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Conceituada Escola de Gestão Municipal
e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,
câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e
empresas estatais nos municípios.
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (
learning/online), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:
- Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
- Certificados de Participação
- Tira-dúvidas após a realização do curso
- Controle biométrico de presença (impressão digital)
- Corpo docente especializado e atuante na área
- Atendimento personalizado
- Rigor no cumprimento de horários e programações
- Fotografias individuais digitalizadas
- Material de apoio de qualidade
- Coffee Breaks em todos os períodos
-Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de
participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada,
de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato
direto com professores.
A Unipública
Conceituada Escola de Gestão Municipal do sul do país, especializada em capacitação
e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,
câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e
unicípios.
Os Cursos
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (
), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:
Temas e assuntos relevantes e atualizados ao poder público
dúvidas após a realização do curso
Controle biométrico de presença (impressão digital)
Corpo docente especializado e atuante na área
Rigor no cumprimento de horários e programações
viduais digitalizadas
Material de apoio de qualidade
em todos os períodos
Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de
participação para impressão, grade programática, apostila digitalizada, material complementar
de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato
do sul do país, especializada em capacitação
e treinamento de agentes públicos atuantes em áreas técnicas e administrativas de prefeituras,
câmaras e órgãos da administração indireta, como fundos, consórcios, institutos, fundações e
Com diversos formatos de cursos técnicos presenciais e à distância (e-
), a escola investe na qualidade e seriedade, garantindo aos alunos:
Acesso ao AVA (Ambiente Virtual do Aluno) onde será disponibilizado o certificado de
material complementar
de apoio de acordo com os temas propostos nos cursos, chat com outros alunos e contato
Público Alvo
- Servidores públicos municipais (secretários, diretores, contadores, advogados, controladores
internos, assessores, atuantes na área de licitação, recursos humanos, tributação, saúde,
assistência social e demais departamentos) .
- Vereança e Prefeitos (a)
Localização
Nossa sede está localizada em local privilegiado da capital do Paraná, próximo ao
Calçadão da XV, na Rua Clotário Portugal nº 41, com estrutura apropriada para realização de
vários cursos simultaneamente.
Feedback
Todos os cursos passam por uma avaliação criteriosa pelos próprios alunos,
alcançando índice médio de satisfação 9,3 no ano de 2013, graças ao respeito e
responsabilidade empregada ao trabalho.
Transparência Embora não possua natureza jurídica pública, a Unipública aplica o princípio da
transparência de seus atos mantendo em sua página eletrônica um espaço específico para esse
fim, onde disponibiliza além de fotos, depoimentos e notas de avaliação dos alunos, todas as
certidões de caráter fiscal, técnica e jurídica.
Qualidade
Tendo como principal objetivo contribuir com o aperfeiçoamento e avanço dos
serviços públicos, a Unipública investe no preparo de sua equipe de colaboradores e com
rigoroso critério define seu corpo docente.
Missão
Preparar os servidores municipais, repassando-lhes informações e ensinamentos gerais
e específicos sobre suas respectivas áreas de atuação e contribuir com:
a) a promoção da eficiência e eficácia dos serviços públicos
b) o combate às irregularidades técnicas, evitando prejuízos e responsabilizações tanto para a população quanto para os agentes públicos
c) o progresso da gestão pública enfatizando o respeito ao cidadão
Visão
Ser a melhor referência do segmento, sempre atuando com credibilidade e seriedade
proporcionando satisfação aos seus alunos e equipe de colaboradores.
Valores
� Reputação ilibada � Seriedade na atuação � Respeito aos alunos e à equipe de trabalho � Qualidade de seus produtos � Modernização tecnológica de metodologia de ensino � Garantia de aprendizagem � Ética profissional
SEJA BEM VINDO!
BOM CURSO!
Acesse nosso site:
www.unipublicabrasil.com.br
Telefone (41) 3099-5454 Sede: Rua Desembargador Clotário Portugal, n° 39, Centro (próx. à esquina da Saldanha Marinho).
Programação Dia: 4 • Horário: 13h30 às 17h00
Atribuições da Mesa Diretora
1 O papel da Mesa Diretora:
1.1 Conceito: órgão diretivo
1.2 Composição regimental
1.3 Ausências e substituições
1.4 Impedimentos
1.5 A Ordem dos membros na Mesa do Plenário
1.6 Destituição de membro
1.7 Principais Funções (dependendo de previsão regimental)
2 Atribuições da Presidência:
2.1 Atribuições Genéricas
2.2 Atribuições em Plenário
2.3 Quanto às proposições
2.4 Quanto às Comissões
2.5 Quanto à Mesa Diretora
Dia: 5 • Horário: 09h00 às 12h00
As Regras do Plenário
1 O poder desse órgão colegiado
2 A solenidade necessária aos trabalhos
3 Principais órgãos do Plenário:
a) presidência
b) secretaria
c) lideranças
d) blocos
e) tribuna
4 Termos peculiares ao Plenário:
a) expedientes
b) ordem do dia
c) aparte
d) questão de ordem
e) pronunciamento
f) uso da palavra
g) pela ordem
h) quórum
i) abstenção
j) acordo de lideranças
k) votação secreta ou nominal
l) turnos
m) pedido de vistas
n) ata (escrita ou não)
Dia: 5 • Horário: 13h30 às 17h00
Outros Temas de Interesse da Mesa Diretora
1 As Regras do Duodécimo
2 Diárias: Como autorizar dentro da legalidade?
3 Contratação de pessoal na Câmara
4 Os gastos com imprensa
5 Reajustes ao funcionalismo
6 Recomposição dos Subsídios (vereadores, prefeitos, vice e secretários)
7 Nepotismo: o que pode e o que não pode?
Dia: 6 • Horário: 09h00 às 11h00
Desaprovação de Contas: Erros a Serem Evitados
1) Resultado financeiro deficitário das fontes não vinculadas
2) Divergência de valores ativo/passivo do balanço patrimonial
3) Responsáveis por despesas não empenhadas
4) Déficit das obrigações financeiras frente às disponibilidades
5) Falhas na publicação de informações orçamentárias e financeiras
6) Despesas sem empenho prévio
7) Obras paralisadas x novos projetos orçamentários ou créditos adicionais
8) Não inscrição de precatórios na dívida fundada
9) Falta de encaminhamento de atos ao TCE
Ministrante:
Jonias de O. e Silva: Advogado e Consultor - Especialista
em Administração Pública e Direito Constitucional
Luciano Marlon Ribas Machado: Advogado, especialista
em direito administrativo e civil, procurador municipal de
Curitiba.
Ednilson da Silva Mota: Contador - Especialista na área
de Controle, Auditoria, Perícia Contábil e Fiscalização.
.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 1
ATRIBUIÇÕES DA MESA DIRETORA
Jonias de O. e Silva
1 Principais atribuições da Câmara Municipal:
As principais atribuições do Poder Legislativo Municipal, e consequentemente das Câmaras Municipais e dos Vereadores:
- LEGISLAR (aprovar leis municipais);
- FISCALIZAR (verificar se as verbas, bens e serviços públicos estão sendo utilizados dentro da legalidade e em prol do bem estar dos munícipes locais);
- JULGAR (o Prefeito e os próprios Vereadores, por infrações político-administrativas);
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 2
- ASSESSORAR (o Poder Executivo Municipal, através de “Indicações” para a tomada de iniciativas e providências); e
- ADMINISTRAR (o funcionamento da Câmara Municipal e suas questões próprias).
A seguir, replicamos o texto de uma Lei Orgânica Municipal, na parte que indica as atribuições da Câmara Municipal:
Art. ... Compete à Câmara Municipal, bem como a qualquer das suas comissões, entre outras, as seguintes atribuições:
I – eleger a sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma desta Lei Orgânica e do seu Regimento Interno;
II – constituir Comissões Permanentes e Especiais;
III – elaborar seu Regimento Interno;
IV – organizar seus serviços internos, dispondo sobre seu funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção de cargos, empregos, funções e contratações por tempo determinado, fixando as respectivas remunerações, observando o disposto na legislação pertinente e nesta Lei Orgânica;
V – dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do cargo, nos termos previstos em Lei e nesta Lei Orgânica;
VI – decidir sobre a perda de mandato de Vereadores, por voto secreto e maioria absoluta, nas hipóteses previstas em Lei e nesta Lei Orgânica;
VII – fixar, observada a Constituição Federal e esta Lei Orgânica, em cada legislatura para a seguinte, a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores;
VIII – conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores para afastamento do cargo, observado disposto nesta Lei Orgânica;
IX – autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a ausentarem-se do Município por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, por necessidade de serviço;
X – decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, nos casos indicados na Constituição Federal e nesta Lei Orgânica;
XI – processar e julgar os Vereadores nas infrações político-administrativas, nos casos previstos na legislação pertinente e na forma desta Lei Orgânica;
XII – representar junto ao Procurador Geral da justiça do Estado do Paraná, mediante aprovação por dois terços dos seus membros, contra o Prefeito nas
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 3
infrações político-administrativas e pela pratica de crime contra a Administração Pública, quando tiver conhecimento;
XIII – representar junto ao Ministério Público, a nível de Comarca, contra o Vice-Prefeito, os Secretários Municipais ou Diretores equivalentes e contra os Vereadores, pela pratica de crime contra a Administração Publica, quando tiver conhecimento, mediante aprovação por dois terços dos seus membros;
XIV – exercer com o auxilio do Tribunal de Contas do Estado ou Órgão equivalente, a fiscalização financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município, como forma de controle externo;
XV – solicitar ao Tribunal de Contas, por escrito, a abertura de vistorias ou diligências se julgar necessário;
XVI – requerer, solicitar ou requisitar por escrito, informações ou documentos à secretários do Município, ou a qualquer titular de órgãos diretamente subordinados ao Executivo Municipal;
XVII – apreciar relatórios sobre a execução dos planos de governo;
XVIII – proceder a tomada de contas do Executivo Municipal, através de abertura da sessão legislativa;
XIX – fiscalizar e controlar os atos do Executivo, incluídos os da Administração indireta e fundacional;
XX – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder de regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
XXI – convocar secretários do Município ou qualquer titular de órgãos diretamente subordinados ao Executivo Municipal, para prestarem pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado;
XXII – criar comissões especiais de inquérito sobre fato específico, na forma do regimento Interno, que se inclua na sua competência;
XXIII – mudar temporariamente a sua sede;
XXIV – aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumento celebrado pelo Município com a União, o Estado, outro Município, outra pessoa jurídica de direito público ou entidades assistenciais e culturais;
XXV – autorizar a realização de empréstimos, operação ou acordo externo de qualquer natureza, de interesse do Município;
XXVI – estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reuniões, observado o disposto no Regimento Interno;
XXVII – deliberar sobre adiamento e suspensão de suas reuniões;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 4
XXVIII – aprovar crédito suplementar ao seu orçamento, utilizando suas próprias dotações;
XXIX – conceder título honorífico, de acordo com o disposto no Regimento Interno;
XXX – suspender Lei ou ato municipal, declarado inconstitucional pelo Tribunal de Justiça;
XXXI – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XXXII – elaborar a proposta orçamentária do Poder Legislativo, observados os limites incluídos na lei de diretrizes orçamentárias;
XXXIII – fixar o numero de vereadores; (NR)
XXXIV – solicitar a intervenção do Estado ou da União no Município;
XXXV – propor, juntamente com outras Câmaras, emenda à Constituição do Estado do Paraná;
XXXVI – zelar pela preservação de sua competência em face da atribuição normativa do Poder Executivo;
XXXVII – deliberar sobre o veto do Prefeito;
XXXVIII _ julgar as contas anuais do Município;
2 – MESAS DIRETORAS DAS CÂMARAS
2.1 - Regras para Composição das Mesas Diretoras.
Regra geral, as Câmaras compõem ou formam suas Mesas Diretivas conforme dispuser sua Lei Orgânica e o Regimento Interno. Nas médias e pequenas Câmaras a Mesa é composta por um Presidente, um Vice-Presidente, um Primeiro e um Segundo Secretários.
Algumas regras são de observância para a escolha e composição da Mesa.
A primeira, no início de cada legislatura, tem normas especiais como, por exemplo, ser Presidida por um Presidente conforme indicar a Lei Orgânica ou o Regimento Interno, já que a Câmara não pode ser presidida, em 1º de janeiro, pelo Presidente da legislatura que findou em 31 de dezembro; já a renovação da Mesa para o período seguinte não apresenta esse óbice.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 5
Por segundo, no início da legislatura importa que, antes da eleição para escolha da Mesa, o presidente indicado na Lei Orgânica ou no Regimento Interno, dê posse aos Vereadores e lhes tome o compromisso legal ou “juramento”. Feito isso, assinado o Termo de Posse e apresentadas as declarações de bens, far-se-á a eleição para os cargos da Mesa.
De avante, procede-se a inscrição de chapas contendo os cargos que compõem a Mesa (forma mais utilizada) ou, eventualmente, mediante candidaturas avulsas para cada cargo.
Qualquer que seja a forma utilizada é importante – e necessária – a observância da proporcionalidade partidária na composição da Mesa, por força do contido no § 1º do art. da Constituição Federal1 que se aplica, por simetria, conforme decisões dos Tribunais pátrios.
Também a observância do “quórum” para a eleição da Mesa, deve ser a prevista em Lei Orgânica ou no Regimento Interno. Regra geral e usual é utilizado quorum de maioria absoluta.
2.2 - Natureza jurídica das câmaras – Órgão Colegiado.
As Câmaras Municipais são órgãos colegiados que representam as diferentes facções e correntes políticas nas pessoas de seus Vereadores, em função do que dispõe o art. 14 da Constituição Federal e o princípio da proporcionalidade.
As Câmaras são dirigidas pela Mesa Diretiva e seus trabalhos presididos pelo Presidente. Mas as decisões devem ser colegiadas.
2.3 – O “presidencialismo” nas Câmaras.
Por uma questão de tradição do regime presidencialista de Governo, de certa forma os Parlamentos seguem a mesma linha de ação. A figura do Presidente da Câmara assume importância maior do que a própria Mesa Diretiva, contrariando a natureza político-jurídica de órgãos colegiados.
Não por outra razão, a composição das Mesas, das Comissões Permanentes ou Temporárias deve obedecer ao princípio da proporcionalidade partidária prestigiando, assim as minorias e atendendo ao princípio do Estado Democrático de Direito, em que a Democracia é, sim, o governo da maioria, mas não a ditadura da maioria.
1 CF. Art. 58, § 1º - Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto
possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 6
Percebe-se que, aos poucos, as Câmaras, como um todo, e as Mesas Diretivas tomam consciência da sua natureza de órgãos colegiados adotando, inclusive, o registro de suas decisões em Livros de Ata da Mesa Diretiva ou equivalentes.
No tópico seguinte isso fica mais claro, como se verá.
2.4 - ATRIBUIÇÕES DA MESA DIRETORA.
2.4.1 – Introdução:
As Mesas Diretivas tem funções Administrativas e Legislativas. As funções administrativas são as que conferem competência aos membros da Mesa na condução das questões administrativas da Câmara, tais como realização de despesas, assinaturas de cheques, realização de concurso, admissão de pessoal, apresentação de relatórios e balancetes, etc.
Já os trabalhos legislativos compreendem a competência para apresentar proposições, elaborar e encaminhar ao Executivo a proposta orçamentária da Câmara e, enviar ao Executivo e ao TCE as contas do exercício anterior, declarar a perda de mandato de Vereador, nos casos previstos na LOM, etc.
Embora o Presidente dirija os trabalhos em Sessão, com amplas prerrogativas, é auxiliado, nesse mister, pelos Primeiro e Segundo Secretários, com atribuições também definidas no Regimento Interno.
2.4.2 - Mesa Diretiva - Competências regimentais:
As competências das Mesas Diretivas estão previstas nos respectivos Regimentos Internos e pouco destoam de uma Câmara para outra:
2.4.2.1 - Atribuições legislativas das Mesas Diretivas:
• - propor projetos de resolução para criação da Estrutura Organizacional da Câmara Municipal;
• - propor projeto de lei para implantação da Estrutura Administrativa da Câmara, criando ou extinguindo cargos dos serviços da Câmara Municipal e fixando os respectivos vencimentos;
• - promulgar as leis com sanção tácita por decurso de prazo ou as que não tiverem sido promulgadas pelo Prefeito na forma legal;
• - promulgar emendas à Lei Orgânica; • - propor projetos de lei dispondo sobre a abertura de créditos suplementares ou
especiais, através de anulação parcial ou total da dotação orçamentária da Câmara Municipal;
• - suplementar, por lei as dotações do orçamento da Câmara Municipal, observando o limite da autorização da Lei Orçamentária, desde que os recursos
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 7
para a sua cobertura sejam provenientes de anulação de sua dotação ou da reserva de contingência;
• - propor projeto de Decreto Legislativo e de Resolução e a redação final nos casos previstos neste Regimento;
• – elaborar, na época prevista em lei, projeto de lei para fixação dos subsídios dos Vereadores, do Prefeito, do Vice-Prefeito e Secretários Municipais.
• – receber ou recusar proposições apresentadas sem observância das disposições regimentais;
• – deliberar sobre a realização de sessões solenes fora da sede da Edilidade. • - assinar, por todos os seus membros, as resoluções e os decretos legislativos; • - autografar os projetos de lei aprovados, para sua remessa ao Executivo.
2.4.2.2 - Funções administrativas das Mesas Diretivas:
• - elaborar e expedir, mediante Resolução, a discriminação analítica das dotações orçamentárias da Câmara Municipal, bem como alterá-la quando necessário;
• - devolver à Prefeitura o saldo de caixa existente na Câmara Municipal, no final do exercício e dos rendimentos das aplicações da Câmara ao final de cada mês;
• - enviar ao Prefeito, até o dia 1º de março, as contas do exercício anterior; • - elaborar e enviar, até o dia 1º de agosto de cada ano a proposta orçamentária da
Câmara Municipal a ser incluída na Lei Orçamentária do Município; • - encaminhar ao Tribunal de Contas e ao Prefeito Municipal, até o dia 31 de março
as contas da Câmara Municipal do exercício anterior; • - propor Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato municipal frente a
Constituição do Estado, por iniciativa própria ou a requerimento de Vereador ou Comissão;
• - decidir conclusivamente, em grau de recurso, sobre as matérias referentes ao ordenamento jurídico de pessoal e aos serviços administrativos;
• - promover ou adotar, em virtude de decisão judicial, as providências necessárias de sua alçada ou que se insiram na competência legislativa da Câmara;
• - adotar providências, por solicitação de interessado, para a defesa judicial e extrajudicial de vereador, contra ameaça ou prática de ato atentatório ao livre exercício e às prerrogativas constitucionais e legais do mandato;
• - aplicar a penalidade de censura escrita a vereador ou de impedimento temporário do exercício do mandato, nos termos regimentais;
• - estabelecer os limites de competência para a autorização de despesas e organizar o cronograma de desembolso das dotações da Câmara;
• - autorizar licitações, homologar seus resultados e aprovar o calendário de compras;
• – apresentar na segunda reunião ordinária do mês subseqüente, relatório detalhado dos gastos da Câmara Municipal, o qual ficará à disposição dos Vereadores na Secretaria da Casa;
• – apresentar as proposições concessivas de licenças e afastamento do Prefeito; • – representar em nome da Câmara, junto aos Poderes da União, do Estado e do
Município; • – organizar cronograma de desembolso de dotações da Câmara vinculadamente ao
repasse das mesmas pelo Executivo; • – deliberar sobre convocação de sessões extraordinárias;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 8
2.5 - RESPONSABILIDADE DA MESA DIRETORA E SEUS MEMBROS.
Não há dúvida de que os membros das Mesas Diretoras das Câmaras podem ser responsabilizados, administrativa, civil e criminalmente. É que como toda e qualquer autoridade ou servidor responsável por atos administrativos, - e, portanto, com efeitos jurídicos – em caso de cometimento de ilícitos podem ser responsabilizados.
Por primeiro, por ato mesmo da própria Câmara, qualquer membro da Mesa poderá ser destituído, na forma prevista no Regimento Interno.
O Dec. Lei 201/67, em pleno vigor conforme entendimento do STF, dispõe: “Art. 7º A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando: I - Utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa;”, o que se aplica a qualquer Vereador integrante da Mesa Diretiva.
Também por improbidade administrativa respondem os integrantes das Mesas Diretivas, na forma da Lei 8.429/92, inclusive por vício de elaboração legislativa, conforme inúmeros casos registrados no Paraná.
Os membros da Mesa Diretiva podem incidir em Crime Contras as Finanças Públicas, conforme dispositivos acrescentados pela Lei 10.028/00 ao Código Penal:
"Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura: "Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos
quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Ordenação de despesa não autorizada: Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos." – Grifamos. ................ "Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa
total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: "Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos."
Além dessas penalidades, qualquer outro crime contra a Administração Pública pode
ser aplicada a qualquer membro da Mesa Diretiva. Mas, não é só. A lei 10.028/00 prevê sanção aos ordenadores de despesa por infração administrativa:
“Art. 5o Constitui infração administrativa contra as leis de finanças públicas: I –;
...; III – deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 9
IV – deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo. § 1o A infração prevista neste artigo é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal. § 2
o A infração a que se refere este artigo será processada e julgada pelo
Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito público envolvida.” – Grifamos.
3 - Atribuições da Presidência
De igual modo, extraímos o texto do dispositivo de um Regimento Interno de Câmara Municipal, para análise em forma aleatória, sobre as atribuições da Presidência da Mesa Diretora do Poder Legislativo Municipal.
Vejamos:
“Art... - O Presidente é o representante da Câmara quando ela se pronuncia coletivamente e o supervisor dos seus trabalhos e da sua ordem nos termos deste Regimento.
Art. ...- São atribuições do Presidente, além das expressas no artigo 104 da Lei Orgânica, das que estão expressas neste Regimento, ou decoram da natureza de suas funções e prerrogativas.
I. quanto às sessões da Câmara: a) presidi-las; b) manter a ordem; c) conceder a palavra aos Vereadores; d) advertir o orador ou aparteando quanto ao tempo de que dispõe, não permitindo
que ultrapasse o tempo regimental; e) convidar o orador a declarar, quando for o caso, se irá falar a favor ou contra a
proposição em pauta; f) interromper o orador que se desviar da questão, que falar sobre o vencido ou, em
qualquer momento for considerado seu comportamento ou pronunciamento atentatório ao decoro parlamentar, advertindo-o, e, em caso de insistência, retirar-lhe a palavra;
g) autorizar o vereador a falar da bancada; h) determinar a não validade do discurso, ou aparte dele, ao secretário da Mesa e ao
Diretor Executivo; i) convidar o Vereador a retirar-se do recinto do Plenário, quando perturbar a
ordem; j) suspender a sessão quando necessário; l) autorizar a publicação de informações ou de documentos, em inteiro teor, em
resumo ou apenas referência na ata; m) nomear Comissão Especial, com autorização do Plenário;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 10
n) resolver e decidir sobre todas as questões de ordem e reclamações que ocorrerem durante as sessões;
o) anunciar a Ordem do Dia e o número de Vereadores presentes; p) anunciar o projeto de lei apreciado conclusivamente pelas Comissões e a fluência
do prazo para interposição de recurso a que se refere o inciso I do artigo 140 da Lei Orgânica do Município;
q) submeter a discussão e votação a matéria a isso destinada, bem como estabelecer o ponto da questão que será objeto da votação;
r) anunciar o resultado das votações; s) organizar e designar a Ordem do Dia para a sessão seguinte, para a distribuição
aos Vereadores; t) anunciar se o projeto de lei, em questão, entrará em Regime de Urgência, depois
de ouvido o Plenário; u) convocar as sessões da Câmara; v) desempatar as votações, quando ostensivas, e votar em escrutínio secreto,
contando-se a sua presença, em caso de verificação de quorum, quando este se fizer necessário;
x) aplicar, quando se fizer necessário, a censura verbal a Vereadores; y) resolver sobre requerimentos que lhe forem encaminhados, ou apresentados, de
acordo com este Regimento; z) levantar ou suspender a sessão, quando se fizer necessário.
§ 1º- Para tomar parte em qualquer discussão, o Presidente deixará a cadeira inteiramente ao seu substituto, quando se propuser a discutir a Proposição em pauta, ou para apresentar ou defender Proposição de sua autoria ou iniciativa, observado o disposto no inciso II do artigo 136 da Lei Orgânica.
§ 2º- Sempre que o Presidente não se achar no recinto à hora regimental, para o início dos trabalhos, observar-se-á o disposto no inciso I do artigo 140 da Lei Orgânica.
§ 3º- Nos casos previstos nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, as funções presidenciais da Câmara, serão cedidas ao Presidente, logo que o mesmo se fizer presente para suas atribuições.
II. Quanto as proposições: a) proceder a distribuição da matéria às Comissões Permanentes ou Especiais; b) despachar, ou apresentar à apreciação do Plenário, os requerimentos à Mesa,
conforme for o caso; c) determinar o arquivamento ou desarquivamento de proposição, nos termos
regimentais; d) devolver ao autor qualquer proposição que incorra no dispositivo disposto no
parágrafo 2º do artigo 158 deste Regimento.
III. Quanto às Comissões: a) designar seus membros titulares ou suplentes, mediante comunicação dos líderes,
ou independentemente destes, se expirado o prazo fixado, consoante ao disposto no caput do artigo 28 e seu parágrafo 1º deste Regimento;
b) declarar a perda de lugar ou de função do Vereador na Comissão a que pertencer, por motivo de faltas, previstas regimentalmente;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 11
c) assegurar os meios necessários, bem como as condições materiais ao seu pleno desenvolvimento;
d) convidar para a Mesa, ou para o Plenário, o Relator ou outro membro qualquer da Comissão, para esclarecimentos de parecer;
e) convocar as Comissões Permanentes para eleição dos respectivos Presidentes, Secretários e Relatores, nos termos do inciso IV do artigo 103 da Lei Orgânica do Município;
f) julgar recurso contra decisão do Presidente de Comissão em questão de Ordem Regimental.
IV. quanto a mesa:
a) presidir suas reuniões; b) tomar parte nas discussões e deliberações, com direito a voto; c) distribuir a matéria que dependa de parecer; d) executar as suas decisões, quando tal incumbência não seja atribuída a outro
membro.
V. quanto as publicações e divulgações: a) determinar a publicação em edital interno das resoluções e as portarias; b) determinar a publicação em edital, para conhecimento do público a ata da sessão,
observado o disposto neste Regimento; c) determinar a publicação, no órgãos oficial, de matéria referente à Câmara; d) tomar conhecimento com antecedência das matérias relativas a noticiário oficial
da Câmara a serem noticiadas pela imprensa escrita ou falada; e) divulgar as decisões do Plenário, das Reuniões da Mesa, do Colegiado de Líderes,
das Comissões, encaminhando cópia das mesmas a quem de direito.
VI. Quanto a sua competência geral, dentre outras: a) substituir o Prefeito Municipal nos termos da Lei Orgânica do Município; b) decidir ad referendum do Plenário sobre a convocação extraordinária da Câmara,
em caso de urgência ou de interesse público; c) dar posse ao Prefeito, Vice-Prefeito, Vereadores ou Suplentes, de conformidade e
nos casos previstos na Lei Orgânica do Município; d) conceder licença ao Prefeito de conformidade com o que dispuser a Lei Orgânica
do Município; e) conceder licença a Vereador, exceto na hipótese do inciso I do artigo 235 deste
Regimento; f) declarar vacância de mandato nos casos de falecimento, renúncia ou perda de
mandato dos Vereadores e do Prefeito e Vice-Prefeito; g) zelar pelo prestígio e decoro da Câmara, bem como pela dignidade e respeito às
prerrogativas constitucionais de seus membros, nos limites do território do Município;
h) dirigir, com suprema autoridade a polícia da Câmara; i) convocar e reunir, periodicamente, sob sua presidência, os líderes e os Presidentes
das Comissões Permanentes para avaliar os trabalhos da Casa, exame das matérias em trâmite e adoção das providências julgadas necessárias ao bem andamento das atividades legislativas e administrativas;
j) encaminhar aos órgãos ou entidades referidas no artigo 37 as conclusões de Comissão Parlamentar de Inquérito;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 12
l). autorizar, por si ou mediante delegação, a realização de conferências, exposições, palestras ou seminários no edifício da Câmara, e fixar-lhes data, local e horário, ressalvada a competência das Comissões;
m) promulgar as resoluções, decreto legislativos e as leis de competência da Câmara Municipal, bem como assinar todos os atos da Mesa;
n) assinar toda a correspondência oficial da Câmara, ressalvada as de competência das Comissões;
o) deliberar e fazer cumprir o Regimento Interno;
§ 1º- O Presidente não poderá, senão na qualidade de membro da Mesa, oferecer proposição, nem votar, em Plenário, exceto em caso de escrutínio secreto ou para desempatar o resultado de votação ostensiva.
§ 2º- O Presidente poderá, em qualquer momento, da sua cadeira fazer ao Plenário comunicação de interesse da Câmara ou do Município.
§ 3º- O Presidente poderá delegar ao Vice-Presidente competência que lhes sejam próprias.
§ 4º- Sempre que precisar se ausentar das reuniões ou mesmo do Município por mais de cinco dias, o Presidente passará o exercício da Presidência ao Vice-Presidente, ou na ausência deste ao Primeiro Secretário.”
4 - Atribuições da Secretaria da Mesa Diretora
“Art. 18- Cabe essencialmente ao Primeiro Secretário:
I. quanto a Câmara: a) superintender os serviços administrativos da Câmara; b) receber e fazer a correspondência oficial da Casa, exceto os das Comissões c) interpretar e fazer observar o ordenamento jurídico do pessoal e dos serviços
administrativos da Câmara; d) decidir, em primeira instância, recursos contra atos da diretoria geral da Câmara. II. Quanto as sessões da Câmara: a) constatar a presença dos Vereadores, ao abrir-se a sessão, confrontando-a com o
livro de presenças; b) anotar as faltas de Vereadores, com as causas justificadas ou não, encerrando o
livro ou as folhas de presença, anotando as faltas existentes, no final da sessão; c) fazer a chamada dos Vereadores nas ocasiões determinadas pelo Presidente; d) ler a ata, as proposições e demais papéis que devam ser do conhecimento da Casa; e) fazer inscrições dos oradores; f) superintender a redação da ata, relatando os trabalhos da sessão, e assiná-la
juntamente com o Presidente; g) redigir e transcrever a ata das sessões secretas;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 13
h) assinar com o Presidente os atos da Mesa.
Art. ...- Compete ao Segundo Secretário, além de outras atribuições regimentais:
I. substituir o primeiro secretário nas suas licenças, impedimento e ausências; II. assinar, juntamente com o Presidente e o Primeiro Secretário, os atos da Mesa.
§ 1º- Ao integrarem a Mesa durante a sessão, o Secretário só poderá usar da palavra, para chamada dos Vereadores, contagem dos votos ou leitura de documentos ordenada pelo Presidente.
§ 2º- Para participar de debates, para justificar ou defender proposição, o Secretário, com a permissão do Presidente da Mesa, passará os trabalhos de sua responsabilidade na Mesa, ao 2º Secretário, ou na ausência deste, ao Vereador indicado pela presidência.”
5 - Responsabilidades pela Prestação de Contas
Constituição Federal:
“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.”
Constituição do Estado do Paraná:
“Art. 74. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
do Estado e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pela Assembléia Legislativa, mediante controle externo e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica, ou entidade
pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores
públicos ou pelos quais o Estado responda, ou que, em nome deste, assuma
obrigações de natureza pecuniária.
Art. 75. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas do Estado, ao qual compete:
...
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas daqueles
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 14
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
erário público;”
Lei Complementar Estadual do Paraná nº 113/2005 (Lei Orgânica do TCE/PR):
“Art. 1º. Ao Tribunal de Contas do Estado, órgão constitucional de controle externo,
com sede na Capital do Estado, compete, nos termos da Constituição Estadual e na
forma estabelecida nesta lei:
...
II - julgar as contas dos chefes dos órgãos do Poder Legislativo estadual e municipal,
do Poder Judiciário, do Ministério Público e deste Tribunal;”
Lei Orgânica Municipal:
“Art. 71 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária. Operacional e
patrimonial do Município e das entidades administrativa indireta ou fundacional,
quanto a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renuncia de receitas, será exercida pela Câmara Municipal mediante controle
externo e pelo controle interno de cada Poder, na forma da Lei e pela apreciação das
contas municipais pelo exame público.
§ 1° - Prestara contas qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens ou valores públicos ou pelos
quais o Município responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
pecuniária.”
6 - Responsabilizações
I) - Vias Jurídicas
a) - crime (de responsabilidade, comum, especial e funcional)
b) - infração político-administrativa (Decreto-Lei 201/67)
c) - improbidade administrativa (cível)
d) - indenizatória (cível)
e) - infração administrativa (Tribunal de Contas)
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 15
II) – Penas Aplicáveis
a) - perda do mandato
b) - inelegibilidades (até 8 anos)
c) - suspensão dos direitos políticos
d) - penas privativas de direitos
e) - penas privativas da liberdade
f) - penas pecuniárias
g) - penas de prestação de serviços
h) - liberdade ou benefícios condicionais
i) - impedimento de contratar com órgãos públicos
j) - impedimento de participar de concurso público
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 16
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 17
AS REGRAS DO PLENÁRIO
Luciano Marlon Ribas Machado
I – O PODER DESSE ÓRGÃO COLEGIADO
Há 25 anos, a Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, ampliou a
autonomia municipal e deu poder ao município de editar sua própria lei orgânica, que
equivale à constituição municipal. É a lei orgânica que define o funcionamento do município.
As regras estabelecidas na LEI ORGÂNICA de cada município devem seguir o
desenho da CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
O trabalho realizado no plenário das Casas Legislativas, devem obedecer o
estabelecido por cada Câmara no seu REGIMENTO INTERNO e não podem contrariar a
Lei Orgânica.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 18
Por sua vez, a LEI ORGÂNICA do município e o REGIMENTO INTERNO da
câmara devem ser obedecidos, o PLENÁRIO não é soberano para dispor das regras pré
estabelecidas. Ele não pode criar exceções, sob pena de criar-se uma insegurança legislativa.
O Regimento Interno norteia direitos e obrigações dos vereadores, regula o trabalho
legislativo e define regras que devem ser seguidas pelos parlamentares na Casa legislativa,
notadamente no plenário da câmara.
Conforme definição do glossário legislativo da Câmara dos Deputados, plenário é o
conjunto dos deputados federais, entenda-se parlamentares, reunidos em sessão para debater
matérias de interesse público ou para deliberar sobre proposições legislativas em pauta.
“É indisponível ao plenário, mesmo por consentimento de todos os seus
membros, criar exceções às regras legislativas. Suponha-se, por hipótese,
que o plenário resolva, em um caso específico, não realizar duas
discussões na deliberação de um determinado projeto de lei, quando esta
seria a regra regimental. O processo legislativo, neste caso, estaria
contaminado, resultando nulo o seu resultado. Poder-se-ia contra-
argumentar alegando que o plenário teria soberania para tanto. Tal
argumento é vazio, posto que o Plenário não tem poderes para criar
exceções ao regimento interno e às leis que o regem. O poder do plenário é
para alterá-las definitivamente, mas não para excepcioná-las.
Soberania do plenário significa que este é o órgão de maior envergadura
hierárquica dentro do Poder Legislativo, podendo até mesmo destituir os
membros da Mesa, mediante deliberação qualificada de seus membros.
Significa que, da decisão do plenário não cabe mais recurso. Contudo, a
soberania não chega a ponto de permitir subtrações ou descumprimentos
regimentais.
Se tal hipótese fosse aceita pelo sistema constitucional brasileiro, o
cidadão estaria desprotegido contra possíveis arbitrariedades no poder de
legislar, comprometendo a estrutura democrática e a legitimidade do
próprio processo de elaboração de leis.
Tem parlamentos que ainda não conseguem discutir regimentalmente as
matérias em suas instâncias internas, não realizando nem mesmo o
trabalho das comissões temáticas, quando o atual processo legislativo está
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 19
a exigir discussões legislativas externas, inclusive com a participação da
sociedade. O desafio posto é abrir o processo de elaboração de leis para a
sociedade, aproximando-o da vontade social e alinhando-o ao pensamento
do cidadão”. (Aspectos Gerais sobre o Processo de Elaboração de Leis no
Município, André Leandro Barbi de Souza).
É no plenário das câmaras municipais que acontecem as discussões políticas e as
deliberações das matérias.
A discussão técnica ocorre nas comissões. É o trabalho dos Vereadores nas comissões
permanentes da Casa que subsidiam as discussões e deliberações que ocorrem no plenário.
No plenário, salvo disposição em contrário, as deliberações das matérias serão
tomadas por maioria de votos (maioria simples), estando presente a maioria absoluta dos
membros da Casa Legislativa, conforme art. 47, CF/88.
II – A SOLENIDADE NECESSÁRIA AOS TRABALHOS
Nas sessões plenárias realizadas no Legislativo devem ser observadas regras definidas
no regimento interno, para que os trabalhos possam ser realizados de forma organizada e os
parlamentares tenham seu direito à voz e ao voto, garantindo inclusive a transparência e
imparcialidade nas deliberações das matérias.
a) tipos de Sessões Plenárias
Os tipos de sessão geralmente são ordinárias, extraordinárias, solenes e preparatória.
Sessão Ordinária: é aquela que acontece no dia e horário pré estabelecido no
regimento Interno, independente de convocação, com duração certa e possibilidade de
prorrogação.
Em algumas cidades, a sessão ordinária ocorre no período matutino, de segunda à
quarta, das 9h às 12h, com possibilidade de prorrogação.
É composta de quatro partes e deve conter:
1- Pequeno expediente: 1/3 dos vereadores presentes e 30 minutos de duração. Cada
orador terá direito a 5 minutos, SEM APARTES;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 20
2- Ordem do dia: maioria absoluta, debates e votação. O vereador terá 15 minutos
para defender o seu projeto, COM APARTES;
3- Grande expediente: duração de 1h15min. Vereador terá 15 minutos
improrrogáveis, tema de livre escolha, COM APARTES;
4- Parte fina do Grande expediente: Lideranças partidárias ou blocos parlamentares,
líder do prefeito e da oposição, VEDADO APARTES;
5- Explicações pessoais e chamada final: 1/3 dos vereadores. Cada vereador terá
direito a 5 minutos e não prorroga sessão para explicação pessoal.
Sessão Extraordinária: realizada em dia e horário diverso das sessões ordinárias,
mediante convocação.
Em Curitiba, devem ser convocadas com dois dias de antecedência e normalmente
ocorrem nas quintas e sextas-feiras.
Exemplo: se determinada matéria caracterizada como urgente for votada em 1o turno
na quarta e necessitar de uma segunda votação, deverá o presidente convocar na segunda-
feira os vereadores para a votação do 2o turno e fixar o edital nos locais de costume.
Também será dividida em cinco partes, como as Ordinárias.
Solenes: convocadas para instalar a legislatura, dar posse ao prefeito e vice,
comemorar fatos históricos, homenagens, concessão de honrarias a instituições ou pessoas.
Serão convocadas pelo Presidente ou por deliberação do Plenário.
Nas sessões solenes será feita lavratura de ata e dispensada a verificação de presença e
não haverá tempo determinado para encerramento.
Preparatória: é aquela que antecede a legislatura e recepciona os novos Vereadores.
Algumas Definições:
LEGISLATURA é o período de 4 anos, equivalente ao mandato (CF, Art. 44,
parágrafo único).
SESSÃO LEGISLATIVA é o tempo que a câmara funciona durante o ano,
compreende 2 períodos legislativos A Constituição Federal, Art. 57, define que a Sessão
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 21
Legislativa do Congresso Nacional segue a data de 02 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de
agosto a 22 de dezembro, e o município pode ou não seguir estas datas.
A Legislatura atual para os vereadores e prefeitos vai de 1º de janeiro de 2013 a 31 de
dezembro de 2016.
Legislatura: refere-se aos 4 anos
2013 2014 2015 2016
1ª Sessão
Legislativa
2ª Sessão
Legislativa
3ª Sessão
Legislativa
4ª Sessão Legislativa
Sessão Legislativa: divide-se em 2 períodos legislativos
No espaço entre os dois períodos legislativos e uma sessão legislativa e outra, temos o
recesso parlamentar.
Recesso é o período em que não são realizadas as sessões plenárias e as reuniões das
comissões.
Em algumas sessões, é necessário que além da solenidade, sejam respeitadas as regras
de cerimonial, como é o caso das sessões solenes, para recepcionar as autoridades
convidadas.
b) Sessão Preparatória
A Sessão Preparatória é aquela que antecede a Legislatura, tem a finalidade de receber
os Vereadores eleitos para a Legislatura seguinte, quando os mesmos devem proceder a
entrega da declaração de bens e do diploma de vereador, além de poder conhecer a câmara,
receber regimento interno e lei orgânica.
c) Sessão de Instalação da Legislatura
A Sessão de Instalação da Legislatura ocorre em todo território nacional no dia 1º de
janeiro subsequente à eleição dos vereadores. Os vereadores eleitos tomam posse, prestam
compromisso legal e assinam o Termo de Compromisso e Posse.
d) Sessão de Posse do Prefeito e Vice-Prefeito
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 22
A sessão de posse do Prefeito e Vice-Prefeito ocorre em seguida à Sessão de
Instalação da Legislatura, pode ser no mesmo local ou não.
A câmara instalada dá posse ao Prefeito. A transmissão de cargo do prefeito ocorre na
prefeitura.
e) Procedimentos das Sessões de Eleição e Renovação da Mesa
A Sessão de Eleição da Mesa será na sequência da Sessão de Instalação, podendo ser
marcada para o mesmo dia ou para o dia seguinte (dia 2 de janeiro), com horário pré-
determinado no regimento interno e quórum estabelecido para iniciar esta sessão.
O regimento interno também deve trazer o número de membros da Mesa, ou seja, sua
composição e atribuição dos membros; a forma como será realizada a eleição, se por chapa
ou cargo a cargo; se por voto nominal ou não. Para serem considerados eleitos os membros,
deve-se obter o quórum “x”. É o regimento que dirá se por maioria absoluta de votos ou
maioria simples.
A posse deve ser imediata, considerando-se automaticamente empossados os eleitos.
O mandato da Mesa deve ser de 2 anos, podendo ocorrer de forma diversa em alguns
municípios.
A sessão de renovação da Mesa para o biênio seguinte deve ser realizada até o final da
2ª Sessão Legislativa (normalmente entre novembro e dezembro)
A possibilidade de reeleição dos membros da Mesa deve estar clara no regimento, do
contrário precisa constar que é vedada a reeleição dos membros ou vedada para o mesmo
cargo.
No âmbito federal é vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subsequente, conforme art. 57, $4o da CF.
O regimento interno necessariamente deve prever a convocação com antecedência
para a Sessão de Reeleição, se não houver data pré-estabelecida.
A posse dos eleitos ocorrerá no dia 02 de janeiro do 3º ano (3ª Sessão Legislativa) da
Legislatura.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 23
f) Prorrogação da Sessão
A prorrogação da sessão dar-se-á enquanto estiver matéria para deliberar na ordem do
dia, mediante requerimento verbal.
g) Suspensão da Sessão
A sessão poderá ser suspensa ou encerrada antes do horário regimental. Ambas as
situações devem estar previstas regimentalmente, com seus respectivos motivos.
A sessão poderá ser suspensa para:
- preservação da ordem;
- permitir, quando necessário, que comissão apresente parecer;
- entendimento de lideranças sobre matéria em discussão;
- recepcionar visitantes ilustres.
Importante salientar que o tempo de suspensão não será computado na duração da
sessão.
Será decidido imediatamente pelo Presidente o requerimento verbal que solicite a
suspensão da sessão. É matéria afeta ao Presidente e que se insere dentro de suas atribuições.
III – PRINCIPAIS ÓRGÃOS DO PLENÁRIO
a) presidência
O presidente da Câmara é o representante legal para se pronunciar coletivamente. É
quem dirige seus trabalhos e fiscaliza a sua ordem.
Entre outras atribuições, em relação às sessões plenárias, cabe ao presidente: abrir,
presidir, suspender e encerrar as sessões; manter a ordem, interpretar e cumprir o regimento
interno; conceder a palavra aos vereadores e convidados, decidir as questões de ordem;
determinar a publicação e anunciar a ordem do dia, submetendo à discussão e votação a
matéria nela constante; convocar sessões extraordinárias, bem como sessão legislativa
extraordinária (aquela que acontece no recesso).
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 24
A presidência do plenário será exercida pelo presidente da Câmara ou pelo Vice-
Presidente, na ausência daquele. Ou, ainda, por outro componente da Mesa Diretora, na
impossibilidade do Presidente ou Vice-Presidente.
b) secretaria A comissão executiva da câmara será integrada pelos secretários que auxiliam
o presidente na direção dos trabalhos da casa, especificamente no que diz respeito às sessões
plenárias, lendo a ata, verificando a presença dos vereadores e fazendo a chamada sempre
que necessário, nos casos previstos no regimento interno, lendo a matéria do expediente,
fazendo a inscrição dos oradores, entre outras.
Os secretários e o presidente compõem a Comissão Executiva, órgão que delibera
sobre todas as questões administrativas da Casa de Leis.
c) liderança de bancada
As representações partidárias eleitas em cada legislatura constituir-se-ão por
bancadas.
O requerimento de indicação de líder de partido ou de criação de bloco parlamentar
deve ser dirigido à Mesa para registro e publicação.
Líder é o porta-voz de uma representação partidária ou de bloco parlamentar e
intermediário autorizado entre eles e os órgãos da Câmara Municipal e do município.
O horário das lideranças, dentro das sessões plenárias, será usado pelo líder para
encaminhar a votação, passando o posicionamento do partido.
d) blocos parlamentares e suas lideranças
As representações de dois ou mais partidos, por deliberação das respectivas bancadas,
poderão constituir blocos parlamentares, sob liderança comum à qual caberá a competência
de representá-los.
As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem suas
prerrogativas regimentais.
No horário das lideranças, o líder do bloco poderá encaminhar a votação, passando o
posicionamento do bloco.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 25
e) tribuna
Tribuna é o local de destaque no plenário, que o parlamentar, autoridade ou visitante
ocupa para fazer seu pronunciamento.
IV – TERMOS PECULIARES AO PLENÁRIO
a) expedientes
Expediente é todo documento legislativo que dá entrada no protocolo da câmara.
Tem um momento próprio na sessão para sua leitura.
b) ordem do Dia
Ordem do dia é uma das partes que compõe a sessão plenária. Há casas legislativas
que dividem em 1ª e 2ª parte da ordem do dia. A 1ª parte refere-se à pauta das matérias a
serem apreciadas na sessão plenária, ou seja, os projetos a serem discutidos e votados. Na 2ª
parte, os requerimentos que dependem de apreciação do plenário.
Quando inicia a ordem do dia é necessário verificar a presença da maioria absoluta
dos vereadores para dar início às discussões e votações, conforme ordem de preferência a ser
estabelecida no regimento interno, de acordo com a importância das matérias (ex.: matérias
em regime de urgência, redação final, redação para 2º turno, projeto de lei orçamentária,
matéria cuja discussão tenha sido iniciada, projetos em pauta, recursos das decisões do
presidente, indicações e requerimentos, projetos e requerimentos, respeitada a ordem de
apresentação.
Os tipos de requerimentos devem estar enumerados no regimento interno ou, ainda,
exemplificados, trazendo a informação de que serão decididos pelo Presidente ou deliberados
pelo plenário.
A votação de requerimento será em turno único.
c) aparte
Aparte é a intervenção breve e oportuna ao orador que usa da Tribuna, para
indagação, esclarecimento ou contestação a pronunciamento do vereador que estiver com a
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 26
palavra. É preciso que o orador permita, para evitar conversas paralelas ou desrespeito. Se
houver, o Presidente deve interferir.
d) questão de Ordem
Quando o Vereador suscita dúvida sobre a aplicação do regimento interno, ele
formula uma questão de ordem, que pode ser respondida na hora ou no prazo de 48 horas e
por escrito, por exemplo.
O vereador que formular questão de ordem e não apresentar imediatamente a dúvida na
aplicação do disposto no Regimento Interno, terá a palavra cassada.
e) pela Ordem
Quando um vereador quer a observância do regimento interno por parte dos
Vereadores, ele pede pela ordem e para isso deve mencionar qual o artigo que está sendo
infringido.
O presidente não poderá recusar a palavra ao vereador que a solicitar “pela ordem”,
mas poderá interrompê-lo e cassar-lhe a palavra se não indicar desde logo o artigo regimental
desobedecido.
f) pronunciamento
É a fala do vereador em plenário. Quando o parlamentar está com a palavra para fazer
seu pronunciamento, deverá ocupar a tribuna do Legislativo.
g) uso da Palavra
O tempo do uso da palavra pelo vereador deve ser definido pelo regimento para
discussão de matéria (projeto ou requerimento), encaminhamento de votação, declaração ou
justificativa de voto.
O tempo definido poderá ou não ser prorrogado, existindo aparte ou não, dependendo
do momento que o orador estiver usando a palavra na tribuna.
O encaminhamento de votação poderá ser feito pelo autor, líder de bancada ou de
bloco parlamentar, pela liderança do prefeito ou oposição.
A justificativa de voto pode ser feita por qualquer vereador que votou, com exceção
da votação secreta, onde não é permitido declarar o voto
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 27
h) quórum
O quórum para o início da sessão é de 1/3 dos membros da Casa.
O qúorum para deliberação é por maioria simples de votos, presente a maioria
absoluta dos membros da Casa (art. 47, CF/88).
Quórum para deliberação
Nº de Vereadores Maioria Absoluta 2/3 Maioria Qualificada
9 5 6
11 6 8
13 7 9
15 8 10
17 9 12
19 10 13
21 11 14
35 18 23
39 20 26
Quórum quanto ao Assunto
Assunto Quórum Exigível Dispositivo
Lei Orgânica 2/3 CF, Art, 29, caput
Alteração da Lei Orgânica 2/3 CF, Art, 29, caput
Rejeição de Veto Maioria absoluta CF, Art. 66, § 4º
Aprovação de Lei
Complementar
Maioria absoluta CF, Art. 69, caput
Lei Orçamentária Maioria simples CF, Art. 47
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 28
Maioria simples: considera-se o número de vereadores votantes dentre os presentes.
Maioria absoluta: metade + 1 dos presente para as câmaras com número par de vereadores e
mais da metade para as câmaras com número ímpar de vereadores.
Maioria Qualificada (2/3 ou 3/5): considera-se a totalidade dos membros da Casa.
i) abstenção
Em muitos parlamentos brasileiros, inclusive no Congresso Nacional, encontra-se, no
regimento interno, respaldo para o parlamentar abster-se de votar sem necessidade de
justificação. Em alguns casos, consta, inclusive, a possibilidade do vereador deixar de votar
por questões de foro íntimo. Essa é uma prática que revela grave desrespeito à cidadania.
Em uma democracia não há argumento para o parlamentar, que é o legítimo
representante da sociedade, e que é eleito para decidir em nome da sociedade, não querer,
por ela, decidir. A hipótese de abstenção de voto deve ser admitida somente em caráter
excepcional e mediante explicação concreta e pública para a omissão. E isso ocorre somente
quando o parlamentar tem interesse direto no resultado da votação de um projeto de lei
porque, da lei que dele resultará, benefícios serão obtidos em caráter pessoal.
Embora seja uma prática comum nos parlamentos, é preciso evitar que os vereadores
sejam omissos com o objetivo de não "desagradar ninguém". Para não se desgastar perante o
governo e também perante determinados segmentos da sociedade interessados na aprovação
de um projeto de lei, o parlamentar acaba então não votando, abstendo-se.
A democracia exige dos representantes da sociedade ação, ao mesmo tempo em que
repele a omissão. De nada adiantam as campanhas, como as que estão sendo desenvolvidas
em todo o Brasil, para acabar com a votação secreta, se os regimentos internos das casas
legislativas continuam a permitir a abstenção descomprometida de voto.
“Pior do que não sabermos como vota o nosso representante no parlamento,
que é o que ocorre na votação secreta, é saber que se ele quiser, ele, que foi
eleito para decidir, pode decidir "não decidir". A omissão do parlamentar na
hora de votar é um constrangimento democrático que represa todos os avanços
conquistados pelo exercício da cidadania. E o que é pior: ao abster-se de votar o
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 29
parlamentar está abrindo espaço para que leis ilegítimas sejam produzidas.”
(site cidadania e democracia)
j) acordo de lideranças
Acordo de lideranças é o acordo que acontece com os líderes de bancadas ou de
blocos parlamentares em relação a uma questão específica, por exemplo, encerramento de
discussão da matéria depois que vários vereadores já discutiram, entre outros.
k) votação
Tipos de Votação
− simbólica: a maioria das votações ocorre de maneira simbólica, quando o presidente
coloca em votação e diz “os vereadores que forem favoráveis à matéria que
permaneçam como estão, os contrários que se manifestem”.
− Nominal: exigida sempre que o quórum for de maioria absoluta ou de maioria
qualificada (2/3), como é o caso de votação de lei complementar ou de emenda à lei
orgânica, respectivamente, entre outras matérias. A votação nominal se dá pela
chamada dos vereadores respondendo favoráveis (SIM) à matéria ou contrários
(NÃO).
− secreta: conforme CF/88 ainda temos a votação secreta, enquanto não forem
apreciadas as PECs no congresso nacional, que por simetria, as assembleias e câmaras
devem seguir. Verifica-se pelas sobrecartas depositadas numa urna, com as
expressões “SIM” e “NÃO”.
A Emenda Constitucional n. 76, de 28 de novembro de 2013, alterou o $2o do art. 55
e o $4o do art. 66 da Constituição Federal para abolir a votação secreta nos casos de perda de
mandato de deputado ou senador e de apreciação de veto.
O Regimento Interno de Curitiba foi alterado antes da CF para abolir a votação
secreta. A resolução 3/2013 trouxe a inovação ao revogar o art. 145 do RI, conduta que
ampliou as situações de votação aberta, a saber:
“Art. 145 O voto será secreto: I - na deliberação sobre veto; II - na deliberação sobre destituição de membros da Mesa; III - na deliberação sobre perda de mandato de Vereador; IV - no julgamento do Prefeito por infração político-administrativa.(REVOGADO) Resolução n° 03/2013.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 30
l) pedido de Vistas nas Comissões e no Plenário
O pedido de vistas dos projetos preferencialmente devem ser solicitados na reunião
das comissões da câmara, que são órgãos fracionados do plenário que propiciam ao vereador
a oportunidade de desenvolver estudos, criando condições para que o processo de votação
seja subsidiado com informações e dados técnicos, opiniões e posicionamento dos cidadãos,
da sociedade civil organizada e do governo.
As comissões podem ser:
Permanentes: as de caráter técnico-legislativo, com finalidade de apreciar os assuntos e
proposições submetidos ao seu exame; e
Temporárias: as criadas para apreciar ou apurar assunto ou fato determinado, aplicar
procedimento instaurado em face de denúncia ou constituídas para representar a câmara em
atos externos, extinguindo-se ao término da legislatura, ou antes dele, quando alcançado o
fim a que se destinam ou expirado seu prazo de duração.
O funcionamento das comissões deve estar descrito no regimento e especificado no
regulamento interno de cada uma delas.
Se o pedido de vista acontecer no plenário da câmara, é preciso que seja justificado e
motivado por alguma propositura de emenda / substitutivo geral ou novos documentos
anexados, motivo pelo qual a discussão e votação do projeto deverá ser adiada.
m) Ata
Ata de uma sessão plenária é o documento escrito que registra o trabalho legislativo,
as discussões dos parlamentares sobre determinada matéria, as proposições (requerimentos,
indicações, sugestões e projetos de lei) apresentadas , principalmente, o resultado das
votações em plenário.
A ata precisa ser lida e votada, bem como ser publicizada para ter validade.
n) turnos de Discussão e Votação
As deliberações da Câmara Municipal serão tomadas mediante duas discussões e duas
votações com o interstício mínimo de 24 horas.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 31
A discussão e a votação da matéria constante da ordem do dia serão realizadas com a
presença da maioria absoluta dos membros. Para a abertura dos trabalhos de discussão e
votação deve estar presente a maioria absoluta, mas as votações em geral ocorrerão com
maioria simples.
Dependerá de voto favorável de 2/3 dos vereadores:
- a deliberação sobre as contas do município contra o parecer prévio do TCE;
- a destituição de componente da Mesa;
- a representação contra o prefeito municipal;
- a aprovação de emenda à LOM;
- a aprovação de proposta para mudança do nome do município;
- a aprovação do Regimento Interno da Câmara Municipal;
- a aprovação do Plano Diretor do município.
Dependerá de voto favorável da maioria absoluta dos membros:
- a rejeição do veto do prefeito;
- a mudança de local de funcionamento da Câmara Municipal;
- a aprovação de lei complementar;
No que tange a LOM ou emenda à LOM, alguns requisitos devem ser observados, a
saber:
- a proposta deverá ser de, no mínimo, 1/3 dos vereadores; do prefeito; da
população, subscrita por 5% do eleitorado do município;
- será discutida e votada em dois turnos, com interstícios mínimo de 10 dias,
considerando-se aprovada se obtiver 2/3 dos votos dos vereadores, em ambos os
turnos.
A matéria constante de proposta de emenda à LOM rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Os projetos de lei complementar e lei ordinária serão discutidas e votadas em dois
turnos, com interstício mínimo de 24 horas, considerando-se aprovada a lei complementar
com maioria absoluta e a lei ordinária com maioria simples.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 32
Se o projeto de lei for rejeitado, poderá ser proposto novo projeto na mesma sessão
legislativa, desde que proposta pela maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal ou
de 10% do eleitorado do município.
O veto será apreciado em turno único, dentro de 30 dias do recebimento e só pode ser
rejeitado pela maioria absoluta.
A Resolução e o Decreto Legislativo obedecerão o disposto no Regimento Interno da
Câmara Municipal e, em regra, turno único de votação.
Em geral, no 1º turno caberá a apresentação de Substitutivo Geral, emendas
substitutivas, supressivas, aditivas e modificativas.
No 2º turno de votação pode ser limitado o tipo de emenda e havendo, vai gerar uma
redação final (3º turno).
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 33
OUTROS TEMAS DE INTERESSE DA MESA DIRETORA
Jonias de O. e Silva
1 - As Regras do Duodécimo
O que significa duodécimo?
Fundamentação para as regras de repasse do duodécimo: constituição federal art. 29-a
Observação:
A emenda constitucional nº 58 modifica os percentuais e reduz em 1% cada item
da tabela... constituição federal art. 168: o dia do repasse
- lei 4.320/64: art. 27 e art. 59: previsão contábil
- lei de responsabilidade fiscal: art. 15
- provimento 56/2005, do tce/pr art. 12 e art. 13: quais verbas formam o duodécimo
Lembrando:
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 34
O duodécimo somente poderá ser repassado até o limite do orçamento anual: in tce/pr -
protocolo n. 165565/01, resolução n. 1757/02
Entretanto, o orçamento poderá ser aumentado ou diminuído, no mesmo exercício,
desde que obedecidos os limites legais: in tribunal de contas do mato grosso - setembro
de 2009 - acórdão nº 2.987/2006 (doe 09/01/2007).
Por outro lado, a Jurisprudência define que o direito está embasado na receita do
exercício anterior, porém, deverá analisar a receita do exercício em curso...
In TJPR. AgReg. 71.683-4/01. Rel. Des. Sydney Zappa. Publicado em 10/5/1999).
In TJMG – AC 000.239.156-3/00 – 6ª C.Cív. – Rel. Des. Dorival Guimarães Pereira – J.
11.03.2002)
Da devolução do saldo no final do exercício: a devolução poderá ser feita mês a mês, ao
final do exercício, ou constituir fundo próprio.
Acórdão nº 254/2007 (DOE 22/02/2007).
In TCE-MT
27 de fevereiro de 2009.
RESUMINDO:
O entendimento legal, doutrinário e jurisprudencial define, pela ordem, as
seguintes regras para se encontrar o quantum máximo dos repasses mensais
(duodécimos):
1 – Com base na Receita efetivamente arrecadada no exercício anterior;
2 - A base da Receita do Exercício anterior não poderá ser a da Receita Total,
mas apenas a oriunda daqueles tributos indicados literalmente na Constituição
Federal (art. 29-A), denominada aqui de Receita Corrente Líquida, do exercício
anterior;
3 – Nos limites máximos da Previsão Orçamentária em vigor, depois de
obedecidas as regras anteriores;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 35
4 - Com base na Receita do exercício em curso, depois de obedecida a regra nº 3
(nos limites da previsão orçamentária).
DEVOLUÇÃO DE SALDOS FINANCEIROS DO LEGISLATIVO, PARA O
EXECUTIVO:
1º - A regra básica é que a câmara devolva, até 31 de dezembro, ao executivo
local, o saldo financeiro.
2º - EXCEÇÕES SÃO:
a) – a manutenção dos recursos com a Câmara, porém, sendo descontados do
valor que ela tiver direito no exercício seguinte;
b) – criação de fundo específico, pela Câmara, e manutenção dos recursos, para,
por exemplo, realizar uma obra de interesse da Casa;
c) – devolução mês a mês, ou de período a período, antes de dezembro.
Vale lembrar que, para cada situação desta, é preciso realizar adequações
contábeis.
A questão do fundo, inclusive, exige uma série de iniciativas formais.
Outrossim, é de se ressaltar que as devoluções antes de dezembro são de opção
do presidente da Câmara, e não uma obrigação.
Uma sugestão, no caso das devoluções antecipadas, é que o presidente acerte com
o prefeito que fará as devoluções e indicará em que o Executivo deverá aplicar o
recurso devolvido.
Todavia, se o prefeito não aceitar o acordo, ele não é obrigado a atender esse
direcionamento, epoderá utilizar os recursos no “caixa geral”, ou seja, em que
ele entender.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 36
RESPONSABILIZAÇÕES RELATIVAS AO DUODÉCIMO
PREFEITOS: Art. 29-A da CF...
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
PRESIDENTE DA CÂMARA: Art. 29-A da CF...
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o
desrespeito ao § 1o deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de
2000)
2 - Diárias: Como autorizar dentro da legalidade?
Em primeiro, vale dizer que:
1 – cobrem hospedagem e alimentação
2 – aplicação do princípios da razoabilidade, proporcionalidade e moralidade
3 – devem ser liberadas motivadamente (interesse público)
4 – dependem de lei autorizatória
5 – podem ser liberadas para participação em eventos
6 – não podem configurar “salário”
7 – exigem comprovação de realização do objetivo
8 – a partir de 50% do valor da remuneração incide ir e inss
9 – a fixação do valor pode ser variável de município para município
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 37
10 – fraude ou simulação no pagamento de diária: acp ...
Jurisprudência correlata:
- TCE/PR: Acórdão 1637/2006 do Tribunal Pleno
- TJ/RS – ACP – Tramandaí – Relatora Tânia Bampi - proc. 70021816863
Na câmara municipal, a liberação é direito do vereador, ou prerrogativa do
presidente?
Na análise do padrão de lei orgânica, vemos que compete ao presidente da câmara,
entre outras atribuições:
– representar a Câmara Municipal;
– dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da
Câmara;
– interpretar o Regimento Interno e fazer cumpri-lo;
- requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara;
– administrar os serviços da Câmara Municipal, fazendo lavrar os atos
pertinentes a essa área de gestão;
– autorizar as despesas da Câmara;
ASSIM, se inexistir regulamentação, o PRESIDENTE é quem decide sobre a
liberação de recursos...
Por outro lado, se o presidente negar, sem justificativas, o vereador poderá levar a
Plenário (Requerimento) e, se aprovado, o Presidente deverá liberar...
No caso de CENTENÁRIO DO SUL, por exemplo, existia recursos financeiros...o
presidente negou...o requerimento foi aprovado...o presidente não liberou...a Justiça mandou
liberar...( TJ/PR - processo 0391038-1 – 5ª câmara cível – Rel. Des. Rosene Arão de Cristo
Pereira - 13/08/2007)
3 - Contratação de Pessoal na Câmara Municipal
3.1 CARGOS COMISSIONADOS
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 38
Bases Legais para a Criação de Cargos Comissionados (CCs):
Trabalhadores contratados pelo poder público são chamados de servidores.
Regra geral de contratação: concurso público (art. 37, II, da CF)
Exceção: contratação (nomeação) em cargo comissionado
PREVISÃO CONSTITUCIONAL
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ...
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
A criação de tais cargos é exceção a esta regra geral e tem por finalidade propiciar ao
governante o controle de execução de suas diretrizes políticas, sendo exigido de seus
ocupantes absoluta fidelidade às orientações traçadas.
Em sendo assim, deve ser limitada aos casos em que seja exigível especial relação de
confiança entre o governante e o servidor.
Porém:
Quem ocupa cargo comissionado, não poderá ocupar outro cargo público:
“CF - Art. 37......
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;”
QUAIS CARGOS PODEM SER COMISSIONADOS?
“CF – Art. 37...
...V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 39
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento;”
Tipos e Nomenclaturas dos Cargos Comissionados
� DIREÇÃO
� CHEFIA
� ASSESSORAMENTO
Porém, a nomenclatura sozinha não garante legalidade ao cargo comissionado. É que, mais
importante do que o nome são as atribuições de cada cargo (embora se aconselhe a seguir a
literalidade dos nomes indicados na CF).
Portanto, são as atribuições que definem a natureza jurídica do cargo (se efetivo ou
comissionado).
DIREÇÃO:
Segundo o dicionário wikipédia, no campo da administração, dirigir significa:
Comunicar , dirigir e motivar as pessoas (liderar); Negociar ; Tomar as decisões (rápidas e
precisas); Mensurar e avaliar (controlar). ...
O Mestre em Direito Administrativo HELLY LOPES DE MEIRELLES define:
� DIREÇÃO é comandar um órgão, um setor, um departamento.
� CHEFIA é comandar pessoas, a execução de serviços.
� Via de regra, Chefia é escalão (hierárquico) inferior à Direção
In Curso de Direito Administrativo Brasileiro, 24ª Edição, São Paulo, Malheiros, p.373
Segundo informa o Dicionário Jurídico de PLÁCIDO e SILVA,
ASSESSOR é:
Aquele que apoia, que auxilia diretamente a pessoa que o nomeou ASSESSOR, por
regra, deverá realizar assessoria diretamente à autoridade política, entendendo-se, no caso dos
Municípios (Prefeitura e Câmara), o servidor é nomeado em cargo comissionado para ser um
adjunto, um assistente, do agente político.
Agente Político é:
� Prefeito
� Presidente da Câmara
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 40
� Vereadores
� Secretários Municipais
� Dirigentes de Primeiro Escalão, na Câmara (Diretor, Secretário, etc.)
Não se aconselha a existência de cargos de Assessoria para atendimento de
autoridades públicas além do primeiro escalão, pois poderão não ser consideradas “agentes
políticos”.
Porém, a análise deverá ser feita caso a caso...
Cargos que Não Podem ser Comissionados (de preenchimento obrigatoriamente por
concurso público)
ASSESSORIA GERAL : EFETIVOS
“O TCE estipulou prazo de 60 dias para que a atual direção da Câmara Municipal de União
da Vitória (Sul do Estado) comprove que está adequada ao Artigo 37 da Constituição
Federal em relação a seu quadro de pessoal. O Pleno acatou Representação (Processo
276438/06) do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, que apontava a existência de
cargos em comissão irregulares nos exercícios de 2005 e 2006, sob responsabilidade do
então presidente, Sérgio Andrekowicz.
No caso da Câmara de União da Vitória, o TCE considerou irregular essa prática para a
ocupação dos cargos de assessor jurídico, assessor de imprensa e assessor da Direção
Geral. Esses cargos, na interpretação da Corregedoria do Tribunal, acolhida pelo Pleno,
deveriam ser efetivos, por se tratar de assessoramento geral do Legislativo, e não pessoal
dos vereadores.”
CARGOS DE NATUREZA PERMANENTES: EFETIVOS
“O TCE estipulou um prazo de 60 dias para que a Prefeitura de Paranaguá comprove que
exonerou todos os ocupantes de cargos em comissão para a função de agente administrativo.
Segundo denúncia do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas (Processo 276390/06),
97 pessoas foram nomeados pelo prefeito José Baka Filho (gestões 2005-2008 e 2009-2012)
para a função de agente administrativo, quando essas vagas, de natureza técnica e
permanente, deveriam ter sido preenchidas por meio de concurso. O Artigo 37da
Constituição Federal prevê que cargos em comissão devem ser reservados apenas a funções
de chefia, direção e assessoramento.”
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 41
DIREÇÃO – CHEFIA – ASSESSORAMENTO
Acórdão 1074/2006 do Tribunal Pleno - 27/07/2006- processo 44122/2006
“Em relação aos cargos de "Assistente de Administração" e "Zelador", por ser impossível de
se configurar característica de chefia, direção ou assessoramento, além de que presumem o
desenvolvimento de atividades cuja necessidade é permanente, a resposta é: Sim, há
obrigatoriedade de preenchimento de tais cargos por meio de concurso público.
No tocante aos cargos de "Assessor Jurídico", "Diretor Financeiro" e "Diretor
Administrativo" ... Os cargos deverão, efetivamente, caracterizar atividades de chefia,
direção ou assessoramento.”
CONTADOR COMISSIONADO: DESAPROVAÇÃO DE CONTAS
“O Pleno negou pedido de rescisão (Processo 444605/08) apresentado por Claudemir
Barbiere, prefeito de Esperança Nova (Noroeste) na gestão2001-2004, e manteve a
desaprovação das contas da Prefeitura no exercício de2001, devido à contratação de
contador sem a realização de concurso público.Recurso de revista, julgado em 2006, havia
mantido a decisão inicial pela desaprovação das contas.”
Obs. - contadores, advogados e consultorias (acórdão 1.111/2008 do TCE/PR)
VERBA ÚNICA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 39....
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado
em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o
disposto no art. 37, X e XI.”
Acórdão 1072/2006 do Tribunal Pleno
Decisão proferida em 27/07/2006, publicado no AOTC nº 60/2006, publicada na Revista do
TCE-PR nº 158, sobre o processo 199472/2005, a respeito de SERVIDOR PÚBLICO;
Origem: Município de Centenário do Sul; Interessado: Prefeita Municipal; Relator:
Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 42
EMENTA: CONSULTA - VERBAS DE NATUREZA TRANSITÓRIA NÃO SÃO
INCORPORADAS À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES - COMISSIONADOS NÃO
FAZEM JUS AO PAGAMENTO DE ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO -
IMPOSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO COM
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO OU DE DEDICAÇÃO EXCLUSIVA
HORAS EXTRAS: COMISSIONADOS NÃO TÊM DIREITO
Publicado no AOTC Nº 146 de 25/04/2008
ACÓRDÃO Nº 435/08 – Tribunal Pleno
PROCESSO N º : 7557-0/07
ORIGEM : CÂMARA MUNICIPAL DE PINHALÃO
INTERESSADO : SEBASTIÃO MORAIS
ASSUNTO : CONSULTA
RELATOR : CONSELHEIRO CAIO MARCIO NOGUEIRA SOARES
“Responder a presente Consulta, formulada pelo Presidente da Câmara Municipal de
Pinhalão, ...quanto ao pagamento de horas-extras ao Diretor Geral da Câmara Municipal,
pela impossibilidade, por se tratar de cargo de natureza comissionada.”
DÉCIMO TERCEIRO E FÉRIAS: TÊM DIREITO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
“Art. 39...
3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.”
� Resolução 3707/2004 do Tribunal Pleno
� Decisão proferida em 15/06/2004 - processo 372843/2003
“Consulta. Possibilidade do pagamento de férias, 1/3 de férias e 13º salário aos Secretários
Municipais, de acordo com o preconizado pelo art. 39, § 3º, da Magna Carta Federal. O
Tribunal de Contas, nos termos do voto escrito do Relator, Conselheiro ARTAGÃO DE
MATTOS LEÃO, RESOLVE responder a Consulta, pela possibilidade do pagamento de
férias, 1/3 de férias e 13º salário aos Secretários Municipais, de acordo com o preconizado
pelo art. 39, § 3º, da Magna Carta Federal”
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 43
LEMBRANDO QUE:
Ocupante de cargo comissionado não poderá assumir outro cargo remunerado na
administração pública
Obs. Aposentado, pode.
3.2 TEMPORÁRIOS
Constituição Federal – art. 37, inciso IX:
“a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público;”
Portanto, dois principais critérios:
a) a previsão expressa em lei;
b) a real existência de "necessidade temporária de excepcional interesse público".
Exemplos:
-Convênios (prazo determinado)
- Situações peculiares, que exigem rapidez na contratação.
Não poderão ser recontratados, para não gerar “continuidade”.
Regime de contratação: CLT
Competência em caso de dissídios trabalhistas (individuais ou coletivos): Justiça do Trabalho
Competência sobre Contratações Irregularidades: Justiça Comum e Tribunais de Contas
3.3 ESTAGIÁRIOS
Fundamentação legal: lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.
OBJETIVOS DO ESTÁGIO:
“§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário
formativo do educando.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 44
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à
contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã
e para o trabalho”
PODEM SER ESTAGIÁRIOS:
• - estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional de educação de jovens e adultos
• - estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino
médio regular.
JORNADA DO ESTAGIÁRIO:
• I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de
educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de
educação de jovens e adultos;
• II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino
superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
PARTES NO CONTRATO DE ESTÁGIO
- Instituição de ensino
- Empresa ou órgão concedente do estágio
- Estudante
- Agentes de integração públicos e privados (CIEE – SINE...) – Esta parte é opcional
PRAZO MÁXIMO DE ESTÁGIO:
DOIS (2) ANOS
(obs. Deficiente poderá aumentar...)
CUSTOS DO ESTAGIÁRIO:
1 – no estágio obrigatório, o pagamento é opcional (bolsa ou salário
2 – no estágio não obrigatório, o pagamento é obrigatório + vale-transporte
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 45
3 – a contribuição previdenciária é opção e por conta do estagiário
4 – contratos acima de um (1) ano o estagiário tem direito a férias
5 – direitos que outros possuam nas áreas de saúde e segurança no trabalho
6 – seguro obrigatório contra acidentes pessoais
7 – não tem direito a fgts
8 – auxilio alimentação é opção do concedente do estágio
PENALIZAÇÕES:
1 – declaração de vínculo empregatício
2 – suspensão por dois (2) anos de conceder estágios
LIMITES NO NÚMERO DE ESTAGIÁRIOS:
1 - a concedente não poderá ultrapassar a tabela (20% de estagiários – considerando-se os
empregados...)
2 – 10% das vagas de estágio, para deficientes
3 – estudantes de nível superior e de nível médio profissional não tem limites
QUEM PODE SER CONCEDENTE DE ESTÁGIO:
1 – empresas da iniciativa privada
2 – órgãos públicos
3 – profissionais liberais
OS ÓRGÃOS PÚBLICOS PODEM CONTRATAR ESTAGIÁRIOS
Acórdão 2046/2006 do Tribunal Pleno do TCE/PR
Decisão proferida em 21/12/2006
Processo 601940/2006
Origem: Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania; Interessado: Secretário de Estado;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 46
Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.
“Possibilidade da contratação de estagiários e de coordenadores/supervisores, bem como da
efetivação dos devidos pagamentos.”
PORÉM, É EXIGÍVEL O PROCESSO LICITATÓRIO PARA ESCOLHA DO
AGENTE DE SELEÇÃO E PAGAMENTO DAS BOLSAS:
Protocolo nº 320341/07
Relator : Conselheiro Hermas Eurides Brandão
Decisão: Acórdão nº 1819/07 - Tribunal Pleno
Sessão: Tribunal Pleno Sessão Ordinária nº 46 de 13/12/07
Publicação no Atos Oficiais do Tribunal de Contas: nº133 de 25/01/08
Súmula nº 06
Enunciado: “Os acordos que tenham por objeto a seleção e o pagamento de bolsas a
estagiários da Administração Pública, celebrados, de um lado, por órgão ou entidade da
Administração e, de outro, por ente público ou privado, com ou sem fins lucrativos, têm
natureza jurídica de CONTRATO ADMINISTRATIVO, cuja celebração submete-se a todas
as regras fixadas na Lei nª8.666/93, devendo ser precedido de procedimento licitatório”.
Na APOSTILA estão indicados os principais itens de uma minuta de edital de licitação
para contratar estagiários, copiada de um edital de uma licitação realizada pelo
TCE/PR
REGISTRO CONTÁBIL DOS GASTOS COM ESTAGIÁRIO
Acórdão 828/2006 do Tribunal Pleno do TCE/PR
Decisão proferida em 22/06/2006
Processo 372557/2005
Origem: Câmara Municipal de Campo Largo;
Interessado: Presidente da Câmara;
Relator: Conselheiro Fernando Augusto Mello Guimarães.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 47
“Ementa: consulta - sobre a inclusão das despesas com estagiários em gastos com educação
- impossibilidade - gastos com estagiários devem ser incluídos no elemento "outros serviços
de terceiros-pessoa física" relativos ao setor em que o estagiário exerce suas atividades."
NEPOTISMO:
Poderá ser contratado parente como estagiário, desde que a empresa intermediária tenha
realizado a seleção
CUIDADOS DO CONCEDENTE ÓRGÃO PÚBLICO:
1 – constatar a existência de dotação orçamentária
2 – realizar licitação para contratar a empresa intermediária (agentes de integração públicos e privados – aquela que fará a seleção e o pagamento de bolsas)
3 – verificar se a empresa realizou a seleção do estagiário contratado
4 – indicar orientador e supervisor
5 – atribuir tarefas próprias do curso
6 – cumprir as regras legais (jornada-prazo-outras exigências do contrato)
3.4 Terceirização de Pessoal
• É a transferência de atividades complementares à finalidade do órgão...(de meios e, não,
de fins)
A Terceirização proporciona:
- Economia
- Eficiência
• A terceirização só é autorizada no Poder Público, como contrato de prestação de serviços e
não de pessoal.
CUIDADOS A SEREM TOMADOS NAS TERCEIRIZAÇÕES:
OBJETO: Se se trata de contratação de serviços não-essenciais (meios) e, não, de mão-de-
obra
ECONOMICIDADE
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 48
SUBORDINAÇÃO (não ao ente contratante)
LICITAÇÃO
GARANTIAS DE EXECUÇÃO
ACOMPANHAMENTO DO CONTRATO
NO PAGAMENTO:
- comprovação da realização dos serviços
- retenções obrigatórias
- docs. comprobatórios (fiscais – trabalhistas...)
TIPOS DE SERVIÇOS QUE PODEM SER TERCEIRIZADOS:
LIMPEZA PÚBLICA (pode)
SAÚDE (depende: apenas se admite a terceirização de determinadas atividades materiais
ligadas ao serviço de saúde)
EDUCAÇÃO (mesmas regras da saúde)
• ...conservação
• limpeza
• Segurança
• vigilância
• Transportes
• informática
• copeiragem
• Recepção
• Reprografia
• Telecomunicações
• manutenção de prédios, equipamentos e instalações.
• serviços de "office-boy“ (através de empresa e licitação)
CONTRATAÇÃO DE COOPERATIVAS DE MÃO-DE-OBRA, OU OSCIPs:
Não recomendável...
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 49
TERCEIRIZAÇÃO DE ADVOGADOS E CONTADORES
Nas exceções indicadas no acórdão 1.111/2008
Acórdão 192/2007 do Tribunal Pleno
Decisão proferida em 22/02/2007, publicado no AOTC nº 90/2007, publicada na Revista do
TCE-PR nº 160, sobre o processo 127880/2000, a respeito de TERCEIRIZAÇÃO; Origem:
Câmara Municipal de Nova Esperança; Interessado: Presidente da Câmara; Relator:
Conselheiro Caio Marcio Nogueira Soares.
Decisão proferida em 23/11/2006, publicado no AOTC nº 77/2006, publicada na Revista do
TCE-PR nº 159, sobre o processo 494699/2006, a respeito de FUNREJUS; Origem:
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ; Interessado: PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA; Relator: Conselheiro Artagão de Mattos Leão.
Acórdão 698/2006 do Tribunal Pleno
Decisão proferida em 25/05/2006, publicado no AOTC nº 52/2006, publicada na Revista do
TCE-PR nº 157, sobre o processo 200543/2005, a respeito de CONCURSOS PÚBLICOS;
Origem: Município de Palmital; Interessado: Prefeito Municipal; Relator: Conselheiro
Fernando Augusto Mello Guimarães.
Tribunal de Contas da União (Proc. TCU 4908/95)
“a verdadeira terceirização é contratação de serviços e não locação de trabalhadores.”
DEU NA GAZETA...
Terceirizações
Prefeituras pagam taxa de até 22% para ONGs executarem projetos
Além do dinheiro da prestação dos serviços em si, municípios repassam a entidades altos
valores para cobrir os custos operacionais dos programas
Publicado em 22/11/2009 |
Rodrigo Deda
CONTRATAÇÃO DE OSCIP
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 50
Resolução nº: 6340/2005
ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 1/2005
11 de agosto de 2005
(Publicada no TCE/PR: Atos Oficiais, n. 19, de 7 de outubro de 2005, p. 24)
Alterada por Acórdão 680/2006, publicado no TCE/PR: Atos Oficiais, n. 56, de 7 de julho de
2006, p. 4-12)
Acórdão 680/06-TC.
Acórdão 1369/2006 do Tribunal Pleno – TCE/PR
3.5 FUNÇÕES GRATIFICADAS (FGs)
CONCEITO:
Gratificações pagas pelo desempenho de atividades de chefia, coordenação e supervisão.
LIMITAÇÕES
Poderão ser pagas apenas aos servidores EFETIVOS (concursados).
Deverá ser autorizada por Lei.
A lei deverá quantificar e valorar cada FG.
Aconselha-se a que a quantidade de FGs tenha correlação com os CCs.
Ao corresponder determinado valor de FG, deverá ser analisada a natureza, o grau de
responsabilidade e a complexidade da função a ser exercida.
Orienta-se a que os valores fixados para as FGs não ultrapassem 4/5 da verba a título de
vencimentos básicos.
“...a gratificação por "encargos especiais" como sendo uma "retribuição financeira
extraordinária, de caráter transitório, para atividades ou tarefas de maior responsabilidade
previstas em Lei ou regulamento, cujo valor monetário não poderá exceder a 4/5 (quatro
quintos) do vencimento base, desde que não esteja contemplada em gratificações ou
adicionais de mesma natureza ou peculiaridade, não sendo incorporável na inatividade e
sendo extinta sua aplicação quando extinto o fato gerador que a deu ensejo"
In TJPR - 0355968-8 - Nº do Acórdão: 27202 - 4ª Câmara Cível - 13/02/2007
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 51
A FG é temporária; transitória.
Não perderá a gratificação de função o funcionário que se ausentar em virtude de
férias, luto, casamento, doença comprovada, serviços obrigatórios por lei ou de atribuições
decorrentes de sua função.
O desempenho de Função Gratificada exigirá dedicação integral, com carga horária
mínima de 40 (quarenta) horas semanais, e não dará direito a horas extras.
Às FGs serão aplicadas as normas referentes ao NEPOTISMO e (se existir previsão
em lei local) à Lei Ficha Limpa...
4 Os gastos com imprensa
4.1) Contratação de publicidade e Propaganda
De se lembrar que o caput do art. 37 da CF inclui a publicidade como um dos
princípios básicos da Administração Pública.
É que o legislador constituinte entendeu como sendo prioridade a divulgação dos atos
e ações dos governantes, para que o povo (contribuinte-eleitor) acompanhe as atuações dos
eleitos, bem como, com a coisa pública.
E indo além, a CF advertiu:
“Art. 37...
...
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação
social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade
do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.”
De modo geral, os termos PUBLICIDADE e PROPAGANDA se equivalem, quando
se trata da divulgação oficial pelos órgãos públicos.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 52
O TCE/PR definiu que os poderes municipais (Executivo e Legislativo) poderão
contratar serviços de comunicação tanto diretamente, quanto por intermédio de agências (de
comunicação ou de publicidade).
Entretanto, é de se alertar que a lei federal nº 12.232/2010 criou regras específicas
para a contratação de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de
propaganda. (Vide cópia da Lei no material eletrônico)
Resumindo:
1- Serviços de criação e administração da publicidade, exigem contratação de
Agência de Comunicação (ou de Publicidade), por Licitação no tipo TÉCNICA e
PREÇO, por exigência da Lei nº 12.232/2010.
A Comissão de Licitação, se não possuir conhecimentos técnicos da área, deverá
nomear SUB-COMISSÃO, para julgar a melhor técnica.
2- Para contratar os serviços para objeto específico, como por exemplo, para
produzir jornal (impresso ou eletrônico), programa de rádio ou TV, ou outros
tipos de comunicação, poderá ser feita a licitação apenas pelo MELHOR PREÇO.
Mas para isso, terá que indicar exatamente o tipo do serviço (por ex: tamanho do
jornal, quantas páginas, periodicidade, etc.).
4.2) Contratação de órgão oficial de imprensa
Lembrando que existem Atos Oficiais que devem ser obrigatoriamente divulgados em
um único meio de comunicação, escolhido por cada ente da federação, conforme previsão na
legislação esparsa (licitações-contabilidade-tributação-orçamentária...).
E atenção!
O Órgão Oficial nos Municípios deverá ser apenas 01, para o Executivo e para o
Legislativo, contratado por Licitação, cuja homologação deverá ocorrer após Autorização
Legislativa.
Deverá ser, obrigatoriamente, eletrônico e impresso, segundo a Lei Complementar
Estadual do Paraná nº 350/2011. (O TCE/PR foi superado, pois aceitava apenas órgão oficial
eletrônico...).
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 53
O Município poderá produzir seu diário oficial, mas em caso de não possui-lo, poderá
se utilizar de imprensa particular, desde que ofereça distribuição mínima e periódica na
cidade, devendo ser, também, neste caso, contratado por Licitação, cuja homologação deverá
ocorrer após Autorização Legislativa.
A partir de 2006, o TCE/PR passou a autorizar as Câmaras Municipais a publicar não
apenas seus atos oficiais, mas também, a contratar emissoras de Radiodifusão, de Televisão a
cabo ou de sites de internet, ou outros serviços de publicidade e de propaganda (Acórdão
1139/2006 – Prejulgado 02), para divulgar:
- transmissões de sessões
- divulgação e transmissão de audiências públicas
- mensagens alusivas a eventos, serviços, campanhas, programas e homenagens a
personalidades
Porém, instruiu e indicou obediência:
- ao planejamento orçamentário e financeiro da entidade
- princípios constitucionais do caput do art. 37 da Magna Carta Federal
- §1º, art. 37, da Constituição da República
- as normas contidas na Lei de Licitações - Lei Federal nº 8666/93
- as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal
- indicações da Lei de Imprensa.
5 VENCIMENTOS, SUBSÍDIOS, PROVENTOS E REMUNERAÇÃO
5.1 – Vencimentos.
Vencimento - é retribuição pecuniário pelo efetivo exercício do cargo correspondente
ao padrão fixado em lei (art. 40 da Lei 8.112/90):
“Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo
público, com valor fixado em lei.”
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 54
5.2 – Remuneração.
Remuneração - equivale ao vencimento, mais as vantagens pecuniárias atribuídas
em lei (art. 41 da Lei 8.112/90):
“Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.” – Grifamos.
5.3 – Subsídios.
Os agentes políticos (Prefeitos, Vereadores e Secretários) percebem subsídios (Art.
29, V da CF) sobre os quais incidem os encargos previdenciários.
5.4 – Proventos.
Para o nosso curso, tomamos a vocábulo “proventos” como sinônimo de
aposentadoria, conforme disposto na CF (Art. 37, XI e § 10, Art. 40, § 1º, § 2º, etc.). Quem é
aposentado recebe proventos.
5.5 Modificação dos subsídios
Reajuste/recomposição (Acórdão 1.127/2007 e Provimento 56/2005, ambos do
TCE/PR)
REGRA BÁSICA: Vereadores não poderão ter subsídios reajustados na mesma legislatura
(princípio da anterioridade, previsto no art. 29, inciso vi, da cf)
Prefeito, vice e secretários:
Não se aplica o princípio, e poderá ocorrer o reajuste no mesmo mandato.
Porém:
Aos vereadores poderá ser aplicada apenas a recomposição da perda inflacionária
Mas, mesmo para a recomposição, é preciso obedecer às seguintes regras:
Regras da recomposição:
- apenas a partir de janeiro/2014 (12 meses)
- verificar se a lom não proibe
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 55
- verificar os seguintes limites:
- Os subsídios do Prefeito
- Duodécimo (7% até 100 mil hab. – 6 %....– 5%...- 4%... – 3.5 % acima de 8
milhões…)
- 6% da receita do Município com a folha da Câmara
- 5% com a folha dos Vereadores e encargos
- 70% com a folha de Servidores e Vereadores
- Subsídios dos Deputados, de acordo com a tabela constitucional:
-
verificar se os servidores municipais receberam reajuste
- verificar se existe previsão nas leis orçamentárias(ppa – ldo – loa)
- verificar se os servidores municipais receberam reajuste por projeto de lei (especifica)
de iniciativa da câmara
- corrigir o valor fixado, com índice oficial (recomendado: INPC)
Obs. - Se os servidores municipais receberam índice menor, no período, os subsídios
não poderão ultrapassar esse limite.
Número de
habitantes do
Município
Limite Máximo em
relação ao
subsídio dos
Deputados
Estaduais
Até 10.000 20%
De 10.001 a 50.000 30%
De 50.001 a 100.000 40%
De 100.001 a 300.000 50%
De 300.001 a 500.000 60%
Mais 500.000 75%
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 56
PREFEITO, VICE E SECRETÁRIOS:
Não se aplica o princípio, e poderá ocorrer o reajuste no mesmo mandato. (Acórdão
521/2009)
Porém, deverá ser observado:
- o teto para o prefeito (subsídios dos ministros do stf)
- o teto para o vice e secretários (subsídios do prefeito)
- previsão orçamentária (ppa – ldo – loa)
- verificar se a lei orgânica não proibe
- lei específica de iniciativa da câmara
- obedecer as regras para a fixação
Reajuste aos Servidores:
Os servidores do Legislativo poderão ter reajustes, ou revisão geral anual.
No caso de REVISÃO GERAL ANUAL a competência de iniciativa será do
Executivo, enquanto que no caso de REAJUSTE a iniciativa será da Câmara Municipal.
Lembrando que nos dois casos o ato legal deverá ser Lei Específica...não poderá ser
Resolução!
6 NEPOTISMO
O significado original da palavra nepotismo é governo dos sobrinhos, já que é
derivada de nepote ou nipote (sobrinho ou neto em latim), e foi aplicada em referência aos
Papas do Renascimento (de Sisto IV a Paulo III) que nomeavam sobrinhos e outros parentes
para posições clericais e administrativas de importância, assim como aos Governantes
japoneses, tanto no período Heian (por volta do ano 669), quanto no começo do século IX
(governo da família Fujiwara) e até nos anos 1960, com Kiyomori.
Com o sufixo ismo, a palavra indica a concessão de privilégios ou cargos a parentes
no funcionalismo público.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 57
Distingue-se do favoritismo simples, que não implica relações familiares com o
favorecido.
Em 2008, julgando um dos processos que chegou ao Supremo Tribunal Federal
(STF), aquela Corte editou a Súmula 13, com o seguinte texto;
Súmula vinculante 13, de 21.08.08
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício
de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.”
Data de Aprovação: Sessão Plenária de 21/08/2008 Fonte de Publicação DJe nº 162/2008, p.
1, em 29/8/2008.DO de 29/8/2008, p. 1.
Assim, fundamentados especialmente nos princípio constitucionais da impessoalidade
e da moralidade, o maior órgão do Poder Judiciário brasileiro definiu como proibidas as
nomeações e designações em cargos em comissão ou funções de confiança, de familiares dos
nomeantes, em até terceiro grau de parentesco.
O parentesco, segundo o Código Civil (arts. 1.591 a 1.595), é identificado em três
linhas distintas:
a) reta (ascendente e descendente: pai, mãe, avô, avó...; filho, filha, neto, neta...);
b) colaterais (provêm de um tronco comum, mas não descendem uma das outras: irmão,
irmã, tio, tia...); e
c) por afinidade (o vínculo que se estabelece entre um cônjuge e os parentes do outro
cônjuge).
De ressaltar que a Súmula 13 do STF abrangeu o famoso nepotismo cruzado, que é a
combinação entre nomeantes para a contratação direta de servidores parentes seus, de forma
cruzada (o parente de um é contratado pelo outro e vice versa), pois ao final do texto consta
“...compreendido o ajuste mediante designações recíprocas...”.
E mantendo a máxima de que cada regra tem sua exceção, o STF declarou na
sequencia, (no Recurso Extraordinário nº 579.951/RN), que a exceção dessa proibição seria a
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 58
possibilidade de nomeações e designações em cargos políticos aí compreendidos os
Ministros de Estado, Secretários de Estado e Secretários Municipais.
Então, dessa data em diante (29/8/2008: publicação da súmula 13 do STF), passou-se
a ser proibido o nepotismo em cargos e funções públicas de livre nomeação e exoneração.
Em resumo, quando da edição da Súmula 13, a Corte Máxima do Poder Judiciário
pátrio definiu que:
1 – é proibida a nomeação em cc ou fg, de cônjuge ou parente da autoridade nomeante,
ou de outro servidor nestes cargos (cc ou fg), até terceiro grau.
2 – cargos de ministros e secretários podem ser ocupados por parentes
Pois bem!
Após a proibição pelo Supremo, e vasta interpretação do Poder Judiciário, outros
pontos não abrangidos (ou esclarecidos) pela Súmula 13, foram praticamente pacificados.
Vejamos os mais relevantes:
01 – A LEI (Ordinária-Complementar-Orgânica) PODE AMPLIAR AS PROIBIÇÕES,
abrangendo, inclusive, os Ministros e Secretários (impedindo a contratação de parentes
ou limitando o número de parentes contratados).
02 – Para a configuração de nepotismo cruzado, só se houver prova da reciprocidade.
Ou seja: se ocorrer o ajuste, a combinação, a troca de favores entre autoridades
públicas.
03 - Parente de Autoridade Pública ou de servidor de um mesmo órgão poderá ocupar
CC ou FG, se foi nomeado antes da posse deste.
04 – Servidor efetivo poderá ser nomeado em CC ou designado em FG, em mesmo
órgão de Gestor Público ou servidor parente, se não for nomeado por ele ou
subordinado a ele.
05 – Servidores de um mesmo órgão, ocupantes de Cargo Comissionado ou Função de
Confiança, que venham a se tornar um casal, depois do ingresso no cargo ou função, e
desde que não ocorra subordinação direta entre si, não será considerado nepotismo.
06 – Ex-cônjuge, comprovadamente, podem ser nomeados pelo ex, sem caracterizar
nepotismo.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 59
07 – Nos casos de requisição/cessão de servidores, por autoridades ou órgãos, aplicam-se
as regras do nepotismo.
08 – Parentesco com autoridades públicas ou servidores falecidos ou aposentados, não
incidem a Súmula 13.
09 – Contratação de estagiários que sejam parentes de autoridades ou servidores do
órgão concedente do estágio não se configura nepotismo, desde que haja seleção prévia.
10 – Contratar, sem licitação, pessoa jurídica na qual haja administrador ou sócio com
poder de direção, que seja familiar de detentor de cargo em comissão ou função de
confiança que atue na área responsável pela demanda, ou de autoridade a ele
hierarquicamente superior.
Por fim, destacar que os caminhos jurídicos para exigir a exoneração de parentes que
ocupem cargos comissionados ou funções de confiança, bem como, coibir e responsabilizar
os agentes públicos, que desrespeitarem a regra constante da Súmula 13 do STF e demais
acervo jurisprudencial, referentemente ao nepotismo, poderá ser a Ação Civil Pública(art. 1º,
inciso IV, da Lei 7.347/85), ou até mesmo a Reclamação ao STF (art. 102, inciso I, alínea
"l", da Constituição Federal).
Já, as consequências jurídicas para quem desobedecer às normas combatentes do
nepotismo, possuem as seguintes hipóteses:
1 – Consequências para o servidor nomeado ou designado: pela omissão de informar à
Administração Pública o fato de se encontrar sob o alcance da Súmula Vinculante nº 13 do
STF, incide o crime de falsidade ideológica (art. 299, do Código Penal); bem como pela
manutenção do cargo ou emprego público sabendo do impedimento, incide em crime de
desobediência à decisão judicial (art. 359, CP);
2 – Consequências para o agente político: pela omissão, incide no crime de prevaricação
(art. 319, CP); e na esfera político-administrativa, incorre no crime de improbidade
administrativa (art. 11, I e II, c/c o art. 12, III, todos da Lei nº 8.429/92); pode-se aplicar a
ele, ainda, no caso dos prefeitos municipais, estarão sujeitos à cassação do mandato eletivo
(Decreto-lei 201/67, art. 4º, VII).
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 60
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 61
DESAPROVAÇÃO DE CONTAS: ERROS A SEREM EVITADOS
Ednilson da Silva Mota
Resultado financeiro deficitário das fontes não vinculadas
O resultado financeiro deficitário se dá com a apuração das disponibilidades líquidas
do exercício anterior, somando-se as receitas arrecadadas no exercício, livre dos
compromissos (despesas) do exercício. Quando o resultado dessa apuração for negativo, diz-
se que a Entidade apresentou resultado financeiro deficitário ou déficit financeiro.
Um dos fatores que contribui para a geração de um déficit financeiro é o chamado
déficit orçamentário. O déficit orçamentário ou resultado orçamentário, ou melhor, tudo
aquilo que se arrecadou no exercício nas fontes não vinculadas, livre das de com as
respectivas fontes de recursos no exercício. Enfim, são as receitas arrecadadas no exercício e
despesas empenhadas no exercício. Se as receitas forem inferiores as despesas, diz-se que a
Entidade apresentou déficit orçamentário, ou resultado orçamentário deficitário.
• Ocorrendo estorno de Empenhos Global/Estimativa inscritos em Restos a Pagar, de
despesas exclusivamente do exercício, desde que devidamente comprovado, concluir
pela REGULARIDADE;
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 62
• Ocorrendo estorno de Empenhos Ordinários (não liquidados) inscritos em Restos a
Pagar, de despesas exclusivamente do exercício, desde que devidamente comprovado,
concluir pela REGULARIDADE;
Importante 1 - Se o cancelamento de Restos a Pagar se referir a empenhos de obrigações
patronais do regime geral de previdência (INSS) ou previdência própria (RPPS) não poderá
ser acatado com regular.
Entende-se que, à época do registro desses valores no contas a pagar já deveria existir
suporte financeiro para sua quitação, tendo em vista se tratar de despesas
previdenciárias de caráter obrigatório e sem nenhuma margem de discricionariedade
quanto à sua realização. Portanto, dado que o supracitado parcelamento não elimina a
obrigação.
Importante 2 - Nos casos de cancelamento de restos não esquecer que somente é utilizado o
montante ajustado do superávit.
Exemplo 1: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo
Financeiro – R$ 200.000,00.
Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 100.000,00.
No resultado financeiro permanece um déficit de R$ 100.000,00.
O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – como com os ajustes ainda
permaneceu déficit financeiro não é possível utilizar os Cancelamentos na análise.
Exemplo 2: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo
Financeiro – R$ 200.000,00.
Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 220.000,00.
No resultado financeiro ocorrerá um superávit de R$ 20.000,00.
O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – poderá ser utilizado o superávit de R$
20.000,00 para ajustar o cálculo, no entanto ainda permanecerá a irregularidade.
Exemplo 3: Balanço Patrimonial do exercício de 2011 – Passivo Financeiro maior que Ativo
Financeiro – R$ 200.000,00.
Cancelamento de restos a pagar no valor de R$ 280.000,00.
No resultado financeiro ocorrerá um superávit de R$ 80.000,00.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 63
O déficit apontado na análise é de R$ 50.000,00 – poderá ser utilizado o superávit de
R$ 80.000,00 para ajustar o cálculo, gerando um superávit de R$ 30.000,00. Neste caso o
item poderá ser regularizado.
A lei complementar nº 101/00 estabelece para a efetividade da gestão fiscal
responsável, a observância, entre outros, dos princípios do planejamento e do equilíbrio das
contas públicas. Como forma de proteção do princípio do equilíbrio fiscal, a LRF encarregou
a LDO de exercer diversas funções (art. 4º, I), destacando-se a destinada a dispor sobre o
equilíbrio entre receitas e despesas e a pertinente à definição de critérios e formas de
limitação de empenho, na iminência de a arrecadação tender a não suportar as metas de
resultado primário e nominal previstas para o exercício.
Em complementação prática, o art. 9º da mesma LRF determina o contingenciamento
de emissão de empenhos se percebido, ao final de um bimestre, que a realização da receita
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal
estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. Por esse mecanismo, o Poder Executivo tinha a
responsabilidade de expedir ato próprio no montante necessário, nos trinta dias subsequentes,
limitando a emissão de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios que teria
que fixar na lei de diretrizes orçamentárias respectiva.
Divergência de valores ativo/passivo do balanço patrimonial
No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, na data de 31/12,
devidamente assinado e com os valores ajustados, sendo informado que as divergências
tiveram origem na ausência dos saldos iniciais ou que o relatório emitido inicialmente não
estava correto, haja vista que não foram assinaladas todas as contas que deveriam compor as
demonstrações, acatar o balanço regularizando o item.
No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, Balanço Patrimonial de
2013, devidamente assinado e com os valores ajustados, acatar o balanço regularizando o
item.
Considera-se regularizado o item, uma vez que o ajuste para regularização das
situações que deram causa às inconsistências foram realizados no exercício atual, com
emissão dos balanços gerados pelo sistema contábil da entidade extraído do bimestre da
realização dos ajustes, cabendo, contudo, salientar que a regularização não exime as
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 64
responsabilidades na hipótese de se verificar, em outros procedimentos fiscalizatórios,
divergências quanto às informações apresentadas neste contraditório.
No caso de encaminhamento de um novo demonstrativo, na data de 31/12,
devidamente assinado e com os valores ajustados, sendo informado que as divergências
tiveram origem em registros contábeis não efetuados ou não apresentar a motivação das
divergências, não acatar o balanço mantendo a irregularidade.
Ressalta-se que para a data base de 31/12 as demonstrações contábeis e o respectivo
sistema contábil se encontravam encerrados, não se admitindo a reabertura para ajustes de
qualquer natureza durante o transcurso do exercício contábil. Nesses casos, o ajuste para
regularização das situações que deram causa às inconsistências teriam necessariamente que
ser realizados no exercício atual, emitindo-se, após, balanços conciliados entre o sistema
contábil da Administração e o extraído do sistema SIM/AM no bimestre da realização dos
ajustes.
Responsáveis por despesas não empenhadas
Mesmo que o Atual Gestor comprove que efetuou os registros contábeis no exercício
de 2013 em Despesas de exercícios anteriores, NÃO É POSSÍVEL REGULARIZAR O
ITEM.
Muito embora o Interessado discrimine os valores e informe que o registro das
despesas ocorreu no exercício seguinte, o item não é passível de ser regularizado, pois o
registro implica em reconhecimento da realização de despesas à margem da execução
orçamentária.
Com sentido convergente à correlata norma do art. 21, parágrafo único, ambas
ocupam o primeiro lugar dentre as normas mais populares da legislação de defesa do
equilíbrio fiscal em ano de encerramento de mandato. Apesar disso, a aplicação ainda
continua sendo pivô de entendimentos vários, a começar por esquecerem-se alguns que a lei
buscou abraçar todos os compromissos e que a usual menção a Restos a Pagar, em termos do
assunto na LRF funciona como espécie de tecla de atalho para designar a proibição do art. 42,
justamente por ser a referência de mais conhecimento geral.
Falhas na publicação de informações orçamentárias e financeiras
A análise preliminar acusou a ocorrência de fato sujeito à sanção prevista em Lei, consistente
na falta da divulgação das informações requeridas pela Lei nº 131/09 e IN nº 89/2013 –
TCE/PR, o que sujeita o responsável pela administração à penalidade pecuniária.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 65
Observar que para municípios acima de 50 mil habitantes a multa é art. 87, IV,
“g”, LCE 113/2005 e abaixo de 50 mil habitantes, art. 87, III, “b” da LCE 113/2005.
NA CONTABILIDADE
RECEITAS (PRÓPRIAS E REPASSADAS)
“O recolhimento de todas as receitas do Município centralizadas em um só caixa foi
estabelecido pelo art. 56 da Lei 4.320/64. O Princípio da Unidade de Tesouraria deve ser
observado pelo Sistema de Controle Interno de cada Poder, no que tange às receitas, formas
de arrecadação, não permitindo a fragmentação desta fase.
A organização da Tesouraria deverá ser a que melhor atender às necessidades da
entidade, de forma a permitir que os estágios de arrecadação e recolhimento sejam efetuados
por estabelecimentos bancários credenciados.”2
ROTEIRO BÁSICO DE AUDITORIA DAS RECEITAS
CONTABILIDADE PÚBLICA
• Orçamento da Receita
• Receita Prevista
• Execução Orçamentária da Receita
• Receita Orçamentária arrecadada
• Receita Extraorçamentária
� Verificar se os registros das contas correspondentes à Receita estão sendo efetuados com
base nas Funções indicadas no Plano de Contas aprovado;
� Verificar se a receita prevista no orçamento inicial foi devidamente registrada para
confronto com a realizada;
� Verificar se a receita arrecadada está lançada e classificada em contas adequadas do
Sistema Orçamentário, bem como do Sistema Financeiro, cujos valores devem ser
checados entre si;
� Verificar se, no caso de arrecadação direta, o agente recebedor fornece recibo ou
autenticação em guia própria das importâncias que arrecada (Lei nº 4.320/64, art. 55);
2 Apostila Controle Interno – ISET.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 66
� Verificar se os documentos de arrecadação são considerados hábeis e satisfatórios à sua
comprovação especificando todos os dados necessários ao aprimoramento dos controles,
desde o setor originário da receita (prestação de serviço, por exemplo) até o seu
recolhimento e contabilização (analisar, se possível, os fluxos financeiros
correspondentes ao ciclo da arrecadação);
� Verificar se existe um setor específico de acompanhamento da arrecadação da receita e se
este envia regularmente à Contabilidade o mapa mensal de apuração;
� Verificar se está sendo remetida via dos documentos de arrecadação e recolhimento da
receita ao órgão de Contabilidade para fins de confronto com o mapa mensal e devida
contabilização, seguidos de arquivamento;
� Verificar se o produto da arrecadação, sem qualquer dedução, é recolhido no prazo
estabelecido, ao caixa único.
� Verificar se a escrituração da receita é feita segundo as categorias e subcategorias
econômicas, em obediência ao disposto no artigo 11, da Lei nº 4.320/64 e Classificador
da Receita;
� Verificar se os montantes das arrecadações mensais contabilizados coincidem com os
totais mensais acusados nas fichas do Diário da Receita Orçamentária da Contabilidade
Analítica;
� Verificar se os créditos desta conta são feitos em contrapartida com as contas:
a - Bancos e Correspondentes - pela arrecadação efetuada diretamente;
b - Rede Bancária C/Arrecadação - à vista dos mapas analíticos:
c- Outras Contas do Sistema Financeiro - conforme o caso;
1.1. RESTOS A PAGAR
1.1.1. OS RESTOS A PAGAR NO ART. 42 DA LRF3
Idealizada para expurgar da cultura administrativa comportamentos adversos aos
princípios do equilíbrio fiscal e da continuidade, então comumente perpetrados pelo
desvirtuamento do instituto dos Restos a Pagar (art. 36 da Lei nº 4.320, de 1964), a regra do
3 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 67
art. 42 da LRF somente aufere efetividade se houver adequada instrumentação do sistema de
planejamento e da programação financeira e orçamentária.
Com sentido convergente à correlata norma do art. 21, parágrafo único, ambas
ocupam o primeiro lugar dentre as normas mais populares da legislação de defesa do
equilíbrio fiscal em ano de encerramento de mandato. Apesar disso, a aplicação ainda
continua sendo pivô de entendimentos vários, a começar por esquecerem-se alguns que a lei
buscou abraçar todos os compromissos e que a usual menção a Restos a Pagar, em termos do
assunto na LRF funciona como espécie de tecla de atalho para designar a proibição do art. 42,
justamente por ser a referência de mais conhecimento geral.
Ainda que o título da seção em que o assunto se encontra inserido seja denominado
“dos Restos a Pagar”, para o art. 42 da LRF, consubstanciam compromissos os diversos tipos
de atos passivos que possam imediata ou mediatamente vir a serem exigidos. Afora as
obrigações por despesas realizadas, podem ser ilustrados como espécies de atos do tipo
aduzido: consignações, poupanças de terceiros, convênios, contratos, avais, fianças,
garantias, cauções, alienação antecipada de receitas e outras figuras do gênero, incluindo-se
os aditamentos, consolidações, parcelamentos e outras formas de novação de dívidas inscritas
no passivo exigível a curto prazo.
Tencionando, entre outros propósitos, a uniformidade de análise nas prestações de
contas, o Tribunal encorpa a jurisprudência com alguns estudos sobre o tema, sendo o mais
recente o Prejulgado nº 15. Com teor proveniente do Acórdão nº 1.490/11, do Pleno do
Tribunal, o julgado com força normativa dispõe os seguintes versos interpretativos:
1. a vedação estabelecida no art. 42 da Lei Complementar nº. 101/2000 se
dirige diretamente ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20,
condicionando a atuação dos titulares da chefia dos Poderes Executivos
(federal, estadual e municipal), Judiciário (federal e estadual) e Legislativo
(federal, estadual e municipal), além do Ministério Público da União e dos
Estados, Tribunal de Contas da União, do Distrito Federal e dos Estados, e
Tribunal de Contas do Município, quando houver;
2. A regra é peremptória para alcançar o final de mandato, especificamente,
os seus oitos últimos meses;
3. A princípio, o art. 42 da Lei Complementar nº. 101/2000 não possui condão
de impedir a celebração, nos últimos dois quadrimestres do mandato do
gestor, por prazo superior ao exercício financeiro ou com previsão de
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 68
prorrogação, de contratos cujos objetos se encontrem entre os previstos nos
incs. I, II e IV do art. 57 da Lei de Licitações, desde que haja suficiente
disponibilidade de caixa para pagamento das parcelas vincendas no
exercício, afastando a inscrição da despesa em restos a pagar, não se
exigindo disponibilidade em caixa de valores necessários à duração total do
contrato;
4. O ato de contrair obrigação de despesa, como a celebração de aditivos
dentro do período vedado pela norma complementar, deve ser sopesado
consoante as peculiaridades do caso, levando-se em conta a concretude dos
fatores envolvidos;
5. Dada a competência outorgada a esta Corte para o exercício do controle
externo da Administração Pública, os entes submetidos a sua jurisdição
devem encaminhar a este Tribunal os termos aditivos e respectivos contratos
celebrados nos últimos quadrimestres do mandato para fins de aferição do
cumprimento da regra de controle do art. 42 da Lei Complementar nº.
101/2000.
Nota: A implementação do item 5 (cinco) do Prejulgado aguarda a definição de
procedimentos próprios de captação, enquadramento e tramitação.
Lembrando que restos a pagar refere-se a uma das rubricas do passivo exigível de
curso prazo, a assunção de compromissos nos últimos 8 (oito) meses do final de mandato
exige lastro financeiro, ainda que a despesa seja transferida para o próximo exercício.
Portanto, infringe a LRF aquele que contrair obrigação de despesa que não possa ser
cumprida integralmente dentro do exercício ou que a inscreva em restos a pagar sem deixar
disponibilidade de caixa para o sucessor saldá-la.
Eventuais extrapolações do limite poderão ensejar juízo de valor qualitativo de caráter
individual, contrato a contrato (convênio ou outros termos da mesma importância). Quanto à
emissão do ato em si, há os casos previamente conhecidos sujeitos à geração futura de caixa
positivo, subordinados à existência de planejamento, diretrizes, objetivos e controle de metas
nas despesas continuadas, alocados em programas de investimentos de natureza plurianual.
Nessa hipótese, a emissão de empenho e a inscrição do compromisso em restos a pagar é
técnica ultrapassada pela nova ordem fiscal, em face do regime de competência preconizado
pela LRF, no seu artigo 50, inciso II.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 69
A adoção do regime de competência em seu grau mais refinado na contabilidade
pública está sendo determinado na rota da conversibilidade da contabilidade aplicada ao setor
público às normas internacionais. Nos termos do artigo 36 da Lei 4.320/64, somente poderá
ser inscrita em Restos a Pagar a despesa empenhada, mas não paga até 31 de dezembro.
Situações que também podem ser regularizadas, no plano da análise de prestações de
contas, como ajustamentos pela insuficiência de disponibilidades financeiras, são aquelas
cujas despesas foram realizadas à conta de verbas de convênios não adimplidas antes do
encerramento do exercício pela respectiva fonte de financiamento, muito embora o credor já
tenha satisfeito a sua responsabilidade contratual perante a Administração, na forma de
entrega dos bens ou a realização dos serviços contratados, estando habilitado ao recebimento
de seus créditos (art. 62 e 63 da Lei nº 4.320, de 1964).
A Lei 10.028, de 19 de outubro de 2000, denominada Lei de Crimes Fiscais, tipifica
como crime, ordenar ou autorizar a assunção de obrigação em desacordo com a determinação
do referido artigo 42 da LRF.
Lembrete: O art. 59, § 1º, da Lei nº 4.320/64 veda ao Prefeito, no último mês do
mandato, empenhar despesa cujo valor ultrapasse a soma correspondente ao duodécimo da
despesa prevista no orçamento vigente. São nulos e de nenhum efeito os empenhos e os atos
praticados em desacordo com a regra supracitada, acarretando a responsabilização do
Prefeito, nos termos do art. 1º, inciso V, do Decreto-Lei Nº 201/67.
1.1.2. CANCELAMENTOS DE RESTOS A PAGAR PROCESSADOS OU NÃO RESTOS
A PAGAR PROCESSADOS/LIQUIDADOS4
A componente é variável cuja avalição é indispensável para encontrar a exatidão do
índice atingido face ao art. 42 da LRF. Apesar de alguns governos partirem para o
cancelamento de restos a pagar processados, ou liquidados, desencaminhados por distorcida
visão do art. 359-B, do Código Penal, na redação trazida pela Lei nº 10.028 de 2000, a prática
se revela calote ou, ilícita maquiagem de resultado. Ao revés e a despeito de arguições de ser
impossível a compatibilidade nesse assunto entre a LRF e a Lei de Crimes Fiscais, não se
4 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 70
deve tomar por despesas irregularmente empenhadas os restos a pagar liquidados
(processados) sem cobertura financeira.
"Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena -
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos."
Se da intenção de favorecer o calote se revestisse o código penal, de fato seria
plenamente incompatível com a ordem jurídica e as condições da LRF haveriam de
prevalecer, devido à sua precedência neste caso. E esta nada impõe a respeito do
restabelecimento do equilíbrio fiscal por vias artificiosas. Mesmo porque, para uma lei
genuinamente do ramo financeiro, seria puro contra senso prever dispositivo para o próprio
infrator burlar ditames da ciência contábil e que o ajudaria a dissimular o resultado de sua
anormal execução orçamentária e financeira. Diferente das argumentações em contrário,
parece claro que a lei está apenas estabelecendo a punibilidade daquele que infringir a norma,
e não o induzindo a travestir de legalidade o ato irregular por si praticado, anulando os
registros no encerramento do mandato. Não há, portanto, motivo para vacilações na hora de
manter no saldo contábil os restos a pagar já processados que se encontrem desemparceirados
de recursos financeiros.
1.1.3. RESTOS A PAGAR AINDA NÃO PROCESSADOS5
Alguma controvérsia também ocorre quanto à manutenção de empenhos não
processados no saldo da dívida flutuante, pois poderão ocorrer casos amparados por
disponibilidade financeira para o pagamento. Discute-se a quem cabe o encargo de processar
o cancelamento, a gestão que está deixando a cadeira ou aquele que a está recebendo. Ao que
parece ainda não se chegou a uma posição definitiva para o art. 359-F do Código Penal:
“Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do
montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:”
5 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 71
Importa saber é que - havendo estes - a nova administração está obrigada a cancelar
os restos a pagar inscritos em desconformidade com os dispositivos do art. 42, sob pena de
responder por crime fiscal, tendo em vista o art. 359-F do Código Penal.
Quanto aos empenhos não processados sustentados por lastro financeiro, costumam-se
praticar a denominada liquidação forçada ou, como dizem uns, os “restos a fazer”. Conquanto
a prática pareça imprópria por distorcer a realidade da situação patrimonial, tendo em vista o
regime de competência para as despesas e a inexistência de materialidade que possibilite a
incorporação ao patrimônio, o empenho não processado de recurso vinculado cuja receita já
tenha sido arrecadada deverá ser mantido no passivo financeiro.
A inscrição de ditos “restos a fazer” de despesas financiadas por fontes já recolhidas
ao tesouro fará efeito nulo na execução do orçamento futuro e em nada afetam a realidade do
superávit financeiro do balanço encerrado. Conforme o caso, os “restos a fazer” estão
vinculados ao cumprimento de ajustes conveniais e à demonstração do atendimento de
obrigações legais. Por isso, podem ficar dispensadas do cancelamento para reempenho no
orçamento seguinte e especificamente neste. São exemplos a saúde, diante da regra da Lei
Complementar nº 141/2012, que regula a Emenda Constitucional nº 29/2000, e no mesmo
conceito, os recursos da manutenção e desenvolvimento da educação básica, pela regra do
excesso de arrecadação do último trimestre, do § 4º, do art. 69, Lei n º 9.394/96.
Nesse item, vale aduzir acerca da implicação dos restos a pagar cancelados que os
mesmos, no novo exercício, terão que ser executados no grupo de natureza de despesa
denominado despesas de exercícios anteriores, emoldurada no art. 37 da Lei nº 4.320, de 17
de março de 1964, dispõe:
“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se
tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição
interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente, poderão ser pagas à conta de dotação específica consignada no
orçamento, discriminada por elemento, obedecida, sempre que possível, a ordem
cronológica”.
Os empenhos de restos a pagar cancelados tornarão a ser empenhados no exercício
financeiro da cobrança, em prejuízo a programas aprovados para aquele período. O credor
que possuir o empenho cancelado deverá requerer seu direito primeiramente por via
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 72
administrativa e, se não obtiver sucesso, na via judicial. Fica patente, portanto, que o
cancelamento opera redução do risco de desequilíbrio fiscal e está em conformidade com a
norma respectiva à obediência à ordem cronológica da assunção do compromisso.
Reiterando que o empenho grava em si promessa da fonte de receita, para mais bem
fixar, transcreve-se do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Portaria
Conjunta STN/SOF nº 1, de 20 de junho de 2011, 4ª. Edição, p. 114, as classes em que as
despesas empenhadas podem ser agrupadas:
“(...) Dessa forma, para maior transparência, as despesas executadas devem
ser segregadas em:
a) Despesas liquidadas, consideradas aquelas em que houve a entrega do
material ou serviço, nos termos do art. 63 da Lei 4.320/1964; e
b) Despesas não liquidadas, inscritas ao encerramento do exercício como restos
a pagar não processados.
Despesas empenhadas, mas não liquidadas, inscritas no encerramento do
exercício, correspondendo a restos a pagar não processados.”
1.1.4. APURAÇÃO DA DISPONIBILIDADE FINANCEIRA6
A teor do parágrafo único do art. 42 da LRF: “na determinação da disponibilidade de
caixa serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o final do
exercício”, o que a torna fator indissociável à correta aferição do cumprimento do limite dos
compromissos a pagar.
A necessidade líquida de disponibilidade financeira para cobertura das despesas
contraídas nos dois últimos quadrimestres do mandato em finalização é apurada mediante o
confronto das somatórias dos saldos de Restos a Pagar Processados, ou não Processados, por
fonte de recurso vinculado, relativos a empenhos emitidos entre 1º de maio e 31 de
dezembro, com a disponibilidade Financeira, por fonte de recurso vinculado na data do
fechamento do balanço.
6 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 73
Fica evidenciado, portanto, que a premissa de equilíbrio financeiro aludida no § 1º do
art. 1º, e a verificação do cumprimento do art. 42, seguem a linguagem segregacionista do art.
8º, parágrafo único, quanto ao controle por fonte de recursos financeiros vinculados e
ordinário (de livre alocação pelo Administrador).
1.1.5. ORÇAMENTO VIGENTE
Nos orçamentos, a viabilização de qualquer despesa autorizada depende do sucesso na
realização da fonte de recurso para cobertura, de forma que a deficiência na execução
orçamentária enseja emissão de alerta em face do artigo 59, § 1º, Inciso V, da LRF
A iniciativa privativa do projeto de lei orçamentária é do Pode Executivo (Prefeito)
nos termos do art. 165 da Constituição Federal. Este deverá ser encaminhado ao Poder
Legislativo (Câmara) até 31 de agosto de cada ano, e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa, nos termos do art. 35, § 2º, inciso III do ADCT da
Constituição Federal.
Após a sanção do Poder Executivo (Prefeito), este tem o prazo de 30 (trinta) dias para
estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso,
nos termos do art. 8º da LRF, bem como, dentro desse mesmo prazo, desdobrar as receitas
em metas bimestrais de arrecadação, nos termos do art. 13 da LRF (LC 101/00).
Esse instrumento servirá de parâmetro para que, se verificado ao final de um bimestre
que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado
primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias
subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, nos termos do art. 9º da LC
101/00.
Cabe ainda destacar que, nenhuma emenda poderá ser incluída ao projeto de lei de
diretrizes orçamentárias se estiver incompatível com o plano plurianual, nos termos do § 4º
do art. 166 da Constituição Federal. Em resumo, nenhum programa poderá ser executado se
os instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA) estiverem incompatíveis.
Deve o controle interno acompanhar as alterações orçamentárias realizadas no
exercício, para fins de apuração do cumprimento da legalidade, seja a abertura de crédito
adicional suplementar por decreto, seja por lei específica, bem como, os créditos adicionais
especiais que somente poderão ser autorizados por lei específica.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 74
1.1.6. SISTEMA DE EMPENHAMENTO
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei
nº 4.320/1964: empenho, liquidação e pagamento.
a. Empenho
Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento
de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.
O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado
“Nota de Empenho”, do qual deve constar o nome do credor, a especificação do credor e a
importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução
orçamentária. Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome
do credor no documento Nota de Empenho, em alguns casos, como na Folha de Pagamento,
torna-se impraticável a emissão de um empenho para cada credor, tendo em vista o número
excessivo de credores (servidores).
Caso não seja necessária a impressão do documento “Nota de Empenho”, o empenho
ficará arquivado em banco de dados, em tela com formatação própria e modelo oficial, a ser
elaborado por cada ente da Federação em atendimento às suas peculiaridades. Quando o valor
empenhado for insuficiente para atender à despesa a ser realizada, o empenho poderá ser
reforçado. Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa realizada, o empenho
deverá ser anulado parcialmente. Será anulado totalmente quando o objeto do contrato não
tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente.
Os empenhos podem ser classificados em:
- Ordinário: é o tipo de empenho utilizado para as despesas de valor fixo e
previamente determinado, cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
- Estimativo: é o tipo de empenho utilizado para as despesas cujo montante não se
pode determinar previamente, tais como serviços de fornecimento de água e energia elétrica,
aquisição de combustíveis e lubrificantes e outros; e
- Global: é o tipo de empenho utilizado para despesas contratuais ou outras de valor
determinado, sujeitas a parcelamento, como, por exemplo, os compromissos decorrentes de
aluguéis.
É recomendável constar no instrumento contratual o número da nota de empenho,
visto que representa a garantia ao credor de que existe crédito orçamentário disponível e
suficiente para atender a despesa objeto do contrato. Nos casos em que o instrumento de
contrato é facultativo, a Lei nº 8.666/1993 admite a possibilidade de substituí-lo pela nota de
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 75
empenho de despesa, hipótese em que o empenho representa o próprio contrato.
b. Liquidação
Conforme dispõe o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, a liquidação consiste na verificação
do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito e tem por objetivo apurar
“Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo
credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:
I – a origem e o objeto do que se deve pagar;
II – a importância exata a pagar;
III – a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
As despesas com fornecimento ou com serviços prestados terão por base:
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por
base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.”
c. Pagamento
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque
nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular
liquidação da despesa.
A Lei nº 4.320/1964, no art. 64, define ordem de pagamento como sendo o despacho
exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga.
A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados pelos
serviços de contabilidade.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 76
Fluxograma – Empenhamento
Descrição dos Fluxos de Trabalho
Seq
uência
Descrição
im ão /A
1 SETOR DE EMPENHO
O Setor de Empenhamento tem a função de emitir
as Notas de Empenho da despesa realizada
conforme a seguir:
1.1 Recebe a ordem de compra do setor de compras;
(emissão de empenho prévio pelo compras)
1.2 Verifica a dotação orçamentária;
1.3 Se classificação incorreta, devolve ao setor
de compras;
1.4 Se correta, emite a respectiva Nota de
Empenho;
1.5 Servidor responsável pela emissão assina o
documento e encaminha para contabilidade;
1.6 No caso de cancelamento de despesa pelo
Ordenador de Despesa ou superior, anula a Nota de
Empenho e devolve ao Setor de Compras para
anulação da despesa, consequente retorno da
dotação à origem.
Setor de empenhamento
Verificar dotação
Emite Nota de Empenho
Contabilidade
Anula Nota de Empenho
Compras (Ordem de Pagamento)
Anula Despesa
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 77
1.1.7. DÍVIDA PÚBLICA
1.1.7.1. A DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA7
Genericamente, a dívida pública consolidada de municípios considera os
compromissos de curto prazo ou dívida flutuante, e as exigibilidades de média e longa
duração do passivo permanente ou dívida fundada. O passivo de curto prazo abarca os restos
a pagar, serviços da dívida, os débitos de tesouraria e depósitos de terceiros em geral,
enquanto o endividamento de longo prazo compõe-se pelas obrigações por empréstimos e
financiamentos creditícios, parcelamentos de contribuições previdenciárias e de outras
dívidas, em ambos os grupos precatórios a pagar.
1.1.7.2. O LIMITE DA DÍVIDA PÚBLICA. (ART. 31, § 3º-LRF)8
O limite da dívida consolidada integra o sistema de vigilância constante do
enquadramento da gestão nas premissas de responsabilidades fiscais. Diferente dos demais
exercícios, no último ano de mandato as sanções pela ocorrência de excedente são impostas
imediatamente, sem aguardar os próximos três quadrimestres para o retorno, como seria o
caso nos períodos intermediários.
De modo que, se ocorrer a ultrapassagem dos limites estabelecidos para a dívida
pública consolidada no último ano de mandato do titular do poder ou órgão, as restrições
previstas na LRF aplicam-se de imediato, impedindo-se o ente de:
I – receber transferências voluntárias;
II – obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
III – contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao
refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem a redução das despesas com pessoal.
1.1.7.3. OS LIMITES E CONDIÇÕES DA DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA9
7 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
8 Idem
9 Guia de Recomendações Básicas - (Prefeitos, Vice-prefeitos, Presidentes de Câmaras Municipais, Vereadores
e Dirigentes Públicos em Geral) – TCEPR, 2012.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 78
No exercício da competência prevista na constituição e no inciso I do artigo 30 da
LRF, o Senado Federal baixou as Resoluções n° 40 e n° 43, de 20 de dezembro de 2001,
fixando os limites de endividamento, ou de dívida consolidada, e nestes, ainda, as condições
para as contratações de operações de crédito. Assim, diante da prerrogativa estabelecida no
art. 52, VI e IX, da Constituição Federal, aos Municípios foi fixado o teto correspondente 1,2
(um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, para a dívida consolidada.
1.1.7.4. OPERAÇÕES DE CRÉDITO NÃO COMPUTADAS NO LIMITE DE
ENDIVIDAMENTO10
A Resolução nº 43 de 2001, antes referida, recebeu alterações incluindo hipóteses de
operações que não oneram o limite de endividamento. O plano de contas da contabilidade
dispõe de grupo de contas especifico para as operações enquadradas nesta condição, que são:
as operações contratadas com a União, organismos multilaterais de crédito ou instituições
oficiais federais de crédito ou de fomento, com a finalidade de financiar projetos de
investimento para a melhoria da administração das receitas e da gestão fiscal, financeira e
patrimonial, no âmbito de programa proposto pelo Poder Executivo Federal. Dentre os
programas conhecidos podem ser citados o PMAT e PNAFM; e os contratos no âmbito do
Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente - Reluz, estabelecido com base na Lei nº
9.991, de 24 de julho de 2000.
1.1.8. INFORMAÇÕES AO TRIBUNAL DE CONTAS
“O controlador interno ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, deverá comunicar formalmente ao gestor, assinando-lhe prazo para que se
manifeste e apresente, conforme o caso, plano de ação para saneamento das mesmas.
Em caso de omissão do gestor, ou em não havendo saneamento das
irregularidades ou ilegalidades conforme o plano de ação estabelecido, o controlador
interno dará imediato conhecimento ao do Tribunal de Contas do Estado do Paraná,
encaminhando o relatório de auditoria, sob pena de responsabilidade solidária.
10
Idem.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 79
O comunicado do Controlador Interno ao do Tribunal de Contas deverá informar as
providências adotadas pelo gestor para corrigir a irregularidade apurada e ressarcir o eventual
dano causado ao erário.
Todos os agentes públicos são responsáveis, proporcionalmente às suas competências
e atribuições, pela eficiência e eficácia dos controles internos.
Qualquer cidadão, partido político, associação ou entidade sindical é parte legítima
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas
do Estado.”11
11
Processo nº 40488-4/12 – TCEPR.
Curso: Mesa Diretora 2ª turma 04, 05 e 06 de Fevereiro/Curitiba Página 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, Milton Mendes. Controle Interno na Administração Pública Municipal.
Curitiba: Juruá, 2006.
BOTELHO, Milton Mendes. Manual de Controle Interno – Teoria & Prática. Curitiba:
Juruá, 2005.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE: Princípios Fundamentais e Normas
Brasileiras de Contabilidade – Auditoria e Perícia. Brasília, Conselho Federal de
Contabilidade, 2008.
BRASIL. Constituição da República Federativa: Promulgada em 5 de outubro de 1988.
Coleção Saraiva de Legislação. 19. Ed. São Paulo: Saraiva, 1988.
MACHADO JÚNIOR, L. Teixeira; REIS, Heraldo da Costa. A Lei 4320 Comentada: com a
introdução de comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. 30 ed. Rio de Janeiro: IBAM,
2000/2001.
Auditoria externa, interna e governamental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2005. Auditoria
conceitos e aplicações. São Paulo: Atlas, 1998.
MANUAL DE CONTROLE INTERNO, ISET, Curitiba – PR.
Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000.
Manual do Fundeb – MEC.
Parabéns por se qualificar!
Agora você faz parte da classe capacitada, que contribui para o progresso nos serviços públicos!
Obrigado pela atenção
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ANOTAÇÕES: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Enquete (opcional)
Nome completo:______________________________ Município:_________________
1° Como ficou sabendo do curso
( ) Site ( ) E-mail ( ) Ligação ( ) Folder ( ) Mensagem no celular
( ) Indicação ( ) Outro ______________________________________________
2º Qual sua avaliação quanto a Escola Unipública
Atendimento ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
Acomodações ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
Programação ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
3º Qual sua nota ao ministrante Jonias de O. e Silva ( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
4º Qual sua nota ao ministrante Luciano Marlon Ribas Machado
( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
5º Qual sua nota ao ministrante Ednilson da Silva Mota ( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
6º Qual sua nota ao Curso
( ) 30 ( ) 50 ( ) 70 ( ) 80 ( ) 90 ( ) 100
7º Quais temas gostaria que abordássemos nos próximos cursos ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8º Em qual hotel está hospedado, e qual nota
( ) Granville ( ) Caravelle ( ) Curitiba ( ) Del Rey ( ) Elo Inn ( ) Tibagi
( )Outro ______________
Nota:______ Justifique:_________________________________________________
9º Como realizou sua reserva
( ) Por intermédio do Departamento de Hospedagem Unipública
( ) Entrei em contato diretamente com o hotel
Deixe suas sugestões, elogios ou críticas aos Ministrantes e/ou ao Curso
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Muito obrigado! Sua opinião é muito importante para nós!
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EM CASO DE EMERGÊNCIA