Apostila Direito TRF

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    T NI O

    JUDI IRIO

    TRF

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    Conhecimentos Gerais Concurso para Tcnico JudicirioTRF

    NOES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    Cargos Pblicos

    Lei 8112/90Regime Jurdico dos Servidores Civis da Unio

    Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias,inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas federais.

    Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico.

    Art. 3o Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estruturaorganizacional que devem ser cometidas a um servidor.

    Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros, so criados por lei, comdenominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, para provimento em carter efetivo ou

    em comisso.

    Art. 4o proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

    Do Provimento

    Art. 5o So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico:I - a nacionalidade brasileira;II - o gozo dos direitos polticos;III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais;IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo;V - a idade mnima de dezoito anos;

    VI - aptido fsica e mental. 1o As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidos em

    lei. 2o s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso

    pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que soportadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas noconcurso.

    3o As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais podero proverseus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e osprocedimentos desta Lei.

    Art. 6o O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridade competente de cadaPoder.

    Art. 7o A investidura em cargo pblico ocorrer com a posse.

    Art. 8o So formas de provimento de cargo pblico:I - nomeao;II - promoo;III -(Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)IV -(Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)V - readaptao;VI - reverso;VII - aproveitamento;VIII - reintegrao;IX - reconduo.

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    Da Vacncia

    Art. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de:I - exonerao;II - demisso;III - promoo;IV -(Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)V - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)VI - readaptao;VII - aposentadoria;VIII - posse em outro cargo inacumulvel;IX - falecimento.

    Art. 34. A exonerao de cargo efetivo dar-se- a pedido do servidor, ou de ofcio.Pargrafo nico. A exonerao de ofcio dar-se-:I - quando no satisfeitas as condies do estgio probatrio;II - quando, tendo tomado posse, o servidor no entrar em exerccio no prazo estabelecido.

    Art. 35. A exonerao de cargo em comisso e a dispensa de funo de confiana dar-se-:I - a juzo da autoridade competente;

    II - a pedido do prprio servidor.Pargrafo nico.(Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

    Dos Direitos e Vantagens

    Do Vencimento e da Remunerao

    Art. 40. Vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado emlei.

    Pargrafo nico. Nenhum servidor receber, a ttulo de vencimento, importncia inferior aosalrio-mnimo.

    Art. 41. Remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniriaspermanentes estabelecidas em lei.

    1o A remunerao do servidor investido em funo ou cargo em comisso ser paga na formaprevista no art. 62.

    2o O servidor investido em cargo em comisso de rgo ou entidade diversa da de sualotao receber a remunerao de acordo com o estabelecido no 1odo art. 93.

    3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de carter permanente, irredutvel.

    4o assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuies iguais ouassemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos trs Poderes, ressalvadas as vantagens decarter individual e as relativas natureza ou ao local de trabalho.

    Art. 42. Nenhum servidor poder perceber, mensalmente, a ttulo de remunerao, importnciasuperior soma dos valores percebidos como remunerao, em espcie, a qualquer ttulo, no mbitodos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministrosdo Supremo Tribunal Federal.

    Pargrafo nico. Excluem-se do teto de remunerao as vantagens previstas nos incisos II aVII do art. 61.

    Art. 43. (Revogado pela Lei n 9.624, de 2.4.98)(*) Nota:O menor e o maior valor da remuneraodo servidor est, agora, estabelecido no art. 18 da Lei n 9.624, de 02.04.98: o fator de 25,641 , omenor R$ 312,00 e o maior de R$ 8.000,00.

    Art. 44. O servidor perder:I - a remunerao do dia em que faltar ao servio, sem motivo justificado;

    II - a parcela de remunerao diria, proporcional aos atrasos, ausncias justificadas,ressalvadas as concesses de que trata o art. 97, e sadas antecipadas, salvo na hiptese decompensao de horrio, at o ms subseqente ao da ocorrncia, a ser estabelecida pela chefiaimediata.

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    Pargrafo nico. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de fora maior poderoser compensadas a critrio da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exerccio.

    Art. 45. Salvo por imposio legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidir sobre aremunerao ou provento.

    Pargrafo nico. Mediante autorizao do servidor, poder haver consignao em folha depagamento a favor de terceiros, a critrio da administrao e com reposio de custos, na formadefinida em regulamento.

    Art. 46 As reposies e indenizaes ao errio, atualizadas at 30 de junho de 1994, seropreviamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, noprazo mximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.

    1o O valor de cada parcela no poder ser inferior ao correspondente a dez por cento daremunerao, provento ou penso.

    2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no ms anterior ao do processamento dafolha, a reposio ser feita imediatamente, em uma nica parcela.

    3o Na hiptese de valores recebidos em decorrncia de cumprimento a deciso liminar, atutela antecipada ou a sentena que venha a ser revogada ou rescindida, sero eles atualizados at adata da reposio.

    Art. 47. O servidor em dbito com o errio, que for demitido, exonerado ou que tiver suaaposentadoria ou disponibilidade cassada, ter o prazo de sessenta dias para quitar o dbito.Pargrafo nico. A no quitao do dbito no prazo previsto implicar sua inscrio em dvida

    ativa.Art. 48. O vencimento, a remunerao e o provento no sero objeto de arresto, seqestro ou

    penhora, exceto nos casos de prestao de alimentos resultante de deciso judicial.

    Das Vantagens

    Art. 49. Alm do vencimento, podero ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:I - indenizaes;II - gratificaes;

    III - adicionais. 1o As indenizaes no se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. 2o As gratificaes e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e

    condies indicados em lei.

    Art. 50. As vantagens pecunirias no sero computadas, nem acumuladas, para efeito deconcesso de quaisquer outros acrscimos pecunirios ulteriores, sob o mesmo ttulo ou idnticofundamento.

    Do Regime Disciplinar

    Dos Deveres

    Art. 116. So deveres do servidor:I - exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo;II - ser leal s instituies a que servir;III - observar as normas legais e regulamentares;IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;V - atender com presteza:a) ao pblico em geral, prestando as informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por

    sigilo;b) expedio de certides requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situaes de

    interesse pessoal;c) s requisies para a defesa da Fazenda Pblica.VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver cincia em

    razo do cargo;

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    VII - zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico;VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartio;IX - manter conduta compatvel com a moralidade administrativa;X - ser assduo e pontual ao servio;XI - tratar com urbanidade as pessoas;XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder.Pargrafo nico. A representao de que trata o inciso XII ser encaminhada pela via

    hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a qual formulada, assegurando-seao representando ampla defesa.

    Das Proibies

    Art. 117. Ao servidor proibido:I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato;II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da

    repartio;III - recusar f a documentos pblicos;IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de

    servio;

    V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio;VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho deatribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

    VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associao profissional ousindical, ou a partido poltico;

    VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiroou parente at o segundo grau civil;

    IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade dafuno pblica;

    X - participar de gerncia ou administrao de empresa privada, sociedade civil, salvo aparticipao nos conselhos de administrao e fiscal de empresas ou entidades em que a Uniodetenha, direta ou indiretamente, participao do capital social, sendo-lhe vedado exercer o comrcio,exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio;

    XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratarde benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge oucompanheiro;

    XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, em razo de suasatribuies;

    XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro;XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;XV - proceder de forma desidiosa;XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ou atividades particulares;XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situaes

    de emergncia e transitrias;XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com o exerccio do cargo ou

    funo e com o horrio de trabalho;

    XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

    Da Acumulao

    Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituio, vedada a acumulao remunerada decargos pblicos.

    1o A proibio de acumular estende-se a cargos, empregos e funes em autarquias,fundaes pblicas, empresas pblicas, sociedades de economia mista da Unio, do Distrito Federal,dos Estados, dos Territrios e dos Municpios.

    2o A acumulao de cargos, ainda que lcita, fica condicionada comprovao dacompatibilidade de horrios.

    3o Considera-se acumulao proibida a percepo de vencimento de cargo ou emprego

    pblico efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essasremuneraes forem acumulveis na atividade.

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    Art. 119. O servidor no poder exercer mais de um cargo em comisso, exceto no caso previsto nopargrafo nico do art. 9o, nem ser remunerado pela participao em rgo de deliberao coletiva.

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo no se aplica remunerao devida pela participaoem conselhos de administrao e fiscal das empresas pblicas e sociedades de economia mista,suas subsidirias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a Unio, diretaou indiretamente, detenha participao no capital social, observado o que, a respeito, dispuserlegislao especfica

    Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos,quando investido em cargo de provimento em comisso, ficar afastado de ambos os cargos efetivos,salvo na hiptese em que houver compatibilidade de horrio e local com o exerccio de um deles,declarada pelas autoridades mximas dos rgos ou entidades envolvidos.

    Das Responsabilidades

    Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exerccio irregular de suasatribuies.

    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que

    resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros. 1o A indenizao de prejuzo dolosamente causado ao errio somente ser liquidada na formaprevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execuo do dbito pela via judicial.

    2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responder o servidor perante a FazendaPblica, em ao regressiva.

    3o A obrigao de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles ser executada,at o limite do valor da herana recebida.

    Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenes imputadas ao servidor, nessaqualidade.

    Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado nodesempenho do cargo ou funo.

    Art. 125. As sanes civis, penais e administrativas podero cumular-se, sendo independentes entresi.

    Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminalque negue a existncia do fato ou sua autoria.

    Das Penalidades

    Art. 127. So penalidades disciplinares:I - advertncia;II - suspenso;

    III - demisso;IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade;V - destituio de cargo em comisso;VI - destituio de funo comissionada.

    Art. 128. Na aplicao das penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infraocometida, os danos que dela provierem para o servio pblico, as circunstncias agravantes ouatenuantes e os antecedentes funcionais.

    Pargrafo nico. O ato de imposio da penalidade mencionar sempre o fundamento legal ea causa da sano disciplinar.

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos de violao de proibio constante doart. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao

    ou norma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

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    Art. 130. A suspenso ser aplicada em caso de reincidncia das faltas punidas com advertncia ede violao das demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita a penalidade de demisso, nopodendo exceder de 90 (noventa) dias.

    1o Ser punido com suspenso de at 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente,recusar-se a ser submetido a inspeo mdica determinada pela autoridade competente, cessandoos efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinao.

    2o Quando houver convenincia para o servio, a penalidade de suspenso poder serconvertida em multa, na base de 50% (cinqenta por cento) por dia de vencimento ou remunerao,ficando o servidor obrigado a permanecer em servio.

    Art. 131. As penalidades de advertncia e de suspenso tero seus registros cancelados, aps odecurso de 3 (trs) e 5 (cinco) anos de efetivo exerccio, respectivamente, se o servidor no houver,nesse perodo, praticado nova infrao disciplinar.

    Pargrafo nico. O cancelamento da penalidade no surtir efeitos retroativos.

    Art. 132. A demisso ser aplicada nos seguintes casos:I - crime contra a administrao pblica;II - abandono de cargo;III - inassiduidade habitual;IV - improbidade administrativa;

    V - incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio;VI - insubordinao grave em servio;VII - ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em legtima defesa prpria ou de

    outrem;VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos;IX - revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo;X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional;XI - corrupo;XII - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas;XIII - transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117.

    Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas,a autoridade a que se refere o art. 143 notificar o servidor, por intermdio de sua chefia imediata,

    para apresentar opo no prazo improrrogvel de dez dias, contados da data da cincia e, nahiptese de omisso, adotar procedimento sumrio para a sua apurao e regularizao imediata,cujo processo administrativo disciplinar se desenvolver nas seguintes fases:

    I - instaurao, com a publicao do ato que constituir a comisso, a ser composta por doisservidores estveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgresso objeto daapurao;

    II - instruo sumria, que compreende indiciao, defesa e relatrio;III - julgamento. 1o A indicao da autoria de que trata o inciso I dar-se- pelo nome e matrcula do servidor, e

    a materialidade pela descrio dos cargos, empregos ou funes pblicas em situao deacumulao ilegal, dos rgos ou entidades de vinculao, das datas de ingresso, do horrio detrabalho e do correspondente regime jurdico.

    2o A comisso lavrar, at trs dias aps a publicao do ato que a constituiu, termo de

    indiciao em que sero transcritas as informaes de que trata o pargrafo anterior, bem comopromover a citao pessoal do servidor indiciado, ou por intermdio de sua chefia imediata, para, noprazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartio,observado o disposto nos arts. 163 e 164.

    3o Apresentada a defesa, a comisso elaborar relatrio conclusivo quanto inocncia ou responsabilidade do servidor, em que resumir as peas principais dos autos, opinar sobre a licitudeda acumulao em exame, indicar o respectivo dispositivo legal e remeter o processo autoridadeinstauradora, para julgamento.

    4o No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadoraproferir a sua deciso, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no 3odo art. 167.

    5o A opo pelo servidor at o ltimo dia de prazo para defesa configurar sua boa-f,hiptese em que se converter automaticamente em pedido de exonerao do outro cargo.

    6o Caracterizada a acumulao ilegal e provada a m-f, aplicar-se- a pena de demisso,

    destituio ou cassao de aposentadoria ou disponibilidade em relao aos cargos, empregos oufunes pblicas em regime de acumulao ilegal, hiptese em que os rgos ou entidades devinculao sero comunicados.

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    7o O prazo para a concluso do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumriono exceder trinta dias, contados da data de publicao do ato que constituir a comisso, admitida asua prorrogao por at quinze dias, quando as circunstncias o exigirem.

    8o O procedimento sumrio rege-se pelas disposies deste artigo, observando-se, no que lhefor aplicvel, subsidiariamente, as disposies dos Ttulos IV e V desta Lei.

    Art. 134. Ser cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, naatividade, falta punvel com a demisso.

    Art. 135. A destituio de cargo em comisso exercido por no ocupante de cargo efetivo seraplicada nos casos de infrao sujeita s penalidades de suspenso e de demisso.

    Pargrafo nico. Constatada a hiptese de que trata este artigo, a exonerao efetuada nostermos do art. 35 ser convertida em destituio de cargo em comisso.

    Art. 136. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, nos casos dos incisos IV, VIII, X eXI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, sem prejuzo da aopenal cabvel.

    Art. 137. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, por infringncia do art. 117, incisos IXe XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo pblico federal, pelo prazo de 5

    (cinco) anos.Pargrafo nico. No poder retornar ao servio pblico federal o servidor que for demitido oudestitudo do cargo em comisso por infringncia do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

    Art. 138. Configura abandono de cargo a ausncia intencional do servidor ao servio por mais detrinta dias consecutivos.

    Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao servio, sem causa justificada, porsessenta dias, interpoladamente, durante o perodo de doze meses.

    Art. 140. Na apurao de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, tambm ser adotado oprocedimento sumrio a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:

    I - a indicao da materialidade dar-se-:

    a) na hiptese de abandono de cargo, pela indicao precisa do perodo de ausncia intencionaldo servidor ao servio superior a trinta dias;b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicao dos dias de falta ao servio sem causa

    justificada, por perodo igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o perodo de dozemeses;

    II - aps a apresentao da defesa a comisso elaborar relatrio conclusivo quanto inocnciaou responsabilidade do servidor, em que resumir as peas principais dos autos, indicar orespectivo dispositivo legal, opinar, na hiptese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade daausncia ao servio superior a trinta dias e remeter o processo autoridade instauradora parajulgamento.

    Art. 141. As penalidades disciplinares sero aplicadas:I - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos

    Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica, quando se tratar de demisso e cassaode aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, rgo, ou entidade;II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior quelas mencionadas

    no inciso anterior quando se tratar de suspenso superior a 30 (trinta) dias;III - pelo chefe da repartio e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou

    regulamentos, nos casos de advertncia ou de suspenso de at 30 (trinta) dias;IV - pela autoridade que houver feito a nomeao, quando se tratar de destituio de cargo em

    comisso.

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever:I - em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso, cassao de aposentadoria

    ou disponibilidade e destituio de cargo em comisso;II - em 2 (dois) anos, quanto suspenso;

    III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia. 1o O prazo de prescrio comea a correr da data em que o fato se tornou conhecido. 2o Os prazos de prescrio previstos na lei penal aplicam-se s infraes disciplinares

    capituladas tambm como crime.

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    3o A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinar interrompe a prescrio,at a deciso final proferida por autoridade competente.

    4o Interrompido o curso da prescrio, o prazo comear a correr a partir do dia em quecessar a interrupo.

    Do Processo Administrativo Disciplinar

    Disposies Gerais

    Art. 143. A autoridade que tiver cincia de irregularidade no servio pblico obrigada a promover asua apurao imediata, mediante sindicncia ou processo administrativo disciplinar, assegurada aoacusado ampla defesa.

    1o Compete ao rgo central do SIPEC supervisionar e fiscalizar o cumprimento do dispostoneste artigo.

    2o Constatada a omisso no cumprimento da obrigao a que se refere o caputdeste artigo,o titular do rgo central do SIPEC designar a comisso de que trata o art. 149.

    3oA apurao de que trata o caput, por solicitao da autoridade a que se refere, poder serpromovida por autoridade de rgo ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a

    irregularidade, mediante competncia especfica para tal finalidade, delegada em carter permanenteou temporrio pelo Presidente da Repblica, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dosTribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica, no mbito do respectivo Poder, rgo ouentidade, preservadas as competncias para o julgamento que se seguir apurao.

    Art. 144. As denncias sobre irregularidades sero objeto de apurao, desde que contenham aidentificao e o endereo do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada aautenticidade.

    Pargrafo nico. Quando o fato narrado no configurar evidente infrao disciplinar ou ilcitopenal, a denncia ser arquivada, por falta de objeto.

    Art. 145. Da sindicncia poder resultar:I - arquivamento do processo;

    II - aplicao de penalidade de advertncia ou suspenso de at 30 (trinta) dias;III - instaurao de processo disciplinar.Pargrafo nico. O prazo para concluso da sindicncia no exceder 30 (trinta) dias, podendo

    ser prorrogado por igual perodo, a critrio da autoridade superior.

    Art. 146. Sempre que o ilcito praticado pelo servidor ensejar a imposio de penalidade desuspenso por mais de 30 (trinta) dias, de demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade,ou destituio de cargo em comisso, ser obrigatria a instaurao de processo disciplinar.

    Do Afastamento Preventivo

    Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor no venha a influir na apurao dairregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poder determinar o seuafastamento do exerccio do cargo, pelo prazo de at 60 (sessenta) dias, sem prejuzo daremunerao.

    Pargrafo nico. O afastamento poder ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessaroos seus efeitos, ainda que no concludo o processo.

    Do Processo Disciplinar

    Art. 148. O processo disciplinar o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor porinfrao praticada no exerccio de suas atribuies, ou que tenha relao com as atribuies do cargoem que se encontre investido.

    Art. 149. O processo disciplinar ser conduzido por comisso composta de trs servidores estveisdesignados pela autoridade competente, observado o disposto no 3o do art. 143, que indicar,

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    dentre eles, o seu presidente, que dever ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nvel,ou ter nvel de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

    1o A Comisso ter como secretrio servidor designado pelo seu presidente, podendo aindicao recair em um de seus membros.

    2o No poder participar de comisso de sindicncia ou de inqurito, cnjuge, companheiroou parente do acusado, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau.

    Art. 150. A Comisso exercer suas atividades com independncia e imparcialidade, assegurado osigilo necessrio elucidao do fato ou exigido pelo interesse da administrao.

    Pargrafo nico. As reunies e as audincias das comisses tero carter reservado.

    Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:I - instaurao, com a publicao do ato que constituir a comisso;II - inqurito administrativo, que compreende instruo, defesa e relatrio;III - julgamento.

    Art. 152. O prazo para a concluso do processo disciplinar no exceder 60 (sessenta) dias,contados da data de publicao do ato que constituir a comisso, admitida a sua prorrogao porigual prazo, quando as circunstncias o exigirem.

    1o Sempre que necessrio, a comisso dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando

    seus membros dispensados do ponto, at a entrega do relatrio final. 2o As reunies da comisso sero registradas em atas que devero detalhar as deliberaesadotadas.

    Do Inqurito

    Art. 153. O inqurito administrativo obedecer ao princpio do contraditrio, assegurada ao acusadoampla defesa, com a utilizao dos meios e recursos admitidos em direito.

    Art. 154. Os autos da sindicncia integraro o processo disciplinar, como pea informativa dainstruo.

    Pargrafo nico. Na hiptese de o relatrio da sindicncia concluir que a infrao est

    capitulada como ilcito penal, a autoridade competente encaminhar cpia dos autos ao MinistrioPblico, independentemente da imediata instaurao do processo disciplinar.

    Art. 155. Na fase do inqurito, a comisso promover a tomada de depoimentos, acareaes,investigaes e diligncias cabveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessrio, atcnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidao dos fatos.

    Art. 156. assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou porintermdio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formularquesitos, quando se tratar de prova pericial.

    1o O presidente da comisso poder denegar pedidos considerados impertinentes,meramente protelatrios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

    2o Ser indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovao do fato independer de

    conhecimento especial de perito.

    Art. 157. As testemunhas sero intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente dacomisso, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.

    Pargrafo nico. Se a testemunha for servidor pblico, a expedio do mandado serimediatamente comunicada ao chefe da repartio onde serve, com a indicao do dia e horamarcados para inquirio.

    Art. 158. O depoimento ser prestado oralmente e reduzido a termo, no sendo lcito testemunhatraz-lo por escrito.

    1o As testemunhas sero inquiridas separadamente. 2o Na hiptese de depoimentos contraditrios ou que se infirmem, proceder-se- acareao

    entre os depoentes.

    Art. 159. Concluda a inquirio das testemunhas, a comisso promover o interrogatrio doacusado, observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158.

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    1o No caso de mais de um acusado, cada um deles ser ouvido separadamente, e sempreque divergirem em suas declaraes sobre fatos ou circunstncias, ser promovida a acareao entreeles.

    2o O procurador do acusado poder assistir ao interrogatrio, bem como inquirio dastestemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porm,reinquiri-las, por intermdio do presidente da comisso.

    Art. 160. Quando houver dvida sobre a sanidade mental do acusado, a comisso propor autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta mdica oficial, da qual participepelo menos um mdico psiquiatra.

    Pargrafo nico. O incidente de sanidade mental ser processado em auto apartado e apensoao processo principal, aps a expedio do laudo pericial.

    Art. 161. Tipificada a infrao disciplinar, ser formulada a indiciao do servidor, com aespecificao dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

    1o O indiciado ser citado por mandado expedido pelo presidente da comisso paraapresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo narepartio.

    2o Havendo dois ou mais indiciados, o prazo ser comum e de 20 (vinte) dias. 3o O prazo de defesa poder ser prorrogado pelo dobro, para diligncias reputadas

    indispensveis. 4o No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cpia da citao, o prazo para defesacontar-se- da data declarada, em termo prprio, pelo membro da comisso que fez a citao, com aassinatura de (2) duas testemunhas.

    Art. 162. O indiciado que mudar de residncia fica obrigado a comunicar comisso o lugar ondepoder ser encontrado.

    Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e no sabido, ser citado por edital, publicado noDirio Oficial da Unio e em jornal de grande circulao na localidade do ltimo domiclio conhecido,para apresentar defesa.

    Pargrafo nico. Na hiptese deste artigo, o prazo para defesa ser de 15 (quinze) dias a partirda ltima publicao do edital.

    Art. 164. Considerar-se- revel o indiciado que, regularmente citado, no apresentar defesa no prazolegal.

    1o A revelia ser declarada, por termo, nos autos do processo e devolver o prazo para adefesa.

    2o Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designar umservidor como defensor dativo, que dever ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nvel,ou ter nvel de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

    Art. 165. Apreciada a defesa, a comisso elaborar relatrio minucioso, onde resumir as peasprincipais dos autos e mencionar as provas em que se baseou para formar a sua convico.

    1o O relatrio ser sempre conclusivo quanto inocncia ou responsabilidade do servidor. 2o Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comisso indicar o dispositivo legal ou

    regulamentar transgredido, bem como as circunstncias agravantes ou atenuantes.Art. 166. O processo disciplinar, com o relatrio da comisso, ser remetido autoridade quedeterminou a sua instaurao, para julgamento.

    Do Julgamento

    Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadoraproferir a sua deciso.

    1o Se a penalidade a ser aplicada exceder a alada da autoridade instauradora do processo,este ser encaminhado autoridade competente, que decidir em igual prazo.

    2o Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanes, o julgamento caber autoridadecompetente para a imposio da pena mais grave.

    3o

    Se a penalidade prevista for a demisso ou cassao de aposentadoria ou disponibilidade,o julgamento caber s autoridades de que trata o inciso I do art. 141. 4o Reconhecida pela comisso a inocncia do servidor, a autoridade instauradora do processo

    determinar o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrria prova dos autos.

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    Art. 168. O julgamento acatar o relatrio da comisso, salvo quando contrrio s provas dos autos.Pargrafo nico. Quando o relatrio da comisso contrariar as provas dos autos, a autoridade

    julgadora poder, motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrand-la ou isentar o servidor deresponsabilidade.

    Art. 169. Verificada a ocorrncia de vcio insanvel, a autoridade que determinou a instaurao doprocesso ou outra de hierarquia superior declarar a sua nulidade, total ou parcial, e ordenar, nomesmo ato, a constituio de outra comisso para instaurao de novo processo.

    1o O julgamento fora do prazo legal no implica nulidade do processo. 2o A autoridade julgadora que der causa prescrio de que trata o art. 142, 2o, ser

    responsabilizada na forma do Captulo IV do Ttulo IV.

    Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrio, a autoridade julgadora determinar o registro do fatonos assentamentos individuais do servidor.

    Art. 171. Quando a infrao estiver capitulada como crime, o processo disciplinar ser remetido aoMinistrio Pblico para instaurao da ao penal, ficando trasladado na repartio.

    Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar s poder ser exonerado a pedido, ou

    aposentado voluntariamente, aps a concluso do processo e o cumprimento da penalidade, acasoaplicada.Pargrafo nico. Ocorrida a exonerao de que trata o pargrafo nico, inciso I do art. 34, o

    ato ser convertido em demisso, se for o caso.

    Art. 173. Sero assegurados transporte e dirias:I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartio, na condio

    de testemunha, denunciado ou indiciado;II - aos membros da comisso e ao secretrio, quando obrigados a se deslocarem da sede dos

    trabalhos para a realizao de misso essencial ao esclarecimento dos fatos.

    Da Reviso do Processo

    Art. 174. O processo disciplinar poder ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofcio, quandose aduzirem fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido ou ainadequao da penalidade aplicada.

    1o Em caso de falecimento, ausncia ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa dafamlia poder requerer a reviso do processo.

    2o No caso de incapacidade mental do servidor, a reviso ser requerida pelo respectivocurador.

    Art. 175. No processo revisional, o nus da prova cabe ao requerente.

    Art. 176. A simples alegao de injustia da penalidade no constitui fundamento para a reviso, querequer elementos novos, ainda no apreciados no processo originrio.

    Art. 177. O requerimento de reviso do processo ser dirigido ao Ministro de Estado ou autoridadeequivalente, que, se autorizar a reviso, encaminhar o pedido ao dirigente do rgo ou entidadeonde se originou o processo disciplinar.

    Pargrafo nico. Deferida a petio, a autoridade competente providenciar a constituio decomisso, na forma do art. 149.

    Art. 178. A reviso correr em apenso ao processo originrio.Pargrafo nico. Na petio inicial, o requerente pedir dia e hora para a produo de

    provas e inquirio das testemunhas que arrolar.

    Art. 179. A comisso revisora ter 60 (sessenta) dias para a concluso dos trabalhos.

    Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comisso revisora, no que couber, as normas e procedimentosprprios da comisso do processo disciplinar.

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    Art. 181. O julgamento caber autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141.Pargrafo nico. O prazo para julgamento ser de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do

    processo, no curso do qual a autoridade julgadora poder determinar diligncias.

    Art. 182. Julgada procedente a reviso, ser declarada sem efeito a penalidade aplicada,restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relao destituio do cargo emcomisso, que ser convertida em exonerao.

    Pargrafo nico. Da reviso do processo no poder resultar agravamento de penalidade.

    ATOS ADMINISTRATIVOS

    ATO ADMINISTRATIVO: o ato jurdico praticado pela Administrao Pblica; todo o atolcito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguirdireitos; s pode ser praticado por agente pblico competente;

    Fato Jurdico: um acontecimento material involuntrio, que vai produzir conseqncias jurdicas.

    Ato Jurdico: uma manifestao de vontade destinada a produzir efeitos jurdicos.

    Fato Administrativo: o acontecimento material da Administrao, que produz conseqnciasjurdicas. No entanto, no traduz uma manifestao de vontade voltada para produo dessasconseqncias. Ex.: A construo de uma obra pblica; o ato de ministrar uma aula em escolapblica; o ato de realizar uma cirurgia em hospital pblico, O Fato Administrativono se destina a produzir efeitos no mundo jurdico, embora muitasvezes esses efeitos ocorram, como exemplo, uma obra pblica mal executada vai causar danos aosadministrados, ensejando indenizao. Uma cirurgia mal realizada em um hospital pblico, quetambm resultar na responsabilidade do Estado.

    ESPCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

    Atos Normativos: aqueles que contm um comando geral do Executivo, visando a correta

    aplicao da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a explicitar a norma legal.Exs.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resolues, Deliberaes, etc.

    Atos Ordinatrios: visam disciplinar o funcionamento da Administrao e a condutafuncional de seus agentes. Emanam do poder hierrquicoda Administrao. Exs.: Instrues,Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Servio, Ofcios, Despachos.

    Atos Negociais: aqueles que contm uma declarao de vontade do Poder Pblicocoincidente com a vontade do particular; visa a con cretizar negcios pblico s ou atr ibuircer tos dire i tos ou vantagens ao par t icu lar. Ex.: Licena; Autorizao; Permisso; Aprovao;Apreciao; Visto; Homologao; Dispensa; Renncia;

    Atos Enunciativos: aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir opinio

    sobre determinado assunto; NO SE VINCULA A SEU ENUNCIADO. Ex.: Certides; Atestados;Pareceres.

    Atos Punitivos: atos com que a Administrao visa a punir e reprimir as infraesadministrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. a APLICAOdo Poder de Policia e Poder Disciplinar. Ex.: Multa; Interdio de atividades; Destruio decoisas; Afastamento de cargo ou funo.

    REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

    REQUISITOS Competncia, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto(COFIFOMOB)

    COMPETNCIA: o poder, resultante da lei, que d ao agente administrativo a capacidade depraticar o ato administrativo; VINCULADO;

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    o primeiro requisito de validade do ato administrativo. Inicialmente, necessrio verificarse a Pessoa Jurdica tem atribuio para a prtica daquele ato. preciso saber, em segundolugar, se o rgo daquela Pessoa Jurdica que praticou o ato, estava investido de atribuies para tanto. Finalmente, preciso verificar se o agente pblico que praticou o ato, f-lo noexerccio das atribuiesdo cargo. O problema da competncia, portanto, resolve-se nesses trsaspectos. A competncia ADMITE DELEGAO E AVOCAO. Esses institutos resultam da

    hierarquia.FINALIDADE: o bem jurdico objetivado pelo ato administrativo; VINCULADO; O ato deve alcanar a finalidade expressa ou implicitamente prevista na norma queatribui competncia ao agente para a sua prtica. O Administrador no pode fugir da finalidadeque a lei imprimiu ao ato, sob pena de NULIDADE do ato pelo DESVIO DE FINALIDADE especfica.Havendo qualquer desvio, o ato nulopor DESVIO DE FINALIDADE, mesmo que haja relevnciasocial.

    FORMA: a maneira regrada (escrita em lei) de como o ato deve ser praticado; orevestimento externo do ato; VINCULADO. Em princpio, exige-se a forma escrita para a prtica do ato . Excepcionalmente, admitem-se as ordens atravs de sinais ou de voz, como so feitas no trnsito. Em alguns casos, a forma

    particularizada e exige-se um determinado tipo de forma escrita.MOTIVO: a situao de direitoque autoriza ou exige a prticado ato administrativo;motivao obrigatria - ato vinculado pode estar previsto em lei (a autoridade s podepraticar o ato caso ocorra a situao prevista),motivao facultativa - ato discricionrio ou no estar previsto em lei (a autoridade tem aliberdade de escolher o motivo em vista do qual editar o ato);

    A efetiva existncia do motivo sempre um requisito para a validade do ato. Se oAdministrador invoca determinados motivos, a validade do ato fica subordinada efetiva existnciadesses motivos invocados para a sua prtica. a teoria dos Motivos Determinantes.

    OBJETO: o contedo do ato; a prpria alterao na ordem jurdica; aquilo que o ato

    dispe. Pode ser VINCULADO ou DISCRICIONRIO.

    ato vinculado o objeto j est predeterminado na lei (Ex.: aposentadoria do servidor).

    ato discricionrio h uma margem de liberdade do Administrador para preencher o contedo doato (Ex.: desapropriao cabe ao Administrador escolher o bem, de acordo com os interesses daAdministrao).

    MOTIVO eOBJETO, nos chamados atos d isc rici onrios, caracterizam o que se denominade MRITO ADMINISTRA TIVO.

    MRITO ADMINISTRATIVO corresponde esfera de discricionariedade reservada ao

    Administrador e, em princpio, no pode o Pod er Jud icirio p retend er sub stit uir adiscr ic ionar iedade do administ rador pela discr ic ionar iedade do Juiz. Pode, no entanto, examinaros motivos invocados pelo Administrador para verificar se eles efetivamente existem e se porventuraest caracterizado um desvio de finalidade.

    Ato Legal e Perfeito o ato administrativo completo em seus requisitos e eficaz emproduzir seus efeitos; portanto, o ato eficaz e exeqvel;

    REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

    Requisitos Tipo do Ato Caractersticas

    COMPETNCIA Vinculado O PODER, resultante da lei, que d ao agenteadministrativo a capacidade de praticar o ato adm inistrat ivo.Admite DELEGAO eAVOCAO.

    FINALIDADE Vinculado o bem jurdicoOBJETIVADO pelo ato administrativo; ao

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    que o ato se compromete;

    FORMA Vinculado a maneira regrada(escrita em lei) de como o ato deve serpraticado; o revestimento externo do ato.

    MOTIVOVinculado ouDiscricionrio

    a situao de direitoque autoriza ou exige a prticadoato administrativo; o por que do ato !

    OBJETOVinculado ouDiscricionrio

    o contedo do ato; a prpria alterao na ordem jurdica; aquilo de que o ato dispe, trata.

    ATRIBUTOS E QUALIDADES DO ATO ADMINISTRATIVO ( P I A )

    PRESUNO DE LEGITIMIDADE: todo ato administrativo presume-se legtimo, isto , verdadeiroe conforme o direito; presuno relativa (ju ris tan tum). Ex.:Execuo de Dvida Ativa cabe aoparticular o nus de provar que no deve ou que o valor est errado.

    IMPERATIVIDADE: a qualidade pela qual os atos dispem de fora executria e se impem aosparticulares, independentemente de sua concordncia; Ex.: Secretrio de Sade quando dita normasde higiene decorre do exerccio do Poder de Polcia pode impor obrigao para o administrado. o denominado poder extroverso da Administrao.

    AUTO-EXECUTORIEDADE: o atributo do ato administrativo pelo qual o Poder Pblico podeobrigar o administrado a cumpr-lo, independentemente de ordem judicial;

    CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

    Quantoaos

    ATOS Exemplos

    Destinat

    rios

    Gerais destinam-se a uma parcela grande de sujeitosindeterminados e todos aqueles que se vemabrangidos pelos seus preceitos;

    Edital;

    Regulamentos;

    Instrues.

    Individuais destina-se a uma pessoa em particular ou a umgrupo de pessoas determinadas.

    Demisso;

    Exonerao;

    Outorga deLicena

    Alcance

    Internos os destinatrios so os rgos e agentes daAdministrao; no se dirigem a terceiros

    Circulares;

    Portarias;

    Instrues;

    Externos alcanam os administrados de modo geral (sentram em vigor depois de publicados).

    Admisso;

    Licena.

    Objeto

    Imprio aquele que a administrao pratica no gozo desuas prerrogativas; em posio de supremaciaperante o administrado;

    Desapropriao;

    Interdio;

    Requisio.

    Gesto so os praticados pela Administrao em situaode igualdade com os particulares, SEM USAR SUA

    SUPREMACIA;

    Alienao e

    Aquisio de bens;

    Certides

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    O ATO ADMINISTRATIVO E O DIREITO DOS ADMINISTRADOS

    EXTINO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

    CASSAO: embora legtimo na sua origem e formao, torna-se ilegal na sua execuo; quandoo destinatrio descumpre condies pr-estabelecidas. Ex.:: algum obteve uma permisso paraexplorar o servio pblico, porm descumpriu uma das condies para a prestao desse servio.Vem o Poder Pblico e, como penalidade, procede a cassao da permisso.

    REVOGAO: a extino de um ato administrativo legal e perfeito, por razes deconvenincia e oportunidade, pela Administrao, no exerccio do poder discricionrio. O atorevogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo em que operou. A partir da data darevogao que cessa a produo de efeitos do ato at ento perfeito e legal. S pode ser praticado

    pela Administrao Pblica por razes de oportunidade e convenincia. A revogao no pode atingiros direitos adquiridos

    EX-NUNC = (nunca mais) - sem efeito retroativo

    ANULAO: a supresso do ato administrativo, com efeito retroativo, por razes deilegalidade e ilegitimidade. Pode ser examinado pelo Poder Judicirio (razes de legalidade elegitimidade) e pela Administrao Pblica (aspectos legais e no mrito).EX-TUNC = com efeito retroativo, invalida as conseqncias passadas, presentes e futuras.

    CADUCIDADE: a cessao dos efeitos do atoem razo de uma lei superveniente, com a qualesse ato incompatvel. A caracterstica a incompat ib i l idade do ato com a normasubseqente.

    ATOS NULOS E ATOS ANULVEIS

    Atos Inexistentes: so os que contm um comando criminoso (Ex.: algum que mandassetorturar um preso).

    Atos Nulos: so aqueles que atingem gravemente a lei ( Ex.: prtica de um ato por uma pessoajurdica incompetente).

    Ato Anulvel: representa uma violao mais branda norma (Ex.: um ato que era de competnciado Ministro e foi praticado por Secretrio Geral. Houve violao, mas no to grave porque foipraticado dentro do mesmo rgo).

    Expediente aqueles praticados por agentes subalternos; atosde rotina interna; Protocolo

    Re

    gramento Vinculado

    quando no h, para o agente, liberdade deescolha, devendo se s uj eitar s det erm inaes da Lei ;

    Licena;

    Pedido deAposentadoria

    Discricionrio quando h liberdade de escolha (na LEI) para oagente, no que diz respeito ao mrito (CONVENINCIAe OPORTUNIDADE ).

    Autorizao

    Formaodo

    ATO

    Simples produzido por um nico rgo; podem ser simplessingulares ou simples colegiais.

    Despacho

    Composto produzido por um rgo, mas dependente daratificao de outro rgopara se to rn ar ex eqvel.

    Dispensa de licitao

    Complexo resultam da soma de vontade de 2 ou maisrgos. No deve ser confundido com procedimentoadministrativo (Concorrncia Pblica).

    Escolha em listatrplice

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    CONVALIDAO: a prtica de um ato posterior que vai conter todos os requisitos devalidade, INCLUSIVE aquele que no foi observado no ato anterior e determina a suaretr oat iv id ade dat a de vignc ia do ato t id o com o anulvel. Os efeitos passam a contar da datado ato anterior editado um novo ato.

    CONVERSO: Aproveita-se, COM UM OUTRO CONTEDO, o ato que inicialmente foiconsiderado nulo. Ex.: Nomeao de algum para cargo pblico sem aprovao em concurso, maspoder haver a nomeao para cargo comissionado. A conversod ao ato a co notao quedever ia ter ti do no momen to d a sua cri ao. Produz efeito EX-TUNC.

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    NOES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

    Princpios FundamentaisConstituio Federal de 1988

    Art. 1A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios edo Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadaniaIII - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo poltico.Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos oudiretamente, nos termos desta Constituio.

    Art. 2So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e oJudicirio.

    Art. 3Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidria;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outrasformas de discriminao.

    Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacionais pelos seguintesprincpios:I - independncia nacional;II - prevalncia dos direitos humanos;III - autodeterminao dos povos;

    IV - no-interveno;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - soluo pacfica dos conflitos;VIII - repdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperao entre os povos para o progresso da humanidade;X - concesso de asilo poltico.Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econmica, poltica, social ecultural dos povos da Amrica Latina, visando formao de uma comunidade latino-americana denaes.

    Direitos e Garantias Fundamentais

    Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

    Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:I - homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio;II - ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei;III - ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;IV - livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato;V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por danomaterial, moral ou imagem;VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos

    religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e a suas liturgias;VII - assegurada, nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades civis emilitares de internao coletiva;

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    VIII - ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica oupoltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprirprestao alternativa, fixada em lei;IX - livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao,independentemente de censura ou licena;X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado odireito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento domorador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,por determinao judicial;XII - inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e dascomunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que alei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal;XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaesprofissionais que a lei estabelecer;XIV - assegurado a todos o acesso informao e resguardado o sigilo da fonte, quandonecessrio ao exerccio profissional;XV - livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nostermos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico,

    independentemente de autorizao, desde que no frustrem outra reunio anteriormente convocadapara o mesmo local, sendo apenas exigido prvio aviso autoridade competente;XVII - plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar;XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao,sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento;XIX - as associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensaspor deciso judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trnsito em julgado;XX - ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm legitimidade pararepresentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;XXII - garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atender a sua funo social;XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica,

    ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casosprevistos nesta Constituio;XXV - no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedadeparticular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, noser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondoa lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilizao, publicao ou reproduo de suasobras, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;XXVIII - so assegurados, nos termos da lei:a) a proteo s participaes individuais em obras coletivas e reproduo da imagem e vozhumanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalizao do aproveitamento econmico das obras que criarem ou de que

    participarem aos criadores, aos intrpretes e s respectivas representaes sindicais e associativas;XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao,bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e aoutros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico eeconmico do Pas;XXX - garantido o direito de herana;XXXI - a sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei brasileira embenefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoaldo "de cujus";XXXII - o Estado promover, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, oude interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado;

    XXXIV - so a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso depoder;

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    b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento desituaes de interesse pessoal;XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito;XXXVI - a lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada;XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo;XXXVIII - reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votaes;c) a soberania dos veredictos;d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal;XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;XLI - a lei punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades fundamentais;XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nostermos da lei;XLIII - a lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura , otrfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, poreles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evit-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civis ou militares,contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico;

    XLV - nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e adecretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra elesexecutadas, at o limite do valor do patrimnio transferido;XLVI - a lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, as seguintes:a) privao ou restrio da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestao social alternativa;e) suspenso ou interdio de direitos;XLVII - no haver penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de carter perptuo;c) de trabalhos forados;

    d) de banimento;e) cruis;XLVIII - a pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, aidade e o sexo do apenado;XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral;L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhosdurante o perodo de amamentao;LI - nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticadoantes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogasafins, na forma da lei;LII - no ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opinio;LIII - ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente;LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

    LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so asseguradoso contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;LVI - so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos;LVII - ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria;LVIII - o civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hiptesesprevistas em lei;LIX - ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal;LX - a lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou ointeresse social o exigirem;LXI - ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada deautoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamentemilitar, definidos em lei;LXII - a priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao

    juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada;LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lheassegurada a assistncia da famlia e de advogado;

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    LXIV - o preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatriopolicial;LXV - a priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria;LXVI - ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisria, comou sem fiana;LXVII - no haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimplemento voluntrio einescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel;LXVIII - conceder-se- "habeas-corpus" sempre que algum sofrer ou se achar ameaado de sofrerviolncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder;LXIX - conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e certo, no amparado por"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder forautoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico;LXX - o mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente constituda e emfuncionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;LXXI - conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regulamentadora torneinvivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania;LXXII - conceder-se- "habeas-data":

    a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do impetrante, constantes deregistros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ouadministrativo;LXXIII - qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo aopatrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meioambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento decustas judiciais e do nus da sucumbncia;LXXIV - o Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficinciade recursos;LXXV - o Estado indenizar o condenado por erro judicirio, assim como o que ficar preso alm dotempo fixado na sentena;LXXVI - so gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

    a) o registro civil de nascimento;b) a certido de bito;LXXVII - so gratuitas as aes de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atosnecessrios ao exerccio da cidadania. 1 - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata. 2 - Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no excluem outros decorrentes do regimee dos princpios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Repblica Federativa doBrasil seja parte.

    Dos Direitos Sociais

    Art. 6o So direitos sociais a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a

    previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na formadesta Constituio."

    Art. 7So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de suacondio social:I - relao de emprego protegida contra despedida arbitrria ou sem justa causa, nos termos de leicomplementar, que prever indenizao compensatria, dentre outros direitos;II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntrio;III - fundo de garantia do tempo de servio;IV - salrio mnimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidadesvitais bsicas e s de sua famlia com moradia, alimentao, educao, sade, lazer, vesturio,higiene, transporte e previdncia social, com reajustes peridicos que lhe preservem o poderaquisitivo, sendo vedada sua vinculao para qualquer fim;

    V - piso salarial proporcional extenso e complexidade do trabalho;VI - irredutibilidade do salrio, salvo o disposto em conveno ou acordo coletivo;VII - garantia de salrio, nunca inferior ao mnimo, para os que percebem remunerao varivel;VIII - dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou no valor da aposentadoria;

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    IXremunerao do trabalho noturno superior do diurno;X - proteo do salrio na forma da lei, constituindo crime sua reteno dolosa;XI participao nos lucros, ou resultados, desvinculada da remunerao, e, excepcionalmente,participao na gesto da empresa, conforme definido em lei;XII - salrio-famlia pago em razo do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;"XIII - durao do trabalho normal no superior a oito horas dirias e quarenta e quatro semanais,facultada a compensao de horrios e a reduo da jornada, mediante acordo ou convenocoletiva de trabalho;XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvonegociao coletiva;XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;XVI - remunerao do servio extraordinrio superior, no mnimo, em cinqenta por cento donormal;XVII - gozo de frias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal;XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias;XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei;XX - proteo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especficos, nos termos da lei;XXI - aviso prvio proporcional ao tempo de servio, sendo no mnimo de trinta dias, nos termos dalei;XXII - reduo dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene e segurana;

    XXIII - adicional de remunerao para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma dalei;XXIV - aposentadoria;XXV - assistncia gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento at seis anos de idade emcreches e pr-escolas;XXVI - reconhecimento das convenes e acordos coletivos de trabalho;XXVII - proteo em face da automao, na forma da lei;XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenizao aque este est obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;"XXIX - ao, quanto aos crditos resultantes das relaes de trabalho, com prazo prescricional decinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, at o limite de dois anos aps a extino docontrato de trabalho;"XXX - proibio de diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrio de admisso por motivo

    de sexo, idade, cor ou estado civil;XXXI - proibio de qualquer discriminao no tocante a salrio e critrios de admisso dotrabalhador portador de deficincia;XXXII - proibio de distino entre trabalho manual, tcnico e intelectual ou entre os profissionaisrespectivos;"XXXIII - proibio de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquertrabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir de quatorze anos;"XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vnculo empregatcio permanente e otrabalhador avulso.Pargrafo nico. So assegurados categoria dos trabalhadores domsticos os direitos previstos nosincisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integrao previdncia social.

    Art. 8 livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte:

    I - a lei no poder exigir autorizao do Estado para a fundao de sindicato, ressalvado o registrono rgo competente, vedadas ao Poder Pblico a interferncia e a interveno na organizaosindical;II - vedada a criao de mais de uma organizao sindical, em qualquer grau, representativa decategoria profissional ou econmica, na mesma base territorial, que ser definida pelos trabalhadoresou empregadores interessados, no podendo ser inferior rea de um Municpio;III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusiveem questes judiciais ou administrativas;

    IV - a assemblia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoria profissional, serdescontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representao sindical respectiva,independentemente da contribuio prevista em lei;V - ningum ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;VI - obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho;

    VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizaes sindicais;VIII - vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo dedireo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente, at um ano aps o final domandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

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    Pargrafo nico. As disposies deste artigo aplicam-se organizao de sindicatos rurais e decolnias de pescadores, atendidas as condies que a lei estabelecer.

    Art. 9 assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidadede exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 1 - A lei definir os servios ou atividades essenciais e dispor sobre o atendimento dasnecessidades inadiveis da comunidade. 2 - Os abusos cometidos sujeitam os responsveis s penas da lei.

    Art. 10. assegurada a participao dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos rgospblicos em que seus interesses profissionais ou previdencirios sejam objeto de discusso edeliberao.

    Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, assegurada a eleio de umrepresentante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com osempregadores.

    Nacionalidade

    Art. 12.So brasileiros:I - natos:a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estesno estejam a servio de seu pas;b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja aservio da Repblica Federativa do Brasil;"c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que venham a residir naRepblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;"II - naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases delngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral;"b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais

    de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidadebrasileira."" 1 Aos portugueses com residncia permanente no Pas, se houver reciprocidade em favor debrasileiros, sero atribudos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nestaConstituio." 2 - A lei no poder estabelecer distino entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casosprevistos nesta Constituio. 3 - So privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da Repblica;II - de Presidente da Cmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomtica;

    VI - de oficial das Foras Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa" 4 - Ser declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:I - tiver cancelada sua naturalizao, por sentena judicial, em virtude de atividade nociva aointeresse nacional;"II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:a) de reconhecimento de nacionalidade originria pela lei estrangeira;b) de imposio de naturalizao, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estadoestrangeiro, como condio para permanncia em seu territrio ou para o exerccio de direitos civis;"

    Art. 13. A lngua portuguesa o idioma oficial da Repblica Federativa do Brasil. 1 - So smbolos da Repblica Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selonacionais.

    2 - Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero ter smbolos prprios.

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    Dos Direitos Polticos

    Art. 14.A soberania popular ser exercida pelo sufrgio universal e pelo voto direto e secreto, comvalor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:I - plebiscito;II - referendo;III - iniciativa popular. 1 - O alistamento eleitoral e o voto so:I - obrigatrios para os maiores de dezoito anos;II - facultativos para:a) os analfabetos;b) os maiores de setenta anos;c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 2 - No podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o perodo do servio militarobrigatrio, os conscritos. 3 - So condies de elegibilidade, na forma da lei:I - a nacionalidade brasileira;II - o pleno exerccio dos direitos polticos;III - o alistamento eleitoral;IV - o domiclio eleitoral na circunscrio;

    V - a filiao partidria;VI - a idade mnima de:a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repblica e Senador;b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito ejuiz de paz;d) dezoito anos para Vereador. 4 - So inelegveis os inalistveis e os analfabetos." 5O Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos equem os houver sucedido, ou substitudo no curso dos mandatos podero ser reeleitos para um nicoperodo subseqente." 6 - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repblica, os Governadores de Estado e doDistrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos at seis meses antes do

    pleito. 7 - So inelegveis, no territrio de jurisdio do titular, o cnjuge e os parentes consangneos ouafins, at o segundo grau ou por adoo, do Presidente da Repblica, de Governador de Estado ouTerritrio, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substitudo dentro dos seis mesesanteriores ao pleito, salvo se j titular de mandato eletivo e candidato reeleio. 8 - O militar alistvel elegvel, atendidas as seguintes condies:I - se contar menos de dez anos de servio, dever afastar-se da atividade;II - se contar mais de dez anos de servio, ser agregado pela autoridade superior e, se eleito,passar automaticamente, no ato da diplomao, para a inatividade." 9 Lei complementar estabelecer outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessao, afim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exerccio de mandato considerada vidapregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleies contra a influncia do podereconmico ou o abuso do exerccio de funo, cargo ou emprego na administrao direta ou indireta."

    10 - O mandato eletivo poder ser impugnado ante a Justia Eleitoral no prazo de quinze diascontados da diplomao, instruda a ao com provas de abuso do poder econmico, corrupo oufraude. 11 - A ao de impugnao de mandato tramitar em segredo de justia, respondendo o autor, naforma da lei, se temerria ou de manifesta m-f.

    Art. 15. vedada a cassao de direitos polticos, cuja perda ou suspenso s se dar nos casos de:I - cancelamento da naturalizao por sentena transitada em julgado;II - incapacidade civil absoluta;III - condenao criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;IV - recusa de cumprir obrigao a todos imposta ou prestao alternativa, nos termos do art. 5, VIII;V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, 4.

    Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrar em vigor na data de sua publicao, no seaplicando eleio que ocorra at um ano da data de sua vigncia."

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    Administrao Pblica

    Disposies Gerais

    Art. 37.A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade,moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte:""I - os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham osrequisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;""II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico deprovas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, naforma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livrenomeao e exonerao;"III - o prazo de validade do concurso pblico ser de at dois anos, prorrogvel uma vez, por igualperodo;IV - durante o prazo improrrogvel previsto no edital de convocao, aquele aprovado em concursopblico de provas ou de provas e ttulos ser convocado com prioridade sobre novos concursadospara assumir cargo ou emprego, na carreira;

    "V- as funes de confiana, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, eos cargos em comisso, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condies epercentuais mnimos previstos em lei, destinam-se apenas s atribuies de direo, chefia eassessoramento;"VI - garantido ao servidor pblico civil o direito livre associao sindical;"VII - o direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei especfica;"VIII - a lei reservar percentual dos cargos e empregos pblicos para as pessoas portadoras dedeficincia e definir os critrios de sua admisso;IX - a lei estabelecer os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidadetemporria de excepcional interesse pblico;"X - a remunerao dos servidores pblicos e o subsdio de que trata o 4 do art. 39 somentepodero ser fixados ou alterados por lei especfica, observada a iniciativa privativa em cada caso,assegurada reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices;"(Regulamento)

    XI - a remunerao e o subsdio dos ocupantes de cargos, funes e empregos pblicos daadministrao direta, autrquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da Unio, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municpios, dos detentores de mandato eletivo e dos demaisagentes polticos e os proventos, penses ou outra espcie remuneratria, percebidoscumulativamente ou no, includas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, nopodero exceder o subsdio mensal, em espcie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,aplicando-se como li-mite, nos Municpios, o subsdio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal,o subsdio mensal do Governador no mbito do Poder Executivo, o subsdio dos Deputados Es-taduais e Distritais no mbito do Poder Legislativo e o sub-sdio dos Desembargadores do Tribunal deJustia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal, emespcie, dos Ministros do Supremo Tri-bunal Federal, no mbito do Poder Judicirio, aplicvel estelimite aos membros do Ministrio Pblico, aos Procuradores e aos Defensores Pblicos.XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judicirio no podero ser

    superiores aos pagos pelo Poder Executivo;"XIII - vedada a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratrias para o efeito deremunerao de pessoal do servio pblico;"(*) Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 04/06/98:"XIV - os acrscimos pecunirios percebidos por servidor pblico no sero computados nemacumulados para fins de concesso de acrscimos ulteriores;""XV - o subsdio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis,ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I;""XVI - vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos, exceto, quando houvercompatibilidade de horrios, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico;

    c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de sade, com profissesregulamentadas; (NR)

    https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10331.htmhttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10331.htmhttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10331.htmhttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10331.htm
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    "XVII - a proibio de acumular estende-se a empregos e funes e abrange autarquias, fundaes,empresas pblicas, sociedades de economia mista, suas subsidirias, e sociedades controladas,direta ou indiretamente, pelo poder pblico;'XVIII - a administrao fazendria e seus servidores fiscais tero, dentro de suas reas decompetncia e jurisdio, precedncia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;"XIX somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresapblica, de sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimocaso, definir as reas de sua atuao;"XX - depende de autorizao legislativa, em cada caso, a criao de subsidirias das entidadesmencionadas no inciso anterior, assim como a participao de qualquer delas em empresa privada;XXI - ressalvados os casos especificados na legislao, as obras, servios, compras e alienaessero contratados mediante processo de licitao pblica que assegure igualdade de condies atodos os concorrentes, com clusulas que estabeleam obrigaes de pagamento, mantidas ascondies efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitir as exigncias dequalificao tcnica e econmica indispensveis garantia do cumprimento das obrigaes.XXII - as administraes tributrias da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios,atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras especficas,tero recursos prioritrios para a realizao de suas atividades e atuaro de forma integrada,inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informaes fiscais, na forma da lei ou convnio 1 - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e campanhas dos rgos pblicos dever

    ter carter educativo, informativo ou de orientao social, dela no podendo constar nomes, smbolosou imagens que caracterizem promoo pessoal de autoridades ou servidores pblicos. 2 - A no observncia do disposto nos incisos II e III implicar a nulidade do ato e a punio daautoridade responsvel, nos termos da lei. 3 A lei disciplinar as formas de participao do usurio na administrao pblica direta e indireta,regulando especialmente:I - as reclamaes relativas prestao dos servios pblicos em geral, asseguradas a manutenode servios de atendimento ao usurio e a avaliao peridica, externa e interna, da qualidade dosservios;II - o acesso dos usurios a registros administrativos e a informaes sobre atos de governo,observado o disposto no art. 5, X e XXXIII;III - a disciplina da representao contra o exerccio negligente ou abusivo de cargo, emprego oufuno na administrao pblica."

    4 - Os atos de improbidade administrativa importaro a suspenso dos direitos polticos, a perdada funo pblica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradaoprevistas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel. 5 - A lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualquer agente, servidorou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas as respectivas aes de ressarcimento. 6 - As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicosrespondero pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado odireito de regresso contra o responsvel nos casos de dolo ou culpa. 7 A lei dispor sobre os requisitos e as restries ao ocupante de cargo ou emprego daadministrao direta e indireta que possibilite o acesso a informaes privilegiadas." 8 A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da administrao diretae indireta poder ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poderpblico, que tenha por objeto a fixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade, cabendo

    lei dispor sobre:I - o prazo de durao do contrato;II - os controles e critrios de avaliao de desempenho, direitos, obrigaes e responsabilidade dosdirigentes;III - a remunerao do pessoal."" 9O disposto no inciso XI aplica-se s empresas pblicas e s sociedades de economia mista, esuas subsidirias, que receberem recursos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dosMunicpios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral."" 10. vedada a percepo simultnea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 oudos arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo pblica, ressalvados os cargosacumulveis na forma desta Constituio, os cargos eletivos e os cargos em comisso declarados emlei de livre nomeao e exonerao.""Art. 38. Ao servidor pblico da administrao direta, autrquica e fundacional, no exerccio de

    mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposies:"I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficar afastado de seu cargo, empregoou funo;

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    II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, emprego ou funo, sendo-lhe facultadooptar pela sua remunerao;III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horrios, perceber as vantagensde seu cargo, emprego ou funo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo, e, no havendocompatibilidade, ser aplicada a norma do inciso anterior;IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exerccio de mandato eletivo, seu tempo deservio ser contado para todos os efeitos legais, exceto para promoo por merecimento;V - para efeito de benefcio previdencirio, no caso de afastamento, os valores sero determinadoscomo se no exerccio estivesse.

    DA ORGANIZAO DOS PODERES

    Do Poder legislativo

    DO CONGRESSO NACIONALArt. 44.O Poder Legislativo exercido pelo Congresso Nacional, que se compe da Cmara dosDeputados e do Senado Federal.Pargrafo nico. Cada legislatura ter a durao de quatro anos.

    Art. 45. A Cmara dos Deputados compe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistemaproporcional, em cada Estado, em cada Territrio e no Distrito Federal. 1 - O nmero total de Deputados, bem como a representao por Estado e pelo Distrito Federal,ser estabelecido por lei complementar, proporcionalmente populao, procedendo-se aos ajustesnecessrios, no ano anterior s eleies, para que nenhuma daquelas unidades da Federao tenhamenos de oito ou mais de setenta Deputados. 2 - Cada Territrio eleger quatro Deputados.

    Art. 46.O Senado Federal compe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitossegundo o princpio majoritrio. 1 - Cada Estado e o Distrito Federal elegero trs Senadores, com mandato de oito anos. 2 - A representao de cada Estado e do Distrito Federal ser renovada de quatro em quatro anos,

    alternadamente, por um e dois teros. 3 - Cada Senador ser eleito com dois suplentes.

    Art. 47. Salvo disposio constitucional em contrrio, as deliberaes de cada Casa e de suasComisses sero tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.

    DAS ATRIBUIES DO CONGRESSO NACIONALArt. 48.Cabe ao Congresso Nacional, com a sano do Presidente da Repblica, no exigida estapara o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matrias de competncia da Unio,especialmente sobre:I -