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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA CURSOS DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA 1080 - HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO Eng o. / Prof. Valneo Pileggi Santos, janeiro de 2.006 APONTAMENTOS DE CLASSE: Temos aqui os Apontamentos de Classe referentes a matéria 1080 – Higiene e Segurança do Trabalho, ministrada no Curso de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade Santa Cecília. A finalidade destes apontamentos é a de facilitar a consulta dos alunos aos principais temas abordados em classe. Estes apontamentos foram elaborados com base em experiência profissional adquirida nas atividades ligadas a Engenharia Mecânica Industrial, desenvolvidas em áreas de riscos elevados, envolvendo Projetos, Serviço Técnico de Utilidades, Geração e Distribuição de Energia Térmica e Elétrica, Instalações de Fluídos como Ar Comprimido, Refrigeração e Ar Condicionado, Tratamentos d ´Água Industrial e Tratamento de Gases utilizados na Infra- estrutura Industrial, bem como, na Coordenação de Investimentos e Manutenção de Instalações Industriais. Estudos, pesquisas, trabalhos executados e Cursos de Especialização realizados contribuíram muito na aquisição da experiência tão necessária nesta área de atuação. Nestes apontamentos incluímos também informações obtidas em diversos livros técnicos dedicados a esta matéria, bem como, a um grande número de artigos técnicos consultados em acessos aos “Sites” da Internet especialmente dedicados a Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Assim temos aqui um resumo dos principais tópicos abordados nas aulas, além de informações complementares como estatísticas, entidades governamentais e não governamentais, leis, artigos 1

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

CURSOS DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA

1080 - HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Eng o. / Prof. Valneo Pileggi

Santos, janeiro de 2.006

APONTAMENTOS DE CLASSE:

Temos aqui os Apontamentos de Classe referentes a matéria 1080 – Higiene e Segurança do Trabalho, ministrada no Curso de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade Santa Cecília.

A finalidade destes apontamentos é a de facilitar a consulta dos alunos aos principais temas abordados em classe.

Estes apontamentos foram elaborados com base em experiência profissional adquirida nas atividades ligadas a Engenharia Mecânica Industrial, desenvolvidas em áreas de riscos elevados, envolvendo Projetos, Serviço Técnico de Utilidades, Geração e Distribuição de Energia Térmica e Elétrica, Instalações de Fluídos como Ar Comprimido, Refrigeração e Ar Condicionado, Tratamentos d´Água Industrial e Tratamento de Gases utilizados na Infra-estrutura Industrial, bem como, na Coordenação de Investimentos e Manutenção de Instalações Industriais.

Estudos, pesquisas, trabalhos executados e Cursos de Especialização realizados contribuíram muito na aquisição da experiência tão necessária nesta área de atuação.

Nestes apontamentos incluímos também informações obtidas em diversos livros técnicos dedicados a esta matéria, bem como, a um grande número de artigos técnicos consultados em acessos aos “Sites” da Internet especialmente dedicados a Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

Assim temos aqui um resumo dos principais tópicos abordados nas aulas, além de informações complementares como estatísticas, entidades governamentais e não governamentais, leis, artigos técnicos e relação de “Links” de “Sites” específicos dedicados a esta matéria.

Periodicamente estes apontamentos são revisados e atualizados.

Para facilidade de estudo e consultas complementares necessárias aos alunos, recomendamos acessar também a nossa “página” no “Site” da Universidade Santa Cecília, “Higiene e Segurança no Trabalho” , de onde será possível executar o “download” destes Apontamentos de Classe, além de todas Normas Regulamentadoras - NR´s, e diversos artigos técnicos do maior interesse.

Nesta página encontraremos também diversos “Links” de acesso a “Sites” Governamentais e não Governamentais, de Entidades nacionais e internacionais da maior importância para o estudo e compreensão desta matéria.

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Naturalmente o conteúdo destes apontamentos apresenta apenas uma introdução ao tema da Segurança do Trabalho, sendo que, para um maior conhecimento e aprofundamento na matéria é imprescindível a consulta aos livros e manuais da especialidade, além de se fazer os diversos Cursos de Especialização atualmente disponibilizados.

Índice principal:

1 ) - Objetivos; – pàgina 3

2 ) - Programação do Curso; - pàgina 4

3 ) - Introdução a Matéria, visão histórica, sistêmica e holística do assunto; - página 5

4 ) – Segurança no Trabalho, aspectos Políticos, Sociais, Educativos, Econômico e Dados Estatísticos; - página 10

5 ) - Higiene e Segurança do Trabalho em Geral, inclusive Segurança em Instalações Elétricas; - página 19

6 ) - Lista de verificação para assuntos diversos, Fatos e Procedimentos utilizados na Segurança do Trabalho; - página 41

7 ) - Leis, Portarias e Normas – pàgina 42

8 ) - Normas Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08 de junho de 1978 e informações Complementares; - página 44

9 ) - Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade, NR – 10 e demais Normas Técnicas: página 69

10 ) - Perigos Riscos e Emergências, Gestão de Risco e de Emergências: - página 74

11 ) - Técnicas de identificação de Perigos, Análise e Avaliação de Riscos - página 80

12 ) - PPRA - Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais (Conf. NR – 09): - página 94

13 ) - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional (Conf. NR – 07): - página 94

14 ) – Programas de redução dos Acidentes do Trabalho em uma Empresa página 95

15 ) - Bibliografia - página 96

16 ) - Anexos diversos - pagina 98

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1 ) - Objetivos:

O objetivo principal desta matéria 1080 - Higiene e Segurança do Trabalho é o de transmitir e ensinar as principais noções básicas e fundamentais relativas ao tema, bem como, preparar e motivar todos os alunos a engajarem-se na busca de melhorias contínuas da Higiene e Segurança do Trabalho, de modo a progredirmos sempre na busca de resultados melhores, de modo a alcançarmos patamares de excelência nesta área tão relevante ao desenvolvimento técnico e social de nosso país.

Assim sendo, dentro do período de tempo previsto e disponível do calendário escolar, buscaremos obter uma visão global e uma introdução da Higiene e Segurança do Trabalho, de modo a alicerçarmos uma base para uma atuação responsável e construtiva nesta especialidade tão importante em nossa vida profissional.

Obs.: - Neste curso além da exposição em aulas, utilizaremos também métodos de aprendizado participativos tais como:

Trabalhos de pesquisa individuais e coletivos; Consultas a literatura técnica específica; Consultas e Pesquisas na Internet; Demais meios didáticos possíveis.

Pois como todos nós sabemos:

“O trabalho dignifica” e

“O conhecimento enobrece”

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2 ) – Programação do Curso:

Para atingirmos os objetivos anteriormente colocados, abordaremos e transcorreremos os seguintes assuntos ligados a Segurança e Higiene e do Trabalho:

Visão Histórica, sistêmica e holística da Segurança do Trabalho;

Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Brasil e no Mundo;

Principais Leis que regem a Higiene e Segurança do Trabalho no Brasil;

Panorama da Situação da Segurança do Trabalho no Brasil e no Mundo;

Normas Regulamentadoras aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 8 de de junho de 1978;

Normas Técnicas, inclusive as relativas a Engenharia Elétrica que envolvam a Segurança do Trabalho;

Principais Órgãos Oficiais existentes relacionados a Segurança do Trabalho;

Entidades não Governamentais;

Termos técnicos, siglas e abreviações mais utilizadas;

Riscos Ambientais e Profissionais;

Análises de Riscos e principais Técnicas Utilizadas;

Situações de Emergências;

Gestão de Riscos e Emergências;

Combate a Incêndio;

Segurança em Instalações Elétricas;

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –CIPA;

Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s;

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho;

PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional;

Estrutura e Organização da Área de Segurança do Trabalho;

Sistemas de Gestão de SST;

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OSHAS 18001 e BS 8800

Demais aspectos importantes relativos a matéria.

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3 ) – Introdução a Matéria, visão histórica, sistêmica e holística do assunto:

3.1 ) – Resumo Histórico: - Origem, nascimento e oficialização da Segurança e a Higiene no Trabalho:

Muito embora o trabalho organizado no mundo civilizado tenha surgido a milhares de anos, como podemos ver testemunhado em diversas obras históricas, tais como, as Pirâmides do Egito antigo, a Acrópole de Atenas, o Coliseu de Roma, a Muralha da China, além de muitas outras Construções Medievais de grande porte, tais como as Catedrais, Castelos, Monumentos e Túmulos, verificamos contudo que, ao longo da história, parece não ter havido uma organização e preocupação maior das Nações e Povos daquelas épocas, com os aspectos referentes a Segurança de todos estes trabalhadores anônimos e desconhecidos que empenharam-se em promover toda a construção do nosso Mundo Civilizado.

Cumpre lembrar ainda que grande parte destas obras monumentais utilizou Mão de Obra escrava.

Na história do mundo, seguindo a linha do tempo a partir das épocas remotas, verificamos que nos séculos XVIII e XIX, ocorreram importantes eventos e descobrimentos científicos que culminaram com o surgimento da consagrada Revolução Industrial, a qual, apoiou-se na evolução técnica decorrente do advento das Novas Tecnologias.

Exemplo disto foram a descoberta e o desenvolvimento das Máquinas a Vapor, dos Motores de Combustão Interna, dos Motores Elétricos, dos Barcos a Vapor, dos Trens e Ferrovias, além de diversas outras máquinas para produção em larga escala, como as máquinas de Tecelagem e diversos outros inventos.

Em conseqüência de todos estes acontecimentos históricos ocorridos neste nosso “Admirável Mundo Novo” tivemos o desenvolvimento acelerado da tecnologia e da economia, modernizando e modificando radicalmente toda uma antiga Civilização.

Todo este desenvolvimento tecnológico entretanto infelizmente não se fez acompanhar do correspondente desenvolvimento e equilíbrio social, ocasionando assim muitos e graves problemas sociais.

O agravamento da situação social deu-se principalmente pelo deslocamento em massa dos trabalhadores e da população envolvida que passaram do trabalho na agricultura e no campo para o trabalho nas diversas Indústrias que surgiram, tais como, as Indústrias de Tecelagem, Confecções, de Bebidas e Alimentícias, de Veículos de transporte terrestre, naval e aéreo Indústrias Químicas e Metalúrgicas, Siderúrgicas, da Construção Civil e outras tantas existentes.

Além disto, a maioria dos trabalhadores daquela época não possuia formação, conhecimento, preparo, treinamento e experiências adequadas e suficientes para as transformações tão intensas que ocorreram.

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Naquelas épocas passadas as condições de trabalho conseqüentemente eram bastante precárias e inseguras.

Documentários antigos mostrando as condições de trabalho existentes nos EUA, Inglaterra e demais países da Europa, no final do século XIX e início do século XX, como os que são apresentados no GNT, Discovery, National Geographic e outros canais de TV a Cabo, além de diversos artigos publicados em livros e enciclopédias, impressionam pelos fatos e cenas apresentadas.

Respeitáveis obras literárias (Victor Hugo, A. J. Cronin, Steinbeck e outros ) também atestaram as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos os trabalhadores, como por exemplo, os das Minas de Carvão na Inglaterra, das Fábricas e Usinas, dos Portos e Estaleiros e os da Construção Civil em todo o mundo.

Recentemente, a TV Globo, na novela “Esperança”, líder em audiência, também abordou estas questões sociais ocorridas no Brasil.

Não faltam exemplos das condições de trabalho deploráveis que existiram nas épocas passadas, as quais infelizmente ocorrem ainda na época atual, pois apesar de avanços tecnológicos e sociais ocorridos no mundo, ainda hoje em dia encontramos casos de displicência, abusos e situações ilegais relativas ao Trabalho, como provam as notícias divulgadas e as estatísticas de Acidentes do Trabalho publicadas.

Tendo em vista então ao grande número de acidentes desastrosos ocorridos naquelas épocas passadas, bem como, pela divulgação feita através dos diversos meios de comunicação, além da decorrente pressão da opinião pública, medidas organizadas de proteção ao trabalhador finalmente começaram a ser tomadas no mundo.

Mesmo assim com toda da evolução tecnológica dos tempos atuais, por incrível que pareça, encontramos ainda hoje em dia casos de Trabalho Infantil e Trabalho Escravo !

Em continuidade a este breve histórico, cronológica e resumidamente indicamos alguns fatos e acontecimentos de maior relevância relacionados com a Segurança do Trabalho:

Ano de 1911 :

Começa-se a implementar com maior amplitude o tratamento médico industrial;

Anos de 1919 até 1921 :

Fundação da Organização Internacional do Trabalho – OIT, em 1919, em Genebra, na Suíça;

O Tratado de Versalhes que selou o fim da Primeira Grande Guerra Mundial incluiu em seu bojo ações para melhorias das condições de trabalho no mundo.

Surgimento oficial de Ações Coordenadas e abrangentes ligadas a Segurança e Higiene do Trabalho, ocorridas no ano de 1.921, quando a OIT organizou um Comitê para o Estudo de Assuntos referentes a Segurança e a Higiene no Trabalho.

Nesta época o Comitê da OIT estabelecido em Genebra na Suíça, estudando as condições de trabalho e vida dos trabalhadores no mundo, tomou uma decisão histórica recomendando e tornando obrigatória a constituição de Comissões, compostas de representantes do empregador e dos empregados, com o objetivo de zelar pela prevenção dos acidentes do trabalho, quando as empresas tivessem 25 ou mais empregados.

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No Brasil simultaneamente surge a primeira Lei sobre Acidentes do Trabalho, a de n o 3.724 de 15 de janeiro de 1919 .

Ano de 1934 :

Tempos depois, em 10 de julho de 1934 foi promulgada a segunda Lei de Acidentes do Trabalho através do Decreto n o 24.637

Ano de 1943 :

Criação da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT conforme o Decreto Lei n o 5.452 de 01.05.1943

Ano de 1944 :

Oficialmente instituída a criação da CIPA - Comissão Interna Para Prevenção de Acidentes, no Brasil:

Getúlio Vargas, um dos políticos de maior expressão em nossa História, conhecido como o “Pai dos Trabalhadores”, 21 anos após a recomendação feita pela OIT, promulgou em 10.11.1944 , o Decreto – Lei n o 7.036 , fixando a obrigatoriedade da criação de Comitês de Segurança em Empresas que tivessem 100 ou mais empregados. Este decreto ficou conhecido como Nova Lei de Prevenção de Acidentes.

Ano de 1953 :

Em 27.11.1953 a Portaria 155 oficializava a sigla CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

3.2 ) – Etapas intermediárias ocorridas no Brasil:

Ano de 1967 :

Em 26.02.1967 , no Governo do Presidente Costa e Silva, o Decreto-Lei n o 229 modificou o texto do Capítulo V , título II , da CLT, o qual dispunha de assuntos de Segurança e de Higiene no Trabalho.

Com esta modificação, o artigo 164 da CLT que tratava de assuntos referentes a CIPA foi alterado e ficou conforme o seguinte texto:

Art. 164 – As empresas que, a critério da autoridade competente em matéria de Segurança e Higiene no Trabalho, estiverem enquadradas em condições estabelecidas nas normas expedidas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, deverão manter obrigatoriamente, o Serviço Especializado em Segurança e em Higiene do Trabalho e constituir Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPAs.

§ 1. 0 O Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho definirá as características do pessoal especializado em Segurança e Higiene do Trabalho, quanto as atribuições , à qualificação e a proporção relacionada ao número de empregados das empresas compreendidas no presente artigo.

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§ 2. 0 As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAS) serão compostas de representantes de empregadores e empregados e funcionarão segundo normas fixadas pelo Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho.

Ano de 1968 :

Portaria 3.456: - Em 29 de novembro de 1968, a Portaria 3.456 reduziu o número de 100 para 50 empregados como o limite em que torna-se obrigatório a criação das CIPA s em cada Empresa.

Anos 2000:

Ainda hoje, apesar de toda a legislação criada e existente, o desenvolvimento tecnológico continua defasado do desenvolvimento econômico e social, causando em conseqüência o desemprego em massa, a má distribuição da mão de obra e da renda, fatos estes que combinados com os programas educacionais, da saúde e habitacionais ainda deficientes, atingem e prejudicam principalmente as trabalhadores e as classes sociais menos favorecidas.

Assim sendo, o grande desafio a ser vencido em nossa Sociedade continua sendo o de progredirmos em harmonia e equilíbrio, buscando o desenvolvimento tecnológico acompanhado do desenvolvimento econômico, social e da cidadania de modo a melhorarmos as condições de vida, da educação, da saúde, da habitação e do trabalho no Brasil e no mundo.

Como descreve Alvin Tofler em seu livro “A terceira onda”, no Brasil temos presentes simultaneamente as 3 ondas básicas de desenvolvimento que ocorreram nas principais nações do mundo:

O desenvolvimento Agrícola; O desenvolvimento Industrial; E o desenvolvimento da Tecnologia da Informação.

Temos assim grandes contrastes, existindo empresas com um alto grau de desenvolvimento técnico e social, cujos resultados em termos da Segurança no Trabalho são excelentes, ao lado de empresas tecnicamente e socialmente não adequadamente estruturadas, sem a mínima responsabilidade social, cujos trabalhadores sofrem as conseqüências, pagando com a sua saúde e a com a sua vida.

Em vista disto ocorrem os resultados tão ruins relativamente aos principais índices de Segurança do Trabalho, a ponto do Brasil situar-se atualmente entre as 15 piores nações em termos de Segurança do Trabalho no mundo.

Esta situação todavia não deve nos desestimular, mas sim motivar na busca de um desenvolvimento mais equilibrado, com ações modificadoras que revertam este quadro desfavorável para uma situação mais compatível comparativamente as nações econômica e socialmente mais desenvolvidas.

Isto requer de todos nós atitudes reconhecidas como as chaves de sucesso no alcance de objetivos maiores e marcas de excelência em termos de Segurança e Qualidade de Vida, tais como:

Ideais maiores; Ciência, Ética e Humanismo; Constância de propósitos; Organização; Planejamento permanente;

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Comunicação; Treinamento constante; Coordenação; Decisão; Execução;

3.3 ) – Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações:

- A regulamentação referente a Segurança e Medicina do Trabalho atualmente é regida pelas seguintes Leis, Normas e Portarias abaixo colocadas, entre outras diversas tantas existentes:

Constituição Federal de 1988 ;

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Capítulo V - Segurança e Medicina do Trabalho, (Decreto Lei n o 5.452 de 01.05.1943, atualizada pela Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977)

Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 (D.O.U. 23.12.1977);

Normas Regulamentadoras (NR´s) , aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08 de junho de 1978;

Normas Regulamentadoras Rurais (NRR´s) , aprovadas pela Portaria n. 0 3.067 , de 12 de abril de 1988 .

Decreto n o 4.085 de 15 de janeiro de 2002 o qual promulgou a Convenção n o 174 da OIT , bem como, a Recomendação n o 181 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores.

Demais Portarias, Decretos e Leis vigentes constantes da Legislação Complementar.

Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho:

Sob o aspecto das Responsabilidades Civil e Criminal por Acidente do Trabalho temos, ( vide em anexo):

Responsabilidade Civil;

Art. 30, da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro; Art. 157 da CLT; Arts. 159, 1521, 1522, 1524 do Código Civil; Súmula 229 do Supremo Tribunal Federal; Decreto n 0 2172/97 , art. 160

Responsabilidade Criminal;

Arts. 15, 121, 129, 132, do Código Penal;Decreto n 0 2172/97 , art. 157 , § 1

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4 ) – Segurança no Trabalho, aspectos Políticos, Sociais, Educativos, Econômicos, Dados Estatísticos :

4.1 ) - Instituições Governamentais e Entidades não Governamentais ligadas a Segurança e Medicina do Trabalho:

É da máxima importância termos uma visão global das várias Instituições Governamentais e não Governamentais e das diversas Entidades que atuam e interagem nas questões relacionadas a Segurança e Medicina do Trabalho, no Brasil e no mundo, inclusive no que tange as recomendações mais recentemente indicadas, bem como, das tendências que podemos verificar no panorama mundial da Segurança do Trabalho.

Governo no Brasil:

MINISTÉRIOS:

Da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Ministro: Roberto RodriguesCasa Civil da Presidência da RepúblicaMinistra: Dilma Vana Rousseff Das Cidades Ministro: Márcio FortesDa Ciência e Tecnologia Ministro: Sérgio Rezende Das Comunicações Ministro: Helio CostaControladoria-Geral da União MInistro Chefe: Waldir PiresDa Cultura Ministro: Gilberto GilDa Defesa (Comandos: Exército, Marinha e Aeronáutica)Ministro: José AlencarDo Desenvolvimento Agrário Ministro: Miguel RossettoDo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Ministro: Luiz Fernando FurlanDo Desenvolvimento Social e Combate à FomeMinistro: Patrus AnaniasDa Educação Ministro: Fernando HaddadDo Esporte Ministro: Agnelo QueirozDa Fazenda Ministro: Antonio Palocci Da Integração Nacional

República Federativa do Brasil

Poder Executivo

Poder Legislativo

Poder Judiciário

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Ministro: Ciro GomesDa Justiça Ministro: Márcio Thomaz BastosDo Meio AmbienteMinistro: De Minas e Energia Ministro: Silas Rondeau Cavalcante SilvaDo Planejamento, Orçamento e GestãoMinistro: Paulo Bernardo Da Previdência Social Ministro: Nelson MachadoDas Relações Exteriores Ministro: Celso AmorimDa Saúde Ministro: José Saraiva Felipe Do Trabalho e EmpregoMinistro: Luiz Marinho Dos Transportes Ministro: Alfredo NascimentoDo TurismoMinistro: Walfrido Mares Guia

Observação:

Para um melhor conhecimento e entendimento da matéria, é muito importante conhecermos e acessarmos os seguintes Órgãos Governamentais e Não Governamentais em seus respectivos sites, como por exemplo os seguintes:

Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (http:// www.mte.gov.br/) e seus Órgãos Regionais do MTb ;

Ministério da Previdência Social - http://www.mpas.gov.br/

Ministério da Saúde – http://www.saude.gov.br/ ;

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a Segurança e medicina do trabalho;

Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT

Delegacias Regionais do Trabalho – DRT , nos limites de sua jurisdição, órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho;

Órgãos Federais, Estaduais e Municipais : - Podem ainda ser delegadas a outros Órgãos Federais, estaduais e municipais, mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, atribuições de fiscalização e/ou orientação às empresas, quanto ao cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST (Orgão do MTE) ;

MPT;

Fundacentro – Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do

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Trabalho (http://www.fundacentro.gov.br/ ;

IBGE http://www.ibge.gov.br/ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Brasil

OMS/OPAS – Organização Mundial da Saúde ( http://www.opas.org.br/ )

OIT – Organização Internacional do Trabalho (http:// www.oitbrasil.org.br/);

SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança http://www.sobes.org.br/ ;

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (http:// www.abnt.org.br);

ANAMT – Associação Nacional de Medicina do Trabalho ( http://www.anamt.org.br/ ;

ABMT – Associação Brasileira de Medicina do Trabalho;

ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (http://www.abpa.org.br/ ) ;

ABHO – Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais ( http://www.abho.com.br/ );

FENATEST - Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho;

CREA – SP (http:// www.creasp.org);

Abraphiset - Associação Brasileira dos Profissionais de Higiene e Seg. do Trabalho - Http://www.abraphiset.com.br/

Anent - Associação Nacional de Enfermagem do Trabalho - Http://www.anent.org.br/

Anest - Associação Nacional de Engenharia de Segurança do Trabalho - Http://www.anest.cjb.net/

SAUDE E TRABALHO ON LINE

Vários outras entidades nacionais e internacionais, cujos “Links” são encontrados nos diversos “Sites” e Portais de Segurança e Medicina do Trabalho existentes.

4.2 ) – Dados Estatísticos relativos aos Acidentes do Trabalho no Brasil e no mundo:

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O Acompanhamento periódico dos dados Estatísticos referentes a Segurança do Trabalho é da máxima importância para analisarmos e verificarmos em que situação nos encontramos e quais as ações necessárias de serem tomadas, no que se refere as medidas para melhoria das Condições de Saúde e Segurança no Trabalho.

A título de exemplos, transcrevemos abaixo alguns dados estatísticos e informações pesquisadas:

Ano de 1965:

Conforme pgs. 946 e 947 do livro “Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda” em 1965 , conforme dados Instituto Nacional para Seguros contra Acidentes do Trabalho – INAIL, foram denunciados 1.084.886 acidentes do trabalho, dos quais 2.657 foram mortais, acidentes estes ocorridos nos diversos setores industriais.

Destes acidentes ocorridos, 1189 ( 44,7 % ) se referiam a acidentes em Instalações Elétricas.

Os dados acima não incluem acidentes domésticos.

Período de 1970 até 2003 (33 anos):

Conforme estatísticas da Previdência Social, no período de 33 anos a média anual dos acidentes com lesão foi da ordem de 400.000, sendo que dentre estes, 4.000 foram de acidentes fatais.

Ano

A Empregados Segurados

BAcidentes Registrados

C= Bx100/AIncidência

( % )

DN° de Óbitos

E´ =N° de

Óbitospor

100.000trabalha-dores

E= Dx1000 / BCoeficiente

de Letalidade

( por 1000 )

1970 7.284.022 1.220.110 16,75 2.232 30,6 1,831975 12.996.187 1.916.187 14,74 4.001 30,8 2,091980 18.686.355 1.464.211 7,84 4.824 25,8 3,291985 20.106.355 1.077.861 5,36 4.384 21,8 4,061990 22.755.875 693.672 3,05 5.355 23,5 7,721991 22.792.858 640.790 2,81 4.523 19,8 7,061992 22.272.843 532.514 2,40 3.666 16,5 6,881993 23.165.027 426.960 1,84 3.689 15,9 8,641994 23.667.241 388.304 1,71 3.129 13,2 8,051995 23.755.736 424.137 1,79 3.967 16,7 9,351996 23.838.312 395.455 1,66 4.488 18,8 11,351997 24.140.428 421.343 1,75 3.469 14,4 8,231998 24.491.635 414.341 1,69 3.793 15,5 9,151999 24.993.265 387.820 1,55 3.896 15,6 10,052000

(*)26.228.629 363.868 1,39 3.094 11,8 8,5

2001 (*)

26.966.897 340.251 1,26 2.753 10,2 8,1

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2002 (*)

28.683.913 393.071 1,35 2.968 10,1 7,5

2003(**)

29.544.927 390.180 1,25 2.582 9,0 6,6

20042005

Obs.:

- Os dados indicados na Tabela supra são retirados de estatísticas oficiais.

- Nota-se haver uma incoerência de resultados no que se refere as curvas dos índices de Incidência e o do Coeficiente de Letalidade, respectivamente colunas “C” e “E”.

- (*) Sujeito a revisões.- (**) Dados preliminares

Ano de 1.995Mortos por 1.000 Acidentes de Trabalho

(Coeficiente de Letalidade, E = Dx1000/B)

EUA = 0,95

Portugal = 1,10

Espanha = 2,07

México = 2,97

Brasil = 3.967*1.000 / 424.137 = 9,35 (conf. dados da tabela supra ) Nicarágua = 9,81

Informações complementares:

Conforme artigo recentemente publicado em “A TRIBUNA”, por ocasião do IX Encontro Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente, realizado em 2002 em Santos no Mendes Convention Center, no Brasil de 1971 até 2000 (período de 30 anos), tivemos o seguinte quadro:

- Perderam a Vida mais de 120.000 trabalhadores, ou seja, em média 4.000 trabalhadores / ano ;

- Cerca de 300.000 ficaram inválidos, com uma média de 10.000 trabalhadores inválidos / ano

- Ocorrência de mais de 30.000.000 de acidentes do trabalho registrados neste período de período 30 anos, ou seja, em média 1.000.000 de acidentes / ano;

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- Com um índice de 12,6 acidentes para cada 100.000 trabalhadores , índice este comparativamente bastante acima dos índices dos demais países, tais como os seguintes;

- 7,6 registrados na França; - 5,5 na Alemanha;

- 4,2 na Finlândia; - 2,7 na Suécia.

Dados recentemente divulgados pelo Ministério do Trabalho indicam que o Brasil está entre as 15 nações com maior número de acidentes do trabalho no mundo.

Além disto o prejuízo anual no Brasil devido a indenizações e tratamentos médicos decorrentes dos acidentes do trabalho que ocorrem é da ordem de R$ 20 bilhões. Esta cifra seria suficiente para construção de 1 (um) milhão de casas populares ou de 70.000 escolas. (Ver artigo publicado em A Tribuna de 26.01.2003)

De outro lado, informe da Organização Internacional do Trabalho – OIT divulgado em Genebra na Suíça no dia Internacional do Trabalho mostra que as doenças e acidentes relacionados ao trabalho no mundo provocam a cada ano 2 milhões de óbitos, ou seja, cerca de 5.480 mortes por dia onerando a economia global em pelo menos US$ 1,25 trilhões equivalente a 4 % do Produto Interno Bruto do mundo. (Ver artigo publicado em A Tribuna de 02/05/2003)

4.3 ) – Principais Indicadores de Desempenho utilizados na Segurança do Trabalho, Taxa de Freqüência e Taxa de Gravidade:

Relativamente aos dados estatísticos é muito importante que se determine, analise e acompanhe periodicamente as Taxas de Freqüência, e Taxas de Gravidade.

Observação:

A NB 18 (ABNT, 1975), sugere a elaboração e acompanhamento dos seguintes Indicadores:

- Taxas de Freqüência (total, com perda de tempo e sem perda de tempo);

ou seja:

Taxa de Freqüência = n o total de acidentes * 1.000.000 / n o total de h. h. trabalhadas

- Taxa de Gravidade;

ou seja:

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Taxa de Gravidade = n o total de dias perdidos * 1.000 / n o total de h. h. trabalhadas

Observações:

- O numerador da Taxa de Freqüência é expresso pelo Número Total de Acidentes ocorridos no período de avaliação;

- O numerador da Taxa de Gravidade é expresso pelo Número Total de Dias Perdidos mais os Dias Computados devido aos acidentes no período de avaliação;

- O denominador das duas expressões anteriores, Taxas de Freqüência e de Gravidade é expresso em horas trabalhadas em um determinado período de tempo, ou seja, mensalmente, anualmente, etc.

Veja exemplo de cálculo nas pgs. 58,59 e 60 do livro “Prevenção de Acidentes nas Indústrias”, W. R. Peixoto, Ediouro.

- Outras medidas de avaliação da gravidade (número médio de dias perdidos em conseqüência de incapacidade temporária total, número médio de dias perdidos em conseqüência de incapacidade permanente e tempo médio computado).

Sob este aspecto é interessante que se consulte sempre as estatísticas e dados do Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS, bem como, do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE - (http:// www.mte.gov.br/);

4.4 ) - Caracterização dos Tipos de Acidentes e suas principais causas:

E´ muito importante estabelecer e conhecer a relação das causas e efeitos, para os vários tipos de acidentes ocorridos, inclusive caracterizando os tipos das instalações e das substâncias perigosas envolvidas. Isto nos possibilitará agir de forma mais direcionada e eficaz na solução dos problemas de segurança existentes.

Assim sendo nas duas tabelas abaixo colocadas encontramos dados de Acidentes de Grande Porte ocorridos no mundo, envolvendo Produtos Químicos diversos, inclusive combustíveis e explosivos, bem como, suas principais causas e perdas de vidas decorrentes ( Foram registrados os acidentes com mais de 20 mortes).

É importante que conheçamos estas informações para que haja uma conscientização doalto poder de destruição revelado por estes acidentes.

Semelhantemente aos acidentes ocorridos no ramo Químico, abaixo indicados, ocorreram também acidentes de gravidade e conseqüências em diversos outros ramos de atividades perigosas existentes no mundo, os quais também precisam ser pesquisados e conhecidos.

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ANEXO I: - Tabela 1 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos do início do século até 1969.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes

1917 Escócia Explosão de Navio / Explosivos militares 1.8001921 Alemanha Explosão em Fábrica / de Nitrato e >5001926 EUA Explosão em Depósito de Munições / Trinitrotoluol 21 EUA Vazamento de Tanques / Cloro 401929 EUA Incêndio com gases Tóxicos em / Nitrogênio, e Monóxido de Carbono 1191930 Bélgica Gases Tóxicos na Atmosfera / Fluoreto de Hidrogênio, Ácido e Dióxido Sulfúrico 921933 Alemanha Explosão em Fundição / Gás 651934 China Incêndio em Gasômetro / Gás 421935 Alemanha Explosão em Fábrica de Explosivos / Dinitroluok, Trinitrotoluol1939 Romênia Vazamento em Indústria Química / Cloro 601942 Bélgica Explosão / Nitrato de Amônia 60-801943 Alemanha Explosão de Caminhão em ind. / Butadieno e 60-801944 EUA Explosão de Nuvem de Gás / GLN 1301947 França Explosão de Navio Cargueiro / Nitrato de Amônia 21 EUA Explosão de Caminhão em Ind. / Éter Dimetílio 209 Alemanha Explosão em Metalúrgica / Poeira de Carvão 501950 México Vazamento em Fábrica / Sulfeto de Hidrogênio 221959 EUA Explosão de Caminhão em Rod. / Gás Líquido de Petróleo 261966 França Explosão em Refinaria / Propano e Butano 211968 Alemanha Explosão em Indústria / Cloreto de 24 Japão Contaminação da água por uma / Cádmio 100

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]

Tabela 2 - Acidentes químicos ampliados em nível global com mais de 20 óbitos de 1970 até 1984.

Data País Tipo de Acidente / Substância Mortes

1970 Japão Explosão / Gás 921972 EUA Explosão de Coqueria / Propano 21 Japão Vazamento em 6 indústrias / Desconhecido 76 Brasil Explosão em Refinaria / Propano e 381973 EUA Incêndio em / GLP 401974 Inglaterra Flixborough / Vazamento seguido de Explosão em / Ciclohexano 281976 Finlândia Explosão / Explosivos 431977 Coréia Sul Explosão de Trem / Explosivos 56 Colômbia Vazamento em Indústria de / Amônia, Nitrato e carbamide1978 Espanha Acidente de Transporte Rodoviário / Propileno 216 México Explosão / Butano 100

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México Explosão de Gasoduto / Gás 58 Explosão de um Vagão Tanque / GLP 251979 U.R.S.S. Acidente em Fábrica Prod. Químico 300 Irlanda Explosão de tanque de Óleo / Óleo 55 China Naufrágio de um Navio de / Óleo 72 EUA Explosão e Incêndio em Tanque / Óleo Cru 321980 Índia Explosão em 2 Fábricas / Explosivos 40+80 Irã Explosão em Depósito de Explosivos / Nitroglicerina 80 Espanha Explosão / Explosivos 51 Tailândia Explosão de Armamentos / Explosivos 541981 Venezuela Explosão / Hidrocarbureto 145 México Descarrilamento de Trem / Cloro 281982 Canadá Naufrágio em Navio de Óleo / Óleo 84 EUA Incêndio em Navio de Óleo / Óleo 51 Noruega Naufrágio de Navio de / Óleo 123 Espanha Explosão / Explosivos 51 Tailândia Explosão de Munições / Explosivos 54 Venezuela Explosão / Hidrocarbonos 1451983 Brasil Explosão de Trem / Diesel e 451984 Brasil Explosão de Oleoduto / Petróleo (Vila Socó – Cubatão) 508 Brasil Explosão em Plataforma de Petróleo / Petróleo 40 México Explosão de Reservatório / Gás Líquido de 550 Índia Bophal / Vazamento em Indústria Química / Isocianato de Metila >2.500 Paquistão Explosão de Gasoduto / Gás Natural 60 Romênia Explosão em Fábrica 100 Índia Transporte Rodoviário / Petróleo 60

Fonte: Freita; C. M. de et al [1995]

LISTAGEM DOS ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES OCORRIDOS ( * ) :

( * ) - Ver adiante a Convenção OIT 174 e o Decreto Lei 4085 de 15 de janeiro de 2002.

1921 - Alemanha, Oppau, explosão, 561 mortes

1943 – Alemanha, Ludwigshaffen, explosão, 245 mortes

1944 - EUA, Cleveland, incêndio, 136 mortes

1947 - EUA, Texas, explosão barco, 3.000 feridos e 552 mortes

1966 - França, Feyzin, bola de fogo, 81 feridos e 18 mortes

1972 - Brasil, Duque de Caxias, bola de fogo, 53 feridos e 39 mortes

1974 – Inglaterra, Flixborough, explosão, 104 feridos e 28 mortes

1975 - Holanda, Beek, explosão, 14 mortes

1976 – Itália, Seveso, vazamento, intoxicação e dano ao meio ambiente

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1978 - Espanha, San Carlos, explosão, 200 feridos e 206 mortes

1983 - Egito, rio Nilo, explosão de carga de GLP, 317 mortes

1984 - Brasil, Cubatão, Vila Socó, fogo, 500 evacuados e 93 mortes 1984 – Índia, Bhopal, explosão, 200.000 intoxicados e agressão ao meio ambiente e 4.000 mortes

1984 - México, cidade do México, explosão, 6.400 feridos e 650 mortes

1984 - México, San Juan, explosão de tanque de GLP, 550 mortes

1986 - URSS, Chernobyl URSS, Chernobyl

1987 - Seul, Correa, explosão, 59 feridos e 9 mortes

1988 - EUA, Houston, explosão, 23 mortes

1989 - EUA, Alaska, vazamento de 40 ton de petróleo, 100.000 aves mortas

1990 - Nagothane, Índia, explosão, 35 feridos e 35 mortes

1991 - Sungei Buloh, Malásia, incêndio, 60 feridos e 40 mortes

1991 - Dhaka, Bangladesh, explosão, 39 feridos e 7 mortes

1991 - Bagkok, Thailandia, explosão, mais de 200 feridos e 5 mortes 1993 - Hubei, China, explosão, 52 feridos e 63 mortes

1993 - Tailândia, fogo em fábrica de foguetes

2000 - Guizhou, China, explosão de gás Metano em um mina de carvão

2001 - Brasil, plataforma de petróleo, incêndio e dano ao meio ambiente, com 11 mortes

2001 - Zasiadko, Ucrânia, explosão em mina de carvão, mais de 17 feridos e 36 mortes

Observação: Das ocorrências e dos exemplos acima colocados constatamos o perigo, o risco e o alto grau de destruição dos acidentes com:

Vazamentos de produtos inflamáveis e/ou produtos tóxicos;

Das explosões;

Dos naufrágios;

Dos curto-circuitos;

Das descargas atmosféricas;

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Dos incêndios;

Das ocorrências semelhantes as acima colocadas.

--- // --- // --- // ---

5 ) - Higiene e Segurança do Trabalho em geral, inclusive Segurança em Instalações Elétricas:

5.1 ) - Áreas de Conhecimentos envolvidas:

A Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho inclui uma gama de conhecimentos bastante variada e extensa, envolvendo atividades das mais diversas áreas e especializações existentes, as quais interagem entre si, como por exemplo as seguintes:

Administração;

Biologia;

Comunicação;

Construção Civil;

Construção e Montagem;

Direito;

Economia;

Educação;

Energia;

Enfermagem;

Engenharia;

Ergonomia;

Estatística;

Família;

Finanças;

Física;

Gestão;

História;

Matemática;

Medicina;

Organização;

Pesquisas;

Planejamento;

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Política;

Petroquímica;

Processos Industriais;

Psicologia;

Química;

Recursos Humanos;

Saúde;

Sociologia;

Tecnologia;

Transporte;

E diversos outros ramos de atividade na existentes em nossa Sociedade e Economia.

Observações:

É por isto que se diz que a Higiene, Segurança e a Medicina do Trabalho tem uma natureza multifacetada;

Além disto para o bom conhecimento da Segurança do Trabalho é necessário que se tenha, além de todos conhecimentos técnicos envolvidos, uma visão histórica, holística e sistêmica dos acontecimentos;

É importante por exemplo :

Pensarmos globalmente e atuarmos localmente ( por razões econômicas );

Conhecermos o todo, desde o chão de fábrica até a presidência da Empresa;

Trabalharmos com constância de propósitos;

Trabalharmos de maneira organizada, planejada e em equipe;

Acessarmos e nos comunicarmos com todas as áreas da empresa e pessoal envolvido.

5.2 ) – Quadro I - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE da NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho:

A visão e o conhecimento dos diversos e diferentes campos de atividades econômicas e sociais existentes no país, os quais demandam e utilizam o trabalho das pessoas e o respectivo Grau de Risco é de suma importância.

Para iniciar é muito útil então conhecermos e consultarmos o Quadro I - Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE da Norma Regulamentadora – NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, cujo resumo colocamos abaixo:

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Quadro I – Classificação Nacional das Atividades Econômicas - - - CNAE ( Tabela parcial e resumida, vide NR –4 , Quadro I ) A – AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL

01 AGRICULTURA, PECUÁRIA E SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESSAS ATIVIDADES

Código Atividades Grau de Risco

01.1 Produção de Lavouras Temporárias

01.13-9 cultivo de cana-de-açúcar 301.15-5 cultivo de soja 3

01.2 Horticultura e Produtos de Viveiro01.21-0 cultivo de hortaliças, legumes e especiarias hortícolas 3

01.3 Produção de Lavouras Permanentes01.31-7 cultivo de frutas cítricas 301.32-5 cultivo de café 3

01.4 Pecuária01.41-4 Criação de bovinos 301.44-9 Criação de suínos 301.45-7 Criação de aves 3

01.5 Produção Mista: Lavoura e Pecuária01.50-3 Produção mista: lavoura e pecuária 3

01.6 Atividades de Serviços Relacionados com a Agricultura e Pecuária, Exceto Atividades Veterinárias

01.61-9 Atividades de serviços relacionados com a agricultura 301.62-7 Atividades de serviços relacionados com a pecuária,

exceto atividades veterinárias 3

2 SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES

02.1 Silvicultura, Exploração Florestal e Serviços Relacionados com estas Atividades

02.11-9 Silvicultura 302.12-7 Exploração florestal 3

B - PESCA

5 PESCA, AQÜICULTURA E ATIVIDADE DOS SERVIÇOS RELACIONADOS COM ESTAS ATIVIDADES

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05.1 Pesca, Agricultura e Atividades dos Serviços Relacionados com estas Atividades

05.11-8 Pesca 3

C - INDÚSTRIAS EXTRATIVAS

10 EXTRAÇÃO DE CARVÃO MINERAL 4

10.0 4 Extração De Carvão Mineral 4

11 EXTRAÇÃO DE PETRÓLEO E SERVIÇOS CORRELATOS

11.1 Extração de Petróleo e Gás Natural11.10-0 4 Extração de petróleo e gás natural 4

11.2 Serviços Relacionados com a Extração de Petróleo e Gás - Exceto a prospecção realizada por terceiros

11.20-7 Serviços relacionados com a extração de petróleo e gás - Exceto a prospecção realizada por terceiros

4

13 EXTRAÇÃO DE MINERAIS METÁLICOS

13.1 Extração de Minério de Ferro13.10-2 Extração de minério de ferro 4

13.2 Extração de Minérios Metálicos Não-Ferrosos13.21-8 Extração de minério de alumínio 413.23-4 Extração de minério de manganês 413.25-0 Extração de minerais radioativos 4

14 EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS

14.1 Extração de Pedra, Areia e Argila14.10-9 Extração de pedra, areia e argila 4

14.2 Extração De Outros Minerais Não-Metálicos14.22-2 Extração e refino de sal marinho e sal-gema 4

14.29-0 Extração de outros minerais Não-Metálicos 4

D - INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

15 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS E BEBIDAS

15.1 Abate e Preparação de Produtos de Carne e de Pescado

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15.11-3 abate de reses, preparação de produtos de carne 315.12-1 abate de aves e outros pequenos animais e preparação

de produtos de carne 3

15.14-8 Preparação e preservação do pescado e fabricação de Conservas de peixes, crustáceos e moluscos 3

15.2 Processamento, Preservação e Produção de Conservas de Frutas, Legumes e Outros Vegetais

15.23-7 Produção de sucos de frutas e de legumes 3

15.3 Produção de Óleos e Gorduras Vegetais e Animais15.31-8 Produção de óleos vegetais em bruto 315.32-6 refino de óleos vegetais 3

15.4 Laticínios15.41-5 Preparação do leite 315.42-3 Fabricação de produtos do laticínio 3

15.51-2 Beneficiamento de arroz e fabricação de produtos do arroz

3

15.52-0 Moagem de trigo e fabricação de derivados 315.53-9 Fabricação de farinha de mandioca e derivados 3

15.6 Fabricação e Refino de Açúcar15.61-0 usinas de açúcar 315.62-8 refino e moagem de açúcar 3

15.7 Torrefação e Moagem de Café15.71-7 3 Torrefação e moagem de café 3

15.8 Fabricação de Outros Produtos Alimentícios15.81-4 Fabricação de produtos de padaria, confeitaria e

pastelaria3

15.82-2 Fabricação de biscoitos e bolachas 3

15.84-9 Fabricação de massas alimentícias 3

15.89-0 Fabricação de outros produtos alimentícios 3

15.9 Fabricação de Bebidas15.92-0 Fabricação de vinho 315.93-8 Fabricação de malte, cervejas e chopes 315.95-4 Fabricação de refrigerantes e refrescos 3

16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO

16.0 Fabricação de Produtos do Fumo16.00-4 Fabricação de produtos do fumo 3

17 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS

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17.1 Beneficiamento de Fibras Têxteis Naturais17.11-6 Beneficiamento de algodão 317.19-1 Beneficiamento de outras fibras têxteis naturais 3

17.2 Fiação17.21-6 fiação de algodão 317.22-1 fiação de outras fibras têxteis naturais 317.23-0 fiação de fibras artificiais ou sintéticas 3

17.3 Tecelagem - Inclusive Fiação e Tecelagem17.31-0 Tecelagem de algodão 317.32-9 Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais 3

17.5 Serviços de Acabamento em Fios, Tecidos e Artigos Têxteis

17.6 Fabricação de Artefatos Têxteis a Partir de Tecidos - Exclusive Vestuário - e de Outros Artigos Têxteis

Observações:

Vide na NR –4, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, o Quadro I acima referido onde encontramos uma listagem completa de todos os ramos de Atividades Econômicas, inclusive com o seu respectivo Grau de Risco em uma escala de 1 (um) a 4 (quatro).

Complementando esta linha de conhecimento o passo seguinte é o de conhecermos os diversos processos industriais existentes, como os da Refinação de Petróleo, Siderúrgicos, Metalúrgicos, Químicos, Petroquímicos, Extração de Minérios, Mecânica Pesada, Transporte e diversos outros. Na literatura técnica encontramos muitas obras publicadas.

5.3 ) – ACIDENTES NO TRABALHO:

Diariamente, conforme divulgado pelos diversos meios de comunicação, jornais, revistas especializadas e pela televisão, encontramos notícias, umas abrangentes, com estatísticas da situação em geral, outras mais breves, relatando as ocorrências de Acidentes no Trabalho no Brasil e no mundo.

Estas notícias descrevem e nos revelam os altos índices de Acidentes do Trabalho ocorridos no Brasil, índices estes bem acima dos índices das demais nações evoluídas do mundo.

Estes acidentes além de vitimarem a parte mais fraca da cadeia produtiva, ou seja, os trabalhadores e suas famílias, causam prejuízos de grande monta à Previdência Social e à Saúde do nosso país.

5.4 ) – DEFINIÇÃO LEGAL DO ACIDENTE NO TRABALHO:

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 Lei n 0 8.213, de 24 de julho de 1991 ;

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Art.19:

Acidente do Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Art.20: Consideram-se Acidentes do Trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social;

II - Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.

§1o Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;

b) a inerente a grupo etário;

c ) a que não produza incapacidade laborativa;

d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

§2o Em caso excepcional constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste o artigo resultou das condições especiais em que o trabalho executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

Art.21:

Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:

a ) - Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;

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b ) - Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;

c ) - Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

d ) - Ato de pessoa privada do uso da razão;

e ) - Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;

IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a ) - Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

b ) - Na prestação espontânea de qualquer serviço a empresa para Ihe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;

c ) - Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus plenos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;

d ) - No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.

§1o Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.

§2o Não é considerada agravamento ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior.

5.5 ) – CAUSAS VERIFICADAS, ANÁLISE DAS CAUSAS E CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DOS ACIDENTES DO TRABALHO: 

A Análise das Causas dos Acidentes do Trabalho consta de estudos que nos levam ao conhecimento de como e por que os acidentes ocorreram, facilitando a compreensão das suas causas e possibilitando assim a atuação e a implantação de medidas preventivas que protejam e impeçam a ocorrência de novos acidentes.

De um modo restrito as causas dos acidentes do trabalho são classificadas como:

I ) - ATOS INSEGUROS:

Os atos inseguros são geralmente definidos como causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução de tarefas de forma contrária as normas de segurança.

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Como por exemplo:

Falta de atenção;

Excesso de autoconfiança;

Outros.

Causas:

As causas dos atos inseguros por sua vez podem ser devido:

A ) - Inadaptação entre o Homem e a Função

B ) - Fatores Constitucionais

Idade, Sexo, Percepção, etc 

C ) - Fatores Circunstanciais

Problemas familiares, abalos emocionais Discussão com colegas, alcoolismo, doenças, etc.

D ) - Desconhecimento dos Riscos da Função e/ou Formas de Evitá-los

É comum um operário praticar atos inseguros por não ter conhecimento adequado sobre a forma recomendada de executar a operação, ou mesmo, por desconhecer os riscos a que está sujeito.

Cabe aos técnicos e encarregados orientá-lo sobre as formas recomendadas e mais seguras de se realizar determinadas tarefas de risco envolvidas na função.

II ) - CONDIÇÕES INSEGURAS :

São aquelas condições que, presente no local de trabalho, colocam em risco a integridade física e mental do trabalhador, devido à possibilidade de o mesmo acidentar. Tais condições apresentam e como deficiências técnicas.

Ex: Máquinas sem proteção, fiação elétrica exposta, piso defeituoso, etc.

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5.6 ) – Demais causas desfavoráveis as quais não podem ser ignoradas:

Além das causas primárias das ocorrências ligadas aos Acidentes do Trabalho como as acima colocadas podemos identificar outros fatores que favoreceram a ocorrência e o incremento dos acidentes do trabalho, os quais não podemos ignorar:

Exemplo disto ocorreu no Brasil na década de 90:

Conjunturas Econômicas bastante desfavoráveis, como as ocorridas no Brasil na década de 90, em conseqüência de períodos de crises da política e economia mundial.

Estas condições repercutiram negativamente em nossa economia, estimulando o emprego de políticas econômicas não adequadas, impostas pelos credores internacionais.

Como por exemplo, tivemos os casos de diversas privatizações realizadas no Brasil, as quais foram bastante desvantajosas para o nosso país, como as que ocorreram com a Cia. Vale do Rio Doce, com as Concessionárias de Telefonia e de Energia Elétrica e de Gás Natural.

Estas privatizações, além causarem o desemprego em massa, causaram também o advento de políticas de terceirização da mão de obra, executadas precariamente.

A terceirização por sua vez quase sempre veio acompanhada pela perda dos direitos por parte dos trabalhadores, bem como, da diminuição do poder de negociação dos Sindicatos, os quais tinham antes condições de lutar e defender os direitos dos trabalhadores e atualmente encontram-se enfraquecidos, dado os elevados índices de desemprego ainda existentes em nosso pais.

Sem generalizar, com raras exceções, podemos constatar que os índices de acidentes do trabalho são mais elevados aonde o trabalho foi terceirizado.

Muitos trabalhadores terceirizados inclusive acabam trabalhando de modo informal, não por sua própria escolha, mas devido as necessidades e circunstâncias impostas por um mercado globalizado, competitivo, predatório e socialmente desestruturado.

Neste caso quando os acidentes ocorrem, dado a esta informalidade, acontece na maioria das vezes da CAT – Comunicado de Acidente do Trabalho não ser emitida, o que acaba distorcendo as estatísticas de acidentes de trabalho, prejudicando muito os trabalhadores.

Além disto a política da “globalização” dos mercados, tida como o “supra sumo” da economia mundial, revelou-se agora em sua face oculta e mais cruel, ou seja, a da competividade desigual, a qual favorece sobretudo as potências economicamente mais fortes, em detrimento dos povos e economias das Nações emergentes e em desenvolvimento.

Isto tem levado ao agravamento do quadro econômico e social dos países em desenvolvimento, como no caso do Brasil, contribuindo para a estagnação da economia, terceirização da mão de obra e desemprego em massa, causando graves problemas sociais, como a falta de moradias, a crise da saúde pública, da educação, além da falta de infra-estrutura no pais.

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Conseqüentemente, além do aumento dos índices de acidentes do trabalho, aumentaram também os índices da violência e da criminalidade no Brasil.

Condições Inseguras do Trabalho : - Conforme acima referido as condições inseguras de trabalho são causadas na maioria das vezes por instalações irregulares e/ou obsoletas desrespeitando as recomendações ditadas pelas Normas Técnicas vigentes de instalações, bem como, desobedecendo as exigências das Normas Regulamentadoras, além de procedimentos impróprios executados na operação, na produção e na manutenção.

Estas condições inseguras por sua vez, em grande parte são causadas pela falta de investimentos que permitam a execução de manutenção adequada, de melhorias e de modernização das instalações.

Falta de uma fiscalização mais intensa , severa , contínua, preventiva e efetiva por parte dos Órgãos Públicos e Privados e pelos Sindicatos e o conseqüente descaso e desrespeito às leis específicas relativas Segurança no Trabalho por parte de empresas sem estrutura e sem qualquer compromisso social.

Freqüentemente atua-se mais nas conseqüências do que na prevenção, na educação e na eliminação das causas dos Acidentes do Trabalho;

Despreparo educacional e profissional que atinge grande parte dos Trabalhadores, principalmente os de menor qualificação e renda, despreparo este, causado por conjunturas políticas, econômicas, social, trabalhista, educacional e da saúde ainda deficientes para as necessidades de nosso país.

Alguns países desenvolvidos por exemplo tomam medidas mais adequadas no caso da ocorrência do desemprego:

Ocorrendo o desemprego os trabalhadores recebem, além do seguro desemprego, também cursos de especialização e de atualização profissional que os habilitam e capacitam a voltar mais rapidamente ao mercado de trabalho.

Morosidade da Justiça no que se refere a apuração, julgamento, e punição dos responsáveis pelos acidentes do trabalho ocorridos, bem como, a indenização de direito a ser recebida pelos trabalhadores e suas famílias, situações estas que, para não prejudicar o trabalhador, não deveriam tardar para serem resolvidas.

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5.7 ) – NORMAS E PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO:

No Brasil os princípios básicos da Segurança do Trabalho são ditados e orientados pelas Normas Regulamentadoras – NR´s.

A partir das NR´s podemos e devemos nos guiar, verificando as diversas situações de riscos que ocorrem nas instalações de uma empresa.

As Normas Regulamentadoras – NR´s por sua vez apoiam-se e se relacionam com as Normas Técnicas oficiais, estabelecidas pelos órgãos competentes, como as da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e das demais Normas Técnicas existentes no mundo, tais como a ISO, a ASTM, a API, a ASME, a DIN, a BS a NF e todas as demais.

No que tange a Eletricidade, a Norma Regulamentadora a ser seguida é a NR – 10 – Instalações e Serviços em Eletricidade, a qual deve ser complementada pelas diversas Normas Técnicas específicas para a Eletricidade, tais como:

NBR 5410 - Instalações de baixa tensão; NBR 14039:03 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV, NBR 5414 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;e demais normas.

È muito importante também que sejam seguidas as recomendações técnicas relativas a Segurança da Instalação e a Segurança do Trabalhador encontradas nos livros técnicos que regem o assunto, nos manuais técnicos das instalações e de seus componentes, nos treinamentos específicos, etc.

A experiência acumulada das pessoas, das firmas que trabalham com seriedade e competência e das técnicas utilizadas em Concessionárias de Serviço Público é de suma importância também.

Outro meio atual e de extrema valia que deve ser sempre levado em conta são as informações disponíveis em Páginas e Endereços da INTERNET dedicados a Segurança e Saúde no Trabalho.

Para obte-las devemos acessar principalmente os “Sites” das Universidades, das Entidades Governamentais e não Governamentais e de Empresas comprometidas com a SEGURANÇA, HIGIENE e MEDICINA do TRABALHO.

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5. 8 ) – PRINCIPAIS CONCEITOS E OBJETIVOS EM HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO:

SAÚDE OCUPACIONAL - SO:

Funções Básicas:

Essencialmente, a vida do Homem transcorre, na sua maior parte, em dois tipos de ambientes:

O ambiente ocupacional ou local de trabalho e

O ambiente de sua comunidade.

Cada um destes ambientes possui suas características próprias e atua sobre o organismo humano, o qual procura adaptar-se às forças, aos agentes e às tensões.

Este processo de adaptação é muito lento e limitado, diante das rápidas e constantes mudanças do meio físico e do sistema de vida, o que acaba por provocar o aparecimento das doenças.

Os ambientes ocupacionais, onde o trabalhador permanece, praticamente 1/ 3 de cada um de seus dias, têm sido sempre considerados como potencialmente mais nocivos à saúde, do que o ambiente da comunidade.

O ambiente industrial por exemplo é na maioria das vezes bastante artificial. Nele são operadas máquinas perigosas; estão presentes agentes químicos potencialmente tóxicos; podendo haver excesso de ruído; temperaturas elevadas e fontes de radiação, etc. e em muitas ocasiões estas exposições atingem também a comunidade, através da poluição da água, do ar e do solo; criando graves problemas de saúde pública.

Por elementar direito de sua condição humana, tal como foi reconhecido pela ONU(Organização das Nações Unidas), os governos de cada país têm o dever de zelar pela saúde dos seus trabalhadores.

A responsabilidade pela vida e saúde de um trabalhador deve recair sobre o trinômio ESTADO – EMPRESA – TRABALHADOR, seja porque o estado terá gastos para a recuperação do indivíduo (quando possível) ou para a sua manutenção ou de seus dependentes, quando da morte ou invalidez, seja porque a empresa perde seu investimento em qualificação e material ou porque o próprio trabalhador incapacitado terá seu futuro (e de seus dependentes)muitas vezes comprometido.

Conceitos:

SAÚDE OCUPACIONAL - SO:

Conforme a OIT – Organização Internacional do Trabalho e a OMS – Organização Mundial da Saúde, a Saúde Ocupacional é o ramo da saúde que tem por objetivos:

A Promoção e Manutenção, no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas suas ocupações;

A Prevenção, entre os trabalhadores, das doenças ocupacionais causadas pelas condições inadequadas e inseguras do trabalho;

A Proteção dos trabalhadores em seus labores, dos riscos resultantes de fatores adversos à saúde;

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A Colocação e Conservação dos trabalhadores em ambientes ocupacionais adaptados a suas aptidões fisiológicas e psicológicas;

Em resumo:

A Adaptação do Trabalho ao Homem e de cada Homem ao seu próprio Trabalho.

MEDICINA OCUPACIONAL é o campo da Medicina relacionado com:

A avaliação, manutenção, recuperação e melhoria da saúde do trabalhador, através da aplicação de princípios da Medicina Preventiva, da Medicina de Emergência , da Reabilitação e Medicina do Ambiente;

A promoção de uma produtiva e satisfatória interação do trabalhador com seu trabalho, através de aplicação de princípios do comportamento humano;

A ativa apreciação das necessidades e responsabilidades sociais, econômicas e administrativas do trabalhador e da Comunidade trabalhadora.

HIGIENE INDUSTRIAL (Segundo a “American Industrial Hygiene Association”)

“É a ciência e a arte devotadas ao reconhecimento, avaliação e controle daqueles fatores ou condicionantes ambientais, provenientes do ambiente de trabalho, que podem causar doenças, danos à saúde e ao bem-estar, ou desconforto significativo e ineficiência entre trabalhadores ou entres os habitantes da Comunidade".

SEGURANÇA OCUPACIONAL (Segundo o “National Safety Council”)

“A Segurança Ocupacional visa à Prevenção dos Acidentes".

FUNÇÕES BÁSICAS DA SAÚDE OCUPACIONAL:

Em Higiene do Trabalho:

1) - Adoção das características físicas dos ambientes no que se refere à iluminação, ventilação, conforto térmico e conforto acústico, radiação, etc.

2 ) - Adoção de normas higiênicas sobre os poluentes do ambiente atmosférico, encontrados na empresa.

3 ) - Estabelecimento das características toxicológicas de todos os materiais, produtos químicos, subprodutos e resíduos da empresa, assinalando a classe de proteção necessária que deve ser utilizada.

4 ) - Estudo das condições da empresa, e de cada processo ou operação que apresentem risco para a saúde dos trabalhadores.

5 ) - Determinação quantitativa e qualitativa dos poluentes e outros agentes de doenças profissionais.

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6 ) - Estabelecimento da relação que poderia haver entre o ambiente de trabalho e seus efeitos sobre a saúde do trabalhador.

7 ) - Estabelecimento de sistemas ou métodos de controle para eliminar ou minimizar as condições perigosas conhecidas.

8 ) - Estabelecimento de medidas que conduzam a uma periódica avaliação da efetividade dos métodos de controle utilizados.

9 ) - Participação nas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA).

10 ) - Estabelecimento e manutenção dos sistemas de controle para evitar a poluição das águas, do ar e do solo da comunidade.

11 ) - Estabelecimento das medidas que concorrem a uma melhor manutenção, ampliação e modificação das facilidades sanitárias em uso pelos trabalhadores.

Em Segurança do Trabalho:

1 ) - Manutenção de um registro de acidentes com as estatísticas atualizadas, adotando um tipo de relatório dos acidentes que ocorrem, calculando os respectivos índices de freqüência e gravidade.

2 ) - Estabelecimento de um sistema de inspeção para a execução das recomendações.

3 ) - Investigação, discussão e informação dos acidentes ocorridos, para evitar a repetição.

4 ) - Estudo permanente das condições de trabalho que oferecem maior risco de acidentes, para decidir de que forma devem corrigir.

5 ) - Programação educativa para criação de uma consciência de segurança entre os trabalhadores.

6 ) - Estabelecimento de um programa preventivo e de controle no caso de incêndio.

7 ) - Programa de treinamento dos trabalhadores em primeiros socorros.

8 ) - Estabelecimento das medidas para realizar a administração e manutenção dos equipamentos de proteção individual (EPI).

9 ) - Estabelecimento dos programas de sinalização, dinâmica de cores e manutenção (Ordem e Limpeza).

10 ) - Estímulos aos trabalhadores para a apresentação de sugestões para melhoramento da segurança, premiando as idéias práticas, estabelecendo, além disso, um programa de prêmios de incentivo por recordes de segurança, e castigos, se houver recorrência de violação a determinada norma.

11 ) - Divulgação, através de literatura, painéis, cartazes, avisos, etc sobre segurança.

12 ) - Participação nas comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA).

13 ) - Estabelecimento de regulamentos de segurança de acordo com o tipo de industria, e adequados às exigências legais.

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Em Medicina do Trabalho:

1) - Exames Médicos Ocupacionais.

2) - Seleção e colocação dos trabalhadores de acordo com suas aptidões físicas e emocionais.

3) - Supervisão das facilidades de primeiros socorros e normas para o ensinamento dos mesmos.

4) - Participação no programa de educação sanitária.

5) - Manipulação dos casos de compensação segundo a lei.

6) - Diagnóstico e tratamento de casos de acidentes ocupacionais e não ocupacionais.

7) - Programas de imunização, e alimentação.

8) - Manutenção e estudos das estatísticas de absenteísmo e outras.

9) - Participação das comissões internas de prevenção de acidentes.

10)Aconselhamentos à gerência da empresa em todo assunto relacionando com a saúde dos trabalhadores.

5. 9 ) – Ergonomia:

Este tema é tratado pela Norma Regulamentadora NR-17.

Além disto no Capítulo 2, Conhecimentos Técnicos, pgs. 36 até 41 do livro Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho, 2001, referenciado em nossa Bibliografia, temos colocado os principais conceitos envolvidos neste termo.

Etimologicamente, Ergonomia deriva da lingua Grega “Ergos” significando Trabalho e “Nomos” significando Leis, sendo portanto Ergonomia o Estudo das Leis que regem o Trabalho.

Conforme o livro supra este termo foi utilizado pela primeira vez em1.857 na publicação intitulada “Ensaios de Ergonomia” escrito por Woitej Yastembowky, de nacionalidade Polonesa.

Em 1.949 na Inglaterra foi criada uma entidade pioneira nesta área denominada “Ergonomics Research Society” com o propósito de estudar o relacionamento entre o Homem e seu Trabalho, bem como, a solução dos problemas resultantes dessa relação.

Em 1.957 nos EUA foi criada a “Human Factors Society”.

Em 1.961 ainda nos EUA foi criada ainda a “International Ergonomics Association - IEA”.

Em 1.970, em Estrasburgo, na Áustria, realizou-se o I Congresso Internacional de Ergonomia, no qual foi definido o objeto da mesma como sendo o seguinte:

“Elaborar, com a contribuição das diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, com uma perspectiva de aplicação, deve desembocar em uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos de produção e dos ambientes de trabalho”

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No Brasil em 1.983 foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia – ABERGO, entidade congregando profissionais interessados na temática, a qual, bi-anualmente realiza Encontros para promoção da Ergonomia em todo Brasil.

Também no Brasil em 1.998 foi lançado o Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife (NEAR) cujo site na Internet é encontrado no endereço (www.ufpe.br/near).

5.10 ) – TERMOS TECNICOS ESPECÍFICOS, ENTIDADES, SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO:

Em Segurança do Trabalho, além de diversos termos técnicos específicos, é muito comum o uso de abreviaturas e siglas, como algumas das principais abaixo colocadas:

ASO: - Atestado de Saúde Ocupacional (Ver NR – 7, item 7.4.4 ); AT: - Acidente do Trabalho; APA: - Área de Proteção Ambiental; BS 8800: - A Norma BS 8800, é uma norma de origem inglesa (“British Standards”),

que originalmente era numerada como BS 8750.

Trata-se de uma norma direcionada para os Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho - SST, sendo considerada o que há de mais atual em todo o mundo para a implantação de sistemas eficazes de gerenciamento das questões relacionadas à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.

Para a área de saúde e segurança do trabalho esta norma tem a mesma importância que as Normas ISO 9.000 tem para a área de Qualidade Total e ISO 14.000 tem para a área de Gestão Ambiental.

CA: - Certificado de Aprovação de Equipamentos de Proteção Individual.(Secretaria de Inspeção do trabalho) - (Ver NR – 6, item 6.8.1 e 2 )

CAI: - Certificado de Aprovação de Instalação cf. NR-2 CAT: - Comunicado de Acidente do Trabalho.

Obs. : - Deve ser emitido e encaminhado no prazo de 1 (um) dia útil. - Ver NR – 5, item 5.16. n Causa – É a origem de caracter humano ou material relacionado com o evento

catastrófico (acidente ou falha), resultante da materialização de um risco, provocando danos.

Cerests - Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: - (Ver NR – 5 )

- A CIPA originou-se de uma recomendação da OIT(Organização Internacional do Trabalho) em 1921 e transformando-se em determinação legal no Brasil em 1944 (Decreto-Lei n°7.036,artigo 82).

- Os empregadores, cujo número de empregados seja superior a 100,deverão providenciar a organização em seus estabelecimentos de comissões internas, com representantes dos empregados, com o fim de estimular o interesse pelas questões de prevenção de acidentes, apresentar sugestões quanto à orientação e fiscalização das

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medidas de proteção ao trabalhador, realizar palestras instrutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e tomar outras providências para a educar o empregado na prática de prevenir acidentes.

CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas cf. NR´s 4 e 5

Convenção n o 174 da OIT complementada pela Recomendação n o 181, conf. Decreto n o   4.085 de 15 de janeiro de 2002:

- Refere-se a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores de acordo com a Convenção da Organização Internacional do Trabalho, editada em 1993, que tem por objeto a prevenção de acidentes industriais maiores que envolvam substâncias perigosas e a limitação das conseqüências desses acidentes.

- A Convenção aplica-se a instalações sujeitas a riscos de acidentes maiores ou ampliados, não se aplicando todavia aos casos de:

- A ) Instalações nucleares e usinas que processem substâncias radioativas, à exceção dos setores dessas instalações nos quais se manipulam substâncias não radioativas;

- B ) Instalações militares;

- C ) Transporte fora da instalação distinto do transporte por tubulações.

- O Brasil ratificou a OIT 174 em 02 de agosto de 2001.

CONTRU: - Departamento de Controle de Uso de Imóveis.

Cosat: - Coordenador de Saúde do Trabalho (Órgão do Ministério da Saúde)

Dano :

- Lesão Física e/ou prejuízo que provoca prejuízo à saúde, ao meio ambiente ou à propriedade.

Danos (“Damage”) – É a gravidade (severidade) da perda humana, material, ambiental ou financeira, que pode resultar, caso o controle sobre um risco seja perdido.

Um operário desprotegido pode cair de uma viga a 3 m de altura, e sofrer um dano físico, por exemplo, uma fratura na perna. Se a viga estivesse a 90 m de altura, ele, com certeza, estaria morto. O risco (possibilidade) e o perigo (exposição) de queda são os mesmos. Entretanto, a diferença reside na gravidade do dano que poderia ocorrer com a queda.

DI - Declaração de Instalações cf. (Ver NR – 2 ) DORT: - Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho;

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Efeito Aditivo : - De acordo com a NBR 14725,é o efeito quantitativamente igual a soma dos efeitos produzidos individualmente de dois ou mais agentes tóxicos.

Efeito de Potenciação:

- De acordo com a NBR 14725,é o efeito que ocorre quando um agente tóxico tem seus efeito aumentado por agir simultaneamente com um agente não tóxico.

Efeito Toxicologicamente Sinérgico :

- De acordo com a NBR 14725:2001, é o efeito quantitativamente maior que a soma dos efeitos produzidos individualmente de dois ou mais agentes tóxicos. O efeito é maior que o efeito adititivo.

E.P.C. - Equipamento de Proteção Coletiva.

- São exemplos de EPC´s:

- Chuveiros de Emergências, detectores de tensão, varas de manobra, etc E.P.I. - Equipamento de Proteção Individual: (Ver NR – 6 )

São alguns exemplos de EPI´s: - Capacete;- Óculos de segurança;- Luvas (de raspa, latex, hexanol, contra choque elétrico, etc ...);- Aventais (PVC, vaqueta,...);- Botas e /ou sapatos de segurança com biqueira de aço; - Protetores auriculares;- Máscara protetoras (Combitox); - Mascaras contra gases;- Cintos de Segurança;- Etc.

Emergência:

- Sinistro ou risco iminente que requeira ação imediata. Ergonomia: (Ver NR – 17 )

Etimologicamente Ergonomia deriva da língua Grega “Ergos” significando Trabalho e “Nomos” significando Leis, sendo portanto Ergonomia o Estudo das Leis que regem o Trabalho.

FICHA DE EMERGÊNCIA :

Esta ficha informa sobre as características físico-químicas básicas do produto químico e/ou resíduo e as providências que devem ser tomadas em caso de acidente, derramamento, envolvimento de pessoas, etc. A mesma deve sempre acompanhar o transporte de produtos químicos conforme Decreto Lei 96.044 de 18 de maio de 1988,Capítulo II, Seção VI (Da Documentação) - Artigo 22 ,e deve ser confeccionada de acordo com as NBR-7503/7504 e 8285.

FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos :

- De acordo com a NBR 14725,esta ficha fornece informações sobre vários aspectos desses produtos químicos ( substâncias ou preparados) quanto à proteção, à Segurança, à saúde e ao meio ambiente. A FISPQ fornece, para esses aspectos,

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conhecimento básicos sobre os produtos químicos, recomendações sobre medidas de proteção e ações em situação de emergência. Em alguns países a mesma é denominada de “Material Safety Data Sheet” – MSDS.

FMEA :

- Esta técnica permite analisar como podem ocorrer as falhas de um equipamento ou sistema, estimando as taxas de falha, determinar os efeitos recorrentes e estabelecer mudanças para aumentar sua confiabilidade operacional de modo adequado e seguro. FMEA é uma abreviação do nome inglês, "Fail Mode & Effect Analysis" ou AMFE ( Análise de Modos de Falhas e Efeitos) e deve ser aplicada para sistemas ou falhas simples.

FUNDACENTRO : - http://www.fundacentro.gov.br/

- Fundação Jorge Duprat de Segurança e Medicina do Trabalho. HAZOP :

Esta técnica é utilizada quando precisamos estudar as possíveis maneiras de ocorrências de perigos e problemas operacionais através da utilização de grupos de trabalho. HAZOP é uma abreviação do nome inglês, "Hazard and Operability Study". Os principais objetivos são identificar todos os desvios operacionais possíveis do processo e também identificar todos os perigos e/ou riscos associados a esses desvios operacionais.

IRB: - Instituto de Resseguros do Brasil: - Foi criado em 1939, graças ao então presidente Getúlio Vargas. Naquela época, a atividade de resseguro no País era feita Quase totalmente no Exterior, de forma direta ou por intermédio de companhias estrangeiras que operavam no Brasil. A necessidade de favorecer o aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais, para a retenção de maior volume de negócios em nossa economia, tornava urgente a organização de uma entidade nacional de resseguro.

Nasceu assim o IRB, uma sociedade de economia mista, jurisdicionada ao Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio, com o objetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o desenvolvimento das operações de Seguros no País.

LT CAT - Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalhado; LER: - Lesão por Esforços Repetitivos; Mapa de Riscos:

Documento explicitado na NR – 5, Das Atribuições, conf. o item 5.16, bem como, pela Portaria Número 25 de 29/12/1994. (Ver pgs. 60 e 575 do livro Segurança e Medicina do Trabalho da Editora Atlas.

O Mapa de Risco quando bem executado é um instrumento da maior valia.

NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health at Work (EUA)

NFPA – “National Fire Protection Association” ((http:// www.nfpa.org.br/); – Associação Nacional de Proteção a Incêndios sediada nos U. S. A.

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NR : - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho ( Ver Portarian o 3.214 de 08.07.1978 )

OIT : - Organização Internacional do Trabalho (http:// www.oitbrasil.org.br/);

OMS : - Organização Mundial da Saúde

Convenção OIT 174 e Decreto 4085 de 15 de janeiro de 2002 o qual Promulga a Convenção no 174 da OIT e a Recomendação no 181 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores.

OSHA – “Occupational Safety and Health Administration ”: - Organização Americana de Segurança e Saúde do Trabalho. A OSHA dedica-se a prevenir acidentes, doenças e mortes relacionadas ao trabalho. Foi criada em 1971, está vinculada ao “U.S. Department of Labor” e tem sua sede em Washington, DC

OSHAS 18001 – “Occupational Safety and Health Assessment Series”: - “Norma” publicada pela BSI – British Standards Institution que entrou em vigor em 15/04/1999 com a finalidade da certificação de Sistemas de Gestão da SST

PAINEL DE SEGURANÇA :

- São placas retangulares (dimensões: 30 cm de altura x 40 cm de comprimento),na cor laranja onde são alocados os números de identificação de risco (4 campos na cor preta) na parte superior e o número da ONU (Organização das Nações Unidas) na parte inferior com 4 algarismos na cor preta. Líquido Inflamável que em contato com a água libera gases inflamáveis Metildiclorossilano

PAIR: - Perda Auditiva Induzida pelo Ruído; PCA :

- Programa de Conservação Auditiva. PCA: - Programa de Conservação Auditiva; PCMAT: (Ver NR – 18 )

- Programa das Condições de Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil .

PCMSO : (Ver NR – 7 )

- Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional. Perigo (“Danger”) - Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua materialização em danos. POO: - Programa de Prevenção Oftalmológico-Ocupacional; PPAI: - Programa de Prevenção à AIDS; PPAL: - Programa de Prevenção ao Alcoolismo; PPD: - Programa de Prevenção às Drogas; PPR : - Programa de Proteção Respiratória.

PPRA : (Ver NR – 9 ) - Plano de Prevenção de Riscos Ambientais.

PPS: - Programa de Prevenção do “Stress”;

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Preparado:

- De acordo com a NBR 14725, é uma mistura ou solução composta de duas ou mais substâncias.

RAO: - Registro e Análise de Ocorrências; RENAST – Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (orgão do

Ministério da Saúde) RIMA: - Relatório de Impacto Ambiental; Risco (“Hazard”):

Uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões as pessoas, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da capacidade de produção. Havendo um risco, persistem as possibilidades de efeitos adversos.

Risco :

- Possibilidade de perda material ou humana. Risco (“Risk”) – Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período

específico de tempo ou número de ciclos operacionais. Incerteza quanta à ocorrência de um determinado evento. Chance de perda que uma empresa pode sofrer por causa de um acidente ou série

de acidentes.

RÓTULOS DE RISCO :

- Estes são etiquetas, na forma de losango, que estampam os símbolos e/ou expressões emolduradas, referentes à natureza, manuseio ou identificação do produto. Devem ser afixados em local de fácil visualização, no lado externo do caminhão, conjuntamente com o respectivo painel de segurança.

SESMT : (Ver NR´s – 4 e 27)

- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. SEST: - Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Coletivo; Sinistro :

- Ocorrência de prejuízo ou dano, causado por incêndio ou acidente, em algum bem. SIPAT : (Ver NR – 5 )

- Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho. Uma das atribuições da CIPA é promovê-la anualmente, em conjunto com o SESMT( Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho).

SIT:

- Secretaria de Inspeção do Trabalho.

Segurança: - É freqüentemente definida como isenção de riscos. Entretanto, é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é, portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção de exposição a riscos. É o antônimo de perigo.

SSO – Segurança e Saúde Ocupacional

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SST – Segurança e Saúde no Trabalho

SUS – Sistema Único de Saúde

SUSEP: A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP, o IRB Brasil Resseguros S.A. – IRB Brasil Re, as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados. Com a edição da Medida Provisória nº 1940-17, de 06.01.2000, o CNSP teve sua composição alterada.

Perdas: - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento por Seguro ou outros meios.

Sinistro: - É o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento por Seguro ou outros meios.

Incidente: - Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos. É também chamado de quase-acidente.

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6 ) – Procedimentos principais utilizados na Segurança do Trabalho – Breve Lista de verificação:

A título de exemplo, segue abaixo uma breve Lista de Verificação relativa a Segurança do Trabalho:

Acidente do Trabalho; Auditoria; Cálculos relativos a Taxa Freqüência – T F e da Taxa de Gravidade T G; Campanhas de Segurança; Causas dos Acidentes do Trabalho; CIPA ( NR 5 ); EPC´s - Equipamentos de Proteção Coletiva; EPI´s – Equipamentos de Proteção Individual (NR 6 ); Gestão de Emergências; Gestão de Riscos;

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Inspeções de Segurança; Investigações dos Acidentes do Trabalho; Normas Regulamentadoras – NR´s; Normas Técnicas nacionais e internacionais; PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (NR 7}; PPRA – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais ( NR 9 ); Prevenção e Combate a Incêndios (NR 23 ); Primeiros Socorros; Riscos Ambientais e Profissionais; Segurança em Instalações Elétricas ( NR 10 ); Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT (NR 4 ); SST – Segurança e Saúde no Trabalho; Técnicas de Análise de Riscos de Acidente do Trabalho; Treinamento de pessoal; Demais assuntos.

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7 ) - LEIS, PORTARIAS E NORMAS :

( Ver item 3.3 na pg. 7 - Situação Atual em termos das Leis, Normas, Portarias e Regulamentações),

Seguindo a programação do curso anteriormente referida, vejamos agora algumas informações básicas sobre Leis, Portarias e Normas.

Obs.: - Resumidamente transcreveremos aqui somente os títulos e subtítulos. O texto integral está colocado em anexo.

Lei n. 0 6.514, de 22 de janeiro de 1977 - (D.O.U. 23.12.1977):

- Esta lei altera o Capítulo V do Título I I da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT , relativo à Segurança e Medicina do trabalho e dá outras providências.

O Presidente da república . Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1 0 O Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei n 0 5.452 , de 1 0 de maio de 1943 , passa a vigorar com a seguinte redação (simplificada):

Capítulo V DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO

Seção I Disposições Gerais

Art. 154 até art. 159

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Seção I I Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição

Art. 160 e 161

Seção I I I Dos Órgãos de Segurança e da Medicina do trabalho nas empresas

Art. 162 até art. 165

Seção I V Do Equipamento de Proteção Individual

Art. 166 e 167

Seção V Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho

Art. 168 e 169

Seção VI Das Edificações

Art. 170 até art. 174

Seção VII Da Iluminação

Art. 175

Seção VIII Do Conforto Térmico

Art. 176 até art. 178 Seção IX Das Instalações Elétricas

Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente as instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia,

Art. 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art. 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.

Seção X

Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

Art. 182 e art. 183

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Seção XI Das Máquinas e Equipamentos

Art. 184 até art. 186

Seção XII Das Caldeiras, Fornos e recipientes sob Pressão

Art. 187 e art. 188

Seção XIII Das Atividades Insalubres ou Perigosas

Art. 189 até art. 197

Seção XIV Da Prevenção da fadiga

Art. 198 e art. 199

Seção XV Das Outras Medidas Especiais de Proteção

Art. 200

Seção XVI Das Penalidades

Art. 201 e art. 2 até art. 5

.

.

. Ernesto Geisel

Observação: - Vejam os textos completos nas pgs. em anexo ou nas pgs. 11 até 19 do livro Segurança e Medicina do Trabalho – São Paulo - Editora Atlas S. A. - 2003 ou em demais obras já publicadas.

--- // --- // --- // ---

8 ) - NORMAS REGULAMENTADORAS – N R´s aprovadas pela Portaria n. 0 3.214 , de 08 de junho de 1978 e informações complementares:

As Normas Regulamentadoras – NR´s são fundamentais e obrigatórias para o exercício da Higiene e Segurança do Trabalho.

As Normas Regulamentadoras – NR´s complementadas com a aplicação das Normas Técnicas correspondentes servem para nortear as principais ações preventivas e de fiscalização indicadas nos assuntos da Higiene e Segurança do Trabalho nas Empresas.

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Page 46: apostila instalação eletrica

8.1 ) – Transcrição da Portaria n o 3.214 de 08.06.1978 a qual regulamenta as Normas Regulamentadoras – N R:

Ministério do Trabalho – Gabinete do Ministro

Portaria n o 3.214 de 8 .06.1978 :

Aprova as Normas Regulamentadoras – N R - do Capítulo V , Título II , da Consolidação das Leis do Trabalho , relativas à Segurança e Medicina do Trabalho

O MINISTRO DO ESTADO, no uso de suas atribuições legais, considerando o disposto no artigo 200, da Consolidação das Leis do Trabalho, com redação dada pela Lei n 0 6.514 , de 22 de dezembro de 1977,

RESOLVE:

Art. 1 0 Aprovar as Normas Regulamentadoras - N R - do Capítulo V , Título II , da Consolidação das Leis do Trabalho , relativas à Segurança e Medicina do Trabalho:

Normas regulamentadoras:

- NR – 1 / Disposições gerais;

- NR - 2 / Inspeção prévia ;

- NR - 3 / Embargo e interdição;

- NR – 4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT;

- NR – 5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;

- NR – 6 / Equipamento de Proteção Individual – EPI;

- NR – 7 / Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ;

- NR – 8 / Edificações;

- NR – 9 / Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

- NR – 10 / Instalações e Serviços de Eletricidade;

- NR – 11 / Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;

- NR – 12 / Máquinas e Equipamentos;

- NR – 13 / Caldeiras e Vasos de Pressão;

- NR – 14 / Fornos;

- NR – 15 / Atividades e Operações Insalubres;

- NR – 16/ Atividades e Operações Perigosas;

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- NR – 17 / Ergonomia;

- NR – 18 / Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção;

- NR – 19 / Explosivos;

- NR – 20 / Líquidos Combustíveis e Inflamáveis;

- NR – 21 / Trabalho a Céu Aberto;

- NR – 22 / Trabalho Subterrâneos;

- NR – 23 / Proteção contra Incêndios;

- NR – 24 / Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;

- NR – 25 / Resíduos Industriais;

- NR – 26/ Sinalização de Segurança;

- NR – 27 / Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho;

- NR – 28 / Fiscalização e Penalidades;

- NR - 29 / Segurança e Saúde no Trabalho Portuário

( Elaborada posteriormente conf. Port. n o 53 de 17.12.1997).

Art. 2 0 As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão baixadas pela Secretaria de Segurança e Medicina do trabalho.

- Art. 2 0 revigorado pela Portaria n 0 3.144 , de 2 – 5 - 1989 .

Art. 3 0 Ficam revogadas as Portarias MTIC . . . . . . . . .

Art. 4 0 As dúvidas suscitadas e os casos omissos serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho.

- Art. 4 0 revigorado pela Portaria n 0 3.144 de 2 – 5 – 1989

- Art. 5 0 Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação.

Arnaldo Prieto

Obs.: - Nos anos seguintes de 1978 em diante as Normas Regulamentadoras foram sendo

ampliadas, modificadas e complementadas com o acréscimo de novas NR´s conforme abaixo

colocado:

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8.2 ) – Resumo das Normas Regulamentadoras - NR´s e informações complementares:

A seguir, de uma forma introdutória, colocamos um resumo geral das NR´s. Posteriormente algumas das principais NR´s serão estudadas mais detalhadamente, principalmente aquelas de aplicação mais generalizada.

Observações:

Outro ponto a salientar é de que estas normas são revisadas periodicamente. Nestas ocasiões as mesmas são colocadas para consulta pública antes de serem recolocadas;

A fiscalização dos estabelecimentos pelos órgãos competentes é feita com base nas Normas Regulamentadoras – NR´s;

As Normas Regulamentadoras – NR´s em seus textos fazem sempre referência às Normas Técnicas da ABNT vigentes, ou na possível falta destas, às Normas Técnicas Internacionais;

Deste fato concluímos que ao utiliza-las e emprega-las necessitamos sempre de dispor também das Normas Técnicas correspondentes.

NR - 1 - Disposições Gerais

Determina que as Normas Regulamentadoras, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, obrigatoriamente, deverão ser cumpridas por todas as empresas privadas e públicas, desde que possuam empregados celetistas.

Determina, também, que o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho – DSST é o órgão competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar todas as atividades inerentes.

Dá competência às DRT´s regionais, determina as responsabilidades do empregador e a responsabilidade dos empregados.

NR - 2 Inspeção Prévia

Determina que todo estabelecimento novo deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego, que emitirá o CAI - Certificado de Aprovação de Instalações, por meio de modelo pré-estabelecido.

NR-3 - Embargo ou Interdição

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A DRT poderá interditar/embargar o estabelecimento, as máquinas, setor de serviços se os mesmos demonstrarem grave e iminente risco para o trabalhador, mediante laudo técnico, e/ou exigir providências a serem adotadas para prevenção de acidentes do trabalho e doenças profissionais.

Caso haja interdição ou embargo em um determinado setor, os empregados receberão os salários como se estivessem trabalhando.

NR-4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT

A implantação do SESMT depende da gradação do risco da atividade principal da empresa conforme os dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE (Ver Quadro I ) e do número total de empregados do estabelecimento (Ver Quadro II ).

Dependendo desses elementos o SESMT deverá ser composto por um Engenheiro de Segurança do Trabalho, um Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, todos empregados da empresa.

Atualmente, esta Norma está sendo revista pela Comissão Tripartite Paritária Permanente. A nova NR4 - Sistema Integrado de Prevenção de Riscos do Trabalho, pela Portaria n º 10, de 6 de abril de 2000.

As novas determinações referem-se aos serviços terceirizados, o SEST próprio, o SEST coletivo e a obrigatoriedade de todo estabelecimento, mesmo com um empregado, ser obrigado a participar do programa.

NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

Todas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, instituições beneficentes, cooperativas, clubes, desde que possuam empregados celetistas, dependendo do grau de risco da empresa e do número mínimo de 20 empregados, são obrigadas a constituir a CIPA e a manter em regular funcionamento.

Os trabalhos desenvolvidos pela CIPA são da maior importância para a segurança dos trabalhadores.

O dimensionamento da CIPA é feito conforme o Quadro I – Dimensionamento da CIPA, além da utilização do Quadro II – Agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, e do Quadro III – Relação da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, com correspondente agrupamento para dimensionamento da CIPA, anexados a NR –5.

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador;

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A CIPA será composta de representantes da empregador e representantes dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR – 5 - CIPA, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos;

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

Os representantes dos empregados titulares e suplentes serão eleitos em escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados, com mandato de um ano e direito a uma reeleição e mais um ano de estabilidade.

A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido;

As reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

As principais atribuições da CIPA serão as seguintes:

a) Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos ( * }, com a participação do maior número de trabalhadores, com acessoria do SESMT, onde houver;

b) Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

e) Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

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Page 51: apostila instalação eletrica

l) Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados;

m) Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

p) Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.

( * } Mapa de Riscos:

Ver definições e conceitos na NR – 5, CIPA, Das Atribuições, conf. o item 5.16, bem como, Portaria Número 25 de 29/12/1994. (Ver pgs. 60 e 575 do livro Segurança e Medicina do Trabalho da Editora Atlas)

A Tabela I desta Portaria classifica os principais tipos de riscos ocupacionais existentes em grupos de acordo com a natureza dos mesmos, inclusive com a padronização de cores para utilização no Mapa de Risco.

De acordo com a NR-5, quais os principais objetivos visados na execução do Mapa de Riscos são os seguintes:

A ) - Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa;

B ) - Possibilitar, durante as sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como, estimular sua participação nas atividades de prevenção.

Principais Etapas na elaboração de um Mapa de Risco:

A ) - Conhecimento dos Processos de Trabalho (Trabalhadores, instrumentos, materiais, atividades e ambiente);

B ) – Identificação dos Riscos existentes;

C ) – Identificação das Medidas de Prevenção e sua Eficácia;

D ) – Identificação dos Indicadores de Saúde;

E ) – Conhecimento dos Levantamentos Ambientais realizados;

F ) – Elaboração do Mapa de Riscos, sobre o “Lay-Out” da Empresa e Sinalização das Áreas de Riscos.

Mapa de Riscos é um mapa constituído de uma vista em planta do ambiente de trabalho, na qual estão indicados, através de círculos coloridos, os diversos tipos de riscos existentes naquele ambiente do trabalho. Ele deve ser colocado num quadro e num lugar bem a vista de todos aqueles que trabalham naquele ambiente.

O Mapa de Risco objetiva indicar todos os riscos existentes no ambiente de trabalho, de modo a orientar, prevenir e a evitar possíveis Acidentes do Trabalho.

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Os círculos coloridos indicando os riscos variam de tamanho, sendo tanto maior quanto maior a gravidade do risco indicado.

No mapa de riscos o usam-se as seguintes cores convencionais:

Verde representa os riscos físicos;

Vermelho os riscos químicos;

Marrom os riscos biológicos;

Amarelo os riscos ergonômicos;

Azul os riscos mecânicos.

NR-6 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s

Os EPI´s, , Equipamentos de Proteção Individual são empregados na proteção da saúde e integridade física do trabalhador.

As Empresas são obrigadas a fornecer aos seus empregados, gratuitamente, Equipamentos de Proteção Individual – EPI adequados aos riscos e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

A ) – Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças profissionais e do trabalho;

B ) – Enquanto as medidas de proteção coletivas estivem sendo implantadas;

C ) – para atender as situações de emergência;

Todo equipamento deve ter o CA - Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego e a Empresa que importa EPI´s também deverá ser registrada junto ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, existindo para esse fim todo um processo administrativo.

Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e respeitando-se o disposto no item 6.2, da NR – 6, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os seguintes EPIs:

I - Proteção para a cabeça:

a) protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;

b) óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos, provenientes de impacto de partículas;

c) óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e metais em fusão;

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Page 53: apostila instalação eletrica

d) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos, provenientes de poeiras;

e) óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de radiações perigosas;

f) máscaras para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;

g) capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:

1. agentes meteorológicos (trabalhos a céu aberto);

2. impactos provenientes de quedas, projeção de objetos ou outros;

3. queimaduras ou choque elétrico.

II - Proteção para os membros superiores:

Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por:

1. materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;

2. produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos, solventes orgânicos e derivados de petróleo;

3. materiais ou objetos aquecidos;

4. choque elétrico;

5. radiações perigosas;

6. frio;

7. agentes biológicos.

III - Proteção para os membros inferiores:

a) calçados de proteção contra riscos de origem mecânica;

b) calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou encharcados;

c) calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;

d) calçados de proteção contra riscos de origem térmica;

e) calçados de proteção contra radiações perigosas;

f) calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;

g) calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;

h) perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica;

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Page 54: apostila instalação eletrica

i) perneiras de proteção contra riscos de origem térmica;

j) perneiras de proteção contra radiações perigosas.

IV - Proteção contra quedas com diferença de nível:

a) cinto de segurança para trabalho em altura superior a 2 (dois) metros em que haja risco de queda;

b) cadeira suspensa para trabalho em alturas em que haja necessidade de deslocamento vertical, quando a natureza do trabalho assim o indicar;

c) trava-queda de segurança acoplada ao cinto de segurança ligado a um cabo de segurança independente, para os trabalhos realizados com movimentação vertical em andaimes suspensos de qualquer tipo.

V - Proteção auditiva

Protetores auriculares para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja superior ao estabelecido na NR 15, Anexos I e II.

VI - Proteção respiratória, para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR 15:

a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de poeiras;

b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;

c) respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à saúde;

d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18 (dezoito) por cento em volume.

VII - Proteção do tronco:

Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por:

1. riscos de origem térmica;

2. riscos de origem radioativa;

3. riscos de origem mecânica;

4. agentes químicos;

5. agentes meteorológicos;

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6. umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de lavagem.

VIII - Proteção do corpo inteiro:

Aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar) para locais de trabalho onde haja exposição a agentes químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias respiratórias e digestivas, prejudiciais à saúde.

IX - Proteção da pele:

Cremes protetores

Os cremes protetores só poderão ser postos à venda ou utilizados como equipamentos de proteção individual, mediante o Certificado de Aprovação - CA do Ministério do Trabalho, para o que serão enquadrados nos seguintes grupos:

a) Grupo 1 - água-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente removíveis com água;

b) Grupo 2 - óleo-resistente - são aqueles que, quando aplicados à pele do usuário, não são facilmente removíveis na presença de óleos ou substâncias apolares;

c) Grupo 3 - cremes especiais - são aqueles com indicações e usos definidos e bem especificados pelo fabricante.

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA COLETIVOS (EPC);

· Vara de manobra isolada

· Conjunto de aterramento temporário

· Detectores de tensão

· Cones e banderiolas de sinalização

· Escadas com isolamento próprias para trabalho com eletricidade

NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

Este programa trata dos exames médicos obrigatórios para as empresas.

São eles:

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Exame admisisional ;

Exame periódico ;

Exame de retorno ao trabalho ;

Exame de mudança de função;

Exame demissional ;

Exames complementares.

Dependendo do grau de risco da empresa, ou empresas que trabalhem com agentes químicos, ruídos, radiações ionizantes, benzeno etc., a critério do médico do trabalho e dependendo dos quadros na própria NR7 , bem como, na NR15, existirão exames específicos para cada risco que o trabalho possa gerar.

NR-8 – Edificações

Esta norma define os parâmetros para as edificações, observando-se a proteção contra a chuva, insolação excessiva ou falta de insolação. Deve-se observar também as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

Esta norma objetiva a preservação da saúde e integridade do trabalhador, através da antecipação, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes, ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em vista a proteção ao Meio Ambiente e aos Recursos Naturais.

Leva-se em conta os Agentes:

FÍSICOS ;

QUÍMICOS;

BIOLÓGICOS ;

Além desses agentes, destacamos também:

RISCOS ERGONÔMICOS;

RISCOS DE ACIDENTES .

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É importante manter esses dados no PPRA, a fim de as empresas não sofrerem ações de natureza civil por danos causados ao trabalhador, mantendo-se atualizados os Laudos Técnicos e o Perfil Profissiográfico Previdenciário.

O objetivo visado pela mesma é o da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente do trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

As etapas a serem seguidas no desenvolvimento do PPRA são as seguintes:

A ) - Antecipação e reconhecimento dos riscos;

B ) – Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

C ) – Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

D ) – Implantação de medidas de controle e avaliação da sua eficácia;

E ) – Monitoramento da exposição aos riscos;

F ) – Registro e divulgação dos dados.

No desenvolvimento do PPRA, em termos de apoio às atividades a serem executadas, normalmente se utilizam os recursos do SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho, ou então, o apoio de pessoa ou de equipes de pessoas qualificadas, que a critério do empregador sejam capazes de desenvolver os trabalhos relativos a todas as etapas de realização previstas no PPRA.

NR-10 - Instalações e Serviços de Eletricidade

Trata das condições mínimas para garantir a segurança daqueles que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, incluindo terceiros e usuários.

A NR 10 foi recentemente atualizada e modificada após um período de consulta pública, sendo então alterada conforme a Portaria 598 de 07 / 12 / 2004 .

Observação:

Complementando estas informações, ver no item 9 adiante colocado, maiores detalhes sobre a Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade, conf. a NR – 10 e demais Normas Técnicas:

NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais

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Destina-se a Operação de Elevadores, Guindastes, Transportadores Industriais e Máquinas Transportadoras.

NR-12 - Máquinas e Equipamentos

Determina as instalações e áreas de trabalho; distâncias mínimas entre as máquinas e os equipamentos; dispositivos de acionamento, partida e parada das máquinas e equipamentos.

Contém Anexos para o uso de moto-serras, Cilindros de Massa etc.

No Estado de São Paulo, as empresas devem observar a Convenção Coletiva para Melhoria das Condições de Trabalho em Prensas e Equipamentos Similares, Injetoras de Plásticos e Tratamento Galvânico de Superfícies nas Indústrias Metalúrgicas no Estado de São Paulo, assinada em 29.11.02, em vigência a partir de 28.01.03.

TRABALHO SEGURO COM MÁQUINAS – LISTA DE VERIFICAÇÃO – FATORES

IMPORTANTES:

1 ) – As conexões elétricas estão seguras e a máquina está aterrada ?

A chave de acionamento é blindada ?

2 ) – Existe proteção na transmissão de força ( polias e correias, engrenagens,

correntes ) ?

3 ) – Existe proteção mecânica no ponto de operação ( barreira de acesso ) ?

4 ) - Existe proteção mecânica no ponto de operação ( cortinas de luz ou similar ) ?

5 ) – Existe comando bi-manual ( no caso de prensas em geral ) ?

6 ) – Não se usam luvas na operação de máquinas com partes móveis ?

7 ) – As distâncias entre máquinas respeitam a Norma Regulamentadora n o 12 ?

8 ) – Existem botões para parada de emergência ao alcance do operador nas máquinas

grandes e em várias posições de operação ?

9 ) – Existe prevenção do efeito estroboscópio ( as partes móveis parecem lentas ou

paradas sob iluminação fluorescente ) ?

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10 ) – As manutenções e intervenções em geral só ocorrem dentro do princípio de

energia zero ( desativar a eletricidade, o ar comprimido, a pressão hidráulica, travar

movimentos, partes suspensas, etc ), com os comandos etiquetados e bloqueados

fisicamente ?

11 ) – Em caso de dúvida consulte sempre o pessoal especializado e as normas

regulamentadoras e técnicas.

Além da lista supra é de suma importância conhecermos e aplicarmos também as Normas Técnicas de Instalações de Máquinas mais recentemente publicadas, tais como as seguintes:

ABNT NBR 14152, 14153 E 14154;

ABNT NBR 13930;

Observação: - Para maior conhecimento e aprofundamento da tecnologia ref. as Instalações de Máquinas, entre as diversas obras disponíveis ver artigo publicado na Revista C & I – Controle & Instrumentação de abril de 2003, pg. 80 – Tecnologia de Segurança Humana em MÁQUINAS.

NR-13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

É de competência do Engenheiro especializado nas atividades referentes ao projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção periódica das caldeiras e vasos de pressão.

A Norma exige treinamento específico para os seus operadores, contendo várias classificações e categorias, nas especialidades, devido, principalmente, ao seu elevado grau de risco.

Saliente-se também que as Caldeiras e Vasos de Pressão e suas instalações demandam bastante cuidado tendo em vista os riscos de Incêndios e de Explosões.

Considerando a NR – 13, Caldeiras e Vasos de Pressão, quais as principais exigências e recomendações de segurança são as seguintes:

Obediência a todas as exigências e recomendações de segurança especificadas na NR –13, bem como, nas Normas Técnicas referentes as Caldeiras e Vasos de Pressão instalados, a exemplo dos seguintes:

projeto da instalação deve ser feito por firma ou escritório de engenharia com profissionais devidamente habilitados e credenciados para execução e instalações caldeiras a vapor, no que concerne ao atendimento desta NR-13 e das Normas Técnicas de Instalação, bem

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Page 60: apostila instalação eletrica

como, na obediência aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas Regulamentados, convenções e disposições legais aplicáveis.

As Caldeiras e Vasos de Pressão devem ser fabricados e fornecidos por empresas devidamente habilitadas e credenciadas para fabricação e fornecimento da Caldeira ou Vaso de Pressão a ser instalado;

A s Caldeiras e Vasos de Pressão instaladas devem ter fixado em seu corpo Placas de Identificação com todas as informações requeridas nas normas:

Na operação e funcionamento da Caldeira ou Vaso de Pressão não ultrapassar jamais a Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou a Pressão Máxima de Trabalho Admissível – PMTA;

Além disto nunca operar e trabalhar com a Caldeira em condições de risco tais como no caso de mal funcionamento ou falta na falta dos seguintes componentes:

a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior a PMTA;

b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;

c) Equipamentos de alimentação de água, independente do sistema principal, em caso caldeiras combustível sólido;

e) sistema de indicação e controle do nível de água ou outro sistema que evite o superaquecimento por alimentação deficiente

Possuir, no estabelecimento onde estive instalada, o Prontuário atualizado da Caldeira ou Vaso de Pressão, o Registro de Segurança, o Projeto da Instalação, o Projetos de Alteração ou Reparos executados e os Relatórios de Inspeção emitidos por Inspetores credenciados no Ministério do Trabalho;

Possuir "Manual de Operação" atualizado, em língua portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo;

A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser implementados, quando necessários para compatibilizar suas propriedades físico-químicas com os parâmetros de operação da caldeira;

Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle de operador de caldeira, credenciado e registrado sendo que o não - atendimento a esta exigência caracteriza condição de risco grave e iminente;

Executar as inspeções de segurança e a manutenção das caldeiras e seus acessórios, bem como dos vasos de pressão dentro dos prazos estabelecidos nas normas;

As inspeções de segurança e a manutenção das caldeiras e seus acessórios, bem como, dos vasos de pressão, deveráo seguir sempre todas as recomendações técnicas especificadas na NR –13 e demais normas técnicas oficiais;

NR-14 – Fornos

Define os parâmetros para a instalação de fornos:

Deve-se observar as legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

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Page 61: apostila instalação eletrica

Além disto considerar que as fontes de aquecimento dos fornos podem ser obtidas pela queima

de combustíveis, pela eletricidade ou pela recuperação de gases quentes e que portanto

devem ser tomados todos os cuidados seguidas as recomendados a respeito das mesmas.

NR-15 - Atividades e Operações Insalubres

Considerada atividade insalubre, a exemplo da NR16-Atividades Perigosas, quando ocorre além dos limites de tolerância, isto é intensidade, natureza e tempo de exposição ao agente, que não causará dano a saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

As atividades insalubres estão contidas nos anexos da Norma e são considerados os agentes: Ruído contínuo ou permanente; Ruído de Impacto; Tolerância para Exposição ao Calor; Radiações Ionizantes; Agentes Químicos e Poeiras Minerais.

Tanto a NR15 quanto a NR16 dependem de perícia, a cargo do médico ou do engenheiro do trabalho, devidamente credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.

NR-16 - Atividades e Operações Perigosas

Também considerada quando ocorre além dos limites de tolerância.

São as atividades perigosas aquelas ligadas a Explosivos, Inflamáveis e Energia Elétrica.

NR-17 – Ergonomia

Esta norma estabelece os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às

características psicofisiológicas, máquinas, ambiente, comunicações dos elementos do

sistema, informações, processamento, tomada de decisões, organização e conseqüências do

trabalho.

Observe-se que as LER - Lesões por Esforços Repetitivos, hoje denominada DORT - Doença

Osteomuscular, relacionada ao trabalho constituem o principal grupo de problemas à saúde,

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Page 62: apostila instalação eletrica

reconhecidos pela sua relação laboral. O termo DORT é muito mais abrangente que o termo

LER, constante hoje das relações de doenças profissionais da Previdência.

NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – PCMAT

O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT

eqüivale ao “PPRA” da Construção Civil.

Resume-se no elenco de providências a serem executadas, em função do cronograma de uma

obra, levando-se em conta os riscos de acidentes e doenças do trabalho e as suas respectivas

medidas de segurança.

NR-19 – Explosivos

Determina parâmetros para o depósito, manuseio e armazenagem de explosivos.

NR-20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Define os parâmetros para o armazenamento de combustíveis e inflamáveis.

NR-21 - Trabalho a céu aberto

Define o tipo de proteção aos trabalhadores que trabalham sem abrigo, contra intempéries

(insolação, condições sanitárias, água etc.).

NR-22 - Trabalhos subterrâneos

Destina-se aos trabalhos em minerações subterrâneas ou a céu aberto, garimpos,

beneficiamento de minerais e pesquisa mineral.

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Page 63: apostila instalação eletrica

Nesses trabalhos é necessário ter um médico especialista em condições hiperbáricas.

Esta atividade possui várias outras legislações complementares.

NR-23 - Proteção contra Incêndios

Todas as empresas devem possuir proteção contra incêndio; saídas para retirada de pessoal

em serviço e/ou público; pessoal treinado e equipamentos. As empresas devem observar as

normas do Corpo de Bombeiros sobre o assunto.

DADOS COMPLEMENTARES:

RELAÇÃO DE ALGUNS DOS GRANDES INCÊNDIOS OCORRIDOS NO BRASIL:

Incêndios e Explosões são tipos de acidentes com grande potencial de destruição e mortes conforme visto nas tabelas anteriormente colocadas com a relação dos Acidentes Maiores ou Ampliados.

Daí a extrema importância do conhecimento e emprego das técnicas de Combate a Incêndios disponíveis atualmente.

Na Internet estão disponíveis diversos endereços e “Links” que devem ser consultados: Secretaria Nacional de Defesa Civil: http://www.defesacivil.sp.gov.br/ Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo: http://www.polmil.sp.gov.br; Defesa Cível do Estado de São Paulo: http://www.defesacivil.sp.gov.br/ Prefeitura de São Paulo:

http://www6.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/habitacao/cartilha_prevencao/0001 ABNT: CB –24, Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio:http://www.abnt.org.br/revisao_cb24.htm NFPA – “National Fire Protection Association” – em portugues:http://www.nfpa.org/itemDetail.asp?

Ano Edifício Cidade Mortos Feridos

1961 Penitenciaria Taubaté 152 -

1966 Circo Niterói 350 -

1972 Andraus São Paulo 16 300

1974 Joelma São Paulo 187 400

1981 Grande Avenida São Paulo 17 52

1996 Plaza Shopping Osasco 42 400

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Page 64: apostila instalação eletrica

A partir do incêndio do Joelma (1974), com a morte de 187 pessoas, começou a haver maior conscientização e preocupação da população e de todos os órgãos, com a Prevenção de uma forma mais ampla, desde a especificação de materiais aos sistemas de proteção, até com os Treinamentos de Brigadas de Incêndio, inclusive, com locais apropriados para estes treinamentos, que atendessem as exigências ambientais da CETESB.

A implantação destes centros de Treinamentos para Brigadas de Incêndio, têm contribuindo para que as estatísticas de grandes incêndios sejam reduzidas ou neutralizadas, apesar do crescimento urbano e industrial.

Também houve uma maior conscientização prevencionista, a qual tem sido reforçada por uma atuação maior dos legisladores, com Leis e Normas mais específicas.

LEGISLAÇÕES:

No âmbito federal:

A Brigada de Incêndio está prevista na Lei n º 6.514 de 1977, que dá as diretrizes sobre Segurança e Medicina do Trabalho, regulamentada pela Portaria n º 3.214/78, através da NR 23.

No âmbito estadual:

O programa de Brigada de Incêndio está previsto no Decreto Estadual nº 46.076 de 31.08.01, que regulamenta a segurança contra incêndio nas edificações de áreas de risco no Estado de São Paulo, em vigor a partir de 23 de Abril de 2002, que contempla a I.T (Instrução Técnica) 17 que passou a integrar os parâmetros para o programa de Brigadas de Incêndio previstos na NBR n º 14.276/99 e para os Campos de Treinamento de Combate a Incêndio a NBR 14.277/99.

No âmbito municipal:

Cada Prefeitura através do seu CONTRU (Departamento de Controle de Uso de Imóveis), que atua na prevenção e fiscalização de instalações e sistemas de segurança de edificações do município, tem aplicado normas e exigências próprias

No âmbito securitário :

O legislador, através do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e da Circular 006/92 da SUSEP, também contempla diretrizes que se satisfeitas, através da tarifação de seguros de Incêndio do Brasil (TSIB), bonifica o prêmio pela implantação de Brigadas de Incêndio, pois estas reduzem drasticamente riscos e conseqüentemente o custo dos seguros.

No âmbito Civil e Criminal:

Vale aqui destacar: que o investimento preventivo na segurança e na manutenção minimiza possível ação judicial de responsabilidade Civil e/ou Criminal.

CERTIFICAÇÃO:

Em 1970 é instalada a Comissão Brasileira de Proteção Contra Incêndio, como responsável dentro da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – pela normalização do setor e que a partir de 1990 foi reformulada como Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio,

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Page 65: apostila instalação eletrica

recebendo a denominação de CB-24, com sede no Comando do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Portanto o CB-24 é o órgão responsável dentro da ABNT pelo planejamento, coordenação e controle das atividades de elaboração de Normas relacionadas com os assuntos de Segurança contra Incêndio.

CLASSES DE FOGO E EXTINTORES RECOMENDADOS DE SE USAR:

Classes de

Incêndio

Tipos de material Combustível / área onde ocorre o incêndio

A Madeira, tapetes, papéis, cortinas, tecidos, borra-chá, couro

B Gasolina, óleo, acetileno, éter, graxas, gás de iluminação, resina, ceras, gás de petróleo, querosene, álcool

C Eletricidade: Usinas Termoelétricas, Subestações, Casas de Força, Casas de Máquinas, Eletrodomésticos, transformadores

D Metais pirofóricos: magnésio, alumínio, titânio, zircônio, etc.

Tipos de Extintores Portáteis recomendados de serem utilizados X => Principal(X) => Condicional -mente

Classes de Incêndio

A B C D

Água pressurizada ou água-gás X

Espuma X X

CO 2 (Dióxido de Carbono) ( X ) X X

Químico Seco X X

Químico Seco ABC ou especial X

Sistemas de Combate a Incêndios:

Os Sistemas de Combate a Incêndios são projetados e instalados com os seguintes objetivos

principais:

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Page 66: apostila instalação eletrica

Garantir a segurança das pessoas e de uma edificação em um nível adequado nos

casos de ocorrência de um incêndio;

Possibilitar a saída em tempo hábil das pessoas em condições seguras, evitando

perdas de vida;

Facilitar as ações de combate ao fogo;

Minimizar as possibilidades de propagação do fogo;

Facilitar as ações de socorro;

Minimizar os danos ao patrimônio em casos de incêndios.

Principais tipos de Sistemas de Combate a Incêndios existentes:

Sistemas de Extintores de Incêndios;

Sistemas de Hidrantes;

Sistemas de Escadas de Segurança;

Sistemas de Iluminação de Emergência;

Sistemas de Detecção e alarmes de Incêndio;

Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas;

Sistemas de Sinalização de Segurança contra Incêndios;

Sistemas de “Sprinklers”;

Sistemas de Compartimentação;

Sistemas de Contenção para instalações de Reservatórios de Combustíveis;

Sistemas de Esvaziamento rápido para instalações de Fluídos Térmicos Orgânicos;

Brigadas Contra Incêndios;

Bombeiros;

Sistemas de Proteção para Resistência Estrutural;

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Page 67: apostila instalação eletrica

Sistemas Fixos de CO 2 e de Gases para Extinção do Fogo;

Sistemas de Espuma e de Resfriamento.

Os tipos de Sistemas acima referidos devem ser compatíveis com o tipo de instalação a que se

destinam e inclusive para a Carga de Incêndio prevista e calculada.

NR-24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais do Trabalho

Todo estabelecimento deve atender as denominações desta norma, que o próprio nome

contempla. Cabe a CIPA e/ou ao SESMT, se houver, a observância desta norma. Deve-se

observar, também, nas Convenções Coletivas de Trabalho de sua categoria se existe algum

item sobre o assunto.

NR-25 - Resíduos Industriais

Trata da eliminação dos resíduos gasosos, sólidos, líquidos de alta toxidade, periculosidade,

risco biológico, radioativo, a exemplo do césio em Goiás. Remete às disposições contidas na

NR15 e legislações pertinentes nos níveis federal, estadual e municipal.

NR-26 - Sinalização de Segurança

Determina as cores na segurança do trabalho como forma de prevenção evitando a distração,

confusão e fadiga do trabalhador, bem como cuidados especiais quanto a produtos e locais

perigosos.

NR-27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança no Ministério do Trabalho e

Emprego

Todo técnico de segurança deve ser portador de certificado de conclusão do 2º grau de

Técnico de Segurança e Saúde no Trabalho, com currículo do Ministério do Trabalho e

Emprego, devidamente registrado através das DRT´s regionais.

NR-28 - Fiscalização e Penalidades

Toda norma regulamentadora possui uma gradação de multas, para cada item das normas.

Estas gradações são divididas por número de empregados, risco na segurança e risco em

medicina do trabalho.

O agente da fiscalização, baseado em critérios técnicos, autua o estabelecimento, faz a

notificação, concede prazo para a regularização e/ou defesa.

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Page 68: apostila instalação eletrica

Quando constatar situações graves e/ou iminentes ao risco à saúde e à integridade física do

trabalhador propõe à autoridade regional a imediata interdição do estabelecimento.

NR-29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário:

Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais,

facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de

segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se

aos trabalhadores portuários em operações tanto a bordo como em terra, assim como aos

demais trabalhadores que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias

de uso privativo e retro-portuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua

existência jurídica está assegurada em nível de legislação ordinária, através da Medida

Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que

promulga a Convenção n° 152 da OIT.

NR-30 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. (NR em

fase de Consulta Pública):

Aplica-se aos trabalhadores de toda embarcação comercial utilizada no transporte de

mercadorias ou de passageiros, na navegação marítima de longo curso, na cabotagem,

na navegação interior, no serviço de reboque em alto-mar, bem como em plataformas

marítimas e fluviais, quando em deslocamento, e embarcações de apoio marítimo e

portuário. A observância desta Norma Regulamentadora não desobriga as empresas do

cumprimento de outras disposições legais com relação à matéria e outras oriundas de

convenções, acordos e contratos coletivos de trabalho.

NR-31 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços

Confinados. (NR em fase de Consulta Pública):

Tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços

confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a

garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores.

Espaço confinado é qualquer área não projetada para ocupação humana que possua

ventilação deficiente para remover contaminantes, bem como a falta de controle da

concentração de oxigênio presente no ambiente.

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Page 69: apostila instalação eletrica

NR-32 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em

Estabelecimentos de Assistência à Saúde. (NR em fase de Consulta Pública):

Tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de

proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência à

saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

Normas Regulamentadoras Rurais:

Conforme Lei n o 5.889, de 8 de junho de 1973, a qual institui Normas Reguladoras do Trabalho Rural, bem como, a Portaria n o 3.067 de 12 de abril de 1.988.

NRR-1 - Disposições Gerais:

Estabelece os deveres dos empregados e empregadores rurais no tocante à prevenção de

acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio

do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR:

Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de

empregados que possuam, organizem e mantenham em funcionamento serviços

especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, visando à prevenção de acidentes do

trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. A sua existência jurídica é assegurada por

meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR:

Estabelece para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em

funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. A sua existência jurídica é

assegurada por meio do artigo 13 da Lei nº. 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI:

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Page 70: apostila instalação eletrica

Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam, gratuitamente, a

seus empregados Equipamentos de Proteção Individual adequados ao risco e em perfeito

estado de conservação, a fim de protege-los dos infortúnios laborais. A sua existência jurídica é

assegurada por meio do artigo 13 da Lei n o 5.889, de 8 de junho de 1973.

NRR-5 - Produtos Químicos:

Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do Trabalho rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A sua existência jurídica é assegurada por meio do artigo 13 da Lei n o 5.889, de 8 de junho de 1973.

8.3 ) – Estrutura de pessoal necessária para compor a Gerência de Segurança em uma Empresa:

A estrutura de pessoal de uma Diretoria, Gerência ou Departamento de Segurança das Empresas varia de acordo com as características das mesmas, tais como, do grau de risco do porte da empresa, do histórico além dos padrões internos e políticos de cada empresa.

As empresas estruturadas têm assim a possibilidade de planejar e trabalhar de modo preventivo, alicerçando seus trabalhos nas áreas da Organização, da Tecnologia e na de Recursos Humanos, com a execução de ações tais como:

Treinamento de pessoal em técnicas de prevenção de acidentes;

Análises de riscos;

Gerenciamento dos riscos;

Gerenciamento das emergências;

e diversas outras atividades importantes voltadas para a Segurança e a Medicina do Trabalho.

Contudo a obrigatoriedade do cumprimento ao estabelecido nas diversas Normas Regulamentadoras acima mencionadas, direta ou indiretamente impõem uma estrutura mínima de pessoal qualificado.

Esta estrutura de Segurança do Trabalho, além da política de Segurança seguida pelas Empresas é de fundamental importância para que os bons resultados sejam obtidos.

Exemplos:

A NR-4 / Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT , conforme seja o Grau de Risco e o número de empregados no estabelecimento, exige o emprego do seguinte quadro de pessoal (Vide Quadros I e II anexos a NR – 4):

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Page 71: apostila instalação eletrica

a) Engenheiro de Segurança do Trabalho - engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação;

b) Médico do Trabalho - médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina;

c) Enfermeiro do Trabalho - enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem;

d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho - auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação;

e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho.

De outro lado a NR-5 / Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA exige a constituição de uma comissão formada por representantes dos empregadores e representantes dos empregados, dimensionada de acordo com as características das empresas (Vide Quadros I , II e III anexos a NR – 5).

A NR-7 / Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional por sua vez cuida da execução dos diversos tipos de exames médicos a serem feitos para efeito do acompanhamento da saúde dos trabalhadores.

A NR 9 / Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais cuida do controle dos riscos ambientais que podem causar a ocorrência de acidentes do trabalho, acidentes ampliados e que podem também provocar as doenças profissionais e as doenças do trabalho.

A NR – 23 / Proteção contra Incêndios por sua vez, exige que hajam pessoas adestradas no uso correto dos equipamentos de combate a incêndios.

Em geral o atendimento as exigências das diversas Normas Regulamentadoras demanda o emprego de um pessoal técnico e qualificado em uma vasta gama de especialidades profissionais.

Por exemplo, ver o caso da NR – 13 Caldeiras e Vasos de Pressão, entre outros diversos.

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9 ) – Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade, NR – 10 e demais Normas Técnicas:

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Page 72: apostila instalação eletrica

As Normas Regulamentadoras apontadas no item anterior aplicam-se ao exercício legal da matéria no que se refere a Segurança e Medicina do Trabalho. Para sua aplicação todavia, conforme demonstra seu próprio conteúdo, faz-se necessário a consulta das Normas Técnicas específicas, nacionais (ABNT) e/ou internacionais (ISO, NEC, ASME, NFPA, API, ASTM, , BS, OHSAS, NIOSH e outras) de acordo com os diversos itens e matérias indicadas.

9.1 ) – Aspectos técnicos ligados a novos Projetos, Fabricação, Montagem, Operação e Manutenção :

Relacionamos abaixo algumas das principais Normas Técnicas, e procedimentos utilizados nos Projetos, nas Instalações, na Operação e na Manutenção de Instalações Elétricas em geral, especificamente os ligados a Segurança e Proteção das pessoas e das Instalações, tais como:

– NB - 3 / 60 Execução de Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

– NB - 79 / 67 Execução de Instalações Elétricas de Alta Tensão;

– NBR – 5410 / 1990 / Instalações Elétricas de Baixa Tensão;

- NBR 14039:03 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV;

– NBR – 5414 / Instalações Elétricas de Alta Tensão;

- NBR – 5418 / Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas;

- NBR – 5419 / Proteção de Edificações contra Descargas Elétricas Atmosféricas;

- NBR 5363 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Invólucros à prova de explosão – Tipo de Proteção “d ” - Especificação;

- NBR 5420 – Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Invólucros com Pressurização ou Diluição Contínua – Tipo de Proteção “p ” Especificação;

- NBR 8370 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas -

Terminologia;

- NBR 8447 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de Segurança Intrínseca – Tipo de Proteção “i “ - Especificação;

- NBR 9518 / 97 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas – Requisitos gerais – Especificação;

- NBR 9883 - Equipamentos Elétricos para Atmosferas Explosivas de Segurança Aumentada – Tipo de Proteção “e “ - Especificação;

- NBR - 14039 / Instalações Elétricas de média Tensão;

- NBR 14153 – Segurança Humana em Máquinas.

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Page 73: apostila instalação eletrica

Além das normas acima referidas faz-se necessário, de acordo com o assunto e a necessidade, consultar também diversas outras Normas Técnicas.

A título de exemplo, ver as normas relacionadas no livro Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda, nas pgs. de Apresentação à Edição Brasileira, além de diversos outros livros técnicos publicados;

O Conhecimento Técnico e a Tecnologia utilizada por Fornecedores de Equipamentos, Empresas de Engenharia de Segurança do Trabalho e Medicina do Trabalho, Concessionárias de Serviços Públicos, Associações e Organizações existentes no Brasil e no mundo deverá ser considerada e assimilada. Trata-se da aquisição do “Know-Now” e dos Conhecimentos Técnicos acumulados pelas Empresas, Fabricantes de Equipamentos, Universidades, Centros de Pesquisas, os quais são da mais alta valia em termos da técnica e da segurança.

Por exemplo:

9.2 ) – GUIA DE SEGURANÇA NAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS CONF. RECOMENDAÇÕES DA COPEL http://www.copel.com/pagcopel.nsf

Nas recomendações da COPEL abaixo colocadas temos os procedimentos de segurança para manutenção em sistemas elétricos em baixa tensão (BT) e alta tensão (AT) .

I. NORMAS ABNT, NR´s e COPEL:

Normas Brasileiras que regulamentam a segurança no trabalho, em instalações elétricas:

Associação Brasileira de Normas Técnicas - www.abnt.org.br

Ministério do Trabalho e Emprego - www.mte.gov.br

Normas Técnicas da COPEL - www.copel.com.br

NR 6 Equipamento de Proteção Individual - EPI (1006.000-7)

Para os fins de aplicação desta norma, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

NR 10 Instalações e Serviços em Eletricidade

Esta norma, recentemente revisada, fixa as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo projeto, execução, operação, manutenção, reforma, ampliação e a segurança de usuários e terceiros.

NBR 5410 Instalações Elétricas de Baixa Tensão

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Page 74: apostila instalação eletrica

Esta norma fixa as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservação dos bens.

NBR 14039 Instalações Elétricas de Alta Tensão

Esta norma fixa as condições exigíveis para o projeto e a execução de instalações elétricas de alta tensão, com tensão nominal de 1,0 kV a 36,2 kV, à freqüência industrial, de modo a garantir segurança e continuidade de serviço

II . EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA RECOMENDADOS

Para garantia de segurança dos profissionais envolvidos no projeto, a COPEL recomenda a aquisição dos seguintes equipamentos:

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL – EPI´s utilizados em eletricidade:

· Capacete de segurança com isolamento para eletricidade

. Meia bota isolada

· Óculos de segurança incolor e com proteção contra raios ultravioletas

. Roupas de algodão

· Luvas de borracha isolantes BT e AT

· Luvas de pelica para proteção das luvas de borracha

· Luvas de raspa para trabalhos rústicos

· Cinturão de segurança com talabarte para trabalhos em grandes alturas

EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA COLETIVOS – EPC:

· Vara de manobra isolada

· Conjunto de aterramento temporário

· Detector de tensão

· Cones e banderiolas de sinalização

· Escadas com isolamento próprias para trabalho com eletricidade

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Associação Brasileira da Industria Elétrica Eletrônica - www.abinee.org.br

Associação Nacional da Industria de Materiais de Segurança e Proteção ao

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Page 75: apostila instalação eletrica

Trabalho - www.animaseg.com.br

III . PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PARA MANUTENÇÃO

INTRODUÇÃO:

Execute as manutenções somente com pessoal capacitado

Efetue a análise de risco da tarefa com os envolvidos e exija a utilização de equipamentos de proteção e ferramentas adequadas

Nos desligamentos programados ou não programados, o responsável pelo trabalho deve tomar as providências necessárias à segurança da equipe e de terceiros.

Sempre registre as alterações implementadas no sistema e mantenha os operadores dos equipamentos informados

Evite adaptações ou alterações das características originais dos equipamentos elétricos

PROCEDIMENTOS:

A COPEL recomenda os seguintes procedimentos para isolamento da área na qual será executada a intervenção:

PROCEDIMENTOS PRELIMINARES EXECUÇÃO DA TAREFA:

1. Quando necessário solicite à COPEL que a COPEL faça o desligamento da unidade (a ligação telefônica é gratuita)

2. Trave mecanicamente, através de cadeado, as chaves seccionadoras

3. Retire dos cartuchos das chaves fusíveis

4. Bloqueie o religamento remoto de disjuntores

5. Sinalize o poste com placas de advertência: "ATENÇÃO NÃO OPERE ESTE EQUIPAMENTO"

6. Isole o local com cordas, bandeirolas e cones para delimitar a área

7. Delimite as distâncias mínimas de segurança entre os locais de trabalho e partes energizadas com sinalização apropriada, levando em consideração o quadro abaixo:

Tensão Nominal (kV) Distância Mínima (metros)

13,8 0,60

34,5 1,00

69,0 1,10

138,0 1,80

230,0 2,00

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Page 76: apostila instalação eletrica

8. Teste a linha ou rede com o uso de detetor de tensão

Obs.: - Antes de efetuar testes elétricos ou abertura de equipamentos elétricos para manutenção, verifique que a umidade relativa do ar esteja inferior a 70%

9. Instale o conjunto de aterramento temporário na BT e na AT

10. Esteja certo de que todos compreendam o planejamento, e saibam exatamente seu papel dentro do processo

11. Utilize ferramentas em perfeitas condições de uso e em quantidade suficientes

12. Evite improvisações. Lembre-se que o planejamento serve para evitar problemas durante a execução do trabalho

13. Faça supervisão constante

14. Faça uma inspeção nas instalações

CONCLUSÃO DOS SERVIÇOS:

15. Afaste todas as pessoas das partes que deverão ser energizadas

16. Retire os aterramentos temporários

17. Retire placas de sinalização

18. Recoloque os cartuchos

19. Faça o religamento, ou solicite que a COPEL o faça

20. Retire a sinalização

21. Após a conclusão dos serviços, recolha sobras de materiais que ficarem pelo chão, evitando que outras pessoas os utilizem inadvertidamente

IV. DICAS:

Saiba mais sobre equipamentos de segurança:

Para saber mais sobre segurança na manutenção de instalações elétricas, acesse o “Site” www.copel.com.br ou entre em contato com o COPEL

10 ) - PERIGOS, RISCOS E EMERGÊNCIAS , GESTÃO DE RISCO E DE EMERGÊNCIAS :

10.1 ) – Conceitos:

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Ao considerarmos os diversos aspectos abrangidos pela Segurança do Trabalho imediatamente nos lembramos dos conceitos dos Perigos existentes, dos Riscos, e das Emergências que ocorrem.

Lembramo-nos principalmente das ocorrências de maior gravidade intituladas de ACIDENTES AMPLIADOS / MAIORES.

Sobre estes aspectos não podemos esquecer do alcance e da importância dos seguintes fatores:

Da extrema valia que tem o Instinto de Conservação das Pessoas, o qual adquirimos e trazemos desde as mais remotas épocas da existência humana;

Da importância de exercermos o Espírito de Cidadania, do Profissionalismo eda Autoestima.

Não podemos nos esquecer todavia que no mundo atual somente uma parte dos riscos existentes já foi assimilada e absorvida pelo Instinto de Conservação das pessoas.

Por exemplo:

Sabemos dos riscos e perigos envolvendo os seguintes casos:

O risco do Trabalho nas alturas e o risco da queda;

Os riscos de incêndios e de explosões;

O perigo de lesões por objetos ou ferramentas de corte;

O risco do afogamento das pessoas;

Riscos de Inundações e dos deslizamento de terras;

Avalanches;

Terremotos;

Naufrágios;

O risco dos raios nas tempestades;

E muitas diversas outras situações da vida.

Ocorre porém que, ao lado destes riscos e perigos mais conhecidos, existem riscos menos conhecidos e dominados, principalmente os relativos as novas e mais recentes tecnologias, os quais devem ser estudados e aprofundados.

Só como exemplo, podemos nos lembrar aqui das seguintes casos:

Da Eletricidade;

Dos Combustíveis;

Dos Meios de Transporte;

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Da Aviação;

Da Energia Atômica;

Da Bio – Tecnologia;

E demais outras tantas Tecnologias historicamente recentes.

Relativamente a estas Tecnologias historicamente mais recentes, sob o ponto de vista racional, até podemos ter informações atualizadas a respeito, mas mesmo assim, o desenvolvimento de um instinto de auto conservação e segurança, na maioria das pessoas, pode ainda não ter sido assimilada por completo, no que se refere aos riscos derivados destas novas tecnologias, de modo que, ficasse estabelecida uma auto defesa primária, natural e instintiva com reações de conservação rápidas e instantâneas.

Assim, é de máxima importância proporcionarmos e executarmos os Programas de Treinamento, necessários, bem como, o aperfeiçoamento contínuo dos trabalhadores e de todos profissionais que atuam nas Empresas existentes, de modo que, haja uma grande conscientização de todo o trabalho e dos meios de proteção necessários, no que se refere a execução dos trabalhos com Segurança e Qualidade.

PRINCÍPIOS DE GESTÃO DE RISCOS:

(Consultar o livro de Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito Cardella, 1.999)

Relativamente a ocorrência dos acidentes, existe um consenso com base na experiência acumulada dos especialistas quanto a validade dos seguintes princípios:

1 ) – Nas organizações e sociedades, o acidente é um fenômeno de natureza multifacetada, que resulta de interações complexas entre fatores físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, psicológicos, sociais e culturais;

2 ) – Todos os acidentes podem ser evitados;

3 ) – Um indivíduo sozinho não consegue controlar os riscos envolvidos na sua atividade;

4 ) – Os acidentes ocorrem porque a mente se envolve tanto com o trabalho que se esquece do corpo.

Aspectos humanos, técnicos, educacionais e sociais:

Para os que já vivenciaram de perto situações reais envolvendo Acidentes do Trabalho de maior gravidade, não é difícil a compreensão das conseqüências tristes e adversas que ocorrem com a perda de vida do trabalhador e o sofrimento para seus filhos, esposa e toda a sua família.

No que se refere a Eletricidade, por exemplo, numa Instalação Industrial, em contrapartida com a movimentação mecânica e dos ruídos diversos presentes nos processos industriais, os quais

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estimulam a ficar de alerta, nas Instalações Elétricas, o que mais desperta a nossa atenção é a movimentação relativamente silenciosa dos motores elétricos.

No entanto, apesar do silêncio, o perigo de choques elétricos, curto-circuitos, incêndios e explosões está bastante presente nas Subestações, nas Salas de Despacho, nas Cabines de Distribuição, nos CCM´s, nos Painéis Elétricos, nos Quadros de Força, etc.

Aos visitantes ou a alguém que não conheça ou trabalhe numa determinada instalação, que com a permissão e acompanhado de técnicos habilitados, visitar estas partes de uma Instalação Elétrica, além do uso dos EPI´s e EPC´s necessários, recomenda-se a manter-se sempre a distância dos diversos componentes e até a mesmo colocar as duas mãos no bolso, de modo a não tocar em nada.

E´ muito útil também o uso e o efeito provocado pelos Cartazes Admoestadores bastante utilizados em Instalações Elétricas, como o da Caveira com as duas Tíbias cruzadas, com os dizeres “PERIGO DE MORTE” , o qual normalmente está colocado nas portas dos diversos painéis elétricos e cabines de força.

Consideremos também os demais avisos e alertas por escrito, como “Proibido a Entrada de Pessoas não Autorizadas” ou aquele outro utilizando o símbolo de um Raio, para chamar a atenção das pessoas que se aproximam das partes de uma Instalação Elétrica, bem como, as demarcações de área, as quais servem para nos alertar dos perigos que rondam aquela instalação.

Mesmo com todo o treinamento, o impacto emocional destes símbolos é bastante profundo, servindo como alerta.

As Instalações Elétricas, comparativamente as demais partes das instalações industriais, seus componentes são bastante silenciosos e estáticos, de modo que, o risco de certa forma poderia passar despercebido para o trabalhador comum sem um treinamento específico, daí a importância do uso dos EPI´s e dos EPC´s além do emprego dos símbolos acima referidos, dos avisos colocados e de toda a precaução envolvida.

Naturalmente isto só não é o bastante. É preciso também que as instalações sejam executadas seguindo-se as recomendações indicadas nas Normas Técnicas e das Normas Regulamentadoras existentes

Em qualquer caso, seja os de Instalações Elétricas mais simples até os de Instalações Elétricas mais complexas, é da maior importância um enfoque especial de todos os aspectos ligados a Segurança das Trabalhadores e de todas pessoas possíveis ao redor.

Para que tenhamos sucesso nos assuntos ligados a Segurança além de todo o estudo e formação envolvido necessitamos também do apoio por parte da hierarquia, além de toda dedicação e motivação.

Testemunhos dados em reuniões e congressos realizados relatam e enfocam sempre este lado da questão.

Um risco poderá estar presente, mas deverá haver um baixo nível de perigo, devido às precauções tomadas para minimiza-lo.

Assim, um banco de transformadores de alta tensão possui um risco inerente de eletrocussão, uma vez que esteja energizado.

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Haverá um alto nível de perigo se o banco estiver desprotegido, no meio de uma área de pessoas.

O mesmo risco estará presente quando os transformadores estiverem trancados num cubículo sob o piso. Entretanto, o risco será menor para o pessoal.

Vários outros conceitos e exemplos ligados a segurança podem ser citados:

Incidentes; Acidentes; Riscos; Exposição; Perigo; Causas; Fatos; Efeitos; Natureza; Falhas humanas; Falhas de instalação; Danos humanos; Danos materiais; Danos financeiros.

RISCO ou “HAZARD”: - Uma condição ou situação (de uma variável) com potencial para causar danos. -

SITUAÇÃO RISCO VARIÁVEL CONDIÇÃO

Trabalho com chapas aquecidas

Queimaduras Temperatura da Chapa

Temperatura da chapa muito maior que a temperatura da pele.

Trabalho em altura Queda Fatal Altura de Trabalho Altura de trabalho muito maior que a altura do indivíduo.

Trabalho em ambiente ruidoso

Redução da Capacidade Auditiva

Dose de Ruído Diária

Dose maior que 1 ou 100%

RISCO: = Probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo definido ou

ciclos operacionais - “RISK”

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PERIGO: - Parâmetro que caracteriza uma relativa exposição a um risco. É a exposição

que favorece a “materialização”do risco como causa de um fato catastrófico

(acidente) e dos danos resultantes - “DANGER”

De outra maneira

Exemplo:

Situação : Trabalho de limpeza e desengraxamento de peças com solventes.

Neste caso:

Risco: Intoxicação.

MEDIDAS DE CONTROLE QUANTO À EXPOSIÇÃO AO RISCO: PERÍGO:

Nenhuma Alto

Uso de máscara filtrante ( EPI) Moderado a baixo

Limitação do Tempo de exposição (se viável) Baixo

Automatização do processo ( não há necessidade do operador no recinto).

Praticamente nulo

Como podemos verificar no exemplo acima colocado em função das possíveis medidas tomadas o perigo diminui. Resumidamente então:

Risco Perigo ou Possibilidade de perigo;

O Risco de eventos perigosos é função de 2 fatores:

Da Freqüência com que estes eventos ocorrem e

Das Conseqüências destes eventos, tais como:

- Ocorrência de Danos materiais e

- Ocorrência de vítimas, com lesões e/ou mortes .

As ações para minimização dos riscos demandam tempo e portanto exigem estudos e planejamento constantes.

Portanto temos:

PERIGO = ________________ MEDIDAS DE CONTROLE

RISCO

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Risco = f ( Freqüência x Conseqüência )

10.2 ) - Emergência Ocorrência de qualquer Situação perigosa ou Situação crítica;

Nas situações de emergência os fatores de riscos emergem do campo virtual passando para a situação real e gerando danos e perdas, algumas vezes fatais.

Quando ocorre uma Emergência geralmente temos a ocorrência de uma cadeia de eventos indesejáveis.

O primeiro evento desta cadeia é chamado evento iniciador ou demanda.

O Controle da emergência compreende das seguintes etapas:

Detecção ;

Mobilização ;

Intervenção .

Na intervenção por sua vez teremos as seguintes ações:

Recomposição da Contenção;

Combate;

e Defesa

Todas estas ações demandam preparativos, treinamentos, testes e provas, os quais devem ser executados preventivamente e regularmente de modo a prepararmos as equipes para as possíveis emergências que porventura venham a ocorrer.

O sucesso do combate e do controle das emergências dependerá da precisão das ações tomadas e da rapidez com que as mesmas são executadas.

10.3 ) – Segurança Situação livre de perigo

Segurança = função inversamente proporcional ao Risco = f (1 / Risco)

--- // --- // --- // ---

11 ) - Técnicas de Identificação de Perigos, de Análise e de Avaliação dos Riscos:

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11.1) – INTRODUÇÃO

11.2 ) - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

11.2.1. TÉCNICA DE INCIDENTES CRÍTICOS - TIC

11.2.2. WHAT-IF (WI)

11.2.3 “BRAINSTORMING”

11.2.4 “CHECK LIST” – Lista de verificações

11.3 ) – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS

11.3.1. ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS - APR

11.3.2. ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS - AMFE

11.3.3. ANÁLISE DE OPERABILIDADE DE PERIGOS - HAZOP

11.4 ) – TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

11.4.1. ANÁLISE DE ÁRVORE DE EVENTOS – AAE

11.4.2. ANÁLISE POR DIAGRAMA DE BLOCOS – ADB

11.4.3. ANÁLISE DE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS - ACC

11.4.4. ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS - AAF

11.4.5. MANAGEMENT OVERSIGHT AND RISK TREE - MORT

11.4.6. ANÁLISE COMPARATIVA

11.4.7. ANÁLISE PELA MATRIZ DAS INTERAÇÕES

11.4.8. INSPEÇÃO PLANEJADA

11.4.9. REGISTRO E ANÁLISE DE OCORRÊNCIAS - RAO

11.1. ) – INTRODUÇÃO:

Para termos uma visão geral do contexto, resumidamente colocamos abaixo o quadro da situação mundial no período compreendido entre o término da 2 a Guerra Mundial, passando pela Guerra Fria e pela Corrida Espacial e chegando aos tempos mais recentes, por ocasião da queda do muro de Berlim e do aparecimento da Política de Globalização dos mercados.

Nesta época os graves acidentes ocorridos no mundo tiveram impacto sobre a opinião pública, levando os governos e as empresas a buscarem meios mais eficientes de proteção e segurança. ( Ver quadros de acidentes maiores ou ampliados, tais como os acidentes

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aeroespaciais, os acidentes em Usina Nucleares, os acidentes em Industrias Químicas, como o ocorrido em Bhopal e outros tantos, conforme dados anteriormente tabelados ).

Os governos, a opinião pública e as entidades ligadas a tecnologia, as indústrias e a segurança do trabalho mobilizaram-se então objetivando o aumento da segurança das instalações industriais e a diminuição dos acidentes maiores ou ampliados.

Houve a necessidade de melhorar e desenvolver novos instrumentos para a solução dos problemas ligados à segurança, como as Técnicas de Identificação de Perigos, de Análise e de Avaliação dos Riscos, bem como, de Sistemas de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente :

Desenvolveram-se então ferramentas de Análise dos Perigos, Riscos e de Acidentes para obter-se melhores e maiores níveis de segurança total em áreas como a da aeronáutica, aeroespacial e nuclear.

Os conceitos de perigo, de risco, de confiabilidade, de modos de falha, MTBF (Tempo médio entre falhas), bem como, as técnicas e metodologias aplicadas pela Segurança de Sistemas, antes utilizadas principalmente nas áreas militar e espacial, evoluíram e progrediram a partir da década de 70 para aplicação nas áreas industriais e de serviços públicos, alavancando e auxiliando na solução dos problemas da engenharia, da produção industrial, da segurança no trabalho e do meio ambiente.

Simultaneamente o desenvolvimento alcançado pela industrialização acelerada e pela competividade na busca dos mercados internos e dos globalizados, por sua vez estimulou o desenvolvimento de novas políticas industriais de produtividade, qualidade, meio ambiente e segurança do trabalho tais como:

Aparecimento de novas tecnologias, como por exemplo a Instrumentação, a Eletrônica e a Informática;

Aparecimento de Máquinas e instalações cada vez mais grandiosas e sofisticadas; Necessidade de treinamento adequado do pessoal e dos trabalhadores no que se

refere a Segurança; Necessidade de equipes e estruturas adequadas de Segurança e Medicina do

Trabalho; Necessidade de Fiscalização suficiente para evitar os acidentes inclusive os maiores ou

ampliados; Necessidade de realizar novas instalações devido a obsolescência dos equipamentos e

processos existentes;

Complementando este quadro, Políticas de Responsabilidade Social aplicadas nos países desenvolvidos deram maior atenção ao trabalhador, principal bem de uma organização, buscando maior segurança, eficiência e produtividade dos processos industriais além da melhoria de qualidade de seus produtos.

Surgiram daí novos métodos de trabalho, ações de melhorias e políticas, tais como as seguintes:

Políticas de Qualidade como as Normas ISO 9.000;

Preservação do Meio Ambiente como as Normas ISO 14.000;

Maior ênfase e preocupação com Segurança dos Processos Industriais e maior desenvolvimento da Engenharia de Segurança de Sistemas;

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Maior desenvolvimento da Engenharia de Controle de Perdas;

Convenção OIT 174 e Decreto 4085 de 15 de janeiro de 2002 o qual Promulga a Convenção no 174 da OIT e a Recomendação no 181 sobre a Prevenção de Acidentes Industriais Maiores.

Normas BS 8.800;

Normas OHSAS 1800;

Demais ações de melhorias.

Observações:

As técnicas a seguir colocadas auxiliaram bastante na obtenção de melhorias para a Segurança dos Processos e Segurança do Trabalho;

No Livro intitulado “Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes” - Editora Atlas S.A. de Benedito Cardella, 1.999 , indicado em nossa bibliografia, encontramos informações valiosas sobre as estas técnicas;

Além livro acima referido encontramos diversos outros livros, do mais alto nível técnico, publicados em língua portuguesa.

Pesquisando-se através de mecanismos de buscas como o da “Google”, “Altavista” e diversos outros, encontramos também artigos de excelente qualidade no que se refere as Técnicas de Identificação de Perigos, de Análise e de Avaliação dos Riscos.

A melhor forma de aprendizado destas técnicas todavia é pelo estudo e participação de suas aplicações, sempre que houver oportunidade ou necessidade do serviço.

A aplicação destas técnicas exige o planejamento das etapas de execução, a preparação dos materiais e dados, como desenhos, especificações de materiais e componentes, a disponibilização dos catálogos de equipamentos e componentes, bem como, a definição das pessoas que serão envolvidas no trabalho, formulários e folhas adequadas para registro de dados levantados, um calendário de reuniões, além de demais materiais de apoio necessários como computador, impressora, máquinas fotográficas, filmadoras, projetor e etc.

11.2 ) - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS - RESUMO:

Observações :

- Para consulta ao texto integral ver o Artigo: - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS: - Acessar: http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/index/indx_ane.htm ;

- Consultar também:

- "Técnicas Modernas de Gerência de Riscos" e do livro "Introdução à Engenharia de Segurança de Sistemas", de autoria de Francesco De Cicco e Mario Luiz Fantazzini : http://www.qsp.org.br/manual_sst.shtml ;

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- Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito Cardella, 1.999 : http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx ;

11.2.1 ) - Técnica de Incidentes Críticos (TIC)

A Técnica de Incidentes Críticos, também conhecida como "Confissionário" ou como "Incident Recall", é uma técnica de identificação de perigos, qualitativa, de aplicação na fase operacional de sistemas, cujos procedimentos envolvem o pessoal das empresas, em todos os graus de conhecimento.

Esta técnica têm como objetivo a detecção de “Incidentes Críticos” ou “Quase Acidentes”, além de auxiliar na correção e tratamento dos riscos correspondentes.

Este método possibilita a identificação de falhas e condições inseguras que contribuem para a ocorrência dos acidentes com lesões reais e potenciais.

O processo demanda uma amostragem aleatória de observadores-participantes, selecionados dentro de uma população de pessoas envolvidas, os quais orientados por uma equipe de apoio passam a lembrar, recordar e registrar impressões e dados de acidentes já ocorridos.

Os observadores-participantes devem ser selecionados dentre os principais departamentos da empresa, procurando representar as diversas operações da mesma dentro das diferentes categorias de risco.

Um entrevistador interroga os observadores-participantes e os incita a lembrar, recordar e descrever os incidentes críticos, tanto no que se refere aos atos inseguros que tenham cometido ou observado, como no que se refere as condições inseguras que tenham ocorrido.

Os observadores-participantes devem ser estimulados a descrever os incidentes críticos ocorridos, quantos possam recordar, sendo necessário para tal colocar os mesmos à vontade procurando, evitando-se entretanto possíveis divagações.

A disponibilização de um apoio técnico, operacional e psicológico será de maior utilidade durante a aplicação desta técnica.

A TIC é de grande valia, principalmente nos casos em que deseja-se identificar perigos, sem a utilização de técnicas mais sofisticadas, bem como, quando restrição do tempo disponível para implantação das medidas de segurança cabíveis.

Os incidentes pertinentes, descritos pelos entrevistados, deverão então ser transcritos e classificados em categorias de risco, definindo-se a partir daí uma relação das áreas-problema, bem como, permitindo uma priorização das ações no que se refere a distribuição dos recursos disponíveis, tanto para correção das situações existentes como para prevenção de possíveis problemas futuros.

Esta técnica deve ser periodicamente aplicada, reciclando-se os observadores - participantes de modo a detectar-se novas áreas – problemas, bem como, para verificar a eficiência das medidas que foram implementadas.

Observação:

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A TIC é útil também na prevenção de acidentes, pois além de servir para analisar os incidentes críticos já ocorridos, permite também a identificação e exame de possíveis acidentes em potencial, antes de que os mesmos venham a ocorrer, ou seja, ao invés de somente verificar os acidentes ocorridos, permite também evitar a ocorrência de novos acidentes, prevenindo assim possíveis danos à propriedade, bem como, possíveis ocorrências de lesões de pessoal.

11.2.2.” WHAT IF” - W I ( O que ... ? , se ... )

A técnica do “What-If” é utilizada para uma análise geral, qualitativa.

Sua aplicação é bastante útil e simples para uma abordagem inicial dos problemas, bem como, para o levantamento dos riscos existentes, tanto nas fases de projeto, como na fase pré - operacional, além da fase do processo, não sendo a sua utilização limitada unicamente ao processo.

A finalidade do “What-If” é testar possíveis omissões ocorridas nos projetos, procedimentos e normas, bem como, para aferir o comportamento e a capacitação do pessoal em seu ambiente de trabalho, com o objetivo de proceder a identificação e tratamento de riscos.

A técnica do “What-If” se desenvolve através da realização de Reuniões de Questionamento entre duas equipes. Os questionamentos devem englobar os procedimentos, as instalações, e os processos em cada situação a ser analisada.

A equipe questionadora é a conhecedora e familiarizada com o sistema a ser analisado, devendo a mesma formular uma série de questões com antecedência, com a finalidade de guiar os trabalhos.

Para a aplicação o “What-If” utiliza-se sistemáticas técnico-administrativas que incluem princípios de dinâmica de grupo. A utilização periódica do procedimento é o que garante o bom resultado do mesmo no que se refere ao levantamento dos riscos e revisão dos processos.

Da aplicação do “What-If” resultam uma revisão de um largo espectro de riscos, bem como a geração de possíveis soluções para os problemas levantados, além disso, se estabelece um consenso entre as diversas áreas de atuação, como as da produção, processo e segurança, quanto à forma mais segura de operacionalizar a planta.

Além do mais os relatórios de procedimentos fornecem também um material de fácil entendimento servindo como fonte de treinamento e base para futuras revisões.

Recomenda-se quando da sua aplicação da técnica:

A ) A formação do comitê de revisão e a montagem das equipes com seus integrantes;

B ) Planejamento prévio das atividades e pontos a serem abordados na aplicação da técnica;

C ) Reunião Organizacional com a finalidade de discutir procedimentos, programação de novas reuniões, definição de metas para as tarefas e informação aos integrantes sobre o funcionamento do sistema sob análise;

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D ) Reunião de revisão de processo para os integrantes ainda não familiarizados com o sistema em estudo;

E ) Reunião de formulação das questões "O QUE - SE...", começando do início do processo e continuando ao longo do mesmo, etapa por etapa, até alcançar o produto acabado colocado na planta do cliente;

F ) Reunião de respostas às questões (formulação consensual): - Em seqüência à reunião de formulação das questões, cabe a responsabilidade individual para o desenvolvimento de respostas escritas às questões. As respostas serão analisadas durante a reunião de resposta às questões, sendo cada resposta categorizada como: - resposta aceita pelo grupo tal como submetida; - resposta aceita após discussão e/ou modificação; - aceitação postergada, em dependência de investigação adicional. O consenso grupal é o ponto chave desta etapa, onde a análise de riscos tende a se fortalecer;

G ) Relatório de revisão dos riscos do processo: o objetivo é documentar os riscos identificados na revisão, bem como registrar as ações recomendadas para eliminação ou controle dos mesmos.

11.3 ) – TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS:

11.3.1. ) - Análise Preliminar de Riscos (APR) – “Preliminary Hazard Analysis” (PHA) ou também chamada de Análise Preliminar de Perigos (APP).

A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste do estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento preliminar de um novo projeto ou sistema, com a finalidade de se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional.

A APR é utilizada portanto para uma análise inicial "qualitativa", desenvolvida na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, tendo especial importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos, ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é deficiente. Apesar das características básicas de análise inicial, é muito útil de se utilizar como uma ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passariam desapercebidos.

A APR teve seu desenvolvimento inicial na área militar.

A APR não é uma técnica profunda de análise de riscos e geralmente precede a aplicação de outras técnicas mais detalhadas de análise, já que seu objetivo principal é determinar os riscos e as medidas preventivas antes da fase operacional.

No estágio em que é aplicada poder ocorrer de existir ainda outros detalhes finais de projeto e, neste caso, a falta de informações quanto aos procedimentos será ainda maior, já que os mesmos são geralmente definidos posteriormente.

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Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma revisão geral dos aspectos de segurança de forma padronizada:

Descrevendo todos os riscos e fazendo sua caracterização;

A partir da descrição dos riscos são identificadas as causas (agentes) e efeitos (conseqüências) dos mesmos, o que permitirá a busca e elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas detectadas;

A priorização das ações é determinada pela caracterização dos riscos, ou seja, quanto mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser solucionado.

Desta forma, a APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma série de medidas de controle e prevenção de riscos, desde o início operacional do sistema, permitindo revisões de projeto em tempo hábil, com maior segurança, além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.

A ) - Revisão de problemas conhecidos: - Consiste na busca de analogia ou similaridade com outros sistemas, para determinação de riscos que poderão estar presentes no sistema que está sendo desenvolvido, tomando como base a experiência passada.

B ) - Revisão da missão a que se destina: - Atentar para os objetivos, exigências de desempenho, principais funções e procedimentos, ambientes onde se darão as operações, etc.. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o sistema que a missão irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será desenvolvida.

C ) - Determinação dos riscos principais: - Identificar os riscos potenciais com potencialidade para causar lesões diretas e imediatas, perda de função (valor), danos à equipamentos e perda de materiais.

D ) - Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: - Elaborar séries de riscos, determinando para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e contribuintes associados.

E ) - Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos: - Elaborar um “brainstorming” para levantamento dos meios passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema.

F ) - Analisar os métodos de restrição de danos: - Pesquisar os métodos possíveis que sejam mais eficientes para restrição geral, ou seja, para a limitação dos danos gerados caso ocorra perda de controle sobre os riscos.

G ) - Indicação de quem será responsável pela execução das ações corretivas e/ou preventivas: - Indicar claramente os responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas, designando também, para cada unidade, as atividades a desenvolver.

A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi colocado, necessita as vezes de ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas que sejam já bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um grande número de informações sobre riscos, esta técnica pode ser utilizada de modo auxiliar.

11.3.2 ) - Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) – “Failure Modes and Effects Analysis” (FMEA)

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A Análise de Modos de Falha e Efeitos é uma análise detalhada, podendo ser feita de forma qualitativa ou quantitativa, que permite analisar as maneiras pelas quais um equipamento ou sistema pode falhar e os efeitos que poderão advir, estimando ainda as taxas de falha e propiciando o estabelecimento de mudanças e alternativas que possibilitem a diminuição das probabilidades de falha, aumentando a confiabilidade do sistema.

Lembramos que a confiabilidade é definida como a probabilidade de uma ação ser concluída com sucesso dentro de um tempo específico e sob condições específicas.

A AMFE foi desenvolvida por engenheiros de confiabilidade para permitir aos mesmos, determinar a confiabilidade de produtos mais complexos. Por exemplo um carro, um avião, uma máquina de produção, etc.

Para isto é necessário conhecer como e em qual freqüência cada componente do produto pode falhar. Posteriormente a análise é estendida ao produto no seu todo, para avaliação dos efeitos das falhas ocorridas em seus componentes.

Apesar de sua utilização ser geral, a AMFE é mais aplicável às Indústrias de Processos, principalmente quando o sistema ou instalação em estudo possui instrumentos de controle, de modo poder levantar necessidades adicionais e defeitos de projeto.

Além disto estuda-se e determina-se possíveis alternativas mais seguras de projeto e de instalação de modo que o sistema e a instalação possa superar possíveis falhas dos seus componentes críticos, permitindo no mínimo uma parada ordenada da instalação.

Por exemplo: - O caso de funcionamento de uma Central Termelétrica, dos seus sistemas, e de seus equipamentos.

A técnica auxilia ainda na determinação e encadeamento dos procedimentos para contingências operacionais, quando o sistema é colocado em risco e a probabilidade de erro devido à ações não estruturadas é alta, dependendo da ação correta dos operadores.

A AMFE é realizada primeiramente de forma qualitativa, quer na revisão sistemática dos modos de falha dos componentes, quer na determinação de seus efeitos em outros componentes e ainda na determinação dos componentes cujas falhas têm efeito crítico na operação do sistema, sempre procurando garantir danos mínimos ao sistema como um todo.

Posteriormente, pode-se proceder à análise quantitativa para estabelecer a confiabilidade ou probabilidade de falha do sistema ou subsistema, através do cálculo de probabilidades de falhas de montagens, subsistemas e sistemas, a partir das probabilidades individuais de falha de seus componentes, bem como na determinação de como poderiam ser reduzidas estas probabilidades, inclusive pelo uso de componentes com confiabilidade alta ou pela verificação de redundâncias de componentes do projeto.

Para proceder ao desenvolvimento da AMFE ou de qualquer outra técnica, é primordial que se conheça e compreenda o sistema em que se está trabalhando e qual a função e objetivos do mesmo, bem como, as restrições sob as quais se irá operar, além dos limites que podem representar sucesso ou falha. O bom conhecimento do sistema em que se atua é o primeiro passo para o sucesso na aplicação de qualquer técnica, seja ela de identificação de perigos, de análise ou de avaliação dos riscos.

Conhecido o sistema e suas particularidades, pode-se dar seguimento a análise, cabendo à empresa idealizar o modelo que melhor se adapte a ela.

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Método de aplicação indicado:

A ) - Dividir o sistema em subsistemas que podem ser efetivamente controlados;

B ) - Traçar diagramas de blocos funcionais do sistema e subsistemas, para determinar os inter relacionamentos existentes;

C ) - Preparar um “Check - List” dos componentes de cada subsistema e sua função específica;

D ) - Determinar através da análise de projetos e diagramas, os modos possíveis de falha que possam afetar outros componentes. Os modos básicos de falha devem ser agrupados em quatro categorias:

I- Falha em operar no instante prescrito;

II- Falha em cessar de operar no instante prescrito; III- operação prematura; IV- falha em operação;

E ) - Indicar os efeitos de cada falha sobre outros componentes e como esta afeta a operação do mesmo;

F ) - Estimar a gravidade de cada falha específica de acordo com as categorias de risco, conforme o quadro 4.1., para possibilitar a priorização de alternativas;

G ) - Indicar os métodos usados para detecção de cada falha específica;

H ) - Formular possíveis ações de compensação e reparos que podem ser adotadas para eliminar ou controlar cada falha específica e seus efeitos;

I ) - Determinar as probabilidades de ocorrência de cada falha específica para possibilitar a análise quantitativa.

Como acima descrito, a AMFE analisa de forma geral os modos de falha de um produto. Porém, em um produto podem existir certos componentes ou conjunto deles que sejam especificamente críticos para a utilidade a que se destina o produto ou mesmo para a segurança do operador.

Portanto à estes componentes críticos deve ser dada atenção especial, sendo os mesmos analisados mais detalhadamente do que os demais.

A análise, similar a AMFE, que se preocupa com a análise detalhada destes componentes críticos é conhecida como FMECA – “Failure Modes and Criticality Analysis”.

Tanto a AMFE como a FMECA são bastante eficientes quando aplicadas a sistemas mais simples e de falhas mais singelas, porém, quando a complexidade é maior, recomenda-se o uso de outras técnicas, como por exemplo a Análise de Árvore de Falhas.

11.3.3 ) - Análise de Operabilidade e de Perigos – “HAZard and OPerability Studies” (HAZOP

O estudo de identificação de perigos e operabilidade, conhecido como HAZOP, é uma técnica de análise qualitativa desenvolvida com a finalidade de examinar as linhas de processos

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diversos, como por exemplo em uma refinaria de petróleo, ou em uma indústria química, identificando os perigos e prevenindo a ocorrência de possíveis falhas.

Atualmente, a metodologia é aplicada também para equipamentos de processos, inclusive seus sistemas diversos.

O método HAZOP é principalmente indicado quando da implantação de novos processos, na fase de projeto ou em modificações de processos já existentes.

O ideal na realização do HAZOP é que o estudo seja desenvolvido antes da fase de detalhamento e construção do projeto, evitando com isso a necessidade de se executar modificações de projeto, quer no detalhamento ou ainda durante a instalação, quando o resultado do HAZOP for melhor conhecido, ou seja, evitando-se assim a revisões de projetos em etapas mais adiantadas as quais tornam-se cada vez mais caras de serem feitas.

Vale ressaltar que o HAZOP pode ser aplicado em projetos e modificações de menor porte como de grande porte.

Às vezes, muitos acidentes ocorrem porque subestima-se os efeitos secundários de pequenos detalhes ou de modificações de projeto ou de instalações em funcionamento, as quais à primeira vista parecem insignificantes, sendo quase impossível este diagnóstico, antes de se fazer uma análise completa e saber se existem efeitos secundários graves e difíceis de prever.

Além disso, o caráter de trabalho em equipe que o HAZOP apresenta, onde pessoas de funções diferentes dentro da organização trabalham em conjunto e em equipe, faz com que a criatividade individual seja estimulada, os esquecimentos evitados e a compreensão dos problemas das diferentes áreas e interfaces do sistema seja alcançada.

Uma pessoa competente, trabalhando sozinha, estará sujeita a erros por desconhecer os aspectos alheios a sua área de trabalho. Assim, o desenvolvimento do HAZOP alia a experiência e competência individuais às vantagens indiscutíveis do trabalho em equipe.

Em termos gerais, pode-se dizer que o HAZOP é bastante semelhante a AMFE, contudo, a análise realizada no HAZOP é feita através de palavras-chaves que guiam o raciocínio dos grupos de estudos multidisciplinares, fixando a atenção nos perigos mais significativos para o sistema.

As palavras-chaves ou palavras-guias são aplicadas às variáveis identificadas no processo (pressão, temperatura, fluxo, composição, nível, etc.) gerando os desvios, que nada mais são do que os perigos a serem examinados.

A técnica HAZOP permite que as pessoas liberem sua imaginação, pensando em todos os modos pelos quais um evento indesejado ou problema operacional possa ocorrer.

Para evitar que algum detalhe seja omitido, a reflexão deve ser executada de maneira sistemática, analisando cada circuito, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos parâmetros de funcionamento. Para cada linha analisada são aplicadas a série de palavras-guias, identificando os desvios que podem ocorrer caso a condição proposta pela palavra-guia ocorra. Identificadas as palavras - guias e os desvios respectivos, pode-se partir para a elaboração das alternativas cabíveis para que o problema não ocorra ou seja mínimo. Convém, no entanto, analisar as alternativas quanto ao custo e operacionalidade.

No HAZOP a operabilidade é tão importante quanto a identificação dos perigos.

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Geralmente neste tipo de estudo são detectados mais problemas do tipo operacional do que perigos propriamente ditos.

Isto não é um ponto negativo, ao contrário, aumenta sua importância do método, pois a diminuição dos riscos está bastante ligada a eliminação de problemas operacionais.

A eliminação dos problemas operacionais recai numa conseqüente diminuição do erro humano, decrescendo assim o nível de risco.

É impossível porém a eliminação dos perigos, sem antes conhecê-los, o que pode ser obtido pela aplicação do método HAZOP.

11.4 ) - TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

11.4.1 ) - Análise de Árvore de Eventos (AAE) – “Event Tree Analysis” (ETA)

A Análise da Árvore de Eventos (AAE) é um método lógico-indutivo para identificar as várias e possíveis conseqüências resultantes de um certo evento indesejado inicial.

Esta técnica procura determinar as freqüências e conseqüências decorrentes dos eventos indesejáveis, utilizando encadeamentos lógicos em cada etapa de atuação do sistema.

Nas aplicações de análise de risco, o evento inicial da árvore de eventos é, em geral, a falha de um componente ou subsistema, sendo os eventos subsequentes determinados pelas características do sistema.

Para o traçado da árvore de eventos as seguintes etapas devem ser seguidas:

a) Definir o evento inicial que pode conduzir ao acidente;

b) Definir os sistemas de segurança (ações) que podem amortecer o efeito do evento inicial;

c) Combinar em uma árvore lógica de decisões as várias seqüências de acontecimentos que podem surgir a partir do evento inicial;

d) Uma vez construída a árvore de eventos, calcular as probabilidades associadas a cada ramo do sistema que conduz a alguma falha (acidente).

A árvore de eventos deve ser lida da esquerda para a direita. Na esquerda começa-se com o evento inicial e segue-se com os demais eventos seqüenciais. A linha superior é NÃO e

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significa que o evento não ocorre, a linha inferior é SIM e significa que o evento realmente ocorre.

11.4.2 ) - Análise por Diagrama de Blocos (ADB)

A análise por diagrama de blocos se utiliza de um fluxograma em blocos do sistema, calculando as probabilidades de sucesso ou falha do mesmo, pela análise das probabilidades de sucesso ou falha de cada bloco. A técnica é útil para identificar ocomportamento lógico de um sistema constituído por poucos componentes.

Dependendo do sistema a análise pode ser feita em série ou em paralelo.

Definidas as probabilidades de falha, pode-se determinar o risco de cada sistema, juntando com estas, as perdas previstas devido a ocorrência das mesmas.

11.4.3 ) - Análise de Causas e Conseqüências (ACC)

A Análise das Causas e Conseqüências (AAC) de falhas se utiliza das mesmas técnicas de construção da AAE e da Análise da Árvore de Falhas(AAF) que será vista detalhadamente a seguir.

O procedimento para construção de um diagrama de conseqüências se inicia por um evento inicial. Posteriormente cada evento desenvolvido é questionado:

- Em que condições o evento induz a outros eventos ?; - Quais as alternativas ou condições que levam a diferentes eventos ?; - Que outro componentes o evento afeta ?; - Ele afeta mais do que um componente ?; - Quais os outros eventos que este evento causa ?;

A técnica segue a lógica que liga as causas as suas conseqüências.

A Árvore de Falhas enfoca as causas e a Árvore de Eventos mostra as conseqüências ambas seguindo a seqüência natural das ocorrências.

Isto permite avaliar qualitativa e quantitativamente as conseqüências dos eventos catastróficos de ampla repercussão como os Acidentes Maiores ou Acidentes Ampliados e verificar a vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de terceiros em geral.

O processo começa pela escolha de um evento crítico, partindo-se para um lado, com a descrição das conseqüências e do outro lado determinando e descrevendo as causas.

A estruturação, a exemplo da árvore de falhas, também é feita utilizando-se uma simbologia.

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11.4.4 ) - Análise de Árvore de Falhas (AAF) – “Fault Tree Analysis” (FTA)

A Ánálise da Árvore de Falhas - AAF foi primeiramente concebida por H.A.Watson dos Laboratórios Bell Telephone em 1961, a pedido da Força Aérea Americana para avaliação do sistema de controle do Míssil Balístico Minuteman.

A AAF é um método excelente para o estudo dos fatores que poderiam causar um evento indesejável (falha) e encontra sua melhor aplicação no estudo de situações complexas. Ela determina as freqüências de eventos indesejáveis (topo) a partir da combinação lógica das falhas dos diversos componentes do sistema.

O principal conceito na AAF é a transformação de um sistema físico em um diagrama lógico estruturado (a árvore de falhas), onde são especificados as causas que levam a ocorrência de um específico evento indesejado de interesse, chamado evento topo.

O evento indesejado recebe o nome de evento topo por uma razão bem lógica, já que na montagem da árvore de falhas o mesmo é colocado no nível mais alto. A partir deste nível o sistema é dissecado de cima para baixo, enumerando todas as causas ou combinações delas que levam ao evento indesejado. Os eventos do nível inferior recebem o nome de eventos básicos ou primários, pois são eles que dão origem a todos os eventos de nível mais alto.

A AAF é uma técnica dedutiva que se focaliza em um acidente particular e fornece um método para determinar as causas deste acidente, é um modelo gráfico que dispõe várias combinações de falhas de equipamentos e erros humanos que possam resultar em um acidente. Consideram o método como "uma técnica de pensamento-reverso, ou seja, o analista começa com um acidente ou evento indesejável que deve ser evitado e identifica as causas imediatas do evento, cada uma examinada até que o analista tenha identificado as causas básicas de cada evento".

Portanto, é certo supor que a árvore de falhas é um diagrama que mostra a inter-relação lógica entre estas causas básicas e o acidente.

A diagramação lógica da árvore de falhas é feita utilizando-se símbolos e comportas lógicas, indicando o relacionamento entre os eventos considerados. As duas unidades básicas ou comportas lógicas envolvidas são os operadores "E" e "OU", que indicam o relacionamento casual entre eventos dos níveis inferiores que levam ao evento topo. As combinações seqüenciais destes eventos formam os diversos ramos da árvore.

A AAF pode ser executada em quatro etapas básicas:

definição do sistema; construção da árvore de falhas; avaliação qualitativa e avaliação quantitativa.

Embora tenha sido desenvolvida com o principal intuito de determinar probabilidades, como técnica quantitativa, é muito usada também por seu aspecto qualitativo porque, desta forma e de maneira sistemática, os vários fatores, em qualquer situação a ser investigada, podem ser visualizados. Os resultados da análise quantitativa são necessários certas situações, contudo, para proceder à análise quantitativa, deve ser realizada primeiramente a análise qualitativa, sendo que muitos analistas crêem que deste modo, obter resultados quantitativos não requer muitos esforços adicionais.

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Assim, a avaliação qualitativa pode ser usada para analisar e determinar que combinações de falhas de componentes, erros operacionais ou outros defeitos podem causar o evento topo. Já a avaliação quantitativa é utilizada para determinar a probabilidade de falha no sistema pelo conhecimento das probabilidades de ocorrência de cada evento em particular.

Desta forma, o método de AAF pode ser desenvolvido através das seguintes etapas:

a) Seleção do evento indesejável ou falha, cuja probabilidade de ocorrência deve ser determinada;

b) Revisão dos fatores intervenientes: ambiente, dados do projeto, exigências do sistema, etc., determinando as condições, eventos particulares ou falhas que possam vir a contribuir para ocorrência do evento topo selecionado;

c) Montagem, através da diagramação sistemática, dos eventos contribuintes e falhas levantados na etapa anterior, mostrando o inter-relacionamento entre estes eventos e falhas, em relação ao evento topo. O processo inicia com os eventos quepoderiam, diretamente, causar tal fato, formando o primeiro nível - o nível básico. A medida que se retrocede, passo a passo, até o evento topo, são adicionadas as combinações de eventos e falhas contribuintes. Desenhada a árvore de falhas, o relacionamento entre os eventos é feito através das comportas lógicas;

d) Através de Álgebra Booleana são desenvolvidas as expressões matemáticas adequadas, que representam as entradas da árvore de falhas. Cada comporta lógica tem implícita uma operação matemática, podendo ser traduzidas, em última análise, por ações de adição ou multiplicação;

e) Determinação da probabilidade de falha de cada componente, ou seja, a probabilidade de ocorrência do evento topo será investigada pela combinação das probabilidades de ocorrência dos eventos que lhe deram origem.

Simbologia lógica de uma árvore de falhas:

Para proceder ao estudo quantitativo da AAF, é necessário conhecer e relembrar algumas definições da Álgebra de Boole, a qual foi desenvolvida pelo matemático George Boole para o estudo da lógica.

Suas regras e expressões em símbolos matemáticos permitem simplificar problemas complexos. É principalmente usada em áreas de computadores e outras montagens eletromecânicas e também em análise de probabilidades, em estudos que envolvem decisões e mais recentemente, em segurança de sistemas.

A AAF não necessariamente precisa ser levada até a análise quantitativa, entretanto, mesmo ao se aplicar o procedimento de simples diagramação da árvore, é possível a obtenção de um grande número de informações e conhecimento muito mais completo do sistema ou situação em estudo, propiciando uma visão bastante clara da questão e das possibilidades imediatas de ação no que se refere à correção e prevenção de condições indesejadas.

O uso da árvore de falhas pode trazer, ainda, outras vantagens e facilidades, quais sejam: a determinação da seqüência mais crítica ou provável de eventos, dentre os ramos da árvore, que levam ao evento topo; a identificação de falhas singulares ou localizadas importantes no processo; o descobrimento de elementos sensores (alternativas de solução) cujo desenvolvimento possa reduzir a probabilidade do contratempo em estudo. Geralmente, existem certas seqüências de eventos centenas de vezes mais prováveis na ocorrência do evento topo do que outras e, portanto, é relativamente fácil encontrar a principal

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combinação ou combinações de eventos que precisam ser prevenidas, para que a probabilidade de ocorrência do evento topo diminua.

Além dos aspectos citados, a AAF encontra aplicação para inúmeros outros usos, como: solução de problemas diversos de manutenção, cálculo de confiabilidade, investigação de acidentes, decisões administrativas, estimativas de riscos, etc.

11.4.5 ) - “Management Oversight and Risk Tree” (MORT)

O método conhecido como MORT é uma técnica que usa um raciocínio semelhante ao da AAF, desenvolvendo uma árvore lógica, só que com a particularidade de ser aplicado à estrutura organizacional e gerencial da empresa, ilustrando erros ou ações inadequadas de administração.

O método pode ser também usado para esquematizar ações administrativas que possam ter contribuído para um acidente, o qual já tenha ocorrido. Nesta árvore cada evento é uma ação do operador ou administrador, sendo que as falhas de equipamentos ou condições ambientais não são consideradas.

12 ) – PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais:

Fundamenta-se na NR – 9, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

Para um melhor conhecimento da matéria, no curso incluímos a NR – 9 , bem como, alguns artigos e apresentações havidas sobre o tema.

(Ver em anexo)

13 ) - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional:

Fundamenta-se na NR – 7, Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional que estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

--- // --- // --- // ---

14 ) – Programas de redução dos Acidentes do Trabalho em uma Empresa – Diretrizes recomendadas:

Para a implantação um Programa de redução dos Acidentes do Trabalho em uma Empresa, as principais diretrizes recomendadas de se realizar são as seguintes:

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Verificar as Condições de Trabalho e as Situações de Riscos e Perigos em potencial, com base nas Leis existentes (Lei 6.514 de 22.12.1977 e Portaria n o 3.214 de 08. 06.1978);

Verificar o funcionamento regular da CIPA conforme recomendações da NR - 5;

Levantar o histórico dos acidentes já ocorridos na Empresa;

Verificar as condições de funcionamento do Serviço de Segurança da Empresa;

Verificar os meios de Combate a Incêndio (Existência de Corpo de Bombeiros da Empresa, ou de uma Brigada contra Incêndios, conforme seja as situações de risco levantadas);

Registrar, analisar e computar cada acidente ocorrido;

Avaliar as diversas Áreas de Trabalho levantando os Riscos de Acidentes existentes;

Comparar os Riscos existentes com o Risco Tolerado;

Analisar todos os Processos de Trabalho;

Elaborar os Procedimentos de Segurança e Prevenção de Acidentes para realização dos trabalhos onde existam riscos em potencial;

Elaborar Planos de Higiene e Segurança do Trabalho;

Tratar e resolver todas as situações de Risco;

Programar Treinamento de Segurança e capacitar todo o pessoal;

Sinalizar todas as Áreas de Riscos;

Fornecer todos os EPI´s e EPC´s necessários;

Realizar Investimentos para Melhoria da Segurança e Higiene do Trabalho;

Promover Campanhas de Segurança.;

Aplicar as recomendações, orientações e princípios referentes a Segurança e Saúde no Trabalho – SST, conforme orientações oficiais dos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Saúde, do Instituto Nacional de Seguridade Social além das recomendações de órgãos internacionais reconhecidos como a OIT, a OMS, a BS 8800, a OSHAS e demais organizações internacionais de alto nível.

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15 ) – Bibliografia recomendada:

Para o estudo da Higiene, Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho as fontes de estudos e informações abrangem um campo bastante extenso de publicações e trabalhos.

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Ocorre entretanto que muitas das obras já publicadas, na maioria das vezes, não são encontradas com facilidade nas livrarias comuns. Para serem adquiridas, precisamos quase sempre encomenda-las.

Desta forma a consulta direta as bibliotecas, inclusive as virtuais, é de maior valor e utilidade.

Neste contexto, para o estudo da matéria, além dos livros é da máxima importância e utilidade consultar a Internet e as revistas periódicas, onde encontramos informações, dados e artigos, contendo uma gama extensa de trabalhos, com testemunhos sobre os mais diversos temas, os quais precisam ser conhecidos, pois contribuem muito para o aprofundamento e amadurecimento dos conhecimentos ligados a Higiene, a Engenharia de Segurança e a Medicina do Trabalho.

Assim sendo, sem intenção de excluir as obras clássicas do maior valor, relacionamos abaixo algumas das normas, obras, artigos e endereços disponíveis que são de grande valia para o aprendizado da matéria:

Normas Regulamentadoras: - Acessar o Ministério do Trabalho e Emprego: http://www.mte.gov.br/ ;

Segurança e Medicina do Trabalho, Editora Atlas S.A. - 55ª Edição (2004) - 2ª Tiragem: http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx ;

Segurança no Trabalho e Prevenção de Acidentes, Editora Atlas S.A. , Benedito Cardella, 1.999 : http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx ;

Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental, Editora Atlas, Antonio Nunes Barbosa Filho, 2001: http://www.edatlas.com.br/Atlas/portal/homePortal.ctrl.aspx ;

Normas Regulamentadoras Comentadas, Giovanni Moraes de Araujo, 4 a edição – 2003: http://www.submarino.com.br/books.asp ;

"Técnicas Modernas de Gerência de Riscos" e do livro "Introdução à Engenharia de Segurança de Sistemas", de autoria de Francesco De Cicco e Mario Luiz Fantazzini :http://www.qsp.org.br/manual_sst.shtml ;

Segurança em Eletricidade – Jorge Santos Reis & Roberto de Freitas – Fundacentro :http://www.fundacentro.gov.br/ ;

Manual de Instalações Elétricas em Indústrias Químicas, Petroquímicas e de Petróleo, Dácio de Miranda Jordão, Qualitymark Editora : http://www.ieles.com.br/downloads/catalogo_qualitymark.xls ;

Instalações Elétricas Industriais, João Mamede Filho, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. : http://www.submarino.com.br/books

Instalações Elétricas, Antonio Bossi e Ezio Sesto, Hemus Editora Ltda;

Manual de Higiene e Segurança do Trabalho – Ed. Ateneu;

Prevenção de Acidentes nas Indústrias, W. R. Peixoto, Ediouro;

Curso de Eletrotécnica, Chester L. Dawes, Editora Globo;

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Artigo: - TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE RISCOS: - Acessar: http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/index/indx_ane.htm ;

Artigo: - Gerenciamento de Riscos, Prof. Marcos Aurelio Pchek Laureano - Ultima Alteração: 20/05/2004; Acessar: http://www.ppgia.pucpr.br/~laureano/puc_2004/gst/ ;

Informações sobre a legislação específica da Engenharia de Segurança e demais assuntos da área: - Consultar página da SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança : http://www.sobes.org.br

Universidade Santa Cecília – UNISANTA – Higiene e Segurança no Trabalho; - Ver página http://www.unisanta.br/alunos/sites/index.asp

Area Seg ; - Ver página: http://www.areaseg.com/

Segurança e trabalho “Online”; - Ver página: http://www.saudeetrabalho.com.br/ ;

ABPA – Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes; - Ver página: http://www.abpa.org.br/ ;

Grupo CIPA – Portal de Segurança: - Ver página: http://www.cipanet.com.br/ ;

Revista Proteção; - Ver página: http://www.protecao.com.br/

A Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança e Saúde no Trabalho e do Meio Ambiente – ABRAPHISET; - Ver página: http://www.abraphiset.com.br/ ;

DIESAT - Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho; - Ver página: http://www.diesat.org.br/ ;

SEGRAC Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Segurança, Gerenciamento de Riscos e Acessibilidade na Universidade Federal do Rio de Janeiro: - Ver página: http://www.all.com.br/ufrj/capa.html ;

Ambientec.com; - Ver página: http://www.ambientec.com/index.htm ;

Agência Européia para a Segurança e a Saúde no Trabalho; - Ver página:http://europe.osha.eu.int/index.php?lang=pt

Prossiga (Bibliotecas Virtuais Temáticas); - Ver página: http://www.prossiga.br/bvtematicas/

GT Bibliotecas Virtuais Brasileiras; Ver página: http://www.cg.org.br/gt/gtbv/gtbv.htm ;

Universidade de São Paulo – Sistema Integrado de Bibliotecas: Ver página : http://www.sibi.usp.br/aleph/por/

Companhia de Energia Elétrica do Paraná – COPEL; Ver página: http://www.copel.com/pagcopel.nsf

16 ) – Anexos diversos:

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Para melhor aproveitamento e conhecimento da matéria os Apontamentos de Classe acima colocados devem ser complementados com Artigos Técnicos e informações diversas disponibilizados em nossa página de Segurança e Higiene no Trabalho no Site da UNISANTA:

Boa Noite!! Sábado, 28 de Janeiro de 2006

Menu Objetivo

Ínicio

O objetivo da área de engenharia de segurança do trabalho é atuar na prevenção de acidentes do trabalho no intuito de preservar a integridade física dos trabalhadores, bem como, a proteção das instalações contra sinistros, no que se refere à questão da segurança e da higiene do trabalho. Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades de trabalho visando a defesa da integridade da pessoa humana.

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Bom Dia!! Domingo, 29 de Janeiro de 2006

Menu Material de ApoioÍnicio

Nova Lista perguntas e respostas 15.11.2005 Apontamentos de classe Legislação Instituições nacionais Incêndios e explosões Analise dos acidentes no trabalho

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Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Brasil CAPÍTULO V - Técnicas de Análises de Riscos Investigar de Acidentes - Porque e Como Diretrizes para programas de segurança e saúde Lista de Perguntas e Respostas (18/11/04) A Atuação do MPT na Defesa do Meio Ambiente de

Trabalho Diretrizes para programas de segurança e saúde NR01 NR02 NR03 NR04 NR05 NR06 NR07 NR09 NR10 NR13 NR15 NR16 NR17 NR18 NR19 NR20 NR23 NR26 NR27 NR28 NR29 NR30 NR31 NR32

Programação do cursoApostila do CursoMaterial de apoioLinksContato

Artigos Técnicos:

Epi e insalubridadeEpiEsclarecimentos sobre concessão do adicional de periculosidadeLeiser Representações - SchmersalPericulosidade para trabalho com Eletricidade_tst2ELETRICIDADE COM SEGURANÇA (SLIDES)- Edison Carlos FerreiraMinistério do Trabalho e Emprego - MTENBR-5410_introducaoNormas ABNT - Instalações ElétricasNormas ABNT - Instalações Elétricas_2Normas ABNT - Instalações Elétricas_3NORMELETRO_Bom !Nova NR 10 Evolução ou Revolução

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Nova NR 10_Por Rogério CrottiNova NR-10.pdfNR 10 - Instalações e Serviços em EletricidadePrevenção de Acidentes com EletricidadeSECRETARIA EXECUTIVA

Links:

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABPA - Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes ABRASEG - Associação Brasileira dos Representantes, Revendedores e Distribuidores de Materiais de Segurança e Proteção ao Trabalho e ao Meio Ambiente ABRICEM - Associação Brasileira de Compatibilidade Eletromagnética Associazione Ambiente e Lavoro (Um site italiano.) Biossegurança - Livros, Cursos e Artigos Bureau of Labour Statistics CAS - Chemical Abstracts Service Centro Brasileiro de Segurança e Saúde Industrial - CBSSI Centro de Higiene e Segurança Industrial - CEHISI Centro da Qualidade, Segurança e Produtividade Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro CREA/RJ - Conselho Regional de Engenharia, Arquitettura e Agronomia do Estado do Rio de Janeiro CREA/SP - Conselho Regional de Engenharia, Arquitettura e Agronomia do Estado de São Paulo CUT - Instituto Nacional de Saúde no Trabalho Duke University - Occupational and Environmental Medicine ( Excelente !! ) DATASESMT BBS Softwares e Assessoria Ltda. DuPont Fire Extinguishants Agentes Extintores produzidos pela DuPont FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho Fujiwara ( Calçados de Segurança ) Greenpeace no Brasil (continua . . . )

Independent Expert Group on Mobile Phones - IEGMP - Grupo britânico de especialistas independentes que realizou pesquisa sobre efeitos biológicos da exposição à radiação dos telefones celulares. Institut National de Recherche et de Sécurité - INRS Institute for Research in Construction Institute of Occupational Safety Engineering (Finlândia) IEEE - Institute of Electrical and Eletronics Enngineers IESF - Instituto Engenheiros Sem Fronteiras INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia Instituto Nacional do Câncer Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (CUT) Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares ISO - International Organization for Standardizzation International Society for Respiratory Protection

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International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection - ICNIRP International EMF Project Projeto Internacional da Organização Mundial de Saúde sobre Campos Eletromagnéticos. ISEGNET - Portal na área de segurançaa e saúde do trabalho. Medicina na Internet Micro Wave News Revista Técnica especializada em radiações não ionizantes Ministério do Trabalho e Emprego Ministério da Previdência e Assistência Social National Electrical Safety Foundation - NESF (EUA) Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife Occupational Health and Environmental Safety Home Page (Página da empresa 3M) OIT - Organização Internacional do Trabalho Prevenção´s Home Page Revista Cipa Revista Proteção

http://www3.netville.com.br/~leba2net/ SOBES - Sociedade Brasileira de Engenharia de Seggurança Safety Guide - Um guia de segurança e saúde (brasileiro, apesar do nome). Safety Institute of Australia Safety Work (Empresa de Serviços On Line - Brasil) Saúde Laboral - Um portal na área de saúde no trabalho. SCADPlus - Atividades da União Europeia - Sínteses da legistação. SECONCI-RIO - A Saúde da Construçã;o. SEGUIR - Portal na área de SST. Segurança e Proteção contra Incêndio Segurança e Saúde no Trabalho ( O endereço da Prevenção ) Segurança e Saúde no Trabalho (página portuguesa) Segurança do Trabalho. A página do Engenheiro Jorge Reis, moderador do Grupo "Trabalho Seguro".

http://sites.uol.com.br/segurancaonline SINDISEG - Sindicato da Indústria de Materiall de Segurança e Proteção ao Trabalho no Estado de São Paulo Sociedade Castelhana de Medicina e Segurança do Trabalho The EMF Safety Site Produtos e Informações para Segurança Eletromagnética. Trabalho Seguro - Um novo endereço sobre legislação de SST que já é referência obrigatória. Excelente !

Fundação COGE (continuação)Independent Expert Group on Mobile Phones - IEGMP - Grupo britânico de especialistas independentes que realizou pesquisa sobre efeitos biológicos da exposição à radiação dos telefones celulares. Institut National de Recherche et de Sécurité - INRS Institute for Research in Construction Institute of Occupational Safety Engineering (Finlândia) IEEE - Institute of Electrical and Eletronics Enngineers IESF - Instituto Engenheiros Sem Fronteiras INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia Instituto Nacional do Câncer Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (CUT) Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares ISO – International Organization for Standardizzation International Society for Respiratory Protection International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection - ICNIRP International EMF Project Projeto Internacional da Organização Mundial de Saúde sobre Campos Eletromagnéticos. ISEGNET - Portal na área de segurançaa e saúde do trabalho. Medicina na Internet Micro Wave News Revista Técnica especializada em radiações não ionizantes Ministério do Trabalho e Emprego Ministério da Previdência e Assistência Social National Electrical Safety Foundation - NESF (EUA)

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Núcleo de Ergonomia Aplicada do Recife Occupational Health and Environmental Safety Home Page (Página da empresa 3M) OIT – Organização Internacional do Trabalho Prevenção´s Home Page Revista Cipa Revista Proteção http://www3.netville.com.br/~leba2net/ SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Seggurança Safety Guide – Um guia de segurança e saúde (brasileiro, apesar do nome). Safety Institute of Australia Safety Work (Empresa de Serviços On Line - Brasil) Saúde Laboral - Um portal na área de saúde no trabalho. SCADPlus - Atividades da União Europeia - Sínteses da legistação. SECONCI-RIO - A Saúde da Construçã;o. SEGUIR - Portal na área de SST. Segurança e Proteção contra Incêndio Segurança e Saúde no Trabalho ( O endereço da Prevenção ) Segurança e Saúde no Trabalho (página portuguesa) Segurança do Trabalho. A página do Engenheiro Jorge Reis, moderador do Grupo "Trabalho Seguro". http://sites.uol.com.br/segurancaonline SINDISEG - Sindicato da Indústria de Materiall de Segurança e Proteção ao Trabalho no Estado de São Paulo Sociedade Castelhana de Medicina e Segurança do Trabalho The EMF Safety Site Produtos e Informações para Segurança Eletromagnética. Trabalho Seguro - Um novo endereço sobre legislação de SST que já é referência obrigatória. Excelente !

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