Apostila-InSS Direito Constitucional Nov-2014

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  • NDICE

    inss - direito constitucional l ccpp

    Mdulo 01 - Direitos e Garantias Fundamentais (Noes Preliminares) 5

    Exerccios 8

    Mdulo 02 - Direitos e Deveres Individuais e Coletivos 11

    Exerccios 35

    Mdulo 03 - Direitos Sociais 46

    Exerccios 57

    Mdulo 04 - Nacionalidade 64

    Exerccios 70

    Mdulo 05 - Direitos Polticos 76

    Exerccios 82

    Mdulo 06 - Administrao Pblica 88

    Exerccios 101

    Gabaritos 108

  • Anotaes

    Central de Cursos Prof. Pimentel INSS Direito ConstitucionalProfessor Eduardo Rocha

    01 Mdulo

    inss - direito constitucional l ccpp5

    Direitos e Garantias Fundamentais

    (Noes Preliminares)

    EVOLUO HISTRICA

    Os Direitos Fundamentais so classificados em geraes ou dimenses:

    Direitos de 1 Gerao:

    objetivo: limitao do Estado na esfera privada, exigindo do Estado uma atuao negativa;

    so direitos de liberdades negativas do Estado ou direitos de defesa do indivduo (liberdades individuais) so os direitos civis e polticos que compreendem o valor de liberdade;

    destinatrio: o indivduo.

    Exemplos:

    direto vida;

    direito liberdade;

    direito propriedade;

    direito participao poltica;

    inviolabilidade de domiclio.

    = so os direitos de liberdade (direitos negativos ou de defesa).

    Brasil: destaca-se a Constituio de 1824 e de 1891.

    Direitos de 2 Gerao:

    objetivo: atuao positiva do Estado na consecuo da Justia Social;

    so direitos positivos do Estado ou direitos de participao so direitos sociais, econmicos e culturais;

    destinatrio: grupos de indivduos.

    Exemplos:

    trabalho;

    sade;

    educao;

    alimentao;

    habitao.

    = so os direitos de igualdade (direitos positivos ou de participao).

    Brasil: destaca-se a Constituio de 1934.

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    inss - direito constitucional l ccpp6

    Anotaes

    INSS Direito ConstitucionalProfessor Eduardo Rocha

    Direitos de 3 Gerao:

    Os Direitos Fundamentais de 3 Gerao evidenciaram-se durante o sculo XX (destacando o crescimento demogrfico, econmico, tecnolgico e cientfico).

    objetivo: proteo de interesses difusos (titulares indeterminveis) e cole-tivos (titulares determinveis);

    destinatrio: indivduo como uma coletividade. (titularidade difusa ou co-letiva).

    Exemplos:

    defesa do consumidor;

    meio ambiente equilibrado;

    paz mundial.

    = so os direitos de solidariedade (fraternidade).

    DICA Direitos de 1 Gerao = Liberdade;

    Direitos de 2 Gerao = Igualdade;

    Direitos de 3 Gerao = Fraternidade.

    * Lema da Revoluo Francesa.

    DISPOSIES PRELIMINARES

    Espcies dos Direitos e Garantias Fundamentais (5 espcies):

    Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5);

    Direitos Sociais (arts. 6 ao 11);

    Nacionalidade (arts. 12 e 13);

    Direitos Polticos (arts. 14 ao 16);

    Partidos Polticos (art. 17).

    Destinatrios (titulares) dos Direitos e Garantias Fundamentais:

    Pessoas Fsicas exemplos: vida, liberdade de crena;

    Pessoas Jurdicas exemplos: associao, partidos polticos;

    Pessoas Estatais (Unio, Estados, DF e Municpios) exemplos: desapropria-o, requisio administrativa.

    Assim sendo, existem direitos:

    exclusivos para determinada pessoa (exemplos: liberdade de locomoo para pessoa fsica, associao para pessoa jurdica e desapropriao para pessoa estatal);

    usufrudos por mais de uma pessoa (exemplo: assistncia jurdica para pes-soa fsica e jurdica);

    usufrudos por todas as pessoas (exemplo: direito de propriedade).

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    Caractersticas dos Direitos e Garantias Fundamentais (dentre outras):

    Universais: referentes a todo indivduo, independentemente de sua nacio-nalidade, raa, religio, etc;

    Inviolveis: no podem ser desrespeitados pela legislao infraconstitucio-nal ou por atos administrativos;

    Inalienveis: no podem ser transferidos, negociados;

    Irrenunciveis: no podem ser objeto de renncia (ainda que no exerci-dos);

    Imprescritveis: no se perdem pelo decurso do tempo, podendo ser invoca-dos independentemente do tempo percorrido;

    Limitados (Relativos): no so absolutos, encontrando limites nos demais direitos constitucionais exemplo: o direito vida pode ser abolido diante da pena de morte em caso de guerra declarada.

    DISPOSIES CONSTITUCIONAIS

    Aplicao Imediata:

    Art. 5, 1: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata.

    Os direitos e garantias fundamentais no dependem de normas posteriores (normas de eficcia plena).

    Excees: alguns direitos fundamentais dependem de regulamentao por lei (normas de eficcia limitada) exemplo: O direito de greve ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei especfica (art. 37, inciso VII da CF).

    Rol Exemplificativo (Aberto, No-Taxativo): no excluem outros direitos no previstos no rol do art. 5, decorrentes do regime e dos princpios da prpria Cons-tituio Federal ou dos tratados internacionais aderidos pelo Brasil:

    Art. 5, 2: Os direitos e garantias expressos nesta Constituio no ex-cluem outros decorrentes do regime e dos princpios por ela adotados, ou dos trata-dos internacionais em que a Repblica Federativa do Brasil seja parte.

    Clusulas Ptreas: integram o ncleo intangvel (imutvel) da Constituio Federal, formado por determinados assuntos que no podem ser abolidos sequer por meio de emenda constitucional.

    Art. 60, 4: No ser objeto de deliberao a proposta de emenda ten-dente a abolir:

    I - a forma federativa de Estado;

    II - o voto direto, secreto, universal e peridico;

    III - a separao dos Poderes;

    IV - os direitos e garantias individuais.

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    inss - direito constitucional l ccpp8

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    Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos:

    Art. 5, 3: Os tratados e convenes internacionais sobre direitos huma-nos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais.

    Os Tratados Internacionais podem ser classificados da seguinte forma:

    Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos;

    Tratados Internacionais sobre Direitos Gerais.

    Os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, aps aprovao pelo Congresso Nacional (Cmara dos Deputados e Senado Federal), tero o seguinte tra-tamento:

    sero equivalentes s emendas constitucionais quando obterem a aprovao de Emenda Constitucional;

    sero considerados normas supralegais (status acima das leis e abaixo da Constitu-io Federal) quando no obterem a aprovao de Emenda Constitucional.

    Requisitos para Aprovao de Emenda Constitucional:

    votada em cada Casa do Congresso Nacional (Cmara dos Deputados e Se-nado Federal);

    votao realizada em 2 turnos em cada Casa, ou seja, votada 2x na Cmara dos Deputados e 2x no Senado Federal (4 votaes);

    cada votao deve obter 3/5 (60%) dos votos dos respectivos membros.

    Tribunal Penal Internacional:

    Art. 5, 4: O Brasil se submete jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha manifestado adeso.

    O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia (Holanda), uma institui-o permanente e independente (no est subordinado a nenhum Pas), com jurisdi-o sobre pessoas responsveis por graves violaes aos direitos humanos.

    EXERCCIOS

    01. (VUNESP Investigador Polcia Civil/SP 2014)

    Na evoluo histrica dos direitos humanos, surgem o que se convencionou deno-minar de geraes dos direitos, que representam a valorizao de determinados direitos em momentos histricos distintos. Assim sendo, assinale a alternativa que contempla direitos pertencentes primeira gerao dos direitos humanos.

    a) Direitos econmicos e de igualdade.

    b) Vida e liberdade.

    c) Direitos trabalhistas e previdencirios.

    d) Direitos civis e direito paz.

    e) Fraternidade e direitos sociais.

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    02. (VUNESP Escrevente Judicirio TJ/SP 2012)

    Segundo o que estabelece a Carta Magna Brasileira, para que um tratado interna-cional seja considerado equivalente emenda constitucional, necessrio que

    a) seja assinado pelo Chefe do Poder Executivo, ratificado por ambas as Casas do Congresso Nacional e, independentemente da sua matria, que seja aprovado em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros.

    b) seja sobre direitos humanos e que tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respec-tivos membros.

    c) tenha sido aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, independentemente da matria que ele trate.

    d) seja devidamente aprovado pelo Congresso Nacional, ratificado pelo Poder Executivo e incorporado Constituio Federal, independentemente da matria que ele trate.

    e) o Supremo Tribunal Federal reconhea a sua compatibilidade com o texto constitucional por meio do julgamento de Ao Declaratria da Constitucio-nalidade.

    03. (FCC Analista Judicirio/rea Administrativa TRT da 24 Regio 2011)

    Os tratados e convenes internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados

    a) pela Cmara dos Deputados, por maioria absoluta, mediante aprovao prvia da Advocacia Geral da Unio, sero equivalentes Lei ordinria.

    b) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da Repblica e Senado Federal, sero equivalentes s Leis ordinrias.

    c) pelo pleno do Supremo Tribunal Federal, desde que previamente aprovada pelo Presidente da Repblica e Senado Federal, sero equivalentes s Leis complementares.

    d) em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitu-cionais.

    e) pelo Presidente da Repblica sero equivalentes Medida Provisria e se-ro levados Cmara dos Deputados, para, mediante aprovao por maio-ria dos votos, serem convertidas em Leis ordinrias.

    04. (FCC Analista Judicirio/Execuo Mandados TRF da 4 Regio 2011)

    So direitos fundamentais classificados como de segunda gerao

    a) os direitos econmicos e culturais.

    b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos.

    c) as liberdades pblicas.

    d) os direitos e garantias individuais clssicos.

    e) o direito do consumidor e o direito ao meio ambiente equilibrado.

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    05. (CESPE Analista Administrativo MPU 2010) (Adaptada)

    A respeito dos princpios fundamentais, julgue o item a seguir.

    Sendo os direitos fundamentais vlidos tanto para as pessoas fsicas quanto para as jurdicas, no h, na Constituio Federal de 1988 (CF), exemplo de garantia desses direitos que se destine exclusivamente s pessoas fsicas.

    ( ) Certo ( ) Errado

    06. (CESPE Tcnico Judicirio/rea Administrativa TRT da 17 Regio 2009) (Adaptada)

    De acordo com os direitos e garantias fundamentais, julgue o item que se segue.

    O Brasil se submeter jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao ma-nifestar adeso.

    ( ) Certo ( ) Errado

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    02 Direitos e Deveres Individuais e ColetivosDIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    Direitos Bsicos

    Art. 5, caput: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer na-tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a invio-labilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes...

    Direito Vida

    O direito vida no absoluto, apresentando as seguintes excees:

    pena de morte: admitida somente no caso de guerra declarada.

    aborto:

    risco de morte da me (aborto necessrio ou teraputico);

    resultante de estupro (aborto sentimental ou humanitrio);

    anencefalia (ADPF 54 de 2012 STF).

    Obs.: O Supremo Tribunal Federal (ADI 3.510/10), declarou a constitucio-nalidade do art. 5 da Lei de Biossegurana, por entender que as pesquisas com clulas-tronco embrionrias no violam o direito vida.

    ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAS

    Art. 5, caput: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer na-tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a invio-labilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes...

    estrangeiros residentes no Pas = estar no Pas.

    PRINCIPIO DA IGUALDADE

    Art. 5, caput: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer na-tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a invio-labilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes...

    Homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio. (Inciso I).

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    Anotaes

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    Igualdade na Lei: ocorre o reconhecimento da igualdade na elaborao da lei (direcionada ao legislador);

    Igualdade perante a Lei: ocorre o reconhecimento da igualdade na aplicao da lei (direcionada ao aplicador da lei).

    Igualdade Formal e Igualdade Material:

    Igualdade Formal: a igualdade referente lei, no levando em considerao a diferena dos grupos sociais.

    Exemplos:

    todos so iguais (no considerando os obstculos para os deficientes fsi-cos);

    homens e mulheres so iguais (no considerando a fora fsica natural).

    Igualdade Material (Substancial): a igualdade referente s pessoas, levando em considerao a diferena dos grupos sociais (a lei dever tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades).

    Exemplos:

    servio militar obrigatrio para os homens;

    aposentadoria reduzida, perante a Previdncia Social, para as mulheres;

    vagas reservadas aos deficientes fsicos em concursos.

    Polticas Afirmativas (Aes Afirmativas, Discriminaes Positivas)

    So medidas de compensao que buscam a igualdade de oportunidades com os indivduos historicamente marginalizados.

    Exemplos:

    bolsas de estudos para negros em Universidades (escravido);

    vagas reservadas aos deficientes fsicos em concursos (discriminao).

    Discriminao em Concurso Pblico

    O Princpio da Igualdade no impede tratamento discriminatrio em concur-so pblico, desde que haja:

    Razoabilidade devida s exigncias do cargo (as atribuies do cargo justi-fiquem as peculiaridades);

    Previso Legal que permita tal condio.

    Exemplos:

    reserva de vagas para deficientes fsicos (cargos para servios burocrti-cos);

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    exigncia de avaliao fsica (cargos de policiais de um modo geral);

    restrio no tocante ao sexo (cargo de agente penitenciria em priso feminina).

    PRINCPIO DA LEGALIDADE

    Ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei. (Inciso II).

    Este princpio deve ser visto sob os seguintes aspectos:

    Quanto ao Particular: toda pessoa pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa que a lei no proba;

    Quanto ao Administrador Pblico: este s pode fazer ou deixar de fazer al-guma coisa que a lei autorize (trata-se do Princpio da Legalidade Estrita ou Restrita).

    Desdobramentos:

    Princpio da Legalidade Penal: a existncia de um crime ou de uma pena pressupe previso em lei. Tal princpio est previsto no art. 5, inciso XXX-IX, da Constituio Federal:

    No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia comina-o legal.

    Princpio da Legalidade Tributria: a exigncia ou o aumento de tributo s poder ocorrer mediante lei. Tal princpio est previsto no art. 150, inciso I, da Constituio Federal:

    Sem prejuzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea.

    Princpio da Reserva Legal:

    Princpio da Legalidade: pressupe a submisso e o respeito lei;

    Princpio da Reserva Legal: pressupe a regulamentao ou restrio de determinadas matrias serem feitas por lei ocorre quando a Constitu-io exige expressamente a necessidade da lei para determinado assunto.

    VEDAO TORTURA

    Ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degra-dante. (Inciso III).

    Tortura qualquer ato praticado mediante violncia ou grave ameaa, que cause intenso sofrimento fsico ou mental, em razo de motivo determinado (visa um propsito, uma informao, uma confisso). Exemplos: espancamento, choque eltrico, pau-de-arara, etc.

    Tratamento Desumano qualquer ato que cause sofrimento fsico ou men-tal, sem motivo aparente. Exemplos: espancamento, preso em solitria, etc.

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    Anotaes

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    Tratamento Degradante qualquer ato que diminui a pessoa da condio de ser humano, sem motivo aparente. Exemplos: fornecer comida dos cachorros para o empregado, privar de comida pessoa sob sua guarda, etc.

    Uso de Algemas:

    Smula Vinculante 11 do STF: S lcito o uso de algemas em casos de re-sistncia e de fundado receio de fuga ou de perigo integridade fsica prpria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da priso ou do ato processual a que se refere, sem prejuzo da respon-sabilidade civil do Estado.

    Segundo referido entendimento, o indivduo s poder ser submetido ao uso de algemas nos seguintes casos:

    resistncia do preso;

    receio de fuga do preso;

    perigo integridade fsica: do preso (evitar o suicdio) ou de terceiros (res-guardar a incolumidade fsica por atos de rebeldia do preso).

    Ademais, o uso de algemas, alm de ser excepcional (permitida somente diante das condies ora mencionadas), deve ser justificada por escrito (justificao prvia ou posterior) incidindo, diante do seu desrespeito, nas seguintes consequ-ncias:

    responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade;

    nulidade da priso ou do ato processual, sem prejuzo da responsabilidade civil do Estado.

    LIBERDADE DA MANIFESTAO DO PENSAMENTO

    livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato. (Inciso IV).

    assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indeni-zao por dano material, moral ou imagem. (Inciso V).

    A Constituio Federal assegura a liberdade de pensamento, proibindo o anonimato se desta manifestao resultar dano, assegurado:

    direito de resposta, proporcional ao agravo;

    indenizao referente ao dano causado (pode ser cumulativa):

    dano material: a ofensa ao patrimnio;

    dano moral: a ofensa honra subjetiva ou interna (dor sentimental);

    dano imagem: a ofensa imagem das pessoas (fsicas ou jurdicas) por meio de uma exposio indevida.

    Delao (Denncia) Annima:

    Segundo orientao do Supremo Tribunal Federal (HC 106.664-MC), a dela-o (denncia) annima no pode justificar a instaurao de procedimento investiga-trio, desde que feita de forma isolada (investigao baseada somente na denncia annima). Porm, nada impede que o Poder Pblico quando provocado por delao annima, adote medidas informais para apurar, com prudncia e discrio, a verdade

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    Anotaes

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    dos fatos. Em caso positivo, a instaurao de procedimento investigatrio deve ser desvinculada em relao delao annima, apoiando-se em outros elementos de convico do fato delituoso.

    LIBERDADE DE CONSCINCIA, CRENA E CULTO

    inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e s suas liturgias. (Inciso VI).

    assegurada, nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades civis e militares de internao coletiva. (Inciso VII).

    Ningum ser privado de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em lei. (Inciso VIII).

    O Brasil um Pas laico, ou seja, no adota religio oficial.

    Ademais, o Brasil tambm um Pas testa.

    A liberdade de conscincia e de crena inviolvel, sendo assegurado:

    livre exerccio dos cultos religiosos;

    proteo aos locais de culto e s suas liturgias (na forma da lei);

    prestao religiosa nas entidades civis e militares de internao coletiva (nos termos da lei) exemplos: hospitais, presdios, quartis, etc).

    Segundo dispositivo constitucional, ningum ser privado de seus direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica ou poltica, exceto se as invocar para:

    se eximir de obrigao legal impostas a todos (imperativo de conscincia ou escusa de conscincia) exemplo: indivduo alega que sua religio no admite a posse de arma, sendo invivel a prestao do Servio Militar Ob-rigatrio;

    +

    se recusar a cumprir prestao alternativa, fixada em lei exemplo: mesmo indivduo se recusa a cumprir trabalhos burocrticos (prestao alternativa) na prestao do Servio Militar Obrigatrio.

    LIBERDADE DE EXPRESSO

    livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comuni-cao, independentemente de censura ou licena. (Inciso IX).

    A liberdade de expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao livre e independente de censura ou licena.

    Exemplo: msico que toca violo em praa pblica (no necessrio licena da prefeitura).

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    inss - direito constitucional l ccpp16

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    INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E IMAGEM

    So inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pes-soas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao. (Inciso X).

    A inviolabilidade da intimidade, vida privada, honra (reputao) e imagem (exposio) das pessoas protegida pela Constituio Federal, assegurado o direito indenizao pelo dano (material ou moral) decorrente de sua violao.

    Essa indenizao pode ser cumulativa dependendo da situao. Exemplo: modelo fotografada nua pelo seu namorado, que publica, sem autorizao, tais fotos na internet (dano moral), e ainda, prejudica as vendas de revista em que ela foi destaque (dano material).

    Publicao No Consentida de Fotografia:

    Segundo orientao do Supremo Tribunal Federal (RE 215.984), a publicao no consentida de fotografia gera dano moral e consequente indenizao, ainda que no tenha ocorrido ofensa a reputao do indivduo.

    Sigilo Bancrio:

    Segundo orientao do Supremo Tribunal Federal (AI 655.298-AgR), o sigilo bancrio no absoluto, pois deve ceder diante do interesse pblico, social e da Jus-tia, observado o procedimento legal e o principio da razoabilidade.

    INVIOLABILIDADE DO DOMICLIO

    A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial. (Inciso XI).

    A casa asilo inviolvel (ningum nela pode entrar) excees:

    com consentimento do morador;

    sem consentimento do morador.

    Inviolabilidade do Domiclio

    sem consentimento do morador, diante de:

    - flagrante delito;-prestao de socorro;- caso de desastree;

    a qualquer hora do dia ou da noite.

    determinao (ordem) judicial. somente durante o dia.

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    Crime Permanente:

    Segundo orientao do Supremo Tribunal Federal (HC 84.772), a priso de traficante, em sua residncia, durante a noite, perfeitamente possvel por se tra-tar de flagrante delito de crime permanente. Isto devido o trfico de entorpecen-tes ser crime permanente, ou seja, crime cuja consumao se prolonga no tempo (portanto, o seu flagrante se prolonga no tempo, enquanto durar a ao criminosa).

    INVIOLABILIDADE DA CORRESPONDNCIA E COMUNICAES

    inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal ou instruo processual penal. (Inciso XII).

    A CF, de forma expressa, permite somente a quebra das comunicaes te-lefnicas (permite a interceptao telefnica), observados os seguintes requisitos:

    autorizada pelo juiz (ordem judicial);

    +

    imprescindvel (necessria) para investigao criminal (inqurito policial) ou instruo processual penal (ao penal);

    +

    nas hipteses e na forma que a lei estabelecer.

    Embora a violao permitida pela CF recaia somente para as comunicaes telefnicas, o STF j decidiu sobre as outras inviolabilidades, visto que no existe direito absoluto, podendo, em situaes excepcionais, ocorrer violao para res-guardar outro direito fundamental. Exemplos:

    violao de carta enviada ou remetida de um preso para evitar uma conduta criminosa;

    interceptao telefnica clandestina quando feita por um dos interlocu-tores sem conhecimento do outro admitida somente na legtima defesa .

    Obs.: A Lei n. 9.296/96 extensiva interceptao de comunicaes em sistema de informtica e telemtica (combinao dos meios de comunicao com informtica) exemplos: e-mails, mensagens de texto, fax, etc). Assim, tambm possvel a violao de dados de sistema de informtica desde que autorizada pelo juiz + imprescindvel para investigao criminal ou instruo processual penal.

    Obs.: A CPI (Comisso Parlamentar de Inqurito) pode determinar a quebra do sigilo de dados (registros), seja ele fiscal, bancrio ou telefnico e no a inter-ceptao (conversa) telefnica.

    LIBERDADE DE PROFISSO

    livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelecer. (Inciso XIII).

    A Constituio Federal assegura a liberdade de exerccio de qualquer tra-balho, ofcio ou profisso, desde que atendidas s qualificaes profissionais que a lei estabelecer (norma de eficcia contida). Exemplo: para inscrever-se como advo-gado necessrio, dentre outros requisitos, ser bacharel em direito e aprovado no Exame de Ordem.

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    LIBERDADE DE LOCOMOO

    livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qual-quer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. (Inciso XV).

    A locomoo no territrio nacional livre em tempo de paz, podendo qual-quer pessoa nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens (inclui o patrimnio).

    No entanto, a liberdade de locomoo pode ser restringida (no tem carter absoluto) na incidncia de algumas situaes, conforme exemplos abaixo:

    desrespeito da lei (exemplo: ingresso no autorizado no domiclio);

    priso;

    tempo de guerra (ou agresso armada);

    estado de defesa e estado de stio.

    Complementando tal assunto, a Constituio Federal assegura a liberdade de locomoo nos termos de lei (norma de eficcia contida). Exemplos:

    exigncia de visto para permanncia no Pas (Estatuto do Estrangeiro);

    proibio de dirigir embriagado (Cdigo de Trnsito Nacional).

    No caso de coao ilegal da liberdade de locomoo, a Constituio Federal garante tal direito por meio do habeas corpus.

    Direito Informao

    assegurado a todos o acesso informao e resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional. (Inciso XIV).

    Todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interes-se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado. (Inciso XXXIII).

    A lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defe-sa da intimidade ou o interesse social o exigirem. (Inciso LX).

    A CF assegura a todos o acesso informao e resguarda o sigilo da fonte quando necessrio ao exerccio profissional (e no exerccio pessoal).

    Em decorrncia ao Princpio da Publicidade que rege a Administrao Pbli-ca, a CF assegura a todos o direito de receber dos rgos pblicos informaes de interesse particular, coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade.

    No caso da negativa ao conhecimento de informaes pessoais, a Constitui-o Federal garante tal direito por meio do habeas data.

  • inss - direito constitucional l ccpp19

    Anotaes

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    No entanto, o direito de informao no absoluto, podendo este ser res-tringido pelo Poder Pblico quando o sigilo for imprescindvel (necessrio) se-gurana da sociedade e do Estado tema relacionado aos arquivos secretos da Ditadura Militar.

    Ainda, o direito de informao tambm alcana a publicidade dos atos pro-cessuais. Dessa forma, os atos processuais so pblicos, podendo ser restringidos (determinado o segredo de justia pelo juiz), por lei, nas seguintes hipteses:

    defesa da intimidade (exemplos: casamento, separao, converso em di-vrcio, filiao, alimentos e guarda de menores);

    interesse social (exemplo: sigilo necessrio para esclarecimento de fato criminoso).

    DIREITO DE REUNIO

    Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico, independentemente de autorizao, desde que no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prvio aviso autoridade competente. (Inciso XVI).

    O direito de reunio est assegurado no texto constitucional (reunio: pos-sui carter transitrio/temporrio) que dever ser exercido da seguinte forma:

    seja lcita e pacfica. Exemplo: reunio de uma faco criminosa com o in-tuito de traar planos para invadir uma penitenciria e libertar os presos;

    sem armas: proibida reunio com pessoas armadas entretanto, o uso isolado de arma por uma nica pessoa, com desconhecimento da coletivi-dade, no motivo para a dissoluo da reunio.

    em locais abertos ao pblico, desde que haja o respeito ordem pblica;

    independe de autorizao do Poder Pblico;

    exigido apenas prvio aviso autoridade competente (e no prvia autor-izao) com a finalidade de no frustrar outra reunio anteriormente con-vocada para o mesmo local, ou ainda, para garantir condies de segurana e manuteno da ordem pblica. Exemplo: aviso autoridade para organi-zar o trnsito prximo ao local determinado para a reunio.

    Merece destaque deciso dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no to-cante legalizao das drogas (marcha da maconha), merecendo proteo consti-tucional desde que seja pacfica, ou seja, sem armas, violncia ou incitao ao dio ou discriminao.

    Ademais, o direito de reunio no absoluto na ocorrncia das seguintes hipteses (excees):

    estado de defesa (restrio da liberdade de reunio);

    estado de stio (suspenso da liberdade de reunio).

    DIREITO DE ASSOCIAO

    plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar. (Inciso XVII).

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    inss - direito constitucional l ccpp20

    Anotaes

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    A criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento. (Inciso XVIII).

    As associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati-vidades suspensas por deciso judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trnsito em julgado. (Inciso XIX).

    Ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. (Inciso XX).

    As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tm legitimi-dade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. (Inciso XXI).

    O direito de associao tambm est assegurado no texto constitucional (as-sociao: possui carter duradouro/permanente) que dever ser exercido da se-guinte forma:

    seja lcita, vedada a paramilitar (associao armada dotada de ideologia prpria e com finalidade de desestabilizar o Poder Pblico). Exemplos: PCC, CV, etc.

    criao de associaes e de cooperativas, na forma de lei (espcie de socie-dade de direito privado) independem de autorizao (prvia autorizao) do Poder Pblico;

    vedada (proibida) interferncia estatal em seu funcionamento: o Estado no pode intervir no funcionamento das associaes;

    paralisao compulsria (obrigatria):

    tero suas atividades suspensas por deciso judicial simples (sem trnsito em julgado);

    sero dissolvidas (extintas) por deciso judicial definitiva (com trnsito em julgado).

    ningum poder ser compelido (ser obrigado) a associar-se ou a permanecer associado;

    representao processual: as associaes tm legitimidade para representar seus filiados, desde que expressamente autorizadas (o associado autoriza que a associao faa a defesa de seus interesses) tal representao pode ser judicial ou extrajudicial (administrativa). Exceo: quando envolver inter-esse coletivo, sendo desnecessria a prvia autorizao para defesa dos as-sociados a conhecida substituio processual.

    DIREITO DE PROPRIEDADE

    garantido o direito de propriedade. (Inciso XXII).

    A propriedade atender a sua funo social. (Inciso XXIII).

    O Direito de Propriedade est garantindo na Constituio Federal como um direito fundamental, devendo a propriedade atender a funo social (supremacia do interesse coletivo).

    Dessa forma, o direito de propriedade no absoluto, pois deve atender a funo social, podendo, portanto, haver a perda (desapropriao) e o uso (requisio administrativa) da propriedade.

  • inss - direito constitucional l ccpp21

    Anotaes

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    DESAPROPRIAO

    A lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio. (Inciso XXIV).

    Desapropriao Ordinria: a perda da propriedade particular para o Poder Pblico (Unio, Estado, DF ou Municpio) diante das seguintes situaes:

    necessidade pblica: quando o Poder Pblico, diante de uma situao de emergncia, visa alcanar o interesse pblico. Exemplo: camalidade pblica.

    utilidade pblica: quando o Poder Pblico, diante de uma situao no emergen-cial (e sim conveniente), visa alcanar o interesse pblico. Exemplos: abertura e conservao de vias pblicas, construo de distritos industriais, etc.

    interesse social: quando o Poder Pblico visa beneficiar uma coletividade, reduzindo as desigualdades sociais. Exemplos: distribuio de terras, con-struo de casas populares, etc.

    Em regra, a desapropriao pressupe indenizao da seguinte forma:

    justa: o valor atual do imvel;

    prvia: o valor pago antes da sada do imvel;

    em dinheiro: o valor pago em moeda.

    Obs.: Confisco ou Expropriao: a perda da propriedade particular para o Poder Pblico sem qualquer indenizao quando localizada, na gleba, culturas ilegais de plantas psicotrpicas regulado pela Lei n. 8.257/91.

    REQUISIO ADMINISTRATIVA

    No caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior, se hou-ver dano. (Inciso XXV).

    Requisio Administrativa (Ocupao Temporria): o uso da propriedade particular pelo o Poder Pblico, observadas as seguintes determinaes:

    possvel no caso de iminente perigo pblico: o perigo est prestes a acontecer;

    assegurada indenizao:

    ulterior (aps o uso da propriedade);

    somente na ocorrncia de dano.

    IMPENHORABILIDADE DA PROPRIEDADE RURAL

    A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desen-volvimento. (Inciso XXVI).

    Impenhorabilidade da Propriedade Rural: a propriedade rural no poder ser objeto de penhora, obedecidos os seguintes pressupostos:

    seja pequena a propriedade;

    trabalhada pela famlia (sem contratao de empregados, admitida ajuda eventual de terceiro);

    dvida for decorrente da atividade produtiva (exemplo: financiamento de insumo agrcola).

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    inss - direito constitucional l ccpp22

    Anotaes

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    PROPRIEDADE INTELECTUAL

    Aos autores pertence o direito exclusivo de utilizao, publicao ou repro-duo de suas obras, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. (Inciso XXVII).

    So assegurados, nos termos da lei:

    a) a proteo s participaes individuais em obras coletivas e reproduo da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

    b) o direito de fiscalizao do aproveitamento econmico das obras que cria-rem ou de que participarem aos criadores, aos intrpretes e s respectivas represen-taes sindicais e associativas. (Inciso XXVIII).

    A lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o inte-resse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas. (Inciso XXIX).

    O direito de propriedade intelectual compreende:

    direito autoral;

    direito de propriedade industrial.

    Direito Autoral: um bem jurdico conferido ao autor sobre utilizao, publi-cao ou reproduo de suas obras (livros, msicas, pinturas, filmes, novelas, etc).

    Esse direito exclusivo do autor e transmissvel aos seus herdeiros pelo tem-po que a lei fixar (70 anos) decorrido tal prazo este direito cair em domnio pblico.

    Ainda, a Constituio Federal assegura:

    proteo s participaes individuais em obras coletivas;

    proteo reproduo da imagem e voz humanas (inclusive nas atividades desportivas);

    fiscalizao do aproveitamento econmico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intrpretes e s representaes sindicais e associativas.

    Direito de Propriedade Industrial: um bem jurdico conferido ao inventor, assegurando privilgio temporrio para utilizao e proteo de suas criaes indus-triais, propriedade das marcas, nomes de empresas e outros signos distintivos (in-ventos, marcas, desenhos industriais, segredos de negcios, etc).

    A Constituio Federal justifica o privilgio temporrio da propriedade indus-trial, tendo em vista:

    interesse social;

    desenvolvimento tecnolgico;

    desenvolvimento econmico.

  • inss - direito constitucional l ccpp23

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    DIREITO DE HERANA E SUCESSO

    garantido o direito de herana. (Inciso XXX).

    A sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que no lhes seja mais favorvel a lei pessoal do de cujus (Inciso XXXI).

    A sucesso de bens (transmisso da herana) de estrangeiro situados no Brasil ser regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasilei-ros. Exceo: quando a lei pessoal do estrangeiro falecido (lei do seu Pas) for mais favorvel (mais benfica) para o cnjuge ou filhos brasileiros.

    SEGURANA JURDICA

    A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada. (Inciso XXXVI).

    Direito Adquirido: o direito aperfeioado e acabado pela lei vigente.

    Exemplo: o tempo para aposentadoria de 35 anos de contribuio para homens pela lei vigente e com a publicao de nova lei, esse tempo passa para 40 anos se o indivduo se aposentar pela lei vigente poca, ter o direito aposen-tadoria por 35 anos de contribuio se o indivduo se aposentar aps a publicao da nova lei, ter direito aposentadoria a partir de 40 anos de contribuio (no podendo essa lei afetar as aposentadorias anteriores).

    Ato Jurdico Perfeito: o ato jurdico consumado pela lei vigente na poca de sua celebrao.

    Exemplo: contrato de aluguel prev multa por atraso de 10% a.m., estando em conformidade com a lei vigente a partir de determinada data, nova lei reduz essa multa por atraso para 2% a.m. constatada inadimplncia no perodo ante-rior nova lei, sendo o contrato executado pelo ndice de 10% e no pelo de 2%.

    Coisa Julgada: a deciso judicial irrecorrvel (imutabilidade da deciso ju-dicial, por no ser mais cabvel recurso), dada pelo juiz ou pelo Tribunal assim sendo, ocorre no processo o trnsito em julgado (impossibilidade de alterao da deciso judicial).

    A sentena transita em julgado, quando no couber mais recurso, nas se-guintes hipteses:

    no interesse em recorrer (aps sentena do juiz);

    perda do prazo recursal (aps sentena do juiz);

    esgotamento das vias recursais (aps apreciao dos recursos pelos Tribu-nais).

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    inss - direito constitucional l ccpp24

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    JRI POPULAR

    reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, as-segurados:

    a) a plenitude de defesa;

    b) o sigilo das votaes;

    c) a soberania dos veredictos;

    d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. (Inciso XXXVIII).

    Competncia para Julgamento dos Crimes Dolosos contra a Vida (tentados ou consumados) so crimes dolosos contra a vida:

    homicdio (art. 121 do CP);

    induzimento, inst. ou auxlio a suicdio (art. 122 do CP);

    infanticdio (art. 123 do CP);

    aborto (art. 124 do CP).

    Entretanto, a competncia do Tribunal do Jri no absoluta, podendo ser afastada tratando-se de competncia especial por prerrogativa de funo (foro espe-cial) para algumas autoridades.

    Plenitude de Defesa: assegurado ao acusado a demonstrao de todos os meios de prova (desde que lcitos) para sua defesa podendo se omitir ou se calar (para no se auto-incriminar).

    Sigilo das Votaes: assegurado aos jurados a liberdade de convico e opinio no julgamento, preservando secreta suas decises.

    Soberania dos Veredictos: a deciso dada pelo Tribunal do Jri soberana, no podendo ser substituda por deciso de outro tribunal porm, no exclui a recorribilidade de tal deciso (deciso no absoluta) a deciso soberana e no imutvel.

    PRINCPIOS PROCESSUAIS

    Princpio do Devido Processo Legal

    Ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. (Inciso LIV).

    A Constituio Federal garante ao indivduo que a privao de sua liberdade ou de seus bens somente se dar por meio de um processo uma garantia material de proteo ao direito de liberdade e uma garantia formal num processo em que possa sofrer restrio.

    Princpio da Inafastabilidade da Jurisdio (Tutela Jurisdicional / Amplo Aces-so ao Poder Judicirio)

    A lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direi-to. (Inciso XXXV).

    A Constituio Federal garante, a qualquer pessoa que sofrer leso ou amea-a a direito, o amplo acesso ao Poder Judicirio.

  • inss - direito constitucional l ccpp25

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    Assim sendo, somente o Poder Judicirio pode decidir, de forma definitiva, sobre leso ou ameaa de direito.

    Excees:

    mrito administrativo (= convenincia e oportunidade para prtica de ato discricionrio);

    atos interna corporis do Poder Legislativo (atos interna corporis = atos refer-entes s normas regimentais das Casas Legislativas);

    deciso de impeachment (dada pelo Senado Federal);

    juzo arbitral (litgios envolvendo direitos patrimoniais disponveis) Lei 9607/96.

    Obs.: O esgotamento da via administrativa no condio indispensvel para apreciao do Poder Judicirio excees:

    habeas data (deve haver a negao do conhecimento ou retificao de informaes de dados pessoais pela entidade governamental ou de carter pblico);

    lanamento de tributo (no pode haver o oferecimento/recebimento de denncia de crime contra a ordem tributria antes de deciso administra-tiva sobre o lanamento do tributo);

    litgio desportivo (deve-se esgotar a via desportiva art. 217, 1 da CF).

    Princpio do Juzo Natural

    No haver juzo ou tribunal de exceo. (Inciso XXXVII).

    Ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade com-petente. (Inciso LIII).

    A Constituio Federal veda a criao de juzo ou tribunal de exceo, no podendo ser criados tribunais especficos para julgar determinado fato.

    Ademais, ningum ser processado nem sentenciado seno pela autoridade competente.

    Princpio do Contraditrio e da Ampla Defesa

    Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. (Inciso LV).

    Contraditrio: direito de tomar conhecimento e contraditar o que levado pela parte contrria exemplo: num processo penal, o promotor imputa determi-nado fato parte contrria, cabendo a esta demonstrar sua verso do fato.

    Ampla Defesa: direito de levar ao processo todos os meios (provas) para se defender, desde que sejam lcitos exemplos: depoimentos, documentos, percias, etc.

    Princpio da Presuno de Inocncia (Princpio da No-Culpabilidade)

    Ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado de sentena penal condenatria. (Inciso LVII).

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    inss - direito constitucional l ccpp26

    Anotaes

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    O ru s ser considerado culpado aps o trnsito em julgado de sentena penal condenatria.

    A sentena transita em julgado, quando no couber mais recurso, nas se-guintes hipteses:

    no interesse em recorrer (aps sentena);

    perda do prazo recursal (aps sentena);

    esgotamento das vias recursais.

    Princpio da Legalidade Penal

    No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal. (Inciso XXXIX).

    Princpio da Irretroatividade Penal

    A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. (Inciso XL).

    A lei penal no retroage (regra) exceo: a lei penal retroage para beneficiar o ru.

    Princpio da Legalidade Penal

    No h crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prvia cominao legal. (Inciso XXXIX).

    Princpio da Irretroatividade Penal

    A lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru. (Inciso XL).

    A lei penal no retroage (regra) exceo: a lei penal retroage para beneficiar o ru.

    Smula 711 do STF: No crime continuado ou permanente (consumao se prolonga no tempo) aplica-se a lei + grave se a sua vigncia anterior cessao da continuidade ou permanncia .

    PROVAS ILCITAS

    So inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos. (Inciso LVI).

    So inadmissveis no processo judicial ou administrativo:

    provas obtidas por meios ilcitos exemplos: escuta telefnica, violao de correspondncia, furto de documento, etc.

    provas derivadas de provas ilcitas (a prova ilcita contamina as demais pro-vas obtidas a partir dela) =Teoria da rvore envenenada exemplos: provas obtidas a partir da escuta telefnica ou da violao de correspondncia.

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    Anotaes

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    AO PENAL PRIVADA SUBSIDIRIA DA PBLICA

    Ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal. (Inciso LIX).

    A Ao Penal pode ser:

    Pblica (condicionada ou incondicionada);

    Privada (personalssima, exclusiva e subsidiria da pblica).

    Assim sendo, ser admitida ao privada nos crimes de ao pblica quan-do esta no for intentada no prazo legal, ficando facultado ao particular promover a ao penal.

    CELERIDADE PROCESSUAL

    A todos, no mbito judicial e administrativo, so assegurados a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitao. (Inciso LXXVIII).

    A Constituio Federal assegura a todos (brasileiros e estrangeiros/pessoas fsicas e jurdicas) a celeridade (rapidez) do processo seja no mbito judicial ou administrativo.

    CRIMES INAFIANVEIS

    A prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei. (Inciso XLII).

    A lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia a prtica da tortura, o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executo-res e os que, podendo evit-los, se omitirem. (Inciso XLIII).

    Constitui crime inafianvel e imprescritvel a ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico. (Inciso XLIV).

    Crimes Inafianveis e Imprescritveis;

    Crimes Inafianveis e Insuscetveis de Graa ou Anistia.

    Crimes Inafianveis e Imprescritveis:

    Racismo (recluso);

    Ao da Grupos Armados Civis ou Militares contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrtico.

    Crimes Inafianveis e Insuscetveis de Graa ou Anistia:

    Crimes Hediondos (Lei n. 8.072/90);

    Crimes Equiparados a Hediondos: Trfico Ilcito de Drogas;

    Tortura;

    Terrorismo.

    (respondem os mandantes, os executores e os que omitiram quando po-diam evit-los).

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    inss - direito constitucional l ccpp28

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    EXTRADIO

    Nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento em trfi-co ilcito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. (Inciso LI).

    No ser concedida extradio de estrangeiro por crime poltico ou de opi-nio. (Inciso LII).

    Extradio a entrega a Estado Estrangeiro (pede a extradio) de indivduo que cometeu crime l e se escondeu no Brasil para que seja julgado segundo as leis daquele pas (extradio passiva).

    Brasileiro Nato: jamais ser extraditado;

    Brasileiro Naturalizado: poder ser extraditado:

    por crime comum praticado antes da naturalizao, ou seja, quando o in-divduo no era brasileiro;

    por envolvimento em trfico ilcito de entorpecentes e drogas praticado a qualquer tempo, ou seja, antes ou depois da naturalizao;

    Estrangeiro: no ser extraditado por crime poltico ou de opinio.

    Crime Poltico: o crime praticado pelo indivduo que discorda com os inte-resses do Estado (Pas) possui duas espcies:

    crime poltico prprio (crime de opinio), quando ameaa a organizao poltica vigente (no h violncia);

    crime poltico imprprio, quando o crime poltico tem ligao com um crime comum (exemplo: roubar um banco para obter fundos para um grupo poltico).

    PENAS

    Nenhuma pena passar da pessoa do condenado, podendo a obrigao de reparar o dano e a decretao do perdimento de bens ser, nos termos da lei, esten-didas aos sucessores e contra eles executadas, at o limite do valor do patrimnio transferido. (Inciso XLV).

    A pena personalssima, no podendo passar da pessoa do condenado (no possvel a transferncia de penas entre as pessoas).

    A reparao do dano e perda de bens estende aos sucessores e contra eles pode ser executada, at o limite da herana (patrimnio transferido).

    Penas Permitidas (art. 5, inciso XLVI):

    privao ou restrio da liberdade;

    perda de bens;

    multa;

    prestao social alternativa;

    suspenso ou interdio de direitos;

    de morte somente em caso de guerra declarada.

  • inss - direito constitucional l ccpp29

    Anotaes

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    Penas Proibidas (art. 5, inciso XLVII):

    de morte, salvo em caso de guerra declarada;

    de carter perptuo;

    de trabalhos forados;

    de banimento;

    cruis.

    A pena ser cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a na-tureza do delito, a idade e o sexo do apenado. (Inciso XLVIII).

    O cumprimento da pena se dar em estabelecimentos distintos de acordo com:

    a natureza do delito;

    a idade;

    o sexo do apenado.

    PRESOS

    assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral. (Inciso XLIX).

    s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao. (Inciso L).

    O preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado. (Inciso LXIII).

    O preso tem direito identificao dos responsveis por sua priso ou por seu interrogatrio policial. (Inciso LXIV).

    PRISO

    Ningum ser preso seno em flagrante delito ou por ordem escrita e fun-damentada de autoridade judiciria competente, salvo nos casos de transgresso militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. (Inciso LXI).

    A priso pode ocorrer nas seguintes hipteses:

    flagrante delito;

    mandado judicial (ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciria competente);

    transgresso ou crime militar (definidos em lei).

    O civilmente identificado no ser submetido a identificao criminal, sal-vo nas hipteses previstas em lei. (Inciso LVIII).

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    inss - direito constitucional l ccpp30

    Anotaes

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    O civilmente identificado (portador de documento) no pode ser submetido identificao criminal (processo datiloscpico) salvo hipteses previstas em lei (Lei n.12.037/2009);

    A priso de qualquer pessoa e o local onde se encontre sero comunicados imediatamente ao juiz competente e famlia do preso ou pessoa por ele indicada. (Inciso LXII).

    A priso ilegal ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciria. (In-ciso LXV).

    Ningum ser levado priso ou nela mantido, quando a lei admitir a liber-dade provisria, com ou sem fiana. (Inciso LXVI).

    No haver priso civil por dvida, salvo a do responsvel pelo inadimple-mento voluntrio e inescusvel de obrigao alimentcia e a do depositrio infiel. (Inciso LXVII).

    A priso civil por dvida, em regra, no admitida porm h exceo:

    no-pagamento de penso alimentcia: inadimplemento (no-pagamento) voluntrio e inescusvel (indesculpvel) de obrigao alimentcia.

    Se involuntrio e escusvel, ou seja, decorrente de fora maior (exs: desem-prego, acidente, doena) no se admite a priso civil.

    depositrio infiel = depositrio tem, sob sua custdia (por fora de contrato ou ordem judicial), determinado bem e se desfaz do mesmo.

    Smula Vinculante 25 do STF:

    ilcita a priso civil de depositrio infiel, qualquer que seja a modalidade do depsito.

    Portanto, a priso por dvida (priso civil) s admitida na hiptese do no pagamento voluntrio e inescusvel de penso alimentcia.

    GRATUIDADE

    So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

    a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

    b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal. (Inciso XXXIV).

    So gratuitas as aes de habeas-corpus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania. (Inciso LXXVII).

    So gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

    a) o registro civil de nascimento;

    b) a certido de bito. (Inciso LXXVI).

    O Estado prestar assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprova-rem insuficincia de recursos. (Inciso LXXIV).

  • inss - direito constitucional l ccpp31

    Anotaes

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    Gratuidade:

    para todos (inclusive pobres):

    Habeas Corpus;

    Habeas Data;

    Direito de Petio;

    Direito de Certido;

    Atos necessrios cidadania na forma da lei (exemplos: alistamento eleitoral, voto, alistamento militar, etc).

    para reconhecidamente pobres (na forma da lei):

    Registro Civil da Nascimento;

    Certido de bito;

    Assistncia Jurdica Integral (prestada pela Defensoria Pblica).

    INDENIZAO DO ESTADO

    O Estado indenizar o condenado por erro judicirio, assim como o que ficar preso alm do tempo fixado na sentena. (inciso LXXV).

    O Estado indenizar:

    condenado por erro judicirio;

    condenado que ficar preso alm do tempo fixado na sentena.

    DIREITO DE PETIO

    So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

    a) o direito de petio aos Poderes Pblicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (inciso XXXIV).

    Direito de Petio o direito de pedir explicaes (reclamao, representa-o, queixa) aos Poderes Pblicos (qualquer poder) com a seguinte finalidade:

    defesa de direitos; ou

    reparao de ilegalidade ou abuso de poder.

    DIREITO DE CERTIDO

    So a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:

    b) a obteno de certides em reparties pblicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situaes de interesse pessoal. (inciso XXXIV).

    Direito de Certido o direito (e no ao) de obter certido das repar-ties pblicas para esclarecimento de situao de interesse pessoal exemplos: certido de antecedentes criminais.

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    inss - direito constitucional l ccpp32

    Anotaes

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    HABEAS CORPUS

    Conceder-se- habeas-corpus sempre que algum sofrer ou se achar ame-aado de sofrer violncia ou coao em sua liberdade de locomoo, por ilegalidade ou abuso de poder. (inciso LXVIII).

    Habeas Corpus a ao constitucional que protege o direito de liberdade de locomoo (direito de ir, vir e permanecer) contra:

    ilegalidade; ou

    abuso de poder.

    Espcies:

    Preventivo: quando algum se achar ameaado de sofrer violncia ou coao sua liberdade de locomoo (direito de liberdade est na iminncia de ser violado) o indivduo obtm o salvo-conduto para garantia de seu trnsito livre;

    Repressivo (Liberatrio): quando algum sofrer violncia ou coao sua liberdade de locomoo (direito de liberdade j foi violado).

    Legitimados:

    Legitimado Ativo (autor / impetrante): universal, ou seja, qualquer pessoa do povo pode ingressar, seja em benefcio prprio ou alheio no h neces-sidade de advogado;

    Legitimado Passivo (autoridade coatora / impetrado): autoridade pblica (exemplos: delegado, promotor, juiz, tribunal) exceo: pode ser autori-dade particular.

    Obs.: O Habeas Corpus pode ser interposto para trancar ao penal ou inq. policial porm, no cabe para punies disciplinares militares (art. 142, 2 da CF).

    HABEAS DATA

    Conceder-se- habeas-data:

    a) para assegurar o conhecimento de informaes relativas pessoa do im-petrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de carter pblico;

    b) para a retificao de dados, quando no se prefira faz-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. (inciso LXXII).

    Habeas Data a ao constitucional que protege o direito de informao (dados pessoais), assegurando o acesso (conhecimento), retificao ou complemen-tao desses dados alm de que, tal informao dever constar em banco de dados externo de:

    entidades governamentais (Adm. Direta ou Indireta); ou

    entidades de carter pblico (empresa privada).

  • inss - direito constitucional l ccpp33

    Anotaes

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    Portanto, o Habeas Data assegura o direito informao de carter pessoal, desde que esta informao:

    seja para seu conhecimento, retificao ou para sua complementao;

    esteja em um banco de dados externo;

    tenha sido recusada (indeferida, negativa) pressupe prvio requerimen-to.

    Legitimados:

    Legitimado Ativo: somente titular das informaes (= personalssimo), po-dendo ser qualquer pessoa (fsica / jurdica / nacional / estrangeira);

    Legitimado Passivo: entidades governamentais (Adm. Direta ou Indireta) ou entidades de carter pblico

    MANDADO DE SEGURANA

    Conceder-se- mandado de segurana para proteger direito lquido e cer-to, no amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsvel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pblica ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies do Poder Pblico. (inciso LXIX).

    Mandado de Segurana a ao constitucional que protege direito lquido e certo (= direito facilmente comprovado) no amparado por habeas corpus ou ha-beas data (= carter residual) contra:

    ilegalidade; ou

    abuso de poder.

    Espcies:

    Preventivo: quando visa afastar uma ameaa ao direto (direito est na im-inncia de ser violado);

    Repressivo: quando visa reparar uma ilegalidade ou abuso j cometidos (di-reito j foi violado).

    Prazo: 120 dias, contados da data do conhecimento do ato.

    MANDADO DE SEGURANA COLETIVO

    O mandado de segurana coletivo pode ser impetrado por:

    a) partido poltico com representao no Congresso Nacional;

    b) organizao sindical, entidade de classe ou associao legalmente consti-tuda e em funcionamento h pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. (inciso LXX).

    O Mandado de Segurana Coletivo protege direito lquido e certo de uma sociedade ou parte dela (defesa de direitos coletivos).

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    inss - direito constitucional l ccpp34

    Anotaes

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    Legitimados Ativos:

    Partido Poltico com representao no Congresso Nacional (Senado ou C-mara dos Deputados) pode impugnar qualquer ato pblico, no estando limitado na defesa dos interesses de seus membros exceto contra exigncia tributria (direito individualizado);

    Organizao Sindical (Sindicato) ou Entidade de Classe (exs: OAB / Cremesp / Crea) limitada na defesa dos interesses de seus membros;

    Associao legalmente constituda e em funcionamento h pelo menos 1 ano (+ de 1 ano) limitada na defesa dos interesses de seus associados.

    Portanto, uma Organizao Sindical, Entidade de Classe ou Associao que pretenda impetrar Mandado de Segurana em favor de sua pessoa jurdica, deve op-tar pelo Mandado de Segurana Individual (e no o Mandado de Segurana Coletivo).

    Obs.: Matria Tributria: cabvel Mandado de Segurana Coletivo para afas-tar lei que instituir tributo, desde atinja os filiados logo, tributo que no atingir os filiados de uma entidade, a mesma no pode impetrar tal ao.

    Substituio Processual: no exigida a autorizao expressa dos associados para a Entidade que atua na defesa dos interesses dos mesmos (legitimao extraor-dinria) Smula 629 do STF.

    Representao Processual (art. 5, XXI da CF): exigida a autorizao expres-sa dos associados para represent-los judicialmente ou extrajudicialmente.

    MANDADO DE INJUNO

    Conceder-se- mandado de injuno sempre que a falta de norma regula-mentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes nacionalidade, soberania e cidadania. (inciso LXXI).

    Mandado de Injuno a ao constitucional que protege a falta de lei re-gulamentora (lei explicativa) que assegure o exerccio de preceitos constitucionais:

    direitos e liberdades constitucionais;

    prerrogativas inerentes soberania, cidadania e nacionalidade.

    Efeito da Deciso:

    O Poder Judicirio apenas reconhecer (vem surgindo decises diferentes do STF) a inexistncia da lei e notificar o P. Legislativo (ex: Congresso Nacional) para fazer a lei.

    AO POPULAR

    Qualquer cidado parte legtima para propor ao popular que vise a anular ato lesivo ao patrimnio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada m-f, isento de custas judiciais e do nus da su-cumbncia. (inciso LXXIII).

    Ao Popular uma ao constitucional que visa proteger direito coletivo, abrangendo:

    patrimnio pblico;

    patrimnio histrico;

  • inss - direito constitucional l ccpp35

    Anotaes

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    patrimnio cultural;

    moralidade administrativa;

    meio-ambiente.

    Espcies:

    reventiva: quando visar o impedimento de dano por um ato lesivo (anterior ao ato lesivo);

    Repressiva: quando visar a reparao de dano causado por um ato lesivo (posterior ao ato lesivo).

    Portanto, o cabimento de uma ao popular no exige efetivo dano mate-rial.

    Legitimado Ativo: qualquer cidado (e no qualquer pessoa) deve ser elei-tor (cidado = eleitor), ou seja, indivduo com capacidade eleitoral ativa (somente aquele que pode votar), provada pelo ttulo eleitoral;

    Gratuidade: refere-se somente ao autor, ficando isento de custas judiciais e nus de sucumbncia (honorrios advocatcios da parte contrria), desde que esteja de boa-f (se comprovada a m-f no tem iseno).

    EXERCCIOS

    01. (VUNESP Investigador Polcia Civil/SP 2014)

    Os direitos humanos expressos na Constituio Federal Brasileira protegem os bra-sileiros e os estrangeiros residentes no pas. Nesse sentido, considerando o direito de liberdade, o texto constitucional garante que no ser concedida extradio de estrangeiro por crime

    a) de lesa-ptria ou de terrorismo.

    b) hediondo ou partidrio.

    c) contra o Estado Democrtico de Direito ou genocdio.

    d) poltico ou de opinio.

    e) de cunho religioso ou crime comum.

    02. (VUNESP Investigador Polcia Civil/SP 2014)

    Considerando o disposto na Constituio Federal sobre os direitos e garantias fun-damentais, assinale a alternativa correta.

    a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao p-blico, desde que obtida prvia autorizao do delegado de polcia e no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local.

    b) reconhecida a instituio do jri, com a organizao que lhe der a lei, as-segurada a competncia para o julgamento dos crimes dolosos e culposos contra a vida.

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    inss - direito constitucional l ccpp36

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    c) A lei considerar crimes inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia, en-tre outros, a prtica da tortura e o trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins.

    d) inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telegrficas, de dados e das comunicaes telefnicas, salvo, no ltimo caso, por ordem do juiz ou do promotor de justia, na forma da lei.

    e) A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante noite, por determinao judicial.

    03. (VUNESP Escrivo Polcia Civil/SP 2014)

    Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos e garantias fundamentais previs-tos na Constituio Federal de 1988.

    a) A lei s poder restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

    b) Conceder-se- habeas data sempre que a falta de norma regulamentadora torne invivel o exerccio dos direitos e liberdades constitucionais.

    c) A lei regular a individualizao da pena e adotar, entre outras, a privao ou a restrio da liberdade, a perda de bens e o banimento.

    d) Constituem crimes inafianveis e imprescritveis o racismo, a tortura, o tr-fico ilcito de entorpecentes e os definidos como crimes hediondos.

    e) Nenhum brasileiro ser extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum praticado antes da naturalizao, ou de comprovado envolvimento com terrorismo.

    04. (FCC Analista Judicirio/rea Administrativa TRT da 19 Regio (AL) 2014)

    Astolpho Lucio Gregrio Coragem, jornalista de um dos mais importantes veculos de comunicao do Pas, denuncia, de forma veemente, em longa reportagem, atos de corrupo praticados em rgo pblico da alta Administrao federal, sem revelar a sua fonte. De acordo com a norma constitucional vigente,

    a) o jornalista sofrer processo disciplinar e ao de improbidade por se utilizar de informaes de fonte no revelada.

    b) por se tratar de crime contra a Administrao pblica, o jornalista obrigado a revelar sua fonte de informaes.

    c) o jornalista no obrigado a revelar sua fonte de informaes.

    d) o jornalista tem o dever de revelar ao Ministrio da Defesa e ao Poder Judici-rio sua fonte de informaes em processo protegido pelo segredo de justia.

    e) em razo da prerrogativa de foro das autoridades envolvidas nos atos de cor-rupo noticiados, o jornalista obrigado a revelar sua fonte de informaes.

  • inss - direito constitucional l ccpp37

    Anotaes

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    05. (FCC Analista Judicirio/Oficial de Justia Avaliador TRT da 19 Regio (AL) 2014)

    Em um processo de execuo e em ateno a requerimento formulado pelo credor, foi proferida deciso judicial determinando a expedio de mandado de penho-ra e avaliao de mquina industrial pertencente empresa executada-devedora, equipamento este que estava localizado em sua sede. Na mesma deciso, o juiz autorizou o uso de fora policial, se necessrio fosse, para que o oficial de justia ingressasse no imvel da devedora. Munido dessa deciso, o oficial de justia com-pareceu sede da empresa, mas foi impedido de ingressar no imvel pelo respon-svel. Diante dessa situao, o oficial de justia

    a) no poder ingressar no imvel sem autorizao do proprietrio, ainda que autorizado por ordem judicial, em razo do direito inviolabilidade de do-miclio.

    b) no poder ingressar no imvel sem autorizao do proprietrio, o que po-deria ser feito apenas se determinado por ordem expressa de delegado de polcia.

    c) poder ingressar no imvel, mesmo sem autorizao do proprietrio, em qualquer horrio, independentemente de autorizao judicial, uma vez que o direito inviolabilidade de domiclio no se aplica pessoa jurdica.

    d) poder ingressar no imvel, mesmo sem autorizao do proprietrio, em qualquer horrio, visto que autorizado por deciso judicial.

    e) poder ingressar no imvel, mesmo sem autorizao do proprietrio, e des-de que durante o dia, visto que autorizado por deciso judicial.

    06. (FCC Analista Judicirio/rea Judiciria TRF da 3 Regio 2014)

    Sobre o direito de associao, a Constituio Federal estabelece que

    a) as entidades associativas no tm legitimidade para representar seus filia-dos judicial ou extrajudicialmente.

    b) ningum ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

    c) plena a liberdade de associao para qualquer finalidade.

    d) a criao de associaes e de cooperativas dependem de autorizao para seu funcionamento e se sujeitam interferncia estatal.

    e) as associaes podero ser compulsoriamente dissolvidas independente-mente de deciso judicial.

    07. (FCC Analista Judicirio/rea Judiciria TRF da 3 Regio 2014)

    Dentre as ideias estruturantes ou princpios abaixo, todos especialmente importan-tes ao direito penal brasileiro, NO tem expressa e literal disposio constitucional o da

    a) dignidade humana. d) individualizao.

    b) legalidade. e) pessoalidade.

    c) proporcionalidade.

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    inss - direito constitucional l ccpp38

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    08. (VUNESP Investigador Polcia Civil/SP 2013)

    Sanso Herculano, brasileiro, mdico veterinrio, maior de idade, foi preso em fla-grante delito e levado Delegacia de Polcia. Segundo o que estabelece a Constitui-o Federal, Sanso tem os seguintes direitos:

    a) a assistncia da famlia e de um advogado, cela especial por ter curso supe-rior e uma ligao telefnica para pessoa por ele indicada.

    b) ser criminalmente identificado, mesmo se possuir identificao civil, cela es-pecial em razo de ter curso superior e assistncia de um advogado.

    c) avistar-se pessoalmente com o promotor de justia, entrar em contato com uma pessoa da famlia ou quem ele indicar e assistncia de um advogado ou defensor pblico.

    d) relaxamento imediato de sua priso se ela foi ilegal, permanecer calado e cela especial privativa.

    e) permanecer calado, identificao dos responsveis por sua priso e que o juiz e sua famlia sejam imediatamente comunicados sobre sua priso.

    09. (VUNESP Escrivo Polcia Civil/SP 2013)

    Assinale a alternativa cuja afirmao est, expressamente, de acordo com a Consti-tuio Federal brasileira.

    a) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao p-blico, desde que prvia e devidamente autorizado pela autoridade compe-tente e no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local.

    b) inviolvel o sigilo da correspondncia e das comunicaes telefnicas, sal-vo, em ambos os casos, por ordem judicial, nas hipteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigao criminal.

    c) A casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia ou noite, por determinao judicial.

    d) s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao.

    e) A lei penal no retroagir, salvo para punir o ru nos casos de cometimento de crime hediondo ou de racismo.

    10. (FCC Tcnico Judicirio/rea Administrativa TRT da 15 Regio (SP Interior) 2013)

    Os atos constitutivos de uma associao para defesa dos usurios de servios pbli-cos contm as seguintes clusulas:

    I. em virtude de seu objeto, o incio das atividades da associao depender de prvia autorizao estatal;

    II. as atividades da associao somente podero ser suspensas ou encerradas por vontade dos prprios associados ou por deciso judicial transitada em julgado;

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    III. a associao, quando expressamente autorizada, ter legitimidade para re-presentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

    IV. nenhum membro da associao, em hiptese alguma, ser obrigado a man-ter-se associado contra sua vontade.

    So compatveis com a disciplina constitucional da matria as clusulas relativas a

    a) autorizao para funcionamento, suspenso e encerramento das atividades da associao.

    b) representao judicial e extrajudicial dos filiados e no obrigatoriedade de manter-se associado.

    c) representao judicial e extrajudicial dos filiados, bem como suspenso e encerramento das atividades da associao.

    d) no obrigatoriedade de manter-se associado e autorizao para funciona-mento da associao.

    e) suspenso e encerramento das atividades da associao, bem como no obrigatoriedade de manter-se associado.

    11. (FCC Analista Judicirio/rea Administrativa TRT da 15 Regio (SP Inte-rior) 2013)

    Uma casa localizada no municpio de Salvador foi invadida pela polcia em razo de um chamado telefnico. Esse fato gerou grande discusso na comunidade sotero-politana porque, nos termos do artigo 5o, XI, da Constituio Federal, a casa asilo inviolvel do indivduo, NO podendo a polcia nela penetrar ainda que

    a) com o consentimento do morador.

    b) em caso de flagrante delito.

    c) em caso de desastre.

    d) por determinao judicial, noite.

    e) para prestar socorro.

    12. (FCC Analista Judicirio/rea Administrativa TRT da 15 Regio (SP Inte-rior) 2013)

    A exigncia, pela sociedade, dos chamados direitos sociais teve como marco a Re-voluo Industrial no sculo XIX; tais direitos passaram a figurar nas constituies pela primeira vez no incio do Sculo XX. No Brasil, mais especificamente no termos do artigo 6o da Constituio Federal, direito social

    a) a inadmissibilidade de obteno de provas ilcitas no processo.

    b) a proteo maternidade e infncia.

    c) a garantia do direito herana.

    d) o direito autoral pelo tempo que a lei fixar.

    e) a garantia ao direito propriedade.

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    13. (FCC Analista Judicirio/rea Administrativa TRT da 15 Regio (SP Inte-rior) 2013)

    Sindicato de empregados de determinado setor industrial, com base territorial mu-nicipal, pretende promover, em juzo, a defesa de direito lquido e certo de seus filia-dos, lesado por ato de autoridade da administrao fazendria federal. Nesta hipte-se, considerada a disciplina constitucional da matria, o sindicato em questo

    a) depender de autorizao expressa de seus filiados para promover a defesa de seus interesses em juzo.

    b) estar legitimado para impetrar mandado de segurana coletivo.

    c) poder promover ao popular com vistas a anular o ato praticado com abu-so de autoridade.

    d) no poder promover a defesa dos interesses dos filiados em juzo.

    e) dever notificar o Ministrio Pblico competente para promover ao civil pblica em defesa dos interesses dos integrantes da categoria.

    14. (FCC Tcnico Judicirio/rea Administrativa TRT da 9 Regio (PR) 2013)

    Manoel, autor de importante obra literria, veio a falecer no ano de 2012. Nos ter-mos da Constituio Federal, ao autor, pertence o direito exclusivo de utilizao, pu-blicao ou reproduo de sua obra. Com o falecimento do autor, no caso, Manoel, tal direito

    a) transmite-se aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

    b) transmite-se aos herdeiros eternamente.

    c) no se transmite, isto , extingue-se com o falecimento do autor.

    d) transmite-se aos herdeiros pelo tempo fixado na legislao vigente.

    e) transmite-se apenas ao cnjuge sobrevivente.

    15. (FCC Tcnico Judicirio/rea Administrativa TRT da 9 Regio (PR) 2013)

    A respeito dos Direitos e Garantias Fundamentais, considere as seguintes assertivas:

    I. As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata.

    II. So gratuitas as aes de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da cidadania.

    III. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, trabalhada pela famlia, ser, excepcionalmente, objeto de penhora para pagamento de dbitos de-correntes de sua atividade produtiva.

    IV. O Brasil se submete jurisdio de Tribunal Penal Internacional a cuja criao tenha manifestado adeso.

    Nos termos da Constituio Federal, est correto o que consta em

    a) I, II, III e IV.

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    Anotaes

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    b) II e III, apenas.

    c) I e III, apenas.

    d) I, II e IV, apenas.

    e) II e IV, apenas.

    16. (FCC Analista Judicirio/Execuo Mandados TRT da 1 Regio (RJ) 2013)

    Ao disciplinar o direito de propriedade como um direito fundamental, a Constitui-o da Repblica prev que

    a) a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio vitalcio para sua utilizao, alm de proteo temporria para criaes industriais, pro-priedade das marcas, nomes de empresas e outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas.

    b) o direito de herana garantido, sendo a sucesso de bens de estrangeiros situados no Pas sempre regulada pela lei brasileira em benefcio do cnjuge ou dos filhos brasileiros.

    c) a desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse so-cial, procede-se, em regra, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos em lei complementar.

    d) no caso de iminente perigo pblico, a autoridade competente poder usar de propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao poste-rior, se houver dano.

    e) a pequena propriedade rural, assim definida em lei, no ser objeto de pe-nhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento.

    17. (CESPE Agente Penitencirio DEPEN 2013) (Adaptada)

    Julgue o prximo item, acerca dos direitos e das garantias fundamentais.

    Segundo entendimento dominante no STF, so lcitas as provas produzidas em in-terceptaes telefnicas decretadas por decises judiciais, quando tais decises fo-rem amparadas apenas em denncia annima.

    ( ) Certo ( ) Errado

    18. (VUNESP Escrevente Judicirio TJ/SP 2012)

    Assinale a alternativa que contempla corretamente um direito garantido expressa-mente pela Constituio Federal.

    a) Inviolabilidade do sigilo de correspondncia e das comunicaes telefni-cas, salvo, no primeiro caso, por ordem judicial, para fins de investigao criminal ou instruo processual penal.

    b) Inviolabilidade do domiclio, impedindo que algum nele possa entrar sem consentimento do morador, salvo para prestar socorro, ou, durante o dia ou noite, por determinao judicial.

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    inss - direito constitucional l ccpp42

    Anotaes

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    c) Livre exerccio dos cultos religiosos e garantia, na forma da lei, da proteo aos locais de culto e a suas liturgias.

    d) Direito de reunio pacfica, sem armas, em locais abertos ao pblico, desde que obtida prvia autorizao do poder pblico e desde que no frustre outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local.

    e) Manifestao livre do pensamento, com respectiva garantia do anonimato.

    19. (VUNESP Defensor Pblico DPE/MS 2012)

    Trcio cometeu o crime de trfico ilcito de entorpecentes e Romeu, o de racismo. Considerando o disposto na Constituio Federal, correto afirmar que

    a) Trcio cometeu delito inafianvel e est sujeito pena de recluso e Romeu, um crime inafianvel e insuscetvel de graa ou anistia.

    b) ambos cometeram crimes inafianveis e imprescritveis.

    c) ambos cometeram crime hediondo, inafianveis e insuscetveis de graa ou anistia.

    d) Trcio cometeu crime inafianvel e insuscetvel de graa ou anistia e Romeu, um crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso.

    20. (CESPE Agente de Polcia PC/AL 2012) (Adaptada)

    Acerca da Constituio Federal e dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item a seguir.

    No Brasil, a pena personalssima, no podendo passar da pessoa do condenado, razo por que a obrigao de reparar o dano no pode ser estendida aos sucessores do condenado ou contra eles executada.

    ( ) Certo ( ) Errado

    21. (CESPE Agente de Polcia PC/AL 2012) (Adaptada)

    Acerca da Constituio Federal e dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item a seguir.

    O uso de algemas durante audincia de instruo e julgamento pode ser determina-do pelo magistrado quando presentes, de maneira concreta, riscos a segurana do acusado ou das pessoas ao ato presentes.

    ( ) Certo ( ) Errado

    22. (ESAF Analista Tributrio Receita Federal 2012)

    Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, assinale a nica opo correta.

    a) livre a manifestao do pensamento, sendo permitido o anonimato.

    b) Os direitos fundamentais se revestem de carter absoluto, no se admitindo, portanto, qualquer restrio.

    c) As associaes s podero ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati-vidades suspensas por deciso do Ministro da Justia.

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    d) O princpio da isonomia, que se reveste de autoaplicabilidade, no susce-tvel de regulamentao ou de complementao normativa. Esse princpio deve ser considerado sob duplo aspecto: (i) o da igualdade na lei; e (ii) o da igualdade perante a lei.

    e) A Constituio Federal de 1988 admite a aplicao de pena de banimento.

    23. (ESAF Analista Tributrio Receita Federal 2012)

    Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, assinale a nica opo correta.

    a) A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sen-tido de que afronta o princpio da isonomia a adoo de critrios distintos para a promoo de integrantes do corpo feminino e masculino da Aero-nutica.

    b) Enquanto os direitos de primeira gerao realam o princpio da igualdade, os direitos de segunda gerao acentuam o princpio da liberdade.

    c) O sdito estrangeiro, mesmo aquele sem domiclio no Brasil, tem direito a todas as prerrogativas bsicas que lhe assegurem a preservao da liberda-de e a observncia, pelo Poder Pblico, da clusula constitucional do devido processo legal.

    d) O Supremo Tribunal Federal reconheceu a necessidade do diploma de curso superior para o exerccio da profisso de jornalista.

    e) As Comisses Parlamentares de Inqurito podem decretar a quebra do sigi-lo bancrio ou fiscal, independentemente de qualquer motivao, uma vez que tal exigncia est restrita s decises judiciais.

    24. (CESPE Analista Judicirio/rea Administrativa TRE/ES 2011) (Adap-tada)

    A respeito dos direitos e das garantias fundamentais previstos no texto da Constitui-o Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.

    Se um indivduo, depois de assaltar um estabelecimento comercial, for perseguido por policiais militares e, na tentativa de fuga, entrar em casa de famlia para se esconder, os policiais esto autorizados a entrar na residncia e efetuar a priso, independentemente do consentimento dos moradores.

    ( ) Certo ( ) Errado

    25. (VUNESP Analista de Promotoria MP/SP 2010)

    Pela Carta Magna Brasileira, no h bice a que a lei estabelea fiana para o se-guinte delito:

    a) terrorismo.

    b) infanticdio.

    c) prtica do racismo.

    d) ao de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrtico.

    e) trfico ilcito de entorpecentes.

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