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Apostila de Direito Eleitoral -Atf -Prof. Henrique Melo - Ebah

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Comentrios: Trata a questo de temas diversos, comeando pelo relativo s distines entre brasileiro nato e naturalizado, que so apenas aquelas expressas na Constituio Federal

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APOSTILA DE DIREITO ELEITORALProf. Henrique MeloCAPTULO 1 ALISTAMENTO ELEITORALConceito: o procedimento atravs do qual uma pessoa requer pela primeira vez sua inscrio eleitoral, devendo qualificar-se perante a Justia Eleitoral, no tendo sido encontrada nenhuma inscrio em seu nome, ou ainda, se a nica inscrio anterior estiver cancelada por determinao de autoridade judiciria competente.

Deve ser consignado ALISTAMENTO quando o alistando requerer inscrio e quando em seu nome no for identificada inscrio em nenhuma zona eleitoral do pas ou exterior, ou a nica inscrio localizada estiver cancelada por determinao de autoridade judiciria.

O alistamento eleitoral formaliza a aquisio de direitos polticos pelo cidado e, dentre outros, podemos citar o direito de VOTAR (capacidade eleitoral ativa) e de SER VOTADO (capacidade eleitoral passiva).

O alistamento se faz mediante a qualificao e inscrio do eleitor.

O alistamento eleitoral requerido pelo alistando ser formalizado pela Justia Eleitoral, atravs do formulrio conhecido como RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral), que ser digitado no sistema e servir como documento de entrada de dados e ser processado eletronicamente.

O RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral) dever ser preenchido ou digitado e impresso na presena do requerente.

Poder o Juiz, se tiver dvida quanto identidade do requerente ou sobre qualquer outro requisito para o alistamento, converter o julgamento em diligncia para que o alistando esclarea ou complete a prova ou, se for necessrio, comparea pessoalmente sua presena.

O alistando dever requerer sua inscrio eleitoral no Cartrio Eleitoral ou Posto de alistamento que corresponder ao seu domiclio eleitoral, no podendo faz-lo em Zona Eleitoral diversa do seu domiclio.

Se o alistando tiver mais de uma residncia comprovada, poder alistar-se no Cartrio Eleitoral de qualquer uma delas e a que for escolhida, tornar-se- o seu domiclio eleitoral.

No cartrio eleitoral ou no posto de alistamento, o servidor da Justia Eleitoral preencher o RAE ou digitar as informaes no sistema de acordo com os dados constantes do documento apresentado pelo eleitor, complementados com suas informaes pessoais, de conformidade com as exigncias do processamento de dados, destas instrues e das orientaes especficas.

No momento da formalizao do pedido, o requerente manifestar sua preferncia sobre local de votao, entre os estabelecidos para a zona eleitoral.

Pela legislao eleitoral brasileira e, segundo o art. 14, 1 da Constituio Federal, o alistamento eleitoral e o voto so:

I. Obrigatrios para os maiores de dezoito anos;

II. Facultativos para:

a) Os analfabetos;

b) Os maiores de 70 anos;

c) Os maiores de 16 e menores de 18 anos.

A proibio quanto ao alistamento eleitoral e o voto estende-se:

Aos estrangeiros; Durante o perodo do servio militar obrigatrio, aos conscritos; Aos que estejam privados temporariamente ou definitivamente dos direitos polticos.

CONSCRITOS so os eleitores ou no que estejam prestando o servio militar obrigatrio.

O conscrito que j for eleitor ter sua inscrio eleitoral suspensa enquanto durar a prestao do servio militar obrigatrio, ficando durante esse perodo, impedido de votar.

Em ano eleitoral, facultado o alistamento eleitoral, ao menor que completar 16 anos at a data do pleito, porm, dever cumprir os seguintes requisitos:

Requerer sua inscrio eleitoral no ano da eleio; Requerer sua inscrio eleitoral at o encerramento do prazo fixado pela Justia Eleitoral para requerimento de alistamento ou transferncia, que o 151 (centsimo qinquagsimo primeiro) dia anterior eleio;

Requerer sua inscrio eleitoral no cartrio eleitoral ou posto de alistamento do seu domiclio; Completar 16 (dezesseis) anos at o dia da eleio, inclusive.

Os pedidos de ALISTAMENTO ELEITORAL, TRANSFERNCIA E REVISO sero suspensos pela Justia Eleitoral nos 150 (cento e cinqenta) dias que antecederem a eleio, perodo em que estar fechado o cadastro eleitoral. S ser possvel requerer segunda via, at 10 (dez) dias antes da eleio, por no provocar alterao no cadastro de eleitores.

Sendo o alistamento eleitoral e o voto obrigatrio para os maiores de 18 (dezoito) anos, o brasileiro que completar 19 (dezenove) anos at o dia anterior realizao da eleio dever requerer seu alistamento eleitoral at a data de fechamento do cadastro eleitoral (151 dias antes da eleio), sob pena de incorrer na aplicao de multa. Se completar 19 (dezenove) anos a partir da eleio ou seja, no primeiro domingo do ms de outubro do ano eleitoral ter at a data do fechamento do cadastro relativa ao perodo eleitoral seguinte para faz-lo (151 dias antes da eleio seguinte), sem sujeitar-se ao pagamento da multa.

O brasileiro nato que no se alistar at os 19 anos ou o naturalizado que no se alistar at 01 (um) ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrer em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrio.

Os cegos alfabetizados pelo sistema Braille que reunirem as condies de alistamento podem preencher a frmula impressa em Braille, assinando tambm em Braille o ttulo eleitoral e a folha de votao. Todo esse procedimento dever ser efetuado na presena de funcionrios de estabelecimento especializado de amparo aos cegos, conhecedor do sistema Braille, que subscrever declarao atestando a validade do documento, juntamente com o servidor da Justia Eleitoral.

O Juiz Eleitoral providenciar para que se proceda ao alistamento nas prprias sedes dos estabelecimentos de proteo aos cegos, marcando, previamente, dia e hora para tal fim, podendo se inscrever na zona eleitoral correspondente todos os cegos do municpio.

Se no alistamento realizado pela forma prevista acima, o nmero de eleitores no alcanar o mnimo exigido, este se completar com a incluso de outros ainda que no sejam cegos.

O empregado poder deixar de comparecer ao servio para se alistar ou requerer transferncia eleitoral sem prejuzo do salrio e por tempo no excedente a 02 (dois) dias, porm, deve comunicar o fato ao empregador com 48 (quarenta e oito) horas de antecedncia.

O alistamento eleitoral do analfabeto facultativo. Se o analfabeto deixar de s-lo, dever requerer sua inscrio eleitoral, no ficando sujeito a multa.

O alistamento eleitoral e a retirada do ttulo de eleitor somente podero ser realizados pelo prprio eleitor, sendo vedada a interferncia de qualquer pessoa, ou mesmo procurador.

Disponibilizada no Cartrio Eleitoral a relao dos eleitores alistados, transferidos ou revisados, cancelados ou suspensos e de pedidos de segunda via, abrir-se- prazo para impugnao do deferimento do alistamento, da transferncia, da expedio de segunda via, de cancelamento ou da suspenso.

Do despacho que INDEFERIR o requerimento de inscrio, caber recurso interposto pelo alistando no prazo de 05 (cinco) dias, contados da colocao da respectiva listagem disposio dos partidos, o que dever ocorrer nos dias 1 e 15 de cada ms, ou no primeiro dia til seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos no as consultem.

Do despacho que DEFERIR requerimento de inscrio, poder recorrer qualquer delegado de partido poltico no prazo de 10 (dez) dias, contados da colocao da respectiva listagem disposio dos partidos, o que dever ocorrer nos dias 1 e 15 de cada ms, ou no primeiro dia til seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao alistando antes dessas datas e mesmo que os partidos no as consultem.

O servio eleitoral prefere a qualquer outro, obrigatrio e no interrompe o interstcio de promoo dos funcionrios para ele requisitados.

TRANSFERNCIA

o ato atravs do qual o eleitor requer mudana de seu domiclio eleitoral.

Assim, em caso de mudana de domiclio, cabe ao eleitor requerer ao Juiz do novo domiclio sua transferncia, juntando o ttulo anterior.

No pedido de transferncia no h alterao no nmero da inscrio do eleitor, permanecendo o nmero original, devendo ser consignado no campo prprio a sigla da UF anterior.

Ao requerer a transferncia, o eleitor entregar ao servidor do cartrio o ttulo eleitoral e a prova de quitao com a Justia Eleitoral.

O eleitor no poder requerer transferncia se sua inscrio estiver envolvida:

Em coincidncia;

Suspensa;

cancelada automaticamente pelo sistema quando envolver situao de perda e suspenso de direitos polticos;

cancelada por perda dos direitos polticos;

cancelada por deciso de autoridade judiciria.

COINCIDNCIA - o agrupamento pelo batimento de duas ou mais inscries ou registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo critrios previamente definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

INSCRIO SUSPENSA - a inscrio que est indisponvel, temporariamente (at que cesse o impedimento), em virtude de restrio de direitos polticos, para o exerccio do voto e no poder ser objeto de transferncia, reviso e segunda via.

Ser admitida transferncia com reutilizao do nmero de inscrio, desde que comprovada a inexistncia de outra inscrio liberada, no liberada, regular ou suspensa para o eleitor:

cancelada por falecimento;

duplicidade/pluralidade;

deixou de votar em trs eleies consecutivas;

reviso de eleitorado.

Existindo mais de uma inscrio cancelada para o eleitor no cadastro eleitoral, nas condies acima previstas, dever ser promovida, preferencialmente, a transferncia daquela:

I - que tenha sido utilizada para o exerccio do voto no ltimo pleito;

II - que seja mais antiga.

A transferncia poder ser requerida:

a) De uma Zona Eleitoral para outra dentro do prprio Estado, porm de Municpios distintos;

b) De um Estado para outro (entre UFs);

c) De qualquer Estado para o exterior (Consulado ou Embaixada).

Requisitos para a transferncia:

Para que o eleitor possa requerer transferncia de domiclio, alguns requisitos so necessrios:

I - recebimento do pedido no cartrio eleitoral do novo domiclio no prazo estabelecido pela legislao vigente;

II - transcurso de, pelo menos, um ano do alistamento ou da ltima transferncia;

III - residncia mnima de trs meses no novo domiclio, declarada, sob as penas da lei, pelo prprio eleitor (Lei n 6.996/82, art. 8);IV - prova de quitao com a Justia Eleitoral.

O comprovante de residncia a ser apresentado pelo eleitor (conta de luz, gua, telefone, etc), datado at 03 (trs) meses anteriores, poder ser em nome de seus pais ou cnjuge. Se o requerente residir em casa alugada, o proprietrio dever fazer uma declarao.

A quitao com a Justia Eleitoral prova-se mediante a apresentao de um ou mais dos seguintes documentos:

Comprovantes de votao;

Justificativas eleitorais devidamente autenticadas pelos mesrios;

Certido de quitao eleitoral fornecida pelo Cartrio Eleitoral onde o eleitor for inscrito; (Resoluo 20497 Eleitor poder requerer Certido em Zona diversa da sua). Comprovante de pagamento de multa em razo do no exerccio do voto.

No se exige nas transferncias de Ttulo Eleitoral de servidor pblico civil, militar, autrquico ou de membro de sua famlia, por motivo de remoo ou transferncia:

o transcurso de pelo menos 01 (um) ano do alistamento ou da ltima transferncia:

a residncia mnima de 03 (trs) meses no novo domiclio.

Quanto aos eleitores inscritos no exterior, no se exige no ato da transferncia para o Brasil, o transcurso de 01 (um) ano do alistamento ou da ltima transferncia.

Do despacho que indeferir o requerimento de transferncia, caber recurso interposto pelo eleitor no prazo de cinco dias e, do que o deferir, poder recorrer qualquer delegado de partido poltico no prazo de dez dias, contados da colocao da respectiva listagem disposio dos partidos, o que dever ocorrer nos dias 1 e 15 de cada ms, ou no primeiro dia til seguinte, ainda que tenham sido exibidas ao requerente antes dessas datas e mesmo que os partidos no as consultem (Lei n 6.996/82, art. 8).

REVISO

A legislao anterior permitia a reviso apenas para a retificao de algum dado cadastral.

A partir da Resoluo n 21.538/03 do Tribunal Superior Eleitoral, o eleitor, alm de poder retificar seus dados cadastrais, tambm poder requerer alterao de seu local de votao no mesmo municpio, ainda que ocorra mudana de zona Eleitoral ou ainda solicitar que sua inscrio cancelada tenha sua situao regularizada.

SEGUNDA VIA

a operao requerida pelo eleitor por motivo de perda ou extravio, inutilizao ou dilacerao do ttulo eleitoral.

No pedido de segunda via, nenhum dado do eleitor poder ser modificado, inclusive o local de votao que dever permanecer o mesmo.

O eleitor poder requerer segunda via do ttulo eleitoral em qualquer poca do ano em que no h eleies.

Caso o pedido de segunda via seja feito em ano eleitoral, o eleitor poder requerer at 10 (dez) dias antes da eleio.

Na solicitao de TRANSFERNCIA, REVISO e SEGUNDA VIA, o nmero da inscrio do eleitor permanecer o mesmo.

Os requerimentos de ALISTAMENTO, TRANSFERNCIA e REVISO, s podero ser solicitados ao Cartrio eleitoral, pessoalmente pelo alistando ou eleitor, at o 151 (centsimo, qinquagsimo primeiro) dia anterior eleio, que o ltimo dia em que o cadastro da Justia Eleitoral estar aberto.

REQUISITOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL

Para que o alistando tenha seu requerimento de alistamento eleitoral deferido pelo Juiz Eleitoral, necessrio o preenchimento dos seguintes requisitos:

I. ser brasileiro nato ou naturalizado;

II. possuir domiclio eleitoral na Zona Eleitoral onde est sendo feito o pedido;

III. possuir idade mnima de 16 (dezesseis) anos;

IV. No ter requerido inscrio eleitoral em outro Cartrio Eleitoral;

V. Prova de quitao com o servio militar obrigatrio para os homens maiores de 18 (dezoito) anos.

O pedido de alistamento eleitoral dever ser instrudo com um dos seguintes documentos:

Carteira de identidade ou carteira emitida pelos rgos criados por lei federal, controladores do exerccio profissional (OAB, CRM, CREA, etc);

Certido de Nascimento ou Casamento, extrada do Registro Civil;

Certificado de Quitao do Servio Militar, para maiores de 18 anos;

Instrumento pblico do qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mnima de 16 anos e do qual constem, tambm, os demais elementos necessrios sua qualificao;

Documento do qual se infira a nacionalidade brasileira do requerente.

As certides de nascimento ou casamento, quando destinadas ao alistamento eleitoral, sero fornecidas gratuitamente, segundo a ordem dos pedidos apresentados em cartrio pelos alistandos ou Delegados de partido.

O alistando, ou o eleitor, que comprovar devidamente o seu estado de pobreza, ficar isento do pagamento de multa.

PROCEDIMENTOS PARA O ALISTAMENTO ELEITORAL

Para requerer o alistamento eleitoral, o alistando dever comparecer ao Cartrio Eleitoral responsvel pela sua Zona Eleitoral, ou ainda, se houver, a um Posto de alistamento, desde que seja no local do seu domiclio eleitoral, munido dos documentos j mencionados.

No Cartrio Eleitoral ou Posto de alistamento, o servidor da Justia Eleitoral ser o responsvel pela digitao (preenchimento) do Requerimento do Alistamento Eleitoral (RAE) no sistema, considerando os dados constantes dos documentos apresentados pelo alistando no momento da formalizao do pedido, completando com as informaes pessoais fornecidas pelo mesmo, de acordo com as exigncias do sistema.

O servidor da Justia Eleitoral dever digitar e imprimir o RAE (Requerimento de Alistamento Eleitoral) do eleitor no sistema de processamento de dados, sempre, na presena do prprio requerente.

Ao formalizar o pedido de alistamento ou transferncia, o requerente dever manifestar sua preferncia sobre local de votao, dentre os locais existentes na Zona Eleitoral, que dever disponibilizar relao contendo todos os locais de votao da Zona eleitoral, com os respectivos endereos.

O alistando ou eleitor dever assinar o requerimento ou apor sua impresso digital do polegar direito na presena do servidor da Justia Eleitoral, que dever atestar, de imediato, o cumprimento da exigncia.

Aps colher a assinatura ou impresso digital do polegar direito do alistando ou eleitor, o servidor da Justia Eleitoral digitar no sistema os campos que lhe so reservados no formulrio, para, em seguida, submeter o pedido para despacho do Juiz Eleitoral.

Com o despacho de deferimento do Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE), o pedido ser formalizado no sistema de processamento eletrnico de dados e o ttulo eleitoral entregue ao requerente.

Caso a emisso do ttulo no seja imediata, tendo sido atribudo um nmero de inscrio, o servidor da Justia Eleitoral aps assinar o formulrio de alistamento e o protocolo de solicitao, destacar e o entregar ao requerente para que possa receber o seu ttulo eleitoral em data posterior.

No perodo em que o cadastro de eleitores estiver fechado (150 dias antes da eleio), no sero recebidos pelos Cartrios Eleitorais, requerimentos de alistamento ou transferncia.

O processamento reabrir-se- em cada zona logo que estejam concludos os trabalhos de apurao em mbito nacional.ALISTAMENTO PARA ELEITORES PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS

A regra geral de que o alistamento e o voto so obrigatrios para todas as pessoas portadoras de deficincias.

Entretanto, a legislao eleitoral dispensa de sano a pessoa portadora de deficincia que torne impossvel ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigaes eleitorais (alistamento e voto).

Na avaliao da impossibilidade e da onerosidade para o exerccio das obrigaes eleitorais, sero consideradas, tambm, a situao scio-econmica do requerente e as condies de acesso ao local de votao ou alistamento desde a residncia do mesmo.

O que a legislao eleitoral exige, que o cidado (ou seu procurador ou representante legal) requeira ao Juiz Eleitoral do seu domiclio, mediante documentao comprobatria de sua deficincia, certido de quitao eleitoral, com prazo de validade indeterminando, portanto, isentando de se alista e votar.

O cartrio eleitoral dever comandar um cdigo ASE no cadastro do eleitor, com vistas a registrar que a pessoa portadora de deficincia.

A certido requerida pelo cidado, no impede que o mesmo requeira seu alistamento a qualquer tempo, no estando o mesmo sujeito penalidade de multa.

RESTABELECIMENTO DE INSCRIO CANCELADA POR EQUVOCO

Ser admitido o restabelecimento de inscrio cancelada em virtude de comando equivocado dos cdigos ASE.

ATUALIZAO DA SITUAO DO ELEITOR ASE

Para registro de informaes no histrico de inscrio no cadastro, utilizar-se- entrada de dados no sistema da Justia Eleitoral, cdigos para Atualizao da Situao do Eleitor - ASE, cuja tabela de cdigos ser estabelecida pela Corregedoria-Geral.

A atualizao de registros ser promovida diretamente no sistema de alistamento eleitoral.

TTULO ELEITORAL

O nmero de inscrio ser composto de at 12 (DOZE) algarismos, por Unidade da Federao (Estado), assim discriminados:

a) os 08 (oito) primeiros algarismos sero seqenciados, desprezando-se, na emisso, os zeros esquerda;

b) os 02 (dois) algarismos seguintes sero representativos da unidade da Federao de origem da inscrio;

c) os 02 (dois) ltimos algarismos constituiro dgitos verificadores, determinados com base no mdulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o nmero seqencial e o ltimo sobre o cdigo da unidade da Federao seguido do primeiro dgito verificador.

O ttulo eleitoral tem as seguintes caractersticas:

confeccionado em papel marca dgua;

dimenses de 9,5 x 6,0 cm;

peso de 120 g/m;

impresso nas cores preto e verde, em frente e verso;

tem como fundo as Armas da Repblica;

contornado por serrilha.

Nos Ttulos Eleitorais, que sero emitidos obrigatoriamente por computador, devero constar:

o nome do eleitor;

a data de nascimento;

a Unidade da Federao;

o Municpio;

a Zona eleitoral;

a Seo eleitoral;

o nmero da inscrio eleitoral;

a data de emisso;

a assinatura do Juiz Eleitoral;

a assinatura do eleitor ou a impresso digital do polegar direito;

quando for o caso, a expresso segunda via.

O Ttulo Eleitoral ser entregue PESSOALMENTE AO ELEITOR no Cartrio Eleitoral do seu domiclio eleitoral, pelo servidor da Justia Eleitoral, aps a assinatura pelo Juiz Eleitoral.

Antes de efetuar a entrega do ttulo, comprovada a identidade do eleitor e a exatido dos dados inseridos no documento, o servidor destacar o ttulo eleitoral e colher a assinatura ou a impresso digital do polegar do eleitor, se no souber assinar, no espao prprio constante do canhoto.

Nos pedidos de alistamento, transferncia, reviso e segunda via, a data da emisso do Ttulo ser a de PREENCHIMENTO DO REQUERIMENTO.

O ttulo de eleitor prova a QUITAO do eleitor para com a Justia Eleitoral at a DATA DE SUA EMISSO.

Os Tribunais Regionais podero autorizar, na emisso on-line de ttulos eleitorais e em situaes excepcionais, a exemplo de reviso de eleitorado, recadastramento ou rezoneamento, o uso, mediante rgido controle, de impresso da assinatura (chancela) do presidente do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, em exerccio na data da autorizao, em substituio assinatura do juiz eleitoral da zona, nos ttulos eleitorais.

Juntamente com o ttulo eleitoral, ser emitido Protocolo de Entrega do Ttulo Eleitoral - PETE (canhoto), que contm as seguintes informaes:

o nmero de inscrio;

o nome do eleitor;

o nome de sua me;

a data de nascimento, com espaos.

No verso do ttulo eleitoral encontram-se espaos destinados assinatura do eleitor ou aposio da impresso digital de seu polegar, se no souber assinar, a assinatura do servidor do cartrio responsvel pela entrega e o nmero de sua inscrio eleitoral, bem como a data de recebimento.

O juiz eleitoral poder determinar a incinerao do ttulo eleitoral, bem como do respectivo protocolo de entrega, no procurado pelo eleitor at a data da eleio posterior emisso do documento.

FISCALIZAO DO ALISTAMENTO ELEITORAL

Aos partidos polticos, assegurado o direito de fiscalizar o alistamento eleitoral. A fiscalizao realizada atravs de delegados que sero indicados pelos partidos para atuar nos Tribunais Regionais Eleitorais e nas Zonas Eleitorais.

Assim sendo, os partidos polticos, por seus delegados, podero:

I. Acompanhar os pedidos de alistamento, transferncia, reviso, segunda via e quaisquer outros, at mesmo a emisso e entrega de ttulos eleitorais;

II. Requerer a excluso de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja excluso esteja sendo promovida;

III. Examinar, sem perturbao dos servios e na presena dos servidores designados, os documentos relativos aos pedidos de alistamento, transferncia, segunda via, reviso do eleitorado, deles podendo requerer cpias, sem nus para a Justia Eleitoral.

Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrio dever ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral

Todos esses atos sero praticados sempre com a presena de servidor da Justia Eleitoral.

Os Partidos Polticos podero manter:

At 02 (dois) delegados junto ao Tribunal Regional Eleitoral;

At 03 (trs) delegados em cada Zona Eleitoral.

Estes delegados trabalharo em revezamento, sendo vedada a atuao simultnea de mais de 01 (um) delegado de cada Partido, para evitar que os trabalhos do Cartrio Eleitoral sejam perturbados.

Os delegados indicados pelos partidos polticos sero credenciados na Zona Eleitoral pelo Juiz Eleitoral.

Caso se identificada qualquer irregularidade que possa determinar o cancelamento da inscrio, dever ser comunicada por escrito ao Juiz Eleitoral.

Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral, podero, na circunscrio, representar o Partido perante qualquer Zona Eleitoral.

Ao Ministrio Pblico cabe tambm acompanhar e fiscalizar os pedidos de alistamento de eleitores e os pedidos de transferncia de ttulos, bem como os cancelamentos de inscrio.

CANCELAMENTO DA INSCRIO ELEITORAL

Existem alguns casos que podem ensejar o cancelamento da inscrio eleitoral, porm, mesmo estando cancelada, h hipteses que podem determinar o seu restabelecimento.

Assim, no que diz respeito s hipteses de cancelamento eleitoral, podemos encontrar as seguintes situaes:

I. Deixar de votar por 03 (trs) eleies consecutivas, no justificar ou no pagar a multa por no ter votado;

II. Duplicidade/pluralidade de inscrio;

III. Falecimento do eleitor;

IV. Suspenso ou perda dos direitos polticos;

V. No comparecimento em reviso eleitoral.

VI. Cancelamento da inscrio por deciso de autoridade judiciria eleitoral competente

A ocorrncia de qualquer das causas enumeradas acarretar a excluso do eleitor, que poder ser promovida ex officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qualquer eleitor.

Os oficiais de Registro Civil, sob as penas do artigo 293, enviaro at o dia 15 (quinze) de cada ms, ao Juiz Eleitoral da zona em que oficiarem, comunicao dos bitos de cidados alistveis, ocorridos no ms anterior, para cancelamento das inscries.

No caso de excluso, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor ou por Delegado de partido.

Aps o transcurso de 06 (seis) anos, contados do processamento do cdigo ASE prprio, as inscries canceladas sero excludas do cadastro.ACESSO S INFORMAES CONSTANTES DO CADASTRO

As informaes constantes do cadastro eleitoral sero acessveis s instituies pblicas e privadas e s pessoas fsicas.

Em resguardo da privacidade do cidado, no se fornecero informaes de carter personalizado constantes do cadastro eleitoral.

Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informaes personalizadas, relaes de eleitores acompanhadas de dados pessoais (filiao, data de nascimento, profisso, estado civil, escolaridade, telefone e endereo).

Excluem-se da proibio 1 os pedidos relativos a procedimento previsto na legislao eleitoral e os formulados:

a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais;

b) por autoridade judicial e pelo Ministrio Pblico, vinculada a utilizao das informaes obtidas, exclusivamente, s respectivas atividades funcionais;

c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, desde que exista reciprocidade de interesses.

Os Tribunais e juzes eleitorais podero, no mbito de suas jurisdies, autorizar o fornecimento a interessados, desde que sem nus para a Justia Eleitoral e disponveis em meio magntico, dos dados de natureza estatstica levantados com base no cadastro eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado de pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribudo carter reservado.

Os juzes e os tribunais eleitorais no fornecero dados do cadastro de eleitores no pertencentes a sua jurisdio.

O uso dos dados de natureza estatstica do eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os tenha adquirido a citar a fonte e a assumir responsabilidade pela manipulao inadequada ou extrapolada das informaes obtidas.

FOLHA DE VOTAO E DO COMPROVANTE DE COMPARECIMENTO ELEIO

A folha de votao, da qual constaro apenas os eleitores regulares ou liberados, e o comprovante de comparecimento sero emitidos por computador.

A folha de votao, obrigatoriamente, dever:

a) identificar as eleies, a data de sua realizao e o turno;

b) conter dados individualizadores de cada eleitor, como garantia de sua identificao no ato de votar;

c) ser emitida em ordem alfabtica de nome de eleitor, encadernada e embalada por seo eleitoral.

O comprovante de comparecimento (canhoto) conter o nome completo do eleitor, o nmero de sua inscrio eleitoral e referncia data da eleio.

CAPTULO 2 RGOS DA JUSTIA ELEITORALINSTITUIO DA JUSTIA ELEITORAL NO BRASIL

A Justia Eleitoral o rgo responsvel pela organizao, fiscalizao e execuo do processo eleitoral.

Dentre as inmeras atribuies da Justia Eleitoral, podemos citar: o alistamento eleitoral, registro de candidatos, fiscalizao da propaganda eleitoral, fixao da data das eleies, julgamento de crimes eleitorais, etc.

Lei complementar dispor sobre a organizao e competncia dos tribunais, dos juzes de direito e das juntas eleitorais.

Os membros dos tribunais, os juzes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exerccio de suas funes, e no que lhes for aplicvel, gozaro de plenas garantias e sero inamovveis.

Os Juzes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, serviro obrigatoriamente por 2 (dois) anos, e nunca por mais de 2 (dois) binios consecutivos.

Os binios sero contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licena, frias, ou licena especial.

Os Juzes afastados por motivo de licena, frias e licena especial, de suas funes na Justia comum, ficaro automaticamente afastados da Justia Eleitoral pelo tempo correspondente, exceto quando, com perodos de frias coletivas, coincidir a realizao de eleio, apurao ou encerramento de alistamento.

No caso de reconduo para o segundo binio, observar-se-o as mesmas formalidades indispensveis primeira investidura.

Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais sero escolhidos, na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria.

Um Juiz Eleitoral poder, eventualmente, acumular outra zona eleitoral, quando a mesma estiver vaga, enquanto o Tribunal Regional Eleitoral nomeia outro Juiz de Direito.

COMPOSIO

Nos termos do artigo 118 da Constituio Federal, a Justia Eleitoral composta dos seguintes rgos:

I. Tribunal Superior Eleitoral (TSE);

II. Tribunais Regionais Eleitorais (TREs);

III. Juzes Eleitorais;

IV. Juntas Eleitorais.

No Brasil no existe uma magistratura eleitoral exclusiva, prpria, de carreira. Integram seus rgos juzes de outros Tribunais, juristas da classe de advogados e pessoas sem formao jurdica, como no caso das Juntas Eleitorais.

Cada rgo na sua respectiva rea de atuao exercer a tarefa de organizar, fiscalizar e executar o processo eleitoral.

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

o rgo mximo da Justia Eleitoral, o qual traa as normas gerais a serem obedecidas na execuo do processo eletivo.

O Tribunal Superior Eleitoral tem sede na Capital da Repblica e jurisdio em todo o territrio nacional.

Segundo o art. 119 da Constituio Federal, o Tribunal Superior Eleitoral compor-se-, no mnimo, de 07(sete) membros, que so escolhidos:

1. Mediante eleio, pelo voto secreto:

a) trs Juzes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois Juzes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justia;

2. Por nomeao do Presidente da Repblica, dois Juzes dentre seis advogados de notvel saber jurdico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Para preenchimento das vagas de juristas, no podero figurar nas listas:

I. Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministrio Pblico;

II. A nomeao de juristas tambm no poder recair em cidado:

que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum;

que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com a administrao pblica;

que exera mandato de carter poltico, federal, estadual ou municipal.

Tambm no podero fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidados que tenham entre si, parentesco, ainda que por afinidade, at o QUARTO grau (Art. 16, 1 CE), excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por ltimo.

O Tribunal Superior Eleitoral escolher o seu Presidente e o seu Vice-Presidente dentre os 03 (trs) Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Corregedor Eleitoral dentre os 02 (dois) Ministros do Superior Tribunal de Justia.

Salvo motivo justificado, os Ministros do Tribunal Superior Eleitoral serviro por 02 (dois) anos, no mnimo, e nunca por mais de 02 (dois) binios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) escolhidos na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria.

A Constituio Federal em seu art. 119 ao estabelecer o nmero mnimo de 07 (sete) membros para compor o Tribunal Superior Eleitoral, abriu a possibilidade de aumento no nmero de Juzes.

O Tribunal Superior Eleitoral delibera por maioria de votos, geralmente em sesso pblica, com a presena da maioria de seus membros. Contudo, algumas matrias somente podero ser apreciadas mediante a presena de todos os seus membros, tais como:

Interpretao do Cdigo Eleitoral em face da Constituio;

Cassao de registro de partidos polticos;

Quaisquer recursos que importem anulao geral de eleies ou perda de diplomas.

As decises do Tribunal Superior, assim na interpretao do Cdigo Eleitoral em face da Constituio e cassao de registro de partidos polticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulao geral de eleies ou perda de diplomas, s podero ser tomadas com a presena de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum Juiz, ser convocado o substituto ou o respectivo suplente.

Perante o Tribunal Superior Eleitoral qualquer interessado poder argir a suspeio ou impedimento dos seus membros, do Procurador-Geral ou de funcionrios de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidria, mediante o processo previsto em regimento.

So irrecorrveis as decises do Tribunal Superior Eleitoral, salvo:

as que contrariarem a Constituio; as denegatrias de "habeas-corpus" ou mandado de segurana.

COMPETNCIAS DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 22 do Cdigo Eleitoral)

I. processar e julgar originariamente:

a) O registro e a cassao de registro de Partidos Polticos, dos seus Diretrios Nacionais e de candidatos Presidncia e Vice-Presidncia da Repblica;

b) Os conflitos de jurisdio entre Tribunais Regionais e Juzes Eleitorais de Estados diferentes;

c) A suspeio ou impedimento aos seus membros, ao Procurador-Geral e aos funcionrios da secretaria;

d) Os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus prprios Juzes e pelos Juzes dos Tribunais Regionais Eleitorais;

e) O habeas corpus ou mandado de segurana, em matria eleitoral, relativos a atos do Presidente da Repblica, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violncia antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetrao;

No Ac.-STF, de 7.4.94, no RE n 163.727, o STF deu-lhe interpretao para restringir o seu alcance verdadeira dimenso da declarao de inconstitucionalidade no Ac.-STF, de 31.8.83, no MS n 20.409, que lhe deu causa, vale dizer, hiptese de mandado de segurana contra ato, de natureza eleitoral, do presidente da Repblica, mantida a competncia do TSE para as demais impetraes previstas neste inciso.

CF/88, art. 102, I, d: competncia do STF para processar e julgar mandado de segurana contra ato do presidente da Repblica.Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituio, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alneas anteriores; o mandado de segurana e o "habeas-data" contra atos do Presidente da Repblica, das Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da Unio, do Procurador-Geral da Repblica e do prprio Supremo Tribunal Federal;

f) as reclamaes relativas a obrigaes impostas por lei aos partidos polticos, quanto sua contabilidade e apurao da origem dos seus recursos;

* Ver art. 35 da Lei n 9.096/95 (LPP).Art. 35. O Tribunal Superior Eleitoral e os Tribunais Regionais Eleitorais, vista de denncia fundamentada de filiado ou Delegado de partido, de representao do Procurador-Geral ou Regional ou de iniciativa do Corregedor, determinaro o exame da escriturao do partido e a apurao de qualquer ato que viole as prescries legais ou estatutrias a que, em matria financeira, aquele ou seus filiados estejam sujeitos, podendo, inclusive, determinar a quebra de sigilo bancrio das contas dos partidos para o esclarecimento ou apurao de fatos vinculados denncia.

g) As impugnaes apurao do resultado geral, proclamao dos eleitos e expedio de diplomas na eleio de Presidente e Vice-Presidente da Repblica;

h) Os pedidos de desaforamento dos feitos no decididos nos Tribunais Regionais dentro de trinta dias da concluso do Relator, formulados por partido, candidato, Ministrio Pblico ou parte legitimamente interessada;

i) As reclamaes contra os seus prprios Juzes que, no prazo de trinta dias a contar da concluso, no houverem julgado os feitos a eles distribudos;

Dec. monocrtica do Min. Jos Delgado na Rcl n 475, de 10.10.2007: a competncia para o julgamento das reclamaes desta espcie passou ao Conselho Nacional de Justia, nos termos do art. 103-B, 4, III, da Constituio Federal.j) A ao rescisria, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro do prazo de cento e vinte dias de deciso irrecorrvel, possibilitando-se o exerccio do mandato eletivo at o seu trnsito em julgado.

* O STF, atravs da ADI n 1.459-5, de 17.3.1999, considerou inconstitucionais as expresses "possibilitando-se o exerccio do mandato eletivo at o seu trnsito em julgado", contidas nessa alnea, pois implicariam suspenso, ao menos temporria, da eficcia da coisa julgada sobre inelegibilidade, em afronta ao inciso XXXVI do art. 5 da Constituio Federal/88.

Ac.-STF, de 17.3.99, na ADIn n 1.459: declara inconstitucionais o trecho grifado e a expresso aplicando-se, inclusive, s decises havidas at cento e vinte dias anteriores sua vigncia, constante do art. 2 da LC n 86/96.

A LC n 86/96, ao introduzir a ao rescisria no mbito da Justia Eleitoral, incumbiu somente ao TSE seu processo e julgamento, originariamente, contra seus prprios julgados. Nesse sentido, Ac.-TSE, de 5.5.2009, na AR n 376; de 11.12.2008, na AR n 339 e, de 22.4.2008, na AR n 262.

Ac.-TSE ns 106/2000 e 89/2001: TRE no competente para o julgamento de ao rescisria. Ac.-TSE n 124/2001: cabimento de ao rescisria contra deciso monocrtica de juiz do TSE; Ac.-TSE ns 19.617/2002 e 19.618/2002: cabimento de ao rescisria de julgado de TRE em matria no eleitoral, aplicando-se a legislao processual civil.COMPETNCIA PRIVATIVA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (Art. 23 do Cdigo Eleitoral)

a) Organizar a sua Secretaria e a Corregedoria-Geral, propondo ao congresso Nacional a criao ou extino dos cargos administrativos e a fixao dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;

b) Conceder aos seus membros licena e frias, assim como afastamento do exerccio dos cargos efetivos;

c) Aprovar o afastamento do exerccio dos cargos efetivos dos Juzes dos Tribunais Regionais Eleitorais;

d) Aprovar a diviso dos Estados em Zonas Eleitorais ou a criao de novas Zonas;

e) Fixar as datas para as eleies de presidente e vice-presidente da Repblica, Senadores e Deputados Federais, quando no o tiverem sido por lei;

CF/88, arts. 28, caput; 29, I e II; 32, 2; e 77, caput; e Lei n 9.504/97, arts. 1, caput; e 2, 1: fixao de data para as eleies presidenciais, federais, estaduais e municipais.

f) Responder, sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdio federal ou rgo nacional de Partido Poltico;

g) Expedir as instrues que julgar convenientes execuo do Cdigo Eleitoral;

h) Fixar a diria do Corregedor-Geral, dos Corregedores Regionais e auxiliares em diligncia fora da sede;

i) Organizar e divulgar a smula de sua jurisprudncia;

j) Elaborar o seu regimento interno;

k) Propor ao Poder Legislativo o aumento do nmero dos Juzes de qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento;

* Ver art. 96, II, a, da CF/88.

Art. 96. Compete privativamente:

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justia propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alterao do nmero de membros dos tribunais inferiores;l) Enviar ao Presidente da Repblica a lista trplice organizada pelos Tribunais de Justia;

m) Autorizar a contagem de votos pelas Mesas Receptoras nos Estados em que essa providncia for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo.

Art. 82.

3 O Tribunal Regional Eleitoral poder autorizar a contagem de votos pelas mesas receptoras nos locais de difcil acesso, designando os mesrios como escrutinadores da junta eleitoral,

n) Requisitar fora federal necessria ao cumprimento da lei, de suas prprias decises ou das decises dos Tribunais Regionais que o solicitarem, e para garantir a votao e a apurao. DL n 1.064/69, art. 2: O Departamento de Polcia Federal ficar disposio da Justia Eleitoral sempre que houver de se realizar eleies, gerais ou parciais, em qualquer parte do territrio nacional. Res.-TSE n 14.623/88: atribuies da Polcia Federal quando disposio da Justia Eleitoral.

LC n 97/99, art. 15, 1: Compete ao presidente da Repblica a deciso do emprego das Foras Armadas, por iniciativa prpria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermdio dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Cmara dos Deputados.o) Tomar quaisquer outras providncias que julgar convenientes execuo da legislao eleitoral. Res.-TSE n 22.931/2008: a competncia do TSE para tomar as providncias necessrias execuo da legislao eleitoral diz respeito especificamente ao seu poder normativo, no se enquadrando nessa hiptese controle prvio de ato ainda no editado.PROCURADOR-GERAL DA JUSTIA ELEITORAL

Compete ao Ministrio Pblico Federal exercer, no que couber, junto Justia Eleitoral, as funes do Ministrio Pblico, atuando em todas as fases e instncias do processo eleitoral.

Exercer as funes de Procurador-Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador-Geral da Repblica, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal.

O Procurador Regional Eleitoral poder ser reconduzido uma vez.

Dispe a Lei Complementar n 75/93:

Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral o Procurador-Geral da Repblica.

Pargrafo nico. O Procurador-Geral Eleitoral designar, dentre os Subprocuradores-Gerais da Repblica, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituir em seus impedimentos e exercer o cargo em caso de vacncia, at o provimento definitivo.

O Procurador-Geral poder designar outros membros do Ministrio Pblico da Unio, com exerccio no Distrito Federal, e sem prejuzo das respectivas funes, para auxili-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde no podero ter assento.

Compete ao Procurador-Geral, como Chefe do Ministrio Pblico Eleitoral:

I - assistir s sesses do Tribunal Superior e tomar parte nas discusses;

II - exercer a ao pblica e promov-la at final, em todos os feitos de competncia originria do Tribunal;

III - oficiar em todos os recursos encaminhados ao Tribunal;

RITSE, art. 13, c: compete ao procurador-geral oficiar, no prazo de cinco dias, em todos os recursos encaminhados ao Tribunal, e nos pedidos de mandado de segurana.IV - manifestar-se, por escrito ou oralmente, em todos os assuntos submetidos deliberao do Tribunal, quando solicitada sua audincia por qualquer dos Juzes, ou por iniciativa sua, se entender necessrio;

V - defender a jurisdio do Tribunal;

VI - representar ao Tribunal sobre a fiel observncia das leis eleitorais, especialmente quanto sua aplicao uniforme em todo o Pas;

VII - requisitar diligncias, certides e esclarecimentos necessrios ao desempenho de suas atribuies;

VIII - expedir instrues aos rgos do Ministrio Pblico junto aos Tribunais Regionais;

IX - acompanhar, quando solicitado, o Corregedor-Geral, pessoalmente ou por intermdio de Procurador que designe, nas diligncias a serem realizadas.

Incumbe ao Procurador-Geral Eleitoral:

I - designar o Procurador Regional Eleitoral em cada Estado e no Distrito Federal;

II - acompanhar os procedimentos do Corregedor-Geral Eleitoral;

III - dirimir conflitos de atribuies;

IV - requisitar servidores da Unio e de suas autarquias, quando o exigir a necessidade do servio, sem prejuzo dos direitos e vantagens inerentes ao exerccio de seus cargos ou empregos.

O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, ser designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da Repblica no Estado e no Distrito Federal, ou, onde no houver, dentre os Procuradores da Repblica vitalcios, para um mandato de dois anos.

Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funes do Ministrio Pblico nas causas de competncia do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, alm de dirigir, no Estado, as atividades do setor.

As funes eleitorais do Ministrio Pblico Federal perante os Juzes e Juntas Eleitorais sero exercidas pelo Promotor Eleitoral.

O Promotor Eleitoral ser o membro do Ministrio Pblico local que oficie junto ao Juzo incumbido do servio eleitoral de cada Zona.

TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS

Segundo estabelece o art. 120 da Constituio Federal, haver 01 (um) Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

Os Tribunais Regionais Eleitorais se encarregam da organizao, fiscalizao e execuo do processo eleitoral nas reas sob sua jurisdio.

Os Tribunais Regionais Eleitorais tm jurisdio nos respectivos Estados e no Distrito Federal.

Os Tribunais Regionais Eleitorais compem-se:

1. mediante eleio, pelo voto secreto:

a) de dois Juzes dentre os desembargadores do Tribunal de Justia;

b) de dois Juzes, dentre os Juzes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justia.

2. de um Juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, no havendo, de Juiz Federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo.

3. por nomeao, pelo Presidente da Repblica, de dois Juzes dentre seis advogados de notvel saber jurdico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justia.

CF/88, art. 120, 1, III: nomeao dentre seis advogados. Res.-TSE ns 20.958/2001, art. 12, p. nico, VI; e 21.461/2003, art. 1: exigncia de 10 anos de prtica profissional; art. 5, desta ltima: dispensa da comprovao se j foi juiz de TRE. Ac.-STF, de 31.5.2005, no RMS n 24.334 e, de 29.11.2005, no RMS n 24.332: a regra geral prevista no art. 94 da Constituio dez anos de efetiva atividade profissional se aplica de forma complementar regra do art. 120 da Constituio. Res.-TSE n 21.644/2004: necessidade, ainda, de participao anual mnima em 5 atos privativos em causas ou questes distintas, nos termos do art. 5 do EOAB. Ac.-STF, de 29.11.90, no MS n 21.073 e, de 19.6.91, no MS n 21.060: a OAB no participa do procedimento de indicao de advogados para composio de TRE. Res.-TSE n 22.222/2006 e Dec.-TSE s/n, de 17.8.2006, no ELT n 468: O mesmo advogado somente poder ser indicado simultaneamente para o preenchimento de um cargo efetivo e um de substituto.A composio dos Tribunais Regionais Eleitorais hbrida, comportando Juzes de outros Tribunais e tambm juristas da classe de advogados.

Quando da nomeao dos Juzes Eleitorais titulares, tambm sero escolhidos na mesma ocasio e em nmero igual, os seus substitutos, seguindo os mesmos critrios.

O Tribunal de Justia que o responsvel pela elaborao da lista trplice, dever encaminh-la ao Tribunal Superior Eleitoral.

Quando o Tribunal Superior Eleitoral receber a lista trplice, dever divulg-la atravs de edital, no prazo de 05 (cinco) dias, para que os partidos polticos possam impugn-la com fundamento de incompatibilidade.

Se a impugnao for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista ser devolvida ao Tribunal de origem para complementao.

No havendo impugnao, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhar a lista ao Poder Executivo para nomeao.

Para preenchimento das vagas de JURISTAS, no podero figurar nas listas:

Nomes de magistrados aposentados nem componentes do Ministrio Pblico;

A nomeao dos juristas no poder recair em cidado: que ocupe cargo pblico de que seja demissvel ad nutum; que seja diretor, proprietrio ou scio de empresa beneficiada com subveno, privilgio, iseno ou favor em virtude de contrato com a administrao pblica; ou que exera mandato de carter poltico, federal, estadual ou municipal.

Tambm no podero fazer parte do Tribunal Regional Eleitoral cidados que tenham, entre si, parentesco, ainda que por afinidade, at o QUARTO GRAU (Art. 25, 6 do CE), seja o vnculo legtimo ou ilegtimo, excluindo-se, neste caso, o que tiver sido escolhido por ltimo.

O Tribunal Regional Eleitoral eleger seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores.

A escolha do Corregedor Regional Eleitoral ocorrer na forma como dispuser o Regimento Interno de cada Tribuna Regional Eleitoral.

Salvo motivo justificado, os Juzes dos Tribunais Regionais Eleitorais serviro por 02 (dois) anos, no mnimo, e nunca por mais de 02 (dois) binios consecutivos, sendo os substitutos (suplentes) escolhidos na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria.

Os binios sero contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento, nem mesmo o decorrente de licena, frias, ou licena especial, salvo no caso do 3 da Lei n 4.737/65 (Cdigo Eleitoral).

3 Da homologao da respectiva conveno partidria, at a apurao final da eleio, no podero servir como Juzes nos Tribunais Eleitorais, ou como Juiz Eleitoral, o cnjuge, parente consangneo legtimo ou ilegtimo, ou afim, at o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrio.

No caso de reconduo para o segundo binio, observar-se-o as mesmas formalidades indispensveis primeira investidura.

Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais sero escolhidos, na mesma ocasio e pelo mesmo processo, em nmero igual para cada categoria.

A Constituio Federal em seu art. 120 estabelece o nmero de membros que iro compor os Tribunais Regionais Eleitorais, sem admitir a possibilidade de aumento, porm, o art. 96, inciso II, alnea a do mesmo diploma legal, prev a possibilidade do Tribunal Superior Eleitoral propor ao Legislativo a alterao do nmero de membros dos tribunais inferiores.

No Tribunal Regional Eleitoral, temos tambm o Procurador Regional Eleitoral, que ser exercido pelo Procurador Regional da Repblica.

Os Tribunais Regionais Eleitorais deliberam por maioria de votos, geralmente em sesso pblica, com a presena da maioria de seus membros.

No caso de impedimento e no existindo quorum ser o membro do Tribunal substitudo por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituio.

Res.-TSE n 22.469/2006: No h como convocar substitutos representantes de classe diversa para complementao de quorum em Tribunal Regional Eleitoral, dado ser exigvel que tal ocorra entre membros da mesma classe, na esteira do estabelecido no art. 7 da Res.-TSE n 20.958/2001.Das decises dos TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS somente caber recurso quando:

I - forem proferidas CONTRA DISPOSIO EXPRESSA DA CONSTITUIO ou DE LEI;

II - ocorrer DIVERGNCIA NA INTERPRETAO DE LEI entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre INELEGIBILIDADE OU EXPEDIO DE DIPLOMAS nas eleies federais ou estaduais;

IV - ANULAREM DIPLOMAS ou decretarem a PERDA DE MANDATOS ELETIVOS FEDERAIS OU ESTADUAIS;

V - DENEGAREM "habeas-corpus", mandado de segurana, "habeas-data" ou mandado de injuno.

COMPETNCIAS DOS TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (Art. 29 do Cdigo Eleitoral)

I. processar e julgar originariamente:

a) o registro e o cancelamento do registro dos Diretrios Estaduais e Municipais de Partidos Polticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governador e membro do Congresso Nacional e das assemblias Legislativas;

b) suspeio ou impedimentos aos seus membros, ao Procurador Regional e aos funcionrios de sua secretaria, assim como aos Juzes e Escrives Eleitorais;

c) os conflitos de jurisdio entre Juzes Eleitorais do respectivo Estado;

d) os crimes eleitorais cometidos pelos Juzes Eleitorais;

* Ver art. 96, III, da CF/88.

Art. 96. Compete privativamente:

III - aos Tribunais de Justia julgar os juzes estaduais e do Distrito Federal e Territrios, bem como os membros do Ministrio Pblico, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competncia da Justia Eleitoral.

e) o habeas corpus ou mandado de segurana em matria eleitoral contra ato de autoridades que respondam perante os Tribunais de Justia por crime de responsabilidade e, em grau de recurso, os denegados ou concedidos pelos Juzes Eleitorais; ou, ainda, o habeas corpus quando houver perigo de se consumar a violncia antes que o Juiz competente possa prover sobre a impetrao;

f) as reclamaes relativas a obrigaes impostas por lei aos partidos polticos, quanto sua contabilidade e apurao da origem dos seus recursos;

g) os pedidos de desaforamento dos feitos no decididos pelos Juzes Eleitorais em trinta dias da sua concluso para julgamento, formulados por partido, candidato, Ministrio Pblico ou parte legitimamente interessada, sem prejuzo das sanes decorrentes do excesso de prazo.

II. julgar os recursos interpostos:

a) dos atos e das decises proferidas pelos Juzes e Juntas Eleitorais;

b) das decises dos Juzes Eleitorais que concederem ou denegarem habeas corpus ou mandado de segurana.

III. Compete privativamente aos Tribunais Regionais Eleitorais:

a) Elaborar o seu regimento interno;

b) Organizar sua secretaria e a Corregedoria Regional, provendo-lhes os cargos na forma da lei, e propor ao congresso Nacional, por intermdio do Tribunal Superior, ma criao ou supresso de cargos e a fixao dos respectivos vencimentos;

c) Conceder aos seus membros e aos Juzes Eleitorais licena e frias, assim como afastamento do exerccio dos cargos efetivos, submetendo, quanto queles, a deciso aprovao do Tribunal Superior Eleitoral;

d) Constituir as Juntas Eleitorais e designar a respectiva sede e jurisdio;

e) Indicar ao Tribunal Superior Eleitoral as Zonas Eleitorais ou Sees em que a contagem dos votos deva ser feita pela Mesa Receptora;

f) Apurar, com os resultados parciais enviados pelas Juntas Eleitorais, os resultados finais das eleies de Governador e Vice-Governador, de membros do Congresso Nacional e expedir os respectivos diplomas, remetendo dentro do prazo de 10 (dez) dias aps a diplomao, ao Tribunal Superior, cpia das atas de seus trabalhos;

g) Responder sobre matria eleitoral, s consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade pblica ou partido poltico;

h) Dividir a respectiva circunscrio em Zonas Eleitorais, submetendo esta diviso, assim como a criao de novas Zonas, aprovao do Tribunal Superior;

i) Requisitar a fora necessria ao cumprimento de suas decises e solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral a requisio de fora federal;

j) Aplicar as penas disciplinares de advertncia e de suspenso, at 30 (trinta) dias, aos Juzes Eleitorais;

k) Fixar a data das eleies de Governador e Vice-Governador, Deputados Estaduais, Prefeitos, Vice-Prefeitos, Vereadores e Juzes de Paz, quando no determinada por disposies constitucional ou legal;

l) Cumprir e fazer cumprir as decises e instrues do Tribunal Superior Eleitoral;

JUZES ELEITORAISOs Juzes eleitorais so titulares de Zonas Eleitorais, funcionando como rgo judicirio singular em primeira instncia.

A jurisdio de cada uma das Zonas Eleitorais cabe a um Juiz de Direito em efetivo exerccio e, na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas da magistratura.

Ac.-TSE n 19.260/2001: O juiz de direito substituto pode exercer as funes de juiz eleitoral, mesmo antes de adquirir a vitaliciedade, por fora do que disposto no art. 22, 2, da Loman.A jurisdio em cada uma das Zonas Eleitorais em que houver mais de uma vara ser exercida, pelo perodo de 02 (dois) anos, por um Juiz de Direito da respectiva Comarca, em efetivo exerccio.

O Juiz de Direito substituto pode exercer as funes de Juiz Eleitoral, mesmo antes de adquirir a vitaliciedade.

Quando na Comarca houver um s Juiz de Direito, este exercer as funes de Juiz Eleitoral cumulativamente com as suas funes na Justia Comum.

Onde houver mais de uma Vara, o Tribunal Regional designar aquela ou aquelas, a que incumbe o servio eleitoral.

Res.-TSE n 20.505/99: sistema de rodzio na designao dos juzes ou varas para o exerccio da jurisdio eleitoral;Na designao, ser observada a antigidade, apurada entre os Juzes que no hajam exercido a titularidade de Zona Eleitoral, salvo impossibilidade.

Atualmente, a Justia Eleitoral utiliza o sistema de rodzio entre os Juzes, seguindo orientaes constantes da Resoluo do Tribunal Superior Eleitoral sobre a matria.

Nas faltas, frias ou impedimentos do titular, a jurisdio eleitoral ser exercida pelo substituto.

Vago o cargo de Juiz Eleitoral, em decorrncia de promoo, abre-se inscrio para a escolha de magistrado, que iniciar novo binio.

Os Juzes Eleitorais somente tm jurisdio nas Zonas Eleitorais a qual presidem.

A Justia Eleitoral no possui quadro prprio de juzes, por esse motivo, os magistrados da Justia Comum exercem, cumulativamente, as funes de Juiz Eleitoral.

Os Juzes despacharo todos os dias na sede da sua Zona Eleitoral.

COMPETNCIAS DOS JUZES ELEITORAIS (Art. 35 do Cdigo Eleitoral)So competncias dos Juzes Eleitorais, dentre outras:

a) Cumprir e fazer cumprir as decises e determinaes do Tribunal Superior e do Regional;

b) Processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos, ressalvada a competncia originria do Tribunal Superior e dos Tribunais Regionais;

Ac.-STJ, de 11.6.2003, no CC n 38.430: competncia do juzo da vara da infncia e da juventude, ou do juiz que exerce tal funo na comarca, para processar e julgar ato infracional cometido por menor inimputvel, ainda que a infrao seja equiparada a crime eleitoral.c) Decidir habeas corpus e mandado de segurana em matria eleitoral, desde que essa competncia no esteja atribuda privativamente instncia superior;

d) Fazer as diligncias que julgar necessrias ordem e presteza do servio eleitoral;

e) Tomar conhecimento das reclamaes que lhe forem feitas verbalmente ou por escrito, reduzindo-as a termo, e determinando as providncias que cada caso exigir;

f) Dirigir os processos eleitorais e determinar a inscrio e a excluso de eleitores;

g) Expedir ttulos eleitorais e conceder transferncia de eleitor;

h) Dividir a Zona em Sees Eleitorais;

i) Mandar organizar, em ordem alfabtica, relao dos eleitores de cada Seo, para remessa Mesa Receptora, juntamente com a pasta das folhas individuais de votao;

j) Ordenar o registro e cassao do registro dos candidatos aos cargos eletivos Municipais e comunic-los ao Tribunal Regional;

k) Designar, at 60 (sessenta) dias antes das eleies, os locais das sees;

l) Nomear, 60 (sessenta) dias antes da eleio, em audincia pblica anunciada com pelo menos 05 (cinco) dias de antecedncia, os membros das Mesas Receptoras;

m) Instruir os membros das Mesas Receptoras sobre as suas funes;

n) Providenciar para a soluo das ocorrncias que se verificarem nas Mesas Receptoras;

o) Tomar todas as providncias ao seu alcance para evitar os atos viciosos das eleies;

p) Comunicar, at as 12 horas do dia seguinte realizao da eleio, ao Tribunal Regional e aos Delegados de partidos credenciados, o nmero de eleitores que votarem em cada uma das Sees da zona sob sua jurisdio, bem como o total de votantes da Zona;

q) Fornecer aos que no votaram por motivo justificado e aos no alistados, por dispensados do alistamento, um certificado que os isente das sanes legais.

JUNTAS ELEITORAISAs Juntas Eleitorais so rgos deliberativos da Justia Eleitoral.

Em cada zona eleitoral haver pelo menos uma Junta Eleitoral composta de um Juiz de Direito, que ser o seu Presidente e de 02 (dois) ou 04 (quatro) membros titulares , de notria idoneidade, convocados e nomeados pelo Tribunal Regional Eleitoral, por edital, que no precisam ter formao jurdica.

Compete ao Tribunal Regional Eleitoral aprovar os nomes dos membros das Juntas Eleitorais, cabendo ao seu Presidente nome-los at 60 (sessenta) dias antes da eleio.

At 10 (dez) dias antes da nomeao, os nomes das pessoas indicadas para compor as juntas eleitorais sero publicados no rgo Oficial, podendo qualquer partido poltico ou coligao, no prazo de 3 (trs) dias, em petio fundamentada, impugnar as indicaes.Os suplentes sero indicados e nomeados seguindo os mesmos critrios e na mesma oportunidade dos titulares.

O Tribunal Regional Eleitoral o rgo da Justia Eleitoral competente para conhecer e julgar as impugnaes feitas aos nomes dos membros das Juntas Eleitorais.

No podem ser nomeados para membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares:

os candidatos, seus cnjuges e parentes, ainda que por afinidade, at o segundo grau;

os membros de Diretrios de Partidos Polticos devidamente registrados e cujos nomes tenham sido oficialmente publicados;

as autoridades e agentes policiais, assim como os funcionrios que exeram cargos de confiana no Executivo;

pessoas que pertenam ao servio eleitoral

os fiscais e delegados de partidos polticos ou coligaes;

os menores de 18 (dezoito) anos.

Tambm vedada a participao de parentes em QUALQUER GRAU ou de servidores da mesma repartio pblica ou empresa privada NA MESMA MESA, Turma ou Junta Eleitoral.

Igualmente no podem ser nomeados para compor as Juntas Eleitorais, os membros do Ministrio Pblico.

Se necessrio, podero ser organizadas tantas Juntas Eleitorais quanto permitir o nmero de Juzes de Direito que gozem das garantias constitucionais, mesmo que no sejam Juzes Eleitorais.

Nas zonas eleitorais em que for organizada mais de uma junta, ou quando estiver vago o cargo de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, com a aprovao deste, designar juzes de direito da mesma ou de outras comarcas para presidirem as juntas.O Presidente da Junta Eleitoral poder nomear, dentre cidados de notria idoneidade, escrutinadores e auxiliares em nmero suficiente para atender ao bom andamento dos trabalhos.

Ao presidente da junta eleitoral ser facultado desdobr-la em turmas.Na hiptese do desdobramento da Junta em Turmas, o respectivo Presidente nomear 01 (um) escrutinador para servir como secretrio em cada Turma.

Alm dos secretrios das turmas, ser designado pelo presidente da junta eleitoral um escrutinador para SECRETRIO-GERAL, competindo-lhe:

a) lavrar as atas;

b) tomar por termo ou protocolar os recursos, neles funcionando como escrivo;

O Presidente da Junta Eleitoral dever comunicar ao Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, at 30 (trinta) dias antes da eleio, as nomeaes que houver feito, e divulgar a composio do rgo por edital publicado ou afixado no Cartrio Eleitoral, podendo qualquer partido poltico oferecer impugnao motivada no prazo de 03 (trs) dias ao Juiz Eleitoral, devendo a deciso ser proferida em 48 (quarenta e oito) horas.

Nos Municpios onde houver mais de uma Junta Eleitoral, a expedio dos diplomas ser feita pela que for presidida pelo Juiz Eleitoral mais antigo, qual as demais enviaro os documentos da eleio.

COMPETNCIAS DAS JUNTAS ELEITORAIS (Art. 40 do Cdigo Eleitoral)Compete junta eleitoral (Cdigo Eleitoral, art. 40, I a IV):

I - apurar a votao realizada nas sees eleitorais sob sua jurisdio, no prazo determinado;

II - resolver as dvidas no decididas e os recursos interpostos sobre a votao;

III - resolver as impugnaes e demais incidentes verificados durante os trabalhos da apurao;

IV - expedir os boletins de urna na impossibilidade de sua emisso normal nas sees eleitorais, com emprego dos sistemas de votao, de recuperao de dados ou de apurao;

V - totalizar os votos, verificar o total de votos apurados, inclusive os em branco e os nulos;

VI - quando couber, determinar os quocientes eleitoral e partidrio, bem como a distribuio das sobras, desempate de candidatos e de mdias, e proclamar o resultado das eleies, no mbito da sua circunscrio;

VII - expedir diploma aos eleitos para cargos municipais.

CAPTULO 3 REGISTRO DE CANDIDATOSCada partido poder registrar candidatos para a Cmara dos Deputados, Cmara Legislativa, Assemblias Legislativas e Cmaras Municipais, at 150% (cento e cinquenta por cento) do nmero de lugares a preencher.

No caso de coligao para as eleies proporcionais, independentemente do nmero de partidos que a integrem, podero ser registrados candidatos at o dobro do nmero de lugares a preencher.

Nas unidades da Federao em que o nmero de lugares a preencher para a Cmara dos Deputados no exceder de 20 (vinte), cada partido poder registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado Estadual ou Distrital at o dobro das respectivas vagas; havendo coligao, estes nmeros podero ser acrescidos de at mais cinquenta por cento.

Res.-TSE n 20.046/97: o acrscimo de at mais cinquenta por cento incide sobre at o dobro das respectivas vagas. Res.-TSE n 21.860/2004: a Res.-TSE n 20.046/97 no se aplica s eleies municipais.

Do nmero de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligao preencher o mnimo de 30% (trinta por cento) e o mximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.

Em todos os clculos, ser sempre desprezada a frao, se inferior a meio, e igualada a um, se igual ou superior.

No caso de as convenes para a escolha de candidatos no indicarem o nmero mximo de candidatos acima previsto, os rgos de direo dos partidos respectivos podero preencher as vagas remanescentes at 60 (sessenta) dias antes do pleito.

REGISTRO

Os partidos e coligaes solicitaro Justia Eleitoral o registro de seus candidatos at as 19:00 (dezenove) horas do dia 5 (cinco) de julho do ano em que se realizarem as eleies.

A idade mnima constitucionalmente estabelecida como condio de elegibilidade verificada tendo por referncia a data da POSSE.

Caso entenda necessrio, o Juiz abrir prazo de 72 (setenta e duas) horas para diligncias.

Na hiptese de o partido ou coligao no requerer o registro de seus candidatos, estes podero faz-lo perante a Justia Eleitoral, observado o prazo mximo de quarenta e oito horas seguintes publicao da lista dos candidatos pela Justia Eleitoral.

A Justia Eleitoral enviar aos partidos polticos, na respectiva circunscrio, at o dia 5 (cinco) de junho do ano da eleio, a relao de todos os DEVEDORES DE MULTA ELEITORAL, a qual embasar a expedio das certides de quitao eleitoral.

As condies de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalizao do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alteraes, fticas ou jurdicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade.

O candidato s eleies proporcionais indicar, no pedido de registro, alm de seu nome completo, as variaes nominais com que deseja ser registrado, at o mximo de 03 (trs) opes, que podero ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual mais conhecido, desde que no se estabelea dvida quanto sua identidade, no atente contra o pudor e no seja ridculo ou irreverente, mencionando em que ordem de preferncia deseja registrar-se.

Verificada a ocorrncia de homonmia, a Justia Eleitoral proceder atendendo ao seguinte:

I - havendo dvida, poder exigir do candidato prova de que conhecido por dada opo de nome, indicada no pedido de registro;

II - ao candidato que, na data mxima prevista para o registro, esteja exercendo mandato eletivo ou o tenha exercido nos ltimos quatro anos, ou que nesse mesmo prazo se tenha candidatado com um dos nomes que indicou, ser deferido o seu uso no registro, ficando outros candidatos impedidos de fazer propaganda com esse mesmo nome;

III - ao candidato que, pela sua vida poltica, social ou profissional, seja identificado por um dado nome que tenha indicado, ser deferido o registro com esse nome, observado o disposto na parte final do inciso anterior;

IV - tratando-se de candidatos cuja homonmia no se resolva pelas regras dos dois incisos anteriores, a Justia Eleitoral dever notific-los para que, em dois dias, cheguem a acordo sobre os respectivos nomes a serem usados;

V - no havendo acordo no caso do inciso anterior, a Justia Eleitoral registrar cada candidato com o nome e sobrenome constantes do pedido de registro, observada a ordem de preferncia ali definida.

A Justia Eleitoral poder exigir do candidato prova de que conhecido por determinada opo de nome por ele indicado, quando seu uso puder confundir o eleitor.

SUBSTITUIO DE CANDIDATOS

facultado ao partido ou coligao substituir candidato que for considerado inelegvel, renunciar ou falecer aps o termo final do prazo do registro ou, ainda, tiver seu registro indeferido ou cancelado.

A escolha do substituto far-se- na forma estabelecida no estatuto do partido a que pertencer o substitudo, e o registro dever ser requerido at 10 (dez) dias contados do fato ou da notificao do partido da deciso judicial que deu origem substituio.

Nas eleies majoritrias, se o candidato for de coligao, a substituio dever fazer-se por deciso da maioria absoluta dos rgos executivos de direo dos partidos coligados, podendo o substituto ser filiado a qualquer partido dela integrante, desde que o partido ao qual pertencia o substitudo renuncie ao direito de preferncia.

Nas eleies proporcionais, a substituio s se efetivar se o novo pedido for apresentado at 60 (sessenta) dias antes do pleito.

Esto sujeitos ao cancelamento do registro os candidatos que, at a data da eleio, forem expulsos do partido, em processo no qual seja assegurada ampla defesa e sejam observadas as normas estatutrias.

O cancelamento do registro do candidato ser decretado pela Justia Eleitoral, aps solicitao do partido.

O candidato cujo registro esteja sub judice poder efetuar todos os atos relativos campanha eleitoral, inclusive utilizar o horrio eleitoral gratuito no rdio e na televiso e ter seu nome mantido na urna eletrnica enquanto estiver sob essa condio, ficando a validade dos votos a ele atribudos condicionada ao deferimento de seu registro por instncia superior.

O cmputo, para o respectivo partido ou coligao, dos votos atribudos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleio fica condicionado ao deferimento do registro do candidato.

CAPTULO 4 PARTIDOS POLTICOS

O partido poltico, pessoa jurdica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrtico, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituio Federal.

livre a criao, fuso, incorporao e extino de partidos polticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrtico, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana.

assegurada, ao partido poltico, autonomia para definir sua estrutura interna, organizao e funcionamento.

Os filiados de um partido poltico tm iguais direitos e deveres.

A ao do partido tem carter nacional e exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinao a entidades ou governos estrangeiros.

vedado ao partido poltico ministrar instruo militar ou paramilitar, utilizar-se de organizao da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

CRIAO E DO REGISTRO DOS PARTIDOS POLTICOS

O partido poltico aps adquirir personalidade jurdica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral.

S admitido o registro do estatuto de partido poltico que tenha carter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove o apoiamento de eleitores correspondente a, pelo menos, meio por cento dos votos dados na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados, no computados os votos em branco e os nulos, distribudos por um tero, ou mais, dos Estados, com um mnimo de um dcimo por cento do eleitorado que haja votado em cada um deles.

S o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidrio e ter acesso gratuito ao rdio e televiso, nos termos da Lei n 9.504/97.

Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominao, sigla e smbolos, vedada a utilizao, por outros partidos, de variaes que venham a induzir a erro ou confuso.

O requerimento do registro de partido poltico, dirigido ao cartrio competente do Registro Civil das Pessoas Jurdicas, da Capital Federal, deve ser subscrito pelos seus fundadores, em nmero nunca inferior a cento e um, com domiclio eleitoral em, no mnimo, um tero dos Estado, e ser acompanhado de:

I - cpia autntica da ata da reunio de fundao do partido;

II - exemplares do Dirio Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto;

III - relao de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, nmero do ttulo eleitoral com a Zona, Seo, Municpio e Estado, profisso e endereo da residncia.

O requerimento indicar o nome e funo dos dirigentes provisrios e o endereo da sede do partido na Capital Federal.

Satisfeitas as exigncias, o Oficial do Registro Civil efetua o registro no livro correspondente, expedindo certido de inteiro teor.

Adquirida a personalidade jurdica, o partido promove a obteno do apoiamento mnimo de eleitores e realiza os atos necessrios para a constituio definitiva de seus rgos e designao dos dirigentes, na forma do seu estatuto.

Feita a constituio e designao, os dirigentes nacionais promovero o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral, atravs de requerimento acompanhado de:

I - exemplar autenticado do inteiro teor do programa e do estatuto partidrios, inscritos no Registro Civil;

II - certido do registro civil da pessoa jurdica;

III - certides dos cartrios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento mnimo de eleitores.

Protocolado o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral, o processo respectivo, no prazo de quarenta e oito horas, distribudo a um Relator, que, ouvida a Procuradoria-Geral, em dez dias, determina, em igual prazo, diligncias para sanar eventuais falhas do processo.

Se no houver diligncias a determinar, ou aps o seu atendimento, o Tribunal Superior Eleitoral registra o estatuto do partido, no prazo de 30 (trinta) dias.

As alteraes programticas ou estatutrias, aps registrados no Ofcio Civil competente, devem ser encaminhadas, para o mesmo fim, ao Tribunal Superior Eleitoral.

O Partido comunica Justia Eleitoral a constituio de seus rgos de direo e os nomes dos respectivos integrantes, bem como as alteraes que forem promovidas, para anotao:

I - no Tribunal Superior Eleitoral, dos integrantes dos rgos de mbito nacional;

II - nos Tribunais Regionais Eleitorais, dos integrantes dos rgos de mbito estadual, municipal ou zonal.

O partido com registro no Tribunal Superior Eleitoral pode credenciar, respectivamente:

I - Delegados perante o Juiz Eleitoral;

II - Delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral;

III - Delegados perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Os Delegados credenciados pelo rgo de direo nacional representam o partido perante quaisquer Tribunais ou Juzes Eleitorais;

Os credenciados pelos rgos estaduais, somente perante o Tribunal Regional Eleitoral e os Juzes Eleitorais do respectivo Estado, do Distrito Federal ou Territrio Federal;

Os credenciados pelo rgo municipal, perante o Juiz Eleitoral da respectiva jurisdio.

FILIAO PARTIDRIA

S pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos polticos.

Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiao partidria, com o atendimento das regras estatutrias do partido.

Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor dever estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleies majoritrias ou proporcionais.

Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus rgos de direo municipais, regionais ou nacional, dever remeter, aos Juzes Eleitorais, para arquivamento, publicao e cumprimento dos prazos de filiao partidria para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relao dos nomes de todos os seus filiados, da qual constar a data de filiao, o nmero dos ttulos eleitorais e das sees em que esto inscritos.

Se a relao no remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiao de todos os eleitores, constante da relao remetida anteriormente.

Os prejudicados por desdia ou m-f podero requerer, diretamente Justia Eleitoral.

facultado ao partido poltico estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiao partidria superiores aos previstos na Lei n 9.096/95, com vistas a candidatura a cargos eletivos.

Os prazos de filiao partidria, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, no podem ser alterados no ano da eleio.

DESFILIAO

Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicao escrita ao rgo de direo municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.

Decorridos dois dias da data da entrega da comunicao, o vnculo torna-se extinto, para todos os efeitos.

O cancelamento imediato da filiao partidria verifica-se nos casos de:

I - morte;

II - perda dos direitos polticos;

III - expulso;

IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicao obrigatria ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da deciso.

Quem se filia a outro partido deve fazer comunicao ao partido e ao Juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiao; se no o fizer no dia imediato ao da nova filiao, fica configurada dupla filiao, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.

FUNDO PARTIDRIO

O Fundo Especial de Assistncia Financeira aos Partidos Polticos (Fundo Partidrio) constitudo por:

I - multas e penalidades pecunirias aplicadas nos termos do Cdigo Eleitoral e leis conexas;

II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em carter permanente ou eventual;

III - doaes de pessoa fsica ou jurdica, efetuadas por intermdio de depsitos bancrios diretamente na conta do Fundo Partidrio;

IV - dotaes oramentrias da Unio em valor nunca inferior, cada ano, ao nmero de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta oramentria, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.

5% (cinco por cento) do total do Fundo Partidrio sero destacados para entrega, em partes iguais, a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no Tribunal Superior Eleitoral;

95% (noventa e cinco por cento) do total do Fundo Partidrio sero distribudos a eles na proporo dos votos obtidos na ltima eleio geral para a Cmara dos Deputados.

assegurado ao partido poltico com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral o direito utilizao gratuita de escolas pblicas ou Casas Legislativas para a realizao de suas reunies ou convenes, responsabilizando-se pelos danos porventura causados com a realizao do evento.

CAPTULO 5 GARANTIAS ELEITORAISASPECTOS GERAIS

As garantias eleitorais so instrumentos que asseguram ao cidado o direito de exerccio do voto.

O Cdigo Eleitoral trata das garantias eleitorais nos artigos 234 a 239 e a Resoluo 20.997/02 do Tribunal Superior Eleitoral, regulamenta o assunto nos artigos 75 a 77.

As garantias eleitorais tm a finalidade de assegurar aos eleitores o direito de comparecer sua seo eleitoral no dia da eleio, para escolher de forma livre e espontnea os seus representantes atravs do voto, direito este que se encontra inserido no rol dos direitos polticos regulamentado pela Constituio Federal, onde se destaca o direito de sufrgio como sendo o seu ncleo.

Sendo o sufrgio universal uma das espcies de direitos polticos, ningum poder impedir ou embaraar o seu exerccio, sob pena de infringir o art. 297 do Cdigo Eleitoral, que pune como crime eleitoral, quem impea ou embarace o exerccio do sufrgio.

Durante o perodo eleitoral, o eleitor tem a garantia de que no ser preso ou detido, exceto em algumas situaes.

Assim sendo, o eleitor no poder ser preso ou detido por nenhuma autoridade nos 05 (cinco) dias anteriores eleio e at 48 (quarenta e oito) horas aps o seu encerramento.

O Cdigo Eleitoral em seu artigo 236, caput, estabelece em que situaes o eleitor poder ser preso ou detido durante o perodo eleitoral:

I. flagrante delito;

II. sentena criminal condenatria por crime inafianvel;

III. desrespeito a salvo-conduto

Os membros das Mesas Receptoras de Votos e os fiscais de Partidos Polticos, enquanto estiverem exercendo suas funes na seo eleitoral, no podero ser presos ou detidos, exceto no caso de flagrante delito.

Os candidatos tambm gozaro das mesmas garantias legais, no podendo ser detidos ou presos durante os 15 (quinze) dias que antecedem a eleio.

Durante o perodo proibitivo, caso ocorra alguma priso ou deteno, o preso dever ser conduzido presena do Juiz competente, que ir analisar se a priso ou deteno foi efetuada de forma ilegal, devendo relax-la se ficar constatado que houve irregularidade, promovendo a responsabilidade do coator, ou seja, daquele que realizou a priso ou deteno ilegal.

O Juiz Eleitoral ou o Presidente da Mesa Receptora poder expedir salvo-conduto com a cominao de priso por desobedincia at 05 (cinco) dias, em favor do eleitor que sofrer violncia, moral ou fsica, na sua liberdade de votar, ou pelo fato de haver votado.

SALVO-CONDUTO se origina do latim SALVUS (salvo) CONDUCTUS (conduzido), ou seja, significa pessoa conduzida a salvo. Impede que o eleitor seja preso ou sofra ameaa de ser preso.

O salvo-conduto recebido pelo eleitor ter validade entre 72 (setenta e duas) horas antes at 48 (quarenta e oito) horas aps o pleito.

LIBERDADE DE ESCOLHA

Num Estado democrtico como o nosso, onde todo o poder emana do povo, o sufrgio universal inserido nos direitos polticos do cidado, evidencia-se como o poder de escolha, sendo exercido pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos.

O sufrgio o direito atribudo ao cidado como o direito de escolher o seu candidato e o seu exerccio se realiza por meio do voto direto e secreto.

Assim, quando o art. 1, pargrafo nico da Constituio Federal estabelece que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, quis dizer que o povo detentor do poder de escolher livremente os seus representantes por meio do voto, participando ativamente da vida poltica do pas.

A livre manifestao de vontade do povo est consubstanciada no art. 14 da Constituio Federal, quando afirma que a manifestao livre da vontade do povo ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos.

CAPTULO 6 SIGILO DO VOTOA Resoluo 20.997/02 do Tribunal Superior Eleitoral trata em seu artigo 63, do sigilo do voto, especificando as situaes em que podem ocorrer e as providncias que devem ser tomadas para que o sigilo seja resguardado. Assim, temos as seguintes hipteses de sigilo do voto:

A integridade e o sigilo do voto so assegurados mediante o disposto no art. 103, incisos I a IV do Cdigo Eleitoral, devendo ser adotadas, tambm, as seguintes providncias:

I uso de urna eletrnica e, se for o caso, de cdulas especficas para esse fim;

II uso de sistemas de informtica exclusivos da Justia Eleitoral, programados para o registro digital de cada voto;

III conferncia dos dados da urna e da assinatura digital dos programas.

Art. 103. O sigilo do voto assegurado mediante as seguintes providncias:

I - uso de cdulas oficiais em todas as eleies, de acordo com modelo aprovado pelo Tribunal Superior;

II - isolamento do eleitor em cabine indevassvel para o s efeito de assinalar na cdula o candidato de sua escolha e, em seguida, fech-la;

III - verificao da autenticidade da cdula oficial vista das rubricas;

IV - emprego de urna que assegure a inviolabilidade do sufrgio e seja suficientemente ampla para que no se acumulem as cdulas na ordem em que forem introduzidas.

Em primeiro lugar temos o uso da urna eletrnica, que um equipamento eletrnico utilizado pela Justia Eleitoral na votao, funcionando na rede eltrica, no estando conectada a nenhum computador.

A urna eletrnica, aps ser preparada para votao, estar apta para receber os votos dos eleitores, cuja identificao do eleitor se dar apenas pela digitao do nmero da inscrio no microterminal, ficando o voto do eleitor apenas do seu conhecimento.

No caso da votao ocorrer por meio de cdulas, o eleitor aps registrar o seu voto na cdula na cabina indevassvel, depositar seu voto na urna de lona, sem que ningum tome conhecimento do mesmo.

Os sistemas de informtica utilizados pela Justia Eleitoral durante o processo eleitoral desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral ou empresa contratada para tal finalidade, so de exclusividade da Justia Eleitoral, devendo ser instalados apenas nos equipamentos.

nula a votao quando preterida formalidade essencial da integridade e do sigilo do sufrgio (Cdigo Eleitoral, art. 220, IV).

LIMITES PRESENA DA FORA PBLICA

proibida, durante o ato eleitoral, a presena de fora pblica no edifcio em que funciona mesa receptora de votos ou nas imediaes dele.

A fora armada dever permanecer a 100 (cem) metros da seo eleitoral e no poder aproximar-se do lugar de votao, ou nele penetrar, sem ordem do presidente da mesa.

CAPTULO 7 ARRECADAO DE RECURSOS E PRESTAO DE CONTAS DAS CAMPANHAS ELEITORAISCOMIT FINANCEIRO

O partido poltico deve constituir comits financeiros para cada uma das eleies em que apresente candidato prprio, podendo ser constitudo comit nico para tratar de todas as candidaturas de uma mesma circunscrio.

As despesas da campanha eleitoral sero realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma estabelecida na Lei n 9.504/97.

At 10 (dez) dias teis aps a escolha de seus candidatos em conveno, o partido constituir comits financeiros, com a finalidade de arrecadar recursos e aplic-los nas campanhas eleitorais.

Os comits financeiros sero registrados, at 5 (cinco) dias aps sua constituio, nos rgos da Justia Eleitoral aos quais compete fazer o registro dos candidatos.

Na eleio presidencial obrigatria a criao de comit nacional e facultativa a de comits nos Estados e no Distrito Federal.

Os comits devem ser constitudos por tantos membros quantos forem indicados pelo partido poltico, sendo obrigatria a designao de, no mnimo, um presidente e um tesoureiro.

A falta de registro do comit financeiro implicar a rejeio das contas dos candidatos a ele vinculados.

O partido poltico coligado, na eleio majoritria, estar dispensado de constituir comit financeiro, desde que no apresente candidato prprio.

O comit financeiro dever encaminhar ao juzo eleitoral, no prazo de at 5 (cinco) dias aps a sua constituio, os formulrios devidamente assinados pelos membros indicados e acompanhados da respectiva mdia.

Aps autuao e anlise dos documentos, o juiz eleitoral determinar, se for o caso, o cumprimento de diligncias, assinalando prazo no superior a 72 (setenta e duas) horas, sob pena de indeferimento de pedido do registro do comit financeiro.

O comit financeiro tem por finalidade:

arrecadar e aplicar recursos de campanha;

disponibilizar aos candidatos os recibos eleitorais;

orientar os candidatos sobre os procedimentos de arrecadao e de aplicao de recursos e sobre as respectivas prestaes de contas;

encaminhar Justia Eleitoral, obrigatoriamente, a sua prestao de contas e as prestaes de contas dos candidatos s eleies majoritrias;

encaminhar Justia Eleitoral as prestaes de contas recebidas dos candidatos s eleies proporcionais que optaram por entreg-las por intermdio do comit financeiro.

No ser admitido pedido de registro d