52
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA TRIÂNGULO MINEIRO Campus Uberaba APOSTILA DE QUIMIGAÇÃO

Apostila quimigaçao

Embed Size (px)

Citation preview

QUIMIGAO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA TRINGULO MINEIRO Campus Uberaba APOSTILA DE

QUIMIGAO

Professor: Dr. Othon Carlos da Cruz

QUIMIGAO

I INTRODUO

O Brasil tem se situado como sendo um dos maiores produtores de gros do mundo, porm, vrios fatores tm contribudo para produtividade bastante baixa como: uso de sementes de baixa qualidade, adubao inadequada, mau uso do solo e implementos agrcolas, adversidades climticas nas lavouras conduzidas em regime de sequeiro devido distribuio irregular de chuvas, controle deficiente de pragas e doenas, perdas substanciais na colheita, entre outros. Tem se observado com o passar dos anos que bons resultados s so conseguidos com a aplicao de tecnologia. Contudo, a irrigao tem sido uma tcnica indispensvel nas nossas condies. Aliada a irrigao, a quimigao uma tcnica que vem sendo utilizada por muitos agricultores no pas, porm poucos trabalhos de pesquisas tm sido realizados, limitando-se assim a uma maior divulgao desta tcnica.

Neste trabalho, foram levantados algumas informaes bsicas que serviro de subsdios para a contextualizao desta tcnica dentro do contedo programtico da disciplina QUIMIGAO nos Cursos da rea de Cincias Agrrias.

II DEFINIO

Quimigao uma tcnica que consiste na aplicao de produtos qumicos na lavoura via gua de irrigao.

III - HISTRICO

Segundo THREADGILL (1991), a prtica de aplicao de esterco de curral em canais de irrigao vem sendo realizada desde o sculo passado, porm BRYEN & THOMAS (1958) afirmam que o primeiro registro de aplicao de fertilizantes via irrigao por asperso ocorreu em 1958. A aplicao de outros produtos via gua de irrigao, como herbicidas, fungicidas, inseticidas, nematicidas iniciou-se na dcada de 70. No Brasil, a fertirrigao encontra-se em franca expanso com destaque para as reas irrigadas por piv central e sistemas localizados. Vrios fatores tm e ainda podero contribuir para o incremento da fertirrigao no Brasil, entre eles: difuso de novas tecnologias, aumento da disponibilidade de fertilizantes fludos no mercado, custo crescente da mo de obra e necessidade de se aumentar a eficincia de utilizao dos insumos agrcolas, aliada aplicao via irrigao, visando a reduo dos custos de produo, BORGES et.al. (2002).

IV - GENERALIDADES

Com a expanso do uso da quimigao, incluindo vrios produtos qumicos, novos termos foram criados com o objetivo de formalizar cada aplicao, como por exemplo, fertgao ou fertirrigao, insetigao, herbigao, fngigao, nematigao, etc...

A quimigao possvel com todos os mtodos de irrigao: superfcie, asperso e localizada, porm, os sistemas de irrigao por superfcie e gotejamento s permitem a quimigao de agroqumicos que necessitam ser distribudo na superfcie do solo, como por exemplo, nematicidas, fertilizantes, muitos herbicidas e alguns fungicidas e inseticidas sistmicos. Por outro lado, na irrigao por asperso os produtos qumicos podem ser aplicados tanto no solo quanto nas folhas. Portanto, o mtodo de irrigao, em muitos casos, impe restries ao tipo de produto qumico a ser aplicado. A fertirrigao uma tcnica que tem sido usada freqentemente por muitos agricultores, principalmente em adubao em cobertura como o caso do nitrognio, que um nutriente de forma muito instvel no solo, dessa maneira o parcelamento pode ser otimizado. Entretanto, quando se tem um manejo inadequado aliado ao desconhecimento que existe a cerca dos aspectos nutricionais das plantas e dos prprios fertilizantes usados nessa tcnica alguns inconvenientes, como obstruo por precipitados causados pela incompatibilidade de alguns adubos entre si e/ou com a prpria gua de irrigao e o aumento da salinidade da gua de irrigao, tudo pode ser comprometido. A fertirrigao efetuada pela adio de pequenas quantidades de fertilizantes durante todo o perodo de crescimento das plantas, sem causar-lhes problemas de deficincia ou toxidez de nutrientes. Este escalonamento com aplicao de pequenas doses, evita a lixiviao, volatilizao, o que comum na adubao convencional, ou seja, mantm o nvel ideal de nutrientes no solo e permite um melhor aproveitamento do adubo que dissolvido na gua, ser facilmente absorvido pelas plantas, PINTO & SOARES, (1990).Vale ressaltar que, independente do sistema de irrigao utilizado na fertirrigao, os nutrientes diludos na gua so aplicados de forma a infiltrar no solo, predominando a absoro radicular e no a foliar. Nesse sentido, o conhecimento do comportamento dos nutrientes no solo, com relao sua mobilidade e a exigncia da cultura durante o ciclo so fatores importantes a considerar no manejo dos fertilizantes.

V - ADAPTABILIDADES

Segundo BARROS et al. (1987), a aplicao de fertilizantes ao solo pelos mtodos tradicionais representam um custo final muito alto e recomendam, como alternativa para contornar este problema, aplic-los via gua de irrigao. Os sistemas de irrigao pressurizados so os que mais se prestam aplicao de produtos qumicos, uma vez que a gua conduzida e aplicada atravs de condutos fechados e sob presso permitindo melhor controle das aplicaes (COSTA & BRITO, 1988). Entre os sistemas pressurizados, a irrigao localizada a que oferece maior flexibilidade na fertirrigao. Apesar de na microasperso ocorrer maior perda de gua por evaporao e arrastamento pelo vento que no gotejamento, a velocidade da gua nas tubulaes e os orifcios de passagem gua nos emissores so maiores, evitando assim a sedimentao das partculas slidas, diminuindo os riscos de obstruo das tubulaes e emissores.

A fertrrigao via irrigao localizada apresenta grandes vantagens em relao s prticas tradicionais de adubao como: adubao localizada, maior aproveitamento pelas plantas; menores perdas por lixiviao e volatilizao; maior dissoluo e assimilao dos nutrientes devido ao alto teor de umidade mantido no solo; menores custos de operacionalizao, dentre outras. Na irrigao localizada, o entupimento dos emissores funo da qualidade da gua. A quimigao, principalmente a fertirrigao pode aumentar os riscos de entupimento dos emissores, pois a fertilizao alm de possibilidade de precipitao, promove o desenvolvimento e a proliferao de algas e fungos. Com o entupimento dos emissores a uniformidade de aplicao fica comprometida, assim como tambm a distribuio dos produtos qumicos veiculados na gua de irrigao.A fertirrigao possvel com todos os mtodos de irrigao: superfcie, asperso e localizada, porm, os sistemas de irrigao por superfcie e gotejamento s permitem a quimigao de agroqumicos que necessitam ser distribudo na superfcie do solo, como por exemplo, nematicidas, fertilizantes, muitos herbicidas e alguns fungicidas e inseticidas sistmicos. Por outro lado, na irrigao por asperso os produtos qumicos podem ser aplicados tanto no solo quanto nas folhas. Portanto, o mtodo de irrigao, em muitos casos, impe restries ao tipo de produto qumico a ser aplicado.

Os sistemas de irrigao por asperso tem sido apontado com restries, principalmente, pela aplicao via foliar, haja visto que este sistema alm de levar os produtos aplicados nas folhas, criam condies favorveis ao desenvolvimento de doenas, (ALVES et. al., 1982 ).Vale ressaltar, que em climas ridos onde o desenvolvimento radicular essencialmente limitado zona molhada pela irrigao a distribuio de fertilizantes via gua de irrigao localizada maximizada, em contra partida em regies midas, onde as razes se estendem alm da zona irrigada, a distribuio de fertilizantes por sistemas de irrigao localizada fica comprometida, isto , os benefcios advindos so reduzidos.

FRIZZONE & BOTREL (1994), citam que em alguns pases como EUA, Israel, Espanha e Itlia, a fertirrigao tornou-se uma tcnica de uso generalizado, principalmente com o desenvolvimento dos modernos sistemas de irrigao e de injeo, bem como, a qualidade dos fertilizantes fluidos. Entretanto, no Brasil, ainda so raras as reas de culturas fertirrigadas. Porm, com uma maior difuso de novas tecnologias de irrigao, introduo de fertilizantes fluidos pelos fornecedores de insumos no mercado, custo crescente da mo de obra, necessidade de maximizar a eficincia de utilizao dos insumos e implementar a rentabilidade do sistema produtivo agrcola, especialmente nas reas de cerrado e semi-rido, fazem com que a projeo econmica dessa tecnologia assuma grandes dimenses, potencializando uma boa perspectiva de uso:

Ressalto ainda que so poucas as informaes sobre dosagens, tipos de fertilizantes a serem aplicados via irrigao, mesmo assim a fertirrigao tem sido utilizada em diferentes culturas e sistemas de irrigao.

VI - VANTAGENS E DESVANTAGENS

Com base em resultados de pesquisas e em experincias de agricultores, as seguintes vantagens e limitaes podem ser citadas para a Quimigao.

VI.l Vantagens

VI.1.l - EficinciaResultados de pesquisas e experincias de agricultores tem demonstrado a eficincia de muitos defensivos agrcolas, sendo que, em alguns casos podem ser inclusive mais eficazes quando aplicados via gua de irrigao do que plos mtodos convencionais.

Segundo KENG et. al. (1985), o sistema de irrigao por gotejamento, utilizado para aplicao de nematicidas, tem aumentado a eficincia desse produto, em funo da aplicao de doses mais baixas, porm, localizadas, alm de que, doses mais baixas diminuem o risco de contaminao do lenol fretico.

Para insetigao, THREADGILL (1991), afirma que o sistema de irrigao por gotejamento s eficaz para o controle de insetos do solo e/ou com uso de inseticidas sistmicos.

A eficincia s garantida na fngigao quando o produto aplicado de ao sistmica, pois, o produto ao ser aplicado no solo absorvido pelas razes, translocando-se para a parte area.Resultados de pesquisas e experincias de agricultores tem demonstrado a eficincia de muitos fertilizantes, sendo que, em alguns casos podem ser inclusive mais eficazes quando aplicados via gua de irrigao do que pelos mtodos convencionais.

Com a fertrrigao tem aumentado a eficincia do uso de nitrognio, reduzindo suas perdas principalmente por lixiviao, isso porque os sistemas de irrigao favorecem a aplicao do fertilizante parcelado. O parcelamento da aplicao de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigao, visto que o fornecimento parcelado de nutrientes atende as diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficincia e economia de fertilizantes (FRIZZONE et. al., 1985).

VI.l.2 - Reduo do custo de Produo

Com a quimigao haver uma sensvel reduo na mo de obra necessria para operar mquinas e equipamentos (pulverizadores), bem como a reduo do uso e desgaste de tratores e pulverizadores. Segundo JOHNSON et. al. (1986) os custos operacionais decrescem com o aumento do nmero de aplicaes, portanto, importante que se maximize o mximo o uso dos sistemas de irrigao na aplicao de defensivos e/ou fertilizantes(Quadro 01).Quadro 01 Custos comparativos da quimigao versus convencional, em funo de um programa de aplicaes.Aplicaes(a)Custo fixo (b)(US$/ha)Custo varivel(c)(US$/ha)Custo total(US$/ha)Convencional / custo total (d)(US$/ha)Economia da quimigao(US$/ha)

1F8,564,5013,066,20-6,86

1F.1H4,289,3013,2820,206,92

2F.1F2,8513,5016,3526,4010,05

2F.1H.1I2,1414,7816,9232,0015,08

2.F.1H.1I.1Fg1,7116,0617,7737,6019,83

2F.1H.2I.1Fg1,4317,3418,7743,2024,43

2F.1H.4I1,2218,6219,8448,8028,96

3F.1H.4I1,0723,1224,1955,0030,81

3F.2H.4Fg0,9527,6228,5769,0040,43

3F.2H.5I0,8629,9029,7674,6044,84

(a) Nmero de aplicaes e tipo de produto: F=fertilizante; H= herbicida; Fg= fungicida.(b) Assumiu-se custo fixo do sistema de quimigao de US$ 4.000,00, mais US$ 2,00/ha custo de manuteno.(c) Baseado no custo operacional de um piv de 61 hectares / (d) Assumiu-se custo trator = custo avio.Fonte: JOHNSON, ( 1986).

VI.l.3 - Melhor Uniformidade de distribuio

A uniformidade de distribuio do produto qumico fator essencial para o sucesso da quimigao e geralmente ela proporcional uniformidade de distribuio da gua pelo sistema de irrigao. Segundo VIANA & COSTA (1994), o coeficiente de uniformidade de um pulverizador tratorizado varia de 50% a 90%; na pulverizao area o coeficiente de uniformidade de aproximadamente 70%. No entanto os sistemas de irrigao localizados alcanam coeficiente de uniformidades superiores a 90%, isso vem reforar a utilizao desses sistemas na fertirrigao.

VI. l.4 - Reduz a compactao do solo e os danos mecnicos causados cultura

Isso verificado com a diminuio do trfego de mquinas, nas lavouras quando utilizadas em aplicaes de produtos qumcos de forma convencional. Os tratores e pulverizadores causam substanciais danos mecnicos s lavouras, principalmente quando h necessidade da aplicao de algum nutriente em determinado estgio da cultura (Quadro 02).

Quadro 02 Perdas de produtividade causada por entrada de mquina na lavouraCULTURA% PERDAS

SOJA3

MILHO3-5

FEIJO5-8 (at 12 na florada)

TRIGO5-8

TOMATE10-15

BATATA10-15

Fonte: EMBRAPA; IAPAR; IAC.VI. l.5 - Versatilidade na poca de aplicao

A quimigao pode ser feita independentemente do estdio da cultura e principalmente em condies em que o nvel populacional de praga exigisse medidas imediatas de controle em qualquer condio climtica e em qualquer hora do dia ou da noite. A fertirrigao pode ser feita procurando adequ-la absoro de determinado nutriente pela cultura. VI. l.6 - Reduo da deriva

O problema da deriva bem evidente nas aplicaes por trator ou avio. Quando a fertirrigao utilizada por sistemas de irrigao localizada, principalmente por gotejamento no h risco de deriva.

VI.2 Limitaes

VI.2.1 - Indisponibilidade de formulaes apropriadas e de defensivos registrados para aplicao via gua de irrigao.

Apesar de alguns trabalhos de pesquisas e as iniciativas de agricultores que j fazem o uso da quimigao, no Brasil, ainda, no h registros de agroqumicos para essa tcnica.

VI.2.2 - Requer um controle eficiente do pH do solo.

Com a fertirrigao a dinmica dos nutrientes no solo, tende a se aumentar, exigindo um controle eficiente do pH do solo.

VI.2.3 - Requerimento de maior conhecimento no manejo

A quimigao requer treinamento de pessoal envolvido de maneira que garanta um manejo adequado, bem como, um sistema de irrigao bem projetado, que aplique gua uniformemente de maneira a assegurar a dose correta do produto qumico.

VI.2.4 - Custos adicionais

A quimigao exige a aquisio de equipamentos prprios, objetivando a proteo do meio ambiente e a adequada aplicao dos produtos que so basicamente constitudos de filtros (areia e tela), reservatrio com agitador, bomba injetora e equipamentos de segurana, como vlvula de reteno, dentre outros. VI.2.5 - Corroso

Muitos produtos qumicos, principalmente os fertilizantes corroem os metais. Essa corroso minimizada quando, aps a fertirrigao, se aplica gua pura por alguns minutos, objetivando a lavagem do sistema.

VI.2.6 - Obstruo (entupimento)

Nos sistemas de irrigao localizada notadamente esse problema acontece principalmente quando a gua utilizada alcalina aumentando as possibilidades dos produtos qumicos aplicados em precipitarem, obstruindo os emissores.

VI.2.7 - H riscos de contaminao ao meio ambiente

O manejo inadequado poder levar ao retorno do fluxo da soluo fonte dgua, nas condies em que no se usa equipamentos e medidas de segurana.

VII - FERTIRRIGAO

uma tcnica que consiste na aplicao simultnea de gua e fertilizantes ao solo por meio de sistemas de irrigao. Tal tcnica tem sido usada freqentemente por muitos agricultores, principalmente em adubao em cobertura como o caso do nitrognio, que um nutriente de forma muito instvel no solo, dessa maneira o parcelamento pode ser otimizado.

A fertrrigao via irrigao localizada apresenta grandes vantagens em relao s prticas tradicionais de adubao como: adubao localizada, maior aproveitamento pelas plantas; menores perdas por lixiviao e volatilizao; maior dissoluo e assimilao dos nutrientes devido ao alto teor de umidade mantido no solo; menores custos de operacionalizao, dentre outras. Entretanto, quando se tem um manejo inadequado aliado ao desconhecimento que existe a cerca dos aspectos nutricionais das plantas e dos prprios fertilizantes usados nessa tcnica alguns inconvenientes, como obstruo por precipitados causados pela incompatibilidade de alguns adubos entre si e/ou com a prpria gua de irrigao e o aumento da salinidade da gua de irrigao. Vale ressaltar que, independente do sistema de irrigao utilizado na fertirrigao, os nutrientes diludos na gua so aplicados de forma a infiltrar no solo, predominando a absoro radicular e no a foliar. Nesse sentido, o conhecimento do comportamento dos nutrientes no solo, com relao sua mobilidade e a exigncia da cultura durante o ciclo so fatores importantes a considerar no manejo dos fertilizantes.

VII.l - Adaptabilidade

Segundo BARROS et. al. (1987) a aplicao de fertilizantes ao solo pelos mtodos tradicionais representam um custo final muito alto e recomendam, como alternativa para contornar este problema, aplic-los via gua de irrigao.

O parcelamento da aplicao de fertilizantes representa uma das maiores vantagens da fertirrigao, visto que o fornecimento parcelado de nutrientes atende as diferentes etapas de desenvolvimento das plantas e permite maior eficincia e economia de fertilizantes (FRIZZONE et. al. 1985). Os sistemas de irrigao pressurizados so os que mais se prestam aplicao de produtos qumicos, uma vez que a gua conduzida e aplicada atravs de condutos fechados e sob presso permitindo melhor controle das aplicaes (COSTA & BRITO, 1988).

Entre os sistemas pressurizados, a irrigao localizada a que oferece maior flexibilidade na fertirrigao. Apesar de na microasperso ocorrer maior perda de gua por evaporao e arrastamento pelo vento que no gotejamento, a velocidade da gua nas tubulaes e os orifcios de passagem de gua nos emissores so maiores, evitando assim a sedimentao das partculas slidas, diminuindo os riscos de obstruo das tubulaes e emissores.

Vale ressaltar, que em climas ridos onde o desenvolvimento radicular essencialmente limitado zona molhada pela irrigao a distribuio de fertilizantes via gua de irrigao localizada maximizada, em contra partida em regies midas, onde as razes se estendem alm da zona irrigada, a distribuio de fertilizantes por sistemas de irrigao localizada fica comprometida, isto , os benefcios advindos so reduzidos.

Na irrigao localizada, o entupimento dos emissores funo da qualidade da gua. A quimigao, principalmente a fertirrigao pode aumentar os riscos de entupimento dos emissores, pois a fertilizao alm de possibilidade de precipitao, promove o desenvolvimento e a proliferao de algas e fungos. Com o entupimento dos emissores a uniformidade de aplicao fica comprometida, assim como tambm a distribuio dos produtos qumicos veiculados na gua de irrigao.VII.2 Aspectos a serem observados na Fertirrigao

VII.2.1 Qualidade da gua

Este possivelmente o fator mais importante, pois poder trazer srios danos tais como: toxidez especfica de algum on; formao de precipitados qumicos e principalmente entupimentos no sistema. Diante disso, a anlise da qualidade se torna de fundamental importncia para o planejamento de uma fertirrigao, TRANI & CARRIJO (2004). Os seguintes fatores devem ser analisados: pH, CE, slidos em suspenso, M.O., Ca, Mg, Cloretos, Sulfatos, Mn, Fe e populaes de bactrias. A Tabela 01 deve ser consultada para um programa de fertirrigao. Deve-se ter o cuidado com gua com altas concentraes de Ca, Mg e bicarbonatos (gua duras), pois a reao dessa gua alcalina, com pH variando de 7,5 a 8,5. A interao dessas guas com fertilizantes pode causar a formao de precipitados no tanque de fertirrigao, bloqueando os filtros e gotejadores. O uso de fertilizantes a base de sulfato e fosfato com esse tipo de gua causar a precipitao de CaSO4 e CaPO4

Tabela 01 Qualidade de gua para fins de irrigao: interpretao das anlises

DeterminaesGrau de restrio

Nenhum ModeradoSevero

pH5,6 7,0< 5,4 ou >7,1< 4,5 ou > 8,0

CE(mS/cm)< 0,70,71 3,0> 3,01

RAS*< 3,03,01 6,0> 6,01

Ca+220 100101 200> 200

Mg+2< 6364 100> 101

Na+1< 7071 180> 181

Fe+2< 0,20,21 0,4> 0,41

HCO-3< 4041 180>181

SO-4251

Cl-1< 7071 300> 301

B< 0, 50,51 2,00> 2,01

N< 55,1 30> 31

Unidades em mg/l

*RAS = Razo de Adsoro de Sdio = 1/Na/(Ca + Mg)0,5 Fonte: Adaptada de KEMIRA, (1994)VII.2.2 Salinidade do solo

A salinidade de um solo refere-se ao contedo de sais na soluo do solo. Os sais mais comuns so os: cloretos, sulfatos, bicarbonatos e nitratos de sdio, magnsio e clcio. Na medida em que os sais se acumulam no solo, as razes apresentam maior dificuldade de absorver gua. Cada cultura apresenta um determinado grau de sensibilidade a concentraes de sais solveis. Por isso importante que se conhea o nvel de salinidade de um solo. Como os sais possuem a habilidade de conduzir corrente eltrica, o seu contedo estimado pela condutividade eltrica e pode ser medido por um equipamento denominado de condutivmetro. Essa condutividade deve ser determinada em um extrato de solo saturado em gua. A unidade adotada pelo Sistema Internacional para expressar a Condutividade Eltrica (C.E.) o Siemens. Quando um solo apresentar naturalmente um elevado teor de sais, muito comum sob condies de cultivo protegido deve-se efetuar uma irrigao pesada para promover a lixiviao dos sais em excesso, evitando o acmulo na regio de concentrao das razes. Outras prticas alternativas, como o uso da adubao orgnica, diminuem o efeito negativo da salinidade. Em fertirrigao deve-se evitar fertilizantes a base de sdio que so inadequados por causa do efeito adverso do sdio na C. E. da soluo do solo.

VII.2.3 pH do solo

O pH ideal para a disponibilidade da maioria dos nutrientes em torno 6,0 a 6,5. O pH da rizosfera (regio abrangida pelas razes) que determina a disponibilidade de alguns macros e micronutrientes para as plantas, bem como, a toxidez de alguns elementos como Al e Mn.

VII.3 - FERTILIZANTES UTILIZADOS EM FERTRRIGAO

A escolha do fertilizante a ser utilizado na fertirrigao deve ser precedida de um estudo de caractersticas dos produtos para que sua utilizao seja adequada aos demais elementos envolvidos no processo (sistema de irrigao, solo, gua e planta). Portanto, as seguintes caractersticas devero ser observadas:

a) Solubilidade: os fertilizantes devem ser solveis ou emulsionveis em gua, com o objetivo de evitar obstrues dos emissores. Um dos pr-requisitos para uso de fertilizantes slidos a sua completa dissoluo na gua de irrigao. Alguns fatores afetam a solubilidade dos fertilizantes na gua como: temperatura, pH, potencial de reduo. Portanto, no preparo de uma soluo deve-se observar a solubilidade de cada fertilizante, conforme apresentada na Tabela 02. Como regra geral, sugere-se que o preparo de uma soluo ou mistura de fertilizantes seja feita de forma lenta e sob agitao constante, para evitar que os fertilizantes depositem-se no fundo dos tanques, VILLAS BAS (1994). Os fertilizantes utilizados em fertirrigao devem apresentar alta solubilidade, tanto para no causar entupimento nos emissores quanto para garantir a concentrao da soluo.

Conforme Tabela 02, podemos observar que os fertilizantes nitrogenados, como uria, nitrato de amnia, sulfato de amnia, so os mais solveis em gua, portanto no apresentam problemas para serem utilizados na irrigao. Os fertilizantes potssicos apresentam menor solubilidade do que os nitrogenados, mesmo assim, so bastante empregados na fertrrigao. Tabela 02 - Solubilidade e composio de alguns fertilizantes utilizados em fertirrigao.

Composio mdia de nutrientes

CaCO30(1)

Sol.(g/l)NP2O5K2OOutrosnd. salino(Kg)

---------------------------------------

Fertilizantes(%)

NH4NO31180 - 297032,0---10560

(NH4)2S04710 - 95020,5--24 S69110

Ca(N03)21020 168014,0--28 Ca61Bsico

DAP250 45017,040--3488

MAP200 56711,044--3060

KCI280 510--6048 Cl115-

KNO31000 169014,0-44-31Bsico

K2S0470 - 150--5217 S46-

KNaN03-14,0-1431-

NaNO3730 92116,0---100Bsico

Uria670 167046,0---7571

Uran-32,0-----

K-Mg---2222S/18Mg43-

H3P04--46----

MgS04710 ---17Mg/22S--

MnSO47H2O710---28 Mn--

Na2MoO42H2560---39 Mo--

(NH4)2MoO4400---48 Mo--

ZnS047H2070 890---22 Zn--

H3B0350---16 B--

(1) Quantidade de CaC03 necessria Fonte= Livro Fertilizantes Fluidos, (1994).

SAMPAIO (1995), em trabalhos realizados no campus da UFLA, afirma que o cloreto de potssio slido pode ser perfeitamente utilizado na fertirrigao em sistemas de irrigao localizada. Os mais utilizados so o nitrato e o cloreto de potssio, sendo que o primeiro alm de ser mais solvel contm nitrognio. Vale ressaltar, que devido a esse problema de solubilidade recomendvel para injeo dos fertilizantes que se use filtros de tela capaz de reter partculas. Segundo BERNARDO (1989), os fertilizantes ricos em fsforo so os mais problemticos para serem usados atravs da irrigao por gotejamento, isto porque, em sua maioria os fertilizantes fosfatados so poucos solveis em gua, alm de que, quando aplicados em gua de irrigao rica em clcio, podero ser precipitados em forma de fosfato de clcio dentro das tubulaes entupindo os gotejadores. Segundo BISCONER (1985), a obstruo dos emissores causada pela precipitao de fsforo, pode ser evitada pela injeo de cido fosfrico, imediatamente aps a injeo do mesmo, ou misturando-o com cido sulfrico.

b) Compatibilidade: Quando se usa mais de um fertilizante esse aspecto deve ser observado, para se evitar a formao de precipitados. No preparo da soluo para fertirrigao alguns fertilizantes no devem ser misturados, pois so incompatveis, formando complexos qumicos insolveis. Desta forma, deve-se averiguar previamente essas compatibilidades conforme apresentado na Tabela 03. BISCONER (1985) sugere que seja feito um teste de compatibilidade antes de decidir pela aplicao de determinados agroqumicos. O teste consiste em adicionar pequena quantidade do produto em um volume da gua de irrigao, agitar bem e deixar repousar por 24 horas; se formar algum precipitado a injeo no deve ser feita.

Tabela 03 - Compatibilidade entre diversos fertilizantes .

1234567891011121314

1XX

2

3X00X

4XX

5X00

6XXXXXXX

700XX

80XX0

9X0

100

11XXX0XX0

120

13

14

1= Sulfato de amnio; 2= Nitrato de sdio e de potssio; 3= Nitroclcio; 4= Nitrato de amnio; 5= Uria; 6= Clcio cianamida; 7= Superfosfatos; 8= Fosfatos de amnio; 9=: Fosfatobiclcio; 10= Farinha de ossos; 11= Escria de Thomas, 12= Fosfatos naturais, 13=Cloreto de potssio; 14= Sulfato de potssio. O = adubos que podem ser misturados pouco antes da aplicao; X = adubos que no podem ser misturados.

Fonte= Livro Fertilizantes Fludos, (1994)

c) Corrosividade: O poder de corroso dos fertilizantes varivel e pode afetar os equipamentos de fertirrigao. Os fertilizantes no devem ser corrosivos aos materiais do sistema de irrigao. Equipamentos de alumnio e ao sofrem maior ao de solues alcalinas. Por outro lado, os materiais plsticos so mais resistentes que os metais. Para diminuir o efeito corrosivo dos fertilizantes recomenda-se que aps a fertirrigao deve-se irrigar pelo menos mais 15 minutos com gua pura. A Tabela 04 apresenta a corroso relativa de alguns fertilizantes dissolvidos em gua a diversos materiais.

Tabela 04 - Corroso relativa dos fertilizantes dissolvidos na gua a diversos metais1.FertilizantespH conc.AlumnioCobreBronzeAoAo galv.Ao inox

Uria (soluo)8CSCCSCSCSC

Nitrato de amnio7BCBCBCBCBCBC

Uria-nit. diamnio8CCCCBCSC

Amnia lquida+9SCBCBCScSCSC

Sulfato de amnio5BCMCMCMCMCSC

Nitrato de clcio+5SCBCBCBCCSC

Nitrato de sdio+8CSCSCBCBCSC

Acido fosfrico-1MCMCMCMCMCSC

Fosfato diamnio6MCMCMC--BC

Polifosfato amnio6CBCBCSCBCSC

1 SC= sem corrosividade; BC= baixa corrosividade; C= corrosividade elevada concentrao; MC= muito corrosivo. Fonte= Livro Quimigao, (1994)

d) Toxicidade: Dosagens incorretas, tanto quanto a concentraes superiores ou inferiores s necessrias podem prejudicar as culturas. Os fertilizantes so sais que aumentam a concentrao salina da gua de irrigao. Ao serem utilizados no devem superar os nveis admissveis de salinidade, que so diferentes para cada cultura. Como regra geral, na prtica recomenda-se que no sejam superados os valores de salinidade indicados na Tabela 05, medidos na sada dos emissores. Por exemplo, uma relao de 1/3 entre as freqncias de irrigao e fertilizao corresponde ao caso de irrigao diria e fertilizao a cada 3 dias. Estes valores so recomendados por PIZARRO (1996) e so especficos para irrigao localizada.

Tabela 05 - Salinidade mxima da gua na sada dos emissores.F.I/F.FConcentrao (g/l)CE (mmhos/cm)

1/11.52.3

2.03.1

1/32.54.0

1/7 ou menos4.06.3

Fonte- Pizarro, (1996).e) Aspecto econmico: Deve-se fazer uma avaliao econmica do trabalho envolvido na fertirrigao quando comparado ao mtodo de aplicao convencional ou se a utilizao dos nutrientes pelas plantas mais efetiva com a fertirrigao do que com outros mtodos.

f) Nvel de tolerncia: As culturas so sensveis s altas concentraes de elementos especficos na gua de irrigao. Se o limite de tolerncia for ultrapassado as plantas podem sofrer danos por toxidez, queima foliar ou outros, (Tabela 06).

Tabela 06 - Limites de tolerncia de algumas culturas aos macronutrientes em mg/l.CulturasNPK

Abbora150-20030-50150-200

Alface10030-50150

Algodo40-6020-30100

Ameixa80-10030-50150-200

Banana15-45

Batata130-15030-50120-180

Berinjela130-17050-60150-200

Feijo80-12030-50150-200

Girassol40-6020-30100

Laranja353-58-10

Pimenta130-17030-50150-200

Tomate150-18030-50200-250

Fonte= Quimigao, (1994).VII.3.1 - Tipos de fertilizantes

Segundo FRIZONE & BOTREL (1994), os produtos usados em fertirrigao so classificados como solues e suspenses. Para PIZARRO (1996), os adubos a serem usados na fertirrigao devem ser solveis ou emulsionveis em gua, para evitar obstruo dos emissores. As solues caracterizam-se por uma completa dissoluo das matrias primas (fertilizantes). So ideais para sistemas de gotejamento, pois evitam o entupimento. As suspenses geralmente usam argila como agente para manter os nutrientes em suspenso. Para aplicaes uniformes destes produtos faz-se necessrio uma agitao continua durante o processo de aplicao. Os produtos a serem aplicados via irrigao devem apresentar caractersticas especficas, como conter os elementos essenciais de forma prontamente disponvel ou rapidamente convertvel e serem formulados de maneira a no conter elementos que possam causar entupimentos em emissores e queima s plantas, (FRIZZONE et. al. 1985). Alm dos fertilizantes slidos, na forma isolada ou em combinao de dois ou mais nutrientes, hoje o mercado brasileiro apresenta os fertilizantes na forma fluida ou lquida. Os adubos lquidos se apresentam na forma de solues claras, solues coloidais e misturas em suspenso.

VII.3.1.1- Misturas lquidas

So solues puras, sendo as solues nitrogenadas a forma mais comum desse tipo de adubo. O nitrato de amnia e a uria quando dissolvidos em gua podem constituir uma soluo clara. A diluio em gua de NH4NO3(nitrato de amnia) e CO(NH2)2(uria) constituem a mais alta concentrao de nitrognio (32 %) obtida na prtica, sendo esta soluo comercializada no Brasil com o nome de Uran ( 32-00-00 ).

VII.3.1.2 - Misturas em suspenso

So obtidas a partir da mistura dos elementos simples fludos (32-00-00, 10-30-00, etc.) com cloreto de potssio. Esta forma de fertilizante no poder ser utilizada em sistemas de irrigao como gotejamento, piv central, por causar problemas de decantao de partculas na tubulao e entupimento dos emissores.

Segundo BISCONER (1985), o nitrognio altamente eficiente quando aplicado via gua de irrigao localizada em razo da sua transformao em nitrato, o qual mvel na gua e acompanha a frente de umedecimento (bulbo mido), sendo assim melhor distribudo.

Obs. -> Os micronutrientes normalmente so aplicados sob a forma de quelatos ou sulfates. Entretanto, o zinco, o ferro, o cobre e o mangans podem reagir com os sais da gua de irrigao causando precipitaes e entupimento dos emissores, por isso, em muitos casos esses micronutrientes so aplicados sob a forma de quelatos, que so bastante solveis, causando menores problemas. A aplicao de micronutrientes requer a utilizao de bomba injetora de boa preciso e exatido e alta eficincia de distribuio de gua no sistema de irrigao, isto porque, poder ocorrer dficit de micronutrientes em frao da rea e em outra poder ocorrer excesso e risco de fitotoxidez.

VII. 4 MANEJO DA FERTIRRIGAO

A fertirrigao no deve ser praticada de forma emprica. A aplicao de fertilizantes com base apenas na experincia do produtor e em recomendaes genricas, pode levar a m utilizao dos nutrientes pela cultura, desequilbrio ambiental e prejuzos econmicos para o empreendimento, TRANI & CARRIJO (2004). Portanto, a prtica correta da fertirrigao deve ter embasamento tcnico e cientfico levando em considerao todos os fatores principais que influenciam na fertilidade do solo, na nutrio da planta, na forma de aplicao, no mtodo de aplicao, dentre outros. O manejo da fertirrigao consiste basicamente na determinao da adequada quantidade de nutrientes a ser aplicada nos momentos oportunos. Este processo pode ser de forma geral, dividido em trs etapas: a primeira refere-se aplicao de gua, apenas; a segunda aplicao de fertilizantes dissolvidos na gua e a terceira diz respeito a aplicao de gua novamente para lavar o sistema e colocar os nutrientes na zona radicular das plantas. O tempo correspondente a cada uma dessas etapas depende principalmente do equipamento, da evapotranspirao da cultura, da vazo dos emissores e da freqncia de irrigao, (CARRIJO et. al. 1999).

VII.5 FREQUNCIA DE APLICAO DE NUTRIENTES NA FERTIRRIGAO

A grande vantagem da fertirrigao a possibilidade da aplicao dos nutrientes de forma parcelada. Esse parcelamento de nutrientes deve ser feito de acordo com a marcha de absoro de nutrientes pela cultura nos seus diferentes estgios de desenvolvimento. Diante disso, se torna de fundamental importncia que se conhea essa curva de absoro durante o ciclo da cultura para que se efetue o manejo adequado da fertirrigao. Como j mencionado anteriormente outros fatores devem ser considerados como: fertilizante, solo, sistema de irrigao e de injeo, dentre outros. O parcelamento de nutrientes, segundo a marcha de absoro das plantas, tem influencia decisiva no rendimento das culturas, sobretudo com relao a adubao nitrogenada. Segundo COELHO (1994), com o fracionamento das aplicaes as plantas melhoram a assimilao dos nutrientes e as perdas por lixiviao ficam limitadas, aumentando assim a eficincia do uso dos fertilizantes aplicadas via irrigao. ALVARENGA (2004) comenta que o monitoramento de uma lavoura fertirrigada uma das ferramentas mais importantes para o sucesso de um programa de fertirrigao. Tal monitoramento consiste em avaliar o aspecto da nutrio mediante procedimentos feitos pela anlise da matria seca ou da seiva. Este procedimento vem confirmar o diagnstico feito visualmente, indicando as carncias e/ou excessos de nutrientes, possibilitando assim sugestes fundamentadas para as possveis mudanas num programa de fertirrigao.

VIII - INSETIGAONa insetigao, o sistema de irrigao por asperso tem sido o mtodo mais utilizado para a aplicao dos inseticidas. A tcnica iniciou-se na Amrica do Norte, na dcada de 60, visando o controle de pragas foliares, com a utilizao dos inseticidas azinphos-methyl e carbaryl.

Na dcada seguinte, foi desenvolvida uma srie de testes em sistemas de irrigao por asperso, obtendo-se excelente controle nas primeiras e segundas geraes de brocas que atacam a cultura do milho. No Brasil, a insetigao comeou a ser utilizada na dcada de 80, havendo grande escassez de informaes tcnicas para as nossas condies. Atualmente, com a expanso de reas agrcolas irrigadas, tm-se utilizado aplicaes de inseticidas via irrigao por asperso, muitas vezes, sem se conhecerem parmetros tcnicos necessrios para se obter a melhor eficincia e reduo de riscos oriundos de qualquer utilizao de defensivos agrcolas.

A insetigao tem sido utilizada com sucesso para o controle de diversas pragas, em vrias culturas. Entretanto, existem exemplos de insucessos, indicando que o mtodo no se aplica para todas as condies.

VIII.1.Fatores que influenciam a insetigao

As condies ambientais so preponderantes para o sucesso da insetigao. A velocidade do vento influi na distribuio do inseticida, atravs de derivas e aumenta a evaporao, causando a perda de inseticidas mais volteis. Os defensivos agrcolas no devem ser aplicados em sistemas mveis de irrigao, com velocidade de vento superior a 16 km por hora e em sistema convencional (lateral porttil), com velocidade superior a 10,5 km por hora. A umidade relativa do ar e a temperatura afetam tambm a evaporao. Se a umidade baixa durante a aplicao, a evaporao ocorre rapidamente. Temperatura alta aumenta a perda de gua, impedindo que o inseticida atinja a praga quando essa se localiza mais profundamente no solo. A eficincia dos inseticidas depender da ocorrncia de chuvas aps a aplicao, sendo influenciada pelo volume, intensidade e distribuio. Esses fatores iro determinar quanto do inseticida ir permanecer na folhagem das plantas e penetrar no solo. A textura e a umidade do solo afetam o desempenho dos inseticidas que visam controlar as pragas subterrneas. Geralmente, os inseticidas movimentam-se melhor em solos arenosos, com baixo teor de matria orgnica. Em solos com alto teor de matria orgnica, os inseticidas tendem a ser absorvido, retardando o seu movimento. A umidade do solo durante a aplicao influencia a penetrao do inseticida no solo. Em solo mais seco, a penetrao da gua e do inseticida menor do que num mais mido.

A eficincia da insetigao depende da seleo correta do inseticida. As pragas das culturas alimentam-se de diferentes regies das plantas, como: folhas, colmo, espigas, pancula, razes e frutos. O ataque em cada uma dessas regies pode requerer uma determinada formulao do inseticida, visando maior eficincia de controle. A aplicao de inseticidas visando o controle de pragas da parte area da planta tem sido a mais estudada para insetigao. Entretanto, resultados de pesquisa indicam que algumas formulaes utilizadas para pragas da parte area tambm controlam as de solo. A formulao para o controle efetivo de pragas subterrneas geralmente requer as mesmas caractersticas de determinados herbicidas quanto solubilidade em gua, umidade do solo precedendo a aplicao, quantidade da gua aplicada, tipo de solo e qumica do inseticida propriamente dita.

A solubilidade do inseticida em gua um aspecto preponderante a ser observado. No incio de trabalhos com insetigao, observou-se que inseticidas insolveis em gua eram os mais eficientes no controle de pragas e que a eficcia de alguns produtos poderia aumentar com a adio de um leo no-emulsificante. Constatou-se que os inseticidas solveis em gua eram lavados da folhagem durante a irrigao e caam no solo, reduzindo a eficincia do controle das pragas da parte area da planta. J os inseticidas insolveis em gua e solveis em leo ficavam encapsulados em gotculas de gua, sem perder a sua identidade no sistema de irrigao. Na aplicao, aderiam s partes areas das plantas e nos corpos (cutcula) do inseto, aumentando a sua eficincia. Vrios estudos foram conduzidos e confirmaram o aumento da eficincia dos inseticidas misturados ao leo vegetal bruto ou leo mineral. Pesquisas realizadas na Gergia, EUA, sugeriam que o leo reduz a lavagem do inseticida da planta. Entretanto, estudos posteriores mostram que para alguns inseticidas como os piretrides e chlorpyriphos a adio de leo no sempre necessria. Recentemente, tem-se verificado que nem sempre a mistura de leo na insetigao aumenta a eficincia de controle da praga. As doses dos inseticidas aplicadas na insetigao so, na maioria das vezes, as mesmas utilizadas em pulverizaes pelos mtodos convencionais (tratorizado ou costal). Na evoluo da insetigao, observa-se que as primeiras avaliaes de inseticidas para esse emprego basearam-se em produtos que apresentavam eficincia comprovada atravs de pulverizao para o controle de determinada praga. Para a insetigao, a concentrao do inseticida drasticamente reduzida, em comparao com uma pulverizao convencional. Enquanto que na pulverizao utiliza-se, em termos mdios, um volume entre 200 e 300 litros de calda por hectare, na insetigao o volume tem variado de 25.000 a 100.000 litros/ha. Embora isso possa aparentar uma desvantagem da insetigao com relao pulverizao convencional, na prtica, em alguns casos, torna-se uma vantagem, ou seja, embora menos concentrada, a insetigao atinge o local onde a praga est localizada, sendo que a pulverizao s vezes no consegue este objetivo. Isso explica que os maiores sucessos da insetigao tenham ocorrido em plantas com arquitetura parecida com a do milho, semelhante a um clice, favorecendo a captao da calda inseticida no cartucho e nas bainhas das folhas. Entre os fatores limitantes da insetigao, destacam-se aspectos relacionados biologia da praga a ser controlada. Para o controle de pragas subterrneas, o inseticida conduzido atravs do solo pela gua de irrigao at atingir a praga. So fatores de grande importncia para a quimigao, a avaliao da umidade do solo e a estimativa da distncia que o qumico percorre no solo durante a irrigao. Os inseticidas e outros pesticidas movem-se somente uma poro da distncia que a gua percorre no solo. Se a quantidade de gua aplicada em excesso, o inseticida pode ficar abaixo da regio do ataque da praga. Em caso contrrio, pode ficar superficialmente e ser decomposto por raio ultravioleta ou perdido por volatilizao. Em determinadas condies climticas, torna-se necessrio irrigar a cultura em espao relativamente curto aps a insetigao. Neste caso, a persistncia do inseticida depender da formulao, que ser afetada pela ao da luz, gua e metabolismo da planta. Trabalhos mostrando o efeito da lavagem dos inseticidas toxaphene, parathion metlico, EPN e fenvalerate, por precipitao ocorrida duas horas aps a aplicao, concluram que somente 5 a 10% do toxaphene foi lavado, sendo que os demais inseticidas foram de 40 a 90% lavados. Em outra situao, lminas de 2,5 e 12,7 mm de gua aps a insetigao no mostraram diferena sobre o resduo do inseticida chlorpyriphos nas folhas de milho e no solo.

A qualidade da gua tambm pode afetar a eficincia da insetigao. Isso particularmente importante para grandes reas insetigadas ou quando enormes volumes de gua so aplicados e a calda inseticida permanece no tanque por vrios dias at que a aplicao termine. Certos inseticidas, particularmente alguns organofosforados, podem perder a sua atividade por hidrlise alcalina. Em regies onde a gua alcalina, deve-se observar o rtulo para selecionar o inseticida correto. Caso contrrio, recomenda-se utilizar aditivos durante a insetigao.

Entre os fatores descritos que afetam a distribuio de qumicos, destacam-se o tipo de injeo da calda, tipo de aspersores e a velocidade da gua dentro da tubulao de irrigao. Para o controle de algumas pragas como brocas do colmo do milho, estudos mostram melhor eficincia para inseticidas aplicados com aspersores de alta presso, enquanto que para pragas de folhas, como a lagarta do cartucho e a lagarta da espiga, no foi encontrada diferena no desempenho do inseticida, para tipo de aspersores e presso utilizada. Usualmente, recomenda-se avaliar a presso operacional, o tipo e a taxa de injeo do qumico no sistema de irrigao, para cada caso de quimigao. A presso de operao e o dimetro do bocal do aspersor podem mudar significativamente o dimetro da gota na insetigao. O tamanho da gota que cai sobre a planta influencia a quantidade e a distribuio do inseticida retido nas folhas, resultando no efetivo controle da praga. O efeito do tamanho das gotas na eficincia do inseticida varia com a formulao, sendo importante principalmente para a mistura inseticida/leo vegetal.

A velocidade do fluxo de gua dentro da tubulao tambm afeta a eficincia da insetigao, tendo pouca influncia sobre formulaes solveis em gua e muita sobre formulaes solveis em leo. A explicao mais aceita que a velocidade do fluxo decresce com o aumento da distncia do ponto de injeo, reduzindo a distribuio homognea do qumico na tubulao. Velocidade de gua inferior a 1,1 m/s no ponto de injeo pode no ser suficiente para "quebrar" as gotculas de leo com inseticida, permitindo que gotas maiores flutuem na gua e saiam pelos aspersores mais prximos base do piv. Em insetigao realizada sobre milho-doce, com a velocidade da gua de 1,1 m/s utilizando um piv com torres espaadas de 48 m e aspersores de impacto, mais inseticida foi colocado prximo base do que ao longo da torre, resultando em um controle desuniforme da lagarta da espiga.

Em um sistema de produo comum coincidir a poca de aplicar o fertilizante e a necessidade de realizar o controle de uma praga. Observaes indicam que os inseticidas chlorpyriphos, permethrin e fenvalerate podem ser aplicados com fertilizantes nitrogenados na mesma gua de irrigao, desde que sejam injetados independentemente.

Alguns trabalhos mostram excelente controle da lagarta do cartucho e da lagarta da espiga do milho, misturando o inseticida chlorpyriphos com um dos piretrides, permethrin, fenvalerate ou cypermethrin.

Vale ressaltar que, devido ao grande nmero de inseticidas existentes no mercado e quase inexistncia de trabalhos de compatibilidade de inseticidas com outros qumicos quando injetados simultaneamente ou realizada a mistura no tanque, tem-se evitado esse tipo de aplicao.

IX - FUNGIGAO

Em pases de agricultura irrigada altamente tecnificada, o controle de doenas fngicas em plantas, freqentemente feito mediante aplicaes de fungicidas em sistemas de irrigao por asperso convencional, piv central, gotejamento, autopropelido etc. Essa prtica tem mostrado, na maioria dos casos, eficincia e segurana. No Brasil, porm, tem sido adotada sem um adequado embasamento cientfico, principalmente por agricultores que possuem pivs centrais.

IX. 1. Fatores que influenciam a Fungigao

Diversos fatores que retardam as aplicaes de fungicidas em pulverizaes convencionais ou areas no interferem na fungigao, como a alta umidade do solo, que impede a pulverizao tratorizada. Via piv central, o fungicida pode ser aplicado em estgio de desenvolvimento mais adiantado da cultura do que com equipamentos de pulverizao convencional. Isso importante para o controle de doenas como o mofo-branco, que ataca o feijoeiro. A fungigao tambm pode ser realizada durante os perodos de nevoeiro, neblina e noturno, enquanto que essas condies impedem a aplicao area. Para se obter maior uniformidade de distribuio dos fungicidas aplicados via gua, deve-se selecionar formulaes de baixssimas solubilidades em gua, pois isso evitar a rpida injeo do produto na tubulao de recalque e auxiliar a uniformidade de distribuio do produto nos emissores. Os fungicidas devem ser usados, preferencialmente, na mesma dose recomendada para a aplicao convencional. A adio de leos no-emulsionveis (derivados de petrleo e vegetais) s formulaes comerciais de fungicidas aumenta a sua reteno e redistribuio na cobertura foliar (folhas do pice, medianas e baixeiras). A relao do fungicida/leo mais usada de 1:1,8. Mais recentemente, alguns fungicidas tm sido formulados em leo. Se a gua apresentar boa qualidade para irrigao, ela tambm se prestar fungigao. Recomenda-se uma anlise prvia de sua qualidade, no tocante concentrao de sais solveis, porcentagem de sdio, concentrao de boro e concentrao de cloro e deve-se evitar as faixas extremas de acidez e alcalinidade. A uniformidade de distribuio do fungicida sempre proporcional uniformidade da distribuio da gua pelo sistema de irrigao. Em aplicaes areas de fungicidas e por asperso convencional, obtm-se coeficientes de uniformidade de 70% e 85%, respectivamente. Quando adequadamente calibradas e operadas aplicaes via piv central e autopropelido podem atingir coeficientes de uniformidade de 90 e 70%, respectivamente. Os fungicidas sistmicos de translocao ascendente na planta apresentam melhor eficincia em fungigao do que os fungicidas de contato (sem mobilidade na planta), pois parte do produto que atinge o solo pode ser absorvido pelas razes, translocando-se para a parte area. O mesmo processo no observado quando se utilizam fungicidas de contato. Por outro lado, a frao do fungicida de contato que atinge o solo pode controlar os patgenos que a vivem, como os fungos causadores de podrides em sementes e razes e de tombamento de plntulas. Para que haja sucesso na fungigao, alguns cuidados devem ser tomados, como o horrio e o tempo de aplicao, a velocidade do vento, a manuteno da cultura limpa, o coeficiente de uniformidade da lmina de gua, a limpeza do sistema de irrigao aps a aplicao dos defensivos agrcolas etc. Para fungicidas que visam o controle de fungos do solo, recomenda-se usar lminas de gua de 10 a 25 mm, o que promove a incorporao desses produtos ao perfil do solo, podendo a aplicao ser realizada desde o incio da irrigao por asperso. Para os fungicidas que visam controlar as doenas da parte area das plantas, recomendam-se lminas de gua de 3 a 6mm. Em piv central, o tempo de aplicao funo direta do tempo gasto para dar uma volta completa, devendo sempre operar a 100% de sua velocidade. Deve-se usar, preferencialmente, a bomba dosadora, cujo acoplamento se d num dispositivo apropriado existente na estrutura do piv central. No sistema de gotejamento, o tempo de aplicao pode ser longo, pois o processo de injeo do produto deve ter baixa vazo, mas com alta freqncia da aplicao. Recomenda-se usar a bomba dosadora acoplada ao sistema logo aps a vlvula de segurana. Os fatores que determinam o sucesso da aplicao por gotejamento, no que concerne ao movimento do produto no solo so a superfcie molhada e a profundidade de molhamento. A diluio dos fungicidas, mesmo em altos volumes de gua, comumente no tem afetado a sua eficincia no controle de doenas da parte area, exceto nas epidemias. Para exemplificar: visando controlar a doena denominada cercosporiose da folha do amendoim, foi utilizado o fungicida clorotalonil em aplicaes via piv central ou em pulverizao convencional, diludo em aproximadamente 40.000 e 100 litros de gua, respectivamente. Apesar disso, a cercosporiose foi significativamente reduzida em todas as parcelas tratadas com fungicida, independente do mtodo de aplicao. Devido ao total molhamento das plantas, a fungigao faz uma melhor deposio do fungicida na superfcie das folhas, o que, de certo modo, pode compensar a baixa quantidade do fungicida retida pela folhagem. Ademais, no h diferena no perfil da cobertura foliar (folhas do topo, medianas e baixeiras) quando as plantas recebem fungicidas via piv central. Em estudos comparativos da eficincia da fungigao realizada via piv central e o mtodo convencional de aplicao de fungicidas no controle de odio e mancha-foliar em feijoeiro comum, a fungigao mostrou-se melhor que o mtodo convencional, com maior produtividade e maior peso de sementes, alm de menos odio nas plantas e menos sementes manchadas. De forma similar, no controle de mofo-branco do feijoeiro, os fungicidas utilizados apresentaram mais eficincia no controle desta doena quando aplicados via gua de irrigao. conveniente salientar que os sistemas de fungigao nunca devem operar sem a vlvula de segurana, pois com queda de energia no sistema no haver riscos de refluxo de fungicidas dissolvidos na gua.

X - HERBIGAO

O uso de herbicidas aplicados via irrigao vem ganhando grande impulso principalmente em reas onde se procura obter alta produtividade. Com o aparecimento recente de inmeros herbicidas registrados para o uso em ps-emergncia das plantas daninhas e das culturas, alguns com ao sobre a folhagem somente e outros apresentando ao foliar e de solo, o produtor agrcola dispe hoje de um vasto nmero de herbicidas que podem controlar plantas daninhas desde a fase de pr-plantio at a ps-emergncia tardia. A maioria dos herbicidas so recomendados para atuar de forma preventiva(aplicaes de pr-plantio e pr-emergncia), ou na fase inicial da cultura, dando-se lavoura condies de emergir e crescer sem os efeitos deletrios das plantas daninhas. A aplicao pr-emergente ou ps-emergente inicial sempre desejvel porque, nesse caso, as plantas daninhas no tem tempo de interferir nos cultivos, no ocorrendo perdas. Vale ressaltar que essas aplicaes so bastante dependentes da umidade do solo e da umidade relativa do ar. Muitas vezes a aplicao ineficiente por falta ou excesso de umidade no solo ou pela baixa umidade relativa do ar no momento da aplicao de um produto de ao ps-emergente. Os herbicidas de ao no solo e que so depositados na sua superfcie e ali deixados s sero ativados e solubilizados se houver umidade suficiente, caso contrrio, sero fotodecompostos e/ou volatilizados, contribuindo para o grande fracasso da aplicao de herbicidas nas lavouras. Sendo assim, a herbigao a grande estratgia se tornando importante fator de produo.

X.1 Fatores que afetam a Herbigao

Os herbicidas so substncias qumicas que tem o seu comportamento regido por propriedades fsico-qumicas e pelas condies ambientais. Essas propriedades devem ser conhecidas para cada herbicida que est sendo usado, independentemente da forma da aplicao, seja atravs de pulverizadores ou sistemas de irrigao. As principais caractersticas que um herbicida deve apresentar so:

X.1.1 Solubilidade em gua (Su)

A quantidade do herbicida que dissolvida em gua representa a parte do mesmo que ir para a soluo do solo e ficar disponvel para os diversos processos fsico-qumicos de absoro pelas razes, adsoro aos colides do solo, biodegradao, lixiviao, volatilizao, etc. Quanto mais solveis forem os herbicidas em gua, maiores sero as disponibilidades dos mesmos no solo e maiores sero as profundidades que ele iro atingir. A maior disponibilidade do herbicida na soluo do solo pode significar maior absoro pelas razes e maior ser a eficincia no controle das plantas daninhas. A solubilidade em gua expressa normalmente em partes por milho(ppm) e varia grandemente entre os herbicidas. Um exemplo de herbicida muito solvel o Fomesafen usado na cultura de feijo e que tem solubilidade em torno de 160.000 ppm. Em contrapartida, o herbicida Pendimethalin, tambm usado em feijo apresenta baixssima solubilidade em torno de 0,5 ppm. Sugere-se consultar o Guia dos Herbicidas de ALMEIDA & RODRIGUES (1988).

X.1.2 Presso de vapor (Pv)

Essa propriedade representa a tendncia do herbicida de sair da soluo do solo e perder-se na atmosfera no processo conhecido como volatilizao. Produtos qumicos com alta presso de vapor movimentam-se nos poros vazios do solo na forma de gs e podem, se deixados na superfcie do solo, perder-se totalmente. A presso de vapor varia com a temperatura e normalmente expressa em mm/Hg, 25 C. Um exemplo de herbicida muito voltil o EPTC, cuja presso de vapor de 1,0 x 10- mm/Hg, 25 C. Esse herbicida, por sua alta volatilidade tem de ser aplicado ao solo e incorporado simultaneamente para no se perder na forma de gs. Desta forma, quando aplicado via irrigao, consegue-se maiores eficincias deste herbicida. Entretanto, a maioria dos herbicidas no apresentam volatilidade to alta e podem ser depositados na superfcie dos solos.

X.1.3 Coeficiente de repartio carbono orgnico-gua (Koc)

Essa propriedade fsico-qumica derivada do coeficiente de adsoro dos colides no solo, sendo um coeficiente de adsoro especfico do herbicida matria orgnica do solo, mais especificamente frao de carbono orgnico do solo. Este coeficiente(Koc) representa a tendncia do produto qumico de sair da gua do solo e partir para a fase slida do mesmo, representada pela matria orgnica. A Tabela 07 mostra os valores deste coeficiente para alguns herbicidas usados no Brasil. Verifica-se que pela Tabela 07 que o herbicida Fomesafen, usado na cultura de feijo, apresenta um coeficiente baixo(2 ml/g), o que significa que esse produto no se prende aos colides do solo e tem uma tendncia de permanecer na soluo do solo e se movimentar com a mesma. Esse herbicida muito mvel no solo, principalmente, naqueles com baixo teor de matria orgnica. J o Trifluralin usado tambm na cultura de feijo apresenta um coeficiente alto(7950 ml/g). Portanto, este herbicida apresenta uma grande afinidade com os colides do solo, tornando-o, praticamente imvel. Sendo assim, este herbicida deve ser incorporado ao solo. Quando isso no acontece ele tende a permanecer na superfcie preso aos sedimentos, perdendo-se por volatilizao e/ou fotodecomposio. Pode-se considerar ento que os herbicidas que apresentam menores coeficientes(Kocs) so mais mveis no solo, tornando-se disponveis para a absoro para a maior concentrao do sistema radicular. Ao contrrio, os herbicidas que apresentam maiores coeficientes, se movem menos e possuem menores disponibilidades na soluo do solo.

X.1. 4 Meia vida no solo (T1/2)

Essa caracterstica representa a persistncia do herbicida no solo. Agronomicamente, a meia vida(T1/2) deve ser longa para que o herbicida controle as plantas daninhas durante o perodo crtico de competio, mas no to longa que chegue a deixar resduos para a safra seguinte. O conceito de meia vida(T1/2) esta ligado diretamente sua condio de dissipao no solo. A meia vida(T1/2) no solo expressa em dias e representa o tempo que a metade do composto degradado ao nvel de CO2. A Tabela 07 apresenta valores de meia vida para alguns herbicidas. Quando se compara os herbicidas Alachior(14 dias) e Metolachior(44 dias), ambos do grupo cloroacetamidas e usados na cultura do milho, entende-se perfeitamente que o Metolachior mais persistente no campo do que o Alachior. Por outro lado, compostos com meia vida(T1/2) muito longa, como o Fomesafen(180 dias), podem ultrapassar o perodo de cultivo, principalmente em solos mais secos e deixar resduos para safra seguinte. Com certeza, a cultura sucednea aplicao deste herbicida apresentar sintomas de injria, em virtude de que a meia vida(T1/2) no foi levada em conta na escolha do produto qumico a ser usado.

X.1.5 Escore de contaminao do lenol fretico (GUS)

Esta caracterstica alia o coeficiente de repartio carbono orgnico-gua(Koc) com a meia vida(T1/2) no solo. uma forma de determinar a probabilidade de um composto orgnico, herbicida, inseticida ou qualquer outro agroqumico, atingir o lenol fretico, tornando-se um grande problema ambiental. A Tabela 07 apresenta valores de GUS para alguns herbicidas, servindo de base para a avaliao sumria da probabilidade ou no de os mesmos contaminarem o lenol fretico. Herbicidas com GUS abaixo de 1,8, no apresentam riscos de contaminar o lenol fretico. Entretanto, representam perigo de contaminao por guas subterrneas, oriundas de chuvas torrenciais. Verifica-se pela Tabela 07, que os herbicidas Trifluralin e Pendimethalin no so contaminantes provveis da gua do solo, mas, os demais, sim. Em casos de reas agrcolas onde o lenol fretico muito superficial, cuidados especiais devem ser tomados para evitar a contaminao do mesmo, principalmente, por herbicidas que apresentam GUS superior a 2,8, em funo da grande mobilidade destes herbicidas no solo e da meia vida longa.

Tabela 07 Caractersticas fsico-qumicas de alguns herbicidas usados em cultivos irrigados

HerbicidaKoc(ml/g)T1/2 (dias)GUS

Fomesalen21808,34

Metolachior99443,29

Atrazine107743,68

Simazine138563,25

Alachior161142,06

Trifluralin7950830,66

Pendimethalin1630060-0,38

Fonte: GUSTAFSON(1989), WAUCHOPE(1988)

X.2 Aplicao de herbicidas em pr e ps emergncia

Quando o herbicida aplicado em pr-emergncia nas plantas daninhas, o alvo sempre o solo. O herbicida ali depositado e, dependendo de suas propriedades fsico-qumicas e das condies do solo ser ativado pela umidade do solo e absorvido pelos tecidos vivos das plantas, antes mesmo da emergncia. Na pr-emergncia, as condies do solo representam um fator importante na performance do herbicida. O teor de matria orgnica do solo e, com menos importncia, o teor e tipo de argila, so imprescindveis para se prever essa performance. A matria orgnica e as partculas de argila tendem a prender o herbicida e torn-lo menos disponvel para absoro pela plantas e menos mvel no solo.

Geralmente, em solos arenosos, com baixo teor de matria orgnica onde se observa maior mobilidade dos herbicidas. Nesse caso, a quantidade de gua para incorporar o herbicida dever ser menor. Uma irrigao excessiva pode locomover o herbicida para uma camada abaixo da zona de emergncia das plantas daninhas, provocando perda na atividade do herbicida. Por outro lado, solos pesados, com teor mdio de matria orgnica, requerero uma maior lmina de gua para ativao do herbicida e, para compensar a parte que estar adsorvida nos colides do solo, precisaro de uma dose maior do herbicida. O teor de umidade do solo no momento da aplicao tambm um fator primordial na performance de muitos herbicidas. Por exemplo, se o solo estiver seco, o processo de adsoro favorecido e o herbicida pode ter sua persistncia aumentada. Um exemplo pratico dessa observao o caso de herbicidas volteis, cuja persistncia em solos secos muito maior do que em solos midos. No caso da aplicao de um herbicida voltil via gua de irrigao, a persistncia do produto decresce, por causa da solubilizao e imediata volatilizao.

Quando o herbicida aplicado na ps-emergncia das plantas daninhas, o alvo a folhagem, porta de entrada para o herbicida. As folhas oferecem barreiras para penetrao de substancia estranhas atravs da cutcula. O herbicida precisa atravessar uma camada no polar do lado de fora(suberina) e polar do lado de dentro(pectina). O tempo de absoro varia grandemente com os herbicidas, com as espcies de plantas daninhas e at com o estdio de desenvolvimento da planta.

O destino de um herbicida quando cai numa folha pode ser:

1. atravessar a cutcula e ser absorvido;

2. ficar preso na cutcula;

3. ser volatilizado e perder-se na atmosfera;

4. ser fotodecomposto;

5. permanecer na superfcie da folha na forma cristalizada, aps a evaporao da gotcula de gua. Nesse caso, eventualmente, o herbicida pode ser redissolvido pela umidade do orvalho e ser absorvido.

Um fator primordial na performance de um herbicida aplicado em ps-emergncia so as condies ambientais, representadas pela temperatura, luminosidade, direo e velocidade do vento e umidade relativa do ar. A temperatura favorece a evaporao da gotcula de gua e tambm a volatilizao do herbicida. A luminosidade afeta o comportamento de herbicidas como os inibidores fotossintticos, os disruptores de membrana, os inibidores da sntese de pigmentos etc. Por exemplo, a aplicao ps-emergente de um inibidor fotossinttico como Atrazine, em um dia muito ensolarado, pode ocasionar uma acelerao no seu modo de ao. A acelerao pode significar um controle mais eficiente das plantas daninhas mas, por outro lado, um maior grau de injria s plantas da cultura.

O vento pode acarretar problemas na distribuio do herbicida, aumentar a deriva e aumentar as perdas por volatilizao de herbicidas volteis. OGG et al.(1986) recomendam uma srie de medidas para minimizar a ao do vento, como a reduo da presso de irrigao, diminuio do espaamento entre os aspersores, diminuio da altura etc. Ventos fortes, aliados a uma temperatura alta, podem ocasionar perdas por volatilizao, deriva de herbicidas para culturas susceptveis nas proximidades, etc.

Outro fator climtico importante a umidade relativa do ar, que quanto mais baixa, menor o tempo que leva para a gotcula de gua evaporar e deixar o herbicida concentrado na superfcie foliar, sem condies de ser absorvido. Geralmente, os fabricantes de herbicidas que so recomendados para aplicao ps-emergente aconselham a aplicao com umidade relativa do ar acima de 60%(ALMEIDA & RODRIGUES, 1988). Em reas irrigadas, esse problema pode ser contornado pela aplicao do herbicida aps uma irrigao preliminar, para criar um microclima de maior umidade no ar.

A aplicao de um herbicida em ps-emergncia, via gua de irrigao influenciada por fatores relacionados com o prprio herbicida, com as condies climticas reinantes na hora de aplicao e com a planta que ir receber a aplicao. WAUCHOPE & STREET (1987), trabalhando com MSMA, um herbicida solvel em gua e no voltil, aplicado com um pulverizador costal, na cultura do arroz, em vrios estdios de desenvolvimento, observaram que a quantidade do herbicida retido nas folhas foi aproximadamente proporcional ao tamanho das plantas e dose aplicada. A reteno do herbicida aumenta com a rea foliar, mas no necessariamente aumenta a eficcia do mesmo, porque a tolerncia das plantas daninhas quase sempre aumenta com o tempo. XI MTODOS DE APLICAO DE PRODUTOS QUMICOS VIA IRRIGAO

XI. l Tanque de derivao de fluxo

O sistema consiste de um tanque hermeticamente fechado conectado linha de irrigao pressurizada atravs de uma tubulao de desvio. Essa tubulao de desvio (by pass), origina-se em um ponto da linha de irrigao e desvia uma parte do fluxo de gua, indo conectar-se ao tanque contendo a soluo. Outro trecho da mesma tubulao de desvio origina-se do tanque e conecta-se linha de irrigao em um ponto jusante do ponto de conexo original. A gua que entra no tanque fora a sada da soluo atravs do outro trecho da tubulao, devido a um gradiente de presso criado pelo sistema, (Figura 01). Esse gradiente criado por uma contrao permanente na linha de irrigao, ou por um registro de controle colocado na mesma, o qual ir reduzir a vazo na linha forando o fluxo na tubulao de desvio.

Tendo em vista os coeficientes de uniformidades encontrados para distribuio de potssio por um sistema de micro asperso, ALVES et. al. (1993), recomenda o uso do tanque de derivao de fluxo, dada a facilidade de manejo, melhor controle do produto aplicado e menor custo, quando comparado com a bomba injetora. Vale ressaltar algumas limitaes referentes ao tanque de derivao que basicamente so as seguintes: resistir a alta presso na rede de irrigao; a cada aplicao deve-se esvaziar o tanque e voltar a ench-lo; quando o tempo de irrigao pequeno, h dificuldade na operao. Esse tanque relativamente barato, porm, possui o inconveniente de que a distribuio do fertilizante no uniforme em relao ao tempo de aplicao. No principio da aplicao a concentrao alta e em seguida seu valor diminui exponencialmente com o tempo, ZANINI, (1987). Atualmente um equipamento pouco usado.

XI. 2 Bombas injetoras

Os produtos qumicos contidos em um reservatrio so injetados ao sistema com presso maior que da rede de irrigao, por meio de bombas acionadas pela prpria gua de irrigao ou com acionamento eltrico. Segundo ALVARENGA et. al. (2004), essas bombas podem ser classificadas em:

XI. 2. l Bombas hidrodinmicas

O bombeamento se deve ao centrfuga ou a ao de sustentao imposta pelas palhetas do rotor ao fluido que est em contato com ele. Assim, a fora centrfuga das palhetas, expele o fluido para a periferia, enquanto a subpresso desenvolvida junto ao eixo promove a aspirao(suco) de novas quantidades de fluido e assim sucessivamente. Como exemplos de bombas hidrodinmicas podemos citar as axiais, as centrfugas e as de fluxo radial, (Figura 02).

XI. 2.2 Bombas de deslocamento positivo

O fluido aplicado adquire um movimento com a mesma velocidade, em mdulo, direo e sentido que o do rgo mvel que o impele, promovendo a admisso, e a expulso de volume correspondente do fluido. Como exemplo podemos citar as bombas de diafragma e de pisto, ALVARENGA et. al. (2004), (Figura 03).

XI. 2.3 Bombas injetoras com acionamento hidrulico

uma bomba constituda por uma pequena cmara que alternadamente se enche e se esvazia, acionada pela presso da rede de irrigao. Quando a cmara se enche, a bomba succiona o fertilizante de um depsito e quando se esvazia, o injeta no sistema de irrigao. So instaladas em paralelo rede de irrigao, (Figura 04).

XI. 3 Aplicadores tipo Venturi

O produto qumico succionado rede por meio de presso negativa utilizando o princpio de Venturi. O processo consiste em uma pea especial acoplada linha de irrigao com seo gradual convergente, passando numa seo constrita constante e em seguida numa gradual transio ampliadora, retomando ao dimetro original da linha de irrigao. Como a energia total da gua a mesma, o aumento considervel da velocidade, causa uma reao de presso negativa, a ponto de causar uma suco resultante da mudana de velocidade do fluxo. Com isso, a soluo contida num reservatrio aberto aspirada e incorporada na adutora do sistema de irrigao (Figura 05). O injetor tipo Venturi em condies normais, no requer energia externa para operar, no possui partes mveis, tem vida til longa, constitudo de material metlico ou plstico no corrosivo; tem manuteno simples e custo reduzido ALVARENGA et. al. (2004). Entretanto, causa uma evidenciada perda de carga no sistema, algo em torno de 10 a 50 % da presso de entrada. Esses injetores funcionam com vazes constantes ou variveis dependendo da presso de entrada e da perda de carga produzida na tubulao principal. Vale salientar que o valor da capacidade de suco do Venturi uma caracterstica que deve ser indicada pelo fabricante.

XI. 4 Tubo ligado suco da bomba

O produto qumico aspirado junto com a gua de irrigao, passando pelo conjunto motobomba, podendo, alm de provocar desgaste no interior da bomba, colocar em risco de contaminao o manancial abastecedor de gua (Figura 06).

XI. 5 Aplicador porttil(vaquinha)

Esse aplicador foi desenvolvido pelo Centro Nacional de Pesquisa de Milho e Sorgo (EMBRAPA-1988), COSTA & BRITO (1988). Ele utiliza o principio da transformao de energia, atravs de um par de tubos de Pitot conectados ao fluxo principal e ao depsito com a soluo do produto qumico a ser aplicado, sendo que um dos tubos tem a extremidade voltada para a direo ao fluxo da gua e o outro no sentido oposto. Esse equipamento popularmente conhecido como vaquinha, por ter sido utilizado na confeco do mesmo, um lato de leite como depsito da soluo do produto qumico,(Figura 07).

Como vimos, existem diferentes meios de aplicao de produtos na gua de irrigao, portanto necessrio que se faa uma anlise criteriosa na escolha de um equipamento aplicador. Segundo PIZARRO (1996), os seguintes critrios devem ser observados:

- Preo => normalmente o tanque de derivao e o injetor de Venturi so os mais baratos

- Fonte de energia => os aplicadores eltricos s podem ser instalados se houver fonte de energia eltrica; os tanques de derivao, injetor tipo Venturi e outros aplicadores hidrulicos aproveitam a presso hidrulica da rede de irrigao

- Presso disponvel => alguns aplicadores hidrulicos necessitam de maiores presses na rede, na ordem de 2 a 4 atm.

- Automao => neste caso, os aplicadores eltricos tem menores restries, permitindo uma programao adequada em funo do tempo de irrigao.

- Capacidade do sistema =>o aplicador deve ser capaz de injetar uma quantidade suficiente para atender uma determinada rea (unidade).

- Concentrao => a aplicao deve ser mantida numa concentrao uniforme no tempo e no espao(rea).

- Corroso => menos corrosivo possvel,

- Fcil manuteno e deslocamento ao longo da rede de irrigao.

XII CONSIDERAES FINAIS

A fertirrigao pode se constituir em um excelente instrumento na reduo dos custos de produo, no aumento da receita lquida e na diminuio do impacto ambiental causados pelas mquinas ao solo. No entanto, em regies que possuem estao chuvosa bem definida deve-se ficar atento lixiviao dos nutrientes, obrigando a um parcelamento ainda maior da adubao, visto que nestas regies a lixiviao dos nutrientes ainda maior na fertirrigao que na adubao convencional, devido aos elementos estarem prontamente disponveis e em condies de alta umidade o que poder favorecer o maior movimento do nutriente no solo.

No Brasil, so poucos os incentivos na utilizao e desenvolvimento de fontes no convencionais, no caso, os adubos lquidos que apresentam de certa maneira maior facilidade na aplicao via gua de irrigao.

necessrio o desenvolvimento de equipamentos que vise uma melhor eficincia na aplicao de qumicos via gua de irrigao.

A aplicao de fertilizante nitrogenados e potssicos via gua irrigao sem dvida nenhuma apresenta uma alta eficincia, devido alta solubilidade e mobilidade no solo, porm a aplicao de adubos fosfatados questionvel em funo da baixa difuso do elemento no solo.

Apesar de no se encontrarem publicaes a respeito, no Brasil, e de os herbicidas usados no serem devidamente registrados para esse tipo de aplicao, a utilizao de herbicidas via irrigao um fato. Inmeros produtores j fazem uso desse sistema de aplicao com sucesso. Faltam o respaldo da pesquisa e o registro legal. Fatores relacionados com herbicidas e com o solo podem influenciar a eficcia da aplicao e o conhecimento desses fatores primordial para se obter todas as vantagens inerentes ao processo e evitar as possveis desvantagens.

Dados de pesquisa obtidos no Brasil e nos Estados Unidos comprovam a boa performance de herbicidas aplicadas via irrigao em pr-emergncia em vrias culturas, sem causar problemas de injria, quando comparados ao sistema convencional de aplicao, aumentando, em muitos casos, o controle das plantas daninhas.

XIII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ALMEIDA, F. S. de; RODRIGUES, B. N. Guia de Herbicidas. 2 ed. Londrina: Livroceres, 1988. 603p.

ALVARENGA, M. A. R. Tomate: produo em campo, em casa de vegetao e em hidroponia. Lavras: Ed. UFLA. 2004. 400p.ALVES,. E. M.; BERNARDO, S.; SILVA, J. F.; CONDE, A. R. Efeito de diferentes lminas dgua sobre produo de trs cultivares de tomateiro ( Lycopersicon esculentum Mill. ), com a utilizao de irrigao por gotejamento. Revista Ceres. Viosa, v. 29, n. 162, pg. 145 154, mar./abr. 1982.

ALVES, D. N. B.; FARIA, M. A.; LIMA, L. A.; SILVA, A. M. da. Desempenho da bomba injetora e do tanque de derivao de fluxo na aplicao de cloreto de potssio em microaspersores. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA AGRCOLA, 22, Ilhus, 1993, Anais: Sociedade Brasileira de Engenharia Agrcola, 1993, pg. 2586 - 97.

BARROS, N. F. de; BRADI, R. M.; COUTO, L. Aplicao de fertilizantes minerais na formao de mudas de Eucalyptus grandis, atravs da gua de irrigao. Revista rvore: Viosa, 1987, pg l7-25.

BERNARDO, S. Manual de irrigao. 4a edio Viosa: Imprensa Universitria da UFV, 1989, 489p.BISCONER, I. Chemigation: a pratical overview. In: Drip/tricke irrgation in Action.S.T. Josefh: ASAE, 1985, v.2, p. 477-484.

BORGES. A. L.; COELHO, E. F.; TRINDADE, A. V. Fertirrigao em fruteiras tropicais. Cruz das Almas: EMBRAPA Mandioca e Fruticultura, 2002. 138p.

BRYEN, B.B.; THOMAS Jr., E. L. Distribution of fertilizer material applied through sprinkeer irrigation systems. Arkansas Research. 1958 12 p. (Bulletin 598).CARRIJO, O. A.; MAROUELLI, W. A; SILVA, H. R. Manejo da gua do solo na produo de hortalias em cultivo protegido: cultivo protegido de hortalias em solo e hidroponia. Informe Agropecurio. Belo Horizonte.v. 20, n. 200/201, p.45-51. 1999.COELHO, A. M. Fertirrigao. In COSTA, E. F.da.; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A. (eds). Quimigao: aplicao de produtos qumicos e biolgicos via irrigao. Braslia: EMBRAPA-SPI, Sete Lagoas: EMBRAPA MILHO E SORGO, 1994. P. 201 -227.

COSTA, E. F. da.; BRITO, R. A. L. Aplicador porttil de produtos qumicos via gua de irrigao. Sete Lagoas: EMBRAPA - CNPMS, 1988, 19 p. (circular Tcnica n 13).

FRIZZONE, J. A.; ZANINI, J.R ; PAES, L. A. D.; NASCIMENTO, V. M do. Fertirrigao mineral. Ilha Solteira, NESP, 1985, 31 p. (Boletim tcnico, 2).

FRIZZONE, J. A.; BOTREL, T. A. Aplicao de fertilizantes via gua de irrigao. In: VITTI, G. C.; BOARETTO, A. E. (coordenador). Fertilizantes fluidos. Piracicaba: POTAFOS, 1994, pg. 227 260.

GUSTAFSON, D. I. Groundwater Ubiquity Score: A simple method for assessing pesticide leachability. Environmental Toxicology and Chemistry, v. 8, p. 339-357, 1989.

JOHNSON, A. W.; YOUNG, J. R.; THREADGILL, E. D.; DOWCER, C. C.; SUMMER D. R. Chemigation for crop production management. Plant disease, v. 70, n. 11, pag.998 - 1004, 1986.

KEMIRA GROWHOW. Curso de qumica do solo, nutrio de plantas e fertirrigao. Campinas, 2004. CD-ROM.

OGG, A. G. Jr.; Applying herbicides in irrigation water a review. Crop Protection. V. 5, n.1, p.53-65, 1986.

PINTO, J. M.; SOARES, J. M. Fertirrigao: a adubao via gua de irrigao. Petrolina: EMBRAPA CAPATSA, 1990. 16 p. ( EMBRAPA-PATSA, documentos, 70).

PIZARRO, F. C. Riegos localizados de alta frecuencia: goteo, micro aspersin y exudacin. 3 ed. Madrid: Mundi Prensa, 1996. 513p.

SAMPAIO, S. C. Distribuio do cloreto de potssio aplicado em linha de gotejadores por bomba injetora e tanque de derivao de fluxo. Lavras: UFLA, 1995, 79pg. (Dissertao - Mestrado em Engenharia Agrcola).

THREADGILL, E. D. Advances in irrigation, fertigaton and chemigation In: Expert consultation on fertigaton / chemigation. Cairo, Egypto. Proceedings... Roma: F.A.O. 1991, pag. 30-44.TRANI, P. E.; CARRIJO, O. A. Fertirrigao em hortalias. Campinas: IAC. 2004. 53p.(Srie Tecnologia APTA, Boletim Tcnico IAC 196).WAUCHOPE, R. D. In: INTERIN PESTICIDE PROPERTIES DATA BASE, VERSION 1.0, Tifton, GA, United States department of Agriculture ARS/SWRL, 1988.

WAUCHOPE, R. D.; STREET, J. E. Fate of water-soluble herbicide spray on foliage: Part. I, Spray Efficiency: measurement of initial deposition and absorption. Pesticide Science, v. 19, p.243-252, 1987.

VIANA, P. A.; COSTA, E. F. da.; VIEIRA, R. F. Quimigao: Aplicao de produtos qumicos e biolgicos via irrigao. EMBRAPA-CNPMS, ed. EMBRAPA-SPI, Braslia, 1994, 325 pag.

VILLAS BAS, R. L.; BOARETTO, A E.; VITTI, G. C. Aspectos da fertirrigao. In: VITTI, G. C.; BOARETTO, A E. (Coords.). Fertilizantes fludos. Piracicaba: POTAFOS, 1994. p. 283-308.

ZANINI, J. R. Hidrulica da fertirrigao por gotejamento utilizando um tanque de derivao de fluxo e bomba injetora. Piracicaba: ESALQ. 1987. 103p.(Tese de Doutorado em Agronomia).

Figura 01 Tanque de derivao de fluxo

Figura 03 Detalhe de funcionamento de uma bomba de mbolo

Figura 04 Bombas hidrulicas

Figura 03 Detalhe de funcionamento de uma bomba de pisto

Figura 05 Detalhe da instalao de um injetor tipo Venturi (A) e com uma bomba para o aumento da presso (B)

Figura 06 Esquema de montagem da injeo via suco negativa

Figura 02 Esquema de montagem de uma bomba centrfuga

Figura 07 Injetor de fertilizante tipo vaquinha

PAGE 22