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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA APOSTILA LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO MINAS GERAIS

APOSTILA LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO …admin.institutoalfa.com.br/_materialaluno/matdidatico65836.pdf · 5 modalidades em contorno abrangente, à educação

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA

APOSTILA LEGISLAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO

MINAS GERAIS

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O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?

“Políticas públicas” são diretrizes, princípios norteadores de ação do poder

público; regras e procedimentos para as relações entre poder público e sociedade,

mediações entre atores da sociedade e do Estado. São, nesse caso, políticas

explicitadas, sistematizadas ou formuladas em documentos (leis, programas, linhas

de financiamentos) que orientam ações que normalmente envolvem aplicações de

recursos públicos. Nem sempre porém, há compatibilidade entre as intervenções e

declarações de vontade e as ações desenvolvidas. Devem ser consideradas

também as “não-ações”, as omissões, como formas de manifestação de políticas,

pois representam opções e orientações dos que ocupam cargos.

As políticas públicas traduzem, no seu processo de elaboração e implantação

e, sobretudo, em seus resultados, formas de exercício do poder político, envolvendo

a distribuição e redistribuição de poder, o papel do conflito social nos processos de

decisão, a repartição de custos e benefícios sociais.

Como o poder é uma relação social que envolve vários atores com projetos e

interesses diferenciados e até contraditórios, há necessidade de mediações sociais

e institucionais, para que se possa obter um mínimo de consenso e, assim, as

políticas públicas possam ser legitimadas e obter eficácia.

Elaborar uma política pública significa definir quem decide o quê, quando,

com que conseqüências e para quem. São definições relacionadas com a natureza

do regime político em que se vive, com o grau de organização da sociedade civil e

com a cultura política vigente. Nesse sentido, cabe distinguir “Políticas Públicas” de

“Políticas Governamentais”. Nem sempre “políticas governamentais” são públicas,

embora sejam estatais. Para serem “públicas”, é preciso considerar a quem se

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destinam os resultados ou benefícios, e se o seu processo de elaboração é

submetido ao debate público.

A presença cada vez mais ativa da sociedade civil nas questões de interesse

geral, torna a publicização fundamental. As políticas públicas tratam de recursos

públicos diretamente ou através de renúncia fiscal (isenções), ou de regular relações

que envolvem interesses públicos. Elas se realizam num campo extremamente

contraditório onde se entrecruzam interesses e visões de mundo conflitantes e onde

os limites entre público e privado são de difícil demarcação. Daí a necessidade do

debate público, da transparência, da sua elaboração em espaços públicos e não nos

gabinetes governamentais.

OBJETIVOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS

As políticas públicas visam responder a demandas, principalmente dos

setores marginalizados da sociedade, considerados como vulneráveis. Essas

demandas são interpretadas por aqueles que ocupam o poder, mas influenciadas

por uma agenda que se cria na sociedade civil através da pressão e mobilização

social.

Visam ampliar e efetivar direitos de cidadania, também gestados nas lutas

sociais e que passam a ser reconhecidos institucionalmente. Outras políticas

objetivam promover o desenvolvimento, criando alternativas de geração de emprego

e renda como forma compensatória dos ajustes criados por outras políticas de cunho

mais estratégico (econômicas).

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Ainda outras são necessárias para regular conflitos entre os diversos atores

sociais que, mesmo hegemônicos, têm contradições de interesses que não se

resolvem por si mesmas ou pelo mercado e necessitam de mediação.

Os objetivos das políticas têm uma referência valorativa e exprimem as

opções e visões de mundo daqueles que controlam o poder, mesmo que, para sua

legitimação, necessitem contemplar certos interesses de segmentos sociais

dominados, dependendo assim da sua capacidade de organização e negociação.

LEGISLAÇÃO E EDUCAÇÃO

A palavra educação vem de educare, e quer dizer, ação de amamentar. Pode

também ter origem na raiz latina educere, que pode ser explicada como a ação de

orientar o educando. Hoje em dia, as tendências pedagógicas abrigam esta

etimologia.

Legislação é o ato de constituir leis por meio do poder legislativo. A

legislação em âmbito educacional, refere-se à instrução ou aos procedimentos de

formação que se dão não apenas nas instituições de ensino, mas ocorrem também

em outras instâncias culturais como a família, a igreja, a associação, os grupos

comunitários entre outros. Decorre do latim legislatio, e quer dizer, exatamente, ação

de legislar, direito de fazer, ordenar ou determinar leis. A legislação é, então, o ato

de constituir leis por meio do poder legislativo. Legislação educacional traduz um

conjunto de preceitos legais sobre o tema educacional.

Ao usarmos a expressão legislação educacional ou legislação da educação

estaremos aludindo à legislação que trata da educação escolar em seus níveis e

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modalidades em contorno abrangente, à educação básica (educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio) e à educação superior.

A educação elevou-se à hierarquia de direito público subjetivo a partir da

regulamentação legal do país, instaurada em 1988. Esse ordenamento jurídico

conceitua o direito na educação ou, mais atualmente chamado, o Direito

Educacional.

Ao ressaltar que a

educação é direito público

subjetivo (direito social ao

acesso ao ensino

fundamental) , dizemos

que todos têm direito à

educação e que é na

origem da fonte de direito, na Constituição Federal, Estadual ou Municipal, que

habita esse direito.

Os preceitos e ordenamentos jurídicos são influentes no sistema escolar

brasileiro e são responsáveis pela organização e funcionamento do sistema escolar

brasileiro. Isso, quer dizer que o sucesso ou fracasso da instituição escolar é

dependente dos regulamentos jurídicos da sociedade. Porisso é essencial a tarefa

do professor, como cientista educacional da educação brasileira, pois a sua vivência

e experiência educacional são fontes fundamentais no campo do Direito Educacional

e na Legislação da Educação.

Daí, a necessidade do professor ser ator e autor do processo educacional,

para colaborar como parceiro na sistematização, enfatizando o Direito educacional,

contribuindo para a significação das capacidades constitucionais da Educação na

medida em que vai decidindo os atores-parceiros e cooperadores dos processos

educativos , consolidando com seu auxílio e sua interferência o êxito na regulação e

ordenamento da legislação do ensino.

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ORIGEM DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

Na época do descobrimento, em 1500, os jesuítas implantaram o primeiro

sistema educacional brasileiro (BROCK.; SCHWARTZMAN, 2005), pois precisavam

não somente catequizar os índios, mas também ensinar os filhos dos gentios e

cristãos. As escolas dos jesuítas eram destinadas ao ensino religioso, a leitura, ao

canto e a escrita.

A primeira fase de investimento no ensino técnico e superior aconteceu com a

vinda da Corte Portuguesa em 1808. Isso ocorreu com a criação da Academia da

Marinha e da Academia Militar. O ensino superior estava nas mãos do poder central.

Assim, após a independência em 1822, foi criado um sistema paralelo de ensino, a

partir daí surgi a preocupação com o ensino básico. O Ensino superior beneficiava

uma pequena parcela da população, conhecida como elite, deixando para a

república o problema de criar um ensino técnico agrícola e industrial, tão precário e

tão necessário num país como o Brasil daquela época. O legado desse sistema é

visto até hoje na sociedade, onde o ensino acadêmico é voltado para a elite e o

ensino técnico dedicado para as classes mais pobres (SABLICH, 2007).

No ano de 1850 o ensino na Corte e a instrução superior no Império foi

reformulada.

Em 1859 novas disciplinas foram incorporadas à grade curricular

(BROCK.;SCHWARTZMAN, 2005), como: desenho, música, canto, caligrafia,

geometria e história do Brasil.

Segundo Sablich (2007) em 1909 um decreto federal determinou a criação de

escolas de aprendizes artífices que tinha como principal objetivo ministrar o ensino

profissional primário em cada capital do Estado. Os professores eram controlados de

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forma rigorosa, foram criadas associações pedindo melhorias na educação e

autonomia para os professores. O Estado controlador combateu essas associações.

A universidade surgiu em 1920 no Rio de Janeiro, somente cem anos depois

da constituição se referir a ela. Em 1925 uma reforma do ensino foi organizada por

João Luis Alves. As mudanças feitas resumem-se na obrigatoriedade de distribuir os

alunos em série e para obter a promoção ao ano seguinte é necessário ter a

aprovação nas matérias, acabando com os exames preparatórios. O Plano de

Educação surgiu entre os anos de 1920 e 1930, no qual se tentou criar linhas de

diretrizes curriculares. A necessidade de aumentar a quantidade de escolas públicas

surgiu com a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE) em 1924

(SABLICH, 2007).

Sablich (2007) mostra que com a revolução

de 1930 a sociedade virou uma sociedade urbano-

industrial. Porém a política educacional não se

adaptou a nova sociedade gerando altos índices de

evasão e repetência. Em 1931 foi criado o Conselho

Nacional de Educação para promover a reforma

educacional. Nessa reforma foi estabelecida a freqüência obrigatória, ampliação do

curso para sete anos, divisão do mesmo em duas etapas e o currículo seriado.

Segundo Sablich (2007) os ciclos de estudos foram mudados em 1942 com a

Reforma Capanema, onde foi estabelecida a duração de quatro anos para o ensino

ginasial e três anos para o ensino colegial. O ensino colegial passou a ser oferecido

de duas formas: o científico e o clássico, assim qualquer aluno poderia ingressar no

curso superior.

Em 1961 foi criada a Lei de Diretrizes e Bases que estimularam a organização

de currículos e a autonomia das escolas. Somente em 1996 que a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional foi aprovada, enfatizando a importância da liberdade

para que as instituições educacionais montassem seu próprio conteúdo

programático (SABLICH,2007).

Sablich (2007) afirma que para reduzir as diferenças regionais foi

estabelecido um piso para os gastos estaduais e municipais para o ensino

fundamental, criado pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) instituído entre 1995 e 2002.

As estatísticas da educação ficaram sob responsabilidade do INEP. Esse para

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atingir seus objetivos, tais como melhorar a qualidade do sistema, criou avaliações

de ensino (MEC, 2008): Saeb (Sistema de Avaliação para o Ensino Básico) e

Provinha Brasil; ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio); e o Processo de

Avaliação Integrada do Desenvolvimento Educacional e da Inovação da Área –

ENADE é a avaliação dos cursos de graduação, controlado pelo Sistema Nacional

de Avaliação da Educação Superior - SINAES).

A ESTRUTURA DO SISTEMA EDUCACIONAL

A atual estrutura e funcionamento da educação brasileira decorre da

aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.º 9.394/96), que, por sua

vez, vincula-se às diretrizes gerais da Constituição Federal de 1988, bem como às

respectivas Emendas Constitucionais em vigor.

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O diagrama 1, apresenta a estrutura geral do sistema educacional. Porém, no

decorrer da exposição de cada um dos níveis e modalidades de ensino, será

possível observar o caráter flexível da legislação educacional vigente, levando-se

em conta a autonomia conferida aos sistemas de ensino e às suas respectivas

redes. Ressalta-se ainda o momento de adaptação e adequação dos sistemas à

legislação educacional recente, o que se caracteriza pelas reformas e normatizações

em implantação.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SISTEMA EDUCACIONAL

Níveis e modalidades de ensino

De acordo com o art. 21 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(Lei n.º 9.394/96), a educação escolar compõe-se de:

I. Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino

médio;

II. Educação superior.

A educação básica «tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-

lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe

meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores» (art. 22). Ela pode ser

oferecida no ensino regular e nas modalidades de educação de jovens e adultos,

educação especial e educação profissional, sendo que esta última pode ser também

uma modalidade da educação superior.

«A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade

o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos

físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da

comunidade» (art. 29). A educação infantil é oferecida em creches, para crianças de

zero a três anos de idade, e pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos.

O ensino fundamental, cujo objetivo maior é a formação básica do cidadão,

tem duração de oito anos e é obrigatório e gratuito na escola pública a partir dos

sete anos de idade, com matrícula facultativa aos seis anos de idade. A oferta do

ensino fundamental deve ser gratuita também aos que a ele não tiveram acesso na

idade própria.

O ensino médio, etapa final da educação básica, objetiva a consolidação e

aprofundamento dos objetivos adquiridos no ensino fundamental. Tem a duração

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mínima de três anos, com ingresso a partir dos quinze anos de idade. Embora

atualmente a matrícula neste nível de ensino não seja obrigatória, a Constituição

Federal de 1988 determina a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade

da sua oferta.

A educação superior tem como

algumas de suas finalidades: o

estímulo à criação cultural e o

desenvolvimento do espírito científico

e do pensamento reflexivo; incentivar o

trabalho de pesquisa e investigação

científica, visando o desenvolvimento

da ciência e da tecnologia e da criação

e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do

meio em que vive. Ela abrange cursos seqüenciais nos diversos campos do saber,

cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão. O acesso à educação

superior ocorre a partir dos 18 anos, e o número de anos de estudo varia de acordo

com os cursos e sua complexidade.

No que se refere às modalidades de ensino que permeiam os níveis

anteriormente citados, tem-se:

• Educação especial: oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino,

para educandos portadores de necessidades especiais.

• Educação de jovens e adultos: destinada àqueles que não tiveram acesso ou

continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

• Educação profissional: que, integrada às diferentes formas de educação, ao

trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de

aptidões para a vida produtiva. É destinada ao aluno matriculado ou egresso

do ensino fundamental, médio e superior, bem como ao trabalhador em geral,

jovem ou adulto (art. 39).

Além dos níveis e modalidades de ensino apresentados, no Brasil, devido à

existência de comunidades indígenas em algumas regiões, há a oferta de educação

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escolar bilíngüe e intercultural aos povos indígenas. Esta tem por objetivos: «i –

proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas

memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de

suas línguas e ciências; ii – garantir aos índios, suas comunidades e povos, o

acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional

e demais sociedades indígenas e não-índias» (art. 78).

POLÍTICAS GERAIS

De acordo com o Plano Nacional de Educação (Lei n.º 10.172/2001), uma das

principais prioridades refere-se à garantia de acesso ao ensino fundamental

obrigatório de oito séries a todas as crianças de 7 a 14 anos. Conforme a legislação

educacional brasileira, cabe aos Estados e Municípios a responsabilidade pela oferta

do ensino fundamental. No entanto, há que ressaltar o papel da União na assistência

técnica e financeira às demais esferas governamentais, a fim de garantir a oferta da

escolaridade obrigatória.

A consecução desse objetivo tem sido associada a políticas e ações

governamentais relacionadas, entre outras, à regularização do fluxo escolar, à

formação de professores e à elaboração de diretrizes curriculares.

No que se refere à regularização do fluxo escolar, as altas taxas de

defasagem idade-série presentes nas estatísticas nacionais têm conduzido a

formulação e implementação de políticas para correção e adequação das idades dos

alunos à série escolar correspondente. Duas políticas são de grande relevância para

a consecução desse objetivo: a) a implementação de programas de aceleração de

aprendizagem que, com o suporte de materiais didático-pedagógicos específicos, a

ênfase na elevação da auto-estima do aluno e a oferta de infra-estrutura adequada

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aos professores, possibilita o avanço progressivo do aluno às séries e períodos

subseqüentes; b) a reorganização do tempo escolar através da implantação dos

ciclos escolares, agrupando os alunos de acordo com as etapas de desenvolvimento

do indivíduo.

As políticas de regularização do fluxo escolar têm sido implementadas tanto

pelo governo federal em parceria com outras instituições como através da iniciativa

dos próprios Estados e Municípios. A reorganização do tempo escolar vem sendo

amplamente discutida nessas esferas governamentais, de modo que a sua adesão

tem sido crescente.

No que diz respeito à formação de professores, ações têm sido direcionadas

para garantir formação inicial e continuada dos professores, bem como infra-

estrutura adequada para o desenvolvimento do seu trabalho, tais como remuneração

adequada, tempo para estudo, atualização e tempo de carreira. Entre essas ações,

destacam-se:

• Garantia de formação mínima, ou seja, que todos os professores tenham o

curso superior completo como formação mínima.

• Programas de formação de professores a distância, com a utilização de

recursos tecnológicos, como a TV Escola, com o objetivo de formar

professores leigos, principalmente em localidades onde o número de

professores nessa situação é maior.

As políticas relativas à formação de professores são de responsabilidade de

todas as esferas governamentais. Esforços têm sido empreendidos a fim de que

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sejam obtidas parcerias com instituições de ensino superior, organizações não-

governamentais e agências de financiamento, de modo a tornar possível a formação

mínima exigida pela legislação educacional, que, a partir de dezembro de 2007, será

a licenciatura plena, obtida em cursos de nível superior.

A definição de referenciais e diretrizes curriculares para os diversos níveis e

modalidades de ensino também se encontra entre as prioridades das esferas

governamentais. Cabe à União, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios, estabelecer as «competências e diretrizes para a educação infantil,

o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus

conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum» (LDBEN, art.

9º, inciso IV).

A concretização de ações com esse direcionamento resultou na definição de:

a) referenciais curriculares nacionais para a educação infantil; b) referenciais

curriculares para a educação indígena; c) proposta curricular para a educação de

jovens e adultos; d) parâmetros nacionais curriculares para o ensino fundamental

(de 1ª a 4ª e de 5ª a 8ª série); e) adaptações curriculares para a educação de alunos

com necessidades educacionais especiais; f) parâmetros curriculares para o ensino

médio; e g) diretrizes curriculares para todos os níveis e modalidades de ensino.

CALENDÁRIOS E HORÁRIOS ESCOLARES,

GERAIS E POR NÍVEL

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional define para a educação

básica, nos níveis fundamental e médio, a carga horária mínima anual de oitocentas

horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias letivos de efetivo trabalho

escolar, excluído o tempo reservado para os exames finais; para a educação

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superior, o ano letivo regular tem a duração de, no mínimo, duzentos dias de efetivo

trabalho acadêmico, também excluído o tempo destinado aos exames finais.

Para o cumprimento da carga horária mínima, tanto na educação básica como

na educação superior, o ano letivo escolar inicia-se em fevereiro e termina em

dezembro, com interrupção de uma ou duas semanas nos meses de julho e

dezembro, para o recesso escolar, e durante o mês de janeiro, para as férias

escolares. Essas definições são seguidas em todo o país, com algumas

modificações condicionadas às normas de cada rede e/ou instituição escolar. No

entanto, a legislação é bastante flexível em termos de adequação do calendário

escolar às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas. Sendo assim,

algumas localidades iniciam suas atividades escolares em períodos diferenciados

dos anteriormente descritos.

Quanto aos horários escolares, a oferta do ensino é feita, geralmente, nos

três turnos: matutino, vespertino e noturno. Apesar de algumas variações em termos

de horário escolar dentro da diversidade da educação brasileira, tem-se, geralmente:

período matutino, das 7h às 12h; período vespertino, das 13h às 18h; período

noturno, das 19h às 23h.

Em algumas localidades brasileiras, onde existe a incompatibilidade entre a

demanda e a oferta de vagas no ensino público, principalmente em relação ao

ensino fundamental obrigatório, amplia-se para quatro o número de turnos escolares

existentes, criando-se um turno intermediário entre o matutino e o vespertino. No

entanto, esta é uma prática que vem sendo abolida, principalmente devido às ações

para universalização do ensino fundamental, de modo a garantir maior qualidade ao

ensino oferecido nos estabelecimentos públicos.

A LDBEN define que, para o ensino fundamental, seja cumprida a jornada

escolar de, pelo menos, quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula (art. 34);

além disso, ela prevê a progressiva ampliação do período de permanência do aluno

na escola, à medida que se concretize a universalização desse nível de ensino, e

determina que este seja, progressivamente, ministrado em tempo integral. Apesar de

existirem escolas que já adotem esta modalidade de jornada escolar, o seu número

ainda é bastante reduzido.

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FINANCIAMENTO PÚBLICO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO

BRASIL

A educação pública, de acordo com as normas legais vigentes, deve ser

realizada pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, que

têm a responsabilidade e competência pela manutenção e expansão de três

sistemas de ensino. Para viabilizar os gastos com esses sistemas, foi estabelecida

uma estrutura de financiamento correspondente.

Neste sentido, a União deve aplicar recursos na execução de alguns

programas/ações próprios, além de poder transferir recursos para os sistemas

estaduais e municipais. Na composição de suas receitas, os estados somam os

recursos recebidos da União aos provenientes de suas fontes, os quais são

utilizados na manutenção e expansão de seus sistemas de ensino.

Por sua vez, na composição dos recursos destinados à manutenção e

expansão de suas redes de ensino, os municípios recebem recursos da União e dos

estados, os quais são somados a seus recursos próprios. Ou seja, se seguido o

estabelecido pela norma legal, o regime de financiamento entre os entes federados

deve se pautar pela colaboração, além do que a ação supletiva e redistributiva da

União e dos estados está condicionada à plena capacidade de atendimento e ao

esforço fiscal de estados, do Distrito Federal e dos municípios.

A estrutura de financiamento da educação é fortemente baseada em

impostos, que são recursos gerais tomados à sociedade. Isso significa que parcela

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expressiva dos recursos, principalmente de estados, Distrito Federal e municípios, é

proveniente da arrecadação tributária, sobretudo em razão da vinculação de

impostos. Essa forma de financiamento para a educação – reserva de determinado

porcentual do valor arrecadado mediante impostos – tem sido uma das medidas

políticas mais importantes para garantir a disponibilidade de recursos para o

cumprimento do vasto rol de responsabilidades do Poder Público nessa área. Neste

sentido, a área de educação historicamente conviveu com um preceito constitucional

com este teor, tanto que a Constituição Federal (CF) de 1988 aprovou alguns artigos

em defesa dos recursos reservados à educação pública.

Nesta mesma tendência, a Emenda Constitucional que criou o Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do

Magistério (FUNDEF) reafirmou a necessidade dos estados, do DF e dos municípios

de cumprirem os dispositivos da Constituição de 1988 relativos à vinculação de 25%

de suas receitas de impostos, e daqueles recursos que lhes forem transferidos

automaticamente, para a manutenção e o desenvolvimento do ensino, além de

obrigar esses entes federados, a partir de 1998, a alocarem 60% desses recursos no

ensino fundamental, ao estabelecer a subvinculação de 15% daquelas receitas para

esse nível de ensino.

Outra fonte de fundamental importância é o salário-educação, criado em 1964

e diretamente destinado ao ensino fundamental, que foi reafirmado pela CF de 1988.

Assim, o seu parágrafo 5º, do art. 212, estabelece que “o ensino fundamental público

terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-

educação, recolhida, na forma da lei, pelas empresas que dela poderão deduzir a

aplicação realizada no ensino fundamental de seus empregados e dependentes”.

No caso do financiamento das ações

do Ministério da Educação (MEC), uma parte

dos recursos também pode provir das

contribuições sociais, principalmente das

contribuições originalmente destinadas ao

financiamento da seguridade social. Esses

recursos são as fontes de financiamento dos

programas como a merenda escolar. A partir de 2002, uma parcela de recursos

também passou a ser alocada pelo Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.

Uma outra parte provém de operações de crédito com agências internacionais e,

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também, de outras fontes das quais entram desde aplicações financeiras do Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) até recursos diretamente

arrecadados pelas instituições vinculadas.

Essa estrutura de financiamento em suas características, principalmente após

o FUNDEF, acaba por beneficiar sobremaneira as ações voltadas ao ensino

fundamental – não há como se esquecer de que esse nível de ensino foi escolhido

como objeto central da política de governo no período de 1995 a 2002. Em

contrapartida, para a educação infantil e o ensino médio a atual estrutura de

financiamento restringe bastante o poder de dispêndio e, conseqüentemente, as

possibilidades de ampliação do acesso e de maior abrangência e qualidade. A

primeira restrição e de maior peso diz respeito ao FUNDEF, que não incluiu entre os

seus beneficiários os alunos desses níveis de educação, voltando-se

exclusivamente ao financiamento do ensino fundamental, considerado prioritário

pelo governo federal na segunda metade da década de 1990.

A segunda restrição e de mais

longa data diz respeito ao salário-

educação, que é destinado de forma

explícita e exclusiva ao ensino

fundamental. Além disso, o governo

federal tem sido criticado por estar

contribuindo cada vez menos na composição dos recursos do FUNDEF. Se, em

1998, a complementação da União correspondia a 3,2% dos recursos desse Fundo;

em 2002, esse índice havia sido reduzido a 2,3% do total.

Esse declínio na participação da União tem sido atribuído ao baixo

ajustamento do gasto mínimo per capita que, desde a sua implantação, não só

deixou de cumprir o que estabelecia a própria legislação de regulamentação do

Fundo como também não acompanhou o crescimento da arrecadação de estados e

municípios. A redução relativa da participação do governo federal na composição do

FUNDEF configurou, para alguns, uma forma de desobrigação do Ministério para

com o ensino fundamental. Em razão disso, estima-se a necessidade de uma

correção expressiva do valor mínimo, o que implicará um aporte significativo de

recursos por parte do MEC.

Diante desses problemas, a instituição de um Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da

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Educação (FUNDEB) constitui-se em uma reivindicação de parte dos atores sociais

ligados à área de educação, principalmente daqueles segmentos vinculados à

educação infantil e ao ensino médio.

Essa proposta foi parcialmente encampada pelo MEC, que excluiu as

creches. Um dos principais óbices à concretização da idéia de incorporação da

educação básica completa (educação infantil – incluindo as creches, ensino

fundamental e ensino médio) encontra-se na disponibilidade de recursos financeiros

necessários à sua implementação. Algumas simulações realizadas indicam que o

financiamento do Fundo completo dependerá dos cenários que venham a ser

configurados com relação ao gasto aluno/ano mínimo que se adote. Por exemplo,

em um cenário de manutenção das estruturas de gasto atuais – gasto aluno/ano

esperado para o FUNDEF –, estimou-se que o FUNDEB deveria contar com cerca

de 3,4% do PIB, em 2003, com a complementação da União chegando a 0,09% do

PIB, que é igual ao valor já aplicado.

Porém, sob um cenário de amplas

melhorias, os recursos do Fundo deveriam ser

de 5,09% do PIB e a complementação, de

1,73% do PIB, porcentuais esses maiores que

o orçamento atual do Ministério (Castro, 2004,

p. 7). Em contrapartida, os resultados das

estimativas mostram que o FUNDEB, assim

como o FUNDEF, pode representar no interior

de cada estado uma minirreforma tributária,

capaz de gerar impasses e forçar negociações entre dirigentes dos executivos

estaduais mais atingidos e dirigentes do MEC, visando à cobertura das perdas de

recursos estaduais mediante a alocação de recursos federais. No conjunto, observa-

se que em todas as regiões devem ocorrer movimentos nas duas direções,

predominando, entretanto, o processo de descentralização de recursos dos estados

para os municípios, não ocorrendo assim processo de centralização. Além disso, a

instituição do FUNDEB demandará grande quantidade de recursos para fazer face à

complementação da União, o que favorece a consolidação de um volume razoável

de recursos para a educação básica.

Portanto, um dos requisitos para que não haja solução de continuidade no

processo de universalização da educação básica com qualidade se refere ao

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equacionamento da questão do financiamento, principalmente a constituição do

fundo amplo para a educação básica (incluindo as creches), e a conseqüente

ampliação dos recursos públicos para a área; o cumprimento do valor mínimo por

aluno, a ser estabelecido para o FUNDEB e a definição do custo aluno/qualidade.

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23

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24

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1- De acordo com a LDB, Lei nº. 9394/1996, Art. 12 NÃO é incumbência dos

estabelecimentos de ensino:

A) Elaborar e executar sua proposta pedagógica.

B) Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas.

C) Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica

estabelecida.

D) Prover meios para recuperação dos alunos de menor rendimento.

E) Informar aos pais ou responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos,

bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

2- Na LDB, o Art. 32, com sua nova redação conforme alteração dada pela Lei nº.

11274/2006, estabelece que:

A) O Ensino Religioso, de matrícula obrigatória, passa para matrícula facultativa.

B) O Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, com duração mínima de oito anos,

em escolas públicas, passa para nove anos, iniciando-se ao seis anos de idade.

C) Jornada obrigatória no Ensino Fundamental de pelo menos quatro horas de

trabalho efetivo em sala de aula, ressalvando os casos de ensino noturno.

D) O ensino da arte passa para componente curricular obrigatório e não mais

facultativo.

E) Será incluída uma língua estrangeira obrigatória a partir do 5º ano do Ensino

Fundamental.

25

3- A literatura que discute o financiamento da educação brasileira, percebe-se que o

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos

Profissionais da Educação (FUNDEB) foi criado pela Emenda Constitucional nº

53/2006, buscando reformular a política que beneficiava exclusivamente o ensino

fundamental. Numa perspectiva crítica, é correto afirmar que a Emenda

Constitucional nº. 53/2006

A) não representou uma ruptura com a perspectiva de descentralização das políticas

educacionais implementadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, visto

manter sem alterações as competências entre os entes federados, em um mesmo

processo de reordenamento jurídico.

B) não representou uma ruptura com a perspectiva de descentralização das políticas

educacionais implementadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso, mas

promoveu alterações acerca das competências entre os entes federados, embora

em um mesmo processo de reordenamento jurídico.

C) representou uma ruptura com a perspectiva de privatização e publicização das

políticas educacionais implementadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso,

visto manter sem alterações as competências entre os entes federados, em um

mesmo processo de reordenamento jurídico.

D) representou parcialmente uma ruptura com a perspectiva de descentralização

das políticas educacionais implementadas pelo governo Fernando Henrique

Cardoso, visto manter praticamente sem alterações as competências entre os entes

federados, em um mesmo processo de reordenamento jurídico.

E) Todas estão corretas.

4- Trabalhar com os alunos significa:

A) Acreditar que todos podem aprender.

B) Acreditar que alguns alunos podem aprender.

C) Compreender que deverá haver predominância de alguns conteúdos sobre

outros.

D) Acreditar que para o aluno aprender será necessário o treino variado de cópias.

E) Acreditar que com a memorização de vários poemas, os alunos aprenderão mais

rápido.

26

5- O art. 32 da Lei 9.394/96 estabelece que o Ensino Fundamental terá por objetivo

a formação básica do cidadão, mediante:

• o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meio básico o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

• a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia,

das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

• o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de

conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

• o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Tendo presentes essas formulações, é possível depreender a importância de a

escola desenvolver, nessa etapa da Educação Básica, práticas educativas que:

I. valorizem a contextualização das atividades;

II. favoreçam a educação em valores;

III. estimulem as descobertas e pesquisas;

IV. sejam centradas no mercado de trabalho;

V. incentivem o diálogo intercultural.

Estão corretas as seguintes afirmativas:

(A) I, II e IV, somente.

(B) II, III e IV, somente.

(C) III, IV e V, somente.

(D) I, III e IV, somente.

(E) I, II, III e V, somente.

6- Os educadores e educadoras estão chamados a enfrentar questões colocadas

pela mutação cultural, o que supõe não somente promover a análise de diferentes

linguagens e produtos culturais, como também favorecer experiências de produção

cultural e de ampliação do horizonte cultural dos alunos e alunas, aproveitando os

recursos disponíveis na comunidade escolar e na sociedade.(Candau, V. M., 2006)

Nesse sentido, seria recomendável sugerir políticas educacionais que valorizassem

os processos de formação inicial e continuada de professores que priorizassem

questões sobre:

27

(A) os conteúdos disciplinares e as metodologias de ação a serem implementados

nos contextos escolares em que os professores atuam.

(B) a construção da identidade pessoal dos professores e sua relação com os

processos socioculturais e históricos do contexto em que vivem.

(C) os conteúdos disciplinares e os procedimentos de avaliação a serem adotados

nos contextos escolares em que os professores atuam.

(D) o desenvolvimento da indústria cultural e suas metodologias de produção e

disseminação dos produtos e/ou bens culturais.

(E) a construção de procedimentos curriculares mínimos necessários à

implementação das ações pedagógicas.

7- O Conselho Nacional de Educação (CNE) tem se destacado, desde a sua criação,

em produzir Pareceres, Resoluções e Diretrizes que objetivam reformular os rumos

da Educação Nacional. Esses documentos são permeados por percepções que

buscam renovar “velhas concepções e olhares” propondo um novo paradigma

educacional brasileiro. Essa “nova lógica” pode ser percebida no trecho da “Proposta

de Diretrizes para a formação inicial de professores da Educação Básica”, transcrito

a seguir:

Melhorar a formação docente implica instaurar e fortalecer processos de mudança

no interior das instituições formadoras, respondendo aos entraves e aos desafios

apontados. Para isso, não bastam mudanças superficiais. Faz-se necessária uma

revisão profunda dos diferentes aspectos que interferem na formação inicial de

professores, tais como: a organização institucional, a definição e estruturação dos

conteúdos para que respondam às necessidades da atuação do professor, os

processos formativos que envolvem aprendizagem e desenvolvimento das

competências do professor, a vinculação entre as escolas de formação inicial e os

sistemas de ensino. (p.12)

A legislação educacional em vigor, ao estabelecer uma “nova lógica” para a função

docente, está inadequadamente expressa em uma das alternativas a seguir.

Assinale-a.

(A) A postura do professor deve refletir um zelo pela aprendizagem do aluno –

inclusive daqueles com dificuldades de aprendizagem –, a responsabilidade

profissional dos docentes. Não cabe mais apenas “dar aulas” ou “transmitir o

28

conteúdo”. O professor deve ter competência para assumir, junto com as estratégias

de ensino, também o processo de aprendizagem do aluno.

(B) O novo paradigma curricular, proposto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais

para o ensino fundamental, aposta no exercício da autonomia do professor, pela

execução de um plano de trabalho próprio – autoral. Este deverá sempre buscar um

alinhamento com a proposta pedagógica da escola, que deve considerar a própria

Identidade das escolas e sua relação com as comunidades às quais servem.

(C) A responsabilidade do professor não começa ou se restringe ao espaço da sala

de aula ou dos limites da escola. O professor deve continuamente colaborar para

promover a articulação entre a escola e a comunidade, usando principalmente a

“Parte Diversificada” para permitir que os alunos sejam protagonistas de ações

responsáveis, solidárias e autônomas em relação a si próprios, às suas famílias e às

comunidades.

(D) A formação inicial e continuada dos professores da educação básica deve dar

mais ênfase à construção dos conteúdos das áreas específicas do que dos

conhecimentos pedagógicos, pois o ato de lecionar carrega uma forte carga intuitiva,

além de ser compensado pelos anos que o futuro professor passou como aluno,

aprendendo a conhecer a função docente.

(E) A função docente deve adotar todo o cuidado na transmissão dos conteúdos

conceituais para evitar a construção de concepções alternativas. Para isso, o

professor deve ter competência para evitar que os conhecimentos prévios, ao serem

“trazidos para a aula”, prejudiquem a compreensão dos conteúdos.

8- O Art. 2º da Lei nº 9.394/96, aponta que: “A educação, dever da família e do

Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,

tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. Assim, após conceber a

educação como um processo amplo que visa ao pleno desenvolvimento do

educando, podemos afirmar que

(A) desde o início de sua vida, o educando apresenta ritmos e maneiras diferentes

para realizar toda e qualquer aprendizagem – andar, falar, brincar, comer com

autonomia, ler, escrever etc, por isso a escola deve prepará-lo para que se adapte e

possa se preparar para o exercício da cidadania.

29

(B) a diversidade metodológica e a avaliação diagnóstica, processual e formativa

devem estar comprometidas com uma aprendizagem inclusiva, em que o aluno,

dentro da escola, aprenda de fato.

(C) o ser humano é ser de múltiplas dimensões e por isso podem aprender em

tempos e em ritmos iguais.

(D) o desenvolvimento humano é um processo contínuo e por isso é construído

igualmente e em tempos iguais por todos.

(E) o conhecimento deve ser abordado em uma perspectiva de totalidade, focando a

abrangência dos conteúdos, em detrimento de sua verticalização, garantindo a todos

a possibilidade de se desenvolverem.

Questão 11

9- No que se referem às críticas que se desenvolve aos defensores da relação direta

entre educação e economia, estas não desconhecem a importância da escola para o

desenvolvimento econômico de uma nação. Assinale a opção que realça o sentido

da relação entre educação e economia defendida pelos pensadores críticos das

políticas educacionais.

A) Articulação entre escola e economia deve privilegiar a lógica mercantil.

B) Articulação entre escola e economia não pode se estabelecer subordinando a

escola ao capital.

C) Articulação entre escola e economia deve ter como categorias norteadoras a

competitividade e a produtividade.

D) Articulação entre escola e economia deve ser pensada tendo a obrigação de

preparar para a empregabilidade.

E) Todas estão corretas.

30

10- De acordo com estudos da área, o ensino médio é o mais expressivo exemplo

do dualismo na educação brasileira. A partir dos anos de 1990, a educação

profissional também foi submetida a um conjunto de reformas, tendo nos decretos

2.208/1997 e 5.154/2004 expressivas mudanças no que concerne às políticas e

diretrizes curriculares. O primeiro decreto induzia à separação do ensino médio da

educação profissional e o segundo, à revogação de tal segregação. Assim, quando

se discute o ensino médio integrado ao técnico, trata-se de concebê-lo

conceitualmente como unitário,

A) polivalente ou tecnológico.

B) concomitante ou tecnológico.

C) politécnico ou tecnológico.

D) subsequente ou tecnológico.

E) Polivalente.

31

GABARITO

Nome do Aluno:_____________________________________________________

Curso:_____________________________________________________________

Disciplina:__________________________________________________________

Data de envio: __________/____________/_________________.

Questão Letra

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

________________________

Assinatura do Aluno

32