabalho e caracterizados pela confiana mtua e pelo respeito por idias e sentimentos dos

    funcionrios. O lder com alta considerao se preocupa com o bem-estar, conforto, status e

    satisfao de seus liderados.

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    Considerao

    Estrutura

    Alta considerao

    Reduzida estrutura

    Alta estrutura

    Alta considerao

    Reduzida estrutura

    Reduzida considerao

    Alta estrutura

    Reduzida considerao

    Modelos de liderana da Universidade de Ohio (adaptada) Teixeira Gestes das organizaes

    Estudos da Universidade de Michigan Teoria Bidimensional Contemporneos dos estudos de Ohio, um grupo de pesquisadores de Michigan, liderados por

    Rensis Likert, realizou pesquisas com objetivos similares. Eles queriam identificar que

    caractersticas da liderana estariam ligadas com o desempenho eficaz. Dessa forma, chegaram,

    tambm, as duas dimenses do comportamento da liderana: orientao para o funcionrio e

    orientao para a produo.

    O lder com comportamento centrado nas preocupaes com a tarefa, ou seja, orientado

    para a tarefa, preocupa-se mais com essa (tarefa) do que com a equipe que a executa. Ele

    classificado como sendo um lder autocrtico, direto e socialmente distante. , portanto, uma

    liderana preocupada excessivamente com o trabalho, com as metas e com os recursos disponveis.

    O lder que centrado nas relaes pessoais, ou seja, orientado para as pessoas/

    relacionamentos, acredita que o processo administrativo deve proporcionar um ambiente de trabalho

    em que as pessoas se sintam confortveis.

    Classificados como democrtico, consultor, participativo e preocupado com o funcionrio, ele

    procura compreender e ajudar os liderados.

    Orientado para TAREFAS Orientado para PESSOAS

    Planeja e define como o trabalho ser feito.

    Atribui as responsabilidades pela tarefa.

    Define claramente os padres de trabalho.

    Busca meios de completar a tarefa.

    Monitora os resultados de desempenho.

    Focaliza a produtividade e a qualidade.

    Preocupa-se com os mtodos de trabalho.

    Atua como apoio e retaguarda para as pessoas.

    Procura ensinar e desenvolver as pessoas.

    Mostra os objetivos de trabalho para as pessoas.

    Desenvolve relaes sociais com as pessoas.

    Mostra confiana nas pessoas.

    sensitivo quanto s necessidades das pessoas.

    Respeita os sentimentos das pessoas.

    As diferenas entre liderana centrada nas tarefas e liderana centrada nas pessoas (adaptada) Chiavenato

    Administrao geral e pblica.

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    Os quatros estilos de Likert

    Likert ainda continuou a desenvolver seus estudos sobre liderana. Ele aprofundou conceito e

    abordagem no entendimento desse tipo de comportamento. Era defensor da Gesto participativa, ou

    seja, defendia que a gesto eficaz fortemente orientada para subordinados, apoiando-se na

    comunicao para que exista uma maior concentrao de idias e de objetivos.

    Ele props quatro tipos de liderana baseados no estilo de autoridade do lder. Essa

    abordagem ficou conhecida como os quatros estilos de Likert, Sistemas Gerenciais de Likert, ou

    Sistemas 4 de likert.

    O Sistema 4 possui quatro variveis: processo decisorial, sistema de comunicaes,

    relacionamento interpessoal e sistema de recompensas e punies. Os sistemas so:

    - Autoritrio-coercitivo: o lder decide o que h para fazer, quem, como e quando devem ser feito.

    encontrado em empresas com mo-de-obra intensiva e tecnologia rudimentar de pessoas com nvel

    mais baixo e mo-de-obra sem qualificao superior. Ex: construo.

    - Autoritrio-benevolente: o lder toma as decises, mas os subordinados tm alguma liberdade e

    flexibilidade no desempenho das tarefas. Encontrado em empresas industriais com mo-de-obra e

    tecnologia mais especializada e apurada, mas ainda com controle sobre o comportamento das

    pessoas. Ex: indstria, linhas de montagem.

    - Consultivo: o lder consulta os subordinados antes de estabelecer os objetivos e tomar as decises.

    geralmente utilizado em empresas de servios, como bancos e financeiras, e reas administrativas

    das empresas industriais mais organizadas.

    - Participativo: existe um envolvimento total dos empregados na definio dos objetivos das

    decises. o estilo recomendado por Likert, sendo, no entanto, ainda pouco encontrado na prtica.

    encontrado em empresas de sofisticada tecnologia, de pessoal especializado e preparado

    desenvolvendo atividades extremamente complexas. Ex: consultorias em administrao e

    engenharia, propaganda.

    Teoria do Grid Gerencial: nfase na produo versus nfase nas pessoas

    Robert Blake e Mouton, em 1964, desenvolveram um modelo de anlise comportamental dos

    lderes, conhecida por grelha gerencial e que, ainda hoje, o modelo mais utilizado na formao de

    lderes. Segundo os autores, o gestor orienta a sua ao para dois aspectos fundamentais:

    nfase na produo - preocupao com os resultados dos esforos dos subordinados, isto ,

    com os resultados da tarefa.

    nfase nas pessoas - preocupao com as pessoas, sejam subordinados, colegas ou chefes.

    H uma grande ateno para com as pessoas, atendendo s suas necessidades e s suas expectativas.

    Como instrumento de avaliao dos estilos de liderana, os autores apresentam a "managerial

    grid", grelha gerencial, que uma tabela de dupla entrada, composta por dois eixos: o eixo vertical

    representa a "nfase nas pessoas" e o eixo horizontal representa a "nfase na produo".

    Blake e Mouton consideram que bastante importante que cada gestor aprenda a observar o

    seu estilo de liderana atravs da grelha, a fim de melhorar o seu desempenho individual, sempre na

    perspectiva de comparar o seu estilo com o estilo 9.9 que o estilo ideal, em que se d grande

    importncia quer produo quer ao desenvolvimento profissional das pessoas.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    Da Grelha Gerencial resulta

    - POSIO 1,1 (Empobrecida): aqui o emprego do esforo o mnimo necessrio para que o trabalho seja executado e tambm o esforo suficiente para permanecer como membro da

    organizao.

    - POSIO 1,9 (Clube Campreste ou Clube Recreativo ou Contry club): a ateno concentrada nas necessidades das pessoas leva a uma atmosfera agradvel a um confortvel ritmo de

    trabalho.

    - POSIO 5,5 (Homem Organizacional ou Gerncia de meio de caminho): um adequado desempenho organizacional pode ser obtido por um equilbrio entre o atendimento das necessidades

    das pessoas, a manuteno do moral satisfatrio e a necessidade de obteno de resultados.

    - POSIO 9,1 (Autoridade, Gerenciamento de tarefas ou Autoridade-obedincia): a eficincia dos liderados decorrente da organizao das condies de trabalho, de tal forma que o

    fator humano interfira em grau mnimo.

    - POSIO 9,9 (Equipa ou Equipe ou Gerncia em equipe): os resultados do trabalho provm do empenho pessoal. O comprometimento de todos leva a uma interdependncia e criao

    de um relacionamento confiante e respeitoso.

    Teorias situacionais/ contingenciais

    Essas teorias vieram suprir a lacuna que as teorias comportamentais no conseguiram

    preencher. Alm de considerar o comportamento do lder, a situao deveria ser tambm

    considerada. As teorias so as seguintes:

    Teoria Caminho-meta ou Caminho-objetivo

    Robert House desenvolveu essa teoria com base nos estudos de Universidade de Ohio e nas

    ideias da teoria da expectativa. A principal ideia dessa teoria a de que o lder ser aceito pelos

    liderados como lder, quando estes o virem como fonte de satisfao, imediata ou futura. Dessa

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    20

    forma, o lder deve auxiliar seus liderados a alcanarem seus objetivos, orientando-os e apoiando-os

    para garantir que esses objetivos sejam compatveis com os objetivos organizacionais.

    O comportamento do lder ser motivacional se:

    - Fizer com que sejam contingentes: satisfao das necessidades do liderado e seu

    desempenho eficaz.

    - Proporcionar o apoio e a orientao necessrios aos liderados.

    House detalhou quatro comportamentos de liderana:

    Lder diretivo: semelhante estrutura de iniciao da Universidade de Ohio, este lder deixa claro o que espera dos seus liderados, organiza e proporciona diretrizes claras e objetivas sobre como as

    tarefas devero ser realizadas.

    Lder apoiador: semelhante considerao, o lder apoiador receptivo e sensvel s necessidades dos liderados.

    Lder participativo: antes de tomar decises, consulta seus liderados. semelhante ao democrtico-

    consultivo da liderana clssica.

    Lder orientado para a conquista ou lder voltado para realizao: estabelece desafios que so

    desafiadores e espera que os liderados demonstrem seus desempenhos mximos.

    House afirma que os lideres so flexveis. Eles iro adequar o estilo de liderana de acordo com a

    situao. So duas as classes ambientais propostas pelo autor: fatores contingenciais ambientais e

    fatores contingenciais do subordinado. Observem a figura:

    Robbins ressalta as seguintes colocaes para a teoria:

    - A liderana diretiva leva a uma maior satisfao quando as tarefas so ambguas ou estressantes do

    que quando so altamente estruturadas e planejadas.

    - A liderana diretiva pode ser percebida como redundante por liderados com grande capacidade de

    percepo ou com razovel experincia.

    - A liderana apoiada leva a um melhor desempenho e satisfao quando os liderados realizam

    tarefas estruturadas.

    Comportamento do lder:

    Diretivo

    Apoiador

    Participativo

    Orientado para a

    conquista

    Resultados:

    Desempenho

    Satisfao

    Fatores

    contingenciais dos

    liderados

    Centro de controle

    Experincia

    Fatores contingenciais

    Ambientais:

    Estruturas de tarefas

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    - Os liderados com centro de controle interno ficam mais satisfeitos com o estilo de liderana

    participativa.

    Continuum de liderana de Schmidt Tannenbaum e Schmid (1958).

    Atravs de um grfico a que chamaram continuum de padres de liderana apresentaram uma

    abordagem contingencial da liderana com bastante interesse. Os autores sugerem um conjunto

    alargado de comportamentos de liderana que o gestor tem a possibilidade de escolher na relao

    com os subordinados. Cada tipo de comportamento est relacionado com o grau de autoridade

    utilizado pelo lder e o grau de liberdade disponvel para os subordinados na tomada de decises.

    Teoria da Liderana Situacional Hersey e Blanchard

    Segundo resenha de alguns autores, efetuada por Paul Hersey e Kenneth Blanchard,

    "liderana o processo de exercer influncia sobre um indivduo ou um grupo, nos esforos para a

    realizao de um objetivo, em determinada situao".

    Necessita-se, ento, de um mtodo, pelo qual se consiga resultados predefinidos, com e

    atravs de pessoas.

    Hersey e Blanchard desenvolveram um modelo situacional de anlise da liderana com

    nfase nos liderados, introduzindo uma varivel muito importante, a maturidade dos subordinados.

    Segundo os autores a eficcia da liderana depende da adequao do estilo de liderana ao grau de

    maturidade dos subordinados. Mas como se define maturidade?

    Maturidade a capacidade e a vontade das pessoas assumirem a responsabilidade pela

    orientao do seu prprio comportamento, e divide-se em duas componentes: a maturidade no

    trabalho e a maturidade psicolgica.

    Maturidade no trabalho refere-se capacidade em termos de conhecimento e treino

    necessrios para desempenhar o trabalho, e avaliada numa escala de quatro intervalos: 1. pouca

    maturidade; 2. alguma maturidade; 3.bastante maturidade; 4.muita maturidade.

    Maturidade psicolgica refere-se ao querer ou vontade, o que pressupe autoconfiana e

    dedicao, e tambm avaliada numa escala de quatro intervalos: 1. raramente; 2. s vezes; 3.

    frequentemente; 4. geralmente.

    O nvel de maturidade (no trabalho + psicolgica) dos indivduos pode assim assumir quatro

    estdios:

    M1 pessoas que demonstram incapacidade para realizar as tarefas e ao mesmo tempo falta de

    vontade para assumir responsabilidades;

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    22

    M2 pessoas ainda com insuficiente capacidade de realizao, mas algumas vezes demonstram

    vontade; tm alguma motivao mas carecem de competncias necessrias para a realizao das

    tarefas de um nvel maior de responsabilidade;

    M3 pessoas com bastante capacidade de realizao mas com nveis de motivao por vezes instveis,

    nem sempre respondendo favoravelmente s solicitaes do lder;

    M4 pessoas com um elevado grau de capacidade de realizao e competncias e com muita vontade

    de fazer o que lhe solicitado.

    Tendo em ateno os estdios de maturidade dos subordinados possvel definir quatro estilos

    especficos de liderana:

    E1 dirigir/determinar (alta orientao para a tarefa e baixo relacionamento) O lder define os papis e informa os subordinados sobre as tarefas, quando e como execut-las, h, por isso, uma

    grande nfase no comportamento diretivo.

    E2 persuadir/vender ( alta orientao para as tarefas e alto relacionamento com as pessoas) - O

    lder fornece comportamento diretivo e de apoio aos subordinados para que as tarefas possam ser

    executadas conforme ele as definiu e estruturou.

    E3 participar/compartilhar (baixa nfase na estruturao das tarefas e alto nvel de relacionamento

    com as pessoas) - O processo de deciso partilhado, sendo o papel principal do lder, o de

    facilitador e comunicador.

    E4 delegar (baixa nfase na estruturao das tarefas e baixo nvel de relacionamento com as

    pessoas) - O lder d escassa direo e apoio aos colaboradores. Este estilo s adequado quando os

    colaboradores so realmente capazes de desenvolverem o trabalho e tm elevados nveis de

    motivao para fazer o que lhes solicitado.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    23

    Abordagens emergentes da liderana (Teoria Neocarismticas)

    Liderana carismtica

    Essa teoria descreve o lder como sendo uma pessoa capaz de fazer com que os liderados lhe

    atribuam capacidades hericas ou extraordinrias de liderana.

    So muitos os estudos existentes que tentam identificar caractersticas pessoais em lideres

    carismticos. O mais bem documentado identificou cinco. Nesse estudo, identificou-se que os lideres

    carismticos:

    - Tm uma viso;

    - Esto dispostos a correr riscos por essa viso;

    - So sensveis a limitaes ambientais;

    - So sensveis as necessidades de seus liderados;

    - Exibem comportamentos diferentes dos comuns.

    Robbins descreve que os lideres carismticos influenciam seus liderados por meio de um processo de

    quatro etapas:

    - O lder articula uma viso atrativa;

    - O lder comunica suas expectativas e expressa sua confiana nos liderados de que vo conseguir

    alcan-la;

    - O lder comunica, por meio de palavras e de aes, um novo sistema de valores. Oferece um

    exemplo de comportamento aos liderados;

    - Para demonstrar coragem e convico em relao a sua viso, o lder submete-se auto-sacrifcios e

    se engaja em comportamentos no convencionais.

    Liderana transacional

    O lder transacional aquele que conduz ou motiva os liderados na direo das metas

    preestabelecidas, esclarecendo papis e exigncias do trabalho. o tipo de lder que consegue de

    seus liderados, o desempenho esperado.

    Essa liderana baseada na troca. Por isso seu nome: transacional (de transaes, trocas). O

    liderado apresenta seu desempenho, atinge os resultados, e em troca, o lder dispe de benefcios.

    Liderana transformacional

    Na liderana transformacional, os liderados so inspirados a transcenderem seus prprios

    papis, causando um efeito profundo e um impacto maior na organizao. Nesse tipo de liderana, os

    lderes proporcionam atendimento personalizado e estmulo intelectual a seus liderados, alm de

    possurem carisma.

    A liderana transformacional cria um vnculo bastante forte em termos de influncia

    mtua, que se prope como uma ligao muito mais estvel, onde lder e liderados aprendem

    juntos nas situaes dirias elevando um ao outro ao maior nvel de motivao e moralidade.

    Observe o quadro comparativo de lderes transacionais e transformacionais:

    LIDER TRANSACIONAL LIDER TRANSFORMACIONAL

    Recompensa contingente: negocia a Carisma: oferece uma viso e o sentido da misso,

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    24

    troca de recompensas por esforo,

    promete recompensas pelo bom

    desempenho, reconhece as conquistas.

    estimula o orgulho, ganha o respeito e a confiana.

    Administrao por exceo (ativa):

    procura e observa desvios das regras e

    padres, tomando as atitudes corretivas

    necessrias.

    Inspirao: comunica suas altas expectativas, utiliza

    smbolos para focar os esforos e expressa propsito

    importante de maneira simples.

    Administrao por exceo (passiva): intervm apenas quando os padres no

    so alcanados.

    Estimulo intelectual: promove inteligncia, a

    racionalidade e a cuidadosa resoluo dos problemas.

    Laissez-faire: abdica das

    responsabilidades, evita a tomada de

    decises.

    Considerao individualizada: d ateno

    personalizada, trata cada funcionrio individualmente,

    aconselha e orienta. Caractersticas dos lideres transacionais e transformacionais (adaptada) Robbins comportamento organizacional

    QUESTO DE CONCURSO

    (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIRIO/2012) A teoria da liderana transformacional baseia-se em

    traos de personalidade.

    Gabarito: Errado.A teoria transformacional no est relacionada com a abordagem de traos de

    personalidade.

    Cuidado!

    As novas teorias da liderana (transacional e transformacional) no se encaixam nas abordagens da

    liderana (traos de personalidade, estilos de liderana e situacional).

    QUESTO DE CONCURSO

    (CESPE/ANCINE/TCNICO ADMINISTRATIVO/2012) As lideranas transformacional e

    transacional assemelham-se quanto ao estilo comportamental do lder, sendo elemento comum dessas

    abordagens a capacidade de adequao do comportamento de liderana ao contexto.

    Gabarito: errada. Alm de no se assemelharem, no se encaixam em nenhum dos estilos

    apresentados.

    CLIMA E CULTURA ORGANIZACIONAL

    CULTURA ORGANIZACIONAL UM CONJUNTO DE IDEIAS, CONHECIMENTOS,

    FORMAS DE AGIR, PENSAR E SENTIR EXPRESSAS EM TERMOS MATERIAIS OU NO,

    QUE SO PARTILHADOS POR UM GRUPO OU UMA ORGANIZAO, COM CERTA

    REGULARIDADE NO TEMPO E NO ESPAO. CARACTERIZA-SE COMO UM FENMENO

    ORGANIZACIONAL DE CARTER MAIS PROFUNDO E DE MAIOR PERMANNCIA QUE,

    EM GERAL, REQUER MAIS TEMPO PARA MUDAR.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    25

    CLIMA ORGANIZACIONAL UM CONJUNTO DE PERCEPES, OPINIES E

    SENTIMENTO QUE SE EXPRESSAM NO COMPORTAMENTO DE UM GRUPO OU UMA

    ORGANIZAO, EM UM DETERMINADO MOMENTO OU SITUAO. CARACTERIZA-SE

    COMO UM FENMENO GERALMENTE DE CARTER MENOS PROFUNDO E QUE PODE

    MUDAR EM MENOR TEMPO.

    CULTURA ORGANIZACIONAL

    Ao pesquisar a bibliografia relacionada cultura organizacional, verifica-se que, em geral, os

    conceitos encontrados so muito parecidos ou se complementam. No entanto, destacou-se a

    conceituao de Nassar (2000) que afirmou: ... cultura organizacional o conjunto de valores,

    crenas e tecnologias que mantm unidos os mais diferentes membros, de todos os escales

    hierrquicos, perante as dificuldades, operaes do cotidiano, metas e objetivos. Pode-se afirmar

    ainda que a cultura organizacional que produz junto aos mais diferentes pblicos, diante da

    sociedade e mercados o conjunto de percepes, cones, ndices e smbolos que chamamos de

    imagem corporativa.

    Alguns autores (CHIAVENATO, 1999; NASSAR, 2000; VERGASTA, 2001) afirmam que a

    cultura organizacional pode sofrer mudanas ao longo do tempo, mesmo que a organizao resista a

    elas. De acordo com VERGASTA (2001) A cultura organizacional no algo pronto e acabado,

    mas est em constante transformao, de acordo com sua histria, os seus atores e com a

    conjuntura.

    Para SCHEIN cultura organizacional o modelo dos pressupostos bsicos que um dado

    grupo inventou, descobriu ou desenvolveu no processo de aprendizagem, para lidar com os

    problemas de adaptao e integrao dos membros. Uma vez que estes pressupostos tenham

    funcionado bem o suficiente para serem considerados vlidos, so ensinados como a maneira certa

    de se perceber, pensar, e sentir em relao aqueles problemas.

    A cultura como a vida da organizao retratada na sua misso e em seus objetivos, nas suas

    estratgias, nos estilos de gesto, no processo de comunicao, na tomada de deciso e delegao de

    poderes, na sua histria.

    Podemos dizer que cultura organizacional o conjunto de normas, valores, crenas, atitudes,

    conhecimentos, costumes, aptides, smbolos, ritos que regem a vida dentro das organizaes. A

    cultura influencia a forma de pensar, agir e sentir dos indivduos e dos grupos.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    26

    A cultura compe-se de trs dimenses interdependentes: A ideolgica, a material e a

    psicossocial.

    Ideolgica Conjunto de normas e valores, regulamentos, poltica administrativa,

    tradies, padro de conduta esperado, estilo de gesto, que governam e controlam o

    funcionamento organizacional. a funo reguladora, de autoridade dentro da organizao.

    Engloba no s as leis formais, como os costumes, rituais, padres e cdigos informais, isto ,

    no estabelecidos oficialmente, mas obedecidos tacitamente.

    Material Conjunto de instrumentos, processos, "know-how", diviso de tarefas,

    "layout", racionalizao de trabalho, recursos materiais, cronogramas, redes de comunicao,

    metodologia de servios. Engloba o grau de maior ou menor estrutura da funes, grau maior ou

    menor de certeza das tarefas e contato com o meio ambiente. Na verdade, a dimenso material

    o conjunto de variveis objetivas da organizao, que trata das questes relativas a tarefa.

    Psicossocial - Conjunto das manifestaes afetivas dos indivduos que compem a

    organizao, manifestaes subjetivas de idiossincrasias, caractersticas dos comportamentos

    grupais. Engloba as percepes, os sentimentos e as reaes positivas ou negativas. A dimenso

    psicossocial, o conjunto de variveis subjetivas da organizao. Ou seja, so os aspectos

    emocionais do trabalho, despertados pela tipo de tarefa e pela cultura organizacional.

    As trs dimenses formadoras da cultura organizacional ideolgica, material e

    psicossocial- no so necessariamente equivalentes. Uma ou outra pode predominar na vida

    organizacional, pode ter maior expresso, atuar com mais fora. H organizaes eminentemente

    voltada para as questes materiais, outras mais ideolgicas outras ainda em que mais intensa as

    relaes psicossociais.

    As dimenses da cultura so interdependentes, isto , cada uma tem efeitos sobre as outras

    duas. Uma inovao na dimenso material, por exemplo, uma mudana tecnolgica, pode acarretar

    mudana nas diretrizes organizacionais, com efeito conseqente na dimenso psicossocial. No

    entanto, a interdependncia mais marcante, est entre a dimenso ideolgica e a dimenso

    psicossocial. Sempre que um se acentua, o outra reage: exageros normativos despertam rebeldia, e

    liberalidade no ambiente psicossocial provocam reforo das restries. O equilbrio entre essa duas

    variveis resulta em coeso, moral elevado, segurana e satisfao. O desequilbrio gera insatisfao,

    desmotivao, competio, em vez de coeso.

    Aspectos formais e abertos X Aspectos informais e fechados

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    27

    Muitos aspectos da cultura organizacional so percebidos com facilidade e so denominados

    formais e abertos, enquanto outros so de difcil percepo e so denominados aspectos informais e

    ocultos. Tal como um iceberg, os aspectos formais ficam na parte visvel e envolvem as polticas e

    diretrizes, mtodos e procedimentos, objetivos, estrutura e tecnologia adotada e comportamento. Os

    aspectos informais envolvem as percepes, sentimentos, atitudes, valores e interaes grupais.

    Os nveis fundamentais da cultura

    - ARTEFATOS OBSERVVEIS: tecnologias, prdios e instalaes, produtos, servios, disposio

    fsica, vestimentas, maneiras como as pessoas se tratam, marca, etc.

    - VALORES: valores, normas, ideologias, filosofias adotadas e documentadas de uma cultura, etc.

    - CONCEPES BSICAS / PRESSUPOSTOS: constitui o nvel mais profundo de entendimento

    da cultura organizacional (crenas inconscientes), percepes e sentimentos.

    Shein afirma que a cultura passa a existir quando no mais necessrio pensar sobre um

    problema racionalmente. A cultura como um iceberg apresenta os aspectos formais mais visveis e

    abertos (em cima), enquanto os aspectos informais mais ocultos (embaixo).

    Iceberg da cultura organizacional

    Tipologia cultura proposta por Shein:

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    Elementos da cultura organizacional

    VALORES: trata-se do que a empresa entende como atitudes primordiais para o sucesso. tida como a

    essncia da filosofia da empresa e promove o direcionamento comum aos funcionrios.

    Exemplos: credibilidade, satisfao do cliente, transparncia, etc.

    CRENAS: referem-se ao que tido como verdadeiro pela empresa, as percepes de mundo, que so

    validadas com o tempo.

    AMBIENTE FSICO: elementos que rodeiam as pessoas fisicamente e lhes fornecem estimulao

    sensorial imediata para executar atividades culturalmente expressivas.

    ARTEFATOS: objetos materiais fabricados por pessoas para facilitar as atividades culturalmente

    expressivas.

    CERIMNIA: sistema de vrios ritos conectados com uma ocasio ou evento particular.

    CONTO POPULAR: narrativa completamente fictcia.

    ESTRIA: narrativa baseada em eventos verdadeiros. Frequentemente mistura o verdadeiro com a

    fico.

    GESTOS: movimentos de partes do corpo usados para expressar significados.

    LENDA: transmisso de uma narrativa de algum evento maravilhoso que baseado numa estria, mas

    tem incorporado alguns detalhes fictcios.

    LINGUAGEM: forma ou maneira particular atravs da qual os membros de um grupo usam sons vocais

    e sinais escritos para transmitir significados para os outros.

    MITO: narrativa dramtica de eventos imaginados, usada para explicar origens ou transformaes das

    coisas. Tambm crena inquestionvel a respeito de benefcios prticos de certas tcnicas e

    comportamentos que no so sustentados pela demonstrao dos fatos.

    RITO: relativamente elaborado, dramtico; conjunto de atividades planejadas que consolidam vrias

    formas de expresses culturais num s evento, executado atravs das interaes sociais,

    geralmente para o benefcio de uma audincia.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    RITUAL: conjunto detalhado e padronizado de tcnicas e comportamentos que lida com as ansiedades,

    mas que frequentemente produz consequncias intencionais de importncia prtica.

    SAGA: narrativa histrica que descreve as realizaes mpares de um grupo e seus lderes geralmente

    em termos histricos.

    SMBOLO: qualquer objeto, ato, evento, qualidade ou relao que serve de veculo de um significado,

    geralmente representando outra coisa. Exemplo: bandeiras, hinos, logomarca, etc.

    HERIS: tratam-se das pessoas que fizeram e/ou fazem histria dentro da organizao atravs de aes

    que fortaleceram a mesma. So aqueles que mesmo ausentes deixaram uma marca, fixaram

    uma forma de pensar, seja positiva ou negativa. So eles que personificam os valores

    adotados pela empresa. Podemos citar diversos exemplos de heris: Antnio Ermnio de

    Moraes, da Votorantin; Henry Ford e Bill Gates, etc.

    TABUS: tudo o que tido como no permitido dentro da empresa. Existem organizaes, por exemplo,

    que vetam a contratao de pessoas da mesma famlia, namoro entre colegas de trabalho, etc.

    NORMAS: regras escritas que ditam o comportamento considerado correto pela empresa e que deve ser

    seguido pelos seus funcionrios. Exemplos: Cdigo de tica, regulamento interno, etc.

    Fonte: FREITAS, 1991 (adaptado)

    Os seis ritos, segundo Beyer e Harrison1

    Para Beyer e Harrison (1986) existem seis tipos de ritos nas organizaes modernas. So eles,

    ritos: de passagem; de degradao; de confirmao; de reproduo; para reduo de conflitos; de

    integrao. Os ritos so facilmente identificveis, porm dificilmente interpretveis.

    Ritos de passagem funcionam para criar e manter a cultura: normas e valores afirmados e

    comunicados de forma tangvel e como mecanismos de poder e de controle organizacional.

    1. Ritos de passagem: facilitam a transio de uma pessoa para papis sociais e status que lhe so

    novos o processo e introduo e treinamento bsico no Exrcito americano;

    2. Ritos de degradao: esto associados dissoluo de identidades sociais e perda de poder de um

    indivduo. Geralmente, este, alm de ter sua imagem denegrida e associada a algum fracasso,

    excludo do cargo ou status que ocupa. o processo de despedir e substituir um alto executivo;

    3. Ritos de confirmao ou reforo: ao contrrio dos ritos de degradao, tm como objetivo

    divulgar e exteriorizar os resultados positivos e o sucesso, fortalecendo identidades sociais e seu

    poder. Dessa forma, estes ritos estimulam a motivao dos membros da organizao. seminrios para

    reforar a identidade social e seu poder de coeso;

    4. Ritos de renovao ou reproduo: so os que se relacionam ao fortalecimento das atividades de

    crescimento e desenvolvimento gerencial e organizacional. Devido instabilidade do contexto

    organizacional, esses ritos vm sendo utilizados de forma intensa pelas empresas. Renovam a

    estrutura, a estratgia e a gesto da empresa como um todo. So caracterizados por programas de

    redesenho de trabalho, de grupos de trabalho, feedback das aes, atividades de desenvolvimento

    organizacional; 1 J. Beyer & Harrison Trice. How an organizations rites reveals its culture. Organizational Dynamics, 1986. Apud:

    Maria Tereza Leme Fleury, op., cit., p.27-6.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    30

    5. Ritos para reduo de conflito: so vistos como uma forma de criar meios para a convergncia

    de opinies ou posies organizacionais com a finalidade de reduzir os conflitos e agresses.

    Processos de negociao coletiva;

    6. Ritos de integrao: sentimentos em comum que unem as pessoas e as mantm fiis a um

    sistema social. Exemplos: festas de natal nas organizaes, comemorao dos aniversariantes,

    almoo com o presidente da organizao.

    ATENO: Segundo os autores, os ritos organizacionais so facilmente identificveis, porm

    dificilmente interpretveis; Beyer e Harrison advogam a necessidade de os gerentes desenvolverem

    suas habilidades compreensivas e interpretativas sobre ritos visando administrar a cultura

    organizacional.

    QUESTO DE CONCURSO

    (CESGRANRIO ANALISTA DE PLANEJAMENTO IBGE RH 2013) A cultura organizacional transmitida aos colaboradores de diversas maneiras, entre as quais os rituais, que

    expressam e reforam os valores fundamentais da organizao. Neste sentido, os ritos de

    (A) integrao encorajam e revivem sentimentos em comum que unem as pessoas e as mantm fiis

    a um sistema social. So eventos que reafirmam a correo moral das normas habituais, como por

    exemplo, a Festa de Natal da empresa, aniversariantes do ms, caf da manh com o presidente.

    (B) reduo de conflitos renovam a estrutura, a estratgia e a gesto da empresa como um todo. So

    caracterizados por programas de redesenho de trabalho, de grupos de trabalho, feedback das aes,

    negociao coletiva de sindicatos,entre outros.

    (C) passagem enaltecem as qualidades das pessoas por meio de prmios, reconhecimento pblico de

    seus feitos e facilitam a transio de uma pessoa para papis sociais e status que lhe so novos. Um

    bom exemplo deste rito o Prmio Nobel e o Oscar.

    (D) degradao esto relacionados com eventos inevitveis da vida cotidiana. So eventos que

    marcam uma ruptura de um estado, como por exemplo, um empregado que se aposenta, um diretor

    que vira presidente da companhia.

    (E) reforos esto relacionados com eventos negativos, de humilhao. uma associao das

    caractersticas e atitudes de uma determinada pessoa com algo negativo que prejudica a companhia.

    Essa pessoa se torna to prejudicial para a empresa, que, aos poucos, ela vai perdendo suas

    responsabilidades at ser removida da sua posio.

    importante salientar que as organizaes, muitas vezes, esto inseridas em um mesmo

    contexto scio-econmico-cultural, no entanto, apresentam caractersticas singulares. Isto se deve a

    inmeras variveis, como o modelo de gesto que recebem o tipo de liderana predominante, o

    comprometimento de seus colaboradores, a subcultura local com suas respectivas crenas e tabus,

    enfim a uma diversidade de fatores que iro constituir uma cultura organizacional diferente em cada

    organizao.

    Como se percebe, para analisar e intervir em uma organizao se faz necessrio

    englobar todos os componentes organizacionais e ter uma ateno especial aos chamados

    culturais tais como: o perfil dos lderes e clientes internos, os ritos e smbolos presentes nas

    relaes, os tipos de comunicao adotados, a filosofia que guia a poltica de gesto, o clima

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    organizacional, a coerncia entre a misso da organizao e as atitudes comportamentais de seus

    componentes, enfim inmeros fatores significativos para a visualizao da cultura organizacional.

    Para Chiavenato (1996), A cultura organizacional consiste em padres explcitos e implcitos de

    comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo que constituem uma caracterstica

    prpria de cada empresa. Para esse autor a cultura organizacional pode ser dividida em um nvel

    visvel e outro invisvel. No nvel visvel, esto os padres e estilos de comportamento dos

    empregados. No nvel como um iceberg, invisvel est os valores compartilhados e crenas que

    permanecem durante um longo perodo de tempo. Este nvel mais difcil de mudar.

    Existe ainda a definio da cultura organizacional holstica que apresenta uma concepo

    diferente dos aspectos pragmticos encontrados na literatura da rea administrativa, no entanto

    concorda com o fato de que a cultura organizacional mutvel. Como se observa na definio dada

    por Weil (1995): ... uma cultura organizacional holstica um conjunto de valores, conhecimentos e

    costumes ligados a uma viso no-fragmentada do mundo em que a organizao considerada um

    organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema de eventos com uma constante

    interao e interdependncia de sistemas maiores ou menores.

    Torquato (1992) explica que em relao cultura organizacional, existem quatro tipos de

    reforadores de culturas:

    O primeiro o aspecto histrico, ou seja, a experincia de longos anos da empresa pesa sobre a

    comunidade, os costumes e a ordem conservadora que de alguma maneira inibem o avano das

    mudanas.

    O segundo reforador da cultura a natureza tcnica da empresa, ou os produtos e servios que

    ela produz.

    O terceiro o modelo de gesto da organizao. Este modelo representado pelos tipos

    autocrtico e democrtico. O autocrtico representa os autoritrios, estabelece a cultura

    normativa, hermtica, em que a hierarquia levada as ltimas consequncias. O democrtico

    pressupe a ideia de participao, desbloqueando canais formais, abrindo fluxos, incentivando a

    criatividade e impulsionando a comunidade para as mudanas.

    O quarto reforador chamado de osmose geogrfica, essa caracteriza por uma interpenetrao

    de culturas, por conta da proximidade das empresas, por se localizarem na mesma regio, como,

    por exemplo, o ABC paulista, em que as comunidades costumam incorporar comportamentos

    semelhantes.

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    32

    Subcultura - Segundo Zanelli, Borges-Andrade e Bastos (2004) a subcultura pode ser definida como um

    grupo de pessoas com padres especiais e peculiares e valores que no representam ameaa para os demais

    valores dominantes da organizao. Ou seja, apesar de existir uma cultura dominante, dentro das organizaes

    possvel encontrar culturas menores e com alguns aspectos diferenciados, porm, que mantm os valores

    essenciais, dominantes da organizao.

    Contracultura Refere-se a prticas e manifestaes, dentro da organizao, que vo de encontro cultura geral e dominante da organizao, em forma de manifestaes ou comportamentos contrrios ao costume.

    CLIMA ORGANIZACIONAL

    De acordo com EDELA (1978), o clima organizacional um fenmeno resultante da

    interao dos elementos da cultura, como preceitos, carter e tecnologia. Decorre do peso dos efeitos

    de cada um desses elementos culturais, valores, polticas, tradies, estilos gerenciais,

    comportamentos, expresses dos indivduos envolvidos no processo e tambm resultante do conjunto

    de instrumentos, conhecimentos e processos operacionais da organizao.

    O clima organizacional influencia direta e indiretamente nos comportamentos, na motivao,

    na produtividade do trabalho e tambm na satisfao das pessoas envolvidas com a organizao.

    Segundo LUZ (2001), O clima retrata o grau de satisfao material e emocional das pessoas no

    trabalho. Observa-se que este clima influencia profundamente a produtividade do indivduo e,

    consequentemente da empresa. Assim sendo, o mesmo deve ser favorvel e proporcionar

    motivao e interesse nos colaboradores, alm de uma boa relao entre os funcionrios e a

    empresa.

    De acordo SHEIN apud EDELA (1978): O clima gerencial determinado primeiro pelos

    pressupostos sobre a natureza do homem, prevalentes na organizao...

    Clima Organizacional a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional, que

    percebida ou experimentada pelos membros da organizao e influencia o seu

    comportamento. (GEORGE LITWIN)

    O clima organizacional tambm reflete a histria dos tipos de pessoas que a organizao atrai,

    dos seus processos de trabalho, das modalidades de comunicao e tambm reflete a histria de

    quem exerce a autoridade dentro do sistema. DAVIS (EDELA, 1978), outro referencial, fixou-se

    mais no clima organizacional e compreendeu que este resultado, em sua totalidade, da prpria

    cultura, tradies e mtodos de ao de cada organizao. Para ele, cada novo empregado espera ter

    o apoio da empresa e atender seus desejos econmicos, sociais e emocionais. Atravs da percepo

    que tiver, este funcionrio produzir uma ou outra imagem do clima da organizao em sua mente.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    33

    As empresas atraem ou mantm pessoas que se ajustam ou no em seus padres de comportamento,

    que por muitas vezes so perpetuados atravs da histria da organizao.

    Pode-se concluir, ainda, que o clima organizacional o reflexo das motivaes

    comportamentos e relaes estabelecidas entre os agentes organizacionais alm de ser um fator que

    influencia estas mesmas variveis.

    Cultura X clima organizacional

    O clima organizacional de certa forma, o reflexo da cultura da organizao, ou melhor

    dizendo, o reflexo dos efeitos dessa cultura na organizao como um todo.

    LUZ (1995) afirma que Clima resultante da cultura das organizaes; de seus aspectos

    positivos e negativos (conflitos). Portanto, o clima organizacional influencia e influenciado pelo

    comportamento dos indivduos na organizao, no seu desempenho, motivao e satisfao no

    trabalho. Como afirma Soares (2002), O clima mapeia o ambiente interno que varia segundo a

    motivao dos agentes. Aprende suas reaes imediatas, suas satisfaes e suas insatisfaes

    pessoais...

    Como mudanas na cultura organizacional so mais profundas, levam mais tempo para

    acontecer. J o clima mais fcil de ser percebido e apresentando uma natureza mais transitria,

    podendo ser administrado tanto a curto quanto em mdio prazo.

    O quadro abaixo apresenta as diferenas entre Clima e Cultura Organizacional:

    CLIMA CULTURA

    Percepes/interpretaes Valores/Padres/Normas

    Termo avaliativo e descritivo Termo descritivo/ Constatao

    Mais superficial Mais enraizado

    Classificado como favorvel /

    no favorvel

    Classificada como adaptativas ou no

    adaptativas

    Mecanicistas ou Orgnicas

    Fortes ou Fracas

    Mais fcil de mudar Mais difcil de mudar

    Gesto de Clima Organizacional

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    No tpico acima, vimos o conceito, a composio e a importncia do clima organizacional,

    como tambm a diferena entre clima e cultura organizacional. Agora vamos analisar como pode ser

    feita a gesto do clima organizacional.

    Este ponto tambm costuma ser bastante cobrado em concursos. Para gerir o clima

    organizacional, necessrio fazer primeiro um diagnstico, a partir de uma pesquisa de clima

    organizacional, para saber qual a situao atual em relao s diversas dimenses do clima. O

    diagnstico identificar os pontos fortes e fracos do clima organizacional, e, como conseqncia,

    devemos ter um plano de ao para tentar elevar a qualidade do clima, especialmente em relao aos

    pontos mais crticos. Aps a implementao dessas aes, teremos uma nova pesquisa para avaliar o

    clima, reiniciando-se assim, o ciclo de gesto do clima organizacional.

    A opo pela gesto do clima mostra que a empresa est preocupada com o lado pessoal dos

    funcionrios. Esse tipo de postura da empresa tende a motivar os empregados.

    Por outro lado, essas iniciativas criam expectativas nas pessoas, que esperam aes concretas

    para sanar as insatisfaes levantadas. Caso a empresa faa o diagnstico, mas no promova aes de

    melhoria, o resultado pode ser catastrfico, com uma piora no clima e uma sensao de frustrao

    dos funcionrios.

    Ao fazer a pesquisa, possvel situar trs dimenses bsicas para investigaes sobre clima

    organizacional:

    Dimenso psicolgica: inclui fatores como comprometimento, criatividade, recompensa,

    sentimento de valorizao profissional e pessoal em relao a diferentes nveis hierrquicos,

    personalismo, individualismo, status e sociabilidade;

    Dimenso organizacional: natureza do trabalho realizado, grau de identificao com o

    produto/servio e com os objetivos da organizao, grau de conhecimento das referncias

    estratgicas (misso, viso de futuro, objetivos estratgicos) e organizacionais (processos de trabalho

    e modelo de funcionamento), modelo de deciso, relacionamento entre diferentes reas funcionais,

    modelo de comunicao, troca de experincias, estilo de liderana, poltica de recursos humanos

    (salrio, benefcios, carreira e desenvolvimento profissional), condies de trabalho (condies

    fsicas, instrumentos, equipamentos e suporte necessrio para realizar o trabalho);

    Dimenso informal: grupos de interesse, formadores de opinio e focos de resistncia a

    mudanas.

    A dimenso organizacional onde as intervenes podem ocorrer mais facilmente, pois

    incluem fatores mais administrveis pela organizao. Alteraes nas dimenses psicolgica e

    informal j dependem de mudanas mais profundas e transformaes mais difceis.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    35

    O diagnstico realizado pela pesquisa de clima organizacional pode auxiliar a organizao a

    efetuar diferentes aes, tais como:

    Potencializar os Propulsores - com base na apurao dos pontos fortes da organizao,

    poderemos ter uma ao especfica para sua valorizao e melhoria, tirando proveito de seus efeitos;

    Balizar Programas de Treinamentos Especficos por meio da identificao de seus pontos

    crticos, poderemos produzir resultados orientados s reais necessidades dos colaboradores;

    Obter a Sinergia dos Colaboradores - esta atividade faz com que os colaboradores tenham a

    oportunidade de refletir sobre suas realidades seu desenvolvimento profissional e pessoal. Uma

    simples participao em pesquisas j promove entre os colaboradores uma considervel elevao dos

    seus nveis e motivao.

    Sinergia das Lideranas - A apresentao dos resultados uma tima oportunidade de

    avaliao e reorientao das lideranas em torno dos mesmos objetivos - propicia um clima

    adequado realizao de outros trabalhos no nvel de comando da organizao. Entre eles,

    destacamos uma revitalizao do Planejamento Estratgico da organizao, especialmente no que

    tange Reorientao e Redefinio das Diretrizes Estratgicas.

    Podemos apontas os seguintes benefcios da Gesto do clima organizacional:

    Impulsiona o desempenho pessoal e organizacional

    Est interligado sistematicamente com outras aes de gesto de pessoas

    Alimenta o sistema de planejamento e gesto

    Cria e mantm um canal de comunicao com os funcionrios

    Gera indicadores para diversas unidades

    Oferece subsdios para tomada de deciso gerencial (alocao de recursos e planejamento de

    aes) e apontar oportunidades de melhoria.

    QUESTES DE PROVA DA FCC

    1. Motivao.

    1. (FCC - 2012 - MPE - PE - tcnico ministerial rea administrativa) A teoria da hierarquia das necessidades parte do princpio de que as pessoas so motivadas continuamente pela

    satisfao de suas necessidades, que obedecem a uma hierarquia. As necessidades que

    tm relao com as possibilidades de desenvolvimento das capacidades e talentos das

    pessoas so conhecidas por:

    (A) auto-realizao.

    (B) estima e prestgio.

    (C) sociais.

    (D) segurana.

    (E) fisiolgicas e de sobrevivncia.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

    36

    2. (FCC 2012 TRT 6 PE Analista judicirio servio social) O estilo tradicional de direo (Teoria X) est apoiado numa concepo da natureza humana que enfatiza

    (A) o carter egocntrico dos homens e a oposio entre os objetivos pessoais e os objetivos da

    organizao.

    (B) o carter naturalmente empreendedor e ativo dos homens quando motivados por objetivos

    organizacionais ambiciosos.

    (C) a natureza independente, a predisposio ao autocontrole e facilidade ao comportamento

    disciplinado.

    (D) a capacidade de imaginao e de criatividade na soluo de problemas como atributo comum

    maioria dos homens.

    (E) a responsabilidade da administrao em proporcionar condies para que as pessoas reconheam

    e desenvolvam suas potencialidades.

    3. (FCC 2012 TRT 6 PE Analista judicirio servio social) Na teoria de motivao desenvolvida por David McClelland, a necessidade de poder definida como o desejo de

    (A) assumir responsabilidade pessoal por seu trabalho.

    (B) direcionar o desempenho para um padro de excelncia.

    (C) influenciar pessoas e eventos.

    (D) solucionar problemas complexos.

    (E) ser elogiado constantemente.

    4. (FCC - 2012 - TRF 2 - Analista judicirio rea administrativa) Dentre as teorias da motivao,

    aquela que, numa primeira viso, sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaar os

    funcionrios a fim de motiv-los e, numa segunda viso, acredita que as pessoas so capazes de ser

    responsveis, no precisam ser coagidas ou controladas para ter um bom desempenho, a teoria

    (A) da motivao e higiene.

    (B) da hierarquia das necessidades.

    (C) X e Y.

    (D) dos motivos humanos.

    (E) do reforo positivo e de averso.

    5. (FCC - 2012 - TRE CE - Analista judicirio) A Teoria ERG, desenvolvida por Clayton Alderfer,

    sustenta que as pessoas so motivadas por trs tipos de necessidades hierarquicamente dispostas, que

    so necessidades de

    (A) segurana, de afiliao e sociais.

    (B) existncia, de relacionamento e de crescimento.

    (C) equidade, de realizao e de grandeza.

    (D) pertencer, de poder e de autorrealizao.

    (E) promoo, de valncia e de contrapartida.

    6. (FCC - 2011 COPERGS Tcnico Administrativo) O gestor da Unidade da VivaGs entende que no processo de relaes humanas as pessoas tm necessidades. A categoria de necessidade que

    inclui o desejo de realizao, prestgio, reconhecimento, apreo e ateno denomina-se

    (A) social.

    (B) autorrealizao.

    (C) estima.

    (D) segurana.

    (E) fisiolgica.

  • GESTO DE PESSOAS CNMP 2015

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    7. (FCC - 2010 TRT 8 - Analista Judicirio Administrativo) Indivduos cuja necessidade principal a de buscar a excelncia, de lutar pelo sucesso em suas atividades, e que buscam fazer as coisas

    melhores e situaes onde possam assumir a responsabilidade de encontrar solues para os

    problemas, so considerados, de acordo com a Teoria das Necessidades Adquiridas de McClelland,

    como pessoas cujo motivo ou necessidade bsica a necessidade de

    (A) poder

    (B) afiliao.

    (C) realizao.

    (D) autoestima.

    (E) segurana.

    8. (FCC - 2010 - DNOCS1 - Administrador) Kurt Lewin, para explicar a motivao do

    comportamento social, elaborou a teoria de campo, na qual supe-se que o comportamento humano

    no depende somente do passado, ou do futuro, mas do campo dinmico atual e presente. A respeito

    da teoria de Kurt Lewin, correto afirmar que

    (A)