Upload
leonardo-gomes-vitti
View
115
Download
26
Embed Size (px)
Citation preview
1
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 1
Aula de teoria musical
2
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 2
Aula 1
A palavra “teoria”, em um sentido amplo, significa princípios
gerais e fundamentais de uma ciência ou arte. Teoria da música é
o conjunto de todos os conhecimentos teóricos em Música.
Definição de música = arte e técnica de combinar os sons; mas
em um sentido mais específico, é a técnica de combinar os
elementos que a formam: melodia, harmonia e ritmo, e suas
variações e vertentes.
Notas musicais, pauta/pentagrama, claves de sol e de fá
3
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 3
São as linhas usadas para a escrita musical.
A clave é um sinal (referencial) colocado no início do
pentagrama, e serve para orientar e fixar os nomes das notas.
Mais usadas atualmente: claves de Sol, Fá e Dó.
Origens das claves de G e F...
Formas antigas da clave de Sol:
E da clave de Fá:
4
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 4
Correspondência:
Transcrever:
5
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 5
Mais prática: compor trechos musicais na clave de Sol e
transcrevê-lo para a clave de Fá e vice versa;
Procurar partituras nas duas claves e lê-las.
6
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 6
Aula 2
Valores positivos e negativos das notas musicais
Um valor = sinal que indica a duração relativa do som ou do
silêncio.
Cabeça/haste/colchete
1 – semibreve
Valor negativo/pausa
2 – mínima
Valor negativo/pausa
7
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 7
4 – semínima
Valor negativo/pausa:
8 – colcheia
Valor negativo/pausa:
16 – semicolcheia
Pausa
32 – fusa
Pausa
64 – semifusa
Pausa:
8
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 8
Compassos simples (x/4) são divisíveis em 2 beats e compostos
(x/8) são em 3 beats.
Exercício: escrever 2 compassos em cada uma das fórmulas de
compassos estudadas anteriormente:
2/4 =
3 /4 =
4/4 =
9
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 9
6/8 =
9/8 =
12/8 =
10
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 10
Aula 3 – Tom, semitom e alterações.
O semitom é o menor intervalo entre duas notas musicais na
música ocidental, com a adoção do sistema temperado.
Na música oriental, é possível encontrarmos ¼, 1/8 de tom –
lembre como a música indiana parece que nos soa um pouco
desafinada... Isso ocorre porque, na realidade, existem 9 sons
diferenciáveis para a audição humana entre dois tons. Mas,
praticamente, esse fato tornaria inviável a existência de muitos
instrumentos modernos (piano, violão, guitarra, saxofone etc.).
Os instrumentos de arco não são temperados.
Na música ocidental temperada, o menor intervalo é o semitom,
e podemos ver isso no teclado do piano:
1,2,3,4,5.....
Entre dois semitons, existem 4,5 comas!
11
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 11
No passado, convencionou-se a divisão do intervalo
de oitava em 12 semitons (teclas brancas e pretas).
Um tom = 2 semitons.
A alteração é o aumento ou diminuição do som em
meio, o que é feito por meio do sustenido (#) e do
bemol (b) logo atrás da nota que deve ser alterada.
Ou um tom inteiro – dobrado sustenido ##, ou
dobrado bemol bb.
O sustenido # eleva a nota em um semitom; o bemol
b reduz a nota em um semitom. Podemos encontrar o
dobrado sustenido (## = x) e o dobrado bemol (bb)
em uma nota. Esse fenômeno pode ser encontrado
em escalas maiores, menores e alteradas.
12
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 12
O bequadro colocado atrás
das notas sustenidas ou bemolizadas anula seus
efeitos.
Semitom diatônico: formado por notas de nomes
diferentes:
Semitom cromático: por notas de nomes iguais:
13
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 13
Os acidentes podem ser fixos (ou tonais), ocorrentes
e de precaução.
Os acidentes fixos são colocados na armadura de
clave.
Os ocorrentes, no compasso, e seu efeito se restringe
ao compasso em questão.
E os de precaução, são colocados apenas para evitar
confusões, como neste exemplo:
Finalmente, uma ligadura prolonga o efeito do
acidente:
EXERCÍCIOS:
14
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 14
Elevar e abaixar em meio tom as seguintes notas:
Classificar os semitons:
16
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 16
4ª aula: ponto de aumento, ponto de diminuição e
ligadura.
O ponto de aumento é um sinal (ponto mesmo)
colocado à direita da nota musical ou sua pausa,
aumentando a metade do seu valor.
Existem pontos duplos, e mesmo triplos, mas são
mais raros, e funcionam como se estivessem
aumentando o ponto anterior:
Já a ligadura, colocada entre duas notas musicais
iguais, prolonga a duração da primeira nota.
Veja os exemplos:
Exs.:
As ligaduras colocadas entre notas diferentes são
sinais de articulação e de interpretação (legato x
stacato).
17
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 17
Ponto de diminuição: é colocado sob ou sobre uma
nota, divide seu valor entre som (1/2) e silêncio (1/2):
, como se
fosse um stacatto (do italiano, destacado).
Exercícios: reescrever os trechos, pela alteração dos valores
dados.
Exemplo:
18
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 18
Ponto 5
Claves
Clave de dó:
, indica a localização da nota DÓ:
Clave de dó na 1ª linha:
Exercício:
Transcrever para a clave de dó:
19
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 19
Clave de dó na 2ª linha:
Transcrever para a clave de sol (G):
Clave de dó na 3ª e na 4ª linhas:
A clave de dó na 3ª linha, mais usada, também é chamada de
clave de viola – usada para trombone de vez em quando.
Exemplos:
20
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 20
Violoncelo Viola Violino
Soam assim no piano.
Todas as claves de dó:
Transcrever para a clave de SOL:
21
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 21
Clave de fá na 3ª linha:
Na clave de fá/3ª linha: Na clave de sol:
Claves de fá na 3ª e 4ª linhas:
Clave de sol na 1ª linha (clave francesa):
22
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 22
Clave de fá na 5ª linha (não se usa mais):
Outros nomes das claves:
Essas claves são usadas para canto coral e instrumento de
orquestra!
23
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 23
Dependendo da clave, a mesma notação pode ser diferentes
notas:
Ou a mesma nota poderá passar por todos os lugares do
pentagrama:
Curiosidades: o nome Bach pode ser escrito assim:
Exercícios:
24
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 24
1. Escolher uma melodia simples e transcrevê-la para as
diversas claves;
25
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 25
Ponto 6
Intervalos
Intervalo melódico: sons sucessivos.
Intervalo harmônico: sons simultâneos.
Intervalo ascendente: 1º som mais grave que o 2º:
Intervalo descendente: 1º som mais agudo que o 2º:
Intervalo simples: nos limites de uma 8ª:
26
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 26
Intervalo composto: ultrapassa uma oitava:
Classificar os intervalos:
Intervalo SIMPLES
De 1ª – tem uma nota:
De 2ª – 2 notas:
De 3ª – 3 notas:
De 4ª – 4 notas:
De 5ª:
27
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 27
6ª maior 6ª menor
De 6ª: Não se levam
em consideração os acidentes que ocorrem, só se alteram suas
condições de maiores ou menores!
7ª maior 7ª menor
De 7ª:
De 8ª:
Para memorizar:
Intervalos COMPOSTOS:
De 9ª:
28
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 28
De 10ª:
De 11ª (undécima):
De 12ª (duodécima):
Exercícios: classificar os intervalos (3ª, 5ª, 12ª etc.), se
são simples ou compostos, harmônicos ou melódicos
e ascendentes ou descendentes:
29
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 29
Composição do intervalo = número de tons e semitons.
Justos: 1ª (0 semitons), 4ª (5 semitons), 5ª (7 semitons) e
8ª (12 semitons).
Maiores ou menores: 2ª (1 ou 2 semitons), 3ª (3 ou 4
semitons), 6ª (8 ou 9 semitons) e 7ª (10 ou 11 semitons):
30
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 30
Exercícios:
1 – formar oitavas justas:
Ascendentes
Descendentes:
rt
31
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 31
Formar quartas e quintas justas ascendentes e
descendentes:
Formar:
- intervalos de 2ª maiores e menores, ascendentes e
descendentes:
- intervalos de 6ª maiores e menores, ascendentes e
descendentes:
- intervalos de 3ª maiores e menores, ascendentes e
descendentes:
32
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 32
- intervalos de 7ª maiores e menores, ascendentes e
descendentes:
33
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 33
Ponto 7 – Intervalos aumentados e diminutos.
Os intervalos aumentados têm um semitom a mais que os
intervalos justos ou maiores.
3ª aumentada 4ª aumentada 6ª aumentada
Completar os intervalos:
5ª aumentada ascendente 5ª aum. Descendente 4ª aum. Descendente 4ª aum. Ascen
Intervalos diminutos:
Têm um semitom cromático a menos que os justos e
menores:
3ª diminuta 4ª diminuta 6ª diminuta 2ª diminuta
34
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 34
Completar os intervalos:
4ª dim. Desc. 5ª dim. Asc. 6ª dim. desc. 7ª dim. desc.
Os intervalos superaumentados são os aumentados
acrescidos de um semitom:
3ª SA 5ª SA 6ª SA 5ª SA
Os superdiminutos (ou subdiminutos) são os intervalos
diminutos diminuídos em um semitom:
3ª SD 4ª SD 6ª SD
Completar os intervalos:
6ª SD asc. 3ª SD desc. 5ª SD asc. 3ª SD asc.
35
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 35
Intervalos compostos: ultrapassam os limites de uma
oitava:
12ª Justa 10ª menor 10ª menor 11ª justa
Encontrar os intervalos compostos:
36
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 36
Ponto 8 – Inversão de intervalos e enarmonias – pg 30
Inverter um intervalo significa transpor uma nota (superior
ou inferior) uma oitava abaixo ou acima.
Inversão de intervalos melódicos simples
(lembrete: são < 8ª)
Apenas os intervalos simples podem ser invertidos!
Inversão de intervalos harmônicos:
Asc. Desc.
Ao invertermos um intervalo, o (interv.) ascendente se torna
descendente e vice versa:
Ascendente Descendente
37
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 37
Visão das inversões:
Como podemos ver, a inversão modifica os intervalos:
J <<<>>> J Aum.<<<>>> Dim.
M<<<>>> m Super A.<<<>>>Super D.
7ª maior Asc. 2ª menor Des. 2ª maior D. 7ª menor A.
6ª maior 3ª menor 6ª menor 3ª maior
4ª justa 5ª justa 8ª justa 1ª justa
5ª diminuta 4ª diminuta
38
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 38
Exercícios: classificar, inverter e reclassificar os intervalos
invertidos.
A reunião de dois ou mais sons produzirá um efeito (entre
dois efeitos): consonância ou dissonância. A consonância é
“agradável” aos ouvidos; a dissonância é “desagradável”.
Mas isso é variável de acordo com a cultura, época,
sociedade etc.
O comportamento dos intervalos quanto a isso se dá de
acordo com a tabela abaixo:
Perfeito (invariável): 1ª, 4ªj, 5ª j, 8ªj
Consonante
Imperfeito (variável): 3ª M ou m, 6ª M ou m
Intervalo
Dissonante 2ª M ou m, 7ª M ou m, aumentados, diminutos.
39
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 39
As consonâncias perfeitas o são porque não mudam de
classificação quando invertem:
4ª J > 5ª J 1ª J.> 8ªJ
Já as consonâncias imperfeitas mudam a classificação
quando invertem:
3ª M > 6ª m 6ªm > 3ª M
E os intervalos dissonantes pedem uma solução:
7ª m 3ªm 4ª aum. 3ªM
A enarmonia (notas enarmônicas) é o fenômeno em que
duas notas, embora de nomes diferentes, apresentam o
mesmo som:
40
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 40
Exercs. : encontrar as notas enarmônicas (enarmonias)
41
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 41
Ponto 9 – Escalas, graus e série harmônica – pg 30.
ESCALA = sucessão de notas (ascendentes ou
descendentes) diferentes e consecutivas. Ex.:
Dó (C) Maior
Sol (G) Maior
Existem diversas formas de escalas:
Naturais ou diatônicas;
Artificiais ou cromáticas;
Exóticas.
1. Escalas naturais ou diatônicas.
Possuem 8 notas diferentes, com intervalos de um
tom ou um semitom entre elas.
42
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 42
Existem as escalas antigas (modos) e as modernas
(tons – maiores ou menores).
T T ST T T T ST ST T T T ST T T
Escala maior.
Escala menor natural.
2. Escala cromática ou artificial.
Possuem os 12 semitons consecutivos:
3. Escalas exóticas (de formação singular).
Escala cigana:
43
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 43
Pentatônicas ou chinesas:
De tons inteiros (só existem duas):
Exercs.: escreva a outra!
Entre outras...
Escala diatônica
GRAU: designação dada às sucessivas notas que
compõem uma escala diatônica.
A 1ª nota da escala é o 1º grau, a 2ª nota é o 2º grau e
assim por diante:
44
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 44
1ª n. 2ª 3ª 4ª 5ª n. 6ª 7ª 8ª
I Gr. II III IV V VI VII VIII=I
E os graus podem ser conjuntos:
Ou disjuntos:
Os sete graus da escala possuem nomes diferentes:
45
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 45
O 7º grau pode receber o nome de sensível ou
subtônica; chama-se sensível quando está um
semitom abaixo da tônica (8ª) nas escalas maiores; e
subtônica quando está um tom abaixo da tônica nas
escalas menores.
Sensível:
Subtônica:
Exercícios: construir outras escalas maiores e
menores naturais na seguinte sequência:
CICLO DE QUARTAS E QUINTAS JUSTAS
5as justas C 4as justas
G F
46
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 46
Tonalidade X Tom:
A tonalidade trata da interdependência em que se
encontram os diferentes graus da escala, relativamente a
um grau ou acorde (tônica), que é o “centro de atração” da
ideia musical.
Por seu lado, o tom é a altura em que a tonalidade se
realiza, exprimindo o mesmo conjunto de notas que a
escala; estas, porém, podem suceder-se em graus
conjuntos ou disjuntos:
Tonalidade de C:
Tom de C:
47
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 47
O 1º grau dá nome à escala, ao tom e à tonalidade!
GRAUS TONAIS
O 1º, o 4º e o 5º graus são os mais importantes de uma
escala, caracterizando o TOM com seus acordes.
Escreva a escala de C maior com seus respectivos
graus:
Por seu lado, o modo (modalidade) indica o lugar dos tons,
semitons e suas relações com a tônica.
Modo: Maior = escala maior
Menor = escala menor
GRAUS MODAIS
3º (principalmente), 6º e 7º.
48
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 48
O 3º grau é invariável ou fixo em todas as escalas
menores, o que não acontece com o 6º e o 7º, que são os
modais variáveis ou móveis.
Atonalidade, bitonalidade, multitonalidade e série
harmônica.
Bitonalidade trata-se da simultaneidade de duas
tonalidades diferentes.
Por seu lado, a multitonalidade consiste na sobreposição
ou simultaneidade de mais de algumas tonalidades
diferentes.
A atonalidade é a ausência de tonalidade, e um de seus
principais expoentes foi Arnold Shoemberg, do início do
séc. XX, por meio da técnica de composição conhecida
como dodecafonismo.
49
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 49
Série harmônica é o fenômeno físico/musical, onde
algumas notas diferentes são geradas a partir de uma nota
fundamental (ou gerador, ou base).
Por exemplo, a série harmônica gerada a partir de C é a
seguinte:
7ªm,8ª,
F, 8ª, 5ª,
Exercícios:
Formar a série harmônica da fundamental em Db:
50
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 50
Formar a série harmônica de outras fundamentais:
51
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 51
Ponto 10 – Escalas maiores
Como já visto anteriormente, possuem um semitom entre o
3º e 4º graus, e o 7º e 8º (1º) graus, e são também
chamadas de escalas diatônicas.
1º 1t 2º 1t 3º 1/2 4º 1t 5º 1t 6º 1t 7º ½ t 8º
ATENÇÃO: Tetracordes = sucessão de 4 notas diferentes
e consecutivas; Tetracórdios = lira, instrumento antigo de
4 cordas (do deus grego Apolo).
As escalas diatônicas são formadas por 2 TETRACORDES
consecutivos:
1º tetracorde
2º tetracorde
Os tetracordes são separados por um intervalo de 1 tom.
52
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 52
Superior – 2º tetracorde, mais agudo.
Tetracordes
Inferior – 1º tetracorde, mais grave.
Dúvidas da formação das escalas já vistas ¿¿¿
Dizer quais são os tons das escalas maiores nas seguintes
armaduras de claves:
E nessas armaduras também:
53
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 53
Escalas menores
Sua origem está nos modos gregos (posteriormente
gregorianos ou eclesiásticos). Entre os modos menores:
Modo dórico
Modo eólio (ou eólico)
Modo frígio
Modo lócrio
Todos eram usados na idade média para composições,
mas os usos e costumes consagraram o modo eólico.
Facilmente visível na escala de dó maior:
1t 1/2t 1t 1t 1/2t 1t 1t
54
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 54
Porém, por motivos de resolução da ideia melódica e
harmônica, começou-se a usar o 2º tetracórdio da escala
maior quando ascendente, e o da escala menor quando
descendente para manter a ideia do tom menor:
escala menor melódica
Mas na hora de montar um campo harmônico (assunto a
ser visto futuramente), existiam duas formações, o que
causava problemas...
Finalmente, adotou-se uma união das duas formações,
resultando na escala menor harmônica:
Menor harmônica.
Exercícios: montar outras escalas menores naturais,
melódicas e harmônicas:
56
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 56
PONTO 11: Exercícios de revisão
Colocar nomes nas notas:
Preencher os compassos usando as figuras musicais
(valores positivos e negativos) e ligaduras de notas:
Elevar e abaixar as notas em um semitom:
57
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 57
Classificar os semitons em cromáticos ou diatônicos:
Transcrever para a clave de fá:
Transcrever para a clave de sol:
Classificar os intervalos (simples/composto,
ascendente/descendente e melódico/harmônico):
58
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 58
Montar as escalas de F maior, G menor natural, C menor
harmônica e Bb pentatônica:
59
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 59
PONTO 12 – COMPASSO
Como já visto, o compasso é a divisão da ideia musical em
uma série regular de tempos.
Travessão ou barra de compasso = traço vertical que
separa os compassos.
Exs.:
fórmula compasso barra de compasso
de tempo
ou de compasso
A barra pontilhada serve para destacar/alertar para alguma coisa, não
sendo, a princípio, uma divisão de tempo no compasso, ou encerrar um trecho da peça.
A barra dupla ou indica o fim da música.
A barra de ritornello ( ) será vista adiante.
Aqui, cabe uma revisão importante para este assunto.
TEMPO OU UNIDADE DE TEMPO: Valor que será a unidade de movimento.
60
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 60
Daí surge a diferença entre compassos simples ou
compostos.
No início de uma música, aparece a fórmula de compasso,
definindo a espécie de compasso da música e o seu beat:
= BEAT
61
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 61
Complete os compassos:
Separe os compassos:
A unidade de compasso é o valor que preenche sozinho
um compasso:
62
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 62
Ritornello = barra que indica repetição do (s) compasso (s)
que está (ão) entre elas. Os colchetes indicam onde deve
ocorrer a repetição.
Fórmulas de compassos:
4/4 = C
2/2 = C = 4/4
63
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 63
Ponto 13 – Escalas menores
As escalas maiores têm uma escala relativa menor, que
costuma ser o 6º grau da escala maior (em C, seu 6º grau
é Lá, sua relativa menor), ou, pra facilitar, 1,5 tom abaixo
do grau I.
Quais são as relativas menores dos seguintes tons:
C:__________G:____________;A:_____________;
Eb: __________; A#:_________; Db:___________;
E também as escalas relativas maiores:
Am:_________; Bm:_________; Dm:____________;
F#m:________; Ebm:_________; Em:___________;
Escrever a escala de Am e seu campo harmônico:
Marque as escalas relativas no ciclo de 4as/5as maiores, e
escreva as escalas menores (natural, melódica e
harmônica):
64
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 64
CICLO DE QUARTAS E QUINTAS JUSTAS
5as justas C 4as justas
G F
Am natural melódica harmônica
Em natural melódica harmônica
65
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 65
Bm natural melódica harmônica
F#m natural melódica harmônica
Dm natural melódica harmônica
Gm natural melódica harmônica
Cm natural melódica harmônica
66
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 66
PONTO 14: Tempos fortes/fracos, síncope, anacruse e
contratempo.
Os tempos em um compasso se alternam em pulsos fortes
ou fracos (F ou f), e tais acentuações são o ACENTO
MÉTRICO da música.
Assim, o 1º tempo de qualquer compasso é forte!
Em um compasso 2/4, teremos a seguinte situação:
F f
No 3/4:
F f f
Em relação ao compasso 4/4, teremos o 1º tempo forte e o
3º meio forte ou forte, sendo o 2º e 4º fracos – apesar da
existência de músicos e professores que afirmam que o 3º
tempo é fraco:
F f (m)F f
67
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 67
Cada tempo, por seu lado, subdivide-se em partes fortes ou
fracas (contratempos), sendo sua 1ª parte forte e a 2ª,
fraca:
F f mF f
A síncope ocorre quando uma nota em um tempo fraco é
prolongada até o tempo forte seguinte, e provoca o efeito
de deslocamento das acentuações naturais da música:
S
F f F f F___________
F f F f F f F f F f F
S S S
68
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 68
A síncope regular possui notas com a mesma duração:
SR
=
SR SR
= =
S S S
A síncope irregular, por outro lado, possui notas com
durações diferentes:
SI SI SR
69
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 69
No contratempo, as notas são executadas na parte fraca
do tempo, ficando a parte forte preenchida por uma pausa:
No contratempo regular, as figuras e as pausas possuem a
mesma duração:
Por seu lado, o contratempo irregular apresenta figuras e
pausas com valores diferentes:
Em um sentido amplo, o contratempo é a acentuação
musico/rítmica em um tempo fraco:
70
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 70
A anacruse ou prótese é (são) uma (algumas) figura (s)
que antecedem o primeiro compasso. Podem ajustar-se ou
não ao último compasso:
No ritmo tético, a música tem inicio no primeiro compasso:
No protético ou anacrústico, a música tem início com
uma prótese / anacruse!
O início acéfalo ou decapitado, o início do 1º compasso é
ocupado por uma pausa:
71
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 71
Exercícios:
1) Escrever síncopes e contratempos;
2) Procurar o assunto visto em outras partituras.
PONTO 15: Modos gregos (litúrgicos, eclesiásticos,
antigos)
São as escalas diatônicas, onde as notas guardam
intervalos de um tom ou um semitom entre si.
Há duas formas para se chegar a esses modos: podem ser
autênticos ou plagais.
Em relação aos modos autênticos, devemos comparar os
modos maiores com a escala maior (ou modo jônio), e os
modos menores com a escala menor natural (ou modo
eólio), quando formos identificar as respectivas notas
72
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 72
características. Tais notas características serão o
diferencial para identificarmos qual será o modo exato entre
as diversas possibilidades (já que existem três modos
maiores e 3 modos menores). O 4º modo que está faltando
será explicado adiante.
Repare que o modo é menor pela presença da terça menor
em sua escala; e o modo é maior pelo mesmo raciocínio.
As notas características surgirão pela comparação
proposta acima.
Assim, teremos no modo dórico a seguinte situação:
d menor natural
d dórico
Atenção para o si natural no modo dórico, que é sua nota
característica. Esta nota característica dará a sonoridade
do modo ao desenvolver uma composição, improvisação
e/ou harmonia para um trecho musical criado sobre tal
modo. Assim, a nota característica para o modo dórico
será a 6ª maior!
73
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 73
No modo frígio, teremos:
, sendo o mi menor natural.
E o modo mi frígio.
A nota característica é o 2º grau diminuído em meio tom (fá
x fá #) no presente caso.
Para continuarmos nos modos menores, veremos o modo
eólio (eólico):
a menor natural, que é o
próprio a eólico. Não há notas características.
Em relação aos modos maiores, teremos os modos jônio,
lídio e o mixolídio.
Modo jônio:
74
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 74
, que é a escala de C jônio.
Podemos concentrar no 4º grau (F) para passar um
“ambiente” jônico para a melodia ou harmonia.
No modo lídio:
, a escala de F maior = F jônico.
Abaixo, temos a escala de F lídio:
Repare a presença do 4º grau aumentado em meio tom (B
x Bb).
O modo mixolídio se comporta da seguinte maneira:
é a escala de G maior (G
jônico)
E a escala é a escala de G
mixolídio.
75
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 75
Preste atenção à nota fá # da escala maior, que fica natural
no modo mixolídio. Esta é a nota característica do modo (7ª
menor).
Exercícios:
Construa os seguintes modos eclesiásticos:
A eólico D eólico
F# eólico D dórico
G dórico Eb dórico
E frígio B frígio
76
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 76
C# frígio
F lídio C lídio
G lídio C jônico
D# jônico Ab jônico
G mixolídio C mixolídio
77
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 77
F # mixolídio
Os modos eclesiásticos são usados em muitas músicas da
primeira metade do século XX e algumas mais
contemporâneas (Brasil). Veja abaixo alguns exemplos de
músicas brasileiras compostas nos modos gregos:
80
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 80
PONTO 16: TRANSPOSIÇÃO DE MELODIAS E
ACORDES
Transposição de melodias/acordes significa alterar o tom
de acordo com a necessidade da ocasião - como transpor
partituras de instrumentos que não são afinados em C,
como saxofones alto, tenor, barítono, trompetes, clarinetes
etc.) ou, se for o caso, para deixar em tons mais simples de
serem tocados.
Assim, se uma melodia está em C e deve ser transposta
para D (defina o intervalo de transposição abaixo), a
situação ocorreria da seguinte forma:
Intervalo:_____
Note que a estrutura da escala/melodia é a mesma
(T,T,ST,T,T,T,ST). Conclusão: a estrutura de tons e
semitons deve ser mantida para a realização de uma
transposição correta.
81
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 81
Realize a transposição do trecho abaixo para D, F e G#:
D
F
G#
Caso ocorram acidentes no meio da música (com notas
alteradas), os intervalos devem ser mantidos:
Exemplo:
82
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 82
Transponha o trecho abaixo para A:
Tom: G
Esse é um trecho do hino do melhor time do Brasil:
Qual o tom?____
Transponha para Dm.
Qual o intervalo de transposição?____
Quais os acidentes que existirão no trecho?___
84
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 84
PONTO 17: ANDAMENTOS
Andamento é a velocidade ou lentidão com que se executa
uma música.
No início do século XVIII, compositores italianos
começaram a indicar o andamento de suas composições
utilizando termos (lento, grave, allegro etc). E no começo
do séc. XIX, o alemão Nepomuk Maelzel criou o
metrônomo – instrumento utilizado para indicar o
andamento e fazer respeitar o andamento da música, entre
outras coisas.
Um antigo metrônomo:
Assim, teremos andamentos LENTOS, MÉDIOS e
RÁPIDOS, que poderão ser discriminados com a ajuda do
metrônomo:
ANDAMENTOS LENTOS:
85
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 85
ANDAMENTOS MÉDIOS:
ANDAMENTOS RÁPIDOS:
Tais indicações são para comparação com uma semínima,
como . Mas poderíamos encontrar outras figuras
musicais, como mínimas ou semicolcheias.
As nuances nos andamentos se exprimem com palavras
também, geralmente italianas, como:
Poco, poco a poco, piú, poco píu, non tanto, assai,
molto, quasí, meno, poco meno, sempre, abbastanza,
moderato, mosso etc.
Mas também podem ser indicados com nomes de danças:
tempo di polca, tempo di waltzer etc.
86
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 86
Para modificação do andamento, continuamos usando o
italiano:
Para apressar:
Para retardar:
Para suspender a marcha regular:
ad libitum
Para voltar ao andamento:
a tempo
E para indicar certa liberdade na execução das figuras
(sem alterar a divisão dos compassos), utiliza-se o termo
rubato.
87
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 87
Encontramos o termo l´istesso tempo, quando ocorre a
mudança da fórmula de compasso:
L´istesso tempo
A fermata, sobre ou sob uma figura, indica prolongamento
à vontade de seu tempo:
A suspensão é uma fermata colocada sobre ou sob uma
pausa, indicando também seu prolongamento ad libitum:
Finalmente, quando a fermata é colocada sobre uma barra
dupla , significa que há uma pequena interrupção entre os
dos trechos musicais:
EXERCÍCIOS: procurar os assuntos abordados em outras
partituras.
89
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 89
PONTO 18
QUIÁLTERAS E MATIZES
Quiálteras são notas utilizadas com valores maiores ou
menores do que aqueles que realmente representam:
Exemplo: 3 quiálteras (ou tercinas) = três figuras iguais que
valem por duas da mesma espécie.
Normalmente, = ; com as quiálteras,
teremos = .
Podemos ter quiálteras
1. Aumentativas: o número de notas é aumentado.
= =
Perceba que o compasso é simples, e a quiáltera é
aumentativa.
2. Diminutivas: o número de notas é diminuído.
= =
Note que no presente caso, o compasso é composto.
90
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 90
As quiálteras regulares são formadas por notas de
mesmos valores (como nos exemplos anteriores):
Já as quiálteras irregulares são compostas por notas de
valores diferentes:
Existem diversas maneiras para se anotar as quiálteras,
como podemos ver abaixo:
São usados os corpos para cima ou para baixo, e podemos
até deixar o 3 subentendido – mas uma coisa é certa, esse
3 da quiáltera deve estar sempre em caracteres itálicos.
EXERCÍCIOS:
Completar os compassos:
91
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 91
Os matrizes são indicações de alterações na intensidade
do som durante a execução de uma peça musical, e são
grafadas com abreviaturas de seus nomes em italiano:
Essas indicações são colocadas sob ou sobre as notas, e
indicam sua alteração de forma gradual.
92
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 92
Os acentos naturais (tempos fortes) não são marcados na
pauta; para os outros, deve haver uma indicação de
. As notas com esse acento (marcato) devem ser
executadas com muito vigor.
O acento indica notas que devem ser atacadas
com força em seu início, mas suavizadas posteriormente.
Tais sinais são impossíveis de serem realizados no piano e
instrumentos de teclado, se prestando aos demais
instrumentos (sopro, arco, metais, cordas etc.):
O sinal tenuto indica notas executadas com intensidades que devem ser mantidas iguais do início ao fim da figura, rigorosamente:
Ten.
93
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 93
ou
Os sinais de expressão convidam o artista a interpretar o pensamento do compositor:
95
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 95
PONTO 19 ABREVIATURAS E TERMOS ESPECIAIS
A abreviatura é, como sabemos, a redução ao menor número possível de letras ou sílabas, ou a sinais convencionais, das palavras de uso mais frequente; e pode ser, também, um sinal para facilitar a escrita musical.
A abreviatura
1. de vocabulário, geralmente em italiano, é geralmente usada nas indicações de compasso, andamento, expressão etc.;
2. de figuração, facilita o trabalho do copista, já que evita a repetição de desenhos iguais;
3. sinais convencionais, sinais gráficos de execução da peça musical (mordentes, trinados, ritornello (repetição), grupetos etc.
Sinais de repetição
O retorno simples indica a repetição do trecho que está localizado entre as barras de repetição (ritornellos).
O ritornello: ou .
Em um exemplo musical:
96
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 96
No presente caso, a repetição é delimitada pelos dois ritornellos presentes na música.
Mas caso só haja um (o ritornello do lado esquerdo), a repetição deve ser feita desde o início da música:
Podemos encontrar dois ou mais ritornellos seguidos:
Um exemplo musical (Liszt, 51 exercícios):
Note que há um ritornello por compasso!
Quando surgem as figuras das “casas”, o procedimento é executá-las nas ordens indicadas por seus números:
Neste exemplo, devemos tocar a primeira casa na primeira execução e, ao realizarmos o ritornello, devemos pular esta casa e ir direto para a segunda.
97
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 97
Como ficaria a execução deste trecho?
_____________________________________________
O termo D.C (Da Capo) indica que a música deve ser retomada do começo, e ser executada de acordo com toda a métrica já definida, até onde estiver a marcação de seu fim.
A indicação do (senho) ou S mostra o local para
onde a musica deve recomeçar. Muitas vezes, vem acompanhada da indicação para ser executada até a indicação de “fim”:
98
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 98
O sinal de coda (ou pulo) indica um local onde a execução deve realizar a repetição e pular para o trecho que possui um sinal idêntico:
Como seria a execução deste trecho?
_____________________________________________
Mas os sinais D.C, e só são executados após a execução do trecho musical, com todas as suas voltas!
99
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 99
Como seria a execução do fragmento:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________
Quando ocorrem muitas pausas no decorrer de uma música, isto pode ser representado por uma linha grossa, com a indicação do numero de compassos com pausas:
=
100
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 100
Mas podem haver situações em que o raciocínio lógico/espacial será bem vindo:
Uma barra / no meio do compasso indica a repetição da melodia imediatamente anterior:
Sinais não tão comumente utilizados:
101
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 101
PONTO 20 – Ornamentos musicais básicos
O assunto não deixa de ser uma continuação dos termos especiais vistos na aula anterior.
De um dicionário de Português, o termo “ornamento” significa:
“s.masc. Ação ou efeito de ornamentar. Tudo o que orna ou serve para ornar; ornato. Arquitetura. Parte de uma obra que, embora não seja um elemento essencial, participa da sua decoração. Fig. Qualidade de expressão. O que dá lustre ou glória. Tudo o que enfeita ou adorna. Música. Notas representadas por signos destinados a dar flexibilidade ao contorno de uma melodia (trinado, mordente, grupeto, apojatura). (Sin.: adorno, atavio, enfeite.)
Desse modo, teremos os seguintes ornamentos seguidos de seus exemplos:
martelé (fr.) – destacado (staccato) muito forte, acentuado e enérgico. É uma espécie de staccato nos instrumentos de arco;
staccato martelé – sequencia de arcadas martelé numa direção ;
spiccato, ricochet e santillé – gêneros especiais de staccatos para os instrumentos de arco, sendo um staccato saltando;
detaché (fr.) – destacado grande ;
Ressaltamos que a articulação é o modo de atacar (emitir) os sons, e é característico de cada instrumento ; por seu
102
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 102
lado, o fraseamento pertence a estética dos diferentes períodos musicais.
Vibrato (it.) – pequena oscilação de uma nota musical: nos instrumentos de arco, o vibrato consiste em uma pequena oscilação da mão esquerda sobre o espelho; nos de sopro, é produzido pelos lábios ou pela coluna de ar; já nos de teclado, é impossível executar um vibrato;
Tremolo (trêmulo) – desdobramento de uma medida em outros valores menores, sem medida. Para um instrumento de percussão, é um rufo;
Coll´arco, arco – tocar com arco;
Pizzicato, pizz. – sons emitidos com os dedos;
con sordini, con sord. – para usar a surdina;
senza sordini, senza sord. – tocar sem a surdina;
Sul ponticello – tocar junto ao cavalete;
Lontano, quasi lontano – longe (significando, às vezes, tocar atrás do palco);
Sul tasto – tocar em cima do espelho;
Flautato (flautado) – tocar similar a um som de flauta;
Flageolet (flag.- fr.) – sons harmônicos que se obtêm em instrumentos de arco, aflorando a corda;
Col legno – tocar com a parte de madeira do arco;
Ped., com ped. – para acionar com o pé o pedal direito do piano;
Senza pedal - _____________
103
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 103
Uma corda – acionar com o pé pedal esquerdo do piano;
Due ped. – acionar os pedais esquerdo e direito do piano;
Con destra, m.d. – tocar com a mão direita no piano;
Con sinistra, m.s., m.e. – tocar com a mão esquerda;
Divisi, div. (it) – dividir os naipes (1os. Violinos, por exemplo) em grupos menores, que tocariam notas ou melodias distintas.
Non divisi – não dividir, tocando as duas ou mais vozes simultaneamente;
Attacca – atacar em seguida o próximo movimento;
Come primo, come sopra, ut sopra – como antes, executar como das vezes anteriores;
Ossia – outra alternativa, geralmente mais fácil, de certo trecho na obra musical;
Simile, sim. – tocar semelhante;
Segue = símile;
Volti súbito, v.s., vide seguens – virar rápido a página;
Alla terza, Allá 3ª – tocar com a terça;
Sollo – trecho a ser executado por uma só voz ou instrumento;
Tutti – tocar com a orquestra ou banda inteira;
104
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 104
Uníssono – um som ou voz emitido por diferentes vozes ou instrumentos;
Dedilhação – cifras indicativas dos dedos a serem articulados para a execução de uma melodia;
Opus, op. – obra; op. 1, 2 etc.- ordem numérica das obras de um compositor;
Partituras – apresentação gráfica das vozes, instrumentos ou ambos de uma música;
Parte – extrato de uma partitura, que traz as ideias musicais que serão realizadas por um dos instrumentos da partitura.
Os ornamentos normalmente utilizados no piano (que não deixam de ser executáveis nos outros instrumentos) são:
Apogiatura (“apoio”),
Glissando,
Trinado,
Mordente,
Floreio grupetto,
Portamento,
Cadência melódica.
= metade do valor da nota ornamentada.
105
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 105
= metade da metade do valor da nota ornamentada.
=
perceba que é um desmembramento de .
Por fim, a cadência melódica consiste em verdadeira improvisação no meio de uma apresentação - o compositor deixa essa liberdade ao executor; porém, como muitos
106
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 106
músicos de todos os instrumentos se preocupavam com a técnica, deixando a teoria e criatividade de lado. Tais compositores eram obrigados a “compor” algumas cadências para os músicos escolherem sua preferida.
Exemplo de Chick Corea (pianista de jazz) e Bobby McFerrin (cantor) tocando concertos de Mozart, improvisando as cadências.
EXERCÍCIOS:
1. Escrever alguns ornamentos;
2. Executar os ornamentos escritos em seu instrumento;
3. Procurar músicas com ornamentos.
107
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 107
PONTO 21 – Aspectos da escala.
É possível dividirmos a escala de acordo com a altura de suas notas, e a nomenclatura destas notas segue a ordem em que vão aparecendo:
Foram colocadas as nomenclaturas em inglês e português porque são as mais usadas no Brasil, mas o aluno pode encontrar outros modos para fazer a contagem (muda quase a cada país).
Na versão em português, o do-2 é a nota mais grave e possui 16 vibrações da corda, mas não é executável no piano, que vai até o do -1 = dó 0.
O dó central do (piano dó 3) é escrito aqui:
108
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 108
Este é o LÁ do diapasão, possui 440 vibrações por minuto (440 hertz = 440 Hz) e serve de referência para a afinação de toda a orquestra.
DIAPASÃO é um instrumento que serve de guia para a afinação.
A escala geral se divide em 5 regiões:
109
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 109
Ponto 22 – ACORDES (revisão)
Como vimos, acorde é a sonoridade produzida por 3 sons (notas) tocadas simultaneamente. Obs: 2 notas formam um intevalo. Geralmente, o acorde com 3 sons (tríade) é formado por dois intervalos de terça superpostos e são designados pelo maior intervalo presente:
dó/mi = 3ª maior; mi/sol = 3ª menor. É um ACORDE DE 5ª, pois esta é a nota mais aguda do acorde (na posição fundamental ou “primeira inversão”).
Acorde com 4 sons. Quais os graus presentes neste
acorde? Logo, é um acorde de _____.
Este é um acorde com 5 sons (notas). Quais são seus
graus?
, é um acorde de ______.
Marque seus graus.
Finalmente, que tipo de acorde é este:
acorde de _______.
110
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 110
Ele é possível de ser realizado? Por quê?
Uma tríade (acorde de 3 sons ou acorde de 5ª) pode ser
diatônico ou alterado.
O acorde diatônico pode ser:
O acorde perfeito maior é formado pela superposição de
uma 3ª maior
e uma 3ª menor a seguir , ou 5ª justa em
relação à fundamental: . Quantos semitons
possui um intervalo de 5ª justa? _____. Com qualquer
fundamental, a 5ª justa será alcançada pela superposição
por esta quantidade de semitons.
A 5ª justa é muito importante na música tonal, pois por ser
um harmônico muito “precoce” na série harmônica, torna-se
uma das bases para a música tonal ou modal.
111
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 111
O acorde perfeito menor é formado pela superposição de
uma 3ª menor e uma 3ª maior ou 5ª
justa como nos acordes maiores.
O acorde aumentado, ou de 5ª aumentada é formado
pela superposição de duas 3as. Maiores: .
Por seu lado, o acorde de 5ª diminuta ou acorde
diminuto é formado por duas 3as. Menores:
.
Exercs.: determinar os nomes e tipos dos acordes a
seguir:
A fundamental é a nota básica, que dá nome ao acorde e
determina toda a dinâmica tonal em torno destes. Costuma
se o grau I da escala/modo que o origina. A escala de Dó
maior (C) se inicia com a nota dó:
I II III IV V VI VII VIII=I
112
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 112
1t 1t 1 st 1t 1t 1t 1st
Fazendo a superposição de 3as com os graus III e V,
teremos , que é sua posição fundamental.
Mas esta posição fundamental pode ser invertida,
assumindo novas distribuições e intervalos entre suas
notas. Assim, teremos:
Pos. fundamental 1ª inversão 2ª inversão
Quais são os intervalos entre suas notas?
Fundamental:________
1ª inversão:_________
2ª inversão:_________
Exercícios: construir a escala de fá maior (F), seus
acordes e inversões:
113
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 113
Exercícios para casa: construir os campos harmônicos
e seus acordes do ponto 9 da página 38 da apostila.
PONTO 23: mais informações sobre a execução dos ornamentos
O mordente é o ornamento que se compõe de duas notas que precedem a nota real, sendo a primeira nota da mesma altura da nota principal:
O mordente pode ser superior ou inferior:
Mordente Superior - , que se
executa assim: .
Mordente inferior - , que se executa
assim: e .
Repare que os acentos acontecem na primeira nota, e a execução pode ser através de semicolcheias ou colcheias (muitas vezes essa indicação vem discriminada na partitura), a depender do andamento da música.
114
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 114
Os mordentes podem ter suas notas (superiores ou inferiores) alteradas em relação à escala original, o que virá indicado na partitura:
No caso, o exemplo utilizou notas com bemóis, mas poderiam ter sido com sustenidos ou bequadros, o que também virá indicado na partitura.
Existem também os mordentes duplos:
.
Perceba que o sinal é maior (mais longo) do que o tamanho do mordente original:
O grupeto é o ornamento composto por 3 ou 4 notas que precedem ou seguem a nota principal:
115
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 115
(inferior) ou (superior).
Os grupetos podem ser superiores (começam um grau acima da nota real ou principal) ou inferiores (um grau abaixo da nota principal):
Sua execução é assunto de vários debates. Perceba que podem ser executados com semicolcheias ou fusas.
Os grupetos, assim como os mordentes, podem ter suas notas (superiores ou inferiores) alteradas em relação à escala original, o que virá indicado na partitura:
116
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 116
Sua execução se constrói da seguinte maneira,
e podem ser compostos por 3 notas
ou 4 notas .
Perceba que a diferença está em se a nota de conclusão é igual ou não à principal.
Sua execução depende do andamento da música:
117
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 117
Exercício: mostre como se executa o seguinte trecho com grupetos:
Escreva 4 exemplos com ornamentos (mordentes e grupetos) e suas execuções a seguir:
Exemplos
118
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 118
Execuções
119
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 119
PONTO 24 – transição entre contraponto e harmonia
O contraponto identifica-se mais com a música europeia ocidental, tendo sido fortemente trabalhado na renascença. Também foi uma técnica dominante a partir desse período até o romantismo, passando pelo barroco e o classicismo. O termo origina-se do latim punctos contra puntum (nota contra nota) e surge na época em que o cantochão começou a ser substituído nas igrejas pelo canto com mais do que uma linha melódica (voz). Foi criado com o propósito de traduzir em música a fé religiosa, refletindo a eterna busca de Deus através da música.
Apesar de existirem contrapontos com até mais de 10 vozes, tal técnica ficou eternizada pela obra de Johann Sebastian Bach e seus contrapontos a 4 vozes.
Através das técnicas contrapontísticas, começaram a ser formados acordes com 3 e até 4 notas, fundamentais para o posterior desenvolvimento da harmonia enquanto técnica e ferramenta musical.
O estudo do contraponto não faz parte do interesse do presente trabalho no momento, e partiremos para o estudo da harmonia.
Assim, para começarmos o presente estudo, devemos relembrar a construção das escalas e seus respectivos campos harmônicos.
Baseado na descoberta dos modos gregos pela cultura ocidental (e mais uma série de informações sobre esta cultura), vamos lembrar que, entre os modos gregos, dois se mostraram mais relevantes: o modo jônico (futuro modo maior) e o modo eólico (futuro modo menor natural).
120
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 120
Modo C jônico = C maior
1t 1t 1st 1t 1t 1t 1st
Modo A eólio (eólico) – Lá menor natural
1t 1st 1t 1t 1st 1t 1t
A princípio, praticaremos no modo maior, visto que a evolução do modo menor nos levou a 3 escalas menores diferentes, com diferentes possibilidades musicais.
Como visto em aula passada, os acordes são formados a partir de intervalos de 3as. maiores ou menores, baseados no modo que lhes deu origem. No modo de C (dó maior) teremos:
I II III IV V VI VII VIII
Superpondo intervalos de 3ª sobre as notas da escala, teremos:
,
1-3 2-4 3-5 4-6 1-3-5 2-4-6
121
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 121
Terças: M m m M M m m M Faça você:
Seguiremos o ciclo de 4as. e 5as justas para construir novamente as escalas e seus futuros campos harmônicos:
CICLO DE QUARTAS E QUINTAS JUSTAS (preencha a sequência)
5as justas C 4as justas
F
G
122
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 122
Exercícios: escrever as escalas maiores pelo ciclo de 5as até a escala de F#,
e pelo ciclo de 4as até a escala de
Gb
123
Professor Leo Vitti – formado em música pela Unicamp (1994) – [email protected] Página 123
Em seguida, construir os acordes (tríades) sobre as notas das escalas,
colocando os graus sob os acordes – destaque (grife) os graus I, IV e V.