Apostila - Direito - Direito Processual Do Trabalho

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    DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

    1. CONCEITO.

    Ramo da cincia jurdica, constitudo por um conjunto de princpios, normas,regras e instituies prprias, cujo objetivo promover a pacificao justa dosconflitos entre empregados e empregadores, de forma individual ou coletiva,assim como regular o funcionamento dos rgos jurisdicionais componentes daJustia do Trabalho.

    Portanto, tem como objeto solucionar os conflitos individuais, coletivos edifusos decorrentes direta ou indiretamente das relaes de emprego e detrabalho, como diz o mestre Carlos Henrique Bezerra Leite.

    2. PRINCPIOS SINGULARES.

    2.1 - Jus postulandi Traduz a possibilidade, na Justia do Trabalho, daspartes litigarem pessoalmente, sem patrocnio de advogados.

    Art. 791 - Os empregados e os empregadores podero reclamarpessoalmente perante a Justia do Trabalho e acompanhar as suasreclamaes at o final.

    Pela leitura do artigo, d-se a entender que as partes poderiam postular semadvogado at o TST. Mas, este tribunal, em decises reiteradas, deuinterpretao restritiva, informando que o jus postulandise limita s estnciasordinrias.

    Ou seja, a parte pode, sem assistncia de seu advogado, interpor RecursoOrdinrio. No pode se valer, por exemplo, do Recurso Extraordinrio para oSTF, j que alcanaria a estncia extraordinria, onde se discutiria matriaspuramente legais, traduzindo um recurso essencialmente jurdico.

    2.2 Irrecorribilidade das interlocutrias O direito do Trabalho sempre sepreocupou com a mxima forma de concentrao dos atos para dar rpidaefetivao da tutela, por ser credito trabalhista de natureza alimentar.

    Desta forma, no processo do trabalho, como regra, as decises interlocutriasso irrecorrveis, visando impedir interrupes da marcha processual,

    motivadas por recursos opostos pelas partes das decises do juiz, atendendoao princpio da celeridade processual. A parte sucumbente da decisointerlocutria deve interpor o recurso principal e neste aventar sua irresignao.

    Art. 893, 1 - Os incidentes do processo so resolvidos pelo prprioJuzo ou Tribunal, admitindo-se a apreciao do merecimento dasdecises interlocutrias somente em recursos da deciso definitiva.

    No prevalece este principio quando haja deciso de Tribunal Regional doTrabalho contrria Smula ou Orientao Jurisprudencial do Tribunal

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    Superior do Trabalho, j que prevalece no Direito Processual do trabalho aceleridade e economia processual.Igualmente caber recurso das decises interlocutrias quando a deciso for

    suscetvel de impugnao mediante recurso para o mesmo Tribunal;Finalmente, caber recurso das decises interlocutrias que acolhe exceo deincompetncia territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regionaldistinto daquele a que se vincula o juzo excepcionado, consoante o dispostono art. 799, 2, da CLT.

    2.3 Oralidade em principio, no se encontra expresso em nenhuma normado CPC e nem da CLT. Mas, se exterioriza interagindo com outros princpios, aexemplo da imediao ou imediatidade, isto , o contato direto do juiz com aspartes e com as provas, assim como a identidade fsica do juiz, o qualdetermina que o juiz que haja presidido instruo, isto , assistido a produo

    das provas, em contato pessoal com as partes, testemunhas, peritos julgue acausa. As impresses colhidas pelo juiz no contato direto com as partes, provase fatos so elementos decisivos no julgamento. Vale ressaltar que o princpio daidentidade fsica do juiz no se aplica na Justia do Trabalho (Enunciado n 136do TST).

    No processo do trabalho, a manifestao do principio da Oralidade pode serobservada na reclamao, que pode ser verbal, assim como durante aaudincia, em que as partes fazem debates orais, se dirigem direta e oralmenteao magistrado, entre outros.

    2.4 Concentrao - Significa que toda a instruo deve resumir-se a umnmero mnimo de audincias; se possvel, a uma. Seria a aplicao conjuntade vrios procedimentos destinados a chegar soluo dos conflitos em umanica audincia.

    Tem previso expressa na CLT, no Art. 849, quando determina que a audinciade julgamento ser contnua; mas, se no for possvel, por motivo de foramaior, conclu-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcar a suacontinuao para a primeira desimpedida, independentemente de novanotificao.

    Acrescente-se que tambm est expresso no procedimento sumarssimo, no

    Art. 852- C:

    Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumarssimo sero instrudase julgadas em audincia nica, sob a direo de juiz presidente ousubstituto, que poder ser convocado para atuar simultaneamentecom o titular.

    2.5 Conciliao- A conciliao obrigatria no processo do trabalho (CLT, art.764). No processo do trabalho, portanto, obrigatria a tentativa de conciliao

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    e a ausncia desta gera nulidade na sentena. A primeira tentativa ocorre noinicio da audincia. Assim, aberta a audincia, o juiz ou presidente propor aconciliao.

    A 2 tentativa ocorre no final da audincia, quando estiver terminada ainstruo, em que podero as partes aduzir razes finais e em seguida, o juizou presidente renovar a proposta de conciliao, e no se realizando esta,ser proferida a deciso.

    Observe que a condio para validade da sentena trabalhista ocorre somenteaps a tentativa de conciliao ser frustrada, a teor do Art. 831, in verbis:

    Art. 831 - A deciso ser proferida depois de rejeitada pelas partes aproposta de conciliao.

    A jurisprudncia tem entendido que a nulidade s ser pronunciada caso a 2tentativa seja frustrada, ressaltando que no rito sumarssimo s haveria umatentativa, no inicio da audincia. Neste caso, aberta a sesso, o juizesclarecer as partes presentes sobre as vantagens da conciliao e usar osmeios adequados de persuaso para a soluo conciliatria do litgio, emqualquer fase da audincia.

    ORGANIZAO DA JUSTIA DO TRABALHO

    1. Introduo.

    Com o advento da EC 24/99, a representao classista na Justia do Trabalho

    foi extinta e a organizao e composio de seus rgos passaram por umaprofunda alterao.

    O judicirio trabalhista dividido em trs graus de jurisdio, quais sejam, oTST, o TRT e os Juizes do Trabalho.

    Antes de iniciarmos um estudo detalhado acerca desta estrutura, necessriotratar de um importante rgo integrado no Poder Judicirio, qual seja, oConselho Nacional de Justia.

    Compete ao Conselho o controle da atuao administrativa e financeira doPoder Judicirio e do cumprimento dos deveres funcionais dos juzes.

    Este rgo composto por quinze membros com mais de trinta e cinco emenos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, sendopossibilitada uma reconduo.

    Destes 15 (quinze) membros, um ser o Ministro do Tribunal Superior doTrabalho, indicado pelo respectivo tribunal; um ser juiz de Tribunal Regionaldo Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; um ser juiz dotrabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho.

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    2. Tribunal Superior do Trabalho.

    rgo de cpula da Justia do Trabalho, com sede em Braslia e jurisdioem todo territrio nacional.

    A composio do TST formada por vinte e sete Ministros, escolhidos dentrebrasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos,nomeados pelo Presidente da Repblica aps aprovao pela maioria absolutado Senado Federal.

    Deve-se ressaltar que destes 27 ministros, um quinto ser formado poradvogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membrosdo Ministrio Pblico do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exerccio.Os demais ser formado por juzes dos Tribunais Regionais do Trabalho,

    oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo prprio Tribunal Superior.

    Pelo Art. 96 da Carta maior, observa-se que os tribunais podem elaborar seuregimento interno, registrando que os rgos que compem o TST foramdefinidos na Resoluo Administrativa 908/2002, quais sejam: rgo especial,Tribunal Pleno, Seo Administrativa: Seo especializada em DissdiosColetivos (SDC), Seo Especializada em Dissdios Individuais (SDI), Turmas.

    Por fim, vlido ainda destacar que dois rgo foram criados para funcionarjunto ao TST, conforme se infere o Art. 111- A:

    1. A Escola Nacional de Formao e Aperfeioamento de Magistrados doTrabalho, cabendo-lhe, dentre outras funes, regulamentar os cursosoficiais para o ingresso e promoo na carreira; A ENAMAT estaregulada pela resoluo administrativa 1140/06, do Tribunal pleno doTST.

    2. O Conselho Superior da Justia do Trabalho, cabendo-lhe exercer, naforma da lei, a superviso administrativa, oramentria, financeira epatrimonial da Justia do Trabalho de primeiro e segundo graus, comorgo central do sistema, cujas decises tero efeito vinculante. Nestecaso, o TST editou a Resoluo Administrativa 1064/05.

    3. Tribunal Regional do Trabalho.

    Antes da EC/45, a nossa Constituio determinava que haver pelo menos umTRT em cada Estado e no DF. Todavia, a nova redao suprimiu estaobrigatoriedade, salientando que atualmente existem no territrio Brasileiro 24TRTs, sendo que em SP existem 02 tribunais, um em Campinas (15 Regio) eoutro em SP capital (2 Regio).

    A composio dos Tribunais Regionais do Trabalho de, no mnimo, setejuzes, recrutados, quando possvel, na respectiva regio, e nomeados pelo

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    Presidente da Repblica dentre brasileiros com mais de trinta e menos desessenta e cinco anos.

    Nesta composio, deve-se observar tambm a regra do quinto constitucional,sendo que, dos juizes recrutados, necessrio que um quinto seja formado poradvogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membrosdo Ministrio Pblico do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exerccio eos demais seja formado por magistrados nomeados alternadamente, porantigidade e merecimento, mediante sua respectiva promoo.

    Observe que o numero de Juizes que compe o TRT varia de acordo com ovolume de processos examinados pelo tribunal respectivo.

    Uma novidade que merece destaque a criao da Justia Itinerante, tendocomo escopo principal facilitar o acesso ao poder Judicirio s pessoas que

    residem em lugares distantes das cidades, principalmente nos Estados degrandes dimenses demogrficas, j que a Justia Itinerante traduz arealizao de audincias e demais funes de atividade jurisdicional, noslimites territoriais da respectiva jurisdio, servindo-se de equipamentospblicos e comunitrios.

    Acrescente-se, por fim, que a EC 45/04 disciplinou que os Tribunais Regionaisdo Trabalho podero funcionar descentralizadamente, constituindo Cmarasregionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado justia emtodas as fases do processo.

    Os TRTs julgam recursos ordinrios, agravos de instrumento e aesoriginrias (dissdios coletivos), aes rescisrias, mandados de seguranaentre outras. Este estudo ser analisado posteriormente, em outros captulos.

    4. Juzes do Trabalho.

    As juntas de Conciliao e Julgamento foram extintas com a EC 24/99 e ojudicirio trabalhista passou a ser exercido por um Juiz singular Juiz doTrabalho que exerce suas funes na Justia do Trabalho.

    Cada vara do trabalho constituda por um juiz do trabalho titular e um juizsubstituto, cuja competncia conciliar e julgar os dissdios individuais

    oriundos da Relao de Trabalho.Cumpre sinalizar que nas comarcas no abrangidas por jurisdio trabalhista, acompetncia para apreciar os dissdios trabalhistas ser destinada aos juzesde direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

    Mas, caso seja instalada a Vara do Trabalho neste local, cessa a competnciadeste Juiz do direito em matria trabalhista, assim como a execuo dassentenas por ele proferidas.

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    Questes de concursos.

    TRT 9R, Analista rea Administrativa.

    Acerca da organizao, jurisdio e competncia da Justia do Trabalhojulgue os seguintes itens.

    01 So rgos da justia do trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho (TST), ostribunais regionais do trabalho (TRTs) e os juzes do trabalho.

    02 O TST compe-se de, no mnimo, vinte e sete ministros, nos termos da lei.03 A superviso administrativa, oramentria, financeira e patrimonial daJustia do Trabalho de primeiro e segundo graus incumbe ao ConselhoSuperior da Justia do Trabalho, sem prejuzo das atribuies prprias de cada

    TRT.

    04 Os TRTs compem-se de, no mnimo, oito juzes, garantida a representaode um quinto entre advogados e membros do Ministrio Pblico do Trabalho,sendo a criao desses tribunais definida por lei complementar.

    TRT 9R, Analista rea Administrativa

    Acerca da organizao, da jurisdio e da competncia da justia dotrabalho, julgue os seguintes itens.

    05 So rgos da justia do trabalho o Supremo Tribunal Federal (STF), oTribunal Superior do Trabalho (TST), os tribunais regionais do trabalho (TRTs)e os juzes do trabalho.

    06 Os tribunais do trabalho so compostos por juzes togados e juzesclassistas. Estes ltimos representam as categorias econmicas eprofissionais, em representao paritria.

    07 Os TRTs, que tm sua criao definida por lei, compem-se de, no mnimo,sete juzes, garantida a representao de um quinto dentre advogados emembros do Ministrio Pblico do Trabalho.

    GABARITO:

    01 02 03 04 05 06 07C E C E E E C

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    COMPETENCIA DA JUSTIA DO TRABALHO

    1. JURISDIO E COMPETNCIA.A jurisdio a realizao do direito por um terceiro imparcial, traduzindo-secomo manifestao do poder estatal, com capacidade de decidirimperativamente e impor suas decises. Ou seja, exerce a funo de aplicar odireito no caso concreto, promovendo a pacificao dos conflitos, mediante aprestao da tutela jurisdicional.

    O Estado possui o monoplio da Justia, somente a ele cabendo informar odireito. A jurisdio , portanto, o poder-dever do Estado de dizer o direito nocaso concreto, solucionando os conflitos.

    Observe que a jurisdio una, mas o exerccio da jurisdio, para melhor seradministrada, exercido por diversos rgos do Poder Judicirio. Nestecontexto, a competncia representa medida da jurisdio de cada rgojudicial. Trata-se da quantidade de jurisdio atribuda a cada rgo.

    No mbito trabalhista, este tema ganhou grande repercusso com a EC 45/04,passando a ser cobrada de forma incisiva nos concursos pblicos.

    2. COMPETENCIA DA JUSTIA DO TRABALHOAPS A EC 45/04.

    De logo, cabe ressaltar que o fundamento da competncia da Justia doTrabalho est expresso na Carta Maior, no Art. 114.

    Passemos a analisar minuciosamente o Art. 114, CF, juntamente com asinovaes trazidas com a EC45/04.

    2.1 As aes oriundas da relao de trabalho.

    A relao de trabalho corresponde a toda Relao jurdica que tem comoobjeto uma obrigao de fazer, consubstanciada em um labor humano,mediante o pagamento de uma contraprestao.

    Como j sabido, a relao de trabalho o gnero, da qual a relao deemprego uma espcie. Assim, a Justia do trabalho competente paraprocessar e julgar todos os conflitos decorrentes da relao de trabalho emsentido amplo.

    Desta forma, o pintor, o pedreiro, qualquer profissional autnomo ir se dirigir aJustia do Trabalho para ajuizar eventual demanda.

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    2.2 Entes de Direito Pblico Externo.

    Cabe a Justia do Trabalho processar e julgar os conflitos quando uma das

    partes representa os entes de direito pblico externo. o caso dostrabalhadores que prestaram seus servios em embaixadas, consulados eONGs.

    O STF j se posicionou no sentido de que no h imunidade de jurisdio, emque pese o Brasil seja signatrio da Conveno de Viena, ou seja, a Justia dotrabalho tem competncia para processar e julgar demanda que envolva enteestrangeiro.

    Mas, permanece o entendimento de que h imunidade de execuo, isto , aJustia Laboral no tem competncia para execuo de suas decises,valendo-se de acordos diplomticos, mediante carta rogatria. Destarte, o

    oficial de justia brasileiro no pode penhorar os bens da embaixada.

    2.3 Servidores da Administrao Pblica.

    Inicialmente, cabe destacar que o texto original da PEC 29/2000, que originou aEC 45/04, aprovado pelo senado tinha a ressalva de que as demandas queenvolvesse os servidores pblicos no seriam submetidas Justia doTrabalho.

    Mas, a redao publicada no trouxe esta ressalva, de modo que os JuizesFederais, notadamente, a AJUF ajuizou a ADIN 3395-6 perante o STF em facedesta redao equivocada.

    O STF j deu seu posicionamento no sentido de que a Justia do trabalho incompetente para processar e julgar as demandas que envolvesse osservidores pblicos estatutrios, sendo competente, conforme o caso, a JustiaFederal ou a Justia Estadual.

    Vale ressaltar que a deciso da suprema corte apenas retirou da Justia dotrabalho aquelas relaes tipicamente estatutrias, ou seja, os conflitosdecorrentes dos direitos previstos em regime jurdico administrativo, como porexemplo, os direitos relacionados aos servidores ocupantes de cargo efetivo ouem comisso, servidores temporrios contratados com observncia da CF.

    Observe que, como menciona o festejado autor Renato Saraiva, caso avinculao no esteja relacionada com a tpica relao de ordem estatutria, asdemandas sero submetidas Justia Laboral. Desta forma, os empregadospblicos, regidos pela CLT e os servidores temporrios contratados sem osrequisitos do Art. 37 da CF sero processados na Justia do Trabalho.

    Empresa pblica e sociedade de economia mista que explorem atividadeeconmica so pessoas jurdicas de direito privado, logo seus empregados soregidos pela CLT.

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    importante destacar o teor da smula 97, STJ:

    Compete Justia do Trabalho processar e julgar reclamao deservidor pblico relativamente a vantagens trabalhistas anteriores instituio do regime jurdico nico.

    Veja que em caso de mudana de regime do servidor celetista (contratual) paraestatutrio, continua a competncia da Justia do Trabalho para processar ejulgar os direitos oriundos do contrato de trabalho antigo.

    No mesmo sentido dispe a OJ 138, da SDI-I/TST:

    Compete Justia do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens

    previstos na legislao trabalhista referente a perodo anterior Lei n8.112/1990, mesmo que a ao tenha sido ajuizada aps a edio dareferida lei. A supervenincia de regime estatutrio em substituioao celetista, mesmo aps a sentena, limita a execuo ao perodoceletista.

    2.4 Aes que envolvam o direito de Greve.

    A Justia do Trabalho competente para apreciar todas as questesrelacionadas com o exerccio do direito de greve, seja a titulo individual oucoletivo.

    O exerccio irregular deste direito previsto constitucionalmente, assim como asaes relacionadas reparao de qualquer leso causada pelo sindicato oumesmo pelos trabalhadores enseja a propositura de aes individuais quesero apreciadas pela Justia do Trabalho.

    Da mesma forma, a propositura de aes coletivas relacionadas greve, taiscomo o uso abusivo da mesma em atividade essencial, havendo possibilidadede leso do interesse pblico, ser feita perante a Justia Laboral. Registre-seque, neste caso, o Ministrio Pblico do Trabalho poder ajuizar dissdiocoletivo, competindo Justia do Trabalho decidir o conflito.

    H de se observar tambm que as questes cveis decorrentes da greve, aexemplo de interdito proibitrio, ao de reintegrao, quando empregado queinvade estabelecimento so julgadas pela Justia do Trabalho. Ressalte-se queos ilcitos penais no so de competncia desta Justia especializada.

    138 - Competncia residual. Regime jurdico nico. Limitao daexecuo

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    2.5 Aes sobre representao sindical.

    competente a Justia do Trabalho para julgar as aes relacionadas s

    aes sobre representao sindical, entre sindicatos, entre sindicatos etrabalhadores, e entre sindicatos e empregadores.

    Lides envolvendo a disputa de base territorial por dois ou mais sindicatos;aes envolvendo direito a filiao e desfiliao; eleio de dirigente sindical,bem como o regular processo eleitoral; aes relacionadas a contribuiessindicais e assistenciais; aes envolvendo a liberdade sindical esto afetas aombito trabalhista.

    2.6 Mandado de Segurana, habeas corpus e habeas data.

    O Mandado de Segurana, hbeas corpus e habeas data so aes que

    podem ser manejadas quando o ato questionado estiver sujeito jurisdiotrabalhista.

    Auditor Fiscal do trabalho que pratica ato com abuso de poder, enseja apropositura do MS perante a Justia do Trabalho, j que a matria estarelacionada jurisdio trabalhista.

    O habeas data utilizado quando o empregado deseja obter informaesconstantes nos bancos de dados em poder do Estado e do prprioempregador, possibilitando acesso ao trabalhador de seus dados pessoais.

    O habeas corpus pode ser utilizado quando o Juiz do Trabalho determina a

    priso do depositrio infiel.

    2.7 Os conflitos de competncia entre rgos com jurisdio trabalhista.

    Pelo CPC, os conflitos de competncia podem ser positivos, quando dois oumais juizes se declaram competentes; negativos, quando dois ou mais juizesse declaram incompetentes. Podem ainda suscitar o conflito quando hcontrovrsia sobre a reunio ou separao de processos.

    No Direito do Trabalho, dar-se- conflito de jurisdio: a) quando ambas asautoridades se considerarem competentes; b) quando ambas as autoridades seconsiderarem incompetentes.

    Impende salientar que os conflitos de jurisdio podem ser suscitados: a) pelosJuzes e Tribunais do Trabalho; b) pelo Ministrio Pblico do Trabalho; c) pelaparte interessada, ressaltando que esta no pode suscitar conflitos dejurisdio quando j houver oposto na causa exceo de incompetncia.

    Os conflitos de competncia so apreciados pelo:

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    a) TRT, quando suscitado entre as varas de trabalho da mesma regio.b) TST, quando suscitado entre TRTs, entre varas do trabalho de regies

    distintas.

    c) STJ, quando suscitado entre a vara de trabalho e um juiz de direito noinvestido de jurisdio trabalhista.d) STF, quando suscitado entre o TST e outros tribunais superiores.

    Vale destacar o teor da smula 420, TST, j que no h conflito quando forsuscitado entre o TRT e a vara a ele vinculada.

    420 - Competncia funcional. Conflito negativo. TRT e Vara doTrabalho de idntica regio. No configurao.No se configura conflito de competncia entre Tribunal Regional doTrabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.

    2.8 Aes de Indenizao por dano moral ou patrimonial.

    competente a Justia laboral para apreciar as aes de indenizao por danomoral ou patrimonial, decorrentes da relao de trabalho.

    Com o advento da EC 45/04, no apenas as indenizaes relacionadas a danomoral, mas tambm de dano patrimonial sero de competncia da Justia doTrabalho.

    Neste diapaso, cristalina a idia na smula 392, TST:

    392 - Dano moral. Competncia da Justia do Trabalho. Nostermos do art. 114 da CF/1988, a Justia do Trabalho competente

    para dirimir controvrsias referentes indenizao por dano moral,quando decorrente da relao de trabalho.

    Convm ressaltar que em relao s aes acidentrias, o STF decidiu, logoaps a publicao da EC 45/04, que era da competncia da Justia ComumEstadual, ainda que o demandante postulasse danos morais decorrentes desteinfortnio.

    Com esta deciso, muitos magistrados e operadores do direito repudiaram talconduta de modo que o STF decidiu que as aes de indenizao propostapelo empregado em face de seu empregador ser de competncia da Justiado Trabalho.

    Desta forma, a competncia da Justia Comum apenas para julgar as aesem que o INSS figure no plo passivo diante de sua responsabilidade objetiva.As demais aes que tenham por objeto dano moral, patrimonial ou que visemcumprimento das normas de segurana e sade do trabalhador, a competnciaser da Justia do Trabalho.

    Portanto, as aes promovidas pelo empregado em face do empregadopostulando indenizao por danos morais e patrimoniais decorrentes do

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    acidente do trabalho ser processada por esta justia laboral. J as aesprevidencirias, derivadas de acidentes de trabalho, promovida pelotrabalhador em face do INSS sero julgadas na justia comum.

    2.9 As aes relativas s penalidades administrativas impostas aosempregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes de trabalho.

    Compete justia laboral apreciar demandas relacionadas a qualquer aoque tenha como escopo invalidar sanso administrativa imposta pela DelegaciaRegional do Trabalho, assim como a execuo dos autos de infrao lavradospelos Auditores fiscais do trabalho.

    2.10 execuo, de ofcio, das contribuies.

    Compete Justia do Trabalho julgar a execuo, de ofcio, das contribuies

    sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acrscimos legais, decorrentesdas sentenas que proferir.

    Cabe sinalizar que este inciso em nada acrescentou a competncia da Justiado trabalho, j que vrios artigos foram adicionados a CLT acerca da matriacom a edio da Lei 10035/2000.

    2.11 Outras controvrsias decorrentes da relao de trabalho.

    Este inciso totalmente desnecessrio, vez que se trata de mera repetio doinc. I deste mesmo artigo.

    Mas, importante registrar alguns pontos relacionados competncia daJustia do trabalho, a saber:

    Compete Justia do Trabalho processar e julgar aes ajuizadas porempregados em face de empregadores relativas ao cadastramento noPrograma de Integrao Social (PIS).

    A Justia do Trabalho competente para apreciar reclamao deempregado que tenha por objeto direito fundado em quadro de carreira.

    A Justia do Trabalho competente para apreciar pedido decomplementao de penso postulada por viva de ex-empregado, por setratar de pedido que deriva do contrato de trabalho.

    Compete Justia do Trabalho julgar as aes que tenham como causa depedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas segurana,higiene e sade dos trabalhadores.

    3. Competncia Territorial da Justia do Trabalho. (651, CLT)

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    Em regra, a competncia territorial das varas de trabalho determinada pelalocalidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar servios ao

    empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.Assim, o empregado deve ajuizar sua reclamao trabalhista na localidadeonde efetivamente laborou, independente de ser contrato em outro local. Ouseja, se o empregado foi contratado em SP para trabalhar no RJ deve intentarsua demanda nesta ultima cidade.

    Em relao ao agente ou viajante comercial, a competncia ser da Vara dalocalidade em que a empresa tenha agncia ou filial e a esta o empregadoesteja subordinado e, na falta, ser competente a Vara da localizao em queo empregado tenha domiclio ou a localidade mais prxima.

    A competncia das Varas de Trabalho estende-se aos dissdios ocorridos emagncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e nohaja conveno internacional dispondo em contrrio. Neste caso, a empresadeve ter sede, filial ou representante no Brasil.

    Veja que em relao aos dissdios ocorridos no exterior, a regra processualque deve ser aplicada a brasileira, mas a regra material ser a do pas ondeo empregado efetivamente trabalhou, ou seja, ser baseado na legislaoestrangeira.

    207 - Conflitos de leis trabalhistas no espao. Princpio da "lexloci executionis. (Res. 13/1985, DJ 11.07.1985)

    A relao jurdica trabalhista regida pelas leis vigentes no pas daprestao de servio e no por aquelas do local da contratao.

    Observe que a relao de emprego ser regida onde o empregado prestouservios.

    Por fim, em se tratando de empregador que promova realizao de atividadesfora do lugar do contrato de trabalho, como por exemplo, os circos, feiras, soassegurados ao empregado apresentar reclamao no foro da celebrao docontrato ou no da prestao dos respectivos servios.

    QUESTES DE CONCURSOS. Analista TRT

    01. Compete Justia do Trabalho processar e julgar as causas em que estoenvolvidos servidores pblicos estaduais ou municipais, reservada a questodos servidores estatutrios apenas justia federal quanto aos servidorespblicos federais.

    02. Compete ao TRT processar e julgar os mandados de segurana impetradoscontra atos dos juzes do trabalho integrantes da prpria regio.

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    03. A Justia do Trabalho detm competncia para a execuo decontribuies previdencirias e para as de imposto de renda decorrentes dassentenas que proferir.

    04. A justia do trabalho tem competncia para processar e julgar as causasenvolvendo as relaes de trabalho, alm das matrias que envolvam dissdioscoletivos, greve, representao sindical, indenizaes derivadas da relao detrabalho, exame judicial das penalidades administrativas impostas pelafiscalizao do trabalho e execuo das contribuies previdenciriaspertinentes s sentenas que proferir, podendo ter acrescidas outrascompetncias por lei, quando a controvrsia se coligar relao de trabalho oudela decorrer.

    GABARITO:

    01 02 03 04E C C C

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    ATOS PROCESSUAIS.

    1. CONCEITO.

    O processo, como relao jurdica, representa uma sucesso de atos quecaminham de acordo com as normas jurdicas, destinados obteno de umobjetivo, qual seja, a prestao da tutela jurisdicional.

    So atos jurdicos praticados no processo pelos sujeitos da relao processualou por terceiros capazes de produzir efeitos processuais. So atos que tenhampor efeito a constituio, a conservao, o desenvolvimento, a modificao oucessao da relao processual.

    Os atos ocorrem no decorrer do processo podendo ser praticados pelo Juiz,pelas partes, pelo terceiro interessado, pelo Ministrio Pblico do Trabalho, e

    tambm pelos auxiliares da Justia.

    importante destacar que a Lei 11419/06 acrescentou no CPC que todos osatos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados eassinados por meio eletrnico, na forma da lei.

    2. PRINCPIOS QUE REGULAM A FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS.

    2.1 Principio da Liberdade das Formas.

    Os atos podem ser praticados por qualquer forma idnea para atingir seu fim,desde que no haja prejuzo para qualquer das partes.

    No Direito Processual do Trabalho os atos processuais obedecem regradisposta no art. 154 do CPC, pela qual verificamos que os atos e termosprocessuais no dependem de forma determinada, seno quando a leiexpressamente a exigir, reputando-se vlidos os que, realizados de outromodo, lhe preencham a finalidade essencial.

    2.2 Princpio da Publicidade.

    Os atos processuais so, em regra, pblicos, possibilitando que a sociedadefiscalize-os. Ou seja, os atos processuais sero pblicos salvo quando ocontrrio determinar o interesse social.

    Inmeras so as manifestaes deste principio relacionadas ao processo dotrabalho, quais sejam:

    a) Audincias so pblicas;b) Todos os julgamentos dos rgos do Poder Judicirio sero pblicos;c) As decises administrativas dos tribunais sero motivadas e em sesso

    pblica.

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    Impe o art. 770 da CLT que os atos processuais sero pblicos, salvoquando o contrrio determinar o interesse social e realizar-se-o nos dias teisdas 06:00 s 20:00 horas.

    Somente em casos excepcionais admitida a restrio na publicidade dos atosna Justia do Trabalho, a exemplo das hipteses de preservao do direito intimidade do interessado como a discriminao por motivo de doena, sexo,demandas relacionadas a assedio sexual ou moral, atos de improbidadepraticados pelo obreiro.

    3. ATOS DAS PARTES

    So aqueles atos praticados pelas partes no processo do Trabalho.

    Quando as partes, por motivo justificado, estejam impossibilitada de assinar os

    atos e termos processuais a que estejam obrigada a faz-lo, estes serofirmados a rogo, na presena de 2 (duas) testemunhas, sempre que nohouver procurador legalmente constitudo.

    As partes, ou seus procuradores, podero consultar, com ampla liberdade, osprocessos nos cartrios ou secretarias.

    valido salientar que os atos das partes, consistentes em declaraesunilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituio, amodificao ou a extino de direitos processuais.

    Por fim, destaque-se que as partes podero requerer certides dos processos

    em curso ou arquivados, as quais sero lavradas pelos escrives.

    4.ATOS DOSAUXILIARES DO JUZO/JUZES

    Inicialmente, cumpre observar que os termos relativos ao movimento dosprocessos constaro de simples notas, datadas e rubricadas pelos secretriosou escrives.

    Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos processuais,as peties ou razes de recursos e quaisquer outros papis referentes aosfeitos formaro os autos dos processos, os quais ficaro sob aresponsabilidade dos escrives ou secretrios.

    Os autos dos processos da Justia do Trabalho, no podero sair dos cartriosou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente constitudo porqualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos rgoscompetentes, em caso de recurso ou requisio.

    Exemplo de ato processual praticado pelo escrivo encontra-se disciplinado noArt. 841, CLT, quando determina que o mesmo remeter a segunda via dapetio, ou do termo aps recebida e protocolada a reclamao, dentro de 48

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    (quarenta e oito) horas, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, paracomparecer audincia do julgamento, que ser a primeira desimpedida,depois de 5 (cinco) dias

    Ademais, os atos de citao do executado tambm representam atospraticados pelos auxiliares da Justia.

    Novas disposies foram acrescidas no CPC com a Lei 11419/06 quemerecem destaque:

    Os atos e termos do processo sero datilografados ou escritos com tintaescura e indelvel, assinando-os as pessoas que neles intervieram,salientando que vedado usar abreviaturas.

    Quando se tratar de processo total ou parcialmente eletrnico, os atos

    processuais praticados na presena do juiz podero ser produzidos earmazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrnicoinviolvel, na forma da lei, mediante registro em termo que ser assinadodigitalmente pelo juiz e pelo escrivo ou chefe de secretaria, bem comopelos advogados das partes.

    A assinatura dos juzes, em todos os graus de jurisdio, pode ser feitaeletronicamente, na forma da lei.

    5. COMUNICAO DOS ATOS.

    No CPC, existem duas formas de comunicao dos atos processuais, quais

    sejam, a citao e intimao.

    Citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim de sedefender e a intimao o ato pelo qual se d cincia a algum dos atos etermos do processo, para que faa ou deixe de fazer alguma coisa.

    Na CLT, utiliza-se de forma indiscriminada a expresso notificao, paradesignar todo e qualquer ato processual realizado no mbito da JustiaLaboral, embora no processo de execuo, haja previso da citao doexecutado pelo oficial de justia.

    De antemo, importante destacar que o Art. 221, CPC sofreu um acrscimo,permitindo que a citao seja feita por meio eletrnico, conforme regulado emlei prpria.

    A comunicao dos atos pode ser feita por meio de carta precatria, rogatria ede ordem. Ser expedida carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunalque emitiu a carta.

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    A carta rogatria representa a comunicao processual dirigida autoridadejudiciria estrangeira.

    A carta precatria aquela utilizada na comunicao de atos que venham a serrealizados fora da circunscrio territorial da Vara. Ex: Reclamado reside emoutra jurisdio; realizao de percia em outra comarca; execuo de benssituados em outra jurisdio.

    5.1 Reclamado.

    Na Reclamao Trabalhista, como observado alhures, no h citao doreclamado, mas sim a notificao automtica pelo servidor da Vara, dentro de48 horas do recebimento da ao ao reclamado, notificando-o ao mesmotempo, para comparecer audincia do julgamento, que ser a primeiradesimpedida, depois de 5 (cinco) dias.

    Nos casos de no ser encontrado o reclamado ou no de recusa derecebimento, o Correio ficar obrigado, sob pena de responsabilidade doservidor, a devolv-la, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, ao Tribunal deorigem.

    A falta de citao suprida com o comparecimento espontneo do ru, mas oreclamado poder comparecer apenas para argir a nulidade de citao.Sendo esta nulidade decretada pelo magistrado, ser marcada uma novaaudincia, onde o ru dever apresentar sua defesa.

    H presuno relativa de que a notificao postal recebida no prazo de 48

    horas, seno vejamos:

    16 - Notificao Presume-se recebida a notificao 48 (quarenta eoito) horas depois de sua postagem. O seu no-recebimento ou aentrega aps o decurso desse prazo constitui nus de prova dodestinatrio.

    Neste passo, o AR um importante meio de prova, pois o seu recebimentorepresenta a fixao do termo inicial entre a comunicao e a realizao daaudincia.

    Deve-se observar que no necessria a notificao pessoal do reclamado,

    podendo ser entregue ao zelador, empregado da empresa, j que no hpreviso legal de pessoalidade na realizao das comunicaes. Mesmo que anotificao seja entregue pelos oficiais de justia no h necessidade de serpessoal, salvo nos casos de execuo, quando a citao do executado serpessoal.

    Se o reclamado criar embaraos ao seu recebimento ou no for encontrado,far-se- a notificao por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar oexpediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Vara ou Juzo..

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    Vale ressaltar que no procedimento sumarssimo no se admite a citao poredital, incumbindo ao autor a correta indicao do nome e endereo do

    reclamado. Se, neste caso, o reclamado estiver em local incerto e no sabido,o juiz dever converter o procedimento sumarssimo em ordinrio, realizando anotificao por edital.

    No caso de execuo, se o executado for procurado por 2 (duas) vezes noespao de 48 (quarenta e oito) horas e no for encontrado, far-se- citao poredital, publicado no jornal oficial ou, na falta deste, afixado na sede da Vara ouJuzo, durante 5 (cinco) dias.

    5.2 Reclamante.

    O reclamante ser notificado, no ato da apresentao da reclamao, da data

    designada para audincia.

    Quando o reclamante e reclamado constiturem procuradores devidamenteconstitudos nos autos, as futuras notificaes sero direcionadas a eles, peloscorreios, mas caso as partes estejam exercendo o jus postulandi, asnotificaes sero enviadas a elas, via postal tambm.

    Na prpria audincia, os litigantes sero notificados, pessoalmente, ou por seurepresentante da deciso.

    Caso a parte for devidamente intimada e no comparecer audincia emprosseguimento para a prolao da sentena, O prazo para recurso da parte

    conta-se da publicao da sentena na prpria audincia.

    Se o processo estiver na fase de recursos, as intimaes sero publicadas como nome das partes e do advogado no rgo oficial.

    5.3 Testemunhas.

    As testemunhas comparecero a audincia independentemente de notificaoou intimao. As que no comparecerem, sero intimadas, ex officio ou arequerimento da parte, ficando sujeitas a conduo coercitiva, alm da multa,caso, sem motivo justificado, no atendam intimao.

    No procedimento sumarssimo, as testemunhas comparecero audincia deinstruo e julgamento independentemente de intimao.

    5.4 Pessoas jurdicas de direito pblico.

    As pessoas jurdicas de direito pblico tm o qudruplo do prazo fixado no art.841 da CLT, ou seja, possui 20 dias para sua defesa, salientando que estebeneficio no alcana as empresas pblicas e sociedades de economia mistaque explorem atividade econmica.

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    De acordo com o CPC, a citao quando for feita pelo oficial de justia quandofor r pessoa de direito pblico. Mas, pela maioria da doutrina trabalhista, a

    notificao das pessoas jurdicas de direito pblico tambm postal.QUESTES DE CONCURSOS.

    ADV_IRB_2006

    01- Entre a data de protocolizao da petio inicial e a realizao daaudincia haver prazo mnimo de:

    a) 20 dias.b) 15 dias.c) 10 dias.

    d) 8 dias.e) 5 dias.

    AGU procurador federal

    02. Em processo sujeito ao rito comum, se o empregador reclamado,domiciliado na comarca, criar bice ao recebimento da notificao postal,por simples recusa:

    a) far-se- a notificao por edital;b) presumir-se- realizada a notificao;c) ser a notificao necessariamente feita por

    oficial de justia;d) importar a revelia, bem como confisso quanto

    matria ftica, se ausente o ru audincia;e) ser a notificao feita por hora certa.

    GABARITO:

    01 02E A

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    PRAZOS PROCESSUAIS.

    1. CONCEITO.

    necessrio que a lei crie condies para que o processo possa atingir seufim, logo o prazo representa a necessidade de impor limites ao tempodestinado a pratica dos atos processuais.

    Observe que o processo, ou a srie de atos que o compe, no tem o seudesenrolar submetido ao livre arbtrio das partes. A conduta destas h queatender aos prazos que a lei fixar para a prtica desses mesmos atos. Prazo,portanto, o lapso de tempo de que o juiz ou a parte tem para praticar ato desua responsabilidade.

    2. CONTAGEM DOS PRAZOS.

    Regra geral, os atos processuais s podem ser praticados nos dias teis( art.172 do CPC). Os prazos so contnuos e irrelevveis, podendo, entretanto, serprorrogados pelo tempo estritamente necessrio pelo juiz ou tribunal, ou emvirtude de fora maior, devidamente comprovada. (775, CLT).

    Os prazos contam-se, conforme o caso, a partir da data em que for feitapessoalmente, ou recebida a notificao, daquela em que for publicado o editalno jornal oficial ou no que publicar o expediente da Justia do Trabalho, ou,ainda, daquela em que for afixado o edital na sede da Junta, Juzo ou Tribunal.

    Ressalte-se que no caso de no ser encontrado o destinatrio ou no de recusa

    de recebimento, em caso de notificao por correio, este ficar obrigado, sobpena de responsabilidade do servidor, a devolv-la, no prazo de 48 (quarenta eoito) horas, ao Tribunal de origem (774, CLT).

    Os prazos estabelecidos contam-se com excluso do dia do comeo e inclusodo dia do vencimento. Isso significa que o inicio do prazo diferente do incioda contagem do prazo.

    Desta forma, inicio do prazo surge quando o interessado toma conhecimentoou cincia do ato processual a ser realizado. Assim, quando a parte receber anotificao postal, ou quando a publicao do edital for fixada na sede da Varaou ainda publicada no jornal oficial, ocorre o inicio do prazo.

    O inicio da contagem do prazo ocorre no dia til seguinte ao inicio do prazo, porisso, exclui-se o dia do comeo e inclui-se o dia do vencimento.

    Os prazos que se vencerem em sbado, domingo ou dia feriado, terminaro noprimeiro dia til seguinte. Nesta esteira, vale ressaltar tambm que se a partefor intimada ou notificada nestes dias, prorroga-se o prazo at o primeiro dia tilimediato subseqente. Ou seja, o inicio do prazo de d no primeiro dia til

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    imediato, e a contagem, no outro dia subseqente. Observe o teor da smula262, TST:

    262, TST - Prazo judicial. Notificao ou intimao em sbado.

    Recesso forense

    I - Intimada ou notificada a parte no sbado, o incio do prazo se darno primeiro dia til imediato e a contagem, no subseqente.

    Diz o CPC que a supervenincia de frias suspender o curso do prazo; o queIhe sobejar recomear a correr do primeiro dia til seguinte ao termo dasfrias. Neste contexto, o TST firmou entendimento de que o recesso forenseocorrido entre 20/12 e 06/01 igualmente suspende a contagem do prazo, j queesta situao se equipara as frias. (262, II, TST)

    262 - Prazo judicial. Notificao ou intimao em sbado.Recesso forense

    II - O recesso forense e as frias coletivas dos Ministros do TribunalSuperior do Trabalho (art. 177, 1, do RITST) suspendem os prazosrecursais.

    Assim, se a contagem do prazo se iniciou em 18/12, somente decorreria at oprocesso 02 dias (dia 18 e 19), e o prazo restante seria contado a partir dotermino do recesso, isto , do dia 07/01, logicamente se este no cair emferiado, caso em que se contaria do primeiro dia til imediato.

    Veja, portanto, que os prazos no se interrompe nos feriados. Contudo, nocomea a fluir nos feriados, sbados e domingos; tambm no se vence numdesses dias. Em ambas as hipteses, prorrogado o termo inicial ou final para

    o primeiro dia til.

    importante destacar que quando a parte for a Fazenda Pblica ou oMinistrio Pblico, o prazo contado em qudruplo o prazo para contestar eem dobro para recorrer.

    Por fim, vale mencionar que o Art. 191, CPC que dispe que Quando oslitisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-o contados em dobroos prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autosno se aplica no processo do trabalho, pois fere a celeridade do processo eeste entendimento j est sedimentado na OJ 310 da SDI-I:

    A regra contida no art. 191 do CPC inaplicvel ao processo dotrabalho, em face da sua incompatibilidade com o princpio daceleridade inerente ao processo trabalhista.

    3. PRINCIPAIS PRAZOS NO PROCESSO DO TRABALHO:

    a) Envio da petio inicial ao reclamado (Art. 841 da CLT): 48h;

    310 - Litisconsortes. Procuradores distintos. Prazo em dobro.Art. 191 do CPC. Inaplicvel ao processo do trabalho. (DJ11.08.2003)

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    b) Audincia de instruo e julgamento na a exceo de suspeio (Art802, CLT): 48h;

    c) Devoluo na notificao postal pelos correios na vara quando o

    destinatrio no for encontrado ou se recusar a receber (Art. 774, CLT):48hd) Prazo para Pagamento ou garantia da execuo trabalhista: (Art. 880,0

    CLT): 48h;e) Juntada aos autos da ata de audincia: 48 hf) Defesa Verbal (Art. 847, CLT): 20 min;g) Razes Finais: ( Art. 850, CLT): 10 min;h) Manifestao do exceto na exceo de incompetncia (At. 800, CLT):

    24h;i) Audincia designada para outro local a comunicao deve ser feita

    com antecedncia mnima de: 24 h;j) Art. 815 da CLT( pargrafo nico): Se, at quinze minutos aps a hora

    marcada, o juiz no houver comparecido, os presentes podero retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de audincia;k) Recursos ordinrios, de revista e agravo de petio e de instrumento

    (Arts. 895, 896 e 897, a e b da CLT): 08 diasl) Embargos de declarao (Art. 897-a): 05 diasm) Embargos execuo (Art. 884, CLT): 05 dias;n) Embargos execuo pela Fazenda Pblica: 30 dias (Lei 9494/97)o) Embargos de divergncia, de nulidade, infringentes e recurso adesivo: 8

    dias;p) Recurso Extraordinrio (102,III, CF): 15 dias;q) Reduo a termo da reclamao verbal (Art. 786 da CLT): 05 dias.r) Prazo para o oficial de justia cumprir os atos processuais ordenados

    (Art. 721, CLT): 9 dias.

    NULIDADES.

    O sistema legalista prevaleceu por muito tempo no ordenamento jurdico, ondea forma deveria ser respeitada em qualquer hiptese sob pena de nulidade doprocesso.

    A teoria das nulidades foi modificada, esvaziando-se a rigidez das formalidadesdos atos e termos processuais. Por isso, os atos e termos processuais nodependem de forma determinada seno quando a lei expressamente a exigir,reputando-se vlidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham afinalidade essencial.

    1. VCIOS DOS ATOS.

    A depender da irregularidade ou do vcio, o ato processual pode ser declaradonulo, anulvel ou inexistente.

    1.1 Ato Irregular.

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    o ato que apresenta defeito de menor gravidade, que no chega a afetar suavalidade. So anulabilidades, ou seja, defeitos que no interferem na validadedo ato, no o condenando perda de seus efeitos.

    1.2 Atos Inexistentes.

    So caso em que o ato no chega a nascer devido a uma circunstancia queimpede o surgimento do mesmo, como por exemplo, sentena no assinadapelo juiz.

    1.3 Atos Nulos/ Anulveis.

    a) Nulidade Absoluta: ser declarada quando o ato violar normas deinteresse pblico, devendo ser declarada de ofcio, inclusive podendoser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdio,

    independentemente de exceo;b) Nulidade Relativa: quando o ato transgride normas de direito privado,dependendo sempre de provocao do interessado, no podendo serdeclarada de oficio pelo juiz.

    2. PRINCPIOS.

    2.1 Princpio da Instrumentalidade das Formas.

    A forma apenas um instrumento para atingir a finalidade do processo, nosendo, regra geral, essencial para validade do ato.

    Regra geral, os atos e termos processuais no dependem de formadeterminada, salvo quando houver expressa previso legal, reputando-sevlidos os atos que forem realizados de outro modo, desde que preencham afinalidade essencial.

    Destaque-se tambm que quando a lei prescrever determinada forma, semcominao de nulidade, o juiz considerar vlido o ato se, realizado de outromodo, alcanar a finalidade prevista.

    2.2 Princpio do prejuzo ou da Transcendncia.

    Nos processos sujeitos apreciao da Justia do Trabalho s haver nulidadequando resultar dos atos inquinados manifesto prejuzo s partes litigantes.(794, CLT).

    Desta forma, o ato no se repetir nem se Ihe suprir a falta quando noprejudicar a parte. (Art. 249, CPC)

    2.3 Principio da Convalidao ou Precluso.

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    As nulidades no sero declaradas seno mediante provocao das partes,que devero argi-las primeira vez em que tiverem de falar em audincia ounos autos. (Art. 795, CLT)

    Desta forma, a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidadeem que couber parte falar nos autos, sob pena de precluso (Art. 245, CPC)

    Este principio s vlido nos casos de nulidade relativa, j que nas absolutaspodem ser declaradas de oficio pelos magistrados.

    Diz a CLT que dever, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundadaem incompetncia de foro. Nesse caso, sero considerados nulos os atosdecisrios. Na verdade, a CLT referiu-se a incompetncia absoluta, que podeser declarada de oficio, embora se utilizasse do termo foro.

    2.4. Principio da Economia Processual.

    Os atos, que violem a forma prevista em lei, no sero anulados se puderemser aproveitados.

    A nulidade no ser pronunciada quando for possvel suprir-se a falta ourepetir-se o ato, registrando que o juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidadedeclarar os atos a que ela se estende, a fim de aproveit-los (796 e 797,CLT).

    O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarar que atos so atingidos, ordenandoas providncias necessrias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados. (Art.

    249, CPC).

    2.5 Princpio do Interesse.

    A nulidade no ser pronunciada quando argida por quem lhe tiver dadocausa, j que a parte no pode se beneficiar de sua prpria torpeza. (Art. 796,CLT)

    Portanto, quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, adecretao desta no pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa. (243,CPC).

    2.6 Principio da Utilidade.

    Os atos posteriores devem ser aproveitados ao mximo, desde que no sejamatingidos pelo vicio do ato anterior.

    Tem fundamento no art. 798, CLT que dispe que a nulidade do ato noprejudicar seno os posteriores que dele dependam ou sejam conseqncia.

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    Assim, a regra geral de que anulado o ato, reputam-se de nenhum efeitotodos os subseqentes, que dele dependam, mas a nulidade de uma parte doato no prejudicar as outras, que dela sejam independentes (248, CPC).

    TRT da 16 Regio01. Os prazos, no processo do trabalho, de regra, contam-se, salvo disposioem contrrio, a partir da data em que for feita, pessoalmente, ou recebida anotificao; daquela em que for publicado o edital no jornal oficial ou no quepublicar o expediente da Justia do Trabalho; ou, ainda, da quela em que forafixado o edital na sede do juzo ou tribunal. Contam-se com excluso do diado comeo e incluso do dia do vencimento, sendo que os prazos que sevencerem em dia no til ou sem expediente forense prorrogam-se at oprimeiro dia til seguinte. No entanto, se a intimao ou a publicao comefeito de intimao ocorrer na sexta-feira, o prazo judicial ser contado comose tivesse sido feita na segunda-feira imediata, salvo se no houverexpediente, caso em que ser considerado o dia til que se seguir, para esse

    fim.

    02. No ser pronunciada a nulidade quando for possvel o suprimento da faltaou a repetio do ato, bem assim quando for arguda por quem lhe tiver dadocausa. No primeiro caso, prestigia-se o princpio da economia processual e, nosegundo, o princpio de que ningum pode se beneficiar da prpria torpeza. Anulidade s atingir os atos posteriores, dependentes ou conseqentes do atonulo, e o juiz ou tribunal que pronunciar a nulidade declarar os atos a que elase estende.

    AGU PROCURADOR FEDERAL

    03.As nulidades no processo do trabalho apenas so declarveis quandoresultarem prejuzos manifestos aos litigantes e desde que tenham sidoexpressamente apontadas pela parte interessada na primeira oportunidadesubseqente que se lhe oferecer para manifestao, em audincia ou nosautos.

    TRT 9 REGIO

    04.No que respeita s nulidades no Processo do Trabalho, a Consolidao dasLeis do Trabalho, ao determinar, no art. 795, que As nulidades no serodeclaradas seno mediante provocao das partes, as quais devero arg-las primeira vez que tiverem de falar em audincia ou nos autos consagrou o

    princpio da transcendncia.GABARITO:

    01 02 03 04E C C E

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    ASSISTNCIA JUDICIRIA

    A assistncia devida a todo aquele que perceber salrio igual ou inferior ao

    dobro do mnimo legal, ficando assegurado igual benefcio ao trabalhador demaior salrio, uma vez provado que sua situao econmica no lhe permitedemandar, sem prejuzo do sustento prprio ou da famlia. (Lei 5584/70)

    Para comprovar esta situao econmica no mais necessrio o atestado depobreza, bastando apenas uma declarao na reclamao trabalhista pelaprpria parte, de prprio punho, ou atravs de advogado com poderesespecficos de que no tem condies de arcar com as custas e despesasprocessuais sem prejuzo de seu prprio sustento ou de sua famlia. (Lei1060/50)

    Observe ainda que pode os juzes, tribunais do trabalho de qualquer instncia

    conceder, a requerimento ou de ofcio, o benefcio da justia gratuita, inclusivequanto a traslados e instrumentos, queles que perceberem salrio igual ouinferior ao dobro do mnimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que noesto em condies de pagar as custas do processo sem prejuzo do sustentoprprio ou de sua famlia, conforme se infere o Art. 790, CLT.

    Mas, a parte contrria poder, em qualquer fase da lide, requerer a revogaodos benefcios de assistncia, desde que prove a inexistncia ou odesaparecimento dos requisitos essenciais sua concesso. (Lei 1060/50)

    Cumpre ressaltar que a assistncia judiciria prestada exclusivamente aoempregado, atravs do sindicato da categoria profissional. Esta assistncia

    judiciria ser prestada ao trabalhador ainda que no seja associado dorespectivo Sindicato, ou seja, no pode o sindicato de negar a prestar seusservios assistenciais ao empregado pelo fato dele no estar sindicalizado. (Lei5584/70).

    Os benefcios da assistncia judiciria gratuita compreendem:

    a) taxas judicirias e dos selos;b) emolumentos e custas devidos aos Juzes, rgos do Ministrio Pblico

    e serventurios da justia;c) despesas com as publicaes indispensveis no jornal encarregado da

    divulgao dos atos oficiais;d) indenizaes devidas s testemunhas que, quando empregados,

    recebero do empregador salrio integral, como se em servioestivessem, ressalvado o direito regressivo contra o poder pblicofederal, no Distrito Federal e nos Territrios; ou contra o poder pblicoestadual, nos Estados;

    e) honorrios de advogado e peritos.f) as despesas com a realizao do exame de cdigo gentico DNA que

    for requisitado pela autoridade judiciria nas aes de investigao depaternidade ou maternidade

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    SUBSTITUIO E SUCESSO PROCESSUAL.

    1. SUBSTITUIO PROCESSUAL.Diz o CPC que ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvoquando autorizado por lei. Significa que a titularidade da ao este vinculada atitularidade do direito material, somente sendo possvel que a parte sejadiferente do titular do direito material em casos excepcionais que denominamossubstituio processual.

    Assim a substituio processual surge quando a parte, em nome prprio,pleiteia a tutela do direito de outrem, desde que haja expressa previsolegal.

    Nesta legitimidade extraordinria, o substituto pode praticar todos os atosordinrios, como apresentar a petio inicial, se defender, produzir provas,recorrer. Mas, no poder transacionar, renunciar direitos ou reconhecerpedidos.

    A substituio processual sempre foi realizada pelo sindicato de forma limitada,restrita as hipteses abordadas no ordenamento jurdico brasileiro, porexemplo, nas reclamaes relacionadas ao pagamento de adicional depericulosidade ou insalubridade, nas aes de cumprimento objetivando opagamento de salrios fixados em sentena normativa.

    Com a promulgao da carta maior, o Art. 8, inc. VII, dispe que ao sindicato

    cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,inclusive em questes judiciais ou administrativas.

    Inicialmente, para o TST, os sindicatos somente poderiam atuar na qualidadede substituto nas estritas hipteses de previso legal. J o STF sempreconcedeu interpretao ampliativa deste artigo, de modo que o TST possui umentendimento atual de que aos sindicatos vige substituio processual ampla eirrestrita, no havendo, por exemplo, mais a necessidade de arrolar na petioinicial os substitudos.

    2. SUCESSO PROCESSUAL.

    A sucesso processual conceitua-se como substituio das partes no curso doprocesso, ou seja, uma pessoa sucede outra na relao jurdica processualassumindo a titularidade da ao, seja como autor ou como ru. Assim, podeocorrer tanto em reao ao empregador como em relao ao empregado.

    Inicialmente, cabe mencionar que quando o empregador for pessoa jurdica,a sucesso possvel observada as regras dos arts. 10 e 448 da CLT. Trata-sede uma alterao subjetiva (sujeitos) do contrato de trabalho, com a

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    transferncia de titularidade de uma empresa para outra, assumindo a novatodos os direitos e deveres que j existiam.

    Veja que a mudana na propriedade ou na estrutura jurdica da empresa noafeta os contratos de trabalho dos respectivos empregados, j que estecontrato s personalssimo (intuito personae) em relao ao empregado, eno ao empregador, j que prevalece o principio da despersonalizao doempregador, o qual permite a alterao subjetiva, sem descaracterizar ovinculo de emprego.

    Destarte, havendo fuso, incorporao, ciso ou outra alterao na estruturajurdica da empresa, os direitos e vantagens adquiridos pelos empregadospermanecero inalterados.

    Logo, se a sucesso se der antes da postulao do empregado na justia

    obreira, a empresa sucessora ser o sujeito passivo da lide. Mas, se asucesso ocorrer no curso do processo, haver alterao da titularidade daao, passando a sucessora a responder integralmente pelas dividastrabalhistas.

    Quando for parte pessoa fsica, a sucesso se manifesta atravs da morte.Assim, falecendo o empregador ou empregado quando a ao estiver emcurso, sero os mesmos substitudos por espolio. Vale ressaltar que quandono h bens, haver habilitao dos dependentes (ou sucessores, no caso deausncia destes) perante o INSS.

    HONORRIOS ADVOCATCIOS

    Nos conflitos decorrentes da relao de emprego, os honorrios de advogadono decorrem unicamente da sucumbncia, necessitando a parte serbeneficiaria da assistncia judiciria gratuita e estar assistida pelo sindicatorespectivo.

    219 - Honorrios advocatcios. Hiptese de cabimento.I - Na Justia do Trabalho, a condenao ao pagamento dehonorrios advocatcios, nunca superiores a 15% (quinze por cento),no decorre pura e simplesmente da sucumbncia, devendo a parteestar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar apercepo de salrio inferior ao dobro do salrio mnimo ouencontrar-se em situao econmica que no lhe permita demandar

    sem prejuzo do prprio sustento ou da respectiva famlia.

    importante ressaltar que se a lide decorrer de relao de trabalho, admitidaa condenao do vencido em honorrios advocatcios de sucumbncia. Assim,o advogado pessoa fsica que prestar seus servios ao cliente e no receber oshonorrios deve demandar perante a Justia do Trabalho, diferente seria sefosse uma sociedade de advogados, que a competncia seria da JustiaComum.

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    Finalmente, cumpre observar que os honorrios de advogado devem incidirsobre o valor liquido da condenao, apurado em fase de liquidao da

    sentena, sem deduzir os descontos fiscais e previdencirios.

    QUESTES DE CONCURSOS.

    TRT 16 REGIO - Analista Judicirio CESPE

    01. Segundo a jurisprudncia sumulada do Tribunal Superior do Trabalho,incumbe aos sindicatos prestar assistncia judiciria aos trabalhadores naJustia do Trabalho, desde que recebam menos de dois salrios mnimos ou seencontrem em situao econmica que no lhes permita demandar semprejuzo do sustento prprio ou de sua famlia.

    TRT 10 Regio/2004 Analista Judicirio CESPE

    02. O DF, os estados e os municpios so representados em juzo pelosrespectivos procuradores, o mesmo ocorrendo em relao s demais pessoasjurdicas de direito pblico ou privado, pertencentes administrao direta ouindireta.

    TRT 10 Regio/2004 Analista Judicirio CESPE

    03. Os representantes das pessoas jurdicas de direito privado, de qualquerespcie (sociedades, associaes, fundaes) sero os seus advogados, quedevero apresentar sempre cpia do contrato de trabalho para comprovar ovnculo com a parte que representam.

    GABARITO:

    01 02 03C C E

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    PARTES E PROCURADORES NO PROCESSO DO TRABALHO

    1. PARTES.Tradicionalmente, o processo do trabalho se desenvolve a partir de umarelao trilateral entre os sujeitos principais o Estado, Autor e Ru.

    Parte aquele sujeito que demanda em nome prprio a tutela jurisdicional doEstado ou ento aquele em cujo nome demandada. Ou seja, as partes socompostas pelo: autor, que postula a ao perante o rgo jurisdicional,tomando a posio ativa e o ru, contra quem a ao postulada, que fica naposio passiva.

    No direito do trabalho, a terminologia usada para designar autor e ru ,

    respectivamente, Reclamante e Reclamado.

    importante mencionar algumas denominaes diferenciadas na CLT:

    Dissdio Coletivo: Suscitante (Autor) e Suscitado (Ru) Exceo: Excipiente (Autor) e Exceto (Ru) Inqurito para Apurao de Falta Grave: Requerente (Autor) e Requerido

    (Ru).

    1.1 CAPACIDADE PROCESSUAL.

    Adquirida a personalidade jurdica, toda pessoa passa ser capaz de direitos e

    obrigaes. Possui, portanto, capacidade de direitos e de gozo. Assim, todoser humano tem capacidade de direito, pelo fato de que a personalidadejurdica atributo inerente sua condio.

    Nem toda pessoa, porm, possui aptido para exercer pessoalmente os seusdireitos para praticar atos jurdicos, em razo de limitaes orgnicas oupsicolgicas. Se puderem atuar pessoalmente em Juzo, possuem capacidadede fato ou de exerccio.

    Assim, a capacidade de ser parte (capacidade de direito) est relacionada apossibilidade do autor e ru participar do processo, ocupando o plo passivo ouativo, ou seja, a capacidade de ser parte exige a personalidade civil, quecomea do nascimento com vida, ressaltando que a lei pe a salvo, desde aconcepo, os direitos do nascituro.

    A capacidade processual (capacidade de fato) est ligada com a possibilidadede atuar em juzo, praticando atos pessoalmente. Est disciplinada no CPC, emque toda pessoa que se acha no exerccio dos seus direitos tem capacidadepara estar em juzo.

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    Observe que os absolutamente incapazes (art. 3 do CC), assim como osrelativamente incapazes (art. 4 do CC) possuem capacidade de ser parte, masno tem capacidade processual, que exigida para pratica de atos

    processuais.No mbito do direito processual do trabalho, a legislao trabalhista estabelecea capacidade processual a partir do critrio da idade e, especificamente, emrelao ao empregado, conforme se infere o Art. 792, CLT.

    Portanto, a maioridade trabalhista capacidade plena dos empregados serempartes, estando em juzo sem a assistncia ou representao se inicia aos 18anos.

    Cumpre sinalizar que a reclamao trabalhista do menor de 18 anos ser feitapor seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria Regional

    do Trabalho, pelo sindicato profissional, pelo Ministrio Pblico estadual oucurador nomeado em juzo.

    Em relao capacidade do empregador, a CLT no dispe de nenhum artigoespecifico disciplinando o assunto, de modo que se aplicam as regras do CC,nos Arts. 1 ao 5.

    1.2 CAPACIDADE POSTULATRIA.

    No mbito do processo civil, a capacidade postulatria possibilidade deelaborar e subscrever a petio inicial e acompanhar os atos processuais privativa doa advogado regularmente inscrito na OAB. Assim, exige-se que a

    manifestao processual seja feita por um profissional devidamente habilitado.

    J a seara trabalhista, nas demandas relacionadas relao de emprego, acapacidade postulatria conferida tambm as prprias partes, como j foianalisado anteriormente. Instituto esse que denominamosjus postulandi.

    2. REPRESENTAO E ASSISTNCIA.

    Como observado alhures, nem todas as pessoas podem exercitar seus direitos,no podendo exercer seus direitos. Nesta esteira, o direito atribui a outrem oexerccio dos direitos dos titulares que no podem por si exercita-los. Estaincapacidade processual suprida por meio da representao.

    Na representao, o representante atua em nome do titular, defendendo direitodo prprio representado, ou seja, age no processo em nome e defesa do direitode outrem.

    Na substituio, a parte demanda em nome prprio defendendo interessealheio, desde que a lei autorize.

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    Na assistncia judicial, o assistente supre a vontade do assistido sem substitu-lo. Ou seja, no pode o assistente fazer acordos, transigir, e sim ratificar adeclarao de vontade deste. Assim, o menor de 16 anos ser representado

    pelos pais e tutores, sendo, a partir dos 16 anos at 18 anos, assistido pelosrepresentantes legais.Algumas regras contidas na CLT sobre o tema representao e assistnciamerecem ser destacadas para fixao do assunto em tela: (Art. 843, CLT)

    Reclamante e Reclamado devem comparecer pessoalmente a audincia,mesmo que os advogados estejam presentes;

    Reclamatrias Plrimas: empregados podem se fazer presentes porintermdio do sindicato profissional, pois no haver espao na sala deaudincias que comportassem todos os reclamantes;

    Empregado pode se fazer substitui-se pelo gerente ou qualquer outropreposto que tenha conhecimento do fato. Este preposto deve serempregado da empresa, salvo nos casos de empregador domstico, deacordo com o entendimento do TST:

    377, TST - Preposto. Exigncia da condio de empregado.Exceto quanto reclamao de empregado domstico, o prepostodeve ser necessariamente empregado do reclamado. Inteligncia doart. 843, 1, da CLT.

    Ressalte-se que o advogado no pode funcionar no mesmo processo,simultaneamente, como advogado e preposto, pois esta vedao est

    inserta no Cdigo de tica da OAB.O empregador domstico pode ser representado por qualquer pessoa dafamlia, como marido, a esposa, os filhos.

    No caso de grupo econmico, cada empresa deve ser representada por umpreposto, no sendo possvel um preposto nico para representar todas asempresas integrantes do grupo.

    3. Jus postulandi.

    Como j abordado alhures, refere-se a possibilidade, na Justia do Trabalho,

    das partes litigarem pessoalmente, sem patrocnio de advogados, com fulcrono Art. 791, CLT.

    Veja que a reclamao poder ser apresentada pelos empregados eempregadores, pessoalmente, conforme se infere o Art. 839, a, CLT.

    Impende salientar que alguns autores, de forma minoritria, entendem que oArt. 791 da CLT foi revogado em funo do Art. 133 da CF que diz que oadvogado indispensvel para administrao da justia. No entanto, a

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    jurisprudncia trabalhista possui o entendimento de que o referido artigo aindaest em vigor.

    Destarte, reclamante e reclamado pode atuar no processo sem a presena deadvogados em todas as instncias trabalhistas. Mas, em caso de eventualrecurso para o STF ou STJ, deve ser subscrito por um advogado.

    Vale destacar que uma turma do TST firmou o entendimento de que o juspostulandi no prevalece nos casos de recurso de revista para o TST devido asua natureza extraordinria. Mas, esta posio ainda no domina nesta corte.

    Em que pese as partes possuam o direito de postularem perante a justia dotrabalho sem a presena de advogados, exercendo o jus postulandi, nadaimpede que as mesmas sejam representadas por advogados, regularmenteconstitudos nos autos, mediante procurao.

    importante destacar que a no direito processual do trabalho, se admite afigura do mandato tcito, que se caracteriza pelo comparecimento do advogado audincia, sem procurao, a fim de defender a parte, praticando todos osatos processuais, defendendo a parte.

    Este mandato tcito alcana os poderes de foro em geral, no podendo,portanto, transigir, confessar, desistir, receber e dar quitao, assim como nopode este advogado substabelecer seus poderes.

    invlido o substabelecimento de advogado investido de mandato

    tcito.QUESTES DE CONCURSOS.

    01. (TRT 1 Regio-2003/Analista Judicirio - Fundao Euclides da Cunhade Apoio Institucional UFF) No processo de trabalho, com o manifestopropsito de facilitar a prestao jurisdicional ao trabalhador, adotou olegislador critrio diverso do Cdigo de Processo Civil, acolhendo o chamadojuspostulandi. Tendo em mira este instituto, correto dizer que ele alcana:

    A. somente o empregado;B. somente o empregador;

    C. terceiros alheios demanda, que venham a sofrer turbao ou esbulhona posse de seus bens por ato de apreenso judicial;D. o empregado e o empregador;E. o empregado e terceiros alheios demanda, que venham a sofrer

    turbao ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensojudicial.

    OJ, 200, SDI-I - Mandato tcito. Substabelecimento invlido.

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    (DEF PB DO CEAR- 2002) Julgue os itens abaixo:02.A substituio processual trabalhista sui generis, uma vez que admite oajuizamento da reclamatria em nome prprio

    03.No processo do trabalho, presume-se recebida a notificao postal 05(cinco) dias depois de sua regular expedio.

    GABARITO:

    01 02 03D C E

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    5. PROVAS.

    5.1 Conceito.

    A prova o conjunto dos meios empregados para demonstrar legalmente aexistncia e veracidade dos fatos controvertidos alegados pelas partes.

    5.2 Objeto.

    So os fatos da causa deduzidos pelas partes no processo, isto , fatosrelevantes, controvertidos explanados pelo reclamante e reclamado.

    Observe que o magistrado conhece o direito (que no precisa ser provado),cabendo as partes narrar e provar os fatos que alegam, ou seja, apenas osfatos precisam ser provados pelos litigantes.

    O juiz obrigado a conhecer o direito federal, mas em relao a direitomunicipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinrio, a parte que alegar deveprovar o teor e a vigncia, se assim o determinar o juiz.

    Acresa-se, no processo do trabalho, que o direito previsto em norma coletiva,em sentena normativa e em regulamento empresarial deve ser provado pelaparte.

    Portanto, regra geral de que os fatos precisam ser provados pelas partes.Mas, cumpre analisar que alguns fatos no precisam ser provados, j que oprprio ordenamento jurdico excepciona esta regra.

    No dependem de prova os fatos notrios; os fatos afirmados por uma parte econfessados pela parte contrria; os fatos admitidos, no processo, comoincontroversos e os fatos em cujo favor milita presuno legal de existncia oude veracidade.

    5.3 nus da Prova.

    A prova das alegaes incumbe parte que as fizer, diz o texto consolidado. Adoutrina, em sua maioria, aplica de forma subsidiria o CPC que esclarecesobre o nus da prova as seguintes regras:

    O nus da prova incumbe: (Art. 333, CPC)

    I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;II - ao ru, quanto existncia de fato impeditivo, modificativo ou extintivo dodireito do autor.

    Quando o reclamante postular na justia do trabalho reconhecimento de vinculode emprego e a reclamada negar a prestao de servios quem prova oempregado;

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    Quando o reclamante postular na justia do trabalho reconhecimento de vinculode emprego e a reclamada admitir que o primeiro realmente prestou servio,

    mas no como empregado e sim como trabalhador quem prova oempregador.

    Algumas regras sobre este tema to importante j foram sumuladas pelo TST,a saber:

    338 - Jornada de trabalho. Registro. nus da prova.I - nus do empregador que conta com mais de 10 (dez)empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, 2, da CLT212 - Despedimento. nus da prova(Res. 14/1985, DJ 19.09.1985)O nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negadosa prestao de servio e o despedimento, do empregador, pois oprincpio da continuidade da relao de emprego constitui presunofavorvel ao empregado.16 - Notificao (RA 28/1969, DO-GB 21.08.1969. Nova redao -Res. 121/2003, DJ 19.11.2003)Presume-se recebida a notificao 48 (quarenta e oito) horas depoisde sua postagem. O seu no-recebimento ou a entrega aps odecurso desse prazo constitui nus de prova do destinatrio.06, VIII - do empregador o nus da prova do fato impeditivo,modificativo ou extintivo da equiparao salarial

    Vale ressaltar que pode o magistrado determinar a inverso do nus da prova,considerando a hipossuficincia do empregado.

    5.4 Destinatrio e finalidade da prova.

    A finalidade da prova justamente a formao do convencimento domagistrado dos fatos alegados pelas partes.

    Predomina o principio da persuaso racional ou livre convencimento motivadodo juiz na apreciao das provas. Assim, o juiz apreciar livremente a prova,atendendo aos fatos e circunstncias constantes dos autos, ainda que noalegados pelas partes; mas dever indicar, na sentena, os motivos que Iheformaram o convencimento.

    Desta forma, o destinatrio da prova o magistrado, pois ele quem precisa

    saber da verdade dos fatos para melhor decidir o fato concreto.5.5 Meios de Prova.

    a) Interrogatrio.

    O juiz pode, de ofcio, em qualquer estado do processo, determinar ocomparecimento pessoal das partes, a fim de interrog-las sobre osfatos da causa.

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    Veja que o interrogatrio sempre determinado de oficio pelo Juiz e emqualquer fase do processo, podendo se repetir vrias vezes, tantas

    quantas forem necessrias.b) Depoimento Pessoal.

    Declarao prestada pelo reclamante e reclamada perante o Juiz, sobreos fatos objeto do litgio.

    Observe que quando o juiz no o determinar de ofcio, compete a cadaparte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interrog-la naaudincia de instruo e julgamento.

    Ressalte-se que, diferente do interrogatrio, o depoimento pessoal nico, no podendo repetir-se varias vezes e deve ser colhido na

    audincia de instruo e julgamento (e no em qualquer fase doprocesso).

    O depoimento das partes que no souberem falar a lngua nacional serfeito por meio de intrprete nomeado pelo juiz. Esta regra vale quandose tratar de surdo-mudo, ou de mudo que no saiba escrever.

    Cumpre ressalvar que as despesas correro por conta da parte a queinteressar o depoimento.

    c) Testemunhas.

    Meio de prova obtido pelo relato prestado, em juzo, de pessoas quetenham conhecimento dos fatos relativos demanda, no qual ir depor.

    O depoimento prestado em juzo considerado servio pblico, portantoa obrigao de testemunhar um dever pblico de colaborar com oPoder Judicirio para descobrimento da verdade.

    Nesta esteira, todas as pessoas so obrigadas a testemunhar sobrefatos que conheam e que interessam causa, salvo os incapazes,impedidos ou suspeitos. Afinal, ningum se exime do dever de colaborarcom o Poder Judicirio para o descobrimento da verdade.

    Diz o texto consolidado que a testemunha que for parente at o terceirograu civil, amigo ntimo ou inimigo de qualquer das partes, no prestarcompromisso, e seu depoimento valer como simples informao.

    Assim, podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto asincapazes, impedidas ou suspeitas. Neste caso, o juiz pode ouvi-lascomo simples informantes. O menor de 18 anos s pode ser ouvidocomo simples informante.

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    Ressalte-se que no torna suspeita a testemunha o simples fato de estarlitigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. (357, TST)

    As testemunhas comparecero a audincia independentemente denotificao ou intimao. Ou seja, no h o deposito de rol detestemunhas no cartrio, como ocorre no mbito do processo civil.

    As que no comparecerem sero intimadas, ex officioou a requerimentoda parte, e caso no atendam intimao, sem apresentar motivojustificado, ficaro sujeitas a conduo coercitiva, alm da multa.

    As testemunhas no podero sofrer qualquer desconto pelas faltas aoservio, ocasionadas pelo seu comparecimento para depor, quandodevidamente arroladas ou convocadas.

    Caso a testemunha seja funcionrio civil ou militar, e tiver de depor emhora de servio, ser requisitada ao chefe da repartio paracomparecer audincia marcada.

    Antes de prestar o compromisso legal, as testemunhas seroqualificadas, indicando o nome, nacionalidade, profisso, idade,residncia, e, quando empregada, o tempo de servio prestado aoempregador, ficando sujeita, em caso de falsidade, s leis penais.

    Ao incio da inquirio, a testemunha prestar o compromisso de dizer averdade do que souber e Ihe for perguntado. O juiz advertir mesmaque incorre em sano penal quem faz a afirmao falsa, cala ou oculta

    a verdade.

    As testemunhas sero inquiridas pelo juiz. No entanto, por intermdio domagistrado, as testemunhas podem ser reinquiridas, a requerimento daspartes, seus representantes ou advogados.

    Ao ser reinquiridas, caber primeiro parte que a arrolou, e depois parte contrria, formular perguntas tendentes a esclarecer ou completaro depoimento.

    Por fim, deve-se frisar que cada uma das partes no poder indicar maisde 3 (trs) testemunhas, salvo quando se tratar de inqurito, caso emque esse nmero poder ser elevado a 6 (seis).

    d) Prova Documental.

    Meio de prova material da existncia de um fato, abrangendo noapenas escritos, mas tambm fotos, desenhos, reprodues grficas,ressaltando que o documento oferecido para prova s ser aceito seestiver no original ou em certido autntica, ou quando conferida aperante o juiz ou Tribunal.

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    Todavia, deve-se observar que o instrumento normativo em cpia noautenticada possui valor probante, desde que no haja impugnao de

    seu contedo, pois trata-se de um documento comum s partes.Veja que a reclamao escrita deve ser formulada acompanhada dosdocumentos em que se fundar.

    O reclamado comparecer audincia acompanhado de suastestemunhas, apresentando, nessa ocasio, as demais provas.

    Assim, a prova documental deve ser apresentada pelo reclamante napetio inicial e pelo reclamado, em audincia em sua defesa.