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CEDUP de Chapecó Curso Técnico de Enfermagem Anatomia Humana Prof. Bióloga Adriana Regina Boneti SISTEMA MUSCULAR 1. Conceito de músculos Em qualquer movimento realizado, mesmo o mais discreto, como mexer o dedo do pé ou piscar o olho, utiliza-se a musculatura. Os músculos distribuem- se por todo o corpo, sendo responsáveis por todo e qualquer movimento, intencional ou não. Ao dobrar firmemente o braço, você fará um movimento de flexão contraindo o músculo bíceps, que ficará mais curto e grosso; ao estendê-lo, o músculo retornará a seu tamanho original. Quando nos espreguiçamos, acontece um alongamento nos músculos. Músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimentos. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica. O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares. Número: é clássico admitir-se a existência de 501 músculos no corpo humano. Peso: o peso da musculatura varia geralmente de 40 a 45%do peso corporal total, ou seja, em um indivíduo de 70 kg, 30 kg são de músculos. 2. Composição química dos músculos Os músculos possuem os seguintes componentes: Água: abrange 75% da musculatura. Proteína: a actina e a miosina são componentes protéicos principalmente das fibrilas (fibras muito finas), que respondem pela capacidade de contração dos músculos (gera movimentos celulares e musculares, juntamente com ATP). A miosina é o motor, os filamentos de actina são os trilhos e o ATP, o combustível . Lipídios: armazenados nos músculos como elemento de reserva e utilizados nas reações energéticas. Sais de fósforo nitrogenados: importante fonte de energia (fósforo constituição do esqueleto e dos dentes – sais minerais) Substâncias minerais (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc): influenciam nas transformações químicas musculares na sua contração Glicogênio: armazenado em grande quantidade nas células musculares do fígado, transforma-se em glicose quando houver necessidade de energia para

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CEDUP de ChapecóCurso Técnico de Enfermagem

Anatomia HumanaProf. Bióloga Adriana Regina Boneti

SISTEMA MUSCULAR

1. Conceito de músculos

Em qualquer movimento realizado, mesmo o mais discreto, como mexer o dedo do pé ou piscar o olho, utiliza-se a musculatura. Os músculos distribuem-se por todo o corpo, sendo responsáveis por todo e qualquer movimento, intencional ou não. Ao dobrar firmemente o braço, você fará um movimento de flexão contraindo o músculo bíceps, que ficará mais curto e grosso; ao estendê-lo, o músculo retornará a seu tamanho original. Quando nos espreguiçamos, acontece um alongamento nos músculos.

Músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são capazes de transmitir-lhes movimentos. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso. Os músculos são capazes de transformar energia química em energia mecânica.

O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares.

Número: é clássico admitir-se a existência de 501 músculos no corpo humano. Peso: o peso da musculatura varia geralmente de 40 a 45%do peso corporal total, ou seja, em um indivíduo de

70 kg, 30 kg são de músculos.

2. Composição química dos músculos

Os músculos possuem os seguintes componentes: Água: abrange 75% da musculatura. Proteína: a actina e a miosina são componentes protéicos principalmente das fibrilas (fibras muito finas), que

respondem pela capacidade de contração dos músculos (gera movimentos celulares e musculares, juntamente com ATP). A miosina é o motor, os filamentos de actina são os trilhos e o ATP, o combustível .

Lipídios: armazenados nos músculos como elemento de reserva e utilizados nas reações energéticas. Sais de fósforo nitrogenados: importante fonte de energia (fósforo constituição do esqueleto e dos dentes – sais

minerais) Substâncias minerais (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc): influenciam nas transformações químicas

musculares na sua contração Glicogênio: armazenado em grande quantidade nas células musculares do fígado, transforma-se em glicose

quando houver necessidade de energia para as células. (Sistema endócrino – os carboidratos que ingerimos após a digestão são armazenados no nosso organismo na forma de glicogênio hepático (fígado) e glicogênio muscular (músculos). O Hepático é para a manutenção da glicemia entre as refeições, funciona como reserva de glicose para ser usada por outros tecidos, já o glicogênio muscular é usado pelo próprio músculo, como fonte de energia na contração muscular.

3. Atividade mecânica dos músculos

Os músculos agem pelo encurtamento das fibras, que são transmitidas passivamente pelo tendão. Entretanto, se o ângulo de inserção do tendão sobre o osso não for adequado, a contração muscular não provocará o movimento do músculo.

Sob o ponto de vista de mecânica muscular, os músculos possuem três propriedades: Contratilidade: na realização de um trabalho, o músculo se contrair tornando-se mais alto e volumoso. Elasticidade: é a capacidade de se distender e de voltar ao estado anterior ao da contração (alongamento). Excitabilidade: é a propriedade de se contrair mais violentamente, quanto mais forte for o agente causador

(capacidade de responder a um estímulo nervoso)

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4. Trabalho muscular

O trabalho muscular abrange:

Contração e relaxamento dos músculos para a movimentação ou fixação de partes do esqueleto. Reações químicas nas fibras musculares (metabolismo muscular).

Os músculos são importantes na obtenção de energia a partir do glicogênio trazida para a corrente sanguínea ou armazenado no próprio músculo. As enzimas celulares e o oxigênio participam do processo de decomposição do glicogênio, cujas transformações químicas liberam:

Energia: utilizadas pelas fibras musculares para realizar a contração ou relaxamento muscular. Corresponde 30% do total de energia gerada.

Calor: os 70% da energia restante são transformados em calor que, juntamente com o gerado pelos órgãos da cavidade abdominal e torácica, é transportado pela corrente sanguínea para manter o equilíbrio térmico corporal. A temperatura corporal constante é obtida através do equilíbrio entre a formação de calor e a cessão de calor (realizada principalmente pelos pulmões).

Ácido lático, creatinina e ácido fosfórico: são considerados produtos finais do metabolismo muscular e são reaproveitados na recuperação de determinadas substâncias químicas, ou transportados pela corrente circulatória para os órgãos de eliminação.

O ATP (adenosina trifosfato) é o produto da decomposição do glicogênio; o ATP e o cálcio são fundamentais para que o músculo consiga se contrair e relaxar.

Para repor o ATP gasto na contração muscular, o organismo metaboliza substâncias com energia como o fosfato de creatinina, o glicogênio, a glicose e as gorduras. Essas substâncias são transformadas em ATP através do metabolismo aeróbico (na presença de oxigênio) anaeróbico (sem oxigênio) ou do fosfato de creatinina.No metabolismo anaeróbico, existe a formação de ácido lático, responsável pela dor muscular ou cãibras após um exercício pesado.

5. Funções dos músculos

Produção dos movimentos corporais: movimentos globais do corpo, como andar e correr. Estabilização das posições corporais: a contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e

participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar. Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas anelares dos músculos lisos (esfíncteres)

pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco). Movimento de sustentação dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos das paredes dos vasos

sanguíneos regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimento, urina e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.

Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.

6. Fadiga muscular

Quando uma pessoa realiza um esforço muscular muito intenso, é comum ela ficar cansada e sentir dores na região muscular mais solicitada. É a fadiga muscular, que ocorre por causa do acúmulo de ácido lático no músculo.

Em situação de intensa atividade muscular, os músculos estriados esqueléticos necessitam de muita energia. Essa energia é obtida pela “queima” de alimento com o uso de gás oxigênio. Mas, nesse caso, parte da energia necessária para a atividade muscular é obtida também por um tipo de fermentação, um mecanismo de “queima” de alimento sem utilização gás oxigênio. A fermentação que ocorre no músculo é chamada fermentação láctica, pois gera ácido láctico como produto final.

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Após um período de repouso, o ácido láctico presente no músculo da pessoa é “queimado”, e as dores musculares desaparecem.

7. Tipos de contrações

O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:

Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: trazer um livro que estava sobre a mesa ao encontro da cabeça.

Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração: Ex: idem anterior, porém quando recolocamos o livro sobre a mesa.

Contração Isométrica: servem pra estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: idem ao anterior, porém quando o livro e sustentado em abdução de 90C.

8. Fibra muscular

O tecido muscular consiste de células contráteis especializadas, ou fibras musculares, que são agrupadas e dispostas de forma altamente organizada. Cada fibra de músculo esquelético apresenta dois tipos de estruturas filiformes muito delgadas, chamadas miofilamentos grosso (miosina) e finos (actina)

9. Tecido conjuntivo

As principais funções do tecido conjuntivo são de sustentação e preenchimento, de forma a manter a estrutura dos outros tecidos. Tem ainda finalidades de reparação, defesa e nutrição. A função de nutrição decorre da íntima associação desse tipo de tecido com os vasos sanguíneos, enquanto a defesa depende da produção de anticorpos e da existência de células com atividade fagocitária.O tecido conjuntivo se caracteriza por uma grande variedade de células, com abundante material intercelular. Esse material é constituído de uma substância fundamental amorfa, na qual estão mergulhadas fibras colágenas, elásticas e reticulares. As células características do tecido conjuntivo são:

fibroblasto, que se encarrega da formação da substância amorfa e de fibras. macrófago, célula de defesa do organismo, capaz de ingerir partículas líquidas (pinocitose) ou sólidas

(fagocitose),

célula mesenquimatosa indiferenciada, capaz de originar qualquer tipo de célula do tecido conjuntivo.

mastócito, que sintetiza heparina (anticoagulante) e histamina, substância que tem ação direta no aumento da permeabilidade dos vasos capilares.

plasmócito, cuja função principal é sintetizar gamaglobulinas específicas, ou seja, anticorpos de uma grande variedade de antígenos.

células adiposas, que armazenam gorduras neutras em vacúolos citoplasmáticos.

leucócito, ou glóbulo branco do sangue, célula móvel com função de defesa, que pode se deslocar entre o sangue e o tecido conjuntivo.

10. Classificação dos músculos

Quanto à situação

Superficiais ou cutâneos: estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região hipotenar).Ex: plastina

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Profundos ou subaponeuróticos: Profundos ou subaponeuróticos: são músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial.Ex. Pronador quadrado.

Quanto à forma

Longos: são encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar duas ou mais articulações.Ex. Bíceps braquial.

Curtos: encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força nem especialização

Largos: caracterizam-se por serem laminares. São eontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e abdome)Ex.diafragma

Superficiais ou cutâneos

Profundos ou subaponeuróticos

Longos Curtos Largos

Quanto à disposição da fibraReto: paralelo à linha mediana. Ex. reto abdominal.Transverso: perpendicular a linha mediana. Ex. transverso abdominalOblíquo: diagonal a linha mediana. Ex. Oblíquo externo.

Quanto à origem e inserçãoOrigem: quando se originam de mais de um tendão. Ex. Bíceps, Quadríceps.Inserção: Quando se inserem em mais de um tendão. Ex. Flexor longo dos dedos.

11. Quanto à função

Agonistas: são os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: pegar uma chave sobre a mesa. Agonistas são os flexores dos dedos.

Antagonistas: músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores dos dedos.

Sinergistas: são aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergista são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.

Fixadores: estabilizam a origem dos antagonitas de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move a parte distal.

12. Contração Muscular

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Muitos dos movimentos não se originam da ação isolada de um único músculo , mas da ação conjunta de vários deles, para manter o equilíbrio muscular e harmonia do movimento, os músculos antagônicos executam movimentos opostos aos dos sinérgicos (músculos que cooperam com outros músculos), ou mantêm-se relaxados.

O músculo contraído, para poder voltar a sua posição normal, necessita ser esticado pelos antagônicos e pelo peso da parte do corpo existente na área.

Os músculos sinérgicos e antagônicos estão de tal maneira coordenados que , quando um dos seus músculos se contrai, os demais são acionados parcialmente ou totalmente.

Os músculos em repouso corpóreo aparente não se encontram completamente relaxados e nem contraídos; essa característica muscular denomina-se tônus muscular, que é controlada pelo sistema nervoso e consiste na contração muscular parcial normal.

A tonacidade muscular poderá aumentar ou diminuir de acordo com o estado psíquico da pessoa, os exercícios físicos e os movimentos.

Para que um músculo funcione, ou seja, para a realização do movimento, faz-se necessário um comando do cérebro - enviado pelos nervos motores e cujo resultado é a contração muscular.

13. Quanto à nomenclatura

O nome dado aos músculos é derivado de vários fatores, entre eles o fisiológico e o topográfico:

Ação: extensor dos dedos, levantador do lábio superior.

Ação associada à forma: pronador redondo e pronador quadrado ( virar para baixo).

Ação associada à localização: flexor profundo dos dedos.

Forma: músculo Deltóide (letra grega delta); rombóide (forma geométrica), etc.

Localização: tibial anterior (situado por diante da tíbia), poplíteo (região posterior do joelho).

Número de cabeça de origem (feixes de inserção proximal): bíceps, tríceps, quadríceps (respectivamente 2, 3 e 4 feixes de origem).

14. Tipos de músculos

Musculatura Esquelética Estriada

Músculos Estriados Esqueléticos: são músculos que se movimentam de acordo com a nossa vontade. São chamados de voluntários, têm contração rápida e atendem a vida de relação ( do indivíduo com o meio ambiente) (neurônios motores).

Este tipo de músculo contém terminações nervosas para dor e possui proprioceptores sendo responsáveis pela produção de movimentos e manutenção da postura corporal.

É denominado estriado por possuir estriações transversais (claras e escuras) formadas pela deposição / formação das proteínas actina e miosina. (podem ser vistas no microscópio óptico)

Esse tipo de músculo possui tendões que ligam o músculo no osso.

Musculatura lisa ou Visceral

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São encontrados nas paredes dos vasos (principalmente artérias) e dos órgãos como os do aparelhos digestivo, respiratório, genital e urinário.

Esses músculos contraem-se lentamente e funcionam independente da nossa vontade; sendo chamados involuntários. São inervados pelo sistema nervoso autônomo e se referem à vida vegetativa. Ex: depois de ingerirmos alimentos, o estômago e os intestinos funcionam alheios à interferência de nossa vontade. Ex: impulsionam sangue, urina, esperma, bile, etc.

Músculo Estriado Cardíaco

Uma grande e importante exceção a essa classificação estrutural é fornecida pelo coração, no qual encontramos fibras musculares estriadas, mas com funcionamento involuntário, idêntico ao das fibras lisas, inervado que é pelo sistema nervoso autônomo

É o tipo de tecido muscular que forma a camada muscular do coração, conhecida por miocárdio. Também chamado tecido muscular estriado esquelético cardíaco. Possui movimento involuntário.

O coração é formado por três tipos principais de músculos: Ventricular: contrai de forma parecida com o músculo estriado, mas a duração de contração é maior. Atrial: contrai de forma parecida com o músculo estriado, mas a duração de contração é maior. Fibras musculares excitatórias e condutoras: só se contraem de modo mais fraco, pois contém poucas

fibrilas contráteis, ao contrário, apresentam ritmicidade e velocidade de condução variáveis formando um sistema excitatório para o coração.

Morfologia do tecido muscular cardíaco

As fibras se dispõem lado a lado, juntando-se e separando-se entre si, através de “junções de abertura”. Nesta disposição das fibras, a vantagem é que o impulso, uma vez atingindo uma célula, passa com grande facilidade as outras. Existem dois sincícios o atrial e o ventricular.

Os dois são separados por uma membrana de tecido fibroso, que possibilita a contração nas fibras que compõem o sincício atrial ocorra em tempo diferente da que ocorre no sincício ventricular.

Isso ocorre para a perfeição do batimento cardíaco, ou seja, enquanto o átrio se contrai (sístole) o sangue é ejetado para o ventrículo (diástole), e quando o átrio relaxa (diástole), o ventrículo se contrai (sístole), proporcionando assim o fechamento das válvulas e impulsionando o sangue para as artérias. Portanto, o “atraso” dos impulsos, ocasionado pela membrana de tecido fibroso entre átrios e ventrículos, causa diferença de contração entre eles (controladas pelo sistema nervoso autônomo).

15. Componentes dos músculos Ventre muscular: é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem, constitui

o corpo do músculo (porção carnosa). Tendão: é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas (esbranquiçadas) e que serve para

fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros.

Aponeurose: é uma estrutura formada por tecido conjuntivo. Membrana que envolve grupos musculares. Geralmente apresenta-se em forma de lâminas ou em leques.

Bainhas tendíneas: são estruturas que formam pontes ou túneis entre as superfícies ósseas sobre as quais deslizam os tendões. Sua função é conter o tendão, permitindo-lhes um deslizamento fácil.

Bolsas sinoviais: são encontradas entre os músculos ou entre um músculo e um osso. São pequenas bolsas forradas por uma membrana serosa que possibilita o deslisamento muscular.

Fáscia: são membranas conjuntivas que revestem os músculos, separando-os entre si, formando verdadeiras bainhas elásticas que permitem o deslizamento de um músculo sobre o outro , mas impedindo os seus desvios laterais.

16. Grupos Musculares

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Músculos da cabeça

Os músculos da cabeça são subdivididos em músculos que se relacionam com o crânio e os músculos que se relacionam com a face. Todos eles são pares; a única exceção é constituída pelo orbicular da boca.

Os músculos da face contraem-se e relaxam-se inúmeras vezes, o que nos permite expressar sensações como sorrir, chorar, espantar-se, sentir dor, raiva, etc. Cada uma dessas expressões envolve movimentos de diversos músculos faciais, também conhecidos como mímicos.Ao nos alimentarmos faz-se necessária a mastigação, processo que exige a participação dos músculos mastigadores.

O primeiro grupo é dos cutâneos (cuticulares ou da mímica), que servem para a expressão fisionômica (atenção, alegria, preocupação, tristeza, etc), uma de suas inserções se faz sempre com a cútis (pele)

O outro grupo de músculos são chamados mastigadores porquanto movimentaam a mandíbula; uma de suas inserções se faz sempre nesse osso.

Na Cabeça:

Frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado. Agindo isoladamente, eleva as sombrancelhas de um lado ou de ambos os lados.

Epicrânio: traciona para trás o couro cabeludo, elevando as sombrancelhas e enrugando a fronte. Temporoparietal: estica o couro cabeludo e traciona para trás a pele das têmporas. Expressão de medo

e horror. Occipital: movimenta o escalpo (couro cabeludo) tracionando para trás, elevando as sombrancelhas e

enrugando a fronte.

Na Face:

Orbicular do olho (orbicular das pálpebras): abrir e fechar os olhos. Corrugador do supercílio (ciliar ou superciliar): enruga o supercílio. Depressor do supercílio: abaixa o supercílio Prócero (piramidal): situado no dorso do nariz. Provoca rugas transversais no dorso da base do nariz

(cenho franzido). Nasal (transverso do nariz): dilatadora da asa do nariz. Depressor do septo: abaixa o ápice do nariz Auricular anterior: traciona o pavilhão da orelha para frente e para cima Risório (risório de santorini): repuxa lateralmente o ângulo da boca determinando a expressão de

sorriso. Zigomático menor: confere a expressão de desprezo. Zigomático maior: é o maior responsável pela risada (no tétano, sua contratura determina o riso

sardômico: forçado e sarcástico). Masseter: cobre lateralmente o osso da mandíbula e com o músculo temporal (sobre o osso temporal)

são os músculo da mastigação Pterigoídeo lateral: mastigação Bucinador: é o músculo da bochecha, reforçando-o para trituração dos alimentos. Orbicular da boca (orbicular dos lábios): situa-se em volta dos lábios e é responsável pelo sopro,

sucção, beijo estalado e assobio. Levantador (elevador comum) do lábio superior e da asa do nariz: sua contração levanta e revira para

diante o lábio superior e eleva a asa do nariz, contribuindo para a dilatação da narina. Levantador (elevador próprio) do lábio superior: levanta o lábio superior. Levantador do ângulo da boca (canino): do choro ou do riso Depressor do ângulo da boca: expressão de tristeza Depressor do lábio inferiror: atua na projeção do lábio inferior e na contração do queixo, expressão de

ironia.

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Mentoniano: eleva e projeta para fora o lábio superior e enruga a pele do queixo

Músculos do pescoço : Plastina: localizada na região anterior ao pescoço, traciona o lábio inferior e o ângulo bucal, abrindo

parcialmente a boca (expressão de horror). Puxa a pele sobre a clavícula em direção à mandíbula) Digástrico: elevação do osso hióide e abaixamento da mandíbula (abertura da boca). Estilo-hióide: elevação e retração do osso hióide. Milo-hioídeo: elevação do osso hióide e da língua Gênio-hioídeo: tração anterior do osso hióide e da língua Omo-hioídeo: baixar o osso hióide Esterno-hioídeo: baixar o osso hióide Esternotireoídeo: baixar a cartilagem da tireóide Esternocleideomastoideo: flexão da cabeça Escaleno: ação inspiratória Reto lateral: inclinação homolateral da cabeça Reto anterior: flexão da cabeça

Músculos do tronco

No Tórax: Trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo responsável pela elevação dos ombros, é

nele que se realiza a massagem de conforto. Grande dorsal: situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal levar o braço para

trás. Peitoral maior: como o nome indica, localiza-se no peito, permitindo o movimento do braço para

frente. Peitoral menor: eleva as costelas, inspiração Subclávio: depressão da clavícula e do ombro Grande denteado: situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das costelas, ajudando,

dessa forma, o processo de respiração. Serrátil anterior: ação inspiratória, propulsão do ombro Goteira vertebral: extensão e inclinação lateral ou rotação da coluna vertebral Levantador das costelas: elevam as costelas, influindo na inspiração Levantador da escápula: eleva a escápula. Rombóide: adução da escápula (afastamento)

No Abdome:

A musculatura abdominal é também responsável pela sustentação do peso e pressão dos órgãos viscerais.

Na prática de seu trabalho três posições distintas são muito utilizadas: decúbito dorsal - quando o corpo se encontra com o dorso (costas) em contato com a superfície de apoio (maca ou leito); decúbito ventral - quando o corpo está apoiado sobre o ventre (de barriga para baixo); decúbito lateral - quando o corpo está apoiado em um lado específico, seja o direito ou o esquerdo.

Reto abdominal: localiza-se na frente do abdome ou barriga, sendo responsável por dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na inspiração (entrada de ar no organismo) forçada.

Oblíquo externo: situa-se nos lados do abdome; atua comprimindo as vísceras e inclinando o tórax para a frente.

Diafragma: inspiratório, pois diminui a pressão interna da caixa torácica permitindo a entrada do ar nos pulmões, estabilização da coluna vertebral e expulsões (defecação, vômito, miccção e parto)

Oblíquo interno: realiza a rotação do tórax para o mesmo lado.

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Oblíquo externo: rotação do tórax girando para o mesmo lado / flexão do tronco e aumento da pressão intra-abdominal.

Transverso: aumenta a pressão intra-abdominal e estabilização da coluna vertebral Iliopsoas: flexão da coxa, flexão da coluna lombar (30 e 90 C) e inclinação homolateral

Músculos dos membros superiores

a região do braço localizam-se os músculos com grandes massas, responsáveis pela força:

Deltóide: encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço, é nele que se aplica a injeção intramuscular.

Supra-espinhal: auxilia o deltóide na abdução do braço (ligeiro movimento de rotação medial) Redondo maior: adutor do braço , rodando-o ligeiramente no sentido medial. Suscapular: roda medialmente o braço Braquio radial: flexão do cotovelo. Pronação e supinação Bíceps: localiza-se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do antebraço sobre sim

mesmo, é bem delineado em pessoas que exercem práticas esportivas. Tríceps: situa-se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps Flexor dos dedos: situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos dedos. Extensor dos dedos: localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo responsável pelo afastamento

dos dedos.

Membros inferiores Grande glúteo ou glúteo superior: localiza-se nas nádegas e permite a extensão da coxa. Glúteo médio: formam a nádega Glúteo mínimo: formam a nádega Periforme: aloja o trocanter maior do fêmur Quadríceps: situa-se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão da perna. Costureiro: é o músculo mais longo do corpo, inicia-se no quadril, cruza a coxa e termina na lateral

interna do joelho; sua função é aproximar a coxa do abdome. Bíceps crural ou femoral: localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o movimento de flexão

das pernas. Gêmeos ou gastrocnêmios: situa-se na face posterior da perna (“batata” da perna) e são responsáveis

pela extensão dos pés. Quadrado da coxa: Tensor da fáscia lata: Flexão, abdução e rotação medial do quadril e rotação lateral do joelho Sartório (ou costureiro): Flexão, abdução e rotação lateral da coxa e flexão e rotação medial do joelho Sóleo: auxilia na flexão da coxa rodando-a lateralmente. Grácil: Fraco adutor da coxa, e auxilia na flexão da perna Extensor curto dos dedos: auxilia na extensão dos quatro primeiros dedos dos pés. Tibial anterior: é um músculo importante porque é o mais frequentemente comprometido na paralisia

infantil (poliomielite anterior aguda)

Canal inguinal: Espaço em forma de meia lua, bastante importante , principalmente porque constitui local de menor resistência, onde podem se dar as hérnias inguinais.

Canal femoral: é um local de menor resistência , por onde podem se fazer hérnias , principalmente na mulher (hérnia femorais ou curais). Situado no plano que delimita o abdome com a raiz da coxa.

Trigono femoral (triângulo de escarpa): é um triângulo que se projeta no 1/3 superior da face anterior da coxa.

Canal adutor: é um canal que aloja os vasos femorais e o nervo safeno.

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