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1 Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil Metodologia da musculação 2014

Apostila padronização tecnica 2014 (1) (1).pdf

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Metodologia da musculação

2014

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Procedimentos/Condutas

Por Paulo Gentil

Capacitação

A Academia Malhart tem a qualidade técnica como um de seus grandes diferenciais, por

esse motivo, promovemos grupos de estudos para aprimorar nossos conhecimentos e práticas. A

participação dos colaboradores nos grupos de estudos é considerada essencial para nos manter

como uma referência, garantindo o desenvolvimento e melhorando a comunicação da equipe.

Além dos grupos de estudos, procuramos, na medida do possível incentivar a participação

de nossos colaboradores em ações de capacitação externa, como cursos e pós graduações.

Atendimento

Para que nosso diferencial técnico seja reconhecido é importante estarmos próximos dos

alunos. Estabelecer uma relação amigável e se antecipar às suas necessidades fará com que o

aluno se torne mais receptivo e enxergue nossos diferenciais com mais facilidade.

Não devemos esquecer que trabalhamos com seres humanos e suas necessidades e

anseios vão muito além do treino em si. Portanto, termos um elevado padrão de atendimento.

Comprometimento

Valorizamos o comprometimento com a empresa e com os demais membros da equipe.

Dentro dessa perspectiva, alguns pontos que consideramos importantes são:

Substituições - eventualmente pode ser necessário que algum de nossos colaboradores

precise se ausentar. A ausência pode ser tanto planejada (férias, viagens, etc.) como emergencial

(problemas de saúde, acidentes, etc.). Para não haver prejuízos de nossas atividades,

precisamos da participação da nossa equipe para realizar a eventual substituição.

Participação em eventos - os eventos tem o objetivo de integrar nossos colaboradores, bem

como nossos alunos. É importante que todos participem, trazendo suas sugestões, dando apoio

logístico e, principalmente, estando presente no momento do evento.

Proatividade - a busca pela excelência é um processo dinâmico e interminável. Para nos

ajudar nesse caminho, é importante que nos tragam informações, sugestões e nos ajudem na

resolução de eventuais problemas que possam surgir.

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Indicação de atividades coletivas e outros serviços

A participação dos alunos em aulas coletivas é importante para que ele melhore a

interação com os demais alunos e com isso se sinta mais à vontade na academia. Além disso, em

nossa rede contamos com diversos serviços, além das atividades habitualmente oferecidas nas

academias, como Pilates, Clínica de Estética e Nutricionista.

Os nossos colaboradores devem conhecer essa aulas e serviços a indica-los de acordo

com a necessidade e objetivos de nossos alunos, sempre tendo o cuidado de colocar as

indicações nas fichas do aluno, sempre que possível.

Avaliação física

A avaliação é essencial para podermos saber se os treinos geram resultados e poder, com

isso, planejar nossos próximos passos, o que pode envolver a própria prescrição do treino, além

da indicação de atividades extras ou encaminhamento a outros profissionais. Recomendamos

que nossos alunos sejam avaliados pelo menos a cada 3 meses, e nossos colaboradores têm um

papel essencial transmitindo esta informação e os orientando

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS COM PESO LIVRE

Por Elke Oliveira

Uma das principais variáveis do treinamento de força é a forma de execução dos

exercícios, considerada um dos fatores que pode determinar o resultado final de um ciclo de

treinamento, tanto com objetivos estéticos quanto terapêuticos. Talvez por isso, seja motivo de

tantas controvérsias. No entanto, a maioria das discussões não possui embasamento teórico-

prático, muito menos científico.

Normalmente, os temas sobre esse assunto abordam as vantagens em reduzir a amplitude

do movimento, o que possibilita a utilização de uma maior carga, justificando que isso poderia

contribuir para maior hipertrofia muscular. Além disso, há o mito de que grandes amplitudes de

movimento aumentariam os riscos de lesões. No entanto, ao contrario disso, já está documentado

que existe uma relação direta entre amplitude do movimento e estresse fisiológico (GENTIL,

2011; NOSAKA e SAKAMOTO, 2001) e que a utilização de amplitudes completas, como as

realizadas pelos levantadores de peso, dificilmente causariam lesões (RASKE e NORLIN, 2011;

GRANHED et al., 1988).

Um exemplo desses achados são estudos de médio e longo prazo que demonstraram não

haver prejuízos na articulação do joelho (instabilidade, lesão e frouxidão) na execução do

agachamento em profundidade (MEYERS, 1971; PANARIELLO et al., 1994). Inclusive poucos

sabem que durante o agachamento a tensão nas estruturas articulares é significativamente menor

que em outras atividades, como a caminhada. Pois, nos ângulos finais da fase excêntrica do

movimento há uma maior ativação dos ísquios tibiais e dos músculos da panturrilha, o que diminui

a sobrecarga na articulação do joelho (ISEAR et al., 1997; ESCAMILLA, 2001).

Com relação à forma de execução dos exercícios com peso livre é importante destacar

algumas variáveis importantes como: a ação da gravidade (vetor no sentido vertical direcionado

para baixo), o sistema de alavancas (no corpo humano os ossos são as linhas retas, bastões que

se estendem ao longo de um segmento corporal e as articulações os eixos), a magnitude da força

aplicada pelo músculo, que depende dos ângulos utilizados no movimento (ângulos de vantagem

e desvantagem mecânica) e por fim, o aproveitamento dos ângulos finais da fase excêntrica do

movimento.

Força da gravidade:

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A gravidade (G) é considerada a força de atração da Terra, pois puxa todos os corpos em

direção ao seu centro. Ela atua exatamente no centro de gravidade (CG) de um corpo (ponto

imaginário pelo qual esse corpo poderia ser suspenso, permanecendo em equilíbrio,

independentemente de como fosse girado). Em um objeto simétrico o CG está localizado no seu

centro geométrico (WIRHED, 1986; RASCH, 1991).

A força da G é representada por uma seta (vetor), na qual possui um comprimento

(magnitude) e um sentido. Este último é indicado pela ponta da seta. Assim, podemos dizer que a

representação da força da G é um vetor na vertical direcionado para baixo.

G

Já o peso (P) de um corpo é a força com que a terra o atrai. Para calculá-lo temos que

multiplicar sua massa, em kg, pela força da G que é 9,8 m/s². Normalmente, para facilitar o

cálculo, esse valor é arredondado para 10 m/s². Assim, por exemplo, a força peso de um atleta

com 70kg de massa corporal durante um salto em altura é aproximadamente 700N (WIRHED,

1986).

Dessa maneira, podemos concluir que durante a execução dos exercícios com peso livre,

devemos aproveitar o máximo do sentido vertical (para baixo e para cima). Por exemplo, o

crucifixo com halteres que é um exercício direcionado para o músculo peitoral, jamais poderá ser

realizado em pé. Pois, a forma de execução tenderá a horizontalidade (para os lados), o que

diminui a ação do peitoral e aumenta a dos deltóides (trabalhando em isometria). Desta maneira,

a forma de execução mais eficiente do crucifixo com halteres é na posição supinada (em um

banco), o que possibilitará aproveitar melhor ação da G.

Sistema de alavancas:

Para analisar melhor a ação da G durante os exercícios com peso livre temos que estudar

o sistema de alavancas. Pois, o esqueleto humano com suas estruturas, forma perfeitamente um

conjunto de alavancas. Sendo os ossos as linhas retas (bastões) que se movimentam em eixos

(articulações) (RASCH, 1989).

Durante os exercícios com peso livre, a força que faz a alavanca funcionar é fornecida pela

contração muscular, aplicada na sua inserção. Enquanto a resistência está no centro de

gravidade do implemento (halteres, barras, anilhas) a ser erguido. Para fazer a barra girar, no

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

caso do corpo humano, um membro se mover, é necessário que a força exercida pelo músculo

vença a resistência do peso.

As alavancas são divididas em três classes de acordo com as posições relativas do eixo,

da força e da resistência:

Alavanca interfixa: o eixo fica entre a resistência e a força. No corpo humano, um exemplo

desse tipo de alavanca é a articulação do cotovelo no exercício chamado rosca tríceps na polia,

onde o eixo é a articulação do cotovelo, a força é a gerada pelo músculo, sendo representada

pela sua inserção, e a resistência é a força contraria aplicada no cabo.

Alavanca inter-resistente: a resistência fica entre o eixo e a força. No corpo humano, um

exemplo desse tipo de alavanca é a articulação do tornozelo no movimento chamado flexão

plantar. O eixo é a articulação dos dedos, a força é a gerada pelos músculos da panturrilha, e a

resistência é o peso corporal.

Alavanca interpotente: a força fica entre o eixo e a resistência. No corpo humano, um exemplo

desse tipo de alavanca é a articulação do cotovelo no exercício chamado de rosca bíceps com

halteres. Sendo o eixo a articulação do cotovelo, a força é a gerada pelo músculo, sendo

representada pela sua inserção e a resistência é a força contraria aplicada no peso do halter.

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Apesar dos exercícios com peso livre tenderem a verticalidade, o movimento das

alavancas é rotatório (angular), fazendo com que a força que faz os ossos girarem nas

articulações seja denominada de torque.

Torque:

Quando uma força é aplicada fazendo que uma aste gire em torno do seu eixo, diz-se que

a foça gera um torque. A tendencia à girar depende da quantidade de força aplicada e a distância

entre o eixo e a resitência e a distância entre o eixo e a força (RASCH, 1991).

A distância entre o eixo e a resitência é chamada de braço de resistência BR, que é à

distância entre a articulação e ponto de aplicação da resistência. Na rosa bíceps (flexão de

cotovelos), seria a distância entre o cotovelo e as mãos, exatamente no meio do GC do halteres.

Assim, quando um membro corporal estiver paralelo ao solo será o ponto de maior torque pois

nesse ponto é o maior BR. Lembrando que a gravidade age sempre verticalmente, para baixo,

perpendicular ao braço da alavanca. Então, o ponto de maior dificuldade do movimento no

exemplo anterior é quando o cotovelo atinge 90º de flexão (CAMPOS, 2000).

A distância entre o eixo (articulação) e o ponto de aplicação da força (inserção muscular)

chamamos de braço de força BF que é verificado ao traçar uma linha perpendicular ao vetor

força, intersectando o eixo da articulação (CAMPOS, 2000).

Segue abaixo e exemplo de uma alavança interpotente com seus resectivos braço de

resistência e braço de força:

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E= eixo (ponto fixo, ou ponto de apoio).

R= resistêcia (peso do objeto).

BF= braço de força: distância da articulação a inserção muscular.

BR= braço de resistencia: distância da articulação ao CG do peso a ser erguido.

O torque muda conforme mudam o braço de resistência, isto é, já que a força externa

permanecerá constante a força aplicada pelo músculo dependerá do ângulo que se encontra a

articulção, isto é o comprimento do braço de resistência.

Ângulos de vantagem e desvantagem mecânica

Chamamos de ângulos de vantagem mecânica aqueles onde a força aplicada pelo

músculo é muito pequena ou mesmo nula. Por exemplo, no movimento de elevação frontal dos

braços, verificamos que o início do movimento é extremanete fácil. Nesta posição, os membros

superiores se encontra próximos a vertical conincidindo com o vetor da gravidade (BR quase

nulo). Mas, a medida que os braços se elevam o exercício se torna cada vez mais difícil, e

quando o braço fica paralelo ao solo (perpendicular ao vetor da gravidade) é o ângulo de maior

dificuldade (maior BR) . Então, esses ângulos onde os membros ficam próximos a horizontal,

paralelos ao solo, chamaremos de ângulos de desvantagem mecânica, posições de maior

dificuldade do exercício. Agora, quando os membros utrapassam esses ângulos o braço de

resistência volta a diminuir podendo chegar a coincidir com o vetor da gravidade, ponto onde há

muitas vezes o encaixe articular anulando praticamente a força aplicada pelo músculo. Voltando a

ser considerados ângulos de desvantagem mecânica.

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É importante destacar que nem sempre o ângulo de 90º da articulação é o ângulo de maior

dificuldade. O ideal é verificar se o membro está paralelo ao solo, isto é perpendicular ao vetor da

gravidade. Um exemplo disso acontece durante a execução do agachamento. O ângulo de maior

dificuldade do movimento é quando a coxa está paralela ao solo e não a 90º de flexão dos

joelhos.

Durante a execução dos exercícios com peso livre existe o torque externo, forças que

operam fora do corpo fazendo resistencia ao movimento e o torque interno que é a força muscular

agindo na sua inserção. Exemplo: no exercício de rosca bíceps, os halteres exercem um torque

exteno no sentido da ação da gravidade e o músculo bíceps exerce o torque interno na direção

oposta. Os fatores que fazem o braço girar em sentido a extensão são o peso do halteres (na

mão) e a sua distância do eixo, o braço de resistência (CAMPOS, 2000).

É possível fazer um cálculo matemático e estimar a força aplicada pelo músculo que faz

uma articulação girar. No entanto, em cada ângulo do exercício a magnitude do torque será

diferente. Um método para calcular esses valores é multiplicar a força peso pelo comprimento do

braço de resistência: T = P x BR (WIRHER, 1986; RASCH, 1991; CAMPOS, 2000). Segue abaixo

duas situações do mesmo exercícios com valores de torque diferentes.

P = m x g g = 10 m/s² T = P x BR Força muscular = Torque

G

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

No exemplo acima podemos perceber que no primeiro caso o braço de resistencia é maior

pois o membro está perpendicular ao vetor da gravidade, paralelo ao solo. Assim, a força

muscular será maior (ângulo de maior desvantagem mecânica).

Ângulos finais da fase excêntrica do movimento:

Apesar dos ângulos finais da fase excêntrica serem considerados, ângulos de vantagem

mecânica, é importante frisar que contrações musculares a partir de ângulos elevados (músculo

estirado) produzem maior estresse fisiológico (NOSAKA & SAKAMOTO, 2001, GENTIL, 2011).

Isso pode ser explicado pelo ao aumento das micro-lesões causadas por um maior alinhamento

irregular dos sarcômeros, um dos fatores que contribui para hipertrofia (GENTIL, 2011; MCCULLY

et al., 1986; ARMSTRONG et al., 1991). Além disso, o ganho de força ao realizar uma maior

amplitude de movimento é maior (MASSEY et al., 2005).

Ângulos finais da fase concêntrica do movimento:

Na execução dos exercícios com peso livre, os ângulos finais da fase concêntrica são

considerados ângulos de vantagem mecânica, pois nesse ponto do movimento o músculo perde a

tensão pelo fato de não aproveitar a ação da gravidade, principalmente quando há o encaixe

F = T

F = P x BR

F = (m x g) x BR

F = (5 x 10) x 25

F = 50 x 25

F = 1250N

F = T

F = P x BR

F = (m x g) x BR

F = (5 x 10) x 20

F = 50 x 20

F = 1000N

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

articular. Nesse sentido, recomendamos que sejam evitados para assim aumentar o trabalho

muscular.

Conclusão: forma mais eficiente da execução dos exercícios com peso livre:

Segundo os relatos acima podemos destacar alguns pontos a serem analisados durante a

prescrição dos exercícios com peso livre com objetivo de torná-los mais eficientes.

1) Aproveitar o máximo do sentido vertical (para baixo e para cima). Exemplo: o crucifixo com

halteres (exercício para os peitorais) jamais poderá ser realizado em pé. Pois, a forma de

execução tenderá a horizontalidade (para os lados), o que diminui a ação do peitoral e aumenta a

dos deltóides (trabalho isométrico). Desta maneira, a forma de execução mais eficiente será na

posição supinada o que possibilitará aproveitar melhor o sentido vertical e conseqüentemente à

ação da G.

2) É importante conhecer como funciona o sistema de alavancas e identificar qual o tipo se

encaixa em cada exercício.

3) Identificar qual parte do corpo humano corresponde a cada componente de uma alavanca.

Principalmente o eixo (articulação), o braço de força (distância do eixo a inserção muscular) e o

braço de resistência (distância do eixo ao CG do peso a ser erguido).

4) Estudar o conceito de torque, pois dessa maneira será possível ter uma noção da força

exercida pelo músculo em cada ângulo do movimento.

5) Aproveitar os ângulos finais da fase excêntrica, pois apesar do braço de resistência ser

pequeno ou quase nulo, já foi comprovado que a incidência das micro-lesão é maior em

contrações a partir do músculo alongado. Uma dica para não diminuir o trabalho muscular é

realizá-lo sem pausas. Exemplo 1 - rosca bíceps com halteres - estender completamente os

cotovelos, no entanto, ao chegar ao final da fase excêntrica não realizar pausa e sim permanecer

com o movimento contínuo. Exemplo 2 – agachamento livre com a barra - descer profundamente

aproveitando o máximo da amplitude, mas não permanecer embaixo. O exercício deve ser

realizado sem pausas.

6) Não permanecer ou mesmo não finalizar a fase concêntrica do movimento, pois assim, não

haverá possibilidade da musculatura alvo “relaxar”, devido ao encaixe articular tornando o braço

de resistência nulo (ângulo de vantagem mecânica). Exemplo 1 - rosca bíceps com halteres – não

realizar a flexão completa do cotovelo, pois no final da fase concêntrica o braço de resistência é

muito pequeno (ângulo de vantagem mecânica). Exemplo 2 – agachamento livre com a barra –

não subir até estender completamente os joelhos, pois nesse momento há o encaixe da

articulação anulando completamente o braço de resistência.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA

MEMBROS INFERIORES E QUADRIL

Afundo no Smith / Livre

Principais músculos envolvidos: Quadríceps, isquiotibiais, extensores de quadril.

Ajuste: Posicionar a barra na atura do trapézio, cuidando para não comprimir a sétima

vértebra torácica. Antes de iniciar o movimento, posicionar os pés paralelamente como se

fosse realizar um agachamento. Em seguida afastar um dos pés e projetar o outro para

trás (os pés não devem ficar “na mesma linha”, para facilitar o equilíbrio lateral). A

distância anterior e posterior deve ser calculada de modo que seja possível realizar o

movimento com um eixo unicamente vertical, obtendo ângulos retos nos joelhos da perna

anterior e posterior. Uma dica que pode ser dada é a visualização da ponta do pé que se

encontra à frente.

Execução: Realizar o movimento totalmente na vertical, mantendo a postura ereta

(quadril abaixo da barra) até que o joelho se aproxime ou toque levemente o solo. É

interessante pedir para o aluno direcionar a percepção de esforço para a perna que se

encontra anteriormente, pois nesse exercício são comuns sensações de esforço mais

fortes na coxa e panturrilha posteriores. Durante todo o movimento o tronco deve

permanecer alinhado, com o quadril embaixo da barra. Pode ser realizado com halteres

nas mão ou mesmo a barra entre as pernas.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Limitações: Pessoas com encurtamento na panturrilha geralmente sentem muito esta

musculatura, tendo dificuldades em realizar o movimento, neste caso é interessante

realizar um treino conjunto de flexibilidade.

Observações: Analisando o pré-estiramento e a amplitude do movimento, vemos que

este movimento é direcionado primordialmente para o quadríceps e não para os flexores

do quadril ou posteriores de coxa. Porém o posicionamento do pé à frente evita a

tendência do quadril entrar em báscula, o que provavelmente leva a maior tensão na

musculatura posterior da coxa e dos extensores do quadril. Pode-se utilizar um step para

aumentar a amplitude de movimento. Observar a estatura do aluno e a possibilidade de

aumentar a altura do step e para evoluir na intensidade.

Agachamento livre

Principais músculos envolvidos: Quadríceps, isquiotibiais e extensores do quadril.

Ajuste: Com os pés em afastamento anatômico, posicionar a barra sobre o trapézio,

cuidando para não comprimir a sétima vértebra cervical. Manter a posição anatômica no

tocante ao afastamento e rotação dos pés (desvios posturais). Os pés devem ser

posicionados de modo que permitam uma movimentação natural, principalmente das

articulações do joelho e coluna. As variações propositais do posicionamento dos pés

(grandes afastamentos e rotações) demonstram resultados questionáveis e podem

aumentar o risco de lesões, portanto não serão utilizadas (ESCAMILLA et al, 2001).

Quando necessário, o exercício deverá ser realizado apoiando as mãos no espaldar.

Execução: Iniciar a fase excêntrica pela projeção do quadril para trás gerando um leve

desequilíbrio que tenderá a provocar que as pontas dos pés saiam do solo. Em seguida,

flexionar os joelhos. Na fase concêntrica, subir sem projetar o quadril nem joelhos à

frente. Ao final do movimento pode-se estender totalmente os joelhos para que o

movimento inicie de uma posição bem definida (entretanto, alunos intermediários e

avançados não devem estender os joelhos). A amplitude do agachamento deve ser a

maior possível, com ângulos entre 110-130 graus. Normalmente há tendência em inclinar

o corpo à frente, quando isso ocorrer, lembre o aluno de duas estratégias: manter o olhar

em um ponto acima e a frente e posicionar os cotovelos apontando para baixo, se

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

possível para frente. Observar a velocidade da fase excêntrica, pois há tendência a

realizar o movimento de maneira muito acelerada.

Observações: Apesar de ter sido condenado, este é um excelente exercício em termos

de eficiência e segurança, quando executado corretamente. Ao contrário do que se

pensava o ângulo de 90º é um dos menos seguros. No agachamento profundo há a co-

contração da musculatura posterior (isquiotibiais e gastrocnêmios) e conseqüente

compensação dos vetores de força, gerando maior estabilidade nos joelhos. Dos 7

estudos (transversais e longitudinais) feitos sobre agachamento na estabilidade no joelho

somente 1 (transversal) mostrou resultados negativos. Não usaremos variações no

posicionamento dos pés (afastamento e rotação), pois estas práticas não produzem

efeitos relevantes que tenham sido comprovados em níveis morfofuncionais (ESCAMILLA

et al, 2001), além de causarem estresse irregular nas estruturas articulares. A utilização

de calços e cintos altera o padrão motor e pode gerar sobrecarga irregular na coluna e

joelhos, portanto tentaremos ensinar nossos alunos a agachar com os pés totalmente

apoiados no chão e sem cinto. Foi verificado que o cansaço faz com que seja imposto

maior estresse nas estruturas articulares e conectivas, assim é recomendável utilizar o

agachamento profundo no inicio da série e com repetições relativamente baixas (8-12). A

sobrecarga pode ser realizada com halteres e anilhas.

Limitações: Em caso de lesões no ligamento cruzado posterior e/ou menisco deve-se

limitar a amplitude de movimento aos seus ângulos iniciais.

Agachamento no Smith: Por ser um movimento guiado este exercício geralmente é um

dos mais prescritos, porém o uso excessivo pode prejudicar a habilidade neuromotora nos

exercícios naturais de agachamento, induzindo um padrão de recrutamento alterado.

Desta forma, paradoxalmente à opinião corrente, o agachamento no Smith só deveria ser

recomendado a pessoas com habilidade suficiente para executar o movimento livre, pois

assim haveria melhor padrão de sobrecarga. A limitação do ângulo de flexão a 90º tem

mais características dogmáticas que científicas, pois em pessoas saudáveis há co-

contração da musculatura posterior (isquiotibiais e gastrocnêmios) e conseqüente

compensação dos vetores de força. Outro ponto a ser observado é a maior superfície de

contato do fêmur com a patela em ângulos mais agudos (ESCAMILLA, 2001; ESCAMILLA

et al, 2001) o que dispersa melhor as forças compressivas. A retificação da coluna não

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

será utilizada, portanto alertem os alunos para não posicionarem os pés à frente. Os pés

devem estar alinhados (abaixo) com a barra.

Leg pres sentado e deitado

Principais músculos envolvidos: Quadríceps, isquiotibiais, extensores do quadril.

Ajuste: Sentado, regular a máquina de modo que o joelho fique próximo ao tronco. A

posição inicial deve permitir uma boa amplitude de movimento, portanto é normal a

dificuldade no início da primeira repetição devido à proximidade do apoio (ajudar com as

mãos). Os pés deverão se posicionar em uma largura próxima a dos ombros, com

afastamento natural. O posicionamento da altura dos pés, assim como sua rotação,

também devem ser confortáveis ao aluno, evitando exageros.

Execução: Estender os joelhos sem permitir o encaixe e retornar até um ângulo mais

agudo que 90º (“esmagar o peito”).

Limitações: Devido à tendência a retificação da lordose, este movimento geralmente

causa dores lombares em pessoas com hérnia posterior e/ou inflamações em nervos da

região, isto pode ser corrigido com o uso de alguma estratégia para manter a lordose

lombar. Neste caso, muitas vezes, esse exercício deverá ser evitado.

Observações: A utilização de variações no posicionamento dos pés (afastamento, altura,

rotação) deve ser evitada, pois, não produz efeitos relevantes que tenham sido

comprovados em níveis morfofuncionais (ESCAMILLA et al., 2001). A diferença deste

movimento para o leg press deitado é o maior pré-estiramento da musculatura posterior o

que provavelmente proporciona maior ativação. É importante perceber que alunos com o

abdômen muito protuberante têm dificuldade em realizar este exercício em sua amplitude

completa.

Cadeira extensora

Principais músculos envolvidos: Quadríceps.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Ajuste: Com as costas apoiadas. Posicionar o encosto de modo que a articulação do

joelho coincida com o eixo de movimento da máquina. A almofada inferior deve está

localizada acima dos tornozelos, em uma posição confortável.

Execução: Estender completamente os joelhos e retornar até que as placas se toquem. A

amplitude deverá ser regulada de forma que o exercício inicie com pré-estiramento

muscular.

Limitações: Este exercício é contra-indicado para pessoas portadoras de lesões no

ligamento cruzado anterior e com condromalácia patelar.

Observações: Ao contrário do que se pensava anteriormente não há maior ativação do

vasto medial oblíquo com a extensão máxima do joelho, assim como este exercício não

proporciona ativação seletiva desta região, mesmo com o uso da contração isométrica

dos adutores (CERNY, 1995; KARST et al., 1993; ZAKARIA et al., 1997).

Mesa flexora

Principais músculos envolvidos: Isquiotibiais (bíceps femoral, semimembranoso,

semitendinoso).

Ajuste: Com o aluno deitado, posicioná-lo de modo que o eixo de movimento do joelho

coincida com o da máquina. Em seguida ajustar o apoio da perna de modo que a

almofada fique logo acima do tendão calcâneo, em uma posição confortável.

Execução: Flexionar os joelhos o máximo possível e retornar até limite da amplitude do

aparelho, que deverá ser regulada de forma que o exercício inicie com pré-estiramento

muscular. Durante a realização deste exercício com sobrecargas altas há uma tendência

natural de acentuar a curvatura lordótica, este movimento compõe a cadeia cinética

natural e não há necessidade de retificá-lo.

Limitações: Contra-indicado para pessoas com lesões no ligamento cruzado posterior.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Flexão de joelhos em pé

Principais músculos envolvidos: Isquiotibiais (bíceps femoral, semimembranoso,

semitendinoso).

Execução: Mantendo o tronco em uma posição constante, flexionar o joelho até a

contração máxima e retornar até o limite do alongamento. Quando se usa cargas

elevadas é comum vermos uma tendência em girar o tronco para o lado contrário da

perna que executa o movimento, devemos orientar o aluno a manter a postura.

Limitações: Contra indicado para pessoas com lesões no ligamento cruzado posterior.

Observações: O movimento realizado com os pés em dorsiflexão ativa os

gastrocnêmios, os quais ajudam na estabilização dos joelhos. Porém a contração

isométrica da musculatura anterior da tíbia pode gerar fadiga e conseqüente desconforto.

Seria interessante, assim, que se mantivesse uma posição neutra tendendo a dorsiflexão.

Stiff

Principais músculos envolvidos: Isquiotibiais e lombar.

Ajuste: Posicionar a barra no solo e realizar a pegada na abertura dos ombros.

Execução: Com os joelhos estendidos, inclinar lentamente o tronco à frente até o limite

da flexibilidade, e retornar à posição inicial. É importante atentar para os seguintes

detalhes: Manter as curvaturas da coluna, sem retificar a curvatura lordótica; indicar o

direcionamento do olhar para um ponto à frente; pedir para que se mantenha os ombros

projetados para trás.

Observações: É importante que o aluno possua boa flexibilidade na cadeia muscular da

região posterior. Este exercício normalmente produz dor tardia acentuada, atenção ao

prescrevê-lo para iniciantes.

Limitações: Deve-se tomar cuidado com alunos que possuem desvios posturais

acentuados, nervalgias e/ou discopatias.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Cadeira adutora

Principais músculos envolvidos: Pectíneo, grácil e os adutores maior, médio e menor,

sendo a maior intensidade no grácil e adutor maior.

Ajuste: O encosto deve estar posicionado de modo que o aparelho toque a tíbia logo

abaixo da linha do joelho.

Execução: Sentado no aparelho, com o tronco alinhado e braços ao longo do corpo,

segurando o suporte, coxas afastadas. Tracionar os suportes aduzindo as coxas até que

os mesmo se toquem; Voltar à posição inicial com a maior amplitude possível. É

importante que o aluno utilize a amplitude completa do movimento, aproveitando tanto a

contração concêntrica quanto a excêntrica.

Observação: A variação de inclinação do tronco não será utilizada. O aluno deverá

permanecer com o tronco ereto.

Cadeira abdutora

Principais músculos envolvidos: Glúteo médio e tensor da face lata, sendo também

acionado o glúteo maior, pela flexão do quadril.

Ajuste: O encosto deve estar posicionado de modo que o aparelho toque a perna logo

abaixo da linha do joelho.

Execução: Sentado no aparelho com o tronco alinhado e braços ao longo do corpo:

abduzindo as coxas até um ângulo, no mínimo, maior que 60° em relação à posição

inicial; Neste movimento há uma tendência de aumentar a carga às custas da amplitude e

controle da velocidade, portanto deve-se salientar a importância do uso da amplitude

completa e do controle do movimento em todas as suas fases.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Observações: Apesar de haver ativação do músculo glúteo máximo com a flexão

do quadril, é questionável se haverá efeito morfológico significativo com uma flexão

acentuada, portanto a flexão do quadril neste exercício será mantida em 90°.

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA PEITORAIS

Crossover

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior, menor e deltóide.

Execução: Partindo da posição inicial com o tronco inclinado (próximo a 45º), realizar a

fase excêntrica até o limite da amplitude individual (os cotovelos devem,

necessariamente, passar da linha dos ombros). Durante o movimento, manter a

angulação dos cotovelos constantes em um ângulo de semi-flexão (praticamente

estendidos). A semi-flexão deve ser usada para diminuir a força do olecrano em sua

fossa, localizada no úmero. A diferença básica entre este movimento e os com halteres

está na incidência dos vetores de força, aqui eles são mais horizontais, o que inverte os

pontos de vantagem mecânica para o final da fase excêntrica e início da concêntrica.

Observações: Quando se utiliza sobrecargas elevadas nesses exercícios, normalmente

há prejuízo da técnica, portanto esse movimento é melhor aproveitado com repetições

altas (8-12), isto é, em métodos de estresse metabólico.

Crucifixo reto, inclinado com halteres

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior, menor, e deltóide.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Execução: Ver exercícios acima.

Observações: Devido à incidência constante de um vetor de força vertical (a favor da

gravidade), os ângulos finais da fase concêntrica tornam-se relativamente fáceis, com o

contrário acontecendo na fase excêntrica, onde os ângulos finais são mais difíceis. Em

vista disso muitos alunos tendem a encurtar o movimento e/ou passar mais tempo nos

ângulos de vantagem mecânica, o que deve ser desestimulado.

Crucifixo na máquina

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior, menor e deltóide.

Ajuste: A altura do banco deve permitir que o movimento seja realizado com o cotovelo

ligeiramente abaixo da linha dos ombros.

Execução: Realizar a fase concêntrica até os braços da máquina se tocarem e retornar

ao ponto de maior amplitude possível podendo. Neste exercício não ocorre uma alteração

tão significativa no braço de resistência, como na polia e halteres, devido à forma circular

do movimento.

Paralela

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior e menor, deltóide e tríceps.

Execução: Realizar a fase excêntrica, com os cotovelos ultrapassando o ângulo de 90°. É

importante evitar que o corpo oscile durante o movimento. Ao final da fase concêntrica

não passar muito tempo com os cotovelos estendidos.

Supino reto, inclinado com a barra

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior e menor, deltóides e tríceps.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Ajuste: Posicionar as mãos de modo que o cotovelo fique próximo a 90° quando o braço

estiver paralelo ao solo. Pegadas muito abertas reduzem a amplitude de movimento e

podem trazer desconforto ao punho, pegadas muito fechadas podem trazer desconforto

ao cotovelo. É interessante que os pés fiquem apoiados sobre alguma superfície firme,

para manter o equilíbrio, principalmente com cargas altas. A elevação dos pés com a

finalidade de retificar a curvatura lordótica, muito utilizada no supino reto, não trará

vantagens ao movimento, nem segurança, podendo inclusive prejudicar o equilíbrio.

Execução: Descer a barra de forma controlada até que ela toque suavemente o tórax. A

recomendação é que a linha vertical de movimento da barra fique ligeiramente abaixo dos

ombros. Lembrando sempre de advertir o aluno para não deixar a barra chocar-se contra

o esterno de forma violenta. Quando se utiliza cargas muito elevadas há tendência a

acentuar a curvatura lordótica, para mudar o padrão do movimento e obter vantagem

mecânica, esta alteração deve ser corrigida quando for utilizada constantemente para

facilitar o movimento. Em alunos avançados este recurso pode ser utilizado como parte de

uma metodologia, mas somente quando o professor indicar e ensinar o aluno à maneira

adequada de fazê-lo. Lembrado que, ao executar o movimento não se deve parar nem em

cima nem embaixo.

Limitações: Alunos com lesão no ombro e/ou cotovelo sentem melhor conforto nos

exercícios realizados com halteres e sem inclinação.

Observações: O supino inclinado é um bom exercício para iniciantes, pois realiza um

trabalho complexo envolvendo peitorais, ombro e tríceps, reduzindo assim o volume da

série. Uma vantagem do supino inclinado sobre o reto ou declinado para iniciantes é a

possibilidade de feedback visual devido ao posicionamento do banco em frente ao

espelho.

Supino reto na máquina

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior e menor, deltóide e tríceps.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Ajuste: Com o aluno sentado, regular a altura do banco de modo que a pegada fique

ligeiramente abaixo da linha dos ombros. O movimento deve ser realizado com a maior

amplitude possível, podendo ser limitada em casos de lesões.

Execução: Empurrar o suporte evitar que os cotovelos se mantenham estendidos por

muito tempo no final da fase concêntrica. Retornar até que o cotovelos ultrapassem a

linha dos ombros. Isto é, bem próximo ao limite do movimento.

Observações: Pessoas que praticaram movimentos encurtados por muito tempo, podem

ter dificuldades em utilizar maiores amplitude de movimento, ao invés de mantermos esta

deficiência seria mais interessante corrigi-la com exercícios de flexibilidade e

readequação ao movimento completo, com diminuição da carga.

Supino reto, inclinado com halteres

Principais músculos envolvidos: Peitoral maior e menor, deltóide e tríceps.

Execução: Nesses exercícios pode-se aumentar bastante a amplitude de movimento,

passando os halteres da linha dos ombros. Se o aluno tiver limitações de amplitude deve-

se proceder de modo a corrigir o problema, evitando os movimentos encurtados. Durante

o final da fase concêntrica, pode-se unir os pesos, mas não há necessidade de gira-los.

Pois, esse movimento é feito com um braço de resistência pequeno e dificilmente

aumentará o trabalho dos peitorais.

Limitações e observações: Seguem as mesmas dos supinos correspondentes na barra.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA TRÍCEPS

Rosca tríceps na polia

Ajuste: Manter-se um pouco afastado da linha vertical que passa pela polia, de modo que

os cotovelos fiquem cerca de meio palmo de distância do corpo.

Execução: Mantendo a angulação da escapulo-umeral constante, com os cotovelos um

pouco afastados do tronco, estender totalmente os cotovelos sem aproximá-los do corpo,

em seguida retornar até um ângulo mais agudo que 90°. É importante lembrar ao aluno de

manter a postura ereta, sem acentuar a cifose. Durante o movimento deve-se cuidar de

dois pontos: Manter a angulação da escápulo-umeral constante; Não deixar o braço de

resistência ficar muito reduzido. A tendência em abrir o cotovelo só necessita ser corrigida

se o movimento escápulo-umeral estiver mais acentuado que o do cotovelo.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Observações: Quando se treina constantemente com cargas elevadas é comum ocorrer

um quadro doloroso na articulação do cotovelo, provavelmente devido à inflamação nos

tendões e/ou ligamentos. Um meio de atenuar esta probabilidade é usar uma pegada

neutra e não passar muito tempo realizando métodos tensionais. A variação de pegadas

nos exercícios que isolam o tríceps parece ter mais influência nos estabilizadores. Então,

não serão recomendadas.

Tríceps testa (barra ou halteres)

Ajuste: Deitado no banco, usar o afastamento das mãos de maneira que permita um

movimento confortável para as articulações do punho e cotovelo.

Execução: Descer a barra depois da região antero-superior da cabeça, em seguida

estender totalmente o braço, mantendo a escápulo-umeral estática, em um angulo menor

que 90°, para evitar o ponto de vantagem mecânica no final da contração. A tendência em

abrir o cotovelo só deve ser corrigida em casos extremos.

Observações: Este movimento é um dos melhores para se usar estímulos tensionais.

Sendo muito bom para realizar repetições forçadas, devido a facilidade em ajudar. Porém,

devemos ter cuidado para não prescrever estes exercícios com sobrecargas altas por

períodos muito longos, devido ao alto índice de dores (provavelmente devido a tendinites)

que advém se sua prática constante. Variações na angulação do banco poderão ser

usadas, com o intuito de alterar o pré-estiramento.

Rosca tríceps testa polia alta

Ajuste: Posicionar a polia de modo que ela fique próxima à altura da cabeça. Em

seguida dar um passo a frente para localizar o um posicionamento que dê maior equilíbrio

durante o movimento (normalmente esta posição é com os pés em afastamento antero-

posterior.

Execução: Estender totalmente o cotovelo e retornar a um ângulo mais agudo que 90°,

mantendo constante a angulação da escapulo-umeral. Durante o movimento o cabo deve

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

passar acima da linha da cabeça. A tendência em abrir o cotovelo só deverá ser corrigida

em casos extremos.

Observações: Este movimento é melhor aproveitado com sobrecargas

relativamente baixas por dois motivos: Dificuldade em chegar a posição inicial; Tendência

a perder a técnica; Valem aqui as mesmas observações do tríceps na polia.

Tríceps francesa (polia baixa ou halteres)

Ajuste: Posicionar-se em pé, próximo a polia.

Execução: Estender completamente os cotovelos e retornar até um ângulo mais agudo

que 90°.

Observações: Este movimento é melhor aproveitado com sobrecargas

relativamente baixas por dois motivos: Dificuldade em chegar a posição inicial; Tendência

a perder a técnica.

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA BÍCEPS

Rosca bíceps direta (polia baixa, barra ou halteres)

Ajuste: Posicionar as mãos em afastamento confortável para as articulações do punho e

do cotovelo, normalmente isto ocorre com a pegada na abertura do ombro. É improvável

que o posicionamento das mãos tragam adaptação diferenciada nas porções longa e

curta do bíceps.

Execução: É importante frisar três pontos: manter os cotovelos ligeiramente a frente do

corpo; angulação escapulo-umeral deve ficar constante; não usar a movimentação do

tronco para ajudar o movimento. Em nenhuma das variações é interessante que se

flexione totalmente o braço, pois desta forma o centro de gravidade do membro +

sobrecarga, incidirá sobre o eixo de movimento, tornando nulo o momento de força,

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

portanto devemos instruir os alunos a interromperem a flexão antes que isso aconteça. Na

fase excêntrica pode-se chegar à extensão total, desde que não para embaixo.

Observações: É praticamente impossível manter o controle da respiração durante a

rosca bíceps direta com cargas altas, portanto este movimento deve ser prescrito com

cautela para pessoas com problemas cardiovasculares.

Rosca bíceps inclinada (banco 45º)

Execução: Flexionar o cotovelo até pouco antes do braço de resistência tornar-se muito

reduzido e retornar estendendo completamente os cotovelos. Durante todo o movimento

observar dois pontos: manter as escápulas apoiadas no banco; evitar projetar os

cotovelos para trás. E braço deve manter uma linha perpendicular ao solo. Isto é,

completamente na vertical.

Observações: Este movimento possui um pré-estiramento muito bom, podendo ser útil

em caso de alunos com encurtamento.

Bíceps Scotch (máquina)

Ajuste: A altura do banco deve ser ajustada de modo que a axila fique um pouco acima

da linha do apoio, em uma posição confortável. No caso da máquina observar se os

cotovelos estão coincidindo com o eixo de movimento.

Execução: Na máquina, flexionar os cotovelos até que haja tendência do úmero sair do

apoio e retornar a extensão total. No caso da barra é interessante interromper a fase

concêntrica quando a linha vertical da sobrecarga ficar muito próxima do eixo de

movimento. Sempre ressaltar a importância da amplitude completa.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA OMBROS

Desenvolvimento pela frente (barra, halteres)

Principais músculos envolvidos: Deltóides, trapézio e tríceps.

Ajuste: Realizar a pegada com um afastamento das mãos que ao mesmo tempo seja

confortável e que permita uma boa amplitude, a pegada normalmente é um pouco mais

fechada que a dos supinos.

Execução: Realizar a fase excêntrica até que as mãos cheguem abaixo do queixo. No

final do movimento, evitar manter os cotovelos estendidos (bate e volta). Durante a

execução do exercício, normalmente ocorre acentuação da lordose lombar, isto acontece

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

para adaptar a postura à sobrecarga, ajudando a equilibrar o centro de gravidade e

dissipar forças verticais, portanto não se deve retificar a coluna, apenar atenuar exageros.

Observações: Há possibilidade de executar este movimento em pé ou sentado, a

variação em pé é mais complexa, porém sobrecarrega menos a coluna e possui um

padrão de sobrecarga mais natural. Ao descer com os cotovelos apontando para frente há

maior ativação do feixe anterior do deltóide, com os cotovelos apontando para os lados, a

prioridade é do feixe medial.

Desenvolvimento por trás (barra)

Principais músculos envolvidos: Deltóides, trapézio e tríceps.

Ajuste: A pegada será um pouco mais aberta que no desenvolvimento pela frente.

Execução: Descer a barra até a altura, ou um pouco abaixo, das orelhas e estender os

braços de maneira controlada, sem manter a extensão. Aqui a lordose também não deve

ser retificada.

Observações: Este movimento, assim como a puxada por trás, não será proibido. Porém,

é interessante que evite a prescrição dos dois exercícios mesmo treino, assim como seu

uso por períodos muito longos. Pois, podem lesionar a articulação do ombro.

Assim como o desenvolvimento pela frente é possível a realização em pé, porém o

desenvolvimento por trás é menos confortável e tem o equilíbrio dificultado.

Pela posição dos cotovelos, ocorre maior ativação do feixe medial do deltóide.

Remada alta (polia, halteres ou barra)

Principais músculos envolvidos: Trapézio, deltóides e bíceps.

Execução: Com a postura ereta, e escápulas levemente retraídas, elevar os cotovelos

até que a barra se aproxime do queixo, sustentar a contração e descer até que os braços

se estendam totalmente. É importante ressaltar que não se deve permanecer muito tempo

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

no ponto menor relaxamento muscular. Pode-se pedir que o aluno afaste a barra do

corpo, para intensificar o exercício.

Observação: Pegada mais fechada produz maior elevação da escápula, com maior

ativação do trapézio, já a pegada mais aberta produz menos elevação, ativando mais os

deltóides.

FORMA DE EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS PARA DORSAIS

Crucifixo invertido (máquina)

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal e redondo maior.

Ajuste: Na máquina, colocar uma regulagem no banco que permita manter os cotovelos

um pouco abaixo da linha dos ombros.

Execução: Mantendo a angulação do tronco constante, abduzir os braços até os mesmos

formarem um ângulo maior que 180° com o tórax e retornar até um ângulo anterior ao

momento em que o momento de força é nulo. Normalmente há tendência em se passar

mais tempo nos pontos de menor trabalho mecânico, portanto devemos sempre frisar a

importância de realizar o movimento com a técnica correta, aproveitando, principalmente,

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

os ângulos de desvantagem mecânica. Outro erro de execução muito comum é o

“balanço” do tronco no início do movimento para ajudar a execução.

Observações: O crucifixo invertido é um movimento de difícil execução, sendo melhor

aproveitado em métodos metabólicos (cargas relativamente baixas).

Pullover (halteres ou polia)

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal e redondo maior.

Ajuste: Halteres: Deitar no banco de modo que as escápulas fiquem próximas a borda,

permitindo um movimento mais amplo e livre. Polia: Utilizando a pegada mais confortável

(pronada, neutra ou outras), afastar-se da polia, de modo a permitir um movimento amplo.

Realizar uma pequena flexão de joelhos com objetivo de estabilizar o movimento e

flexionar o quadril mantendo o tronco próximo a horizontal.

Execução: Halteres: com os cotovelos quase em extensão máxima, iniciar a fase

excêntrica até o limite da amplitude do aluno, lembrando que o braço deve

necessariamente descer abaixo da linha horizontal do banco, pois é essencial ressaltar a

importância da amplitude na fase excêntrica. Na fase concêntrica, subir o peso até que o

braço forme um ângulo de aproximadamente 80° com o solo. Evite ângulos próximos a

90°, pois haverá anulação do braço de resistência e consequentemente ausência de

trabalho na musculatura alvo. Durante a fase excêntrica normalmente ocorre uma ligeira

acentuação da lordose lombar, o que, até certo ponto, é natural, devendo ser

desestimulada quando torna-se muito exagerada. Polia: Descer a barra até tocar ou se

aproximar dos membros inferiores e retornar até o ponto de maior amplitude (acima da

cabeça).

Observações: Ao contrário de afirmações comuns, esse exercício é um movimento

direcionado para os dorsais e não para os peitorais. É comum ocorrer fadiga do tríceps

antes de ser perceber um trabalho intenso dos dorsais, principalmente na polia, neste

caso deve-se utilizar variações de pegadas e sugerir uma maior concentração na

musculatura trabalhada.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Puxada por trás

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal, redondo maior e bíceps.

Ajuste: O afastamento das mãos deve permitir uma amplitude completa de movimento. É

interessante adotar um posicionamento com o qual os cotovelos estejam em um ângulo

ligeiramente maior que 90° quando estiverem alinhados com os ombros.

Execução: Na fase concêntrica, descer a barra até que a mesma se aproxime ou toque o

trapézio (e não a cervical). Durante a fase concêntrica evitar as oscilações bruscas do

tronco e a projeção da cabeça muito à frente.

Observações: Este movimento é seguro para indivíduos normais e está dentro das

possibilidades anatômicas do corpo humano, portanto não há motivos para proibi-lo. O

artigo escrito por Tiffany Crate (CRATE, 1997), um dos pivôs da “demonização” da

puxada, é um texto de baixa qualidade técnica e não apresenta bases para suas

propostas, na verdade sua lista de referências bibliográficas é composta apenas por dois

artigos e três livros-texto. Em equivalentes nacionais, o texto em questão seria algo como

uma reportagem da revista Boa Forma. No entanto, além de ser menos natural que a

puxada ela frente, não podemos negar que existem casos em que a estrutura anatômica

de certos alunos impedem uma execução adequada. Nestes casos, esse exercício deve

ser evitado.

Puxada pela frente pronada

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal, redondo maior e bíceps.

Ajuste: O afastamento das mãos deve permitir uma amplitude completa de movimento,

normalmente é melhor posicionada um pouco mais aberta que a largura dos ombros

(pegada similar à do supino, o que permite um ângulo de 90° no nível do cotovelo quando

os braços estiverem na altura dos ombros).

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Execução: Durante o movimento deve-se manter o tronco ligeiramente inclinado, para

permitir a passagem da barra pela frente do rosto. É importante manter a inclinação do

tronco constante o tanto quanto possível (não oscilar o corpo) evitando e extensão brusca

no início da fase concêntrica. Descer a barra até tocar o tórax em um ponto entre o meio

de esterno e a clavícula. Na fase excêntrica manter a inclinação do tronco e evitar manter-

se muito tempo com os cotovelos estendidos.

Puxada pela frente supinada

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal, redondo maior e bíceps.

Ajuste: As mãos deverão ficar em um afastamento próximo da largura dos ombros,

normalmente ou um pouco mais fechados, procurando sempre o conforto das articulações

do punho e cotovelo.

Execução: Durante o movimento, o tronco ficará um pouco mais ereto que na puxada

pela frente supinada. As outras colocações são similares ao movimento anterior

Observações: Por ser um movimento natural e envolver de modo acentuado o trabalho

dos flexores do cotovelo, este é um bom exercício para iniciantes, ajudando a economizar

volume de treino.

Puxada frente com pegada neutra

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal, redondo maior e bíceps.

Execução: Idem ao exercício acima.

Observações: Esta variação normalmente é mais bem tolerada por pessoas que relatam

fadiga dos flexores do punho nas outras puxadas.

Remada curvada (halteres ou barra)

Principais músculos envolvidos: Grande dorsal, redondo maior e bíceps.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Ajuste: Pode-se realizar pegadas variadas (pronada aberta e fechada e supinada).

“manter o peito aberto e o bumbum empinado”.

Execução: Com o tronco inclinado (cerca de 40/45 graus com a horizontal) trazer a barra

até tocar o corpo, segurar a contração e controlar a descida, sempre lembrando ao aluno

de evitar permanecer com os braços estendidos.

Observações: Durante todo o exercício, o movimento da barra deve ser no sentido

vertical. É importante que não se mantenha o troco muito elevado, para não alterar a

musculatura envolvida no exercício. Outro ponto a ser corrigido é o uso da extensão do

tronco para ajudar o início do movimento.

Remada no cabo

Principais músculos envolvidos: Dorsal (pegada fechada, neutra ou supinada);

rombóide e trapézio (pegada aberta) e bíceps.

Ajuste: Com os pés totalmente apoiados, manter os joelhos semi-flexionados e a

articulação do quadril em 90 graus (peito aberto e bumbum empinado).

Execução: Mantendo o quadril em uma flexão constante, trazer a barra em direção ao

corpo, segurar a contração e retornar estendendo totalmente os braços. No caso da

remada aberta, os cotovelos deverão manter-se em uma elevação constante evitando que

desçam ou subam durante o movimento. Na remada fechada (supinada ou neutra) os

cotovelos passarão rentes ao corpo. Neste exercício há uma forte tendência de

negligenciar a contração, passando pouco tempo com os cotovelos atrás da linha do

corpo, principalmente com cargas elevadas. É importante observar constantemente os

alunos e educá-los para que não usem a extensão do tronco no início do movimento.

Durante todo o tempo de execução deve-se manter uma postura ereta, com as escápulas

aduzidas e curvatura lordótica em seu estado natural.

Observações: a remada com a pegada aberta e cotovelos elevados ativa os deltóides e

rombóides com mais intensidade que a realizada com cotovelos baixos, que ativam

prioritariamente os dorsais.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

EXERCÍCIOS DE BAIXA EFICIÊNCIA

- Agachamento no Smith – Pouco eficiente quando comparado ao agachamento livre.

O agachamento tem um padrão de sobrecarga em “S”, portanto, o vetor unicamente vertical do

Smith é anti-natural, promovendo maior agressão às estruturas articulares. Além disso, os

importantes trabalhos de equilíbrio e coordenação são perdidos quando se faz o movimento

guiado, sem contar com o menor recrutamento muscular em comparação com o movimento livre.

- Utilização de exercícios de isolamento para manguito rotador – o exercício de isolamento

para manguito só é necessário quando há impossibilidade de se realizar movimentos complexos,

como as remadas e os supinos. Um estudo de pesquisadores gregos comprovou que o

fortalecimento do manguito é igual tanto nos exercícios de isolamento como nos exercícios

complexos.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- Elevação frontal – a ativação do deltóide anterior é a mesma do peitoral em todos os exercícios

que envolvem esse grupamento muscular, como supinos e crucifixos, portanto, inserir um

exercício de isolamento para deltóide anterior vai gerar um excesso de trabalho desnecessário

que não aumentará os resultados, mas poderá aumentar o risco de lesões por excesso de uso.

- Utilização excessiva de exercícios de isolamento – acabamos de concluir na UnB um estudo

que comprova que os exercícios de isolamento são desnecessários. Foram dois estudos: um

comparou os ganhos de força e massa muscular no bíceps (dinamometria isocinética e ecografia)

em um grupo que realizava puxada com outro que realizava flexão de cotovelo; e o outro

comparou um grupo que realizava puxada + flexão de cotovelo com um grupo que realizava

apenas puxada. Em nenhum dos casos houve diferença entre os grupos! Portanto, evitem a

utilização dos exercícios de isolamento. Quando não for possível evitar, coloque ao final do treino

da cadeia muscular respectiva e não em dias separados!

- Rosca bíceps concentrada e tríceps coice: a falta de necessidade dos exercícios de

isolamento já foi tratada acima. É ainda mais incomodo ver a utilização de exercícios de

isolamento de péssima qualidade, como bíceps concentrada e tríceps coice.

- Encolhimento de ombros – Pouco eficiente devido ao pequeno braço de resistência.

- Glúteo caneleira – texto no gease.

EXERCÍCIOS PARA GLÚTEOS

(caneleira)

Por Paulo Gentil

O glúteo máximo é o maior e mais superficial dos glúteos, com origem no íleo e sacro e

inserção no fêmur, tendo como ação principal a extensão do quadril. Aparentemente, esse

músculo foi criado com a finalidade de produzir movimentos fortes e rápidos. Algumas evidências

para isso são sua grande área de secção transversa em relação ao comprimento, seu ângulo de

penação e a elevada proporção de fibras tipo II. Por esse motivo, é recomendável que tal músculo

seja exercitado por meio de treinos que envolvam elevada produção de força, fato comprovado

em estudo recente (Bryanton et al., 2012). A confirmação dessa sugestão fica bem clara ao

analisarmos o desenvolvimento dessa musculatura em velocistas, saltadores e levantadores de

peso, por exemplo.

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

No entanto, dentro das academias se criou a cultura de trabalhar o glúteo máximo de uma

maneira totalmente diferente dessa proposta, utilizando-se pouca carga e muitas repetições em

exercícios de isolamento, como a extensão de quadril em quatro apoios. Interessante notar que a

exaltação desse exercício é quase uma exclusividade brasileira, uma invenção que se tornou

febre e virou presença obrigatória nos treinos femininos. Mas a utilização de exercícios de

isolamento para glúteos é algo extremamente questionável do ponto de vista técnico. Alguns

aspectos a se considerar são:

• Ativação muscular

Em um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Belmont, foi analisada a

atividade eletromiográfica do glúteo máximo em 24 pessoas durante diferentes exercícios. De

acordo com os resultados, dentre os exercícios dinâmicos, o que promoveu o maior recrutamento

foi o agachamento realizado com uma perna. A popular extensão de quadril em quatro apoios

ficou para trás, empatada o stiff. Por curiosidade, o agachamento unilateral (próximo ao exercício

conhecido como afundo ou avanço), promoveu recrutamento elevado tanto do glúteo máximo

quanto médio, superando tanto o exercício em quatro apoios quanto os exercícios de abdução de

quadril em decúbito lateral (Boren et al., 2011), ou seja, valeria mais fazer ele do que os outros

dois juntos.

Importante destacar que esses testes foram realizados com cargas mínimas e sem a

observação de alguns parâmetros que utilizamos na sala de musculação com o intuito de tornar o

exercício ainda mais eficiente, como amplitude de movimento e controle de velocidade. Portanto,

se pensarmos nos exercícios conforme eles são executados na academia, certamente as

diferenças em favor do agachamento e do stiff seriam ainda maiores!

Nesse sentido, deve-se reforçar que a participação do glúteo máximo no agachamento é

maior quanto maior for a amplitude de movimento. A contribuição do glúteo máximo no

agachamento parcial é de 17%, no agachamento até as coxas ficarem paralelas ao solo é de 28%

e chega a 35% no agachamento completo, sendo que, nesse último caso, o glúteo máximo é o

principal músculo envolvido no movimento, à frente, inclusive, dos músculos do quadríceps

(Caterisano et al., 2002). Outro ponto importante é que, durante o agachamento, a musculatura

posterior passa a ser mais envolvida quando se utiliza sobrecargas, ou seja, a produção de força

é importante (Shields et al., 2005). Inclusive, estudos anteriores verificaram que o aumento de

carga no agachamento faz com que haja maior trabalho dos glúteos do que dos extensores de

joelho (Flanagan & Salem, 2008; Bryanton et al., 2012). A sugestão é que os músculos do

quadríceps seriam totalmente ativados e, para conseguir vencer sobrecargas maiores, os glúteos

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

entrariam em ação. Portanto, para envolver a musculatura da cadeia posterior, incluindo os

glúteos, é importante, usar grandes amplitudes e se trabalhar com cargas elevadas.

Cabe fazer uma pequena observação com relação às variações do agachamento

realizadas com o intuito de enfatizar o trabalho dos músculos do quadril. Estudos anteriores

envolveram análises biomecânicas e eletromiográficas e verificaram que o grande afastamento

dos pés não favorece o trabalho de glúteo e nem dos músculos adutores (McCaw & Melrose,

1999; Escamilla et al., 2000; Escamilla et al., 2002). Inclusive, se pensarmos que há maior

envolvimento do glúteo com o maiores ângulos de flexão do joelho e quadril, pode-se sugerir que

o uso dos pés muito afastados diminui o trabalho do glúteo, por diminuir a amplitude de

movimento.

• Amplitude de movimento e alavancas

Um grande problema dos exercícios de isolamento para glúteos é a dificuldade de se

trabalhar com grandes amplitudes. Durante os exercícios com caneleiras, realizados com o joelho

flexionado, por exemplo, o braço de resistência torna-se muito pequeno ao final da fase

excêntrica. Já quando o trabalho é realizado com o joelho estendido, a musculatura não é

adequadamente alongada pois o pé baterá no solo. Em ambos os casos, a redução da amplitude

do movimento prejudica os resultados obtidos com o treino, tendo em vista que essa variável é

extremamente importante para os ganhos de força e massa muscular (Weiss et al., 2000; Massey

et al., 2005; Gentil, 2011).

• Possibilidade de intensificar o exercício

Outro grave problema dos exercícios de isolamento é a limitação que se tem no trabalho

com grandes intensidades. Além do que foi falado anteriormente sobre a importância da

sobrecarga para o caso específico do glúteo, deve-se lembrar que, de uma forma geral, para se

obter ganhos de massa muscular, é essencial que o músculo seja estimulado com intensidades

adequadas (Gentil, 2011), no entanto, durante os exercícios de isolamento de glúteos há muita

dificuldade em conseguir esse trabalho devido à interferência causada pela fadiga de músculos

posturais e estabilizadores, bem como a dificuldade em se utilizar implementos adequados. Como

solução, normalmente se trabalha com margens muito elevadas de repetições e cargas baixas

(treinos com 30 repetições submáximas, por exemplo) uma estratégia que não funciona para

hipertrofia em músculo algum. As evidências científicas são claras ao demonstrar que treinos com

cargas leves e muitas repetições promovem poucos ganhos de força e massa muscular (Campos

et al., 2002; Fry, 2004; Gentil, 2011).

38

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Por fim o próprio conceito de exercícios de isolamento é frágil. Deve-se deixar claro que a

utilização dos exercícios de isolamento não fornece vantagem em relação aos exercícios multi -

articulares, seja com relação à ativação, aos ganhos de força ou de massa muscular (Signorile et

al., 1994; Rogers et al., 2000; Rocha Jr et al., 2007).

Se o glúteo é bem estimulado durante os exercícios complexos, como agachamento,

afundo, levantamento terra, etc, não há porque inserir exercícios de isolamento em seu treino.

Seria um aumento de volume desnecessário e até mesmo prejudicial, pois o trabalho de baixa

intensidade e longa duração pode interferir negativamente nos ganhos de força e massa muscular

(Leveritt et al., 1999; Nader, 2006). Existem também fortes evidências práticas que deixam clara

sua falta de necessidade. Por exemplo, atletas de ambos os sexos, como velocistas, saltadores e

levantadores de peso atingem os maiores volumes de glúteo que se pode encontrar entre os

seres humanos e treinam basicamente com exercícios complexos. Ou será que alguém consegue

imaginar o Ben Johnson, Usain Bolt, Yelena Isinbayeva, Ana Claudia Lemos, Keila Costa ou

Maurren Maggi, treinando em quatro apoios com uma caneleira na perna???

Enfim, diante das evidências teóricas e práticas que apontam para a ineficiência, e até

mesmo do potencial efeito negativo, dos exercícios em isolamento para glúteos, em especial os

realizados com caneleiras, recomenda-se que os mesmos não sejam utilizados pelos praticantes

de musculação que buscam melhorar a estética e a função dessa musculatura. Dessa forma, os

praticantes de musculação podem poupar tempo e obter melhores resultados eliminando tais

movimentos de seus treinos.

NOMENCLATURA DOS EXERCÍCIOS E MÉTODOS UTILIZADOS

NA MUSCULAÇÃO

1) coxa, perna e glúteos

- Abdutora

- Adutora

- Afundo (smith, halteres, barra – step ou solo)

- Agachamento livre (barra, halteres, apoiado)

- Extensora

- Flexão plantar (sentado, burrinho, em pé, leg press sentado)

- Flexora deitada

- Flexora em pé

39

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- Flexora sentada

- Leg press (sentado, 45°, deitado)

- Levantamento terra

- Stiff (halteres, com a barra na frete, com a barra nas costas)

2) peitorais, ombros e tríceps

- Apoio sobre o solo

- Cross-over

- Crucifixo (halter, máquina)

- Desenvolvimento pela frente (barra, halter)

- Desenvolvimento por trás ((tempo máximo - 4 semanas))

- Elevação lateral (halteres)

- Paralela (livre, graviton)

- Remada alta (polia, barra, anilha)

- Supino (reto, inclinado, declinado (barra ou halter)

- Tríceps francesa (halteres, polia)

- Tríceps máquina

- Tríceps na polia

- Tríceps testa (barra, halteres, anilha)

3) dorsais e bíceps

- Barra graviton (pegada: supinada, neutra, aberta pronada)

- Barra livre (pegada: supinada, neutra, aberta pronada)

- Bíceps (barra, halteres, polia)

- Bíceps 45°

- Bíceps máquina

- Bíceps Scott (máquina, livre)

- Crucifixo invertido máquina

- Extensão lombar

- Pullover (polia, halteres, barra)

- Puxada (supinada, neutra, aberta pronada, barra v)

- Puxada por trás (tempo máximo - 4 semanas)

- Remada curvada (remada cavalo, barra, halteres)

40

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- Remada sentada (máquina, polia)

3) Abdominais

- Abdominal invertido

- Abdominal na bola (p1, p2, p3)

- Abdominal na prancha (inclinado)

- Abdominal no bosu

- Abdominal prancha – (isometria de 20” à 1’)

- Abdominal solo (livre, pé preso)

- Abdominal solo lateral

- Abdominal suspenso (reto, lateral, com giro)

- Abdominal vela

- Elevação de quadril

- Giro russo (tradicional, isometria, inclinado)

Regulagem dos aparelhos: A = ajuste, B = banco, P = pé

Pegadas: P = pronada, S = supinada, N = neutra

MÉTODOS:

Ativação pós tetânica APT

Bi-set Bi-set

Drop-set Drop1 ou Drop2

Fadiga Excêntrica FEX

Método da onda Onda

Oclusão vascular OV20” ou OV30”

Pausa e descanso PD5” ou PD10”

Pico de contração PC

Pirâmide Crescente

Pirâmide Decrescente

Potência POT

41

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Repetição forçada RF

Repetição parcial pós fadiga concêntrica RPPFC

Repetições Roubadas RR

Seis vinte 6-20

Série Holística SH

Sete vinte um 7-21

Super lento SL

Super-set SS

Tri-set Tri-set

MUSCULATURA TRABALHA EM CADA EXERCÍCIO

Exercícios Grupamentos musculares envolvidos

Peitorais Ombro Tríceps

Supino + + +

Crucifixo + +

Crossover + +

Desenvolvimento + +

Elevação lateral +

Extensão de cotovelo +

Exercícios

Grupamentos musculares envolvidos

Coxa

Anterior

Coxa Posterior Glúteo

42

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Afundo + + +

Agachamento profundo + + +

Agachamento parcial + +- +-

Leg press + +- +-

Stiff Lombar + +-

Extensora +

Flexora +

Exercícios

Grupamentos musculares envolvidos

Dorsais Bíceps Posterior

Ombro

Puxada + + +/-

Remada + + +/-

Crucifixo Invertido + +

Flexão de cotovelo +

Exercícios Grupamentos musculares envolvidos

Pollover Costas + Tríceps +-

Remada alta Ombro + Bíceps +- Trapézio +

RECOMENDAÇÕES PARA DIVISÃO DE TREINO POR

GRUPAMENTO MUSCULAR

Por Elke Oliveira

- Procure equilibrar o intervalo entre os treinos. O ideal é estabelecer no mínimo 72 horas. Mas,

há a possibilidade desse intervalo ser reduzido para 48 horas. Principalmente em casos de alunos

iniciante e/ou aqueles que treinam com intensidades submáximas. Entretanto, também pode ser

aumentado para 96 horas, ou mais, para alunos avançados.

TREINO A (corpo inteiro)

TREINO A

Membros inferiores, superiores, tronco e glúteos.

43

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

1 – Exemplo: somente 48 horas de intervalo entre os treinos - Comumente utilizado com alunos

iniciantes e/ou que treinam com intensidades submáximas.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ergometria

x TREINO A

Ergometria

x TREINO A

Ergometria

x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

x TREINO A

Ergometria

x TREINO A

Ergometria

x TREINO A

2- Exemplos: mínimo de 72 horas de intervalo entre os treinos. Indicado para alunos

intermediários e avançados, pois já conseguem fadigar ou pelo menos

chegar próximo a falha concêntrica.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A Jump x TREINO A Jump x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ergometria

Jump x Jump TREINO A

Ergometria

x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

x TREINO A

Ergometria

Ciclismo

indoor

x TREINO A

Ergometria

Ciclismo

indoor

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ergometria

x Ergometria x TREINO A

Ergometria

x

TREINO A e TREINO B

TREINO A TREINO B

Parte superior do corpo Parte inferior do corpo

44

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

TREINO A TREINO B

Peitorais / Tríceps / Ombro / Abdômen Dorsais / Bíceps / Coxa / Perna

TREINO A TREINO B

Peitorais / Tríceps / Ombro / Coxa / Perna Dorsais / Bíceps / Abdômen

Exemplos 1: mínimo de 72 horas de intervalo entre os treinos.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ergometria

TREINO B x TREINO A

Ergometria

TREINO B x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

x TREINO A

Ergometria

TREINO B

x TREINO A

TREINO B

Ergometria

Exemplos 2: mínimo de 96 horas de intervalo entre os treinos. Melhor aproveitamento do

descanso entre as sessões de treinamento.

Seg Ter Qua Qui Sex Semana

TREINO A x TREINO B x TREINO A S1

TREINO B x TREINO A x TREINO B S2

Seg Ter Qua Qui Sex Semana

TREINO A

TREINO B

Jump

x Jump TREINO A

S1

TREINO B

TREINO A

Jump

x Jump TREINO B

S2

Seg Ter Qua Qui Sex Semana

TREINO A

Ciclismo

indoor

x TREINO B

Ciclismo

indoor

x TREINO A

Ciclismo

indoor

S1

TREINO B x TREINO A x TREINO B S2

45

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Ciclismo

indoor

Ciclismo

indoor

Ciclismo

indoor

TREINO A, TREINO B e TREINO C

TREINO A TREINO B TREINO C

Peitorais / Tríceps / Ombro Dorsais / Bíceps / Abdômen Coxa / Perna

Exemplos 1: mínimo de 72 horas de intervalo entre os treinos. Alunos avançados.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A TREINO B TREINO C TREINO A TREINO B TREINO C

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ergometria

TREINO B

TREINO C

Ergometria

TREINO A

TREINO B

Ergometria

TREINO C

Exemplos 2: mínimo de 96 horas de intervalo entre os treinos. Melhor aproveitamento do

descanso entre as sessões de treinamento.

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A TREINO B TREINO C x TREINO A TREINO B

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A x TREINO B x TREINO C x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A

Ciclismo

indoor

x x TREINO B TREINO C

Ciclismo

indoor

x

Seg Ter Qua Qui Sex Sab

TREINO A Ergometria TREINO B Ergometria TREINO C x

- Somente para alunos disciplinados que não faltam e sabem fadigar.

Observações:

46

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- Sugestões: complemente o treinamento semanal com as aulas coletivas e /ou ergometria. -

Mesmo que misture musculação com ergometria, os treinos não deverão ultrapassar 50 minutos.

- Mesclar ergometria com musculação. Evitar prescrever treinos no qual o aluno tenha que ir

todos os dias da semana à academia.

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

Por Paulo Gentil

Racionalizar a utilização das variáveis;

Controlar o volume;

Utilizar estratégias para incremento de intensidade;

Aumentar gradativamente a qualidade do treino;

Educar os alunos quanto aos aspectos qualitativos do treinamento.

INICIANTES

Primeiras 4 a 8 semanas:

- Volume máximo 2-4 séries por grupamento muscular – 10 a 12 séries totais por treino/dia.

47

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- 4 a 8 exercícios por treino.

- 1 no máximo 2 séries de cada exercício.

- Freqüência semanal de 2-3 vezes por semana.

- Não direcionar exercícios para pequenos grupos musculares e uni-articulares.

- Repetições altas 12-15.

- Utilizar alternado por segmento em circuito ou recuperação ativa (ergometria).

- Dependendo da capacidade de execução do aluno, pode-se utilizar pesos livres,

Após o primeiro ou segundo mês:

- Volume máximo 4-8 séries por grupamento muscular- 16 séries totais por treino/dia.

- 4 a 8 exercícios por treino.

- 1 no máximo 2 séries de cada exercício.

- Incluir exercícios para os outros grupamentos musculares e/ou mudar os aparelhos.

- Freqüência semanal de 2-3 vezes (pode dividir a ficha em A e B).

- Repetições entre 10-15.

INTERMEDIÁRIOS

A partir do terceiro mês:

- Volume máximo 4-8 séries por grupamento muscular - 16 séries totais por treino/dia.

- Máximo de 3 exercícios por grupamento muscular (à exceção dos MI + glúteo: 4-5).

- 1 no máximo 2 séries de cada exercício.

- Procurar manter o treino de músculos acessórios em 2º plano (no máximo 1).

- Dividir o treino em partes, no máximo três: A, B, C.

- Freqüência semanal de 3 a 4 dias por semana.

- Iniciar a aplicação de métodos intensivos com sobrecarga metabólica (super-set, repetições

parciais, bi-set, pausa e descanso, pirâmide etc).

- Quando utilizar métodos, adequar o número de repetições 8-12 ou 6-10.

- Começar a ensinar a fadigar (falha concêntrica).

AVANÇADOS

Classificação a critério do professor:

48

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

- Volume máximo 4-8 séries por grupamento muscular.

- Máximo 3 exercícios por grupamento muscular (à exceção dos MI + glúteo: 4-5).

- 1- 2 séries por exercício.

- Freqüência semanal de 3 a 5 dias por semana..

- Dividir a série em partes A, B, C. Raramente D.

- Aplicar métodos de estresse tensional e/ou metabólico (drop set, repetições forçadas. 6/20 etc).

- Ao utilizar os dois tipos de estímulos no mesmo treino, primeiro utiliza-se o tensional.

OBSERVAÇÕES

Utilizar parâmetros objetivos para progressão da carga (margem de repetições).

Muitas vezes os alunos encontram dificuldade em aumentar a carga, uma maneira de contornar

isso seria estabelecer margens de repetições, por exemplo: repetições de 12 a 15, sendo que

cada vez que se conseguisse fazer 15, aumentar-se-ia a carga.

Estímulo da contração excêntrica atrapalha as adaptações:

Assim como qualquer outra metodologia, o uso recorrente de estímulos excêntricos gera

atenuação nas respostas adaptativas ao longo do tempo, desta forma devemos racionalizar a

utilização desta metodologia, aplicando-a somente quando for conveniente e produtivo (ex:

método da repetição forçada).

ADEQUAR INTERVALO AO TIPO DE ESTÍMULO

- Estresse tensional X metabólico

Quando prescrevermos os treinos, devemos ter em mente o tipo de estímulo que queremos

propiciar e adequar o tempo de descanso aos nossos objetivos. Séries de baixas repetições

oferecem estímulos tensionais, que são melhor aproveitados com intervalos relativamente altos

(2/3-5min). No caso dos estímulos metabólicos, há necessidade de acúmulo de subprodutos das

reações bioquímicas, que é potencializado com descansos de 30/ 90-120 segundos.

Procurar o equilíbrio entre as duas vertentes:

- HIT X High Volume non-linear Periodization

Devemos aproveitar os pontos fortes das duas vertentes que se sobressaem no treinamento para

propiciar os melhores resultados aos nossos alunos. Qualquer treinador que se prenda a uma

49

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

linha de pensamento estará fadado a cair em limitações, portanto devemos ter visão e humildade

para racionalizar em cima das teorias existentes.

O que é volume alto?

Mesmo nos treinos da vertente defensora de altos volumes não se chega aos absurdos

praticados no passado, um treino de peitorais proposto por FLECK & KRAEMER para

fisiculturistas, por exemplo, é composto de 11 séries totais, realizadas em uma sessão de treino

exclusiva para este grupamento muscular (em sistema de double-split).

Passar ao aluno a velocidade de execução.

Um dos aspectos qualitativos do treino que exerce maior influência nas alterações bioquímicas do

treino é a velocidade de execução nas diferentes fases do movimento. Estímulos tensionais

normalmente envolvem velocidades mais lentas, principalmente na fase excêntrica enquanto os

metabólicos podem ser um pouco mais ritmados, muitas vezes enfatizando a fase concêntrica.

Planejar progressão de treinamento X “periodizar”

Ao invés de nos preocuparmos em adequar nosso treinamento a modelos obsoletos, devemos

planejar os estímulos para manter nossos alunos permanentemente obtendo resultados com

segurança, o que é possível variando os mecanismos fisiológicos de hipertrofia a serem

trabalhados. Desta forma não há necessidade, por exemplo, dos microciclos regenerativos

conforme proposto por alguns teóricos, a menos que ele seja usado para permitir a

supercompensação do estresse proveniente da aplicação de cargas

concentradas (microciclo de choque).

PROCEDIMENTOS NA MUSCULAÇÃO

Por Elke Oliveira

1- Antes de iniciar o expediente, verificar a lista de aniversariantes da semana;

2- Ao entrar na sala, cumprimentar todos os alunos;

3- Caso haja alunos desconhecidos, apresentar-se;

4- Estabelecer contato e abordar cada aluno pelo menos uma vez por dia. Mesmo que

estejam realizando os exercícios corretamente, procurar fazer observações

positivas (motivar).

5- Tratar todos os alunos e funcionários pelo nome;

6- Identificar possíveis desconfortos e dores na realização dos exercícios;

50

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

7- Distribuir a atenção entre todos os alunos, evitando prolongar-se em conversas

com a mesma pessoa (aluno ou “professor”) durante o horário de trabalho;

8- Evitar que todos os professores permaneçam no mesmo lugar;

9- Verificar o estado de manutenção dos aparelhos e equipamentos, em caso de

alterações, informe a coordenação;

10- Cuidar da arrumação da sala, deixando-a sempre organizada;

11- Não é de bom grado assistir televisão, ler jornal ou revista durante o horário

de trabalho.

12- Não descansar ou apoiar-se nos equipamentos, evitando posições de

relaxamento, que passam a impressão de descaso com os alunos que estejam

na sala;

13- Evitar ficar muito tempo conversando com as recepcionistas;

14- Verificar com os alunos se a série está adequada, ou se precisa de alterações,

agendando para mudanças quando necessário;

15- Não é permitido entrar na recepção, nem utilizar a internet e/ou telefone

celular durante o horário de trabalho;

16- Somente as meninas da recepção poderão liberar a catraca para os alunos e

visitantes.

17- Ensinar os alunos a revezarem os equipamentos e que descansem fora dos

mesmos; além de ensiná-los a guardarem os pesos;

18- Observar os alunos na ergometria, no mínimo, a cada 15 minutos, principalmente se

houver alunos novos;

19- Incentivar a compra de monitores cardíacos;

20- O lanche deverá ser feito fora da visão dos alunos.

21- Respeitar o horário de chegada, de saída e de lanche (15 minutos);

22- O lanche só será permitido para aos professores que trabalham mais de 3 horas.

23- Procurar ficar em lugares diferentes do professor do mesmo horário;

24- Evitar ficar com o uniforme fora do horário de trabalho.

25- Ao final do expediente verificar se a sala está em ordem para o próximo turno.

26- Não mascar chiclete.

51

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Sugestão: ESTEJA SEMPRE COM UM ALUNO:

Prescrevendo treino;

Fazendo contato social;

Corrigindo;

Motivando;

Avaliando o treino e sugerindo mudanças;

Checando data de reavaliação e mudança de treino;

Verificando possíveis desconfortos;

Avaliando o treino ergométrico.

MÉTODOS - OBSERVAÇÕES

METABÓLICO: 10-15 REPETIÇÕES.

Utilizando os métodos (BI-SET, PC, OV, PD, DROP): 6-8 ou 8-10.

Verificar tempo sob tensão (40” a 70”).

Mínimo de 72h entre os treinos (iniciante 48h).

Dividido em uma, duas ou três fichas.

Velocidade de execução: 2020, 3030.

Intervalo entre as séries 1’30’’ (iniciante 1’, avançado 2’)

TENSIONAL: 4-6 REPETIÇÕES

Mínimo de 72h/120h entre os treinos.

52

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

Dividido em duas ou três fichas.

Velocidade: 4020, 5020, 6020.

Intervalo entre as séries 2’ a 3’.

ATENÇÃO:

FALHA CONCENTRICA

REPETIÇÃO FORÇADA

OCLUSÃO VASCULAR = 20”

PAUSA E DESCANSO = TENSIONAL 10” , METABÓLICO 5” A 10”

6/20 = 6/6/6 DEPOIS 20/20/20 (mais eficiente)

CONTROLE DE VELOCIDADE VELOCIDADE

INTERVALO ENTRE AS SÉRIES

ATENDIMENTO AO ALUNO

COMO EVOLUIR NOS MÉTODOS

“É verdade que o método ficará mais eficiente a partir do momento que o aluno

aprender a fadigar. Mas lembre-se, isso pode demorar a acontecer (às vezes anos). No

entanto, se o aluno pelo menos souber controlar as variáveis de treinamento e conseguir

chegar próximo a fadiga, os resultados já serão deveras significativos.”

1 – Avaliar o nível do aluno. Sabe treinar? Gosta de treinar? Quais os aspectos

pessoais e psicológicos devem ser levados em consideração?

2 - Executa corretamente os exercícios? Sabe fadigar? Qual freqüência semanal de

treinos? Sabe controla o intervalo de descanso? Enfim, sabe controlar as variáveis de

treinamento?

53

Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

3 – Se o aluno não apresentar as características acima, deve-se elaborar um treino

com ênfase na aprendizagem motora e controle das variáveis de treinamento.

4 – Apresentar 1, no máximo 2, métodos por treino.

5 – Para que o aluno progrida gradativamente, alterne os métodos novos com o

tradicional. Ex: escolha 2 exercícios para um bi-set e finalize a série realizado 1

exercício no método tradicional.

6 – Evolua nos métodos levando em consideração a complexidade e a intensidade.

Exemplo seqüencial: 1º - pausa e descanso, 2º - bi-set, 3º - dro-set, 4º - OV, 5º -

tensional tradicional 6º - metabólico tradicional (para descansar as articulações e talvez

o psicológico – dependerá do aluno).

7 – Tanto pelo lado psicológico quanto fisiológico, não é produtivo prescrever uma

série composta por apenas 1 método.

8 – Evitar mais de 3 métodos diferentes por treino.

9 – Não incluir mais de 2 métodos novos por treino. Ex: 1º (tradicional + método 1) –

2º (método 1 + método 2) – 3º (tradicional + método 3) – 4º (método 3 + método 4) –

5º (tradicional + método 2 + método 3) – 6º (método 2 + método 4 + tradicional).

10 – Esperar no mínimo 3 meses para incluir os estímulos tensionais.

11 – Sugestão: se necessário, antes do tensional propriamente dito, prescrever

estímulos intermediários com repetições entre 6-10. Isso ajuda a progredir nas cargas.

12 – A quantidade máxima de pausas e drops deve ser no máximo 2. Exceto em

horário de pico, que deve ser apenas 1.

13 - A OV deve conter no máximo 20 segundos (entre 10” e 20”).

14 - O número de repetições forçadas deve ser no máximo 3. Lembrando que esse

método pode ser executado por muito tempo, nem de forma indiscriminada.

15 – Atenção na escolha dos exercícios para os seguintes métodos super-set, OV,

drop-set (localização dos aparelhos e logística).

16 – Muita atenção na escolha dos exercícios para os métodos tensionais. Sugestões:

dorsais (puxada, barra livre, remada cavalo), peitorais (Supinos); tríceps (testa); bíceps

(scott e barra); coxas e glúteos (agachamento e Leg 45); flexores de joelho (Stiff).

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Elaborado por Elke Oliveira e Paulo Gentil

17 – Cardiopatas, Hipertensos, Diabéticos – Atenção com o tempo sob tensão. Evitar:

OV, Bi-set, Super-set; PC. Caso seja possível prescrevê-los, utilizar repetições baixas

(ex: 6). Mesmo que de maneira submáxima. E intervalos altos entre as séries.

19 – A prescrição dos métodos deverá ser a mesma para os músculos antagônicos

(“espelho”).