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  • 7/29/2019 APOSTILA GOIS

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    HISTRIA DE GIAS

    J no primeiro sculo da colonizao do Brasil, diversasexpedies,percorreram parte do territrio do atual Estado de Gois. Estas

    expedies, organizadas principalmente na Bahia, centro ento da colonizao,eram umas de carter oficial destinadas a explorar o interior e buscar riquezasminerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para acaptura de ndios.

    So Paulo saiam as bandeiras que buscando ndios, cada vez mais escassos,chegavam com freqncia at ao extremo norte de Gois, regio do Estreito.

    A primeira bandeira, que partindo de So Paulo, possivelmente chegou at ossertes de Gois no leste do Tocantins, foi a de Antnio Macedo e DomingosLus Grau (1590-1593).

    Outro tipo de expedies eram descidas dos jesutas do Par. Os jesutastinham criado na Amaznia um sistema bem estruturado de aldeias dealcuturao indgena. Buscando ndios para estas aldeias, os jesutasorganizaram diversas expedies fluviais, que subindo o Tocantins chegarama Gois.

    Mas nem bandeirantes nem jesutas vinham para fixar-se em Gois.

    O descobridor de Gois foi Anhangera. Isto no significa que ele fosse oprimeiro a chegar a Gois, mas sim que ele foi o primeiro em vir a Gois com

    inteno de se fixar aqui, (1690 1718).

    O Anhangera era um homem obstinado: disse que preferia a morte a voltarfracassado. No fim acabou tendo sorte. Numa das voltas da bandeira, quandoj lhe restavam poucos companheiros, descobriu outro nas cabeceiras do RioVermelho na atual regio da cidade de Gois.

    A 21 de outubro de 1725, aps trs anos, voltaram triunfantes a So Paulo,propalando que tinham descoberto cinco crregos aurferos, umas minas toricas como as de Cuiab, com timo clima e fcil comunicao.

    A primeira regio ocupada foi a regio do rio Vermelho. Fundou-se o arraial deSantAna, que depois seria chamado Vila Boa, e mais tarde, Cidade de Gois,sendo durante 200 anos a capital do territrio.

    Trs zonas povoaram-se assim durante o sculo XVIII com uma relativadensidade; uma zona no centro-sul, na regio do Tocantins.

    E, por fim, o verdadeiro norte da Capitania, ficava ainda sem nenhumapovoao; o sul e o sudoeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto Nacionalat o Estreito. A ocupao humana destas zonas processar-se-ia com aextenso da pecuria e da lavoura, durante os sculos XIX e XX.

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    Gois dentro do sistema colonial

    As capitanias de Minas foram durante o sculo XVIII Minas Gerais, Gois e

    Mato Grosso.

    Era interesse do governo - dentro da mentalidade mercantilista deespecializao para a exportao, concentrar todo esforo na produo doouro; com essa finalidade proibia ou dificultava outros ramos de produo.Poderamos citar como exemplo a proibio de engenhos de acar em Gois.

    Aqui, em Gois, traduziu na supervalorizao do mineiro e na pouca estimadas outras profisses, especialmente do roceiro. Mineiro naquele temposignificava, no como hoje, aquele que trabalha na mina, mas o proprietrio delavras e escravos que as trabalhassem, assim como roceiro no significava oque trabalhava na roa, mas o proprietrio de terras e escravos dedicados lavoura, algo assim como o fazendeiro de hoje.

    Ser mineiro, era a profisso mais honrosa, significava status social. Isto explicaque fora da minerao no se desenvolvessem outras formas importantes deeconomia durante o sculo XVIII, e que s fossem ocupadas as reas.

    O quinto em GoisDe duas formas foi cobrado o imposto do quinto em Gois acapacitao e oquinto, propriamente dito.

    A capacitao foi uma forma de cobrar o quinto instituda precisamente portemor ao contrabando. As autoridades pensaram que era mais fcil ocultar oouro que os escravos, e determinaram que em vez de pagar-se pelo ouroextrado, se pagaria o imposto pelo nmero de escravos.

    Este sistema de cobrana do quinto esteve em vigor 16 ano, de 1736-51;depois foi abolido pois os mineiros reclamavam que era injusto que todospagassem o mesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento doescravo era alto, e o que trabalhava uma data pobre ou meio esgotada, quemal dava para pagar o custo do escravo.

    Voltou-se, ento, ao pagamento direto do quinto. O ouro em p retirado dasminas, corria como moeda na Capitania. Tudo se comprava ou vendia no commoeda cunhada, mas com ouro em p pesado em pequenas balanas.

    Quanto ouro produziram as minas de Gois? podemos afirmar que o quinto,nos cem anos que vo at a 19 independncia, subiu aproximadamente a20.000 Kg. Sendo, portanto, a produo declarada de 100.000 Kg. A mineraofoi um negcio prspero at 1750, um empreendimento arriscado, mas aindarendoso entre 1750 e 1770, um negcio ruinoso depois desta data. Gois foi osegundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a Minas.Aproximadamente 1/6 e um pouco superior a Mato Grosso talvez 10/7.

    Quadro administrativo: a Capitania de Gois

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    Gois fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamente pertencente Capitania de So Paulo. Por isso, de incio, foi considerado um territrio deminas dentro da Capitania de So Paulo.

    Depois de vinte anos, Gois tinha crescido tanto, em populao e em

    importncia, que no podia continuar sendo governado distncia por SoPaulo. A Corte portuguesa decidiu tornar Gois independente de So Paulo,elevando-o categoria de Capitania. O territrio goiano passou ento a serdenominado Capitania de Gois, ttulo que conservaria at a independncia,quando se tornou Provncia.

    A populao de GoisA primeira informao sobre a populao de Gois so os dados da capitaode 1736. Dez anos, portanto, depois do incio da minerao, havia em Goismais de 10.000 escravos adultos. O total da populao? Menos de 20.000, poisos escravos deviam constituir mais da metade da populao. Os dez primeiros

    anos de minerao instalaram em Gois quase 20.000 pessoas que, abriramcaminhos, cidades, colocando em atividade grande parte do territrio.

    Em 1750, ao tornar-se Gois capitania, os habitantes deviam ser pouco menosde 40.000. A populao continuou aumentando, embora j um rtmico inferior:em 1783 havia em Gois quase 60.000 habitantes; um aumento de mais de50%.

    Entre esta data e 1804, parece que a decadncia da minerao se traduziunuma diminuio da populao. No se importavam mais escravos para supriras mortes, bastantes brancos e livres emigravam para outros territrios. Ocenso de 1804 deu 50.000 habitantes para Gois. Uma diminuio de quase20%. Em Gois deixaram de importar-se escravos a partir de 1775, pois adecadncia em produo e produtividade das minas fazia com que os mineirostivessem perdido todo crdito junto s companhias importadoras de escravos.No entrando novos escravos, e sendo a taxa de natalidade entre elesbastante inferior do resto da populao, lgico que a longo prazo aproporo da populao escrava tendia a diminuir.

    A sociedade mestiaAo mesmo tempo que diminua o nmero de escravos, aumentava, como

    lgico, o nmero de pretos livres ou forros.Maior era, ainda, a progresso dos mulatos. A ausncia de mulheres brancasnas minas foi a determinante de uma mestiagem, em grande escala, entrebranco e preto, at ento desconhecida no Brasil.

    Depois de algum tempo, havia mulatos em todos os nveis da sociedade: noexrcito, no sacerdcio, entre os grandes proprietrios. Mas nem o negro livre,nem o mulato eram socialmente bem aceitos.

    Os brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadncia da minerao,

    esta minoria foi-se tornando cada vez mais exgua. Ao acentuar-se a

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    decadncia, muitas famlias brancas migraram para outras regies. Em 1804,os brancos constituam pouco menos de 14% da populao.

    Os ndios

    Ao tempo de descoberta, eram numerosas as tribos de ndios em Gois,cobrindo todo o seu territrio. Podemos citar entre as mais importantes:Caiap, Xavante, Goi, Crix, Aras; Xerente, Caraj, Acroa...

    Durante a poca da minerao as relaes entre ndios e mineiros foramexclusivamente guerreiras e de mtuo extermnio.

    Transio da Sociedade Mineradora Sociedade PastorilAo se evidenciar a decadncia do ouro, vrias medidas administrativas foramtomadas por parte do governo, sem alcanar, no entanto, resultadossatisfatrios.

    A economia do ouro, sinnimo de lucro fcil, no encontrou, de imediato, umproduto que a substitusse em nvel de vantagem econmica. A decadncia doouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralizao e regressoa uma economia de subsistncia.

    Tentativas governamentais para o progresso de Gois

    Com a decadncia ou desaparecimento do ouro, o governo portugus, queantes procurava canalizar toda a mo de obra da Capitnia para as minas,passou atravs das suas autoridades a incentivar e promover aagricultura em Gois.

    Vrios foram, porm, os obstculos que impediram seu desenvolvimento:

    1 legislao fiscal - os dzimos, temidos pelos agricultores, tanto na forma deavaliao, como na forma de pagamento;

    2 desprezo dos mineiros pelo trabalho agrcola, muito pouco rentvel;

    3 ausncia de mercado consumidor;

    4 dificuldade de exportao, pelo alto custo do transporte e ausncia desistema virio.

    Com a decadncia, a populao no s diminuiu como se dispersou pelossertes.

    Neste sentido, vrias resolues foram tomadas, embora, muitas delaspermanecessem letra morta:

    1 Foi concedido iseno dos dzimos por espao de tempo dez anos aos

    lavradores que nas margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhofundassem estabelecimentos agrcolas;

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    2 Deu-se especial nfase catequese e civilizao do gentio com interesseem aproveitar a mo de obra dos ndios na agricultura;

    3 Criao de presdios margem dos rios com os seguintes objetivos:proteger o comrcio, auxiliar a navegao e aproveitar dos naturais para o

    cultivo da terra;

    4 Incrementou-se a navegao do Araguaia e Tocantins.

    5 Tentou-se desenvolver a navegao dos rios do sul de Gois comoParanaba e alguns de seus afluentes, a fim de se comunicar com o litoral, commais facilidade.

    6 Revogou-se o alvar de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fbricase manufaturas em toda a Colnia.

    Novos aspectos administrativos

    Por causa da enorme rea geogrfica de Gois, vrios capites generaishaviam a diviso da capitania em duas Comarcas, a fim de facilitar aadministrao. No entanto, somente no ano de 1809, quando o Brasil j vivia oprocesso de sua emancipao poltica, foi o nosso territrio dividido em duascomarcas:

    1) A do sul: compreendendo os julgados de: Gois, (cabea ou sede) deMeia Ponte, de Santa Cruz, de Santa Luzia, de Pilar, de Crixs eDesemboque;

    2) A do norte: compreendendo os julgados de: Vila de So Joo da Palma(cabea ou sede), da Conceio, da Natividade, de Porto Imperial, deSo Flix, de Cavalcante e de Trahiras.

    A Independncia em Gois

    Assim como no Brasil, o processo de independncia em Gois se deugradativamente. A formao das juntas administrativas, que representaram umdos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade s disputas pelo

    poder entre os grupos locais.

    Especialmente sensvel em Gois foi a reao do Norte que, se julgandoinjustiado pela falta de assistncia governamental, proclamou sua separaodo sul.

    O processo da independncia do Brasil e seus reflexos em Gois

    Aps a volta de D. Joo VI para Portugal, o Brasil viveu um perodo deprofunda crise poltica, pois suas conquistas econmicas e administrativasestavam sendo ameaadas pelas Cortes Portuguesas.

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    Em Gois a populao rural permaneceu alheia a essas crises. Mas, elementosligados administrao, ao exrcito, ao clero e a algumas famlias ricas epoderosas, insatisfeitos com a administrao, fizeram germinar no rincogoiano o reflexo das crises nacionais. A atuao dos capites generais, svezes Prepotentes e Arbitrrios, fez nascer na capitania Ogerisa pelos

    administradores.

    Primeiras manifestaes contra a administrao colonial

    As insatisfaes administrativas existiam, mas raramente se manifestavam.Foram as Cmaras que se manifestavam em primeira linha contra os CapitesGenerais, representantes diretos da metrpole. Em 1770 por ocasio da mortedo Capito General Joo Manoel de Melo, a Cmara elegeu uma juntagovernativa para substitu-lo. Em 1803 desentendeu-se com o Capito Generale pretendeu destitu-lo do poder. Nos dois casos, o Governo Metropolitanorepreendeu severamente estas atitudes.

    Processada a Independncia do Brasil - 1822, esta no trouxe transformaes,quer sociais, quer econmicas para Gois. Operou-se teoricamente adescolonizao.

    O primeiro Presidente de Gois, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano MariaLopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.

    Movimento Separatista do Norte de Gois

    O movimento separatista do Norte representou uma continuao do movimentorevolucionrio da capitania de Gois sob a liderana do mesmo Padre LuisBartolomeu Marquez - cognominado O Apstolo da Liberdade.

    Os grandes proprietrios afirmavam que apesar de pagar os impostos, osbenefcios do governo l no chegavam. O povo vivia em completa misria.

    Com a abdicao de D. Pedro I, rebentou em Gois um movimento de carternitidamente nacionalista, que alcanou vitria pelas condies da poltica geraldo Brasil. Os lderes deste movimento foram o Bispo cego, D. FernandoFerreira, Pe. Lus Bartolomeu Marquez e Coronel Felipe Antnio Cardoso.

    Recebendo adeso e apoio das tropas, o movimento de 13 de agosto de 1831alcanou seu objetivo, que era depor todos os portugueses que ocupavamcargos pblicos em Gois.

    A conseqncia deste movimento de rebeldia foi a nomeao de trs goianospara a presidncia de Gois, embora a Regncia de incio oficialmente odesaprovasse.

    Foram estes os seguintes presidentes Goianos: Jos Rodrigues Jardim, (1831-1837), Pe. Luiz Gonzaga de Camargo Fleury (1837-1839) e Jos de Assis

    Mascarilhas (1839-1845).

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    O Povoamento de Gois e a expanso da Pecuria

    Durante o sculo XIX a populao de Gois aumentou continuamente, no spelo crescimento vegetativo, como pelas migraes dos Estados vizinhos. Osndios diminuram quantitativamente e a contribuio estrangeira foi inexistente.

    A pecuria tornou-se o setor mais dinmico da economia.

    Correntes Migratrias

    A maioria dos mineiros que aqui permaneceu, aps o desaparecimento do ourocomo empresa pr- capitalista, vai dedicar-se a uma agricultura de subsistnciae criao de gado.

    A pecuria trouxe como conseqncia o desenvolvimento da populao.Correntes migratrias chegavam a Gois oriundas do Par, do Maranho, daBahia, de Minas, povoando os inspitos sertes.

    No sudoeste novos centros urbanos surgiram, sob o impulso da pecuria: RioVerde, Jata, Mineiros, Caiapnia, Quirinpolis.

    No norte a pecuria trouxe intensa mestiagem com o ndio, que foiaproveitado como mo de obra na criao de gado. Em menor escala, tambmocorreu a mestiagem com o negro. Os habitantes desta regio dedicaram-seno s a criao de gado, mas tambm a explorao do babau, de pequenosroados, do comrcio do sal (muito rendoso) e a faiscaro.

    A partir dos anos 30 do sculo XIX foi a populao aumentando, sob osauspcios da pecuria.

    Populao IndgenaNecessrio se faz mencionar os abrigenes, que contriburam sobremaneirapara a formao do grupo goiano, principalmente no Norte do Estado.

    Imigrao estrangeira

    No podemos deixar de mostrar a problemtica da imigrao europia. Aps aliberao do negro, grupos locais, identificados com interesse agrrio, lutaram

    pela vida do imigrante europeu. O governo Montandom (1886) adquiriu doVice- Presidente da Provncia, Jos Antnio Caiado, uma fazenda destinada ainiciar este tipo de colonizao. Mas as terras eram muito ruins, e os imigrantesitalianos no chegaram nem a vir para o territrio goiano.

    Em 1896, o governo repuplicano de Gois tentou mais uma vez impulsionar aimigrao. Tambm sem xito. Somente nas primeiras dcadas do sculo XXse iniciou a imigrao europia em Gois, em moldes muito modestos.

    Em 1920, trs ncleos coloniais mais importantes desenvolveram-se em Gois:um de italianos em Inhumas; outro tambm de italianos no municpio de

    Anpolis ( Nova Veneza ); o terceiro, de portugueses, na fazenda Capim Pubano atual municpio de Goinia.

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    Em 1924, organizou-se a colnia de Uv. 300 famlias, num total de 299pessoas, instalaram-se no referido ncleo, as demais dispensaram-se. EmAnpolis, no ano de 1929 formou-se um ncleo de 7 famlias japonesas. Nosanos seguintes juntaram-se outras famlias; estes pequenos gruposprosperaram pelo seu trabalho sistemtico e pelas semelhanas de clima e

    solo.

    Foram estas as primeiras levas de colonos europeus que vieram para Gois.

    Panorama Poltico

    Nas ltimas dcadas do sculo XIX, grupos locais manifestaram-se com aadministrao e responsabilizaram os Presidentes Estrangeiros pelo grandeatraso de Gois e passaram a lutar pelo nascimento de uma conscinciapoltica. Sob pretexto de afastar o Oficialismo Poltico e assim enfeixar nas mos o poder, fundaram os partidos polticos _ Liberal ( 1878 ) e Conservador

    ( 1882 ). Os jornais Tribuna Livre, Publicador Goiano, Comrcio, Goyaz, forampropulsores destas idias e interesses.

    Aps esta tomada de conscincia, verificou-se relativa mudana no panoramapoltico de Gois . Representantes prprios foram enviados Cmara Alta:Andr Augusto de Pdua Fleury, Jos Leopoldo de Bulhes Jasmim, CnegoIncio Xavier da Silva e outros.

    A consequncia de tais movimentos foi a fortificaco de grupos polticos locais,lan;ando as bases das futuras oligarquias goianas. A vida poltica de Gois naltima dcada do Imprio foi muito agitada, em decorrncia das crisesnacionais e dos choques de interesses dos grupos locais.

    Movimento Liberais e a Implantao de Repblica em Gois

    A escravido e o movimento libertrio

    A ltima iluso de ouro em Gois foram as Minas de Anicuns (1807). A falta deescravos para trabalhar nestas minas levou a aceitar o trabalho livreassalariado.

    Quando a escravido deixou de ser o fulcro da produo e pela conjunturanacional o preo do escravo ficou muito alto, os fazendeiros perceberam quepagar um trabalhador por baixo preo era mais lucrativo.

    Concomitantemente foram grassando na sociedade goiana os sentimentoshumanitrios de libertao do negro.

    Felix de Bulhes, o Castro Alves goiano.Felix de Bulhes, foi um dos goianos que mais batalhou pela libertao dosescravos. Em 1885, fundou o jornal O Libertador, que teve como principais,objetivos libertar, integrar e educar o negro no contexto social. chamado

    Castro Alves Goiano pela sua grande atuao em benefcio liberdade donegro.

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    O movimento republicano em Gois

    Em Gois, graas sua estrutura scio-econmica e cultural, as manifestaesrepublicanas foram tardias e inexpressivas.

    Guimares Natal- um republicano histrico.

    Em 1822, em decorrncia do partido Liberal Goiano, Manuel Alves de CastroSobrinho, fundou o jornal, O Bocayuva que embora tenha circulado apenassete vezes, trabalhou pelo ideal republicano. Joaguim Xavier Guimares Natal.Fez renascer o Bocayuva e batalhou pela divulgao de seus ideas, na pocadenominados Subversivos.

    Tendo como principal escopo-maior desenvolvimento de gois, lutou pelafederao, abolio liberdade de ensino, liberdade de religio, eleiesdemocraticas, etc.

    Nas pugnas eleitorais, seus candidatos no ganhavam votos. O Brasil federal(1887), foi outro jornal republicano fundado e dirigido pelo mesmo lder :Guimares Natal.

    Implantao do Regime Republicano em Gois

    Como Gois ainda no tinha telgrafo, a notcia da Proclamao da republicaaqui chegou atravs de uma carta vinda de franca,no dia 28 de novembro.

    Crises polticas e elites dominantes

    Pelo fato de ser Guimares Natal cunhado dos Bulhes, a Repblica em Goisno trouxe modificao na liderana poltica. Os Bulhes continuaram donos dopoder como na fase na qual ascendiam os liberais na rea nacional. Agora,com maior margem de mando, graas autonomia do estado oferecida pelonovo regime Federao.

    Os primeiros anos de Gois Repblica esto cobertos de lutas pelo poderpoltico. So elas, em parte, reflexo da conjuntura nacional.

    O Governo provisrio nomeou presidente do Estado Tenente Coronel BernardoVasques, que, no entanto, nem chegou a tomar posse.

    No dia 25 de Fevereiro de 1890, Gustavo Augusto da Paixo, assumiu aPresidncia do novo Estado. Os Bulhes desejosos de galgar o Executivo,embora mantendo relaes amistosas com Paixo, conseguem, atravs deCampos Salles e Francisco Glicrio, sua demisso, que se efetuou a 12 deJaneiro de 1891.

    Na impossibilidade de assumir o governo o 1 Vice- Guimares Natal, tomouposse Bernardo Antnio de Farias Albernaz ( 2. Vice ). O segundo ministrio

    do governo de Deodoro (Ministrio - Lucena) fez nova nomeao de Presidente

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    e vice Presidente para Gois Recaiu a escolha nos goianos Joo BonifcioGomes de Siqueira e Constncio Ribeiro da Maia (Grupo Fleury ).

    Empossado Joo Bonifcio a 30 de Maro de 1891, procurou administrarimparcialmente, mas velho e cansado, sofrendo presses das diferentes

    faces, renunciou no dia 19 de maio de 1891. O novo Presidente foiConstncio Ribeiro da Maia.

    Com a renncia de Deodoro (23 de novembro de 1891) o cenrio polticogoiano se transforma. Voltam ao poder os Bulhes.

    Choques entre o legislativo e o executivos geraram a primeira grande crisepoltica de Gois Repblica crise da Constituio. Gois teve duasConstituies, a dos Bulhes e a dos Fleurys. Aps a renncia de Deodoro,prevaleceu a Constituio de 1. de junho de 1891, tambm conhecida pelonome de Constituio dos Bulhes.

    Elites Dominantes - Bulhes e Jardim Caiado.Com o Marechal de Ferro no poder Central, os Bulhes consolidaram seudomnio na poltica de Gois. O grande lder desta oligarquia foi Jos Leopoldo.

    No ano de 1904, ocorreu fracionamento do grupo, sob a liderana de Xavier deAlmeida, que conseguiu afastar monentaneamente os Bulhes do poder.

    No entanto, em 1908, em decorrncia da sucesso senatorial, Gois viveuclima de intranqilidade poltica, desaguando numa revoluo (1909). Nestaluta saram vitoriosos, mais uma vez, os Bulhes, a esta altura apoiados porEugnio Jardim e Antnio Ramos Caiado, que posteriormente, se tornaramfortes como polticos no s na rea regional como na nacional.

    Maio de 1909 pode ser conhecido na histria poltica de Gois como orenascimento do mandonismo bulhnico. Foi reconhecido presidente doEstado, para o quatrinio 1910-1913, Urbano de Gouva, cunhado de JosLeopoldo; este se elegeu, mais uma vez, Senador da Repblica de Gois.Permaneceu nesta funo at o ano de 1918, quando no mais conseguiu sereeleger.

    Foram desentendimentos entre o grupo bulhnico e os Jardim- Caiado e oapoio da poltica de Hermes Fonseca a estes, que levaram a oligarquia dosBulhes derrocada.

    A partir de 1912, a elite dominante na poltica goiana, vai ser a dos Jardim-Caiado, popularmente conhecida como Caiadismo. No se incio os documentosregistram poltica Eugenista.

    Antnio Ramos Caiado fez presidente do Estado, fez deputados, se fez sempresenador da Repblica e fez aprovar leis de acordo com seu interesse poltico epessoal. Somente foi afastado do poder quando o movimento renovador de

    1930 tornou-se vitorioso. Em Gois seu grande opositor foi o mdico PedroLudovico Teixeira.

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    ComunicaesEm 1824 entrou em Gois o primeiro carro de bois, proveniente de Minas.

    O telegrafo chegado a Gois em 1891 sups um enorme avano natransmisso de notcias.

    Dois grandes inventos tinham revolucionado as comunicaes durante o sculoXIX: no setor das comunicaes martimas o navio a vapor; no setor dascomunicaes terrestres a estrada de ferro.

    Significava o transporte rpido e barato, indispensvel para o progressoeconmico e social. Mas somente chegou a Gois em 1913.

    Embora um grande avano para a s comunicaes com o exterior, os 300Km,de estrada de ferro no poderiam significar grande coisa para um Estado demais de 600.000 quilmetros quadrados.

    No sculo XX, um novo invento veio revolucionar os transportes: o automvel.O primeiro automvel parece ter chegado a Gois em 1907. A primeira estradade rodagem foi inaugurada em 1921. O progresso neste sentido foi tambmlento: em 1930 o movimento de veculos nesta estrada, a principal do Estado,era de apenas dez por dia, entre carros e caminhes.

    PopulaoA populao do Estado aumentava rapidamente. O censo de 1900 deu a Goisuma populao de 255.284 habitantes; e o de 1920, registrou 511.919. Aregio mais povoada era o sudeste, pela maior proximidade do TringuloMineiro e presena da Estrada de Ferro. Catalo com 35 mil habitantes era em1920 o municpio com maior populao.

    Felix de Bulhes EconomiaA economia era uma economia quase exclusivamente de subsistncia; aproduo era local e para o consumo, sendo muito pequeno o comrcio internoe a circulao monetria.

    A grande massa da populao trabalhava na agricultura. A criao de gadoera, contudo, o setor mais dinmico da economia, por ser o gado em p o

    produto de mais fcil exportao e quase o nico exportado em quantidadeaprecivel.

    Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas asexportaes e 27,69% da arrecadao total do Estado.

    Com a construo da Estrada de Ferro, a produo de arroz para a exportaoaumentou rapidamente; no perodo 1928-1932, a exportao de arroz jalcanava a metade do valor da exportao de gado.

    Tambm crescia a exportao de caf. A indstria e os servios continuavam

    sendo atividades economicamente pouco significativas. A economia em seuconjunto continuava, pois, sendo uma economia de subsistncia. A escassez

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    de moeda e meios de pagamento, a inexistncia de vida urbana, e a dificuldadede comunicaes impedia a produo para o exterior mediante a exportao.Gois no perodo da Repblica Velha, permaneceu estagnado.

    Governo: Administrao

    No aspecto poltico, o governo tinha sua autonomia bastante reduzida pelaprepotncia local dos coronis no interior. Quase poderamosdizer que ogoverno s exercia sua jurisdio plenamente na capital; os coronis, o vigrioe o juiz eram mantenedores da ordem social.

    As distncias, a pobreza de meios econmicos, a carncia de um corpo defuncionrios adequado so as causas do enfraquecimento do poder central doEstado.

    Outra caracterstica, talvez ainda mais importante, do poder pblico nestapoca a limitao dos objetivos do governo. Neste aspecto, os governos de

    Gois at a revoluo de 1930 esto muita mais prximos do tipo de governocolonial que dos governos atuais.

    Junto aos deveres fundamentais da ordem e da legalidade, pouco a pouco, ia-se desenvolvendo em Gois a conscincia de que era uma obrigao dogoverno cooperar no ensino, preocupar-se das comunicaes, velar pelasade pblica, etc.

    Mas estas eram por parte do governo preocupaes ainda remotas, e por partedo povo exigncias por muito poucos formuladas. A transformao do conceitoe do mbito de ao do poder pblico, que uma das revolues maisprofundas operadas durante a histria contempornea, s comeariam amanifestar-se em Gois em decorrncia da revoluo de 1930, que vitoriosa nombito nacional, lanou seus frutos positivos em Gois.

    Revoluo de 30 em GoisA revoluo de 30 foi uma revoluo importada em Gois. Nem poderia seroutra maneira. Ela no foi uma revoluo popular, nem se quer uma revoluode minorias com objetivos sociais. Foi portanto, uma revoluo feita por gruposheterogneos da classe dominante descontente(Minas Rio Grande do Sul),demilitares (Grupos tenentista) e das classes mdias, sem uma ideologia

    determinada.Em Gois a revoluo teve como ponto de apoio parte da classe dominantedescontente. A falta de comunicaes acentuava a impossibilidade dosurgimento de uma oposio organizada.

    Os pequenos ncleos de oposio, que se tinham formado durante ltimadcada (em Rio Verde e Inhumas e Anpolis), eram mais expresso depersonalidades descontente que uma verdadeira oposio.

    As eleies eram totalmente controladas pelo Governo(o que tirava toda

    esperana de derrubar o governo por meios legais). E a ao da policia militar,

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    tornando a vida difcil para os oposicionistas mais recalcitrantes, completam aexplicao da inexistncia de uma oposio consistente em Gois.

    A crise do 29, que foi o catalizador de todos os descontentamentos para fazereclodir a revoluo, no fez sentir efeitos aqui por falta de uma economia

    organizada e dependente de um ativo comrcio.

    Por todas estas razes, a participao efetiva de Gois na revoluo limitou-se ao pessoal do Dr. Pedro Ludovico. Ao explodir a revoluo a 4 de Outubrode 1930, reuniu um grupo de 120 Voluntrios no tringulo Mineiro, com queintentou invadir a regio do Sudoeste de Gois.

    Pedro Ludovico preso. Logo depois a revoluo triunfava no resto do Pas.Uma coluna procedente de Paracatu, comandada pelo coronel Quintino Vargaschegou at a cidade de Gois e o mdico mineiro Carlos Pinheiro Chagastomou o poder.

    Governo revolucionrioA revoluo colocou em Gois um governo provisrio composto de trsmembros: entre eles estava, o Dr. Pedro Ludovico. Trs semanas depois, foinomeado interventor ,imaginou durante 15 anos Pedro Ludovico governariapessoalmente Gois.

    A revoluo no provocou nenhuma mudana social, no campo poltico ummovimento moralizador: a comisso. A comisso de sindicncia devia apuraros crimes contra o patrimnio do Estado, a coao contra os elementosLiberais, a violncia e abuso de autoridade e fraude nas eleies.

    Com respeito a este objetivos, a revoluo trouxe para Gois uma revoluopoltica. Muitos jovens, politicamente novos, mais desinteressados e ansiososem trabalhar pelo progresso do Estado, passaram a ocupar os ,cargos degoverno. Mas os longos anos de ditadura, haveriam de seguir-se.

    H um aspecto, contudo, em que as transformaes foram profundas edecisivas: o estilo de governo. O governo passou a propor-se como objetivoprimeiro de sua gesto, a soluo dos problemas do Estado em todas asordens, dando especial nfase ao problema do desenvolvimento, exemplos:

    transporte, educao, sade pblica, exportao. O grande empreendimentodo Estado, foi a construo de Goinia.

    O Problema da Mudana da CapitalJ desde os princpios tempos da histria de Gois, localizao da capital tinhaconstitudo um problema: o primeiro governador de Gois, Conde dos Arcos,respondendo a uma consulta do governo portugus, informa que o translado dacapital de Vila Boa (Cidade de Gois) para Meia Ponte (Pirenpolis) seriabastante benfico para a Capitania, pois o clima de Vila Boa e sua situaogeogrfica eram muito inferiores aos de Pirenpolis.

    Estas acusaes contra a cidade de Gois, a insalubridade de seu clima e suam localizao para servir de centro administrativo da Provncia e depois do

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    Estado, foram vrias vezes repetidas durante o sculo XIX, por algunsPresidentes.

    Contudo, Gois continuava sendo a capital. As razes que se opunham mudana da capital eram:

    1) de parte do governo: o gasto pblico que isto suporia, todos os edifciospblicos teriam de ser construdos de novo; haveria que empregargrandes somas na construo da nova capital e o governo estadual erato pobre que no podia pensar em gasto algum extraordinrio.

    2) de parte da populao: a oposio composta tanto por motivossentimentais, como pelo prejuzo econmico que se teria da mudana. Adesvalorizao das casas, dos negcios e das terras era temida portodos.

    Por isso a mudana no poderia processar-se em tempos normais, a oposioera demasiado forte. S uma transformao violenta das estruturas polticaspoderia reabrir o problema da mudana.

    Foi o que aconteceu com a revoluo de 30.

    Influncia do Movimento de 30 no Ideal MudancistaA situao do novo governo, nascido da revoluo, era radicalmente diferentecom respeito ao problema da mudana da capital.

    A cidade de Gois era o centro de poder da oligarquia deposta pela revoluo trasladar a capital para outro lugar reforava o novo governo do ponto devista poltico e psicolgico.

    No havia que temer a oposio, pois o governo revolucionrio nem dependiados votos dos eleitores, nem devia favores aos governos passados. Para criaruma nova era nenhum smbolo melhor que criar uma nova capital.

    Em junho de 1932, Pedro Ludovico, declarou publicamente que o problema datransferncia da capital estava sendo estudado e seria resolvido em breve.

    Em outubro, j viajava para o Rio buscando apoio poltico e financeiro dogoverno federal construo da nova capital.

    Etapas da Construo de GoiniaA mudana da capital no era apenas um problema na vida de Gois. Eratambm a chave, o comeo de soluo de todos os demais problemas.

    A 24 de outubro como homenagem revoluo teve lugar o lanamento daprimeira pedra. A partir deste momento, a construo progrediu rapidamente.

    A 7 de novembro de 1935, realizou-se a mudana provisria: o governador

    Pedro Ludovico deixou Gois, para fixar sua residncia em Goinia.

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    Em Gois, ficaram ainda a Cmara e o Judicirio. A mudana definitiva, tevelugar em 1937, quando os principais edifcios pblicos j estavam concludos.

    Cinco anos depois, em julho de 1942, foi realizado o batismo cultural deGoinia, com grandes festas e a celebrao de vrios congressos de ordem

    nacional.

    A cidade contava com mais de 15.000 habitantes, o dobro que a cidade deGois com seus 200 anos.

    Goinia e Desenvolvimento de GoisO problema do desenvolvimento muito mais complexo e de muito mais lentasoluo do que supunham os homens da Revoluo de 30.

    Em 1942, com efeito, Goinia, chave do desenvolvimento geral de todo oEstado, era uma cidade perfeitamente estabelecida, e o oramento estadual

    subia j a 26.000 contos (mais de cinco vezes o oramento de 1930), mas odesenvolvimento do Estado estava longe de ser satisfatrio. Para tomar umnico ndice: o censo de 1940 constatou que entre 563.262 pessoas de maisde 10 anos, s 148.937 sabiam ler e escrever.

    As comunicaes, a sade, a instruo, a carncia de indstria, a baixaprodutividade na agricultura e na pecuria, a descapitalizao da economia, aestrutura da propriedade etc., etc., eram problemas ainda intactos, trabalhopara vrias geraes.

    A Construo de Goinia, promoveu a abertura de novas estradas, tornando-secentro de ligao dentro do Estado e com outros Estados: favoreceu aimigrao, e consequentemente o povoamento, acelerando a colonizao doMato Grosso goiano, zona de grande riqueza agrcola; criou o primeiro centrourbano, que se no chegou a constituir-se em centro industrial comoesperava os construtores.

    Por isso, a Revoluo de 30 e construo de Goinia, podem ser tomadoscomo marco de uma nova etapa histrica para Gois.

    Gois Atualidade: 1940 1970

    I - A PopulaoA alta taxa de natalidade da populao do Estado e o aumento da imigraodeterminaram, neste perodo, que o crescimento da populao se processassenum ritmo acelerado.

    A imigrao, durante esta dcada 1940-1950, tambm alcanou um elevadondice, que determinou, somado ao aumento vegetativo, um crescimentoglobal, um crescimento global da populao de 3,9% anual.

    Mais rpido ainda foi o crescimento da populao na dcada seguinte,

    alcanando a taxa de 4,9%. Os fatores que influram fortemente foram: aconstruo de Braslia e a diminuio do ndice de natalidade.

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    Em 1970 a populao de Gois se aproximava j dos trs milhes. Estesdados indicam que a populao de Gois se multiplicou por seis nos ltimoscinqenta anos.

    II - Distribuio da Populao

    Na realidade, a distribuio da populao muito desigual, quase a metade doEstado tem uma densidade entre 1 e 2 hab./Km2.

    As regies homogneas formadas de Norte e Sul. Pois bem, as oito primeirasmicro- regies com 61% do territrio tem apenas 27% da populao, enquantoo Mato Grosso Goiano, dcima regio, concentra mais de um tero dapopulao do Estado com 28,69hab./Km2.

    Tambm apresentam uma forte concentrao populacional as trs regies doextremo sul: Meia Ponte (7,8hab/Km2, Sudoeste Goiano (6,4) e Paranaba(8,79).

    As vias de comunicao e a proximidade maior ou menor dos grandes centroseconmicos tem determinado uma distribuio da populao totalmentediferente causada pela minerao no sculo XVIII, e pela pecuria no sculoXIX.

    III - UrbanizaoO processo de urbanizao foi acelerado com a revoluo industrial. Aconcentrao de mo-de-obra para as indstrias determina o crescimentorpido das cidades.

    Em Gois o censo de 1940, que foi o primeiro em fazer a distino entrepopulao urbana e rural, dava para o Estado 14,6% de populao urbana erural, dava para o Estado 14,6% de populao urbana 85,4% rural. Devemosnotar, contudo, que o ndice de ruralidade era ainda bastante mais elevado,pois o critrio adotado pelo IBGE de considerar populao urbana a residentena sede dos municpios computa como urbana a populao de pequenascidades e vilas. Apesar disto, havia municpios, como Goiatuba, onde o ndicede ruralidade subia at 97,12%. S quatro cidades passavam dos 7 milhabitantes (Goinia, 15 mil, Anpolis, 9.500, Gois, 8 mil e Ipameri 7 mil) eoutros quatro (Rio Verde, Silvnia, Catalo e Piracanjuba) excediam em

    poucos os trs mil.IV - Economia: Predomnio do Setor RuralDa populao economicamente ativa, 83,69% estavam ocupados em 1950 nosetor primrio, em sistema de trabalho rudimentar: 4,17% no setorsecundrio, e ainda incipiente: e 12,14% no setor tercirio.

    A indstria continua sendo de pouca expresso em Gois para a formao deriqueza e oferecimento de empregos: sua participao na renda estadual quatro vezes menor que a mdia nacional.

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    A agricultura e a pecuria, representam, 57% e 40% respectivamente do setorprimrio. A agro-pecuria concentra 69% da mo-de-obra total. A agricultura doEstado se baseia em trs produtos principais: arroz, milho e feijo.

    V - Governo: Administrao

    O governo Mauro Borges foi o primeiro a propor-se como diretriz de ao umPlano de Desenvolvimento Econmico de Gois abrangendo todas as reas:agricultura e pecuria, transportes e comunicaes, energia eltrica, educaoe cultura, sade e assistncia social, levantamento de recursos naturais,turismo, aperfeioamento e atualizao das atividades do Estado.

    Governo Mauro Borges levou a cabo a Reforma Administrativa. Essa reformacriava, paralelamente ao corpo administrativo do Estado, propriamente dito, osservios estatais autnomos e paraestatais.

    As autarquias permanecem unidas ao governo atravs, das secretarias eparticipam do oramento estatal. As mais importantes so: CERNE, OSEGO,EFORMAGO, CAIXEGO, IPASGO, SUPLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, IDAGO,DERGO, DETELGO...

    Governo da Revoluo.Em primeiro lugar uma das razes da queda do governador foi porque eletocou o ponto crucial, ele criou a Metago. A Metago foi entregue ao CapitoMarcus Fleury, antigo chefe do SNI em gois e brano direito da Represso noEstado.

    O que fizeram os Governos da Revoluo em Gois ? Visando eleger osucessor, Ribas Jnior fez um governo visando o empreguismo e aumento dofuncionalismo. Nomeuo praticamente todo mundo em Gois.

    Turismo

    Uma das mais importante das atraes turstica de Gois CaldasNovas amaior reserva hidrotermal do mundo, localizada a 170 quilmetro de Goinia.Apresenta 30 fontes de gua termais, alm de uma lagoa (Pirapitinga ) de guaquente. No sop da serra de Caldas, encontra- se a Pousada do Rio Quente

    Anpolis - , depois de Goinia, a cidade mais importante do Estado. Estsituada entre duas importantes capitais: Braslia e Goinia. considerada acapital econmica do Estado devido grande qualidade de indstrias.

    Cachoeira Dourada Alm a Usina Hidreltrica, a Cachoeira Dourada tambm um dos pontos tursticos mais visitados do Estado. Logo abaixo daCachoeira Dourada (Itumbiara ) encontra- se o Canal de So Simo, quetambm atrao turstica.

    Parana A cidade apresenta belos monumentos erigidos pelo tempo e pelo

    vento, no dorso da serra Paredo.

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    Pirenpolis A cidade apresenta uma srie de atraes tursticas, destacado-se a Cavalhada, que realizada junto com a Festa do Esprito Santo. H oestrondo da Roqueira, a serra dos Pirineus, a famosa Penso do Padre Rosa,alm das arquitetura colonial de suas casas e igrejas.

    Gois Essa antiga cidade oferece aos turistas: os muros de pedra feitos pelosescravos, os sobrados coloniais, o Largo do Chafariz, a Casa da Fundio, olargo da Boa Morte, o Palcio Conde dos Arcos, a cruz do Anhangera (ummarco deixado pelas bandeiras ), o Chafariz da Carioca e muitas outrasatraes. A cidade de Gois, foi a primeira capital do Estado do mesmo nome.Gois, antiga Vila Boa, foi fundada em 1725 por Bartolomeu Bueno da Silva, ofilho.

    Geologia e relevo.

    A maior parte do territrio goiano se caracteriza pelo relevo suave daschapadas e chapades, entre 300 e 900m de altitude. Consiste de grandessuperfcies aplainadas, talhadas em rochas cristalinas e sedimentares. Cincounidades compem o quadro morfolgico goiano: (1) o alto planalto cristalino;(2) o planalto cristalino do rio Araguaia-Tocantins; (3) o planalto sedimentar doSo Francisco; (4) o planalto sedimentar do Paran; e (5) a plancie aluvial domdio Araguaia.

    O alto planalto cristalino situa-se na poro leste de Gois. Com mais de milmetros de altitude em alguns pontos, forma o divisor de guas entre as baciasdo Paranaba e do Tocantins. a mais elevada unidade de relevo de toda aregio Centro-Oeste. O planalto cristalino do Araguaia-Tocantins ocupa o nortedo estado. Tem altitudes mais reduzidas, em geral de 300 a 600m. O planaltosedimentar do So Francisco, representada pela serra Geral de Gois (nopassado dito "Espigo Mestre"), vasto chapado arentico, caracteriza a regionordeste do estado, na regio limtrofe com a Bahia. O planalto sedimentar doParan, extremo sudoeste do estado, constitudo por camadas sedimentarese baslticas ligeiramente inclinadas, de que resulta um relevo de grandesplanuras escalonadas. A plancie aluvial do mdio Araguaia, na regio limtrofede Gois e Mato Grosso, tem o carter de ampla plancie de inundao, sujeitaa deposio peridica de aluvies.

    Clima.

    Dois tipos climticos caracterizam o estado de Gois: o tropical, com vereschuvosos e invernos secos; e o tropical de altitude. O primeiro domina a maiorparte do estado. As temperaturas mdias anuais variam entre 23o C, ao norte,e 20o C, ao sul. Os totais pluviomtricos oscilam entre 1.800mm, a oeste, e1.500mm, a leste, com forte contraste entre os meses de inverno, secos, e osde vero, chuvosos.

    O clima tropical de altitude aparece apenas na regio do alto planalto cristalino

    (rea de Anpolis, Goinia e Distrito Federal), onde, por efeito da maioraltitude, se registram temperaturas em geral mais baixas, embora o regime

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    pluvial conserve a mesma oposio entre as estaes chuvosa de vero e secade inverno.

    Hidrografia.

    A rede hidrogrfica divide-se em duas bacias: uma delas formada pelos riosque drenam para o rio Paran; a outra, pelos que escoam para o Tocantins oupara seu afluente, o Araguaia. O divisor de guas entre as duas bacias passapelo centro do estado e o atravessa de leste a oeste. O limite oriental de Goissegue o divisor de guas entre as bacias dos rios Tocantins e So Francisco eo divisor de guas entre as bacias do Tocantins e do Paranaba. Todos os riosapresentam regime tropical, com cheias no semestre de vero, estaochuvosa.

    Flora e fauna.

    A maior parte do territrio de Gois recoberta por vegetao caracterstica docerrado. As matas, embora pouco desenvolvidas espacialmente, tm grandeimportncia econmica para o estado, de vez que constituem as reaspreferidas para a agricultura, em virtude da maior fertilidade do solo, emcomparao com os solos do cerrado. A principal mancha florestal do estadose encontra no centro-norte, na regio chamada do Mato Grosso de Gois,situada a oeste de Anpolis e Goinia. Essa rea florestal de granderelevncia econmica porque apresenta solos frteis, derivados de rochasefusivas. Entre as espcies vegetais predominantes esto o jatob, a palmeiraguariroba, que fornece um palmito amargo muito apreciado no estado, o leovermelho, ou copaba, o jacarand e a canela.

    Outras manchas florestais ocorrem nos vales dos rios Paranaba, ao sul;Tocantins, a leste; e Araguaia, a oeste. Boa parte dessas matas, especialmenteno vale do rio Araguaia, assume uma forma de transio entre o cerrado e afloresta denominada cerrado. Ocorrem a espcies arbreas freqentes narea do Mato Grosso de Gois e outras, como o angico, a aroeira e a sucupira-vermelha. Nas reas dominadas pelo cerrado ocorrem as espcies tpicas:lixeira, lobeira, pau-terra, pequi, pau-de-colher-de-vaqueiro, pau-de-santo,barbatimo, quineira-branca e mangabeira.

    A fauna de Gois tem diversas espcies ameaadas de extino, quer pela

    ao predatria dos caadores, quer pelas queimadas e pelo envenenamentodo solo com agrotxicos. Esto entre elas o lobo-guar, o cachorro-do-mato-vinagre, o tamandu-bandeira, o veado-campeiro, o tatu-canastra, a ariranha eo cervo. Outras espcies so a paca, a anta, o tatu-peludo, o tatu-galinha, otamandu-mirim, a lontra, o cachorro-do-mato, a raposa-do-campo, a capivara,a ona, a suuarana, a ona-pintada, o bugio, a jaguatirica e diversos tipos deserpentes, como a sucuri e a jibia. Tambm entre as aves h espcies emextino, como o tucano-rei, o urubu-rei e a arara-canind. H ainda vriasespcies de tucanos e araras, alm de perdizes, emas, codornas, patos-selvagens, pombas-de-bando, pombas-trocazes, jas, mutuns e siriemas.

    Populao

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    A regio Centro-Oeste caracteriza-se pela baixa concentrao demogrfica. Noentanto, a partir da implantao de Braslia e da descoberta dos cerrados comonova fronteira econmica, em etapas diferentes, dirigiram-se para Goisgrandes fluxos de migrantes, sobretudo das cidades muito populosas ou dasregies mais pobres do pas, em busca de ocupao ou de novas opes de

    vida. A ocupao de mo-de-obra na montagem da infra-estrutura do estado --rodovias e hidreltricas -- e na instalao de novas indstrias permitiu que essaocupao se desse de maneira mais organizada, sem formar os bolses demisria e de populaes marginais tpicos das grandes capitais brasileiras.Com o desmembramento que deu origem ao estado de Tocantins, em 1988, apopulao de Gois reduziu-se, mas manteve suas taxas de crescimento e dedensidade demogrfica. Verifica-se maior concentrao populacional na regiocentral do estado, a oeste do Distrito Federal.

    A palavra Gois, originada do tupi, que designa a noo de "pessoas iguais, damesma raa, parentes", bem se aplica solidariedade e ao esprito comunitrio

    do povo goiano, comprovados pelas obras sociais abundantes em praticamentetodas as cidades do estado, destinadas a socorrer a populao carente.

    Economia

    Agricultura e pecuria.

    O setor agropecurio tem sido tradicionalmente a base da economia goiana.Nas trs ltimas dcadas do sculo XX, Gois foi uma das regies de fronteiraagrcola mais expressivas do pas. Em muitas culturas, como soja, milho, arroz,feijo, tornou-se, naquele perodo, um dos maiores produtores do pas. Aprincipal rea agrcola e pastoril do estado a regio do Mato Grosso deGois, onde se pratica uma agricultura diversificada, com arroz, milho, soja,feijo, algodo e mandioca.

    Apesar de possuir o segundo rebanho do pas, Gois observa uma tradio debaixa produtividade, tanto em nvel de fertilidade quanto de idade de abate dosanimais, idade de primeira pario e produo leiteira. A bovinocultura de corterepresenta um segmento de importncia fundamental para a economia doestado, tanto como fonte de divisas, pelos excedentes exportveis, quanto peloexpressivo contingente de mo-de-obra ocupado nessa atividade. Nos pastos

    plantados em antigos terrenos florestais (invernadas) engordam-se bovinos,criados nas reas de cerrado, e mantm-se um rebanho de gado leiteiro. Ovale do Paranaba a segunda regio econmica de Gois e maior produtorade arroz e abacaxi. Cultivam-se tambm milho, soja, feijo e mandioca. grande o rebanho de leite e corte.

    A soja o principal produto agrcola do estado.

    Introduzida em 1980, a cultura foi aperfeioada pela obteno de sementesadaptadas ao cerrado e aplicao de calcrio e outros elementos paracombater a acidez do solo. Com o lanamento de novas variedades de gros

    mais resistentes armazenagem e s pragas, registrou-se forte aumento deprodutividade. A cultura do milho geralmente associada criao de sunos e

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    ao plantio de feijo. A cana-de-acar e a mandioca tm carter de lavouras desubsistncia e servem ao fabrico de farinha, aguardente e rapadura. Oextrativismo vegetal inclui babau, casca de angico, pequi e explorao demadeira, principalmente mogno.

    Energia e minerao.

    A produo e distribuio de energia eltrica no estado est a cargo dasCentrais Eltricas de Gois (Celg). As principais usinas hidreltricas do estadoso Cachoeira Dourada, So Domingos, ambas da Celg, Serra da Mesa eCorumb I, ambas de Furnas. Parte da energia produzida por Furnas supere oDistrito Federal e a regio Sudeste.

    No subsolo de todo o estado existem importantes jazidas de calcrio, jmedidas e em condies de abastecer todos os municpios goianos, seja qualfor o ritmo de crescimento do mercado de corretivos do solo. H ainda jazidas

    considerveis de ardsia, amianto, nquel, cobre, pirocloro, rutilo e argila, almde quantidades menores de mangans, dolomita, estanho, talco e cromita.Encontram-se ainda ouro, cristal-de-rocha, pedras preciosas (esmeraldas) epedras semipreciosas. O estado possui excelente infra-estrutura para extraode minerais no ferrosos, principalmente ouro, gemas, fosfato e calcrio, almde minrios estratgicos, como titnio e terras raras.

    Indstria.

    Para tirar partido de sua vocao agrcola e de seus recursos minerais, aindstria goiana concentrou suas atividades inicialmente em bens de consumono durveis e, a partir da dcada de 1970, nos bens intermedirios e naindstria extrativa. Em meados da dcada de 1990, o desenvolvimentoindustrial goiano era ainda incipiente, vulnervel aos constantes impactosnegativos da conjuntura econmica nacional. Tal fragilidade reduziasignificativamente o dinamismo do setor secundrio, incapaz de beneficiar-sedevidamente das vantagens proporcionadas pela agropecuria e pelasimensas reservas minerais. Observava-se, porm, uma tendncia diversificao, principalmente em setores da siderurgia.

    Aumentaram consideravelmente os setores da indstria extrativa e da

    produo de minerais no-metlicos, bens de capital e bens de consumodurveis. Um dos principais ramos industriais do estado, que, no entanto, noacompanhou a tendncia ascendente dos outros setores nas trs ltimasdcadas do sculo XX, foi o da produo de alimentos -- fabricao delaticnios, beneficiamento de produtos agrcolas e abate de animais --concentrado nas cidades de Goinia, Anpolis e Itumbiara. Setores novosdinamizaram-se nesse mesmo perodo, como as indstrias metalrgica,qumica, txtil, de bebidas, de vesturio, de madeira, editorial e grfica. Umelemento coadjuvante de grande importncia ao crescimento econmico foi aimplantao dos distritos industriais, nos municpios de Anpolis, Itumbiara,Catalo, So Simo, Aparecida de Goinia, Mineiros, Luzinia, Ipameri,

    Goianira, Posse, Porangatu, Ipor e Santo Antnio do Descoberto.

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    Transporte e comunicaes.

    Na dcada de 1970, em consonncia com as diretrizes federais, o estado deGois iniciou a implantao dos primeiros corredores de exportao, conceitoque definiu rotas de transporte destinadas a ligar as reas produtivas a algum

    porto, com prioridade para os excedentes agrcolas. Posteriormente, essasdiretrizes foram aplicadas ao abastecimento, visando a articular os sistemas dearmazenagem e escoamento de uma determinada rea geogrfica, de forma aadequar os fluxos das fontes de produo at os centros de consumo outerminais de embarque, com destino ao mercado externo ou a outras regiesdo pas. No estado de Gois estabeleceu-se uma rede rodoviria capaz de darsustentao ao transporte das regies produtoras de gros e minerais para ospontos de captao de cargas ferrovirias de Goinia, Anpolis, Braslia, Piresdo Rio e Catalo.

    Tal como ocorreu no restante do pas, o transporte ferrovirio e fluvial em

    Gois foi relegado a segundo plano, devido opo pelo transporte rodovirio.Na rea de influncia do corredor de exportao goiano, os principais troncosutilizados para atingir os pontos de transbordo ferrovirio, sobretudo para asoja e o farelo, so: a BR-153, principal eixo de escoamento do norte de Goise de Tocantins, interligado ao ponto de transbordo rodo-ferrovirio de Anpolis;a GO-060, que liga Aragaras a Goinia, numa distncia de 388km; a BR-020,que liga o nordeste de Gois regio oeste da Bahia e a Braslia, onde estinstalado outro ponto de transbordo; a BR-060, que liga Santa Rita doAraguaia/Rio Verde a Goinia; a BR-452, que liga Rio Verde a Itumbiara,importante centro produtor e beneficiador de gros, e segue at UberlndiaMG, onde est instalada uma rede de armazenagem de grande capacidade; ea BR-364-365, que liga Jata a Uberlndia e atravessa a cidade de So Simo,outra opo para o escoamento da produo do sudoeste goiano.

    Os jornais de maior circulao so O Popular, a Tribuna de Gois, o DirioOficial do Estado e o Dirio do Municpio, em Goinia. Em Anpolis, circulam AImprensa e Tribuna de Anpolis; na antiga capital, Gois, circula o Cidade deGois. H vrias emissoras de rdio em AM e FM. A principal emissora deteleviso a TV Anhangera, pertencente Organizao Jaime Cmara.

    Histria

    Quase um sculo aps o descobrimento do Brasil, os colonizadoresportugueses trilharam pela primeira vez as terras de Gois. Ficaram famosas,entre outras, as expedies de Domingos Rodrigues (1596), Belchior DiasCarneiro (1607), Antnio Pedroso de Alvarenga (1615) e Manuel CamposBicudo (1673), alm da mais famosa, a de Bartolomeu Bueno da Silva, comseu filho de igual nome, ento com apenas 12 anos de idade. Bueno encontrouem pleno serto a bandeira de Manuel Campos Bicudo, que conduzia presosndios da nao dos aras, cuja rea parecera ao bandeiranteextraordinariamente rica em minas de ouro. De acordo com as indicaes deBicudo, para ali seguiu Bartolomeu Bueno, que aprisionou os silvcolas

    restantes e colheu muitas pepitas de ouro.

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    Parece datar dessa poca o episdio segundo o qual Bueno pedira aos ndiosque lhe mostrassem o lugar de onde retiravam o ouro empregado em seusadornos. Diante da negativa, o bandeirante despejou aguardente numrecipiente e queimou-a, dizendo aos selvagens que o mesmo faria com a guade todos os rios e nascentes, matando-os de sede, se no lhe fosse mostrada

    a mina. Apavorados, os ndios levaram-no jazida e passaram a cham-lo deAnhangera, que significa "diabo velho", nome com que Bueno e seu filhopassaram histria. Depois disso, graas ao sucesso da expedio doAnhangera e de novas iniciativas dos reis portugueses para a descoberta dasriquezas do subsolo brasileiro, foram muitas as bandeiras que cortaram, emtodas as direes, as paragens goianas, algumas delas provenientes doMaranho.

    O objetivo das bandeiras era unicamente o descobrimento e a cata do ouro eoutros metais preciosos, pois na poca um breve papal condenara aescravizao do ndio, talvez por influncia das inmeras expedies religiosas

    que penetraram o solo goiano, a comear pela do frei Cristvo de Lisboa, quefundou uma misso religiosa na rea do Tocantins (1625). As entradas ebandeiras culminaram com a expedio de Bartolomeu Bueno da Silva, osegundo Anhangera, que em 1720, juntamente com seus cunhados JooLeite Ortiz e Domingos Rodrigues do Prado, requereu a Joo V licena parapenetrar os altos sertes e avanar pelos centros da Amrica, em busca deminas de ouro, prata e pedras preciosas. Pedia em troca a munificncia realdas passagens dos rios que encontrassem.

    No ano seguinte, o capito-general de So Paulo, D. Rodrigo Csar deMeneses, mandou chamar Bueno e estabeleceu com ele o ajuste de umabandeira para localizao e explorao da mina de ouro descoberta por seupai. Em pouco tempo, Bueno arregimentou uma poderosa bandeira, que partiude So Paulo em 3 de setembro de 1722, tomou o rumo do rio Grande ecaminhou, sem encontrar tropeos, at o rio Paranaba. Feita a travessia,desviou-se para o nordeste, pelo espigo do rio So Marcos, e foi atingir alagoa Mestre dArmas, poucos quilmetros acima do local onde hoje se ergueBraslia. Em seguida, rompeu o divisor das guas, foi ter s margens do rioMaranho, ponto onde se cindiu a bandeira: parte dos seus integrantes desceupelo grande rio, enquanto Bartolomeu Bueno e seus seguidores caminharampara o sudoeste, procura da regio dos goiases.

    Em 21 de outubro de 1723, aps mais de trs anos nos chapades, serras ematas, quando o governo paulista j cogitava de mandar uma expedio emseu socorro, Bueno regressou e foi exibir a D. Rodrigo amostras de ouro devrias minas descobertas.

    Febre do ouro.

    A notcia da faanha do Anhangera levou milhares de brasileiros aenveredarem serto adentro. Imediatamente, o capito-general de So Paulocomunicou o fato a D. Joo V, que respondeu com carta rgia de 29 de abril de

    1726, na qual deferia todos os pedidos formulados pelos descobridores. Comodecorrncia, D. Rodrigo Csar de Meneses passou a Bueno e a seu cunhado

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    Joo Leite Ortiz a carta de sesmaria de 2 de julho de 1726, dando-lhes o direitodas passagens de vrios rios existentes no itinerrio feito, bem como seislguas de terras de testada margem dos mesmos rios.

    Munido de tais privilgios, Bueno retornou em seguida a Gois e parou num

    stio prximo serra Dourada, onde encontrou diversas minas e fundou oprimeiro povoado em terras goianas, com o nome de Barra, hoje Buenolndia.Achadas depois, a pouca distncia, minas mais copiosas, para l setransportaram os moradores de Barra e fundaram, em 26 de julho de 1727, oarraial de SantAna, que mais tarde (1739) tomaria o nome de Vila Boa,corruptela de Vila Bueno, ncleo da cidade de Gois, sede do governo dacapitania.

    Em 1728 Bartolomeu Bueno assumiu as funes de superintendente-geral dasminas de Gois, cabendo-lhe a administrao da justia civil, criminal e militar.Ficava assim constituda a primeira organizao poltico-administrativa das

    terras at ento habitadas pelos selvagens. medida que se iam descobrindooutras regies aurferas, novos povoados se erguiam: Meia Ponte (hojePirenpolis), Ouro Fino, Santa Rita de Anta, Santa Cruz, Crixs, So Jos,gua Quente e Traras.

    No final de 1733, em virtude de intrigas polticas entre o governo de So Pauloe o reino, Bueno foi destitudo de suas funes e substitudo por Gregrio Diasda Silva. A chegada do novo superintendente a Gois coincidiu com odescobrimento de importantes jazidas, mas a implantao do imposto porcapitao em vez dos antigos quintos deu motivo a graves motins e revoltas,sobretudo nas minas do Norte.

    Domnio paulista.

    Durante meio sculo (1730-1782) houve um s caminho para Gois, o dasbandeiras paulistas. Estabeleceu-se, em 1736, comunicao regular de VilaBoa com o litoral sul, atravs de Paracatu e So Joo del Rei, em MinasGerais, at o Rio de Janeiro. A explorao das minas foi entregue aospaulistas, que dominaram a regio e se estabeleceram no alto do Tocantins,predominando no mdio Tocantins os contingentes humanos oriundos do norte.A interrupo da navegao acarretou o truncamento das relaes entre o

    centro e o norte e a decadncia de grande parte das povoaes surgidas nazona dos afluentes do Tocantins.

    A sociedade que se estruturou nas minas caracterizou-se pelo relaxamento doscostumes e pela violncia. Fugitivos por dvidas ou por passado criminal ali serefugiaram. Eram raros os casamentos, e predominavam, ao longo do perodocolonial, as ligaes livres. O grande nmero de escravos, calculado entre13.000 e 14.000 no ano de 1736, e a falta de mulheres brancas, conduziram natural miscigenao com as negras. Assim, no final do sculo XVIII, osbrancos representavam a minoria no contexto populacional (7.200 num total decinqenta mil habitantes), enquanto os mulatos constituam 31% e os escravos,

    41%. A populao mameluca era inexpressiva, em conseqncia dasrestries legais ao amancebamento entre brancos e indgenas, e porque o

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    dio e ressentimento gerados pela resistncia do nativo escravizaoimpediram a miscigenao.

    Capitania de Gois. S em 9 de maio de 1748, D. Joo V desmembrou dogoverno de So Paulo o territrio goiano e instituiu a capitania, para a qual

    nomeou, como governador, D. Marcos de Noronha, ex-governador dePernambuco e futuro conde dos Arcos. Por esse tempo j se esgotavam asjazidas de ouro, que, se antes era encontrado quase superfcie, agorarecuava para o subsolo e para as correntes fluviais, tornando-se de captaodifcil. Decaa, dessa forma, a atividade mineira, que durante vinte anos deralucros fabulosos coroa portuguesa. Com o objetivo de disciplinar a mineraoe evitar o esgotamento das jazidas, D. Marcos instituiu novo sistema dearrecadao, restringiu as despesas e construiu as casas de fundio das vilasde Gois e So Flix.

    Em 1754 sucedeu-lhe na administrao Jos Xavier Botelho Tvora, conde de

    So Miguel, e em seguida Joo Manuel de Melo, que governou de 1759 at1770 e deu os primeiros passos para a franquia da navegao dos riosAraguaia e Tocantins, como meio de ligar ao resto do Brasil a capitania deGois. Em 1772 assumiu o governo Jos de Almeida Vasconcelos Soveral eCarvalho, baro de Mossmedes e visconde da Lapa, o primeiro a sepreocupar menos com o problema da minerao e atentar mais para aadministrao da capitania. Estimulou a transferncia de trabalhadores para asatividades agrcolas, a catequese dos ndios e a instruo pblica, e edificou noAraguaia o presdio So Pedro do Sul. Sua linha administrativa foi seguida porLus da Cunha Meneses, que lhe sucedeu em 1778, em cujo governo foi abertaa navegao daquele grande rio da bacia Amaznica.