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7 UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO Técnico em Transações Imobiliárias BEM VINDO(A) A UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO MANUAL DO ALUNO Prezado(a) aluno(a), que bom tê-lo(a) conosco! Ao ter escolhido estudar na modalidade a distância, você optou por uma forma de aprender que requer habilidade e competências específicas por parte dos professores e alunos. Estudar a distância é um pouco diferente de estudar presencialmente. Talvez, essa seja sua primeira experiência nesta modalidade de ensino-aprendizagem. Porém, independentemente do seu grau de experiência com a Educação a Distância, vale a pena a leitura deste Manual. Pois, muitas informações que serão aqui apresentadas, como organização do tempo para estudos, orientações para auxiliar sua aprendizagem, informações geral sobre o curso, avaliação e procedimentos administrativos serão de extrema importância ao longo do curso. Recomendamos que antes de acessar o espaço virtual de aprendizagem ou iniciar os estudos, faça uma leitura cuidadosa de todas as informações contidas neste manual. Caso persista alguma dúvida, entre em contato com os tutores que o acompanharão ao longo do curso ou com a coordenação, que é o canal direto entre Você e a escola, para atendê-lo(a) em tudo o que for necessário, objetivando tornar seu curso tranqüilo e proveitoso. Estamos torcendo pelo seu SUCESSO!!!! A Coordenação

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

BEM VINDO(A) A UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

MANUAL DO ALUNO

Prezado(a) aluno(a), que bom tê-lo(a) conosco!

Ao ter escolhido estudar na modalidade a distância, você optou por uma forma de aprender que requer

habilidade e competências específicas por parte dos professores e alunos.

Estudar a distância é um pouco diferente de estudar presencialmente. Talvez, essa seja sua primeira

experiência nesta modalidade de ensino-aprendizagem. Porém, independentemente do seu grau de experiência com

a Educação a Distância, vale a pena a leitura deste Manual. Pois, muitas informações que serão aqui apresentadas,

como organização do tempo para estudos, orientações para auxiliar sua aprendizagem, informações geral sobre o

curso, avaliação e procedimentos administrativos serão de extrema importância ao longo do curso.

Recomendamos que antes de acessar o espaço virtual de aprendizagem ou iniciar os estudos, faça uma

leitura cuidadosa de todas as informações contidas neste manual. Caso persista alguma dúvida, entre em contato

com os tutores que o acompanharão ao longo do curso ou com a coordenação, que é o canal direto entre Você e a

escola, para atendê-lo(a) em tudo o que for necessário, objetivando tornar seu curso tranqüilo e proveitoso.

Estamos torcendo pelo seu SUCESSO!!!!

A Coordenação

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

1. QUEM É A UNI – UNIÃO NACIONAL DE

INSTRUÇÃO

1.1. Histórico

A UNI foi fundada em 14/09/2001 e é mantida

pela UNI – Centro de Ensino Unificado Ltda. Está

fundamentada nos princípios contidos na LDB

9394/96, credenciada pela portaria 255 de 4 de

setembro de 2003 e conforme o disposto no parecer

134/03 do Conselho de Educação do Distrito Federal.

A UNI assume o compromisso de cumprir, e

fazer cumprir, os princípios e fins da educação

nacional, bem como aqueles definidos na legislação do

Distrito Federal, promovendo o desenvolvimento do

aluno, incluindo seu preparo para o exercício da

cidadania e integração à vida produtiva, bem como sua

capacidade de compreender a realidade social através

da ampliação de experiências.

1.2. Missão

A UNI tem como Missão promover a educação

como ação transformadora, libertadora e humanitária,

num processo contínuo e a distância, respeitando as

características e ritmo próprio do aluno na qualidade de

sujeito de seu aprendizado.

2. TTI – TÉCNICO EM TRANSAÇÕES

IMOBILIÁRIAS: tudo o que você precisa saber

sobre o curso.

O curso Técnico em Transações Imobiliárias à

Distância da UNI, tem como finalidade atender você

que pretende obter habilidades e competências nas áreas

de Operações Imobiliárias, Matemática Financeira,

Noções de Direito e Legislação, Noções de Economia e

de Mercado, Organização e Técnicas Comerciais,

Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa,

Marketing Imobiliário, Noções de Relações Humanas e

Ética e Desenho Arquitetônico.

2.1. Formas de Ingresso no Curso

Para ingressar no curso de TTI – Ensino Técnico

a distancia, é necessário seguir algumas normas

estabelecidas pela Resolução nº 1/2005, que estabelece

normas para o Sistema de Ensino do Distrito Federal,

em observância às disposições da Lei n 9394: é

necessário ter concluído o ensino médio, ou estar

cursando, sendo que para conclusão do curso o aluno já

deve ter concluído o ensino médio.

2.2. Duração do curso

O curso terá duração máxima de 200 (duzentos)

dias e carga horária de 1.170 horas incluindo 200

(duzentas) horas de estágio.

As atividades presencias são realizadas por meio

de encontros mensais, além da tutoria presencial em

dias específicos.

2.3 . Material Didático

O material didático é elaborado de forma

dinâmica e sua metodologia é baseada no respeito às

diferenças individuais.

As atividades seguem um modelo educacional

no qual você é o centro do processo de aprendizagem.

Á sua volta está um conjunto de recursos educacionais

que visa ajudá-lo no alcance de seus objetivos.

O processo de familiarização com o ambiente de

estudo lhe transmitirá segurança, de forma que você

possa estudar no seu próprio ritmo, de forma autônoma

e responsável, organizando horários segundo suas

necessidades e planejando como, quando e onde

estudar.

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

2.4 . Sistema de Tutoria

As tutorias são realizadas por meio de encontros

presenciais. Os professores/tutores ficam em dias

especificados pela instituição, à disposição dos alunos,

para esclarecimentos, tirar dúvidas e conversar sobre o

conteúdo da disciplina.

Você, como aluno da UNI, além do material

didático que recebe no ato da matrícula, tem acesso

também aos exercícios que são fornecidos como uma

orientação para o processo de aprendizagem.

Para complementar os conhecimentos teóricos

adquiridos por meio do material e da tutoria, a UNI

efetuou convênios com empresas do ramo imobiliário

para que você realize as atividades práticas de estágio.

IMPORTANTE

Estabelecer uma interação constante com o

professor-tutor, pois assim a sua aprendizagem

seguirá num ritmo de permanente evolução.

2.5. Sistema de Avaliação

A avaliação da aprendizagem ocorrerá em duas

etapas:

a) exames presenciais realizados na sede da UNI.

b) desempenho nas atividades do estágio (prática).

A presença é facultativa para efeito de orientação

e estudo, porém, para realização dos exames e do

estágio obrigatório a presença é obrigatória.

A avaliação do estágio será realizada por meio

de ficha de avaliação e acompanhamento, que será

preenchida, assinada e carimbada pelo supervisor da

imobiliária ou corretor supervisor, e devolvida à UNI.

IMPORTANTE

� O tempo de tolerância para entrada em sala de

aula para realização das avaliações será de 15

minutos. Após a tolerância não será permitida a

entrada em sala.

� É expressamente proibida a realização das

avaliações sem a apresentação de um documento

que comprove sua identificação e que tenha foto

(RG, CTPS, Carteira funcional, CNH).

� O não comparecimento na data marcada para

realização das avaliações, sem justificativa, terá

como penalidade o pagamento de uma taxa

estipulada pela instituição referente à marcação

de provas.

� Após a segunda prova de recuperação, o aluno

deverá efetuar o pagamento de uma taxa

simbólica, determinada pela instituição,

correspondente às avaliações posteriores (4ª

avaliação).

Fique atento aos dias das Tutorias e ao

calendário das provas.

As avaliações serão todas realizadas na

UNI.

2.5.1. Resultados

O resultado das avaliações será emitido num

prazo de 10 dias úteis e será disponibilizado (via

impresso) no mural e no sítio da escola, podendo esse

último ser acessado pelo aluno por meio de sua senha

pessoal.

O resultado do estágio será emitido mediante

recebimento da ficha de avaliação e acompanhamento

por parte da imobiliária, devidamente preenchida,

assinada e carimbada.

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Técnico em Transações Imobiliárias

3. VOCÊ E OS ESTUDOS A DISTÂNCIA:

ORIENTAÇÃO E DICAS PARA O SEU

PERCURSO ACADÊMICO

3.1. Alguns esclarecimentos sobre essa modalidade

de ensino

O estudo por meio de um ambiente virtual de

aprendizagem não é nem mais difícil nem mais fácil

do que num ambiente presencial. É apenas diferente.

O estudo a distância exige muita disciplina.

No curso a distância, é Você e não o professor o

principal responsável pelo processo de aprendizagem.

Você tem a liberdade de estudar de acordo com seu

ritmo e horário, porém existem limites de tempo para

sua conclusão.

Agora vamos enfatizar algumas características

de um curso de educação a distância.

3.2 . Características da Educação a Distância:

� Uma quase permanente separação entre o

professor e o aluno durante o processo de

aprendizagem;

� Influência de uma organização educacional no

planejamento e preparação dos materiais pedagógicos

bem como na disponibilização de serviços de apoio ao

aluno;

A utilização de recursos tecnológicos, com vista

a estabelecer a ligação pedagógica entre aluno e

professor e a suportar os conteúdos do curso.

O estabelecimento de uma comunicação

bidirecional de modo que o aluno possa tirar partido

do diálogo, ou mesmo iniciá-lo;

3.3 . Motivação para Aprendizagem

Entende-se que a motivação é o resultado dos

estímulos que agem com força sobre nós, levando-nos

a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um

estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa

externa ou proveniente do próprio organismo. Essa

teoria nos dá idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.

Quando o ciclo motivacional não se realiza

sobrevém a frustração, o que pode levá-lo a assumir

várias atitudes:

a) Comportamento ilógico ou sem normalidade;

b) Agressividade por não poder dar vazão à

insatisfação contida;

c) Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios

e digestivos;

d) Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;

e) Passividade, moral baixo, má vontade,

pessimismo, resistência às modificações, insegurança,

não colaboração, etc.

Quando a necessidade não é satisfeita, não

significa que Você permanecerá eternamente

frustrado. De alguma maneira a necessidade será

transferida ou compensada, visto que a motivação é

um estado cíclico e constante na vida pessoal.

Maslow apresentou uma teoria da motivação

que é conhecida como uma das mais importantes.

Para ele, as nossas necessidades obedecem a uma

hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem

transpostos. Isto significa que no momento em que

realizamos uma necessidade, surge outra em seu

lugar, exigindo sempre que busquemos meios para

satisfazê-la.

Na teoria de Maslow as necessidades humanas

estão organizadas e dispostas em níveis, numa

hierarquia de importância e de influência, como numa

pirâmide, em cuja base estão as necessidades mais

baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as

necessidades mais elevadas (as necessidades de auto

realização).

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Técnico em Transações Imobiliárias

Necessidade de Auto Realização;

Necessidade de status e estima;

Necessidades Sociais;

Necessidade de Segurança;

Necessidades Fisiológicas.

Segundo Maslow, as necessidades fisiológicas

constituem a sobrevivência do indivíduo e a

preservação da espécie: alimentação, sono, repouso,

abrigo, etc. As necessidades de segurança constituem a

busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga

e o perigo. As necessidades sociais incluem a

necessidade de associação, de participação, de

aceitação por parte dos companheiros, de troca de

amizade, de afeto e amor. A necessidade de estima

envolve a auto-apreciação, a autoconfiança, a

necessidade de aprovação social e de respeito, de

status, prestígio e consideração, além de desejo de

força e de adequação, de confiança perante o mundo,

independência e autonomia. A necessidade de auto-

realização é a mais elevada, pois a pessoa pode

desenvolver o seu próprio potencial.

A motivação para a aprendizagem está ligada à

necessidades levantadas por Maslow. Pois a educação é

uma peça fundamental para o alcance da segurança, do

afeto (social), da auto estima e da auto realização.

ESQUENTANDO SEU PENSAMENTO

Alguns conceitos sobre motivação

� Em psicologia, motivação é a

força propulsora (desejo) por trás de

todas as ações de um organismo.

pt.wikipedia.org/wiki/Motivação

� Sentimento de uma necessidade.

www.pedagogiaemfoco.pro.br/per09a.htm

� Conjunto de fatores psicológicos (conscientes

ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou

afetiva, às quais agem entre si e determinam a conduta

de um indivíduo, despertando sua vontade e interesse

para uma tarefa ou ação conjunta. A motivação surge

de dentro das pessoas, não há como ser imposta.

Despertar o interesse das pessoas para a Qualidade é

fundamental, uma vez que não se implanta qualidade

por exortação, decretos ou quaisquer mecanismos

coercivos.

www.indg.com.br/info/glossario/glossario.asp

� Qualquer influência que mantém ou

impulsiona o comportamento orientado aos objetivos

das pessoas.

eden.dei.uc.pt/gestao/forum/glossario/index_lr.htm

� Desejo, força, necessidade ou outra

característica interna a cada pessoa que a leva a buscar

a sua satisfação.

www.merkatus.com.br/08_dicionario/m-o.htm

IMPORTANTE

Na busca por novos conhecimentos,

aprimoramento profissional e acadêmico, Você

poderá encontrar no seu caminho algumas

barreiras, tais como:

� Barreiras Situacionais – podem ocorrer em

determinado momento da vida, como por exemplo,

falta de tempo devido compromissos de trabalho ou

familiares.

� Barreiras Institucionais – são provenientes da

própria instituição, no que se refere à exclusão ou

desencorajamento dos trabalhadores adultos de

participar de atividades educacionais, como horários

ou locais inconvenientes, cursos inapropriados etc.

� Barreiras Disposicionais – atitudes e

percepções de ordem pessoais que temos acerca de nós

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

mesmos. Por exemplo, pessoas idosas e adultos de

origem mais humilde apresentam menos interesse ou

confiança na capacidade que possuem de aprender.

Assim, muitos alunos usam desculpas

associadas às barreiras situacionais (excesso de

trabalho, falta de tempo, problemas de saúde) para

acobertarem certas percepções pouco positivas que têm

de si próprios e que acabam interferindo no seu

desempenho acadêmico.

É importante atentar para essas barreiras a fim

de superá-las e obter o sucesso que deseja.

4. ORGANIZANDO OS ESTUDOS

As orientações a seguir irão auxiliá-lo(a) a criar

hábitos de estudo.

4.1. Estratégias de Aprendizagem

Você sabe o que são estratégias de

aprendizagem? Você usa alguma?

Segundo Dembo, 1994, as estratégias de

aprendizagem são técnicas ou métodos que usamos para

adquirir a informação.

As estratégias de aprendizagem são definidas

como seqüências de procedimentos ou atividades que

escolhem com o propósito de facilitar a aquisição, o

armazenamento e/ ou a utilização da informação, ou

seja, as estratégias de aprendizagem podem ser

consideradas como qualquer procedimento adotado

para a realização de uma determinada tarefa.

De acordo com Holt (1982), para ser um aluno

de bom rendimento escolar é preciso, entre outras

coisas, que se tenha consciência dos seus próprios

processos mentais e do seu próprio grau de

compreensão. Um aluno com desempenho escolar

satisfatório, além de ser mais eficaz no uso e na

seleção de estratégias de aprendizagem, é sempre

capaz de dizer que não entendeu algo, pois ele está

constantemente monitorando a sua compreensão.

São várias as estratégias de aprendizagem que

podemos usar. Por exemplo:

� Fazer diagramas para entender melhor certos

conceitos.

� Extrair as idéias centrais de um texto.

� Buscar ajuda com o professor ou um colega

quando não compreendeu bem a matéria.

4.2. Aprendendo a Aprender

Para aprender de forma significativa e

autônoma, as estratégias de aprendizagem devem fazer

parte do nosso contexto. Vamos começar pela

administração do tempo.

4.2.1. Administração do Tempo

A administração do tempo envolve dois aspectos

importantes:

� encontrar tempo suficiente para estudar e

� usar bem esse tempo.

Encontrar tempo para estudar

A grande maioria das pessoas tem

compromissos sociais (buscar filhos no colégio,

estudar, passear, sair com os amigos, etc),

compromissos de trabalho (a maioria trabalha o dia

todo) e interesses de lazer (ir ao cinema, assistir

televisão, passear com os filhos).

Em meio a este contexto questiona-se: existe

espaço suficiente entre esses compromissos para

acomodar um tempo para estudos?

Quando adultos, os alunos sempre têm que fazer

escolhas difíceis quando se trata de tempo. Geralmente

quando se tem que optar pelo estudo, significa abrir

mão de algo ou alguma coisa. Este é um dos primeiros

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

problemas que você terá que enfrentar – saber planejar

sua vida de forma que ela disponha de espaço para o

trabalho, os estudos e o lazer.

Estudar, geralmente, requer muito tempo.

Assim, você tem que se tornar um expert em “criar

tempo” para acomodar todas as suas atividades. Uma

maneira de tentar conseguir fazer isso é elaborar um

calendário que exemplifique uma semana típica do seu

dia-a-dia.

Dia Seg. Ter. Qua Qui. Sex. Sáb. Dom

M

T

N

O calendário deverá ser preenchido com as suas

atividades, após o preenchimento, verifique quanto

sobrou de tempo para você estudar.

Talvez você encontre algumas dificuldades em

fazer essa atividade, porém não se assuste. Ela

realmente não é fácil, pois levamos uma vida

extremamente corrida e agitada. Mais difícil do que

fazer um planejamento é conseguir cumpri-lo.

Mas cumprir esse planejamento não é

necessariamente o ponto em questão. Mesmo que você

tenha que mudar seus planos constantemente, o

planejamento que você fez é muito importante, porque

as decisões que fazem você mudar de planos forçam

você a pensar sobre “o que está fazendo” e “por que

está fazendo”.

Para evitar perda de tempo, você deve

desenvolver idéias sobre “o tempo de que você

precisa” para realizar determinado tipo de tarefa e por

quanto tempo pode dedicar-se a ela. Você vai

descobrir, por exemplo, que pode fazer certas tarefas

como ler um texto difícil ou escrever algum trabalho

somente quando está descansado e dispõe de muito

tempo pela frente. Por outro lado, tarefas mais fáceis

como organizar suas anotações ou ler o resumo de um

texto, você consegue fazê-las mesmo quando está

cansando ou quando o tempo é curto, como, por

exemplo, entre uma atividade e outra.

Encontrar e usar bem o tempo para estudar são

as duas grandes dicas sobre Administração do Tempo.

5. CONHECENDO O AMBIENTE VIRTUAL DE

APRENDIZAGEM

5.1. Acesso ao Ambiente de Aprendizagem

Os espaços de ensino presencial possuem uma

estrutura física chamada sala de aula. No ambiente

virtual também necessitamos de uma organização para

que ocorra processos de ensino, aprendizagem e

principalmente a interação entre professor-tutor –

alunos e alunos – alunos.

No espaço virtual da UNI você encontrará

espaços de comunicação e interação: simulados, bate-

papo, formulário tira dúvidas, manual do aluno, entre

outros.

Veja a seguir, o que você encontrará no espaço

virtual e como acessar:

1º - Digite o endereço http://www.unidf.com.br

Aparecerá o Sítio da UNI. Neste espaço você

encontrará recursos que o possibilitará conhecer a

estrutura organizacional da escola que escolheu para

concluir seu ensino médio.

2º - Clique no ícone “acesso restrito TTI”, e

aparecerá a seguinte tela:

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Nela você deverá digitar seu código de acesso e

senha (disponibilizado pela UNI após a matrícula).

Uma tela será exibida, onde você terá acesso a todos os

recursos do painel administrativo.

Com esses recursos, você pode alterar seus

dados, fazer simulados em dias marcados com a tutoria

e outros alunos, trocar conhecimentos na sala de bate–

papo, enviar seus questionamentos para as respectivas

disciplinas na qual tem encontrado dificuldade através

do formulário tira dúvida, verificar o resultado das

últimas avaliações realizadas e consultar o manual do

aluno.

5.2. Como acessar a Sala Virtual

A Sala Virtual é uma ferramenta de interação

síncrona, isto é, ocorre em tempo real e facilita o

encontro de pessoas que estão geograficamente

distantes.

Por isso, é necessário combinar o horário. É

sempre bom contar com a presença de um moderador

para orientar a discussão. Geralmente, o moderador é

aquele que convida para o encontro.

Ao participar de uma Sala Virtual, é

importante seguir algumas

recomendações:

5.3. Netiqueta aplicada aos Espaços de

Aprendizagem Virtual

Assim como em ambientes presenciais, fazemos

uso de algumas regras que auxiliam a efetividade do

processo de comunicação e a convivência; os espaços

virtuais possuem também as suas. Essas regras

denominadas “Netiqueta” (normas de etiqueta

utilizadas na Internet) e ajudam de forma geral a

convivência dos usuários na rede, favorecendo a

comunicação e a interatividade.

Conheça a seguir as principais regras de

Netiqueta aplicada aos Espaços de Aprendizagem

Virtual. Tenha sempre a mão, elas poderão ser úteis na

hora de escrever suas mensagens.

Regra nº 1 - Atrás da mensagem há uma pessoa

As mensagens são escritas por pessoas como

você que pensam, sentem e agem. Podemos concordar

com elas, complementar o que escreveram ou até

mesmo discordar. Por isso, antes de responder procure

pensar em três perguntas que irão ajudá-lo a achar a

melhor forma de estabelecer a comunicação: o que vou

escrever? Por que vou escrever isto? Como escrever

para que o outro entenda o que quero dizer?

15

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Regra nº 2 - Responda as mensagens e solicite a

resposta

Responda todas as mensagens enviadas por e-

mail. Seja objetivo em suas respostas.

Não inclua todo o conteúdo da mensagem

respondida; deixe o suficiente apenas para indicar os

pontos que você está comentando ou a que frase está

respondendo, apagando o que estiver a mais (inclusive

cabeçalhos, se o programa de e-mail inseri-los na

resposta).

Regra nº 3 - Ao escrever na internet, “fale, não

GRITE!”

Nas mensagens que for enviar via e-mail ou no

bete-papo, escreva normalmente, combinando letras

maiúsculas e minúsculas. Na Internet escrever somente

com letras maiúsculas é o mesmo que GRITAR!

Para enfatizar frases e palavras, em sua

mensagem, use os recursos de sublinhar, negrito,

itálico ou *grifar* (palavras ou frases entre

asteriscos). Frases em maiúsculas são aceitáveis em

títulos e ênfases ou avisos urgentes.

Regra nº 4 - Coloque o “assunto” da mensagem

No e-mail, a linha Assunto ou Subject deve estar

sempre preenchida, de forma clara e objetiva, com o

assunto que será tratado na mensagem.

Isso facilitará o trabalho de quem recebe as

mensagens, pois poderá priorizar a leitura das quais o

assunto seja de maior importância/interesse.

Regra nº 5 - Seja objetivo

As mensagens enviadas por e-mail e as

disponibilizadas no fórum ou no bate-papo devem ser

claras e objetivas. Observe também a correção da

linguagem.

Regra nº 6 - Coloque espaço entre os parágrafos

Coloque linhas em branco entre blocos e

parágrafos do texto das mensagens. O texto ficará mais

organizado e mais fácil de ler, mesmo que a mensagem

seja longa.

Regra nº 7 - Arquivos em anexo (attachments)

Ao enviar arquivos anexados, procure compactá-

los para facilitar o envio e visualização do arquivo pelo

destinatário.

Regra nº 8 - Crie sua assinatura para suas

mensagens por e-mail

É possível você criar o que se chama

"assinatura" para suas mensagens de correio

eletrônico. As assinaturas são arquivos pequenos,

contendo alguma informação sobre você: nome

completo, empresa, cargo, referências de trabalhos e

frases. Não exagere! Essa assinatura deve se restringir

a no máximo quatro linhas.

Torne suas mensagens mais criativas

Quem foi que disse que não é possível

expressar suas expressões faciais pelas

mensagens que você troca por e-mail?

Com o objetivo de tornar possível a expressão

das emoções da pessoa em determinado momento

foram criados símbolos smiley. Alguns dos mais

usados são:

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Símbolos Significado

:-) Sorriso

:-( Triste

;-) Piscadinha

:-O De boca aberta

:-| Sem graça

Você poderá encontrar outros exemplos no endereço:

http://www.geocities.com/siliconvalley/network/3969/p

ages/smileys.htm

6. APOIO AO ALUNO

Além da comunicação com a equipe docente,

você poderá contar com o apoio da Coordenação, da

Secretaria e dos demais membros da Equipe da UNI.

6.1. Certificação

Declaração e histórico de conclusão - Ao

concluir com a média estipulada pela instituição a

última prova, você deverá fazer um pedido de

declaração e histórico e aguardar um prazo máximo de

15 dias para sua entrega.

Certificados - Os certificados serão emitidos

no prazo máximo de 120 dias após sua conclusão.

Com o certificado em mãos, de uma escola

reconhecida e credenciada pela SEDF, você poderá

prestar concursos públicos, vestibulares e gozar de

todos os direitos legais que a certificação lhe garante.

FINALIZANDO...

Agora que você leu todo o material,

está consciente do seu papel como

gerente do seu curso e dos seus momentos de

estudo, utilize o espaço a seguir para fazer suas

anotações a respeito do calendário das tutorias e

das avaliações.

SUCESSO NO SEU CURSO!

A Direção

CALENDÁRIO DAS TUTORIAS

Dia / Mês/ horários Disciplinas

CALENDÁRIO DE PROVAS

Dia/mês/horário disciplinas

17

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, L. S. Inteligência e aprendizagem: Dos

seus relacionamentos à sua promoção. Psicologia:

Teoria e Pesquisa, 1992.

MOLINA, O. Desenvolvimento de habilidades de

estudo: Uma estratégia ao alcance do professor.

Educação e Seleção, 1983.

___________. Diferenças no desempenho em leitura

com resultado de treinamento em habilidades de estudo.

Educação e Seleção, 1984.

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Operações Imobiliárias

19

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO PÁG.

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 21

I - O CORRETOR DE IMÓVEIS ........................................................................................................... 21

1.1. Definição ....................................................................................................................................... 21

1.2. As Várias Espécies de Corretores ............................................................................................... 22

1.3. Registro ......................................................................................................................................... 23

1.4. A Regulamentação e as Leis ....................................................................................................... 23

1.5. Competências................................................................................................................................ 23

II – TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS..................................................................................................... 24

2.1. O Cliente Proprietário ................................................................................................................. 24

2.1.1. Contactar ............................................................................................................................ 24

2.1.2. Recepcionar......................................................................................................................... 25

2.1.3. Caracterizar ........................................................................................................................ 25

2.1.4. Cadastramento e Vistoria do Imóvel ................................................................................ 26

2.2. O Cliente Comprador ................................................................................................................. 27

2.2.1. Contactar ............................................................................................................................ 27

2.2.2. Atendimento no Escritório ................................................................................................ 27

2.2.3. Visita ao Imóvel .................................................................................................................. 28

2.2.4. A Proposta........................................................................................................................... 28

2.2.5. Contraproposta................................................................................................................... 29

2.2.6. Fechamento do Negócio...................................................................................................... 29

III - BENS IMÓVEIS ............................................................................................................................... 29

3.1. Propriedade .................................................................................................................................. 30

3.2. Direito de propriedade................................................................................................................. 30

3.3. Classificação dos Imóveis ........................................................................................................... 31

IV - LEI DA OFERTA E PROCURA ..................................................................................................... 31

4.1. A oferta ......................................................................................................................................... 32

4.2. Demanda ...................................................................................................................................... 32

V – CONCORRÊNCIA............................................................................................................................. 32

5.1. Concorrência Imperfeita ............................................................................................................. 33

5.2. Concorrência Monopolista .......................................................................................................... 33

5.3. Concorrência pura ou perfeita.................................................................................................... 33

5.4. Concorrência Pública................................................................................................................... 33

VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 34

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

VII. MODELOS DE FORMULÁRIOS PARA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS ........................................ 35

7.1. Procuração – autorização para administração de imóveis ...................................................... 35

7.2. Contrato de Locação.................................................................................................................... 36

7.3. Comunicando Locação ao Proprietário ..................................................................................... 39

7.4. Comunicação de Locação ao Condomínio........................................................................................ 40

7.5. Comunicação ao Locatário de Venda de Imóvel ....................................................................... 41

7.6. Autorização de Venda de Imóveis .............................................................................................. 42

7.7. Recibo de Sinal de Negócio.......................................................................................................... 43

7.8. Instrumento Particular de Promessa de Compra e Venda ....................................................... 44

7.9. Instrumento Particular de Cessão de Direitos........................................................................... 46

7.10. Termo de Visita........................................................................................................................... 48

7.11. Instrumento Particular de Procuração .................................................................................... 49

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Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Caros (as) alunos (as),

Estamos iniciando os estudos

da matéria Operações Imobiliárias.

Para tanto, expomos algumas dicas para que você

tenha sucesso nos seus estudos.

Primeiro lembramos que a área de

Corretor de Imóveis é muito dinâmica e tem um

quadro diversificado de aprendizagem.

Portanto, recomendamos que discuta com

seus tutores e colegas as dúvidas que tiverem com

os conceitos apresentados no material bem como os

problemas e vivências do dia-a-dia, objetivando

assim o compartilhamento de experiências.

Assim, aproveite as oportunidades e boa

sorte!

I - O CORRETOR DE IMÓVEIS

Você já parou para pensar sobre o tema

Corretor de Imóveis?

Antes de dar continuidade a leitura do material

pare e reflita um pouco.

Bom, não há um consenso sobre o termo corretor.

Para alguns, ele vem do latim corrector. Para outros, o

termo teve sua origem no provençal (língua que

predominou no sul da França entre os séculos XI a

XIV) nem cruzamento dos vocábulos corratier com

corredor, por alusão à característica da atividade, qual

seja, correr para chegar primeiro em determinada

diligência com o fim de aproximar interesses. Na Roma

antiga, os corretores eram conhecidos como de grande

importância, pelo papel não só de intermediar os

negócios, mas também de serem intérpretes entre os

negociantes de diversas regiões e de línguas e dialetos

diferentes. Este termo proxeneta, que os Romanos

usavam também para designar a “paga do corretor”,

com o tempo se desvirtuou para um sentido pejorativo

atribuído ao medianeiro de mulheres.

1.1. Definição

A definição atual de corretor é o resultado de

diversas etapas vividas ao longo da história. Várias

eram as exigências impostas àqueles que se dedicavam

à atividade, conforme bem observa Rubens Requião

(1997):

Muitas exigências e normas eram semelhantes

em vários países, a começar pela organização

dos corretores segundo determinadas classes

de mercadorias com que operavam; prestação

de juramento; incorporação em colégios;

incompatibilidade com o exercício de outras

atividades; monopólio da função; a obrigação

de os estrangeiros se servirem de seus

trabalhos.

Excluindo outros tipos de profissionais que

intermedeiam interesses e considerando somente o

corretor de imóveis, podemos defini-lo como:

O profissional que, havendo satisfeito todas

as exigências legais, se encontra apto a

agenciar negócios para terceiros, intervindo

na aproximação de partes interessadas em

transações imobiliárias, procurando eliminar

os pontos divergentes e diminuindo as

distâncias até a otimização do negócio, que é

o seu fechamento. (RESENDE, 2001)

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1.2. As Várias Espécies de Corretores

Prezado aluno, tal como ocorreu em outros

países, também no Brasil a atividade de intermediar

negócios teve diversos segmentos, fazendo com que o

vocábulo corretor fosse sempre acompanhado de um

qualificativo para designar a sua verdadeira função,

como por exemplo Corretor de seguros; de bolsa de

mercadorias, de bolsa de valores, de navios, de imóveis

etc.

Quem primeiro se preocupou com a atividade foi

o Código Comercial, que em 1850, ao entrar em vigor,

em seus artigos 36 a 67 disciplinava a atividade de

corretagem, ou de mediação, definindo aqueles que a

exerciam como “agentes auxiliares do comércio”

voltados para a conclusão de negócios mercantis. Eram

obrigatórias a sua matrícula no Tribunal do Comércio

de seu domicílio e a prestação de fiança idônea, cujo

valor era sempre fixado em razão do giro das transações

nas praças onde tinham suas atividades. Esses tribunais

do Comércio foram extintos em 1875 com a criação das

Juntas Comerciais, que os substituíram. O exercício da

atividade de corretor necessitava, assim, do

preenchimento de certos requisitos especiais e do

cumprimento de obrigações previstas no Código, como

bem exemplificam os artigos 47 e 51:

Art. 47. O corretor é obrigado a fazer assento

exato e metódico de todas as operações que intervier,

tomando nota de cada uma, sendo concluída, em um

caderno manual paginado.

Art. 50. Os assentos do caderno manual deverão

ser lançados diariamente e um protocolo, por cópia

literal, por extenso e sem emendas nem interposições,

guardada a mesma numeração do manual.

O protocolo terá as formalidades exigidas para os

livros dos comerciantes no art. 13, sob pena de não

terem fé os assentos que neles se lançarem, e de uma

multa correspondente à metade da fiança prestada.

O referido protocolo será exibível em juízo, a

requerimento de qualquer interessado, para os exames

necessários, e mesmo oficialmente por ordem dos juízes

e Tribunais do Comércio.

Art. 51. O corretor, cujos livros forem achados

sem as regularidades e formalidades especificadas no

art. 50, ou com falta de declaração de alguma das

individuações mencionadas nos arts. 48 e 49, será

obrigado a indenizar as partes dos prejuízos que daí lhe

resultarem, multado na quantia correspondente à quarta

parte da fiança, e suspenso por tempo de 3 (três) a 6

(seis) meses. No caso de reincidência será punido com a

multa de metade da fiança, e perderá o ofício.

O conceito de corretor, pelo Código Comercial,

era tão somente o de aproximador dos comerciantes,

levando-os a contratar entre si, servindo como

intermediário nas negociações de caráter mercantil e

como tal, limitava-se a receber a proposta de um

comerciante para levá-la a outro.

Se o Código Comercial se referia apenas a esse

tipo de corretagem mercantil, o Código Civil de 1916,

por sua vez, ignorou a profissão de corretor. Deu ênfase

às diversas modalidades de contrato de corretagem,

baseando-se no princípio da bilateralidade e na

autonomia da vontade, constituindo-se uma obrigação

de resultado e não de meio. Aliás, essa postura do nosso

Código Civil prende-se a uma corrente majoritária

defensora do princípio de que o corretor só fará jus à

remuneração, não pelo serviço prestado, mas, pelo

resultado desse serviço. Maria Helena Diniz (1993),

citando Spencer Vampré, diz que: “a comissão só é

devida ao corretor, depois de concluídos os seus

serviços, pelo acordo das partes, embora mais tarde não

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seja este efetivamente levado a efeito, ou haja

arrependimento”.

1.3. Registro

Todos corretores de Imóveis têm por obrigação

estar inscrito e em dia com suas obrigações junto ao

CRECI/SC.

Atenção!

O Corretor de Imóveis se identifica

facilmente através da Cédula de

Identidade expedida pelo CRECI (de cor verde), ou

da Carteira Profissional, também expedida pelo

CRECI (de cor vermelha).

1.4. A Regulamentação e as Leis

A regulamentação da profissão de Corretor de

Imóveis data de 27 de agosto de 1962, por ocasião da

sanção, pelo então Presidente do Senado Federal,

Senador Auro Soares de Moura Andrade, da Lei nº

4.116. Por este motivo, o Dia Nacional do Corretor de

Imóveis se comemora em 27 de agosto. A

modernização dos tempos e das próprias leis, levou o

então Ministro do Trabalho, Arnaldo da Costa Prieto a

apresentar ao Congresso Nacional, Projeto que se

transformou na Lei nº 6.530/78, sancionada em 12 de

maio de 1978 e regulamentada em 29 de junho do

mesmo ano pelo Decreto nº 81.871/78. Esses Diplomas

legais regulamentam até hoje a profissão e criaram o

Conselho Federal e os Regionais como órgãos de

disciplina e fiscalização do exercício da profissão,

constituídos em autarquia, dotada de personalidade

jurídica de direito público, com autonomia

administrativa, operacional e financeira.

Conforme determina o Artigo 2º da Lei nº

6.530/78 e o Artigo 1º do Decreto nº 81.871/78 "o

exercício da Profissão de Corretor de Imóveis será

permitido ao possuidor do título de Técnico em

Transações Imobiliárias". O título a que se refere esses

Artigos é o Diploma fornecido pelo Estabelecimento de

Ensino ao concluinte do curso de Técnico em

Transações Imobiliárias - TTI. Por se tratar de curso

técnico, o interessado deve ter concluído o 2º Grau ou

estar cursando, simultaneamente com o TTI, a 3ª série

do 2º Grau. Após a habilitação profissional e de posse

do Diploma, o interessado deverá se dirigir ao Conselho

Regional de sua jurisdição, a fim de promover sua

inscrição. Portanto, os interessados em exercer a

profissão de Corretor de Imóveis que não atendam esses

requisitos e, mesmo assim, insistam em exercê-la, estão

infringindo ao Artigo 47 do Decreto-Lei nº 3.688, de 03

de outubro de 1941 (Lei das Contravenções Penais),

passíveis assim, de punição na forma da Lei.

As atribuições do Corretor de Imóveis poderão

ser exercidas, também, por Pessoa Jurídica, desde que,

se inscreva no CRECI e tenha como sócio-gerente ou

Diretor um Corretor de Imóveis individualmente

inscrito e sujeita-se aos mesmos deveres e tem os

mesmos direitos das Pessoas Físicas (Art. 6º da Lei nº

6.530 e Art. 3º do Decreto 81.871).

1.5. Competências

Seguramente você já percebeu que o

corretor de imóveis deve apresentar

algumas competências para desenvolver o

trabalho com eficiência. Vejamos agora o que

compete a você enquanto corretor de imóveis.

Compete ao Corretor de Imóveis exercer a

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intermediação na compra, venda, permuta e locação de

imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à

comercialização imobiliária. (Art. 3º da Lei nº 6.530 e

Art. 2º do Decreto nº 81.871).

Mas para exercer a sua função, o corretor deve

firmar um contrato de mediação com o dono do imóvel.

Esse documento deve ser feito em duas vias e assinado

por ambos. Nele devem constar ainda o valor e

condições de venda, a porcentagem ajustada e o

estabelecimento do prazo que o corretor complete a

mediação. Os corretores sindicalizados possuem uma

série de benefícios, como por exemplo, um preço

especial na colocação de anúncios de publicidade de

imóveis, sendo que deve constar no anúncio o nome por

extenso, do corretor e seu endereço, além do número do

CRECI.

Depois de ter estudado sobre o

conceito, o histórico e a regulamentação

da profissão “Corretor de Imóveis”, você

está preparado para aprender sobre as Transações

Imobiliárias, tema que será abordado a seguir.

II – TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

As transações imobiliárias acontecem e se

sucedem a todo momento, em qualquer lugar do país,

seja nas grandes metrópoles, seja nas pequenas cidades

brasileiras, indo desde pequenos lotes urbanos até

grandes propriedades rurais, passando por modestas

moradias, mansões, prédios industriais e comerciais e

mais uma grande variedade de imóveis. De um lado,

estão aqueles que incorporam, aqueles que constroem,

os que fazem o loteamento, os locadores, aqueles que

simplesmente deseja vender o que lhe pertence. De

outro lado, estão os que compram para uso, os que

compram para investir, os locatários e muitos outros

que esporadicamente vão a um cartório receber a

escritura.

O que há de comum em todos eles é que os seus

interesses são antagônicos. Quem vende quer o melhor

preço nivelado por cima. Já o que compra, quer este

preço nivelado por baixo. Entre um e outro está o

corretor, como o elo de ligação, diminuindo a distância

entre esses níveis.

Um corretor não se improvisa, se constrói. Essa

construção é feita em razão da capacidade do

profissional em conhecer bem esses dois lados do

cliente, seja na posição de vendedor, seja na de

comprador.

O vendedor pode ser um construtor, um

incorporador ou um loteador, que, sendo conhecedor

das leis das incorporações, terá muito mais cuidado na

elaboração dos documentos próprios de seu negócio.

Também o corretor necessita estar no mesmo nível de

conhecimento, sob pena de perder a credibilidade deste

tipo de cliente que, sendo um vendedor constante,

torna-se mais exigente pelos serviços que lhe são

prestados.

Uma vez alçado à condição de representante do

proprietário para a venda de determinado imóvel, o

corretor, ao partir para a busca do cliente certo, terá de

aplicar todo o seu conhecimento acerca do imóvel em

si, dos preços de mercado, das particularidades quanto

aos planos de pagamento, às taxas de juros, às multas

por inadimplência a mais uma série de situações que se

estipulam nos contratos de compra e venda, cuja

redação, nem sempre clara, poderá trazer dissabores às

partes o que, consequentemente, imputará culpa ao

profissional ou à imobiliária que intermediou o negócio.

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Tratando-se de locação, os cuidados deverão ter o

mesmo tratamento. O locador quer ter a certeza e a

tranqüilidade de que seu imóvel encontra-se

administrado com competência, com zelo e com a fiel

observância às leis que regem as relações locatícias e

sobretudo, com o necessário cuidado na escolha do

inquilino e as suas garantias para o cumprimento das

obrigações pactuadas.

Por sua vez, o locatário quer a segurança de que

o imóvel que lhe é locado está livre e desimpedido para

os fins propostos e de que os seus direitos previstos na

legislação serão observados e de que não será

molestado injusta ou desnecessariamente. Esta

confiança é fundamental para uma harmoniosa locação,

uma vez que o proprietário ao ceder em locação a sua

propriedade, só conserva o domínio porque o uso e a

posse é transferida para o inquilino.

2.1. O Cliente Proprietário

2.1.1. Contactar

Onde está o imóvel e quem é o seu proprietário?

Este é um dos pilares básicos da atividade imobiliária.

Sempre há alguém querendo vender algum imóvel.

Numa linha mais conservadora, há aqueles que

querem vender. Porém não admitem a intermediação.

Têm prevenção contra corretores de imóveis. Acreditam

que procurando diretamente o comprador podem vender

mais barato já que não tem de pagar corretagem e sendo

mais barato vendem mais rápido. A sociedade caminha

a passos largos rumo à especialização de todas as suas

atividades. Cada um deve fazer o que sabe e acima de

tudo fazer bem feito. Ora, quem sabe vender imóvel é

corretor de imóvel e não proprietário de imóvel. Está aí

o ponto de partida para o corretor fazer as

argumentações ao contactar um imóvel e seu

proprietário. É o momento dele vender a sua imagem e

de sua empresa, quando o seu trabalho for pelo sistema

de parceria.

O primeiro contato é muito importante para que o

corretor ganhe a simpatia do proprietário. Esta primeira

abordagem poderá ser feita por telefone ou

pessoalmente. O telefone só deverá ser usado com o fim

de criar a condição de uma visita, jamais para definir

todas as condições para se trabalhar o imóvel.

2.1.2. Recepcionar

Uma vez feito o contato inicial, por telefone,

deverá o corretor provocar uma visita ao proprietário

para pessoalmente oferecer os seus serviços, formalizar

o documento de autorização e conhecer o imóvel. Nem

toda visita resultará em uma opção de venda, porém

toda visita tem alguma forma de retorno, dependendo

naturalmente da maneira com que o corretor se posta

diante do proprietário. A formalidade no tratamento é

imprescindível, ainda que o proprietário seja um

conhecido amigo ou cliente de operações. Ao se falar

de negócios não se pode enveredar por assuntos que não

trazem contribuição alguma aos objetivos da visita,

excetuando-se, é claro, quando a iniciativa é do

proprietário que em alguns casos gosta de uma boa

prosa.

Atenção! O bom profissional deve exercitar

a observação do comportamento do cliente.

2.1.3. Caracterizar

Caracterizar o imóvel é o mesmo que fazer o

“retrato falado” ou seja, descrevê-lo de tal modo que

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qualquer pessoa ao ler o texto descritivo possa imaginar

com o maior grau de fidelidade as informações ali

contidas. Não se pode e não se deve colocar dados

exagerados sobre as dimensões do imóvel, nem

tampouco enobrecer os materiais empregados, se eles

são de qualidade normal. Descrever uma sala de visita

como sendo de dois ambientes, quando na verdade ela

não tem mais do que 16 metros quadrados, pode levar o

cliente a duas conclusões: ou o corretor é desonesto, ou

não tem noção de espaço. Em qualquer das hipóteses, o

resultado é desastroso, podendo inclusive ir de encontro

às proibições contidas no Código de Defesa do

Consumidor, quando se trata de informações enganosas.

A caracterização do imóvel é que cria a primeira

impressão ao cliente. Esta primeira impressão poderá

resultar em decepção quando for feita a visita de

conhecimento e se constatar que a realidade é outra.

O Corretor deve ter portanto, o máximo cuidado

ao fazer a ficha para um imóvel ser colocado a venda.

Ele deve descrever primeiro a parte social, depois a

parte íntima e por último a parte de serviço. Essa

seqüência tem uma lógica: as pessoas sempre se

preocupam em transmitir uma boa imagem de onde

moram, e naturalmente é na parte social que são

recebidas as visitas e amigos. É também onde há o

impacto do primeiro encontro entre o cliente e o

imóvel. O segundo elemento a ser descrito deverá ser

sempre a parte íntima, pois há pessoas que querem ter

o conforto em seu repouso. É o seu lugar de descanso e

como tal, deve ser aconchegante. Por último, vem a

parte de serviço, que é o lugar em que os membros da

família permanecem por menos tempo, sendo de

preocupação secundária os seus possíveis defeitos.

2.1.4. Cadastramento e Vistoria do Imóvel

Cadastrar um imóvel é colocá-lo em condições de

ser oferecido. É dar todas as informações necessárias

para que o comprador tenha conhecimento pleno da

situação física, documental e financeira do bem

pretendido. A situação física é aquela constante do item

anterior. A documental deve igualmente ser

transparente na sua veracidade e objetiva na sua

espécie. Informar se determinada construção não tem o

“habite-se” ou se não está averbada constitui mais do

que um dever; é questão de obrigação. Constar o

número de matrícula, ou o registro, ou a inscrição na

prefeitura, é procedimento normal a que todo corretor

deverá estar habituado. Por último, deve ser bem clara a

situação financeira do bem a venda. Se é quitada,

financiado, hipotecado ou se recai sobre ele algum

ônus, são dados de capital importância, pois é a parte

financeira que mais pesa na hora de uma transação

imobiliária. Tratando-se de imóvel financiado, as

informações complementares são indispensáveis, quais

sejam:

� agente financeiro;

� prazo de financiamento;

� as prestações vincendas;

� o valor atual da prestação;

� sistema de amortização;

� o prazo para transferência etc.

Uma vez cadastrado o imóvel e tendo sido bem

captado, a venda é uma questão de tempo. É aí que se

aplica a mágica fórmula dos três “P” para o sucesso de

uma transação: um bom ponto, uma boa planta e uma

boa forma de pagamento.

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2.2. O Cliente Comprador

2.2.1. Contactar

A busca do cliente comprador representa um

grande percentual do tempo de trabalho do corretor.

Formar uma carteira de clientes interessados na

aquisição de um imóvel não é tarefa fácil. Por isso, o

profissional deve usar toda sua capacidade de trabalho

para criar uma empatia entre si e o cliente, objetivando

encontrar imóvel que lhe sirva e nas condições que lhe

sejam convenientes. Muitas são as formas de buscar

esse cliente, sendo as mais usadas as seguintes:

a) anúncios com telefone para contato;

b) plantão no escritório;

c) plantão em stand de vendas, quando se trata de

lançamento;

d) placas afixadas no imóvel que se pretende

vender etc.

Cada uma dessas modalidades requer uma

forma diferente de conversa inicial. Quando se trata de

cliente vindo por determinado anúncio, a tarefa é

detalhar as informações, já que os anúncios são feitos

de forma muito sintética. O interessado tem uma

primeira noção do que está a venda, procura o corretor e

só depois é que conhece o imóvel. Já o plantão no

escritório serve para receber o cliente que quer uma

mercadoria e procura a empresa para tomar maiores

informações. Ele não tem conhecimento algum do bem

procurado. Chega, expõe o que procura e depois de feita

uma triagem é que se parte para a visita. O stand de

vendas, por sua vez, recebe a visita do possível

interessado, que já fica conhecendo alguma coisa pelo

próprio visual da obra em construção. Por último com

grande eficácia encontram-se as placas com anúncio de

venda ou aluguel. Nessa modalidade, primeiro o cliente

tem o contato externo com o imóvel e só depois é que

se dá a sua aproximação com o vendedor.

Em qualquer dos casos aqui mencionados, o

corretor deve ser objetivo nas informações ao mesmo

tempo que procura descobrir o que realmente pode

interessar ao cliente. Não se trata ainda de fechar um

negócio, porém de criar uma aproximação com o futuro

comprador. A arte de fechar um negócio começa pela

arte de fazer um primeiro contato.

2.2.2. Atendimento no Escritório

Quando o cliente se encontra no escritório, o

corretor deve procurar criar um ambiente de certa

privacidade, ainda que seja um amplo salão de vendas.

A conversa deve ser feita em tom mais reservado. O

comprador não quer nem gosta de sentir-se

constrangido no meio de pessoas estranhas, no

momento em que está expondo sua necessidade e

revelando sua capacidade financeira. O bom

profissional não pode permitir que outros corretores

interfiram nas negociações, ainda que com intenção de

ajudar.

Quando o cliente chega a ir ao escritório, é

porque está realmente decidido a fazer um negócio.

Trata-se de um comprador em potencial. A ele todas as

atenções devem ser dispensadas. Sobre o imóvel seja de

terceiro, seja de lançamento, deve o corretor se

empenhar em transmitir todas as informações e dados

ao cliente, ao mesmo tempo que deve com sutileza e

perspicácia, descobrir os possíveis pontos de entrave na

decisão final. Quando o comprador for um casal, o

cuidado deverá ser redobrado. Jamais deve interferir na

conversa quando entre si estiverem dando opiniões

contraditórias. Qualquer palavra do corretor poderá

indispor uma das partes e aí facilmente poderá estar

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sendo criada uma barreira, muitas vezes intransponível,

fazendo com que todo um trabalho de desmorone.

2.2.3. Visita ao Imóvel

Existem certos clientes que gostam de visitar uma

infinidade de imóveis. Trata-se do comprador que

sonha em achar o melhor imóvel pelo menor preço.

Alguns nem sabem ainda o que querem. Outros são

detalhistas e qualquer ponto negativo de um imóvel é o

bastante para que ele queira ver outro. Mais uma vez o

espírito de observação e análise do profissional é

fundamental. Aquele cliente que demonstra

insegurança, dificilmente irá decidir por um imóvel se

ele tiver visitado dez. A sua insegurança lhe traz a

dúvida, e a dúvida lhe traz o medo, e o medo não o

deixa decidir, adiando até meses uma definição, que

pode mesmo até não acontecer.

É no roteiro das visitas aos imóveis que o

corretor vai ganhando a simpatia e a

confiança do cliente ou no sentido

inverso, vai perdendo-o à medida que vai

mostrando e querendo arrancar uma proposta logo

de início.

O comprador quer pensar, analisar e só depois

manifestar seu interesse. O mais prudente é que o

corretor, após mostrar os imóveis, faça a clássica

pergunta: Dos imóveis visitados, qual o que realmente

atende à sua expectativa? se a resposta for indicativa de

determinado imóvel, aí sim, a segunda pergunta deverá

ser feita já em tom afirmativo: vamos então formalizar

uma proposta para início de negociações? Entretanto, se

feita a primeira pergunta e a resposta for vaga ou cheia

de evasivas, o mais conveniente é partir para a pergunta

alternativa: O (a) senhor (a) gostaria de conhecer outros

imóveis? Neste caso o corretor deverá correr atrás de

novas mercadorias, ou seja, deverá estar sempre pronto

a se adaptar às situações advindas do comportamento

do comprador em face das visitas aos imóveis.

2.2.4. A Proposta

Uma vez definido o imóvel que interessa ao

cliente, o passo seguinte é formalizar uma proposta, que

deverá sempre ser por escrito. As consultas verbais

deverão ser abolidas definitivamente do vocabulário do

corretor. Além de não darem garantia alguma do real

interesse do comprador, podem ainda vir a prejudicar o

profissional, quando do recebimento de sua comissão.

Casos há em que o possível comprador faz a proposta

verbal, o vendedor aceita, e na hora da finalização

surgem dúvidas de ambas as partes, cada um

procurando defender seu interesse e conveniência.

Se o cliente tem interesse por determinado

imóvel, isto deverá ser manifestado de forma escrita em

proposta clara quanto ao preço e a forma de pagamento.

Muitos corretores já passaram pela experiência de

atender a uma pessoa que diz estar procurando um

imóvel para pagamento à vista, mas na hora da

proposta, este seu “a vista” é com carta de crédito, com

o FGTS, ou ainda com algum bem como parte de

pagamento. Detalhar a forma de pagamento e demais

condições propostas ao proprietário, além de dar maior

credibilidade ao negócio, demonstra o grau de

profissionalismo do corretor e evidencia o trabalho por

ele desenvolvido. Encaminhada a proposta ao vendedor,

ficam as duas alternativas de aceitar tal como foi

proposto ou recusá-la e fazer a contraproposta.

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2.2.5. Contraproposta

A contraproposta é uma rotina no mercado

imobiliário. Dificilmente o comprador paga o preço

inicialmente pedido, e igualmente difícil é que o

proprietário aceite o preço proposto. É neste vai-e-vem

de proposta e contraproposta que o corretor exerce o

seu duplo papel de procurador. Quando ele leva uma

proposta ao dono do imóvel, está representando o

comprador. Não tendo sido ela aceita, mas havendo a

contra-oferta, o seu papel deixa de ser o de representar

o comprador, transmutando-se em representante do

vendedor. Esta mobilidade exige do corretor uma dose

de equilíbrio e sensatez, a fim de eliminar os pontos

divergentes e aproximar as partes, até que entre elas não

mais existam pontos de atrito e o negócio possa ser

finalmente fechado. Tanto a proposta como também a

contraproposta deverá ser por escrito, e esta deverá

igualmente trazer todas as informações sobre em que

condições o proprietário se dispõe a modificar o preço

inicialmente pedido.

2.2.6. Fechamento do Negócio

Estando devidamente formalizado, apresentado

ao comprador e havendo a aceitação o negócio estará

fechado. Entretanto, se houver ainda alguns pontos a

serem ajustados, chegou a hora de marcar um encontro

entre as partes, no qual o corretor passa a ser o

mediador da negociação até a conclusão final. Quando

comprador e vendedor se encontram, por proposta do

corretor, dificilmente a negociação deixa de ser

realizada. A não ser por alguma informação omitida por

um dos interessados, a tendência é de o fechamento se

realizar. Uma vez fechada a transação, o passo seguinte

é ir para o cartório ou assinar um compromisso de

compra e venda, dependendo tudo das particularidades

de cada negociação. Este é o roteiro quando a transação

é feita entre particulares ou com imóvel pronto da

construtora.

Tratando-se de imóvel em construção, deverá o

corretor ater-se às modalidades do construtor e proceder

de conformidade com as normas internas da empresa,

sem, contudo deixar de colocar o comprador bem a par

da inúmeras cláusulas que normalmente constam dos

contratos de compra e venda para entrega futura. Para

cada condição de venda há um certo tipo de direito ou

de obrigação atribuídos a uma das partes.

Muitas empresas preferem que o fechamento de

um negócio seja feito pelo gerente ou pelo próprio dono

da imobiliária. Ao corretor fica o encargo de mostrar a

mercadoria e levar o cliente comprador até ao

escritório. Trata-se de uma questão de normas de cada

empresa. A origem disso está no fato de que muitos

corretores não prestavam as informações devidamente

corretas a uma das partes, acarretando com isso muitos

dissabores: muitas transações praticamente realizadas se

desfaziam quando a verdadeira situação do imóvel

vinha à tona.

Agora, você já sabe os tramites de

uma transação imobiliária. Vamos

analisar a parte jurídica deste processo.

III - BENS IMÓVEIS

Numa visão jurídica, todas as coisas que existem

na natureza, sejam corpóreas ou incorpóreas, desde que

pertençam a alguém ou tenha algum valor econômico,

são consideradas bens. Assim só é possível existir o

bem se houver a coisa, o dono é um significado

econômico.

Entre os diversos bens juridicamente

30

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considerados, encontram-se os bens imóveis, definidos:

como aqueles que, por natureza ou por

destino, não podem ser removidos de um

lugar para outro, sem perda de sua forma

ou substância. (RESENDE, 2001)

Aos bens sobre os quais se exerce o direito de

usar, gozar, dispor e reaver de quem injustamente os

possua dá-se o nome de propriedade; e quando se trata

de imóvel, tem-se a propriedade imóvel.

3.1. Propriedade

O conceito de propriedade variou com o tempo;

entretanto, o significado tem-se mantido fiel às suas

origens. Está sempre ligado ao que é particular, próprio,

peculiar de uma coisa que é inseparável de outra ou que

a ela pertence. É pois a condição em que se encontra a

coisa, em caráter próprio e exclusivo a determinada

pessoa. (RESENDE, 2001).

3.2. Direito de propriedade

Questão que sempre desperta polêmica é o

fundamento do direito de propriedade. Existem diversas

teorias, todas elas com seus defensores e opositores,

com defesas e argumentações que vão da vontade

divina, ao assentimento universal, da ocupação, da

função social etc.

Nos estados modernos, a tendência é cada vez

mais acentuada no sentido de tornar a propriedade

como um fator de função social, principalmente a

propriedade de terras, como bem observa Sílvio

Rodrigues (1997), que assim se expressa:

Toda a legislação sobre a reforma agrária

se inspira no princípio de que o direito de

propriedade deve ser exercido de acordo

com a sua função social. De fato, a grande

linha da reforma agrária é em síntese uma

só: combater os latifúndios e minifúndios

improdutivos, a fim de proporcionar o

surgimento e a difusão de uma propriedade

agrícola de produção adequada.

Discorrendo sobre a importância e amplitude da

propriedade como a personalização do direito de um

titular, Caio Mário da Silva Pereira (1984) afirma

questão

a propriedade é o direito subjetivo padrão,

dado que confere ao sujeito toda uma

gama de poderes, e encontra na ordem

jurídica toda sorte de proteções: A

Constituição o assegura, o Direito Civil o

desenvolve, o Direito Processual oferece

as ações defensivas, o Direito Penal pune

os atentados contra a propriedade e o

Direito Administrativo, vários de seus

aspectos.

Com efeito, toda e qualquer pessoa pode adquirir

uma propriedade, conforme lhe é assegurado pela

Constituição, que em seu artigo 5º, inciso XXII, diz: “é

assegurado o direito de propriedade”. Importante

observar que, ao mesmo tempo que assegura ao cidadão

o direito de adquirir uma propriedade, faz uma ressalva

logo em seguida, quando, nos incisos XXIII e XXIV,

preceitua que “a propriedade atenderá a sua função

social” e que “a lei estabelecerá o procedimento para

desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou

por interesse social, mediante justa e prévia indenização

em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta

Constituição”.

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O Código Civil, por sua vez, no artigo 524,

assegura ao proprietário o “direito de usar, gozar e

dispor de seus bens, e de reavê-los do poder de quem

quer que injustamente os possua”. Todavia, esse direito

de dispor está condicionado a certos requisitos

regulados por lei, para assegurar direitos de terceiros.

Atenção! Na análise do artigo, devemos

observar o que vem a ser usar, gozar,

dispor e reaver um bem.

a) DIREITO DE USAR: é o fato de a coisa estar

a serviço de seu titular, sem que haja modificações em

sua substância. É o direito de ser usada a coisa

conforme os desejos da pessoa a quem pertence.

b) DIREITO DE GOZAR: é a prerrogativa do

poder de exploração da coisa economicamente, tirando

dela todas as suas utilidades, seus frutos e produtos.

c) DIRETO DE DISPOR: tem a amplitude de

dar ao proprietário o poder de destinar a coisa como lhe

convier, podendo alienar, gravar com ônus, transformá-

la, doá-la, destrui-la etc., respeitando, todavia, o direito

de outrem, que não poderá ser prejudicado em razão do

mau uso da coisa por quem legitimamente é o seu

proprietário. Para se dispor dela, é necessário provar

que além da legitimidade da propriedade, há também a

liberdade para transferi-la a outrem, o que se efetiva

com as certidões para fins imobiliários.

d) DIREITO DE REAVER A COISA: se para

usar, gozar e dispor o proprietário precisa, antes de

tudo, ter a posse da coisa, a lei lhe dá o direito de reavê-

la daquele que, injustamente, a detém. Se o dono foi

privado de seu bem, tem ele o direito de recuperar o seu

domínio. Diversas são as ações que o proprietário pode

intentar para reaver a coisa, sendo a principal delas a

reivindicatória.

3.3. Classificação dos Imóveis

Muitas são as formas com que se pode classificar

a propriedade imóvel. Isto depende da ótica com que se

quer estudá-la, já que está presente em todos os

segmentos do indivíduo, de sua família, de sua

sociedade, de sua cultura, de seu país. No Direito

Brasileiro, de acordo com o Código Civil, (Artigo 43),

os bens imóveis podem ser classificados em:

I – imóveis por sua natureza;

II – imóveis por acessão física artificial;

III – imóveis por acessão intelectual;

Numa visão mais ampla, observando a ótica

jurídica e considerando também seus aspectos

econômicos, tributários e políticos, podemos considerar

que o imóvel em nosso país admite sua classificação em

quatro grupos, cada um deles por sua vez admitindo

desdobramentos. Nestes termos, o imóvel pode ser:

� público ou privado;

� individual ou coletivo;

� urbano ou rural;

� natural ou por acessão.

IV - LEI DA OFERTA E PROCURA

Em economia, a Lei da Oferta e Procura é a lei

que estabelece a relação entre a demanda de um produto

- isto é, a procura - e a quantidade que é oferecida, a

oferta. A partir dela, é possível descrever o

comportamento preponderante dos consumidores na

aquisição de bens e serviços em determinados períodos,

em função de quantidades e preços. Nos períodos em

que a oferta de um determinado produto excede muito a

procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos

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quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é

o aumento do preço.

A estabilização da relação entre a oferta e a

procura leva, em primeira análise, a uma estabilização

do preço. Uma possível concorrência, por exemplo,

pode desequilibrar essas relações, provocando

alterações de preço.

Ao contrário do que pode parecer a princípio, o

comportamento da sociedade não é influenciado apenas

pelos preços. O valor de um produto pode ser um

estímulo positivo ou negativo para que os consumidores

adquiram os serviços que necessitam, mas não é o

único.

Existem outros elementos a serem considerados

nesta equação, entre eles:

� Os desejos e necessidades das pessoas;

� O poder de compra;

� A disponibilidade dos serviços;

Da mesma forma que a oferta exerce uma

influência sobre a procura dos consumidores, a

freqüência com que as pessoas buscam determinados

produtos também pode aumentar e diminuir os preços

dos bens e serviços.

4.1. A oferta

A oferta pode ser entendida como:

a) a quantidade de um produto ou serviço

produzido e oferecido no mercado, por um determinado

preço em um dado período. Volume de bens e serviços

colocados assim à disposição da demanda.

b) uma denominação genérica para indicar o que

é disponibilizado ao mercado, independente da sua

natureza. Neste caso é utilizada para substituir a

expressão “produto ou serviço” e também englobar os

outros elementos que são objeto das ações de marketing

(Ex.: locais, idéias e emoções)

c) indica uma condição de venda especial

(promoção de vendas) na qual o valor percebido pelo

cliente é maximizado.

4.2. Demanda

A demanda é a quantidade de um bem ou serviço

que pode ser adquirido por um preço definido em um

dado mercado, durante uma unidade de tempo. A

demanda sempre influencia a oferta, ou seja, é a

demanda que determina o movimento da oferta.

A demanda é o desejo ou necessidade apoiadas

pela capacidade e intenção de compra.

Assim, a demanda só vai acontecer se um

consumidor tiver um desejo ou necessidade, se ele tiver

condições financeiras para suprir sua necessidade ou

desejo, e se ele tiver intenção de satisfazê-los.

Sempre que damos prioridade para o consumo de

alguma coisa, em detrimento de outra, estamos

demonstrando nossa intenção de consumir “aquela

alguma coisa”, e não “outra”.

Para as empresas, além de identificar os desejos e

as necessidades de seus consumidores, é muito

importante identificar a demanda para um determinado

produto ou serviço, pois é ela que vai dizer o quanto se

comprará da oferta da empresa. Isto é, quem e quantos

são os consumidores que irão adquirir o produto ou

serviço.

V – CONCORRÊNCIA

Também chamada livre-concorrência. Situação

do regime de iniciativa privada em que as empresas

competem entre si. Nessas condições, os preços de

mercado formam-se perfeitamente segundo a correção

entre oferta e procura, sem interferência predominante

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de compradores ou vendedores isolados. Os capitais

podem então, circular livremente entre os vários ramos

e setores, transferindo-se dos menos rentáveis para os

mais rentáveis em cada conjuntura econômica.

A livre concorrência entre capitalista constitui a

situação ideal para a distribuição mais eficaz dos bens

entre as empresas e os consumidores.

5.1. Concorrência Imperfeita

Situação de mercado entre a concorrência

perfeita e o monopólio absoluto - e que, na prática,

corresponde a grande maioria das situações reais.

Caracteriza-se sobretudo pela possibilidade de os

vendedores influenciarem a demanda e os preços por

vários meios (diferenciação de produtos, publicidade,

dumping).

5.2. Concorrência Monopolista

Monopólio é quando só existe uma única

empresa produtora de um bem no mercado, não

existindo nenhum bem substituto próximo, este modelo

faz com que seja quase impossível entrarem novas

empresas concorrentes no mercado, pois a empresa

detém a cota de mercado.

5.3. Concorrência pura ou perfeita

É um tipo de mercado em que há um grande

número de vendedores (empresas), de tal sorte que uma

empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta

os níveis de oferta do mercado e, conseqüentemente, o

preço de equilíbrio. É um mercado "atomizado", pois é

composto de um número expressivo de empresas, como

se fossem átomos. Nesse tipo de mercado devem

prevalecer ainda as seguintes premissas:

� Produtos homogêneos: Não existe diferenciação

entre produtos ofertados pelas empresas concorrentes.

� Não existem barreiras para o ingresso de

empresas no mercado.

� Transparência do mercado: Todas as

informações sobre lucros, preços etc. são conhecidas

por todos os participantes do mercado.

Em concorrência perfeita, como o mercado é

transparente, se existirem lucros extraordinários, isso

atrairá novas firmas para o mercado, pois que também

não há barreiras ao acesso. Com o aumento da oferta de

mercado (devido ao aumento no número de empresas),

os preços de mercado tenderão a cair, e

conseqüentemente os lucros extras, até chegar-se a uma

situação onde só existirão lucros normais, cessando o

ingresso de novas empresas nesse mercado.

Deve-se salientar que, na realidade, não há o

mercado tipicamente de concorrência perfeita no mundo

real, sendo talvez o mercado de produtos

hortifrutigranjeiros o exemplo mais próximo que se

poderia apontar.

5.4. Concorrência Pública

A concorrência pública é a modalidade de

licitação que se realiza, com ampla publicidade, para

assegurar a participação de quaisquer interessados que

preencham os requisitos previstos no edital

convocatório.

Configura-se como a espécie apropriada para os

contratos de grande vulto, grande valor, não se exigindo

registro prévio ou cadastro dos interessados, cumprindo

que satisfaçam as condições prescritas em edital, que

deve ser publicado com, no mínimo, trinta dias de

intervalo entre a publicação e o recebimento das

propostas. Caso seja adotado um certame de acordo

com os tipos, como os de menor preço, técnica e preço

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e melhor técnica, esse intervalo mínimo é dilatado para

quarenta e cinco dias.

Estimando-se o valor do contrato posterior, a

concorrência é a modalidade obrigatória em razão de

determinados limites, que por sua vez se sujeitam a

revisões periódicas. Contudo, independentemente do

valor, a lei prevê que a modalidade concorrência deve

ser adotada nos seguintes casos:

a) compra de bens imóveis;

b) alienações de bens imóveis para as quais não

tenha sido adotada a modalidade leilão;

c) concessões de direito real de uso, serviço ou

obra pública;

d) licitações internacionais.

Além desses casos específicos previstos, versa o

Estatuto das Licitações e Contratos Públicos que a

concorrência é obrigatória quando, em havendo

parcelamento, o valor das licitações das parcelas, em

conjunto, correspondam ao montante igual ou superior

ao previsto para a modalidade concorrência.

Procedimento governamental destinado a

selecionar o fornecedor de um serviço ou um bem.

Consiste na tomada de preços e exame das propostas de

cada concorrente, segundo critérios e prazos

previamente fixados.

Ex: Muito visto em leilões e editais

governamentais, aonde um determinado produto é

analisado pela proposta de vários clientes e o cliente

com melhor custo x benefício ou melhor atributo pré-

definido é escolhido.

Para finalizarmos os estudos desta

unidade, gostaríamos de retornar os nossos

propósitos pedagógicos. Como você pôde

perceber, é de fundamental importância para o

profissional que trabalha com corretagem de imóveis,

compreender as noções, conceitos e as teorias que

envolvem os aspectos operacionais e legais da

profissão.

Esperamos que você possa ter aproveitado o

estudo realizado até o momento e que esteja apto para

formar opiniões bem fundamentadas sobre os

demais temas a serem abordados nesse curso.

VI – REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA COBRA, Marcos. Marketing Competitivo: uma abordagem estratégica. São Paulo: atlas, 1993. DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos Contratos. v. 1 e 3. São Paulo, 1993. ENRIQUEZ Garcia, Manuel; SANDOVAL de Vasconcelos, MARCO Antônio. Fundamentos da Economia. 1 ed. São Paulo: Saraiva, 1998. GUILHERME, Bomfim Dei Vegni-Neri; ISSA, Celso Ayres. Prática das Transações Imobiliárias. 2 ed. São Paulo: Nacional, 1978. MACEDO, Jamil P. de. Manual do Técnico em Transações Imobiliárias. v 1. 11 ed. Goiânia: AB, 1994. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. v. I e IV. Rio de Janeiro: Forense, 1984. PINASSI, Ayrton. Locação, Arrendamento e Outras Cessões de Bens Imobiliários. Campinas: Agá Juris, 2003. REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. São Paulo: Saraiva, 1997. RESENDE, José Machado. Operações Imobiliárias I. Goiânia: AB, 2001. RODRIGUES, Sílvio. Curso de Direito Civil. v I e V. São Paulo: Saraiva, 1997.

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VII - MODELOS DE FORMULÁRIOS PARA LOCAÇÃO DE IMÓVEIS

7.1. PROCURAÇÃO – AUTORIZAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS

01. OUTORGANTE: __________________________________________________________________________ 02. OUTORGADA: ___________________________________________________________________________ 03. IMÓVEIS: ________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ 04. PODERES: Admitir e despejar inquilinos; estabelecer com eles as condições contratuais, executá-los e a seus fiadores; receber os respectivos aluguéis dando recibo de quitação; representar o outorgante perante as repartições públicas federais, estaduais e municipais, requerendo e praticando o que necessário for a bem dos direitos e interesses do outorgante; usar dos poderes gerais para o foro em direitos permitidos até superior instância; propor ações de penhor legal, seqüestras, arrestos, despejos, desistir, recorrer, agravar, optar, apelar, protestar, embargar, acordar, usar de qualquer recurso legal e segui-lo até superior instância; pagar imposto; requerer e receber a devolução dos que tenham sido cobrados em excesso; praticar todos os atos necessários confiados à sua administração, comparecer à audiência de conciliação prevista no art. 447 do CPC, nela transigindo ou não, e substabelecer no todo ou em parte a um ou mais procuradores. 05. COMISSÃO: A título de comissão sobre o total da administração ora contratada, de aluguéis, seus encargos e eventuais recebimentos, a outorgada receberá do outorgante o equivalente a R$ ___________ (___________________________________________). Todavia, quando receber o imóvel desocupado, a comissão relativa ao primeiro mês será de R$ ______________ (_______________________________) e nos meses seguintes R$______________ (___________________________________). Em se tratando de renovação de locação, a outorgada receberá, no primeiro mês após a renovação, o equivalente a R$_______________ (_______________________________) de comissão. Recebendo o imóvel para administrar, mais já locado, a comissão inicial será de R$____________ (________________________). Todos os anúncios em jornais, e correspondência, correrão por conta do outorgante, assim como as despesas forenses que não forem pagas pelos locatários. 06. DURAÇÃO: A presente procuração tem o prazo certo de validade de 1 (um) ano, cujos termos inicial e final coincidirão com os do contrato de locação a ser formalizado eventualmente, considerando-se prorrogada automaticamente se, 60 (sessenta) dias, pelo menos, antes de verificar o seu término, nenhum dos contratantes manifestar por escrito o propósito de considerar encerrada a presente procuração. E assim sucessivamente, até que um dos contratantes resolva denunciar a presente procuração, conforme o prazo acima previsto. As partes podem, a qualquer tempo, rescindir este contrato. Contudo, esta resolução se condicionará no prévio pagamento da multa. Se por parte da outorgante, esta pagará a outorgada o valor correspondente a ________% (_____________________________) sobre os aluguéis a serem cobrados até o prazo final deste contrato, quer inicial, quer pela prorrogação da locação. Se houver resilição por parte da outorgada, esta pagará ao outorgante o valor correspondente a _________% (___________________________) dos aluguéis restantes. Todavia, no que se refere a constituição, de advogado, quando necessário, para representação do locador em juízo, a procuração tem validade por prazo indeterminado.

__________________, _______ de _______________ de 200___.

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7.2. CONTRRATO DE LOCAÇÃO

LOCADOR: _________________________________________________________________________ LOCATÁRIO: ________________________________________________________________________ IMÓVEL: ____________________________________________________________________________ VIGÊNCIA: __________________________________________________________________________ PREÇO: R$ __________ (______________________________________________________________) Entre partes na qualidade de locador(es) CPF nº__________________, RG nº________________ residência ____________________________________________, e na qualidade de locatário(s) CPF nº ___________________, RG nº ___________________, residência ______________________________. É contratada pelo presente instrumento particular, a locação do imóvel abaixo caracterizado, mediante as cláusulas e condições a seguir enumeradas: I. DO IMÓVEL O objeto do presente Contrato de Aluguel do(a) ________________________________________ que o LOCATÁRIO confessa receber no estado de conservação e limpeza discriminados no “LAUDO DE VISTORIA” anexo, que fica fazendo parte integrante deste instrumento, obrigando-se assim, conservá-lo e restituí-lo no tempo legal do presente contrato. Na hipótese de renovação de locação, fica dispensado o “laudo de vistoria”, referidos na alínea “A”, prevalecendo então, as disposições antes mencionadas, exceto se forem substituídos os fiadores que firmaram o contrato anterior. II. DO PRAZO a) O presente contrato entrará em vigor no dia ______________________ e findará no _______________ independente de qualquer aviso ou interpelação judicial. b) Com ressalva ao disposto na cláusula IX, antes do vencimento do presente contrato não poderá o LOCADOR reaver o imóvel, senão ressarcido ao LOCATÁRIO as perdas e danos resultantes, que equivalerão ao montante dos aluguéis vencidos, nem poderá o LOCATÁRIO, sob qualquer pretexto, devolver o imóvel, senão pagando ao LOCADOR os aluguéis relativos ao tempo que restar. III. DO ALUGUEL a) O valor MENSAL do aluguel, livremente convencionado nesta data é de ____________________ que o LOCATÁRIO deverá pagar no ______________________________________________. b) O aluguel mensal acima pactuado será reajustado, automaticamente, na periodicidade mínima determinada pela legislação vigente à data de sua celebração, aplicando-se o índice fixado pelo Governo Federal, ou, em sua falta pelo IGP-M da FGV ou, também não sendo este calculado, por qualquer índice de preços, no período do reajuste. c) Se em virtude de lei subseqüente, vier a ser admitida a correção do valor do aluguel em periodicidade inferior a prevista na legislação vigente à época de sua celebração, concordam as partes, desde já e em caráter irrevogável que a correção do aluguel e seu indexado passará, automaticamente, a ser feito no menor prazo, que for permitido pela lei posterior. d) Se por ventura vierem os poderes governamentais a autorizar a livre negociação do aluguel ou o seu tabelamento, ou ainda determinar novos índices ou periodicidade menor para a majoração, o seu valor na oportunidade para a realidade do mercado e da inflação acaso existente, reduzida a periodicidade do reajuste até o limite daquela que for autorizada, independentemente de modificações deste contrato, eis que mútua e previamente consentida pelas partes, sempre visando o objetivo previsto no item “b” deste instrumento. PARÁGRAFO ÚNICO – A mora ou atraso no pagamento do aluguel, no todo ou em parte, sujeita ao locatário a multa de 10% (dez por cento) sobre o seu valor, além de juros de 1% (um por cento) ao mês, e se o atraso for superior a 30 (trinta) dias, ficará ainda o aluguel ou parte dele também sujeito a correção na mesma base de variação da TR, ou de qualquer outro índice fixado ou autorizado pelos poderes públicos para expressar a medida da inflação acaso existente. IV. DOS IMPOSTOS E TAXAS Além do aluguel mensal, o LOCATÁRIO pagará todos os impostos, taxas, cotas de condomínio, IPTU e demais encargos que recaiam ou venham a recair sobre o imóvel. V. DO USO DO IMÓVEL a) O imóvel destina-se exclusivamente ao uso, sendo proibido ao LOCATÁRIO sublocá-lo, cedê-lo ou

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emprestá-lo no todo ou em parte, seja a que título for, salvo a sua coligada. b) Deverão ser obedecidas pelo inquilino as posturas urbanas e as da convenção do condomínio e regimento interno do prédio. c) O imóvel não poderá ser utilizado para fins diversos do mencionado na alínea “a” desta cláusula, nem poderá o seu uso sob pena de despejo, comprometer a moralidade, os bons costumes ou o sossego dos vizinhos. d) Sob pena de responsabilidade civil do LOCATÁRIO, deverão ser imediatamente levados aos conhecimentos do LOCADOR, quaisquer papéis ou documentos entregues aos cuidados do morador, desde que se refiram aos interesses diretos do LOCADOR ou do imóvel. e) Cumpre ao LOCATÁRIO fazer imediata comunicação ao LOCADOR, por escrito, sempre que houver qualquer avaria grave na estrutura ou nas instalações do imóvel, onde não poderão ser depositados artigos inflamáveis, explosivos ou de fácil deterioração. f) Responderá o LOCATÁRIO pelo incêndio lavrado no imóvel, se não provar caso fortuito ou de força maior, vício de construção, ou propagação de fogo originado em outro prédio. g) A ocorrência de desastre desencadeados por força da natureza ou sobre-humanas, tais como faíscas elétricas, inundações, desabamentos, abalos sísmicos etc., ou acidentes naturais motivados por terceiros, não acarretarão a responsabilidade solidária do LOCADOR, pelos eventos materiais ou pessoais acaso surgidos, com relação a pertences, ou haveres e a segurança pessoal dos moradores. VI. DAS REPARAÇÕES E BEM FEITORIAS a) O LOCATÁRIO deverá fazer por sua exclusiva conta, com urgência, solidez e perfeição, todas as reparações e consertos de que o imóvel necessitar. b) Sem prévia autorização do LOCADOR, por escrito, não poderá ser introduzida modificação no imóvel, ainda que necessária. Uma vez realizadas, ficarão definitivamente incorporadas ao imóvel, independentemente de indenização e sem ensejo a retenção das coisas locadas, todas as bem feitorias, sejam voluntárias, úteis ou necessárias, as quais não poderão ser retiradas, a não ser que a remoção não deixe quaisquer vestígios na estrutura ou no corpo do imóvel. VII. DA INFRAÇÃO CONTRATUAL A infringência de qualquer uma das cláusulas e condições do presente contrato, sujeita a parte infratora a combinação de multa equivalente a 10% (dez por cento) sobre o seu valor, cobrável por processo de execução, que as partes elegem como hábil e legal sem prejuízo de outras sanções cabíveis e de indenizações por perdas e danos e sem qualquer redução decorrente do cumprimento parcial do contrato. VIII. DO ABANDONO DO IMÓVEL A fim de resguardar-se o imóvel de qualquer eventualidade decorrente da ausência do morador e no intuito de defender a sua integridade contra possíveis esbulhos ou depredações, fica o LOCADOR expressamente autorizado a ocupar o imóvel, independente de qualquer procedimento judicial prévio, ainda que seja necessário o uso da força para arrombá-lo, desde que fique suficientemente comprovado o abandono, a ausência habitual e comprovada do inquilino após vencido o segundo mês de pagamento dos aluguéis respectivos. IX. DA RESCISÃO 1) O presente contrato poderá ser rescindido desde que haja reciprocidade das partes. 2) Além dos casos previstos na lei, será motivo para propositura de ação de despejo o descumprimento de qualquer obrigação ou cláusula contratual. 3) A ocorrência de qualquer sinistro que afete a segurança ou integridade do imóvel, bem como a hipótese eventual de sua desapropriação, acarretando também a imediata rescisão deste contrato. X. DA GARANTIA FIDEJUSSÓRIA a) Como fiador(a) e principal pagador(es), assumindo solidariamente entre si e como LOCATÁRIO o compromisso de bem e fielmente cumprir(em) o presente contrato em todas as suas cláusulas e condições até a efetiva entrega das chaves ao LOCADOR, assinam este pacto, que devidamente autorizada(s) por sua(s) mulher(es) que também firmam o termo de fiança ora prestada. b) A garantia fidejussória compreenderá quaisquer acréscimos, reajustes ou acessórios da dívida principal, inclusive despesas judiciais, incluindo honorários advocatícios, taxas e custos judiciários, e mais comissões até final liquidação de quaisquer ações movidas contra o LOCATÁRIO em decorrência do presente contrato. c) O(s) fiador(es) desobrigam expressamente o LOCADOR de notificá-los judicial ou extra judicialmente de quaisquer procedimentos contra o LOCATÁRIO. d) O(s) fiador(es) renunciam expressamente ao benefício de prévia execução dos bens do afiançado e não

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poderá(ao) sob qualquer pretexto, exonerar-se desta fiança, que é prestada sem limitações, mesmo que a locação se prorrogue por força da legislação pertinente. e) Em caso de morte, incapacidade civil, falência, insolvência ou idoneidade moral ou financeira do(s) fiador(es), poderá o LOCADOR exigir a sua substituição, a qual deverá ser cumprida no prazo de 15(quinze) dias, a contar da comunicação ao LOCATÁRIO, sendo que a falta de cumprimento desta exigência, cuja satisfação ficará subordinada ao crivo do LOCADOR, que julgará a idoneidade do novo fiador apresentado constituirá justa causa para a rescisão do contrato. f) As obrigações fidejussórias ocorrerão sob a responsabilidade dos herdeiros ou sucessores do fiador falecido, no limite do tempo decorrido até a sua morte. XI. DAS OBRIGAÇÕES SUCESSÓRIAS As partes deste já se obrigam por si, seus herdeiros ou sucessores, ao plano geral e irrenunciável cumprimento do presente contrato, em todas as cláusulas, termos e condições. XII. DA RESTITUIÇÃO DO IMÓVEL a) O termo legal do presente contrato dar-se-á com a efetiva entrega das chaves do imóvel do locador, após a verificação de seu estado geral, com vistas ao cumprimento das premissas relativas ao uso, mediante a assinatura, pelo LOCATÁRIO seu procurador ou preposto, de um “laudo de vistoria”. b) O LOCADOR poderá realizar a vistoria alvitrada na alínea “a” apenas com a presença de 2 (duas) testemunhas, quando a restituição do imóvel decorrer de emissão de posse ou despejo, judicialmente ordenado; quando o LOCATÁRIO, seu procurador ou preposto a isso se recusarem; ou quando o locador tiver a sua posse em decorrência de abandono do mesmo pelo LOCATÁRIO afim de evitar possíveis esbulhos ou depredações. c) Caso o imóvel não seja entregue conforme a especificação da cláusula I, poderá o LOCADOR executar os serviços de reparações que se fizerem necessários, mediante a tomada de preços de três firmas especializadas, ficando, desde já acertado que o não ressarcimento por parte do LOCATÁRIO ou de seus fiadores das despesas efetuadas, autorizará sua respectiva cobrança executiva, servindo de título hábil o recibo pelo executante dos referidos serviços. XIII. DO ESTADO CIVIL DOS FIADORES Os fiadores que se obrigam como principais pagadores solidários com as cláusulas e condições do presente contrato de locação na forma de que consta da cláusula X e suas alíneas, se declaram sob as penas de lei, a vista das testemunhas abaixo assinadas, serem. XIV. DO LOCATÁRIO O LOCATÁRIO declara, sob as penas de lei, serem autênticas as assinaturas dos fiadores e de suas esposas, os quais firmam o presente contrato na sua presença. XV. DO FORO Como renúncia expressa de qualquer outro, por mais privilegiado que seja, fica eleito o foro do Distrito Federal para a solução de quaisquer questões oriundas do presente contrato. XVI. CLÁUSULAS ADICIONAIS Estando todos de pleno acordo, justo e contratados, lavrou-se o presente instrumento de contrato em duas vias de igual teor, o qual depois de lido e achado conforme, vai assinado pelas partes contratantes, pelos fiadores e por duas testemunhas, a todo o ato presente.

Brasília, de de ____________________________________ LOCADOR ______________________________________ LOCATÁRIO _____________________________________ FIADOR TESTEMUNHAS ______________________________________ ______________________________________

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7.3. COMUNICANDO LOCAÇÃO AO PROPRIETÁRIO

Cliente nº______________

Brasília,______de_____________de________

Ilmo(a) Sr.(a)

Prezado Senhor

Informamos a V. Sa., que efetuamos a locação do imóvel de sua propriedade, situado

à_________________________________________________________________, pelo valor de

R$__________________(_____________________________________________) mensais, a partir de

____/____/____.

Colocamo-nos à disposição para informações julgadas necessárias.

Atenciosamente,

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7.4. COMUNICAÇÃO DE LOCAÇÃO AO CONDOMÍNIO

Cliente nº_________________

Brasília,_____de_________________de________

Ao Condomínio

Do Edifício_________________

Senhor Síndico,

Informo como administrador do apartamento nº______ de propriedade do Senhor

___________________________________ que efetuamos a locação do mencionado imóvel ao Senhor

___________________________________.

Pelo exposto, informamos a V Sa. que a cobrança deverá ser feita diretamente ao locatário, nos

comunicando em caso de atraso, para assim tomarmos as medidas cabíveis.

Sem outro assunto para o momento, subscrevemo-nos,

Atenciosamente,

Brasília-DF, de de

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7.5. COMUNICAÇÃO AO LOCATÁRIO DE VENDA DE IMÓVEL

Ilmo Sr.

Nome:

Endereço:

N/Capital

Prezado Senhor

Ref.: PROPOSTA DE VENDA DO IMÓVEL LOCADO

Endereço do imóvel____________________________________________________________________

Como locador do imóvel epigrafado, locado a V. S., venho informar-lhe que pretendo vendê-lo pelo

valor de R$_______________ ( ), cabendo-lhe a preferência, nos termos da

legislação vigente.

Aguardarei seu pronunciamento pelo prazo de 30 (trinta) dias e, caso não se manifeste, entenderei

como desinteresse pela proposta, ficando o imóvel liberado para venda a terceiros interessados.

Nesse caso, peço-lhe determinar dia e hora em que o imóvel poderá ser visitado por pretendentes à

compra.

Atenciosamente,

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7.6. AUTORIZAÇÃO DE VENDA DE IMÓVEIS

A Contratante Nome Nacionalidade

Estado Civil Profissão RG CPF

Cônjuge Nacionalidade

Estado Civil Profissão RG CPF

Contratada: ________________ Endereço do Imóvel: Descrição do Imóvel: Valor do Imóvel: Condições 1) A presente autorizada de venda com exclusividade, tem seu amparo na Lei 6 530, Art. 20, Item III de 12/05/78,

e pela resolução- CONFECI Nº 458/95, de 17/1195. 2) É concedida pelo prazo de ______________________ dias úteis, a contar desta, prorrogada automaticamente

por tempo indeterminado, caso os contratantes após o termino do prazo não se manifeste expressamente. 3) Os contratantes se comprometem a pagar os honorários de ________% ao contratado, desde que a compra,

venda ou permuta, seja feita dentro do prazo acima estipulado, ou na sua prorrogação, que serão descontados proporcionalmente, no ato do sinal do negócio ser inferior à comissão, o saldo será abatido na mesma proporção no pagamento das parcelas pactuadas.

4) Estando vencido o prazo acima estipulado, o direito aos honorários subsidirá pelo prazo de 06 (seis) meses, caso o imóvel seja vendido ou negociado por conseqüência da aproximação promovida pelo contratado.

5) O contratado autorizado compromete-se a não medir esforços no sentido de comercializar o imóvel, dentro das condições acima estipuladas, agindo de forma legal, obedecendo fielmente as leis e ao código de ética da profissão, estabelecido pelo conselho federal de corretores de imóveis – COFECI

1) Os contratados se responsabilizam por todas as informações aqui prestadas a cerca do imóvel objeto da presente autorizado.

2) O contratado está autorizado a obter do agente financeiro, caso o imóvel esteja hipotecado, ou outros órgãos competentes, todas as informações necessárias e indispensáveis à realização da venda.

3) Para dirimir quaisquer dúvidas oriundas da presente autorização, as partes elegem o fórum da cidade de Brasília-DF, renunciando-se a outro, por mais privilegiado que seja.

Brasília-DF, de de 200 Proprietário Cônjuge Testemunha

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7.7. RECIBO DE SINAL DE NEGÓCIO

Pelo presente instrumento particular de Recibo de Sinal de Negócio, que entre si fazem, de um lado, como

vendedores(nome, profissão, estado civil, RG, CPF, regime de casamento, qualificação e assinatura do cônjuge), e

de outro lado, como compradores(qualificação completa, se casado, apenas menção do nome e regime de

casamento, não é necessário presença do cônjuge), que tem entre si, justo e contratado presente instrumento,

mediante as cláusulas e condições seguintes:

Cláusula Primeira: Os vendedores, na qualidade de proprietários do imóvel (área, fração ideal, discriminação

e quantidade de cômodos, etc., para melhor descrição, observe a certidão de ônus reais, atente para as averbações

contidas na certidão, referentes a alterações ocorridas no imóvel, não deixe de constar a procedência), declaram

para os devidos fins de direito e para que produza seus efeitos legais em direito permitido, que nesta data recebeu

dos compradores a importância de R$________(especificar se dinheiro ou cheque, constar nº, banco agência), de

cuja quantia lhe dão a mais plena, rasa e geral quitação, PROVENIENTES DO SINAL E PRINCÍPIO DE

PAGAMENTO DA QUANTIA MAIOR DE R$(valor total da venda), preço pelo qual se comprometeram lhes

vender, livre e desembaraçado de quaisquer dúvidas, dívidas e ônus, inclusive de hipotecas, mesmo legais, o

imóvel acima descrito e caracterizado.

Cláusula Segunda: Que o restante do valor, ou seja, a quantia de R$(constar os valores e as datas para

complementar o preço total), Os compradores se obrigam e se comprometem a pagar diretamente aos vendedores

por ocasião da (constar quando e como se dará o restante do pagamento, e se for o caso, os prazos suportáveis para

inadimplência e para entrega do imóvel).

Cláusula Terceira: Que o presente contrato é regido pelos Artigos nº 1094 e seguintes do código civil

brasileiro, ou seja, pela LEI DE ARRAS.

Cláusula Quarta: Respondem pelas obrigações aqui assumidas, eles, contratantes, seus herdeiros e

sucessores, elegendo estas mesmas partes o foro da comarca de (cidade onde se localiza o imóvel ou o domicílio

fiscal de uma das partes), para nele serem dirimidas todas e quaisquer questões ou pendências oriundas deste

instrumento.

E, por assim haverem ajustado, firmam o presente em duas vias de igual teor e forma, juntamente com duas

testemunhas.

Brasília-DF, de de 200

(todas as partes assinam este documento)

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7.8. INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA

Pelo presente instrumento particular de PROMESSA DE COMPRA E VENDA, que entre si fazem de um

lado, como PROMITENTES VENDEDORES: (nome, profissão, estado civil, RG, CPF, endereço, regime de

casamento, qualificação e assinatura do cônjuge), a seguir simplesmente designado de VENDEDORES. E de outro

lado, como PROMISSÁRIO COMPRADOR (qualificação completa, se casado, apenas menção do nome do

cônjuge e regime de casamento), a seguir simplesmente denominado de COMPRADORES, que têm entre si, justo

e contratado a presente instrumento, mediante as cláusulas e condições seguintes:

Cláusula Primeira: Os primeiros nomeados, designados vendedores, são senhores e legítimos possuidores,

livre e desembaraçado de quaisquer dúvidas, dívidas e ônus, inclusive de hipotecas, mesmo legais (quando recair

ônus sobre o imóvel, como por exemplo: hipoteca, consignar em substituição a expressão “ inclusive hipoteca,

mesmo legais” a seguinte redação: a exceção do ônus constituído pela hipoteca em favor do ( constar o agente

financeiro) do imóvel (descrever o imóvel, área, fração ideal, discriminação e quantidade de cômodos, etc.- Para

melhor descrição, observe a certidão de ônus reais, atente para as averbações contidas na certidão referentes a

alterações ocorridas no imóvel, não deixe de constar a procedência).

Cláusula Segunda: que assim sendo, vêm eles VENDEDORES, pelo presente instrumento e na melhor forma

de direito, prometer como de fato e na verdade tem prometido, vender dito imóvel ao COMPRADOR e este por sua

vez, se obriga e se compromete comprá-lo, pelo preço certo e ajustado de R$ ( além do valor total da venda, a

forma de pagamento; se o pagamento for efetuado em parcelas, constar a quantidade, o valor e a data de

vencimento de cada uma, se em moeda corrente ou cheque, no caos de cheque constar nº, banco e agência) de cuja

quantia lhe dão a mais plena, rasa, geral e irrevogável quitação (quando o pagamento for parcelado a quitação

somente será dada na primeira parcela e as demais serão contra recibos; ou na assinatura do instrumento definitivo

– NÃO SE ESQUEÇA, DE QUE ESTE INSTRUMENTO É SOMENTE UMA PROMESSA DE COMPRA E

VENDA, se fará necessário, futuramente o instrumento definitivo).

Nota: Caso a venda seja feita para mais de um comprador, não se levando em conta marido e mulher -

constar a porcentagem de que cada adquirente terá no imóvel e a participação no valor total da venda.

Cláusula Terceira: Que o COMPRADOR será imitido na posse , domínio direito, uso, gozo, ação e servidão

sobre o imóvel objeto da presente a partir desta data (se for o caso, constar a data em que será dada a posse do

imóvel), correndo por conta única e exclusiva dos COMPRADORES, a partir do recebimento do imóvel, todas as

taxas, impostos, emolumentos, custas, escritura e demais despesas que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel,

mesmo que cobradas e/ou lançadas em nome dos VENDEDORES. São obrigados ainda, os COMPRADORES a

cumprir e respeitar o contrato de financiamento anteriormente mencionado (caso o imóvel seja financiado) e a

convenção de condomínio e o regimento interno (caso o imóvel seja em condomínio, como por exemplo

apartamento), em todas as suas cláusulas e condições, as quais declaram conhecer.

Cláusula Quarta: O imóvel objeto da presente será entregue aos compradores na conformidade da cláusula

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terceira supra, no estado de conservação em que se encontra, absolutamente em dia com todas as taxas, impostos,

emolumentos, água e luz (e condomínio se for o caso). Atenção: caso haja acessórios que estejam incluídos no

imóvel, tais como cortinas, lustres, armários não embutidos, etc., que foram incluídos no preço da venda ou que as

partes de comum acordo, resolveram embuti-los na transação, deverão ser consignados nesta cláusula.

Cláusula Quinta: Os VENDEDORES se obrigam e se comprometem a prestar toda e qualquer assistência,

bem como suas presenças, se e quando solicitados forem, para a transferência definitiva do imóvel, objeto do

presente, em favor dos COMPRADORES ou a quem estes indicarem, sem reclamação, futuramente por parte dos

VENDEDORES, de quaisquer importâncias devidas, além das aqui ajustadas, independentemente de outorga de

procurações.

Cláusula Sexta: Caso os VENDEDORES outorguem a procuração, fica fazendo parte integrante do presente

instrumento, a procuração pública lavrada no cartório do ______ ofício de notas local, às fls_____ do livro nº____,

em favor de _____________________. (não se esqueça: os compradores não podem ser procuradores em causa

própria).

Cláusula Sétima: Na hipótese de Sinistro, de falecimento ou mesmo de separação dos VENDEDORES fica

desde já os COMPRADORES ou seus beneficiários ou sucessores, autorizados a se habilitarem no respectivo

inventário e requererem junto ao cartório e/ou Juízo Competente, a carta de adjudicação expedida a seu favor,

relativamente ao imóvel objeto do presente, podendo para tanto, constituir advogados com os poderes da cláusula

de adjudicação, perante qualquer Foro, Instância ou Tribunal.

Cláusula Oitava: O presente contrato é feito entre as partes contratantes, por si, seus herdeiros e sucessores,

em caráter irrevogável e irretratável, desde que as obrigações aqui assumidas estejam totalmente cumpridas e

satisfeitas, obrigando-se essas mesmas partes a manterem este instrumento para sempre bom, firme e valioso e aos

VENDEDORES a responderem pelos fiscos da Evicção de Direitos, se e quando chamados forem à Autoria, em

qualquer tempo e época.

Cláusula Nona: Elegem as partes contratantes, com expressa renúncia de outro qualquer, por mais

privilegiado que seja, o foro da comarca de Jurisdição do Imóvel, para nele serem dirimidas quaisquer dúvidas,

questões ou pendências oriundas ou decorrentes deste instrumento.

Cláusula Adicional: PARA SER USADA CASO A PRIMEIRA PARCELA PAGA SEJA A TÍTULO DE

SINAL DE NEGÓCIO: O presente contrato é regido pelos artigos nº 1.094 e seguintes do Código Civil Brasileiro,

ou seja, pela LEI DE ARRAS. %1

E por assim haverem ajustado, firmam o presente em duas vias de igual teor e forma juntamente com duas

testemunhas para que produza seus legais efeitos em direito permitido.

Brasília-DF,______de ___________ de ________.

Todas as partes assinam este instrumento. Reconhecer as firmas.

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7.9. INSTRUMENTO PARTICULAR DE CESSÃO DE DIREITOS

Pelo presente instrumento particular de CESSÃO DE DIREITOS, VANTAGENS, OBRIGAÇÕES E

RESPONSABILIDADES, que entre si fazem de um lado, como CEDENTES: (nome, profissão, estado civil, RG,

CPF, endereço, regime de casamento, qualificação e assinatura do cônjuge), a seguir simplesmente designado de

CEDENTES. E de outro lado, como CESSIONÁRIOS (qualificação completa, se casado, apenas menção do nome

do cônjuge e regime de casamento), a seguir simplesmente denominado de CESSIONÁRIOS, que têm entre si,

justo e contratado a presente instrumento, mediante as cláusulas e condições seguintes:

Cláusula Primeira: Os primeiros nomeados, designados CEDENTES, são senhores e legítimos possuidores,

de todos os direitos, vantagens, obrigações e responsabilidades sobre a aquisição do imóvel (descrever o imóvel,

área, fração ideal, discriminação e quantidade de cômodos, etc.- Para melhor descrição, observe a certidão de ônus

reais, atente para as averbações contidas na certidão referentes a alterações ocorridas no imóvel, não deixe de

constar a procedência).

Cláusula Segunda: Que assim sendo, vêm eles CEDENTES, pelo presente instrumento e na melhor forma de

direito, ceder e transferir como de fato e na verdade cedido e transferido tem, todos os seus referidos direitos,

vantagens, obrigações e responsabilidades sobre a aquisição do dito imóvel em favor dos CESSIONÁRIOS pelo

preço certo e ajustado de R$ ( além do valor total da venda, a forma de pagamento; se o pagamento for efetuado em

parcelas, constar a quantidade, o valor e a data de vencimento de cada uma, se em moeda corrente ou cheque, no

caso de cheque constar nº, banco e agência) de cuja quantia lhe dão a mais plena, rasa, geral e irrevogável quitação

(quando o pagamento for parcelado a quitação somente será dada na primeira parcela e as demais serão contra

recibos).

Nota: Caso a CESSÃO seja feita para mais de um CESSIONÁRIO, não se levando em conta marido e

mulher - constar a porcentagem que cada adquirente terá no imóvel e a participação no valor total da venda.

Cláusula Terceira: Que os CESSIONÁRIOS serão imitidos na posse , domínio direito, uso, gozo, ação e

servidão sobre o imóvel objeto da presente a partir desta data (se for o caso, constar a data em que será dada a posse

do imóvel), correndo por conta única e exclusiva dos CESSIONÁRIOS, a partir do recebimento do imóvel, todas as

taxas, impostos, emolumentos, custas, escritura e demais despesas que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel,

mesmo que cobradas e/ou lançadas em nome dos CEDENTES. Obrigam-se ainda os CESSIONÁRIOS a cumprir e

respeitar o contrato de financiamento anteriormente mencionado (caso o imóvel seja financiado) e a convenção de

condomínio e o regimento interno (caso o imóvel seja em condomínio, como por exemplo apartamento), em todas

as suas cláusulas e condições, as quais declaram conhecer.

Não Se Esqueça: Este documento somente será usado para quem não tem escritura definitiva do imóvel,

assim sendo, futuramente será obrigado a fazê-la. Então consigne a cargo de quem ficará as despesas com a

escritura definitiva, aquela que será outorgada em favor dos cedentes.

Cláusula Quarta: O imóvel objeto da presente será entregue aos CESSIONÁRIOS na conformidade da

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cláusula terceira supra, no estado de conservação em que encontra-se, absolutamente em dia com todas as taxas,

impostos, prestações, emolumentos, água e luz (e condomínio se for o caso). Atenção: caso haja acessórios que

estejam incluídos no imóvel, tais como cortinas, lustres, armários não embutidos, etc., que foram incluídos no preço

da cessão ou que as partes de comum acordo, resolveram embuti-los na transação, deverão ser consignados nesta

cláusula.

Cláusula Quinta: Os CEDENTES se obrigam e se comprometem a prestar toda e qualquer assistência, bem

como suas presenças, se e quando forem solicitados para a transferência definitiva do imóvel, objeto do presente

em favor dos CESSIONÁRIOS ou a quem estes indicarem, sem reclamação, futuramente por parte dos

CEDENTES, de quaisquer importâncias devidas, além das aqui ajustadas, independentemente de outorga de

procurações.

Cláusula Sexta: Caso os CEDENTES outorguem a procuração, fica fazendo parte integrante do presente

instrumento, a procuração pública lavrada no cartório do ______ ofício de notas local, às fls_____ do livro nº____,

em favor de _____________________. (não se esqueça: os compradores não podem ser procuradores em causa

própria).

Cláusula Sétima: Na hipótese de Sinistro, de falecimento ou mesmo de separação dos CEDENTES, fica

desde já os CESSIONÁRIOS ou seus beneficiários ou sucessores, autorizados a se habilitarem no respectivo

inventário e requererem junto ao cartório e/ou Juízo Competente, a carta de adjudicação expedida a seu favor,

relativamente ao imóvel objeto do presente, podendo para tanto: constituir advogados com os poderes da cláusula

de adjudicação, perante qualquer Foro, Instância ou Tribunal.

Cláusula Oitava: O presente contrato é feito entre as partes contratantes, por si, seus herdeiros e sucessores,

em caráter irrevogável e irretratável, desde que as obrigações aqui assumidas estejam totalmente cumpridas e

satisfeitas, obrigando-se estas mesmas partes a manterem este instrumento para sempre bom, firme e valioso e aos

CEDENTES a responderem pelos fiscos da Evicção de Direitos, se e quando chamados forem à Autoria, em

qualquer tempo e época.

Cláusula Nona: Elegem as partes contratantes, com expressa renúncia de outro qualquer, por mais

privilegiado que seja, o foro da comarca de Jurisdição do Imóvel, para nele serem dirimidas quaisquer dúvidas,

questões ou pendências oriundas ou decorrentes deste instrumento.

Cláusula Adicional: PARA SER USADA CASO A PRIMEIRA PARCELA PAGA SEJA A TÍTULO DE

SINAL DE NEGÓCIO: O presente contrato é regido pelos artigos nº 1.094 e seguintes do Código Civil Brasileiro,

ou seja, pela LEI DE ARRAS.

E por assim haverem ajustado, firmam o presente em duas vias de igual teor e forma juntamente com duas

testemunhas para que produza seus legais efeitos em direito permitido.

Brasília-DF,______de ___________ de ________.

Todas as partes assinam este instrumento. Reconhecer as firmas.

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7.10. TERMO DE VISITA Corretor/CRECI: Requisição de Saída nº ______ Venda:___________ Locação:___________ Cliente: _____________________________________________________________________________________ RG: _________________________________________CPF: ___________________________________________ Cônjuge:_____________________________________________________________________________________ Endereço Residencial: ______________________________CEP: _______________ Fone: __________________ Endereço Comercial: _______________________________CEP: _______________ Fone: __________________ Conhecimento Através de: ______________________________________________________________________ Locais de Preferência: __________________________________________________________________________ Nome do Corretor:_____________________________________________________________________________ Relatório do Corretor: __________________________________________________________________________ Hora Saída: ________________________ Chegada: ________________________ Data: ____________________ Imobiliária ou corretor prestará seus serviços profissionais com zelo e solicitude, observando sempre o regulamento das transações imobiliárias estabelecida pelo conselho federal de corretores de imóveis e CRECI – 8ª Região/DF e aprovado pelo sindicato dos corretores de imóveis do Distrito Federal. Imóveis Visitados Com Cliente Imóvel (Ref. Nº_______) ___________________ (Comercial ou residencial)______________________ Local(Plano Piloto Sul ou Norte)___________________________Valor R$ _______________________ Imóvel (Ref. Nº ______) ________________________________________________________________ Local (Cidade Satélite) ___________________________________ Valor R$ ______________________ Imóvel (Ref. Nº ______) ______________________ (Comercial ) _______________________________ Local (Região Geoeconômica) ____________________________ Valor R$ _______________________ Imóvel (Ref. Nº ______) ________________________________________________________________ Local ________________________________________________ Valor R$ _______________________ Declaro que nesta data _____/______/_______. Com Autorização do Proprietário. ___________________________Visitei os imóveis acima. _________________________________ Assinatura do Cliente CPF _____________________________ _________________________________ Corretor _________________________________ Assinatura do Proprietário CPF _____________________________ _________________________________ Visto do Corretor/ Imobiliária

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7.11. INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROCURAÇÃO

Eu, _____________________________________________________, brasileiro, casado, portador do

RG nº: ___________________________ CPF nº: _____________________ e Fone: ______________, por este

instrumento particular de procuração, nomeio e constituo como meu bastante procurador

_____________________________________, portador do RG nº: ______________, CPF nº: ____________, a

quem confiro amplos e especiais poderes para junto ao GDF, especialmente na Divisão de Tributos Imobiliários,

Departamento da Receita, Secretaria de Finanças, requerer, cotar e recolher o Imposto de Transmissão “Inter-

vivos”, referentes a compra do imóvel, sito: ________________, nesta capital, podendo para tanto: Requerer e

assinar o que for preciso, juntar, apresentar e retirar documentos, prestar declarações e informações e pagar taxas e

impostos devidos, inclusive emitir e pagar guia complementar se for necessário, enfim, praticar todos os atos aos

fins deste mandato.

Brasília- DF ________de_________de_______.

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Apostila

Noções de Relações Humanas e Ética

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SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 52

I – ÉTICA...................................................................................................................................................... 52

1.1. CONCEITO GERAL DE ÉTICA .............................................................................................................. 52

1.2. VALOR DA ÉTICA HOJE ....................................................................................................................... 53

1.3. PROBLEMAS ÉTICOS ............................................................................................................................ 54

II - A ÉTICA E AS OUTRAS FORMAS DE COMPORTAMENTO HUMANO.................................. 55

2.1. Ética e Religião ................................................................................................................................ 55

2.2. ÉTICA E POLÍTICA................................................................................................................................ 56

2.3. ÉTICA E DIREITO ............................................................................................................................... 56

2.4. ÉTICA E TRATO SOCIAL ...................................................................................................................... 57

2.5. ÉTICA E CIÊNCIA ................................................................................................................................ 57

III - ÉTICA E CIDADANIA........................................................................................................................ 59

3.1. POLÍTICA E CIDADANIA ....................................................................................................................... 59

3.2. IDEOLOGIA ........................................................................................................................................... 59

3.3. ALIENAÇÃO (DES)HUMANIZAÇÃO DO HOMEM NO TRABALHO....................................................... 60

3.4. ÉTICA E CIVILIZAÇÃO ........................................................................................................................ 60

3.5. O CORPO............................................................................................................................................... 61

3.6. SEXUALIDADE....................................................................................................................................... 61

3.7. LIBERDADE .......................................................................................................................................... 62

3.8. ESTÉTICA, ARTE E VIDA COTIDIANA ................................................................................................ 62

3.9. ESTÉTICA DE SI .................................................................................................................................... 61

3.10. ÉTICA E CIDADANIA NA SOCIEDADE TECNOLÓGICA ...................................................................... 63

IV - O DESAFIO ÉTICO ATUAL.............................................................................................................. 63

4.1. CRISE DA MODERNIDADE E ESPIRITUALIDADE ................................................................................ 64

4.2. OS CÍRCULOS INTELECTUAIS.............................................................................................................. 65

4.3. A PROPOSTA DE UMA ÉTICA DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DE KARL OTTO APEL. ............. 66

4.4. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS CORRETORES DE IMÓVEIS ................................................. 66

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 69

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INTRODUÇÃO

Parabéns! Você está iniciando os estudos

sobre Noções de Relações Humanas e

Ética. O estudo dos aspectos éticos que envolvem o

nosso cotidiano faz parte de uma das mais

abrangentes categorias do conhecimento. Sendo

assim, destacamos que os conhecimentos que você

irá adquirir serão significativamente relevantes para

a sua formação.

I – ÉTICA

Antes de dar início à leitura, pare e reflita! O que é

ética?

1.1. Conceito Geral de Ética

Pode se conceituar Ética como “o estudo dos

juízos de apreciação que se referem à conduta humana

suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e

do mal, seja relativo a determinada sociedade, ou seja,

de modo absoluto”. Também são conjuntos de normas e

princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.

O pressuposto fundamental da ética é que, de

algum modo, seja possível indicar aqueles

comportamentos humanos que traduzem um caráter

virtuoso e aqueles hábitos de comportamento, que, ao

contrário, indicam um caráter desprovido de virtude.

Essa indicação "teórica" é justamente aquilo que os

gregos chamaram de ética, e os romanos, de moral.

A palavra "ética" tem sido historicamente usada

para designar duas dimensões diferenciadas: (1) De um

lado, a capacidade teórica que torna apto a identificar as

ações humanas adequadas ou contrárias à virtude.

Posteriormente, entendidas as virtudes como

parâmetros da ação e decisão, como valores, enfim, a

ética se compreende também como o estudo dos valores

que orientam as ações humanas. (2) De outro lado,

entende-se por ética as ações humanas habituais pelas

quais os homens se conduzem, na medida em que estas

refletem o seu caráter e na medida em que podem ser

referidas ao vício ou à virtude.

Antes de tudo, a ética examina os

comportamentos habituais pelos quais os homens

conduzem a sua vida íntima e a sua vida pública, ou

política, indicando aqueles que expressam um caráter

conforme as virtudes fundamentais na vida pública e na

vida privada.

Mas também, num percurso inverso, descreve, de

forma teoricamente orientada, as virtudes, a forma do

caráter virtuoso e a sua tradução no nível dos

comportamentos habituais. De um lado, ética é a

qualificação da ação ou decisão humana, à medida que

é conforme a virtude ou aos valores. Por outro lado,

ética é o conjunto dos parâmetros ou valores pelos quais

se avalia a ação.

Para os antigos era importante assegurar a

possibilidade de que os bons costumes e os maus

comportamentos pudessem ser identificados e

apresentados.

A ética tem um propósito, digamos, pedagógico-

político. As virtudes identificadas podem ser ensinadas

aos indivíduos para torná-los melhores, mas podem

também servir de parâmetros para o aperfeiçoamento e

educação do governo e das leis do Estado, da esfera

pública e da dimensão privada. E também nos dotam de

um conjunto de critérios para conferir valores e avaliar

comportamentos e decisões do indivíduo.

53

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A Ética encara a virtude como prática

do bem, e logo, como promotora da

felicidade dos seres, individualmente ou

coletivamente, onde são avaliados os desempenhos

humanos em relação às normas comportamentais

pertinentes.

Nem sempre é fácil atingir-se o conceito de bem,

principalmente vivenciá-lo de maneira coerente. Não se

pode exigir tanto da ética, esperar prova absoluta dos

princípios gerais, ou certeza objetiva de julgamentos

morais específicos. O importante é a busca de boas

razões para a opção moral correta.

Enquanto o homem existir, tem a possibilidade de

modificar sua conduta e proporcionar direção diferente

às suas ações. O caminho da virtude é sempre possível.

E todos os homens orientam-se na vida por um critério

valorativo, conferindo assim, um sentido pessoal em

suas vidas.

1.2. Valor da Ética Hoje

Para entender o valor da ética hoje, nada melhor

que relembrar um de seus estágios máximos, em tempos

passados. Aristóteles, que foi um grande pensador,

escreveu várias obras, que inclusive foram marcos

relevantes da formação da cultura humana, destacando-

se, entre outras, duas obras: “Ética" e "Física".

A de ética está em plena atualidade, citada na

melhor literatura. Enquanto a de física não restam mais

do que algumas frases genéricas e inespecíficas.

Qual será o motivo de a Ética ter estagnado e a

Física ter evoluído?

As leis da física são mais simples, uniformes e

verificáveis. Os físicos usam as leis descobertas,

quando querem mudar outras.

Os éticos pretendem avaliar, julgar, achar o que a

sociedade deveria achar. A ética contém conceitos

imprecisos e variáveis. Existe dificuldade na obtenção e

validação de dados confiáveis.

Logo, percebe-se que a ética é muito mais

problemática e complexa do que a física (que se pode

chamar de “ciência exata”) e, provavelmente foi por

isso que a ética estagnou.

Ao longo dos anos os valores morais foram se

perdendo e uma das buscas de hoje é o resgate desses

valores. Assim, percebe-se que o que se busca com a

ética é o “resgate”. Não se pode afirmar, é claro, que

apenas se busque o resgate de valores com a ética, mas

tudo que se busca na ética hoje é basicamente o que

Aristóteles buscava ao escrever “Ética”. Não foi a ética

que mudou sua essência, e sim a sociedade que mudou

sua forma de ver a ética.

A sociedade de hoje vive um paradoxo muito

interessante relacionado à problemática da ética. A ética

voltou a se tornar um tema fundamental – o que é

perfeitamente visível, seja na cultura intelectual, seja no

mundo das interações cotidianas. E no ambiente

teórico-científico, a ética ganhou a “frente” desde o

“Princípio responsabilidade” de Hans Jonas, até as

questões contemporâneas de Bioética, passando pelas

várias Éticas Políticas e pela Ética do Discurso de Apel

e Habermas.

É visivelmente explícito como os temas da ética

hoje fazem parte da agenda social, em todo o mundo.

Por outro lado, o tema da ética continua a ser

problemático para toda uma "cultura" intelectual deste

século, orientada substancialmente para a tolerância, e

formada pela semiótica, pela psicanálise e pela nova

concepção de história.

54

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A cultura intelectual da tolerância gerou uma

atitude ética respeitosa da diferença e compreensiva

com a heterogeneidade do ser. Trouxe, também, uma

mentalidade para a qual é fundamentalmente

desagradável qualquer discurso que implique

engajamento numa perspectiva, ou compromisso com

um sistema de posições, ou que resulte em atrito de

pensamento. Produziu-se o pudor da racionalidade forte

e das suas decorrências.

A socialização se move agora pelo cuidado com a

pluralidade, por uma moralidade aberta, por

argumentações não coercivas, velozes, sem

compromisso com a coerência absoluta, pelo prazer, a

velocidade, a novidade, o humor, a atualidade efêmera.

Vivemos num mundo de muitas diversidades e,

principalmente, desigualdades sociais, culturais e

econômicas, criando-se uma indignação em relação ao

comportamento humano, pois o "Capitalismo

Selvagem" (se assim pode ser chamado) faz com que as

pessoas se tornem individualistas, deixando de pensar

no bem-estar alheio e pensando somente em si próprias.

Com o desenvolvimento de geração após geração,

os hábitos, costumes e modo de viver das pessoas

mudam, a civilização moderna é mais desenvolvida

intelectualmente, portanto, se faz um novo paradigma

da ética, no qual se busca o bem-estar social.

Logo, o pensamento ético está

sendo abordado com muita freqüência,

para que o ser humano se socialize melhor e tenha

uma conduta baseada no respeito com a sociedade.

A exigência Ética fundamental atualmente

consiste em recuperar a possibilidade de construir

relacionamentos de comunhão entre pessoas e

comunidades.

1.3. Problemas Éticos

Há pouco tempo a ética era ocupação exclusiva

de filósofos e teólogos, que achavam que os problemas

éticos não eram abordáveis com as ferramentas da

lógica e da ciência. Essa situação começou a mudar nos

últimos anos. Cientistas e filósofos de orientação

científica começaram a interessar-se pela Ética.

Começou-se a considerar o discurso ético como

sujeito digno de análise lingüística e também

metodológica. Tal como afirmou Bunge: “Não há

motivo para deixar que os parâmetros da conduta social

constituam monopólio de mentes ilógicas e

anticientíficas”.

Proliferaram estudos de campo sobre preceitos

morais de distintos grupos humanos (comunidades

primitivas, grupos sociais), mostrando disparidades em

códigos morais e relativismo cultural.

Depois de uma dezena de anos, o efeito ético

segue ganhando força, invade os meios de

comunicação, alimenta a reflexão filosófica, jurídica,

gerando instituições, aspirações e práticas coletivas

inéditas.

A revitalização dos valores e o espírito de

responsabilidade estão evoluindo para serem o

imperativo “número um” da época. A ética recupera

seus títulos de nobreza, se consolida novo status ao

êxito e à proteção moral, não é mais utopia moral. E, ao

mesmo tempo, se perpetua um discurso social alarmista

que é marcado pela quebra dos valores, pelo

individualismo cínico, e pelo “fim de qualquer moral”.

De maneira alguma as pessoas voltadas só para si

mesmas e indiferentes ao próximo e ao bem público,

podem indignar-se, dar prova de generosidade,

reconhecer-se na reivindicação ética. Como pode uma

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cultura individualista se importar com as virtudes da

retidão, da solidariedade, e da responsabilidade?

Segundo Lipovetsky: “O tema da reativação

moral, da ordem moral, está em alta, mas de que

natureza é este ressurgimento e de que moral fala

exatamente?” “Nossa época não restabelece o reino da

'antiga e boa moral', mas, “se livra dela'”.

Temos um claro exemplo dos problemas éticos

atuais: O que é solidariedade hoje?

A palavra “solidariedade” pode ser enganosa. De

fato, os membros de uma quadrilha de estelionatários,

por exemplo, podem ser solidários entre si, ajudando-se

e protegendo-se mutuamente. O mesmo pode ocorrer

com os membros de uma corporação profissional –

alguns podem encobrir o erro de um colega para evitar

que a imagem da profissão seja comprometida.

Em casos como esses, a solidariedade nada tem

de ético. Pelo contrário, é condenável, pois só ocorre

em benefício próprio – se a quadrilha ou a corporação

correr perigo, cada membro em particular será afetado.

Portanto, ajuda-se os outros para salvar a si próprio.

Segundo a ética, o enfoque que deveria ser dado

para o tema solidariedade é muito próximo da idéia de

“generosidade”: doar-se a alguém, ajudar

desinteressadamente. Se todos fossem solidários nesse

sentido, talvez não precisasse pensar em justiça – cada

um daria o melhor de si para os outros.

Nesta reflexão de início de conteúdo

sobre ética, você pode ver o seu conceito,

o seu valor e os problemas éticos nos

agrupamentos básico e preliminar do sistema.

Agora iremos tratar da ética e as formas de

comportamento humano.

II - A ÉTICA E AS OUTRAS FORMAS DE

COMPORTAMENTO HUMANO

2.1. Ética e Religião

Toda regra moral legítima aparece sob a forma de

uma obrigação, de uma ordem: deve-se fazer tal coisa, e

não fazer outra. Como essa obrigatoriedade pode se

instalar na consciência?

É preciso que os preceitos dessas ordens toquem,

de alguma forma, a sensibilidade do indivíduo, que

sejam desejáveis. Portanto, para que um indivíduo se

incline a legitimar um determinado conjunto de regras,

é necessário que o veja como a tradução de algo bom

para si, que diga respeito a seu bem-estar psicológico,

ao que se poderia chamar de seu “projeto de felicidade”.

Se enxergar nas regras aspectos contraditórios ou

estranhos ao seu bem-estar psicológico pessoal e ao seu

projeto de felicidade, esse indivíduo simplesmente não

aceitará os valores subjacentes a elas e, por

conseguinte, não legitimará as próprias regras. Poderá,

às vezes, comportar-se como se as aceitasse, mas será

apenas por medo do castigo. Na certeza de não ser

castigado, no caso de ninguém tomar conhecimento de

sua conduta, não tendo poder que possa puni-lo, se

comportará segundo seus próprios desejos. Logo, as

regras morais devem apontar para uma possibilidade de

realização de uma “vida boa”, do contrário, serão

ignoradas.

Entretanto, pergunta-se: como os projetos de

felicidade são variados, dependem dos diferentes traços

de personalidade, e as regras morais devem valer para

todos, se cada um tiver a sua regra, a própria moral

desaparece. Então, como despertar o sentimento de

desejabilidade para determinadas regras e valores, de

forma que não se traduza em mero individualismo? A

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Religião é uma forma de despertar esse sentimento de

desejo em seguir determinadas regras.

Portanto, as idéias éticas se identificam com as

religiosas. Pois o ser humano viveria para conhecer,

amar e servir a Deus e seus semelhantes.

2.2. Ética e Política

A ética na política é um tema muito debatido.

Pois a ética e a política são instrumentos pelos quais os

homens podem transformar a sociedade.

Os indivíduos públicos precisam utilizar da ética.

Um dos temas relacionados à ética na política seria o da

responsabilidade de administrar o dinheiro público e

aplicar os recursos nas áreas que exigem maior

prioridade.

Também devido à ética social, ou seja, ao bom

convívio social, a sociedade está cada vez mais

exigindo transparência dos atos públicos, buscando

sempre redução das diferenças sociais, tendo uma

economia mais equilibrada.

No âmbito atual do país, uma forma de

preocupação com a ética na política seria o julgamento

de leis segundo critérios de justiça, julgar a distribuição

de renda do país segundo o mesmo critério, avaliar se

há igualdade de oportunidades oferecidas a todos, se o

poder político age segundo o objetivo da eqüidade, se

os direitos dos cidadãos são respeitados. A

conseqüência disso tudo seria a transparência do setor

público e conseqüentemente, a utilização da ética.

2.3. Ética e Direito

Segundo Hegel "Por meio do ético, o homem tem

direitos, na medida em que tem deveres, e deveres, na

medida em que tem direitos."

O tema dos direitos do ser humano sempre atraiu

todos aqueles que pensaram sobre a justiça, desde os

filósofos gregos. Esse tema atrai todos aqueles que se

preocupam com a pergunta “Como devo agir perante os

outros?” que poderia ser assim expressa: “Como ser

justo com os outros?”, ou seja: “Como respeitar seus

direitos? Quais são esses direitos? E os meus direitos?”.

O conceito de justiça pode remeter a obediência

às leis. A igualdade reza que todas as pessoas têm os

mesmos direitos. Entretanto, cada um tem inclinação a

acreditar nos valores e normas morais e éticos que

permitam o êxito em sua vida e o decorrente auto-

respeito.

O respeito próprio depende também do fato de ser

respeitado pelos outros. Os direitos das pessoas são

respeitados quando elas respeitam os direitos dos

outros.

Assim, é sensato pensar que as regras que

organiza a convivência social de forma justa, respeitosa

e solidária têm grandes chances de serem seguidas pelas

pessoas.

De fato, a justiça permite que as oportunidades

sejam iguais para todos, sem privilégios que favoreçam

alguns. Se as regras forem vistas como injustas,

dificilmente serão seguidas pelas pessoas.

Muitos, por não conhecerem certas leis, não

percebem que são alvos de injustiças. Não conhecem

seus direitos. Provavelmente, se os conhecessem, teriam

melhores condições de lutar para que fossem

respeitados esses direitos.

Uma sociedade democrática tem como principal

objetivo ser justa, inspirada nos ideais de igualdade. Se

um regime democrático não conseguir aproximar a

sociedade do ideal de justiça, se os direitos de cada um

não forem respeitados, não existirá democracia.

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2.4. Ética e Trato Social

A sociedade muda com o passar do tempo e

também mudam os homens que a compõe. Na Grécia

antiga, por exemplo, a existência de escravos era

perfeitamente aceita. Pessoas não eram consideradas

iguais entre si, e o fato de umas não terem liberdade era

considerado normal. Hoje em dia, ainda que nem

sempre respeitados, os Direitos Humanos impedem que

alguém ouse defender, explicitamente, a escravidão

como algo correto.

O homem vive em sociedade, convive com outros

homens e, portanto, cabe-lhe pensar em como deve agir

perante os outros. Trata-se de um questionamento fácil

de ser formulado, mas difícil de ser respondido. Essa é

a questão central do trato social.

Para nortear as ações em sociedade é preciso

possuir critérios, valores, e estabelecer

relações e hierarquias entre esses valores.

O tema respeito é central no trato social. E

também é complexo, pois remete a várias dimensões de

relações entre os homens, todas “de respeito”, mas em

sentidos muito diferentes.

Pode-se associar respeito à idéia de submissão. É

o caso de uma pessoa obedecer incondicionalmente a

outra. Tal submissão pode vir do medo (respeita-se o

mais forte, não porque mereça algum reconhecimento

de ordem moral, mas simplesmente porque detém o

poder). Porém, também pode vir da admiração, da

veneração (porque é mais velho ou sábio, por exemplo).

Nesses casos, o respeito é compreendido de forma

unilateral, ou seja, consideração, obediência, veneração

de um pelo outro, sem que a recíproca seja verdadeira

ou necessária.

Um intelectual observou a presença desse

respeito unilateral na sociedade brasileira, por meio de

uma expressão popularmente freqüente: “Sabe com

quem está falando?”. Essa expressão traduz uma

exigência de respeito unilateral: “Eu sou mais que você,

portanto, respeite-me”.

Entretanto, uma outra expressão conhecida

apresenta uma dimensão diferente do respeito: “Quem

você pensa que é?”. Tal pergunta traduz a destituição de

um lugar imaginariamente ocupado, de superioridade

em relação ao outro. Essa expressão é a afirmação de

um patamar de igualdade: “se devo respeitá-lo, você

também deve me respeitar”. Não é a falta de respeito,

mas sim a negação da associação do respeito com a

submissão. Trata-se do respeito mútuo.

É claro que, tanto a dignidade do ser humano

quanto o ideal democrático de convívio social,

pressupõem o respeito mútuo e não o respeito

unilateral.

O respeito mútuo se expressa de várias formas

complementares. Uma delas é o dever do respeito pela

diferença e a exigência de ser respeitado na sua

singularidade. Tal reciprocidade deve valer quando se

fazem contratos que serão honrados, cada um

respeitando a palavra empenhada e exigindo o mesmo.

O respeito pelos lugares públicos, como ruas e praças,

também deriva do respeito mútuo já que tais espaços

pertencem a todos, preservá-los é dever de cada um,

porque também é direito de cada um poder desfrutá-los.

2.5. Ética e Ciência

Há regras de conduta que atravessaram milênios e

hoje seria difícil imaginar a vida social se fossem

abandonadas, pois não se conhece sociedade tão

primitiva que ignore a diferença entre o bem e o mal.

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Em quase todo o mundo a nova geração questiona

a moral ética da ciência, além do caráter científico dos

códigos morais vigentes. Alguns chegam a culpar a

ciência pelas guerras, desemprego, alienação e

deterioração da natureza.

A decadência dos costumes – proclamada

universalmente – veio junto com o progresso da ciência.

Não se pode afirmar que a ciência seja a culpada dessa

decadência, entretanto, o desenvolvimento científico

proporcionou inúmeras facilidades, que não se sabe se

foram boas contribuintes para o aprimoramento da

moral, dos bons costumes e da ética.

Portanto, para analisar se nas últimas décadas,

juntamente com o progresso científico, a sociedade

realmente abdicou, total ou em parte, da moral e da

ética de cidadania e convivência, pode-se fazer alguns

comentários:

1. Inúmeros fenômenos ilustram e

comprovam a assustadora perversão dos costumes, das

regras de convívio e das perspectivas de vida social

satisfatória.

2. Todas as camadas sociais vivem um

clima de violência, que cresce em número e gravidade,

que não é punida, que é divulgada ao máximo, e que,

sobretudo, é encarada como trivial.

3. O abuso de drogas e todas as patologias

e crimes correlatos se difundem e adotam métodos mais

sofisticados e eficazes.

4. O analfabetismo, a miséria, o

desemprego, os hábitos de higiene, física e mental, e a

exclusão social atingem parcelas significativas e

crescentes da população.

5. Roubos, crimes contra bens, não

cessam de crescer. A corrupção e a fraude (fiscais,

políticas e econômicas) progridem.

6. Em nome da liberdade individual,

alteram-se condutas consagradas pelo tempo e até pela

biologia, como os papéis sexuais.

7. A família se deteriora por falta de seus

integrantes, redução da presença, do envolvimento

afetivo, da autoridade.

8. O trabalho, os valores profissionais e o

próprio futuro planetário perdem investimento afetivo e

importância social.

9. Os mais responsáveis temem o

surgimento de uma cultura sem dever, simultânea à

inédita e cruel competitividade.

Verdadeiramente, não se dá por provado que a

ciência seja boa ou que tenha contribuído para essa

decadência dos costumes. Nem se admite que a moral

ética dominante seja sábia.

Vemos, simultaneamente, os dois lados: (1) A

glorificação da ciência, em nome de uma nova moral

não conformista; e (2) Sua condenação moral, contra a

cultura e a civilização centradas na ciência.

As máquinas em geral e computadores em

particular, parecem criar uma cultura alheia e cruel.

Segundo Bunge: “Os jovens perderam confiança em

pais e mestres”.

Nem toda a reação contra valores estabelecidos é

integralmente negativa, pode ser um toque de atenção

que nos alerte para o que está havendo.

É certo que a geração atual não se questiona sobre

destruir algo como a ciência – que, na maioria dos

casos, não contribuíram para criar nem sabem utilizar.

Mas também é verdade que têm razão em protestar

contra o mau uso das conquistas da ciência e da

tecnologia, e com a decadência da moral e da ética.

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III - ÉTICA E CIDADANIA

3.1. Política e Cidadania

Para termos um bom e perfeito desenvolvimento

social e moral devemos ter basicamente o sentido do

conhecimento que nos é garantido pela lei maior, e

segui-lo.

Acredita-se que os indivíduos possuem valores e

legitimam as normas de cidadania e as leis quando, sem

controle externo, regem sua conduta pelas normas

éticas e morais da cidadania.

Como por exemplo, alguém que não rouba por

medo de ser preso não segue realmente a norma “não

roubar”, e sim apenas a segue temporariamente por

medo do castigo e, na certeza da impunidade, não a

seguirá.

E os indivíduos que seguem realmente a regra

independentemente de serem punidos caso sejam

descobertos, são os indivíduos que realmente legitimam

as normas de cidadania e as leis. Ou seja, se estiverem

convictos de que essa regra representa um bem moral,

seguirão a regra.

Essa consciência social ético moral, começa a

partir do desenvolvimento cultural, devemos criar

dentro de nós um grau elevado de cidadania, tendo

como alicerce o art. 5o da Constituição Federal, que diz:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza”.

3.2. Ideologia

Ideologia é a “Ciência da formação das idéias, é

um sistema de idéias.” E o que pode ser uma ideologia

da ética? Ou, como chegar a uma ideologia ética?

Quando se reflete sobre os ideais éticos pergunta-se

sobre os critérios da moralidade.

Por exemplo, diante de uma afirmação sobre a

validade de fins justificarem meios, é preciso

reconhecer que fins e meios são conceitos relativos,

como “direita e esquerda”, depende de onde se

encontram, pois um define o outro. Para que exista um

progresso numa ação é necessário estabelecer

determinado fenômeno como “fim”; estudar os “meios”

disponíveis; comparar valores; assegurar que uns não

destruam nem corrompam aos outros. E, finalmente,

verificar um progresso, quantitativo e qualitativo, para

que a ação seja moralmente correta.

Kant, por exemplo, propôs: "agir apenas de

acordo com a máxima de que se possa desejar

transformar em lei universal". Em outras palavras: "não

devo furtar, porque se todos o fizerem não poderemos

viver em sociedade e nem em paz.".

As leis de conduta social são vivas, nascem,

disputam prioridade, e sofrem a seleção natural.

Sobrevivem e se fortalecem as que parecem levar aos

resultados desejados. E as leis que não apresentam

resultados satisfatórios somem.

Na história das culturas, a moral é gerada no

ventre dos problemas. A Ética nasce e se desenvolve

como resposta e tentativa de solução das dificuldades

práticas que mais prevalecem.

Uma das ideologias éticas seria, então, incentivar

os indivíduos a terem obrigação de elevar a soma de

bem no mundo, em relação ao mal, e para o maior

número de pessoas e grupos pelo máximo de tempo.

Toda a noção de moral pressupõe um sentimento

comum a toda a cultura que recomenda certos atos a

aprovação geral e condena outros.

Pode-se supor que o egoísmo é considerado, na

maioria das culturas, como a essência da imoralidade,

pois a ética é contrária aos interesses individuais

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imediatos.

A adoção de um caminho ideológico ético pode

levar a sacrifícios, e a pessoa, aos olhos dos que não

acreditam na moral, podem parecer que tem uma vida

pior.

Entretanto, uma ideologia ética pressupõe seguir

esses padrões morais e éticos, sem se importar com as

influências externas. Preocupando-se com o cultivo de

certas qualidades, tais como: honestidade, escrúpulo,

bondade, temperança, etc.

3.3. Alienação (Des)Humanização do Homem no

Trabalho

Uma das coisas que está ocorrendo no mercado

de trabalho atual é a realização dos projetos de vida de

forma puramente egoísta.

A valorização do sucesso profissional, coroado

com gordos benefícios financeiros, o status social

elevado, e outros, são valores puramente individuais,

que, para uma minoria, podem acontecer pela obtenção

de privilégios, pela manipulação de outras pessoas, e

pela completa indiferença pelos outros membros da

sociedade.

Diz-se que se trata de uma minoria, pois é ilusão

pensar que todos podem ter carro importado, sua

imagem na televisão, acesso aos corredores do poder

político, e afins.

A valorização desse tipo de sucesso é traço

marcante da sociedade atual e tende a fazer com que as

pessoas o procurem, mesmo que o preço a ser pago seja

o de passar por cima dos outros, das formas mais

desonestas e até mesmo violentas. E como resultado, a

pessoa acreditará que perdeu o respeito próprio se não

foi bem sucedida nos seus planos pessoais, entretanto,

aceitará: mentir, roubar, desprezar o vizinho, etc.

É necessário que as regras morais sejam partes

integrantes do respeito próprio, ou seja, que o auto-

respeito dependa – além dos diversos êxitos na

realização dos projetos de vida – do respeito pelos

valores e regras morais.

Portanto, de nada adiantará a um Corretor de

Imóveis, unicamente talento para venda, vocação para o

ramo, boa memória, bom nível de instrução, cultura

geral, organização, e boa apresentação. É preciso que o

corretor absorva os valores e regras morais como

valores pessoais que procura resguardar em seu

ambiente de trabalho.

3.4. Ética e Civilização

Como conhecer a diversidade de valores

presentes na sociedade brasileira? Por se tratar de um

questionamento nacional que objetiva o exercício da

cidadania, procuremos em uma referência nacional: a

Constituição da República Federativa do Brasil (1988).

Nela, encontram-se elementos que identificam questões

morais.

No art. 1º vemos como fundamentos da República

Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana e o

pluralismo político.

No art. 3º lemos que constituem objetivos

fundamentais da República Federativa do Brasil (entre

outros):

I) construir uma sociedade livre, justa e solidária;

III) erradicar a pobreza e a marginalização

e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV) promover o bem de todos, sem preconceitos

de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras

formas de discriminação.

Não é difícil identificar valores morais em tais

objetivos, que falam em tratamento digno, justiça,

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igualdade, solidariedade.

Esses conceitos referem-se a algo que poderia

chamar de núcleo moral de uma sociedade. São valores

eleitos como necessários ao convívio entre os membros

dessa sociedade.

Trata-se de um consenso mínimo, de um conjunto

central de valores, indispensável à sociedade

democrática. Sem ele, destrói-se a democracia.

Os conceitos tratam, também, do caráter

democrático da sociedade brasileira. A democracia é

um regime político e também um modo de

sociabilidade que permite a expressão das diferenças, a

expressão de conflitos, e a pluralidade.

Essa valorização da liberdade não está em

contradição com a presença de um conjunto central de

valores. Pelo contrário, esse conjunto de valores

garante, justamente, a possibilidade da liberdade

humana, coloca fronteiras precisas para que todos

possam usufruir e preservar essa liberdade.

3.5. O Corpo

Questões éticas encontram–se a todo o momento

em todas as coisas com relação aos valores humanos,

elas permeiam todos os assuntos, inclusive “o corpo”.

O corpo é algo intimamente ligado à pessoa

humana. Não podemos tratá-lo, portanto, como uma

realidade separada do seu sentido mais amplo. O corpo

é a manifestação do indivíduo, da alma do homem, o

corpo é uma parte, e muito importante, da própria

pessoa.

O corpo não é considerado como algo separado

da mente. Portanto, o intelecto e o corpo são atributos

igualmente essenciais, indissociáveis.

Corpos e pensamentos podem ser distintos,

porém, são igualmente modificações da extensão e do

pensamento de uma mesma pessoa. E mais, no próprio

homem, sua mente e seu corpo não se separam, não

podendo o homem, por conseguinte, identificar-se com

um em detrimento do outro.

Quando perguntamos a alguém como é algum

indivíduo, é comum que comecemos por descrever o

seu corpo: se é alto ou baixo, loiro ou moreno, gordo ou

magro. O resto das suas qualidades espirituais, a sua

inteligência, modo de ser, caráter, etc., inserem-se nesse

físico e inclusive algumas realidades, como o

temperamento, vêm determinadas precisamente pelas

características corporais.

Além de ser parte do indivíduo, o corpo tem um

significado profundo quanto à comunicação das

pessoas. O corpo é também a fonte de uma rica

comunicação interpessoal. Com os olhos, os gestos, as

mãos, as palavras, nos comunicamos.

Para que desempenhe bem suas funções, é

necessário ao Corretor de Imóveis que cuide de seu

corpo como algo vinculado ao seu intelecto, o que

significa levar em conta que a saúde e a doença

envolvem necessariamente a nutrição, a qualidade de

vida, a psique, as relações, o estresse, o meio.

3.6. Sexualidade

A sexualidade em nossa vida tornou-se um item

suficientemente importante para ser problematizado.

A sexualidade, naturalmente, envolve relações

pessoais que devem ser baseadas no respeito de parte a

parte. Homem e mulher devem ser respeitados segundo

as particularidades de cada sexo.

A comunicação entre homens e mulheres deve

existir e pode ser praticada em várias dimensões, que

vão desde a cultura como um todo, até a conversa

amena entre duas pessoas. Dialogar pede capacidade de

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ouvir o outro e de se fazer entender. Esse diálogo pode

ser fonte de riquezas e é muito importante

profissionalmente.

O respeito às diferenças dos sexos, feminino e

masculino, é algo que deve ser levado em consideração

para a aquisição de uma conduta ética.

3.7. Liberdade

O ser humano é livre para escolher uma vida

satisfatória, pode escolher o que quiser. Há, porém, uma

escolha que ele não pode deixar de fazer: “não pode

deixar de escolher” não pode fugir de sua liberdade.

Segundo Spinoza “Um ser é livre quando age por

necessidade própria, quando não é levado a ação por

um outro.”

A liberdade humana não é dada, mas ela pode ser

conquistada, se o ser humano for capaz de expressar a

sua natureza. O humano não é livre, mas a liberdade é

uma possibilidade humana.

Toda a moralidade exige liberdade de quem age e

é julgado. As ações humanas, suas decisões e execuções

não obedecem a causas necessárias e suficientes, mas

há fatores, radicados dentro e fora do homem, no

passado, no presente e no futuro, que tornam as ações

mais prováveis.

Disse Goethe: "Aquele que quer ser algo grande,

deve saber limitar-se". Portanto, minha vontade livre

tem que mediar-se com a vontade livre do outro, a fim

de se universalizar.

3.8. Estética Arte e Vida Cotidiana.

Os estudos da estética não se prestam apenas ao

universo das grandes artes acadêmicas ou aos interesses

especializados dos críticos, mas também à percepção do

belo na prática da vida cotidiana.

Esse pensamento surgiu graças aos estudos

críticos de Immanuel Kant, na sua Crítica da Faculdade

do Juízo (1790). Para Kant, a estética é um estado de

vida de direito próprio, uma capacidade de fruição

intimamente relacionada a outras capacidades

cognitivas do ser humano, sem depender,

necessariamente, da aquisição de conhecimento, ou

seja: para contemplar o belo, o sujeito não se vale das

determinações das capacidades cognitivas das

faculdades do conhecimento. Na percepção do objeto, o

sujeito abarca a plenitude de suas características e não

as características isoladas.

A Estética como uma dimensão própria do

homem, tem despertado desde a Grécia antiga, interesse

e preocupação no “ser”, por aquilo que efetivamente o

agrada. Essa disposição ao questionamento do belo, a

busca incessante pela compreensão e delimitação do

conceito de beleza move a estética no transpassar da

vida humana como disciplina filosófica, como mera

fruição, como criação, como um ideal ou como uma

ruptura.

Para Platão, o belo é o bem, a verdade, a

perfeição. Existe em si mesma apartada do mundo

sensível, residindo, portanto, no mundo das idéias. A

idéia suprema da beleza pode determinar o que seja

mais ou menos belo.

Já Aristóteles, diferentemente de Platão, acredita

que o belo seja inerente ao homem, afinal, a arte é uma

criação particularmente humana e, como tal, não pode

estar num mundo apartado daquilo que é sensível ao

homem. A beleza de uma obra de arte é assim atribuída

por critérios tais como proposição, simetria e

ordenação, tudo em sua justa medida.

Segundo Hume (1989:266): “Quem nunca teve a

oportunidade de comparar os diversos tipos de beleza,

63

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indubitavelmente se encontra completamente

incapacitado de dar opinião a respeito de qualquer

objeto que lhe seja apresentado. Só através da

comparação podemos determinar os epítetos da

aprovação ou da censura, aprendendo a discernir sobre

o devido grau de cada um.”.

Para Ortega, a arte é como um elo entre a vida

social e o homem. Em uma obra sua com capítulo

intitulado: “Unas Gotas de fenomenologia”, Ortega

explica como pessoas diferentes que vivem uma mesma

situação a perceberão de modo distinto. Trata-se de uma

meditação muito profunda sobre a maneira como nos

inserimos no mundo. A forma como a realidade nos

atinge está ligada ao modo como estamos inseridos

nela.

Cada época revela uma tendência, e a nova arte

também é uma nova tendência, porém, rompe com as

anteriores. A arte moderna tende a ir contra a mais

antiga, espera substituí-la.

A tendência da arte contemporânea seria o

afastamento da arte da vida vivida, do quotidiano

compartilhado pelos homens. E seu produto seria o

afastamento do homem comum da arte produzida nos

tempos atuais.

3.9. Estética de Si

A estética dos indivíduos, e o significado de

beleza tem sido objeto de reflexão.

Kant vê na experiência do belo, e mais ainda do

sublime, a realização das capacidades mais elevadas do

ser humano. A riqueza do real admitida na

contemplação estética é experimentada como afirmação

prazerosa de sua ampla determinabilidade por nós.

Já para Hegel, a dificuldade de se estudar a

Estética é o fato de seu objeto – o belo – ser de ordem

espiritual, pois o belo não é um objeto de existência

material, mas de existência subjetiva, inerente à

atividade espiritual de cada indivíduo. Contudo, esse

fato não chega a ser comprometedor para a

compreensão do fenômeno estético, porque o

"verdadeiro conteúdo do belo é o espírito".

3.10. Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica

Tudo que é cientificamente possível e

tecnologicamente realizável não é necessariamente

ético ou admissível.

O impacto e as conseqüências éticas do progresso

científico e tecnológico para os cidadãos, enquanto

membros da sociedade são atualmente visíveis.

Parte significativa dos cientistas nos laboratórios

de pesquisa internacionais, atualmente se dedica ao

desenvolvimento de tecnologia para as grandes

corporações globais. Se a conseqüência desse

desenvolvimento for um maciço aumento do

desemprego por conta da radical automação, este ônus

passa a ser transferido para a sociedade, tenha ela ou

não estrutura para lidar com a questão. E onde estaria a

ética da tecnologia para com a sociedade?

O capitalismo global apossou-se por completo

dos destinos da tecnologia, orientando-a única e

exclusivamente para a criação de valor econômico.

Surge da necessidade de obter instrumentos

eficientes para propor soluções para os problemas éticos

que a sociedade tecnológica cria.

Nem John Locke, com sua pretensão da

"sociedade global" consegue explicar a novidade real

dos processos históricos que estamos testemunhando.

Surge um novo paradigma de "relações globais de

poder", de uma forte união do poder econômico ao

poder político para materializar o projeto do capital

64

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global.

A globalização deveria ser realizada e regida pelo

trabalho. A construção da "Sociedade Global" será

possível com a emancipação humano-social, uma forma

de sociabilidade, onde o desenvolvimento das forças

tecnológicas e globalizadas do capital atenda às

necessidades de todos.

Guy Debord afirmava que a dominação da

economia sobre a vida social acarretou uma degradação

do “ser” para o “ter”. Em seguida, operou-se um

deslizamento generalizado do “ter” para o “parecer-ter”.

Ou seja: “não preciso ser, mas preciso ter, e se não

posso ter vou aparentar que tenho.”.

Em meio às turbulências éticas pelas quais

passam as sociedades contemporâneas, uma esperança

parece acalentar os sonhos dos homens: que a

sobrevivência da humanidade como espécie esteja

garantida. No entanto, a existência humana dependerá

de sermos capazes de estabelecer contratos de longo

prazo com nosso futuro. Se destruirmos frágeis

equilíbrios em nome do que chamamos progresso, nem

nós sobraremos.

Para a ética de Aristóteles, o que constitui o

sentido da existência humana não é o domínio, mas o

conhecimento. A moral ética seria o conjunto de ações

pelas quais o homem prudente, impregnado de razão, dá

forma a sua existência. Esse comportamento ofereceria

a garantia de que o homem não destruísse a si mesmo.

Já para Karl Jasper: “é da responsabilidade das

nossas decisões e dos atos humanos que o futuro

depende”.

Para Jürgen Habermas: “O saber não pode,

enquanto tal, ser isolado de suas conseqüências”.

O problema maior em recuperar o controle sobre

a ciência – a partir de novos referenciais éticos – é que

o Estado (Governo) nas sociedades pós-modernas

continua em fase de desmonte. Seus antigos papéis já

não são mais possíveis, seus novos papéis ainda não

estão claros. Como conseqüência, o Estado enfraquece

sua condição de legítimo representante das sociedades

civis.

A busca de uma nova supremacia da sociedade

civil, sobre a qual seja possível reconstruir um Estado

apto a lidar com os desafios da sociedade pós-moderna,

pressupõe rever a idéia de progresso, sem abrir mão de

que os povos devam ter direito aos benefícios da ciência

e das técnicas, condicionando sua aplicação ao que é

bom para os cidadãos.

É importante que um corretor de Imóveis,

enquanto profissional, tenha em mente todas essas

coisas citadas, e que o saber é o fator mais importante

na competição mundial pelo poder. No entanto, o

direito de decidir sobre o que é verdadeiro não é

independente do direito de decidir sobre o que é justo.

O estudo dos itens anteriores lhe

proporcionou noções básicas sobre os

preceitos e princípios da ética.

Pois bem, agora você vai aprender um pouco

sobre os desafios éticos atuais.

O objetivo desse conteúdo é de dar-lhe uma

visão simplista sobre ética e os seus diversos ramos.

IV - O DESAFIO ÉTICO ATUAL

4.1. Crise da Modernidade e Espiritualidade

Uma questão que pode ser considerada uma crise

ética da modernidade e espiritualidade é identificar

65

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quais as dificuldades para chegar a um conjunto de

princípios capazes de reger a vida do homem moderno.

Segundo Apel, “É preciso distinguir atitudes individuais

de condições universalistas para a vida em grupo. Cada

pessoa deve procurar o que é melhor para si. É o

indivíduo quem faz sua própria escolha profissional,

por exemplo. Vivemos num espaço livre para a

individualidade. Por isso, não posso dar, nessa

perspectiva, um universo de princípios ou prescrições a

serem seguidas. Todos têm que tentar encontrar seu

único e autêntico caminho. As regras universalistas

dizem respeito a áreas como a justiça, em que há co-

responsabilidade coletiva, o que quer dizer que estamos

inscritos numa fundação de princípios universais.”.

Mas, o que impede que sejam postos em prática

princípios éticos que fundamentem uma

responsabilidade universal e solidária? Para Apel, o

principal impedimento vem da incapacidade do ser

humano em se preocupar com o coletivo. O indivíduo

dá importância apenas ao que interessa a ele. Não

sabemos utilizar a razão estratégica para alcançar

propósitos coletivos. Em nossa comunicação, por

exemplo, o homem não procura entrar em contato com

o outro. Ele se esforça para fazer barganhas. Eu digo o

que faço por você e espero saber o que você fará por

mim. São diálogos estratégicos. Isso acontece no

mundo da política, dos negócios, da economia, em que

as pessoas barganham o tempo todo.

Outro fato a ser tratado é que as sociedades atuais

possam ser incapazes de encontrar seus princípios

morais de forma racional. Segundo Apel, é muito difícil

resolver as dificuldades morais. Precisamos pensar em

responsabilidade conjunta das sociedades, não

específica. A busca dos princípios morais é uma

questão de todos os seres humanos.

4.2. Os Círculos Intelectuais

Para os Gregos, o ideal ético estava na busca

teórica e prática do bem, os Estóicos insistiram mais

nesta vida e bem material, e os Epicureus afirmaram

que a vida devia ser voltada para o prazer. Vejamos

mais alguns círculos intelectuais que se referem à ética.

Se é verdade que não há aceitação das regras

morais e éticas sem um investimento afetivo, é também

verdade que tal aceitação não existe sem a

racionalidade, sem o juízo e a reflexão sobre valores e

regras.

• A moral pressupõe a responsabilidade, e essa

pressupõe a liberdade e o juízo.

• Somente há responsabilidade por atos se houver

a liberdade de realizá-los ou não.

• Cabem, portanto, o pensamento, a reflexão, o

julgamento para, então, a ação.

Muitas vezes, é por falta de apreensão racional

dos valores que alguns agem de forma impensada. Pois

se tivessem refletido um pouco, provavelmente teriam

mudado de idéia e agido diferentemente.

Tomando-se o exemplo da mentira, verifica-se

que poucas pessoas pensaram sobre o que é a mentira.

A maioria limita-se a dizer que ela corresponde a não

dizer, intencionalmente, a verdade. Na realidade,

mentir, no sentido ético, significa não dar uma

informação a alguém que tenha o direito de obtê-la.

Em resumo, agir segundo critérios e regras

morais implica fazer uma escolha. E como escolher

implica adotar critérios, a racionalidade é condição

necessária à vida moral.

66

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4.3. A Proposta de uma Ética da Responsabilidade

Solidária de Karl Otto Apel

Essa proposta é uma linha filosófica e se orienta,

atualmente, para os conflitos da nossa época e a

exigência de uma orientação ético-política fundamental.

É esse o título de uma das conferências mais atuais de

Karl-Otto Apel e é ele o filósofo de uma das filosofias

transcendentais contemporâneas.

Trata-se de uma discussão, que o filósofo levanta,

sobre a possibilidade de “algo como uma ética da

responsabilidade solidária.”

Diz Apel: “a paradoxalidade dessa situação se

caracteriza através do seguinte dilema: de um lado, a

necessidade de uma ética intersubjetivamente

vinculatória, de responsabilidade solidária da

humanidade, diante das conseqüências de atividades e

conflitos humanos, nunca foi tão urgente como nos dias

atuais, e isso em função do pavoroso aumento do risco

decorrente de todas as atividades e conflitos humanos,

devido ao espantoso potencial técnico da ciência. De

outro lado, parece que a fundamentação racional de

uma ética intersubjetivamente válida jamais foi tão

difícil quanto hoje em dia, uma vez que a ciência

moderna (science) pré-ocupou o conceito de

fundamentação racional, intersubjetivamente válida, no

sentido da neutralidade valorativa; por causa disso,

todas as formações teóricas não isentas de valoração

parecem, a partir deste parâmetro, ser meras

ideologias. Assim, conclui: precisamente uma ética

racional de superação dos conflitos parece ser

impossível, já que a ética aparece, desde logo, apenas

como possível ideologia de um dos partidos

conflitantes.”.

E este é o dilema que Apel passa a analisar, nos

seus dois aspectos: a exigência de uma ética de

responsabilidade solidária em face da crise da

civilização técnico-científica e a aparente

impossibilidade racional de uma ética de

responsabilidade solidária, intersubjetivamente válida,

ou seja, de efetividade entre todos os indivíduos.

Karl-Otto Apel visa uma ética da

responsabilidade, isto é, uma ética que leva em conta as

conseqüências e efeitos colaterais dos atos dos sujeitos

agentes. O meio pelo qual se chega a normas

consensuais na moral e no direito é o discurso

argumentativo, exercido por todos os indivíduos. Isso

os tornará co-responsáveis pelas conseqüências de suas

ações.

4.4. Código de Ética Profissional dos Corretores de

Imóveis

A finalidade do Código de Ética Profissional

dos Corretores de Imóveis é reger a conduta dos

membros da comunidade dos Corretores de Imóveis, de

acordo com os princípios de convivência geral.

Segue abaixo texto integral do Código de Ética:

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Aprovado conforme Resolução Cofeci n° 326/92

Art. 1º - Este Código de Ética Profissional tem por

objetivo fixar a forma pela qual deve se conduzir o

Corretor de Imóveis, quando no exercício profissional.

Art. 2° - Os deveres do Corretor de Imóveis

compreendem, além da defesa do interesse que lhe é

confiado, o zelo do prestígio de sua classe e o

aperfeiçoamento da técnica das transações imobiliárias.

Art. 3° - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação ao

exercício da profissão, à classe e aos colegas:

I - considerar a profissão como alto título de honra e

67

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Técnico em Transações Imobiliárias

não praticar nem permitir a prática de atos que

comprometam a sua dignidade.

II - prestigiar as entidades de classe, contribuindo

sempre que solicitado, para o sucesso de suas iniciativas

em proveito da profissão, dos profissionais e da

coletividade;

III - manter constante contato com o Conselho

Regional respectivo, procurando aprimorar o trabalho

desse órgão;

IV - zelar pela existência, fins e prestígio dos

Conselhos Federal e Regionais, aceitando mandatos e

encargos que lhes forem confiados e cooperar com os

que forem investidos em tais mandatos e encargos;

V - observar os postulados impostos por este Código,

exercendo seu mister com dignidade;

VI - exercer a profissão com zelo, discrição, lealdade e

probidade, observando as prescrições legais e

regulamentares;

VII - defender os direitos e prerrogativas profissionais e

a reputação da classe;

VIII - zelar pela própria reputação mesmo fora do

exercício profissional;

IX - auxiliar a fiscalização do exercício profissional,

cuidando do cumprimento deste Código, comunicando,

com discrição e fundamentadamente, aos órgãos

competentes, as infrações de que tiver ciência;

X - não se referir desairosamente sobre seus colegas;

XI - relacionar-se com os colegas, dentro dos princípios

de consideração, respeito e solidariedade, em

consonância com os preceitos de harmonia da classe;

XII - colocar-se a par da legislação vigente e procurar

difundi-la a fim de que seja prestigiado e definido o

legítimo exercício da profissão.

Art. 4º - Cumpre ao Corretor de Imóveis, em relação

aos clientes:

I - inteirar-se de todas as circunstâncias do negócio,

antes de oferecê-lo;

II - apresentar, ao oferecer um negócio, dados

rigorosamente certos, nunca omitindo detalhes que o

depreciem, informando o cliente dos riscos e demais

circunstâncias que possam comprometer o negócio;

III - recusar a transação que saiba ilegal, injusta ou

imoral;

IV - comunicar, imediatamente, ao cliente o

recebimento de valores ou documentos a ele destinados;

V - prestar ao cliente, quando este as solicite ou logo

que concluído o negócio, contas pormenorizadas;

VI - zelar pela sua competência exclusiva na orientação

técnica do negócio, reservando ao cliente a decisão do

que lhe interessar pessoalmente;

VII - restituir ao cliente os papéis de que não mais

necessite;

VIII - dar recibo das quantias que o cliente lhe pague

ou entregue a qualquer título;

IX - contratar, por escrito e previamente, a prestação

dos serviços profissionais;

X - receber, somente de uma única parte, comissões ou

compensações pelo mesmo serviço prestado, salvo se,

para proceder de modo diverso, tiver havido

consentimento de todos os interessados, ou for praxe

usual na jurisdição.

Art. 5° - O Corretor de Imóveis responde civil e

penalmente por atos profissionais danosos ao cliente, a

que tenha dado causa por imperícia, imprudência,

negligência ou infrações éticas.

Art. 6º - É vedado ao Corretor de Imóveis:

I - aceitar tarefas para as quais não esteja preparado ou

que não se ajustem às disposições vigentes, ou ainda,

que possam prestar-se a fraude;

II - manter sociedade profissional fora das normas e

68

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Técnico em Transações Imobiliárias

preceitos estabelecidos em lei e em Resoluções;

III - promover a intermediação com cobrança de “over-

price”;

IV - locupletar-se, por qualquer forma, a custa do

cliente;

V - receber comissões em desacordo com a Tabela

aprovada ou vantagens que não correspondam a

serviços efetiva e licitamente prestados;

VI - angariar, direta ou indiretamente, serviços de

qualquer natureza, com prejuízo moral ou material, ou

desprestígio para outro profissional ou para a classe;

VII - desviar, por qualquer modo, cliente de outro

Corretor de Imóveis;

VIII - deixar de atender a notificações para

esclarecimento à fiscalização ou intimações para

instrução de processos;

IX - acumpliciar-se, por qualquer forma, com os que

exercem ilegalmente atividades de transações

imobiliárias;

X - praticar quaisquer atos de concorrência desleal aos

colegas;

XI - promover transações imobiliárias contra disposição

literal da lei;

XII - abandonar os negócios confiados a seus cuidados,

sem motivo justo e prévia ciência do cliente;

XIII - solicitar ou receber do cliente qualquer favor em

troca de concessões ilícitas;

XIV - deixar de cumprir, no prazo estabelecido,

determinação emanada do órgão ou autoridade dos

Conselhos, em matéria de competência destes;

XV - aceitar incumbência de transação que esteja

entregue a outro Corretor de Imóveis, sem dar-lhe

prévio conhecimento, por escrito;

XVI - aceitar incumbência de transação sem contratar

com o Corretor de Imóveis, com que tenha de colaborar

ou substituir;

XVII - anunciar capciosamente;

XVIII - reter em suas mãos negócio, quando não tiver

probabilidade de realizá-lo;

XIX - utilizar sua posição para obtenção de vantagens

pessoais, quando no exercício de cargo ou função em

órgão ou entidades de classe;

XX - receber sinal nos negócios que lhe forem

confiados caso não esteja expressamente autorizado

para tanto.

Art. 7º - Compete ao CRECI, em cuja jurisdição se

encontrar inscrito o Corretor de Imóveis, a apuração das

faltas que cometer contra este Código, e a aplicação das

penalidades previstas na legislação em vigor.

Art. 8º - Comete grave transgressão ética o Corretor de

Imóveis que desatender os preceitos dos artigos 3º, I, V,

VI e IX; 4º, II, III, IV, V, VII, VIII, IX e X; 6º, I, III,

IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIX e XX, e

transgressão de natureza leve o que desatender os

demais preceitos deste Código.

Art. 9º - As regras deste Código obrigam aos

profissionais inscritos nos Conselhos Regionais.

Art. 10 - As Diretorias dos Conselhos Federal e

Regionais promoverão a ampla divulgação deste

Código de Ética.

Brasília-DF, 25 de junho de 1992

WALDYR FRANCISCO LUCIANO

Presidente

RUBEM RIBAS

Diretor 1º Secretário

69

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Técnico em Transações Imobiliárias

Nesta unidade, demonstramos que a ética deve ser

uma preocupação de qualquer

profissional, sem ela, não existe

organização e condições de perfeita

concorrência no mercado de trabalho.

Reflita! Quais são as características e postura que

um profissional ético deve ter em relação à

concorrência.

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SINGER, Peter. Ética prática. 3. ed. São Paulo:

Martins Fontes, 2002.

HOBBES, Thomas. Leviatã. 2. ed. São Paulo: Abril,

1979. (Coleção Os Pensadores)

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 4. ed. São

Paulo: Martins Fontes, 2002.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril,

1973a. (Coleção Os Pensadores)

KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. São

Paulo: Martins Fontes, 2002.

70

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Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Noções de Economia e Mercado

71

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SUMÁRIO

PÁG. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... .................................. 73

I – ECONOMIA....................................................................................................................................... 73

1.1. Definição .......................................................................................................................................... 73

1.2. Organização da Atividade Econômica ........................................................................................... 73

1.3. Sistema Econômico – Uma Visão Geral ......................................................................................... 73

1.4. Agentes Econômicos......................................................................................................................... 74

1.5. Integração dos agentes econômicos ............................................................................................... 75

1.6. Influências da modernidade............................................................................................................ 75

1.7. Objeto de Estudo ............................................................................................................................. 76

II - O MECANISMO E O EQUILÍBRIO DO MERCADO ...................................................................... 76

2.1. Demanda e Oferta: O Mecanismo do Mercado............................................................................. 76

2.1.1 Variáveis que influenciam a Demanda .................................................................................. 77

III - PROCESSO PRODUTIVO .................................................................................................................. 77

3.1. Teoria da Firma ............................................................................................................................... 78

3.2. Teoria da Produção.......................................................................................................................... 78

3.3. Programação da produção .............................................................................................................. 78

3.4. Em que Consiste o Planejamento e Controle da Produção .......................................................... 79

3.5. Objetivo do Planejamento e Controle ............................................................................................ 79

3.6. Tarefas de Planejamento e Controle .............................................................................................. 79

3.6.1. Carregamento ............................................................................................................................. 80

3.6.2. Seqüenciamento................................................................................................................................... 80

3.6.3. Programação........................................................................................................................................ 80

3.7. Planejamento da Produção.............................................................................................................. 80

3.7.1. Determinação dos Fatores de Produção ........................................................................................ 80

3.7.2. Tempo de Ressuprimento................................................................................................................. 81

3.7.3. Ponto de Ressuprimento................................................................................................................... 81

3.8. Controle de Estoques.................................................................................................................................. 81

3.9. Controle da Produção.................................................................................................................... 82

3.10. Os Custos de Produção ................................................................................................................ 82

3.11. Controle de Qualidade.............................................................................................................................. 83

3.12 . Just In Time (JIT) .................................................................................................................................... 83

3.12.1. Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia Just

in Time: ................................................................................................................

84

72

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

3.12.2. Objetivos do JIT ................................................................................................................... 84

3.12.3. Vantagens do JIT.................................................................................................................. 84

3.12.4. Qualidade no JIT.................................................................................................................. 84

3.12.5. Flexibilidade no JIT.............................................................................................................. 85

3.12.6. Velocidade no JIT................................................................................................................. 85

3.12.7. Confiabilidade no JIT .......................................................................................................... 85

13.2.8. Fim aos desperdícios e a melhoria contínua no JIT .......................................................... 85

3.12.9. As metas colocadas pelo JIT em relação aos vários problemas de produção são: ......... 85

3.13. A Previsão das Vendas ............................................................................................................ 86

IV - MERCADO: OFERTA E PROCURA................................................................................................. 86

4.1. Estruturas Básicas do Mercado ...................................................................................................... 86

4.1.1. Concorrência Perfeita ............................................................................................................ 87

4.1.2. Monopólio................................................................................................................................ 87

4.1.3. Oligopólios............................................................................................................................... 87

4.1.4. Concorrência monopolística .................................................................................................. 88

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 89

73

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Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

As grandes questões mundiais e locais

sobre desemprego, preços, crescimento

econômico etc perpassam a disciplina que

você irá iniciar agora que trata de economia e

mercado. Antes de iniciar o conteúdo propriamente

dito, faça uma reflexão sobre as questões abaixo:

1) na sua percepção, o desemprego é um dos

mais complexos problemas das sociedades?

2) você compreende como e por que cada vez

mais a economia de um país depende da economia

mundial?

I – ECONOMIA

1.1. Definição

A expressão economia tem origem na palavra

grega oikos, que significa casa, fortuna, riqueza, e na

palavra nomos (também grega), que quer dizer lei,

regra ou administração.

Vejamos agora outras idéias para que você

possa consolidar o conceito de economia:

A Economia é a ciência que estuda a

atividade produtiva. De forma geral esse estudo tem

por objeto a atividade econômica de toda sociedade,

tais como, as empresas como unidades de produção e

as família como unidade de consumo.

Modernamente, “define-se economia como a

ciência que estuda o emprego de recursos escassos,

entre usos alternativos, com o fim de obter os

melhores resultados, sejam na produção de bens, ou

na prestação de serviços”. (Souza, 2003)

1.2. Organização da Atividade Econômica

As questões da economia passou a existir desde

que as pessoas começaram a usar um lugar fixo para

viver, evitando a vida nômade e formando

agrupamentos (cidades, sociedades), para o trabalho e

cultivo da terra, gerando rendimento com atividades

artesanais e prestação de serviços. É a partir de tais

condições que vão surgir questões relativas a:

� utilização dos recursos;

� distribuição dos produtos decorrentes da

produção;

� organização da vida econômica em

sociedade.

1.3. Sistema Econômico – Uma Visão Geral

Visto de forma geral, o sistema econômico é

composto por um conjunto de três elementos:

� Estoque de fatores de produção - constitui

a própria base da atividade econômica e condiciona a

existência e as dimensões do sistema de produção.

Sua qualificação e combinação determinam a

eficiência. As definições sobre os produtos finais

deles decorrem dos padrões de eficácia do sistema

como um todo.

� Interação entre os agentes econômicos - A

forma como é empregado os recursos, a sua

destinação e a definição dos produtos são

determinadas pelos agentes econômicos, que são: a

família, a empresas e governo. Tal relação entre os

três grupos pode se dar de forma direta ou indireta

nas transações.

� Complexo de instituições - Os agentes

econômicos definem e mobilizam os recursos

necessários para a produção dos bens associados às

diferentes categorias de renda da população. Os

agentes agem de acordo com um complexo de

74

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

instituições que dá respaldo e forma às suas

intenções. As instituições (onde são organizados os

fatores de produção) são também denominadas

unidades produtoras.

Esse sistema poderia ser representado da

seguinte maneira:

O sistema econômico é a forma como a

sociedade está organizada para desenvolver as

atividades econômicas de produção, circulação,

distribuição e consumo de bens e serviços.

Mas para que esses fatores façam parte do

processo produtivo, eles precisam estar organizados

de tal forma que a sua combinação resulte em

algum bem ou serviço.

Vejamos, pois, como se dá tal composição.

� Setor primário – constituído pelas unidades

produtoras que utilizam intensamente os recursos

naturais, sem transformações substanciais em seus

produtos. Exemplo: Atividades rurais, extração e

agropecuária.

� Setor secundário – constituído pelas unidades

produtoras dedicadas às atividades industriais,

através dos quais os bens são transformados.

Exemplo: Indústrias.

� Setor terciário – este se diferencia dos outros

pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto,

embora de grande importância no sistema

econômico. É também chamado setor de serviços

exatamente por atuar neste segmento. Exemplo:

ocupações de comércio, corretagem de valores,

seguro, transportes, serviços de consultoria, turismo,

intermediação financeira, atividade bancária etc.

1.4. Agentes Econômicos

O sistema econômico também pode ser descrito

pela ótica dos agentes, o que significa dizer que o que

se observa é a relação e interação entre três grupos: as

unidades familiares, empresas, governo. Vejamos

como cada um dos grupos é descrito.

Agente econômico unidades familiares -

Entende-se como unidade familiar todos os tipos de

unidades domésticas, unipessoais ou familiares, com

ou sem parentesco.

Agente econômico empresas - Empresas são

agentes econômicos que aplicam os fatores de

produção disponíveis. Seu objetivo é combinar os

fatores para a geração de bens e serviço a fim de

atender as necessidades de consumo da sociedade.

O conjunto de empresas que compõem o

aparelho produtivo (produção) é heterogêneo sob

diversos aspectos: tamanho, forma jurídica, origem,

controle, forma de administração, natureza dos

produtos e outros. Em função do tipo de produção,

distinguem-se quatro categorias de empresas com

características próprias de funcionamento:

� Agrícola

� Industrial

� Comercial

� Financeira

Agente econômico governo - O governo

participa como agente econômico devido às

Sistema Acadêmico

Estoque de Fatores

Agentes Econômico

Instituições

Recursos Naturais Recursos humanos

Unidades Familiares Empresas Governo

Jurídicas Políticas Sociais

75

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

particularidades que envolvem suas ações

econômicas. Segundo Edy e Peacock (1963, apud

ROSSETTI, 2003), governo é:

Um agente coletivo que contrata diretamente o

trabalho de unidades familiares e que adquire uma

parcela da produção das empresas para proporcionar

bens e serviços úteis à sociedade como um todo.

A principal função do governo como agente

econômico no sistema é controlar e direcionar os

meios de produção, através de políticas, visando a

satisfação das necessidades das pessoas na sociedade.

1.5. Integração dos agentes econômicos

Caro aluno, com relação à integração dos

agentes econômicos, é muito importante você

perceber que os meios e os mecanismos para tal

integração derivam de dois fatores fundamentais:

� A diversidade das necessidades humanas;

� A diversidade de capacitação das pessoas e

nações, o que conduz a especialização e a divisão

social do trabalho.

Surgiram assim, três importantes fatores de

contribuição ao progresso econômico:

� Divisão do trabalho

� Especialização

� Trocas

A medida que a divisão do trabalho e a

especialização se generalizam e se consolidam, as

operações produtivas se tornam mais eficientes

explorando vantagens comparativas comprovadas.

1.6. Influências da modernidade

Após a revolução científica e industrial dos

séculos XVIII e XIX, a divisão do trabalho e

especialização levaram ao aumento da capacidade

produtiva, permitindo uma rede de troca entre as

nações. Esse fenômeno resultou no desaparecimento

gradativo do sistema da auto-suficiência.

A intensificação industrial, contribui para a

maior eficiência, e então, novos ganhos de escala têm

sido possíveis (ROSSETTI, 2003). Nessa perspectiva,

o ganho na produtividade decorrente do ganho de

escala (custo) - que provoca redução de custos - é um

dos fatores que contribui para a integração dos

agentes econômicos.

Nas três últimas décadas do século XX e no

prelúdio do século XXI, quando se intensifica o uso

de tecnologias da informação, como uma das

conseqüências na economia, pode-se observar que a

necessidade de consumo das pessoas sofreu

alterações, tornando-se cada dia mais efêmera. Os

produtos exigidos nesse novo período são artigos

descartáveis e produtos personalizados.

As indústrias, para responder a essa nova

exigência do consumidor e ao mesmo tempo fazer

integração com os demais agentes econômicos,

passaram a produzir produtos diversificados,

seguindo um processo diferente de produção. Para a

empresa responder a esse novo desafio precisa aderir

a um novo conceito que surge, denominado de

customização.

O aparelho de produção do sistema econômico

pode ser apresentado de forma esquemática, como

demonstrado a seguir:

76

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Vale destacar, porém, que o agrupamento

básico demonstrado no esquema pode ser

representado por outros elementos.

Nos agrupamentos básicos mais

representativos da sociedade, mesmo que em uma

versão simplificada e preliminar do sistema, é

fundamental identificar os principais setores de

produção, bem como os resultados de suas

atividades operacionais, segundo os tipos e a

destinação dos bens e serviços que fornecem.

Após esses conceitos, você já é

capaz de identificar qual é o objeto da

economia?

1.7. Objeto de Estudo

O objeto de estudo da economia está

relacionado à investigação do comportamento

humano quanto às relações de custo, recursos, troca

etc. Toda ação humana que envolve a trilogia

produção, consumo e distribuição é uma atividade

econômica.

A economia é também o estudo de como as

pessoas asseguram meios para sua sobrevivência

(alimentação, moradia, transporte, etc), focando nos

problemas enfrentados por estas pessoas e as

maneiras como estes problemas são resolvidos.

II - O MECANISMO E O EQUILÍBRIO DO

MERCADO

Os problemas da economia surgem em

função da escassez de bens e serviços, visto que a

limitação de recursos produtivos provoca a limitação

da oferta de bens. A escassez, destaca o prof.

VASCONCELOS (2002), “surge em virtude da

necessidade humana ilimitada e da restrição física de

recursos”.

2.1. Demanda e Oferta: O Mecanismo do Mercado

Você sabe qual é a definição de demanda?

Demanda de Mercado pode ser representada

pelo comportamento do consumidor em relação a um

determinado produto. Observe que quando o preço

está em um nível elevado, a demanda pelo produto é

menor, isto é, uma parte dos consumidores não está

disposta a adquirir o produto a este preço.

A Demanda é uma relação que demonstra as

quantidades de um bem ou serviço que os

compradores estariam dispostos e seriam capazes de

adquirir a diferentes preços de mercado.

2.1.1 Variáveis que influenciam a Demanda

Quais variáveis afetam a demanda?

Aparelho de Produção da Economia Nacional

Atividades Primárias de

Produção

Atividades Secundárias de Produção

BENS (produtos tengíveis)

Atividades Terciárias de

Produção

Serviços (produtos

intangíveis

Atendimento das

necessidades de consumo a acumulação da

77

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Técnico em Transações Imobiliárias

A demanda de um determinado bem (produto

ou serviço) depende de um conjunto de variáveis que

a influenciam, das quais destacamos:

• Riqueza – a riqueza de uma sociedade, bem

como sua distribuição, tem influência direta no

consumo (demanda); quanto maior for a riqueza da

sociedade maior é a possibilidade de consumo.

• Renda – quando a distribuição da renda de

uma sociedade atinge um nível maior na sua

distribuição e alcança um número grande de pessoas,

aumenta a possibilidade de consumo dos habitantes

da região.

• Preço de outros bens – quando o preço de

bens similares em utilidade similar atinge a satisfação

dos consumidores, isso influencia o consumo do

referido similar; ou seja, reduz-se a possibilidade de

consumo do bem original devido à substituição pelo

similar que satisfaz;

• Fatores climáticos e sazonais – o clima é fator

importante no consumo de determinados bens. Por

exemplo, o consumo de alimentos sólidos tem maior

preferência do que os líquidos em períodos de clima

frio.

• Propaganda – essa tem um papel importante

no consumo, pois, quando bem elaborada, pode

induzir o consumidor a adquirir um dado serviço ou

produto.

• Outros - Hábitos, gostos, preferência dos

consumidores, oportunidades de compra etc.

A Oferta descreve o comportamento das empresas

no tocante à quantidade de um determinado

produto que deseja ofertar a preços alternativos.

O Equilíbrio de Oferta e Demanda ocorre no

ponto onde a quantidade demandada iguala a

quantidade ofertada. Para que se mantenha um bom

equilíbrio, é importante observar algumas questões:

a) Quais são os bens e serviços a produzir.

b) Como produzir estes bens e serviços.

c) Para quem produzir os bens e serviços.

d) Depois de prontos os bens, a quem distribuí-

los.

Com base nas definições acima temos a trilogia

básica da economia, como observa-se no seguinte

esquema:

III - PROCESSO PRODUTIVO

O processo produtivo possui elementos

indispensáveis, veremos a seguir como funciona esse

processo produtivo.

3.1. Teoria da Firma

A firma é um importante componente do

sistema econômico, que se situa no setor produtivo,

responsável pela transformação de fatores produtivos

para a geração de bens e serviços destinados ao

consumo da sociedade. Também é um elemento

fundamental na geração de empregos.

Produção

Consumo Distribuição

78

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Técnico em Transações Imobiliárias

Em economia de mercado encontramos dois

agentes: de um lado os consumidores e de outro a

firma.

As teorias econômicas mais atuais concebem a

firma moderna como:

“Um conjunto de contratos entre agentes

especializados, que trocarão informações e serviços

entre si, de modo a produzir um bem final. Os

agentes poderão estar dentro de uma hierarquia, que é

o que convencionalmente chamamos de firma.

Poderão, entretanto, estar fora dessa hierarquia,

relacionando-se extra-firma, mas agindo motivados

por estímulos que os levam a atuar

coordenadamente”. (Zylberzstajn, 2003).

3.2. Teoria da Produção

O estudo da teoria da produção é importante

para a compreensão da teoria da firma porque os

princípios gerais da teoria da produção enfocam os

dados necessários para a análise de custos e da oferta

de bens e serviços produzidos. Esses componentes

formam a base para a definição dos preços.

Segundo Carvalho (2004), a teoria da produção

desenvolve dois papéis extremamente importantes.

Primeiramente, serve de base para a análise das

relações entre produção e custo de produção. Em

segundo lugar serve de apoio para a análise da

demanda da firma, ou seja, fornece o parâmetro da

produção que por sua vez está limitado a capacidade

instalada.

O termo produção tem origem na

expressão latina producere, que significa

criar bens econômicos ou serviços

oferecendo-os a venda ou a troca. A ação produzir

significa fazer aparecer bens ou serviços, destinados

à venda ou a troca. Também significa fazer

aparecer o valor: a prestação de qualquer serviço

que possa ser avaliado economicamente, isto é, que

seja possível atribuir a ele um valor que constitui

produção.

3.3. Programação da produção

Podemos dizer que a programação da produção

é o planejamento do sistema produtivo, elaborado

para atender às necessidades de venda. A

programação do fluxo de materiais é a principal

decisão após o estabelecimento da capacidade

produtiva e de sua localização.

A demanda da necessidade gera os sinais de

quando comprar ou produzir e em que quantidade.

Assim, a programação da produção e a aquisição

estão estreitamente relacionadas e interligadas.

Podemos ainda incluir como sendo também

fator de produção a capacidade empresarial, o

conhecimento existente e adquirido pelos

componentes da empresa, firma (funcionários,

diretores etc.).

A escolha do processo de produção depende

sua eficiência. A eficiência pode ser avaliada pelo

ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista

econômico.

3.4 Em que Consiste o Planejamento e Controle da

79

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Técnico em Transações Imobiliárias

Produção

Administrar, nos dias atuais, é algo onde os

riscos são muito menores que antigamente, mas a

responsabilidade se duplica e redobra exatamente

pela existência de todo o meio tecnológico que cerca

uma decisão administrativa.

Numa empresa, o setor de Planejamento e

Controle de Produção pode ser considerado um setor-

meio, que serve como transformador de informações

entre vários setores de uma empresa, também tem um

papel de conciliador entre aqueles departamentos da

Empresa que eventualmente tenham alguns atritos.

Atualmente, onde a tecnologia está bastante

disseminada, qualquer inovação desencadeia um

espantoso e infindável leque de outras inovações que

são amplamente testadas até que possam ser

aplicadas com confiabilidade e segurança pelos

administradores das empresas modernas.

No planejamento e controle da produção, em

conjunto com a indispensável capacidade empresarial

do administrador moderno, foi desenvolvida uma

série de técnicas de Administração e da sua correta

aplicação nas últimas décadas, do que depende o

sucesso do mundo contemporâneo no que concerne

ao atendimento das necessidades materiais da

humanidade.

3.5 Objetivo do Planejamento e Controle

O Planejamento é o ato de estabelecer as

expectativas de o que deveria acontecer. O Controle é

o processo de lidar com mudanças quando elas

ocorrem. O planejamento e o controle são

usualmente tratado juntos, embora sejam

teoricamente separáveis.

Indiscutivelmente, O objetivo do planejamento

e controle é garantir que a produção ocorra com

eficácia e produza produtos e serviços como deve.

Para que isso aconteça, é preciso que os recursos

produtivos estejam disponíveis:

a) No momento adequado.

b) Na quantidade adequada.

c) No nível de qualidade adequado.

Fazer uma conciliação do potencial de

operação de fornecer produtos e serviços é uma

forma de caracterizar todas as decisões de

planejamento e controle.

Diante deste cenário, é necessário tomar a decisão

certa quanto a:

� Qual será a composição de bens e serviços a

ser produzida num dado período e numa dada

região?

� Quais quantidades serão produzidas?

3.6 Tarefas de Planejamento e Controle

O planejamento e controle requer a conciliação

do fornecimento e da demanda em alguns aspectos:

a) Em volume;

b) Em tempo;

c) Em qualidade.

É importante para você, caro aluno, conhecer

e entender alguns conceitos básicos da área de

economia que irão contribuir no melhor

desempenho de suas funções de corretor de imóveis.

3.6.1. Carregamento

O carregamento define qual a quantidade de

trabalho que deve ser dada a cada parte da produção e

pode ser feito de forma finita ou infinita

80

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Técnico em Transações Imobiliárias

1. Carregamento Finito

É um conceito que somente atribui trabalho a

um centro de trabalho, como por exemplo, uma

pessoa, uma máquina, ou então um grupo de pessoas

ou de máquinas até um limite estabelecido. O

carregamento finito é usado em:

� Operações em que é possível limitar a carga.

� Operações em que é necessário limitar a

carga.

� Operações em que o custo da limitação da

carga não é proibitivo.

2. Carregamento Infinito

Ele tenta corresponder à aceitação do

trabalho. O carregamento infinito é usado em:

� Operações em que não é possível limitar o

carregamento.

� Operações em que não é necessário limitar o

carregamento.

� Operações em que o custo de limitação é

proibitivo.

3.6.2. Seqüenciamento

O seqüenciamento é responsável por decidir a

ordem em que o trabalho será executado na operação.

As prioridades dadas ao trabalho em uma operação

são, freqüentemente, estabelecidas por um conjunto

predefinido de regras. Existem muitas regras de

decisão diferentes quanto a prioridades, que podem

ajudar as operações a tomar essas decisões.

3.6.3. Programação

A programação determina quando as

atividades serão iniciadas e terminadas. pode ser feita

tanto para trás como para frente. Também pode ser

classificada como programação empurrada e

programação puxada, como segue:

� Programação empurrada: é um sistema

centralizado em que as decisões de planejamento e

controle são emitidas para centros de trabalho, que

devem desempenhar suas tarefas e mandar suas peças

para a estação de trabalho seguinte;

� Programação puxada: é um sistema no qual

a demanda é acionada a partir de requisições de

centros de trabalho.

3.7. Planejamento da Produção

Planejar a produção significa decidir

antecipadamente o que deve ser feito para alcançar

determinado fim e compreende decidir sobre a

produção a ser efetivada pela empresa industrial. Por

isso nessa fase nesta fase, deve-se levar em conta:

� Previsão da procura ou demanda dos

produtos ou mercadorias.

� Previsão dos insumos, da mão-de-obra e dos

equipamentos.

Previsão dos custos decorrentes da alocação dos

recursos materiais e humanos descritos.

3.7.1. Determinação dos Fatores de Produção

O ponto de partida do planejamento da

produção é a previsão de vendas. Uma vez realizada a

previsão de vendas, é preciso determinar as

quantidades dos diversos fatores de produção

necessários para atender as vendas, caso se

concretizem. São necessários os seguintes fatores a

produção industrial:

� Equipamentos.

� Máquinas.

� Materiais.

81

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Técnico em Transações Imobiliárias

� Mão-de-obra (terra, capital e trabalho).

Imaginamos uma construtora, que tem a

previsão de construir 2 prédios com salas comerciais.

O primeiro passo é determinar as quantidades

necessárias de cada fator de produção. Em seguida,

determinar quais os profissionais que irão atuar no

processo produtivo, o tempo de trabalho de cada um

deles em cada atividade e a seqüência lógica e

racional das operações.

3.7.2. Tempo de Ressuprimento

O tempo de ressuprimento é o fator que

determina o momento mais conveniente de se iniciar

a fabricação de um produto ou de fazer um pedido de

compra junto ao fornecedor.

O tempo de ressuprimento é o tempo

despendido entre o momento que se identifica a

necessidade do material e o momento em que

efetivamente se recebe esse material para uso. Entre

esses dois momentos podem existir diversas etapas

do ressuprimento, tais como a confecção do pedido,

negociação do preço, fabricação do produto, inspeção

e expedição do produto, transporte, recebimento e

controle de qualidade.

3.7.3. Ponto de Ressuprimento

Surge a necessidade de se fazer um novo

pedido ao fornecedor a medida que o estoque de um

material vai sendo consumido, para ressupri-lo, para

que não ocorra uma ruptura no estoque.

Assim, é imprescindível detectar o momento

em que todo o esquema de ressuprimento vai ser

acionado.

3.8. Controle de Estoques

O estoque existe em operações produtivas

porque os ritmos de fornecimento e de demanda nem

sempre combinam. Os estoques são usados para

uniformizar as diferenças entre fornecimento e

demanda. Para que não haja perigo de a quantidade

do produto não atender a demanda.

As operações com os serviços profissionais

manterão níveis baixos de estoque, enquanto as

operações de varejo irão manter grandes quantidades

de estoque. Todas as operações mantêm estoques de

algum tipo. Os itens mantidos em estoque podem

variar consideravelmente em valor.

O estoque é muito freqüentemente

gerenciado através de sistemas

computadorizados, que têm algumas

funções, como atualização dos registros de estoque,

geração de pedidos, geração de relatórios de

estoque, previsão de demanda entre outros.

Quanto ao planejamento e controle do

estoque, as principais decisões a serem tomadas

são:

� Quanto pedir cada vez que seja necessário

reabastecimento.

� Quando pedir o reabastecimento de estoques.

� Como controlar o sistema de planejamento e

controle de estoques.

3.9. Controle da Produção

O controle da produção tem por finalidade

verificar se o que foi planejado está sendo realmente

82

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

executado, por isso é imprescindível um perfeito

trabalho de acompanhamento de todas as operações

industriais.

Compete ao controle de produção acusar as

falhas e distorções e estabelecer as medidas a serem

tomadas para correção dos problemas, visando uma

normalidade do processo produtivo. Portanto, o

retorno de informações (feedback) constitui prática

salutar para a normalidade do processo.

O controle de produção deve atender aos

seguintes aspectos:

� Que os insumos de produção estejam sendo

entregues dentro dos prazos certos.

� A mão-de-obra deve estar sendo realmente

empregada.

� Os equipamentos de produção devem ser

adequados e estar sendo utilizados eficientemente.

� Os estoques de produtos acabados (ou semi-

acabados) devem estar em níveis planejados.

� O ritmo de produção deve ser desenvolvido

de acordo com o planejamento.

3.10. Os Custos de Produção

A quantidade de recursos utilizados

multiplicada pelo seu preço constitui o custo para a

produção de bens e serviços destinados à

comercialização. Compreendida a posição sobre o

equilíbrio da firma como situação de otimização, é

fácil entender que o custo de produção ótimo deverá

ser sempre pequeno para que o resultado obtido seja

lucro.

É importante que tenhamos um conhecimento

sobre alguns termos e conceitos sobre custos,

conforme colocamos a seguir:

� O custo é o consumo dos fatores de produção

(terra, trabalho e capital) empregados na produção de

bens e serviços.

� Segundo o professor Martins (1990, p. 24),

“custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado

na produção de outros bens ou serviços”.

� Custo é o sacrifício financeiro com que a

entidade arca para obtenção de um produto ou serviço

qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou

promessa de entrega de ativos.

� Um outro conceito importante é: como custo

entende-se a soma de valores, de bens e serviços

consumidos e aplicados para obter um novo bem ou

um novo serviço.

� Há, ainda, quem considere e mesmo

denomine custos como despesas, aplicações ou

consumo.

Outra classificação importante:

� Custos de curto prazo - A maioria das

empresas, principalmente as de pequeno porte,

quando produz utiliza fatores fixos e variáveis. Para

facilitar o entendimento, consideremos a existência

de apenas um fator fixo, identificado pelo tamanho da

estrutura da firma e fatores variáveis capital, mão-de-

obra, insumos etc.

Nesse caso a empresa só poderá aumentar ou

reduzir sua produção por intermédio de uma atuação

nos fatores variáveis – capital, mão-de-obra, insumos,

uma vez que o seu tamanho, ou seja, sua capacidade

produtiva é constante e não pode ser alterada

(aumento ou redução) a curto prazo.

� Custos de longo prazo - Os custos de longo

prazo apresentam como característica a variação de

todos os fatores (recursos). Assim, nesse tipo de

83

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Técnico em Transações Imobiliárias

produção de período não tem razão de se falar de

custo fixo.

3.11. Controle de Qualidade

A principal finalidade do controle de qualidade

é determinar as causas relevantes de variações de

qualidade. Muitas vezes as causas são chamadas

“acidentais”, não provocando maiores

conseqüências.

A qualidade de um produto ou serviço é

medida pela satisfação total do consumidor. Não se

pode confundir qualidade com luxo, um automóvel

luxuoso, por exemplo, pode ser de péssima

qualidade, e um simples pode ter ótima qualidade.

Vários fatores, como a globalização da

economia, o aumento da competitividade e as

estratégias empresariais levam as empresas a

alcançarem níveis de excelência, principalmente em

relação aos seus clientes. As linhas de ações que as

empresas aplicam hoje começam a convergir para um

foco único: conquistar, satisfazendo e mantendo

clientes, fazendo as coisas certas e com qualidade.

A qualidade total no atendimento ao cliente

ocorre quando a empresa enfoca seus esforços em

serviços com qualidade, fazendo conscientemente a

escolha em investir na satisfação do cliente e em

tornar isso a meta da empresa.

Algumas técnicas para satisfação total do

cliente envolvem um tanto de dedicação de tempo

dos administradores, enquanto que outros enfatizam a

monitoração extensiva das necessidades e atitudes

dos clientes.

Em termos de imagem da empresa e lealdade

dos clientes, o atendimento à necessidade do cliente

produz recompensas reais para a empresa, pois os

clientes retornam, muitas vezes, porque já conhecem

a qualidade, confiam nas pessoas que trabalham e

sabem que obtém serviços consistentes.

3.12 . Just In Time (JIT)

O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos

meados da década de 70, sendo sua idéia básica e seu

desenvolvimento creditados à Toyota Motor

Company, a qual buscava um sistema de

administração que pudesse coordenar a produção com

a demanda específica de diferentes modelos e cores

de veículos com o mínimo atraso.

O sistema de "puxar" a produção a partir da

demanda, produzindo em cada somente os itens

necessários, nas quantidades necessárias e no

momento necessário, ficou conhecido no Ocidente

como “Sistema Kanban”. Este nome é dado aos

cartões utilizados para autorizar a produção e a

movimentação de itens, ao longo do processo

produtivo.

Contudo, o JIT é muito mais do que uma

técnica ou um conjunto de técnicas de administração

da produção, sendo considerado como uma completa

“filosofia, a qual inclui aspectos de administração de

materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto

do produto, organização do trabalho e gestão de

recursos humanos”.

Embora haja quem diga que o sucesso do

sistema de administração JIT esteja calcado nas

características culturais do povo japonês, mais e mais

gerentes e acadêmicos têm-se convencido de que esta

filosofia é composta de práticas gerenciais que podem

ser aplicadas em qualquer parte do mundo.

3.12.1. Algumas expressões são geralmente usadas

84

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

para traduzir aspectos da filosofia Just in Time

1. Produção em estoque.

2. Eliminação de desperdícios.

3. Manufatura de fluxo contínuo.

4. Esforço contínuo na resolução de problemas.

5. Melhoria contínua dos processos.

3.12.2. Objetivos do JIT

O sistema JIT tem como objetivo fundamental

a melhoria contínua do processo produtivo. A

perseguição destes objetivos dá-se, através de um

mecanismo de redução dos estoques, os quais tendem

a camuflar problemas.

Os estoques têm sido utilizado para evitar

descontinuidades do processo produtivo, diante de

problemas de produção que podem ser classificados

principalmente em três grandes grupos:

Problemas de qualidade: quando alguns

estágios do processo de produção apresentam

problemas de qualidade, gerando refugo de forma

incerta, o estoque, colocado entre estágios e os

posteriores, permite que estes últimos possam

trabalhar continuamente, sem sofrer com as

interrupções que ocorrem em estágios anteriores.

Dessa forma, o estoque gera independência entre os

estágios do processo produtivo.

Problemas de quebra de máquinas: quando

uma máquina pára por problemas de manutenção, os

estágios posteriores do processo que são

"alimentados" por esta máquina teriam que parar,

caso não houvesse estoque suficiente para que o

fluxo de produção continuasse, até que a máquina

fosse reparada e entrasse em produção normal

novamente. Nesta situação o estoque também gera

independência entre os estágios do processo

produtivo.

Problemas de preparação de máquina:

quando uma máquina processa operações em mais de

um componente ou item, é necessário preparar a

máquina a cada mudança de componente a ser

processado. Esta preparação representa custos

referentes ao período inoperante do equipamento, à

mão-de-obra requerida na operação, entre outros.

Quanto maiores estes custos, maior tenderá a ser o

lote executado, para que estes custos sejam rateados

por uma quantidade maior de peças, reduzindo por

conseqüência , o custo por unidade produzida. Lotes

grandes de produção geram estoques, pois a produção

é executada antecipadamente à demanda, sendo

consumida por esta em períodos subseqüentes.

3.12.3. Vantagens do JIT

As vantagens do sistema de administração da

produção Just in Time podem ser mostradas através

da análise de sua contribuição aos principais critérios

competitivos:

Custos no JIT: dados os preços já pagos pelos

equipamentos, materiais e mão-de-obra, o JIT, busca

que os custos de cada um destes fatores seja reduzido

ao essencialmente necessário. As características do

sistema JIT, o planejamento e a responsabilidade dos

encarregados da produção pelo refinamento do

processo produtivo favorecem a redução de

desperdícios. Existe também uma grande redução dos

tempos de setup, interno e externo, além da redução

dos tempos de movimentação, dentro e fora da

empresa;

3.12.4. Qualidade no JIT

O projeto do sistema evita que os defeitos

85

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

fluam ao longo do fluxo de produção; o único nível

aceitável de defeitos é zero. A pena pela produção de

itens defeituosos é alta. Isto motiva a busca das

causas dos problemas e das soluções que eliminem as

causas fundamentais destes problemas. Os

trabalhadores são treinados em todas as tarefas de

suas respectivas áreas, incluindo a verificação da

qualidade. Sabem, portanto, o que é uma peça com

qualidade e como produzi-la. Se um lote inteiro for

gerado de peças defeituosas, o tamanho reduzido dos

lotes minimizará o número de peças afetadas. O

aprimoramento de qualidade faz parte da

responsabilidade dos trabalhadores da produção,

estando incluída na descrição de seus cargos.

3.12.5. Flexibilidade no JIT

O sistema just in time aumenta a flexibilidade

de resposta do sistema pela redução dos tempos

envolvidos no processo. Embora o sistema não seja

flexível com relação à faixa de produtos oferecidos

ao mercado, a flexibilidade dos trabalhadores

contribui para que o sistema produtivo seja mais

flexível em relação às variações do mix de produtos.

Através da manutenção de estoques baixos, um

modelo de produto pode ser mudado sem que haja

muitos componentes obsolescidos. Como o projeto

de componentes comprados é geralmente feito pelos

próprios fornecedores a partir de especificações

funcionais, ao invés de especificações detalhadas e

rígidas de projeto, estes podem ser desenvolvidos de

maneira consistente com o processo produtivo do

fornecedor.

3.12.6. Velocidade no JIT

A flexibilidade, o baixo nível de estoques e a

redução dos tempos permitem que o ciclo de

produção seja curto e o fluxo veloz. A prática de

diferenciar os produtos na montagem final, a partir de

componentes padronizados, de acordo com as

técnicas de projeto adequado de manufatura e projeto

adequado à montagem, permite entregar os produtos

em vários prazos mais curtos.

3.12.7. Confiabilidade no JIT

A confiabilidade das entregas também é

aumentada através da ênfase na manutenção

preventiva e da flexibilidade dos trabalhadores, o que

torna o processo mais robusto. As regras do

KANBAN e o princípio da visibilidade permitem

identificar rapidamente os problemas que poderiam

comprometer a confiabilidade, permitindo sua

imediata resolução.

13.12.8. Fim aos desperdícios e a melhoria

contínua no JIT

O sistema JIT pode ser definido como um

sistema de manufatura cujo objetivo é otimizar os

processos e procedimentos através da redução

contínua de desperdícios. Os desperdícios atacados

podem ser de várias formas:

� Desperdício de transporte.

� Desperdício de superprodução.

� Desperdício de material esperando no

processo.

� Desperdício de processamento.

� Desperdício de movimento nas operações.

� Desperdício de produzir produtos

defeituosos.

� Desperdício de estoques.

86

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Técnico em Transações Imobiliárias

3.12.9. As metas colocadas pelo JIT em relação

aos vários problemas de produção são:

� Zero defeitos;

� Tempo zero de preparação (“setup”)

� Estoque zero.

� Movimentação zero.

� Quebra zero.

� LEAD TIME zero.

� Lote unitário (uma peça).

3.14. A Previsão das Vendas

O planejamento das vendas é um fator

indispensável para um planejamento de produção

eficaz. É em função das previsões de vendas que são

elaborados os planos de fabricação e,

conseqüentemente, se determina o volume de

recursos necessários para os próximos períodos.

Entretanto, é muito difícil fazer previsões com

uma grande margem de acerto, porque são inúmeros

os fatores que influenciam no comportamento da

demanda. A previsão de vendas é basicamente uma

função mercadológica, onde se faz uma pesquisa de

mercado para se determinar a demanda.

IV - MERCADO: OFERTA E PROCURA

MERCADO

Local onde se encontram as pessoas, famílias,

unidades produtivas, com a finalidade de efetuar

transações econômicas, ou seja, realizar operações

de compra e venda de bens e/ou serviços.

Segundo Rossetti (2003, p.395), o conceito de

mercado diz respeito a “um lugar determinado onde

os agentes econômicos realizam suas transações”.

Outro conceito importante sobre mercado é proposto

por Sandroni (1989, p.193): “De forma geral o termo

designa um grupo de compradores vendedores que

estão em contato suficientemente próximo para que

as transações entre eles afetem as condições de

compra e venda dos demais”.

O mercado está estruturado em diferentes

formas, definidas a partir de um conjunto de

elementos igualmente distintos:

� Número de agentes envolvidos;

� Formas de componentes dos agentes;

� Natureza do fator de produção ou do produto.

A estrutura básica do mercado pode ser

definida em quatro elementos que apresentam

características e condições específicas:

� Concorrência perfeita;

� Monopólio;

� Oligopólio;

� Concorrência monopolística.

4.1. Estruturas Básicas do Mercado

Como você viu, a estrutura do mercado pode

ser definida em quatro elementos, que são:

concorrência perfeita; monopólio; oligopólio e a

concorrência monopolística.

Acompanhe a partir deste ponto cada uma

dessas estruturas.

4.1.1. Concorrência Perfeita

A concorrência perfeita existe quando há

muitos compradores e vendedores e nenhum

desses vendedores ou compradores, por si só, tem

controle sobre o preço. Algumas vezes, este tipo de

mercado chama-se simplesmente competitivo.

87

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Assim, temos como princípios da concorrência

perfeita:

� O número de participantes em um mercado

afeta significativamente a maneira pela qual se

determina o preço.

� No mercado onde prevalece a concorrência

perfeita, as forças impessoais determinam o preço.

Para o comprador individual e o vendedor individual,

o preço está fora de controle.

� Num mercado de concorrência perfeita a

demanda e a oferta determinam o preço do bem ou

serviço.

� A demanda corresponde a um mercado com

muitos compradores e muitos vendedores. Nenhum

dos participantes neste mercado tem qualquer

controle sobre o preço.

4.1.2. Monopólio

O monopólio situa-se no outro extremo, é o

oposto da concorrência perfeita. Para que exista o

monopólio, é necessárias que sejam dadas as

seguintes condições:

� Unicidade – há apenas um comprador ou

fornecedor (vendedor) que domina totalmente a

oferta ou a procura do bem ou serviço, este tem

influência direta no preço.

� Insubstitutibilidade – o produto ou serviço

da empresa monopolista não tem substituto. A

necessidade dos consumidores não tem como

substituir com a mesma satisfação com outro

produto.

� Barreiras – existem barreiras de entrada de

novas empresas ou fornecedores do produto no

mercado monopolista, é impossível a entrada.

� Poder – a expressão “poder de monopólio”

caracteriza a posição privilegiada em que se encontra

o monopolista.

� Extra-preço – devido o domínio do

mercado: o preço e as quantidades são definidas pela

empresa do monopólio que pratica preços que

desestimulam a entrada de novas empresas.

� Opacidade – por definição os monopólios

são opacos, as transações não são transparentes, não

se tem como saber dos processos produtivos, fontes

fornecedoras, níveis de oferta etc.

Existem vários tipos de concorrência

imperfeita; o monopólio é um deles.

Concorrência imperfeita só existe se um

comprador ou um vendedor pode influenciar no

preço. Dizemos que este comprador ou vendedor

detém poder de mercado.

4.1.3. Oligopólios

A palavra aparece no plural devido a existência

de vários tipos de oligopólio. No oligopólio, nós

encontramos um número pequeno de empresas

compradoras ou vendedoras. Alguns mercados são

dominados por algumas empresas grandes; outros

contêm milhares de vendedores. Uma indústria onde

poucos vendedores têm certo poder chama-se

oligopólio, isto é, poucos vendedores. É o tipo de

estrutura de mercado, nas economias capitalistas, em

que poucas empresas detêm o controle da maior

parcela do mercado. Numa indústria oligopolista, os

produtores sabem que têm certo controle sobre o

preço.

88

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Técnico em Transações Imobiliárias

Uma indústria significa o conjunto de

produtores de um bem ou serviço. O termo indústria

pode ser empregado em relação a qualquer bem ou

serviço, não apenas aos produtos manufaturados.

O oligopólio é um pequeno número de empresa

e é difícil estabelecer limites. Podem existir

oligopólios mesmo quando existe um número

bastante grande de concorrentes.

É mais comum a existência de um pequeno

número de empresas lideres e co-líderes, que dividem

entre si uma grande fatia do mercado como um todo.

Da mesma forma que os outros tipos de mercado,

para a existência de oligopólio algumas

características são importantes. Vamos a elas:

� Diferenciação – é uma das características

que alteram a característica da homogeneidade,

substitutibilidade e padronização.

� Rivalização – os concorrentes que atuam sob

condições de oligopólio são fortes rivais entre si.

Vale ressaltar que essa característica do oligopólio

nem sempre ocorre.

� Barreiras – é também uma característica

existente na estrutura de mercado do oligopólio, já

que o número de participantes são reduzidos e de

baste poder no mercado.

� Preço, extra-preço e poder – no oligopólio

a definição de preço, o extrapreço e o poder são

também características do mercado oligopolista.

� Visibilidade – existência da visibilidade

entre os componentes do monopólio é um fator

comum, já que as estratégias do grupo são definidas

em comum, os componentes do oligopólio

normalmente usam a mesma estratégia na definição

de preços e de quantidades produzidas.

4.1.4. Concorrência monopolística

Esta estrutura de mercado contém

características que se encontram nas definições

normais ou comuns do mercado perfeitamente

competitivo e monopolizados. Na concorrência

monopolizada, o número de concorrentes é grande.

Cada empresa concorrente participante possui suas

próprias características ou patentes, ou seja, usa de

estratégias para diferenciar seus produtos. Ela usa

suas características, seus pontos fortes para competir

em condições melhores, ou seja, diferencia seus

produtos de tal forma que cria seu próprio segmento

de mercado.

Destacamos as principais características do

mecanismo de concorrência monopolística:

� Competitibilidade – um grande número de

concorrentes com condições de competir com

condições muito próxima uma das outras.

� Diferenciação – as empresas concorrentes

conseguem vantagens uma das outras devido a

características que diferenciam uma das outras,

exemplo: a qualidade em seus produtos é superior.

� Substitutibilidade – trata-se de um atributo

que fica entre a insubstitutibilidade do monopólio e a

plena homogeneidade concorrência perfeita, ou seja,

a empresa lança produtos similares para conquistar

parcelas do mercado.

� Preço-prêmio – a capacidade de cada

concorrente controlar o preço depende do grau de

diferenciação percebido pelo comprador.

89

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

� Baixas barreiras – as barreiras de entrada de

novos concorrente é bastante baixa, há relativa

facilidade na entrada.

Para concluirmos destacamos que atualmente a

concorrência monopolística de mercado é a mais

comum no meio empresarial, ou seja, a competição

na economia globalizada ocorre dentro dessa

estrutura mercadológica.

CONCLUINDO...

Para finalizamos os estudos de economia

gostaríamos de retomar os nossos propósitos

pedagógicos. Como você pôde perceber, é de

fundamental importância para o Corretor de

Imóveis compreender as noções, conceitos e as

teorias que regulamentam a ciência econômica.

Os conceitos que estudamos são diretamente

aplicáveis às tarefas que você deverá analisar,

interpretar e avaliar os fatos econômicos para a

tomada de decisão referente aos processos que

afetam a vida nas organizações.

Esperamos que você possa ter desenvolvido

sensibilidade para a leitura dos fatos econômicos e

das interfaces complexas com outras áreas do

conhecimento e que possa realizar predições

(antecipações) com base nos construtos teóricos da

economia. E por fim que esteja apto para formar

opiniões bem fundamentadas sobre as áreas da

nossa vida em que as forças econômicas e o

interesse público se entrelaçam como um todo.

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

LEITÃO, Antônio Jorge; LOUREIRO, Paulo Roberto Amorim. A curva de salário para trabalhadores da região centro oeste do brasil em 1999. Brasília, DF, 2001. GUESNERIE, R.; MORAES, Reginaldo Carmello Correa de (Trad.). A economia de mercado. São Paulo: Ática, 21 cm. 119 p. ISBN 8508064578 VASCONCELLOS FILHO, Paulo. Planejamento empresarial: Teoria e prática. Rio de Janeiro: LTC, 1982. CORREA, JOSE RUBEM. 'open-market' - mercado aberto conceitos e mecanica de funcionamento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979. PEIXOTO, Madalena Guasco. A condição política na pós modernidade: A questão da democracia. São Paulo: EDUC - Editora da PUC-SP, 1998. MAZZUCCHELLI, FREDERICO. A contradição em processo: o capitalismo e suas crises. São Paulo: Brasiliense, 1985. CORREA, Jose Rubem. Mercado de capitais: Suas empresas e seus instrumentos. São Paulo. MAGDOFF, Harry.; SWEEZY, Paul Marlor,; DUTRA, Waltensir (Trad.). A crise do capitalismo americano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982. MAGDOFF, Harry. Imperialismo: Da era colonial ao presente. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. MAGDOFF, Harry. O fim da prosperidade: A economia americana na década de 1970. Rio de Janeiro: Campus, 1978.

MACEDO, Jamil P. De. Manual do Técnico em

Transações Imobiliárias. 11.ed. Goiânia: AB, 1994.

90

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Desenho Arquitetônico

91

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Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 93

OBJETIVOS.................................................................................................................................................... 93

I – NOÇÕES DE DESENHO ARQUITETÔNICO ..................................................................................... 93

1.2. Conceito de Desenho Arquitetônico ................................................................................................ 93

II - INSTRUMENTOS E MATERIAS DE DESENHO .............................................................................. 94

2.1. Materiais de Desenho ........................................................................................................................ 94

2.1.1. Desenho a mão................................................................................................................................ 94

2.2. Descrições e Uso.............................................................................................................................. 94

2.2.1. Prancheta para Desenho........................................................................................................ 94

2.2.2. Régua T, Paralela e Comum ............................................................................................... 95

2.2.3. Esquadros ............................................................................................................................... 95

2.2.4. Tecnígrafo............................................................................................................................... 96

2.2.5. Compasso................................................................................................................................ 97

2.2.6. Lápis e Grafite........................................................................................................................ 97

2.2.7. Transferidores........................................................................................................................ 97

2.2.8. Gabarito.................................................................................................................................. 98

2.2.9. Canetas especiais para uso de tinta ...................................................................................... 98

2.2.1.0. Tintas indelével, guaches e aquarelas................................................................................ 98

2.2.1.1. Papéis ................................................................................................................................... 98

III – ESCALA................................................................................................................................................ 100

3.1. Grandeza representativa da escala ................................................................................................ 100

3.2. Utilização das escalas ...................................................................................................................... 100

3.3. Escalas usadas no desenho arquitetônico ...................................................................................... 101

3.4. Tipos de escalas................................................................................................................................ 101

3.5. A Escala do papel ............................................................................................................................ 102

3.6. Posição do papel............................................................................................................................... 102

3.7. Cotas ................................................................................................................................................. 103

3.8. Exemplos de estilos de cotagem...................................................................................................... 103

3.9. Linha de Cota................................................................................................................................... 103

3.10. Tipos de Linhas de Cotas mais usados ........................................................................................ 103

IV - O TERRENO: ELEMENTO DA CONSTRUÇÃO ........................................................................... 104

4.1. O terreno .......................................................................................................................................... 104

4.2. Dimensões do terreno...................................................................................................................... 104

92

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Técnico em Transações Imobiliárias

4.3. Formas do terreno........................................................................................................................... 104

4.4. Valor do terreno ............................................................................................................................. 104

V - NOÇÕES DE TOPOGRAFIA............................................................................................................... 105

5.1. Origem da palavra Topografia....................................................................................................... 105

5.2. Cálculo de áreas............................................................................................................................... 106

VI - NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................... 106

6.1. Planta................................................................................................................................................ 106

6.1.2. Planta baixa ............................................................................................................................ 106

6.1.3. Planta de elevação.................................................................................................................. 107

6.1.4. Planta de cobertura................................................................................................................ 107

6.1.5. Plantas de situação................................................................................................................. 107

6.1.6. Fachada................................................................................................................................... 107

6.2. O Projeto .......................................................................................................................................... 107

VII – TIPOS DE ACABAMENTO.............................................................................................................. 108

VIII – DEFEITOS MAIS COMUNS DE CONSTRUÇÃO CIVIL .......................................................... 109

IX – FIGURAS GEOMÉTRICAS............................................................................................................... 110

X – RELAÇÃO DOS TERMOS .................................................................................................................. 111

XI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 112

93

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Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Prezado aluno, a finalidade deste curso não é

formar desenhista em arquitetura, mas sim,

fazer com que o técnico em Transações

Imobiliárias tenha noções básicas desta área de

conhecimento, por se tratar de um campo que faz

parte da sua área de atuação. Para manusear

desenhos, plantas etc, torna-se necessário que o

profissional tenha um conhecimento básico para

demonstração de desenho ou croqui, com o intituito de

explicar melhor a seus clientes a situação de um

imóvel, assim como suas limitações para efeito de

projeto.

Para os iniciantes do estudo de desenho, não

importando a especialidade, devem procurar adquirir,

de acordo com suas possibilidades, instrumentos da

melhor qualidade possível, pois para a executação de

um bom trabalho depende da qualidade do material

utilizado.

No decorrer deste material didático estaremos

explicando a finalidade de cada instrumento e a forma

correta de usá-lo. Cabe ressaltar que, é de grande

relevância o uso com propriedade dos instrumentos,

pois o mau uso acarreta vícios.

Passaremos agora a traçar alguns objetivos a

serem alcançados por meio deste curso no módulo de

desenho arquitetônico.

OBJETIVOS

Ao final deste módulo você deverá ser capaz de:

� Identificar os instrumentos mais importantes

que são utilizados em Desenho Arquitetônico.

� Identificar o uso de esquadros, réguas comuns,

régua T distinguindo seu manuseio.

� Distinguir formatos e dimensões do papel.

� Por meio de uma determinada escala, saber

identificar as: dimensões do papel em função do que

será desenhado.

� Identificar linhas, convenções e os símbolos

mais usados em Desenho Arquitetônico.

� Adaptar-se aos termos mais usados em

Arquitetura.

I – NOÇÕES DE DESENHO ARQUITETÔNICO

1.2 . Conceito de Desenho Arquitetônico

O desenho arquitetônico é uma especialização do

desenho técnico normatizado voltada à execução e a

representação de projetos de arquitetura. O desenho de

arquitetura poderia ser conceituado como “todo o

conjunto de registros gráficos produzidos por arquitetos

ou outros profissionais durante ou não o processo de

projeto arquitetônico”.

O desenho de arquitetura, portanto, manifesta-se

como um código para uma linguagem, estabelecida

entre o emissor (o desenhista ou projetista) e o receptor

(o leitor do projeto). Dessa forma, seu entendimento

envolve um certo nível de treinamento, seja por parte

do desenhista ou do leitor do desenho.

Bem, agora que você já está

familiarizado com o conceito e os

objetivos deste módulo, vamos ver um

pouco sobre os instrumentos e materiais que são

utilizados na elaboração de projetos, sua descrição e

uso.

94

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Técnico em Transações Imobiliárias

II - INSTRUMENTOS E MATERIAS DE

DESENHO

Quando nos referimos a elaboração de projetos

na área da Engenharia, Arquitetura e áreas afins,

devemos ter consciência no que se refere a obedecer

determinadas normas de representação gráfica de

acordo com as normas brasileiras (NB).

2.1. Materiais de Desenho

Com a ampla difusão do desenho auxiliado pelo

computador, a lista de materiais que tradicionalmente

se usava para executar desenhos de arquitetura tem se

tornado cada dia mais obsoleta. Alguns desses

materiais, no entanto, ainda são usados para checar

algum problema com os desenhos impressos, ou no

processo de treinamento de futuros desenhistas

técnicos. Após a impressão de pranchas produzidas em

CAD, ainda está em uso o escalímetro, que é uma

multi-régua com 6 escalas, que serve para conferir

medidas, se o desenho foi impresso na escala 1/50

utiliza-se a mesma escala em uma de suas bordas

visíveis.

Computer Aided Design (CAD), ou desenho

auxiliado por computador, é o nome genérico de

sistemas computacionais (software) utilizados pela

engenharia, geologia, arquitetura, e design para

facilitar o projeto e desenho técnicos.

2.2.1.1. Desenho a mão

A seguinte lista apresenta os materiais que

tradicionalmente foram utilizados no desenho dito

instrumentado (ou seja, o desenho feito a mão com

auxílio de instrumentos de desenho). Porém cabe

ressaltar que muitos destes materiais estão se tornando

raros nos escritórios de arquitetura, dada a sua

informatização.

� prancheta para desenho

� Régua “T” , régua “Paralela” Escalímetro e

Régua “Comum”.

� Esquadros

� Tecnígrafo

� Compasso

� Lápis e grafite

� Transferidores.

� Gabaritos

� Tintas indelével, guaches e aquarelas

� Tintas

� Papéis

2.2. Descrições e Uso

2.2.1. Prancheta para Desenho.

Prancheta é uma mesa, normalmente inclinável,

na qual é possível manter pranchas de desenho em

formatos grandes (como o A0) e onde se possam

instalar réguas T ou paralelas.

A prancheta pode ser de madeira com alavancas

de acionamento da inclinação e da altura. Pode ser

simples ou sofisticada, com porta plantas, porta objetos,

etc.

Para conservar a prancheta, periodicamente deve-

se proceder a uma limpeza com flanela umedecida em

álcool ou benzina retificada. Para remover resíduos de

nanquim. utiliza-se um líquido especial chamado

líquido de limpeza de caneta nanquim.

95

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Técnico em Transações Imobiliárias

( Exemplo de Prancheta)

2.2.2. RÉGUA T, PARALELA e COMUM

Essas réguas são instrumentos para traçado de

retas paralelas e perpendiculares, a serem usadas

juntamente com um par de esquadros.

Régua T

A régua T é composta de duas outras fixas uma

na outra. Uma delas é pequena e de madeira grossa,

denomina-se cabeçote, a outra, mais fina e mais longa,

denomina-se haste e juntas formam um ângulo de 90°.

A régua T serve para traçar linhas horizontais

paralelas no sentido do comprimento da prancheta,

servindo ainda de suporte aos esquadros para traçar

linhas paralelas verticais ou com determinadas

inclinações.

A régua T pode ser fixa ou cabeçote móvel com

transferidor, permitindo o traçado de linhas inclinadas.

Não pode ser usadas para cortar papel, guiando a ponta

do objeto cortante, pois esse uso pode estragar lhe as

bordas.

As réguas T de boa qualidade são leves, flexíveis

e, quando são necessários para trabalho com tinta,

pode-se encontrar com bordas de plástico.

Régua Paralela

A régua paralela é uma régua que pode ser

acoplada a prancheta. Essa régua funciona amarrada em

duas linhas fixas, que mantém seu paralelismos e nas

quais corre por um sistema de roldanas. Uma de suas

características é o de adaptar-se a qualquer prancheta.

A régua paralela pode deslocar-se no sentido

transversal para o traçado de linhas paralelas. As linhas

perpendiculares são obtidas com o esquadro.

A régua paralela é fabricada em acrílico cristal

com espessura de 3,2mm, podendo ter proteção de

alumínio anodizado.

Um tipo especial de régua, normalmente com

seção triangular, com a qual podem ser realizadas

medidas em escalas diferentes.

Régua Comum

As réguas comuns são de grande utilidade.

Servem para traçado de linhas entre os pontos

coordenadas do desenho. Podem ser graduadas ou com

rebaixo, são fabricadas de madeira com escala gravada

fotoquimicamente em borda de PVC ou em acrílico

cristal incolor com escala em milímetro.

2.2.3. Esquadros

São instrumentos nos quais se formam ou se

verificam ângulos retos e se tiram linhas

perpendiculares.

96

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Técnico em Transações Imobiliárias

Segundo relatos históricos os primeiros a utilizar

o esquadro foram os egípcios, tendo em vista que suas

pirâmides são compostas de pedras e bases

perfeitamente esquadrejadas.

Os esquadros podem ser usados em jogo ou

individual. O jogo de esquadros compreende um

esquadro de 30º e outro de 45º.

Os esquadros são fabricados em acrílico cristal ou

madeira, com 2 mm ou 3mm de espessura. Podem ser

com escala em milímetros, sem escala, ou com rebaixo

para traçado a nanquim. O tamanho dos esquadros varia

de 16 cm a 50cm.

Existem dois tipos de esquadros: o esquadro de

60° graus, cujos vértices têm ângulos de 30º e º e um

vértice com ângulo de 90°, e o esquadro de 45° graus,

com dois vértices com ângulos de 45° e um de 90°.

2.2.4. Tecnígrafo

Trata-se de uma prancheta sofisticada ideal para

desenhistas profissionais. Ele funciona acoplado a um

esquadro em L que pode se movimentar 360°

facilitando o desenho para qualquer lado no que se

refere as linhas perpendiculares e horizontais.

O tecnígrafo é um equipamento que substitui o

conjunto régua T e esquadros. Esta substituição

apresenta grande vantagem, pois num só instrumento

pode-se reunir uma série de utilidades, inclusive o

transferidor.

O tecnígrafo é fixado na prancheta, em sua parte

superior esquerda, podendo movimentar-se por toda a

área da prancheta. As escalas podem ser 1:10, 1:20,

1:25, 1:50, seus múltiplos e submúltiplos.

97

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2.2.5. Compasso

Compasso é um instrumento de desenho

utilizado para desenhar arcos de circunferência.

Também serve para marcar um segmento numa reta

com comprimento igual a outro segmento dado. O

compasso parabólico que conhecemos hoje foi

inventado por Leonardo da Vinci.

Devido às suas características geométricas, o

compasso pode ser modelado por um triângulo

isósceles, do qual é omitida a base. Dessa forma, a

implementação das operações do compasso se baseia na

manipulação algébrica das vértices deste triângulo.

A alteração da abertura do compasso ocorre

quando o braço da ponta de grafite é arrastado até que a

abertura desejada seja obtida.

O compasso possui duas pontas, uma fixa

semelhante a uma agulha denominada ponta seca, e a

outra ponta onde podem ser fixadas três acessórios,

conforme necessidades de uso: um acessório para traçar

circunferências a lápis, outro a tinta e outro chamado

alongador para grandes circunferências.

Para usá-lo é necessário colocar a ponta seca no

papel e gira-se o compasso em movimento de rotação

de acordo com o raio (r) pretendido.

2.2.6. Lápis e grafite

Os lápis são classificados por meio de letras ou

números, segundo o seu grau de dureza. Quanto maior

for o seu número ou classificação de sua letra, maior

será a sua rigidez.

Classificação alfabética:

Lápis macios:

7B, 6B, 5B, 4B, 3B, 2B

Lápis rijos:

H, 2H, 3H, 4H, 5H, 6H.

Lápis de dureza intermediária:

B, HB, F.

Classificação numérica:

� Número 1 equivalente a 3B;

� Número 2 equivalente a B;

� Número 3 equivalente a F;

� Número 4 equivalente a 2H;

� Número 5 equivalente a 4H;

� Número 6 equivalente a 6H;

A série B compreende, de forma geral, os lápis

macios e a série F os lápis duros. Para o desenho

preliminar pode-se usar o lápis HB, dureza média, ou

grafite equivalente para uso em lapiseira.

Associados ao uso da grafite estão sempre os

afiadores ou canivetes para afiar, as borrachas mais ou

menos macias e os porta-minas.

A grafite pode ser usada praticamente em todas as

superfícies, exceto nas plastificadas, onde adere mal.

Quase todos os tipos de papel - lisos, texturados,

rugosos são também um suporte adequado. O tipo de

papel que se usa é importantíssimo, pois determina a

forma como a grafite vai comportar.

Papéis coloridos são também freqüentemente

usados para trabalhos de desenho a grafite.

2.2.7. Transferidores

Transferidor é um instrumento utilizado para

medida e marcação de ângulos. É composto

basicamente por uma escala circular, ou de seções de

98

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Técnico em Transações Imobiliárias

círculo, dividida e marcada em ângulos espaçados

regularmente, tal qual numa régua. Seu uso é

diversificado tendo emprego em educação, matemática,

engenharia, topografia, construção e diversas outras

atividades que requeiram o uso e a medição de ângulos

com precisão.

Os transferidores podem ser de diversos tipos

sendo os mais comuns:

Fixos

� Transferidor de 360°

� Transferidor de 180°

� Transferidor de 90° (ou quadrante)

Móveis

� Transferidor de ângulo (com ou sem

relógio)

Cabe destacar que, os transferidores podem

marcar os ângulos não somente em graus mas também

em milésimos, como aqueles utilizados pelos militares

para aplicações de tiro.

Para desenho arquitetônico recomenda-se o

transferidor de 180º com divisão de 30 em 30.

2.2.8. Gabarito

São Pequenas placas plásticas ou metálicas que

possuem elementos pré-desenhados vazados e auxiliam

seu traçado, como instalações sanitárias,

circunferências, etc.

2.2.9. Canetas especiais para uso de tinta

Trata-se de Canetas especiais para desenhar com

tinta. As mais conhecidas são do tipo Graphos, Castell

ou Oxford. Essas canetas são usadas para linhas e letras,

utilizando penas numeradas e removíveis, dependendo

do tipo de trabalho a ser executado.

2.2.10. Tintas indelével, guaches e aquarelas

Na realização do desenho arquitetônico podem

ser usado tintas. As tintas mais usadas são as indelével

(nanquim preto). Porém pode-se encontrar a tinta

indelével de várias cores e servem para assinalar

determinadas convenções na apresentação de projetos.

Elas podem ser substituídas pelas tintas guache ou

aquarela.

2.2.11. Papéis

Dimensões e formato do papel no desenho

arquitetônico

O desenho arquitetônico, sendo visto como uma

linguagem gráfica que se constitui essencialmente de

linhas e símbolos, carece cada vez mais da

uniformidade de convenções. Segundo Oberg (s.d), a

leitura do desenho em muito casos é feita por pessoas

99

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com muito prática mas pouca instrução , que não devem

assim estar sujeito a caprichos do desenhista que utiliza

símbolos próprios, fruto de sua observação.

Com o intuito de se obter qualidade no trabalho

desenvolvido é que as Associações de Normas

Técnicas, os Institutos dos Arquitetos e os Conselhos

de Engenharia e Arquitetura vêm trabalhando para se

obter da classe uma uniformidade no que se refere as

normas recomendadas.

Informações como: dimensões, nomenclatura,

proporções, orientação entre outros devem ser

contemplados no desenho arquitetônico. Além dessas

informações, cabe ressaltar que, a qualidade no desenho

arquitetônico não depende somente da obediência às

normas instituídas, mas a uma série de quesitos como:

apresentar limpo, bem executado, preencher a natureza

objetiva da construção e ter bom gosto.

Folhas

Normalmente, as folhas mais usadas para o

desenho técnico são do tipo sulfite. Anteriormente à

popularização do CAD, normalmente desenvolvia os

desenhos em papel manteiga (desenhados a grafite) e

eles eram arte-finalizados em papel vegetal (desenhados

a nanquim).

Tamanho das folhas

Tamanhos de folhas (mm)

A4 210 X 297

A3 297 X 420

A2 420 X 594

A1 594 X 841

A0 841 X 1189

Dimensões e formato do papel:

As folhas devem seguir os mesmos padrões do

desenho técnico. No Brasil, a ABNT adota o padrão

ISO: usa-se um módulo de 1 m² (um metro quadrado)

cujas dimensões seguem uma proporção equivalente a

raiz quadrada de 2 (841 x 1189 mm). Esta é a chamada

folha A0 (a-zero). A partir desta, obtém-se múltiplos e

submúltiplos (a folha A1 corresponde à metade da A0,

assim como a 2A0 corresponde ao dobro daquela.

A maioria dos escritórios utiliza

predominantemente os formatos A1 e A0, devido à

escala dos desenhos e à quantidade de informação. Os

formatos menores em geral são destinados a desenhos

ilustrativos, catálogos, etc. Apesar da normatização

incentivar o uso das folhas padronizadas, é muito

comum que os desenhistas considerem que o módulo

básico seja a folha A4 ao invés da A0. Isso costuma se

dever ao fato de que qualquer folha obtida a partir

desde módulo pode ser dobrada e encaixada em uma

pasta neste tamanho, normalmente exigida pelos órgãos

públicos de aprovação de projetos.

O formato do papel não pode ser a gosto de cada

profissional, porém deve-se sempre considerar:

a) um desenho, feito em determinado tamanho,

com uma reprodução fotograficadas em dimensões do

anterior havendo múltipos e submúltiplos.

b) Os formatos padrões devem levar em

consideração as dimensões dos papéis (rolo e folhas).

As cópias são cobradas em função da superfície,

em metro quadrados de desenho. Por isso é mais

vantajoso que os formatos tenham 1 metro quadrado, ½

metros quadrados, ¼ metros quadrados etc.

100

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Técnico em Transações Imobiliárias

Você observou que esses instrumentos

agregam os vários elementos do desenho

arquitetônico que estudamos até agora?

Vale destacar, porém, que além de todos esses

instrumentos é necessário ter conhecimento

sobre escala e cotas. Vamos adiante?

III – ESCALA

O amplo conhecimento sobre escalas é um dos

quesitos básicos para aquele que se dedica ao estudo de

desenho técnico, em qualquer especialidade.

Foi através da impossibilidade de representar,

em muitos casos, em grandeza verdadeira certos objetos

cujas dimensões não permitiam o uso dos tamanhos dos

papèis recomendados pelas Normas Técnicas, que

surgiu a necessidade do uso da escala na representação

gráfica dos desenhos arquitetônicos.

A escala é, portanto, a relação que existe entre os

comprimentos de um desenho e seus correspondentes

no objeto. Logo, escala nada mais é do que uma razão

de semelhança.

Nos desenhos técnicos, as escalas usadas são: de

redução (quando há necessidade de reduzir objetos) e de

ampliação (no caso de ampliação de objetos). No

desenho arquitetônico, usa-se com mais freqüência a

escala reduzida.

Para a escolha de uma escala deve se ter em

vista:

1) o tamanho do objeto a representar:

2) as dimensões do papel;

3) A Clareza do desenho.

Para a boa apresentação do desenho essas

condições devem ser respeitadas.

3. 1. Grandeza representativa da escala

Um desenho feito em escala é uma representação

convencional dos elementos do mundo real, reduzidos

segundo uma proporção estabelecida previamente, e

esta proporção entre o desenho e a superfície real que

está sendo mostrado é o que se denomina de escala.

3.2. Utilização das escolas

A escala é usada para aumentar ou reduzir a

representação de objetos por meio do desenho.

Há três tipos de escalas como segue:

a) escala reduzida

b) escala real

c) escala ampliada

A escala real é representada (1:1), onde se lê 1

por 1.

101

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3.3. Escalas usadas no desenho arquitetônico

O desenho arquitetônico por sua natureza, só

utiliza escalas de redução. São as seguintes as escalas

mínimas:

a) 1:100 para plantas

b) 1:200 para coberturas

c) 1:500 para plantas de situação

d) 1:50 para fachadas e cortes ou seções.

A indicação da escala não dispensará a indicação

de cotas. As cotas deverão ser escritas em caracteres

claros e facilmente legíveis.

É importante perceber que, dependendo da

escala, a denominação da representação muda para

planta, carta ou mapa.

Utiliza-se para:

Detalhes de terrenos urbanos:

Escala: 1:50

Planta de pequenos lotes e edifícios:

Escalas: 1:100 e 1:200

Planta de arruamentos e loteamentos

Urbanos:

Escalas: 1:500; 1:1.000

Planta de propriedades rurais

Escalas: 1:1.000; 1:2.000; 1:5.000

Planta cadastral de cidades e grandes

Propriedades rurais ou industriais

Escalas: 1:5.000; 1:10.000; 1:25.000

Cartas de municípios

Escalas: 1:50.000; 1:100.000

3.4. Tipos de escalas

A) Escala numérica

O objeto ou grandeza representa-se sempre pelo

denominador da fração, ao passo que a sua

representação gráfica corresponderá ao numerador.

Assim, quando dizemos que um determinado

desenho está na escala de 1:50, equivale dizer que o

objeto ou grandeza é 50 vezes maior que o representado

por esse desenho.

Numa régua comum temos a escala 1:1 (lê-se:

um por um), ou seja, um centímetro na régua equivale a

um centímetro na realidade. A essa relação chamamos

de verdadeira grandeza (VG).

Podemos conseguir outras relações de escala em

que diminuímos o tamanho do objeto, mantendo suas

dimensões. Para representarmos um centímetro na

escala 1:5 (um por cinco), devemos dividir um metro

por cinco, e o resultado será a medida equivalente a ser

traçada no papel.

Numa escala 1:50, por exemplo, temos um objeto

reduzido 50 vezes. Diante dessa afirmação podemos

dizer que um desenho na escala 1:50 é maior em

tamanho do que o mesmo desenho na escala 1:100, pois

na primeira ele foi reduzido 50 vezes e na Segunda 100

vezes.

Exemplo: para obtermos uma medida equivalente a 4

metros na escala 1:50, temos:

1cm=50cm

x=400cm

x=400 = 8 cm

50

Portanto, a medida equivalente a 4m numa escala 1:50 é

de 8 cm.

B) Escala gráfica

É dado por um segmento de reta

convenientemente graduada. A graduação obedece a

relação entre a distância representada e sua real

grandeza. É, em resumo, a representação gráfica de uma

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escala numérica. A escala gráfica pode ser:

� Simples ou ordinária

� Decimal ou Transversais

Exemplo:

Construção de uma escala gráfica simples para a

escala numérica de 1:M.

A razão 1: M chama-se também título da escala

gráfica. (M = Módulo ao qual corresponde um dos

valores da relação).

Numa reta marcamos:

AB = BC = CD = ..... = Valor a representar = Módulo

(Supondo o valor a representar = 1m) AB = BC = CD =

... = 1m M

Tomamos a origem em B, que passa a ser 0 (zero)

e numeramos as divisões seguintes.

A divisão AB à esquerda será dividida em dez

partes iguais.

Teremos, pois:

BC = CD = DE = representando 1m

BN = 0,1AB = representando 0,1m ou 1dm

3.5. A Escala do papel

A escolha do tamanho do papel se dá em função

da escolha da escala ou vice-versa.

Para o tamanho da folha utilizada na

representação de uma porção bidimensional (área) do

terreno, deverá ser levada em consideração as

dimensões reais (em largura e comprimento), bem

como, as dimensões x e y do papel onde ela (a porção)

será projetada. Assim, ao aplicar a relação fundamental

de escala, ter-se-á como resultado duas escalas, uma

para cada eixo.

É importante ressaltar que tamanho de folha mais

utilizado para a representação da superfície terrestre

seguem as normas da ABNT, que variam do tamanho

A0 (máximo) ao A5 (mínimo).

Formato mm

A0 841 X 1189

A1 594 X 841

A2 420 X 594

A3 297 X 420

A4 210 X 297

A5 148 X 210

A6 105 X 148

A7 74 X 105

A8 52 X 74

A9 37 X 52

A10 26 X 37

A11 18 X 26

A12 13 X 18

Nas margens traçadas de 10 mm para os

formatos de papel A0 a A3 e de 5 mm para o formato

A4 e os subseqüentes não se deve desenhar nestas

margens.

3.6. Posição do papel

A posição do papel é determinada em função das

103

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diferenças de coordenadas máximas e mínimas, ou seja:

Posição vertical quando:

(XM – Xm) < (YM – Ym)

Posição horizontal quando:

(XM – Xm) > (YM – Ym)

Onde:

Y

X

3.7. Cotas

Cota é o valor numérico que representa a

dimensão real do que é desenhado, escrito acima e no

centro da linha de cota. A unidade da medida, quando

idêntica a todas as demais medidas da peça não deve ser

escrita ao lado da cota.

No Brasil, por força da ABNT, subentende-se

que as cotas são expressas em milímetros, caso

contrário, a unidade da cota deve ser escrita ao seu lado.

3.8. Exemplos de estilos de cotagem

A representação está numa proporção definida

com o objeto representado. Essa proporção é chamada

de escala.

Os comprimentos considerados no desenho são

chamados distâncias gráficas e os considerados no

objetos são chamados distâncias naturais.

3.9. Linha de Cota

A linha de cota deve ser uma linha fina, escura,

traçada paralelamente à direção do comprimento a ser

cotado, limitada por flechas (no caso de desenho

mecânico) ou por traços (no caso de desenho de

arquitetura), indicando os limites da cota. A linha de

cota deve ser traçada a uma distância de

aproximadamente 7 mm de outras linhas de cota ou do

contorno do desenho.

3.10. Tipos de Linhas de Cotas mais usados

Flechas - são setas colocadas nas extremidades

da linha de cota que indicam seus limites.

Obs: As cotas colocadas na planta deverão ser as

medidas do terreno que está sendo representado.

De nada nos adianta o conhecimento sobre

escalas se não temos uma relação de

conhecimento sobre o terreno, seu valor

econômico e como se dá o processo de

construção no mesmo, buscando aproveitar ao

máximo a área a ser construída. Vamos adiante

nesta empreitada?

IV - O TERRENO: ELEMENTO DA

CONSTRUÇÃO

4.1. O terreno

Existe uma relação significativamente próxima

entre a casa e o terreno em que será construída, relação

essa que também deve existir entre a casa e os demais

terrenos existentes nas proximidades. Por isso, há

necessidade de se estudar a massa provável em relação

ao terreno e as construções vizinhas.

Além das condições de ordem estética, os

104

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seguintes pontos devem ser considerados:

1) localização

2) dimensões e forma

3) topografia

4) orientação e insolação

5) valor do terreno

4.2. Dimensões do terreno

As dimensões de um terreno são de grande

relevância, pois tem grande influência no planejamento

de uma residência.

Pode-se usar como exemplo, um terreno situado

numa zona delimitada pelo municipio que está sujeito a

uma determinada taxa de ocupação e a construção do

lotes que também deve obedecer aos princípios básicos

de urbanismo. ( Vide figura abaixo)

ÀREA DO LOTE ÁREA CONSTRUÍDA 50%

Os terrenos largos por exemplo, apresentam

vantagens sobre os estreitos, pois facilitam a

distribuição dos diferentes compartimentos.

4.3. Formas do terreno

A forma retangular é a mais comum dos terrenos,

porém, não é a única que conduz a boas soluções.

Outras formas de terreno em muitos casos obrigam as

residências a terem feitios irregulares e, na maioria das

vezes, interessantes.

4.4. Valor do terreno

Terreno de alto preço não comporta uma casa de

baixo custo e vice – versa, por isso, casa e terreno

devem manter equilíbrio de valor.

A área de um loteamento pode ser calculada,

atribuindo-se percentagens para cálculos de índices a

principais fatores estáveis que influem para a

valorização de um lote como: distância em relação aos

centros de irradiação, orientação topografia, panorama,

etc. E por meio do conjunto desses fatores que será

possível obter os valores dos lotes com índices

compreendidos entre o máximo e o mínimo.

Atualmente, com a grande variedade de recursos

e sistemas de fundações existente, quase não existem

terrenos onde não se possa construir.

V - NOÇÕES DE TOPOGRAFIA

5.1 . Origem da palavra Topografia

A palavra TOPOGRAFIA tem sua origem na

escrita grega, donde TOPOS significa lugar e

GRAPHEN significa descrição. Dessa maneira pode-se

dizer que a TOPOGRAFIA é a ciência que trata do

estudo da representação detalhada de uma porção da

superfície terrestre.

105

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Desde os primórdios da civilização, ainda em seu

estágio primitivo, o homem tratou de demarcar sua

posição e seu domínio. Sem saber, ele já aplicava a

Topografia.

Os babilônicos, os egípcios, os gregos, os

chineses, os árabes e os romanos foram os povos que

nos legaram instrumentos e processos que, embora

rudimentares, serviram para descrever, delimitar e

avaliar propriedades tanto urbanas como rurais, com

finalidades cadastrais.

Por motivo de ordem econômica, muitos

preferem os terrenos planos. Esses terrenos permitem

solução horizontal de todos os compartimentos. Nos

terrenos acidentados a construção pode acarretar

diferenças de nível de pisos, coberturas irregulares,

porém apresentando soluções modernas e interessantes.

Quando é aclive em relação ao logradouro o

aproveitamento do terreno é mais fácil. Pode-se utilizar

a parte da frente como dependência de comunicação

direta com a via pública, porém quando é aclive em

relação a frente principal, pode ser utilizado para

acomodações situadas em níveis abaixo da via pública,

tendo dessa forma a obrigatoriedade de se empregar

bombas para o esgotamento.

5.2. Cálculo de áreas

A área é a medida de uma superfície.

Para calcularmos a área de uma sala, quarto,

cozinha, ou qualquer peça de uma casa, baseamo-nos

em formas planas.

Um quarto, por exemplo, pode ser considerado

um quadrado ou retângulo, conforme suas medidas, ou

ainda a combinação de duas ou mais formas. Obtendo

as formas geométricas, efetuamos o cálculo necessário

a cada uma para medir cada peça de uma casa. Para esse

cálculo, utilizamos as formas específicas para cada

figura, substituímos os valores conhecidos e efetuamos

a operação necessária.

106

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Agora que você já tem as informações sobre o

terreno, vamos a construção civil por meio da

utilização da planta? Você no seu trabalho já se

questionou qual a função da planta baixa de uma

construção?

VI - NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

6.1. Planta

É a seção que se obtém fazendo passar um plano

horizontal paralelo ao plano do piso a uma altura tal que

o mesmo venha a cortar as portas, janelas, paredes etc.,

ficando bem assinaladas todas as particularidades da

construção.( OBERG, [s.d]).

Nos trabalhos de Engenharia e Arquitetura, no

que diz respeito à edificação em geral, existe a

necessidade de representação dos imóveis em desenhos

padronizados para atender, inclusive, as

municipalidades locais (Código de Obras).

Por meio desses desenhos, feitos a tinta nanquim ou a lápis, em determinadas escalas, reproduz-se o imóvel em papel

imóveis são cortados imaginariamente por planos de

projeção.

A Projeção Ortogonal é a mais utilizada. Nessa

projeção as projetantes são perpendiculares ao plano

onde se deseja representar o desenho.

Exemplo de Projeção Ortogonal

6.1.2. Planta baixa

Esse tipo de planta destina a representar os

diversos compartimentos do imóvel, incluindo suas

dimensões e suas esquadrias. Existem casos que se usa

mais de um plano horizontal secante tendo em vista a

economia dos desenhos.

As escalas usuais são: 1:100 e 1:50.

mathema.psico.ufrgs.br/.../imagens/image182.jpg

6.1.3. Planta de elevação

Trata-se da projeção da fachada que se deseja

representar, no plano vertical de projeção ortogonal. O

posicionamento do observador é suposta em frente das

paredes do prédio e os raios visuais paralelos. Dessa

forma, todos os detalhes que existam nas fachadas

podem ser representados em suas verdadeiras

107

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grandezas.

De acordo com o Código de obras, todas as

elevações que dão acesso para os logradouros públicos

deverão ser desenhadas. Essa fachada é conhecida como

fachada principal ou lateral. A escala mínima adotada é

1:100, porém a mais usual é a 1:50.

6.1.4. Planta de cobertura

Trata-se da projeção ortogonal do telhado no

plano horizontal da projeção. Tem como finalidade

informar se o telhado tem uma ou mais águas, como a

cumeeira ficará disposta, quais as dimensões dos

frechais etc.

Os ângulos de inclinação são que determinam os

diferentes tipos de materiais que serão adotados. São

desenhadas na escala mínima 1:100.

6.1.5. Plantas de situação

A planta de situação é utilizada para indicar sobre

a posição do imóvel que estamos estudando, como ele

se situa com respeito ao logradouro, ou seja, nos

orientarmos sobre as várias maneiras em que os

imóveis são distribuídos.

A planta de situação mostra onde o terreno da

construção está situado no quarteirão, bairro, rua, ou

cidade até, sempre mostrando quando possível um ou

mais pontos de referência, como por exemplo um

supermercado, shopping, farmácia, etc.

A planta de situação indica a situação do terreno

na quadra e é feita na escola 1:1000, como mínima. Ela

nos fornecerá as orientações do terreno com respeito a

linha Norte Magnética, além do número de lote, da

casa, se possível, e a área do terreno e seu formato.

6.1.6. Fachada

Fachada é a representação da frente principal do

imóvel, no plano vertical de proteção. Deve ser

representativo da fachada do imóvel e mostrar em

verdadeira grandeza os detalhes que apresentam.

6.2. O Projeto

Para se obter um projeto relativo a qualquer obra

de construção, acréscimo, reconstrução, modificações

de um imóvel, será necessário conforme a natureza da

obra que vai executar, de alguns desenhos:

108

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I) Plantas cotadas de cada pavimento.

Nessas plantas devem ser indicados o destino de cada

compartimento e suas metragens: as áreas dos

pavimentos, terraços, alpendres e varandas, e a posição

de todas as divisas do lote:

II) Tanto no corte como nas fachadas,

deve constar informações sobre as medidas verticais, ou

seja, as alturas, as fachadas e também os planos de

profundidade.

III) Na planta de situação deve ser

indicado:

a) posição do imóvel em relação às linhas

limítrofes do lote;

b) orientação em relação sol N ( magnético);

b) numeração do imóvel mais próximo;

c) localização dos imóveis acaso existentes de um

lado e do outro;

d) localização do imóvel ou da esquina mais

próxima;

e) indicação da largura do logradouro e do

passeio ou da posição do meio fio, tendo assinalado

também a entrada ou entradas de veículo a serem feitas,

as árvores existentes no lote e no trecho do logradouro,

os postes e outros dispositivos de serviços ou

instalações de utilidade públicas que possam existir no

trecho.

f) As plantas de cobertura deve conter

informações sobre o sentido do caimento das águas e,

quando houver necessidade, calhas, rufos, dimensão

dois beirais e a especificação do material usado,

principalmente a telha.

Ufa! Quantas informações bacana tivemos

com esse módulo. No seu dia-a-dia você já

deve ter se deparado ou vai se deparar com

a seguinte pergunta: Qual o tipo de acabamento do

imóvel?

Você sabia que na construção civil o acabamento e

os defeitos básicos da construção representam uma

operação de grande importância?

VII - TIPOS DE ACABAMENTO

Pintura

Na construção civil a pintura representa uma

operação de grande importância. Há uma tendência

natural em considerar a pintura uma operação de

decoração, porém, além de decorar e proteger o

substrato, a tinta pode oferecer melhor higienização dos

ambientes, servindo também para sinalizar, identificar,

isolar termicamente, controlar luminosidade e podendo

ainda, ter suas cores utilizadas para influir

psicologicamente sobre as pessoas.

À primeira vista, uma parede interna ou uma

fachada bem acabada aparenta formar a base ideal para

receber uma pintura, entretanto, a pintura sobre

superfícies de reboco ou de concreto não é assim tão

simples como parece, constituindo-se num problema em

que os riscos e as dificuldades surgem em grande

número. Os materiais de construção empregados na

preparação e no acabamento das paredes são

quimicamente agressivos, podendo, conseqüentemente,

atacar e destruir as tintas aplicadas sobre elas.

Os materiais de alvenaria podem conter

considerável quantidade de água, apresentar porosidade

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excessiva ou irregularmente distribuída, bem como sais

minerais ou cal incorretamente carbonatada, estando

sujeitos à degradação progressiva que terminará por

reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com elas

o sistema de pintura empregado.

O resultado final de um sistema de pintura é o

produto direto do adequado preparo da superfície que

será pintada.

VIII - DEFEITOS MAIS COMUNS DE

CONSTRUÇÃO CIVIL

Revestimentos do pilotis e fachadas - São

usualmente detectados descolamento de pastilhas,

infiltrações, rachaduras, falta de juntas de dilatação,

acabamento despadronizado (tons diferentes), material

de acabamento de qualidade inferior ou aplicado com

má técnica, dentre outros;

Infiltrações - causa mais comum é a má técnica

construtiva, sobretudo, pela falta de aplicação de

material impermeabilizante adequado e, normalmente

mais caro, como o caso de mantas e rejuntes flexíveis.

Rachaduras são causas preocupantes, pois, além de

conduzir a água ao interior da edificação, podem atacar

a estrutura (ferragens em geral);

Forros de Gesso - Muitas vezes são mal fixados,

cedendo em determinados pontos ou apresentando

ondulações, sem contar o mau acabamento nas

extremidades. Infiltrações são fatais para este tipo de

acabamento;

Rachaduras - Podem ser resultado de um

simples mau acabamento, aplicação de materiais

inadequados ou mesmo falta de material. "Maquiagens"

são constantemente utilizadas para enganar o

consumidor, como a aplicação de telas por debaixo da

massa que receberá a pintura, permitindo a

continuidade do movimento da alvenaria que gerou a

rachadura;

Acabamentos de Pisos e Paredes - Caimentos de

água para o lado contrário do ralo, cerâmicas se

soltando, "fofas" (quase soltando), quebradas,

assentadas tortas e/ou desniveladas, rejuntamentos

soltando ou encardidos, permitindo infiltrações, bem

como aplicação de material de baixa qualidade e

acabamentos pobres são constatações comuns. Há ainda

casos de paredes tortas ou fora de esquadro, muitas

vezes apresentando trincas ou rachaduras ao juntarem-

se umas com as outras, com janelas ou com o teto;

Distribuição de Energia Elétrica - Muitas vezes

deficiente em função da utilização de fiação inadequada

para o consumo médio, ocasionam a queima constante

de lâmpadas e equipamentos eletroeletrônicos.

Escadas e Portas Corta Fogo - Muitas das

construções contam com Portas Corta Fogo

insuficientes quanto à qualidade e tempo em que

suportam fogo sem se desintegrarem e guardam, por

traz de si, escadaria inadequada, sem corrimão, piso ou

fitas anti-derrapantes e luz automática, de emergência.

Itens adequados podem, na maioria dos casos, ser

exigidos da construtora em forma de indenização;

Gasômetros - Certifique-se que os gasômetros

não estejam instalados diante das portas de saída do

apartamento e que não tenham o fácil acesso de

crianças. Há risco de fogo e explosão, não permitindo a

saída de pessoas do apartamento e isso não é boa

técnica construtiva. Há ainda a falta de ventilação para

o caso de vazamento;

Vazamento acústico - Problema freqüente das

construções mais novas é o barulho que vem do

vizinho, seja pela coluna de ventilação dos banheiros,

110

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seja através das próprias paredes, piso ou teto.

IX - FIGURAS GEOMÉTRICAS

Veremos a seguir algumas considerações

relacionadas a áreas de figuras planas.

Baseados na fórmula bh

2 para área de triângulo,

temos os seguintes fatos:

Triângulos que possuem bases e alturas relativas

a essas bases, respectivamente com medidas iguais, têm

mesma área.

Triângulos que possuem apenas base com

medidas iguais têm áreas proporcionais à altura relativa

a essas bases.

Triângulos que possuem altura com medidas

iguais têm áreas proporcionais à base relativa a essa

altura.

Passemos agora a um exemplo:

EXEMPLO 1: Dado o quadrilátero convexo

ABCD e o ponto médio E da diagonal AC,

calcularemos a área de ABED em função da área de

ABCD.

Como BE e DE são medianas dos triângulos

ABC e ADC, respectivamente, elas dividem as áreas

desses triângulos em duas partes de mesma área. Assim,

o quadrilátero ABED, sendo formado pelas metades

ABE e ADE dos triângulos ABC e ADC, que juntos

formam o quadrilátero ABCD, tem metade da área de

ABCD.

Seja ABCD um trapézio de bases AB e CD. As

diagonais se intersectam no ponto O. As áreas dos

triângulos ADO e BCO são iguais.

Perceba que os triângulos ADC e BCD têm

mesma área, já que possuem mesma base DC e alturas

congruentes (as distâncias de A e B ao lado DC).

Agora, retire de ambos o triângulo DOC comum a

ambos. Dessa forma, restam os triângulos ADO e BCO

com áreas iguais.

Dado o polígono convexo ABCDE, achar um

quadrilátero ABCD que tenha a mesma área.

Trace por E uma paralela à diagonal AD. Em

seguida, ligue A a D (interseção de CD com a paralela

traçada). Assim, os triângulos ADE e ADD têm áreas

iguais. Como o quadrilátero ABCD não sofreu

alteração, ABCDE e ABCD’ têm áreas equivalentes,

como queríamos.

Sejam AA’, BB’, CC’ cevianas concorrentes num

ponto O. Assim,BA'

A'C

ABO

ACO (Método K). Conclua

que BA'

A'C

CB'

B'A

AC'

C'B=1 (Teorema de Ceva).

A

B

D

C

E

111

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Obs: a volta desse resultado também ocorre, ou seja, se

BA'

A'C

CB'

B'A

AC'

C'B=1, então as cevianas AA’, BB’, CC’

são concorrentes.

X - RELAÇÃO DOS TERMOS MAIS USADOS EM

ARQUITETURA

A seguir será dado algumas definições de termos

usuais em desenho arquitetônico:

Alinhamento:Trata-se da linha projetada e

locada para marcar o limite entre o lote e o logradouro

público.

Acréscimo: Trata-se do aumento de uma

construção, que pode ser tanto no sentido horizontal ou

no vertical.

Altura de uma fachada: Trata-se do segmento

vertical medido no meio de uma fachada e

compreendido entre o nível do meio-fio e um linha

horizontal passando pela parte mais alta da mesma

fachada.

Pavimento: Sucessão vertical de pisos de uma

edificação.

Pavimento térreo: Trata-se do pavimento que se

situa ao nível do terreno e que , em geral, serve de

acesso às edificações.

Pavimento de uso comum: trata-se do

pavimento de uso de todos os moradores ou usuários de

uma edificação. Nestes pavimentos geralmente localiza-

se: bares, saunas, salão de festas, play-graunds, salões

de festa.

Pavimento-tipo: é o pavimento que mantém as

mesmas divisões, e se repete pelos demais pavimentos

de uma edificação;

Pavimento Semi – enterrado: é o pavimento

situado abaixo do nível do terreno, cujo teto, estará, no

máximo, a 1,30 m acima do terreno;

Subsolo: Está abaixo do nível do terreno, cujo

teto estará, no máximo, a 1,30 m acima do terreno.

Sobreloja: trata-se do pavimento situado

imediatamente acima da loja.

Mezanino: trata-se do andar pouco elevado

Pespectiva: trata-se da representação do objeto

ou projeto arquitetônico na sua forma original, ou seja,

da forma como vemos.

Afastamento: faixa contínua de terreno que não

servem para construção que podem estar entre prédios

ou em divisas do lote, testada ou fundo.

Gabarito: trata-se da medida padrão fixada pelo

Código de Obras do Município para a grandeza de

logradouros ou de edificações. Tendo como exemplo a

altura de um edifício.

Área total de construção: refere-se a soma da

área de todos os pavimentos.

Área útil: toda área utilizada de uma edificação

com excessão das paredes.

Área ou prisma de iluminação e ventilação:

area destinada a iluminação e à ventilação do prédio ou

A

D

O

B

C

A

B

C

E

D D’

112

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casa.

Compartimentos: refere-se ás divisões internas

do imóvel.

Compartimento principal: refere-se à

dependência de uso contínuo, prolongado como:

dormitórios, escritórios, salas de estar, consultórios, etc.

Compartimento de serviço: de permanência

transitória, como: cozinhas, banheiros, corredores,

depósitos, garagens, áreas de serviços, etc.

Beiral: parte do telhado que sobressai ao prumo

da parede.

Caramanhão: trata-se da cobertura de ripas,

estacas, arames ou canos, revestidas de trepadeiras, em

jardins.

Marquise: trata-se da cobertura, geralmente em

balanço, utiliza-se para proteção do pedestre.

Pergolado: refere-se a uma cobertura vazada na

qual é utilizada para proteção dos raios solares ou para

sustentar plantas trepadeiras.

Curva de nível: linha que une os pontos do

terreno situados na mesma altura.

Passeio de um prédio: trata-se do calçamento ao

redor do prédio.

Passeio de um logradouro: parte do logradouro

destinado ao trânsito de pedestres.

Testada do lote: refere à linha que separa o

logradouro público do lote.

Desdobro: refere-se à divisão de um único lote

em uma ou mais partes, em que cada parte tem a

possibilidade legal de existência autônoma.

Desmembramento: trata-se da redivisão de um

lote existente, com novos dimencionamentos.

Área “non aedificandi”: área que pode ou não

pertencer a um lote, porém, não é permitido nenhum

tipo de construção.

Investidura: trata-se da incorporação de uma

área que pertence a um logradouro público ou a uma

propriedade privada.

Recuo: refere-se ao espaço obrigatório exigido

pela Prefeitura na frente, no fundo e nas laterais das

construções para efeito de iluminação, isolação e

prevenção.

Taxas de ocupação: refere-se ao limite que é

fixado pela prefeitura que delimita o espaço que pode

ser ocupado dentro do terreno.

Edificação: referes-se à construção destinada a

abrigar qualquer atividade humana.

Edícula: construção complementar a construção

principal, porém sem comunicação interna com a

mesma.

XI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTENEGRO, Gildo A. Desenho arquitetônico; São

Paulo: Edgar Blucher, 2001.

CHING; Francis D. K. Representação gráfica em

arquitetura; Porto Alegre: Bookman Editora.

CHING; Francis D. K. Técnicas de Construção

Ilustradas; Porto Alegre: Bookman Editora.

Manual do técnico em transações Imobiliárias.11.ed.

Goiânia: AB, 1994.

OBERG, Lamartine. Desenho Arquitetônico.32. ed. [ s. l]:

O Livro Técnico, [s.d].

www.ufrgs.br/museudetopografia/museu/his_topo.html

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UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Marketing Imobiliário

114

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 115

I – MARKETING...................................................................................................................................... 115

1.1. Conceitos e Definições.................................................................................................................... 115

1.2. O Marketing Imobiliário ........................................................................................................... 115

II - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO ................................................................................................................ 116

2.1. Nascimento...................................................................................................................................... 116

2.2. As funções do Marketing ............................................................................................................... 116

2.3. Filosofias de Administração de Marketing .................................................................................. 116

2.4. Segmentação do mercado-alvo...................................................................................................... 117

2.5. Ferramentas de Marketing mais utilizadas .............................................................................. 117

2.6. Deficiências Supridas pela Ação do Marketing........................................................................... 118

2.7. Composto de Marketing ................................................................................................................ 118

2.8. As Mudanças ................................................................................................................................. 119

III - O AMBIENTE DE MARKETING .................................................................................................... 121

3.1. Abordagens de Marketing:............................................................................................................ 121

3.2. Agentes ............................................................................................................................................ 121

3.3. Variáveis ......................................................................................................................................... 121

IV - O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR ................................................................................ 121

4.1. Segmentação do Mercado.............................................................................................................. 121

4.2. Segmentação do Cliente................................................................................................................. 122

4.3. Comportamento do Consumidor (Comprador)................................................................................. 122

4.4. Necessidades do Consumidor (Comprador) ................................................................................ 123

4.5. Fluxo de Informação ............................................................................................................................ 124

4.6. Tomadas de Decisão....................................................................................................................... 124

V – PESQUISA ............................................................................................................................................ 124

5.1. Sistema de Informação de Marketing .......................................................................................... 125

5.2. Perguntas básicas da pesquisa ...................................................................................................... 125

5.3. Etapas, Tipos e Métodos ................................................................................................................ 125

5.4. Trabalho de Campo ....................................................................................................................... 125

VI – DECISÕES DO COMPOSTO ........................................................................................................... 126

6.1. Os Setores – Áreas.......................................................................................................................... 126

VII - A IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA....................................................................................... 126

VIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 126

115

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INTRODUÇÃO

Que bom que você conseguiu vencer

mais uma etapa do curso. Agora você

conhecerá um pouco mais sobre Marketing

Imobiliário.

É de fundamental importância que você

domine as estratégias e ações do Marketing para

que possa alcançar o seu público-alvo em um

relacionamento satisfatório para ambos.

I - MARKETING

As organizações são estruturas compostas

com o propósito de obter lucro, e para atingir esse

objetivo, é necessário que elas estejam em sintonia

com o mercado, oferecendo aquilo que o seu público

alvo deseja adquirir, e é essa a principal função do

Marketing: identificar as necessidades e tentar supri-

las da melhor forma possível.

A administração do composto de marketing se

torna primordial para as empresas que desejam se

estabelecer e manter um relacionamento duradouro

com o mercado. No caso específico do ramo

imobiliário esse composto apresenta algumas

particularidades que serão abordadas ao longo desta

apostila.

1.1. Conceitos e Definições

A palavra marketing tem muitas

definições na literatura, seguem algumas

consideradas mais significativas:

Marketing é um processo social por meio do

qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de

que necessitam e o que desejam com a criação, oferta

e livre negociação de produtos e serviços de valor

com outros (KOTLER e KELLER, 2006).

Marketing é o conjunto de operações que

envolvem a vida do produto, desde a planificação de

sua produção até o momento em que é adquirido pelo

consumidor (Dicionário Michaelis).

Marketing é o conjunto de estratégias e ações

que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a

sustentação de um produto ou serviço no mercado

consumidor (Dicionário Novo Aurélio).

O conceito contemporâneo de Marketing

engloba a construção de um satisfatório

relacionamento a longo prazo do tipo ganha-ganha

no qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que

desejam. O marketing se originou para atender as

necessidades de mercado, mas não está limitado aos

bens de consumo. É também amplamente usado para

"vender" idéias e programas sociais. Técnicas de

marketing são aplicadas em todos os sistemas

políticos e em muitos aspectos da vida.

1.2. O Marketing Imobiliário

O marketing aplicado ao mercado imobiliário

segue as mesmas regras e técnicas para outros

mercados. A diferença entre os diversos mercados

está no público alvo e nas ferramentas de marketing

que serão utilizadas em cada caso.

Até bem pouco tempo as empresas do mercado

imobiliário utilizavam como marketing: anúncio no

jornal, cavalete na esquina e folhetos. Com o advento

da globalização e o desenvolvimento das

comunicações, o consumidor passou a ter mais

acesso à informação e está mais consciente dos seus

direitos e mais exigente.

116

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Essa exigência do consumidor acirrou a

concorrência e levou as empresas a adotarem outras

estratégias de marketing.

Agora que você já sabe o conceito de

Marketing que tal conhecermos a sua

história e evolução.

Antes de dar prosseguimento à leitura do texto e

baseado nos conceitos já estudados, você saberia

dizer qual a função do marketing? Vamos lá!

II - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO

2.1. Nascimento

Apesar de encontrarmos suas raízes ao longo

da história da humanidade, na própria gênese do

comércio o marketing é um campo de estudo novo

se comparado com os demais campos do saber.

O estudo do mercado surgiu da necessidade

dos industriais de administrar a nova realidade,

oriunda da revolução industrial que causou uma

transformação de um mercado de vendedores para

um mercado de compradores.

Neste estágio os consumidores não tinham

qualquer poder de barganha e a concorrência era

praticamente inexistente.

Tal realidade manteve-se inalterada até fins da

Segunda Guerra Mundial quando então, reagindo ao

crescimento da concorrência, mercadólogos

começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com

seus consumidores. Surgiu então a cultura de vender

a qualquer preço.

As técnicas existentes baseavam-se mais na

intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas

e/ou maliciosas que estavam misturadas a

ferramentas eficientes. Lenda e fato se misturavam,

mas o mercado não dava muito ouvido à academia.

2.2. As funções do Marketing

Ao se falar em funções do Marketing, convém

uma passagem pela compreensão de sua finalidade,

que, nas palavras de Richard L. Sandhusen, supre

deficiências e cria utilidades. Ele especifica quatro

tipos, a saber:

1. local

2. tempo

3. posse

4. forma

2.3. Filosofias de Administração de Marketing

Na maior parte das empresas, o marketing

ocupava, um lugar modesto no organograma, o de um

serviço comercial, composto por alguns vendedores e

empregados e muitas vezes estava subordinado ao

diretor de produção ou diretor administrativo. Aos

poucos foi se alastrando e atualmente, pode-se ver a

mesma empresa praticando diferentes filosofias de

marketing ao redor do mundo: orientação para

produção, produto, venda, cliente e sociedade,

podendo identificar na evolução do marketing as

seguintes filosofias para sua administração.

Orientação para Produção: A grande questão,

para as empresas, era produzir e não vender. O papel

do marketing é, essencialmente, entregar produtos em

locais onde possam ser comprados.

Orientação para o Produto: Considera que os

consumidores preferem os produtos de melhor

qualidade, desempenho e aspectos inovadores.

Portanto, as organizações deveriam esforçar-se para

aprimorar seus produtos permanentemente.

117

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Orientação para Vendas: A orientação para

venda significa que o propósito da empresa é

satisfazer o desejo do cliente para que ele possa

voltar e comprar mais vezes.

Orientação para o Cliente: A função principal

da empresa não é mais produzir e vender, mas

satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir

qualquer coisa, via estudos de mercado e com base

nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe

produtos, serviços, idéias de qualidade e valor, para

que os consumidores voltem a comprar e a falar bem

da empresa e de seus produtos.

Orientação para o Marketing Socialmente

Responsável: Sustenta que a organização deve

determinar as necessidades, desejos e interesses do

mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um

valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-

estar do cliente e da sociedade.

Orientação para o Marketing Holístico: Nesta

abordagem a empresa deve tentar compreender e

administrar toda a complexidade envolvida na gestão

de marketing de uma empresa.

2.4. Segmentação do mercado alvo

As primeiras coisas a serem definidas em

qualquer planejamento de marketing, é quem são

seus consumidores, e qual exatamente é seu mercado

alvo.

Por maior e mais poderosa que seja nenhuma

empresa pode fazer um bom trabalho em todos os

mercados e satisfazer todas as suas necessidades.

Segmentar o mercado é dividi-lo em grupos

com características e interesses semelhantes.

Esse processo é derivado do reconhecimento

de que o mercado total é freqüentemente feito de

grupos com necessidades específicas.

Em função das semelhanças dos consumidores

que compõem cada segmento, eles tendem a

responder de forma similar a uma determinada

estratégia de marketing.

Como vimos o marketing é de

fundamental importância para o mercado

de trabalho. Você saberia dizer quais são

as ferramentas mais utilizadas para este fim? Antes

de dar prosseguimento à leitura do material, faça

uma lista das ferramentas que você considera mais

importante e depois confira com as que estão

mencionadas no texto abaixo.

2.5. Ferramentas de Marketing mais utilizadas

As ferramentas de marketing mais utilizadas

atualmente são:

a) pesquisa de mercado

b) estandes de venda cinematográficos

c) unidades modelo decoradas

d) tratamento paisagístico do local do

empreendimento

e) transporte gratuito para levar o cliente ao

local

f) site na internet

g) projetos mais elaborados

h) projejtos conceituais

i) áreas comuns decoradas e equipadas

j) promoções diversas

l) blitz com brindes

m) descontos para compra através da internet

n) sorteios e prêmios

o) material de divulgação com altíssima

qualidade

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p) marketing de relacionamento

q) serviço de atendimento ao cliente etc.

O marketing hoje é fundamental para o sucesso

dos seus projetos e um investimento e não uma

despesa.

2.6. Deficiências Supridas pela Ação do Marketing

a) Valor entre o preço da oferta e do negócio

realizado,

b) Do conhecimento das particularidades e dos

benefícios dos produtos ou serviços.

c) Localização do fornecedor e do consumidor.

d) De tempo entre quando o produto é

produzido ou o serviço é gerado.

e) De prioridade entre a posse do fornecedor e

a posse do consumidor.

2.7. Composto de Marketing

O composto de marketing deverá focar o

mercado alvo trabalhando fundamentalmente os

seguinte itens:

• produto

• preço

• ponto

• promoção

O composto mercadológico foi formulado

primeiramente por Jerone McCarthy em seu livro

Basic Marketing (1960) e trata do conjunto de pontos

de interesse para os quais as organizações devem

estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de

marketing.

O composto é dividido em 4 seções

freqüentemente chamadas dos "quatro pês". Elas são:

Produto

Do inglês product. A gestão de produto lida

com especificações do bem (ou serviço) em questão e

as formas como ele se relaciona com as necessidades

que o usuário tem. Para o cliente seu Produto deve

ser a melhor solução.

Conjunto de atributos tangíveis e intangíveis

que proporcionam benefícios reais ou percebidos

com o objetivo de satisfazer necessidades e desejos

de consumidores ou grupos de consumidores.

Preço

Do inglês price. Processo de definição de um

preço para o produto, incluindo descontos e

financiamentos, tendo em vista o impacto não apenas

econômico, mas também psicológico de uma

precificação. Para o cliente seu Preço deve oferecer

o melhor custo e benefício.

Ponto (praça)

Do inglês placement. Preocupa-se com a

distribuição e refere-se aos canais através dos quais o

produto chega aos clientes, inclui pontos de vendas,

pronta-entrega, horários e dias de atendimento e

diferentes vias de compra. Para o seu cliente sua

Praça deve ser a mais conveniente.

Promoção

Do inglês promotion. Inclui a propaganda,

publicidade, relações públicas, assessoria de

imprensa, boca-a-boca, venda pessoal e refere-se aos

diferente métodos de promoção do produto, marca ou

empresa. Para seu Cliente a sua Promoção deve ser

a mais agradável e presente.

Os profissionais de marketing usam essas

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variáveis para estabelecer um plano de marketing.

Para o plano de marketing ser bem sucedido, a

estratégia traçada para os quatro pês, deve refletir a

melhor proposta de valor para os consumidores de

um mercado alvo bem definido. A administração de

marketing é a aplicação prática deste processo.

O Marketing de serviços conta ainda com

outros componentes no seu marketing mix: Pessoas,

Processos e Evidências Físicas.

2.8. As Mudanças

Mesmo que todas as elaborações sobre

marketing tratem de ambiente, variáveis e

influências, o fato é que rapidamente os conceitos

têm de ser revistos, as propostas relançadas, os

métodos refeitos.

A mudança é a maior característica de

nosso tempo.

As maiores mudanças que enfrentamos são:

� a globalização (você terá de ser encaixar,

uma mudança noutro país atingirá sua atividade)

� a qualidade (a qualidade nos serviços que

você presta não será mais um diferencial. Os serviços

serão de qualidade)

� a margem de lucro será reduzida (ou

alcançamos grande produtividade ou conseguiremos

diferenciar nossos produtos ou serviços de maneira

que nossos clientes paguem agradavelmente o nosso

preço-prêmio)

� os clientes serão menos fiéis do que já são (se

não investimos no relacionamento com eles, nós não

os teremos)

� Todos teremos que conhecer e usar a

tecnologia da informação (afinal, queremos estar na

vanguarda, ou esperaremos a ultrapassagem?)

� as novas formas de realização estão aí a

desafiar nossa capacidade de compreensão.

Já que o assunto é mudanças, observe algumas

que aconteceram ou estão acontecendo no segmento

da intermediação imobiliária agora.

� De corretor de imóveis para consultor

imobiliário.

� De técnico em transações imobiliárias para

gestor imobiliário, isto é do nível médio para o

superior.

� De notas fiscais de firma individual ou RPA,

Recibo de Pagamento a autônomos, para notas fiscais

de cooperativas de trabalho.

� Da antiga opção de venda para contrato

particular de prestação de serviços de intermediação

imobiliária.

� Da prestação de serviços de intermediação na

empresa imobiliária para escritórios independentes,

em casa e no carro, no conceito dos Home Office,

com crescente utilização de sites pessoais.

III - O AMBIENTE DE MARKETING

Neste século XXI avistamos dramáticas

mudanças ocorrendo no mundo dos negócios. Os

líderes de mercado devem capitalizar o potencial da

Tecnologia da Informação antecipando as mudanças

no comportamento de compra e criando novos

modelos de venda para sobreviver e obter

crescimento de vendas.

Todavia, esses rápidos avanços tecnológicos

produzem riscos e oportunidades que abrangem

questões estratégicas de planejamento, fundamentais

para o resultado positivo de suas metas e objetivo,

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tais como:

� Planejamento e alocação de recursos

� Administração de vendas e canais de

distribuição

� Expansão e desenvolvimento de produtos x

mercados

� Compreensão do comportamento do

consumidor

� Administração dos parceiros de negócio e a

integração da cadeia de suprimentos

� Consolidação das Vendas e o Marketing Mix

� Ampliação dos incentivos e controles de

performance

Vamos, pois, examinar criteriosamente cada

um dos pontos levantados acima:

É de conhecimento geral, que a comoditização

de produtos, o E-commerce e a presença de novos

competidores estão pressionando as margens de

contribuição, forçando as organizações a reduzirem

vendas e orçamentos de marketing. Como resultado,

as empresas terão de ser inovadoras o suficiente para

poder crescer com menos, exigindo maior precisão

nos investimentos;

A estratégia de uso de múltiplos canais vem

sendo adotada pela maioria das organizações líderes

no mercado. São sistemas híbridos combinando

múltiplos pontos de interação como vendas em

campo, call center, web e outros. Vale notar que a

integração e o fluxo das informações é fundamental

para que se possa avaliar em tempo real que produtos

vai entregar e preços praticar através das diversas

rotas de mercado;

A introdução de novos produtos e serviços

obedecerá a lógica da abordagem econômica de

customização de massa, tanto para consumidores

individuais, quanto canais e parceiros.

Adicionalmente, a tendência será ampliar a

participação no cliente, buscando novos mercados

(alguns ficam obsoletos);

O ambiente de negócios irá consolidar a visão

de que o consumidor tem uma expectativa baseada

nas necessidades de conveniência, comodidade e

personalização do atendimento, com foco no

desenvolvimento do relacionamento;

Administrar todos os componentes que

integram a cadeia de valor de qualquer empresa e

segmento de atuação exigirá muita organização, pois

certamente vão ocorrer conflitos entre empresas,

parceiros e canais a respeito do controle da marca,

relacionamento com os clientes, prospects e acesso

ao mercado;

Redefinir a Marca, preços e estratégias de

Marketing Direto serão políticas mandatárias dentro

das empresas, que necessitarão capitalizar o poder da

nova interatividade, database e comunicação;

Processar os controles de performance deverá

ser realizado por meio da implementação de soluções

"end to end", E-care e suporte on line.

É fácil, diante dos elementos supra citados,

pensar nas claras conseqüências no ambiente de

negócios que se processarão dentro deste cenário de

constantes mudanças em velocidades nunca

imaginadas:

� Com a introdução de novas tecnologias e

disseminação do uso da internet, as empresas

tenderão a sofrer perda de clientes por meio de uma

menor intermediação;

� Em razão da comoditização dos produtos e

serviços e das alterações na relação de oferta x

demanda, a formação dinâmica dos preços irá

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produzir a erosão das margens de contribuição e

forçar a busca de redução de custo;

� A diminuição do Brand Equity nos novos

canais de venda e modelos de negócios.

� Por fim, como resultado deste panorama,

pode assumir quais os riscos que as organizações

correrão: Fracasso se nada fizer; Fracasso se fizer a

coisa errada; Fracasso se fizer a coisa certa, porém

muito tarde.

3.1. Abordagens de Marketing

A abordagem de marketing considera a

atividade imobiliária como bens industriais, ou como

bens de serviços.

a) Fabricação/ Produção.

b) Imóvel.

c) Bem Industrial.

d) Venda do Imóvel.

e) Intermediação.

f) Bem de Serviço.

3.2. Agentes

Quantos aos agentes nesse mercado,

entendamos o modo de sentir e tratar o mercado

imobiliário, em que incluem:

a) Clientes.

b) Agentes financeiros.

c) Profissionais de Imóveis.

d) Incorporadores.

e) Construtores.

f) Intermediadores (Corretores de

Imóveis/ imobiliárias).

g) Administradores.

h) Proprietários de imóveis.

3.3. Variáveis

As variáveis nada mais são do que as

influências que a atividade da pessoa jurídica ou

física exerce e sofre, as quais provocam significativas

alterações no mercado em que operam.

Podem ser: Controláveis ou Incontroláveis

Variáveis Controláveis: controladas por você

ou pela empresa, é o composto de marketing,

pesquisa, produto, preço, canais, comunicações e

clientes.

Variáveis Incontroláveis: não controladas por

você nem pela empresa, legislação, aspectos

culturais, sócio econômicas, climáticos, sociais e

religiosos.

Está claro que essas variáveis interferem no

processo imobiliário, porque impactam desde o

planejamento até o pós-entrega do imóvel produzido

e vendido, uma vez que toda variação atinge o

consumidor.

IV - O COMPORTAMENTO DO

CONSUMIDOR

4.1. Segmentação do Mercado

O mercado é muito instável, pode mudar a

qualquer momento tanto em nível local, nacional, ou

mundial. É por isso que o marketing tem que estudar,

planejar, agir e achar solução para resolver esse

problema.

Assim uma pesquisa de mercado é

fundamental para obter dados para a solução de

problemas ou oportunidades de negócios. Por

exemplo:

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� análise e determinação do público alvo;

� análise da concorrência;

� análise de preferências e costumes do público

alvo, medindo-se as expectativas para a satisfação

dos consumidores;

� levantamento dos motivos de compra e/ou

locação dos consumidores, analisando-se a

priorização da imagem do produto.

Temos diversos segmentos de Mercados:

Quanto à segmentação do mercado, em relação

à produção e às vendas, podemos desde já

estabelecer, estudar, planejar e agir nos seguintes

segmentos:

� Negócios de terceiros (imóveis novos e

usados isolados ou em grupos).

� Administração de Imóveis (locação).

� Negócios rurais (sítios, fazendas,

condomínios).

� Lançamentos (incorporações de

empreendimentos residenciais, comerciais,

industriais, não residenciais).

� Loteamentos (incorporações, colonizações,

assentamentos).

� Avaliações e opiniões de valor.

� Consórcios de Imóveis.

� Fundos de investimentos e de outros tipos de

aplicação em imóveis.

4.2. Segmentação do Cliente

Como derivação direta da segmentação do

mercado, devemos continuar a busca de decifrar o

enigma da segmentação do cliente-alvo.

A) Organizar um banco de dados para iniciar.

B) Segmentação Gráfica (Região, Estado, Município,

densidades, clima, zona.)

C) Segmentação Psicográfica (personalidade, status,

expressão social,)

D) Segmentação Demográfica (Classe

socioeconômicas, sexo, idade, renda, profissão,

instrução, religião, preferências).

E) Entenda-se por segmentação de clientes um

grupo de pessoas com características comuns como

consumidores.

4.3. Comportamento do Consumidor

(Comprador)

É preciso conhecer e reconhecer com quem

você está falando. O ser humano tem apenas três

sistemas: o recorrente, o representacional e o

referencial.

Eles se apresentam através de três

modalidades:

� Modalidade visal

� Modalidade auditiva

� Modalidade sinestésica

Capacidade média de captação

� modalidade visual – 75%

� modalidade auditiva – 20%

123

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� modalidade sinestésica - 05%

Tipos de âncoras: para identificar as pessoas :

Visuais: gestos, posição dos olhos, cores,

submodalidades

Auditivas: tonalidade, entonação, volume,

submodalidades

Sinestésicas: tato, ato de corar, respiração,

submodalidades

Portanto, somente existem 3 tipos de clientes

(pessoas):

� os que são mais visuais

� os que são mais auditivos

� os que sáo mais sinestésicos

4.4. Necessidades do Consumidor (Comprador)

As necessidades do consumidor podem ser

descritas por meio da Pirâmide das necessidades.

Pirâmides da Hierarquia das Necessidades e o

Produto Imobiliário

As necessidades e desejos dos clientes estão

diretamente ligados ao processo decisório. Fazendo

uma correlação da Teoria da Hierarquia das

Necessidades no mercado imobiliário pode notar-se

que a busca do topo da pirâmide das necessidades

não cessa. A necessidade básica de abrigo vai

evoluindo e a moradia vai agregando e suprindo

outras necessidades numa busca constante de auto-

realização.

Depois de satisfeitas as necessidades

fisiológicas de abrigo, a tendência natural seria o

desejo de segurança, que poderia ser suprido através

da aquisição de um imóvel, que no Brasil é o sonho

de grande parte da população. Além da segurança

física não pode esquecer que a compra de um imóvel

também representa uma certa segurança financeira.

O passo seguinte é a busca para suprir as

necessidades sociais, criando vínculos. Muitas vezes

as pessoas se casam, compram um imóvel e depois

abrigo e moradia ( pode se realizar pelo aluguel)

segurança física - aquisição de imóvel (desejo de uma casa)

relacionamentos (busca de imóveis familiares)

status (marca reconhecida, alto

padrão)

auto- realização (casa de praia e campo)

Necessidades Fisiológicas

Necessidades de Segurança

Necessidades Sociais

Necessidade de

estima

Necessidade de auto-realização

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quando chegam os filhos são levados a adquirirem

imóveis mais amplos, a fim de atender mais

confortavelmente a família e os amigos.

A quarta etapa da busca da auto-realização se

dá através da estima, caracterizada pela busca de

status, em que os consumidores tendem a procurar

marcas reconhecidas como sinônimo de poder e

sucesso, buscando casas e apartamentos de alto

padrão em locais nobres, com segurança e

diferenciais que demonstrem o seu sucesso pessoal.

E, finalmente, o topo. Com a auto-realização,

quando as necessidades de morar bem já foram

supridas, seu status social está confirmado, o que

leva as pessoas a buscarem os imóveis como

investimento, ou para a realização de outro sonho

muito comum, a casa de férias, seja na praia ou no

campo.

Ao longo da pirâmide os pequenos detalhes

como nome, cor da pintura, tipo de piso vão

ganhando destaque no processo decisório, podendo

levar um empreendimento ao sucesso ou ao fracasso

total.

Com a grande quantidade de imóveis a venda,

o cliente tem o poder de escolher exatamente o que

ele deseja, e a empresa que não estiver disposta a

ceder a pequenas personalizações, pode perder um

número significativo de clientes.

As empresas precisam ouvir o que os

consumidores tem a dizer, precisam ser flexíveis e

adequar seus produtos às suas necessidades, mas

precisam principalmente surpreendê-los! Precisam

oferecer aquilo que eles não esperam. Só com a

ampliação do produto a empresa poderá alcançar uma

vantagem competitiva, mesmo que por curto espaço

de tempo.

É preciso ter consciência de que a busca pela

vantagem competitiva sustentável só poderá ser

atingida na medida em que proativamente as

empresas se posicionarem mais rapidamente no

mercado.

4.5. Fluxo de Informação

Para que qualquer estratégia de marketing

obtenha sucesso, o fluxo de informações deve ocorrer

de forma tranqüila e, principalmente contínua.

Todos na empresa são “olheiros” do que

acontece no mercado. Mas ninguém melhor do que o

vendedor para trazer informações atualizadas e

precisas, afinal de contas, ele está diariamente cara a

cara com o cliente.

Quem melhor do que os profissionais da área

de vendas para saber o que está acontecendo com os

clientes e o que eles estão precisando e querendo

comprar?

4.6. Tomadas de Decisão

O processo de compra pelo consumidor inclui

cinco etapas básicas:

� reconhecimento da necessidade

� busca de informação

� avaliação das alternativas

� decisão de compra

� avaliação pós-compra

V - PESQUISA

O Marketing atinge seu objetivo se for bem

feito desde a idéia até a conclusão.

A pesquisa no marketing imobiliário é feito

com perfeito conhecimento dos fatos, informações

125

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dos elementos que facilitam as tomadas de decisão e

referências dos produtos e serviços.

O simples fato do cliente saber que você está

fazendo uma pesquisa de satisfação já melhora a

imagem do seu negócio perante ele.

5.1. Sistema de Informação de Marketing

O Sistema de informação de marketing deve

ser contínuo e promover a interação das pessoas,

equipamentos e procedimentos.

Quase sempre no mercado imobiliário a

estrutura do sistema de informação é representada

pelas entidades de classe disponibilizada a maior

gama de informações para seus associados.

5.2 Perguntas básicas da pesquisa

QUEM – perfil do consumidor (idade, sexo,

estado civil, costumes, rendas etc)

O QUE - produto/serviços (abordar variáveis

como tamanho, cor, tipo, diferenciais, etc)

QUANDO – intenção e/ou freqüência da

compra

DE QUEM – de quem costuma comprar ou

lembrar quando tem intenção de compra

ONDE – distribuição e localização .

QUANTO – qual o preço que está disposto

e/ou pode pagar .

5.3. Etapas, Tipos e Métodos

Etapas: identifica o problema e define os

objetivos, pela metodologia e pelos trabalhos de

campo.

Tipos: existem vários tipos de pesquisa.

a) De consumo

b) De propaganda

c) De comportamento e tendências de

mercado

d) De vendas e mercado

e) De mercado e viabilidade

f) De produtos

g) De comportamentos do pessoal

interno

Métodos: existem vários métodos de pesquisa:

a) Estudos exploratórios (contato

inicial)

b) Estudos descritivos (confirmam as

hipóteses já levantadas na definição do problema)

c) Estudos descritivos estáticos

(pesquisa quantitativo)

d) Estudos descritivos de casos

(pesquisa qualitativa)

e) Estudos experimentais (descobrem as

relações de causa e efeito)

5.4. Trabalho de Campo

Para que a pesquisa do trabalho de campo se

realize é necessário que todas os formulários,

material, demostragens, técnicas, cálculos e testes

tenham sidos aprovados.

Como qualquer projeto, o de pesquisa também

funciona como se fosse um jogo de engrenagens,

carecendo de que todas as etapas se interajam e se

complementem na seqüência programada.

O trabalho de campo envolve: tabulação e

análise dos dados (organização padronizada e

codificada das respostas obtidas), análise dos dados

(texto fundamentado nas respostas voltado aos

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objetivos definidos no projeto), recomendações ao

cliente (relatório entregue a empresa que solicitou a

pesquisa, com sugestões que indiquem caminhos e

alternativas para melhor proveito do conhecimento

adquirido com a pesquisa).

VI – DECISÕES DO COMPOSTO

Os imóveis, em muitos casos, desapareceram

do campo comercial, não se vende mais. Foi

fabricado e entregue.

O marketing continua ativo em seu benefício,

com serviços de manutenção, conservação,

assistência técnica e sustentação das garantias,

auxiliando a vitalidade e mantendo prestígio do

fabricante/prestador de serviços. Daí se conclui que,

no mínimo, seis áreas dão consistência efetiva ao

composto de marketing; nelas localizam-se algumas

subdivisões.

6.1. Os Setores - Áreas

a) Gerência de Produtos

b) Pesquisa

c) Comunicação Social

d) Canais

e) Clientes

f) Vendas

Estas áreas tem de trabalhar em sintonia, do

contrário tendem a desfigurar a imagem.

VII - A IMPORTÂNCIA DA ESTRATÉGIA

É muito importante o uso da estratégia correta,

pois a cada dia se torna mais difícil agradar os

clientes.

Nenhum planejamento estratégico de

marketing obtém sucesso se não conseguirmos

comunicá-lo para o público alvo.

O Planejamento estratégico deve ser

direcionado para o mercado .

Estratégia Central, devemos definir a missão

da empresa.

Posicionamento Competitivo, deve ver as

vantagens diferenciais com relação à concorrência .

Implementação de gerência Estratégica é a fase

do encontro entre a teoria e a prática.

FINALIZANDO...

O objetivo principal de toda empresa é

obter resultados que promovam a

obtenção de lucros nas suas atividades

produtivas.

Sabendo que o mercado é constituído de

compradores e vendedores, é de fundamental

importância que você domine e pratique os

conceitos e conhecimentos adquiridos nesta

unidade de Marketing.

127

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

VIII - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSTA, Nelson Eduardo Pereira da. Marketing

imobiliário. Goiânia: AB, 2002.

COSTA, Nelson Eduardo Pereira da. Marketing

pessoal Imobiliário, faça você mesmo. Campo

Grande: Ruy Barbosa, 2007.

GRACIOSO, Francisco. Marketing, uma

Experiência Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1971.

KOTLER, Philip e ARMSTRONG, Gary.

Introdução de Marketing. São Paulo: LTC, 1999.

KOTLER, Philip e KELLER, Kevin. Administração

de Marketing - 12a Edição. São Paulo: Prentice

Hall, 2006.

RICHERS, Raimar. O que é marketing. São Paulo:

Brasiliense, 1986.

128

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Matemática Financeira

129

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

PÁG.

I – INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 131

1.1. Matemática Financeira................................................................................................................ 131

II - Razões e PROPORÇÕES ................................................................................................................... 131

2.1. Razões............................................................................................................................................ 131

2.1.1. TERMOS DE UMA RAZÃO ............................................................................................ 132

2.1.2. RAZÕES INVERSAS......................................................................................................... 132

2.1.3. RAZÕES EQUIVALENTES ............................................................................................. 133

2.1.4. RAZÕES ENTRE GRANDEZAS DE ESPÉCIES DIFERENTES................................ 133

2.2. PROPORÇÕES............................................................................................................................ 133

2.2.1. ELEMENTOS DE UMA PROPORÇÃO ......................................................................... 134

2.2.2. PROPRIEDADE FUNDAMENTAL DAS PROPORÇÕES........................................... 135

2.2.3. APLICAÇÕES DA PROPRIEDADE FUNDAMENTAL............................................... 135

2.2.4. QUARTA PROPORCIONAL ........................................................................................... 136

2.2.5. PROPORÇÃO CONTÍNUA.............................................................................................. 136

2.2.6. TERCEIRA PROPORCIONAL ....................................................................................... 136

2.2.7. Média geométrica ou média proporcional........................................................................ 136

2.2.8. PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES......................................................................... 137

2.2.9. PROPORÇÃO MÚLTIPLA.............................................................................................. 139

III – Grandezas Proporcionais ................................................................................................................. 139

3.1. GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS............................................................. 139

3.2. GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS .......................................................... 140

IV - Regra de três simples......................................................................................................................... 141

V - Regra de três composta....................................................................................................................... 142

VI – PORCENTAGEM............................................................................................................................. 145

VII – CAPITAL ......................................................................................................................................... 146

VIiI – JUROS............................................................................................................................................. 146

8.1. TAXA DE JUROS........................................................................................................................ 147

8.2. JUROS SIMPLES........................................................................................................................ 147

8.3. JUROS COMPOSTOS ............................................................................................................... 148

VIII - DESCONTOS SIMPLES E COMPOSTOS................................................................................. 150

8.1 - DESCONTOS SIMPLES ........................................................................................................... 150

8.2 – DESCONTOS COMPOSTOS................................................................................................... 150

IX - FLUXO DE CAIXA........................................................................................................................... 150

130

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

X - TAXAS NOMINAIS............................................................................................................................ 150

XI - TAXAS EFETIVAS........................................................................................................................... 151

XII - VALOR PRESENTE e VALOR FUTURO ................................................................................... 151

XIII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 151

GABARITO ............................................................................................................................................... 152

131

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Técnico em Transações Imobiliárias

Estamos iniciando os estudos da

Matemática Financeira. Para tanto,

expomos algumas dicas para que tenha

sucesso nos seus estudos.

Primeiro lembramos que o ensino da

Matemática está presente desde o início da

escolaridade e por todo o ensino básico.

Percebemos que, quando lançamos o olhar

para dentro da escola, a Matemática acaba sendo

caracterizada como uma disciplina difícil.

Portanto, recomendamos que discuta com o seu

tutor as dúvidas e lembre-se que os livros de

matemática do ensino médio podem lhe auxiliar na

revisão de alguns conceitos básicos.

Queremos lembrar que o estudo da

matemática ganha relevância especial para o

desenvolvimento da sua capacidade de leitura e

interpretação da linguagem gráfica e dos dados

matemáticos que estão no nosso cotidiano.

Assim, aproveite as oportunidades de se

envolver com as aplicações da matemática e

boa sorte!

I – INTRODUÇÃO

Prezado aluno, este módulo é mais um suporte

para a sua atuação profissional. Através da

aprendizagem da matemática financeira, você irá

ampliar seus conhecimentos que será de grande

relevância para a prática diária. Boa sorte e bons

estudos!!!

1.1. Matemática Financeira

A matemática financeira tem a finalidade de

estudar as diversas formas de evolução do valor do

dinheiro no tempo, e as formas de análise e comparação

de alternativas para aplicação e obtenção de recursos

financeiros.

II - RAZÕES E PROPORÇÕES

2.1. Razões

Vamos considerar um carro de corrida com 4m

de comprimento e um kart com 2m de comprimento.

Para compararmos as medidas dos carros, basta dividir

o comprimento de um deles pelo outro. Assim:

(o tamanho do carro de corrida é duas

vezes o tamanho do kart).

Podemos afirmar também que o kart tem a

metade do comprimento do carro de corrida.

A comparação entre dois números racionais,

através de uma divisão, chama-se razão.

A razão pode também ser representada por 1:2 e

significa que cada metro do kart corresponde a 2m do

carro de corrida.

Denominamos de razão entre dois

números a e b (b diferente de zero) o

quociente ou a:b.

A palavra razão, vem do latim ratio, e significa

"divisão". Como no exemplo anterior, são diversas as

situações em que utilizamos o conceito de razão.

Exemplos:

Dos 1200 inscritos num concurso, passaram 240

132

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candidatos.

Razão dos candidatos aprovados nesse concurso:

(de cada 5 candidatos inscritos, 1 foi aprovado).

Para cada 100 convidados, 75 eram mulheres.

Razão entre o número de mulheres e o número de

convidados:

(de cada 4 convidados, 3 eram mulheres).

Observações:

1) A razão entre dois números racionais pode ser

apresentada de três formas. Exemplo:

Razão entre 1 e 4: 1:4 ou ou 0,25.

2) A razão entre dois números racionais pode ser

expressa com sinal negativo, desde que seus termos

tenham sinais contrários. Exemplos:

A razão entre 1 e -8 é .

A razão entre é

Exemplo:

PIB-Percapita = População

PIB

Resolução:

1.800.000.000.000

180.000. 000

= R$ 10.000,00

2.1.1. Termos de uma razão

Observe a razão:

(lê-se "a está para b" ou "a para b").

Na razão a:b ou , o número a é denominado

antecedente e o número b é denominado conseqüente.

Veja o exemplo:

3:5 =

Leitura da razão: 3 está para 5 ou 3 para 5.

2.1.2. Razões Inversas

Considere as razões .

Observe que o produto dessas duas razões é igual a 1,

ou seja, .

Nesse caso, podemos afirmar que são razões

inversas.

133

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Técnico em Transações Imobiliárias

Duas razões são inversas entre si

quando o produto delas é igual a 1.

Exemplo:

são razões inversas, pois .

Verifique que nas razões inversas o antecedente de uma

é o conseqüente da outra, e vice-versa.

Observações:

1) Uma razão de antecedente zero não possui inversa.

2) Para determinar a razão inversa de uma razão

dada, devemos permutar (trocar) os seus termos.

Exemplo: O inverso de .

2.1.3. Razões equivalentes

Dada uma razão entre dois números, obtemos uma

razão equivalente da seguinte maneira:

Multiplicando-se ou dividindo-se os

termos de uma razão por um mesmo

número racional (diferente de zero),

obtemos uma razão equivalente.

Exemplos:

São razões equivalentes

São razões equivalentes

2.1.4. Razões entre grandezas de espécies diferentes

Para determinar a razão entre duas grandezas de

espécies diferentes, determina-se o quociente entre as

medidas dessas grandezas. Essa razão deve ser

acompanhada da notação que relaciona as grandezas

envolvidas

O conceito é o seguinte:

Denomina-se razão entre grandezas de

mesma espécie o quociente entre os

números que expressam as medidas dessas

grandezas numa mesma unidade.

Exemplo:

Arthur fez o percurso do Rio a São Paulo

(450Km) em 5 horas. Qual a razão entre a medida

dessas grandezas? E o que significa essa razão?

Resolução:

Razão = 450Km

5h = 90km / h

Essa razão significa que a cada hora foram percorridos

em média 90 km.

2.2. Proporções

Rogerião e Claudinho passeiam com seus

134

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cachorros. Rogerião pesa 120kg, e seu cão, 40kg.

Claudinho, por sua vez, pesa 48kg, e seu cão, 16kg.

Observe a razão entre o peso dos dois rapazes:

Observe, agora, a razão entre o peso dos cachorros:

Verificamos que as duas razões são iguais. Nesse caso,

podemos afirmar que a igualdade é uma

proporção. Assim:

Proporção é uma igualdade entre

duas razões.

2.2.1. Elementos de uma proporção

Dados quatro números racionais a, b, c, d, não-

nulos, nessa ordem, dizemos que eles formam uma

proporção quando a razão do 1º para o 2º for igual à

razão do 3º para o 4º. Assim:

ou a:b=c:d

(lê-se "a está para b assim como c está para d")

Os números a, b, c e d são os termos da proporção,

sendo:

� b e c os meios da proporção.

� a e d os extremos da proporção.

Exemplo:

Dada a proporção , temos:

Leitura: 3 está para 4 assim como 27 está para 36.

Meios: 4 e 27 Extremos: 3 e 36

2.2.2. Propriedade fundamental das Proporções

Observe as seguintes proporções:

Produto dos meios = 4.30 = 120

Produto dos extremos = 3.40 = 120

Produto dos meios = 9.20 = 180

Produto dos extremos = 4.45 = 180

Produto dos meios = 8.45 = 360

Produto dos extremos = 5.72 = 360

De modo geral, temos que:

Daí podemos enunciar a propriedade fundamental das

proporções:

Em toda proporção, o produto dos

meios é igual ao produto dos

extremos.

135

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2.2.3. Aplicações da propriedade fundamental

Determinação do termo desconhecido de uma

proporção

Exemplos:

Determine o valor de x na proporção:

Solução:

5 . x = 8 . 15 (aplicando a propriedade

fundamental)

5 . x = 120

x = 24

Logo, o valor de x é 24.

Determine o valor de x na proporção:

Solução:

5 . (x-3) = 4 . (2x+1) (aplicando a

propriedade fundamental)

5x - 15 = 8x + 4

5x - 8x = 4 + 15

-3x = 19

3x = -19

x =

Logo, o valor de x é .

Os números 5, 8, 35 e x formam, nessa ordem, uma

proporção. Determine o valor de x.

Solução:

(aplicando a propriedade

fundamental)

5 . x = 8 . 35

5x = 280

x = 56

Logo, o valor de x é 56.

Resolução de problemas envolvendo proporções

Exemplo:

Numa salina, de cada metro cúbico (m3) de água

salgada, são retirados 40 dm3 de sal. Para obtermos 2

m3 de sal, quantos metros cúbicos de água salgada são

necessários?

Solução:

A quantidade de sal retirada é proporcional ao volume

de água salgada.

Indicamos por x a quantidade de água salgada a ser

determinada e armamos a proporção:

Lembre-se de que 40dm3 = 0,04m3.

(aplicando a

propriedade fundamental)

1 . 2 = 0,04 . x

0,04x = 2

136

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x = 50 m3

Logo, são necessários 50 m3 de água salgada.

2.2.4. Quarta proporcional

Dados três números racionais a, b e c, não nulos,

denomina-se quarta proporcional desses números um

número x tal que:

Exemplo:

Determine a quarta proporcional dos números 8, 12 e 6.

Solução: Indicamos por x a quarta proporcional e

armamos a proporção:

(aplicando a propriedade fundamental)

8 . x = 12 . 6

8 . x = 72

x = 9

Logo, a quarta proporcional é 9.

2.2.5. Proporção contínua

Considere a seguinte proporção:

Observe que os seus meios são iguais, sendo, por isso,

denominada proporção contínua. Assim:

Proporção contínua é toda a proporção

que apresenta os meios iguais.

De um modo geral, uma proporção contínua pode ser

representada por:

2.2.6. Terceira proporcional

Dados dois números naturais a e b, não nulos,

denomina-se terceira proporcional desses números o

número x tal que:

Exemplo:

Determine a terceira proporcional dos números 20 e 10.

Solução

Indicamos por x a terceira proporcional e armamos a

proporção:

(aplicando a propriedade

fundamental)

20 . x = 10 . 10

20x = 100

x = 5

Logo, a terceira proporcional é 5.

2.2.7. Média geométrica ou média proporcional

Dada uma proporção contínua , o

número b é denominado média geométrica ou média

proporcional entre a e c. Exemplo:

Determine a média geométrica positiva entre 5 e 20.

137

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Solução:

5 . 20 = b . b

100 = b2

b2 = 100

b =

b = 10

Logo, a média geométrica positiva é 10.

2.2.8. Propriedades das proporções

1ª propriedade:

Numa proporção, a soma dos dois

primeiros termos está para o 2º (ou 1º)

termo, assim como a soma dos dois

últimos está para o 4º (ou 3º).

Demonstração

Considere as proporções:

Adicionando 1 a cada membro obtemos:

[Quadro1]

[Quadro2]

Exemplo:

Determine x e y na proporção , sabendo que

x+y=84.

Solução:

Assim:

x+y = 84 => x = 84-y => x = 84-48 => x=36.

Logo, x=36 e y=48.

2ª propriedade:

Numa proporção, a diferença dos

dois primeiros termos está para o 2º

(ou 1º) termo, assim como a

diferença dos dois últimos está para o 4º (ou 3º).

Demonstração

Considere as proporções:

Subtraindo 1 a cada membro obtemos:

[Quadro3]

(Mult. os 2 membros

-1)

[Quadro4]

138

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Exemplo:

Sabendo-se que x-y=18, determine x e y na proporção

.

Solução:

Pela 2ª propriedade temos que:

x-y = 18 => x=18+y => x = 18+12 => x=30.

Logo, x=30 e y=12.

3ª propriedade:

Numa proporção, a soma dos

antecedentes está para a soma dos

conseqüentes, assim como cada antecedente

está para o seu conseqüente.

Demonstração

Considere a proporção:

Permutando os meios, temos:

Aplicando a 1ª propriedade, obtemos:

Permutando os meios, finalmente obtemos:

4ª propriedade:

Numa proporção, a diferença dos

antecedentes está para a diferença dos

conseqüentes, assim como cada

antecedente está para o seu conseqüente.

Demonstração

Considere a proporção:

Permutando os meios, temos:

Aplicando a 2ª propriedade, obtemos:

Permutando os meios, finalmente obtemos:

Exemplo:

Sabendo que a-b = -24, determine a e b na proporção

.

Solução:

Pela 4ª propriedade, temos que:

139

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Técnico em Transações Imobiliárias

5ª propriedade:

Numa proporção, o produto dos

antecedentes está para o produto dos

conseqüentes, assim como o quadrado de cada

antecedente está para quadrado do seu

conseqüente.

Demonstração

Considere a proporção:

Multiplicando os dois membros por , temos:

Assim:

Observação: a 5ª propriedade pode ser estendida para

qualquer número de razões. Exemplo:

2.2.9. Proporção múltipla

Denominamos proporção múltipla uma série de razões

iguais. Assim:

é uma proporção múltipla.

Dada a série de razões iguais , de acordo

com a 3ª e 4ª propriedade, podemos escrever:

III – GRANDEZAS PROPORCIONAIS

Entendemos por grandeza tudo aquilo que pode

ser medido, contado. As grandezas podem ter suas

medidas aumentadas ou diminuídas.

Alguns exemplos de grandeza: o volume, a

massa, a superfície, o comprimento, a capacidade, a

velocidade, o tempo, o custo e a produção.

É comum ao nosso dia-a-dia situações em que

relacionamos duas ou mais grandezas. Por exemplo:

Em uma corrida de "quilômetros contra o

relógio", quanto maior for a velocidade, menor será o

tempo gasto nessa prova. Aqui as grandezas são a

velocidade e o tempo.

Num forno utilizado para a produção de ferro

fundido comum, quanto maior for o tempo de uso,

maior será a produção de ferro. Nesse caso, as

grandezas são o tempo e a produção.

3.1. Grandezas diretamente proporcionais

Um forno tem sua produção de ferro fundido de

acordo com a tabela abaixo:

140

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Técnico em Transações Imobiliárias

Tempo

(minutos)

Produção (Kg)

5 100

10 200

15 300

20 400

Observe que uma grandeza varia de acordo com a

outra. Essas grandezas são variáveis dependentes.

Observe que:

Quando duplicamos o tempo, a produção

também duplica.

5 min ----> 100Kg

10 min ----> 200Kg

Quando triplicamos o tempo, a produção

também triplica.

5 min ----> 100Kg

15 min ----> 300Kg

Assim:

Duas grandezas variáveis dependentes

são diretamente proporcionais quando a

razão entre os valores da 1ª grandeza é

igual a razão entre os valores correspondentes

da 2ª.

Verifique na tabela que a razão entre dois valores

de uma grandeza é igual a razão entre os dois valores

correspondentes da outra grandeza.

3.2. Grandezas inversamente proporcionais

Um ciclista faz um treino para a prova de "1000

metros contra o relógio", mantendo em cada volta uma

velocidade constante e obtendo, assim, um tempo

correspondente, conforme a tabela abaixo

Velocidade

(m/s)

Tempo (s)

5 200

8 125

10 100

16 62,5

20 50

Observe que uma grandeza varia de acordo com a

outra. Essas grandezas são variáveis dependentes.

Observe que:

Quando duplicamos a velocidade, o tempo fica

reduzido à metade.

5 m/s ----> 200s

10 m/s ----> 100s

Quando quadriplicamos a velocidade, o tempo

fica reduzido à quarta parte.

5 m/s ----> 200s

20 m/s ----> 50s

Assim:

Duas grandezas variáveis dependentes

são inversamente proporcionais

quando a razão entre os valores da 1ª grandeza

é igual ao inverso da razão entre os valores

correspondentes da 2ª.

Verifique na tabela que a razão entre dois valores

de uma grandeza é igual ao inverso da razão entre os

141

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

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dois valores correspondentes da outra grandeza.

IV - REGRA DE TRÊS SIMPLES

Regra de três simples é um processo prático para

resolver problemas que envolvam quatro valores dos

quais conhecemos três deles. Devemos, portanto,

determinar um valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas

da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma

linha as grandezas de espécies diferentes em

correspondência.

2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou

inversamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.

Exemplos:

1) Com uma área de absorção de raios solares de

1,2m2, uma lancha com motor movido a energia solar

consegue produzir 400 watts por hora de energia.

Aumentando-se essa área para 1,5m2, qual será a

energia produzida?

Solução: montando a tabela:

Área (m2) Energia (Wh)

1,2 400

1,5 x

Identificação do tipo de relação:

Inicialmente, colocamos uma seta para baixo na

coluna que contém o x (2ª coluna).

Observe que: Aumentando a área de absorção, a

Energia solar aumenta.

Como as palavras correspondem (aumentando -

aumenta), podemos afirmar que as grandezas são

diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos

outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª coluna.

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.

2) Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de

400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em

quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a

velocidade utilizada fosse de 480km/h?

Solução: montando a tabela:

Velocidade (Km/h) Tempo (h)

400 3

480 x

Identificação do tipo de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na

coluna que contém o x (2ª coluna).

Observe que: Aumentando a velocidade, o

142

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tempo do percurso diminui.

Como as palavras são contrárias (aumentando -

diminui), podemos afirmar que as grandezas são

inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos

uma outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª

coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação

temos:

Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2

horas e 30 minutos.

3) Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00.

Quanto ela pagaria se comprasse 5 camisetas do mesmo

tipo e preço?

Solução: montando a tabela:

Camisetas Preço (R$)

3 120

5 x

Observe que: Aumentando o número de

camisetas, o preço aumenta.

Como as palavras correspondem (aumentando -

aumenta), podemos afirmar que as grandezas são

diretamente proporcionais. Montando a proporção e

resolvendo a equação temos:

Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas.

4) Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por

dia, realizou determinada obra em 20 dias. Se o número

de horas de serviço for reduzido para 5 horas, em que

prazo essa equipe fará o mesmo trabalho?

Solução: montando a tabela:

Horas por dia Prazo para

término (dias)

8 20

5 x

Observe que: Diminuindo o número de horas

trabalhadas por dia, o prazo para término aumenta.

Como as palavras são contrárias (diminuindo -

aumenta), podemos afirmar que as grandezas são

inversamente proporcionais. Montando a proporção e

resolvendo a equação temos:

V - REGRA DE TRÊS COMPOSTA

A regra de três composta é utilizada em

problemas com mais de duas grandezas, direta ou

143

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inversamente proporcionais.

Exemplos:

1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m3

de areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão

necessários para descarregar 125m3?

Solução: montando a tabela, colocando em cada

coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha,

as grandezas de espécies diferentes que se

correspondem:

Horas Caminhões Volume

8 20 160

5 x 125

Identificação dos tipos de relação:

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na

coluna que contém o x (2ª coluna).

A seguir, devemos comparar cada grandeza com

aquela onde está o x.

Observe que:

Aumentando o número de horas de trabalho,

podemos diminuir o número de caminhões. Portanto, a

relação é inversamente proporcional (seta para cima

na 1ª coluna).

Aumentando o volume de areia, devemos

aumentar o número de caminhões. Portanto, a relação

é diretamente proporcional (seta para baixo na 3ª

coluna). Devemos igualar a razão que contém o termo x

com o produto das outras razões de acordo com o

sentido das setas.

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, serão necessários 25 caminhões.

2) Numa fábrica de brinquedos, 8 homens montam

20 carrinhos em 5 dias. Quantos carrinhos serão

montados por 4 homens em 16 dias?

Solução: montando a tabela:

Homens Carrinhos Dias

8 20 5

4 x 16

Observe que:

Aumentando o número de homens, a produção

de carrinhos aumenta. Portanto, a relação é

diretamente proporcional (não precisamos inverter a

razão).

Aumentando o número de dias, a produção de

carrinhos aumenta. Portanto a relação também é

diretamente proporcional (não precisamos inverter a

razão). Devemos igualar a razão que contém o termo x

com o produto das outras razões.

Montando a proporção e resolvendo a equação

temos:

144

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Logo, serão montados 32 carrinhos.

3) Dois pedreiros levam 9 dias para construir um

muro com 2m de altura. Trabalhando 3 pedreiros e

aumentando a altura para 4m, qual será o tempo

necessário para completar esse muro?

Inicialmente, colocamos uma seta para baixo na

coluna que contém o x. Depois colocam flechas

concordantes para as grandezas diretamente

proporcionais com a incógnita e discordantes para as

inversamente proporcionais, como mostra a figura

abaixo:

Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Logo, para completar o muro serão necessários 12 dias.

Agora chegou a sua vez de tentar.

Teste seus conhecimentos fazendo

esses exercícios:

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Agora chegou a sua vez de tentar. Pratique

tentando fazer esses exercícios:

1) Três torneiras enchem uma piscina em 10

horas. Quantas horas levarão 10 torneiras para encher 2

piscinas?

2) Uma equipe composta de 15 homens extrai,

em 30 dias, 3,6 toneladas de carvão. Se for aumentada

para 20 homens, em quantos dias conseguirão extrair

5,6 toneladas de carvão?

3) Vinte operários, trabalhando 8 horas por dia,

gastam 18 dias para construir um muro de 300m.

Quanto tempo levará uma turma de 16 operários,

trabalhando 9 horas por dia, para construir um muro de

225m?

4) Um caminhoneiro entrega uma carga em um mês,

viajando 8 horas por dia, a uma velocidade média

de 50 km/h. Quantas horas por dia ele deveria viajar

para entregar essa carga em 20 dias, a uma

velocidade média de 60 km/h

5) Com certa quantidade de fio, uma fábrica produz

5400m de tecido com 90cm de largura em 50

minutos. Quantos metros de tecido, com 1 metro e

20 centímetros de largura, seriam produzidos em 25

minutos?

145

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Técnico em Transações Imobiliárias

VI – PORCENTAGEM

É freqüente o uso de expressões que refletem

acréscimos ou reduções em preços, números ou

quantidades, sempre tomando por base 100 unidades.

Alguns exemplos:

� A gasolina teve um aumento de 15%

Significa que em cada R$100 houve um

acréscimo de R$15,00

� O cliente recebeu um desconto de 10% em

todas as mercadorias.

� Significa que em cada R$100 foi dado um

desconto de R$10,00

� Dos jogadores que jogam no Grêmio, 90% são

craques.

Significa que em cada 100 jogadores que jogam

no Grêmio, 90 são craques.

Razão centesimal

Toda a razão que tem para conseqüente o número

100 denomina-se razão centesimal. Alguns exemplos:

Podemos representar uma razão centesimal de

outras formas:

As expressões 7%, 16% e 125% são chamadas

taxas centesimais ou taxas percentuais.

Considere o seguinte problema:

João vendeu 50% dos seus 50 cavalos. Quantos

cavalos ele vendeu?

Para solucionar esse problema devemos aplicar a

taxa percentual (50%) sobre o total de cavalos.

Logo, ele vendeu 25 cavalos, que representa a

porcentagem procurada.

Portanto, chegamos a seguinte definição:

Porcentagem é o valor obtido ao

aplicarmos uma taxa percentual a

um determinado valor.

Exemplos:

Calcular 10% de 300.

Calcular 25% de 200kg.

Logo, 50kg é o valor correspondente à porcentagem

procurada.

EXERCÍCIO COMENTADO:

1) Se eu comprei uma ação de um clube por R$250,00

e a revendi por R$300,00, qual a taxa percentual de

lucro obtida?

Montamos uma equação, em que somando os R$250,00

iniciais com a porcentagem que aumentou em relação a

esses R$250,00, resulte nos R$300,00.

146

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Portanto, a taxa percentual de lucro foi de 20%.

Uma dica importante: o FATOR DE

MULTIPLICAÇÃO

Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um

determinado valor, podemos calcular o novo valor

apenas multiplicando esse valor por 1,10, que é o fator

de multiplicação. Se o acréscimo for de 20%,

multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a

tabela abaixo:

Acréscimo ou

Lucro

Fator de

Multiplicação

10% 1,10

15% 1,15

20% 1,20

47% 1,47

67% 1,67

Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00

temos: 10 * 1,10 = R$ 11,00

No caso de haver um decréscimo, o fator de

multiplicação será:

Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto

(na forma decimal)

Veja a tabela abaixo:

Desconto Fator de Multiplicação

10% 0,90

25% 0,75

34% 0,66

60% 0,40

90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00

temos: 10 * 0,90 = R$ 9,00

VII – CAPITAL

O Capital é o valor aplicado através de alguma

operação financeira. Também conhecido como:

Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor

Aplicado. Em inglês usa-se Present Value (indicado

pela tecla PV nas calculadoras financeiras).

VIII – JUROS

Juros representam a remuneração do Capital

empregado em alguma atividade produtiva. Os juros

podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples

ou compostos.

JUROS SIMPLES: O juro de cada intervalo

de tempo sempre é calculado sobre o capital

inicial emprestado ou aplicado.

JUROS COMPOSTOS: o juro de cada

intervalo de tempo é calculado a partir do

saldo no início de correspondente intervalo.

Ou seja: o juro de cada intervalo de tempo é

incorporado ao capital inicial e passa a

render juros também.

O juro é a remuneração pelo empréstimo do

dinheiro. Ele existe porque a maioria das pessoas

prefere o consumo imediato, e está disposta a pagar um

preço por isso. Por outro lado, quem for capaz de

esperar até possuir a quantia suficiente para adquirir seu

desejo, e neste interim estiver disposta a emprestar esta

147

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

quantia a alguém, menos paciente, deve ser

recompensado por esta abstinência na proporção do

tempo e risco, que a operação envolver. O tempo, o

risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado

para empréstimos definem qual deverá ser a

remuneração, mais conhecida como taxa de juros.

Quando usamos juros simples e juros

compostos?

A maioria das operações envolvendo dinheiro

utiliza juros compostos. Estão incluídas: compras a

médio e longo prazo, compras com cartão de crédito,

empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais

como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos

de renda fixa, etc. Raramente encontramos uso para o

regime de juros simples: é o caso das operações de

curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de

duplicatas.

8.1. Taxa de juros

A taxa de juros indica qual remuneração será

paga ao dinheiro emprestado, para um determinado

período. Ela vem, normalmente, expressa da forma

percentual, em seguida da especificação do período de

tempo a que se refere:

8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).

10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).

Outra forma de apresentação da taxa de juros é a

unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100,

sem o símbolo %:

0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).

0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

8.2. Juros Simples

O regime de juros será simples quando o

percentual de juros incidir apenas sobre o valor

principal. Sobre os juros gerados a cada período não

incidirão novos juros. Valor Principal ou simplesmente

principal é o valor inicial emprestado ou aplicado, antes

de somarmos os juros. Transformando em fórmula

temos:

J = P . i . n

Onde:

J= juros

P = principal (capital)

i = taxa de juros

n = número de períodos

Exemplo: Temos uma dívida de R$ 1000,00 que

deve ser paga com juros de 8% a.m. pelo regime de

juros simples e devemos pagá-la em 2 meses. Os juros

que pagarei serão:

J = 1000 x 0.08 x 2 = 160

Ao somarmos os juros ao valor principal temos o

montante.

Montante = Principal + Juros

Montante = Principal + ( Principal x Taxa de juros x

Número de períodos )

M = P . ( 1 + ( i . n ) )

Exemplo: Calcule o montante resultante da aplicação

de R$70.000,00 à taxa de 10,5% a.a. durante 145 dias.

SOLUÇÃO:

M = P . ( 1 + (i.n) )

M = 70000 [1 + (10,5/100).(145/360)] = R$72.960,42

148

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Técnico em Transações Imobiliárias

Observe que expressamos a taxa i e o período n, na

mesma unidade de tempo, ou seja, anos. Daí ter

dividido 145 dias por 360, para obter o valor

equivalente em anos, já que um ano comercial possui

360 dias.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) Calcular os juros simples de R$ 1200,00 a 13 %

a.t. por 4 meses e 15 dias.

0.13 / 6 = 0.02167

logo, 4m15d = 0.02167 x 9 = 0.195

j = 1200 x 0.195 = 234

2 - Calcular os juros simples produzidos por

R$40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante

125 dias.

Temos: J = P.i.n

A taxa de 36% a.a. equivale a 0,36/360 dias = 0,001

a.d.

Agora, como a taxa e o período estão referidos à

mesma unidade de tempo, ou seja, dias, poderemos

calcular diretamente:

J = 40000.0,001.125 = R$5000,00

3 - Qual o capital que aplicado a juros simples de

1,2% a.m. rende R$3.500,00 de juros em 75 dias?

Temos imediatamente: J = P.i.n ou seja: 3500 =

P.(1,2/100).(75/30)

Observe que expressamos a taxa i e o período n em

relação à mesma unidade de tempo, ou seja, meses.

Logo,

3500 = P. 0,012 . 2,5 = P . 0,030; Daí, vem:

P = 3500 / 0,030 = R$116.666,67

4 - Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano,

quantos meses serão necessários para dobrar um

capital aplicado através de capitalização simples?

Objetivo: M = 2.P

Dados: i = 150/100 = 1,5

Fórmula: M = P (1 + i.n)

Desenvolvimento:

2P = P (1 + 1,5 n)

2 = 1 + 1,5 n

n = 2/3 ano = 8 meses

8.3. Juros Compostos

O regime de juros compostos é o mais comum

no sistema financeiro e, portanto, o mais útil para

cálculos de problemas do dia-a-dia. Os juros gerados a

cada período são incorporados ao principal para o

cálculo dos juros do período seguinte.

Chamamos de capitalização o momento em que

os juros são incorporados ao principal. Após três meses

de capitalização, temos:

1º mês: M =P.(1 + i)

2º mês: o principal é igual ao montante do mês

anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i)

3º mês: o principal é igual ao montante do mês

anterior: M = P x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

Simplificando, obtemos a fórmula:

M = P . (1 + i)n

Importante: a taxa i tem que ser expressa na

mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao

mês para n meses.

Para calcularmos apenas os juros basta diminuir o

149

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

principal do montante ao final do período:

J = M - P

Exemplo:

Calcule o montante de um capital de R$6.000,00,

aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de

3,5% ao mês.

(use log 1,035=0,0149 e log 1,509=0,1788)

Resolução:

P = R$6.000,00

t = 1 ano = 12 meses

i = 3,5 % a.m. = 0,035

M = ?

Usando a fórmula M=P.(1+i)n, obtemos:

M = 6000.(1+0,035)12 = 6000. (1,035)12

Fazendo x = 1,03512 e aplicando logaritmos,

encontramos:

log x = log 1,03512 => log x = 12 log 1,035 =>

log x = 0,1788 => x = 1,509

Então M = 6000.1,509 = 9054.

Portanto, o montante é R$9.054,00

Relação entre juros e progressões

No regime de juros simples:

M( n ) = P + n r P

No regime de juros compostos:

M( n ) = P . ( 1 + r ) n

Portanto:

num regime de capitalização a juros simples o saldo

cresce em progressão aritmética

num regime de capitalização a juros compostos o saldo

cresce em progressão geométrica

Taxas Equivalentes

Duas taxas i1 e i2 são equivalentes, se aplicadas

ao mesmo Capital P durante o mesmo período de

tempo, através de diferentes sistemas de capitalização,

produzem o mesmo montante final.

Seja o capital P aplicado por um ano a uma taxa

anual ia .

O montante M ao final do período de 1 ano será

igual a M = P(1 + i a )

Consideremos agora, o mesmo capital P aplicado

por 12 meses a uma taxa mensal im .

O montante M’ ao final do período de 12 meses

será igual a M’ = P(1 + im)12 .

Pela definição de taxas equivalentes vista acima,

devemos ter M = M’.

Portanto, P(1 + ia) = P(1 + im)12

Daí concluímos que 1 + ia = (1 + im)12

Com esta fórmula podemos calcular a taxa anual

equivalente a uma taxa mensal conhecida.

Exemplos:

1 - Qual a taxa anual equivalente a 8% ao semestre?

Em um ano temos dois semestres, então teremos:

1 + ia = (1 + is)2

1 + ia = 1,082

ia = 0,1664 = 16,64% a.a.

2 - Qual a taxa anual equivalente a 0,5% ao mês?

1 + ia = (1 + im)12

1 + ia = (1,005)12

ia = 0,0617 = 6,17% a.a.

IX - DESCONTOS SIMPLES E COMPOSTOS

9.1. Descontos Simples

Desconto é aplicado quando um empréstimo é

saldado antes do vencimento previsto.

A fórmula é: d = N.i.n

150

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Exemplo:

Qual o desconto de um título no valor de R$

50.000,00, se ele for pago 2 meses antes do

vencimento a uma taxa de 5,5% a.m.?

Aplicando a fórmula:

d: o que você quer saber

N:50.000,00

i:5,5% - 0,055

n:2

d = 50000. 0,055. 2

d= R$ 5.500,00 de desconto

A taxa de desconto talvez seja a mais familiar de

todas. Quem nunca pediu desconto em uma compra? A

diferença entre o desconto e os juros é que o desconto é

calculado a partir do valor futuro, enquanto que os juros

sobre o valor presente.

9.2. Descontos Compostos

Conceito de desconto em juros compostos é

similar ao de desconto em juros simples.

A fórmula é: A= N. 1/ (1+i)n

Exemplo:

Suponhamos que você quer descontar um título de

R$ 25.000,00, 2 meses antes do vencimento, de um

banco que utiliza uma taxa de juros compostos de

3% a.m. Calcule o valor atual do título.

Aplicando a fórmula:

A - o que você quer saber

N - 25.000,00

i - 3 % - 0,03

n – 2

Logo: 25000.1/ (1+0,03)2 = 23.564,90

IX - FLUXO DE CAIXA

Fluxo de caixa de uma empresa, de uma

aplicação financeira ou de um empréstimo consiste no

conjunto de entradas (recebimentos) e saídas

(pagamentos) de dinheiro ao longo de um determinado

período.

X -TAXAS NOMINAIS

A taxa nominal é quando o período de formação

e incorporação dos juros ao Capital não coincide com

aquele a que a taxa está referida. Alguns exemplos:

- 34% ao semestre com capitalização mensal.

- 150% ao ano com capitalização mensal.

- 19,5% ao ano com capitalização trimestral.

Exemplo:

Uma taxa de 15 % a.a., capitalização mensal, terá

16.08 % a.a. como taxa efetiva:

15/12 = 1,25 1,2512 = 1,1608

XI - TAXAS EFETIVAS

A taxa Efetiva é quando o período de formação e

incorporação dos juros ao Capital coincide com aquele

a que a taxa está referida. Alguns exemplos:

- 11,5% ao mês com capitalização mensal.

- 25% ao semestre com capitalização semestral.

151

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

- 125% ao ano com capitalização anual.

Taxa Real: é a taxa efetiva corrigida pela taxa

inflacionária do período da operação.

Fluxo de Caixa

O fluxo de caixa serve para demonstrar

graficamente as transações financeiras em um período

de tempo. O tempo é representado na horizontal

dividido pelo número de períodos relevantes para

análise. As entradas ou recebimentos são

representados por setas verticais apontadas para cima e

as saídas ou pagamentos são representados por setas

verticais apontadas para baixo. Observe o gráfico

abaixo:

Chamamos de VP o valor presente, que

significa o valor que eu tenho na data 0; VF é o valor

futuro, que será igual ao valor que terei no final do

fluxo, após juros, entradas e saídas.

XII - VALOR PRESENTE E VALOR FUTURO

Na fórmula M = P . (1 + i)n , o principal P é

também conhecido como Valor Presente (PV =

present value) e o montante M é também conhecido

como Valor Futuro (FV = future value).

Então essa fórmula pode ser escrita como

FV = PV (1 + i) n

Isolando PV na fórmula temos:

PV = FV / (1+i)n

Na HP-12C, o valor presente é representado pela

tecla PV.

Com essa mesma fórmula podemos calcular o

valor futuro a partir do valor presente.

Exemplo:

Quanto teremos daqui a 12 meses se aplicarmos

R$1.500,00 a 2% ao mês?

Solução: FV = 1500 . (1 + 0,02)12 = R$ 1.902,36

Chegamos ao fim de mais uma unidade. Antes de

darmos continuidade aos estudos, refaça os

exercícios propostos e confira as respostas.

Lembre-se que o conteúdo desta unidade

servirá de subsídio para a resolução de situações

práticas vivenciadas no cotidiano do Corretor.

XIV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

DUARTE, Heron Márcio Ferreira. Conhecendo a

matemática financeira. Brasília: Ativa Editora Gráfica,

2000.

DUARTE, Heron M. F. Raciocínio Lógico e

Quantitativo, DF: Ativa, 1999.

PARENTE, Eduardo, CARIBÉ, Roberto. Matemática

Comercial e Financeira. São Paulo: FTD, 1996

GABARITO

Página 144.

1) 6 horas.

2) 35 dias

3) 15 dias

4) 10 horas por dia

5) 2025 metros.

152

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Comunicação e Expressão em Língua

Portuguesa

153

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

I - LINGUAGEM ...................................................................................................................................... 155

1.1. Função ........................................................................................................................................ 155

1.2. Instrumento de Ação ................................................................................................................. 157

1.3. Processo .................................................................................................................................... 157

1.4. Diversidade.................................................................................................................................. 157

II – TEXTO............................................................................................................................................... 158

2.1. Diversidade Textual................................................................................................................. 158

2.2. Adequação Vocabular.....................................................................................................................158

2.3. Estruturação ....................................................................................................................................158

2.4. Coerência .........................................................................................................................................158

2.5. Coesão ..............................................................................................................................................158

2.6. Hierarquia de Idéias .......................................................................................................................159

2.7. Organização.....................................................................................................................................159

2.8. Elementos da Narrativa..................................................................................................................159

2.9. Argumentação e Intencionalidade ................................................................................................160

2.10. Semântica.......................................................................................................................................160

2.11. Sinonímia, Antonímia e Polissemia..............................................................................................160

III - TEXTO TÉCNICO........................................................................................................................ 161

3.1. Organização............................................................................................................................ 161

3.2. Paragrafação .......................................................................................................................... 161

3.3. Peculiaridades ........................................................................................................................ 161

IV - ELEMENTOS GRAMATICAIS................................................................................................... 161

4.1. Frase, Oração e Período ........................................................................................................ 161

4.2. Ortografia............................................................................................................................... 161

V - DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS............................................................................................ 163

5.1 Usos do Porquê........................................................................................................................ 163

5.2 Onde/Aonde............................................................................................................................. 165

5.3 Mau/Mal .................................................................................................................................. 165

5.4 Cessão / Sessão / Secção / Seção............................................................................................. 165

5.5 Há/A ......................................................................................................................................... 165

5.6 Mas / Mais................................................................................................................................ 166

5.7 Que e Se ................................................................................................................................... 166

154

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

VI – ACENTUAÇÃO ............................................................................................................................. 170

VII – CRASE........................................................................................................................................... 172

VIII – PONTUAÇÃO ............................................................................. ............................................... 175

IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................... 178

GABARITOS .......................................................................................................................................... 178

155

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Neste módulo estudaremos Comunicação e

Expressão em Língua Portuguesa. Para

nos comunicarmos com as pessoas a necessidade de

um bom vocabulário e de uma escrita sem erros é

essencial. Por isso acreditamos que este módulo irá

ajudá-lo a enriquecer seus conhecimentos e torná-los

um profissional eficiente.

I - LINGUAGEM

1.1. Função

Nas comunicações orais ou escritas, um dos

elementos será mais enfatizado do que os outros.

Portanto, em cada texto há uma função predominante da

linguagem. As funções de linguagem que um texto pode

ter são:

Função referencial: Informa sobre uma situação

ou uma realidade de um referente.

Ex.: O ônibus parte às três horas.

Função emotiva: É a expressão da personalidade

ou dos sentimentos do emissor.

Ex.: Tenho medo de dormir no escuro.

Função conativa ou apelativa: Visa uma ação

sobre o destinatário, manifestando-se em formas de

persuasão, apelo, ordem etc.

Ex.: Não cometa a loucura de dormir no

ponto!

Função fática: Assegura a eficácia da

comunicação. Manifesta-se por interjeições ou

expressões sem conteúdo informativo preciso:

Ex.: Ah! hein?! Sim, entendi! Não vou dormir.

Função poética: Ocorre quando a linguagem é

considerada em seu significante, no seu valor rítmico,

sonoro ou visual. Utiliza-se de conotações. É centrada

na mensagem. Tem como característica a criatividade

da linguagem.

Ex.: Viaje bem, viaje VASP. (slogan

publicitário)

Função Metalingüística: É o valor explicativo

ou didático de uma mensagem: o que se fala sobre a

linguagem.

Ex.: Ônibus: veículo para transporte urbano e

interurbano de passageiros, com itinerário

preestabelecido. (Dicionário).

LEMBRE-SE: Sentido denotativo é o sentido

próprio, real, do dicionário, primário, independente

ao contexto. Sentido conotativo é um sentido

imaginário, secundário, ligado ao contexto.

LEMBRE-SE: "O signo lingüístico une não uma

coisa e uma palavra, mas um conceito (significado)

e uma imagem acústica (significante)".

TESTE SEUS CONHECIMENTOS :

Leia o texto abaixo para responder a questão que se

segue.

“Amor. [Do latim amore]. S.m. 1. Sentimento que

predispõe a desejar o bem de outrem, ou de alguma

coisa(...) 2. Sentimento de dedicação absoluta de um

ser a outro ser ou a uma coisa(...).” (Aurélio Buarque

H. Ferreira)

1) relação às funções da linguagem, qual o aspecto mais

156

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Metalingüística

b) Fática

c) Referencial

d) Poética

Leia o texto para responder a questão que se

segue.

“Amor é um fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer“.

(Luís de Camões)

2) relação às funções da linguagem, qual o aspecto mais

valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Conativa

b) Referencial

c) Metalingüística

d) Poética

Leia o texto para responder a questão que se

segue

“Os gregos viram no amor, sobretudo uma força

unitiva e organizadora e estenderam-na sobre o

fundamento do Amor sexual, da concórdia política e

da amizade. Com o Cristianismo, a noção de Amor

sofre uma transformação; de um lado, é entendido

como uma relação ou um tipo de relações em que se

deve estender a todo “próximo”; de outro,

transforma-se em um mandamento”. (Nicola

Abbaquano)

3) Com relação às funções da linguagem, qual o

aspecto mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a

função de linguagem predominante?

a) Fática

b) Poética

c) Referencial

d) Emotiva

Leia o texto para responder a questão que se segue

“Aquela doença é uma expressão popular do interior

do Ceará para substituir o nome de certas

enfermidades incuráveis ou impressionantes, como a

lepra, o câncer, a tuberculose.”

4) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Fática

b) Poética

c) Referencial

d) Metalingüística

Leia o texto para responder a questão que se segue

“Que frio! Que vento! Que calor! Que absurdo! Que

bacana! Que tristeza! Que tarde! Que amor! Que

besteira! Que esperança! Que modos! Assim, em

plena floresta de exclamações, vai-se tocando pra

frente”. (Drummond).

5) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Metalingüística

b) Fática

c) Referencial

157

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d) Emotiva

Leia o texto para responder a questão que se segue

“Minha primeira namorada é avó / de um neto /

que não é meu”.

6) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Conativa

b) Poética

c) Referencial

d) Fática

Leia a frase para responder a questão que se segue

“Logo você saberá a verdade, Marcos.”

7) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Referencial

b) Conativa

c) Metalingüística

d) Poética

8) Quando em um texto predomina-se conotações,

ritmos, e ele é centrado na própria mensagem, é correto

afirmar que a função predominante desse texto é:

a) Função Poética

b) Função Referencial

c) Função Conativa

d) Função Metalingüística

Leia a frase para responder a questão que se

segue

“A Lua é o satélite da Terra.”

9) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Conativa

b) Referencial

c) Metalingüística

d) Poética

Leia o texto para responder a questão que se segue.

“A lua é uma foice de ouro.”

10) Em relação às funções da linguagem, qual o aspecto

mais valorizado nesse texto, ou seja, qual a função de

linguagem predominante?

a) Poética

b) Referencial

c) Fática

d) Metalingüística

1.2. Instrumento de Ação

A linguagem é um instrumento de ação,

pois é pela linguagem que o homem

materializa seu discurso, podendo assim,

expressar suas manifestações a respeito de tudo que o

cerca.

1.3. Processo

A atividade com a linguagem é um processo, um

trabalho, e para tanto, se elabora, se constrói e se cria a

todo momento. E é um processo coletivo, feito de várias

partes. Cria-se um repertório constituído de palavras,

concepções, e tipos de textos.

158

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1.4. Diversidade

Podemos considerar a diversidade da linguagem

quando falamos em linguagem verbal e linguagem

não-verbal.

Uma linguagem não-verbal é considerada

linguagem, pois quando vemos uma imagem e

interpretamos as mensagens transmitidas por ela,

estamos lendo esta imagem. Essa leitura de imagens é

possível porque há nelas uma linguagem que se

manifesta a partir de uma certa organização.

As linguagens verbais são as criadas pelos

homens. Elas representam este mundo, mas não são o

mundo. A palavra não é o objeto, mas o elemento que

o representa. Essas linguagens são formadas por sinais

criados pelo homem.

II – TEXTO

2.1. Diversidade Textual

Existem muitos tipos de textos. Texto é todo

material organizado com a finalidade de informar,

comunicar, veicular sentidos. Cada um com sua

linguagem específica, seus sinais, sua organização, seus

veículos de transmissão.

2.2. Adequação Vocabular

Os textos são um dos meios que dispomos para

organizar e expressar nosso pensamento. Mas para que

nosso pensamento seja compreensível e preciso que

haja adequação vocabular, que o vocabulário utilizado

seja compreensível.

Por isso é importante atentar para alguns

elementos, tais como: a organização interna do texto; a

situação comunicativa; e o interlocutor a quem o texto

se dirige.

2.3. Estruturação

Os textos são uma forma de comunicação que

coloca em relação um emissor e um receptor. Os

elementos do processo de comunicação compreendem:

� Emissor: quem emite a mensagem.

� Receptor: quem recebe a mensagem.

� Mensagem: é o conteúdo das informações

transmitidas (visual, auditivo, olfativo...).

� Canal: é o meio que possibilita a transmissão

da mensagem: voz, foto, texto, pintura etc.

� Código: é a linguagem verbal ou não verbal

utilizada.

� Referente: é o contexto, a situação aos quais a

mensagem remete.

2.4. Coerência

Assim como uma frase não é uma simples

sucessão de palavras, um texto também não é uma

simples suscessão de frases, mas um todo organizado,

para que haja um texto com coerência.

A coerência é resultante da não-contradição entre

os diversos segmentos textuais, formando uma cadeia

em que todos eles estejam harmonicamente ligados.

2.5. Coesão

A coesão é a manifestação lingüística da

coerência e se realiza nas relações entre elementos

sucessivos – adjetivos em relação aos substantivos,

formas verbais em relação aos sujeitos, tempos verbais

nas relações espaço-temporais constitutivas do texto

159

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etc. – se realiza também na organização de períodos, de

parágrafos, das partes do todo como formadoras de uma

cadeia de sentido, capaz de apresentar e desenvolver um

tema ou as unidades de um texto. É construída com os

mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade

formal ao texto.

2.6. Hierarquia de Idéias

Um texto bem elaborado necessita ter hierarquia

nas idéias. Em uma narração, por exemplo, atribuímos

ações às personagens, essas ações se sucedem

temporalmente, ou seja, uma ação posterior pressupõe

uma ação anterior, com a qual não pode estar em

contradição.

Em qualquer outro tipo de texto a hierarquia de

idéias também é muito importante, pois é como se

estivéssemos conversando com alguém, não se pode

falar depois o que deveria ter sido dito antes.

2.7. Organização

A organização de um texto como um todo,

depende também da organização das palavras em uma

frase, essa organização obedece a certos padrões. Na

língua portuguesa a ordem padrão de organização é:

sujeito+verbo+complemento, embora algumas

variações sejam possíveis, desde que haja

gramaticalidade na relação entre os termos da frase,

pois sem esta gramaticalidade o falante não saberia

estabelecer relação entre duas palavras numa frase.

2.8. Elementos Da Narrativa

Ficção: é o discurso narrativo ou representação

ou fábula que nos remete a uma construção subjetiva

em que figuram entidades, ações e situações que

formam um todo organizado não veraz.

Situação: é a ordem dos elementos do universo

ficcional em dada coordenada de tempo ficcional.

Ação: são as mudanças que ocorrem no universo

ficcional. A ação pode ter vários aspectos:

1. Consumada: efetivamente ocorrida no

universo ficcional.

2. Hipotética: supõe-se consumada, mas no

decorrer da narrativa pode se mostrar como não

consumada no universo ficcional.

3. Imaginária: fruto de uma ficção dentro da

ficção estabelecida por algum dos agentes da ficção.

4. Representada: os agentes da ficção

representam dentro da ficção.

5. Onírica: resulta do sonho de um dos agentes

da ficção.

Ação cardeal: compromete a inteligibilidade da

fábula, quando suprimida.

Proposição: é a tripla situação anterior, ação,

situação posterior.

Episódio: é qualquer fragmento de narração

formado por pelo menos uma proposição. Alguns tipos

notáveis de episódio:

Inversão de tendência: podemos exemplificá-la

citando o herói que consegue inverter as expectativas

que apontavam para o seu fracasso em expectativa para

sua vitória. É um tipo de episódio útil para a obtenção

de clímax. Esse exemplo chama-se peripécia.

Revelação: ocorre quando um dos agentes da

narração - que pode ser o narrador, o personagem ou

leitor - toma conhecimento de um fato que redireciona

os caminhos da ação. Um caso de revelação é o

reconhecimento, em que um dos agentes da narração

toma conhecimento da identidade de outro.

Catástrofe: é o fato de dimensões trágicas no

universo ficcional. Na tragédia grega, por exemplo,

160

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ocorre catástrofe no clímax.

Confronto: é o encaminhamento irreconciliável

para a disputa entre dois agentes da narrativa.

Dano: é o fato que cria um desequilíbrio no

universo ficcional que por vezes condiciona toda a

ação.

Núcleo narrativo: é uma parte da narrativa em

que se prioriza a abordagem de determinado objeto. O

tipo mais comum e notável de núcleo é o que se

desenvolve em função de personagens. Cada ato se

constitui num núcleo. Pode-se dizer que uma parte da

narrativa é um núcleo, desde que nela seja preservada a

característica da parte. Para não se enxergar núcleos e

mais núcleos numa narrativa é preciso considerar

apenas as priorizações de abordagem mais gerais. Não

há uma baliza precisa para determinar que nível de

generalização deve ser empregado para caracterizar um

núcleo, por isso, a determinação dele é uma questão

subjetiva.

O foco da narrativa: Toda estória é narrada em

primeira ou em terceira pessoa. O Foco da narrativa é

determinado pelo contador da estória, ou seja, o

narrador.

Primeira pessoa - Quando o narrador faz parte da

estória, ele é uma das personagens.

Terceira pessoa - Quando o narrador não

participa, ele somente conta a estória.

Narrador onisciente - É o narrador que penetra no

mundo interior das personagens.

2.9. Argumentação e Intencionalidade

Argumentação

Argumentação é o elemento que se utiliza em um

texto para persuadir o leitor a acreditar em determinada

coisa ou agir de determinada forma.

As argumentações não visam apenas expor

conceitos, mas fazer com que o leitor partilhe de

determinada idéia como verdadeira e única.

Intencionalidade

Um componente muito importante na construção

de textos é a INTENCIONALIDADE, isto é, quem

produz um texto utiliza-se de determinados recursos

com a intenção de produzir determinados efeitos no

leitor.

2.10. Semântica

Semântica é o estudo do significado, isto é a

ciência das significações, com os problemas suscitados

sobre o significado. O homem sempre se preocupou

com a origem das línguas e com a relação entre as

palavras e as coisas que elas significam, se há uma

ligação natural entre os nomes e as coisas nomeadas ou

se essa associação é mero resultado de convenção.

Nesse estudo consideram-se também as mudanças

de sentido, a escolha de novas expressões, o nascimento

e morte das locuções.

As formas lingüísticas são símbolos e valem pelo

que significam.

2.11. Sinonímia, Antonímia e Polissemia

Sinonímia

Há sinonímia quando duas ou mais palavras são

sinônimas, quando se identificam exatamente ou

aproximadamente quanto ao significado. Por exemplo:

cara e rosto.

Antonímia

Refere-se à relação entre unidades de sentido

contrário. Essas unidades pertencem à mesma categoria

sintática e opõem-se no interior de uma classe

161

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semântica. Por exemplo: amor e ódio.

Polissemia

Quando a mesma forma fônica cobre

significações diferentes, embora correlatas, tem-se a

polissemia. Entretanto, só pode ser discernida no

contexto. Por exemplo: Ex: fino. (tecido fino; homem

fino; ambiente fino.)

III - TEXTO TÉCNICO

3.1. Organização

O texto técnico é fundamental nas atividades

empresariais. Portanto, deve ser bem organizado. Uma

parte importante da organização é a linguagem,

devendo-se levar em consideração que o sujeito é ser

inanimado, não pratica a ação, ele se torna paciente e,

assim, usa-se a voz passiva.

3.2. Paragrafação

A organização dos parágrafos de um texto técnico

deve manter uma hierarquia de idéias. Se, por exemplo,

for um requerimento, deve-se primeiro indicar a quem

se dirige, logo, mencionar a justificativa e apresentar o

que está sendo requerido, e por fim, solicitar que seu

pedido seja atendido, datar e assinar.

3.3. Peculiaridades

Cintra, Fonseca e Marquesi, definem as

peculiaridades da linguagem técnica como "... um uso

específico que se circunscreve uma dada área sócio-

profissional e que nem sempre tem uma função prática,

visa a obter assentimento das pessoas, dar reforço para

atitudes desejadas, provocar mudanças de opinião ou de

comportamento, dar orientação para novas ações, bem

como subsidiar decisões".

IV - ELEMENTOS GRAMATICAIS

4.1. Frase, Oração e Período

Frase: É todo enunciado suficiente por si mesmo

para estabelecer comunicação.

Oração: É todo enunciado estruturado em torno

de um verbo ou locução verbal, podendo ou não ter

sentido completo.

Período: É uma frase verbal formada de uma ou

mais orações.

Período Simples: frase em que só há uma

oração. Essa oração, por ser única dentro do período,

denomina-se Oração Absoluta.

Período composto: frase constituída de duas ou

mais orações.

4.2. Ortografia

A palavra Ortografia é formada por "orto",

elemento de origem grega, usado como prefixo, com o

significado de direito, reto, exato e "grafia", elemento

de composição de origem grega com o significado de

ação de escrever; ortografia, então, significa ação de

escrever direito. É fácil escrever direito? Não! É, de

fato, muito difícil conhecer todas as regras de ortografia

a fim de escrever com o mínimo de erros ortográficos.

Seguem algumas frases com as respectivas regras sobre

o uso de ç, s, ss, z, x... Vamos a elas:

01) Uma das intenções da casa de detenção é

levar o que cometeu graves infrações a alcançar a

introspecção, por intermédio da reeducação.

a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos

terminados em TO:

intento = intenção

canto = canção

b) Usa-se ç em palavras terminadas em

TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER:

162

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deter = detenção

reter = retenção

c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos

terminados em TOR:

infrator = infração

trator = tração

d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos

terminados em TIVO:

introspectivo = introspecção

relativo = relação

e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos

quais se retira a desinência R:

reeducar = reeducação

importar = importação

f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s:

eleição

traição

02) A pretensa diversão de Creusa, a poetisa

vencedora do concurso, implicou a sua expulsão,

porque pôs uma frase horrorosa sobre a diretora

Luísa.

a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos

terminados em NDER ou NDIR:

pretender = pretensão, pretensa, pretensioso

defender = defesa, defensivo

compreender = compreensão, compreensivo

repreender = repreensão

b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos

terminados em ERTER ou ERTIR:

inverter = inversão

converter = conversão

c) Usa-se s após ditongo quando houver som de

z:

Creusa

coisa

d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA,

substantivos femininos:

Luísa

Heloísa

Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de

juiz, que também se escreve com z.

e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos

terminados em CORRER ou PELIR:

concorrer = concurso

discorrer = discurso

f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR,

QUERER, USAR:

ele pôs

ele quis

g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE,

ESE, ISE, OSE:

frase

tese

Exceções: deslize e gaze.

h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO,

OSA:

horrorosa

gostoso

Exceção: gozo

03) I - Teresinha, a esposa do camponês inglês,

avisou que cantaria de improviso.

II - Aterrorizada pela embriaguez do marido, a

mulherzinha não fez a limpeza.

a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo

INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da

palavra de origem; com z quando a palavra de origem

não tiver o radical terminado em s:

Teresa = Teresinha

Casa = casinha

b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos

163

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com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra

de origem; os terminados em IZAR serão escritos com

z quando a palavra de origem não tiver o radical

terminado em s:

improviso = improvisar

análise = analisar

c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão

escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos

ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão

escritas com z quando forem substantivos abstratos

provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem

qualidade:

Teresa

Camponês

Inglês

04) O excesso de concessões dava a impressão

de compromisso com o progresso.

a) Os verbos terminados em CEDER terão

palavras derivadas escritas com CESS:

exceder = excesso, excessivo

b) Os verbos terminados em PRIMIR terão

palavras derivadas escritas com PRESS:

imprimir = impressão

deprimir = depressão

c) Os verbos terminados em GREDIR terão

palavras derivadas escritas com GRESS:

progredir = progresso

agredir = agressor, agressão, agressivo

d) Os verbos terminados em METER terão

palavras derivadas escritas com MISS ou MESS:

comprometer = compromisso

prometer = promessa

intrometer = intromissão

05) Para que os filhos se encorajem, o lojista

come jiló com canjica.

a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos

terminados em JAR:

Viajar = espero que eles viajem

Encorajar = para que eles se encorajem

b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de

vocábulos terminados em JA:

loja = lojista

canja = canjica

sarja = sarjeta

c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-

guarani. Ex: Jiló; Jibóia.

06) O relógio que ele trouxe da viagem ao

México em uma caixa de madeira caiu na enxurrada.

a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em

ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:

Pedágio, sacrilégio, prestígio, relógio, refúgio.

b) Escrevem-se com g os substantivos terminados

em GEM:

a viagem, a coragem, a ferrugem.

Exceções: pajem, lambujem.

c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com

x:

Mexerica, México, Mexilhão, Mexer.

Exceção: mecha de cabelos

d) As palavras iniciadas por EN serão escritas

com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados

por ch: Enxada; Enxerto; Encher – provém de cheio

Enchumaçar – provém de chumaço.

e) Usa-s x após ditongo: Ex: ameixa; caixa;

peixe.

Exceções: recauchutar, guache.

V - DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS

5.1. Usos do Porquê

164

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Na Língua Portuguesa, há quatro maneiras

diferentes de se grafar o porquê:

1)Porquê (junto, com acento): É um

substantivo, portanto, deverá ser usado, quando surgir,

antes dele, uma palavra modificadora – artigo (o, os,

um, uns), pronome adjetivo (meu, esse, quanto) ou

numeral (um, dois, três, quatro). Como é um

substantivo, admite plural: porquês. Ex.:

a) Ninguém sabe o porquê de tanto

desdém.

b) Quantos porquês! Pare de fazer-me

perguntas.

2)Por quê (separado, com acento): É a junção

da preposição por com o substantivo quê, que só é

usado em final de frase. Aliás, sempre que a palavra

"que" for usada em final de frase, deverá ser acentuada,

independentemente do elemento que surja antes. Ex.:

a) Você não me telefonou ontem por

quê?

b) Nem eu sei por quê.

c) Você está rindo de quê?

d) Você procurou-me para quê?

Observação 1: A palavra “que” será acentuada,

quando estiver antecedida por uma palavra

modificadora, ou quando for uma interjeição que

designa espanto. Ex.:

a) Ela tem um quê de mistério.

b) Quê? Ela esteve aqui, e você não me avisou?

Observação 2: Quando, anteriormente ao "que",

surgir a palavra "o", "a", "os" ou "as", teremos pronome

demonstrativo (o, a, os, as), com o mesmo valor de

"aquele, aquela, aquilo", e pronome relativo (que). No

caso de "a que", também pode ser a preposição "a". Ex.:

a) Não entendi o que você falou = Não entendi

aquilo que você falou.

b) Dos concorrentes, o vencedor será o que mais

votos obtiver = Dos concorrentes, o vencedor será

aquele que mais votos obtiver.

c) A peça a que assisti é maravilhosa. (Esse "a" é

preposição)

3)Por que (separado, sem acento):

a) É a junção da preposição por com o pronome

interrogativo que; significa por que motivo, por qual

razão. Ex.:

b) Por que o professor faltou hoje? = Por qual

razão o professor faltou?

c) Não sei por que o professor faltou hoje = Não

sei por qual motivo o professor faltou hoje.

É a junção da preposição por com o pronome

relativo que; pode ser substituído por pelo qual, pelos

quais, pela qual, pelas quais ou por qual. Ex.:

a) O aperto por que passei foi terrível = O aperto

pelo qual passei foi terrível.

b) A causa por que luto é nobilíssima = A causa

pela qual luto é nobilíssima.

4)Porque (junto, sem acento): É uma

conjunção, portanto, estará ligando duas orações,

indicando causa (= já que), explicação (= pois) ou

finalidade (= para que). Exemplos:

a) O espetáculo não ocorreu, porque o cantor

estava gripado = O espetáculo não ocorreu já que o

cantor estava gripado.

b) Estudem, porque consigam a aprovação =

Estudem para que consigam a aprovação.

c) Pare de falar, porque está atrapalhando-me =

Pare de falar, pois está atrapalhando-me.

O emprego de quê:

165

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a) Como um monossílabo tônico (acentuado),

usa-se nas interrogações, em finais de frases:

Ex.: Eu queria comprar um carro, mas com quê?

Fale mais alto, você disse o quê?

b) Como um substantivo, sempre acentuado:

Ex.: Essa mulher tem um quê muito diferente.

Mude seu comportamento! Perca esse quê de

arrogância!

Note que, neste caso, pode ser pluralizado,

empregado no diminutivo etc.:

Ex: Esses quês de desprezo me irritam!

Ele tem um quezinho de nobre...

c) Como uma interjeição que indica espanto ou

protesto:

Ex: Quê! Nem quero pensar em sua proposta! O

quê, hein? Então, você veio mesmo!

5.2. Onde/Aonde

É empregado com verbos que não guardam a

idéia de movimento.

Ex.: Queríamos vê-lo, mas não sabíamos onde

estava.

Vem depressa de onde estás, que eu não sei onde

te encontrar.

ONDE:

Equivale a para onde. É usado com verbos que

guardam a idéia de movimento.

Ex: Aonde você pensa que vai, malandro?

De onde vens e aonde vais?

5.3. Mau/Mal

É um adjetivo, antônimo de bom. Usa-se como

uma qualificação.

Ex.: O mau tempo acabou com a temporada.

Vivia maus momentos, por isso andava irritada.

Pode ser usado como:

Conjunção temporal, equivalente a assim que,

logo que, quando.

Mal começou a andar, já brincava pela casa

inteira.

Advérbio de modo (antônimo de bem).

Os atores atuaram muito mal no espetáculo.

Cuidado com ela: sempre está mal-humorada!

Substantivo, podendo estar precedido de artigo

ou pronome e ser usado no plural.

Um mal terrível abateu-se sobre esta casa!

Há males que vêm para bem.

5.4. Cessão / Sessão / Secção / Seção

Cessão

Significa “ceder, conceder, oferecer, dar”.

Ex.: Fizemos a cessão de todos os bens ao chefe

da casa.

Finalmente o governo resolveu fazer a cessão dos

prédios aos menores.

Sessão:

Significa “intervalo de duração”.

Ex.: A Câmara dos Deputados reuniu-se em

sessão extraordinária.

Última sessão de cinema.

Secção ou Seção:

Significa “parte, segmento, subdivisão”.

Você já leu a seção de economia?

Dirija-se à seção de cobrança.

5.5. Há/A

É usado para indicar um tempo já transcorrido.

Neste caso, é sinônimo de “faz”.

Ex: Há um ano, as coisas eram bem diferentes

166

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entre eles.

Não o vejo há meses; nem sei como está agora.

A:

É usado para indicar distância ou uma ação que

vai acontecer em tempo futuro.

Ex.: Espero estar na Europa daqui a dois meses.

De hoje a uma semana responderei à proposta.

O próximo retorno fica a dois quilômetros.

5.6. Mas / Mais

Mas

A conjunção coordenativa, mas equivale a,

entretanto, porém, contudo.

Ex.: Sabíamos de tudo, mas não queríamos

falar.

Todos nós queríamos muito viajar, mas não

tínhamos dinheiro.

Mais

O pronome ou advérbio de intensidade mais é o

oposto de menos.

Ex.: A moça de branco foi quem mais

perguntou.

Estava mais cansado ainda do que ontem.

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1) Verifique, nas alternativas abaixo, qual a que contém

a correta formação da palavra composta:

a) Uma pessoa contrária aos americanos é anti-

americana.

b) O objeto que se situa além da órbita é extraorbital.

c) Uma pessoa contrária à república é anti-

republicana.

d) Alguém liberal demasiadamente é ultraliberal.

e) A ação de sugestionar-se a si mesmo é

autosugestão.

2) Verifique em qual alternativa a formação de palavras

deve obrigatoriamente ser grafada com Hífen:

a) Maria vai com as outras.

b) Passa tempo.

c) Roda pé.

d) Aero espacial.

e) Pós posto.

3) Dadas as palavras: 1 - pão duro (adjetivo); 2 - copo

de leite (substantivo); 3 - sub raça, constatamos que o

hífen é obrigatório:

a) apenas na palavra n0 1.

b) apenas na palavra n0 2.

c) apenas na palavra n0 3.

d) em todas as palavras.

e) n.d.a.

4) Verifique quais palavras podem preencher

corretamente os espaços em branco:

Compramos as.... e começamos a montar a .... estrutura

que você está vendo. Será a sede da congregação:

a) folhas de flandres, extra-ordinária, si nojaponesa

b) foi has-de-flandres, extraordinária, sino-japonesa

c) folhas de flandres, extraordinária, sinojaponesa

d) foi has-de-llandres, extra-ordinária, si nojaponesa

e) n.d.a.

5.7. Que e Se

Que:

1. Substantivo:

Quando o “que” for substantivo, terá o sentido

167

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de qualquer coisa ou alguma coisa, será modificado

geralmente pelo artigo indefinido um e será sempre

acentuado.

Ex. Esta menina tem um quê de mistério. = Esta

menina tem alguma coisa de mistério.

2. Advérbio:

Quando o “que” for advérbio, intensificará

adjetivos e advérbios e poderá ser substituído por quão

ou muito. Em geral, é usado em frases exclamativas.

Ex. Que linda é essa garota! = Quão linda é essa

garota!

Que doido fui eu não aceitando aquela proposta!

= Quão doido fui...

Que longe fica sua casa! = Quão longe fica sua

casa.

3. Preposição:

Quando o “que” funcionar como preposição,

equivalerá à preposição de, sendo usado em locuções

verbais que têm, como auxiliares, ter ou haver.

Ex.:Tenho que trazer meus documentos até

amanhã. = Tenho de trazer meus documentos até

amanhã.

4. Interjeição:

Quando o “que” for interjeição, exprimirá

emoção, estado de espírito e será sempre exclamativo e

acentuado. Poderá ser substituído por outra interjeição.

Ex. Quê! Jusperino suicidou-se? = Meu Deus!

Jusperino suicidou-se?

Quê! Você por aqui também? = Uai! Você por

aqui também?

5. Partícula Expletiva ou de Realce:

Quando o “que” for partícula expletiva, será

empregado para realçar ou enfatizar. Sua retirada não

alterará o sentido da frase. Poderá também ser usado na

locução expletiva é que.

Ex. Por pouco que a gente não brigou com ele. =

Por pouco a gente não brigou com ele.

Nós é que trouxemos o material. = Nós

trouxemos o material.

“Oh! Que saudades que tenho / Da aurora da

minha vida / Da minha infância querida / Que os anos

não trazem mais!” = Oh! Que saudades eu tenho...

6. Pronome Interrogativo

Quando o “que” for pronome interrogativo,

substituirá, nas frases interrogativas, o elemento sobre o

qual se desejar resposta.

Ex. Que você disse? = Você disse algo.

Gostaria de saber que homem me procurou. = O

homem procurou alguém.

* Nota: É inadequado o uso da palavra "o", antes

do pronome interrogativo que, ou seja, a língua culta

não admite perguntas como “O que você disse?”,

apesar de ser expressão corrente em nosso país.

7. Pronome Indefinido

Quando o “que” for pronome indefinido,

aparecerá antes de substantivos em frases geralmente

exclamativas e poderá ser substituído por quanto,

quanta, quantos e quantas.

Ex. Que sujeira havia naquele quarto. = Quanta

sujeira havia naquele quarto.

Que miséria há no Brasil! = Quanta miséria há

no Brasil!

8. Pronome Adjetivo

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Quando o “que” for pronome adjetivo, aparecerá

antes de substantivo, apenas modificando-o. Não o

confunda com o pronome indefinido.

Ex. Que mulher linda aquela! (Perceba que não

há a possibilidade de substituí-lo por quanto, quanta,

quantos ou quantas; ele apenas modifica o substantivo,

a fim de tornar a frase exclamativa. Por isso mesmo, é

também denominado de pronome exclamativo.)

9. Pronome Relativo

Quando o “que” for pronome relativo, aparecerá

após o substantivo substituído por ele e poderá ser

substituído por o qual, a qual, os quais, as quais.

Ex. Achei muito bela a garota que você me

apresentou. = Achei muito bela a garota a qual você

me apresentou.

10. Conjunção Coordenativa Aditiva

Quando o “que” for conjunção coordenativa

aditiva, iniciará oração coordenada sindética aditiva,

aparecerá sempre entre duas formas verbais iguais e terá

valor bastante próximo da conjunção e.

Ex. Falava que falava, mas não convencia

ninguém.

Bebia que bebia, ignorando o risco que corria.

11. Conjunção Coordenativa Explicativa

Quando o “que” for conjunção coordenativa

explicativa, iniciará oração coordenada sindética

explicativa e poderá ser substituída por pois ou porque,

que também são conjunções coordenativas explicativas.

Ex. Venha até aqui, que preciso falar-lhe. =

Venha até aqui, pois preciso falar-lhe.

12. Conjunção Coordenativa Adversativa

Quando o “que” for conjunção coordenativa

adversativa, iniciará oração coordenada sindética

adversativa, indicará oposição, ressalva e apresentará

valor equivalente a mas.

Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir

essa tarefa. = Outra pessoa, mas não eu...

13. Conjunção Subordinativa Integrante.

Quanto o “que” for conjunção subordinativa

integrante, iniciará oração que exerce função de sujeito,

objeto direto, objeto indireto, complemento nominal,

predicativo do sujeito e aposto não iniciado por

pronome relativo. A oração iniciada pela conjunção

integrante será chamada de oração subordinada

substantiva.

Ex. Acho que você está equivocado. (A oração

“que você está equivocado” funciona como objeto

direto do verbo achar, denominada oração subordinada

substantiva objetiva direta)

Ela só pensa em uma coisa: que seu filho seja

aprovado. (A oração “que seu filho seja aprovado”

funciona como aposto, denominada oração subordinada

substantiva apositiva)

14. Conjunção Subordinativa Consecutiva

Quando o “que” for conjunção subordinativa

consecutiva, iniciará oração subordinada adverbial

consecutiva e aparecerá, em geral, nas expressões tão...

que, tanto... que, tamanho... que e tal... que.

Ex. Ele gritou tanto que ficou rouco. = A

conseqüência de ele ter gritado muito foi ter ficado

rouco.

15. Conjunção subordinativa Comparativa

Quando o “que” fora conjunção subordinativa

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comparativa, iniciará oração subordinada adverbial

comparativa e aparecerá nas expressões mais... que,

menos... que.

Ex. Ele é mais inteligente que o irmão.

SE:

O pronome "se" pode ter várias funções

diferentes da oração. Vejamos todas:

1) Pronome Reflexivo;

O pronome se será reflexivo, quando o sujeito

praticar a ação sobre si mesmo; será reflexivo

recíproco, quando um elemento praticar a ação sobre

outro, e o outro praticar a ação sobre o "um".

Geralmente o pronome se complementa verbo transitivo

direto; raramente, verbo transitivo indireto. Outros

pronomes oblíquos átonos – me, te, nos, vos - também

podem ser reflexivos.

Ex.: Carlos machucou-se, ao pular o muro. O

pronome "se", neste caso, é reflexivo, complementando

verbo transitivo direto.

Carlos e Fabiane amam-se. O pronome "se",

neste caso, é reflexivo recíproco, complementando

verbo transitivo direto.

Nós nos respeitamos. O pronome "nos" é

reflexivo recíproco, complementando verbo transitivo

direto.

2) Partícula integrante do verbo:

O pronome se será partícula integrante de verbos,

quando fizer parte de um verbo pronominal. Outros

pronomes oblíquos átonos – me, te, nos, vos – também

podem ser partícula integrante do verbo.

Ex: Feliciano suicidou-se. Não existe o verbo

"suicidar", e sim o verbo "suicidar-se"; o pronome faz

parte do verbo.

Queixei-me do zelador ao síndico. Não existe o

verbo "queixar", e sim o verbo "queixar-se"; o pronome

faz parte do verbo.

3) Partícula expletiva (ou de realce):

O pronome se será partícula expletiva, quando

acompanhar verbo intransitivo, com sujeito claro ou

oculto. Outros pronomes oblíquos átonos – me, te, nos,

vos – também podem ser partícula expletiva.

Ex: Murcham-se as flores. O verbo é "murchar", não-

pronominal e intransitivo, com sujeito claro.

Eu me morro de tristeza, vivendo sem você. O

verbo é "morrer", não-pronominal e intransitivo, com

sujeito claro.

4) Partícula apassivadora:

O pronome se será partícula apassivadora,

quando acompanhar verbo transitivo direto, e o

elemento paciente, que passa a ser sujeito, não for

iniciado por preposição. O verbo concorda com o

sujeito, ou seja, se o sujeito for plural, o verbo também

o será.

Ex: Alugam-se barcos. O verbo "alugar" é

transitivo direto (quem aluga, aluga algo); o elemento

paciente não é iniciado por preposição, funcionando

como sujeito; por isso o verbo deve ficar no plural. Essa

frase se equivale a Barcos são alugados.

Há gramáticos que admitem deixar o

verbo na terceira pessoa do singular,

indeterminando o sujeito.

5) Índice de indeterminação do sujeito:

O pronome se será índice de indeterminação do

sujeito, quando acompanhar verbo transitivo indireto

com objeto indireto, verbo de ligação com predicativo

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do sujeito, verbo intransitivo sem sujeito claro ou verbo

transitivo direto com o elemento paciente

preposicionado; nesse caso, o elemento paciente será

denominado objeto direto preposicionado. Os verbos

devem ficar na terceira pessoa do singular.

Ex: Precisa-se de rapazes. O verbo "precisar" é

transitivo indireto (quem precisa, precisa de algo) com

objeto indireto (rapazes).

Aqui se é feliz. O verbo "ser" é verbo de ligação

com predicativo do sujeito (feliz).

Morre-se de amores. O verbo "morrer" é

intransitivo (quem morre, morre) sem sujeito claro.

Ama-se a Deus. O verbo "amar" é transitivo

direto com o elemento paciente preposicionado.

6) Sujeito acusativo:

O pronome se será sujeito acusativo, quando for,

aparentemente, objeto direto de um verbo e sujeito de

outro ao mesmo tempo.

Ex: Mandaram-me sair da sala. O pronome

"me" é, aparentemente, objeto direto de "mandar" e

sujeito de "sair".

Elas deixaram-se ficar deitadas. O

pronome "se" é, aparentemente, objeto direto de

"deixar" e sujeito de "ficar".

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1) Indique a alternativa em que a partícula se não tem

valor de pronome apassivador:

a) “...ouviam-se gargalhadas e pragas...”

b) “...destacavam-se risos...”

c) “...trocavam-se de janela para janela as

primeiras palavras, os bons-dias...”

d) “...já não se destacavam vozes dispersas...”

e) “...pigarreava-se grosso por toda a parte...

2) Em “O dentista acha-se estendido no chão; a defunta

aproximou-se da mesa”, o se é, respectivamente:

a) Pronome apassivador e pronome reflexivo.

b) Expletivo e expletivo.

c) Pronome apassivador e pronome apassivador.

d) Pronome reflexivo e pronome apassivador.

e) Pronome reflexivo e pronome reflexivo.

3) O que está com função de preposição em que

alternativa?

a) Veja que lindo está o cabelo de nossa amiga!

a) Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és.

b) João não estudou mais que José, mas entrou na

faculdade.

c) O fiscal teve que acompanhar o candidato ao

banheiro.

d) Não chore, que eu já volto.

e) 4) Na frase: “Você é que pensa que a vida flui

segundo as leis do poder!”, a palavra classifica,

respectivamente, como:

a) Palavra de realce — pronome relativo

b) Advérbio de intensidade — conjunção integrante

c) Advérbio de intensidade — pronome relativo

d) Conjunção integrante — pronome relativo

e) Palavra de realce — conjunção integrante

VI - ACENTUAÇÃO

As palavras em Língua Portuguesa são

acentuadas de acordo com regras. Para que você saiba

aplicá-las é preciso que tenha claros alguns conceitos

como tonicidade, encontros consonantais e vocálicos...

Para você acentuar uma palavra:

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1º - Divida-a em sílabas;

2º - Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona,

paroxítona);

3º - De acordo com sua terminação, encaixe-a nos

quadros que se seguem:

Você deve acentuar as vogais tônicas de:

6.1. Oxítonas terminadas em:

-a (s). Ex: cajá

-e (s). Ex: sapé

-o (s). Ex: jiló

-em(s). Ex: também

-en (s). Ex: reféns

6.2. Paroxítonas terminadas em:

-i. Ex.: júri

-u, -us. Ex.: vírus,

-l. Ex.: útil

-n,-ns. Ex: hífen, éden

-r. Ex.: néctar

-x. Ex.: tórax

-ã,-ãs,-ão,-ãos.

Ex.: órgão, ímã

-ditongo. Ex.:régua

-ps. Ex.:bíceps

DICA: não se acentuam as paroxítonas terminadas em -

ens. Ex.: itens, nuvens...

6.3. Proparoxítonas

TODAS

Ex: lâmpada, fábrica.

6.4. Monossílabos terminados em:

-a(s). Ex: pá

-e(s). Ex: ré

-o(s). Ex: nós

6.5. Hiatos

Quando i, u tônicos forem o segundo elemento de

um hiato e estiverem sozinhos na sílaba ou

acompanhados de s. Ex.: saída, baú, egoísta, baús...

Exceção: hiatos seguidos de nh na sílaba seguinte

não são acentuados. Ex.: rainha, bainha...

A primeira vogal tônica dos hiatos oo(s) e ee é

acentuada. Ex.:vôo, lêem. .

Os verbos que possuem EE (hiatos) são apenas

quatro: crer, dar, ler e ver. Ex.:crêem, dêem, lêem,

vêem. Seus derivados também são acentuados.

Ex.:relêem, revêem...

6.6. Ditongos

Os ditongos abertos: éu(s), éi(s), ói(s).

Ex.: pastéis, dói, céu...

6.7. Grupos Gu, Qu antes de E/I:

a - Quando o u é proferido e tônico, receberá

acento agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc.

b - Quando o referido u é proferido e átono,

receberá trema: freqüente, tranqüilo, etc.

c - Quando o u não for pronunciado, formará com

q e g dígrafos, ou seja, duas letras representando um

único fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de

acento.

6.8. Acento Diferencial

O acento diferencial (que pode ser circunflexo ou

agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos

homógrafos (palavras que apresentam a mesma escrita).

Vejamos alguns exemplos:

- às (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo

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feminino plural)

- côa, côas (verbo coar)- coa, coas (contrações

com + a, com + as).

- pára (verbo) - para (preposição).

- péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas

(contrações de per + a, per + as).

- pêlo (substantivo) -pelo (per+o).

- pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos

(falcão).

- pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra

antiga, fincada no chão).

- pôr (verbo) – por (preposição).

- porquê (substantivo) - porque (conjunção).

- quê (substantivo, pronome em fim de frase) -

que (conjunção).

TESTE SEUSCONHECIMENTOS

1) São acentuadas por razões diferentes:

a.( ) antipático – páginas – próximo

b.( ) cópias – monetários – intransponíveis

c.( ) acadêmica – antropóloga – sinônimo

d.( ) há – é – cós

e.( ) caráter – lábia – provável

2) Assinale a alternativa cujas palavras são acentuadas

graficamente com base na mesma regra:

a.( ) idéia – céu – porém – além

b.( ) concluí – saí – lá – está

c.( ) ingênuo – água – matéria – dromedário

d.( ) lá – já – calçá-las – saí

e.( ) época – desagradável – solícito – apanhá-los.

3) A alternativa que corresponde à série cujas palavras

não devem ser todas acentuadas é:

a.( ) abdomen – flacido – atras

b.( ) rubrica – textil – cateter

c.( ) forceps – fenix - album

d.( ) atraves – simposio – carater

e.( ) feiura – maritimo – pivo

4) Num dos itens abaixo, a acentuação gráfica de um

vocábulo não está devidamente justificada:

a.( ) além: vocábulo oxítono terminado em “em”.

b.( ) círculo: vocábulo proparoxítono.

c.( ) dócil: vocábulo proparoxítono terminado em “l”.

d.( ) pôde: acento diferencial

e.( ) órgão: vocábulo paroxítono terminado em til.

VII – CRASE

Crase é a fusão de duas vogais idênticas.

Representa-se graficamente a crase pelo acento grave.

Ex: Fomos à piscina. (à artigo e preposição)

Ocorrerá a crase sempre que houver um termo

que exija a preposição a e outro termo que aceite o

artigo.

Para termos certeza de que o "a" aparece

repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:

1. Substituir a palavra feminina por uma

masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante

de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.

Exemplos:

Temos amor à arte.

(Temos amor ao estudo)

Respondi às perguntas.

(Respondi ao questionário)

2. Substituir o "a" por para ou para a. Se

aparecer para a, ocorre a crase:

173

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Exemplos:

Contarei uma estória a você.

(Contarei uma estória para você.)

Fui à Holanda

(Fui para a Holanda)

3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo

"voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque

ocorre a crase.

Exemplos:

Iremos a Curitiba.

(Voltaremos de Curitiba)

Iremos à Bahia

(Voltaremos da Bahia)

Não ocorre a Crase:

- antes de verbo

Voltamos a contemplar a lua.

- antes de palavras masculinas

Gosto muito de andar a pé.

Passeamos a cavalo.

- antes de pronomes de tratamento, exceção feita

a senhora, senhorita e dona:

Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza

Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

- antes de pronomes em geral:

Não vou a qualquer parte.

Fiz alusão a esta aluna.

- em expressões formadas por palavras repetidas:

Estamos frente a frente

Estamos cara a cara.

- quando o "a" vem antes de uma palavra no

plural:

Não falo a pessoas estranhas.

Restrição ao crédito causa o temor a

empresários.

Crase Facultativa:

a) Antes de nome próprio feminino:

Refiro-me à (a) Juliana.

b) Antes de pronome possessivo feminino:

Dirija-se à (a) sua fazenda.

c) Depois da preposição até:

Dirija-se até à (a) porta.

Ocorre também a crase

a) Na indicação do número de horas:

Chegamos às nove horas.

b) Na expressão à moda de, mesmo que a

palavra moda venha oculta:

Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às

de instrumento:

Chegou à tarde (tempo).

Falou à vontade (modo).

d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à

medida que, à força de...

Lembre-se de que:

Há - indica tempo passado.

Moramos aqui há seis anos

A - indica tempo futuro e distância.

Daqui a dois meses, irei à fazenda.

Moro a três quarteirões da escola.

1. Quando houver a preposição a antes dos

pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo,

há que se colocar o acento grave indicativo da crase

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sobre o a dos pronomes demonstrativos. Por exemplo:

"Não mais obedecerei àquele sujeito"; "Assisti

àquela peça teatral"; "Não me referi àquilo que você

disse".

2 . Diante da palavra DISTÂNCIA, só ocorrerá

crase, se houver a formação de locução prepositiva, ou

seja, se não houver a preposição de, não ocorrerá crase.

Por exemplo: "Reconheci-o a distância" (sem crase,

pois não há a preposição de); "Reconheci-o à distância

de duzentos metros".

3. Diante do pronome relativo que ou da

preposição de, quando for fusão da preposição a com

o pronome demonstrativo a, as, ocorre crase. Estes

pronomes são sinônimos de aquela, aquelas. Por

exemplo: “Essa roupa é igual à que comprei ontem”

(é igual àquela que comprei); “Sua voz é idêntica à de

um primo meu” (é idêntica àquela de meu primo).

4. Diante dos pronomes relativos a qual, as

quais, quando o verbo da oração subordinada adjetiva

exigir a preposição a, ocorre crase. Por exemplo: “A

cena à qual assisti foi chocante” (quem assiste, assiste

a algo).

5. Quando o a estiver no singular, diante de uma

palavra no plural, não ocorre crase. Por exemplo:

"Referi-me a todas as alunas, sem exceção"; "Não

gosto de ir a festas desacompanhado".

6. Diante de pronomes possessivos femininos

[minha(s), tua(s), sua(s), nossa(s), vossa(s)], é

facultativo o uso do artigo, então, quando houver a

preposição a, será facultativa a ocorrência de crase. Por

exemplo: “Referi-me a sua professora” ou “Referi-

me à sua professora”; “Referi-me a suas

professoras” ou “Referi-me às suas professoras”.

7. Após a preposição até, é facultativo o uso da

preposição a, portanto, caso haja substantivo feminino

à frente, a ocorrência de crase também será facultativa.

Por exemplo: "Fui até a secretaria" ou "Fui até à

secretaria".

8. A palavra CASA: A palavra casa só terá

artigo, se estiver especificada, portanto só ocorrerá

crase diante da palavra casa se ela estiver especificada.

Por exemplo: "Voltarei a casa antes de todos" (sem

crase, pois a palavra casa não está especificada);

"Voltarei à casa de Ronaldo antes de todos" (com crase,

pois a palavra casa está especificada).

9. A palavra TERRA: Significando planeta, é

substantivo próprio e tem artigo, conseqüentemente,

quando houver a preposição a, ocorrerá a crase.

Significando chão firme, solo, só terá artigo quando

estiver especificada, portanto, quando significar chão

firme, solo, só poderá ocorrer a crase se vier

especificada.

Por exemplo: "Os astronautas voltaram à

Terra" (com crase, pois "terra" está caracterizando o

planeta); "Os marinheiros voltaram a terra" (sem

crase, pois significa chão firme, solo e não está

especificada); "Irei à terra de meus avós" (com crase,

pois significa chão firme, solo e está especificada).

10. Nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento,

até há bem pouco tempo só se admitia o acento

indicativo de crase se houvesse ambigüidade na

frase. Modernamente, porém, os gramáticos estão

admitindo tal acento em qualquer circunstância. Por

exemplo: "Preencheu o formulário à caneta";

"Paguei à vista minhas compras" (A gramática

normativa padrão condenava esse acento há

pouquíssimo tempo).

Em relação a essa última regra, acato a

dinamicidade da língua e acompanho a

modernidade, apesar de ser contra esse acento.

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TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1) Assinalar a alternativa que completa corretamente as

lacunas da frase apresentada:

“Estamos ___ poucas horas da cidade ___ que vieram

ter, ____ tempos, nossos avós.”

a) a- a – há

b) há – a - a

c) há – à – há

d) à – a – a

e) a – à – há

2) Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O papa caminhava à passo firme.

b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.

c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.

d) Esta é a casa à qual me referi ontem às pressas.

Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

3) Assinale a alternativa em que não deve ocorrer o

sinal de crase:

a) O sonho de todo astronauta é voltar a Terra.

b) As vezes, as verdades são duras de se ouvir.

c) Enriqueço, a medida que trabalho.

d) Filiei-me a entidade, sem querer.

e) O sonho de todo marinheiro é voltar a terra.

4) As frases seguintes são excertos da continuação de

um texto. Em uma delas admite-se a crase. Assinale

essa opção:

a) Um grande capitalista passa os dias a vigiar as

oscilações da bolsa.

b) Não se pode amar mais do que nossa medida de

amor.

c) O rico tem que viver a espera do ladrão.

d) O mais que ele faz é chegar a um compromisso.

e) As desgraças do excessivamente rico ainda não estão

em nada disso.

5) Marque a alternativa que preenche corretamente as

lacunas da seguinte frase:

“Dirija-se ____ secretária e entregue-lhe ___

propostas favoráveis ____compra das máquinas”.

(a). à – às – a

(b). a – às – a

c) a – as – a

(d). à – às – à

(e). à – as – à

VIII – PONTUAÇÃO

8.1. A Vírgula:

A vírgula é um sinal de pontuação que marca

uma pausa de curta duração.

8.2. O Ponto e o Ponto e Vírgula:

O ponto e vírgula marca uma pausa maior que a

da vírgula, porém, menor que a do ponto. O ponto, por

sua vez, é uma pausa maior que a vírgula e o ponto e

vírgula, é a maior pausa que se pode ter num texto.

8.3. Os Dois Pontos:

Marcam uma sensível suspensão da melodia da

frase. São utilizados quando se vai iniciar uma

seqüência que explica, identifica, discrimina ou

desenvolve uma idéia anterior; ou quando se quer

iniciar uma fala ou citação de outra pessoa.

8.4. As Aspas:

Devem ser utilizadas para isolar citação textual de

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outros, falas ou pensamentos de personagens em textos

narrativos, ou palavras e expressões que não pertençem

à língua culta.

8.5. O Travessão:

Serve para indicar que alguém fala por sua

própria voz.

8.6. As Reticências:

Marcam uma interrupção da seqüência lógica do

enunciado. Em geral assinalam modulação de natureza

emocional (dúvida, tristeza, nostalgia).

8.7. Os Parênteses:

Servem para isolar explicações, indicações, ou

comentários acessórios. Servem também para isolar

referências bibliográficas.

8.8. Os Usos da Vírgula:

Esse é um dos maiores problemas dos escritores

em geral, sejam jornalistas, estudantes, professores, ou

seja, qualquer cidadão, ao escrever um texto, depara

com a dúvida: devo ou não virgular tal parte do texto:

Vejamos, então, as principais regras de como usar a

vírgula:

8.8.1 Emprego da Vírgula no Período Simples:

Quando se trata de separar termos de uma mesma

oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:

1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados:

Adjuntos adverbiais são termos de valor adverbial que

denotam alguma circunstância do fato expresso pelo

verbo ou intensifica o sentido deste, ou de um adjetivo,

ou de um advérbio. As principais circunstâncias são as

de tempo, lugar, causa, modo, meio, afirmação,

negação, dúvida, intensidade, finalidade, condição,

assunto, preço, etc...

Os adjuntos adverbiais estarão deslocados quando

estiverem no início ou no meio do período. Em alguns

casos, a vírgula não será obrigatória, pois, às vezes, ela

tira a linearidade, eliminando, assim, a clareza da frase.

O parágrafo anterior pode servir-nos de exemplo

para o que acabamos de ler: a não-obrigatoriedade da

vírgula. O último período também poderia ser escrito

assim: "Em alguns casos a vírgula não será obrigatória,

pois às vezes ela tira a linearidade, eliminando assim a

clareza da frase". Ex.: A maioria dos alunos, durante as

férias, viajam.

Desde o ano passado, enfrento problemas com

meu computador.

2. Para isolar os objetos pleonásticos: Haverá

objeto pleonástico quando um verbo possuir dois

complementos que se referem a um elemento só. Ex.:

Os meus amigos, sempre os respeito.

Aos devedores, perdoe-lhes as dívidas.

3. Para isolar o aposto explicativo:

Ex.: Londrina, a terceira cidade do Sul do Brasil,

é aprazibilíssima.

4. Para isolar o vocativo:

Ex.: Adalberto, traga meus documentos até aqui!

5. Para isolar predicativo do sujeito deslocado,

quando o verbo não for de ligação:

Ex.: Os jovens, revoltados, retiraram-se do

recinto.

6. Para separar elementos coordenados:

Elementos coordenados são enumerações de termos que

exercem a mesma função sintática.

Ex.: As crianças, os pais, os professores e os

diretores irão à festa beneficente.

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7. Para indicar a elipse do verbo: Elipse é a

omissão de um verbo já escrito anteriormente.

Ex.: Ela prefere filmes românticos; o namorado,

de aventura. (o namorado prefere filmes de aventura)

8. Para separar, nas datas, o lugar:

Ex.: Londrina, 18 de janeiro de 2001.

9. Para isolar conjunção coordenativa

intercalada: As conjunções coordenativas que nos

interessam para essa regra são: porém, contudo, no

entanto, entretanto, todavia, logo, portanto, por

conseguinte, então.

Ex. Os candidatos, porém, não respeitaram a lei.

O candidato está bem preparado; tem, portanto,

condições de ser contratado.

10. Para isolar as expressões explicativas isto é,

a saber, melhor dizendo, quer dizer...:

Ex.: Irei para Águas de Santa Bárbara, melhor dizendo,

Bárbara.

11. Para separar frases iniciadas pelas

expressões e sim, e não, mas sim:

Ex.: Não haja com imprudência, e sim com

moderação.

12. Para isolar adjetivo explicativo do

substantivo qualificado por ele: Adjetivo explicativo

é o que indica qualidade inerente ao ser, ou seja,

qualidade que não pode ser retirada. Adjetivo restritivo

é o que indica qualidade adicionada ao ser.

Ex.: O homem, mortal, age como se fosse

imortal.

8.8.2. Emprego da Vírgula no Período Composto por

Coordenação

As orações coordenadas devem sempre ser

separadas por vírgula. Orações coordenadas são as que

indicam adição (e, nem, mas também), alternância (ou,

ou... ou, ora... ora), adversidade (mas, porém,

contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação

(porque, pois).

Ex.: Todos gostamos de seus projetos, no entanto

não há verbas para viabilizá-los.

Nota: as orações coordenadas aditivas

iniciadas pela conjunção e só terão

vírgula quando os sujeitos forem

diferentes ou quando o e aparecer repetido.

Ex. Ela irá no primeiro avião, e seus filhos no

próximo.

8.8.3. Emprego da Vírgula no Período Composto por

Subordinação

Orações subordinadas substantivas: não se

separam por vírgula. As orações subordinadas

substantivas são as que exercem a função de sujeito,

objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito,

complemento nominal e aposto. Elas estão explicadas

em uma das colunas anteriores.

Ex. É evidente que o culpado é o mordomo. (Que

o culpado é o mordomo é oração que funciona como

sujeito do verbo ser)

Orações subordinadas adjetivas: só a

explicativa é separada por vírgula; a restritiva não. As

orações subordinadas adjetivas são as iniciadas por um

pronome relativo. A oração subordinada adjetiva

explicativa é a que exerce a função de aposto

explicativo. A oração subordinada adjetiva restritiva é a

que exerce a função de adjunto adnominal. Elas

também estão explicadas em uma das colunas

anteriores.

Ex: Londrina, que é a terceira cidade do Sul do

Brasil, é aprazibilíssima.

Orações Subordinadas Adverbiais:

178

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

São separadas por vírgula quando estiverem no

início ou no meio do período. Elas também estão

explicadas em uma das colunas anteriores.

Ex.: Assim que chegarem as encomendas,

começaremos a trabalhar.

TESTE SEUS CONHECIMENTOS

1. Julgue os itens considerando os aspectos

relacionados à pontuação:

a) Belo Horizonte 20 de abril de 1991.

b) Meu filho saiba que, numa situação dessas, é

necessário, acima de tudo, muita discrição.

c) O arco íris que, com tantas cores pairava sobre as

nossas cabeças, transformou o céu nublado numa paleta

de pintor.

d) Corre minha filha, porque, do contrário, perderemos

o trem.

e) A filosofia de Comte afirma, que o espírito humano,

no que se refere ao conhecimento da realidade, passou

por três estágios culturais.

f) Como, tudo não passara de um mal-entendido,

fizeram, pois, as pazes.

g) No pampa onde vive o homem da campanha, o

cavalo, além de ser utilizado como meio de transporte, é

também instrumento de trabalho.

h) Prometeu-nos no último encontro, que embora suas

atividades fossem múltiplas, atender-nos-ia quando dele

precisássemos.

i) Terminada, a solenidade, conquanto não estivessem

cansados, eles retiraram-se para as suas casas.

j) Economia, doméstica é o conjunto de procedimentos

da natureza econômica e financeira relacionados com os

cuidados de manutenção da casa e da família.

l) É hoje consensual, que os trabalhos do lar não sejam

atribuídos apenas à mulher, pois, abrangendo um vasto

campo de interesses humanos, devem constituir tarefa

para todos os integrantes da família.

m) Narciso, era um homem de singular beleza, filho do

deus-rio Cefiso e da ninfa Liríope. No dia de seu

nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso

teria, vida longa, desde que jamais contemplasse sua

figura.

n) Na psiquiatria e particularmente na psicanálise, o

termo narcisismo, designa a condição mórbida do

indivíduo que tem interesse exagerado pelo próprio

corpo.

o) Enquanto, não arruma emprego, seu pai manda-lhe

uma mesada.

p) Cumprimentando pela formatura envio-te um

abraço.

q) A água, que contém agentes químicos e agrotóxicos

não deve ser ingerida.

r) Saciada a sede, ela deitou-se para descansar.

GABARITOS

Pag. 155 - A / 2. D / 3. C / 4. D / 5. D / 6. B / 7. B / 8. A

/ 9. B/ 10. A

Pag. 166 - 1. C / 2. A / 3. D / 4. B.

Pag. 170 - 1. A / 2. E / 3. D / 4. E.

Pag. 172 - 1. E / 2. C / 3. B / 4. C.

Pag. 175 - 1. A / 2. D / 3. E / 4. C / 5. E.

Pag178 – 1 . r

IX - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

TUFANO. Douglas. Estudos da Língua Portuguesa: gramática. 2.ed. São Paulo: Moderna, 1993. SACONNI, Luiz Antonio. Gramática essencial ilustrada. São Paulo: Atual, 1994. FIORI, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2000.

179

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila

Noções de Direito e Legislação.

180

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 182

I - NOÇÕES DE DIREITO.......................................................................................................................... 182

1.1. Situações que caracterizam o significado do termo direito .......................................................... 182

1.1.1. Direito x Moral...................................................................................................................... 182

1.2. Divisões do Direito .......................................................................................................................... 182

1.3. Fontes do Direito .............................................................................................................................. 183

1.4. Das Leis ............................................................................................................................................. 184

1.4.1. Natureza das Leis.................................................................................................................... 184

1.4.2. Fases de aprovação das leis.................................................................................................... 184

II - DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................ 184

2.1. Noções Preliminares sobre o Direito Constitucional..................................................................... 184

2.2. A formação do Estado...................................................................................................................... 185

2.3. Da organização da União................................................................................................................. 185

2.4. Da organização dos Estados Federados (Estados-Membros)....................................................... 185

2.5. Da organização dos Municípios ...................................................................................................... 186

2.6. Da organização do Distrito Federal e Territórios ......................................................................... 186

2.7. Direitos e Garantias Individuais ..................................................................................................... 186

2.6.1. Direito x Garantia................................................................................................................... 186

III - DIREITO ADMINISTRATIVO........................................................................................................... 186

3.1. Da Administração Pública: entidades, órgãos destinados e agentes públicos ............................ 186

3.2. Atos Administrativos ....................................................................................................................... 187

3.3. Licitações........................................................................................................................................... 187

3.4. Contrato Administrativo ................................................................................................................. 188

IV - DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 189

4.1. Definição de Consumidor e Fornecedor......................................................................................... 189

4.2. Direitos Básicos do Consumidor ..................................................................................................... 189

V- DIREITO CIVIL ..................................................................................................................................... 190

5.1. Direito das Coisas............................................................................................................................. 190

5.1.1. Posse......................................................................................................................................... 190

5.1.2. Propriedade............................................................................................................................. 191

5.1.3. Diferença entre Posse e Detenção......................................................................................... 191

5.1.4. Tipos de Posse ......................................................................................................................... 191

5.1.5. Posse Direta e Posse Indireta ................................................................................................ 191

181

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

5.1.6. Posse Justa e Posse Injusta ................................................................................................... 191

5.1.7. Posse de Boa-Fé e Posse de Má-Fé ....................................................................................... 192

5.1.8. Posse Natural e Posse Civil (Jurídica) .................................................................................. 192

5.1.9. Posse Ad Interdicta e Posse Ad Usucapionem........................................................................ 192

5.1.10. Posse Nova e Posse Velha.................................................................................................... 192

5.2. Direitos Reais das Coisas Alheias .................................................................................................. 192

5.2.1. Direitos Reais de Gozo (ou Fruição) .................................................................................... 194

5.3. Compromisso de Compra e Venda ................................................................................................ 194

5.4. Direitos Reais de Garantia ............................................................................................................. 194

VI – CONTRATOS ...................................................................................................................................... 194

6.1. Proposta: Conceito e Direito de Retratação ................................................................................. 194

6.2. Aceitação: Conceito e Direito de Retratação ................................................................................ 194

6.3. Normas e Interpretação.................................................................................................................. 195

6.4. Extinção da Relação Contratual .................................................................................................... 195

VII - DIREITO COMERCIAL/EMPRESARIAL...................................................................................... 196

7.1. Definição de Empresário ................................................................................................................. 196

7.2. Da Empresa e do Nome Empresarial ............................................................................................ 197

7.3. Classificação das Sociedades Empresárias .................................................................................... 197

VIII - DIREITO DO TRABALHO .............................................................................................................. 197

8.1. Natureza Jurídica do Direito do Trabalho .................................................................................... 197

8.2. Conceito de empregado.................................................................................................................... 198

8.3. Conceito de empregador.................................................................................................................. 199

8.4. Contrato de Trabalho Individual ................................................................................................... 199

8.5. Identificação Profissional ................................................................................................................ 200

8.6. Duração do Trabalho...................................................................................................................... 200

8.7. Férias Anuais .................................................................................................................................... 201

8.8. Remuneração x Salário.................................................................................................................... 201

8.9. Extinção do Contrato de Trabalho................................................................................................. 201

IX – LEGISLAÇÃO – COFECI .................................................................................................................. 202

X - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 208

182

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Tudo que é novo desperta uma certa curiosidade que

nos move em busca do conhecimento.

Por isso, lhe damos as boas-vindas, desejando

que você seja um aluno bastante curioso em mais esta

jornada de aprendizado. Ao longo do seu estudo, você

irá consultar muitas legislações, pois o objetivo é fazer

com que você desenvolva habilidades de compreensão

e interpretação das principais normas e leis que

regulam as atividades dos setores público e privado.

Nesta unidade, vamos discutir alguns conceitos

básicos que os auxiliarão a compreender os preceitos

e princípios que norteiam a disciplina Noções de

Direito.

Então, vamos aos estudos?

I - NOÇÕES DE DIREITO

1.1. Situações que caracterizam o significado do

termo direito

Para começar, pense no significado do termo

DIREITO por alguns instantes e, só então, comece a

leitura do conteúdo.

DIREITO – Qual ou quais são os significado

que esse termo tem?

O direito, no sentido de direito objetivo, é um

preceito hipotético e abstrato, cuja finalidade é

regulamentar o comportamento humano na sociedade e

sua característica essencial é a força coercitiva atribuída

pela própria sociedade.

Segundo Silva (2002) o termo Direito é o ‘jus’

romano, na sua idéia de proteção e salvação, definido

como a arte do bom e do equitativo (‘jus est ars boni et

aequi’), que se apresenta como um conceito bem

diverso de ‘norma obrigatória’ (“norma agendi”), para

se mostrar uma “faculdade” (facultas agendi’). (SILVA,

2002, p.268-269)

Essa definição do direito pode ser simplificada

pelo disposto no inciso II, artigo 5º da Constituição

Federal de que “ninguém será obrigado a fazer ou

deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

Assim, se existe lei que obrigue a pessoa a fazer ou

deixar de fazer alguma coisa, ela não tem a faculdade

de optar, ela deve simplesmente cumpri-la senão sofrerá

sanções.

Uma questão importante quando se trata de

noções de Direito é a diferença entre direito e moral.

1.1.1. Direito x Moral

O Direito não é algo adverso da Moral, mas é

uma parte dela, armada de garantias

específicas.(REALE, 1988, p.42)

Podemos dizer que a Moral é o conjunto de

regras e prescrições a respeito do comportamento, de

conduta consideradas como válidas, quer de modo

absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo

ou pessoa determinada, estabelecidas e aceitas por

determinada comunidade humana durante determinado

período de tempo.

1.2. Divisões do Direito

Para franquear uma completa visão acerca das

grandes questões do Direito, propomos uma divisão

conceitual de dados relevantes para o objeto estudado, a

partir das seguintes polarizações:

- Direito Positivo x Direito Natural

- Direito Público x Direito Privado

Direito Natural – é o direito pressuposto pela

183

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

intuição do que é o correto, dos princípios elementares

do "justo". Em outras palavras, seria o direito válido

em todos os lugares e em todos os tempos, para todos

os povos, correspondendo à clássica fórmula "direitos

do homem e do cidadão", ou em outras palavras,

"direitos humanos" .

Direito Positivo – é o conjunto de normas

jurídicas escritas e não escritas, vigentes em

determinado território e, também, na órbita

internacional na relação entre os Estados.

Direito Público - é aquele que regula todas as

situações públicas que dizem respeito a toda sociedade

de um determinado país.

E, por disciplinar os interesses da sociedade,

não pode ser afastado, nem mesmo por vontade das

partes envolvidas, já que o interesse público (interesse

da sociedade) prevalece sobre o privado (interesse das

partes envolvidas).

Direito Privado - como aquele que estabelece

normas sobre interesses privados e, portanto, na qual a

vontade das partes envolvidas prevalece em detrimento

do interesse público.

No que diz respeito ao Direito Público ou

Privado interno e externo, faz-se a seguinte distinção:

Interno - refere-se ao direito aplicado somente

no Brasil, pois cada país tem normas próprias (ex.:

direito constitucional brasileiro; direito civil brasileiro;

direito do trabalho brasileiro).

Externo - pode ser definido como aquele que

estabelece normas a serem cumpridas por toda a

comunidade internacional (ex.: acordos internacionais e

tratados internacionais, celebrados por vários países que

se comprometem em cumpri-los).

RESUMINDO...

Os interesses da sociedade encontram-se

elencadas na área de Direito Público Interno e Externo

(Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito

Tributário/Financeiro; Direito Processual Civil; Direito

Processual Penal; Direito Penal; Direito Eleitoral;

Direito Internacional Público).

Os interesses particulares fazem parte do

Direito Privado Interno e Externo (Direito Civil; Direito

Comercial; Direito do Trabalho; Direito Internacional

Privado).

Agora, você está preparado para

aprender sobre os elementos que deram

origem ao direito, tema que será

abordado a seguir.

1.3. Fontes do Direito

São os vários modos de onde nascem, ou

surgem, as normas jurídicas e os princípios gerais da

ciência do direito.

As fontes do direito são divididas em dois

grupos: fontes diretas e fontes indiretas.

Fontes diretas ou imediatas são “aquelas que,

por si só, pela própria força, são suficientes para gerar a

regra jurídica. São a lei e o costume” (BARROS, 1999,

p.12).

LEI “(...) é a regra jurídica escrita, instituída

pelo legislador, no cumprimento de um mandato, que

lhe é outorgado pelo povo.” (SILVA, 2002, p.481)

184

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

COSTUME (...) o princípio ou a

regra não escrita que se introduziu pelo

‘uso’, com o consentimento tácito de

todas as pessoas que admitem sua força como norma

a seguir na pratica de determinados atos. Neste

sentido, então, afirma-se que o costume tem força de

lei (...) (SILVA, 2002)

Fontes indiretas ou mediatas - são

constituídas pela doutrina e jurisprudência, e essas se

constituem fontes mediatas pelo fato de criarem o

direito sob a forma indireta, já que têm como base

aquelas. Ou seja, a doutrina e a jurisprudência são

formadas a partir das leis e dos costumes de

determinado local.

DOUTRINA - trabalhos teóricos

desenvolvidos por estudiosos do direito, que visam a

interpretação das leis e dos preceitos jurídicos;

JURISPRUDÊNCIA - conjunto de decisões

proferidas pelos tribunais de segunda instância nos

casos concretos sob sua responsabilidade.

1.4. As Leis

As leis merecem um especial destaque, já que

se constituem a principal fonte do direito. Estas

obedecem a uma hierarquia rígida, onde se destaca a

Constituição Federal, emanada de um poder originário,

a Assembléia Nacional Constituinte, e que não pode ser

contrariada por nenhuma outra legislação existente.

A Constituição Federal é a lei magna, ou lei maior.

Todas as demais leis do país devem estar em escrita

consonância com os princípios previstos na

mesma, e na hipótese de existir qualquer

contradição entre as leis, prevalecerá sempre

aquilo que estiver previsto na constituição federal.

1.4.1. Natureza das Leis

Com relação à sua natureza, podemos

considerá-las como substantivas ou adjetivas.

Leis substantivas - são leis de direito material

que definem os direitos e garantias da sociedade.

Exemplo: Código Civil, Código Penal, Consolidação

das Leis do Trabalho (CLT) etc.

Leis adjetivas - são leis de direito formal que

instituem regras de aplicabilidade dos direitos e

garantias estabelecidos pelas leis substantivas.

Exemplo: O Código de Direito Processual Civil e o

Código de Direito Processual Penal, que estabelecem

como proceder para pleitearmos os direitos

contidos no Direito Civil e Direito Penal,

respectivamente.

1.4.2. Fases de aprovação das leis

A palavra vigência está relacionada com o

termo vida. Destarte, vigência das Leis é o espaço de

tempo em que essas se encontram “vivas” para o mundo

jurídico.

Sendo assim, uma lei passa a existir no mundo

jurídico, a partir do momento em que entra em vigor, ou

seja, quando passa a ser exigível a todos.

II - DIREITO CONSTITUCIONAL

2.1. Noções Preliminares sobre o Direito

Constitucional.

Direito Constitucional

Complexo jurídico constitucional

consubstanciado na reunião de doutrinas,

jurisprudências e normas constitucionais

que analisam os preceitos da Constituição da

República Federativa do Brasil.

185

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

O objeto do Direito Constitucional é, portanto,

a Constituição Federal e, sendo assim, é preciso que

você entenda qual é o seu “papel”.

A palavra Constituição é sinônima de “ato ou

efeito de constituir”. Ao passo que constituir significa

“1. ser parte essencial de; formar, compor.

2.organizar, estabelecer”. (FERREIRA, 1993, p.141)

2.2. A formação do Estado

Estado consiste na reunião de um determinado

povo que, por possuírem uma finalidade comum, criam

normas a serem seguidas sob um território específico.

O sistema de governo brasileiro é o

Presidencialismo.

A forma de Estado adotada pelo Brasil é a

Federativa.

O regime político adotado pela República

Federativa do Brasil é o democrático.

Agora que você já sabe que a Constituição

Federal Brasileira é a própria organização

e elaboração do Estado brasileiro, o próximo passo é

analisar os temas dispostos no índice sistemático da

Lei Maior.

Ao observar o sumário da Constituição, você

verá que o Estado brasileiro é a junção de:

Princípios fundamentais (Título I)

Direitos e garantias fundamentais (Título II),

Organização político-administrativa (Título III),

Organização dos poderes (Título IV),

Mecanismos de defesa do Estado e das

Instituições Democráticas (Título V),

Organização tributária e orçamentária (Título

VI),

Organização econômica e financeira (Título

VII)

E organização social (Título VIII).

O Estado, portanto, é elaborado e organizado de

acordo com as determinações constitucionais dos

artigos contidos nesses títulos.

2.3. Da organização da União

O Capítulo II do Título III da Constituição,

dispõe sobre os bens, competência

administrativa/funcional, competência legislativa

privativa e concorrente da União.

No Artigo 20 (incisos e parágrafos) é possível

conhecer quais são os bens que pertencem à União, dos

quais podemos citar como exemplo as terras devolutas;

os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos

de seu domínio; o mar territorial; os recursos minerais...

As diversas modalidades de competência da

União estão estabelecidas nos Artigos 21, 22, 23 e 24

da Constituição.

2.4. Da organização dos Estados Federados

(Estados-Membros)

Os Estados organizam-se e regem-se pelas

Constituições Estaduais e leis Estaduais que estejam em

conformidade com a Constituição Federal, segundo

estabelece o Artigo 25 da Carta Magna.

São bens dos Estados Federados: as águas

superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em

depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as

decorrentes de obras da União; as áreas, nas ilhas

oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio,

excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou

terceiros; as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à

União; as terras devolutas não compreendidas entre as

186

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

da União. (Artigo 26 da Constituição).

2.5. Da organização dos Municípios

O Município é regido por lei orgânica que deve

atender aos princípios estabelecidos pela Constituição

Federal e pela Constituição Estadual do seu respectivo

Estado. (Caput do art. 29 da Constituição)

Dentre as competências atribuídas aos

Municípios (artigo 30), estão a de legislar sobre

assuntos de interesse local; suplementar a legislação

federal e a estadual no que couber; criar, organizar e

suprimir distritos, observada a legislação estadual;

promover a proteção do patrimônio histórico-cultural

local, observada a legislação e a ação fiscalizadora

federal e estadual; dentre outras.

2.6. Da organização do Distrito Federal e Territórios

Da mesma forma que os Municípios, o Distrito

Federal é regido por lei orgânica, em conformidade com

os princípios estabelecidos na Constituição Federal

(Artigo 32).

Quanto aos Territórios, é importante que se

saiba que sua organização administrativa e judiciária

será estabelecida por lei. (Artigo 33)

2.7. Direitos e Garantias Individuais

Os direitos e garantias individuais, são aqueles

tidos como indispensáveis para o indivíduo.

Eles visam a resguardar, proteger e amparar o

indivíduo, mantendo a dignidade da pessoa humana, a

cidadania, o bem de todos sem preconceitos de origem,

raça, sexo etc.

Os direitos e garantias fundamentais individuais

estão inseridos no Artigo 5º da Lei Suprema.

2.7.1. Direito x Garantia

Não devemos confundir o termo direito com a

garantia. Direito consiste na possibilidade de fazer ou

não fazer alguma coisa, enquanto que garantia é o

meio/instrumento utilizado pelo detentor a fim de que

faça ou deixe de fazer alguma coisa.

Até aqui você teve acesso aos pontos

fundamentais do Direito Constitucional.

Independente da sua área de atuação, é de

suma importância que você faça uma leitura

cuidadosa de todas as orientações contidas na

Constituição. Além disso, o conhecimento da Lei

Suprema lhe fará lembrar ao longo de sua vida

profissional que diante de decisões a serem tomadas,

paralelamente às dimensões técnicas e éticas, atua

sobre esta a dimensão legal.

III - DIREITO ADMINISTRATIVO

De forma bem simplista, conceituamos Direito

Administrativo como o conjunto de normas, julgados e

textos doutrinários que abordam como é feita a

Administração Pública.

3.1. Da Administração Pública: entidades, órgãos

destinados e agentes públicos

O termo Administração Pública, pode ser

definido como o conjunto de entidades, agentes e

órgãos destinados a exercer atividade administrativa,

em conformidade com o interesse público, para suprir

as necessidades da sociedade e alcançar o bem comum.

A Administração Pública pode ser classificada

como direta e indireta, uma vez que se divide em órgãos

187

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

públicos e entidade.

A Administração Direta é composta por órgãos

sem personalidade jurídica própria. São, na esfera

federal, os serviços integrados (por subordinação) na

estrutura administrativa da Presidência da República e

dos Ministérios (art. 4o., inciso I do Decreto-Lei n.

200/67). A Secretaria da Receita Federal e a

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional são exemplos

de órgãos integrantes da administração Pública Federal

Direta.

Será indireta quando a atividade administrativa

for realizada por entidades estranhas ao Estado, mas

que atuam paralelamente a ele com a finalidade de

tornar os serviços e atividades públicas mais eficientes e

específicos.

3.2. Atos Administrativos

Meirelles (2005, p.149) define o ato

administrativo como:

“toda manifestação de vontade da

Administração Pública que, agindo nessa qualidade,

tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,

modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor

obrigações aos administrados ou a si própria.”

Os atos administrativos podem ser classificados

como vinculados ou discricionários.

O ato vinculado – o administrador

(Administração Pública), não possui liberdade de

decisão, pois está extremamente preso ao

comportamento exigido pela lei e não pode proceder de

outra maneira que não seja conforme o determinado por

esta (lei).

Em outras palavras, quando o ato é

vinculado, a lei sempre determina uma

única forma de proceder, não existem alternativas

passíveis de escolha.

Já o ato discricionário é a manifestação de

vontade pautada no juízo de conveniência e

oportunidade da Administração Pública. Isso não

significa que não esteja vinculado ao disposto na lei,

como ocorre com o ato vinculado, mas sim que lhe

confere dois ou mais comportamentos possíveis de

serem adotados.

Sendo assim, a escolha da Administração

Pública sobre qual comportamento irá

adotar, no caso concreto, irá depender do juízo de

conveniência e oportunidade.

O juízo de conveniência consiste na avaliação

feita sobre a utilidade e vantagem que a prática do ato

administrativo ocasionará.

O juízo de oportunidade é avaliação feita

acerca da possibilidade da pratica do ato

administrativo.

3.3. Licitações

Licitação é o procedimento administrativo

mediante o qual a Administração Pública seleciona a

proposta mais vantajosa para o contrato de seu

interesse. Como procedimento, desenvolve-se através

de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a

Administração e para os licitantes, o que propicia igual

oportunidade a todos os interessados e atua como fator

de eficiência e moralidade nos negócios

administrativos.

188

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Técnico em Transações Imobiliárias

No Brasil, os procedimentos

licitatórios são orientados principalmente

pelas Leis Federais n° 8.666/1993 e

10.520/2002 que definem as seguintes modalidades

de licitação:

• Convite, que também pode ser feito

eletronicamente.

• Tomada de Preços

• Pregão - Presencial ou Eletrônico (através de

Tecnologia de Informação)

• Concorrência

• Leilão

• Concurso

1. Convite é a modalidade de licitação entre

interessados do ramo pertinente ao seu objeto,

cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa,

a qual afixará, em local apropriado, cópia do

instrumento convocatório e o estenderá aos demais

cadastrados na correspondente especialidade que

manifestarem seu interesse com antecedência de até 24

(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

2. Tomada de preços é a modalidade de

licitação entre interessados devidamente cadastrados ou

que atenderem a todas as condições exigidas para

cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação.

3. Pregão (Lei 10.520/2002) é modalidade de

licitação entre quaisquer interessados para a aquisição

de bens e serviços comuns com a utilização de recursos

de tecnologia da informação, nos termos de

regulamentação específica.

4. Concorrência ocorre entre quaisquer

interessados que, na fase inicial de habilitação

preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos

de qualificação exigidos no edital para execução de seu

objeto.

5. Leilão é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para a venda de bens móveis

inservíveis para a administração ou de produtos

legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a

alienação de bens imóveis prevista no artigo 19 da Lei

8.666/93, a quem oferecer o maior lance, igual ou

superior ao valor da avaliação.

6. Concurso é a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,

científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios

ou remuneração aos vencedores, conforme critérios

constantes de edital publicado na imprensa oficial com

antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

3.4. Contrato Administrativo

Contrato Administrativo é o ajuste que a Adm.

Pública, agindo nessa qualidade, firma com o particular

ou outra entidade administrativa para a consecução de

objetivos de interesse público, nas condições

estabelecidas pela própria Administração.

Requisitos e Característica:

I. Consensual - Acordo de vontades

II. Formal - Expressa-se de forma escrita e

requisitos especiais.

III. Oneroso - deve ser remunerado na forma

pactuada

IV. Comutativo - Estabelece vantagens

recíprocas e equivalentes entre as partes.

189

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Os contratos devem estabelecer com

clareza e precisão as condições para a

sua execução, expressas em cláusulas

que definam os direitos, obrigações e

responsabilidades das partes, em conformidade

com os termos da licitação e da proposta a que se

vinculam.

IV - DIREITO DO CONSUMIDOR

O direito do consumidor é o conjunto de

normas, julgados (jurisprudência, acórdão e súmula), e

princípios direcionados à relação de consumo.

Tal direito é de suma importância, já que a

Constituição Federal o estabeleceu como direito

fundamental dos brasileiros em seu artigo 5º, inciso

XXXII.

Atendendo à determinação legal do mencionado

preceito constitucional criou-se o Código de Defesa do

Consumidor por intermédio da Lei nº 8.0787, de 11 de

setembro de 1990.

4.1. Definição de Consumidor e Fornecedor

Em seu artigo 2º, o Código de Defesa do

Consumidor (CDC) define consumidor como “toda

pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto

ou serviço como destinatário final” e, equipara

consumidor “à coletividade de pessoas, ainda que

indetermináveis, que haja intervindo nas relações de

consumo”. (Caput e Parágrafo único do art. 2º do CDC)

Já fornecedor é definido como “toda pessoa

física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou

estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividade de produção, montagem,

criação, construção, transformação, importação,

exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços”.

Dessa forma, podemos dizer que ...

O que adquire ou utiliza produto ou

serviço como destinatário final, enquanto

que fornecedor é aquele que desenvolve

atividade de produção, montagem, criação,

construção, transformação, importação,

exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.

4.2. Direitos Básicos do Consumidor

Os direitos básicos do consumidor estão

elencados no artigo 6º do Código de Defesa do

Consumidor. De acordo com esse artigo, todos os

consumidores possuem os seguintes direitos:

- A proteção da vida, saúde e segurança contra

os riscos provocados por práticas no fornecimento de

produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.

(artigos correlatos: artigo 8º ao artigo 10º do CDC)

- A educação e divulgação sobre o consumo

adequado dos produtos e serviços, asseguradas a

liberdade de escolha e a igualdade nas contratações.

- A informação adequada e clara sobre os

diferentes produtos e serviços, com especificação

correta de quantidade, características, composição,

qualidade e preço, bem como sobre os riscos que

apresentem. (artigos correlatos: do artigo 30 ao 35 do

CDC)

- A proteção contra a publicidade enganosa e

abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais,

bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou

190

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impostas no fornecimento de produtos e serviços.

(artigos correspondentes: do 36 ao 54 do CDC)

- O acesso aos órgãos judiciários e

administrativos com vistas à prevenção ou reparação de

danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou

difusos, assegurada à proteção Jurídica, administrativa e

técnica aos necessitados. (Artigos correspondentes: do

81 ao 107 do Código de Defesa do Consumidor)

- A facilitação da defesa de seus direitos,

inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor,

no processo civil, quando, a critério do juiz, for

verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,

segundo as regras ordinárias de experiências.

- A adequada e eficaz prestação dos serviços

públicos em geral. (Artigo correlato: 22 do CDC)

V- DIREITO CIVIL

É o direito que rege relação jurídica do “civil”

ligada a questões familiares (direito de família), a bens

(direito das coisas), obrigações (direito das obrigações),

sucessão (direito das sucessões) e atividades

econômicas próprias de empresário (direito

empresarial).

O Direito Civil possui normas gerais e normas

especiais. E, por tal motivo, o Código Civil é dividido

em duas partes: parte geral e parte especial.

A parte geral tem como função estabelecer

normas gerais (essências) sobre pessoas, bens (noções

gerais) e fatos jurídicos necessários para o

entendimento e aplicação das normas específicas do

direito civil.

5.1. Direito das Coisas

O direito das Coisas encontra-se previsto nos

artigos 1.196 ao 1.510 do Livro III do Código Civil.

Direito das Coisas (ou Direito Real): “é o

complexo de normas reguladoras das relações jurídicas

referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo

homem”.

O Direito real afeta direta e imediatamente a

coisa sob todos os aspectos e seguem-na em poder de

quem a detenha, é o direito de preferência, que é um

direito subjetivo.

A diferença entre direito real e direito pessoal, é

que os direitos reais são normatizados pelo direito das

coisas e os direitos pessoais pelo direito das obrigações.

Direito real é poder imediato do titular sobre a

coisa objeto do direito sem intermediação, não há

sujeito passivo nesta relação, que pode-se estabeleçer

sobre coisas corpóreas e incorpóreas. A propriedade é o

mais amplo ápice dos direitos reais.

No direito pessoal, aparecem sempre dois

sujeitos credor e devedor.

O direito real é a coisa tomada em si mesma e o

direito pessoal é uma obrigação de fazer, ou de não

fazer ou ainda uma obrigação de dar coisa certa.

5.1.1. Posse

A posse busca, em síntes,e a adequação social,

que deve ser examinada do ponto de vista axiológico,

em que a aparência é conceito de utilidade técnica.

(VENOSA, 2002)

A posse pode ser real ou presumida, de boa-fé

ou de má-fé, direta ou indireta.

São direitos reais considerados no art. 1.225 do

Código Civil: a propriedade, a superfície, as servidões,

o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente

comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca e a

anticrese.

191

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5.1.2. Propriedade

Pode-se dizer que a propriedade é o direito

conferido a alguém, ao qual lhe proporciona os poderes

de posse, uso, gozo, disposição e ainda de reavê-lo de

quem injustamente o detenha.

Incluem-se no Direito de Propriedade os

direitos de vizinhança, as árvores limítrofes, a passagem

forçada, a passagem de cabos e tubulações, as águas, os

limites entre prédios e direito de tapagem, o direito de

construir, o condomínio, a propriedade resolúvel e a

propriedade fiduciária.

5.1.3. Diferença entre Posse e Detenção

Existem algumas situações em que não

estaremos diante da chamada posse, ainda que uma

pessoa esteja exercendo poderes de fato sobre uma

coisa.

A lei (ART. 1.198, CC) é quem desqualifica a

relação para a chamada mera detenção.

A diferença básica entre posse e detenção, está

ligada ao fato de o possuidor usufruir do bem para si,

economicamente, enquanto que o detentor administra o

bem em favor de terceiro, cumprindo ordens de terceiro.

Para se saber se estamos diante de posse ou

detenção, necessário se faz analisar o caso concreto.

Basicamente, o possuidor esta protegido por lei

dos direito relativos à posse, o que não se torna

verdadeiro com relação ao detentor.

5.1.4. Tipos de Posse

Seguindo a definição trazida pelo Código, a

posse pode ser classificada em: posse direta e indireta;

posse justa e injusta; posse de boa-fé e posse de má-

fé; posse nova e posse velha; posse natural e posse

civil ou jurídica; posse ad interdicta e posse ad

usucapionem.

5.1.5. Posse Direta e Posse Indireta

Encontra-se definida na redação do artigo 1.197

do Código Civil. Nesta hipótese a relação possessória

encontra-se desdobrada. Exemplo prático da existência

de Posse Direta e Posse Indireta, ocorre no caso de

Contrato de Locação, no qual o locador (proprietário),

exerce a posse indireta (mediata) sobre o imóvel,

enquanto que o locatário (inquilino), exerce a posse

direta (imediata) por concessão do locador. Veja-se que

uma posse não anula a outra. Ambas coexistem no

tempo e no espaço.

A vantagem dessa divisão é que o possuidor

direito e o indireto podem invocar a proteção

possessória contra terceiro.

Podem inclusive utilizar-se de Proteção

Possessória um contra o outro, conforme a última parte

do artigo 1.197 retro mencionado.

5.1.6. Posse Justa e Posse Injusta

Na redação do artigo 1.200 do Código Civil, “é

justa a posse que não for violenta, clandestina ou

precária”.

Nessa definição devemos entender ser a posse

injusta somente com relação a alguém.

Posse Violenta é aquela obtida pela força ou

violência no início de seu exercício. Não existindo a

violência a posse é denominada como mansa e

pacífica. É necessário que a violência seja dirigida

contra o possuidor ou contra o seu fâmulo (detentor) e

que o ato ou fato seja ofensivo e sem permissão.

Posse Clandestina é aquela obtida às

escondidas,de forma oculta, sem que ninguém tenha

192

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conhecimento. Sendo assim, não será clandestina a

posse obtida com publicidade. A clandestinidade é

caracterizada pelo não conhecimento por parte do

possuidor esbulhado.

Posse Precária ocorre quando geralmente o

possuidor se compromete a devolver a coisa e não o faz.

Há a obrigação de restituição de uma coisa que foi

entregue com base na confiança.

À posse injusta caberá defesa sempre contra

terceiros, ou sejam o possuidor injusto tem direito de

proteção contra quem injustamente queira tomar a sua

posse.

Como diz SILVIO DE SALVO VENOSA “a

posse justa é relativa aos envolvidos na relação jurídica.

A posse pode ser justa com relação a um sujeito e ser

injusta com relação a outro. Tudo dependerá da relação

existente entre os envolvidos”.

5.1.7. Posse de Boa-Fé e Posse de Má-Fé

Na redação do Artigo 1.201 do Código Civil, “é

de boa-fé a posse se o possuidor ignora o vício, ou o

obstáculo que impede a aquisição da coisa”.

Pela redação do artigo mencionado, o possuidor

não sabe que está ferindo direito de outra pessoa.

Consiste num erro de direito. Sendo assim, quando o

possuidor sabe que sua conduta está ferindo o direito de

outra pessoa, está consciente do vício ou do obstáculo

que impede a aquisição da posse, a posse então, de má-

fé.

A boa-fé não é requisito para que o possuidor

possa utilizar-se das ações possessórias. basta somente

que a posse seja justa. Ainda que de má-fé, o possuidor

não perde o direito de ajuizar a ação possessória

competente para proteger-se de um ataque à sua posse.

O mesmo artigo, em seu Parágrafo Único, trás a

seguinte redação: “o possuidor com justo título tem por

si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou

quando a lei expressamente não admite esta presunção”.

5.1.8. Posse Natural e Posse Civil (Jurídica)

Posse Natural é a que se constitui pelo exercício

de poderes de fato sobre a coisa.

Posse Civil ou Jurídica é a que assim se

considera por força de lei, sem necessidade de atos

físicos ou materiais. Exemplo: é o chamado Constituto

Possessório. Posse Civil ou Jurídica é a que se transmite

ou se adquire pelo título, não sendo necessário o contato

com a coisa.

5.1.9. Posse Ad Interdicta e Posse Ad Usucapionem

Posse Ad Interdicta é aquela que pode ser

defendida pelos interditos e ações possessórias, quando

molestada, mas não conduz ao usucapião. Exemplo

prático é o locatário vítima de ameaça ou de efetiva

turbação ou esbulho, que tem a faculdade de defendê-la

ou de recuperá-la pela ação possessória até mesmo

contra o proprietário.

Posse Ad Usucapionem é a que se prolonga no

tempo, deferindo a seu titular a aquisição do domínio.

(art. 1.242, Código Civil).

5.1.10. Posse Nova e Posse Velha

Será considera Posse Nova aquela que estiver

configurada a menos de ano e dia (art. 924, CPC).

Será considerada Posse Velha aquela que contar

com mais de ano e dia, cuja presunção possessória será

em prol daquele que se manteve na posse da coisa

esbulhada.

Essas distinções têm mais relevância para o

âmbito do Direito Processual.

193

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5.2. Direitos Reais das Coisas Alheias

O mais completo dos direitos reais é o domínio,

pois confere ao seu titular a prerrogativa de usar, gozar

e dispor da coisa, podendo, ainda, reivindicá-la de quem

que injustamente o possua.

Nada impede, contudo, que um ou alguns dos

poderes elementares do domínio dele se destaquem para

incorporar-se no patrimônio de outrem, fazendo nascer

o que se denomina de direito real sobre coisas alheias.

Nosso Código Civil distingue nove espécies de

direitos reais sobre coisas alheias: enfiteuse, servidões,

usufruto, uso, habitação, rendas constituídas sobre

imóveis, penhor, anticrese e hipoteca.

Além dessas, a legislação especial atribui

natureza real à promessa irretratável de compra e venda,

desde que registrada no Registro de Imóveis.

Estes direitos podem ainda, ser divididos em

duas categorias: os de gozo (enfiteuse, servidões,

usufruto, uso, habitação, renda e compromisso) e os de

garantia (penhor, hipoteca e anticrese).

5.2.1. Direitos Reais de Gozo (ou Fruição)

a) Usufruto - É o direito de desfrutar

temporariamente de um bem alheio como se dele fosse

proprietário, sem alterar-lhe a substância. Usufrutuário

é aquele ao qual é conferido o usufruto. Nu-proprietário

é aquele que confere o usufruto. Consiste na

possibilidade de retirar da coisa as vantagens que ela

oferece e produz. Sua duração pode ser vitalícia ou

temporária.

b) Enfiteuse – também conhecida por

aforamento, ou aprazamento, ou foro, é o contrato pelo

qual o proprietário de um prédio concede a outro o

domínio útil, com reserva de domínio direto. É o

desmembramento do domínio, em que o senhorio

conserva o domínio direto ou o direito à substância da

coisa, transferindo ao entiteuta ou foreiro o domínio

útil, ou as vantagens materiais do imóvel, mediante o

pagamento de uma renda anual.

c) Uso - É o direito de servir-se da coisa na

medida das necessidades próprias e da família, sem dela

retirar as vantagens. Difere do usufruto, já que o

usufrutuário retira das coisas todas as utilidades que ela

pode produzir e o usuário não.

d) Habitação - É um uso limitado, porque

referente apenas a um prédio de habitação. Consiste no

direito de se servir da casa residencial com sua família.

É a faculdade de residir ou abrigar-se em um

determinado prédio. Tem por traço característico a

gratuidade. Tem por característica própria: o uso da

casa tem de ser limitado à moradia do titular e de sua

família. Não pode este servir-se dela para o

estabelecimento de um fundo de comércio, ou de sua

indústria; não pode alugá-la, nem emprestá-la; ou serve-

se dela para a sua própria residência e de sua família ou

desaparece o direito real.

e) Servidão - O imóvel que suporta a servidão

chama-se serviente. O outro, beneficiado, é dominante.

Constituem restrições que um prédio suporta para uso e

utilidade de outro prédio, pertencente a proprietário

diferente. As servidões, como direitos reais,

acompanham os prédios quando são alienados.

f) Rendas constituídas sobre imóveis – é o

direito real temporário, que grava determinado bem de

raiz, obrigando seu proprietário a pagar prestações

periódicas, de soma determinada.

5.3. Compromisso de Compra e Venda

194

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O decreto lei nº 58/37, bem como a Lei nº

6.766/79 atribuíram natureza real à promessa

irretratável de compra e venda, desde que registrada no

Registro de Imóveis.

Também chamado contrato preliminar, o

compromisso de compra e venda, é o contrato pelo qual

o compromitente-vendedor obriga-se a compromissário-

comprador determinado imóvel, por preço, condições e

modos avençados, ficando a outorga da escritura

definitiva para quando ocorrer o adimplemento total de

obrigação.

Embora se aconselhe a escritura pública, razões

de ordem prática têm levado nossos juízes e tribunais a

aceitar sua constituição por instrumento particular, já

que sua insegurança estaria contrabalançada pela

exigência do registro no cartório imobiliário.

5.4. Direitos Reais de Garantia

a) Hipoteca - É o direito real de garantia, ou

seja, é a vinculação de um bem para responder com o

seu valor por uma dívida. Recai sobre os bens imóveis.

b) Penhor - É a garantia real sobre bens móveis

que ficarão em poder do credor, salvo nos casos

especiais de penhor rural.

c) Antricrese – é a convenção pela qual o

devedor, entregando um imóvel ao credor, lhe transfere

o direito de explorá-lo e dele retirar os frutos e

rendimentos para que com eles se pague uma parcela

dos juros devidos e do principal, até que a obrigação do

devedor seja totalmente quitada.

VI – CONTRATOS

Maria Helena Diniz (2002) define como sendo

o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da

ordem jurídica, destinado a estabelecer uma

regulamentação de natureza patrimonial.

A formação do contrato foi marcado por duas

fases distintas: proposta e aceitação. Antes porém, há

um momento que é costumeiramente chamado de

negociações preliminares. É assinalado por

conversações prévias, sondagens e estudos sobre

interesse dos possíveis contraentes.

6.1. Proposta: Conceito e Direito de Retratação

Proposta: (ou oferta) é uma declaração de

vontade dirigida por uma pessoa a outra, por força da

qual a primeira (denominada proponente) manifesta sua

intenção de se considerar vinculada, no caso da outra

(chamada destinatária ou oblato) aceitá-la.

A proposta, normalmente, tem força vinculante,

subsistindo mesmo com a morte ou incapacidade do

proponente. Não podendo, portanto, por certo tempo ser

revogada, sob pena de gerar perdas e danos.

6.2. Aceitação: Conceito e Direito de Retratação

Aceitação: é a manifestação da vontade,

expressa ou tácita por parte do destinatário de uma

proposta, aderindo a esta, em todos os seus termos.

Salvo nos contratos solenes (como, por

exemplo, nos de compra e venda de imóveis), não exige

à obediência a forma determinada, podendo, pois, ser

expressa ou tácita.

Deve, entretanto ser, oportuna, conclusiva e

coerente. Deve ainda corresponder a uma adesão

integral à oferta.

Nos contratos entre presentes, a proposta

poderá ou não estipular prazo para aceitação. Se não

contiver prazo, a aceitação deverá ser manifestada

imediatamente; se houver deverá ser pronunciada no

prazo concedido.

195

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Nos contratos dos ausentes, se houver prazo,

deverá ser observado.

Retratação: Assim como ocorre com a proposta,

também é admitido o arrependimento do aceitante. Faz-

se necessário, contudo, que a retratação chegue ao

ofertante antes da notícia da aceitação ou

conjuntamente com ele.

6.3. Normas e Interpretação

Como todo negócio jurídico, o contrato decorre

de manifestação de vontade dos contratantes e visa

realizar certo objetivo. E sua interpretação costuma

oferecer maior dificuldade do que a interpretação da

própria lei.

Por ser a interpretação uma atividade difícil,

requer saber, prudência e, principalmente, bom senso.

6.4. Extinção da Relação Contratual

Os contratos nascem do nútuo consenso, sofrem

as vicissitudes de sua carreira e, um dia, morrem, isto é,

terminam. Se esse término se der com a execução pelas

partes de todas as cláusulas do contrato, temos, então, o

que se chama de extinção normal da obrigação.

Há casos, porém, que o contrato se extingue por

motivos anteriores ou contemporâneos à sua formação.

Tais como os casos de nulidade, implemento de

condição resolutiva e exercício do direito de

arrependimento.

Nulidade – é uma sanção por meio da qual a

ele priva de efeitos jurídicos o contrato celebrado contra

os preceitos disciplinadores dos pressupostos de

validade do negócio jurídico. Poderá ser absoluta ou

relativa.

Nulidade absoluta é sanção por transgressão

de preceitos de ordem pública operando de pleno

direito. De sorte que o contrato não poderá ser

confirmado, assim como não convalescerá pelo decurso

de tempo e não produzirá efeitos, desde a sua formação.

Nulidade relativa (ou anulabilidade) é uma

sanção. Mas só pode ser pleiteada pela pessoa a quem

se aproveitar. Dirige-se contra os contratos celebrados

por pessoas relativamente incapazes ou por aquelas cujo

consentimento se deu por erro, dolo, coação ou

simulação.

Condição resolutiva – pode ser tática ou

expressa.

A condição resolutiva tácita está subentendida

em todos os contratos bilaterais, para o caso de um dos

contratantes não cumprir sua obrigação. Por presunção

legal, o lesado pelo inadimplemento pode requerer, se

lhe convier, a rescisão do ajuste, com perdas e danos.

A condição resolutiva tácita requer

interpretação judicial.

Já a condição resolutiva expressa independe de

interpretação judicial. Uma vez convencionada,

verificada a inadimplência, o contrato rescinde-se

automaticamente, autorizando-se a ação de indenização

por perdas e danos.

Direito de arrependimento – pode ser previsto

no próprio contrato, cominando-se à parte arrependida

uma pena de multa penitencial. Poderá ser exercido

dentro do prazo convencionado ou se não houver

estipulação a respeito, antes da execução do contrato,

uma vez que o seu adimplemento importará em

renúncia tácita àquele direito.

O direito de arrependimento poderá, também,

decorrer da lei, como acontece na hipótese do art. 1088

do Código Civil, que diz: “quando o instrumento

público for exigido como prova do contrato, qualquer

das partes pode arrepender-se, antes de o assinar,

196

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ressarcindo à outra as perdas e danos resultantes do

arrependimento, sem prejuízo do estatuído nos arts.

1095 a 1097.”

VII - DIREITO COMERCIAL/EMPRESARIAL

O Direito Comercial antigamente (antes da

revogação da Parte Primeira do Código Comercial)

tinha como objeto de estudo o comerciante, ou seja, a

pessoa física ou jurídica que praticasse atos de

comércio.

Hoje, de acordo com a nova redação dada pelo

Novo Código Civil, em seu Livro II (Do Direito de

Empresa – arts. 966 a 980), o direito comercial tem

como objeto o estudo do empresário, ou seja, toda

pessoa física ou jurídica que exerce profissionalmente

atividade econômica organizada para a produção ou a

circulação de bens ou de serviços.

7.1. Definição de Empresário

Empresário é toda pessoa física que exerce

profissionalmente atividade econômica organizada para

a produção ou circulação de bens ou de serviços (artigo

966 do Código Civil).

Mas não basta que exerça profissionalmente

uma atividade, para ser considerado empresário:

É necessário, ainda, que esta atividade seja

“econômica". Ou seja, a atividade deve visar ao lucro.

O parágrafo único do artigo 966 do Novo

Código Civil dispõe:

Não se considera empresário quem exerce

profissão intelectual, de natureza científica, literária ou

artística, ainda com o concurso de auxiliares ou

colaboradores, salvo se o exercício da profissão

constituir elemento de empresa.

Somente poderá exercer atividade de

empresário os que forem absolutamente capazes

(estiverem em pleno gozo da capacidade civil) e não

forem impedidos por lei (legalmente impedidos). (vide

artigo 972 do Código Civil)

São impedidos, por lei, de exercer atos

empresariais (atividade empresarial):

a. o falido que não tiver se reabilitado (proibido

pela Lei de Falências);

b. os condenados pela prática de crimes cuja

pena vede o acesso à atividade empresarial (proibição

feita pelo artigo 35, inciso II da Lei 8.934/1994);

c. o leiloeiro (proibido pelo artigo 3º, inciso VI,

IN-DNRC nº83/1999);

d. os agentes públicos (antigamente chamados

de funcionários públicos, são proibidos pelo artigo 117,

inciso X, da Lei 8.112/1990 de exercer atividade

empresarial de forma direta, ou seja, não podem ser

sócios ou acionistas majoritários e não pode ocupar

cargo de administração. Portanto, o agente público

poderá ser sócio minoritário, acionista minoritário etc.;

e. os estrangeiros ou sociedades não sediadas

no Brasil ou não constituídas segundo nossas leis

(proibição disposta nos artigos 1.123 e 1.141 do Código

Civil);

f. os devedores do INSS (artigo 95, § 2º, alínea

d, da Lei 8.212/91).

Preenchidos todos os requisitos necessários

para que possa exercer atividade empresarial

regularmente, o empresário, antes de iniciá-la, deve,

obrigatoriamente, se inscrever no Registro Público de

Empresas Mercantis denominado de Junta Comercial

(artigo 967 do Código Civil).

Observe também que o empresário rural - de

pequeno, médio ou grande porte - e o pequeno

197

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Técnico em Transações Imobiliárias

empresário terão tratamento favorecido, diferenciado e

simplificado, quanto à inscrição no Registro Público de

Empresas Mercantis (artigos 970 e 971 do Código

Civil).

7.2. Da Empresa e do Nome Empresarial

Empresa consiste na pessoa jurídica que exerce

profissionalmente atividade econômica organizada, com

a finalidade de produção ou circulação de bens e

serviços. Nome empresarial, como a própria palavra

diz, é o nome adotado para o exercício de atos de

empresa (artigos 1.155 ao 1.168 do Código Civil).

O elemento fantasia é a designação do objeto

social da empresa; é o gênero da atividade da empresa.

7.3. Classificação das Sociedades Empresárias

Sociedades empresárias são aquelas instituídas

por pessoas que celebram contrato de sociedade a fim

de se obrigarem, reciprocamente, a contribuírem com

bens ou serviços para o exercício de atividade

econômica e a partilharem, entre si, dos resultados

(artigo 981 do Código Civil).

Importante!

As sociedades empresárias distinguem-se

das associações, pois estas são constituídas por

várias pessoas que se organizam para atividades

sem fins econômicos. Enquanto as primeiras

devem, obrigatoriamente, exercer atividade

econômica.

O Código Civil dividiu os tipos de sociedade

em sociedades empresárias e sociedades não

empresárias.

As sociedades empresárias são as que exercem

atividades típicas de empresário.

Em contrapartida, as sociedades não

empresárias são as que não exercem atividades de

empresário e registram os seus atos constitutivos no

Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

VIII - DIREITO DO TRABALHO

Compete a Justiça do Trabalho julgar e

conciliar as ações oriundas da relação de trabalho.

É importante que você saiba diferenciar a

denominada relação de emprego da relação de

trabalho.

Relação de trabalho é o gênero no qual a

relação de emprego é uma de suas espécies.

Se a relação de trabalho é gênero, significa que

é muito mais abrangente que a relação de emprego.

Portanto, é correto dizermos que a relação de emprego é

uma relação de trabalho, mas não podemos dizer o

inverso; porque a relação de emprego é muito mais

específica.

Em síntese, podemos então definir o direito do

trabalho como:

O conjunto de normas, princípios,

julgados e costumes que tem como base

(objeto de estudo) as relações de

trabalho. E como essas são mais abrangentes que a

relação de emprego, houve uma ampliação na

definição e no alcance do direito do trabalho.

8.1. Natureza Jurídica do Direito do Trabalho

Como diz o professor Nascimento (2005, p.83),

“Determinar a natureza de um ramo do direito é

encontrar o gênero próximo a que ele pertence (...)”.

198

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Assim, as teorias criadas a fim de estabelecerem

a qual classificação pertence o Direito do Trabalho, são

as seguintes, conforme mostra o quadro abaixo:

Classificação do

Direito do

Trabalho

Conceito

Teoria do Direito

Público Interno

O direito do trabalho,

segundo esta teoria, faz parte

do direito público em razão do

caráter imperativo de suas

normas e pelo fato do

trabalhador não poder

renunciar seus direitos

trabalhalistas.

Teoria do Direito

Privado Interno

Os adeptos desta teoria

entendem que o direito do

trabalho é privado, posto que

o contrato de trabalho envolve

particulares - empregado e

empregador - e as suas regras

são, preponderantemente, de

ordem privada. Esta corrente é

a majoritária. (MARTINS,

2001,p.52-55;

NASCIMENTO, 2005, p.83-

87)

Teoria do Direito

Social

Para esta teoria o direito do

trabalho não é público e nem

privado, mas, sim, social

porque é destinado a amparar

os hipossuficientes.

Teoria do Direito

Misto

O direito do trabalho é uma

“mistura” do direito público

com o privado, aqui, entende-

se que aquele pertence tanto

ao direito público como ao

privado, já que possui normas

de caráter público e privado.

Teoria do Direito

Unitário

Segundo esta, o direito do

trabalho é o resultado da fusão

entre o direito público e o

privado, criando-se um

terceiro gênero. Diferencia-se

do misto em razão de neste

não haver fusão do direito

público com o privado, mas

apenas a junção,

permanecendo a identidade

inicial de cada gênero sem

criar um terceiro.

8.2. Conceito de empregado

O artigo 3º da Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT) define empregado como toda pessoa

física que presta serviços de natureza habitual (não

eventual) a empregador, sob dependência deste e

mediante salário.

Portanto, será considerado empregado:

199

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Técnico em Transações Imobiliárias

- Toda pessoa física ou natural – é o ser

humano considerado como sujeito de direitos e deveres.

O empregado não pode ser pessoa jurídica;

- Que presta serviços pessoalmente – de

acordo com o princípio da pessoalidade o empregado é

insubstituível, ou seja, não pode pedir que seu vizinho,

por exemplo, execute seu serviço, pois ele é quem deve

realizar o serviço estipulado no contrato de trabalho;

- Que presta serviço habitualmente - presta

serviços de forma não esporádica, ou seja, presta

serviços de natureza contínua para o mesmo

empregador;

Que dependente do

empregador/subordinado ao empregador – O

empregado é dirigido pelo empregador, devendo aquele

obedecer e cumprir as ordens dadas por este. Não pode,

dessa forma, o empregado não ser dirigido por

empregador porque, nesse caso, restará evidenciada a

sua condição de autônomo/trabalhador não

subordinado;

- Que recebe salário/remuneração - para

configurar a relação de emprego o empregado deve

receber, do empregado, remuneração pelo serviço

prestado.

Veja, então, que para considerarmos

qualquer indivíduo como empregado

devemos verificar se todos os requisitos

acima citados estão presentes, pois se faltar algum

não há que se falar em relação de emprego e, por

conseguinte, de empregado.

8.3. Conceito de empregador

O artigo 2º da Consolidação das Leis do

Trabalho define empregador da seguinte forma:

“Considera-se empregador a empresa - individual ou

coletiva - que assumindo os riscos da atividade

econômica, admite, assalaria e dirige a prestação

pessoal de serviços”.

Portanto, empregador é:

- Toda empresa individual ou coletiva – o

empregador pode ser tanto pessoa física como pessoa

jurídica;

- Que assume os riscos da atividade

econômica – o empregador assume os riscos do

empreendimento, sendo assim, ele que corre o risco

pelo sucesso (quando há lucro) ou fracasso (quando há

prejuízo) do negócio;

- Que admite – a palavra admite, aqui, tem

sentido de contratar e estabelecer as condições do

contrato de trabalho, relação de emprego (cargo/função,

horário, remuneração, local de trabalho etc.). Na

Carteira de Trabalho e Previdência Social (C.T.P.S.)

encontramos os termos “data de admissão” (refere-se à

data em que o empregado é contratado) e “data de

saída” (data em que o empregado é dispensado pelo

empregador ou pede demissão);

- Que dirige – a palavra dirige está relacionada

com o poder de direção (estabelecer quais as funções do

empregado), de fiscalização (o empregador dá ordens e

verifica o desempenho do empregado) e de disciplina

(aplicação de penalidades: advertências, suspensão e

dispensa por justa causa etc.) do empregador;

- Que assalaria – o empregador é obrigado a

pagar remuneração ao empregado, pois se a prestação

de serviço deste for gratuita não existe relação de

emprego.

8.4. Contrato de Trabalho Individual

Contrato de trabalho é o ajuste de vontades

200

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Técnico em Transações Imobiliárias

entre empregado e empregador sobre a relação de

emprego (leia o artigo 442 da C.L.T.)

O contrato de trabalho será individual

quando realizado entre o empregador e um único

empregado.

Tal acordo de vontades poderá ser feito de

forma tácita ou expressa e, ainda, de forma oral ou

escrita. Quando realizado implicitamente, ou seja, os

direitos e obrigações forem determinados pela

seqüência de fatos e pela conduta das partes,

independentemente de haver registro expresso, o

contrato de trabalho será caracterizado como tácito.

Já quando o acordo de vontades for realizado

explicitamente, ou seja, normalmente registrado de

forma escrita, embora também se admita a forma oral, o

contrato de trabalho será expresso.

O contrato de trabalho exige, ainda, para sua

validade agente capaz (empregador e empregado que

sejam absolutamente capazes) e objeto lícito (a

atividade a ser explorada pelo empregador não pode ser

proibida por Lei).

O contrato de trabalho pode ser por tempo

determinado ou por tempo indeterminado.

Será por tempo determinado quando for

estipulado prazo para o término do respectivo contrato.

8.5. Identificação Profissional

Consiste em direito do empregado e dever do

empregador fazer a identificação profissional daquele

por intermédio da Carteira de Trabalho e Previdência

Social.

Em regra, empregador tem o prazo de quarenta

e oito horas para anotar e devolver a Carteira de

Trabalho e Previdência Social. Mas, em locais que não

possuem órgão que emita a carteira (Delegacias

Regionais do Trabalho; órgãos federais, estaduais e

municipais da administração direta ou indireta ou

sindicatos), o empregador fica isento desta obrigação

por trinta dias. Contudo, o empregador tem a obrigação

de permitir o comparecimento do empregado ao posto

de emissão mais próximo.

8.6. Duração do Trabalho

A duração normal do trabalho compreende a

jornada de oito horas diárias e quarenta e quatro horas

semanais (inciso XIII do artigo 7º da Constituição, e

artigo 58 da C.L.T.), exceto nos casos em que a Lei

expressamente excluiu (exemplo: bancários,

professores, menores de idade, domésticos, médicos

etc.).

Veja, a jornada de trabalho ordinária (comum,

normal) não pode ser superior a oito horas diárias e

quarenta e quatro semanais e, sendo assim, as horas que

ultrapassarem essa jornada serão consideradas

extraordinárias (hora extra).

Todavia, as horas suplementares (“horas

extras”) acrescidas à jornada normal de trabalho não

poderão ser superior a duas horas. Ressaltamos, ainda,

que as horas extras deverão ser acordadas, entre

empregador e empregado, por escrito, por acordo

coletivo de trabalho ou por contrato coletivo de

trabalho.

O valor a ser pago, pelo empregador ao

empregado, a título de horas suplementares deverá ser,

no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) superior ao valor

pago pela hora normal. Dessa forma, o empregado

receberá o valor da hora normal de trabalho acrescido

do valor equivalente às horas extras.

Acerca da duração do trabalho podemos dizer,

201

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

ainda, que o empregado tem direito ao descanso

semanal remunerado de vinte e quatro horas, que deverá

ocorrer aos domingos, salvo por motivo de

conveniência pública ou necessidade imperiosa de

trabalho. (veja o Artigo 67 e 68 da C.L.T.)

No que concerne ao intervalo para repouso e/ou

alimentação a C.L.T., em seu artigo 71, determinou ser

obrigatória a sua concessão para os trabalhos contínuos,

cuja duração exceda quatro horas.

O intervalo para repouso e/ou alimentação,

neste caso, deverá ser de, no mínimo, quinze minutos.

Ao passo que se o trabalho contínuo exceder seis horas,

o intervalo deverá ser de, no mínimo, uma hora e, no

máximo, duas horas, salvo acordo escrito ou contrato

coletivo em contrário. (Artigo 71 da C.L.T.)

Por fim, é importante falar sobre o trabalho

noturno que, por previsão constitucional, deve ter

remuneração superior ao diurno. (Inciso IX do Artigo 7º

da Constituição Federal).

Em virtude desta previsão constitucional, a

Consolidação das Leis do Trabalho estabeleceu o

adicional de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre a

hora diurna.

8.7. Férias Anuais

O empregado que tiver trabalhado doze meses

para o mesmo empregador terá direito a férias

remuneradas de 30 dias corridos, quando não tiver

faltado, injustificadamente, ao serviço mais de cinco

vezes. (leia o Artigo 130 da C.L.T.)

Depois que o empregado adquire o direito à

férias, surge, para o empregador, o dever em conceder

essas férias. Esse dever é chamado de período

concessivo, porque o empregador deverá conceder ao

empregado o seu direito à férias, dentro do período de

12 meses subseqüente ao período aquisitivo.

Importante!

As férias dos empregados domésticos são de 20 dias

úteis e não de 30 dias corridos.

8.8. Remuneração x Salário

O termo remuneração pode ser definido como a

soma de salário com gorjetas. Ou seja, o resultado da

soma salário mais gorjetas é a remuneração.

Salário:É a prestação em dinheiro que é paga

diretamente pelo empregador ao empregado pela

prestação de serviços.

Gorjeta: É a prestação em dinheiro paga por

terceiros (clientes) ao empregado, em razão do

contrato de trabalho. Ou seja, o empregado recebe

gorjetas porque trabalha naquele estabelecimento.

O cliente pode pagar gorjeta ao empregado de

duas formas: espontaneamente ou em razão da cobrança

daquela na nota fiscal.

8.9. Extinção do Contrato de Trabalho

A extinção do contrato de trabalho pode ocorrer

por vontade bilateral ou unilateral das partes

(empregador ou empregado) ou por fato alheio à

vontade das partes.

Sendo assim, o contrato de trabalho poderá

cessar exclusivamente pela vontade do empregador

(vontade unilateral); exclusivamente pela vontade do

empregado (vontade unilateral); pela vontade de ambos

(vontade bilateral, ambos decidem cessar,

espontaneamente, o contrato de trabalho); por fato

alheio à vontade das partes.

O contrato de trabalho cessará pela vontade

exclusiva do empregador nos seguintes casos:

202

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Técnico em Transações Imobiliárias

a. Dispensa do empregado sem justa causa

(Artigo 477 da C.L.T.) – aqui o empregador despede o

empregado sem motivo algum, não há um motivo justo

para que este seja dispensado. Por isso, o empregador é

obrigado a pagar uma indenização ao empregado que

realizou contrato de trabalho por tempo indeterminado.

b. Dispensa do empregado com justa causa

(Artigos 482 e 508 da C.L.T.) – o empregado é

“mandado embora” porque fez ou deixou de fazer

alguma coisa que autoriza o empregador à “mandá-lo

embora”. A justa causa é o motivo justo, prevista em

lei, que autoriza o empregador a dispensar o empregado

sem ter de indenizá-lo e de pré avisá-lo (aviso prévio).

Pela vontade exclusiva do empregado, o

contrato de trabalho cessará:

a. Pelo pedido de demissão - o pedido de

demissão é a comunicação que o empregado faz ao

empregador de que não irá mais trabalhar para este. Tal

pedido não precisa ser aceito pelo empregador, mas o

empregado deve avisá-lo com a antecedência mínima

de 30 dias e cumprir o aviso prévio.

b. Pela rescisão indireta – diz-se rescisão

indireta porque o empregado somente rescinde o

contrato de trabalho em razão da justa causa praticada

pelo empregador. Assim, o empregado é indiretamente

forçado pelo empregador a pedir sua demissão -

quando, por exemplo, o empregador ordena que o

empregado realize serviços superiores à sua força física

ou intelectual. (veja Artigo 483 da C.L.T.)

c. Pela aposentadoria espontânea - ocorre

quando o empregado requer junto ao Órgão de

Previdência Social em que for filiado sua aposentadoria

por tempo de contribuição ou por idade.

Por fim, podemos dizer que o contrato de

trabalho cessará por desaparecimento de uma das

partes quando:

a. O empregado morrer – morrendo o

empregado não há como a relação de emprego persistir,

já que falta o elemento pessoalidade (o serviço prestado

pelo empregado não pode ser substituído por seu pai,

por exemplo, em razão da pessoalidade).

b. O empregador morrer – morrendo o

empregador, o empregado será dispensado somente se a

empresa não continuar com o negócio (o empregado

tem a opção de escolher se quer continuar trabalhando).

Mas se o empregador não possuía empresa ou era

empresário individual, o empregado será dispensado.

c. A empresa for extinta – “Na extinção da

empresa ou de uma de suas filiais, o

empregado fará jus a todos os direitos

previstos na legislação, pois não foi ele quem

deu causa à cessação do contrato de

trabalho”. (MARTINS, 2001, p.343)

IX – LEGISLAÇÃO – COFECI

DECRETO Nº 81.871, DE 29 DE JUNHO DE 1978.

Publicado no D.O.U. 30.6.1978

Regulamenta a Lei nº 6.530, de 12 de maio de 1978,

que dá nova regulamentação à profissão de Corretor

de Imóveis, disciplina o funcionamento de seus órgãos

de fiscalização e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da

atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da

Constituição, e tendo em vista o artigo 24 da Lei nº

6.530, de 12 de maio de 1978,

DECRETA:

203

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Art 1º O exercício da profissão de Corretor de Imóveis,

em todo o território nacional somente será permitido:

I - ao possuidor do título de Técnico em Transações

Imobiliárias, inscrito no Conselho Regional de

Corretores de Imóveís da jurisdição; ou

II - ao Corretor de Imóveis inscrito nos termos da Lei nº

4.116, de 27 de agosto de 1962, desde que requeira a

Revalidação da sua inscrição.

Art 2º Compete ao Corretor de Imóveis exercer a

intermediação na compra, venda, permuta e locação de

imóveis e opinar quanto à comercialização imobiliária.

Art 3º As atribuições constantes do artigo anterior

poderão, também, ser exercidas por pessoa jurídica,

devidamente inscrita no Conselho Regional de

Corretores de Imóveis da Jurisdição.

Parágrafo único. O atendimento ao público interessado

na compra, venda, permuta ou locação de imóvel, cuja

transação esteja sendo patrocinada por pessoa jurídica,

somente poderá ser feito por Corretor de Imóveis

inscrito no Conselho Regional da jurisdição.

Art 4º O número da inscrição do Corretor de Imóveis ou

da pessoa jurídica constará obrigatoriamente de toda

propaganda, bem como de qualquer impresso relativo à

atividade profissional.

Art 5º Somente poderá anunciar publicamente o

Corretor de Imóveis, pessoa física ou jurídica, que tiver

contrato escrito de mediação ou autorização escrita para

alienação do imóvel anunciado.

Art 6º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais

são órgãos de disciplina e fiscalização do exercício da

profissão de Corretor de Imóveis, constituídos em

autarquias, dotada de personalidade jurídica de direito

público, vinculada ao Ministério do Trabalho, com

autonomia administrativa, operacional e financeira.

Art 7º O Conselho Federal de Corretores de Imóveis

tem por finalidade orientar, supervisionar e disciplinar o

exercício da profissão de Corretor de Imóveis em todo o

Território nacional.

Art 8º O Conselho Federal terá sede e foro na Capital

da República e jurisdição em todo o território nacional.

Art 9º O Conselho Federal será composto por 2 (dois)

representantes, efetivos e suplentes, de cada Conselho

Regional, eleitos dentre os seus membros.

Parágrafo único. O mandato dos membros a que se

refere este artigo será de 3 (três) anos.

Art 10. Compete ao Conselho Federal:

I - eleger sua Diretoria;

II - elaborar e alterar seu Regimento;

III - exercer função normativa, baixar Resoluções e

adotar providências indispensáveis à realização dos

objetivos institucionais;

IV - instituir o modelo das Carteiras de Identidade

Profissional e dos Certificados de Inscrição;

V - autorizar a sua Diretoria a adquirir e onerar bens

imóveis;

VI - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de

sua Diretoria, bem como elaborar a previsão

orçamentária para o exercício seguinte;

VII - criar e extinguir Conselhos Regionais e Sub-

regiões, fixando-lhes a sede e jurisdição;

VIII - baixar normas de ética profissional;

IX - elaborar contrato padrão para os serviços de

corretagem de imóveis, de observância obrigatória

pelos inscritos;

X - fixar as multas, anuidades e emolumentos devidos

aos Conselhos Regionais;

XI - decidir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos

Regionais;

XII - julgar os recursos das decisões dos Conselhos

204

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Regionais;

XIII - elaborar o Regimento padrão dos Conselhos

Regionais;

XIV - homologar o Regimento dos Conselhos

Regionais;

XV - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas

dos Conselhos Regionais;

XVI - credenciar representante junto aos Conselhos

Regionais, para verificação de irregularidades e

pendências acaso existentes;

XVII - intervir, temporariamente nos Conselhos

Regionais, nomeando Diretoria provisória, até que seja

regularizada a situação ou, se isso não acorrer, até o

término do mandato:

a) se comprovada irregularidade na administração;

b) se tiver havido atraso injustificado no recolhimento

das contribuições;

XVIII - destituir Diretor do Conselho Regional, por ato

de improbidade no exercício de suas funções;

XIX - promover diligências, inquéritos ou verificações

sobre o funcionamento dos Conselhos Regionais e

adotar medidas para sua eficiência e regularidade;

XX - deliberar sobre os casos omissos;

XXI - representar em juízo ou fora dele, em todo

território nacional, os legítimos interessados da

categoria profissional.

Art 11. O Conselho Federal se reunirá com a presença

mínima de metade mais de um de seus membros.

Art 12. Constituem receitas do Conselho Federal:

I - a percentagem de 20% (vinte por cento) sobre as

anuidades e emolumentos arrecadados pelos Conselhos

Regionais;

II - a renda patrimonial;

III - as contribuições voluntárias;

IV - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art 13. Os Conselhos Regionais de Corretor de Imóveis

têm por finalidade fiscalizar o exercício profissional na

área de sua jurisdição, sob supervisão do Conselho

Federal.

Art 14. Os Conselhos Regionais terão sede e foro na

Capital do Estado, ou de um dos Estados ou Territórios,

a critério do Conselho Federal.

Art 15. Os Conselhos Regionais serão compostos por

27 (vinte e sete) membros, efetivos e suplentes, eleitos

2/3 (dois terços) por votação secreta em Assembléia

Geral especialmente convocada para esse fim, e 1/3 (um

terço) integrado por representantes dos Sindicatos de

Corretores de Imóveis que funcionarem regularmente

na jurisdição do Conselho Regional.

Parágrafo único. O mandato dos membros a que se

refere esse artigo será de 3 (três) anos.

Art 16. Compete ao Conselho Regional:

I - eleger sua Diretoria;

II - aprovar seu Regimento, de acordo com o Regimento

padrão elaborado pelo Conselho Federal;

III - fiscalizar o exercício profissional na área de sua

jurisdição;

IV - cumprir e fazer cumprir as Resoluções do

Conselho Federal;

V - arrecadar anuidades, multas e emolumentos e adotar

todas as medidas destinadas à efetivação da sua receita

e a do Conselho Federal;

VI - aprovar o relatório anual, o balanço e as contas de

sua Diretoria, bem como a previsão orçamentária para o

exercício seguinte, submetendo essa matéria à

consideração do Conselho.Federal;

VII - propor a criação de Sub-regiões, em divisões

territoriais que tenham um número mínimo de

Corretores de Imóveis, fixado pela Conselho Federal;

VIII - homologar, obedecidas as peculiaridades locais,

205

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

tabelas de preços de serviços de corretagem para uso

dos inscritos, elaboradas e aprovadas pelo sindicatos

respectivos;

IX - decidir sobre os pedidos de inscrição de Corretores

de Imóveis e de pessoas jurídicas;

X - organizar e manter o registro profissional das

pessoas físicas e jurídicas inscritas;

XI - expedir Carteiras de Identidade Profissional e

Certificados de Inscrição;

XII - impor as sanções previstas neste regulamento;

XIII - baixar Resoluções, no âmbito de sua

competência;

XIV - representar em juízo ou fora dele, na área de sua

jurisdição, os legítimos interesses da categoria

profissional;

XV - eleger, dentre seus membros, representantes,

efetivos e suplentes, que comporão o Conselho Federal;

XVI - promover, perante o juízo competente, a

cobrança das importâncias correspondentes à anuidade,

multas e emolumentos, esgostados os meios de

cobrança amigável.

Art 17. O Conselho Regional se reunirá com a presença

mínima de metade mais um de seus membros.

Art 18. Constituem receitas de cada Conselho Regional:

I - 80% (oitenta por cento) das anuidades e

emolumentos;

II - as multas;

III - a renda patrimonial;

IV - as contribuições voluntárias;

V - as subvenções e dotações orçamentárias.

Art 19. 2/3 (dois terços) dos membros dos Conselhos

Regionais, efetivos e respectivos suplentes, serão eleitos

pelo sistema de voto pessoal, secreto e obrigatório dos

profissionais inscritos, nos termos em que dispuser o

Regimento dos Conselhos Regionais, considerando-se

eleitos efetivos os 18 (dezoitos) mais votados e

suplentes os seguintes.

Parágrafo único. Aplicar-se-á ao profissional inscrito

que deixar de votar sem causa justificada, multa em

importância correspondente ao valor da anuidade.

Art 20. 1/3 (um terço) dos membros dos Conselhos

Regionais efetivos e respectivos suplentes, serão

indicados pelos Sindicatos de Corretores de Imóveis,

dentre seus associados, diretores ou não.

§ 1º Caso haja mais de um Sindicato com base

territorial na jurisdição de cada Conselho Regional, o

número de representantes de cada Sindicato será fixado

pelo Conselho Federal.

§ 2º Caso não haja Sindicato com base territorial na

jurisdição do Conselho Regional, 1/3 (um terço) dos

membros que seria destinado a indicação pelo

Sindicato, será eleito na forma do artigo anterior.

§ 3º Caso o Sindicato ou os Sindicatos da Categoria,

com base territorial na jurisdição de cada Conselho

Regional, não indiquem seus representantes, no prazo

estabelecido em Resolução do Conselho Federal, o

terço destinado à indicação pelo Sindicato, será eleito,

na forma do artigo anterior.

Art 21. O exercício do mandato de membro do

Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de

Corretor de Imóveis, assim como a respectiva eleição,

mesmo na condição de suplente, ficarão subordinados

ao preenchimento dos seguintes requisitos mínimos:

I - inscrição na jurisdição do Conselho Regional

respectivo ha mais de 2 (dois) anos;

II - pleno gozo dos direitos profissionais, civis e

políticos;

III - inexistência de condenação a pena superior a 2

(dois) anos, em virtude de sentença transitada em

julgado.

206

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Art 22. A extinção ou perda de mandato de membro do

Conselho Federal e dos Conselhos Regionais ocorrerá:

I - por renúncia;

II - por superveniência de causa de que resulte o

cancelamento da inscrição;

III - por condenação à pena superior a 2 (dois) anos, em

virtude de sentença transitada em julgado.

IV - por destituição de cargo, função ou emprego,

relacionada à prática de ato de improbidade na

administração pública ou privada, em virtude de

sentença transitada em julgado;

V - por ausência, sem motivo justificado, a 3 (três)

sessões consecutivas ou 6 (seis) intercaladas em cada

ano.

Art 23. Os membros dos Conselhos Federal e Regionais

poderão ser licenciados, por deliberação do plenário.

Parágrafo único. Concedida a licença de que trata este

artigo caberá ao Presidente do Conselho convocar o

respectivo suplente.

Art 24. Os Conselhos Federal e Regionais terão cada

um, como órgão deliberativo o Plenário, constituído

pelos seus membros, e como órgão administrativo a

Diretoria e os que forem criados para a execução dos

serviços técnicos ou especializados indispensáveis ao

Cumprimento de suas atribuições.

Art. 25. As Diretorias dos Conselhos Federal e

Regionais serão compostas de um Presidente, dois

Vice-Presidentes, dois Secretários e dois Tesoureiros,

eleitos pelo Plenário, dentre seus membros, na primeira

Reunião ordinária.

Art. 26. A estrutura dos Conselhos Federal e Regionais

e as atribuições da Diretoria e dos demais órgãos serão

fixados no Regimento de cada Conselho.

Art 27. Junto aos Conselhos Federal e Regionais

funcionará um Conselho Fiscal composto de três

membros, efetivos e suplentes, eleitos dentre os seus

membros.

Art 28. A inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa

jurídica será efetuada no Conselho Regional da

jurisdição, de acordo com a Resolução do Conselho

Federal de Corretores de Imóveis.

Art 29. As pessoas jurídicas inscritas no Conselho

Regional de Corretores de Imóveis sujeitam-se aos

mesmos deveres e têm os mesmos direitos das pessoas

físicas nele inscritas.

Parágrafo único. As pessoas jurídicas a que se refere

este artigo deverão ter como sócio-gerente ou diretor

um Corretor de Imóveis individualmente inscrito.

Art 30. O exercício simultâneo, temporário ou

definitivo da profissão em área de jurisdição diversa da

do Conselho Regional onde foi efetuada a inscrição

originária do Corretor de Imóveis ou da pessoa jurídica,

fica condicionado à inscrição e averbação profissional

nos Conselhos Regionais que jurisdicionam as áreas em

que exercerem as atividades.

Art 31. Ao Corretor de Imóveis inscrito será fornecida

Carteira de Identidade Profissional, numerada em cada

Conselho Regional, contendo, no mínimo, os seguintes

elementos:

I - nome por extenso do profissional;

II - filiação;

III - nacionalidade e naturalidade;

IV - data do nascimento;

V - número e data da inscrição;

VII - natureza da habilitação;

VI - natureza da inscrição;

VIII - denominação do Conselho Regional que efetuou

a inscrição;

IX - fotografia e impressão datiloscópica;

X - assinatura do profissional inscrito, do Presidente e

207

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

do Secretário do Conselho Regional.

Art 32. À pessoa jurídica inscrita será fornecido

Certificado de Inscrição, numerado em cada Conselho

Regional, contendo no mínimo, os seguintes elementos:

I - denominação da pessoa jurídica;

II - número e data da inscrição;

III - natureza da inscrição;

IV - nome do sócio-gerente ou diretor, inscrito no

Conselho Regional.

V - número e data da inscrição do sócio-gerente ou

diretor, no Conselho Regional;

VI - denominação do Conselho Regional que efetuou a

inscrição;

VII - assinatura do sócio-gerente ou diretor, do

Presidente e do Secretário do Conselho Regional.

Art 33. As inscrições do Corretor de Imóveis e da

pessoa jurídica, o fornecimento de Carteira de

Identidade Profissional e de Certificado de Inscrição e

certidões, bem como o recebimento de petições, estão

sujeitos ao pagamento de anuidade e emolumentos

Fixados pelo conselho federal.

Art 34. O pagamento da anuidade ao Conselho

Regional constitui condição para o exercício da

profissão de Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica.

Art 35. A anuidade será paga até o último dia útil do

primeiro trimestre de cada ano, salvo a primeira, que

será devida no ato da inscrição do Corretor de Imóveis

Ou da pessoa jurídica.

Art 36. O pagamento da anuidade fora do prazo

sujeitará o devedor à multa fixada pelo Conselho

Federal.

Art 37. A multa aplicada ao Corretor de Imóveis ou

pessoa jurídica, como sanção disciplinar, será,

igualmente fixada pelo Conselho Federal.

Art 38. Constitui infração disciplinar da parte do

Corretor de Imóveis:

I - transgredir normas de ética profissional;

II - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe

forem confiados;

III - exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou

facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não

inscritos ou impedidos;

IV - anunciar publicamente proposta de transação a que

não esteja autorizado através de documento escrito;

V - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade

profissional sem mencionar o número de inscrição;

VI - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem

mencionar o número do registro do loteamento ou da

incorporação no Registro de Imóveis;

VII - violar o sigilo profissional;

VIII - negar aos interessados prestação de contas ou

recibo de quantia ou documento que lhe tenham sido

entregues a qualquer título;

IX - violar obrigação legal concernente ao exercício da

profissão;

X - praticar, no exercício da atividade profissional, ato

que a lei defina como crime de contravenção;

XI - deixar de pagar contribuição ao Conselho

Regional;

XII - promover ou facilitar a terceiros transações ilícitas

ou que por qualquer forma prejudiquem interesses de

terceiros;

XIII - recusar a apresentação de Carteira de Identidade

Profissional, quando couber.

Art 39. As sanções disciplinares consistem em:

I - advertência verbal;

II - censura;

III - multa;

IV - suspensão da inscrição, até 90 (noventa) dias;

V - cancelamento da inscrição, com apreensão da

208

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

carteira profissional;

§ 1º Na determinação da sanção aplicável, orientar-se-á

o Conselho pelas circunstâncias de cada caso, de modo

a considerar leve ou grave a falta.

§ 2º A reincidência na mesma falta determinará a

agravação da penalidade.

§ 3º A multa poderá ser acumulada com outra

penalidade e, na hipótese de reincidência, aplicar-se-á

em dobro.

§ 4º A pena de suspensão será anotada na Carteira de

Identidade Profissional do Corretor de Imóveis ou

responsável pela pessoa jurídica e se este não a

apresentar para que seja consignada a penalidade, o

Conselho Regional poderá convertê-la em

cancelamento da inscrição.

§ 5º As penas de advertência, censura e multa serão

comunicadas pelo Conselho Regional em ofício

reservado, não se fazendo constar dos assentamentos do

profissional punido, senão em caso de reincidência.

Art 40. Da imposição de qualquer penalidade caberá

recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho Federal:

I - voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da

ciência da decisão;

II - ex - officio, nas hipóteses dos itens IV e V do artigo

anterior.

Art 41. As denúncias somente serão recebidas quando

assinadas, declinada a qualificação do denunciante e

acompanhada da indicação dos elementos

comprobatórios do alegado.

Art 42. A suspensão por falta de pagamento de

anuidades, emolumentos ou multas só cessará com a

satisfação da dívida, podendo ser cancelada a inscrição,

de acordo com critérios a serem fixados pelo Conselho

Federal.

Art 43. As instâncias recorridas poderão reconsiderar

suas próprias decisões.

Art 44. O Conselho Federal será última e definitiva

instância nos assuntos relacionados com a profissão e

seu exercício.

Art 45. Aos servidores dos Conselhos Federal e

Regionais de Corretores de Imóveis aplicam-se o

regime jurídico da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art 46. Em caso de intervenção em Conselho Regional,

cabe ao Conselho Federal baixar instruções sobre

cessação da intervenção ou realização de eleições, na

hipótese de término de mandato.

Art 47. O disposto no artigo 15 somente será observado

nas eleições para constituição dos Conselhos Regionais

após o término dos mandatos vigentes em 15 de maio

de 1978.

Art 48. Este Decreto entrará em vigor na data da sua

publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, DF., em 29 de junho de 1978; 157º da

Independência e 90º da República.

ERNESTO GEISEL Arnaldo Prieto

209

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

X - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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212

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

Apostila de

Organizações e Técnicas Comerciais

213

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

SUMÁRIO

PÁG.

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 216

I - A ORGANIZAÇÃO HUMANA ............................................................................................................ 216

1.1. Noções gerais...................................................................................................................................... 216

1.2. As organizações como sistema.......................................................................................................... 216

1.2.1. Sistema-Técnico .................................................................................................................... 216

1.2.2. Sistema Sócio......................................................................................................................... 217

II - PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.............................................................. 217

2.1. Planejar ............................................................................................................................................. 217

2.2. Organizar ........................................................................................................................................... 217

2.3. Coordenar .......................................................................................................................................... 217

2.4. Controlar............................................................................................................................................ 217

2.5. Elementos básicos no processo administrativo. .............................................................................. 218

2.5.1. Comunicação......................................................................................................................... 218

2.5.2. Liderança............................................................................................................................... 218

III – EMPRESA........................................................................................................................................... 218

3.1. Conceituação de empresas................................................................................................................ 218

3.2. As principais Interferências Externas ............................................................................................. 219

3.3. As principais Interferências Internas .............................................................................................. 219

IV - CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS............................................................................................... 219

4.1. Quanto ao objetivo ............................................................................................................................ 219

4.2. Quanto à forma.................................................................................................................................. 219

V - CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS ................................................................................................. 220

5.1. Concentração horizontal................................................................................................................... 220

5.2. Concentração vertical ou integral.................................................................................................... 220

5.3. Concentração de acordos.................................................................................................................. 220

5.4. Formas de concentração de empresas. ............................................................................................ 221

5.4.1. Concentração por ampliação............................................................................................... 221

5.4.2. Concentração por Integração .............................................................................................. 221

5.5. Tipos de Concentração...................................................................................................................... 221

5.5.1. Trustes ................................................................................................................................... 221

5.5.2. Cartéis.................................................................................................................................... 221

5.5.3. Monopólio.............................................................................................................................. 221

5.5.4. Polipólio ................................................................................................................................. 221

214

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

5.5.5. Corners, Rings e Pools .......................................................................................................... 221

5.5.6. Look-out, Greve, Dissídio, Dumpling. .................................................................................. 221

5.5.7. Holding................................................................................................................................... 221

5.5.8. Conglomerados ..................................................................................................................... 222

VI - FRAÇÃO DE DIRETRIZES NA EMPRESA................................................................................... 222

6.1. Planos – fins ....................................................................................................................................... 222

6.2. Planos meios....................................................................................................................................... 222

VII - DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE EMPRESA .............................................................................. 222

7.1. Tipos de departamentalização.......................................................................................................... 222

7.2. O Porquê da departamentalização................................................................................................... 223

7.3. Causas da departamentalização....................................................................................................... 223

7.4. Finalidade de uma organização e de suas unidades. ...................................................................... 223

7.5. Padrões de agrupamento .................................................................................................................. 223

7.5.1. Agrupamento por produto ou serviço................................................................................. 223

7.5.2. Agrupamento por localização.............................................................................................. 223

7.5.3. Agrupamento por período de tempo................................................................................... 224

7.5.4. Agrupamento por cliente ..................................................................................................... 224

7.5.5. Agrupamento por processo.................................................................................................. 224

7.5.6. Agrupamento por projeto................................................................................................. 225

7.6. Delegação............................................................................................................................................ 225

7.6.1. Conceito ................................................................................................................................. 225

7.6.2. Principios de Delegação........................................................................................................ 225

7.6.3. Técnicas de Delegação .......................................................................................................... 225

7.6.4. O modo certo de Delegar...................................................................................................... 226

VIII - ESTRUTURAS ORGANIZATIVAS E GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO .............................. 227

8.1. Conceito ............................................................................................................................................. 226

8.2. Representação.................................................................................................................................... 227

8.3. Técnicas de montagem ...................................................................................................................... 227

8.3.1. Órgãos de linha ..................................................................................................................... 227

8.3.2. Órgãos de staff ................................................................................................................... 227

8.4. Processo prático para se projetar estruturas organizacionais ...................................................... 227

8.5. Tipos de estruturas............................................................................................................................ 227

8.5.1. Estrutura Linear................................................................................................................ 227

8.5.2. Organização Linha staff................................................................................................. 228

8.5.3. Organização ou Estrutura Colegiada ............................................................................ 229

215

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

8.5.4. Organização e Estrutura Funcional............................................................................... 229

8.5.5. Organização e Estrutura Divisional............................................................................... 229

8.5.6. Organização ou Estrutura com base em Função.......................................................... 230

8.5.7. Organização por Projeto................................................................................................. 230

8.5.8. Estrutura Matricial ......................................................................................................... 231

IX - TÉCNICA COMERCIAL................................................................................................................. 232

9.1. Conceito............................................................................................................................................ . 232

X - ORGANIZAÇÃO COMERCIAL...................................................................................................... 232

10.1. Estrutura do Comércio ................................................................................................................. 233

XI - PROPAGANDA E PUBLICIDADE ................................................................................................ 234

11.1. Conceito.......................................................................................................................................... 234

11.2. Divisão ............................................................................................................................................ . 234

11.3. Conhecimento e Marketing .......................................................................................................... 234

XII - EXPOSIÇÕES E FEIRAS............................................................................................................... . 234

XIII - SERVIÇOS AUXILIARES DO COMÉRCIO............................................................................. 235

13.1. Companhias de Seguros................................................................................................................ 235

13.1.1. Riscos ................................................................................................................................. 235

13.1.2. Seguros............................................................................................................................... 235

XIV - ESTABELECIMENTO FINANCEIRO ....................................................................................... 235

14.1. Banco Central do Brasil................................................................................................................ 235

14.2. Banco do Brasil.............................................................................................................................. 235

14.3. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES ........................................ 235

14.4. Banco de Investimentos................................................................................................................. 235

14.5. Fundos Mútuos de Investimentos ................................................................................................ 235

14.6. Companhias de Crédito, financiamento e investimento............................................................. 235

14.7. Sociedade distribuidoras e valores............................................................................................... 236

14.8. Bolsas .............................................................................................................................................. 236

14.9. Tipos de ações das S/AS. ............................................................................................................... 236

XV – BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 236

216

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

INTRODUÇÃO

Estamos felizes de tê-lo conosco e

ter acompanhado seu empenho até o

momento. Queremos relembrar que, o mundo está

sempre em evolução e exige atualizações constantes.

Esperamos e acreditamos que, através deste curso

você consiga alcançar e exercer seu profissionalismo

de forma eficaz, obtendo o reconhecimento do

mercado.

Neste módulo estaremos abordando temas

sobre a disciplina “Organizações e Técnicas

Comerciais”, para que você, prezado aluno, possa

obter conhecimentos necessários da área

administrativa e se tornar um Técnico em Transações

Imobiliárias.

I - A ORGANIZAÇÃO HUMANA

1.1 NOÇÕES GERAIS

Genericamente, organização significa a

ordenação, a organização das partes como um todo

através de um conjunto de normas pré estabelecidas.

Esse conceito abrange desde a iniciativa individual até a

sistematização de uma empresa de uma instituição que

serve aos interesses sociais, políticos e econômicos.

As organizações institucionais podem ser

divididas em níveis:

Primeiro nível: está ligado à designação

atribuída a qualquer grupo de pessoas que,

conscientemente, combinam seus esforços e outros

tipos de recursos para alcançar objetivos comuns e

socialmente úteis.

Segundo nível: está ligado à área

administrativa, em que o termo aplica-se à estruturação

dos recursos existentes e das operações da instituição.

Com relação ao sistema, pode se dizer que, é

um conjunto de partes ou órgãos interdependentes que

interagem entre si. Dessa forma, cada pessoa, um

grupo, um departamento dentro de uma organização,

uma empresa, uma comunidade, um país, todos são

sistemas, pois compõe-se de partes ou órgãos, que

devem funcionar coordenada e integralmente. A

organização/Empresa é considerada como um Sistema

“Sócio-Técnico” que está inter relacionados aos níveis

do sistema de organização.

Por meio da transação do indivíduo e da

empresa, da transação Sistema Humano e Sistema

Técnico, que resultam e dependem os resultados sob a

forma de produtos ou serviços, que se avaliam segundo

parâmetros de produção e produtividade, segundo

conceitos de eficiência e eficácia. Vendas, prestação de

serviços, lucro, retorno de investimentos, fluxo de

caixa, parcela de participação no mercado, satisfação do

público ou do consumidor, etc., tudo é função dos

fatores comportamentais, tudo é função da transação

dos empregados com a empresa em que trabalham.

Podemos dizer que: “Sistema” é um conjunto

de partes ou órgãos interdependentes que interagem

entre si’ Assim, uma pessoa, um grupo, um

departamento dentro de uma organização, uma empresa,

uma comunidade, um país, todos são sistemas, pois

compõe-se de partes ou órgãos, que devem funcionar

coordenada e integradamente.

1.2. As organizações como sistema

1.2.1. Sistema-Técnico

É constituído por um conjunto de instalações,

máquinas, equipamentos e procedimentos. Somente as

pessoas podem tornar a organização viva, fazendo

217

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

funcionar o sistema técnico. Desse “Sistema Técnico-

Administrativo” fazem parte os fatores: metas ou

objetivos, economia e finanças, estruturas formais de

organização, processos administrativos (previsões,

planejamento, organização, gerência, coordenação,

controle), cargos, tarefas, informações, políticas,

normas e diretrizes;

1.2.2. Sistema Sócio

Tem como constituinte as pessoas. Nele a

organização é uma rede de relações entre pessoas. Este

“Sistema Psicossocial” ou “Humano Comportamental”

inclui dimensões como necessidades, motivações,

valores, interesses, atitudes internas, percepções,

sentimentos e emoções, expectativas, reações pessoais,

moral, clima, estilos pessoais, comunicação,

organização informal, cultura (crenças, valores, normas

informais, etc).

É da transação do indivíduo e a empresa, da

transação Sistema Humano e Sistema Técnico, que

resultam e dependem os resultados sob a forma de

produtos ou serviços, que se avaliam segundo

parâmetros de produção e produtividade, segundo

conceitos de eficiência e eficácia. Vendas, prestação de

serviços, lucro, retorno de investimentos, fluxo de

caixa, parcela de participação no mercado, satisfação do

público ou do consumidor, etc - tudo é função dos

fatores comportamentais, tudo é função da transação

dos empregados com a empresa em que trabalham.

Agora, vamos dar continuidade aos nossos

estudos partindo do princípio de uma

organização. Bom estudo!

II - PRINCÍPIOS E ORGANIZAÇÃO

ADMINISTRATIVA

Administração de uma empresa é baseada no

pré suposto de que aquele que a administra está apto a

desenvolver uma série de ações que leve a atingir um

objetivo.

O objetivo primordial de uma empresa é a

satisfação do cliente, razão de ser do empreendimento.

Para atingir o objetivo estabelecido para a

empresa devemos utilizar os recursos humanos,

materiais e financeiros numa ação ordenada das

chamadas funções administrativas: planejar, organizar,

coordenar e controlar.

2.1. Planejar

É ordenar os idéias, estabelecendo o objetivo da

empresa e fixando o tempo que levará para atingi-lo. E

quantificar e qualificar os recursos que serão utilizados

e fixar as metas antes do objetivo.

2.2. Organizar

É fundamentalmente arrumar o que se faz no

dia-a-dia, pois uma pessoa desarrumada com suas

coisas pessoais jamais conseguirá organizar o que quer

que seja, e transmitirá para a empresa o seu modo

pessoal de organização. A organização deve começar

pela própria pessoa.

2.3. Coordenar

Está ligada a motivar os recursos humanos a

agir de forma harmoniosa na utilização dos recursos

materiais e financeiros, em beneficio comum dos

objetivos da empresa. É o princípio pelo qual os

218

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

esforços individuais se convergem para o alcance dos

resultados pretendidos. Trata-se da união de esforços,

por meio da implementação de instrumentos e métodos

trabalho possíveis de realizar a conjunção harmoniosa

dos esforços, fazendo prevalecer o coletivo sobre a

ótica individual.

2.4. Controlar

É estabelecer padrões de avaliação, acompanhar

operação da empresa, coletando dados relativo ao

desempenho de cada setor, avaliando este desempenho

em relação aos padrões, fixando correções no

desempenho operacional dessa empresa.

2.5. Elementos Básicos no Processo Administrativo

2.5.1. Comunicação

Comunicação entre os seres humanos é uma das

coisas mais críticas que existe, especialmente na língua

portuguesa, em que nem sempre o que se pretende

comunicar é o que acaba sendo escrito.

Uma boa comunicação exige clareza, discrição

e uma linguagem no nível de quem recebe a

comunicação. Saber ouvir é importante. Quem recebe

uma comunicação e não consegue interpretá-la, não

pode dizer que sabe se comunicar,

2.5.2. Liderança

A liderança pode ser definida como a

habilidade que uma pessoa tem de exercer influência

interpessoal, utilizando os meios de comunicação que

leve as outras pessoas a se envolverem e participar do

processo operacional de uma empresa, empregando

toda a sua criatividade para atingir um determinado

objetivo.

Existe uma diferença entre liderança encarada

como um atributo pessoal, em que o indivíduo

influencia as pessoas por ter qualidades pessoais

reconhecidas por todos, e a liderança derivada de uma

função na empresa decorrente da atribuição de

autoridade de uma cadeia de comando.

O comportamento de um líder, voltado para o

planejamento, informação, avaliação de controle, além

do estímulo e recompensa deve auxiliar o grupo a

atingir seus objetivos.

Agora, você já conhece os princípios da

organização administrativa que tal dar um

passeio pela empresa?

III - EMPRESA

3. 1. Conceituação de Empresa

As empresas podem ser vistas como um grande

sistema, em que subsistemas menores interagem para

fazer com que seja atingido um objetivo comum, que é

a geração de resultados. Como podemos observar na

tabela a seguir.

INSUMOS PROCESSAMENTOS MERCADO

Homens

Materias

Máquinas

Serviços

Combinados para produzir produtos ou

serviços.

Caixa

Lucros

Impostos

Se analisarmos a área de processamento,

poderemos verificar a existência de vários subsistemas

219

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

interdependentes e interatuantes, tais como: fabricação,

manutenção, almoxarifado, recursos humanos, e de

forma auxiliar, os sistemas de informação e controle.

A empresa não é um sistema fechado e imune à

interferências. Durante o ciclo operacional, sofre

interferências, que podem levar a alterações

significativas na forma operacional, e como

conseqüência, nos resultados esperados. Podemos dizer

que as transferências são externas e internas e as

principais são:

3.2. As principais Interferências Externas são:

� O mercado: É a força mais poderosa que pode

intervir na empresa;

� A legislação: A regra básica que norteia e

delimita a ação da empresa durante sua existência.

� As alterações constantes: São introduzidas

pelo governo determinando modificações nos

procedimentos internos da empresa, e gerando custos;

� O meio ambiente: como modificações da

qualidade de vida da região, devido a alterações

climáticas e da poluição crescente em áreas densamente

industrializadas;

� Comunidade: É um fator de sucesso quando se

dá a aceitação, e conflitos quando se dá a rejeição. Uma

empresa que polui o ambiente geralmente entra em

conflito com a comunidade que a cerca.

3.3. As principais Interferências Internas são:

� Cultura da Empresa: É o jeito de ser e de

atuar da Empresa, é sua personalidade. É formada ao

longo do tempo, estabelecendo usos e costumes.

� Relacionamento entre os subsistemas: Forma

como se inter-relacionam e interagem os diversos

subsistemas da empresa, é espelhado da sua cultura

interna.

� Política de compras: Tem a função

fundamental de interferir no capital de giro da empresa.

� Política de vendas: A forma de vender numa

empresa interfere diretamente nos subsistemas

financeiros, de compras, de estoque e de produção.

Deve ser harmonizada com os demais, caso contrário,

pode desarticular a empresa como um todo.

� Política de Pessoal: Toda empresa deve ter

uma política de pessoal clara e objetiva, em que o

empregado saiba quais as suas possibilidades de

progresso, deveres e obrigações e especialmente o que a

empresa espera dele;

� Política Operacional: o funcionamento da

empresa deve ter como base uma política que deixe

claro aos empregados como se espera que os mesmos

trabalhem e tratem as máquinas e equipamentos, e o

que se deseja em termos de qualidade ( padronização).

IV - CLASSIFICAÇÃO DAS EMPRESAS

Classificam -se as Empresas quanto ao objetivo,

quanto à forma e quanto à amplitude. Como

especificado a seguir:

4.1. Quanto ao objetivo:

� Comerciais: Compra e venda de mercadorias;

� Industriais;

� Extrativa;

� Mineral: carvão, ferro, etc;

� vegetais: borracha, fibras, etc;

� Transformação: têxtil, mecânica, bebidas, etc.

� Construção civil: casas, edifícios, estrada;

220

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� Serviços industriais de utilidade pública:

energia, água, esgoto;

� Agrícolas: culturas de arroz, café, feijão, etc.

� Pecuária: bovinos, ovinos suínos, etc.

� Intermediários financeiros: bancos, financeiras;

� Prestação de serviços: turismo, saúde, etc.

4.2. Quanto à forma:

� Empresas privadas ou particulares:

� Individual, pessoa jurídica.

� Sociedades:

� De pessoas:

� em nome coletivo

� em comandita simples

� em conta de participação de capital e indústria.

� De capitais:

� Sociedade anônimas.

� Sociedade por cotas de responsabilidade

limitada.

� Comandita por ações.

� Mista: pública e privada.

� Cooperativas:

� De produção

� De consumo

� De crédito

� Outras.

� Empresas públicas:

� Federais

� Estaduais

� Municipais: empresa de economia mista

� Capital público e privado: fundações

� De natureza privada ou pública

� Quanto à amplitude.

� Micro

� Pequena

� Média

� Grande

V - CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS

Concentração significa reunião de esforços,

juntamento de interesses, intensificação de serviços. A

concentração de empresas tem o objetivo de juntar

esforços em prol de “aumentar o campo de ação

econômica e de influência” num determinado mercado.

Conforme a dimensão da concentração,

podemos dividi-la sobre dois aspectos:

� Concentração horizontal:

� Concentração vertical, integral.

5.1.Concentração Horizontal

A empresa desenvolve sua atividade no mesmo

estado de produção: reúne capitais e mão de obra cada

vez maiores, entretanto, continuando a dedicar-se à

mesmas atividades.

5.2. Concentração vertical ou integral

Trata-se da reunião de estabelecimentos

industriais complementares, sob a mesma direção, de

maneira tal que o produto de um é matéria prima de

outro.

5.3. Concentração de acordos

Ocorre quando uma empresa, para aumentar sua

221

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influência sobre o mercado, faz um acordo com outras

empresas, com a finalidade de eliminar a concorrência.

5.4. Formas de concentração de Empresas

5.4.1. Concentração por ampliação

Constitui aumento de produção dentro da

mesma linha de produto. Ocorre quando a empresa

amplia seu campo de atividade em função exclusiva do

aumento de produção, que continua sendo da mesma

espécie.

5.4.2. Concentração por integração.

Na concentração por ampliação, a empresa

também aumenta o seu campo de atividade, porém,

produzindo outros bens diferentes daqueles que vinha

sendo produzidos. Portanto, além de conservar, a

empresa também explora outras linhas de produção.

5.5. Tipos de concentração

São vários os tipos de concentração conhecidos,

entre eles citaremos:

5.5.1. Trustes

Consiste na reunião ou fusão de várias

companhias com idêntico ramo industrial, em uma só,

com intuito de produzir sem concorrência, e impor

preços aos consumidores dos seus produtos.

5.5.2. Cartéis

O cartel é uma associação de indústrias, elas

conservam a sua independência, mas aspiram à

organização da produção e da venda dos seus produtos,

para abolição da concorrência.

5.5.3. Monopólio

Consiste na exploração exclusiva de qualquer

atividade econômica, seja a exclusividade desse

exploração por consentimento do governo ou forçada

pelo poderio econômico.

5.5.4. Polipólio

É o monopólio bilateral, multilateral ou

oligopólios.

5.5.5. Corners, Rinqs e pools

Não são empresas, são meras organizações de

duração efêmera, destinam-se a especulações no

mercado interno. Surtindo efeito e verificado o seu

resultado, positivo ou negativo, dissolvem-se sem

qualquer formalidade, assim como foram combinados.

5.5.6. Look – Out, Greve, Dissídio, Dumplipg

Look – Out: é a greve, a resistência passiva dos

empregados negando-se de produzir ou de prestar

serviços, tendo em vista, especialmente, a imposição de

preços.

Greve: é a suspensão de atividades

temporariamente, por parte dos empregados, em busca

de melhorias para a classe.

Dissídio: é a reivindicação de interesses por parte

dos empregados, recorrendo à justiça, sem abandono

das atividades, podendo chegar à greve se não houver

acordo.

Dumpling: é a venda no mercado internacional

por preços abaixo do custo.

5.5.7. Holding

É o truste dos trustes. É a reunião de trustes. É

uma sociedade que administra interesses econômicos de

outras.

222

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5.5.8. Conglomerados

Consiste da união de várias empresas que

conservam a sua autonomia, mas estabelecem regras

comuns para compra ou venda de matérias-primas e de

mercadorias.

VI - FRAÇÃO DE DIRETRIZES NA EMPRESA

Planejar é determinar antecipadamente os

resultados a serem alcançados, definindo os meios pelos

quais a empresa poderá alcancá-los. Consiste em um

processo racional, no qual se destinam linhas de ação,

escolhendo-se alternativas com base em permissas

conhecidas.

O planejamento como característica básica da

empresa, é uma função administrativa permanente que

inclui a definição de objetivos, de metas e de

procedimentos.

O planejamento pode ser classificado em :

planos – fins e planos – meios.

6.1. Planos – fins

Definem-se pelos objetivos a curto prazo, com

referência a resultados a serem concretizados num

determinado período. Esses objetivos devem ser

definidos com precisão quanto ao tempo, espaço e

qualidade. Devem ser alcançados pela empresa como

um todo e em cada uma de suas unidades. As metas,

objetivos, ou diretrizes se encontram nas áreas

institucional, financeira, comercial, de produção e

operacional, a curto prazo ( menos de um ano) nas suas

execuções.

6.2. Planos meios

Os planos – meios são essenciais à realização

dos planos – fins. Dizem respeito à política e diretrizes

da empresa. Nenhum resultado, ainda que teoricamente

viável, poderá ser alcançado sem uma clara e adequada

definição de meios. Os objetivos e as metas são pontos

terminais do planejamento, uma vez que as políticas ou

diretrizes canalizam decisões nos percursos até estes

pontos.

Vimos na empresa vários conceitos e a sua

classificação. Agora que tal irmos até a parte

de departamentalização?

VII - DEPARTAMENTALIZAÇÃO DE EMPRESA

A departamentalização é uma característica

típica das grandes organizações. Ela é diretamente

relacionada com o tamanho da organização e com a

natureza das organizações.

7.1. Tipos de departamentalização

A departamentalização reflete e enfatiza o

ponto de vista com que alguns autores clássicos

abordaram a organização. Para esses autores, o

procedimento de departamentalização envolve duas

etapas:

a) Identificação de todas as atividades inerentes à

organização;

b) A combinação e o agrupamento destas atividades em

departamentos específicos.

Como por Exemplo:

223

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7.2. O Porquê da Departamentalização

É o processo de formação de grupos

especializados de pessoas que desempenham atividades

correlatas e a sua colocação sob a direção de

administradores ou ainda o processo de reunir as

atividades em grupos para fins administrativos. Esse

processo ocorre em todos os níveis da empresa.

7.3. Causas da Departamentalização

Uma vez que nenhuma pessoa pode administrar

um número ilimitado de subordinados, torna-se

necessário agrupar as atividades numa formação

homogênea. (amplitude administrativa)

7.4. Finalidade de uma Organização e de suas

Unidades

Desempenhar tarefas que são combinadas em

atividades, As atividades são, agrupadas em áreas

semelhantes para formar departamentos.

A maneira pela qual as atividades e tarefas são

agrupadas em departamentos deve refletir o padrão que

melhor contribui para atingir os objetivos da

organização.

7.5. Padrões de Agrupamento

7.5.1. Agrupamento por produto ou serviço

São aqueles que estão diretamente relacionados

com um serviço ou produto.

Envolvem conhecimentos especializados sobre

produtos, como também promovem a coordenação das

atividades que com eles se relacionam, como as

atividades de compras, produção, armazenagem,

vendas, etc.

Não se pode definir o padrão ideal, pois

cada organização tem suas tomadas de

decisões antecipadas. A maior parte das

organizações adota um padrão misto, ou seja, agrupa

da maneira que lhe foi mais conveniente.

Como por Exemplo:

7.5.2. Agrupamento por localização

Surge da necessidade de agrupar atividades

amplamente diversas, as canalizando para uma

administração local.

Temos como exemplo a divisão em zona de

vendas adotada por uma companhia que distribui seus

produtos em vários estados.

Esse padrão de agrupamento exige um

conhecimento íntimo da administração quanto às

condições locais.

Como por Exemplo:

EMPRESA

Divisão de Imóveis

Apartamentos

Divisão de Vendas e Aluguel

Casas

Lotes

224

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7.5.3. Agrupamento por período de tempo

Ocorre quando em certas empresas as

operações diárias excedem em muito o horário de

normal trabalho de um indivíduo acrescentando-se por

vezes um segundo turno.

Temos como exemplo, as companhias de

utilidades públicas, os restaurantes, as indústrias de

processo contínuo, os centros de processamento de

dados.

7.5.4. Agrupamento por cliente

Diz respeito aos consumidores, usuários ou

clientes que se utilizam dos serviços ou prestam

serviços.

Esse estilo de agrupamento leva em conta certas

características dos personagens, tais como: idade, sexo,

nível socioeconômico, hábitos de compra. Deve ser

utilizada uma estratégia centrada na figura do cliente.

Temos como exemplo empresas essencialmente

comerciais, escritórios de corretagem, serviços da

administração pública (imigrantes, veteranos, índios,

crianças, agricultores e pequenos comerciantes).

Essa modalidade de agrupamento exige

conhecimentos especializados e detalhados,

na coordenação de atividades relativas aos

clientes.

7.5.5. Agrupamento por processo

Ocorre quando alocamos em um mesmo

departamento pessoas que utilizam determinado tipo de

equipamento ou fazem parte de uma seqüência do

processo produtivo ou operacional de uma indústria.

E característica dos níveis mais baixos da

estrutura organizacional das áreas produtivas ou de

operações das empresas Industriais.

7.5.6. Agrupamento por projetos

É característico de empresas de grande porte,

que produzem produtos que envolvam grandes

concentrações de recursos e prolongado tempo para sua

S. Perfumaria

Seção Lingerie

Seção Roupas

Divisão Vendas

Seção Modas

Dep. Infantil

Seção Roupa Calçados

Dep.Masculino Dep. Feminino

S. Brinquedos

225

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produção.

Temos como exemplo estaleiros navais, obra de

construção civil ou industrial.

7.6. Delegação

7.6.1. O Que é Delegação

É a transferência de determinado nível de

autoridade de um chefe para um subordinado, criando a

correspondente responsabilidade pela execução da

tarefa delegada. Muito embora a responsabilidade

original, do chefe para com seu superior, não possa ser

delegada (“Pode-se delegar autoridade, mas não

responsabilidade”).

7.6.2. Princípios da Delegação

A autoridade deve ser delegada até o ponto e na

medida necessária para a realização dos resultados

esperados, deve ser proporcional ao nível de

responsabilidade alocada no cargo e/ou funcionário.

A responsabilidade não pode ser delegada, pois

nem o chefe nem o subordinado podem livrar-se

completamente de suas obrigações, designando outros

para realizá-las.

A clareza é fundamental, com designação

precisa, entendida e aceita.

7.6.3. Técnicas de Delegação

I. Selecionar o subordinado adequado;

II. Proporcionar um nível de autoridade compatível com

as atividades exercidas pelo subordinado;

III. Explicar com precisão e clareza as atividades e

resultados esperados;

IV. Recompensar, de alguma forma, um bom resultado

apresentado pelo subordinado;

V. Criar condições adequadas de motivação;

VI. Estabelecer controles adequados, divulgados e

aceitos;

VII. Treinar e ajudar os subordinados em suas

atividades;

VIII. Evitar perda excessiva de poder, mas estar

disposto a “abrir mão” de determinadas atividades que

provoquem uma situação inadequada de motivação nos

subordinados;

IX. Ter adequados canais de comunicação;

X. Ter disposição para aceitar erros dos outros;

XI. Incrementar o nível de participação nos

subordinados;

XII. Perceber que os subordinados têm muito a

contribuir no processo decisório na área de sua

especialização;

XIII. Desenvolver o processo de planejamento para que

a delegação possa ocorrer antes do fato, e não depois do

fato consumado;

XIV. Desenvolver adequado nível de confiança nos

subordinados, por meio de treinamento, participação,

reconhecimento e troca de idéias;

XV. Criar condições para forçar os subordinados a

tomarem decisões, dando-lhes ao mesmo tempo o apoio

que se fizer necessário;

XVI. Não criticar excessivamente quando os

226

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subordinados cometem enganos;

XVII. Fazer com que os subordinados saibam o que tem

de ser feito e quais os resultados esperados, Incluindo o

nível de qualidade e o prazo de realização;

XVIII. Prover incentivos adequados para que os

subordinados se sintam dispostos a aceitar maior

delegação;

XIX. Desenvolver uma estrutura organizacional que

proporcione incremento no processo de delegação;

XX. Concentrar os esforços nas atividades que mais

contribuem para os objetivos desejados, delegando

as demais aos subordinados.

7.6.4. O Modo Certo de Delegar

I. Para saber o modo certo de delegar, é importante

conhecer alguns princípios da delegação de tarefas:

II. Sempre acompanhar o progresso de uma tarefa que

tenham delegado, pois caso contrário, alguns erros

caros poderão ser cometidos;

III. O gerente precisa ter certeza de que o subordinado é

capaz de conduzir a tarefa;

IV. Um subordinado nunca deve poder sub-delegar uma

tarefa sem permissão;

V. Cuidado com o subordinado super entusiasmado,

que sempre pede tarefas, mas raramente as termina;

VI. Coloque recursos à disposição dos subordinados,

não apenas dinheiro, mas também o direito de agir

adequadamente;

VII. Quando uma tarefa delegada for satisfatoriamente

conduzida, não se esqueça de dar o devido

reconhecimento ao subordinado;

VIII. Se uma tarefa não for satisfatoriamente concluída,

investigue os motivos, antes de atribuir a culpa;

IX. Pergunte a si mesmo, em intervalos regulares, “por

que eu faço isso? Por que eu faço aquilo?” . A resposta

poderá ser que você não precisa fazer “isso ou aquilo”,

e que seria um grande prazer para um subordinado ter a

oportunidade de assumir a tarefa, bem como a

autoridade que ela incorpora;

Mesmo que possamos realizar uma tarefa melhor que

um subordinado, devemos deixar que ele a faça uma

vez ou outra. Essa é a única maneira em que ele poderá

se desenvolver e adquirir experiência.

VIII - ESTRUTURAS ORGANIZATIVAS E

GRÁFICOS DE ORGANIZAÇÃO.

8.1. Conceito

É o arranjo dos elementos constitutivos de uma

organização, representando:

� Um conjunto de órgãos / funções;

� Suas relações de interdependência;

� A via hierárquica.

8.2. Representação

A estrutura é representada de forma gráfica e

abreviada, pelo organograma. (Organograma é a

representação gráfica da estrutura de uma empresa.)

8.3. Técnicas de montagem

� Manter a maior simplicidade.

� Evitar o cruzamento de linhas.

� No primeiro nível deverá figurar os órgãos

deliberativos (todos).

� No segundo nível deverá figurar os órgãos

executivos.

� No terceiro nível deverá figurar os órgãos

técnicos.

� No quarto nível deverá figurar os órgãos

operacionais.

227

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Técnico em Transações Imobiliárias

� Hierarquia - quem está subordinado a

quem.

8.3.1. Órgãos de linha: são os órgãos pelos quais a

empresa atinge seus objetivos (são os órgãos de

produção).

8.3.2. Órgãos de staff: são órgãos de assessoramento

que orientam e aconselham os órgãos de linha. São

puramente especializados (departamento financeiro,

engenharia industrial, etc.).

8.4. Processo prático para se projetar estruturas

organizacionais

� Definição dos objetivos da empresa /

órgãos internos.

� Identificação dos pontos críticos.

� Montar estruturas alternativas.

� Testar as opções quanto às vantagens.

� Optar pela solução que utilize objetivos.

8.5. Tipos de Estruturas

8.5.1. Estrutura Linear

A) Características

� Direção singular: um só chefe em cada órgão.

� A chefia é fonte exclusiva de autoridade.

� As ordens e informações seguem pela via

hierárquica.

� Os empregados recebem ordem de um só chefe

imediato.

B) Vantagens

� Aplicação simples

� Fácil transmissão de ordens e recebimento de

informações.

� Definição clara dos deveres e responsabilidade.

� Decisões rápidas.

� Fácil manutenção da disciplina.

� Baixo custo de administração.

C) Desvantagens

� Organização rígida.

� Não favorece a especialização.

� Sobre carregar a direção.

� Exigir chefes excepcionais, tornando difícil a

substituição.

D) Aplicações

� Organizações de pequeno e médio porte.

� Orangizações militares e religiosas.

� Níveis mais baixos das organizações

complexas.

8.5.2. Organização linha – staff

A) Características

Os dirigentes, em quaisquer níveis, podem

dipor, segundo suas necessidades, de um órgão de

estudos, pesquisas, informações, sugestões,

planejamento e coordenação, etc. Estes órgãos são

denominados staff e tem a finalidade de prestar

acessoramento, exercendo somente a autoridade das

idéias.

Diretor

Supervisor

OP. De Maquina A

Supervisor

OP. De Maquina B

228

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B) Vantagens

� Facilitar a participação de especialistas em

qualquer ponto da via hierárquica.

� Tornar a organização mais facilmente adaptável

às necessidade.

� Favorecer a execução dos trabalhos dos órgãos

de linha.

� Utilizar em maior grau a divisão do trabalho.

C) Desvantagens

� Exigir, por parte do executivo, hábil

coordenação das orientações emanadas do staff.

� Sugestões, às vezes, se confunde com as

ordens, ou podem entrar em conflito com estas.

� Staff tende a usurpar ( tirar, roubar), autoridade

dos chefes de linha.

� Os órgãos de linha reagem contra as sugestões

de staff.

D) Aplicações

� Organização de porte médio de caráter técnicos

– científicas.

� Níveis intermediários das organizações

complexas.

8.5.3. Organização ou Estrutura “Colegiada”

A) Características

� Direção plural ou colegiada: a tomada de

decisões pertence ao grupo.

� A responsabilidade da execução é impessoal.

� Situa-se em nível hierárquico superior.

� Embora as ordens partam de um colegiado, os

empregados se reportam a um único chefe.

� Denominações características: junta, comissão,

conselho, tribunal, diretoria etc.

B) Vantagens

� Julgamento impessoal

� Pontos de vista mais gerais

� Facilita a participação de especialistas.

� Melhoria na manutenção dos processos

políticos: conselho administrativo e diretoria

executiva.

C) Desvantagens

� Responsabilidade mais diluída.

� Decisões mais demoradas.

� Dificuldades ou falta de segurança.

D) Aplicações

� Cúpula das organizações complexas. Decisões

de matérias controvertidas ( tribunais).

8.5.4. Organização ou Estrutura “Funcional”.

A) Características

A principal característica desse tipo de

agrupamento é a natureza das atividades do trabalho.

Cada empregado pode receber simultaneamente ordens

de mais de um supervisor. Ela dá ênfase à técnica e à

especialização.

B) Vantagens

Presidente

Staff

Dir. Operações Dir. Financeiro

Dir. Planejamento

229

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� Promover a especialização e o aperfeiçoamento.

� Possibilitar melhores salários e maior

rendimento

� Promover a cooperação e o trabalho em equipe.

� Tornar a organização da produção bem mais

flexível.

� É mais econômico a médio e longo prazo.

C) Desvantagens

� Difícil aplicação exigindo grande habilidade

gerencial.

� Exige maior cuidado no processo de

coordenação.

� Difícil manutenção da disciplina.

� Elevado custo de implantação.

D) Aplicações

Organizações de natureza industrial,

especialmente em linhas de produção e montagem.

8.5.5. Organização ou Estrutura “Divisional”

A) Características

A estrutura divisional é caracterizada por várias

atividades vinculadas a um objetivo comum, ou melhor,

específico dentro da unidade organizacional, geralmente

denominada divisão de produção. Essa divisão pode ser

constituída como uma verdadeira empresa no plano

gerencial, como um autêntico centro de lucro, devendo

seus dirigentes dispor dos recursos indispensáveis ao

pleno atendimento das responsabilidades que lhes são

conferidas pela direção superior da empresa.

B) Justificativas

� É um excelente instrumento de descentralização

operacional.

� As empresas norte–americanas adotam “profit-

center” (centro de lucro) englobando estrategicamente a

idéia de divisionalização e da descentralização

operacional controlada, sendo o gerente divisional

inteiramente responsável pelos resultados da unidade.

� Cada estrutura divisional deve ser auto

suficiente devendo gozar de ampla competência, para

conceber, desenvolver, produzir e distribuir o

respectivo produto, assim como, se for o caso, comprar

sua matéria prima, contratar seu pessoal e outras

atividades correlatas.

� Gerente divisional dentro do conceito de “profit

– center”, é inteiramente responsável pelos resultados

de uma unidade.

C) Tipos de estrutura “divisional”

� Por produto.

� Por área geográfica.

� Por função.

8.5.6. Organizações ou Estruturas com base em

“Função”

A) Características

� Sua base é exclusivamente a função.

� Cada departamento desenvolve uma única

função.

� Dá ênfase na técnica e no processo de trabalho

(especialização).

� Objetivo permanente. Longo prazo. Rotinizada.

B) Vantagens

� Solidificação da especialização.

� Flexibilidade de uso da mão de obra.

� Uniformidade em normas e procedimentos.

230

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Técnico em Transações Imobiliárias

� Centralização de recursos similares a cada

função.

� Conhecimentos são transferidos de um projeto

para outro.

� Perspectiva de carreira para profissionais.

C) Desvantagens

� Surgimento de conflitos pela disputa de

recursos.

� Ênfase na especialidade em detrimento de

projetos e produtos.

� Do ponto de vista de projetos a organização é

considerada inflexível e pouco eficiente.

� Pode gerar no corpo de profissionais falta de

motivação.

8.5.7. Organização por Projeto

A) Pressupostos ou Características

� Estão engajados em planejar e construir grandes

fábricas ou maquinaria pesada segundo

especificações de clientes.

� Dependem das inovações dos produtos dado

que os fabricados se tornam obsoletos em

pouco tempo.

� Os produtos projetados são tecnicamente

complexos, demandando uma grande dose de

trabalho de desenvolvimento que deve ser feito

por um certo número de especialistas e

técnicos.

� Os produtos / projetos devem ser desenvolvidos

dentro de rígidos cronogramas, para satisfazer

as especificações dos clientes ou a procura do

mercado.

B) Outras Características

� Unidimensionais. Cada unidade da organização

está voltada para o desenvolvimento de um

único projeto, sob uma única gerência.

� A base da estrutura é o projeto, desenvolvido

segundo especificações dos clientes.

� Objetivos e prazos bem definidos.

� Prazo relativamente curto, sendo, portanto,

estrutura de natureza temporária.

� Depende de inovações do produto que se torna

obsoleto em pouco tempo.

� A sua departamentalização interna é funcional.

C) Vantagens

� Unidade de direção, voltada para o objetivo

único que é o desenvolvimento do projeto.

� Desenvolvimento do espírito de corpo, através

da identificação como o projeto .

� O gerente controla todos os recursos de que

necessita para desenvolver o projeto.

D) Desvantagens da estrutura

� Não é bem aceita pela organização permanente

devido ao seu caráter temporário.

� Os meios são duplicados porque cada projeto

existe uma sub-estrutura funcional.

� Os recursos são utilizados sem eficácia.

� Insegurança no emprego, quando do término do

projeto.

8.5.8. Estrutura Matricial

A) Características

� É uma excelente alternativa, principalmente

para as organizações que desenvolvem projetos.

231

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Técnico em Transações Imobiliárias

� Multidimensional, por se utilizar de

características de estruturas permanentes, por

função e por projeto.

� É permanente, sendo temporário apenas os

grupos de cada projeto.

� Proporciona a empresa condição de

flexibilidade e de funcionalidade adequada para

atender as mudanças ambientais.

� Combina a estrutura hierárquica, vertical,

tradicional, com uma estrutura superposta

horizontal de coordenadores de projetos. A

estrutura matricial é uma solução mista em que

normalmente se combinam a estrutura com base

em função e projetos.

B) Vantagens

� Equilíbrio de objetivos tanto pela atenção

dispensada às áreas funcionais quanto às

coordenações de projetos.

� Grande flexibilidade para enfrentar ambientes

organizacionais de alta complexidade

envolvendo riscos, incertezas e conflitos.

� Visão dos objetivos dos projetos através das

coordenações.

� Desenvolvimento de um forte e coeso trabalho

de equipe que se identificam com as metas dos

projetos.

� A utilização de mão de obra pode ser flexível,

porquê se mantém uma reserva de especialistas

nas estruturas permanentes.

� Conhecimento e a experiência podem ser

transferidos de um projeto para outro.

C) Desvantagens.

� Sub utilização de recursos, com objetivo de se

obter a cobertura completa dos projetos,

gerando insucesso na obtenção de economias.

� Homem do meio, geralmente trabalha para dois

chefes: verticalmente se reporta ao seu gerente

funcional e, horizontalmente ao coordenador de

projetos, ficando em posição incômoda em caso

de conflito.

� Gerente funcional julga que o coordenador de

projeto interfere em seu território e esse por sua

vez julga que tem pouca autoridade nas áreas

funcionais.

Para minimizar estes problemas devem ser bem

definidas as áreas de cada gerente.

Gerente de Projetos:

� Atividade gerencial de direção e avaliação do

projeto.

� Planejamento, proposição e implementação do

política de gerência do projeto.

� Assegurar a compatibilidade de projeto com os

compromissos da organização.

Gerentes Funcionais

� Manter as tarefas dentro do cronograma e do

orçamento.

� Estabelecer a política funcional, e as normas de

procedimento.

� Selecionar elementos de direção devidamente

capacitados.

� Manter a qualidade técnica dos serviços

prestados por seus órgãos.

IX - TÉCNICA COMERCIAL

9. 1. Conceito.

A Técnica Comercial é a aplicação prática das

232

UNI – UNIÃO NACIONAL DE INSTRUÇÃO

Técnico em Transações Imobiliárias

abordagens técnicas a respeito do comércio, aplicando

simultaneamente os princípios administrativos,

jurídicos e econômicos.

No campo imobiliário, é importante que o

Técnico em Transações Imobiliárias observe esses

princípios, visto que seu campo de atividades e de

atuação exige explanação detalhada do empreendimento

que está proposto a realizar.

É necessário para todos que se utilizam das

técnicas comerciais, trabalhem sobre planos

elaborados para zelar pelo bom nome profissional,

para que possa ser evitados quaisquer imprevisão ou

imprevisto.

X - ORGANIZAÇÃO COMERCIAL.

É necessário que a Empresa seja dirigida por

pessoas especializadas e competentes em suas áreas

de atuação. Dentro de uma empresa devem existir

vários elementos que fazem parte de uma correta

administração. Dentre esses elementos

administrativos está presente a organização.

Para que aconteça uma boa organização é

importante que exista:

� Ordem: A ordem está intimamente ligada com

o reconhecimento da autoridade e da

obediência, e com o apego à hierarquia. Para

que a organização funcione bem é

indispensável que as ordens dadas sejam

cumpridos.

� Seleção: A seleção feita pela empresa, seja

pessoal ou material deve visar a bom

desempenho e um funcionamento eficiente.

Para que isso ocorra, alguns aspectos devem ser

levados em consideração na hora da seleção,

como: a qualidade, a capacitação profissional,

o desempenho, experiência, etc.

� Obediência ao planejamento: a empresa

comercial que obedece ao planejamento, terá

todo seu trabalho sistematizado. Os benefícios

recorrentes a este planejamento será visto no

resultado.

� Departamentalização: É o agrupamento de

setores personalizados em departamentos. O

agrupamento de serviços de uma mesma

natureza permite a chefia exercer um controle

mais eficiente, visto que todo o trabalho

necessita ser controlado, e um só homem

controla apenas um número de pessoas.

� Divisão de trabalho: Trata-se da distribuição

dos agentes produtores, com o objetivo de

aumentar com eficiência os resultados da

empresa. Para que uma organização comercial

funcione bem, é preciso dividir e distribuir

racionalmente o trabalho e o tempo.

� Conforto: Dentro do pensamento moderno de

administração deve-se considerar que o terço do

dia se passa no trabalho, portanto, é importante

tornar o ambiente de trabalho aconchegante e

desejável.

10.1 ESTRUTURA DO COMÉRCIO

É de suma importância que ao praticar ou

desenvolver o comércio se tenha e se possa contar com

uma boa estrutura, tal como:

� Transporte: O transporte é indispensável para

a locomoção das mercadorias, ou pessoas de

um lugar para outro.

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� Comunicação: É o processo de transmissão de

idéias de uma pessoa para outra através de

palavras, gestos e atitudes, que também pode se

dar por meio da escrita, símbolos entre outros.

A comunicação pode ser interna quando ocorre

por meio de avisos, ordens e memorandos

dentro da própria empresa e externa quando

ocorre com outras empresas ou pessoas, através

de cartas, telegramas e outros meios de

comunicação disponíveis. A maioria das

empresas enfrentam sérios problemas na

comunicação devido a má transmissão de

recados. A comunicação entre o produtor,

distribuidor e consumidor é indispensável, sem

ela não há comércio.

� Condições de Crédito: As condições de

crédito devem ser favoráveis às condições dos

consumidores, pois podem restringir ou facilitar

a circulação de mercadorias.

� Tempo e Espaço: Para que a empresa não

corra o risco de ficar sem estoque de produtos é

necessário que se tenha bons

acondicionamentos para cada tipo de

mercadoria, com o intuito de protegê-las. A

estabilidade nos preços é outro quesito

importante, pois se sobem desordenadamente

por falta de produtos no mercado, pode

prejudicar o equilíbrio no comércio.

XI - PROPAGANDA E PUBLICIDADE.

11.1. Conceito

Propaganda é a arte de veicular notícias ou

fatos para atingir objetivos especulativos de ordem

política, econômica, cultural e social. A propaganda

caracteriza-se pelo emprego de qualquer meio de

comunicação e visa tornar conhecido um produto e suas

qualidades a fim de induzir o consumidor a adquiri-lo.

Atribuem-se significados diferentes aos termos

“propaganda” e “publicidade”.

A publicidade é a divulgação de idéias e

atividades dirigidas ao cidadão. A publicidade tem por

objetivo tornar público um fato, uma idéia ou uma

coisa.

A propaganda é uma técnica de persuasão na

atividade de mercado, com o objetivo de induzir o

consumidor a preferir uma marca ou um produto.

11.2. Divisão

A propaganda pode ser dividida em:

2. Propaganda Institucional: Inclui patrocínio de

utilidade pública, que desenvolve uma reputação

benéfica, como a vacinação contra a paralisia

infantil. Para a empresa privada, que deve divulgar a

imagem da empresa e do produto, a propaganda

pode ser inclusive de recordação, ou seja,

relembrando propagandas anteriormente veiculadas.

3. Propaganda de produto: O objetivo é acelerar as

vendas imediatamente. A propaganda de produto é

também conhecida como sendo de “promoção de

venda”.

Segundo especialistas, os fenômenos

psicológicos da propaganda podem ser assim

ordenados:

� Despertar e fixar a atenção.

� Despertar a emoção.

� Fixar a memória.

� Despertar o interesse.

� Despertar o desejo.

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11.3. Conhecimento de Marketing

Marketing implica em conhecer o que o

consumidor necessita ou deseja. O moderno conceito de

marketing engloba toda e qualquer atividade comercial

relacionada com a movimentação, desde sua produção

física até o consumo final de serviços e mercadorias.

XII - EXPOSIÇÕES E FEIRAS

De origem tão antiga quanto a origem do

próprio comércio, feira é um local público onde são

expostas periodicamente mercadorias para venda. Para

as empresas imobiliárias, especialmente as responsáveis

por lançamento de empreendimentos imobiliários é

importante promover uma boa exposição do

empreendimento, com uma bem elaborada divulgação

promocional, através de propaganda. Podem existir as

seguintes categorias de feiras:

� Feiras Livres: Locais onde é realizado

comércio livre. São mercados do tipo popular

de caráter ambulante.

� Feiras Regionais: Geralmente são realizadas

anualmente e tem duração de duas semanas. Os

exemplos mais conhecidos são: A Feira do

Gado em Goiânia- GO. Feira do Vinho em São

Roque – SP e Caixias- RS.

� Feiras de Exposição: São organizadas com a

finalidade de divulgar o desenvolvimento e

progresso de determinado ramo da indústria do

país. São exemplos a Feira de Utilidades

Domésticas ( UD) em São Paulo, Feira

Nacional da Indústria Têxtil ( FENIT) em São

Paulo.

XIII - SERVIÇOS AUXILIARES DO COMÉRCIO.

Toda atividade comercial necessita de agentes

que o auxilia nas suas transações. Dentre esses agentes

pode-se destacar as companhias de seguro, os

estabelecimentos financeiros, as “bolsas”.

13.1 . COMPANHIAS DE SEGUROS.

São as empresas que se comprometem com

indenização por fatores que causam perdas, mediante

contrato de prestação de serviços pagos.

13.1.2 Riscos

As empresas de companhia de seguros dividem

os riscos assumidos em dois grupos:

A) RISCOS FÍSICOS: refere-se a danos físicos e

sociais.

B) RISCOS MORAIS: são aqueles que decorrem de

condições mentais.

13.2. SEGUROS

Os seguros podem ser:

A) SOCIAL: tem por objetivo garantir a classe

trabalhadora o seguro contra acidentes ou desemprego.

B) PRIVADO: trata-se de seguro individual cujo

objetivo é a segurança pessoal.

Os seguros podem garantir tanto o pessoal (

vida, acidentes, invalidez, doença, etc.) como

patrimonial ( roubo, incêndio, etc.).

O contrato de seguro é composto pelo

segurador, segurado, pelo risco e tempo. A apólice,

conhecida como o instrumento formal do contrato de

seguro, é formada por esse conjunto.

XIV - ESTABELECIMENTOS FINANCEIROS

14.1. BANCO CENTRAL DO BRASIL

É uma autarquia federal que tem a função de

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cumprir e fazer cumprir a legislação e todas as normas

expedidas pelo Conselho Monetário Nacional. Este

Banco também é responsável pela confecção da moeda.

É o ponto central do sistema financeiro nacional.

14.2. BANCO DO BRASIL – BB

Trata-se de uma entidade financeira de capital

misto e tem como principais funções o recebimento de

títulos federais, executar política de preços mínimos

dos produtos agrícolas, bem como financiar o plantio e

controlar e incrementar o comércio exterior.

14.3 BANCO NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL

– BNDES.

Trata-se de um banco que opera em programas

que visam a desenvolvimento da economia e do

mercado.

Tem como principais programas de

investimento os: insumos básicos; produção de

equipamentos básicos; infra – estrutura; fortalecimento

da empresa privada nacional e desenvolvimento

tecnológico.

14.4. CAIXA ECONÔMICA

Trata-se do estabelecimento financeiro que visa

estimular a poupança popular. É por meio da captação

desses recursos que há investimento na casa própria e

infra-estrutura básica, entre outros projetos.

Para atender o território nacional existe a Caixa

Econômica Federal – CEF, e também existe a Caixa

Econômica que atende a nível estadual.

14.5. BANCO DE INVESTIMENTOS

São bancos que realizam investimentos de

longo e médio prazo, geralmente para a formação de

capital fixo de empresas privadas.

14.6. FUNDOS MÚTUOS DE INVESTIMENTOS

Estes fundos utilizam a poupança popular para

aplicação, em conjunto, em carteiras de títulos e valores

imobiliários.

14.7. COMPANHIAS DE CREDITO,

FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO.

São companhias especializadas em

investimentos de médio e longo prazo, captam recursos

por meio da emissão de letras de câmbio.

14.8. SOCIEDADES DISTRIBUIDORAS E

VALORES

Essas sociedades têm por finalidade subscritar

títulos para revenda, distribuí-los ou intermediá-los no

mercado de capitais.

14.9. BOLSAS

Trata-se de instituições que se destinam a

negociar tendo como intermediário corrretores,

mercadorias, divisas, valores mobiliários ou outros bens

fungíveis.

As bolsas se classificam de acordo com a

prestação de serviço, como:

A) BOLSA DE VALORES: Estabelecimento onde

são negociados títulos representativos dos valores

mobiliários.

B) BOLSA DE MERCADORIAS: São mercados

regulados por normas onde se pratica a compra e venda

de produtos classificados em categorias, tendo como

principais produtos o algodão, a soja, o milho, o arroz e

o boi em pé.

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Para comercializar suas ações, uma empresa

tem que se registrar na CVM (Comissão de Valores

mobiliários).

Para comprar e vender ações o interessado deve

se dirigir a uma agência de valores, pois somente por

meio dela será possível realizar a operação.

Quando os títulos de valores imobiliários são

emitidos pela União, Estado, Municípios ou privados,

pelas empresas S/A de capital aberto são denominados

de títulos públicos.

Diferença entre ação e debênture: ação é uma

fração do capital da empresa e a debênture é uma

promessa de pagamento em dinheiro segundo as

condições nela especificadas.

A liquidação ou pagamento dos títulos pode ser

à vista (quando o pagamento é efetuado em até três

dias), ou a termo, quando a liquidação for futura, com

data previamente marcada.

14.10. TIPOS DE AÇÕES DAS S/AS.

Cada uma das partes em que se considera

dividido o capital de uma sociedade anônima é

chamada de ação. Trata-se de um título ou documento

de propriedade negociável e transmissível.

Existem dois tipos de ações: as ordinárias e as

preferenciais.

As ações ordinárias nominativas (ON) ou

preferenciais nominativas são aquelas em que possuem

o nome do seu proprietário e cuja transferência desse

tipo de ação só se realiza mediante assinatura do termo

de transferência.

Quando as ações possuem o nome de seu dono

elas são denominadas de ordinárias ao portador (OP) ou

preferenciais ao portador (PP). Aqueles que a possuir

são os seus donos.

XV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFCAS

CHIAVANATTO, Idalberto. Administração nos novos

tempos. São Paulo: Campus, 2000.

COSTA, Nelson Eduardo Pereira da. Marketing

Pessoal Imobiliário, faça você mesmo. Campo Grande:

Editora Ruy Barbosa: 1997.

MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da

Administração: da Escola científica à competitividade

da economia globalizada. São Paulo: Atlas, 2000.

SILVA, Antônio Pereira. Manual Técnico em

Transações Imobiliárias. São Paulo: AB Editora, 1994.

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Técnico em Transações Imobiliárias

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