Apostila de Contabilidade de Custos - Teoria

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  • 7/31/2019 Apostila de Contabilidade de Custos - Teoria

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    1. CONTABILIDADE DE CUSTOS

    1.1. CONCEITO

    Contabilidade de Custos a parte da cincia contbil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos parase obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria ou um servio.

    Contabilidade de Custos o ramo da funo financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custosdos produtos, dos inventrios, dos servios, dos componentes da organizao, dos planos operacionais e dasatividades de distribuio para determinar o lucro, para controlar as operaes e para auxiliar o administrador no

    processo de tomada de deciso.

    1.2. ORIGEM E EVOLUO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

    A Contabilidade de Custos nasceu com a Revoluo Industrial, e tinha como objetivos:a) Avaliao de inventrios de matrias-primas, de produtos fabricados e de produtos vendidos, tudo ao final

    de um determinado perodo.Estoques iniciais(+) Compras(-) Estoques finais(=) Custo das Mercadorias Vendidas

    b) Verificar os resultados obtidos pelas empresas como consequncia da fabricao e venda de seus produtos.

    Nessa poca, as empresas possuam processos produtivos basicamente artesanais, e conseqentemente osnicos custos produtivos considerados eram o valor das matrias-primas consumidas e da mo-de-obra utilizada.

    Como consequncia do crescimento das organizaes, da intensificao da concorrncia e da crescenteescassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeioar os mecanismos de planejamento e controle das atividadesempresariais. Alm disso, as inmeras possibilidades de utilizao dos fatores de produo determinam umavariedade quase infinita no comportamento dos custos resultantes. , ento, imprescindvel, para qualquer empresater um sistema de custos, ainda mais numa economia capitalista e concorrencial como a nossa. difcil tomardecises confiveis e ter uma margem de segurana satisfatria, sem o conhecimento dos custos do modo mais realpossvel.

    Nesse sentido, as informaes relativas aos custos de produo e/ou comercializao, desde queapropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta administrativa da mais alta

    relevncia. Assim, as informaes de custos transformam-se, gradativamente, num verdadeiro sistema deinformaes gerenciais, de vital importncia para a administrao das organizaes empresariais. Essas informaesconstituem um subsdio bsico para o processo de tomada de decises, bem como para o planejamento e controledas atividades empresariais.

    1.3. FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

    A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificao, agrupamento, controle e atribuio dos custos, sendoque os custos coletados servem a trs finalidades principais:

    a) Fornecer dados de custos para a medio dos lucros e avaliao dos estoques.b) Fornecer informaes aos dirigentes para o controle das operaes e atividades da empresa.c) Fornecer informaes para o planejamento da direo e a tomada de decises.

    Em resumo, a Contabilidade de custos, fornece informaes para:1 - A determinao dos custos dos fatores de produo;2 - A determinao dos custos de qualquer natureza;3 - A determinao dos custos dos setores de uma organizao4 - A reduo dos custos dos fatores de produo, de qualquer atividade da empresa;5 - Administrao, quando esta deseja tomar uma deciso, estabelecer planos ou solucionar problemas

    especiais;6 - O levantamento dos custos dos desperdcios, do tempo ocioso dos operrios, da capacidade ociosa do

    equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessrio para conserto, dos servios de garantia dosprodutos;

    7 - A determinao da poca em que se deve desfazer de um equipamento, isto , quando as despesas demanuteno e reparos ultrapassarem os benefcios advindos da utilizao do equipamento;

    8 - A determinao dos custos dos inventrios com a finalidade de ajustar o clculo dos estoques mnimos, dolote econmico de compra e da poca de compra;

    9 - O estabelecimento dos oramentos;

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    10 - A determinao do preo de venda dos produtos ou servios.

    1.4. TERMINOLOGIA UTILIZADA

    a) Gasto - Sacrifcio financeiro com que a entidade arca para a obteno de um produto ou servio qualquer,sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

    b) Investimento - Gasto ativado em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis a futuro(s) perodo(s).c) Custo - Gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios. reconhecido no

    momento da utilizao dos fatores de produo, para a fabricao de um produto ou execuo de um

    servio. Ex.: Matria prima, energia eltrica.d) Despesa - Bem ou servio consumido direta ou indiretamente para a obteno de receitas. Ex.: Comisso

    de vendedor.e) Desembolso - Pagamento resultante da aquisio do bem ou servio.f)Perda - Bem ou servio consumido de forma anormal e involuntria.

    Ex.: Gasto com mo-de-obra durante perodo de greve.Material deteriorado por um defeito anormal no equipamento.

    2. ESQUEMA BSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

    1 Passo - A separao entre custos e despesas2 Passo - A apropriao dos custos diretos3 Passo - A apropriao (rateio) dos custos indiretos

    FLUXO DOS CUSTOS E DESPESAS

    CUSTOS DEPESAS

    INDIRETOS DIRETOS

    RATEIO

    PRODUTO A

    PRODUTO B

    PRODUTO C

    ESTOQUES

    CUSTO PRODUTOS VENDIDOS

    RESULTADO

    VENDAS

    DESPESAS

    Custos e Despesas incorridos num mesmo perodo s iro para Resultado desse perodo caso toda produoelaborada seja vendida e no haja estoques iniciais e finais.

    3. DEPARTAMENTALIZAO E CENTROS DE CUSTOS

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    Departamento: a unidade administrativa para a Contabilidade de Custos, representada por homens emquinas desenvolvendo atividades homogneas.

    Centros de Custos: Na maioria das vezes um departamento um Centro de Custos, ou seja, nele soacumulados os custos indiretos para posterior alocao aos produtos ou a outros departamentos. Podem receber aclassificao de Produtivos, no produtivos/servios/auxiliares, etc.

    Esta tcnica de departamentalizar a entidade em centros acumuladores de custos o que denominamos decusteamento ou custos por responsabilidade, que serve para melhor identificar, as responsabilidades, autoridade,

    custos, objetivos e metas dos centros especficos, possibilitando o controle dos gastos e realizaes pelos prpriosresponsveis.

    Porque Departamentalizar ?

    Para uma racional distribuio dos custos indiretos, pois a simples alocao aos produtos, em determinadasempresas, no espelha a correta apropriao dos custos aos produtos.

    Sntese do Esquema Bsico Completo

    1 Passo - Separao entre custos e Despesas.2 Passo - Apropriao dos Custos Diretos diretamente aos produtos.3 Passo - Apropriao dos Custos Indiretos que pertencem, visivelmente, aos Departamentos, agrupando,

    parte, os comuns.4 Passo - Rateio dos Custos Indiretos comuns e dos da Administrao Geral da produo aos diversos

    Departamentos, quer de produo quer de servios.5 Passo - Escolha da seqncia de rateio dos Custos acumulados nos Departamentos de Servios e sua

    distribuio aos demais Departamentos.6 Passo - Atribuio dos Custos Indiretos que agora s esto nos Departamentos de Produo aos produtos

    segundo critrios fixados.

    FLUXO DOS CUSTOS E DESPESAS EM EMPRESAS POR DEPARTAMENTO

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    Depart.

    Servio D

    Custos dos Produtos Vendidos

    RESULTADO

    R = Rateio

    R Produto

    Y

    Estoques

    Depart.

    Servio B

    Depart.

    Servio C

    R

    R Produto

    X

    Custos de ProduoDespesas de Adm. de

    Vendas e Financeira

    Indiretos Diretos

    ComunsAlocveis

    Diretamente

    aos Depart.

    Depart.

    Servio A

    R

    R

    Vendas

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    MTODOS DE AVALIAO DOS ESTOQUES

    4. MATERIAIS DIRETOS

    4.1. O QUE INTEGRA O VALOR DOS MATERIAIS

    Uma regra fundamental da Contabilidade Financeira a que estipula a forma de avaliao dos ativos. A regrageral do Custo Histrico diz respeito ao critrio de avaliao mais especficos que relatam quais tens compem oativo em questo; por exemplo, aps a aquisio de determinada matria-prima, a empresa incorre em gastos com

    transportes, segurana, armazenagem, impostos de importao, gastos com liberao alfandegria etc. Como tratarcontabilmente esses encargos adicionais ao valor pago ao fornecedor.

    A regra teoricamente simples: Todos os gastos incorridos para a colocao do ativo em condies de uso(equipamentos, matrias-primas, ferramentas etc.) ou em condies de venda (mercadorias etc.) incorporam ovalor desse mesmo ativo.

    Se um material foi adquirido para revenda, integram seu valor no ativo todos os gastos suportados pelaempresa para coloc-lo em condies de venda; se o adquiriu para consumo ou uso, fazem parte do montantecapitalizado os gastos incorridos at seu consumo ou utilizao.

    Cabe aqui um comentrio com relao a uma aparente diferena de tratamento entre os critrios da empresacomercial e os da industrial. Aquela, ao incorrer em gastos com armazenagem de mercadorias destinadas venda,no os trata como ativos, e sim como despesas. E a indstria, ao estocar matria-prima, no considera os gastoscom armazenagem como despesas, e sim como acrscimo ao valor dos itens estocados. A diferena reside no fato dea empresa comercial precisar realmente estocar sua mercadoria durante um certo tempo para depois vend-la, mas,ao coloc-la em seus mostrurios, instalaes ou depsitos, j as tem em condies de negociao. S no a vendeimediatamente em virtude de sua rotao de estoques, nascida principalmente em funo da demanda dos seusclientes, enquanto na indstria a armazenagem uma fase do prprio processo completo da produo. E tudo o quediz respeito fabricao Custo.

    Um fato precisa ser relembrado: Despesas Financeiras no integram o custo dos materiais; so debitadosdiretamente ao Resultado.

    4.2. MTODOS DE AVALIAO DOS MATERIAIS

    4.2.1. Preo Mdio

    O critrio mais utilizado no Brasil o do Preo Mdio para avaliao dos estoques. Podemos, no entanto, fixarpelo menos dois tipos diferentes de Preo Mdio: Mvel e Fixo.

    Preo Mdio Ponderado Mvel: assim chamado aquele mantido pela empresa com controle constante dosseus estoques e que por isso atualiza seu preo mdio aps cada aquisio.

    Preo Mdio Ponderado Fixo: Utilizado quando a empresa calcula o preo mdio apenas aps oencerramento do perodo ou quando decide apropriar a todos os produtos elaborados no perodo um nico preo porunidade.

    A legislao fiscal brasileira no est mais aceitando o preo mdio ponderado fixo se for calculado com basenas compras de um perodo maior que o prazo de rotao do estoque. Realmente no faz sentido avaliar pelo preomdio das compras do ano os estoques adquiridos nos ltimos trs meses, por exemplo.

    4.2.2. Critrios de Avaliao dos Materiais: PEPS (FIFO)

    Neste critrio custeado pelos preos mais antigos, permanecendo os mais recentes em estoques. O primeiroa entrar o primeiro a sair (first-in, first-out).Com o uso desse mtodo, h uma tendncia de o produto ficar avaliado por custo menor do que quando do

    custo mdio, tendo-se em vista a situao normal de preos crescentes. Ao se utilizar o PEPS, acaba-se porapropriar ao produto, via de regra, o menor valor existente do material nos estoques. Essa sub avaliao do custo doproduto elaborado acaba por apropriar um resultado contbil maior para o exerccio em que for vendido. lgicoque o material estocado, avaliado por preos maiores, ser apropriado no futuro produo, mas provvel queento o preo de venda tambm seja maior.

    4.2.3. Critrios de Avaliao dos Materiais: UEPS (LIFO)

    O mtodo de ltimo a entrar primeiro a sair (last-in, first-out) provoca efeitos contrrios ao PEPS.Com a adoo do UEPS, h tendncia de se apropriar custos mais recentes aos produtos feitos, o que provoca

    normalmente reduo do lucro contbil. Provavelmente por essa razo, essa forma de apropriao, apesar de aceitapelos princpios contbeis, no admitida pelo Imposto de Renda brasileiro.

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    4.3. OS IMPOSTOS NA AQUISIO DE MATERIAIS

    4.3.1. O IPI

    Diversas hipteses existem quanto da aquisio de materiais para a produo. Primeiramente, se a indstriano tem nenhum tipo de iseno ou suspenso do IPI nas matrias-primas mas os tem nos produtos acabados, acabapor ter nesses imposto um acrscimo do prprio material adquirido.

    Esse caso comum em algumas indstrias alimentcias, onde se paga IPI na aquisio das embalagens, porexemplo, mas todos os seus produtos esto isentos dele. No podendo efetuar nenhum tipo de recuperao do

    imposto pago nas embalagens, acaba arcando com eles como sacrifcio seu. Por isso, esse IPI deve ser simplesmenteagregado ao custo das embalagens, como se fizesse parte integrante do seu valor, sem necessidade inclusive de suaidentificao.

    Em segundo lugar, na situao normal, a empresa paga IPI na compra de seus materiais e tambm tem seusprodutos tributados. Nesse caso, funciona ela como simples intermediria entre o pagador final do imposto e oGoverno Federal. Neste caso a empresa tem o direito a se creditar desse IPI, descontando na hora de pagar para oGoverno Federal.

    4.3.1. O ICMS

    O ICMS tem, de fato, as mesmas caractersticas que o IPI. Cada valor pago na compra de materiais representaum adiantamento feito pela empresa; ao efetuar suas vendas, recebe dos clientes uma parcela a ttulo desseimposto, e, aps se ressarcir do que havia adiantado, recolhe o excedente ao governo estadual. No , portanto,nem receita o que recebe nem despesas ou custo o que paga. Deve ser contabilizado igualmente ao IPI.

    5. MTODOS DE CUSTEIO

    Existem diversos conceitos de sistemas de custeio, cada um com uma metodologia prpria, com suasvantagens e desvantagens de aplicao, nos vamos estudar basicamente os Sistemas de Custeio por Absoro (fiscal)e Sistema de Custeio Direto ou Varivel (gerencial).

    Por sistema de custeio, podemos entender como sendo as formas de apurao de custos de um determinadoproduto. Dependendo do sistema de custeio adotado, teremos diferentes custos para um mesmo produto. Paramelhor trabalhar com os mtodos de custeio, necessrio que os custos sejam classificados conforme a seguir.

    5.1. CLASSIFICAO DE CUSTOSQuanto a alocao dos Custos aos Produtos

    a) Custos Diretos - So aqueles que so facilmente atribuveis a um determinado bem ou servio. Ex.: Matriaprima, mo de obra direta.

    b) Custos Indiretos - So aqueles custos que beneficiam toda a produo de um bem ou servio. So todos oscustos de produo, exceto os materiais diretos e mo-de-obra direta.Ex.: Aluguel, depreciao, salrio da superviso.

    Quanto a sua dependncia com o Volume de Produo ou de Venda

    a) Custos variveis - So aqueles que esto diretamente relacionados com o volume de produo ou venda.ex.: Matria prima, MOD. Caractersticas: - Em termos de custos totais, quanto maior for o volume de produo, maiores sero os

    custos totais.- Em termos unitrios, os custos permanecem constantes.

    b) Custos fixos - So aqueles que independem do volume de produo ou venda. Representam a capacidadeinstalada que a empresa possui para produzir e vender bens ou servios.Ex.: depreciao, aluguel.

    Caractersticas: - Em termos de custos unitrios, quanto maior for o volume de produo ou venda,menores sero os custos por unidade.

    - Em termos de custos totais, independem das quantidades produzidas ou vendidas.

    DIFERENA BSICA ENTRE O SISTEMA DE CUSTOS DIRETO E POR ABSORO

    A diferena do sistema de custeio direto para o sistema de absoro, pode ser indicada em trs aspectos:

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    a) A classificao dos gastos gerais de fabricao entre fixos e variveis;

    b) Uso de demonstrativos para refletir as relaes de custo-volume-lucro;

    c) O reconhecimento dos custos fixos como custo do perodo.

    A diferena existe, basicamente, devido ao fato de que o sistema de absoro primeiramente voltado para oaspecto contbil da medida dos custos, enquanto o custeio direto mais utilizado para anlise do comportamento

    dos custos.

    5.2. SISTEMA DE CUSTEIO POR ABSORO

    Consiste na apropriao de todos os custos de produo aos produtos elaborados de forma direta e indireta,obtidos atravs de rateios.

    O mtodo combina custos fixos e variveis em uma mesma taxa composta. Ao mesmo tempo se decide arespeito da capacidade, volume e ao nvel de atividade afim de recuperar todos os custos e despesas de um certoperodo de tempo.

    O mtodo falho em muitas circunstncias, como instrumento gerencial de tomada de deciso, porque temcomo premissa bsica os rateios dos chamados custos fixos, que, apesar de se apresentarem de forma lgica,podero levar a alocaes arbitrrias e at enganosas.

    Conceito Fiscal: - Dec. lei 1598/77 - art. 13, a,b,c,d,e.Define o custo de produo a ser considerado pelas empresas industriais.A legislao deixa clara a sua opo pelo sistema de custeio integral ou absoro, na medidaem que, relaciona como integrantes dos produtos, alm dos custos diretos tambm os indiretos.

    5.2.1. Vantagens custeio por absoro

    a) Aparentemente, sua filosofia bsica alia-se aos preceitos contbeis geralmente aceitos, principalmente aosfundamentos do regime de competncia.

    b) aceito para fins de relatrios externos.

    c) Alocao de todos os custos pode melhorar a utilizao dos recursos escassos de uma empresa reduzindoconsumos excessivos.

    5.2.2. Desvantagens custos por absoro

    a) Nos processos de rateios possvel perder de vista determinados custos controlveis do perodo e as reasfuncionais s quais eles se aplicam.

    b) Lucros dependem no somente do volume de vendas, variando de acordo com o volume de produo do perodo ecom as quantidades de produtos elaborados no perodo anterior.

    c) Alocaes dos custos fixos indiretos podem distorcer anlises para fins gerenciais.

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    CUSTOS DEPRODUO

    DESPESAS

    ADMINISTRA-TIVAS E DEVENDAS

    Mo-de-obra IndiretaDepreciao, Energia

    Eltrica (parcela fixavarivel)

    Custos Fixos

    (=) ResultadoLquido

    Despesas Administrativas

    Despesas de Vendas

    Despesas de Vendas

    Fixas e Variveis

    Variveis

    Fixas

    Despesas do Perodo

    Matria-Prima

    Mo-de-Obra DiretaEnergia Eltrica

    (parcela varivel)

    Custos Variveis

    Demonstraode Resultados

    Vendas

    (-) Custos dosProd. Vendidos

    (=) ResultadoBruto

    (-) DespesasAdministrativas

    (-) Desp. Fixasde Vendas

    Processode

    Produo

    Estoque deProdutosAcabados

    Custo de

    Produo

    FLUXO DO MTODO DE CUSTEAMENTO POR ABSORO

    5.3. SISTEMA DE CUSTEIO DIRETO, VARIVEL OU MARGINAL

    Sistema de custeio direto que utilizado pelas empresas no auxlio a tomada de decises, tem comopremissa bsica, conhecer qual margem de contribuio que cada produto contribui para cobrir os gastos fixos daempresa e gerar lucro.

    5.3.1 Margem de Contribuio

    Margem de Contribuio pode ser definida como sendo a diferena entre a Receita e o Custo e despesavarivel de cada produto; o valor que cada unidade efetivamente traz empresa de sobra entre sua receita e ocusto que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.

    Outras denominaes: Contribuio para o lucro; Contribuio para o custos fixo; Saldo Marginal; ReceitaMarginal; Lucro Marginal, etc.

    MC = PREO DE VENDA - CUSTOS E DESPESAS VARIVEIS

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    Objetivos:

    - Ajuda a Administrao na deciso que produtos merecem maior esforo de venda;

    - Auxilia os Administradores a decidir sobre linha de produo a ser abandonada, ou recuperao do produto;

    - Auxilia na avaliao de alternativas que se criam em relao reduo de preos, descontos, campanhaspublicitrias, prmios sobre vendas, etc.

    - Identifica o valor com o qual cada produto contribui na amortizao dos gastos fixos e formao do lucro.

    Este mtodo s admite na determinao do custo dos produtos a apropriao dos custos variveis, isto ,inclui os custos primrios e os custos indiretos variveis, sendo os custos indiretos fixos so registrados como gastosdo perodo em que o produto fabricado.

    5.3.2. Vantagens do Sistema de Custeio Direto

    a) O impacto dos custos fixos nos resultados salientado porque o total dos custos aparece no demonstrativo deresultados

    b) O sistema de custeio direto constitui o conceito dos gastos pelo regime de caixa, necessrio para produzir osbens. Pelo regime de caixa, as despesas so reconhecidas como resultado quando ocorrem.

    c) Os custos de manufatura e os demonstrativos de resultados pelo sistema de custeio direto, refletem uma melhorapresentao do que pelo sistema de absoro.

    d) O sistema de custeio direto adapta-se melhor aos instrumentos de controle da organizao, tais como, o custo-padro e os oramentos;

    e) As informaes para anlise das relaes entre custo-volume-lucro so obtidas mais facilmente do que no sistemade custo por absoro.

    5.3.3. Desvantagens do Sistema de Custeio Direto

    a) Dificuldade sero encontradas na separao entre custos fixos e custos variveis;

    b) Os custos de manufatura no so determinados no processo de custo de produo, requerendo alocaessuplementares quando estudos de preo a longo prazo so realizados;

    c) A legislao brasileira do imposto de renda no permite a sua utilizao.

    Em resumo a principal vantagem do custeio direto que ele uma ferramenta importante para anlise decustos apesar de ser algo desvantajoso para a elaborao de relatrios dirigidos a terceiros como, por exemplo,acionistas.

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    (-) Custos Fixosde Produo

    (-) Despesas

    Fixas de Vendas

    Despesas Administrativas

    DESPESAS

    ADMINISTRA-TIVAS E DEVENDAS

    Despesas de Vendas

    Despesas de Vendas

    Fixas e Variveis

    Variveis

    Fixas

    Custos e Despesas do Perodo

    (=) ResultadoLquido

    (-) DespesasAdministrativas

    CUSTOS DEPRODUO

    Matria-PrimaMo-de-Obra Direta

    Energia Eltrica(parcela varivel)

    Mo-de-obra IndiretaDepreciao, EnergiaEltrica (parcela fixa

    varivel)

    Custos Variveis

    Custos Fixos

    Vendas

    (-) Desp.Variveis de

    Vendas(-) Custos dosProd. Vendidos

    (=) Margem deContribuio

    Processode

    Produo

    Estoque deProdutosAcabados

    Custo de

    ProduoDemonstraode Resultados

    FLUXO DO MTODO DE CUSTEAMENTO DIRETO

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    6. ANLISE DE CUSTO - VOLUME LUCRO

    6.1. PONTO DE EQUILBRIO

    CONCEITO

    o ponto onde ocorre a igualdade entre as receitas totais e o somatrio das despesas e custos de naturezafixa e varivel.

    Para obter o ponto de equilbrio indispensvel que a margem de contribuio atinja um valor suficiente paradar cobertura aos custos e despesas fixas.

    MC mnima = Custos + Despesas Fixas

    OBJETIVOS

    O clculo do ponto de equilbrio (receita = despesas), tem, de certa forma, atendido satisfatoriamente sdecises empresariais relativas a:

    a) alterao do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado;b) alterao de polticas de vendas com relao ao lanamento de novos produtos;c) definio do mix de produtos, do nvel de produo e preo de produto;d) dar soluo a muitas perguntas que exigem respostas rpidas, tais como:

    - Quantas unidades de produto devem ser vendidas para obter determinado montante de lucro?- O que acontecer com o lucro se o preo aumentar ou diminuir?- O que acontecer com o ponto de equilbrio se determinada matria-prima aumentar 20% e no tiver

    condies de ser repassada aos preos dos produtos?e) avaliao de desempenho atravs da anlise da margem de contribuio de cada produto;f) planejamento e controle de vendas e de resultados.

    FORMAS PARA A DETERMINAO DO PONTO DE EQUILBRIO

    O Ponto de equilbrio pode ser apurado em unidades fsicas, que representa a quantidade a ser produzida evendida, bem como em termos monetrios que representar quantos reais a empresa dever vender para no terprejuzo.

    Para facilitar a anlise do resultado do ponto de equilbrio, muito importante que esse indicador sejadeterminado sob ponto de vista contbil, econmico e financeiro.

    a) Ponto de equilbrio contbil: so levados em conta todos os custos e despesas fixas contbeis relacionadascom o funcionamento da empresa.

    b) Ponto de equilbrio econmico: adiciona-se aos custos e despesas fixas anteriormente citados, todos oscustos de oportunidade, como por exemplo aqueles referente ao uso do capital prprio, ao possvel alugueldas edificaes (caso a empresa seja proprietria).

    c) Ponto de equilbrio financeiro: os nicos custos e despesas fixos a serem considerados so aqueles quesero efetivamente desembolsados no perodo de anlise, isto , aqueles que oneraro financeiramente aempresa.

    ANLISE DOS PONTOS DE EQUILBRIO E TOMADA DE DECISO

    Os trs pontos de equilbrio fornecem importantes subsdios para um bom gerenciamento da empresa. Assim,tem-se que:

    a) O ponto de equilbrio financeiro: informa o quanto a empresa ter que vender para no ficar sem dinheiroe, conseqentemente, ter que tomar emprstimos, prejudicando ainda mais sua lucratividade. Se aempresa estiver operando abaixo do ponto de equilbrio financeiro, ela poder at mesmo cogitar umainterrupo temporria de suas atividades.

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    b) O ponto de equilbrio econmico, por sua vez, mostra a quantidade mnima que a empresa ter que venderpara assegurar a rentabilidade real dada pela taxa de mnima remunerao do capital investido.A empresa que os utiliza deve ter sempre em mente que eles so apenas um instrumento gerencial deapoio a tomada de deciso, no representado os custos reais da empresa.

    c) Finalmente, o ponto de equilbrio contbil, utilizando-se para seu clculo os custos reais da empresa (oscustos contbeis), representa o referencial da quantidade mnima a ser vendida.

    SIMBOLOGIA UTILIZADA PARA O PONTO DE EQUILBRIO

    P = Preo de VendaCV = Custos e despesas variveis;CVu = Custos e despesas variveis unitrios;CF = Custos e despesas fixos;Q = Quantidade produzida e vendida do produto;MC = Margem de contribuio;MCu = Margem de contribuio unitria;CT = Custo total;RT = Receita total;Ro = Receita de equilbrio;PE = Ponto de equilbrio.

    FORMULAES

    a) Ponto de equilbrio em unidades fsicas

    PE contbil

    Q (c) = Custos Fixos + Despesas FixasPreo de venda - Custos e despesas variveis

    OU

    Q (c) = CF + DFMCu

    PE econmico

    Q (e) = Custos Fixos + Desp. Fixas + Retorno mnimo s/ PLPreo de Venda - Custos e despesas variveis

    PE financeiro

    Q (f) = Custos Fixos + Desp. Fixas - Deprec. + Amort. Financ.Preo de Venda - Custos e despesas variveis

    b) Ponto de Equilbrio Monetrio

    PE contbil

    Ro (c) = Custos Fixos + Despesas Fixas1 - Custos e despesas variveis

    Preo Venda Unitrio

    PE econmico

    Ro (e) = Custos Fixos + Despesas Fixas + Retorno s/ PL

    1 - Custos e despesas variveisPreo Venda Unitrio

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    PE financeiro

    Ro (e) = Custos Fixos + Desp. Fixas - Deprec. + Amort. Financ.1- Custos e despesas variveis

    Preo Venda Unitrio

    6.2. MARGEM DE SEGURANA

    A Margem de Segurana significa um risco para o Negcio / Empresa; este risco tanto maior quanto maisprximo se encontre o volume de vendas do Ponto de Equilbrio.Este risco pode ser calculado e expresso pela Margem de Segurana, que tem a seguinte frmula:

    Q.V. - Q.E.

    MS =____________

    Q.V.

    Nesta frmula, os smbolos representam:

    Q.V. = Quantidade Vendida

    Q.E. = Quantidade de Equilbrio

    Sempre que o Negcio estiver operando acima do seu Ponto de Equilbrio, o numerador ser positivo e menorque o denominador. Logo:

    0 < MS > 1

    Quanto mais prximo de zero estiver a Margem de Segurana, maior o risco de o Negcio entrar em prejuzocaso no consiga o seu volume de vendas. Quanto mais prximo de 1 a Margem de Segurana, menor este risco.

    No exemplo do negcio A, o Ponto de Equilbrio 5.000 unidades. Portanto, se o Negcio estiver vendendo10.000 unidades, a sua Margem de Segurana ser:

    10.000 - 5.000MS =

    _______________= 0,50

    10.000

    A Margem de Segurana, ainda na hiptese simplificada que admite os gastos variveis diretamenteproporcionais ao volume de vendas e os gastos fixos constantes embora o volume altere, pode assumir uma outraforma:

    Margem Operacional

    MS =_____________________

    Margem de Contribuio

    No exemplo do Negcio A, esta frmula daria:

    0,30

    MS =_______

    = 0,500,60

    7. CUSTO REPOSIO OU GERENCIAL

    7.1. Formao do Preo de Venda

    Mtodos de Formao do Preo de Venda

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    Em economia sujeita a inflao, a venda a preo superior aos custos de aquisio e/ou fabricao podedeterminar a iluso monetria de lucro; na formao do preo, como se deve partir de consideraes de custo,devem ser tomadas precaues especiais visando atualizao dos custos de compras e/ou produo.

    So adotados pelas empresas os seguintes mtodos para a formao de preos.

    - Mtodo baseado no custo da mercadoria.- Mtodo baseado nas decises das empresas concorrentes.- Mtodo baseado nas caractersticas do mercado.- Mtodo misto.

    Mtodo Baseado no custo da mercadoria.

    O mtodo baseado no custo da mercadoria o mais comum na pratica dos negcios. Se a base for o custototal, a margem adicionada deve ser suficiente para cobrir os lucros desejados pela empresa.

    Se a base for os custos e despesas variveis, a margem adicionada deve cobrir, alm dos lucros, os custosfixos.

    O processo de adicionar margem fixa a um custo-base geralmente conhecido pela expresso mark-up. Essemtodo muito usado no comrcio atacadista e varejista. O mtodo simples, mas pode levar a administrao atomar decises que muitas vezes no condizem com a realidade dos negcios. Quando o processo mark-up adotado pela indstria, calculado em funo do custo de produo; a margem fixa serviria para cobrir os lucros edemais gastos.

    Mtodo baseado nas decises das empresas concorrentes.

    Qualquer mtodo de determinao de preos deve ser comparado com os preos das empresas concorrentes,que porventura existam no mercado. Esse mtodo pode ser desdobrado em:

    a) Mtodo do preo corrente: So adotado para os casos de produtos vendidos a um preo por todos osconcorrentes. Essa homogeneidade no preo pode decorrer de questes de costume, ou de caractersticaseconmicas do ramo (oligoplio, convnio de preos etc.)

    b) Mtodo de imitao de preos: Esse mtodo prev que os mesmos sejam adotados por uma empresa concorrente

    selecionada no mercado. Isso ocorre muitas vezes em razo da falta de conhecimento tcnico para a suadeterminao ou custo da informao.

    c) Mtodo de preos agressivos: O mtodo de preos agressivos ocorre quando um grupo de empresas concorrentesestabelece a tendncia de uma reduo drstica de preos at serem atingidos, em certos casos, nveiseconomicamente injustificveis abaixo do custo das mercadorias.

    d) Mtodo de preos promocionais: O mtodo de preos promocionais caracteriza a situao em que as empresasoferecem certas mercadorias (caso tpico de supermercados) a preos tentadores com o intuito de atrair para olocal de venda; dessa forma intensificando o trfego de clientes potenciais, em funo do que estimulam asvendas de outros artigos a preos normais.

    Mtodo Baseado nas Caractersticas do Mercado

    O mtodo baseado nas caractersticas do mercado exige conhecimento profundo do mercado por parte daempresa. O conhecimento do mercado permite ao administrador decidir se vender o seu produto a um preo maisalto, de modo que possa atrair as classes economicamente mais elevadas, ou a um preo popular para que possaatrair a ateno das camadas mais pobres.

    Mtodo Misto

    O mtodo misto para a formao de preos deve observar a combinao dos seguintes fatores:- Custos envolvidos;- Decises de concorrncia;

    - Caractersticas do mercado.

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    Seria bastante temeroso para a administrao de uma empresa estabelecer preos sem a combinao dessesfatores. Cedo ou tarde ela teria de arcar com as consequncias de srios erros que poderiam deixar de sercometidos.

    Aspectos Gerais para a Formao do Preo de Venda

    O problema da formao dos preos est ligado s condies de mercado, s exigncias governamentais, aoscustos, ao nvel de atividade e remunerao do capital investido (lucro).

    O clculo do preo de venda deve levar a um valor:

    - que traga empresa a maximizao dos lucros;- que seja possvel manter a qualidade, atender aos anseios do mercado quele preo determinado;- que melhor aproveite os nveis de produo etc.

    Condies que devem ser observadas na formao do preo venda:

    - forma-se um preo base;- critica-se o preo-base luz das caractersticas existentes do mercado, como preo dos concorrentes,

    volume de vendas, prazo, condies de entrega, qualidade, aspectos promocionais etc.;- testa-se o preo s condies do mercado, levando-se em considerao as relaes custo/volume/lucro e

    demais aspectos econmicos e financeiros da empresa;- fixa-se o preo mais apropriado com condies diferenciadas para atender:

    - volumes diferentes;- prazos diferentes de financiamento de vendas;- descontos para prazos mais curtos;- comisses s/venda para cada condies.

    Fatores que Interferem na Formao do Preo de Venda

    Na misso de formar o preo de venda, devem ser levados em conta os seguintes fatores:

    - a qualidade do produto em relao s necessidades do mercado consumidor- a exigncia de produtos substitutos a preos mais competitivos;- a demanda esperada do produto;- o mercado de atuao do produto- o controle de preos impostos pelo CIP - Conselho Interministerial de Preos;- os nveis de produo e de vendas que se pretende ou que se pode operar;- os custos e despesas de fabricar, administrar e comercializar o produto;- os nveis de produo e de venda desejados etc.

    Formao do Mark-up e do Preo de Venda a vista

    O Mark-up um ndice aplicado sobre o custo de um bem ou servio para a formao do preo de venda.O confeiteiro, por exemplo, aplica o ndice 2 sobre o custo de produo de um quilo de bolo para a formao

    do preo de venda.O dono de um bar aplica o ndice 1,5 sobre o preo de compra de determinado litro de bebida, tambm para

    formar o preo de venda.

    Esses dois casos servem para caracterizar objetivamente o que vem a ser o mark-up.

    Finalidade do mark-up

    O mark-up tem por finalidade cobrir as seguintes contas:

    - impostos sobre vendas;- taxas variveis sobre vendas;- despesas administrativas fixas;- despesas de vendas fixas;- custos indiretos de produo fixos;- lucro.