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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE
PROJETOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Elaboração
Arq. e Urb. Elza Helena Rocha Arq. e Urb. Priscila R. da Silva Cordeiro
Arq. e Urb. Yane Lopes
Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................................03
DESENHO ÁRTISTICO X DESENHO TÉCNICO...............................................................04
CONHECIMENTO DAS FERRAMENTAS.........................................................................06
UNIDADES DE MEDIDAS..................................................................................................08
FIGURAS GEOMÉTRICAS................................................................................................10
PERÍMETRO E ÁREA........................................................................................................12
ÂNGULOS..........................................................................................................................15
LINHAS E CLASSIFICAÇÃO..............................................................................................16
SUPERFÍCIES E SÓLIDOS GEOMÉTRICOS....................................................................17
PERSPECTIVAS................................................................................................................19
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA.............................................................................................24
CORTE E SEÇÃO LONGITUDINAL...................................................................................28
SIMBOLOS GRAFICOS CONVENCIONAIS......................................................................30
PROJETO DE ARQUITETURA..........................................................................................41
PROJETO ELÉTRICO........................................................................................................60
PROJETO HIDRÁULICO....................................................................................................66
PROJETO SANITÁRIO.......................................................................................................70
PROJETO TOPOGRÁFICO...............................................................................................72
PROJETO ESTRUTURAL..................................................................................................76
Leitura e Interpretação de Projetos da Construção Civil – SENAI-DR/TO
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INTRODUÇÃO Vemos ao nosso redor um constate crescimento das cidades. A todo o momento surge a
necessidade de edificar, de modo a permitir a realização de diversas atividades do ser
humano como trabalhar, o comprar, passear e o morar.
Para que tais construções surjam é necessária à atuação de profissionais capacitados
para desenvolver, ler e interpretar os projetos para por fim executar. Nem sempre é
possível a permanecia do projetista no decorrer da construção da obra. Neste caso, o que
garantiria que o projeto fosse executado com a devida exatidão?
Para garantir tal exatidão, é essencial uma padronização de representação do desenho
bem como de conhecimento para a leitura e interpretação do mesmo. A fim de tornar isso
possível foram elaboradas legislações técnicas que regem a forma de representar os
símbolos gráficos no desenho.
Tais leis abrangem normas federais, estaduais e municipais que serão estudadas ao decorrer deste curso de modo a capacitá-los com o prévio conhecimento que tornará possível a completa compreensão do projeto, facilitando sua leitura.
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DESENHO ARTÍSTICO X DESENHO TÉCNICO
Desde quando se utilizavam desenhos e para quê o faziam? Os primeiros registros que
se tem de desenhos são de pinturas rupestres encontradas em várias partes do mundo,
por meio das quais os homens da época transmitiam alguma mensagem para alguém do
seu tempo, como também para quem estaria ali posteriormente.
No decorrer da história o uso dos desenhos como forma de comunicação com outros
seres humanos permaneceu. Os desenhos diziam muitos sobre quem os faziam, como
em que época em que viviam e os conhecimentos e habilidades que possuíam, conforme
é possível perceber nas figuras abaixo.
(A) - Desenho das cavernas de Skavberg (Noruega) do período mesolítico (6000 – 4500 a.C.). Representação esquemática da figura humana. (B) - Representação egípcia do túmulo do escriba Nakht, século XIV a.C. Representação plana que destaca o contorno da figura humana. (C) - Nu, desenhado por Miguel Ângelo Buonarroti (1475-1564). Aqui, a representação do corpo humano transmite a idéia de volume.
Tais desenhos embora objetivassem transmitir alguma mensagem, não se enquadram na
categoria de ‘desenho técnico’. O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que
tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo
com as diferentes necessidades requeridas pelas diversas modalidades de engenharia e
também da arquitetura. Esta forma de representação segue normas e legislações para
que os desenhos sejam padronizados e compreensíveis a todos.
Toda e qualquer atividade profissional que envolve a fabricação ou a construção depende
diretamente dos desenhos técnicos, pois os mesmos mostram formas e medidas, além de
especificar materiais, acabamentos, processo de execução e tudo o mais que se tornar
necessário para correta e segura condução, na execução de um projeto.
Há diversas áreas em que se utilizam os desenhos técnicos, tais como desenho
mecânico, desenho de industrial, desenho de mobiliários, desenho de estruturas, desenho
de tubulações, desenho arquitetônico, dentre outros.
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Estudaremos vários tipos de desenhos durante o curso.
[...]O desenho é uma linguagem, uma ciência, um meio de expressão, um meio de
transmissão do pensamento. Graças ao seu poder perpetuador da imagem de um objeto,
o desenho pode chegar a ser um documento contendo todos os elementos necessários à
evocação do objeto desenhado, quando na sua ausência.[...] (CORBUSIER, 1975).
Por isso é importante entender o desenho que se estuda e utiliza.
Dentro do processo de concepção do desenho técnico, em especial os da construção
civil, utiliza-se como etapa o Croqui ou Esboço, desenho que não exige grande precisão e
refinamento gráfico, diferente de desenhos finalizados. Pode ser feito em intervalos de
tempo relativamente curtos. O importante em um croqui ou esboço é o registro gráfico de
uma ideia instantânea, através de uma técnica de desenho rápida e descompromissada.
Croqui feito por Oscar Niemeyer Congresso Nacional.
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As normas para desenho técnico são regidas pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas). Dentre as principais, estão:
NBR 6492/94 – Representação de projeto de arquitetura;
NBR 10647/89 – Desenho Técnico;
NBR 10126/87 – Cotagem em Desenho Técnico;
NBR 10068/87 – Folha de desenho;
NBR – 13532/95 Elaboração de projetos de edificações;
NBR 6492/94 - Emprego de escalas;
NBR 8403/84 – Aplicações de linhas;
CONHECIMENTO DAS FERRAMENTAS
Os desenhos técnicos existem na vida dos profissionais já há muitos anos, muito antes de
existir o computador, ferramenta que acelerou a técnica de produção dos projetos. Porém
apesar da automatização é essencial conhecer o processo produtivo e as ferramentas
utilizadas anteriormente para compreender aspectos essenciais do desenho técnico, que
são o uso das normas e os métodos de projeção convencionados e o correto manuseio
da ferramenta.
Lapiseira Compasso
Prancheta Esquadros
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Gabarito Transferidor
Escalímetro tipo 1 Escalímetro tipo 2
De acordo com a NBR 10068/87 o papel deverá ter os formatos da série “A”, que é
segundo a norma a série principal. A relação entre cada tamanho é proporcionalmente o
dobro de cada um à medida que o número (A4, A3, A2...) diminui.
O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1m² e lados
medindo 841 mmx1189mm. O formato básico recebe o nome de A0 (A zero). Porém, por
questões de manuseio a tamanho mais utilizado é o A1 (A um). Assim temos os seguintes
formatos e suas dimensões:
Tipo 1: 1:125
1:100
1:75
1:50
1:25
1:20
Tipo 2: 1:100, 1:200, 1:250, 1:300, 1:400, 1:500
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Com o avanço tecnológico existem hoje diversos programas de computador destinados
exclusivamente para a produção de projetos da construção civil e desenhos técnicos. O
programa mais popularmente usado é o AutoCAD, mas existem outros programas como o
Revit, SketchUp, Qi Cad, Lumine, Hydros, Eberick entre outros.
AutoCAD 2009
UNIDADES DE MEDIDAS
As unidades de medidas que hoje conhecemos e as que são adotadas nos desenhos
técnicos fazem parte Sistema Internacional de Unidades (SI), aprovado e utilizado no
Brasil desde 1962. A norma que regulamenta as informações é a NBR 12 230 : SI –
Prescrições para sua aplicação. O SI é o sistema de unidades mais utilizado em todo o
mundo, ele é um sistema absoluto e decimal.
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Para realizar a Leitura de Projetos da Construção Civil não o podemos fazer sem
utilizarmos unidades para identificar a grandeza mais utilizada no contexto citado, o
comprimento. A unidade de base que se enquadra no uso para tal grandeza é o metro
que tem como símbolo ‘m’. Do metro provem outras unidades também utilizáveis nos
projetos, por meio da derivação de unidades e inclusão de múltiplo e submúltiplos para
conversão chegamos ao metro quadrado (m²), centímetro (cm), decímetro (dm), milímetro
(mm). É importante saber converter essas unidades entre si, pois constantemente
poderemos nos deparar com desenhos e projetos com uma dessas unidades.
Na tabela abaixo vemos as unidades de comprimento, seus símbolos e
o valor correspondente em metro. Na tabela, cada unidade de comprimento corresponde
a 10 vezes a unidade do comprimento imediatamente inferior (à direita). Em
consequência, cada unidade de comprimento corresponde a 1 décimo da unidade
imediatamente superior (à esquerda).
Quilômetro
km
Hectômetro
hm
Decâmetro
dam
Metro
m
Decímetro
dm
Centímetro
cm
Milímetro
mm
1000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m
Para exercitar:
Quilômetro
km
Hectômetro
hm
Decâmetro
dam
Metro
m
Decímetro
dm
Centímetro
cm
Milímetro
mm
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Exercício de conversão de unidades:
m cm mm
1 100 1000
10
2550
2,75
35,2
1352
1,11 111 1110
0,23
145
FIGURAS GEOMÉTRICAS
Convivemos ao nosso redor a todo instante com figuras geométricas, mas na maioria das
vezes não paramos para prestar atenção nelas, nem identificá-las. Nos projetos da
construção civil é inevitável o seu uso. Os desenhos técnicos são essencialmente figuras
geométricas. Veja nas figuras abaixo alguns exemplos.
Ponto
Linha
Linha
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Retas
Figuras Geométricas também podem ser chamadas de planos geométricos, que são
entidades formadas por circuitos fechados por linhas.
Um polígono, termo também usado para se referir a alguns tipos de figuras, é uma porção
de plano limitada por linhas retas, tratando-se de uma figura geométrica que é formada
por segmentos consecutivos não alienados, que recebem o nome de lados. Em suma é
uma figura com vários lados.
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PERÍMETRO E ÁREA
Considerando que trabalharemos constantemente com números nos projetos de
edificações, surgirão ocasiões em que será necessário calcular o perímetro e a área de
determinado ambiente na edificação. O que vem a serem tais informações e como
encontrá-los?
O perímetro vem a ser a somatória de todos os lados de uma figura geométrica ou
aplicando a edificação, a soma dos comprimentos de todas as paredes que limitam um
ambiente.
A área, por sua vez, é a medida duma superfície. Para encontrar tal informação é
necessário ter a medidas dos lados e de acordo com o formato da superfície ou figura
geométrica plana, fazer a relação de multiplicação dos lados para obter a área, que na
construção civil é medida em metros quadrados (m²).
Nas figuras abaixo note diferentes formulas de acordo com o número de lados. P vem a
ser o Perímetro e A a área.
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ÂNGULOS
Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas de mesma origem. A medida
do ângulo é dada pela abertura entre seus lados. Uma das formas para se medir o ângulo
consiste em dividir a circunferência em 360 partes iguais. Cada uma dessas partes
corresponde a 1 grau (1º).
Os ângulos podem ser classificados de algumas formas:
- Ângulo reto é todo ângulo congruente com seu suplementar adjacente. Ele mede
90º.
- Ângulo nulo é aquele que tem os lados coincidentes. Ele mede 0º.
- Ângulo raso é aquele cujos lados são semi-retas opostas. Ele mede 180º.
- Ângulo agudo é o maior que o ângulo nulo e menor que o ângulo reto. Sua medida
varia entre 0º e 90º.
- Ângulo obtuso é aquele maior que o ângulo reto e menor que o ângulo raso. Sua
medida varia entre 90º e 180º.
- Ângulo de uma volta é Um ângulo de 360 graus ou ângulo de uma volta é o ângulo
que completa o círculo. Após esta volta completa, este ângulo coincide com o
ângulo de zero grau, mas possui a grandeza de 360º.
Reto Nulo Raso
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Agudo Obtuso De uma volta
LINHAS E CLASSIFICAÇÃO
Os desenhos técnicos dos projetos da construção civil são compostos em suma de linhas
paralelas, as quais permitem representar paredes em corte, esquadrias dentre outros
aspectos dos desenhos. Porém existem alguns tipos de linhas diferentes no tipo e na
espessura. É importante compreender para que se utilizem as mesmas para conseguir a
compreensão do contexto do desenho.
Nos projetos da construção civil é possível encontrar vários dos tipos de linhas da tabela
abaixo, mas as que mais aparecem são a linha continua em diferentes e a linha tracejada.
A linha continua se aplica a todos os itens visíveis que estão em corte ou em vista. A linha
tracejada é usada para representar itens não visíveis. Por exemplo, na planta baixa, um
corte horizontal que visualiza o que esta da altura de 1,5m para baixo, é necessário conter
a representação da extremidade da cobertura, o beiral. Porém não está visível, portanto é
representado na mesma com linha tracejada.
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SUPERFÍCIES E SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
Dentro dos projetos da construção civil, encontramos diversas representações de figuras
planas, mas podemos encontrar também, representação de sólidos geométricos.
Vimos que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no mesmo plano ou
superfície, de modo que possuem somente duas medidas por vez, o comprimento e a
largura, a largura e a altura ou a altura e o comprimento. Quando uma figura geométrica
tem pontos situados em diferentes planos, temos não mais uma figura geométrica, mas
passamos a ter um sólido geométrico. Sua representação gráfica passa a demonstrar
então a existência de três medidas no mesmo desenho, comprimento, altura e largura.
O prisma, por exemplo, é um sólido geométrico limitado por polígonos. Para compreender
melhor sua essência, imagine uma pilha de folha de papel A4 (polígonos), umas sobre as
outras, tão próximas que formam um sólido. (como uma resma de papel)
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Os sólidos geométricos são compostos de vários elementos e para quem trabalha com
desenho técnico de edificações é muito importante conhece-los. Os termos são:
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PERSPECTIVAS
Quando o desenho a ser feito de um determinado objeto precisa representar as três
dimensões do mesmo, o comprimento, a altura e a largura, é necessário recorrer a
Perspectiva como método de representação gráfica.
Este método é o que permite representar em um único plano as três dimensões do objeto,
de maneira a transmitir a ideia de profundidade e relevo. Para tal método existem três
tipos diferentes de Perspectivas, são elas:
Cada tipo de perspectiva mostra o objeto de um jeito. Comparando a três formas de
representação, você pode notar que a perspectiva isométrica é a que dá a idéia menos
deformada do objeto e que a perspectiva cônica é a que mais se aproxima da forma como
nosso olho vê, portanto é a de leitura mais ‘agradável’.
PERSPECTIVA ISOMÉTRICA
Este é o tipo de perspectiva mais utilizado para representação de detalhes nos projetos
da construção civil. Podemos encontra-la com frequência no projeto hidráulico, visto que é
necessário mostrar em três dimensões como ficarão as tubulações no interior da parede.
A palavra Isométrica se dividida nos ajuda a encontrar seu significado. ‘Iso’ quer dizer
mesma e ‘métrica’ quer dizer medida. Isso que dizer que a perspectiva isométrica
mantém as mesmas proporções do comprimento, da largura e da altura do objeto
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representado. Além disso, o traçado da perspectiva isométrica é relativamente simples.
Por essas razões, neste curso, você estudará esse tipo de perspectiva.
O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas (x, y, e z)
que têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°. O traçado de
qualquer perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos. Qualquer reta
paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica.
Portanto, uma perspectiva Isométrica é pode construída com o auxílio de uma régua
paralela e de um esquadro de 30º. Traçando o eixo e por sua vez linha paralelas a este
eixo forma-se o sólido geométrico desejado.
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Exercício de Perspectiva isométrica
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PERSPECTIVA CAVALEIRA
A Perspectiva Cavaleira é parecida com a Isométrica em um de seus lados, por isso por
vezes é usada equivocadamente como sendo a Isométrica.
Neste tipo de perspectiva desenha-se uma das faces no mesmo plano de trabalho e as
outras duas obliquas ao Plano em 30º, 45º ou 60º. De acordo com o ângulo utilizado há
uma deformação da medida real do objeto, por esta razão não é possui utilizar este tipo
de representação como informação real a ser utilizada na execução.
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Exercício de Perspectiva Cavaleira
Vista Frontal Vista Lateral
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PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA
A projeção ortográfica é uma forma de representação gráfica, método este que foi
desenvolvido graças ao matemático francês Gaspar Monge (1746-1818). Este matemático
percebeu que nem sempre é possível que o projetista esteja acompanhando a execução
de sua obra.
Monge criou um método que permite representar, com precisão, os objetos que têm três
dimensões (comprimento, largura e altura) em superfícies planas, como, por exemplo,
uma folha de papel, que tem apenas duas dimensões (comprimento e largura). Esse
método, que passou a ser conhecido como método mongeano, é usado na geometria
descritiva.
Para entender bem como é feita a projeção ortográfica você precisa conhecer três
elementos:
• O modelo: É o objeto a ser representado em projeção ortográfica
• O observador: É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo
em projeção ortográfica, devendo analisá-lo cuidadosamente em várias
posições
• O plano de projeção: É a superfície onde se projeta o modelo. A tela de
cinema é um bom exemplo de plano de projeção.
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A Norma Brasileira NB-8R estabelece a convenção usada também pelas normas italianas,
alemãs, russas e outras, em que se considera o objeto a representar envolvido (dentro)
por um cubo. O objeto é projetado em cada uma das seis faces do cubo e, em seguida, o
cubo é aberto ou planificado, obtendo-se as seis vistas.
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A vista SUPERIOR é a também chamada de TOPO ou COBERTURA, na qual é possível
visualizar o telhado de uma construção e geralmente ver a locação da edificação.
A vista FRONTAL é também chamada de ELEVAÇÃO ou FACHADA, a qual deve ser a
vista principal. Por esta razão, quando se pensa obter as vistas ortográficas de um objeto,
é conveniente que se faça uma analise criteriosa do mesmo, a fim de que se eleja a
melhor posição para a vista de frente.
Para essa escolha, esta vista deve ser:
a. Aquela que mostre a forma mais característica do objeto;
b. A que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é encontrado,
isoladamente ou num conjunto;
c. Se os critérios acima continuarem insuficientes, escolhe -se a posição que mostre a
maior dimensão do objeto e possibilite o menor numero de linhas invisíveis nas outras
vistas.
Na obtenção das vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados com linha grossa
continua. As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo
observador, por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam à frente, são representados
por linha média tracejada (linha invisível).
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Utilizemos como objeto de observação uma maquete física para elaborar algumas
vistas.
EXERCIÍCIO DE MAQUETE DE EDIFICAÇÃO
1- Construa a maquete com o material fornecido
2- Desenhe as vistas nos locais abaixo
VISTA FRONTAL
VISTA LATERAL DIREITA
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CORTE E SEÇÃO LONGITUDINAL
Com o método de representação gráfica da projeção ortográfica é possível desenvolver
desenhos apenas da parte exterior de um objeto. Porém há casos como no das
edificações em que há detalhamentos que seriam impossíveis de serem demonstrados
somente com vista ortográfica.
Para representar um conjunto complexo como esse, com muitos elementos internos, o
desenhista utiliza recursos que permitem mostrar seu interior com clareza. O corte é um
recurso utilizado em desenho técnico para mostrar elementos internos de modelos
complexos com maior clareza.
As representações em corte são normalizadas pela ABNT, por meio da norma NBR
10.067 /1987.
Os cortes são imaginados e representados sempre que for necessário mostrar elementos
internos do objeto ou elementos que não estejam visíveis na posição em que se encontra
o observador. No caso do projeto da construção civil o corte é um desenho de vital
necessidade.
CORTE TOTAL
Corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão. De acordo com o sentido
de plano de corte é elaborado o desenho do objeto.
Dependendo da complexidade do objeto, um único corte pode não ser suficiente para
mostrar todos os elementos internos que queremos analisar. No caso dos projetos da
construção civil é necessária a elaboração de dois cortes, de modo que os mesmos sejam
em sentidos diferentes.
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CORTE COMPOSTO
Certos tipos de objetos ou construções, por apresentarem seus elementos internos de
essencial necessidade de realizar a representação gráfica fora de alinhamento, precisam
de outra maneira de se imaginar o corte.
O tipo de corte usado para mostrar elementos internos fora de alinhamento é o corte
composto, também conhecido como corte em desvio.
O corte composto torna possível analisar todos os elementos internos do modelo ou peça,
ao mesmo tempo. Isso ocorre porque o corte composto permite representar, numa
mesma vista, elementos situados em diferentes planos de corte.
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SIMBOLOS GRAFICOS CONVENCIONAIS
HACHURAS
As hachuras (achuras) são elementos gráficos para auxiliar a representação dos
elementos, para melhor entendimento do leitor, podendo indicar o tipo de material ou fase
da construção, entre outros. Ou seja, podem indicar se há cerâmica, terra, grama,
concreto, etc.
Para fase da construção, utiliza-se hachura sólida dentro das linhas de parede, que é
aquela que preenche por completo os elementos, nas seguintes cores:
Para as demais representações de materiais, utiliza-se a seguintes hachuras:
(Imagem extraída da NBR-6492/1994)
Demolir Construir Permanece
Amarelo Vermelho Preto
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CALIGRAFIA TÉCNICA
É importante o treino da caligrafia técnica, pois quando se é necessário fazer observações
escritas à mão em algum projeto ou desenho técnico deve se ter clareza da escrita.
a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z
A B C D E F G H I J K L M
N O P Q R S T U V W X Y Z
1 2 3 4 5 6 7 8 9 0
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Exercício 2 de caligrafia Técnica
Música: ANDO DEVAGAR
Oswaldo Montenegro
Ando devagar porque já tive pressa,
E levo esse sorriso, porque já chorei demais,
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe,
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou
Nada sei, conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs.
É preciso amor pra puder pulsar, é preciso paz
Pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir.
[...]
OBS.: Escreva somente o nome da
música antes do texto.
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ESCALAS
O desenho de uma peça, por diversas razões, nem sempre poderá ser executado com as
dimensões reais da mesma. Tratando-se de uma peça grande, teremos que desenhá-la
em tamanho reduzido, conservando sua proporção, com igual redução em todas as
medidas.
Esta relação entre a unidade do desenho e a grandeza correspondente no real chama-se
unidade do desenho e a grandeza correspondente no real chama-se ESCALA.
Ao desenharmos, é muito importante a escolha da escala, pois esta deve proporcionar
uma figura agradável e da qual se possam distinguir, claramente, todos os detalhes.
Segundo a NBR-8196/1999, podemos dividir as escalar em três grupos:
Para lançarmos mão do uso das escalas, utilizamos um instrumento já citado, o
Escalímetro , lembra-se? Agora vamos aprender como utilizá-lo.
Anote aqui as características de cada escala.
Pode ser representada escrevendo das seguintes formas: 1/100 ou 1:100 (é indiferente o
uso da “/” ou de “:”.
1/100 (mesma leitura para 1/125) 1/50 (mesma leitura para 1/75)
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1/20 (mesma leitura para 1/25)
NOTA:
Em alguns modelos de escalímetros a representação da escala de 1/75 e 1/125 são
indicadas de maneira deferente, assim como mostra a figura a seguir:
1/75
1/125
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COTAS
Para completar um desenho (descrição gráfica do objeto), são necessárias as dimensões
(descrição dimensional), sem o que, o projeto fica incompleto e não poderá ser
executado.
As cotas devem ser escritas na posição horizontal, de modo que permita a leitura
com o desenho na posição normal e o observador a sua direita;
Os algarismos devem ser colocados acima da linha de cota, quando esta for
contínua;
Todas as cotas de um desenho devem estar na mesma unidade de medida;
Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;
As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;
Passar as linhas de cota de preferência fora da área do desenho;
Evitar a repetição de cotas;
O valor das cotas prevalece sobre as medidas calculadas tendo como base o
desenho.
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Regras Básicas
PAREDES
O desenho arquitetônico, por ser feito em escala reduzida e por abranger áreas
relativamente grandes, é obrigado a recorrer a símbolos gráficos. Assim utilizaremos as
simbologias para definir, como por exemplo, as paredes, portas, janelas, louças
sanitárias, telhas, concreto.
Normalmente as paredes internas são representadas com espessura de 15 cm, mesmo
que na realidade a parede tenha 14 cm ou até menos. Nas paredes externas o uso de
paredes de 20 cm de espessura é o recomendado, mas não obrigatório. É, no entanto
obrigatório o uso de paredes de 20cm de espessura quando esta se situa entre dois
vizinhos (de apartamento, salas comerciais...).
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Convenciona-se para paredes altas (que vão do piso ao teto) traço grosso contínuo, e
para paredes a meia altura, com traço médio contínuo, indicando a altura correspondente.
ESQUADRIAS
Portas:
Porta interna - Geralmente a comunicação entre dois ambientes não há diferença de
nível, ou seja, estão no mesmo plano, ou ainda, possuem a mesma cota.
Porta externa - A comunicação entre os dois ambientes (externo e interno) possuem
cotas diferentes, ou seja, o piso externo é mais baixo.
Nos banheiros a água alcança a parte inferior da porta ou passa para o ambiente vizinho;
os dois inconvenientes são evitados quando há uma diferença de cota nos pisos de 1 a 2
cm pelo menos. Por esta razão as portas de sanitários desenham se como as externas.
Outros tipos de porta:
- De Abrir
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- De correr ou corrediça
- Porta pantográfica
- Porta pivotante
- Porta basculante
Largura
Altura
Legenda com numeração da porta.
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- Porta de enrolar
JANELAS
O plano horizontal da planta corta as janelas com altura do peitoril até 1.50m, sendo estas
representadas conforme a figura abaixo, sempre tendo como a primeira dimensão a
largura da janela pela sua altura e peitoril correspondente. Para janelas em que o plano
horizontal não o corta, a representação é feita com linhas invisíveis.
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SITUAÇÃO EM JANELA ALTA (JANELA DE BANHEIRO)
Para janela com altura acima do plano de corte (acima de 1,5-1,6) a representação ocorre
de forma semelhante, porém com as linhas centrais da parede com linha tracejada.
TIPOS DE JANELAS
Correr
Guilhotina
Projetante
Tombar
Abrir – Folha dupla
Abrir – Folha simples
Pivotante
Basculante
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PROJETO DE ARQUITETURA
O projeto arquitetônico pode ser entendido como sendo o elemento de registro gráfico e
comunicação das características da obra pretendida, contribuindo para a sua real
materialização. Para isso o projedo deve manifestar-se como um conjunto de símbolos que
expressam uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o projetista) e o receptor (leitor do
projeto).
Para melhor compreender o assunto, convém estudarmos inicialmente a definição do que
seja Arquitetura, projeto esse que tanto se falou até agora. O termo “arquitetura” vem
da junção das palavras gregas “arché” que significa primeiro, e “tékton”que
significa construção.
Etapas de um Projeto Arquitetônico
O processo de elaboração de um projeto é feito por algumas etapas que contribuem para
a organização das idéias do projetista que parte estudo preliminar, passando para o
anteprojeto e finalizando no projeto executivo.
ção em que surge o partido do projeto, de como ele
vai ser elaborado levando conta o do plano de necessidades, análise do lote e seus
condicionantes, resultando em um esboço das primeiras idéias em um croqui.
a limpo, já com medidas podendo até
ser passado a limpo para o computador. Nessa etapa ainda é possível sofrer alterações
por parte do cliente ou projetista.
representação gráfica obedecendo também as leis de edificação de cada localidade.
O projeto executivo deve ser constituído por algumas representações gráficas, com intuito
de apresentar, do macro para o micro, todos os detalhes importantes para execução
correta da obra. Essas representações consistem em: planta de situação, planta de
locação, planta de cobertura, planta baixa, cortes (transversal e longitudinal),
fachadas, detalhes técnicos e perspectivas.
Carimbo
O titulo do projeto geralmente é a finalidade da obra, ou seja, se a construção é para fins
residenciais, comerciais, assistências, religiosos...,seguido da localização da obra (lote /
quadra / bairro / cidade /estado) Ex: Projeto destinado à construção de uma residência em
alvenaria, situado sobre o lote X, quadra Y, bairro W, Cidade/Estado.
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PLANTA DE SITUAÇÃO
É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica as dimensões do terreno
(lote), a quadra, lotes vizinhos, orientação magnética (norte geográfico), ruas de acesso e
opcionalmente pontos de referência. Essa representação vai localizar o terreno dentro de
um perímetro urbano ou até mesmo rural, facilitando sua identificação junto aos órgãos
públicos competentes na regularização e fiscalização da obra.
Os dados fornecidos numa planta de situação devem necessariamente esta em acordo
com a escritura pública do terreno, oficializando junto aos órgãos públicos o título de
propriedade daquela área. A Planta de Situação abrange uma área relativamente grande,
por isso, normalmente é desenhado em escalas pequenas, ex.: 1/500, 1/750, 1/1000 etc.
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PLANTA DE LOCAÇÃO
É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica a posição da construção no
terreno. Podendo ser indicado também muros, portões, vegetação existente, orientação
magnética (norte geográfico), passeio público e opcionalmente construções vizinhas.
Nesse tipo de representação, por se tratar de um tipo de vista superior, o observador
identifica em primeiro plano a cobertura, tendo a representação das paredes externas da
construção, abaixo da cobertura desenhada com linha tracejada e traço suave
(MONTENEGRO, 1978, p. 47).
A Planta de Locação é o ponto de partida para o inicio de uma obra. Pois representa
graficamente a sua marcação no terreno. Normalmente é desenhado em escalas médias,
ex.: 1/75, 1/100, 1/125 ou 1/200 que é a escala mínima aceitada na prefeitura de Palmas.
Na planta de locação identificamos as dimensões do terreno conforme o registro de
imóveis, os afastamentos da construção em relação aos limites laterais, frontal e de
fundos, a presença de calçadas, piscinas etc.
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PLANTA DE COBERTURA
É a representação gráfica do projeto arquitetônico que indica os detalhes da cobertura de
uma construção, popularmente chamada de água. Nesse tipo de desenho, por se tratar de
uma vista superior, estarão representados as inclinações da cobertura, quantidade de
“águas”, material empregado, localização da caixa d'água, calha etc.
Também é aceitável em algumas situações a representação da locação nesse tipo de
desenho, classificando-o como planta de locação e cobertura. As escalas mais usuais
são: 1/50, 1/75, 1/100.
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Exemplo de Planta de Cobertura:
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Tipos de cobertura
Apesar dos vários modelos de telhado que variam desde a estrutura até o tipo de
material, esse estudo é focado na cobertura tradicional com estrutura de madeira e telhas
cerâmicas.
Mantendo esse mesmo modelo de cobertura o telhado pode ter uma variação de acordo
com a quantidade de águas de cada um. É chamado de “água” a superfície plana com
declividade variável para cobrir uma área edificada.
Uma água: Caracterizada pela definição de somente uma superfície plana.
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Duas águas: Caracterizada por uma composição de duas superfícies planas. São águas
independentes que não precisam ter a mesma inclinação e medidas, a separação das
mesmas é feita através de uma linha central no ápice da elevação que é chamada de
cumeeira;
Três águas: Caracterizada por três superfícies planas e inclinada distinta. Nos exemplos
abaixo possuem duas águas com caimento lateral oposto e uma água com caimento
frontal. Essa terceira água forma a imagem de um triângulo.
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Quatro águas: Caracterizada por cobertura de edificações quadriláteras, de formas
regulares ou irregulares. Nesse tipo de cobertura existem duas águas de caimento lateral
opostos, uma água de caimento frontal e outra água de caimento posterior.
Múltiplas águas: São coberturas de edificações caracterizadas por várias águas,
determinadas pelas superfícies poligonais qualquer de acordo com o projeto arquitetônico.
A divisão dessas águas define por elementos como água-furtada e espigão, constituindo
um telhado único.
As imagens abaixo mostram o detalhamento de um corte esquemático de um telhado que
especifica cada peça da estrutura em dois exemplos: utilizando beiral e utilizando
platibanda.
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Independente de quantas águas tem a cobertura, do material utilizado ou outras variantes,
a Planta de Cobertura sempre tem dados importantes representados por desenhos
gráficos padrão. Dentre eles os mais importantes são: cota com a largura do beiral,
projeção da edificação, indicação do caimento da água e legenda com o tipo de cobertura.
É importante observar que a imagem acima mostra somente a Planta de Cobertura, sem
se mesclar com a planta de Locação da Obra. Sendo assim esse projeto se atém
somente as informações do telhado. Observem na imagem abaixo as diferenças entre o
mesmo projeto, porém colocado como Planta de Locação e Cobertura.
A Planta de Locação e Cobertura mostra, além das informações do telhado, as
informações de localização da casa no terreno. É importante colocar várias marcações de
cota de acordo com a forma da edificação para minorar possíveis erros de implantação.
Nessa apresentação também se encontram as medidas do muro, dimensionamento da
calçada, rebaixo do meio fio, vegetação, etc. Ambos os projetos devem apresentar o
posicionamento em relação ao norte.
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PLANTAS BAIXAS DOS DIVERSOS PAVIMENTOS
Desenho que representa graficamente a projeção horizontal de uma edificação ou partes
dela. Pode-se entender como sendo a seção horizontal resultante da intersecção de um
plano de nível acima e paralelo do piso (normalmente a 1,50 m) em uma edificação,
representando consigo portas, janelas, peças sanitárias, chuveiro e opcionalmente
mobiliário de ambientação interna. As escalas mais usuais são: 1/50, 1/75 e 1/100.
Para que fique bem claro, basta imaginar uma superfície plana, cortando uma casa ao
meio e retirando a parte superior, nesse plano ficaria desenhado o contorno das paredes,
portas e janelas. Estaria representada ali a planta baixa dessa casa.
Exemplo 1 Exemplo 2:
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Exemplo 3: Planta Baixa com cotas
Calcule as áreas dos ambientes:
Os exemplos acima mostram o plano imaginário cortando a casa a uma altura de 1,50m e separando a parte de cima da debaixo. Para a representação da planta baixa utilizamos
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somente a parte de baixo. Nela são representados todos os elementos necessários para boa compreensão do projeto, tais como*: cotas, área do ambiente, níveis, etc., para que o mesmo seja exeqüível por qualquer profissional.
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PROJETO ARQUITETÔNICO PARA APROVAÇÃO
Norte
Norte
Cotas
Projeção da
cobertura
Indicação
de corte
Nome e
área dos
ambientes
Projeção
Área da
garagem
Valor de altura
do muro
Nível dos
ambientes
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CORTES LONGITUDINAIS E TRANSVERSAIS
Desenho que representa graficamente a projeção de uma seção vertical (ou plano) em
uma edificação. Utilizado para representar detalhes que não aparece em planta baixa;
indica seu pé-direito, altura de elementos construtivos, vistas de elementos estruturais,
altura de portas e janelas, cobertura, bancadas etc.
Seu objetivo é esclarecer o observador do projeto através de planos de interseção
longitudinal e transversal, dando uma terceira dimensão a leitura e interpretação do
projeto.
Sua indicação vem representada em planta baixa por uma linha do tipo; traço e ponto ou
tracejada. As escalas mais usuais são: 1/50 e 1/75.
Corte AA
Local do corte
A
A
22
Nome do Corte
Número da folha
onde está o corte
1 2/
2
Nome do Detalhe
Número da folha
onde está o detalhe
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A imagem abaixo mostra os cortes AA e BB da casa de Habitação popular citada
anteriormente.
FACHADAS
Desenho que representa graficamente as faces externas do edifício. As fachadas podem
ser interpretadas como a representação daquilo que se almeja construir.
Uma das principais diferenças entre as fachadas e os cortes é a representação de cada
uma. É importante observar que as fachadas não apresentam cotas (somente em casos
excepcionais), símbolos de níveis e nomes dos ambientes.
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Em geral, nas fachadas especificam, através de legendas com setas, os materiais de
revestimentos externos, funcionamento de esquadrias, paginação de cores, indicação de
detalhes técnicos etc. As escalas mais usuais são: 1/50, 1/75 e 1/100.
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Detalhes técnicos
Desenho que representa graficamente detalhes construtivos de um ambiente específico
ou de algum elemento estrutural do edifício que por qualquer motivo que seja não seria
possível representá-la com precisão nas plantas e cortes. Pode ser detalhe interno ou
externo ao prédio.
Exemplo 1:
Exemplo 2:
Exemplo 3:
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ESCADAS
São as circulações verticais das edificações.
Alguns tipos de escada:
Escadas sem patamar:
Ocupam praticamente a mesma área para diversos tipos de lanços; o comprimento da
escada, porém, pode ser diminuído consideravelmente através da subida com degraus
chanfrados em curvas.
Escadas com patamar:
Ocupam uma área de escada de um lanço + superfície do patamar – área de um degrau.
Elas são exigidas para alturas com pé-direito > 2,75m. A largura do patamar é igual ou
maior a largura da escada.
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PROJETO ELÉTRICO
Quando vamos executar uma instalação elétrica qualquer, necessitamos de vários dados
como: localização dos elementos, percursos de uma instalação, condutores, distribuição
da carga, proteções, etc...
Para que possamos representar estes dados, somos obrigados a utilizar a planta baixa do
prédio em questão. Nesta planta baixa, devemos representar de acordo com a norma
geral de desenhos NB-8 da ABNT, o seguinte:
dos circuitos a que estão ligados;
ndutos e
caixas);
manobra e proteção;
seu emprego tanto nos casos comuns, como em condições especiais.
Como a planta baixa se encontra reduzida numa proporção 50 ou 100 vezes menor, seria
impossível representarmos os componentes de uma instalação tais como eles se
apresentam abaixo.
Seria trabalhoso e desnecessário desenhá-lo em tamanho menor, por isso, utilizamos
uma forma de diagrama reduzido, denominado esquema unifilar, onde os dispositivos de
comando, proteção, fontes de consumo, condutores etc., são representados como nos
exemplos abaixo:
O desenho de esquemas elétricos conforme normas recomendadas pela ABNT é uma
linguagem através de uma simbologia que deve ser conhecida tanto pelos engenheiros
como pelos projetistas e eletricistas; portanto, é indispensável a todos os que se
dedicarem ao ramo específico da eletricidade.
O estudo destes símbolos e legendas objetiva capacitar o educando a ler, interpretar e
executar esquemas de circuitos elétricos, a fim de que possamos transportar o que foi
escrito pelo projetista, sob forma de desenho na planta baixa, para a obra a ser
executada.
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Simbologia
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É importante enfatizar que apesar de termos uma simbologia padrão que deve seguir a
norma NBR 5444/1989 que regulamenta a simbologia, mas nem todos os arquitetos e
engenheiros a utilizam, sendo assim, utilizam é preciso prestar muito atenção no Quadro
de Legendas de cada projeto, conforme a imagem abaixo.
O exemplo acima mostra parte de um quadro de legenda onde estão indicadas somente
as tomadas, mas o mesmo deve conter todo e qualquer símbolo existente no projeto
elétrico com sua imagem gráfica e a descrição.
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CONDUTORES
O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado a transportar
corrente, sendo que os fios e os cabos elétricos são os tipos mais comuns de condutores.
Regras Básicas para os condutores:
- Toda tomada deverá ter um conduto de Fase, Neutro e Terra;
- O Retorno é utilizado somente das luminárias até os interruptores;
- O Neutro deverá existir na sempre que houver tomada ou luminária;
- A Fase sempre deverá ir ao interruptor junto com o retorno;
Os condutores são instalados na obra com a proteção de conduítes, que são tubos de
metal galvanizado ou de plástico flexível que conduzem a fiação elétrica.
Esses conduítes circulam por todo edifício tendo sua representação diferente em cada
parte. Sempre que houver linhas contínuas representa fiação embutida na laje. Quando
houver linha tracejada representa fiação embutida na parede. Quando houver linha com
traço-ponto representa fiação embaixo da terra.
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Exemplo de projeto elétrico
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Exemplo de Quadro de Cargas
Quadro De Distribuição
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PROJETO HIDRÁULICO
Sucintamente, um projeto completo de hidráulica deve constar:
Representações gráficas; plantas baixas, cortes, detalhes técnicos e
perspectivas, com dimensionamento e traçados dos condutores (tubulação) a
cada trecho do prédio.
Especificações técnicas e normas para a sua aplicação.
Orçamento, compreendendo o quantitativo (levantamento de quantidades) e
os preços unitário e global da obra a ser executada.
Exemplo de Planta Baixa de Projeto Hidráulico
Legenda:
RG – Registro de Gaveta
TL – Torneira de Lavatório
VS – Vaso Sanitário
DH – Ducha Higiênica
CH – Chuveiro
CAF – Cano de Água Fria (vem do
sistema de alimentação)
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Vista Isométrica
Legenda Completa
Altura do equipamento.
Sentido do Fluxo da água
Peça à ver na Legenda.
Peça à ver na Legenda Hidráulica
Cano que vem do Sistema de distribuição
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Sistema de distribuição direta
A alimentação da rede interna de distribuição ocorre diretamente pelo alimentador ou
ramal predial. Requerendo um sistema de distribuição pública de água muito eficiente,
pois exige continuidade e abundância no abastecimento, mas comum nos países mais
desenvolvido (ex.: Canadá, EUA, parte da Europa etc.).
Sistema indireto de distribuição
A alimentação nesse sistema exige o uso de reservatórios de acumulação de água, para
ate atender às eventuais falhas (interrupções) no fornecimento ou quando não há
pressão adequada na rede pública para abastecer os pontos de utilização. Esse sistema é
sub-classificado em sistema indireto de distribuição sem recalque, com recalque e
hidropneumática.
Pode ainda haver o sistema de distribuição mista, que utiliza os dois métodos.
Terminologia
Alimentador predial – tubulação compreendida entre o ramal predial e a primeira
derivação ou válvula de flutuador do reservatório.
Barrilete – conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se derivam as
colunas de distribuição.
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Coluna de distribuição – tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar os
ramais.
Ramal – tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-
ramais.
Ramal predial – tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento e a
instalação predial. O limite entre no ramal predial e o alimentador predial deve ser
definido pelo regulamento das concessionárias locais de distribuição de água (ex.:
CAERN).
Rede predial de distribuição – conjunto de tubulações constituído de barriletes, colunas de
distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos.
Registro de gaveta – registro instalado em uma tubulação para permitir a interrupção de
passagem de água.
Registro de pressão – registro instalado no sub-ramal, ou no ponto de utilização,
destinado ao fechamento ou regulagem da vazão de água a ser utilizada.
Regulador de vazão – aparelho intercalado numa tubulação para manter constante sua
vazão, qualquer que seja a pressão a montante.
Reservatório inferior – reservatório intercalado entre o alimentador predial e a instalação
elevatória, destinado a reservar água e a funcionar como poço de sucção da instalação
elevatória
Reservatório superior – reservatório ligado ao alimentador predial ou a tubulação de
recalque, destinado a alimentar a rede predial de distribuição.
Sistema de abastecimento – rede pública ou qualquer sistema particular de água que
abasteça a instalação predial.
Sub-ramal – tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do aparelho
sanitário.
Torneira de bóia – válvula com bóia destinada a interromper a entrada de água nos
reservatórios e caixas de descarga quando se atinge o nível operacional máximo
previsto.
Trecho – comprimento de tubulação entre duas derivações ou entre uma derivação e a
última conexão da coluna de distribuição.
Válvula de descarga – válvula de acionamento manual ou automático, instalada no sub-
ramal de alimentação de bacias sanitárias ou de mictórios, destinada a permitir a
utilização da água para sua limpeza.
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PROJETO SANITÁRIO
As instalações prediais de esgoto sanitário têm, por objetivo principal, a coleta e o
afastamento das águas servidas, cuja origem é os aparelhos sanitários e os pisos internos
das edificações, bem como o seu encaminhamento ao destino indicado pelo poder público
competente (MATOS, 2002, p. 56).
Podem-se dar duas destinações aos esgotos sanitários, encaminha-o a rede coletora
pública ou a um sistema particular de recebimento e pré-tratamento. O primeiro destino é
uma situação ideal nos centros urbanos e a segunda é a solução encontrada nas regiões
que não dispõem de saneamento básico.
Exemplo de Projeto Sanitário:
LEGENDA:
CS – Caixa Sifonada
TV- Tubo de Ventilação
CP – Caixa de Passagem
i – inclinação
As instalações prediais de esgotos sanitários podem ser divididas em duas seções,
caracterizadas da seguinte forma:
Joelho de 45°
Diâmetro do tubo
Joelho de 90°
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Instalação de esgoto primário é seção conectada ao coletor público, compreendendo as
tubulações, dispositivos e aparelhos sanitários que contêm gases provenientes desse
coletor.
A instalação de esgoto secundário é o trecho de seção desconectado do coletor público
(ou de uma fossa séptica), compreendendo as canalizações, dispositivos e aparelhos
sanitários que não tem gases provenientes desse coletor.
Terminologia
Ramal de descarga – tubulação que recebe diretamente efluentes de um aparelho
sanitário.
Ramal de esgoto – tubulação que recebe efluentes de ramais de descarga.
Subcoletor – tubulação que recebe efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de
esgoto.
Coletor predial – trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor,
ramal de esgoto ou de descarga e o coletor público ou sistema particular.
Fossa séptica – unidade de sedimentação e digestão, de fluxo horizontal e
funcionamento contínuo, destinada ao tratamento primário do esgoto sanitário.
Sumidouro – cavidade destinada a receber o efluente de dispositivo de tratamento e a
permitir sua infiltração no solo.
Fecho hídrico – camada líquida que em um desconector, veda a passagem de gases.
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Desconector – dispositivo provido de fecho hídrico destinado a vedar a passagem de
gases.
Sifão – desconector destinado a receber efluentes de instalação de esgoto sanitário.
Tubo ventilador – tubo destinado a possibilitar a troca do ar da instalação do esgoto para
a atmosfera e vice-versa.
Coluna de ventilação – tubo ventilador vertical que se desenvolve através de um ou mais
andares e cuja extremidade superior é aberta para a atmosfera ou ligada a um tubo
ventilador primário ou barrilete de ventilação.
Caixa sifonada – caixa dotada de fecho hídrico destinada a receber efluentes da
instalação secundária de esgoto.
Caixa de inspeção – caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das
tubulações.
Caixa retentora de gordura – dispositivo projetado e instalado para separar e reter a
gordura da rede de esgoto sanitário.
Instalação primária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde tem acesso
gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.
Instalação secundária de esgoto – conjunto de tubulações e dispositivos onde não tem
acesso gases provenientes do coletor público ou dos dispositivos de tratamento.
Unidade Hunter de contribuição – fator probabilístico numérico que representa a
frequência habitual de utilização, associada a vazão típica de cada uma das diferentes
peças de um conjunto de aparelhos heterogêneos, em funcionamento simultâneo em hora
de contribuição máxima no hidrograma diário.
PROJETO TOPOGRÁFICO
A Topografia tem por principal objetivo representar graficamente, através da planta de
levantamento topográfico, todas as características de uma área, incluindo o relevo, curvas
de nível, elementos existentes no local, metragem, cálculo de área, pontos cotados, norte
magnético, coordenadas geográficas, acidentes geográficos, etc. Não se deve confundir
Topografia com Geodésia, pois enquanto a Topografia tem por finalidade mapear uma
pequena porção da superfície da terra, a Geodésia tem por finalidade mapear grandes
porções.
Planimetria: representação por uma planta de uma área (projeção horizontal), que
permite a localização dos vértices do terreno.
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Altimetria: representação por perfil por uma linha (vista lateral; vista em elevação; corte;
etc.)
Planialtimetria: representação em planta de uma área, contendo as informações de
localização(horizontal), bem como do perfil vertical do terreno.
Curvas de nível: São linhas que ligam pontos, na superfície do terreno, que tem a
mesma cota (mesma altitude).
Caracteristicas das curvas de nivies:
• îmestras: todas as curvas múltiplas de 5 ou 10 metros.
• îintermediárias: todas as curvas múltiplas da eqüidistância vertical, excluindo-se as
mestras.
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PROJETO ESTRUTURAL
Antes de dar entrada nos detalhamentos do projeto estrutural é essencial realizarmos
algumas definições.
Pilar: Um pilar é um elemento estrutural
vertical usado normalmente para receber
os esforços verticais de uma edificação e
transferi-los para outros elementos, como
as fundações. Costuma estar associado
ao sistema laje-viga-pilar.
Viga: Uma viga é um elemento estrutural das edificações. A viga é geralmente usada no
sistema laje-viga-pilar para transferir os esforços verticais recebidos da laje para o pilar ou
para transmitir uma carga concentrada, caso sirva de apoio a um pilar.
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Laje: Estrutura plana de concreto contando com uma armação interna de varetas de aço
especialmente fabricadas para esse fim (vergalhões), usualmente executada após o
levantamento das paredes, com o objetivo de suportar outro andar ou mesmo o telhado.
Fôrmas: Estrutura de tábua tem a função específica de dar ao concreto armado as
dimensões e forma pedida nos desenhos de fôrma, através da moldagem do concreto.
Fundação: é um termo utilizado na engenharia para designar as estruturas responsáveis
por transmitir as solicitações das construções ao solo. Em geral, são utilizadas várias
fundações seguidas para esse fim. Existem diversos tipos de fundação e são projetadas
levando em consideração a carga que recebem e o tipo de solo onde vão ser construídas.
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Alvenaria: Alvenaria é a construção de
estruturas e de paredes utilizando
unidades unidas entre si por argamassa.
Estas unidades podem ser blocos (de
cerâmica, de vidro ou de concreto e
pedras).
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PROJETO
Em linhas gerais, três tipos de desenhos devem compor o projeto estrutural de um edifício
em concreto armado, a saber:
• Planta de cargas e locação dos pilares
• Desenhos das formas estruturais
• Desenhos das armações
A planta de cargas e de locação dos pilares geralmente é o primeiro desenho de um
projeto estrutural. As informações desse desenho, juntamente com as oriundas das
sondagens do terreno, permitirão a escolha do tipo de fundação (sapata, estaca, tubulão,
etc.) mais adequada à obra. A planta de cargas e de locação dos pilares é um desenho
relativamente simples, que apresenta dois tipos de informações:
a) Seções dos pilares locados em relação a dois eixos de referência do terreno (em
geral o alinhamento e uma das divisas).
b) Todas as cargas que serão transmitidas aos elementos de fundação (sapatas,
estacas, tubulões, etc.) e, posteriormente, à camada resistente do solo.
É desejável que a escolha do tipo de fundação seja feita por um profissional especializado
em Mecânica dos Solos (engenheiro de fundações). Somente após a definição do tipo de
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80
fundação a ser empregada pode-se dar início à execução do primeiro desenho do projeto
estrutural necessário ao início da obra – Desenho de Formas da Fundação.
DESENHOS PARA EXECUÇÃO DAS FORMAS ESTRUTURAIS
O desenho para execução de formas de um pavimento é composto por uma planta da
estrutura que sustenta aquele pavimento, isto é, o conjunto de pilares, vigas e lajes.
Neste desenho, os detalhes informados devem definir perfeitamente os elementos
estruturais por meio de suas dimensões e por sua localização em relação a eixos ou
linhas de referência importantes. Dessa forma, devem ser feitos tantos cortes e/ou
elevações quantos forem necessários para a perfeita definição dos elementos estruturais
em representação.
Os pilares são representados no desenho de forma em corte, ou seja, representa-se a
seção transversal do pilar com as respectivas dimensões para o pavimento em questão.
Em geral, especialmente em edifícios de poucos pavimentos, costuma-se manter a
mesma seção dos pilares até a cobertura. Entretanto, existem situações em que as
dimensões da seção do pilar variam de um pavimento para outro. Além disso, podem
existir pilares que têm início (nascem) no pavimento em representação ou pilares que são
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interrompidos (morrem) nesse pavimento. Assim, convém estipular uma notação para a
representação dos pilares em tais situações. Uma notação usual é a indicada na figura 4.
Deve-se notar que, na representação da figura 4, parte da seção do pilar P1 é
interrompida (morre) no pavimento e o restante do pilar continua acima do referido
pavimento.
No desenho de formas, as vigas são representadas em planta, devendo-se fornecer informações tais como as dimensões da seção transversal (largura e a altura) e o comprimento das mesmas. Informações e detalhes construtivos adicionais devem ser representados por meio de cortes na própria planta ou em separado. Na planta de formas estruturais, as vigas são observadas de baixo para cima e são
representadas no desenho por meio de duas linhas espaçadas de sua largura ao longo do
comprimento da mesma. Tais linhas representam as arestas visíveis e as arestas
invisíveis, (com o observador olhando de baixo para cima). As arestas visíveis são
representadas por linhas cheias e as invisíveis por linhas tracejadas.
No caso de vigas invertidas, pode-se ter a representação por linha cheia (aresta visível) e
linha tracejada (aresta invisível), conforme a figura 5.
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As lajes em um desenho de formas estão praticamente definidas após a representação
dos pilares e das vigas. O único cuidado a ser tomado diz respeito a representação de
rebaixos, superelevações, ou aberturas existentes nas lajes.
Os rebaixos e as superelevações acontecem quando o nível de uma laje não coincide
com o nível adotado para o desenho de formas, o qual corresponde, geralmente, ao nível
da maioria das lajes representadas no desenho de formas.
Um exemplo da representação de rebaixos nos desenhos de formas está ilustrado na
figura 6. Nessa figura, a laje L2 está rebaixada 25 cm em relação ao nível das outras
lajes.
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A escada geralmente não é representada no desenho de formas do pavimento a qual ela pertence. Um desenho especial deve ser feito, em folha à parte e em escala maior que a escala do desenho de formas, para a representação da escada. No desenho de formas dos pavimentos, no lugar reservado para a colocação da escada,
faz-se a representação de uma abertura na forma, tal como ilustrado anteriormente na
figura 7.
É usual obedecer a simbologia a seguir para a designação dos elementos estruturais
representados nas formas. A designação deve ser seguida pelo respectivo número de
ordem do elemento (numeração) e também da indicação de suas dimensões (espessura
das lajes, dimensões das seções transversais de vigas e pilares, etc).
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