30
ORIGEM DO ARROZ No Mundo, A origem do arroz no mundo tem sido debatida por algum tempo, mas a planta é de tal maneira antiga que a época precisa e o lugar de sua primeiro surgimento talvez nunca venha a ser conhecido. O que é certo, entre tudo, é que a domesticação do arroz é um dos mais importantes progressos na história, pois esse grão alimentou mais pessoas por uma maior período de tempo do que qualquer outra cultura. (4) Pelas teorias dos pesquisadores tudo levar a crer que a domesticação muito provavelmente teve lugar na região do Korat ou em alguma depressão protegida do norte da Tailândia; em um vale ao longo do Planalto de Shan em Myanmar; no sudoeste da China; ou em Assan (estado Indiano). (4) A grande variedade de tipos de arroz encontrada na zona das chuvas das monções, estendendo-se desde o Oriente da India através de Myanmar, Tailândia, Laos, norte do Vietnam, e sul da China. Esta diversidade de espécies, incluindo aquelas consideradas por muitos como envolvidas no processo original de domesticação, vem dar suporte ao argumento de que as regiões continentais do sudeste da Ásia foi o berço do cultivo do arroz. (4) Pesquisas arqueológicas encontraram grãos e casca de O. sativa na região de Non Nok Tha no planalto de Korat na Tailândia, datando de 4000 anos A.C. (teste do carbono 14). Esta evidência junto com a de plantas encontradas na Caverna dos Espíritos na fronteira de Myanmar com a Tailândia datando de cerca de 10.000 anos A.C., sugerem que a agricultura possa ser mais velha do que se estima atualmente. ( 4 ) Com o incremento do preparo da lama e o transplante de mudas, o arroz acabou verdadeiramente domesticado. Na China a história do arroz irrigado nos vales dos rios e nas terras baixas é mais antiga que as lavouras de terras altas. No sudeste da Ásia, ao contrário, o arroz foi originalmente produzido nas condições de lavouras de sequeiro nos planaltos, e somente recentemente ocupou os vastos deltas dos rios. Pessoas migraram do sul da China ou talvez norte do Vietnam, carregando a tradição do arroz irrigado para as Filipinas durante o segundo milênio A.C. e Deutero-Malays levaram a prática para a Indonésia cerca de 1500 A.C. Da China ou Coréia o arroz foi introduzido no Japão não depois de 100 A.C.( 4 ) O arroz é uma planta rústica. São muitas as espécies de arroz as quais podem florescer ( cultivado fácilmente) numa grande variedade de regiões, climas e paisagens. Antes do cultivo do arroz, o arroz selvagem crescia nas regiões do sudeste da Ásia atualmente conhecida como Myanmar, antiga Burma, na Tailândia e Vietnam. Arqueólogos acreditam que o cultivo do arroz pode ter iniciado no nordeste da Tailândia antes de 4.500 A.C. Isto significa que o arroz tem sido cultivado no sudeste da Ásia por pelo menos 7000 anos. Porque o arroz tinha uma abundante colheita e estável, com fácil cultivo, as lavouras de arroz contribuíram para o crescimento das populações e civilizações no sudeste da Ásia. ( 5 ) Apesar das diferentes opiniões sobre a exata origem do cultivo do arroz, muitos arqueólogos confirmam que a prática do cultivo do arroz gradualmente se expandiu para o sul vindo da região do sul da China e nordeste da Tailândia passando para as ilhas do sudeste asiático. ( 5 ) As plantações do arroz, o gosto pelos tubérculos e o cultivo de grãos, fizeram os homens a iniciar a terem grande controle sobre o ambiente natural. Este métodos de controle da terra também mudou a vida diária das pessoas das antigas civilizações do sudetse asiático. ( 5 )

Apostila Da Cultura Do Arroz

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Apostila Da Cultura Do Arroz

ORIGEM DO ARROZ No Mundo, A origem do arroz no mundo tem sido debatida por algum tempo, mas a planta é de tal maneira antiga que a época precisa e o lugar de sua primeiro surgimento talvez nunca venha a ser conhecido. O que é certo, entre tudo, é que a domesticação do arroz é um dos mais importantes progressos na história, pois esse grão alimentou mais pessoas por uma maior período de tempo do que qualquer outra cultura. (4) Pelas teorias dos pesquisadores tudo levar a crer que a domesticação muito provavelmente teve lugar na região do Korat ou em alguma depressão protegida do norte da Tailândia; em um vale ao longo do Planalto de Shan em Myanmar; no sudoeste da China; ou em Assan (estado Indiano). (4) A grande variedade de tipos de arroz encontrada na zona das chuvas das monções, estendendo-se desde o Oriente da India através de Myanmar, Tailândia, Laos, norte do Vietnam, e sul da China. Esta diversidade de espécies, incluindo aquelas consideradas por muitos como envolvidas no processo original de domesticação, vem dar suporte ao argumento de que as regiões continentais do sudeste da Ásia foi o berço do cultivo do arroz. (4) Pesquisas arqueológicas encontraram grãos e casca de O. sativa na região de Non Nok Tha no planalto de Korat na Tailândia, datando de 4000 anos A.C. (teste do carbono 14). Esta evidência junto com a de plantas encontradas na Caverna dos Espíritos na fronteira de Myanmar com a Tailândia datando de cerca de 10.000 anos A.C., sugerem que a agricultura possa ser mais velha do que se estima atualmente. ( 4 ) Com o incremento do preparo da lama e o transplante de mudas, o arroz acabou verdadeiramente domesticado. Na China a história do arroz irrigado nos vales dos rios e nas terras baixas é mais antiga que as lavouras de terras altas. No sudeste da Ásia, ao contrário, o arroz foi originalmente produzido nas condições de lavouras de sequeiro nos planaltos, e somente recentemente ocupou os vastos deltas dos rios. Pessoas migraram do sul da China ou talvez norte do Vietnam, carregando a tradição do arroz irrigado para as Filipinas durante o segundo milênio A.C. e Deutero-Malays levaram a prática para a Indonésia cerca de 1500 A.C. Da China ou Coréia o arroz foi introduzido no Japão não depois de 100 A.C.( 4 ) O arroz é uma planta rústica. São muitas as espécies de arroz as quais podem florescer ( cultivado fácilmente) numa grande variedade de regiões, climas e paisagens. Antes do cultivo do arroz, o arroz selvagem crescia nas regiões do sudeste da Ásia atualmente conhecida como Myanmar, antiga Burma, na Tailândia e Vietnam. Arqueólogos acreditam que o cultivo do arroz pode ter iniciado no nordeste da Tailândia antes de 4.500 A.C. Isto significa que o arroz tem sido cultivado no sudeste da Ásia por pelo menos 7000 anos. Porque o arroz tinha uma abundante colheita e estável, com fácil cultivo, as lavouras de arroz contribuíram para o crescimento das populações e civilizações no sudeste da Ásia. ( 5 ) Apesar das diferentes opiniões sobre a exata origem do cultivo do arroz, muitos arqueólogos confirmam que a prática do cultivo do arroz gradualmente se expandiu para o sul vindo da região do sul da China e nordeste da Tailândia passando para as ilhas do sudeste asiático. ( 5 ) As plantações do arroz, o gosto pelos tubérculos e o cultivo de grãos, fizeram os homens a iniciar a terem grande controle sobre o ambiente natural. Este métodos de controle da terra também mudou a vida diária das pessoas das antigas civilizações do sudetse asiático. ( 5 )

Page 2: Apostila Da Cultura Do Arroz

Pyu, localizada atualmente em Burma (Myanmar), foi um dois primeiros reinos que estabeleceu um complexo sistema de irrigação servindo de suporte para uma grande população. Pyu foi um poderoso reino entre os séculos sexto e oitavo. O reino de Pagan no oeste de Burma ganhou proeminência nos séculos nono e décimo segundo. ( 5 ) Por mais de 7000 anos o arroz tem sido o mais importante produto ( colheita-safra) na vida das pessoas do sudeste asiático. Por esta razão, o cultivo do arroz faz parte da formação da cultura dos povos do Sudeste asiático. Muitas cerimônias, festivais e formas de arte dessas regiões do mundo tem alguma coisa a ver com o arroz. A cerimônia de “Royal Plowing” na Tailândia é um exemplo preciso de como o ciclo do arroz influi no calendário dos ritos anuais.( 5 ) Movimentos para o oeste da India e sul do Sri Lanka também aconteceram muito cedo. A data de 2500 A.C. já havia sido mencionada por Mohenjo-Daro, enquanto no Sri-Lanka, o arroz era a maior cultura por volta de 1000 A.C. A cultura bem que pode ter sido introduzida na Grécia e áreas vizinhas do Mediterrâneo durante o retorno de membros da expedição de Alexandre “O Grande” da India entre 334 e 324 A.C. Desde um centro na Grécia e Sicília, o arroz se difundiu gradualmente atravé do sul da europa e algumas regiões no Norte da África.( 4 ) Durante o século 16 e iníco do 17, a malária era a mais importante doença no sul da Europa, e se acreditava ser devida ao mal cheiro que vinha das áreas alagadas ( daí a origem do nome “ mal aire”). Grande projetos de drenagem foram aplicados no sul da itélia, e o cultivo do arroz irrigado foi desencorajado em algumas regiões. De fato, ele foi verdadeiramente proibido na proximidades das grandes cidades. Estas medidas foram uma significativa barreira para a difusão do arroz na Europa (4 ) Como resultante da Era das Grandes Expedições Européias, as novas terras do oeste foram descobertas. O cultivo do arroz foi introduzido no novo mundo pelos pioneiros colonos europeus. O portugueses levaram para o Brasil, e os espanhóis introduziram o seu cultivo em vários locais da América Central e do Sul. A primeira notícia da América do Norte data de 1685, quando a cultura foi implantada nas terras baixas da costa e ilhas do que hoje é a Carolina do Sul. No início do século 18 o arroz foi para a Louisiana, mas somente no século 20 foi produzido no Vale do Sacramento na Califórnia Também nesta época obtiveram-se os primeiros sucessos na produção do arroz na Austrália. (4) A introdução na Europa teria ocorrido pelo contato que houve entre a Macedônia e a Índia devido as campanhas de Alexandre Magno.(1) A introdução na América do Norte ocorreu em 1694, pelo Cap. Smith, que o trouxe da Madagascar para o Estado da Carolina.(1) No Brasil já havia notícias da cultura do arroz na capitania de São Vicente.(1) É procedente o fato de que o início de lavouras arrozeiras se deu na Bahia antes de 1587. A orizicultura praticada como atividade organizada e com fundamentos econômicos, teve início em meados do século 18. No Maranhão teve início em 1745, em Pernanbuco em 1750, e no Pará em 1772. A primeira exportação de arroz pelo Brasil ocorreu em 1773, com arroz produzido no Pará, num total de 13 toneladas destinadas à Portugal. A orizicultura foi predominantemente produto de exportação até metade do século 19 quando o Brasil passou a grande importador. O arroz asiático das colônias européias chegava a preços irrisórios.( 2 )

A partir de 1880 o governo federal atribui crescentes taxas ao arroz importado, e ele atinge o início do século 20 com um preço elevado no mercado nacional, causando o incremento dos investimentos na produção nacional.( 3 ) No RS, nas regiões coloniais desde 1832 se encontram referências à cultura, onde eram usadas variedades chamadas “de montanha” ( de sequeiro).(1)

Page 3: Apostila Da Cultura Do Arroz

A cultura só tomou incremento após o início da irrigação mecânica, fazendo-se a elevação da água por meio de bombas.(1) A primeira lavoura irrigada foi instalada em 1904 nas proximidades de Pelotas, pelos irmãos Lang. A segunda em 1905, por Oscar Loevens, em Gravataí (Cachoeirinha), nos campos onde hoje está situada a Estação Experimental do IRGA. No mesmo ano inicia-se a irrigação mecânica em Cachoeira do Sul, onde rápidamente se expandiu, tornando-a por muito anos o município maior produtor do RS.(1) Referências Bibliográficas: 1- Melhoramentos da Rizicultura no Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura,

Indústria e Comércio do RS, maio de 1945. Porto Alegre, 1946. 429p. 2- Origens, atualidades e perspectivas da orizicultura brasileira. Artigo de Balthazar

de Bem e Canto, quando presidente do IRGA na Lavoura Arrozeira, mar/abr. 1979. 3- As origens da orizicultura gaúcha. Ema Julia Massera, Lavoura Arrozeira, jan/fev.

1983. 4- A Brief History of Rice. From the publication Rice: Then and Now by R.E Huke and

E.H. Huke, International Rice Research Institute, 1990. 5- Mapping Southeast Asia. Internet.

1. ECOFISIOLOGIA DA CULTURA DO ARROZ 1.1 TAXONOMIA Engler Cronquist Divisão Angiospermae Magnoliophyta Classe Monocotylidoeae Liliopsida Subclasse ---------------------------- Commelinidae Ordem Graminales Cyperales Família Gramineae Poaceae Gênero Oryza Oryza Espécie Oryza sativa Oryza sativa A estrutura de uma planta de arroz pode ser agrupada em duas partes: Órgãos vegetativos: Raiz, colmo e folhas. Órgãos reprodutivos: Panícula, flor, fruto. 1.2 RAÍZES Dois TIPOS - Seminal ou primária. - Adventícias ou secundárias.

Page 4: Apostila Da Cultura Do Arroz

1.2.1 Raíz Seminal: É apenas uma raiz. Se origina do primórdio existente no embrião. Cresce até mais ou menos o estádio de 7 folhas. Em solo bem drenado é a raiz seminal que emerge primeiro do embrião. Caso contrário, é o Coleóptilo. 1.2.1 Raízes Adventícias: Se formam dos nós inferiores do colmo. Ramificam-se abundantemente concentrando-se, geralmente, até uma profundidade de 0,15 m. As 3 primeiras saem da parte inferior do nó do coleóptilo, 3 dias após a seminal. Após 2 dias mais 2 raízes saem do nó do coleóptilo (parte superior). Estas 5 raízes mais a seminal, suprem a plântula em água e minerais, além de fixar a mesma ao solo nos estádios iniciais. Quando a planta estiver com 3,2 a 4 folhas emergem 8 novas raízes do primeiro nó, com 5 folhas emergem as do segundo nó e crescem até 7 ou 8 folhas, e com 6 folhas emergem as do terceiro nó que crescem até a planta ter 8 a 9 folhas. As raízes dos perfilhos emergem da mesma maneira sincronizada que a do principal. O número de raízes atinge o máximo entorno do estádio de emergência da panícula. O comprimento radicular total no florescimento pode atingir 15 a 34 km/m² de superfície de solo. 1.2.2 Fatores que afetam o sistema radicular: Condições de solo, clima, umidade, afetam o comprimento final das raízes. porém o fator determinante é o genótipo ou cultivar. a) Tipo de planta: Cultivares de porte baixo, alta capacidade de perfilhamento apresentam o eixo principal das raízes com menor diâmetro. Cultivares com maior número de perfilhos férteis tendem a possuir um número maior de eixos principais, com menor diâmetro e um maior número de raízes superficiais. Cultivares com menor número de perfilhos e maior peso de panícula tendem a ter menor número de eixos principais e com maior diâmetro resultando sistema radicular mais profundo. b) Condições de solo: Solos profundos e bem drenados resultam raízes mais profundas, enquanto que solos rasos e mal drenados encontramos raízes mais na superfície. c) Manejo da água: Solo com boa percolação e sistema de inundação intermitente provocam o aparecimento de sistemas radiculares com maior número de eixos principais e mais profundos. Sem percolação e inundação contínua o número de eixos principais é menor e mais superficial. d) Adubação: O nitrogênio é o elemento que mais influencia a formação do sistema radicular do arroz. A concentração de N na base da planta deve ser maior que 1% para não sofrer deficiência. Níveis mais altos ocasionam um maior número de eixos e mais superficiais, enquanto que níveis mais baixos ocasionam raízes mais longas. e) Densidade de semeadura: Um maior o número de plantas por m² aumentam o número de eixos principais com menor diâmetro e menor comprimento. 1.2.4 Morfologia do sistema radicular de uma cultivar de arroz com alto potencial de rendimento: a) O número, o comprimento e o diâmetro dos eixos principais deve ser grande. b) As raízes laterais e os pêlos absorventes devem ser bem desenvolvidos.

Page 5: Apostila Da Cultura Do Arroz

c) Raízes superficiais abundantes e bem desenvolvidas. d) Distribuição de raízes mais profundas. 1.3 COLMO. De acordo com a altura de uma planta de arroz (comprimento do colmo mais panícula) classifica-se o colmo em:

curto: menos de 0,70 m médio: de 0,70 a 1,10 m Longo: maior de 1,10 m

Os colmos são constituídos de nó e entrenós. Em cada nó há uma folha e uma gema capaz de emitir afilhos e raízes caulinares. O septo nodal separa dois entrenós. Os entrenós maduros são ocos, levemente sulcados e sem pilosidade. os entrenós inferiores são curtos, mais grossos e os superiores mais longos e mais finos. A estatura da planta é função do número e do comprimento dos entrenós. Uma planta possui de 12 a 22 entrenós, porém de 4 a 9, dos superiores, podem ultrapassar 5 cm de comprimento. O número e o comprimento dos entrenós varia com a cultivar e com o ambiente. As tardias formam maior número de entrenós. 1.3.1 Afilhos: É uma característica genética com domínio da pesquisa. Sofre influencia do meio ambiente e podem ser de 1 a 30 por planta. Os afilhos saem dos nós inferiores, alternadamente, sendo que do colmo principal saem os afilhos primários, destes saem os afilhos secundários, que por sua fez podem emitir os afilhos terciários. O primeiro afilho surge junto com a quarta folha. O segundo afilho com a quinta folha e o terceiro com a sexta folha e assim por diante. Os afilho formados quando surge a quarta e a quinta folha são os que provavelmente irão produzir grão. Na produção de sementes o afilhamento pode atrapalhar pela diferença de maturação.

1.3.1.1 Fatores que influenciam o afilhamento.

a) Concentração foliar de Nitrogênio:

maior de 3,5% = bom afilhamento 2,5% = paralisa o afilhamento menor de 1,5% = pode ocorrer morte de afilhos.

b) Fósforo: Necessita de concentração maior que 0,25% para não ser limitante. c) Radiação Solar: Quanto maior a radiação solar, maior o afilhamento. d) Água: Lâmina alta no início do desenvolvimento prejudica o afilhamento. e) Época e cultivar: Plantio atrasado tem pouco afilho, enquanto que o plantio no cedo pode ter mais afilhos. f) Plantas invasoras: Grande número de invasoras prejudica o afilhamento. g) Temperatura da água: A ideal é cerca de 31 graus Celsius. h) Temperatura do Ar: Temperatura menores que 19 graus Celsius, restringem o número de afilhos. 1.4 Folhas.

Page 6: Apostila Da Cultura Do Arroz

São envaginadas, dispostas alternadamente no colmo, uma em cada nó. A primeira folha que nasce do colmo principal e dos afilhos é uma bráctea = prophillum. O número de folhas varia de 6 a 12. Os colmos principais possuem mais folhas que os afilhos. A folha completa possui: Bainha, lâmina, lígula (6 a 15 mm) e aurícula. FOLHA BANDEIRA: É a última folha, geralmente é mais curta e mais larga. Nas cvs. modernas permanece ereta sobre a panícula. ÂNGULO DE INSERÇÃO DAS FOLHAS: Plantas com folhas espessas e eretas, aproveitam melhor a radiação solar. Permitem > número de plantas por área = > índice de área foliar = aumento de produção. 1.5 PANÍCULA É a inflorescência do arroz, constituída por um grupo de espiguetas uniflorais. A ramificação é do tipo racimosa. As panículas podem ser Abertas, Compactas ou Intermediárias. De acordo com o ângulo de inserção das ramificações primárias : Eretas, Pendentes, Intermediárias. 1.6 FLOR

Possui 6 anteras biloculares, estames unidos de 3 em 3, apresenta 1 ovário com 1 óvulo, e lodículas que comandam a abertura das flores. A abertura da Lema e da Pálea caracteriza a Antese. Ocorre após a emissão da panícula e inicia no topo da mesma, antes mesmo da completa emergência da panícula. O fechamento ocorre entre 50 a 80 minutos após a abertura, devido ao murchamento das lodículas. Na maioria das cultivares a liberação do pólen ocorre antes da antese, ocasionando uma taxa de alogamia < 1%. Em dias chuvosos as lodículas não incham e na maioria dos casos não acontece a abertura. 1.7 FRUTO

O que chamamos de semente, é na realidade um fruto (cariopse) envolto por duas brácteas: Lema (pode ou não arista) e a Pálea. 1.7.1 Estrutura interna da cariopse (GRÃO)

Embrião (contém os primórdios) Endosperma ( tecido de reserva) Tegumento (envolve os outros) Pericarpo (é removido no beneficiamento)

2 Fases e estádios de desenvolvimento da planta do arroz. O ciclo de desenvolvimento do arroz é dividido em várias etapas que vão desde a germinação até a maturação. De modo geral o ciclo dura de 115 a 160 dias. O ciclo apresenta 3 FASES fisiológica e morfologicamente bem distintas:

Page 7: Apostila Da Cultura Do Arroz

- Fase vegetativa (50-60 dias) - Fase reprodutiva (30-40 dias) - Fase de Maturação (35-40 dias)

FIGURA 1 - Escala de crescimento e desenvolvimento da planta de arroz

0 germinação e emergência

1 plântula FASE

2 afilhamento afilhamento máximo

VEGETATIVA

3 elongação do colmo ________________________________

4 início da formação da panícula

5 crescimento da panícula

FASE REPRODUTIVA

6 floração _________________________________

7 grão leitoso

8 grão pastoso

FASE DE MATURAÇÃO

9 maturação

2.1- Fase Vegetativa: Inicia com a germinação e termina quando ocorre a diferenciação do primórdio floral (DPF). Esta fase é composta por vários “estádios” . Germinação e emergência: Ocorre de 5 a até 20 dias após a semeadura. Plântula: Da emergência até antes de formar o primeiro afilho. Dura de 18 a 20 dias. Gasta as reservas do endosperma. Afilhamento: Inicia com a quarta folha, com a emissão do primeiro afilho. Dura de 40 a 60 dias (precoces 45 e tardias até 90 dias). Afilhamento máximo: Fase em que o afilhamento ocorre com maior intensidade. Alongamento ou elongação do colmo: Estádio final da fase vegetativa. O entre nó superior colmo principal inicia seu alongamento. ( Geralmente ocorre simultaneamente com a diferenciação do primórdio floral). 2.2- Fase Reprodutiva:

Page 8: Apostila Da Cultura Do Arroz

Inicia com a DPF e vai até o início da maturação. A DPF ocorre de 70 a 75 dias antes da maturação para qualquer cultivar. No início medindo de 1 a 2 mm e coloração branca, aparece primeiro no colmo principal da planta (ponto de algodão). A fase reprodutiva pode ter início antes, durante, ou após o alongamento, dependendo da cultivar. Toda a fase reprodutiva dura de 30 a 40 dias, e possui 3 estádios: Difernciação do primórdio floral (panícula): O meristema apical dá início à formação do primórdio da panícula. Estádio muito sensível à baixas temperaturas, falta de água ou nutrientes. Desenvolvimento da panícula: Período de diferenciação visível da panícula, vai até que sua extremidade fique logo abaixo do colo da folha bandeira. A panícula já está formada. Na prática corresponde ao emborrachamento. Estádio muito sensível porque é o momento em que será determinado o número de espiguetas por panícula. Floração: É quando a panícula emerge da bainha da folha bandeira. A floração ocorre primeiro nas espiguetas da extremidade superior das panículas, e segue para a base até que todas se abram. A polinização e a fecundação seguem a mesma ordem, sendo que 99% será de autofecundação. A planta atinge o tamanho máximo e apresenta cerca de 5 folhas no colmo principal.

2.3 - Fase de Maturação:

Inicia após a fertilização e vai até o amadurecimento, quando 90% dos grãos da

panícula estão maduros. O desenvolvimento do grão passa por 3 estádios. Grão leitoso: Consiste no início do enborrachamento do grão. Os carboidratos são canalizados para o grão. As reservas encontram-se no forma de líquido leitoso. Grão pastoso: O grão fica pastoso, endurecendo em 3 a 5 dias. A coloração caminha do verde para o amarelo. O teor de umidade no grão vai diminuindo até atingir de 30 a 26%. Maduro: Ocorre em aproximadamente 30 dias após a floração. Em regiões mais frias pode durar até 65 dias. Os grãos do terço inferior da panícula são os últimos a completar o amadurecimento e no início da colheita podem apresentar a cariopse no final do estádio grão pastoso (massa firme). 2.3.1 – Maturação fisiológica: Ocorre quando os grãos estão com 40% a 30% de umidade. (cerca de 80% dos grãos já estão maduros) 2.3.2 – Maturação de colheita: ocorre quando a umidade dos grãos estiver entre 25 % a 16 % . (colher 23%) A colheita de sementes abaixo de 16% causa redução no vigor e poder germinativo.

Page 9: Apostila Da Cultura Do Arroz

3. Aspectos Climáticos e sua influência na cultura do arroz.

O arroz é de ampla adaptação, podendo ser encontrado nos mais diferentes tipos de clima e solo. 3.1 – Temperatura do ar. O arroz se adapta bem a regiões onde a temperatura média está entre 20 e 35 C durante o ciclo vegetativo da cultura. A soma térmica do ciclo seria de:

3000 a 3500 C em cvs. ciclo curto. 4400 a 6600 C em cvs. ciclo longo.

A temperatura tem efeito marcante durante todo o ciclo da cultura. Temp. elevada acelera a taxa de desenvolvimento de todas as fases fisiológicas. Quanto > a temp. numa determinada fase, < a duração da mesma Pesquisa com diversas cvs. no RS mostraram que há uma relação linear entre a temperatura média do ar durante a fase e a sua duração em dias. GRAUS-DIAS ( unidade de calor ou constante térmica). Usado para estimar a duração das fases da planta. No RS cvs. de ciclo curto necessitam +ou- 600 graus dias da semeadura até o estádio de DPF. GD = (TEMP. MÁXIMA + TEMP. MÍNIMA) – TEMP. BÁSICA 2 Temp. base do arroz = a 10 C. 3.1.1 – Efeito da Temperatura na Germinação: A faixa ideal para a germinação em menor período de tempo está entre os 30 - 35 C. (22 a 31 (C&K)). Temperaturas acima de 40C são prejudiciais e abaixo de 20°C retarda a germinação. Abaixo de 13-11°C inibem a germinação. No RS em condições ideais: germinação inicia após 48 horas e a emergência em 5 dias.(semeadura no cedo 10 dias e no tarde em 6-8 dias) 3.1.2 - Efeito da temperatura sobre o afilhamento:

A temperatura ideal está entre 32°C a 34°C. Temperaturas menores de 19°C cessam o afilhamento e maiores são prejudiciais. 3.1.3 - Efeito da temperatura sobre a diferenciação do primórdio floral (DPF). A temperatura ótima para a DPF e o desenvolvimento da panícula está entre 20°C e 30 °C. Temperaturas abaixo de ±17°C (consideradas baixas temperaturas para o arroz) e acima de ±34°C (consideradas altas para o arroz) afetam o número de espiguetas

Page 10: Apostila Da Cultura Do Arroz

produtivas por panícula. Neste estádio temos 2 períodos críticos quanto à baixas temperaturas (abaixo de 17°C). a) 22 dias antes da emissão da panícula( está ocorrendo a diferenciação das

ramificações primárias e secundárias) - Ocorre degeneração das ramificações primárias e secundárias, não havendo formação de grande número de espiguetas.

b) 16 dias antes da emissão da panícula - Ocorre a degeneração das espiguetas já formadas e/ou indução de anormalidades nas mesmas, causando esterilidade das espiguetas.

OBS: temperaturas baixas na fase reprodutiva causam perdas na produção em até 30%. 3.1.4 Efeito de baixas temperaturas no

desenvolvimento da panícula (durante o emborrachamento)-

A temperatura ideal está entre 25°C a 30°C. Temperaturas baixas, 8 a 10 dias antes da emissão da panícula, causam redução no

número de espiguetas férteis por panícula, e entre os motivos estão a má formação da membrana celular no grão de pólen, ou anormalidades ou degeneração do saco embrionário e/ou dos grãos de pólen. 3.1.5 – Efeito da baixa temperatura sobre o florescimento: A temperatura ótima está entre 30 e 32° C. Temperaturas abaixo de 15°C, se ocorrer até 1 hora após a abertura das glumelas, impede a fertilização. Temperaturas altas por 1 a 2 horas reduz a deiscência das anteras e reduz a germinação do grão de pólen sobre o estigma, causando esterilidade.

Visualmente, o efeito do frio na planta de arroz , na fase reprodutiva se manifesta em: a)Esterilidade das espiguetas; b)Má exserção da panícula; c)Espiguetas do terço superior da panícula estéreis, atrofiadas e/ou de coloração branca. d)Sementes mal formadas na maturação. Obs. As cultivares diferem em sua resposta ao frio. 3.1.6 – Efeito da temperatura sobre a maturação: A temperatura ideal está em torno de 25° C. A duração do enchimento de grãos está diretamente associada à temperatura. À campo com temperatura média diária de 28° C o período dura cerca de 30 dias, com temperatura média diária de 18° C passa para 53 dias. Temperatura acima de 35° C aceleram a maturação, reduzindo o peso do grão.

Page 11: Apostila Da Cultura Do Arroz

Fatores que afetam negativamente o enchimento de grãos: - Temperaturas acima ou abaixo da ótima (25-30° C ) - Baixa radiação solar pode reduzir o peso do grão. - Ocorrência de doenças que diminuam a área foliar. 3.2 – Temperatura da água de irrigação. No caso do arroz irrigado por inundação há diferença entre a temperatura da água e a do ar. Lâmina de água estagnada: Durante a noite a água pode ficar até 6° C acima da temperatura do ar. Durante o dia fica de 1° a 2° C acima da do ar. Lâmina corrente: A temperatura da água é sempre inferior a do ar em qualquer período do dia. A temperatura ótima da água de irrigação está entre 31° e 34° C no afilhamento. Temperaturas abaixo de 29° C retardam o afilhamento. Para o momento em que ocorre a DPF (diferenciação do primórdio floral) a temperatura ideal fica entre 30° a 32° C . Temperaturas abaixo de 25 ° C aumentam a esterilidade das flores. Obs. Há diferenças entre cvs. E entre estádios de desenvolvimento, mas de maneira geral podemos assumir que a temperatura da água não deva ser inferior a 13° C nem superior a 43° C. Temperaturas da água acima de 50° C causa a morte de plântulas. 3.3 - Umidade relativa do ar.

Com alta umidade relativa do ar a evapotranspiração é menor, diminuindo o crescimento da planta. Na maturação é desejável baixa umidade relativa do ar. Alta umidade relativa do ar + altas temperaturas = ambiente propício para doenças fúngicas. 3.4 - Ventos. Ventos leves: Podem favorecer as plantas, renovando o ar entre as mesmas, aumentando o fornecimento de CO2 . Desfavorecem quando podem conduzir agentes causadores de doenças. Ventos fortes: Podem acamar as plantas, ou causar a queda de grãos na maturação. (colher com 20 a 25% de umidade) Obs. A Transpiração da planta aumenta na raíz quadrada da velocidade do vento. 3.5 - Granizo. Conforme a época e a intensidade pode comprometer a produção, principalmente após a floração. 3.6 - Processos determinantes da produção:

Page 12: Apostila Da Cultura Do Arroz

Teoricamente a produção de grãos de uma cultivar de arroz é determinada por 4 componentes:

a) número de panículas por m². b) número de espiguetas por panícula. c) porcentagem de espiguetas férteis. d) peso de mil grãos.

Produção de grão (ton/ha) = a x b x c x d x 10-3

3.6.1- Determinação dos componentes de rendimento: 3.6.1.1- Número de panículas por área. No transplantio é definido entre a etapa germinativa (estabelecimento) a até 10 dias após o estádio de máximo número de perfilhos, dependendo da capacidade de perfilhamento. Na semeadura direta é definido em função da densidade de semeadura e da porcentagem de emergência. 3.6.1.2- Número de espiguetas por panícula.

É definida entre a diferenciação do primórdio da panícula ao final da meiose. O Transplantado tende a ter um maior número de espiguetas por panícula do que o

semeado direto. 3.6.1.3- Porcentagem de espiguetas férteis: É definida entre o início da DPF e o final da maturação fisiológica. 3.6.1.4- Peso de mil grãos. È definido entre a diferenciação das ramificações secundárias da ráquis até a maturidade fisiológica. Basicamente depende do tamanho da casca, determinado até o florescimento, e em menor grau, pelo desenvolvimento da cariopse, determinado após o florescimento.

4. Estabelecimento e Condução da Lavoura 4.1. Sistematização do Solo

O arroz irrigado por inundação exige o condicionamento do solo antes do cultivo. Sistematização é a criação de um sistema funcional de manejo que permita a

Page 13: Apostila Da Cultura Do Arroz

colocação, manutenção e retirada da lâmina d’água da maneira mais eficiente. Sistematização consiste: -remoção de detritos -abertura de canais de drenagem e irrigação -construção de estradas internas -regularização da superfície do terreno -entaipamento -construção de estruturas complementares Conforme o sistema de Cultivo termos: 4.1.1. Sistematização do solo em desnível 4.1.2. Sistematização do solo em nível 4.1.1. Sistematização do solo em desnível

Transfere-se o solo das elevações para as partes mais baixas do terreno. Mantém a declividade natural do terreno. Retém a água com taipas em curva de nível. Vantagens: -menor movimento de terra. -menor custo inicial de sistematização -melhor drenagem superficial Desvantagens: -maior consumo de água -lâmina desuniforme -maior dificuldade no controle de invasoras e no manejo de insumos agrícolas 4.1.2. Sistematização do solo em nível

A Área é subdividida em quadros de formato regular. Dentro do quadro o terreno é nivelado num plano pré-definido. Quanto < a declividade > área do quadro. Quadros de tamanho compatível com as máquinas. Adequada relação comprimento( no máximo 200m) e largura (entre 20 e 50 m) em função do desnível. Quadros com taipas de altura mínima de 20 cm. Estruturas de irrigação e drenagem individual para cada quadro, e acessos fácil a cada um. Vantagens: -distribuição mais adequada da água: -uniformidade desde o início -facilita controle de invasoras -menor perda de nutrientes do solo -menor incidência de pragas e doenças -menor oscilação da temperatura da água e do solo -Há > uniformidade da lavoura; -> eficiência nos tratos culturais e na colheita -melhor aproveitamento do solo (menos taipas)

Page 14: Apostila Da Cultura Do Arroz

-economia de insumos. Desvantagens: -dificulta a alternância de cultivos (solo fica com drenagem superficial deficiente) -Custo inicial é mais elevado. 4.2. Sistema de Cultivo do Arroz

Atualmente no RS e SC o arroz irrigado é cultivado em um dos seguintes sistemas de preparo e manejo do solo: Sistema Convencional;Cultivo Mínimo; Plantio Direto; Pré-Germinado; Mix; Transplante de Mudas. 4.2.1. Sistema Convencional -65% da área do RS -Preparo Primário

-Arado ou grade pesada: Visam eliminar ou incorporar plantas estabelecidas e os restos de cultura, além de soltar a camada superficial do solo. -Preparo Secundário

-Grades ou plainas visando nivelar, destorroar, incorporar herbicidas. IMPORTANTE: O solo deve estar num ponto de umidade adequada. Solo com umidade elevada ocasiona danos físicos na estrutura e aderência aos implementos. Com solo muito seco:ocorre a formação de torrões exigindo maior número de passadas. 4.2.2. Cultivo Mínimo -25% da área do RS. -Utiliza uma menor mobilização do solo. -O preparo é realizado com antecedência, até uma mínima que permita formação de cobertura vegetal e compactação das taipas. -A semeadura é realizada diretamente sobre o cobertura vegetal dessecada. 4.2.3. Plantio Direto

A semeadura é feita direta sobre solo não preparado anteriormente, devendo-se revolver não mais de 25% a 30% da superfície. Faz-se apenas as taipas de base larga e perfil baixo e aplainamentos. Oferece redução de custos e controle do arroz vermelho. 4.2.4. Sistema pré-germinado -95% do estado de SC. A semeadura é com sementes pré-germinadas em solo previamente inundado. No preparo do solo há a necessidade da formação da lama e o nivelamento e alisamento são realizados normalmente,com o solo inundado. 1ª FASE do preparo:Visa formar a lama e pode ser em solo seco e posterior

Page 15: Apostila Da Cultura Do Arroz

inundação, ou em solo inundado. A) Aração em solo úmido + destorroamento com rotativa sob inundação. B)Aração + gradagem ou rotativa em solo seco+rotativa sob inundação. C)Rotativa em solo inundado+rotativa sob inundação. 2ª FASE do preparo: Renivelamento e alisamento visando preparar a superfície para receber a semente, usando-se pranchões de madeira. 4.2.4.1 O preparo do solo utilizado em áreas extensas (sul do RS). A) 1 ou 2 arações em solo seco; B) 1 ou 2 gradagens para destorroar (com cuidado para deixar torrões pequenos para impedir o arraste pelo vento); C) aplainamento e entaipamento; D) inundação da área com lâmina de no máximo 10 cm pelo mínimo de 15 dias antes da semeadura (contr.AV). E) alisamento com pranchões de madeira. F) semeadura com sementes pré-germinadas (de avião). 4.2.5. Sistema de transplante de mudas

Objetiva, principalmente, a obtenção de sementes de alta qualidade. A) Produção de mudas:

São produzidas em caixas com fundo perfurado, cujas dimensões dependem da máquina utilizada.São semeadas em torno de 300 g de sementes pré-germinadas por caixa (0,60 x 0,30) cobertas com 1 cm de solo. Leva de 2 a 4 dias até a emergência. As caixas são empilhadas, cobertas com lona e irrigadas abundantemente. B) Transplante: Feito com mudas de 10 a 12 cm (12 a 18 dias após semeadura) em área previamente drenada. Normalmente com 3 a 10 mudas por cova no espaçamento de 14 a 22 cm entre covas e 30 cm entre linhas. A irrigação permanente deve iniciar de 2 a 3 dias após o enraízamento das mudas. OBS: Uma máquina transplantadora com 6 linhas rende cerca de 3.000 m2 por hora. Usa de 110 a 130 caixas de mudas por hectare, (30 a 40 kg de sementes por ha). Referência: Recomendações Técnicas da Pesquisa Para o Sul do Brasil 2001-2002

5.CALAGEM E ADUBAÇÃO

5.1- Calagem. Na cultura do arroz pré-germinado a calagem pode ser dispensada, pois a planta

pega o solo inundado desde o início e a disponibilidade de nutrientes já é grande.Quando semeado em solo seco e a inundação iniciar cerca de 30 dias após a emergência, o uso da calagem já é recomendado (3 a 6 meses antes da semeadura).

Page 16: Apostila Da Cultura Do Arroz

Quando se planta culturas em rotação ou sucessão, deve-se levar em consideração estas plantas para a aplicação do calcário. A calagem também pode minimizar os efeitos prejudiciais da toxidez de ferro. Neste caso a análise deve ser feita especificamente para este fim.

5.2- Adubação Mineral.

Baseia-se fundamentalmente na análise do solo.

5.2.1- Fósforo: O arroz irrigado tem poucas diferenças de resposta às diferentes formas de

fósforo. Pode-se usar fertilizantes fosfatados solúveis (superfosfato tríplo, simples) os termofosfatos e escórias para solos com teor de P inferior a 3mg/L, e os fosfatos naturais isoladamente ou em misturas para solos com teor de P superior a 3mg/L. 5.2.2- Potássio.

Recomenda-se para o arroz irrigado o uso de cloreto de potássio (KCl) por ser mais barato e seguro. O sulfato de potássio (K2SO5) em doses acima de 60 kg/ha de K2O e sob temperatura alta, pode liberar H2S em níveis tóxicos para a planta. 5.2.3- Modo de aplicação do fertilizante. Pré-germinado- preparados sob inundação podemos colocar o K2O e o P2O5incorporados na formação da lama ou após, no nivelamento da área, antes da semeadura. Na semeadura no seco- colocamos o K2O e o P2O5 na semeadura. 5.3 Adubação Nitrogenada. Como as formas de N mineral são muito móveis no solo, podendo ser lixiviados, a recomendação é de apenas 10 kg de N/ha na adubação de base. Para o Pré-germinado em SC, não se aplica N na semeadura. (Aplica-se N apenas na cobertura, no afilhamento e no início da diferenciação do primórdio de panícula - Ponto de Algodão) As fontes recomendadas: -Uréia amídica (Amídica) -Sulfato de Amônio (Amoniacal) OBS: As fontes nítricas não são recomendadsa devido às elevadas perdas que ocorrem no solo. 5.3.1 Adubação de cobertura. É usado exclusivamente o N e devem ser levadas em consideração alguns fatores importantes para o sucesso da prática.

- Teor de Matéria Orgânica; - Tipo de cultivar; - Histórico da área ( Qual foi a resposta da cultura nos anos anteriores?); - Época de semeadura (Quanto mais dentro da época ideal, aumenta a expectativa de resposta a doses de N); - Incidência de doenças (A brusone é favorecida por excesso de N);

Page 17: Apostila Da Cultura Do Arroz

- Desenvolvimento vegetativo (como ele está ocorrendo, se está bom ou não); - Fatores climáticos (temperatura e luminosidade estão relacionados a eficiência na utilização de N).

5.3.1.1 Época da aplicação.

RS

Dose única

aplicar no IDPF

RS

Dose Parcelada (doses maiores que 50 kg de N/ha)

1°) no início do perfilhamento ou 35 dias após a emergência 2°) no IDPF

cvs modernas 1/2 + 1/2 cvs tradicionais 1/3 + 2/3 cvs sequeiro 1/3+2/3(doses totais menores de 30 kg de N/ha)

SC

pré-germinado

1°) 1/2 no perfilhamento (30 dias após semeadura) 2°) 1/2 no IDPF

5.4 -Toxidez de ferro. O alagamento do solo, promove a solubilização de ferro, podendo o acúmulo de Fe+2 na solução do solo atingir níveis tóxicos ao arroz. A toxidez pode ocorrer por absorção excessiva(toxidez direta) ou por precipitação sobre as raízes das plantas(toxidez indireta )provocando oalaranjamento das raízes e impedindo a absorção de nutrientes (Ca, mg, K, P, Si, Na, Fe, Mn) 5.4.1 - Controle: A mais econômica é o uso de cultivares tolerantes, tais como; EEA 406, IAS 129 Formosa, CICA 8, BR-IRGA 414, EPAGRI 106, 107, 108, 109 e BLUEBELLE.

A calagem prévia do solo elevando o pH para 6 também pode minimizar o problema. Em casos específicos, a irrigação intermitente pode ser recomendada, dentro de critérios (respeitando os períodos críticos da cultura quanto a falta da lâmina de água) O efeito da toxidez também pode ser diminuído com a antecipação da adubação de cobertura ( no geral uma semana antes do IDPF).

6.Irrigação e drenagem. No RS grandes áreas são cultivadas em taipas em nível. Na grande maioria, as lavouras são pouco planificadas, embora tenham o domínio da água. A água é colocada no ponto mais alto da lavoura, e conduzida por gravidade, mantendo-se uma lâmina entre as taipas que possuem uma diferença de nível entre 5 a 10 cm.

Page 18: Apostila Da Cultura Do Arroz

6.1 - Necessidade de água.

Quantidade necessária de água

= para saturar solo

+ para formar uma lâmina

+ para compensar a evapotranspiração

+ para repor as perdas por percolação vertical

+ para suprir as perdas dos canais de irrigação

Estas quantidades dependem principalmente das:

condições climáticas; manejo da cultura; características físicas do solo; dimensões e revestimentos dos canais; ciclo evolutivo da cultura; localização da fonte de água; profundidade do lençol freático.

OBS: A evapotranspiração e a percolação são os responsáveis pela maior porcentagem de demanda de água.

6.1.1. Necessidade de água no Sistema de Taipas em Nível. Recomenda-se vazões contínuas de 1,5 a 2,0 litros/s/há num período médio de irrigação de 80 a 100 dias. Solos franco-arenosos necessitam vazões maiores. 6.1.2. Necessidade de água no Sistema Pré- germinado.(SC) Preparo do solo com lâmina de 4 a 5 cm gasta cerca de 1000 a 2000 m3 /ha. Reposição após herbicida: Encher em 1 ou 2 dias com vazões de 2 a 3 l/s/ha. Manutenção da lâmina : Vazões de 1 l/s/ha. (apresenta baixa percolação devido a formação da lama) 6.2. Evapotranspiração. Nos trópicos: A ET média diária varia entre 4 a 5 mm/dia (época chuvosa) e 5 a 6 mm/dia (época seca) Cima Temperado: A ET média normal do arroz irrigado por inundação varia entre 6,7 a 7,7 mm/dia. No RS a ET da Lavoura do Arroz Inundado chega a 7,2 mm/dia e usa-se uma vazão de 2 l/s/ha, o que resulta em 17,3 mm/dia, com uma eficiência de 42%, menor que os 60% considerados como ideal. 6.3. Percolação.

Page 19: Apostila Da Cultura Do Arroz

Em solos com nível freático alto, ou camadas impermeáveis próximas a superfície. ( como a maioria dos solos cultivados com arroz) – percolação baixa < 10 mm/dia. Em solos leves podem ser > 10 mm/dia ( o que dificulta manter uma lâmina). OBS: Algum nível de percolação seria benéfico, pois arrastaria possíveis substâncias tóxicas oriundas do metabolismo microbiano aneróbico. 6.4. Qualidade da água de irrigação. É importante. Quando houver suspeita, deve-se fazer uma análise para se estabelecer a concentração dos elementos que podem ser tóxicos a planta. 6.4.1. Salinidade. Das culturas atuais, não existe uma que tolere irrigação com água em nível igual ou superior a 0,25 % de NaCl. Este teor no início da fase reprodutiva, pode reduzir em 50% ou mais a produtividade. Medida da condutividade elétrica igual ou acima de 2mmhos/cm deve ser suspensa a irrigação. 6.5. Manejo da água de irrigação. Existe uma interação irrigação/cultivo, e a água além de influir no aspecto físico das plantas, influi:

- na disponibilidade dos nutrientes, - na população e espécie de invasoras presentes, e - na incidência de algumas pragas e doenças.

A cultura necessita de água durante todo o seu ciclo. Porém há 3 períodos mais exigentes:

- estabelecimento do cultivo, - afilhamento, - período entre o IDPF e o enchimento de grãos.

O solo saturado é suficiente para o arroz, mas a presença de lâmina influi na

população de invasoras (espécie e número).

-Lâminas baixas ou saturação: favorecem gramíneas, ciperáceas, folhas largas.

-Em áreas mal drenadas, ou lâminas altas: favorecem o surgimento e desenvolvimento de invasoras aquáticas.

Para determinarmos a altura da lâmina mais adequada, devemos considerar: a)Cultivar: - Tradicional - suportam lâminas mais altas.(EEA 406, IAS 12-9 Formosa)

Page 20: Apostila Da Cultura Do Arroz

- Intermediárias (Blue-belle) e Modernas (outras) – lâmina não deve ultrapassar 10 cm b)Topografia do Solo: Menor declividade – maior uniformidade da lâmina. Maior declividade – maior desuniformidade da lâmina.

6.6 - Quando iniciar a irrigação ?

Vai depender do manejo adotado na lavoura: se no sistema de quadros em nível (pré-germinado) ou no sistema de taipas em nível. 6.6.1. Quadros em nível.

A irrigação começa antes da semeadura, no preparo do solo. Semeia-se com uma

lâmina de 5 a 10 cm. Dependendo da temperatura, deixa-se assim por até 5 dias. Após, drena-se o quadro e deixa-se encharcado. Com o crescimento das plantas a lâmina é aumentada progressivamente até 10 cm. 6.6.2.Taipas em nível.

O início da irrigação depende das condições de umidade do solo. É comum o uso de um banho para favorecer a germinação. Se a umidade do solo permitir, pode-se iniciar a inundação 30 dias após a emergência para cultivares precoces e até 40 dias para as cultivares ciclo médio e longo.(cuidado com as invasoras) 6.6.2. Interação Herbicida-Água.

É importante para o controle das invasoras. Aplicar o herbicida com as invasoras com 1 a 3 folhas aumenta a eficiência e diminui a dosagem. Deve-se iniciar a irrigação logo após a aplicação para evitar a reinfestação. Em anos normais isto ocorre de 15 a 20 dias após a emergência.(início da irrigação) 6.6.3. Eficiência da irrigação.

Pode atingir 50 a 60% na inundação contínua. No RS considerando-se a ET média 7,2 mm/dia e usando-se 2 l/s/ha na vazão, ou seja 17,3 mm/dia, a eficiência é 42%. Toescher(87/88)

Inundação Contínua 0,65 a 0,59 Inund. intermitente 0,81 a 0,7 Aspersão 0,69 a 0,57

IRGA (97/98)

Inundação Contínua 1,01

6.6.5. Manejo da lâmina de água no combate ao frio.

Page 21: Apostila Da Cultura Do Arroz

Em regiões onde existe a possibilidade de ocorrer frio (<16oC) durante o emborrachamento precoce das cvs. modernas, devemos elevar o nível da lâmina para mais de 15 cm por um período de 15 a 20 dias, para aumentar o efeito “termoregulador”, reduzindo a esterilidae das espiguetas. 6.6.4. Drenagem.

No geral, quando os grãos estiverem em estado pastoso. Se o solo apresentar uma boa drenagem, podemos efetuar a drenagem após o completo enchimento dos grãos. No caso de solo argiloso, com difícil drenagem , aconselha-se 10 dias após o florescimento pleno(80%) para as cultivares intermediárias, e 15 dias, para as cultivares modernas.

7. Cultivares de arroz Cultivares registradas no SNPC. (www.agricultura.gov.br/snpc) 7.1 Tipo de Plantas As cvs. de arroz irrigadas do RS são classificadas, quanto ao tipo de planta em : -tradicionais -intermediárias -modernas 7.1.1 Tipo de planta Tradicional Porte alto, folhas largas e decumbentes, menos exigentes às condições de cultivo; Ciclo médio ou semi-tardio; Baixo afilhamento; Boa resistência a doenças; Grãos curtos, médios ou longos com secção transversal de forma elíptica e de aceitação restrita; Alto vigor na competição com invasoras; Acamam sob alta fertilidade natural ou com altas doses de N; Resistentes a solos frios no início do desenvolvimento. Ex. EEA 406, IAS 12-9 Formosa 7.1.2 Tipo de planta Intermediária Baixo vigor inicial (principalmente com temp. do solo baixa); Exigentes em preparo do solo, N e controle de invasoras. Porte médio, folhas curtas, estreitas, semi-eretas e lisas; Ciclo precoce; Baixo afilhamento; Sucetível à brusone e doenças do colmo; Grãos longos tipo “patna” ( longo, fino e cilíndrico) de alta qualidade e boa aceitação; Tolera semeaduras tardias (ciclo de até 120 dias). Ex: Bluebelle 7.1.3 Tipo de planta Moderna

Page 22: Apostila Da Cultura Do Arroz

Porte baixo (semi-anão ou filipino); Folhas curtas e eretas, pilosas ou lisas; Geralmente com colmos curtos e fortes; Alta capacidade de afilhamento; Exigentes no controle inicial das invasoras; Exigentes ao aplainamento do solo (lâmina uniforme devido ao porte baixo e médio vigor inicial); Respondem a níveis altos de N; Ciclo precoce a tardio; Grãos na maioria tipo patna de casca lisa ou pilosa; Alta esterilidade com redução considerável de produção nas semeaduras além da época ideal; Mediana degranação natural. Exemplo: As cultivares atualmente recomendadas. 7.1.4 Cultivares Indicadas Para o RS e SC Conf. Anexo 1 ( Pág. 60 e 61 das recomendações para a cultura do arroz irrigado 2001-2002). 7.2 densidade de Semeadura

A densidade média de sementes varia em função da, cultivar, do método de semeadura, do vigor e PG das sementes e das condições ambientais.

Semeadura em linha: 400 a 500 sementes aptas por metro quadrado. Semeadura à lanço: 500 sementes aptas por metro quadrado na profundidade < 5 cm. Estas densidades objetivam garantir uma população inicial de 200 a 300 plantas por metro quadrado. Espaçamento entre linhas: 13 a 20 cm. Espaçamentos menores: mais adequadas às semeduras tardias de cvs precoces do tipo modernas. Espaçamentos maiores: favorecem o afilhamento, desuniformidade da floração, para regiões com quedas bruscas de temperaturas Semeadura em solo inundado (pré-germinado): -500 sementes aptas por metro quadrado. -semear com lâmina de cerca de 5 cm. Semeaduras além da época recomendada, onde possa ocorrer frio na fase reprodutiva, usando-se cv. Precoce. Usamos menor quantidade de sementes/ha para aumentar a desuniformidade de idade dos perfilhos para proteger a lavoura de grandes perdas de produtividade. Semeadura em solo com baixa temperatura: Usamos maior densidade de sementes para compensar possível morte de plântulas menos vigorosas oriundas de sementes com baixa sanidade e vigor.

Page 23: Apostila Da Cultura Do Arroz

Semeaduras antes da época: Aumentamos a quantidade de sementes não só para melhorar a população inicial mas para favorecer a sincronia de maturação das cultuivares que tendem a perfilhar mais. Época historicamente mais adequada no RS 15/10 a 15/11 No geral todas as cultivares podem ser semeadas com segurança após 15/10. Porém somente as cvs. Precoces e/ou tolerantes ao frio podem ser semeadas com segurança após 20/11. 7.4 Época de semeadura (SC) Atualmente existe uma recomendação por região do estado e por ciclo da cultivar, e revisado anualmente pela pesquisa. Informação atualizada encontra-se nas Recomendações Técnicas da Pesquisa Para o Sul do Brasil.(2001/2002, pág. 21) 7.5 Época de semeadura (RS) Atualmente existe uma recomendação por região do estado e por ciclo da cultivar, e revisado anualmente pela pesquisa. Informação atualizada encontra-se nas Recomendações Técnicas da Pesquisa Para o Sul do Brasil.(2001/2002, pág. 16) Exemplo: Para Uruguaiana conforme a Embrapa (RS) CVS CICLO MÉDIO: 01/10 a 20/11 Podemos iniciar a semeadura quando a temperatura média do solo desnudo a 5 cm de profundidade mostrar-se firme e acima de 20oC. Não é recomendado alterar o final da semeadura. CVS CICLO PRECOCE :11/10 a 10/12: É atrasada de 10 a 15 dias para evitar que o período crítico da planta ao frio ocorra em dezembro. CVS CICLO SUPER PRECOCE :21/10 a 20/12: É atrasada cerca de 10 dias o início e o fim de semeadura em relação às precoces. CVS CICLO TARDIO :21/9 a 10/11: É antecipada cerca de 10 dias a data final de semeadura em relação às cvs ciclo médio.

8. QUALIDADE TECNOLÓGICA DO GRÃO DO ARROZ

8.1. Introdução -Consumidor mais exigente

Page 24: Apostila Da Cultura Do Arroz

-Preferências bastante diversificadas -Produto busca se adequar às exigências -Produto busca entrar em outros mercados -Ter preço diferenciado 8.2. Principais formas de consumo de arroz no Brasil

Consumido principalmente na forma de grãos inteiros, como produto de mesa. Praticamente inexistente o seu uso pela indústria de transformação (alimentar ou não). Três tipos de produto para consumo na mesa : IInntteeggrraall,, BBrraannccoo PPoolliiddoo,, PPaarrbbooiilliizzaaddoo. 8.2.1. Arroz Integral O arroz é limpo e seco e descascado. Mais rico em nutrientes que o arroz polido. É pouco consumido no Brasil (pessoas com hábitos mais sofisticados e de maior poder aquisitivo). 8.2.2. Arroz Branco Polido É a forma predominante de consumo no Brasil. O arroz integral é polido removendo-se camadas externas do endosperma e do germe. Subprodutos: Além da casca, grãos quebrados e farelo. 2.3. Arroz Parboilizado

O arroz em casca é submetido a um processo hidrotérmico, antes das etapas de descasque e polimento, proporcionando a gelatinização total ou parcial do amido. Pode ser Polido ou Integral. 20% do arroz consumido no país. O processo aumenta o valor nutricional do arroz polido. Possui teores mais elevados de tiamina, riboflavina e niacina. Elevado rendimento de grãos inteiros no beneficiamento. 8.3. Componentes de qualidade Comportamento no beneficiamento. Qualidade comestível, de cocção e de processamento. Valor nutritivo. Adequação aos padrões de comercialização do produto. 8.3.1. Comportamento no Beneficiamento

A preferência dos consumidores é um produto uniforme, sem grãos quebrados e/ou danificados. Busca-se bom rendimento de grãos inteiros no processamento. Arroz de sequeiro sofre mais variabilidade de um ano para o outro, no rendimento de inteiros, devido a estresse ambiental (def. hídrica, doenças, insetos). 8.3.1.1. Influenciam o rendimento de inteiros. Sistema de cultivo. Características próprias da cultivar. Condições climáticas. Condições de processamento. Teor de umidade dos grãos na colheita e no beneficiamento. 8.3.1.2. Propriedades do grão que influenciam seu comportamento no beneficiamento. Características das glumas.

Page 25: Apostila Da Cultura Do Arroz

Dimensões e forma do grão. Aparência do endosperma. Dureza do endosperma. Teor de umidade. 8.3.1.2.1 Características das glumas. Cv com casca mais escura: resulta um produto mais escurecido após a parboilização, diminuindo a aceitação. Casca pubescente: quase sempre rejeitados pelos cerealistas por ser mais abrasiva (desgaste nas máquinas e alergia nos operadores). Grãos mal empalhados: problemas de conservação após a colheita; > danos por insetos, prejudica qualidade e aspecto visual do produto. 8.3.1.2.2. Dimensões e formato do grão.

Comprimento e forma são herdados independentemente e podem ser combinados como desejado. Os padrões para classificar em função do comprimento e forma variam de um país para outro. No Brasil a preferência é o longo fino (agulhinha). 8.3.1.2.3. Aparência do endosperma. Característica importante para o consumidor que prefere endosperma: -Translúcido. -Sem áreas opacas. -Livre de manchas. -Livre de imperfeições causadas por insetos ou doenças. Exemplo: Grãos de arroz com áreas opacas no endosperma: Barriga branca: causada por um acondicionamento mais frouxo das partículas de amido e proteína, são mais propensas ao quebramento. As manchas desaparecem com o cozimento, e não diminuem o valor nutritivo do grão. Grão gessado: o gessamento do endosperma ocorre quando o grão é colhido ainda imaturo e com alto teor de umidade . Cultivares glutinosas ou cerosas: endosperma é naturalmente opaco, e não deve ser confundido com defeitos. Danos por insetos: também podem causar o endosperma opaco. 8.3.1.2.4. Dureza do endosperma.

O grau de resistência a rachaduras reflete-se diretamente no rendimento de grãos inteiros durante o beneficiamento. Estruturas celulares e intercelulares ( a proteína e os fenômenos de hidratação e desidratação do endosperma intervêm diretamente na manutenção da integridade estrutural do grão. Principais fatores que contribuem para a resistência dos grãos ao trincamento podem ser agrupados sob quatro aspectos: -Hidratação -Amido -Parede celular -Orientação da estrutura celular 8.3.1.2.5. Teor de umidade.

Além da característica da cultivar e do método de colheita, é fundamental para a

Page 26: Apostila Da Cultura Do Arroz

obtenção de maior percentual de grãos inteiros, o teor de umidade dos grãos na: -Colheita; -Secagem, trilha e estocagem; -Beneficiamento; -Nas várias interações entre esses componentes.

O maior problema é determinar o ponto adequado de colheita de modo a maximizar o retorno econômico que pode ser estimado na ocasião da colheita com base na: produtividade da lavoura; qualidade do arroz colhido e nos custos envolvido com a secagem do produto.

Estes fatores são função do teor de umidade do grão sendo os dois primeiros dependentes das características da cultivar. De maneira geral recomenda-se colher com 18 a 22% de umidade, secar à baixas temperaturas e em tantas etapas quantas forem necessárias para evitar a fissura. É preciso ponderar sobre os custos envolvidos. 8.3.2. Qualidade comestível, de cocção e de processamento. Qualidade de cocção:

-Tempo de cozimento. -Absorção de água. -Perda de sólidos solúveis. -Ganho de volume no cozimento.

Qualidade comestível (palatabilidade). -O aroma. -A consistência. -Textura do arroz cozido. -Comportamento no processamento:

Estes fatores estão ligados às características físico-químicas. Ocorrem uma série de alterações no período de pós-maturação do grão para consumo, durante o armazenamento, que acabam modificando as propriedades organolépticas do arroz. 8.3.2.1 Propriedades do amido.

-Teor de amilose e amilopectina. -Temperatura de gelatinização. -Consistência de gel.

A reação do arroz ao calor, embora tenha outros fatores envolvidos (estádio de maturação do grão na colheita, grau de polimento do grão, ou tempo de armazenamento) seu comportamento é extremamente dependente da sua composição química onde o amido é 90% do grão beneficiado polido. 8.3.2.1.1. Amilose e amilopectina. Amido, formado por: Amilose – 1000 unidades de -glucose (cadeia longa, helicoidal e sem ramificação) Amilopectina- se diferenciam pois apresentam ramificações a cada 20 a 25 unidades de -glucose .

Page 27: Apostila Da Cultura Do Arroz

Como são moléculas complementares na composição do amido do arroz, aumento ou decréscimos no teor de uma delas reflete-se de forma inversa no teor da outra e resultam comportamentos igualmente inversos nas propriedades de cocção ou processamento.

Variedades glutinosas (cerosas) - endosperma opaco - quando cozidos apresentam-se úmidos e pegajosos. O amido é quase só amilopectina (0 a 2% de amilose). Variedades não glutinosas têm de 7 a 34% de amilose. Escala da Embrapa: Alto teor 28 a 32% de amilose. Teor intermediário 23 a 27% de amilose. Baixo teor 8 a 22% de amilose.

8.3.2.1.2. Temperatura de gelatinização.

É a temperatura de cozimento na qual a água é absorvida e os grânulos de amido aumentam irrversívelmente de tamanho com simultânea perda de cristalinidade. Alta* 74° a 80° C Intermediária – 68° a 73° C Baixa** 63° a 68° C

* requer mais água e maior tempo de cozimento (rejeitado por quase todo o mercado. ** excessivamente macios e podem se desintegrar durante o cozimento. 8.3.2.1.3. Consistência de gel.

Fornece um bom índice da textura do arroz cozido e de seu comportamento após o resfriamento. Complementa o teste de amilose e auxilia na discriminação de variedades com conteúdo de amilose alto. Conforme a consistência da pasta fria devido ao efeito combinado da amilose e da amilopectina, as variedades são classificadas em: CG Rígida. CG Intermediária. CG Macia.

Conteúdo amilótico acima de 25% (alto) apresentam variabilidade quanto à consistência de gel. Teor de amilose abaixo de 24%, geralmente a CG é macia 8.3.2.2. Alteração pós-colheita.

Alterações progressivas das propriedades físico-químicas do arroz após a colheita ocorrem, principalmente, nos 3 ou 4 primeiros meses de armazenagem e, independente das condições ambientais, são sempre mais intensas no arroz beneficiado que no arroz em casca. No cozimento o arroz beneficiado envelhecido absorve maior quantidade de água, expande mais, apresenta menor índice de sólidos solúveis na água de cocção, e é mais resistente à desintegração dos grãos durante o cozimento que o arroz recém colhido. Isto ocorre provavelmente, devido à elevação da insolubilidade da proteína e do amido durante o armazenamento, elevando também o tempo de cozimento do produto. Estas alterações acabam sendo positivas, em virtude do gosto do consumidor. Entretanto outros problemas no armazenamento podem prejudicar o consumo como:Ataque de pragas; Fungos; Fermentações; Rancidificação. O arroz integral, assim como o mal polido, devido à conservação das camadas mais ricas em lipídios, apresentam menos conservação que o polido.

Page 28: Apostila Da Cultura Do Arroz

8.3.3. Valor nutritivo. É função, principalmente de seu conteúdo protéico. Conteúdo calórico de 100 gramas de arroz cozido: Integral = 119 calorias. Branco polido = 109 calorias. Parboilizado = 106 calorias. 8.3.3.1. Carboidratos.

O arroz é uma excelente fonte de carboidratos complexos, os quais por serem de absorção lenta, são capazes de prover o organismo com energia por períodos prolongados. 8.3.3.2. Proteína.

É de boa qualidade pois contém os 8 aminoácidos essenciais ao homem. O conteúdo protéico é grandemente influenciado pelo ambiente. Alta radiação solar na maturação= diminui o teor de proteína no grão. Baixa densidade de semeadura, maior disponibilidade de N no solo, controle adequado de doenças, bom manejo da água = aumentam o teor de proteína. Sob condições tropicais, o teor é menor nas temporada secas e maior nas úmidas. O arroz polido tem 7% de proteína e o integral 8%. A lisina é 3,8% a 4% da proteína (excelente teor). O conteúdo protéico do arroz polido pode ser influenciado pelo:

-Tipo e quantidade de fertilizante aplicado. -Fatores climáticos e ambientais. -Estádios de maturação do grão. -Características varietais. -Grau de polimento do grão no beneficiamento.

8.3.3.3. Vitaminas e sais minerais.

É importante fonte de minerais e vitaminas contendo quantidades apreciáveis de tiamina, riboflavina e niacina, bem como fósforo, ferro e potássio. O polimento reduz drasticamente os teores de vitaminas e sais minerais. A parboilização mantém as vitaminas do complexo B pela pela migração para o interior do grão, durante o encharcamento e a fixação durante a gelatinização. 8.3.4. Padrões de comercialização.

As normas de Identidade, Qualidade, Embalagem e Apresentação do Arrozproporcionam um sistema de comercialização por Classes e Tipos, que leva em consideração os fatores de qualidade associadas à limpeza, uniformidade, condições sanitárias e pureza do produto. 8.3.4.1. Grupos. De acrodo com a forma de apresentação do produto a ser comercializado: Arroz em casca. Arroz beneficiado. 8.3.4.2. Sub-grupos. Arroz em casca natural. Arroz em casca parboilizado. Arroz beneficiado integral.

Page 29: Apostila Da Cultura Do Arroz

Arroz beneficiado polido. Arroz beneficiado parboilizado. Arroz beneficiado parboilizado integral. 8.3.4.3. Classes.

Qualquer dos sub-grupos pode ser incluido em uma das 5 classes, conforme as dimensões dos grãos inteiros após o descasque e polimento. No mínimo 80% dos grãos inteiros tem que ter as dimensões previstas. Grão Longo-fino Comprimento 6 mm Espessura 1,90 mm Relação comprimento/largura 2,75 mm. Grão longo: comprimento 6 mm. Grão médio: comprimento entre 5 mm a menos de 6 mm. Grãos curtos: comprimento < 5 mm. Misturado: quando não se enquadra em nenhuma das classes anteriores, mistura de 2 ou mais classes, sem predominância de nenhuma (80%). 8.3.4.4. Tipos.

São 5 tipos expressos em numerais (1, 2, 3, 4 e 5), e definidos de acordo com o percentual de ocorrência de defeitos e com o percentual de grãos quebrados e quirera. Os percentuais máximos de defeitos permitidos em cada um dos 5 tipos encontram-se expressos em tabelas de tolerância, para cada subgrupo, a serem aplicadas na tipificação do produto. 8.3.4.5. Produto sem enquadramento. Quando não atendem às exigências podem ser: Abaixo do padrão: pode ser comercializado como tal, pode ser rebeneficiado, desdobrado e recomposto. Desclassificado: comercialização é proibida por estar em mau estado de conservação (fermentado, mofado, odor estranho, teores de micotoxinas acima dos limites. 8.3.4.6. Renda no benefício.

Percentual total de arroz beneficiado (grãos inteiros, quebrados e quirera). A legislação prevê Renda Base em nível nacional de 68% . 8.3.4.7. Rendimento do grão.

Expresso pelo percentual de grãos inteiros e de quebrados. A legislação prevê rendimento de grãos de 40% inteiros e 28% quebrados e quirera. Rendimentos inferiores ou superiores aos estabelecidos pela Renda Base, devem ser corrigidos pela aplicação de coeficientes específicos. 8.3.4.8. Outros critérios considerados. -Teor de umidade. -Percentual de matérias estranhas e impurezas.

Se acima de determinados limites, devem ser usados para efeito de desconto no peso líquido do lote em questão.

Page 30: Apostila Da Cultura Do Arroz

9. Variedades exóticas de arroz.

No Brasil, a variedade predominante é conhecida como arroz "agulhinha" e é mais cultivada na região sul. Alguns estados da região central ainda produzem a variedade "amarelão", também conhecida como "semente americana", e no Maranhão ainda é possível encontrar a variedade "cateto" ou "catete" (miudinho, em tupi-guarani ).

Variedades internacionais Arbório

Ao contrário do agulhinha, de grãos longos e compridos, o Arroz Arbório possui grãos arredondados. Ele não deve ser preparado ou substituído pelo arroz comum, e nem deve ser servido com feijão: durante o cozimento os seus grãos liberam mais amido e, ao invés de ficar soltinho, ele fica ligado, cremoso. É essa vocação para a cremosidade que faz dele o arroz ideal para se fazer risotos. Aromático

O arroz aromático ou Jasmine tem grãos alongados, levemente translúcidos. É a variedade de arroz preferida por gourmets de todo o mundo, tanto pelo aroma natural que se desprende desde o cozimento como pelo sabor delicado, levemente amanteigado.

Arroz Selvagem

É um grão raro, produzido por uma planta aquática que cresce espontaneamente nas margens dos Grandes Lagos norte-americanos e canadenses. Sua textura crocante e seus grãos escuros atraem tanto pelo sabor único, com leve acento de avelãs, como pelo aroma marcante, que lembra ervas torrada. Conhecido como o "caviar dos grãos", apresenta uma parte externa firme e escura, enquanto o interior é claro e macio, formando um contraste atraente de cor e textura. Arroz Sasanishiki Originário da parte Norte da ilha de Honshu, o Sasanishiki já era cultivado antes mesmo do tempo dos samurais. A qualidade dos grãos reside no frescor, no sabor delicado e neutro, na textura úmida e nos grãos unidos, macios, que permitem a modelagem durante o preparo.