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Língua Portuguesa e Literatura Professor C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 4 4 3ª série | 4° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série Língua Portuguesa Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Reconhecer as características estruturais e as etapas básicas de textos dissertativos opinativos e expositivos. 2. Relacionar intencionalidade discursiva ao contexto de produção, ao interlocutor e à finalidade comunicativa. 3. Identificar as marcas linguísticas de impessoalidade, de opinião e de generalização. 4. Identificar o papel argumentativo dos conectivos coordenativos e subordinativos e usá- los de modo a garantir coesão e coerência ao texto.

Apostila de Portugues do 4º Bimestre.pdf

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Língua Portuguesa

e Literatura

Professor

CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

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AApprreennddiizzaaggeemm

AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0044

33ªª sséérriiee || 44°° BBiimmeessttrree

Disciplina Curso Bimestre Série

Língua Portuguesa Ensino Médio 4° 3ª

Habilidades Associadas

1. Reconhecer as características estruturais e as etapas básicas de textos dissertativos opinativos e expositivos.

2. Relacionar intencionalidade discursiva ao contexto de produção, ao interlocutor e à finalidade comunicativa.

3. Identificar as marcas linguísticas de impessoalidade, de opinião e de generalização.

4. Identificar o papel argumentativo dos conectivos coordenativos e subordinativos e usá-los de modo a garantir coesão e coerência ao texto.

Page 2: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

2

A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o

envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes

preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma

estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar

suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções

para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades

roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é

efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,

também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.

Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior

domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para

o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

ferramentas da autorregulação.

Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se

para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o

aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da

Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às

suas aulas.

Estamos à disposição através do e-mail [email protected] para quaisquer

esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.

Secretaria de Estado de Educação

Apresentação

Page 3: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

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Caro tutor,

Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas

habilidades e competências do 4° Bimestre do Currículo Mínimo de Língua Portuguesa e

Literatura da 3ª Série do Ensino Médio. Estas atividades correspondem aos estudos

durante o período de um mês.

A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades

com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as

trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no

percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da

disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de

nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.

Neste Caderno de Atividades, vamos aprender a reconhecer as características e

as etapas básicas do texto dissertativo e a identificar os diversos sentidos que os

conectivos atribuem aos textos. Na segunda parte, vai aprender a reconhecer as

intencionalidades no texto através de vários recursos linguísticos.

Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas

relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal

eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o

Professor Tutor.

Este documento apresenta 08 (oito) aulas. As aulas podem ser compostas por

uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias

relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e

atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As

Atividades são referentes a dois tempos de aula. Para reforçar a aprendizagem, propõe-

se, ainda, uma avaliação e uma pesquisa sobre o assunto.

Um abraço e bom trabalho!

Equipe de Elaboração

Page 4: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

4

Introdução .................................................................................. 03

Objetivos Gerais ........................................................................... 05

Materiais de Apoio Pedagógico ................................................... 05

Orientação Didático-Pedagógica ................................................. 06

Aula 01: O texto opinativo ........................................................... 07

Aula 02: O texto expositivo .......................................................... 12

Aula 03: O papel argumentativo dos conectivos ......................... 16

Aula 04: As intenções no texto (a modalização) .......................... 21

Aula 05: As intenções no texto (os implícitos no discurso) .......... 26

Aula 06: A objetividade e a impessoalidade.................................. 31

Avaliação ...................................................................................... 36

Pesquisa ........................................................................................ 39

Referências ................................................................................... 41

Sumário

Page 5: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

5

No 3º ano do Ensino Fundamental, é importante que o aluno avance no estudo

do texto dissertativo-argumentativo, visto que este gênero textual é exigido no ENEM,

nos vestibulares, nos concursos públicos e até em processos seletivos de algumas

empresas.

Além disso, é um gênero que dá ao indivíduo a possibilidade de exercer um

papel definido na sociedade, pois permite que desenvolva seu potencial político e de

cidadania através da argumentação.

Os recursos linguístico-discursivos apresentados neste caderno são de

fundamental importância para a vida do aluno-cidadão, pois conferirão a ele um outro

olhar sobre qualquer discurso oral ou escrito. Propiciarão também que ele perceba

intenções e posicionamentos distintos e, ainda, que expresse seu posicionamento da

forma que considerar mais eficiente.

No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais

que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

Aula Referência

Teleaulas nº

Orientações Pedagógicas do CM

Recursos Digitais

Aula 1 -- http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=3S

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Aula 2 -- http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=3S

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Aula 3 33, 39, 65, 66, 71

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Materiais de Apoio Pedagógico

Objetivos Gerais

Page 6: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

6

3S

Aula 4 58 http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=3S

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Aula 5 23, 82, 36, 41, 67, 09,

50

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=3S

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Aula 6 58 http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/

cm_materia_periodo.asp?M=9&P=3S

http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/downloads/cm

/cm_12_9_3S_3.pdf

Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,

sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no

Caderno do Aluno:

1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo

sem o auxílio de um professor.

2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.

3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual

ou em dupla.

4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção

Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.

5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos

abordados no texto base.

6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas

ATIVIDADES.

7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com

toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para

que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.

Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.

Orientação Didático-Pedagógica

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7

Caro aluno, você sabe o que é um texto opinativo? O termo “opinativo” vem de

“opinião”. Sendo assim, um texto opinativo é aquele que, além de falar sobre

determinado assunto, trazer uma determinada informação, traz ainda uma breve

consideração pessoal sobre determinado tema ou informação.

Um texto opinativo deve ser claro, ter boa fundamentação, utilizando a

variedade padrão da língua. Bons exemplos de texto opinativo são o editorial e o artigo

de opinião.

Vamos ler um exemplo.

Você sabe para onde vai o lixo?

Disponível em: http://envolverde.com.br/portal/wp-content/uploads/2011/04/1297.jpg

Cerca de 76% do lixo diário brasileiro, que chega a 70 milhões de quilos, são

despejados em céu aberto. Somente 10% vão para lixões controlados, 9% vão para

aterros sanitários e somente 2% são reciclados.

A queima de lixo que é bastante utilizada é também prejudicial, pois libera

gases nocivos à atmosfera, empobrece o solo e desperdiça materiais recicláveis e de

energia.

Há vários caminhos para acabar com o lixo de forma correta, a coleta seletiva é

um importante e considerável caminho, pois facilita o processo de reciclagem e o

Aula 1: O texto Opinativo

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8

processo de transformação do lixo orgânico em adubo e gás metano.

Disponível em http://www.brasilescola.com/curiosidades/voce-sabe-para-onde-vai-lixo.htm

Este é um pequeno texto que fala sobre o tratamento de lixo no Brasil. Ele traz

informações claras sobre quantidades, locais de despejo, além de apresentar uma

forma de tratamento habitual - a queima. Trata também da coleta seletiva, da

reciclagem e da transformação do lixo orgânico em adubo e gás metano.

A apresentação do assunto “lixo”, porém, não é meramente informativa, com

exposição de fatos, de conceitos e de dados estatísticos. O texto apresenta um caráter

opinativo. Vejamos as marcas que mostram a opinião do autor no texto:

1º Ao falar dos 76% do lixo diário que são levados para os lixões sem infra-

estrutura adequada, o autor utiliza a seguinte expressão: “despejados em céu

aberto”, enquanto que para as porcentagens que seguem para ambientes controlados

e adequados, ele utiliza a expressão “vão para”. A palavra “despejo” carrega em si um

peso negativo e, no texto, traduz a ideia de “sem controle” e a expressão “a céu

aberto”, significa, no texto, ser algo feito “sem um mínimo de cuidado e de

preocupação”.

2º Julga a queima de lixo como algo prejudicial e traz seus argumentos: libera

gases nocivos à atmosfera, empobrece o solo e desperdiça materiais recicláveis e de

energia.

3º Apresenta uma solução ao problema apresentado: a coleta seletiva. Para

defender sua sugestão, apresenta mais argumentos: facilita o processo de reciclagem

e o processo de transformação do lixo orgânico em adubo e gás metano.

Como você vê, um texto opinativo é aquele em que se apresenta uma

informação e posiciona-se em relação a ele.

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Leia o texto abaixo e responda as perguntas:

Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que

tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é um ponto. Para

entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão

de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os

pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale

dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha,

que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o

animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.

Boff, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999.

1. Retire do texto um trecho em que o autor diz que a interpretação é algo individual,

ou seja, cada pessoa interpretará um texto de acordo com as experiências pelas quais

passou.

Resposta comentada:

1º trecho: “Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés

pisam.”

2º trecho: “Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e

qual é sua visão de mundo.”

3º trecho: “A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é

essencial conhecer o lugar social de quem olha.”

2. Leia o trecho:

“Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário

saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo.”

Atividade Comentada 1

Page 10: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

10

Os textos opinativos geralmente tratam de assuntos de interesse geral,

embasando as opiniões em fatos e informações importantes socialmente. Podemos,

então, deduzir, que o autor leva em conta um olhar também social para fazer seus

textos? Justifique.

Resposta comentada: Sim. O autor de um texto opinativo escreve reconhecendo o

ponto de vista social sobre o assunto e reforçando-o ou até mesmo podendo

combatê-lo, em parte.

3. Ao ler um texto opinativo (um editorial, um artigo de opinião, uma carta do leitor

etc.) para uma atividade de interpretação, o aluno precisa estar a par dos

acontecimentos sociais, culturais, políticos, econômicos, científicos e tudo mais que

afete a vida humana em sua comunidade, ao seu redor, direta ou indiretamente. Qual

parte do texto confirma esta afirmativa?

Resposta comentada: “Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que

experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas

da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre

uma interpretação.”

Texto para a questão 04

Haverá um mapa para este tesouro?

“Diversidade biológica” significa a variabilidade de organismos vivos de todas

as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e

outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;

compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de

ecossistemas.” (Artigo 2 da Convenção sobre Diversidade Biológica). O Brasil, país de

dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme biodiversidade, sendo

definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de diferentes fontes, ecoa aos

nossos sentidos como ter à disposição, ao alcance de todos, um grande tesouro. No

entanto, todos sabemos que um grande tesouro escondido em locais inacessíveis, ou

Page 11: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

11

mesmo localizado sob os nossos olhos, sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la,

significa um grande sonho.... e sonhos não costumam tornar-se realidade... podem até

evoluir para pesadelos...

Assim, fica evidente que o conhecimento científico, embasado em fatos, é

essencial para dar suporte a hipóteses que gerem projetos que permitam expandir

esses conhecimentos e servir de partida para projetos que permitam a aplicação

racional e sustentada dessa riqueza. Todos sabem que a pior atitude é “...matar a

galinha dos ovos de ouro...”. Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como

cuidar da galinha e fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como

herança.

Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência & Cultura. Julho/agosto/setembro 2003. p. 20.

04. “‘Diversidade biológica’ significa a variabilidade de organismos vivos de todas as

origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros

ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;

compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de

ecossistemas.”

Esta parte do texto expressa a opinião do autor ou traz uma informação, um conceito?

Justifique.

Resposta comentada: este trecho não traz nenhum posicionamento do autor. Ele

apenas apresenta uma definição de “Diversidade biológica”.

05. “Todos sabem que a pior atitude é ‘...matar a galinha dos ovos de ouro...’.”

Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da galinha e fazê-la

reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.”

No texto, a quem se refere o autor ao falar de ovos de ouro e da galinha?

Resposta comentada: Ao falar de ovos de ouro, o autor se refere aos recursos

naturais explorados no país. Ao falar sobre a galinha, ele se refere às fontes desses

recursos.

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12

Nesta aula, aprenderemos sobre a dissertação expositiva. Você já sabe que a

dissertação é um texto em que o autor escolhe um determinado assunto a ser

apresentado, exposto ao leitor. Ele, o autor, pode escolher duas abordagens de

exposição deste assunto:

1. Expor suas ideias sobre determinado assunto e confrontá-las com outras opiniões,

tentando convencer o leitor de que seu ponto de vista é o ideal;

2. Expor um determinado assunto, apenas explicando algo que se julgue importante

passar ao leitor, sem o combate de ideias e de pontos de vista.

Este segundo posicionamento, descomprometido com o convencimento do leitor a

uma ideia, é que constitui o texto dissertativo expositivo.

Na dissertação expositiva, apresentamos um assunto apenas explicando-o,

interpretando ideias, sem debate ou confronto de posicionamentos ou sem o objetivo

do convencer o leitor a um determinado ponto de vista.

Vamos ler, agora, um exemplo de uma dissertação expositiva.

Telefone celular

Telefone celular (português brasileiro) ou telemóvel (português europeu) é um

aparelho de comunicação por ondas eletromagnéticas que permite a transmissão

bidirecional de voz e dados (...). A invenção do telefone celular ocorreu em 1947 pelo

laboratório Bell, nos Estados Unidos.

Telefone celular, ou simplesmente "celular" (plural celulares), é a designação

utilizada no Brasil. Este termo se origina do formato de uma rede de telefonia móvel:

cada célula é o raio de ação de cada uma das estações base (antenas de

emissão/recepção) do sistema, e o fato de elas estarem muito próximas faz com que a

representação da rede se assemelhe a uma colmeia.

Aula 2: O Texto Expositivo

Page 13: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

13

Em Portugal, estes equipamentos são designados por "telemóvel" (plural

telemóveis), uma simplificação de "telefone móvel”.

A primeira rede de telefonia celular do Brasil foi lançada pela TELERJ, na cidade

do Rio de Janeiro em 1990, seguida da cidade de Salvador.

Segundo a União Internacional das Telecomunicações, o Brasil é sexto maior

mercado do mundo em telefonia celular e atualmente, são 202,94 milhões de

aparelhos em uso no Brasil, sendo assim o quarto país que mais utiliza telefones

celulares no mundo (perde apenas para China, Índia e Estados Unidos). Atualmente,

no Brasil existem 247 milhões de linhas de telefones celulares ativas.

Em Portugal, durante o ano de 2004 a taxa de penetração dos telemóveis já

ultrapassou os 100%, ou seja, existem mais equipamentos que habitantes

portugueses. Devido a estes números, os operadores tentam fidelizar os seus clientes

através de novos serviços, sobretudo de comunicação de dados, com destaque para o

acesso móvel à Internet através de tecnologias de terceira geração.

Em 2013, existem em Portugal 16,8 milhões de cartões de telefone emitidos.

Utilidade

O celular/telemóvel que, quando lançado ainda na tecnologia analógica, era

somente usado para falar, já é usado para enviar SMS, tirar fotos, filmar, despertar,

gravar lembretes, jogar e ouvir músicas, mas não para por aí, nos últimos anos,

principalmente no Japão e na Europa, tem ganhado recursos surpreendentes até

então não disponíveis para aparelhos portáteis, como GPS, videoconferências e

instalação de programas variados, que vão desde ler e-book a usar remotamente um

computador qualquer, quando devidamente configurado.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Telefone_celular (adaptado)

Como você pode notar, este é um texto em que o autor preocupou-se apenas

em informar o leitor sobre alguns fatos relativos ao telefone celular. Vamos ler

esse texto para trabalhar o conceito de exposição?

Page 14: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

14

1. Leia novamente o texto com atenção e responda: o objetivo do autor é apresentar a

história do celular para o leitor? Justifique.

Resposta comentada: Apesar de o texto, no primeiro parágrafo, apresentar o ano e o

local de criação do celular, ele não se aprofunda na continuação do desenvolvimento

dessa história pelo mundo, já se reportando para Brasil e Portugal e apresentando

algumas informações sobre a telefonia móvel nesses lugares. Ainda aí, o autor faz

recortes de datas, sem apresentar uma linearidade histórica do celular.

2. Releia o 5º e o 6º parágrafos e responda: é correto afirmar que os portugueses

utilizam mais celulares do que os brasileiros? Justifique.

Resposta: Não. Apesar de terem entrado no país um número de celulares maior do

que o número de habitantes existentes no país, o texto não diz que eles tenham

adquirido esses telefones.

3. Leia o texto abaixo. Ele também fala sobre o celular e servirá de base para as

próximas questões:

Uma pesquisa feita em Flandres, na Bélgica, com 1.656 estudantes de 13 a 17 anos,

revelou que o uso do celular à noite é prática recorrente entre os adolescentes e isso

está diretamente relacionado ao aumento do nível de cansaço desses jovens após

algum tempo.

(...)

Casos de cansaço excessivo informado pelos adolescentes foram atribuídos ao abuso

na utilização do celular, tanto em ligações quanto em trocas de mensagens de texto.

Eles gastam muito tempo se conectando com outras pessoas, e alguns deles fazem

isso a noite inteira.

(...)

Especialistas recomendam que crianças e adolescentes tenham entre oito e dez

horas de sono por noite para manter uma vida saudável e um bom desempenho

Atividade Comentada 2

Page 15: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

15

durante o dia. Além disso, os pais que desconfiam que seus filhos estejam sofrendo

de distúrbios do sono devem recorrer a consultas com pediatras ou especialistas na

área. E dar conselhos como: durma bem para melhorar suas notas.

Alves, Líria. Celular e Adolescentes: uma relação perigosa. Equipe Brasil Escola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/curiosidades/celular-adolescentes-uma-relacao-perigosa.htm.

a) Podemos considerar o texto acima como uma dissertação expositiva? Justifique.

Resposta comentada: Não. O texto acima traz um posicionamento do autor em

relação ao uso do celular. Ele não apenas expõe um assunto, mas tenta convencer o

leitor de que o uso abusivo do celular por adolescentes pode ser algo perigoso.

b) Retire uma parte do texto que exemplifique a resposta dada na pergunta anterior.

Resposta comentada: O aluno poderá retirar do texto qualquer parte do texto em

que se afirme que o uso do celular pelo adolescente prejudica sua saúde, seu

descanso, seu desempenho.

c) Há, no texto, um trecho em que o autor nos apresenta dados que servem como

argumento para a apresentação de seu ponto de vista. Reescreva-o:

Resposta comentada: Uma pesquisa feita em Flandres, na Bélgica, com 1.656

estudantes de 13 a 17 anos, revelou que o uso do celular à noite é prática recorrente

entre os adolescentes e isso está diretamente relacionado ao aumento do nível de

cansaço desses jovens após algum tempo.

Page 16: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

16

Durante sua caminhada escolar, você estudou as conjunções. Agora,

retornaremos a este estudo destacando sua função como conectores de orações.

Nesta função, chamaremos as conjunções de CONECTIVOS.

Os conectivos são muito importantes para a construção de um texto coeso e

coerente, para a construção de ideias bem articuladas. Veja os conectivos e os sentidos

estabelecidos por eles:

Os conectivos coordenativos são as seguintes:

ADITIVAS (adicionam, acrescentam): e, nem (e não), também, que, mas também,

senão também, como também…

Ela estuda e trabalha.

ADVERSATIVAS (oposição, contraste): mas, porém, todavia, contudo, entretanto,

senão, que, no entanto, não obstante, ainda assim, apesar disso.

Ela estuda, no entanto não trabalha.

ALTERNATIVAS (alternância): ou, ou… ou, ora… ora, já… já, quer… quer…

Ou ela estuda ou trabalha.

EXPLICATIVAS (justificam a proposição da oração anterior): que, porque, porquanto…

CONCLUSIVAS (sentido de conclusão em relação à oração anterior): logo, portanto,

pois (posposto ao verbo), por isso, por conseguinte, pelo que…

Ela estudou com dedicação, logo deverá ser aprovada.

Os conectivos subordinativos são os seguintes:

CAUSAIS (iniciam a oração subordinada denotando causa.): que, como, pois, porque,

porquanto, por isso que, pois que, já que, visto que…

Ela deverá ser aprovada, pois estudou com dedicação.

COMPARATIVAS (estabelecem comparação): que, do que (depois de mais, maior,

Aula 3: O papel argumentativo dos conectivos

Page 17: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

17

melhor ou menos, menor, pior), como, tão…como, tanto…como, mais…do que,

menos…do que, assim como, bem como, que nem…

Ela é mais estudiosa do que a maioria dos alunos.

CONCESSIVAS (iniciam uma oração que traz uma espécie de contrariedade à ideia

exposta na oração principal): que, embora, conquanto, ainda que, mesmo que, bem

que, se bem que, nem que, apesar de que, por mais que, por menos que…

Ela não foi aprovada, embora tenha estudado com dedicação.

CONDICIONAIS (indicam condição): se, caso, contanto que, desde que, dado que, a

menos que, a não ser que, exceto se…

Ela pode ser aprovada, se estudar com dedicação.

FINAIS (indicam finalidade): para que, a fim de que, por que…

É necessário estudar com dedicação, para que se obtenha aprovação. TEMPORAIS (indicam circunstância de tempo): quando, apenas, enquanto, antes que,

depois que, logo que, assim que, desde que, sempre que…

Ela deixou de estudar com dedicação, quando foi aprovada.

CONSECUTIVAS (indicam consequência): que (precedido de tão, tanto, tal), de modo

que, de forma que, de sorte que, de maneira que…

Ela estudava tanto, que pouco tempo tinha para dedicar-se à família.

A importância dos conectivos para o texto

Bem, agora que você já recordou quais são os conectivos coordenativos e os

subordinativos, é importante sempre lembrar que eles direcionam a continuidade do

texto para o sentido o qual ele mesmo carrega, ou seja, se você utilizar um conectivo

conclusivo, sua oração seguinte deverá necessariamente trazer uma conclusão do que

você tratou antes. Se você utilizar um conectivo adversativo (mas, porém...), sua

oração seguinte deverá trazer uma ideia adversa, uma contrariedade em relação ao

que foi exposto antes.

É dessa forma que os conectivos contribuem para a progressão do texto e são

chamados de elementos de progressão textual.

Page 18: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

18

1. Observe a ideia expressa pelo conectivo nas orações seguintes e classifique de

acordo com a numeração abaixo:

(1) Causa

(2) Adição

(3) Consequência

(4) Finalidade

(5) Conclusão

(6) Condição

( 2 ) Vou ao dentista e encontro você depois.

( 5 ) Vou ao dentista, logo, me atrasarei para nosso encontro.

( 3 ) Vou tanto ao dentista que estou pensando em fazer odontologia.

( 6 ) Vou ao dentista se conseguir um horário ainda hoje.

( 1 ) Vou ao dentista porque quero fazer uma aplicação de flúor.

( 4 ) Vou ao dentista para fazer uma aplicação de flúor.

2. Seu desafio, agora, será o de reelaborar cada frase dada, sem alterar seu sentido.

Para isso, você deverá escolher apenas uma das opções de conectivos abaixo de cada

item. Você poderá fazer pequenas alterações na nova oração.

Veja o modelo:

Modelo: Choveu tanto na cidade que as ruas ficaram alagadas.

As ruas ficaram alagadas porque choveu muito na cidade.

Opções: como – caso – à medida que - porque - logo

Respostas comentadas:

a) Como não tinha tempo para se divertir, jogava no celular durante as viagens de

ônibus.

Jogava no celular durante as viagens de ônibus uma vez que não tinha tempo de se

divertir.

uma vez que – porém – embora – portanto – por isso - que

Atividades Comentadas 3

Page 19: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

19

b) Não encontrando solução, procurou conselhos de amigos.

Procurou conselhos de amigos porque não encontrou solução.

que – ainda que – porque – logo que – no entanto

c) Pediu meu lápis emprestado, embora estivesse com seu estojo completo.

Estava com seu estojo completo, porém pediu meu lápis emprestado.

que – porém – porque – logo que – enquanto

d) Seu documento está fora da validade, por isso não posso aceitá-lo.

Não posso aceitar seu documento uma vez que está (esteja) fora da validade.

logo que - uma vez que – porém – embora – portanto – que

3. Una as orações abaixo em um só período utilizando os conectivos adequados. Você

pode fazer as devidas alterações, mas siga sempre esta regra: INICIE PELA PRIMEIRA

ORAÇÃO:

a. Marta fazia docinhos para vender.

Marta estava juntando dinheiro.

Resposta comentada: Marta fazia docinhos para vender porque/pois/uma vez

que/haja visto que/porquanto estava juntando dinheiro.

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher qualquer conectivo explicativo

que dê sentido a frase.

b. Marta estava juntando dinheiro.

Marta fazia docinhos para vender.

Resposta comentada: Marta estava juntando dinheiro, por isso/logo/então, fazia

docinhos para vender.

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher qualquer conectivo conclusivo

que dê sentido a frase.

Page 20: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

20

c. Marcelo não era professor formado.

Marcelo ensinava matemática como ninguém!

Resposta comentada: Marcelo não era professor formado,

mas/porém/entretanto/contudo ensinava matemática como ninguém!

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher qualquer conectivo adversativo

que dê sentido a frase.

d. Marcelo ensinava matemática como ninguém.

Marcelo não era professor formado.

Resposta comentada: Marcelo ensinava matemática como ninguém, apesar de não

ser professor formado ou Marcelo ensinava matemática como ninguém,

embora/ainda que não fosse professor formado.

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher qualquer conectivo concessivo

que dê sentido a frase.

e. A menina estava com muita fome.

A menina foi à lanchonete.

Resposta comentada A menina estava com muita fome e/por isso/logo/então foi à

lanchonete.

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher o conectivo aditivo e ou qualquer

um conclusivo que dê sentido a frase.

f. A menina foi à lanchonete.

A menina estava com muita fome.

Resposta comentada A menina foi à lanchonete porque/pois/uma vez que/haja visto

que/porquanto estava com fome.

Professor, nesta resposta, o aluno poderá escolher qualquer conectivo explicativo

que dê sentido a frase.

3. Reescreva a frase “Estive doente na semana passada, por isso não vim à escola.”,

iniciando por “Não vim à escola...”.

Resposta comentada: “Não vim à escola porque estive doente.”

Page 21: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

21

Ao construirmos nossos textos falados ou escritos, reunimos, basicamente, três

elementos: intenções, situação comunicativa e o outro (nosso interlocutor). Assim, a

língua portuguesa não pode ser considerada somente como um conjunto de regras,

pois falamos ou escrevemos para alguém, em uma determinada situação e com

determinadas intenções. Observe o texto abaixo.

O verbo destacado no texto expressa a ideia de obrigação/obrigatoriedade.

Pensando na situação comunicativa em que o locutor (falante) estava inserido,

podemos interpretar sua fala como um conselho, um recado para os médicos

brasileiros, isto é, o médico cubano demonstra acreditar que os médicos brasileiros

têm a obrigação de atuar ao invés de criticarem a presença de colegas. Certas marcas

linguísticas, como a destacada no texto, indicam o modo, a maneira como

consideramos um fato, indicam nosso grau de comprometimento com o que dizemos

ou com o nosso interlocutor (aquele com quem falamos). A essas marcas damos o

nome de MODALIZAÇÃO.

Médico cubano dá lição de dignidade a colegas brasileiros

O médico cubano Juan Delgado, que foi vaiado e chamado de “escravo”

por médicos do Ceará, deu uma lição de dignidade ao responder às ofensas

dirigias a ele durante o protesto da categoria. Em entrevista à Folha de São

Paulo, Delgado se mostrou surpreso com as atitudes dos colegas brasileiros e

disse: ― Os brasileiros deveriam fazer como a gente, ir nos lugares mais

pobres.

Notícia adaptada

Disponível em: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/08/28/medico-cubano-da-licao-de-

dignidade-a-colegas-brasileiros/

Aula 4: As intenções no texto (a modalização)

Page 22: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

22

Observe as principais na tabela abaixo.

TIPO DE MODALIZAÇÃO RECURSOS LINGUÍSTICOS

CERTEZA

Certamente, é certo que, sem dúvida, indubitavelmente, com

certeza, estou certo, tenho certeza etc.

Ex.: Certamente, choverá hoje.

DÚVIDA, INCERTEZA,

POSSIBILIDADE, SUPOSIÇÃO.

Verbos: achar, supor, poder, dever, supor/ expressões: é

provável, é possível; advérbios: possivelmente,

provavelmente, talvez, pode ser que etc.

Ex.: Acho que vai chover. / Hoje deve esquentar.

NECESSIDADE

Precisa de; é preciso; é necessário; é essencial; é

fundamental; é primordial; necessariamente; essencialmente;

fundamentalmente etc.

Ex.: É essencial que todos venham.

OBRIGATORIEDADE

Deve, tem que, é obrigatório, obrigatoriamente etc.

Ex.: Os alunos têm que chegar cedo.

É preciso relembrar de que contexto (a situação comunicativa) é um dos

fatores que vão determinar as noções expressas, porque há recursos lingüísticos que

expressam mais de uma noção. Observe:

Ex.:

Devo chegar tarde devido ao trânsito. (dúvida)

Todos os alunos devem chegar cedo. (obrigatoriedade)

É hora de exercitar o que aprendeu! Vamos lá?!

Page 23: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

23

Questão 1 –

Preencha as lacunas com palavras ou expressões modalizadoras que indiquem as

ideias entre parênteses.

Resposta comentada:

a) É necessário, é preciso que o estudante compreenda seu papel na escola.

(necessidade)

b) Detesta acordar cedo e rende mais à noite? É possível, é provável que você faça

parte da Sociedade-B (http://oglobo.globo.com/emprego) (hipótese)

c) Quem quer fazer ENEM precisa, necessita ter uma rotina de estudos. (necessidade)

d) Pode ser, suponho que o tempo mude nos próximos dias. (suposição)

e) É certo, certamente, indubitavelmente, sem dúvidas tempos difíceis existem para

aperfeiçoar o aprendiz. (Elisa Lucinda) (certeza)

Resposta comentada: Professor, possível que apareçam outras respostas. Aceite-as

se for condizente com o enunciado. É importante que o aluno perceba as variadas

possibilidades de expressar a mesma noção.

Questão 2

ÁRIES (21/3 a 20/4)

É possível que atitudes intempestivas causem atritos desnecessários. Você deve ficar

atento ao modo como suas ações são recebidas por quem está à sua volta. É tempo de

respeitar o limite das pessoas que lhe querem bem. (Horóscopo – Jornal O Globo

28/10/2012)

Atividades Comentadas 4

Page 24: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

24

a) Retire do texto acima uma marca de modalização.

Resposta comentada: Professor, o aluno pode optar pela expressão é possível ou

pelo auxiliar modal deve.

b) Reescreva o trecho em que uma das marcas aparece, substituindo-a por outra

equivalente. Faça as adaptações necessárias.

Resposta comentada: Trecho 1: É possível que atitudes intempestivas causem atritos

desnecessários. (É provável que atitudes intempestivas causem atritos

desnecessários.) / Trecho 2:Você deve ficar atento ao modo como suas ações são

recebidas por quem está à sua volta (Você precisa ficar atento ao modo como suas

ações são recebidas por quem está à sua volta.)

Professor, certamente, aparecerão outras respostas. Se estiverem de acordo com a

proposta e se denotarem o mesmo sentido, podem ser aceitas. É importante que o

aluno amplie as possibilidades de modalizar os enunciados.

Questão 3

Governo precisa acordar para a saúde

Cuba, com apenas 11 milhões de habitantes, tem excelente educação e uma das

melhores áreas de saúde do mundo e está exportando médicos para o Brasil, que tem

196 milhões de cidadãos. Quando o governo vai acordar?

(Carta de leitor retirada do Jornal ODIA de 29/08/2013)

a) Retire do título a marca de modalização.

Resposta comentada: A marca de modalização presente no título é expressa pelo

auxiliar modal precisa.

b) Reescreva o título, usando outra marca de modalização que transmita a mesma

ideia.

Resposta comentada: As possibilidades de reescrita são: O Governo tem que acordar

para a saúde/ O Governo deve acordar para a saúde.

Questão 4

Page 25: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

25

Ciência e Tecnologia

Educação à distância é tendência para quem busca qualificação profissional

Reconhecimento do MEC deve ser levado em conta ao escolher instituição

(http://www.jb.com.br em 31/08/2013)

A marca de modalização destacada acima indica que a intenção é:

a) convencer os leitores a fazerem cursos à distância

b) divulgar o ensino à distância

c) aconselhar os leitores a fazerem cursos à distância indicados pelo MEC.

d) alertar os leitores sobre a necessidade de uma verificação dos cursos junto ao MEC.

Resposta comentada: letra D. Professor, para resolver esta questão o aluno precisa

identificar a noção transmitida pela marca de modalização e observá-la no contexto.

Desse modo, será possível perceber que o tom é de alerta.

Questão 5

Construa um período em que você expresse sua opinião acerca do assunto abaixo.

Para isso, use uma ou mais marcas de modalização.

Os jovens são influenciados pelos amigos.

Resposta comentada: Certamente, os jovens são influenciados pelos amigos. É fácil

observar isso, quando vemos grupos dos mesmos em shoppings. Muitos usam o

mesmo estilo de roupa, o mesmo tipo de tênis.

Professor, esta é uma reposta genérica. Não há dúvidas de que aparecerão outras.

Page 26: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

26

Ouça o que quero dizer, mas não estou dizendo...

Você já observou que, muitas vezes, nós dizemos certas coisas, mas não

usamos uma linguagem que deixa tudo tão claro? Já observou que certas vezes as

pessoas falam conosco e nos levam a perceber certas coisas?

Observe o texto abaixo.

Ao entrar em determinada loja, Júlia diz à vendedora que quer experimentar um

vestido. A menina experimenta e a vendedora diz:

― O modelo é lindo, mas muito caro.

Júlia, instantaneamente responde:

―Você está insinuando que não posso comprar o mesmo? Está dizendo que sou

pobre?!!

Situações como essas indicam as intenções que o indivíduo tem. A vendedora

poderia negar as intenções, mas o fato é que a fala dela possibilitou a interpretação de

Júlia. Assim ocorre no cotidiano. Mobilizamos a linguagem de acordo com nossas

intenções. Para manifestar tais intenções, podemos deixar as informações explícitas

(claras, reveladas) ou implícitas (escondidas, não reveladas).

Quando as ideias são explícitas, o leitor/ouvinte não precisa elaborar longos

raciocínios sobre o que está lendo ou ouvindo. É possível absorver todo o conteúdo

passado pelo escritor/falante sem a necessidade de análise de ideias adicionais ou

escondidas. Se as ideias são implícitas, há necessidade de o leitor/ouvinte estar atento,

pois a identificação e a construção do sentido dependem da observação e da

elaboração de um dado raciocínio.

As ideias implícitas são divididas em:

Aula 5: As intenções no texto (os implícitos no discurso)

Page 27: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

27

● PRESSUPOSTOS – são ideias não expressas, mas que pode ser percebida pelo

leitor/ouvinte a partir de certas expressões ou palavras contidas no texto. O

pressuposto, portanto, está inscrito na frase, isto é, há marcas linguísticas que levam o

interlocutor a perceber o que não está sendo mostrado no texto. Os pressupostos

podem ser expressos por:

• Certos advérbios: já, ainda, hoje, agora.

• Verbos de mudança ou permanência de estado: ficar, permanecer, continuar,

começar a, deixar de, passar a, tornar-se.

• Certas expressões como: não..mais, de novo, outra vez.

Exemplos:

Que bom! Josué parou de beber. (pressuposto – Josué bebia)

Um rapaz diz: Humm! Adriana ainda malha na academia do bairro! (pressuposto –

Adriana malhava antes)

● SUBENTENDIDOS – não estão inscritos no texto, isto é, são informações escondidas,

muitas vezes, até insinuações. Não há, portanto, marcas linguísticas no texto que

deem dicas sobre o que não foi dito. O sentido, neste caso, deve ser “decifrado” pelo

leitor/ouvinte. Assim, aquele que produziu o texto não se responsabiliza pelo dito,

porque efetivamente não disse o que o outro subentendeu. O subentendido, muitas

vezes, serve para o falante/escritor se proteger diante de uma informação que quer

transmitir para o outro sem se comprometer com ela.

Exemplos:

Em sua casa, a visita diz: ― Que calor!

Em uma situação comunicativa como esta, podemos subentender as seguintes

informações não declaradas: Abra a janela, ligue o ventilador etc.

É óbvio que as informações implícitas ganham destaque no contexto em que

estão inseridas, pois, é nas situações comunicativas, que vão causar impressões e

produzir efeitos de sentido.

Page 28: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

28

É hora de exercitar este conhecimento! Vamos lá!

Observe:

1. Mato Grosso tem 279 novos casos de dengue em uma semana. (http://g1.globo.com -

29/08/2013)

2. Inundações ainda ameaçam cidades da Europa central. (http://g1.globo.com - 05/06/2013)

Indique:

a) As informações não declaradas contidas em cada manchete.

Resposta comentada: Na primeira manchete, é possível inferir que o não declarado é

a inexistência de casos de dengue anteriormente. Na segunda manchete, é possível

inferir que o não declarado é a anterior ameaça das inundações na cidade da Europa.

b) As marcas linguísticas responsáveis por essas informações.

Resposta comentada: Na primeira manchete, a marca linguística responsável pela

expressão do pressuposto é o adjetivo novo. Na segunda manchete, a marca

linguística responsável pelo pressuposto é o advérbio ainda.

Professor, nesta atividade, é importante que o aluno perceba o que não está dito, o

que é pressuposto.

Texto referente às atividades 2 e 3.

Lição de “cidadania”

No começo, a ciclovia de Copacabana pertencia aos ciclistas. Deixei de pedalar

quando passou a ser compartilhada com pedestres. Assim, evitei riscos. Hoje,

resolvi matar as saudades e fui pedalar. Constatei, então, que ela não é mais

compartilhada. Agora, pertence, exclusivamente, a uma legião de corredores e

adeptos de caminhadas. Alguns poucos ciclistas “teimam” em utilizá-la. Chegou a

Atividades Comentadas 5

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29

hora de se proibir ciclistas na ciclovia, para que não ocorram acidentes. Os ciclistas

não podem reclamar, pois existe enorme “espaço” para eles, na areia. Isto é

“cidadania”.

(Carta de leitor retirada do Jornal O Globo de 27/08/2008)

2. O autor do texto acima expõe um fato que representa falta de educação e de

respeito por parte de alguns cidadãos. Como se trata de uma carta de leitor, o

autor se posiciona diante do tema. Este posicionamento é:

a) Austero

b) Despreocupado

c) Irônico

d) Agressivo

Resposta comentada: letra C

3. A expressão que está grifada no texto nos ajuda a pressupor que:

a) As ciclovias serão compartilhadas.

b) Os pedestres usam as ciclovias.

c) Os riscos não são mais evitados.

d) A ciclovia, anteriormente, era compartilhada por ciclistas e pedestres.

Resposta comentada: letra D. Professor, aplicador, o aluno tem que perceber que a

marca linguística é a pista que leva à informação não-declarada.

Choque de Ordem prende mulher por urinar na rua

Equipes de fiscalização da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop) do Rio

de Janeiro prenderam, na noite de sexta-feira, oito pessoas por urinarem na rua, na

Lapa. Uma delas era uma mulher.

As prisões ocorreram durante operação Choque de Ordem, que é realizada

todo fim de semana. Os fiscais ainda rebocaram 37 veículos e multaram 87 que

estavam estacionados irregularmente pelas ruas do entorno da localidade.

(Disponível em: http://noticias.terra.com.br/15.08.2010)

Page 30: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

30

4. Considerando o contexto e todas as informações contidas no texto, o que podemos

subentender a partir do trecho sublinhado?

Resposta comentada: A partir do trecho sublinhado, infere-se o seguinte enunciado:

Não esperávamos isso de uma mulher ou Este não é um comportamento feminino.

Professor, discuta com os alunos, se possível. Leve-os a perceber o machismo

embutido em uma notícia que trata de um fato do cotidiano.

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31

Um texto é pessoal e subjetivo quando pronomes pessoais e possessivos,

verbos conjugados em primeira e em terceira pessoa, contribuem para que o diálogo

se estabeleça entre autor e leitor de forma explícita, evidente.

Nem sempre temos interesse em deixar explícitas a nossa voz e as diversas

vozes que são trazidas para compor um texto. Muitas vezes queremos adotar uma

posição impessoal, aparentemente neutra, atenuando o jogo locutor/interlocutor e

ocultando o agente das ações.

Adaptado de: GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação – o que é preciso saber para bem

escrever.

Há muitas maneiras de tornar um texto impessoal.

Observemos a seguir algumas delas.

A) GENERALIZAR O SUJEITO

Uma forma elegante de tornar o texto mais objetivo é usar a primeira e a terceira

pessoa do plural (nós e eles). Isso atenua a subjetividade da primeira pessoa, sem

adotar a neutralidade absoluta.

Ex.:

Procuramos demonstrar que o medicamento causa...,

Os pesquisadores reconhecem...,

Nossas conclusões..., são menos subjetivas que

Procurei demonstrar..., Reconheço..., Minhas conclusões...

B) OCULTAR O AGENTE

Marcas de modalização como: “é preciso”, “é necessário”, “é urgente”, “é

imprescindível”, “é fundamental”, “é essencial” são utilizadas para ocultar o agente.

Com isso, uma realidade é expressa como se fosse geral, universal, neutra, objetiva. Os

textos dissertativos, informativos, expositivos, científicos apresentam, muitas vezes,

essa característica: a neutralidade.

Aula 6: A objetividade e a impessoalidade

Page 32: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

32

Ex.: É essencial que sejam revistos os conceitos científicos. (É essencial para quem?

Não é possível determinar).

C) USAR UM AGENTE INANIMADO

Outra maneira de dar ao texto o tom de objetividade é colocar como agente um ser

inanimado, um fenômeno, uma instituição ou uma organização. Quando são escritas

frases como: O Ministério decidiu..., A diretoria ordenou..., O governo protelou..., a

responsabilidade em relação à ação não pode ser atribuída a um indivíduo. É um

recurso muito utilizado na administração pública, na economia, na política etc.

Ex.: A OAB decidiu peitar o Exército. Acusa a instituição de estar exigindo, ilegalmente,

testes de HIV de candidatos a cargos de professor de ensino médio e fundamental.

D) USO GRAMATICAL DO SUJEITO INDETERMINADO

Como o nome indica não se pode determinar quem realizou uma ação quando usamos

a estrutura de sujeito indeterminado. Ela é muito útil quando queremos inserir uma

informação da qual não sabemos a procedência exata:

Ex.: Vive-se propagando a necessidade de uma alimentação saudável.

Acredita-se que o Brasil, em pouco tempo, será uma potência mundial.

Agora é com você! Coloque seu conhecimento em ação!

Page 33: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

33

1. Os períodos abaixo são todos subjetivos, ou seja, todos apresentam marcas de

pessoalidade. Reescreva-os de maneira que fiquem impessoais ou mais ou menos

impessoais. Para isso, use uma das estratégias de impessoalização acima e faça as

adaptações necessárias.

a) Acho que o preconceito no Brasil não é só racial, mas é também social, pois para

alguns negros as portas estão sempre abertas.

Resposta comentada: Professor, algumas respostas possíveis são: É possível perceber

que o preconceito no Brasil não é só racial, mas é também social, pois para alguns

negros as portas estão sempre abertas. / Percebe-se que o preconceito no Brasil não

é só racial, mas também social, pois para alguns negros as portas estão sempre

abertas.

É importante que o aluno mobilize os conhecimentos a respeito das estratégias de

impessoalização com outros que já possui.

b) Na minha opinião, os brasileiros precisam ser mais ativos para alcançarem seus

objetivos.

Resposta comentada: Professor, algumas respostas possíveis são: Os brasileiros

precisam ser mais ativos para alcançarem seus objetivos. / É essencial que os

brasileiros sejam mais ativos para alcançarem seus objetivos.

É importante que o aluno mobilize os conhecimentos a respeito das estratégias de

impessoalização com outros que já possui.

c) Acredito que o progresso deve ser alcançado pelo esforço individual.

Resposta comentada: Professor, algumas respostas possíveis são: O progresso deve

ser alcançado pelo esforço individual. / É essencial que se alcance o progresso pelo

esforço individual.

É importante que o aluno mobilize os conhecimentos a respeito das estratégias de

Atividades Comentadas 6

Page 34: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

34

impessoalização com outros que já possui.

d) ―Eu, Maria José, diretora da creche, decidi que nenhum responsável pode interferir

nas reuniões.

Resposta comentada: Professor, uma resposta possível é: A direção da creche

decidiu que nenhum responsável pode interferir nas reuniões. É importante que o

aluno mobilize os conhecimentos a respeito das estratégias de impessoalização com

outros que já possui.

2. Construa um período impessoal a respeito do assunto a seguir. Use a estratégia de

impessoalização que julgar mais adequada.

A reforma da educação no Brasil.

Resposta comentada: Professor, alguns períodos que podem aparecer são: É

necessário que, no Brasil, ocorra a reforma do sistema educacional. /É fundamental

que o governo renove o sistema educacional no Brasil.

Sem dúvida, aparecerão outras respostas. É interessante que o aluno atrele

conhecido adquiridos nesta aula com os que ele já possui para fazer a questão.

3. Reescreva as frases abaixo, mantendo o grau de impessoalização.

a) É essencial que o eleitor vote de forma consciente.

Resposta comentada: Professor, algumas respostas possíveis são: É fundamental que

o eleitor vote de forma consciente/ É necessário que o eleitor vote de forma

consciente. Outras respostas aparecerão. Leve os alunos a perceberem que cada

estratégia escolhida confere um tom ao enunciado.

b) As cotas raciais são necessárias para reparar um déficit do passado.

Resposta comentada: Professor, algumas respostas possíveis são: As cotas raciais são

essenciais para reparar um déficit do passado /É preciso manter o sistema de cotas

para reparar um déficit do passado. Outras respostas aparecerão. Leve os alunos a

perceberem que cada estratégia escolhida confere um tom ao enunciado.

Page 35: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

35

Texto referente às atividades 4 e 5.

Apesar de ser mundialmente reconhecido como esporte, o MMA, sem dúvidas, incita e

estimula a violência. É inconcebível que a sua prática seja aplaudida e acolhida pela

sociedade.

Disponível em:

http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/a-inviabilidade-do-mma.jhtm

4. No parágrafo acima, que marca linguística indica o ponto de vista do autor?

Resposta comentada: A marca lingüística - É inconcebível - indica o ponto de vista do

autor.

5. A marca linguística encontrada acima dá ao texto um tom mais pessoal ou

impessoal? Indique outra que possa substituí-la.

Resposta comentada: A marca linguística confere ao enunciado um tom impessoal. A

mesma poderia ser substituída por: É inaceitável.

Professor, faça os alunos perceberem que para expressarmos nossos pontos de vista,

não precisamos nos colocar em primeira pessoa, basta usarmos marcas que dão

pistas, indícios das nossas opiniões.

Page 36: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

36

Caro, Professor Aplicador, sugerimos algumas diferentes formas de avaliar as

turmas que estão utilizando este material:

1° Possibilidade:

As disciplinas nas quais os alunos participam da Avaliação do Saerjinho, pode-se utilizar

a seguinte pontuação:

Saerjinho: 2 pontos

Avaliação: 5 pontos

Pesquisa: 3 pontos

As disciplinas que não participam da Avaliação do Saerjinho, podem utilizar a

participação dos alunos durante a leitura e execução das atividades do caderno como

uma das três notas. Neste caso teríamos:

Participação: 2 pontos

Avaliação: 5 pontos

Pesquisa: 3 pontos

Paz entre religiões

As igrejas evangélicas, com forte papel social, multiplicam-se no Brasil e na América

Latina e ameaçam a tradicional hegemonia católica. Com exceção do México, ao

menos duas em cada 10 pessoas são protestantes. No nosso país, até 1960, os

protestantes não atingiam 5%. Agora, com a expansão das religiões evangélicas,

somam 42,3 milhões, cerca de 22,2% da população. O Brasil disputa com a Alemanha,

África do Sul e Nigéria a terceira força no ranking dos países com mais protestantes do

mundo, liderada pelos Estados Unidos e Reino Unido. Dados nos mostram que de 1960

e 2010, a participação dos católicos na população brasileira passou de 93,1% para

64,6%.

Avaliação

Page 37: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

37

A que se deve tão considerável mudança? Certamente ainda faltam pesquisas em

profundidade que identifiquem os verdadeiros motivos. Segundo o antropólogo

salvadorenho Carlos Lara, “a Igreja evangélica propõe uma relação pessoal com Deus,

sem burocracia” e que, frente às ditaduras latinas, “a religião oferece liberdade”.

Afirma que outro baluarte evangélico é seu trabalho social: centros de reabilitação

para drogados, divulgação da palavra dos Evangelhos nos cárceres e colégios. Para o

antropólogo norte-americano David Stoll, autor do premonitório ensaio ‘Is Latin

America Turning Protestant?’, a promessa de melhoria da posição social do fiel é

fundamental no crescimento da religião. Para o padre Thierry Linard, da CNBB, os

dados refletem uma “falha institucional” da Igreja Católica. Segundo ele, a instituição

não soube acompanhar tanto as migrações que ocorreram para as periferias do

Sudeste quanto para o Norte e o Centro-Oeste. É um movimento que cresce nos

segmentos mais vulneráveis da população, sobretudo nas áreas violentas.

Necessitamos do diálogo cotidiano entre homens das diferentes religiões,

encontrando-se em variadas ocasiões: projetos sociais conjuntos, celebrações

religiosas, manifestações ecumênicas. É impossível a paz sem o diálogo de religiões

que nos leve à busca comum do mistério do único e verdadeiro Deus.

Fonte: Carlos Alberto Rabaça, sociólogo e professor no Jornal O Dia em 04 de julho de 2012.

1. O artigo usa muitos dados estatísticos. Isso:

a) torna o texto menos denso

b) dá ao texto mais credibilidade

c) dá ao texto mais fluidez

d) dá ao leitor o acesso a pesquisas recentes

Resposta comentada: Letra B. O uso de dados estatísticos como argumentos sustenta

mais o texto, pois os dados sempre são retirados de fontes consideradas confiáveis.

2. (...) Necessitamos do diálogo cotidiano entre homens das diferentes religiões (...) (3º

parágrafo) A marca linguística destacada indica que o fato é considerado pelo autor

como:

a) obrigatório

b) certo

c) necessário

Page 38: Apostila de Portugues do  4º Bimestre.pdf

38

d) positivo

Resposta comentada: Letra C. O aluno tem que perceber como o autor do texto

considera o fato ao usar a marca linguística destacada.

3. (...) É impossível a paz sem o diálogo de religiões que nos leve à busca comum do

mistério do único e verdadeiro Deus. (3º parágrafo)

Reescreva este período, mantendo o tom de impessoalidade, de neutralidade.

Resposta comentada: Uma resposta possível é: Não é possível haver paz sem o

diálogo de religiões que nos leve à busca comum do mistério do único e verdadeiro

Deus.

4. (...) Segundo ele, a instituição não soube acompanhar tanto as migrações (...) (2º

parágrafo). A expressão destacada substitui que termo usado anteriormente? Confere

ao período que tom?

Resposta comentada: A expressão destacada substitui Igreja Católica e dá ao

período o tom de objetividade, de distanciamento.

5. A que se deve tão considerável mudança? Certamente ainda faltam pesquisas em

profundidade que identifiquem os verdadeiros motivos. (5º parágrafo)

O modalizador destacado poderia ser substituído por:

a) consideravelmente

b) sem dúvida

c) necessariamente

d) precisamente

Resposta comentada: letra B.

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Caro aluno, agora que já estudamos todos os principais assuntos relativos ao 4°

bimestre, é hora de discutir um pouco sobre a importância deles na nossa vida. Então,

vamos lá?

A atividade deve ser realizada em grupos de quatro (04) alunos cada um.

A partir do texto abaixo, reflita sobre a noção de preconceito e sobre os

diversos tipos de preconceito, em seguida elabore um período com a mesma estrutura

dos exemplos do texto. O período deve fazer referência a uma espécie de preconceito

que conste ou não no texto desde que apresente outro argumento.

Depois da reflexão e da elaboração do período, o grupo deve escrever um

parágrafo em que apresente um ponto de vista relacionado ao preconceito que

escolheu.

A avaliação considerará o uso de recursos lingüísticos como modalização,

estratégias de impessoalização, pressupostos, subentendidos e tudo que você

aprendeu a respeito de argumentação.

Se for possível, você pode ir à biblioteca da escola ou ao laboratório de

informática para pesquisar sobre o assunto.

Texto

Se ouvir “Eu não sou preconceituoso, mas…”, corra para longe

Eu não sou preconceituoso, mas…

Esta frase é deliciosa. Não é um aviso de “olha, não encare isso como preconceito”,

mas um alerta. Do tipo “segura, que lá vem um preconceito”. A ressalva,

completamente inútil, serve, pelo contrário, para reforçar que a pessoa em questão é

exatamente aquilo pelo qual não gostaria de ser tomada.

Cultivamos nosso medo e ódio, mas, às vezes, pega mal expressá-los em público

assim, tão abertamente. Porque pode ser visto como crime ou delito. Ou serem

Pesquisa

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criticados – mesmo que os críticos compartilhem da mesma visão de mundo que você.

E, além do mais, como todos sabemos, o Brasil é o país da alegre miscigenação, em

que todos são considerados iguais em direitos. Os que discordam disso devem se

mudar ou levar um corretivo para deixarem de serem bestas. É isso: ame-o ou deixe-o.

É engraçado como o preconceituoso não se vê como tal. Quem solta um “Eu não sou

preconceituoso, mas…” separa essa palavra de seu significado e pensa o preconceito

como algo abstrato, etéreo. Uma ideia que não teria nada a ver com tratar pessoas de

forma diferente ou fazer um julgamento prévio de seu caráter devido à sua classe

social, orientação sexual, cor de pele, etnia, nacionalidade, identidade de gênero, pela

presença de alguma deficiência e por aí vai.

E cabe tanta abobrinha em um “Eu não sou preconceituoso, mas…” que ele se tornou

o novo “Amar é…”, presente naqueles livrinhos simpáticos da minha infância.

Duvida?

Eu não sou preconceituoso, mas mulher no volante é um perigo.

Eu não sou preconceituoso, mas tenho medo desses escurinhos mal encarados que

pedem dinheiro no semáforo.

Eu não sou preconceituoso, mas cigano é tudo vagabundo.

Eu não sou preconceituoso, mas é aquela coisa: não estudou, vira lixeiro.

Eu não sou preconceituoso, mas não gostaria de ver minha filha casada com um negro.

Eu não sou preconceituoso, mas esses sem-teto são todos vagabundos.

Eu não sou preconceituoso, mas chega de terra para índio, né? Se eles ainda

produzissem para o país, mas nem isso acontece.

Eu não sou preconceituoso, mas esses mendigos deviam ir para a periferia onde não

incomodariam ninguém.

Cuidado, seja sutil. Preconceito é para ser dito, repetido e aplicado, mas com

naturalidade. Diluído no dia a dia, aparece como uma forma de manter a ordem das

coisas e de lembrar quem manda. E quem obedece.

Fonte: Leonardo Sakamoto, jornalista.

Disponível em: http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/

Acesso em: 01/09/2013

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[1] CABRAL, Ana Lúcia Tinoco. A força das palavras: dizer e argumentar. São Paulo: Contexto, 2010. [2] FARACO, Carlos Emílio; MOURA. Francisco Marto de; JR., José Hamilton Maruxo.

Língua Portuguesa:Linguagem e interação.São Paulo:Ática,2010.v.3.

[3] KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e Linguagem. 12 ed. São Paulo:

Cortez, 2009.

[4] KOCH, I. V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 2002. [5] GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação – o que é preciso saber para

bem escrever. Rio de Janeiro: Editora Martins Fontes, 2006.

SITES PESQUISADOS: http://www.geledes.org.br/ Acesso em 31.08.2013

http://oglobo.globo.com/emprego

Referências

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COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulação Curricular

Adriana Tavares Maurício Lessa

Coordenação de Áreas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda

Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

Marília Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Aline Barcellos Lopes Plácido Andréia Alves Monteiro de Castro

Anna Carolina C. Avelheda Flávia dos Santos Silva

Gisele Heffner Leandro Nascimento Cristino Lívia Cristina Pereira de Souza

Equipe de Elaboração