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APOSTILA NOÇÕES DE FARMACOLOGIA

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APOSTILA NOÇÕES DE FARMACOLOGIA

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HISTÓRICO E EVOLUÇÃO

Na Antiguidade, a origem das doenças, até os filósofos gregos, era quase sempre atribuída às

causas sobrenaturais como castigo dos deuses ou infringida por outrem sob a forma de

intenções ruins como “mau-olhado” ou outros meios semelhantes. A preocupação com a

explicação da saúde e da doença, sem ser em bases sobrenaturais, nasceu com a filosofia

grega, e, sua busca de uma explicação da constituição da natureza.

As precursoras de nossas atuais farmácias foram as apotecas ou boticas, surgidas no século X.

Porém, desde os primórdios da humanidade a atividade do farmacêutico já era valiosa para a

saúde das pessoas. Cerca de 2.600 anos atrás os chineses já desenvolviam seus remédios,

extraindo de plantas, drogas para a cura das doenças. Os egípcios, há 1.500 anos, também já

preparavam seus remédios a partir de plantas, sais de chumbos, cobre e unguentos de banha

de alguns animais selvagens. Os brâmanes(3), na lndia, desenvolveram remédios a partir de

600 tipos diferentes de plantas medicinais, e os assírios conheceram mais de 200 drogas

diferentes. Os gregos promoviam a “ciência” de curar em templos, nos quais eram realizados

“fórmulas mágicas”, “conjurações” ,e “procedimentos”, que, aos olhos modernos, poderiam

ser vistos como metapsíquicos(4). Os romanos tinham a prática da manipulação e aplicação

de substâncias consideradas curativas como tarefas de escravos.

A palavra Farmacologia é derivada de pharmakon, de origem grega, com vários

significadosdesde uma substância de uso terapêutico ou como veneno, de uso místico ou

sobrenatural,sendo utilizados na Antigüidade como remédios (ou com estes objetivos) até

mesmo insetos,vermes e húmus. Provavelmente, as plantas tiveram influência importante na

alimentação,para alívio, e, também para casos de envenenamento do homem primitivo.

Algumas plantas e animais com características tóxicas, já eram utilizados para a guerra,

execuções de indivíduos,e, para a caça.

A palavra droga origina do holandês antigo droogque significa folha seca, pois,

antigamentequase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. Embora em francês

droguesignifique erva, relacionada por alguns autores como a origem da palavra droga, a

maioria dos autores, fundamentando-se em antigos dicionários, afirmam que se deve a palavra

droogaorigem do nome.

Embora a Farmacologia tenha sido reconhecida como ciência no final do século XIX, na

Alemanha, as ervas já serviam para a manipulação de remédios há bastante tempo, e, asdrogas

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de origem vegetal predominaram no tratamento das doenças até a década de 1920quando a

indústria farmacêutica moderna iniciou o desenvolvimento produzindo produtosquímicos

sintéticos.

FARMACOLOGIA

É a ciência que estuda as ações dos fármacos no organismo vivo, compreende

mecanismos de ação, absorção, distribuição, eliminação, usos terapêuticos e

empregos das

substâncias medicamentosas.

RESPONSABILIDADE: TODA A EQUIPE

Observação diligente e inteligente, integridade moral e bom senso na administração de

medicamentos

- condição para ser um profissional brilhante na área da farmacologia.

II. NOÇÕES SOBRE FARMACOLOGIA

1. DEFINIÇÕES:

Medicamento - É toda a substância que, introduzida no organismo humano, vai preencher

uma das seguintes finalidades:

* Preventiva ou Profilática: quando evita o aparecimento de doenças ou reduz a gravidade da

mesma.

* Diagnóstica: localiza a área afetada.

* Terapêutica: quando é usada no tratamento da doença.

Droga – É toda substância originada do reino animal e vegetal que poderá ser

transformada em medicamento.

Medicamento - Produto farmacêutico, tecnicamente elaborado com finalidade profilática,

curativa, paliativa ou para fins de diagnótico.

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Dose - É uma determinada quantidade de medicamento introduzida no organismo para

produzir efeito terapêutico e promover alterações ou modificações das funções do

organismo ou do metabolismo celular.

Fórmula farmacêutica – é o conjunto de substâncias que compõem a forma

pela qual os medicamentos são apresentados e possui os seguintes componentes: princípio

ativo (agente químico), o corretivo ( sabor, corantes, açúcares) e o veículo (dá volume, em

forma de talco, pós).

Forma farmacêutica – é a maneira física pela qual o medicamento se apresenta.

Ex: comprimido.

Remédio - Todo meio usado com fim de prevenir ou de curar as doenças.

Prescrição medicamentosa – é o documento ou a principal fonte de

informações. Deve ser autolimitada, nela deve constar o nome do paciente, a data da

prescrição, o registro e o nome do medicamento, a dose, a freqüência e horário da

administração e a assinatura e carimbo do profissional. Só poderá ser verbal em situação de

emergência.

Princípio Ativo - E a substância isolada do órgão animal ou vegetal, que

contém atividade farmacológica.

OUTROS CONCEITOS

* Medicamentos Simples - Aqueles usados a partir de um único fármaco.Ex. Xarope de

Vitamina C.

* Medicamento Composto - São aqueles preparados a partir de vários fármacos.

Ex.Comprimido de Acido Salicílico+ Cafeína.

* Medicamento de Uso Externo - São aqueles aplicáveis na superfície do corpo ou nas

mucosas.

Ex.Cremes, Xampus...

* Medicamentos de Uso Interno - São aqueles que se destinam à administração no

interior do organismo por via bucal e pelas cavidades naturais ( vagina, nariz, ânus, ouvidos,

olhos etc..)

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* Medicamentos Oficinais ou de Manipulação - São aqueles preparados na própria farmácia,

de acordo com normas e doses estabelecidas por farmacopéia ou formulários e com uma

designação uniforme.

* Efeito Adverso ou Indesejado - Ação diferente do efeito planejado.

Medicamentos Placebos - São substâncias ou preparações inativas, administradas para

satisfazer a necessidade psicológica do paciente de tomar drogas.

* Medicamentos Homeopáticos: são preparados a partir de substâncias naturais provenientes

dos reinos animal, vegetal e mineral, e não apenas plantas como muitos acreditam.

2. ORIGEM DOS MEDICAMENTOS:

Segundo a sua origem os medicamentos podem ser:

* Naturais: extraídos de órgãos, glândulas, plantas ou peçonhas de animais. Ex: Insulinas

* Sintéticos: preparados com o auxílio de matéria-prima natural, são resultados

exclusivamente do trabalho de laboratórios. Ex: alguns antibióticos.

* Semi-Sintéticos: resultam de alterações produzidas em substâncias naturais, com a

finalidade de modificarem as características das ações por elas exercidas.

3. AÇÃO DOS MEDICAMENTOS:

Os medicamentos agem no organismo vivo sob várias maneiras, produzindo efeito ou ação.

3.1 Ação Local: Aquele que exerce seu efeito no local da aplicação.

- Pele: Através da aplicação direta. (aplicação de pomada em uma ferida).

- Corrente Sangüínea: contaste radiológico.

- Mucosa: Supositório retal , aplicação vaginal ou instilação na conjuntiva.

3.2 Tipos de ação local :

a) Anti-séptico: Impede o desenvolvimento de microorganismos. Ex: álcool iodado,

clorexedina.

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b) Adstringente: Medicamento que contrai o tecido. Ex: loção para fechar os poros.

c) Irritante: Medicamentos que irritam os tecidos.

d) Paliativo: Aplicado no local para alívio da dor.

e) Emoliente: Lubrifica e amolece o tecido.

f) Anestésico: Paralisa as terminações nervosas sensoriais.

3.3 Ação Geral ou Sistêmica: para produzir um efeito geral, é necessário que o remédio caia

na corrente sangüínea, pois através dela o medicamento atinge o órgão ou tecido sobre o qual

tem ação específica.

3.4 Tipos de ação geral ou sistêmica

a) Estimulante: aumentam a atividade de um órgão ou tecido. EX: Cafeína estimula o SNC.

b) Depressor: diminuem as funções de um tecido ou órgão Ex.: Morfina deprime o SNC.

c) Cumulativo: medicamento cuja a eliminação é mais lenta do que sua absorção, e a

concentração do mesmo vai aumentando no organismo. Ex.. Digitalina

d) Antiinfeccioso: Capaz de destruir os microorganismos responsáveis por uma infecção.

e) Antagônicos: Quando as duas ou mais substâncias administradas têm efeito contrário.

4. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS MEDICAMENTOS:

Os medicamentos são apresentados no mercado nos seguintes estados: sólido, líquido e

gasoso.

4.1 Sólido:

a) Comprimidos: possuem consistência sólida e formato variável. São obtidos pela

compreensão

em moldes da substância medicamentosa.

b) Pó: Deve ser tomado em colheradas ou é acondicionado em saches. (fluimicil)

c) Drágeas: O princípio ativo está no núcleo da drágea, contendo revestimento com goma-

laca, açúcar e corante. São fabricados em drágeas os medicamentos que não devem ser

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administrados em forma de comprimidos, por apresentarem: sabor desagradável,

exigem absorção no intestino, medicamentos que atacam a mucosa e/ou que devem ser

deglutidos com facilidade.

d) Cápsulas: O medicamento está revestido por um invólucro de gelatina para

eliminar sabor desagradável, facilitar a deglutição e/ou facilitar a liberação do medicamento.

e) Pastilhas: É um preparado sólido, de forma circular com o principio ativo unido com

açúcar e uma mucilagem para que a dissolução seja lenta na cavidade oral.

f) Enema, clister, enteroclisma, lavagem ou irrigação: Sua composição varia de acordo

com a indicação.

g) Supositórios: óvulos ou lápis - tem formato cônico ou oval, destina-se à aplicação retal,

pode ter ação local ou sistêmica.

h) Pomadas: Formas pastosas ou semi-sólidas constituídas de veículos oleosos, o principio

ativo é o pó.

i) Cremes: São exclusivamente para uso tópicos, na epiderme(com ação epidérmica,

endodérmica), vaginais e retais.

4.2 Líquidos:

a) Soluções: mistura homogênea de líquidos ou de um líquido e um sólido.

b) Xarope: Solução que contém dois terço de açúcar.

c) Elixir: São preparações líquidas, hidroalcóolicas;. açucaradas ou glicerinadas, destinadas

ao uso

oral, contendo substâncias aromáticas e medicamentosas.

d) Emulsão: Preparação feita de dois líquidos, óleo e água.

e) Colírios: Soluções aquosas para uso na mucosa ocular.

4.3 Gasosos:

a) Gás: Oxigênio

b) Aerossol

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5. Nomenclatura das Drogas

Os medicamentos possuem um nome químico, um nome oficial, um nome genérico e um

comercial.

Nome Químico: Deriva da estrutura molecular da substância.

Nome Oficial: é o que consta nos livros oficiais, farmacopéias.

Nome Comercial: Nome que o laboratório dá ao produto, não podendo ser usado

por outro laboratório.

EXEMPLO:

Nome genérico: paracetamol

Nome químico: 4-hidroxiacetanilida, p-acetilaminofenol, N-acetil-p-aminofenol

Nome oficial: paracetamol

Nome comercial: Tylenol ®

* Denominação Genérica: Nome de aceitação universal, usado para distinguir um princípio

ativo não amparado por marca comercial.

* Medicamento de Referência: Produto comercializado há bastante tempo.

* Nome de Marca: Nome de registro do produto, propriedade privada do fabricante, que

possui direitos de patente sobre a comercialização.

* Medicamentos Similares: Medicamento que utiliza denominação genérica apresenta o

mesmo fármaco, concentração, formas farmacêutica e via de administração que o

medicamento de referência ou de marca.

5.1 AÇÕES TERAPÊUTICAS MAIS COMUNS

- Curativa ou específica - remove o agente causador da doença. EX: ANTIBIÓTICO

- Paliativa ou Sintomática – alivia determinados sintomas de uma doença. EX:

ANALGESICOS

- Substitutiva - repõe substancias que se encontram ausentes. EX: INSULINA

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FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

Do ponto de vista operacional, esses termos podem ser definidos:

FARMACOCINÉTICA - é o caminho que o medicamento faz no organismo.

FARMACODINÂMICA – é como a droga age no organismo.

* Farmacocinética: Não se trata do estudo do seu mecanismo de ação mais sim as etapas que a

droga sofre desde a administração até a excreção, que são: absorção, distribuição,

biotransformação e excreção.

A doença pode modificar as propriedades farmacocinéticas de uma droga por alterar sua

absorção para a circulação sistêmica e ou sua distribuição.

* Farmacodinâmica: Estuda os efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e dos seus

mecanismos de ação. Utiliza os conceitos básicos da fisiologia, bioquímica, biologia celular e

molecular, microbiologia, imunologia, genética e patologia. É peculiar porque concentra a

atenção nas características dos fármacos.

ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DAS DROGAS

A absorção é definida como a passagem de um fármaco de seu local de administração

para o plasma. A absorção deve ser considerada para todas as vias de administrção exceto

para a endovenosa. Há casos, como a inalação de um aerossol, ou para aplicação tópica, em

que a absorção não é necessária para a ação do fármaco, mas para grande maioria, só ocorre

ação farmacológica se houver absorção. Dessa forma, a via de administração é um fator

importante na ação terapêutica do fármaco.

6. DOSAGEM DOS MEDICAMENTOS

As doses dos medicamentos podem ser classificadas em:

* Mínima;

* Maxima;

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* Toxica;

* Letal;

6.1 Fatores que Modificam a Dosagem

1- idade

2- sexo

3- condições do paciente

4- fatores psicológicos

5- fatores ambientais

6- temperatura

7- método de administração

8- fatores genéticos

9- peso corporal

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ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Vias de Administração de Medicamentos

O ato da administração medicamentosa deve ser realizado levando-se em consideração: eficiência, segurança e responsabilidade, a fim de que sejam alcançados os objetivos da terapêutica implementada e, dessa forma, assegurada uma melhora no quadro clínico do paciente. Para tanto, deve-se ter conhecimento de alguns dados quanto ao processo de administração: Informações farmacológicas do medicamento (farmacocinética. farmacodinâmica, dose máxima e efetiva, além do intervalo entre as doses etc.), bem como métodos, vias e técnicas de administração. Baseado nesses itens, segue um resumo dos principais aspectos considerados em um ‘sistema de administração de medicamentos.

As ações de medicamentos no organismo vivo podem ser classificadas em quatro categorias principais:

• Local, quando o efeito ocorre no ponto de aplicação.

• Sistêmica, para aqueles que atingem a circulação.

• Remota, nos casos em que a ação do medicamento em um alvo interfere no funcionamento de outro.

• Local/geral, quando a droga produz efeito no ponto de aplicação, sendo absorvida posteriormente para ter ação sistêmica.

A aplicação local de medicamentos é feita na pele ou em membranas mucosas, sendo que os efeitos podem ser os seguintes: anti-séptico, adstringente, irritante, emoliente, estíptico, vulnerário, anti-helmíntico, anestésico, adsorvente, e estimulante. Os efeitos de uma droga de ação generalizada podem ser agrupados em :estimulante, deprimente, cumulativo, antiinfeccioso, antagonico e sinergico.

Os métodos e as vias de administração dependem de alguns parâmetros: rapidez desejada para início da ação, natureza e quantidade, a ser administrada e condições do paciente.

Administração enteral (oral): a ingestão é o método mais comum de prescrição de um fármaco. Além disso, é o mais seguro, mais conveniente e o mais econômico.

Administração sublingual a absorção pela mucosa oral tem importância essencial no caso de determinados fármacos, por exemplo, a nitroglicerina. Como a drenagem venosa da boca dá para veia cava superior, esses fármacos estão protegidos do metabolismo de primeira passagem pelo fígado.

Administração retal: com freqüência, a via retal é usada quando a ingestão não é possível por causa de vômitos ou porque o paciente se encontra inconsciente. Cerca de 50% dos fármacos que são absorvidos pelo reto não passam pelo fígado.

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Administração parenteral: a administração parenteral de fármacos tem algumas vantagens nítidas cm reação à via oral. A disponibilidade é mais rápida e mais previsível. A dose eficaz pode, portanto, ser escolhida de forma mais precisa. No tratamento de emergências, a administração é extensamente valiosa. A injeção do fármaco também tem suas desvantagens. É essencial manter a assepsia, pode ocorrer uma injeção intravascular quando esta não era a intenção, a injeção pode acompanhar-se de dor e, às vezes, é difícil para um paciente injetar o fármaco em si mesmo se for necessária a automedicação. Os custos são outra consideração.

1. Intravenosa: a concentração desejada de um fármaco no sangue é obtida com um precisão e rapidez que não são possíveis com outros procedimentos.

2. Subcutânea: só pode ser usada para substâncias que não são irritantes para os tecidos. A absorção costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir um efeito persistente. A absorção de substâncias implantadas sob a pele (sob forma sólida de pellet) ocorre lentamente ao longo de semanas ou meses. Alguns hormônios são administrados de forma eficaz dessa maneira.

3. Intramuscular: a absorção depende do fluxo sanguíneo no local da injeção. A velocidade de absorção no músculo deltóide ou no grande lateral é maior do que a absorção no músculo grande glúteo.

A velocidade de absorção em homens é maior que a absorção em mulheres quando a injeção é feita no grande glúteo.

4. Intra-arterial: é aplicada para localizar seu efeito em determinado órgão ou tecido. Exige extremo cuidado e só deve ser feita por pessoas experientes.

5. Intratecal: quando se desejam efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-espinhal, como na anestesia espinhal ou nas infecções agudas do SNC, os fármacos algumas vezes são injetados diretamente no espaço subaracnóide espinhal.

6. Intraperitoneal: por essa via, os fármacos penetram rapidamente na circulação através da veia porta. A injeção intraperitoneal é um procedimento laboratorial comum, embora raramente seja empregado na prática clínica.

7. Absorção pulmonar: os fármacos gasosos e voláteis podem ser inalados e absorvidos através do epitélio pulmonar e das mucosas do trato respiratório. As vantagens são a quase instantânea absorção para o sangue, ausência de perda hepática de primeira passagem e, no caso das doenças pulmonares, a aplicação local do fármaco no ponto de ação desejado.

Aplicação tópica:

- Mucosas: a absorção através das mucosas ocorre rapidamente. Na verdade, os anestésicos locais aplicados para efeito local algumas vezes são absorvidos tão rapidamente que provocam efeitos tóxicos sistêmicos.

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- Pele: poucas substâncias penetram facilmente a pele íntegra. A absorção daquelas que o fazem é proporcional à superfície sobre a qual são aplicadas e à sua lipossolubilidade. A absorção ocorre com maior facilidade através de pele com abrasão, queimaduras ou soluções de continuidade. As reações inflaníatórias e outros tipos de problemas que aumentam o fluxo sanguíneo cutâneo támbém aumentam a absorção.

- Olho: os fármacos oftálmicos de aplicação tópica são prescritos basicamente por causa de seus efeitos locais. Em geral, não é desejável a absorção sistêmica que resulta da drenagem através do canal nasolacrimal.

A posologia é a parte que diz respeito à dosagem do medicamento. Nesse aspecto devem ser observados os conceitos de dose máxima, mínima, eficaz e dose de manutenção. Deve-se observar que a dosagem é específica para cada paciente, devendo ser rigorosamente observada, a fim de se garantir a eficácia do tratamento e evitar o risco de superdosagem.

A organização das rotinas de administração de medicamentos é importante e deve ser compreendida coletivamente, resguardados os níveis de responsabilidades, por todos os membros da equipe do serviço. Assim, vários métodos são adotados para assegurar precisão na preparação, distribuição e anotação dos medicamentos. O sistema adotado normalmente consiste de uma ficha para cada paciente, na qual estão anotados a medicação e os tratamentos que ele deve receber, as condições do paciente pelo relato diário, os planos de cuidados e as prescrições de enfermagem. Tais fichas devem ser atualizadas diariamente, devendo ser observado o código utilizado pelo serviço a fim de que seja mantida uma padronização. Quanto ao cartão de medicamento, este deve ser preenchido ao mesmo tempo em que se passam as ordens para a ficha do paciente, sendo classificado de acordo com o horário da administração. Atualmente, já existem nosocômios em que as fichas foram substituídas por páginas multimídias em intranetes das instituições, assim como os cartões, substituidos por micropáginas multimídias em pagers que podem ser acoplados a qualquer micro da instituição.

1.1. Dicas na Administração de Medicamentos

Lembre-se: cada via de administração tem sua respectiva indicação, portanto atenção na prescrição.

Durante o preparo da medicação evite distrações.

Confira os cinco certos (medicação certa, dose certa, via certa, hora certa e paciente certo).

Utilize as três leituras da medicação (a 1a quando retirar o frasco ou ampola do local onde estiver guardado; a 2a quando retirar ou aspirar o medicamento do frasco ou ampola; e a 3a quando guardar o restante do medicamento, se for o caso, ou desprezar o frasco ou ampola utilizado).

Cheque e anote o horário da administração medicamentosa, posto que é sua segurança legal, enquanto prova da assistência correta prestada ao paciente sob seus cuidados.

Mesmo que a administração não tenha sido realizada por algum motivo, registre o fato.

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Caso haja alguma dúvida na compreensão da prescrição, procure dirimi-la. Na dúvida, não administre nada.

É direito do paciente tirar quaisquer dúvidas sobre a medicação que está tomando, assim como é dever do profissional orientá-lo nesses questionamentos.

Deve-se ficar atento para possíveis efeitos colaterais decorrentes das drogas utilizadas.

Lembre-se: qualquer injetável provoca dor, e ninguém gosta de tomá-los. Respeite as reações dos pacientes frente a esses tipos de medicamentos.

Sempre utilize duas agulhas: uma para aspiração do medicamento. e outra para sua aplicação.

Não invente. Sempre utilize material adequado a cada tipo de procedimento (agulhas apropriadas para punção intravenosa, agulhas para punção intradérmica, para punção subcutânea e intramuscular).

É desperdício de material utilizar urna seringa de 20 ml para aplicar uma dose de 1 ml.

Permita que o paciente participe do processo, escolhendo o local para a aplicação.

Respeite a privacidade do paciente. Não o exponha a terceiros.

2. Contra-Indicações das Vias de Administração dos Medicamentos

O método de administração dos medicamentos depende da rapidez com que se deseja a ação da droga, da natureza e quantidade da droga a ser administrada e das condições do paciente.

As condições do paciente determinam, muitas vezes, a via de administração de certas drogas. Como são inúmeros os problemas que limitam a administração de drogas, colocaremos neste capítulo as contra indicações das vias de administração de fármacos.

Muitas vezes, a via oral é contra-indicada por: • O medicamento irritar a mucosa gástrica. • O medicamento interferir na digestão. • O paciente não poder deglutir.

Além disso, o paciente pode apresentar algum quadro cujas características o impedem de ingerir drogas, como patologias do sistema digestivo. Algumas desvantagens da via oral incluem, portanto, a impossibilidade de absorção de alguns agentes por causa de suas características físicas; os vômitos em resposta à irritação da mucosa gastrintestinal; destruição de alguns agentes por enzimas digestivas ou pelo pH gástrico básico; irregularidades de absorção ou propulsão na presença de alimentos e outros fármacos; e necessidade de cooperação por parte do paciente.

A administração de drogas via retal, por supositórios, tem como objetivo deixar o fármaco livre do metabolismo de primeira passagem, no fígado, pois a droga entra em vasos que a levam direto à veia cava inferior. Entretanto, muitas vezes, o supositório penetra um pouco mais, entrando em uma região drenada por veias que vão ao fígado e, dessa forma, não evitando o efeito de primeira passagem. Deve-se ressaltar o desconforto que a via retal pode

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proporcionar ao paciente. Além disso, a absorção retal costuma ser irregular e incompleta e muitos fármacos provocam irritação de mucosa retal.

A administração via pulmonar apresenta algumas desvantagens:

• Controle insatisfatório da dose. • O método de administração.

• Muitos firmacos volateis e gasosos provocam irritação do epitélio pulmonar.

A via parenteral é amplamente utilizada, como já dito antes, para a obtenção da ação imediata de um medicamento. Além disso, é utilizada a fim de fornecer medicamentos que não podem ser administrados por via oral, ou mesmo a pacientes incapacitados de receber medicamentos por tal via.

Muitas vezes, a droga é impedida de ser administrada pela via parenteral, por suas próprias características, ou pelas condições apresentadas pelo paciente.

Para a administração via cutânea, não se deve receitar grandes quantidades de drogas. Essas devem ser de fácil absorção e não irritantes do tecido.

Algumas características são essenciais para que uma substância possa ser injetada na veia:

Não ser hemolítica.

Não ser cáustica.

Não coagular as albuminas.

Não produzir embolia ou trombose.

Não conter pirogênio.

Em relação às condições do cliente, podemos citar:

A dificuldade de se encontrar veias adequadas à picada.

A presença de tecidos com muitos hematomas ou mesmo feridos.

A intensa dor sentida pelo paciente à aplicação, devido a sua doença ou outro motivo.

É provável a ocorrência de reações desfavoráeis, na aplicação via venosa. Uma vez injetado um fármaco, não há maneira de retirá-lo. Injeções intravenosas repetidas dependem da capacidade em manter uma veia permeável. Em geral, a injeção intravenosa deve ser administrada lentamenie e com monitorização constante das reações do paciente.

É importante ressaltar que a aplicação de drogas, depende, além das condições já propostas, do equipamento e do “aplicador”, seja médico, enfermeiro etc.

O equipamento deve ser adequado a cada método, devendo ser, entre outras qualidades, descartável. O “aplicàdor” do método deve ser capacitado de praticá-lo, já que tem em suas mãos uma grande responsabilidade.

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3. Principais Cuidados ao Administrar Medicamentos

Via oral — administrar o medicamento observando os seguintes pontos:

Conferi-lo com a prescrição médica.

Dar o medicamento na mão do paciente ou se ele não puder tomar sozinho auxiliá-lo no que for necessário.

Anotar no prontuário o medicamento logo após sua administração.

Quando necessário, explicar ao paciente a ação do medicamento.

Lavar todo o material usado na administração de medicamentos e guardá-lo no armário.

Nunca usar os medicamentos contidos num frasco sem rótulo.

Medir as quantidades de acordo com a prescrição médica.

Administrar os medicamentos sem que haja qualquer dúvida sobre a dosagem.

Retirar os comprimidos do frasco com auxílio da própria tampa ou com uma gaze limpa, nunca deixá-los entrar em contato com as mãos.

O orifício de abertura do frasco deverá ser limpo com uma gaze após a retirada do medicamento.

Permanecer próximo ao paciente até este ter tomado o medicamento.

Não administrar medicamento preparado por outras pessoas.

Nunca deixar a bandeja com o resto da medicação à mão dos doentes, no caso de haver necessidade de sair de perto do paciente para ir buscar qualquer coisa que esteja faltando.

Via parenteral — responsabilidades primordiais na aplicação por via parenteral:

Cuidadosa seleção e preparação do material.

Preparação do medicamento, preparação psicológica do paciente e o uso de urna perfeita técnica asséptica.

Cuidados na aplicação da injeção intramuscular e subcutânea:

Conferir o cartão de medicamento com a prescrição médica.

Preparar o paciente psicoiogicamente, a fim de obter sua cooperação total, fazendo uma explanação sobre o tratamento e a importância dessa cooperação.

Colocá-lo na posição adequada; escolher o local apropriado para a aplicação.

Fazer a anti-sepsia da pele com a bola de algodão embebida em álcool e conservá-la na mão.

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Apanhar a seringa e aplicar a injeção esticando bem a pele.

Retirar a agulha comprimindo a pele com a bola de algodão.

Fazer uma pequena massagem no local da injeção e anotar no relatório de enfermagem a qualidade, quantidade e a região onde o medicamento foi aplicado.

Cuidados na aplicação da injeção intravenosa:

Lavar as mãos.

Fazer a anti-sepsia do local onde será aplicada a injeção.

Fazer a anti-sepsia do dedo indicador o qual vai fixar a veia.

Levar o material usado para lavar imediatamente se este não for descartável.

Cuidados na infusão —o método de preparação do frasco varia segundo o tipo a ser utilizado.

- Instalar o aparelho de soro sem contaminá-lo.

- Se o frasco for de matéria plástica, cortar a parte que será conectada ao aparelho de soro, com tesoura esterilizada e introduzir o conta-gotas na ponta cortada.

- Se o frasco for de vidro, retirar a proteção metálica do orifício de abertura do frasco e, sem contaminar, introduzir a ponta do conta-gotas no orifício próprio.

- É importante verificar que não existe ar no aparelho de soro.

- Fazer a anti-sepsia, passando o algodão com iodo onde vai ser puncionada a veia e no dedo indicador da enfermeira que vai fazer a fixação da veia.

Cuidados com armários de medicamentos:

Todos os medicamentos devem ser guardados num armário especial.

O armário deve ser fechado a chave e esta conservada num lugar fora do alcance do paciente.

As prateleiras do armário devem ser limpas e os medicamentos arrumados em ordem alfabética, observando, se possível, a seguinte ordem: os medicamentos de uso extemo devem estar separados dos de uso interno; os sólidos e os líquidos em prateleiras diferentes: os venenos devem estar rotulados e conservados longe das outras drogas em frascos fáceis de serem distinguidos; estimulantes e drogas para uso hipodérmido devem ser guardados em uma prateleira própria; os entorpecentes devem ser conservados em armário separado e a chave permanecer com o enfermeiro plantonista. Óleos, supositrios, antitóxicos, vacinas e extratos glandulares devem ser guardados num compartimento especial, na geladeira ou em lugar fresco; os vidros devem ser bem arrolhados e claramente rotulados. Os conteúdos do armário devem ser examinados freqüentemente e devem ser notificadas as drogas que mostrarem mudança na cor, no odor ou na consistência.

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4. Administração de Imunobiológicos

Para a administração de imunobiológicos, o profissional de enfermagem (enfermeiro, técnico ou auxiliar) deve estar tecnicamente apto à utilização correta das vias de administração, às medidas de precaução universal, assim como à identificação e intervenção em eventos adversos relacionados às vacinas.

O cuidado para administração de imunobiológicos deve seguir as normatizações de procedimentos de enfermagem para preparo e administração de. medicamentos, sempre respeitando técnica asséptica e tendo realizado a checagem das cinco certezas para a correta administração de medicamentos/vacinas:

Cliente certo.

Intervalo e freqüência de administração certos.

Dose certa.

Via de administração certa.

Imunobiológico certo, conferido no ato de pegar o frasco no refrigerador, seguindo com a inspeção do frasco e seu conteúdo.

Além disso:

Deve-se averiguar se a temperatura da geladeira está dentro do esperado para o imunobiológico em questão.

O aspecto macroscópico do conteúdo deve ser observado, aliando a presença de turvação, depósitos, grumos e alteração de cóloração.

Checar a data de validade do produto.

Anotar data da vacinação, qual produto foi aplicado, número do lote e o nome do fabricante, via de aplicação e nome de quem aplicou a vacina — uma cópia fica na unidade e a outra é entregue ao indivíduo vacinado (carteira de vacinação).

Seguir as recomendações do fabricante em relação ao manuseio de cada imunobiológico: diluição, homogeneização, via de administração, conservação após reconstituição, etc.

O local deve estar equipado para revcrsão de manifestações alérgicas graves: torpedo de O2 com válvula — 1012 (vem com umidificador e aspirador), Ambu com máscaras (pequeno, médio e grande), laringoscópio com lâminas para todas as idades, tubos endotraqueais para todas as idades, esfigmomanômetro ( com manguitos pequeno, médio e grande) e estetoscópio, escalpe para punções venosas periféricas, drogas (adrenalina, hidrocortisona, prometazina, cimetidina, água destilada e soro fisiológico).

Seringas e agulhas devem ser dcscartáveis.

Deve haver coletor adequado para desprezar o material perfurocortante.

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Agulhas não devem ser reencapadas.

Não há necessidade de utilização de luvas como equipamento dc proteção individual desde que sejam seguidas corrctamente as técnicas para administração de medicamentos via parenteral: idealmente o próprio paciente (caso adulto) poderá comprimir com algodão o sítio de injeção.

O sítio de inoculação deve estar limpo: se necessário, lavar com água e sabão ou proceder a anti-sepsia.

As mãos do profissional devem ser lavadas adequadamente antes de iniciar o preparo da vacina.

4.1. Associações e lntervalos entre Imunobiológicos

Os imunobiológicos não devem ser misturados numa mesma seringa, a menos que sejam licenciados para aplicação associada, como algumas vacinas DPT ou DaPT associadas com Hib e/ou com IPV, ou vacina de Hepatite B com DPT com Hib. É importante frisar que estas associações estão licenciadas com vacinas de alguns fabricantes e, nestes casos, as vacinas devem ser do mesmo fabricante. Deste modo, há que se inteirar sobre a possibilidade de associações de vacinas junto aos laboratórios fabricantes à medida que os conhecimentos avançam.

A aplicação simultânea de vacinas, em sítios diferentes e por via adequada a cada uma, é uma prática comum e na maioria das vezes não compromete a resposta vacinal. Como regra geral, não há contra-indicações à administração simultânea de qualquer vacina (com exceção da vacina de cólera e de febre amarela, pois foi observado que ocorre uma diminuição da resposta às duas vacinas). Quando vacinas que comumente se associam a reações locais e sistêmicas são administradas simultaneamente, os efeitos colaterais podem ser potencializados, deste modo, se possível, devem ser administradas em ocasiões diversas.

Na aplicação não simultânea de diferentes vacinas, deve-se respeitar um intervalo mínimo de 4 semanas para a administração de 2 vacinas contendo agentes vivos atenuados (como por exemplo: febre amarela, tríplice viral e varicela). Esta precaução visa reduzir a interferência da primeira vacina aplicada sobre a seguinte. As vacinas “vivas” de administração oral (OPV, contra febre tifóide oral) parecem não interferir com outras vacinas contendo agentes vivos, e portanto podem ser administradas a qualquer momento. No caso da vacina de cólera e febre amarela, o intervalo deve ser de três semanas. Não há necessidade dc intervalo mínimo para a administração não simultânea dc outras vacinas.

Anticorpos adquiridos passivamente (produtos de sangue, imunoglobulinas ou por via transplacentária) podem interferir com a resposta imune a certas vacinas. Como regra geral, as vacinas inativadas não são afetadas por anticorpos circulantes contra o antígeno. Mas as vacinas vivas atenuadas podem ter sua eficácia reduzida pela presença destes anticorpos. Deste modo, sempre que for planejar a administração de imunoglobulinas em um indivíduo deve-se checar a existência de possíveis interferências na segurança e eficácia da aplicação de vacinas tanto recebidas nos últimos 15 dias, quanto ao intervalo necessário para o recebimento futuro de vacinas.

4.2. Vias de Administração

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A via de administração do imunobiológico deve seguir as recomen dações do fabricante e órgão competente (Ministério da Saúde), o que é fundamental para a segurança e eficácia do imunobiológico. Uma ou mais vias de administração (oral, intradérmica, subcutânea e intramuscular) são recomendadas para cada vacina e estão listadas tanto pelos fabricantes como em recomendações de programas de imunizações. Deve-se tomar cuidado para que não ocorra a via endovenosa. Apenas em situações muito específicas como no tratamento de difteria. se utiliza a via endovenosa. A indicação das vias de aplicação devem ser seguidas com atenção,sob pena de ocorerem reações adversas graves ou perda dc imunogenicidade.

Deve-se tomar cuidado para que não ocorra a via endovenosa. Como exemplo, podemos citar a aplicação subctânea das vacinas que contenham adjuvantes (dT, DPT, DaPT ou DT), que devem ser aplicadas via intramuscular profunda, levando a intensa irritação local com induração e até formação de granuloma. Quanto à diminuição da resposta imunológica, podemos citar a vacina contra hepatite B e as vacinas contra a raiva que, se aplicadas por via subcutânea (geralmente em região glutea) apresentam resultados de conversão sorológica muito inferiores aos observados com a aplicação por via intramuscular. Por esta razão preconiza-se a sua administração na região deltóide (IM). Entretanto, a injeção subcutânea minimiza os riscos de lesão local neurovascular e é recomendada para vacinas, como as de vírus vivos, que são pouco reatogênicas e altamente imunogênicas quando administradas por esta via.

VIA INTRADÉRMICA (ID)

Agulha e seringa: Agulhas 13x4 ou 13x4,5 / seringa de 1 ml. O volume injetado com freqüência é menor que 1 ml.

Sítio preferencial: Face flexora do antebraço (habitualmente tem menor panículo adiposo), porém a vacina BCG é administrada em região deltóide do braço direito (padronizado pela Organização Mundial de Saúde).

Inserir agulha com bisel voltado para cima em ângulo de 15°c paralelo ao eixo do membro.

Aspirar o êmbolo antes da injeção. Atenção para não haver inoculação subcutânea.

Após a aplicação deve haver formação de pequeno abaulamento no local (mácula branca que desaparece em seguida).

Comprimir (preferencialmente o próprio paciente) o sitio de injeção após a retirada da agulha.

Algumas aplicações ID, pela natureza da substância inoculada, não permitem anti-sepsia com álcool (BCG, Mantoux).

VIA SUBCUTÂNEA (SC)

Agulha e seringa: Agulhas 13x4, 13x4,5, 20x6 ou 20x5,5 / Seringas de 1 ml.

Sítio preferencial: Região deltóide ou face posterior do braço em crianças mais velhas e adultos e face lateral de coxa de lactentes. Pode-se aplicar fazendo um ângulo de 45graus ou de 90 graus da agulha com a pele, depende da região anatômica e da espessura do tecido subcutâneo, sendo isto também o que determina qual agulha utilizar.

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Deve-se pinçar a pele formando uma prega cutânea e garantir a aplicação em região subcutânea.

Aspirar o êmbolo antes da injeção.

Comprimir (preferencialmente o próprio paciente) o sítio de injeção após a rctirada da agulha.

VIA INTRAMUSCULAR (lM)

Agulha e seringa: A agulha deve ser longa o suficiente para alcançar o plano muscular e de calibre que permita a passagem do volume e viscosidade do imunobiológico administrado. Deve-se levar em conta, portanto, não só a massa muscular do indivíduo, como o imunobiológico utilizado. Agulhas em geral 30x7, 25x7ou 25x8 para adultos e adolescentes e 20x6 para recém-nascidos (RN) e lactentes. Seringas: 1 ml, 3 ml, 5 ml ou 10 ml conforme volume a ser ínfundido.

Sítio preferencial: Região deltóide em crianças acima de 10 kg e adultos e região da face lateral de coxa de RN e lactentes.

Em adultos ou crianças maiores que necessitem de administração de grande volume de imunobiológico, deve-se utilizar o vasto lateral( face lateral de coxa) como alternativa à utilização dos deltóides.

A região glútea não deve ser utilizada devido ao risco de lesão do nervo ciático e da maior probabilidade de injeção subcutânea e não intramuscular. Exceção se faz às imunoglobulinas cujos volumes são freqüentemente maiores, devendo-se até mesmo fracionar volumes para aplicação em vastos laterais e glúteos segundo capacidade de absorção de cada músculo), reservando-se o deltóide para as vacinas quando aplicadas simultaneamene.

Comprimir (preferencialmente o próprio paciente) o Sítio de injeção após a retirada da agulha. Em alguns indivíduos é necessária a compressão local por tempo mais prolongado (alterações de coagulação, massa muscular hipertrofiada) ou uso de gelo local antes e após a aplicação pela possibilidade de maior sangramento local.

É importante ressaltar que variações relativas à dose, via e sítio de administração recomendados podem resultar em proteção inadequada e risco aumentado de reações adversas.

5. Aerossolterapia

A aerossolterapia foi utilizada de forma empírica no tratamento de doenças das vias respiratórias há mais de 4.000 anos, mas o uso científico desta via de administração somente teve início há uns quarenta anos.

Aerossol é uma suspensão de partículas líquidas ou sólidas de tamanho tão pequeno que flutuam temporariamente no ar ou noutros gases. Embora existam aerossóis em estado natural, no campo médico são obtidos através da nebulização de medicamentos líquidos.

Um aparelho nebulizdor serve para transformar uma preparação líquida em aerossol. Nebulizar significa “transformar um líquido em aerossol”. O aparelho nebulizador é composto

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por uma câmara de reserva na qual se introduz o líquido a nebulizar, uma câmara de nebulização em que se gera o aerossol e uma fonte de energia utilizada para esse fim.

A aerossolterapia é a administração de medicamentos em forma de aerossol por via inalatória, com o objetivo de obter concentrações de medicamentos no aparelho respiratório.

A principal vantagem da aerossolterapia em relação às demais modalidades de administração farmacológica é que o medicamento entra diretamente em contacto com as zonas do aparelho respiratório que necessitam da sua ação. Assim, consegue-se um rápido efeito farmacológico com doses baixas de medicamento e eliminam-se os efeitos secundários. Os aerossóis também são muito úteis para a administração das preparações farmacológicas formuladas em função das necessidades de cada doente.

Para poder realizar uma nebulização correta de qualquer medicamento, existem diversos tipos de equipamentos e de nebulizadores: nebulizadores air jet, nebulizadores de alto fluxo, e nebulizadores ultra-sonicos. Aescolha do equipamento por parte do médico depende da localização da doença respiratória, dos medicamentos a administrar, da duração da terapia, e da frequencia e da duração de cada sessão de aerossolterapia.

5.1. Tipos de Nebulização

a) Nebulização Air Jet

Os equipamentos de nebulização air jet geram um aerossol impelindo (mediante uma corrente de ar sob pressão) a solução de medicamento líquido contra uma peça colocada no meio do caminho. A camara de nebulização foi desenhada de forma a poder romper o medicamento em partículas diminutas no momento que ele choca contra a peça. As partículas ficam suspensas na corrente de ar, formando assim o aerossol.

Pela facilidade de uso e pelas características de funcionamento, os equipamentos de nebulização Air Jet são indicados para uso com aerossóis convencionais. Os principais aspectos a considerar no uso destes equipamentos são:

O fluxo mínimo eficiente requerido.

A capacidade mínima necessária da câmara nebulizadora.

O tempo de nebulização recessário.

b) Nebulização de Alto Fluxo

Os equipamentos de nebulização de alto fluxo seguem o mesmo princípio dos sistemas Air Jet, mas têm uma potência superior que lhes permite fornecer fluxos de aerossol mais altos. Com eles, consegue-se que o aerossol chegue às zonas mais profundas do sistema respiratório. Os equipamentos de nebulização de alto fluxo são especialmente indicados para:

Tratamentos crônicos ou a longo prazo.

Volumes de medicamento prescrito superiores a 4cm3.

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Utilização de medicamento de alta densidade.

Diâmetro médio necessário das partículas entre 1 e 5 micra.Na seleção destes equipamentos, deve-se ter em conta que:

O fluxo eficiente seja superior a 8 l/min.

O tamanho de partícula seja o requerido pela prescrição médica.

O tempo de nebulização seja o necessário.

c) Nebulização Ultra-Sônica

A característica que distingue os equipamentos de nebulização ultrasônica é a produção do aerossol através da vibração de uma parte do equipamento (denominado oscilador). Essa vibração de alta freqüência faz com que as partículas do medicamento se desprendam progressivamente da massa líquida e fiquem suspensas no ar, formando o aerossol.

Na seleção do equipamento, deve-se ter em conta a freqüência mínima das vibrações. Além disso, os equipamentos oferecem uma grande vantagem para o utilizador: são totalmente silenciosos, já que não utilizam compressor de ar.

Os equipamentos de nebulização ultra-sônica são especialmente indicados para:

Tratamentos crônicos ou a longo prazo.

Volumes de medicamento prescrito superiores a 4 cm3.

Utilização de medicamentos de alta densidade.

Utilização de misturas farmacológicas instáveis.

Combinações de diversos medicamentos.

Realização de duas ou mais sessões diárias.

6. Oxigenoterapia

Consiste na administração de oxigênio numa concentração de pressão superior à encontrada na atmosfera ambiental para corrigir e atenuar deficiência de oxigênio ou hipóxia. O oxigênio é um gás inodoro, insípido, transparente e ligeiramente mais pesado do que o ar; alimenta a combustão; necessita de um fluxômetro e um regulador de pressão para ser liberado. A determinação de gases arteriais é o melhor método para averiguar a necessidade e a eficácia da oxigenoterapia. Podem ou não existir outros sinais de hipóxia como a cianose.

6.1. Métodos de Administração de Oxigênio

a) Cânula Nasal: É empregada quando o paciente requer uma concentração ,média ou baixa de O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse, se alimente, sem interrupção de O2.

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1. Vantagens • Conforto maior que no uso do cateter. • Economia, não necessita ser removida. • Convivência — pode comer, falar, sem obstáculos. • Facilidade de manter em posição.

2 - Desvantagens • Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais. • Concentração de O2 inspirada desconhecida. • De pouca aceitação por crianças pequenas. • Não permite nebulização.

b) Cateter Nasal: Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas nem sempre é bem tolerado principalmente por crianças.

1- Vantagens • Método econômico e que utiliza dispositivos simples. • Facilidade de aplicação.

2 - Desvantagens • Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido; • A respiração bucal diminui a fração inspirada de O2. • Irritabilidade tecidual da nasofaringe. • Facilidade no deslocamento do cateter. • Não permite nebulização. • Necessidadede revezamento das narinas a cada 8 horas.

c) Máscara de Venturi: Constitui o método mais seguro e exato para liberar a concentração necessária de oxigênio, sem considerar a profundidade ou freqüência da respiração.

d) Máscara de Aerossol, Tendas Faciais: São utilizadas com dispositivo de aerossol, que podem ser ajustadas para concentrações que variam de 27% a 100%.

6.2. Efeitos Tóxicos e Colaterais na Administração de O2

Em pacientes portadores de DPOC, a administração de altas concentrações de O2 eliminará o estímulo respiratório — apnéia.

Resseca a mucosa do sistema respiratório.

Altas concentrações de O2 (acima de 50%) por tempo prolongado ocasionam alterações pulmonares (atelectasias, hemorragia e outras).

Altas concentrações de O2 (acima dc 100%) há ação tóxica sobre os vasos da retina, determinando a fibroplasia retrolenticular.

6.3. Cuidados com o O2 e com sua Administração

Não administrá-lo sem o redutor de pressão e o fluxômetro.

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Colocar umidifícador com água destilada ou esterilizada até o nível indicado.

Colocar aviso de “Não Fumar” na porta do quarto do paciente.

Controlar a quantidade de litros por minuto.

Observar se a máscara ou cateter estão bem adaptados e em bom funcionamento.

Dar apoio psicológico ao paciente.

Trocar diariamente a cânula, os umidificadores, o tubo e outros equipamentos expostos à umidade.

Avaliar o funcionamento do aparelho constantemente, observando o volume de água do umidificador e a quantidade de litros por minuto.

Explicar as condutas e as necessidads da oxigenoterapia ao paciente e acompanhantes e pedir para não fumar.

Observar e palpar o epigástrio para constatar o aparecimento de distensão.

Fazer revezamento das narinas a cada 8 horas (catéter).

Avaliar com freqüência as condições do paciente, sinais de hipóxia e anotar e dar assistência adequada.

Manter vias aéreas desobstruídas.

Manter os torpedos de O2 na vertical, longe de aparelhos elétricos e de fontes de calor.

Controlar sinais vitais.

ERROS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Cuidados na Administração de Medicamentos

Os famosos efeitos colaterais podem se apresentar em quaisquer administrações de medicamentos. Nessa assertiva é de bom alvitre que os profissionais tenham conhecimento sobre os sinais e sintomas de possíveis efeitos colaterais dos medicamentos.

1 .1. Reações Alérgicas

a) Efeitos Colaterais de Natureza lrritativa

Por conta da natureza cáustica de alguns medicamentos, eles podem causar reações locais. Substâncias conservantes e estabilizantes dc formulas injetáveis podem produzir efeitos irritativos quando introduzidas no corpo humano.

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a.1. Efeitos irritativos gastrintestinais: Efeitos na mucosa gastrintestinal, que se manifestam por: dor abdominal. queimação gástrica. Náuseas, vomitos, flatulância, hiporexia e diarréia. Como exemplos de drogas causadoras podem-se citar: eritromicina, penicilina, tetraciclina, lincomicina, ampicilina e cloranfenicol.

a.2. Efeitos irritativos musculares: Efeitos ocasionados nos músculos, provocando dor e enduração locais. Pode também evoluir para abscessos e necroses. Como exemplos de drogas causadoras, podem-se citar: anfotericina B, vancomicina, penicilina, ristocetina, fosfomicina e cefalosporinas.

a.3) Efeitos irritativos venosos: Efeitos ocasionados geralmente no endotélio das veias devido a caracteristicas cáusticas de algumas drogas. Geralmente resumem-se a dor e flebites. Como exemplos de drogas causadoras, podem-se citar: anfotericinaB, Vancomicina, tetraciclina e penicilina.

b) Efeitos Colaterais de natureza alergica

Em tese, qualquer medicamento pode causar algum tipo de reaçao de hipersensihilidade, podendo ser classificado em leves e graves.

Os primeiros compreendem: urticária, rush cutaneo, prurido, eritema polimorfo, eritema nodoso, dermatite de contato, rinite alérgica, edema de Quincke, icterícia colestatica e fotossensibilização.

Já os outros resumem-se a: choque anafilático, dermatite esfoliativa, hemólise, síndrome de Steven-Johnson, discrasias sanguineas, edema de glote, broncoespasmo, nefrite, vasculite.

Muitas vezes a reação de hipersensibilidade regride com a suspensão da droga. Porém, podem ocorrer sequelas.

Segundo Gell-Coombs, existem quatro mecanismos imunológicos básicos:

• Mecanismos anafiláticos: urticária, edema de Quincke, rinite, asma e choque anafilático. • Mecanismos de toxicidade celular, hemolise e trombocitopenia. • Mecanismos com formação de imunocomplexos: reação de Artus, doença do soro, vasculites e eritema polimorfo. • Mecanismos dependentes do Linfócito T: dermatites de contato.

Podem-se também classificar as reações alérgicas quanto ao tempo de surgimento, sendo:

Imediatas: aquelas nas quais o aparecimento dos sintomas ocorre cerca de 30 minutos após o contato com a droga, geralmente após injeções IM e IV (urticária, prurido e eritema anafilático).

Aceleradas: aquelas nas quais o aparecimento do sintoma ocorre de 30 minutos até 72 horas após o contacto com a droga (urticária), edema angioneurótico – inchaço nos lábios, rosto, pálpebras e cordas vocais).

c) Efeitos colaterais de natureza tóxica

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Da mesma forma que os antibióticos agem sobre a célula bacteriana, podem também agir sobre as células humanas, danificando-as ou até destruindo-as.

A toxicidade irá depender de alguns fatores como: substancia, dose, duração de tratamento e individualidade corporal (a mesma substância, dose e duração de tratamento, podem provocar reações tóxicas diferentes em indivíduos diferentes).

A maior ou menor susceptibilidade do indivíduo varia de acordo com a idade e a morfologiadas vias de metabolizaçao e eliminação das drogas.

2. Estratégias na Prevenção dos Erros na Administração de medicamentos

Mesmo com os avanços tecnologicos e cientificos na enfermagem,ainda é comum e, portanto, preocupante,a repetição de erros na administração de medicamentos nas diversas, modalidades assitenciais.

Nessa assertiva, faz-se necessária a contrução de mecanismos capazes, se não de erradicar totalmente, porém de minimizar a incidência de tais erros.

Para tal,devemos considerar ações nos seguintes campos:

2.1. Procedimimentos Técnicos no Preparo e Administração de medicamentos

Quando do preparo das drogas, seguir os cinco certos. Atentar para o rótulo do medicamento aser preparado.Se houver alguma dúvida a respeito da dosagem prescrita,esclarecê-la antes da preparação.Prividenciar a identificação do medicamento preparado com nome do cliente (atentar para nomes iguais), Enfermaria ou apartamento, leito, nome de droga (sem abreviaturas)e via de administração. Ler constantemente as alteraçãoes na prescrição medicamentosa do cliente, atentando para as suspensões por conta de realização de exames.

A utilização de pulseiras de identificação de pacientes deve ser estimulada e cobrada da equipe de enfermagem, assim como a devida identificação do leito. Cuidados na identificação do cliente devem ser tomados, como: utilizar nome completo, sem abreviaturas; e registrar a idade.

Os cuidados acima citados devem ser cotidianamente lembrados à equipe de enfermagem, sendo, em primeira análise, o enfermeiro plantonista, o principal responsável pelo cumprimento das normas estabelecidas.

2.2. Educação continuada no trabalho

Deve-se efetuar um programa de educação continuada no trabalho que seja centrado nas atualizaçoes de administração de medicamento, novas técnicas de enfermagem e novas drogas.

A gerencia ou chefia de enfermagem, justamente com a administração do hospital, devem estimular a busca de novos conhecimentos por parte dos integrantes da equipe, facilitando a esta, o acesso a uma biblioteca, que contenha livros, periódicos e afins, suficientes para uma consulta eficiente e segura. Além disso, deve-se fomentar a procura por orientação, ou seja,

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promover a interação( troca de conhecimentos e experiências entre os membros da equipe multiprofissional).

A supervisão direta do enfermeiro responsável é de extrema valia para aferição da qualidade no preparo e administração de medicamentos.

Todos os enfermeiros devem assegurar aos outros membros da equipe de enfermagem, informações atualizadas sobre aspectos iatrogénicos (aqueles que podem provocar alterações no paciente pelo uso) e suas implicações quanto aos aspectos éticos e legais.

2.3. Comunicação

Deve existir uma interação entre as diversas chefias profissionais (médicos, enfermeiros, Fisioterapeuta, psicologos, nutricionistas, farmacêuticos etc), a fim de se estabelecer uma comunicação direta e eficiente a respeito de alterações de prescrições, substituições de drogas etc.

Nenhum profissional pode ser obrigado a “traduzir” prescrições, ou seja, elas devem ser escritas de forma clara, legível e objetiva, evitando-se, inclusive, a utilização de abreviaturas que possam ter sentido duplo. Nesse aspecto, a prescrição computadorizada está sendo uma saída para os impasses observados, devendo-se apenas observar se o sistema implantado realmente oferece segurança e privacidade ao cliente.

Os enfermeiros devem constantemente lembrar às suas respectivas equipes que a rapidez e precisão de comunicação de um erro na administração de medicamento é prescindivel na minimização e cessação dos efeitos indesejados ao paciente.

2.4. Sistemas de Feedback

Vários sistemas podem ser citados e efetivados com o intuito de produzir um feedback para a avaliação das implementações aplicadas. Tais sistemas devem ser centrados em: registro e relato do erro praticado, mapeamento de unidades ou serviços mais propícios a erros, registro fidedigno do estado físico e psicológico do profissional causador do erro.

Após a implementação de um sistema, deve haver um processo de avaliação e investigação de possíveis causas para os erros detectados.

Os analistas do sistema devem desenvolver constantes estudos sobre novas modalidades e conseqüências de erros na administração de medicamentos, a fim deprmoverem a prevenção de tais erros.

3. Prevenção dos Erros de Administração de Medicação em Pacientes Pediátricos Internados

Dentre os erros na prescrição, preparação e administração dos medicamentos, destacam-se com mais frequência: medicação não adequada a situação clínica; dosagem ou freqüencia de administração do medicamento incorretas; via de administração inadequada; não reconhecimento de interações de substáncias; falta de monitorização dos efeitos colaterais do medicamento; e comunicação deficiente entre o médico, os membros da equipe multiprofissional e o paciente. Destes erros, o mais freqüente é a dosagem incorreta.

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Os erros de medicação dão origem a vários problemas, variando do desconforto ligeiro à morbidade grave que pode prolongar a hospitalização ou levar à morte. Os erros associados à morbidade e à mortalidade aumentam os custos dos tratamentos de saúde. sendo causas, freqüentes de processos judiciais envolvendo doentes, famílias, instituições e profissionais da saúde.

3.1. Estratégias para a Diminuição dos Erros de Medicação em Nível Hospitalar

• Estabelecer e manter um fornulário funcional com normas para as avaliação, seleção e uso terapêutico de fármacos.

• Manter a equipe de enfermagem capacitada e qualificada para o preparo e administração dc medicamentos.

• Proporcionar um ambiente de trabalho adequado para a preparaçio segura de fármacos, observando as normas de segurança, proteção individual e coletiva e higienização.

• Estabelecer um protocolo claramente definido para pedido, fornecimento, preparo e administração que inclua a revisão da prescrição e do pedido original antes do fornecimento, do preparo e da administração.

• Garantir a contínua melhoria da qualidade do uso terapêutico de medicamentos, incluindo um programa de avaliação de utilização de fármacos.

• Desenvolver sistemas computadorizados, para verificar a dose e os horários, a interação de fármacos, as alergias e a duplicação de tratamentos.

3.2. Pedidos de Medicação

- Confirmar se o peso do cliente está correto para as doses. - Identificar alergias a fármacos através das informações prestadas pelo cliente ou responsável. - Escrever instruções em lugar de usar abreviaturas, - Evitar as instruções vagas (ex. tomar conforme indicado). - Especificar a dosagem exata. - Evitar usar zeros à direita da vírgula das décimas (ex. Utilizar 5 em vezde 5,0). a fim de minimizar os erros em que as doses aumentam 10 vezes. - Utilizar um zero à esquerda de uma dose inferior a 1 (ex. Utilizar 0,1 em lugar de .1), para evitar erros em que as doses aumentam 10 vezes. - Evitar abreviaturas dos nomes dos fármacos (ex. SM pode significar sulfato de morfina ou sulfato de magnésio). - Indicar por extenso as unidades das doses em lugar dc utilizar abreviaturas (ex. Miligrama ou micrograma em vez de mg ou μg; unidades em vez de u). - Garantir que as prescrições e as assinaturas sejam legíveis. - Se em um sistema computadorizado, atentar para o reconhecimento da assinatura eletrônica.

3.3. Responsável pela Prescrição

• Manter-se atualizado em relação ao tratamento adequado das situações clínicas que trata. • Rever a terapêutica farmacológica do paciente antes de prescrever novos medicanentos.

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• Manter-se atento ao sistema hospitalar de pedido de medicamentos em uso • Garantir que os pedidos de fármacos estejam completos, sejam, claros, sem ambigüidades e de forma legível. • Reservar os pedidos verbais para situações em que é impossível ou pouco prático escrever em um pedido ou introduzi-lo no computador.

Sempre que possível falar com o paciente ou com o responsável por ele, sobre a medicação que é prescrita e de quaisquer precauções ou observações especiais que devam ser detectadas, tais como reações alérgicas ou de hipersensibilidade.

Esclarecer os pedidos de suspensão da medicação e evitá-los sempre que possível.

3.4. Equipe de Enfermagem

• Deve estar familiarizada com o sistema de pedido e utilização de medicamentos. • Deve verificar os pedidos de fármacos antes de administrá-los. • Deve confirmar a identidade do paciente antes da administração de cada dose. • Deve verificar com um segundo indivíduo os cálculos dos medicamentos. • Deve verifcar as doses invulgarmente elevadas para um único doente. • Quando um paciente perguntar se um medicamento deverá ser administrado, o profissional deverá ouvir, responder à questão e, se indicado, tornar a verificar o pedido. • Deve manter-se familiarizada com a operação dos dispositivos de administração de medicamentos e com os potenciais fatores de erro a eles inerentes.