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8/18/2019 APOSTILA DE HISTORIA DO PARANA OTIMA.pdf http://slidepdf.com/reader/full/apostila-de-historia-do-parana-otimapdf 1/83 1 APOSTILA PREPARATÓRIA PARA CONCURSOS E VESTIBULARES: HISTÓRIA DO PARANÁ 1  PROFESSOR: Thiago Veronezzi 2  1  Ressaltando que a apostila NÃO é de cunho integralmente autoral; tal material foi confeccionado com base em um aglomerado de partes e frases (de modo que os materiais consultados foram se complementando a fim de aumentar a qualidade da apostila) das referências e bibliografia citadas ao fim do conteúdo. 2  E-mail[email protected] [email protected] Facebook : Thiago Veronezzi ( https://www.facebook.com/thiagoo.veronezzi ). Currículo Lattes : Thiago Chaves Veronezzi ( http://lattes.cnpq.br/1976252968129472).

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APOSTILA PREPARATÓRIA PARA CONCURSOSE VESTIBULARES:

HISTÓRIA DOPARANÁ1 

PROFESSOR: Thiago Veronezzi2 

1  Ressaltando que a apostila NÃO é de cunho integralmente autoral; tal material foiconfeccionado com base em um aglomerado de partes e frases (de modo que os materiaisconsultados foram se complementando a fim de aumentar a qualidade da apostila) dasreferências e bibliografia citadas ao fim do conteúdo.

2 E-mail:  [email protected][email protected]

Facebook : Thiago Veronezzi (https://www.facebook.com/thiagoo.veronezzi).Currículo Lattes : Thiago Chaves Veronezzi (http://lattes.cnpq.br/1976252968129472).

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SUMÁRIO

AS POPULAÇÕES NATIVAS..................................................................................................03

A PRESENÇA EUROPEIA NO TERRITÓRIO PARANAENSE........................................07

OCUPAÇÃO E POVOAMENTO DO PARANÁ....................................................................17

COLÔNIAS MILITARES NO PARANÁ................................................................................31

UMA EXPERIÊNCIA ANARQUISTA NO PARANÁ:COLÔNIA CECÍLIA...................34

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA PARANAENSE......................................................................36

ASPECTOS DA ECONOMIA DO PARANÁ.........................................................................42

ESCRAVIDÃO ...........................................................................................................................55

IMIGRAÇÃO.............................................................................................................................59

MOVIMENTOS MILITARES E REVOLUCIONÁRIOS.....................................................63

A CONSTRUÇÃO DA INFRAESTRUTURA.........................................................................74

OS TRÊS PARANÁS.................................................................................................................78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................83

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AS

POPULAÇÕES

NATIVAS

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AS POPULAÇÕES NATIVAS PARANAENSES

Os territórios hoje denominados de Paraná3  vêm sendo continuamente habitados por diferentes populações humanas há cerca de 8.000 anos atrás, de acordo com osvestígios materiais mais antigos encontrados pelos arqueólogos. Todavia, seconsiderarmos a cronologia dos territórios vizinhos que foram ocupados em épocasanteriores, é provável que ainda possam ser obtidas datas que poderão atestar a presençahumana em períodos mais recuados, podendo alcançar até 11 ou 12.000 antes do

 presente. No Paraná duas grandes nações nativas habitavam essa região primitivamente:

os tapuias ou Jês   (composto por Kaingángs e Botocudos ou Xokléngs) e os tupis-guaranis (composto por Guaranis e Xetás).

Os grupos em que classificamos os nativos paranaenses são: os de floresta

tropical, que já utilizavam peças de cerâmica, redes, navegação fluvial e práticas deagricultura como os tupis-guaranis; existem também tribos na classificação marginal,que desconhecem a rede, tendo sua sobrevivência através da caça e da pesca comapenas uma cerâmica e uma agricultura muito rudimentar, já nesse exemplo se encaixaos tapuias ou Jês . Portanto, os únicos elementos em comum eram: o arco e a flecha, alança e a esteira.

Os principais vestígios arqueológicos deixados pelos índios são os sambaquis,que são montes de ostras e conchas, misturados com ossos de animais, sobretudomarinhos, formados artificialmente pela mão do homem ao longo de vários anos nacosta, em lagos ou em rios litorâneos. Os sambaquis são mais conhecidos comoostreiras. São muito numerosos, só no litoral são mais de 200.

Com relação à distribuição geográfica, as populações nativas paranaensesestiveram distribuídas da seguinte forma: os tupis-guaranis e suas tribos estiveramno noroeste, oeste e no litoral do estado; já os tapuias ocupavam o norte e o centrodo estado. 

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS POPULAÇÕES NATIVAS PARANAENSES:

3 O nome do Estado vem do nome indígena do rio homônimo em tupi: pa’ra = “mar” mais “nã”= “semelhante, parecido”. Paraná é, enfim, “semelhante ao mar, rio grande, parecido com omar”. 

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EXERCÍCIOS 

QUESTÃO 01:

(UEM-2009) Os índios que habitavam as terras hoje pertencentes ao estado do Paraná eramdivididos em dois grandes grupos: os tupis-guaranis, que predominavam no litoral, e os tapuiasou jês. Sobre esses habitantes, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Os tupis-guaranis praticavam a agricultura, plantando milho, mandioca, algodão e fumo.

02) A erva-mate, cujo consumo é bastante disseminado na região Sul do Brasil, já era utilizada pelos índios.

04) A agricultura praticada pelos tapuias era bastante desenvolvida, com a utilização de umarado de madeira que os tupis desconheciam.

08) Os tupis-guaranis produziam objetos em cerâmica, teciam redes a partir do algodão quecultivavam e produziam farinha de mandioca.

16) Para estudar as populações indígenas que viveram no Paraná, os pesquisadores recorrem a procedimentos e a técnicas próprias da Arqueologia.

QUESTÃO 02:(UEM-2010) Quando os primeiros europeus chegaram à América, viviam, no território do atualEstado do Paraná, vários povos indígenas. A respeito desses povos, assinale a(s) alternativa(s)correta(s).

01) Entre os povos que habitavam a região, podem ser citados os Guarani e os Kaingang.02) Os Guarani praticavam a agricultura, cultivando mandioca, milho, algodão, entre outros produtos.

04) Os Kaingang praticavam uma agricultura mais complexa que as tribos do litoral, utilizando-se do arado para cultivar as áreas que eram desmatadas pelas queimadas.

08) Os jesuítas espanhóis que se fixaram na atual região Norte do Estado do Paraná, no iníciodo século XVII, tinham como objetivo a catequese dos índios.

16) Os Xokleng, também chamados Botocudos, os Xetá, os Tupinambá e os Aymoré, povosagricultores, eram os grupos mais numerosos na região onde atualmente se localiza o município

de Maringá.

QUESTÃO 03:(UEM-2011) Sobre grupos indígenas e os contatos estabelecidos com o colonizador europeu naregião que veio a se constituir no atual Estado do Paraná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) No litoral do atual Estado do Paraná, predominavam, assim como no restante do Brasil, oscaingangues.

02) As técnicas agrícolas utilizadas pelos índios que habitavam o litoral paranaense visavam à preservação da natureza. Isso pode ser observado pela sedentarização e fixação dessa população

na região, já no século XV.

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04) No Paraná, um dos vestígios arqueológicos deixados pelos indígenas são os sambaquis,encontrados no litoral.

08) A partir da segunda metade do século XVI, empenhados na conversão dos nativos aocristianismo, missionários jesuítas penetram no território que se constituiria no Estado do

Paraná.

16) Durante o período da União Ibérica, entre 1580 e 1640, ocorreram o desenvolvimento e osataques dos paulistas às reduções jesuíticas do Guairá.

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A

PRESENÇA EUROPEIA

NO

TERRITÓRIO

PARANAENSE

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O PARANÁ ESPANHOL 

 No final do século XV, quando Espanha e Portugal celebraram o Tratado deTordesilhas4  que dividia as terras descobertas entre as duas coroas cristãs, a maiorparte das terras brasileiras, inclusive o Paraná, ficou sob a jurisdição espanhola.

TERRI TÓRIO SOB O DOMÍNIO ESPANHOL  

TERRI TÓRIO SOB O DOMÍNIO PORTUGUÊS

Os contatos dos europeus com os nativos habitantes da região ocorreram noinício do século XVI, com os primeiros navegantes que aportaram ou passaram pelolitoral paranaense, e pelas primeiras expedições portuguesas e espanholas   que

 percorreram o interior do Paraná rumo ao Império Inca.Quando os primeiros europeus começaram a desembarcar no litoral sul do Brasil

 para abastecerem seus navios com água, lenha e alimentos, aqui deixavam desterradosou náufragos que tomaram conhecimento, por meio dos Guaranis, das enormesriquezas existentes a oeste de seus territórios. Esses desterrados e/ou náufragos, emconjunto com os índios, prepararam expedições para irem até as terras ondeexistiam ouro e prata em abundância. Começou então o processo de desvendamentoe conquista dos territórios indígenas do interior, o que seria mais tarde o estado doParaná.

O reino de Portugal apenas começou a colonização de suas possessõesamericanas por volta das três décadas após o achamento das terras por Cabral em 1500.Já a coroa espanhola passou a organizar expedições por volta de 1515 à procura deuma passagem interoceânica no estuário da Prata.

4  Assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi um acordocelebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras“descobertas e por descobrir” por ambas as Coroas fora da Europa. 

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 Numa dessas expedições foi encontrado o Caminho de Peabiru (este caminho já era utilizado pelos indígenas, onde saia do oceano Atlântico, próximo a São Vicente,e chegava até o Pacífico, no território do Peru.). Aleixo Garcia, um espanholnaufragado, chegou ao litoral da capitania de Sant’ana e logo fez contato amistoso com

os índios da região. Logo, Aleixo ficou sabendo das terras mais a oeste que emanavamouro. O espanhol juntou cerca de dois mil índios e se lançou em direção ao Império Inca pelo que seria conhecido como Caminho de Peabiru. Aleixo até conseguiu alguma prata,mas, quando voltava ao Paraguai, sua expedição foi atacada por índios Payaguás,

 provocando a morte de Aleixo Garcia e boa parte de seus homens.

CAMINHO DE PEABIRU:

Foram comuns expedições espanholas adentrando o território paranaense. Comoexemplo, o famoso Álvar Nuñes Cabeza de Vaca que fora enviado pela coroaespanhola por volta de 1541, para reconhecimento da região . Percorreu por viaterrestre com sua expedição que contava com cerca de quatrocentos homens e quarentacavalos, sendo guiados por índios guaranis. Percorrendo basicamente o mesmo caminho

de Aleixo Garcia do planalto curitibano a região de foz do Iguaçu.Em 1554 é fundado na foz do Rio Ivaí com o Rio Paraná, por DomingosMartínez de Irala, então governador do Paraguai5, o primeiro povoamento paranaense, aVila de Ontiveros.

Ademais, Ruy Dias Melgarejo, em 1553-1554, percorreu duas vezes o interiordo Paraná, desde Ontiveros até São Vicente, e regressou em 1555, partindo do litoral,em Santa Catarina, seguindo o mesmo roteiro de Cabeza de Vaca. Melgarejo teve umdestacado papel entre os conquistadores espanhóis no interior do Paraná, porque

5 Os espanhóis começaram a conquista da região fundando Buenos Aires em 1536 e Assunçãoem 1537. A atual capital do Paraguai foi o centro da colônia espanhola no sul da América.

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conduziu a fundação de Ciudad Real Del Guairá  (1557) e de Villa Rica do EspirituSantu  (1576) 6.

Os colonos espanhóis, habitantes de Ciudad de Guairá e de Villa Ricacomeçaram a escravizar os milhares de índios existentes na região. O principal trabalho

dos escravos era a coleta e beneficiamento de erva-mate nos ervais nativos da região.

 Administração espanhola em suas possessões: os adelantados e a encomienda 

A coroa espanhola delegava autoridade a algumas pessoas providas de condiçõese bens para ocuparem e colonizarem as terras nativas; esses conquistadores eramconhecidos como adelantados. De acordo com as ordens da coroa de Castela, elesdeveriam ensinar os nativos a garantirem um ofício (era comum a situação de mestre eaprendiz durante muito tempo na Europa). Além disso, ficava a cargo dessesconquistadores a responsabilidade de catequização da população nativa.

Contudo, os nativos não receberiam isso de bom grado, eles pagariam taxas ou

serviços a esses conquistadores. O trabalho em troca da “civilização” era conhecidocomo encomienda. Na  prática esse sistema colocava o nativo na condição de escravo.Tal condição fez surgir núcleos de revolta de índios  guerreiros na região Del Guairá ediversas manifestações de negação à submissão das ordens espanholas.

Devido às dificuldades de submissão dos índios, foi sugerido ao rei que apacificação e a conversão fossem confiadas aos jesuítas espanhóis . A sugestão foiaceita, criando-se pela Carta Régia de 1608 a Província Del Guairá7, abrangendo

 justamente as terras do ocidente do Paraná. Ali seriam estabelecidas as ReduçõesJesuíticas do Guairá, chegando, a leste, até o rio Tibagi; ao norte, ao rioParanapanema; ao sul, ao rio Iguaçu; a oeste, ao rio Paraná.

Em 1588, os padres Manuel Ortega, Juan Saloni e Thomas Fields percorreram aregião do Guairá visando conhecer o potencial humano para futuros trabalhosmissionários, a exemplo do que já ocorria na costa do Brasil desde 1549. Informaramaos seus superiores a existência de milhares de índios Guarani na região, bem comoreconheceram uma série de peculiaridades culturais, sociais e políticas que seriam uteisalguns anos depois. Era o início das atividades religiosas no Guairá, e os conquistadores

 passaram a veicular os elementos básicos de sua cultura por intermédio dos padres jesuítas.

 Reduções Jesuíticas no Guairá 

Os jesuítas aplicaram, no Guairá, um novo método de catequese, qual seja o dasreduções . No início do seu trabalho, os padres jesuítas tiveram o apoio daadministração colonial, que deu terras, construiu casas e igrejas. Estado e Igrejaestavam unidos. Isso, porém, durou pouco tempo. Com o objetivo de proteger oindígena, os jesuítas entraram em choque com os espanhóis de Vila Rica e Ciudad Real,cujos habitantes desejavam escravizar os nativos.

6  O povoado de Ontiveros foi transferido em 1537 por Ruy Dias Melgarejo para a foz do rioPiquiri, mudando o nome de Ontiveros para Ciudad Del Guayrá (hoje Cidade de Guaíra). Maistarde, em 1576, o mesmo Melgarejo fundaria na confluência dos rios Corumbataí e Ivaí, a VillaRica Del Espírito Santo (próximo da atual cidade de Fênix).7  Guairá do tupi-guarani significa: gua+i+rá = “água que cai” (catarata) ou guaí-ra =“gente+abundância” (local populoso). 

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Sabiamente, os jesuítas não quebrariam a hierarquia dos índios nas reduções.Adaptaram os chefes indígenas aos cargos existentes numa vila espanhola. Porém,nunca deixaram de ter a supremacia. Exerciam, portanto, uma ação paternal sobre oindígena aldeado.

 No limiar dos seiscentos, os portugueses chegaram à região em busca do seu butim: escravos indígenas para o trabalho nas fazendas paulistas, metais preciosos eoutras riquezas8. Ressalta-se que desde a fundação de São Vicente, em São Paulo, eles

 já preavam os Guaranis do litoral e das encostas das serras paranaenses.Os primeiros ataques às reduções Del Guairá foram realizados pelas bandeiras

chefiadas por Manoel Preto. Em 1623, ele e seu irmão, Sebastião Preto, prepararam umaexpedição que deixou São Paulo praticamente despovoada de homens. O ataque rendeucerca de três mil cativos, que foram levados para as fazendas do planalto e para outras

 praças.

REDUÇÕ ES JESUÍTICAS E EXPEDIÇÕES DOS BANDEIRANTES:

As primeiras décadas do século XVII foram marcadas por umaintensificação das ações dos europeus no Guairá. De um lado, existiam os choquesentre os índios Guarani e dos encomenderos espanhóis que os exploravam no trabalhosemiescravo da coleta da erva-mate. Os padres jesuítas, em sua pregação religiosa,tentavam inculcar os valores da sociedade invasora junto às populações indígenasexistentes na região. Contrariando os interesses dos encomenderos espanhóis e dos

 padres da Companhia de Jesus, vieram os paulistas com a intenção de buscar seu butim.Os padres da Companhia de Jesus fundaram, junto com os índios, quatorze

Reduções nos vales dos rios Paraná, Iguaçu, Piquiri, Ivaí, Paranapanema, e Tibagi.

8 As incursões para aprisionar índios se intensificaram durante o domínio espanhol, entre 1580 e1640, (período em que o rei da Espanha foi também rei de Portugal) em virtude da Holanda, queestava em guerra com a Espanha, ter dificultado a vinda de escravos africanos. Com isso a procura de escravo índio aumentou. A grande quantidade de índios aldeados pelos jesuítas noParaná –  mais de 100.000 –  foi ímã que atraiu os bandeirantes.

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No ano de 1628, as reduções Del Guairá foram arrasadas e reduzidas àscinzas.

Esperando escapar dos paulistas, os jesuítas transferiram-se para o Tape,no atual Rio Grande do Sul, e Mato Grosso. Os bandeirantes igualmente arrasaram a

nova missão, aprisionaram 1500 Guaranis, levando-os como prisioneiros para SãoPaulo.As consequências desse contexto foram: fracasso das reduções; incorporação do

território paranaense às possessões portuguesas pelo Tratado de Madrid  em 1750  (foium acordo entre Portugal e Espanha, que objetivava o estabelecimento das fronteirasentre terras portuguesas e espanholas no sul do Brasil e abandono de demasiadosterritórios paranaenses por muitos anos.

O PARANÁ PORTUGUÊS

Em 1534, Pero Lopes de Souza recebeu a Capitania de Santa Ana, e em 1543,Martin Afonso de Souza recebeu a Capitania de São Vicente. Os irmãos Souza nãodemonstraram interesse na ocupação do litoral paranaense e após a morte desses doisdonatários, surgiu uma disputa entre seus herdeiros.

A ocupação do Paraná pelos portugueses, centrada em Paranaguá eCuritiba, teve inicialmente, como imã, o ouro, juntamente com a caça ao índio.

EXERCÍCIOS 

QUESTÃO 01:(UEM-2012) Sobre a colonização europeia da região compreendida entre os rios Paraná,Paranapanema, Tibagi e Iguaçu, que em nossos dias fazem parte do Estado do Paraná, assinalea(s) alternativa(s) correta(s).

01) No início da segunda metade do século XVI, os espanhóis iniciaram a colonização europeiadaquela região, com a fundação de vilas.

02) O estabelecimento dos portugueses na região ocorreu com a expulsão dos espanhóis noinício do século XVIII, quando, com o apoio dos bandeirantes paulistas, os jesuítas portuguesesfundaram as missões do Guairá.

04) As reduções que foram organizadas pelos jesuítas para a catequese dos índios entravam emconflito com os interesses dos adelantados espanhóis, que utilizavam a mão de obra indígena por meio das encomiendas.

08) Entre os principais povoados que foram fundados na região, Paranaguá atingiu um grandedesenvolvimento econômico, no século XVIII, em razão da extração do ouro.

16) Essa região era, no século XVI, povoada por indígenas, com o predomínio de grupos tupi-guarani.

QUESTÃO 02:

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04) A presença europeia na Baía de Paranaguá remonta ao século XVI, com as primeirasdescobertas de ouro na região.

08) Os territórios que compreendiam as reduções jesuíticas do Guairá foram incorporados aoBrasil por tratados de limites assinados entre Portugal e Espanha.

16) A região de Curitiba foi ocupada pelos europeus no século XVI, em razão da imigração polonesa. Devido a esse fato, o Estado do Paraná é um dos poucos estados brasileiros em quenão ocorreu escravidão.

QUESTÃO 05:(UEM-2010) A ocupação e conquista dos territórios do Estado do Paraná por populações deorigens europeias completou-se na década de sessenta do século passado. Contudo, tal ocupaçãonão foi uniforme e contínua. Sendo assim, em razão da história de sua ocupação, podemosdividir o Estado em três áreas histórico-culturais distintas. A esse respeito, assinale a(s)

alternativa(s) correta(s).01) A região de ocupação mais antiga é o chamado Norte Pioneiro, cuja ocupação remonta aosfinais do século XIX e originou uma população de cultura genuinamente europeia.

02) Antes da chegada dos europeus, predominava, nos territórios do Norte do Paraná, um “vazio demográfico”, pois não havia habitantes naquela região.

04) A região do “Paraná tradicional” teve sua ocupação iniciada com a descoberta de ouro nos

 primeiros séculos da colonização.

08) No final da década de cinquenta, ocorreu um deslocamento populacional oriundo do Rio

Grande do Sul, a chamada “frente sulista”, que ocupou parte do Sudoeste e do Oeste paranaense. Tal migração se reflete na cultura regional.

16) Ao contrário do ocorrido em outras regiões do Estado, a ocupação europeia do Norte doParaná foi marcada pelo respeito às populações nativas, que foram integradas pacificamente àsociedade.

QUESTÃO 06:(UEM-2009) Sobre a ocupação europeia do território que hoje pertence ao estado do Paraná,assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Paranaguá, primeira vila fundada do Paraná, tinha como principal atividade o escoamentode produtos agrícolas para a metrópole.

02) A atividade econômica praticada pelo tropeirismo foi responsável pela criação de vilas quemais tarde se tornariam importantes cidades paranaenses.

04) Com a expulsão dos jesuítas espanhóis, deu-se a imediata ocupação do interior do Estado eo abandono das atividades da extração do ouro no litoral.

08) Diferentemente de outros Estados brasileiros, o território paranaense jamais sofreu ainterferência das Expedições Bandeirantes.

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01) Na região de Guairá, os bandeirantes almejavam explorar riquezas naturais, como o ouro, ecapturar índios.

02) O movimento das bandeiras também tinha como um dos seus objetivos criar e explorarnovas colônias de povoamento no território onde hoje se situa o estado do Paraná.

04) Em razão dos ataques dos bandeirantes, os sobreviventes das missões jesuíticas fugiram emdireção ao sul e fundaram novas missões.

08) Foi uma ação organizada e colocada em prática pelo exército colonial brasileiro e com acolaboração de padres jesuítas com o objetivo de integrar essa região ao restante do país.

16) Tratava-se de um movimento pacífico, pois tinha como finalidade catequizar e convertertribos indígenas paranaenses que ainda não haviam estabelecido contato com a civilização.

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OCUPAÇÃO

E

POVOAMENTO

DO

PARANÁ 

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O Estado do Paraná é caracterizado, historicamente, por um povoamentoque teve orientação nas diversas fases econômicas pelas quais percorreu (mineração, tropeirismo, madeira, erva-mate, café e soja). Essas fases resultaram num

 processo de povoamento irregular, no qual parcelas do território foram sendoocupadas segundo as motivações de exploração econômica do momento. Na sua primeira fase de ocupação, a penetração foi realizada por iniciativas

isoladas, individuais. Excetuando a ocupação ocidental pelos espanhóis, não houve,nos primeiros momentos um planejamento efetivo, sendo escasso o povoamento.

É preciso enfatizar que o processo de ocupação econômica do território paranaense seguiu direcionamentos distintos, no tempo e no espaço, por meio deincursões e fluxos não muito definidos.

PARANAGUÁ

Segundo relatos do livro de Hans Staden, um náufrago alemão, a região dolitoral do Paraná já era conhecida e habitada pelo homem branco por volta de 1555. Foise efetivando uma povoação, segundo alguns relatos, já em 1578 havia uma pequenacapela denominada Nossa Senhora do Rosário.

Adiante, em 1614, temos a primeira sesmaria do território paranaenseadquirida por Diogo de Unhate . Na sequência, em 1617, Gabriel de Lara funda uma

 povoação na Ilha de Cotinga. As primeiras povoações foram erguidas na Ilha deCotinga devido ao medo de um ataque dos índios carijós. Após a pacificação dos

carijós, foram construídas as primeiras habitações no continente, dando origem aoprimeiro povoado, Paranaguá.Em 1641, Gabriel de Lara encontra minas de ouro na região de Serra Negra ,

na região de Paranaguá. Neste momento, devido às buscas pelo ouro há uma maiorocupação e povoamento do território paranaense. Em 1646, foi erigido o pelourinho (símbolo de posse por El Rei).

Em 1648, a Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá é fundada. As possibilidades de gerar riquezas com o garimpo de ouro nos riachos da serra e do planalto aumentaram a importância da região na época.

Ademais, em 1660, seria criada a Capitania  de  Paranaguá. A Capitania deParanaguá tinha jurisdição sobre os planaltos, a começar pelos Campos de Curitiba. Ela

existiu até 1709, mas a partir de 1711, com a diminuição das atividades do faiscamentodo ouro, ela perdeu o status de capitania e foi integrada à capitania de São Paulo como a5ª Comarca de Paranaguá e Curitiba.

Antonina e Morretes também surgiram da cata ao ouro:

ANTONINA

Como as outras vilas do litoral, Antonina também surgiu em função da presençade faiscadores de ouro na região. No entanto, a fundação da povoação só aconteceu noséculo XVIII, em 1714, com a construção da capela de Nossa Senhora do Pilar daGraciosa. Somente muito mais tarde, em 1797, ela foi elevada à vila, com a

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denominação Antonina em homenagem ao Príncipe D. Antonio, primeiro filho do ReiDom João VI e Dona Carlota Joaquina.

MORRETES

Situada às margens do rio Nhundiaquara, local de passagem dos faiscadores deouro que subiam a serra, Morretes foi fundada por determinações do Ouvidor RafaelPires Pardinho, em 1721. Anos depois, em 1769, a população teve permissão paraerguer a capela de Nossa Senhora do Porto e Menino Deus dos três Morretes, e apenasno século seguinte, em 1841, ela foi desmembrada de Antonina e eleva a Município.

CURITIBA (Primeiro planalto)

O povoamento de Curitiba está relacionado com dois fatores  principais: umdeles era encontrar o Caminho do Peabiru e dominar o interior; outro fator é ocrescente número de pessoas que chegam à região devido às informações dadescoberta de ouro em Paranaguá. Chegam formando os “arraias de mineradores”,

como o Arraial Queimado, Borda do Campo e o Arraial Grande.Foi fundado o povoado de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba ,

em 1654, ficando num local onde havia o encontro entre os mineradores e os criadoresde gado. Logo em seguida, em 1668, com a construção do pelourinho, a pequena vilafoi incorporada a Paranaguá. Em 1693, o povoado é elevado à vila. E em 1701, a vila

 passa a se chamar Curitiba.Durante o início do século XIX, o povoado já era então chamado de Nossa

Senhora dos Pinhais de Curitiba. Possuía pouco mais de 200 casas. Mas com o início daexploração e do comércio da erva-mate com apoio da extração de madeiras nobrestemos um novo impulso de crescimento e já em meados do século XIX, em 1842,Curitiba já possuía 5.819 habitantes, e era elevada a categoria de cidade. Já em 1853,era criada a província do Paraná. No ano seguinte, já com o nome de Curitiba, foiescolhida para sua capital.

Já como província, Curitiba promove uma colonização através dosimigrantes europeus com foco em italianos e poloneses . Por volta de 1870 foramfundados 35 núcleos coloniais de terras de mata em torno dos campos de Curitiba. Acidade conhecia um novo crescimento e progresso desenvolvendo atividades agrícolas ea industrialização.

CAMPOS GERAIS(Segundo planalto)

Os Campos Gerais, situados no segundo planalto paranaense, começaram aserem povoados por fazendeiros de São Paulo, Santos, Paranaguá  e dosestabelecidos nos campos de Curitiba  no início do século XVIII, quando foi descobertoouro em Minas Gerais e se criou uma forte demanda por animais cavalares e muarescriados em abundancia nos campos do sul do Brasil e Uruguai. Essa demanda e essa

 possibilidade de negócios fizeram com que as famílias abastadas de São Paulorequeressem sesmarias na região e para ali enviassem parentes ou capatazes para

estabelecimentos de fazendas de criar gado. Com o início das atividades do

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tropeirismo, que consistia em comprar animais nos campos de Vacaria, no Rio Grandedo Sul, e vende-los em Sorocaba, em São Paulo, começaram a surgir povoações aolongo dessa rota.

Essas povoações, que no início eram locais de pouso e repouso dos tropeiros,

 passaram a aglutinar pequenos artesãos e comerciantes e logo se transformaram emvilas e cidades, como Ponta Grossa, Castro, e muitas outras. Assim ocorreu a ocupaçãodos vastos campos naturais do segundo planalto do Paraná: enormes sesmarias em tornoda rota Sorocaba –  Vacaria.

A sociedade estabelecida nos Campos Gerais se caracterizou por ser umasociedade constituída de famílias patriarcais que ia além da família nuclear: elaabrigava em seu seio agregados e homens pobres livres protegidos por grandes

 proprietários; caracterizou-se também por ser uma sociedade sustentada pelo trabalhoescravo, mesmo que esse trabalho requeresse que eles andassem armados para

 protegerem a si mesmos e o gado de seu senhor, dos índios e dos predadores; e aindacaracterizou-se como uma sociedade assentada na grande propriedade, nas grandes

sesmarias de criação de gado bovino, muar e cavalar.

CAMPOS DE GUARAPUAVA E PALMAS

GUARAPUAVA

No século XIX, a corte reagia indignada aos desassossegos que imperava nosterritórios do sul do Brasil, no dizer das autoridades infestados de selvagens. A CartaRégia de novembro de 1808 relata ataques generalizados por todo o sul do Império,

 principalmente nos Campos Gerais de Curitiba, Guarapuava e nos campos dascabeceiras do rio Uruguai. O príncipe-regente propunha então guerra contra osíndios, que matavam cruelmente todos os fazendeiros e proprietários estabelecidosnesses campos.

Desde a expulsão de Afonso Botelho e suas tropas dos Koran-bang-rê, em 1772,os Kaingang, encorajados, faziam incursões cada vez mais ao ocidente. No inicio doséculo XIX, eram senhores dos territórios a oeste da estrada do Viamão, e atacavamconstantemente fazendas, vilas e viajantes nas suas imediações.

Com a chegada de Dom João VI ao Brasil, o Império tomou uma resolução: osíndios deveriam ser combatidos, catequizados, “civilizados” e seus territórios

deveriam ceder lugar a prósperas fazendas de gado. O governador da província de

São Paulo convocou Diogo Pinto de Azevedo para organizar a ocupação dos territóriosdos Kaingang e mantê-los afastados das fazendas de gado. Diogo Pinto era um militardisciplinado, duro, experiente e conhecedor dos campos da Guarapuava, pois ali estiveracom o capitão Paulo Chaves em 1774. Foi criado um imposto só para cobrir as despesasda expedição. Além disso, a população tinha que colaborar com gente, com gado eoutros instrumentos necessários.

Dessa forma, o ano de 1810 foi marcado pela chegada aos campos deGuarapuava de uma enorme expedição com mais de trezentas pessoas, das quais cercade duzentas eram soldados. O objetivo da expedição era ocupar esses campos, abrindoespaço para as fazendas de criação.

Chegam aos Campos de Guarapuava em 17/06/1810 e fundam o Forte Atalaia,

o qual seria destruído em 1825 devido aos embates entre brancos e indígenas.

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De acordo com instruções recebidas, o comandante deveria fundar a povoaçãodefinitiva a ser a freguesia e futura cidade de Guarapuava.

Pela Lei nº 21, de 22/03/1849, foi criada a Vila de Guarapuava a qual foi elevadaa cidade pela Lei nº 217, de 22/04/1871.

PALMAS 

Passados cinco anos da ocupação dos campos guarapuavanos entre os riosCoutinho e Jordão, os brancos começaram a se movimentar em direção aos campos dePalmas, ao sul de Guarapuava, aonde chegaram vinte anos depois. Em 1839, osfazendeiros de Guarapuava tinham conquistado os Krei-bang-rê (Campos de Palmas) eali instalado trinta e sete fazendas com mais de trinta mil cabeças de gado, fundando avila de Palmas.

Em 28/02/1855, Palmas foi elevada à freguesia (divisão eclesiástica) e em13/04/1877, pela Lei nº 484 foi elevada a Vila com o nome de “Vila do Senhor Bom

Jesus dos Campos de Palmas”.

NORTE DO PARANÁ 

A região Norte do estado do Paraná constituiu-se historicamente na principalregião agrícola paranaense.

O Norte do Paraná, definido pelos rios Itararé, Paranapanema, Paraná, Ivaí ePiquiri, abrangendo uma superfície de aproximadamente 100 mil quilômetrosquadrados, foi dividido em três áreas, segundo a época e a origem das respectivascolonizações:

 

Norte Velho: área que compreende a região do Rio Itararé até à margemdireita do Rio Tibagi;  Norte Novo: a área desta região vai até as barrancas do Rio Ivaí e tem

como limite, a oeste a linha traçada entre as cidades de Terra Rica eTerra Boa;

  Norte Novíssimo: região que se desdobra da linha traçada entre ascidades de Terra Rica e Terra Boa, até o curso do Rio Paraná,ultrapassando o Rio Ivaí e abarcando toda a margem direita do RioPiquiri.

Conhecido no mundo inteiro há aproximadamente 30 anos, o norte

paranaense permaneceu incógnito até a década de 1930. No início, predominava uma colonização espontânea que acompanhou o percurso futuro da ferrovia São Paulo-Paraná.

Colônia de Jataí

O Barão de Antonina, em meados do século XIX, visando à abertura deuma estrada que comunicasse os Campos Gerais paranaenses com a Província deMato Grosso, fundou uma colônia militar. Foi então, em 1855, erigida a colônia,localizada à margem direita do rio Tibagi, num de seus trechos navegáveis: o Porto deJataí. Essa colônia militar, apesar de seu grande isolamento continuou, devido a sualocalização estratégica, próxima da Província de Mato Grosso, sobre a qual pairava a

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ameaça de invasão por parte do Paraguai. Ainda sob a direção do Barão de Antonina,fundaram-se dois aldeamentos indígenas: o de São Pedro de Alcântara e de SãoJerônimo.

Apesar da sua localização estratégica, porém isolada, a colônia militar de

Jataí não se desenvolveu satisfatoriamente . Foi, no entanto, o primeiro núcleo de povoamento no norte do Estado, juntamente com os dois aldeamentos indígenas.

 Famílias Colonizadoras

Em 1867, deslocava-se de Itajuba, Minas Gerais, a numerosa família patriarcaldo Major Tomás Pereira da Silva, composta de 200 indivíduos, aproximadamente.Trouxe todos os instrumentos agrários necessários, alimentos e escravos. Estabeleceu-seàs margens do rio das Cinzas e iniciou o cultivo das terras, que achou ótimas. No local,existe hoje o município de Tomazina.

Por volta de 1886, veio a família do fluminense Antonio Calixto. Em 1888, afamília mineira dos Alcântara, com grande comitiva, estabelecia-se na região, e deuorigem, juntamente com a família Calixto, já ali estabelecida, à atual cidade deJacarezinho.

A notícia da fertilidade das terras logo de espalhou e apesar das dificuldadesexistentes inúmeras famílias, mineiras e paulistas, ali vieram estabelecer-se. Surgem, emseguida, no nordeste do Estado, novas povoações como Ribeirão Claro, S. Antonio daPlatina, Carlópolis, Siqueira Campos etc. Grande número de seus povoadores

 provinham da Província de Minas Gerais, como atesta o antigo nome de SiqueiraCampos: Colônia Mineira.

A porta de entrada para o povoamento do nordeste do Estado foi Ourinhos,localizada no Estado de S. Paulo. Por ali entrou a maioria dos colonizadores.

NORTE PIONEIRO

A sociedade que surgiu no Norte Pioneiro a partir do século XIX apresentava, demodo geral, as mesmas características da paulista e mineira dos tempos coloniais:patriarcal, escravocrata e latifundiária. Embora a instituição da escravatura não seapresentasse dominante, dava fortes sinais de desagregação, tanto na região como emtodo o país. Com estes sintomas, a sociedade do Norte Pioneiro nasceu comcaracterísticas patriarcais e principalmente latifundiárias . Nem toda a população aí

estabelecida no século XIX estava ligada aos latifundiários. A cultura do café, do finaldo século XIX, nunca se desenvolveu. Plantavam algodão, arroz, feijão e fumo.Praticamente não havia comunicação com o restante do território paranaense .

Pequenos sitiantes e/ou posseiros também conseguiram estabelecer-se naregião. A maioria da população poderia ser considerada pobre. Mesmo os grandesproprietários tinham dificuldades de conseguir numerários . Os produtores nãotinham condições de escoar sua produção. Os pequenos ofereciam seus produtos aosgrandes proprietários.

 No começo do século os porcadeiros que atravessavam o Itararé tinham umgrande serviço. Neste sentido, a grande produção de suínos no Norte Pioneiro atraiu aatenção dos grandes frigoríficos brasileiros. A firma paulista de Francisco Matarazo

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resolveu instalar-se na região com um grande frigorífico. Matarazo instalou ofrigorífico em Jaguariaiva.

NORTE NOVO

A derrubada das imensas matas primitivas a partir de 1935 a oeste do Rio Tibagicom a expansão da cafeicultura ilustra o período em que um Estado em dificuldade fazdessas terras públicas um alvo de um dos maiores investimentos imobiliários privadosque se tem notícia. Concessões de terras a empresas de colonização privada foramresponsáveis pelo “loteamento” da boa parte no norte paranaense, atraindo capital

estrangeiro para ocupar as terras .

Colonização Particular - Companhia de Terras do Norte do Paraná

Possuía uma companhia inglesa, a “Paraná   –   Plantation”, vastos cafezais na

região de Cambará. Para transportar sua produção, vai ser construída a estrada de ferro“São Paulo  –   Paraná” ligando Ourinhos a Cambará. Com essa estrada de ferro,estava definitivamente ligado o Norte do Paraná aos centros consumidores , comoSão Paulo, e exportadores, como Santos. Mas ainda não estava colonizado, nemconhecido.

A “Paraná Plantation”  desdobrou-se em duas companhias: a “Companhia

de Terras Norte do Paraná” 9 e a “Companhia Ferroviária São Paulo –  Paraná”  10.Foi escolhido o local que seria a sede das atividades da Companhia, bem como o

centro da colonização. Recebeu o nome de Londrina, em homenagem a Londres. No dia 27 de março de 1930, o imigrante japonês Mitsugi Ohara adquiriu da

Companhia de Terras do Norte do Paraná, o primeiro lote de terras vendida pelaempresa na região do norte paranaense.

Depois de Mitsugi Ohara, milhares de colonos entraram na região. A expansãodas frentes cafeeiras, contidas nas áreas tradicionais pelo Acordo de Taubaté, alémde outros fatores como a capitalização dos colonos de São Paulo e que procuraramnovas áreas para ter produção própria, e ainda a alta fertilidade das terras daregião, foram os fatores que facilitaram à Companhia de Melhoramentos, arapidez da colonização da região.

Esse fracionamento das terras foi um dos maiores responsáveis pelo êxito daimplantação da cultura cafeeira. O baixo preço dos lotes e as facilidades de

 pagamento permitiram que um número muito grande de colonos oriundos

 principalmente de São Paulo e também Minas Gerais (e em menor número do Nordeste brasileiro) viessem para a região entre as décadas de 1930 e 1950 com vistas à produçãode café.

Em 1931, já se registrava a venda de 3.000 alqueires. Os compradores acorreramem grande número, atraídos pelos preços e pela propaganda da Companhia.

A estrada de ferro sempre acompanhou a penetração do loteamento daCompanhia. Atingiu Jataizinho em 1931, Londrina em 1935, Apucarana em 1937 efinalmente Maringá.

9 Tinha como finalidade lotear e revender em pequenas propriedades os 12.643 km², de terrasdevolutas adquiridas do governo do Estado.10 Teria a função de continuar os trilhos de Cambará, até o local do loteamento.

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Em 1946 um grupo de engenheiros e técnicos do governo estadual se dirigiu àregião com o objetivo de fazer um levantamento topográfico da área e de um famoso

 picadão que por aqui existia, hoje conhecido com estrada Boiadeira, para evitar invasãode terras. Ao chegarem, depararam-se com um emaranhado de picadas na mata,

 plantações, criação de pequenos animais, alguns posseiros e grileiros, provando ser aregião já conhecida anteriormente a vinda desse grupo.Devido ao grande interesse pela região, que oferecia terras boas e fartas, atraindo

aventureiros e colonizadores, o governo do Estado, por intermédio da 5ª Inspetoria,órgão instalado em Cruzeiro do Oeste e ligado ao Departamento de Geografia, Terras eColonização, iniciou a entrega de lotes urbanos a quem tivesse interesse em estabelecer-se no município. A titulação da terra era dada após a sua ocupação efetiva, ou seja, ointeressado deveria estabelecer-se no lote, construindo a sua moradia. Após a criação domunicípio, em 1954, as terras sob a administração da prefeitura, passaram a servendidas e não mais doadas aos interessados.

A Companhia Sul Brasileira de Terras e Colonização foi encarregada de ampliar

a cidade de Cruzeiro do Oeste. Em suas propagandas para atrair compradores é possívelvisualizar a expectativa de que Cruzeiro do Oeste se transformaria numa grande cidade.

Apesar de a propaganda ser direcionada à área urbana, é possível perceber que ogrande atrativo ainda era o café.

Os municípios de Umuarama e Perobal foram colonizados pela Companhia deMelhoramentos Norte do Paraná que teve participação também na colonização deCruzeiro do Oeste e áreas rurais de outros municípios da região.

OESTE PARANAENSE

A parte ocidental do Estado do Paraná foi aquela que concluiu o processode ocupação mais recentemente . Partindo de núcleos mais antigos como Guarapuava ePalmas, a frente pioneira avançava para oeste por iniciativas particulares ouoficiais . Inicialmente, a colonização era esparsa e frequentemente nômade e deexploração ao longo das bacias hidrográficas, nas matas de araucárias.

O processo de ocupação da Região Oeste do Paraná possui vários momentossignificativos para a História do Paraná.

Havia a preocupação e interesses em expandir o povoamento até o Rio Paraná,que ocorreu de modo não muito organizado como no caso do Norte. O que se verificou

na ocupação da maior parte do oeste foi um vasto assalto às terras devolutas do estadoou a grandes glebas particulares por caboclos luso-brasileiros ou por descendentes deeuropeus, geralmente eslavos, que se deslocavam e ainda se deslocam das colônias doleste.

 Nativamente, a região era habitada por milhares de índios.Entre 1881 a 1930 a Região foi explorada pelos obrageros e finalmente a partir

de 1946 aconteceu a ocupação efetiva com a colonização da Industrial MadeiraColonizadora Rio Paraná S/A (MARIPA).

Enquanto o Governo do Paraná tomava medidas a respeito da exportação deerva-mate pelos portos marítimos, os argentinos, com os seus “obrageros” e, utilizando

trabalho escravo, extraiam do Oeste do Paraná grande quantidade de erva-mate, sem

nenhum controle pelo Brasil.

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Em 1930, quando começou a decadência dos obrageros, atuavam no Oeste doParaná, extraindo mate e madeira, para os argentinos, cerca de 10.000 pessoas.

Felizmente, com a passagem da Coluna Prestes na região de Foz do Iguaçu, essaterrível realidade foi denunciada e após a vitoriosa Revolução de 1930 os obrageros

foram eliminados do Oeste do Paraná.Em 1928, a região estava quase isolada da Capital do Estado. Essa situação doOeste do Estado começou a mudar a parti de 1946, quando alguns empresários do RioGrande do Sul, compraram 250.000 hectares e organizaram a Industrial MadeireiraColonizadora do Rio Paraná S/A (MARIPA), com sede em Porto Alegre e escritório emToledo. No período de 1946 a 1949 a MARIPA só extraia madeira principalmente ocedro, com mão-de-obra paraguaia, que era exportada para o mercado platino.

Entre 1950 e 1970 foi o auge da colonização. Foram vendidos cerca de 10.000lotes, com tamanhos entre 10 e 25 hectares. Portanto, na região predominava a pequena

 propriedade. A ocupação foi rápida. Chegavam diariamente 50, 100 e até 200 pessoas, principalmente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A região Oeste do Paraná não possuía um atrativo empresariam tal qual ocorreucom o café no norte paranaense, com o capital fluindo de São Paulo para o Paranáfacilmente, apesar da existência de solos férteis e abundância de madeira.

Há também a mescla da pequena propriedade com as grandes extensões de terrasvoltadas para o mercado externo, principalmente com o plantio de soja.

SUDOESTE PARANAENSE

A ocupação do Sudoeste do Paraná teve algumas particularidades em relação ao

Oeste e ao Norte. O Sudoeste do Paraná, era uma região fértil e rica, que foi muitodisputada, causando conflitos jurídicos, políticos e sociais. A Argentina e o Brasildisputaram a região. Os Estados do Paraná e Santa Catarina também entraram emconflito na área. Essa desavença pela posse das terras envolveu também a Cia. DeEstradas de Ferro São Paulo  –  Rio Grande, a CITLA, o Governo Federal, o Governo doParaná e, principalmente, posseiros.

ARGENTINA X BRASIL: durante muitos anos a Argentina e o Brasildisputaram a rica região do Sudoeste do Paraná. Para decidir a referida disputa, os dois

 países escolheram, em 1889, o Presidente dos EUA para, como árbitro, decidir o problema.

Finalmente, em 05 de fevereiro de 1895, o Presidente dos EUA deu ganho de

causa do Brasil.PARANÁ X SANTA CATARINA: resolvido o problema com a Argentina,continuou a pendência entre os Estados do Paraná e Santa Catarina, a respeito da regiãoem estudo. Somente em 1916, após um acordo entre os dois Estados, é que a menor

 parte das terras em litigio passou a pertencer ao Paraná.

Pelo exposto, no que diz respeito à ocupação populacional, o que se podeafirmar categoricamente é que toda a penetração populacional foi movidafundamentalmente pela atividade economia. Assim deduz-se que essa fixação denúcleos populacionais em determinadas áreas só foi possível sustentada por umatividade econômica permanente. A ocupação, então, obedeceu a ritmos determinados

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 pela motivação da própria atividade econômica em questão, nas várias regiões doParaná.

A segmentação da ocupação, como visto, concretizou-se nas chamadas “frentes

 pioneiras”. Em suma, a ocupação avançou sob a forma “frentes” que definiram e

caracterizaram os espaços regionais de acordo com o momento histórico e a atividadeeconômica predominante, bem como a área de origem desses movimentos.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01:(UEM-2013) Sobre a colonização da região litorânea do atual estado do Paraná, assinale a(s)alternativa(s) correta(s).

01) Entre a segunda metade do século XVI e as primeiras décadas do século XVII, a região deParanaguá foi percorrida por bandeirantes e por aventureiros que buscavam metais preciosos, aomesmo tempo em que capturavam o indígena.

02) A progressiva atividade dos mineradores levou-os a fundar a cidade de Ponta Grossa, onde,na década de 1620, explorava-se uma grande quantidade de metais preciosos.

04) Após a descoberta de ouro na região da Baia de Paranaguá, a administração portuguesainstituiu o “Distrito Aurífero de Paranaguá”, controlando a entrada e a saída de pessoas na

região, como forma de inibir o contrabando.

08) O quinto e a capitação foram impostos instituídos pela Coroa portuguesa para tributar as

atividades mineradoras, inclusive no Paraná.16) A região de Curitiba foi colonizada por imigrantes alemães, italianos, poloneses e eslavos, a partir da segunda metade do século XVI. Esse fato, aliado à inexistência de escravidão noParaná, levou a capital paranaense a desenvolver características de uma metrópole europeia naAmérica.

QUESTÃO 02:(UEM-2013) Sobre a história da Região Oeste paranaense, isto é, o território compreendidoentre os rios Iguaçu, Paraná e Piquiri, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Os jesuítas espanhóis instalaram, nas cataratas do Iguaçu, as missões que foram destruídas pelas tropas portuguesas no episódio conhecido como “Guerra Guaranítica”, nos anos de 1680.

02) Nos anos de 1920, o movimento tenentista, formado por militares que lutavam pormudanças no país, formou uma coluna militar que travou combates com tropas leais ao governona região de Foz do Iguaçu.

04) O abandono da região pelo governo brasileiro persistiu até a República Velha. Tal fatotornou possível que o Paraguai anexasse uma faixa de terras entre os rios Iguaçu e Paraná quesomente foi retomada pelo Brasil pelo Tratado de Itaipu, em 1989.

08) Em razão da importância estratégica da região, no final do século XIX, foi instalada, em Fozdo Iguaçu, uma colônia militar brasileira.

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16) Durante o século XIX, essa região não recebeu grande atenção do Estado brasileiro. Essefato possibilitou que os argentinos chegassem até o oeste paranaense atraídos pela erva-mate,que era contrabandeada para a Argentina.

QUESTÃO 03:(UEM-2013) “O Norte paranaense é uma região grande, com muitos municípios de climaquente e terras férteis, onde se cultivam vários tipos de produtos agrícolas. No início da décadade 1920, o Norte paranaense atraiu migrantes de várias regiões do Brasil, principalmente deMinas Gerais, São Paulo e do Nordeste. Também vieram para o Norte paranaense imigrantes de países como Inglaterra, Alemanha, Itália e Japão.” (ROLLENBERG, Graziella. Norte. In:História Paraná. São Paulo: Editora Ática, 2009, p. 107). Baseando-se no trecho citado, assinalea(s) alternativa(s) correta(s).

01) Os imigrantes que chegaram à região antes da década de 1920 praticavam uma agricultura

de subsistência.

02) Devido ao clima quente, os imigrantes alemães não se fixaram no Norte paranaense e sedeslocaram para as regiões mais frias dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

04) A presença dos ingleses na colonização da região Norte paranaense se deu, sobretudo, pelacriação de companhias de colonização.

08) A partir da década de 1930, o cultivo da lavoura do café impulsionou o surgimento decidades na região Norte paranaense.

16) Diferentemente dos imigrantes, os migrantes cultivavam suas terras em pequenas propriedades voltadas para o mercado local e o regional.

QUESTÃO 04:(UEM-2011) Leia o texto e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). “Ainda na época imperial, aProvíncia do Paraná interessava-se em ligar o litoral e a capital com esses novos núcleos populacionais do Norte Pioneiro. Rodovias e ferrovias foram planejadas, mas por motivoseconômicos não passaram das intenções. Enquanto isso, no Estado de São Paulo, os trilhos daEstrada de Ferro Sorocabana avançavam por etapas em direção a Ourinhos, localizada namargem direita do Paranapanema”. (WACHOWICZ, Ruy C.. História do Paraná. Curitiba:Editora Gráfica Vicentina, 1995, p.249.)

01) A margem direita do Rio Paranapanema, a que se refere o texto, faz parte do território paranaense.

02) Os núcleos populacionais a que se refere o texto tornaram-se as cidades Foz do Iguaçu eMaringá.

04) A ausência de estradas que ligassem a região norte do Estado do Paraná a Curitiba conduziua um isolamento da região.

08) A construção da Estrada de Ferro Sorocabana significou o coroamento dos esforços dogoverno paulista para anexar ao Estado de São Paulo parte dos territórios norte-paranaenses.

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16) A situação descrita no texto permite-nos afirmar que a Estrada de Ferro Sorocabanaconstituiu naquele momento, um dos principais meios de escoamento da produção agrícolanorte-paranaense.

QUESTÃO 05:(UEM-2009) Maringá, situada em uma região do estado do Paraná conhecida como Norte Novo, tem uma história profundamente ligada à cafeicultura. A esse respeito, assinale a(s)alternativa(s) correta(s).

01) Empresas particulares, principalmente dos setores imobiliários, tiveram grande participaçãona exploração e na colonização dessa região.

02) Além do trabalho assalariado, a mão de obra escrava também foi empregada em grandeescala pelos grandes plantadores de café do Norte do Paraná.

04) O desenvolvimento da cafeicultura não contribuiu para o desenvolvimento de indústriasnessa região, que permanece como uma região exclusivamente agrícola até os dias de hoje.

08) A “corrida do café” é um termo usado para denominar o avanço da cafeicultura paulistasobre o Norte paranaense na década de 1930.

16) A falta de investimento em ferrovias para o escoamento da produção cafeeira foi um fatordecisivo para o declínio do produto na região.

QUESTÃO 06:(UEM-2013) Sobre a ocupação e o povoamento do território do atual estado do Paraná, assinale

o que for correto.

01) Até a chegada dos primeiros colonizadores de origem europeia, nos anos de 1950, a região Norte do Estado do Paraná apresentada um ‘vazio demográfico”.  

02) Na segunda metade do século XIX, as colônias de imigrantes criadas no território paranaense fracassaram em razão, dentre outros aspectos, do distanciamento dos centrosurbanos e da falta de estradas, de escolas, de médicos e de apoio do governo para a produçãoagrícola.

04) Ao conquistar sua autonomia política em relação à província de São Paulo, em 1853, oParaná integrou-se oficialmente ao programa do governo brasileiro de incentivo à imigração

europeia.

08) O Paranismo foi um movimento de deslocamento territorial, que praticava o mercantilismoem diversas partes do território paranaense.

16) Excetuando a contribuição da colonização japonesa no Norte do Paraná, outros imigrantesvindo da Europa não contribuíram para o desenvolvimento tecnológico da agricultura paranaense.

QUESTÃO 07:(UEM-2012) A colonização dos territórios paranaenses ocorreu em momentos diversos e a partir de diferentes interesses e necessidades. Em razão disso, pode-se dividir a ocupação do

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Estado do Paraná em três áreas histórico-culturais distintas. A esse respeito, assinale a(s)alternativa(s) correta(s).

01) As três áreas histórico-culturais distintas são: a frente lusitana, no Paraná litorâneo; a frente paulista, na região central, e a frente catarinense, na região noroeste.

02) A área histórico-cultural mais antiga abarca, desde o século XVI, a região das reduções jesuíticas do Guairá, que se vinculava ao litoral pelo Caminho de Viamão.

04) A área histórico-cultural que corresponde ao Norte do Paraná teve a sua colonizaçãoiniciada no século XIX, com a chegada à região de migrantes mineiros.

08) A colonização do sudoeste e de parte do oeste do Paraná é a mais recente; foi iniciada noséculo XX por gaúchos e catarinenses.

16) O início da colonização da área histórico-cultural do sudeste do Paraná foi obra da expansão

da economia do café, vinda de São Paulo.

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COLÔNIAS

MILITARES

NO

PARANÁ

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COLÔNIAS MILITARES DO PARANÁ

Para garantir a conquista do novo continente e realizar comércios, Portugal

organizou, primeiramente , fortins e feitorias, mais tarde postos militares .Durante o 1º Reinado, incentivou-se a construção de colônias estratégicasem várias regiões, com o objetivo de defesa nacional e no 2º Reinado, váriascolônias militares são criadas.

Em todo o território brasileiro foram criadas estas colônias, principalmente noPará e Mato Grosso.

 No Paraná foi criado no período colonial, em 1810, o Forte Atalaia  emGuarapuava, por Diogo Pinto de Azevedo. No período provincial (1853-1889) são trêsas Colônias Militares criadas no Paraná: uma no norte, Jataí , no ano de 1855 e duasentre os rios Iguaçu e Chapecó, no ano de 1882, denominadas de Colônia Militar deChapecó11 e Colônia Militar do Chopim.

 No período republicano, no ano de 1889, foi fundada a Colônia Militar de Fozdo Iguaçu.

Colônia Militar de Jataí

A Colônia Militar de Jataí foi autorizada pelo Decreto Imperial nº 751 em 1851 einstalada em 1855.

Foi instalada nas margens do Rio Tibagi, onde existiu no início do século XVII aRedução Jesuítica de São José.

Ela tinha várias finalidades:

1. 

Facilitar as ligações das províncias do Paraná e Mato Grosso;2.  Garantir a segurança das colônias indígenas de São Jerônimo e São Pedro

de Alcântara, que existiam nas margens do Tibagi;3.  Servir de posto militar avançado, preventivo, de possível ataque, via

fluvial, do Paraguai;4.  Contribuir para a miscigenação étnica;5.  Torna-se pioneiro no desenvolvimento agropastoril no norte do Paraná;

Em 1890 o presidente do Estado, Dr. Ladislau Herculano de Freitas,recomendava a extinção da colônia. Portanto, ela passou ao domínio civil em 1890 e

hoje é a cidade de Jataizinho.Colônia Militar de Chopim

O Decreto nº 2.502 de 1859, autorizou as Colônias Militares de Chopim eChapecó, tendo como principal objetivo defender a fronteira e evitar a ocupação daregião litigiosa pelos argentinos, assim como “domesticar” os índios selvagens da

região.

11 Colônia Militar de Chapecó, em 1882, pertencia ao Paraná.

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A Colônia Militar de Chopim só foi instalada em 1882, 23 anos depois da suaautorização. A região era conhecida pelos nomes de Xango ou Campos de Xango. Nolocal havia um aldeamento indígena.

Ela foi um estabelecimento agrícola e militar.

Começaram a extrair erva-mate, criavam suínos, bovinos, cavalos, produziammilho, feijão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca, batata, além de verduras e frutas.A população da colônia era eclética. Os militares eram a maioria do nordeste do

Brasil e os colonos eram do sul. Existiam também índios, imigrantes europeus(poloneses, austríacos, alemães, franceses e italianos) e africanos.

Ela passou ao domínio civil em 1909. Em seguida houve decadência. Muitosforam para a Colônia Militar de Foz do Iguaçu. Em 1950 a sede tinha apenas 458habitantes.

Entre os principais problemas existentes na colônia, merece destaque: abuso doconsumo de bebida alcoólica, principalmente entre os solteiros, causando brigas,desordens e indisciplina; o atraso no repasse de verba do governo; a falta de pessoal

qualificado; dificuldade no sistema de comunicação e transporte; constantes cheias dosrios.

Colônia Militar de Foz do Iguaçu

A região de Foz do Iguaçu até o fim do século era ocupada, principalmente porParaguaios e Argentinos. Objetivando contribuir para povoar a região por brasileiros,em 1888, o ministro da guerra, Tomás José Coelho de Almeida, do governo chefiado

 por João Alfredo, nomeou uma comissão que tinha como principal atividade fundar umaColônia Militar em Foz do Iguaçu.

Possivelmente por ter sido instalada no processo de transição política, a ColôniaMilitar não teve o sucesso esperado. Apesar de tudo ela contribuiu para garantir a região

 para o Brasil e para o Paraná. Foi extinta em 1912.

A existência e o funcionamento das colônias militares no Brasil e no Paranárevelam o peso dos militares na nossa história e foram postos avançados naconsolidação do atual território brasileiro.

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UMA

EXPERIÊNCIA

ANARQUISTA

 NO PARANÁ:

COLÔNIA CECÍLIA

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COLÔNIA CECÍLIA

No início da República, o Estado do Paraná viveu uma significativa

experiência anarquista. Durou apenas quatro anos: de abril de 1890 até abril de 1894.Trata-se da Colônia Cecília.A colônia ocupou uma área de 200 hectares da Colônia Santa Bárbara, distrito

do Município de Palmeiras, a 40 km de Ponta Grossa.Sobre o líder dessa experiência, Giovani Rossi era médico veterinário, e também

filósofo, sociólogo e político. Por pregar seus princípios anarquistas esteve preso naItália em 1878. Sobre o seu socialismo, pode-se resumir em: “Anarquia nas relaçõessociais; amor e nada mais que amor na família; propriedade coletiva dos capitais;distribuição gratuita dos produtos no ajuste econômico; negação de Deus nasreligiões”. 

Durante os quatro anos de existência, a colônia passou por inúmeras crises .

Muitas chegaram à colônia, não se adaptaram aos princípios anarquistas e saíram dolocal, indo morar e trabalhar em outras localidades.

Em outubro de 1891 a colônia possuía menos de 30 pessoas.O ano de 1893 marca o início da grande debandada. O próprio Rossi deixa a

Colônia tentando estabelecer-se em Curitiba. Em abril de 1894 a colônia estavadissolvida, quando os últimos moradores da colônia venderam os ativos para pagar osdébitos existentes e custear as despesas até Curitiba.

Do ponto de vista quantitativo, a Colônia Cecília teve pouca importância nahistória do Paraná. Pela sua qualidade, porém, os poucos anarquistas que se espalharam

 pelo Paraná, exerceram importante influência no movimento operário, tendo contribuído para a deflagração da primeira greve de ferroviários. Alguns de tornaram empresários.

A experiência anarquista da Colônia Cecília serviu de roteiro para váriasatividades artísticas.

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AUTONOMIA

POLÍTICA

DO

PARANÁ

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PERÍODO PROVINCIAL  –  1853 a 1889

Entre 1660 a 1770, a região paranaense foi elevada a status de capitania,

denominada Capitania de Paranaguá. Em 1770, com a restauração da Capitania de SãoPaulo, ela foi extinta e incorporada por esta como comarca. Em 1812, a sede dacomarca, que era em Paranaguá, foi transferida para Curitiba, passando a se chamar 5ªComarca de Paranaguá e Curitiba.

Com a expansão da pecuária nos Campos Gerais, com os trabalhos dos tropeiroscuritibanos no comércio de gado, assim como o crescimento da produção ecomercialização da erva-mate, criou-se uma infraestrutura que permitia sonhar com aautonomia política da 5ª Comarca de Paranaguá e Curitiba.

 A emancipação da província do Paraná

A luta pela emancipação política do Paraná teve seus antecedentes em 1811 12,quando Pedro Joaquim Correia de Sá, com pretensões de ser Capitão-Mor, tentou, juntoà corte no Rio de Janeiro, a emancipação da Comarca, mas fracassou.

A segunda tentativa ocorreu em 1821, quando os defensores da emancipaçãoretomaram o movimento, organizando a “Conjura Separatista”. Essa tentativa também

fracassou, pois o Juiz de Fora Antonio Azevedo Melo e Carvalho  –   que visitava oParaná  –   não atendeu ao pedido de Bento Viana  –   capitão da Guarda de Regimento deMilícia de Paranaguá  –  para que nomeasse um governo independente de São Paulo.

Entre as razões que justificavam o movimento pela emancipação estavam:

1.  A ignorância e o despotismo dos comandantes militares da Comarca;2.  A falta de justiça considerando ser difícil impetrar recursos para as

autoridades de São Paulo;3.  O fornecimento, forçado, de habitantes de Paranaguá e Curitiba, como

soldados para os desbravamentos dos sertões do Iguaçu, de Guarapuava,do Tibagi, e também para as guerras do sul, ficando suas famílias namiséria.

4.  Pela falta de moeda na Comarca, pois os impostos iam para São Paulo enão retornavam para atender as necessidades da população.

5. 

Confisco de Cereais, gado e cavalgadura para fins militares;6. 

Punham a ferro os pais, quando seus filhos, recrutados a força,desertavam;

7.  Cobrança de impostos de guerra e de dotes para a Princesa.

Mesmo com um desfecho desfavorável, o desejo de autonomia permanecia.Frequentemente, as Câmaras de Vereadores de Paranaguá, Morretes, Antonina, Lapa,Curitiba e Castro solicitavam autonomia ao governo Imperial Brasileiro.

12 Em 1811 a Câmara de Paranaguá formulou uma representação ao Príncipe Regente D. João,onde afirma: “Senhor, esta Comarca de Paranaguá, sendo dilatada a sua extensão (não menosque o reino de Portugal), está pouco povoada e na maior indulgencia e miséria, que se podeconsiderar, por não ter um governo que observe e veja tudo de mais perto...” .

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Em 1835, contudo, houve um fator favorável e decisivo para a autonomia doParaná13. Os liberais do Rio Grande do Sul entraram em luta contra o Império,organizados na “Revolução Farroupilha”, e os liberais do Rio de Janeiro, São Paulo e

Minas Gerais, revoltados com a política “conservadora” do governo central, se uniram

com os farrapos e organizaram uma única frente revolucionária. Todavia, os liberais da5ª Comarca em Curitiba, cooptados pelo Barão de Antonina, não aderiram aomovimento. O Governo Imperial negociou com os liberais curitibanos, por intermédiode João da Silva Machado e o Chefe das forças legalistas, Duque de Caxias, aemancipação da Comarca. O governo do império conseguiu assim o apoio dos liberais5ª Comarca para vencer os revolucionários.

Dessa forma, retomou-se, em 1843, o projeto de emancipação da 5ª Comarca naAssembleia Geral Legislativa no Rio de Janeiro14. Entre idas e vindas, conseguiuaprovação em 2 de Agosto de 1853, elevando a Quinta Comarca de São Paulo àcategoria de Província do Paraná. Pesou, também, para a criação da Província doParaná, entre outros fatores:

1.  O apoio do Imperador;2.  O apoio da cúpula do Partido Conservador;3.  O apoio dos baianos, mineiros e fluminenses;4.  O apoio das classes dominantes da região.

A instalação oficial foi realizada em 19 de Dezembro de 1853, quando tomou posse o primeiro presidente Zacarias de Goés e Vasconcelos, tendo Curitiba comocapital15.

A opção por Curitiba se deveu aos seguintes fatores:

1. 

Sua posição central;2.  Por ter população superior às demais;3.  Para cuidar de forma velada o cumprimento da lei, e conter com sua

 presença os desmandos de forma enérgica. Referia-se a sangrento casoocorrido em São José dos Pinhais, em 1852.

4.  Estar no planalto. O município de Guarapuava nesta época possuíalimites internacionais pouco explorados;

5.  O clima favorável, otimizando a saúde pública.

 A vida política da província paranaense de 1853 a 1889

O artigo 1º da Lei nº 704 estabelece: “A Comarca de Curitiba na Província de

São Paulo fica elevada a categoria de Província com a denominação de Província doParaná. A sua extensão e seus limites serão os mesmos da referida comarca”.

13  A Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Revolução Liberal em Sorocaba em 1842 foramimportantes na conquista da independência política do Paraná.14  Em 29/04/1843, o Deputado Carneiro de Campos apresentou projeto para criação daProvíncia do Paraná. A luta parlamentar durou 10 anos. A bancada de São Paulo colocavasempre obstáculo. Para aprovação foi decisivo o apoio da bancada da Bahia, que tinha inclusive,interesse em enfraquecer São Paulo. Era uma luta pela hegemonia na vida política brasileira.15  Apresentavam-se como candidatas, além de Curitiba, as cidades de Paranaguá, Castro eGuarapuava.

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A Província do Paraná teve ao longo de 1853 a 1889, cinquenta e três períodosde governos; vinte e sete presidências16; quarenta e um presidentes em exercício e seis

 períodos de vice-presidência e retorno presidencial.Os presidentes eram escolhidos entre aqueles que pertenciam ao partido

político dominante, nomeados diretamente pelo imperador D. Pedro II17

. De 1853 a1870, os governantes vieram de outras províncias. No período subsequente (1870 a1889), o imperador fez algumas nomeações de homens procedentes da Província paraocupar o cargo de presidente e vice-presidente.

As justificativas para a nomeação dos presidentes e dos vice-presidentesoriundos de outras províncias era que o Paraná tinha uma pequena projeção política eeconômica no Império. E não possuiria elementos com “boa formação político -administrativa” para o cargo majoritário na Província. No entanto, sabemos que anomeação para a presidência das províncias do Brasil era utilizada pelo imperadorPedro II para acomodar as forças políticas que o apoiavam.

A preocupação dos presidentes e vice-presidentes, de modo geral, foi a de

desenvolver e organizar a cidade de Curitiba como sua capital, construir e melhorarestradas, instalar colônias de imigrantes europeus para aumentar a população e colôniasmilitares para promover a defesa da população dos ataques dos índios, organizar ainstrução pública, as finanças da Província e implantar a catequese e a civilização dosíndios.

 Evolução política do Paraná Província (1853-1889)

Com a conquista da emancipação política do Paraná e a posse do primeiroPresidente, Zacarias de Góes e Vasconcellos, no dia 19 de Dezembro de 1853, teveinício o trabalho mais importante: estruturar o novo poder político administrativo deacordo com a legislação em vigor.

Com a criação da Província, o Paraná passou a ter um Presidente, nomeado peloImperador e o povo adquiriu o direito de eleger um Senador, um Deputado paraAssembléia Geral e uma Assembleia Provincial com 20 membros.

Dos 36 anos tumultuados por falta de continuidade administrativa algunsaspectos merecem destaque:

1.  Zacarias de Góes e Vasconcellos conseguiu, cumprindo as instruções querecebeu do Governo Imperial, executar os atos fundamentais enecessários à organização e funcionamento da nova Província;

2. 

O Presidente Pádua Fleury, iniciou a exploração dos Rios Ivaí, Tibagi,Paranapanema e Iguaçu, trabalho realizado pelos irmãos engenheirosJosé Keller e Francisco Kelller.

3.  O Presidente Adolfo Lamenha Lins incentivou a imigração criandocolônias ao redor de Curitiba.

4.  Carlos de Carvalho incentivou a educação, criando o ensino noturno, aescola normal, alargando a esfera do ensino público.

16  Somente três foram paranaenses: João José Pedrosa (1880); Joaquim de Almeida FariasSobrinho (1886) e Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá (1889).17  A maioria dos Presidentes nomeados pelo Imperador era do Rio de Janeiro e Bahia, masoutros vieram de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Mato Grosso, Piauí e, inclusive, umnascido em Coimbra, Portugal.

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5.  Alfredo D’ Escragnolle Taunay, cuidou da urbanização de Curitiba.

O Poder Legislativo

Com a autonomia o povo paranaense adquiriu o poder de eleger um senador, umdeputado federal e uma Assembléia Provincial com vinte membros. No momento da Emancipação Política, o Paraná possuía a seguinte estrutura:

1.  Duas cidades: Paranaguá e Curitiba;2.  Sete Vilas: Antonina, Guaratuba, Morretes, São José dos Pinhais, Lapa,

Castro e Guarapuava;3.  Seis freguesias: Campo Largo, Palmeiras, Rio Negro, Ponta Grossa,

Jaguariaiva e Tibagi.

Para escolha dos seus representantes ao Poder Legislativo, de acordo com a Lei

em vigor, eram poucos os eleitores, apenas 135. Estavam excluídos do direito de votosmenores de 21 anos, as mulheres, os escravos, os religiosos 8e os detentores de rendaliquida anual inferior a 200 mil réis. Além disso, a eleição era indireta. Os cidadãosativos escolhem em assembleia paroquial os eleitores da Província os quais elegem os

 parlamentares.Considerando que os Juízes de Direito, do poder Judiciário, são também,

indicados pelo Imperador, só o Poder Legislativo era eleito, bem ou mal, pelo povo.

 A organização da província

A Lei nº2, de 26 de Agosto de 1854, cria o embrião do Poder Judiciário, comtrês Comarcas, uma no litoral e duas no Planalto.

A Lei nº4 que reestabeleceu o imposto denominado dos animais no registro deRio Negro, que representava, em termos de recursos orçamentários, cerca de 70% dareceita pública.

A Lei nº 9 tratou da construção da Estrada da Graciosa ligando Antonina aCapital.

Entre 1854 a 1889 a Assembleia Legislativa Provincial teve 16 legislaturas.Começou com 20 membros e terminou com 24, considerando que a população daProvíncia no mesmo período cresceu de 62.000 para 250.000 habitantes.

*

O último presidente da Província foi Jesuíno Marcondes, que entregou o cargoao General Francisco Cardoso Junior, comandante da Guarnição Militar do Exército erepresentante do Marechal Deodoro da Fonseca.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01:(UEM-2013) No dia 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República brasileira, oParaná passou à categoria de Estado. Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) sobre os diferentes

 processos políticos que antecederam esse fato.

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01) Um dos fatores que favoreceu a criação do Estado foi o apoio que o governo provincial deuà Revolução Farroupilha, que lutava contra o governo monárquico.

02) A Província do Paraná foi criada a partir do desmembramento da Província de São Paulo.

04) Devido à sua localização estratégica, Paranaguá foi escolhida como a primeira capital daProvíncia do Paraná.

08) Tanto a Província como o Estado foram criados por estratégias políticas do governo central, pois a autonomia do território não era preocupação da elite política local.

16) Pelo Tratado de Tordesilhas, parte do atual território do estado do Paraná fez parte da CoroaEspanhola.

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ASPECTOS

DA

ECONOMIA

DO

PARANÁ

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MINERAÇÃO

O interesse português em colonizar o Brasil está em parte relacionado aointeresse de encontrar reservas de ouro. Neste contexto, no Paraná, em 1641, Gabriel de

Lara encontrou minas de ouro  na região de Serra Negra, na região de Paranaguá. Em1668, os paulistas, Salvador Jorge Velho e João Araújo, descobriram e começaram aexplorar, próximo de Curitiba, no Rio Capivari e seus afluentes, ouro aluvial,garimpado. Na região de São José dos Pinhais e Bocaiúva do Sul, também foiencontrado ouro de aluvião. Em 1661, Pedroso Leme, encontrou ouro no Rio Tibagi.

Pela determinação da Coroa, a exploração  do  ouro  não seguia a mesmaautoridade das capitanias e seus donatários, ou seja, de cunho particular. Era  de interesse do estado português. Tratava-se de um monopólio  real.

Mais tarde, por volta de 1650, a administração portuguesa instalou uma Casa deFundição  em Paranaguá. Segundo regimento real, o ouro legal era aceito somente em

 barras com o selo da casa real de Bragança, devidamente enumerado.Devido ao contrabando e a diminuição da extração de ouro na colônia, a

quantidade que chegava a metrópole do metal precioso estava diminuindo cada vezmais. Neste cenário, a corte portuguesa instituiu o chamado “Imposto da capitação”

(ressaltando que também existia o imposto denominado de quinto) para os exploradoresdas minas, como também para os agricultores e comerciantes paranaenses. Esse impostoconsistia em 4 ½ oitavas de ouro por trabalhador escravo nas minas. Essas oitavasequivaliam a cerca de 17g de ouro por cabeça de escravo.

A presença do ouro foi importante para o desenvolvimento e povoação daRegião. Para a história, ela aparece como o 1º ciclo econômico do Estado.

Com a redução aurífera, os moradores de Paranaguá e do litoral passaram,

 principalmente, à produção de mandioca. Paranaguá tornou-se o maior empório defarinha do sul do país, abastecendo Santos, Rio de Janeiro, Colônia do Sacramento e atéa Bahia.

Por outro lado, a região dos Campos Gerais sofreu uma mudança positiva. Amineração que não passava de débil acessório, virou apenas história. A criação de gadoconstituía de fato a principal atividade da população. Com a grande migração interna

 para Minas Gerais e Goiás em busca de ouro, surgiu uma grande demanda dealimentação. Os fazendeiros dos Campos Gerais do Paraná passaram a abastecer aregião das Minas Gerais com a carne. Em 1703, os curitibanos já vendiam gado em SãoPaulo. Os Campos gerais se encheram de fazendas de gado. Com o aumento da

 produção do gado para abastecer a região mineira, o preço subiu, os moradores dos

Campos Gerais tiveram grande desenvolvimento e teve inicio uma nova atividadeeconômica, o tropeirismo, principalmente a partir de 1731, com a abertura da estrada doViamão.

TROPEIRISMO

Com a crise da mineração no Paraná, boa parte dos habitantes que não foi paraas Minas Gerais passou a desenvolver atividades de pecuária nos Campos Gerais,começando por Curitiba.

Aos poucos se formou uma cultura conhecida como cultura curitibana  que se

assentava em quatro elementos: 1º - A fazenda de criação de gado; 2º - A família

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Os ervais se estendiam pelo planalto paranaense até o Rio Paraná, principalmente de Guaíra para baixo, penetrando no Mato Grosso, Santa Catarina e RioGrande do Sul.

Os índios já eram consumidores da bebida quando os europeus chegaram à

América. Entretanto, é notório que os jesuítas tenham dado sequência ao cultivo da planta. As reduções jesuíticas, desde o século XVII, eram focos de produção de diversosgêneros agrícolas e inclusive criação de gado. Dentre os gêneros agrícolas produzidos,encontrava-se a erva-mate. Na verdade, a princípio os jesuítas até julgaram que a ervateria poderes sobrenaturais malignos e chegaram, por um curto período de tempo, a

 proibirem entre os índios, o seu uso. Chamavam-na, inclusive, de “erva do diabo”. Mas, posteriormente, reconhecendo o incrível valor de negociação da erva, os espanhóis sesujeitaram ao seu cultivo. Na colônia espanhola, muitas vezes a erva-mate foi utilizadacomo moeda de troca, sendo que já era utilizada pelos índios antes mesmo da ocupaçãoeuropeia.

As primeiras incursões comerciais realizadas com a erva-mate foram

realizadas a partir de 1772, quando a população do sul do Brasil foi autorizada acomercializarem livremente com regiões consumidoras . Considerando que na épocase vivia sob o auspício do mercantilismo, tal autorização era significativa.

A autorização de livre comércio foi uma tentativa da Coroa portuguesa emterminar com o marasmo econômico da região sul.

Todavia, mesmo tendo recebido uma oportunidade excelente de ampliar oshorizontes econômicos, a população de Paranaguá e Curitiba não aproveitaram aoportunidade. Tal fato deve-se as técnicas inadequadas empregadas na transformação daerva em produto apto a à comercialização. Os problemas causados se davam devido amaneira pouco adequada em se transportar à mercadoria (a região não dispunha deestradas) e devido a concorrência do Paraguai, na época o maior produtor de mate,responsável pelo abastecimento dos países vizinhos como Uruguai e Argentina.

Somente anos depois, a erva-mate ressurgiu como produto de exportaçãoparanaense, em 1813, quando o ditador paraguaio, Gaspar Francia, iniciando umapolítica de isolamento do país na comunidade sul-americana, proibiu a exportaçãode erva-mate para os mercados consumidores de Buenos Aires e Montevidéu. Talmedida política paraguaia levou com que os países consumidores buscassem o mate emoutras regiões produtoras. Sendo assim, o Paraná adquire notável importância .

Neste período, se destaca a figura de Francisco Alzagaray, responsável pelaintrodução de novas técnicas de produção e beneficiamento da erva-mate noParaná. Assim, a partir de 1820, o Paraná conquistou os mercados argentinos e

uruguaios. Neste contexto, por voltar de 1826, a 5ª Comarca transforma o mate em seu principal produto de comércio.A erva era, na maioria das vezes, transportada pela Estrada da Graciosa .O auge da produção de mate foi alcançado durante o período da Guerra do

Paraguai, devido ao boicote promovido pela Argentina e Uruguai ao mate paraguaio.Tal fato fez da erva-mate o principal produto de exportação até a Primeira GuerraMundial.

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CAFÉ

Depois de dominar no Vale do Paraíba e penetrar em S. Paulo, onde forneceu ocapital suficiente para possibilitar a industrialização daquele Estado, o café passou aoParaná, encontrando aí as melhores terras do mundo para o seu plantio. Na famosaterra roxa do norte do Paraná, o rendimento do cafezal atingiu o mais elevadoíndice do mundo.

Os primeiros passos da cafeicultura no Paraná foram dados em meados doséculo XIX, quando se começou a plantar café em algumas colônias fundadas, poriniciativa ou com apoio do governo imperial, na orla da grande floresta desabitada queocupava a região norte, segundo um estudo do professor Francisco Magalhães Filho.Em 1875 já se plantava café, de ótima qualidade, na Colônia Militar de Jataí. O tenenteAntônio Vasconcelos de Menezes, comandante da colônia, em seu relatório de 1886afirmou que, no futuro as terras da região não teriam competidores na produção de café.

Essa produção não chegou a ter significado econômico, mas na segunda metadedo século XX a expansão cafeeira de São Paulo penetrou no Paraná, pelo Vale doItararé, levando ao surgimento de várias fazendas e de alguns núcleos urbanos comoSanto Antonio da Platina, ainda segundo aquele estudo.

Desde o início de sua colonização, a região norte esteve sob a influência daeconomia paulista, mesmo porque sua população era formada principalmente por

 paulistas e mineiros, provenientes de regiões cafeeiras.A produção da região, no entanto, começou a expandir-se após o Convênio

de Taubaté, assinado em 25 de fevereiro de 1906, quando os governos de São

Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, celebraram acordo coibindo aumento deprodução cafeeira. A transferência para o Paraná, onde não haviam restrições, foia saída encontrada por muitos fazendeiros paulistas e mineiros .

Se o café a partir de 1850 exerceu importante papel na vida brasileira, o mesmoaconteceu no Paraná a partir de 1930. O café mudou o Paraná. Em 10 anos, de 1950 a1960 a população dobrou, e o número de propriedades agrícolas aumentou de 90.000

 para mais de 270.000. Só no ano de 1960 foram criados 57 municípios, sendo 40 só no Norte do Paraná

A grande expansão ocorreu com o desbravamento da região, surgido a partir dacolonização feita pela antiga Companhia de Terras Norte do Paraná.

Considerando a sua itinerância como aconteceu nos Vales do Paraíba e Tiete, o

café do norte do Paraná perdeu aos poucos sua importância.O problema da “superprodução”, e a saturação do mercado internacional

de café exigem dos poderes governamentais políticas visando reduzir as safraspelos programas de erradicação dos pés de café . Tais iniciativas já vinham desde1961 quando o governo brasileiro cria o Grupo Executivo de Racionalização daAgricultura (GERCA), apoiado no Programa de Racionalização da Cafeicultura que

 previa, como uma de suas metas, a diversificação de culturas nas áreas liberadas com aerradicação do café.

Em face ao momento crítico, surgem várias cooperativas de cafeicultoras nonorte do Paraná  como tentativa de amenizar os efeitos sobre os produtores, a grandemaioria formada por pequenos proprietários que adquiriram seus lotes junto às

companhias colonizadoras. Essas cooperativas atuaram como elementos de difusão da

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modernização agropecuária, estimulando e “provocando” a introdução de lavouras

chamadas modernas, sobretudo a soja. A sua estrutura organizacional e relacionamentodireto com os produtores facilitaram o papel das mesmas, que encontraram no Estadoseu principal aliado.

A crise na cafeicultura instala-se reforçada real e simbolicamente pelasconstantes geadas que iam destruindo os cafezais  (com destaque para o ano de 1975).Foi esse período em que as lavouras “modernas”  (principalmente soja e trigo)desenvolvem-se decisivamente em substituição ao café . E foi essa a orientação das

 políticas públicas do governo brasileiro: desestimular a continuidade da cafeicultura (que encontra reforço nas geadas). Para tanto, colocou a disposição dos agricultores umasérie de subsídios oficiais, com finalidade de agilizar o processo. Ao contrário, para acafeicultura a política oficial foi de completo desestímulo.

A partir desse momento a soja passa a ser o produto de maior dinamismona década de 1970.

SOJA

Foi a partir de 1950, que teve início uma diversificação da agriculturaparanaense com o plantio em escala comercial de algodão, milho, feijão, arroz,cana-de-açúcar, amendoim, rami, fumo, hortelã e soja. Além disso, intensificou emalgumas regiões (como noroeste, oeste e sudoeste) a criação de bovinos e suínos. Masno caso da soja, a expansão dessa cultura foi extraordinária a partir da introdução damecanização e adoção das novas tecnologias. No norte, essa expansão coincide com odeclínio e crise da lavoura cafeeira, que passou a ser substituída pelas “lavouras

modernas”.  Até então, a cultura era uma quase curiosidade. Sua produção era irrisória eas poucas e pequenas lavouras de soja existentes na região destinavam-se ao consumodoméstico - alimentação de suínos, principalmente. O total da produção não passava de60 toneladas.

 No norte, noroeste, oeste e sudoeste do PR, ainda predominava a Mata Atlânticaem meados dos anos 50 e as culturas predominantes nas áreas conquistadas da florestaeram o café, o milho e o feijão. A soja ainda não figurava como cultivo comercial paraessas regiões. O primeiro impulso para atingir tal objetivo veio com a primeira grandegeada de 1953, que destruiu os cafezais no norte e noroeste do Estado. Pelodesconhecimento do potencial agronômico e comercial que a soja representava, osagricultores foram estimulados a plantar cereais entre as fileiras de café queimado,

resultando numa superprodução desses produtos, que se perdeu por falta de transporte ede mercado. Isso fez com que na segunda grande geada de 1955, os cafeicultores buscassem na soja a alternativa que os frustrara dois anos antes com o plantio de outrosgrãos. Em função disso, principalmente, o plantio da oleaginosa no PR passou de 43 ha,em1954, para 1.922 ha, em 1955 e para, 5.253 ha, em 1956. Sabia-se, já então, que asoja possuía mercado externo garantido e preços compensadores.

No sudoeste e oeste do Estado, a cultura desenvolveu-se com a migração decolonos vindos do RS, onde a soja já era cultivada há mais tempo, principalmenteem pequenas explorações familiares para uso na alimentação de suínos e haviabom conhecimento sobre as tecnologias de sua produção. O desenvolvimentoocorreu paralelamente com as demais regiões do Estado, com início em meados dos

anos 50.

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Apesar de ser milenar, a soja ganhou destaque econômico apenas na segundametade do século XIX e, no Paraná o seu plantio disparou quando, no início da décadade 70, ocorreu a maior alta nos preços internacionais.

O crescimento da produção a partir desse período foi explosivo. A produção do

Estado passou de 8 mil toneladas na média dos anos 1960 e 1961, para 150 mil namédia dos anos 60, para 3,5 milhões na média dos anos 70, para 4,15 milhões na médiados anos 80 e para 6,5 milhões de toneladas na média dos anos 90.

O sucesso da soja em substituição ao café no Norte do Paraná se deve àcondição de essa cultura possuir: inovações pré-adquiridas como: sementesselecionadas; um processo de produção totalmente mecanizado desde o plantio atéa colheita; a capacidade de aliar interesses, que impulsionaram o seu cultivo: o dasindústrias processadoras e exportadoras do produto e do Estado que teve incluídoum produto de grande aceitação na pauta de suas exportações .

INDUSTRIALIZAÇÃO

O desenvolvimento econômico do Paraná, desde o início de sua ocupação peloseuropeus, alicerçou-se em alguns produtos básicos: ouro, gado, erva-mate, madeira ecafé. As primeiras indústrias foram de erva-mate, madeira, fósforo, sabão, vela, massasalimentícias e cerâmica.

Durante e após a Primeira Guerra Mundial, teve crescimento a utilização do pinheiro, com serrarias e indústria de móveis, ocasionando a destruição das matasnativas.

A partir de mais ou menos 1960 a economia paranaense começou a tomar novos

rumos, com investimentos em infraestrutura, com a criação do PLADEP (Plano deDesenvolvimento do Estado do Paraná), a CODEPAR (Companhia de DesenvolvimentoEconômico) e a FDE (Fundo de Desenvolvimento do Paraná). A agricultura passou aser modernizada e surgiu a agroindústria do café, soja e carne, principalmente de frango.

A criação da Cidade Industrial de Curitiba e a Instalação da Refinaria dePetróleo da Petrobrás em Araucária foram um marco rumo à industrialização. O Paranátornou-se, também, grande produtor e exportador de energia elétrica, merecendodestaque a criação da COPEL.

A construção da rodovia e ferrovia ligando o norte do Paraná ao porto deParanaguá contribuiu, e muito, para carear a riqueza oriunda do café para o Paraná e nãomais para São Paulo. A construção de rodovias para Oeste e Sudoeste foi importante

 para a integração estadual.Alguns aspectos do desenvolvimento econômico do Paraná merecemdestaque :

1.  Com o esgotamento da fronteira física rural em 1970 exaurindo-se a possibilidade do crescimento extensivo da produção agrícola, ocorreuuma revolução no crescimento tecnológico;

2.   No processo de modernização na área rural e da agroindústria, ascooperativas exerceram papel significativo;

3.  As medidas tomadas na melhoria tecnológica permitiram um crescimentona frente externa;

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4.  Pela posição geográfica privilegiada em relação ao MERCOSUL e emvirtude de alterações positivas na infraestrutura, o Paraná tornou-se um

 pólo automotivo, inclusive com o crescimento das empresas produtorasde autopeças;

5. 

A indústria do turismo começa a prosperar no Paraná;6.  Pode-se concluir que três fatores influenciaram no processo de mudançana economia paranaense: investimentos na infraestrutura; criação deinstrumentos institucionais e a constituição no Paraná Moderno  –   norte,oeste e sudoeste  –   de uma agricultura dinâmica, fruto da pequena

 propriedade e do cooperativismo.

É preciso deixar claro que essas fases da economia paranaense não sesucederam uma suprimindo a outra. Na realidade, houve sempre a presença dasatividades de uma ou outra fase ao mesmo tempo, mas de modo em que a crise de

uma elevasse a participação da outra. O esgotamento de uma atividade, ainda quenunca por completo, dar-se-ia, então, como um processo de declínio da produção.Pode-se notar, atualmente, inclusive, a atividade ervateira e madeireira aindapresentes em certas regiões do Paraná, porém num contexto diferente da época emque possuíram um papel decisivo nos intuitos da constituição da autonomiaeconomia estadual.

O PARANÁ PRODUTIVO

A partir de 1995, o Paraná atraiu grandes investimentos . Em 1997, três

montadoras  –   Renault, Audi e Chrysler  –   firmaram um acordo para instalar fábricas noParaná.

Porém, é importante salientar que a produção industrial paranaensecontinua fortemente voltada para o setor agrícola.

 A Usina de Itaipu

A construção da Itaipu Binacional solucionou um impasse diplomáticoenvolvendo Brasil e Paraguai. Os dois países disputavam a posse de terras naregião do Salto de Sete Quedas, área hoje coberta pelo lago da usina .

Em 1750, Espanha e Portugal assinaram o Tratado da Permuta, primeiradescrição minuciosa da fronteira. O texto, porém, era impreciso ao determinar os limitesentre os territórios da margem direita ao Rio Paraná. Um rio, cuja foz não se sabia aocerto se estava acima ou abaixo das Sete Quedas, deveria demarcar as terras. Tratadossubsequentes buscaram esclarecer a questão, sem obter êxito.

A Guerra do Paraguai (1865-1870) reabriu a polêmica em torno da fronteira naregião das Sete Quedas. Conforme o Tratado da Paz  (1872), os territórios deveriamdividir-se pelo Rio Paraná, até o Salto, e pelo cume da Serra de Maracaju.

A disputa das Sete Quedas recrudesceu nos anos 1960. A descoberta do potencial hidrelétrico do Rio Paraná colocou Brasil e Paraguai novamente em rota decolisão. Mas, em vez de medir forças, os dois governos fizeram uma sábia opção: unir

forças.

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O resultado das intensas negociações foi a Ata do Iguaçu, assinada em 22 de junho de 1966  pelos ministros das Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, edo Paraguai, Sapena Pastor. A declaração conjunta manifestava a disposição de estudaro aproveitamento dos recursos hidráulicos pertencentes em condomínio aos dois países,

no trecho do Rio Paraná “desde e inclusive o Salto de Sete Quedas até a foz do RioIguaçu”. Em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu,

instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelos dois países.O ano da assinatura do Tratado de Itaipu, 1973, coincide com a eclosão da crise

mundial provocada pelo aumento do petróleo. Intensifica-se a exploração de fontes deenergia renováveis como forma de assegurar um vigoroso desenvolvimento para oBrasil e Paraguai.

Em maio de 1974, é formada a entidade binacional Itaipu, para gerenciar aconstrução da usina, estruturada como “empresa internacional”.

A Itaipu Binacional é um marco para o setor elétrico dos dois países. Antes, os

 paraguaios dispunham de apenas uma hidrelétrica de pequeno porte, Icaray. Os brasileiros consolidam a opção pela energia produzida por meio do aproveitamento daforça dos rios. A usina praticamente dobrou a capacidade do Brasil de gerar energia.

Para a construção da Usina, iniciada em 1974, era necessário construir umainfraestrutura gigantesca que envolvesse escritórios, refeitórios, que pudessem serutilizados pelos milhares de trabalhadores durante os anos da obra.

A Itaipu Binacional foi a única grande obra a atravessar a fase mais aguda dacrise econômica brasileira no final dos anos 1970 mantendo o status de prioridadeabsoluta.

O entendimento de Brasil e Paraguai para a construção da Itaipu Binacionalestremeceu as relação dos dois países com a Argentina. Os argentinos temiam que ausina prejudicasse seus direitos e interesses sobre as águas do Rio Paraná. A questãochegou a ser tema de uma Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1972.

A solução veio com a assinatura do Acordo Tripartite, entre Brasil, Paraguai eArgentina, em 19 de outubro de 1979. O documento determinou regras para oaproveitamento dos recursos hidráulicos no trecho do Rio Paraná desde as Sete Quedasaté a foz do Rio da Prata. Este acordo estabeleceu os níveis do rio e as variações

 permitidas para os diferentes empreendimentos hidrelétricos na bacia comum aos três países. Antes da conclusão da usina, chegava ao fim de uma complexa e exigente obradiplomática.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01:(UEM-2009) Com o esgotamento do ciclo cafeeiro, a partir da década de 1960, a economia paranaense passou por importantes transformações. Sobre tais transformações, é correto afirmar:

01) A falta de incentivo do governo federal a uma alternativa para a cultura cafeeira reduziu eempobreceu a agricultura paranaense, nos finais da década de 1960.

02) A cultura da soja teve um impacto direto sobre a urbanização e a industrialização dediversas cidades paranaenses.

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04) Dentre as grandes transformações ocorridas na economia, a partir dos anos 60, a principalfoi a adoção de uma agricultura de subsistência.

08) Ainda que tenha progredido nos últimos anos, a falta de tecnologia no campo não permiteque a produção agrícola paranaense concorra no mercado internacional.

16) A metropolização das cidades do Norte paranaense contribuiu para aumentar os problemasde meio ambiente, de educação e de segurança pública.

QUESTÃO 02:(UEM-2009) Leia a citação a seguir e assinale o que for correto: “Durante o segundo decênio doséculo XIX, a exportação do mate já era considerada como o principal elemento do comércioexterior paranaense. O movimento do Porto Paranaguá assumiu maiores proporções, sendo queaté mesmo navios estrangeiros ali atracavam para fazer comércio e transportar o mate para os

mercados platinos. Ainda nessa época o mate alcançara 44% do total da exportação do Paraná"(ANTUNES DOS SANTOS, Carlos Roberto. Vida Material e econômica. Curitiba, SEED,2001, p. 42).

01) A adaptação e cultivo do mate em todo o território paranaense foi um dos fatores quecontribuíram para que o Estado fosse o maior exportador brasileiro desse produto naquelaépoca.

02) Naquele contexto, a metalurgia e a indústria madeireira desenvolveram-se como suporte àindústria do mate.

04) Desde o início, a indústria do mate paranaense empregou unicamente a mão de obra do

imigrante, principalmente do italiano.

08) O termo platino, na citação, refere-se à moeda argentina (Plata), utilizada nas transaçõescomerciais do mate.

16) A decadência da economia do mate no Paraná, a partir do final da década de 1850, deve seratribuída, entre outros fatores, à concorrência do mate produzido no Paraguai e no Rio Grandedo Sul.

QUESTÃO 03:(UEM-2010) No século XX, o Estado do Paraná sofreu importantes transformações econômicase sociais. A respeito dessas transformações, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Na segunda década do século passado, a presença de capital norte-americano na economia paranaense pode ser percebida por meio da empresa Brazil Railway Companny, que finalizou aligação da ferrovia entre Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande Sul.

02) Iniciada na década de 70, a Hidrelétrica de Itaipu foi construída exclusivamente com capitalnacional.

04) A industrialização em larga escala, a partir da década de cinquenta, provocou a decadênciado cultivo e da exportação da erva-mate, principal produto do Paraná.

08) Com a proclamação da República, tiveram início os movimentos sociais que pretendiamdesmembrar o Paraná do Estado de São Paulo.

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02) O sucesso do cultivo do café explica-se, em parte, pela disponibilidade de terras férteis e pela demanda do mercado mundial.

04) A prática da monocultura do café foi a principal responsável pela crise do produto a partirdos anos 1950.

08) A cafeicultura viabilizou a intensa ocupação da Região Norte do Paraná e contribuiu para ofortalecimento político dessa região.

16) Uma característica da produção do café paranaense, no início do século XIX, era seu cultivo juntamente com as lavouras de soja e trigo.

QUESTÃO 06:(UEM-2013) “Nos primeiros séculos da história brasileira, os meios de locomoção e as vias de

 penetração eram completamente precários e insuficientes. As únicas vias existentes eram oschamados caminhos por onde só podiam transitar tropas de muares, devido às precáriascondições” (WACHOWICZ, Ruy Cristovam. História do Paraná. Curitiba: Vicentina, 1995, p.97). A partir do fragmento acima, assinale a(s) alternativa(s) correta(s) sobre os caminhos e otropeirismo.

01) Segundo o texto citado, os caminhos foram abertos pelos portugueses ao longo dacolonização para superar os obstáculos naturais, como a Serra do Mar e a Mata Atlântica, echegar até o interior do Brasil.

02) Várias cidades paranaenses, como Ponta Grossa, Castro e Lapa, têm suas origens ligadas aotropeirismo, pois surgiram em locais utilizados pelos tropeiros para descanso e alimentação.

04) Um dos mais importantes caminhos do Sul do Brasil, no século XVIII, era utilizado pelostropeiros principalmente para levar o gado criado no Sul do Brasil até as províncias de SãoPaulo e de Minas Gerais e ligava Viamão, no atual estado do Rio Grande do Sul, até Sorocaba,no interior do atual Estado de São Paulo.

08) A intensificação da utilização do caminho dos tropeiros (também chamado de estrada damata ou de caminho de Viamão), no século XVIII, relaciona-se à maior necessidade deabastecimento da região das Minas Gerais, onde a descoberta de ouro atraiu um grande númerode imigrantes.

16) No território do atual estado do Paraná, os primeiros caminhos originaram-se com os índios

e posteriormente foram utilizados pelos bandeirantes e pelos tropeiros.

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ESCRAVIDÃO NO PARANÁ

O sistema da escravidão existiu no Paraná tanto com os índios como com osafricanos.

 No Paraná Espanhol os encomenderos vindos de Assunção para subjugar osíndios enfrentaram a resistência deles, comandados pelo cacique Guairacá, e tambémdos padres jesuítas através das reduções. Isso durou até 1628, quando os bandeirantes

 paulistas invadiram a região a caça de índios, levando mais de 60.000 como escravos para vender no mercado.

 Na ocupação do Paraná Português, partindo de Paranaguá e Curitiba, tanto nasminas como na pecuária e na exploração da erva-mate utilizou-se a mão-de-obraescrava, que não foi, porém, dominante. O ouro encontrado era de aluvião e durou

 pouco. Na pecuária exigiu-se pouca mão-de-obra, por ser um trabalho nômade. Naeconomia ervateira o escravo era utilizado principalmente no engenho de soque que foisubstituído pelo engenho hidráulico e a vapor em também, no transporte do produto

 para o litoral, que era feito inicialmente no lombo do escravo.A proibição pelo Governo Imperial do tráfico de escravos a partir de 1831

ocasionou reflexos no Paraná. Uma das consequências foi a exportação de escravosdeste Estado para fazendeiros de café em São Paulo. No ano 1867 o imposto sobre avenda de escravos igualou o imposto sobre os animais. O porto de Paranaguá tornou-se,também, o centro de contrabando de escravos para o Brasil.

Como consequência, ocorreu o fenômeno mais significativo da escravidão noParaná: o “Combate de Cormorant”. A lei “Bill Aberdeen” permitia que a marinha

inglesa perseguisse navios negreiros brasileiros, mesmo na nossa costa marítima. Em junho de 1850 o navio inglês Cormorant entrou na baia de Paranaguá para aprisionarnavios brasileiros carregados de escravos. Diante disso alguns moradores de Paranaguárevoltados com a violação de nossas águas dirigiram-se para o forte da Ilha do Mel econvenceram o comandante e abrir fogo contra o navio inglês que retornava da baia.Travou-se, assim, um combate entre a fortaleza e o navio, tendo repercussãointernacional o ocorrido.

Alguns dados da escravidão no Paraná revelam que nas cidades do planalto predominava o escravo índio e no litoral o africano.

Algumas particularidades da escravidão no Paraná merecem destaque: aconvivência, tanto na pecuária como na produção de erva-mate, do trabalho escravocom o trabalho livre; o escravo trabalha nas mais variadas atividades, na pecuária, naagricultura, no artesanato e principalmente em serviços domésticos; o preço do escravo

teve aumento significativo: em 1740, o valor de um escravo equivalia a 15 bois, em1790 já valia 60 bois; os religiosos também possuíam escravos: o Convento do Carmo,de Itu (SP), possuía nos Campos Gerais 5 fazendas com 4.000 cabeças de gado e 40escravos.

No Paraná, também foram criadas sociedades antiescravistas , como a“Sociedade Redenção Paranaguense”, no litoral e “Ultimatum” em Curitiba, as quaiscompravam a alforria e facilitavam a fuga de escravos.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01:

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(UEM-2009) Leia o texto a seguir: “Fugiu no dia 17 de novembro do anno pp., da cidade dePonta Grossa, o escravo de nome Marcelino, natural de Minas, idade de 14 annos mais oumenos, côr fula, cara cheia, nariz chato, e tem um pé mais grosso do que o outro, comodestroncado; quem o levar à dita cidade acima e entregar a seu senhor [...] receberá a quantia[...] de 100$000, de alvissaras.” (Anúncio no jornal “O Dezenove de Dezembro”, em 1866.

Citado por WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. Curitiba: Editora dosProfessores, 1968. p.108.) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Ao mostrar o grande número de escravos que fugia em Ponta Grossa, o texto explica o porquê de não ter existido escravidão na região dos Campos Gerais.

02) O texto mostra que a mão de obra escrava predominou na colonização da região Norte doEstado do Paraná.

04) O texto mostra que, na década de 1860, época do anúncio acima, o movimento abolicionistatinha grande apoio popular no Paraná.

08) Embora na época do anúncio a escravidão ainda persistisse no Brasil, o desembarque deescravos africanos nos portos brasileiros era considerado ilegal.

16) A palavra “alvíssaras” significa, no contexto do anúncio, recompensa.

QUESTÃO 02:(UEM-2010) Sobre a escravidão no território que atualmente faz parte do Estado do Paraná,assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) A escravidão foi introduzida no Paraná, com a mineração na região do litoral.

02) Nos chamados Campos Gerais, os escravos constituíram a base da mão de obra utilizada na pecuária.

04) Ao contrário do que ocorria no restante do Brasil, após a Guerra do Paraguai, ocorreu umcrescimento da escravidão no Paraná.

08) A partir de meados do século XIX, ocorreu, no Paraná, um estímulo à emigração européia,como uma alternativa ao trabalho escravo.

16) Ao contrário de São Paulo, em razão da intensa ação dos jesuítas, a região que atualmentefaz parte do Estado do Paraná não teve escravidão indígena.

QUESTÃO 03:(UEM-2012) Sobre a escravidão no atual território paranaense, assinale a(s) alternativa(s)correta(s):

01) a presença de escravos africanos nos territórios do atual Estado do Paraná remonta à décadade quarenta do século XVI, com o início da produção de cana-de-açúcar.

02) A mineração de ouro nos Campos Gerais, no século XVII, caracterizou-se pelo emprego dotrabalho escravo tanto indígena quanto negro.

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04) no século XVIII, após a decadência da mineração no litoral, os escravos negros foramutilizados na pecuária nos Campos Gerais.

08) Quando da criação da Província do Paraná, em 1853, as autoridades determinaram alibertação dos escravos em seu território.

16) Após a proibição do tráfico negreiro, o porto de Paranaguá, no século XIX, foi muitoutilizado para o contrabando de escravos no Brasil.

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IMIGRAÇÃO

NO

PARANÁ

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IMIGRAÇÃO NO PARANÁ

Foi somente a partir do século XIX que o governo brasileiro interessou-sepela imigração não portuguesa para o Brasil.

Tendo em vista a diminuição da quantidade de negros escravos, anecessidade de mão-de-obra e de ocupação do interior do estado do Paraná, aperspectiva governamental de embranquecer o país e mesmo afastar a ameaçaindígena das cidades já consolidadas, entre 1829 e 1833 o Paraná recebeu suasprimeiras levas de imigrantes. Ao sul de Curitiba se estabeleceram imigrantesalemães.

As primeiras tentativas neste sentido foram às colônias de Rio Negro, TeresaCristina, Guaraqueçaba e Assungui.

Por interferência de João da Silva Machado  –   futuro Barão de Antonina  –  vieramas primeiras 46 famílias de imigrantes alemães para a capela da Mata em 1829,formando o embrião da futura cidade de Rio Negro.

Em 1847, o mesmo barão atraiu para as margens do rio Ivaí, em pleno sertão paranaense, João Maurício Faivre que fundou a Colônia Teresa, com imigrantesfranceses.

Aos poucos nacionais e estrangeiros se fundiram numa vida comum,acontecendo a “caboclização ” ou “acaboclamento”.

Em 1852, Carlos Perret Gentil, sem auxílio do governo, fundou na entrada da baía de Paranaguá a colônia de Superagui composta por suíços e alemães.

Considerado o sucesso da imigração aliado aos subsídios agrícolas federaisconcedidos à Província vizinha de Santa Catarina, o governo paranaense resolveu criaruma colônia agrícola e trazer imigrantes. Foi criada então a colônia agrícola deAssungui, que fracassou por falta de infraestrutura, pois o governo paranaense nãoconstruiu sequer estradas para que a produção de grãos fosse escoada. Muitosimigrantes voltaram aos seus países de origem ou migraram para Curitiba.

Em 1875, Adolfo Lamenha Lins assumiu o governo do Paraná. Observando oserros cometidos na Colônia de Assungui, Lins implantou um novo processo deocupação imigrante da região dos Campos Gerais que foi de tremendo sucesso.Tomando medidas como a construção de estradas, fornecimento de sementes,construção de escolas e/ou capelas, proximidade com centros mais populosos, dentreoutras.

A produção agrícola no Paraná retomou sua normalidade. Nessa nova leva deimigrantes, poloneses e italianos foram os grupos predominantes, sendo que os

 poloneses eram de origem, enquanto os italianos eram reimigrantes. Essa políticaeficiente de atração de imigrantes ficou conhecida como Linismo.Após o curto período em que Lins esteve no poder no Paraná, a política de

imigração do Estado perdeu seu rumo e muitos imigrantes, especialmente russos ealemães, foram direcionados para terras de péssima qualidade. Mais uma vez, semestrutura e percebendo que haviam sido enganados por falsas propagandas, dos 20 milimigrantes que eram esperados, apenas 1800 se fixaram no Estado. Estes imigrantesabandonaram a produção agrícola e passaram a oferecer serviços, basicamente detransporte de erva-mate do interior para o litoral com Carroções Eslavos, conhecidos

 por sua resistência e tecnologia, sendo puxados por dois ou três cavalos. Na década de 1880, o Paraná retomaria o Linismo com Alfredo Taunay,

 presidente da província. Novas colônias surgiram, novos redutos populacionais e novos

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municípios. Contudo, consideradas algumas rusgas territoriais com a Argentina, passoua ser imperativo que o Paraná garantisse a ocupação dos territórios nas proximidades do

 país vizinho. Para isso foram estabelecidas colônias militares de Chapecó e Chopim, em1882. Desde meados do século XIX, gaúchos subiam ao sudoeste paranaense atraídos

 pelas noticias da qualidade da terra para a criação de gado. O caminho que liga o RioGrande do Sul ao sudoeste do Paraná recebeu o nome de Caminho das Missões  etornou-se uma rota alternativa para o caminho de Viamão.

Mais recentemente, após a Primeira Guerra Mundial, observou-se umpredomínio do imigrante japonês, especialmente na região norte do estado doParaná, ocupando os núcleos de Uraí, Assaí e Londrina, dentre outros. Muitos

 japoneses passaram a trabalhar o cultivo do café .Ao longo do século XX, os imigrantes japoneses enfrentaram, assim como

alemães e italianos, os desafios da guerra mesmo longe de seus países de origem.Isso ocorreu porque quando o Brasil declarou guerra à potencias do Eixo, escolasde língua japonesa foram fechadas, e o idioma pátrio foi proibido sob pena de

prisão.Outros grupos étnicos menores, como holandeses, franceses, suíços, também

imigraram para o Paraná, sendo sua influencia de menos escala que os grupos citadosacima. Durante o século XX, a instalação do elemento estrangeiro foi feita de maneiramais organizada do que em tempos anteriores. Podemos citar, como benefícios daimigração para o Paraná:

  Aumento da diversidade de serviços como: artesãos, marceneiros,ferreiros, etc;

  Melhoria do parque agrícola, com incremento de ferramentas e gênerosalimentícios;

 

Autonomia econômica para a região;  Introdução de tecnologia industrial.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01:(UEM-2011) Sobre os movimentos populacionais no território que compõe o atual Estado doParaná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) No Período Imperial, apenas um pequeno número de imigrantes europeus se estabeleceu nos

Campos Gerais, em razão da hostilidade dos índios que habitavam a região.

02) A exploração da erva-mate no extremo-oeste do Paraná, nas primeiras décadas do séculoXX, atraiu para a região uma mão de obra indígena guarani vinda do Paraguai.

04) Os imigrantes estabelecidos no Estado do Paraná chegaram, tanto diretamente do exteriorcomo vindos de outros estados brasileiros.

08) A imigração japonesa não foi significativa no Estado do Paraná, quando comparada àestabelecida em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

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MOVIMENTOS

MILITARES

E

REVOLUCIONÁRIOS

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A REVOLUÇÃO FEDERALISTA

A centralização política exercida pela República encontrava forte resistência em

vários estados brasileiros, sendo o Rio Grande do Sul um destes estados.Silveira Martins, um latifundiário gaúcho, pregava abertamente suas ideiasfederalistas. Assim sendo, Floriano Peixoto aproximou-se de Júlio de Castilhos, entãogovernador do estado, para combater o movimento federalista.

O movimento federalista tinha força no estado gaúcho, por isso a expectativa para as eleições ao governo do Estado era grande. Grande também foi a decepção dosfederalistas ao descobrirem que o Partido Republicano vencera as eleições. SilveiraMartins que, com seus correligionários estava acampado no Uruguai, resolveu invadir oRio Grande do Sul. Tomava lugar a Revolução Federalista.

Em 1893 teve início no Rio Grande do Sul a Revolução Federalista. Foi ummovimento político e militar repleto de contradições . Fazia parte da revolução

uma gama enorme de ideologias: anarquistas, federalistas, parlamentaristas,monarquistas, separatistas. Era um grupo heterogêneo que tinha como meta afastar do

 poder o Marechal Floriano Peixoto, devido ao seu governo demasiadamentecentralizador. Foi esse conglomerado de ideologias sem comando unificado,desorganizado, que invadiu o estado do Paraná no início de 1894.

 Revolução Federalista no estado do Paraná 

Os federalistas tomaram Santa Catarina e reunidos em São Francisco, oAlmirante Custódio de Melo e os Generais Gumercindo Saraiva e Pirragibe, decidem ainvasão do Paraná, no ano de 1894, por três caminhos:

  a esquadra, comandada por Custódio de Melo, atacaria por Paranaguá;  o Primeiro Corpo, comando por Gumercindo Saraiva, atacaria por São

José dos Pinhais;  e o Segundo Corpo, entraria no Estado por Rio Negro.

Dia 14 de janeiro a esquadra toma Paranaguá sem resistência e dia 20 osfederalistas chegaram a Curitiba. Com a capitulação das forças governistas, em Tijuca,no dia 19 de janeiro, as tropas de Gumercindo também seguem para Curitiba. A últimaresistência foi na cidade da Lapa.

A entrada dos federalistas no Paraná causou temor, pois era espalhada ainformação de que eles “não passavam de legiões de bandidos que traziam o saque e adepredação, a desonra e a morte”. 

O cerco da Lapa

Os invasores esperavam toma-la em menos de 72 horas levaram 29 dias, de 14de janeiro a 11 de fevereiro de 1894.

 Na cidade da Lapa, o coronel Antonio Gomes Carneiro impôs forte resistênciaaos maragatos. Tendo pedido auxilio a Curitiba, nunca obteve resposta.

A eficiente e pertinaz oferecida por Carneiro irritava o adversário, que apertou

ainda mais o cerco. A 7 de fevereiro recebeu um ferimento mortal, e dois dias depois

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veio a falecer, rodeado por aqueles que comandavam, em meio á consternação total. Afome e a falta de munição instalaram-se entre os sitiados. Não chegava nenhum auxílio.A continuação da resistência seria completamente inútil.

 A Ocupação de Curitiba

A ocupação de Curitiba pelas tropas federalistas durou de 20 de janeiro até 26 deabril de 1894.

Vicente Machado, que estava na chefia do Governo do Paraná, no dia 18 de janeiro abandona Curitiba sem oferecer resistência aos invasores. O governadorresolveu, temporariamente, transferir a sede do governo do Estado para Castro, com oobjetivo de afastar da cidade a agitação, invasão e exaltação dos ânimos.

As contradições no próprio comando dos federalistas refletem-se na nomeaçãodos governantes do Paraná. Em apenas 100 dias tiveram 4 governadores.

Para evitar o saque de Curitiba e outras cidades do Paraná, os empresários,

chefiados pelo Barão de Serro Azul, criaram uma Comissão Especial de Empréstimosde Guerra para arrecadar os 1.000 contos de reis que os invasores exigiam.

Os curitibanos pagam o imposto, porém, o que os federalistas não esperavam éque Floriano Peixoto preparava um contra-ataque.

Com ajuda dos EUA, equipamentos e soldados foram enviados para o sul paracriar condições de resistência contra os maragatos. Com o moral abatido, muitos chefesfederalistas foram abandonando a frente de batalha e voltando para suas terras no RioGrande do Sul mas foram seguidos pelos legalistas. A morte de Gumercindo Saraivaterminou por abalar de vez a estrutura dos revoltosos. A resistência exercida na Lapadeu ao governo federal tempo suficiente para organizar uma contraofensiva efetiva eeliminar a ameaça dos maragatos18.

A COLUNA PRESTES NO PARANÁ

Durante mais de 7 meses, de 14 de setembro de 1924 a 30 de abril de 1925, oterritório do Paraná, principalmente no Oeste e Sudoeste do Estado, viveu momentosdramáticos e heroicos. Foi um período de combates seguidos entre as tropas do GovernoFederal e os revolucionários, comandados por Izidoro Dias Lopes e Luiz Carlos Prestes.

A Coluna Paulista atingiu o Paraná por Guaíra, a Coluna Gaúcha atingiu porBarracão. As duas colunas se juntaram em Foz do Iguaçu, e cruzando o Rio Paraná nodia 30 de abril de 1925, continuaram a epopeia da Coluna Prestes ou Coluna Invicta.

Coluna Paulista

Os revolucionários permaneceram no Paraná por mais de sete meses. O períodofoi marcado por lutas ininterruptas, sendo considerado como um dos mais violentos deque se conhece na história militar brasileira.

18  Com relação à Revolução Federalista, torna-se importante destacarmos que os maragatosforam os revoltosos, os federalistas, e os pica-paus , foram as tropas do governo, as tropasflorianistas.

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As forças paulistas conquistaram boa parte do Oeste do Paraná, nos territóriosque iam de Guaíra, pelo Rio Piquiri, passando por Belarmino, Serra dos Medeiros,Catanduvas, Benjamim e Foz do Iguaçu.

Os governistas, para enfrentar os revolucionários, organizaram três frentes: uma

em Ponta grossa, local do comando geral, outra vinda do Rio Grande do Sul, e umaterceira frente em Campo Mourão.Em março de 1925 as tropas governistas atacam Catanduvas. Foram dias de

combates ininterruptos, mas a luta continuou.

Coluna Sulista 

As tropas revolucionárias sulinas, sob o comando de Luiz Carlos Prestes,entraram no Paraná por Barracão, em fevereiro de 1925.

Permaneceram no Sudoeste por quase 2 meses, travando batalhas sucessivascom as tropas legalistas, chefiadas pelo Coronel Fermino Paim Filho e Claudino Nunes

Pereira.

Em abril de 1925 aconteceu em Foz do Iguaçu uma grande reunião dos paulistase sulistas, sob a liderança do General Izidoro Dias Lopes, para avaliarem a gravidade dasituação.

A retomada de Guaíra era problemática e as forças governistas avançavamconstantemente, objetivando encurralar os revolucionários no Rio Paraná. Diante disso,Prestes, Juarez e Paulo Kruger abriram uma picada até Porto Mendes. Com isso todas astropas recuaram, sempre combatendo, rumo a Porto Mendes e Porto Artaza, a fim deatravessar o Rio Paraná.

Sendo assim, no dia 30 de abril de 1924 todos estavam no Paraguai, rumo aMato Grosso e ao início de outra etapa da grande marcha da coluna Prestes. O objetivoera o Rio de Janeiro.

GUERRA DO CONTESTADO

Podemos dividir, de modo didático, a Guerra do Contestado em doismomentos: o primeiro, de cunho político, seria a disputa fronteiriça e jurídica sobre asterras do Contestado19  entre Paraná e Santa Catarina; o segundo, de cunho social, fica

 por conta do confronto armado entre os pelados e os peludos.

 Disputa fronteiriça entre Paraná e Santa Catarina 

Em 1853, após a autonomia política paranaense, inexistia um acordo defronteiras entre o Paraná e Santa Catarina.

19  Excluindo-se a parte já ocupada por Santa Catarina, compreendia o Contestado o territóriolimitado pelos rios: do Peixe, Uruguai, Peperi-Guaçu, Santo Antônio, Iguaçu, Negro e Preto, atésuas nascentes; seguia então pelo divisor de águas da Escarpa Geral até as nascentes do RioCanoinhas, afluente do Iguaçu e daí pelo divisor de águas da Escarpa do Espigão, até asnascentes do rio do Peixe.

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Deste modo, até 189120, quando a legislação sobre as terras passou a ser maisincrementada, a lei que vigorava sobre a posse era a mesma do século XVI  –   uti

 possidetis. Portanto, o Paraná tratou de ocupar a região do Contestado.A principal preocupação, sobretudo do governo federal, era a de garantir a

região do Contestado sob o domínio brasileiro21

.Entrementes, no final do século XIX estava sendo construída no Brasil a ferroviaque ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul e o caminho desta passava exatamente naregião contestada entre os dois estados, o que valorizava ainda mais a terra e trouxe àtona velhos atritos entre paranaenses e catarinenses. As disputas políticas acabaramacirrando os ânimos entre os dois estados.

O problema fronteiriço entre os dois estados vizinhos continuou a ser debatido por vezes nos parlamentos dos respectivos estados, até 1901. Neste ano, Santa Catarinaapresentou no Supremo Tribunal Federal uma ação judicial, reivindicando a fronteiracom o Paraná pelos rios Peperi-Guaçu, Negro e Iguaçu.

Os políticos catarinenses eram muito bem relacionados, possuindo grande apelo

na esfera federal. Tamanha influência acabou resultando em ganho de causa a favor doscatarinenses. Todavia, a decisão não foi aceita pelos paranaenses, o que levou aoacirramento da questão entre os dois estados.

É importante observar que na região contestada por Paraná e Santa Catarinahaviam núcleos urbanos já instalados há algum tempo, bem como havia um grandegrupo de caboclos, gente que vivia nas matas, em agrupamentos menores. As

 populações dos núcleos urbanos identificavam-se mais com o Paraná, apesar de que avontade política do governo federal fosse tendenciosamente favorável aos catarinenses.

A população da região contestada resolveu criar um Estado separado, o chamadoEstado das Missões, e até uma bandeira foi confeccionada. A ideia era a de proclamar aemancipação e, talvez futuramente, unirem-se ao Paraná. O governo do Estado assumiuo compromisso de apoiar a luta pela criação do Estado das Missões.

O clima fiou tenso na região, levando a possibilidade de uma conflagraçãoarmada na região. Foi então que o presidente da República Wenceslau Braz interveio nadisputa a fim de evitar um conflito bélico na região.

A partir daí, Santa Catarina decidiu negociar novamente a fim de se chegar auma solução que atendesse aos interesses de ambos os estados, devido ao fato deestarem temerosos de ficarem com um território limitado ao litoral e Serra do Mar.

Dessa forma, se chegou a um acordo, na qual o Paraná cederia o contestadonorte tendo linha divisória os rios Iguaçu e Uruguai, era a chamada Linha WenceslauBraz.

Questão social do Contestado 

A região do Contestado começou a sentir os efeitos da construção da estrada deferro São Paulo  –   Rio Grande do Sul que se iniciou em 1908. Para dar cabo de tal

 projeto foi contratada uma empresa norte-americana, a Brazil Railway Company22.

20 A Constituição de 1891 definiu que as fronteiras deveriam ser definidas politicamente e não juridicamente, sendo então uma competência das Assembleias Legislativas.21  Pertinente recordarmos da Questão de Palmas, isto é, a disputa por definições fronteiriçasentre Brasil e Argentina, sobretudo com relações às posses do sul do país e de Mato Grosso.22 A Brazil Railway Company demarcou até 1914 só no Paraná, 6 bilhões de metros quadradosde terra, principalmente próximo aos trilhos da estrada de ferro.

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O Brasil não tinha condições de pagar a construção dessa ferrovia, e o contratode concessão estipulou que os serviços seriam pagos com terras da região. A companhiareceberia 15 quilômetros de cada margem da ferrovia, assim, a companhia recebeuextensas glebas de terras que iam desde o vale do rio Ivaí até o rio Uruguai.

Para poder explorar as terras, se fez necessário desocupar a área, que eraocupada por posseiros. Para conseguir tal objetivo, a companhia acabou por montar umaguarda particular a fim de realizar a “limpeza” nas terras. Com a valorização que asterras receberam, muitos grandes proprietários de terras também resolveram tomar

 posse dias terras antes ocupadas pelos posseiros. Assim, os caboclos, ingênuos, nãotinham ninguém que pudesse ser por eles. Estavam sós.

Com relação ao cenário anterior à construção da ferrovia, dominavaeconomicamente a região a propriedade latifundiária, que agrupava em torno de si umgrande número de tropeiros, agregados, foreiros e desocupados, os quais viviam àmingua.

Faltava a estas populações qualquer tipo de assistência governamental e

espiritual, vivendo seus habitantes na marginalidade. Sua densa população cabocla viviano mais completo abandono, ingênua que era dominada por crenças fetichistas, ligadas adevoções católicas.

O sofrimento desses grupos marginalizados era tão grande que chegaram aacreditar que fosse coisa da República. Alguns defendiam a volta do Império, visto quenos dias de D. Pedro II não eram incomodados.

Dentro desse contexto, não foi difícil surgir a figura de um líder que passasse aconduzir o povo oprimido23  a uma revolta. Nesse cenário, torna-se importante a figuramítica do “monge”. 

Os monges 

Os estados sulinos eram percorridos desde os meados do século XIX até 1912, por figuras exóticas que a população dos nossos sertões chamava de “monges”. Viviammais na floresta, dormiam em grutas, possuíam barba crescida e cerrada, sandálias feitasde couro cru, na cabeça um barrete de pele de onça, um bordão na mão e um terço

 pendurado no pescoço.Os chamados “monges” foram, na realidade, três. O primeiro foi João Maria d’Agostini. Os caboclos atribuíam-lhe milagres e

 passaram a chama-lo de “São João Maria”. Morreu não se sabe como, nem quando. Paraeles, não era possível que um homem tão bom e santo pudesse desaparecer. Neste

ambiente de expectativa, surgiu o segundo “monge”, na pessoa de Anastás Marcaf.Conheceu pessoalmente a João Maria d’Agostini e ouvia suas pregações. Intitulava -seJoão Maria de Jesus . Dos três monges existentes, foi o que mais influencia deixou e oque mais se perpetrou na lembrança da população sertaneja. Morreu, ao que parece, nossertões de Santa Catarina, em 1906.

A tensão política e social aumentava e o furor e os desmandos da políciacatarinense e paranaense atemorizavam as populações sertanejas. Era necessário umlíder, um guia que chefiasse uma revolta. E ele apareceu na figura do terceiro “monge”

23 Revoltava e indignava ainda os sertanejos o fato de o governo federal vender extensas regiõesem lotes, a preços acessíveis, a imigrantes europeus que ali se fixavam, nada cabendo aos primeiros.

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que era, na realidade, Miguel Lucena, desertor da polícia paranaense. Aproveitou-se,este elemento, da tensão político-social existente no Contestado, arvorando-se em“monge”, nome de tão gratas recordações aos sertanejos.

Aliciou ao seu redor os descontentes, os injustiçados, os perseguidos, os

desajustados, os desempregados, os bandidos e os facínoras, e deu-lhes instruçãomilitar, armando-os com espadas, facões, pica-paus e gar ruchas. Este foi o “monge

guerreiro”. Surgiu nos sertões dos Campos Novos, chamando -se José Maria deAgostinho e dizendo irmão do falecido monge. Tornou-se chefe e guia. Organizou naregião uma resistência contra as investidas policiais, defendendo os desprotegidosmatutos. Criou os chamados “quadros santos” que eram reduto de resistência.

Contudo, sua ordem era clara: “não atacar, mas resistir”. Sua reivindicação

 básica era a solução do problema de terras. O número de adeptos aumentourapidamente.

O pretexto para a guerra surgiu a partir do momento que o monge negou-se aatender a um doente da família do Coronel Albuquerque, grande proprietário dos sertões

catarinenses e presidente da Assembleia Legislativa. A política catarinense procuroudispersar os sertanejos, não o conseguindo. Porém, com diplomacia, convenceu JoséMaria a transpor o rio do Peixe, entrando desta forma em território paranaense. Para asautoridades paranaenses, José Maria não passava de um invasor catarinense, de umchefe de fanáticos24.

 Pelados x Peludos25 

Os fanáticos instalaram-se nos campos de Irani (atualmente territóriocatarinense). A política paranaense tratou-os como usurpadores.

Após diversas investidas dos pelados, em uma dessas expedições o “monge”

José Maria é morto a tiros. Contudo, apesar da morte de seu “monge guerreiro”, avitória dos fanáticos em Irani armou-os com apreciável material bélico e apreendido. Oscombatentes do Contestado adotaram o sistema de guerrilha como estratégia decombate.

Sem o seu líder, os fanáticos abandonaram o território de Irani e voltaram para aregião de Campos Novos.

Ao longo do conflito, mais de dez batalhas ocorreram. A cada vitória sertanejamais equipamento era conseguido. Porém, ao longo do tempo de guerra, os objetivosforam se perdendo entre os caboclos e bandidos foram se juntando ao grupo. Destemodo, a luta perdeu toda a sua característica religiosa e o fanatismo, aliado ao

 banditismo, superou qualquer misticismo. As lideranças do movimento começaram adispersar-se, o que enfraqueceu os caboclos.

O desfecho 

O governo federal resolveu intervir com mais força para resolver o problema.

24  Os seguidores do ‘monge” passaram a ser chamados pelas autoridades governistas de“fanáticos”, pois seguiam “cegamente” as orientações de José Maria.  25  Na Guerra do Contestado, os revoltosos ficaram conhecidos como  pelados  e as tropasgovernistas como peludos.

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O PARANÁ NO PERÍODO GETULISTA (1930-1945)

O primeiro interventor do Paraná foi o General Mário Tourinho. No lugar de Tourinho, que ficou menos de um ano no poder, Getúlio Vargas

nomeou Manoel Ribas.Apesar de enérgico, Ribas, não permitiu perseguições políticas e garantiu umaestabilidade e continuidade administrativa. Sua relação, porém, com os tenentes e com aoligarquia local nunca foi muito amistosa, ficando distante de seus conflitos. Issofavoreceu o desenvolvimento do Estado.

 No setor industrial o Governo se empenhou para a instalação da indústria de papel em Monte Alegre, uma das maiores do Brasil.

Um dos grandes méritos do Governo de Manoel Ribas foi conduzir o Estadocom equilíbrio econômico-financeiro. Desenvolveu uma gestão austera e deixou oParaná em bom estado para o governo sucessor. Todavia, o governo de Ribas funcionousem nenhum planejamento para o futuro, era mais uma administração “feijão com

arroz”. Durante seu governo de 13 anos, a economia paranaense mudou de rumo.Ocorreu o declínio da cultura do mate, o esplendor da indústria madeireira e o início dacultura cafeeira.

Com a multiplicação das serrarias e a derrubada do pinheiro, os ervais perdiam a proteção natural. Foi o começo do fim da exuberante e singular floresta de dois andares(o pinheiro e a erva-mate) e o início da ocupação do norte do Estado, com a culturacafeeira.

O Governo Federal, porém, foi lesivo ao Paraná. Criou o Território do Iguaçu,arrebatando boa parte do território paranaense. A fim de beneficiar o grupo gaúcholigado a sua pessoa, Vargas decide passar a iniciativa nacionalizadora para o âmbitofederal, para tanto pretendia criar o Território do Iguaçu26. Porém, o real objetivo deVargas era subtrair vastas extensões de terras do Estado do Paraná e Santa Catarina. Talmedida beneficiaria os gaúchos a fim de que voltassem a liderar a política brasileira,

 perdida para São Paulo devido à Política do Café com Leite. Protegeu o Porto de Santosem detrimento do Porto de Paranaguá, que precisava de aparelhamento para oembarque, principalmente de erva-mate e madeira. Deixou, também, de atender asnecessidades da Universidade do Paraná.

 No dia 05 de dezembro de 1945, Manoel Ribas foi afastado do Governo. Comonão existia vice-governador e nem Assembleia Legislativa27, assumiu o governo,Clotario Portugal, Presidente do Tribunal de Justiça.

Com a morte de Manoel Ribas, em 1946, Moisés Lupion se considera herdeiro e

continuador de sua obra e assume a liderança política do Paraná, sendo eleitogovernador e começando, assim, nova fase na História do Paraná.

EXERCÍCIOS 

QUESTÃO 01:(UEM-2011) Sobre a revolução federalista no Paraná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

26  A Constituinte de 1946 dissolveu o Território do Iguaçu, se destacando neste processo odeputado paranaense Bento Munhoz da Rocha Neto.27  A Assembleia Legislativa foi fechada por Getúlio Vargas em 16 de março de 1937, e sóvoltou a funcionar após a abertura democrática de 1946.

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01) A revolução federalista, depois de envolver o Paraná, estendeu-se para os estados de SãoPaulo e de Minas Gerais.

02) Durante a revolução federalista, ocorreram grandes atrocidades por parte das tropasenvolvidas.

04) O Paraná se constituiu em uma região central da luta armada, ao impedir o avanço dosmaragatos em direção a Santa Catarina.

08) A resistência dos florianistas, na Lapa, sob o comando do Gomes Carneiro, freou o avançoda Revolução Federalista no Estado.

16) No Paraná, com a vitória dos maragatos sobre os florianistas, foram travadas as últimas batalhas da revolução federalista.

QUESTÃO 02:

(UEM-2011) Sobre a guerra do contestado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).01) A guerra do contestado inspirou Euclides da Cunha na elaboração do livro Os sertões, emque é narrada a dura vida dos sertanejos brasileiros.

02) Os conflitos do contestado relacionam-se à disputa pela posse de terras na região, entrefazendeiros e posseiros, que tentavam manter-se nas terras devolutas, e aos interesses da BrazilRailway Company.

04) O monge Antonio Conselheiro liderou as lutas dos camponeses da região contra as tropas doGoverno Federal e do Estado do Paraná.

08) A guerra do contestado relaciona-se às disputas de limites territoriais entre o Estado doParaná e Estado de Santa Catarina.

16) Como resultado da guerra do contestado, os territórios que formavam o Estado do Iguaçuforam incorporados ao Estado de Santa Catarina.

QUESTÃO 03:(UEM-2013) Sobre a Revolução Federalista, ocorrida entre 1893 e 1895, e a sua relação com ahistória do Paraná, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).

01) Entre os maragatos, isto é, os federalistas, havia um grupo que pretendia criar uma novanação, formada pelo Sul do Brasil e o Uruguai.

02) Em seu avanço em direção a São Paulo, as tropas federalistas chegaram a ocupar parte doterritório paranaense, inclusive a capital, Curitiba.

04) A Revolução Federalista chegou ao fim com a vitória dos pica-paus, isto é, dos legalistas,apoiados por forças militares fiéis ao governo federal.

08) Um dos motivadores da Revolução Federalista foi o abandono da região da fronteira entreParaná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo governo federal, fazendo que seus habitantesvivessem na marginalidade.

16) Em razão de seu caráter regional, a Revolução Federalista se estendeu a territórios doParaguai e da Argentina.

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Todo o território do Paraná foi ocupado e hoje está interligado. Para que issoocorresse tornou-se necessário a criação de condições para a locomoção de pessoas ecargas em todo o Estado, seja fluvial, rodoviário, ferroviário ou aéreo.  

OS RIOS E O SETOR HIDROVIÁRIO

A conjunção de fatores físicos e naturais propicia ao Paraná uma significativarede hidrográfica.

As mais importantes bacias são as do Tibagi, Paranapanema, Ivaí, Piquiri eIguaçu. São predominantemente rio de planalto, o que dificulta a navegação, poisapresentam cachoeiras, quedas e corredeiras. Possuem, por isso, considerável potencial

hidrográfico.O transporte fluvial é quase nulo atualmente. Tivemos, porém, uma boa

experiência que durou 71 anos no Rio Iguaçu.Com relação a uma análise histórica, o Rio Paraná, principalmente entre Guaíra

e Foz do Iguaçu, foi aproveitado pelos “obrageros” argentinos no transporte de erva -mate e madeira, que eles extraiam ilegalmente no Oeste do Paraná. Essa exploraçãodurou de 1881 a 1930. Para a carga e descarga de seus navios eles possuíam 14 portosno percurso do Rio Paraná.

Atualmente, para facilitar a exportação de seus produtos, o Paraná possui, principalmente, três portos: Paranaguá, Antonina e Foz do Iguaçu. O porto deParanaguá é o segundo do Brasil em importância. O Porto de Antonina foi reativado

 para exportar, principalmente, madeira, açúcar e produtos frigoríficos. O porto seco deFoz do Iguaçu é ponto estratégico para quem pretende comércio com o MERCOSUL.

SISTEMA RODOVIÁRIO: CAMINHOS E ESTRADAS

Os índios já percorriam o atual território do Paraná há muito tempo, utilizandovários caminhos, sendo o mais importante o Caminho de Peabiru. Ele serviu, inclusive,de via de acesso às fabulosas minas de prata de Potosí, na Bolívia. O Caminho dePeabiru possuía vários ramais que passavam pelos Campos Gerais do Paraná e foramutilizados pelos primeiros portugueses e espanhóis que penetraram o território,

 principalmente em busca de ouro e prata. No início da ocupação do Paraná pelos portugueses, surgiu o problema daligação entre litoral e o primeiro planalto, transpondo a Serra do Mar. Três principaiscaminhos foram utilizados: Graciosa, Itupava e Arraial.

Estrada da Graciosa: quando da Emancipação Política do Paraná em 1853, não existiaainda uma estrada que permitisse um transito regular entre o litoral e o planalto.Resolveu-se, então, abrir uma rodovia, sendo utilizado boa parte do Caminho daGraciosa, a qual foi concluída em 1872. Na construção dessa estrada, teve papeldestacado o engenheiro Antônio Rebouças. A Estrada da Graciosa é hoje importante

 ponto turístico do Estado.

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A rodovia, porém, que exerceu papel decisivo na ligação planalto-litoral, e quecontribuiu para o desenvolvimento das praias, foi a BR 277, Rodovia Paranaguá-Curitiba. Ela é parte da estrada que vai até Foz do Iguaçu, com 640 km, sendo umimportante corredor de exportação.

Atualmente, todo o Estado do Paraná está cortado por rodovias, existindo umsistema que ultrapassa 140.000 km, dos quais cerca de 13.000 asfaltados e que estãointerligados a malha ferroviária federal, com 3.000 km em nosso Estado. Atualmenteesse sistema gira em torno do Anel de Integração, interligando as cidades polos doEstado.

SISTEMA FERROVIÁRIO

 ESTRADA DE FERRO PARANAGUÁ-CURITIBA: em 1875, D. Pedro II determinouque em Paranaguá fosse o local de início da obra da Estrada de Ferro que ia transpor a

Serra do Mar até Curitiba.Apenas quatro anos depois foi autorizada a transferência de todos os direitos

 para uma empresa estrangeira, a Compagnia Generale de Chemins de Ferr Brasiliens.Finalmente, em fevereiro de 1885 a primeira locomotiva saiu de Paranaguá rumo

a Curitiba. O tráfico regular começou a operar em 1885.Em 1942, o Governo Federal escampou a estrada, instituindo a Rede de Viação

Paraná-Santa Catarina e em 1957, foi criada a Rede Ferroviária Federal, que passou aadministrar a referida estrada até 1997, quando foi privatizada.

 ESTRADA DE FERRO SÃO PAULO-RIO GRANDE DO SUL: em 1889, o Governoemitiu um decreto, concedendo ao engenheiro João Teixeira Soares, o direito para aconstrução de uma estrada de ferro de Itararé a Santa Maria da Boca do Monte.

Teixeira Soares fundou a Compagnie Chemins de Fer Sud. Quest Bresiliens,com capital belga e francês, para a qual transferiu a concessão.

Em 1890 a empresa inicia a construção, partindo de Santa Maria. Em 1894 aconcessão do trecho de Itararé ao Rio Uruguai foi transferida para a Companhia deEstradas de Ferro São Paulo-Rio Grande do Sul, que começou a obra em duas frentes:de Ponta Grossa a União da Vitória, que foi concluída em 1905 e de Ponta Grossa aItararé que só foi concluída em 1908. A concessão dava um prazo de 5 anos para aconstrução de todo o trecho. Acontece, porém, que 15 anos depois, isto é, em 1905, sóestavam concluídos 599 km.

Tendo em vista o atraso, o Ministro de Viação e Obras Públicas, Lauro Muller, promoveu a vinda ao Brasil do empreendedor norte-americano Percival Farquhar, quefundou a Brazil Railway Company, empresa que adquiriu o controle acionário daCEFSPRG.

 Novo ritmo foi imposto nas diversas frentes. Em 1910, a estrada chega até o rioUruguai, cortando a região do Contestado e em 1910 o primeiro trem trafegou nos 1.403km.

 ESTRADA DO CAFÉ : em 1886 foi inaugurada a estrada de ferro de Jundiaí a Santos para transportar o café até o Porto.

Essa ferrovia desviou a produção de café do norte do Paraná para Santos com

sérios prejuízos para a receita do Estado do Paraná.

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 ESTRADA DE FERRO GUAÍRA-PORTO MENDES : em 1907, a firma Ismarch, Alves& Cia recebeu do Governo do Paraná a concessão para a construção da estrada de ferrode Guarapuava ao Rio Paraná. Em 1913 a multinacional Mate Laranjeira se apoderoudessa concessão.

Aproveitaram para construir uma estrada de ferro para atender seus interesses,ligando o alto ao baixo do Rio Paraná.Essa estrada foi inaugurada em 1917. Era uma estrada particular. Por incrível

que possa parecer, durante 11 anos ela não permitiu a passagem de outras pessoas,inclusive brasileiros.

Atualmente ela não existe mais. No Lugar há um museu em Marechal CândidoRondon.

 FERROVIA DA PRODUÇÃO: em 1980 o Brasil assinou com o Paraguai o Tratado deInterconexão Ferroviária entre os dois países estabelecendo a construção da ferrovia dasoja ou da produção.

A Estrada de Ferro paraná Oeste (FERROESTE) foi constituída em 1988, comcapital inicial do Governo federal, do Governo Estadual e de 27 entidades da região,sendo a mais importante a COTRIGUAÇU que possui cerca de 40.000 associados.

 PRIVATIZAÇÃO DO SISTEMA FERROVIÁRIO: toda a malha ferroviária do sul doBrasil foi privatizada em 1997.

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OS

TRÊS

PARANÁS 

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A partir da década de 1960, o Paraná pode ser considerado um Estadoterritorialmente ocupado. Em consequência das fases históricas que condicionaram a

colonização do território paranaense, podemos dividir a ocupação do Estado em trêsáreas histórico-culturais.A primeira área corresponde ao que chamamos de Paraná Tradicional. Este

Paraná iniciou sua história no século XVI, com a descoberta do primeiro ouroencontrado pelos portugueses no Brasil. Todavia, o metal foi excessivamente escasso.

 No século XVIII, com o surgimento do caminho das tropas Sorocaba-Viamão,teve início a ocupação dos Campos Gerais. O criatório e o tropeirismo promoveramuma recuperação econômica da região que seria futuramente o Paraná. Foi estasociedade, que tinha como suas bases em Paranaguá (litoral), Curitiba (primeiro

 planalto) e Campos Gerais, que promoveu na primeira parte do século XIX a ocupaçãodos Campos de Guarapuava e Palmas.

Com as anexações desses novos territórios à vida econômica, predominou noterritório paranaense a economia das fazendas, isto é, do criatório.

 No final do século XVIII e parte do XIX, os Campos Gerais detinham ahegemonia na ainda pacata sociedade paranaense. Neste período, através do caminhoSorocaba-Viamão, essas populações dos Campos Gerais recebiam forte influência

 paulista e rio-grandense. No século XIX, esta área recebeu influência de numerosas correntes

imigratórias: alemães, poloneses, italianos, ucranianos, sírio-libaneses, austríacos,franceses, ingleses, holandeses, etc. estas levas de imigrantes reforçaram a pronúncia jáencontrada na região e promoveram uma substancial transformação na sociedade.

Do ponto de vista político, é do Paraná Tradicional que até pouco tempoemanava, quase exclusivamente, o poder político. Foram os luso-paranaenses

 proprietários de terras que, desde a emancipação política do Paraná em 1853, passarama controlar politicamente a região. No século XIX, o domínio público da provínciaemanava desses grandes fazendeiros dos Campos Gerais. Embora os presidentes de

 província fossem nomeados pelo governo imperial do Rio de Janeiro, o controle político-ideológico emanava dos latifúndios dos Campos Gerais e exercia-se através daAssembleia Provincial e dos cargos administrativos da máquina burocrática.

Até o advento da república, o poder político no Paraná foi exercido de formaoligárquica, tendo por base o latifúndio e a estrutura patriarcal das principais famíliascriadoras de gado dos Campos Gerais.

 No início do período republicano, comprovou-se a decadência dessa tradicionalelite campeira. As fazendas de criatório perderam sua importância, ao mesmo tempo emque cresceu a importância de Curitiba como centro administrativo e econômico. Mas, se

 por um lado a oligarquia campeira perdia influencia real, por outro conseguia manterseu poder elegendo a partir da República e os presidentes do Estado. Estes passaram aser eleitos e não mais nomeados pelo poder central.

 No período republicano, a elite campeira foi obrigada a aceitar alianças comfamílias importantes de outras regiões do Estado, para manter-se no poder.

A segunda área cultural do Estado corresponde ao Norte do Paraná . Aocontrário do que comumente se aceita, o início da colonização do norte não foi obra daexpansão da economia do café. O chamado norte velho ou norte pioneiro  é mais antigo

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do que se possa conceber à primeira vista. O início da sua colonização data da décadade 1840.

Fazendeiros mineiros, proprietários de latifúndios decadentes, donos de terrasditas cansadas, lançaram-se também ao tropeirismo.

Após os mineiros, penetraram também os paulistas, os próprios paranaenses, japoneses, italianos, sírio-libaneses, etc. A agricultura de subsistência e a exploração daimensa floresta subtropical, foram seu primeiro incentivo econômico. O café tornou-seeconomicamente viável apenas nos últimos anos do século XIX e início do XX.

Com a entrada de mais de um milhão de migrantes no Norte do Paraná, houveuma séria ameaça à hegemonia política exercida no Estado pela elite do ParanáTradicional. Para alegria dessa elite, os nortistas  não se manifestaram de início muitaintenção de exercer os direitos políticos advindos do peso demográfico que o norte

 passou a representar no conjunto do Estado.As populações no Paraná Tradicional passaram a considerar os nortistas  como

adventícios  que vieram a apoderar das riquezas do Estado, sem se interessarem por suas

tradições. Os nortistas, por seu turno, avaliavam as gentes do sul como possuidoras de pouca iniciativa, atribuindo-lhes epítetos pejorativos. Era o conflito natural entre ostradicionais do sul e os pés vermelhos do norte.

Os  pés vermelhos teimavam em permanecer afastados dos problemas políticos eadministrativos do Estado e continuavam vibrando e se interessando mais pelos

 problemas de suas respectivas regiões de origem.Em consequência dessa atitude, a tradicional oligarquia paranaense continuava a

governar sozinha o Paraná e se mantinha no poder deforma incontestável.A terceira área histórico-cultural originou-se após meados da década de 1950.

Uma nova frente pioneira penetrou em território paranaense. Chegava ao Paranáestimulada pelos problemas com mão-de-obra agrícola no Rio Grande do Sul e SantaCatarina. A este deslocamento populacional chamamos de  frente sulista, ocupando amaior parte do sudoeste e parte do oeste paranaense. Numericamente, a  frente sulista foide menor intensidade do que a nortista. Os migrantes oriundos desta frente decolonização fundaram e se estabeleceram em importantes núcleos no sudoeste e oestedo Estado: Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Santo Antônio do Sudoeste, Medianeira,Santa Helena, Toledo, Marechal Cândido Rondon, etc.

Tal qual ocorreu no norte do Estado, a oligarquia dirigente nunca de preocupouem desenvolver com os componentes dessa frente uma política séria de assimilação eintegração ao todo paranaense.

As elites do Paraná Tradicional nunca de preocuparam a fundo com o Norte do

Paraná ou mesmo com o sudoeste e o oeste. As camadas hegemônicas que governavamo Paraná, sobretudo no início do século, não viam com bons olhos a presença dessas populações que alguns de seus expoentes chegavam a chamar de adventícias.

Entretanto, a partir de meados da década de 60, iniciou-se uma presença maiordo norte na política e administração paranaense.

EXERCÍCIOS

QUESTÃO 01(UEM-2010) Leia o Texto abaixo e assinale a(s) alternativa(s) correta(s): “Com a entrada demais de um milhão de migrantes no Norte do Paraná, houve uma séria ameaça à hegemonia política exercida no Estado pela elite, os nortistas não manifestaram de início muita intenção de

exercer os direitos políticos advindos do peso demográfico que o norte passou a representar no

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conjunto do Estado. Ficavam como que de costas para a capital e de frente para os problemasdos seus estados de origem, notadamente São Paulo e Minas Gerais. Inicialmente poucos seinteressavam pelos problemas político-administrativos do Paraná. Este comportamento dedistanciamento dos problemas paranaenses ocorria nos mais diversos assuntos: do futebol àeconomia.” (WACHOWICZ, Ruy Christovam.  História do Paraná, Curitiba: Vicentina, 1995, p. 270.).

01) Segundo o texto, o desinteresse pelas questões regionais, por parte dos migrantes queocupara as terras do Norte do Paraná, permitiu que a “elite do Paraná tradicional” mantivessesua hegemonia política do Estado.

02) A ocupação da região Norte do Paraná foi, em grande medida, resultado da expansão dasáreas cultivadas com café.

04) Em razão do desinteresse explicitado no texto e do preconceito da “elite tradicional”, oParaná nunca elegeu políticos da região Norte do Estado para representa-lo.

08) O texto relaciona a grande separação entre a capital e o Norte do Estado, nos dias atuais, aomovimento pela criação do Estado do Paraná do Norte, EPAN.

16) Apesar das recentes mudanças, a produção de café continua sendo o setor mais importanteda economia da região Norte do Estado do Paraná.

QUESTÃO 02:(UEM-2012) Leia o texto e assinale a(s) alternativa(s) correta(s). “As elites do Paranátradicional nunca se preocuparam a fundo com o Norte do Paraná ou mesmo com o sudoeste e ooeste. As camadas hegemônicas que governavam o Paraná, sobretudo no início do século XX,não viam com bons olhos a presença dessas populações que alguns de seus expoentes chegavam

a chamar de adventícias. Perceberam que poderiam perder a liderança absoluta que exerciam noEstado [...]. Entretanto, a partir de meados da década de 60, iniciou-se uma presença maior donorte na política e administração paranaense.” (WACHOWICZ, R. C. História do Paraná, 7ª. ed.Curitiba: Vicentina, 1995, p. 272).

01) Segundo o texto, em nossos dias, não há uma participação de representantes do interior doEstado no cenário político estadual, com exceção do Norte paranaense.

02) A colonização do Norte do Paraná, referida no texto, teve como base econômica acafeicultura e ocorreu mais recentemente, quando comparada ao “Paraná tradicional”.

04) O termo “Paraná tradicional” refere-se à Região Oeste do Estado, ocupada por migrantescatarinenses e gaúchos que mantiveram suas tradições a partir da fundação dos Centros deTradições Gaúchas (CTGs).

08) Segundo o texto, em razão de concentrar a maioria da população do Estado do Paraná, a partir dos anos sessenta, a Região Norte assumiu e manteve a hegemonia política no Estado.

16) O texto mostra a existência de disputas políticas regionais que contrapõem políticos do“Paraná Tradicional” ao “Norte do Paraná”.

GABARITO

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AS POPULAÇÕES NATIVAS:

QUESTÃO 01: 01-02-08-16QUESTÃO 02: 01-02-08QUESTÃO 03: 04-08-16

A PRESENÇA EUROPEIA NO TERRITÓRIO PARANAENSE:

QUESTÃO 01: 01-16QUESTÃO 02: 01-04QUESTÃO 03: 02-04QUESTÃO 04: 01-02-04-08QUESTÃO 05: 04-08QUESTÃO 06: 02-16QUESTÃO 07: 08-16QUESTÃO 08: 01-02-04-16

QUESTÃO 09: 01-04

OCUPAÇÃO E POVOAMENTO DO PARANÁ:

QUESTÃO 01: 01-08QUESTÃO 02: 02-08-16QUESTÃO 03: 04-08QUESTÃO 04: 16QUESTÃO 05: 01-08QUESTÃO 06: 02-04QUESTÃO 07: 04-08

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA PARANAENSE:

QUESTÃO 01: 02-16

ASPECTOS DA ECONOMIA DO PARANÁ:

QUESTÃO 01: 02-16QUESTÃO 02: 02QUESTÃO 03: 01-16QUESTÃO 04: 02-04-16QUESTÃO 05: 02-08QUESTÃO 06: 02-04-08-16

ESCRAVIDÃO:

QUESTÃO 01: 08-16QUESTÃO 02: 01-02-08QUESTÃO 03: 04-16

IMIGRAÇÃO:

QUESTÃO 01: 02-04-16QUESTÃO 02: 02-04

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